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INTENSIVO I

Alexandre Gialluca
Direito Empresarial
Aula 1

ROTEIRO DE AULA

1.Direito Comercial no Brasil

1.1 Código Comercial de 1850 e a “Teoria dos atos de comércio”

- O Código Comercial de 1850 adotava a “Teoria dos Atos de Comércio.” De origem francesa, a teoria propunha
uma divisão tripartite, sendo que a parte das quebras foi revogada pelo Decreto 7.661/45 e posteriormente pela
Lei 11.101/05.

Parte I – Do Comércio em Geral


Parte II – Do Comércio Marítimo
Parte III – Das Quebras

- A parte primeira, que trata do comercio em geral, cuidava da figura do comerciante e da sociedade comercial. O
comerciante era a Pessoa Natural que com habitualidade e finalidade lucrativa praticava atos de comércio, ao
passo que a sociedade comercial era composta por duas ou mais pessoas, que se aproveitavam da estrutura

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ficcional da Pessoa Jurídica para isolar seu patrimônio pessoal, separando-o dos negócios. Para encaixar-se nos
conceitos de comerciante e de sociedade comercial, ambos precisavam praticar, com habitualidade (finalidade
lucrativa), os chamados ato de comércio.

- O CCom não elencava quais eram os atos de comercio, ficando suprida a omissão pela remissão do operador do
Direito ao Decreto nº 737/1850:

Art. 19 do Regulamento 737/1850 - Considera-se mercancia (redação original de 1850):

§1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por
grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso.

§2º As operações de cambio, banco e corretagem.

§3º As empresas de fabricas; de comissões; de depósitos; de expedição, consignação e


transporte de mercadorias; de espetáculos públicos.

§4.º Os seguros, fretamentos, risco, e quaisquer contratos relativos ao comercio


marítimo.

§ 5.º A armação e expedição de navios.

- A corretagem, a atividade bancária e a compra e venda de bens móveis constituíam exemplos de atos de
comércio.

1.2 Código Civil de 2002 e a “teoria da empresa”

- Com a evolução da atividade empresária, o rol do Decreto nº 737 tornou-se insuficiente. Exemplo disso são as
atividades das imobiliárias (compra e venda de bens imóveis) e das prestadoras de serviços. Por não estarem no
rol dos atos de comercio, estas atividades não podiam ser tidas como atos de comércio aptos a qualificar quem
as praticava como comerciante ou sociedade comercial. Assim, a imobiliária ou a prestadora de serviço em crise
não podiam ter o beneficio da concordata, pois não se enquadravam no conceito de atos de comércio.

- A insuficiência do conceito levou a substituição da Teoria dos Atos de Comércio pela teoria italiana da Empresa
no âmbito do CC-16, que revogou a parte primeira do CCom de 1850. Com a alteração, o CCom passou a regular
(e ainda regula) apenas os tópicos relacionados ao comércio marítimo.

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Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte
Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25 de junho de 1850.

- Após a adoção da teoria da empresa, as figuras do comerciante e da sociedade comercial foram substituídas
pelas figuras do empresário individual e da sociedade empresária.

(TJ Minas Gerais – 2012) 71. Com a vigência do Novo Código Civil, à luz do artigo 966, é correto afirmar que o
Direito brasileiro concluiu a transição para a

(A) “teoria da empresa”, de matriz francesa.


(B) “teoria da empresa”, de matriz italiana.
(C) “teoria dos atos de comércio”, de matriz francesa.
(D) “teoria dos atos de comércio”, de matriz italiana.

Correto: B

(DEFENSORIA – ES – 2012 (cespe): 33 - No Código Comercial do Império do Brasil, adotou-se, por influência dos
códigos francês, espanhol e português, a teoria dos atos de comércio, no que se refere à sua abrangência e
aplicação.

Gabarito: ERRADO

2. Empresário

2.1. Incidência do conceito de empresário

- O conceito de empresário tem uma destinação específica, podendo incidir tanto sobre a Pessoa Natural/Física
(empresário individual), quanto sobre a Pessoa Jurídica (sociedade empresária ou Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada – EIRELI).

