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Perito Oficial
Perito Criminal Geral
Edital de Concurso Público IGP/SC Nº 001/2017
ST053-2017
DADOS DA OBRA
• Língua Portuguesa
• Inglês
• Noções de Direito Penal
• Noções de Direito Processual Penal
• Noções de Direito Constitucional
• Noções de Direito Administrativo
• Legislação Especial
• Noções de Lógica
• Noções de Informática
• Conhecimentos Específicos
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Suelen Domenica Pereira
Camila Lopes
Capa
Bruno Fernandes
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO
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SUMÁRIO
Língua Portuguesa
Ortografia oficial....................................................................................................................................................................................................... 01
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 03
Classes de palavras.................................................................................................................................................................................................. 06
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação........................................................................................................................ 36
Concordância nominal e verbal.......................................................................................................................................................................... 44
Regência nominal e verbal.................................................................................................................................................................................... 50
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 56
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 60
Significação das palavras....................................................................................................................................................................................... 63
Homônimos e parônimos...................................................................................................................................................................................... 63
Emprego de maiúsculas e minúsculas.............................................................................................................................................................. 69
Redação oficial: formas de tratamento, correspondência oficial........................................................................................................... 69
Compreensão e interpretação de texto........................................................................................................................................................... 81
Inglês
Leitura, compreensão e interpretação de textos. Vocabulário. [As questões serão formuladas na língua inglesa].......... 01
Legislação Especial
Noções de Lógica
Proposições e Conectivos; Operações Lógicas sobre Proposições; Tabelas Verdade; Tautologias, Contradições e
Contingências; Implicação Lógica; Equivalência Lógica; Álgebra das Proposições; Método Dedutivo.................................. 01
Noções de Informática
Conhecimentos Específicos
Noções de Criminalística: Definição; Histórico; Doutrina; Da requisição de perícia; Prazo para elaboração do exame e do
laudo pericial.............................................................................................................................................................................................................. 01
Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal; Locais de crime: conceituação, classificação, isolamento e
preservação de local de crime............................................................................................................................................................................. 02
Cadeia de Custódia: Conceitos, Etapas, Fase Interna, Fase Externa e Rastreabilidade. Finalidades dos levantamentos
dos locais de crime contra a pessoa e contra o patrimônio; Vestígios de interesse Forense; Levantamento
papiloscópico. .........................................................................................................................................................................................04
SUMÁRIO
Ortografia oficial....................................................................................................................................................................................................... 01
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 03
Classes de palavras.................................................................................................................................................................................................. 06
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação........................................................................................................................ 36
Concordância nominal e verbal.......................................................................................................................................................................... 44
Regência nominal e verbal.................................................................................................................................................................................... 50
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 56
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 60
Significação das palavras....................................................................................................................................................................................... 63
Homônimos e parônimos...................................................................................................................................................................................... 63
Emprego de maiúsculas e minúsculas.............................................................................................................................................................. 69
Redação oficial: formas de tratamento, correspondência oficial........................................................................................................... 69
Compreensão e interpretação de texto........................................................................................................................................................... 81
LÍNGUA PORTUGUESA
O fonema z:
ORTOGRAFIA OFICIAL.
Escreve-se com S e não com Z:
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A ortografia é a parte da língua responsável pela gra- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
culto da língua. tamorfose.
As palavras podem apresentar igualdade total ou par- *as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten- quiseste.
do significados diferentes. Essas palavras são chamadas *nomes derivados de verbos com radicais terminados
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
do latim, significa música vocal). As palavras homônimas empresa / difundir - difusão
dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa- *após ditongos: coisa, pausa, pouso
lácio ou passo, movimento durante o andar). *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem- com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
se observar as seguintes regras:
Escreve-se com Z e não com S:
O fonema s: *os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
tivo: macio - maciez / rico - riqueza
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan- *os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / cretizar
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão *como consoante de ligação se o radical não terminar
/ submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im- com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer inho - lapisinho
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
- consensual O fonema j:
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri- Escreve-se com G e não com J:
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir gesso.
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
compromisso / submeter - submissão
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com Observação: Exceção: pajem
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
trico / re + surgir - ressurgir litígio, relógio, refúgio.
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
plos: ficasse, falasse *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
gir.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
de origem árabe: cetim, açucena, açúcar nado com j: ágil, agente.
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
Escreve-se com J e não com G:
Juçara, caçula, cachaça, cacique
*as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
boia, manjerona.
esperança, carapuça, dentuço
*as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
O fonema ch:
*após ditongos: foice, coice, traição
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r):
Escreve-se com X e não com CH:
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
caxi, muxoxo, xucro.
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LÍNGUA PORTUGUESA
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen-
xampu, lagartixa. tarão e divirta-se!
*depois de ditongo: frouxo, feixe. Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se
*depois de “en”: enxurrada, enxoval. preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as
expressões
Observação: Exceção: quando a palavra de origem A) A fim ...a partir ... as
não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) B) A fim ...à partir ... às
C) A fim ...a partir ... às
Escreve-se com CH e não com X: D) Afim ...a partir ... às
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, E) Afim ...à partir ... as
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
04. Assinale a alternativa que não apresenta erro de
As letras e e i: ortografia:
A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são D) Saiu com descrição da sala.
escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. 05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
- atenção para as palavras que mudam de sentido escrita?
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super- A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân- C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
cia, que anda a pé), pião (brinquedo). D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
RESOLUÇÃO
ACENTUAÇÃO.
1-) O exercício quer a alternativa que apresenta cor-
reção ortográfica. Na primeira lacuna utilizaremos “há”, já
que está empregado no sentido de “existir”; na segunda,
“consenso” com “s”; na terceira, “acerca” significa “a respei- A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re-
to de”, o que se encaixa perfeitamente no contexto. “Há gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com-
cerca” = tem cerca (de arame, cerca viva, enfim...); “a cerca” põe de algumas particularidades, às quais devemos estar
= a cerca está destruída (arame, madeira...) atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na
2-) linguagem escrita.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta- À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
beliães prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. competências, e logo nos adequamos à forma padrão.
= cidadãos
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo- Regras básicas – Acentuação tônica
cal. = certidões
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de- A acentuação tônica implica na intensidade com que
graus são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tôni-
3-) Prezado Usuário ca. As demais, como são pronunciadas com menos inten-
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do sidade, são denominadas de átonas.
metrô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, co- De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
meça o Sounderground, festival internacional que prestigia cadas como:
os músicos que tocam em estações do metrô. Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen- a última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju –
tarão e divirta-se! papel
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado;
antes de horas: há crase Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica re-
cai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – re-
4-) trato – passível
A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente
B) O governador poderá ter seu mandato caçado. = Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tôni-
cassado ca está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara
D) Saiu com descrição da sala. = discrição – tímpano – médico – ônibus
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LÍNGUA PORTUGUESA
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo- Observação importante:
gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Regras fundamentais: Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
Palavras oxítonas: feiúra feiura
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, Sauípe Sauipe
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
pó(s) – armazém(s) O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: abolido. Ex.:
Antes Agora
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se- crêem creem
guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há lêem leem
vôo voo
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se- enjôo enjoo
guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
Paroxítonas: que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
- i, is : táxi – lápis – júri
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum Repare:
- l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – 1-) O menino crê em você
fórceps Os meninos creem em você.
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos 2-) Elza lê bem!
Todas leem bem!
-- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para 3-) Espero que ele dê o recado à sala.
quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações das Esperamos que os garotos deem o recado!
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = 4-) Rubens vê tudo!
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização! Eles veem tudo!
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma sí- Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
laba, portanto: ditongo. É decrescente porque apresenta característica do ser e se relaciona com o substantivo.
uma vogal e uma semivogal. Na classificação, ambas são Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per-
semivogais, mas quando juntas, a que “aparecer” mais na cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode
pronúncia será considerada “vogal”. ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso,
moça bondosa, pessoa bondosa.
3-) ex – pe - ri – ên - cia : paroxítona terminada em Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua-
ditongo crescente (semivogal + vogal) lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho-
a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em ditongo portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
c-) A - té – oxítona
d-) in – só – li – to : proparoxítona Morfossintaxe do Adjetivo
e-) ró – tu los – proparoxítona
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
4-) dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
a-) correta como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim ou do objeto).
DÍGRAFO
c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som
do U, portanto não é caso de dígrafo Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga Observe alguns deles:
Estados e cidades brasileiros:
5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im / Alagoas alagoano
cre - em / pou - co (ditongo) Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
6-) e - pi - só - dio - paroxítona terminada em di- Amazonas amazonense ou baré
tongo Belo Horizonte belo-horizontino
a-) ok Brasília brasiliense
b-) a – lu –á :oxítona, então descarte esse item Cabo Frio cabo-friense
c-) chi – nês : oxítona, idem Campinas campineiro ou campinense
d-) sa – bi – á : idem
Adjetivo Pátrio Composto
7-)
a-) oxítona – TODAS Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
b-) paroxítona – paroxítona – oxítona – paroxítona – elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru-
não acentuada dita. Observe alguns exemplos:
c-) paroxítona – idem – idem – proparoxítona – paro- África afro- / Cultura afro-americana
xítona Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
d-) proparoxítona – idem – paroxítona – idem – idem América américo- / Companhia américo-africana
e-) paroxítona – proparoxítona – paroxítona – propa- Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
roxítona – paroxítona China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
8-) tam – bém: oxítona / re – vól – ver: paroxítona / lâm Europa euro- / Negociações euro-americanas
– pa – da: proparoxítona / lá – pis :paroxítona França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
a-) é a regra do LÁPIS Grécia greco- / Filmes greco-romanos
b-) todas as proparoxítonas são acentuadas, indepen- Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
dente de sua terminação Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
c-) regra para REVÓLVER Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
d-) relativa à palavra lâmpada Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
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LÍNGUA PORTUGUESA
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre
substantivos, classificam-se em: invariáveis.
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, têm os dois elementos flexionados.
mau e má, judeu e judia.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no Grau do Adjetivo
feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço
norte-americano, a moça norte-americana. Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten-
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o
comparativo e o superlativo.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
feliz. Comparativo
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
político-social. buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi-
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de
Número dos Adjetivos igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe
os exemplos abaixo:
Plural dos adjetivos simples Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor- comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos quão.
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
zes, ruim e ruins boa e boas Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça No comparativo de superioridade analítico, entre os
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: que” ou “mais...que”.
a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adje- O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos rioridade Sintético
cinza.
Veja outros exemplos: Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-
Motos vinho (mas: motos verdes) perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
grande/maior, baixo/inferior.
Observe que:
Adjetivo Composto
a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um e mais pequeno. Por exemplo:
substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento,
funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
hífen, formará um adjetivo composto; como é um substan- mentos.
tivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariá- Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
vel. Por exemplo: duas qualidades de um mesmo elemento.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sen-
ferioridade tido de caracterizar os processos expressos por ele. Contu-
Sou menos passivo (do) que tolerante. do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos),
pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se-
Superlativo guem alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto,
O superlativo expressa qualidades num grau muito você está até bem informado.
elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad-
absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades: jetivo alheio, representando uma qualidade, característica.
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre- O artista canta muito mal.
senta-se nas formas: Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifi-
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala- ca outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos
vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra
O secretário é muito inteligente. funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar
Sintética: a intensificação se faz por meio do acrésci- demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim
mo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama-
mos de locução adverbial, representada por algumas ex-
Observe alguns superlativos sintéticos: pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de
benéfico beneficentíssimo modo algum, entre outras.
bom boníssimo ou ótimo Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér-
comum comuníssimo bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez
cruel crudelíssimo expressas por:
difícil dificílimo de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres-
doce dulcíssimo sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
fácil facílimo poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral,
fiel fidelíssimo frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior
parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste-
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente,
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa-
Essa relação pode ser:
mente
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto,
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
Note bem:
de todo, de muito, por completo.
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
etc., antepostos ao adjetivo. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata-
de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A quando, de quando em quando, a qualquer momento, de
forma popular é constituída do radical do adjetivo portu- tempos em tempos, em breve, hoje em dia
guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, preca- atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
riíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o de- adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter-
sagradável hiato i-í. namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta
Advérbio de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
O advérbio, assim como muitas outras palavras exis- de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel-
tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
referência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo, tavelmente (=sem dúvida).
ou seja, indicando as circunstâncias em que esse processo de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
se desenvolve. mente, simplesmente, só, unicamente
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LÍNGUA PORTUGUESA
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- - As formas à e às indicam a fusão da preposição a
bém com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente conhecida por crase.
de designação: Eis
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan- Constatemos as circunstâncias
do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), em que os artigos se manifestam
para quê? (finalidade)
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
Locução adverbial numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar
das olimpíadas.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de ad-
vérbio. Exemplo:
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
A Bahia...
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu - Quando indicado no singular, o artigo definido pode
apressadamente. indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
modo são flexionados, sendo que os demais são todos in- - No caso de nomes próprios personativos, denotando
variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
categoria dos advérbios é a de grau: do artigo: O Pedro é o xodó da família.
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - - No caso de os nomes próprios personativos estarem
inconstitucionalissimamente, etc.; no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - os Incas, Os Astecas...
pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
Artigo
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
gênero e o número dos substantivos. dos. (qualquer classe)
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata- - ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo-
mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria. Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu-
do, todavia, no entanto, entretanto.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do
nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Estado de S. Paulo. Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora,
Morfossintaxe quer...quer, já...já.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora-
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
do substantivo a que se refere. Tal função independe da
função exercida pelo substantivo: - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex.
A existência é uma poesia. É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá
Uma existência é a poesia. fora.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois
Conjunção (antes do verbo), porquanto.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- PROPORCIONAIS se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um
Principais conjunções proporcionais: à medida que, conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser
quanto mais, ao passo que, à proporção que. colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. Bravo! Bis!
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi
- TEMPORAIS muito bom! Repitam!”
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten-
logo que. ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”
Quando eu sair, vou passar na locadora. A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como
Diferença entre orações causais e explicativas são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais particular, um momento ou um contexto específico. Exem-
(OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de- plos:
paramos com a dúvida de como distinguir uma oração cau- Ah, como eu queria voltar a ser criança!
sal de uma explicativa. Veja os exemplos: ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
atropelado”: hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati- ção
va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, indepen- O significado das interjeições está vinculado à maneira
dentes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que
orações que vêm marcadas por vírgula. dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex-
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. to de enunciação. Exemplos:
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres-
(Oração Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te
ela será explicativa. chamando! Ei, espere!”
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im- Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres-
perativo) são em um hospital; significado da interjeição (sugestão):
“Por favor, faça silêncio!”
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
cidade porque não havia cemitério no local.” puxa: interjeição; tom da fala: euforia
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordina- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
da (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo puxa: interjeição; tom da fala: decepção
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
como - o que não ocorre com a CS Explicativa. 1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar tristeza, dor, etc.
os mortos em outra cidade. Você faz o que no Brasil?
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente Eu? Eu negocio com madeiras.
dependentes uma da outra. Ah, deve ser muito interessante.
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve-
Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim- ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! exemplo:
As sentenças da língua costumam se organizar de for- Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra-
ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e riedade)
os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in- Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra-
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LÍNGUA PORTUGUESA
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala- segunda divisão de futebol)
vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, Emprego dos Numerais
dúzia, par, ambos(as), novena.
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
Classificação dos Numerais tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá- venha depois do substantivo:
sico: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série Ordinais Cardinais
dada: primeiro, segundo, centésimo, etc. João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta- Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o or-
Leitura dos Numerais dinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Separando os números em centenas, de trás para fren- Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
te, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas
e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses *Ambos/ambas são considerados numerais. Significam
conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela con- “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são
junção “e”. largamente empregados para retomar pares de seres aos
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos quais já se fez referência.
e vinte e seis. Pedro e João parecem ter finalmente percebido a impor-
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. tância da solidariedade. Ambos agora participam das ativi-
dades comunitárias de seu bairro.
Flexão dos numerais Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática.
Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas
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LÍNGUA PORTUGUESA
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
delas: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor
de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Vale ressaltar que essa concordância não é caracterís- Dicas sobre preposição
tica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome
palavra pode se dar a partir de dois processos: pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
seja um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
preposição a + artigos definidos o, os nino.
a + o = ao A dona da casa não quis nos atender.
preposição a + advérbio onde Como posso fazer a Joana concordar comigo?
a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição + Artigos Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
De + o(s) = do(s) Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro-
De + a(s) = da(s) curar um tratamento adequado.
De + um = dum
De + uns = duns - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
De + uma = duma lugar e/ou a função de um substantivo.
De + umas = dumas Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
Em + o(s) = no(s) parte da família
Em + a(s) = na(s) Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém.
Em + um = num / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + uma = numa
Em + uns = nuns 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + umas = numas das preposições:
A + à(s) = à(s) Destino = Irei para casa.
Por + o = pelo(s) Modo = Chegou em casa aos gritos.
Por + a = pela(s) Lugar = Vou ficar em casa;
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Preposição + Pronomes Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
De + ele(s) = dele(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
De + ela(s) = dela(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
De + este(s) = deste(s) tamento.
De + esta(s) = desta(s) Instrumento = Escreveu a lápis.
De + esse(s) = desse(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + essa(s) = dessa(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + aquele(s) = daquele(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + aquela(s) = daquela(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + isto = disto Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + isso = disso Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquilo = daquilo Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + aqui = daqui Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + aí = daí Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + ali = dali
De + outro = doutro(s) Fonte:
De + outra = doutra(s) http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s) Substantivo
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s) Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
Em + aquela(s) = naquela(s) tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
Em + isto = nisto denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
Em + isso = nisso nos, os substantivos também nomeiam:
Em + aquilo = naquilo -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
A + aquele(s) = àquele(s) -sentimentos: raiva, amor...
A + aquela(s) = àquela(s) -estados: alegria, tristeza...
A + aquilo = àquilo -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
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LÍNGUA PORTUGUESA
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro. Gênero dos Nomes de Cidades
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que
Outros substantivos sobrecomuns: à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco,
criatura. manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe),
Marcela faleceu
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a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissi- - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
dência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinhei-
ro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), de três maneiras.
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu- - Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de o látex - os látex.
peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente Plural dos Substantivos Compostos
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a -A formação do plural dos substantivos compostos de-
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala que formam o composto e da relação que estabelecem en-
(poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa- tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
voga (remador), a voga (moda, popularidade). girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
queres.
Flexão de Número do Substantivo O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
Em português, há dois números gramaticais: o singular, discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica - Flexionam-se os dois elementos, quando formados
do plural é o “s” final. de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Plural dos Substantivos Simples substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
feitos
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – mens
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
- cânones.
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
em “ns”: homem - homens. formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
Atenção: O plural de caráter é caracteres. cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara- formados de:
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul substantivo + preposição clara + substantivo = água-
e cônsules. de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de lo-vapor e cavalos-vapor
duas maneiras: substantivo + substantivo que funciona como deter-
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba
-relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
- Permanecem invariáveis, quando formados de:
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
duas maneiras: verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o ca-rolhas
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
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LÍNGUA PORTUGUESA
Classificação dos Verbos Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como
verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadu-
Classificam-se em: receu bastante.
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alte- Entre os unipessoais estão os verbos que significam
rações no radical: canto cantei cantarei cantava vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodi-
cantasse. lo, cacarejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo
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LÍNGUA PORTUGUESA
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu
com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, sempre estudo.
na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade:
(pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já Talvez eu estude amanhã.
implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essen- Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda
ciais). Veja: agora, menino.
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam
com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São Formas Nominais
poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-
se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
exemplo: Arrependi-me de ter estado lá. adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito nominais. Observe:
(eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre - Infinitivo Impessoal: exprime a significação do ver-
ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda bo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função
do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partí- de substantivo. Por exemplo:
cula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conju- Viver é lutar. (= vida é luta)
gada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio
verbo. O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
respectivos pronomes): exemplo:
Eu me arrependo É preciso ler este livro.
Tu te arrependes Era preciso ter lido este livro.
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos - Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
Vós vos arrependeis pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
Eles se arrependem apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje- 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os boa colocação.
pronomes mencionados, formando o que se chama voz
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. - Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ou advérbio. Por exemplo:
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
Maria penteou-me. vérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de
Observações: adjetivo)
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
função sintática. curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
- Há verbos que também são acompanhados de pro- plo:
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- - Particípio: quando não é empregado na formação
plo: dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular nero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Modos Verbais
Quando o particípio exprime somente estado, sem
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis- função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a
tem três modos: aluna escolhida para representar a escola.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
Veja:
1. Tempos do Indicativo
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as
lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu ti-
vesse dinheiro, viajaria nas férias.
2. Tempos do Subjuntivo
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.
Presente do Indicativo
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LÍNGUA PORTUGUESA
Pretérito mais-que-perfeito
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
Infinitivo Pessoal
03. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas
interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
04. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a alternativa contendo a frase do texto na qual a expressão verbal des-
tacada exprime possibilidade.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema capaz de disponibilizar um grande número de obras lite-
rárias...
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo
virtual.
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associação, e não mais por sequências fixas previamente estabe-
lecidas.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito está ligado a uma nova concepção de textualidade...
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar toda a literatura do mundo...
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo Obs.: é menos frequente a construção da voz passi-
para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente va analítica com outros verbos que podem eventualmente
da ação. São três as vozes verbais: funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar-
cada pela doença.
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
ação expressa pelo verbo. Por exemplo: 2- Voz Passiva Sintética
Ele fez o trabalho. A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com
sujeito agente ação objeto (paciente) o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
Por exemplo:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Abriram-se as inscrições para o concurso. - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
Destruiu-se o velho prédio da escola. cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o
sujeito é paciente.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva Chamo-me Luís.
sintética. Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la- Vacinaram-se contra a gripe.
tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem o Fonte:
significado de voz passiva como sendo a voz que expressa http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois ele- php
mentos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE e
AGENTE DA PASSIVA. Questões sobre Vozes dos Verbos
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva 01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI-
NISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs- ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é
tancialmente o sentido da frase. (A) adjunto adnominal.
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa) (B) sujeito paciente.
Sujeito da Ativa objeto Direto (C) objeto indireto.
(D) complemento nominal.
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas- (E) agente da passiva.
siva)
Sujeito da Passiva Agente da Passiva 02. (FCC-COPERGÁS – AUXILIAR TÉCNICO ADMINIS-
TRATIVO - 2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o raiz. Transpondo- -se a frase acima para a voz passiva,
a forma verbal resultante será:
sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo
(A) era abatido.
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
(B) fora abatido.
Observe mais exemplos:
(C) abatera-se.
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
(D) foi abatido.
nos.
(E) tinha abatido
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
mestres.
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
... valores e princípios que sejam percebidos pela socie-
- Eu o acompanharei.
dade como tais.
Ele será acompanhado por mim. Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo pas-
sará a ser, corretamente,
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, (A) perceba.
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: (B) foi percebido.
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. (C) tenham percebido.
(D) devam perceber.
Saiba que: (E) estava percebendo.
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
xivos, são chamados neutros. 04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM
O vinho é bom. ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas
Aqui chove muito. pela multidão...
A forma verbal resultante da transposição da frase aci-
- Há formas passivas com sentido ativo: ma para a voz ativa é:
É chegada a hora. (= Chegou a hora.) (A) ocupava-se.
Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nas- (B) ocupavam.
cido.) (C) ocupou.
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou) (D) ocupa.
(E) ocupava.
- Inversamente, usamos formas ativas com sentido
passivo: 05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado) está em:
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LÍNGUA PORTUGUESA
06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said ...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for- RESOLUÇÃO
ma verbal resultante é:
a) se constituiu. 1-)
b) chegou a ser constituído. No enunciado temos uma oração com a voz passiva
c) teria chegado a constituir. do verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto
d) chega a se constituir. Sou da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz”
e) chegaria a ser constituído. funciona como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua
função é a de agente da passiva. O sujeito paciente é “os
07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS dados”.
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indis- 2-)
tintamente as músicas produzidas no interior do país... Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for- foi abatido...
ma verbal resultante será:
(A) vinham indicadas. 3-)
(B) era indicado. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) eram indicadas. ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
(D) tinha indicado. remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
(E) foi indicada. princípios...
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LÍNGUA PORTUGUESA
(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa Pretérito Imperfeito do Indicativo
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de De- eu valia
fesa do Consumidor” = voz passiva tu valias
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa ele valia
nós valíamos
9-) vós valíeis
Mais tarde vim a entender a tradução completa... eles valiam
A tradução completa veio a ser entendida por mim.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
10-) eu valera
ele empreende, de maneira quase clandestina, a série tu valeras
Mulheres. ele valera
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira nós valêramos
vós valêreis
quase clandestina.
eles valeram
Verbos irregulares são verbos que sofrem alterações
Futuro do Presente do Indicativo
em seu radical ou em suas desinências, afastando-se do
eu valerei
modelo a que pertencem. tu valerás
No português, para verificar se um verbo sofre altera- ele valerá
ções, basta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito nós valeremos
do indicativo. Ex: faço – fiz, trago – trouxe, posso - pude. vós valereis
Não é considerada irregularidade a alteração gráfica eles valerão
do radical de certos verbos para conservação da regulari-
dade fônica. Ex: embarcar – embarco, fingir – finjo. Futuro do Pretérito do Indicativo
eu valeria
Exemplo de conjugação do verbo “dar” no presente do tu valerias
indicativo: ele valeria
Eu dou nós valeríamos
Tu dás vós valeríeis
Ele dá eles valeriam
Nós damos
Vós dais Mais-que-perfeito Composto do Indicativo
Eles dão eu tinha valido
tu tinhas valido
Percebe-se que há alteração do radical, afastando-se ele tinha valido
do original “dar” durante a conjugação, sendo considerado nós tínhamos valido
verbo irregular. vós tínheis valido
eles tinham valido
Exemplo: Conjugação do verbo valer:
Gerúndio do verbo valer = valendo
Modo Indicativo
Modo Subjuntivo
Presente
Presente
eu valho
que eu valha
tu vales
que tu valhas
ele vale que ele valha
nós valemos que nós valhamos
vós valeis que vós valhais
eles valem que eles valham
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LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro do Subjuntivo Ir
quando eu valer Presente do indicativo: Vou, vais, vai, vamos, ides, vão.
quando tu valeres
quando ele valer Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos,
quando nós valermos fostes, foram.
quando vós valerdes
quando eles valerem Futuro do presente do indicativo: Irei, irás, irá, ire-
mos, ireis, irão.
Imperativo
Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes,
Imperativo Afirmativo forem.
--
vale tu Querer
valha ele Presente do indicativo: Quero, queres, quer, queremos,
valhamos nós quereis, querem.
valei vós
valham eles Pretérito perfeito do indicativo: Quis, quiseste, quis,
Imperativo Negativo quisemos, quisestes, quiseram.
--
não valhas tu Presente do subjuntivo: Queira, queiras, queira, quei-
não valha ele ramos, queirais, queiram.
não valhamos nós
não valhais vós Ver
não valham eles Presente do indicativo: Vejo, vês, vê, vemos, vedes,
veem.
Infinitivo
Pretérito perfeito do indicativo: Vi, viste, viu, vimos,
Infinitivo Pessoal vistes, viram.
por valer eu
por valeres tu Futuro do presente do indicativo:Verei, verás, verá,
por valer ele veremos, vereis, verão.
por valermos nós
por valerdes vós Futuro do subjuntivo: Vir, vires, vir, virmos, virdes, vi-
por valerem eles rem.
Pretérito perfeito do indicativo: Disse, disseste, disse, Futuro do subjuntivo: Vier, vieres, vier, viermos, vier-
dissemos, dissestes, disseram. des, vierem.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes Pessoais
Pronome
São aqueles que substituem os substantivos, indicando
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”,
de alguma forma. “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus so- às pessoas de quem fala.
nhos! Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
[substituição do nome]
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
ou do caso oblíquo.
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bo-
Pronome Reto
nita!
[referência ao nome]
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
Essa moça morava nos meus sonhos! tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
[qualificação do nome] Nós lhe ofertamos flores.
Grande parte dos pronomes não possuem significados Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- gurado:
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 1ª pessoa do singular: eu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 2ª pessoa do singular: tu
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 3ª pessoa do singular: ele, ela
os pronomes apresentam uma forma específica para cada - 1ª pessoa do plural: nós
pessoa do discurso. - 2ª pessoa do plural: vós
- 3ª pessoa do plural: eles, elas
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
como complementos verbais na língua-padrão. Frases
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
fala] evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem
me até aqui”.
se fala]
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
através do pronome seja coerente em termos de gênero as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, boa viagem. (Nós)
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Pronome Oblíquo
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos-
sa escola neste ano. Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto
adequada] direto ou indireto) ou complemento nominal.
[neste: pronome que determina “ano” = concordância Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:
Pronomes de Tratamento
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação
à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
anos. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
que te indiquei.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas
trouxe sua mensagem? que o procuraram ontem.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
o problema. expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
- semelhante(s): Não compre semelhante livro. Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
- tal, tais: Tal era a solução para o problema.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos,
Note que: ora pronomes indefinidos adjetivos:
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
construções redundantes, com finalidade expressiva, para demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
das belezas brasileiras, isso é que é sorte! tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
- O pronome demonstrativo neutro ou pode represen- Alguns se contentam pouco.
tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi- Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o riáveis e invariáveis. Observe:
pressentiam. Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne-
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
faz as vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que outras, quantas.
ela o fizesse. Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
algo, cada.
- Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
solteiro, aquele casado]
Cada um escolheu o vinho desejado.
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
Indefinidos Sistemáticos
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
= naquilo) sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Pronomes Indefinidos negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
São palavras que se referem à terceira pessoa do dis- e qualquer, que generaliza.
curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando Essas oposições de sentido são muito importantes na
quantidade indeterminada. construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
-plantadas. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de que fazem parte:
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- prático.
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: pessoas quaisquer.
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. Pronomes Relativos
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin-
guém, outrem, quem, tudo. São aqueles que representam nomes já mencionados
Algo o incomoda? anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
Quem avisa amigo é. as orações subordinadas adjetivas.
40
LÍNGUA PORTUGUESA
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
um grupo racial sobre outros. precedido de preposição.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou- É um professor a quem muito devemos.
tros = oração subordinada adjetiva). (preposição)
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
“sistema” é antecedente do pronome relativo que. tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- casa onde morava foi assaltada.
me demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer. - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem ou em que.
expresso. Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
Quem casa, quer casa. no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente São usados na formulação de perguntas, sejam elas di-
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por variações), quanto (e variações).
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria preferes.
ambiguidade.) Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas tos passageiros desembarcaram.
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e Sobre os pronomes
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
de ser poeta, que era a sua vocação natural. O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
- O pronome “cujo” não concorda com o seu antece- quando desempenha função de complemento. Vamos en-
dente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
dos quais, das quais. frase e que função exerce. Observe as orações:
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
(antecedente) (consequente) 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar.
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antece-
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
Emprestei tantos quantos foram necessários. exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
(antecedente) reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
Ele fez tudo quanto havia falado. exercendo função de complemento, e, consequentemente,
(antecedente) é do caso oblíquo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Importante: Em observação à segunda oração, o em- A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver- não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto-
bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode nos. A ênclise vai acontecer quando:
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio. Amem-se uns aos outros.
Eu desejo lhe perguntar algo. Sigam-me e não terão derrotas.
Eu estou perguntando-lhe algo.
- O verbo iniciar a oração:
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou Diga-lhe que está tudo bem.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, Chamaram-me para ser sócio.
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos
de preposição. - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre-
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que posição “a”:
eu estava fazendo. Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
o que eu estava fazendo.
- O verbo estiver no gerúndio:
Colocação Pronominal Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo-
cupada.
A colocação pronominal é a posição que os prono- Despediu-se, beijando-me a face.
mes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação
ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições mesmo instante.
na oração em relação ao verbo: Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo Mesóclise
3. mesóclise: pronome no meio do verbo
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado
Próclise no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: se realizará)
- Palavras com sentido negativo: Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
Nada me faz querer sair dessa cama. proposta a você)
Não se trata de nenhuma novidade.
Questões sobre Pronome
- Advérbios:
Nesta casa se fala alemão. 01. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP/2012).
Naquele dia me falaram que a professora não veio. Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
- Pronomes relativos: seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
- Pronomes indefinidos: e da água faça em si diferença, as companhias não podem
Quem me disse isso? suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto,
elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
- Pronomes demonstrativos: encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada-
Isso me deixa muito feliz! mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! de crescimento verde sempre será a segunda opção.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
- Preposição seguida de gerúndio:
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re-
indicado à pesquisa escolar. ferem- -se, respectivamente, a
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LÍNGUA PORTUGUESA
02. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC – 07. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
2013- adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o tre- 2013).
cho grifado está corretamente substituído por um prono- Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
me em: tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo prazo.
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
lhes desalentado e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem A) a que … acaba … à
de conhecê-lo? B) com que … acabam … à
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não C) de que … acabam … a
parecia ser-lhe D) em que … acaba … a
E) incomodaram o general... − incomodaram-no E) dos quais … acaba … à
03.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013- 08. (AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO – VUNESP –
adap.). A substituição do elemento grifado pelo pronome 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada respectivamente, as lacunas do trecho.
de modo INCORRETO em: ______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
A) mostrando o rio= mostrando-o. vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
B) como escolher sítio= como escolhê-lo. sujeito de forma cômica.
A) Fazem... a ... de que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
B) Faz ...a ... que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam =
C) Fazem ...à ... com que
nada lhes acrescentariam.
D) Faz ...à ... que
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
E) Faz ...à ... a que
04. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2013). As-
09. (TRF 3ª REGIÃO- TÉCNICO JUDICIÁRIO - /2014)
sinale a alternativa em que o pronome destacado está po-
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
sicionado de acordo com a norma-padrão da língua.
lantes.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a ca-
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. beça...
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
grifados acima foram corretamente substituídos por um
05. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP 2011). Assinale a al- pronome, na ordem dada, em:
ternativa cujo emprego do pronome está em conformidade (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
com a norma padrão da língua. (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
lada. (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
(D) Conformado, se rendeu às punições. 10. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃo – VUNESP –
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. 2013- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras
dos estabelecimentos felizmente comprovam os aconteci-
06. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL - VUNESP - 2013). As- mentos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investiga-
sinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, ção. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. substituem, corretamente, os termos em destaque são:
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que A) os comprovam … ajudá-la.
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. B) os comprovam …ajudar-la.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- C) os comprovam … ajudar-lhe.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(C) Nos sentimos impotentes quando não consegui- E) lhes comprovam … ajudá-la.
mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
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LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITO 8-)
Faz alguns anos, num programa de televisão, uma
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C jovem fazia referência à violência a que o brasileiro
06. A 07. C 08. E 09. A 10. A estava sujeito de forma cômica.
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no sin-
RESOLUÇÃO gular
1-) 9-)
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, devoravam - verbo terminado em “m” = pronome
não está claro até onde pode realmente chegar uma po-
oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
lítica baseada em melhorar a eficiência sem preços ade-
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos “lhe” é para objeto indireto
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com- convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di- to; “lhe” é para objeto indireto
gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som-
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- 10-)
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos. – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimen-
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde tos felizmente comprovam os acontecimentos, e testemu-
sempre será a segunda opção. nhas vão ajudar a polícia na investigação.
felizmente os comprovam ... ajudá-la
2-) (advérbio)
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
desalentado
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
conhecê-las ?
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia sê-lo
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos
3-) nos referindo à relação de dependência estabelecida entre
transpor [...] as matas espessas= transpô-las um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta
feita, os agentes principais desse processo são representa-
4-) dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante;
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado.
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. Dessa forma, temos que a concordância verbal carac-
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que-
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi-
5-) cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe-
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba- rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como
lada. poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
(D) Conformado, rendeu-se às punições.
(E) Todos querem que se combata a corrupção. Casos referentes a sujeito simples
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LÍNGUA PORTUGUESA
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma- permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e
mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. seus dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois
filhos.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex-
pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a
da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. felicidade do mundo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô- e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo - Concordam com o substantivo a que se referem.
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha As cartas estão anexas.
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de A bebida está inclusa.
meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre- Precisamos de nomes próprios.
miação é fruto de meu esforço. Obrigado, disse o rapaz.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
demais termos da oração para que concordem em gê- - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
nero e número com o substantivo. Teremos que alterar, singular e o adjetivo no plural.
portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Renato advogou um e outro caso fáceis.
Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
sua maneira.
g) É bom, é necessário, é proibido
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono-
- Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
me concordam em gênero e número com o substantivo.
cedido de artigo ou outro determinante.
- A pequena criança é uma gracinha.
Canja é bom. / A canja é boa.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à trada é proibida.
regra geral mostrada acima. h) Muito, pouco, caro
a) Um adjetivo após vários substantivos - Como adjetivos: seguem a regra geral.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o Comi muitas frutas durante a viagem.
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. Pouco arroz é suficiente para mim.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. Os sapatos estavam caros.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Como advérbios: são invariáveis.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural Comi muito durante a viagem.
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
- Ela tem pai e mãe louros. Comprei caro os sapatos.
- Ela tem pai e mãe loura.
i) Mesmo, bastante
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria- - Como advérbios: invariáveis
mente para o plural. Preciso mesmo da sua ajuda.
- O homem e o menino estavam perdidos. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
mais próximo. j) Menos, alerta
Comi delicioso almoço e sobremesa. - Em todas as ocasiões são invariáveis.
Preciso de menos comida para perder peso.
Provei deliciosa fruta e suco.
Estamos alerta para com suas chamadas.
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
k) Tal Qual
concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda
Estavam feridos o pai e os filhos. com o consequente.
Estava ferido o pai e os filhos. As garotas são vaidosas tais qual a tia.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo. l) Possível
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me-
lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex-
- coloca o substantivo no plural. pressões.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. A mais possível das alternativas é a que você expôs.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em-
d) Pronomes de tratamento presa.
- sempre concordam com a 3ª pessoa. As piores situações possíveis são encontradas nas fave-
Vossa Santidade esteve no Brasil. las da cidade.
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LÍNGUA PORTUGUESA
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. e) No final do século XX já não se via muitos intelec-
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase notícia pelos livros que publicavam como pelas posições
todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia. que corajosamente assumiam.
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
também existem umas que não merecem nossa atenção. 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos-
tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural,
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) está em:
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
peregrinação. (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla-
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu- neta)
ral caso o segmento grifado seja substituído por: (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
(A) Há folheteiros que consumo mundial de barris de petróleo)
(B) A maior parte dos folheteiros (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
(C) O folheteiro e sua família no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(D) O grosso dos folheteiros (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
(E) Cada um dos folheteiros forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
climáticas)
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
FCC/2012) Todas as formas verbais estão corretamente 10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
flexionadas em: nale a alternativa em que a concordância das formas verbais
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel destacadas está de acordo com a norma-padrão da língua.
sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie-
dessas criações poéticas tão originais. nização subterrânea.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os
trabalhadores da área de limpeza.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
nas melhores universidades do país.
riscos de se contrair alguma doença.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer.
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e
começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
de seus funcionários.
resultado do puro e simples desconhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
GABARITO
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
representatividade. 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con- RESOLUÇÃO
cordância verbal e nominal em:
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica- (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
de hoje. rir legitimidade a suas decisões.
b) A importância de intelectuais como Edward Said e (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que valores e princípios que regem a prática política.
escreveram. (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so- tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
menos de terem alguma trégua. crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
que admiradores. põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) 6-)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- “folheterios”)
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au- B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem- D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan- E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
matéria-prima. (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside-
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa-
lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per- zes de fruir dessas criações poéticas tão originais.
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
nas melhores universidades do país.
tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura. a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por por merecer.
seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva-
lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
3-) _Restam___dúvidas só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco-
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da nhecimento.
água em si __faça __diferença (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que
a maioria das políticas de crescimento verde sempre os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados
____será_____ a segunda opção. à falta de representatividade.
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tan-
to no plural quanto no singular. Nas alternativas não há 8-) Fiz as correções entre parênteses:
“restam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as op- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
ções adequadas. entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
das às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns (co-
4-) mum) nos dias de hoje.
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- b) A importância de intelectuais como Edward Said e
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
insumos básicos. polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- que escreveram.
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en-
cos serem quantificados. tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- (ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter)
mos básicos sejam quantificados.
alguma trégua.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
mos básicos sejam quantificados.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem que admiradores.
os insumos básicos. = correta e) No final do século XX já não se via (viam) muitos
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
aos itens: posições que corajosamente assumiam.
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
tem (singular) 9-)
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) =
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise- “há” permaneceria no singular
ram (plural) (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla-
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem neta) = “sabe” permaneceria no singular
umas (plural) (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane-
as formas estão no plural) ceria no singular
49
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A
flete” passaria para “refletem-se” oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín-
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di-
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
verbos, e a regência culta.
10-) Fiz as correções: Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular) de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos ris- diferentes formas em frases distintas.
cos
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
Verbos Intransitivos
sete da manhã = eram
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
começou = começaram
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
- Chegar, Ir
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para.
REGÊNCIA Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple- Ricardo foi para a Espanha.
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala- Adjunto Adverbial de Lugar
vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva-
mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. - Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
Regência Verbal em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
Termo Regente: VERBO último jogo.
50
LÍNGUA PORTUGUESA
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver- Agradeço aos ouvintes a audiência.
bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Objeto Indireto Objeto Direto
adnominais).
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Paguei o débito ao cobrador.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car- Objeto Direto Objeto Indireto
reira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu- - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
mor) com particular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Verbos Transitivos Indiretos Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- Paguei minhas contas. / Paguei-as.
gem uma preposição para o estabelecimento da relação Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: - Na utilização de pronomes como complementos, veja
- Consistir - Tem complemento introduzido pela pre- as construções:
posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
tos iguais para todos. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
mentos introduzidos pela preposição “a”: Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. venir.
51
LÍNGUA PORTUGUESA
- A construção “dizer para”, também muito usada po- - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
pularmente, é igualmente considerada incorreta. ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário.
Preferir Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
direto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo: Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Prefiro trem a ônibus. lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado conturbada cidade.
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo CHAMAR
prefixo existente no próprio verbo (pre).
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Mudança de Transitividade X Mudança de Signifi-
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha-
cado
má-la.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
guístico muito importante, pois além de permitir a correta apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades cativo preposicionado ou não.
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, A torcida chamou o jogador mercenário.
estão: A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
nhos, acariciar. CUSTAR
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
quando o revê. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar ou transitivo indireto.
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento Muito custa viver tão longe da família.
introduzido pela preposição “a”. Verbo Oração Subordinada Substantiva
O cantor não agradou aos presentes. Subjetiva
O cantor não lhes agradou. Intransitivo Reduzida de Infinitivo
ASPIRAR Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- atitude.
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Objeto Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Indireto Reduzida de Infinitivo
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
(Aspirávamos a elas)
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto- por pessoa. Observe:
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela Custei para entender o problema.
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Forma correta: Custou-me entender o problema.
Aspiravam a ela)
IMPLICAR
ASSISTIR - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
tar assistência a, auxiliar. Por exemplo: implicavam um firme propósito.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. b) Ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure-
cimento político de um povo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro. da preposição ou preposições que os regem. Observe-os
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e atentamente e procure, sempre que possível, associar es-
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan- ses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você
to, transitivos indiretos: conhece.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
54
LÍNGUA PORTUGUESA
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- (E) A família toda se organizou para realizar a procura
do nos troncos mais robustos. à garotinha.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... GABARITO
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D 06. A
na serra de Tunuí...
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o RESOLUÇÃO
gentio, mestre e colaborador...
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). outras ciências ...
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... Facilitar – verbo transitivo direto
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li-
o da frase acima se encontra em: gação
A) A palavra direito, em português, vem de directum, B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo
do verbo latino dirigere...
de ligação
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sociedades...
sitivo direto e indireto
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
pela justiça. E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro =
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- verbo transitivo indireto
rações da justiça...
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o 2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito
sentimento de justiça. nos filhos do sueco.
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa sitivo direto
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de
nominal e à pontuação. ligação
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- C) ...compareceu em companhia da mulher à delega-
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço cia... =verbo intransitivo
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi-
do que em outros. mento. =transitivo direto
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra-
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o 3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um em partes desiguais...
exemplo!, do que em outros. Constar = verbo intransitivo
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra- B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha-
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o do nos troncos mais robustos. =ligação
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
exemplo, do que em outros. rientam, não raro, quem... =transitivo direto
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço na serra de Tunuí... = transitivo direto
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
– do que em outros.
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem- 4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
plo) do que em outros. Lidar = transitivo indireto
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina- sociedades... =transitivo direto
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
destaque. pela justiça. =ligação
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
responsabilidade pelo problema. ções da justiça... =transitivo direto e indireto
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
se perdido. sentimento de justiça. =transitivo direto
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
de um índio na porta do prédio. 5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon-
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
perdido de sua família. gência (pontuação encontra-se em tópico específico)
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LÍNGUA PORTUGUESA
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, Casos em que a crase NÃO ocorre:
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
tuação) - diante de substantivos masculinos:
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto Andamos a cavalo.
à pontuação) Fomos a pé.
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi- Passou a camisa a ferro.
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o Fazer o exercício a lápis.
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um Compramos os móveis a prazo.
exemplo) do que em outros.
- diante de verbos no infinitivo:
6-) A criança começou a falar.
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por Ela não tem nada a dizer.
ter se perdido. Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá
um índio na porta do prédio. crase.
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se per-
dido de sua família. - diante da maioria dos pronomes e das expressões
(E) A família toda se organizou para realizar a procura de tratamento, com exceção das formas senhora, se-
pela garotinha. nhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
CRASE. Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de on-
tem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”, Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pro-
“mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à nomes podem ser identificados pelo método: troque a pa-
“junção” de duas vogais idênticas. É de grande importân- lavra feminina por uma masculina, caso na nova construção
cia a crase da preposição “a” com o artigo feminino “a” surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
(s), com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela (s), Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo in-
aquilo e com o “a” do relativo a qual (as quais). Na escri- divíduo.)
ta, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao
uso apropriado do acento grave depende da compreensão senhor.)
da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao
entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e próprio Cláudio para sair mais cedo.)
nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a cra-
se, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência - diante de numerais cardinais:
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Chegou a duzentos o número de feridos.
Observe: Daqui a uma semana começa o campeonato.
Vou a + a igreja.
Vou à igreja. Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
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LÍNGUA PORTUGUESA
- na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde às ocultas às pressas à medida que
à noite às claras às escondidas à força
à vontade à beça à larga à escuta
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não
a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição “de” ou “em”.
A ocorrência da contração “da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)
*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Vou à praia. = Volto da praia.
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Refiro-me a + aquele atentado.
Preposição Pronome
Refiro-me àquele atentado.
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Aluguei aquela casa.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja
outros exemplos:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta.
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Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
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02. Assinale a opção em que está corretamente indica- 05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.).
da a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta
as lacunas da frase abaixo: após o acréscimo das vírgulas.
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô-
o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter. nica ao grupo ou acione o código na internet.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; onde o código foi acionado.
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. que a criança foi encontrada.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega
03. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os primeiro às, areias do Guarujá.
sinais de pontuação estão empregados corretamente em: (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te-
A) Duas explicações, do treinamento para consultores lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re-
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a cons- ferência
trução de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das
metas de vendas associadas aos dois temas. 06. Assinale a série de sinais cujo emprego correspon-
B) Duas explicações do treinamento para consultores de, na mesma ordem, aos parênteses indicados no texto:
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a cons- “Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse pará-
trução de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das grafo ( ) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o
metas de vendas associadas aos dois temas. escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente (
C) Duas explicações do treinamento para consultores ) Se é a chegada de reforços ( ) que relação há ( ) ou mos-
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a cons- trou seu autor haver ( ) entre esse fato e os restantes ( )”.
trução de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das A) vírgula, vírgula, interrogação, interrogação, interro-
metas de vendas associadas aos dois temas. gação, vírgula, vírgula, vírgula, ponto final
D) Duas explicações do treinamento para consulto- B) dois pontos, interrogação, vírgula, vírgula, interroga-
res iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e ção, vírgula, travessão, travessão, interrogação
a construção de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou C) travessão, interrogação, vírgula, vírgula, ponto final,
falar das metas de vendas associadas aos dois temas. travessão, travessão, ponto final, ponto final
E) Duas explicações, do treinamento para consulto- D) dois pontos, interrogação, vírgula, ponto final, tra-
res iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a vessão, vírgula, vírgula, vírgula, interrogação
construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar E) dois pontos, ponto final, vírgula, vírgula, interroga-
das metas, de vendas associadas aos dois temas. ção, vírgula, vírgula, travessão, interrogação
04.(Escrevente TJ SP – Vunesp 2012). Assinale a alter- 07. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa pontuada corretamente:
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o re-
nominal e à pontuação. sultado do concurso.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- B) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o re-
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço sultado do concurso.
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, C) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o re-
do que em outros. sultado do concurso.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra- D) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o concurso, em fila.
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resul-
exemplo!, do que em outros. tado do concurso.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o 08. A frase em que deveria haver uma vírgula é:
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde.
exemplo, do que em outros. B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- usou um vestido azul.
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço C) Ela tem lábios e nariz vermelhos.
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo D) Não limparam a sala nem a cozinha.
– do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida- GABARITO
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem- 01. C 02. C 03. B 04. D 05. E
plo) do que em outros. 06. B 07. B 08. B
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Tomando como exemplo as frases já mencionadas, Sentido Próprio e Figurado das Palavras
analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo
com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo Pela própria definição acima destacada podemos per-
dicionário. ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi- relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
significado é de: participação, interação mediante a uma pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).
tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi-
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per- dem-se assim:
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em - Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti-
consideração as situações de aplicabilidade. do comum que costumamos dar a uma palavra.
Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem- - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura-
plo: do”, que podemos dar a uma palavra.
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta. Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
contextos:
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
sobrevivência 1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
O passarinho foi atingido no bico. 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra-
dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
Polissemia e homonímia 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhe-
ce muito sobre alguma coisa, “expert”)
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi- mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, em sentido figurado.
quando duas ou mais palavras com origens e significados Podemos então concluir que um mesmo significante
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
(parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).
monímia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é Denotação e Conotação
polissemia porque os diferentes significados para a palavra
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que com o seu significado primitivo e original, com o sentido
uma entrada no dicionário. do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para
o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou que não voasse mais.
a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido
diferentes significados estão interligados porque remetem
próprio, comum, usual, literal.
para o mesmo conceito, o da escrita.
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4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo- Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi-
grandes nomes... pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per-
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas
prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs- onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve,
tituído por: com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em
(A) contrastada. ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via
(B) confrontada. pública como a casa da sogra.
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O que são Homônimos e Parônimos: Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
- Homônimos constroem carros com sensores de movimento que respon-
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen- dem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de
tes na pronúncia: baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que precisa-
rego (subst.) e rego (verbo); mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de
colher (verbo) e colher (subst.); robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também
jogo (subst.) e jogo (verbo); aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro-
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
providência (subst.) e providencia (verbo).
que comprar tudo, não seria viável”, completou.
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di- Em uma época em que celebridades do mundo digital
ferentes na escrita: fazem campanha a favor do ensino de programação nas es-
acender (atear) e ascender (subir); colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
cela (compartimento) e sela (arreio); sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
censo (recenseamento) e senso ( juízo); início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
paço (palácio) e passo (andar). interessando”, disse.
(Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São Adaptado)
palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo); 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
cedo (verbo) e cedo (adv.); sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
livre (adj.) e livre (verbo).
pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
gem, pela seguinte expressão:
- Parônimos
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro e A) Pelo menos
couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede B) A contar de
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au- C) Em substituição a
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir D) Com exceção de
e diferir; suar e soar. E) No que se refere a
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Escolha a alternativa que oferece a sequência correta 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
de vocábulos para as lacunas existentes: comprar, é tudo reciclagem”...
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há; 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das
c) concerto – a – há – seções – a; aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me interes-
d) concerto – a – há – sessões – há; sando”
e) conserto – há – a – sessões – a . “No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas
depois fui me interessando”
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res- 4-)
ponder à questão. I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans- do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
lhes impuseram limites de disciplina. reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
ção. = correta
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
trecho, é:
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
A) de desprendimento.
do”, sem alterar o sentido do texto. = correta
B) de responsabilidade.
C) de abnegação.
5-)
D) de amor.
1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
E) de egoísmo.
2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe)
vida em Marte.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser 3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro-
preenchida com a primeira alternativa da série dada nos gramas de humor.
parênteses: 4- Há dias que não falo com Alfredo. (=
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das en- tempo passado)
chentes. (afim- a fim).
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada). 6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (in- transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e
flingirem - infringirem). não lhes impuseram limites de disciplina.
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
(concelhos - conselhos). trecho, é de egoísmo
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cer- Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado
ca de - acerca de). nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações
de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan-
08. Assinale a alternativa correta, considerando que à tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per-
direita de cada palavra há um sinônimo. cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli-
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar coletivas).
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação 7-)
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
GABARITO enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in-
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas
01. A 02. D 03. A 04. A que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos)
05. D 06. E 07. E 08. A B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar
arreio no cavalo)
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8-) Exemplos:
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) = Natal, Páscoa, Ramadã.
significados invertidos f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacio-
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi- nais.
cados invertidos
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi- Exemplos:
cados invertidos ONU, Sr., V. Ex.ª.
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação = g) Nos nomes que designam altos conceitos religio-
significados invertidos sos, políticos ou nacionalistas.
Exemplos:
EMPREGO DE MAIÚSCULAS Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação,
E MINÚSCULAS. Pátria, União, etc.
Observação: esses nomes escrevem-se com ini-
cial minúscula quando são empregados em sentido
geral ou indeterminado.
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
Exemplo:
1) Utiliza-se inicial maiúscula: Todos amam sua pátria.
a) No começo de um período, verso ou citação di-
Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:
reta.
a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e
edifícios.
Exemplos:
Disse o Padre Antonio Vieira: “Estar com Cristo em
Exemplos:
qualquer lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Pa-
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
raíso.”
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário
“Auriverde pendão de minha terra,
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra
As promessas divinas da Esperança…” REDAÇÃO OFICIAL: FORMAS DE
(Castro Alves)
TRATAMENTO, CORRESPONDÊNCIA OFICIAL.
Observações:
- No início dos versos que não abrem período, é fa-
cultativo o uso da letra maiúscula. Uma boa redação é aquela que permite uma leitura
Por Exemplo: prazerosa, natural, de fácil compreensão. Para fazer bons
“Aqui, sim, no meu cantinho,vendo rir-me o can- textos é fundamental ter o hábito de leitura, utilizar todas
deeiro, gozo o bem de estar sozinho e esquecer o as regras da língua Portuguesa e as técnicas de redação
mundo inteiro.» a seu favor.
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação
direta, usa-se letra minúscula. Principais dicas de redação:
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Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm sen- 5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exem-
do cometidos por infratores menores de dezoito anos plo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode
Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do
pequenas e não os inibe de praticar novos delitos que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica,
Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de re- social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante
giões periféricas e não têm o devido acesso á educação expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato
-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação.
Agora, vamos construir o texto, abordando cada as- Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos
sunto em um parágrafo do desenvolvimento. demais.
6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometi- sua redação.
dos por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles
aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de Fontes:
praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, É de http://www.okconcursos.com.br/como-passar/dicas
regiões periféricas e não TEM o devido acesso á educação. -para-concurso/330-como-fazer-uma-boa-redacao#.Upo-
É de se notar que o crescente número de infrações reali- qg9Kfsfh
zadas por crianças e adolescentes, aparentemente, só tende http://capaciteredacao.forum-livre.com/t5097-expli-
a aumentar, tal como vem acontecendo. Crimes como roubo cacao-como-fazer-uma-redacao
e tráfico se mostram cada vez mais presente nas ações des- http://www.soportugues.com.br/secoes/Redacao/Re-
tes jovens. (assunto 1) dacao2.php
Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles
aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O Redação Oficial
grande problema de medidas tão brandas consiste no fato
de estas não cumprirem um de seus importantes deveres: o Pronomes de tratamento na redação oficial
de inibir a ocorrência de novas infrações. (assunto 2)
A falta de estudo e de condições sociais favoráveis, cer- A redação Oficial é a maneira para o poder público
tamente, é um ponto que fortalece o envolvimento com redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras fa-
ações infratoras. Dispersos, tratados com descaso e sem zem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara,
perspectiva, muitos jovens veem no crime a possível solução concisa, sem muito comprometimento, bem como um uso
para seus problemas. (assunto 3)
adequado das formas de tratamento. Tais regras, acom-
A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas
panhadas de uma boa redação, com um bom uso da lin-
condições atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no
guagem, asseguram que os atos normativos sejam bem
dia que o país investir em educação e não em formas de
executados.
conter os efeitos gerados pela falta desta, talvez, sequer seja
No Poder Público, a todo momento nós nos depara-
necessária qualquer pena.
mos com situações em que precisamos escrever – ou fa-
lar – com pessoas com as quais não temos familiaridade.
Planejando a Dissertação
Nesses casos, os pronomes de tratamento assumem uma
Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos: condição e precisam estar adequados à categoria hierár-
1) Interrogue o tema; quica da pessoa a quem nos dirigimos. E mais, exige-se,
2) Responda-o de acordo com a sua opinião; em discurso falado ou escrito, uma homogeneidade na
3) Apresente um argumento básico; forma de tratamento, não só nos pronomes como tam-
4) Apresente argumentos auxiliares; bém nos verbos.
5) Apresente um fato-exemplo; No entanto, as formas de tratamento não são do co-
6) Conclua. nhecimento de todos. Para tanto, a partir do Manual da
Presidência da República, apresentaremos as discrimina-
Vamos supor que o tema de redação proposto seja: ções de usos dos pronomes de tratamento:
Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro:
1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum ho- São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as
mem vive sozinho? seguintes autoridades:
2. Procure responder a essa pergunta de um modo a) do Poder Executivo
simples e claro, concordando ou discordando (ou concor- Presidente da República;
dando em parte e discordando em parte): essa resposta é Vice-Presidente da República;
o seu ponto de vista. Ministro de Estado;
3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua resposta, Secretário-Geral da Presidência da República;
uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posi- Consultor-Geral da República;
ção: aí estará o seu argumento principal. Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
4. Agora, procure descobrir outros motivos que aju- Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;
dem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
posição. Estes serão os argumentos auxiliares. Secretários da Presidência da República;
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Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e
deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações sua finalidade de informar com o máximo de clareza e
oficiais decorre: concisão, requerem o uso do padrão culto da língua. Há
a) da ausência de impressões individuais de quem co- consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se
munica: embora se trate, por exemplo, de um expediente as- observam as regras da gramática formal e b) se emprega
sinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idio-
do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, ma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso
assim, uma desejável padronização, que permite que comu- do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que
nicações elaboradas em diferentes setores da Administração ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou
guardem entre si certa uniformidade; sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idios-
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, sincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.
sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a
Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma simplicidade de expressão, desde que não seja confundi-
homogênea e impessoal; da com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o do padrão culto implica emprego de linguagem rebusca-
universo temático das comunicações oficiais restringe-se a da, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de lin-
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural guagem próprios da língua literária.
que não caiba qualquer tom particular ou pessoal. Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
Desta forma, não há lugar na redação oficial para im- um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
pressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
isenta da interferência da individualidade que a elabora. sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de consagre a utilização de uma forma de linguagem buro-
que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con- crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser
tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária im- evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
pessoalidade.
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indis-
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
criminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o
vocabulário próprio a determinada área, são de difícil en-
A necessidade de empregar determinado nível de lin-
tendimento por quem não esteja com eles familiarizado.
guagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um
Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comu-
lado, do próprio caráter público desses atos e comunica-
nicações encaminhadas a outros órgãos da administração
ções; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui en-
e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
tendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem
regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcio-
namento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em Formalidade e Padronização
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O
mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
precípua é a de informar com clareza e objetividade. isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já
As comunicações que partem dos órgãos públicos mencionadas exigências de impessoalidade e uso do pa-
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer drão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa forma-
cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar lidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvi-
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. da quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome
Não há dúvida de que um texto marcado por expressões de tratamento para uma autoridade de certo nível; mais do
de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vo- que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
cabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão di- no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a co-
ficultada. municação.
Ressalte-se que há necessariamente uma distância A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a ad-
dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de ministração federal é una, é natural que as comunicações
costumes, e pode eventualmente contar com outros ele- que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento
mentos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, desse padrão exige que se atente para todas as caracterís-
a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fa- ticas da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresen-
tores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita tação dos textos.
incorpora mais lentamente as transformações, tem maior A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para
vocação para a permanência e vale-se apenas de si mes- o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in-
ma para comunicar. dispensáveis para a padronização.
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Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi- Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente
reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân- da República, todas as demais comunicações oficiais de-
cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun- vem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede,
da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação
se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira deve ser a seguinte:
pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in- (espaço para assinatura)
tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria Nome
nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
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Os problemas mais frequentemente encontrados na Nesta frase temos, nas duas orações subordinadas que
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à completam o sentido da principal, duas estruturas diferen-
ambiguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos tes para ideias equivalentes: a primeira oração (economizar
paralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em ge- energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que
ral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase. elaborassem planos de redução de despesas) é uma oração
Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais comuns desenvolvida introduzida pela conjunção integrante que.
e recorrentes na construção de frases, registrados em do- Há mais de uma possibilidade de escrevê-la com clareza e
cumentos oficiais. correção; uma seria a de apresentar as duas orações subor-
dinadas como desenvolvidas, introduzidas pela conjunção
Sujeito integrante que:
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que rios que economizassem energia e (que) elaborassem planos
executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter com- para redução de despesas.
plemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas,
portanto, construções como: Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. como reduzidas de infinitivo:
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda. Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
Errado: Apesar das relações entre os países estarem rios economizar energia e elaborar planos para redução de
cortadas, (...). despesas.
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
cortadas, (...). coordenação de orações subordinadas.
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita
Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim. culta:
Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...). Errado: No discurso de posse, mostrou determinação,
Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...). não ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs-
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo).
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por
Frases Fragmentadas
transformá-la em frase simples, substituindo as orações re-
duzidas por substantivos:
A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, se-
oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
gurança, inteligência e ambição.
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos tex- Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa-
tos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Ex.: ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente)
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar,
Nacional. Depois de ser longamente debatido. de forma paralela, estruturas sintáticas distintas:
Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.
Nacional, depois de ser longamente debatido. Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades
Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibili-
recebeu a aprovação do Congresso Nacional. dade de correção é transformá-la em duas frases simples,
Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub- com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar):
metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consul- Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta
tadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. última capital, encontrou-se com o Papa.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
metido ao Presidente da República, que o aprovou, consulta- Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado
das as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. pelo uso inadequado da expressão “e que” num período
que não contém nenhum “que” anterior.
Erros de Paralelismo Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que
tem sólida formação acadêmica.
Uma das convenções estabelecidas na linguagem es-
crita “consiste em apresentar ideias similares numa forma Para corrigir a frase, ou suprimimos o pronome relativo:
gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sóli-
incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a ele- da formação acadêmica.
mentos paralelos. Vejamos alguns exemplos: Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”:
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministé- Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
rios economizar energia e que elaborassem planos de redu- precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o
ção de despesas. programa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo ante- Observe-se a multiplicidade de ambiguidade no exem-
rior aqui podemos ou suprimir a conjunção: plo acima, as quais tornam virtualmente inapreensível o
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas sentido da frase.
precipitadas, que comprometam o andamento de todo o Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
programa. da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
Erros de Comparação da República.
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LÍNGUA PORTUGUESA
4-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO 9-) (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS OS
FORENSE - CESPE/2013) Na parte superior do ofício, do CARGOS – CESPE/2013) Na redação de uma ata, devem-
aviso e do memorando, antes do assunto, devem constar o se relatar exaustivamente, com o máximo de detalhamento
nome e o endereço da autoridade a quem é direcionada a possível, incluindo-se os aspectos subjetivos, as discussões,
comunicação. as propostas, as resoluções e as deliberações ocorridas em
( ) Certo ( ) Errado reuniões e eventos que exigem registro.
( ) Certo ( ) Errado
5-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E
COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATI- 10-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Se-
VO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita gundo o Manual de Redação da Presidência da República,
com os resultados das negociações”, o adjetivo estará corre- NÃO se deve usar Vossa Excelência para
tamente empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo (A) embaixadores.
masculino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
locução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. (C) prefeitos municipais.
( ) Certo ( ) Errado (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) vereadores.
6-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU- Resolução
MARC/2013) Sobre a Redação Oficial, NÃO é correto afir-
mar que 1-)
(A) exige emprego do padrão formal de linguagem. O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e
(B) deve permitir uma única interpretação e ser estrita- celeridade, transformou-se na principal forma de comu-
mente impessoal. nicação para transmissão de documentos.
(C) sua finalidade básica é comunicar com impessoali- Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô-
dade e máxima clareza. nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma
(D) dispensa a formalidade de tratamento, uma vez rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso
que o comunicador e o receptor são o Serviço Público. de linguagem incompatível com uma comunicação oficial
(v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais).
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
7-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
manual.htm)
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU-
MARC/2013 - adaptada) “Na revisão de um expediente,
RESPOSTA: “CERTO”.
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por
seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser des-
2-)
conhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre
(...) O vocativo a ser empregado em comunicações
certos assuntos em decorrência de nossa experiência pro-
dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor,
fissional muitas vezes faz com que os tomemos como de seguido do cargo respectivo:
conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explici- Excelentíssimo Senhor Presidente da República (...)
te, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o sig- (Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
nificado das siglas e abreviações e os conceitos específicos manual.htm)
que não possam ser dispensados.”
(Manual de Redação Oficial da Presidência da Repúbli- RESPOSTA: “CERTO”.
ca. p. 14).
3-)
Sobre a Redação Oficial, pode-se concluir que É a qualidade esperada de um bom texto, assim ele
(A) a concisão de um texto está relacionada ao grau de não se torna prolixo: “fala, fala, mas não diz nada!”.
especificação dos termos.
(B) a padronização de termos e conceitos viabiliza a RESPOSTA: “CERTO”.
uniformidade dos documentos.
(C) a revisão possibilita a substituição de termos, mui- 4-)
tas vezes, desconhecidos pelo leitor. O aviso, o ofício e o memorando devem conter as
(D) claro é o texto que exige releituras mais aprofun- seguintes partes:
dadas. a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do
órgão que o expede:
8-) (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013) O ex- b) local e data em que foi assinado, por extenso, com
pediente adequado para a comunicação entre ministros de alinhamento à direita:
Estado é a mensagem. c) assunto: resumo do teor do documento
( ) Certo ( ) Errado d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem
é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser in-
cluído também o endereço.
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LÍNGUA PORTUGUESA
RESPOSTA: “D”.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo públi-
7-) co, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso,
Através da leitura do excerto e das próprias alterna- vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento
tivas, chegamos à conclusão de que um texto, principal- de responder às questões relacionadas a textos.
mente oficial, deve priorizar a revisão.
RESPOSTA: “C”. Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
8-) produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
Mensagem – é o instrumento de comunicação ofi- e decodificar ).
cial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Admi- Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz
nistração Pública; expor o plano de governo por ocasião ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con-
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido.
Nacional matérias que dependem de deliberação de suas A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que
Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comuni- o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma
cações de tudo quanto seja de interesse dos poderes pú- frase for retirada de seu contexto original e analisada se-
blicos e da Nação. paradamente, poderá ter um significado diferente daquele
Aviso e Ofício - são modalidades de comunicação ofi- inicial.
cial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é
que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita-
que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
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Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações,
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
na prova. apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: entendimento do tema desenvolvido.
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais cadas e, consequentemente, errando a questão.
definem o tempo). Observação - Muitos pensam que há a ótica do escri-
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança tor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
ou de diferenças entre as situações do texto. de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado o autor diz e nada mais.
com uma realidade, opinando a respeito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
dárias em um só parágrafo. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
vras. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome
oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai di-
Condições básicas para interpretar zer e o que já foi dito.
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que só enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
“socorristas” que, demonstrando coragem e desprendimento, (B) escapar do lugar em que está.
desceram na mina para ajudar no salvamento. (C) reencontrar familiares queridos.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai- (D) praticar esportes radicais.
nel do leitor – 17/10/2010) (E) dedicar-se ao trabalho.
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- 8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor – VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: cresce como um bosque” (último parágrafo), a autora su-
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” gere que viajará para um lugar
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma (A) repulsivo e populoso.
mina de cobre e ouro no Chile.” (B) sombrio e desabitado.
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” (C) comercial e movimentado.
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” (D) bucólico e sossegado.
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desce- (E) opressivo e agitado.
ram na mina...”
9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide
às questões de números 6 a 8. opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais
justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros?
Férias na Ilha do Nanja Prepare-se para o debate que está apenas começando.
(Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34)
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio
faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe-
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en- dágio urbano.
tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras... ( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de porte público e estender as ciclovias.
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra- ( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver des, que não resolveu os problemas do trânsito.
numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da ( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
própria vida. do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
E eu vou para a Ilha do Nanja. ( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as namento, revisão....e agora mais o pedágio?
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio ( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já investido no transporte público.
estou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, ( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
e a moça à janela a namorar um moço na outra janela de gue pelo privilégio!
outra ilha. ( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. urbano melhorou.
Adaptado)
A ordem obtida é:
*fissuras: fendas, rachaduras a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N)
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S)
6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S)
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N)
maneira como se preparam para suas férias, a autora mos- e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N)
tra que seus amigos estão
(A) serenos. 10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ –
(B) descuidados. ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que
(C) apreensivos. apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex-
(D) indiferentes. presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se
(E) relaxados. você está na rua, não pode entrar”.
a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”.
7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”.
– VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar c) “Um dia da caça, o outro do caçador”.
que, assim como seus amigos, a autora viaja para d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”.
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3-) 10-)
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é:
“o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora- “Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua,
ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, não pode entrar”.
temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação RESPOSTA: “A”.
da oração principal. A construção seria: “do apagão, que
atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”);
quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
delimita a informação – como no caso do exercício).
RESPOSTA: “CERTO’.
4-)
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah,
porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
RESPOSTA: “D”.
5-)
Em todas as alternativas há expressões que represen-
tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
RESPOSTA: “B”.
6-)
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras sol-
tas, fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos
entre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
RESPOSTA: “C”.
7-)
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
da própria autora!
RESPOSTA: “B”.
8-)
Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
RESPOSTA: “D”.
9-)
(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
porte público e estender as ciclovias.
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas ci-
dades, que não resolveu os problemas do trânsito.
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05-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – 09-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – VU-
FCC/2014) No texto, o substantivo usado para ressal- NESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o
tar o universo reduzido no qual o menino detém sua trecho – O teste decisivo e derradeiro para ele, cidadão an-
atenção é sioso e sofredor...– está escrito corretamente no plural.
(A) fresta. (A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadãos
(B) marca. ansioso e sofredores...
(C) alma. (B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos
(D) solidão. ansioso e sofredores...
(E) penumbra. (C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos
ansiosos e sofredores...
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- (D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadões
do cabe numa fresta. ansioso e sofredores...
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos
RESPOSTA: “A”. ansiosos e sofredores...
06-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa
FCC/2014) No primeiro parágrafo, a palavra utilizada correta já indica onde estão as inadequações nos demais itens.
em sentido figurado é
(A) menino. RESPOSTA: “C”.
(B) chão.
(C) testa. 10-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU-
(D) penumbra. NESP/2011) Assinale a alternativa que apresenta o uso cor-
(E) tenda. reto das vírgulas.
(A) Marta antes do almoço, arrumou o berço do bebê,
Novamente, responderemos com frase do texto: seu as camas, e a sala de visitas.
rosto formando uma tenda. (B) Marta, antes do almoço arrumou, o berço do bebê
as camas, e a sala de visitas.
RESPOSTA: “E”. (C) Marta, antes do almoço, arrumou, o berço do bebê,
as camas, e a sala de visitas.
07-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – (D) Marta, antes do almoço, arrumou o berço do bebê,
FCC/2014) No primeiro parágrafo, o pronome “eles” as camas e a sala de visitas.
substitui a palavra (E) Marta antes do almoço, arrumou, o berço do bebê,
(A) bruços. as camas, e a sala de visitas.
(B) quentes.
(C) paralelepípedos. Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa
(D) braços. correta já indica as inadequações nos demais itens.
(E) tufos.
RESPOSTA: “D”.
*Lembre-se: durante a realização de sua prova, use o
caderno de questões! Grife-o, faça flechas, sublinhe, enfim, 11-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU-
destaque o que for necessário para facilitar a compreensão! NESP/2011). Assinale a alternativa em que o emprego do
Retomando o texto: Tem os braços dobrados e a testa acento indicativo de crase está correto.
pousada sobre eles. (A) O bebê chorava à cada duas horas.
(B) Às mulheres da rua, Marta entregou convite para
RESPOSTA: “D”. a festa.
(C) Joel mostrou-se tranquilo à partir do seu aniver-
08-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – sário.
VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho (D) O casal veio à pé até a cidade.
– Mas ela cresceu ... – está corretamente reescrito no (E) Marta falou de sua situação primeiro à uma vizinha.
plural, com o verbo no tempo futuro.
(A) Mas elas cresceram... (A) O bebê chorava à cada = a cada duas horas .
(B) Mas elas cresciam... (B) Às mulheres da rua, Marta entregou convite para a fes-
(C) Mas elas cresçam... ta. ( Marta entregou o convite às mulheres da rua)
(D) Mas elas crescem... (C) Joel mostrou-se tranquilo à partir = a partir (verbo no
(E) Mas elas crescerão... infinitivo)
(D) O casal veio à pé até a cidade. = a pé
Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas (E) Marta falou de sua situação primeiro à uma vizinha. = a
crescerão... uma (artigo indefinido)
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12-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU- Imagina-se que, quando essa lei começar para valer,
NESP/2011) Eu e meu vizinho ______ encontramos na os recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens gol-
casa de Joel quando fui buscar este livro para ________ pistas que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar
ler. as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios públicos,
Assinale a alternativa que preenche, correta e res- quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, de-
pectivamente, as lacunas. predar bancos, saquear lojas e, por uma estranha com-
(A) se … eu pulsão, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar
(B) si … mim barricadas de fogo com ele.
(C) nos … mim É verdade que, no seu “bullying” político, eles não es-
(D) se … mim tão nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por al-
(E) nos … eu gum motivo, parecem querer levar ao colapso.
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis-
Eu + meu vizinho = nós; nós nos... / antes de verbo mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autorida-
no infinitivo devemos usar “eu”, não “mim” (cuidado com a de, resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos
pegadinha: “Para mim, ler é um prazer!” Nesse caso, além públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
da presença da vírgula, nota-se que é uma “opinião”, não a (Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013.
prática de uma ação.) Adaptado)
(UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- A linguagem informal, espontânea, está mais evidente no
NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder uso da expressão “casa da sogra”.
às questões de números 14 a 17.
RESPOSTA: “C”.
RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançan-
do a Operação Lixo Zero, que vai multar quem empor- 16-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
calhar a cidade. Em primeira instância, a campanha é NESP/2013) Na frase – ... eles não estão nem aí para a cida-
educativa. Equipes da Companhia Municipal de Limpe- de... – (3.º parágrafo), o pronome em destaque refere-se
za Urbana estão percorrendo as ruas para flagrar maus aos
cidadãos jogando coisas onde não devem e alertá-los (A) fiscais.
para o que os espera. Em breve, com guardas munici- (B) policiais.
pais, policiais militares e 600 fiscais em ação, as mul- (C) políticos.
tas começarão a chegar para quem tratar a via pública (D) jovens golpistas.
como a casa da sogra. (E) maus cidadãos.
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Para responder à questão, retomemos o texto: 18-) (UFTM – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao
recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens gol- emprego e à colocação pronominal.
pistas que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar (A) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Pre-
as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, feitura vai multá-los.
quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, de- (B) Os porcalhões do Rio que cuidem-se, pois a Pre-
predar bancos, saquear lojas e, por uma estranha compul- feitura vai lhes multar.
são, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barrica- (C) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Pre-
feitura vai multar eles.
das de fogo com ele.
(D) Se cuidem os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não es-
os vai multar.
tão nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por al-
(E) Cuidem-se os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura
gum motivo, parecem querer levar ao colapso. lhes vai multar.
Identifiquei os termos que se relacionam (faça esse es-
quema ao realizar seu concurso, o que facilita muito a com- (A) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Prefei-
preensão textual). Através disso chegamos à conclusão de tura vai multá-los.
que o termo “eles” relaciona-se a “jovens golpistas”. (B) Os porcalhões do Rio que cuidem-se, pois a Prefei-
tura vai lhes multar.
RESPOSTA: “D”. (C) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Prefeitu-
ra vai multar eles.
17-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- (D) Se cuidem os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura os
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à vai multar.
concordância. (E) Cuidem-se os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura
(A) Terá equipes percorrendo as ruas para flagrar lhes vai multar.
maus cidadãos, e caberá multas para quem destratar a Como as alternativas apresentam o mesmo texto, o item
via pública. correto já indica onde estão as inadequações nos demais.
(B) Haverá equipes percorrendo as ruas para flagrar
RESPOSTA: “A”
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar
a via pública.
(PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO –
(C) Existirão equipes percorrendo as ruas para fla-
ÁREA CIVIL – VUNESP/2011 - ADAPTADA) Leia o texto
grar maus cidadãos, e caberá multas para quem destra- para responder às questões de números 19 a 21.
tar a via pública.
(D) Haverão equipes percorrendo as ruas para fla- Bolsa rosa, contas no vermelho
grar maus cidadãos, e caberão multas para quem des- Não fosse por um detalhe crucial – de onde tirar o di-
tratar a via pública. nheiro –, a criação de um regime de aposentadoria para mi-
(E) Existirá equipes percorrendo as ruas para flagrar lhões de donas de casa brasileiras de baixa renda até poderia
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar fazer sentido. Há diversos projetos de lei em tramitação na
a via pública. Câmara para reconhecer os direitos das mulheres dedica-
das integralmente às tarefas domésticas. Mas eles ignoram
(A) Terá (haverá) equipes percorrendo as ruas para fla- o impacto econômico que isso teria nas contas públicas. A
grar maus cidadãos, e caberá (caberão) multas para quem deputada Alice Portugal (PT-SC), defensora da criação dessa
destratar a via pública. espécie de bolsa-cor-de-rosa, afirma que “muitas vezes, após
(B) Haverá equipes percorrendo as ruas para flagrar 35 anos de casamento, o marido vai embora, e ela (a mulher),
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar a que prestou serviços a vida inteira, não tem amparo”.
via pública. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicio-
nal de 5,4 bilhões de reais por ano.
(C) Existirão equipes percorrendo as ruas para flagrar
(Exame, edição 988, ano 45, n.º 5, 23.03.2011)
maus cidadãos, e caberá (caberão) multas para quem des-
tratar a via pública.
19-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEI-
(D) Haverão (haverá) equipes percorrendo as ruas para RO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) O tema desse texto é
flagrar maus cidadãos, e caberão multas para quem destra- (A) o uso de bolsas cor-de-rosa pelas donas de casa
tar a via pública. brasileiras.
(E) Existirá (existirão) equipes percorrendo as ruas para (B) o desamparo das mulheres abandonadas pelos
flagrar maus cidadãos, e caberão multas para quem destra- maridos.
tar a via pública. (C) a falta de dinheiro para pagar salários a mulheres
de baixa renda no Brasil.
RESPOSTA: “B”. (D) o alto custo das contas públicas brasileiras.
(E) o impacto econômico da aposentadoria de donas
de casa nas contas públicas.
89
LÍNGUA PORTUGUESA
Pela leitura do texto, fica evidente que ele aponta o -lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo
impacto econômico que o pagamento de aposentadoria às canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas,
donas de casa causará às contas públicas. admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre
perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente.
RESPOSTA: “E”. (Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas
[aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3)
20-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGE-
NHEIRO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) A frase do texto ...em que estas anotações vadias foram feitas...
– “Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicio-
nal de 5,4 bilhões de reais por ano.” – indica Observando o contexto em que a frase acima foi
(A) ironia. empregada, a sua transposição para a voz ativa produz
(B) respeito. corretamente a seguinte forma verbal:
(C) indignação. a) fizeram-se.
(D) frustração. b) tinha feito.
(E) aprovação. c) fiz.
d) faziam.
O termo que facilita a resposta à questão é: Caso a e) poderia fazer.
bondade seja aprovada = ironia.
... em que estas anotações vadias foram feitas = dois
RESPOSTA: “A”. verbos na voz passiva, então teremos um na ativa: caderni-
nho em que fiz anotações vadias...
21-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEI-
RO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as frases: RESPOSTA: “C”.
I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câ-
mara. 23-) (TRF/3ª REGIÃO – PSIQUIATRIA – FCC/2014)
II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adi- Em nossa cultura, ...... experiências ...... passamos soma-
cional de 5,4 bilhões de reais por ano. se ...... dor, considerada como um elemento formador
Assinale a alternativa que, respectivamente, subs- do caráter, contexto ...... pathos pode converter-se em
titui o verbo haver pelo verbo existir, conservando o éthos.
tempo e o modo. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
(A) Existe – existe na ordem dada:
(B) Existem – existirão a) às - porque - a - em que
(C) Existirão – existirá b) às - pelas quais - à - de que
(D) Existem – existirá c) as - que - à - com que
(E) Existiriam – existiria d) às - por que - a - no qual
e) as - por que - a - do qual
Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do pre-
sente do indicativo. Em nossa cultura, às experiências (a dor é somada com
Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos as experiências, somada às experiências – objeto indireto)
de que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, por que (= pelas quais) passamos soma-se a dor (objeto
caso seja necessário): direto), considerada como um elemento formador do ca-
I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na Câ- ráter, contexto no qual pathos pode converter-se em éthos.
mara.
II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicio- RESPOSTA: “D”.
nal de 5,4 bilhões de reais por ano.
Existem / existirá. 24-) (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – FCC/2012) Considere:
RESPOSTA: “D”. ...... angústia de imaginar que o homem pode estar
só no universo soma-se a curiosidade humana, que se
22-) (TRF/1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – prende ...... tudo o que é desconhecido, para que não
FCC/2011) desapareça de todo o interesse por pistas que dariam
Assim como os antigos moralistas escreviam má- embasamento ...... teses de que haveria vida em outros
ximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia planetas.
chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de na ordem dada:
experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedo- (A) À − a − às
ria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. (B) A − à − as
Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas ano- (C) À − a − as
tações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem (D) A − a − às
que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá (E) À − à – as
90
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia “voltando” os termos do texto: Soma-se a curiosida- (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP –
de humana à angústia de imaginar = ficamos com os itens GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011 - ADAPTADA) Leia
A e E, somente. Quem se prende, prende-se A algo ou A al- o texto para responder às questões de números 27 a 29.
guém, então: “que se prende a tudo (sem acento indicativo Desde o dia do ataque, agentes da guarda munici-
de crase, por ser um pronome indefinido); embasamento A pal fazem vigília na porta do colégio. Como o matador
quê? às teses. Temos: à / a / às. Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou à vonta-
de pelo portão. Mas o debate sobre como garantir a
RESPOSTA: “A”. segurança nas escolas públicas permanece aceso. Nas
escolas da rede municipal do Rio, funcionários encar-
25-) (TRF/4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010) regados da merenda e de outras funções eram também
Está plenamente adequada a pontuação da frase: incumbidos de zelar pela portaria. A ideia agora é do-
a) Por vezes uma obra literária acaba mesmo, sem tar as escolas de porteiros responsáveis pela entrada e
o pretender, influindo no plano político e social, pois o saída de visitantes devidamente identificados. Também
caminho do escritor não é traçado tão somente, pelo que haverá mais inspetores, de modo que cada colégio con-
ele prevê mas também, pelas forças do acaso ou pelas te com um deles por andar. O mais difícil será amenizar
determinações sociais. a sensação de insegurança que restou. Recentemente,
b) Por vezes, uma obra literária acaba, mesmo sem ao ouvirem a movimentação de estudantes no corre-
o pretender, influindo no plano político e social, pois o dor, os alunos de uma das turmas da Tasso de Oliveira
caminho do escritor não é traçado tão somente pelo que saíram correndo, no meio da aula, aos berros. “Aquele
ele prevê, mas também pelas forças do acaso ou pelas dia marcou nossa vida para sempre”, afirma Luís Mar-
determinações sociais. duk, diretor da escola.
c) Por vezes, uma obra literária, acaba mesmo sem (Veja, 25.05.2011)
o pretender, influindo no plano político e social, pois o
caminho do escritor não é traçado tão somente pelo que 27-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP
ele prevê, mas também, pelas forças do acaso, ou pelas
– GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) De acordo com
determinações sociais.
o texto, o ataque de Wellington de Oliveira
d) Por vezes uma obra literária acaba mesmo sem
(A) foi rapidamente esquecido pelos alunos da es-
o pretender, influindo no plano político e social; pois o
cola.
caminho do escritor não é traçado, tão somente, pelo que
(B) foi facilitado pelos funcionários da escola.
ele prevê mas também, pelas forças do acaso ou pelas
(C) se deu mesmo com vigília da guarda municipal.
determinações sociais.
(D) alterou a rotina da escola Tasso da Silveira.
e) Por vezes, uma obra literária acaba mesmo sem o
pretender, influindo no plano político e social pois o ca- (E) tem reforçado a sensação de segurança.
minho do escritor, não é traçado, tão somente, pelo que
ele prevê, mas também pelas forças do acaso, ou pelas Utilizando trechos do texto: Desde o dia do ataque,
determinações sociais. agentes da guarda municipal fazem vigília na porta do co-
légio... “Aquele dia marcou nossa vida para sempre”...
Tendo em vista a igualdade textual entre os itens, a indi-
cação da alternativa correta aponta as inadequações presen- RESPOSTA: “D”.
tes nas demais.
28-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP
RESPOSTA: “B”. – GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) A frase – Como
o matador Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou
26-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – à vontade pelo portão. – equivale a:
GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) Em – Por que, ain- (A) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
da hoje, pomos em risco nossas vidas, a vida de muitos, a tade pelo portão, portanto era ex-aluno.
vida de todos, produzindo a guerra? – a figura de lingua- (B) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
gem presente, conforme as expressões em destaque, é a tade pelo portão, mas era ex-aluno.
(A) sinestesia. (C) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
(B) metáfora. tade pelo portão, porque era ex-aluno.
(C) antítese. (D) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
(D) hipérbole. tade pelo portão, conforme era ex-aluno.
(E) gradação. (E) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
tade pelo portão, apesar de ser ex-aluno.
Gradação: Consiste em dispor as ideias por meio de pala-
vras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou decrescente. A alternativa que apresenta coerência com o enuncia-
(fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil7. do é a que tem a presença da conjunção explicativa – “por-
php) que”.
91
LÍNGUA PORTUGUESA
29-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VUNESP/2012
– GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) Assinale a al- - ADAPTADA) Leia o poema de Carlos Drummond de An-
ternativa correta quanto à pontuação e à acentuação. drade para responder às questões de números 31 a 32.
(A) As escolas do Rio contratarão mais inspetores,
tornando possível maior controle do acesso de pessoas Quero me casar
a esses locais. Quero me casar
(B) As escolas do Rio, contratarão mais inspetores na noite na rua
tornando possível maior controle do acesso de pessoas no mar ou no céu
quero me casar.
a esses locais.
Procuro uma noiva
(C) As escolas, do Rio, contratarão mais inspetores,
loura morena
tornando possivel maior controle do acesso de pessoas
preta ou azul
a esses locais. uma noiva verde
(D) As escolas do Rio contratarão mais inspetores, uma noiva no ar
tornando possível maior contrôle do acesso de pessoas como um passarinho.
a esses locais. Depressa, que o amor
(E) As escolas do Rio, contratarão mais inspetores, não pode esperar.
tornando possivel maior contrôle do acesso de pessoas
a esses locais. 31-) (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VU-
NESP/2012) No poema, revelam-se os seguintes sentidos:
Como as alternativas apresentam o mesmo texto, não (A) solidão, irritação e angústia.
indiquei nas demais as incorreções. (B) vontade, medo e tranquilidade.
(C) descaso, imprudência e agitação.
RESPOSTA: “A”. (D) autoridade, investigação e impaciência.
(E) desejo, busca e pressa.
30-) (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VU-
NESP/2012) Assinale a alternativa correta quanto à Quero = desejo / Procuro = busca / Depressa = pressa
RESPOSTA: “E”.
concordância.
(A) As pessoas, então, não estavam adequadamente
32-) (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VU-
protegidas.
NESP/2012) As expressões “na rua” e “Depressa” são in-
(B) Nenhuma pessoa, então, estava adequadamen- dicativas, respectivamente, de
te protegido. (A) tempo e lugar.
(C) Os envolvidos, então, não estavam adequada- (B) modo e intensidade.
mente protegido. (C) causa e tempo.
(D) Todas as pessoas, então, não estavam adequa- (D) lugar e modo.
damente protegido. (E) intensidade e lugar.
(E) Os envolvidos, então, não estava adequadamen-
te protegidos. Na rua = lugar; depressa (apressadamente, com pres-
sa) = modo
(A) As pessoas, então, não estavam adequadamente RESPOSTA: “D”.
protegidas.
(B) Nenhuma pessoa, então, estava adequadamente 33-) (CREFITO/SP – SECRETÁRIO – VUNESP/2012) As-
protegido = protegida sinale a alternativa correta quanto à colocação pronomi-
(C) Os envolvidos, então, não estavam adequadamente nal e ao uso ou não do acento indicativo da crase.
protegido = protegidos (A) O texto faz referência a duas amazônias, que se
destacam pela extensão e pela riqueza que guardam. Re-
(D) Todas as pessoas, então, não estavam adequada-
fere-se, também, à localização da Amazônia Azul.
mente protegido = protegidas
(B) O texto faz referência à duas amazônias, que des-
(E) Os envolvidos, então, não estava (estavam) adequa-
tacam-se pela extensão e pela riqueza que guardam. Re-
damente protegidos. fere-se, também, a localização da Amazônia Azul.
(C) O texto faz referência a duas amazônias, que des-
RESPOSTA: “A”. tacam-se pela extensão e pela riqueza que guardam. Se
refere, também, a localização da Amazônia Azul.
(D) O texto faz referência à duas amazônias, que se
destacam pela extensão e pela riqueza que guardam. Se
refere, também, à localização da Amazônia Azul.
(E) O texto faz referência a duas amazônias, que des-
tacam-se pela extensão e pela riqueza que guardam. Re-
fere-se, também, à localização da Amazônia Azul.
92
LÍNGUA PORTUGUESA
Como os itens apresentam o mesmo texto, a alterna- E) Tendo chegado a (à) bela capital dinamarquesa si-
tiva correta já indica quais são as incorreções nas demais. tiada por pessoas e papéis, já tenho certeza de que Cope-
nhague não é apenas mais uma negociação internacional.
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “D”.
34-) (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
- VUNESP/2010) Em – Podemos escolher o futuro que (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – VU-
queremos para nós e nossos filhos ou podemos deixar NESP/2010 - ADAPTADA) Para responder às questões
que escolham um futuro menos positivo e mais som-
de números 36 e 37, considere o trecho:
brio. – a conjunção “ou” estabelece entre as orações
Se formos bem-sucedidos no combate às mudanças
uma relação de
climáticas, o mundo terá sido transformado pelos nos-
(A) adição, indicando os dois tipos de futuro com os
quais as pessoas deverão se defrontar em breve. sos esforços.
(B) adversidade, indicando as duas informações
que se opõem conforme o tipo de futuro descrito. 36-) (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
(C) alternância, indicando as duas informações que VUNESP/2010) O tempo verbal composto terá sido in-
compõem as opções sobre o futuro desejado. dica ação
(D) causa, indicando os motivos que levarão as pes- (A) concluída no tempo presente, em função da in-
soas a terem de escolher um dos futuros possíveis. formação apresentada na oração inicial do trecho.
(E) consequência, indicando os desastres que advi- (B) possível de ocorrer no futuro, como decorrência
rão ao mundo, no futuro, pela ignorância das pessoas. da hipótese apresentada na oração inicial do trecho.
A conjunção “ou” é alternativa, ou seja, expressa esco- (C) em andamento no tempo presente e que se fin-
lhas, alternativas entre as ações citadas nas orações ligadas dará no futuro, como causa do que se afirma na oração
por ela. inicial do trecho.
(D) impossível de ocorrer no passado e, por essa ra-
RESPOSTA: “C”. zão, sem previsão para o futuro, conforme se afirma na
oração inicial do trecho.
35-) (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
(E) concluída no passado e, portanto, podendo
- VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que a frase
ocorrer no futuro, conforme se afirma na oração inicial
está correta quanto à regência e ao uso ou não do acen-
do trecho.
to indicativo da crase.
(A) Tendo chegado a capital dinamarquesa sitiada
por pessoas e papéis, já tenho certeza que Copenhague Terá sido corresponde ao verbo será = (ação que pode
não é apenas mais uma negociação internacional. vir a acontecer, dependendo de que outra também aconte-
(B) Tendo chegado à esta capital sitiada por pessoas ça. Se fôssemos ... o mundo seria).
e papéis, já tenho certeza de que Copenhague não é
apenas mais uma negociação internacional. RESPOSTA: “B”.
(C) Tendo chegado àquela cidade sitiada por pes-
soas e papéis, já tenho certeza que Copenhague não é 37-) (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
apenas mais uma negociação internacional. VUNESP/2010) Em voz ativa, a segunda oração do pe-
(D) Tendo chegado à capital dinamarquesa sitiada ríodo assume a seguinte redação:
por pessoas e papéis, já tenho certeza de que Copenha- (A) o mundo se transformará com os nossos esfor-
gue não é apenas mais uma negociação internacional. ços.
(E) Tendo chegado a bela capital dinamarquesa (B) os nossos esforços transformarão o mundo.
sitiada por pessoas e papéis, já tenho certeza de que (C) os nossos esforços terão transformado o mun-
Copenhague não é apenas mais uma negociação inter- do.
nacional.
(D) transforma-se o mundo por nossos esforços.
(E) os nossos esforços serão transformados pelo
(A) Tendo chegado a (à) capital dinamarquesa sitiada
mundo.
por pessoas e papéis, já tenho certeza (de) que Copenha-
gue não é apenas mais uma negociação internacional. A segunda frase do período é: o mundo terá sido trans-
(B) Tendo chegado à (a) esta capital sitiada por pessoas formado pelos nossos esforços.
e papéis, já tenho certeza de que Copenhague não é ape- A voz ativa: Os esforços terão transformado o mundo.
nas mais uma negociação internacional.
(C) Tendo chegado àquela cidade sitiada por pessoas e RESPOSTA: “C”.
papéis, já tenho certeza (de) que Copenhague não é ape-
nas mais uma negociação internacional.
(D) Tendo chegado à capital dinamarquesa sitiada por
pessoas e papéis, já tenho certeza de que Copenhague não
é apenas mais uma negociação internacional.
93
LÍNGUA PORTUGUESA
38-) (TRT/SC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2010) 40-) (TRF/4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010)
Mas a novela não é um retrato do Brasil, ou melhor, é Ainda que os termos sublinhados se flexionem no plural,
sim... todas as formas verbais permanecerão as mesmas em:
O emprego da expressão grifada acima assinala a) Mesmo que haja eventual hesitação, não apraz a
uma muito escritor renunciar ao que lhe traz a solidão mais
a) contradição involuntária. fecunda.
b) repetição para realçar a ideia. b) Outra influência que pode incidir sobre o escritor
c) retificação do que havia sido dito. representa-se nos modelos de linguagem dominantes.
d) conclusão decorrente da afirmativa inicial. c) Exprime-se na obra literária a qualidade das coisas
e) condição básica de um fato evidente. que somente nela se dá a ver, com a singularidade de seu
olhar.
A expressão em destaque é usada para consertar, re- d) À obra literária já se atribuiu a propriedade de um
tificar uma informação dada anteriormente. É utilizada espelho; hoje, valoriza-se seu processo de construção.
comumente, por isso, a resposta à questão torna-se mais e) Falar por aquele a quem não se permite qualquer
fácil, desde que saibamos em qual contexto tal expressão depoimento é um dos objetivos a que visa a obra literária.
é empregada.
a) Mesmo que haja eventual hesitação, não apraz a muito
RESPOSTA: “C”. escritor renunciar ao que lhe traz a solidão mais fecunda.
Mesmo que haja eventuais hesitações, não apraz a mui-
39-) (TRF/4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010) tos escritores renunciar ao que lhe (lhes) traz a solidão mais
Considere: fecunda.
Chama-se “situação de discurso” o conjunto das cir- b) Outra influência que pode incidir sobre o escritor re-
cunstâncias no meio das quais se desenrola um ato de presenta-se nos modelos de linguagem dominantes.
enunciação (seja ele escrito ou oral). É preciso entender Outras influências que pode (podem) incidir sobre o es-
com isso ao mesmo tempo o ambiente físico e social
critor representa-se (representam-se) nos modelos de lingua-
em que este ato se dá, a imagem que dele têm os inter-
gem dominantes.
locutores, a identidade desses, a ideia que cada um faz
c) Exprime-se na obra literária a qualidade das coisas que
do outro (inclusive a representação que cada um possui
somente nela se dá a ver, com a singularidade de seu olhar.
daquilo que o outro pensa sobre ele), os acontecimen-
Exprime-se (exprimem-se) na obra literária as qualidades
tos que precederam o ato de enunciação (especialmen-
das coisas que somente nelas se dá (dão) a ver, com a singu-
te as relações que tiveram antes os interlocutores, e
laridade de seu olhar.
principalmente as trocas de palavras em que se insere a
d) À obra literária já se atribuiu a propriedade de um es-
enunciação em questão).
pelho; hoje, valoriza-se seu processo de construção.
(Ducrot, O.; Todorov, T. Dicionário enciclopédico das
ciências da linguagem. São Paulo: Perspectiva, 2001, p. À obra literária já se atribuiu (atribuíram) as propriedades
297-8) de um espelho; hoje, valoriza-se (valorizam-se) seus proces-
Segundo o texto, é correto afirmar: sos de construção.
a) A análise discursiva deve se ater ao estudo dos e) Falar por aquele a quem não se permite qualquer de-
enunciados. poimento é um dos objetivos a que visa a obra literária.
b) Os enunciados produzem a enunciação. Falar por aquele a quem não se permite (permitem)
c) A descrição da enunciação é determinada pela quaisquer depoimentos é um dos objetivos a que visa (visam)
identidade dos interlocutores. as obras literárias.
d) Dados exteriores aos enunciados são apendicula-
res à compreensão. RESPOSTA: “A”.
e) O conceito de situação de discurso engloba a
enunciação e seu entorno.
RESPOSTA: “E”.
94
INGLÊS
Leitura, compreensão e interpretação de textos. Vocabulário. [As questões serão formuladas na língua inglesa].......... 01
INGLÊS
1
INGLÊS
lhante e porque alguns tipos de textos possuem estruturas parágrafo onde ela está, as noções gerais que temos do
previsíveis levando nós leitores a atingir certas formas de texto, etc. Precisamos observar o meio no qual a palavra
compreensão. Quanto mais experiente for o leitor, maior está posta. Neste caso teremos de nos fazer valer de nos-
será sua capacidade de prever. Nesta etapa, passamos a as- sos conhecimentos de classes gramaticais (substantivos,
sociar o assunto do texto com as dicas tipográficas usadas adjetivos, preposições, verbo, etc.), de afixos, de singular
pelo autor para transmitir significados. e plural, conhecimento sobre a estrutura de textos, etc.
Tudo isso em conjunto pode ajudar numa aproximação do
d) Grifo de palavras cognatas, das palavras já conheci- sentido real daquele termo que não sabemos.
das pelo leitor e das repetidas: Muito comuns entre as lín-
guas inglesa e portuguesa, os cognatos são termos bas- É preciso lembrar que estas estratégias serão mais ou
menos eficazes dependendo do tamanho do vocabulário
tante parecidos tanto na escrita como no significado em
que você possui e também do seu nível de conhecimento
ambas as línguas.
gramatical.
Grifar todas estas palavras em um texto é um recur-
so psicológico e técnico que visa mostrar e provar visual- Há estudos que relacionaram as palavras que mais
mente para o leitor que ele tem conhecimento de muitas aparecem em textos e livros técnicos em língua inglesa.
das palavras daquele texto e de que, assim, ele é capaz de Desses estudos foram feitas diferentes listas com as 318
fazer uso dessas informações para responder às questões palavras que mais caem nos textos, as 500 mais, as 700
propostas. Trata-se de um recurso que usamos para dar mais, etc. Para facilitar seu estudo, incluímos aqui as 318
mais relevância e importância às palavras que já sabemos mais comuns para serem estudadas. Ao memorizar estas
em um texto, pois é nelas que nos apoiaremos para re- palavras você obterá um magnífico subsídio preparando-
solver exercícios e para entender os textos. É muito mais se para enfrentar qualquer texto.
inteligente voltar nosso foco para as palavras que têm al- Você verá que várias destas palavras já são conheci-
gum significado para nós do que destacar aquelas que não das por você, assim, na verdade, terá que memorizar bem
conhecemos. Além disso, ao grifar, você acaba relendo as menos destas. Um número bem significativo delas está
informações de uma maneira mais lenta, o que faz com que presente em qualquer tipo de texto. Quanto mais palavras
perceba certos detalhes que não havia percebido antes. É você souber, mais poderá grifar! Apoie-se nelas e bom es-
uma forma de quantificar em porcentagem aproximada o tudo!
quanto se sabe daquele texto. É preciso lembrar que há um
número muito grande de palavras repetidas nos textos e 001 although embora
002 able capaz
isso facilita para o estudante, pois ele poderá grifar mais de
003 about sobre, aproximadamente
uma vez a mesma palavra.
004 above acima
005 according to de acordo com
e) Scanning: esta técnica de leitura visa dar agilidade na 006 after depois, após
busca por informações específicas. Muitas vezes, após ler 007 again novamente, de novo
um texto, nós queremos reencontrar alguma frase ou al- 008 against contra
guma palavra já lida anteriormente. Para efetuar esta busca 009 age idade
não precisamos ler o texto inteiro de novo, podemos sim- 010 air ar
plesmente ir direto ao ponto aonde podemos encontrar tal 011 all tudo
informação. Isso é o scanning, significa encontrar respostas 012 almost quase
de uma forma rápida e direta sem perder tempo relendo 013 alone só, sozinho
o texto todo. Esta técnica em geral deve ser aplicada após 014 along ao longo de
uma ou mais leituras completas do texto em questão. As- 015 already já
sim o leitor diminuirá o risco de confundir informações, 016 also também
perder tempo ou de dar respostas erradas. Se desejar, o es- 017 always sempre
tudante pode ler o que os exercícios pedirão antes de fazer 018 among entre (3 ou mais coisas)
o scanning, pois assim ele irá selecionar mais facilmente o 019 an um, uma
que for mais importante para responder àquelas questões 020 ancient antigo
021 and e
direcionando-se melhor.
022 another um outro
023 any algum(a), qualquer
f) Lexical Inference (inferência lexical): Inferir significa
024 anything qualquer coisa
deduzir. Às vezes será preciso deduzir o sentido de um ter- 025 arm braço
mo, decifrando o que ele quer dizer. Mas isso não pode ser 026 army exército
feito de qualquer maneira. Para inferirmos bem, é necessá- 027 around em torno de, perto de
rio entender o significado daquela palavra desconhecida 028 art arte
através do contexto no qual ela está inserida, observando 029 as como, assim como
as palavras vizinhas, as frases anteriores e posteriores, o 030 at em, às
2
INGLÊS
3
INGLÊS
4
INGLÊS
5
INGLÊS
6
INGLÊS
He bought beautiful pieces of furniture for the be- glês. Podem ser precedidos por alguma unidade de me-
droom. (Ele comprou lindos móveis para o quarto) dida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias,
I bring some news for your day. (Eu trago algumas no- líquidos, pós, conceitos, etc., que não podemos dividir em
tícias para o seu dia) elementos separados. Por exemplo, não podemos contar
“water”. Podemos, sim, contar “bottles of water” ou “liters
GENEROS DOS SUBSTANTIVOS of water”, mas não podemos contar a palavra “water”.
Em inglês, existem três tipos de gêneros para os subs- Outros exemplos de substantivos incontáveis são: mu-
tantivos: feminino, masculino e neutro. Os substantivos sic, art, love, happiness, advice, information, news, furnitu-
femininos, quando estiverem no singular, podem ser tro- re, luggage, rice, sugar, butter, water, milk, coffee, electri-
cados pelo pronome “she”. Os substantivos masculinos, city, gas, power, money, etc.
quando no singular, podem ser trocados por “he”.
Em geral, estudantes de língua inglesa têm dificuldade
Os substantivos neutros são usados para fazer refe- de saber quando um substantivo é contável e quando é
rência a coisas ou animais, ou, ainda, para expressar uma não-contável. As dicas são sempre conferir a informação
ideia que sirva para ambos os sexos. Nesse último caso, num bom dicionário e também tentar memorizar alguns
podemos trocar o substantivo no singular pelo pronome dos mais comuns para agilizar o seu estudo. Nos dicioná-
pessoal “it”. No caso do plural, para todos os substantivos rios, normalmente você encontra o símbolo [U] para iden-
utilizamos o pronome pessoal “they”. tificar os uncountable nouns e [C] para os countable nouns.
Exemplos:
Em várias situações necessitamos de fazer o uso de
My mother sent me a kiss. => She sent me a kiss. (Minha determinantes/quantificadores em conjunto com substan-
mãe/Ela mandou-me um beijo) tivos contáveis e incontáveis.
My brother loves soccer. => He loves soccer. (Meu irmão/
Ele ama futebol) Há determinantes específicos para os incontáveis: a
Is it a boy or a girl? (É menino ou menina?) little, little, less, much.
Por palavras diferentes: o masculino é determinado por E há alguns específicos para uso com substantivos con-
uma palavra e o feminino, por outra: táveis: a few, few, fewer, many.
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INGLÊS
Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e Artigos — são palavras que acompanham os substanti-
substantivos. vos e tem função de classifica-los.
Example: The killer selected a knife from an antique
Pronome Pronome collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
Possessivo Tradução: Possessivo limitam seus respectivos substantivos)
Adjetivo: Substantivo:
Advérbios— descrevem verbos, adjetivos, ou outros
My meu(s)/minha(s) Mine advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan-
Your seu/sua Yours do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
His dele His da mesma forma que um único advérbio funcionaria.
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INGLÊS
Em Inglês, existe um “atalho” para este tipo de situação Em geral, emprega-se o artigo definido the antes de
substantivos com a finalidade de especificá-los.
usando o ‘s.
Exemplo: The boy is late.
Exemplos:
Maria’s car. Às vezes, pode ocorrer a presença de um ou mais adje-
João’s pen. tivos entre o artigo the e o substantivo.
ATENÇAO: Não podemos confundir este ‘s possessivo Exemplo: The little boy is late. Ou The little good boy
com o ‘s (abreviação de is) is late.
Caso o “dono” seja terminado em S por conta de sua -a, an, a few, a little, any, enough, every, few, little,
pluralidade, fazemos apenas o acréscimo do ‘ . many, much, no, other, several, some.
9
INGLÊS
She is beautiful. => They are beautiful. abaixo) são utilizados quando estamos comparando três
ou mais pessoas ou coisas. Geralmente as frases se referem
His car is red. => Their cars are red. a uma totalidade (da classe, da cidade, etc.).
Anna is intelligent. Jack is intelligent. Passemos então a estudar, agora, o grau superlativo:
Quando o(s) adjetivo(s) aparece(m) junto a um subs- Grau Superlativo de Superioridade (the + adjetivo
tantivo, tal abjetivo(s) deve(m) vir antes do substantivo: curto + est) = (o mais...)
This is a big city. (cheap): This is the cheapest restaurant in town. (Este é
They live in a huge white house. o restaurante mais barato da cidade)
Marcos is a soccer player. (tall): Jennifer is the tallest girl in the group. (Jennifer é
a garota mais alta do grupo)
Os adjetivos em inglês também possuem graus diver- (dry): This is the driest region of the state. (Esta é a
sos, assim como ocorre em português. Veja: região mais seca do estado)
Grau Comparativo de Igualdade (as + adjetivo + as) = Grau Superlativo de Superioridade (the most + adjeti-
(tão/tanto... quanto) vo longo) = (o mais...)
Dereck is as short as Fred. (Dereck é tão baixo quanto Fred) This is the most modern TV set nowadays. (Este é o apare-
That motorcycle is as fast as this one. (Aquela moto é lho de TV mais moderno do momento)
tão rápida quanto esta) He is the most handsome actor in the movies. (Ele é o
Julie is as beautiful as Sharon. (Julie é tão bela quanto ator mais bonito do cinema)
Sharon) Messy is the most famous soccer player now. (Messy
é o jogador de futebol mais famoso agora)
Grau Comparativo de Superioridade (adjetivo curto +
er + than) = (mais... do que..) Grau Superlativo de Inferioridade (the least + adjetivo)
(strong): Tim is stronger than Peter. (Tim é mais forte = (o menos...)
do que Peter) This is the least important detail. (Este é o detalhe
(tall): An elephant is taller than a lion. (Um elefante é menos importante)
mais alto que um leão)
(thin): Nancy is thinner than Sue. (Nancy é mais magra I’m always the least nervous during the tests. (Sempre
do que Sue) sou o menos nervoso durante as provas)
Grau Comparativo de Superioridade (more + adjetivo That region is the least safe of the city. (Aquela região
longo + than) = (mais... do que..) é a menos segura da cidade)
Dave is more intelligent than his brother. (Dave é Há algumas adaptações que precisamos fazer na es-
mais inteligente que seu irmão) crita dos adjetivos quando acrescentamos -er e -est para
He is more careful than his father as a driver. (Ele é formarmos, consecutivamente, seus comparativos e super-
mais cuidadoso que seu pai como motorista) lativos. Observe:
This house is more comfortable than the other. (Esta
casa é mais confortável que a outra) Aos que já são terminados em -e, acrescentamos ape-
nas -r (no comparativo) ou -st (no superlativo):
Grau Comparativo de Inferioridade (less + adjetivo +
than) = (menos... do que...) wide (largo) wider the widest
late (tarde) later the latest
Christopher is less famous than Brad. (Christopher é
menos famoso do que Brad) Àqueles adjetivos curtos terminados em -y, substituí-
Your city is less hot than mine. (Sua cidade é menos mos o -y por -i e depois colocamos -er ou -est:
quente do que a minha)
This language is less difficult than the others. (Esta lín- pretty (bonita) prettier the prettiest
gua é menos difícil do que as outras) dirty (sujo) dirtier the dirtiest
Os graus de comparativo devem ser utilizados apenas Quando o adjetivo for curto e terminar com a sequên-
quando estamos comparando duas pessoas ou duas coi- cia consoante+vogal+consoante, dobra-se a última con-
sas. Por outro lado os graus de superlativo (como veremos soante antes de acrescentar -er ou -est:
10
INGLÊS
thin (magro/fino) thinner the thinnest I have no idea to give you. (Não tenho nenhuma ideia
fat (gordo) fatter the fattest para te dar)
I have no job to do today. (Não tenho nenhum traba-
Vamos estudar agora alguns adjetivos que possuem lho para fazer hoje)
formas irregulares: I have no place to go on my vacation. (Não tenho
nenhum lugar para ir durante minhas férias)
Bad(mau) worse the worst
Good(bom) better the best ADJETIVOS TERMINADOS EM –ED E –ING
Far(longe) farther the farthest
Far further the furthest Muitos adjetivos na língua inglesa possuem termina-
Little(pouco) less the least ção –ed ou –ing.
Many(muitos/as) more the most
Much(muito/a) more the most Adjetivos com terminação –ing se referem a uma ca-
racterística de uma coisa ou de uma pessoa.
*Os adjetivos indefinidos podem ser comparados aos Adjetivos com terminação –ed se referem ao que a
pronomes indefinidos. Serão as mesmas palavras, mas com pessoa está sentindo.
funções diferentes na frase. Reveja o tópico sobre prono-
mes indefinidos para mais detalhes. Exemplos:
My friend is bored. (Meu amigo está entediado).
Não existe uma regra para determinar-nos quando um My friend is boring. (Meu amigo é entediante).
adjetivo é curto ou longo, por exemplo se baseando no
número de letras ou algo do tipo. O estudante deve se fa- This book is confusing. (Este livro é confuso [confunde
miliarizar com os adjetivos já os classificando entre longos quem o lê]).
e curtos. I’m confused with this book. (Eu estou confuso com
este livro).
ADJETIVOS INDEFINIDOS
De forma geral dizemos que algo ou alguém é “-ing” e
Os indefinite adjectives são: some, any e no. Dependen- isso nos faz sentir “-ed”
do da frase, eles podem ser traduzidos como algum(a), ne-
nhum(a). Pelo fato de serem adjetivos, perceba que sempre Michael Jordan is an interesting player. (Michael Jor-
devem preceder um substantivo, qualificando-os. Vejamos dan é um jogador interessante).
o uso geral: I’m interested in basketball. (Eu estou interessado em
basketball).
Em afirmativas: Em negativas: Em interrogativas: Aqui temos uma lista dos adjetivos mais comuns, em
sua forma –ed e –ing.
I have some I don’t need Do you need any Alarmed – Alarming (alarmado - alarmante)
money. any help. money? Aggravated – Aggravating (agravado - agravante)
Annoyed – Annoying (irritado - irritante)
Em casos mais específicos, podemos usar some tam- Bored – Boring (entediado – entediante)
bém em perguntas quando se deseja ou se espera uma Challenged – Challenging (desafiado – desafiante)
resposta afirmativa e também quando se oferece algo: Charmed – Charming (encantado – encantador)
Comforted – Comforting (conformado – conformante)
Would you like some coffee? Confused – Confusing (confuso)
Do you need any help with your homework? Convinced – Convincing (convencido – convincente)
Depressed – Depressing (depressivo – depressante)
Casos especiais: Disappointed – Disappointing (desapontado – desapontante)
Disturbed – Disturbing (perturbado – perturbante)
-O artigo indefinido any pode ser utilizado quando o Encouraged – Encouraging (encorajado – encorajante)
verbo estiver na forma afirmativa e a frase contiver algum Fascinated – Fascinating (fascinado – fascinante)
termo de sentido negativo como a palavra never. Veja: Frightened – Frightening (assutado – assutador)
Frustrated – Frustrating (frustrado – frustrante)
He never buys any fruit. (Ele nunca compra fruta ne- Inspired – Inspiring (inspirado – inspirador)
nhuma) Interested – Interesting (interessado – interessante)
She never met any celebrity. (Ela nunca encontrou Relaxed – Relaxing (relexado – relaxante)
nenhuma celebridade) Relieved – Relieving (aliviado – aliviante)
Shocked – Shocking (chocado – chocante)
-O artigo indefinido no pode ser utilizado quando o Surprised – Surprising (surpreso – surpriendente)
verbo estiver na forma afirmativa. A frase não pode conter Tired – Tiring (cansado – cansativo)
nenhuma outra palavra de sentido negativo: Worried – Worrying (preocupado – preocupante)
11
INGLÊS
PRONOMES PESSOAIS
Há dois tipos de pronomes pessoais: sujeitos e objetos.
Exemplos:
Pronome Pronome
Exemplos Possessivo Tradução: Possessivo
Adjetivo: Substantivo:
January is the first month of the year. (Janeiro é o pri-
meiro mês do ano). My meu(s)/minha(s) Mine
Michael is the third winner. (Michael é o terceiro ga- Your seu/sua Yours
nhador). His dele His
John is the ninth student in the line. (John é o nono aluno Her dela Hers
na fila).
dele/dela (coisas
Its Its
Os números ordinais também são usados em inglês ou animais)
para datas. Our nosso(s)/ nossa(s) Ours
Your seus/suas Yours
January 28th (Vigésimo oitavo dia do mês de janeiro).
Their deles/delas Theirs
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INGLÊS
Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do subs- *Os Pronomes Reflexivos podem ser precedidos pela
tantivo. preposição by. Nesse caso, dão o sentido de que alguém
Os pronomes possessivos substantivos podem vir após fez algo sozinho, sem ajuda ou companhia de ninguém.
o substantivo ou podem substituir o substantivo a qual se Exemplo:
referem assim reduzindo a frase.
Did you go to the party by yourself? => Você foi à
Exemplos: festa sozinho?
That old man wants to live by himself. => Aquele se-
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan- nhor quer viver sozinho.
do com o dela)
(His – pronome possessivo adjetivo, antes do substan- PRONOMES INDEFINIDOS
tivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo, substi-
tuindo o substantivo kid, para evitar a repetição da mesma Os pronomes indefinidos, também conhecidos como
Indefinite Pronouns são utilizados para falar de lugares,
palavra várias vezes na mesma frase).
coisas e pessoas indefinidos, de modo vago ou impreciso.
My friends went to the club with yours. (Meus amigos
foram ao clube com os seus)
SOME (Algum, alguma, alguns, algumas):
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza)
É utilizado nas frases afirmativas e antes do substan-
tivo.
Did you prefer his presentation or hers? (Você preferiu
a apresentação dele ou a dela?) There are some trees in the park.
Paul and Linda have some money.
PRONOME REFLEXIVO (De modo vago estamos dizendo que existe uma
quantidade razoável de árvores no parque e que Paul e
Os Pronomes Reflexivos são usados quando a ação Linda tem uma quantidade razoável de dinheiro.)
do verbo recai sobre o próprio sujeito. Assim, o pronome
reflexivo vem logo após o verbo e concorda com o sujeito. O some também é utilizado, principalmente nos res-
Eles se caracterizam pelas terminações -self (nas pessoas taurantes ou por um anfitrião, ao se oferecer uma comida,
do singular) e -selves (nas pessoas do plural). bebida ou serviço:
myself (a mim mesmo, -me) Would you like some water?
yourself [a ti, a você mesmo(a), -te,-se] Would you like some privacy?
himself (a si, a ele mesmo, -se) SOME – Formas compostas
herself (a si, a ela mesma, -se) Somebody = someone = alguém.
itself [a si mesmo(a), -se] => para coisas ou animais Somewhere = em algum lugar.
ourselves [a nós mesmos(as), -nos] Something = alguma coisa / algo.
yourselves (a vós, a vocês mesmos(as), -vos,-se) Sometime = alguma vez / alguma hora.
themselves (a si, a eles mesmos, a elas mesmas, -se)
Exemplos:
Exemplos: There is somebody at the door. (Tem alguém na por-
ta.)
She is looking at herself in the mirror. Liz lives somewhere in Atlanta. (Liz vive em algum
lugar em Atlanta.)
(Ela está olhando para si mesma no espelho)
I need something from the drugstore. (Eu preciso de
algo da farmácia.)
He hurt himself with a knife.
Let’s have dinner sometime tonight. (Vamos jantar
(Ele machucou a si mesmo com a faca)
alguma hora hoje a noite.)
*O Pronome Reflexivo também é empregado certas ANY (Algum, nenhum, qualquer)
vezes para dar ênfase à pessoa que pratica a ação dizendo Utilizamos any nas perguntas e respostas negativas,
que ele mesmo por si só praticou tal ação. Para tanto, po- antes do substantivo.
demos posicioná-lo logo após o sujeito ou no fim da frase. Nas perguntas any se requere a qualquer quantidade,
Este tipo de estrutura também é conhecida como Emphatic por exemplo quando perguntando se você tem qualquer
pronouns. quantidade de dinheiro.
13
INGLÊS
There aren’t no fruits in the kitchen. NONE (nenhum, nenhuma, ninguém ou nada)
There aren’t any fruits in the kitchen. Utilizado no começo ou no fim da frase, ele é utiliza-
There are no fruits in the kitchen. (“Auxiliar no infiniti- do quando o verbo está na forma afirmativa, mas a idéia
vo + no” também é correto.) é negativa. None é usado no lugar de um pronome ou
substantivo.
ANY – Formas compostas
Anybody = anyone = Alguém, ninguém, qualquer um Exemplos:
Anywhere = Algum lugar, nenhum lugar, qualquer Do you have any money?
lugar None.
Anything = Alguma coisa, nenhuma coisa, qualquer
coisa None of them is my brother. (Nenhum deles é meu
irmão.)
Exemplos:
Is anybody out there? (Tem alguém aí?) PRONOMES RELATIVOS
You can buy bread anywhere (Você consegue com-
Os Relative Pronouns são usados quando queremos
prar pão em qualquer lugar.)
identificar ou adicionar alguém ou alguma coisa em uma
Do you have anything interesting? (Você tem alguma
oração; quando queremos informações que complemen-
coisa interessante?)
tem a oração anterior. Podemos também dizer que os pro-
nomes relativos unem duas orações, estabelecendo uma
EVERY – (Todo, toda) – Formas compostas “relação” entre elas. Por isso, são chamados “relativos”.
Everybody = everyone = todos, todas, todo mundo.
Everywhere = todos os lugares. Who (quem, que): usado para pessoas.
Everything = tudo. Informações a serem unidas: That is the girl. She gave
a kiss.
Exemplos: That is the girl who gave me a kiss. (Aquela é a garota
Everybody at the party is happy. (Todos na festa es- que me deu um beijo)
tão felizes.)
(O pronome everybody concorda com o verbo no Whom (que, quem, o qual, a qual): usado para pessoas,
singular.) normalmente após preposição. Formal.
You can see pollution everywhere now. (Você conse- Informações a serem unidas: We need to talk to so-
gue ver poluição em todos os lugares agora.) meone. The manager is the one.
I have to buy everything today. (Eu tenho que com- The manager is the one to whom we need to talk. (O
prar tudo hoje.) gerente é aquele com quem precisamos falar)
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INGLÊS
PRONOMES INTERROGATIVOS What sports do you practice? (Que esportes você pra-
tica?)
Os Pronomes Interrogativos, Question Words, são uti- What soccer team are you a fan of? (Para que time de
lizados para obtermos informações mais específicas a res- futebol você torce?)
peito de algo ou alguém. As perguntas formuladas com How often do you go to the gym? (Com que frequên-
eles são conhecidas por wh-questions porque todos os cia você vai à academia?)
pronomes interrogativos possuem as letras wh. Na grande How long is the Amazon river? (Qual o comprimento
maioria das vezes, os Interrogativos são posicionados antes do rio Amazonas?)
de verbos auxiliares ou modais, no início de frases. How much does this newspaper cost? (Quanto custa
este jornal?)
What – O que, que, qual (usado para questões com How many brothers do you have? (Quantos irmãos
opções mais amplas de resposta): você tem?)
What time is it now? (Que horas são agora?) How good are you at tennis? (O quanto você é bom
What are you doing here? (O que você está fazendo em tênis?)
aqui?) How old are you? (Quantos anos você tem?)
How far is São Paulo from Rio? (Qual a distância entre
Where – Onde: São Paulo e Rio?)
Where do you work? (Onde você trabalha?) How deep is this river? (Quão profundo é este rio?)
Where do your kids study? (Onde seus filhos estudam?)
Quando uma pergunta questiona sobre o sujeito da
When – Quando: oração, não se usa verbo auxiliar. Assim, o pronome inter-
When did they move? (Quando eles se mudaram?) rogativo inicia a pergunta seguido das outras palavras na
When did you travel to Europe? (Quando você viajou ordem afirmativa. Observe:
para a Europa?)
Who knows? (Quem sabe?)
Who – Quem: What happened? (O que aconteceu?)
Who is that girl? (Quem é aquela garota?) Who likes to eat vegetables? (Quem gosta de comer
Who arrived first in the race? (Quem chegou primeiro
vegetais?)
na corrida?)
What broke the window? (O que quebrou a janela?)
Who speaks English in this room? (Quem fala inglês
Why – Por que:
nesta sala?)
Why did you cry? (Por que você chorou?)
Why go now? (Por que ir agora?)
How many people survived the accident? (Quantas
Why are you late for class? (Por que você está atrasado
pessoas sobreviveram ao acidente?)
para a aula?)
Which came first: the egg or the chicken?
Whom – Quem (mais formal, geralmente antecedido
de preposição): Em muitos casos, as perguntas são finalizadas por pre-
With whom did you go to the park? (Com quem você posições que complementam seu sentido:
foi ao parque?)
To whom were you speaking last night? (Com quem Where are you from? (De onde você é?)
você estava falando ontem à noite?) What is your city like? (Como é a sua cidade?)
Whose – De quem: Who did you play against? (Contra quem você jogou?)
Whose pen is this? (De quem é esta caneta?) Where did you send the letter to? (Para onde você en-
Whose mansion is that? (De quem é aquela mansão?) viou a carta?)
What is this for? (Para que é isto?)
Which – Qual, quais (usado para questões com opções
limitadas de resposta): VERBOS (MODOS, TEMPOS E FORMAS): REGULARES E
Which of those girls is your sister? (Qual daquelas me- IRREGULARES. AUXILIARES E IMPESSOAIS. MODAIS.
ninas é a sua irmã?) TWO-WORD VERBS.VOZ ATIVA E VOZ PASSIVA. O
Which color do you prefer: yellow or blue? (Qual cor GERÚNDIO E SEU USO ESPECÍFICO
você prefere: amarelo ou azul?)
Quanto à forma, podemos classificar os verbos ingle-
Existem diversas formas compostas dos pronomes in- ses em Regulares, Irregulares e Modais.
terrogativos. Podemos juntar outras palavras a eles antes
dos verbos auxiliares, para especificar alguma informação. São chamados de regulares os verbos que geralmente
Veja: seguem a mesma regra.
No caso do presente, verbos regulares são aqueles que
What kind of movies do you like? (Que tipo de filmes recebem S:
você gosta?) Play – plays, sing – sings.
15
INGLÊS
Verbos irregulares são aqueles que não seguem uma 11 begin Began começar
mesma regra.
12 believe Believed acreditar, crer
Tanto no caso do presente ou do passado, os verbos 13 bet Bet apostar
sofrem modificações individuais.
14 bite Bit morder, picar
Presente:
15 bleed Bled sangrar
have – has, do – does.
16 borrow Borrowed pedir emprestado
Passado:
quebrar,
17 break Broke
Sing – sang, eat – ate. interromper
18 bring Brought trazer
Os verbos irregulares não têm uniformidade quanto à
escrita do passado simples e do particípio. Confira os três 19 build Built construir
últimos exemplos na tabela abaixo.
burned,
20 burn queimar
burnt
Simple Past
Infinitivo Tradução 21 buy Bought comprar
Past tense Participle
to accept accepted accepted aceitar 22 call Called ligar, chamar
adicionar, 23 cancel Canceled cancelar
to add added added
somar
to arrive arrived arrived chegar 24 carry Carried carregar
to be was, were been ser, estar celebrar,
25 celebrate Celebrated
começar, comemorar
to begin began begun
iniciar
26 change Changed trocar, mudar
to buy bought bought comprar
27 chat Chatted bater papo
clapped,
Abaixo segue uma tabela dos verbos mais utilizados 28 clap bater palma
clapt
na língua inglesa. Assim como as palavras mais comuns
(aquela lista não possui verbos) os verbos também são par- 29 clean Cleaned limpar
te fundamental das frases. Quanto mais verbos o estudante
souber – mais facilmente ele entenderá todas as frases de 30 climb Climbed subir, escalar
um texto.
31 close Closed fechar
16
INGLÊS
17
INGLÊS
18
INGLÊS
Tudo o que foi descrito nestas frases está acontecendo I will be writing a book.
agora, neste exato momento. Por isso usamos o presente You will be reading.
contínuo. Para tornar todas estas frases negativas, basta He will be listening to music.
posicionar a palavra not após o to be, ou fazer uma contra- She will be making lunch.
ção ente eles (am not, isn’t, aren’t). It will be playing with a ball.
We will be learning together.
I am not writing a book. (Apenas esta forma não You will be studying English.
pode ser contraída) They will be traveling.
19
INGLÊS
Perceba que basta seguir a ordem “sujeito + verbo no Para negarmos, usamos not logo após o to be ou faze-
infinitivo sem to (+complemento)” para formar algumas mos contração entre eles.
sentenças. É a ordem natural das palavras em Português
também. Assim, se você souber uma boa gama de verbos, I am not a teacher.
poderá montar muitas frases para praticar. You aren’t a student.
He isn’t late.
Neste caso de sentenças afirmativas somente neces- She isn’t early.
sitamos tomar cuidado com os detalhes em negrito e em It isn’t tall.
sublinhado. Todas as vezes em que o sujeito da frase for We aren’t Brazilians.
a terceira pessoa do singular (he/she/it), devemos acres- You aren’t busy.
centar um -s no final do verbo. Em algumas situações será They aren’t happy.
um -es, e no caso do verbo ter (to have) a forma será has.
Repito: só nas afirmativas com 3ª pessoa singular. Finalizando, para transformarmos estas frases em
As negativas precisam fazer o uso dos verbos auxiliares interrogações, temos que por o to be antes dos sujeitos.
do e does, acrescidos de not (do+not=don’t / does+not=- Lembrete: ponto de interrogação! Assim:
doesn’t). Doesn’t será usado somente com 3ª pessoa sin- Am I a teacher?
gular. Exemplos: Are you a student?
Is he late?
I don’t work in the evening. Is she early?
You don’t like to dance. Is It tall?
He doesn’t sleep a lot. Are we Brazilians?
She doesn’t cook well. Are you busy?
It doesn’t bark too much. Are they happy?
We don’t speak English fluently.
You don’t drive fast. PASSADO SIMPLES: indica alguma ação completa no
They don’t drink beer. passado, ou seja, algo já finalizado. O passado simples ca-
racteriza-se pela adição da terminação -ed ao verbos RE-
Para fazermos perguntas, posicionaremos do e does GULARES nas afirmativas. Nas interrogativas, usamos Did
antes do sujeito da frase e acrescentaremos o ponto de antes dos sujeitos das frases e, nas negativas, did not ou
interrogação. didn’t. Vejamos:
20
INGLÊS
I worked yesterday. (Eu trabalhei ontem) FUTURO SIMPLES: Usamos o futuro simples para dizer
You answered my e-mail. (Você respondeu ao meu que algo vai acontecer ou deverá acontecer, para expres-
e-mail) sar ações que iremos fazer mas que não tínhamos planeja-
He traveled a lot. (Ele viajou muito) do anteriormente, para fazer previsões sobre o futuro, uma
She watched the movie. (Ela assitiu o filme) vez que não temos certeza se essa previsão irá mesmo se
It barked all night. (Ele/Ela latiu a noite toda) concretizar ou não. Usamos também o futuro simples para
We stayed here. (Nós ficamos aqui) promessas, ofertas e propostas. A estrutura é formado pela
You played very well. (Vocês jogaram muito bem) utilização do auxiliar will após o sujeito seguido de algum
They parked far. (Eles estacionaram longe) verbo. A negativa é obtida com will not ou com a contração
won’t. Para perguntar no futuro simples, é só colocar will
I didn’t work yesterday. (Eu não trabalhei ontem) antes do sujeito. Exemplos:
You didn’t answer my e-mail. (Você não respondeu ao
meu e-mail) I will buy a car. (Eu vou comprar um carro.)
He didn’t travel a lot. (Ele não viajou muito) You will have a baby. (Você vai ter um bebê.)
She didn’t watch the movie. (Ela não assistiu o filme) He will study abroad. (Ele irá estudar no exterior.)
It didn’t bark all night. (Ele/Ela não latiu a noite toda) She will go to the park. (Ela irá para o parque.)
We didn’t stay here. (Nós não ficamos aqui) It will stay at the veterinarian. (Ele/ela* irá permane-
You didn’t play very well. (Vocês não jogaram muito cer no veterinário.)
bem) We will make a barbecue. (Nós iremos fazer um chur-
They didn’t park far. (Eles não estacionaram longe) rasco.)
You will help me later. (Você irá me ajudar depois.)
Did I work yesterday? (Eu trabalhei ontem?) They will be partners. (Eles serão parceiros.)
Did you answer my e-mail? (Você respondeu ao meu
e-mail?) FUTURO IMEDIATO: Utilizamos o futuro imediato
Did he travel a lot? (Ele viajou muito?) para expressar algo que já foi planejado e por isso existe a
certeza de que irá acontecer. Por ser algo que temos cer-
Did she watch the movie? (Ela assistiu o filme?)
teza que iremos fazer o futuro imediato acaba sendo usa-
Did it bark all night? (Ele/Ela latiu a noite toda?)
do frequentemente para expressar ações que acontecerão
Did we stay here? (Nós ficamos aqui?)
num futuro bem próximo, por isso chamado de imediato.
Did you play very well? (Vocês jogaram muito bem?)
A estrutura do futuro imediato é o sujeito + o verbo to be
Did they park far? (Eles estacionaram longe?)
no presente (am, is, are) + going to + verbo principal +
complemento.
Quanto aos verbos irregulares, procederemos da mes-
ma forma. A única diferença é nas afirmações, pois eles não
I’m going to visit my mother tonight (Eu irei visitar mi-
recebem terminação -ed. É essencial memorizar as formas nha mãe hoje a noite.)
irregulares. Vejamos: Jack is going to swim tomorrow. (Jack irá nadar ama-
nhã.)
I went to the beach. (to go: ir) It is going to rain in a few minutes. (Irá chover em al-
You left early. (to leave: sair, deixar) guns minutos.)
He drank too much. (to drink: beber)
She had a sister. (to have: ter) Como o futuro imediato é composto do to be, para fa-
It slept under the bed. (to sleep: dormir) zermos frases interrogativas e negativas, basta utilizar as
We stood in line. (to stand: ficar de pé) mesmas regras acrescentando not após o to be, ou colo-
You won together. (to win: vencer, ganhar) cando o mesmo antes do sujeito para a interrogativa.
They cut the meat. (to cut: cortar)
Steve is not going to dance samba. (Steve não irá dan-
Faz-se necessário, também revisar o passado do verbo çar samba.)
to be. Ele será da seguinte forma: They aren’t going to play soccer. (Eles não irão jogar
I was tired. futebol.)
You were sad.
He was late. Is he going to buy a new car? (Ele vai comprar um carro
She was early. novo?)
It was beautiful. Are you going to call Ann? (Você irá ligar pra Ann?)
We were in São Paulo.
You were elegant. Apenas em conversas e diálogos informais o going to
They were at the bank. pode ser substituído pela expressão/abreviação gonna:
Nas negativas: wasn’t e weren’t. E nas interrogativas: I’m gonna study tonight. (Eu irei estudar hoje a noite.)
Was I...?, Were you...?, Was he…?, etc. Are you gonna help me? (Você irá me ajudar?)
21
INGLÊS
PRESENTE PERFEITO: formado pela utilização do auxi- Have you ever seen a famous person? (Você alguma
liar have ou has (has para he, she, it) mais a forma do parti- vez viu uma pessoa famosa?)
cípio de outro verbo (conhecida como “a terceira forma do
verbo”). Indica dois tipos de situações. PRESENTE PERFEITO CONTÍNUO: formado pela uti-
lização do auxiliar have ou has (has para he, she, it) mais o
Quando a ação é contínua, que têm acontecido por um presente perfeito do verbo be e o gerúndio do verbo prin-
certo período e que ainda não acabaram, que continuam cipal. Esta forma verbal enfatiza uma ação que começou no
acontecendo. passado e que contina se repetindo até hoje.
I have worked here for five years. (Tenho trabalhado I have been playing tennis for one hour. (Eu estou
aqui há cinco anos) jogando tennis há uma hora)
She has gone to the club a lot lately. (Ela tem ido muito Daniel has been waiting for two hours. (Daniel está
ao clube ultimamente) esperando a duas horas)
Dave and Mike have studied together since 2010. Anna has been teaching in the university since April.
(Dave e Mike têm estudado juntos desde 2010) (Anna tem lecionado na universidade desde Abril.)
As formas negativas podem serão: Has David been doing his homework everyday? (David
está fazendo sua tarefa todos os dias?).
I haven’t made my bed. (Eu não arrumei minha cama) Have Donald and Mike been training for the race?
Mike hasn’t seen the ocean. (Mike não viu o oceano) (Donald e Mike estão treinando para aquela corrida?).
Sheila and Susan haven’t been to New York. (Sheila e Have you been playing video games all day? (Você
Susan não foram a Nova Iorque) está jogando video games o dia inteiro?)
Se quisermos, podemos acrescentar no final da frase a PASSADO PERFEITO: usado para dizer que alguma
palavra yet, que significa “ainda”, para modificar um pouco coisa ocorreu antes de outra no passado. Formado por had
o sentido da conversa: mais o particípio de algum verbo. Veja no próximo exem-
(apenas nas negativas) plo que há duas situações acontecendo, mas, aquela que
aconteceu primeiro está usando o past perfect. E aquela
I haven’t made my bed yet. (Eu ainda não arrumei mi- que aconteceu em seguida está no passado simples. Am-
nha cama) bas as orações estão unidas por when.
Mike hasn’t seen the ocean yet. (Mike ainda não viu o
oceano) I had already left when my father called home. (Eu já
Sheila and Susan haven’t been to New York yet. (Sheila tinha saído quando meu pai ligou para casa)
e Susan ainda não foram a Nova Iorque)
Não é extremamente necessário que haja duas ora-
Para fazermos perguntas no present perfect, basta co- ções. Pode have apenas uma. Veja;
locar have ou has antes do sujeito da frase. Às vezes, fa-
zemos uso da palavra ever, que significa “alguma vez”, em David had bought meat for the barbecue this mor-
perguntas: ning. (David tinha comprado carne para o churrasco hoje
(o uso da palavra ever é opcional) de manhã)
Have you bought Milk for the baby? (Você comprou A negativa é formada com had not ou hadn’t. Para per-
leite para o bebê?) guntar, devemos posicionar o had antes do sujeito.
Has he talked to the police officer? (Ele falou com o
policial?) He hadn’t gone to the bar. (Ele não tinha ido ao bar)
Has Tina ever traveled to Salvador? (A Tina viajou a Sal- Had you brought me those documents? (Você tinha me
vador alguma vez?) trazido aqueles documentos?)
22
INGLÊS
VERBOS AUXILIARES You don’t eat pizza. (Vocês não comem pizza)
They don’t eat pizza. (Eles não comem pizza)
Em perguntas você pode mudar o tempo verbal de Do I eat pizza? (Eu como pizza?)
uma frase simplesmente alterando o verbo auxiliar. Por Do you eat pizza? (Você come pizza?)
exemplo: Does she eat pizza? (Ela come pizza?)
Does he eat pizza? (Ele come pizza?)
Do you work? = Você trabalha? Does it eat pizza? (Ela/Ele come pizza?)
Does He work? = Ele trabalha? Do we eat pizza? (Nós comemos pizza?)
Did you work? = Você trabalhou? Do you eat pizza? (Vocês comem pizza?)
Will you work? = Você vai trabalhar? Do they eat pizza? (Eles comem pizza?)
Do you play volleyball? = Você joga vôlei? Os verbos modais são distintos dos regulares e irregu-
lares pois possuem características próprias:
A presença de um verbo auxiliar numa frase nos indica em
que tempo verbal ela está (no presente, no passado ou no Não precisam de auxiliares na formação de negativas
futuro), dependendo do auxiliar que foi usado. Do e does e interrogativas;
indicam tempo presente, did indica tempo passado, e will Sempre após os modais, usamos um verbo regular ou
indica tempo futuro. irregular no infinitivo, mas sem o “to”;
Não sofrem alteração na terceira pessoa do singular
Suas formas negativas são don’t (do not), didn’t (did do presente. Logo, nunca recebem “s”, “es” ou “ies” para
not) e won’t (will not). he/she/it.
Para montarmos interrogações, basta posicionar o au- São verbos modais: can, could, may, might, should,
xiliary desejado antes do sujeito da frase. must, ought to.
O auxiliar também pode facilitar as coisas nas respostas. May, Might (poder):
Ele pode substituir o verbo e todos os seus complementos.
Assim, se alguém faz um pergunta muito longa, você pode -May pode ser usado para pedir permissão:
responder rapidamente: May I open the window? (Posso abrir a janela?)
May I use your bathroom? (Posso usar seu banheiro?)
Do you always go to work by car on weekdays? (Você
sempre vai para o trabalho de carro nos dias da semana?). -May e Might podem indicar possibilidade mais certa
ou probabilidade mais remota:
Sua resposta pode ser, simplesmente, “Yes, I do”. It may rain. (Pode chover) => may indica algo com
Estas respostas curtas são conhecidas como short ans- mais certeza do que might.
wers. It might rain. (Pode chover) => a probabilidade de cho-
ver é pequena.
Os verbos auxiliares seguidos de um verbo principal são He might come to the party, but I don’t think he will.
usados praticamente só em perguntas ou frases negativas: (Ele pode vir à festa, mas não creio que virá)
-May e might podem ser usados para exprimir um pro-
Do you like pizza? (Você gosta de pizza?) pósito, uma aspiração ou uma esperança:
I don’t like pizza (Eu não gosto de pizza) May he rest in peace. (Que ele repouse em paz)
I hope that he might like this cake. (Espero que ele pos-
Numa frase afirmativa diríamos: sa gostar deste bolo)
May all your dreams come true. (Que todos os seus
I like pizza. (Eu gosto de pizza) sonhos se realizem)
-Para dizermos algo no passado e no futuro, ao invés de
As formas does e doesn’t são usadas quando o sujeito may e might, normalmente usamos os verbos “to be allowed
da frase no presente for terceira pessoa do singular (he, to” ou “to be permitted to”, que significam “ser permitido”:
she, it). He will be allowed to leave prison. (Ser-lhe-á permitido sair
da prisão)
I don’t eat pizza. (Eu não como pizza) I wasn’t allowed to enter without a uniform. (Não me
You don’t eat pizza. (Você não come pizza) deixaram entrar sem um uniforme)
She doesn’t eat pizza. (Ela não come pizza)
He doesn’t eat pizza. (Ele não come pizza) -May e might não são usados na interrogativa expri-
It doesn’t eat pizza. (Ela/Ele não come pizza) mindo probabilidade ou possibilidade. Usamos to think, to
We don’t eat pizza. (Nós não comemos pizza) be likely e can:
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INGLÊS
Do you think he is listening for us? (Você acha que ele -Para pedir permissão, could é mais educado e formal
está nos ouvindo?) que Can:
Is it likely to happen? (É possível/provável que isso Could you help me? (Você poderia me ajudar?)
aconteça?) Could I borrow your cell phone? (Eu poderia pegar
Can this plan come true? (Poderá este plano se tornar emprestado seu celular?)
realidade?)
Should e Ought to (deveria):
-May e Might podem ser empregados na negativa,
mas sem contração: -Usamos para expressar nossa opinião, para dar su-
He may or may not agree with you. (Ele pode concordar gestão ou conselho:
ou não com você) He should travel more. (Ele deveria viajar mais)
I ought to go right now. (Eu deveria ir imediatamente)
Must (precisar, dever, ter que): -As formas negativas são Shouldn’t e Ought not to.
You shouldn’t talk like that. (Você não deveria falar
-Must é usado no presente e no futuro. Must pode ex- daquele jeito)
primir ordem, necessidade, obrigação, dever. É equivalente I ought not to see her. (Eu não deveria vê-la)
a have to (ter que):
I must go now. (Preciso ir agora) PHRASAL VERBS (VERBOS DE DUAS PALAVRAS)
You must obey your parents. (Você deve obedecer a
seus pais) O Inglês tem uma grande variedade de two-word verbs
You must follow your doctor’s advice. (Você tem que (verbos de duas palavras). Talvez o melhor termo para iden-
seguir os conselhos do seu médico) tificá-los seja phrasal verbs (verbos frasais), assim chama-
He has worked a lot; he must be tired. (Ele trabalhou dos pelo fato de serem compostos, possuindo mais de uma
muito; deve estar cansado) palavra, parecendo-se com um tipo de frase. Um phrasal
verb é composto por um verbo regular ou irregular junto
com alguma partícula, que pode ser uma preposição ou
-A forma negativa mustn’t (must not) exprime uma
um advérbio, ou ambos. Os phrasal verbs têm significados
proibição ou faz uma advertência:
novos, diferentes das palavras que os compõem lidas sepa-
Visitors must not feed the animals. (Visitantes estão
radamente. Eles precisam ser entendidos como um grupo e
proibidos de alimentar os animais)
não com suas palavras de forma isolada.
You mustn’t miss the 9:00 train. (Você não pode perder
o trem das 9:00)
Para ver a diferença, considere o significado do verbo
to turn segundo o Dicionário Cambridge e, em seguida, as
Can (poder): sentenças com phrasal verbs derivados do mesmo verbo:
-Pode ser usado para expressar talentos e habilidades “TURN verb [I/T] (GO AROUND) to move or cause so-
no presente: mething to move in a circle around a central point or line.” =
They can sing really well. (Eles podem cantar realmen- Mover ou fazer com que algo se movimente em círculos ao
te muito bem) redor de um ponto ou de uma linha central.
I can speak English. (Eu sei falar Inglês)
Fred turned on the light. (Fred acendeu a luz)
-Pode ser usado para pedir permissão: Mary turned down the gas. (Mary diminuiu o gas)
Can I drink water, teacher? (Posso ir beber água, pro- Ralph turned up the stereo. (Ralph aumentou o volume
fessor?) do aparelho de som)
Can I see your homework? (Posso ver sua tarefa?) Susan turned over the pancake. (Susan virou a panque-
ca)
-Há duas formas negativas, can’t e cannot: The committee turned down the request. (O comitê re-
He can’t dance at all. (Ele não sabe dançar nada) cusou o pedido)
Tim cannot control his feelings. (Tim não consegue
controlar seus sentimentos) Para entender como um two-word verb funciona, você
tem que refletir sobre o significado básico de “turned”. Ge-
Could (conseguia, podia, poderia): ralmente, se for possível substituir o verbo e sua preposição
por outra palavra, uma palavra que signifique exatamente
-Usamos could para expressar ideias como sendo o a mesma coisa, então, o verbo é realmente um two-word
passado de Can: verb. Poderíamos reescrever as frases da seguinte maneira:
When I was a teenager I could swim better. (Quando
eu era adolescente eu podia nadar melhor) Fred put the light in the “on” position. (Fred pôs a luz
I could run, now I can’t anymore. (Eu podia correr, mas na posição “ligada”)
agora não consigo mais) Mary lowered the gas. (Mary reduziu o gás)
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INGLÊS
Ralph raised the volume on the stereo. (Ralph aumen- Fish are eaten by cats. (Peixes são comidos por gatos)
tou o volume do som)
Susan flipped the pancake. (Susan girou a panqueca) A voz passiva é comumente utilizada pelos meio de co-
The committee refused the request. (O comitê recusou municação para a divulgação de crimes, uma vez que não
o pedido) se sabe a quantidade ou o sexo dos bandidos.
Muitos phrasal verbs não têm objeto: The bank was robbed last night (O banco foi roubado
noite passada.)
After their fight, Susan and Paul made up. (Após a bri- É incorreto dizer “alguém” roubou o banco. Alguém?
ga, Susan e Paul fizeram as pazes) Apenas uma pessoa?
During the wedding, the groom passed out. (Durante o
casamento, o noivo passou mal) A estrutura da voz passiva é bem simples: sujeito + be
+ verbo principal no particípio.
Contudo, outros phrasal verbs pedem objeto: O be deve ser conjugado conforme o tempo verbal da
They put up with the inconvenience. (Eles toleraram a frase. Exemplo: am, is, are para o presente. Was, were para
inconveniência) o passado, will be para o futuro, etc. Assim como o verbo
We decided on the rose wallpaper. (Nós seleciona- principal também deve sofrer as modificações necessárias.
mos o papel de parede rosa) Por fim, a voz passiva existe em todos os tempos ver-
The scientists wrote up their research. (Os cientistas es- bais.
creveram algo sobre sua pesquisa)
The traffic cop wrote up the offender. (O guarda de Exemplos:
trânsito deu uma multa ao infrator)
Fred flipped off the policeman. (Fred fez um gesto Simple present: It is made in Brazil. (É feito no Brasil)
ofensivo para o policial) Present continuous: It is being made in Brazil. (Está
sendo feito no Brasil)
Quanto a posição do phrasal verb. Present perfect: It has been made in Brazil. (Tem sido
Quando falamos de substantivos a grande maioria dos feito no Brasil)
phrasal verbs aceitam ser colocados de duas maneiras: Simple past: Parks are destroyed by our bad habits.
(Parques são destruídos por nossos maus hábitos)
I’ll hang up my coat. / I’ll hang my coat up. (Eu vou Simple past: Many people were called by this company.
pendurar o meu casaco) (Muitas pessoas foram chamadas por esta empresa)
O substantivo pode vir após o phrasal verb ou no meio
dele. A voz passiva também é utilizada para dar foto ao ob-
jeto mas por fim informando quem foi o autor da obra ou
Entretanto, quando falamos de pronomes, eles obriga- do acontecimento. Para isso nós utilizamos a preposição
toriamente devem vir no meio do phrasal verb: by.
I’ll hang it up (Eu vou pendurar [o meu casaco.]) Kennedy was killed by Lee Harvey Oswald. (Kennedy foi
Let’s help him out. (Vamos ajudar ele.) morto por Lee Harvey Oswald)
Há duas vozes verbais: ativa e passiva O gerúndio no inglês é usado em algumas situações
especiais. Abaixo nós iremos listar as mais comuns.
A voz ativa é a voz “normal” do verbo, pois é com ela
que normalmente nos comunicamos. Nela o foco é o sujei- Após Preposições:
to fazendo uma ação sobre o objeto. Observe os exemplos Exemplos:
sob a ótica da ordem normal das palavras numa frase (Su- She is not interested in living with us.
jeito+verbo+objeto): (Ela não está interessada em morar conosco.)
Cats eat fish. (Gatos comem peixes) Read more about this by clicking here.
(Leia mais sobre isto clicando aqui.)
A voz passiva é menos comum de ser usada. Ela é mais
formal. Nela o foco é sobre o objeto que está recebendo a Após alguns verbos “especiais” (existem mais verbos,
ação. Neste caso o sujeito recebe muita pouca atenção ou estes são os mais comuns): admit, avoid, consider, con-
as vezes nem aparece na frase. Se compararmos com a voz tinue, deny, dislike, enjoy, escape, finish, forgive, imagine,
ativa, veremos uma inversão no posicionamento do sujeito include, keep, mention, miss, practice, reccommend, resist,
e do objeto. risk, suggest, try, understand, quit.
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INGLÊS
Exemplos:
I enjoy studying English. Direct Speech: Indirect Speech:
(Eu aprecio estudar Inglês.)
(Simple Present) He said: (Simple Past) He said
I don’t mind helping her. She works with me. (that) she worked with
(Eu não me importo de ajudar ela.) him.
Após algumas expressões (novamente estas são (Present Continuous) She (Past Continuous) She
apenas as mais comuns): can’t stand, it’s worth, be used is working with me. was working with him.
to, can’t help, feel like, it’s no good, look forward to, what
about, how about, it’s no use, in spite of. (Past Continuous) She (Past Perfect
was working with me. Continuous) She had
Exemplos: been working with him.
I can’t stand watching this game.
(Eu não suporto assistir este jogo.) (Simple Future) She will (Simple Conditional)
work with me. She would work with
I’m looking forward to meeting your parents. him.
(Eu estou ansioso para conhecer os seus pais.)
Outras trocas de palavras e expressões que devem ser
Para transformar um verbo em substantivo: feitas do discurso direto para o indireto são as seguintes:
Exemplos:
Dancing is his favorite activity. Direct Speech: Indirect Speech:
(Dançar é sua atividade favorita.) Today That day
Yesterday The day before
Swimming is good for you.
Last night The night before
(Nadar faz bem pra você.)
Now Then
Here There
Atividades seguidas do verbo go:
Tomorrow The next day
Exemplos:
This That
Let’s go bowling this weekend.
These Those
(Vamos jogar boliche este fim de semana.)
They went jogging yesterday morning. -Quando se relata uma ordem ou comando de al-
(Eles foram caminhar ontem de manhã.) guém, usa-se o infinitivo no discurso indireto.
DISCURSO DIRETO E INDIRETO. He said: “Close the door”. (Ele me disse: “Feche a por-
ta”)
Podemos relatar o que alguém disse de duas manei- He told me to close the door. (Ele me disse para fe-
ras: char a porta)
He said: “Don’t close the door”. (Ele me disse: “Não
a) Pelo discurso direto (direct speech): quando repe- feche a porta”)
timos o que foi dito por alguém usando as mesmas pala- He told me not to close the door. (Ele me disse para
vras desta pessoa. Exemplo: não fechar a porta)
-He said: “I feel well”.
-Ele disse: “Eu me sinto bem”. -Quando se relata uma pergunta, coloca-se a frase na
forma afirmativa fazendo as devidas transformações:
b) Pelo discurso indireto (indirect speech): quando
contamos usando nossas próprias palavras o que foi dito She said: Where is Bill?
por alguém. Exemplo: She asked where Bill was. (Ela perguntou onde Bill
estava)
-He said that he felt well.
-Ele disse que se sentia bem. He said: “Is Mary here?”
He asked if Mary was there. (Ele perguntou se Mary
Ao reproduzir o que alguém disse de forma indireta estava lá)
precisamos efetuar algumas modificações na estrutura da -Should, Could, Must, Might e Would não alteram sua
frase. Veja algumas das mudanças mais frequentes: forma:
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INGLÊS
She said: “I could go”. People might behave differently if they had the chance
She said that she could go. (Ela disse que ela poderia ir) to repeat their lives. (As pessoas poderiam se comportar
-Say é usado com ou sem objeto indireto precedido de diferentemente se elas tivessem a chance de repetir suas
to. No discurso indireto, tell é usado com objeto indireto vidas)
precedido de to.
Bill said: “I love Ann”. (Bill disse: “Eu amo Ana”) -Third Conditional: usado para especular sobre o pas-
Bill said that he loved Ann. (Bill disse que amava Ana) sado (If+past perfect; would have, could have, might ha-
Bill said to Ann: “I love you”. (Bill disse para Ana: “Eu te ve+past participle). Exemplos:
amo”)
If we had saved more money, we would have gone to
Bill told Ann that he loved her. (Bill disse para Ana que Canada last year. (Se nós tivéssemos economizado mais di-
a amava) nheiro, nós teríamos ido ao Canadá ano passado)
Passemos a falar, então, de sentenças Condicionais - Um verbo (He ate slowly. = Ele comeu lentamente) -
com a palavra if (tradução: se). Eles são normalmente usa- Como ele comeu?
dos para falar sobre possíveis eventos e seus efeitos. Exis- - Um adjetivo (He drove a very slow car. = Ele pilotou
tem quatro tipos principais: um carro muito lento) - Como era a rapidez do carro?
- Outro advérbio (She walked quite slowly down the
-Zero Conditional: não é um condicional verdadei- aisle. = Ela andou bem lentamente pelo corredor) - Com
ro, pois ambos os eventos descritos vêm a ocorrer (If/ que lentidão ela andou?
When+present tense; present tense). Exemplos:
Advérbios frequentemente nos dizem quando, onde,
If I stay up late, I feel awful the next day. (Se eu fico por que, ou em quais condições alguma coisa acontece ou
acordado até tarde, sinto-me mau no outro dia) aconteceu. Os advérbios são geralmente classificados em:
When the moon passes between the earth and the sun, Advérbios de Afirmação: certainly, certamente; indeed,
there is an eclipse. (Quando a lua passa entre a terra e o sol, sem dúvida; obviously, obviamente; yes, sim; surely, certa-
há um eclipse) mente; etc.
-First Conditional: usado para falar sobre prováveis Advérbios de Dúvida: maybe, possivelmente; perhaps,
talvez; possibly, possivelmente; etc.
eventos no futuro se alguma coisa vier a acontecer (If+pre-
sent tense; future tense will). Exemplos:
Advérbios de Frequência: daily, diariamente; mon-
thly, mensalmente; occasionally, ocasionalmente; often/
If I pass the exam, I will have a big party! (Se eu passar
frequently, frequentemente; yearly, anualmente; seldom/
no exame, eu farei uma grande festa!)
rarely, raramente; weekly, semanalmente; always, sempre;
never, nunca; sometimes, às vezes; hardly ever, quase nun-
If you don’t stop talking, I will send you to the principal. ca, raramente; usually/generally, geralmente; etc.
(Se você não parar de falar, eu vou te enviar ao diretor)
Advérbios de Intensidade: completely, completamente;
-Second Conditional: usado para falar sobre situações enough, suficientemente, bastante; entirely, inteiramente;
improváveis ou impossíveis (If+past tense; would, could, much, muito; nearly, quase, aproximadamente; pretty, bas-
might). Exemplos:’’ tante; quite, completamente; slightly, ligeiramente; equally,
igualmente; exactly, exatamente; greatly, grandemente;
If I won the lottery, I would give all the money to an or- very, muito; sufficiently, suficientemente; too, muito, de-
phanage. (Se eu ganhasse na loteria, eu daria todo dinheiro masiadamente; largely, grandemente; little, pouco; merely,
a um orfanato) meramente; etc.
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INGLÊS
Advérbios de Lugar: anywhere, em qualquer lugar; Locução Adverbial de Frequência: again and again, re-
around, ao redor; below, abaixo; everywhere, em todo petidamente; day by day, dia a dia; every other day, dia sim,
lugar; far, longe; here, aqui; near, perto; nowhere, em ne- dia não; hardly ever, raramente; every now and then, once
nhum lugar; there, lá; where, onde; etc. in a while, de quando em quando; etc.
Advérbios de Modo: actively, ativamente; wrongly, er- Locução Adverbial de Intensidade: at most, no máximo;
roneamente; badly, mal; faithfully, fielmente; fast, rapida- little by little, pouco a pouco; more or less, mais ou menos;
next to nothing, quase nada; on the whole, ao todo; to a
mente; gladly, alegremente; quickly, rapidamente; simply,
certain extent, até certo ponto; to a great extent, em gran-
simplesmente; steadily, firmemente; truly, verdadeiramen- de parte; etc.
te; well, bem; etc.
Locução Adverbial de Lugar: at home, em casa; at the
Advérbios de Negação: no, not, não. seaside, à beira-mar; far and near, por toda parte; on board,
a bordo; on shore, em terra firme; to and from, para lá e
Advérbios de Ordem: firstly, primeiramente; secondly, para cá; etc.
em segundo lugar; thirdly, em terceiro lugar; etc.
Advérbios de Tempo: already, já; always, sempre; early, Locução Adverbial de Modo: arm in arm, de braços da-
cedo; immediately, imediatamente; late, tarde; lately, ulti- dos; at random, ao acaso; fairly well, razoavelmente; hand
mamente; never, nunca; now, agora; soon, em breve, bre- in hand, de mãos dadas; head over heels, de cabeça para
vemente; still, ainda; then, então; today, hoje; tomorrow, baixo; just so, assim mesmo; neck and neck, emparelhados;
amanhã; when, quando; yesterday, ontem; etc. on credit, a crédito.
Locução Adverbial de Negação: by no means, de ma-
neira alguma; in no case, em hipótese alguma; none of that,
Advérbios Interrogativos: how, como; when, quando;
nada disso; not at all, absolutamente; etc.
where, onde; why, por que; etc.
Locução Adverbial de Tempo: all of a sudden, subita-
Alguns exemplos: mente; at first, a princípio; at present, atualmente; at once,
imediatamente; from now on, doravante, daqui em diante;
She moved slowly and spoke quietly. (Ela se moveu in after years, em anos vindouros; sooner or late, mais cedo
lentamente e falou sussurrando) ou mais tarde; up to now, até agora; in a jiffy, in a trice, in
She still lives there now. (Ela ainda mora lá agora) a twinkling of an eye, in two shakes of a dog’s tail, in two
It’s starting to get dark now. (Está começando a ficar ticks, em um momento, num abrir e fechar de olhos; etc.
escuro agora) Mais exemplos:
She finished her tea first. (Primeiramente ela terminou
seu chá) She has lived on the island all her life. (Ela viveu na ilha
She left early. (Ela saiu cedo) a vida toda)
She takes the boat every day. (Ela pega o barco todos
Oscar is a very bright man. (Oscar é um homem muito
os dias)
brilhante) He ate too much and felt sick. (Ele comeu em excesso
The children behaved very badly. (As crianças se com- e ficou enjoado)
portaram muito mal) I like studying English very much. (Gosto muito de es-
This apartment is too small for us. (Esse apartamento é tudar Inglês)
pequeno demais para nós)
The coffee is too sweet. (O café está doce demais) PALAVRAS DE RELAÇÃO:
Jack is much taller than Peter. (Jack é muito mais alto PREPOSIÇÕES. CONJUNÇÕES.
do que Peter) PREPOSIÇÕES
São Paulo is far bigger than Recife. (São Paulo é muito
maior que Recife) Preposições são palavras que usamos junto aos nomes
The test was pretty easy. (A prova estava um tanto fácil) e pronomes para mostrar sua relação com outros elemen-
tos da frase. Apresentamos as principais preposições e seu
uso:
Duas ou mais palavras podem ser usadas em conjunto,
formando, assim, as Locuções Adverbiais, como:
In: usamos com nomes de meses, anos, estações, par-
tes do dia, cidades, estados, países, continentes.
Locução Adverbial de Afirmação: by all means, certa-
mente; in fact, de fato, na verdade; no doubt, sem dúvida; I was Born in January.
of course, com certeza, certamente, naturalmente; etc. He lived here in 2012.
The classes start in the summer.
Locução Adverbial de Dúvida: very likely, provavelmen- He works in the morning/in the afternoon, in the eve-
te. ning.
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INGLÊS
I have a house in Belo Horizonte. Around: em volta de: They traveled all around the cou-
She lives in Paraná but works in Argentina. ntry.
Steven has worked in Europe since 2011. Before: antes de: She always arrives before 7 o’clock.
Behind: atrás de: Tim sits behind Peter.
On: usado para dias da semana, datas (mês+dia), datas Below: abaixo de: Answer the questions below.
comemorativas, ruas, praças e avenidas. Beside/Next to: ao lado de: The microphone is besi-
de/next to the monitor.
I go to the church on Saturdays and on Sundays. Besides: além de: Besides English, she can also speak
Their baby was born on April 10TH. Spanish.
I always have fun on New Year’s Day. Between: entre (dois ítens): He was sitting between
The supermarket is on Brazil street. two beatuful girls.
The shopping mall is on Portugal square. Beyond: além de, após, atrás de: The lake is beyond
the mountains.
At: usado com horas, com palavra night, com endere- But: exceto: Everybody went to the party, but Chris.
ços (rua+número), lugares numa cidade. By: por, junto, ao lado de: Let’s sleep by the fireplace.
Down: abaixo, para baixo: Their house is down the
I got up at 7:00. hill.
The store is at 456 Lincoln street. Up: acima, para cima: Their house is halfway up the
He arrived late at night. hill.
My father is at the airport now. During: durante: He was in the army during the war.
For: a favor de: Who’s not for us is against us.
Na dúvida, algumas das seguintes sugestões podem For: por, para, há (tempo): Do it for me! Fish is good
ajudar, mas lembre-se: o uso das preposições nem sempre for health. They’ve lived here for many years.
segue a regra geral. Confira sempre num dicionário as pos- From: de (origem): Where is he from?
sibilidades de uso. In front of: na frente de: Peter sits in front of the tea-
cher in the classroom.
Use in para indicar “dentro de alguma coisa”: Inside/outside: dentro de/fora de: Let the dog sleep
inside/outside the house.
In the box Instead of: em vez de: You should study more instead
In the refrigerator of playing video-games.
In a shop Into: para dentro, em: The plane disappeared into
In a garden the cloud.
In France Near: perto de: The post office is near here.
Off: para fora (de uma superfície): Mark fell off his
Use on para indicar contato: motorcycle.
Out of: para fora de: Put these books out of the box.
On a bookshelf Over: sobre, acima de, por cima de, mais que: There
On a plate were over 1.000 people in the show.
On the grass Through: através de: The guys walked through the
forest.
Use at para indicar um lugar definido. Nesse caso, seu Till/until: até (tempo): The message will arrive until
sentido é o de “junto a”, “na”: tomorrow.
To: para: Teresa will go to Italy next week.
At the bus stop Towards: para, em direção a: The boy threw the rock
At the top towards the window.
At the bottom Under: em baixo de: The cat sleeps under the bed.
With/without: com/sem: Come with me. I can’t live
Outras preposições, seus significados e exemplos com without you.
frases: Within: dentro de: I will go there within a week.
29
INGLÊS
Inicialmente, podemos considerar as conjunções sob DERIVAÇÃO DE PALAVRAS PELOS PROCESSOS DE PRE-
três aspectos básicos: FIXAÇÃO E SUFIXAÇÃO.
And, but, because, although, or, nor, for, yet, so, since, A formação de palavras acontece graças à morfologia.
unless, however, though. Tal formação acontece para criar uma flexibilidade na lín-
-Conjunções podem ser compostas de mais de uma gua, fazendo com que o orador possa fazer a transição de
uma classe de palavras para outra sem tanto choque ao
palavra:
ouvinte. Conhecer o processo da formação das palavras
Provided that, as long as, in order to, in spite of.
ajuda o estudante de língua estrangeira com o processo
lexical, ou seja, a habilidade de tentar compreender pala-
-Conjunções podem ser correlativas, cercando um ad- vras desconhecidas de um texto por conta própria.
vérbio ou adjetivo: Assim como na língua portuguesa o processo de for-
So... that, neither… nor. mação das palavras em Inglês também ocorre através dos
prefixos e sufixos. Os prefixos são aqueles que vem no ini-
Além disso, as conjunções podem expressar diversos cio da palavra e os sufixos são aqueles que vem no final. Os
tipos de ideias: sufixos possuem uma maior frequência na língua do que os
prefixos. Os prefixos por sua vez normalmente não alteram
-Tempo: after, as, while, when, before, until, till, next, a categoria gramatical da palavra, mas sim o seu sentido.
meanwhile, finally.
Exemplos:
-Acréscimo de ideias: and, also, furthermore, as well as, expensive –
in other words, in addition to, besides, moreover, both... color – colorful hope – hopeful
inexpensive
and, not only... but also.
normal -
big - biggest nice - nicer
-Alternativa: or, either... or. abnormal
-Contraste: although, instead of, rather than, though, A seguinte lista de antônimos (opostos) está apresen-
but, yet, even though, however, in spite of that, neverthe- tada por ordem alfabética, como grupos. Cada grupo ge-
less, whereas, while, on the other hand. ralmente vai das palavras mais fáceis às mais difíceis. Bom
estudo e boa retenção!
-Comparação: like, alike, likewise, correspondingly, si-
milarly, in the same way, in this manner. Absence presence
Accept refuse
Exemplos: Accurate inaccurate
Advantage disadvantage
Jack and Jill went to the mountains. Alive dead
The water was warm, but I didn’t enter. Always never
I went swimming although it was cold. Ancient modern
Russia is a beautiful country. It’s very cold, though. Answer question, query
I don’t care what you did as long as you love me. Approval disapproval
He is so strong that broke the brick with his fist. Abundant scarce
30
INGLÊS
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INGLÊS
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INGLÊS
Satisfactory unsatisfactory Gore Vidal, the elegant, acerbic all-around man of let-
Security insecurity ters who presided with a certain relish over what he declared
Scatter collect to be the end of American civilization, died (PREP 1) Tues-
Serious trivial day (PREP 2) his home (PREP 3) the Hollywood Hills section
Second-hand new of Los Angeles, where he moved in 2003, after years of living
Sense nonsense in Ravello, Italy. He was 86. The cause was complications of
pneumonia, his nephew Burr Steers said by telephone.
Shopkeeper customer
Mr. Vidal was, at the end of his life, an Augustan figure
Singular plural
who believed himself to be the last of a breed, and he was
Simple complicated
probably right. Few American writers have been more versa-
Slim thick, stout tile or gotten more mileage from their talent. He published
Solid liquid some 25 novels, two memoirs and several volumes of stylish,
Sober drunk magisterial essays. He also wrote plays, television dramas
Speaker listener and screenplays. For a while he was even a contract writer at
Sour sweet MGM. And he could always be counted on for a spur-of-the-
Sorrow joy moment aphorism, putdown or sharply worded critique of
Stand lie American foreign policy. Perhaps more than any other Ame-
Straight crooked rican writer except Norman Mailer or Truman Capote, Mr.
Strong weak Vidal (VERB 1) great pleasure in being a public figure. He
Success failure twice ran for office – in 1960, when he was the Democratic
Sunny cloudy Congressional candidate for the 29th District in upstate New
Take give York, and in 1982, when he campaigned in California for a
Tall short seat in the Senate – and (CONJ) he lost both times, he often
Tame wild conducted himself as a sort of unelected shadow president.
Teacher pupil He once said, “There is not one human problem that (MO-
Thick thin DAL 1) not be solved if people (MODAL 2) simply do as I
advise.”
Tight slack, loose
Top bottom
(Adapted from http://www.nytimes.com/2012/08/01/
Transparent opaque
books/gore-vidal-elegant-writer-dies-at-86.html?_r=1&n-
Truth untruth, lie
l=todaysheadlines&emc=tha2_20120801)
Up down
Vacant occupied 1. As preposições corretas para preencher os espaços
Valuable valueless (PREP 1), (PREP 2) e (PREP 3) são respectivamente:
Victory defeat (A) on - in - on
Virtue vice (B) at - on - in
Visible invisible (C) on - at - in
Voluntary compulsory (D) at - at - on
Vowel consonant (E) in - in – at
With without
2. Em quais das alternativas abaixo “some” tem o
mesmo significado de “He published some 25 novels?”
QUESTÕES I. The following pages summarize some of the
highlights of a truly eventful year.
As questões foram retiradas da prova de Inglês do II. This means a lot more tolerance that some would
Concurso Público de ingresso para provimento de cargos like to give.
de Professor de Ensino Fundamental II e Ensino médio,
III. Just as she was about to excuse herself and leave, a
Setembro de 2012. Caderno de Prova ‘I09’, Tipo ‘001’ da
white woman of some seventy years came up to her.
Prefeitura Municipal de São Paulo. (As perguntas foram tra-
duzidas para o Português pelo autor do material). IV. Some researchers have begun questioning whether
an automatic system is the right choice for this task.
TEXTO - V. Some marine life was saved by teams of workers
Atenção: As questões de números 1 a 7 referem-se ao removing the heavy oil.
texto abaixo. VI. Some question whether these are ethical practices.
VII. Some 200 different chemicals have been linked to
Prolific, Elegant, Acerbic Writer mammary tumors in animals and people.
NYT, August 1, 2012 VIII. A few days later her car was found some twenty
By CHARLES McGRATH miles away.
33
INGLÊS
34
INGLÊS
Coworking may sound like an unnecessary expense, levels of peer access as those experienced by their bigger
but let’s consider what you get from being a part of the counterparts. It is this potential that coworking tries to
space. capture for its members.
At its most basic level, coworking is the phenomenon
of workers coming together in a shared or collaborative Available: http://workawesome.com (adapted)
workspace or one or more of these reasons: to reduce
costs by having shared facilities and equipment, to ac- The expression indie workers, found in lines 10 and
cess a community of fellow entrepreneurs, and to seek out 90, refers to
collaboration within and across fields. Coworking spaces (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
offer an exciting alternative for people longing to escape por conta da diagramação do material.)
the confines of their cubicle walls, the isolation of working A) Retired civil servants.
solo at home, or the inconveniences of public venues. B) Lazy businessmen aiming for profit.
The benefits and cost-savings in productivity and ove- C) Self-employed independent professionals.
rall happiness and well-being reaped from coworking are D) Expert employees at international organizations.
also potentially huge. Enthusiasm and creativity become E) Workaholic employers in large companies.
contagious and multiply when you diversity your work A questão pede que o candidato determine. A expres-
environment with people from different fields or back- são “indie workers” se refere a. Indie é uma abreviação
grounds. At coworking spaces, members pass each other para independent, neste caso, trabalhadores independen-
during the day, conversations get going, and miraculously tes.
idea-fusion happens with everyone benefitting from the
shared thinking and brainstorming. RESPOSTA: “C”.
Differences matter. Coworking hinges on the belief 02. (ANVISA – ANALISTA ADMINISTRATIVO – CE-
that innovation and inspiration come from the cross-pol- TRO/2013)
lination of different people in different fields or speciali-
zations. Random opportunities and discoveries that arise
Alzheimer’s disease
from interactions with others play a large role In cowor-
king.
Alzheimer’s disease (AD) is a form of dementia, which
To see this in action on a large scale, think about Goo-
is a brain disorder. It damages nerve cells in the brain. This
gle. Google made the culture of sharing and collaboration
affects your ability to remember things, think clearly, and
in the workplace legend. It deployed “grouplets” for ini-
care for yourself. AD begins slowly, and symptoms get
tiatives that cover broader changes through the organi-
worse with time. Eventually, a person with AD might need
zation.
help in many areas, including eating and getting dressed.
One remarkable story of a successful Google grouplet
involved getting engineers to write their own testing code For some people in the early or middle stages of the di-
to reduce the incidence of bugs in software code. Thin- sease, medicine might help symptoms, such as memory
king creatively, the grouplet came up with a campaign loss, from getting worse for a limited time. Other drugs
based on posting episodes discussing new and interes- may help people feel less worried or depressed. Dealing
ting testing techniques on the bathroom stalls. “Testing with Alzheimer’s disease can be extremely difficult, but
on the Toilet” spread fast and garnered both rants and planning ahead and getting support can lighten the lead.
raves. Soon, people were hungry for more, and the cam- AD usually begins after age 60, and risk goes up with age.
paign ultimately developed enough inertia to become a The risk is also higher if a family member has had AD.
de facto part of the coding culture. They moved out of the Scientists are working to better understand AD. Ongoing
restrooms and into the mainstream. studies are looking at whether some things can help pre-
Keith Sawyer, a professor of psychology and educa- vent or delay the disease. Areas that are being explored
tion at Washington University in St. Louis, MO, has written include exercise, eating omega-3 fatty acids, and keeping
widely on collaboration and innovation. In his study of your brain active.
jazz performances, Keith Sawyer made this observation,
“The group has the ideas, not the individual musicians.” Available: www.womenshealth.gov
Some of the most famous products were born out of this
mosh pit of interaction – in contrast to the romantic idea Read the sentence below and choose the alternative
of a lone working genius driving change. According to Sa- that presents a synonym to the underlined word.
wyer, more often than not, true innovation emerges from
an improvised process and draws from trial-by-error and “Ongoing studies are looking at whether some things
many inputs. can help prevent or delay the disease.”
Unexpected insights emerge from the group dyna-
mic. If increasing interaction among different peer groups A) Cut down.
within a single company could lead to promising results B) Suspended.
imagine the possibilities for solopreneurs, small busines- C) Ended.
ses, and indie workers – if only they could reach similar D) Continuous.
35
INGLÊS
A palavra “ongoing” quer dizer algo contínuo, em an- A questão pede que o candidato determine. Na linha
damento. Cut down – cortar, diminuir. Suspended – sus- cinco “at point-blank range” (à queima-roupa) signifi-
penso. Ended – terminado. Continuous – contínuo. ca. In a cold-blooded manner – de forma a sangue-frio.
Summarily – sumariamente. Without intention – sem in-
RESPOSTA: “D”. tenção. Fatally – fatalmente. Within a short distance – a
uma curta distância.
03. (INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – CES-
PE/2012) RESPOSTA: “E”.
36
INGLÊS
The words “mangled” (L.6) and “suffused” (L.23) mean 06. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013)
respectively
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar The difficulty for health policy makers the world over
por conta da diagramação do material.) is this: it is simply not possible to promote healthier li-
A) “Ruined” and “permeated”. festyles through presidential decree or through being
B) “Mutilated” and “obscured”. overprotective towards people and the way they choose
C) “Subdued” and “covered”. to live. Recent history has proved that one-size-fits-all so-
D) “Humongous” and “imbued”. lutions are no good when public health challenges vary
E) “Torn” and “Zeroed in on”. from one area of the country to the next. But we cannot
sit back while, in spite of all this, so many people are suf-
A questão pede que o candidato determine. As pa- fering such severe lifestyle-driven ill health and such acute
lavras “mangled” (destroçado) e “suffused” (impregnado, health inequalities.
inundado) significam respectivamente. Ruined – arruina- Internet: www.gov.uk (adapted)
do, destruído. Permeated – permeado, penetrado. Mutila- The expression “the world over” (L.1) is synonymous
ted – mutilado. Obscured – obscurecido. Subdued – sub- with “in some parts of the world”.
jugado, dominado. (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
Covered – coberto. Humongous – gigante. Imbued – por conta da diagramação do material.)
embutido. Torn – rasgado. Zeroed in on – mirado em. A) Certo.
B) Errado.
RESPOSTA: “A”.
A questão pede que o candidato determine. A expres-
05. (SEFAZ/ES – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTA- são “the world over” (no mundo todo) é sinônimo com “in
DUAL – CESPE/2013)
some parts of the world” (em algumas partes do mundo).
It is well accepted and acknowledged that service
RESPOSTA: “B”.
quality is essential for firm success. The problem with the
measurement of service quality is that it is not easily iden-
07. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013)
tifiable and measurable. Unlike the quality of goods, which
can be measured objectively, service quality is an abstract
The difficulty for health policy makers the world over
and elusive construct because of three features unique to
services: intangibility, heterogeneity, and inseparability of is this: it is simply not possible to promote healthier li-
production and consumption. Despite the complexity of festyles through presidential decree or through being
the issue, a consensus has emerged in the literature to overprotective towards people and the way they choose
measure service quality using clients’ perceptions of the to live. Recent history has proved that one-size-fits-all so-
service delivered. lutions are no good when public health challenges vary
Only few studies in auditing have adopted the service from one area of the country to the next. But we cannot
quality approach, where clients are asked to assess their sit back while, in spite of all this, so many people are suf-
current (and/or former) auditor (i.e., audit firm and/or au- fering such severe lifestyle-driven ill health and such acute
dit team). However, the latter approach has several ad- health inequalities.
vantages because it allows overall client satisfaction to be
determined and also identification of the attributes that Internet: www.gov.uk (adapted)
drive client satisfaction.
The adjective “one-size-fits-all” (L.5) means “long-
Internet: http://onlinelibrarywhiley.com (adapted) term and drastic”
A) Certo.
The word “unlike” (L.4) is the same as B) Errado.
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.) A questão pede que o candidato determine. O adjeti-
A) Aside from. vo “one-size-fits-all” (um tamanho serve para todos) sig-
B) Similar to. nifica “long-term and drastic” (longo período e drástico).
C) Contrasted with.
D) Resembling. RESPOSTA: “B”.
E) Despite.
08. (STF – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA
A questão pede que o candidato determine. A palavra – CESPE/2013)
“unlike” (o contrário) é o mesmo que. Aside from – além
de. Similar to – similar à. Contrasted with – contrastadas The head of the National Security Agency defended
com. Resembling – semelhante. Despite – apesar de. his beleaguered organization, saying it acts within the law
to stop militant attacks and calling reports that the NSA
RESPOSTA: “C”. collected data on millions of phone calls in Europe false.
37
INGLÊS
___________________________________________________
09. (TCE/ES – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO –
CESPE/2012) ___________________________________________________
Welcome to Oxford ___________________________________________________
Many periods of English history are impressively do-
cumented in Oxford’s streets, houses, colleges and cha- ___________________________________________________
pels. Within one square mile alone, the city has more than
900 buildings of architectural or historical interest. For the ___________________________________________________
visitor this presents a challenge – there is no single buil-
ding that dominates Oxford, no famous fortress or huge ___________________________________________________
cathedral that will give you a short-cut view of the city.
Even Oxford’s famous University is spread amidst a tangle ___________________________________________________
of 35 different colleges and halls in various parts of the
city centre, flaunt its treasures; behind department stores ___________________________________________________
lurk grand Palladian doorways or half-hidden crannies or
medieval architecture. The entrance to a college may me ___________________________________________________
tucked down a narrow alleyway, and even then it is unli-
kely to be signposted. ___________________________________________________
Oxford University Press, 1999, p. 135 (adapted) ___________________________________________________
The word “tangle” (L.8) can be correctly replaced by
“line” ___________________________________________________
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.) ___________________________________________________
A) Certo.
B) Errado. ___________________________________________________
A questão pede que o candidato determine. A palavra
“tangle” (emaranhar, entrelaçar, complicar) pode ser cor- ___________________________________________________
retamente substituida por “line” (linha, fila, alinhamento)
___________________________________________________
RESPOSTA: “B”. ___________________________________________________
38
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
1
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
d) Reincidência: de acordo com o Art. 7º do Decreto- O resultado naturalístico ou material consiste na modi-
-Lei 3.688/41, é possível a reincidência nas contravenções. ficação no mundo exterior provocada pela conduta. Trata-
A reincidência ocorrerá após a prática de crime ou contra- -se de um evento que só se faz necessário em crimes ma-
venção no Brasil e após a prática de crime no estrangeiro. teriais, ou seja, naqueles cujo tipo penal descreva a conduta
Não há reincidência após a prática de contravenção no es- e a modificação no mundo externo, exigindo ambas para
trangeiro. efeito de consumação.
“Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pra- O resultado jurídico ou normativo reside na lesão ou
tica uma contravenção depois de passar em julgado a sen- ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma pe-
tença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, nal. Todas as infrações devem conter, expressa ou implicita-
por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contra- mente, algum resultado, pois não há delito sem que ocorra
venção.” lesão ou perigo (concreto ou abstrato) a algum bem penal-
mente protegido.
Semelhança no estudo dos crimes e contravenções. A doutrina moderna dá preferência ao exame do re-
Vimos que em termos práticos existem algumas dife- sultado jurídico . Este constitui elemento implícito de todo
renças entre crime e contravenção, porém, não podemos fato penalmente típico , pois se encontra ínsito na noção de
falar o mesmo sobre a essência dessas infrações. Tanto a tipicidade material.
O resultado naturalístico, porém, não pode ser menos-
contravenção como o crime, substancialmente, são fatos
prezado, uma vez que se cuida de elementar presente em
típicos, ilícitos e, para alguns, culpáveis.
determinados tipos penais, de tal modo que desprezar sua
Ou seja, possuem a mesma estrutura.
análise seria malferir o princípio da legalidade.
Tipicidade Ilicitude
A Tipicidade é a relação de enquadramento entre o Ilícito penal, é o crime ou delito. Ou seja, é o descum-
fato delituoso (concreto) e o modelo (abstrato) contido na primento de um dever jurídico imposto por normas de di-
lei penal. É preciso que todos os elementos presentes no reito público, sujeitando o agente a uma pena.
tipo se reproduzam na situação de fato Na ilicitude penal, a antijuridicidade é a contradição
Assim, o Fato Típico é denominado como o comporta- entre uma conduta e o ordenamento jurídico. O fato típico,
mento humano que se molda perfeitamente aos elementos até prova em contrário, é um fato que, ajustando-se a um
constantes do modelo previsto na lei penal. tipo penal, é antijurídico.
A primeira característica do crime é ser um fato típico,
descrito, como tal, numa lei penal. Um acontecimento da Exclusão de ilicitude é uma causa excepcional que re-
vida que corresponde exatamente a um modelo de fato tira o caráter antijurídico de uma conduta tipificada como
contido numa norma penal incriminadora, a um tipo. criminosa (fato típico).
Para que o operador do Direito possa chegar à con- Art. 23 - Exclusão da ilicitude
clusão de que determinado acontecimento da vida é um Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
fato típico, deve debruçar-se sobre ele e, analisando-o, de- I - em estado de necessidade;
compô-lo em suas faces mais simples, para verificar, com II - em legítima defesa;
certeza absoluta, se entre o fato e o tipo existe relação de III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exer-
adequação exata, fiel, perfeita, completa, total e absoluta. cício regular de direito.
Essa relação é a tipicidade. Excesso punível
Para que determinado fato da vida seja considerado Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses
típico, é preciso que todos os seus componentes, todos os deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
seus elementos estruturais sejam, igualmente, típicos. A ação do homem será típica sob o aspecto criminal
Os elementos de um fato típico são a conduta humana, quando a lei penal a descreve como sendo um delito. Numa
a consequência dessa conduta se ela a produzir (o resulta- primeira compreensão, isso também basta para se afirmar
que ela está em desacordo com a norma, que se trata de
do), a relação de causa e efeito entre aquela e esta (nexo
uma conduta ilícita ou, noutros termos, antijurídica.
causal) e, por fim, a tipicidade.
Essa ilicitude ou antijuridicidade, contudo, consistente
na relação de contrariedade entre a conduta típica do autor
Conduta
e o ordenamento jurídico, pode ser suprimida, desde de
Considera-se conduta a ação ou omissão humana que, no caso concreto, estejam presentes uma das hipó-
consciente e voluntária dirigida a uma finalidade. A condu- teses previstas no artigo 23 do Código Penal: o estado de
ta compreende duas formas: o agir e o omitir-se. necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do
dever legal ou o exercício regular de direito.
Resultado O estado de necessidade e a legítima defesa são concei-
A expressão resultado tem natureza equívoca, já que tuados nos artigos 24 e 25 do Código Penal, merecendo des-
possui dois significados distintos em matéria penal. Pode taque, neste tópico, apenas o estrito cumprimento do dever
se falar, assim, em resultado material ou naturalístico e em legal e o exercício regular de um direito, como excludentes da
resultado jurídico ou normativo. ilicitude ou da antijuridicidade.
2
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
A expressão estrito cumprimento do dever legal, por si Homicídio qualificado - Artigo 121 - parágrafo segun-
só, basta para justificar que tal conduta não é ilícita, ainda do – É a conduta típica do homicídio onde se aumenta a
que se constitua típica. Isso porque, se a ação do homem pena pela prática do crime, pela sua ocorrência nas seguin-
decorre do cumprimento de um dever legal, ela está de tes condições: mediante paga ou promessa de recompen-
acordo com a lei, não podendo, por isso, ser contrária a sa, ou por outro motivo torpe; por motivo fútil, com em-
ela. Noutros termos, se há um dever legal na ação do autor, prego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
esta não pode ser considerada ilícita, contrária ao ordena- meio insidioso ou cruel, ou do qual possa resultar perigo
mento jurídico. comum; por traição, emboscada, ou mediante dissimula-
Um exemplo possível de estrito cumprimento do de- ção ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a
ver legal pode restar configurado no crime de homicídio, defesa do ofendido; e para assegurar a execução, a oculta-
em que, durante tiroteio, o revide dos policiais, que esta- ção, a impunidade ou a vantagem de outro crime.
vam no cumprimento de um dever legal, resulta na morte Homicídio Culposo - Artigo 121- parágrafo terceiro – É
do marginal. Neste sentido - RT 580/447. a conduta típica do homicídio que se dá pela imprudência,
O exercício regular de um direito, como excludente negligência ou imperícia do agente, o qual produz um re-
da ilicitude, também quer evitar a antinomia nas relações sultado não pretendido, mas previsível, estando claro que
jurídicas, posto que, se a conduta do autor decorre do exer- o resultado poderia ter sido evitado.
No homicídio culposo a pena é aumentada de um ter-
cício regular de um direito, ainda que ela seja típica, não
ço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
poderá ser considerada antijurídica, já que está de acordo
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
com o direito.
imediato socorro à vítima. O mesmo ocorre se não procura
Um exemplo de exercício regular de um direito, como diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar
excludente da ilicitude, é o desforço imediato, emprega- prisão em flagrante. Sendo o homicídio doloso, a pena é
do pela vítima da turbação ou do esbulho possessório, aumentada de um terço se o crime é praticado contra pes-
enquanto possuidor que pretende reaver a posse da coisa soa menor de quatorze ou maior de sessenta anos.
para si (RT - 461/341). Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o
A incidência da excludente da ilicitude, conduto, não juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências
pode servir de salvo conduto para eventuais excessos do da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
autor, que venham a extrapolar os limites do necessário que torne desnecessária a sanção penal.
para a defesa do bem jurídico, do cumprimento de um Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - Artigo
dever legal ou do exercício regular de um direito. Haven- 122 do CPB – Ato pelo qual o agente induz ou instiga al-
do excesso, o autor do fato será responsável por ele, caso guém a se suicidar ou presta-lhe auxílio para que o faça.
restem verificados seu dolo ou sua culpa. Nesse sentido é Reclusão de dois a seis anos, se o suicídio se consumar,
a regra do parágrafo único do artigo 23 do Código Penal. ou reclusão de um a três anos, se da tentativa de suicídio
resultar lesão corporal de natureza grave.
A pena é duplicada se o crime é praticado por motivo
CRIMES: CRIMES CONTRA PESSOA, egoístico, se a vítima é menor ou se tem diminuída, por
qualquer causa, a capacidade de resistência. Neste crime
não se pune a tentativa.
Infanticídio - Artigo 123 – Homicídio praticado pela
Crimes. mãe contra o filho, sob condições especiais (em estado
puerperal, isto é, logo pós o parto).
Dos crimes contra a pessoa - crimes contra a vida Aborto - Artigo 124 – Ato pelo qual a mulher interrom-
pe a gravidez de forma a trazer destruição do produto da
HOMICÍDIO concepção. No auto-aborto ou no aborto com consenti-
mento da gestante, esta sempre será o sujeito ativo do ato,
De forma geral, o homicídio é o ato de destruição da
e o feto, o sujeito passivo. No aborto sem o consentimento
vida de um homem por outro homem. De forma objetiva,
da gestante, os sujeitos passivos serão o feto e a gestante.
é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação da
Aborto provocado por terceiro – É o aborto provocado
vida do ser humano. sem o consentimento da gestante. Pena: reclusão, de três
Homicídio simples – Artigo 121 do CPB – É a conduta a dez anos.
típica limitada a “matar alguém”. Esta espécie de homicídio Aborto provocado com o consentimento da gestante
não possui características de qualificação, privilégio ou ate- – Reclusão, de um a quatro anos. A pena pode ser aumen-
nuação. É o simples ato da prática descrita na interpretação tada para reclusão de três a dez anos, se a gestante for
da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma pessoa. menor de quatorze anos, se for alienada ou débil mental,
Homicídio privilegiado - Artigo 121 - parágrafo primei- ou ainda se o consentimento for obtido mediante fraude,
ro – É a conduta típica do homicídio que recebe o benefício grave ameaça ou violência.
do privilégio, sempre que o agente comete o crime impeli- Forma qualificada - As penas são aumentadas de um
do por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o terço se, em consequência do aborto ou dos meios em-
domínio de violenta emoção, logo após a injusta provoca- pregados para provocá-lo, a gestante sofrer lesão corporal
ção da vítima, podendo o juiz reduzir a pena de um sexto de natureza grave. São duplicadas se, por qualquer dessas
a um terço. causas, lhe sobrevém a morte.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Maus-tratos Injúria
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de edu- ou o decoro:
cação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
meios de correção ou disciplina: diretamente a injúria;
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza gra- injúria.
ve: § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
Pena - reclusão, de um a quatro anos. que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se consi-
§ 2º - Se resulta a morte: derem aviltantes:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é da pena correspondente à violência.
praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (In- § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos re-
cluído pela Lei nº 8.069, de 1990) ferentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência:(Redação dada
CAPÍTULO IV pela Lei nº 10.741, de 2003)
DA RIXA Pena - reclusão de um a três anos e multa.(Incluído
pela Lei nº 9.459, de 1997)
Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os con- Disposições comuns
tendores: Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumen-
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. tam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, governo estrangeiro;
a pena de detenção, de seis meses a dois anos. II - contra funcionário público, em razão de suas fun-
ções;
CAPÍTULO V III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
DOS CRIMES CONTRA A HONRA facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou por-
Calúnia tadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluí-
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente
do pela Lei nº 10.741, de 2003)
fato definido como crime:
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
imputação, a propala ou divulga.
Exclusão do crime
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa,
Exceção da verdade
pela parte ou por seu procurador;
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação pri- II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística
vada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecor- ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de inju-
rível; riar ou difamar;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indica- III - o conceito desfavorável emitido por funcionário
das no nº I do art. 141; público, em apreciação ou informação que preste no cum-
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o primento de dever do ofício.
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde
pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensi- Retratação
vo à sua reputação: Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se re-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. trata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento
de pena.
Exceção da verdade Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o
relativa ao exercício de suas funções. ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofen-
sa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoi-
calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode to) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluí-
ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela do pela Lei nº 11.106, de 2005)
ofensa. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Redução a condição análoga à de escravo
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escra-
deste Código, e mediante representação do ofendido, no vo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de
3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua loco-
12.033. de 2009) moção em razão de dívida contraída com o empregador ou
preposto:(Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
CAPÍTULO VI Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL pena correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº
SEÇÃO I 10.803, de 11.12.2003)
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Constrangimento ilegal I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de tra-
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qual- balho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
quer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou
que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: se apodera de documentos ou objetos pessoais do traba-
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. lhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.(Incluído
pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Aumento de pena
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é co-
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em do-
metido:(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
bro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº
três pessoas, ou há emprego de armas.
10.803, de 11.12.2003)
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as corres-
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, reli-
pondentes à violência.
gião ou origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consenti-
Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de
mento do paciente ou de seu representante legal, se justi-
ficada por iminente perigo de vida; 2016) (Vigência)
II - a coação exercida para impedir suicídio. Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, trans-
ferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave
Ameaça ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalida-
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou ges- de de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
to, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do cor-
injusto e grave: po; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de
Parágrafo único - Somente se procede mediante repre- escravo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigên-
sentação. cia)
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluí-
Sequestro e cárcere privado do pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante se- IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344,
questro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) de 2016) (Vigência)
Pena - reclusão, de um a três anos. V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344,
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: de 2016) (Vigência)
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônju- Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e mul-
ge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) ta. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) § 1o A pena é aumentada de um terço até a metade
II - se o crime é praticado mediante internação da víti- se: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
ma em casa de saúde ou hospital; I - o crime for cometido por funcionário público no exer-
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze cício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; (In-
dias. cluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Qualquer pessoa pode praticar o crime de furto, não O consentimento da vítima na subtração elide o crime,
exige além do sujeito ativo qualquer circunstância pessoal já que o patrimônio é um bem disponível, mas se ele ocorre
específica. Vale a mesma coisa para o sujeito passivo do cri- depois da consumação, é evidente que sobrevivi o ilícito
me, sendo ela física ou jurídica, titular da posse, detenção penal.
ou da propriedade.
O delito de furto também pode ser praticado entre:
O núcleo do tipo é subtrair, que significa tirar, retirar, cônjuges, ascendentes e descendentes, tios e sobrinhos,
abrangendo mesmo o apossamento à vista do possuidor entre irmãos.
ou proprietário.
O direito romano não admitia, nesses casos, a ação pe-
O crime de furto pode ser praticado também através nal. Já o direito moderno não proíbe o procedimento penal,
de animais amestrados, instrumentos etc. Esse crime será mas isenta de pena, como elemento de preservação da vida
de apossamento indireto, devido ao emprego de animais, familiar.
caso contrário é de apossamento direto.
Para se definir o momento da consumação, existem
Reina uma única controvérsia, tendo em vista o desen-
duas posições:
volvimento da tecnologia, quanto a subtração praticada
com o auxílio da informática, se ela resultaria de furto ou
crime de estelionato. Tenho para mim, que não podemos 1) atinge a consumação no momento em que o obje-
“aprioristicamente” ter o uso da informática como meio de to material é retirado de posse e disponibilidade do sujeito
cometimento de furto ou mesmo estelionato, pois é pre- passivo, ingressando na livre disponibilidade do autor, ainda
ciso analisar, a cada conduta, não apenas a intenção do que não obtenha a posse tranquila4;
agente, mas o modo de operação do agente através da 2) quando exige-se a posse tranquila, ainda que por
informática. breve tempo. 5
O objeto material do furto é a coisa alheia móvel. Coisa Temos a seguinte classificação para o crime de furto:
em direito penal representa qualquer substância corpórea, comum quanto ao sujeito, doloso, de forma livre, comissivo
seja ela material ou materializável, ainda que não tangí- de dano, material e instantâneo.
vel, suscetível de apreciação e transporte, incluindo aqui os A ação penal é pública incondicionada, exceto nas hi-
corpos gasosos, os instrumentos , os títulos, etc.2. póteses do artigo 182 do Código Penal Brasileiro, que é
condicionada à representação.
O homem não pode ser objeto material de furto, con-
forme o fato, o agente pode responder por sequestro ou O crime de furto pode ser de quatro espécies: furto
cárcere privado, conforme artigo 148 do Código Penal Bra- simples, furto noturno, furto privilegiado e furto qualificado
sileiro, ou subtração de incapazes artigo 249.
FURTO DE USO
Afirma-se na doutrina que somente pode ser objeto de
furto a coisa que tiver relevância econômica, ou seja, va- Furto de uso é a subtração de coisa apenas para usu-
lor de troca, incluindo no conceito, a ideia de valor afetivo fruí-la momentaneamente, está prevista no art. 155 do Có-
(o que eu acho que não tem validade jurídica penal). Já a digo Penal Brasileiro, para que seja reconhecível o furto de
jurisprudência invoca o princípio da insignificância, consi- uso e não o furto comum, é necessário que a coisa seja res-
derando que se a coisa furtada tem valor monetário irrisó- tituída, devolvida, ao possuidor, proprietário ou detentor de
rio, ficará eliminada a antijuridicidade do delito e, portanto,
que foi subtraída, isto é, que seja reposta no lugar, para que
não ficará caracterizado o crime.
o proprietário exerça o poder de disposição sobre a coisa
subtraída. Fora daí a exclusão do “animus furandi” depen-
Furto é crime material, não existindo sem que haja
desfalque do patrimônio alheio. Coisa alheia é a que não derá de prova plena a ser oferecida pelo agente.
pertence ao agente, nem mesmo parcialmente. Por essa
razão não comete furto e sim o crime contido no artigo 346 Os tribunais tem subordinado o reconhecimento do
(Subtração ou Dano de Coisa Própria em Poder de Terceiro) furto de uso a efetiva devolução ou restituição, afirmando
do Código Penal Brasileiro, o proprietário que subtrai coisa que há furto comum se a coisa é abandonada em local dis-
sua que está em poder legitimo de outro3. tante ou diverso ou se não é recolocada na esfera de vigi-
lância de seu dono. Há ainda entendimentos que exigem
O crime de furto é cometido através do dolo que é que a devolução da coisa, além de ser feita no mesmo lugar
a vontade livre e consciente de subtrair, acrescido do ele- da subtração seja feita em condições de restituição da coi-
mento subjetivo do injusto também chamado de “dolo sa em sua integridade e aparência interna e externa, assim
específico”, que no crime de furto está representado pela como era no momento da subtração.
idéia de finalidade do agente, contida da expressão “para
si ou para outrem”. Independe todavia de intuito, objetivo Vale dizer a coisa devolvida assemelha-se em tudo e
de lucro por parte do agente, que pode atuar por vingança, por tudo em sua aparência interna e externa à coisa sub-
capricho, liberalidade. traída6.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Tentativa, é admissível. Via de regra, a prisão em fla- A vontade de subtrair configura o momento subjetivo,
grante indica delito tentado nos casos de furto, por não fala-se em dolo específico na doutrina, na expressão “para
chegar o agente a ter a posse tranquila da coisa subtraída, si ou para outrem”.
que não ultrapassa a esfera de vigilância da vítima. A pena culminada para furto de coisa comum é alter-
Há ainda a tentativa frustrada, citarei um exemplo: um nativa de detenção de 6 (seis) meses à 2 (dois) anos ou
batedor de carteira segue uma pessoa durante vários dias. multa. Dá-se ao juiz a margem para individualização da
Decide, então, subtrair, do bolso interno do paletó da víti- pena tendo em vista as circunstâncias do caso concreto.
ma, envelope que julga conter dinheiro. Furtado o envelo-
pe, o batedor de carteira é apanhado. Chegando à Delega- ROUBO
cia, verifica-se que o envelope estava vazio, pois, naquele A ação penal é pública, porém depende de represen-
dia, a vítima esquecera o dinheiro em casa. O agente será tação da parte
responsabilizado pelo crime nesse exemplo? Não, pois a Como expresso no artigo 157 do Código Penal Brasi-
ausência do objeto material do delito faz do evento um leiro: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
crime impossível. mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois
O último é a qualificadora da destreza, que se dá quan- de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilida-
do a subtração se dá dissimuladamente com especial habi- de de resistência: pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)
lidade por parte do agente, onde a ação, sem emprego de anos, e multa”.
violência, em situação em que a vítima, embora consciente Trata-se de crime contra o patrimônio, em que é atingi-
e alerta, não percebe que está tendo os bens furtados. O do também a integridade física ou psíquica da vítima.
arrebatamento violento ou inopinado não a configura. É um crime complexo, onde o objeto jurídico imediato
do crime é o patrimônio, e tutela-se também a integridade
A terceira hipótese é o emprego de chave falsa. corporal, a saúde, a liberdade e na hipótese de latrocínio a
Constitui chave falsa qualquer instrumento ou enge- vida do sujeito passivo.
nho de que se sirva o agente para abrir fechadura e que te- O Roubo também é um delito comum, podendo ser
nha ou não o formato de uma chave, podendo ser grampo, cometido por qualquer pessoa, dando-se o mesmo com
pedaço de arame, pinça, gancho, etc. O exame pericial da o sujeito passivo. Pode ocorrer a hipótese de dois sujeitos
chave ou desse instrumento é indispensável para a caracte- passivos: um que sofre a violência e o titular do direito de
rização da qualificadora propriedade.
Como no Furto, a conduta é subtrair, tirar a coisa mó-
A Quarta e última hipótese é quando ocorre median- vel alheia, mas faça-se necessário que o agente se utilize
te concurso de duas ou mais pessoas, quando praticado de violência, lesões corporais, ou vias de fato, como grave
nestas circunstâncias, pois isto revela uma maior periculo- ameaça ou de qualquer outro meio que produza a possibi-
sidade dos agentes, que unem seus esforços para o crime. lidade de resistência do sujeito passivo.14
No caso de furto cometido por quadrilha, responde A vontade de subtrair com emprego de violência, gra-
por quadrilha pelo artigo 288 do Código Penal Brasileiro ve ameaça ou outro recurso análogo é o dolo do delito
seguido de furto simples, ficando excluída a qualificado- de roubo. Exige-se porém, o elemento subjetivo do tipo, o
ra13, chamado dolo específico, idêntico ao do furto, para si ou
Concurso de qualificadoras, o agente incidindo em para outrem, é que se dá a subtração.
duas qualificadoras, apenas uma qualifica, podendo servir
a outra como agravante comum. Há uma figura denominada roubo impróprio que vem
definido no art.157 §1º do Código Penal Brasileiro: “na
FURTO DE COISA COMUM mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coi-
Este crime está definido no art. 156 do Código Penal sa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a
Brasileiro, que diz: “Subtrair o condômino, coerdeiro, ou fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a de- coisa para si ou para terceiro”. Nesse caso a violência ou
tém, a coisa comum: pena – detenção, de 6 (seis) meses à 2 a grave ameaça ocorre após a consumação da subtração,
(dois) anos, ou multa”. visando o agente assegurar a posse da coisa subtraída ou a
A razão da incriminação é de que o agente subtraia impunidade do crime.
coisa que pertença também a outrem. Este crime constitui A violência posterior ou roubo para assegurar a sua im-
caso especial de furto, distinguindo-se dele apenas as re- punidade, deve ser imediato para caracterização do roubo
lações existentes entre o agente e o lesado ou os lesados. impróprio.
Sujeito ativo, somente pode ser o condômino, copro- A consumação do roubo impróprio ocorre com a vio-
prietário, coerdeiro ou o sócio. Esta condição é indispen- lência ou grave ameaça desde que já ocorrido a subtração,
sável e chega a ser uma elementar do crime e por tanto é não se consumando esta, tem se entendido que o agente
transmitido ao partícipe estranho nos termos do artigo 29 deverá ser responsabilizado por tentativa de furto em con-
do Código Penal Brasileiro. curso com o crime de lesões corporais.
Sujeito passivo será sempre o condomínio, coproprie- Consuma-se no momento em que o agente retira o
tário, coerdeiro ou o sócio, não podendo excluir-se o ter- objeto material da esfera de disponibilidade da vítima,
ceiro possuidor legítimo da coisa. mesmo que não haja a posse tranquila.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Tentativas, quanto ao roubo próprio ela é admitida, Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou
visto podendo ocorrer quando o sujeito, após empregar grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
a violência ou grave ameaça contra a pessoa, por motivos outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que
alheios a sua vontade, não consegue efetuar a subtração. se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Já a tentativa para o crime de roubo impróprio temos Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
duas correntes: § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas,
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço
Sua classificação doutrinária é de crime comum quanto
até metade.
ao sujeito, doloso, de forma livre, de dano, material e ins-
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência
tantâneo. Tendo ação penal pública incondicionada.
o disposto no § 3º do artigo anterior.
ROUBO E LESÃO CORPORAL GRAVE § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da
Nos termos do artigo 157 § 3º do Código Penal Brasilei- liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
ra primeira parte, é qualificado roubo quando: “da violência obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão,
resulta lesão corporal de natureza grave, fixando-se a pena de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
num patamar superior ao fixado anteriormente, aqui reclu- corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no
são de 5 (cinco) à 15 (quinze) anos, além da multa”. art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº
É indispensável que a lesão seja causada pela violência, 11.923, de 2009)
não estando o agente, sujeito às penas previstas pelo
dispositivo em estudo, se o evento decorra de grave ameaça, È um crime comum, formal ou material, de forma livre,
como enfarte, choque ou do emprego de narcóticos. instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, comissivo,
Haverá no caso roubo simples seguido de lesões corporais doloso, de dano, complexo e admite tentativa.
de natureza grave em concurso formal.
A conduta consiste em constranger (obrigar, forcar,
A lesão poderá ser sofrida pelo titular do direito ou em
um terceiro. coagir), mediante violência (física: vias de fato ou lesão
Se o agente fere gravemente a vítima mas não corporal) ou grave ameaça (moral: intimidação idônea ex-
consegue subtrair a coisa, há só a tentativa do artigo 157 § plicita ou explicita que incute medo no ofendido) com o
3º 1ª parte (TACrim SP, julgados 72:214). objetivo de obter para si ou para outrem indevida (injusta,
ilícita) vantagem econômica (qualquer vantagem seja de
ROUBO SEGUIDO DE MORTE - LATROCÍNIO coisa móvel ou imóvel).
Comina-se pena de reclusão de 20 à 30 anos se resulta Haverá constrangimento ilegal se a vantagem não for
a morte, as mesmas considerações referentes aos crimes econômica e exercício arbitrário das próprias razoes se a
qualificados pelo resultado, podem ser aqui aplicadas. vantagem for devida.
O artigo da Lei 8072/90 (Lei dos Crimes Hediondos),
em conformidade com o artigo 5º XLIII, da Constituição Tipo subjetivo
Federal Brasileira, considera crime de latrocínio Hediondo. O tipo é composto de dolo duplo: o primeiro constituí-
Nos termos legais o Latrocínio não exige que o evento
do pela vontade livre e consciente de constranger alguém
morte seja desejado pelo agente, basta que ele empregue
violência para roubar e que dela resulte a morte para que mediante violência ou grave ameaça, dolo genérico; o se-
se tenha caracterizado o delito. gundo exige o elemento subjetivo do tipo específico na
É indiferente porém, que a violência tenha sido exerci- expressão “com intuito de”.
da para o fim da subtração ou para garantir, depois desta, a
impunidade do crime ou a detenção da coisa subtraída18 . Consumação
Ocorre latrocínio ainda que a violência atinja pessoa Discute-se na doutrina se o crime de extorsão é for-
diversa daquela que sofre o desapossamento da coisa. Ha- mal ou material. Para os que o consideram formal, a con-
verá no entanto um só crime com dois sujeitos passivos. sumação ocorre independentemente do resultado. Basta
A consumação do latrocínio ocorre com a efetiva sub- ser idôneo ao constrangimento imposto à vítima, sendo
tração e a morte da vítima, embora no latrocínio haja mor- irrelevante a enfeitava obtenção da vantagem econômica
te da vítima, ele é um crime contra o patrimônio, sendo Juiz indevida.
singular e não do Tribunal do Júri, essa é a posição válida, O comportamento da vítima nesse caso é fundamen-
Pena: reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
tal para a consumação do delito. É a indispensabilidade da
multa, conforme alteração do artigo 6º da Lei n.º. 8072/90.
conduta do sujeito passivo para a consumação do crime,
Conforme o artigo 9º dessa lei, a pena é agravada de me-
tade quando a vítima se encontra nas condições do artigo se o constrangimento for sério, idôneo o suficiente para
224 do Código Penal Brasileiro: “presunção de violência”. ensejar a ação ou omissão da vítima em detrimento do seu
patrimônio, perfaz-se o tipo penal do art. 168 do CP.
EXTORSÃO Da outra parte, se entendido como crime material, a
O crime de extorsão é formal e consuma-se no mo- consumação se dará com obtenção de indevida vantagem
mento e no local em que ocorre o constrangimento para econômica. Seguimos esse entendimento, para nós o crime
que se faça ou se deixe de fazer alguma coisa. Súmula nº de extorsão é material consumando-se com a efetiva ob-
96 do Superior Tribunal de Justiça. tenção indevida vantagem econômica.
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§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio
anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem da União, Estado, Município, empresa concessionária de
para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena
assembleia geral. prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído
pela Lei nº 9.426, de 1996)
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
“warrant” Receptação de animal
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou war- Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir,
rant, em desacordo com disposição legal: ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. produção ou de comercialização, semovente domesticá-
vel de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
Fraude à execução que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei nº
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, 13.330, de 2016)
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Parágrafo único - Somente se procede mediante quei-
xa. CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer
dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº
Receptação 10.741, de 2003)
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, Art. 182 - Somente se procede mediante representa-
de 1996) ção, se o crime previsto neste título é cometido em prejuí-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Reda- zo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
ção dada pela Lei nº 9.426, de 1996) I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
9.426, de 1996) Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, anteriores:
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, ex- I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em ge-
por à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito ral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou pessoa;
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Re- II - ao estranho que participa do crime.
dação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 10.741, de 2003)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercício em residência. (Reda- CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
ção dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua nature-
za ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA.
meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou Crimes Contra a Fé Pública
ambas as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Os crimes contra a fé pública são crimes de perigo abs-
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido trato, porque neles o tipo não faz referência ao perigo. As-
ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. sim, há de se questionar, por exemplo, o seguinte: alguém
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) falsificou uma cédula, mas é uma cédula de três reais, exis-
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primá- tiu o crime de falso de moeda?
rio, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, Poderia se levar a pensar que sim, o legislador não fala
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se que a moeda tenha que ser essencialmente corresponden-
o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426, te a uma que exista. Mas a resposta seria não, inclusive a
de 1996) súmula 73 do STJ nos auxiliaria a dizer isto. A súmula 73 diz
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
assim: o papel moeda grosseiramente falsificado não con- O tipo se caracteriza por ser misto alternativo. Eviden-
figura crime de moeda falsa, mas sim estelionato em tese, temente que se o agente falsifica a moeda e a faz circular,
de competência da JE. Qual o raciocínio que se emprega? responderá por um só crime, já que a circulação é mero
Malgrado seja um crime de perigo abstrato, a con- exaurimento.
duta praticada não dispensa a idoneidade para a de- O agente precisa ter conhecimento da falsidade. Se ele
monstração da possibilidade de o perigo acontecer. As recebe a moeda e a faz circular sem saber, não responde
condutas têm que ter idoneidade suficiente a produzir pe- pelo crime.
rigo, o que não significa dizer que o perigo seja exigido, Aliás, o dolo é algo muito difícil de se comprovar nes-
são coisas diversas. Há como descaracterizar a idoneidade ses crimes. Isso porque o agente sempre nega a autoria,
em termos abstratos, e não concretos, como seria o caso. alegando que desconhecia a falsidade. O juiz deve se aten-
Uma cédula de três reais pode expor a risco a fé pública? tar para as máximas da experiência, para o modus operan-
Não, nem em abstrato. di do agente, a fim de captar a prática do crime. É o que
ocorre, por exemplo, quando o agente utiliza a moeda na
Moeda Falsa (art. 289) calada da noite, com pessoas humildes, quando já tenha
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moe- tentado trocar a moeda anteriormente etc. Baltazar sugere
da metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no que se atente para os seguintes dados:
estrangeiro: Quantidade de cédulas encontradas com o agente;
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. Modo de introdução em circulação;
A fabricação é ação conhecida como contrafação; Existência de outras cédulas de menor valor em poder
nela, se insere materialmente o objeto em circulação. Já do agente;
a alteração pressupõe a existência de um suporte, o qual Verossimilhança da versão do réu para a origem das
o agente modifica de alguma forma, geralmente para que cédulas;
valha mais. Grau de instrução do agente;
O bem jurídico protegido é a fé pública, ou seja, a se- Local onde guarda as cédulas.
gurança da sociedade em relação à moeda, ao meio circu- Trata-se de crime formal e de perigo abstrato, sendo
lante e à circulação monetária. irrelevantes, para a consumação, a obtenção da vantagem
Moeda de curso legal é aquela de recebimento obri- indevida para o agente ou de prejuízo para terceiros.
gatório, por força de lei, que não pode ser recusada no co-
mércio. Ela pode se referir tanto a moeda metálica quanto Concurso de Crimes
ao papel-moeda. Se o aceite de outra moeda for meramen- Se o agente introduz em circulação várias cédulas ou
te convencional, não restará caracterizado o crime (pode moedas, no mesmo contexto, há crime único.
haver, em tese, o estelionato). Se ele introduz moedas em locais próximos, num mes-
mo contexto, há entendimento de ser crime único e crime
O crime se consuma com a simples contrafação ou al- continuado.
teração, sendo indiferente se houve ou não a efetiva intro- Se o agente obtém vantagem econômica indevida, O
dução das moedas falsificadas em circulação; tampouco se ESTELIONATO É ABSORVIDO PELO DELITO DE MOEDA FAL-
exige dano a terceiro. SA, por aplicação do princípio da consunção ou da espe-
A ação penal é pública incondicionada, de compe- cialidade.
tência da Justiça Federal. Como o crime deixa vestígios,
exige-se prova pericial. Competência
É da Justiça Federal, já que afeta a fé pública da União,
Não se admite, predominantemente, a aplicação do ainda que tenha por objeto moeda estrangeira.
princípio da insignificância, sendo irrelevante o número de A competência para processar e julgar esses crimes de
cédulas, seu valor ou o número de pessoas eventualmente moeda falsa é da JF, desde que haja idoneidade, desde que
lesadas. se trate de crime de moeda falsa.
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de Se não houver idoneidade haverá o falso inócuo. A fi-
moeda falsa, pois se trata de delito contra a fé pública, logo gura do falso inócuo, então, é aquela em que a falsificação
não há que falar em desinteresse estatal à sua repressão existiu, mas com as características dela não se apresenta
capaz a iludir um número indeterminado de agentes.
Circulação de Moeda Falsa (art. 289, § 1º)
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta Forma Privilegiada (art. 289, § 2º)
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como
troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação,
moeda falsa. depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
Nesse caso, não se exige que a moeda falsa seja a de seis meses a dois anos, e multa.
curso legal no país, podendo ser moeda estrangeira. Adquirir a moeda falsa sem ter conhecimento do vício
O autor pode ser qualquer pessoa, menos o autor não é crime. Entretanto, o é o fato de colocar novamente
da falsificação. É um tipo subsidiário, podendo o agente em circulação após conhecer da falsidade.
responder por uma destas condutas caso não seja determi- Esse crime somente se consuma com a reintrodução da
nada a autoria da falsificação. moeda à circulação. Logo, é material, admitindo a tentativa.
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Forma Qualificada (art. 289, § 3º) Falsificação e uso de documento falso (art. 304): o uso
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e será absorvido, já que é mero pós fato impunível. Isso, en-
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal tretanto, se o falsário for a mesma pessoa que usa o docu-
de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a mento
fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determi- Causas de Aumento de Pena (art. 297, 13º)
nado em lei; § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o
II - de papel-moeda em quantidade superior à autori- crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
zada. sexta parte.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz
circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. Falsidade de Documento e Sonegação Fiscal
Nos crimes de sonegação fiscal há causas extintivas de
Falsificação de Documento Público (art. 297) punibilidade, assim como também há o entendimento do
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento STF no sentido de que eles são sujeitos a uma condição
público, ou alterar documento público verdadeiro: objetiva de punibilidade, que significa o esgotamento da
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. via administrativa.
São requisitos da falsificação:
Que ela seja idônea: é a falsificação apta a iludir, capaz Falsificação de Documento Particular (art. 298)
de enganar qualquer pessoa normal; para a jurisprudên- Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
cia, a falsificação grosseira não constitui crime, pois não particular ou alterar documento particular verdadeiro:
é capaz de enganar as pessoas em geral. Poderia ser, no Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
máximo, estelionato; O conceito de documento particular é dado por exclu-
Que tenha capacidade de causar prejuízo a alguém: são. Particular é todo documento que não é público. São
Disquete, cd, xerox etc. não são documentos. Docu- exemplos:
mento é toda peça escrita que condensa o pensamento de Cheque devolvido pelo banco: é documento particu-
alguém, capaz de provar um fato ou a realização de um ato lar, pois após devolvido o cheque, não mais poderá ser
de relevância jurídica. transmitido por endosso.
Documento endereçado à autoridade pública: não é
documento público, já que não foi feito por autoridade pú-
Requisitos do Documento Público
blica.
Deve ser elaborado por agente público;
O agente público deve estar no exercício da função,
Falsidade Ideológica (art. 299)
tendo atribuição para tanto;
Art. 299 - Omitir, EM DOCUMENTO PÚBLICO OU
Deve obedecer às formalidades legais exigidas para a
PARTICULAR, declaração que dele devia constar, ou nele
validade do documento.
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
Pode um documento estrangeiro ser considerado pú-
devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
blico? Sim, desde que seja considerado público no país de obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamen-
origem e que satisfaça os requisitos de validade previstos te relevante:
no ordenamento brasileiro. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o do-
cumento é público, e reclusão de um a três anos, e multa,
Documentos Públicos por Equiparação (art. 297, § se o documento é particular.
2º) Trata-se de um crime formal, bastando a possibilidade
Trata-se de documentos particulares que, pela sua im- de dano para ser punível.
portância, foram equiparados pela lei a documento públi- A falsidade ideológica é voltada para a declaração que
co. São eles: compõe o documento, para o conteúdo do que se quer
Documentos emitidos por entidade paraestatal; falsificar. Nela, o documento é formalmente perfeito e
Título ao portador ou transmissível por endosso; falso seu conteúdo intelectual. O agente declara e faz
Livros mercantis; constar no documento algo que sabe não ser verdadeiro.
Testamento particular. Na falsidade material o vício incide sobre a parte exte-
rior do documento, recaindo sobre o elemento físico do pa-
Consumação e Tentativa pel escrito e verdadeiro. O sujeito modifica as características
A consumação ocorre quando realizada a falsificação originais do objeto material por meio de rasuras, borrões,
ou alteração. É um crime formal, bastando o resultado jurí- emendas, substituição de palavras ou letras, números, etc.
dico, sendo perfeitamente possível a tentativa. Na falsidade ideológica (ou pessoa) o vício incide sobre as
declarações que o objeto material deveria possuir, sobre o
Concurso de Crimes conteúdo das ideias. Inexistem rasuras, emendas, omissões
Falsificação de documento público e estelionato: para ou acréscimos. O documento, sob o aspecto material é ver-
o STF, ambos os crimes coexistiriam, mas em concurso for- dadeiro; falsa é a ideia que ele contém. Daí também chamar-
mal. Para o STJ: -se ideal
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Requisitos para a Configuração, Conforme Jurispru- Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se
dência o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Que a declaração tenha valor por si mesma: se a decla- Trata-se de um delito formal e expressamente subsi-
ração tiver de ser investigada pela autoridade pública, não diário.
há crime (v.g., declaração de pobreza falsa). Nesse sentido: Identidade se refere às características que uma pessoa
Que a declaração faça parte do objeto do documento: possui capazes de a individualizarem na sociedade. Está li-
as declarações irrelevantes, como o endereço da testemu- gada intimamente à noção de estado civil.
nha num contrato, não caracterizam o crime A falsidade tem de ser idônea e deve haver relevância
jurídica na imputação falsa, capacidade de causar dano.
Casuísticas O silêncio não pode configurar falsa identidade, já que
Se alguém pega a assinatura de um amigo em uma o crime é comissivo.
folha em branco e preenche como confissão de dívida, pra-
tica o crime de falsidade ideológica; Falsa Identidade e Autodefesa
Pegar uma folha e falsificar a assinatura de outrem é Para concursos de Defensoria Pública, o preso em fla-
falsidade material; grante ou interrogado em juízo que se dá outro nome para
Se, em um B.O., o escrivão inserir fatos que não foram se eximir da condenação simplesmente exerce a autode-
fesa, em seu sentido mais amplo, aplicando-se o brocardo
narrados, haverá falsidade ideológica;
nemo tenetur se detegere.
A cópia sem autenticação não pode ser considerada
Para o MP, evidentemente que não se trata de auto-
documento para fins penais. defesa, já que a conduta do agente é comissiva, tentando
enganar a autoridade pública, se afastando em muito do
Elemento Subjetivo, Consumação e Tentativa simples direito à não autoincriminação
O crime exige o especial fim de prejudicar direito ou
criar obrigação, ou ainda, alterar a verdade sobre fato juri- TÍTULO X
dicamente relevante. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Na MODALIDADE OMISSIVA, consuma-se com a omis- CAPÍTULO I
são e não cabe tentativa. DA MOEDA FALSA
Na comissiva, ocorre quando o agente insere ou faz
terceiro inserir, sendo a tentativa perfeitamente possível. Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moe-
Causa de Aumento de Pena da metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, estrangeiro:
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a fal- Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
sificação ou alteração é de assentamento de registro civil, § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta pró-
aumenta-se a pena de sexta parte. pria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca,
cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda
Uso de Documento Falso (art. 304)
falsa.
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verda-
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: deira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, de-
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. pois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
Trata-se de crime com preceito penal secundário re- seis meses a dois anos, e multa.
metido. § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e
Fazer uso é utilizar documento falso como se verdadei- multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal
ro fosse. O uso deve ser efetivo, não bastando mencionar de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabri-
que possui o documento. Se o agente falsifica e usa docu- cação ou emissão:
mento, há simplesmente progressão criminosa, e o uso se I - de moeda com título ou peso inferior ao determi-
torna um post factum impunível. nado em lei;
Não haverá o crime se o documento for encontrado II - de papel-moeda em quantidade superior à auto-
pela autoridade em revista pessoal do agente; se o docu- rizada.
mento é apresentado mediante solicitação ou exigência da § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz cir-
autoridade policial, há controvérsia. cular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. ou alheio, no exercício de atividade comercial ou indus-
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a trial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº 11.035,
doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário de 2004)
que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava reco- a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a
lhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide controle tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035,
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) de 2004)
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tri-
Petrechos para falsificação de moeda butária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (In-
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso cluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, ins- § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
trumento ou qualquer objeto especialmente destinado à legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
falsificação de moeda: carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de
Emissão de título ao portador sem permissão legal alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, anterior.
ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo
em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a
da pessoa a quem deva ser pago: que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como di-
seis meses a dois anos, ou multa.
nheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do
incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses,
inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou
ou multa.
clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros
logradouros públicos e em residências. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO II
11.035, de 2004)
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLI-
COS
Petrechos de falsificação
Falsificação de papéis públicos Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guar-
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: dar objeto especialmente destinado à falsificação de qual-
I – selo destinado a controle tributário, papel selado quer dos papéis referidos no artigo anterior:
ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecada- Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
ção de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete
II - papel de crédito público que não seja moeda de o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
curso legal; sexta parte.
III - vale postal;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa CAPÍTULO III
econômica ou de outro estabelecimento mantido por enti- DA FALSIDADE DOCUMENTAL
dade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro docu- Falsificação do selo ou sinal público
mento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a de- Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
pósito ou caução por que o poder público seja responsável; I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de União, de Estado ou de Município;
transporte administrada pela União, por Estado ou por Mu- II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito
nicípio: público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela § 1º - Incorre nas mesmas penas:
Lei nº 11.035, de 2004) I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verda-
falsificados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº deiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou
11.035, de 2004) alheio.
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, em- III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de mar-
presta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsifi- cas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utiliza-
cado destinado a controle tributário; (Incluído pela Lei nº dos ou identificadores de órgãos ou entidades da Adminis-
11.035, de 2004) tração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, forne- o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
ce, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio sexta parte.
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Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Re- Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) pena correspondente à violência.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos Abandono de função
cofres públicos: Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Corrupção passiva § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou de fronteira:
aceitar promessa de tal vantagem: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul-
ta. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Exercício funcional ilegalmente antecipado ou pro-
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conse- longado
qüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes
ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la,
infringindo dever funcional. sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exo-
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou nerado, removido, substituído ou suspenso:
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, ce- Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
dendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do
Facilitação de contrabando ou descaminho cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a a revelação:
prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e mul-
se o fato não constitui crime mais grave.
ta. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre
quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Prevaricação
I – permite ou facilita, mediante atribuição, forneci-
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamen-
mento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o
te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa
acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informa-
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. ções ou banco de dados da Administração Pública; (Incluí-
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou do pela Lei nº 9.983, de 2000)
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (In-
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que per- cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
mita a comunicação com outros presos ou com o ambiente § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
externo:(Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (In-
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de res- Violação do sigilo de proposta de concorrência
ponsabilizar subordinado que cometeu infração no exercí- Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrên-
cio do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o cia pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-
fato ao conhecimento da autoridade competente: -lo:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
agente alega ou insinua que a vantagem é também desti- (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
nada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467, § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço,
de 11.6.2002) se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº processo penal, ou em processo civil em que for parte
10467, de 11.6.2002) entidade da administração pública direta ou indireta.(Re-
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estran- dação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
geiro, para os efeitos penais, quem, ainda que transitoria- § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença
mente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata
função pública em entidades estatais ou em representa- ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
ções diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 28.8.2001)
10467, de 11.6.2002) Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qual-
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário públi- quer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tra-
co estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função dutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou
em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução
pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organiza- ou interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
ções públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467, 28.8.2001)
de 11.6.2002) Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Reda-
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
CAPÍTULO III Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova
DA JUSTIÇA destinada a produzir efeito em processo penal ou em pro-
cesso civil em que for parte entidade da administração pú-
Reingresso de estrangeiro expulso blica direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268,
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estran- de 28.8.2001)
geiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de Coação no curso do processo
nova expulsão após o cumprimento da pena. Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o
fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra auto-
Denunciação caluniosa ridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação poli- chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
cial, de processo judicial, instauração de investigação admi- nistrativo, ou em juízo arbitral:
nistrativa, inquérito civil ou ação de improbidade adminis- Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da
trativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe pena correspondente à violência.
inocente:(Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Exercício arbitrário das próprias razões
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para sa-
se serve de anonimato ou de nome suposto. tisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação permite:
é de prática de contravenção. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
além da pena correspondente à violência.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção Parágrafo único - Se não há emprego de violência, so-
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunican- mente se procede mediante queixa.
do-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa
não se ter verificado: própria, que se acha em poder de terceiro por determina-
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. ção judicial ou convenção:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime Fraude processual
inexistente ou praticado por outrem: Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa
ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Falso testemunho ou falsa perícia Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inqué- aplicam-se em dobro.
rito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Autoria Coautoria e Participação forma deve-se analisar cada caso concreto de modo a veri-
ficar a proporção da colaboração. Além disso, se a partici-
Autoria pação for de menor importância, a pena pode ser diminuí-
No concurso é possível o reconhecimento das figuras da de um sexto a um terço, segundo disposição do § 1º do
de autor e partícipe. Então o tema concurso de pessoas artigo supramencionado, e se algum dos concorrentes quis
comporta como espécies, de um lado, a autoria, de ou- participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
tro lado, a participação. Assim, a distinção entre o que é deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese
autoria e o que é participação parte, necessariamente, da de ter sido previsível o resultado mais grave (art. 29, § 2º,
definição do que seria o partícipe. do CP).
Ademais, quando o autor praticar fato atípico ou se
Coautoria não houver antijuridicidade, não há o que se falar em puni-
Na coautoria, há a divisão de trabalho para a prática ção ao partícipe - teoria da acessoriedade limitada.
criminosa. Nessa divisão, cada autor terá o domínio das
funções que lhe foram confiadas pelo grupo, todos com o Requisitos do Concurso de Agentes
intento de atingir a finalidade última, a execução do crime.
Assim, mesmo que seja A quem tenha matado C, B, que Para que haja o concurso, é necessária a presença dos
estava responsável por vigiar a casa para que ninguém evi- seguintes requisitos:
tasse o crime, será coautor. a) Pluralidade de agentes e de condutas: deve haver,
no mínimo, duas pessoas para se caracterizar o concurso.
Participação b) Relevância causal de cada conduta: deve-se anali-
A participação e a cumplicidade são sempre atividades sar se a conduta de cada agente influenciou na prática do
acessórias da autoria. Partícipe e cúmplice são coadjuvan- crime. V.g: A, para matar B, pede emprestada arma a C por
tes, os quais apenas influenciam na prática da infração pe- ter perdido a de sua propriedade. Antes de matar B, porém,
nal. A participação ocorre pelo auxílio psicológico (partici- acha sua arma e a utiliza para o crime. As condutas de C, no
pação moral), seja pelo induzimento, seja pela instigação. caso, foram irrelevantes.
c) Liame subjetivo entre os agentes: deve haver um
Há dois posicionamentos sobre o assunto, embora vínculo subjetivo entre os agentes, uma unidade de de-
ambos dentro da teoria objetiva: sígnios, eles não podem agir de forma independente um
do outro em relação ao resultado, caso contrário, restará
a) teoria formal: de acordo com a teoria formal, autor é descaracterizado o concurso, podendo no máximo existir a
o agente que pratica a figura típica descrita no tipo penal, autoria colateral.
e partícipe é aquele que comete ações não contidas no d) Identidade de infração penal: os esforços dos
tipo, respondendo apenas pelo auxílio que prestou (en- agentes devem ser voltados à prática da mesma infração
tendimento majoritário). Exemplo: o agente que furta os penal. Caso tenham objetivos diferentes, não haverá con-
bens de uma pessoa, incorre nas penas do art. 155 do CP, curso. Excetuam-se aqui as exceções pluralísticas, chama-
enquanto aquele que o aguarda com o carro para ajudá-lo das de desvios subjetivos de conduta.
a fugir, responderá apenas pela colaboração. A falta de um desses requisitos descaracteriza a exis-
tência do concurso de pessoas.
b) teoria normativa: aqui o autor é o agente que, além Desvio Subjetivo de Conduta é o ato de se imputar a
de praticar a figura típica, comanda a ação dos demais agentes que praticaram o crime em concurso enquadra-
(“autor executor” e “autor intelectual”). Já o partícipe é mentos típicos diversos, excluindo-se a teoria monista.
aquele colabora para a prática da conduta delitiva, mas
sem realizar a figura típica descrita, e sem ter controle das Acerca do concurso de pessoas é importante destacar
ações dos demais. Assim, aquele que planeja o delito e que:
aquele que o executa são coautores. - A participação pode ocorrer por omissão por crime
comissivo, assim como por ação em crime omissivo próprio
Sendo assim, de acordo com a opinião majoritária - ou impróprio.
teoria formal, o executor de reserva é apenas partícipe, ou - É possível a coautoria em delitos culposos; porém,
seja, se João atira em Pedro e o mata, e logo após Mario não é possível a participação.
também desfere tiros em Pedro, Mario (executor de reser- - Impossível a participação dolosa em crime culposo,
va) responderá apenas pela participação, pois não praticou apesar de ser possível a coautoria.
a conduta matar, já que atirou em um cadáver. Ressalta-se,
porém, que o juiz poderá aplicar penas iguais para autor
e partícipe, e até mesmo pena mais gravosa a este último,
quando, por exemplo, for o mentor do crime.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Dita o Código Penal: (B) se, no crime de roubo, em razão da violência em-
pregada pelo agente, a vítima sofreu lesões corporais leves,
(...) a pena aumenta-se de um terço.
(C) se configura o crime de receptação mesmo se a coi-
TÍTULO IV sa tiver sido adquirida pelo agente sabendo ser produto de
DO CONCURSO DE PESSOAS crime não classificado como de natureza patrimonial.
(D) não comete infração penal quem se apropria de
Regras comuns às penas privativas de liberdade coisa alheia vinda a seu poder por erro, caso fortuito ou
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o força da natureza.
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua (E) o corte e a subtração de eucaliptos de propriedade
culpabilidade. alheia não configura, em tese, o crime de furto por não se
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a tratar de bem móvel.
pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de 04. (PC-SP - Investigador de Polícia - 2014 - VU-
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa NESP) Nos termos do Código Penal, assinale a alternativa
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido que contenha apenas crimes contra o patrimônio.
(A) Homicídio; estelionato; extorsão
previsível o resultado mais grave.
(B) Estelionato; furto; roubo.
(C) Dano; estupro; homicídio
QUESTÕES
(D) Furto; roubo; lesão corporal.
(E) Extorsão; lesão corporal; dano.
01. (DPE/MA - Defensor Público – 2015 - FCC) A
proscrição de penas cruéis e infamantes, a proibição de 05. (PC-TO - Delegado de Polícia – 2014 - Aroeira)
tortura e maus-tratos nos interrogatórios policiais e a obri- É crime contra o patrimônio, em que somente se procede
gação imposta ao Estado de dotar sua infraestrutura carce- mediante representação,
rária de meios e recursos que impeçam a degradação e a (A) o furto de coisa comum.
dessocialização dos condenados são desdobramentos do (B) a alteração de limites.
princípio da (C) o dano simples.
(A) proporcionalidade. (D) a fraude à execução.
(B) intervenção mínima do Estado.
(C) fragmentariedade do Direito Penal. 06. (CAIP-IMES - Câmara Municipal de São Caetano
(D) humanidade. do Sul – SP - Procurador – CAIP – 2014 - IMES) A res-
(E) adequação social. peito do concurso de agentes (ou de pessoas), assinale a
alternativa correta.
02. (DPE/MA - Defensor Público – 2015 - FCC) Para (A) Se a participação for de menor importância, a pena
o Direito Penal no Estado Social e Democrático de Direito, pode ser diminuída de um sexto até metade.
modelo de atuação do poder previsto na Constituição Fe- (B) Se algum dos concorrentes quis participar de crime
deral, é correto afirmar que menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
(A) o poder do Estado é ilimitado e os direitos funda- será aumentada em até um terço, na hipótese de ter sido
mentais têm concretização discricionária. previsível o resultado mais grave
(B) o poder do Estado é limitado pelo princípio da le- (C) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime
galidade e, aos cidadãos, está assegurada a plena garantia incide nas penas a este cominadas, na medida de sua cul-
e juridicidade dos direitos fundamentais. pabilidade.
(C) o poder do Estado é limitado pela legalidade for- (D) Se algum dos concorrentes quis participar de crime
mal, mas não exerce a posição de garante dos direitos fun- mais grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será
aumentada até o triplo, na hipótese de ter sido previsível o
damentais muito embora haja sua juridicidade.
resultado almejado.
(D) o poder do Estado é ilimitado e os direitos funda-
mentais têm natureza cogente.
07. (UFES - Assistente em Administração – 2012 -
(E) o poder do Estado é limitado pelo princípio da le-
UFES) São crimes contra a Administração Pública, EXCETO:
galidade e os direitos fundamentais têm efetividade con- (A) Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de in-
dicionada. formações ou programa de informática sem autorização ou
solicitação de autoridade competente.
03. (TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Informá- (B) Constranger alguém, mediante violência ou grave
tica (+ provas) - 2014 - FCC) ameaça, a exercer, ou não exercer, arte, ofício, profissão ou
No que concerne aos crimes contra o patrimônio, indústria, ou a trabalhar, ou não trabalhar, durante certo
(A) se o agente obteve vantagem ilícita, em prejuízo período, ou em determinados dias.
da vítima, mediante fraude, responderá pelo delito de ex- (C) Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
torsão. no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
(D) Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, va- 12. (DPE/PB - Defensor Público – 2014 - FCC) O Esta-
lor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de tuto do Idoso define o idoso como aquele com idade igual
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em pro- ou superior a
veito próprio ou alheio. (A) 60 (sessenta) anos, garantindo a ele todos os direi-
(E) Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de tos previstos no respectivo diploma legal.
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutili- (B) 65 (sessenta e cinco) anos, garantindo a ele todos
zá-lo, total ou parcialmente. os direitos previstos no respectivo diploma legal.
(C) 70 (setenta) anos, garantindo a ele todos os direitos
08. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Informá- previstos no respectivo diploma legal.
tica (+ provas) -2016- FCC A respeito dos Crimes contra a (D) 60 (sessenta) anos, mas estabelecendo idades e cir-
Administração pública, cunstâncias diferenciadas para o exercício pleno de todos
(A) o crime de resistência não se configura se a oposi- os direitos previstos no respectivo diploma legal.
ção do agente, mediante violência ou grave ameaça, não (E) 65 (sessenta e cinco) anos, mas estabelecendo ida-
obstar a execução do ato legal do funcionário público. des e circunstâncias diferenciadas para o exercício pleno
(B) o não atendimento a ordem ilegal de funcionário de todos os direitos previstos no respectivo diploma legal.
público caracteriza o crime de desobediência.
(C) no crime de denunciação caluniosa, o uso do ano- 13. (DPE/AM - Defensor Público – 2013 - FCC) O
nimato agrava a pena a ser aplicada. Estatuto do Idoso define a violência contra o idoso como
(D) quem esconde em sua residência autor de crime de sendo
roubo para evitar a sua prisão em flagrante comete o crime (A) o atentado contra a pessoa do idoso, nos termos
de favorecimento real. da lei penal.
(E) o empréstimo de sacola para permitir o transporte (B) a prática dos crimes contra a vida, de lesões corpo-
e ocultação de objetos furtados por outrem configura o rais, de periclitação da vida e da saúde e contra a liberdade
crime de favorecimento pessoal. individual do idoso.
(C) o crime que envolver violência doméstica e familiar
09. (TJ-PB - Juiz Substituto – 2015 - CESPE) Constitui contra o idoso.
causa de aumento de pena o fato de o crime de incêndio (D) o atentado contra os direitos fundamentais do ido-
ser praticado so.
(A) mediante utilização de explosivos. (E) a ação ou omissão praticada em local público ou
(B) em situação de violência doméstica ou familiar con- privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou
tra a mulher psicológico.
(C) em estaleiro, fábrica ou oficina.
(D) em canteiro de obras em área de grande densidade 14. (TJ/RJ - Comissário da Infância e da Juventude
demográfica e populacional. – 2012 - FCC) Segundo prevê o Estatuto do Idoso, é obri-
(E) por motivo fútil ou torpe. gação da entidade de atendimento ao idoso
(A) comunicar ao juiz as situações de abandono moral
10. (TJ/SP - Juiz – 2014- VUNESP) Assinale a opção ou material por parte dos familiares.
verdadeira. No Direito brasileiro posto, é elemento do tipo (B) celebrar contrato escrito ou verbal de prestação de
penal da Associação Criminosa: serviço com o idoso.
(A) Voltar-se à prática de delitos cuja pena máxima su- (C) elaborar e remeter ao Ministério Público plano in-
pera cinco anos. dividual de atendimento para cada caso com vistas à rein-
(B) Possuir ao menos três pessoas. tegração familiar.
(C) Estruturação hierarquizada, com divisão de tarefas (D) administrar os rendimentos financeiros de seus
entre os seus membros. usuários.
(D) Possuir ao menos quatro pessoas. (E) proporcionar cuidados à saúde, conforme a neces-
sidade do idoso.
11. (PM/DF - Soldado da Polícia Militar – Comba-
tente – 2013 –FUNIVERSA) De acordo com a Lei das Con- RESPOSTAS
travenções Penais (Decreto-Lei n.º 3.688/1941), a tentativa
de contravenção do jogo do bicho 01. D.
(A) possui como penas principais a prisão simples e a O princípio da humanidade relaciona-se com os direi-
multa. tos humanos, garantindo a dignidade da pessoa. O direito
(B) possibilita a aplicação do sursis, desde que o con- penal tem que ser humanitário quando aplica suas penas.
traventor preencha as condições legais. Assim, este princípio determina a inconstitucionalidade de
(C) não enseja o perdão judicial, ainda que haja igno- qualquer pena ou consequência do delito que crie uma de-
rância ou errada compreensão da lei pelo contraventor. ficiência física (morte, amputação, castração ou esteriliza-
(D) é apurável mediante ação pública condicionada. ção, intervenção neurológica etc.), como também qualquer
(E) não é punida. consequência jurídica inapagável do delito.
37
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
05. A. 10. B.
Furto de coisa comum Código Penal:
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, Artigo 288: Associação Criminosa: Associarem-se 3
para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
coisa comum: crimes.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou
multa. 11. E.
§ 1º - Somente se procede mediante representação. Nos termos do que dispõe o artigo 4º da Lei de Contra-
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fun- venções Penais, não é punível a tentativa de contravenção.
gível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o
agente. 12. D.
Embora o direito de punir continue sendo estatal, a ini- A resposta correta é a alternativa “D”, pois está de acor-
ciativa se transfere ao ofendido quando os delitos atingem do com o artigo 1º, do Estatuto do Idoso:
sua intimidade, de forma que pode optar por não levar a Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a re-
questão a juízo, assim a legitimidade ativa é do próprio gular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
particular ofendido. superior a 60 (sessenta) anos.
06. C. 13. E.
Código Penal: De acordo com o artigo 19, §1º do Estatuto do Idoso,
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o considera-se violência contra o idoso:
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua Art. 19. (...)
culpabilidade § 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência
contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em lo-
07. B. cal público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofri-
Constrangimento ilegal, Código Penal: mento físico ou psicológico.
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou (...)
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qual-
quer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o 14. E.
que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. De acordo com o artigo 50, inciso VIII, do Estatuto do
Idoso:
08. C. Art. 50. Constituem obrigações das entidades de aten-
Código Penal: dimento:
Denunciação caluniosa (...)
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação poli- VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a ne-
cial, de processo judicial, instauração de investigação admi- cessidade do idoso;
nistrativa, inquérito civil ou ação de improbidade adminis- (...)
38
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
A Polícia ostensiva ou de segurança (Polícia Militar) As peças inaugurais do inquérito policial são a Por-
tem por função evitar a ocorrência de crimes. Já a Po- taria (Ato de ofício do delegado, onde ele irá instaurar o
lícia Judiciária (Civil e Federal) se incumbe se investigar inquérito), o Auto de prisão em flagrante (Ato pelo qual
a ocorrência de infrações penais. Desta forma, a Polícia o delegado formaliza a prisão em flagrante), o Requeri-
Judiciária, na forma de seus delegados é responsável por mento do ofendido ou de seu representante legal (Quan-
presidir o Inquérito Policial. do a vítima ou outra pessoa do povo requer, no caso de
Entretanto, conforme o artigo 4º do Código de Pro- Ação Penal de Iniciativa Privada), a Requisição do Minis-
cesso Penal Brasileiro, em seu parágrafo único, outras tério Público ou do Juiz.
autoridades também poderão presidir o inquérito, como
No IP a decretação de incomunicabilidade (máximo
nos casos de Comissões Parlamentares de Inquérito
de três dias) é exclusiva do juiz, a autoridade policial não
(CPI’s), Inquéritos Policiais Militares (IPM’s) e investiga-
poderá determiná-la de ofício. Entretanto, o advogado
dores particulares. Este último exemplo é aceito pela ju-
poderá comunicar-se com o preso, conforme dispõe o
risprudência, desde que respeite as garantias constitucio- artigo 21 do Código de Processo Penal, em seu parágrafo
nais e não utilize provas ilícitas. único.
A atribuição para presidir o inquérito se dá em fun- Concluídas as investigações, a autoridade policial en-
ção da competência ratione loci, ou seja, em razão do caminha o ofício ao juiz, desta forma, depois de saneado
lugar onde se consumou o crime. Desta forma, ocorrerá o juiz o envia ao promotor, que por sua vez oferece a
a investigação onde ocorreu o crime. A atribuição do de- denúncia ou pede arquivamento.
1
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
O prazo para a conclusão do inquérito, conforme o imposição legal. O delegado responderia pelo crime de
artigo 10 caput e § 3º do Código de Processo Penal, será prevaricação (art. 319 do Código Penal), segundo a dou-
de dez dias se o réu estiver preso, e de trinta dias se esti- trina majoritária.
ver solto. Entretanto, se o réu estiver solto, o prazo pode-
rá ser prorrogado se o delegado encaminhar seu pedido Procedimento sigiloso:
ao juiz, e este para o Ministério Público.
O inquérito policial tem o sigilo natural como carac-
Na Polícia Federal, o prazo é de quinze dias se o in- terística em razão de duas finalidades: 1) Eficiência das
diciado estiver preso (prorrogável por mais quinze). Nos investigações; 2) Resguardar imagem do investigado. O
crimes de tráfico ilícito de entorpecentes o prazo é de sigilo é intrínseco ao IP, diferente da ação penal, uma vez
trinta dias se o réu estiver preso e noventa dias se estiver que não é necessária a declaração de sigilo no inquérito.
solto, esse prazo é prorrogável por igual período, confor- Apesar de sigiloso, deve-se considerar a relativização do
me disposição da Lei 11.343 de 2006. mesmo, uma vez que alguns profissionais possuem aces-
so ao mesmo, como é o exemplo do juiz, do promotor
O arquivamento do inquérito consiste da paralisação de justiça e do advogado do ofendido, vide Estatuto da
das investigações pela ausência de justa causa (mate- OAB, lei 8.906/94, art. 7º, XIX. O advogado tem o direito
rialidade e indícios de autoria), por atipicidade ou pela de consultar os autos dos IP, ainda que sem procuração
extinção da punibilidade. Este deverá ser realizado pelo para tal.
Ministério Público. O juiz não poderá determinar de ofí-
cio, o arquivamento do inquérito, sem a manifestação do Procedimento escrito:
Ministério Público
Os elementos informativos produzidos oralmente
O desarquivamento consiste na retomada das inves- devem ser reduzidos a termo. O termo “eventualmente
tigações paralisadas, pelo surgimento de uma nova pro- datilografado” deve ser considerado, através de uma in-
va.
terpretação analógica, como “digitado”. A partir de 2009,
a lei 11.900/09 passou a autorizar a documentação e
Procedimento inquisitivo:
captação de elementos informativos produzidos através
de som e imagem (através de dispositivos de armazena-
Todas as funções estão concentradas na mão de úni-
mento).
ca pessoa, o delegado de polícia.
Recordando sobre sistemas processuais, suas moda-
Indisponível:
lidades são: inquisitivo, acusatório e misto. O inquisitivo
possui funções concentradas nas mãos de uma pessoa.
O juiz exerce todas as funções dentro do processo. No A autoridade policial não pode arquivar o inquérito
acusatório puro, as funções são muito bem definidas. O policial. O delegado pode sugerir o arquivamento, en-
juiz não busca provas. O Brasil adota o sistema acusató- quanto o MP pede o arquivamento. O sistema presiden-
rio não ortodoxo. No sistema misto: existe uma fase in- cialista é o que vigora para o trâmite do IP, ou seja, deve
vestigatória, presidida por autoridade policial e uma fase passar pelo magistrado.
judicial, presidida pelo juiz inquisidor.
Importante ilustrar que poderá o delegado deixar de
Discricionariedade: instaurar o inquérito nas seguintes hipóteses:
Existe uma margem de atuação do delegado que 1) se o fato for atípico (atipicidade material);
atuará de acordo com sua conveniência e oportunida- 2) não ocorrência do fato;
de. A materialização dessa discricionariedade se dá, por 3) se estiverem presentes causas de extinção de pu-
exemplo, no indeferimento de requerimentos. O art. 6º nibilidade, como no caso da prescrição.
do Código de Processo Penal, apesar de trazer diligên- Contudo o delegado não poderá invocar o princípio
cias, não retira a discricionariedade do delegado. Diante da insignificância com o objetivo de deixar de lavrar o
da situação apresentada, poderia o delegado indeferir auto de prisão em flagrante ou de instaurar inquérito po-
quaisquer diligências? A resposta é não, pois há exceção. licial. No que tange à excludente de ilicitude, a doutrina
Não cabe ao delegado de polícia indeferir a realização do majoritária entende que o delegado deve instaurar o in-
exame de corpo de delito, uma vez que o ordenamento quérito e ratificar o auto de prisão em flagrante, uma vez
jurídico veda tal prática. Caso o delegado opte por inde- que a função da autoridade policial é subsunção do fato
ferir o exame, duas serão as possíveis saídas: a primei- à norma.
ra, requisitar ao Ministério Público. A segunda, segundo
Tourinho Filho, recorrer ao Chefe de Polícia (analogia ao Dispensável:
art. 5º, §2º, CPP). Outra importante observação: O fato de Dita o art. 12 do CPP:
o MP e juiz realizarem requisição de diligências mitigaria
a discricionariedade do delegado? Não, pois a requisição Art. 12 - O inquérito policial acompanhará a denúncia
no processo penal é tratada como ordem, ou seja, uma ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
duplicados. Com relação aos crimes contra a economia Justiça apressada e talvez, equivocada. O erro faz parte
popular (lei 1.521/51, art. 10, §1º), o prazo para conclusão da essência humana e nem mesmo a autoridade policial,
do IP é de 10 dias, independente se o acusado estiver por mais competente que seja, está isenta de equívocos
preso ou solto. e falsos juízos. Delegados e advogados devem trabalhar
em prol de um bom comum, qual seja, a efetivação da
MEIOS DE AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO justiça. Imprescindível a participação do advogado, den-
tro dos limites estabelecidos pela lei, na participação da
1) Primeiramente, oferecer denúncia, caso haja justa defesa de seu cliente. Diante disso, é de imensa impor-
causa. Em regra, o procedimento é o ordinário. (Sumário: tância que o inquérito policial seja desenvolvido sob a
cabe Recurso em sentido estrito, vide art. 581, I, CPP). égide constitucional, respeitando os direitos, garantias
Do recebimento da denúncia, cabe habeas corpus. Da re- fundamentais do acusado e, principalmente, o princípio
jeição da denúncia no procedimento sumaríssimo, cabe da dignidade da pessoa humana, norteador do ordena-
apelação. (JESPCRIM, prazo de 10 dias); mento jurídico brasileiro.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
III - colher todas as provas que servirem para o escla- § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso
recimento do fato e suas circunstâncias; de bem e fielmente desempenhar o encargo. (Redação
IV - ouvir o ofendido; dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assis-
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste tente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acu-
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas sado a formulação de quesitos e indicação de assistente
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admis-
e a acareações; são pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo pro- § 5o Durante o curso do processo judicial, é per-
cesso datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos mitido às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº
sua folha de antecedentes; 11.690, de 2008)
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem
ponto de vista individual, familiar e social, sua condição a prova ou para responderem a quesitos, desde que o
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois mandado de intimação e os quesitos ou questões a se-
do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos rem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência
que contribuírem para a apreciação do seu temperamen- mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respos-
to e caráter. tas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690,
X - colher informações sobre a existência de filhos, de 2008)
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o II – indicar assistentes técnicos que poderão apre-
nome e o contato de eventual responsável pelos cuida- sentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser
dos dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
Lei nº 13.257, de 2016) 2008)
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material
probatório que serviu de base à perícia será disponibili-
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a in-
zado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre
fração sido praticada de determinado modo, a autorida-
sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame
de policial poderá proceder à reprodução simulada dos
pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conserva-
fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a
ção. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
ordem pública.
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja
mais de uma área de conhecimento especializado, po-
der-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial,
e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído
DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS
pela Lei nº 11.690, de 2008)
PERÍCIAS EM GERAL: ARTIGOS
158 A 184. Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
descreverão minuciosamente o que examinarem, e res-
ponderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela
Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
CAPÍTULO II Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorro-
GERAL gado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será in-
dispensável o exame de corpo de delito, direto ou indire- Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito
to, não podendo supri-lo a confissão do acusado. em qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas
serão realizados por perito oficial, portador de diploma depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes da-
2008) quele prazo, o que declararão no auto.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bas-
por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de tará o simples exame externo do cadáver, quando não
curso superior preferencialmente na área específica, den- houver infração penal que apurar, ou quando as lesões
tre as que tiverem habilitação técnica relacionada com externas permitirem precisar a causa da morte e não
a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, houver necessidade de exame interno para a verificação
de 2008) de alguma circunstância relevante.
5
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavé- Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as
rico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório,
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se as consequências dessas alterações na dinâmica dos fa-
lavrará auto circunstanciado. tos. (Incluído pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O administrador de cemitério públi-
co ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guar-
de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem darão material suficiente para a eventualidade de nova
indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lu- perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustra-
gar não destinado a inumações, a autoridade procederá dos com provas fotográficas, ou microfotográficas, dese-
às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto. nhos ou esquemas.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou
na posição em que forem encontrados, bem como, na rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por
meio de escalada, os peritos, além de descrever os ves-
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
tígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e
deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei nº
em que época presumem ter sido o fato praticado.
8.862, de 28.3.1994)
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avalia-
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no ção de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam
cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo produto do crime.
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os
devidamente rubricados. peritos procederão à avaliação por meio dos elementos
existentes nos autos e dos que resultarem de diligências.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do ca-
dáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição con- a causa e o lugar em que houver começado, o perigo
gênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
auto de reconhecimento e de identidade, no qual se des- alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais cir-
creverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. cunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecada-
dos e autenticados todos os objetos encontrados, que Art. 174. No exame para o reconhecimento de escri-
possam ser úteis para a identificação do cadáver. tos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de escrito será intimada para o ato, se for encontrada;
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova II - para a comparação, poderão servir quaisquer
testemunhal poderá suprir-lhe a falta. documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem
sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primei- sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
ro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a III - a autoridade, quando necessário, requisitará,
exame complementar por determinação da autoridade para o exame, os documentos que existirem em arquivos
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Mi- ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a dili-
gência, se daí não puderem ser retirados;
nistério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu
IV - quando não houver escritos para a comparação
defensor.
ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará
§ 1o No exame complementar, os peritos terão pre-
que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver au-
sente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a
sente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência
deficiência ou retificá-lo. poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação palavras que a pessoa será intimada a escrever.
do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser
feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos em-
data do crime. pregados para a prática da infração, a fim de se Ihes veri-
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser su- ficar a natureza e a eficiência.
prida pela prova testemunhal.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde hou- quesitos até o ato da diligência.
ver sido praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coi- Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos
sas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucida- caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação
tivos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973) poderá ser feita pelo juiz deprecante.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes se- Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o
rão transcritos na precatória. fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qual-
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisita- quer deles;
do pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,
ao processo o laudo assinado pelos peritos. estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre
cujo caráter criminoso haja controvérsia;
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavra- III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo,
rá o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se
ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda
presente ao exame, também pela autoridade.
ou responder a processo que tenha de ser julgado por
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo úni-
qualquer das partes;
co, o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito
e rubricado em suas folhas por todos os peritos. IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, se- qualquer das partes;
rão consignadas no auto do exame as declarações e res- Vl - se for sócio, acionista ou administrador de socie-
postas de um e de outro, ou cada um redigirá separada- dade interessada no processo.
mente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro;
se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente
proceder a novo exame por outros peritos. de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do
casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento
ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o
autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, com- padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for
plementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei parte no processo.
nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também orde- Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem
nar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propó-
julgar conveniente.
sito der motivo para criá-la.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, DOS PERITOS E INTÉRPRETES: ARTIGOS 275
observar-se-á o disposto no art. 19. A 281.
7
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, 03. (MPE-SC - Promotor de Justiça – 2013 - MPE
sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua -SC) No procedimento relativo aos processos de com-
condução. petência do Tribunal do Júri, apresentada a defesa, o juiz
ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preli-
Art. 279. Não poderão ser peritos: minares e documentos, em 10 (dez) dias.
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direi- ( ) Certo ( ) Errado
to mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
II - os que tiverem prestado depoimento no 04. (MPDFT - Promotor de Justiça – 2013 - MP-
processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da DFT) Sobre o Tribunal do Júri, é INCORRETO afirmar:
perícia; (A) Seu procedimento desdobra-se em juízo da acu-
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. sação, que analisa a admissibilidade da pretensão pu-
nitiva, e juízo da causa, que diz respeito ao mérito da
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for apli- acusação.
cável, o disposto sobre suspeição dos juízes. (B) Se o acusado houver permanecido preso durante
a instrução criminal, a pronúncia do juiz importará em
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, automática manutenção da cautela extrema, sendo, por
equiparados aos peritos. outro lado, necessária a motivação do decreto de prisão
na hipótese de o pronunciado encontrar-se solto.
(C) A decisão de impronúncia não faz coisa julgada
QUESTÕES formal e material.
(D) Se o advogado do acusado, regularmente intima-
01. (TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente - Área do, não comparecer à sessão de julgamento, e não hou-
Judiciária – 2015 - FGV) Durante os debates orais no ver escusa legítima, o julgamento será adiado uma única
Tribunal do Júri: vez, cabendo ao juiz-presidente intimar a Defensoria Pú-
blica para o novo julgamento.
(A) se houver mais de um acusador, caberá ao juiz
(E) Nos termos da lei, o sistema de colheita de depoi-
disciplinar a divisão do tempo, independentemente da
mentos em plenário é, para as partes, o do exame direto
combinação entre eles;
e cruzado, ao passo que, para os jurados, o sistema é o
(B) havendo mais de um acusado, o tempo para acu-
indireto, ou presidencialista.
sação não sofrerá acréscimo algum;
(C) se houver mais de um defensor, caberá ao juiz
05. (DPE-MA - Defensor Público - Ano: 2015 - FCC)
disciplinar a divisão do tempo, independentemente da
O inquérito policial
combinação entre eles;
(A) após seu arquivamento, poderá ser desarquivado
(D) o assistente de acusação também deve ser con-
a qualquer momento para possibilitar novas investiga-
sultado se deseja ou não fazer uso da réplica; ções, desde que haja concordância do Ministério Público.
(E) os apartes deverão ser coibidos pelo Juiz Presi- (B) em curso poderá ser avocado por superior por
dente, já que não regulamentados por lei. motivo de interesse público.
(C) poderá ser instaurado por requisição judicial, a
02. (TJ-CE - Analista Judiciário - Execução de Man- depender da análise de conveniência e oportunidade do
dados - 2014 – CESPE) delegado de polícia.
(A) Não há previsão de recurso acerca da admissibili- (D) nos casos de ação penal privada e ação penal pú-
dade ou não do desaforamento, admitindo-se a possibi- blica condicionada poderá ser instaurado mesmo sem a
lidade de impetração de mandado de segurança. representação da vítima ou seu representante legal, des-
(B) Se um secretário de Estado, com foro por prerro- de que se trate de crime hediondo.
gativa de função estabelecido pela Constituição estadual, (E) independentemente do crime investigado deverá
cometer um crime doloso contra a vida, ele terá de ser ser impreterivelmente concluído no prazo de 30 dias se o
julgado pelo tribunal do júri. investigado estiver solto.
(C) A audiência da defesa é prescindível para o desa-
foramento de processo da competência do tribunal júri. 06. (PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1ª Classe
(D) O desaforamento pode ocorrer na pendência de – 2015 - VUNESP) A Lei nº 7.960/89 estabelece, em seu
recurso contra a decisão de pronúncia, de tal modo que art. 1º, inciso III, o rol de crimes para os quais é cabível a
o pronunciamento pela instância superior dar-se-á após decretação da prisão temporária quando imprescindível
a remessa dos autos para a outra jurisdição. para as investigações do inquérito policial. Esse rol inclui
(E) O desaforamento não pode ser decretado sim- (A) o crime de assédio sexual.
plesmente para se assegurar a segurança pessoal do réu, (B) o crime de receptação qualificada.
sendo imprescindível que exista dúvida sobre a impar- (C) o crime de estelionato.
cialidade do júri ou que o interesse da ordem pública o (D) o crime de furto qualificado.
reclame. (E) os crimes contra o sistema financeiro.
8
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
07. (MPE-SE - Analista – Direito - 2013 - FCC) Em (E) ao ter conhecimento da infração penal, deverá
relação ao inquérito policial, proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e provi-
(A) o ofendido, ou seu representante legal, e o in- denciar a realização de acareações.
diciado poderão requerer qualquer diligência, que será
realizada, ou não, a juízo da autoridade. 11. (SEDS-TO - Analista Socioeducador – Direito
(B) nos crimes de ação penal de iniciativa pública, so- - 2014 - FUNCAB) Considerando os temas inquérito po-
mente pode ser iniciado de ofício. licial e ação penal, assinale a alternativa correta.
(C) a autoridade policial poderá mandar arquivar os (A) A autoridade policial não poderá mandar arquivar
autos de inquérito policial em caso de evidente atipicida- autos de inquérito.
de da conduta investigada. (B) O inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias,
(D) se o indiciado estiver preso em flagrante, o inqué- se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
rito policial deverá terminar no prazo máximo de cinco preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,
dias, salvo disposição em contrário. a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
(E) é indispensável à propositura da ação penal de (C) O Ministério Público poderá desistir da ação pe-
iniciativa pública. nal.
(D) O prazo para oferecimento da denúncia, estando
08. (MPE-SP - Analista de Promotoria - 2015 – VU- o réu preso, será de 30 dias, contado da data em que o
NESP) A prisão em flagrante, cautelar, realiza-se órgão do Ministério Público receber os autos do inqué-
(A) sem necessidade de avaliação posterior por au- rito policial.
toridade judiciária, porque pode ser relaxada, a qualquer
tempo, pela autoridade policial. 12. (PC-SP - Investigador de Polícia – 2014 - VU-
(B) diante de aparente tipicidade (fumus boni juris), NESP) A prisão preventiva
mas confirmados ilicitude e culpabilidade. (A) é decretada pelo juiz.
(C) no momento em que está ocorrendo ou termina (B) somente poderá ser decretada como garantia da
ordem pública.
de ocorrer o crime.
(C) não poderá ser revogada pelo juiz.
(D) mediante expedição de mandado de prisão pela
(D) poderá ser decretada pelo delegado de polícia.
autoridade judiciária.
(E) é admitida para qualquer crime ou contravenção.
(E) única e tão somente pela polícia judiciária.
13. (PC-GO - Delegado de Polícia – 2013 - UEG)
09. (PC-SP -Investigador de Polícia – 2014 - VU-
Sobre a prisão em flagrante, tem-se o seguinte:
NESP) O inquérito policial
(A) o auto de prisão em flagrante deverá ser lavrado
(A) somente será instaurado por determinação do
pela autoridade do local do crime onde foi efetivada a
juiz competente.
captura, sob pena de nulidade absoluta.
(B) pode ser arquivado por determinação da Autori- (B) em até 24 (vinte e quatro) horas da realização da
dade Policial. prisão, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota
(C) estando o indiciado solto, deverá ser concluído no de culpa, assinada pelo juiz, sendo que a errônea capitu-
máximo em 10 dias. lação dos fatos no mencionado documento gera nulida-
(D) nos crimes de ação pública poderá ser iniciado de do flagrante.
de ofício. (C) o reconhecimento da nulidade do auto de prisão
(E) não poderá ser iniciado por requisição do Minis- em flagrante atinge unicamente o seu valor como ins-
tério Público. trumento de coação cautelar, não tendo repercussão no
processo-crime.
10. (TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Re- (D) a falta de comunicação, no prazo legal, da prisão
gistros – Provimento - 2014 - CESPE) No curso da tra- em flagrante à autoridade judiciária nulifica-a, devendo o
mitação do inquérito policial, o delegado de polícia, magistrado, após oitiva do Ministério Público, determinar
(A) nos crimes em que a pena máxima cominada não seu imediato relaxamento.
extrapole oito anos de reclusão, poderá conceder liber-
dade provisória, independentemente de fiança. 14. (TJ-RO – Juiz - 2011 - PUC-PR) O flagrante pre-
(B) independentemente de pronunciamento do juiz sumido consiste na prisão do agente que:
competente, deverá proceder à instauração de incidente (A) É encontrado logo depois do fato, com instru-
de insanidade mental do indiciado, desde que este apre- mentos, armas ou objetos que estejam relacionados com
sente indícios dessa insanidade. o fato.
(C) a requerimento de qualquer pessoa, poderá de- (B) É surpreendido na prática efetiva do crime.
ferir a interceptação das comunicações telefônicas de (C) É surpreendido logo depois do fato.
indiciado. (D) É perseguido e encontrado logo depois do fato.
(D) quando verificada a inexistência de indícios de (E) É preso logo após o fato e reconhecido por tes-
autoria, deverá arquivar os autos do inquérito policial. temunhas.
9
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
RESPOSTAS: (...)
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de
1. D. 16 de junho de 1986).
A Alternativa D está CORRETA: Consoante Código
Processual Penal: 07. A.
Código Processual Penal:
Art. 476, § 1º “O assistente falará depois do Ministério
Público”, do mesmo modo deverá ser consultado quando Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
à réplica. indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será
realizada, ou não, a juízo da autoridade.
02. B.
Súmula 721 STF: A competência constitucional do 08. C.
Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa Código Processual Penal:
de função estabelecido exclusivamente pela Constituição
estadual. Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
03. Errado. II - acaba de cometê-la;
Código Processual Penal: III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Minis- presumir ser autor da infração;
tério Público ou o querelante sobre preliminares e docu-
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, ar-
mentos, em 5 (cinco) dias.
mas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
da infração.
04. B.
A Alternativa B está incorreta, pois a decisão precisa
ser motivada.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o
Senão vejamos:
agente em flagrante delito enquanto não cessar a per-
Código Processual Penal:
manência.
Art. 413, § 3º. O juiz decidirá, motivadamente, no
09. D.
caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão
ou medida restritiva de liberdade anteriormente decreta- A) ERRADA: O IP pode ser instaurado por diversas
da e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade formas (de ofício, por requisição do MP, etc.).
da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das B) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá
medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. mandar arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do
CPP.
05. B. C) ERRADA: Estando o indiciado solto o prazo para a
De acordo com a Lei n. 12.830/13 conclusão do IP é de 30 dias, prorrogáveis.
D) CORRETA: Item correto, pois nos crimes de ação
Art. 2. penal pública o IP pode ser instaurado de ofício, ainda
(...) que seja necessário, no caso de crimede ação penal pú-
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento pre- blica condicionada à representação, que a autoridade já
visto em lei em curso somente poderá ser avocado ou re- disponha de manifestação inequívoca da vítima (repre-
distribuído por superior hierárquico, mediante despacho sentação) no sentido de que deseja a persecução penal.
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas e) ERRADA: Item errado, pois o IP pode ser instaura-
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos do por requisição do MP.
em regulamento da corporação que prejudique a eficácia
da investigação. 10. E.
CPP -
06. E. Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da
De acordo com a Legislação: infração penal, a autoridade policial deverá:
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas
Art. 1° Caberá prisão temporária: e a acareações;
(...)
III - quando houver fundadas razões, de acordo com 11. A.
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria Dispõe o artigo 17 do CPP: A autoridade policial não
ou participação do indiciado nos seguintes crimes: poderá mandar arquivar autos de inquérito.
10
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
11
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
3. (Polícia Militar/GO - Soldado - UEG/2013) No siste- A publicidade é uma garantia para o indivíduo e para
ma acusatório, a sociedade decorrente do próprio princípio democrático.
A) um único órgão de jurisdição preside a fase de in- O princípio da publicidade dos atos processuais, profunda-
vestigação, acusação e julgamento do processo. mente ligado à humanização do processo penal, contrapõe-
B) o acusado é mero objeto do processo, não lhe sendo se ao procedimento secreto, característica do sistema inqui-
garantidos direitos. sitório. É ele regra em nosso direito e foi elevado a categoria
C) as partes se encontram em igualdade de posições constitucional pelo artigo 5º, LX, da Constituição Federal: “A
e, a ambas, um juiz imparcial e equidistante se sobrepõe. lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
D) não há contraditório. quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigi-
rem”. Desta forma, o sigilo não está dentre os princípios que
No sistema acusatório há distribuição das funções regem o processo penal brasileiro, sendo que neste impera
de acusar, defender e julgar a órgãos distintos, onde se a publicidade.
pressupõe as seguintes garantias constitucionais: da tute-
la jurisdicional, do devido processo legal, da garantia de RESPOSTA: “E”.
acesso à justiça, da garantia do juiz natural, do tratamento
paritário das partes, do contraditório, da ampla defesa, da 6. (STM - ANALISTA JUDICIÁRIO - CESPE/2011) Acerca
publicidade dos atos processuais e motivação dos atos de- dos princípios gerais do processo penal, julgue o item a
cisórios, bem como da presunção de inocência e da garan- seguir:
tia da dignidade da pessoa humana.
O processo penal brasileiro não adota o princípio da
RESPOSTA: “C”. identidade física do juiz em face da complexidade dos atos
4. (MPE/MA - Promotor Substituto - MPE/MA/2014) É processuais e da longa duração dos procedimentos, o que
consentâneo com o sistema inquisitorial de processo pe- inviabiliza a vinculação do juiz que presidiu a instrução à
nal, exceto: prolação da sentença.
A) Sigilo dos atos processuais;
B) Suscetibilidade de início do processo por meio de
A) CERTO
denúncia anônima;
B) ERRADO
C) Incumbência de formular a acusação não individua-
O processo penal brasileiro adota desde a vigência da
lizada;
Lei nº 11.719/2008, que deu nova redação ao artigo 399,
D) Arguição de suspeição do juiz;
§2º, do Código de Processo Penal, o princípio da identi-
E) Defesa técnica decorativa.
dade física do juiz. Tal princípio determina que o juiz de
direito que presidir e concluir a audiência de instrução e
Geralmente nas questões de concurso relacionadas à
julgamento deverá ser o mesmo que irá julgar a causa.
área do Direito, as Bancas examinadoras se utilizam de uma
linguagem mais formal, onde na maioria das vezes algo
que é simples acaba se tornando complexo. Exemplo claro RESPOSTA: “B”.
é o exercício acima, “consentâneo”, neste contexto nada
mais é do que “condizente”, “próprio” do sistema inquisi- 7. (STM - ANALISTA JUDICIÁRIO - CESPE/2011) Acerca
torial. Desta forma, cabe ao candidato considerar quais das dos princípios gerais do processo penal, julgue o item a
alternativas não se enquadram com as particularidades do seguir:
mencionado sistema processual penal. O sistema inquisi-
torial é sigiloso, sempre escrito, não existe o contraditório A adoção do princípio da inércia no processo penal
e reúne na mesma pessoa às funções de acusar, defender brasileiro não permite que o juiz determine, de ofício, dili-
e julgar. O réu é visto nesse sistema como mero objeto da gências para dirimir dúvida sobre ponto relevante dos au-
persecução, com isso garantias que visam resguardar os di- tos.
reitos do acusado, como a “arguição de suspeição do juiz”,
não são próprias deste sistema. A) CERTO
B) ERRADO
RESPOSTA: “D”.
O princípio da inércia é um preceito próprio do proces-
5. (PM/GO - Soldado da Polícia Militar - FUNCAB/2010) so civil e vai totalmente contra a sistemática do processo
São princípios que regem o processo penal brasileiro, EX- penal, tendo em vista que um dos princípios primordiais
CETO: procedimento é o da verdade real, no qual o juiz tem o de-
A) Ampla defesa. ver de investigar como os fatos se passaram na realidade,
B) Duração razoável do processo não se conformando com a verdade formal constante dos
C) Juiz natural. autos.
D) Oralidade.
E) Sigilo RESPOSTA: “B”.
12
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
8. (TJ/AC - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES- nhas realizada no ano de 2009, do sistema adversarial an-
PE/2012) Acerca dos princípios aplicáveis ao direito proces- glo-americano, consistente primeiramente no direct exa-
sual penal e da aplicação da lei processual no tempo e no mination – por parte de quem arrolou – e posteriormente
espaço, julgue os itens seguintes. no cross-examination – pela parte contrária – cabendo ao
magistrado apenas a complementação da inquirição sobre
O princípio da presunção de inocência ou da não cul- os pontos não esclarecidos, ao final, caso entenda neces-
pabilidade subsiste durante todo o processo e tem o obje- sário.
tivo de garantir o ônus da prova à acusação até declaração C) o reconhecimento por uma instância superior da
final de responsabilidade por sentença penal condenatória mera deficiência de defesa técnica processual em favor de
transitada em julgado. um condenado pela prática do crime de falsidade ideológi-
ca em primeira instância acarreta, segundo entendimento
A) CERTO sumulado pelo STF, a imediata declaração de nulidade da
B) ERRADO condenação.
D) uma pessoa condenada no ano de 2010 a 23 anos
O princípio da presunção de inocência é uma garan- de reclusão pelo crime de homicídio tem direito à inter-
tia processual atribuída ao acusado pela prática de uma posição do recurso denominado “protesto por novo júri”
infração penal, oferecendo-lhe a prerrogativa de não ser em virtude do crime a ela imputado ter sido praticado em
considerado culpado por um ato delituoso até que a sen- 2006.
tença penal condenatória transite em julgado, cabendo a Nos chamados crimes societários, não se admite a
acusação provar o contrário. Está previsto na Constituição “denúncia fictícia”, sem apoio na prova e sem a demons-
Federal de 1988 em seu artigo 5º, LVII, nestes termos: “Nin- tração da participação do denunciado na prática tida por
guém será considerado culpado até o trânsito em julgado criminosa. Assim, a inexistência de descrição, na denúncia,
da sentença penal condenatória”. do vínculo entre o denunciado e a empreitada criminosa
a ele imputada, caracteriza-se, como causa de decretação
RESPOSTA: “A”. de nulidade do processo, pois fere o princípio da ampla
9. (TJ/AC - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES- defesa que prevê que para seu exercício é necessário o réu
PE/2012) Acerca dos princípios aplicáveis ao direito proces- ter ciência daquilo que esta sendo acusado para poder se
sual penal e da aplicação da lei processual no tempo e no defender.
espaço, julgue o item seguinte.
RESPOSTA: “A”.
É assegurado, de forma expressa, na norma fundamen-
11. (TJ/RO - Analista Judiciário - Analista Processual -
tal, o direito de qualquer acusado à plenitude de defesa em
CESPE/2012) A respeito dos princípios gerais e informado-
toda e qualquer espécie de procedimento criminal.
res do processo penal, assinale a opção correta.
A) Não há previsão legal do contraditório na fase de
A) CERTO
investigação e a sua inexistência não configura violação à
B) ERRADO
Constituição Federal (CF).
B) Em determinados crimes é permitido ao juiz a inicia-
O princípio da plenitude de defesa é assegurado ao tiva da ação penal condenatória, como no caso de procedi-
acusado, de forma expressa, na Constituição Federal de mentos especiais, a exemplo do processo e julgamento dos
1988, apenas para o procedimento do Júri, em seu artigo crimes de falência.
5º, inciso XXXVIII, alínea “a”, não sendo cabível em outros C) A exigência de sigilo das investigações prevista no
procedimentos criminais. Código de Processo Penal (CPP) impede, de forma absolu-
ta, o acesso aos autos a quem quer que seja, sempre que
RESPOSTA: “B”. houver risco ao bom andamento das investigações.
D) O princípio da obrigatoriedade nas ações penais
10. (DPE/MS - Defensor Público - VUNESP/2012) No públicas se estende ao procedimento relativo aos juizados
que se refere aos princípios constitucionais e infraconstitu- especiais criminais, porquanto, desde que convencido da
cionais aplicáveis ao processo penal, é correto afirmar que: existência do crime, deve o MP, obrigatoriamente, subme-
A) no processo penal que visa apurar crimes societá- ter a questão penal ao exame do Poder Judiciário.
rios, a inexistência de descrição, na denúncia, do vínculo E) No conflito entre o jus puniendi do Estado, de um
entre o denunciado e a empreitada criminosa a ele impu- lado, e o jus libertatis do acusado, a balança deve se in-
tada, caracteriza-se, conforme causa de decretação de nu- clinar a favor do primeiro, porquanto prevalece, em casos
lidade do processo já reconhecida pelo STJ, como violação tais, o interesse público.
ao princípio constitucional da ampla defesa.
B) o princípio da economia processual e do tempus re- O princípio do contraditório não se aplica no inquérito
git actum afasta eventual alegação de nulidade decorrente policial (fase de investigação) que não é, em sentido estri-
da não observância, na audiência de inquirição de testemu- to, “instrução”, mas colheita de elementos que possibilitem
13
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
12. (Polícia Militar/GO - Soldado - UEG/2013) É princí- Dentre as causas de suspeição prevista no artigo 254
pio fundamental do processo penal: do CPP, O juiz não se dará por suspeito, se tiver funcionado
A) princípio da verdade formal. como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou
B) princípio da defesa limitada. de direito, sobre a questão. Tal hipótese é de impedimento
C) princípio da sigilosidade processual. e o juiz não poderá exercer a jurisdição neste processo.
D) princípio da presunção da não culpabilidade.
A alternativa “A”, “B” e “C” estão erradas, pois os princí- RESPOSTA: “A”.
pios mencionados são justamente o oposto dos princípios
fundamentais do processo penal. Assim, onde menciona 15. (TRE/MS - Analista Judiciário - Área Judiciária - CES-
o princípio da “verdade formal”, seria o da “verdade real”; PE/2013) No que diz respeito à aplicação da lei processual
onde menciona o princípio da “defesa limitada”, seria o da no tempo, no espaço e em relação às pessoas, assinale a
“ampla defesa”; onde menciona o princípio da “sigilosida- opção correta.
de processual”, seria o da “publicidade”. Desta forma, resta A) Por força do princípio tempus regit actum, o fato de
apenas como correta a alternativa “D”. lei nova suprimir determinado recurso, existente em legis-
lação anterior, não afasta o direito à recorribilidade subsis-
RESPOSTA: “D”. tente pela lei anterior, quando o julgamento tiver ocorrido
antes da entrada em vigor da lei nova.
13. (TJ/RJ - Juiz - VUNESP/2013) A doutrina é unâni- B) A nova lei processual penal aplicar-se-á imediata-
me ao apontar que os princípios constitucionais, em espe- mente, invalidando os atos realizados sob a vigência da lei
cial os relacionados ao processo penal, além de revelar o anterior que com ela for incompatível.
modelo de Estado escolhido pelos cidadãos, servem como C) O princípio da imediatidade da lei processual penal
meios de proteção da dignidade humana. Referidos princí- abarca o transcurso do prazo processual iniciado sob a égi-
pios podem se apresentar de forma explícita ou implícita, de da legislação anterior, ainda que mais gravosa ao réu.
sem diferença quanto ao grau de importância. São princí- D) A lei processual penal posterior, que de qualquer
pios constitucionais explícitos: modo favorecer o agente, aplicar-se-á aos fatos anteriores,
A) juiz natural, vedação das provas ilícitas e promotor ainda que decididos por sentença condenatória transitada
natural. em julgado.
B) devido processo legal, contraditório e duplo grau E) De acordo com o princípio da territorialidade, aplica-
de jurisdição. se a lei processual penal brasileira a todo delito ocorrido
C) ampla defesa, estado de inocência e verdade real. em território nacional, sem exceção, em vista do princípio
D) contraditório, juiz natural e soberania dos veredictos da igualdade estabelecido na Constituição Federal de 1988.
do Júri.
De acordo com o artigo 2º do CPP, “a lei processual pe-
Estão previstos na Constituição Federal de 1988, dentre nal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
outros, os princípios do contraditório (artigo 5º, LV); do juiz atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Assim, vige
natural (artigo 5º, XXXVII) e soberania dos veredictos do no processo penal o princípio tempus regit actum, do qual
Júri (artigo 5º, XXXVIII, “c”). derivam dois efeitos: a) os atos processuais praticados sob
a égide da lei anterior se consideram válidos; b) as normas
RESPOSTA: “D”. processuais tem aplicação imediata, regulando o desenro-
lar do processo.
14. (TJ/AM – Analista Judiciário II – Oficial de Justiça
Avaliador – FGV/2013) O princípio da imparcialidade impõe RESPOSTA: “A”.
sobre o Estado-juiz a exigência de uma prestação jurisdi-
cional imparcial, podendo ser considerado um dos pilares
do sistema acusatório. Para garantir o respeito ao princípio,
o Código de Processo Penal prevê as situações de suspei-
ção do juiz, relacionadas a seguir, à exceção de uma. Assi-
nale-a.
A) Se tiver funcionado como juiz de outra instância,
pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão.
B) Se for amigo íntimo ou inimigo capital de qual-
quer das partes.
14
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
1
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Cidadão é o nacional, isto é, aquele que possui o vín- por dano moral decorrente de sua violação”5.
culo político-jurídico da nacionalidade com o Estado, que Para Reale6, a evolução histórica demonstra o domí-
goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser nio de um valor sobre o outro, ou seja, a existência de
votado (sufrágio universal). uma ordem gradativa entre os valores; mas existem os
Destacam-se os seguintes conceitos correlatos: valores fundamentais e os secundários, sendo que o valor
a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga fonte é o da pessoa humana. Nesse sentido, são os dize-
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele res de Reale7: “partimos dessa ideia, a nosso ver básica,
passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de que a pessoa humana é o valor-fonte de todos os va-
de direitos e obrigações. lores. O homem, como ser natural biopsíquico, é apenas
b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, um indivíduo entre outros indivíduos, um ente animal
unidas pelo vínculo da nacionalidade. entre os demais da mesma espécie. O homem, conside-
c) População: conjunto de pessoas residentes no Esta- rado na sua objetividade espiritual, enquanto ser que só
do, nacionais ou não. realiza no sentido de seu dever ser, é o que chamamos de
Depreende-se que a cidadania é um atributo conferido pessoa. Só o homem possui a dignidade originária de ser
aos nacionais titulares de direitos políticos, permitindo a enquanto deve ser, pondo-se essencialmente como razão
consolidação do sistema democrático. determinante do processo histórico”.
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade
1.3) Dignidade da pessoa humana da pessoa humana como um dos fundamentos da Repú-
A dignidade da pessoa humana é o valor-base de inter- blica, faz emergir uma nova concepção de proteção de
pretação de qualquer sistema jurídico, internacional ou na- cada membro do seu povo. Tal ideologia de forte fulcro
cional, que possa se considerar compatível com os valores humanista guia a afirmação de todos os direitos funda-
éticos, notadamente da moral, da justiça e da democracia. mentais e confere a eles posição hierárquica superior às
Pensar em dignidade da pessoa humana significa, acima de normas organizacionais do Estado, de modo que é o Es-
tudo, colocar a pessoa humana como centro e norte para tado que está para o povo, devendo garantir a dignidade
qualquer processo de interpretação jurídico, seja na elabo- de seus membros, e não o inverso.
ração da norma, seja na sua aplicação.
Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou 1.4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
plena, é possível conceituar dignidade da pessoa humana Quando o constituinte coloca os valores sociais do
como o principal valor do ordenamento ético e, por con- trabalho em paridade com a livre iniciativa fica clara a
sequência, jurídico que pretende colocar a pessoa humana percepção de necessário equilíbrio entre estas duas con-
como um sujeito pleno de direitos e obrigações na or- cepções. De um lado, é necessário garantir direitos aos
dem internacional e nacional, cujo desrespeito acarreta a trabalhadores, notadamente consolidados nos direitos
própria exclusão de sua personalidade. sociais enumerados no artigo 7º da Constituição; por ou-
Aponta Barroso4: “o princípio da dignidade da pessoa tro lado, estes direitos não devem ser óbice ao exercício
humana identifica um espaço de integridade moral a ser da livre iniciativa, mas sim vetores que reforcem o exer-
assegurado a todas as pessoas por sua só existência no cício desta liberdade dentro dos limites da justiça social,
mundo. É um respeito à criação, independente da crença evitando o predomínio do mais forte sobre o mais fraco.
que se professe quanto à sua origem. A dignidade rela- Por livre iniciativa entenda-se a liberdade de iniciar a
ciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como exploração de atividades econômicas no território brasi-
com as condições materiais de subsistência”. leiro, coibindo-se práticas de truste (ex.: monopólio). O
O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do constituinte não tem a intenção de impedir a livre inicia-
Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito tiva, até mesmo porque o Estado nacional necessita dela
numa das decisões que relatou: “a dignidade consiste na para crescer economicamente e adequar sua estrutura ao
percepção intrínseca de cada ser humano a respeito dos atendimento crescente das necessidades de todos os que
direitos e obrigações, de modo a assegurar, sob o foco de nele vivem. Sem crescimento econômico, nem ao menos
condições existenciais mínimas, a participação saudável e é possível garantir os direitos econômicos, sociais e cul-
ativa nos destinos escolhidos, sem que isso importe des- turais afirmados na Constituição Federal como direitos
tilação dos valores soberanos da democracia e das liber- fundamentais.
dades individuais. O processo de valorização do indivíduo No entanto, a exploração da livre iniciativa deve se dar
articula a promoção de escolhas, posturas e sonhos, sem de maneira racional, tendo em vista os direitos inerentes
olvidar que o espectro de abrangência das liberdades aos trabalhadores, no que se consolida a expressão “valores
individuais encontra limitação em outros direitos funda- sociais do trabalho”. A pessoa que trabalha para aquele que
mentais, tais como a honra, a vida privada, a intimidade,
5 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n.
a imagem. Sobreleva registrar que essas garantias, asso-
259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fon-
ciadas ao princípio da dignidade da pessoa humana, sub- tan Pereira. Brasília, 05 de setembro de 2012j1. Disponível em: www.
sistem como conquista da humanidade, razão pela qual tst.gov.br. Acesso em: 17 nov. 2012.
auferiram proteção especial consistente em indenização 6 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2002,
4 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constitui- p. 228.
ção. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 382. 7 Ibid., p. 220.
2
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
explora a livre iniciativa deve ter a sua dignidade respeitada 3) Objetivos fundamentais
em todas as suas dimensões, não somente no que tange O constituinte trabalha no artigo 3º da Constituição Fe-
aos direitos sociais, mas em relação a todos os direitos fun- deral com os objetivos da República Federativa do Brasil,
damentais afirmados pelo constituinte. nos seguintes termos:
A questão resta melhor delimitada no título VI do texto Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
constitucional, que aborda a ordem econômica e financeira: Federativa do Brasil:
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegu- II - garantir o desenvolvimento nacional;
rar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
social, observados os seguintes princípios [...]”. Nota-se no desigualdades sociais e regionais;
caput a repetição do fundamento republicano dos valores IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
sociais do trabalho e da livre iniciativa. origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
Por sua vez, são princípios instrumentais para a efetiva- discriminação.
ção deste fundamento, conforme previsão do artigo 1º e do
artigo 170, ambos da Constituição, o princípio da livre con- 3.1) Construir uma sociedade livre, justa e solidária
corrência (artigo 170, IV, CF), o princípio da busca do pleno O inciso I do artigo 3º merece destaque ao trazer a
emprego (artigo 170, VIII, CF) e o princípio do tratamento expressão “livre, justa e solidária”, que corresponde à tría-
favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas de liberdade, igualdade e fraternidade. Esta tríade con-
sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administra- solida as três dimensões de direitos humanos: a primei-
ção no País (artigo 170, IX, CF). Ainda, assegurando a livre ra dimensão, voltada à pessoa como indivíduo, refere-se
iniciativa no exercício de atividades econômicas, o parágra- aos direitos civis e políticos; a segunda dimensão, focada
fo único do artigo 170 prevê: “é assegurado a todos o livre na promoção da igualdade material, remete aos direitos
exercício de qualquer atividade econômica, independente- econômicos, sociais e culturais; e a terceira dimensão se
mente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos concentra numa perspectiva difusa e coletiva dos direitos
previstos em lei”. fundamentais.
Sendo assim, a República brasileira pretende garantir a
1.5) Pluralismo político preservação de direitos fundamentais inatos à pessoa hu-
A expressão pluralismo remete ao reconhecimento da mana em todas as suas dimensões, indissociáveis e inter-
multiplicidade de ideologias culturais, religiosas, econômi- conectadas. Daí o texto constitucional guardar espaço de
cas e sociais no âmbito de uma nação. Quando se fala em destaque para cada uma destas perspectivas.
pluralismo político, afirma-se que mais do que incorporar
esta multiplicidade de ideologias cabe ao Estado nacional 3.2) Garantir o desenvolvimento nacional
fornecer espaço para a manifestação política delas. Para que o governo possa prover todas as condições
Sendo assim, pluralismo político significa não só respei- necessárias à implementação de todos os direitos funda-
tar a multiplicidade de opiniões e ideias, mas acima de tudo mentais da pessoa humana mostra-se essencial que o país
garantir a existência dela, permitindo que os vários grupos se desenvolva, cresça economicamente, de modo que cada
que compõem os mais diversos setores sociais possam se indivíduo passe a ter condições de perseguir suas metas.
fazer ouvir mediante a liberdade de expressão, manifesta-
ção e opinião, bem como possam exigir do Estado substra- 3.3) Erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
to para se fazerem subsistir na sociedade. zir as desigualdades sociais e regionais
Pluralismo político vai além do pluripartidarismo ou Garantir o desenvolvimento econômico não basta
multipartidarismo, que é apenas uma de suas consequên- para a construção de uma sociedade justa e solidária. É
cias e garante que mesmo os partidos menores e com pou- necessário ir além e nunca perder de vista a perspectiva
cos representantes sejam ouvidos na tomada de decisões da igualdade material. Logo, a injeção econômica deve
políticas, porque abrange uma verdadeira concepção de permitir o investimento nos setores menos favorecidos,
multiculturalidade no âmbito interno. diminuindo as desigualdades sociais e regionais e paulati-
namente erradicando a pobreza.