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PESSOA FÍSICA
PESSOA JURÍDICA

PESSOA FÍSICA:

- EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

PESSOA JURÍDICA:

- SOCIEDADE EMPRESÁRIA
- EIRELI (EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA)

LEMBRE-SE: Embora não ostente a qualidade de Pessoa Jurídica, o empresário individual também tem CNPJ. O
objetivo é conferir a ele o mesmo tratamento tributário atribuído a Pessoa Jurídica.

2.2. Conceito de empresário

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- O Art. 966 do CC dispõe sobre o conceito de empresa, o qual se aplica tanto a Pessoa Física quanto a Pessoa
Jurídica.

Art. 966 do CC: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade


econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Elementos:

a) PROFISSIONALMENTE
b) ATIVIDADE ECONÔMICA
c) ORGANIZADA
d) PARA A PRODUÇÃO/CIRCULAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS

A) PROFISSIONALMENTE

- Ao colocar o exercício profissional como requisito, o legislador deseja expressar que é necessária habitualidade
para que a pessoa seja considerada empresária. Ou seja, não pode ser uma atividade esporádica ou eventual. A
atividade deve ser tomada pela pessoa como uma verdadeira profissão.

B) ATIVIDADE ECONÔMICA

- Em linhas gerais, o requisito da atividade econômica é sinônimo de atividade lucrativa. O empresário, diferentes
de outras organizações como as associações e fundações, busca lucrar com a organização dos fatores de produção.

C) ORGANIZADA

- A atividade organizada é aquela que reúne os quatro fatores de produção: (i) mão de obra; (ii) capital; (iii) matéria
prima (insumos) e (iii) tecnologia.

D) PRODUÇÃO OU CIRCULAÇÃO DE BENS / SERVIÇOS

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- A produção e a circulação apresentam-se como o processo que transforma os insumos em produtos (bens e
serviços).

- Um exemplo de produção de bens é a fabrica de móveis.

- Um exemplo de produção de serviços é a atividade bancária, e de circulação de serviços, a agência turística.

TJ RS 2018 - artigo 966 do Código Civil define como empresário aquele que exerce:

(a) atividade profissional econômica organizada com a finalidade de produção ou circulação de bens ou de
serviços.
(b) atividade eventual econômica, organizada com a finalidade de circulação de bens ou serviços.
(c) atividade profissional organizada com a finalidade de produção ou circulação de bens ou de serviços.
(d) atividade profissional econômica organizada com a finalidade de produção e circulação de bens ou de serviços.
(e) atividade eventual econômica não organizada com a finalidade de produção e circulação de bens ou de
serviços.

Gabarito: (A)

TJPI – 2012 – JUIZ. Com relação ao empresário, assinale a opção correta.

a) É considerado empresário individual o comerciante que leve, ele mesmo, a mercadoria comercializada até a
residência dos potenciais consumidores.
b) Não é considerada empresária a pessoa que organiza episodicamente a produção de certa mercadoria, ainda
que destinada à venda no mercado.
c) Por força de lei, aplicam-se aos sócios da sociedade empresária as regras próprias do empresário individual.
d) O menor com dezesseis anos de idade que não seja emancipado somente poderá dar início a empresa mediante
autorização de juiz.
e) É considerada empresária a pessoa que, exercendo profissão intelectual de natureza artística, contrate
empregados para auxiliá-la no trabalho.

Gabarito: B

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(CESPE - 2013 - TJ-MA - Juiz) Assinale a opção correta referente ao direito de empresa.

a) O adquirente de um estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência do bem,
desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado, pelo prazo de
seis meses, a pagar os créditos vencidos a partir da publicação, e os demais, a partir da data do vencimento.
b) De acordo com disposição expressa do novo Código Civil, o incapaz não pode exercer atividade empresarial.
c) De acordo com o Código Civil, considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Segundo a doutrina, organização é entendida
como a cumulação necessária de capital, mão de obra, insumos e tecnologia.
d) O Código Civil reconhece a figura da empresa individual de responsabilidade limitada, constituída por uma única
pessoa natural titular da totalidade do capital social subscrito, que deverá ser igual ou superior a cem vezes o
maior salário mínimo vigente no país.