2) Separação dos Poderes O impacto econômico deste objetivo fundamental é
São três os Poderes do Estado, independentes e har- tão relevante que o artigo 170 da Constituição prevê em
mônicos entre si: Executivo, Legislativo e Judiciário. A sepa- seu inciso VII a “redução das desigualdades regionais e
ração de Poderes é inerente ao modelo do Estado Demo- sociais” como um princípio que deve reger a atividade
crático de Direito, impedindo a monopolização do poder econômica. A menção deste princípio implica em afirmar
e, por conseguinte, a tirania e a opressão. Resta garantida que as políticas públicas econômico-financeiras deverão
no artigo 2º da Constituição Federal com o seguinte teor: se guiar pela busca da redução das desigualdades, forne-
cendo incentivos específicos para a exploração da ativida-
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni- de econômica em zonas economicamente marginalizadas.
cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
3
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
3.4) Promover o bem de todos, sem preconceitos verdade, o próprio compromisso de respeito aos direitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras humanos traduz a limitação das ações estatais, que sempre
formas de discriminação devem se guiar por eles. Logo, o Brasil é um país indepen-
Ainda no ideário de justiça social, coloca-se o princípio dente, que não responde a nenhum outro, mas que como
da igualdade como objetivo a ser alcançado pela Repú- qualquer outro possui um dever para com a humanidade e
blica brasileira. Sendo assim, a república deve promover os direitos inatos a cada um de seus membros.
o princípio da igualdade e consolidar o bem comum. Em
verdade, a promoção do bem comum pressupõe a preva- 4.2) Prevalência dos direitos humanos
lência do princípio da igualdade. O Estado existe para o homem e não o inverso. Portan-
Sobre o bem de todos, isto é, o bem comum, o filósofo to, toda normativa existe para a sua proteção como pessoa
Jacques Maritain8 ressaltou que o fim da sociedade é o seu humana e o Estado tem o dever de servir a este fim de pre-
bem comum, mas esse bem comum é o das pessoas huma- servação. A única forma de fazer isso é adotando a pessoa
nas, que compõem a sociedade. Com base neste ideário, humana como valor-fonte de todo o ordenamento, o que
apontou as características essenciais do bem comum: redis- somente é possível com a compreensão de que os direitos
humanos possuem uma posição prioritária no ordenamen-
tribuição, pela qual o bem comum deve ser redistribuído às
to jurídico-constitucional.
pessoas e colaborar para o desenvolvimento delas; respeito
Conceituar direitos humanos é uma tarefa complicada,
à autoridade na sociedade, pois a autoridade é necessária
mas, em síntese, pode-se afirmar que direitos humanos são
para conduzir a comunidade de pessoas humanas para o aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua
bem comum; moralidade, que constitui a retidão de vida, dignidade que usualmente são descritos em documentos
sendo a justiça e a retidão moral elementos essenciais do internacionais para que sejam mais seguramente garanti-
bem comum. dos. A conquista de direitos da pessoa humana é, na verda-
de, uma busca da dignidade da pessoa humana.
4) Princípios de relações internacionais (artigo 4º)
O último artigo do título I trabalha com os princípios 4.3) Autodeterminação dos povos
que regem as relações internacionais da República brasi- A premissa dos direitos políticos é a autodeterminação
leira: dos povos. Neste sentido, embora cada Estado tenha obri-
gações de direito internacional que deve respeitar para a
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas adequada consecução dos fins da comunidade internacio-
relações internacionais pelos seguintes princípios: nal, também tem o direito de se autodeterminar, sendo que
I - independência nacional; tal autodeterminação é feita pelo seu povo.
II - prevalência dos direitos humanos; Se autodeterminar significa garantir a liberdade do
III - autodeterminação dos povos; povo na tomada das decisões políticas, logo, o direito à
IV - não-intervenção; autodeterminação pressupõe a exclusão do colonialismo.
V - igualdade entre os Estados; Não se aceita a ideia de que um Estado domine o outro,
VI - defesa da paz; tirando a sua autodeterminação.
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 4.4) Não-intervenção
IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu- Por não-intervenção entenda-se que o Estado brasilei-
manidade; ro irá respeitar a soberania dos demais Estados nacionais.
X - concessão de asilo político. Sendo assim, adotará práticas diplomáticas e respeitará as
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus- decisões políticas tomadas no âmbito de cada Estado, eis
que são paritários na ordem internacional.
cará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comu-
4.5) Igualdade entre os Estados
nidade latino-americana de nações.
Por este princípio se reconhece uma posição de pari-
dade, ou seja, de igualdade hierárquica, na ordem interna-
De maneira geral, percebe-se na Constituição Federal a cional entre todos os Estados. Em razão disso, cada Estado
compreensão de que a soberania do Estado nacional bra- possuirá direito de voz e voto na tomada de decisões polí-
sileiro não permite a sobreposição em relação à soberania ticas na ordem internacional em cada organização da qual
dos demais Estados, bem como de que é necessário respei- faça parte e deverá ter sua opinião respeitada.
tar determinadas práticas inerentes ao direito internacional
dos direitos humanos. 4.6) Defesa da paz
O direito à paz vai muito além do direito de viver num
4.1) Independência nacional mundo sem guerras, atingindo o direito de ter paz social,
A formação de uma comunidade internacional não sig- de ver seus direitos respeitados em sociedade. Os direitos
nifica a eliminação da soberania dos países, mas apenas e liberdades garantidos internacionalmente não podem
uma relativização, limitando as atitudes por ele tomadas em ser destruídos com fundamento nas normas que surgiram
prol da preservação do bem comum e da paz mundial. Na para protegê-los, o que seria controverso. Em termos de
8 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed. relações internacionais, depreende-se que deve ser sempre
Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967, p. 20-22. priorizada a solução amistosa de conflitos.
4
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
4.7) Solução pacífica dos conflitos Os países devem colaborar uns com os outros, o que é
Decorrendo da defesa da paz, este princípio remete possível mediante a integração no âmbito de organizações
à necessidade de diplomacia nas relações internacionais. internacionais específicas, regionais ou globais.
Caso surjam conflitos entre Estados nacionais, estes deve- Em relação a este princípio, o artigo 4º se aprofun-
rão ser dirimidos de forma amistosa. da em seu parágrafo único, destacando a importância da
Negociação diplomática, serviços amistosos, bons ofí- cooperação brasileira no âmbito regional: “A República Fe-
cios, mediação, sistema de consultas, conciliação e inqué- derativa do Brasil buscará a integração econômica, políti-
rito são os meios diplomáticos de solução de controvérsias ca, social e cultural dos povos da América Latina, visando
internacionais, não havendo hierarquia entre eles. Somente à formação de uma comunidade latino-americana de na-
o inquérito é um procedimento preliminar e facultativo à ções”. Neste sentido, o papel desempenhado no MERCO-
apuração da materialidade dos fatos, podendo servir de SUL.
base para qualquer meio de solução de conflito9. Concei-
tua Neves10: 4.10) Concessão de asilo político
- “Negociação diplomática é a forma de autocompo-
Direito de asilo é o direito de buscar abrigo em outro
sição em que os Estados oponentes buscam resolver suas
país quando naquele do qual for nacional estiver sofrendo
divergências de forma direta, por via diplomática”;
alguma perseguição. Tal perseguição não pode ter mo-
- “Serviços amistosos é um meio de solução pacífica de
conflito, sem aspecto oficial, em que o governo designa um tivos legítimos, como a prática de crimes comuns ou de
diplomada para sua conclusão”; atos atentatórios aos princípios das Nações Unidas, o que
- “Bons ofícios constituem o meio diplomático de so- subverteria a própria finalidade desta proteção. Em suma,
lução pacífica de controvérsia internacional, em que um o que se pretende com o direito de asilo é evitar a consoli-
Estado, uma organização internacional ou até mesmo um dação de ameaças a direitos humanos de uma pessoa por
chefe de Estado apresenta-se como moderador entre os parte daqueles que deveriam protegê-los – isto é, os go-
litigantes”; vernantes e os entes sociais como um todo –, e não proteger
- “Mediação define-se como instituto por meio do pessoas que justamente cometeram tais violações.
qual uma terceira pessoa estranha à contenda, mas acei- “Sendo direito humano da pessoa refugiada, é obrigação
ta pelos litigantes, de forma voluntária ou em razão de do Estado asilante conceder o asilo. Entretanto, prevalece o
estipulação anterior, toma conhecimento da divergência e entendimento que o Estado não tem esta obrigação, nem de
dos argumentos sustentados pelas partes, e propõe uma fundamentar a recusa. A segunda parte deste artigo permite
solução pacífica sujeita à aceitação destas”; a interpretação no sentido de que é o Estado asilante que
- “Sistema de Consultas constitui-se em meio diplo- subjetivamente enquadra o refugiado como asilado político
mático de solução de litígios em que os Estados ou or- ou criminoso comum”11.
ganizações internacionais sujeitam-se, sem qualquer in-
terferência pessoal externa, a encontros periódicos com o
objetivo de compor suas divergências”.
DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS: ARTIGOS 05 A 11.
4.8) Repúdio ao terrorismo e ao racismo
Terrorismo é o uso de violência através de ataques lo-
calizados a elementos ou instalações de um governo ou
da população civil, de modo a incutir medo, terror, e assim O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos
obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin-
círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população
tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais
do território.
e coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente
Racismo é a prática de atos discriminatórios baseados
previstos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos
em diferenças étnico-raciais, que podem consistirem vio-
lência física ou psicológica direcionada a uma pessoa ou a 12 e 13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF).
um grupo de pessoas pela simples questão biológica her- Em termos comparativos à clássica divisão tridimen-
dada por sua raça ou etnia. sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior
Sendo o Brasil um país que prega o pacifismo e que é parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os
assumidamente pluralista, ambas práticas são considera- direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi-
das vis e devem ser repudiadas pelo Estado nacional. tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na
segunda dimensão (direitos econômicos, sociais e cultu-
4.9) Cooperação entre os povos para o progresso rais) e os direitos coletivos na terceira dimensão. Contu-
da humanidade do, a enumeração de direitos humanos na Constituição vai
A cooperação internacional deve ser especialmente além dos direitos que expressamente constam no título II
econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamen- do texto constitucional.
te a plena efetividade dos direitos humanos fundamentais Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac-
internacionalmente reconhecidos. terísticas principais:
9 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & Direito 11 SANTOS FILHO, Oswaldo de Souza. Comentários aos artigos XIII e
Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 123 XIV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Univer-
10 Ibid., p. 123-126. sal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 83.
5
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
6
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
1.4) Direitos e garantias em espécie é suficiente garantir um direito à igualdade formal, mas
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu é preciso buscar progressivamente a igualdade material.
caput: No sentido de igualdade material que aparece o direito à
igualdade num segundo momento, pretendendo-se do Es-
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem tado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar e
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- executar a lei, uma postura de promoção de políticas go-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade vernamentais voltadas a grupos vulneráveis.
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá-
propriedade, nos termos seguintes [...]. veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação
uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em socieda-
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um de; e o de igualdade material, correspondendo à necessi-
dos principais (senão o principal) artigos da Constituição dade de discriminações positivas com relação a grupos vul-
Federal, consagra o princípio da igualdade e delimita as neráveis da sociedade, em contraponto à igualdade formal.
cinco esferas de direitos individuais e coletivos que mere-
cem proteção, isto é, vida, liberdade, igualdade, segurança
Ações afirmativas
e propriedade. Os incisos deste artigos delimitam vários
Neste sentido, desponta a temática das ações
direitos e garantias que se enquadram em alguma destas
afirmativas,que são políticas públicas ou programas privados
esferas de proteção, podendo se falar em duas esferas es-
pecíficas que ganham também destaque no texto consti- criados temporariamente e desenvolvidos com a finalidade
tucional, quais sejam, direitos de acesso à justiça e direitos de reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações
constitucionais-penais. ou de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio
da concessão de algum tipo de vantagem compensatória
- Direito à igualdade de tais condições.
Abrangência Quem é contra as ações afirmativas argumenta que,
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o em uma sociedade pluralista, a condição de membro de um
constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igual- grupo específico não pode ser usada como critério de inclu-
dade: são ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que elas
desprivilegiam o critério republicano do mérito (segundo
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem o qual o indivíduo deve alcançar determinado cargo públi-
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- co pela sua capacidade e esforço, e não por pertencer a
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade determinada categoria); fomentariam o racismo e o ódio;
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à bem como ferem o princípio da isonomia por causar uma
propriedade, nos termos seguintes [...]. discriminação reversa.
Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas
Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro defende que elas representam o ideal de justiça
inciso: compensatória (o objetivo é compensar injustiças passadas,
dívidas históricas, como uma compensação aos negros por
Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direi- tê-los feito escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça
tos e obrigações, nos termos desta Constituição. distributiva (a preocupação, aqui, é com o presente. Busca-
-se uma concretização do princípio da igualdade material);
Este inciso é especificamente voltado à necessidade de bem como promovem a diversidade.
igualdade de gênero, afirmando que não deve haver ne- Neste sentido, as discriminações legais asseguram a
nhuma distinção sexo feminino e o masculino, de modo
verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afirma-
que o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e
tivas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do me-
obrigações.
nor, as garantias aos portadores de deficiência, entre outras
Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito
mais do que a igualdade de gêneros, envolve uma pers- medidas que atribuam a pessoas com diferentes condições,
pectiva mais ampla. iguais possibilidades, protegendo e respeitando suas dife-
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores renças14. Tem predominado em doutrina e jurisprudência,
de interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as ações afirma-
enfoque que foi dado a este direito foi o de direito civil, tivas são válidas.
enquadrando-o na primeira dimensão, no sentido de que a
todas as pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direi- - Direito à vida
tos e deveres. Trata-se de um aspecto relacionado à igual- Abrangência
dade enquanto liberdade, tirando o homem do arbítrio dos O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria se ção do direito à vida. A vida humana é o centro gravitacio-
falando na igualdade perante a lei. nal em torno do qual orbitam todos os direitos da pessoa
No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que humana, possuindo reflexos jurídicos, políticos, econômi-
não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres 14 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos artigos I e II. In:
para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 08.
7
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
cos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade em con- § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
ceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a vida. resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa, é § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
o primeiro valor moral inerente a todos os seres humanos15. I - se o crime é cometido por agente público;
No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por-
nascer/permanecer vivo, o que envolve questões como tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
pena de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e anos;
aborto; quanto o direito de viver com dignidade, o que III - se o crime é cometido mediante sequestro.
engloba o respeito à integridade física, psíquica e moral, § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
a garantia de recursos que permitam viver a vida com dig- dobro do prazo da pena aplicada.
nidade. § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado graça ou anistia.
nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
um dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
e sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmi- regime fechado.
cas discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com - Direito à liberdade
células tronco, pena de morte, eutanásia, etc. O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro-
teção do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos
Vedação à tortura que o seguem.
De forma expressa no texto constitucional destaca-se
a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme Liberdade e legalidade
previsão no inciso III do artigo 5º: Prevê o artigo 5º, II, CF:
Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou dei-
a tratamento desumano ou degradante. xar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
A tortura é um dos piores meios de tratamento de- O princípio da legalidade se encontra delimitado nes-
sumano, expressamente vedada em âmbito internacional, te inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a
como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei
constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define assim determine. Assim, salvo situações previstas em lei,
os crimes de tortura e dá outras providências, destacando- a pessoa tem liberdade para agir como considerar conve-
-se o artigo 1º: niente.
Portanto, o princípio da legalidade possui estrita rela-
Art. 1º Constitui crime de tortura: ção com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo
I - constranger alguém com emprego de violência ou à pessoa é lícito. Somente é vedado o que a lei expres-
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: samente estabelecer como proibido. A pessoa pode fazer
a) com o fim de obter informação, declaração ou confis- tudo o que quiser, como regra, ou seja, agir de qualquer
são da vítima ou de terceira pessoa; maneira que a lei não proíba.
b) para provocar ação ou omissão de natureza crimi-
nosa; Liberdade de pensamento e de expressão
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; O artigo 5º, IV, CF prevê:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori-
dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamen-
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo to, sendo vedado o anonimato.
pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos. Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa pensamento e da liberdade de expressão.
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento.
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de
em lei ou não resultante de medida legal. reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pen-
pena de detenção de um a quatro anos. samento, imprime a existência jurídica ao chamado direito
de opinião”16. Em outras palavras, primeiro existe o direito
15 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio Zambitte. Comen-
tários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários
de ter uma opinião, depois o de expressá-la.
à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 16 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso
2008, p. 15. de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
8
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
No mais, surge como corolário do direito à liberdade Consoante o magistério de José Afonso da Silva17, entra
de pensamento e de expressão o direito à escusa por con- na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião,
vicção filosófica ou política: a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade
(ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade de
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnos-
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação ticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o livre
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liber-
ternativa, fixada em lei. dade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar
os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou
Trata-se de instrumento para a consecução do direito em público, bem como a de recebimento de contribuições
assegurado na Constituição Federal – não basta permitir para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa
que se pense diferente, é preciso respeitar tal posiciona- refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização
mento. de igrejas e suas relações com o Estado.
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as-
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria certa
e determinada, permitindo eventuais responsabilizações Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
por manifestações que contrariem a lei. tação de assistência religiosa nas entidades civis e mili-
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF: tares de internação coletiva.
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade in- O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos
telectual, artística, científica e de comunicação, inde- prisionais civis e militares, mas também a hospitais.
pendentemente de censura ou licença. Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli-
giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres-
são, referente de forma específica a atividades intelectuais, Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
relação a estas, a exigência de licença para a manifestação lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia. a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe- tiva, fixada em lei.
dir a divulgação e o acesso a informações como modo de
controle do poder. A censura somente é cabível quando Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por
necessária ao interesse público numa ordem democrática, exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis-
por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha
exploração sexual infanto-juvenil é adequado. fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó-
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à in- fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma
denização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapar- prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não
tida para aquele que teve algum direito seu violado (no- contrarie tais preceitos.
tadamente inerentes à privacidade ou à personalidade)
em decorrência dos excessos no exercício da liberdade de Liberdade de informação
expressão. O direito de acesso à informação também se liga a uma
dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o ar-
Liberdade de crença/religiosa tigo 5º, XIV, CF:
Dispõe o artigo 5º, VI, CF:
Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à in-
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên- formação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos sário ao exercício profissional.
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias. Trata-se da liberdade de informação, consistente na
liberdade de procurar e receber informações e ideias por
Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé quaisquer meios, independente de fronteiras, sem interfe-
como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma rência.
crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao
profissão desta fé possa se realizar em locais próprios. passo que a liberdade de expressão tem uma caracterís-
Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos tica ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo
distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda- e passivo da exteriorização da liberdade de pensamento:
des: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liberda- 17 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
de de organização religiosa. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
9
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX,
preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade CF:
de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para
a sociedade. Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicida-
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de de dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a o interesse social o exigirem.
respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente
pelos meios de comunicação imparciais e não monopoli- Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas
zados (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível o será quando a intimidade merecer preservação (ex: pro-
que a imprensa divulgue com quem obteve a informação cesso criminal de estupro ou causas de família em geral) ou
divulgada, sem o que a segurança desta poderia ficar pre- quando o interesse social exigir (ex: investigações que pos-
judicada e a informação inevitavelmente não chegaria ao sam ser comprometidas pela publicidade). A publicidade é
público. instrumento para a efetivação da liberdade de informação.
Especificadamente quanto à liberdade de informação
no âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas Liberdade de locomoção
previsões. Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no ar-
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF: tigo 5º, XV, CF:
Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território
órgãos públicos informações de seu interesse particular, nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra- termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas bens.
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado. A liberdade de locomoção é um aspecto básico do di-
reito à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o
A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 território do país em tempos de paz (em tempos de guerra
regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do
é possível limitar tal liberdade em prol da segurança). A
art. 5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à Infor-
liberdade de sair do país não significa que existe um direito
mação.
de ingressar em qualquer outro país, pois caberá à ele, no
Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF:
exercício de sua soberania, controlar tal entrada.
Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liber-
Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, indepen-
dade. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser pre-
dentemente do pagamento de taxas:
sa nos casos autorizados pela própria Constituição Fede-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; ral. A despeito da normativa específica de natureza penal,
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, reforça-se a impossibilidade de se restringir a liberdade de
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de in- locomoção pela prisão civil por dívida.
teresse pessoal. Prevê o artigo 5º, LXVII, CF:
Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum- Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívi-
pre observar que o direito de petição deve resultar em uma da, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resol- inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
vendo) uma questão proposta, em um verdadeiro exercí-
cio contínuo de delimitação dos direitos e obrigações que Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo
regulam a vida social e, desta maneira, quando “dificulta a Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
apreciação de um pedido que um cidadão quer apresen- qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por isso, a
tar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); única exceção à regra da prisão por dívida do ordenamento
“demora para responder aos pedidos formulados” (admi- é a que se refere à obrigação alimentícia.
nistrativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe res-
trições e/ou condições para a formulação de petição”, traz Liberdade de trabalho
a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança e O direito à liberdade também é mencionado no artigo
faz proliferar as desigualdades e as injustiças. 5º, XIII, CF:
Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer tra-
cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de- balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro-
núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez fissionais que a lei estabelecer.
na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públi-
cos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que O livre exercício profissional é garantido, respeitados os
gera confusões conceituais no sentido do direito de obter limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão de
certidões ser dissociado do direito de petição. advogado aquele que não se formou em Direito e não foi
10
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil; Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF:
não pode exercer a medicina aquele que não fez faculdade
de medicina reconhecida pelo MEC e obteve o cadastro no Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser compul-
Conselho Regional de Medicina. soriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
Liberdade de reunião julgado.
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF:
O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja,
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen- a associação deixará de existir para sempre. Obviamente, é
te, sem armas, em locais abertos ao público, independen- preciso o trânsito em julgado da decisão judicial que assim
determine, pois antes disso sempre há possibilidade de re-
temente de autorização, desde que não frustrem outra reu-
verter a decisão e permitir que a associação continue em
nião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
funcionamento. Contudo, a decisão judicial pode suspender
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. atividades até que o trânsito em julgado ocorra, ou seja, no
curso de um processo judicial.
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com de- Em destaque, a legitimidade representativa da associa-
mais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever ção quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF:
de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de
segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de pes- Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
soas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais: seria tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do
poder público para que ele organize o policiamento e a as- Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi-
sistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
de armas, totalmente vedado, assim como de substâncias A liberdade de associação envolve não somente o direi-
ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha tenha sido autori- to de criar associações e de fazer parte delas, mas também
zada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou-se que nela tal o de não associar-se e o de deixar a associação, conforme
artigo 5º, XX, CF:
substância ilícita fosse utilizada).
Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a as-
Liberdade de associação sociar-se ou a permanecer associado.
No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º,
XVII, CF: - Direitos à privacidade e à personalidade
Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação Abrangência
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Prevê o artigo 5º, X, CF:
A liberdade de associação difere-se da de reunião por Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida
sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de asso- direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
ciação implica na formação de um grupo organizado que de sua violação.
se mantém por um período de tempo considerável, dotado
de estrutura e organização próprias. O legislador opta por trazer correlacionados no mesmo
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são asso- dispositivo legal os direitos à privacidade e à personalidade.
ciações ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimida-
de, ao abordar a proteção da vida privada – que, em resu-
e o ideal de realizar sua própria justiça paralelamente à es-
mo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio
tatal.
e de círculos de amigos –, Silva18 entende que “o segredo
O texto constitucional se estende na regulamentação da vida privada é condição de expansão da personalidade”,
da liberdade de associação. mas não caracteriza os direitos de personalidade em si.
O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza: A união da intimidade e da vida privada forma a pri-
vacidade, sendo que a primeira se localiza em esfera mais
Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na forma estrita. É possível ilustrar a vida social como se fosse um
da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo grande círculo no qual há um menor, o da vida privada, e
vedada a interferência estatal em seu funcionamento. dentro deste um ainda mais restrito e impenetrável, o da
intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esferas” (ou “Teoria
Neste sentido, associações são organizações resultan- dos Círculos Concêntricos”), importada do direito alemão,
tes da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a ser
sem personalidade jurídica, para a realização de um obje- conferida à esfera (as esferas são representadas pela intimi-
tivo comum; já cooperativas são uma forma específica de dade, pela vida privada, e pela publicidade).
associação, pois visam a obtenção de vantagens comuns 18 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
em suas atividades econômicas. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
11
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
“O direito à honra distancia-se levemente dos dois an- O reconhecimento do marco inicial e do marco final
teriores, podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa da personalidade jurídica pelo registro é direito individual,
tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fa- não dependendo de condições financeiras. Evidente, seria
zem os outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabi- absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a elabora-
lidade no meio social. O direito à imagem também pos- ção de documentos para que ela seja reconhecida como
sui duas conotações, podendo ser entendido em sentido viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência dos
objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa, por menos favorecidos.
meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido
subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas Direito à indenização e direito de resposta
pela pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”19. Com vistas à proteção do direito à privacidade, do di-
reito à personalidade e do direito à imagem, asseguram-se
Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspon- dois instrumentos, o direito à indenização e o direito de
dência resposta, conforme as necessidades do caso concreto.
Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a invio- Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF:
labilidade do domicílio e o sigilo das correspondências e
comunicações.
Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta,
Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê:
proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma-
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, terial, moral ou à imagem.
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para “A manifestação do pensamento é livre e garantida
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em
diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura
O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa-
nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju-
EM QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
morador foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju-
domicílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle
para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está da matéria que divulga”20.
sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por O direito de resposta é o direito que uma pessoa
determinação judicial. tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica- em que foram publicadas garantida exatamente a mes-
ções, prevê o artigo 5º, XII, CF: ma repercussão. Mesmo quando for garantido o direito
de resposta não é possível reverter plenamente os da-
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência nos causados pela manifestação ilícita de pensamento,
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica- razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização.
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau-
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que
investigação criminal ou instrução processual penal. pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô-
mico e não econômico.
O sigilo de correspondência e das comunicações está Dano material é aquele que atinge o patrimônio
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. (material ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado
financeiramente e indenizado.
Personalidade jurídica e gratuidade de registro
“Dano moral direto consiste na lesão a um interesse
Quando se fala em reconhecimento como pessoa pe-
que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapa-
rante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos
direitos de personalidade, consistente na personalidade ju- trimonial contido nos direitos da personalidade (como a
rídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o decoro,
como pessoa perante a lei. a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem)
Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o
necessário o registro. Por ser instrumento que serve como estado de família)”21.
pressuposto ao exercício de direitos fundamentais, asse- Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Có-
gura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição de digo Civil:
com ele arcar.
Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF: Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à
administração da justiça ou à manutenção da ordem públi-
Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconheci- ca, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
damente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nas- 20 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. São
cimento; b) a certidão de óbito. Paulo: Malheiros, 2011.
19 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito constitucio- 21 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad civil. Buenos
nal. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Aires: Astrea, 1982.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua fun-
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem pre- ção social.
juízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra,
a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins A propriedade, segundo Silva23, “[...] não pode mais ser
comerciais. considerada como um direito individual nem como institui-
ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direitos
- Direito à segurança individuais, ela não mais poderá ser considerada puro direi-
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- to individual, relativizando-se seu conceito e significado, es-
teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in- pecialmente porque os princípios da ordem econômica são
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo, preordenados à vista da realização de seu fim: assegurar a
desde sua integridade física e mental, até a própria segu- todos existência digna, conforme os ditames da justiça so-
rança jurídica. cial. Se é assim, então a propriedade privada, que, ademais,
No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes- tem que atender a sua função social, fica vinculada à conse-
soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli-
cução daquele princípio”.
dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de
Com efeito, a proteção da propriedade privada está li-
garantir o direito à vida.
mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
Nesta linha, para Silva22, “efetivamente, esse conjunto
requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade da
de direitos aparelha situações, proibições, limitações e pro-
cedimentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de pessoa humana. A propriedade de bens e valores em geral é
algum direito individual fundamental (intimidade, liberda- um direito assegurado na Constituição Federal e, como to-
de pessoal ou a incolumidade física ou moral)”. dos os outros, se encontra limitado pelos demais princípios
Especificamente no que tange à segurança jurídica, conforme melhor se atenda à dignidade do ser humano.
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: A Constituição Federal delimita o que se entende por
função social:
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito ad-
quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urbano,
executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroatividade gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desen-
da lei. volvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do -estar de seus habitantes.
Direito Brasileiro:
Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câ-
Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e mara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido mil habitantes, é o instrumento básico da política de desen-
e a coisa julgada. volvimento e de expansão urbana.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que função social quando atende às exigências fundamentais de
o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como ordenação da cidade expressas no plano diretor24.
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a pro-
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão priedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
judicial de que já não caiba recurso.
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requi-
sitos:
- Direito à propriedade
I - aproveitamento racional e adequado;
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
II - utilização adequada dos recursos naturais disponí-
ção do direito à propriedade, tanto material quanto intelec-
tual, delimitada em alguns incisos que o seguem. veis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações
Função social da propriedade material de trabalho;
O artigo 5º, XXII, CF estabelece: IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprie-
tários e dos trabalhadores.
Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de proprie-
dade.
23 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o
24 Instrumento básico de um processo de planejamento municipal
principal fator limitador deste direito: para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando
22SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo... a ação dos agentes públicos e privados (Lei n. 10.257/2001 - Estatuto
Op. Cit., p. 437. da cidade).
13
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
14
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, as- As terras devolutas e públicas serão destinadas confor-
sim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não me a política agrícola e o plano nacional de reforma agrá-
será objeto de penhora para pagamento de débitos decor- ria (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os concessão, a qualquer título, de terras públicas com área
meios de financiar o seu desenvolvimento. superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física
ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de
Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pe- prévia aprovação do Congresso Nacional”, salvo no caso de
quena propriedade será assegurado que permaneça com
alienações ou concessões de terras públicas para fins de re-
ela e a torne mais produtiva.
A preservação da pequena propriedade em detrimento forma agrária (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF).
dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes- Os que forem favorecidos pela reforma agrária (ho-
-guias da regulamentação da política agrária brasileira, que mens, mulheres, ambos, qualquer estado civil) não poderão
tem como principal escopo a realização da reforma agrária. negociar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, CF).
Parte da questão financeira atinente à reforma agrária Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição
se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF: ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física
ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que depen-
Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente derão de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190,
o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o CF).
montante de recursos para atender ao programa de reforma
agrária no exercício. Usucapião
Usucapião é o modo originário de aquisição da pro-
Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es-
priedade que decorre da posse prolongada por um longo
taduais e municipais as operações de transferência de imó-
veis desapropriados para fins de reforma agrária. tempo, preenchidos outros requisitos legais. Em outras pa-
lavras, usucapião é uma situação em que alguém tem a pos-
Como a finalidade da reforma agrária é transformar se de um bem por um tempo longo, sem ser incomodado,
terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes à a ponto de se tornar proprietário.
função social, alguns imóveis rurais não podem ser abran- A Constituição regulamenta o acesso à propriedade
gidos pela reforma agrária: mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em
casos específicos, denominados usucapião especial urbana
Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para e usucapião especial rural.
fins de reforma agrária: O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida especial urbana:
em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva. Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urba-
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à
na de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco
propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento
dos requisitos relativos a sua função social. anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, des-
Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo de que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
187: § 1º O título de domínio e a concessão de uso
serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e exe- independentemente do estado civil.
cutada na forma da lei, com a participação efetiva do setor § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo
de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, possuidor mais de uma vez.
bem como dos setores de comercialização, de armazena- § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por
mento e de transportes, levando em conta, especialmente: usucapião.
15
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja e) Nenhum outro imóvel.
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado
seguintes requisitos específicos: a área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro
a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da localiza- labore”. Dependerá do caso concreto.
ção, área urbana é a que está dentro do perímetro urbano.
Pela teoria da destinação, mais importante que a localiza- Uso temporário
ção é a sua utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários e No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao di-
estiver dentro do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para reito de propriedade que não possui o caráter definitivo
fins de usucapião a maioria diz que prevalece a teoria da da desapropriação, mas é temporária, conforme artigo 5º,
localização. XXV, CF:
b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse
maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A juris- Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo públi-
prudência é pacífica que a posse desde o início deve ficar co, a autoridade competente poderá usar de propriedade
restrita a 250m². Predomina também que o terreno deve ter particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior,
250m², não a área construída (a área de um sobrado, por se houver dano.
exemplo, pode ser maior que a de um terreno).
c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação
Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes de de perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: mon-
05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos dentro tar uma base para capturar um fugitivo), pois o interesse
do limite da usucapião urbana? Predominou que só corria o da coletividade é maior que o do indivíduo proprietário.
prazo a partir da criação do instituto, não só porque antes
não existia e o prazo não podia correr, como também não Direito sucessório
se poderia prejudicar o proprietário. O direito sucessório aparece como uma faceta do di-
d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse, reito à propriedade, encontrando disciplina constitucional
é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família, no artigo 5º, XXX e XXXI, CF:
ao longo de todo o prazo (não só no início ou no final).
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança;
Logo, não cabe acessio temporis por cessão da posse.
e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no
Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangeiros
Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se al-
situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício
guém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este re-
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
quisito é verificado no momento em que completa 5 anos.
mais favorável a lei pessoal do de cujus.
Em relação à previsão da usucapião especial rural, des-
taca-se o artigo 191, CF: O direito à herança envolve o direito de receber – seja
devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens de
Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa para ou-
imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos tra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou a lei de-
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, termine. A Constituição estabelece uma disciplina específica
não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva para bens de estrangeiros situados no Brasil, assegurando
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos brasileiros nos
adquirir-lhe-á a propriedade. termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do país estrangeiro).
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adqui-
ridos por usucapião. Direito do consumidor
Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF:
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da lei,
seguintes requisitos específicos: a defesa do consumidor.
a) Imóvel rural
b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que O direito do consumidor liga-se ao direito à propriedade
estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da a partir do momento em que garante à pessoa que irá adqui-
Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo rir bens e serviços que estes sejam entregues e prestados da
rural? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas forma adequada, impedindo que o fornecedor se enrique-
é assunto muito controverso. ça ilicitamente, se aproveite de maneira indevida da posição
c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 menos favorável e de vulnerabilidade técnica do consumidor.
de outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se O Direito do Consumidor pode ser considerado um ramo
a área é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibili- recente do Direito. No Brasil, a legislação que o regulamen-
dade antes da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 tou foi promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº 8.078, de
ha) não. 11 de setembro de 1990, conforme determinado pela Cons-
d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve mo- tituição Federal de 1988, que também estabeleceu no artigo
rar na área rural. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias:
16
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento e basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, edi-
vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código ção, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de
de defesa do consumidor. dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo
que estas modalidades de utilização podem se dar a título
A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi oneroso ou gratuito.
um grande passo para a proteção da pessoa nas relações de “Os direitos autorais, também conhecidos como copyri-
consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de hi- ght (direito de cópia), são considerados bens móveis, po-
possuficiente técnico daquele que adquire um bem ou faz dendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. Ressalte-
uso de determinado serviço, enquanto consumidor. -se que a permissão a terceiros de utilização de criações
artísticas é direito do autor. [...] A proteção constitucional
Propriedade intelectual abrange o plágio e a contrafação. Enquanto que o primei-
Além da propriedade material, o constituinte protege ro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou produzida
também a propriedade intelectual, notadamente no artigo por terceiros, como se fosse própria, a segunda configura
5º, XXVII, XXVIII e XXIX, CF: a reprodução de obra alheia sem a necessária permissão
do autor”27.
Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito exclusi-
vo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, - Direitos de acesso à justiça
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; A formação de um conceito sistemático de acesso à
justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apon-
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei: taram três ondas de acesso, isto é, três posicionamentos
a) a proteção às participações individuais em obras básicos para a realização efetiva de tal acesso. Tais ondas
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in- foram percebidas paulatinamente com a evolução do Di-
clusive nas atividades desportivas; reito moderno conforme implementadas as bases da onda
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a emergên-
mico das obras que criarem ou de que participarem aos cia de uma nova onda quando superada a afirmação das
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações premissas da onda anterior, restando parcialmente imple-
sindicais e associativas; mentada (visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao
Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de in- pleno atendimento em todas as ondas).
ventos industriais privilégio temporário para sua utiliza- Primeiro, Cappelletti e Garth28 entendem que surgiu
ção, bem como proteção às criações industriais, à proprie- uma onda de concessão de assistência judiciária aos po-
dade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos bres, partindo-se da prestação sem interesse de remunera-
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- ção por parte dos advogados e, ao final, levando à criação
mento tecnológico e econômico do País. de um aparato estrutural para a prestação da assistência
pelo Estado.
Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth29,
que deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto veio a onda de superação do problema na representação
sob o patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional de
a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os processo como algo restrito a apenas duas partes indivi-
direitos autorais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes dualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui-
são conexos”. ções, como o Ministério Público.
O artigo 7° do referido diploma considera como obras Finalmente, Cappelletti e Garth30 apontam uma terceira
intelectuais que merecem a proteção do direito do autor onda consistente no surgimento de uma concepção mais
os textos de obras de natureza literária, artística ou científi- ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins-
ca; as conferências, sermões e obras semelhantes; as obras tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados:
cinematográficas e televisivas; as composições musicais; “[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla va-
fotografias; ilustrações; programas de computador; coletâ- riedade de reformas, incluindo alterações nas formas de
neas e enciclopédias; entre outras. procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a
Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa-
inalienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o di- raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores,
reito de reivindicar a autoria da obra, ter seu nome divul- modificações no direito substantivo destinadas a evitar lití-
gado na utilização desta, assegurar a integridade desta ou gios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos
modificá-la e retirá-la de circulação se esta passar a afron-
27 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria
tar sua honra ou imagem. geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos ar- Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
tigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos 28 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução
contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor,
falecimento do último coautor, ou contados do primeiro 1998, p. 31-32.
ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza 29 Ibid., p. 49-52
audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem, 30 Ibid., p. 67-73
17
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque, em que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição com-
em suma, não receia inovações radicais e compreensivas, petente para a matéria específica do caso antes mesmo do
que vão muito além da esfera de representação judicial”. fato ocorrer.
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos as-
pectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se o Por sua vez, um desdobramento deste princípio encon-
Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas as tra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta garantir
meios de acesso se estes forem insuficientes, já que para Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de
que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário que se exceção.
aplique o direito material de maneira justa e célere.
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente
prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV: criado para uma situação pretérita, bem como não reco-
nhecido como legítimo pela Constituição do país.
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Tribunal do júri
A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o princí- artigo 5º, XXXVIII, CF:
pio de Direito Processual Público subjetivo, também cunha-
do como Princípio da Ação, em que a Constituição garante Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri,
a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes na vida com a organização que lhe der a lei, assegurados:
em sociedade. Sempre que uma controvérsia for levada ao a) a plenitude de defesa;
Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de admissibili- b) o sigilo das votações;
dade, ela será resolvida, independentemente de haver ou c) a soberania dos veredictos;
não previsão específica a respeito na legislação. d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, no contra a vida.
que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos favo-
recidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF: O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que
julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental
Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí- o de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade e
dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência não magistrados, no caso de determinados crimes que por
de recursos. sua natureza possuem fortes fatores de influência emocio-
nal.
O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces- Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto
a defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti-
ampla defesa assegurada em todos os procedimentos judi-
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº
ciais e administrativos.
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição:
Sigilo das votações envolve a realização de votações
Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad-
secretas, preservando a liberdade de voto dos que com-
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro-
põem o conselho que irá julgar o ato praticado.
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami-
A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contu-
tação.
do, a soberania dos veredictos veda a alteração das deci-
sões dos jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do
Com o tempo se percebeu que não bastava garantir Tribunal do Júri para que seja procedido novo julgamento
o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não uma vez cassada a decisão recorrida, haja vista preservar
significa que se deve acelerar o processo em detrimento o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo grau de
de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que é jurisdição.
preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e nem Por fim, a competência para julgamento é dos crimes
menos que o necessário para a efetiva realização da justiça dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o risco
no caso concreto. de produção do resultado) contra a vida, que são: homicídio,
aborto, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e infan-
- Direitos constitucionais-penais ticídio. Sua competência não é absoluta e é mitigada, por
vezes, pela própria Constituição (artigos 29, X / 102, I, b) e
Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de ex- c) / 105, I, a) / 108, I).
ceção
Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona: Anterioridade e irretroatividade da lei
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza:
Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sen-
tenciado senão pela autoridade competente”, consolida o Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que
princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
de conhecer previamente daquele que a julgará no processo
18
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena anistia, em regra, atinge crimes políticos, a graça e o in-
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio dulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo
da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência
crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia cominação exclusiva do Presidente da República; a anistia pode ser
legal, e o princípio da anterioridade, posto que não há crime concedida antes da sentença final ou depois da condena-
sem lei anterior que o defina. ção irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem- em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto
-se o artigo 5º, XL, CF: apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos
do crime, apagados na anistia; graça é em regra individual
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para e solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
beneficiar o réu. Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar
que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra
crimes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da an-
(previstos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além
terioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha disso, são crimes que não aceitam fiança.
definido um fato como crime e dado certo tratamento penal Por fim, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
a este fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo de
pena, etc.) antes que ele ocorra; por outro lado, se vier uma Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e im-
lei posterior ao fato que o exclua do rol de crimes ou que prescritível a ação de grupos armados, civis ou milita-
confira tratamento mais benéfico (diminuindo a pena ou al- res, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
terando o regime de cumprimento, notadamente), ela será
aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da irretroati- Personalidade da pena
vidade da lei penal in pejus quanto o da retroatividade da lei A personalidade da pena encontra respaldo no artigo
penal mais benéfica. 5º, XLV, CF:
Menções específicas a crimes Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa
O artigo 5º, XLI, CF estabelece: do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e
a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. limite do valor do patrimônio transferido.
Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao O princípio da personalidade encerra o comando de
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela o crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por
qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No en- seu turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria
tanto, o constituinte entendeu por bem prever tratamento flagrante a injustiça se fosse possível alguém responder
específico a certas práticas criminosas. pelos atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: invés de restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes.
Contudo, se uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este
patrimônio responderá pelas repercussões financeiras do
Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime
ilícito.
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei. Individualização da pena
A individualização da pena tem por finalidade concre-
A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes tizar o princípio de que a responsabilização penal é sem-
resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles não pre pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as pe-
cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão pro- culiaridades do agente.
visória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda de A primeira menção à individualização da pena se en-
pretensão de se processar/punir uma pessoa pelo decurso contra no artigo 5º, XLVI, CF:
do tempo).
Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF: Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização
da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafian- a) privação ou restrição da liberdade;
çáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da b) perda de bens;
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o c) multa;
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles d) prestação social alternativa;
respondendo os mandantes, os executores e os que, poden- e) suspensão ou interdição de direitos.
do evitá-los, se omitirem.
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve
Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e exe-
termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e cutório, evitando-se a padronização a sanção penal. A in-
extingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto dividualização da pena significa adaptar a pena ao conde-
apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; a nado, consideradas as características do agente e do delito.
19
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o
com maior ou menor intensidade, a liberdade do condena- constituinte não estabeleceu uma total vedação, autorizan-
do, consistente em permanecer em algum estabelecimento do-a nos casos de guerra declarada. Obviamente, deve-se
prisional, por um determinado tempo. respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou seja, a le-
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição gislação deve prever a pena de morte ao fato antes dele ser
do patrimônio do indivíduo delituoso. praticado. No ordenamento brasileiro, este papel é cumpri-
A prestação social alternativa corresponde às penas do pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969),
restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas que prevê a pena de morte a ser executada por fuzilamento
privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Có- nos casos tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes
digo Penal. militares em tempo de guerra.
Por seu turno, a individualização da pena deve também Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quais-
se fazer presente na fase de sua execução, conforme se de- quer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de traba-
preende do artigo 5º, XLVIII, CF: lhos forçados, de banimento e cruéis.
No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabe- que o trabalho obrigatório não é considerado um trata-
lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, mento contrário à dignidade do recluso, embora o trabalho
a idade e o sexo do apenado. forçado o seja. O trabalho é obrigatório, dentro das condi-
ções do apenado, não podendo ser cruel ou menosprezar
A distinção do estabelecimento conforme a natureza a capacidade física e intelectual do condenado; como o
do delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade trabalho não existe independente da educação, cabe in-
do crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato sufi- centivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo porque o
ciente para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo, trabalho deve se aproximar da realidade do mundo exter-
o nível de segurança das prisões. Quanto à idade, desta- no, será remunerado; além disso, condições de dignidade e
cam-se as Fundações Casas, para cumprimento de medida segurança do trabalhador, como descanso semanal e equi-
por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam pamentos de proteção, deverão ser respeitados.
ser exclusivamente para homens ou para mulheres.
Também se denota o respeito à individualização da Respeito à integridade do preso
pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF: Prevê o artigo 5º, XLIX, CF:
Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas con- Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito
dições para que possam permanecer com seus filhos duran- à integridade física e moral.
te o período de amamentação.
Obviamente, o desrespeito à integridade física e mo-
Preserva-se a individualização da pena porque é toma- ral do preso é uma violação do princípio da dignidade da
da a condição peculiar da presa que possui filho no perío- pessoa humana.
do de amamentação, mas também se preserva a dignidade Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade
da criança, não a afastando do seio materno de maneira estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição
precária e impedindo a formação de vínculo pela amamen- Federal. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura e
tação. de tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III,
CF), o que vale na execução da pena.
Vedação de determinadas penas No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de
penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF: Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas: previstas em lei.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX; Se uma pessoa possui identificação civil, não há por-
b) de caráter perpétuo; que fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos,
c) de trabalhos forçados; etc. Pensa-se que seria uma situação constrangedora des-
d) de banimento; necessária ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade
e) cruéis. moral.
Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani- Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar Estabelece o artigo 5º, LIV, CF:
sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados”31 . Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou
31 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16. ed. São de seus bens sem o devido processo legal.
Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.
20
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em flagran-
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o te delito ou por ordem escrita e fundamentada de autori-
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a dade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
ela inerentes. militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
O devido processo legal possui a faceta formal, pela Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante
qual se deve seguir o adequado procedimento na aplica- delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou
ção da lei e, sendo assim, respeitar o contraditório e a am- em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas pri-
pla defesa. Não obstante, o devido processo legal tem sua meiras independente do trânsito em julgado, preenchidos
faceta material que consiste na tomada de decisões justas, requisitos legais e a última pela irreversibilidade da conde-
que respeitem os parâmetros da razoabilidade e da pro- nação).
porcionalidade. Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação ao
juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
Vedação de provas ilícitas
Conforme o artigo 5º, LVI, CF: Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as pro- competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
vas obtidas por meios ilícitos.
Não obstante, o preso deverá ser informado de todos os
Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao arti-
seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo entrar
go 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas cons-
em contato com sua família e com um advogado, conforme
titucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra
artigo 5º, LXIII, CF:
de direito material, constitucional ou legal, no momento
da sua obtenção. São vedadas porque não se pode aceitar
Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direi-
o descumprimento do ordenamento para fazê-lo cumprir:
tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe asse-
seria paradoxal.
gurada a assistência da família e de advogado.
Presunção de inocência
Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII: Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF:
Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório po-
licial.
Consolida-se o princípio da presunção de inocência,
pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo, Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata
o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e do depoimento do interrogatório são assinados pelas auto-
garantias constitucionais. ridades envolvidas nas práticas destes atos procedimentais.
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para
Ação penal privada subsidiária da pública que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento,
Nos termos do artigo 5º, LIX, CF: tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF:
Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos cri- Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente
mes de ação pública, se esta não for intentada no prazo relaxada pela autoridade judiciária.
legal.
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ-
A chamada ação penal privada subsidiária da pública são do artigo 5º, LXVI, CF:
encontra respaldo constitucional, assegurando que a omis-
são do poder público na atividade de persecução criminal Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou nela
não será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
interessado a proponha. ou sem fiança.
21
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido ao Resume Mello33: “a Conferência das Nações Unidas so-
princípio da presunção de inocência, entende-se que ela não bre a criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida
deve ser mantida presa quando não preencher os requisi- em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é perma-
tos legais para prisão preventiva ou temporária. nente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade inter-
nacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra a
Indenização por erro judiciário humanidade; c) crime de guerra; d) crime de agressão. Para
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário o crime de genocídio usa a definição da convenção de 1948.
encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF: Como crimes contra a humanidade são citados: assassinato,
escravidão, prisão violando as normas internacionais, violação
tortura, apartheid, escravidão sexual, prostituição forçada, es-
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado por
terilização, etc. São crimes de guerra: homicídio internacional,
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
destruição de bens não justificada pela guerra, deportação,
fixado na sentença.
forçar um prisioneiro a servir nas forças inimigas, etc.”.
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e 1.7) Remédios constitucionais
julgamento de um processo criminal, resultando em conde- Remédios constitucionais são as espécies de ações ju-
nação de alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. diciárias que visam proteger os direitos fundamentais re-
Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa além do conhecidos no texto constitucional quando a declaração e
tempo que foi condenada a cumprir. a garantia destes não se mostrar suficiente. Assim, o Poder
Judiciário será acionado para sanar o desrespeito a estes
1.5) Direitos fundamentais implícitos direitos fundamentais, servindo cada espécie de ação para
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal: uma forma de violação.
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta 1.7.1) Habeas corpus
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos No que tange à disciplina do habeas corpus, prevê a
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em Constituição em seu artigo 5º, LXVIII:
que a República Federativa do Brasil seja parte.
Artigo 5º, LXVIII, CF. Conceder-se-á habeas corpus sem-
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem pre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
lência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sendo
lidade ou abuso de poder.
assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é apenas
exemplificativo, não taxativo. Trata-se de ação gratuita, nos termos do artigo 5º,
LXXVII, CF.
1.6) Tribunal Penal Internacional a) Antecedentes históricos: A Magna Carta inglesa,
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: de 1215, foi o primeiro documento a mencionar este remé-
dio e o Habeas Corpus Act, de 1679, o regulamentou.
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de Tri- b) Escopo: ação que serve para proteger a liberdade
bunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado de locomoção. Antes de haver proteção no Brasil por ou-
adesão. tros remédios constitucionais de direitos que não este, o
habeas-corpus foi utilizado para protegê-los. Hoje, apenas
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi serve à lesão ou ameaça de lesão ao direito de ir e vir.
promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de setem- c) Natureza jurídica: ação constitucional de cunho
bro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em Roma, predominantemente penal, pois protege o direito de ir e vir
no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência e o fun- e vai contra a restrição arbitrária da liberdade.
cionamento deste Tribunal voltado às pessoas responsáveis d) Espécies: preventivo, para os casos de ameaça de
por crimes de maior gravidade com repercussão internacional violação ao direito de ir e vir, conferindo-se um “salvo con-
(artigo 1º, ETPI). duto”, ou repressivo, para quando ameaça já tiver se mate-
rializado.
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja juris-
e) Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode manejá-
dição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional com-
-lo, em próprio nome ou de terceiro, bem como o Ministé-
pete o processo e julgamento de violações contra indivíduos;
rio Público (artigo 654, CPP). Impetrante é o que ingressa
e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra da Iugos- com a ação e paciente é aquele que está sendo vítima da
lávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes cometidos restrição à liberdade de locomoção. As duas figuras podem
durante esses conflitos, sua jurisdição não está restrita a uma se concentrar numa mesma pessoa.
situação específica”32. f) Legitimidade passiva: pessoa física, agente público
ou privado.
32 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & Direi- 33 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional
to Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
22
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
23
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo reitos, liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes
pode ser impetrado por: a) partido político com representa- à nacionalidade, à soberania e à cidadania; além da falta de
ção no Congresso Nacional; b) organização sindical, entida- norma regulamentadores, impossibilitando o exercício dos
de de classe ou associação legalmente constituída e em fun- direitos, liberdades e prerrogativas em questão. Assim, visa
cionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses curar o hábito que se incutiu no legislador brasileiro de não
de seus membros ou associados. regulamentar as normas de eficácia limitada para que elas
não sejam aplicáveis.
a) Origem: Constituição Federal de 1988. b) Natureza jurídica: ação constitucional que objeti-
b) Escopo: preservação ou reparação de direito líqui- va a regulamentação de normas constitucionais de eficácia
do e certo relacionado a interesses transindividuais (indi- limitada.
viduais homogêneos ou coletivos), e devido à questão da c) Legitimidade ativa: qualquer pessoa, nacional ou
legitimidade ativa, pertencente a partidos políticos e deter- estrangeira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titula-
minadas associações. rize direito fundamental não materializável por omissão le-
c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza gislativa do Poder público, bem como o Ministério Público
civil, independente da natureza do ato, de caráter coletivo. na defesa de seus interesses institucionais. Não se aceita a
d) Objeto: o objeto do mandado de segurança coleti- legitimidade ativa de pessoas jurídicas de direito público.
vo são os direitos coletivos e os direitos individuais homo- d) Competência: Supremo Tribunal Federal, quando a
gêneos. Tal instituto não se presta à proteção dos direitos elaboração de norma regulamentadora for atribuição do
difusos, conforme posicionamento amplamente majoritá- Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câma-
rio, já que, dada sua difícil individualização, fica improvável ra dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma
a verificação da ilegalidade ou do abuso do poder sobre tal dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União,
direito (art. 21, parágrafo único, Lei nº 12.016/09). de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
e) Legitimidade ativa: como se extrai da própria disci- Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, CF); ao Superior Tribunal de
plina constitucional, aliada ao artigo 21 da Lei nº 12.016/09, Justiça, quando a elaboração da norma regulamentadora
é de partido político com representação no Congresso Na- for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
cional, bem como de organização sindical, entidade de administração direta ou indireta, excetuados os casos da
classe ou associação legalmente constituída e em funcio- competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da
namento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e
líquidos e certos que atinjam diretamente seus interesses da Justiça Federal (art. 105, I, “h”, CF); ao Tribunal Superior
ou de seus membros. Eleitoral, quando as decisões dos Tribunais Regionais Elei-
f) Disciplina específica na Lei nº 12.016/09: torais denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
habeas data ou mandado de injunção (art. 121, §4º, V, CF);
Art. 22, Lei nº 12.016/09. No mandado de segurança e aos Tribunais de Justiça Estaduais, frente aos entes a ele
coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos vinculados.
membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetran- e) Procedimento: aplicação analógica da Lei nº
te.
12.016/09, não havendo lei específica.
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos
1.7.6) Ação popular
da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
Prevê o artigo 5º, LXXIII, CF:
individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
Artigo 5º, LXXIII, CF. Qualquer cidadão é parte legítima
comprovada da impetração da segurança coletiva.
para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao pa-
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só
trimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
poderá ser concedida após a audiência do representante
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
1.7.5) Mandado de injunção
Regulamenta o artigo 5º, LXXI, CF: a) Origem: Constituição Federal de 1934.
b) Escopo: é instrumento de exercício direto da demo-
Artigo 5º, LXXI, CF. Conceder-se-á mandado de injun- cracia, permitindo ao cidadão que busque a proteção da
ção sempre que a falta de norma regulamentadora torne coisa pública, ou seja, que vise assegurar a preservação dos
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais interesses transindividuais.
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e c) Natureza jurídica: trata-se de ação constitucional,
à cidadania. que visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de enti-
dade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
a) Escopo: os dois requisitos constitucionais para que ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural
seja proposto o mandado de injunção são a existência de d) Legitimidade ativa: deve ser cidadão, ou seja, aquele
norma constitucional de eficácia limitada que prescreva di- nacional que esteja no pleno gozo dos direitos políticos.
24
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
e) Legitimidade passiva: ente da Administração Públi- Artigo 5º, §3º, CF. Os tratados e convenções interna-
ca, direta ou indireta, ou então pessoa jurídica que de algum cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
modo lide com a coisa pública. cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
f) Competência: Será fixada de acordo com a origem quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen-
do ato ou omissão a serem impugnados (artigo 5º, Lei nº tes às emendas constitucionais.
4.717/65).
g) Regulamentação específica: Lei nº 4.717, de 29 de Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de
junho de 1965. direitos humanos que ingressarem no ordenamento jurídi-
h) Procedimento: artigos 7º a 19, Lei nº 4.717/65. co brasileiro, versando sobre matéria de direitos humanos,
irão passar por um processo de aprovação semelhante ao da
1.8) Direitos humanos, tratados internacionais de emenda constitucional.
proteção aos direitos humanos e repercussão no Direito Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à
brasileiro possibilidade de considerar como hierarquicamente cons-
Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan- titucional os tratados internacionais de direitos humanos
tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados in- que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro ante-
ternacionais em que a República Federativa do Brasil seja riormente ao advento da referida emenda. Tal discussão se
parte”. deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista
Para o tratado internacional ingressar no ordenamen- como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José
to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado an-
complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne- tes da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal
gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de
do Presidente da República), submissão do tratado assinado direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição
ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio do de- que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não
creto legislativo), ratificação do tratado (confirmação da obri- revogaria a Constituição no ponto controverso).
gação perante a comunidade internacional) e a promulgação
e publicação do tratado pelo Poder Executivo34. Notadamen- 2) Direitos sociais
te, quando o constituinte menciona os tratados internacio- A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no
nais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que tenham por
capítulo II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria
fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou seja, tratado
normas programáticas e que necessitam de uma postura in-
internacional de direitos humanos.
terventiva estatal em prol da implementação.
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá-
Os direitos assegurados nesta categoria encontram
ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia
menção genérica no artigo 6º, CF:
dos direitos humanos, desde logo consagrando o princípio
da primazia dos direitos humanos, como reconhecido pela
doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O princípio Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a
da primazia dos direitos humanos nas relações internacionais saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
implica em que o Brasil deve incorporar os tratados quan- te, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
to ao tema ao ordenamento interno brasileiro e respeitá-los. maternidade e à infância, a assistência aos desampara-
Implica, também em que as normas voltadas à proteção da dos, na forma desta Constituição.
dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil
em caráter prioritário em relação a outras normas”35. Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres- Social de Direito. Em suma, são elencados os direitos huma-
sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico bra- nos de 2ª dimensão, notadamente conhecidos como direi-
sileiro porque somente existe previsão constitucional quanto tos econômicos, sociais e culturais. Em resumo, os direitos
à possibilidade da equiparação às emendas constitucionais sociais envolvem prestações positivas do Estado (diferente
se o tratado abranger matéria de direitos humanos. Antes dos de liberdade, que referem-se à postura de abstenção
da emenda alterou o quadro quanto aos tratados de direitos estatal), ou seja, políticas estatais que visem consolidar o
humanos, era o que acontecia, mas isso não significa que princípio da igualdade não apenas formalmente, mas ma-
tais direitos eram menos importantes devido ao princípio da terialmente (tratando os desiguais de maneira desigual).
primazia e ao reconhecimento dos direitos implícitos. Por seu turno, embora no capítulo específico do Título
Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional II que aborda os direitos sociais não se perceba uma intensa
nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição regulamentação destes, à exceção dos direitos trabalhistas, o
Federal, de modo que os tratados internacionais de direitos Título VIII da Constituição Federal, que aborda a ordem social,
humanos foram equiparados às emendas constitucionais, se concentra em trazer normativas mais detalhadas a respei-
desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa tos de direitos indicados como sociais.
do Congresso Nacional e obtivesse a votação em dois turnos
e com três quintos dos votos dos respectivos membros: 2.1) Igualdade material e efetivação dos direitos so-
34 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Fundamentais e Prisão ciais
Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008. Independentemente da categoria de direitos que esteja
35PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Públi- sendo abordada, a igualdade nunca deve aparecer num sen-
co e Privado. Salvador: JusPodivm, 2009. tido meramente formal, mas necessariamente material. Signi-
25
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
fica que discriminações indevidas são proibidas, mas existem letividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento
certas distinções que não só devem ser aceitas, como tam- de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de
bém se mostram essenciais. infidelidade governamental ao que determina a própria Lei
No que tange aos direitos sociais percebe-se que a igual- Fundamental do Estado”37.
dade material assume grande relevância. Afinal, esta categoria Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do
de direitos pressupõe uma postura ativa do Estado em prol possível, embora viável, não pode servir de muleta para
da efetivação. Nem todos podem arcar com suas despesas de que o Estado não arque com obrigações básicas. Neste
saúde, educação, cultura, alimentação e moradia, assim como viés, geralmente, quando invocada a cláusula é afastada,
nem todos se encontram na posição de explorador da mão- entendendo o Poder Judiciário que não cabe ao Estado se
-de-obra, sendo a grande maioria da população de explora- eximir de garantir direitos sociais com o simples argumen-
dos. Estas pessoas estão numa clara posição de desigualdade to de que não há orçamento específico para isso – ele de-
e caberá ao Estado cuidar para que progressivamente atinjam veria ter reservado parcela suficiente de suas finanças para
uma posição de igualdade real, já que não é por conta desta atender esta demanda.
posição desfavorável que se pode afirmar que são menos dig- Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial,
nos, menos titulares de direitos fundamentais. que tem por fulcro limitar a discricionariedade político-ad-
Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta a ser ministrativa e estabelecer diretrizes orçamentárias básicas a
alcançada pelo Estado em prol da consolidação da igualdade serem seguidas, sob pena de caber a intervenção do Poder
material. Sendo assim, o Estado buscará o crescente aper- Judiciário em prol de sua efetivação.
feiçoamento da oferta de serviços públicos com qualidade
para que todos os nacionais tenham garantidos seus direitos 2.3) Princípio da proibição do retrocesso
fundamentais de segunda dimensão da maneira mais plena Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que
possível. uma conquista garantida na Constituição Federal sofra um
Há se ressaltar também que o Estado não possui apenas retrocesso, de modo que um direito social garantido não
um papel direto na promoção dos direitos econômicos, so- pode deixar de o ser.
ciais e culturais, mas também um indireto, quando por meio Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso
de sua gestão permite que os indivíduos adquiram condições
deve ser tomada com reservas, até mesmo porque segun-
para sustentarem suas necessidades pertencentes a esta ca-
do entendimento predominante as normas do artigo 7º,
tegoria de direitos.
CF não são cláusula pétrea, sendo assim passíveis de alte-
ração. Se for alterada normativa sobre direito trabalhista
2.2) Reserva do possível e mínimo existencial
assegurado no referido dispositivo, não sendo o prejuízo
Os direitos sociais serão concretizados gradualmente, no-
evidente, entende-se válida (por exemplo, houve alteração
tadamente porque estão previstos em normas programáticas
do prazo prescricional diferenciado para os trabalhadores
e porque a implementação deles gera um ônus para o Estado.
agrícolas). O que, em hipótese alguma, pode ser aceito é
Diferentemente dos direitos individuais, que dependem de
uma postura de abstenção estatal, os direitos sociais precisam um retrocesso evidente, seja excluindo uma categoria de
que o Estado assuma um papel ativo em prol da efetivação direitos (ex.: abolir o Sistema Único de Saúde), seja dimi-
destes. nuindo sensivelmente a abrangência da proteção (ex.: ex-
A previsão excessiva de direitos sociais no bojo de uma cluindo o ensino médio gratuito).
Constituição, a despeito de um instante bem-intencionado de Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso:
palavras promovido pelo constituinte, pode levar à negativa, se uma decisão judicial melhorar a efetivação de um direito
paradoxal – e, portanto, inadmissível – consequência de uma social, ela se torna vinculante e é impossível ao legislador
Carta Magna cujas finalidades não condigam com seus pró- alterar a Constituição para retirar este avanço? Por um lado,
prios prescritos, fato que deslegitima o Poder Público como a proibição do retrocesso merece ser tomada em conceito
determinador de que particulares respeitem os direitos fun- amplo, abrangendo inclusive decisões judiciais; por outro
damentais, já que sequer eles próprios, os administradores, lado, a decisão judicial não tem por fulcro alterar a norma,
conseguem cumprir o que consta de seu Estatuto Máximo36. o que somente é feito pelo legislador, e ele teria o direito
Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar a de prever que aquela decisão judicial não está incorporada
cláusula da reserva do possível como argumento para a não na proibição do retrocesso. A questão é polêmica e não há
implementação de determinado direito social – seja pela ab- entendimento dominante.
soluta ausência de recursos (reserva do possível fática), seja
pela ausência de previsão orçamentária nos termos do arti- 2.4) Direito individual do trabalho
go 167, CF (reserva do possível jurídica). O artigo 7º da Constituição enumera os direitos indi-
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que viduais dos trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos
os direitos sociais “não pode converter-se em promessa individuais tipicamente trabalhistas, mas que não excluem
constitucional inconsequente, sob pena de o Poder Públi- os demais direitos fundamentais (ex.: honra é um direito no
co, fraudando justas expectativas nele depositadas pela co- espaço de trabalho, sob pena de se incidir em prática de
assédio moral).
36 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possível e mínimo
existencial: a pretensão de eficácia da norma constitucional em face
da realidade. Curitiba: Juruá, 2012, p. 56-57. 37 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO.
26
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de à complexidade do trabalho.
lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos. Cada trabalhador, dentro de sua categoria de empre-
Significa que a demissão, se não for motivada por justa go, seja ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário,
causa, assegura ao trabalhador direitos como indenização construtor civil, enfermeiro, recebe um salário base, chama-
compensatória, entre outros, a serem arcados pelo empre- do de Piso Salarial, que é sua garantia de recebimento den-
gador. tro de seu grau profissional. O Valor do Piso Salarial é esta-
belecido em conformidade com a data base da categoria,
Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de de- por isso ele é definido em conformidade com um acordo,
semprego involuntário. ou ainda com um entendimento entre patrão e trabalhador.
Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o
do empregador, o trabalhador que fique involuntariamente disposto em convenção ou acordo coletivo.
desempregado – entendendo-se por desemprego invo-
luntário o que tenha origem num acordo de cessação do O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão
contrato de trabalho – tem direito ao seguro-desemprego, redução implique num prejuízo maior, por exemplo, demis-
a ser arcado pela previdência social, que tem o caráter de são em massa durante uma crise, situações que devem ser
assistência financeira temporária. negociadas em convenção ou acordo coletivo.
Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de ser- Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior
viço. ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.
Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para pro- O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores,
teger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é mesmo daqueles que recebem remuneração variável (ex.:
constituído de contas vinculadas, abertas em nome de baseada em comissões por venda e metas);
cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro
depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos de- Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na
pósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalentes remuneração integral ou no valor da aposentadoria.
a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de atua-
lização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador tem Também conhecido como gratificação natalina, foi ins-
a oportunidade de formar um patrimônio, que pode ser tituída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o tra-
sacado em momentos especiais, como o da aquisição da balhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos)
casa própria ou da aposentadoria e em situações de dificul- da remuneração por mês trabalhado, ou seja, consiste no
dades, que podem ocorrer com a demissão sem justa causa pagamento de um salário extra ao trabalhador e ao apo-
ou em caso de algumas doenças graves. sentado no final de cada ano.
Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacio- Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno
nalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades superior à do diurno.
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimenta-
ção, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, trans- O adicional noturno é devido para o trabalho exercido
porte e previdência social, com reajustes periódicos que durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre a re-
lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- dução de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acrés-
ção para qualquer fim. cimo de 12,5% sobre o valor da hora diurna. Considera-se
T noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre
rata-se de uma visível norma programática da Cons- as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; nas
tituição que tem por pretensão um salário mínimo que atividades rurais, é considerado noturno o trabalho execu-
atenda a todas as necessidades básicas de uma pessoa e tado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas
de sua família. Em pesquisa que tomou por parâmetro o do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00
preceito constitucional, detectou-se que “o salário mínimo horas do dia seguinte.
do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47
em abril para que ele suprisse suas necessidades básicas e Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei,
da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07, constituindo crime sua retenção dolosa.
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese)”38. Quanto ao possível crime de retenção de salário, não
há no Código Penal brasileiro uma norma que determina a
38 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-minimo-de- ação de retenção de salário como crime. Apesar do artigo
veria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril 7º, X, CF dizer que é crime a retenção dolosa de salário,
27
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
o dispositivo é norma de eficácia limitada, pois depende Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o traba-
de lei ordinária, ainda mais porque qualquer norma penal lho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
incriminadora é regida pela legalidade estrita (artigo 5º, salvo negociação coletiva.
XXXIX, CF).
O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 ho-
Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resul- ras para os turnos ininterruptos de revezamento, expres-
tados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, samente ressalvando a hipótese de negociação coletiva,
participação na gestão da empresa, conforme definido em objetivou prestigiar a atuação da entidade sindical. Entre-
lei. tanto, a jurisprudência evoluiu para uma interpretação res-
tritiva de seu teor, tendo como parâmetro o fato de que
A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é o trabalho em turnos ininterruptos é por demais desgas-
conhecida também por Programa de Participação nos Re- tante, penoso, além de trazer malefícios de ordem fisio-
sultados (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do
lógica para o trabalhador, inclusive distúrbios no âmbito
Trabalho (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro
psicossocial já que dificulta o convívio em sociedade e com
de 2000. Ela funciona como um bônus, que é ofertado pelo
a própria família.
empregador e negociado com uma comissão de trabalha-
dores da empresa. A CLT não obriga o empregador a forne-
cer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado. Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, pre-
Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do ferencialmente aos domingos.
dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e
Salário-família é o benefício pago na proporção do quatro) horas consecutivas, devendo ser concedido prefe-
respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer rencialmente aos domingos, sendo garantido a todo traba-
condição até a idade de quatorze anos ou inválido de qual- lhador urbano, rural ou doméstico. Havendo necessidade
quer idade, independente de carência e desde que o salá- de trabalho aos domingos, desde que previamente auto-
rio-de-contribuição seja inferior ou igual ao limite máximo rizados pelo Ministério do Trabalho, aos trabalhadores é
permitido. De acordo com a Portaria Interministerial MPS/ assegurado pelo menos um dia de repouso semanal re-
MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família será de munerado coincidente com um domingo a cada período,
R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, dependendo da atividade (artigo 67, CLT).
para quem ganhar até R$ 682,50. Já para o trabalhador que
receber de R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o valor do salário- Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas
-família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
qualquer idade será de R$ 24,66.
O salário das férias deve ser superior em pelo menos
Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não su- um terço ao valor da remuneração normal, com todos os
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, adicionais e benefícios aos quais o trabalhador tem direi-
facultada a compensação de horários e a redução da jorna- to. A cada doze meses de trabalho – denominado período
da, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. aquisitivo – o empregado terá direito a trinta dias corridos
de férias, se não tiver faltado injustificadamente mais de
Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraor- cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias das férias
dinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do serão diminuídos de acordo com o número de faltas).
normal.
Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo
A legislação trabalhista vigente estabelece que a du-
do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
ração normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de
dias.
8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais,
no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de trabalho
dos empregados maiores ser acrescida de horas suple- O salário da trabalhadora em licença é chamado de
mentares, em número não excedentes a duas, no máximo, salário-maternidade, é pago pelo empregador e por ele
para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo in- descontado dos recolhimentos habituais devidos à Previ-
dividual, acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença dência Social. A trabalhadora pode sair de licença a partir
normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade im- do último mês de gestação, sendo que o período de licen-
periosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente ça é de 120 dias. A Constituição também garante que, do
permitido. A remuneração do serviço extraordinário, des- momento em que se confirma a gravidez até cinco meses
de a promulgação da Constituição Federal, deverá cons- após o parto, a mulher não pode ser demitida.
tar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença
normativa, e será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fi-
superior à da hora normal. xados em lei.
28
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade ca em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalente a 40%
para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
mãe nos processos pós-operatórios. 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.
Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da O adicional de periculosidade é um valor devido ao em-
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei. pregado exposto a atividades perigosas. São consideradas
atividades ou operações perigosas, aquelas que, por sua
Embora as mulheres sejam maioria na população de natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acen-
10 anos ou mais de idade, elas são minoria na população tuado em virtude de exposição permanente do trabalhador
ocupada, mas estão em maioria entre os desocupados. a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; e a roubos ou
Acrescenta-se ainda, que elas são maioria também na po- outras espécies de violência física nas atividades profissio-
pulação não economicamente ativa. Além disso, ainda há nais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor do adicio-
relevante diferença salarial entre homens e mulheres, sen- nal de periculosidade será o salário do empregado acresci-
do que os homens recebem mais porque os empregadores do de 30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações,
entendem que eles necessitam de um salário maior para prêmios ou participações nos lucros da empresa.
manter a família. Tais disparidades colocam em evidência O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem entendi-
que o mercado de trabalho da mulher deve ser protegido mento unânime sobre a possibilidade de cumulação destes
de forma especial. adicionais.
Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tem- Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria.
po de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
da lei. A aposentadoria é um benefício garantido a todo traba-
lhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele que te-
Nas relações de emprego, quando uma das partes de- nha contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade Social
seja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por (INSS) pelos prazos estipulados nas regras da Previdência
prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar Social e tenha atingido as idades mínimas previstas. Aliás, o
à outra parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem direito à previdência social é considerado um direito social
por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de no próprio artigo 6º, CF.
trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento
do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e
mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
trabalhado ou indenizado. em creches e pré-escolas.
Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao tra-
balho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias
com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um es-
Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente
paço físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses,
do trabalho salubre. Fiorillo39 destaca que o equilíbrio do
enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço
meio ambiente do trabalho está sedimentado na salubrida-
aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mu-
de e na ausência de agentes que possam comprometer a
lher para que ela pague uma creche para o bebê de até
incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores.
6 meses. O valor desse auxílio será determinado conforme
negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou
Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias
lei. registradas não tem obrigação de conceder o benefício. É
facultativo (ela pode oferecer ou não). Existe a possibilida-
Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, mo- de de o benefício ser estendido até os 6 anos de idade e
lesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que incluir o trabalhador homem. A duração do auxílio-creche
não é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção e o valor envolvido variarão conforme negociação coletiva
e vigilância acima do comum. Ainda não há na legislação na empresa.
específica previsão sobre o adicional de penosidade.
São consideradas atividades ou operações insalubres as Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e
que se desenvolvem excesso de limites de tolerância para: acordos coletivos de trabalho.
ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, exposi-
ção ao calor e ao frio, radiações, certos agentes químicos e Neste dispositivo se funda o direito coletivo do traba-
biológicos, vibrações, umidade, etc. O exercício de trabalho lho, que encontra regulamentação constitucional nos artigo
em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a 8º a 11 da Constituição. Pelas convenções e acordos coleti-
percepção de adicional, incidente sobre o salário base do vos, entidades representativas da categoria dos trabalhado-
empregado (súmula 228 do TST), ou previsão mais benéfi- res entram em negociação com as empresas na defesa dos
39 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental interesses da classe, assegurando o respeito aos direitos
brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21. sociais;
29
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação, Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários,
na forma da lei. de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil.
Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo
homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando o Há uma tendência de se remunerar melhor homens
profissional para exercer trabalhos que não possam ser de- brancos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo
sempenhados por uma máquina (ex.: se criada uma máqui- patente a diferença remuneratória para com pessoas de
na que substitui o trabalhador, deve ser ele qualificado para diferente etnia, faixa etária ou sexo. Esta distinção atenta
que possa operá-la). contra o princípio da igualdade e não é aceita pelo cons-
tituinte, sendo possível inclusive invocar a equiparação sa-
Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de tra- larial judicialmente.
balho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discrimina-
ção no tocante a salário e critérios de admissão do traba-
Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tratar lhador portador de deficiência.
do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a defi-
nição de doenças e acidentes do trabalho. Não se trata de A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas li-
legislação específica sobre o tema, mas sim de uma norma mitações, possui condições de ingressar no mercado de
que dispõe sobre as modalidades de benefícios da previ- trabalho e não pode ser preterida meramente por conta
dência social. Referida Lei, em seu artigo 19 da preceitua de sua deficiência.
que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do traba- Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre traba-
lho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional lho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou respectivos.
temporária, da capacidade para o trabalho.
Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contri-
igualmente relevantes e contribuem todos para a socieda-
buição com natureza de tributo que as empresas pagam
de, não cabendo a desvalorização de um trabalho apenas
para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de
por se enquadrar numa ou outra categoria.
trabalho ou doença ocupacional, cobrindo a aposentadoria
especial. A alíquota normal é de um, dois ou três por cen-
Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno,
to sobre a remuneração do empregado, mas as empresas
perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos, quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferencia- condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
dos. Assim, quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas
atualmente o Ministério da Previdência Social pode alterar Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabele-
a alíquota se a empresa investir na segurança do trabalho. cendo-se uma idade mínima para trabalho e proibindo-se
Neste sentido, nada impede que a empresa seja res- o trabalho em condições desfavoráveis.
ponsabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando o
trabalhador. Na atualidade entende-se que a possibilidade Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o tra-
de cumulação do benefício previdenciário, assim compreen- balhador com vínculo empregatício permanente e o tra-
dido como prestação garantida pelo Estado ao trabalhador balhador avulso.
acidentado (responsabilidade objetiva) com a indenização
devida pelo empregador em caso de culpa (responsabilida-
de subjetiva), é pacífica, estando amplamente difundida na Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias em-
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho; presas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores
de mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos que um
Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resul- trabalhador com vínculo empregatício permanente.
tantes das relações de trabalho, com prazo prescricional A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único
o limite de dois anos após a extinção do contrato de tra- do artigo 7º:
balho.
Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à cate-
Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela goria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
jurisdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim, nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
há um período de tempo que o empregado tem para re- XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
querer seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição tra- estabelecidas em lei e observada a simplificação do cum-
balhista é sempre de 2 (dois) anos a partir do término do primento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
5 (cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
vigência do contrato de trabalho. a sua integração à previdência social.
30
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
2.5) Direito coletivo do trabalho A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe so-
Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos bre o exercício do direito de greve, define as atividades es-
dos trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalha- senciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis
dores, coletivamente ou no interesse de uma coletivida- da comunidade, e dá outras providências. Enquanto não
de, quais sejam: associação profissional ou sindical, greve, for disciplinado o direito de greve dos servidores públicos,
substituição processual, participação e representação clas- esta é a legislação que se aplica, segundo o STF.
sista40. O direito de participação é previsto no artigo 10, CF:
A liberdade de associação profissional ou sindical tem
Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos traba-
escopo no artigo 8º, CF: lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos pú-
blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciá-
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindi- rios sejam objeto de discussão e deliberação.
cal, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para Por fim, aborda-se o direito de representação classista
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão no artigo 11, CF:
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical; Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos em-
II - é vedada a criação de mais de uma organização pregados, é assegurada a eleição de um representante
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o enten-
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que dimento direto com os empregadores.
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interes-
3) Nacionalidade
sados, não podendo ser inferior à área de um Município;
O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes-
vem a ser corolário dos direitos políticos, já que somente
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em um nacional pode adquirir direitos políticos.
questões judiciais ou administrativas; Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
se tratando de categoria profissional, será descontada em ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
folha, para custeio do sistema confederativo da representa- assim de direitos e obrigações.
ção sindical respectiva, independentemente da contribuição Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo
prevista em lei; não é a mesma coisa que população. População é o con-
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se junto de pessoas residentes no país – inclui o povo, os es-
filiado a sindicato; trangeiros residentes no país e os apátridas.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho; 3.1) Nacionalidade como direito humano funda-
mental
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo-
Os direitos humanos internacionais são completamen-
tado nas organizações sindicais;
te contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali- indivíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com
zado a partir do registro da candidatura a cargo de direção nenhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da pes-
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, soa humana, o qual não pode ser privado de forma arbitrá-
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta ria. Não há privação arbitrária quando respeitados os crité-
grave nos termos da lei. rios legais previstos no texto constitucional no que tange à
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se perda da nacionalidade. Em outras palavras, o constituinte
à organização de sindicatos rurais e de colônias de pes- brasileiro não admite a figura do apátrida.
cadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. Contudo, é exatamente por ser um direito que a na-
O direito de greve, por seu turno, está previsto no arti- cionalidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se à
go 9º, CF: pessoa o direito de deixar de ser nacional de um país e
passar a sê-lo de outro, mudando de nacionalidade, por
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos um processo conhecido como naturalização.
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
seu artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacio-
sobre os interesses que devam por meio dele defender. nalidade. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”.
e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis A Convenção Americana sobre Direitos Humanos apro-
da comunidade. funda-se em meios para garantir que toda pessoa tenha
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às uma nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar o
penas da lei. critério do jus solis, explicitando que ao menos a pessoa
terá a nacionalidade do território onde nasceu, quando não
40 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. tiver direito a outra nacionalidade por previsões legais di-
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. versas.
31
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
“Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa de dos pais; e ius sanguinis, direito de sangue, que não
humana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um depende do local de nascimento mas sim da descendên-
indivíduo não pode ficar ao mero capricho de um governo, cia de um nacional do país (critério comum em países que
de um governante, de um poder despótico, de decisões tiveram êxodo de imigrantes).
unilaterais, concebidas sem regras prévias, sem o contra- O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce
ditório, a defesa, que são princípios fundamentais de todo no território brasileiro – critério do ius soli, ainda que filho
sistema jurídico que se pretenda democrático. A questão de pais estrangeiros, desde que não sejam estrangeiros
não pode ser tratada com relativismos, uma vez que é mui- que estejam a serviço de seu país ou de organismo inter-
to séria”41. nacional (o que geraria um conflito de normas). Contudo,
Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e in- também é possível ser brasileiro nato ainda que não se
ternacional a previsão do direito de asilo, consistente no tenha nascido no território brasileiro.
direito de buscar abrigo em outro país quando naquele do No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro
qual for nacional estiver sofrendo alguma perseguição. Tal nato também pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer
perseguição não pode ter motivos legítimos, como a práti- dos pais estiver a serviço do Brasil, é considerado brasilei-
ca de crimes comuns ou de atos atentatórios aos princípios ro nato, mesmo que nasça em outro país. Se qualquer dos
das Nações Unidas, o que subverteria a própria finalidade pais não estiverem a serviço do Brasil e a pessoa nascer
desta proteção. Em suma, o que se pretende com o direi- no exterior é exigido que o nascido do exterior venha ao
to de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos território brasileiro e aqui resida ou que tenha sido re-
humanos de uma pessoa por parte daqueles que deve- gistrado em repartição competente, caso em que poderá,
riam protegê-los – isto é, os governantes e os entes sociais aos 18 anos, manifestar-se sobre desejar permanecer com
como um todo –, e não proteger pessoas que justamente a nacionalidade brasileira ou não.
cometeram tais violações.
32
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
olhar atento ao significado de cada um destes princípios, No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, político-eleitoral:
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho42
e Spitzcovsky43: Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali- obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não caráter educativo, informativo ou de orientação social,
proíbe. Contudo, como a administração pública representa dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex- públicos.
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os ins-
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio trumentos para proteção são o direito de petição e as cer-
Estado deve respeitar as leis que dita. tidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - residual-
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes- mente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda, prevê
ses que representa, a administração pública está proibida o artigo 37, CF em seu §3º:
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú- ticipação do usuário na administração pública direta e
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon- indireta, regulando especialmente:
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou I - as reclamações relativas à prestação dos serviços pú-
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida- blicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, interna, da qualidade dos serviços;
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse a informações sobre atos de governo, observado o disposto
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, no art. 5º, X e XXXIII;
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse III - a disciplina da representação contra o exercício ne-
coletivo. gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi-
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí- nistração pública.
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente e) Princípio da eficiência: A administração pública deve
relacionada ao poder público. A administração pública não manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle
atua como um particular, de modo que enquanto o des- de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti- concurso público seleciona os mais qualificados ao exercí-
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento cio do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento é possível exonerar um servidor público por ineficiência) e
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio ao controlar gastos (limitando o teto de remuneração), por
da moralidade deve se fazer presente não só para com os exemplo. O núcleo deste princípio é a procura por produti-
administrados, mas também no âmbito interno. Está indis- vidade e economicidade. Alcança os serviços públicos e os
sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que serviços administrativos internos, se referindo diretamente
não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos à conduta dos agentes.
princípios éticos regentes da função administrativa. TODO Além destes cinco princípios administrativo-constitu-
ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS cionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem
IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios ser apontados como princípios de natureza ética relaciona-
anteriores. dos à função pública a probidade e a motivação:
d) Princípio da publicidade: A administração pública a) Princípio da probidade: um princípio constitucio-
é obrigada a manter transparência em relação a todos seus nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação,
atos e a todas informações armazenadas nos seus ban- é o dever de todo o administrador público, o dever de ho-
cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e nestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no
a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão desempenho de suas funções. Possui contornos mais defi-
concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que nidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini44 alerta que
todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de alguns autores tratam veem como distintos os princípios da
servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se ne- moralidade e da probidade administrativa, mas não há ca-
gar indevidamente a fornecer informações ao administrado racterísticas que permitam tratar os mesmos como procedi-
caracteriza ato de improbidade administrativa. mentos distintos, sendo no máximo possível afirmar que a
42 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- probidade administrativa é um aspecto particular da mora-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. lidade administrativa.
43 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: 44 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo:
Método, 2011. Saraiva, 2004.
33
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para
administrador de motivar todos os atos que edita, gerais investidura em cargo público:
ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais I - a nacionalidade brasileira;
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a II - o gozo dos direitos políticos;
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro cargo;
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da V - a idade mínima de dezoito anos;
Administração. VI - aptidão física e mental.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável § 1º As atribuições do cargo podem justificar a
ao caso concreto e relacionar os fatos que concretamente exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos § 3º As universidades e instituições de pesquisa
administrativos devem ser motivados para que o Judiciário científica e tecnológica federais poderão prover seus
possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros,
legalidade. Para efetuar esse controle, devem ser observa- de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.
dos os motivos dos atos administrativos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos admi- Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no arti-
comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles go 207 da Constituição, permitindo que estrangeiros as-
que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou
sumam cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de
conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na de-
Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego pú-
terminação da obrigatoriedade de motivação com relação
blico depende de aprovação prévia em concurso público
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto
à referida necessidade quanto aos atos discricionários. de provas ou de provas e títulos, de acordo com a na-
Meirelles45 entende que o ato discricionário, editado sob tureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunida- comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
de, não sendo necessária a motivação. No entanto, se houver
tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:
razão da necessidade de observância da Teoria dos Moti-
vos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina, Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de
porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo prévia habilitação em concurso público de provas ou de pro-
administrador. Gasparini46, com respaldo no art. 50 da Lei vas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões de sua validade.
doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso
todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes, e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
tanto os atos discricionários quanto os vinculados. moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos ser- regulamentos.
vidores
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princí- No concurso de provas o candidato é avaliado ape-
pios da administração pública estudados no tópico anterior, nas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos
aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer dos Pode- concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua
res em qualquer das esferas federativas, e, em seus incisos, atividade profissional também é considerado. Cargo em
regras mínimas sobre o serviço público: comissão é o cargo de confiança, que não exige concurso
público, sendo exceção à regra geral.
Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas
são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso públi-
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
co será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
da lei.
período.
Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº
8.112/1990, que prevê: Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável pre-
visto no edital de convocação, aquele aprovado em concur-
45 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São so público de provas ou de provas e títulos será convocado
Paulo: Malheiros, 1993.
com prioridade sobre novos concursados para assumir car-
46 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: go ou emprego, na carreira.
Saraiva, 2004.
34
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos in- O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores
cisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar
autoridade responsável, nos termos da lei. pela preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto
não for elaborada uma legislação específica para os funcio-
Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabiliza- nários públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve
ção daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingres- para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89
so no serviço público, que em regra se dá por concurso de (Mandado de Injunção nº 20).
provas ou de provas e títulos.
Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos cargos
Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas ex- e empregos públicos para as pessoas portadoras de defi-
clusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os ciência e definirá os critérios de sua admissão.
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos pre- Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990:
vistos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento. Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de de-
ficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
Observa-se o seguinte quadro comparativo47: público para provimento de cargo cujas atribuições sejam
compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para
Função de Confiança Cargo em Comissão tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das
vagas oferecidas no concurso.
Qualquer pessoa, obser-
Exercidas exclusivamente
vado o percentual mínimo Prossegue o artigo 37, CF:
por servidores ocupantes
reservado ao servidor de
de cargo efetivo.
carreira. Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contra-
Com concurso público, já tação por tempo determinado para atender a necessidade
que somente pode exercê- Sem concurso público, res- temporária de excepcional interesse público.
-la o servidor de cargo salvado o percentual míni-
efetivo, mas a função em mo reservado ao servidor A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Consti-
si não prescindível de con- de carreira. tuição, definindo a natureza da relação estabelecida entre o
curso público. servidor contratado e a Administração Pública, para aten-
der à “necessidade temporária de excepcional interesse
É atribuído posto (lugar) público”.
num dos quadros da Admi- “Em se tratando de relação subordinada, isto é, de rela-
Somente são conferidas
nistração Pública, conferida ção que comporta dependência jurídica do servidor peran-
atribuições e responsabili-
atribuições e responsabili- te o Estado, duas opções se ofereciam: ou a relação seria
dade
dade àquele que irá ocupá- trabalhista, agindo o Estado iure gestionis, sem usar das
-lo prerrogativas de Poder Público, ou institucional, estatutária,
preponderando o ius imperii do Estado. Melhor dizendo:
47 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro- o sistema preconizado pela Carta Política de 1988 é o do
-comparativo-funcao-de-confianca.html contrato, que tanto pode ser trabalhista (inserindo-se na
35
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
36
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou equi- § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos,
paração salarial: empregos e funções em autarquias, fundações públicas,
empresas públicas, sociedades de economia mista da
Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equipara- União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
ção de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de dos Municípios.
remuneração de pessoal do serviço público. § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
Os padrões de vencimentos são fixados por conselho condicionada à comprovação da compatibilidade de ho-
de política de administração e remuneração de pessoal, rários.
integrado por servidores designados pelos respectivos § 3o Considera-se acumulação proibida a percepção
Poderes (artigo 39, caput e § 1º), sem qualquer garantia de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
constitucional de tratamento igualitário aos cargos que se proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
mostrem similares. decorram essas remunerações forem acumuláveis na
atividade.
Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários percebi-
dos por servidor público não serão computados nem acu- Art. 119, Lei nº 8.112/1990. O servidor não poderá
mulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso
previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado
A preocupação do constituinte, ao implantar tal pre- pela participação em órgão de deliberação coletiva.
ceito, foi de que não eclodisse no sistema remuneratório Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
dos servidores, ou seja, evitar que se utilize uma vantagem à remuneração devida pela participação em conselhos de
como base de cálculo de um outro benefício. Dessa forma, administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de
qualquer gratificação que venha a ser concedida ao servi- economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como
dor só pode ter como base de cálculo o próprio vencimen- quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou
to básico. É inaceitável que se leve em consideração outra indiretamente, detenha participação no capital social, obser-
vantagem até então percebida. vado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remune- Art. 120, Lei nº 8.112/1990. O servidor vinculado ao
rada de cargos públicos, exceto, quando houver com- regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efeti-
patibilidade de horários, observado em qualquer caso o vos, quando investido em cargo de provimento em comissão,
disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte-
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou se em que houver compatibilidade de horário e local com o
científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. dos órgãos ou entidades envolvidos.
Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se “Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da
a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas no âmbito do serviço público federal a vedação genérica
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indire- constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da
tamente, pelo poder público. República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos
constitui uma das infrações mais comuns praticadas por
Segundo Carvalho Filho49, “o fundamento da proibi- servidores públicos, o que se constata observando o eleva-
ção é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com do número de processos administrativos instaurados com
que o servidor não execute qualquer delas com a necessá- esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90 é rela-
ria eficiência. Além disso, porém, pode-se observar que o tivamente brando, quando cotejado com outros estatutos
Constituinte quis também impedir a cumulação de ganhos de alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso
em detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] nessa ilicitude diversas oportunidades para regularizar sua
Nota-se que a vedação se refere à acumulação remunera- situação e escapar da pena de demissão. Também prevê a
da. Em consequência, se a acumulação só encerra a per- lei em comentário, um processo administrativo simplifica-
cepção de vencimentos por uma das fontes, não incide a do (processo disciplinar de rito sumário) para a apuração
regra constitucional proibitiva”. dessa infração – art. 133” 50.
A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a
questão: Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e
seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com-
Artigo 118, Lei nº 8.112/1990. Ressalvados os casos petência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
previstos na Constituição, é vedada a acumulação remu- administrativos, na forma da lei.
nerada de cargos públicos. 50 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públicos
49 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com.br/ar-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. tigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.
37
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias da Ainda sobre a questão do funcionamento da adminis-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, tração indireta e de suas subsidiárias, destaca-se o previsto
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas nos §§ 8º e 9º do artigo 37, CF:
por servidores de carreiras específicas, terão recursos prio-
ritários para a realização de suas atividades e atuarão Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamen-
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de tária e financeira dos órgãos e entidades da administração
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou con- direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
vênio. a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
“O Estado tem como finalidade essencial a garantia para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
do bem-estar de seus cidadãos, seja através dos serviços I - o prazo de duração do contrato;
públicos que disponibiliza, seja através de investimentos II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
na área social (educação, saúde, segurança pública). Para direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
atingir esses objetivos primários, deve desenvolver uma III - a remuneração do pessoal.
atividade financeira, com o intuito de obter recursos indis-
pensáveis às necessidades cuja satisfação se comprometeu Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às
quando estabeleceu o “pacto” constitucional de 1988. [...] empresas públicas e às sociedades de economia mista
A importância da Administração Tributária foi reconheci- e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
da expressamente pelo constituinte que acrescentou, no Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para paga-
artigo 37 da Carta Magna, o inciso XVIII, estabelecendo a mento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
sua precedência e de seus servidores sobre os demais se-
tores da Administração Pública, dentro de suas áreas de Continua o artigo 37, CF:
competência”51.
Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados
Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica pode- na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de contratados mediante processo de licitação pública que
empresa pública, de sociedade de economia mista e de assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
definir as áreas de sua atuação. mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislati- técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
va, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mento das obrigações.
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação
de qualquer delas em empresa privada. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta
o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui nor-
Órgãos da administração indireta somente podem mas para licitações e contratos da Administração Pública
ser criados por lei específica e a criação de subsidiárias e dá outras providências. Licitação nada mais é que o con-
destes dependem de autorização legislativa (o Estado cria junto de procedimentos administrativos (administrativos
e controla diretamente determinada empresa pública ou porque parte da administração pública) para as compras
sociedade de economia mista, e estas, por sua vez, passam ou serviços contratados pelos governos Federal, Estadual
a gerir uma nova empresa, denominada subsidiária. Ex.: ou Municipal, ou seja todos os entes federativos. De forma
Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um parên- mais simples, podemos dizer que o governo deve comprar
tese para observar que quase todos os autores que abor- e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a licita-
dam o assunto afirmam categoricamente que, a despeito ção é um processo formal onde há a competição entre os
interessados.
da referência no texto constitucional a ‘subsidiárias das
entidades mencionadas no inciso anterior’, somente em-
Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de pres-
presas públicas e sociedades de economia mista podem ter
crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
subsidiárias, pois a relação de controle que existe entre a
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as res-
pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria própria de pes-
pectivas ações de ressarcimento.
soas com estrutura empresarial, e inadequada a autarquias
e fundações públicas. OUSAMOS DISCORDAR. Parece-nos
A prescrição dos ilícitos praticados por servidor encon-
que, se o legislador de um ente federado pretendesse, por tra disciplina específica no artigo 142 da Lei nº 8.112/1990:
exemplo, autorizar a criação de uma subsidiária de uma
fundação pública, NÃO haveria base constitucional para Art. 142, Lei nº 8.112/1990. A ação disciplinar pres-
considerar inválida sua autorização”52. creverá:
51 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_tributaria_sao_ I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
paulo.htm demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
52 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. destituição de cargo em comissão;
São Paulo: GEN, 2014.
38
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. deve suportar as consequências jurídicas decorrentes, res-
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em taurando-se o equilíbrio social.53
que o fato se tornou conhecido. A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po-
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também limites da herança, embora existam reflexos na ação que
como crime. apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es-
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que
final proferida por autoridade competente. uma absolvição por falta de provas não o faz).
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo A responsabilidade civil do Estado acompanha o racio-
começará a correr a partir do dia em que cessar a cínio de que a principal consequência da prática de um ato
interrupção. ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de reparar o
dano, mediante o pagamento de indenização que se re-
Prescrição é um instituto que visa regular a perda do fere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam às
direito de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5 regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar o
anos para as infrações mais graves, 2 para as de gravidade ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo
intermediária (pena de suspensão) e 180 dias para as me- por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado
nos graves (pena de advertência), contados da data em que tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos
o fato se tornou conhecido pela administração pública. Se danos que seus agentes causem durante a prestação do
a infração disciplinar for crime, valerão os prazos prescri- serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma violação
cionais do direito penal, mais longos, logo, menos favorá- aos direitos humanos reconhecidos.
veis ao servidor. Interrupção da prescrição significa parar a Trata-se de responsabilidade extracontratual porque
contagem do prazo para que, retornando, comece do zero. não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de
Da abertura da sindicância ou processo administrativo dis- elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
ciplinar até a decisão final proferida por autoridade com- pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186, 187
petente não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
começa a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
propor ação disciplinar. se encontram no art. 186 do Código Civil:
Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e as
restrições ao ocupante de cargo ou emprego da adminis- Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão vo-
tração direta e indireta que possibilite o acesso a informa- luntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
ções privilegiadas. dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre Este é o artigo central do instituto da responsabilidade
o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego civil, que tem como elementos: ação ou omissão voluntária
do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao (agir como não se deve ou deixar de agir como se deve),
exercício do cargo ou emprego; e revoga dispositivos da culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma
Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, e das Medidas Provi- violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo
sórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, e 2.225-45, causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e
de 4 de setembro de 2001. o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo
Neste sentido, conforme seu artigo 1º: agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou ma-
terial, econômico e não econômico).
Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que configu- 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, espe-
ram conflito de interesses envolvendo ocupantes de cargo ou cial e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é
emprego no âmbito do Poder Executivo federal, os requisitos o dano específico, individualizado, que atinge determina-
e restrições a ocupantes de cargo ou emprego que tenham da ou determinadas pessoas. Anormal é o dano que ul-
acesso a informações privilegiadas, os impedimentos poste- trapassa os problemas comuns da vida em sociedade (por
riores ao exercício do cargo ou emprego e as competências exemplo, infelizmente os assaltos são comuns e o Estado
para fiscalização, avaliação e prevenção de conflitos de inte- não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
resses regulam-se pelo disposto nesta Lei. na circunstância específica possuía o dever de impedir o
assalto, como no caso de uma viatura presente no local -
3) Responsabilidade civil do Estado e de seus ser- muito embora o direito à segurança pessoal seja um direito
vidores humano reconhecido).
O instituto da responsabilidade civil é parte integran- 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe den-
te do direito obrigacional, uma vez que a principal conse- tro da administração pública, tenha ingressado ou não por
quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera concurso, possua cargo, emprego ou função. Envolve os
para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamen- 53 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São
to de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, Paulo: Saraiva, 2005.
39
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
agentes políticos, os servidores públicos em geral (funcio- Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos
nários, empregados ou temporários) e os particulares em violadores de direitos humanos se sujeitam à responsabi-
colaboração (por exemplo, jurado ou mesário). lidade penal e à responsabilidade administrativa, todas
3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta autônomas uma com relação à outra e à já mencionada
qualidade - é preciso que o agente esteja lançando mão responsabilidade civil. Neste sentido, o artigo 125 da Lei
das prerrogativas do cargo, não agindo como um particu- nº 8.112/90:
lar.
Sem estes três requisitos, não será possível acionar o Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais
Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por e administrativas poderão cumular-se, sendo independen-
mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingida. tes entre si.
Assim, não é qualquer dano que permite a responsabili-
zação civil do Estado, mas somente aquele que é causado No caso da responsabilidade civil, o Estado é direta-
por um agente público no exercício de suas funções e que mente acionado e responde pelos atos de seus servido-
exceda as expectativas do lesado quanto à atuação do Es- res que violem direitos humanos, cabendo eventualmente
tado. ação de regresso contra ele. Contudo, nos casos da res-
É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os ponsabilidade penal e da responsabilidade administrativa
direitos humanos, porque o Estado é uma ficção formada aciona-se o agente público que praticou o ato.
por um grupo de pessoas que desempenham as atividades São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser
estatais diversas. Assim, viola direitos humanos não o Estado praticados pelo agente público no exercício de sua fun-
em si, mas o agente que o representa, fazendo com que o ção que violam direitos humanos. A título de exemplo,
próprio Estado seja responsabilizado por isso civilmente, peculato, consistente em apropriação ou desvio de di-
pagando pela indenização (reparação dos danos materiais nheiro público (art. 312, CP), que viola o bem comum e
e morais). Sem prejuízo, com relação a eles, caberá ação de o interesse da coletividade; concussão, que é a exigência
regresso se agiram com dolo ou culpa. de vantagem indevida (art. 316, CP), expondo a vítima a
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: uma situação de constrangimento e medo que viola dire-
tamente sua dignidade; tortura, a mais cruel forma de tra-
Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito públi- tamento humano, cuja pena é agravada quando praticada
co e as de direito privado prestadoras de serviços públicos por funcionário público (art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc.
responderão pelos danos que seus agentes, nessa quali- Quanto à responsabilidade administrativa, menciona-
dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re- -se, a título de exemplo, as penalidades cabíveis descritas
gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. no art. 127 da Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo
funcionário que violar a ética do serviço público, como
Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí- advertência, suspensão e demissão.
dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau- Evidencia-se a independência entre as esferas civil,
sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela- penal e administrativa no que tange à responsabilização
ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá do agente público que cometa ato ilícito.
ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao Tomadas as exigências de características dos danos
qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re- acima colacionadas, notadamente a anormalidade, con-
gresso é justamente o direito de acionar o causador direto sidera-se que para o Estado ser responsabilizado por um
do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, dano, ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é, não
considerada a existência de uma relação obrigacional que cabe exigir do Estado uma excepcional vigilância da so-
se forma entre a vítima e a instituição que o agente com- ciedade e a plena cobertura de todas as fatalidades que
põe. possam acontecer em território nacional.
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- Diante de tal premissa, entende-se que a responsa-
te causar aos membros da sociedade, mas se este agen- bilidade civil do Estado será objetiva apenas no caso de
te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do ações, mas subjetiva no caso de omissões. Em outras
que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar palavras, verifica-se se o Estado se omitiu tendo plenas
condutas incompatíveis com o comportamento ético dele condições de não ter se omitido, isto é, ter deixado de
esperado.54 agir quando tinha plenas condições de fazê-lo, acarretan-
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- do em prejuízo dentro de sua previsibilidade.
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado São casos nos quais se reconheceu a responsabilida-
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabi- de omissiva do Estado: morte de filho menor em creche
lidade civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou municipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa
omissão com culpa do servidor que gere dano ao erário de assalto a usuário do metrô resultando em morte, danos
(Administração) ou a terceiro (administrado), o servidor provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais
terá o dever de indenizar. quando o Estado sabia da problemática e não tomou provi-
54 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: dência para evitá-las, morte de detento em prisão, incêndio
Método, 2011. em casa de shows fiscalizada com negligência, etc.
40
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Logo, não é sempre que o Estado será responsabiliza- § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
do. Há excludentes da responsabilidade estatal, notada- escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
mente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou força maior (fato dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
da natureza) fora dos alcances da previsibilidade do dano; cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facul-
b) culpa exclusiva da vítima. tada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre
os entes federados.
4) Exercício de mandato eletivo por servidores pú- § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
blicos público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,XVI,
A questão do exercício de mandato eletivo pelo servi- XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
dor público encontra previsão constitucional em seu artigo requisitos diferenciados de admissão quando a natureza
38, que notadamente estabelece quais tipos de mandatos do cargo o exigir.
geram incompatibilidade ao serviço público e regulamenta § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
a questão remuneratória: eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais
e Municipais serão remunerados exclusivamente por
Artigo 38, CF. Ao servidor público da administração subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido,
sua remuneração; em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
III - investido no mandato de Vereador, havendo compa- § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, publicarão anualmente os valores do subsídio e da
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo remuneração dos cargos e empregos públicos.
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal
norma do inciso anterior; e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o orçamentários provenientes da economia com despesas
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
contado para todos os efeitos legais, exceto para promo- aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade
ção por merecimento; e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
afastamento, os valores serão determinados como se no exer- público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
cício estivesse. produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados
5) Regime de remuneração e previdência dos servi- em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
dores públicos
Regulamenta-se o regime de remuneração e previdên- Artigo 40, CF. Aos servidores titulares de cargos efetivos
cia dos servidores públicos nos artigo 39 e 40 da Constitui- da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
ção Federal: incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
Artigo 39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e contribuição do respectivo ente público, dos servidores
os Municípios instituirão conselho de política de adminis- ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
tração e remuneração de pessoal, integrado por servidores que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto
designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela neste artigo.
Emenda Constitucional nº 19, de 1998 e aplicação suspensa § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de
pela ADIN nº 2.135-4, destacando-se a redação anterior: “A previdência de que trata este artigo serão aposentados,
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui- calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na
rão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e forma dos §§ 3º e 17:
planos de carreira para os servidores da administração públi- I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
ca direta, das autarquias e das fundações públicas”). porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
componentes do sistema remuneratório observará: grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi- II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
dade dos cargos componentes de cada carreira; tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou
II - os requisitos para a investidura; aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
III - as peculiaridades dos cargos. complementar;
41
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo míni- § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
mo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e contagem de tempo de contribuição fictício.
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentado- § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma
ria, observadas as seguintes condições: total dos proventos de inatividade, inclusive quando de-
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de correntes da acumulação de cargos ou empregos públicos,
contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para
e trinta de contribuição, se mulher; o regime geral de previdência social, e ao montante resul-
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses- tante da adição de proventos de inatividade com remune-
senta anos de idade, se mulher, com proventos propor- ração de cargo acumulável na forma desta Constituição,
cionais ao tempo de contribuição. cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, exoneração, e de cargo eletivo.
por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em previdência dos servidores públicos titulares de cargo
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
para a concessão da pensão. fixados para o regime geral de previdência social.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
por ocasião da sua concessão, serão consideradas as em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
remunerações utilizadas como base para as contribuições ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
do servidor aos regimes de previdência de que tratam este público, aplica-se o regime geral de previdência social.
artigo e o art. 201, na forma da lei. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di- desde que instituam regime de previdência complementar
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos abran- para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo,
gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a
termos definidos em leis complementares, os casos de ser- serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o li-
vidores:
mite máximo estabelecido para os benefícios do regime
I - portadores de deficiência;
geral de previdência social de que trata o art. 201.
II - que exerçam atividades de risco;
§ 15. O regime de previdência complementar de que
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
física.
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
fechadas de previdência complementar, de natureza pública,
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no §
que oferecerão aos respectivos participantes planos de
1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
educação infantil e no ensino fundamental e médio. § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é veda- que tiver ingressado no serviço público até a data da
da a percepção de mais de uma aposentadoria à conta publicação do ato de instituição do correspondente regime
do regime de previdência previsto neste artigo. de previdência complementar.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de § 17. Todos os valores de remuneração considerados para
pensão por morte, que será igual: o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa- atualizados, na forma da lei.
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
do regime geral de previdência social de que trata o art. aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido
este limite, caso aposentado à data do óbito; ou para os benefícios do regime geral de previdência social de que
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite servidores titulares de cargos efetivos.
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de completado as exigências para aposentadoria voluntária
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
em atividade na data do óbito. atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
conforme critérios estabelecidos em lei. § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou próprio de previdência social para os servidores titulares
municipal será contado para efeito de aposentadoria e de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do
o tempo de serviço correspondente para efeito de dis- respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o dispos-
ponibilidade. to no art. 142, § 3º, X.
42
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções
de pensão que superem o dobro do limite máximo estabeleci- de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade
do para os benefícios do regime geral de previdência social de de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão
que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial,
na forma da lei, for portador de doença incapacitante. cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou
6) Estágio probatório e perda do cargo equivalentes.
Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a ser § 4º Ao servidor em estágio probatório somente
lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990: poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos
previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim
Artigo 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo afastamento para participar de curso de formação decor-
exercício os servidores nomeados para cargo de provi- rente de aprovação em concurso para outro cargo na Ad-
mento efetivo em virtude de concurso público. ministração Pública Federal.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul-
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o,
gado;
86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso
II - mediante processo administrativo em que lhe seja
de formação, e será retomado a partir do término do im-
assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica pedimento.
de desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
rada ampla defesa. O estágio probatório pode ser definido como um lapso
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupan- avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, discipli-
te da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem na, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabili-
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto dade. O servidor não aprovado no estágio probatório será
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tem- exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
po de serviço. mente ocupado. Não existe vedação para um servidor em
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimen-
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remune- to em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
ração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado ramento no órgão ou entidade de lotação.
aproveitamento em outro cargo. Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen-
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a
missão instituída para essa finalidade. norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo
que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos-
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o ser- to no artigo 41 da Constituição Federal.
vidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará su- Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
jeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) rio, o servidor público somente poderá ser exonerado nos
meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão ob- casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, notada-
jeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados mente: em virtude de sentença judicial transitada em jul-
os seguinte fatores: gado; mediante processo administrativo em que lhe seja
I - assiduidade; assegurada ampla defesa; ou mediante procedimento
II - disciplina;
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
III - capacidade de iniciativa;
complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta lei
IV - produtividade;
complementar ainda inexistente no âmbito federal.
V - responsabilidade.
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do
estágio probatório, será submetida à homologação da 7) Atos de improbidade administrativa
autoridade competente a avaliação do desempenho do A Lei n° 8.429/1992 trata da improbidade administra-
servidor, realizada por comissão constituída para essa tiva, que é uma espécie qualificada de imoralidade, sinôni-
finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o mo de desonestidade administrativa. A improbidade é uma
regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo lesão ao princípio da moralidade, que deve ser respeita-
da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos do estritamente pelo servidor público. O agente ímprobo
incisos I a V do caput deste artigo. sempre será um violador do princípio da moralidade, pelo
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório qual “a Administração Pública deve agir com boa-fé, since-
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo ridade, probidade, lhaneza, lealdade e ética”55.
anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo 55 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
único do art. 29. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
43
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada Como fica difícil imaginar que alguém possa se enri-
devido ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes quecer ilicitamente por negligência, imprudência ou im-
do serviço público que se intensificavam com a ineficácia perícia, todas as condutas configuram atos dolosos (com
do diploma então vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41. De- intenção). Não cabe prática por omissão.56
correu, assim, da necessidade de acabar com os atos aten- b) Ato de improbidade administrativa que importe
tatórios à moralidade administrativa e causadores de pre- lesão ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
juízo ao erário público ou ensejadores de enriquecimento O grupo intermediário de atos de improbidade admi-
ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil. nistrativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao
Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes públi- erário ou aos cofres públicos + gerando perda patrimo-
cos passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos nial ou dilapidação do patrimônio público. Assim como
atos de improbidade administrativa descritos nos artigos o artigo anterior, o caput descreve a fórmula genérica e
9º, 10 e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A exis- os incisos algumas atitudes específicas que exemplificam
tência de esferas distintas de responsabilidade (civil, penal o seu conteúdo57.
e administrativa) impede falar-se em bis in idem, já que, Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
ontologicamente, não se trata de punições idênticas, em- desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação, que
bora baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização é a transferência indevida para a própria propriedade; mal-
em esferas distintas do Direito. baratamento, que significa desperdício; e dilapidação, que
Destaca-se um conceito mais amplo de agente públi- se refere a destruição58.
co previsto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e 2º O objeto da tutela é a preservação do patrimônio pú-
porque o agente público pode ser ou não um servidor pú- blico, em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível
blico. Ele poderá estar vinculado a qualquer instituição ou é a ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
órgão que desempenhe diretamente o interesse do Estado. Este artigo admite expressamente a variante cul-
Assim, estão incluídos todos os integrantes da administra- posa, o que muitos entendem ser inconstitucional. O
ção direta, indireta e fundacional, conforme o preâmbulo STJ, no REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da
da legislação. Pode até mesmo ser uma entidade privada inconstitucionalidade do artigo. Contudo, “a jurisprudência
que desempenhe tais fins, desde que a verba de criação do STJ consolidou a tese de que é indispensável a existência
ou custeio tenha sido ou seja pública em mais de 50% de dolo nas condutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao
do patrimônio ou receita anual. Caso a verba pública que menos de culpa nas hipóteses do artigo 10, nas quais o
tenha auxiliado uma entidade privada a qual o Estado não dano ao erário precisa ser comprovado. De acordo com o
tenha concorrido para criação ou custeio, também have- ministro Castro Meira, a conduta culposa ocorre quando
rá sujeição às penalidades da lei. Em caso de custeio/cria- o agente não pretende atingir o resultado danoso, mas
ção pelo Estado que seja inferior a 50% do patrimônio ou atua com negligência, imprudência ou imperícia (REsp n°
receita anual, a legislação ainda se aplica. Entretanto, nes- 1.127.143)”59. Para Carvalho Filho60, não há inconstituciona-
tes dois casos, a sanção patrimonial se limitará ao que o lidade na modalidade culposa, lembrando que é possível
ilícito repercutiu sobre a contribuição dos cofres públicos. dosar a pena conforme o agente aja com dolo ou culpa.
Significa que se o prejuízo causado for maior que a efetiva O ponto central é lembrar que neste artigo não se exi-
contribuição por parte do poder público, o ressarcimento ge que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevi-
terá que ser buscado por outra via que não a ação de im- das, basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem
probidade administrativa. indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não per-
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de cepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados se
improbidade administrativa em três categorias: aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
a) Ato de improbidade administrativa que importe c) Ato de improbidade administrativa que atente
enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992) contra os princípios da administração pública (artigo
O grupo mais grave de atos de improbidade adminis- 11, Lei nº 8.429/1992)
trativa se caracteriza pelos elementos: enriquecimento + Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “cons-
ilícito + resultante de uma vantagem patrimonial indevi- titui ato de improbidade administrativa que atenta contra
da + em razão do exercício de cargo, mandato, emprego, os princípios da administração pública qualquer ação ou
função ou outra atividade nas entidades do artigo 1° da omissão que viole os deveres de honestidade, imparcia-
Lei nº 8.429/1992.
O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não 56 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
Método, 2011
se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça aos
ditames morais, notadamente no desempenho de função 57 Ibid.
de interesse estatal. 58 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimo-
59 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade administra-
nial ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamente tenha
tiva: desonestidade na gestão dos recursos públicos. Disponível
ocorrido dano aos cofres públicos (por exemplo, quando em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.
um policial recebe propina pratica ato de improbidade ad- area=398&tmp.texto=103422>. Acesso em: 26 mar. 2013.
ministrativa, mas não atinge diretamente os cofres públi- 60 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
cos). trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
44
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
lidade, legalidade, e lealdade às instituições [...]”. O grupo indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
mais ameno de atos de improbidade administrativa se ca- na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
racteriza pela simples violação a princípios da adminis- penal cabível”.
tração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude do A única sanção que se encontra prevista na Lei nº
sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço públi- 8.429/1992 mas não na Constituição Federal é a de multa.
co. Isto é, o legislador pretende a preservação dos princí- (art. 37, §4°, CF). Não há nenhuma inconstitucionalidade
pios gerais da administração pública61. disto, pois nada impediria que o legislador infraconsti-
O objeto de tutela são os princípios constitucionais. tucional ampliasse a relação mínima de penalidades da
Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispensá- Constituição, pois esta não limitou tal possibilidade e por-
veis o enriquecimento ilícito e o dano ao erário. Somente que a lei é o instrumento adequado para tanto62.
é possível a prática de algum destes atos com dolo (inten- Carvalho Filho63 tece considerações a respeito de algu-
ção), embora caiba a prática por ação ou omissão. mas das sanções:
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalida- - Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre
de para não permitir a caracterização de abuso de poder, os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade.
diante do conteúdo aberto do dispositivo. Na verdade, Se alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria
trata-se de tipo subsidiário, ou seja, que se aplica quando sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve
o ato de improbidade administrativa não tiver gerado ob- derivar de origem ilícita”.
tenção de vantagem
- Ressarcimento integral do dano: há quem entenda
Com efeito, os atos de improbidade administrativa
que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção mo-
não são crimes de responsabilidade. Trata-se de punição
netária e juros de mora.
na esfera cível, não criminal. Por isso, caso o ato configure
- Perda de função pública: “se o agente é titular de
simultaneamente um ato de improbidade administrativa
desta lei e um crime previsto na legislação penal, o que mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassa-
é comum no caso do artigo 9°, responderá o agente por ção. Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão
ambos, nas duas esferas. do serviço público. Havendo contrato de trabalho (servi-
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte dores trabalhistas e temporários), a perda da função públi-
forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito ca se consubstancia pela rescisão do contrato com culpa
passivo) e daqueles que podem praticar os atos de im- do empregado. No caso de exercer apenas uma função
probidade administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda pública, fora de tais situações, a perda se dará pela revo-
a reparação do dano ao lesionado e o ressarcimento ao gação da designação”. Lembra-se que determinadas au-
patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de im- toridades se sujeitam a procedimento especial para perda
probidade administrativa, isto é, enumera condutas de tal da função pública, ponto em que não se aplica a Lei de
natureza; seguindo-se à definição das sanções aplicáveis; Improbidade Administrativa.
e, finalmente, descreve os procedimentos administrativo - Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo,
e judicial. mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julga-
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente dos nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda
obtém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato
indevida) e pode ainda causar dano ao erário, por isso, de- de improbidade (a base será o valor do enriquecimento ou
verá não só reparar eventual dano causado mas também o valor do dano ou o valor da remuneração do agente). A
colocar nos cofres públicos tudo o que adquiriu indevida- natureza da multa é de sanção civil, não possuindo caráter
mente. Ou seja, poderá pagar somente o que enriqueceu indenizatório, mas punitivo.
indevidamente ou este valor acrescido do valor do prejuí- - Proibição de receber benefícios: não se incluem as
zo causado aos cofres públicos (quanto o Estado perdeu imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao me-
ou deixou de ganhar). No caso do artigo 10, não haverá nos sócio majoritário da instituição vitimada.
enriquecimento ilícito, mas sempre existirá dano ao erário, - Proibição de contratar: o agente punido não pode
o qual será reparado (eventualmente, ocorrerá o enrique- participar de processos licitatórios.
cimento ilícito, devendo o valor adquirido ser tomado pelo
Estado). Já no artigo 11, o máximo que pode ocorrer é o
EXERCÍCIOS
dano ao erário, com o devido ressarcimento. Além disso,
em todos os casos há perda da função pública. Nas três
1. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre o conceito de
categorias, são estabelecidas sanções de suspensão dos
direitos políticos, multa e vedação de contratação ou per- Constituição, assinale a alternativa CORRETA.
cepção de vantagem, graduadas conforme a gravidade do (A) É o estatuto que regula as relações entre Estados
ato. É o que se depreende da leitura do artigo 12 da Lei nº soberanos.
8.929/1992 como §4º do artigo 37, CF, que prevê: “Os atos (B) É o conjunto de normas que regula os direitos e
de improbidade administrativa importarão a suspen- deveres de um povo.
são dos direitos políticos, a perda da função pública, a 62 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
61 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
Método, 2011. 63 Ibid.
45
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
(C) É a lei fundamental e suprema de um Estado, que 6. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Cons-
contém normas referentes à estruturação, à formação dos tituição brasileira inicia com o Título I dedicado aos “prin-
poderes públicos, direitos, garantias e deveres dos cida- cípios fundamentais”, que são as regras informadoras de
dãos. todo um sistema de normas, as diretrizes básicas do orde-
(D) É a norma maior de um Estado, que regula os di- namento constitucional brasileiro. São regras que contêm
reitos e deveres de um povo nas suas relações. os mais importantes valores que informam a elaboração da
Constituição da República Federativa do Brasil.
2. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Dentre as formas de Diante dessa afirmação, analise as questões a seguir e
classificação das Constituições, uma delas é quanto à ori- assinale a alternativa correta.
gem.
I - Nas relações internacionais, a República brasileira
Em relação às características de uma Constituição
rege-se, entre outros, pelos seguintes princípios: autode-
quanto à sua origem, assinale a alternativa CORRETA.
(A) Dogmáticas ou históricas. terminação dos povos, defesa da paz, igualdade entre os
(B) Materiais ou formais. Estados, concessão de asilo político.
(C) Analíticas ou sintéticas. II - Os princípios não são dotados de normatividade,
(D) Promulgadas ou outorgadas. ou seja, possuem efeito vinculante, mas constituem regras
jurídicas efetivas.
3. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre a supremacia da III - Violar um princípio é muito mais grave que trans-
Constituição da República, assinale a alternativa CORRETA. gredir uma norma qualquer, pois implica ofensa a todo o
(A) A supremacia está no fato de o controle da consti- sistema de comandos.
tucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo Tribu- IV - São princípios que norteiam a atividade econômica
nal Federal. no Brasil: a soberania nacional, a função social da proprie-
(B) A supremacia está na obrigatoriedade de submis- dade, a livre concorrência, a defesa do consumidor; a pro-
são das leis aos princípios que norteiam o Estado por ela priedade privada.
instituído. V - A diferença de salários, de critério de admissão por
(C) A supremacia está no fato de a interpretação da motivo de sexo, idade, cor ou estado civil a qualquer dos
constituição não depender da observância dos princípios trabalhadores urbanos e rurais fere o princípio da igualda-
que a norteiam. de do caput do art. 5º da Constituição Federal.
(D) A supremacia está no fato de que os princípios e
(A) Apenas I, II, III estão corretas.
fundamentos da constituição se resumam na declaração de
(B) Apenas II e IV estão corretas.
soberania.
(C) Apenas III e V estão corretas.
4. (PC/PI - Delegado de Polícia – UESPI/2014) Entre os (D) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
chamados sentidos doutrinariamente atribuídos à Consti- (E) Todas as afirmações estão corretas.
tuição, existe um que realiza a distinção entre Constituição
e lei constitucional. Assinale a alternativa que o contempla. 7. (DPE/GO - Defensor Público - UFG/2014) A propósi-
(A) Sentido político to dos princípios fundamentais da República Federativa do
(B) Sentido sociológico. Brasil, reconhece-se que:
(C) Sentido jurídico. (A) o pluralismo político está inserido entre seus obje-
(D) Sentido culturalista. tivos.
(E) Sentido simbólico. (B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se
contrapõe ao valor social do trabalho.
5. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Repúbli- (C) a dignidade é também do nascituro, o que desau-
ca Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos toriza, portanto, a prática da interrupção da gravidez quan-
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em do decorrente de estupro.
Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF). (D) a promoção do bem de todos, sem preconceito
Com base no enunciado acima é correto afirmar, ex- de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma de
ceto:
discriminação, é um de seus objetivos.
(A) são objetivos fundamentais da república federati-
(E) o legislativo, o executivo e o judiciário, dependen-
va do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
zir as desigualdades sociais e regionais. tes e harmônicos entre si, são poderes da união.
(B) a soberania, a cidadania e o pluralismo político
não são fundamentos da república federativa do brasil. 8. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - FGV/2014)
(C) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer Sobre os Princípios Fundamentais da República Federativa
alguma coisa senão em virtude de lei. do Brasil, à luz do texto constitucional de 1988, é INCOR-
(D) é livre a manifestação de pensamento, sendo ve- RETO afirmar que:
dado o anonimato. (A) a República Federativa do Brasil tem como funda-
(E) construir uma sociedade livre, justa e solidária é mentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa
um dos objetivos fundamentais da república federativa do humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e
Brasil. o pluralismo político.
46
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
(B) a República Federativa do Brasil tem como obje- Assim, é correto afirmar, exceto:
tivos fundamentais: construir uma sociedade livre, justa e (A) O habeas corpus pode ser formulado sem advo-
solidária; garantir o desenvolvimento nacional, erradicar gado, não tendo de obedecer a qualquer formalidade pro-
a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades cessual, e o próprio cidadão prejudicado pode ser o autor.
sociais e regionais; promover o bem de todos, sem precon- (B) O habeas corpus é utilizado sempre que alguém
ceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
formas de discriminação. em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
(C) todo o poder emana do povo, que o exerce unica- de poder.
mente por meio de representantes eleitos. (C) O autor da ação constitucional de habeas corpus
(D) entre outros, são princípios adotados pela Repú- recebe o nome de impetrante; o indivíduo em favor do qual
blica Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, se impetra, paciente, podendo ser o mesmo impetrante, e a
os seguintes: a independência nacional, a prevalência dos autoridade que pratica a ilegalidade, autoridade coatora.
(D) Caberá habeas corpus em relação a punições dis-
direitos humanos e o repúdio ao terrorismo e ao racismo.
ciplinares militares.
(E) a autodeterminação dos povos, a não intervenção
(E) O habeas corpus será preventivo quando alguém
e a defesa da paz são princípios regedores das relações
se achar ameaçado de sofrer violência, ou repressivo, quan-
internacionais da República Federativa do Brasil.
do for concreta a lesão.
9. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O art. 5º da 11. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Ainda
Constituição Federal trata dos direitos e deveres individuais em relação aos outros remédios constitucionais analise as
e coletivos, espécie do gênero direitos e garantias funda- questões a seguir e assinale a alternativa correta.
mentais (Título II). Assim, apesar de referir-se, de modo I - O habeas data assegura o conhecimento de infor-
expresso, apenas a direitos e deveres, também consagrou mações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
as garantias fundamentais. (LENZA, Pedro. Direito Consti- registros ou banco de dados de entidades governamentais
tucional Esquematizado, São Paulo: Saraiva, 2009,13ª. ed., ou de caráter público.
p. 671). II - Será concedido habeas data para a retificação de
Com base na afirmação acima, analise as questões a dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
seguir e assinale a alternativa correta. judicial ou administrativo.
I - Os direitos são bens e vantagens prescritos na norma III - Em se tratando de registro ou banco de dados de
constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos entidade governamental, o sujeito passivo na ação de ha-
através dos quais se assegura o exercício dos aludidos di- beas data será a pessoa jurídica componente da adminis-
reitos. tração direta e indireta do Estado.
II - O rol dos direitos expressos nos 78 incisos e pa- IV - O mandado de injunção serve para requerer à au-
rágrafos do art. 5º da Constituição Federal é meramente toridade competente que faça uma lei para tornar viável o
exemplificativo. exercício dos direitos e liberdades constitucionais.
III - Os direitos e garantias expressos na Constituição V - O pressuposto lógico do mandado de injunção é a
Federal não excluem outros decorrentes do regime e dos demora legislativa que impede um direito de ser efetivado
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais pela falta de complementação de uma lei.
em que o Brasil seja parte. (A) Todas as afirmações estão corretas.
IV - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra (B) Apenas I, II e III estão corretas.
e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indeniza- (C) Apenas II, III e IV estão corretas.
(D) Apenas II, III e V estão corretas.
ção pelo dano material ou moral decorrente de sua viola-
(E) Apenas IV e V estão corretas.
ção.
V - É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
12. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O devi-
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
do processo legal estabelecido como direito do cidadão
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e na Constituição Federal configura dupla proteção ao indi-
suas liturgias. víduo, pois atua no âmbito material de proteção ao direito
(A) Apenas I, II e III estão corretas. de liberdade e no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade
(B) Apenas II, III e IV estão corretas. de condições com o Estado para defender-se.
(C) Apenas III e V estão corretas. Com base na afirmação acima, analise as questões a
(D) Apenas IV e V estão corretas. seguir e assinale a alternativa correta.
(E) Todas as questões estão corretas. I - Ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente.
10. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Os re- II - A lei só poderá restringir a publicidade dos atos
médios constitucionais são as formas estabelecidas pela processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
Constituição Federal para concretizar e proteger os direitos social o exigirem.
fundamentais a fim de que sejam assegurados os valores III - São admissíveis, no processo, as provas obtidas por
essenciais e indisponíveis do ser humano. meios ilícitos.
47
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
IV - Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, (C) assegurado a todos o acesso à informação e res-
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
fiança. profissional;
V - Não haverá prisão civil por dívida, nem mesmo a do (D) livre a expressão da atividade intelectual, artística,
depositário infiel. científica e de comunicação, ressalvados os casos de cen-
(A) Apenas I, II e IV estão corretas. sura ou licença;
(B) Apenas I, III e V estão corretas. (E) direito de todos receber dos órgãos públicos in-
(C) Apenas III e IV estão corretas. formações de seu interesse particular, sendo vedada a ale-
(D) Apenas IV e V estão corretas. gação de sigilo por imprescindibilidade à segurança da so-
(E) Todas as questões estão corretas. ciedade e do Estado.
13. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) 18. (TJ-RJ - Técnico de Atividade Judiciária - FGV/2014)
Sobre a Lei Penal, é CORRETO afirmar que A partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, os tratados
(A) não retroage, salvo para beneficiar o réu. e convenções internacionais sobre direitos humanos:
(B) não retroage, salvo se o fato criminoso ainda não (A) sempre terão a natureza jurídica de lei, exigindo a
for conhecido. sua aprovação, pelo Congresso Nacional e a promulgação,
(C) retroage, salvo disposição expressa em contrário. na ordem interna, pelo Chefe do Poder Executivo;
(D) retroage, se ainda não houver processo penal ins- (B) sempre terão a natureza jurídica de emenda cons-
taurado. titucional, exigindo, apenas, que a sua aprovação, pelo
Congresso Nacional, se dê em dois turnos de votação, com
14. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) o voto favorável de dois terços dos respectivos membros;
Sobre as garantias fundamentais estabelecidas na Consti- (C) podem ter a natureza jurídica de emenda constitu-
tuição Federal, é CORRETO afirmar que cional, desde que a sua aprovação, pelo Congresso Nacio-
(A) a Lei Penal é sempre irretroativa. nal, se dê em dois turnos de votação, com o voto favorável
(B) a prática do racismo constitui crime inafiançável e de três quintos dos respectivos membros;
imprescritível. (D) podem ter a natureza jurídica de lei complemen-
tar, desde que o Congresso Nacional venha a aprová-los
(C) não haverá pena de morte em nenhuma circuns-
com observância do processo legislativo ordinário;
tância.
(E) sempre terão a natureza jurídica de atos de direito
(D) os templos religiosos, entendidos como casas de
internacional, não se integrando, em qualquer hipótese, à
Deus, possuem garantia de inviolabilidade domiciliar.
ordem jurídica interna.
15. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014)
19. (OAB - Exame de Ordem Unificado - FGV/2014) Pe-
NÃO figura entre as garantias expressas no artigo 5º da
dro promoveu ação em face da União Federal e seu pedido
Constituição Federal: foi julgado procedente, com efeitos patrimoniais vencidos
(A) a obtenção de certidões em repartições públicas. e vincendos, não havendo mais recurso a ser interposto.
(B) a defesa do consumidor, prevista em estatuto pró- Posteriormente, o Congresso Nacional aprovou lei, que foi
prio. sancionada, extinguindo o direito reconhecido a Pedro.
(C) o respeito à integridade física dos presos, garanti- Após a publicação da referida lei, a Administração Pública
do pela lei de execução penal. federal notificou Pedro para devolver os valores recebidos,
(D) a remuneração do trabalho noturno superior ao comunicando que não mais ocorreriam os pagamentos fu-
diurno, posto que contido na legislação ordinária trabalhis- turos, em decorrência da norma em foco.
ta. Nos termos da Constituição Federal, assinale a opção
correta
16. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) (A) A lei não pode retroagir, porque a situação versa
A casa é asilo inviolável do indivíduo, podendo-se nela en- sobre direitos indisponíveis de Pedro
trar, sem permissão do morador, EXCETO (B) A lei não pode retroagir para prejudicar a coisa jul-
(A) em caso de desastre. gada formada em favor de Pedro.
(B) em caso de flagrante delito. (C) A lei pode retroagir, pois não há direito adquirido
(C) para prestar socorro. de Pedro diante de nova legislação.
(D) por determinação judicial, a qualquer hora. (D) A lei pode retroagir, porque não há ato jurídico
perfeito em favor de Pedro diante de pagamentos penden-
17. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Administrador - tes.
FGV/2014) Em tema de direitos e garantias fundamentais,
o artigo 5º da Constituição da República estabelece que é: 20. (SP-URBANISMO - Analista Administrativo - Jurídi-
(A) livre a manifestação do pensamento, sendo fo- co - VUNESP/2014) João apresenta requerimento junto à
mentado o anonimato; Prefeitura do Município de São Paulo, pleiteando que lhe
(B) assegurado o direito de resposta, proporcional ao seja informado o número de licitações, na modalidade pre-
agravo, que substitui o direito à indenização por dano ma- gão, realizadas pela São Paulo Urbanismo desde 2010. O
terial, moral ou à imagem; pleito de João
48
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
(A) não encontra previsão expressa como direito fun- (B) não determinou a extensão ao trabalhador do-
damental na Constituição Federal, mas, todavia, deverá ser méstico, dentre outros, dos direitos à proteção em face da
acolhido em virtude do texto constitucional prever que a automação e à proteção do mercado de trabalho da mu-
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou lher, mediante incentivos específicos.
ameaça a direito (C) determinou a extensão ao trabalhador doméstico,
(B) é constitucionalmente previsto, pois é a todos as- dentre outros, dos direitos à proteção em face da automa-
segurado, mediante o pagamento de taxa, o direito de pe- ção e ao piso salarial proporcional à extensão e à comple-
tição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra xidade do trabalho.
ilegalidade ou abuso de poder (D) não determinou a extensão ao trabalhador do-
(C) não encontra amparo constitucional, uma vez méstico, dentre outros, dos direitos à remuneração do ser-
que a obtenção de certidões em repartições públicas será viço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
atendida apenas se o objeto do pedido for para defesa de
cento a do normal e ao piso salarial proporcional à exten-
direitos ou para esclarecimento de situações de interesse
são e à complexidade do trabalho.
pessoal.
(D) encontra amparo constitucional, pois todos têm
direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 23. (MDIC - Agente Administrativo - CESPE/2014) Com
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que referência à CF, aos direitos e garantias fundamentais, à or-
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabili- ganização político-administrativa, à administração pública
dade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à e ao Poder Judiciário, julgue os itens subsecutivos.
segurança da sociedade e do Estado. A CF prevê o direito de greve na iniciativa privada e
(E) é constitucionalmente previsto, devendo ser res- determina que cabe à lei definir os serviços ou atividades
pondido em 48 (quarenta e oito) horas, pois a todos, no essenciais e dispor sobre o atendimento das necessidades
âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoá- inadiáveis da comunidade.
vel duração do processo e os meios que garantam a celeri- Certo ( )
dade de sua tramitação. Errado ( )
21. (TCE/PI - Assessor Jurídico - FCC/2014) A teoria da 24. (TJ/MT - Juiz de Direito - FMP/2014) Assinale a al-
reserva do possível ternativa correta.
(A) significa a inoponibilidade do arbítrio estatal à (A) O rol de direitos sociais nos incisos do art. 7º e
efetivação dos direitos sociais, econômicos e culturais. seguintes é exaustivo.
(B) gira em torno da legitimidade constitucional do
(B) É vedada a redução proporcional do salário do tra-
controle e da intervenção do poder judiciário em tema de
balhador sob qualquer hipótese.
implementação de políticas públicas, quando caracterizada
(C) É assegurado ao trabalhador o gozo de férias
hipótese de omissão governamental.
(C) considera que as políticas públicas são reservadas anuais remuneradas com, no mínimo, um terço a mais do
discricionariamente à análise e intervenção do poder judi- que o salário normal.
ciário, que as limitará ou ampliará, de acordo com o caso (D) A licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
concreto. do salário, não está constitucionalmente prevista, mas é
(D) é sinônima, em significado e extensão, à teoria do determinada pela CLT.
mínimo existencial, examinado à luz da violação dos direi- (E) O direito à licença paternidade, sem prejuízo do
tos fundamentais sociais, culturais e econômicos, como o emprego e do salário, não está constitucionalmente previs-
direito à saúde e à educação básica. to, mas é determinado pela CLT.
(E) defende a integridade e a intangibilidade dos di-
reitos fundamentais, independentemente das possibilida- 25. (TRT/16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário -
des financeiras e orçamentárias do estado. FCC/2014) Pietro, nascido na Itália, naturalizou-se brasileiro
no ano de 2012. No ano de 2011, Pietro acabou cometen-
22. (Prefeitura de Recife/PE - Procurador - FCC/2014) A do um crime de roubo, cuja autoria foi apurada apenas no
Emenda Constitucional nº 72, promulgada em 2 de abril de ano de 2013, sendo instaurada a competente ação penal,
2013, tem por finalidade estabelecer a igualdade de direi- culminando com a condenação de Pietro, pela Justiça Pú-
tos entre os trabalhadores domésticos e os demais traba-
blica, ao cumprimento da pena de 05 anos e 04 meses de
lhadores urbanos e rurais. Nos termos de suas disposições,
reclusão, em regime inicial fechado, por sentença transita-
a Emenda
da em julgado. Neste caso, nos termos estabelecidos pela
(A) determinou a extensão ao trabalhador doméstico,
dentre outros, dos direitos à remuneração do serviço ex- Constituição federal, Pietro
traordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento (A) não poderá ser extraditado, tendo em vista a
a do normal e à proteção do mercado de trabalho da mu- quantidade de pena que lhe foi imposta pelo Poder Judi-
lher, mediante incentivos específicos. instituiu vedação ao ciário.
legislador para conferir tratamento diferenciado aos traba- (B) não poderá ser extraditado, pois o crime foi come-
lhadores domésticos, em relação aos trabalhadores urba- tido antes da sua naturalização.
nos e rurais. (C) poderá ser extraditado.
49
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
(D) não poderá ser extraditado, pois não cometeu cri- (B) Os servidores dos cartórios judiciais receberão de-
me hediondo ou de tráfico ilícito de entorpecentes e dro- legação para a prática de atos de administração e atos de
gas afim. mero expediente, limitados às decisões de caráter interlo-
(E) não poderá ser extraditado, pois a sentença con- cutório.
denatória transitou em julgado após a naturalização. (C) Um quinto dos lugares dos Tribunais dos Estados
será composto de advogados de notório saber jurídico e
26. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP/2014) É pri- de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva ati-
vativo de brasileiro nato o cargo de vidade profissional, indicados em lista tríplice pelos órgãos
(A) Ministro do Supremo Tribunal Federal. de representação das respectivas classes.
(B) Senador. (D) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo
(C) Juiz de Direito. ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos cinco
(D) Delegado de Polícia. anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exo-
(E) Deputado Federal. neração.
(E) O juiz goza da garantia da inamovibilidade, mas,
27. (PC/TO - Delegado de Polícia - Aroeira/2014) No havendo interesse público, poderá ser removido, por deci-
caso de condenação criminal transitada em julgado, en- são da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Con-
quanto durarem seus efeitos, o condenado terá seus direi-
selho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
tos políticos:
(A) mantidos.
31. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT
(B) cassados.
(C) perdidos. 23ªR/2014) Sobre o Estatuto da Magistratura, NÃO É COR-
(D) suspensos. RETO afirmar:
(A) A aferição do merecimento, para fins de promo-
28. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV/2014) No que con- ção, ocorrerá conforme o desempenho e pelos critérios
cerne às condições de elegibilidade para o cargo de prefei- objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju-
to previstas na CRFB/88, assinale a opção correta. risdição e pela frequência e aproveitamento em cursos ofi-
(A) José, ex-prefeito, que renunciou ao cargo 120 dias ciais ou reconhecidos de aperfeiçoamento.
antes da eleição poderá candidatar-se à reeleição ao cargo (B) Não será promovido o juiz que, injustificadamen-
de prefeito. te, retiver os autos em seu poder além do prazo legal, não
(B) João, brasileiro, solteiro, 22 anos, poderá candida- podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho
tar-se, pela primeira vez, ao cargo de prefeito. ou decisão.
(C) Marcos, brasileiro, 35 anos e analfabeto, poderá (C) Na apuração da antiguidade, o Tribunal somente
candidatar-se ao cargo de prefeito. poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado
(D) Luís, capitão do exército com 5 anos de serviço, de dois terços dos membros presentes à sessão, conforme
mas que não pretende e nem irá afastar-se das atividades procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repe-
militares, poderá candidatar-se ao cargo de prefeito. tindo-se a votação até fixar-se a indicação.
(D) O juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
29. (TJ/MT - Juiz - FMP-RS/2014) Assinale a alternativa autorização do Tribunal.
correta a respeito dos partidos políticos. (E) A distribuição de processos será imediata em to-
(A) É vedado a eles o recebimento de recursos finan- dos os graus de jurisdição.
ceiros por parte de empresas transnacionais.
(B) É assegurado a eles o acesso gratuito à propagan- 32. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT
da no rádio e na televisão, exceto aqueles que não pos- 23ªR/2014) Sob a égide da Constituição Federal, assinale a
suam representação no Congresso Nacional. alternativa INCORRETA:
(C) Os partidos devem, obrigatoriamente, ter caráter
(A) é vedada a edição de medida provisória sobre
nacional.
matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
(D) Os partidos devem, após cada campanha, apre-
congresso nacional e pendente de sanção ou veto presi-
sentar ao Congresso Nacional a sua prestação de contas
para aprovação. dencial.
(E) Em razão de sua importante função institucional, (B) as decisões administrativas dos tribunais serão
os partidos políticos possuem natureza jurídica de direito motivadas e em sessão pública.
público. (C) as decisões administrativas de natureza disciplinar
serão tomadas pelo voto de dois terços dos membros do
30. (UNICAMP - Procurador - VUNESP/2014) Conside- tribunal.
rando o disposto na Constituição Federal sobre o Poder (D) o número de juízes na unidade jurisdicional será
Judiciário, assinale a alternativa correta. proporcional à efetiva demanda judicial com à Respectiva
(A) As decisões administrativas dos tribunais serão população.
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares to- (E) a inamovibilidade e a irredutibilidade salarial são
madas pelo voto da maioria absoluta de seus membros, em garantias da magistratura, mas não são absolutas, posto
sessão secreta. que comportem exceções, ditadas em lei.
50
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
33. (TRT/16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - trita compatibilidade, sob pena de serem inconstitucionais.
FCC/2014) Analise a seguinte situação hipotética: “Tício, Por isso, estes atos que estão abaixo na pirâmide, se sujei-
Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região, é indi- tam a controle de constitucionalidade.
cado pelo Tribunal Superior do Trabalho para compor este
Tribunal Superior e ocupar a vaga do Ministro Fúlvio, apo- 4. Resposta: “A”. Carl Schmitt propõe que o conceito
sentado neste ano de 2014”. Antes de ser nomeado pelo de Constituição não está na Constituição em si, mas nas
Presidente da República o nome do Magistrado Tício deve- decisões políticas tomadas antes de sua elaboração. Sen-
rá ser aprovado pela maioria do assim, o conceito de Constituição será estruturado por
(A) absoluta do Senado Federal. fatores como o regime de governo e a forma de Estado
(B) absoluta do Congresso Nacional. vigentes no momento de elaboração da lei maior. A Cons-
(C) simples do Senado Federal. tituição é o produto de uma decisão política e variará con-
(D) simples do Congresso Nacional. forme o modelo político à época de sua elaboração.
(E) absoluta do Supremo Tribunal Federal.
5. Resposta: “B”. Todas as alternativas descrevem ca-
34. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - racterísticas, atributos do Estado Democrático de Direito
FGV/2014) Os membros da Comissão Parlamentar de In- que é a República Federativa brasileira, notadamente: er-
quérito do Sistema Carcerário constataram a presença de radicação da pobreza e diminuição de desigualdades (ar-
mulheres detidas em cadeia pública masculina em uma tigo 3º, III, CF); soberania, cidadania e pluralismo político
unidade federativa brasileira. As detentas reclamavam da (artigo 1º, I, II e V, CF); princípio da legalidade (artigo 5º, II,
infraestrutura precária e confirmaram denúncias de que CF); liberdade de expressão (artigo 5º, IV, CF); construção
uma menina de 16 anos ficou detida na mesma unidade de sociedade justa, livre e solidária (artigo 3º, I, CF). Sendo
prisional estatal por 12 dias. Diante de tais circunstâncias assim, incorreta a afirmação de que soberania, cidadania
político-administrativas, havendo a intervenção federal e pluralismo político não são fundamentos da República
para assegurar a garantia dos direitos da pessoa humana, Federativa do Brasil, pois estão como tais enumerados no
artigo 1º, CF, além de decorrerem da própria estrutura de
ela deverá ser decretada pelo Presidente da República:
um Estado Democrático de Direito.
(A) espontaneamente, sem necessidade de controle
político do Congresso Nacional.