Gabarito: C

3. Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.

Nomenclatura:

▪ Se pessoa física: profissional liberal/autônomo

▪ Se pessoa jurídica: sociedade simples ou EIRELI simples

3.1 - Profissão Intelectual

- Em um primeiro momento, a atividade intelectual não pode ser tida como empresária. A única exceção são as
situações em que o exercício da profissão constitui elemento de empresa.

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Art. 966, Parágrafo único do CC - Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.

Científica (médico, contador, etc...)


Profissão intelectual Literária
Artística

- As atividades intelectuais são prestadas de forma pessoal, e, ainda que contenha auxiliares ou colaboradores, o
personalismo prevalece.

- Na profissão intelectual a exclusão decorre do papel secundário que a organização assume nessas atividades.

Ocorre elemento de empresa:

a) quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo (amplo), próprio da
atividade empresarial.

Ex.: Dois sócios são veterinários e montam uma sociedade. A sociedade dos veterinários será uma sociedade
simples, dado que a atividade do veterinário é uma atividade intelectual/científica. No entanto, se essa clinica
veterinária tiver também um pet-shop, a atividade de natureza empresarial contamina a atividade não-
empresarial, ficando esta ultima integrada a primeira e fazendo da clínica veterinária uma sociedade empresária.

b) ocorre quando o serviço não se caracteriza personalíssimo, tendo em vista um cliente individualizado,
mas sim um serviço impessoal, direcionado a uma clientela indistinta. Será considerado empresário
quando oferecer a terceiros prestações intelectuais de pessoas contratadas a seu serviço.

Ex.: O fotógrafo que monta um estúdio fotográfico, no qual profissionais são contratados para exercer a atividade-
fim de natureza artística-intelectual pode ser considerado empresário.

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Enunciado 194 do CJF: “Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos
fatores da produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.”

3.2 – Sociedade de advogados

- Por força do próprio Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994), a sociedade de advogados não tem natureza
jurídica de sociedade empresária, sendo, na maioria das vezes, uma sociedade simples.

Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços


de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada
nesta Lei e no regulamento geral. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de
sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade
empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à
advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia
pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. (Redação dada
pela Lei nº 13.247, de 2016)

3.3 - Exercente de atividade rural sem registro na junta comercial

- Aquele que explora a atividade rural só será considerado empresário se tiver registro na junta comercial.

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a
registro.

3.4. Sociedade cooperativa

- A Sociedade Cooperativa, embora registrada na junta comercial, tem natureza de sociedade simples.

Art. 982, Parágrafo único do CC/02 - Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

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4. Conceito de Empresa

- O empresário é aquele que explora a atividade de empresa. A empresa, por sua vez, é a atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Isso fica claro com a redação do art. 1.142 do
CC

Art. 1.142 do CC: Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,


para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

5. Empresário individual

5.1. Conceito

- É a Pessoa Natural/Física que, individualmente, e de forma profissional, exerce uma atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.

5.2. Requisitos:

- Para ser empresário individual é preciso atender a dois requisitos: (i) estar em pleno gozo da capacidade civil e
(ii) não ter impedimento legal. O incapaz, portanto, não pode iniciar qualquer tipo de atividade empresária na
esperança de que alcance o seu registro como empresário individual. Um jovem de 13 anos que crie um aplicativo
para pesquisar preços de material escolar, por exemplo, não pode pleitear registro como empresário individual.
O máximo que pode acontecer é este jovem tornar-se sócio de uma sociedade, o que é admitido pela legislação,
desde que atendidos os três pressupostos do parágrafo terceiro do Art.974 do CC.

Art. 972 do CC: Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno
gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

Art. 974 do CC.