6. Resposta: “D”. O item “I” descreve alguns dos prin-
(B) após requisição do Superior Tribunal de Justiça.
cípios que regem as relações internacionais brasileiras,
(C) após prévia autorização do Congresso Nacional.
enumerados no artigo 4º, CF, estando correto; o item “II”
(D) após provimento, pelo Supremo Tribunal Federal,
afasta a normatividade dos princípios, o que é incorreto,
de representação do Procurador-Geral da República.
pois os princípios têm forma normativa e, inclusive, po-
(E) após anuência do Judiciário, a se fazer por decisão
dem ser aplicados de forma autônoma se não houver lei
de seu Órgão Especial, com chancela final do Legislativo do
específica a respeito ou se esta se mostrar inadequada, por
Estado. isso mesmo, correta a afirmação do item “III”; os princípios
descritos no item “IV” são alguns dos que regem a ordem
RESPOSTAS econômica, enumerados no artigo 170, CF, restando corre-
ta; o item “V” traz um exemplo de violação ao princípio da
1. Resposta: “C”. Constituição é muito mais do que um
igualdade material, assegurado no artigo 5º, CF e refletido
documento escrito que fica no ápice do ordenamento ju-
em todo texto constitucional, estando assim correto. Logo,
rídico nacional estabelecendo normas de limitação e orga-
apenas o item “II” está incorreto.
nização do Estado, mas tem um significado intrínseco so-
ciológico, político, cultural e econômico. Independente do
7. Resposta: “D”. O artigo 1º, CF traz os princípios fun-
conceito, percebe-se que o foco é a organização do Estado
damentais (fundamentos) da República Federativa do Bra-
e a limitação de seu poder.
sil: “I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da
2. Resposta: “D”. Quanto à origem, a Constituição pode pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da
ser outorgada, quando imposta unilateralmente pelo agen- livre iniciativa; V - o pluralismo político”. O princípio de “A”
te revolucionário, ou promulgada, quando é votada, sendo se encontra no inciso V; o de “B” no inciso IV; o de “C” no
também conhecida como democrática ou popular. inciso III, pois viola a dignidade humana da mãe forçá-la a
dar luz à um filho que resulte de estupro; o de “E” decorre
3. Resposta: “B”. A Constituição Federal e os demais dos incisos I e II e é previsão do artigo 2º, que dispõe que
atos normativos que compõem o denominado bloco de “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre
constitucionalidade, notadamente, emendas constitucio- si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Somente resta a
nais e tratados internacionais de direitos humanos apro- alternativa “D”, que apesar de realmente trazer um objetivo
vados com quórum especial após a Emenda Constitucional da República Federativa brasileira – previsto no artigo 3º,
nº 45/2004, estão no topo do ordenamento jurídico. Sendo IV, não tem a ver com os princípios fundamentais, mas sim
assim, todos os atos abaixo deles devem guardar uma es- com os objetivos.
51
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
8. Resposta: “C”. A democracia brasileira adota a moda- mentais ou de caráter público; b) para a retificação de da-
lidade semidireta, porque possibilita a participação popular dos, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
direta no poder por intermédio de processos como o ple- judicial ou administrativo”. Os itens “I” e “II” repetem o teor
biscito, o referendo e a iniciativa popular. Como são hipó- do artigo 5º, LXXII, CF. Já o item “III” decorre logicamente
teses restritas, pode-se afirmar que a democracia indireta da previsão dos direitos fundamentais como limitadores da
é predominantemente adotada no Brasil, por meio do su- atuação do Estado, logo, as informações requeridas serão
frágio universal e do voto direto e secreto com igual valor contra uma entidade governamental da administração di-
para todos. Contudo, não é a única maneira de se exercer o reta ou indireta. Por sua vez, o item “IV” reflete o artigo
poder (artigo 14, CF e artigo 1º, parágrafo único, CF). 5º, LXXI, CF, do qual decorre logicamente o item “V”, posto
que a demora do legislador em regulamentar uma norma
9. Resposta: “E”. “I” está correta porque a principal dife- constitucional de aplicabilidade mediata, que necessita do
rença entre direitos e garantias é que os primeiros servem preenchimento de seu conteúdo, evidencia-se em risco aos
para determinar os bens jurídicos tutelados e as segundas direitos fundamentais garantidos pela Constituição Fede-
são os instrumentos para assegurar estes (ex: direito de li- ral.
berdade de locomoção – garantia do habeas corpus). “II”
está correta, afinal, o próprio artigo 5º prevê em seu §2º 12. Resposta: “A”. Nos termos do artigo 5º, LIII, CF, “nin-
que “os direitos e garantias expressos nesta Constituição guém será processado nem sentenciado senão pela autori-
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios dade competente”, restando o item “I” correto; pelo artigo
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 5º, LX, CF, “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
República Federativa do Brasil seja parte”, fundamento que processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem”, motivo pelo qual o item “II” está correto;
também demonstra que o item “III” está correto. O item IV
e prevê o artigo 5º, LXVI, CF que “ninguém será levado à
traz cópia do artigo 5º, X, CF, que prevê que “são inviolá-
prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das provisória, com ou sem fiança”, confirmando o item “IV”.
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano ma- Por sua vez, o item “III” está incorreto porque “são inad-
terial ou moral decorrente de sua violação”; o que faz tam- missíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”
bém o item V com relação ao artigo 5º, VI, CF que diz que (artigo 5º, LVI, CF); e o item “V” está incorreto porque a ju-
“é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo risprudência atual ainda aceita a prisão civil do devedor de
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garanti- alimentos, sendo que o texto constitucional autoriza tanto
da, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas esta quanto a do depositário infiel (artigo 5º, LXVII, CF).
liturgias”. Sendo assim, todas afirmativas estão corretas.
13. Resposta: “A”. Preconiza o artigo 5º, XL, CF: “XL - a
10. Resposta: “D”. O habeas corpus é garantia previs- lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Assim,
ta no artigo 5º, LXVIII, CF: “conceder-se-á habeas corpus se vier uma lei posterior ao fato que o exclua do rol de cri-
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer mes ou que confira tratamento mais benéfico (diminuindo
a pena ou alterando o regime de cumprimento, notada-
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
mente), ela será aplicada.
ilegalidade ou abuso de poder”. A respeito dele, a lei bus-
ca torná-lo o mais acessível possível, por ser diretamente 14. Resposta: “B”. Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII,
relacionado a um direito fundamental da pessoa humana. CF: “XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
O objeto de tutela é a liberdade de locomoção; a propo- e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
situra não depende de advogado; o que propõe a ação é lei”, restando “B” correta. “A” é incorreta porque a lei pe-
denominado impetrante e quem será por ela beneficiado é nal retroage para beneficiar o réu; “C” é incorreta porque é
chamado paciente (podendo a mesma pessoa ser os dois), aceita a pena de morte para os crimes militares praticados
contra quem é proposta a ação é a denominada autoridade em tempo de guerra; “D” é incorreta porque igrejas não
coatora; e é possível utilizar habeas corpus repressivamen- possuem inviolabilidade domiciliar.
te e preventivamente. Por sua vez, a Constituição Federal
prevê no artigo 142, §2º que “não caberá habeas corpus em 15. Resposta: “D”. Embora o direito previsto na alter-
relação a punições disciplinares militares”. nativa “D” seja um direito fundamental, não é um direito
individual, logo, não está previsto no artigo 5º, e sim no
artigo 7º, CF, em seu inciso IX (“remuneração do trabalho
11. Resposta: “A”. No que tange ao tema, destaque para noturno superior à do diurno”).
os seguintes incisos do artigo 5º da CF: “LXXI - conceder-
-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 16. Resposta: “D”. A propósito, o artigo 5º, XI, CF dis-
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e põe: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder- em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Sen-
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes do assim, não cabe o ingresso por determinação judicial a
de registros ou bancos de dados de entidades governa- qualquer hora, mas somente durante o dia.
52
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
17. Resposta: C. Dispõe o artigo 5º, CF em seu inciso porá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
XIV: “é assegurado a todos o acesso à informação e res- comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os res-
guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício ponsáveis às penas da lei”.
profissional”.
24. Resposta: “C”. “A” está incorreta porque o rol de
18. Resposta: “C”. Estabelece o §3º do artigo 5º,CF: “Os direitos sociais do artigo 7º é apenas exemplificativo, não
tratados e convenções internacionais sobre direitos hu- excluindo outros que decorram das normas trabalhistas,
manos que forem aprovados, em cada Casa do Congres- dos direitos humanos internacionais e das convenções e
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos acordos coletivos; “B” está incorreta porque a redução pro-
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas porcional pode ser aceita se intermediada por negociação
constitucionais”. Logo, é necessário o preenchimento de coletiva, evitando cenário de demissão em massa; “D” está
determinados requisitos para a incorporação. incorreta porque a licença-gestante encontra arcabouço
constitucional, tal como a licença paternidade, restando “E”
19. Resposta: “B”. No que tange à segurança jurídica,
também incorreta (artigo 7º, XVIII e XIX, CF. Sendo assim,
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: “XXXVI - a lei
“C” está correta, conforme disposto no artigo 7º: “gozo de
não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
e a coisa julgada”. A coisa julgada se formou a favor de
mais do que o salário normal” (artigo 7º, XVII, CF).
Pedro e não pode ser quebrada por lei posterior que altere
a situação fático-jurídica, sob pena de se atentar contra a
segurança jurídica. 25. Resposta: “C”. Nos termos do artigo 5º, LI, CF, “ne-
nhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
20. Resposta: “D”. Trata-se de garantia constitucional caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou
prevista no artigo 5º, XXXIII, CF: “todos têm direito a re- de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpe-
ceber dos órgãos públicos informações de seu interes- centes e drogas afins, na forma da lei”. Embora a condena-
se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão ção tenha ocorrido após a naturalização, o crime comum
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, foi praticado antes dela, permitindo a extradição de Pietro.
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu-
rança da sociedade e do Estado”. 26. Resposta: “A”. Conforme disciplina o artigo 12, § 3º,
CF, “São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Pre-
21. Resposta: “B”. A teoria da reserva do possível busca sidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente
impedir que se argumente por uma obrigação infinita do da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado
Estado de atender direitos econômicos, sociais e culturais. Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V -
No entanto, não pode ser invocada como muleta para im- da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas;
pedir que estes direitos adquiram efetividade. Se a invoca- VII - de Ministro de Estado da Defesa”. O motivo da veda-
ção da reserva do possível não demonstrar cabalmente que ção é que em determinadas circunstâncias o Ministro do
o Estado não tem condições de arcar com as despesas, o Supremo Tribunal Federal pode assumir substitutivamente
Poder Judiciário irá intervir e sanar a omissão. a Presidência da República.
22. Resposta: “C”. A Emenda Constitucional nº 72/2013, 27. Resposta: “D”. Os direitos políticos nunca podem
que ficou conhecida no curso de seu processo de votação ser cassados ou perdidos, mas no máximo suspensos. A
como PEC das domésticas, deu redação ao parágrafo único condenação criminal transitada em julgado justifica a sus-
do artigo 7º, o qual estende alguns dos direitos enumera- pensão dos direitos políticos, o que é disposto no artigo
dos nos incisos do caput para a categoria dos trabalhado-
15, III, CF: “é vedada a cassação de direitos políticos, cuja
res domésticos, quais sejam: “IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI,
perda ou suspensão só se dará nos casos de: [...] III - con-
XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
denação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
seus efeitos”.
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias,
principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho
e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, 28. Resposta: “B”. Prevê o artigo 14, § 3º, CF: São con-
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência dições de elegibilidade, na forma da lei: [...] VI - a idade
social”. Os direitos descritos na alternativa “C” estão pre- mínima de: c) vinte e um anos para Deputado Federal, De-
vistos nos incisos XXVII e XX do artigo 7º da Constituição, putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
não estendidos aos empregados domésticos pela emenda. paz”, de modo que João preenche o requisito etário para a
candidatura. “A” está errada porque a renúncia é exigida
23. Resposta: “Certo”. O artigo 9º, CF disciplina o direito para cargo diverso (artigo 14, §6º, CF); “C” está errada por-
de greve: “É assegurado o direito de greve, competindo aos que o analfabeto não pode se eleger (artigo 14, §4º, CF);
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e “D” está errada porque o afastamento neste caso é exigido
sobre os interesses que devam por meio dele defender. § (artigo 14, §8º, I, CF).
1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e dis-
53
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
29. Resposta: “C”. O artigo 17 da Constituição Federal 33. Resposta: “C”. Nos termos do artigo 52, III, “a”, CF:
regulamenta os partidos políticos e coloca o caráter nacio- “Compete privativamente ao Senado Federal: [...] III - apro-
nal como preceito que deva necessariamente se observado: var previamente, por voto secreto, após arguição pública, a
“É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de parti- escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta
dos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime Constituição”; sendo que a respeito prevê o artigo 111-A,
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais CF: “o Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de
I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de re- trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados
cursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou pelo Presidente da República após aprovação pela maioria
de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça absoluta do Senado Federal” (grifo nosso).
Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a
lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para 34. Resposta: “D”. Prevê o artigo 36, CF: “A decretação
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento da intervenção dependerá: [...] III - de provimento, pelo Su-
e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas premo Tribunal Federal, de representação do Procurador-
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação -Geral da República, na hipótese do artigo 34, VII, e no caso
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distri- de recusa à execução de lei federal”. Por seu turno, prevê o
tal ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer nor- referido artigo 34, VII, CF: “VII - assegurar a observância dos
mas de disciplina e fidelidade partidária. § 2º Os partidos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana,
políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma sistema representativo e regime democrático; b) direitos da
da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de
Eleitoral. § 3º Os partidos políticos têm direito a recursos contas da administração pública, direta e indireta”. No caso
do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, relatado no enunciado, há evidente desrespeito ao princí-
na forma da lei. § 4º É vedada a utilização pelos partidos pio da dignidade da pessoa humana.
políticos de organização paramilitar”.
54
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Fontes diretas: são aquelas que primordialmente in- através dos denominados Poderes de Estado. Os Pode-
fluenciam na composição do campo jurídico em estudo, res de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, até
no caso, o direito administrativo. Apontam-se como fon- hoje adotada nos Estados de Direito, são o Legislativo,
tes diretas a Constituição Federal e as leis. Ambas são o Executivo e o judiciário, independentes e harmônicos
normas impostas pelo Estado, de observação coativa. entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis
O direito administrativo não se encontra compilado (CF, art. 2º). A organização do Estado é matéria consti-
em um único diploma jurídico, isto é, não existe um Códi- tucional no que concerne à divisão política do território
go de Direito Administrativo. O que existe é um conjun- nacional, a estruturação dos Poderes, à forma de Gover-
to de leis e regulamentos diversos que compõem a área. no, ao modo de investidura dos governantes, aos direitos
A base legal do direito administrativo, sem dúvidas, vem e garantias dos governados. Após as disposições consti-
da Constituição Federal, que trata de princípios do direi- tucionais que moldam a organização política do Estado
to administrativo e estabelece a divisão de competências soberano, surgem, através da legislação complementar e
administrativas, entre outras questões. A partir da Cons- ordinária, e organização administrativa das entidades es-
tituição, emanam diversas leis que se inserem no campo tatais, de suas autarquias e entidades paraestatais instituí-
do direito administrativo, como a lei de licitações (Lei nº das para a execução desconcentrada e descentralizada de
8.666/1993), a lei do regime jurídico dos servidores públi- serviços públicos e outras atividades de interesse coletivo,
cos civis federais (Lei nº 8.112/1990), a lei do processo ad- objeto do Direito Administrativo e das modernas técnicas
ministrativo (Lei nº 9.784/1999), a lei dos serviços públicos de administração”5.
(Lei nº 8.987/1995), a lei de improbidade administrativa Com efeito, o Estado é uma organização dotada de
(Lei nº 8.429/1992), entre outras. personalidade jurídica que é composta por povo, territó-
Fontes indiretas: são aquelas que decorrem das rio e soberania. Logo, possui homens situados em deter-
fontes diretas ou que surgem paralelamente a elas. Por minada localização e sobre eles e em nome deles exerce
exemplo, a doutrina e a jurisprudência estabelecem poder. É dotado de personalidade jurídica, isto é, possui a
processos de interpretação da norma jurídica, no sentido aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres.
Nestes moldes, o Estado tem natureza de pessoa jurídica
de que interpretam o que a lei e a Constituição fixam,
de direito público.
conferindo rumos para a aplicação das normas do direito
Trata-se de pessoa jurídica, e não física, porque o Es-
administrativo. Já os costumes e os princípios gerais do
tado não é uma pessoa natural determinada, mas uma es-
Direito existiam antes mesmo da elaboração da norma,
trutura organizada e administrada por pessoas que ocu-
influenciando em sua gênese e irradiando esta influência
pam cargos, empregos e funções em seu quadro. Logo,
em todo o processo de aplicação da lei.
pode-se dizer que o Estado é uma ficção, eis que não exis-
te em si, mas sim como uma estrutura organizada pelos
Administração pública e governo
próprios homens.
É de direito público porque administra interesses que
“O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que pertencem a toda sociedade e a ela respondem por des-
é considerado. Do ponto de vista sociológico, é corpora- vios na conduta administrativa, de modo que se sujeita a
ção territorial dotada de um poder de mando originário; um regime jurídico próprio, que é objeto de estudo do
sob o aspecto político, é comunidade de homens, fixada direito administrativo.
sobre um território, com potestade superior de ação, de Em face da organização do Estado, e pelo fato deste
mando e de coerção; sob o prisma constitucional, é pes- assumir funções primordiais à coletividade, no interesse
soa jurídica territorial soberana; na conceituação do nosso desta, fez-se necessário criar e aperfeiçoar um sistema ju-
Código Civil, é pessoa jurídica de Direito Público Inter- rídico que fosse capaz de regrar e viabilizar a execução de
no (art. 14, I). Como ente personalizado, o Estado tanto tais funções, buscando atingir da melhor maneira possível
pode atuar no campo do Direito Público como no do Di- o interesse público visado. A execução de funções exclu-
reito Privado, mantendo sempre sua única personalidade sivamente administrativas constitui, assim, o objeto do
de Direito Público, pois a teoria da dupla personalidade Direito Administrativo, ramo do Direito Público. A função
do Estado acha-se definitivamente superada. O Estado é administrativa é toda atividade desenvolvida pela Admi-
constituído de três elementos originários e indissociáveis: nistração (Estado) representando os interesses de tercei-
Povo, Território e Governo soberano. Povo é o componen- ros, ou seja, os interesses da coletividade.
te humano do Estado; Território, a sua base física; Gover- Devido à natureza desses interesses, são conferidos à
no soberano, o elemento condutor do Estado, que detém Administração direitos e obrigações que não se estendem
e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto aos particulares. Logo, a Administração encontra-se numa
-organização emanado do Povo. Não há nem pode haver posição de superioridade em relação a estes.
Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse po- Se, por um lado, o Estado é uno, até mesmo por se le-
der absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se gitimar na soberania popular; por outro lado, é necessária
e de conduzir-se segundo a vontade livre de seu Povo e a divisão de funções das atividades estatais de maneira
de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se 5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro.
necessário. A vontade estatal apresenta-se e se manifesta São Paulo: Malheiros, 1993.
2
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
equilibrada, o que se faz pela divisão de Poderes, a qual resta assegurada no artigo 2º da Constituição Federal. A função
típica de administrar – gerir a coisa pública e aplicar a lei – é do Poder Executivo; cabendo ao Poder Legislativo a função
típica de legislar e ao Poder Judiciário a função típica de julgar. Em situações específicas, será possível que no exercício
de funções atípicas o Legislativo e o Judiciário exerçam administração.
Destaca-se o artigo 41 do Código Civil:
Nestes moldes, o Estado é pessoa jurídica de direito público interno. Mas há características peculiares distintivas que
fazem com que afirmá-lo apenas como pessoa jurídica de direito público interno seja correto, mas não suficiente. Pela
peculiaridade da função que desempenha, o Estado é verdadeira pessoa administrativa, eis que concentra para si o
exercício das atividades de administração pública.
A expressão pessoa administrativa também pode ser colocada em sentido estrito, segundo o qual seriam pessoas
administrativas aquelas pessoas jurídicas que integram a administração pública sem dispor de autonomia política (ca-
pacidade de auto-organização). Em contraponto, pessoas políticas seriam as pessoas jurídicas de direito público interno
– União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Por sua vez, conceituando-se administração pública, “em sentido objetivo, material ou funcional, a administração
pública pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de
direito público, para a consecução dos interesses coletivos”; ao passo que “em sentido subjetivo, formal ou orgânico,
pode-se definir Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui
o exercício da função administrativa do Estado”6. Logo, o sentido objetivo volta-se à atividade administrativa em si, ao
passo que o sentido subjetivo se concentra nos órgãos que a exercem.
Em ambos casos, a distinção do sentido amplo para o restrito está nas espécies de atividades e órgãos que são
abrangidos. No sentido amplo, inserem-se as atividades desempenhadas pelos órgãos de alto escalão no âmbito go-
vernamental, no exercício de funções essencialmente políticas; além das atividades tipicamente administrativas desem-
penhadas pelos diversos órgãos que compõem a administração executando seus fins de interesse público. No sentido
estrito, excluem-se as atividades políticas, abrangendo-se apenas atividades administrativas.
Regime jurídico-administrativo
Regime jurídico é uma expressão que designa o tratamento normativo que o ordenamento confere a determinado
assunto. Com efeito, o regime jurídico administrativo corresponde ao conjunto de regras e princípios que estruturam o
Direito Administrativo, atribuindo-lhe autonomia enquanto um ramo autônomo da ciência jurídica. No mais, coloca-se o
Estado numa posição verticalizada em relação ao administrado.
Logo, regime jurídico-administrativo é o conjunto de princípios e regras que compõem o Direito Administrativo,
conferindo prerrogativas e fixando restrições à Administração Pública peculiares, não presentes no direito privado, bem
como a colocando em uma posição de supremacia quanto aos administrados.
Os objetivos do regime jurídico-administrativo são o de proteção dos direitos individuais frente ao Estado e de sa-
tisfação de interesses coletivos.
Os princípios e regras que o compõem se encontram espalhados pela Constituição e por legislações infraconstitu-
cionais. A base do regime jurídico administrativo está nos princípios que regem a Administração Pública.
6 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010.
3
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
4
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en-
procura por produtividade e economicidade. Alcança os tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi-
serviços públicos e os serviços administrativos internos, se cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância
referindo diretamente à conduta dos agentes. da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento
majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato
Outros princípios administrativos discricionário, é necessária a motivação para que se saiba
qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini11,
Além destes cinco princípios administrativo-cons- com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclu-
titucionais diretamente selecionados pelo constituinte, sive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o
podem ser apontados como princípios de natureza ética referido artigo exige a motivação para todos os atos nele
relacionados à função pública a probidade e a motivação: elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos dis-
cricionários quanto os vinculados.
a) Princípio da probidade: um princípio constitucio-
nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação,
c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos:
é o dever de todo o administrador público, o dever de
O Estado assumiu a prestação de determinados serviços,
honestidade e fidelidade com o Estado, com a população,
por considerar que estes são fundamentais à coletividade.
no desempenho de suas funções. Possui contornos mais
definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini9 alerta Apesar de os prestar de forma descentralizada ou mesmo
que alguns autores tratam veem como distintos os prin- delegada, deve a Administração, até por uma questão de
cípios da moralidade e da probidade administrativa, mas coerência, oferecê-los de forma contínua e ininterrupta.
não há características que permitam tratar os mesmos Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, o
como procedimentos distintos, sendo no máximo possí- Estado é obrigado a não interromper a prestação dos ser-
vel afirmar que a probidade administrativa é um aspecto viços que disponibiliza. A respeito, tem-se o artigo 22 do
particular da moralidade administrativa. Código de Defesa do Consumidor:
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
ao administrador de motivar todos os atos que edita, ge- concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
rais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os de- forma de empreendimento, são obrigados a fornecer servi-
mais princípios, um dos mais importantes, uma vez que ços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
sem a motivação não há o devido processo legal, uma contínuos.
vez que a fundamentação surge como meio interpretativo Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total
da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as
verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os
dos atos da Administração. danos causados, na forma prevista neste código.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal apli-
cável ao caso concreto e relacionar os fatos que concre- d) Princípios da Tutela e da Autotutela da Admi-
tamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. nistração Pública: a Administração possui a faculdade de
Todos os atos administrativos devem ser motivados para rever os seus atos, de forma a possibilitar a adequação
que o Judiciário possa controlar o mérito do ato adminis- destes à realidade fática em que atua, e declarar nulos
trativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse contro- os efeitos dos atos eivados de vícios quanto à legalidade.
le, devem ser observados os motivos dos atos adminis- O sistema de controle dos atos da Administração ado-
trativos.
tado no Brasil é o jurisdicional. Esse sistema possibilita,
Em relação à necessidade de motivação dos atos ad-
de forma inexorável, ao Judiciário, a revisão das decisões
ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um
tomadas no âmbito da Administração, no tocante à sua
único comportamento possível) e dos atos discricionários
legalidade. É, portanto, denominado controle finalístico,
(aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, apon-
ta um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com ou de legalidade.
um juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anu-
uníssona na determinação da obrigatoriedade de motiva- lação dos atos ilegais como a revogação de atos válidos
ção com relação aos atos administrativos vinculados; to- e eficazes, quando considerados inconvenientes ou ino-
davia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos portunos aos fins buscados pela Administração. Essa for-
atos discricionários. ma de controle endógeno da Administração denomina-se
Meirelles10 entende que o ato discricionário, editado princípio da autotutela. Ao Poder Judiciário cabe somente
sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar- a anulação de atos reputados ilegais. O embasamento de
gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e tais condutas é pautado nas Súmulas 346 e 473 do Supre-
9 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São
mo Tribunal Federal.
Paulo: Saraiva, 2004.
10 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 11 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São
São Paulo: Malheiros, 1993. Paulo: Saraiva, 2004.
5
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Súmula 346. A administração pública pode declarar a f) Supremacia do interesse público sobre o priva-
nulidade dos seus próprios atos. do: Na maioria das vezes, a Administração, para buscar
de maneira eficaz tais interesses, necessita ainda de se
Súmula 473. A administração pode anular seus pró- colocar em um patamar de superioridade em relação aos
prios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, particulares, numa relação de verticalidade, e para isto se
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por utiliza do princípio da supremacia, conjugado ao princípio
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os da indisponibilidade, pois, tecnicamente, tal prerrogativa
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apre- é irrenunciável, por não haver faculdade de atuação ou
ciação judicial. não do Poder Público, mas sim “dever” de atuação.
Sempre que houver conflito entre um interesse indi-
Os atos administrativos podem ser extintos por revo- vidual e um interesse público coletivo, deve prevalecer o
gação ou anulação. A Administração tem o poder de rever interesse público. São as prerrogativas conferidas à Ad-
seus próprios atos, não apenas pela via da anulação, mas ministração Pública, porque esta atua por conta de tal
também pela da revogação. Aliás, não é possível revogar interesse. Com efeito, o exame do princípio é predomi-
atos vinculados, mas apenas discricionários. A revogação nantemente feito no caso concreto, analisando a situação
se aplica nas situações de conveniência e oportunidade, de conflito entre o particular e o interesse público e men-
quanto que a anulação serve para as situações de vício surando qual deve prevalecer.
de legalidade.
6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
interesses primários (interesses públicos, difusos e coleti- d) Atos enunciativos: são aqueles em que a Adminis-
vos) é que surgem os atos administrativos, que são atos tração certifica ou atesta um fato sem vincular ao seu con-
públicos da Administração, sujeitos a regime jurídico de teúdo. É o caso de atestados, certidões, pareceres.
direito público. e) Atos punitivos: são aqueles que emanam punições
aos particulares e servidores.
Atos da Administração ≠ Atos administrativos.
Classificação dos atos administrativos
Atos privados da Administração = atos da Admi-
nistração → regime jurídico de direito privado. Classificação quanto ao seu alcance:
1) Atos internos: praticados no âmbito interno da
Atos públicos da Administração = atos administra- Administração, incidindo sobre órgãos e agentes admi-
tivos → regime jurídico de direito público. nistrativos.
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da
Os atos administrativos se situam num plano supe-
Administração, atingindo administrados e contratados.
rior de direitos e obrigações, eis que visam atender aos
São obrigatórios a partir da publicação.
interesses públicos primários, denominados difusos e co-
letivos. Logo, são atos de regime público, sujeitos a pres-
Classificação quanto ao seu objeto:
supostos de existência e validade diversos dos estabeleci-
dos para os atos jurídicos no Código Civil, e sim previstos 1) Atos de império: praticados com supremacia em
na Lei de Ação Popular e na Lei de Processo Administra- relação ao particular e servidor, impondo o seu obrigató-
tivo Federal. Ao invés de autonomia da vontade, haverá rio cumprimento.
a obrigatoriedade do cumprimento da lei e, portanto, a 2) Atos de gestão: praticados em igualdade de con-
administração só poderá agir nestas hipóteses desde que dição com o particular, ou seja, sem usar de suas prerro-
esteja expressa e previamente autorizada por lei13. gativas sobre o destinatário.
Fato administrativo é a “atividade material no exercí- 3) Atos de expediente: praticados para dar anda-
cio da função administrativa, que visa a efeitos de ordem mento a processos e papéis que tramitam internamente
prática para a Administração. [...] Os fatos administrativos na administração pública. São atos de rotina administra-
podem ser voluntários e naturais. Os fatos administrati- tiva.
vos voluntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por
atos administrativos, que formalizam a providência Classificação dos atos quanto à formação (proces-
desejada pelo administrador através da manifestação so de elaboração):
da vontade; 2ª) por condutas administrativas, que refle- 1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de
tem os comportamentos e as ações administrativas, sejam vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agen-
ou não precedidas de ato administrativo formal. Já os fa- te da Administração.
tos administrativos naturais são aqueles que se originam 2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade
de fenômenos da natureza, cujos efeitos se refletem na de mais de um órgão ou agente administrativo.
órbita administrativa. Assim, quando se fizer referência a 3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade
fato administrativo, deverá estar presente unicamente a de um órgão ou agente, mas depende de outra vontade
noção de que ocorreu um evento dinâmico da Adminis- que o ratifique para produzir efeitos e tornar-se exequível.
tração”14.
Classificação quanto à manifestação da vontade:
Atos administrativos em espécie
Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifes-
tação de vontade de uma única pessoa. Ex.: Demissão -
a) Atos normativos: são atos gerais e abstratos visan-
Para Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administra-
do a correta aplicação da lei. É o caso dos decretos, regu-
tivos unilaterais.
lamentos, regimentos, resoluções, deliberações.
Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifesta-
b) Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento da
Administração e a conduta de seus agentes. É o caso de ção de vontade de duas pessoas.
instruções, circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos Atos multilaterais: São aqueles formados pela vonta-
administrativos, decisões administrativas. de de mais de duas pessoas.
c) Atos negociais: são aqueles estabelecidos entre Ex.: Contrato administrativo.
Administração e administrado em consenso. É o caso de
licenças, autorizações, permissões, aprovações, vistos, Classificação quanto ao destinatário:
dispensa, homologação, renúncia. 1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com
finalidade normativa, atingindo uma gama de pessoas
13 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São
Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004. que estejam na mesma situação jurídica nele estabeleci-
14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- da. O particular não pode impugnar, pois os efeitos são
ministrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. para todos.
7
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e deter- culo definido por lei dentro do qual podem os agentes
minada, criando situações jurídicas individuais. O particu- exercer legitimamente sua atividade”, afirmando ainda
lar atingido pode impugnar. que a competência administrativa pode ser colocada em
plano diverso da competência legislativa e jurisdicional.
Classificação quanto ao seu regramento: A competência é pressuposto essencial do ato ad-
ministrativo, devendo sempre ser fixada por lei ou pela
1) Atos vinculados: são os que possuem todos os Constituição Federal. Vale ressaltar, no entanto, que a lei
pressupostos e elementos necessários para sua prática e a CF fixam as competências primárias, que abrangem o
e perfeição previamente estabelecidos em lei que auto- órgão como um todo; podendo existir atos internos de
riza a prática daquele ato. O administrador é um “mero organização que fixam as divisões de competências den-
cumpridor de leis”. Também se denomina ato de exercício tro dos órgãos, em seus diversos segmentos.
obrigatório. A competência se reveste de dois atributos essenciais:
inderrogabilidade, pois não se transfere de um órgão a
2) Atos discricionários: são os atos que possuem outro por mera vontade entre as partes ou por consenti-
parte de seus pressupostos e elementos previamente fi- mento do agente público; e improrrogabilidade, pois um
xados pela lei autorizadora. No mínimo, a competência, a órgão competente não se transmuta em incompetente
finalidade e a forma estão previamente fixados na lei – são mesmo diante de alteração da lei superveniente ao fato.
os pressupostos vinculados. Aquilo que está em branco O ato praticado por sujeito incompetente prescinde
ou indefinido na lei será preenchido pelo administrador. de pressuposto essencial para o ato administrativo, sendo
Tal preenchimento deve ser feito motivadamente com ele considerado inexistente e incapaz de produzir efeitos.
base em fatos e circunstâncias que somente o adminis- É possível fixar os critérios de competência nos se-
trador pode escolher. Contudo, tal escolha não é livre, os guintes moldes:
fatos e circunstâncias devem ser adequados (razoáveis e
proporcionais) aos limites e intenções da lei. a) Quanto à matéria: abrange a especificidade da
Quanto ao grau de subordinação à norma, os atos função, por exemplo, entre Ministérios e Secretarias de
administrativos se classificam em vinculados ou discri- diversas especialidades.
cionários. “Os atos vinculados são aqueles que tem o
procedimento quase que plenamente delineados em lei, b) Quanto à hierarquia: abrange a atribuição de ati-
enquanto os discricionários são aqueles em que o dispo- vidades mais complexas a agentes/órgãos de graus supe-
sitivo normativo permite certa margem de liberdade para riores dentro dos órgãos.
a atividade pessoal do agente público, especialmente
no que tange à conveniência e oportunidade, elementos c) Quanto ao lugar: abrange a descentralização ter-
do chamado mérito administrativo. A discricionariedade ritorial de atividades.
como poder da Administração deve ser exercida consoan-
te determinados limites, não se constituindo em opção d) Quanto ao tempo: abrange a atribuição de com-
arbitrária para o gestor público, razão porque, desde há petência por tempo determinado, notadamente diante de
muito, doutrina e jurisprudência repetem que os atos de algum evento específico, como de calamidade pública.
tal espécie são vinculados em vários de seus aspectos, tais
como a competência, forma e fim”15. Nos termos do artigo 11 da Lei nº 9.784/1999, “a
competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
Requisitos ou elementos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
casos de delegação e avocação legalmente admitidos”.
1) Competência: é o poder-dever atribuído a deter- Delegar é atribuir uma competência que seria sua
minado agente público para praticar certo ato administra- a outro órgão/agente (pode ser vertical, quando houver
tivo. A pessoa jurídica, o órgão e o agente público devem subordinação; ou horizontal, quando não houver subordi-
estar revestidos de competência. A competência é sempre nação) – A delegação é parcial e temporária e pode ser re-
fixada por lei. vogada a qualquer tempo. Não podem ser delegados os
A Constituição Federal fixa atribuições para as diver- seguintes atos: Competência Exclusiva, Edição de Ato de
sas esferas do Poder Executivo. Entretanto, seria impossí- Caráter Normativo, Decisão de Recursos Administrativos.
vel impor que um único órgão as exercesse por completo. Avocar é solicitar o que seria de competência de
Por isso, tais atribuições são distribuídas entre os diversos outro para sua esfera de competência. Basicamente, é o
órgãos que compõem a Administração Pública. Esta divi- oposto de delegar. Na avocação, o chefe/órgão superior
são das atribuições entre os órgãos da Administração pega para si as atribuições do subordinado/órgão infe-
Pública é conhecida como competência. rior. Como exige subordinação, toda avocação é vertical.
Conceitua Carvalho Filho16 que “competência é o cír- 2) Finalidade: é a razão jurídica pela qual um ato ad-
15 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_ ministrativo foi abstratamente criado pela ordem jurídica.
link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3741 A lei estabelece que os atos administrativos devem ser
16 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
8
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
9
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Validade e eficácia do ato administrativo concreto; impossível (exemplo: a nomeação para cargo
que não existe); imoral; indeterminado (desapropriação
Destaca-se esquemática trazida por Baldacci19: de bem não definido com precisão).
- Quando todos os pressupostos especiais exigidos Os vícios podem atingir a forma, quando a lei expres-
por lei estiverem presentes, falamos que o ato é perfeito samente exige e não é respeitada, e ainda o motivo, quan-
(P). do pressupostos de fato e/ou de direito não existem e/ou
- Quanto estes pressupostos preenchidos respeitarem são falsos.
o que a lei exige, falamos que é válido (V). Por fim, tem-se os vícios relativos à finalidade, que
- Quanto está apto a surtir seus efeitos próprios fala- são desvio de poder ou desvio de finalidade, quando o
mos que é eficaz (E). agente pratica ato administrativo sem observar o interes-
1) P + V = E. Os atos perfeitos e válidos são eficazes se público e/ou o objetivo (finalidade) previsto em lei.
em regra.
Ato inexistente
2) P + V = ineficaz. Os atos perfeitos e válidos po-
dem não ser eficazes se estiver pendente o implemento A doutrina, de forma amplamente majoritária, nega
de condição. relevância jurídica aos chamados atos administrativos ine-
xistentes sob o fundamento de que seriam equivalentes
3) P + inválido = ineficaz. O ato perfeito e inválido aos atos nulos.
é, em regra, ineficaz. Feita a ressalva, coloca-se a lição de Celso Antonio
Bandeira de Melo ao discorrer sobre os atos administra-
4) P + inválido = eficaz. O ato perfeito e inválido tivos inexistentes no sentido de que “consistem em com-
pode ser eficaz se já tiver gerado efeitos próprios e for portamentos que correspondem a condutas criminosas,
relevante para a segurança jurídica manter tais efeitos. portanto, fora do possível jurídico e radicalmente vedadas
pelo Direito”.
5) Imperfeito = inválido + ineficaz. O ato imperfeito O ato inexistente é aquele que não reúne os elemen-
não é válido e nem eficaz. tos necessários à sua formação e, assim, não produz qual-
quer consequência jurídica. Já o ato nulo é o ato que em-
bora reúna os elementos necessários a sua existência, foi
6) Imperfeito = inválido + eficaz. O ato imperfei-
praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons
to pode gerar efeitos impróprios, que não dependem da
costumes ou com inobservância da forma legal20.
execução do ato, como o efeito impróprio reflexo (reper-
cussão em outros atos ou situações jurídicas) e o efeito
Ato nulo
impróprio prodrômico (efeito de natureza procedimental
que implica numa providência ou etapa necessária para
“Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável,
aperfeiçoamento do ato, como a manifestação de um se-
normalmente resultante da ausência de um de seus ele-
gundo agente ou órgão). mentos constitutivos, ou de defeito substancial em algum
7) Imperfeito = válido + ineficaz. O ato imperfeito deles (por exemplo, o ato com motivo inexistente, o ato
pode preencher os requisitos de validade, mas se lhe faltar com objeto não previsto em lei e o ato praticado com
um pressuposto especial será imperfeito e, logo, ineficaz. desvio de finalidade). O ato nulo está em desconformida-
de com a lei o com os princípios jurídicos (é um ato ilegal
Vícios do ato administrativo e ilegítimo) e seu defeito não pode ser convalidado (corri-
gido). O ato nulo não pode produzir efeitos válidos entre
Os vícios dos atos administrativos podem se referir as partes. [...] Ato inexistente é aquele que possui apenas
a sujeitos, notadamente: a) Vícios de incompetência do aparência de manifestação de vontade da administração
sujeito – pode restar caracterizado o crime de usurpação pública, mas, em verdade, não se origina de um agente
de função (artigo 328, CP), gerando ato inexistente; pode público, mas de alguém que se passa por tal condição,
caracterizar excesso de poder, quando excede os limites como o usurpador de função. [...] Ato anulável é o que
da competência que tem, o sujeito pode incidir no crime apresenta defeito sanável, ou seja, passível de convalida-
de abuso de autoridade; pode se detectar função de fato, ção pela própria administração que o praticou, desde que
quando quem pratica o ato está irregularmente investido ele não seja lesivo ao interesse público, nem cause prejuí-
no cargo, emprego ou função – situação com aparência zo a terceiros. São sanáveis o vício de competência quan-
de legalidade – ato considerado válido; b) Vícios de inca- to à pessoa, exceto se se tratar de competência exclusiva,
pacidade do sujeito – pode haver impedimento ou sus- e o vício de forma, a menos que se trate de forma exigida
peição, ambos casos de anulabilidade. pela lei como condição essencial à validade do ato”21.
Os vícios dos atos administrativos também podem se
20 http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/auditor-fiscal-
referir ao objeto, quando ele for proibido por lei – ato -do-trabalho-2009/direito-administrativo-ato-administrativo-inexis-
ilegal = nulo; diverso do previsto legalmente para o caso tente.html
19 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São 21 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito adminis-
Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004. trativo descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008.
10
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Extinção dos atos administrativos: revogação, anula- com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegi-
ção e cassação timidade. Cabe o exame pelo Poder Judiciário (razões de
legalidade e legitimidade) e pela Administração Pública
A extinção do ato administrativo pode se dar nas se- (aspectos legais e no mérito). Gera efeitos retroativos (ex
guintes situações: tunc), invalida as consequências passadas, presentes e fu-
turas.
1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos A revogação é a retirada do ato administrativo em
os seus efeitos, não terá mais razão de existir sob o ponto decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade em
de vista jurídico. face dos interesses públicos, sendo o ato válido e pratica-
do dentro da Lei, efetuando-se a revogação na via admi-
2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do nistrativa. Trata-se da extinção de um ato administrativo
Ato: Se o sujeito ou o objeto perecer, o ato será conside- legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunida-
rado extinto. de, pela Administração, no exercício do poder discricio-
nário. O ato revogado conserva os efeitos produzidos du-
3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que
rante o tempo em que operou. A partir da data da revo-
elimina o ato. Pode se dar por anulação, que é a retirada
gação é que cessa a produção de efeitos do ato até então
do ato administrativo em decorrência de sua invalidade,
perfeito e legal. Só pode ser praticado pela Administração
reconhecida judicial ou administrativamente, preservan-
Pública por razões de oportunidade e conveniência, não
do-se os direitos dos terceiros de boa-fé; por revogação,
que é a retirada do ato administrativo em decorrência da cabendo a intervenção do Poder Judiciário. A revogação
sua inconveniência ou inoportunidade em face dos in- não pode atingir os direitos adquiridos, logo, produz efei-
teresses públicos, sendo o ato válido e praticado dentro tos ex nunc, não retroage.
da Lei, efetuando-se a revogação na via administrativa;
cassação, que é a retirada do ato administrativo em de- Convalidação
corrência do beneficiário ter descumprido condição tida
como indispensável para a manutenção do ato; contra- A convalidação é o ato administrativo que, com efei-
posição ou derrubada, que é a retirada do ato adminis- tos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a
trativo em decorrência de ser expedido outro ato fundado torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato
em competência diversa da do primeiro, mas que projeta posterior que sana um vício de um ato anterior, transfor-
efeitos antagônicos ao daquele, de modo a inibir a con- mando-o em válido desde o momento em que foi prati-
tinuidade da sua eficácia; caducidade, que é a retirada cado.
do ato administrativo em decorrência de ter sobrevindo Há alguns autores que não aceitam a convalidação
norma superior que torna incompatível a manutenção do dos atos, sustentando que os atos administrativos somen-
ato com a nova realidade jurídica instaurada. te podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à
4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo efi- convalidação seriam os atos anuláveis.
caz em virtude de seu beneficiário não mais desejar a sua Existem três formas de convalidação:
continuidade. A renúncia só tem cabimento em atos que - Ratificação: é a convalidação feita pela própria auto-
concedem privilégios e prerrogativas. ridade que praticou o ato;
5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz - Confirmação: é a convalidação feita por autoridade
em decorrência do seu futuro beneficiário não manifes- superior àquela que praticou o ato;
tar concordância, tida como indispensável para que o ato - Saneamento: é a convalidação feita por ato de ter-
pudesse projetar regularmente seus efeitos. Se o futuro ceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato
beneficiário recusa a possibilidade da eficácia do ato, esse nem por autoridade superior.
será extinto.
Não se deve confundir a convalidação com a con-
Em detalhes:
versão do ato administrativo. Há um ato viciado e, para
A cassação é a retirada do ato administrativo em de-
regularizar a situação, ele é transformado em outro, de
corrência do beneficiário ter descumprido condição tida
diferente tipologia. O ato nulo, embora não possa ser
como indispensável para a manutenção do ato. Embora
legítimo na sua origem e na sua formação, o ato se torna convalidado, poderá ser convertido, transformando-se
ilegal na sua execução a partir do momento em que o em ato válido.
destinatário descumpre condições pré-estabelecidas. Por
exemplo, uma pessoa obteve permissão para explorar o Decadência administrativa
serviço público, porém descumpriu uma das condições
para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, Um dos poderes que a Administração possui é o da
a título de penalidade, procede a cassação da permissão. autotutela administrativa, consistente no poder de rever
A anulação é a retirada do ato administrativo em de- os seus próprios atos administrativos independentemente
corrência de sua invalidade, reconhecida judicial ou admi- de precisar recorrer ao Judiciário, seja em razão de vícios
nistrativamente, preservando-se os direitos dos terceiros de ilegalidade, seja em razão de conveniência e oportu-
de boa-fé. Trata-se da supressão do ato administrativo, nidade.
11
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
É o que prevê a súmula 473 do Supremo Tribunal Fe- Neste sentido, o artigo 2º da Lei nº 8.429/92 (Lei de
deral: “a administração pode anular seus próprios atos, Improbidade Administrativa):
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos remuneração, por eleição, nomeação, designação, contra-
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação tação ou qualquer outra forma de investidura ou vín-
judicial”. culo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
Supondo que um ato administrativo contenha vício
de ilegalidade, é um poder-dever da Administração in- Quanto às entidades as quais o agente pode estar
validá-lo, embora não possa fazê-lo por um período ir- vinculado, tem-se o artigo 1º da Lei nº 8.429/92:
restrito de tempo caso um terceiro de boa-fé possa ser
prejudicado, pois senão violaria o princípio da segurança
Os atos de improbidade praticados por qualquer agen-
jurídica. Ultrapassado o prazo, para se rever o vício se-
te público, servidor ou não, contra a administração dire-
ria necessário recorrer ao Judiciário. Quanto à revisão por
ta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
conveniência e oportunidade, ultrapassado o prazo não
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Muni-
mais caberá a revisão, também em vista do princípio da
segurança jurídica. cípios, de Território, de empresa incorporada ao pa-
trimônio público ou de entidade para cuja criação ou
A prescrição administrativa é, neste sentido, a perda custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
do direito pela Administração de revisão dos seus atos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
pelo decurso do tempo (perda do direito de autotutela). serão punidos na forma desta lei.
Como se fala na perda de um direito, a terminologia mais Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
adequada para o caso é decadência e não prescrição (afi- desta lei os atos de improbidade praticados contra o pa-
nal, prescrição é perda da pretensão e não perda do direi- trimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
to). Isto é, decadência administrativa. incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja con-
São as regras do processo administrativo que irão corrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do
determinar qual o prazo para revisão do ato até que a patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos,
decadência administrativa ocorra. No âmbito federal, a a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a con-
questão é tratada pela Lei nº 9.784/99, que fixa o prazo de tribuição dos cofres públicos.
5 anos para anulação do ato administrativo de que decor- Os agentes públicos subdividem-se em:
ram efeitos favoráveis para os destinatários pela própria
Administração. a) agentes políticos – “são os titulares dos cargos es-
truturais à organização política do País [...], Presidente da
República, Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os
auxiliares imediatos dos chefes de Executivo, isto é, Mi-
SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS: DEVERES, nistros e Secretários das diversas pastas, bem como os
DIREITOS E RESPONSABILIDADES. Senadores, Deputados Federais e Estaduais e os Verea-
dores”23. O agente político é aquele detentor de cargo
eletivo, eleito por mandatos transitórios.
Agente público é expressão que engloba todas as
b) servidores públicos, que se dividem em funcioná-
pessoas lotadas na Administração, isto é, trata-se daque-
rio público, empregado público e contratados em cará-
les que servem ao Poder Público. “A expressão agente pú-
ter temporário. Os servidores públicos formam a grande
blico tem sentido amplo, significa o conjunto de pessoas
que, a qualquer título, exercem uma função pública como massa dos agentes do Estado, desenvolvendo variadas
prepostos do Estado. Essa função, é mister que se diga, funções. O funcionário público é o tipo de servidor pú-
pode ser remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, blico que é titular de um cargo, se sujeitando a regime
política ou jurídica. O que é certo é que, quando atuam no estatutário (previsto em estatuto próprio, não na CLT). O
mundo jurídico, tais agentes estão de alguma forma vin- empregado público é o tipo de servidor público que é
culados ao Poder Público. Como se sabe, o Estado só se titular de um emprego, sujeitando-se ao regime celetista
faz presente através das pessoas físicas que em seu nome (CLT). Tanto o funcionário público quanto o empregado
manifestam determinada vontade, e é por isso que essa público somente se vinculam à Administração mediante
manifestação volitiva acaba por ser imputada ao próprio concurso público, sendo nomeados em caráter efetivo.
Estado. São todas essas pessoas físicas que constituem os Contratados em caráter temporário são servidores con-
agentes públicos”22. tratados por um período certo e determinado, por força
22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- 23 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Ad-
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. ministrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
de uma situação de excepcional interesse público, não Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta
sendo nomeados em caráter efetivo, ocupando uma fun- de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
ção pública. Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên-
c) particulares em colaboração com o Estado – cia e, também, ao seguinte: [...]
são agentes que, embora sejam particulares, executam
funções públicas especiais que podem ser qualificadas São princípios da administração pública, nesta ordem:
como públicas. Ex.: mesário, jurado, recrutados para ser- Legalidade
viço militar. Impessoalidade
Assim, os agentes públicos podem ser agentes políti- Moralidade
cos, particulares em colaboração com o Estado e servido- Publicidade
Eficiência
res públicos. Logo, o servidor público é uma espécie do
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for-
gênero agente público.
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada
da Administração Pública. É de fundamental importância
Os servidores públicos se dividem em funcioná-
um olhar atento ao significado de cada um destes prin-
rio público, empregado público e contratados em cará- cípios, posto que eles estruturam todas as regras éticas
ter temporário. Os servidores públicos formam a grande prescritas no Código de Ética e na Lei de Improbidade
massa dos agentes do Estado, desenvolvendo variadas Administrativa, tomando como base os ensinamentos de
funções. O funcionário público é o tipo de servidor pú- Carvalho Filho24 e Spitzcovsky25:
blico que é titular de um cargo, se sujeitando a regime a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalida-
estatutário (previsto em estatuto próprio, não na CLT). O de significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proí-
empregado público é o tipo de servidor público que é be. Contudo, como a administração pública representa os
titular de um emprego, sujeitando-se ao regime celetista interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de
(CLT). Tanto o funcionário público quanto o empregado subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex-
público somente se vinculam à Administração mediante pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
concurso público, sendo nomeados em caráter efetivo. lei anterior editando a matéria para que seja preservado o
Contratados em caráter temporário são servidores con- princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
tratados por um período certo e determinado, por força criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio
de uma situação de excepcional interesse público, não Estado deve respeitar as leis que dita.
sendo nomeados em caráter efetivo, ocupando uma fun- b) Princípio da impessoalidade: Por força dos inte-
ção pública. resses que representa, a administração pública está proi-
Com efeito, funcionário público é uma espécie do bida de promover discriminações gratuitas. Discriminar é
gênero servidor público, abrangendo apenas os servi- tratar alguém de forma diferente dos demais, privilegian-
dores que se sujeitam a regime estatutário. do ou prejudicando. Segundo este princípio, a adminis-
tração pública deve tratar igualmente todos aqueles que
REGIME CONSTITUCIONAL DOS se encontrem na mesma situação jurídica (princípio da
SERVIDORES PÚBLICOS isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a
impessoalidade no que tange à contratação de serviços. O
1) Princípios da Administração Pública princípio da impessoalidade correlaciona-se ao princípio
da finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado pela ad-
Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais per-
ministração pública é somente o interesse público. Com
mitem que ele consolide o bem comum e garanta a pre-
efeito, o interesse particular não pode influenciar no tra-
servação dos interesses da coletividade, se encontram
tamento das pessoas, já que deve-se buscar somente a
exteriorizados em princípios e regras. Estes, por sua vez,
preservação do interesse coletivo.
são estabelecidos na Constituição Federal e em legisla- c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio
ções infraconstitucionais, a exemplo das que serão estu- no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma
dadas neste tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei espécie de moralidade administrativa, intimamente rela-
n° 8.112/90 e Lei n° 8.429/92. cionada ao poder público. A administração pública não
atua como um particular, de modo que enquanto o des-
Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti-
setor público partem da Constituição Federal, que esta- cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento
belece alguns princípios fundamentais para a ética no se- jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento
tor público. Em outras palavras, é o texto constitucional imoral por parte dos representantes do Estado. O princí-
do artigo 37, especialmente o caput, que permite a com- pio da moralidade deve se fazer presente não só para com
preensão de boa parte do conteúdo das leis específicas, 24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
porque possui um caráter amplo ao preconizar os princí- ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
pios fundamentais da administração pública. Estabelece a 25 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São
Constituição Federal: Paulo: Método, 2011.
13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
os administrados, mas também no âmbito interno. Está remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a
indissociavelmente ligado à noção de bom administrador, procura por produtividade e economicidade. Alcança os
que não somente deve ser conhecedor da lei, mas tam- serviços públicos e os serviços administrativos internos, se
bém dos princípios éticos regentes da função administra- referindo diretamente à conduta dos agentes.
tiva. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU Além destes cinco princípios administrativo-cons-
AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os titucionais diretamente selecionados pelo constituinte,
dois princípios anteriores. podem ser apontados como princípios de natureza ética
d) Princípio da publicidade: A administração públi- relacionados à função pública a probidade e a motivação:
ca é obrigada a manter transparência em relação a to-
dos seus atos e a todas informações armazenadas nos a) Princípio da probidade: um princípio constitucio-
seus bancos de dados. Daí a publicação em órgãos da nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação,
imprensa e a afixação de portarias. Por exemplo, a pró- é o dever de todo o administrador público, o dever de ho-
pria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta nestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no
desempenho de suas funções. Possui contornos mais de-
ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do
finidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini26 alerta
processo seletivo de servidores do Estado. Diante disso,
que alguns autores tratam veem como distintos os prin-
como será visto, se negar indevidamente a fornecer infor-
cípios da moralidade e da probidade administrativa, mas
mações ao administrado caracteriza ato de improbidade
não há características que permitam tratar os mesmos
administrativa. como procedimentos distintos, sendo no máximo possí-
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o vel afirmar que a probidade administrativa é um aspecto
princípio da publicidade seja deturpado em propaganda particular da moralidade administrativa.
político-eleitoral:
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida
Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas, ao administrador de motivar todos os atos que edita, ge-
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter rais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os de-
caráter educativo, informativo ou de orientação social, mais princípios, um dos mais importantes, uma vez que
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que sem a motivação não há o devido processo legal, uma
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido- vez que a fundamentação surge como meio interpretativo
res públicos. da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo
verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão dos atos da Administração.
a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os Motivar significa mencionar o dispositivo legal apli-
instrumentos para proteção são o direito de petição e as cável ao caso concreto e relacionar os fatos que concre-
certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi- tamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal.
dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda, Todos os atos administrativos devem ser motivados para
prevê o artigo 37, CF em seu §3º: que o Judiciário possa controlar o mérito do ato adminis-
trativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse contro-
Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de parti- le, devem ser observados os motivos dos atos adminis-
cipação do usuário na administração pública direta e trativos.
indireta, regulando especialmente: Em relação à necessidade de motivação dos atos ad-
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um
públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços único comportamento possível) e dos atos discricionários
(aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, apon-
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
ta um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com
e interna, da qualidade dos serviços;
um juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e
uníssona na determinação da obrigatoriedade de motiva-
a informações sobre atos de governo, observado o disposto
ção com relação aos atos administrativos vinculados; to-
no art. 5º, X e XXXIII; davia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos
III - a disciplina da representação contra o exercício atos discricionários.
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na ad- Meirelles27 entende que o ato discricionário, editado
ministração pública. sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar-
gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e
e) Princípio da eficiência: A administração pública oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en-
deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi-
controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância
pessoas (o concurso público seleciona os mais qualifica- 26 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São
dos ao exercício do cargo), ao manter tais pessoas em Paulo: Saraiva, 2004.
seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público 27 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro.
por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de São Paulo: Malheiros, 1993.
14
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato dis-
cricionário, é necessária a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini28, com
respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo
exige a motivação para todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto
os vinculados.
Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com pro-
fessores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.
Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo
207 da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de
sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
regulamentos.
No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concursos
de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também é considerado. Cargo em comissão é o
cargo de confiança, que não exige concurso público, sendo exceção à regra geral.
Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período.
Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira.
Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
28 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
15
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado
no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade
não expirado.
O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade.
Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual vaga e
não ser realizado novo concurso.
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:
Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da au-
toridade responsável, nos termos da lei.
Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso
no serviço público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.
Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos pre-
vistos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Somente são conferidas atribuições e É atribuído posto (lugar) num dos quadros
responsabilidade da Administração Pública, conferida atribuições
e responsabilidade àquele que irá ocupá-lo
Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.
A liberdade de associação é garantida aos servidores públicos tal como é garantida a todos na condição de direito
individual e de direito social.
Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela
preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada uma legislação específica para os funcionários
públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado
de Injunção nº 20).
29 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html
16
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos car- Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea
gos e empregos públicos para as pessoas portadoras de de proventos de aposentadoria decorrentes do art.
deficiência e definirá os critérios de sua admissão. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acu-
Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990: muláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e
os cargos em comissão declarados em lei de livre nomea-
Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de ção e exoneração.
deficiência é assegurado o direito de se inscrever em con-
curso público para provimento de cargo cujas atribuições Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos
sejam compatíveis com a deficiência de que são portado- artigos 40 e 41:
ras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas no concurso. Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
Prossegue o artigo 37, CF:
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contra- acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabe-
tação por tempo determinado para atender a necessidade lecidas em lei.
temporária de excepcional interesse público. § 1º A remuneração do servidor investido em função
ou cargo em comissão será paga na forma prevista no
A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Cons- art. 62.
tituição, definindo a natureza da relação estabelecida en- § 2º O servidor investido em cargo em comissão de
tre o servidor contratado e a Administração Pública, para órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a
atender à “necessidade temporária de excepcional inte- remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º do
resse público”. art. 93.
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
relação que comporta dependência jurídica do servidor vantagens de caráter permanente, é irredutível.
perante o Estado, duas opções se ofereciam: ou a rela- § 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para
ção seria trabalhista, agindo o Estado iure gestionis, sem cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo
usar das prerrogativas de Poder Público, ou institucional, Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas
estatutária, preponderando o ius imperii do Estado. Me- as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza
lhor dizendo: o sistema preconizado pela Carta Política ou ao local de trabalho.
de 1988 é o do contrato, que tanto pode ser trabalhista § 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior
(inserindo-se na esfera do Direito Privado) quanto admi- ao salário mínimo.
nistrativo (situando-se no campo do Direito Público). [...]
Uma solução intermediária não deixa, entretanto, de ser Ainda, o artigo 37 da Constituição:
legítima. Pode-se, com certeza, abonar um sistema híbri-
do, eclético, no qual coexistam normas trabalhistas e es- Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos
tatutárias, pondo-se em contiguidade os vínculos privado ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
e administrativo, no sentido de atender às exigências do administração direta, autárquica e fundacional, dos
Estado moderno, que procura alcançar os seus objetivos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
com a mesma eficácia dos empreendimentos não-gover- dos, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
namentais”30. de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, per-
Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores pú- cebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
blicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 so- pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
mente poderão ser fixados ou alterados por lei especí- exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
fica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados
distinção de índices. e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutí- subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
veis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste arti- limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
go e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
tros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
30 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de servido-
res para atender a necessidade temporária de excepcional inte-
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministé-
resse público. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ rio Público, aos Procuradores e aos Defensores Públi-
revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.htm>. Acesso em: 23 dez. 2014. cos.
17
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do Po- forma, qualquer gratificação que venha a ser concedida
der Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser su- ao servidor só pode ter como base de cálculo o próprio
periores aos pagos pelo Poder Executivo. vencimento básico. É inaceitável que se leve em conside-
ração outra vantagem até então percebida.
Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42:
Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remune-
Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá rada de cargos públicos, exceto, quando houver com-
perceber, mensalmente, a título de remuneração, impor- patibilidade de horários, observado em qualquer caso o
tância superior à soma dos valores percebidos como remu- disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor;
neração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos res- b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou
pectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos
do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal de profissionais de saúde, com profissões regulamenta-
das.
Federal. Parágrafo único. Excluem-se do teto de remune-
ração as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-
se a empregos e funções e abrange autarquias, funda-
Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem apro-
ções, empresas públicas, sociedades de economia mis-
fundamentos sobre o mencionado inciso XI: ta, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público.
Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para efei-
to dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do Segundo Carvalho Filho31, “o fundamento da proibi-
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório ção é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com
previstas em lei. que o servidor não execute qualquer delas com a neces-
sária eficiência. Além disso, porém, pode-se observar que
Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso o Constituinte quis também impedir a cumulação de ga-
XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao nhos em detrimento da boa execução de tarefas públicas.
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda [...] Nota-se que a vedação se refere à acumulação remu-
às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limi- nerada. Em consequência, se a acumulação só encerra a
te único, o subsídio mensal dos Desembargadores do percepção de vencimentos por uma das fontes, não incide
respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa in- a regra constitucional proibitiva”.
teiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se questão:
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos De-
putados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. Artigo 118, Lei nº 8.112/1990. Ressalvados os casos
previstos na Constituição, é vedada a acumulação remu-
Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou nerada de cargos públicos.
equiparação salarial: § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos,
empregos e funções em autarquias, fundações públicas,
Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equipa- empresas públicas, sociedades de economia mista da
ração de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
de remuneração de pessoal do serviço público. dos Municípios.
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
condicionada à comprovação da compatibilidade de
Os padrões de vencimentos são fixados por conselho
horários.
de política de administração e remuneração de pessoal,
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção
integrado por servidores designados pelos respectivos
de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
Poderes (artigo 39, caput e § 1º), sem qualquer garantia proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
constitucional de tratamento igualitário aos cargos que decorram essas remunerações forem acumuláveis na ati-
se mostrem similares. vidade.
Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários perce- Art. 119, Lei nº 8.112/1990. O servidor não poderá
bidos por servidor público não serão computados nem exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulte- previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado
riores. pela participação em órgão de deliberação coletiva.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
A preocupação do constituinte, ao implantar tal pre- à remuneração devida pela participação em conselhos de
ceito, foi de que não eclodisse no sistema remuneratório administração e fiscal das empresas públicas e sociedades
dos servidores, ou seja, evitar que se utilize uma vanta- 31 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
gem como base de cálculo de um outro benefício. Dessa ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
18
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem reconhecida expressamente pelo constituinte que acres-
como quaisquer empresas ou entidades em que a União, centou, no artigo 37 da Carta Magna, o inciso XVIII, esta-
direta ou indiretamente, detenha participação no capital belecendo a sua precedência e de seus servidores sobre
social, observado o que, a respeito, dispuser legislação es- os demais setores da Administração Pública, dentro de
pecífica. suas áreas de competência”33.
Art. 120, Lei nº 8.112/1990. O servidor vinculado ao Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica pode-
regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efe- rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
tivos, quando investido em cargo de provimento em comis- empresa pública, de sociedade de economia mista e de
são, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
hipótese em que houver compatibilidade de horário e local definir as áreas de sua atuação.
com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades
máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislati-
va, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
“Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da mencionadas no inciso anterior, assim como a participação
acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam, de qualquer delas em empresa privada.
no âmbito do serviço público federal a vedação genérica
constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da Órgãos da administração indireta somente podem
República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públi- ser criados por lei específica e a criação de subsidiárias
cos constitui uma das infrações mais comuns praticadas destes dependem de autorização legislativa (o Estado cria
por servidores públicos, o que se constata observando o e controla diretamente determinada empresa pública ou
elevado número de processos administrativos instaurados sociedade de economia mista, e estas, por sua vez, pas-
com esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90 sam a gerir uma nova empresa, denominada subsidiária.
é relativamente brando, quando cotejado com outros es- Ex.: Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um
tatutos de alguns Estados, visto que propicia ao servidor parêntese para observar que quase todos os autores que
abordam o assunto afirmam categoricamente que, a des-
incurso nessa ilicitude diversas oportunidades para regu-
peito da referência no texto constitucional a ‘subsidiárias
larizar sua situação e escapar da pena de demissão. Tam-
das entidades mencionadas no inciso anterior’, somente
bém prevê a lei em comentário, um processo adminis-
empresas públicas e sociedades de economia mista po-
trativo simplificado (processo disciplinar de rito sumário)
dem ter subsidiárias, pois a relação de controle que existe
para a apuração dessa infração – art. 133” 32.
entre a pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria pró-
pria de pessoas com estrutura empresarial, e inadequada
Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e
a autarquias e fundações públicas. OUSAMOS DISCOR-
seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com-
DAR. Parece-nos que, se o legislador de um ente federa-
petência e jurisdição, precedência sobre os demais seto-
do pretendesse, por exemplo, autorizar a criação de uma
res administrativos, na forma da lei. subsidiária de uma fundação pública, NÃO haveria base
constitucional para considerar inválida sua autorização”34.
Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias Ainda sobre a questão do funcionamento da adminis-
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- tração indireta e de suas subsidiárias, destaca-se o previs-
nicípios, atividades essenciais ao funcionamento do Esta- to nos §§ 8º e 9º do artigo 37, CF:
do, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas ativi- Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamen-
dades e atuarão de forma integrada, inclusive com o tária e financeira dos órgãos e entidades da administração
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
na forma da lei ou convênio. a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
“O Estado tem como finalidade essencial a garantia para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
do bem-estar de seus cidadãos, seja através dos serviços I - o prazo de duração do contrato;
públicos que disponibiliza, seja através de investimentos II - os controles e critérios de avaliação de desempe-
na área social (educação, saúde, segurança pública). Para nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
atingir esses objetivos primários, deve desenvolver uma III - a remuneração do pessoal.
atividade financeira, com o intuito de obter recursos in-
dispensáveis às necessidades cuja satisfação se compro- Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às
meteu quando estabeleceu o “pacto” constitucional de empresas públicas e às sociedades de economia mista
1988. [...] A importância da Administração Tributária foi
33 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_tribu-
32 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores taria_sao_paulo.htm
Públicos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos. 34 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descom-
com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013. plicado. São Paulo: GEN, 2014.
19
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para paga- direito de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5
mento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. anos para as infrações mais graves, 2 para as de gravida-
de intermediária (pena de suspensão) e 180 dias para as
Continua o artigo 37, CF: menos graves (pena de advertência), contados da data em
que o fato se tornou conhecido pela administração públi-
Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados ca. Se a infração disciplinar for crime, valerão os prazos
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações se- prescricionais do direito penal, mais longos, logo, menos
rão contratados mediante processo de licitação pública favoráveis ao servidor. Interrupção da prescrição significa
que assegure igualdade de condições a todos os concor- parar a contagem do prazo para que, retornando, come-
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa- ce do zero. Da abertura da sindicância ou processo ad-
gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ministrativo disciplinar até a decisão final proferida por
termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de autoridade competente não corre a prescrição. Proferida
a decisão, o prazo começa a contar do zero. Passado o
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia
prazo, não caberá mais propor ação disciplinar.
do cumprimento das obrigações.
Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o
as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da ad-
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas ministração direta e indireta que possibilite o acesso a in-
para licitações e contratos da Administração Pública e dá formações privilegiadas.
outras providências. Licitação nada mais é que o conjunto
de procedimentos administrativos (administrativos por- A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre
que parte da administração pública) para as compras ou o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego
serviços contratados pelos governos Federal, Estadual ou do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores
Municipal, ou seja todos os entes federativos. De forma ao exercício do cargo ou emprego; e revoga dispositi-
mais simples, podemos dizer que o governo deve com- vos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, e das Medi-
prar e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a das Provisórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, e
licitação é um processo formal onde há a competição en- 2.225-45, de 4 de setembro de 2001.
tre os interessados. Neste sentido, conforme seu artigo 1º:
Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de pres- Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que confi-
crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servi- guram conflito de interesses envolvendo ocupantes de car-
dor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as go ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal, os
respectivas ações de ressarcimento. requisitos e restrições a ocupantes de cargo ou emprego
que tenham acesso a informações privilegiadas, os impedi-
A prescrição dos ilícitos praticados por servidor mentos posteriores ao exercício do cargo ou emprego e as
encontra disciplina específica no artigo 142 da Lei nº competências para fiscalização, avaliação e prevenção de
8.112/1990: conflitos de interesses regulam-se pelo disposto nesta Lei.
20
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes pú- b) Ato de improbidade administrativa que importe
blicos passaram a ser responsabilizados na esfera civil lesão ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
pelos atos de improbidade administrativa descritos nos O grupo intermediário de atos de improbidade admi-
artigos 9º, 10 e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A nistrativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao
existência de esferas distintas de responsabilidade (civil, erário ou aos cofres públicos + gerando perda patrimo-
penal e administrativa) impede falar-se em bis in idem, já nial ou dilapidação do patrimônio público. Assim como
que, ontologicamente, não se trata de punições idênticas,
o artigo anterior, o caput descreve a fórmula genérica e
embora baseadas no mesmo fato, mas de responsabiliza-
os incisos algumas atitudes específicas que exemplificam
ção em esferas distintas do Direito.
Destaca-se um conceito mais amplo de agente pú- o seu conteúdo37.
blico previsto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
2º porque o agente público pode ser ou não um servidor desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação,
público. Ele poderá estar vinculado a qualquer institui- que é a transferência indevida para a própria propriedade;
ção ou órgão que desempenhe diretamente o interesse malbaratamento, que significa desperdício; e dilapidação,
do Estado. Assim, estão incluídos todos os integrantes da que se refere a destruição38.
administração direta, indireta e fundacional, conforme o O objeto da tutela é a preservação do patrimônio pú-
preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma en- blico, em todos seus bens e valores. O pressuposto exi-
tidade privada que desempenhe tais fins, desde que a gível é a ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos
verba de criação ou custeio tenha sido ou seja pública passivos.
em mais de 50% do patrimônio ou receita anual. Caso a Este artigo admite expressamente a variante culpo-
verba pública que tenha auxiliado uma entidade privada sa, o que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no
a qual o Estado não tenha concorrido para criação ou
REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da in-
custeio, também haverá sujeição às penalidades da lei.
constitucionalidade do artigo. Contudo, “a jurispru-
Em caso de custeio/criação pelo Estado que seja infe-
rior a 50% do patrimônio ou receita anual, a legislação dência do STJ consolidou a tese de que é indispensável
ainda se aplica. Entretanto, nestes dois casos, a sanção a existência de dolo nas condutas descritas nos artigos
patrimonial se limitará ao que o ilícito repercutiu so- 9º e 11 e ao menos de culpa nas hipóteses do artigo 10,
bre a contribuição dos cofres públicos. Significa que se nas quais o dano ao erário precisa ser comprovado. De
o prejuízo causado for maior que a efetiva contribuição acordo com o ministro Castro Meira, a conduta culposa
por parte do poder público, o ressarcimento terá que ser ocorre quando o agente não pretende atingir o resultado
buscado por outra via que não a ação de improbidade danoso, mas atua com negligência, imprudência ou impe-
administrativa. rícia (REsp n° 1.127.143)”39. Para Carvalho Filho40, não há
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de inconstitucionalidade na modalidade culposa, lembrando
improbidade administrativa em três categorias: que é possível dosar a pena conforme o agente aja com
dolo ou culpa.
a) Ato de improbidade administrativa que importe O ponto central é lembrar que neste artigo não se
enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992)
exige que o sujeito ativo tenha percebido vantagens in-
O grupo mais grave de atos de improbidade adminis-
devidas, basta o dano ao erário. Se tiver recebido vanta-
trativa se caracteriza pelos elementos: enriquecimento +
ilícito + resultante de uma vantagem patrimonial inde- gem indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não
vida + em razão do exercício de cargo, mandato, empre- percepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados
go, função ou outra atividade nas entidades do artigo se aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
1° da Lei nº 8.429/1992.
O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não c) Ato de Improbidade Administrativa Decorrentes
se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Fi-
aos ditames morais, notadamente no desempenho de nanceiro ou Tributário (Incluído pela Lei Complementar
função de interesse estatal. nº 157, de 2016)
Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimonial Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou
ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamente tenha evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municípios,
ocorrido dano aos cofres públicos (por exemplo, quan- fixando-se a alíquota mínima em 2%.
do um policial recebe propina pratica ato de improbida-
de administrativa, mas não atinge diretamente os cofres 37 Ibid.
públicos). 38 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
Como fica difícil imaginar que alguém possa se enri-
39 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade admi-
quecer ilicitamente por negligência, imprudência ou im-
nistrativa: desonestidade na gestão dos recursos públicos. Disponível
perícia, todas as condutas configuram atos dolosos (com em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.
intenção). Não cabe prática por omissão.36 area=398&tmp.texto=103422>. Acesso em: 26 mar. 2013.
36 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São 40 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
Paulo: Método, 2011. ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
21
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro devidamente. Ou seja, poderá pagar somente o que en-
de sua competência constitucional alíquotas inferiores a riqueceu indevidamente ou este valor acrescido do valor
2% para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo do prejuízo causado aos cofres públicos (quanto o Estado
fiscal), prejudicando os municípios vizinhos. perdeu ou deixou de ganhar). No caso do artigo 10, não
Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade haverá enriquecimento ilícito, mas sempre existirá dano
administrativa a eventual concessão do benefício abaixo ao erário, o qual será reparado (eventualmente, ocorrerá
da alíquota mínima. o enriquecimento ilícito, devendo o valor adquirido ser
d) Ato de improbidade administrativa que atente tomado pelo Estado). Na hipótese do artigo 10-A, não se
contra os princípios da administração pública (artigo denota nem enriquecimento ilícito e nem dano ao erário,
11, Lei nº 8.429/1992) pois no máximo a prática de guerra fiscal pode gerar. Já
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “cons- no artigo 11, o máximo que pode ocorrer é o dano ao erá-
titui ato de improbidade administrativa que atenta contra rio, com o devido ressarcimento. Além disso, em todos os
os princípios da administração pública qualquer ação ou casos há perda da função pública. Nas três categorias, são
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcia- estabelecidas sanções de suspensão dos direitos políticos,
lidade, legalidade, e lealdade às instituições [...]”. O gru- multa e vedação de contratação ou percepção de vanta-
po mais ameno de atos de improbidade administrativa se gem, graduadas conforme a gravidade do ato. É o que se
caracteriza pela simples violação a princípios da admi- depreende da leitura do artigo 12 da Lei nº 8.929/1992
como §4º do artigo 37, CF, que prevê: “Os atos de im-
nistração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude
probidade administrativa importarão a suspensão dos
do sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço
direitos políticos, a perda da função pública, a indis-
público. Isto é, o legislador pretende a preservação dos
ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
princípios gerais da administração pública41.
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
O objeto de tutela são os princípios constitucionais.
penal cabível”.
Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispensá-
A única sanção que se encontra prevista na Lei nº
veis o enriquecimento ilícito e o dano ao erário. Somente
8.429/1992 mas não na Constituição Federal é a de multa.
é possível a prática de algum destes atos com dolo (inten-
(art. 37, §4°, CF). Não há nenhuma inconstitucionalidade
ção), embora caiba a prática por ação ou omissão.
disto, pois nada impediria que o legislador infraconsti-
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalida- tucional ampliasse a relação mínima de penalidades da
de para não permitir a caracterização de abuso de poder, Constituição, pois esta não limitou tal possibilidade e por-
diante do conteúdo aberto do dispositivo. Na verdade, que a lei é o instrumento adequado para tanto42.
trata-se de tipo subsidiário, ou seja, que se aplica quando Carvalho Filho43 tece considerações a respeito de al-
o ato de improbidade administrativa não tiver gerado ob- gumas das sanções:
tenção de vantagem - Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre
Com efeito, os atos de improbidade administrativa os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade.
não são crimes de responsabilidade. Trata-se de puni- Se alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria
ção na esfera cível, não criminal. Por isso, caso o ato con- sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve
figure simultaneamente um ato de improbidade adminis- derivar de origem ilícita”.
trativa desta lei e um crime previsto na legislação penal, o - Ressarcimento integral do dano: há quem entenda
que é comum no caso do artigo 9°, responderá o agente que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção
por ambos, nas duas esferas. monetária e juros de mora.
- Perda de função pública: “se o agente é titular de
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassa-
forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito ção. Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão
passivo) e daqueles que podem praticar os atos de im- do serviço público. Havendo contrato de trabalho (servi-
probidade administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a dores trabalhistas e temporários), a perda da função pú-
reparação do dano ao lesionado e o ressarcimento ao blica se consubstancia pela rescisão do contrato com cul-
patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de im- pa do empregado. No caso de exercer apenas uma função
probidade administrativa, isto é, enumera condutas de tal pública, fora de tais situações, a perda se dará pela revo-
natureza; seguindo-se à definição das sanções aplicáveis; gação da designação”. Lembra-se que determinadas au-
e, finalmente, descreve os procedimentos administrativo toridades se sujeitam a procedimento especial para perda
e judicial. da função pública, ponto em que não se aplica a Lei de
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente Improbidade Administrativa.
obtém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica - Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo,
indevida) e pode ainda causar dano ao erário, por isso, mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julga-
deverá não só reparar eventual dano causado mas tam- dos nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda
bém colocar nos cofres públicos tudo o que adquiriu in- 42 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
41 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
Paulo: Método, 2011. 43 Ibid.
22
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato deve), culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de co-
de improbidade (a base será o valor do enriquecimento meter uma violação de direito e culpa é a falta de diligên-
ou o valor do dano ou o valor da remuneração do agen- cia), nexo causal (relação de causa e efeito entre a ação/
te). A natureza da multa é de sanção civil, não possuindo omissão e o dano causado) e dano (dano é o prejuízo
caráter indenizatório, mas punitivo. sofrido pelo agente, que pode ser individual ou coletivo,
- Proibição de receber benefícios: não se incluem as moral ou material, econômico e não econômico).
imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao me-
nos sócio majoritário da instituição vitimada. 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, espe-
- Proibição de contratar: o agente punido não pode cial e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é o
participar de processos licitatórios. dano específico, individualizado, que atinge determinada
ou determinadas pessoas. Anormal é o dano que ultra-
4) Responsabilidade civil do Estado e de seus ser- passa os problemas comuns da vida em sociedade (por
vidores
exemplo, infelizmente os assaltos são comuns e o Estado
O instituto da responsabilidade civil é parte integran-
não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
te do direito obrigacional, uma vez que a principal con-
na circunstância específica possuía o dever de impedir o
sequência da prática de um ato ilícito é a obrigação que
assalto, como no caso de uma viatura presente no local
gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o pa-
gamento de indenização que se refere às perdas e danos. - muito embora o direito à segurança pessoal seja um di-
Afinal, quem pratica um ato ou incorre em omissão que reito humano reconhecido).
gere dano deve suportar as consequências jurídicas de-
correntes, restaurando-se o equilíbrio social.44 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe den-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- tro da administração pública, tenha ingressado ou não
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os por concurso, possua cargo, emprego ou função. Envolve
limites da herança, embora existam reflexos na ação que os agentes políticos, os servidores públicos em geral (fun-
apure a responsabilidade civil conforme o resultado na cionários, empregados ou temporários) e os particulares
esfera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa em colaboração (por exemplo, jurado ou mesário).
de autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo
que uma absolvição por falta de provas não o faz). 3) Dano causado quando o agente estava agindo
A responsabilidade civil do Estado acompanha o ra- nesta qualidade - é preciso que o agente esteja lançando
ciocínio de que a principal consequência da prática de um mão das prerrogativas do cargo, não agindo como um
ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de repa- particular.
rar o dano, mediante o pagamento de indenização que se Sem estes três requisitos, não será possível acionar o
refere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por
às regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingi-
o ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo da. Assim, não é qualquer dano que permite a responsa-
por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado bilização civil do Estado, mas somente aquele que é cau-
tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos sado por um agente público no exercício de suas funções
danos que seus agentes causem durante a prestação do e que exceda as expectativas do lesado quanto à atuação
serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma viola- do Estado.
ção aos direitos humanos reconhecidos. É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola
Trata-se de responsabilidade extracontratual porque os direitos humanos, porque o Estado é uma ficção for-
não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de
mada por um grupo de pessoas que desempenham as
elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
atividades estatais diversas. Assim, viola direitos humanos
pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186,
não o Estado em si, mas o agente que o representa, fa-
187 e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
zendo com que o próprio Estado seja responsabilizado
Genericamente, os elementos da responsabilidade ci-
vil se encontram no art. 186 do Código Civil: por isso civilmente, pagando pela indenização (reparação
dos danos materiais e morais). Sem prejuízo, com relação
Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão vo- a eles, caberá ação de regresso se agiram com dolo ou
luntária, negligência ou imprudência, violar direito e cau- culpa.
sar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, co- Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
mete ato ilícito.
Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito pú-
Este é o artigo central do instituto da responsabilida- blico e as de direito privado prestadoras de serviços públi-
de civil, que tem como elementos: ação ou omissão vo- cos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
luntária (agir como não se deve ou deixar de agir como se qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
44 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
ed. São Paulo: Saraiva, 2005. culpa.
23
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí- Evidencia-se a independência entre as esferas civil, pe-
dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau- nal e administrativa no que tange à responsabilização do
sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela- agente público que cometa ato ilícito.
ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá Tomadas as exigências de características dos danos aci-
ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao ma colacionadas, notadamente a anormalidade, considera-
qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re- se que para o Estado ser responsabilizado por um dano,
gresso é justamente o direito de acionar o causador direto ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é, não cabe
do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, exigir do Estado uma excepcional vigilância da sociedade
considerada a existência de uma relação obrigacional que e a plena cobertura de todas as fatalidades que possam
se forma entre a vítima e a instituição que o agente com- acontecer em território nacional.
põe. Diante de tal premissa, entende-se que a responsa-
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- bilidade civil do Estado será objetiva apenas no caso de
te causar aos membros da sociedade, mas se este agen- ações, mas subjetiva no caso de omissões. Em outras pa-
te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do lavras, verifica-se se o Estado se omitiu tendo plenas con-
que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar dições de não ter se omitido, isto é, ter deixado de agir
condutas incompatíveis com o comportamento ético dele quando tinha plenas condições de fazê-lo, acarretando em
esperado.45 prejuízo dentro de sua previsibilidade.
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- São casos nos quais se reconheceu a responsabilida-
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado de omissiva do Estado: morte de filho menor em creche
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabilida- municipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa
de civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou omis- de assalto a usuário do metrô resultando em morte, danos
são com culpa do servidor que gere dano ao erário (Ad- provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais
ministração) ou a terceiro (administrado), o servidor terá o quando o Estado sabia da problemática e não tomou pro-
dever de indenizar. vidência para evitá-las, morte de detento em prisão, incên-
Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos dio em casa de shows fiscalizada com negligência, etc.
violadores de direitos humanos se sujeitam à responsabi- Logo, não é sempre que o Estado será responsabili-
lidade penal e à responsabilidade administrativa, todas zado. Há excludentes da responsabilidade estatal, nota-
autônomas uma com relação à outra e à já mencionada damente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou força maior
responsabilidade civil. Neste sentido, o artigo 125 da Lei (fato da natureza) fora dos alcances da previsibilidade do
nº 8.112/90: dano; b) culpa exclusiva da vítima.
Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais 5) Exercício de mandato eletivo por servidores pú-
e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes blicos
entre si. A questão do exercício de mandato eletivo pelo servi-
dor público encontra previsão constitucional em seu artigo
No caso da responsabilidade civil, o Estado é direta- 38, que notadamente estabelece quais tipos de mandatos
mente acionado e responde pelos atos de seus servido- geram incompatibilidade ao serviço público e regulamenta
res que violem direitos humanos, cabendo eventualmente a questão remuneratória:
ação de regresso contra ele. Contudo, nos casos da res-
ponsabilidade penal e da responsabilidade administrativa Artigo 38, CF. Ao servidor público da administração
aciona-se o agente público que praticou o ato. direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
praticados pelo agente público no exercício de sua função I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
que violam direitos humanos. A título de exemplo, pecula- distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
to, consistente em apropriação ou desvio de dinheiro pú- II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
blico (art. 312, CP), que viola o bem comum e o interesse cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
da coletividade; concussão, que é a exigência de vantagem sua remuneração;
indevida (art. 316, CP), expondo a vítima a uma situação de III - investido no mandato de Vereador, havendo compa-
constrangimento e medo que viola diretamente sua digni- tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
dade; tortura, a mais cruel forma de tratamento humano, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
cuja pena é agravada quando praticada por funcionário eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
público (art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc. norma do inciso anterior;
Quanto à responsabilidade administrativa, menciona- IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
se, a título de exemplo, as penalidades cabíveis descritas exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
no art. 127 da Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo contado para todos os efeitos legais, exceto para promo-
funcionário que violar a ética do serviço público, como ad- ção por merecimento;
vertência, suspensão e demissão. V - para efeito de benefício previdenciário, no caso
45 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São de afastamento, os valores serão determinados como se no
Paulo: Método, 2011. exercício estivesse.
24
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
6) Regime de remuneração e previdência dos servi- Artigo 40, CF. Aos servidores titulares de cargos efeti-
dores públicos vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
Regulamenta-se o regime de remuneração e previdên- cípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
cia dos servidores públicos nos artigo 39 e 40 da Constitui- regime de previdência de caráter contributivo e solidá-
ção Federal: rio, mediante contribuição do respectivo ente público,
dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, ob-
Artigo 39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os servados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
Municípios instituirão conselho de política de administra- e atuarial e o disposto neste artigo.
ção e remuneração de pessoal, integrado por servidores § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela dência de que trata este artigo serão aposentados, calcula-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998 e aplicação suspensa dos os seus proventos a partir dos valores fixados na forma
pela ADIN nº 2.135-4, destacando-se a redação anterior: “A dos §§ 3º e 17:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-
porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor-
rão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
planos de carreira para os servidores da administração pú-
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
blica direta, das autarquias e das fundações públicas”).
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos de- ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
mais componentes do sistema remuneratório observará: ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi- complementar;
dade dos cargos componentes de cada carreira; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
II - os requisitos para a investidura; nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público
III - as peculiaridades dos cargos. e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposenta-
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão doria, observadas as seguintes condições:
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, fa- de contribuição, se mulher;
cultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
entre os entes federados. senta anos de idade, se mulher, com proventos propor-
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo cionais ao tempo de contribuição.
público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
XV,XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabe- ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
lecer requisitos diferenciados de admissão quando a nature- neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
za do cargo o exigir. se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eleti- concessão da pensão.
vo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Mu- § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria,
nicipais serão remunerados exclusivamente por subsídio por ocasião da sua concessão, serão consideradas as re-
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer munerações utilizadas como base para as contribuições do
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de represen- servidor aos regimes de previdência de que tratam este ar-
tação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- tigo e o art. 201, na forma da lei.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di-
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos abran-
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a
termos definidos em leis complementares, os casos de ser-
menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em
vidores:
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. I - portadores de deficiência;
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu- II - que exerçam atividades de risco;
blicarão anualmente os valores do subsídio e da remunera- III - cujas atividades sejam exercidas sob condições es-
ção dos cargos e empregos públicos. peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribui-
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamen- ção serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
tários provenientes da economia com despesas correntes
no § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamen-
em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
te tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
desenvolvimento de programas de qualidade e produtivi-
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
dade, treinamento e desenvolvimento, modernização, rea-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car-
parelhamento e racionalização do serviço público, inclusive
sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organiza- a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. regime de previdência previsto neste artigo.
25
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
pensão por morte, que será igual: o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa- que tiver ingressado no serviço público até a data da publi-
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios cação do ato de instituição do correspondente regime de
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, previdência complementar.
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este § 17. Todos os valores de remuneração considerados
limite, caso aposentado à data do óbito; ou para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devida-
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor mente atualizados, na forma da lei.
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que tra-
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de se- ta este artigo que superem o limite máximo estabelecido
tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
atividade na data do óbito.
para os servidores titulares de cargos efetivos.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor-
completado as exigências para aposentadoria voluntária
me critérios estabelecidos em lei.
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu-
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar
tempo de serviço correspondente para efeito de dispo- as exigências para aposentadoria compulsória contidas no
nibilidade. § 1º, II.
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
contagem de tempo de contribuição fictício. próprio de previdência social para os servidores titula-
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma res de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gesto-
total dos proventos de inatividade, inclusive quando de- ra do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
correntes da acumulação de cargos ou empregos públicos, disposto no art. 142, § 3º, X.
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo inci-
o regime geral de previdência social, e ao montante resul- dirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposenta-
tante da adição de proventos de inatividade com remunera- doria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
ção de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- cia social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando
ção, e de cargo eletivo. o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença inca-
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre- pacitante.
vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo
7) Estágio probatório e perda do cargo
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados
Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
para o regime geral de previdência social.
ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
Artigo 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo
ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
público, aplica-se o regime geral de previdência social. mento efetivo em virtude de concurso público.
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
cípios, desde que instituam regime de previdência comple- I - em virtude de sentença judicial transitada em jul-
mentar para os seus respectivos servidores titulares de car- gado;
go efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e II - mediante processo administrativo em que lhe
pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este seja assegurada ampla defesa;
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios III - mediante procedimento de avaliação periódica
do regime geral de previdência social de que trata o art. de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
201. ampla defesa.
§ 15. O regime de previdência complementar de que § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupan-
Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus pa- te da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
rágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fecha- direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
das de previdência complementar, de natureza pública, que em disponibilidade com remuneração proporcional ao tem-
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios po de serviço.
somente na modalidade de contribuição definida.
26
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi- na, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabili-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com dade. O servidor não aprovado no estágio probatório será
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu ade- exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
quado aproveitamento em outro cargo. mente ocupado. Não existe vedação para um servidor em
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimen-
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- to em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
missão instituída para essa finalidade. ramento no órgão ou entidade de lotação.
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci-
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o ser- plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen-
vidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará su- tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a
jeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo
meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão ob- que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos-
jeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados to no artigo 41 da Constituição Federal.
os seguinte fatores: Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
I - assiduidade; rio, o servidor público somente poderá ser exonerado nos
II - disciplina; casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, nota-
III - capacidade de iniciativa; damente: em virtude de sentença judicial transitada em
IV - produtividade;
julgado; mediante processo administrativo em que lhe
V - responsabilidade.
seja assegurada ampla defesa; ou mediante procedi-
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do está- mento de avaliação periódica de desempenho, na forma
gio probatório, será submetida à homologação da autori- de lei complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta
dade competente a avaliação do desempenho do servidor, lei complementar ainda inexistente no âmbito federal.
realizada por comissão constituída para essa finalidade, de
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da res- EXERCÍCIOS
pectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de
apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput 01. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
deste artigo. FCC/2013) Na atuação da Administração Pública Federal,
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório a segurança jurídica é princípio que;
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo an- a) justifica a mantença de atos administrativos inváli-
teriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo dos, desde que ampliativos de direitos, independentemen-
único do art. 29. te da boa-fé dos beneficiários.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções administrativos inválidos, visto que não há prazos prescri-
de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou enti- cionais ou decadenciais para o exercício de autotutela em
dade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro ór- caso de ilegalidade.
gão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, c) justifica o usucapião de imóveis públicos urbanos de
cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e até duzentos e cinquenta metros quadrados, em favor da-
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou quele que, não sendo proprietário de outro imóvel urbano
equivalentes. ou rural, exerça a posse sobre tal imóvel por cinco anos,
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente pode- ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o para sua
rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos moradia ou de sua família.
nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta- d) impede que haja aplicação retroativa de nova inter-
mento para participar de curso de formação decorrente de pretação jurídica, em desfavor dos administrados.
aprovação em concurso para outro cargo na Administração e) impede que a Administração anule ou revogue atos
Pública Federal. que geraram situações favoráveis para o particular, pois tal
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as desfazimento afetaria direitos adquiridos.
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o,
02. (SMA-RJ – CONTADOR - FJG-RIO/2013) Segun-
86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de do exposição doutrinária, o princípio da impessoalidade
formação, e será retomado a partir do término do impedi- não raramente é chamado de princípio da:
mento. a) igualdade legal
O estágio probatório pode ser definido como um lapso b) razoabilidade dos meios
de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão c) finalidade administrativa
avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, discipli- d) subjetividade coletiva
27
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
28
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
e) são obrigadas a ter em sua estrutura um Conselho razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
de Administração, assegurada participação aos acionistas contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiên-
minoritários. cia”. Observe que as letras “A”, “B”, “C” e “D” estão expressas
nesta lei e os que não estão expressos são autotutela e con-
01. Resposta: “D”. Para Dirley da Cunha Júnior, “o va- tinuidade dos serviços públicos.
lor segurança jurídica é consagrado por vários outros prin-
cípios: direito adquirido, ato jurídico perfeito, coisa julgada, 06. Resposta: “C”. Alexandre Mazza ensina que “O
irretroatividade da lei entre outros. Este princípio enaltece supraprincípio da indisponibilidade do interesse público
a ideia de proteger o passado (relações jurídicas já consoli- enuncia que os agentes públicos não são donos do interes-
dadas) e tornar o futuro previsível, de modo a não infringir se por eles defendido. Assim, no exercício da função admi-
surpresas desagradáveis ao administrado. Visa à proteção nistrativa os agentes públicos estão obrigados a atuar, não
da confiança e a garantia de certeza e estabilidade das rela- segundo sua própria vontade, mas do modo determinado
ções e situações jurídicas”. pela legislação. Como decorrência dessa indisponibilidade,
não se admite tampouco que os agentes renunciem aos po-
02. Resposta: “C”. Para Hely Lopes Meirelles, o princí- deres legalmente conferidos ou que transacionem em juízo”.
pio da impessoal idade “nada mais é do que o clássico
princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador 07. Resposta: “E”. Maria Sylva Zanela di Pietro leciona:
público que só pratique o ato para seu fim legal. E o fim “Dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do in-
legal é unicamente aquele que a norma de Direito in- teresse público, decorrem, dentre outros, o da especialida-
dica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de de, concernente à ideia de descentralização administrativa.
forma impessoal”. Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas administra-
tivas - as autarquias - como forma de descentralizar a pres-
03. Resposta: “B”. Os princípios da Supremacia do In- tação de serviços públicos, com vistas à especialização de
teresse Público e da Indisponibilidade do Interesse Público, função, a lei que cria a entidade estabelece com precisão as
apesar de implícitos no ordenamento jurídico, são tidos finalidades que lhe incumbe atender, de tal modo que não
como pilares do regime jurídico-administrativo. Isto se deve cabe aos seus administradores afastar-se dos objetivos defi-
ao fato de que todos os demais princípios da administra- nidos na lei; isto precisamente pelo fato de não terem a livre
ção pública são desdobramentos desses dois princípios em disponibilidade dos interesses públicos”.
questão, cuja relevância é tanta que são conhecidos como
supraprincípios da administração pública. 08. Resposta: “C”. O administrador está adstrito tan-
Letra “A”: incorreta. Não há hierarquia entre os princí- to ao princípio da legalidade quanto ao da moralidade, não
pios, eles se resolvem por ponderação. bastando respeitar a lei estrita, sua atitude deve ser guiada
Letra “C”: incorreta. O princípio da supremacia do inte- pelos demais princípios administrativos.
resse público e indisponibilidade do interesse público não Letra “A”: incorreta. Trata-se da legalidade para o par-
são expressos. ticular.
Letra “D”: incorreta. O princípio da indisponibilidade do Letra “B”: incorreta. A Administração Pública está, sim,
vinculada aos princípios administrativos também.
interesse público não é um princípio expresso. Não há hierar-
Letra “D” e “E”: incorretas. A Administração não pode
quia entre os princípios expressos em relação aos implícitos.
Letra “E”: incorreta. Os princípios da impessoalidade e afastar-se da lei, o que existe é uma certa margem de discri-
eficiência são princípios expressos. cionariedade que o legislador, às vezes, deixa à Administra-
ção para decidir sobre alguns atos, o que não se confunde
OBS: Cuidado porque algumas bancas consideram prin- com arbitrariedade, que é agir com conveniência e oportu-
cípios expressos apenas o que estão previstos na Constitui- nidade fora dos limites da lei.
ção Federal e outras consideram que os princípios admi-
nistrativos que estiverem escritos em lei são explícitos. Pro- 09. Resposta: “C”. O art. 5º, LV da Constituição Fede-
porcionalidade, razoabilidade, finalidade, motivação, ampla ral garante o contraditório e ampla defesa aos litigantes em
defesa, contraditório, segurança jurídica e interesse público processo judicial ou administrativo (“aos litigantes, em pro-
constam expressamente no artigo 2º da Lei nº 9784/99. cesso judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios
04. Resposta: “C”. Segundo Alexandre Mazza: “Econo- e recursos a ela inerentes”). Cuidado com a palavra “pres-
micidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, pro- cinde” muito comum em questões de prova que significa
dutividade e rendimento funcional são valores encarecidos “dispensável”.
pelo princípio da eficiência”.
10. Resposta: “E”. O amparo da reposta está no art. 239
05. Resposta: “E”. Tudo indica que a questão foi reti- da Lei nº 6404/76: “As companhias de economia mista terão
rada da Lei nº 9784/99. Repare o que diz a Lei nº 9784/99, obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à
no seu art. 2º: “A Administração Pública obedecerá, dentre minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior
número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo”.
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
30
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
1
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacio‐ Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovi‐
nais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica da pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm
realizados no País, poderá ser estabelecido margem de pre‐ direito público subjetivo à fiel observância do pertinente
ferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer ci‐
nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) dadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem trabalhos.
os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo fede‐ Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto
ral, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele pra‐
25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos ticado em qualquer esfera da Administração Pública.
manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas
12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) licitações terão como expressão monetária a moeda cor‐
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo rente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei,
não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de devendo cada unidade da Administração, no pagamento
produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela das obrigações relativas ao fornecimento de bens, loca‐
Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) ções, realização de obras e prestação de serviços, obe‐
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (In‐ decer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita
cluído pela Lei nº 12.349, de 2010) ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do quando presentes relevantes razões de interesse público
art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº e mediante prévia justificativa da autoridade competente,
12.349, de 2010) devidamente publicada.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o po‐ § 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus
derá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e servi‐ valores corrigidos por critérios previstos no ato convocató‐
ços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do rio e que lhes preservem o valor.
Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo
Decreto nº 7.546, de 2011)
pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos
serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da
créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
autoridade competente, exigir que o contratado promova,
de 1994)
em favor de órgão ou entidade integrante da administração
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos
pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo
decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o
isonômico, medidas de compensação comercial, industrial,
limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do
tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financia‐
que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no
mento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida
pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação
de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manu‐ Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem
tenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às mi‐
informação e comunicação, considerados estratégicos em croempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei.
ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restri‐ (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
ta a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e
produzidos de acordo com o processo produtivo básico de Seção II
que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído Das Definições
pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício finan‐ Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:
ceiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recu‐
disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indica‐ peração ou ampliação, realizada por execução direta ou
ção do volume de recursos destinados a cada uma delas. indireta;
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) II - Serviço - toda atividade destinada a obter deter‐
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas de‐ minada utilidade de interesse para a Administração, tais
mais normas de licitação e contratos devem privilegiar o como: demolição, conserto, instalação, montagem, ope‐
tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e ração, conservação, reparação, adaptação, manutenção,
empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou traba‐
Lei Complementar nº 147, de 2014) lhos técnico-profissionais;
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para
sobre as demais preferências previstas na legislação quando fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangei‐ IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens
ros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) a terceiros;
2
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aque‐ f) orçamento detalhado do custo global da obra, fun‐
las cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) ve‐ damentado em quantitativos de serviços e fornecimentos
zes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 propriamente avaliados;
desta Lei; X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos ne‐
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cum‐ cessários e suficientes à execução completa da obra, de
primento das obrigações assumidas por empresas em lici‐ acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira
tações e contratos; de Normas Técnicas - ABNT;
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e en‐ XI - Administração Pública - a administração direta e
tidades da Administração, pelos próprios meios; indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade Municípios, abrangendo inclusive as entidades com perso‐
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regi‐ nalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
mes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;
a) empreitada por preço global - quando se contrata XII - Administração - órgão, entidade ou unidade ad‐
a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; ministrativa pela qual a Administração Pública opera e atua
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata concretamente;
a execução da obra ou do serviço por preço certo de uni‐ XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da
dades determinadas; Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municí‐
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para peque‐ pios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada
nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento pela Lei nº 8.883, de 1994)
de materiais; XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do
e) empreitada integral - quando se contrata um em‐ instrumento contratual;
preendimento em sua integralidade, compreendendo to‐ XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária
das as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, de contrato com a Administração Pública;
sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entre‐
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial,
ga ao contratante em condições de entrada em operação,
criada pela Administração com a função de receber, exami‐
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utiliza‐
nar e julgar todos os documentos e procedimentos relati‐
ção em condições de segurança estrutural e operacional e
vos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
com as características adequadas às finalidades para que
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos
foi contratada;
manufaturados, produzidos no território nacional de acor‐
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários
do com o processo produtivo básico ou com as regras de
e suficientes, com nível de precisão adequado, para carac‐
terizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluí‐
objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos do pela Lei nº 12.349, de 2010)
estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País,
técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, XIX - sistemas de tecnologia de informação e comuni‐
devendo conter os seguintes elementos: cação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da in‐
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a formação e comunicação cuja descontinuidade provoque
fornecer visão global da obra e identificar todos os seus dano significativo à administração pública e que envolvam
elementos constitutivos com clareza; pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficiente‐ informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segu‐
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de rança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de
reformulação ou de variantes durante as fases de elabora‐ 2010)
ção do projeto executivo e de realização das obras e mon‐ XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens,
tagem; insumos, serviços e obras necessários para atividade de
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tec‐
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como nologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto
suas especificações que assegurem os melhores resultados de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluí‐
para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo do pela Lei nº 13.243, de 2016)
para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução
de métodos construtivos, instalações provisórias e condi‐
ções organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e
gestão da obra, compreendendo a sua programação, a es‐
tratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros
dados necessários em cada caso;
3
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
CAPÍTULO II
LEI 10.826/03 DO REGISTRO
(ESTATUTO DO DESARMAMENTO),
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. registradas no Comando do Exército, na forma do regulamen‐
to desta Lei.
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de ar‐ Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
mas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Ar‐ interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade,
mas – Sinarm, define crimes e dá outras providências. atender aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐ de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que
CAPÍTULO I poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS pela Lei nº 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocu‐
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituí‐ pação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
do no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal,
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na
tem circunscrição em todo o território nacional.
forma disposta no regulamento desta Lei.
Art. 2o Ao Sinarm compete:
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma
I – identificar as características e a propriedade de ar‐
de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabele‐
mas de fogo, mediante cadastro;
cidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas
intransferível esta autorização.
e vendidas no País;
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade
fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal; estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extra‐ nº 11.706, de 2008)
vio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar § 3o A empresa que comercializar arma de fogo em ter‐
os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamen‐ ritório nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade
to de empresas de segurança privada e de transporte de competente, como também a manter banco de dados com
valores; todas as características da arma e cópia dos documentos pre‐
V – identificar as modificações que alterem as caracte‐ vistos neste artigo.
rísticas ou o funcionamento de arma de fogo; § 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessó‐
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já exis‐ rios e munições responde legalmente por essas mercadorias,
tentes; ficando registradas como de sua propriedade enquanto não
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclu‐ forem vendidas.
sive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais; § 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem munições entre pessoas físicas somente será efetivada me‐
como conceder licença para exercer a atividade; diante autorização do Sinarm.
IX – cadastrar mediante registro os produtores, ataca‐ § 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será
distas, varejistas, exportadores e importadores autorizados concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no pra‐
de armas de fogo, acessórios e munições; zo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as ca‐ do interessado.
racterísticas das impressões de raiamento e de microestria‐ § 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do
mento de projétil disparado, conforme marcação e testes cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
obrigatoriamente realizados pelo fabricante; § 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessa‐
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de do em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove
porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem estar autorizado a portar arma com as mesmas características
como manter o cadastro atualizado para consulta. daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Parágrafo único. As disposições deste artigo não al‐ Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com va‐
cançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, lidade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário
bem como as demais que constem dos seus registros pró‐ a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua re‐
prios. sidência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei
nº 10.884, de 2004)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expe‐ IX – para os integrantes das entidades de desporto le‐
dido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do galmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem
Sinarm. o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei,
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Fe‐
não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido deral do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de
no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº
Registro de Arma de Fogo. 11.501, de 2007)
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92
registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e
Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros
optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções
deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de docu‐ Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional
mento de identificação pessoal e comprovante de residência do Ministério Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do cum‐ 2012)
primento das demais exigências constantes dos incisos I a III § 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI
do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo
de 2008) (Prorrogação de prazo) de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corpo‐
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o des‐ ração ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
te artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provi‐ aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela
sório, expedido na rede mundial de computadores - internet, Lei nº 11.706, de 2008)
na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a § 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
I - emissão de certificado de registro provisório pela inter‐ guardas prisionais poderão portar arma de fogo de proprieda‐
net, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela de particular ou fornecida pela respectiva corporação ou ins‐
Lei nº 11.706, de 2008) tituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia pela Lei nº 12.993, de 2014)
Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que esti‐ I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído
mar como necessário para a emissão definitiva do certificado de pela Lei nº 12.993, de 2014)
registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regu‐
lamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
CAPÍTULO III III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
DO PORTE controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o § 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos
território nacional, salvo para os casos previstos em legislação integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
própria e para: X do caput deste artigo está condicionada à comprovação
I – os integrantes das Forças Armadas; do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
do caput do art. 144 da Constituição Federal; desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhen‐ guardas municipais está condicionada à formação funcio‐
tos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regula‐ nal de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de
mento desta Lei; atividade policial e à existência de mecanismos de fiscaliza‐
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios ção e de controle interno, nas condições estabelecidas no
com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (qui‐ regulamento desta Lei, observada a supervisão do Coman‐
nhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada do do Exército. (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
pela Lei nº 10.867, de 2004) § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inte‐ federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
ligência e os agentes do Departamento de Segurança do Ga‐ militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem
binete de Segurança Institucional da Presidência da República; o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumpri‐
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. mento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na
51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
forma do regulamento desta Lei.
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guar‐
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vin‐
das prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guar‐
te e cinco) anos que comprovem depender do emprego de
das portuárias;
arma de fogo para prover sua subsistência alimentar fa‐
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte
miliar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma
de valores constituídas, nos termos desta Lei;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 Público designará os servidores de seus quadros pessoais no
(dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a exercício de funções de segurança que poderão portar arma
16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por
necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexa‐ cento) do número de servidores que exerçam funções de se‐
dos os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº gurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
11.706, de 2008) § 3o O porte de arma pelos servidores das instituições
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei de que trata este artigo fica condicionado à apresentação de
nº 11.706, de 2008) documentação comprobatória do preenchimento dos requi‐
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído sitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação
pela Lei nº 11.706, de 2008) funcional em estabelecimentos de ensino de atividade poli‐
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº cial e à existência de mecanismos de fiscalização e de con‐
11.706, de 2008) trole interno, nas condições estabelecidas no regulamento
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações § 4o A listagem dos servidores das instituições de que
penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Si‐
disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada narm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
pela Lei nº 11.706, de 2008) § 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Muni‐ a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Fede‐
cípios que integram regiões metropolitanas será autorizado ral eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob
nº 11.706, de 2008) sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
das empresas de segurança privada e de transporte de valo‐ Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades despor‐
res, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, res‐ tivas legalmente constituídas devem obedecer às condições
ponsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão compe‐
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas tente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a
observar as condições de uso e de armazenagem estabeleci‐ arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
das pelo órgão competente, sendo o certificado de registro Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização
e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em do porte de arma para os responsáveis pela segurança de
nome da empresa. cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei,
de segurança privada e de transporte de valores responderá o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo
pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, para colecionadores, atiradores e caçadores e de represen‐
sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se tantes estrangeiros em competição internacional oficial de
deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polí‐ tiro realizada no território nacional.
cia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo
de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob de uso permitido, em todo o território nacional, é de com‐
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de petência da Polícia Federal e somente será concedida após
ocorrido o fato. autorização do Sinarm.
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores § 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser con‐
deverá apresentar documentação comprobatória do preen‐ cedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos ter‐
chimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quan‐ mos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
to aos empregados que portarão arma de fogo. I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua inte‐
neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao gridade física;
Sinarm. II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores III – apresentar documentação de propriedade de arma de
das instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de pro‐ fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
priedade, responsabilidade e guarda das respectivas institui‐ § 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista
ções, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o
devendo estas observar as condições de uso e de armaze‐ portador dela seja detido ou abordado em estado de embria‐
nagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o cer‐ guez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.
tificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei nº constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços
12.694, de 2012) relativos:
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que I – ao registro de arma de fogo;
trata este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído II – à renovação de registro de arma de fogo;
pela Lei nº 12.694, de 2012) III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
V – à renovação de porte de arma de fogo; Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançá‐
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma vel, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome
de fogo. do agente. (Vide Adin 3.112-1)
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manu‐
tenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando Disparo de arma de fogo
do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
artigo as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finali‐
a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº dade a prática de outro crime:
11.706, de 2008) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançá‐
as condições do credenciamento de profissionais pela Polícia vel. (Vide Adin 3.112-1)
Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capaci‐
dade técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Lei nº 11.706, de 2008) Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber,
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor co‐ ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
brado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocul‐
honorários profissionais para realização de avaliação psicoló‐ tar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou
gica constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de restrito, sem autorização e em desacordo com determinação
Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) legal ou regulamentar:
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor co‐ Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
brado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluí‐ I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer si‐
do pela Lei nº 11.706, de 2008) nal de identificação de arma de fogo ou artefato;
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ II – modificar as características de arma de fogo, de forma
1 e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profis‐
o
a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou res‐
sional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) trito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a
erro autoridade policial, perito ou juiz;
CAPÍTULO IV III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explo‐
DOS CRIMES E DAS PENAS sivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, aces‐ de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
sório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determi‐ identificação raspado, suprimido ou adulterado;
nação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou de‐ V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamen‐
pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja te, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: adolescente; e
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal,
ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para Comércio ilegal de arma de fogo
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adul‐
sob sua posse ou que seja de sua propriedade: terar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprie‐ ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem auto‐
tário ou diretor responsável de empresa de segurança e trans‐ rização ou em desacordo com determinação legal ou regula‐
porte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial mentar:
e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou in‐
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas dustrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação
depois de ocorrido o fato. de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em residência.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em Tráfico internacional de arma de fogo
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, empres‐ Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída
tar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, aces‐
fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização sório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é belecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do
aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou muni‐ Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a
ção forem de uso proibido ou restrito. ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706,
18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por de 2008)
integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e § 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das
8o desta Lei. armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são in‐ seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído
suscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1) pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de res‐
CAPÍTULO V ponsabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao
DISPOSIÇÕES GERAIS seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei
nº 11.706, de 2008)
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do § 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o en‐
disposto nesta Lei. caminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente,
a definição das armas de fogo e demais produtos controla‐ da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas
dos, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei
valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder nº 11.706, de 2008)
Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exérci‐ Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comerciali‐
to. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) zação e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão armas de fogo, que com estas se possam confundir.
estar acondicionadas em embalagens com sistema de código Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e
de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identifica‐ os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à
ção do fabricante e do adquirente, entre outras informações coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Co‐
definidas pelo regulamento desta Lei. mando do Exército.
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, ex‐
expedidas autorizações de compra de munição com identi‐ cepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.
ficação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às
forma do regulamento desta Lei. aquisições dos Comandos Militares.
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
da data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrín‐ adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entida‐
seco de segurança e de identificação, gravado no corpo da des constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art.
arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
órgãos previstos no art. 6o. Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas muni‐ concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação
cipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
e no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo
de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas ativi‐ de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, pe‐
dades, mediante autorização concedida nos termos definidos rante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta
em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. ônus para o requerente.
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu
alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais pro‐ registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresen‐
dutos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito tação de documento de identificação pessoal e comprovante
de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores. de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de
do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual
interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo constem as características da arma e a sua condição de pro‐
juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo prietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e
de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos do cumprimento das demais exigências constantes dos inci‐
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma sos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei
do regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
de 2008) Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá
Exército que receberem parecer favorável à doação, obedeci‐ obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de re‐
dos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de gistro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta
segurança pública, atendidos os critérios de prioridade esta‐ Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
LEI 11.340/06 (MARIA DA PENHA),
MULHER
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência do‐
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e méstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão
familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento fí‐
Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de sico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:(Vide
Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Lei complementar nº 150, de 2015)
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Jui‐ como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou
zados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade
de Execução Penal; e dá outras providências. formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐ III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agres‐
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: sor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independen‐
temente de coabitação.
TÍTULO I Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES artigo independem de orientação sexual.
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
CAPÍTULO II
do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMI‐
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra
LIAR
a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Pu‐
CONTRA A MULHER
nir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tra‐
tados internacionais ratificados pela República Federativa
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar con‐
do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
tra a mulher, entre outras:
Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medi‐ I - a violência física, entendida como qualquer conduta
das de assistência e proteção às mulheres em situação de que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
violência doméstica e familiar. II - a violência psicológica, entendida como qualquer
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da au‐
raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educa‐ toestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desen‐
cional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais ine‐ volvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
rentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as opor‐ comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
tunidades e facilidades para viver sem violência, preservar constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vi‐
sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, gilância constante, perseguição contumaz, insulto, chanta‐
intelectual e social. gem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir
Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à psicológica e à autodeterminação;
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidada‐ que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de
nia, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
familiar e comunitária. coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a uti‐
§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem lizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao ma‐
relações domésticas e familiares no sentido de resguardá trimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
-las de toda forma de negligência, discriminação, explora‐ coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ção, violência, crueldade e opressão. ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer
criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos conduta que configure retenção, subtração, destruição par‐
direitos enunciados no caput. cial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, docu‐
Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados mentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econô‐
os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as con‐ micos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
dições peculiares das mulheres em situação de violência V - a violência moral, entendida como qualquer conduta
doméstica e familiar. que configure calúnia, difamação ou injúria.
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CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
LEI 11.343/06 (DROGAS) DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
SOBRE DROGAS
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso in‐ Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e
devido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito
para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida
promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção. e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas.
drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares,
fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integra‐
sua relação com a comunidade à qual pertence; ção ou reintegração em redes sociais.
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamenta‐ Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social
ção científica como forma de orientar as ações dos serviços do usuário e do dependente de drogas e respectivos familia‐
públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e res devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, in‐ § 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo
dependentemente de quaisquer condições, observados os pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da subs‐
direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e di‐ tância apreendida, ao local e às condições em que se desen‐
retrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de volveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como
Assistência Social; à conduta e aos antecedentes do agente.
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
reinserção social do usuário e do dependente de drogas e artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos in‐
socioculturais; cisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
III - definição de projeto terapêutico individualizado, máximo de 10 (dez) meses.
orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e § 5o A prestação de serviços à comunidade será cumpri‐
de danos sociais e à saúde; da em programas comunitários, entidades educacionais ou
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públi‐
respectivos familiares, sempre que possível, de forma multi‐ cos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferen‐
disciplinar e por equipes multiprofissionais; cialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de
V - observância das orientações e normas emanadas do usuários e dependentes de drogas.
Conad; § 6o Para garantia do cumprimento das medidas educa‐
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle tivas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injus‐
social de políticas setoriais específicas. tificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos sucessivamente a:
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão I - admoestação verbal;
programas de atenção ao usuário e ao dependente de dro‐ II - multa.
gas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque
princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a pre‐ à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
visão orçamentária adequada. saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento es‐
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu‐ pecializado.
nicípios poderão conceder benefícios às instituições privadas Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se re‐
que desenvolverem programas de reinserção no mercado de fere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à repro‐
trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminha‐ vabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em
dos por órgão oficial. quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucra‐ (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade
tivos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da as‐ econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três)
sistência social, que atendam usuários ou dependentes de vezes o valor do maior salário mínimo.
drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da
sua disponibilidade orçamentária e financeira. multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à con‐
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em ra‐ ta do Fundo Nacional Antidrogas.
zão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, execução das penas, observado, no tocante à interrupção do
têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
pelo respectivo sistema penitenciário.
TÍTULO IV
CAPÍTULO III DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
DOS CRIMES E DAS PENAS E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO I
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser DISPOSIÇÕES GERAIS
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substi‐
tuídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o Art. 31. É indispensável a licença prévia da autorida‐
defensor. de competente para produzir, extrair, fabricar, transformar,
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, trans‐ preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar,
portar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, dro‐
ou regulamentar será submetido às seguintes penas: gas ou matéria-prima destinada à sua preparação, obser‐
I - advertência sobre os efeitos das drogas; vadas as demais exigências legais.
II - prestação de serviços à comunidade; Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente des‐
III - medida educativa de comparecimento a programa truídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que
ou curso educativo. recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu tudo lavrando auto de levantamento das condições encon‐
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destina‐ tradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas
das à preparação de pequena quantidade de substância ou necessárias para a preservação da prova. (Redação dada
produto capaz de causar dependência física ou psíquica. pela Lei nº 12.961, de 2014)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, ven‐
2014) der, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, ins‐
2014) trumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, prepara‐
§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir ção, produção ou transformação de drogas, sem autorização
a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessá‐ ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
rias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de
do Meio Ambiente - Sisnama. praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos
§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Consti‐ Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
tuição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo
incorre quem se associa para a prática reiterada do crime defi‐
CAPÍTULO II
nido no art. 36 desta Lei.
DOS CRIMES Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos cri‐
mes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organi‐
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda zação ou associação destinados à prática de qualquer dos cri‐
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com mes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pa‐ 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
gamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem
dias-multa. que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e paga‐
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, mento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamen‐ Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Con‐
te, sem autorização ou em desacordo com determinação selho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consu‐
químico destinado à preparação de drogas; mo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização outrem:
ou em desacordo com determinação legal ou regulamen‐ Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além
tar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva
preparação de drogas; ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400
tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigi‐ (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas
lância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis)
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com de‐
anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa,
terminação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de
se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte
drogas. coletivo de passageiros.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
de droga: (Vide ADI nº 4.274) aumentadas de um sexto a dois terços, se:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a trans‐
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de nacionalidade do delito;
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a con‐ II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função
sumirem: pública ou no desempenho de missão de educação, poder fa‐
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pa‐ miliar, guarda ou vigilância;
gamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou
dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hos‐
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste ar‐ pitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
tigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho
terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diver‐
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, sões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de de‐
não se dedique às atividades criminosas nem integre orga‐ pendentes de drogas ou de reinserção social, de unidades mi‐
nização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012) litares ou policiais ou em transportes públicos;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação eco‐ de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciá‐
nômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que ria entender conveniente, e em seguida liberado.
aplicadas no máximo. § 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Mi‐
a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, nistério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
suas penas em restritivas de direitos. Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33,
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste ar‐ caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circuns‐
tigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento tâncias o recomendem, empregará os instrumentos proteti‐
de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente vos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei no9.807,
específico. de 13 de julho de 1999.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da de‐
pendência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou Seção I
força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, Da Investigação
qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteira‐
mente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de de‐
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de
terminar-se de acordo com esse entendimento.
polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecen‐
competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual
do, por força pericial, que este apresentava, à época do fato
previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte
artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encami‐ e quatro) horas.
nhamento para tratamento médico adequado. § 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em fla‐
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois grante e estabelecimento da materialidade do delito, é su‐
terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta ficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade
Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de pessoa idônea.
determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o §
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em 1o deste artigo não ficará impedido de participar da elabora‐
avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do ção do laudo definitivo.
agente para tratamento, realizada por profissional de saúde § 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz,
com competência específica na forma da lei, determinará que no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do
a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. laudo de constatação e determinará a destruição das drogas
apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização
do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560,
sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, se‐ de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distri‐
questrado ou declarado indisponível. to Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes ti‐ básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento
pificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, de dados necessários à atualização do sistema previsto no
após decretado o seu perdimento em favor da União, serão art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
revertidos diretamente ao Funad. Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas fí‐
e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de
sido decretado em favor da União. drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o deste Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de em‐
artigo. presas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino,
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem,
do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declara‐ drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou
dos perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liqui‐
poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da dação, sejam lacradas suas instalações;
legislação vigente. II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em
convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com orga‐ depósito, das drogas arrecadadas;
nismos orientados para a prevenção do uso indevido de dro‐ III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acom‐
gas, a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes panhar o feito.
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos
e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao trá‐
não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só
fico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos
podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na
e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execu‐
área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a des‐
ção de programas relacionados à questão das drogas.
tinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste artigo,
TÍTULO V
o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública,
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos
Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-in‐ § 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas espe‐
tervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do cialidades farmacêuticas em condições de emprego terapêu‐
respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos tico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da
regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídi‐ Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos
cos internacionais relacionados à questão das drogas, de que nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional,
o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicita‐ são da competência da Justiça Federal.
do, cooperação a outros países e organismos internacionais e, Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que
quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de: não sejam sede de vara federal serão processados e julgados
I - intercâmbio de informações sobre legislações, expe‐ na vara federal da circunscrição respectiva.
riências, projetos e programas voltados para atividades de pre‐ Art. 71. (VETADO)
venção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquéri‐
usuários e dependentes de drogas; to policial, o juiz, de ofício, mediante representação do delegado
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e de polícia ou a requerimento do Ministério Público, determinará
tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de ar‐ a destruição das amostras guardadas para contraprova, certifi‐
mas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos; cando isso nos autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Es‐
produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos. tados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repres‐
são do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Mu‐
TÍTULO VI nicípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e depen‐
dentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista após a sua publicação.
mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle 1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998. Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência e
118 da República.
o
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a au‐
como crime ou contravenção penal. toridade competente poderá aplicar ao adolescente as se‐
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de de‐ guintes medidas:
zoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. I - advertência;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser consi‐ II - obrigação de reparar o dano;
derada a idade do adolescente à data do fato. III - prestação de serviços à comunidade;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corres‐ IV - liberdade assistida;
ponderão as medidas previstas no art. 101. V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravi‐ de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, re‐
dade da infração. vogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador,
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será o Ministério Público e o defensor.
admitida a prestação de trabalho forçado. Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a super‐
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou defi‐ visão da autoridade competente, a realização dos seguintes
ciência mental receberão tratamento individual e especiali‐ encargos, entre outros:
zado, em local adequado às suas condições. I - promover socialmente o adolescente e sua família,
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em
99 e 100. programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar
II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficien‐ do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
tes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a III - diligenciar no sentido da profissionalização do ado‐
hipótese de remissão, nos termos do art. 127. lescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada IV - apresentar relatório do caso.
sempre que houver prova da materialidade e indícios su‐
ficientes da autoria. Seção VI
Do Regime de Semi-liberdade
Seção II
Da Advertência Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determi‐
nado desde o início, ou como forma de transição para o meio
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação ver‐ aberto, possibilitada a realização de atividades externas, inde‐
bal, que será reduzida a termo e assinada. pendentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionaliza‐
Seção III ção, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos
Da Obrigação de Reparar o Dano existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplican‐
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos do-se, no que couber, as disposições relativas à internação.
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimen‐ Seção VII
to do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da Da Internação
vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a Art. 121. A internação constitui medida privativa da liber‐
medida poderá ser substituída por outra adequada. dade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Seção IV § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a
Da Prestação de Serviços à Comunidade critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa deter‐
minação judicial em contrário.
Art. 117. A prestação de serviços comunitários con‐ § 2º A medida não comporta prazo determinado, deven‐
siste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, do sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão funda‐
por período não excedente a seis meses, junto a entidades mentada, no máximo a cada seis meses.
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de interna‐
congêneres, bem como em programas comunitários ou ção excederá a três anos.
governamentais. § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior,
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de
as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas du‐ semi-liberdade ou de liberdade assistida.
rante jornada máxima de oito horas semanais, aos sába‐ § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
dos, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedi‐
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de da de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
trabalho. § 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá
ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (In‐
Seção V cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Da Liberdade Assistida Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
quando:
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompa‐ ameaça ou violência a pessoa;
nhar, auxiliar e orientar o adolescente. II - por reiteração no cometimento de outras infrações
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para graves;
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por III - por descumprimento reiterado e injustificável da
entidade ou programa de atendimento. medida anteriormente imposta.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste Art. 127. A remissão não implica necessariamente o re‐
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser conhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
decretada judicialmente após o devido processo legal. (Reda‐ prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir even‐
ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) tualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a in‐
havendo outra medida adequada. ternação.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele desti‐ ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido
nado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do
de idade, compleição física e gravidade da infração. Ministério Público.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusi‐
ve provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. Título VII
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberda‐ Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
de, entre outros, os seguintes: Capítulo I
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Dos Crimes
Ministério Público; Seção I
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; Disposições Gerais
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
que solicitada; contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem
V - ser tratado com respeito e dignidade; prejuízo do disposto na legislação penal.
VI - permanecer internado na mesma localidade ou na‐ Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
quela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao proces‐
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; so, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação públi‐
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio ca incondicionada
pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de hi‐ Seção II
giene e salubridade; Dos Crimes em Espécie
XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de man‐
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, ter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo
e desde que assim o deseje; referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à partu‐
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor riente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, de‐
de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante da‐ claração de nascimento, onde constem as intercorrências do
queles porventura depositados em poder da entidade; parto e do desenvolvimento do neonato:
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documen‐ Pena - detenção de seis meses a dois anos.
tos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempora‐ Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
riamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identi‐
motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interes‐ ficar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do
ses do adolescente. parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e art. 10 desta Lei:
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequa‐ Pena - detenção de seis meses a dois anos.
das de contenção e segurança. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Capítulo V Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liber‐
Da Remissão dade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para judiciária competente:
apuração de ato infracional, o representante do Ministério Pú‐ Pena - detenção de seis meses a dois anos.
blico poderá conceder a remissão, como forma de exclusão Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que pro‐
do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do cede à apreensão sem observância das formalidades legais.
fato, ao contexto social, bem como à personalidade do ado‐ Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
lescente e sua maior ou menor participação no ato infracional. apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata co‐
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da municação à autoridade judiciária competente e à família do
remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão apreendido ou à pessoa por ele indicada:
ou extinção do processo. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua auto‐ Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, dis‐
ridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: tribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por
Pena - detenção de seis meses a dois anos. meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, ví‐
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997: deo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa cau‐ pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído
sa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, pela Lei nº 11.829, de 2008)
tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluí‐
Pena - detenção de seis meses a dois anos. do pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judi‐ § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste
cial, com o fim de colocação em lar substituto: artigo são puníveis quando o responsável legal pela presta‐
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. ção do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupi‐ acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
lo a terceiro, mediante paga ou recompensa: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que conte‐
ou efetiva a paga ou recompensa. nha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (In‐
ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inob‐
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
servância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocor‐
correspondente à violência. rência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído pela
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou por‐ Lei nº 11.829, de 2008)
nográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008) pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. II – membro de entidade, legalmente constituída, que
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, re‐ processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes re‐
cruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação feridos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste III – representante legal e funcionários responsáveis de
artigo, ou ainda quem com esses contracena. (Redação dada provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
pela Lei nº 11.829, de 2008) computadores, até o recebimento do material relativo à notícia
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou nº 11.829, de 2008)
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adoles‐
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consan‐ cente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de
guíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo
curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído
qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu pela Lei nº 11.829, de 2008)
consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluí‐
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou do pela Lei nº 11.829, de 2008)
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou por‐ Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,
nográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
pela Lei nº 11.829, de 2008) qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material pro‐
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. duzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 11.829, de 2008)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste arti‐
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela go quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluí‐ internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
do pela Lei nº 11.829, de 2008) § 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumen‐
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (In‐ tadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho
I – facilita ou induz o acesso à criança de material conten‐ de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
do cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com
ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Capítulo II
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo Das Infrações Administrativas
com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica
ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a ex‐ estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental,
pressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreen‐ pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente
de qualquer situação que envolva criança ou adolescente em os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou
atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
primordialmente sexuais (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) cando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de enti‐
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, dade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos
munição ou explosivo: incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) cando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autoriza‐
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a
ção devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato
adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros pro‐
ou documento de procedimento policial, administrativo ou
dutos cujos componentes possam causar dependência física
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
infracional:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei
cando-se o dobro em caso de reincidência.
nº 13.106, de 2015)
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcial‐
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos mente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato
de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu re‐ infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se
duzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua
físico em caso de utilização indevida: identificação, direta ou indiretamente.
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão
exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) da publicação ou a suspensão da programação da emissora
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da até por dois dias, bem como da publicação do periódico até
perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em por dois números. (Expressão declara inconstitucional pela
favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da ADIN 869-2).
unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de
cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar
(Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017) a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a presta‐
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ção de serviço doméstico, mesmo que autorizado pelos pais
ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão ou responsável:
de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) cando-se o dobro em caso de reincidência, independente‐
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassa‐ mente das despesas de retorno do adolescente, se for o caso.
ção da licença de localização e de funcionamento do estabe‐ Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os de‐
lecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) veres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 2009) Vigência
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
pela Lei nº 12.015, de 2009) cando-se o dobro em caso de reincidência.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompa‐ Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providen‐
nhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita ciar a instalação e operacionalização dos cadastros previstos
desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº
ou congênere: (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamen‐ Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade
to do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adoles‐
Lei nº 12.038, de 2009). centes em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em regime
(trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº
terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). 12.010, de 2009) Vigência
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qual‐ Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta‐
quer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e belecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato
85 desta Lei: encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐ conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu
cando-se o dobro em caso de reincidência. filho para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de pro‐
da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no cer‐ grama oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à con‐
tificado de classificação: vivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐ caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cando-se o dobro em caso de reincidência. Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer re‐
II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
presentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00
a que não se recomendem:
(dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - multa de três a vinte salários de referência, dupli‐
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
cada em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa
comercial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação
de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espe‐
táculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua
classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA
em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determi‐
nar a suspensão da programação da emissora por até dois dias. CATARINA: ARTIGOS 105 E 109‐A.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congêne‐
re classificado pelo órgão competente como inadequado às
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo: TÍTULO V
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na DA SEGURANÇA PÚBLICA
reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão CAPÍTULO I
do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até DISPOSIÇÃO GERAL
quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita Art. 105 — A segurança pública, dever do Estado,
de programação em vídeo, em desacordo com a classificação direito e responsabilidade de todos, é exercida para a pre‐
atribuída pelo órgão competente: servação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determi‐ I - Polícia Civil;
nar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. II - Polícia Militar;
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e III - Corpo de Bombeiros Militar; e
79 desta Lei: IV - Instituto Geral de Perícia.
Pena - multa de três a vinte salários de referência, du‐ § 1º — A lei disciplinará a organização, a competência, o
plicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de funcionamento e os efetivos dos órgãos responsáveis pela
apreensão da revista ou publicação. segurança pública do Estado, de maneira a garantir a efi‐
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o ciência de suas atividades.
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de § 2º — O regulamento disciplinar dos militares estaduais
criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua par‐ será revisto periodicamente, com intervalo de no máximo
ticipação no espetáculo: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cinco anos, visando o seu aprimoramento e atualização.
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em Art. 105 -A — A remuneração dos servidores policiais
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determi‐ integrantes dos órgãos relacionados no art. 105 será fixada
nar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. na forma do art. 23-A.
29
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 106 — A Polícia Civil, dirigida por delegado de polícia, Art. 108 — O Corpo de Bombeiros Militar, órgão
subordina-se ao Governador do Estado, cabendo-lhe: permanente, força auxiliar, reserva do Exército, organiza‐
I - ressalvada a competência da União, as funções de do com base na hierarquia e disciplina, subordinado ao
polícia judiciária e a apuração das infrações penais, exceto as Governador do Estado, cabe, nos limites de sua compe‐
militares; tência, além de outras atribuições estabelecidas em lei:
§1
II - (revogado – EC 39) I - realizar os serviços de prevenção de sinistros
III - a execução dos serviços administrativos de trânsito; IV ou catástrofes, de combate a incêndio e de busca e sal‐
- a supervisão dos serviços de segurança privada; vamento de pessoas e bens e o atendimento pré-hospi‐
V - o controle da propriedade e uso de armas, munições, talar;
explosivos e outros produtos controlados; II - estabelecer normas relativas à segurança das pes‐
VI - a fiscalização de jogos e diversões públicas. soas e de seus bens contra incêndio, catástrofe ou produ‐
§ 1º — O chefe da Polícia Civil, nomeado pelo Go‐ tos perigosos;
vernador do III - analisar, previamente, os projetos de segurança
Estado, será escolhido dentre os delegados de polícia. contra incêndio em edificações, contra sinistros em áreas
§ 2º — Lei complementar disporá sobre o ingresso, de risco e de armazenagem, manipulação e transporte
garantias, de produtos perigosos, acompanhar e fiscalizar sua
remuneração, organização e estruturação das carreiras execução, e impor sanções administrativas estabelecidas
da Polícia Civil. em lei;
§ 3º — Os cargos da Polícia Civil serão organizados IV - realizar perícias de incêndio e de áreas sinistradas
em escala vertical, de forma a assegurar adequada pro‐ no limite de sua competência;
porcionalidade de remuneração das diversas carreiras com a V - colaborar com os órgãos da defesa civil;
de delegado de polícia. VI - exercer a polícia judiciária militar, nos termos de
lei federal; VII - estabelecer a prevenção balneária por
CAPÍTULO III salva-vidas; e
DA POLÍCIA MILITAR VIII - prevenir acidentes e incêndios na orla marítima
e fluvial.
Art. 107 — À Polícia Militar, órgão permanente, força § 1º — O Corpo de Bombeiros Militar:
auxiliar, reserva do Exército, organizada com base na hierar‐ I - é comandado por oficial da ativa do último posto
quia e na disciplina, subordinada ao Governador do Estado, da corporação; e
cabe, nos limites de sua competência, além de outras atri‐ II - disporá de quadro de pessoal civil para a exe‐
buições estabelecidas em Lei: cução de atividades administrativas, auxiliares de apoio e
I - exercer a polícia ostensiva relacionada com: de manutenção.
a) a preservação da ordem e da segurança pública; § 2º — Os cargos não previstos nos quadros de
b) o radiopatrulhamento terrestre, aéreo, lacustre e fluvial; organização da corporação, poderão ser exercidos
c) o patrulhamento rodoviário; pelo pessoal do Corpo de Bombeiros Militar, por no‐
d) a guarda e a fiscalização das florestas e dos mananciais; meação do Governador do Estado.
e) a guarda e a fiscalização do trânsito urbano;
f) a polícia judiciária militar, nos termos de lei federal; CAPÍTULO IV
g) a proteção do meio ambiente; e DA DEFESA CIVIL
h) a garantia do exercício do poder de polícia dos ór‐
gãos e entidades públicas, especialmente da área fazendária, Art. 109 — A Defesa Civil, dever do Estado, direito
sanitária, de proteção ambiental, de uso e ocupação do e responsabilidade de todos, tem por objetivo planejar e
solo e de patrimônio cultural; promover a defesa permanente contra as calamidades
II - cooperar com órgãos de defesa civil; e públicas e situações emergenciais.
III - atuar preventivamente como força de dissuasão e § 1º — A lei disciplinará a organização, o funciona‐
repressivamente como de restauração da ordem pública. mento e o quadro de pessoal da Defesa Civil, de maneira
§ 1º — A Polícia Militar: a garantir a eficiência de suas atividades.
I - é comandada por oficial da ativa do último posto da § 2º — O Estado estimulará e apoiará, técnica e
corporação; e financeiramente, a atuação de entidades privadas na
II - disporá de quadro de pessoal civil para a execução defesa civil, particularmente os corpos de bombeiros vo‐
de atividades administrativas, auxiliares de apoio e de manu‐ luntários.
tenção.
§ 2º — Os cargos não previstos nos quadros de
organização da corporação poderão ser exercidos pelo
pessoal da Polícia Militar, por nomeação do Governador
do Estado.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. Para fins deste artigo considera-se: VIII - formular e encaminhar relatório conclusivo sobre
I - assiduidade: frequência diária na unidade de traba‐ o desempenho dos servidores ao Diretor-Geral e à Secreta‐
lho com o cumprimento integral da jornada de trabalho; ria de Estado da Administração, cujo teor deverá contem‐
II - pontualidade: cumprimento dos horários de chega‐ plar a assinatura da maioria dos integrantes da Comissão.
da e saída e saídas nos intervalos da unidade de trabalho, Art. 27. O resultado obtido no Acompanhamento de
inclusive nas convocações para serviços periciais; Desempenho Funcional será utilizado:
III - comprometimento com a instituição: fiel cumpri‐ I - a fim de conferir estabilidade ao servidor conside‐
mento dos deveres de servidor público; rado apto; e
IV - relacionamento interpessoal: capacidade de se co‐ II - para o fim de exoneração do servidor considerado
municar e de interagir com a equipe de trabalho e com inapto.
terceiros; Parágrafo único. Será assegurado ao avaliado o conhe‐
V - eficiência: capacidade de atingir resultados no tra‐ cimento dos conceitos estabelecidos no Acompanhamento
balho com qualidade e rapidez, considerando as condições de Desempenho Funcional.
oferecidas pelo Instituto para tanto; Art. 28. É vedado ao servidor em estágio probatório:
VI - iniciativa: ações espontâneas e apresentação de I - disposição ou convocação para atuar em outro ór‐
ideias em prol da solução de problemas da unidade de gão ou entidade estadual ou da federação;
trabalho, visando seu bom funcionamento, qualidade do II - remoção, designação ou redistribuição para outro
trabalho e produtividade; órgão ou entidade;
VII - conduta ética: postura de honestidade, responsa‐ III - afastamento para cursar pós-graduação;
bilidade e respeito à Instituição e ao sigilo das informações, IV - licença para tratar de assuntos de interesses par‐
às quais tem acesso em decorrência do trabalho e obser‐ ticulares;
vância a regras, normas e instruções regulamentares; e V - desenvolvimento funcional através de promoção;
VIII - produtividade: capacidade de atingir as metas VI - licença por mudança de domicílio;
atribuídas nos prazos previstos. VII - licença especial para exercer cargo de direção em
Art. 24. A apuração do atendimento aos requisitos du‐
organizações sindicais;
rante o estágio probatório far-se-á no formulário de Acom‐
VIII - exercício de cargo em comissão ou função em
panhamento de Desempenho Funcional, elaborada pela
órgão ou entidade não pertencente ao Poder Executivo Es‐
chefia imediata e encaminhada, reservadamente, à Comis‐
tadual; e
são Permanente de Avaliação Especial.
IX - usufruto de licença-prêmio.
Parágrafo único. A avaliação do desempenho funcio‐
Art. 29. Fica suspensa e prorrogada a contagem de
nal poderá ser feita, ainda, em funcionalidade técnica com
tempo, para efeito de homologação do estágio probatório,
acesso restrito à chefia imediata e membros da Comissão
ao servidor que estiver em:
Permanente de Avaliação Especial.
Art. 25. Será constituída Comissão Permanente de Ava‐ I - exercício de cargo em comissão e função técnica ou
liação Especial para cada carreira, integrada por no mínimo gratificada no Poder Executivo Estadual, salvo se compatí‐
3 (três) membros, composta, obrigatoriamente, por servi‐ vel com as atribuições do cargo efetivo;
dores de cargo efetivo em exercício no Instituto Geral de II - licença para tratamento de saúde;
Perícias - IGP. III - licença por motivo de doença em pessoa da família;
Art. 26. Compete à Comissão Permanente de Avaliação IV - licença para repouso à gestante;
Especial: V - licença para concorrer e exercer cargo eletivo;
I - coordenar e orientar a aplicação do formulário de VI - licença especial para atender menor adotado;
Acompanhamento de Desempenho Funcional; VII - readaptação funcional;
II - elaborar em conjunto com o Setor de Recursos Hu‐ VIII - afastamento do cargo para responder processo
manos do Instituto Geral de Perícias o formulário de Acom‐ administrativo
panhamento de Desempenho Funcional; disciplinar;
III - fixar cronograma de trabalho para cada período de IX - licença por acidente de serviço; e
avaliação; X - licença para o serviço militar obrigatório.
IV - dar conhecimento prévio aos avaliados das nor‐ Parágrafo único. Os afastamentos tratados nos incisos
mas, critérios e conceitos a serem utilizados nas avaliações; II a VIII deste artigo, não poderão exceder o prazo estabe‐
V - analisar recurso interposto pelos servidores, em ra‐ lecido na legislação específica.
zão da avaliação realizada pela chefia imediata; Art. 30. O servidor em estágio probatório só poderá
VI - avaliar e decidir sobre questões que tenham com‐ ser movimentado no âmbito do Instituto Geral de Perícias
prometido ou dificultado a aplicação das avaliações pelos - IGP, desde que seja para atender a imperiosa necessidade
avaliadores e avaliados, sugerindo medidas às unidades do serviço público e para continuar exercendo as atribui‐
competentes; ções do cargo para qual foi nomeado.
VII - sugerir a exoneração do servidor em processo
sumário específico, quando o mesmo não for considerado
apto para o cargo ou apresentar comportamento crimino‐
so ou ilegal; e
34
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 1º Será computado como de efetivo exercício o tempo e) eficiência: capacidade de atingir resultados no trabalho
em que o servidor estiver à disposição de outros órgãos, desde com qualidade e
que no interesse da Secretaria de Segurança Pública e Defesa rapidez, considerando as condições oferecidas para tanto;
do Cidadão. f) produtividade no trabalho: a comprovação, a partir da
§ 2º Havendo empate na contagem do tempo de serviço comparação da produção desejada com o trabalho realizado
no nível, a classificação obedecerá, sucessivamente, aos seguin‐ que será aferido, sempre que possível, com base em relatórios
tes critérios: estatísticos de desempenho quantificado;
I - maior tempo de serviço em caráter efetivo, na carreira; g) qualidade do trabalho: demonstração do grau de exati‐
II - maior tempo de serviço público no Estado; dão, precisão e apresentação, quando possível, mediante apre‐
III - maior tempo de serviço em atividades da Perícia Oficial; ciação de amostras, do trabalho executado, bem como pela
IV - maior idade; e capacidade demonstrada pelo servidor no desempenho das
V - maior número de dependentes. atribuições do seu cargo; e
h) disciplina e zelo funcional: observância dos preceitos e
Seção III normas, com a compreensão dos deveres, da responsabilidade,
Da Promoção por Merecimento do respeito e seriedade com os quais o servidor desempenha
suas atribuições e a execução de suas atividades com cuidado,
Art. 41. A promoção por merecimento, com o objetivo de aferir dedicação e compreensão dos deveres e responsabilidade;
o desempenho do servidor efetivo do Quadro de Pessoal do Institu‐ II - até 60 (sessenta) pontos, atribuídos em Formulário de
to Geral de Perícias - IGP no exercício de suas atribuições, condicio‐ Aperfeiçoamento, para o critério cumprimento de carga horária
na-se ao preenchimento dos requisitos considerados indispensáveis dos cursos de aperfeiçoamento e/ou qualificação ministrados
ao exercício do cargo, por meio da Avaliação Funcional. pela Academia de Perícia e/ou outras instituições públicas ou
Art. 42. A Avaliação Funcional do servidor efetivo tem por privadas, observada a seguinte carga horária:
finalidade avaliar as competências no desempenho das atribui‐
ções do cargo de cada carreira, para efeito de:
I - levantar as necessidades de treinamentos e capacitações
para o alinhamento do desempenho individual ao desempe‐
nho institucional;
II - identificar competências que necessitem de aprimo‐
ramento visando o aperfeiçoamento da força de trabalho do
Quadro de Pessoal do IGP; e
III - valorizar e estimular o servidor a investir em desenvol‐
vimento profissional e melhoria do desempenho.
§ 1º Excepcionalmente, havendo impedimento do avalia‐
dor ou situação que indique incompatibilidade técnico-funcio‐
nal com o avaliado e, consequentemente, comprometimento
do resultado, a avaliação funcional deverá ser realizada pelo
substituto formal do seu superior imediato, ou por outro indi‐
cado pela Comissão Permanente de Promoção, mediante justi‐
ficativa circunstanciada.
§ 2º O servidor que, durante o período de referência da
avaliação, tiver exercido suas atribuições sob a liderança de
mais de um superior hierárquico, será avaliado por aquele ao
qual esteve subordinado por mais tempo.
Art. 43. A Avaliação Funcional do servidor efetivo será efe‐
tuada mediante a atribuição de até 200 (duzentos) pontos e
ocorrerá a cada 2 (dois) anos, assim distribuída:
I - até 140 (cento e quarenta) pontos, atribuídos em For‐
mulário Individual de Desempenho, mediante avaliação dos
seguintes critérios:
a) comprometimento com a Instituição: fiel cumprimento
dos deveres de servidor público;
b) iniciativa: ações espontâneas e apresentação de ideias
em prol da solução de problemas da unidade de trabalho, vi‐
sando seu bom funcionamento;
c) conduta ética: postura de honestidade, responsabilida‐
de, respeito à instituição e ao sigilo das informações, às quais § 1º Entende-se por cursos de qualificação e/ou aperfei‐
tem acesso em decorrência ao trabalho e observância a regras, çoamento, para efeitos do disposto no inciso II, participação
normas e instruções regulamentares; em cursos de atualização, reciclagem ou aprimoramento, bem
d) relacionamento interpessoal: capacidade de se comuni‐ como, congressos, seminários ou palestras, realizados por ór‐
car e de interagir com a equipe de trabalho e com o público em gãos públicos e privados de elevado reconhecimento ou reali‐
função da boa execução do serviço; zados por instituições afetas à Perícia Oficial.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 2º Recebido o formulário individual de desempenho, XI - 6 (seis) pontos por atividade correicional, até o li‐
será o mesmo preenchido pela chefia imediata e devolvido mite de 36 (trinta e seis) pontos por ano, quando da par‐
no prazo de até 5 (cinco) dias, impreterivelmente, às Co‐ ticipação nesta, desde que não seja membro efetivo em
missões Permanentes de Promoção. exercício regular na Corregedoria, quando designado pelo
§ 3º Compete ao Diretor-Geral e ao Corregedor do Ins‐ Corregedor do Instituto Geral de Perícias - IGP;
tituto Geral de Perícias homologar a pontuação constante XII - 20 (vinte) pontos por processo de promoção, até o
no formulário individual de desempenho disposta no inciso limite de 80 (oitenta) pontos por ano, quando da participa‐
I, procedendo as alterações, desde que justificadas, visando ção em Comissão de Promoção dos membros das carreiras
à aplicação homogênea dos critérios estabelecidos nesta do Instituto Geral de Perícias - IGP;
Lei. XIII - 50 (cinquenta) pontos por concurso, até o limi‐
§ 4º A avaliação funcional do Diretor-Geral será rea‐ te de 100 (cem) pontos por ano, quando da participação
lizada pelo Secretário de Segurança Pública e Defesa do como integrante da Comissão de Concurso para ingresso
nas carreiras do Instituto Geral de Perícias - IGP.
Cidadão e a avaliação do Corregedor do Instituto Geral de
Parágrafo único. Para efeitos do disposto no inciso I,
Perícias - IGP, será realizada pelo Corregedor-Geral da Se‐
não serão considerados para fins de pontuação, os cursos
cretaria de Segurança Pública e Defesa do Cidadão.
de graduação exigidos para o provimento originário dos
Art. 44. As Comissões Permanentes de Promoção, além
cargos do Instituto Geral de Perícias - IGP.
da Avaliação Funcional, utilizarão para compor o total de Art. 45. O servidor efetivo pertencente à carreira de Pe‐
pontos da promoção por merecimento, a participação, a rito Oficial atenderá aos seguintes pré-requisitos para pro‐
conclusão ou a produção de atividades relacionadas di‐ moção por merecimento:
retamente com as áreas técnicas da perícia forense, áreas I - atingir um número mínimo de 250 (duzentos e cin‐
administrativas, jurídicas e/ou de interesses institucionais quenta) pontos e contabilizar 6 (seis) anos de efetivo exer‐
do Instituto Geral de Perícias - IGP, atribuindo-se a eles a cício na carreira, para ser promovido ao nível II;
seguinte pontuação: II - atingir um número mínimo de 270 (duzentos e se‐
I - 200 (duzentos) pontos para outro curso de gradua‐ tenta) pontos e contabilizar 12 (doze) anos de efetivo exer‐
ção; desde que inerentes ao cargo ou à respectiva área de cício na carreira, para ser promovido ao nível III; e
atuação, autorizados e reconhecidos pelo Ministério da III - atingir um número mínimo de 290 (duzentos e no‐
Educação - MEC; venta) pontos e contabilizar 18 (dezoito) anos de efetivo
II - 200 (duzentos) pontos para livro publicado; exercício na carreira, para ser promovido ao nível IV.
III - 50 (cinquenta) pontos para autoria parcial de livro Art. 46. O servidor efetivo pertencente à carreira de
publicado; Técnico Pericial atenderá aos seguintes pré-requisitos para
IV - 2 (dois) pontos para cada 4 (quatro) horas/aula mi‐ promoção por merecimento:
nistradas em eventos científicos ou culturais promovidos I - atingir um número mínimo de 200 (duzentos) pon‐
pelo Instituto Geral de Perícias - IGP ou outras entidades ou tos e contabilizar 4 (quatro) anos de efetivo exercício na
instituições oficiais, devidamente certificados, observado o carreira, para ser promovido ao nível 2;
limite máximo de 60 (sessenta) pontos por ano; II - atingir número mínimo de 220 (duzentos e vinte)
V - 20 (vinte) pontos para conferências ou palestras pontos e contabilizar 8 (oito) anos de efetivo exercício na
proferidas em eventos científicos promovidos pelo Institu‐ carreira, para ser promovido ao nível 3;
to Geral de Perícias - IGP ou outras entidades ou institui‐ III - atingir um número mínimo de 240 (duzentos e
ções oficiais, devidamente certificadas, observado o limite quarenta) pontos e contabilizar 12 (doze) anos de efetivo
máximo de 60 (sessenta) pontos por ano; exercício na carreira, para ser promovido ao nível 4;
IV - atingir um número mínimo de 260 (duzentos e ses‐
VI - 20 (vinte) pontos para trabalho publicado em anais
senta) pontos e contabilizar 18 (dezoito) anos de efetivo
de congressos e em outros eventos semelhantes;
exercício na carreira, para ser promovido ao nível 5.
VII - 100 (cem) pontos para autoria de artigo científi‐
Art. 47. O servidor efetivo pertencente à carreira de
co publicado em periódico internacional e 50 (cinquenta)
Auxiliar Pericial atenderá aos seguintes pré-requisitos para
pontos em periódico nacional, reconhecido pela Coorde‐ promoção por merecimento:
nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior I - atingir um número mínimo de 100 (cem) pontos e
– CAPES, do Ministério da Educação; contabilizar 4 (quatro) anos de efetivo exercício na carreira,
VIII - 20 (vinte) pontos para colaboração nos artigos de para ser promovido ao nível 2;
que trata o inciso anterior; II - atingir um número mínimo de 120 (cento e vinte)
IX - 10 (dez) pontos por participação, até o limite de 40 pontos e contabilizar 6 (seis) anos de efetivo exercício na
(quarenta) pontos por ano, enquanto membro de Grupo de carreira, para ser promovido ao nível 3;
Trabalho que estabeleça normas e diretrizes a serem obser‐ III - atingir um número mínimo de 140 (cento e quaren‐
vadas pelos servidores do Instituto Geral de Perícias - IGP; ta) pontos e contabilizar 8 (oito) anos de efetivo exercício
X - 10 (dez) pontos por participação, até o limite de 60 na carreira, para ser promovido ao nível 4;
(sessenta) pontos por ano, enquanto membro de comis‐ IV - atingir um número mínimo de 160 (cento e sessen‐
são de Processo Administrativo Disciplinar ou Presidente ta) pontos e contabilizar 12 (doze) anos de efetivo exercício
de Sindicância; na carreira, para ser promovido ao nível 5;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
V - atingir um número mínimo de 180 (cento e oitenta) VI - publicar a contagem dos pontos e ordem de classi‐
pontos e contabilizar 14 (quatorze) anos de efetivo exercí‐ ficação dos servidores, no site do Instituto Geral de Perícias
cio na carreira, para ser promovido ao nível 6; - IGP;
VI - atingir um número mínimo de 200 (duzentos) pon‐ VII - manter atualizado, por meio do Setor de Recur‐
tos e contabilizar 16 (dezesseis) anos de efetivo exercício sos Humanos, o registro de vagas existentes de todas as
na carreira, para ser promovido ao nível 7; e carreiras do Instituto Geral de Perícias - IGP, obedecendo
VII - atingir um total de 220 (duzentos e vinte) pontos ao critério de que toda e qualquer informação funcional
e contabilizar 18 (dezoito) anos de efetivo exercício na car‐ deverá constar do Sistema Integrado de Gestão de Recur‐
reira, para ser promovido ao nível 8. sos Humanos - SIGRH, sendo vedada a utilização de outro
Art. 48. O resultado final da pontuação para a promo‐ meio tecnológico;
ção por merecimento do servidor efetivo do Quadro de VIII - avaliar e decidir sobre questões que tenham com‐
Pessoal do Instituto Geral de Perícias – IGP, será o somató‐ prometido ou dificultado a aplicação das avaliações pelos
rio dos pontos englobando todos os critérios da avaliação avaliadores e avaliados, sugerindo medidas às unidades
de promoção. competentes; e
§ 1º Os pontos não utilizados para a promoção por IX - formular parecer conclusivo sobre o desempenho
merecimento gerarão saldo para a promoção subsequente, dos servidores para o Setor de Recursos Humanos do Ins‐
limitado em 50% (cinquenta por cento) do número total de tituto Geral de Perícias - IGP, cujo teor deverá contemplar a
pontos. assinatura da maioria dos integrantes da Comissão, obser‐
§ 2º O saldo restante será zerado. vado o resultado efetivo da pontuação obtida na Avaliação
Art. 49. Haverá uma Comissão Permanente de Promo‐ Funcional por ele obtido, com a correspondência de con‐
ção para cada carreira do Instituto Geral de Perícias – IGP, ceitos de desempenho conforme segue:
que será responsável pela condução, pela elaboração das a) apresenta perfil de alta performance: igual ou supe‐
normas e procedimentos pertinentes à avaliação funcional, rior a 90% (noventa por cento) da pontuação máxima;
a ser regulamentada em ato do Chefe do Poder Executivo. b) demonstra perfil esperado: igual ou superior a 70%
§ 1º As Comissões Permanentes de Promoção serão
(setenta por cento) e inferior a 90% (noventa por cento) da
constituídas por 3 (três) servidores efetivos de cada car‐
pontuação máxima;
reira do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias
c) pratica as competências, mas necessita de aprimo‐
- IGP, por indicação do Diretor-Geral, e seus membros terão
ramento: igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) e
mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução.
inferior a 70% (setenta por cento) da pontuação máxima; e
§ 2º A contagem preliminar dos pontos, para os atos de
d) necessita desenvolver: inferior a 50% (cinquenta por
promoção, deverão ser de conhecimento dos servidores,
cento) da pontuação máxima.
30 (trinta) dias antes da data de efetivação daquela con‐
Art. 52. Havendo empate na contagem dos pontos dos
cessão.
§ 3º Os pedidos de revisão dos pontos poderão ser servidores de mesmo nível, a classificação para fins promo‐
interpostos pelos servidores, no prazo de 10 (dez) dias, a cionais obedecerá, sucessivamente, aos seguintes critérios:
contar da publicação da contagem preliminar de pontos no I - maior pontuação na Avaliação Funcional imediata‐
Diário Oficial do Estado. mente anterior ao processo de promoção;
§ 4º As comissões apreciarão os pedidos de revisão no II - maior tempo de serviço na carreira, observados os
prazo de 5 (cinco) dias, findo o prazo recursal. critérios para fins de promoção;
Art. 50. Das decisões das comissões de promoção ca‐ III - maior tempo de serviço em atividades ligadas à
berá recurso ao Diretor-Geral, sem efeito suspensivo, no Perícia Oficial;
prazo de 5 (cinco) dias úteis, a contar da publicação do ato IV - maior idade; e
da decisão denegatória de recursos, e sucessivamente, em V - maior número de dependentes.
igual prazo ao Secretário de Estado da Segurança Pública e
Defesa do Cidadão. Seção IV
Art. 51. Compete às comissões de promoção: Da Promoção Extraordinária
I - elaborar e revisar as normas, procedimento e os
formulários da Avaliação Funcional, propondo alterações Art. 53. São consideradas modalidades de promoção
quando necessário; sob a orientação do Setor de Recursos extraordinárias as realizadas por Ato de Bravura e Post Mor-
Humanos do Instituto Geral de Perícias - IGP; tem.
II - acompanhar e avaliar os processos e resultados das Art. 54. A promoção extraordinária ocorrerá, em caráter
avaliações funcionais, com base nos instrumentos a serem excepcional, quando integrante de carreira do Quadro de
definidos em decreto do Chefe do Poder Executivo; Pessoal do Instituto Geral de Perícias - IGP ficar permanen‐
III - fixar cronograma de trabalho para cada período de temente inválido, em virtude de ferimento sofrido em ação
avaliação; ou pela prática de ato de bravura.
IV - dar conhecimento prévio das normas, critérios e Parágrafo único. A promoção extraordinária dar-se-á
conceitos a serem utilizados nas avaliações; para o nível imediatamente superior em que o servidor se
V - julgar recurso interposto pelo servidor, em razão da encontrar.
avaliação realizada pelo seu superior imediato;
38
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 55. A promoção por bravura, não condicionada à II - necessidade imprescindível da assistência pessoal
existência de vaga, se efetivará pela prática de ato consi‐ do servidor às demais pessoas relacionadas no caput; e
derado muito meritório e terá as circunstâncias para a sua III - impossibilidade do tratamento ou da assistência
ocorrência apuradas em investigação conduzida por mem‐ ser prestada de forma simultânea com o exercício do cargo
bros da Comissão Permanente de Avaliação de Promoção. em sua atual lotação.
§ 1º Para fins deste artigo, ato de bravura em serviço Art. 61. Nos pedidos de remoção, por motivo de saúde,
corresponde à conduta do servidor que, no desempenho a junta médica oficial deve manifestar-se quanto à existên‐
de suas atribuições e para a preservação de vida de outrem, cia da moléstia, sua gravidade, condições de tratamento
coloque em risco incomum a sua própria vida, demons‐ e necessidade terapêutica de movimentação do servidor
trando coragem e audácia. para o local da nova lotação.
§ 2º Na promoção por ato de bravura não é exigido o § 1º A junta médica oficial deve, ainda, relacionar as ci‐
atendimento de requisitos para a promoção, estabelecidos dades, dentre as quais constem unidades do Instituto Geral
nesta Lei. de Perícias - IGP, que detenham igualdade de condições
Art. 56. A promoção Post Mortem tem por objetivo ex‐ para o tratamento da doença, devendo a instituição, neste
pressar o reconhecimento do Estado ao servidor falecido, caso, determinar a remoção, dentre as cidades relaciona‐
quando: das, para a que melhor atenda o interesse institucional.
I - no cumprimento do dever; § 2º Na situação disposta no parágrafo anterior é facul‐
II - em consequência de ferimento recebido no exercí‐ tado ao servidor permanecer no local de sua atual lotação.
cio da atividade pericial, ou por enfermidade contraída em § 3º Quando autorizada a remoção por motivo de saú‐
razão do desempenho da função. de, esta será concedida independentemente de vaga na
§ 1º A superveniência do evento morte, em decorrência unidade do Instituto Geral de Perícias - IGP.
dos mesmos fatos e circunstâncias que tenham justificado § 4º Cessando as razões que deram origem à remoção
promoção anterior por ato de bravura, excluirá a de caráter por motivo de saúde, o servidor poderá ser removido para
Post Mortem. sua unidade anterior.
§ 2º A promoção de que trata o caput deste artigo e Art. 62. A remoção por permuta se processa a pedido
seus incisos terá as circunstâncias para a sua ocorrência de ambos os interessados, desde que sejam ocupantes do
apuradas em investigação conduzida por membros da Co‐ mesmo cargo.
missão Permanente de Avaliação de Promoção. Parágrafo único. A permuta não se pode verificar quan‐
do uma das partes interessadas tiver condições de apo‐
CAPÍTULO VI sentadoria por tempo de serviço dentro de 1 (um) ano, a
DA REMOÇÃO contar da data do pedido.
Art. 63. A remoção ex officio, no interesse da adminis‐
Art. 57. Remoção é o deslocamento do servidor efetivo tração, ocorrerá observando-se os seguintes motivos:
de uma para outra unidade do Instituto Geral de Perícias I - pela necessidade de servidor com qualificação espe‐
- IGP, no âmbito da mesma carreira e cargo, com ou sem cífica para atender relevante interesse institucional;
mudança de cidade. II - pela necessidade premente de aumentar o efetivo
Art. 58. O servidor efetivo do Instituto Geral de Perícias da unidade pericial, em decorrência do incremento da inci‐
- IGP, pode ser removido: dência de exames periciais na região;
I - a pedido, a critério da administração; III - para substituir servidor nos impedimentos legais; e
II - por permuta, a critério da administração; IV - em decorrência de causa emergencial devidamen‐
III - ex officio, no interesse da administração; e te justificada.
IV - ex officio, por conveniência da disciplina. § 1º Devem ser observados os seguintes critérios para
Parágrafo único. As remoções são autorizadas ou de‐ decisão do servidor a ser removido, sucessivamente:
terminadas pelo Diretor-Geral, após pronúncia do superior I - o com melhor qualificação específica e que se dis‐
imediato do servidor. puser a ser removido;
Art. 59. A remoção a pedido ou por permuta só pode II - o que se dispuser a ser removido;
ser concedida ao servidor após 5 (cinco) anos de efetivo III - o de menor tempo de serviço;
exercício no local de sua lotação. IV - o residente em localidade mais próxima; e
Parágrafo único. O prazo deste artigo pode ser reduzi‐ V - o menos idoso.
do se comprovada a necessidade de remoção por motivo § 2º O levantamento e a análise da documentação
de saúde. comprobatória relacionada a melhor qualificação específi‐
Art. 60. A remoção, por motivo de saúde, restringe-se ca, disposta no inciso I do parágrafo anterior, é competên‐
à necessidade do servidor, cônjuge, companheiro ou de‐ cia da Academia de Perícia.
pendente que viva às suas custas e conste do seu assenta‐ Art. 64. A remoção ex officio, por conveniência da dis‐
mento funcional. ciplina, será precedida de sindicância ou processo admi‐
Parágrafo único. São condições indispensáveis à remo‐ nistrativo disciplinar, assegurados o contraditório e a am‐
ção disposta no caput deste artigo: pla defesa, com manifestação motivada do Corregedor do
I - não haver condições de tratamento médico na cida‐ Instituto Geral de Perícias - IGP, sobre a conveniência da
de atual em que o servidor estiver lotado; remoção.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
excepcional de trabalho sob a forma de sobreaviso, des‐ I - ter, em virtude do cargo de Perito, autonomia e in‐
tinado a possibilitar a operacionalidade do atendimento dependência no exercício das funções;
pericial criminal de emergência nas unidades do Instituto II - ter fé pública nos documentos, pareceres, laudos e
Geral de Perícias - IGP, mediante os seguintes critérios: demais atos emanados em razão do cargo;
I - escala previamente elaborada pela chefia imediata, III - usar títulos decorrentes do exercício do cargo ou
especificando a quantidade de horas de sobreaviso, ho‐ função;
rário e local de trabalho, estando sujeita à fiscalização do IV - possuir insígnia e carteira de identificação funcio‐
órgão normativo do Sistema Administrativo de Gestão de nal, com fé pública, expedida pelo Diretor-Geral, válida em
Recursos Humanos - SAGRH e a respectiva Corregedoria e todo o Território Nacional como documento de identidade
será paga na folha salarial do mês imediatamente subse‐ civil.
quente à sua realização; V - ter ingresso e trânsito livres em qualquer recinto
II - quantitativo máximo de 330 (trezentas e trinta) ho‐ público ou privado, em razão de serviço, devendo as auto‐
ras; e ridades e seus agentes prestar-lhes todo o apoio e auxílio
III - o valor da hora sobreaviso corresponde a 25% (vin‐ necessários ao desempenho de suas funções;
te e cinco por cento) do valor da hora normal trabalhada. VI - ter prioridade nos serviços de transporte e comu‐
§ 1º Entende-se por sobreaviso a permanência do nicação, públicos e
servidor fora de seu ambiente de trabalho, em estado de privados, em razão de serviço especial de caráter ur‐
expectativa constante, aguardando o chamamento para o gente;
serviço, face à situação emergencial ou calamitosa. VII - ser acompanhado e auxiliado por bombeiros e
§ 2º A autorização de sobreaviso de forma indevida policiais estaduais quando necessário ao exercício de suas
implicará o ressarcimento aos cofres públicos por parte do atribuições e para proteção de sua integridade física;
autorizado, além da apuração das infrações administrati‐ VIII - empregar a força para defesa da integridade fí‐
vas. sica própria ou de terceiros, proporcional ao exigido nas
§ 3º O servidor que estiver em escala de sobreaviso, circunstâncias;
quando convocado para comparecer ao local de trabalho IX - realizar nos locais de crimes buscas por evidências
e não o fizer, perderá o direito à percepção do sobreaviso e colher informações necessárias às atividades de investi‐
inerente à gação pericial.
escala mensal, bem como sofrerá as sanções discipli‐
§ 1º Constarão na carteira funcional dos servidores da
nares cabíveis.
ativa as prerrogativas dos incisos III, IV, V e VI, deste artigo.
§ 4º O servidor em escala de sobreaviso deverá man‐
§ 2º Aplicam-se ao servidor do Instituto Geral de Pe‐
ter-se dentro de determinado raio de ação, que lhe permita
rícias – IGP aposentado as prerrogativas do inciso III deste
atender às chamadas urgentes do seu local de trabalho.
artigo.
§ 5º A Indenização Operacional - Sobreaviso não po‐
Art. 78. Os servidores efetivos do Instituto Geral de Pe‐
derá ser realizada nem percebida de forma cumulativa com
rícias - IGP, órgão integrante da Secretaria de Segurança
a Indenização de Estímulo Operacional - Hora Extra e In‐
denização de Estímulo Operacional - Adicional Noturno, Pública e Defesa do Cidadão do Estado de Santa Catarina,
instituídas pelo art. 2º da Lei Complementar nº 137, de 22 terão direito ao porte de arma de fogo de uso permitido,
de junho de 1995. observadas as condições de uso, armazenagem e trânsito
§ 6º A apuração do valor da hora normal, para fins do estabelecidas pelo Diretor-Geral, conforme regulamenta‐
disposto no inciso III deste artigo, é efetuada mediante a ção federal.
divisão da remuneração do servidor pela jornada mensal de § 1º As armas de fogo utilizadas pelos servidores serão
trabalho, observado o critério de que 40 (quarenta) horas de responsabilidade e guarda do servidor, que não goza‐
semanais correspondem a 200 (duzentas) horas mensais. rá de prerrogativa funcional quando em desacordo com a
norma própria.
Seção II § 2º A autorização de porte de arma de fogo constará
Das Garantias e das Prerrogativas do Cargo na carteira funcional do servidor.
§ 3º O porte de arma poderá ser cassado, mediante
Art. 76. O servidor do Instituto Geral de Perícias - IGP, processo administrativo, quando o servidor do Instituto
gozará das seguintes garantias: Geral de Perícias – IGP, se utilizar da prerrogativa em cir‐
I - receber tratamento e vencimento compatíveis com a cunstâncias que acarretem prejuízo ao prestígio ou à dig‐
importância do cargo desempenhado; nidade do Instituto.
II - matrícula, em estabelecimento oficial de ensino, na Art. 79. Ao servidor que tiver exercido, a partir do ano
cidade em que esteja lotado, para si e seus dependentes, de 2000, pelo período mínimo de 12 (doze) meses, função
em qualquer fase do ano letivo, independentemente de de Diretor-Geral, Diretor-Adjunto, Corregedor, Diretor ou
vaga, quando removido no interesse do serviço pericial; Gerente do Instituto Geral de Perícias - IGP ou da Diretoria
III - indenização de auxílio a saúde, nos termos do art. de Polícia Técnica-Científica, é assegurada a prerrogativa
2º da Lei nº 12.568, de 17 de fevereiro de 2003. de, ao deixar a referida função, exercer as atribuições do
Art. 77. Constituem prerrogativas funcionais dos ser‐ seu cargo no setor pericial em que atuava antes do exer‐
vidores do Instituto Geral de Perícias - IGP, dentre outras cício da função comissionada ou no setor pericial em que
estabelecidas em lei: tenha proficiência comprovada para atuar.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Paragrafo único. É vedada a remoção ex offício do ser‐ Art. 89. Fica assegurado o adicional vintenário previsto
vidor de que trata o caput deste artigo, nos 2 (dois) anos no art. 13 e seus parágrafos da Lei Complementar nº 254,
subsequentes à destituição da função. de 2003, aos integrantes do Quadro de Pessoal do Instituto
Art. 80. O titular de cargo integrante do Quadro de Pes‐ Geral de Perícias - IGP.
soal do Instituto Geral de Perícias - IGP será aposentado Art. 90. As demais vantagens pecuniárias, direitos, li‐
voluntariamente com proventos integrais, nos termos do cenças, garantias, e prerrogativas não citadas nesta Lei,
art. 40, § 4º, II e III, da Constituição da República, desde que concedidas a qualquer título, percebidas regularmente
comprove 30 (trinta) anos de contribuição, contando com pelos servidores ativos, inativos e pensionistas do Instituto
pelo menos 20 (vinte) anos de exercício em atividade priva‐ Geral de Perícias - IGP permanecem inalteradas e mantêm
tiva da carreira no Estado de Santa Catarina, se homem, e os mesmos critérios de concessão previstos na legislação
25 (vinte e cinco) anos de contribuição, contando com pelo vigente.
menos 15 (quinze) anos de exercício em atividade privativa Parágrafo único. O determinado no caput deste artigo
da carreira no Estado de Santa Catarina, se mulher. aplicar-se-á às disposições comuns, omissas e não coliden‐
tes com a presente Lei.
CAPÍTULO X Art. 91. Fica extinto e seu valor incorporado e absorvi‐
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS do para o Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias
- IGP, o adicional de atividade, código de vantagem 1160
Art. 81. Aplicar-se-ão, no que couber, aos servidores da folha de pagamento.
efetivos do Instituto Geral de Perícias - IGP, as disposições Art. 92. A aplicação desta Lei não poderá gerar redução
do Estatuto da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, Lei da remuneração dos servidores ativos, inativos e pensionis‐
nº 6.843, de 28 de julho de 1986, de forma subsidiária ao tas atingidos por suas disposições.
disposto nesta Lei. Art. 93. Serão regulamentadas em decreto pelo Chefe
Art. 82. Compete ao Diretor-Geral aplicar as penas de do Poder Executivo, no prazo máximo de 90 (noventa) dias
advertência e suspensão aos servidores do Quadro de Pes‐ a contar da data de publicação desta Lei, as normas relacio‐
soal do Instituto Geral de Perícias - IGP.
nadas ao Instituto Geral de Perícias - IGP, referentes:
Art. 83. Fica criada a Academia de Perícia, destinada a
I - a estrutura organizacional;
formar e qualificar os servidores das carreiras do Instituto
II - ao estágio probatório;
Geral de Perícias - IGP, bem como ao aperfeiçoamento e
III - ao Regimento Interno da Academia de Perícia;
desenvolvimento de técnicas e competências necessárias
IV - aos sistemas e critérios do curso de formação;
às atribuições do cargo.
V - ao quadro lotacional;
Parágrafo único. A Academia de Perícia fica autorizada
VI - ao Adicional de Pós-Graduação; e
a estabelecer convênios com entidades de ensino públicas
e privadas para a formatação total ou parcial do curso de VII - ao desenvolvimento funcional.
formação e demais demandas que houver. Art. 94. O enquadramento dos servidores do Instituto
Art. 84. O Instituto Geral de Perícias - IGP, instalará seus Geral de Perícias - IGP será efetuado por meio de porta‐
órgãos de administração, de criminalística, de medicina le‐ ria emitida pelo Secretário de Estado da Administração, no
gal, de identificação civil e de serviços auxiliares em prédios prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da data de publi‐
sob sua administração, ou através de convênios, além de cação desta Lei.
contar com todas as dependências e acessos que já utili‐ Parágrafo único. O enquadramento disposto no caput
za ou têm à disposição nos prédios destinados ao funcio‐ deste artigo será efetuado independente das regras sobre
namento dos demais órgãos integrantes da Secretaria de desenvolvimento funcional de que trata esta Lei.
Segurança Pública e Defesa do Cidadão, administrando-os Art. 95. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei
em igualdade de condições. correrão à conta das dotações próprias do orçamento vi‐
Art. 85. A primeira avaliação funcional, bem como a gente do Estado.
primeira promoção por antiguidade ou merecimento dos Art. 96. O aumento das despesas decorrentes da apli‐
servidores do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perí‐ cação desta Lei será suportado de forma progressiva na
cias - IGP deverá respeitar o prazo mínimo de 2 (dois) anos proporção de 50% (cinquenta por cento) em julho de 2010
a contar da data de publicação desta Lei. e 50% (cinquenta por cento) em novembro de 2010.
Art. 86. Para efeitos de desenvolvimento funcional, Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi‐
com a entrada em vigor desta Lei, toda a pontuação dos cação.
servidores do Instituto Geral de Perícias – IGP, zera. Art. 98. Ficam revogados os arts. 2º, 3º, 5º, 6º, 7º, 10,
Art. 87. Ficam criadas as Funções Gratificadas neces‐ 11, 12, 13, 14, 15, 19 e 20 da Lei Complementar nº 374, de
sárias para o funcionamento do Instituto Geral de Perícias 30 de janeiro de 2007.
- IGP, conforme Anexo V integrante da presente Lei e, in‐ PALÁCIO BARRIGA-VERDE, em Florianópolis, 11 de
cluídas no Anexo XIV da Lei Complementar nº 381, de 07 maio de 2010
de maio de 2007.
Art. 88. Ficam criados os Cargos em Comissão necessá‐
rios para o funcionamento do Instituto Geral de Perícias -
IGP, conforme Anexo VI integrante da presente Lei e, incluí‐
dos no Anexo VII-D da Lei Complementar nº 381, de 2007.
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Fixa o subsídio mensal dos integrantes do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias (IGP) e estabelece outras
providências.
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V – retribuição financeira transitória pelo exercício de Art. 5º Os servidores integrantes do Quadro de Pessoal
função de direção, chefia ou assessoramento; de que trata o art. 1º desta Lei Complementar não pode‐
VI – vantagem de que trata o § 1º do art. 92 da Lei nº rão perceber, cumulativamente com o subsídio, quaisquer
6.745, de 28 de dezembro de 1985; valores ou vantagens incorporados à remuneração por de‐
VII – parcela complementar de subsídio, na forma do § cisão administrativa, judicial ou extensão administrativa de
1º do art. 2º desta Lei Complementar; decisão judicial, de natureza geral ou individual, ainda que
VIII – Indenização por Regime Especial de Trabalho Pe‐ decorrentes de sentença judicial transitada em julgado.
ricial, na forma desta Lei Complementar; Art. 6º Poderá ser atribuída aos servidores referidos no
IX – indenização por aula ministrada devida aos profes‐ art. 1º desta Lei Complementar, que se encontrarem em
sores da Academia de Perícia; efetivo exercício, nos termos do regulamento, Indenização
X – retribuição financeira transitória pelo exercício de por Regime Especial de Trabalho Pericial, no percentual de
atividades no Corpo Temporário de Inativos da Segurança 17,6471% (dezessete inteiros e seis mil, quatrocentos e se‐
Pública (CTISP), na forma do art. 8º da Lei Complementar
tenta e um décimos de milésimo por cento) do valor do
nº 380, de 3 de maio de 2007;
subsídio da respectiva carreira e nível, fixado na forma do
XI – Indenização por Invalidez Permanente, na forma
Anexo III desta Lei Complementar, a contar de 1º de agosto
da Lei nº 14.825, de 5 de agosto de 2009;
de 2014.
XII – retribuição financeira transitória pela participação
em grupos de trabalho ou estudo, em comissões legais e § 1º A Indenização por Regime Especial de Trabalho
em órgãos de deliberação coletiva, nos termos do inciso II Pericial visa compensar o desgaste físico e mental a que
do art. 85 da Lei nº 6.745, de 1985; estão sujeitos os titulares dos cargos de que trata esta Lei
XIII – auxílio-alimentação; e Complementar em razão da eventual prestação de servi‐
XIV – outras parcelas indenizatórias previstas em lei. ço em condições adversas de segurança, com risco à vida,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no § 11 do art. 37 disponibilidade para cumprimento de escalas de plantão,
da Constituição da República às vantagens previstas nos in‐ horários irregulares, horário noturno e chamados a qual‐
cisos I, II, III, IV, VIII, IX, X, XI, XIII e XIV do caput deste artigo. quer hora e dia.
(NR) (Redação dada pela Lei 16.772, de 2015). § 2º A Indenização por Regime Especial de Trabalho Pe‐
rt. 4º Estão compreendidas no subsídio, e por ele ex‐ ricial constitui-se em verba de natureza indenizatória e não
tintas, todas as espécies remuneratórias do regime remu‐ se incorpora ao subsídio, aos proventos de aposentadoria
neratório anterior, de qualquer origem e natureza, que não de qualquer modalidade nem à pensão por morte, sendo
estejam explicitamente mencionadas no art. 3º desta Lei isenta da incidência de contribuição previdenciária.
Complementar, em especial: § 3º O valor da Indenização por Regime Especial de
I – vantagens pessoais e vantagens pessoais nominal‐ Trabalho Pericial não constitui base de cálculo de qualquer
mente identificadas (VPNI), de qualquer origem e natureza; vantagem.
II – diferenças individuais e resíduos, de qualquer ori‐ § 4º Para fins do disposto no caput deste artigo, não
gem e natureza; se considera como de efetivo exercício o período em que
III – valores incorporados à remuneração decorrentes o servidor se encontrar afastado a qualquer título, notada‐
do exercício de função de direção, chefia ou assessoramen‐ mente nas seguintes situações:
to ou de cargo de provimento em comissão; I – licenciado, nos casos previstos no art. 62 da Lei nº
IV – valores incorporados à remuneração a título de 6.745, de 1985;
adicional por tempo de serviço, triênios ou quinquênios; II – afastado, nos termos do art. 18 da Lei nº 6.745, de
V – abonos; 1985;
VI – valores pagos a título de representação;
III – ausente, nos termos do art. 59 da Lei nº 6.745, de
VII – adicional pelo exercício de atividades insalubres,
1985;
perigosas ou penosas;
IV – convocado, nos casos previstos no inciso III do art.
VIII – adicional noturno;
39 da Lei nº 6.843, de 28 de julho de 1986, incluindo as
IX – Indenização de Estímulo Operacional, instituída
pela Lei Complementar nº 137, de 22 de junho de 1995; folgas decorrentes da convocação;
X – Indenização de Estímulo Operacional - Sobreaviso, V – afastado, em decorrência das situações previstas na
instituída pela Lei nº 15.156, de 11 de maio de 2010; Lei Complementar nº 447, de 7 de julho de 2009;
XI – adicional vintenário; VI – afastado, na hipótese do art. 65 da Lei nº 15.156,
XII – adicional de pós-graduação; e de 2010;
XIII – Indenização de Representação de Chefia, insti‐ VII – afastado, na forma do disposto no art. 1º da Lei
tuída pelo art. 18 da Lei Complementar nº 254, de 15 de Complementar nº 470, de 9 de dezembro de 2009;
dezembro de 2003. VIII – afastado para o exercício de mandato eletivo fe‐
Parágrafo único. Não poderão ser concedidas, a qual‐ deral, estadual ou municipal, ainda que opte pela remune‐
quer tempo e a qualquer título, quaisquer outras vantagens ração do cargo efetivo;
com o mesmo título e fundamento das verbas extintas IX – afastado para o exercício de mandato classista, ob‐
quando da adoção do regime de remuneração por sub‐ servada a proporcionalidade do afastamento;
sídio.
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ANEXO III
QUADRO DE PESSOAL DO INSTITUTO GERAL DE PE‐
LEI 16.772/16.
RÍCIAS
(VIGÊNCIA A CONTAR DE 1º DE DEZEMBRO DE 2015)
Auxiliar Pericial - VII 8.659,38 Art. 1º Esta Lei dispõe sobre as formas de cumprimento
Auxiliar Pericial - VI 7.360,47 da jornada de trabalho e o banco de horas no âmbito do
Instituto Geral de Perícias (IGP), observados os seguintes
Auxiliar Pericial - V 6.256,40 princípios:
Auxiliar Pericial - IV 5.317,94 I – disponibilidade para atendimento em caráter per‐
manente;
Auxiliar Pericial - III 4.520,24
II – compatibilidade entre a carga horária e o tipo de
Auxiliar Pericial - II 4.068,21 atividade executada; e
Auxiliar Pericial - I 3.842,20 III – direito ao repouso necessário para o restabeleci‐
mento das condições físicas e psíquicas do servidor do IGP.
ANEXO IV
FUNÇÕES GRATIFICADAS CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE CUMPRIMENTO DA JORNADA DE
TRABALHO
NOMENCLATURA QUANTIDADE GRATIFICAÇÃO
O equivalente Art. 2º A jornada de trabalho do servidor do IGP será
a 3% (três cumprida sob a forma de:
Responsável por por cento) I – escalas de plantão;
Núcleo Regional de 21 do respectivo II – expediente administrativo; e
Perícia subsídio da III – regime de sobreaviso.
carreira de
Perito Oficial. Seção I
Das Escalas de Plantão
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V – 14 (quatorze) horas de serviço por 58 (cinquenta § 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, poderá
e oito) horas de descanso, sendo aos finais de semana e ser autorizada pela chefia imediata a conversão das horas
feriados 24 (vinte e quatro) horas de serviço por 58 (cin‐ de trabalho previstas para o expediente administrativo em
quenta e oito) horas de descanso; e horas de trabalho em regime de sobreaviso, observado o
VI – 24 (vinte e quatro) horas de serviço por 72 (setenta disposto no § 1º do art. 5º desta Lei, desde que presente
e duas) horas de descanso. o interesse da Administração ou a necessidade do serviço.
§ 1º O servidor do IGP somente poderá ser utilizado § 2º A conversão de que trata o § 1º deste artigo fica li‐
em escala de plantão diversa daquela que está cumprindo mitada, mensalmente, a 100 (cem) horas normais de traba‐
após a sua folga regulamentar. lho, equivalentes a 400 (quatrocentas) horas de sobreaviso.
§ 2º A utilização do servidor do IGP em quaisquer das § 3º Fica vedada a conversão das horas de trabalho
escalas de plantão previstas neste artigo deverá proporcio‐ previstas na forma do inciso I do art. 2º desta Lei em horas
nar ao menos 1 (um) fim de semana de folga por mês. de trabalho em regime de sobreaviso.
§ 3º O Diretor-Geral do IGP, mediante autorização do § 4º Deverá ser encaminhado à Direção-Geral do IGP
titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), relatório mensal discriminado da jornada de trabalho in‐
poderá instituir outras escalas de plantão para evento es‐ dividual a ser cumprida pelos servidores do IGP de cada
pecífico e por tempo determinado. unidade na forma estabelecida neste artigo.
§ 4º A falta do servidor do IGP ao plantão, justificada § 5º Durante os cursos de formação profissional, de es‐
ou não, implicará na não fruição das horas de descanso pecialização e/ou profissionalizantes internos, a jornada de
subsequentes. trabalho dos servidores do IGP será definida pelo Diretor-
§ 5º Fica vedado à chefia imediata do servidor do IGP Geral do IGP.
autorizar a dobra da escala, exceto para atender situações § 6º Observado o interesse da Administração e a neces‐
excepcionais que exijam dedicação contínua ao trabalho. sidade do serviço, o cumprimento da jornada de trabalho
do servidor do IGP poderá, eventualmente, ser realizado
Seção II em localidade diversa da sua lotação.
§ 7º A jornada de trabalho individual do servidor do
Do Expediente Administrativo
IGP deve ser definida de modo a assegurar a distribuição
adequada da força de trabalho, a fim de garantir o pleno
Art. 4º O horário de expediente administrativo nas uni‐
funcionamento de todas as unidades do IGP.
dades do IGP bem como o cumprimento da jornada de tra‐
balho na forma prevista no inciso II do art. 2º desta Lei se‐
CAPÍTULO III
rão regulamentados por ato do Chefe do Poder Executivo.
DO BANCO DE HORAS
Seção III Art. 7º Fica instituído o regime de compensação de ho‐
Do Regime de Sobreaviso ras, denominado banco de horas, no âmbito do IGP, que
consiste no registro do quantitativo de horas, excedentes
Art. 5º Fica instituído o regime de sobreaviso, que ou insuficientes, em relação ao quantitativo estabelecido
consiste na permanência do servidor do IGP fora de seu para a jornada de trabalho individual do servidor do IGP, na
ambiente de trabalho em estado de expectativa constante, forma do disposto nesta Lei.
aguardando convocação para o trabalho. § 1º Consideram-se horas excedentes as horas efetiva‐
§ 1º A hora de trabalho em regime de sobreaviso é mente trabalhadas pelo servidor do IGP que superem:
contada à razão de 1/4 (um quarto) da hora normal de tra‐ I – o quantitativo de horas estabelecido para as escalas
balho. de plantão previstas no art. 3º desta Lei; e
§ 2º O servidor do IGP designado para cumprir jorna‐ II – o quantitativo de horas estabelecido para o expe‐
da de trabalho em regime de sobreaviso deverá atender diente administrativo, nos termos do regulamento, obser‐
prontamente ao chamado e não poderá praticar atividades vado o disposto no § 1º do art. 6º desta Lei.
que o impeçam de prestar o atendimento ou que possam § 2º Consideram-se horas insuficientes o quantitativo
retardar o seu comparecimento quando convocado. de horas não cumpridas pelo servidor do IGP em relação
§ 3º Na hipótese de convocação do servidor do IGP ao quantitativo previsto para a sua jornada de trabalho in‐
durante o cumprimento da jornada de trabalho em regime dividual, nas hipóteses do art. 10 desta Lei.
de sobreaviso, o período de convocação será registrado no § 3º O registro no banco de horas será realizado em
banco de horas na forma do disposto no art. 8º desta Lei. frações de 15 (quinze) minutos, desprezados os períodos
que não alcançarem esse espaço de tempo.
Seção IV § 4º As horas registradas no banco de horas, exceden‐
Da Jornada de Trabalho Individual tes ou insuficientes, serão compensadas na proporção de 1
(um) para 1 (um).
Art. 6º Compete ao responsável titular da unidade pe‐ § 5º Na apuração mensal do saldo de horas serão com‐
ricial, com a anuência do Gerente Mesorregional ou do res‐ pensadas entre si as horas excedentes e insuficientes.
pectivo Diretor, definir a forma de cumprimento da jornada § 6º Para fins de compensação, a apuração do saldo
de trabalho individual do servidor do IGP, de acordo com o de horas, positivo ou negativo, será realizada no último dia
disposto no art. 2º desta Lei. do mês.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 7º A compensação de eventual saldo de horas, positi‐ I – a ocorrência das hipóteses previstas no art. 17 desta
vo ou negativo, observará a ordem cronológica. Lei ou outra situação extraordinária decretada por ato do
§ 8º Havendo saldo remanescente, positivo ou negati‐ Chefe do Poder Executivo, caso em que poderá ser suspen‐
vo, no mês seguinte ao da apuração, o prazo previsto para sa a fruição da folga enquanto perdurar a situação excep‐
a compensação não será renovado. cional; e
§ 9º Não se aplica o disposto neste Capítulo ao ocu‐ II – os afastamentos decorrentes de licenças, cursos e
pante de cargo em comissão ou função gratificada, que outras situações impeditivas, caso em que o prazo para a
tem regime de dedicação integral, podendo ser convocado concessão da folga recomeçará a contar da data do térmi‐
sempre que presente o interesse da Administração ou a ne‐ no do impedimento.
cessidade do serviço. § 1º Findo o prazo previsto no caput deste artigo e não
concedida a folga, o servidor do IGP fica dispensado do
Seção I serviço, até o limite de 50% (cinquenta por cento) da sua
Do Registro de Horas Excedentes jornada de trabalho normal, a fim de compensar o saldo de
horas acumulado, observado o disposto no inciso I deste
Art. 8º Serão registradas no banco de horas as horas artigo.
excedentes: § 2º Para fins do disposto no § 1º deste artigo, o servi‐
I – previamente autorizadas pela chefia imediata, ano‐ dor do IGP deverá comunicar o seu afastamento parcial à
tadas no ponto do servidor do IGP e homologadas pela chefia imediata com antecedência mínima de 3 (três) dias.
respectiva direção; § 3º Eventual saldo positivo de horas será compensado
II – decorrentes do atendimento a situações em que com o período não trabalhado em decorrência de ponto
as circunstâncias exijam a prorrogação da jornada de tra‐ facultativo ou recesso de fim de ano, desde que haja pre‐
balho; e visão para compensação em ato do Chefe do Poder Exe‐
III – decorrentes da convocação do servidor do IGP du‐ cutivo.
rante o cumprimento da jornada de trabalho em regime § 4º Fica vedada a compensação de faltas, atrasos ou
de sobreaviso, a partir da décima segunda hora mensal de
saídas antecipadas com eventual saldo positivo existente
convocação, hipótese em que será registrada no banco de
no banco de horas do servidor do IGP.
horas a proporção de 3/4 (três quartos) do período de efe‐
tivo atendimento à ocorrência.
Seção III
§ 1º Nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo,
Do Registro de Horas Insuficientes
deverá ser justificada a necessidade do atendimento me‐
diante relatório circunstanciado devidamente homologado
Art. 10. Serão registradas no banco de horas as horas
pela respectiva direção.
§ 2º Fica vedado o registro, como hora excedente, do insuficientes nas seguintes hipóteses, observado o dispos‐
período utilizado nas seguintes situações: to no § 1º do art. 6º desta Lei:
– participação em cursos de formação profissional para I – desconto antecipado de horas da jornada de tra‐
ingresso na carreira; balho para aplicação de pessoal em evento futuro e certo,
II – exercício de cargo em comissão; devidamente autorizado pelo Diretor-Geral do IGP; e
III – exercício da atividade de docência, com percepção II – redução da jornada de trabalho em expediente ad‐
de indenização por aula ministrada; ministrativo, na forma do regulamento.
IV – em deslocamento durante o turno de serviço, com
direito à percepção de diária de viagem; Seção IV
V – folga durante operações especiais realizadas em Da Compensação de Saldo Negativo de Horas
localidade diversa da lotação;
VI – à disposição, no âmbito estadual, dos órgãos e Art. 11. O saldo negativo decorrente do registro de ho‐
entidades do Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Ju‐ ras insuficientes deverá ser compensado em horas traba‐
diciário, Ministério Público e Tribunal de Contas, bem como lhadas até o término do terceiro mês subsequente ao da
de quaisquer dos Poderes da União, dos demais Estados, apuração do saldo, sob pena da perda proporcional da
do Distrito Federal e dos Municípios, ressalvados os casos remuneração, nos termos da legislação em vigor.
em que houver interesse da segurança pública; e § 1º No caso de afastamento decorrente de licença,
VII – nas hipóteses do art. 17 desta Lei. curso ou outra situação impeditiva, o prazo disposto no
caput deste artigo para compensação fica suspenso, reco‐
Seção II meçando a contar da data do término do impedimento.
Da Compensação de Saldo Positivo de Horas § 2º A compensação de que trata o caput deste artigo
poderá ser realizada em localidade diversa da lotação do
Art. 9º O saldo positivo decorrente do registro de ho‐ servidor do IGP, de acordo com o interesse da Administra‐
ras excedentes será compensado em folga, que deverá ser ção e a necessidade do serviço.
concedida até o término do terceiro mês subsequente ao § 3º A compensação de eventual saldo negativo no
da apuração do saldo, de acordo com o cronograma es‐ banco de horas não poderá exceder a 24 (vinte e quatro)
tabelecido pela chefia imediata, ressalvadas as seguintes horas consecutivas por período de compensação e não
situações: será considerada acréscimo de jornada.
50
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 4º No caso de compensação de eventual saldo ne‐ IV – convocado, nos casos previstos no inciso III do art.
gativo no banco de horas em período acima de 12 (doze) 39 da Lei nº 6.843, de 28 de julho de 1986, incluindo as
horas consecutivas, será observado o intervalo de 6 (seis) folgas decorrentes da convocação;
horas de repouso entre a compensação e a jornada normal V – afastado, em decorrência das situações previstas na
de trabalho individual do servidor do IGP, não sendo o re‐ Lei Complementar nº 447, de 7 de julho de 2009;
ferido intervalo computado para efeito de cumprimento de VI – afastado, na hipótese do art. 65 da Lei nº 15.156,
carga horária. de 2010;
VII – afastado, na forma do disposto no art. 1º da Lei
CAPÍTULO IV Complementar nº 470, de 9 de dezembro de 2009;
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS VIII – afastado para o exercício de mandato eletivo fe‐
deral, estadual ou municipal, ainda que opte pela remune‐
Art. 12. O art. 3º da Lei Complementar nº 610, de 20 ração do cargo efetivo;
de dezembro de 2013, passa a vigorar com a seguinte re‐ IX – afastado para o exercício de mandato classista, ob‐
dação: servada a proporcionalidade do afastamento;
“Art. 3º .............................................................................................. X – à disposição, no âmbito estadual, dos órgãos e en‐
............. tidades do Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judi‐
............................................................................................................. ciário, Ministério Público e Tribunal de Contas, bem como
.......... de quaisquer dos Poderes da União, dos demais Estados,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no § 11 do art. do Distrito Federal e dos Municípios, ressalvados os casos
37 da Constituição da República às vantagens previstas nos em que houver interesse da segurança pública;
incisos I, II, III, IV, VIII, IX, X, XI, XIII e XIV do caput deste XI – ausente do serviço nos termos do inciso I do art. 89
artigo.” (NR) da Lei nº 6.843, de 1986, independentemente de qualquer
Art. 13. O art. 6º da Lei Complementar nº 610, de 2013, ressalva;
passa a vigorar com a seguinte redação: XII – afastado, nos termos do § 2º do art. 224 da Lei nº
“Art. 6º Poderá ser atribuída aos servidores referidos 6.843, de 1986;
no art. 1º desta Lei Complementar, que se encontrarem em XIII – preso preventivamente ou em flagrante delito; e
efetivo exercício, nos termos do regulamento, Indenização XIV – preso ou afastado em virtude de decisão judicial.
por Regime Especial de Trabalho Pericial, no percentual de § 5º Não faz jus à indenização de que trata o caput
17,6471% (dezessete inteiros e seis mil, quatrocentos e se‐ deste artigo o servidor que não tenha concluído o curso de
tenta e um décimos de milésimo por cento) do valor do formação profissional para ingresso na carreira.
subsídio da respectiva carreira e nível, fixado na forma do § 6º Nas hipóteses, legalmente admitidas, em que o
Anexo III desta Lei Complementar, a contar de 1º de agosto servidor obtém o direito de ausentar-se de parte da sua
de 2014. jornada diária de trabalho, o pagamento da indenização de
§ 1º A Indenização por Regime Especial de Trabalho que trata o caput deste artigo será proporcional a jornada
Pericial visa compensar o desgaste físico e mental a que efetivamente trabalhada.” (NR)
estão sujeitos os titulares dos cargos de que trata esta Lei Art. 14. O art. 32 da Lei nº 15.156, de 11 de maio de
Complementar em razão da eventual prestação de servi‐ 2010, passa a vigorar com a seguinte redação:
ço em condições adversas de segurança, com risco à vida, “Art. 32. .............................................................................................
disponibilidade para cumprimento de escalas de plantão, ................
horários irregulares, horário noturno e chamados a qual‐ Parágrafo único. Concluído o curso de formação, o ser‐
quer hora e dia. vidor do IGP terá direito a ajuda de custo correspondente
§ 2º A Indenização por Regime Especial de Trabalho Pe‐ à metade do valor estabelecido no inciso I do art. 65 desta
ricial constitui-se em verba de natureza indenizatória e não Lei, por ocasião da primeira lotação após deixar os quadros
se incorpora ao subsídio, aos proventos de aposentadoria da Academia de Perícia, desde que esta ocorra em sede
de qualquer modalidade nem à pensão por morte, sendo diversa da localidade de sua residência de origem.” (NR)
isenta da incidência de contribuição previdenciária. Art. 15. O art. 65 da Lei nº 15.156, de 2010, passa a
§ 3º O valor da Indenização por Regime Especial de vigorar com a seguinte redação:
Trabalho Pericial não constitui base de cálculo de qualquer “Art. 65. .............................................................................................
vantagem. ................
§ 4º Para fins do disposto no caput deste artigo, não I – ao valor correspondente a 50% (cinquenta por cen‐
se considera como de efetivo exercício o período em que to) do respectivo subsídio, quando não possuir dependen‐
o servidor se encontrar afastado a qualquer título, notada‐ tes;
mente nas seguintes situações: II – ao valor correspondente a 75% (setenta e cinco por
I – licenciado, nos casos previstos no art. 62 da Lei nº cento) do respectivo subsídio, quando possuir até 2 (dois)
6.745, de 1985; dependentes expressamente declarados; e
II – afastado, nos termos do art. 18 da Lei nº 6.745, de III – ao valor correspondente ao respectivo subsídio,
1985; quando possuir mais de 2 (dois) dependentes expressa‐
III – ausente, nos termos do art. 59 da Lei nº 6.745, de mente declarados.” (NR)
1985;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 3o Os arts. 266 e 298 do Decreto-Lei no 2.848, de Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que cou‐
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passam a vigorar ber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam,
com a seguinte redação: para realização de ações de interesse público, recursos pú‐
“Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, blicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções
telefônico, informático, telemático ou de informação sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios,
de utilidade pública acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.
Art. 266. ........................................................................ Parágrafo único. A publicidade a que estão submeti‐
§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço das as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos
telemático ou de informação de utilidade pública, ou impe‐ recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem pre‐
de ou dificulta-lhe o restabelecimento. juízo das prestações de contas a que estejam legalmente
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é come‐ obrigadas.
tido por ocasião de calamidade pública.” (NR) Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei desti‐
“Falsificação de documento particular nam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à in‐
Art. 298. ........................................................................ formação e devem ser executados em conformidade com
Falsificação de cartão os princípios básicos da administração pública e com as
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equi‐ seguintes diretrizes:
para-se a documento particular o cartão de crédito ou dé‐ I - observância da publicidade como preceito geral e
bito.” (NR) do sigilo como exceção;
Art. 4o Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 II - divulgação de informações de interesse público, in‐
(cento e vinte) dias de sua publicação oficial. dependentemente de solicitações;
Brasília, 30 de novembro de 2012; 191o da Independên‐ III - utilização de meios de comunicação viabilizados
cia e 124o da República. pela tecnologia da informação;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de trans‐
parência na administração pública;
V - desenvolvimento do controle social da administra‐
LEI 12.527/11 (LEI DE ACESSO À ção pública.
INFORMAÇÃO), Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - informação: dados, processados ou não, que podem
ser utilizados para produção e transmissão de conhecimen‐
to, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
II - documento: unidade de registro de informações,
qualquer que seja o suporte ou formato;
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII
III - informação sigilosa: aquela submetida tempora‐
do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. riamente à restrição de acesso público em razão de sua
216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do
dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio Estado;
de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa
1991; e dá outras providências. natural identificada ou identificável;
V - tratamento da informação: conjunto de ações re‐
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐ ferentes à produção, recepção, classificação, utilização,
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, des‐
CAPÍTULO I tinação ou controle da informação;
DISPOSIÇÕES GERAIS VI - disponibilidade: qualidade da informação que
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamen‐
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem tos ou sistemas autorizados;
observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municí‐ VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha
pios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto sido produzida, expedida, recebida ou modificada por de‐
no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37e terminado indivíduo, equipamento ou sistema;
no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. VIII - integridade: qualidade da informação não modifi‐
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: cada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
I - os órgãos públicos integrantes da administração di‐ IX - primariedade: qualidade da informação coletada
reta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem
de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; modificações.
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à
públicas, as sociedades de economia mista e demais enti‐ informação, que será franqueada, mediante procedimentos
dades controladas direta ou indiretamente pela União, Es‐ objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em lingua‐
tados, Distrito Federal e Municípios. gem de fácil compreensão.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez § 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das in‐
mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigató‐ formações e do cumprimento da legislação aplicável, o ór‐
ria na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigato‐ gão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio
riedade de divulgação, em tempo real, de informações re‐ requerente possa pesquisar a informação de que necessitar.
lativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e § 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar
prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente
de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, pra‐
Art. 9o O acesso a informações públicas será assegu‐ zos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-
rado mediante: lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação.
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos § 5o A informação armazenada em formato digital será
órgãos e entidades do poder público, em local com condi‐ fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente.
ções apropriadas para: § 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a in‐ público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer
formações; outro meio de acesso universal, serão informados ao re‐
b) informar sobre a tramitação de documentos nas querente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se po‐
suas respectivas unidades; derá consultar, obter ou reproduzir a referida informação,
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade
a informações; e pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se
II - realização de audiências ou consultas públicas, in‐ o requerente declarar não dispor de meios para realizar por
centivo à participação popular ou a outras formas de di‐ si mesmo tais procedimentos.
vulgação. Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da infor‐
mação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de
CAPÍTULO III documentos pelo órgão ou entidade pública consultada,
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o va‐
Seção I lor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos
Do Pedido de Acesso materiais utilizados.
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pe‐ previstos no caput todo aquele cuja situação econômica
dido de acesso a informações aos órgãos e entidades re‐ não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio
feridos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29
devendo o pedido conter a identificação do requerente e a de agosto de 1983.
especificação da informação requerida. Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação con‐
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, tida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua
a identificação do requerente não pode conter exigências integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com
que inviabilizem a solicitação. certificação de que esta confere com o original.
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de
viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas
acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja fei‐
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos ta por outro meio que não ponha em risco a conservação
motivos determinantes da solicitação de informações de do documento original.
interesse público. Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
ou conceder o acesso imediato à informação disponível.
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, Seção II
na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que re‐ Dos Recursos
ceber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte)
dias: Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a infor‐
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a mações ou às razões da negativa do acesso, poderá o in‐
consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; teressado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, (dez) dias a contar da sua ciência.
total ou parcial, do acesso pretendido; ou Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade
III - comunicar que não possui a informação, indicar, hierarquicamente superior à que exarou a decisão impug‐
se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que nada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos
ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente po‐
pedido de informação. derá recorrer à Controladoria-Geral da União, que delibe‐
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado rará no prazo de 5 (cinco) dias se:
por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da I - o acesso à informação não classificada como sigilosa
qual será cientificado o requerente. for negado;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão § 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida
ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invo‐
possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divul‐ cada com o intuito de prejudicar processo de apuração de
gação da informação. irregularidades em que o titular das informações estiver
§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da in‐ envolvido, bem como em ações voltadas para a recupera‐
formação, o novo prazo de restrição manterá como termo ção de fatos históricos de maior relevância.
inicial a data da sua produção. § 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou enti‐ para tratamento de informação pessoal.
dade publicará, anualmente, em sítio à disposição na in‐
ternet e destinado à veiculação de dados e informações CAPÍTULO V
administrativas, nos termos de regulamento: DAS RESPONSABILIDADES
I - rol das informações que tenham sido desclassifica‐
das nos últimos 12 (doze) meses; Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam res‐
II - rol de documentos classificados em cada grau de ponsabilidade do agente público ou militar:
sigilo, com identificação para referência futura; I - recusar-se a fornecer informação requerida nos
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pe‐ termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu forneci‐
didos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, mento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta,
bem como informações genéricas sobre os solicitantes. incompleta ou imprecisa;
§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir,
da publicação prevista no caput para consulta pública em inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmen‐
suas sedes. te, informação que se encontre sob sua guarda ou a que
§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das
lista de informações classificadas, acompanhadas da data, atribuições de cargo, emprego ou função pública;
do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação. III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações
de acesso à informação;
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
Seção V
permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informa‐
Das Informações Pessoais
ção pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pes‐
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve
soal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal
ser feito de forma transparente e com respeito à intimida‐
cometido por si ou por outrem;
de, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como
VI - ocultar da revisão de autoridade superior compe‐
às liberdades e garantias individuais.
tente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem,
§ 1o As informações pessoais, a que se refere este ar‐ ou em prejuízo de terceiros; e
tigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documen‐
I - terão seu acesso restrito, independentemente de tos concernentes a possíveis violações de direitos humanos
classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) por parte de agentes do Estado.
anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos § 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla
legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; defesa e do devido processo legal, as condutas descritas
e no caput serão consideradas:
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças
por terceiros diante de previsão legal ou consentimento Armadas, transgressões militares médias ou graves, segun‐
expresso da pessoa a que elas se referirem. do os critérios neles estabelecidos, desde que não tipifica‐
§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que das em lei como crime ou contravenção penal; ou
trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevi‐ II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de de‐
do. zembro de 1990, e suas alterações, infrações administrati‐
§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não vas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão,
será exigido quando as informações forem necessárias: segundo os critérios nela estabelecidos.
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa § 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o mili‐
estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única tar ou agente público responder, também, por improbida‐
e exclusivamente para o tratamento médico; de administrativa, conforme o disposto nas Leis nos 1.079,
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.
evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver
vedada a identificação da pessoa a que as informações se informações em virtude de vínculo de qualquer natureza
referirem; com o poder público e deixar de observar o disposto nesta
III - ao cumprimento de ordem judicial; Lei estará sujeita às seguintes sanções:
IV - à defesa de direitos humanos; ou I - advertência;
V - à proteção do interesse público e geral preponde‐ II - multa;
rante. III - rescisão do vínculo com o poder público;
58
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
IV - suspensão temporária de participar em licitação § 4o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão
e impedimento de contratar com a administração pública Mista de Reavaliação de Informações nos prazos previstos
por prazo não superior a 2 (dois) anos; e no § 3o implicará a desclassificação automática das infor‐
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contra‐ mações.
tar com a administração pública, até que seja promovida § 5o Regulamento disporá sobre a composição, orga‐
a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a nização e funcionamento da Comissão Mista de Reavalia‐
penalidade. ção de Informações, observado o mandato de 2 (dois) anos
§ 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão para seus integrantes e demais disposições desta Lei. (Re‐
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o gulamento)
direito de defesa do interessado, no respectivo processo, Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultan‐
no prazo de 10 (dez) dias. te de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às
§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada normas e recomendações constantes desses instrumentos.
somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segu‐
órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decor‐ rança Institucional da Presidência da República, o Núcleo
rido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV. de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por obje‐
§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de tivos: (Regulamento)
competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou I - promover e propor a regulamentação do credencia‐
entidade pública, facultada a defesa do interessado, no res‐ mento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e
pectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de entidades para tratamento de informações sigilosas; e
vista. II - garantir a segurança de informações sigilosas, in‐
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem clusive aquelas provenientes de países ou organizações in‐
diretamente pelos danos causados em decorrência da di‐ ternacionais com os quais a República Federativa do Brasil
vulgação não autorizada ou utilização indevida de infor‐ tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer outro
mações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apu‐ ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Minis‐
ração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou
tério das Relações Exteriores e dos demais órgãos compe‐
culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
tentes.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a compo‐
pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vín‐
sição, organização e funcionamento do NSC.
culo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12
acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tra‐
de novembro de 1997, em relação à informação de pessoa,
tamento indevido.
física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados
de entidades governamentais ou de caráter público.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão pro‐
ceder à reavaliação das informações classificadas como ul‐
Art. 35. (VETADO). trassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos,
§ 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de contado do termo inicial de vigência desta Lei.
Informações, que decidirá, no âmbito da administração pú‐ § 1o A restrição de acesso a informações, em razão da
blica federal, sobre o tratamento e a classificação de infor‐ reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e
mações sigilosas e terá competência para: condições previstos nesta Lei.
I - requisitar da autoridade que classificar informação § 2o No âmbito da administração pública federal, a rea‐
como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, valiação prevista no caput poderá ser revista, a qualquer
parcial ou integral da informação; tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informa‐
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ções, observados os termos desta Lei.
ou secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa § 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação
interessada, observado o disposto no art. 7o e demais dis‐ previsto no caput, será mantida a classificação da informa‐
positivos desta Lei; e ção nos termos da legislação precedente.
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classifi‐ § 4o As informações classificadas como secretas e ul‐
cada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, trassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput se‐
enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar rão consideradas, automaticamente, de acesso público.
ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da
território nacional ou grave risco às relações internacionais vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou
do País, observado o prazo previsto no § 1o do art. 24. entidade da administração pública federal direta e indireta
§ 2o O prazo referido no inciso III é limitado a uma designará autoridade que lhe seja diretamente subordina‐
única renovação. da para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exer‐
§ 3o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § cer as seguintes atribuições:
1o deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao
a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de docu‐ acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos
mentos ultrassecretos ou secretos. objetivos desta Lei;
59
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envol‐ VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §
vimento desta, a outra autoridade competente para apu‐ 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
ração de informação concernente à prática de crimes ou VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695,
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em de 1998)
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pú‐ VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou altera‐
blica.” ção de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada
Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído
gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, es‐ pela Lei nº 9.695, de 1998)
pecialmente quanto ao disposto no art. 9o e na Seção II do VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma
Capítulo III. de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vul‐
Art. 46. Revogam-se: nerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei
I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e nº 12.978, de 2014)
II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de Parágrafo único. Considera-se também hediondo
1991. o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consuma‐
dias após a data de sua publicação. do. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
60
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
61
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Resposta: Certo
Resposta: Errado
Resposta: Errado
62
NOÇÕES DE LÓGICA
Proposições e Conectivos; Operações Lógicas sobre Proposições; Tabelas Verdade; Tautologias, Contradições e
Contingências; Implicação Lógica; Equivalência Lógica; Álgebra das Proposições; Método Dedutivo.................................. 01
NOÇÕES DE LÓGICA
1
NOÇÕES DE LÓGICA
P ~P F V V
V F F F F
q = 24 é múltiplo de 5 Exemplo:
~q = 24 não é múltiplo de 5
p = 2 é par
q = o céu é rosa
q ~q p ν q = 2 é par ou o céu é rosa
F V
P q pVq
V F V
8. O conectivo e e a conjunção
2
NOÇÕES DE LÓGICA
p = 7 + 5 < 4
q = 2 é um número primo
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo.
P q p→q
F V V
P q p→q
V F F
p = 25 é múltiplo de 2
q = 12 < 3
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3.
P q p→q
F F V
P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V
Exemplo
p = 24 é múltiplo de 3
q = 6 é ímpar
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar.
P q p↔q
V F F
Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀
q), onde p e q são duas proposições simples.
Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo:
3
NOÇÕES DE LÓGICA
d) Valores lógicos de p Λ q
4
NOÇÕES DE LÓGICA
5
NOÇÕES DE LÓGICA
Exemplo
A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será:
1. p e p = p
Ex: André é inocente e inocente = André é inocente
2. p ou p = p
Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cinema
3. p e q = q e p
Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte
6
NOÇÕES DE LÓGICA
É possível que surja alguma dúvida em relação a úl- A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v
tima linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do ~(P ^ ~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria
que foi aprendido: da seguinte forma:
p↔q = (pq) e (qp)
(Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equi- PV
vale a duas condicionais!) P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q)
~(P/\~Q)
Para negar a bicondicional, teremos na verdade que
negar a sua conjunção equivalente. V V F F V V
E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as V F V V F V
duas partes e troca-se o E por OU. Fica para casa a de-
F V F F V V
monstração da negação da bicondicional. Ok?
F F V F V V
Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevan- 2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012)
tes são as seguintes: A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho
da classe ou Jorge é o mais novo da classe” é
1) p e (p ou q) = p A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é mé- mais velho da classe.
dico = Paulo é dentista B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais
novo da classe.
2) p ou (p e q) = p C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o
Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é mé- mais novo da classe.
dico = Paulo é dentista D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o
Por meio das tabelas-verdade estas equivalências po- mais velho da classe.
dem ser facilmente demonstradas. E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais
Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela novo da classe.
seguinte:
p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais
novo da classe.
~p=Pedro não é o mais velho da classe.
~q=Jorge não é o mais novo da classe.
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe
NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS ou Jorge não é o mais novo da classe.
7
NOÇÕES DE LÓGICA
4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo A) a conjunção presente na frase evidencia seu signi-
outro motivo para estar preso, então, a decisão judicial terá ficado.
sido descumprida. B) o significado da frase não leva em conta a dupla
A) Certo negação.
B) Errado C) a implicação presente na frase altera seu significado.
A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente sol- D) o significado da frase não leva em conta a disjunção.
to, se por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu E) a negação presente na frase evidencia seu signifi-
continuar preso sem outro motivo para estar preso, será cado.
descumprida a decisão judicial. ~(~p) é equivalente a p
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar.
5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo RESPOSTA: “B”.
outro motivo para permanecer preso, então, a decisão judi-
cial terá sido descumprida. 9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário -
A) Certo ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, en-
B) Errado tão Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição:
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta.
P = se houver outro motivo B) Paulo estuda e Marta não é atleta.
Q = será solto C) Paulo estuda ou Marta não é atleta.
A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta.
A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta.
Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B”
V+F=F (AB) será da forma:
~(A B) A^ ~B
6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro Ou seja, para negarmos uma proposição composta re-
motivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for presentada por uma condicional, devemos confirmar sua
imediatamente solto, então, ele está preso por outro moti- primeira parte (“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo
vo” são logicamente equivalentes.
conectivo conjunção (“^”) e negarmos sua segunda parte
A) Certo
(“~ B”). Assim, teremos:
B) Errado
RESPOSTA: “B”.
O réu não estiver preso por outro motivo = ~P
10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE-
Deve ser imediatamente solto = S
TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo,
Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia
imediatamente solto=P S
Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está cantar.
preso por outro motivo = ~SP B) Viviane não dançar é condição necessária para Már-
De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A) cia não cantar.
a questão está correta. C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia
cantar.
7. A negação da proposição relativa à decisão judicial D) Viviane não dançar é condição suficiente para Már-
estará corretamente representada por “O réu não deve ser cia cantar.
imediatamente solto, mesmo não estando preso por outro E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia
motivo”. não cantar.
A) Certo
B) Errado Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na
forma de condição suficiente e condição necessária:
“O réu deve ser imediatamente solto, se por outro
motivo não estiver preso” está no texto, assim: “Se Viviane não dança, Márcia não canta”
P = “Por outro motivo não estiver preso”
Q = “O réu deve ser imediatamente solto” 1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição su-
PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q ficiente para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para
P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve essa possibilidade.
ser imediatamente solto”
2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição neces-
8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um sária para Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para
antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfei- essa possibilidade.
çoar seu conhecimento da língua portuguesa. Durante sua Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicio-
estadia em nosso país, ele fica muito intrigado com a frase nal inicial, transformando-a em outra condicional equiva-
“não vou fazer coisa nenhuma”, bastante utilizada em nos- lente, nesse caso utilizaremos o conceito da contrapositiva
sa linguagem coloquial. A dúvida dele surge porque ou contra posição: pq ~q ~p
8
NOÇÕES DE LÓGICA
“Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima,
canta, Viviane dança” ―Q‖ e ―P ® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente
Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane se, ―P‖ for F.
dança” na forma de condição suficiente e condição neces- Resposta: CERTO.
sária, obteremos as seguintes possibilidades: 13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A
1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente proposição [PvQ]Q é uma tautologia.
para Viviane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possi- ( )Certo ( ) Errado
bilidade.
2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária Construindo a tabela-verdade da proposição compos-
para Márcia cantar. ta: [P Ú Q] ® Q, teremos como solução:
RESPOSTA: “C”.
(p^~q)↔(~p
11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012) P Q Pv Q (Pv Q)→Q
v q)
Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é
médica.” A proposição equivalente a esta sentença é V V V V→V V
A) Ana não é professora ou Camila é médica. V F V V→F F
B) Se Ana é médica, então Camila é professora. F V V V→V V
C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
D) Se Ana é professora, então Camila não é médica. F F F F→F V
E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
Existem duas equivalências particulares em relação a P(P;Q) = VFVV
uma condicional do tipo “Se A, então B”. Portanto, essa proposição composta é uma contingência
ou indeterminação lógica.
1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então Resposta: ERRADO.
B” é equivalente a “Se ~B, então ~A”
14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será
for F e P v Q for V, então Q é V.
equivalente a:
( )Certo ( ) Errado
“Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P
2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A,
vQ”, será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes
então B” é equivalente a “~A ou B”
for verdadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será verdadeira, então “Q” será, necessariamente, verdadeira.
equivalente a: Resposta: CERTO.
“Ana não é professora ou Camila é médica.”
Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013)
esta configura no gabarito. P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.
RESPOSTA: “A”. P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz.
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres.
(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consi- P4: Há criminosos livres.
derando que P e Q representem proposições conhecidas e C: Portanto a criminalidade é alta.
que V e F representem, respectivamente, os valores verda- Considerando o argumento apresentado acima, em
deiro e falso, julgue os próximos itens. (374 a 376) que P1, P2, P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, jul-
gue os itens subsequentes. (377 e 378)
12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/
DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições 15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O
Q e P (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P argumento apresentado é um argumento válido.
for F. ( )Certo ( ) Errado
( )Certo ( ) Errado
Observando a tabela-verdade da proposição composta Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3
“P (¬ Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”, temos: e P4 sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, de-
vemos considerar que todas as premissas são, necessaria-
P Q ¬Q P→(¬Q) mente, verdadeiras.
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é
V V F F alta. (V)
V F V V P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos li-
F V F V
vres. (V)
F F V V P4: Há criminosos livres. (V)
9
NOÇÕES DE LÓGICA
Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é ver- Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da
dadeira (V), então a 2ª parte da condicional representada condicional em P1, então, deveremos considerar também
pela premissa P3 será considerada falsa (F). Então, veja: como verdadeira (V), sua 2ª parte, pois uma verdade sem-
pre implica em outra verdade.
Considerando a proposição simples ―a criminalidade
é alta‖ como verdadeira (V), logo a conclusão desse argu-
mento é, de fato, verdadeira (V), o que torna esse argumen-
to válido.
Resposta: CERTO.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
ARGUMENTO
EXEMPLOS:
1. Todos os cariocas são alegres.
Todas as pessoas alegres vão à praia
Todos os cariocas vão à praia.
2. Todos os cientistas são loucos.
Einstein é cientista.
Einstein é louco!
10
NOÇÕES DE LÓGICA
Nestes exemplos temos o famoso silogismo categórico Exemplo: (FCC) Considere que as seguintes afirma-
de forma típica ou simplesmente silogismo. Os silogismos ções são verdadeiras:
são os argumentos que têm somente duas premissas e mais “Toda criança gosta de passear no Metrô de São Pau-
a conclusão, e utilizam os termos: todo, nenhum e algum, lo.”
em sua estrutura. “Existem crianças que são inteligentes.”
Assim sendo, certamente é verdade que:
ANALOGIAS (A) Alguma criança inteligente não gosta de passear
no Metrô de São Paulo.
A analogia é uma das melhores formas para utilizar o (B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô
raciocínio. Nesse tipo de raciocínio usa-se a comparação de de São Paulo é inteligente.
uma situação conhecida com uma desconhecida. Uma ana- (C) Alguma criança não inteligente não gosta de pas-
logia depende de três situações: sear no Metrô de São Paulo.
• os fundamentos precisam ser verdadeiros e impor- (D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de
tantes; São Paulo é inteligente.
• a quantidade de elementos parecidos entre as (E) Toda criança inteligente não gosta de passear no
situações deve ser significativo; Metrô de São Paulo.
• não pode existir conflitos marcantes.
SOLUÇÃO:
INFERÊNCIAS Representando as proposições na forma de conjuntos
(diagramas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos)
A indução está relacionada a diversos casos pequenos teremos:
que chegam a uma conclusão geral. Nesse sentido pode- “Toda criança gosta de passear no Metrô de São Pau-
mos definir também a indução fraca e a indução forte. Essa lo.”
indução forte ocorre quando não existe grandes chances de “Existem crianças que são inteligentes.”
que um caso discorde da premissa geral. Já a fraca refere-se
a falta de sustentabilidade de um conceito ou conclusão.
DEDUÇÕES
EXEMPLO:
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos. Pelo gráfico, observamos claramente que se todas as
Todos os homens têm mãe. crianças gostam de passear no metrô e existem crianças
inteligentes, então alguma criança que gosta de passear
2) O argumento será INDUTIVO quando suas premissas no Metrô de São Paulo é inteligente. Logo, a alternativa
não fornecerem o “apoio completo” para ratificar as conclu- correta é a opção B.
sões. Portanto, nos argumentos indutivos, a conclusão pos-
sui informações que ultrapassam as fornecidas nas premis- CONCLUSÕES
sas. Sendo assim, não se aplica, então, a definição de argu-
mentos válidos ou não válidos para argumentos indutivos. VALIDADE DE UM ARGUMENTO
11
NOÇÕES DE LÓGICA
SOLUÇÃO:
Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver
artigo sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução,
teremos:
I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é
infeliz. = Toda mulher desempregada é infeliz.
II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. =
Toda mulher infeliz vive pouco.
EXERCICIOS:
12
NOÇÕES DE LÓGICA
13
NOÇÕES DE LÓGICA
5. O argumento cujas premissas correspondem às quatro afirmações do jornalista e cuja conclusão é “Pedro não
disputará a eleição presidencial da República” é um argumento válido.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.
Argumento válido é aquele que pode ser concluído a partir das premissas, considerando que as premissas são verda-
deiras então tenho que:
Se João for eleito prefeito ele disputará a presidência;
Se João disputar a presidência então Pedro não vai disputar;
Se João não for eleito prefeito se tornará presidente do partido e não apoiará a candidatura de Pedro à presidência;
Se o presidente do partido não apoiar Pedro ele não disputará a presidência.
Um jovem, visando ganhar um novo smartphone no dia das crianças, apresentou à sua mãe a seguinte argumen-
tação: “Mãe, se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não
ajo como um homem da minha idade. Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade para assumir minhas
responsabilidades, então não tenho um mínimo de maturidade. Se não ajo como um homem da minha idade, sou
tratado como criança. Se não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança. Logo, se sou tratado como
criança, mereço ganhar um novo smartphone no dia das crianças”.
6. A proposição “Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade para assumir minhas responsabilidades,
então não tenho um mínimo de maturidade” é equivalente a “Se eu tenho um mínimo de maturidade, então não
estou há 7 anos na faculdade e tenho capacidade para assumir minhas responsabilidades”.
A) Certo
B) Errado
Resposta: B.
7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e “De-
pendo de mesada”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos, moro
com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha idade”.
A) Certo
B) Errado
14
NOÇÕES DE LÓGICA
Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto
que trata-se da conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.
8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um
mínimo de maturidade, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou
não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade
Diagramas Lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser
usados, é na determinação da quantidade de elementos que apresentam uma determinada característica.
Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18 que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Ba-
seando-se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem
somente carro ou ainda quantas dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que re-
presentam os motoristas de motos e motoristas de carros. Começaremos marcando quantos elementos tem a intersecção
e depois completaremos os outros espaços.
15
NOÇÕES DE LÓGICA
Marcando o valor da intersecção, então iremos subtrain- Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
do esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
B. A partir dos valores reais, é que poderemos responder as Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
perguntas feitas. Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.
16
NOÇÕES DE LÓGICA
do conjunto. Curvas cujos interiores não se cruzam repre- das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou o
sentam conjuntos disjuntos. Duas curvas cujos interiores exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as
se interceptam representam conjuntos que têm elemen- curvas se intersectam de todas as maneiras possíveis. Se,
tos comuns, a zona dentro de ambas as curvas representa além disso, cada uma dessas regiões é conexa e há apenas
o conjunto de elementos comuns a ambos os conjuntos um número finito de pontos de interseção entre as curvas,
(intersecção dos conjuntos). Uma curva que está contido então C é um diagrama de Venn para n conjuntos.
completamente dentro da zona interior de outro represen- Nos casos mais simples, os diagramas são representa-
ta um subconjunto do mesmo. dos por círculos que se encobrem parcialmente. As partes
Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva referidas em um enunciado específico são marcadas com
de diagramas de Euler. Um diagrama de Venn deve con- uma cor diferente. Eventualmente, os círculos são repre-
ter todas as possíveis zonas de sobreposição entre as suas sentados como completamente inseridos dentro de um
curvas, representando todas as combinações de inclusão / retângulo, que representa o conjunto universo daquele
exclusão de seus conjuntos constituintes, mas em um dia- particular contexto (já se buscou a existência de um con-
grama de Euler algumas zonas podem estar faltando. Essa junto universo que pudesse abranger todos os conjuntos
falta foi o que motivou Venn a desenvolver seus diagramas. possíveis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era
Existia a necessidade de criar diagramas em que pudessem impossível). A ideia de conjunto universo é normalmente
ser observadas, por meio de suposição, quaisquer relações atribuída a Lewis Carroll. Do mesmo modo, espaços inter-
entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”. nos comuns a dois ou mais conjuntos representam a sua
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) intersecção, ao passo que a totalidade dos espaços perten-
são largamente utilizados para ensinar a teoria dos con- centes a um ou outro conjunto indistintamente representa
juntos no campo da matemática ou lógica matemática no sua união.
campo da lógica. Eles também podem ser utilizados para John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX,
representar relacionamentos complexos com mais clareza, ampliando e formalizando desenvolvimentos anteriores
já que representa apenas as relações válidas. Em estudos de Leibniz e Euler. E, na década de 1960, eles foram incor-
mais aplicados esses diagramas podem ser utilizados para porados ao currículo escolar de matemática. Embora seja
provar / analisar silogismos que são argumentos lógicos simples construir diagramas de Venn para dois ou três con-
para que se possa deduzir uma conclusão. juntos, surgem dificuldades quando se tenta usá-los para
um número maior. Algumas construções possíveis são de-
Diagramas de Venn vidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos como
Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usa- Além disso, encontram-se em uso outros diagramas simila-
dos em matemática para simbolizar graficamente proprie- res aos de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce
dades, axiomas e problemas relativos aos conjuntos e sua e Karnaugh.
teoria. Os respectivos diagramas consistem de curvas fe-
chadas simples desenhadas sobre um plano, de forma a Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: su-
simbolizar os conjuntos e permitir a representação das re- ponha-se que o conjunto A representa os animais bípedes
lações de pertença entre conjuntos e seus elementos (por e o conjunto B representa os animais capazes de voar. A
exemplo, 4 ∉ {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações área onde os dois círculos se sobrepõem, designada por
de continência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, intersecção A e B ou intersecção A-B, conteria todas as
{1, 3} ⊂ {1, 2, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se to- criaturas que ao mesmo tempo podem voar e têm apenas
cam e estão uma no espaço interno da outra simbolizam duas pernas motoras.
conjuntos que possuem continência; ao passo que o ponto
interno a uma curva representa um elemento pertencente
ao conjunto.
Os diagramas de Venn são construídos com coleções
de curvas fechadas contidas em um plano. O interior des-
sas curvas representa, simbolicamente, a coleção de ele-
mentos do conjunto. De acordo com Clarence Irving Lewis,
o “princípio desses diagramas é que classes (ou conjuntos) Considere-se agora que cada espécie viva está repre-
sejam representadas por regiões, com tal relação entre si sentada por um ponto situado em alguma parte do dia-
que todas as relações lógicas possíveis entre as classes grama. Os humanos e os pinguins seriam marcados dentro
possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o dia- do círculo A, na parte dele que não se sobrepõe com o
grama deixa espaço para qualquer relação possível entre círculo B, já que ambos são bípedes mas não podem voar.
as classes, e a relação dada ou existente pode então ser Os mosquitos, que voam mas têm seis pernas, seriam re-
definida indicando se alguma região em específico é vazia presentados dentro do círculo B e fora da sobreposição. Os
ou não-vazia”. Pode-se escrever uma definição mais formal canários, por sua vez, seriam representados na intersecção
do seguinte modo: Seja C = (C1, C2, ... Cn) uma coleção de A-B, já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal
curvas fechadas simples desenhadas em um plano. C é uma que não fosse bípede nem pudesse voar, como baleias ou
família independente se a região formada por cada uma serpentes, seria marcado por pontos fora dos dois círculos.
17
NOÇÕES DE LÓGICA
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de
áreas distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte 16 formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre os
de cada círculo que pertence a ambos os círculos (onde há animais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das ca-
sobreposição), e as duas áreas que não se sobrepõem, mas racterísticas); tal conjunto seria representado pela união de A e
estão em um círculo ou no outro): B. Já os animais que voam e não possuem duas patas mais os
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A que não voam e possuem duas patas, seriam representados pela
sem sobreposição). diferença simétrica entre A e B. Estes exemplos são mostrados
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B nas imagens a seguir, que incluem também outros dois casos.
sem sobreposição).
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobre-
posição).
- Animais que não possuem duas pernas e não voam
(branco - fora).
Complementar de A em U: AC = U \ A
Complementar de B em U: BC = U \ B
18
NOÇÕES DE LÓGICA
1 2
B
(B C) \ A A = B
A
Proposições Categóricas
19
NOÇÕES DE LÓGICA
3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as (D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verda-
quatro representações possíveis: deira ou falsa.
(E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição ne-
cessariamente verdadeira.
02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC) Con- 07. Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas entre-
siderando “todo livro é instrutivo” como uma proposição vistadas, 100 liam o jornal X, 150 liam o jornal Y, 20 liam os
verdadeira, é correto inferir que: dois jornais e 110 não liam nenhum dos dois jornais. Quantas
(A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição ne- pessoas foram entrevistadas?
cessariamente verdadeira. (A) 220
(B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição neces- (B) 240
sariamente verdadeira. (C) 280
(C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição (D) 300
verdadeira ou falsa. (E) 340
20
NOÇÕES DE LÓGICA
08. Em uma entrevista de mercado, verificou-se que 03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instru-
2.000 pessoas usam os produtos C ou D. O produto D é mentos de corda e S dos que tocam instrumentos de so-
usado por 800 pessoas e 320 pessoas usam os dois produ- pro. Chamemos de F o conjunto dos músicos da Filarmô-
tos ao mesmo tempo. Quantas pessoas usam o produto C? nica. Ao resolver este tipo de problema faça o diagrama,
(A) 1.430 assim você poderá visualizar o problema e sempre comece
(B) 1.450 a preencher os dados de dentro para fora.
(C) 1.500 Passo 1: 60 tocam os dois instrumentos, portanto, após
(D) 1.520 fazermos o diagrama, este número vai no meio.
(E) 1.600 Passo 2:
a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os
09. Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classi- que só tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100
ficado em quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pes- b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180
quisa efetuada num grupo de 120 pessoas de um hospital, Vamos ao diagrama, preenchemos os dados obtidos acima:
constatou-se que 40 delas têm o antígeno A, 35 têm o an-
tígeno B e 14 têm o antígeno AB. Com base nesses dados,
quantas pessoas possuem o antígeno O?
(A) 50 100 60 180
(B) 52
(C) 59
(D) 63
(E) 65
Com o diagrama completamente preenchido, fica fá-
Respostas cil achara as respostas: Quantos músicos desta Filarmônica
01. tocam:
a) instrumentos de sopro ou de corda? Pelos dados do
(A) problema: 100 + 60 + 180 = 340
b) somente um dos dois tipos de instrumento? 100 +
180 = 280
c) instrumentos diferentes dos dois citados? 500 - 340
= 160
(B)
04. Esta questão traz, no enunciado, duas proposições
categóricas:
- Alguns A são R
- Nenhum G é R
(C)
Devemos fazer a representação gráfica de cada uma delas
por círculos para ajudar-nos a obter a resposta correta. Vamos
iniciar pela representação do Nenhum G é R, que é dada por
dois círculos separados, sem nenhum ponto em comum.
(D)
21
NOÇÕES DE LÓGICA
A B
80 20 130 + 110
A B
+ 59
26 14 21
n = 20 + 7 + 8 + 9
n = 44
22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Em 1999 a versão do Slackware pulou de 4.0 para 7.0. Ele conta com um ciclo de desenvolvimento rápido.
Uma jogada de marketing para mostrar que o Slackware A cada seis meses, em média, um novo Fedora é liberado
estava tão atualizado como as outras distribuições. Acontece pelo Fedora Project para a comunidade. A própria comu-
que muitas distribuições tinham versões bem elevadas, e isso nidade em si é uma das mais ativas da internet e o Fedora
podia causar a impressão de que o Slackware estava desa- conta com uma farta ajuda online, mesmo sem oferecer o
tualizado. A demora para lançamento de novas versões do suporte técnico direto da Red Hat.
Slackware também contribuiu para isso. O manuseio de pacotes é feito de forma inteligente
Em 2004 Patrick Volkerding esteve seriamente doente - e automática com a ajuda do YUM que cuida das atua-
com um tipo de infecção, e o desenvolvimento do Slackware lizações e resolve as dependências de todos os pacotes,
tornou-se incerto. baixando o que for necessário ao sistema dos repositórios
Muitos acharam que ele iria morrer. Mas ele melhorou e e gerenciando a instalação. Encontra-se para o fedora todo
retomou o desenvolvimento do Slackware, embora não este- o tipo de aplicações, desde suites de escritório poderosas
ja completamente curado até hoje. como o OpenOffice.org até players de vídeo e de áudio
Em 2005 o ambiente gráfico GNOME foi removido do (MPlayer e Amarok) com execução de quase todos os for-
projeto Slackware, o que desagradou muitos usuários. A jus-
matos conhecidos e também uma generosa coleção de jo-
tificativa de Patrick foi de que leva-se muito tempo para em-
gos, todos instaláveis com alguns simples cliques ou uma
pacotar os binários. Porém, muitas comunidades desenvol-
única linha de comando. “
vem projetos de GNOME para o Slackware. Alguns exemplos
CENTOS
de projetos são: Gnome Slackbuild, Gnome Slacky e Dropline
Gnome. Por isso, Gnome de alta qualidade é o que não falta “CentOS é uma distribuição de classe Enterprise deri-
para o Slackware, apesar de não ser um ambiente nativo. vada de códigos fonte gratuitamente distribuídos pela Red
Em 2007 foi lançada a versão 12.0 do Slackware, uma Hat Enterprise Linux e mantida pelo CentOS Project.
versão inovadora e que de certa forma causou algumas con- A numeração das versões é baseada na numeração do
trovérsias. Foi a primeira versão do Slackware que foi um Red Hat Enterprise Linux. Por exemplo, o CentOS 4 é ba-
pouco contra a sua própria filosofia. Primeiro, porque passou seado no RHEL 4. A diferença básica entre um e outro é o
a montar dispositivos automaticamente, segundo porque fornecimento de suporte pago na aquisição de um RHEL.
alguns pacotes antigos não eram mais compatíveis coma a Funcionalmente, pode-se considerar os sistemas clones.
nova versão devido ao novo GCC 4.1.2. e por último, porque CentOS proporciona um grande acesso aos softwares
foi a primeira versão a vir com a última versão do Kernel (na padrão da indústria, incluindo total compatibilidade com
época). os pacotes de softwares preparados especificamente para
Vale destacar também que a versão 12.0 vem com Com- os sistemas da RHEL. Isso lhe dá o mesmo nível de segu-
piz instalado, mas que por falta de ferramentas gráficas para rança e suporte, através de updates, que outras soluções
configuração, muitos usuários não sabiam como usar. Linux Enterprise, porém sem custo.
Suporta tanto ambientes de servidores para aplicações
KURUMIN de missão crítica quanto ambientes de estações de traba-
Idealizada por Carlos Morimoto, Kurumin foi uma das lho e ainda possui uma versão Live CD.
distribuições mais usadas em território nacional. Original- CentOS possui numerosas vantagens, incluindo: uma
mente baseada no Knoppix, que veio do Debian, esse siste- comunidade ativa e crescente, um rápido desenvolvimen-
ma operacional se destacou por ser um desktop fácil de se to e teste de pacotes, uma extensa rede para downloads,
instalar e agradável de se usar. desenvolvedores acessíveis, múltiplos canais de suporte in-
Sua característica mais marcante são os ícones mágicos, cluindo suporte em português e suporte comercial através
que transformam tarefas relativamente complexas (hoje nem de parceiros.”
tanto) como configurar um modem ou instalar um codec de
vídeo numa experiência NNF (next, next, finish), como no
LINUXMINT
Windows.
A proposta do Linux Mint é ser uma distribuição de
desktop com visual elegante, amigável, confortável de usar
FEDORA
“Fedora é uma das mais populares e estáveis distribui- e bem atualizada.
ções que existem atualmente. Ele era, no começo, um fork A distribuição foi lançada inicialmente como uma va-
para a comunidade, liberado e mantido pela gigante Red Hat riante do Ubuntu que contava com os codecs de mídia já
que, na época, estava fechando seu sistema e concentran- na instalação. A evolução foi rápida e hoje é uma distribui-
do-se no mercado corporativo. Isso significa que, desde o ção completa e bem resolvida, com ferramentas próprias
princípio, o Fedora já contava com o que há de mais moder- de configuração, aplicativo de instalação de pacotes basea-
no em tecnologia de software, assim como também contava do na web, menus personalizados, entre outras caracterís-
com uma das mais competentes e dedicadas equipes em seu ticas únicas e sempre com um visual bem clean e elegante.
desenvolvimento. Se o que você procura é uma distribuição O fundador, líder e principal desenvolvedor da distri-
com poderes de ser um servidor estável, mas com as facili- buição se chama Clement Lefebvre, ele iniciou usando Li-
dades das ferramentas de configuração gráficas, ou se, sim- nux em 1996 (Slackware) e vive na Irlanda.
plesmente, deseja um desktop mais robusto, o Fedora será Algumas razões do sucesso do Linux Mint listados na
a sua melhor escolha. página do projeto são:
3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O comando reboot chama o comando shutdown e ao final deste reinicia o sistema. Após executar os comandos deve-
se aguardar até que o sistema esteja parado (com a mensagem o sistema está parado ou Power down) para então poder
desligar seu computador ou esperar que ele reinicie.
[aluno@ldalcero X11] $
No exemplo acima, como são nomes de diretórios; o parâmetro [-F] adiciona uma barra indicando nome de diretório.
O parâmetro [-l] coloca várias informações sobre o arquivo (permissões, links, dono, grupo, tamanho, data, hora, nome do
arquivo).
Metacaracteres
Existem sinais, chamados metacaracteres, usados para facilitar a utilização de comandos no Linux.
Quando se trabalha com os comandos de manipulação de arquivos, frequentemente é útil empregarmos metacaracte-
res. Estes símbolos – como *, ?, [], {} - são úteis para se referenciar arquivos que possuam características em comum.
Para os exemplos dados nesta seção, será usada a seguinte lista de arquivos:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls
12arquivo 1arquivo 2arquivo arquivo arquivo3 arquivo34 arquivo5arquivo
• O asterisco “*”:
O asterisco é usado para representar “qualquer quantidade de qualquer caractere”. Por exemplo, arquivo* retornaria
todos os arquivos em que o nome iniciasse com “arquivo”. Veja o efeito da utilização prática deste metacaractere.
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo* arquivo arquivo3 arquivo34 arquivo5arquivo
• O Ponto de Interrogação “?”:
O ponto de interrogação é utilizado para representar “um único e qualquer caractere”. Ao digitar ls arquivo?, o usuário
estará pedindo a lista de arquivos cujos nomes são indicados por “arquivo” e terminal com um único caractere qualquer.
Como no exemplo que segue:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo?
arquivo3
Agora digitando ls ??arquivo o resultado seria:
12arquivo
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ln arquivo link
OBS.: Não é possível criar hard links para diretórios, e também é impossível criar links diretos entre sistemas de arquivos.
Links Simbólicos
O link simbólico é como um “atalho” para um arquivo. O ato de se apagar um link simbólico não faz com que o arquivo
original desapareça do sistema, somente o vínculo será apagado.
Existem vários motivos para se criar um link simbólico, dentre eles pode-se destacar:
Quando se deseja criar nomes mais significativos para chamadas a comandos. Existe um exemplo prático na chamada
dos shells tais como csh e sh, que na realidade são links simbólicos para os shells tsch, bash.
Um outro exemplo bastante significativo é com relação aos comandos mtools, tais como o mformat e vários outros,
que nada mais são do que links simbólicos para o comando mtools.
Um outro uso para o comando é como atalho para diretórios com nomes complicados; o que não pode ser feito com
hard links.
O formato do comando para criação de links simbólicos é:
ln -s arquivo link
Observe o exemplo a seguir:
[aluno@ldalcero aluno]$ ln -s /usr/X11R6/ /usr/X11
O comando anterior cria um link /usr/X11 que aponta para o diretório real /usr/X11R6. Desta forma, é possível acessar
este diretório por qualquer caminho.
Como se pode observar, a única diferença nos comandos entre a ligação simbólica e a ligação direta é o parâmetro -s.
Permissões de Arquivos
Este tópico trata do sistema de direitos de acesso a arquivos do Linux, incluindo também informações de como alterar
estes direitos.
Conceitos
O sistema de arquivos do Linux possibilita que sejam atribuídos direitos de acesso diferenciados para os usuários do
sistema. A cada arquivo ou diretório do sistema é associado um proprietário, um grupo e seus respectivos direitos de aces-
so, ou permissões. O método mais simples e comum de verificar estes atributos de um arquivo é através do comando ls,
como exemplificado a seguir:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls -l documento.txt
-rw-r--r-- 4 aluno grupo01 36720 Jun 2 14:25 documento.txt
O dono do arquivo no exemplo citado é o usuário aluno, e o grupo a que está relacionado o arquivo é o grupo01. A pri-
meira informação retornada por esta listagem é um conjunto de caracteres, o qual indica o tipo do arquivo e as permissões
de acesso ao mesmo. O caractere inicial indica o tipo de arquivo, e a tabela abaixo mostra os tipos de arquivos existentes:
- Arquivo regular
d Diretório
l Link simbólico
8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os demais nove caracteres, divididos em três grupos de três caracteres cada, definem as permissões do dono do ar-
quivo, dos membros do grupo a que está relacionado o arquivo e de outros usuários, respectivamente. As permissões de
acesso aos arquivos são representadas pela letras r, w e x, conforme detalhado na tabela abaixo:
Utilizando o chmod
O comando chmod permite que se altere as permissões de um ou mais arquivos. Existem duas notações para se aplicar
o comando: o modo simbólico e o octal. Somente o superusuário ou o dono do arquivo podem executar esta operação.
Veja a sintaxe do comando abaixo: chmod [opções] arquivos
Uma das opções mais usadas no chmod é a opção -R que permite que se altere recursivamente as permissões de ar-
quivos e diretórios.
No modo simbólico, deve ser indicado quem será afetado (u, g, o, a) e qual, ou quais, permissões serão concedidas ou
suprimidas conforme tabelas abaixo.
Notação simbólica do chmod
Símbolo Descrição
g Grupo do arquivo
Operadores
Operador Descrição
- Remove permissão(ões)
A segunda forma de alterar permissões consiste em definir uma seqüência de três algarismos octais. Ela é mais utilizada
quando se deseja alterar permissões. Cada algarismo se refere a um grupo de permissões (u, g, o).
Para facilitar o seu entendimento, associamos um valor decimal com cada permissão, conforme tabela abaixo: Permis-
sões octais
9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para se obter o octal referente às permissões selecionadas, se deve executar uma operação de soma entre elas. Veja
abaixo um exemplo de definição simbólica de permissões:
[aluno@ldalcero aluno]$ chmod u+rw, g+x documento.txt
Neste caso, são concedidas permissões de leitura e gravação ao dono, e execução ao grupo para o arquivo docu-
mento.txt. Exemplo de definição octal de permissões:
[aluno@ldalcero aluno]$ chmod 651 documento.txt
Neste exemplo, será concedida permissão de leitura e gravação ao dono (rw- =4+2 conforme tabela de octais), lei-
tura e execução para o grupo (r-x = 4+1), e execução para qualquer outro (--x = 1).
Utilizando chown
Veja a sintaxe do comando abaixo:
chown [novo_proprietário][:novo_grupo] arquivos
O comando chown permite ao root a alteração do dono e do grupo relacionado ao arquivo, ou arquivos, seleciona-
dos. Em casos especiais o usuário pode alterar o grupo caso ele pertença tanto ao grupo de origem como ao grupo de
destino. Exemplos:
[aluno@ldalcero aluno]$ chown :grupo02 documento.txt
Altera o grupo do arquivo documento.txt para grupo02.
[aluno@ldalcero aluno]$ chown aluno:grupo02 documento.txt
Altera o dono do arquivo documento.txt para aluno e o grupo do mesmo para grupo02.
Contas de Usuário
O Linux é um sistema operacional multiusuário, portanto é necessário que todos os usuários sejam cadastrados e
tenham permissões de acesso diferenciados, É possível também cadastrá-los em grupos para facilitar o gerenciamento.
Neste tópico serão abordados justamente estes aspectos do Linux e os comandos necessários para a administração do
sistema.
Primeiramente será visto como é possível criar os usuários.
Opção Descrição
Define em “dir” qual será o diretório pessoal do usuário. Este será, também,
-d dir
o diretório inicial daquele usuário.
Grupo ou número do grupo inicial, ao qual pertencerá. Na maioria das
-g grupo distribuições Linux é criado por padrão um grupo como mesmo nome do
usuário.
-s shell Informa qual o shell a ser usado no login.
10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
BZIP2
Opção Descrição
O comando bzip2 é usado para a compactação/des-
compactação de arquivos. -c Cria um arquivo tar.
O arquivo original é substituído por um arquivo com-
pactado com a extensão .bz2, mantendo o dono, permis- -r Acrescenta novos arquivos no arquivo tar.
sões e datas de modificação. -x Extrai conteúdo de um arquivo tar.
Caso nenhum arquivo seja especificado, ou se o nome
do arquivo for “-”, a entrada padrão será compactada na -t Gera uma lista dos arquivos.
saída padrão. O formato básico deste comando é indicado Restarua os arquivos no seu modo de
a seguir: -p
permissão original.
bzip2 [opções] arquivos bunzip2 [opções] arquivos.bz2 Usa a hora de extração do arquivo como a
Como primeiro exemplo, o arquivo será compactado: -m
hora da última alteração.
[aluno@ldalcero aluno]$ bzip2 arquivo
No exemplo a seguir, o arquivo será descompactado: -v Modo detalhado.
[aluno@ldalcero aluno]$ bunzip2 arquivo.bz2 Obtém o nome dos arquivos a incluir ou
-T
extrair a partir de “arquivolista”.
Compress Especifica o arquivo a ser usado como
O comando compress é usado para a compactação/ -f
entrada ou saída.
descompactação de arquivos. O arquivo original é substi-
Extrai os arquivos para o diretório
tuído por um arquivo compactado com a extensão .Z, man- -C
especificado.
tendo o dono, permissões e datas de modificação.
Caso nenhum arquivo seja especificado, ou se o nome Compacta/descompacta os arquivos
-z
do arquivo for “-”, a entrada padrão será compactada na através do programa gzip.
saída padrão. O formato básico deste comando é indicado Compacta/descompacta os arquivos
-j
a seguir: através do programa bzip.
compress [opções] arquivos uncompress [opções] ar-
quivos.Z Essas opções podem ser usadas conjuntamente, al-
Como primeiro exemplo, o arquivo será compactado: guns exemplos são mostrados a seguir.
[aluno@ldalcero aluno]$ compress arquivo Exemplos:
No exemplo a seguir, o arquivo será descompactado: [aluno@ldalcero aluno]$ tar -cvf /dev/fd0 /home
[aluno@ldalcero aluno]$ compress arquivo.Z Grava os arquivos do diretório /home para um dis-
quete.
ZIP [aluno@ldalcero aluno]$ tar -xvpf arquivo.tar
O comando zip é usado para a compactação e empa- Extrai todos os arquivos do arquivo arquivo.tar, man-
cotamento de arquivos. Ele é compatível com o pkzip e si- tendo as permissões originais.
milares.
O programa é útil para empacotamento de uma série Instalação de Aplicativos
de arquivos para distribuição, para arquivamento e para
Neste tópico serão mostrados meios de atualizar o sis-
economizar espaço em disco temporariamente, compac-
tema, instalar novos pacotes e gerenciar os pacotes que já
tando arquivos e diretórios sem uso. Veja a seguir a sintaxe
do comando: estão instalados no sistema.
zip [opções] arquivo_zip arquivos
Como primeiro exemplo, os arquivos do diretório cor- Gerenciamento de Pacotes RPM
rente serão compactados e empacotados e colocados no Esta seção aborda o RPM, que é um poderoso ge-
arquivo: renciador de pacotes. Após sua conclusão, o aluno estará
[aluno@ldalcero aluno]$ zip arquivo * apto a instalar, verificar, atualizar e desinstalar pacotes de
No exemplo a seguir, o arquivo será descompactado e softwares.
desempacotado:
[aluno@ldalcero aluno]$ unzip arquivo Conceitos Básicos
O comando tar O RPM disponibiliza uma série de implementações
Permite copiar arquivos e depois restaurá-los, para que facilitam a manutenção do sistema. A instalação, de-
efeito de backup de segurança e/ou transporte de dados sinstalação e atualização de um programa que esteja no
através de um meio físico. Pode ser utilizado em máquinas formato de um pacote RPM podem ser feitas através de
diferentes, pois é padrão no ambiente UNIX. Também per- um único comando, sendo que o gerenciador cuidará de
mite realizar cópias multivolume. Veja a sintaxe: todos os detalhes necessários ao processo.
tar [opções] arquivos Para desenvolvedores, o RPM permite manter fontes e
O comando tar permite que se crie, atualize ou recupe- binários e suas atualizações separadamente, empacotando
re backups do sistema segundo as opções. -os de forma configurável para os usuários.
A tabela a seguir mostra as principais opções do co-
mando tar.
13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Win- Tela sensível ao toque
dows Mail e Windows O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensí-
Calendar foram substituídos pelas suas respectivas vel ao toque com opção a multitoque, recurso difundido
contrapartes do Windows Live, com a perda de algumas pelo iPhone.
funcionalidades. O Windows 7, assim como o Windows O recurso multitoque percebe o toque em diversos
Vista, estará disponível em cinco diferentes edições, po- pontos da tela ao mesmo tempo, assim tornando possível
rém apenas o Home Premium, Professional e Ultimate se- dimensionar uma imagem arrastando simultaneamente
rão vendidos na maioria dos países, restando outras duas duas pontas da imagem na tela.
edições que se concentram em outros mercados, como O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de apli-
mercados de empresas ou só para países em desenvol- cativos e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface
vimento. Cada edição inclui recursos e limitações, sendo Collage é um aplicativo para organizar e redimensionar
que só o Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a fotos. Nele é possível montar slide show de fotos e criar
Microsoft, os recursos para todas as edições do Windows papeis de parede personalizados. Essas funções não são
7 são armazenadas no computador. novidades, mas por serem feitas para usar uma tela sensí-
Um dos principais objetivos da Microsoft com este vel a múltiplos toques as tornam novidades.
novo Windows é proporcionar uma melhor interação e
integração do sistema com o usuário, tendo uma maior
otimização dos recursos do Windows 7, como maior auto-
nomia e menor consumo de energia, voltado a profissio-
nais ou usuários de internet que precisam interagir com
clientes e familiares com facilidade, sincronizando e com-
partilhando facilmente arquivos e diretórios.
Recursos
Segundo o site da própria Microsoft, os recursos
encontrados no Windows 7 são fruto das novas neces-
sidades encontradas pelos usuários. Muitos vêm de seu
antecessor, Windows Vista, mas existem novas funciona-
lidades exclusivas, feitas para facilitar a utilização e me-
lhorar o desempenho do SO (Sistema Operacional) no
computador.
Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela
versões do Windows, não terá que jogar todo o conheci- sensível ao toque.
mento fora. Apenas vai se adaptar aos novos caminhos e
aprender “novos truques” enquanto isso. Lista de Atalhos
Tarefas Cotidianas Novidade desta nova versão, agora você pode abrir
Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia diretamente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir
se tornou comum. Não precisamos mais estar em alguma o programa que você utilizou. Digamos que você estava
empresa enorme para precisar sempre de um computa- editando um relatório em seu editor de texto e precisou
dor perto de nós. O Windows 7 vem com ferramentas e
fechá-lo por algum motivo. Quando quiser voltar a traba-
funções para te ajudar em tarefas comuns do cotidiano.
lhar nele, basta clicar com o botão direito sob o ícone do
editor e o arquivo estará entre os recentes.
Grupo Doméstico
Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se
Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais
preocupar em procurar o arquivo, você pula uma etapa e
computadores em sua casa. Permitir a comunicação en-
vai diretamente para a informação, ganhando tempo.
tre várias estações vai te poupar de ter que ir fisicamente
aonde a outra máquina está para recuperar uma foto di-
gital armazenada apenas nele.
Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica sim-
plificada e segura. Você decide o que compartilhar e qual
os privilégios que os outros terão ao acessar a informação,
se é apenas de visualização, de edição e etc.
17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere importan- Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras
te. Se a edição de um determinado documento é constante, vale em seu nome.
a pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto que a lista de recentes se
modifica conforme você abre e fecha novos documentos. Windows Explorer
O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena
Snap parte do total disponível.
Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acio-
ver várias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recur- nado automaticamente quando você navega pelas pastas
so de Snap, você pode posicioná-las de um jeito prático e do seu computador – você encontrará uma busca mais
divertido. Basta apenas clicar e arrastá-las pelas bordas da abrangente.
tela para obter diferentes posicionamentos. Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a compa- se fazer uma busca é necessário abrir a ferramenta de bus-
ração de janelas. Por exemplo, jogue uma para a esquerda e a ca. No 7, precisamos apenas digitar os termos na caixa de
outra na direita. Ambas ficaram abertas e dividindo igualmente o busca, que fica no canto superior direito.
espaço pela tela, permitindo que você as veja ao mesmo tempo.
Windows Search
O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e esten-
dido. Podemos fazer buscas mais simples e específicas direta-
mente do menu iniciar, mas foi mantida e melhorada a busca
enquanto você navega pelas pastas.
Menu iniciar
As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do menu ini-
ciar. É útil quando você necessita procurar, por exemplo, pelo atalho
de inicialização de algum programa ou arquivo de modo rápido.
“Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do
Windows Search, a pesquisa do menu início não olha apenas Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce;
aos nomes de pastas e arquivos. Windows 7 Bible, pg 774).
Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e propriedades
também” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770). A busca não se limita a digitação de palavras. Você
Os resultados são mostrados enquanto você digita e são pode aplicar filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas,
divididos em categorias, para facilitar sua visualização. todas as canções do gênero Rock. Existem outros, como
Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua busca data, tamanho e tipo. Dependendo do arquivo que você
pode ser dividido. procura, podem existir outras classificações disponíveis.
· Programas Imagine que todo arquivo de texto sem seu computa-
· Painel de Controle dor possui um autor. Se você está buscando por arquivos
· Documentos de texto, pode ter a opção de filtrar por autores.
· Música Você observará que o Windows Explorer traz a janela
· Arquivos dividida em duas partes.
18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Fonte: http://ead.go.gov.br/ficead/mod/book/tool/
print/index.php?id=53&chapterid=56
Gadgets
As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista,
mas eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar
em qualquer local do desktop.
Servem para deixar sua área de trabalho com ele-
mentos sortidos, desde coisas úteis – como uma pequena
agenda – até as de gosto mais duvidosas – como uma que
mostra o símbolo do Corinthians. Fica a critério do usuário
o que e como utilizar.
O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir
necessidade, pode baixar ainda mais opções da internet.
19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Personalização
Você pode adicionar recursos ao seu computador alte-
rando o tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de tra-
balho, a proteção de tela, o tamanho da fonte e a imagem da
conta de usuário. Você pode também selecionar “gadgets”
específicos para sua área de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na área
de trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da janela
sons e, às vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é
um visual premium dessa versão do Windows, apresentan-
do um design como o vidro transparente com animações de
janela, um novo menu Iniciar, uma nova barra de tarefas e
novas cores de borda de janela. Use o tema inteiro ou crie
seu próprio tema personalizado alterando as imagens, cores
e sons individualmente. Você também pode localizar mais
temas online no site do Windows. Você também pode alte-
rar os sons emitidos pelo computador quando, por exemplo,
você recebe um e-mail, inicia o Windows ou desliga o com-
Gadgets de calendário e relógio. putador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de papel
Temas de parede, é uma imagem, cor ou design na área de trabalho
Como nem sempre há tempo de modificar e deixar to- que cria um fundo para as janelas abertas. Você pode escolher
das as configurações exatamente do seu gosto, o Windows uma imagem para ser seu plano de fundo de área de trabalho
7 disponibiliza temas, que mudam consideravelmente os ou pode exibir uma apresentação de slides de imagens. Tam-
aspectos gráficos, como em papéis de parede e cores. bém pode ser usada uma proteção de tela onde uma imagem
ou animação aparece em sua tela quando você não utiliza o
ClearType mouse ou o teclado por determinado período de tempo. Você
“Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes pare- pode escolher uma variedade de proteções de tela do Windo-
cerem mais claras e suaves no monitor. É particularmente ws. Aumentando o tamanho da fonte você pode tornar o tex-
efetivo para monitores LCD, mas também tem algum efeito to, os ícones e outros itens da tela mais fáceis de ver. Também
nos antigos modelos CRT(monitores de tubo). O Windows é possível reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada,
7 dá suporte a esta tecnologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bib- para diminuir o tamanho do texto e outros itens na tela para
le, pg 163, tradução nossa). que caibam mais informações na tela.
Outro recurso de personalização é colocar imagem de
Novas possibilidades conta de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um
Os novos recursos do Windows 7 abrem, por si só, no- computador. A imagem é exibida na tela de boas vindas e
vas possibilidades de configuração, maior facilidade na na- no menu Iniciar. Você pode alterar a imagem da sua conta
vega, dentre outros pontos. Por enquanto, essas novidades de usuário para uma das imagens incluídas no Windows ou
foram diretamente aplicadas no computador em uso, mas usar sua própria imagem. E para finalizar você pode adicionar
no 7 podemos também interagir com outros dispositivos. “gadgets” de área de trabalho, que são miniprogramas per-
sonalizáveis que podem exibir continuamente informações
Reproduzir em atualizadas como a apresentação de slides de imagens ou
Permitindo acessando de outros equipamentos a um contatos, sem a necessidade de abrir uma nova janela.
computador com o Windows 7, é possível que eles se co-
muniquem e seja possível tocar, por exemplo, num apare- Aplicativos novos
lho de som as músicas que você tem no HD de seu com- Uma das principais características do mundo Linux é suas
putador. versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário não
É apenas necessário que o aparelho seja compatível precisa ficar baixando arquivos após instalar o sistema, o que
com o Windows 7 – geralmente indicado com um logotipo não ocorre com as versões Windows.
“Compatível com o Windows 7”. O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora exis-
Streaming de mídia remoto te uma serie de aplicativos juntos com o Windows 7, para
Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do que o usuário não precisa baixar programas para atividades
computador para outros lugares da casa. Se quiser levar básicas.
para fora dela, uma opção é o Streaming de mídia remoto. Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desk-
Com este novo recurso, dois computadores rodando top e também suportar entrada por caneta e toque.
Windows 7 podem compartilhar músicas através do Win- No Math Input Center, utilizando recursos multitoque,
dows Media Player 12. É necessário que ambos estejam as- equações matemáticas escritas na tela são convertidas em
sociados com um ID online, como a do Windows Live. texto, para poder adicioná-la em um processador de texto.
20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WordPad remodelado
Requisitos
Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve
em relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de
Aplicativo de copiar tela (botão print screen). hardware (peças) relativamente boa, para que seja utilizado
sem problemas de desempenho.
O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferra- Esta é a configuração mínima:
mentas e design melhorado, ganhou menus e ferramentas · Processador de 1 GHz (32-bit)
que parecem do Office 2007. · Memória (RAM) de 1 GB
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de
memória (sem Windows Aero)
Paint com novos recursos.
· Espaço requerido de 16GB
O WordPad também foi reformulado, recebeu novo vi-
· DVD-ROM
sual mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas
· Saída de Áudio
ferramentas, assim se tornando um bom editor para quem
não tem o Word 2007.
Se for desejado rodar o sistema sem problemas de len-
A calculadora também sofreu mudanças, agora conta
tidão e ainda usufruir de recursos como o Aero, o reco-
com 2 novos modos, programador e estatístico. No modo
mendado é a seguinte configuração.
programador ela faz cálculos binários e tem opção de álge-
Configuração Recomendada:
bra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos.
· Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits)
Também foi adicionado recurso de conversão de uni- · Memória (RAM) de 2 GB
dades como de pés para metros. · Espaço requerido de disco rígido: 16 GB
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos Di-
rectX 9 com 256 MB de memória (para habilitar o tema do
Windows Aero)
· Unidade de DVD-R/W
· Conexão com a Internet (para obter atualizações)
Atualizar de um SO antigo
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Monitor de desempenho
Apesar de não ser uma exclusividade do 7, é uma fer-
ramenta poderosa para verificar como o sistema está se
portando. Podem-se adicionar contadores (além do que já
existe) para colher ainda mais informações e gerar relatórios.
Monitor de recursos
Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra
informações sobre o uso do processador, da memória, disco Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e
e conexão à rede. também poderá ser encontrada em computadores novos.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas Para abrir a Ajuda e Suporte do Windows, clique no bo-
Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Pro- tão Iniciar e, em seguida, clique em Ajuda e Suporte.
fessional do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam Obter o conteúdo mais recente da Ajuda
facilitar a comunicação entre computadores e até mesmo im- Se você estiver conectado à Internet, verifique se o Centro
pressoras de uma rede corporativa. de Ajuda e Suporte do Windows está configurado como Aju-
Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Do- da Online. A Ajuda Online inclui novos tópicos da Ajuda e as
main Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se versões mais recentes dos tópicos existentes.
enxergarem” e conseguirem se comunicar. O Location Aware Clique no botão Iniciar e em Ajuda e Suporte.
Printing, por sua vez, tem como objetivo tornar muito mais Na barra de ferramentas Ajuda e Suporte do Windows,
fácil o compartilhamento de impressoras. clique em Opções e em Configurações.
Como empresas sempre estão procurando maneiras para se Em Resultados da pesquisa, marque a caixa de sele-
proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz o Encrypting ção Melhorar os resultados de pesquisa usando a Ajuda
File System, que dificulta a violação de dados. Esta versão tam- online (recomendado) e clique em OK. Quando você estiver
bém será encontrada em lojas de varejo ou computadores novos. conectado, as palavras Ajuda Online serão exibidas no canto
Windows 7 Enterprise, apenas para vários inferior direito da janela Ajuda e Suporte.
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma Pesquisar na Ajuda
versão mais voltada para empresas de médio e grande porte, A maneira mais rápida de obter ajuda é digitar uma ou
só poderá ser adquirida com licenciamento para diversas má- duas palavras na caixa de pesquisa. Por exemplo, para obter
quinas. Acumula todas as funcionalidades citadas na edição informações sobre rede sem fio, digite rede sem fio e pres-
Professional e possui recursos mais sofisticados de segurança. sione Enter. Será exibida uma lista de resultados, com os mais
Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela úteis na parte superior. Clique em um dos resultados para ler
criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução o tópico.
de programas não-autorizados. Além disso, há ainda o Bra-
chCache, para turbinar transferência de arquivos grandes e
também o DirectAccess, que dá uma super ajuda com a con-
figuração de redes corporativas.
23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
MS OFFICE
O Microsoft Office é uma suíte de aplicativos para escritório que contém programas como processador de texto,
planilha de cálculo, banco de dados (Também conhecido como DB “Data Base”), apresentação gráfica e gerenciador de
tarefas, de e-mails e contatos.
O Word é o processador de texto do Microsoft Office, sendo o paradigma atual de WYSIWYG. Facilita a criação, o
compartilhamento e a leitura de documentos. Desde a versão 2.0 (1992) já se apresentava como um poderoso editor de
textos que permitia tarefas avançadas de automação de escritório. Com o passar do tempo, se desenvolveu rapidamente
e, atualmente, é o editor mais utilizado pelas grandes empresas e por outros usuários.
O Microsoft Excel faz parte do pacote Microsoft Office da Microsoft e atualmente é o programa de folha de cálculo
mais popular do mercado. As planilhas eletrônicas agilizam muito todas as tarefas que envolvem cálculos e segundo es-
tudos efetuados, são os aplicativos mais utilizados nos escritórios do mundo inteiro.
O Microsoft PowerPoint é uma aplicação que permite o design de apresentações para empresas, apresentações esco-
lares..., sejam estas texto ou gráficas. Tem um vasto conjunto de ferramentas, nomeadamente a inserção de som, imagens,
efeitos automáticos e formatação de vários elementos.
MS WORD
O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a
suíte que domina o mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como Google
Docs e LibreOffice.
Interface
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar
o documento (permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.).
ABAS
Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os
grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Página Inicial, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para
os usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior .
O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.
25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar seu documento em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou
outro dispositivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão salvar no topo da tela. Será aberta uma
tela onde você poderá definir o nome, local e formato de seu arquivo.
Você pode mudar o local do arquivo a ser salvo, bastando clicar no botão “Procurar” e selecionar o local desejado pela
parte esquerda da janela.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No campo nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do documento, como o documento não possui
um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável colocar um nome menor e que se aproxime
do conteúdo de seu texto. Até a versão 2003, os documentos eram salvos no formato .DOC, a partir da versão 2007, os documen-
tos são salvos na versão .DOCX, que não são compatíveis com as versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter
ele compatível com versões anteriores do Word, clique na direita dessa opção e mude para Documento do Word 97-2003.
Na esquerda da janela, localizamos o botão abrir, observe também que ele mostra uma relação de documentos recentes,
nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao clicar em abrir, será necessário
localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.
Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique na aba arquivo e escolha Salvar Como.
Visualização do Documento
Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·. An-
terior a este controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento,
que podem também ser acessados pela Aba Exibição.
27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido, ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visualizar
o documento em várias páginas. E finalizando essa aba temos as formas de exibir os documentos aberto em uma mesma
seção do Word.
Configuração de Documentos
Um dos principais cuidados que se deve ter com seus documentos é em relação à configuração da página.
No Word 2013 a ABA que permite configurar sua página é a ABA Layout da Página.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O grupo “Configurar Página”, permite definir as mar- A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primei-
gens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré- ra opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como
definidos, como também personalizá-las. será uma nova seção do documento, vamos aprender mais
frente como trabalhar com seções.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Números de Linha
É bastante comum em documentos acrescentar nume-
ração nas páginas dos documentos, o Word permite que
você possa fazer facilmente, clicando no botão “Números
de Linhas”.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Word apresenta alguns modelos, mais abaixo temos o seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde termina a se-
item Personalizar Marca D’água. Clique nessa opção. leção. É possível selecionar palavras alternadas. Selecione a
primeira palavra, pressione CTRL e vá selecionando as partes
do texto que deseja modificar.
Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que
qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho
CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o
primeiro grupo na ABA Página Inicial.
Selecionando Textos
Embora seja um processo simples, a seleção de textos é
indispensável para ganho de tempo na edição de seu texto.
Através da seleção de texto podemos mudar a cor, tamanho Observe na imagem que ele traz o texto no formato
e tipo de fonte, etc. HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa mani-
pulá-lo, marque a opção Texto não formatado e clique em OK.
Selecionando pelo Mouse
Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o cur- Localizar e Substituir
sor aponta para a direita. Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela
Ao dar um clique ele seleciona toda a linha temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção
Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo. Substituir.
Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
Podemos também clicar, manter o mouse pressionado e
arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que se o
mouse for solto antes do desejado, é preciso reiniciar o pro-
cesso, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar ao final
da seleção desejada. Podemos também clicar onde começa a
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite substituir em
seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita uma a uma, clicando em substituir, ou pode ser todas de uma
única vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela mesma, porém com outra cor, ou então somente quando escrita
em maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pesquisa;
Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou *ão o
Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonoridade, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras em
inglês.
Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da palavra, não será permitida se as opções usar caractere coringa e se-
melhantes estiverem marcadas.
Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especificado como formatação.
Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar. A caixa de seleção usar caracteres curinga.
Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibilidade de se formatar o texto. No Office 2013 a ABA responsável
pela formatação é a Página Inicial e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.
Formatação de Fonte
A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para formatar
uma palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser formatar somente uma letra
também é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra, tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir
fonte, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo, ao
clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.
Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e sobres-
crito e o botão Maiúsculas e Minúsculas.
32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Marcadores e Numeração
Os marcadores e numeração fazem parte do grupo pa-
rágrafos, mas devido a sua importância, merecem um des-
taque. Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e Nu-
meração.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o restante do documento fica em segundo plano. Tudo o
que for inserido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção se você definiu seções diferentes nas páginas.
Para aplicar números de páginas automaticamente em seu cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome
o cuidado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos
também aplicar cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes
do documento. O cuidado é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.
Data e Hora
O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo
Texto, temos o botão Data e Hora.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemen-
to Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com
o mesmo nome no grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na
janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu
computador. Dependendo do tamanho da sua tela, o botão de cor-
A imagem será inserida no local onde estava seu cur- reções pode aparecer diferente.
sor.
O que será ensinado agora é praticamente igual para
todos os elementos gráficos, que é a manipulação dos ele-
mentos gráficos. Ao inserir a imagem é possível observar Caso você não veja as guias Formatar ou Ferramentas
que a mesma enquanto selecionada possui uma caixa pon- de Imagem, confirme se selecionou uma imagem. Talvez
tilhadas em sua volta, para mover a imagem de local, basta seja necessário clicar duas vezes na imagem para selecioná
clicar sobre ela e arrastar para o local desejado, se precisar -la e abrir a guia Formatar.
redimensionar a imagem, basta clicar em um dos peque- Siga um ou mais destes procedimentos:
nos quadrados em suas extremidades, que são chamados Em Nitidez/Suavização, clique na miniatura desejada.
por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção da As miniaturas à esquerda mostram mais nitidez e à direita,
imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do mais suavização.
texto. Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as Em Brilho/Contraste, clique na miniatura desejada. Mi-
configurações de manipulação da imagem. niaturas à esquerda mostram menos brilho e à direita, mais
brilho. Miniaturas na parte superior mostram menos con-
traste e na parte inferior, mais contraste.
Mova o ponteiro do mouse sobre qualquer uma das
miniaturas para ver a aparência de sua foto antes de clicar
na opção desejada.
Alterar o brilho, contraste ou nitidez de uma imagem Para ajustar qualquer correção, clique em Opções de
Você pode ajustar o brilho relativo de uma imagem, correção de imagem e, em seguida, mova o controle desli-
seu contraste (a diferença entre suas áreas mais escuras zante para nitidez, brilho ou contraste ou insira um número
e mais claras) e como nitidez ou desfocado aparece. Estes na caixa ao lado do controle deslizante.
são também denominados correções de imagem.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Recolorir
Clique duas vezes na imagem que deseja recolorir.
Em Ferramentas de Imagem, clique em Formatar e, no
grupo Ajustar, clique em Cor.
Compactar Imagem
A opção Compactar Imagens permite deixar sua ima-
gem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta
Clique na miniatura desejada. Você pode mover o pon-
opção o Word mostra a seguinte janela:
teiro do mouse sobre qualquer efeito para ver como ficará
sua imagem com esse efeito aplicado antes de clicar no
efeito desejado.
Para usar cores adicionais, incluindo as cores de tema,
cores da guia Padrão ou cores personalizadas, clique em
Mais Variações e, em seguida, clique em Mais Cores. O efei-
to de Recoloração será aplicado usando a cor selecionada.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formas
Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto
Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir
as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as propriedades para modificar a forma.
SmartArt
O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu documento. Basta selecionar o tipo de organograma a ser
trabalhado e clique em OK.
WordArt
Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele
ainda mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt
Selecione um formato de WordArt e clique sobre ele.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt
Um dos grupos é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No
grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar
e Tamanho.
Agora, o Word está no modo de exibição Marcação Simples. Ele marca todas as alterações feitas por qualquer pessoa
no documento e mostra para você onde elas estão, exibindo uma linha ao lado da margem.
O Word mostra um pequeno balão no local em que alguém fez um comentário. Para ver o comentário, clique no res-
pectivo balão.
Para ver as alterações, clique na linha próxima à margem. Isso alterna para o modo de exibição Toda a Marcação do
Word.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Estilos
Os estilos podem ser considerados formatações prontas a serem aplicadas em textos e parágrafos. O Word disponibi-
liza uma grande quantidade de estilos através do grupo estilos.
Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você clicar em seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um estilo
existente, ele aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém se algum texto estiver selecionado o estilo será aplicado somente
ao que foi selecionado.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Título2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado somente no tex-
to, o estilo está aplicado ao parágrafo, na linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do estilo foi somente no que estava
selecionado. Ao clicar no botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas definições de estilos através da opção Conjunto de Estilos.
Podemos também se necessário criarmos nossos próprios estilos. Clique na Faixa do grupo Estilo.
Será mostrado todos os estilos presentes no documento em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem três botões,
o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo, defini que ele será aplicado a parágrafos, que a base de criação
dele foi o estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar um novo parágrafo o próximo será também corpo. Abaixo definir a
formatação a ser aplicada no mesmo. Na parte de baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que o mesmo
está disponível somente a este documento. Ao finalizar clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:
Clique na tabela exibida no documento. Caso seja necessário fazer ajustes, você poderá adicionar colunas e linhas em
uma tabela, excluir linhas ou colunas ou mesclar células.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.
Use as Ferramentas de Tabela para escolher diferentes cores, estilos de tabela, adicionar uma borda a uma página ou
remover bordas de uma tabela. Você pode até mesmo inserir uma fórmula para fornecer a soma de uma coluna ou linha
de números em uma tabela.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabe- Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso cria co-
la, o Word pode convertê-lo em uma tabela. lunas muito estreitas que são expandidas conforme você
Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamen- adiciona conteúdo.
tos de largura personalizada Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará au-
Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as tomaticamente a largura de toda a tabela para ajustar-se
colunas, use o comando Inserir Tabela. ao tamanho de seu documento. Se quiser que as tabelas
criadas tenham uma aparência semelhante à da tabela que
você está criando, marque a caixa Lembrar dimensões para
novas tabelas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferramentas de Tabela, clique em Borracha e clique na linha que você
quer apagar.
ABA Revisão
A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.
O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.
O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu documento em busca de erros. Os de ortografia ele marca em ver-
melho e os de gramática em verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para verificação na impressão
sairá com as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:
Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa parte do texto.
Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela aparecer em qualquer parte do texto.
Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao dicionário do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em outro texto ela
não será grafada como errada. Esta opção deve ser utilizada quando palavras que existam, mas que ainda não façam parte
do Word.
Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por uma palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou se você a
corrigiu no quadro superior.
Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras que estejam da mesma forma no texto.
47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você pode acessar esse comando rapidamente, adicionando-o à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Para isso,
clique com o botão direito do mouse em Ortografia e Gramática e, em seguida, clique em Adicionar à Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido, no menu de atalho.
Quando o programa encontra erros de ortografia, uma caixa de diálogo ou painel de tarefas é exibido mostrando a
primeira palavra incorreta encontrada pelo verificador ortográfico.
Depois que solucionar cada palavra incorreta, o programa sinalizará a próxima palavra incorreta para que você possa
decidir o que fazer.
Apenas no Outlook ou no Word, quando o programa conclui a sinalização de erros ortográficos, ele mostra os erros
gramaticais. Para cada erro, clique em uma opção na caixa de diálogo Ortografia e Gramática.
Clique com o botão direito do mouse em uma palavra escrita incorretamente para ver as sugestões de correção.
Dependendo do programa do Microsoft Office que você está usando, clique com o botão direito do mouse em uma
palavra para obter outras opções, como adicionar a palavra ao dicionário personalizado.
Como funciona a verificação gramatical automática (aplica-se somente ao Outlook e ao Word)
Após ativar a verificação gramatical automática, o Word e o Outlook sinalizam os possíveis erros gramaticais e estilís-
ticos à medida que você trabalha nos documentos do Word e em itens abertos do Outlook (exceto Anotações), conforme
mostrado no exemplo a seguir.
49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Insira os dados
Clique em uma célula vazia.
Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As cé-
lulas são referenciadas por sua localização na linha e na
coluna da planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira
linha da coluna A.
Inserir texto ou números na célula.
Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula se-
guinte.
50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A AutoSoma soma os números e mostra o resultado na Caso você não veja o formato de número que está pro-
célula selecionada. curando, clique em Mais Formatos de Número.
51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique em OK.
52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Siga um destes procedimentos: Definir uma coluna com uma largura específica
Para localizar texto ou números, clique em Localizar
Tudo ou Localizar Próxima. Selecione as colunas a serem alteradas.
DICA: Quando você clicar em Localizar Tudo, todas as Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
ocorrências do critério que você estiver pesquisando serão matar.
listadas, e você poderá ir para uma célula clicando nela na
lista. Você pode classificar os resultados de uma pesqui-
sa Localizar Tudo clicando em um título de coluna.
Para substituir texto ou números, digite os caracteres
de substituição na caixa Substituir por (ou deixe essa caixa
em branco para substituir os caracteres por nada) e clique
em Localizar ou Localizar Tudo.
Em Tamanho da Célula, clique em Largura da Coluna.
OBSERVAÇÃO: Se a caixa Substituir por não estiver dis-
Na caixa Largura da coluna, digite o valor desejado.
ponível, clique na guia Substituir.
Clique em OK.
Se necessário, você poderá cancelar uma pesquisa em
DICA: Para definir rapidamente a largura de uma única
andamento pressionando ESC.
coluna, clique com o botão direito do mouse na coluna
Para substituir a ocorrência realçada ou todas as ocor- selecionada, clique em Largura da Coluna, digite o valor
rências dos caracteres encontrados, clique em Substi- desejado e clique em OK.
tuir ou Substituir tudo. Alterar a largura da coluna para ajustá-la automatica-
DICA: O Microsoft Excel salva as opções de formatação mente ao conteúdo (AutoAjuste)
que você define. Se você pesquisar dados na planilha nova- Selecione as colunas a serem alteradas.
mente e não conseguir encontrar caracteres que você sabe Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
que estão lá, poderá ser necessário limpar as opções de matar.
formatação da pesquisa anterior. Na caixa de diálogo Loca-
lizar e Substituir, clique na guia Localizar e depois em Op-
ções para exibir as opções de formatação. Clique na seta
ao lado de Formato e clique em Limpar ‘Localizar formato’.
54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para alterar a altura da linha a fim de ajustá-la ao con- Na caixa Símbolo, clique no símbolo de moeda dese-
teúdo, clique duas vezes no limite abaixo do título da linha. jado.
OBSERVAÇÃO: Se desejar exibir um valor monetário
Formatar números como moeda no Excel sem um símbolo de moeda, clique em Nenhum.
Para exibir números como valores monetários, forma- Na caixa Casas decimais, insira o número de casas de-
te-os como moeda. Para fazer isso, aplique o formato de cimais desejadas para o número.
número Moeda ou Contábil às células que deseja formatar. Por exemplo, para exibir R$138.691 em vez de colo-
As opções de formatação de número estão disponíveis na car R$ 138.690,63 na célula, insira 0 na caixa Casas deci-
guia Página Inicial, no grupo Número. mais. Conforme você faz alterações, preste atenção ao nú-
56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
mero na caixa Amostra. Ela mostra como a alteração das casas decimais afetará a exibição de um número.
Na caixa Números negativos selecione o estilo de exibição que você deseja usar para números negativos.
Se não quiser usar as opções existentes para exibir números negativos, você pode criar seu próprio formato de número.
OBSERVAÇÃO: A caixa Números negativos não está disponível para o formato de número Contábil. O motivo disso é
que constitui prática contábil padrão mostrar números negativos entre parênteses.
Para fechar a caixa de diálogo Formatar Células, clique em OK.
Se o Excel exibir ##### em uma célula depois que você aplicar formatação de moeda em seus dados, isso significará
que talvez a célula não seja suficientemente larga para exibir os dados. Para expandir a largura da coluna, clique duas vezes
no limite direito da coluna que contém as células com o erro #####. Esse procedimento redimensiona automaticamente a
coluna para se ajustar ao número. Você também pode arrastar o limite direito até que as colunas fiquem com o tamanho
desejado.
Operadores e Funções
A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais
complexos e vários valores. Existem funções para os cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos. Por exemplo, na fun-
ção: =SOMA (A1:A10) seria o mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que com a função o processo
passa a ser mais fácil. Ainda conforme o exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar um cálculo com sinal
de igual (=) e usa-se nos cálculos a referência de células (A1) e não somente valores.
A quantidade de argumentos empregados em uma função depende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos
podem ser números, textos, valores lógicos, referências, etc...
Operadores
Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:
57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Pressione Enter.
Para adicionar valores rapidamente, você pode usar a AutoSoma em vez de inserir a fórmula manualmente (guia Página
Inicial, grupo Edição ).
Você também pode usar funções (como a função SOMA) para calcular os valores em sua planilha.
Para avançar mais uma etapa, você pode usar as referências de célula e nomes em vez dos valores reais em uma fórmula
simples.
Exemplos
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas mos-
trarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas para ver
todos os dados.
Dados
2
5
Fórmula Descrição Resultado
‘=A2+A3 Adiciona os valores nas células A1 e A2 =A2+A3
‘=A2-A3 Subtrai o valor na célula A2 do valor em A1 =A2-A3
‘=A2/A3 Divide o valor na célula A1 pelo valor em A2 =A2/A3
‘=A2*A3 Multiplica o valor na célula A1 pelo valor em A2 =A2*A3
Eleva o valor na célula A1 ao valor exponencial especificado
‘=A2^A3 =A2^A3
em A2
Fórmula Descrição Resultado
‘=5+2 Adiciona 5 e 2 =5+2
‘=5-2 Subtrai 2 de 5 =5-2
‘=5/2 Divide 5 por 2 =5/2
‘=5*2 Multiplica 5 vezes 2 =5*2
‘=5^2 Eleva 5 à segunda potência =5^2
1. A primeira referência de célula é B3, a cor é azul e o intervalo de células tem uma borda azul com cantos quadrados.
2. A segunda referência de célula é C3, a cor é verde e o intervalo de célula tem uma borda verde com cantos quadrados.
OBSERVAÇÃO : Se não houver um canto quadrado em uma borda codificada por cor, significa que a referência está relacio-
nada a um intervalo nomeado.
Pressione Enter.
DICA : Você também pode inserir uma referência a um intervalo ou célula nomeada.
58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas mostra-
rem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas para ver todos
os dados. Use o comando Definir Nome (guia Formulas, grupo Nomes Definidos) para definir “Ativos” (B2:B4) e “Passivos” (C2:C4).
Se você estiver familiarizado com as categorias de função, também poderá selecionar uma categoria.
Se você não tiver certeza de qual função usar, poderá digitar uma pergunta que descreva o que deseja fazer, na cai-
xa Procure por uma função (por exemplo, “adicionar números” retorna a função SOMA).
Na caixa Selecione uma função, selecione a função que deseja utilizar e clique em OK.
Nas caixas de argumento que forem exibidas para a função selecionada, insira os valores, as cadeias de caracteres de
texto ou referências de célula desejadas.
Em vez de digitar as referências de célula, você também pode selecionar as células que deseja referenciar. Clique em
para expandir novamente a caixa de diálogo.
Depois de concluir os argumentos para a fórmula, clique em OK.
DICA : Se você usar funções frequentemente, poderá inserir suas fórmulas diretamente na planilha. Depois de digitar
o sinal de igual (=) e o nome da função, poderá obter informações sobre a sintaxe da fórmula e os argumentos da função
pressionando F1.
59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exemplos
Copie a tabela para a célula A1 em uma planilha em branco no Excel para trabalhar com esses exemplos de fórmulas
que usam funções.
Dados
5 4
2 6
3 8
7 1
Fórmula Descrição Resultado
‘=SOMA(A:A) Adiciona todos os números na coluna A =SOMA(A:A)
Calcula a média de todos os números no intervalo
‘=MÉDIA(A1:B4) =MÉDIA(A1:B4)
A1:B4
Função Soma
A função soma , uma das funções matemáticas e trigonométricas, adiciona os valores. Você pode adicionar valores
individuais, referências de células ou intervalos ou uma mistura de todos os três.
Sintaxe: SOMA(número1,[número2],...)
Por exemplo:
=SOMA(A2:A10)
= SOMA(A2:A10, C2:C10)
Barra de Status
Esta é a barra de Status e exibe as informações sobre tudo o que você selecionou, se você tiver uma única célula ou
várias células. Se você com o botão direito na barra de Status de uma caixa de diálogo do recurso será pop-out exibindo
todas as opções que você pode selecionar. Observe que ele também exibe valores para o intervalo selecionado se você
tiver esses atributos marcados.
60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Usando o Assistente de AutoSoma quando terminar. Guia de função Intellisense: a soma (Nú-
A maneira mais fácil de adicionar uma fórmula de soma mero1, [núm2]) flutuantes marca abaixo a função é o guia
à sua planilha é usar o Assistente de AutoSoma. Selecione de Intellisense. Se você clicar no nome de função ou soma,
uma célula vazia diretamente acima ou abaixo do intervalo ele se transformará em um hiperlink azul, que o levará para o
que você quer somar e nas guias página inicial ou fórmula na tópico de ajuda para essa função. Se você clicar nos elemen-
faixa de opções, pressione AutoSoma > soma. O Assistente tos de função individual, as peças representantes na fórmula
de AutoSoma automaticamente detecta o intervalo para ser serão realçadas. Nesse caso somente B2: B5 seria realçadas
somados e criar a fórmula para você. Ele também pode tra- como há apenas uma referência numérica nesta fórmula. A
balhar horizontalmente se você selecionar uma célula para a marca de Intellisense será exibido para qualquer função.
esquerda ou à direita do intervalo a serem somados.
Exemplo 3 – AutoSoma horizontalmente
61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
62
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
SOMA com referências de célula individuais versus in- Você pode fazer isso muito mais fácil com um 3D ou
tervalos soma 3 dimensionais:
Usando uma fórmula como:
=SOMA(A1,A2,A3,B1,B2,B3)
É igualmente erro sujeitos ao inserir ou excluir linhas
dentro do intervalo referenciada pelas mesmas razões. É
muito melhor usar intervalos individuais, como:
=SOMA(A1:A3,B1:B3)
Qual será atualizada ao adicionar ou excluir linhas.
Usando operadores matemáticos com soma
Digamos que você deseja aplicar uma porcentagem de
desconto para um intervalo de células que você já soma- = SOMA(Sheet1:Sheet3! A1)
dos. Qual somará a célula A1 em todas as planilhas da planilha
1 para a planilha 3.
Isso é especialmente útil em situações em que você tem
uma única folha para cada mês (janeiro a dezembro) e você
precisa total-las em uma planilha de reSOMAo.
= SOMA(January:December! A2)
Qual somará célula A2 em cada planilha de janeiro a de-
zembro.
Observação: se suas planilhas tem espaços em seus no-
mes, como “Janeiro vendas”, então você precisa usar um
apóstrofo ao fazer referência os nomes de planilha em uma
fórmula:
= SOMA(‘January Sales:December Sales’! A2)
SOMA com outras funções
= SOMA(A2:A14) *-25% Absolutamente, você pode usar soma com outras fun-
Resultará em 25% do intervalo somado, entretanto, ções. Aqui está um exemplo que cria um cálculo da média
que rígido códigos a 25% da fórmula, e pode ser difícil mensal:
encontrar mais tarde se precisar alterá-lo. É muito melhor
colocar os 25% em uma célula e referenciando que em vez
disso, onde ele está check-out em Abrir e facilmente alte-
rados, assim:
= SOMA(A2:A14) * E2
Dividir em vez de multiplicar você simplesmente subs-
titua a “*” com “/”: = SOMA(A2:A14)/E2
Adicionando ou retirando de uma soma
i. você pode facilmente adicionar ou subtrair de uma =SOMA(A2:L2)/COUNTA(A2:L2)
soma usando + ou - assim: Que usa a soma de A2:L2 dividido pela contagem de célu-
= SOMA(A1:A10) + E2 las não vazias em A2:L2 (maio a dezembro estão em branco).