[...]

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§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá
registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz,
desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei
nº 12.399, de 2011)
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº
12.399, de 2011)
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de
2011)
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser
representado por seus representantes legais.

• Impedimentos:

• Membros do Ministério Público para exercer o comércio individual ou participar de sociedade comercial
(art.128, § 5º, II, “c”, da CF), salvo se acionista ou cotista, obstada a função de administrador (art. 44, III, da Lei
8.625/1993);

• Os magistrados (art. 36, I, Lei Complementar n. 35/1977 – Lei Orgânica da Magistratura) nos mesmo moldes da
limitação imposta aos membros do Ministério Público.

• Empresários falidos, enquanto não forem reabilitados (Lei de Falências, art. 195);

• Leiloeiros (art.36 do Decreto n° 21.891/32 – proíbe os leiloeiros de exercerem a empresa direta ou


indiretamente, bem como constituir sociedade empresária, sob pena de destituição);

• Despachantes aduaneiros (art.10, inciso I, do Decreto nº 646/92 – não podem manter empresa de exportação
ou importação de mercadorias nem podem comercializar mercadorias estrangeiras no país);

• Cônsules, nos seus distritos, salvo os não-remunerados (Decreto nº 4868/82, art. 11 e Decreto nº 3.529/89, art.
82);

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• Médicos, para o exercício simultâneo da farmácia, drogaria ou laboratórios farmacêuticos, e os farmacêuticos,
para o exercício simultâneo da medicina (Decreto nº 19.606/31 c/c Decreto nº 20.877/31 e Lei nº 5.991/73);

• Pessoas condenadas a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime
falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular, contra o
sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé
pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação;

• Servidores públicos civis da ativa (Lei nº 1.711/52) e servidores federais (Lei nº 8.112/90, art. 117, X, inclusive
Ministros de Estado e ocupantes de cargos públicos comissionados em geral). Aqui é importante observar que o
funcionário público pode participar como sócio cotista, comanditário ou acionista, sendo obstada a função de
administrador;

• Servidores militares da ativa das Forças Armadas e das Polícias Militares (Código Penal Militar, arts. 180 e 204 e
Decreto-Lei nº 1.029/69; arts 29 e 35 da lei nº 6.880/80), neste caso, também poderão integrar sociedade
empresário, na qualidade de cotista ou acionista, sendo obstada a função de administrador;

• Os deputados e senadores não poderão ser proprietários, controladores ou diretores de empresa, que goze de
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, nem exercer nela função remunerada ou
cargo de confiança, sob pena de perda do mandato – arts 54 e 55 da Constituição Federal).

• Estrangeiros (sem visto permanente – art. 98 e 99 da Lei nº 6.815/80 – Estatuto do Estrangeiro) estão impedidos
de serem empresários individuais, porém não estarão impedidos de participar de sociedade empresária no país;

• Estrangeiro (com visto permanente), para o exercício das seguintes atividades: pesquisa ou lavra de recursos
minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica; atividade jornalística e de radiodifusão
sonora e de sons e imagens, com recursos oriundos do exterior;

5.3. Hipóteses excepcionais para o incapaz ser empresário individual

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- Embora o incapaz não possa iniciar como empresário, a lei o autoriza a continuar outra atividade nesta condição
nos casos em que a incapacidade se deu em momento posterior ao início da atividade por ele exercida enquanto
plenamente capaz ou, ainda, por força de herança. Ganha destaque aqui o Princípio da Conservação da Empresa.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido,


continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor
de herança.

• Quais são os requisitos para que o incapaz possa continuar a atividade empresarial ?

- Para que seja lícito ao incapaz dar continuidade a atividade, por qualquer motivo que seja, é preciso que haja
autorização judicial (alvará), devendo o incapaz estar legalmente assistido ou representado.

Art. 974, § 1° Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la,
podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou
representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por
terceiros.

LEMBRE-SE: O alvará judicial que autoriza o incapaz a dar continuidade à atividade empresarial pode ser revogado
a qualquer tempo.