= SOMA(A1:A10)-E2 Função SE
A função SE é uma das funções mais populares do Excel e
SOMA 3D permite que você faça comparações lógicas entre um valor e
Às vezes você precisa somar uma determinada célula aquilo que você espera. Em sua forma mais simples, a função
em várias planilhas. Pode ser tentador clique em cada pla- SE diz:
nilha e a célula desejada e use apenas «+» para adicionar a SE(Algo for Verdadeiro, faça tal coisa, caso contrário, faça
célula valores, mas que é entediante e pode ser propensa, outra coisa)
muito mais assim que apenas tentando construir uma fór- Portanto, uma instrução SE pode ter dois resultados. O
mula que faz referência apenas uma única folha. primeiro resultado é se a comparação for Verdadeira, o se-
i = Planilha1! A1 + Plan2! A1 + Planilha3! A1 gundo se a comparação for Falsa.
63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
=SE(C2=”Sim”;1,2)
No exemplo acima, a célula D2 diz: SE(C2 = Sim, a fórmula
retorna um 1 ou um 2)
= SE(C2>B2,C2-B2,0)
Na ilustração acima, em vez de retornar um resultado
de texto, vamos retornar um cálculo matemático. A fórmula
em E2 está dizendo SE(Valor real for maior que o Valor or-
çado, subtraia o Valor orçado do Valor real, caso contrário,
não retorne nada).
=SE(C2=1;”Sim”;”Não”)
Neste exemplo, a fórmula na célula D2 diz: SE(C2 = 1, a
fórmula retorna Sim e, caso contrário, retorna Não)
Como você pode ver, a função SE pode ser usada para
avaliar texto e valores. Ela também pode ser usada para ava-
liar erros. Você não está limitado a verificar apenas se um va-
lor é igual a outro e retornar um único resultado; você tam-
bém pode usar operadores matemáticos e executar cálculos
adicionais dependendo de seus critérios. Também é possível
aninhar várias funções SE juntas para realizar várias compa-
rações.
OBSERVAÇÃO : Se você for usar texto em fórmulas, será
preciso quebrar o texto entre aspas (por exemplo, “Texto”).
A única exceção é usar VERDADEIRO ou FALSO que o Excel
=SE(E7=”Sim”;F5*0,0825;0)
reconhece automaticamente.
Neste exemplo, a fórmula em F7 está dizendo SE(E7 =
Introdução
“Sim”, calcule o Valor Total em F5 * 8,25%, caso contrário,
A melhor maneira de começar a escrever uma instrução
SE é pensar sobre o que você está tentando realizar. Que com- nenhum Imposto sobre Vendas é cobrado, retorne 0)
paração você está tentando fazer? Muitas vezes, escrever uma
instrução SE pode ser tão simples quanto pensar na lógica em Práticas Recomendadas - Constantes
sua cabeça: “o que aconteceria se essa condição fosse atendida No último exemplo, você vê dois “Sim” e a Taxa de
vs. o que aconteceria se não fosse?” Você sempre deve se cer- Imposto sobre Vendas (0,0825) inseridos diretamente na
tificar de que suas etapas sigam uma progressão lógica; caso fórmula. Geralmente, não é recomendável colocar constan-
contrário, sua fórmula não executará aquilo que você acha que tes literais (valores que talvez precisem ser alterados oca-
ela deveria executar. Isso é especialmente importante quando sionalmente) diretamente nas fórmulas, pois elas podem
você cria instruções SE complexas (aninhadas). ser difíceis de localizar e alterar no futuro. É muito melhor
Mais exemplos de SE colocar constantes em suas próprias células, onde elas fi-
cam fora das constantes abertas e podem ser facilmente
encontradas e alteradas. Nesse caso, tudo bem, pois há
apenas uma função SE e a Taxa de Imposto sobre Vendas
raramente será alterada. Mesmo se isso acontecer, será fá-
cil alterá-la na fórmula.
Usar SE para verificar se uma célula está em branco
Às vezes, é preciso verificar se uma célula está em bran-
co, geralmente porque você pode não querer uma fórmula
exiba um resultado sem entrada.
64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CONT.SE
Use CONT.SE, uma das funções estatísticas, para contar o
número de células que atendem a um critério; por exemplo,
para contar o número de vezes que uma cidade específica
aparece em uma lista de clientes.
Sintaxe
CONT.SE(intervalo, critério)
Por exemplo:
=CONT.SE(A2:A5;”maçãs”)
=CONT.SE(A2:A5,A4)
Sintaxe
SOMASE(intervalo, critérios, [intervalo_soma])
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argumentos:
intervalo Necessário. O intervalo de células a ser avaliada
por critérios. Células em cada intervalo devem ser números ou
nomes, matrizes ou referências que contenham números. Va-
lores em branco e texto são ignorados. O intervalo seleciona-
do pode conter datas no formato padrão do Excel (exemplos
Em casos onde uma simples função SE tem apenas dois
abaixo).
resultados (Verdadeiro ou Falso), as funções se aninhadas SE
critérios Obrigatório. Os critérios na forma de um núme-
podem ter de 3 a 64 resultados.
=SE(D2=1;”SIM”;SE(D2=2;”Não”;”Talvez”)) ro, expressão, referência de célula, texto ou função que defi-
Na ilustração acima, a fórmula em E2 diz: SE(D2 é igual ne quais células serão adicionadas. Por exemplo, os critérios
a 1, retorne “Sim”, caso contrário, SE(D2 é igual a 2, retorne podem ser expressos como 32, “>32”, B5, “32”, “maçãs” ou
“Não”, caso contrário, retorne “Talvez”). HOJE().
65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
IMPORTANTE : Qualquer critério de texto ou qualquer critério que inclua símbolos lógicos ou matemáticos deve estar entre
aspas duplas (“). Se os critérios forem numéricos, as aspas duplas não serão necessárias.
intervalo_soma Opcional. As células reais a serem adicionadas, se você quiser adicionar células diferentes das especificadas
no argumento intervalo. Se o argumento intervalo_soma for omitido, o Excel adicionará as células especificadas no argumen-
to intervalo (as mesmas células às quais os critérios são aplicados).
Você pode usar os caracteres curinga – o ponto de interrogação (?) e o asterisco (*) – como o argumento critérios. O ponto de
interrogação corresponde a qualquer caractere único; o asterisco corresponde a qualquer sequência de caracteres. Para localizar
um ponto de interrogação ou asterisco real, digite um til (~) antes do caractere.
Comentários
A função SOMASE retorna valores incorretos quando você a utiliza para corresponder cadeias de caracteres com mais de 255
caracteres ou para a cadeia de caracteres #VALOR!.
O argumento intervalo_soma não precisa ter o mesmo tamanho e forma que o argumento intervalo. As células reais adicio-
nadas são determinadas pelo uso da célula na extremidade superior esquerda do argumentointervalo_soma como a célula inicial
e, em seguida, pela inclusão das células correspondentes em termos de tamanho e forma no argumento intervalo. Por exemplo:
Porém, quando os argumentos intervalo e intervalo_soma na função SOMASE não contêm o mesmo número de células, o
recálculo da planilha pode levar mais tempo do que o esperado.
Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
=MÁXIMO(A2:A6) Maior valor no intervalo A2:A6. 27
=MÁXIMO(A2:A6; 30) Maior valor no intervalo A2:A6 e o valor 30. 30
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
=MÍNIMO(A2:A6) O menor dos números no intervalo A2:A6. 2
O menor dos números no intervalo A2:A6 e
=MIN(A2:A6;0) 0
0.
Média
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte
função =MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encon-
trado.
Mesclar células
A mesclagem combina duas ou mais células para criar uma nova célula maior. Essa é uma excelente maneira de criar
um rótulo que se estende por várias colunas. Por exemplo, aqui, as células A1, B1 e C1 foram mescladas para criar o rótulo
“Vendas Mensais” e descrever as informações nas linhas de 2 a 7.
67
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
68
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
69
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
DICA : Para analisar várias tabelas em uma Tabela Dinâmica, marque a caixaAdicionar estes dados ao Modelo de Dados.
Clique em OK.
Na Lista de Campos da Tabela Dinâmica, siga um destes procedimentos:
70
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você pode digitar uma das duas senhas aqui, uma para Por que minha senha desaparece quando salvo no for-
abrir o arquivo, outra para mudar o arquivo. mato do Excel 97-2003?
Você deseja enviar a sua pasta de trabalho protegida
por senha para outras pessoas, mas eles ainda estão usan-
do o Excel 2003, que salva no formato de arquivo Excel 97-
2003 (*.xls). Você escolhe “Salvar como” usando o formato
97-2003, mas então você descobre que a senha definida na
pasta de trabalho desapareceu.
Isso acontece porque a sua versão do Excel usa um
novo esquema para salvar senhas, e o formato de arquivo
anterior não o reconhece. Como resultado, a senha é des-
cartada ao salvar seu arquivo para o formato do Excel 97-
2003. Defina a senha no arquivo *.xls para proteger a pasta
de trabalho novamente.
71
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
73
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Fórmulas básicas
As primeiras fórmulas aprendidas na escola são as de adição, subtração, multiplicação e divisão. No Excel não é diferente.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
*Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/informati-
ca/artigos/71948/23-formulas-e-atalhos-que-vao-facilitar-
sua-vida-no-excel#ixzz48neY9XBW
MS POWERPOINT2
2 Fonte: https://support.office.com/pt-br/powerpoint
75
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
OBSERVAÇÃO : Se você não vir quaisquer variantes, pode Na galeria de layouts, clique no layout desejado para o
ser porque você está usando um tema personalizado, um tema seu novo slide. Cada opção na galeria é um layout de slide
mais antigo projetado para versões anteriores do PowerPoint, diferente que pode conter espaços reservados para texto,
ou porque você importou alguns slides de outra apresentação vídeos, fotos, gráficos, formas, clip-art, uma tela de fundo e
com um tema personalizado ou mais antigo. formatação de temas, como cores, fontes e efeitos.
Criar e salvar um tema personalizado Seu novo slide é inserido, e você pode clicar dentro de
Você pode criar um tema personalizado modificando um um espaço reservado para começar a adicionar conteúdo.
tema existente ou começar do zero com uma apresentação
em branco. Reorganizar a ordem dos slides
Clique primeiro slide e, em seguida, na guia Design, clique No painel à esquerda, clique na miniatura do slide que
na seta para baixo no grupo variantes. deseja mover e então arraste-o para o novo local.
Clique em cores, fontes, efeitos ou Estilos de plano de fun-
do e escolha uma das opções internas ou personalizar o seu
próprio.
Quando terminar de personalizar estilos, clique na seta
para baixo no grupo temas e clique em Salvar tema atual.
Dê um nome para seu tema e clique em Salvar. Por pa-
drão, ele é salvar com seus outros temas do PowerPoint e esta-
rá disponível no grupo temas em um cabeçalho personalizado
Excluir um slide
No painel à esquerda, clique com o botão direito do
mouse na miniatura de slide que você deseja excluir (mante-
nha pressionada a tecla CTRL para selecionar vários slides) e
então clique em Excluir Slide.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Adicionar texto
Selecione um espaço reservado para texto e comece
a digitar.
77
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se você não estiver no primeiro slide e desejar começar do ponto onde está, clique em Do Slide Atual.
Se você precisar fazer uma apresentação para pessoas que não estão no local onde você está, clique em Apresentar
Online para configurar uma apresentação pela Web e escolher uma das seguintes opções:
Apresentar-se online usando o Office Presentation Service
Iniciar uma apresentação online no PowerPoint usando o Skype for Business
78
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
79
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dica final: é recomendável editar o slide mestre e os layouts antes de começar a criar os slides individuais. Dessa ma-
neira, todos os slides adicionados à sua apresentação se basearão em suas edições personalizadas. Se você editar o slide
mestre ou os layouts após criar cada slide, precisará aplicar novamente os layouts alterados aos slides da apresentação no
modo de exibição Normal. Caso contrário, as alterações não aparecerão nos slides.
Temas
Um tema é uma paleta de cores, fontes e efeitos especiais (como sombras, reflexos, efeitos 3D e muito mais) que com-
plementar uns com os outros. Um designer competente criado cada tema no PowerPoint. Podemos disponibilizar esses
temas predefinidos na guia Design na exibição Normal.
Todos os temas usados em sua apresentação incluem um slide mestre e um conjunto de layouts relacionados. Se você
usar mais de um tema na apresentação, terá mais de um slide mestre e vários conjuntos de layouts.
Layouts de Slide
Altere e gerenciar layouts de slide no modo de exibição de Slide mestre. Para acessar o modo de exibição de Slide mes-
tre, na guia Exibir, selecione Mestre de lado. Os layouts estão localizados embaixo do slide mestre no painel de miniatura
no lado esquerdo da tela.
Cada tema tem um número diferente de layouts. Você provavelmente não usar todos os layouts fornecidos com um
tema específico, mas escolher os layouts que melhor correspondem conteúdo do slide.
80
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No modo de exibição Normal, você aplicará os layouts Você pode alterar nada sobre um layout para atender
aos slides (mostrado abaixo). às suas necessidades. Quando você altera um layout e vá
para Normal visualização, todos os slides que você adi-
ciona depois que será baseado neste layout e refletirão a
aparência alterada de layout. No entanto, se houver slides
existentes na sua apresentação que se baseiam a versão
antiga do layout, você precisará reaplicar o layout para es-
ses slides.
81
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
82
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
84
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na Figura abaixo podemos observar a interligação de A Figura abaixo apresenta de forma gráfica as dimen-
vários subsistemas locais por meio de uma rede MAN. TV sões geográficas abrangidas pela classificação adotada.
a cabo, redes locais (LAN) e sistemas públicos de telefonia As elipses estão uma dentro da outra, pois, normalmente,
são todos ligados por um enlace que pertence a uma rede uma rede MAN abrange várias LAN, assim como uma WAN
metropolitana. pode abranger várias MAN. Apesar de não aparecer escrito
A oferta de redes MAN é justificada pela necessidade no diagrama, estão subentendidas as tecnologias de rede
que as empresas têm de se comunicar com localidades dis- sem fio de cada classificação, WLAN, WMAN e WWAN.
tantes. São as operadoras de telefonia que normalmente Onde você colocaria as WPAN?
oferecem infraestrutura para este tipo de rede, cujo exem-
plo pode ser a comunicação entre matriz e filiais.
Algumas cidades do interior do Brasil apresentam este
tipo de ligação. Você também deve ter visto na TV que a
praia de Copacabana oferece acesso para conexão wireless
à internet. Esses exemplos tanto podem apresentar redes
com ligação via cabo de fibra óptica combinada com vários
pontos de acesso wireless (que é o que ocorre também
em várias redes LAN – aeroportos, por exemplo), quanto
acesso WiMAX. A Figura apresenta um exemplo de uma
rede metropolitana. A Tabela destaca as características de cada tipo dentro
da classificação adotada.
85
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cabo coaxial
Um tipo de cabo grosso e rígido (o mesmo que usamos
na maioria de nossas TVs a cabo). São formados por um
núcleo de cobre e por uma malha de metal que o envolve
para absorver as interferências externas. Foram usados nas
primeiras redes locais. Pela sua natureza (grosso, pesado e
pouco maleável) não são mais usados em redes locais.
86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Esta rede possui uma característica interessante, que é a A Figura abaixo demonstra o uso desses protocolos por
recuperação de falhas, pois a comunicação entre os nós da dois usuários navegando na internet (usando HTTP) e por
rede pode ser feita no sentido horário ou anti-horário. Isso se outro remetendo um e-mail: nesse caso o e-mail fica arma-
deve a uma configuração automática realizada na instalação. zenado em um servidor até que o destinatário o leia e jogue
Essas redes se tornaram, entretanto, inviáveis devido à difi- no lixo. A internet está representada pelo globo terrestre.
culdade de inserção de novos nós na rede, à quantidade de
falhas e ao seu custo. Atualmente, as topologias estão fundi-
das, formando o que chamamos de topologias mistas, com
grande predominância da em estrela. Observe como exem-
plo a Figura abaixo.
Na Figura acima há uma mistura de topologia em anel Esses dois protocolos são apenas exemplos de vários
(ligação central) com em estrela (nas extremidades). Como outros que são utilizados nas redes, cuja comunicação
há uma ligação dupla entre os dois concentradores, a ten- foi dividida em camadas. Em cada camada existem vários
dência é utilizar apenas uma via para transmissão entre as protocolos, cada qual com sua função. Por exemplo, os dois
protocolos citados, SMTP e HTTP, fazem parte da cama-
redes, deixando a outra como reserva. Isso é possível graças
da de aplicação. O nome é bem sugestivo, já que se trata
à evolução dos equipamentos, que permitem que as redes
de uma aplicação (programa) que o usuário está usando,
funcionem mesmo em condições de falhas, tornando mais
como Internet Explorer, Outlook Express, Gmail, Hotmail,
eficiente a organização, que não precisa parar para que seja
Opera. Vamos ver a seguir esse modelo em camadas.
feita a manutenção. Tais equipamentos são utilizados mais
por empresas do que por usuários domésticos, pois os cus-
Camadas do modelo OSI
tos de aquisição e manutenção desses aparelhos são mais ISO é uma organização para definição de padrões de
elevados. arquiteturas abertas. O modelo de referência OSI foi cria-
do pela ISO, sendo um modelo teórico que os fabricantes
Modelo de referência OSI devem seguir para que sistemas diferentes possam trocar
Para que a interconexão de sistemas de computadores informações. Foram adotadas sete camadas (Figura abaixo):
chegasse a acontecer com fabricantes diferentes, foi neces- Aplicação, Apresentação, Sessão, Transporte, Rede, Enlace
sário estabelecer uma padronização para as redes. Surgiu de Dados e Física.
então o modelo RM-OSI (Reference Model – Open System Os dados passam pelas camadas
Interconnection – Modelo de Referência – Interconexão de
Sistemas Abertos). Esse modelo baseia-se em uma proposta
desenvolvida pela ISO (International Organization for Stan-
dardization – Organização Internacional para Padronização).
Um exemplo simples de como as tecnologias funcionam
agora pode ser visto na navegação na internet. Você, como
usuário pode utilizar navegadores (browsers) de fabricantes
diferentes, como o Internet Explorer, Mozilla Firefox, Opera,
Chrome ou outro de sua preferência. Ou ainda pode utili-
zá-los em sistemas operacionais diferentes, como Windows
ou Linux. Ainda assim, você consegue navegar sem proble-
mas. Isso se deve a uma padronização do protocolo HTTP
(Hypertex Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de
Hipertexto).
Outro exemplo são os e-mails. Você pode utilizar um ser-
viço de e-mail disponibilizado pelo Hotmail e enviar para um
endereço de um amigo que usa o Gmail. São servidores di-
ferentes que estão rodando programas diferentes. Entretan-
to, as mensagens vão e vêm de uma forma completamente
transparente para o usuário. Neste caso dos e-mails, o proto-
colo utilizado é o SMTP (Simple Mail Transfer Protocol – Pro-
tocolo de Transferência de Correio Simples).
87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Camada 1 – Física
Os dados provenientes da camada de enlace, com os
endereços já preestabelecidos, são transformados em si-
nais que serão transmitidos pelos meios físicos. Assim, a
camada física converte os quadros de bits 0 e 1:
ACK
É um pacote enviado ao transmissor para informá-lo
de que os pacotes foram recebidos com sucesso. Em caso
negativo, é enviado um NACK que, como o nome sugere, é
uma negação do ACK, dizendo que o pacote não foi entre-
gue corretamente ou não chegou.
Cabos
IP É um número de 32 bits que define o endereço de
A integração de voz, imagem e dados é uma consequên-
uma rede ou de um computador, escrito em quatro blo-
cia da frequente necessidade de comunicação e interação.
cos separados por ponto. Exemplos: 192.168.10.33 ou
Para Pinheiro (2003, p. 2):
200.176.155.147. Cada bloco corresponde a um número de
8 bits, que pode variar, portanto, de 0 a 255 (256 números
É cada vez maior a tendência de interligação entre as re-
ou 28). A versão do protocolo IP mais usado atualmente é
a IPv4. Entretanto, como a escassez é iminente, uma nova des de computadores e os diversos sistemas de comunica-
versão (IPv6) de 128 bits já está padronizada para uso. ção e automação existentes, como as redes de telefonia, os
MAC sistemas de segurança, os sistemas de administração predial,
É um endereço exclusivo da placa de rede. Os fabrican- etc. Essa fusão de tecnologias vai mudar a maneira como os
tes adotam um processo de numeração para garantir que ambientes de trabalho são concebidos nas empresas e mes-
não ocorram números MAC iguais em suas placas. Assim, mo em nossas casas. A infraestrutura básica para essas no-
é garantido que numa rede não existam dois endereços vas tecnologias são os Sistemas de Cabeamento Estruturado
físicos iguais. O número contém 48 bits, normalmente es- (SCS – Structured Cabling Systems).
crito em notação hexadecimal, por exemplo: 00-C0-95-E- Um dado interessante obtido em Pinheiro (2003) diz que
C-B7-93. Falaremos mais sobre MAC nas próximas aulas. cerca de 70% dos problemas da rede estão associados ao
- em sinais elétricos, caso o meio físico seja o cabo de cabeamento que ela utiliza. Entretanto, na maioria das pe-
cobre; quenas redes, ainda é predominante o uso do cabeamento
- em sinais luminosos, caso o meio físico seja a fibra não estruturado.
óptica; ou Um dos fatores que faz com que pequenas e médias em-
- em frequência de rádio, caso seja uma rede sem fio. presas não utilizem o cabeamento estruturado é o custo. A
reestruturação do cabeamento torna o orçamento mais caro.
Componentes de redes Entretanto, ao analisar a composição dos custos totais do
Muitos equipamentos precisam estar interligados para projeto, percebemos que o custo do cabeamento representa
que os usuários das redes usufruam todos os seus serviços apenas cerca de 10% do total do orçamento da rede (incluin-
fornecidos. Você pode estar se perguntando: que serviços do equipamentos e mão de obra). Esse percentual não leva
são estes? Pode passar despercebido para você, mas todas em conta ainda o custo do tempo que a rede ficará inope-
as redes de computadores fornecem algum tipo de serviço rante devido aos problemas causados pelo cabeamento não
ao usuário, como por exemplo uma impressão utilizando a estruturado.
impressora do outro computador, um acesso a um arqui- Na Figura observamos uma área de trabalho conectada
vo no disco de um PC vizinho ao seu, o acesso à internet, por cabos estruturados de rede, em que existem elementos
etc; tudo isso são serviços oferecidos pelas redes. Vejamos como: tomadas de rede, rack (que agrupa os equipamentos),
agora os componentes principais que fornecem a interação cabos de par trançado e cabos de backbone (que têm função
entre os computadores. de transportar grandes volumes de informações da rede).
89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O cabeamento muitas vezes é chamado de “mídia física” sáveis por conectar equipamentos em sua rede local ou de
ou “meio físico”. Os componentes que são utilizados no ca- longa distância. Os exemplos mais simples são: a placa de
beamento variam de acordo com a mídia utilizada. Por exem- rede do seu computador ou o chip bluetooth do seu celular.
plo, um cabo de fibra óptica utiliza conectores diferentes dos A quantidade de equipamentos ofertados no mercado
cabos do tipo par trançado. é muito grande. Vamos nos ater aos principais tipos e ao
De acordo com as características da rede, uma mídia seu funcionamento.
(cabo) diferente deve ser escolhida. Os fatores que mais in-
fluenciam na escolha do cabo são: o comprimento da rede Servidores e estações de trabalho
(em metros ou quilômetros), a quantidade de equipamentos, Na verdade, esses itens são apenas os computadores
a facilidade e o local de instalação e as taxas de transmissão que formam a rede. Entretanto, como eles fornecem servi-
que se pretende atingir. Para cada tipo de escolha você pode ços de comunicação, poderão ser catalogados aqui como
utilizar um cabo diferente. E não se preocupe: você pode fazer hardware de rede.
os trechos da rede com cabos diferentes se comunicarem. Afi- a) Servidores – são computadores destinados a pres-
nal, para isso servem os padrões, não é mesmo? tar serviços aos outros (às estações de trabalho). Em tese
Para cada tipo de cabeamento de rede existe um conec- qualquer PC pode ser um servidor de rede, mas normal-
tor específico. Os conectores são o elo mais fraco de um sis- mente são computadores mais potentes, com muita capa-
tema de cabeamento. Quando mal instalados, podem gerar cidade de memória e de armazenamento (discos rígidos
ruídos elétricos, provocar interrupções intermitentes (funcio- maiores). Além disso, os servidores costumam ter algum
na/não funciona) ou mesmo interromper completamente a nível de redundância. Por exemplo, um servidor pode ter
comunicação entre os computadores. duas fontes de energia funcionando, de modo que, se uma
A principal função dos cabos de fibra óptica ou de cobre delas queimar, a outra entra em funcionamento imedia-
é transmitir dados entre os computadores com o mínimo de tamente. Outro exemplo de redundância ocorre com os
degradação possível. Entretanto, ambos os tipos podem so- discos rígidos: é comum encontrar servidores com vários
frer degradações naturais ou degradações derivadas de for- discos instalados funcionando paralelamente. Como o ser-
ças externas. As degradações naturais são aquelas impostas vidor tem como função primordial fornecer serviços para
pelas próprias características do cabo, conhecidas por atenua- vários usuários, é necessário haver uma comunicação veloz
ção. Por exemplo, um cabo de par trançado, que é composto
entre ele e as estações de trabalho, que é onde normalmen-
de cobre, tem uma característica natural chamada resistência,
te os usuários trabalham. Assim, os servidores geralmente
que é a oposição oferecida pelo metal ao fluxo de elétrons.
são também dotados de placas de rede de altas taxas de
As forças externas que podem interferir na transmissão em
transmissão e desempenho, com o objetivo de evitar os
cabos metálicos são motores elétricos ou campos eletromag-
chamados gargalos de rede.
néticos próximos, ou até mesmo transmissões de rádio, já que
b) Estações de trabalho: são os computadores clientes
os cabos metálicos podem funcionar como uma antena.
da rede. Neles os usuários rodam seus programas e aces-
Esses aspectos físicos são levados em consideração na
produção do cabo e interferem diretamente no projeto da sam os serviços fornecidos pelo servidor. São computado-
rede. Assim, a utilização dos cabos deve ser feita observando res mais simples, com pouca ou nenhuma redundância.
rigidamente as normas do fabricante. Possuem também menos memória e menos capacidade de
armazenamento.
Atenuação Em virtude dessa especialização dos computadores da
É um efeito que ocorre em qualquer transmissão de da- rede como clientes ou como servidores, é comum denomi-
dos, seja analógica ou digital. Quando um sinal passa por um nar essas redes de cliente-servidor. Aprofundaremos isso
cabo, a tendência é que ele perca força (potência) à medida adiante.
que vai trafegando. Assim, quanto maior o tamanho do cabo,
maior a atenuação. Se as medidas dos cabos utilizados na Placas de rede
rede não obedecerem ao padrão, os computadores podem As placas de rede podem ser chamadas de várias for-
não conseguir trocar dados entre si. mas: interface de rede, cartão de rede, NIC (Network Inter-
a) Examine o tipo de cabeamento da sala do curso. Co- face Card – cartão de interface de rede). Os livros trazem
mente com um colega qual a mídia física utilizada; quais os nomes diversos para esse componente; utilizaremos nor-
tipos de conectores; se o cabeamento é estruturado ou não; malmente o termo “interface de rede”.
se o cabeamento passa próximo de campos geradores de ruí- As interfaces de rede são na verdade uma ponte de
dos eletromagnéticos. conexão das redes com os computadores. Vamos entender
b) Se você trabalha, faça as mesmas observações em rela- melhor essa colocação: quando você transfere um arqui-
ção a alguma rede da sua empresa. Se não trabalha, observe vo de imagem ou música do seu celular para o celular do
esses aspectos dentro de uma lan house. Aliás, por que este colega, o chip bluetooth é utilizado para estabelecer uma
nome lan house? conexão; dizemos então que esse chip faz uma ponte de
3.2 Hardware de rede comunicação entre os celulares. Assim são os computa-
Assim como os computadores possuem hardware espe- dores. Para eles estabelecerem comunicação, é necessário
cífico para funcionar (placas, processadores, memórias...), as haver uma interface de rede e um meio de comunicação.
redes também necessitam de componentes específicos. Esses Os meios de comunicação podem ser os cabos ou o ar (no
componentes, denominados hardware de rede, são respon- caso de redes sem fio).
90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As interfaces de rede atualmente costumam ser integra- As taxas de comunicação de interfaces de rede para ser-
das à placa-mãe. Isso quer dizer que você não chega a ver a vidores são normalmente na ordem de Gbps (gigabits por
placa dentro do seu computador. Ela está integrada com os segundo). É comum encontrar servidores com interfaces de
milhares de componentes da placa-mãe, dentro do chipset. rede com taxas de 10/100/1000 Mbps (diz-se: “10 barra 100
barra 1000 megabits por segundo”). Dizemos que suas inter-
faces trabalham a 1000 Mbps (= 1 Gbps).
O barramento das interfaces de rede para os servidores
é atualmente do tipo PCI-e (PCI express). Como esse bar-
ramento é conectado diretamente ao chipset ponte norte,
seu acesso é mais rápido do que as interfaces conectadas
ao barramento PCI comum, conectado ao chipset ponte sul.
a) Deseja-se montar uma rede que alcance taxas maio-
res do que 100 Mbps. Quais os elementos de rede envolvi-
dos para que se atinja tal taxa?
b) Os servidores são computadores com mais recursos
do que as estações de trabalho. A internet que você usa de-
pende dos serviços que esse servidor fornece. Se sua inter-
A Figura acima mostra um modelo de interface de rede net cai devido a um problema no servidor, você tem um pre-
que deve ser conectada num slot PCI. Esse tipo de instalação juízo de R$ 150,00/hora. Considerando 15 quedas mensais
é menos comum, já que a maioria das placas-mãe já possui de 20 minutos cada:
uma interface de rede embutida. Entretanto, existem casos 1. Faça um cálculo e verifique seu prejuízo no fim de um
em que há necessidade de se instalar uma nova interface de ano.
rede, como, por exemplo, se ocorrer um defeito na interface 2. Imagine que aquele servidor precise operar 160 ho-
embutida ou se houver necessidade de mais de uma inter- ras/mês. Faça um cálculo demonstrando a disponibilidade
face no computador.
desse servidor para o usuário, em porcentagem, consideran-
Os serviços fornecidos pelo servidor são na verdade
do os tempos de falha do item anterior.
oferecidos pelo software do servidor. Esse software normal-
mente é um sistema operacional do tipo cliente servidor,
Hubs
como o Windows 2003 Server, por exemplo. O servidor é
Os hubs são equipamentos concentradores que têm por
apenas uma máquina robusta dotada de equipamentos es-
função centralizar e distribuir os dados (quadros) que são
peciais para garantir que os serviços fornecidos pelo sistema
provenientes dos outros computadores interligados a ele.
sejam rápidos e confiáveis. Veremos mais detalhes sobre o
assunto na seção 3.3, desta aula. Os hubs são equipamentos “repetidores”. Eles não dis-
Buffer tribuem o que recebem; apenas reenviam os quadros que
É uma memória de armazenamento temporário para recebem para todas as suas portas. A ligação física dessa
compensar as taxas de transmissão dos circuitos que pre- espécie de equipamento é do tipo em estrela (Figura abai-
cisam enviar e receber dados. As interfaces de rede gigabit xo). Ele trabalha na camada 1 do modelo OSI, já que tem
para servidores tendem a ter mais buffer para garantir que função apenas de receber um quadro e repeti-lo para todos
os dados que chegam sejam guardados enquanto a interfa- os computadores a ele ligados.
ce estiver ocupada processando outras informações. Atual-
mente, os buffers de armazenamento estão na ordem de 3
MB (3 Megabytes).
Como vimos anteriormente, as interfaces de rede pos-
suem endereço único e exclusivo, denominado endereço
MAC, e conexões específicas. Por exemplo: os computadores
do tipo estação de trabalho utilizam conectores RJ-45 (onde
se conecta o cabo de rede).
As interfaces utilizadas normalmente nas estações de
trabalho funcionam a uma taxa de 10/100 Mbps (diz-se: “10
barra 100 megabits por segundo”). Quando há computado-
res interligados por essa placa, elas trabalham na maior taxa
disponível, 100 Mbps.
Com os servidores, as necessidades mudam bastante.
Como esses computadores são responsáveis por fornecer
serviços aos usuários da rede e atendem vários ao mesmo
tempo, é necessário que suas interfaces de rede sejam de
qualidade superior, para atender à demanda das estações
de trabalho. Assim, detalhes como altas taxas de comunica-
ção, barramento e buffer de armazenamento são implemen-
tados com mais eficiência.
91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os switches mantêm uma tabela interna com todos os a) Pelo que você leu, existe algum momento em que
endereços MAC das interfaces de rede dos computadores o switch trabalha de forma “burra”, como o hub?
da rede. Essa tabela é consultada assim que o switch rece- b) Entre os métodos de trabalho cut-through e sto-
be um quadro. O que ele faz então é simples: re-and-forward, em qual deles o switch trabalha mais? Em
a) abre o quadro; qual deles o switch é mais eficiente (entrega um maior nú-
b) lê o campo “MAC Destino”; mero de pacotes corretos em menos tempo)? Justifique a
c) verifica na sua tabela a qual de suas portas está resposta.
associado aquele endereço; c) Ainda com relação aos métodos cut-through e
d) faz o devido encaminhamento. store-and-forward, qual deles gera um maior tráfego na
Uma situação em que o switch encaminha o quadro rede? Justifique a resposta.
para todas as portas é quando ele não encontra na sua ta-
bela o endereço que recebeu para fazer a entrega. O swit- Roteadores
ch faz atualizações frequentes na sua tabela de endereços Seguindo a ordem de funcionamento nas camadas, vi-
(geralmente a cada 2 segundos) e pode ser que alguma mos que os hubs funcionam na camada 1 e os switches
estação tenha sido desligada ou mudada de porta. Assim, funcionam nas camadas 1 e 2. Vamos ver agora os rotea-
temporariamente o switch não vai reconhecer esse novo dores, que funcionam na camada 3.
endereço. Portanto, durante esse tempo de atualização,
enviar o quadro para todas as portas garante que seu des-
tinatário vá recebê-lo. Essa técnica é denominada flooding
(inundação).
Basicamente, os switches podem funcionar de duas
formas:
a) Cut-through (sem interrupção) – nessa forma, o
switch encaminha os quadros imediatamente após receber
os campos MAC destino e origem, sem fazer verificações.
b) Store-and-forward (armazena e encaminha) – nes-
se método, o switch espera chegar todos os campos, faz
verificações de erros e encaminha para a porta correta. Na Figura acima você pode observar um roteador liga-
No modo cut-through há menos latência nas transmis- do a uma “nuvem”. Esta simbologia vem sendo muito uti-
sões, já que os quadros são imediatamente transmitidos lizada e, na maioria das vezes, significa a internet, na qual
assim que são recebidos. Entretanto, isso pode exigir que existem milhares de roteadores (uma “nuvem” de equipa-
alguns quadros sejam retransmitidos, caso cheguem de- mentos).
feituosos. Já no modo de store-and-forward a latência é A grande diferença entre uma ponte (switch) e um ro-
maior, pois todos os quadros são verificados antes de se- teador é que o endereçamento que o switch utiliza é da
rem transmitidos e isso leva certo tempo. Entretanto, há camada de enlace: o endereço MAC das interfaces de rede.
maior garantia da entrega do quadro sem erros. O roteador, por funcionar na camada de rede, utiliza ou-
Os switches são encontrados no mercado com várias tro sistema de endereçamento, que é o endereço IP. Você
quantidades de portas e várias taxas de operação. já deve ter visto a sigla TCP/IP: ela indica o uso de dois
Os switches podem funcionar a taxas de transmissão protocolos operando em camadas diferentes. TCP opera na
equiparadas com a dos hubs, como, por exemplo, 10/100 camada de transporte e IP, na camada de rede.
Mbps, obviamente com a grande vantagem de reduzir o Nas redes locais também é utilizado o endereço IP
tráfego da rede, como já vimos. Com a evolução da tec- para identificar os computadores que pertencem a essa
nologia, é comum encontrarmos switches trabalhando a rede (ver Figura abaixo). Por exemplo, podemos dizer que
10/100/1000 Mbps; são chamados switches gigabit. Um um computador possui o endereço IP 192.168.1.150; isso é
padrão novo, denominado multigigabit (10 Gbps ou 10 apenas um exemplo, pois os endereços IP costumam variar
GbE) está no mercado há algum tempo, evoluindo para dentro de uma determinada faixa para aquela rede.
novas taxas, como 40 Gbps e 100 Gbps. É uma tecnologia Entretanto, para se conectar com redes WAN (e a inter-
nova e está baseada em cabos de fibras ópticas. net é seu melhor exemplo), é necessário que o seu compu-
Outro aspecto importante a decidir sobre esses equi- tador receba outro endereço IP. Este endereço precisa ser
pamentos é sua adequação ao tipo de rede. Existem vários conhecido pelo roteador da sua rede e é fornecido pelo
fabricantes de switches no mercado e cada fabricante tem provedor do serviço de comunicação com a internet (a
seu produto destinado a um tipo de negócio. Por exemplo, empresa de telefonia – VELOX, SPEED –, a fornecedora da
existem modelos destinados ao mercado SOHO (Small Of- TV a cabo ou da internet a rádio). Enfim, alguém precisa
fice Home Office – Pequenos escritórios e escritórios do- fornecer esse endereço IP internet válido e o seu roteador
mésticos) com preços na faixa de R$ 50,00 a R$ 600,00. En- precisa estar pronto para aceitá-lo e interconectar com sua
tretanto, empresas que possuem redes com muitos com- rede para que as pessoas tenham acesso à internet através
putadores e outros equipamentos não devem usar esses daquele número.
switches, pois apresentam muitos travamentos e defeitos.
93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do
de diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do Brasil conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aqui-
sistema. Isto é muito importante, porque garante um nível de lo que conhecemos hoje como internet, auxiliando portan-
segurança adequado, evitando que estranhos tenham acesso to o processo de pesquisa em tecnologia e outras áreas a
a todas as informações da empresa. Quando se estabelece nível mundial, além de alimentar as forças armadas brasi-
uma conexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é leiras de informação de todos os tipos, até que em 1990
que a conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de caísse no domínio público.
diretórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing Com esta popularidade e o surgimento de softwares
e incoming. de navegação de interface amigável, no fim da década de
O segundo tipo de conexão envolve uma autenticação, 90, pessoas que não tinham conhecimentos profundos de
e portanto, é indispensável que o usuário possua um user informática começaram a utilizar a rede internacional.
name e uma password que sejam reconhecidas pelo siste-
ma, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao Acesso à Internet
estabelecer uma conexão, o posicionamento é no diretório O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço
criado para a conta do usuário - diretório home, e dali ele de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à In-
poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só escrever e ternet, adicionando serviços como e-mail, hospedagem de
ler arquivos nos quais ele possua permissão. sites ou blogs, ou seja, são instituições que se conectam
Alguns sites interessantes para FTP anônimo à Internet com o objetivo de fornecer serviços à ela
ftp://ftp.sausage.com: arquivos sobre o editor HTML Ho- relacionados, e em função do serviço classificam-se em:
tDog • Provedores de Backbone: São instituições que cons-
ftp://ftp.microsoft.com: arquivos sobre software, docu- troem e administram backbones de longo alcance, ou seja,
mentação e outros estrutura física de conexão, com o objetivo de fornecer
ftp://ftp.shareware.com: arquivos variados sobre softwa- acesso à Internet para redes locais;
re shareware • Provedores de Acesso: São instituições que se conec-
tam à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponi-
ftp://ftp.qualcomm.com: arquivos sobre Eudora, e outros
bilizam acesso à terceiros a partir de suas instalações;
software produzidos pela Qualcomm
• Provedores de Informação: São instituições que dis-
ftp://ftp.uwp.edu: arquivos sobre games
ponibilizam informação através da Internet.
ftp://ftp.cica.indiana.edu: arquivos diversos sobre siste-
mas operacionais e software em geral
Endereço Eletrônico ou URL
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se
INTERNET
conhecer o seu endereço.
Este endereço, que é único, também é considerado sua
“Imagine que fosse descoberto um continente tão URL (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recur-
vasto que suas dimensões não tivessem fim. Imagine sos Universal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim:
um mundo novo, com tantos recursos que a ganância do www.xxxx.com.br
futuro não seria capaz de esgotar; com tantas oportunidades Onde:
que os empreendedores seriam poucos para aproveitá-las; e www = protocolo da World Wide Web
com um tipo peculiar de imóvel que se expandiria com xxx = domínio
o desenvolvimento.” com = comercial
John P. Barlow br = brasil
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear
ficassem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentá- WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
gono.
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da déca- É um serviço disponível na Internet que possui um con-
da de 60, ficou em poder exclusivo do governo conectando junto de documentos espalhados por toda rede e disponi-
bases militares, em quatro localidades. bilizados a qualquer um.
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições Estes documentos são escritos em hipertexto, que uti-
norte-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a liza uma linguagem especial, chamada HTML.
tecnologia, logo vinte e três computadores foram conecta-
dos, porém o padrão de conversação entre as máquinas se Domínio
tornou impróprio pela quantidade de equipamentos. Designa o dono do endereço eletrônico em ques-
Era necessário criar um modelo padrão e universal tão, e onde os hipertextos deste empreendimento estão
para que as máquinas continuassem trocando dados, sur- localizados. Quanto ao tipo do domínio, existem:
giu então o Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto .com = Instituição comercial ou provedor de serviço
que mais outras máquinas fossem inseridas àquela rede. .edu = Instituição acadêmica
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrôni- .gov = Instituição governamental
co, o E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as má- .mil = Instituição militar norte-americana
quinas que compunham aquela rede de pesquisa, assim no .net = Provedor de serviços em redes
ano seguinte a rede se torna internacional. .org = Organização sem fins lucrativos
96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de A camada n em uma máquina estabelece uma conversão
Trasferência em Hipertexto com a camada n em outra máquina. As regras e convenções
É um protocolo ou língua específica da internet, res- utilizadas nesta conversação são chamadas coletivamente de
ponsável pela comunicação entre computadores. protocolo da camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo
Um hipertexto é um texto em formato digital, e para uma rede com sete camadas. As entidades que com-
pode levar a outros, fazendo o uso de elementos espe- põem as camadas correspondentes em máquinas diferentes
ciais (palavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa são chamadas de processos parceiros. Em outras palavras, são
Sensitivo o qual leva a outros conjuntos de informação na os processos parceiros que se comunicam utilizando o proto-
forma de blocos de textos, imagens ou sons. colo.
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da
mouse, remete o usuário à outra parte do documento ou camada n em uma máquina para a camada n em outra máqui-
outro documento. na. Em vez disso, cada camada passa dados e informações de
controle para a camada imediatamente abaixo, até que o nível
mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico
Home Page
de comunicação, através do qual a comunicação ocorre. Na Fi-
Sendo assim, home page designa a página inicial, prin-
gura abaixo, a comunicação virtual é mostrada através de linhas
cipal do site ou web page.
pontilhadas e a comunicação física através de linhas sólidas.
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou
Perfil no Orkut com uma Home Page, porém são coisas dis-
tintas, aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é
um Profile, ou seja um hipertexto que possui informações
de um usuário dentro de uma comunidade virtual.
HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de
Marcação de Hipertexto
É a linguagem com a qual se cria as páginas para a
web.
Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML de-
vem ter aparência semelhante nas diversas plataformas de
trabalho);
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “cus-
tomizar” diversos elementos do documento, como o tama-
nho padrão da letra, as cores, etc);
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter
um tamanho reduzido, a fim de economizar tempo na Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A
transmissão através da Internet, evitando longos perío- interface define quais operações primitivas e serviços a cama-
dos de espera e congestionamento na rede). da inferior oferece à camada superior. Quando os projetistas
decidem quantas camadas incluir em uma rede e o que cada
Browser ou Navegador camada deve fazer, uma das considerações mais importantes é
É o programa específico para visualizar as páginas da definir interfaces limpas entre as camadas. Isso requer, por sua
vez, que cada camada desempenhe um conjunto específico de
web.
funções bem compreendidas. Além de minimizar a quantidade
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em
de informações que deve ser passada de camada em camada,
HTML, apresentando as páginas formatadas para os
interfaces bem definidas também tornam fácil a troca da imple-
usuários.
mentação de uma camada por outra implementação completa-
mente diferente (por exemplo, trocar todas as linhas telefônicas
ARQUITETURAS DE REDES por canais de satélite), pois tudo o que é exigido da nova imple-
As modernas redes de computadores são projetadas mentação é que ela ofereça à camada superior exatamente os
de forma altamente estruturada. Nas seções seguintes exa- mesmos serviços que a implementação antiga oferecia.
minaremos com algum detalhe a técnica de estruturação. O conjunto de camadas e protocolos é chamado de ar-
quitetura de rede. A especificação de arquitetura deve conter
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS informações suficientes para que um implementador possa
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das escrever o programa ou construir o hardware de cada camada
redes é organizada em camadas ou níveis, cada uma cons- de tal forma que obedeça corretamente ao protocolo apro-
truída sobre sua predecessora. O número de camadas, o priado. Nem os detalhes de implementação nem a especifica-
nome, o conteúdo e a função de cada camada diferem de ção das interfaces são parte da arquitetura, pois esses detalhes
uma rede para outra. No entanto, em todas as redes, o pro- estão escondidos dentro da máquina e não são visíveis exter-
pósito de cada camada é oferecer certos serviços às cama- namente. Não é nem mesmo necessário que as interfaces em
das superiores, protegendo essas camadas dos detalhes de todas as máquinas em uma rede sejam as mesmas, desde que
como os serviços oferecidos são de fato implementados. cada máquina possa usar corretamente todos os protocolos.
97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O endereço IP Para que seja possível termos tanto IPs para uso em re-
Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... des locais quanto para utilização na internet, contamos com
Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um um esquema de distribuição estabelecido pelas entidades
recado no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e ICANN (In-
quando você quer enviar um presente a alguém, você obtém ternet Corporation for Assigned Names and Numbers) que,
o endereço da pessoa e contrata os Correios ou uma trans- basicamente, divide os endereços em três classes principais
portadora para entregar. É graças ao endereço que é possível e mais duas complementares. São elas:
encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada. Também é Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128
graças ao seu endereço - único para cada residência ou esta- redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conecta-
belecimento - que você recebe suas contas de água, aquele dos;
produto que você comprou em uma loja on-line, enfim. Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu com- 16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
putador seja encontrado e possa fazer parte da rede mun- Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
dial de computadores, necessita ter um endereço único. O 2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
mesmo vale para websites: este fica em um servidor, que por Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
sua vez precisa ter um endereço para ser localizado na inter- Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast re-
net. Isto é feito pelo endereço IP (IP Address), recurso que servado.
também é utilizado para redes locais, como a existente na As três primeiras classes são assim divididas para aten-
empresa que você trabalha, por exemplo. der às seguintes necessidades:
O endereço IP é uma sequência de números composta
de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro - Os endereços IP da classe A são usados em locais
sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um onde são necessárias poucas redes, mas uma grande quan-
ponto e recebe o nome de octeto ou simplesmente byte, já tidade de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte é utili-
que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10 é zado como identificador da rede e os demais servem como
um exemplo. Repare que cada octeto é formado por núme-
identificador dos dispositivos conectados (PCs, impresso-
ros que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso.
ras, etc);
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos
onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante
à quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois
primeiros bytes do endereço IP para identificar a rede e os
restantes para identificar os dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que
requerem grande quantidade de redes, mas com poucos
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organiza- dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes
ção da rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço são usados para identificar a rede e o último é utilizado
em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível a organi- para identificar as máquinas.
zação das casas da região onde você mora. Neste sentido, os Quanto às classes D e E, elas existem por motivos es-
dois primeiros octetos de um endereço IP podem ser utiliza- peciais: a primeira é usada para a propagação de pacotes
dos para identificar a rede, por exemplo. Em uma escola que especiais para a comunicação entre os computadores, en-
tem, por exemplo, uma rede para alunos e outra para profes- quanto que a segunda está reservada para aplicações futu-
sores, pode-se ter 172.31.x.x para uma rede e 172.32.x.x para ras ou experimentais.
a outra, sendo que os dois últimos octetos são usados na Vale frisar que há vários blocos de endereços reserva-
identificação de computadores. dos para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço
começa com 127, geralmente indica uma rede “falsa”, isto
Classes de endereços IP é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem 127.0.0.1, este sempre se refere à própria máquina, ou seja,
ser utilizados tanto para identificar o seu computador dentro ao próprio host, razão esta que o leva a ser chamado de
de uma rede, quanto para identificá-lo na internet. localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utilizado para
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu com- propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de
putador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina maneira simultânea.
em outra rede pode ter este mesmo número, afinal, ambas
as redes são distintas e não se comunicam, sequer sabem da Endereços IP privados
existência da outra. Mas, como a internet é uma rede global, Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são
cada dispositivo conectado nela precisa ter um endereço úni- privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados
co. O mesmo vale para uma rede local: nesta, cada dispositi- na internet, sendo reservados para aplicações locais. São,
vo conectado deve receber um endereço único. Se duas ou essencialmente, estes:
mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se então um pro- -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
blema chamado “conflito de IP”, que dificulta a comunicação -Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar toda a rede. -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas má-
quinas endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicio-
nar mais um IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um servidor ou equipamento de rede - como um
roteador - que receba a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos conectados a ele. Com isso, somente este
equipamento precisará de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores.
Máscara de sub-rede
As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereçamento, mas podem também representar desperdício. Uma solu-
ção bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte dos números que um octeto
destinado a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para aumentar a capacidade da rede. Para compreender me-
lhor, vamos enxergar as classes A, B e C da seguinte forma:
- A: N.H.H.H;
- B: N.N.H.H;
- C: N.N.N.H.
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar”
em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede permitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a
identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os dispositivos.
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um octeto é usado para identificação da rede, este receberá a
máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos, seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A
tabela a seguir mostra um exemplo desta relação:
Identificador
Identificador Máscara
Classe Endereço IP do
da rede de sub-rede
computador
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0
Você percebe então que podemos ter redes com máscara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando uma
classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade te-
nha que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores. A solução seria então criar cinco
redes classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema
é criar uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as máscaras novamente entram em ação.
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em biná-
rio é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é:
11111111.11111111.11111111.00000000
Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as
nossas sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits, conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras
palavras, precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1.
Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em:
11111111.11111111.11111111.11100000
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “trocados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso
caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host.
Fazemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem consi-
derar limitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é 255.255.255.224.
Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empregado também em endereços classes A e B, conforme a necessi-
dade. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto se tal
ação for executada manualmente. Como exemplo, há casos de assinaturas de acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui
um IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um cliente se conectar, usará o mesmo IP.
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um computador quando este se conecta à rede, mas que muda
toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você conectou seu computador à internet hoje. Quando você conectá-lo
amanhã, lhe será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte situação: uma empresa tem 80 computadores ligados
em rede. Usando IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um com-
putador receberá, quando se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que
os provedores de internet trabalham.
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol).
99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
IP nos sites A esta altura, você também deve estar querendo des-
Você já sabe que os sites na Web também necessitam cobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma
de um IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.in- forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por
fowester.com, por exemplo, como é que o seu computador exemplo, pode fazê-lo digitando cmd em um campo do
sabe qual o IP deste site ao ponto de conseguir encontrá-lo? Menu Iniciar e, na janela que surgir, informar ipconfig /all
Quando você digitar um endereço qualquer de um site, e apertar Enter. Em ambientes Linux, o comando é ifconfig.
um servidor de DNS (Domain Name System) é consultado.
Ele é quem informa qual IP está associado a cada site. O sis-
tema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante a
uma árvore (termo conhecido por programadores). Se, por
exemplo, o site www.infowester.com é requisitado, o sistema
envia a solicitação a um servidor responsável por termina-
ções “.com”. Esse servidor localizará qual o IP do endereço
e responderá à solicitação. Se o site solicitado termina com
“.br”, um servidor responsável por esta terminação é consul-
tado e assim por diante.
IPv6
O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um pas-
sado não muito distante, você conectava apenas o PC da
sua casa à internet, hoje o faz com o celular, com o seu no- Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a
tebook em um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim partir de uma rede local - tal como uma rede wireless -
por diante. Somando este aspecto ao fato de cada vez mais visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para
pessoas acessarem a internet no mundo inteiro, nos depara- saber o endereço IP do acesso à internet em uso pela rede,
mos com um grande problema: o número de IPs disponíveis você pode visitar sites como whatsmyip.org.
deixa de ser suficiente para toda as (futuras) aplicações.
A solução para este grande problema (grande mesmo, Provedor
afinal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo
O provedor é uma empresa prestadora de serviços que
nome de IPv6, uma nova especificação capaz de suportar até
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces-
- respire fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.7
sário conectar-se com um computador que já esteja na In-
68.211.456 de endereços, um número absurdamente alto!
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per-
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra-
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave-
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que
estão interligadas nesta avenida.
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no au- de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite
mento da quantidade de octetos. Um endereço do tipo os dados. Esta velocidade é dada em bps (bits por segun-
pode ser, por exemplo: do). Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
e um endereço eletrônico na Internet.
Finalizando
Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a
especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. URL - Uniform Resource Locator
Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma iden-
essa fase, que podemos considerar de transição, o que ve- tificação de onde está localizado o computador e quais re-
remos é a “convivência” entre ambos os padrões. Não por cursos este computador oferece. Por exemplo, a URL:
menos, praticamente todos os sistemas operacionais atuais http://www.novaconcursos.com.br
e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos a lidar tanto Será mais bem explicado adiante.
com um quanto com o outro. Por isso, se você é ou pretende
ser um profissional que trabalha com redes ou simplesmen-
te quer conhecer mais o assunto, procure se aprofundar nas
duas especificações.
100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em pá- FTP - Transferência de Arquivos
ginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página. Permite copiar arquivos de um computador da Internet
Alguns sites interessantes: para o seu computador.
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular) Os programas disponíveis na Internet podem ser:
• www.ufpel.tche.br (Ufpel) • Freeware: Programa livre que pode ser distribuído
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) e utilizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor públi- utilização, e não é considerado “pirataria” a cópia deste pro-
co) grama.
• www.siapenet.gog.br (contracheque) • Shareware: Programa demonstração que pode ser
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) utilizado por um determinado prazo ou que contém alguns
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação) limites, para ser utilizado apenas como um teste do progra-
ma. Se o usuário gostar ele compra, caso contrário, não usa
Identificação de endereços de um site mais o programa. Na maioria das vezes, esses programas
Exemplo: http://www.pelotas.com.br exibem, de tempos em tempos, uma mensagem avisando
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de comu- que ele deve ser registrado. Outros tipos de shareware têm
nicação tempo de uso limitado. Depois de expirado este tempo de
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial teste, é necessário que seja feito a compra deste programa.
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
.com -> tipo de organização Navegar nas páginas
......br -> identifica o país
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um
Tipos de Organizações:
documento normal e de links das próprias páginas.
.edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu
.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov Como salvar documentos, arquivos e sites
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
.net -> computadores com funções de administrar redes.
Exemplo: embratel.net Como copiar e colar para um editor de textos
.org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o
botão direito do mouse e escolha a opção Copiar.
Home Page
Pela definição técnica temos que uma Home Page é
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu-
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações
dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html Abra o editor de texto clique em colar
101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Uma única interface amigável e consistente para apren- combinação de nome do usuário/senha, ou da verificação do
der e usar; endereço IP do solicitante, ou de ambas. Os usuários autenti-
• Informação e treinamento imediato (Just in Time); cados têm o acesso autorizado ou negado a recursos especí-
• As informações disponíveis são visualizadas com clareza; ficos de uma intranet, com base em uma ACL (Access Control
• Redução de tempo na pesquisa a informações; List) mantida no servidor Web;
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e infor-
mação; Criptografia - É a conversão dos dados para um formato
• Redução no tempo de configuração e atualização dos que pode ser lido por alguém que tenha uma chave secreta
sistemas; de descriptografia. Um método de criptografia amplamente
• Simplificação e/ou redução das licenças de software e utilizado para a segurança de transações Web é a tecnologia
outros; de chave pública, que constitui a base do HTTPS - um proto-
• Redução de custos de documentação; colo Web seguro;
• Redução de custos de suporte;
• Redução de redundância na criação e manutenção de Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação
páginas; segura entre uma intranet e a Internet através de servidores
• Redução de custos de arquivamento; proxy, que são programas que residem no firewall e permitem
• Compartilhamento de recursos e habilidade. (ou não) a transmissão de pacotes com base no serviço que
está sendo solicitado. Um proxy HTTP, por exemplo, pode
Alguns dos empecilhos são: permitir que navegadores Webs internos da empresa aces-
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de cola- sem servidores Web externos, mas não o contrário.
boração, não são tão poderosos quanto os oferecidos pelos Dispositivos para realização de Cópias de Segurança
programas para grupos de trabalho tradicionais. É necessário Os dispositivos para a realização de cópias de seguran-
configurar e manter aplicativos separados, como e-mail e ser- ça do(s) servidor(es) constituem uma das peças de especial
vidores Web, em vez de usar um sistema unificado, como faria importância. Por exemplo, unidades de disco amovíveis com
com um pacote de software para grupo de trabalho; grande capacidade de armazenamento, tapes...
• Número Limitado de Ferramentas - Há um número limi- Queremos ainda referir que para o funcionamento de
tado de ferramentas para conectar um servidor Web a bancos uma rede existem outros conceitos como topologias/confi-
de dados ou outros aplicativos back-end. As intranets exigem gurações (rede linear, rede em estrela, rede em anel, rede em
uma rede TCP/IP, ao contrário de outras soluções de software árvore, rede em malha …), métodos de acesso, tipos de cabos,
para grupo de trabalho que funcionam com os protocolos de protocolos de comunicação, velocidade de transmissão …
transmissão de redes local existentes;
• Ausência de Replicação Embutida – As intranets não EXTRANET
apresentam nenhuma replicação embutida para usuários re- A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de
motos. A HMTL não é poderosa o suficiente para desenvolver computadores que faz uso da Internet para partilhar com se-
aplicativos cliente/servidor. gurança parte do seu sistema de informação.
Como a Intranet é ligada à Internet A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de
computadores que faz uso da Internet para partilhar com se-
gurança parte do seu sistema de informação.
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o conceito
confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode ser
vista como uma parte da empresa que é estendida a usuários
externos (“rede extra-empresa”), tais como representantes e
clientes. Outro uso comum do termo Extranet ocorre na de-
signação da “parte privada” de um site, onde somente “usuá-
rios registrados” podem navegar, previamente autenticados
por sua senha (login).
Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um Por-
tal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas e
funcionários de uma empresa consigam ter acesso à intranet
através de redes externas ao ambiente da empresa.
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via
Segurança da Intranet Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma intranet
Três tecnologias fornecem segurança ao armazenamento é uma rede restrita à empresa que utiliza as mesmas tecnologias
e à troca de dados em uma rede: autenticação, controle de presentes na Internet, como e-mail, webpages, servidor FTP etc.
acesso e criptografia. A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação en-
Autenticação - É o processo que consiste em verificar se tre os funcionários e parceiros além de acumular uma base
um usuário é realmente quem alega ser. Os documentos e de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar
dados podem ser protegidos através da solicitação de uma novas soluções.
105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Internet Explorer 113
O Internet Explorer 11 é fornecido junto com a atualiza-
ção do Windows 8.1 ou do Windows RT 8.1. O Internet Ex-
plorer facilita o acesso a sites e ajuda a ver com o máximo de
qualidade todo o conteúdo incrível que você pode encontrar.
Depois de aprender alguns gestos e truques comuns, você
poderá usar seu novo navegador com todo o conforto e Abrindo e alternando as guias
aproveitar ao máximo seus sites favoritos. Abra uma nova guia tocando ou clicando no botão
Nova guia . Em seguida, insira uma URL ou um termo de
Noções básicas sobre navegação pesquisa ou selecione um de seus sites favoritos ou mais
Mãos à obra. Para abrir o Internet Explorer 11, toque ou visitados.
clique no bloco Internet Explorer na tela Inicial. Alterne várias guias abertas tocando ou clicando nelas
Uma barra de endereços, três formas de usar na barra de guias. Você pode ter até 100 guias abertas em
A barra de endereços é o seu ponto de partida para nave- uma só janela. Feche as guias tocando ou clicando em Fe-
gar pela Internet. Ela combina barra de endereços e caixa de char no canto de cada guia.
pesquisa para que você possa navegar, pesquisar ou receber
sugestões em um só local. Ela permanece fora do caminho
quando não está em uso para dar mais espaço para os sites.
Para que a barra de endereços apareça, passe o dedo de baixo
para cima na tela ou clique na barra na parte inferior da tela
se estiver usando um mouse. Há três maneiras de utilizá-la:
Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços para
ir diretamente para um site. Ou toque, ou clique, na barra de
endereços para ver os sites que mais visita (os sites mais fre-
quentes).
Para pesquisar. Insira um termo na barra de endereços
e toque ou clique em Ir para pesquisar a Internet com o
mecanismo de pesquisa padrão.
Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir? Di-
gite uma palavra na barra de endereços para ver sugestões
de sites, aplicativos e pesquisa enquanto digita. Basta tocar Usando várias janelas de navegação
ou clicar em uma das sugestões acima da barra de endereços. Também é possível abrir várias janelas no Internet Ex-
plorer 11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma
nova janela, pressione e segure o bloco Internet Explorer
(ou clique nele com o botão direito do mouse) na tela Ini-
cial e, em seguida, toque ou clique em Abrir nova janela.
Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela.
Abra uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o lado
direito ou esquerdo da tela. Em seguida, arraste a outra
janela a partir do lado esquerdo da tela.
Dica
Você pode manter a barra de endereços e as guias en-
caixadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer
pesquisas rapidamente. Abra o botão Configurações, to-
que ou clique em Opções e, em Aparência, altere Sempre
mostrar a barra de endereços e as guias para Ativado.
Multitarefas com guias e janelas
Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em uma Personalizando sua navegação
só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir, fechar Depois de ter aprendido as noções básicas sobre o uso
e alternar os sites. A barra de guias mostra todas as guias ou do navegador, você poderá alterar suas home pages, adi-
janelas que estão abertas no Internet Explorer. Para ver a barra cionar sites favoritos e fixar sites à tela Inicial.
de guias, passe o dedo de baixo para cima (ou clique) na tela. Para escolher suas home pages
3 Fonte: Ajuda do Internet Explorer
106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
FIREFOX4
Firefox é um navegador web de código aberto e multi-
plataforma com versões para Windows, OS X (Mac), Linux e
Android, em variantes de 32 e 64 bits, dependendo da pla-
taforma. O Firefox possui suporte para extensões, navegação
por abas, alerta contra sites maliciosos, suporte para sincroni-
zação de informações, gerenciador de senhas, bloqueador de
janelas pop-up, pesquisa integrada, corretor ortográfico, ge-
renciador de download, leitor de feeds RSS e outros recursos.
4 Fonte: Ajuda do Firefox
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Além de ser multiplataforma, o Firefox também suporta O Firefox pode se tornar o navegador mais adequado
diferentes linguagens, incluindo o português do Brasil (Pt Br). para a sua necessidade:
Surgido de um projeto criado por Dave Hyatt e Blake · Fácil utilização;
Ross em 2002, somente dois anos depois a plataforma de na- · Simples e intuitivo, mas repleto de recursos. O Firefox
vegação pela internet se desmembrou de outras ferramentas tem todas as funções que você está acostumado - favoritos,
e se tornou um browser independente. No começo, o Firefox histórico, tela inteira, zoom de texto para tornar as páginas
se popularizou apenas entre o nicho de adeptos do “softwa- mais fáceis de ler, e diversas outras funcionalidades intuitivas;
re livre”, e mesmo assim já alcançou dezenas de milhões de · Compacto;
downloads. · A maioria das distribuições está em torno dos 5MB. Você
Não demorou muito para que o navegador começasse a leva apenas alguns minutos para copiar o Firefox para o seu
receber melhorias relevantes e o seu potencial fosse observa- computador em uma conexão discada e segunda em uma co-
do por outros perfis de internautas. E foi basicamente assim nexão banda larga. A configuração é simples e intuitiva. Logo
que o produto da Fundação Mozilla ganhou seu espaço e você estará navegando com essa ferramenta.
quase desbancou a hegemonia do Internet Explorer.
Seu sistema de abas permite que o usuário navegue em Principais novidades
diversos sites sem a necessidade de abrir várias instâncias Tudo começa pelo novo e intuitivo menu
do programa. A função de navegação privativa é muito útil, - As opções que você mais acessa, todas no mesmo lugar
pois com ela, o Mozilla Firefox não memoriza histórico, da- - Pensado para facilitar o acesso
dos fornecidos a páginas e ao campo de pesquisa, lista de - Converse por vídeo com qualquer pessoa diretamente
downloads, cookies e arquivos temporários. Serão preserva- do Firefox
dos apenas arquivos salvos por downloads e novos favoritos.
Além dessas opções, o navegador continua com as funções
básicas de qualquer outro aplicativo semelhante: gerencia-
dor de favoritos, suporte a complementos e sincronização de
dados na nuvem.
Principais características
· Navegação em abas;
· A mesma janela pode conter diversas páginas. Abrindo
os links em segundo plano
Eles já estarão carregados quando você for ler;
· Bloqueador de popups:
· O Firefox já vem com um bloqueador embutido de po-
pups;
· Pesquisa inteligente; Conheça o Firefox Hello
· O campo de pesquisa pelo Google fica na direita na - Converse por vídeo com qualquer pessoa, em qualquer
barra de ferramentas e abre direto a página com os resulta- lugar
dos, poupando o tempo de acesso à página de pesquisa an- - É grátis! Não é preciso ter conta ou baixar complemen-
tes de ter que digitar as palavras chaves. O novo localizador tos.
de palavras na página busca pelo texto na medida em que - Escolha como você quer pesquisar
você as digita, agilizando a busca;
· Favoritos RSS;
· A integração do RSS nos favoritos permite que você
fique sabendo das atualizações e últimas notícias dos seus
sites preferidos cadastrados. Essa função é disponibilizada a
partir do Firefox 2;
· Downloads sem perturbação;
· Os arquivos recebidos são salvos automaticamente na
área de trabalho, onde são fáceis de achar. Menos interrup-
ções significam downloads mais rápidos. Claro, essa função
pode ser personalizada sem problemas;
· Você decide como deve ser seu navegador;
· O Firefox é o navegador mais personalizável que exis-
te. Coloque novos botões nas barras de ferramentas, instale
extensões que adiciona novas funções, adicione temas que
modificam o visual do Firefox e coloque mais mecanismos Uma nova maneira de pesquisar, ainda mais inteligente
nos campos de pesquisa. - Sugestões de pesquisa aparecerão conforme você di-
gita
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Escolha o site certo para cada pesquisa Exibir seus sites principais
- Use a estrela para adicionar Favoritos Clique no ícone de engrenagem na página Nova Aba e
marque Exibir os sites mais visitados.
Remover
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique no “X” no canto superior direito do site para ex- Clique no botão de menu e depois em Entrar no
cluí-lo da página. Sync. A página de acesso será aberta em uma nova aba.
Nota: Se acidentalmente remover um site, pode recu-
perá-lo clicando em Desfazer no topo da página. Se muitos
sites foram removidos clique em Restaurar tudo.
Reorganizar
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para criar um favorito, clique no ícone da estrela na Barra Como eu organizo os meus favoritos?
de ferramentas. A estrela ficará azul e seu favorito será adi- Na Biblioteca, você pode ver e organizar todos os seus
cionado na pasta “Não organizados”. Pronto! favoritos.
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Reorganizando manualmente
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique na pasta que contém o favorito que você deseja
mover para expandi-la.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique no favorito que você quer mover e arraste-o para a Dica: Mais opções de configuração da página inicial es-
posição desejada. tão disponíveis na janela Opções .
Clique no botão menu e depois em Opções, na ja-
nela que foi aberta vá para o painel Geral.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Como as sugestões de pesquisa funcionam Enquanto você digita na busca da barra de ferramen-
Se você ver uma sugestão de pesquisa que correspon- tas, o seu mecanismo de pesquisa padrão mostra suges-
de ao que você está procurando, clique nela para ver re- tões para ajudá-lo a procurar mais rápido. Essas sugestões
sultados para aquele termo de pesquisa. Isso pode poupar são baseadas em pesquisas populares ou em suas pesqui-
tempo e ajudar você a encontrar o que está procurando sas anteriores (se estiver ativado).
com menos digitação.
Ativar as sugestões de pesquisa enviará as palavras-
chave que você digita num campo de busca para o me-
canismo de pesquisa padrão - a menos que pareça que
você está digitando uma URL ou hostname. Os campos de
pesquisa incluem:
- a barra de pesquisa
- páginas iniciais (como mostrado na imagem acima)
- a barra de endereço (onde as Sugestões de Pesquisa
podem ser desativadas separadamente)
O mecanismo de pesquisa padrão pode coletar essas
informações de acordo com os termos da política de pri-
vacidade deles, e os usuários preocupados sobre essas in-
formações sendo coletadas podem desejar não ativar as
sugestões de pesquisa. As sugestões de pesquisa estão de-
sativadas por padrão no modo de Navegação Privada. Você
deve ativá-las explicitamente em uma janela de navegação
privativa para ativá-las nesse modo.
Ativando ou desativando as sugestões de pesquisa Pressione Enter para pesquisar usando o seu mecanis-
As sugestões de pesquisa podem ser ativadas ou de-
mo de pesquisa padrão, ou selecione outro mecanismo de
sativadas a qualquer momento marcando ou desmarcando
pesquisa clicando no logotipo.
a caixa Fornecer sugestões de pesquisa na seção Pesquisar
das opções do Firefox:
Mecanismos de pesquisa disponíveis
O Firefox vem com os seguintes mecanismos de pes-
quisa por padrão:
- Google para pesquisar na web através do Google
Nota: O padrão de busca do Google é criptografado
para evitar espionagem.
- Yahoo para pesquisar na web através do Yahoo
- Bing para pesquisar na web através do Microsoft Bing
- BuscaPé para procurar comparações de preços, pro-
dutos e serviços no site BuscaPé.
- DuckDuckGo como mecanismo de pesquisa para
para usuários que não querem ser rastreados.
Para ver sugestões de pesquisa na barra de endereços, - Mercado Livre para procurar por itens à venda ou em
marque a opção Mostrar sugestões de pesquisa na barra leilão no Mercado Livre
de localização. - Twitter para procurar pessoas no Twitter
- Wikipédia (pt) para pesquisar na enciclopédia online
Usando a Barra de Pesquisa gratuita Wikipédia Portuguesa.
Basta digitar na barra de Pesquisa na sua barra de fer-
ramentas ou na página de Nova Aba. Gerenciador de Downloads
A Biblioteca e o painel de downloads controlam os ar-
quivos baixado pelo Firefox. Aprenda a gerenciar seus ar-
quivos e configurar as definições de download.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Selecione o quanto do histórico você deseja limpar: Marque a opção Limpar histórico quando o Firefox fe-
Clique no menu suspenso ao lado de Intervalo de tem- char.
po a limpar para escolher quanto de seu histórico o Firefox
limpará.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O leitor de PDF
O visualizador de PDF integrado de maneira nativa ao
navegador. Isto significa que agora não é mais necessário
ter que instalar um plugin externo no Mozilla Firefox para
fazê-lo visualizar um documento neste formato. Este visua-
lizador, inclusive, funciona da mesma forma como ocorre
no Google Chrome, que também suporta a visualização de
arquivos PDF nativamente.
Agora, sempre que você clicar em um documento PDF
Seção Impressoras:
no navegador, ele será aberto diretamente na tela. Os con-
Clique no menu drop-down ao lado de Name para mu-
troles são exibidos na parte superior, com os quais você
dar qual a impressora imprimirá a página que você está
pode salvar ou imprimir o documento, bem como usar re-
cursos como zoom, ou ir diretamente para uma página es- vendo.
pecífica. Também é possível alternar para o modo de apre- Nota: A impressora padrão é a do Windows. Quando
sentação e exibir o PDF em tela cheia. uma página da web é impressa com a impressora selecio-
Durante os testes realizados, conseguimos abrir vários nada, ela se torna a impressora padrão do Firefox.
PDFs em diversas abas sem nenhum problema, já que não Cique em Propiedades... para mudar o tamanho do pa-
houve travamentos. O segredo por trás do leitor é que ele pel, qualidade de impressão e outras configurações espe-
converte os PDFs para o HTML 5. cíficas da impressora.
Seção Intervalo de impressão - Especifique quais pági-
Imprimindo uma página web nas da página web atual será impressa:
Selecione Tudo para imprimir tudo.
Clique no menu e depois em Imprimir. Selecione Páginas e coloque o intervalo de páginas
que você quer imprimir. Por exemplo, selecionando “de 1 a
1” imprimirá somente a primeira página.
Selecione Seleção para imprimir somente a parte da
página que você selecionou.
Seção Cópias - Especifique quantas cópias você quer
imprimir.
Se colocar mais do que 1 no campo Número de cópias,
você também pode escolher se quer agrupá-las. Por exem-
plo, se você escolheu fazer 2 cópias e selecionou Juntar,
elas serão impressas na ordem 1, 2, 3, 1, 2, 3. Caso contrá-
rio, elas serão impressas na ordem 1, 1, 2, 2, 3, 3.
Nota: As seguintes configurações são salvas como pre-
ferências do Firefox em uma base por impressora.
SeçãoImprimir bordas - Se você está vendo uma pá-
gina web com bordas, poderá selecionar como as bordas
serão impressas:
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formato e Opções
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Abrir um link em nova janela privativa Outras formas de controlar as informações que o Firefox
Clique com o botão direito do mouse e escolha Abrir link em salva
uma nova janela privativa no menu contextual. Você sempre pode remover a navegação recente, as
pesquisas e histórico de download depois de visitar um site.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Um cadeado verde mais o nome da empresa ou or- O painel Segurança contém Opções relacionadas à sua
ganização, também em verde, significa que o website está segurança ao navegar na internet.
usando um Certificado de Validação Avançada. Um certi-
ficado de Validação Avançada é um tipo especial de cer-
tificado do site que requer um processo de verificação de
identidade significativamente mais rigoroso do que outros
tipos de certificados.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Configurações avançadas
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado
para usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade,
que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com
suas preferências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em
“Local de download” é possível escolher a pasta em que os
arquivos baixados serão salvos. Você também pode definir
que o navegador pergunte o local para cada novo down-
load.
Básicas
Downloads
Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do
navegador. Basta selecionar a melhor opção para você e
Todos os navegadores mais famosos da atualidade
configurar as páginas que deseja abrir.
Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba contam com pequenos gerenciadores de download, o que
anterior, defina qual será a página inicial do Chrome. Tam- facilita a vida de quem baixa várias coisas ao mesmo tem-
bém é possível escolher se o atalho para a home (aquele po. Com o Google Chrome não é diferente. Ao clicar em
em formato de casinha) aparecerá na janela do navegador. um link de download, muitas vezes o programa pergunta-
Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro, rá se você deseja mesmo baixar o arquivo, como ilustrado
aqui você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar na abaixo:
lacuna do programa. O botão “Gerenciar” mostra a lista de
mecanismos.
Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo
como seu navegador padrão. Se você optar por isso, sem-
pre que algum software ou link for executado, o Chrome
será automaticamente utilizado pelo sistema.
Coisas pessoais
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A Linkedln, que é a rede social online mais popular para A ação de hackers e as redes sociais
profissionais de negócios, permite que você busque cada Quando as pessoas falam sobre a ação de hackers em
um dos membros do site, e você também tem acesso aos redes sociais, elas não estão usando a definição comum de
perfis completos e informações de contato dos seus conta- hackers, que são aqueles que usam códigos ou brechas em
tos já existentes, ou seja, as pessoas que aceitaram o convite redes de computadores de forma mal-intencionada, para
para participar da sua rede (ou que convidaram você para causar danos aos sistemas ou roubar informações confi-
participar da rede delas). No entanto, seus contatos podem denciais. A ação dos hackers em redes sociais requer muito
apresentá-lo a pessoas que estão distantes de você duas ou pouca habilidade técnica. Trata-se mais de um jogo psico-
três posições na rede maior da Linkedln. Ou você pode pagar lógico: usar informações dos perfis pessoais para ganhar a
um adicional para entrar em contato direto com qualquer confiança de um estranho.
usuário por meio de um serviço chamado InMail. Este segundo tipo de hacker é chamado de engenheiro
O Orkut, rede social do Google, foi a mais popular entre social. A engenharia social usa técnicas psicológicas per-
os brasileiros por um bom tempo. Seu uso era tão fácil que suasivas para explorar o elo mais fraco do sistema de segu-
os brasileiros acabaram dominando a rede e chegaram a 80% rança da informação: as pessoas. Veja alguns exemplos de
de seus usuários. Uma vez cadastrado na rede, o usuário ti- engenharia social:
nha uma página pessoal onde podia adicionar, além de seus • chamar um administrador de sistemas fingindo ser
dados pessoais e profissionais, amigos, amigos dos amigos, um executivo irritado que esqueceu sua senha e precisa
amigos dos amigos dos amigos, criar comunidades online e acessar seu computador imediatamente;
participar das já existentes, enviar recados para sua rede de • fingir ser um funcionário de banco e ligar para um
contatos e para quem ainda não faz parte dela, criar álbuns cliente pedindo o número do seu cartão de crédito;
de fotos e paquerar, flertar, namorar. E, o mais importante • fingir ter perdido seu crachá e pedir gentilmente a
para grande parte dos participantes, xeretar a vida das pes- um funcionário para deixar você entrar no escritório.
soas através das páginas de recados. Muitas pessoas não levam os possíveis riscos de segu-
rança em consideração quando criam uma página de perfil
Fazendo contatos em uma rede social online
em uma rede social. Quanto mais informações pessoais e
Você precisa criar um perfil em uma rede social antes de
profissionais você incluir no seu perfil público, mais fácil
fazer contatos online. Você vai precisar escolher um nome
será para um hacker explorar essas informações para ga-
para login e uma senha. Depois de fazer isso, você vai forne-
nhar sua confiança.
cer algumas informações pessoais básicas, como nome, sexo,
Vamos supor que você seja um engenheiro e faz um
idade, local e alguns hobbies ou interesses específicos.
blog sobre um dos seus projetos atuais na sua página do
Você pode personalizar seu perfil adicionando fotos, mú-
Facebook. Um hacker pode usar essas informações para
sica ou vídeos. Mas lembre-se de que o seu perfil é a imagem
fingir ser um funcionário da empresa. Ele sabe seu nome
que você está apresentando ao mundo online. Na maioria
dos sites você pode ter um controle sobre quem pode visua- e seu cargo na empresa, então você está sujeito a confiar
lizar seu perfil completo. nele. Assim; ele pode tentar conseguir de você uma senha
Em alguns sites, só amigos ou aqueles que você convi- ou informação confidencial para vender aos concorrentes.
dou podem visualizar seu perfil. Quando tiver terminado de A segurança da maioria das redes sociais online é que
criar seu perfil, você pode começar a procurar amigos e fazer somente seus “amigos” ou membros da sua rede podem
contatos. Isso acontece quando você convida amigos que es- ver seu perfil completo. Mas isso só é eficaz se você for ex-
tão offline no momento para participar ou procurar amigos tremamente seletivo sobre quem você inclui em sua rede.
que já são membros. Se você aceita convites de qualquer pessoa, uma delas
Na maioria dos sites de rede social você pode enviar um pode ser um hacker.
e-mail convidando amigos para participar do Website e fazer O problema com as redes sociais online é que elas não
parte da sua rede social online. Em alguns casos, como no possuem um sistema integrado de autenticação para veri-
Facebook ou Linkedln, você pode importar sua lista de ende- ficar se alguém é realmente quem diz ser [fonte: SearchSe-
reços das suas contas de e-mail, como o Google ou Yahoo. curity.com]. Um hacker pode criar um perfil qualquer em
Depois de convidar seus amigos atuais, você pode co- um site como o Linkedln para se encaixar perfeitamente
meçar a procurar pessoas que têm interesses parecidos com nos interesses comerciais de seu alvo. Se o alvo aceita o
os seus. Por exemplo, se você gosta de ler os livros da Jane hacker como contato, ele pode ter acesso às informações
Austen, você pode procurar outras pessoas que gostam de de todos os outros contatos de seu alvo. Com essas infor-
Jane Austen e convidá-las para participar da sua rede. mações, é possível criar uma elaborada identidade falsa.
Ou, ainda, você pode procurar pessoas que estudaram Para lutar contra a engenharia social, a chave é a aten-
no mesmo colégio ou faculdade que você, pessoas que têm ção. Se você sabe que hackers de engenharia social exis-
a mesma marca de carro ou que gostam do mesmo tipo de tem, deve ter mais cuidado com aquilo que vai postar em
música. Você pode convidar essas pessoas para também par- seus perfis online. Se você está familiarizado com as trapa-
ticiparem da sua rede, aumentando, assim, a sua rede social. ças mais comuns da engenharia social, vai reconhecer uma
Mesmo que tenha a impressão de que conhece as pes- enquanto ela está acontecendo, e não quando for tarde
soas que encontra no ciberespaço, você deve ter cuidado demais.
porque a ação de hackers é bastante comum.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Apesar desse tipo de firewall ter uma perda maior de Assinatura digital
performance, já que ele analisa toda a comunicação uti-
lizando proxies, ele permite uma maior auditoria sobre o Um conjunto de dados encriptados, associados a um
controle no tráfego, já que as aplicações específicas podem documento do qual são função, garantindo a integridade
detalhar melhor os eventos associados a um dado serviço. do documento associado, mas não a sua confidencialidade.
A maior dificuldade na sua implementação é a necessi- A assinatura digital, portanto, busca resolver dois pro-
dade de instalação e configuração de um proxy para cada blemas não garantidos apenas com uso da criptografia para
aplicação, sendo que algumas aplicações não trabalham codificar as informações: a Integridade e a Procedência.
corretamente com esses mecanismos. Ela utiliza uma função chamada one-way hash function,
também conhecida como: compression function, crypto-
Considerações sobre o uso de Firewalls graphic checksum, message digest ou fingerprint. Essa fun-
ção gera uma string única sobre uma informação, se esse
Embora os firewalls garantam uma maior proteção, e valor for o mesmo tanto no remetente quanto destinatário,
são inestimáveis para segurança da informação, existem al- significa que essa informação não foi alterada.
guns ataques que os firewalls não podem proteger, como a Mesmo assim isso ainda não garante total integridade,
interceptação de tráfego não criptografado, ex: Intercepta- pois a informação pode ter sido alterada no seu envio e um
ção de e-mail. Além disso, embora os firewalls possam pro- novo hash pode ter sido calculado.
ver um único ponto de segurança e auditoria, eles também Para solucionar esse problema, é utilizada a criptogra-
podem se tornar um único ponto de falha – o que quer dizer fia assimétrica com a função das chaves num sentido inver-
que os firewalls são a última linha de defesa. Significa que se so, onde o hash é criptografado usando a chave privada do
um atacante conseguir quebrar a segurança de um firewall, remetente, sendo assim o destinatário de posse da chave
ele vai ter acesso ao sistema, e pode ter a oportunidade de pública do remetente poderá decriptar o hash. Dessa ma-
roubar ou destruir informações. Além disso, os firewalls pro- neira garantimos a procedência, pois somente o remeten-
tegem a rede contra os ataques externos, mas não contra os te possui a chave privada para codificar o hash que será
ataques internos. No caso de funcionários mal intenciona- aberto pela sua chave pública. Já o hash, gerado a partir da
dos, os firewalls não garantem muita proteção. Finalmente, informação original, protegido pela criptografia, garantirá
como mencionado os firewalls de filtros de pacotes são fa- a integridade da informação.
lhos em alguns pontos. - As técnicas de Spoofing podem ser
um meio efetivo de anular a sua proteção. Mecanismos de garantia da integridade da informação
Para uma proteção eficiente contra as ameaças de segu-
rança existentes, os firewalls devem ser usados em conjunto Usando funções de “Hashing” ou de checagem, con-
com diversas outras medidas de segurança. sistindo na adição.
Existem, claro, outros mecanismos de segurança que
apoiam os controles físicos: Portas / trancas / paredes / blin- Mecanismos de controle de acesso
dagem / guardas / etc.
Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões
• CONTROLES LÓGICOS: são barreiras que impedem inteligentes.
ou limitam o acesso à informação, que está em ambiente
controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, Mecanismos de certificação
ficaria exposta a alteração não autorizada por elemento mal
intencionado. Atesta a validade de um documento. O Certificado Di-
Existem mecanismos de segurança que apoiam os con- gital, também conhecido como Certificado de Identidade
troles lógicos: Digital associa a identidade de um titular a um par de cha-
ves eletrônicas (uma pública e outra privada) que, usadas
Mecanismos de encriptação em conjunto, fornecem a comprovação da identidade. É
A criptografia vem, na sua origem, da fusão de duas pa- uma versão eletrônica (digital) de algo parecido a uma Cé-
lavras gregas: dula de Identidade - serve como prova de identidade, reco-
• CRIPTO = ocultar, esconder. nhecida diante de qualquer situação onde seja necessária a
• GRAFIA = escrever comprovação de identidade.
Criptografia é arte ou ciência de escrever em cifra ou em O Certificado Digital pode ser usado em uma grande
códigos. É então um conjunto de técnicas que tornam uma variedade de aplicações, como comércio eletrônico, grou-
mensagem incompreensível permitindo apenas que o desti- pware (Intranets e Internet) e transferência eletrônica de
natário que conheça a chave de encriptação possa decriptar fundos.
e ler a mensagem com clareza. Dessa forma, um cliente que compre em um shopping
Permitem a transformação reversível da informação de virtual, utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certifi-
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, cado de Identidade Digital deste Servidor para verificar: a
algoritmos determinados e uma chave secreta para, a partir identidade do vendedor e o conteúdo do Certificado por
de um conjunto de dados não encriptados, produzir uma ele apresentado. Da mesma forma, o servidor poderá so-
sequência de dados encriptados. A operação inversa é a licitar ao comprador seu Certificado de Identidade Digital,
desencriptação. para identificá-lo com segurança e precisão.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado O Authenticode e o Object Signing são tecnologias que
de Identidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e permitem que um desenvolvedor de programas de com-
a comunicação com segurança não será estabelecida. putador assine digitalmente seu software. Assim, ao baixar
O Certificado de Identidade Digital é emitido e assi- um software pela Internet, o usuário tem certeza da identi-
nado por uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate dade do fabricante do programa e que o software se man-
Authority). Para tanto, esta autoridade usa as mais avança- teve íntegro durante o processo de download. Os certifica-
das técnicas de criptografia disponíveis e de padrões inter- dos digitais se dividem em basicamente dois formatos: os
nacionais (norma ISO X.509 para Certificados Digitais), para certificados de uso geral (que seriam equivalentes a uma
a emissão e chancela digital dos Certificados de Identidade carteira de identidade) e os de uso restrito (equivalentes
Digital. a cartões de banco, carteiras de clube etc.). Os certificados
Podemos destacar três elementos principais: de uso geral são emitidos diretamente para o usuário final,
- Informação de atributo: É a informação sobre o obje- enquanto que os de uso restrito são voltados basicamente
to que é certificado. No caso de uma pessoa, isto pode in- para empresas ou governo.
cluir seu nome, nacionalidade e endereço e-mail, sua orga- Integridade: Medida em que um serviço/informação é
nização e o departamento da organização onde trabalha. genuino, isto é, esta protegido contra a personificação por
- Chave de informação pública: É a chave pública da intrusos.
entidade certificada. O certificado atua para associar a cha- Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função é
ve pública à informação de atributo, descrita acima. A cha- detectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spam-
ve pública pode ser qualquer chave assimétrica, mas usual- mer, ou de qualquer agente externo estranho ao sistema,
mente é uma chave RSA. enganando-o, fazendo-o pensar que esteja de fato explo-
- Assinatura da Autoridade em Certificação (CA): A CA rando uma vulnerabilidade daquele sistema.
assina os dois primeiros elementos e, então, adiciona cre-
dibilidade ao certificado. Quem recebe o certificado verifica AMEAÇAS À SEGURANÇA
a assinatura e acreditará na informação de atributo e chave
pública associadas se acreditar na Autoridade em Certifi- Ameaça é algo que oferece um risco e tem como foco
cação. algum ativo. Uma ameaça também pode aproveitar-se de
Existem diversos protocolos que usam os certificados alguma vulnerabilidade do ambiente.
digitais para comunicações seguras na Internet: Identificar Ameaças de Segurança – Identificar os Tipos
• Secure Socket Layer ou SSL; de Ataques é a base para chegar aos Riscos. Lembre-se que
• Secured Multipurpose Mail Extensions - S/MIME; existem as prioridades; essas prioridades são os pontos que
• Form Signing; podem comprometer o “Negócio da Empresa”, ou seja, o
• Authenticode / Objectsigning. que é crucial para a sobrevivência da Empresa é crucial no
seu projeto de Segurança.
O SSL é talvez a mais difundida aplicação para os cer-
Abaixo temos um conjunto de ameaças, chamado de
tificados digitais e é usado em praticamente todos os sites
FVRDNE:
que fazem comércio eletrônico na rede (livrarias, lojas de
CD, bancos etc.). O SSL teve uma primeira fase de ado-
Falsificação
ção onde apenas os servidores estavam identificados com
certificados digitais, e assim tínhamos garantido, além da
Falsificação de Identidade é quando se usa nome de
identidade do servidor, o sigilo na sessão. Entretanto, ape-
usuário e senha de outra pessoa para acessar recursos ou
nas com a chegada dos certificados para os browsers é que executar tarefas. Seguem dois exemplos:
pudemos contar também com a identificação na ponta • Falsificar mensagem de e-mail;
cliente, eliminando assim a necessidade do uso de senhas • Executar pacotes de autenticação.
e logins. Um ataque de Falsificação pode ter início em um PostIt
O S/Mime é também um protocolo muito popular, pois com sua senha, grudado no seu monitor.
permite que as mensagens de correio eletrônico trafeguem
encriptadas e/ou assinadas digitalmente. Desta forma os Violação
e-mails não podem ser lidos ou adulterados por terceiros
durante o seu trânsito entre a máquina do remetente e a A Violação ocorre quando os dados são alterados:
do destinatário. Além disso, o destinatário tem a garantia • Alterar dados durante a transmissão;
da identidade de quem enviou o e-mail. • Alterar dados em arquivos.
O Form Signing é uma tecnologia que permite que os
usuários emitam recibos online com seus certificados di- Repudiação
gitais. Por exemplo: o usuário acessa o seu Internet Ban- A Repudiação talvez seja uma das últimas etapas de
king e solicita uma transferência de fundos. O sistema do um ataque bem sucedido, pois é o ato de negar algo que
banco, antes de fazer a operação, pede que o usuário as- foi feito. Isso pode ser feito apagando as entradas do Log
sine com seu certificado digital um recibo confirmando a após um acesso indevido. Exemplos:
operação. Esse recibo pode ser guardado pelo banco para • Excluir um arquivo crítico e negar que excluiu;
servir como prova, caso o cliente posteriormente negue ter • Comprar um produto e mais tarde negar que com-
efetuado a transação. prou.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também ção. O worm pode capturar endereços de e-mail em ar-
todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. quivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema de envio
Alguns às vezes re-contaminam o mesmo arquivo tantas de e-mails) próprios ou qualquer outro meio que permita
vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço a contaminação de computadores (normalmente milhares)
considerável (que é sempre muito precioso) em seu disco. em pouco tempo.
Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços
do programa original, para não dar a menor pista de sua Spywares, keyloggers e hijackers
existência.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três
propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa- nomes também representam perigo. Spywares são progra-
gados, o micro começa a travar, documentos que não são mas que ficam “espionando” as atividades dos internautas
salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram ou capturam informações sobre eles. Para contaminar um
mensagens chatas, outros mais elaborados fazem estragos computador, os spywares podem vir embutidos em soft-
muitos grandes. wares desconhecidos ou serem baixados automaticamen-
te quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
TIPOS Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos,
Cavalo-de-Tróia destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O
objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi Hijackers são programas ou scripts que “sequestram”
atribuída aos programas que permitem a invasão de um navegadores de Internet, principalmente o Internet Explo-
computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, rer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial
o termo é análogo ao famoso artefato militar fabricado do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe pro-
pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o pagandas em pop-ups ou janelas novas, instala barras
outro com um “presente de grego”, que seria um aplicati- de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a
vo qualquer. Quando o leigo o executa, o programa atua determinados sites (como sites de software antivírus, por
de forma diferente do que era esperado.
exemplo).
Ao contrário do que é erroneamente informado na mí-
Os spywares e os keyloggers podem ser identifica-
dia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não
dos por programas anti-spywares. Porém, algumas des-
se reproduz e não tem nenhuma comparação com vírus de
tas pragas são tão perigosas que alguns antivírus podem
computador, sendo que seu objetivo é totalmente diver-
ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus.
so. Deve-se levar em consideração, também, que a maio-
No caso de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma
ria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como
ferramenta desenvolvida especialmente para combater
tal. A expressão “Trojan” deve ser usada, exclusivamente,
aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar
como definição para programas que capturam dados sem
no sistema operacional de uma forma que nem antivírus
o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como nem anti-spywares conseguem “pegar”.
um arquivo no computador da vítima. Ele tem o intuito
de roubar informações como passwords, logins e quais- Hoaxes, o que são?
quer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima.
Quando a máquina contaminada por um Trojan conectar- São boatos espalhados por mensagens de correio
se à Internet, poderá ter todas as informações contidas eletrônico, que servem para assustar o usuário de com-
no HD visualizadas e capturadas por um intruso qualquer. putador. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo
Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já es- vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e
teve dentro de um computador alheio sabe as possibilida- que infectará o micro do destinatário enquanto a men-
des oferecidas. sagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em
determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem hoax
Worm normalmente costuma dizer que a informação partiu de
uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e que tal
Os worms (vermes) podem ser interpretados como vírus poderá danificar a máquina do usuário. Desconsidere
um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A prin- a mensagem.
cipal diferença entre eles está na forma de propagação:
os worms podem se propagar rapidamente para outros FIREWALL
computadores, seja pela Internet, seja por meio de uma
rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira Firewall é um programa que monitora as conexões fei-
discreta e o usuário só nota o problema quando o compu- tas pelo seu computador para garantir que nenhum recur-
tador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes so do seu computador esteja sendo usado indevidamente.
vírus inteligentes é a gama de possibilidades de propaga- São úteis para a prevenção de worms e trojans.
137
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
138
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
139
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Entende-se por armazenamento externo qualquer meca- Utilizando a ferramenta inclusa no Windows XP
nismo que não se encontre dentro do seu PC. Existem várias Professional.
opções, e apresentamos uma tabela com os mais comuns,
vantagens e desvantagens:
CD-RW Se você trabalha com o Windows XP Professional, você
dispõe de uma ferramenta muito útil que se encarrega de
É um CD em que pode guardar/gravar suas informações. fazer os backups que você marcar. Siga estes passos para
Arquivos realmente preciosos que precisam ser guardados utilizá-la:
com 100% de certeza de que não sofrerão danos com o pas- 1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Progra-
sar do tempo devem ser becapeados em CDs. A maioria dos mas”. 2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas
computadores atuais inclui uma unidade para gravar em CD de Sistema”. 3. Escolha a opção “Backup”.
-RW. O CD-ROM é a forma mais segura de fazer grandes Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta,
backups. Cada CD armazena até 700 Mb e, por ser uma mídia
aparecerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique
ótica, onde os dados são gravados de maneira física, é muito
em Avançar e siga as instruções na tela. Se você deseja um
mais confiável que mídias magnéticas sujeitas a interferên-
guia passo a passo de como usar essa ferramenta, pode
cias elétricas.
obtê-lo em Backup do Windows XP Facilitado (em inglês).
Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema
DVD-RW
operacional utiliza, dê um clique com o botão direito so-
bre o ícone “Meu Computador” e escolha “Propriedades”.
A capacidade de armazenamento é muito maior, nor-
Dentro da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu
malmente entre 4 e 5 gibabytes.
sistema operacional.
Pen Drive
Para utilizar a ferramenta de backups no Windows
São dispositivos bastante pequenos que se conectam a XP Home Edition
uma porta USB do seu equipamento.
São muito portáteis, frequentemente são do tipo “cha- Se seu PC tem o Windows XP Home Edition, você pre-
veiro”, ideais para backups rápidos e para mover arquivos cisa adicionar a ferramenta de backups que vem no seu CD
entre máquinas. original seguindo estes passos:
Você deve escolher um modelo que não seja muito frágil. 1. Insira o CD do Windows XP (ou o que veio com seu
equipamento se ele foi pré-carregado) na unidade de CD.
HD Externo Se a tela de apresentação não aparecer, dê um clique duplo
sobre o ícone da unidade de CD dentro de “Meu Compu-
O HD externo funciona como um periférico, como se fos- tador”.
se um Pen Drive, só que com uma capacidade infinitamente 2. Na tela de apresentação, escolha a opção “Executar
maior. tarefas adicionais”.
3. Clique em “Explorar este CD”.
Backups utilizando o Windows 4. O Windows Explorer se abrirá. Localize a pasta
“ValueAdd” e dê um clique duplo sobre ela, depois em Msft
Fazer backups de sua informação não tem que ser um e depois em NtBackup.
trabalho complicado. Você pode simplesmente recorrer ao 5. Agora, dê um clique duplo sobre o arquivo NtBackup.
método Copiar e Colar, ou seja, aproveitar as ferramentas msi para instalar a ferramenta de backup.
dependendo da versão do Sistema Operacional (Windows, Nota: Ao terminar a instalação, é provável que seja so-
Linux, etc.) que você utiliza. licitado que você reinicie seu equipamento.
140
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para utilizar a ferramenta, siga estes passos: Breve, deve haver uma alternativa para executivos
1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Programas”. como você. Em vez de instalar uma suíte de aplicativos em
2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas de cada computador, você só teria de carregar uma aplicação.
Sistema”. Essa aplicação permitiria aos trabalhadores logar-se em um
3. Escolha a opção “backup”. serviço baseado na web que hospeda todos os programas
Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta, de que o usuário precisa para seu trabalho. Máquinas re-
aparecerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique motas de outra empresa rodariam tudo - de e-mail a pro-
em Avançar e siga as instruções na tela. Se você deseja um cessador de textos e a complexos programas de análise de
guia passo a passo de como usar essa ferramenta, pode ob- dados. Isso é chamado computação em nuvem e poderia
tê-lo em Backup do Windows XP Facilitado (em inglês). mudar toda a indústria de computadores.
Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema ope- Em um sistema de computação em nuvem, há uma
racional utiliza, dê um clique com o botão direito sobre o redução significativa da carga de trabalho. Computadores
ícone “Meu Computador” e escolha “Propriedades”. Dentro locais não têm mais de fazer todo o trabalho pesado quan-
da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu sistema do se trata de rodar aplicações. Em vez disso, a rede de
operacional. computadores que faz as vezes de nuvem lida com elas. A
demanda por hardware e software no lado do usuário cai.
Recomendações para proteger seus backups A única coisa que o usuário do computador precisa é ser
capaz de rodar o software da interface do sistema da com-
Fazer backups é uma excelente prática de segurança putação em nuvem, que pode ser tão simples quanto um
básica. Agora lhe damos conselhos simples para que você navegador web, e a rede da nuvem cuida do resto.
esteja a salvo no dia em que precisar deles: Há uma boa chance de você já ter usado alguma for-
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, ma de computação em nuvem. Se você tem um conta de
e, se for possível, em algum recipiente à prova de incêndios, e-mail com um serviço baseado na web, como Hotmail, Ya-
como os cofres onde você guarda seus documentos e valo- hoo! ou Gmail, então você já teve experiência com compu-
res importantes. tação em nuvem. Em vez de rodar um programa de e-mail
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as man- no seu computador, você se loga numa conta de e-mail
tenha em lugares separados. remotamente pela web. O software e o armazenamento da
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, é sua conta não existem no seu computador - estão na nu-
melhor comprimir os arquivos que já sejam muito antigos vem de computadores do serviço.
(quase todos os programas de backup contam com essa op-
ção), assim você não desperdiça espaço útil. Arquitetura da computação em nuvem
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira que Quando falamos sobre um sistema de computação em
sua informação fique criptografada o suficiente para que nuvem, é de grande ajuda dividi-lo em duas seções: o front
ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é impor- end e o back end. Eles se conectam através de uma rede,
tante para seus entes queridos, implemente alguma forma geralmente a Internet. O front end é o lado que o usuário
para que eles possam saber a senha se você não estiver pre- do computador, ou cliente, vê. O back end é a seção “nu-
sente. vem” do sistema.
O front end inclui o computador do cliente (ou rede
*texto adaptado do material disponivel em: de computadores) e a aplicação necessária para acessar o
https://www.vivaolinux.com.br/linux/ sistema de computação em nuvem. Nem todos os sistemas
www.petropolis.rj.gov.br/intranet/images/intro_linux de computação em nuvem tem a mesma interface para o
http://www.paulobarbosa.com.br/downloads/grupos.pdf usuário. Serviços baseados na Web, como programas de
e-mail, aproveitam navegadores de internet já existentes,
como o Internet Explorer e o Firefox. Outros sistemas têm
Computação em nuvem aplicações próprias que fornecem acesso à rede aos clientes.
No back end do sistema estão vários computadores, servi-
Vamos dizer que você é um executivo de uma grande dores e sistemas de armazenamento de dados que criam a
empresa. Suas responsabilidades incluem assegurar que “nuvem” de serviços de computação. Na teoria, um sistema
todos os seus empregados tenham o software e o hard- de computação em nuvem inclui praticamente qualquer
ware de que precisam para fazer seu trabalho. Comprar programa de computador que você possa imaginar, do
computadores para todos não é suficiente - você também processamento de dados aos videogames. Cada aplicação
tem de comprar software ou licenças de software para dar tem seu próprio servidor dedicado.
aos empregados as ferramentas que eles exigem. Sempre Um servidor central administra o sistema, monitoran-
que você tem um novo contratado, você tem de comprar do o tráfego e as demandas do cliente para assegurar que
mais software ou assegurar que sua atual licença de soft- tudo funcione tranquilamente. Ele segue um conjunto de
ware permita outro usuário. Isso é tão estressante que regras chamadas protocolos e usa um tipo especial de
você tem dificuldade para dormir todas as noites. software chamado middleware. O middleware permite que
computadores em rede se comuniquem uns com os outros.
141
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se uma empresa de computação em nuvem tem mui- Empresas podem economizar dinheiro com supor-
tos clientes, é provável que haja uma alta demanda por mui- te técnico. O hardware otimizado poderia, em teoria, ter
to espaço de armazenamento. Algumas companhias reque- menos problemas que uma rede de máquinas e sistemas
rem centenas de dispositivos de armazenamento digitais. operacionais heterogêneos.
Sistemas de computação em nuvem precisam de pelo me- Se o back end do sistema de computação em nuvem
nos o dobro do número de dispositivos de armazenamen- for um sistema de computação em grade, então o clien-
to exigidos para manter todas as informações dos clientes te poderia tirar vantagem do poder de processamento de
armazenadas. Isso porque esses dispositivos, assim como uma rede inteira. Frequentemente, os cientistas e pesqui-
todos os computadores, ocasionalmente saem do ar. Um sadores trabalham com cálculos tão complexos que levaria
sistema de computação em nuvem deve fazer uma cópia anos para que um computador individual os completasse.
de toda a informação dos clientes e a armazenar em outros Em um sistema em grade, o cliente poderia enviar o cálculo
dispositivos. As cópias habilitam o servidor central a aces- para a nuvem processar. O sistema de nuvem tiraria vanta-
sar máquinas de backup para reter os dados que, de outra gem do poder de processamento de todos os computado-
forma, poderiam ficar inacessáveis. Fazer cópias de dados res do back end que estivessem disponíveis, aumentando
como um backup é chamado redundância. significativamente a velocidade dos cálculos.
142
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows Phone
CELULARES, TABLETS E SUAS TECNOLOGIAS, O Windows Phone é um sistema operacional para
BIOMETRIA, MOEDAS VIRTUAIS celulares baseado no Kernel do Windows CE6. Ele foi usado
primeiramente nos Pocket PCs. Ele usa o mesmo padrão de
aplicativos usados na versão para computador, mas requer um
hardware potente para funcionar corretamente. Este sistema
CELULARES integra e é compatível com todos os aplicativos de escritório
da versão PC, como Word, Excel, Power Point, Windows Media
Mac OS X: iPhone Player, entre outros. Para saber mais, leia essa página.
O sistema operacional que permite aos iPhones e iPads
rodarem no Mac OS X modificado é chamado de iPhone. Firefox OS
Este foi o primeiro sistema operacional criado para celulares A Mozilla também lançou o seu sistema operacional
e oferece suporte para as tecnologias de toque múltiplas móvel visando principalmente telefones de baixo custo. Ele é
adaptadas à multimídia (vídeos, imagens e músicas). um sistema flexível que se adapta a cada situação e oferece
Para navegar, acessar as funções ou telefonar basta você informações rápidas. O Firefox OS vem com todos os recursos
arrastar seu dedo pela tela. Para abrir um aplicativo basta básicos para que o smartphone funcione corretamente.
tocar no ícone alvo. Seu ponto fraco é que seus aplicativos Isso inclui aplicativos de serviços populares, mas também
só estão disponíveis nas lojas da Apple. Porém, sua grande de conteúdo local com maior relevância para o dia a dia do
vantagem é não ter vírus. Para saber mais sobre este usuário. Entre no site do sistema para saber mais.
sistema operacional, clique aqui e aqui.
Palm webOS
Este é o mais antigo sistema para celulares com alta
Symbian
tecnologia e foi lançado em 1996. Para saber mais sobre ele,
O sistema Symbian surgiu da parceria de um grupo das
leia a descrição neste link.
fabricantes Nokia, Ericsson, Motorola e Panasonic. É um
sistema direto, sem muitos detalhes, cujo maior objetivo
MeeGo
é a rapidez e a acessibilidade. A Nokia também licencia o
Este sistema operacional é uma fusão de dois sistemas
Symbian para empresas que não pertençam ao grupo. Linux: Moblin, da Intel, e Maemo, da Nokia. É um sistema
O sistema Symbian é um sistema aberto e de baixo de código aberto desenhado para atuar em plataformas
custo, possui recursos para gerenciar e utilizar pouca como notebooks, tablets, smartphones, desktops, sistemas
bateria e permite a instalação de outros softwares, de navegação automotiva, smart TVs, etc. Para saber mais,
ao contrário do iPhone. Essas características, entre leia este artigo.
outras tantas, fazem do Symbian o sistema operacional
para celulares mais estável do mercado. Para maiores Brew MP
informações leia esse artigo (em inglês). Brew MP - Brew Mobile Platform (Qualcomm) é um
sistema concebido pela Arm, o fabricante de chips para
Android smartphones como o Snapdragon. Seu alvo, pela facilidade
O Android é o sistema operacional criado pelo Google. de acesso à redes sociais e simplicidade dos comandos, é o
É um sistema aberto, acessível a todos. Ele foi baseado no usuário pouco exigente
núcleo Linux e suporta qualquer tipo de conexão sem fio
- 3G, EDGE, Wi-Fi e Bluetooth. Ele é compatível com quase Fonte: http://br.ccm.net/faq/11106-sistemas-
tudo em se tratando de multimídia. Com a programação operacionais-para-celulares-e-dispositivos-moveis
aberta, ele pode ser alterado, se adaptar e manter um
baixo custo. Ele já conta com inúmeros aplicativos para TIPOS DE COMPUTADOR
personalizar o celular. Para conhecer mais esse sistema
operacional, acesse o site oficial. Desktops ou computadores de mesa
Desktop, também conhecido como computador de
BlackBerry: RIM mesa, é o tipo de computador mais usado no mundo, seja
O BlackBerry é um sistema operacional desenvolvido como computador pessoal ou para trabalho.
pela empresa canadense RIM. Ele integra diversas funções
importantes, que foram integradas pela primeira vez
nos celulares chamados smartphones. Ele tem editor
de texto, acesso à internet, e-mail e a tecnologia IPv6. O
que o diferencia dos demais é que ele utiliza um serviço
próprio de e-mail RIM, chamado BBM. As mensagens
e e-mails no envio e recepção chegam até a 200 kbps,
utilizando a tecnologia EDGE. Ele suporta todas as funções
de escritório necessárias para criar documentos, planilhas,
apresentações, etc. Para saber mais, acesse o site oficial.
143
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Possui hardware flexível, o tornando compatível com - Workstation ou estação de trabalho: é o computador
diferentes necessidades. Podem tanto possuir configurações com capacidade de processamento de cálculos e gráficos
mais simples, com finalidade de acesso à internet e trabalhos superior aos comuns. Eles são destinados principalmente a
de escritório, como possuir configurações complexas e que usos profissionais específicos, tais como arquitetura, dese-
exijam alto poder de processamento e gráfico, como os des- nho industrial, criação de filmes 3D ou em laboratórios de
tinados a executar jogos de última geração e próprios para física. Não se trata simplesmente de um desktop “turbina-
trabalhos de edição de foto e vídeo. Pode ser comprado já do”, pois são feitos para atender a uma finalidade especí-
com configuração fixa, montado de maneira personalizada ou fica. Entenda melhor a definição e veja se você precisa de
até mesmo pode ser turbinado para determinado fim. Dentre uma workstation.
os tipos de computadores de mesa, podemos destacar, além - Nettops: são mini desktops, ou seja, minicomputado-
do desktop propriamente dito: res, que são vendidos por um preço mais em conta, gastam
- Servidor: Em resumo, um servidor é, basicamente, menos energia, ocupam menos espaço e são bastante mo-
um computador mais potente do que seu desktop comum. dernos. São muito indicados para centrais de multimídia.
Ele foi desenvolvido especificamente para transmitir informa- Permitem uma enorme economia de espaço em relação
ções e fornecer produtos de software a outros computadores aos convencionais.
que estiverem conectados a ele por uma rede. Os servidores Ele é capaz de realizar tarefas que não exigem muito de
têm o hardware para gerenciar o funcionamento em rede wi- uma máquina, como navegar pela internet, acessar aplicati-
reless e por cabo Ethernet, normalmente através de um ro- vos para Web, processar documentos, ver fotos, vídeos, es-
teador. cutar músicas e etc… Fazendo uma comparação, um nettop
Eles foram desenvolvidos para lidar com cargas de tra- é para um desktop o que um netbook é para um notebook.
balho mais pesadas e com mais aplicativos, aproveitando a
vantagem de um hardware específico para aumentar a pro- All-in-one: Como o nome em Inglês diz, os PCs “All-In
dutividade e reduzir o tempo de inatividade. -one” têm tudo em um, isto é, tudo é feito para transformar
Os servidores também oferecem ferramentas de geren- a instalação dele em seu lar ou escritório em uma expe-
ciamento remoto, o que significa que um membro da equipe riência muito mais fácil. Você se lembra do gabinete que a
de TI pode verificar o uso e diagnosticar problemas de outro grande maioria dos computadores tem? Esqueça!
local. Isso também significa que você pode executar manu- Aqui temos monitor e gabinete numa única peça, ocu-
tenções de rotina, como adicionar novos usuários ou alterar pando menos espaço. Podem ainda possuir tela sensível
senhas. ao toque.
- Clientes: Cliente é um termo empregado em compu- Tudo que você precisa está em um único bloco: drive
tação e representa uma entidade que consome os serviços de DVD, entradas para os acessórios USB, leitores de cartão
de uma outra entidade servidora, em geral através do uso de de memória, ponto para o cabo de rede ou modem banda
uma rede de computadores numa arquitetura cliente-servidor larga, entradas para antena de rádio FM e televisão, com
direito a controle remoto para facilitar na hora de assistir
filmes, programas de TV e rádio.
Alguns modelos mais poderosos, oferecem monito-
res de até 23 polegadas, HDs de 1 terabyte (quanta coisa,
hein?) e contam com função touch: isto é, além do mouse,
você pode encostar seu dedo na tela para escolher opções,
arrastar ícones e assim por diante.
144
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
145
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
146
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Contudo, Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as in-
alega que a regulamentação da oferta de moeda deve se formações estão contidas em arquivos de vários formatos,
algo despolitizado, e diz ser fã de uma dentre as várias que são armazenados no disco fixo ou em outros tipos de
Moedas Virtuais disponíveis, a Bitcoin. Os governos da mídias removíveis do computador, organizados em:
China e da Tailândia já baniram o uso de Moedas Virtuais (A) telas.
em seus territórios. Já O Banco Central do Brasil, por sua (B) pastas.
vez, declara que – pelo menos até o momento – o assunto (C) janelas.
não demanda qualquer importância. (D) imagens.
As cinco mais bem cotadas moedas virtuais (E) programas.
• Bitcoin – https://bitcoin.org
• Litecoin – https://litecoin.org; Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma
• Peercoin – http://peercoin.net; bem clara a organização por meio de PASTAS, que nada
mais são do que compartimentos que ajudam a organizar
• Namecoin – http://namecoin.info;
os arquivos em endereços específicos, como se fosse um
• Primecoin – http://primecoin.io
sistema de armário e gavetas.
Resposta: Letra B
Portanto, assim como a humanidade se afastou das
moedas apoiadas por metais preciosos, muitos entusias- 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser ex-
tas e até mesmo especialistas em questões comerciais, cluído permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pres-
econômicas e de tecnologia, acreditam que estamos vi- sionando-se simultaneamente as teclas
vendo um momento de transição em se tratando de moe- (A) Ctrl + Delete.
da, onde o uso de papel como unidade de valor não terá (B) Shift + End.
vida longa. (C) Shift + Delete.
(D) Ctrl + End.
Fonte: http://www.infoescola.com/economia/moe- (E) Ctrl + X.
das-virtuais/
Comentário: Quando desejamos excluir permanente-
mente um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes
QUESTÕES GERAIS para a lixeira, basta pressionarmos a tecla Shift em conjunto
com a tecla Delete. O Windows exibirá uma mensagem do
1- Com relação ao sistema operacional Windows, as- tipo “Você tem certeza que deseja excluir permanentemen-
sinale a opção correta. te este arquivo?” ao invés de “Você tem certeza que deseja
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows enviar este arquivo para a lixeira?”.
deve ser feita a partir de opção equivalente do Painel de Resposta: C
Controle, de modo a garantir a correta remoção dos ar-
quivos relacionados ao aplicativo, sem prejuízo ao siste-
ma operacional. 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e arquivos, sem que haja perda de informação?
DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto (A) Compactação
aos diretórios de programas instalados na máquina em (B) Deleção
(C) Criptografia
uso.
(D) Minimização
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de
(E) Encolhimento adaptativo
um computador, pois bastam o nome do usuário e a se-
nha da máquina para se ter acesso às contas dos demais
Comentários: A compactação de arquivos é uma téc-
usuários possivelmente cadastrados nessa máquina. nica amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios podem conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exem-
disponíveis por meio da instalação do pacote Office, entre plos de programas compactadores são o WinZip, WinRar,
eles, calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint. SolusZip, etc.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do bo- Resposta: A
tão Iniciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o
Windows, dar saída no usuário correntemente em uso na 5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
máquina e, em seguida, desligar o computador.
147
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado • Ocupam espaço em disco;
(Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: • Compatibilidade com os servidores de e-mail
(A) 7 (nem sempre são compatíveis).
(B) 56 A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em ne-
(C) 448 grito os mais conhecidos e utilizados atualmente):
(D) 511 Microsoft Office Outlook
(E) uma mensagem de erro Microsoft Outlook Express;
Mozilla Thunderbird;
Comentários: temos que D1=SOMA(A1:C1). Quando IcrediMail
copiamos uma célula que contém uma fórmula e colamos Eudora
em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à nova po- Pegasus Mail
sição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser Apple Mail (Apple)
copiada de D1 para D3: Kmail (Linux)
Windows Mail
A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL,
ou seja, não é instalado no computador local. Logo, é o
gabarito da questão.
Resposta: B.
148
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No item IV encontramos o item falso da questão, o que Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado
nos leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em mensa- em termos de internet pois não é tão robusto quanto re-
gem de e-mail significa copiar e não mover! des P2P pois, enquanto no primeiro modelo uma queda do
Resposta: C. servidor central impede o acesso aos usuários clientes, no
segundo mesmo que um servidor “caia” outros servidores
8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do ainda darão acesso ao mesmo conteúdo permitindo que
ambiente MS Office, assinale a opção correta. o download continue. Ex: programas torrent, Emule, Lime-
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado ware, etc.
com a extensão .xls a partir do Meu Computador, o Windo- Em relação às outras letras:
ws ativa o MS Access para a abertura do documento em tela. letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas para localizar e identificar conjuntos de computadores na
ao se acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL Internet e corresponde ao endereço que digitamos no na-
+ V,respectivamente, estão disponíveis no menu Editar de vegador.
todos os aplicativos da suíte MS Office. letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das apli- forma que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede
cações do MS Office, permite que o usuário salve o docu- é restrito a uma rede local e não a internet como um todo.
mento correntemente aberto com outro nome. Nesse caso, letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o compu-
a versão antiga do documento é apagada e só a nova versão tador a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma
permanece armazenada no computador. forma só que de maneira local, o acesso via ADSL pode sim
(D) O menu Exibir permite a visualização do documen- acessar redes locais.
to aberto correntemente, por exemplo, no formato do MS letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de com-
Word para ser aberto no MS PowerPoint. putação que fornece serviços a uma rede de computado-
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a ela- res. E não necessariamente armazena nomes de usuários e/
boração de apresentações de slides que utilizem conteúdo e ou restringe acessos.
imagens de maneira estruturada e organizada. Resposta: D
Comentários: O menu editar geralmente contém os co-
10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
mandos universais dos programas da Microsoft como é o
(A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Inter-
caso dos atalhos CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do
net, pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde
localizar.
está localizada tal máquina.
Em relação às outras letras:
(B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo
se conectarem a uma mesma máquina simultaneamente,
Excel e não o Access
como no caso de salas de bate-papo.
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma có-
pia do arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebi-
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de mento de arquivos na Internet.
exibição do documento dentro do contexto de cada progra- (D) Quando se digita o endereço de uma página web,
ma e não de um programa para o outro como é o caso da o termo http significa o protocolo de acesso a páginas em
afirmativa. formato HTML, por exemplo.
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de
de slides e sim o Ms Power Point. correio eletrônico envia uma mensagem com anexo para
Resposta: B outro destinatário de correio eletrônico.
Comentários: Os itens apresentados nessa questão es-
9- Com relação a conceitos de Internet e intranet, assi- tão relacionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os
nale a opção correta. protocolos mais comuns:
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla - HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de car-
a entrada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre regamento de páginas de Hipertexto – HTML
na Internet. - IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da In- máquina na rede
ternet que possuam uma conexão http, ao digitarem na bar- - POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimen-
ra de endereços do navegador: http://intranet.com. to de emails direto no PC via gerenciador de emails
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo pa-
rede local, pois sua função é conectar um computador à drão de envio de emails
rede de telefonia fixa. - IMAP(Internet Message Access Protocol) – Semelhan-
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina te ao POP, no entanto, possui mais recursos e dá ao usuário
denominada cliente requisita serviços a outra, denominada a possibilidade de armazenamento e acesso a suas mensa-
servidor, ainda é o atual paradigma de acesso à Internet. gens de email direto no servidor.
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que arma- - FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transfe-
zena os nomes dos usuários que possuem permissão de rência de arquivos
acesso a uma quantidade restrita de páginas da Internet. Resposta: D
149
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção cor- 12- As células que contêm cálculos feitos na planilha
reta. eletrônica,
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar (A) quando “coladas” no editor de textos, apresenta-
pastas e arquivos e por seu intermédio não é possível rão resultados diferentes do original.
acessar o Painel de Controle, o qual só pode ser acessado (B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
pelo botão Iniciar do Windows. (C) somente podem ser copiadas para o editor de tex-
(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos tos dentro de um limite máximo de dez linhas e cinco co-
salvos em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data lunas.
de modificação, deve-se selecionar Detalhes nas opções (D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma
de Modos de Exibição. a uma.
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede (E) quando integralmente selecionadas, copiadas e
oferece um histórico de páginas visitadas na Internet para “coladas” no editor de textos, serão exibidas na forma de
acesso direto a elas. tabela.
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows
e a opção Renomear for acionada no Windows Explorer Comentários: Sempre que se copia células de uma pla-
com o botão direito do mouse,será salva uma nova versão nilha eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam
do arquivo e a anterior continuará aberta com o nome como uma tabela simples, onde as fórmulas são esqueci-
antigo. das e só os números são colados.
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estru- Resposta: E
tura de diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de
busca Google, pois é ele que dá acesso a todos os diretó-
rios de máquinas ligadas à Internet. 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio
do correio eletrônico, deve considerar as operações de
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arqui- (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços
vos são mostrados de várias formas como Listas, Miniatu- eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
ras e Detalhes. (B) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
Resposta: B dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
(C) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
ços eletrônicos dos destinatários no campo “Cc”.
Atenção: Para responder às questões de números
(D) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
12 e 13, considere integralmente o texto abaixo:
dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão
(E) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
deverão ser publicados em rede interna de uso exclusivo do
ços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
órgão, com tecnologia semelhante à usada na rede mun-
dial de computadores.
Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deve-
correio eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou
rão ser verificados para que não contenham erros. Alguns seja, anexar o arquivo à mensagem. Quando colocamos
artigos digitados deverão conter a imagem dos resultados os endereços dos destinatários no campo Cco, ou seja, no
obtidos em planilhas eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, campo “com cópia oculta”, um destinatário não ficará sa-
valores e totais. bendo quem mais recebeu aquela mensagem, o que aten-
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados de a segurança solicitada no enunciado.
devem ser tomados para a recuperação em caso de perda e Resposta: A
também para evitar o acesso por pessoas não autorizadas
às informações guardadas. 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas Novo - CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio
na internet visando o atendimento do nível de qualidade da de arquivos em lotes, também denominados scripts, o
informação prestada à sociedade, pelo órgão. shell de comando é um programa que fornece comuni-
O ambiente operacional de computação disponível cação entre o usuário e o sistema operacional de forma
para realizar estas operações envolve o uso do MS-Win- direta e independente. Nos sistemas operacionais Win-
dows, do MS-Office, das ferramentas Internet Explorer e de dows XP, esse programa pode ser acessado por meio de
correio eletrônico, em português e em suas versões padrões um comando da pasta Acessórios denominado
mais utilizadas atualmente. (A) Prompt de Comando
Observação: Entenda-se por mídia removível disque- (B) Comandos de Sistema
tes, CD’s e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível (C) Agendador de Tarefas
acoplada em portas do tipo USB) e outras funcionalmente (D) Acesso Independente
semelhantes. (E) Acesso Direto
150
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Resposta: “C”
Comentários:
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d,
e. Entretanto, temos que observar que na questão os itens
d, e, além de receberem taxado, também ficaram em caixa
alta. O único que recebe apenas o taxada, sem alterar outras
formatações foi o item c.
151
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5 20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No Po-
werPoint 2007, a inserção de um novo comentário pode
Resposta: “D” ser feita na guia
a) Geral.
Comentário: b) Inserir.
Passo 1 c) Animações.
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1 d) Apresentação de slides.
e) Revisão.
Resposta: “E”
Comentário:
Resposta: “C”
Comentários:
a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
Click na imagem para melhor visualizar e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio
152
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
153
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Considere a figura que mostra o Windows Explorer 25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao
do Microsoft Windows XP, em sua configuração origi-
nal, e responda às questões de números 24 e 25. se clicar em , localizado abaixo do menu Favori-
Resposta: C
Comentário:
Resposta: E
Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas loca-
lizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil
para copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis:
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquiza-
da que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área
de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta);
O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a oculta o painel PASTAS.
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando
no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)
154
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
RESPOSTA: “B”.
155
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
156
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
de 1 a 5 identificam, respectivamente:
157
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
RESPOSTA: “D”.
158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Noções de Criminalística: Definição; Histórico; Doutrina; Da requisição de perícia; Prazo para elaboração do exame e do
laudo pericial.............................................................................................................................................................................................................. 01
Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal; Locais de crime: conceituação, classificação, isolamento e
preservação de local de crime............................................................................................................................................................................. 02
Cadeia de Custódia: Conceitos, Etapas, Fase Interna, Fase Externa e Rastreabilidade. Finalidades dos levantamentos
dos locais de crime contra a pessoa e contra o patrimônio; Vestígios de interesse Forense; Levantamento
papiloscópico. .........................................................................................................................................................................................04
Locais de Morte: Morte violenta......................................................................................................................................................................... 07
Local de morte por arma de fogo;.................................................................................................................................................................... 07
Local de morte por instrumentos contundentes, cortantes, perfurantes ou mistos;..................................................................... 08
Local de morte provocada por asfixia.............................................................................................................................................................. 10
Balística forense: Exame de eficiência em munição; Exame de eficiência em Arma de Fogo. Vestígios e Evidencias
Biológicas de interesse forense. Coleta de Material Biológico em Local de Crime. ...................................................................... 13
Entomologia Forense: Conceito, Fauna Cadavérica, Subdivisões da Entomologia Forense e suas Aplicações e Tratamento
de Material Entomológico (Coleta, Transporte, Criação e Identificação)............................................................................................ 19
Documentos: elementos de segurança: do Real, da Carteira de Identidade, da Carteira Nacional de Habilitação, ........ 22
Lei 7116/83,................................................................................................................................................................................................................. 25
Resolução Denatran 598/16 e............................................................................................................................................................................. 25
684/17........................................................................................................................................................................................................................... 31
Fraudes em veículos e seus documentos........................................................................................................................................................ 32
Noções de incêndio: Desenvolvimento de incêndios e movimentação do fogo. Focos de incêndio: primários e
secundários. Fases do incêndio: inicial, intermediária e de extinção. Meios de propagação do fogo. Evolução natural
básica do fogo. Propagação do fogo através de elementos da construção. .................................................................................. 33
Noções de Fotografia forense: conceitos (lentes, velocidade, obturador, diafragma, distância focal, ângulo de visão,
foco, exposição fotográfica), tipos de lente, tipos de câmera, tipos de flash, tipos de armazenamento de câmeras
digitais, luzes (branca, temperatura, UV), equipamentos; uso, recorte, tratamento...................................................................... 34
Modelagem 3D: produção de croquis (google SketchUp, AutoCAD, Blender, Photoshop) Sistema de Posicionamento
Global (GPS): Características gerais, fontes de erros, tipos de receptores, Datum, ...................................................................... 38
Sistema de coordenadas: SAD 69. WGS 84, SIRGAS. Coordenadas geográficas: GMS, Grau Decimal e suas transformações.
Google Earth............................................................................................................................................................................................................... 42
Noções de Medicina Legal: Introdução à medicina legal: conceito, importância, divisões, perícias e peritos, documentos
médico‐legais, elaboração do laudo pericial................................................................................................................................................. 43
Traumatologia Forense: agentes mecânicos (perfurantes, cortantes, contundentes, perfurocortantes, cortocontundentes
e perfurocontundentes); agentes físicos (calor, frio, eletricidade, pressão atmosférica, radiação);......................................... 52
agentes químicos ‐ toxicologia forense: cáusticos, envenenamento, tolerância e dependência............................................. 56
Asfixiologia forense: conceito e classificação das asfixias, asfixias por constrição do pescoço, asfixias por alteração do
estado físico ambiental, asfixias por sufocação.)......................................................................................................................................... 57
Tanatologia: conceitos de morte, cronotanatognose, causas jurídicas da morte (suicídio, crime, morte acidental,
diagnóstico comparativo), morte súbita, fenômenos cadavéricos, lesões pré‐mortem e pós‐ mortem............................... 59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Todo episódio, sendo ele, de natureza criminosa ou
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA: DEFINIÇÃO; acidental, deixa vestígios no local. O desígnio da inves‐
tigação imediata é traduzir adequadamente os fatos, re‐
HISTÓRICO; DOUTRINA; DA REQUISIÇÃO
constituir sua sucessão e compreender o evento. Em razão
DE PERÍCIA; PRAZO PARA ELABORAÇÃO DO
da transitoriedade e da natureza frágil dos elementos ma‐
EXAME E DO LAUDO PERICIAL. teriais, a sua credibilidade e a cautela perante a sua inte‐
gridade física dependem muito das providências iniciais no
local do delito.
A criminalística é uma disciplina que faz uso de diferen‐ Consideramos por local de crime a região do espaço
tes tipos de recursos, métodos e técnicas de investigação. em que aconteceu um delito. Segundo Carlos Kehdy:
Estudo tudo aquilo que está relacionado aos possíveis “toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que re‐
delitos de diferente natureza, tratando de dar resposta à clame as providências da polícia”.
sucessão de fatos assim como sua autoria. A preservação de um local onde ocorreu um delito tem
Assim, a criminalística limita sua investigação ao fato a finalidade de garantir a sua integridade, assim, verificar
acontecido, seguindo uma série de passos que devem dar com êxito os vestígios que apontarão os primeiros elemen‐
uma resposta lógica para uma pergunta específica. tos à investigação. Logo, deverá obedecer a uma preserva‐
ção rigorosa para que sejam resguardadas as evidências, aí
Criminalística de campo a necessidade de profissionais altamente qualificados, para
dessa maneira, conectar os conhecimentos e presunções.
A criminalística pode ser diferenciada entre diversos Eraldo Rabello entende que:
ramos, sendo uma das mais importantes a criminalísti‐ “Local de crime é a porção do espaço compreendida
ca de campo. Esta é a responsável de realizar a pesquisa num raio que, tendo por origem o ponto no qual é cons‐
dentro do seu próprio campo. tatado o fato, se estenda de modo a abranger todos os lu‐
Os criminalistas de campo devem investigar o local gares em que, aparente, necessária ou presumivelmente,
do crime ou então o lugar onde se encontram os indícios hajam sido praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os
relacionados ao mesmo. Trata-se, portanto, de uma in‐ atos materiais, preliminares ou posteriores, à consumação
tervenção ao pé da letra para conhecer detalhadamente do delito, e com este diretamente relacionados.”
tudo o que se passou. É importante enfatizar que a ação primordial que o pri‐
A criminalística de campo é aquela que possibilita a meiro agente de segurança pública deve realizar ao chegar
maior fonte de informações e que se pode obter a partir ao local do crime, existindo vítima, é a de tomar ciência se é
dos indícios encontrados. No entanto, curiosamente, não necessário prestar socorro a uma eventual vítima que ainda
há um procedimento padrão para recolher dados do lo‐ se encontra com vida. Caso não haja a necessidade de pres‐
cal. Existem diversos métodos que os criminalistas usam tar ajuda a vítima, deverá isolar o local do delito até a che‐
dependendo das características do local e de cada caso, gada da polícia judiciária, que será incumbida das providên‐
por exemplo, a proteção dos fatos, a coleta de indícios ou cias legais. Dessa forma, nota-se a importância dos procedi‐
mentos para preservar e isolar do local de crime, buscando
a fixação do local.
uma maior precisão dos fatos e vestígios que culminará em
Entre seus diversos objetivos, este ramo da criminalís‐
uma análise pericial mais eficiente e segura.
tica é responsável por preservar o local dos fatos de forma
No local do crime, a perícia verificará todos os vestígios
adequada, realizar uma observação minuciosa do espaço
inseridos na cena delituosa, com o intuito de elucidar a di‐
e fornecer ao laboratório as evidências encontradas para
nâmica do crime, auxiliando de maneira efetiva para o pro‐
um estudo mais detalhado do caso.
cesso judicial ser concluído seguramente. E, no que abrange
o começo dos trabalhos de exame do local do delito, vários
Criminalista de laboratório
profissionais estão associados, como: o policial militar, sen‐
do que, é quase sempre o primeiro a apresentar-se ao local,
Existe outro grande ramo da ciência criminalística que o auxiliar de necropsia, o perito criminal, o médico legista,
realiza seu trabalho dentro das paredes de um laborató‐ o agente de polícia, o escrivão, e o delegado de polícia, que
rio. É a criminalística de laboratório que usa instrumentos preside toda a investigação, através do inquérito policial.
científicos para o estudo dos indícios, seja para sua quan‐ A preservação do local de crime mediante seu isola‐
tificação como para sua identificação. mento e demais cuidados com os vestígios é uma garan‐
Opera na parte final da investigação e permite passar tia de que o perito encontrará a cena do crime condizente
das previsões para as precisões, confirmando a natureza com o que ocorreu de fato, devido à ação do infrator, assim,
dos indícios, estabelecendo a forma exata dos fatos e as como pela vítima, tendo com isso, a possibilidade de ana‐
consequências físicas do seu desenvolvimento. Esta parte lisar todos os vestígios seguramente. Segundo defende a
do processo é chave para delimitar a inocência ou a culpa perita criminal BARACAT (2008):
do sujeito envolvido e assim tirar as devidas conclusões. “[...] a preservação dos vestígios deixados pelo fato, em
Fonte: https://conceitos.com/criminalistica/ tese delituosa, exige a conscientização dos profissionais da
segurança pública e de toda a sociedade de que a alteração
no estado das coisas sem a devida autorização legal do
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
responsável pela coordenação dos trabalhos no local pode I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a
prejudicar a investigação policial e, consequentemente, a prova ou para responderem a quesitos, desde que o man‐
realização da justiça, visto que os peritos criminais analisam dado de intimação e os quesitos ou questões a serem es‐
e interpretam os indícios materiais na forma como foram clarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima
encontrados no local da ocorrência.” de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em lau‐
Portanto, o local de crime preservado adequadamente do complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
fornece elementos imprescindíveis para a determinação do II – indicar assistentes técnicos que poderão apresen‐
que ocorreu e qual a possível autoria associada ao delito. tar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inqui‐
Entretanto, caso a cena do delito não seja conservada, po‐ ridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
derá coadjuvar com a absolvição de delinquentes devido § 6o Havendo requerimento das partes, o material pro‐
a possível violação ou desaparecimento dos vestígios, não batório que serviu de base à perícia será disponibilizado no
apresentando assim a consistência probatória requerida. ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guar‐
A consciência dessa preservação deve ser implantada nos da, e na presença de perito oficial, para exame pelos assis‐
profissionais que atuam na cena de crime para elucidar tentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído
os fatos. Mas, igualmente, deve instruir a população, que pela Lei nº 11.690, de 2008)
inúmeras vezes cercam esses locais e dificultam o trabalho § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais
de isolamento, e consequentemente tornam ineficientes as de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á
análises dos locais de crime. designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte
indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela Lei nº
11.690, de 2008)
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
PRINCIPAIS PERÍCIAS ELENCADAS NO descreverão minuciosamente o que examinarem, e respon‐
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL; LOCAIS DE derão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei nº
CRIME: CONCEITUAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, 8.862, de 28.3.1994)
ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
CRIME. prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser pror‐
rogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peri‐
tos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito
em qualquer dia e a qualquer hora.
CAPÍTULO II
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS
depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos si‐
EM GERAL
nais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será in‐ Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará
dispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, o simples exame externo do cadáver, quando não houver
não podendo supri-lo a confissão do acusado. infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias permitirem precisar a causa da morte e não houver neces‐
serão realizados por perito oficial, portador de diploma de sidade de exame interno para a verificação de alguma cir‐
curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) cunstância relevante.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavé‐
por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de rico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora
curso superior preferencialmente na área específica, dentre previamente marcados, se realize a diligência, da qual se
as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natu‐ lavrará auto circunstanciado.
reza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) Parágrafo único. O administrador de cemitério público
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromis‐ ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
so de bem e fielmente desempenhar o encargo. (Redação desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem in‐
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) dique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assis‐ não destinado a inumações, a autoridade procederá às
tente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acu‐ pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
sado a formulação de quesitos e indicação de assistente Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) posição em que forem encontrados, bem como, na medi‐
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admis‐ da do possível, todas as lesões externas e vestígios deixa‐
são pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração dos no local do crime. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de
do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas 28.3.1994)
desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) Art. 165. Para representar as lesões encontradas no
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do
às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devi‐
2008) damente rubricados.
2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do ca‐ Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos,
dáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congê‐ I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o
nere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto escrito será intimada para o ato, se for encontrada;
de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá II - para a comparação, poderão servir quaisquer do‐
o cadáver, com todos os sinais e indicações. cumentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre
e autenticados todos os objetos encontrados, que possam cuja autenticidade não houver dúvida;
ser úteis para a identificação do cadáver. III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de o exame, os documentos que existirem em arquivos ou es‐
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova tes‐ tabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se
daí não puderem ser retirados;
temunhal poderá suprir-lhe a falta.
IV - quando não houver escritos para a comparação ou
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que
exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exa‐ a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a
me complementar por determinação da autoridade policial pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá
ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. que a pessoa será intimada a escrever.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presen‐ Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos em‐
te o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiên‐ pregados para a prática da infração, a fim de se Ihes verifi‐
cia ou retificá-lo. car a natureza e a eficiência.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito quesitos até o ato da diligência.
logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos
crime. peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser supri‐ caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação
da pela prova testemunhal. poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão
sido praticada a infração, a autoridade providenciará ime‐ transcritos na precatória.
diatamente para que não se altere o estado das coisas até a Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado
pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao
chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com
processo o laudo assinado pelos peritos.
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavra‐
nº 5.970, de 1973) rá o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as presente ao exame, também pela autoridade.
alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único,
as consequências dessas alterações na dinâmica dos fa‐ o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e ru‐
tos. (Incluído pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) bricado em suas folhas por todos os peritos.
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guar‐ Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão
darão material suficiente para a eventualidade de nova pe‐ consignadas no auto do exame as declarações e respostas
rícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o
com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este di‐
ou esquemas. vergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou novo exame por outros peritos.
rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por Art. 181. No caso de inobservância de formalidades,
meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestí‐ ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a
gios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, com‐
que época presumem ter sido o fato praticado. plementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei nº
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avalia‐ 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também orde‐
ção de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam
nar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se
produto do crime.
julgar conveniente.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
peritos procederão à avaliação por meio dos elementos aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
existentes nos autos e dos que resultarem de diligências. Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública,
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão observar-se-á o disposto no art. 19.
a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito,
dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida
a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento
que interessarem à elucidação do fato. da verdade.
3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
LOCAL DO CRIME No caso especial dos locais de incêndio, inundação,
É toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que re‐ desmoronamento, escapamento de gás, o policial facilitará
clame as providências da polícia. O local é dividido segun‐ a saída das pessoas que se encontrem na saída imediata;
do dois critérios: as que não necessitarem de socorros urgentes, devem ser
- QUANTO À ÁREA conservadas na área mediata, a fim de prestarem esclare‐
- QUANTO À NATUREZA DO LOCAL DO CRIME cimentos.
Quanto à Área: O local pode ser “interno”, “externo” ou - Área Imediata é aquela onde se deu o fato.
“relacionado”. - Área Mediata são adjacências da imediata.
- Local Interno: é toda área compreendida em ambien‐
tes fechado. Exemplo: casas comerciais, residenciais, escri‐ Fonte: http://www.detetiveamaral.com.br/portal/lo‐
tórios, etc. cal_crime.html
- Local Externo: é toda área descoberta. Exemplo: via
pública, terreno baldio, etc.
No caso particular de terreno cercado ou murado,
constituindo propriedade particular, o local é, ao mesmo CADEIA DE CUSTÓDIA: CONCEITOS,
tempo “interno” e “externo”. ETAPAS, FASE INTERNA, FASE EXTERNA
- Locais Relacionados: são duas ou mais áreas que te‐ E RASTREABILIDADE. FINALIDADES
nham implicação com um mesmo crime. Exemplo: um indi‐ DOS LEVANTAMENTOS DOS LOCAIS DE
víduo é ferido num local, porém cai ou falece em outro; A CRIME CONTRA A PESSOA E CONTRA O
fabricação de moedas falsas, que são fabricadas num local PATRIMÔNIO; VESTÍGIOS DE INTERESSE
e lançadas em outro.
FORENSE; LEVANTAMENTO PAPILOSCÓPICO.
Quanto à Natureza do Fato: O local pode ser de fur‐
to qualificado, acidente, homicídio, etc. O local do crime
desempenha papel importante na elucidação do fato de‐
lituoso, porque oferece provas do crime e da autoridade.
Qualidade nos serviços públicos depende de uma série
Estas provas são de duas espécies: provas testemunhais e
de fatores. É proporcional a excelência dos trâmites e ritos
provas técnicas.
que o distinguem no âmbito criminal, como a perícia.
Conceitos em qualidade aplicada na perícia é a cadeia
• Provas Testemunhais:
de custódia, que não está prevista na legislação brasilei‐
ra. Analisando sua importância por meio de seus elemen‐
São constituídas pelas testemunhas. estas arroladas
tos essenciais e propondo um método de documentação,
pelo “policial de rua”, isto é, Investigador de Polícia, Policial
Militar, e eventualmente pelo Escrivão de Polícia: Arrolar distinguem-se vestígios de evidências e indícios sob uma
as testemunhas evitando curiosos, pedir provas de identi‐ ótica ética e lógica, considerando seu início, seu fim e seus
dade, se a testemunha exibir Cédula Oficial de Identidade, elementos essenciais (registros documental, rastreabilida‐
o policial deve anotar o nome da testemunha, o nome da de e integridade da prova) um paralelo entre os métodos
repartição expedidora, o número do Registro Geral, na falta científicos e passíveis de cunho prático e jurídico.
da Cédula Oficial de Identidade, o policial poderá aceitar Serviços essenciais ou não, são passiveis de uma ava‐
qualquer documento de identidade, o endereço é sempre liação qualitativa, prestados pelo Estado não são exceção,
declinado pela testemunha. especialmente os prestados no esclarecimento da justiça
• Provas Técnicas: nos litígios de direito público, onde a qualidade deve sa‐
São constituídas pelos elementos materiais que se en‐ tisfazer ao esclarecimento no que se refere à idoneidade
contram no local do crime, são manuseadas pelo Perito Cri‐ material e conduta do processo.
minal, de início recebem o nome genérico de “vestígios”. Em âmbito criminal, a qualidade do serviço estatal é
Depois do exame pericial os “vestígios” que tiverem relação proporcional a excelência dos trâmites e ritos que o distin‐
com o crime passarão a constituir “indícios”. guem, dependendo de procedimentos normalmente pre‐
A principal função do “policial de rua”, no local do cri‐ vistos em código de normas processuais. O Código Proces‐
me, é a preservação desse local. Esta preservação, deve ser so penal brasileiro, descreve uma série de procedimentos
feita obedecendo algumas regras: adequadamente empregados que conferem a qualidade
1 - Dar ciência a autoridade policial; do serviço.
2 - Interditar a circulação nas áreas imediata e mediata; Contudo, fatores relacionados à processualística penal
3 - As pessoas que permanecerem no local, devem fi‐ que influenciam em sua qualidade, tornando-os impor‐
car sob vigilância, a fim de não tocarem nos objetos que ali tantes focos de estudo para a melhoria destes serviços. A
se encontram; perícia criminal é um conjunto de procedimentos científi‐
4 - O próprio policial não deve tocar nos objetos que se cos relacionados à elucidação de um evento delituoso. Sua
encontrem no local do crime; qualidade depende de uma exposição de cuidados a ser
5 - A preservação é iniciada quando do compareci‐ tomada, uma vez a requisição de exame pericial até análise
mento do policial ao local do crime e termina quando este do laudo pericial por autoridade judiciária. Toda atenção
for desimpedido pela autoridade competente (Delegado deve ser dirigida a um conceito em qualidade aplicado na
de Polícia ou Perito Criminal). área pericial, chamada de cadeia de custódia.