01. (CESPE/UnB – TRF2 - 2011 - Juiz Federal Substituto - QUESTÃO 53) Segundo a doutrina, o direito comercial não
se formou em uma única época nem no meio de um só povo. A cooperação de todos os povos em tempos
sucessivos, firmada fundamentalmente nas bases econômicas, é que o constituíram e lhe imprimiram o caráter
autônomo. Com relação ao direito comercial e ao empresário,
assinale a opção correta.

A) Os funcionários públicos estão proibidos de exercer atividade empresarial, de acordo com a CF e normas
específicas; contudo, a proibição diz respeito ao efetivo exercício da atividade empresarial, não existindo restrição
quanto ao fato de o funcionário público ser simplesmente acionista ou quotista de sociedade empresária.

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B) Nos termos do Código Civil, somente podem exercer a atividade empresarial os que estiverem em pleno gozo
da capacidade civil e não forem legalmente impedidos, não havendo possibilidade de menor de dezoito anos
exercer a atividade empresarial.
C) O cosmopolitismo, a onerosidade, a informalidade e a fragmentação são as principais características do direito
comercial. Com relação às espécies de autonomia no direito comercial, a doutrina destaca a autonomia
substancial, que é identificada pela existência de um corpo legislativo codificado.
D) Empresário é definido na lei como o profissional que exerce atividade econômica organizada para a produção
ou a circulação de bens ou serviços. Para a doutrina, também será empresário aquele que organizar
episodicamente a produção de certa mercadoria, mesmo destinando-a à venda no mercado.
E) Somente será considerado empresário o exercente profissional de atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou serviços, inscrito no registro de empresas do órgão próprio.

AGU/2015 - Acerca dos impedimentos, direitos e deveres do empresário, julgue os itens que se seguem de acordo
com a legislação vigente.

O incapaz não pode ser autorizado a iniciar o exercício de uma atividade empresarial individual, mas,
excepcionalmente, poderá ele ser autorizado a dar continuidade a atividade preexistente.

Questão: CORRETA

5.4. Responsabilidade do empresário individual

-A responsabilidade patrimonial do empresário individual é uma responsabilidade ILIMITADA. Ou seja, o


empresário individual responde com seus bens pessoais por dívidas empresariais contraídas.

Ex.: João da Silva possui um posto de gasolina, montado na condição de empresário individual.
Para a constituição do negócio, João destina alguns bens para a atividade empresarial (imóvel, bombas de
gasolina, computadores, etc...) e, ao mesmo tempo, mantem seus bens pessoais (ouro, imóveis, ações na bolsa
de valores, etc...). Se o posto fica endividado, as dívidas recairão tanto sob os bens do posto, quanto sob os bens
de João, ficando isso a critério do credor/exequente.

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- A razão desse desenho jurídico atribuído à responsabilidade ilimitada é o princípio da unidade patrimonial,
segundo o qual a pessoa, física ou jurídica, terá apenas um único patrimônio. Em virtude dessa situação, é comum
que as pessoas naturais que desejam exercer atividade empresarial criem uma pessoa jurídica.

• Mas deverá seguir uma ordem?

Enunciado 5 da primeira jornada de Direito Comercial: Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o
empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá primeiramente com os bens vinculados à
exploração de sua atividade econômica, nos termos do art. 1.024 do Código Civil.

• Tem alguma exceção ???

§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da
interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a
autorização.

Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os
pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de
incomunicabilidade ou inalienabilidade.

Ex.: Alberto é um garoto com 16 (dezesseis) anos de idade, que herdou uma fazenda por testamento aos 14 anos.
Ao completar 16 anos, Alberto perdeu seu pai e teve que continuar a administrar a pousada da família. Os negócios
iam bem até que Alberto começa a se endividar. Os credores começam a propor ação de execução e a requerer a
penhora dos bens vinculados a pousada. Ocorre, porém, que, em certo momento, os bens da pousada se mostram
insuficientes. Pergunta-se: é possível penhorar a fazenda herdada ? Não. Nos termos da lei, os bens que o incapaz
possuía antes de continuar a atividade empresarial não podem ser alcançados. Por isso é que o alvará judicial
autorizando o incapaz a dar continuidade a atividade deverá conter a relação destes bens.

5.5. Empresário casado

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Ex.: João e Maria montam uma sapataria em imóvel adquirido especificamente para isso. Pouco tempo depois,
devido ao sucesso do negócio, o casal adquire um imóvel para morar. Após alguns anos, a crise afeta a loja e,
endividado, João deseja vender o imóvel residencial. Pergunta-se: João necessita da autorização de Maria para
celebrar a compra e venda ? – Sim.

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis

- Diferente ocorreria se João desejasse vender o imóvel em que se encontra instalada a sapataria, não importando,
neste caso, o regime de bens.

Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer
que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou
gravá-los de ônus real.

(CESPE/2011-TJ/Paraíba - Juiz Substituto) A respeito da disciplina aplicável ao empresário individual, assinale a


opção correta.

a) O empresário individual que venha a se tornar civilmente incapaz poderá obter autorização judicial para
continuação de sua atividade; tal autorização, entretanto, deverá ser averbada na junta comercial e servirá para
atos singulares, não podendo ser genérica.
b) O servidor público pode ser empresário individual, desde que a atividade empresarial seja compatível com o
cargo público que ele exerça.
c) Ao empresário individual é permitida a alienação, sem a outorga de seu cônjuge, de bens imóveis destinados à
sua atividade empresarial.
d) O empresário individual assume os riscos da empresa até o limite do capital que houver destinado à atividade,
não respondendo com seus bens pessoais por dívidas da empresa.
e) Em atenção ao princípio da continuidade da empresa, os bens destinados pelo empresário individual à
exploração de sua atividade não respondem por suas dívidas pessoais.

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Gabarito: C

(FCC/2011-TJ/PE - Juiz Substituto) É correto afirmar que

a) a lei assegurará tratamento isonômico ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição
empresarial e aos efeitos dela decorrentes.
b) o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar
os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
c) é facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da sede respectiva, antes do
início de sua atividade.
d) quem estiver legalmente impedido de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, não responderá
pelas obrigações que contrair.
e) é vedado aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, qualquer que seja o regime de bens
escolhido.

Gabarito: B

(CESPE – JUIZ SUBSTITUTO –TJ/PR -2017) Com relação a empresário e atividade de empresa, assinale a opção
correta.

(A) Para instituir sucursal em lugar sujeito à competência de outro registro público de empresas mercantis, bastará
ao empresário averbar a constituição do estabelecimento secundário no registro público de empresas mercantis
da respectiva sede.
(B) A empresária casada sob o regime de comunhão universal não precisa da outorga conjugal para alienar os
imóveis que integrem o patrimônio da empresa.
(C) A continuidade do exercício de empresa por quem era capaz e deixou de sê-lo prescinde de autorização judicial.
(D) É vedada a transformação de registro de empresário individual em registro de sociedade empresária.

Gabarito: B

LEMBRE-SE: Todo imóvel tem sua matrícula no registro de imóveis. É na matrícula que o imóvel esta identificado.
É nela também que a escritura pública, preparada pelo tabelião de notas, é registrada após a celebração de

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compra e venda de imóveis com valor superior a 30 vezes o valor do maior salário mínimo vigente no país. As
demais alterações na situação do imóvel são descritas na matrícula por meio do ato administrativo da averbação.
A averbação é o instrumento utilizado pelo cartório para identificar as alterações realizadas na matrícula do
imóvel, como, por exemplo, a celebração de negócios jurídicos que tenham o imóvel e os direitos reais que recaem
sob ele como objeto. Por esta razão, o imóvel utilizado para atividade empresarial deverá ter na sua matrícula a
averbação de destinação para atividade empresarial como forma de permitir que o(a) empresário(a) casado(a)
possa, em momento futuro, alienar o imóvel sem autorização do cônjuge.