4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Não está prevista na legislação brasileira de forma es‐ cada amostra desde as evidências defensáveis até a preser‐
pecial e precisa ou normatizada, ao contrário do que ocor‐ vação da amostra.” Validade dos resultados, Norma Bonac‐
re em outros países. corso questionou o conceito no que se refere ao “descarte”
De acordo com Saferstein, cadeia de custódia é “uma de amostra. A autora defende que a palavra expressa exa‐
lista de todas as pessoas que estiveram de posse de um tamente o que se espera do encerrar da cadeia de custódia
item de evidência”. O autor entende parecer reduzida a uma em âmbito criminal, uma vez que a legislação brasileira não
lista, um documento contendo identificação dos que tive‐ prevê o descarte da prova.
rem contatos com as amostras custodiaram um item. Essa De acordo com o Código de processo Penal brasileiro,
documentação passa ser parte integrante da cadeia de cus‐ o processo termina com o trânsito em julgado do méri‐
tódia e por tal seria a mais importante delas. Alguns autores to, e não quando findada a perícia. Existe um intervalo na
chamam procedimentos de custódia. cadeia de custódia seria aceitar que a prova deixa de ser
Rastreabilidade e responsabilidade da prova não de‐ custodiada a partir da emissão do laudo pericial, quando
vem se resumir a um documento, Byrd, “acrescenta a res‐ o ponto da prova emerge em sua apresentação perante o
ponsabilização e confiabilidade definindo um registro es‐ magistrado ou júri se findando.
crito e defensável de todos os indivíduos que mantiveram
o controle sobre as evidências”. Podendo ser defendido VISÃO DOUTRINÁRIA PENAL
mediante sustentação por argumentação e razões. Quanto
mais robusta, mais confiável é o que se defende e maior Alguns conceitos apresentados sobre, “vestígios, evi‐
é o impacto na convicção do magistrado. A confiabilidade dências e indícios”, esses termos são frequentemente utili‐
depende da argumentação que deve ser baseada essencial‐ zados como sinônimos. Porém, num conceito criminalístico,
mente no documento de custódia. existe uma diferenciação importante em suas semânticas
Questões relevantes a dimensão temporal, quando tem formais. Tais conceitos podem gerar equívocos interpreta‐
início e quando termina? Para Giannelli, “é relevante a mo‐ tivos caso deixem de ser bem delineados.
vimentação e a localização de uma evidência física desde O Código de processo Penal brasileiro traz que, na pre‐
sua obtenção até sua apresentação na corte”. No Brasil a sença de vestígios, o exame de corpo de delito será in‐
obtenção do vestígio termina com sua presença no tribu‐ dispensável sob pena de nulidade. O objetivo do exame
nal. Para Brenner, “ressalta-se a relevância da inteireza e do visa à comprovação dos elementos essenciais no que diz
armazenamento do vestígio ao definir como procedimen‐ respeito ao resultado da conduta delituosa, através de ves‐
to espécime ou amostra pelo rastrear de seu manuseio e tígios. Não há dispositivo legal que defina precisamente o
armazenamento do ponto de coleta a sua disposição final que vem a ser um vestígio, porque a lei não é o espaço
uma manutenção da história cronológica das evidências.” para fins de definição. Mas é provável que esta ausência de
A integridade da prova um elemento amplo vem com‐ definição jurídica também decorra do fato da palavra ser
plementar a confiabilidade da prova. empregada num sentido próximo do comum, não necessi‐
tando de critério específico.
VISÃO DOUTRINÁRIA ARMAZENAMENTO Em termos periciais, pode ser definido como todo e
qualquer sinal, marca objeto, situação fática ou ente con‐
O armazenamento, não deve ser confundir com acon‐ creto sensível, potencialmente relacionado a uma pessoa
dicionamento. Que na visão de Brenner, “consiste em dotar ou a um evento de relevância penal ou presente em um
de condições que visam preservar da deterioração e inte‐ local de crime interno ou externo, direta ou indiretamente
gram o primeiro que consiste no ato de prova, no processo, relacionada com o fato delituoso.
se apresenta sem as mesmas propriedades que possuía ao Está admitindo que sua situação fosse originada por
ser coletada, sua integridade ainda sugere uma resposta ao um agente ou evento provocador. Nesta dinâmica, pressu‐
ponto inicial da obtenção de um vestígio.” Não há um pon‐ põe-se que algo provocou uma modificação no estado das
to preciso de término, mas uma região difusa de tempo até coisas de forma a alterar a localização e o posicionamento
sua disposição final. de um corpo no espaço em relação a uma ou várias referên‐
Para Melbye e Jimenez, sugerem que: “Estatuto que a cias. O local de crime revela uma série de vestígios, que são
evidência, como encontrada in situ, foi acompanhada desde submetidos a processos objetivos de triagem e apuração
sua descoberta, existindo uma sucessão segura desta até a analítica dos quais resultam diversas informações. Uma re‐
corte.” Não apenas transferência e manuseio de documen‐ levância primordial é aquela que atesta ou não o vinculo de
tação, mas também segurança das áreas de armazenamen‐ tal vestígio com o delito em questão. No entendimento de
to em que a evidência é mantida observa-se a integridade Mallmith, “as evidências, por decorrerem dos vestígios, são
do vestígio e uma necessidade de uma área de segurança elementos exclusivamente materiais e, por conseguinte, de
que tenha como finalidade desempenhar não apenas ma‐ natureza puramente objetiva.” Evidência é o vestígio após
nutenção da integridade e autenticidade do vestígio, mas avaliações de cunho objetivo, mostrou vinculação direita e
excelência da prática forense. inequívoca com o evento delituoso na prova material.
Bonaccorso e Perioli, conceito dado por “Alice Apareci‐ Artigo 158 do Código de processo Penal brasileiro:
da da Matta Chasin”, não isenta de reparos e refere-se “um “Quando a infração deixar vestígios será indispensável o
conjunto de procedimentos documentados que possibili‐ exame de corpo de delito, direito ou indireto, não podendo
tam o rastreamento de todas as operações realizadas em supri-lo a confissão do acusado.”
5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Artigo 564 do Código de processo penal brasileiro: “A 6 – Artigo 118 do Código de Processo Penal brasileiro:
nulidade ocorrerá nos seguintes casos (...) III – por falta das “Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas
fórmulas ou dos termos seguintes: ((...) b) o exame de cor‐ apreendidas não poderão ser restituídas enquanto inte‐
po de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o ressarem ao processo.”
disposto no artigo 167.” 7 – Artigo 91 do Código penal brasileiro: “São efeitos
Mazzilli apresenta uma conceituação legal prevista no da condenação: (...) II – a perda em favor da União, ressal‐
Código de processo penal brasileiro, no sentido que o indí‐ vado o direito do lesado ou de terceiro de boa – fé: a) dos
cio seria uma circunstância conhecida, provada e necessa‐ instrumentos do crime, desde que consistam em coisas
riamente relacionada com o fato investigado. Nos termos cujo fabrico alienação, uso, porte ou detenção constitua
da lei, a circunstância seria uma premissa menor, ao passo fato ilícito; b) do produto do crime ou qualquer bem ou
que a razão e a experiência seriam uma premissa maior. valor que constitua proveito auferido pelo agente com a
Mirabete, “cumpre consignar que o indício se reveste de prática do fato criminoso.”
uma situação circunstancial, cuja interpretação pode ser
objetiva ou subjetiva ainda que relativamente à premissa ONDE COMEÇAR UMA INVESTIGAÇÃO
menor referida acima coincida coma evidência, por se afas‐
tar do caráter subjetivo. O indício surge num instante pro‐ Uma investigação ou incidente de segurança da in‐
cessual, quando as evidências foram agregadas aos fatos formação deve ser sempre feita tendo em algum mo‐
apurados pela autoridade policial.” mento as evidências coletadas para serem utilizadas em
Artigo 239 do Código de Processo Penal brasileiro: um processo judicial, uma vez que esta é contaminada
“Considera-se indício a circunstância conhecida e prova‐ ou modificada torna-se muito difícil que ela seja aceita
da, que tendo relação com o fato, autorize, por indução, judicialmente.
concluir-se a existência de outras ou outras circunstâncias.” Na coleta, devem ser realizadas as seguintes ativida‐
Apresentação de uma prova material, em uma corte des pelo investigador forense:
judiciária de foro criminal, é o momento clímax de todo A – Iniciar a cadeia de custódia.
processo, que se estende da preservação do local de crime
B – Obter a imagem forense, chamada de espelha‐
ao trânsito em julgado de um Processo Penal.
mento ou clonagem, que deve garantir que os dados ori‐
A prova material de o processo encontrar-se exposta
ginais não foram alterados e que a cópia obtida é idêntica
às condições de um local de crime; passou pelas mãos de
ao original.
peritos criminais, autoridades policiais, estafetas, funcio‐
C – Garantir a preservação da evidência coletada con‐
nários do fórum e do Ministério Público neste momento
tra qualquer tipo de dano durante toda a investigação ou
nascer os procedimentos de preservação se iniciam e são
enquanto estiver sob sua custódia.
assegurados pela autoridade policial, quando os peritos
Faltando qualquer uma das atividades podem com‐
criminais chegam ao local, a responsabilidade pela preser‐
vação de local e após a liberação das peças e do local é prometer a utilização judicial da evidência coletada e todo
do perito que encaminham as evidências para a apreensão o trabalho de análise realizado pode ser perdido.
pela autoridade policial que fica com a responsabilidade Uma cadeia de custódia deve conter o histórico de
sobre a guarda e integridade. toda a manipulação ocorrida com a evidência na qual de‐
1 - Artigo 6º do Código de Processo Penal brasileiro: vem constar:
“Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, 1º - Local onde a evidência quando foi coletada.
a autoridade policial deverá: I – dirigir-se ao local, provi‐ 2º - Quando foi coletada.
denciando para que não se alterem o estado e conservação 3º - Quem entregou a evidência para especialista.
das coisas, até a chegada dos peritos criminais.” 4º - Dados sobre o equipamento (desktop, laptop, ce‐
2 - Artigo 160 do Código de processo Penal brasileiro: lular, etc.) e a mídia (HD, CD, Pendrive, etc.) onde estava
“Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão armazenada a evidência original.
minuciosamente o que examinarem e responderão aos 5º - Como foi feita imagem forense (softwares, forma‐
quesitos formulados.” to da imagem, etc.).
3 - Artigo 6º, II, do Código de Processo Penal brasilei‐ 6º - Mudanças na custódia da evidência.
ro: “Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, O formulário de cadeia de custódia deveria acompa‐
após liberados pelos peritos criminais.” nhar a evidência desde o momento da coleta até o seu
Prova material presente na corte judiciária deve estar completo descarte quando não for mais útil.
revestida de idoneidade e ilicitude, ainda que submetida É importante anotar também o fuso horário do local
a uma série de procedimentos técnicos ou pelas mãos de da coleta, onde se devem anotar o nome e de quem dis‐
algumas pessoas. ponibilizou a evidência para ser
4 – Artigo 10, § 1º, do Código de processo Penal bra‐ Coletada, como o nome das pessoas que em algum
sileiro: “A autoridade fará minucioso relatório do que tiver momento ficaram responsáveis pela guarda da evidência
sido apurado e enviará os autos ao juiz competente.” onde todos devem assinar à custódia.
5 – Artigo 11 do Código de processo Penal brasileiro:
“Os instrumentos do crime, bem como os objetos que in‐
teressarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.”
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
CADEIA DE CUSTÓDIA NO BRASIL 2) Acidente = causa não tem nexo com a intenção,
ação ou omissão de alguma pessoa.
No Brasil, além do formulário de cadeia de custódia é 3) Crime.
recomendado que seja feita uma ata notarial no momento OBS.: Quem fornece a declaração de óbito é o perito
em que forem coletados os dados. legista do instituto médico legal. Quem requisita o exame
Ata notarial é um ato notarial por meio do qual o ta‐ no IML é o delegado de policia.
belião a pedido de parte interessada lavra um instrumento
público formalizado pela narrativa fiel de tudo aquilo que Fonte: http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.
verificou por seus próprios sentidos sem emissão de opinião, br/2013/10/morte-natural-violenta-e-suspeita.html
juízo de valor ou conclusão. É redigida por um tabelião ou
por alguém por ele designado com objetivo de narrar um
fato que foi constatado por ele.
Durante uma coleta de evidência o tabelião acompanha LOCAL DE MORTE POR ARMA DE FOGO;
todo o processo e redige uma ata notarial contendo as mes‐
mas informações contidas no formulário de cadeia de cus‐
tódia. Quando essa evidência for apresentada em juízo a ata
notarial será o instrumento que dará fé pública ao processo
Local de Disparo de Arma de Fogo
perante as leis brasileiras.
Nos locais em que ocorreram disparos de arma de fogo
Uma documentação de custódia completa deve ser es‐
(DAF) contra imóveis, a presença da Polícia Civil e/ou da au‐
crita e contemplar informações de referências ao caso inves‐
tigado, tais como: toridade policial acontece esporadicamente, limitando-se
1- Identificação por um número. aos casos de maior repercussão. Neste caso, os policiais mi‐
2- Natureza do delito. litares evocam para si a responsabilidade pelo isolamento
3- Local em que cada item foi coletado. e preservação do local até o comparecimento dos peritos.
4- Registro fotográfico, dimensional e esquemático de Entretanto, devido à carência de recursos humanos no DC
localização imediata. e, em contrapartida, o substancial aumento da quantida‐
5- Da data e hora de coleta. de de locais de DAF, somados a questões eminentemente
6- Da descrição dos itens coletados. técnicas, como condições de luminosidade e extensão da
7- Uma identidade única para cada item coletado. cena do delito, além de proposições de ordem operacional,
8- Nome das pessoas que coletaram os vestígios. como a localização do endereço e distância do mesmo até a
9- Data e hora com nome de todas as pessoas que even‐ sede da base do DC, por exemplo, limitaram o atendimento
tualmente tiveram contato com a evidência. deste tipo de local, preferencialmente, ao horário de expe‐
Essas características conferem a rastreabilidade e as con‐ diente do Departamento. Além disto, frequentemente são
dições necessárias para a responsabilização das pessoas que solicitados mais de um atendimento em momentos muito
mantiveram contato com ela na medida de suas responsabi‐ próximos, o que forçou o corpo pericial do Plantão do DC a
lidades. Isso credencia tais pessoas a testemunhar nos tribu‐ estabelecer prioridades para o atendimento. Na escala es‐
nais a fim de validar a integridade e a idoneidade da prova tabelecida, como não poderia deixar de ser, o atendimento
material, é responsabilidade de todas as pessoas que partici‐ aos “locais de morte” é prioritário, quando comparado aos
pam dos processos de identificação. locais de DAF. Portanto, um local de DAF poderá ser aten‐
A credibilidade dos exames periciais depende não so‐ dido no dia seguinte ou até dois ou três dias após a solici‐
mente da qualidade dos exames realizados ou habilidades tação. Assim, a manutenção de policiais militares isolando o
investigativas e analíticas do perito responsável por sua con‐ local, além de se tornar uma tarefa morosa e tediosa, exclui
dução. estes profissionais do policiamento ostensivo, destoando
Fonte: http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/
completamente das diretrizes estabelecidas pela SJS.
texto.asp?id=2221
O policial, nestes casos, orientará a parte queixosa para
que preserve o sítio da ocorrência até a chegada dos peri‐
tos.
Quando o suposto disparo de arma de fogo foi per‐
LOCAIS DE MORTE: MORTE VIOLENTA; petrado contra um veículo, em geral, o mesmo é recolhido
para os Depósitos de Veículos Apreendidos (DVA) ou para
os pátios das diversas Delegacias de Polícia do Estado, fi‐
As mortes violentas, são aquelas provenientes de causas cando lá retido até que a perícia seja realizada. O atendi‐
externas, tais como: mento, quando o veículo foi recolhido para um depósito da
Pode ocorre por: Capital ou da região metropolitana, é efetuado pela equipes
1) Suicídio = Os suicídios por DEFENESTRAÇÃO (é o ato do Plantão do DC, seguindo os mesmos critérios estabeleci‐
de atirar algo pela janela) suscitam, por vezes, a suspeita de dos para os atendimentos aos locais de DAF em
crime. O fato de o corpo cair a uma distancia maior ou me‐ O isolamento, nos caso de veículos nestas condições,
nor da fachada do prédio NÃO é suficiente para afirmar que fica a cargo dos funcionários do DVA ou dos policiais de
se jogou ou que foi projetada por uma ou mais pessoas. plantão da delegacia em cujo pátio o veículo está retido.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Alguns veículos atingidos por DAF, notadamente na Características das feridas incisas encontradas pelo
Capital e na região metropolitana, ficam sob a guarda de examinador
seus proprietários, os quais deverão conduzi-los até o De‐ Predominância do cumprimento sobre a profundida‐
partamento de Criminalística, a fim de ser efetuada a perí‐ de; nitidez na lisura das bordas, sem irregularidades nem
cia. Nestas circunstâncias, o proprietário deverá apresentar sinais de contusão; afastamento das bordas devido à elasti‐
um ofício de encaminhamento do veículo, emitido pela de‐ cidade e tonicidade dos tecidos, neste caso, há a coaptação
legacia solicitante, no qual a autoridade policial, se achar perfeita, ou seja, quando aproximamos as bordas elas se
conveniente, poderá formular quesitos aos peritos. Este fecham perfeitamente; presença de “cauda” (de escoriação,
tipo de atendimento é realizado pelo DC exclusivamente fim do corte, é a parte menos profunda), o instrumento
no horário de expediente. cortante não penetra por igual em toda a extensão da
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAB‐ ferida, nas extremidades esta é menos profunda que no
pP4AD/local-crime-va?part=3 centro, tanto menos profunda quanto mais próxima de seu
início ou término.
Esgorjamento
LOCAL DE MORTE POR INSTRUMENTOS É a lesão na parte anterior ou lateral do pescoço pro‐
CONTUNDENTES, CORTANTES, duzida por instrumento cortante. Situa-se entre o osso
PERFURANTES OU MISTOS; heóide (abaixo da mandíbula) e a laringe. Sua profundida‐
de é variável, podendo até chegar à coluna vertebral.
Nos casos de suicídio, quando o agente usa a mão di‐
reita, predomina a direção transversal ou oblíqua ( \ ); no
Lesões e estados patológicos imediatos ou tardios homicídio, é mais frequente a posição descendente para a
provocados pela violência sobre o corpo humano. Juridi‐ esquerda ( / ), mas também poderá ser por acidente. No
camente, tem interesse nos casos de homicídio e sua ten‐ homicídio e suicídio a pessoa morre por hemorragia, em‐
tativa, bem como nos casos de lesões corporais e suicídios. bolia gasosa ( ar dentro do vaso sanguíneo), asfixia (sangue
inunda traquéia e brônquios).
Meios mecânicos causadores de lesões
Os meios mecânicos que causam lesões (traumas) são Degolamento
externos e internos, dentre aqueles há os instrumentos: É a lesão na parte posterior do pescoço (nuca) produ‐
cortantes, perfurantes, contundentes, pérfuro-cortantes, zida por instrumento cortante e a morte se dá por hemor‐
corto-contundentes, pérfuro-contundentes, como agentes ragia quando são atingidos vasos calibrosos ou pela secção
causadores de lesões. Dentre os meios mecânicos internos da medula. As consequências jurídicas mais importantes
há o esforço. são o homicídio e suicídio. Decaptação: cabeça separada
As feridas causadas pelos meios (agentes) mecânicos do tronco.
são: incisas, punctórias, contusas, pérfuro-incisas, corto-
contusas (foice, acão, dentada, unhas) e pérfuro-contusas. Lesões contundentes
As lesões causadas pelo esforço são: rupturas de músculos, São causadas por instrumentos de saliência obtusa
entorses, luxações, hérnia, aneurisma, enfisema, rupturas (martelo), (obtusa: que não é agudo, arredondado) e de
de estômago, intestino etc. superfície dura que se chocam com violência contra o cor‐
po humano. Podem ser causadas de três formas: ativa: o
Meios físicos ou energias físicas que podem produ- objeto (agente lesivo) se move em direção ao corpo (víti‐
zir lesões ma); passivo: o corpo (vítima) se projeta em direção do ins‐
Frio, calor, pressão, eletricidade, radiação, luminosida‐ trumento contundente (quedas); mista, ou biconvergentes,
de, som etc. vítima e corpo estão em movimento.
Tipos de lesões incisas mais encontradas Tipos de lesões encontradas nas contusões super-
As lesões incisas são produzidas por instrumentos cor‐ ficiais
tantes. Elas podem ser cirúrgicas, de defesa, em retalho, Rubefação, edema traumático, bossas sanguíneas, he‐
mutilantes e autoproduzidas. As mais comuns são: incisa: matoma, equimose e escoriações e feridas contusas.
quando o instrumento penetra os tecidos em direção mais
ou menos perpendicular à superfície do corpo; com reta- Lesões encontradas nas contusões profundas
lho: quando o instrumento deixa pendente um retalho no Entorse, luxação, fratura, rotura visceral e esmagamento.
corpo, corte de maneira oblíquo; mutilante: quando o ins‐
trumento atravessa os tecidos de lado a lado, destacando Rubefação
certa posição saliente do corpo (geralmente orelhas, de‐ É uma mancha avermelhada, efêmera e fugaz na pele,
dos, nariz etc) que desaparece em alguns minutos. Não deixa marca nem
sequela. A pele solta “istamina” e fica vermelha, pois au‐
menta a chegada de sangue no local.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Edema traumático ponto onde se produziu a violência, afirmar se o indivíduo
É o aumento de volume na região traumatizada (é o estava vivo ou morto, natureza do atentado, data provável
inchaço). É provocada pela saída do plasma do interior dos da violência. É diferente de quando houver tal ocorrido nos
vasos sanguíneos que se infiltra nos tecidos. Possui inten‐ olhos, a mancha sempre fica vermelha, não muda de cor.
sidade variada, depende da gravidade e da presença de
outras lesões no local. Escoriação
É a exposição da derme devido ao arrancamento da
Bossa sanguínea epiderme por ação tangencial de um instrumento mecâ‐
É o derramamento de sangue (proveniente de vaso nico. No indivíduo vivo, as escoriações cobrem-se de se‐
vermelho) numa região pequena do tecido subcutâneo rosidade albuminosa (líquido), gotas de sangue, formando
(embaixo da pele), delimitada por outras estruturas imper‐ crostas geralmente branco-amareladas ou cor de tijolo se
meáveis, como, por exemplo, osso. Formam uma saliência for mais profunda. Não deixam cicatrizes e as crostas come‐
localizada na pele. São comuns no couro cabeludo e são çam a cair entre o 4º e 10º dia, estando a pele regenerada
vulgarmente chamadas de “galo”. até o 15º dia. No cadáver ou quando a morte ocorre logo
após o trauma, as escoriações adquirem uma cor vermelho
-acastanhada, são lisas e têm um aspecto de pergaminho
Hematoma
ou couro.
É a ruptura de vasos sanguíneos (mais volumosos, mé‐
dio ou grosso calibre), formando coleção de sangue repre‐ Características das feridas contusas (de instrumen-
sado, deixando a pele com uma coloração roxa. Difere do tos contudentes)
hematoma subdural (o sangue comprime o cérebro) e do São geralmente causadas por objeto não cortante.
intradural (dentro da cabeça). Acontecem por compressão, apresentam bordas irregula‐
res, alterações na borda, fungo irregular, vertentes irregu‐
Equimose e sugilação lares, são mais compridas que profundas e de difícil coap‐
Equimose é o derramamento sanguíneo onde o san‐ tação. Geralmente deixam cicatrizes largas e irregulares,
gue se infiltra e coagula nas malhas dos tecidos (manchas como no caso de esmagadura e agressões sexuais.
roxas). Sugilação é uma forma de equimose, caracterizada
por vários pontinhos como grão de areia, que geralmente Entorces
é superficial, não forma coleção, mas pode ter dentro dos Movimentos exagerados junto a uma articulação. São
órgãos, na área do traumatismo ou pode até se estender. lesões articulares provocadas por movimentos exagerados
dos ossos que compõem uma articulação, incidindo sobre
Petéquas e sufusões os ligamentos. Os sintomas são dores na articulação, com
perturbação funcional da mesma; inchaço; e presença de
Petéqueas e sufusões são formas de equimoses. As aquimoses e hematomas na região.
petéqueas são mais ou menos isoladas, com tamanho de Nos casos mais graves, haverá ruptura dos ligamentos
cabeça de alfinete, já as sufusões são equimoses extensas. musculares, de tendões, derrame articular ou até mesmo o
arrancamento de pequenos pedaços de ossos que se pren‐
Mecanismos que podem produzir equimoses dem ao ligamento.
Compressão (soco, pontapé, paulada, chicotada etc),
tração (beliscão), sucção (beijo) e esforço (aparece geral‐ Luxações
mente nos olhos). As equimoses emotivas aparecem ge‐ Ocorrem quando há deslocamento de 2 ossos cuja su‐
ralmente nos braços e nas coxas. perfície de articulação deixa de manter a relação de contato
que lhe é comum. O deslocamento pode ser completo ou
incompleto. Desnivelamento dos ossos, total ou parcial, do
Diferença entre hematoma e equimose
contato.
A equimose ocorre quando o sangue extravasado se
infiltra e coagula nas malhas do tecido, já o hematoma são Fraturas e fraturas expostas. Como se produzem?
coleções sanguíneas produzidas pelo sangue derramado Podem ser provocadas por compressão, flexão (dobra)
que descola da pele. A diferença é que no hematoma o ou torção do osso. São chamadas de diretas quando se ve‐
sangue forma verdadeiras bolsas, ao passo que nas equi‐ rificam no próprio local do traumatismo, e indiretas quando
moses o sangue se infiltra nas malhas do tecido celular provêem de violência numa região mais ou menos distante
subcutâneo, impregnando-se fixamente. do local fraturado. Será exposta quando rasga a pele e o
músculo.
“Espectro equimótico de Legrand du Saulle”
É a variação cromática (1 – respeitante a cores) da Complicações que podem ser encontradas na fratu-
equimose, produzida desde que o material foi extravasa‐ ras da coluna vertebral
do até ser reabsorvido, e vai do início ao pleno reparo da Pode haver paralisia temporária ou permanente se hou‐
lesão: - vermelho: do 1º ao 2º dia; - vermelho violáceo: do ver lesões na medula (interrompida), ocasionando secção
3º ao 6º dia; - azulado e esverdeado: do 7º ao 12º dia; - ou lesão grave da coluna: quadriplagia (paralisia do pesco‐
amarelo: do 13º ao 20º dia. Ele nos permite dizer qual o ço para baixo) e paraplegia (paralisia da cintura para baixo).
9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Complicações que podem ser encontradas nas fra- Um dos tipos mais interessantes desses ferimentos é
turas de crânio o provocado pela dentada feita pelo homem ou animal.
Das fraturas de crânio podem resultar trincamento ou Quando a dentada é leve, ficam apenas as marcas dos
afundamento do osso, amnésia, convulsões, hemorragias dentes alinhados na pele, mas as mordidas de animais ge‐
cerebrais acompanhadas de meningite, coma, que chegam ralmente provocam lesões mais graves e profundas acom‐
a provocar distúrbios psíquicos ou mesmo morte. panhadas de arrancamento de tecidos como nas orelhas,
dedos, mãos etc.
Lesões perfurantes. Como são produzidas e quais as
suas principais causas jurídicas? Lesões pérfuro-cortantes
São lesões que produzem feridas com um orifício de São causadas por um mecanismo de ação que perfura
entrada, um trajeto e ocasionalmente, um orifício de saída. e contunde por instrumentos pontiagudos com gume, es‐
São produzidas por instrumentos perfurantes, alongados, ses instrumentos agem por pressão e secção geralmente
finos e pontiagudos como: agulhas, estiletes ou mesmo pi‐ os instrumentos possuem 1 gume (faca, peixeira, canivete
cadas de cobras. As principais causas jurídicas são: homicí‐ etc.), 2 gumes (punhal e alguns tipos de facas etc.) ou 3
dio e os acidentes. gumes (lima).
Lesões corto-contundentes
São os ferimentos ocasionados pelos instrumentos ENFORCAMENTO, ESTRANGULAMENTO E ESGANADURA
que, mesmo sendo portadores de gume ou corte, são in‐
fluenciados pela ação contundente, quer pelo seu próprio ENFORCAMENTO
peso, quer pela força ativa de quem maneja. Tais lesões O Enforcamento é uma modalidade de asfixia mecâ‐
quase sempre graves, pois atingem planos profundos, in‐ nica que se caracteriza pela interrupção do ar atmosférico
clusive ossos; são produzidas pela força de instrumentos até as vias respiratórias, em decorrência do processo da
como foice, machado, facão, enxada, serra elétrica, rodas constrição do pescoço por um laço fixo, agindo o peso do
de trem etc, possuindo formas variadas dependendo do próprio corpo da vitima como força ativa. É mais comum
corte, peso, força e local etc. nos suicídios, podendo, no entanto, ter como etiologia o
acidente, o homicídio e a execução judicial.
Características das lesões corto-contusas
Os ferimentos podem apresentar bordas nítidas e regu‐ MODO DE EXECUÇÃO
lares, se o instrumento tiver gume afiado, ou irregulares com Há certas formas de enforcamento, como no suicídio
equimoses nas adjacências e muitas nos planos mais profun‐ e no suplício, devendo-se considerar: a natureza e dispo‐
dos, se o seu corte não for afiado, predominando, neste caso, sição do laço, o ponto de inserção superior e o ponto de
o peso do instrumento e a força que foi aplicada. suspensão do corpo.
10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
O laço que aperta o pescoço pode ser de várias natu‐ A rigidez cadavérica é mais tardia no enforcamento. As
rezas. Sua consistência varia entre os chamados duros, e manchas de hipóstase se apresentam na metade inferior
moles e semirrígidos. Lençóis, cortinas e gravatas formam do corpo com maior intensidade nas extremidades dos
os laços moles: cordões, cordas, fios de arame ou duros: e membros, surgindo também às equimoses post mortem.
cintos de couro, os semirrígidos. Devido ao tempo de suspensão e à fluidez do sangue,
Sua disposição é sempre em torno do pescoço, sendo pode-se observar nas áreas de manchas de hipóstase as
mais comum com uma única volta, embora possa haver chamadas porpuras hipoestáticas, as quais não podem ser
várias voltas. confundidas com petéquias hemorrágicas.
O nó pode faltar, tomando a forma de alças. Poderá Sinais externos - A sua maior importância está no sulco
ser corrediço, ou simplesmente fixo. Sua situação é sempre do pescoço, de capital valor do diagnostico do enforcamento.
posterior ou lateral e, muito raramente, na porção anterior Na maioria das vezes, o sulco é único. Podendo, no en‐
do pescoço. tanto, apresentar-se duplo, triplo ou múltiplo quando esse
Chama-se de suspensão típica ou completa aquela em laço envolve várias vezes o pescoço.
que o corpo fica totalmente sem tocar em qualquer ponto O sulco situa-se na posição superior do pescoço, mais
de apoio: e suspensão atípica ou incompleta. Se é apoiado alta do que o ponto onde fixou primeiro o laço, para de‐
pelos pés, joelhos ou outra parte qualquer do corpo. pois deslizar até o ponto de apoio da cabeça, dirigindo-se
em sentido do nó obliquamente, de baixo para cima e de
EVOLUÇÃO diante para trás.
A morte por enforcamento pode surgir rápida ou tar‐ A consistência do leito do sulco é mole, e a tonalidade
diamente, despendendo das lesões locais ou à distância. é branca, nos produzidos por laços moles, e dura, aperga‐
Desenvolve-se o enforcamento em três períodos. minhada e de tonalidade pardo-escura, resultante da desi‐
Período inicial - Começa quando o corpo, abandonado dratação da pela escoriada nos fenômenos post mortem,
e sob a ação do sei próprio peso, leva pela constrição do nos produzidos por laços duros.
pescoço, à sensação de calor, zumbidos, sensações lumi‐ Tanto mais delgado o laço, mais profundo o sulco, le‐
nosas na vista e perda da consciência produzida pela inter‐ vando-se em consideração ainda o tempo de permanência
rupção da circulação cerebral. do corpo sob a ação do laço. A largura do sulco também
Segundo período - Caracteriza-se pelas convulsões varia em função do laço. A permanência do sulco de pro‐
e excitação do corpo proveniente dos fenômenos res‐ porcional a consistência do laço, podendo desaparecer
piratórios, pela impossibilidade de entrada e saída de ar, num segundo exame, caso se trate de um laço mole.
diminuindo o oxigênio (hipoxemia) e aumentando o gás Características diferenciais do sulco
carbônico (hipercapnéia). Associa-se a esses fenômenos a ENFORCAMENTO
pressão do feixe vásculo-nervoso do pescoço, comprimin‐ ESTRANGULAMENTO
do o nervo vago. Obliquo ascendente
Terceiro período - Surge os sinais de morte aparente, Horizontal
ate o aparecimento da morte real, com cessação da respi‐ Variável segundo a zona do pescoço
ração e da circulação. Uniforme em toda a periferia do pescoço
Tempo necessário para a morte no enforcamento. Varia Interrompido ao nível do nó
de acordo com certos aspectos pessoas e circunstanciais. A Continuo
morte poderá ser rápida, por inibição, ou demorar cerca de Em geral, único.
5 a 10 minutos, conforme observações em enforcamento Frequentemente Múltiplo
judiciais. Por cima da cartilagem tireóidea
Por baixo da cartilagem tireóidea
LESÕES ANATOMOPARTOLOGICAS Quase sempre apergaminhado
Na morte por enforcamento, a ação do laço sobre o Excepcionalmente apergaminhado
pescoço nos permite estudar: De profundidade desigual
Aspecto do cadáver - A posição da cabeça sempre se De profundidade uniforme
mostra voltada para o lado contrario do nó, fletida para Sinais Internos.
diante, com o mento tocando no tórax. A. Sinais Locais:
A face Pode apresentar-se branca ou arroxeada, e as Lesões da parte profunda da pele e da tela subcutânea
equimoses palpebrais e conjuntivas. Assinala-se a presença do pescoço. No enfoque, essas alterações são mais cons‐
de liquido ou espuma sanguinolenta pela boca e narinas. A tantes e mais intensas do laço contrario ao nó.
língua é cianótica e sempre está projetada além das arca‐ Lesões dos vasos: incidem sobre as artérias e, excep‐
das dentarias. Olhos protusos e o pavilhão auricular violá‐ cionalmente nas veias. São mais encontradas nos enfor‐
ceo, surgindo ocasionalmente otorragia. camentos por laços da circunferência do vaso. O referido
No enforcamento completo, os membros inferiores sinal é mais encontrado na artéria do lado oposto do nó.
estão suspensos e os superiores, colocados ao corpo, Esses sinais sãos evidente, nos casos de enforcamen‐
com os punhos cerrados mais ou menos fortemente. Na to, no lado onde o laço sustenta o corpo, ou seja, no lado
forma incompleta, os membros assumem posições as oposto ao vistos em ambos os lados, as lesões são mais
mais variadas. pronunciadas e mais baixas no lado contrario ao do nó.
11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Lesões do aparelho laríngeo: fraturas das cartilagens SINAIS EXTERNOS
tireoides e cricoide, e fratura do osso hióide. Aspecto da face e do pescoço. A face no estrangula‐
Lesões da coluna vertebral: nos casos de enforcamen‐ mento geralmente se mostra tumefeita e violácea devido
to com queda brusca do corpo, podem surgir fraturas ou a onstreção quase sempre completa da circulação venosa
luxações de vértebras cervicais, como acontece em alguns e arterial os lábios e as orelhas arroxeados, podendo sur‐
dos enforcamentos por suplício. gir espuma rósea ou sanguinolenta das narinas e boca. A
Sinais planos profundos do pescoço. Os sinais comu‐ língua se projeta além das arcadas dentarias e é extrema‐
mente descritos médico-legal sobre enforcamento são: mente escura. Dos meatos acústicos externos, poderá fluir
Musculares, Cartilagens e ossos, ligamentos, vascula‐ sangue. Equimoses de pequenas dimensões na face nas
res, neurológicos, vertebrais, faríngeos, laríngeos. conjuntivas pescoços face anterior do tórax.
B. Sinais à distância Sulco. Quanto mais constante e duro for o laço, mais
São aqueles encontrados nas asfixias em geral, como constante é o sulco. Pode ser único, duplo ou múltiplo. A
congestão polivissceral, sangue fluido e escuro, pulmões direção é diferente do enforcamento, pois se apresenta em
distendidos equimoses viscerais e espuma sanguinolenta sentido horizontal, podendo, no entanto, ser ascendente
na traquéia e nos brônquios. ou descendente, como nos casos de homicídio, em que o
Mecanismo da morte por enforcamento. Hoffmann agente puxa o laço para trás e para cima. Sua profundidade
fundamenta a morte do enforcamento em três princípios. é uniforme e não há descontinuidade, podendo verificar-
Morte por asfixia mecânica. Naturalmente é se levado se a superposição do sulco onde a parte do laço se cruza.
a pensar que a ação do laço no pescoço interrompe a pas‐ As bordas são cianóticas e elevadas, e leito é deprimido e
sagem até os pulmões. Se o endividou morre por asfixia apergaminhado. Geralmente o sulco está situado por baixo
mecânica no enforcamento não pe precisamente por cons‐ da cartilagem tireóide.
trição da laringe e da traquéia, e sim por outro mecanismo
de asfixia, como a obstrução das vias respiratórias, pelo ra‐ SINAIS INTERNOS:
chamento da base da língua para cima e para trás, por ação Lesões nos planos profundos do pescoço:
do próprio laço sobre a parede posterior da laringe. 1. Infiltração hemorrágica dos tecidos moles do pesco‐
Morte por obstrução da circulação. A interrupção da ço. A tela subcutânea e a musculatura subjacente ao sulco
circulação venosa pela constrição do laço do pescoço con‐ apresentam-se infiltradas por sangue. Essas lesões, quando
tribui apenas para alguns autores, no fenômeno da con‐ se trata de estrangulamento pelo fato de o laço imprimir
gestão da face. A obstrução da passagem do sangue ante‐
força de mesma intensidade em torno do pescoço e agir
rial pelas caroticas acarretando pertubações cerebrais pela
em sentido horizontal, apresentam a mesma distribuição e
anoxia.
altura em todo o perímetro nos planos internos dos pes‐
Morte por inibição devido à compreensão dos elemen‐
coços.
tos nervosos do pescoço. O laço exerce pressão sobre o
2. Lesões da laringe. Pode acarretar lesões nas cartila‐
feixe vásculo-nervoso do pescoço, principalmente no nervo
gens tireoides das artérias e no osso hióide.
vago. Isso se demonstra basicamente nos casos de sobre‐
3. Lesões das artérias carótidas. Pelas mesmas razoes
vivência nos quais se manifestam sinais laríngeos cardíacos
alegadas para os tecidos moles do pescoço, essas lesões
e respiratórios observadas pela compressão daquele nervo
ou dos seios carotídeos. arteriais têm, em quase todas às vezes a mesma intensida‐
de e se colocam numa mesma altura.
ESTRANGULAMENTO Lesões à distância. Estão representadas pelos sinais
No estrangulamento, a morte se dá pela constrição clássicos de asfixia vistos no estudo geral sobre o tema. Na
do pescoço por um laço acionado por uma força estranha, morte por estrangulamento, três são os fatores que inter‐
obstruindo a passagem de ar aos pulmões, interrompendo ferem.
a circulação do sangue ao encéfalo e comprimindo os ner‐ Na morte por estrangulamento, a asfixia é mais decisi‐
vos do pescoço.Nesse tipo de morte, ao contrario do en‐ va que no enforcamento, principalmente devido À posição
forcamento, o corpo da vítima atua passivamente e a força do laço.
constrictiva do laço age de forma ativa. Compreensão doa vasos do pescoço. Compromete
O acidente e o suicídio nesta modalidade são raríssi‐ mais intensamente as veias jugulares que artérias caróticas,
mos. Mais comum é o estrangulamento-homicídio, prin‐ e estas menos que as artérias vertebrais, fazendo com que
cipalmente quando a vítima é inferior em forças ou é to‐ o sangue do segmento cefálico fique bloqueado.
mada de surpresa. Constitui uma forma, não muito rara, de Compreensão dos vasos do pescoço. Tem influencia
infanticídio. mais decisiva na morte por estrangulamento, cujo meca‐
nismo mais bem explicado é a inibição.
SINTOMATOGLOGIA O diagnóstico de morte por estrangulamento ou por
No estrangulamento os sintomas são variados confor‐ enforcamento tem permanecido no plano macroscópico
me a sua maneira: lenta, violenta ou continua. da necropsia através dos sinais gerais de asfixias e, em par‐
Normalmente, o estrangulamento passa por três perío‐ ticular do estudo do pescoço. Daí a dificuldade de estabe‐
dos resistência, perda da consciência e convulsões, asfixia e lecer com precisão pontos característicos diferenciais entre
morte aparente. Depois surge a morte real. estas duas espécies de asfixia mecânica.
12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
ESTRANGULAMENTO ANTIBRAQUIAL Sinais locais profundos. São os seguintes:
A experiência demonstra que, embora em situações a. Infiltração hemorrágica das estruturas profundas
não tão raras, é possível o estrangulamento através da do pescoço. São mais acentuadas e mais constantes que
constrição do pescoço pela ação do braço e do antebraço no estrangulamento, apresentando-se de forma difusa ou
conhecida como golpe de gravata. localizada na tela subcutânea e na musculatura da região
Este procedimento pode ser criminoso ou mesmo aci‐ cervical.
dental, quando nesta última hipótese um individuo tenta b. Lesões do aparelho laríngeo por fraturas de carti‐
conter outro. lagens tireoide e cricóide e dos ossos estilóide e hióideo,
Em geral, a morte de dá por oclusão das vias aéreas mais frequentes que nos estrangulamentos e no enforca‐
ou da obstrução da circulação das carótidas, por ação da mento.
prega do cotovelo sobre a face lateral do pescoço. A mor‐ c. Lesões dos vasos do pescoço, bem mais raras.
te pode ser também por inibição. Sinais à distância. Apresentam as mesmas característi‐
Em tais ocorrências, o difícil é precisar o diagnóstico, cas das asfixias em geral.
pois os sinais encontrados não são tão evidentes quanto Na esganadura interferem principalmente no meca‐
nismo de morte, a asfixia e os fenômenos decorrentes da
os deixados pelo laço no estrangulamento e no enforca‐
compreensão nervosa do pescoço. A obliteração vascular é
mento ou pelos dedos na esganadura.
de interesse insignificante. Aqui, tudo faz crer que a asfixia
Pode ainda ocorrer à morte pela pressão do pescoço
é o principal elemento responsável pelo êxito letal.
através de um objeto duro, como um bastão ou cassetete,
Fonte: http://tanatopraxiadf.blogspot.com.br/2014/04/
em que se verifica a obstrução principalmente da traquéia enforcamento-estrangulamento-e.html
e da laringe. Nestes casos a perícia vai encontrar significa‐
tivas lesões internas e externas neste segmento afetado.
BALÍSTICA FORENSE: EXAME DE EFICIÊNCIA
ESGANADURA
Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se ve‐ EM MUNIÇÃO; EXAME DE EFICIÊNCIA EM
rifica pela constrição do pescoço pelas mãos, ao obstruir ARMA DE FOGO. VESTÍGIOS E EVIDENCIAS
a passagem do ar atmosférico pelas vias respiratórias até BIOLÓGICAS DE INTERESSE FORENSE.
os pulmões. COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO EM LOCAL
É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida DE CRIME.
ou acidental.
SINTOMATOLOGIA.
Pela própria esganadura, é difícil precisar exatamente 1. BALÍSTICA FORENSE
os períodos e o tempo decorrido nestes tipos de morte, Para Eduardo Roberto Alcântara Del-Campo, balística
que tanto pode ser por asfixia, como por inibição, devi‐ forense “é a disciplina que estuda basicamente as armas de
do à compressão dos elementos nervosos do pescoço. A fogo, as munições, os fenômenos e os efeitos dos disparos
esganadura vem sempre acompanhada de outras lesões, dessas armas, a fim de esclarecer questões de interesse ju‐
principalmente as traumáticas, provenientes de outras dicial”.
agressões como ferimentos na região posterior da cabe‐ Balística trata-se da ciência e arte que estuda integral‐
ça, equimoses em redor da boca, escoriações nas mais e mente as armas de fogo, o alcance e a direção dos projetis
nos antebraços, todas elas decorrentes da luta e, por isso, por ela expelidos, e os efeitos que produzem. A Balística é
chamadas de lesões de defesa. divida em: Balística Interna, Balística Externa E Balística De
Efeitos.
A Balística Interna é a parte que estuda a estrutura, os
SINAIS.
mecanismos, o funcionamento das armas de fogo e a téc‐
Sinais externos a distancia.
nica do tiro, os efeitos da detonação da espoleta e defla‐
Sinais externos locais. Os mais importantes são os
gração da pólvora dos cartuchos no seu interior até que o
produzidos pelas unhas do agressor, teoricamente de for‐
projétil saia do cano da arma.
ma semilunar, apergaminhados de tonalidade pardo ama‐ A Balística Externa estuda a trajetória do projétil, “des‐
relada, conhecidos com estigmas ou marcas ungueais. de que abandona a boca do cano da arma até sua para‐
Podem também ter a forma de rastros escoriativos. Se o da final”[1] (alvo). Analisa as condições do movimento,
criminoso usou a mão direita, aparecem essas marcas em velocidade inicial do projétil, sua forma, massa, superfície,
maior quantidade no lado esquerdo do pescoço da vítima. resistência do ar, ação da gravidade e seus movimentos
Em alguns casos, podem surgir escoriações de vá‐ intrínsecos
rias dimensões e sentidos, devido as reações da vítima A Balística dos Efeitos, ou balística terminal ou balísti‐
ao defender-se. Finalmente, as marcas ungueais podem ca do ferimento analisa os efeitos produzidos pelo projétil
não existir se o agente conduziu a constrição do pescoço, desde que abandona a arma e atinge o alvo, incluindo os
protegido por objetos. possíveis ricochetes, impactos, perfurações e lesões inter‐
nas e externas nos corpos atingidos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
A Balística Forense é uma disciplina que estuda a balísti‐ Outro elemento importante é a composição dos pro‐
ca relacionando direta ou indiretamente às infrações penais, jetis, “sendo usados com mais frequência os de liga de
para que se esclareça como ocorrem e para que se prove sua chumbo, encamisados (jaquetados – FMC), semiencamisa‐
ocorrência. dos, de chumbo puro e até de cobre”[5]
A perícia de Balística Forense serve, portanto, como im‐ Vale ressaltar, que a utilização cada vez maior de cartu‐
portante meio de prova para a condenação ou absolvição de chos de recarga carregados com projetis de forma e com‐
um acusado de cometer infração penal com armas de fogo. posição variadas, dificulta a obtenção de projetis-padrão
Oriundo da Traumatologia Forense da Medicina Legal, mais adequados. Na tentativa de encontrar uma solução
passou a integrar também a Criminalística. Hoje é disciplina para estas hipóteses é realizada análise química, quantita‐
“autônoma nos conteúdos e nos métodos de investigação e tiva e qualitativa dos projetis em análise e a confecção de
de pesquisa”[2] projetis com a mesma composição química para encontrar
1.1 EXAMES DE BALÍSTICA o projétil-padrão mais adequado.
Os trabalhos para a confecção do exame balístico se ini‐ Caso não seja possível obter cartuchos carregados com
cia com a identificação indireta da arma de fogo da qual ori‐ projetis de composição química idêntica, podem-se utilizar
ginou o tiro com o projétil. A identificação é feita através de as devidas reservas, cartuchos com projetis que tem com‐
uma comparação de projetis e estojos padrão de uma marcar posição química similar, a técnica é comumente utilizada
e tipo com os projetis e estojos objetos do exame. O sucesso quando são produtos de indústrias estrangeiras. A conse‐
do exame dependerá da qualidade dos padrões usados. quência dos padrões não possuírem a mesma composição
Não obstante obter padrões adequados para a realiza‐ química é a verificação de diferenças no número e profun‐
ção do confronto microscópico com projetis encontrados na didade das microestrias usadas na comparação com o pro‐
cena do crime é uma das dificuldades dos peritos, principal‐ jétil em exame e dificultar a identificação da arma utilizada
mente quando os cartuchos são produzidos por indústrias no crime. Para ilustrar a situação, demonstramos um caso:
estrangeiras. A dificuldade é fundamentada porque “mo‐ Há alguns anos, ocorreu um suicídio e, ao lado do cor‐
dificações são constantemente introduzidas na fabricação po da vítima, foi encontrado um revólver da marca Taurus,
dos cartuchos, alterando o tipo e a quantidade de pólvora, calibre .32Longo, contendo em suas câmaras um estojo
a composição e forma dos projetis, para aumentar o efeito com vários cartuchos da marca Orbea, calibre .32Largo
expansivo e o poder de impacto”[3] (.32Long). A autoridade que presidia o inquérito solicitou
Os padrões dos projetis e estojos precisam preencher al‐ a realização de exames microcomparativo entre o projetil
extraído do corpo da vítima e os padrões obtidos do re‐
guns requisitos para conseguir identificar as armas de fogo,
volver suspeito. Para tanto, enviou ao laboratório a arma
por meio de exames macro e microcomparativos, eis que
encontrada no local do fato, o projétil extraído do corpo
são: autenticidade, adequabilidade, contemporaneidade e
da vítima e o estojo que estava alojado em uma das câma‐
quantidade. E para melhor obter os padrões é preciso que
ras do tambor do revólver. Na falta de cartuchos da mar‐
haja a reprodução das condições do fato que originou o pro‐
ca Orbea, poris os que estavam no tambor da arma não a
jétil ou estojo objetos do exame.
acompanharam, foram colhidos projetis-padrão com car‐
A autenticidade é o requisito mais importante. “Um pa‐
tuchos marca CBC, calibre .32 S&WL. No confronto micros‐
drão é autêntico, genuíno ou legítimo, quando tiver a origem
cópico, verificam-se significativas divergências na forma da
certa, inquestionável, isto é, quando for obtido de uma de‐ delimitação entre os ressaltos e cavados, bem como entre
terminada arma, a qual se atribui sua origem”.[4] O padrão é várias microestrias dos projetis da marca CBC em relação
considerado autêntico quando se pode afirmar sem quais‐ ao projétil questionado, provavelmente marca Orbea. Após
quer dúvidas que foi obtido por determinada arma. Os proje‐ um contato com o presidente do inquérito policial, foram
tis devem identificar a arma pela: marca, calibre e número de localizados os cartuchos marca Orbea que se encontravam
série, assim como o cano e o número gravado quando existir. no tambor do revólver, quando da morte da vítima. Re‐
A adequabilidade é averiguada quando os projetis pa‐ cebidos tais cartuchos, colheram-se novos projetis-padrão,
drão forem obtidos a partir de cartuchos com as mesmas agora com cartuchos marca Orbea. Em novo exame com‐
características dos cartuchos que deram origem ao projétil parativo, foi possível observar-se, nos mesmo campos do
examinado quanto à forma, massa e composição. Como o projétil questionado extraído do corpo da vítima, inúmeras
calibre dos projetis-padrão devem coincidir com os do proje‐ microestrias convergentes com os projetis-padrão marca
tis examinados, deve-se inicialmente determinar o calibre do Orbea. [6]
projétil em exame com base no seu diâmetro, cumprimento Com este relato, é possível concluir que a priori, os car‐
e massa. tuchos que estão na arma suspeita ou de posse do suspeito
Além dessas características, devem ter a mesma forma são as que melhor preenchem os requisitos de adequabi‐
quanto à ogiva (ponta) e à base. As formas mais comuns de lidade.
projetis são: O outro requisito a ser analisado no projétil é a con‐
1. côncava-ogival, com base côncava e plana; temporaneidade. Trata-se de identificar a idade dos car‐
2. canto vivo, com base côncava; tuchos e projetis utilizados para colher padrões para com‐
3. semicanto vivo, com base côncava e plana; parar com os projetis objeto de exame. A importância de
4. ponta oca, com base côncava; análise deste quesito está na vida útil, que é compreendido
5. pontiagudos, com base plana. como “período durante o qual os cartuchos mantém inalte‐
14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
radas suas características balísticas”.[7] V.g. os cartuchos de Interessam, para o estudo médico-legal, as armas por‐
marca CBC estocados em embalagem original, e em condi‐ táteis de cano curto e de cano longo, devido à frequência
ções moderadas de temperatura e umidade relativa do ar de uso, bem como por produzirem lesões de gravidade va‐
possuem a estimativa de 10 anos de vida útil; já os cartuchos riável pelo projétil lançado.
alojados em armar colocadas em coldres tem vida útil impre‐ Os elementos essenciais de uma arma de fogo são: o
visível. Ao recolher a arma suspeita, se esta possuir cartucho aparelho arremessador, a carga de projeção (pólvora) e o
no tambor ou carregador, provavelmente serão contempo‐ projétil, sendo que estes dois últimos, em regra, compõem
râneos aos cartuchos utilizados de onde originou o projétil o cartucho.
objeto de análise. A inflamação da carga de projeção origina os gases
A identificação da idade do projétil é feita através da que, ao se expandirem, produzem pressão contra a base
apuração da data aproximada ou período de fabricação pe‐ do projétil, expelindo-o através do cano e projetando-o no
las gravações encontradas no culote (base) dos cartuchos, espaço.
estojos, espoletas. As armas de fogo podem causar lesões mais frequen‐
O último requisito é a quantidade. Não se pode deter‐ temente em razão das balas do que a carga de chumbo.
minar uma quantidade padrão para realizar o exame micro‐ O projétil, ao atingir o organismo, poderá atravessá-lo ou
comparativo, pois depende do caso concreto, e por isso, de‐ ficar retido em seu interior.
vem ser colhidos quantos padrões forem necessários para Para o funcionamento da arma de fogo, o gatilho da
formar a convicção do perito. Entende-se que o tempo entre arma deve sempre ser puxado para o tiro seja disparado.
o fato e o exame também nflui na quantidade de padrões Assim, o que se observa é que a arma deixa importantes
necessários, e quanto maior for o prazo, maior a quantidade vestígios para investigação técnica pericial, como certas
necessária. “Este requisito, a princípio deveria ser o de mais marcas e resíduos dentro ou fora da arma. Importante des‐
fácil cumprimento. Entretanto, diante das dificuldades dos tacar que a combustão propaga a pólvora, de maneira que
órgãos responsáveis pelo fornecimento dos cartuchos usa‐ a explosão da bala faz a mesma deslizar pelo cano da arma
dos nos testes com armas de fogo e na obtenção de padrões, e caminhar violentamente em direção ao alvo.
ele deixa, muitas vezes de ser atendido adequadamente.”[8] 1.2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO
Para melhor exame, é importante o carregamento total Classificação quanto à alma do cano: As armas de porte
do tambor ou carregador, e a realização de tiros com todos individual, também conhecidas por armas leves, dividem-se
os cartuchos, porque em algumas armas é comum ocorrer em dois grandes grupos: as com canos de alma lisa (parte
o desalinhamento das câmaras em relação ao cano. A con‐ interna do cano da arma) e as com canos de alma raiada.
sequência é que a impressão de ressaltos e cavados sobre a As armas com cano de alma raiada são aquelas que
ogiva do projétil. utilizam cartuchos de munição com projéteis unitários e
1.2. ARMAS DE FOGO podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas etc.) ou
Segundo ensina Antonio Almeida Junior em “Lições de longas (carabinas, fuzis etc.). As armas com cano de alma
Medicina Legal”, as armas de fogo são amplamente conheci‐ lisa são as que utilizam cartuchos de munição com projé‐
das pela sua potencialidade lesiva e pelo uso elevado deste teis múltiplos, geralmente usadas para caça (espingardas)
instrumento em crimes dolosos e até mesmo para o suicídio ou tiro esportivo.
do agente, dentre outras utilizações. REVÓLVER:
A arma de fogo é classificada como um instrumento per‐ Para Eduardo Roberto, “o revólver pode ser definido
furo-contundente, sendo representado pelas balas ou grãos como uma arma curta, de repetição, não automática, com‐
de chumbo, sendo função da arma impulsionar com grande posta de armação, tambor, cano (sem câmara de combus‐
velocidade e violência o projétil em direção ao seu alvo. tão) e mecanismo”.
Segundo Tocchetto, O revólver tem como principal característica a apresen‐
Armas de fogo são exclusivamente aquelas armas de tação de um único cano para várias câmaras de combustão.
arremesso complexas que utilizam, para expelir seus projé‐ PISTOLA:
teis, a força expansiva dos gases resultantes da combustão As pistolas “podem ser definidas como armas que
da pólvora. Seu funcionamento, em princípio, não depende aproveitam a força expansiva dos gases para sua alimenta‐
do vigor, da força física do homem (TOCCHETTO, 2011, p. 2). ção, dependendo, entretanto, cada disparo, do acionamen‐
Delton Croce e Delton Croce Júnior prelecionam to do gatilho pelo atirador”.
que [9]“os projéteis de arma de fogo, por sua peculiar ação, ao ARMAS LONGAS:
atuar sobre o alvo, concomitantemente perfurando-o e con- “Armas longas são aqueles que, em razão do compri‐
tundindo-o, caracterizam-se em instrumentos traumáticos mento do cano e da coronha, possuem grande dimensão
perfuro contundentes”. Ademais, os agentes dessa classe longitudinal, exigindo para seu uso o apoio do ombro e
produzem lesões sempre representadas por orifício de en‐ ambas as mãos do atirador”.
trada. Tais lesões são semelhantes às produzidas por ins‐ As principais armas longas são: espingarda e escopeta;
trumentos perfurantes, entretanto, as bordas são contun‐ carabina; rifle; fuzil; mosquetão.
didas e mortificadas, pelos motivos que veremos a seguir. 1. Espingarda e escopeta: “O termo espingarda de‐
Há também nessas lesões os orifícios de saída, que podem, riva do Frances espingarde e serve para designar qualquer
todavia, não serem produzidos em razão da predominância arma de fogo longa, com cano de alma lisa. As espingardas
da ação perfurante sobre a contundente. podem ser dotadas de um ou dois canos, paralelos ou co‐
15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
locados um sobre o outro. Quanto ao sistema de alimen‐ 2.1 ORIFÍCIO DE ENTRADA
tação, podem ser ou não de repetição. O termo escopeta é Quando o projétil atinge o ser humano, a epiderme, por
usado para designar as armas de alma lisa de cano curto ser menos elástica que a derme, é a primeira a se romper,
e grosso calibre, reservando-se a denominação espingar- originando o orifício de entrada. Ao seu redor, permanecem
da para as de cano longo e calibres menores”. indícios importantes para o exame pericial.
2. Carabina: “armas de fogo portáteis, de repetição, Segundo Tochetto,
cano longo e alma raiada, “. Quando o projétil passa através da pele, esta, por ser
3. Rifle: “são armas de fogo longas, portáteis, de elástica, deforma-se e envolve o projétil, formando uma es‐
carregamento manual (não automáticos) ou de repetição, pécie de luva que se fricciona contra o projétil, limpando-o e
cano longo e alma raiada. Sua diferenciação em relação retirando de sua superfície as impurezas. Forma-se, então, a
às carabinas reside exatamente no comprimento [...]”. zona ou orla de enxugo que se localiza ao redor do orifício de
4. Fuzil: “é uma arma de fogo longa, portátil, au‐ entrada.Toma a forma de um anel, no orifício do tiro perpen‐
tomática, com alma raiada, calibre potente e que normal‐ dicular à superfície da pele. Nos tiros inclinados,a forma é ex‐
mente tem uso militar, podendo ser utilizado para caça de cêntrica e elíptica, indicando com o seu eixo maior a direção
grande porte. É uma arma automática, que apresenta uma do tiro. A orla de enxugo está presente exclusivamente no
cadencia de tiros entre 650 a 750 disparos por minuto”. orifício de entrada de projétil da arma de fogo (TOCHETTO,
5. Mosquetão: “arma de fogo longa, portátil, de re‐ 2011, p. 246).
petição com alma raiada”. A pele se rompe, no ponto de impacto do projétil, por
Classificação das armas de fogo quanto à mobilidade atingir o limite de sua elasticidade. A epiderme se rompe
e ao uso: Tocchetto (2011, p.15) ensina que na classificação primeiro, formando uma orla escoriada ao redor do ponto
quanto à mobilidade, as armas de fogo são classificadas em de impacto, denominada zona ou orla de contusão, também
quatro grupos: fixas, móveis, semiportáteis e portáteis. A denominada de orla de escoriação. As orlas de enxugo e de
arma é fixa quando permanece montada num determinado contusão ou escoriação localizam-se ao redor do orifício de
suporte, tendo apenas possibilidade de deslocamentos nos entrada, mas também podem ser observadas junto ao orifício
planos vertical e horizontal, como ocorre com os canhões de saída, quando a pele é comprimida contra um anteparo.
Há o rompimento de pequenos vasos sanguíneos na
e metralhadoras antiaéreas, nos navios de guerra. É móvel
passagem do projétil, formando uma mancha colorida. Esta
quando a arma pode ser deslocada de sua posição para
mancha, cuja cor vai do vermelho ao amarelo, é a auréola
outra, mediante tração animal, motora ou automotriz. Será
ou orla equimótica. A presença desta mancha caracteriza a
semiportátil quando, dividida em arma e suporte (morteiro
ocorrência da reação vital junto ao orifício em que estiver
de infantaria e metralhadora pesada, por exemplo) possa
presente. Pode ser obsrvada em orifícios de saída.
ser facilmente deslocada por dois homens. Finalmente,
Na grande maioria das vezes o orifício é único por cada
será portátil a arma que possa ser facilmente conduzida
entrada de uma bala e a entrada pode ser na pele do indiví‐
por um único homem. duo ou na boca, no reto ou ainda nos olhos.
1.2.2 CALIBRE DAS ARMAS DE FOGO Destaca-se um caso ocorrido em São Paulo em 1959,
O calibre de uma arma “nada mais é que a medida uti‐ relatado por Antonio Almeida Junior, no qual foram encon‐
lizada para indicar o diâmetro interno de seu cano e a mu‐ tradas duas balas no corpo da vítima, todavia se localizou
nição correspondente”. apenas um orifício de entrada. E tal fato foi analisado por
Existem três tipos de calibre: o calibre das armas, po‐ peritos e o que se descobriu foi que a arma utilizada estava
dendo ser de alma lisa ou de alma raiada; o calibre dos guardada por muitos anos e a munição estragou. Assim, com
projéteis, podendo ser para armas de alma lisa ou para ar‐ o primeiro tiro o projétil se deslocou para frente, mas não
mas de alma raiada; e o calibre dos cartuchos de munição, conseguiu sair do cano da arma, e com o segundo tiro, este
podendo ser para armas de alma lisa ou para armas de sim impulsionou o projétil e os dois projéteis saíram juntos,
alma raiada. com o segundo entrando pelo orifício do primeiro.
1.2.3 MUNIÇÃO No tocante ainda ao orifício de entrada há que se anali‐
Munição são projéteis, pólvoras e demais artefatos ex‐ sar a forma, a dimensão, orlas e as zonas de contorno.
plosivos que carregam as armas de fogo. Quanto a forma, a ferida pode ser ovalar ou circular. Mas
Partes do cartucho de munição: o cartucho de muni‐ dependerá também da direção do tiro, a distância e condi‐
ção é composto pelo estojo, pela espoleta, pela pólvora, ção do projétil. Tiro oblíquo produz um orifício de entrada
projétil e nas armas lisas é composto também pelo embu‐ obliquo. Tiros dados de uma distância muito curta produz a
chamento. dilaceração do tecido e feridas irregulares. E ainda há balas
2. LESÕES PRODUZIDAS POR ARMA DE FOGO que são atiradas com a base para frente e produzem feridas
As características das lesões produzidas por armas atípicas também.
de fogo dependem de dois fatores: a arma e a munição. A) FORMA
Através do estudo dos efeitos do tiro, pesquisáveis junto A forma do orifício de entrada está sujeita ao modo
às lesões, pode-se estabelecer a que distância foi dado um como o projétil atingiu o alvo. No caso de penetração per‐
determinado tiro. pendicular à superfície, o orifício pode decalcar a forma do
Os projéteis de arma de fogo são instrumentos perfu‐ corte transversal da bala. Ocorre, entretanto, deformação
rocontundentes e, ao atingirem o corpo humano, produ‐ variável em relação à direção das fibras elásticas e a área
zem lesões ou feridas com características muito peculiares. atingida, tendo em vista a retração dos tecidos.
16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Por outro lado, se o projétil atingir o alvo de forma orifício de entrada. Devido à maior massa e à maior força
oblíqua, o orifício será elítico, podendo, também, ser atí‐ viva, vencem maior distância e penetram no material do
pico quando dois projéteis atingem o mesmo ponto, nos alvo como microprojéteis, incrustrando-se neste de forma
casos de ricochete, de perda da força de propulsão da bala mais ou menos profunda, não sendo removíveis, em sua
e, por fim, nos tiros próximos ou encostados, a expansão maioria, por lavagem. Se o anteparo atingido for a pele,
de gases dilacera os tecidos. nela poderão ser produzidos ferimentos puntiformes (pe‐
B) TAMANHO quenas feridas), ferimentos esses que persistem até após
Em regra, o orifício de entrada é menor que o calibre do serem submetidos a uma lavagem. No caso dos resíduos
projétil, com exceção dos tiros muito próximos, onde o orifí‐ da combustão de pólvora (esfumaçamento), estes efeitos
cio poderá ser maior. O orifício de entrada é frequentemente ainda podem ser observados a pequenas distâncias da
menor do que o de saída. boca do cano da arma, em tiros produzidos por armas cur‐
C) ORLAS tas. Os resíduos do projétil (de chumbo ou de latão) vão
Ao redor do orifício de entrada é possível notar a presen‐ bastante além, podendo se manifestar no alvo a uma dis‐
ça de orlas e zonas, denominando-se orlas os sinais provoca‐ tância de até um metro, dificilmente indo além. Acima de
dos pelo projétil e zonas os produzidos pela carga explosiva. 50 cm, diminui de forma progressiva e rápida a quantidade
A orla de contusão se dá na penetração do projétil, no de partícula que formam a zona de tatuagem, podendo,
momento em que a pele se invagina e se rompe, formando
em alguns casos, cessar em distância menor (TOCHETTO,
uma orla escoriada e contundida.
2011, p. 256).
A orla de enxugo é caracterizada pelo projétil que, giran‐
A forma e a extensão da zona de tatuagem depen‐
do sobre o próprio eixo, é revestido de impurezas da pólvora
dem da natureza da pólvora, da composição do projétil,
e dos meios que atravessou. Assim, uma vez que o tecido
orgânico é elástico, ele adere à parede lateral da bala que, do ar ambiente e da direção do tiro. A tatuagem, nos tiros
por atrito, deixa as impurezas do exterior coladas no percur‐ perpendiculares, se localiza de maneira aproximadamente
so. Portanto, o projétil se limpa, formando a orla de enxugo. uniforme ao redor do orifício de entrada, apresentando-se
2.1.1 ZONA DE CHAMA com forma circular. Nos tiros inclinados (oblíquos), a tatua‐
Segundo Tocchetto, gem apresenta-se com a forma de elipse, e será mais inten‐
A zona de chama, também denomina-se zona de cha‐ sa e menos extensa do lado do ângulo de menor inclinação
muscamento ou zona de queimadura, é produzida pelos da arma, e mais extensa e menos intensa do lado oposto.
gases superaquecidos e inflamados que se desprendem por 2.2 O TRAJETO
ocasião dos tiros encostados e atingem o alvo, produzindo Trajeto consiste no segmento da trajetória percorrida
queimadura de pele da região dos pelos e das vestes. Esta pelo projétil no interior de um corpo.
zona circunda o orifício de entrada nos tiros perpendiculares Um aspecto importante a ser considerado no estudo
e está presente nos tiros encostados ou muito próximos. A do trajeto é a relação existente entre trajetória do progétil
zona de chama serve para o diagnóstico do orifício de en‐ e atitude da vítima, conforme explica Tocchetti:
trada, da distância e direção do tiro, da quantidade de carga O ser realizada a necropsia, o médico legista examina
(pólvora) e do ambiente em que foi realizado o tiro (TOCHET‐ a vítima distendida sobre a mesa de necropsia, em decúbio
TO, 2011, p. 255). dorsal e o trajeto por ele descrito corresponderá à posição
O tamanho da chama, na boca do cano da arma, depen‐ ereta da vítima. Entretanto, na maioria das vezes, não é esta
de do comprimento do cano e do tipo de munição usada, a posição em que a vítima se encontrava no momento em
motivo porque não se pode mais delimitar, de forma rígida, a que foi atingida pelo tiro ou em relação à linha de tiro,
extensão da zona de chama. motivo pelo qual o trajeto descrito pelo médico-legista
2.1.2 ZONA DE ESFUMAÇAMENTO nem sempre se enquadra como sendo uma continuidade
Se o disparo for efetuado de uma distancia maior (30 perfeita da linha de trajetória. Reveste-se, também, de im‐
cm), a fumaça decorrente do disparo poderá atingir o alvo e portância, a diferença de estatura existente entre a vítima e
depositar-se ao redor do ferimento de entrada, produzindo a
o agressor ou atirador.
chamada zona de esfumaçamento.
2.3 ORIFÍCIO DE SAÍDA
Para Toccheto,
Quando a lesão for transfixante, observa-se um se‐
Nos tiros perpendiculares, dependendo da distância, a
gundo orifício, o orifício de saída, que apresenta,em regra,
forma da zona de esfumaçamento pode não ser circular, mas
estrelada. Sua cor depende do colorido da pólvora e a forma diâmetro maior do que o orifício de entrada. No mais, as
do resifuograma; e suas dimensões e seu grau de concentra‐ bordas do orifício de saída costumam ser irregulares, dila‐
ção proporcionam elementos para fundamentar uma convic‐ ceradas e reviradas para fora.
ção quanto à direção e distância do tiro em relação ao alvo Para, Tocchetto, “no orifício de saída nunca será encon‐
(TOCHETTO, 2011, p. 256). trada uma orla de enxugo, podendo excepcionalmente ser
2.1.3 ZONA DE TATUAGEM constatada uma orla de contusão ou orla de escoriação e
Tocchetto explica que orla equimótica” (TOCHETTO, 2011, p. 249).
A zona de tatuagem é formada pelos resíduos maiores Excepcionalmente, é possível constatar um orifício de
(sólidos) de pólvora incombusta ou parcialmente comburi‐ entrada e dois ou mais orifícios de saída. Isto ocorre quan‐
da e pequenos fragmentos que se desprendem do projétil do o prejétil bate contra um osso, se fragmenta e, ao sair,
que, ao atingirem o alvo, nele se incrustam ao redor do cada fragmento produz um orifício de saída.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
No momento da saída, o projétil perde energia cinética, as impurezas no percurso, mas adquire material orgânico,
maior capacidade dilacerante do que perfurante e até mesmo eventual mudança de direção.
O orifício de saída, em regra, se diferencia do de entrada da seguinte forma:
Entrada Saída
1. Regular 1. Dilacerado
2. Invaginado 2. Evertido
3. Proporcional ao
3. Desproporcional ao projétil
projétil
4. Com orlas e zonas 4. Sem orlas e zonas
Pode haver a retenção do projétil dentro do organismo, podendo até mesmo se perder pelo desvio no desvio da tra‐
jetória.
Desse modo, no caso do orifício de saída não ser encontrado, é imprescindível a busca do projétil a fim de identificar a
armas; a conservação ou retirada da bala, de acordo com as condições de localização; e a avaliação das eventuais sequelas
e consequências que podem advir da permanência da bala no organismo.
2.4 DISTÂNCIA DO TIRO
Os tiros são classificados como encostado, próximo e distante, apresentando as seguintes características:
TIRO ENCOSTADO
Tiro encostado é aquele em que a boca do cano da arma se apoia no alvo, possibilitando que a lesão seja produzida
pela ação do projétil e dos gases resultantes da deflagração da pólvora.
Segundo Tocchetto,
O orifício de entrada é irregular, amplo, e em regra, maior do que o diâmetro do projétil que produziu. Quando o local
atingido pelo projétil tem um plano ósseo subjacente, os gases, que penetram juntamente com o projétil, ao encontrarem
uma estrutura mais rígida, batem e retornam, formando a boca de mina ou mina de Hoffman. Nos tiros encostados não há,
em geral, zona ou orla de esfumaçamento e de tatuagem. Quando não tiver plano ósseo subjacente, a pele recua, mas não
se rompe da mesma forma (TOCHETTO, 2011, p. 264).
TIRO A CURTA DISTÂNCIA
Tiro a curta distância é aquele desferido contra alvo situado dentro dos limites da região espacial varrida pelos gases e
resíduos de combustão da pólvora expelidos pelo cano da arma.
Segundo Tocchetto,
A distância na qual é possível identificar, de forma segura, os resíduos que caracterizam o tiro a curta distância não
pode ser limitada por parâmetros rígidos, pois dependerá do tipo de pólvora que integrava o cartucho, do tipo de arma que
produziu o tiro, e em especial, do comprimento do seu cano. Quando aparece junto do orifício de entrada, além da zona de
esfumaçamento, com crestação de pelos e cabelos, apresentar queimadura na pele, alterações estas produzidas pela eleva‐
da temperatura dos gases, considera-se essa forma de tiro como sendo um “tiro à queima-roupa” (tochetto, 2011, p. 268).
TIRO DISTANTE
O orifício de entrada é habitualmente menor do que o diâmetro do projétil. Estarão presentes a orla de contusão e o
halo de enxugo. Os demais elementos de vizinhança não podem ser absolutamente encontrados.
Fonte: https://jus.com.br/artigos/31596/balistica-forense-e-lesoes-por-projeteis
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
É a causa jurídica da morte representada por acidentes Sendo esta última área, a que se revela extraordinariamen‐
aeroviários, ferroviários, marítimos e, em sua maioria, pelo te importante na investigação criminal, podendo-se as‐
tráfego, pela velocidade dos veículos, pelo despreparo psi‐ sim, apurar onde o crime ocorreu, através da informação
cológico dos motoristas ou pelo estado de embriaguez, pela da fauna na região encontrada; o autor do crime, compa‐
imprevidência e imprudência dos pedestres, pelo obsoletis‐ rando insetos ou fragmentos descobertos no suspeito e
mo de algumas estradas, pela deficiência no policiamento vítima ou no suspeito e local do crime.
rodoviário, pelas ruas estreitas e mal iluminadas. O processo de colonização de um cadáver por insetos
Obs.: Diagnóstico diferencial da causa jurídica da morte é desencadeado pela atração provocada por líquidos e ga‐
consoante o meio empregado: ses, formados pelo processo de decomposição do corpo .
- lesões por instrumentos cortantes: comuns no suicídio Os insetos, apreendem os odores expelidos pelos cadáve‐
e no homicídio e só excepcionalmente no acidente; res muito antes que eles sejam percebidos pelos seres hu‐
- lesões por instrumentos contundentes: comuns no ho‐ manos, devido ao seu olfato apurado, sendo os primeiros
micídio, suicídio e acidentes; a chegar à cena do crime, onde se instalam e procriam, isto
- lesões por instrumentos corto-contundentes: comuns porque, a carne decomposta oferece um excelente habitat,
nos casos de homicídio e, excepcionalmente, nos acidentes; seja como sítio de cópula, estímulo para a oviposição ou
- lesões por instrumentos perfurantes: comuns em ho‐ como fonte proteica, funcionando assim, como verdadei‐
micídios e raras em suicídios e acidentes; ras “testemunhas”, porque em cada fase de decomposição
- lesões por instrumentos perfuro cortantes: comuns em são atraídas seletivamente espécies definidas.
homicídio e raros em suicídios e acidentes; As espécies de insetos e o seu padrão de colonização
- lesões por instrumentos perfuro contundentes: co‐ de cadáveres alteram de acordo com diversas causas, sen‐
muns em homicídio e suicídio e raras em casos de morte do uma das mais relevantes a região geográfica ou zona
acidental; biogeoclimática .
- esmagamentos: comuns nos acidentes; 2. Breve História da Entomologia Forense
- precipitação: comum no suicídio e no homicídio; só A Entomologia Forense é uma ciência muito recente,
raramente é acidental; embora apareçam algumas referências na antiguidade
- enforcamento: comum em casos de suicídio e raro no sobre a importância dos insetos. Em civilizações antigas,
homicídio; é rarissimamente acidental; as moscas aparecem como amuletos (Babilónia, Egipto),
- estrangulamento: comum em casos de homicídio, é como Deuses (Baalzebub, “O Senhor das Moscas”). No an‐
excepcional no suicídio e nos acidentes; tigo Egipto, a metamorfose das moscas já era conhecida,
- sufocação: comum nos acidentes e no suicídio é raro pois foi descoberto um papel no interior da boca de uma
em homicídios; múmia, no qual continha a seguinte inscrição: “As larvas
- afogamento: comum nos acidentes e suicídio é raro não se transformarão em moscas dentro de ti”. A maioria
em homicídios; dos insetos evitados nos embalsamamentos são os que
- envenenamento: comum em casos de suicídio é me‐ agora nos ajudam na resolução dos casos de morte . O
nos frequente no homicídio e acidente. primeiro documento escrito de um caso concluído atra‐
vés da entomologia forense, remonta ao século XII (ma‐
nual chinês, escrito por Sung Tz’u, intitulado “The washing
ENTOMOLOGIA FORENSE: CONCEITO, away of wrongs”), onde o autor cita um caso de um ho‐
FAUNA CADAVÉRICA, SUBDIVISÕES micídio perpetrado com o uso dum instrumento cortante.
DA ENTOMOLOGIA FORENSE E SUAS No decorrer da investigação quando se efetuava a busca
APLICAÇÕES E TRATAMENTO DE MATERIAL de vestígios na vizinhança, investigadores localizaram uma
ENTOMOLÓGICO (COLETA, TRANSPORTE, foice que em torno da qual sobrevoavam moscas, possi‐
velmente, atraídas pelos odores exalados pelos restos de
CRIAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO).
substâncias orgânicas ali aderidas e impercetíveis a olho
nu. Assim, o proprietário da foice foi interrogado e posto
perante tal evidência acabou por confessar a autoria do
crime [5].
1. Introdução Durante muito tempo, pensou-se que as larvas que
A Entomologia Forense é a ciência que dedica ao es‐ apareciam no cadáver eram geradas espontaneamente ou
tudo dos insetos como ferramenta auxiliar da investigação saíam do próprio cadáver. Este pensamento, ainda durou
criminal. Os insetos podem auxiliar na investigação de um alguns anos, até que apareceu Francesco Redi, um natu‐
crime proporcionando a estimativa do tempo decorrido ralista do Renascimento, o qual evidenciou que as larvas
após a morte, também conhecido como intervalo post- provinham de insetos que depositavam os ovos no cadá‐
mortem (IPM), apoiando-se no tempo em que o inseto ver. Para isso, Redi fez diversas experiências, com diferen‐
leva para se desenvolver de ovo ou larva até ao estágio no tes tipos de carne (crua e cozida), tendo observado que os
qual ele foi encontrado no cadáver. Esta ciência forense ovos eram depositados nas carnes, às quais eram atraídas
pode ser desagregada em três grandes áreas: a urbana, distintas espécies de insetos que se transformavam em lar‐
a referente a produtos alimentares e a médico-legal [1]. vas, depois em pupas, de onde saíam os insetos adultos .
19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Contudo, a literatura especializada em entomologia Dos Dípteros, a família Calliphoridae, é de especial im‐
atribui a primeira utilização dessa ciência a Bergeret, em portância em medicina legal, isto porque são os primeiros
1855, na França, uma vez que foi ele o primeiro a aplicar, insetos a localizar o cadáver e a depositar os seus ovos. Os
conscientemente, insetos como indicadores forenses. Neste géneros Calliphora e Lucília têm sido enumerados como
caso, foi encontrado o corpo de uma criança oculto num os primeiros a colonizar os cadáveres no Sul da Europa,
piso, no interior de uma residência, coberto por uma capa seguidos do género Sarcophaga.
de gesso. Ele indicou um IPM extenso, através da associa‐ Coleópteros
ção da fauna encontrada com o estágio de decomposição Os coleópteros, são conhecidos como besouros ou
do cadáver e, como os moradores residiam no imóvel há escaravelhos, pertencendo à ordem Coleoptera, sendo ca‐
poucos meses, as investigações e suspeitas recaíram para os racterizados sobretudo pelo par de asas anterior endureci‐
anteriores habitantes da casa. do, designadas como élitros. A ordem Coleoptera é a que
Essa ciência, porém, só se tornou mundialmente conhe‐ possui o maior número de espécies de todos os seres vivos
cida após 1894, com o célebre trabalho de Mégnin o qual (cerca de 350 mil).
publicou, em França, o livro “La faune des cadavres” . Os coleópteros (Staphylinidae e Silphidae) são hospe‐
Nesse livro, Mégnin estabeleceu as bases da entomolo‐ deiros do cadáver e, mais frequentemente, predadores das
gia forense com o seu famoso sistema de oito quadrilhas (és‐ espécies necrófagas, alimentando-se apenas de tecidos em
couades) ou legiões de insetos e ácaros cadavéricos, aos quais decomposição.
chamava de “Trabalhadores da Morte” (Travailleurs de la Mort). Para além destas duas ordens necrófagas (Dípteros e
Segundo este autor, os insetos dos oito grupos por ele estabe‐ Coleópteros), existem espécies omnívoras (vespas, formi‐
lecidos, não se expõem no cadáver em simultâneo, mas antes gas, etc), e as acidentais (ácaros, aranhas, etc), que podem
substituem-se uns aos outros sendo, cada um deles, atraído também estar presentes no cadáver, embora as primeiras
numa etapa especial da degradação cadavérica, encarregan‐ se possam alimentar tanto dos restos em decomposição
do-se da destruição do corpo. Em 1957, Bornemisza, entomo‐ como dos artrópodes associados ao cadáver. As últimas
logista australiano, coloca corpos de cobaias em condições são normalmente originárias da vegetação que rodeia o
diversas para estudar a fauna de sucessão, enquanto em 1965, cadáver ou do subsolo.
Payne, um entomologista norte-americano, usou porcos mor‐ 4. Identificação de Espécies
tos ao nascer para relacionar a sucessão em corpos expostos, A determinação do IPM implica uma investigação re‐
enterrados e submergidos, estabelecendo uma metodologia e
fletida dos insetos que colonizam o cadáver ao nível da
reconhecendo seis fases da decomposição. Em 1978, Leclercq,
espécie. Neste sentido, existem dois tipos de métodos que
médico e entomologista, sugeriu uma classificação dos insetos
se podem utilizar para a identificação de espécies: méto-
de acordo com a sua relação com o cadáver: necrófagos (ali‐
do clássico, cuja identificação é baseada nas características
mentam-se do cadáver; necrófilos (alimentam-se dos necrófa‐
morfológicas e o método molecular, baseado na análise
gos); omnívoros (alimentam-se do cadáver ou dos necrófagos,
do ADN (ácido desoxirribonucleico).
mas não dependem deste tipo de alimentação) e oportunistas
Método Clássico – Características Morfológicas
(usam o cadáver como refúgio).
Atualmente, tem sido considerado que existem, princi‐ A família Calliphoridae (varejeiras), como já foi referido
palmente, duas ordens de insetos (necrófagas) com rigorosa anteriormente, são os insetos mais valiosos para a entomo‐
importância forense: os Dípteros e os Coleópteros, sendo os logia forense, pois são geralmente os primeiros a colonizar
primeiros os mais significativos. um corpo após a morte, muitas vezes num espaço de horas.
3. Ordens de Insetos Por conseguinte, a idade das varejeiras mais velhas estabe‐
Dípteros lece a prova mais precisa do IPM. Existem outras espécies
Esta ordem de insetos congrega cerca de 86.000 es‐ de mosca, escaravelho, vespa e traça que estão associadas
pécies conhecidas, pertencendo a este grupo as moscas e aos cadáveres, constituindo uma sucessão de insetos a co‐
os mosquitos. A maioria dos dípteros (do Grego, di = duas; lonizar o corpo, mas como tendem a chegar depois das
ptera = asas) distingue-se dos outros insetos por apresen‐ varejeiras são menos úteis na determinação do IPM.
tar apenas um par de asas, as anteriores, estando as asas A colonização de cadáveres humanos por varejeiras é
posteriores transformadas num par de órgãos de equilíbrio, um resultado natural do papel das moscas como decom‐
de pequenas dimensões, os halteres ou balanceiros. Grande positores primários, estando as mesmas bem adaptadas
parte dos indivíduos adultos alimenta-se de fluídos animais para detectar e localizar as fontes de odores de putrefação,
ou vegetais, em geral de néctar, mas também de seiva ou encontrando assim, rapidamente os cadáveres. A postura
sangue. Em relação ao seu desenvolvimento, estes artró‐ dos ovos acontece usualmente nos orifícios naturais (ex.:
podes passam por metamorfose completa, sendo as larvas olhos, nariz, boca, ouvidos), ou noutros lugares escuros e
vermiformes e ápodas. Algumas espécies de dípteros po‐ húmidos, tais como dobras de roupa ou apenas debaixo
dem tornar-se pragas para o Homem, para outros animais e do corpo. Os ovos eclodem, nascendo larvas de primeiro
para plantas cultivadas. Para além disso, podem igualmen‐ estádio que crescem rapidamente, sofrendo duas mudas
te transportar doenças, como a malária, a febre-amarela, a para passar pelo segundo e terceiro estádios até pararem
doença do sono e o tifo exantemático. No entanto, muitos de se alimentar. Conforme a espécie, podem transformar-
dípteros são úteis como saprófagos, predadores ou parasi‐ se em pupas no cadáver ou afastar-se em busca de um
tas de outros insetos prejudiciais, e realizam a polinização local apropriado, podendo deslocar-se vários metros antes
de plantas importantes para o Homem . de se enterrarem no solo ou debaixo de objetos ou, dentro
20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
de casa, debaixo de tapetes e mobília. Depois disto, a larva Os principais objetivos da Entomologia Forense são :
contrai-se e a cutícula endurece e escurece, formando o • Determinar o intervalo postmortem, mediante o
pupário em forma de barril, no interior do qual a pupa so‐ estudo da fauna cadavérica;
fre metamorfose, transformando-se numa mosca adulta e, • Ajudar a comprovação do local onde a morte
quando esta emerge, a cápsula vazia do pupário fica para ocorreu, pois a existência de espécies em cadáveres que
trás como prova duradoura do seu desenvolvimento. não correspondam às normalmente encontradas em de‐
Em todos os insetos, a fase de desenvolvimento depen‐ terminada região pode ser um bom indicador de que o
de diretamente das condições ambientais, nomeadamente corpo foi deslocado;
a temperatura, sendo que, quanto maior a temperatura • Transmitir fiabilidade a outros métodos de data‐
mais rapidamente os insetos se desenvolvem; quanto mais ção forense, nomeadamente a quantificação do potássio
baixa a temperatura mais lentamente se desenvolvem. Se no humor vítreo;
a temperatura ambiente durante o período de desenvolvi‐ • Avisar para a presença de sémen em casos de
mento for conhecida, então, teoricamente, pode determi‐ abuso sexual, pois a presença de larvas na área genital
nar-se o IPM mínimo. num estado de desenvolvimento mais avançado do que
Método Molecular – Análise de ADN noutro orifício natural pode ser indicativa de ter existido
O método molecular é o estabelecimento de meto‐ agressão sexual;
dologias baseadas na análise de polimorfismos do ADN • Evidenciar casos de negligência (falta de cuidados
(Ácido Desoxirribonucleico), possibilitando uma mais rápi‐ de higiene);
da e precisa identificação de insetos, minorando o tempo • Demonstrar a existência de drogas; porquanto, as
de investigação e, também, proporcionando a obtenção larvas de insetos podem ingerir e incorporar nos seus pró‐
de resultados, quando os métodos clássicos se mostram prios tecidos metabolitos químicos, resultantes das drogas
ineficazes, isto porque, tantos os insetos adultos como os existentes no cadáver.
estádios imaturos possuem genótipos idênticos, sendo por As descobertas realizadas na cena do crime consti‐
isso possível uma análise genética dos espécimes. tuem a direção de uma investigação. A primeira medida
Assim, a análise genética do conteúdo digestivo de in‐ quando se chega ao local do crime é realizar uma breve
setos recolhidos em cadáveres tem sido demonstrada na averiguação e inspeção visual a fim de identificar os vestí‐
investigação médico-legal, contudo, esta análise só terá gios destes insetos. Em seguida, deve-se fazer uma descri‐
realmente valor, se o inseto em questão se tiver alimentado ção do que foi encontrado, especialmente quanto ao tipo
de inseto, a sua atividade, o estádio de desenvolvimento,
do cadáver. Mas, é necessário também, realizar a caracteri‐
a localização no corpo e a área adjacente. Todas estas des‐
zação genética das principais espécies de insetos que colo‐
crições devem ser auxiliadas por fotografias elucidativas,
nizam cadáveres na área geográfica em que a investigação
bem como o dia, a hora e a estação climática na qual o
médico-legal está a decorrer.
corpo foi descoberto devem ser anotados e analisado o
No que respeita à genética propriamente dita, a re‐
tipo de local onde a morte ocorreu. Nas áreas externas,
gião não codificante do DNA mitocondrial (D-loop), é mui‐
deve ser observado se o cadáver estava localizado em área
tas vezes utilizada para distinguir indivíduos, enquanto os
de sol ou sombra, em área urbana ou rural, próximo a de‐
genes da região codificante são utilizados para identificar
jetos ou a pontos com saneamento básico, bem como é
espécies. Relativamente a esta última região e em relação
importante observar a vegetação do local.
aos insetos, é comum sequenciar as subunidades I e II da Diversos fatores podem influenciar no processo de
citocromoxidase (COI e COII). A COI (278 pb), tem sido es‐ decomposição dos corpos e na velocidade de desenvolvi‐
tudada para efetuar a identificação de insetos ao nível da mento da fauna associada, por isso, é necessário, registar a
espécie; contudo, em espécies intimamente relacionadas, temperatura do ambiente, do cadáver (a temperatura retal
como as do género Calliphora foi sugerida a necessidade é a mais precisa), do solo e da massa de larvas.
de se efetuar a sequenciação de uma região que inclua um Fonte: https://segurancaecienciasforenses.
maior número de nucleótidos . com/2013/01/15/entomologia-forense/
5. Aplicação da Entomologia Forense
A Entomologia Forense tem inumeráveis utilizações na
investigação criminal, mas a mais frequente é a determi‐
nação do tempo mínimo desde a morte (IPM, mínimo), na
investigação de mortes suspeitas. Para isso, determina-se a
idade dos insetos presentes num cadáver humano, o que
permite uma estimativa relativamente precisa em circuns‐
tâncias em que os patologistas apenas conseguem fazer
aproximações. O principal pressuposto é que o corpo não
esteja morto há mais tempo do que o necessário para os
insetos chegarem ao cadáver e se desenvolverem. Assim, a
idade dos insetos mais velhos presentes no corpo determi‐
na o IPM mínimo.
21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
c) papel: termo residual, ou melhor, as demais manifes‐
DOCUMENTOS: ELEMENTOS DE tações de pensamento, ideias ou fatos diversos da escrita, tal
SEGURANÇA: DO REAL, DA CARTEIRA DE como fotografias, que são imagens registradas em papel.
O autor também expõe a classificação quanto à origem. O
IDENTIDADE, DA CARTEIRA NACIONAL DE
documento pode ser público, quando produzido por funcio‐
HABILITAÇÃO, nário público, no exercício de suas funções, possuindo maior
credibilidade (certidões, atestados), ou privado, quando cons‐
tituído por particular, sem qualquer intervenção do Estado.
1. Conceitos de Documentoscopia e de documento Na percepção da Documentoscopia, qualquer estrutura
A Documentoscopia, por estar inserida no âmbito fo‐ pode ser suporte para lançamentos gráficos que transmi‐
rense, exige que seu objeto de estudo se conceitue por tam ideias ou indiquem a existência de fatos, ainda que a
meio da legislação e da doutrina jurídica brasileira. A Lei maioria dos documentos se manifeste em papéis escritos
Federal nº 12.527 de 18 de novembro de 2011, que regula ou impressos. Essa disciplina não abriga em si conflito no
o acesso a informações, no inciso II do artigo 4º, define conceito de documento. Faz uso do entendimento amplo
documento como “unidade de registro de informações, e se mantém independente frente ao Direito Penal (SILVA;
qualquer que seja o suporte ou formato”. Perceba-se o FEUERHARMEL, 2013).
grande alcance que tem tal concepção, posto que não res‐ 2. Falsidade documental
As legislações de todos os países concordam na pre‐
tringe o suporte nem o recurso utilizado para o registro
sunção da veracidade dos documentos desde que não
da informação. De Plácido e Silva (1998) segue o mesmo
seja demonstrada sua falsidade (CASTRO; MIRANDA,
entendimento amplo, quando diz que “o documento é
1917 apud MARINONI; ARENHART, 2005). Segundo o artigo
uma representação material destinada a reproduzir, com 387, parágrafo único do Código de Processo Civil (CPC) de
idoneidade, uma certa manifestação do pensamento”. 1973, a falsidade consiste em formar documento não verda‐
O Processo Civil brasileiro guia-se pela mesma trilha deiro ou alterar documento verdadeiro. Tendo em vista que
da abrangência e considera documento “toda coisa capaz os documentos compõem-se de dois elementos, conteúdo
de representar um fato” (MARINONI; ARENHART, 2005). e suporte, a falsidade tem lugar quando se forma ou altera
Em vista disso, entram no rol dos documentos papéis, ta‐ um ou outro. Quanto à falsidade do conteúdo, “caracteriza-
tuagens, sinais esculpidos em uma lápide, fotografias, des‐ se como alteração documental toda modificação estrutural,
de que possam provar fatos (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). seja por meio de supressão, acréscimo ou substituição de
O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (BRA‐ parte ou do todo dos dizeres de um determinado docu‐
SIL, 2005) classifica os objetos de estudo em discussão por mento”. As modificações por supressão se dão, por exem‐
gêneros. Citam-se alguns: plo, por rasura, raspagem, lavagem química, entre outros.
a) textual: documentos manuscritos, datilografados ou Por sua vez, os acréscimos se realizam por retoque, emenda,
impressos, como atas de reunião, cartas, decretos, livros intervocabulação, interlineação (ACADEMIA DE POLÍCIA CI‐
de registro, panfletos e relatórios; VIL DE MINAS GERAIS, 2006).
b) pessoal: documento que serve à identificação de Caso a autenticidade de um documento seja contesta‐
uma pessoa, como cédula de identidade, CPF, CNH, pas‐ da, a questão deve ser resolvida por meio de exame pericial
saporte; (LESSA, 2010). A perícia é admissível quando o esclareci‐
c) audiovisual: documentos que contêm imagens, fixas mento de questões técnicas depender de conhecimento
ou em movimento, e registros sonoros, como vídeos; especial que extrapole os conhecimentos que se possam
d) digital/eletrônico: documento codificado em dí‐ exigir do julgador (MARINONI; ARENHART, 2005). Quando
gitos binários, acessível somente por equipamentos ele‐ o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de
trônicos, como arquivos de computador contendo textos, documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será
sons, imagens ou instruções (ICP OAB, 2014); escolhido pelo juiz, de preferência, entre os técnicos dos
e) oficial: emanado do poder público ou de entidades estabelecimentos oficiais especializados, Instituto de Crimi‐
nalística e Instituto Médico Legal, segundo prevê o artigo
de direito privado capaz de produzir efeitos de ordem ju‐
434 do CPC de 1973.
rídica na comprovação de um fato, como ofício e memo‐
Ainda que no ordenamento jurídico brasileiro não haja
rando.
hierarquia de provas, cabe ressaltar que a prova pericial
De outro modo, na esfera penal é adotada a concep‐ tem certa prevalência sobre outras provas, tais como docu‐
ção restritiva. O artigo 232 do Código de Processo Penal mental, testemunhal, depoimento pessoal. Tal prioridade se
conceitua documentos por “quaisquer escritos, instrumen‐ justifica pelo fato de a prova pericial ser produzida a partir
tos ou papéis, públicos ou particulares”. De tal definição de fundamentação científica e, à vista disso, não depender
surge a necessidade de esclarecimento quanto aos termos de interpretações subjetivas (PINHEIRO, 2010). Consoante
apresentados, trazido por Nucci (2013): o Princípio do Livre Convencimento Motivado, do qual dis‐
a) escrito: papel ou outra base material que contenha põem os artigos 131 e 436 do CPC de 1973, o juiz aprecia
a representação de palavras ou ideias por meio de sinais, livremente a prova e não está adstrito ao laudo pericial, po‐
desde que constitua fato juridicamente relevante; dendo formar a sua convicção com outros elementos ou
b) instrumento: documento pré-constituído para for‐ fatos provados no processo, desde que apresente emba‐
mação de prova, como recibos, procurações; samento.
22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
3. Elementos de segurança que se denomina por grafismo (DEL PICCHIA FILHO; DEL
Com o intuito de impedir ou ao menos dificultar a fal‐ PICCHIA, 1976). Trata dos exames de autenticidade gráfica,
sificação, são incorporados aos documentos elementos de quando o autor dos lançamentos gráficos é quem deveria
segurança, que protejam seu valor e possam auxiliar na de‐ ser, e dos exames de autoria gráfica, quando quem produ‐
terminação de sua autenticidade. Essa categoria designa- ziu o grafismo difere do suposto autor. A segunda subárea
se por documentos de segurança e tem como exemplos encarrega-se dos exames em documentos impressos por
passaporte, carteira de identidade, carteira de motorista, máquina de escrever, impressoras, fax, ou carimbo com o
bilhetes de loteria, cédulas de dinheiro, cheques, selos, cer‐ intuito de identificar ou, ao menos, eliminar determinado
tidões de nascimento e de óbito, diploma (UNODC, 2010). equipamento de impressão. Na terceira, mais abrangen‐
É comum que o nível de segurança associado acom‐ te, incluem-se os exames em documentos de segurança
panhe o valor, monetário ou legal, inerente ao documen‐ e também em documentos sem elementos de segurança.
to (LIMA, 2013). Essa situação se manifesta nas cédulas de Aqui, têm lugar as análises de documentos contrafeitos ou
maior valor, que apresentam elementos de segurança em falsos – reproduzidos sem autorização – e de documen‐
maior número e de mais alto grau de sofisticação, o que tos alterados ou falsificados – resultantes de modificações
garante que sejam mais difíceis de reproduzir. Outros fa‐ em documentos autênticos (SILVA; FEUERHARMEL, 2013).
tores determinam quais e quantos elementos devem ser Frise-se que os primeiros são falsos em sua totalidade, en‐
inseridos como, por exemplo, função do documento, fre‐ quanto os últimos apresentam falsidade parcial. É nesse
quência com que será utilizado, forma pela qual será ar‐ contexto que exames de cruzamento de traços, lavagem
mazenado e portado, expectativa de vida útil, entre outros química e datação de tintas tomam forma.
(SILVA; FEUERHARMEL, 2013). Os elementos de segurança 4. Cruzamento de traços
devem ser suficientemente aparentes para que os oficiais A análise de tintas ocupa posição de destaque no cená‐
competentes possam examinar os documentos por inspe‐ rio dos exames de autenticidade documental, uma vez que
ção visual e tátil ou por meio de equipamentos simples e, ajuda a elucidar casos de falsificação de documentos como
desse modo, detectar fraudes menos elaboradas. Se, dian‐ contratos, testamentos, atestados, cheques (BRAZ; LÓ‐
te de suspeitas remanescentes, uma análise mais rigorosa PEZ-LÓPEZ; GARCÍA-RUIZ, 2013; THANASOULIAS; PARISIS;
se fizer necessária, esta será realizada por instrumentação EVMIRIDIS, 2003). Uma alteração por acréscimo de traços
mais complexa de atribuição dos especialistas em Docu‐ pode alterar os termos de um acordo (NAM et al., 2014),
mentoscopia (UNODC, 2011). mudar drasticamente o valor de um cheque ou dilatar o
Nesse sentido, os elementos de segurança são classi‐
prazo de um atestado médico, por exemplo. Se for cons‐
ficados em três níveis conforme a técnica empregada para
tatado que tintas diferentes foram usadas em uma região
seu reconhecimento (ABNT NBR 15368:2006). Os elemen‐
de interseção de linhas, isso pode ser um indício de que
tos de segurança de primeiro nível são aqueles de segu‐
o documento foi posteriormente alterado, de que os lan‐
rança aberta, que exigem apenas análise visual e tátil, de
çamentos foram feitos em momentos distintos (OZBEK et
fácil verificação pelo público leigo, como a marca d’água
al., 2014). Nesse caso, em que as linhas foram originadas
e as impressões em alto relevo. Os elementos de segundo
pelo mesmo tipo de instrumento de escrita ou dispositivo
nível são os de segurança semiaberta, que podem ser iden‐
de impressão, o cruzamento é denominado homogêneo e
tificados por pessoal treinado com o uso de equipamentos
simples (lâmpadas de radiação ultravioleta e lentes de au‐ tratado como fraude por acréscimo, uma vez que a discri‐
mento). São exemplos as fibras fluorescentes e as microim‐ minação entre as tintas dos traços envolvidos é suficiente e
pressões. Por fim, os elementos de terceiro nível são os de a determinação da sequência cronológica dos lançamentos
segurança fechada, que requerem treinamento específico não se faz necessária. Quando a interseção se constitui por
e uso de equipamentos de laboratório. Ilustram o último traços provenientes de recursos diferentes, é classificada
nível os marcadores físicos e químicos (LIMA, 2013; SILVA; como heterogênea (BOJKO; ROUX; REEDY, 2008). Essa úl‐
FEUERHARMEL, 2013). tima categoria se materializa, por exemplo, em uma falsifi‐
Definido o objeto, passa-se a conceituar a disciplina cação por aproveitamento de folhas assinadas em branco
que o estuda. Del Picchia Filho e Del Picchia (1976) definem com preenchimento posterior. Essa hipótese importa no
Documentoscopia como “a disciplina relativa à aplicação fim da credibilidade do documento particular conforme
prática e metódica dos conhecimentos científicos, objeti‐ dispõe o inciso II do artigo 388 do CPC de 1973:
vando verificar a autenticidade ou determinar a autoria dos “Art. 388. Cessa a fé do documento particular quando:
documentos”. Note-se sua unicidade, quando comparada I - lhe for contestada a assinatura e enquanto não se lhe
a outras disciplinas que estudam o mesmo assunto, em não comprovar a veracidade;
se contentar com a prova da falsidade de um documento, II - assinado em branco, for abusivamente preenchido.
mas ir além e buscar determinar quem o produziu e quais Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele, que re-
foram os meios para tanto. Ostenta, assim, essência nitida‐ cebeu documento assinado, com texto não escrito no todo
mente investigativa (ROMÃO et al., 2011). ou em parte, o formar ou o completar, por si ou por meio de
Três subáreas compõem a Documentoscopia, quais outrem, violando o pacto feito com o signatário.”
sejam, Grafoscopia, Mecanografia e Exames de Autentici‐ Em tal situação o foco da análise é a região em que as
dade Documental. A primeira dedica-se exclusivamente à linhas se cruzam, para que se determine qual foi escrita por
escrita resultante direta do gesto executado pelo homem, último (BRAZ; LÓPEZ-LÓPEZ; GARCÍA-RUIZ, 2013).
23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Os exames de cruzamento de traços podem-se dividir 6. Lavagem química
em análises morfológicas – em que se encontram os ar‐ A lavagem química (chemical erasure) é uma das téc‐
rastes de tintas, características de esmagamento do papel nicas de alteração documental por supressão em que se
pela pressão exercida no momento da escrita, imagens mi‐ aplica uma substância ou mistura para remover registros
croscópicas tridimensionais – e análises físico-químicas das de documentos, sejam eles gerados por instrumentos de
tintas. O conjunto de análises físico-químicas exige que as escrita ou por dispositivos de impressão, sejam de fundo
composições químicas das tintas envolvidas no cruzamen‐ ou inscrições. Se a remoção do registro se dá por solubi‐
to sejam distintas. Não é possível determinar a sequência lização da tinta, a substância ou mistura corretora é cha‐
de lançamento de traços provenientes da mesma tinta pe‐ mada solvente. Enquanto na situação em que a subtração
las técnicas instrumentais (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). ocorre por reação química entre a tinta e o corretor, este é
Importa dizer ainda que esse tipo de cruzamento não tem denominado reagente (SILVA; FEUERHARMEL, 2013).
sentido para a Documentoscopia nem configura motivo de Entram no rol dos documentos passíveis de lavagem
perícia. química aqueles em que se encontrem elementos que
5. Datação de tintas precisam ser apagados para que o falsário, então, faça no‐
Os exames documentoscópicos frequentemente têm vos lançamentos. Destacam-se os cheques e contratos os
por objetivo determinar se o documento suspeito foi de quais se pretenda alterar seu valor econômico, atestados
fato produzido pelo particular ou pelo órgão público a médicos que possam ter seu prazo dilatado, cédulas de di‐
que é atribuído, ou se o autor é outro que não o supos‐ nheiro que tenham suas impressões de fundo lavadas para
to emissor. No entanto, há circunstâncias em que a falsi‐ aproveitamento do suporte autêntico com elementos de
dade documental se dá por anacronismo, que se mostra, segurança como a marca d’água, Certificados de Registro
por exemplo, em documento antedatado, isto é, emitido de Veículo (CRV) cujos dados do vendedor ou do compra‐
em data posterior àquela nele declarada. Isso posto, a de‐ dor possam ser modificados conforme seja conveniente a
terminação da autenticidade do dito autor nem sempre é quem pratica a fraude.
suficiente para alcançar a realidade dos fatos, mas também A lavagem pode se processar na totalidade do docu‐
mento, isto é, quando se deseja lavar toda a superfície, ou
se faz imprescindível a verificação de quando o documento
com aplicação pontual do corretor em parte do documento.
foi concebido (SILVA; FEUERHARMEL, 2013; DEL PICCHIA
Pelo segundo procedimento, é comum a migração da tinta
FILHO; DEL PICCHIA, 1976).
no entorno do traço que se quer remover, o que resulta
A datação de documentos se processa com base em
em manchas que acusam a falsificação (SILVA; FEUERHAR‐
informações contidas tanto no suporte como em seu con‐
MEL, 2013). Na situação de imersão total do documento,
teúdo, que servem como marcadores temporais. São exem‐
nos chamados “banhos químicos” (DEL PICCHIA FILHO; DEL
plos as características do papel, dos métodos de impressão
PICCHIA, 1976), não se observam borrões e, à vista disso,
empregados, da tinta de traços manuscritos e até mesmo
cabe ao perito documentoscópico buscar outras evidências
as características da ortografia, dado que as normas oficiais de que houve fraude.
sofrem reformas cujas datas de implementação podem 6.1. Composição das tintas de caneta
servir como referência (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). Nem sempre todos os componentes da tinta são remo‐
A datação de tintas de caneta fundamenta-se em pro‐ vidos na lavagem. Ainda que a substância que lhe confere
cessos físico-químicos que se iniciam no momento em que cor solubilize-se no solvente empregado, pode haver re‐
a tinta é depositada no suporte. São eles a degradação dos manescentes passíveis de detecção por técnica adequada.
colorantes, a evaporação dos solventes e também sua mi‐ As tintas de caneta, apesar da grande variedade de
gração ou difusão pelas fibras do papel (CANTÚ, 2012), e formulações, nomenclatura e classificações, constituem-se
o endurecimento por polimerização das resinas (CALCER‐ por três elementos básicos: colorante, veículo e aditivos.
RADA; GARCÍA-RUIZ, 2015). Devem-se estabelecer relações Os colorantes são os responsáveis pela cor, por tornar os
entre esses processos físico-químicos e parâmetros men‐ lançamentos gráficos visíveis. Dividem-se em corantes,
suráveis, cuja variação com o decurso do tempo forneça quando solúveis no veículo, e pigmentos, caso contrário.
informação acerca da datação da tinta em exame (EZCUR‐ Os pigmentos ficam apenas dispersos no veículo. Este, cuja
RA et al., 2010). composição determina características de fluidez e secagem
É importante que se faça distinção entre datação ab‐ da tinta, é responsável pela dissolução ou dispersão dos
soluta e datação relativa. A primeira consiste em estimar componentes desta e por manter sua homogeneidade. O
a idade da tinta por si só, sem comparação com padrões. veículo consiste de solventes, sua parte volátil, e resinas,
A segunda refere-se a determinar se duas tintas em um que conferem viscosidade, aderência, durabilidade à tinta.
mesmo documento foram apostas em momentos distintos Por fim, a presença dos aditivos na composição das tin‐
(EZCURRA et al., 2010). Em oposição ao que se possa ima‐ tas de caneta se justifica pelo ajuste de algumas caracte‐
ginar, a datação relativa não é menos valiosa que a abso‐ rísticas e pela otimização de desempenho. São exemplos
luta, mas sim muitas vezes suficiente para a elucidação da desse último grupo os secantes, plastificantes, detergentes,
questão e a datação absoluta torna-se dispensável. Como reguladores de viscosidade, inibidores de corrosão, lubrifi‐
exemplo, citam-se dois documentos que se supunha terem cantes para a esfera da ponta da caneta esferográfica, en‐
sido emitidos em datas distantes, mas que o foram na mes‐ tre outros (EZCURRA et al., 2010; THANASOULIAS; PARISIS;
ma época (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). EVMIRIDIS, 2003).
24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
6.2. Prevenção Art 4º - Desde que o interessado o solicite a Carteira de
Conforme anteriormente discutido na seção 3, dentre Identidade conterá, além dos elementos referidos no art. 3º
as formas de prevenção de fraudes inclui-se a incorporação desta Lei, os números de inscrição do titular no Programa
de elementos de segurança aos documentos. O elemento de Integração Social - PIS ou no Programa de Formação do
de segurança determinado pela ABNT com o fim de evitar Patrimônio do Servidor Público - PASEP e no Cadastro de
a lavagem química consiste da “presença de substâncias Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda.
químicas incorporadas ao papel, que reagem de forma visí‐ § 1º - O Poder Executivo Federal poderá aprovar a in‐
vel mediante a aplicação de agentes químicos específicos” clusão de outros dados opcionais na Carteira de Identida‐
(ABNT NBR 14983:2008). Os resultados da reação podem de.
ser apenas manchas ou dizeres de “nulo”, “falso”, o que evi‐ § 2º - A inclusão na Carteira de Identidade dos dados
dencia e acusa a fraude, que nem sequer chega a se con‐ referidos neste artigo poderá ser parcial e dependerá ex‐
sumar, dado que seria descoberta de imediato. É comum clusivamente da apresentação dos respectivos documen‐
a presença dessa modalidade de elemento de segurança tos com probatórios.
em cheques, cujo valor ou data se pretende alterar (DEL
Art 5º - A Carteira de Identidade do português benefi‐
PICCHIA FILHO; DEL PICCHIA, 1976).
ciado pelo Estatuto da Igualdade será expedida consoante
Fonte: http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=re‐
o disposto nesta Lei, devendo dela constar referência a sua
vista_artigos_leitura&artigo_id=18459
nacionalidade e à Convenção promulgada pelo Decreto nº
70.391, de 12 de abril de 1972.
Art 6º - A Carteira de Identidade fará prova de todos
LEI 7116/83, os dados nela incluídos, dispensando a apresentação dos
documentos que lhe deram origem ou que nela tenham
sido mencionados.
Art 7º - A expedição de segunda via da Carteira de
LEI Nº 7.116, DE 29 DE AGOSTO DE 1983. Identidade será efetuada mediante simples solicitação do
interessado, vedada qualquer outra exigência, além daque‐
Assegura validade nacional as Carteiras de Identidade la prevista no art. 2º desta Lei.
regula sua expedição e dá outras providências. Art 8º - A Carteira de Identidade de que trata esta Lei
será expedida com base no processo de identificação da‐
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o tiloscópica.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art 9º - A apresentação dos documentos a que se re‐
Art 1º - A Carteira de Identidade emitida por órgãos de fere o art. 2º desta Lei poderá ser feita por cópia regular‐
Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó‐ mente autenticada.
rios tem fé pública e validade em todo o território nacional. Art 10 - O Poder Executivo Federal aprovará o mode‐
Art 2º - Para a expedição da Carteira de Identidade de lo da Carteira de Identidade e expedirá as normas com‐
que trata esta Lei não será exigida do interessado a apre‐ plementares que se fizerem necessárias ao cumprimento
sentação de qualquer outro documento, além da certidão desta Lei.
de nascimento ou de casamento. Art 11 - As Carteiras de Identidade emitidas anterior‐
§ 1º - A requerente do sexo feminino apresentará obri‐ mente à vigência desta Lei continuarão válidas em todo o
gatoriamente a certidão de casamento, caso seu nome de território nacional.
solteira tenha sido alterado em consequência do matrimô‐ Art 12 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publi‐
nio. cação.
§ 2º - O brasileiro naturalizado apresentará o Certifica‐
Art 13 - Revogam-se as disposições em contrário.
do de Naturalização.
§ 3o É gratuita a primeira emissão da Carteira de Iden‐
tidade. (Incluído pela Lei nº 12.687, de 2012)
Art 3º - A Carteira de Identidade conterá os seguintes RESOLUÇÃO DENATRAN 598/16 E
elementos:
a) Armas da República e inscrição “República Federati‐
va do Brasil”;
b) nome da Unidade da Federação; RESOLUÇÃO Nº 598 DE 24 DE MAIO 2016
c) identificação do órgão expedidor; Regulamenta a produção e a expedição da Carteira
d) registro geral no órgão emitente, local e data da ex‐ Nacional de Habilitação, com novo leiaute e requisitos de
pedição; segurança.
e) nome, filiação, local e data de nascimento do identi‐ O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN,
ficado, bem como, de forma resumida, a comarca, cartório, no uso das atribuições legais que lhe são conferidas pelo
livro, folha e número do registro de nascimento; artigo 12, I, X da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997,
f) fotografia, no formato 3 x 4 cm, assinatura e impres‐ que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, e con‐
são digital do polegar direito do identificado; forme o Decreto n° 4711, de 29 de maio de 2003, que trata
g) assinatura do dirigente do órgão expedidor. da coordenação do Sistema Nacional de Trânsito - SNT; e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Considerando a necessidade de adequação do modelo único da Carteira Nacional de Habilitação – CNH às exigências
das técnicas de segurança documental;
Considerando o que consta do processo administrativo Nº 80000.015736/2012-63;
RESOLVE:
Art. 1° Esta Resolução regulamenta a produção e expedição da Carteira Nacional de Habilitação – CNH, com novo leiaute
e requisitos de segurança.
Parágrafo único. O documento de habilitação será expedido em modelo único, conforme especificações técnicas cons‐
tantes nos Anexos I, II, III e IV desta Resolução.
Art. 2º A expedição da Carteira Nacional de Habilitação – CNH obedecerá ao previsto no art.159 do Código de Transito
Brasileiro – CTB e deverá conter novo leiaute, papel com marca d`agua, requisitos de segurança e 2 (dois) números de iden‐
tificação nacional e 1 (um) número de identificação estadual, que são:
I – Registro Nacional - primeiro número de identificação nacional, que será gerado pelo sistema informatizado da Base
Índice Nacional de Condutores – BINCO, composto de 9 (nove) caracteres mais 2 (dois) dígitos verificadores de segurança,
sendo único para cada condutor e o acompanhará durante toda a sua existência como condutor, não sendo permitida a sua
reutilização para outro condutor.
II – Número do Espelho da CNH - segundo número de identificação nacional, que será formado por 9 (nove) caracteres
mais 1 (um) dígito verificador de segurança, autorizado e controlado pelo Órgão Máximo Executivo de Trânsito da União e
identificará cada espelho de CNH expedida.
a) O dígito verificador será calculado pela rotina denominada de “módulo 11” e sempre que o resto da divisão for zero
(0) ou um (1), o dígito verificador será zero (0);
III – Número do formulário RENACH - número de identificação estadual, documento de coleta de dados do candidato/
condutor gerado a cada serviço, composto, obrigatoriamente, por 11 (onze) caracteres, sendo as duas primeiras posições
formadas pela sigla da Unidade de Federação expedidora, facultada a utilização da última posição como dígito verificador
de segurança.
a) O número do formulário RENACH identificará a Unidade da Federação onde o condutor foi habilitado ou realizou
alterações de dados no seu cadastro pela última vez.
b) O Formulário RENACH que dá origem às informações na BINCO e autorização para a impressão da CNH deverá ficar
arquivado em segurança no órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
Art. 3º A inscrição “Permissão” prevista no modelo da CNH será impressa em caixeta específica, usando as mesmas fon‐
tes dos demais campos na cor preta, ou ser hachurada, quando se tratar de CNH definitiva.
Art. 4º A caixeta “ACC” deverá ser impressa com a informação “ACC” usando as mesmas fontes dos demais campos na
cor preta, ou deverá ser hachurada, quando não houver esta autorização de habilitação, sendo a “ACC” e a categoria “A”
excludente, não existindo simultaneamente para um mesmo condutor.
Art. 5º A “Permissão” para a “ACC” poderá ser simultânea com a permissão da categoria “B”, com validade de um ano.
Art. 6º Quando existir a informação para o preenchimento somente da caixeta “ACC”, a caixeta “Cat. Hab” deverá ser
hachurada.
Art. 7º Dentro do campo “Observações” do modelo da CNH previsto no Anexo I desta Resolução, deverão constar as res‐
trições médicas, a informação sobre o exercício de atividade remunerada e os cursos especializados que tenham certificações
expedidas, todos em formatos padronizados e abrevia dos, conforme Anexo II desta Resolução.
Art. 8° A expedição da Carteira Nacional de Habilitação – CNH, modelo único, será obrigatória quando:
I – da obtenção da Permissão para Dirigir na “ACC” e nas categorias “A”, “B” ou “AB”, com validade de 1(um) ano;
II – da substituição da Permissão para Dirigir pela CNH definitiva, ao término do prazo de validade de 1 (um) ano, desde
que atendido ao disposto no §3º do Art. 148 do CTB;
III – da adição ou da mudança de categoria;
IV – da perda, dano ou extravio;
V – da renovação dos exames para a CNH;
VI – houver a reabilitação do condutor;
VII – ocorrer alteração de dados do condutor;
VIII – da substituição do documento de habilitação estrangeira.
Art. 9º O DENATRAN disponibilizará aplicativo específico para validação do código numérico previsto no item 18 do
Anexo IV desta resolução.
Art. 10. A Carteira Nacional de Habilitação será expedida pelos órgãos ou entidades executivos de Transito dos Estados
e do Distrito Federal e produzida por empresas credenciadas pelo DENATRAN, na forma estabelecida em portaria específica.
Art. 11. Os Anexos desta resolução encontram-se disponíveis no sitio eletrônico www.denatran.gov.br.
Art. 12. Os órgãos executivos de transito dos estados e do Distrito Federal deverão adequar seus procedimentos para
adoção do modelo único da Carteira Nacional de Habilitação até 31/12/2016, quando ficará revogada a Resolução CON‐
TRAN nº 192, de 30 de março de 2006 e a Resolução CONTRAN nº 511, de 27 de novembro de 2014.
Art. 13. Esta resolução entra em vigor na data da sua publicação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Altera a Resolução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, que regulamenta a produção e a expedição da Carteira
Nacional de Habilitação, com novo leiaute e requisitos de segurança.
O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), no uso da competência que lhe confere o art. 12, incisos I, da Lei nº 9.503,
de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro e nos termos do disposto no Decreto nº 4.711, de
29 de maio de 2003, que trata da coordenação do Sistema Nacional de Trânsito (SNT).
Considerando o que consta no Processo Administrativo nº 80000.015736/2012-63,
Resolve:
Art. 1º Alterar o parágrafo único do art. 1º da Resolução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, para § 1º e acres‐
centar o § 2º, com a seguinte redação:
“Art. 1º ..... § 1º O documento de habilitação será expedido em modelo único, conforme especificações técnicas cons‐
tantes nos Anexos I, II, III e IV desta Resolução.
§ 2º O documento de habilitação previsto no § 1º poderá ser expedido em meio eletrônico, na forma estabelecida em
portaria do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).”
Art. 2º Acrescentar o art. 8-A à Resolução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, com a seguinte redação:
“Art. 8-A A Carteira Nacional de Habilitação Eletrônica (CNH-e), deverá ser implantada pelos órgãos e entidades execu‐
tivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, a partir de 1º de fevereiro de 2018, podendo o condutor optar também
pelo documento físico.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Art. 3º Alterar o art. 10 da Resolução CONTRAN nº 598
de 24 de maio de 2016, que passa a vigorar com a seguinte FRAUDES EM VEÍCULOS E SEUS
redação:
DOCUMENTOS.
“Art. 10. A Carteira Nacional de Habilitação será expe‐
dida pelos órgãos ou entidades executivos de Trânsito dos
Estados e do Distrito Federal.
§ 1º A Carteira Nacional de Habilitação, em meio físi‐ O fenômeno da clonagem de veículos já vem de várias
co, poderá ser produzida por empresas contratadas pelos décadas (há registros certos já na década de 1970, sendo
órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e possível a existência de casos anteriores), e nunca parou de
do Distrito Federal, previamente credenciadas pelo DENA‐ crescer. Se trata de um crime tipificado no Art. 311 do Có‐
TRAN, na forma estabelecida em portaria específica. digo Penal Brasileiro, mas dependendo dos casos podem
§ 2º As imagens da fotografia, decadactilar e assinatura ser aplicados, entre outros, também os Artigos 171 (este‐
para registro do condutor e produção da Carteira Nacional lionato), 180 (receptação) e 297 (falsificação de documento
de Habilitação, em meio físico e digital, poderão ser coleta‐ público), sempre do C.P. Brasileiro.
das por entidades contratadas pelos órgãos ou entidades Hoje em dia existem várias modalidades de clonagem
executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, (desde as mais refinadas até as grosserias) e várias finalida‐
previamente credenciadas pelo DENATRAN, e inseridas no des para as quais cada tipo de clonagem é normalmente
RENACH, na forma estabelecida em portaria específica. feita, vamos sintetizar os principais casos:
§ 3º As imagens utilizadas para a produção da CNH,
em meio físico e digital, serão aquelas constantes na Base Clonagem Completa ou Perfeita.
Central do RENACH, inseridas pelas entidades de que trata Se trata de clonagem de um veículo com outro idên‐
o § 2º. tico em todas suas características (modelo, cor, interiores
§ 4º As imagens da fotografia, assinatura e das impres‐ etc...), que inclui a adulteração do número do chassis, da
sões digitais dos dedos polegar e indicador da mão direita, placa e muitas vezes também de outros detalhes (números
deverão ser coletadas a cada adição de categoria ou re‐ nos vidros, acessórios, rodas etc...), além da documentação
novação da CNH e atualizadas no Banco de Imagens do completa do veículo. Pode ocorrer essencialmente em duas
DENATRAN. modalidades:
§ 5º Na impossibilidade da coleta das impressões digi‐ 1) carro que sofreu acidente com PT (Perda Total), que
tais do polegar ou do indicador da mão direita, deverá ser é clonado em novo veículo idêntico, roubado, aproveitan‐
enviada a imagem do respectivo dedo da mão esquerda do a documentação original do carro danificado, o qual,
para compor o Banco de Imagens do RENACH. por sua vez, é parcialmente aproveitado em desmanche.
O carro clonado é usado normalmente e/ou revendido no
§ 6º No caso da impossibilidade da coleta das impres‐
mercado interno ou externo.
sões digitais, esta deverá ser justificada para cada um dos
2) Carro, normalmente de categoria alta, roubado e
dedos.”
clonado integralmente, aproveitando informações obtidas
Art. 4º Alterar o Anexo II da Resolução CONTRAN nº
(através de despachantes, concessionárias, cúmplices no
598, de 24 de maio de 2016, para excluir o código
Detran etc...) sobre carro com as mesmas características,
V - Obrigatório o uso de capacete de segurança com
para revenda no Brasil ou, mais provavelmente, no exterior
viseira protetora sem limitação de campo visual.
(Paraguai). Neste caso a documentação é falsificada.
Art. 5º Alterar o primeiro parágrafo do Anexo IV da Re‐
solução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, que Clonagem Parcial.
passa a vigorar com a seguinte redação: Se trata de clonagem de veículos iguais em suas carac‐
“Com relação às imagens da fotografia e assinatura, terísticas principais (modelo, cor etc...), mas que não chega
necessárias à emissão da CNH, o processo de captura e a adulterar o número do chassis, se limitando a adultera‐
armazenamento deverá ser feito diretamente pelos Órgãos ção/clonagem da placa e da documentação. Esta modali‐
e Entidades Executivos de Transito dos Estados e do Dis‐ dade é frequentemente adotada para carros roubados, de
trito Federal ou, sendo necessária a terceirização desses todas as categorias, que são sucessivamente revendidos
serviços, os mesmos somente deverão ser realizados pelas em outros estados ou, as vezes, no exterior. Em alguns ca‐
empresas credenciadas junto ao DENATRAN, conforme ato sos é o sistema usado por criminosos que querem se loco‐
normativo específico a ser publicado pelo DENATRAN, e mover em carros roubados sem correr grandes riscos.
observadas as normas e especificações estabelecidas em Os documentos são falsificados por completo, ou, em
normatização para o banco de imagens do RENACH.” alguns casos, falsificados adulterando documentos origi‐
Art. 6º Ficam revogadas as Resoluções CONTRAN nº nais roubados ou extraviados.
287/2008 e nº 361/2010 quando for publicado ato do DE‐
NATRAN que estabeleça os procedimentos de coleta e ar‐ Clonagem de Placa.
mazenamento das imagens nos processos de habilitação, Consiste na simples clonagem da placa de um veícu‐
mudança ou adição de categoria e renovação da Cartei‐ lo sem problemas num veículos roubado ou com outras
ra Nacional de Habilitação (CNH) e constitua o Banco de restrições. Em alguns casos até em veículos sem problema
Imagens do Registro Nacional de Condutores Habilitados algum, com a única finalidade de evitar multas e pontuação
(RENACH). na CNH.
32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Há vários graus de refino nesta operação sendo que se Comburente, é o ativador de fogo que dá vida às cha‐
passa da simples troca de placa, sem atenção ao modelo e mas. O comburente mais comum é o oxigênio, elemento
cor do veículo, até a troca de placa em veículos com carac‐ presente no ar que respiramos.
terísticas similares ou iguais. Sistema usado sobretudo por Basta juntar o combustível, o comburente e uma fonte
criminosos para circular com mais facilidade em veículos de calor, com a intensidade ideal, que teremos como re‐
roubados, além de outras pessoas sem escrúpulos para evi‐ sultado o fogo. Ou seja, teremos formado o Triângulo do
tar multas e pontuação. fogo.
Na modalidade de clonagem completa e, as vezes, Vejamos os tipos de incêndio:
também na modalidade de clonagem parcial, há a pos‐ Classe A: Incêndio em materiais sólidos, como madeira,
sibilidade que os carros sejam roubados sob encomenda papel, tecido etc.
(quanto ao modelo e características) para serem clonados, Características principais:
muitas vezes são “comprados” diretamente em concessio‐ • Deixam resíduos quando queimados;
nárias através de financiamentos fraudados, usando docu‐ • Queimam em superfície e profundidade.
mentos falsos, e depois simplesmente desaparecem. Classes B: Incêndio em líquidos inflamáveis, como ga‐
Quem tiver seu carro clonado (normalmente isso se solina, óleo, querosene, etc.
descobre na hora em que iniciam a aparecer multas não Características principais:
reconhecidas), tem que se preparar para enfrentar alguns • Não deixam resíduos quando queimados;
transtornos. Primeiramente é fundamental fazer um B.O. • Queimam somente em superfície.
numa delegacia, de preferência especializada em roubo Classes C: Incêndio em equipamentos elétricos ener‐
de veículos. Logo depois precisa entrar com recursos no gizados como máquinas elétricas, quadros de força e etc.
Detran relativamente a todas as multas não reconhecidas, Ao ser desligado o circuito elétrico, o incêndio passa a
anexando o B.O. e todo tipo de prova possível de que o ser de classe A.
carro original não estava no local e horário indicados na Classes D:
multa. Incêndio em metais e minérios que se inflamam facil‐
Em alguns estados o Detran permite a troca de pla‐ mente, como potássio, alumínio em pó enxofre, magnésio
ca uma vez comprovado legalmente que existe um carro etc.
clonado em circulação. Nos demais é aconselhável entrar Necessitam de recursos especiais para o combate
com uma ação na Justiça pedindo que seja deferida a troca como extintores contendo MAP (monoamônio fosfato) ou
da placa por causa da existência de um carro clonado em podendo utilizar areia seca no caso de incêndio de alumí‐
circulação. nio ou magnésio em pó.
Fonte: http://ambientalsan.blogspot.com.br/2008/04/
Fonte: http://www.fraudes.org/showpage1.as‐ conceitos-de-fogo-incndio.html.
p?pg=337
Fases de um Incêndio
Para entendermos melhor como ocorre um incêndio,
costumamos dividi-los em estágios bem específicos.
NOÇÕES DE INCÊNDIO: DESENVOLVIMENTO Isso nos ajudará a entender como se desenvolve um
DE INCÊNDIOS E MOVIMENTAÇÃO DO incêndio, as características principais de cada estágio, e no
FOGO. FOCOS DE INCÊNDIO: PRIMÁRIOS futuro irá nos auxiliar para saber como agir em cada situa‐
E SECUNDÁRIOS. FASES DO INCÊNDIO: ção e em cada estágio da propagação do fogo.
INICIAL, INTERMEDIÁRIA E DE EXTINÇÃO. Portanto, as fases de um incêndio são:
MEIOS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO. Eclosão ou Início - É a fase inicial, quando começa o
fogo. E a maneira que vai começar, vai depender de diver‐
EVOLUÇÃO NATURAL BÁSICA DO FOGO.
sos fatores, como o tipo de combustível. Pode ser uma vela,
PROPAGAÇÃO DO FOGO ATRAVÉS DE onde o fogo começa aos poucos, ou uma explosão.
ELEMENTOS DA CONSTRUÇÃO. Propagação - É nesse estágio que o fogo vai propa‐
gar e se espalhar para outros ambientes, objetos e locais.
Como estudamos, essa propagação ocorre por condução,
O fogo é um fenômeno químico denominado combus‐ convecção ou radiação. Algumas substâncias ajudam nesse
tão. É uma reação química que desprende calor e luz, alte‐ estágio, como papel, gasolina ou álcool. Já outras, como
rando profundamente a substância que se queima. uma parede de concreto ou cimento, vai retardar o efei‐
Para formação do fogo são necessários três elementos, to da propagação. Você saberá se o efeito da propagação
que reagem entre si. será rápido ou não analisando as substâncias existentes no
Combustível, que alimenta o fogo e serve de campo seu local de trabalho.
para sua propagação. • Combustão contínua - É quando ocorre a reação
Calor, que dá início ao fogo, mantendo-o e propagan‐ em cadeia, de maneira constante. Ou seja, o calor que foi
do-o pelo combustível. O calor provém de fontes que se liberado pelo incêndio já é suficiente para fazer com que
encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa de outros objetos próximos entrem em combustão. Isso vai
um cigarro ou a chama de um fogão de cozinha. ocorrer enquanto existir combustível e comburente.
33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
• Redução do fogo - Também conhecido como de‐ Velocidade de disparo
clive das chamas. Esse é o estágio onde o calor dissipado A velocidade de disparo é o tempo que o obturador
pelo incêndio não é suficiente para continuar fornecendo fica aberto, antes de voltar para a posição inicial. Como
calor para a continuidade para a combustão. Ou seja, o veremos a seguir, essa velocidade está diretamente ligada
fogo vai perdendo ‹força› e se extinguindo. É a fase final com a ideia de “movimento” da foto, e com a quantida‐
de um incêndio. de de luz que o sensor será capaz de captar. Ela pode ser
Durante um incêndio, existem duas principais corren‐ controlada na maior parte das câmeras, principalmente nas
tes de calor, que podem contribuir para o fim ou para au‐ que possuem funcionamento mais avançado.
mentar o processo de queima. A velocidade de disparo, ou “shutter”, é medida em
A corrente de ar Endofocal é aquela que leva calor para segundos, ou frações de segundos, expressos desta for‐
que seja feita a combustão. Ou seja, a corrente endofocal ma: 5” para velocidade acima de um segundo, que neste
favorece o processo de combustão, e consequentemente, caso são 5 segundos, pois o numero representa o tempo; e
ajuda o incêndio. 1/200 para velocidades abaixo de um segundo, neste caso
Já a corrente Exofocal é aquele que leva o calor prove‐ a velocidade é um segundo dividido por 200. Quanto mais
niente da queima para fora do incêndio. Ou seja, ela reduzir rápido, menos luz é captada, porém as chances da imagem
o incêndio, pois o calor que seria usado para queima de ficar tremida são bem menores.
mais combustível é levado para fora.
É fácil notar que as correntes exofocais auxiliam para Como medir e escolher uma velocidade de disparo
extinção do fogo, e as correntes endofocais alimentam correta
mais ainda o fogo do incêndio. Apesar da ideia de que 1/200, por exemplo, é uma ve‐
Estes processos são resultado da propagação do calor locidade muito alta e que a quantidade de luz que con‐
através da convecção do ar. E esses fatos já nos mostram seguiria entrar nesse caso seria muito pouca, isso não é
uma importante dica: os locais, edifícios, prédios e fábri‐ verdade. Por exemplo, em um dia de sol, a céu aberto, a
cas, devem ser construídos de modo a facilitar as correntes velocidade ideal pode variar de 1/1500 até 1/3000 ou mais.
exofocais. Já em um dia nublado, a velocidade usada precisa ser me‐
O uso de chaminés, por exemplo, faz com que a fu‐ nor, entre 1/400, aproximadamente.
maça saia do local de trabalho, levando calor para fora do
ambiente de incêndio, auxiliando no combate do mesmo. Fotômetro
Faz parte do trabalho de um profissional de Segurança A maior parte das câmeras que têm ajustes manuais de
do Trabalho estar cientes desses fatos e pensar nisso, para exposição possui uma “escala”, que pode ser vista no visor
caso ocorra um eventual incêndio. e funciona através de um equipamento interno da máqui‐
Fonte: http://www.cursosegurancadotrabalho.ne‐ na - o fotômetro - que “percebe” as condições de luz do
t/2013/09/A-propagacao-do-fogo-e-as-fases-de-um-in‐ ambiente e indica se os ajustes que você fez deixarão a foto
cendio.html muito clara ou escura, ou se estão corretos.
Quando o ponteiro estiver mais para o lado negativo,
quer dizer que existe pouca luz e a foto pode ficar escura.
Já o contrário, o ponteiro marcando um valor positivo mui‐
NOÇÕES DE FOTOGRAFIA FORENSE: to alto, indica que existe muita luz, e a foto pode “estourar”.
CONCEITOS (LENTES, VELOCIDADE, O ideal é ajustar a velocidade de tal forma que o ponteiro
OBTURADOR, DIAFRAGMA, DISTÂNCIA fique no meio, ou na região central.
FOCAL, ÂNGULO DE VISÃO, FOCO,
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA), TIPOS DE Cuidado para não tremer!
LENTE, TIPOS DE CÂMERA, TIPOS DE FLASH, Se o ambiente estiver muito escuro, será preciso abai‐
TIPOS DE ARMAZENAMENTO DE CÂMERAS xar a velocidade de disparo, aumentando assim o tempo
DIGITAIS, LUZES (BRANCA, TEMPERATURA, de exposição. Porém, se você não tiver um apoio para a
UV), EQUIPAMENTOS; USO, RECORTE, câmera, é provável que a imagem fique tremida.
TRATAMENTO. Isso acontece, pois involuntariamente nós fazemos pe‐
quenos movimentos ao segurar a câmera, e para velocida‐
des abaixo de 1/30, aproximadamente, esses movimentos
se tornam perceptíveis nas fotos.
Dependendo de cada modelo de câmera, ele pode se Nesses casos, use um tripé ou ajuste um valor mais alto
encontrar em diferentes posições, mas a sua função é sem‐ para o ISO, de modo que seja necessário menos tempo de
pre a mesma: abrir-se para a passagem de luz. Ele pode ter exposição. Só tome cuidado para não prejudicar demais
também vários formatos. Os mais comuns são os circulares, a qualidade da imagem com o ajuste do ISO.
que se abrem de maneira semelhante ao diafragma (são
encontrados em câmeras antigas), e os obturadores mais
modernos, com placas sobrepostas que se abrem vertical‐
mente, como uma persiana.
34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Modo de prioridade de velocidade e sensação de Abertura x Profundidade de campo
movimento A abertura do diafragma interfere diretamente na pro‐
Conforme foi explicado no artigo sobre os modos fundidade de campo, e quanto mais aberta está a lente,
de disparo, existe uma ajuda para quem quer começar a menor é essa profundidade e vice-versa. Mas, o que real‐
aprender fotografia e não sabe como ajustar a velocidade e mente é a profundidade de campo?
a abertura de uma só vez. São os modos de prioridade, nos Quando você vê uma fotografia, ela pode estar com‐
quais você ajusta um parâmetro e a máquina ajusta o outro. pletamente focada, ou com algumas partes focadas e ou‐
Use o modo de prioridade de velocidade (“S” ou “Tv”) tras não. Esse é um efeito visual da profundidade de campo,
quando você quiser destacar um objeto que esteja se mo- quanto maior ela é, mais áreas da imagem ficam nítidas, e
vendo. Isso pode ser feito ajustando uma velocidade maior, quanto menor ela é, menor é o ponto de foco.
o que faz com que o objeto fique nítido e pareça imóvel, Isso acontece quando existem várias “camadas” na
ou ajustando uma velocidade pequena para que a imagem imagem e a câmera precisa ajustar o foco. Se o diafragma
fique borrada em algumas partes, dando uma ideia de mo‐ estiver muito aberto, a profundidade de campo irá diminuir
vimento. e só o que estiver mais próximo da câmera ficará focado.
Isso acontece, pois, ao colocar uma velocidade de dis‐ Já se a abertura for pequena, a profundidade de campo
paro menor do que a velocidade que a o objeto está se será maior e todo o assunto, independente de camadas,
movendo, a câmera registra todos os momentos do obje‐ será focado.
to até o obturador se fechar. Isso dá a impressão de um Trabalhar explorando esse efeito é algo que enriquece
“rastro” deixado, fazendo com que seja possível perceber a fotografia, deixando-a com uma sensação maior de di‐
o movimento.
mensões e distâncias. Quando toda a imagem está focada,
a impressão que pode dar é que ela está “chapada”, ou
Diafragma
seja, todos os elementos que compõe a fotografia estão
Muitas pessoas confundem o obturador com o diafrag‐
alinhados no mesmo plano.
ma, porém eles são partes diferentes da câmera e têm fun‐
ções diferentes também. Enquanto o obturador é o respon‐ Os modos programados “paisagem” e “macro” das câ‐
sável por proteger o sensor e se abrir apenas brevemente meras controlam a abertura para obter profundidades di‐
para deixar a luz passar, o diafragma controla a quantidade ferentes, mas você pode fazer isso manualmente, se a sua
de luz que chega ao obturador, deixando a passagem maior câmera possuir a opção de mudar a abertura do diafragma.
ou menor, dependendo de sua abertura. Desta forma, além dos extremos (apenas o primeiro plano
Esta pequena parte da máquina fotográfica é conside‐ focado e todos os planos focados), você pode conseguir
rada a íris das câmeras e se encontra dentro da lente. Ele resultados intermediários.
tem, entre outros, um dos papeis mais fundamentais para a
fotografia: controlar a profundidade de campo. Modo de prioridade de abertura
Assim como acontece com o modo de prioridade de
Abertura do diafragma velocidade (porém ao contrário), ao escolher priorizar a
O diafragma pode se abrir e fechar, permitindo uma abertura, a câmera ajusta o tempo de exposição. Esse
passagem maior ou menor de luz para o obturador e para modo é bastante útil para começar a aprender os conceitos
o sensor. Quanto maior é a abertura, mais luz é captada e a de fotografia, como as relações entre velocidade e abertu‐
velocidade de disparo pode ser maior, diminuindo o tempo ra. Seu ícone na máquina pode ser “A” ou “Av”.
necessário de exposição. Use esse recurso quando você desejar controlar a pro‐
A abertura do diafragma é medida em números f, que fundidade de campo, para obter fotos completamente fo‐
são escritos desta forma: f/2.1, f/5.6, f/22, etc... Sendo que, cadas ou com pontos de foco menores. Tente ver, enquan‐
quanto maior a abertura, menor é o número. É importante to você fotografa, os valores que a máquina coloca para a
entender este conceito, pois, desta forma, quando falamos velocidade baseados nos valores que você definiu para a
em uma grande abertura do diafragma, é possível saber abertura. Você verá que existe sempre uma relação inversa‐
que o número f em questão é bem pequeno. É comum re‐ mente proporcional: quanto maior a abertura, menor pode
ferir-se à abertura do diafragma apenas como “abertura”. ser a velocidade e vice-versa.
Por exemplo, o diafragma configurado em f/22 está
É claro que os valores também dependem da lumino‐
quase fechado, enquanto f/1.2 representa que ele está qua‐
sidade dos ambientes, e variam de acordo com isso, mas
se totalmente aberto. Pode ser fácil confundir essa relação
em um mesmo local com as mesmas condições de luz, a
no começo, mas não se preocupe, com o tempo você vai
regra vai estar sempre valendo: quanto maior for um valor,
se acostumar a ler esses números e saber exatamente quão
aberta está a “íris” da sua câmera. menor será o outro.
Nem todas as câmeras conseguem ajustar a abertura Fonte: https://www.tecmundo.com.br/8354-fotogra‐
para todos os valores, pois isso depende do tipo de len‐ fia-diafragma-e-obturador-os-olhos-da-camera.htm
te que está sendo usado. Ao comprar uma câmera ou len‐
te nova, tente encontrar informações sobre os valores de Com a modernização das câmeras fotográficas, hoje
abertura, o máximo e o mínimo. Isso classifica as lentes em em dia todo mundo tem uma em casa, mas algumas pes‐
“claras” e “escuras”, sendo que, geralmente, quanto mais soas nem sabem direito utilizar a sua câmera ou não sabem
clara for a lente, maior é o seu valor. a diferença entre umas e outras.
35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Antigamente, as câmeras não eram digitais e sim ana‐ Ultracompacta
lógicas, neste tipo de câmera a luz que é capturada no Estas câmeras são muito populares. São leves e finas,
momento da foto incidia sobre um filme fotográfico, para seu custo é bem acessível e sua lente é interna, varia entre
posteriormente ser revelada em um estúdio fotográfico. 8 e 12 megapixels. A maioria não possui zoom optico, ape‐
Nas câmeras digitais não se usa mais o filme, o que nas digital. São câmeras de bolso que possuem recursos
temos é um sensor que capta a luz e a interpreta, transfor‐ automáticos, ou seja, a câmera faz todo o ajuste medindo
mando-a em uma imagem digital bem próxima do real. O a luz que incide na imagem, é só clicar. Possuem também
sensor pode ser de tamanhos diferentes, o que irá influen‐ recursos manuais como o ISO, o zoom, o flash, além de
ciar na sua capacidade de captar mais ou menos luz e tam‐ alguns modos de disparo pré-ajustados.
bém no resultado final, ou seja, na qualidade da imagem. Exemplos:
Além do tamanho do sensor, para definirmos os tipos • Canon PowerShot SD950
de câmeras digitais que temos, há outras características • Sony Cyber-shot DSC-T300
importantes como a capacidade de trocar lentes, os for‐ Compacta
matos dos arquivos que a câmera armazena, a velocidade Tem corpo semelhante da ultracompacta, exceto pelo
da gravação destes arquivos, o zoom, os modos de disparo fato de possuir lente externa. Possuem também zoom óp‐
disponíveis, etc. tico e algumas até chegam a possuir o modo Manual. A
Definindo melhor, os principais tipos de câmeras digi‐ quantidade de megapixels destas câmeras é muito variável.
tais existentes hoje são: São leves e pequenas, fáceis de transportar, e seu preço
também não é tão alto. O sensor ainda é pequeno, embora
Câmeras de Celular seja maior do que o das câmeras de celular. Assim como as
Hoje em dia uma câmera em um celular é quase um ultracompactas, elas não possuem visor ocular.
recurso obrigatório, e os recursos oferecidos são cada vez Para os fotógrafos iniciantes é uma boa escolha, pois
mais inovadores. A maioria delas oferecem uma imagem também possui o modo automático.
de 2 a 3 megapixels, mas algumas já chegam a 12 mega‐ Exemplo:
pixels. É uma câmera prática principalmente para registrar
• Sony Cyber-Shot DSC-W370
• Canon PowerShot A550
momentos, já que está sempre à mão.
Graças aos avanços nestas câmeras, esta geração já
possui modelos com tecnologia bem próxima à das câme‐
ras ultracompactas.
Exemplo: Apple iPhone 5
36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Algumas possuem também controle manual total, per‐ Exemplo: Nikon D3100
mitindo ao fotógrafo fazer todos os ajustes existentes em
uma câmera mais avançada, e até o uso de flash externo. DSLR Semiprofissional
Contudo, a maioria ainda não permite a troca de lentes.
Exemplo:
• Nikon Coolpix P500
• Nikon P90
• Nikon P100
• Canon G9
DSLR de Entrada
Nikon D7000
Como o próprio nome já diz, são quase profissionais,
mas ainda inferiores. Tem todos os recursos e característi‐
cas das câmeras de entrada, porém diferem no tamanho do
sensor, que é algo muito importante, já que por ser maior
irá interferir diretamente na qualidade da foto, além de tra‐
zerem alguns recursos a mais. Permitem vários pontos de
foco, valores de ISO bem maiores, um controle bem mais
fácil da velocidade e da abertura, além de modos de dispa‐
ro diferenciados. O material com o qual é feita é altamente
resistente e são bem mais caras do que as DSLR de entrada.
Podem ser usadas para cobertura de eventos, casa‐
mentos, festas, shows, etc, permitindo um resultado muito
bom. Produzem fotos com muito menos ruído.
A visualização da foto no visor também é melhorada devi‐
Câmeras de corpo bem mais robusto, visor ocular e do à tela LCD e ao sistema de reflexo com prismas ser mais so‐
LCD, lentes intercambiáveis, controle manual, opção de uso fisticado do que os espelhos utilizados nas câmeras de entrada.
do flash externo e sensores relativamente grandes. Dá ao Possui também uma bateria mais duradoura, o recurso
fotógrafo muito mais autonomia e opções, além de per‐ de disparos contínuos e o uso de acessórios externos como
mitir uma foto com muito maior qualidade na resolução. microfones, dispardores remotos, GPS, etc. Podem ser usa‐
Requerem algum conhecimento técnico para o uso e seu das também para filmagem, produzindo ótimas imagens.
preço é bem mais alto do que as anteriores, embora muito O seu preço é bem maior do que o das câmeras de
menor do que o das câmeras profissionais. entrada, e é indicada para quem quer avançar um pouco
Pode ser também chamada de DSLR, SLR Digital ou e trabalhar com fotografia, precisando, por isso, de uma
Reflex Digital. Esta sigla bem do inglês e significa “Digital câmera com maiores recursos.
Single Lens Reflex”, devido a sua característica principal: re‐ Exemplo: Nikon D7000
flexo do que a lente capta, visto através do visor. DSLR Profissional
Geralmente vem com uma lente que permite fotos va‐
riadas, mas como já disse, é possível comprar outras lentes
trocar segundo a necessidade. Para saber que lente com‐
prar, é necessário um pouco de experiência do fotógrafo e
o conhecimento dos diversos tipos de lentes existentes no
mercado.
Seu sensor possui tamanho 13x maior do que o das
compactas, produzindo fotos com pixels maiores, mais co‐
res e menos ruído. Permite controlar exposição, iso, velo‐
cidade, zoom, abertura, flash, foco, etc, além de oferecer
recursos interessantes para diversificar a foto.
São bem mais rápidas que as anteriores, dão a possibi‐
lidade de fotografar no formato RAW, permitem o uso de
flash externo. Dentre os tipos de DSLR, as de entrada são as
que possuem os preços mais acessíveis, sendo ideais para
quem deseja se aprofundar no mundo da fotografia. Canon EOS-1D Mark III
37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Certamente não precisamos nos esforçar para en‐ Existem também os flashes de estúdio, que tem uma
tender que estas câmeras são as melhores. A qualidade potência muito maior, porem, precisa de uma energia elé‐
da imagem é cada vez maior a medida que são lançados trica ou um gerador de energia para funcionar.
novos modelos, possuem sensores Full Frame (os maiores Com diversas opções e tipos de flash disponíveis no mer‐
disponíveis hoje) e são bem caras. Indicadas, obviamente, cado se torna complexa a ideia de escolher uma única opção
para profissionais que vivem de fotografia. São feitas com para uso, mas no caso, pode-se começar essa busca com a
os materiais mais resistentes a diversos fatores como que‐ determinação de uso do flash à bateria ou à pilha. Essa seria
das, sujeira, temperatura, água, etc. uma resposta relativa, que basicamente depende de concei‐
Podem ser utilizadas para fazer as fotografias mais inu‐ tos aleatórios como no caso, do local onde pretende-se ex‐
sitadas, como fotografar as geleiras da Antártida ou os ani‐ plorar o flash. Para algumas pessoas a pilha seria um solução
mais selvagens. Obviamente, o que faz o profissional não rápida e prática, devido a possibilidade de trocá-la quando
é só o equipamento, mas a experiência, o estudo, a equipe necessário para que consiga voltar a explorar o flash.
de trabalho, enfim, diversos fatores. Já para outras pessoas a bateria seria o mais interessante,
Seu corpo é bem mais robusto do que as demais e suas por permitir que use por um longo período, sem necessi‐
baterias proporcionam muito mais tempo de trabalho. Pos‐ dade de se preocupar com a mesma. Nesse sentido, passa
suem elevadíssimos valores de ISO, chegando a 102.400, a ser crucial identificar questões que sejam relevantes, de‐
produzindo fotos com quase nenhum ruído. Velocidade terminando os pontos fortes de cada opção. Assim, pode-se
muito alta, permitindo captar momentos de ação rápida, escolher os tipos de flash mais apropriados para cada tipo de
dentre outras vantagens. Pode pesar até mais de 1kg sem ocasiões. Além disso, tem outro conceito que pode ajudar
a lente, exigindo do fotógrafo, com certeza, outros acessó‐ nessa escolha, que seria o tempo de vida útil dos flashes, que
rios como cases, tripés, etc, que facilitarão o seu trabalho. pode variar conforme os modelos e outros detalhes.
Fonte: http://www.infoescola.com/fotografia/tipos-de- Tecnicamente, a vida útil de um flash – principalmente
cameras/ no caso do dedicado – varia com a prática de uso do mes‐
mo, sendo possível contar com a mesma opção de flash
O uso de flash para fotografar se torna indispensável durante anos por ser uma pessoa mais cuidadosa e que
ao realizar um trabalho a partir de ambientes com baixa ilu‐ não o explora ao extremo. Mas isso não é um padrão, pois
minação. Esse tipo de equipamento acaba sendo uma op‐ é possível encontrar pessoas cuidadosas e que possuem
ção indispensável entre os equipamentos de um fotógrafo problemas a partir do flash. Nesse sentido, o ideal é en‐
profissional, e justamente por conta dos efeitos que o mes‐ contrar uma opção que seja adaptável e bem resistente,
mo pode proporcionar. Nos dias atuais existem diversos para que consiga se manter intacta durante um bom tem‐
modelos de flashes disponíveis no mercado e que tendem po conforme o usa.
a se adaptar aos ambientes, além de se encaixarem perfei‐ Fonte: http://blog.lumitecfoto.com.br/tipos-de-flash/
tamente há modelos específicos de câmeras profissionais.
Mas para contar com um modelo de flash eficiente, se
torna necessário entender quais são os tipos de flash dis‐
poníveis no mercado e principalmente qual modelo tende MODELAGEM 3D: PRODUÇÃO DE
a ser uma opção mais agradável e coerente para as situa‐ CROQUIS (GOOGLE SKETCHUP, AUTOCAD,
ções que tende a enfrentar, além das câmeras que possui. BLENDER, PHOTOSHOP) SISTEMA DE
Confira o texto abaixo e conheça alguns tipos de flashes POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS):
para usar. CARACTERÍSTICAS GERAIS, FONTES DE
Existem diferentes tipos de flash disponíveis no mer‐ ERROS, TIPOS DE RECEPTORES, DATUM,
cado que podem proporcionar para a fotografia ou filma‐
gem um efeito mais interessante, ao qual permita explo‐
rar todos os elementos que compõem o ambiente e obter
um resultado promissor perante a foto ou vídeo. No caso, Croquí é: Primeiro esboço de um projeto arquitetô‐
existem opções de flash que podem ser usados de forma nico. Um croquis (palavra francesa eventualmente apor‐
aleatória, mas também ocorre a possibilidade de encontrar tuguesada como croqui ou traduzida como esboço ou
as opções que são de uso específico, ou no caso os “flash rascunho) costuma se caracterizar como um desenho de
dedicados”, que são desenvolvidos para um determinado arquitetura, moda ou um esboço qualquer.
tipo de câmera. Um croqui, portanto, não exige grande precisão, refi‐
Essa opção é uma das mais completas e que pode ser namento gráfico ou mesmo cuidados com sua preserva‐
capaz de ajudar a encontrar o foco das imagens, além de ção, diferente de desenhos finalizados. Costuma ser reali‐
ser mais ágil no momento de ser ativado. zado em intervalos de tempo relativamente curtos, como
Também é possível citar Flashes a bateria como por períodos de 10 a 15 minutos. O que costuma ser mais im‐
exemplo o Flash a Bateria Godox ex 400, que também é portante no croquis é o registro gráfico de uma ideia ins‐
compatível com diferentes tipos de câmeras. Esse mode‐ tantânea, através de uma técnica de desenho rápida e des‐
lo é composto também por um power pack que permi‐ compromissada.
te ajustar a potência, além de outros acessórios para sua Fonte: http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicio‐
composição. nario/2009/02/o-que-e-croqui/
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
O Google SketchUp é um software gratuito para a cria‐ Alguns conceitos básicos
ção de elementos e cenários em 3D para Windows e Mac.
Com ele, que é considerado por muitos o lápis do desenho di‐ CAD - A sigla CAD vem do inglês “Computer Aidded
gital, é possível criar modelos de diversos tipos: casas, cidades, Design” que significa Desenho Assistido por Computador.
personagens e o que mais a imaginação permitir. A partir da Na verdade são programas (softwares) para computador
criação de formas em 2D é possível inserir a terceira dimensão específicos para geração de desenhos e projetos.
simplesmente arrastando a forma.
O programa foi desenvolvido especialmente para arquite‐ CAE – “Computer Aidded Enginner” – é uma etapa que
tos, engenheiros civis, desenvolvedores de jogos, produtores realiza em “protótipos”, exercer em desenhos virtuais as
de filmes e demais profissionais que trabalhem com esse ramo. cargas e esforços cuja tal peça vai sofrer em seu trabalho
Com ele também é possível apagar elementos de formas origi‐ ou sua utilização.
nais, como, por exemplo, inserir um quadrado, formar um cubo
e encaixá-lo para formar uma janela. O programa é integrado CAM - A sigla CAM também vem do inglês “Computer
ao Google Earth, o que permite importar cenários dele para Aidded Manufacturing” que significa Fabricação Assistida
criar sobre o ambiente real. por Computador. Esse é um passo posterior ao CAD, (na
A interface do Google SketchUp não é muito diferente da Mecânica) se caracteriza pela geração de códigos especí‐
estrutura de softwares gráficos, o que facilita para quem está ficos interpretáveis por máquinas operatrizes utilizadas na
familiarizado com eles. Muito mais simples que similares con‐ fabricação de peças.
sagrados no mercado, ele oferece uma alternativa para quem
quer entregar um resultado de qualidade. Além disso, ele pos‐ GIS – (Geografic Information Sistem) Sistema de geo‐
sui um centro de ajuda, vídeos-tutoriais e uma comunidade de processamento – Sistema para processar e gerar imagens
usuários, para que suas dúvidas sejam resolvidas e não haja cartográficas, mapeamento e elaboração de bases carto‐
problema no uso do software. gráficas e bancos de dados.
Características AutoCAD - O AutoCAD é um programa (software),
A área de trabalho do software é personalizável, permitin‐ que se enquadra no conceito de tecnologia CAD e é
do que você a configure com as ferramentas que mais utilizar. utilizado mundialmente para a criação de projetos em
Conforme a função escolhida no menu lateral, o superior irá computador. Na verdade, AutoCAD é o nome de um
mudar oferecendo uma série de ajustes para o recurso. produto, assim como Windows, Office (Word, Excel,...),
Além disso, há uma série de texturas que podem ser usa‐ etc. Existem outros softwares de CAD como MicroSta‐
das para preencher suas figuras, criando assim, uma sensação
tion, VectorWorks, IntelligentCad; para modelamento
de volume: metais, madeiras, tijolos, pedras e outros. Também
tridimensional e paramétricos como Catia, Pro Engineer,
é disponibilizado um recurso de sombra e um catálogo com‐
Solid Works, Solid Edges, etc.
pleto com móveis e complementos para casa, o que o torna
muito atraente para novas experiências em reformas.
Autodesk - Autodesk é o nome da empresa que de‐
Outra ferramenta disponível no programa é o “Follow Me”,
senvolve e comercializa o AutoCAD.
que traz uma fórmula inovadora para criar formas tridimensio‐
nais de superfícies bidimensionais por meio de caminhos de‐
terminados. Para usá-la, é simples: Primeiro você precisa fazer Tela de abertura
uma linha em “L” e, depois, criar um círculo para modelar um Nesta tela nos é solicitado intervir de modo a escolher
cano. Esse mesmo recurso pode ser utilizado como forma de o sistema de medidas a ser trabalhado no AutoCAD. No
arredondar cantos em modelos como móveis, corrimãos e etc. Brasil, é bastante comum o uso do sistema métrico.
Há também um recurso para visualizar sua criação de uma
perspectiva em primeira pessoa. Além disso, o software ainda A tela gráfica
possui uma ferramenta através do qual você pode olhar dentro Após escolhermos o sistema de medidas, o AutoCAD
do seu modelo, cortando temporariamente partes do design conclui o processo de inicialização e fica disponível para
para isso. as entradas de comandos via teclado ou desenhos por
Fonte: http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/google-s‐ meio do teclado. Antes de prosseguirmos aos comandos
ketchup.html iniciais, é interessante observarmos que após a digitação
de um comando, é imprescindível que a tecla seja pressio‐
AutoCAD é um software do tipo CAD — computer ai‐ nada, para efetivação.
ded design ou projeto assistido por computador — criado
e comercializado pela Autodesk, Inc. desde 1982. É utilizado 2. Comandos iniciais
principalmente para a elaboração de peças de desenho téc‐
nico em duas dimensões (2D) e para criação de modelos tri‐ Line
dimensionais (3D). Além dos desenhos técnicos, o software Acesso por menu: Draw > Line
vem disponibilizando, em suas versões mais recentes, vários Via teclado: Line ou, no modo abreviado, L
recursos para visualização em diversos formatos. É ampla‐ Dado o comando, independente do modo, aparece
mente utilizado em arquitetura, design de interiores, enge‐ no área de comandos “Specify first point” (em Inglês, “Es‐
nharia mecânica e em vários outros ramos da indústria. pecifique primeiro ponto”). Este ponto pode ser definido
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
de várias formas: podemos simplesmente clicar com o bo‐
tão esquerdo do mouse na área gráfica, ou ainda, digitar
a coordenada referente ao ponto exato onde queremos
iniciar a linha. Após especificarmos o primeiro ponto, é so‐
licitado o próximo ponto (“Specify next point”), que pode
ser definido igualmente ao primeiro. E assim o programa
continua solicitando o próximo ponto, até que pressione‐
mos a tecla para finalizar a operação.
Uma utilidade muito importante é o ORTO, que serve
para desenharmos com ângulos de 90° e seus derivados.
A tecla F8 faz ativar / desativar o ORTO.
Caso eu queira selecionar um objeto, podemos pulsar
um clique diretamente sobre ele, ou ainda usar as opções
de quadro de seleção. Quando eu seleciono, da esquerda
para a direita, a área de seleção tem que passar por todo
o objeto para selecioná-lo efetivamente, ao passo que fa‐ Figura 2 – figura a ser reproduzida
zendo o processo da direita para a esquerda, basta que a
área de seleção “toque” em alguma parte do objeto para A fim de facilitar, por exemplo, a construção de uma
que o todo seja selecionado. Caso queira cancelar algum linha que cruze exatamente o centro, é interessante fazer‐
comando, não importante quantos passos tenham sido mos uso da ‘paleta’ “Object snap” (clique com botão direito
em qualquer espaço da barra de ferramentas, e selecione
processados, basta pressionar a tecla .
“Object snap”):
Circle
Acesso por menu: Draw > Circle
Via teclado: Circle ou, no modo abreviado, C
Inicialmente acionado o comando, pede-se um ponto
que é o centro do circulo, que pode ser aleatório ou um
centro determinado. Agora é somente digitar o valor do Figura 3 – barra object snap
raio do nosso circulo. Esta paleta nos permite desenhar com referências. De‐
Opções de circle: vemos explorá-la para que saibamos utilizá-la com destreza.
3P – Desenha círculo através de 3 pontos
2P – Desenha círculo através de 2 pontos Extend
TTR – Desenha círculo tangente a dois objetos sele‐ Acesso por menu: Modify > Extend
cionados e a especificação do raio. Via teclado: Extend ou, no modo abreviado, Ex
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Arc
Acesso por menu: Draw > Arc
Via teclado: Arc ou, no modo abreviado, A
Resumidamente, este comando permite desenhar ar‐
cos, a partir de 3 pontos ou do centro.
Tudooquevocêprecisa
Blender possui todas as principais ferramentas e recursos
essenciais para a composição e renderização tridimensional,
além disso, ele também conta com um método de edição
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
não-linear, capaz de realizar a criação de sequências de qualquer ponto do planeta a qualquer momento. Alguns
animação de forma extremamente eficiente e sem perder receptores super-acurados conseguem chegar, depois de
tempo com inúmeros procedimentos. É possível criar se‐ alguns dias, a uma precisão de até 10 mm utilizando-se de
quências de movimentação através de ferramentas muito técnicas de processamento específicas!
prática e de forma independente, realizando a junção de O GPS, basicamente, funciona com uma constelação de
todas elas quando for necessário. 24 satélites (NAVSTAR) que orbitam a terra duas vezes por
E se você acha que é só isso que o programa pode dia, emitindo sinais de rádio a uma dada frequência para
fazer, está muito enganado. Edições de áudio pode ser receptores localizados na terra, que podem ser até portá‐
realizados sem que você precise de outra ferramenta para teis (como um “palm”).
realizar esta tarefa, tornando a criação dos efeitos sonoros Cada satélite, identificado por um código pseudo-ran‐
muito mais rápida. Se o projeto a ser criado precisa ser dômico (“aparentemente aleatório”) de 1 a 32, emite um
um pouco mais complexo, não deixe de utilizar scripts de sinal que contém o código CA (geral), o código P (de pre‐
programação Python para criar efeitos únicos e deixar o cisão) e uma informação de status (dia, hora, mês) que são
resultado muito mais profissional. recebidos pelo receptor, embora os receptores de uso civil
Fonte: http://www.superdownloads.com.br/down‐ recebam apenas o código CA emitido em uma frequência
load/83/blender/ enquanto que os receptores militares recebem cada código
emitido em duas frequências garantindo maior precisão.
Adobe Photoshop é um programa profissional de edição O que, aliás, junto com a interferência proposital inseri‐
de imagem muito famoso, que funciona em Windows, Mac, da pelo DoD na transmissão para aparelhos civis (Selective
e tem versão para celular (Androd, iPhone e Windows Pho‐ Availability – Disponibilidade Seletiva) e o atraso causado
ne). Entretando, não existe uma versão para web, ou seja, pelos elétrons livrespresentes na ionosfera (comum a qual‐
não é possível usá-lo online. O editor é pago, porém pode ser quer transmissão de rádio) na transmissão do sinal, fazem
grátis durante 30 dias, para testes de novos usuários. Ele está com que a precisão dos dados seja ainda menor para uso
diponível em português na maior parte das suas versões. civil.
O programa está disponível em diversas versões. Como Já para uso militar o sinal de todos os satélites é emi‐
a maioria dos softwares, ele foi evoluindo e ganhando no‐ tido ao mesmo tempo com uma precisão impressionante
vas funções, mas diferente maior parte deles, algumas das garantida devido a um relógio atômico (o metrônomo é
versões anteriores continuam disponíveis para download. um átomo) presente em cada satélite e que é o sistema
de medição de tempo mais preciso já criado até hoje. E
Algumas delas são: Photoshop CS3, Photoshop CS4, Pho‐
os seus receptores não sofrem a interferência da ionosfera
toshop CS5, Photohop CS6, Photoshop CC. Existm também
nem da “Disponibilidade Seletiva”.
versões simplificadas do programa, chamadas de Photoshop
Todas estas interferências na transmissão civil são por
Elements, voltadas para edição e organização do fotografia,
causa da possibilidade deste sistema ser utilizado inade‐
o Photoshop Lightroom e uma versão para celulares, o app
quadamente por terroristas, ou algo parecido. Então, o
Photoshop Express. Na falta de uma versão para web, existe‐
DoD criou uma hierarquia de acesso aos dados onde os
meditores alternativos com funções semelhantes.
“usuários autorizados”, o DoD, recebem dados com preci‐
O software é voltado para profissionais da área de design
são melhor, enquanto que os “usuários não-autorizados”,
gráfico e fotografia, para o aprimoramento de imagens com civis, recebem dados com precisão de 15 a 100 metros.
recursos de alta qualidade, criação de banners, estampas, Fonte: http://www.infoescola.com/cartografia/gps-sis‐
desenhos, logomarcas e outros projetos ligados às artes. O tema-de-posicionamento-global/
conjunto de ferramentas faz do Photoshop uma das melhores
opções, senão a melhor, para edição de imagem. Os usuários
podem aplicar efeitos, filtros e máscaras e transformar sim‐
ples fotografias em obras de alto padrão e nele as imagens SISTEMA DE COORDENADAS: SAD
captadas com câmeras de alta performance podem ser edita‐ 69. WGS 84, SIRGAS. COORDENADAS
das e aperfeiçoadas sem perda da qualidade original. GEOGRÁFICAS: GMS, GRAU DECIMAL E SUAS
Fonte: http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/ TRANSFORMAÇÕES. GOOGLE EARTH.
adobe-photoshop.html
42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
WGS 84 (World Geodetic System) (aka WGS Longitude: São as coordenadas geográficas que cortam
1984, EPSG:4326) é uma norma usada em cartografia de a Terra no sentido vertical, também conhecidas como Me‐
origem geocêntrica utilizado pelo GNSS do DoD, e pelo ridianos. A distância das longitudes varia de 0° a 180°, nos
Sistema de Posicionamento Global - (GPS), definida em sentidos Leste e Oeste. Como padronização internacional,
1984 e cuja última revisão se deu em 2004.[1] É composta adotou-se o Meridiano de Greenwich como ponto de parti‐
por um sistema de coordenadas para a Terra, uma superfí‐ da, a longitude de 0°. Assim, tal meridiano divide a Terra em
cie de referência esferoidal padrão (a base ou elipsóide de Ocidental (a Oeste) e Oriental (a leste). Foi a partir das longi‐
referência) para dados de altitude, e uma superfície gravi‐ tudes que se criaram os fusos horários. Todos os meridianos
tacional equipotencial (o geoide) que define o nível médio se encontram e se cruzam nos polos Norte e Sul.
do mar. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geo-
Fonte: mundogeo.com › Notícias › Geoprocessamento grafia/coordenadas-geograficas.htm
e GIS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
- “É a arte de fazer relatórios em juízo”. (Ambrósio Paré). A MEDICINA LEGAL COMO UMA ESPECIALIDADE
- “É a aplicação de conhecimentos médicos aos proble- Divergem os autores sobre o assunto. Há quem afir‐
mas judiciais”. (Nério Rojas). me ser a Medicina Legal especialidade médica. Pensamos
- “É a ciência do médico aplicada aos fins da ciência do que sendo ela um conjunto de conhecimentos médicos,
Direito”. (Buchner) paramédicos e biológicos objetivando servir às ciências ju‐
- “Arte de pôr os conceitos médicos a serviço da adminis- rídicas e sociais, não é especialidade, mas, sim, disciplina
tração da Justiça” (Lacassagne) aplicada que admite especialismos.
- “A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na Hélio Gomes assevera que “não basta um médico ser
elaboração e execução das leis que deles carecem” (Flamínio simplesmente um médico para que se julgue apto a reali‐
Fávero). zar perícias, como não basta a um médico ser simplesmen‐
- “É o estudo do homem são ou doente, vivo ou morto, te médico para que faça intervenções cirúrgicas. Nenhum
somente naquilo que possa formar assunto de questões fo- médico, embora eminente, está apto a ser perito pelo sim‐
rense”. (De Crecchio) ples fato de ser médico. É lhe indispensável educação mé‐
- “É a disciplina que utiliza a totalidade das ciências mé- dico-legal”.
dicas para dar respostas às questões jurídicas”. (Bonnet) A medicina legal não se preocupa apenas com o indi‐
- “É a aplicação dos conhecimentos médico-biológicos víduo enquanto vivo. Alcança-o ainda quando ovo e pode
na elaboração e execução das leis que deles carecem”. (Fla- vasculá-lo na escuridão da sepultura. É muito mais uma
mínio Favero) ciência social do que propriamente um capítulo da Medici‐
- “É o conjunto de conhecimentos médicos e paramédi- na, devido à sua preocupação no estudo das mais diversas
cos, destinados a servir ao Direito e cooperando na elabora- formas do relacionamento humano.
ção, auxiliando na interpretação e colaborando na execução
dos dispositivos legais no seu campo de ação de medicina Relação com outras Ciências
aplicada.” (Hélio Gomes). Para a consecução dos seus misteres, a Medicina Legal
relaciona-se com vários dos ramos do Direito, tais como o
- “É a contribuição da medicina e da tecnologia e ciên- Civil, Penal e ainda Constitucional, do Trabalho, Desportivo,
cias afins às questões do Direito, na elaboração das leis, na etc.
administração judiciária e na consolidação da doutrina” A Medicina Legal na Advocacia, sobretudo na Advo‐
(Genival Veloso de França). cacia Criminal, é de suma importância, já que em muitos
Ou, finalmente: medicina Legal é a ciência e arte extra- casos, há a necessidade de se interpretar laudos, exames,
judicial auxiliar alicerçada em um conjunto de conhecimen- sendo muito importante para o exercício profissional dos
tos médicos, paramédicos e biológicos destinados a defender doutores das leis (advogados e juristas).
os direitos e os interesses dos homens e da sociedade. A Medicina Legal tem íntima relação com as demais
ciências ou conhecimentos, dentro ou fora da medicina,
SINONÍMIA de que se subsidia para agir. Na área médica destacam-se:
Ginecologia, Obstetrícia, Anatomia, Anátomo-patologia,
A Medicina Legal tem recebido denominações várias, Infectologia, Análises Clínicas, Cirurgia, Pediatria, Trauma‐
cada qual revelando as diversas tendências com que ela tologia, Psiquiatria, Pneumologia, Radiologia, Urologia, Clí‐
tem sido encarada em sua finalidade e em sua conceitua‐ nica Geral etc. Na área jurídica temos:
ção. - Direito Civil: paternidade, impedimentos matrimo‐
Para muitos, é uma especialidade médica, embora seja niais, erro essencial, limitadores e modificadores da capaci‐
um corpo próprio de conhecimentos, que reúne o estudo dade civil, gravidez, personalidade civil e direitos do nasci‐
não somente da medicina, como também do Direito, pa‐ turo, comoriência etc.
ramédicos, da Biologia, uma disciplina própria, com espe‐ - Direito Penal: Lesões corporais, sexualidade crimino‐
cializações, que serve mais ao Direito que propriamente à sa, aborto legal e ilícito, infanticídio, homicídio, emoção e
Medicina. paixão, embriaguez etc.
São muitas as designações para se fazer referência à - Direito Constitucional: Dissolubilidade do matrimô‐
Medicina Legal, o que demonstra que ainda não se encon‐ nio, a proteção à infância e a maternidade etc.
trou uma expressão que defina essa ciência e arte a serviço - Direito Processual Civil e Penal: Psicologia da teste‐
dos interesses jurídicos e sociais, satisfatoriamente. munha, da confissão, da acareação do acusado e da vítima,
- Medicina Legal Forense (A. Paré) das perícias etc.
- Questões Médico-Legais (P. Zacchias) - Direito Penitenciário: Psicologia do detento no que
- Medicina Judiciária (Lacassagne) tange a concessão de livramento condicional e a psicosse‐
- Medicina Judiciária ou dos Tribunais (Prunelle) xualidade das prisões etc.
- Medicina Política (Marc) - Direito do Trabalho: Infortunística, Insalubridade,
- Jurisprudência Médica (Alberti) Higiene, as doenças e a prevenção de acidentes profis‐
- Medicina Forense (Sydney Smith) sionais etc.
- Antropologia Forense (Hebenstreit) - Lei das Contravenções Penais: Anúncios de técnicas
O nome consagrado, por menos imperfeito, é Medici‐ anticoncepcionais, da embriaguez e das toxicomanias etc.
na Legal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
A Medicina Legal relaciona-se ainda, intimamente, com (retirada cirúrgica do útero) quando a gestante morresse,
vários outros ramos do direito, a saber: segundo a crença de muitos o nome cesariana dado a his‐
- Direito dos Desportos: Análise as formas de lesões cul‐ terotomia proveio do nascimento de Cesar, devido à apli‐
posas ou dolosas nas disputas desportivas e no aspecto do cação desta lei, porém tal crença foi refutada por estudio‐
“doping”. sos, como Afrânio Peixoto, que afirma que cesariana vem
- Direito Internacional Privado: Ao decidir as questões de coedo→ cortar, e não de Cesar, ou seja, “Cesar vem daí
civis relacionadas ao estrangeiro no Brasil. e não o oposto”.
- Direito Comercial: Ao periciar os bens de consumo e Antístio, médico, examinou as muitas feridas do ca‐
ao atribuir as condições de maternidade para plena capaci‐ dáver de Júlio César e declarou apenas uma delas mortal.
dade civil dos economicamente independentes. Segundo os relatos de Tito Lívio, um médico examinou em
- Direito Canônico: No que se refere entre outras coi‐ praça pública o cadáver de Tarquínio, assassinado e o de
sas, à anulação de casamento. Germânico, suspeito de envenenamento. Assim, os cadá‐
veres eram já examinados, nessa época, por médicos, po‐
Relaciona-se também com a Física, Química, Biologia, rém externamente. As necropsias, por respeito ao cadáver,
Matemática, Toxicologia, Balística, Datiloscopia, Economia, eram proscritas.
Sociologia e com a História Natural.
3) Período Médio ou da Idade Média: Nesse período
Correntes Doutrinárias houve uma contribuição mais direta do médico ao Direito.
Extensiva: Na medicina legal o objeto e o método Esse período foi marcado, pelos capitulares de Carlos Mag‐
eram inovadores não tinha nada igual, era uma ciência au‐ no, que estabelece que os julgamentos devem apoiar-se
tônoma. Dizia-se que somente o legista poderia fazer pe‐ no parecer dos médicos.
rícia. Durante a Idade Média ressalta-se o período carolíngio,
Intermediária: usam-se métodos de todas as áreas da onde diversos exames eram referidos na legislação, desde
medicina. O legista busca a compreensão do fato em sua aqueles que determinavam os ferimentos em batalha, até
totalidade, o como, o quando e o porquê. Sua prioridade que os julgamentos submetiam-se ao crivo médico, prática
primeira é a precisão, ainda que em prejuízo do tempo. que foi suprimida com a adoção do direito germânico.
Restritiva: medicina legal era desnecessária porque Na Baixa Idade Média e Renascença ocorre à interven‐
qualquer médico poderia fazer a perícia. ção do Direito Canônico, e a prova médica retoma paula‐
tinamente sua importância. É na Alemanha que encontra
HISTÓRICO seu verdadeiro berço, com a Constituição do Império Ger‐
mânico, que tornava obrigatória a perícia em casos como
Na Antiguidade já se fazia presente a Medicina Legal, ferimentos, homicídios, aborto, etc.
até então uma arte como a própria Medicina. No Egito, por
exemplo, mulheres grávidas não podiam ser supliciadas 4) Período Canônico: (1200 a 1600 d.C.) Nesse perío‐
(sofrer castigos corporais), o que implicava o seu prévio do foi restabelecido o concurso das perícias médico-legais,
exame. Podemos dividir a história da Medicina Legal em como se depreende da bula do Papa Inocêncio III, em 1219,
cinco principais períodos: Antigo, Romano, Médio ou da que trata dos ferimentos em juízo como revestido de ha‐
Idade Média, Canônico e o Moderno ou Científico. bitualidade. O período Canônico é assinalado pela promul‐
gação do Código Criminal Carolino (de Carlos V). O primei‐
1) Período Antigo: Os povos não possuíam laços so‐ ro documento organizado da Medicina Judiciária.Em 1521
ciais e tinham uma legislação que se inspirava na barbárie foi necropsiado o cadáver do Papa Leão X por suspeita de
das primeiras idades. A legislação de Moisés, o Código de envenenamento.Finalmente, em 1575 surge o primeiro li‐
Hamurabi, as práticas egípcias e os Livros Santos procla‐ vro de Medicina Legal de Ambrósio Paré e a França aclama
mavam a pena do Talião, ou seja, “olho por olho, dente por o autor como o pai da Medicina Forense.
dente”. Havia apenas traços da Medicina Judiciária, relati‐
vos principalmente à virgindade, à violação, ao homicídio, 5) Período Moderno ou Científico: Inicia em 1602, em
às lesões corporais e aos problemas de ordem moral. Neste Palermo na Itália, com a publicação do livro de Fortunato
período, a lei participava da religião. A necropsia e a vi‐ Fidélis.Em 1621, Paulo Zacchias publica o verdadeiro trata‐
vissecção (dissecação de um ser vivo) eram proibidas, por do da disciplina: “Questiones Médico Legales Opus Jurispe-
serem os cadáveres considerados sagrados. Os pontífices ritis Maxime Necessarium Medicis Peritilis”.Desde então a
mais antigos foram na verdade os jurisconsultos. A medici‐ Medicina Legal foi evoluindo em todos os países até atingir
na nessa época era muito mais arte que ciência. a especialização que hoje apresenta apoiando juízes e le‐
gisladores sempre que necessário se faça. No século XIX
2) Período Romano: Os imperadores julgavam muitas a ciência ganha finalmente os foros de autonomia, e sua
coisas relativas ao estado civil e aos problemas de ordem conceituação básica, evoluindo concomitantemente aos
moral. Eles utilizavam principalmente o bom senso no tra‐ expressivos progressos do conhecimento humano, a inven‐
tamento das questões que exigiam o concurso de alguém ção de novos aparelhos e descobertas de novas técnicas e
melhor orientado. Em Roma, antes da reforma de Justinia‐ padrões, cada vez mais precisos e fiéis.
no a Lex Regia de Numa Pompílio prescrevia a histerotomia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Histórico no Brasil - determinar a relação entre lesões e sequelas (nexo de
causalidade);
A medicina Legal nacional possui admiração e respeito - determinar a relação entre consequências físicas, psi‐
do mundo, conforme ficou patenteado (1985) na perícia cológicas e sociais;
de determinação da identidade por especialistas do IML - esclarecer sobre a forma como as lesões e trauma‐
(Instituto Médico Legal) de São Paulo e da UNICAMP, do tismos podem afetar de maneira particular o desenvolvi‐
carrasco nazista Joseph Mengele, conhecido pelos prisio‐ mento físico e psicológico das crianças e jovens ou a in‐
neiros de Auschwitz como o “anjo da morte”. dependência e autonomia de uma pessoa, particularmente
- 1ª Fase: Estrangeira: Na época colonial, a Medicina no caso das pessoas idosas;
Legal Nacional foi decisivamente influenciada pelos fran‐ - identificar e despistar vítimas potenciais;
ceses e, em menor escala pelos italianos e alemães. A base - articular-se com os profissionais das outras ciências
primordial nesta fase era a Toxicologia.
forenses para melhor esclarecer e estudar os casos (ex:
- 2ª Fase: Agostinho de Souza Lima:1877 começa o en‐
identificar vestígios encontrados num corpo através de es‐
sino prático da Medicina Legal, havendo tentativas de in‐
terpretação dos fatos à luz das leis brasileiras. tudos de DNA, determinar a alcoolemia ou concentração
- 3ª Fase: Nacionalização: Começa com Nina Rodrigues de outras drogas numa morte suspeita, estudar uma bala
que criou uma escola original na Bahia e que se seguiriam numa suspeita de homicídio);
outras escolas no Rio de Janeiro, São Paulo, etc., onde sur‐ - conhecer e colaborar nos procedimentos seguidos na
giram vários nomes entre os quais destacamos Afrânio investigação de crimes contra pessoas;
Peixoto, Flamínio Fávero, Hilário Veiga de Carvalho, Hélio - trabalhar em conjunto com os serviços médicos em
Gomes, Sampaio Dória etc. geral e outros serviços de apoio a vítimas, tendo em vista
orientar o seu tratamento e reintegração/reinserção;
Importância - compreender e atender às questões éticas e legais
levantadas pela prática médico-legal;
A importância da medicina legal resulta da própria gra‐ - apresentar de forma clara, ao sistema de justiça, o
vidade dos interesses que lhe são conferidos; não é exage‐ resultado das perícias efetuadas, através de relatórios mé‐
ro dizer que a honra e a liberdade e até a vida dos cidadãos dico-legais objetivos e bem sistematizados.
pode depender de suas decisões. Diz o professor Genival
Veloso, ela não se preocupa apenas com o indivíduo en‐ O objetivo geral da medicina legal é contribuir para au‐
quanto vivo. Alcança-o ainda quando ovo e pode vasculhá xiliar o direito na aplicação da justiça, através da prestação
-lo na escuridão da sepultura.
de serviços. Além deste papel assistencial inclui, também,
Sua eficiência está bem caracterizada na sua definição;
uma vertente ligada à investigação e ao ensino e formação
contribuir do ponto de vista médico para a elaboração, in‐
terpretação e aplicação das leis. profissional, tendo em vista uma cada vez melhor articu‐
O estudo da Medicina Legal é de real importância tanto lação transdisciplinar no melhor interesse das vítimas de
para os operadores do direito quanto para os médicos. Os violência, bem como a prevenção da violência e promoção
primeiros devem ter conhecimento da matéria para princi‐ de estratégias de segurança.
palmente, saberem pedir, formular os quesitos duvidosos Nesta última perspectiva e no domínio específico da
e, muito mais, saberem interpretar os laudos periciais, isto violência, a medicina legal engloba um leque de perspecti‐
é, aquilo que o médico respondeu. Para os médicos bastam vas sobre as consequências pessoais da violência, que po‐
conhecimentos mínimos básicos, doutrinários, não neces‐ demos resumir em quatro áreas:
sitam saber técnicas e métodos complicados que só inte‐ - as lesões mortais e não mortais, relativamente às cau‐
ressam aos peritos, analistas, toxicólogos, sexologistas, etc. sas, mecanismo e tipos;
A Medicina Legal é uma especialidade pluralista, por - o impacto das consequências físicas, psicológicas e
que aplica o conhecimento de diversos ramos da medicina sociais nos sobreviventes;
as necessidades do direito. Mas é ciência e arte ao mes‐ - o contexto legal em que o dano resultante se orga‐
mo tempo. É ciência porque coordena e sistematiza verda‐ niza e resolve;
des gerais em um conjunto ordenado e doutrinário; é arte - as intervenções tendo em vista gerir o impacto pes‐
porque aplica técnicas, métodos e táticas, que resultam na soal de uma situação de violência.
missão prática requerida, isto é, esclarecer a verdade.
Relativamente à medicina forense, ou seja, àquela mais
Deste modo, a medicina legal pode contribuir, ainda
estritamente ligada à medicina, espera-seque os seus pro‐
fissionais sejam capazes de: relativamente às questões da violência, para:
- selecionar, preservar, colher e acondicionar vestígios; a) melhorar a compreensão sobre o fenômeno:
- identificar e caracterizar lesões físicas, psicológicas e - definindo a problemática (magnitude, âmbito e ca‐
sociais (frequência, causas que incluem a etiologia social, racterísticas);
mecanismos e tipos) e proceder à sua interpretação; - identificando os fatores de risco e de proteção;
- identificar, caracterizar e avaliar as consequências - colaborando na programação e implementação de
permanentes dessas lesões (sequelas no corpo, capacida‐ intervenções para prevenir o problema;
des, subjetividade e situações da vida diária);
46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
b) encontrar respostas para o mesmo: - Traumatologia forense: Estudo das lesões e suas causas;
- procurando estabelecer linhas de orientação e canais - Asfixiologia forense: analisa as formas acidentais ou
de comunicação para uma abordagem transdisciplinar das criminosas, homicídios e autocídios, das asfixias, sob o
questões (uma rede de profissionais que inclui pessoal da prisma médico e jurídico (esganadura, estrangulamento,
saúde, da educação, das polícias, do serviço social e do afogamento, soterramento, etc.) Marcas de França, encon‐
direito); tradas na esganadura, representadas pela rotura da túnica
- prevenindo a re-vitimização; interna infiltradas por sangue na carótida comum, perto da
- treinando e sensibilizando profissionais para traba‐ bifurcação, em forma de meia-lua com concavidade volta‐
lhar estas questões de forma adequada. da para dentro ou de forma atípica;
- Sexologia forense: Trata da Erotologia, Himenologia e
A atividade pericial está regulada nos artigos 151º a Obstetrícia forense, analisando a sexualidade em seu trípli‐
170º do Código do Processo Penal. ce aspecto quanto aos efeitos sociais: normalidade, patoló‐
Um exame constitui uma observação, cientificamente gico e criminológico;
efetuada, que pode constituir um meio de prova. - Tanatologia: Estudo da morte e do morto;
Uma perícia é uma atividade de interpretação de fatos - Toxicologia: Estudo das substâncias cáusticas, vene‐
a provar (pode incluir a atividade de observação - exame) nosas e tóxicas, efeitos das mesmas nos organismos. Cons‐
que, constituindo um meio de prova, é efetuada por um titui especialidade própria da Medicina, dada sua evolução.
profissional especialmente habilitado para tal. - Psicologia e Psiquiatria forenses: Estudo da vontade,
A prova pericial apresenta-se sob a forma de um re‐ das doenças mentais. Graças a elas determina-se a vonta‐
latório onde se descreve o resultado do ou dos exames de, as capacidades civil e penal;
efetuados e se interpreta esses resultados, elaborando-se - Polícia científica: atua na investigação criminal.
uma conclusão devidamente fundamentada. O relatório - Criminologia: estudo da gênese e desenvolvimento
deverá obedecer a normas específicas de maneira a sa‐ do crime;
tisfazer cabalmente os objetivos a que se destina depen‐ - Vitimologia: estudo da participação da vítima nos cri‐
dendo, tal, do âmbito do direito em que tem lugar. Deve mes;
apresentar uma descrição clara, objetiva, pormenorizada - Infortunística: estudo das circunstâncias que afetam o
e sistematizada das observações feitas e a indicação das trabalho, como seus acidentes, doenças profissionais, etc.
fontes da informação; os conceitos usados devem ser - Química forense: estudo de materiais como tintura,
definidos e os tempos verbais adequados à realidade do
vidros, solos, metais, plásticos, explosivos e derivados do
caso e rigor das informações; a medida e interpretação
petróleo.
do dano deve ser isenta e imparcial, identificando-se os
tipos/métodos de instrumentos utilizados (ex: escalas, ta‐
Entretanto, grandes mudanças se operaram no último
belas).
século na nossa sociedade, vindo alterar a abrangência da
A função do perito é saber dar resposta ao objeti‐
medicina legal e restantes ciências forenses, nomeadamen‐
vo da perícia, de forma imparcial e objetiva, e traduzir a
te no que se refere ao seu papel social. Entre estas mudan‐
sua complexidade por palavras simples para que juristas
ças destacam-se:
e outros profissionais a possam apreciar sobre bases con‐
- o aumento da violência voluntária (agressões, crimes
cretas, de modo a que a decisão judicial seja adequada.
É ele o responsável pela elaboração do relatório pericial sexuais, etc.) e involuntária (acidentes) que está na origem
(no qual deverá integrar as eventuais opiniões de outros de inúmeras situações simultaneamente médicas e legais;
especialistas). - o desenvolvimento da ciência médica, quer em nível
Pensar numa metodologia de exame e relatório peri‐ dos cuidados de emergência (o que permite, cada vez mais,
cial implica equacionar questões como: a sobrevida de pessoas à custa de sequelas graves), quer a
- o objeto da perícia; nível tecnológico (o que obriga a repensar, em cada dia, a
- a linguagem e conceitos usados, bem como a nomi‐ melhor solução para a readaptação e reintegração dessas
na anatômica; pessoas);
- as normas e os modelos de relatórios periciais (vi‐ - a noção mais abrangente de saúde e do papel social
sando reduzir as disparidades na apreciação pericial, por do médico e da medicina, registando-se alterações impor‐
vezes na origem de situações de injustiça social). tantes no âmbito da reinserção social e dos modelos de
atuação;
DIVISÃO - o posicionamento do direito e da lei face à tomada de
Na variada temática objeto da Medicina Legal, pode- consciência sobre os direitos humanos;
se traduzir sua divisão, da seguinte forma: - o alargamento dos cuidados de saúde a toda a popu‐
- Antropologia forense: Procede ao estudo da identi‐ lação e a extensão desses cuidados não só às ações assis‐
dade e identificação, como a datiloscopia, papiloscopia, tenciais curativas ou paliativas mas, também, às ações de
iridologia, exame de DNA, etc., estabelecendo critérios prevenção da violência, surgindo a necessidade de desen‐
para a determinação indubitável e individualizada da iden‐ volver programas de prevenção fundamentado sem estu‐
tidade de um esqueleto; dos, cientificamente aprofundados, sobre este fenômeno.
47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Estes e outros fatos têm levado a que os médicos, bem De uma forma genérica, a medicina legal compreende
como outros profissionais, sobretudo das ciências biológi‐ as seguintes áreas:
cas, sejam, cada vez mais, chamados a examinar e a pro‐
nunciar-se sobre situações variadas e por vezes de grande a) Medicina forense
complexidade, relacionadas com questões de direito, seja - tanatologia forense;
do âmbito penal, civil, do trabalho, administrativo ou da fa‐ - clínica médico-legal;
mília e menores. Estas situações podem incluir, por exem‐ - psiquiatria forense;
plo, o estudo de casos mortais ou não mortais de situações b) Outras ciências forenses
de violência(colheita de vestígios; diagnóstico diferencial - toxicologia forense;
entre uma etiologia criminosa, acidental ou natural; defini‐ - genética e biologia forense;
ção das consequências temporárias e permanentes para a - anatomia-patológica forense;
vítima de um traumatismo), a avaliação do estado de tóxico - psicologia forense;
dependência, a determinação do sexo, a identificação de - criminalística;
corpos ou restos cadavéricos, a determinação da imputabi‐ - antropologia forense;
lidade, o estudo da filiação, a pesquisa de drogas de abuso - odontologia forense; etc.
ou outros tóxicos em amostras biológicas, etc.
Esta complexidade e variedade de temas levou à ne‐ A ORGANIZAÇÃO MÉDICO-LEGAL
cessidade de considerar a medicina legal como uma espe‐
cialidade, capaz de formar e habilitar profissionais para o As Polícias Científicas são órgãos da administração pú‐
cumprimento de tarefas que exigem, além de conhecimen‐ blica presentes em grande parte dos estados brasileiros. A
tos e capacidades técnicas muito específicas, um grande função da Polícia Científica é, de modo geral, coordenar as
rigor científico, uma atualização permanente e uma eleva‐ atividades do Instituto de Criminalística (IC), Instituto Mé‐
da capacidade de isenção e imparcialidade, de forma a não dico-Legal (IML) e, na maioria das vezes, do Instituto de
colocar em risco o interesse público, os direitos individuais Identificação (II) da unidade da federação à qual faz parte.
e, portanto, a justiça. As Polícias Científicas estão subordinadas diretamen‐
De fato, o efeito dos pareceres médico-legais a nível te às Secretarias de Segurança Pública (ou órgãos equiva‐
do sistema judicial não pode ser menosprezado, podendo lentes - salvo em alguns estados onde permanecem como
eles significar a diferença entre uma sentença de inocência integrantes da estrutura da Polícia Civil), trabalhando em
ou culpa(punindo inocentes e deixando criminosos incó‐ estreita cooperação com as Polícias Civil e Militar. São di‐
lumes), entre uma indenização adequada ou uma injusta‐ rigidas por Chefes de Polícia Científica, cargo privativo de
mente atribuída. policiais especializados com autoridade científica em de‐
Assim, até há pouco definida como a ciência que aplica terminada área, denominados Peritos Criminais, Peritos Pa‐
os conhecimentos médicos e biológicos à resolução das piloscopistas ou Perito Médico-legal.
questões de direito, a medicina legal confronta-se, atual‐ A Polícia Científica é especializada em produzir a prova
mente, com as exigências cada vez mais complexas relati‐ técnica (ou prova pericial), por meio da análise científica
vamente à atividade probatória científica. de vestígios produzidos e deixados durante a prática de
Trata-se de uma ciência em constante expansão, o que delitos. Ela também edita normas, ações conjuntas e imple‐
implica que as suas matérias e métodos se adaptem às no‐ menta políticas de atendimento à população.
vas tecnologias, às descobertas científicas e, também, às
mudanças sociais e do direito. O seu posicionamento pri‐ Compete às Polícias Científicas, essencialmente:
vilegiado entre as ciências biológicas e o direito, confere a A realização das perícias médico-legais e criminalísti‐
esta ciência uma perspectiva transdisciplinar e interinstitu‐ cas;
cional fundamental para a resolução de questões cada vez Os serviços de identificação;
mais complexas que tocam a pessoa, enquanto cidadão, em O desenvolvimento de estudos e pesquisas em sua
todos os domínios do seu ser. Assim, no seu quotidiano, faz área de atuação.
apelo às ciências e tecnologias não médicas, incluindo as Antes da criação das Polícias Científicas (com data
ciências sociais. Ao mesmo tempo, deve preocupar-se com variando em cada estado), as perícias criminais ficavam à
a assistência medica-sócio-jurídica para assegurar não só a cargo das Polícias Civis, razão pela qual determinados es‐
garantia de certos princípios, mas também, a melhor apli‐ tados da federação ainda possuem seus Departamentos
cação das normas do direito relativamente à normalidade Técnico-Científicos vinculados às suas respectivas Polícias
das relações sociais e à proteção dos direitos individuais e Judiciárias.
coletivos, tendo em conta a integração do cidadão no seu
meio social. Autonomia das Polícias Científicas
Desta forma, considera-se que compete à medicina le‐ Certos juristas consideram as Polícias Científicas ape‐
gal, como ciência social, não só o diagnóstico do caso, mas nas como unidades administrativas das Secretarias de Se‐
também, a contribuição, através da perícia, para a “tera‐ gurança Pública a que está subordinadas, não podendo
pêutica” das situações e, sobretudo, para a sua prevenção estas serem caracterizadas como instituições policiais au‐
e reabilitação/reintegração/reinserção. tônomas, em decorrência de não terem sido citadas no art.
144 da Constituição Federal atualmente vigente. Porém,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
importantes pareceres jurídicos elaborados por especialis‐ ofertar a três instituições (Ministério Público, Polícias Civis e
tas como Paulo Brossard, Rogério Lauria Tucci e René Ariel Poder Judiciário) todos os elementos de fato esclarecedo‐
Dotti, além do parecer da assessoria jurídica do Senado res das circunstâncias e, se possível, a autoria do delito que
Federal, consideram o artigo 144 da Constituição Federal a Polícia Civil e o MP estão apurando.
como mero preceito enunciativo (exemplificativo), não ta‐ Atualmente, inclusive, tramita um Projeto de Lei do Se‐
xativo. Logo, o fato de não haver ali listada a instituição nado, a fim de estabelecer a autonomia da Polícia Técnica
Polícia Científica ou denominação equivalente, não inibe como regra geral abrangendo todos os estados brasileiros,
constitucionalmente a sua estruturação autônoma. tendo como base o fato da maioria dos estados da fede‐
“A verdade é que a enumeração do art. 144 não es‐ ração já possuir suas Polícias Científicas desvinculadas das
gota a matéria policial. O equívoco resulta do fato de as Polícias Civis, além do disposto no art. 24, XVI, da Constitui‐
Constituições anteriores a 88 não conterem artigo que ção Federal, que confere competência à União para estabe‐
dispusesse a respeito de polícia. Pretender, como a ADIN lecer regras gerais sobre organização, garantias, direitos e
2575-8 pretende, que toda a função policial esteja cir‐ deveres das Polícias Civis.
cunscrita ao traçado no art. 144 da Constituição, como se Por isto, entende-se, à luz da CF, que a função dos Peri‐
fosse um círculo de ferro, não tem como sustentar-se à tos Oficiais deve ser autônoma e independente. Não pode
luz da doutrina, da diuturna experiência jurídica e da prá‐ submeter-se, nem sofrer qualquer influência seja do MP,
tica quotidiana da administração. Com efeito, o fato de a seja das PCs, seja da Advocacia. Entendo, pois, como tam‐
polícia judiciária ser conferida à polícia civil, não significa bém entendeu Paulo Brossard, que a instituição dos Peritos
que essa atribuição, aliás, tradicional, esgote as funções Oficiais não está subordinada às Polícias Civis, mas, como
policiais” (Paulo Brossard). instituição complementar, fornece subsídios de extrema
relevância para a ação direta tanto das PCs, como do MP.
Argumentos Positivos para a Criação das Polícias Instituto de Criminalística
Científicas Aos Institutos de Criminalística, dirigidos por Peritos
O trabalho das Polícias Técnico-Científicas se impõe, Criminais, compete a realização de exames periciais, pes‐
cada vez mais, como instrumento fundamental na elu‐ quisas e experiências no campo da Criminalística (infor‐
cidação de delitos e no esclarecimento de fatos sob in‐ mática, engenharia, reconstituições, balística, documen‐
vestigação do Poder Público. Todavia, para que possam toscopia, disparo, ambiental, fonética etc.), levantamentos
atuar com a eficiência e a efetividade necessárias, é preci‐ topofotográficos e sinistros envolvendo patrimônio públi‐
so que todas as Polícias Técnico-científica sejam dotadas co. Têm por atribuição auxiliar a Justiça, fornecendo provas
de autonomia funcional e administrativa, o que ainda não técnicas sobre locais, coisas, objetos, instrumentos e pes‐
ocorre, face a subordinação às Secretarias de Segurança soas, para a instrução de processos criminais.
ou às Polícias Civis.
A perícia é vital para a persecução penal. Os Institutos Instituto Médico Legal
de Criminalística, Institutos de Identificação e os Institutos O Instituto Médico Legal, mais conhecido pela sua sigla
Médico Legal devem ser constituídos e organizados de IML, é um instituto brasileiro responsável pelas necropsias
forma autônoma, de tal modo que toda a ingerência nos e laudos-cadavéricos para Polícias Científicas de um de‐
laudos produzidos seja neutralizada. Na maioria dos Esta‐ terminado Estado na área de Medicina Legal. É um órgão
dos, os órgãos de perícia estão sucateados, desprovidos público subordinado à Secretaria de Estado da Segurança
de equipamentos modernos, treinamento especializado e Pública.
distante da comunidade científica. Eles devem, em curto Conhecido também em alguns outros estados como
prazo, estar organizados em carreira própria. Departamento Médico Legal, ou DML, por ser, este órgão,
A modernização da Polícia Científica segue uma ten‐ vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública
dência nacional, já consagrada em 18 Estados da Federa‐ através da Superintendência de Polícia Técnica Científica.
ção. A reforma institucional na Polícia Civil, por intermédio As atribuições são as mesmas. E mais: não é uma institui‐
da transformação de cada uma de suas unidades opera‐ ção responsável apenas pelas necropsias, como muitos
cionais e da introdução de novo modelo gerencial, será pensam. Nos IML´s ou DML´s são realizados, além das
insuficiente se todo o campo da Polícia Técnica ou Perícia autópsias, vários outros exames de corpo de delito e de‐
permanecer abandonado. Sem o trabalho dos peritos, a in‐ mais perícias como: exame de lesões corporais, exame de
vestigação policial fica restrita à coleta de depoimentos e constatação de embriaguez ou intoxicação por substância
ao concurso de informantes, limitando suas possibilidades de qualquer natureza, exame de constatação de violência
e tornando perigosamente decisivos os interrogatórios dos sexual, exame de sanidade mental, exame de constatação
suspeitos. No tempo de hackers, de criminosos organiza‐ de idade, exame de constatação de doença sexualmente
dos com armamentos poderosos e equipamentos sofisti‐ transmissível, e todas as demais perícias que interessem
cados, é indispensável dotar a polícia do apoio científico e à Justiça e que demandem a opinião de especialistas em
técnico mais avançado possível. Medicina Legal.
Por desenvolver um trabalho científico, técnico e im‐ No Estado do Rio Grande do Sul o Departamento Mé‐
parcial, a Polícia Científica não pode estar subordinada a dico Legal (DML) está subordinado ao Instituto Geral de
quaisquer tipos de pressão ou interpretação subjetiva que Perícias (IGP) que está subordinado à Secretaria de Segu‐
movem as Polícias Civis e o Ministério Público. Sua função é rança Pública.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Instituto de Identificação -Toxicologistas
Aos Institutos de Identificação compete processar a Toxicologista: Maranhão, Paraná
identificação civil, criminal, post-mortem e elaborar e ex‐ Perito Químico-Toxicologista: Rio Grande do Sul
pedir as carteiras de identidade através de pesquisa e con‐ Perito Bioquímico Toxicologista: Espírito Santo
fronto papiloscópico. São institutos responsáveis pelos es‐ Perito Químico-Legista: Santa Catarina
tudos e aperfeiçoamento da identificação humana através Perito Químico-Forense: Rio Grande do Sul
das ciências papiloscópica e da representação facial-hu‐ Químico Legal: Paraná
mana (retrato falado). Geralmente concentram estudos na Perito Oficial Químico Legal: Paraíba
área da Papiloscopia, armazenando toda a base civil e cri‐ Perito Criminalístico Químico: Rio Grande do Sul
minal de impressões digitais dos estados além de emissão Farmacêutico Legista: Maranhão
de antecedentes criminais da federação a qual está vincula‐
do. Quando vinculados à estrutura das Polícias Científicas, - Papiloscopistas Policiais
os Institutos de Identificação são dirigidos por um Perito Papiloscopista: Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo,
Papiloscopista. Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Ser‐
gipe, Tocantins
Cargos Vinculados à Polícia Científica Papiloscopista Policial: Distrito Federal, Goiás, Rio de
Quando da criação das Polícias Científicas, diversas Janeiro, São Paulo
carreiras pertencentes aos quadros das Polícias Civis foram Papiloscopista Policial Federal: Polícia Federal
transferidas para as Polícias Científicas. A seguir estão des‐ Perito Papiloscopista: Amazonas, Mato Grosso do Sul,
critos os cargos e os estados que possuem tal denomina‐ Roraima, Pernambuco
ção: Perito Papiloscopista Policial: Piauí
Auxiliar de Papiloscopista Policial: São Paulo
ESPECIALISTAS POLICIAIS: Datiloscopista: Amazonas
- Peritos Criminais Datiloscopista Policial: Rondônia
Perito Papiloscópico: Espírito Santo
Perito Criminal: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá,
Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas
DEMAIS POLICIAIS TÉCNICOS
Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Pernam‐
- Auxiliares de Perito Criminal
buco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
Auxiliar de Perícia: Ceará, Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul,
Auxiliar de Perito: Amazonas, Amapá, Pernambuco
Santa Catarina, São Paulo, Tocantins.
Auxiliar de Perito Criminal: Acre, Roraima
Perito Oficial Criminal: Paraíba, Amapá
Auxiliar Técnico de Perícia: Pará
Perito Criminal Especial: Espírito Santo Auxiliar Criminalístico: Santa Catarina
Perito Criminal Federal: Polícia Federal Auxiliar de Laboratório Criminalístico: Goiás
Perito Criminalístico: Maranhão, Rio Grande do Sul, Auxiliar de Laboratório: Santa Catarina
Sergipe Técnico em Perícia: Paraíba,Amapá
Perito Criminalístico Engenheiro: Rio Grande do Sul Agente de Polícia Científica: Mato Grosso do Sul
Agente de Criminalística: Rondônia
- Médicos Legistas Perito Criminal Auxiliar: Ceará
Médico Legista: Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mara‐ Perito Criminalístico Auxiliar: Maranhão
nhão, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Perito Criminal II: Mato Grosso
Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo, Tocantins Perito Policial de Local: Alagoas
Perito Médico Legista: Bahia, Distrito Federal, Mato Perito Técnico de Polícia: Bahia
Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina - Auxiliares de Médico Legista
Perito Legista: Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro Auxiliar de Necropsia: Acre, Alagoas, Roraima, São Paulo
Perito Médico Legal: Acre, Alagoas, Piauí, Sergipe Auxiliar de Anatomia e Necropsia: Paraná
Perito Oficial Médico-Legal: Paraíba Auxiliar Policial de Necrópsia: Rio de Janeiro
Psiquiatra Legal: Rondônia Auxiliar de Autópsia: Goiás, Tocantins
Auxiliar Médico-Legal: Santa Catarina
- Peritos Odonto-Legistas Auxiliar de Perícia Médico–Legal: Espírito Santo, Ma‐
Perito Odonto-Legista: Amazonas, Mato Grosso do Sul, ranhão
Mato Grosso, Rio Grande do Sul Auxiliar de Legista: Pernambuco
Perito Odonto-Legal: Alagoas, Bahia, Piauí, Sergipe, Auxiliar de Perícias: Rio Grande do Sul
Amapá Técnico em Necropsia: Mato Grosso, Rondônia
Perito Oficial Odonto-Legal: Paraíba Técnico Policial de Necrópsia: Rio de Janeiro
Odonto-Legista: Goiás, Roraima Agente Técnico de Necropsia: Sergipe
Odontólogo Legista: Maranhão Agente Técnico em Radiologia Médica: Sergipe
Odontólogo Legal: Rondônia Necrotomista: Paraíba
Atendente de Necrotério Policial: São Paulo
50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
- Desenhistas Criminalísticos nal além daquela estrita e necessariamente estabelecida no
Desenhista Criminalístico: Goiás Código de Processo Penal, onde determina-se que o Perito
Desenhista Técnico-Pericial: São Paulo fará os exames conforme o requisitado pelas autoridade
policial ou judiciária. Segundo postulam, extrapolar os con‐
- Fotógrafos Criminalísticos ceitos da subordinação necessária pode levar a se estabe‐
Fotógrafo Criminalístico: Goiás, Rio Grande do Sul lecer situações de dependência que possam comprometer
Fotógrafo Criminal: Espírito Santo a imparcialidade dos exames periciais, haja vista a possi‐
Fotógrafo Técnico-Pericial: São Paulo bilidade inafastável de coerção administrativa ou assédio
Fotógrafo Policial: Alagoas moral, ainda que de forma velada, por parte de superiores
Agente Técnico de Fotografia Criminalística: Sergipe hierárquicos, sendo necessário assegurar, acima de qual‐
quer coisa, a subordinação do perito à correção técnica e
Autonomia hierárquica a busca pela verdade material, por meio de sua autonomia
Como consequência dos protestos, bem como da su‐ técnica, administrativa e funcional.
pracitada valorização das carreiras envolvidas na perícia Seja ou não o órgão pericial pertencente aos quadros
criminal, muitos Estados separaram a estrutura dos Insti‐ policiais civis, deve-se observar que a autonomia pericial
tutos de Perícias e de Criminalística das Polícias Civis, re‐ não faz com que a prova pericial seja inatacável e tampou‐
sultando na autonomia administrativa, técnica e funcional. co isso lhe afasta a possibilidade de contraditório, uma vez
Em grande parte dos Estados da Federação, o Perito que, às partes será assegurada a indicação de assistentes
Criminal continua integrando uma das várias carreiras exis‐ técnicos, e ao Magistrado é assegurado o poder de deci‐
tentes nas Polícias Civis, as quais, por força constitucional, são, não ficando o Magistrado adstrito ao laudo do Perito,
são dirigidas, exclusivamente, pelos Delegados de Polícia conforme Art. 182 do Código de Processo Penal:
de carreira. Esse quadro tem mudado nas últimas décadas, Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
onde diversos estados da federação tem se movimentado aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
para prover a autonomia pericial. Atualmente os seguintes Dessa forma, o próprio código de processo penal, dei‐
Estados possuem organismos periciais desvinculados da xa clara as relações de independência técnica e funcional
polícia civil:AL - Centro de Perícias Forenses (CPFOR); AP que deve existir entre o Perito Oficial e a Autoridade Po‐
- Polícia Técnico-Científica (POLITEC); BA - Departamento licial, pois estabelece que cabe ao juiz (e somente a este),
rejeitar, no todo ou em parte, o Laudo produzido.
de Polícia Técnica (DPT); CE - Perícia Forense do Ceará (PE‐
Para fins de concurso público, o médico-legista obriga-
FOCE); ES - Superintendência de Polícia Técnico-Científica
toriamente é a um profissional da área médica. Já o perito
(SPTC); GO - Superintendência de Polícia Técnico-Científi‐
criminal ou forense pode ter formação não só na área mé‐
ca; MS - Coordenadoria-Geral de Perícias (CGP); MT - Su‐
dica como em qualquer outra, como física, química, mate‐
perintendência de Perícia Oficial e Identificação Técnica
mática, biológica, psicológica e etc.
(POLITEC); PA - Centro de Perícias Científicas (CPC); PB -
Em alguns Estados, são integrantes da carreira policial.
Instituto de Polícia Científica (IPC); PE - Gerência Geral da
Em São Paulo, com a criação da Superintendência da Poli‐
Polícia Científica (GGPOC); PR - Polícia Científica; RN - Insti‐ cia Técnico-Científica, passaram a integrar uma instituição
tuto Técnico-Científico de Polícia (ITEP); RS - Instituto Geral policial, mas autônoma da Polícia Judiciária ou Civil e da
de Perícias (IGP); SC - Instituto Geral de Perícias (IGP); SE Polícia Militar. A Superintendência da Policia técnico-cien‐
- Coordenadoria Geral de Perícias (COGERP); SP - Superin‐ tífica é órgão subordinado à Secretaria de Segurança Pú‐
tendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC); TO - Supe‐ blica. Muitos Estados da Federação ainda mantém a Polícia
rintendência da Polícia Técnico-Cientifica. Científica na organização da Polícia Judiciária.
Essa é uma tendência que claramente busca assegurar “O dever de todo perito é dizer a verdade; no entan-
a autonomia pericial, tornando-a independente da poten‐ to, para isso é necessário: primeiro saber encontrá-la e,
cial ingerência da autoridade policial, o que poderia ocor‐ depois querer dizê-la. O primeiro é um problema cientí-
rer em casos onde o perito deva examinar vestígios rela‐ fico, o segundo um problema moral”. (Nerio Rojas)
cionados a eventuais abusos de autoridade, uma situação
possível principalmente em crimes relacionados à afronta Decálogo Médico-Legal
aos direitos humanos. Essa tendência de desvinculação vai
ao encontro do estabelecido no DECRETO Nº 7.037, DE 21 A) O perito deve atuar com a ciência do médico a vera‐
DE DEZEMBRO DE 2009, que aprova o Programa Nacional cidade do testemunho e a equanimidade do juiz.
de Direitos Humanos, e que prevê como um de seus ob‐ B) É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos.
jetivos estratégicos, no âmbito do Ministério da Justiça, a C) A exceção pode ter tanto valor quanto a regra.
proposição de projeto de lei para proporcionar autonomia D) Desconfiar dos sinais patognomônicos.
administrativa e funcional dos órgãos periciais federais. E) Deve-se seguir o método cartesiano.
As associações de classe dos Peritos Criminais ressal‐ F) Não confiar na memória.
tam que tal movimentação decorre da inexistência no or‐ G) Uma autópsia não se pode refazer.
denamento jurídico de uma necessária subordinação admi‐ H) Pensar com claridade para escrever com precisão.
nistrativa do perito à autoridade requisitante dos exames I) A arte das conclusões consiste na medida.
(podendo ser ela o juiz, o delegado de polícia ou o minis‐ J) A vantagem da medicina legal está em não formar
tério público), tampouco de qualquer subordinação funcio‐ uma inteligência exclusiva e estritamente especializada.
51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
estuda os traumas, lesões, instrumentos e ações vulneran‐
TRAUMATOLOGIA FORENSE: AGENTES tes, visando elucidar a dinâmica dos fatos. Trauma é o re‐
MECÂNICOS (PERFURANTES, CORTANTES, sultado da ação vulnerante que possui energia capaz de
produzir a lesão, como ensina Roberto Blanco. Lesão nada
CONTUNDENTES, PERFUROCORTANTES,
mais será que o dano tecidual temporário ou permanente,
CORTOCONTUNDENTES E resultante do trauma.”
PERFUROCONTUNDENTES); AGENTES
FÍSICOS (CALOR, FRIO, ELETRICIDADE, “Nas contusões ativas, o instrumento vulnerante vem
PRESSÃO ATMOSFÉRICA, RADIAÇÃO); de encontro à superfície corpórea . Ex.: soco. Nas contusões
passivas, a superfície corpórea (a vítima) vai de encontro ao
instrumento vulnerante. Ex.: a pessoa cai e bate a cabeça no
A Traumatologia Forense é o ramo da Medicina Legal solo. Assim, a atuação pode ser ativa/direta, passiva/indire‐
que estuda as lesões corporais resultantes de traumatis‐ ta ou mista (a combinação de ambas)”.
mos de ordem material ou moral, danoso ao corpo ou à
saúde física ou mental (Croce; 115) Quantificação do Dano: Lesões Corporais
Tem por objeto o estudo dos efeitos na pessoa das O artigo 186, do código civil brasileiro, declara como
agressões físicas e morais, como também a determinação lesão corporal “Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
de seus agentes causadores. Este reconhecimento é feito negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano
através do exame pericial na vítima, bem como no local do a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilíci‐
crime, denominado exame de corpo de delito, o corpo do to”. O dano deve resultar em alteração objetiva, mensurável,
delito ao contrario do que muitos pensam não é apenas a observável, mesmo que fugaz na estrutura orgânica ou psí‐
vitima, mas todo o local e instrumentos utilizados para a quica da pessoa, relacionada à ação causadora.
pratica do delito, pelo qual se atribui a extensão dos danos As lesões corporais podem ser leves (sem consequên‐
provocados. cia para a vítima, são as mais comuns na perícia e as mais
frequentes são as causadas por ação contundente como
Exame pericial edema traumático, escoriações, equimoses), graves (lesões
O exame deve ser requerido por autoridade legalmen‐ que ofendem a integridade corporal, incapacitam por mais
te competente (p. ex., um delegado de polícia), dirigido a de um mês ou debilitam permanentemente quaisquer de
um médico legista competente (ou órgão do qual o mes‐ seus membros, sentidos, funções, acelera o parto, se mulher
mo seja funcionário). Este requerimento deve conter alguns grávida, ou põe em perigo a vida do indivíduo) e gravís‐
elementos imprescindíveis para a realização do laudo, tais simas (resulta em incapacidade permanente, enfermidade
como a completa identificação da pessoa, a hora, local e incurável, perda, inutilização de membro, sentido, função,
finalidade do exame. deformidade permanente e aborto, em caso de grávidas),
O laudo pericial tem como norma geral uma narrativa segundo a lei penal, sendo classificadas pelo resultado
contínua, que é feita à medida que o exame é realizado. (consequências) sob o critério anatômico e funcional, no
organismo da vítima.
Nele deve constar, de forma abreviada e sucinta, apenas
Outros tipos de lesão:
constando-se o que for essencial, a narrativa dos fatos pro‐
a) Lesões corporais seguida de morte: ofende a integri‐
ferida pela vítima.
dade corporal ou a saúde do paciente, provoca-lhe a morte
O perito deve assinalar as lesões ou sua ausência (hi‐
sem querer esse resultado, nem assumir o risco de produ‐
pótese em que o perito esquivar-se de proceder a exame,
zi-lo.
expondo seus motivos), os locais e tipos de lesão.
b) Lesão corporal qualificadora agravante: produzida
por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou
Exame complementar
por outro meio insidioso ou cruel.
Por diferir o Direito penal a natureza delituosa da le‐ Os agentes lesivos – forma ou instrumento que resulta
são corporal consoante sua gravidade, é mister um exame em lesão no organismo – podem ser classificados em na‐
suplementar, decorridos trinta dias do fato. Neste exame tureza física (mecânica, térmica, elétrica), química (tóxicos,
o perito assinala a presença ou não das seqüelas da(s) le‐ venenos e cáusticos), biológicas (agentes infecciosos) ou
são(ões), bem como o grau de incapacitação gerada por mistos (naturezas diversas).
ela(s) na vítima.
Lesão corporal.
Registros Definição: qualquer simples alteração causada à integri‐
O exame traumatológico deve ser indicado através de dade corporal de maneira culposa ou dolosa, na estrutura
meio físico apropriado - desde o preenchimento de plani‐ anatômica ou mesmo histológica de uma pessoa.
lhas impressas, até a filmagem do examinado. Um beliscão ou um tapa é o bastante para caracterizar
Conforme asseveram William Douglas, Abouch V. uma ofensa à integridade corporal de outrem.
Krymchantowki & Flávio Granato Duque, na obra Medicina Lesão corporal leve: lesões resultantes da ofensa a inte‐
Legal à luz do Direito Penal e Processual Penal, 2ª edição. gridade corporal ou à saúde de outrem, excetuando-se as
Rio de Janeiro: Impetus, 2001: “A Traumatologia Forense lesões graves e gravíssimas.
52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Lesão corporal grave: quando resultam em incapaci‐ cicatrizes anteriores e presença de lesões de defesa po‐
dade para as ocupações habituais por mais de trinta dias, dem contribuir para a investigação de suicídio e homicídio.
perigo de vida, debilidade de membro, sentido ou função, Dentro das lesões por instrumento cortante, predominam
deformidade permanente, aceleração de parto. as acidentais, principalmente as decorrentes de atividades
Lesão corporal gravíssima: incapacidade permanente profissionais.
para o trabalho, perda ou inutilização de membro, sentido
ou função, deformidade permanente, aborto. INTRUMENTOS PERFURO-CORTANTES
Lesão corporal seguida de morte: resulta quando, o Estes instrumentos possuem uma ponta e um ou mais
agente alheio ao dolo, lesa a vítima produzindo-lhe a mor‐ gume e transferem a sua energia cinética por pressão atra‐
te. O agente não assumiu quis o desfecho. A ação é dolosa, vés da ponta e por deslizamento dos gumes que seccionam
mas o resultado é culposo.1 as fibras dos tecidos. De acordo com as faces apresentadas
no instrumento, lisas ou ásperas, as bordas das feridas se
LESÕES E MORTES POR ARMA BRANCA apresentarão normais ou escoriadas, respectivamente. As
As armas podem ser manuais (instrumentos perfuran‐ lesões possuem predominância da profundidade sobre a
tes, cortantes, perfuro-cortantes e corto-contundentes, extensão, no entanto a sua forma varia com o número de
embora possam ser arremessados) ou de arremesso, que gumes.
podem ser simples (são totalmente jogadas contra o opo‐ As lesões em botoeira com um dos ângulos bem mais
nente) ou complexas (dispararam projéteis contra o opo‐ agudo que o outro são ocasionadas por instrumentos que
nente). apresentam apenas um gume. As lesões em fenda com ân‐
gulos bastante agudos são ocasionadas por instrumentos
Instrumentos Perfurantes de dois gumes. As lesões estreladas com bordas curvas e
São instrumentos formados por uma ponta continuada convexas em direção ao centro da ferida são ocasionadas
com uma haste mais cilíndrica e de acordo com o diâmetro por instrumentos com mais de dois gumes.
podem ser de pequeno calibre (alfinetes, agulhas e espi‐ As lesões podem ser classificadas em superficiais, pe‐
nhos) e médio calibre (pregos pequenos, furador de gelo netrante (mais graves) e transfixantes. O trajeto constitui-se
e a sovela). Transformam a energia cinética através de uma por um túnel em forma de fenda nas feridas por instrumen‐
ponta, exercendo pressão e afastando as fibras dos tecidos tos de um ou dois gumes. Observa-se retração dos tecidos,
conforme a penetração. ao longo do trajeto, tendo a fenda bordas afastadas de
Para a ocorrência das lesões, a ação pode ser ativa, modo desigual, principalmente nos planos musculares. Em
quando o instrumento atinge o corpo parado ou quase em
superfícies ósseas, a penetração pode deixar a sua forma
repouso (picada por agulha de injeção, agressões com fu‐
impressa em baixo relevo e pode ocorrer da própria lamina
radores) e passiva, quando o corpo em movimento choca
quebrar e ficar parcialmente encravada.
com o instrumento localizado em um anteparo (pisar em
O agravamento se dá pela penetração de grandes
um prego ou cair sobre grade com elemento pontiagudo).
cavidades do organismo ou acometimento de víscera ou
INSTRUMENTOS CORTANTES
vaso sanguíneo calibroso, mas nas feridas superficiais pode
Nesta categoria destacam-se os instrumentos cortan‐
ocorrer secção de vasos arteriais, nervos e tendões, princi‐
tes como cacos de vidro, pedaços de folha metálica e até
palmente se predominar a ação cortante.
mesmo folha de papel. Transferem energia cinética por
deslizamento e leve pressão através de uma borda aguça‐ Em relação aos aspectos médico-legais, interessam os
da (gume ou fio). casos de suicídio, com lesões em região precordial, punho
As lesões possuem predomínio da extensão em relação ou pescoço. No ato da perícia ou necrópsia, é importante
à profundidade. Podem ser superficiais, no entanto podem deixar a pele desnuda para avaliar o golpe. Para o diagnós‐
ser observadas feridas mais profundas penetrando em ca‐ tico, é importante que não haja lesões de defesa, porém a
vidades, pois dependem da região do corpo atingida e da existência de apenas uma lesão não descarta a hipótese de
força, bem como o estado do gume. As lesões apresentam homicídio.
bordas regulares, com vertentes planas e ângulo muito
agudo, com profundidade maior na porção corresponden‐ INSTRUMENTOS CORTO-CONTUNDENTES
te ao terço inicial. Podem causar mutilações em nariz, ore‐ São associação de instrumento cortante + instrumento
lha, ponta dos dedos, pênis. contundente = machado, guilhotina.
A gravidade está relacionada com a região atingida. As Têm uma massa significativa e gume.
lesões mais graves são as de engorjamento podendo até O mecanismo de ação = massa + pressão (ou vibração
levar ao óbito. Em certos casos, o agressor não possui a ou velocidade) + deslizamento.
intenção de matar e sim deformar a vítima. Massa
Em relação aos aspectos médico-legais, a causa jurídi‐ +
ca em caso de morte deve ser orientada pela disposição, Pressão
número e localização das feridas. Nos casos que apresen‐ +
tam ferida incisa na face anterior do punho, existência de Deslizamento
1 Fonte: www.aulademedicinalegal.blogspot. =Decapitação
com.br
53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Traumatologia forense. Tipos de lesões produzidas por instrumentos cortan‐
Estuda as lesões e estados patológicos, imediatos ou tes: Nos instrumentos cortantes provocados por lesões no
tardios, produzidos sobre o corpo humano. pescoço, podemos classificar em:
O meio ambiente pode impor ao ser humano, as mais 1) Esgorjamento,
diversificadas formas de energias causadoras de danos 2) Degolamento e
pessoais. 3) Decapitação
54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Características: apresenta forma irregular, por vezes es‐ E) Instrumento corto-contundente:
trelada, com bordos irregulares, anfractuosos e macerado, Ação: contunde por pressão devido a animação e corta
fundo irregular, com pontes de tecido unindo uma borda à pelo fio ou gume grosseiro. São objetos pesados com su‐
outra. Os tecidos próximos apresentam-se também como perfície romba e gume pouco afiado.
traumatizados, como às vezes esmagados, conforme o Ex. Facão, machado, enxada, dentes, etc.
caso. Tipo de ferimento: Corto-contundente
Há uma classificação médico-legal, portanto: Características: apresentam bordos pouco regulares,
• Eritema: área avermelhada no local contundido devi‐ sem cauda, fundo anfractuoso e presença de equimose e
do a alteração local da circulação. É transitório, desapare‐ edema traumático junto às margens. São ferimentos exten‐
cendo nas próximas 24 horas. Temos como exemplo: tapas, sos, profundos e provocados por fraturas, conforme o peso
empurrões, bofetadas, etc. do instrumento e da força com que conduziu o instrumento.
• Edema traumático: aumento difuso de volume, por
acumulo de líquido intercelular. Por motivo de alteração F) Instrumento perfuro-contundente:
traumática da permeabilidade dos vasos capilares ocorre Ação: inicialmente “amassa” e afasta o os tecidos por
um extravasamento de líquido nos espaços intersticiais. ação de sua ponta romba devido sua extremidade, porém
Podem desaparecer em menos de 24 horas. de diâmetro pequeno.
• Equimose: extravasamento de sangue para dentro Ex. espeto sem ponta, chaves de fenda, ponteira de
dos tecidos, cujas malhas ficam aprisionadas as hemácias, guarda-chuva e, classicamente, projéteis de arma de fogo
formando uma mancha de coloração, de inicio, violácea. (balas)
• Hematoma: solução de continuidade superficial que Ferimento: Pérfuro-contuso
atinge a epiderme e eventualmente parte da derme. Tem Características: apresentam bordos irregulares, com
sua evolução, sem deixar cicatriz ou produzindo alterações maior predomínio da profundidade sobre a superfície e ca‐
muito discretas na pele, formando manchas hipocrômicas ráter penetrante ou transfixante.
como único sinal. Normalmente, as lesões tidas típicas são armas de
Há que mencionar também que as lesões tidas pro‐ fogo, ao qual, agem por impulsão e rotação, determinando
fundas são causadas pela forma do instrumento gerando a formação de um orifício e de zonas de contorno junto à
uma violência considerada grande. Assim, temos: pele em que depende da incidência do tiro, portanto, se for
obliquo, perpendicular, ou mesmo tangencial, como tam‐
• Fratura: perda de continuidade óssea, parcial ou total
bém sua distancia.
• Luxação perda de continuidade de articular, poden‐
Podemos analisar uma breve classificação, quanto aos
do ou não se acompanhar de ruptura de ligamentos arti‐
tipos de zona, como:
culares.
• Zona de contusão: caracteriza-se por uma aréola
• Ruptura visceral: lesão que atinge órgãos das cavida‐
apergaminhada, escura, de poucos milímetros de largura,
des cranianas, torácica e abdominal. Frequentemente, as
que circunda o bordo do orifício, resultante do impacto e
vísceras mais lesadas são o fígado e o baço.
da pressão rotatória feita pelo projétil contra a pele.
• Zona de equimose: é uma aréola violácea, originada
D) Instrumento pérfuro-cortante: durante a passagem do projétil através da pele, quando
Ação: predomínio de profundidade sobre o compri‐ pequenos vasos sanguíneos e capilares são tracionados e
mento; os bordos nítidos e lisos e as margens não apre‐ rompidos, formando equimoses em torno do ferimento.
sentam traumas de contusão. A lesão provocada chama- Somente podem ser produzidos quando a vitima estiver
se “ferimento em botoreira”, por apresentar-se um ângulo com vida.
agudo e outro canto arredondado, nos instrumentos de • Zona de tatuagem: trata-se de disparos à queima
gume só, ou ambos os ângulos agudos, como instrumen‐ -roupa ou apoiados, pelos grânulos de pólvora combusta
tos com dois gumes, mas se houver três gumes, a forma ou incombusta, que acompanham a bala de perto, incrus‐
de ferimento poderá reproduzir a forma do instrumento tando-se mais ou menos profundamente na pele da região
quanto ao número de gumes. atingida. Além disso, é uma incidência de que o orifício de
Há, portanto, uma classificação quanto aos ferimentos entrada de tiro ser de curta distancia.
pode ser: • Zona de esfumaçamento: Também conhecida pela
• Penetrantes: atingem uma cavidade, com tórax ou doutrina, como zona de tatuagem falsa, resulta do depósi‐
abdômen, e terminam em fundo-de-saco; to de fumaça e de partículas de carvão, muito leves, que se
• Transfixantes: atravessam um segmento do corpo, acumulam sobre a epiderme, mas tem ter força suficiente
tendo por característica física, uma pequena cauda no local de penetração. Pode ser removida simplesmente pela lava‐
do gume. gem da pele.
Não poderemos nos esquecer que, o tamanho do fe‐ • Zona de queimadura ou chamuscamento: decorre da
rimento nem sempre corresponde à largura da lâmina que ação do calor e dos gases quentes que saem do cano da
o produzir, podendo, inclusive ser menor, devido a elas‐ arma, queimando pelos e a epiderme. Se localizado na re‐
ticidade da pele, ou maior devido a retração dos tecidos gião da pele, apresenta a aparência enrugada e seca, de
adjacentes. aparência vermelho-escura, e com cheiro característico. Já
nos pelos, apresentam-se queimados e quebradiços.
55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Nos disparos de arma de fogo, o projétil ocasiona o Mas, para que isso ocorra de forma idônea e segura, ne‐
orifício de entrada e elementos de vizinhança ou zona de cessita de um procedimento anterior à análise que se chama
contornos, independente do tipo de tiro. Assim, há três si‐ cadeia de custódia, que é um procedimento onde se docu‐
tuações: menta toda a ação desde o recipiente, coleta, até o descarte
1) Tiro encostado ou apoiado: neste caso, o projétil final da amostra. Segundo CHASIN, ela se divide em duas
pode penetrar ou mesmo refluir, produzindo o chamado fases, externa e interna: a fase externa seria o transporte do
efeito “mina” local de coleta até a chegada ao laboratório. A interna re‐
Características: orifício de bordas denteadas, desarran‐ fere-se ao procedimento interno no laboratório, realizado
jadas e evertidas, este último decorre da violência da força pelo toxicologista, até o descarte das amostras.
de expansão dos gases. O diâmetro é maior que o projé‐ Uma cadeia de custódia, realizada com seriedade faz
til, com bordas voltadas para fora, devido à explosão dos com que todo o procedimento seja confiável. Com as
tecidos subcutâneos. Normalmente, não há a presença de amostras preservadas corretamente, a análise mostra um
zona de esfumaçamento e de zona de tatuagem, eis que resultado real, apontando como ocorreu o fato.
os elementos de disparo penetram no próprio ferimento. Em uma morte súbita, por exemplo, primeiramente é
2) Tiro a queima roupa ou de pequena distancia: o alvo acionada a polícia militar que irá até o local do crime para
é atingido pelos gases aquecidos dos disparos e pela cha‐ averiguação e isolamento da área para preservação correta
ma resultante da queima da pólvora. das evidências para poder determinar o que é vestígio; a
Características: ocorrência de calor, fumaça e grânulos autoridade policial (delegado), chega em seguida e os últi‐
de pólvora em combustão, bem como todas as impure‐ mos são os peritos criminais.
zas provindas do cano da arma. Predomina-se pelo arran‐ Os peritos criminais iniciam a cadeia de custódia, que
camento da epiderme devido o movimento rotatório do contribui para manter e documentar a história cronoló‐
projétil, enxugo, tatuagem, esfumaçamento e queimadura. gica da evidência, para rastrear a posse e o manuseio
3) Tiro a distancia: o alvo é atingido pelo projétil so‐ da amostra a partir do preparo do recipiente coletor, da
mente. coleta, do transporte, do recebimento, da análise e do
Características: a boca de fogo fica a mais de 50 centíme‐ armazenamento.
tros do alvo e só projétil alcança o alvo, formando um orifício As amostras devem ser manuseadas de forma cautelo‐
de bordos invertidos com orla de contusão e enxugo e orla sa, para tentar evitar futuras alegações de adulteração ou
equimotica. Não apresenta os efeitos secundários do tiro.2 má conduta que possam comprometer as decisões relacio‐
nadas ao caso em questão. O detalhamento dos procedi‐
mentos deve ser minucioso, para tornar o procedimento
robusto e confiável, deixando o laudo técnico produzido,
AGENTES QUÍMICOS ‐ TOXICOLOGIA com teor irrefutável. A sequência dos fatos é essencial:
FORENSE: CÁUSTICOS, ENVENENAMENTO, quem e como manuseou, onde o vestígio foi obtido, como
TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA. armazenou.
Nas análises toxicológicas post mortem estabele‐
ce a causa e a forma de intoxicação ou morte por meio
A toxicologia forense é uma ciência multidisciplinar da análise de vários fluidos e tecidos obtidos durante a
que busca mostrar a verdade de um fato perante a lei, mas necropsia. As amostras utilizadas neste caso são humor
também identificar e quantificar os efeitos prejudiciais as‐ vítreo, conteúdo gástrico, sangue periférico, sangue car‐
sociados a produtos tóxicos, ou seja, qualquer substância díaco, fígado, bile, cérebro, urina, que pode determinar
que pode provocar danos ou produzir alterações no orga‐ se ocorreu uma overdose, suicídio, intoxicação acidental,
nismo, no seguimento de solicitações processuais de in‐ homicídio e qual a substância utilizada, seja fármaco ou
vestigação criminal, sendo apoiada fundamentalmente na drogas lícitas ou ilícitas.
toxicologia analítica. Ao final das análises toxicológicas, o profissional emite
Em 1958, Gisbert Calabuig o definiu como um conjunto um laudo que deverá constar os resultados das análises e
de conhecimentos aplicáveis na resolução dos problemas este será fundamental para encerrar o caso policial.
toxicológicos que levantam em sede do Direito; já Paul Essa é uma área de atuação que está em alta, pois os
Matte, 1970 disse que é um estudo e aplicação da toxico‐ concursos estão cada vez mais concorridos e as vagas cada
logia ao direito para encontrar a verdade em causas civis, vez maiores. Para ser um toxicologista forense, necessita
criminais e sociais com o objetivo de que não causem in‐ possuir graduação em bacharel e realizar uma especializa‐
justiças a nenhum membro da sociedade. ção em toxicologia, já para ser perito criminal, precisa ter
É uma ciência importantíssima e ligada diretamente ao diploma de graduação em bacharel nas áreas determina‐
Direito, pois com ela e a partir dela, pode- se inocentar ou das pelo edital e prestar concurso público.
acusar um réu, no caso de suspeita de homicídio utilizando
drogas ou venenos, estabelecendo um nexo causal entre Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/
o evento e o efeito tóxico. É essa ciência que determina o artigos/enem/toxicologia-forense-pericia-criminal-post-
agente químico causador da morte, e possibilita quantificá mortem/56075
-lo, dando a sociedade uma resposta sobre o fato.
2 Por Luiz Fernando Pereira
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
EXTERNAS
ASFIXIOLOGIA FORENSE: CONCEITO E cianose da pele e extremidades (cor arroxeada decor‐
CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS, ASFIXIAS rente do acúmulo de gás carbônico no sangue)
equimoses conjuntivais
POR CONSTRIÇÃO DO PESCOÇO, ASFIXIAS
cogumelo de escuma ou espuma na boca
POR ALTERAÇÃO DO ESTADO FÍSICO resfriamento lento do corpo
AMBIENTAL, ASFIXIAS POR SUFOCAÇÃO.).
INTERNAS
petéquias de Tardieu: equimose subpleural, manchas
puntiformes avermelhadas
Estudo das causas físicas e químicas que impeçam a manchas de Paltauf: hemorragia subpleural, semelhan‐
passagem de ar pelas vias respiratórias. Tal circunstância tes as de Tardieu, mas maiores
leva à hipóxia (hipoxemia), anóxia (anoxemia) e finalmente, fluidez sangüínea
à morte.
Apnéia: ausência dos movimentos respiratórios CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS:
Eupnéia:movimentos respiratórios normais a) Por obstrução das vias respiratórias:
Dispnéia: dificuldade respiratória Por sufocação direta
Por constrição Cervical:
Fases da Asfixia: Enforcamento
DISPNÉIA INSPIRATÓRIA: dura cerca de 1 minuto, se Estrangulamento
encontrando o indivíduo consciente é decorrente da hipo‐ Esganadura
xemia, o indivíduo faz grande esforço para receber oxigê‐
nio, pois este vai se escasseando; b) Por restrição aos movimentos do tórax:
DISPNÉIA EXPIRATÓRIA: dura cerca de 2 a 3 minutos, Compressão torácica (sufocação indireta).
Fraturas costais múltiplas.
devido a hipercapnia (grande concentração de gás carbô‐
Por fadiga (crucificação).
nico ), o indivíduo está inconsciente e apresenta convul‐
Paralisia dos músculos respiratórios
sões.
Em espasmo – eletroplessão, drogas contraturantes;
ESGOTAMENTO: dura cerca de 2 a 3 minutos, ocorren‐
Em flacidez – drogas relaxantes musculares;
do a parada respiratória, com morte aparente, após temos
os últimos movimentos respiratórios e a seguir a parada
c) Por modificação do meio ambiente:
respiratória definitiva.
Confinamento
Soterramento
Importância legal da asfixia: Afogamento
Lei 7.209/84, não mais considera a asfixia como agra‐
vante mas sim como meio cruel. d) Por parada respiratória central:
Asfixia tóxica é circunstância elementar do crime do Traumatismo cranioencefálico
art. 252 CP. tornando qualificado o homicídio (art. 121, 2, Eletroplessão
III CP.). Drogas depressoras do SNC
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou
o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixian‐ Vejamos mais detalhadamente cada um dos tipo de as‐
te: fixia por obstrução das vias respiratórias:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
INDIRETA: o indivíduo sofre o processo de asfixia por Soterramento
impossibilidade de realizar movimentos de inspiração e ex‐ Ocorre quando o meio gasoso (ar) foi substituído por
piração devido a força ou peso excessivo que lhe impede: meio sólido (terra, areia, farinha ou outros). A natureza jurí‐
Compressão homicida: ex. na Inglaterra houve época dica desta asfixia é, na maioria dos casos, acidental, poden‐
em que os criminosos sentavam-se sobre o tórax da vítima do, no entanto, ser criminosa.
até matá-la; Exortador (Nordeste).
Compressão acidental: pisoteamento por multidões, Afogamento
acidente de trânsito com pessoa presa a ferragens, com‐ É a modalidade de asfixia, na qual ocorre a troca do
pressão torcedores contra cercas e grades, sacos e pesos meio gasoso por meio líquido, impedindo a troca gasosa
que desabam sobre pessoas,etc. necessária à respiração.
Tipos de Afogados:
ASFIXIAS POR CONSTRIÇÃO DO PESCOÇO AFOGADO AZUL: o indivíduo apresenta uma coloração
cianótica, o indivíduo morre por aspiração de um meio lí‐
Enforcamento quido, é o afogado verdadeiro;
É a modalidade de asfixia mecânica determinada pela AFOGADO BRANCO (ou falso afogado): nesta o indi‐
constrição do pescoço por um laço cuja extremidade se víduo apresenta uma coloração branca, sem aspiração de
acha fixa a um ponto dado, agindo o próprio peso do indi‐ água. Simulação de afogamento.
víduo como força viva. AFOGADO BRANCO DE PARROT (morte por inibição
LAÇO ACIONADO PELO PESO DA PRÓPRIA VÍTIMA. ou choque vagal): ocorre ao tocar na água; predisposição
Natureza jurídica: suicida, homicida, acidental ou exe‐ constitucional; lesões cardiovasculares sem sinais de asfixia.
cução judicial.
Mecanismos: A morte por enforcamento não sobre‐ Cogumelo de espuma em afogado - Face congesta e
vém logo, levando geralmente 5 a 10 minutos, entretanto a arroxeada. O cogumelo de espuma observado nas narinas
perda de consciência é, em muitos casos, de 10 segundos. e na boca é um fluido proveniente dos pulmões e con‐
siste de um exudato contendo uma mistura de proteínas,
Dois mecanismos combinados o vascular e o respiratório
surfactante e água do meio líquido. Geralmente é de cor
resultam na morte, sendo o mais importante o vascular
branca, mas pode ser róseo devido a mistura com sangue
quando o laço impede a chegada e o retorno do sangue à
pulmonar. Este fluido espumoso também é encontrado na
cabeça. Experimentos tem demonstrado que a prévia tra‐
traquéia e nos brônquios. Na maioria dos casos, o afoga‐
queostomia, não evita a morte por enforcamento.
mento é acidental. Raramente é decorrente de suicídio.
Como algumas vezes a vítima de um homicídio é lançada
Estrangulamento
na água, é importante fazer a distinção entre o afogamento
e a imersão post-mortem do corpo. A presença de espuma
É a asfixia mecânica por constrição do pescoço por laço nas vias aéreas indica que a vítima estava viva ao tempo da
tracionado por qualquer outra força que não seja o próprio submersão.
peso da vítima
Natureza jurídica: homicídio, acidente, suicídio e exe‐ Sinais Internos do Afogamento:
cução judicial Líquidos e corpos estranhos nas vias respiratórias e di‐
Esganadura gestivas
Manchas de Paltauf – que são equimoses de cor ver‐
É a figura contundente constritiva melho clara no parênquima pulmonar por ruptura de pare‐
efetivada pelas mãos do oponente des alveolares e o início da putrefação.
joelhos e os pés Raramente encontram-se manchas de Tardieu
“ gravatas” com os membros (superiores e inferiores)
É a modalidade restritiva ao uso dos segmentos corpo‐
rais do oponente para efetivação da manobra
É exclusivamente homicida
Podem ser:
Típicas - Uso das mãos
Atípicas - Uso de joelho, braço
POR MODIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Confinamento
É a asfixia do indivíduo enclausurado em:
espaço restrito ou fechado
sem renovação de ar atmosférico
por esgotamento de oxigênio e
aumento gradativo de gás carbônico
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
- morte aparente – estados patológicos do organismo
TANATOLOGIA: CONCEITOS DE MORTE, simulam a morte, podendo durar horas, sendo possível a
recuperação pelo emprego imediato e adequado de so‐
CRONOTANATOGNOSE, CAUSAS JURÍDICAS
corro médico. O adjetivo “aparente” nos parece aqui ade‐
DA MORTE (SUICÍDIO, CRIME, MORTE quadamente aplicado, pois o indivíduo assemelha-se incri‐
ACIDENTAL, DIAGNÓSTICO COMPARATIVO), velmente ao morto, mas está vivo, por débil persistência
MORTE SÚBITA, FENÔMENOS CADAVÉRICOS, da circulação. O estado de morte aparente poderá durar
LESÕES PRÉ‐MORTEM E PÓS‐ MORTEM. horas. É possível a recuperação de indivíduo em estado de
morte aparente pelo emprego de socorro médico imediato
e adequado.
- morte relativa – estado em que ocorre parada efetiva
A TANATOLOGIA vem do grego tanathos (morte) tem e duradora das funções circulatórias, respiratórias e nervo‐
como raiz o Indo-europeu dhwen, “dissipar-se, extinguir- sas, associada à cianose e palidez marmórea, porém acon‐
se” + logia (estudo), MORTE: do latim “mors, mortis”, de tecendo a reanimação com manobras terapêuticas.
“mori” (morrer) e CADÁVER: do latim “caro data vermis” - morte intermédia - É admitida apenas por alguns au‐
(carne dada aos vermes). Temos então Tanatologia a área tores. é a que precede a absoluta e sucede a relativa, como
da medicina legal que se ocupa da morte e os fenômenos verdadeiro estágio inicial da morte definitiva. Experiências
a ela relacionados. fora do corpo são relatadas neste tipo de morte.
A conceituação da morte é de extremamente dificulto‐ - morte absoluta ou morte real – estado que se carac‐
sa, assim como, em algumas oportunidades, o diagnóstico teriza pelo desaparecimento definitivo de toda atividade
da realidade de morte. biológica do organismo, podendo-se dizer que parece uma
Há 460 a .C., Hipócrates definia o quadro de morte: decomposição. Fim da vida inicio da decomposição.
“Testa enrugada e árida, olhos cavos, nariz saliente cerca‐
do de coloração escura, têmporas endurecidas, epiderme
seca e lívida, pêlos das narinas e cílios encobertos por uma Tanotognose
espécie de poeira, córneas de um branco fosco, pálpebras É a parte da Tanatologia Forense que estuda o diag‐
semi-cerradas e fisionomia nitidamente irreconhecível”. nóstico da realidade da morte. Esse diagnóstico será tan‐
Durante muitos anos definiu-se morte como a cessação da to mais difícil quanto mais próximo o momento da morte.
circulação (morte circulatória) e da respiração (morte res‐ Antes do surgimento dos fenômenos transformativos do
piratória). cadáver. Então, o perito observará dois tipos de fenômenos
Até recentemente aceitava-se conceituar a morte como cadavéricos: os abióticos, avitais ou vitais negativos, ime‐
o cessar total e permanente das funções vitais. Atualmen‐ diatos e consecutivos, e os transformativos, destrutivos ou
te, este conceito foi ampliado a partir do conhecimento de conservadores.
que a morte não é um puro e simples cessar das funções
vitais, mas sim uma gama de processos que se desenca‐ Fenômenos abióticos ou imediatos ou avitais ou vitais
deiam durante um período de tempo, comprometendo di‐ negativos
ferentes órgãos. Logo após a parada cardíaca e o colapso e morte dos
Atualmente prevalecem dois conceitos de morte: a órgãos e estruturas, como o pulmão e o encéfalo, surgem
morte cerebral, indicada pela cessação da atividade elétri‐ os sinais abióticos imediatos ou precoces. Tais sinais são
ca do cérebro e a morte circulatória, indicada por parada considerados de probabilidade, ou seja, indicam a possi‐
cardíaca irreversível às manobras de ressuscitação e outras bilidade de morte e são denominados por alguns autores
técnicas. como período de morte aparente, por outros são chama‐
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define morte dos de morte intermediária.
como: Cessação dos sinais vitais a qualquer tempo após o 1. perda da consciência;
nascimento sem possibilidade de ressuscitamento. Como 2. abolição do tônus muscular com imobilidade;
a morte se apresenta como um processo (dinâmico) e não 3. perda da sensibilidade;
como um evento (estático), quando se coloca a questão: 4.relaxamento dos esfíncteres;
“Quando ocorreu a morte?” a resposta é dada quando se 5. cessação da respiração;
consegue definir o momento em que o processo de morte 6. cessação dos batimentos cardíacos;
atingiu o seu ponto irreversível 7. ausência de pulso;
8. fácies hipocrática;
Modalidades do Evento Morte: 9. pálpebras parcialmente cerradas.
- morte anatômica - É o cessamento total e permanen‐
te de todas as grandes funções do organismo entre si e Fenômenos consecutivos
com o meio ambiente. Algum tempo depois aparecem os sinais abióticos me‐
- morte histolôgica - Não sendo a morte um momento, diatos, tardios ou consecutivos, indicativos de certeza da
compreende-se ser a morte histológica um processo de‐ morte. Tais sinais constituem uma tríade – livor, rigor e al‐
corrente da anterior, em que os tecidos e as células dos gor –, ou seja, alterações de coloração, rigidez e de tempe‐
órgãos e sistemas morrem paulatinamente. ratura, indicativos de certeza da morte (morte real).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
1.resfriamento paulatino do corpo; Putrefação
2. rigidez cadavérica; É uma forma de transformação cadavérica destrutiva,
3. espasmo cadavérico; que se inicia, logo após a autólise, pela ação de micróbios
4. manchas de hipóstase e livores cadavéricos; aeróbios, anaeróbios e facultativos em geral, sobre o ceco,
5. dessecamento: decréscimo de peso, pergarninha‐ porção inicial do grosso intestino muito próximo a parede
mento da pele e das mucosas dos lábios; modificações dos abdominal; o sinal mais precoce da putrefação é a mancha
globos oculares; mancha da esclerótica; turvação da córnea verde abdominal, a qual, posteriormente, se difunde por
transparente; perda da tensão do globo ocular; formação da todo o tronco, cabeça e membros, a tonalidade verde-ene‐
tela viscosa. grecida conferindo ao morto aspecto bastante escuro. Os
De modo geral, admite-se em nosso meio o abaixamento fetos e os recém-nascidos constituem exceção;neles a pu‐
da temperatura em 0,5°C nas três primeiras horas, depois 1°C trefação invade o cadáver por todas as cavidades naturais
por hora, e que o equilíbrio térmico com o meio ambiente se do corpo, especialmente pelas vias respiratórias.
faz em torno de 20 horas nas crianças, e de 24 à 26 horas nos Na dependência de fatores intrínsecos e de fatores, a
adultos. marcha da putrefação, se faz em quatro períodos:
Os livores, alterações de coloração, variam da palidez a 1.º) Período de coloração - Tonalidade verde-enegreci‐
manchas vinhosas. São observados nas regiões de declive, da dos tegumentos, originada pela combinação do hidro‐
devido ao acúmulo (deposição) sangüíneo por atração gravi‐ gênio sulfurado nascente com a hemoglobina, formando a
tacional. Aparecem ½ hora após a parada cardíaca, podendo sulfometemoglobina, surge, em nosso meio, entre 18 e 24
mudar de posição quando ocorrer mudança na posição do horas após a morte, durando, em média, 7 dias.
corpo. Após 12 horas não mudam mais de posição, fenômeno 2.°) Período gasoso - Os gases internos da putrefação
denominado de fixação. migram para a periferia provocando o aparecimento na su‐
A rigidez, contratura muscular, tem início na cabeça, uma perfície corporal de flictenas contendo líquido leucocitário
hora após a parada cardíaca, progredindo para o pescoço, hemoglobínico. Confere ao cadáver a postura de boxeador
tronco e extremidades, ou seja, de cima para baixo (da cabeça e aspecto gigantesco, especialmente na face, no tronco, no
para os pés). O relaxamento se faz no mesmo sentido. Tal ob‐ pênis e bolsas escrotais. A compressão do útero grávido
servação é denominada Lei de Nysten. O tempo de evolução produz o parto de putrefação. As órbitas esvaziam-se, a
é variável. língua exterioriza-se, o pericrânio fica nu. O ânus se entrea‐
bre evertendo a mucosa retal. A força viva dos gases de
Fenômenos Transformativos putrefação inflando intensamente o cadáver pode fender
Microscopicamente, horas após a parada cardíaca, ocorre
a parede abdominal com estalo. O odor característico da
um processo de auto-destruição celular denominado autóli‐
putrefação se deve ao aparecimento do gás sulfidrico. Esse
se, caracterizada por auto-digestão determinada por enzimas
período dura em média duas semanas.
presentes nos lisossomos, uma das organelas citoplasmáticas.
3.°) Período coliquativo - A coliquação é a dissolução
Macroscopicamente, o primeiro sinal de putrefação é o
pútrida das partes moles do cadáver pela ação conjunta
aparecimento da mancha verde abdominal na região inguinal
das bactérias e da fauna necrófaga. O odor é fétido e o
direita (porção direita, inferior do abdome). Tal mancha é ori‐
corpo perde gradativamente a sua forma. Pode durar um
ginada pela produção bacteriana de hidreto de enxofre que,
por sua vez, determina a formação de sulfohemoglobina, ou ou vários meses, terminando pela esqueletização.
seja, na morte o enxofre “ocupa” o lugar do oxigênio ou do 4.º) Período de esqueletização - A ação do meio am‐
dióxido de carbono na hemoglobina. biente e da fauna cadavérica destrói os resíduos tissula‐
A mancha aparece de 16 a 24 horas após a parada cardía‐ res, inclusive os ligamentos articulares, expondo os ossos
ca, progride para as outras regiões abdominais e depois para e deixando-os completamente livres de seus próprios li‐
o corpo todo, caracterizando a fase cromática da putrefação. gamentos, os cabelos e os dentes resistem muito tempo
Nos afogados a mancha verde pode aparecer no tórax. à destruição. Os ossos também resistem anos a fio, porém
Os fenômenos transformativos compreendem os destru‐ terminam por perder progressivamente a sua estrutura ha‐
tivos (autólise, putrefação e maceração) e os conservadores bitual, tornando-se mais leves e frágeis.
(mumificação e saponificação). Resultam de alterações somá‐
ticas tardias tão intensas que a vida se torna absolutamente Maceração
impossível. São, portanto, sinais de certeza da realidade de Ocorre quando os restos mortais ficam imersos em
morte. meio líquido, sendo caracterizada por putrefação atípica,
enrugamento tecidual e exsangüinação (saída do sangue
Fenômenos destrutivos pela pele desnuda).
Autólise São conhecidas duas formas:
Após a morte cessam com a circulação as trocas nutritivas Séptica: mais comum, ocorre geralmente nos corpos
intracelulares, determinando lise dos tecidos seguida de aci‐ que permanecem, após a morte, em lagos, rios e mares.
dificação, por aumento da concentração iônica de hidrogênio Asséptica: observada na morte e permanência do feto
e conseqüente diminuição do pH. A vida só é possível em intra-útero.
meio neutro; assim, por diminuta que seja a acidez, será a É um fenômeno de transformação destrutiva em que
vida impossível, iniciando-se os fenômenos intra e extrace‐ a pele do cadáver, que se encontra em meio contaminado,
lulares de decomposição. se torna enrugada e amolecida e facilmente destacável em
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
grandes retalhos, com diminuição de consistência inicial, Petrificação: substituição progressiva das estruturas bio‐
achatamento do ventre e liberação dos ossos de suas par‐ lógicas por minerais, dando um aspecto de pedra com ma‐
tes de sustentação, dando a impressão de estarem soltos; nutenção da morfologia dos restos mortais.
ocorre quando o cadáver ficou imerso em líquido, como os
afogados, feto retido no útero materno. Tipos de Morte
Compreende três graus: no primeiro grau, a maceração Quanto ao modo, as mortes são classificadas em naturais,
está representada pelo surgimento lento, nos três primei‐ violentas ou suspeitas. Alguns autores incluem outros tipos,
ros dias, de flictenas contendo serosidade sanguinolenta. como a morte reflexa (“congestão”), determinada por meca‐
No segundo grau, a ruptura das flictenas confere ao líquido nismo inibitório, como nos casos de afogados brancos, estu‐
amniótico cor vermelho-pardacenta, e a separação da pele dados em Asfixiologia. As mortes violentas são divididas em
de quase toda a superfície corporal, a partir do oitavo dia, acidentais, homicidas e suicidas.
dá ao feto aspecto sanguinolento. No terceiro grau, des‐ Quanto ao tempo, as mortes são classificadas em:
taca-se o couro cabeludo, à maneira de escalpo, do sub‐ Súbita: aquela que não é precedida de nenhum quadro,
merso ou do feto retido intra-uterinamente, e, em torno que é inesperada.
do 15.° dia post mortem, os ossos da abóbada craniana Agônica: aquela precedida de período de sobrevida.
cavalgam uns sobre os outros, os ligamentos interverte‐ Neste item cabe lembrar das situações de sobrevivência, em
brais relaxam e a coluna vertebral torna-se mais flexível e, que o indivíduo realiza atos conscientes e elaborados no pe‐
no feto morto, a coluna adquire ríodo de sobrevida; por exemplo, após ter sido atingido mor‐
acentuada cifose, pela pressão uterina. talmente com um tiro no coração, o indivíduo tem tempo
para reagir e ferir ou matar o desafeto; ou então o suicida
Fenômenos conservadores que, após ter dado um tiro na cabeça, escreve bilhete de des‐
Mumificação pedida (situações não usuais, mas possíveis).
É a dessecação, natural ou artificial, do cadáver. Há de O diagnóstico diferencial entre as formas “súbita” e
ser rápida e acentuada a desidratação. “agônica” é possível com provas especiais, denominadas do‐
A mumificação natural ocorre no cadáver insepulto, em cimásticas, que estudam as células, tecidos e substâncias pre‐
regiões de clima quente e seco e de arejamento intensi‐ sentes no organismo, como glicogênio e adrenalina.
vo suficiente para impedir ação microbiana, provocadora Nas mortes naturais, regra geral, o médico deverá forne‐
dos fenômenos putrefatívos. Assim podem ser encontradas cer “Declaração de Óbito”, documento que contém o Atestado
múmias naturais, sem caixão. A mumificação por processo de Óbito e que originará a Certidão de Óbito.
artificial foi praticada historicamente pelos egípcios e pe‐ Nas mortes naturais, sem diagnóstico da causa básica
los incas, por embalsamamento, após intensa dessecação (doença ou evento que deu início à cadeia de eventos que
corporal. culminou com a morte), há necessidade de autópsia pelos
As múmias têm aspecto característico: peso corporal Serviços de Verificação de Óbitos e, nas mortes violentas, as
reduzido em até 70%, pele de tonalidade cinzenta-escura, autópsias devem ser realizadas pelos Institutos Médico-Legais.
coriácea, ressoando à percussão, rosto com vagos traços fi‐
sionômicos e unhas e dentes conservados. Morte natural
É aquela que sobrevém por causas patológicas ou doen‐
Saponificação ças, como malformação na vida uterina.
É um processo transformativo de conservação em que
o cadáver adquire consistência untuosa, mole, como o sa‐ Morte suspeita
bão ou cera (adipocera), às vezes quebradiça, e tonalidade É aquela que ocorre em pessoas de aparente boa saú‐
amarelo-escura, exalando odor de queijo rançoso; as con‐ de, de forma inesperada, sem causa evidente e com sinais de
dições exigidas para o surgimento da saponificação cada‐ violência definidos ou indefinidos, deixando dúvida quanto à
vérica são: solo argiloso e úmido, que permite a embebição natureza jurídica, daí a necessidade da perícia e investigação.
e dificulta, sobremaneira, a aeração, e um estágio regular‐
mente avançado de putrefação. Morte súbita
A saponificação atinge comumente segmentos limita‐ É aquela que acontece de forma inesperada e imprevista,
dos do cadáver; pode, entretanto, raramente, comprome‐ em segundos ou minutos.
tê-lo em sua totalidade. Tal processo, embora factível de
individualidade, habitualmente se manifesta em cadáveres Morte agônica
inumados coletivamente em valas comuns de grandes di‐ É aquela em que a extinção desarmônica das funções vi‐
mensões. tais ocorre em tempo longo e neste caso, os livores hipostáti‐
cos formam-se mais lentamente.
Outros tipos
São conhecidos outros fenômenos conservativos como: Morte reflexa
Refrigeração: em ambientes muito frios. É aquela em que se faz presente a tensão emocional, ou
Corificação: desidratação tegumentar com aspecto de seja, uma irritação nervosa (excitação) de origem externa,
couro submetido a tratamento industrial. exercida em certas regiões, provoca, por via reflexa, a parada
Fossilização: fenômeno conservativo de longa duração. definitiva das funções circulatórias e respiratórias.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Cronotanatognose Cristais do sangue putrefato
É a parte da Tanatologia que estuda a data aproximada São os chamados cristais de Westenhöffer-Rocha-Val‐
da morte. Com efeito, os fenômenos cadavéricos, não obe‐ verde, lâminas cristalóides muito frágeis, entrecruzadas e
decendo ao rigorismo em sua marcha evolutiva, que difere agrupadas, incolores, que adquirem coloração azul pelo
conforme os diferentes corpos e com a causa mortis e in‐ ferrocianeto de potássio, e castanha, pelo iodo, passíveis de
fluência de fatores extrínsecos, como as condições do ter‐ ser encontradas a partir do 3.° dia no sangue putrefato.
reno e da temperatura e umidade ambiental, possibilitam
estabelecer o diagnóstico da data da morte tão exatamente Fauna cadavérica
quanto possível, porém não com certeza absoluta. O seu es‐ O seu estudo em relação ao cadáver exposto ao ar livre
tudo importa no que diz respeito à responsabilidade criminal tem relativo valor conclusivo na determinação da tanato‐
e aos processos civis ligados à sobrevivência e de interesse cronognose, embora os obreiros ou legionários da morte
sucessório. A cronotanatognose baseia-se num conjunto de surjam, com certa seqüência e regularidade, nas diferentes
fenômenos, a saber: fases putrefativas adiantadas do cadáver, as turmas prece‐
dentes preparando terreno para as legiões sucessoras, re‐
Resfriamento do cadáver presentadas por um grupo de oito.
Em nosso meio é de 0,5°e nas três primeiras horas; a São elas:
seguir, o decréscimo de temperatura é de 1°e por hora, até 1ª Legião: aparece entre o 8.º e o 15.º dia;
o restabelecimento do equilíbrio térmico com o meio am‐ 2ª Legião: surge com o odor cadavérico, cerca de 15 à
biente. 20 dias;
3ª Legião: aparece 3 a 6 meses após a morte;
Rigidez cadavérica 4ª Legião: encontrada 10 meses após o óbito;
Pode manifestar-se tardia ou precocemente. Segundo 5ª Legião: é encontrada nos cadáveres dos que morre‐
Nysten-Sommer, ocorre obedecendo à seguinte ordem: na ram há mais de 10 meses;
face, nuca e mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos tóraco 6ª Legião: desseca todos os humores que ainda restam
-abdominais, 2 a 4 horas; nos membros superiores, 4 a 6 no cadáver, 10 à 12 meses;
horas; nos membros inferiores, 6 a 8 horas post mortem. 7ª Legião: aparece entre 1 e 2 anos e destrói os liga‐
mentos e tendões deixando os ossos livres.
A rigidez cadavérica desaparece progressivamente seguin‐
8ª Legião: consome, cerca de 3 anos após a morte, to‐
do a mesma ordem de seu aparecimento, cedendo lugar à
dos os resquícios orgânicos porventura deixados pelas pre‐
flacidez muscular, após 36 a 48 horas de permanência do
cedentes.3
óbito.
Premoriência
Livores
Há situações que podem ser identificadas como a per‐
Podem surgir 30 minutos após a morte, mas surgem
da do direito sucessório, um delas é a chamada premoriên‐
habitualmente entre 2 a 3 horas, fixando-se definitivamente cia, ou seja, a morte do herdeiro antos do falecimento do
no período de 8 a 12 horas após a morte. autor da herança, exemplo, morrendo o filho antes do pai,
não há que se falar em direito sucessório, pois o pré-morto
Mancha verde abdominal esta excluído da sucessão.
Influenciada pela temperatura do meio ambiente, surge Segundo Maria Berenice, na sucessão legítima, somen‐
entre 18 a 24 horas, estendendo-se progressivainente por te os descendentes do herdeiro pré-morto é que herdam,
todo o corpo do 3.° ao 5.° dia após a morte mas por direito de representação do pré-morto.
Na sucessão testamentária, o falecimento do beneficia‐
Gases de putrefação do antes do testador não gera direito de representação, o
O gás sulfidrico, surge entre 9 a 12 horas após o óbito. legado caduca. Havendo outros herdeiros instituídos com
Da mesma forma que a mancha verde abdominal, significa relação ao mesmo bem, a morte de um transfere o seu qui‐
putrefação. nhão aos demais, ocorrendo o direito de acrescer. Se não
houver a nomeação de substitutos, o quinhão retorna a le‐
Decréscimo de peso gítima.
Tem valor relativo por sofrer importantes variações Por fim, a premoriência é o evento determinante da
determinadas pelo próprio corpo ou pelo meio ambiente. época da morte de uma pessoa, que é anterior a o autor
Aceita-se, no entanto, nos recém-natos e nas crianças uma da herança.
perda em geral de 8g/kg de peso nas primeiras 24 horas
após o falecimento. Comoriência
Quando acontece o falecimento, no mesmo evento de
Crioscopia do sangue dois ou mais parentes ou de pessoas vinculadas por liame
O ponto crioscópico ou ponto de congelação do san‐ sucessório, a falta de precisão sobre o momento da morte
gue é de -0,55°C a -0,57°C. A crioscopia tem valor para afir‐ de cada um pode trazer sérias complicações e dificultar a
mar a causa jurídica da morte na asfixia-submersão e indi‐ transmissão da herança aos herdeiros.
car a natureza do meio líquido em que ela ocorreu. 3 Fonte: www.profsilvanmedicinalegal.blogs-
pot.com.br
62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
A comoriência é a presunção de morte simultânea entre Principais causas de morte súbita por aparelhos e sis‐
duas ou mais pessoas. temas no adulto
De acordo com Maria Berenice, não havendo a possibi‐ Morte súbita com origem no sistema cardio-vascular
lidade de saber quem é o herdeiro de quem, a lei presume É a causa de morte súbita mais frequente no mundo
que a morte ocorreu simultaneamente, desaparecendo o ocidental. Em cerca de 25% dos casos, a morte súbita é a
vínculo sucessório entre ambos, assim, um não herda do primeira manifestação de doença cardio-vascular.
outro e os bens de cada um passam aos seus respectivos Normalmente durante a autópsia dispensa-se uma
herdeiros. atenção especial ao coração e ao estudo das artérias coro‐
Conforme Maria Berenice cita Carvalho dos Santos, sus‐ nárias. Muitas destas mortes revelam doença coronária de
tentado que, ocorrendo o falecimentos mesmo de lugares pelo menos dois vasos.
diversos, se existir mútuo direito sucessório entre os mor‐ Nem sempre o diagnóstico macroscópico de enfarte
tos, não havendo meios de se verificar quem faleceu primei‐ agudo de miocárdio é fácil (menos de 25% para alguns
ro, é possível por analogia reconhecer a comoriência.4 autores) e até o exame histológico pode não dar grandes
informações.
Morte Súbita Dado que o tempo decorrido entre o início dos sinto‐
É a morte inesperada que acontece em pessoa conside‐ mas e a morte por vezes é muito curto, não permite um
rada saudável ou tida como tal, e pela forma como ocorre conjunto de alterações a nível celular que possibilite um
levanta suspeita de poder tratar-se de uma morte violenta. diagnóstico histológico.
Na maioria dos casos, no fim da autópsia chega-se à Algumas das alterações do ritmo cardíaco podem ser
conclusão que estas mortes súbitas são mortes de causa potencialmente mortais muito rapidamente se não forem
natural, por processos patológicos mais ou menos insidio‐ prontamente revertidas (Ex. fibrilação ventricular). Nestes
sos que nunca levaram a vítima ao médico ou a referenciar casos os achados de autópsia são muito escassos, inespe‐
queixas objetivas ou subjetivas a familiares e amigos. Estes, cíficos e há uma dificuldade no diagnóstico.
colhidos pelo inesperado da situação, e perante a perda de Principais causas de morte no adulto
um ente querido, colocam por vezes a hipótese de se tratar doença coronária/enfarte
de uma morte violenta e daí que muitas destas mortes aca‐ cardiomiopatias
bem por ser submetidas a autópsia médico-legal. miocardites
Infelizmente, muitos médicos, alguns por desconheci‐ aneurisma dissecante da aorta
mento do conceito médico-legal de morte súbita, outros arritmias
por um medo atávico inexplicável de atribuir a causa de
morte mais provável face aos elementos clínicos e circuns‐
Principais causas de morte súbita com origem no siste‐
tânciais disponíveis, acabam por escrever no certificado de
ma nervoso central :
óbito “morte súbita de causa indeterminada”.
acidentes vasculares
Todos os dias, os serviços médico-legais são confron‐
meningites
tados com a “morte súbita de causa indeterminada” na se‐
estado de mal epiléptico
quência de mortes de indivíduos com antecedentes pato‐
lógicos relevantes, de doenças crónicas com agudizações
Principais causas de morte morte súbita com origem
potencialmente letais, de doenças neoplásicas em fases
no sistema respiratório:
terminais, de doenças infecto-contagiosas em fase termi‐
nal, no decurso de internamentos hospitalares de dias ou tromboembolia pulmonar
semanas por doença de causa natural. estado de mal asmático
Este tipo de prática, leva a que os serviços médico-le‐ hemoptise
gais acabem por ser confrontados por uma percentagem aspiração de corpo estranho
de “morte súbita de causa indeterminada” que ronda os pneumotórax espontâneo
40% do total das autópsias realizadas, o que como é óbvio
não deveria acontecer. Principais causas de morte morte súbita com origem
É evidente que a maior parte desta percentagem não no sistema digestivo:
corresponde efetivamente à verdadeira situação médico hematemeses (ruptura de varizes esofágicas, úlceras)
-legal de morte súbita, talvez nem 5% deste total corres‐ pancreatite aguda necro-hemorrágica
ponda a casos com verdadeiro interesse médico-legal. peritonite
Questões médico-legais a responder pela autópsia em enfarte intestinal
casos de morte súbita Principais causas de morte morte súbita com origem
causa da morte no sistema endócrino
morte natural ou violenta diabetes - bioquímica do humor vítreo ( glicose > 200
se morte violenta mg/dl ) insuficiência suprarrenal aguda (Sindrome de Wa‐
suicídio terhouse-Friederichesen)5
homicídio
acidente
4 Por Ricardo K. Foitzik 5 Fonte: www.medicina.med.up.pt
63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Morte Suspeita dos fatos e é quem deverá fornecer o atestado de óbito,
As mortes de causa suspeita compreendem parte da mesmo que o paciente tenha poucos minutos ou horas de
morte violenta, até que se prove em contrário, trazendo hospital. Um infarto do miocárdio recente tem grande pro‐
para a sua compreensão a dúvida quanto ao nexo cau‐ babilidade de não ser macroscopicamente observado e ter
sal. Para que exista a suspeição deve haver uma pergunta: um fácil diagnóstico clínico (gráfico mais laboratorial).6
suspeita de quê? Ou seja, para que haja a suspeição, há
que existir o interesse ativo de quem suspeita, vinculado a Diagnose Diferencial Das Lesões “Ante” E “Post Mor‐
uma justificativa. É o caso do familiar ou de terceiros que tem”
conhecem desvios do contexto social e comportamental O legisperito esclarecerá à Justiça se as lesões encon‐
do falecido, ou mesmo suspeitam de peculiaridades du‐ tradas foram causadas: a) bem antes da morte; b) imediata‐
rante um tratamento médico e até de ação de terceiros. mente antes da morte c) logo após a morte; d) certo tempo
Em qualquer destes casos, o cidadão que protagoniza a após a morte.
suspeição tem a obrigação de comunicar a uma autorida‐ Lesões Intra- Vitam- são lesões que ocorrem no cor‐
de policial ou ao Ministério Público, que solicitarão, pelos po humano durante a vida, com características específicas
como: infiltração da malha tecidual, coagulação, presença
procedimentos habituais, a perícia médico-legal.
abundante de leucócitos,etc. Reação Vital.
A morte de causa suspeita é bem diferente da morte
Lesões Post- Mortem- são lesões que ocorrem após a
por causa desconhecida, mesmo que súbita. Esta é um tipo
morte, não possuem Reação Vital.
de morte natural que não compõe o rol de possibilida‐
des com natureza jurídica para classificação como morte As lesões adquiridas quando a pessoa estava viva (in
suspeita. A “causa mortis” para ser conhecida, merecerá vitam) devem ser diferenciadas daquelas que adquiridas
avaliação necroscópica clínica e anátomo-patológica para depois da morte (post mortem), principalmente para esti‐
a sua verificação e conclusão, porém nunca uma perícia mar a causa da morte.
médico-legal. A perícia oficial é desnecessária e somente A reação vital será o elemento diferencial entre as le‐
será solicitada pela autoridade policial, nestes casos, por sões intra vitam e post mortem e consiste em um conjunto
intuição ocasional, por desconhecimento de causa em sua de sinais macroscópicos, microscópicos e químicos tissula‐
função ou por falta de mecanismo administrativo institu‐ res (histoquímicos, enzimáticos e bioquímicos) e que ocor‐
cional municipal de Serviço de Verificação de Óbitos. rem somente quando as lesões forma provocadas com a
É importante que todo médico entenda que quando vítima estando viva e não após a sua morte (Vanrell, 2007)
enganado em sua boa fé, tendo ele exarado a Declaração Utilizando-se como referência Vanrell (2007), resumi-se
de Óbito e, após, surgir a descoberta de alguma causa vio‐ a seguir os sinais característicos de lesões ante mortem:
lenta, ele, médico, não terá culpa por ter sido enganado.
Até dentro de hospitais isto pode acontecer, conforme ca‐ Sinais macroscópicos
sos recentemente estampados em noticiário. 1) Hemorragia - A hemorragia interna proveniente de
O médico, quando responsável pelo paciente que fa‐ lesão produzida no vivo aloja-se no interior do corpo sob
lece, não deverá gratuitamente alegar suspeição distância, forma de grandes coleções hemáticas. No morto, a coleção
ou criar suspeita sem fundamentação. hemática interna é sempre de reduzidíssima dimensão, ou
Exemplos contumazes podem ser citados: não existe, e o sangue não coagula..
- Médico assiste há muitos meses paciente com doen‐ 2) Retração dos tecidos - Os ferimentos incisos e os
ça crônica ou incurável, como neoplasias, vindo o doente cortocontundentes mostram as margens afastadas, devi‐
a óbito longe das vistas do médico, geralmente no domi‐ do à retração dos tecidos, o que não ocorre nos feitos no
cílio. O médico assistente, conhecedor de todo o histórico cadáver, pois neste os músculos perdem a contratilidade.
3) Escoriações - A presença de crosta recobrindo as
do paciente, não poderá se furtar a fornecer o atestado de
escoriações significa lesão intra vitam. Dessarte, pergami‐
óbito, pois se “suspeita” de alguma coisa tem a obrigação
nhamento da pele escoriada é sinal seguro de lesão pos
de pessoalmente avisar a autoridade policial do quê sus‐
mortem.
peita. 4) Equimoses - Sobrevêm de repente no vivo após o
- No mesmo caso, situam-se pacientes de consultó‐ traumatismo, e se apagam lenta e paulatinamente. No ca‐
rio e ambulatório hospitalar ou posto de saúde. Ninguém dáver não ocorrem essas contínuas variações de tonalida‐
melhor do que o médico assistente para formular as hipó‐ des cromáticas.
teses de “causa mortis”. Não é porque o paciente não se 5) Reações inflamatórias - Manifestadas pelos quatro
encontra hospitalizado que o médico poderá classificar a sintomas cardinais: dor, tumor, rubor e calor. Desse modo,
morte como de causa suspeita. é a inflamação importante elemento afirmativo de que a
lesão foi produzida bem antes da morte.
Suspeita de quê ? 6) Embolias - São acidentes cujas principais manifes‐
- O paciente chega a um Pronto-Socorro em tempo de tações dependem do órgão em que ocorrem. Chama-se
serem verificadas as queixas e de se fazer um diagnóstico embolia à obliteração súbita de um vaso, especialmente
clínico ou através de exames complementares, um infarto uma artéria, por coágulo ou por um corpo estranho líquido,
agudo do miocárdio, por exemplo. O médico assistente sólido ou gasoso, chamado êmbolo.
é o único profissional que poderá atestar a veracidade 6 Fonte: www.portalmedico.org.br
64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
7) Consolidação das fraturas - O tempo de consolida‐ Exercicios
ção de uma fratura varia conforme o osso. Amiúde deman‐
da 1 ou 2 meses. 1. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/GO
8) O eritema, simples e fugaz afluxo de sangue na pele, – 2013 - UEG) A respeito dos documentos médico-legais,
e as flictenas contendo líquido límpido ou citrino, leucóci‐ tem-se o seguinte:
tos, cloreto de sódio e albuminas (sinal de Chambert), e o a) relatório médico somente poderá ser elaborado por
retículo vasculocutâneo afirmam queimaduras intra vitam. médico legista.
No cadáver não se forma nenhum desses sinais vitais. E as b) laudo e auto são documentos idênticos.
bolhas porventura existentes assestam-se em áreas ede‐ c) o atestado de óbito poderá ser assinado por profissio‐
maciadas contendo gás e, às vezes, líquido desprovido de nal não médico.
albuminas e de glóbulos brancos. d) notificação é uma comunicação feita pelo médico ao
9) O cogumelo de espuma traduz fenômeno vital, pois delegado de polícia sobre um fato relevante na investigação.
só se forma nos afogados que reagiram à proximidade da
morte cedo foram retirados do meio líquido. 2. (Delegado de Policia – 2013 – Policia Civil/RJ –
10) A diluição do sangue e a presença de líquido nos FUNCAB) Os documentos médico-legais são mecanismos
pulmões e no estômago, nos asfixiados por submersão, de de comunicação com as autoridades e, portanto, devem ser
substâncias sólidas no interior da traquéia e dos brônquios, elaborados com metodologia, de forma a obedecer uma
no soterramento, de fuligem nas vias respiratórias e mo‐ configuração preestabelecida. Constituem parte comum ao
nóxido de carbono no sangue dos que respiraram no foco relatório ou laudo e ao parecer, EXCETO:
de incêndio, de aeração pulmonar e conteúdo lácteo no A) descrição.
tubo digestivo de recém-nascido são sinais certos de rea‐ B) discussão.
ção vital.7 C) conclusão.
D) preâmbulo.
Provas microscópicas E) quesitos.
Prova de Verderau: determinação de leucócitos/hemá‐
cias no foco da lesão e em qualquer uma outra parte do 3. (Perito Criminal – Polícia Civil/MG – 2013 – FU-
corpo afastada dele. MARC) Em relação às normas legais atinentes ao trabalho
Prova histológica: verificação microscópica da presen‐ pericial, NÃO é correto afirmar:
ça de um infiltrado ou exsudato leucocitário em volta de (A) No caso que exija a atuação de perito não oficial, é
lesão.
obrigatório seu compromisso para o bom e fiel desempe‐
nho da atividade.
Avaliação histopatológica:
(B) As partes legalmente admitidas nos casos que exi‐
4-8 horas: infiltração de leucócitos neutrófilos polimor‐
gem a atuação do Perito Criminal poderão formular quesitos
fonucleares.
que serão a ele encaminhados.
12 horas: presença de monócitos
(C) Quando a transgressão deixar vestígios, requerendo
48 horas: máximo de exsudação (em traumatismos as‐
a atuação do Perito Criminal, é facultativa a realização do
sépticos)
corpo de delito direto ou indireto.
30 dia: crescimento epitelial, proliferação de fibroblas‐
tos e neoformação vascular (capilares de neoformação). (D) Em localidades onde não haja a presença do Perito
40 a 50 dia: aparecimento de fibras colágenas Criminal Oficial, o exame técnico será feito por duas pessoas
70 dia: tecido fibroso cicatricial (nas lesões de pequena idôneas que possuam a habilitação técnica para realizá-lo.
extensão).
4. (Perito Criminal – Polícia Civil/MG – 2013 – FU-
Prova histoquímicas enzimáticas: aumento de algumas MARC) No estudo das normas legais atinentes ao trabalho
enzimas como a fosfatase alcalina, fosfatase ácida, ami‐ técnico pericial, NÃO é correto afirmar:
nopeptidade, esterase e ATP-ase podem auxiliar na estima‐ (A) O magistrado, ao ter em mãos o laudo pericial, aceita
tiva da idade em horas da lesão, variando de 1 a 8 horas. ou recusa o trabalho e sua consequente conclusão, em sua
Provas bioquímicas: análise quantitativa da presença totalidade.
de histamina ou serotonina presentes em traumas teci‐ (B) É permitida à autoridade requisitante de um traba‐
duais, no entanto, só são reconhecíveis se realizadas até lho pericial outra solicitação acerca do mesmo fato ou local,
uma hora antes da morte e estão presentes no corpo até 5 quando haja divergência entre os peritos.
dias após a morte.8 (C) No exame documentoscópico, atinente ao reconhe‐
cimento de escritos, a autoridade requisitará, se necessário,
documentos de estabelecimentos ou arquivos públicos.
(D) O Perito Criminal constará no laudo pericial as altera‐
ções perceptíveis quando do levantamento de local, fazen‐
7 Fonte: www.profsilvanmedicinalegal.blogspot. do menção de suas consequências no respectivo relatório
com.br técnico.
8 Fonte: www.portaleducacao.com.br
65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
5. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 – ACP I. A esganadura ocorre por laço tracionado ou por parte
-SP) Noticiou-se, há tempos, que certo lutador de boxe, du‐ do corpo que atua de forma similar a um laço (gravata, cha‐
rante uma contenda, mutilou uma orelha do adversário com ve de braço, golpes de jiu jitsu), desde que a força emprega‐
uma dentada. Ao exame, um médico legista reconheceria, da não seja o peso da vítima.
no órgão ofendido, uma ferida II. O estrangulamento ocorre através da interrupção da
a. incisa. passagem do ar atmosférico pelas vias aéreas e é causado
b. corto contusa. diretamente pela mão do agente, não havendo forma homi‐
c. cortante. cida ou incidental da mesma.
d. perfurocortante. III. É possível do ponto de vista pericial em medicina le‐
gal a distinção entre estrangulamento e enforcamento, atra‐
6. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/ vés da análise das características dos sulcos imprimidos no
GO – 2013 - UEG) Os agentes mecânicos são responsáveis pescoço da vítima.
IV. O enforcamento ocorre por um laço cuja extremida‐
pela maioria das lesões provocadas no corpo humano. São
de se acha fixa a um ponto dado, agindo o próprio peso do
exemplos de lesões contusas:
indivíduo como força viva.
a) bossa, empalamento
Assinale a alternativa correta.
b) equimose, esgorjamento a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
c) esquartejamento, entorse b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
d) luxação, degolamento c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
7. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/GO e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
– 2013 - UEG) Com relação às asfixias, tem-se o seguinte:
a) esganadura tem origem homicida, sendo rara sua for‐ 11. (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) Nas
ma acidental. lesões causadas por ação elétrica, é correto afirmar que:
b) o sulco comumente encontrado nos enforcados e A) morte ou lesão causada por fulguração é ocorrência
estrangulados é produzido por um instrumento corto- con‐ comum em trabalhadores de setor elétrico.
tundente. B) a gravidade dos acidentes de fulguração costuma ser
c) soterramento é um tipo de asfixia em que ocorre a maior do que nos casos de eletroplessão.
substituição do meio aéreo por terra. C) na perícia nos dois tipos de acidente por ação elétrica,
d) estrangulamento braquial é forma comum de asfixia é muito comum a observação de alterações histopatológicas
em suicídios e requer desproporção de forças. específicas e patognomônicas, de ambos os fenômenos.
D) as vítimas de fulminação que têm morte imediata
geralmente morrem por desequilíbrio hidro eletrolítico e
8. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/GO
metabólico.
– 2013 - UEG) Verificando o local de encontro de cadáver, o
E) o coração é o órgão menos vulnerável à corrente elétrica.
delegado anota as lesões presentes no corpo descritas pelo
perito como “lesão cortante na região anterior do pescoço, 12. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 –
retilínea, profundidade uniforme atingindo até a coluna ver‐ ACP-SP) A câmara de mina de Hoffmann
tebral”. Com estas observações, o delegado infere o nome a. já pode ser notada ao exame externo do cadáver.
da lesão e sua natureza jurídica como b. só pode ser observada ao exame de ossos do crânio.
a) degolamento – homicídio c. só pode ser observada ao exame interno do cadáver.
b) degolamento – suicídio d. só pode ser observada ao exame por raio X.
c) esgorjamento – suicídio
d) esgorjamento – homicídio 13. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/PR – 2013 –
UEL/COPS) Nas feridas causadas por projéteis de arma de
9. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 – fogo, devem-se considerar elementos do orifício de entra‐
ACP-SP) Os sulcos cervicais típicos de enforcamento e de da, trajeto e orifício de saída.
estrangulamento são, respectivamente, A respeito desses tipos de lesões, assinale a alternativa
a. horizontal descontínuo e oblíquo contínuo. correta.
b. oblíquo contínuo e horizontal descontínuo. a) A análise do orifício de entrada permite que o ob‐
servador estime uma distância aproximada do disparo do
c. horizontal contínuo e oblíquo descontínuo.
projétil, principalmente baseado, entre outros elementos,
d. oblíquo descontínuo e horizontal contínuo.
na presença ou ausência dos elementos chamados de con‐
torno (zona de esfumaçamento e zona de tatuagem).
10. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/PR – 2013 – b) As lesões perfurocontusas são exclusivamente causa‐
UEL/COPS) As asfixias são modalidades de morte deriva‐ das por projéteis de arma de fogo. A presença de que ma‐
das de energias físico-químicas. Entre elas são frequentes as dura junto ao orifício de entrada caracteriza o tiro a “queima
modalidades de constrição do pescoço. Em relação às dife‐ roupa”, ou seja, quando o cano da arma encosta na roupa
renças entre enforcamento, esganadura e estrangulamento, ou pele da vítima e devido a sua alta temperatura gera quei‐
considere as afirmativas a seguir. maduras de primeiro e segundo graus.
66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
c) Os projéteis de arma de fogo geram feridas perfu‐ O tempo de morte médio, ocorreu, aproximadamente,
rocortantes. A ausência de zona de esfumaçamento e de a) em menos de 1 hora.
tatuagem e a presença de equimoses e queimaduras de‐ b) entre 1 a 2 horas.
monstram que o projétil foi disparado a uma curta distância. c) entre 3 a 4 horas.
d) São componentes do orifício de saída das feridas d) entre 6 a 7 horas.
perfuro contundentes causadas por projéteis de arma de e) entre 8 a 9 horas.
fogo: a orla de escoriação, a orla de enxugo, a zona de ta‐
tuagem e a zona de esfumaçamento. 18. (Delegado de Policia – 2013 – Policia Civil/RJ –
e) O tiro a longa distância, causado por arma de fogo FUNCAB) Na perícia de conjunção carnal, a maioria das
comum, se caracteriza pela presença de orifício de entrada lesões encontradas nas vítimas de crimes sexuais é de ca‐
em “câmara de mina” e ausência dos elementos de com‐ ráter inespecífico, o que torna necessária a realização de
bustão da munição como pólvora incombusta, fumaça e métodos complementares para a elucidação dos vestígios,
restos da bucha. entre os quais NÃO se inclui:
A) pesquisa direta de espermatozoides.
14. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/GO B) dosagem de fosfatase ácida prostática.
– 2013 - UEG) Vários conceitos de morte são descritos na li‐ C) pesquisa de antígeno prostático específico.
teratura em geral, sejam eles científicos, religiosos ou filosófi‐
D) exame de confronto genético.
cos, todos devem ser respeitados. O Direito adota o conceito
E) dosagem de prostaglandina F2-alfa.
científico de morte. Sobre tanatologia forense, verifica- se que
a) a diminuição da pressão intraocular, a dessecação
dos lábios e a tela viscosa ocular são fenômenos consecu‐
tivos de morte. 19. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/PR – 2013
b) a rigidez cadavérica é um fenômeno abiótico imedia‐ – UEL/COPS) Esclareça-se inicialmente que os termos
to e progride da cabeça para os pés. abortamento e aborto, embora intrinsecamente relaciona‐
c) o conceito de morte cerebral é utilizado como critério dos, não são sinônimos. Abortamento é o ato de abortar
para realização de transplante de órgãos. e aborto é o produto expelido. Ressalte-se ainda que esse
d) a putrefação é um fenômeno transformativo destruti‐ conceito, em Medicina Legal, difere do da Obstetrícia. Con‐
vo que independe da ação das bactérias. ceitua-se como abortamento, em obstetrícia, a interrupção
da gravidez com idade igual ou inferior a 20-22 semanas
15. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 – completas, levando-se em conta, respectivamente, a data
ACP-SP) A necropsia médico-legal, conforme preceitua o da última menstruação ou da ovulação da mulher. Quando
Código de Processo Penal, pode ser realizada, do momento não for possível estabelecer com precisão a idade da ges‐
da constatação do óbito da vítima tação, considerar-se-ão aborto os produtos de concepção
a. a qualquer hora, pois já se constatou a morte. que pesarem 500 g ou menos. Já a definição médico-legal
b. apenas 2 horas após, quando aparecem os últimos do aborto consiste em interrupção criminosa da gestação,
fenômenos abióticos imediatos. não importando a idade em que isso venha a ocorrer.
c. apenas 6 horas após, quando fenômenos abióticos Quanto ao tema do aborto sob a ótica médico-legal,
consecutivos estão bem evidentes. assinale a alternativa correta.
d. apenas 12 horas após, quando o início da putrefação a) Para a comprovação do aborto, não é necessário que
já é evidente. a perícia médica demonstre a presença de gestação prévia
da mãe, bastando o exame dos restos fetais ou ovulares e a
16. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 – verificação de que houve um parto de um nativivo.
ACP-SP) Pode-se admitir que a ré, ao matar o próprio filho, b) O aborto sentimental ou piedoso ocorre em casos
estava inteiramente privada da capacidade de entender o de risco de vida iminente para a mãe em que a única mo‐
caráter criminoso de seu ato, se na ocasião ela
dalidade terapêutica é a interrupção da gestação.
a. era portadora de personalidade psicopática.
c) A perícia de constatação de aborto deve ser realiza‐
b. estava sob estado puerperal.
da em fetos enviados ao IML e consiste em autópsia para
c. sofria de esquizofrenia.
avaliar a causa de morte fetal.
d. sofria de neurose compulsiva.
d) No caso de aborto terapêutico, é permitido ao mé‐
17. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/PR – 2013 – dico realizá-lo mesmo sem o consentimento da mãe, bas‐
UEL/COPS) Leia o laudo de autópsia que demonstra as in‐ tando que outro médico concorde que é a única modalida‐
formações a seguir. de terapêutica possível para salvar a vida da gestante.
i. Temperatura retal com perda de 2,5 ◦C em relação à e) O exame fetal é parte importante da comprovação
temperatura média do ambiente. da materialidade do crime de aborto, pois é através dele
ii. Presença de livores cadavéricos (hipóstases) em decli‐ que se verificam os elementos comprobatórios de gesta‐
ves e em face posterior do pescoço, móveis. ção como a docimasia de Galeno.
iii. Rigidez cadavérica em membros superiores.
iv. Ausência de gases de putrefação ou de mancha verde
abdominal.
67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
20. (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) Na
investigação de infanticídio, a perícia pode contribuir com ANOTAÇÕES
o estudo da docimasia, que tem como objetivo esclarecer:
A) o período gestacional.
B) se houve crime de aborto. ___________________________________________________
C) se houve sofrimento fetal por infecção.
D) se houve vida extrauterina. ___________________________________________________
E) se houve aspiração meconial.
___________________________________________________
GABARITO: ___________________________________________________
1 C ___________________________________________________
2 A ___________________________________________________
3 C
4 A ___________________________________________________
5 B
6 A ___________________________________________________
7 A
___________________________________________________
8 D
9 D ___________________________________________________
10 C
11 B ___________________________________________________
12 A
___________________________________________________
13 A
14 A ___________________________________________________
15 C
16 C ___________________________________________________
17 C
___________________________________________________
18 E
19 D ___________________________________________________
20 D
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
ANOTAÇÕES
__________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
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69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
ANOTAÇÕES
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