Enunciado n. 58. da II Jornada de Direito Comercial: “O empresário individual casado é o destinatário da norma
do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no
exercício da empresa, desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao
patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de
sua inscrição no registro público de empresas mercantis.”

6. EIRELI

- Antes da introdução da figura da EIRELI, a Pessoa Natural que desejava isolar seu patrimônio pessoal montava
uma sociedade empresária com mais um sócio. Ocorre, porém, que nem sempre a lógica da sociedade empresária
funciona, motivo pelo qual não era incomum que um dos sócios montasse a sociedade e colocasse como outro
sócio algum parente ou familiar que sequer desejava compartilhar da atividade, destinando a ele uma participação
ínfima de quotas sociais ou ações apenas para conseguir montar a PJ e, desta forma, aproveitar-se do benefício
da blindagem patrimonial. Para resolver essa situação, cada vez mais comum no Brasil, o legislador criou a figura
da EIRELI. Por meio dela, a Pessoa Natural pode ser empresária sem que eventuais dívidas atinjam os seus bens.

Foi introduzida pela Lei 12.441/11, que criou o art. 980-A do CC.

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma
única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não
será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei
nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após
a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
(Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

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§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada
somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011) (Vigência)
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da
concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio,
independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011) (Vigência)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída
para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão
de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja
detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela
Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as
regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
(Vigência)

6.1. Conceito

- A EIRELI é uma nova Pessoa Jurídica de Direito Privado constituída por um único titular com responsabilidade
limitada. A EIRELI não equivale à sociedade de um sócio só, sendo figura distinta da chamada sociedade unipessoal
ou da sociedade subsidiária integral.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações.

IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº


12.441, de 2011) (Vigência)

Enunciado nº 469 - A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é


sociedade, mas novo ente jurídico personificado.

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Enunciado 3 da I Jornada de Direito Comercial: A Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo ente,
distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária.

6.2. Responsabilidade do Titular da EIRELI

- A responsabilidade é LIMITADA aos bens destinados a atividade empresarial.

6.3. Cabe desconsideração da personalidade jurídica?

- A redação original do §4° do art. 980-A do CC/02, “4º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas
dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, não se confundindo em qualquer situação com o
patrimônio da pessoa natural que a constitui” foi vetado pelo dizer: “qualquer situação”. Isto porque, a expressão
daria a entender que não seria possível atingir o patrimônio do sócio nos casos de desconsideração (desvio de
finalidade ou confusão patrimonial).

Enunciado nº 470 da V Jornada de Direito Civil - O patrimônio da empresa individual de


responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se
confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da
aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica.

6.4. Capital mínimo

- A EIRELI é a única das empresas até agora referidas que necessita de um capital mínimo para ser constituída.

a) Valor: O valor não pode ser inferior 100 vezes o valor do maior salário mínimo vigente no país
devidamente integralizado, isto é, pago já no ato de constituição.

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma
única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não
será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

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b) Formas de integralização: A integralização pode ser feita com dinheiro ou bens (móveis ou imóveis). Se a
opção for pela integralização por meio de bens imóveis, não haverá incidência do ITBI, nos termos do Art.
56 da CF.

Art. 156 da CF - Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição;
§ 2º - O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de
pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

NOTA: A prestação de serviços não é admitida como forma de integralização de capital na EIRELI (Art. 980,§6º c/c
Art. 1055, §2º do CC)

Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou
diversas a cada sócio.

§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

c) O pagamento/integralização deve ser feito no ato da constituição.

d) Precisa ficar atualizando sempre o capital da pessoa jurídica com o aumento ulteriores do salário-
mínimo? – Não. O valor salário mínimo é tão somente para fins de constituição.

Enunciado 4 da I Jornada de Direito Comercial: Uma vez subscrito e efetivamente


integralizado, o capital da empresa individual de responsabilidade limitada não sofrerá
nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações no salário mínimo.

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