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IGP-SC

Instituto Geral de Perícias do Estado de Santa Catarina

Perito Oficial
Perito Criminal Geral
Edital de Concurso Público IGP/SC Nº 001/2017

ST053-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Instituto Geral de Perícias do Estado de Santa Catarina - IGP-SC

Cargo: Perito Oficial - Perito Criminal Geral

(Baseado no Edital de Concurso Público IGP/SC Nº 001/2017)

• Língua Portuguesa
• Inglês
• Noções de Direito Penal
• Noções de Direito Processual Penal
• Noções de Direito Constitucional
• Noções de Direito Administrativo
• Legislação Especial
• Noções de Lógica
• Noções de Informática
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Suelen Domenica Pereira
Camila Lopes

Capa
Bruno Fernandes

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno

Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Ortografia oficial....................................................................................................................................................................................................... 01
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 03
Classes de palavras.................................................................................................................................................................................................. 06
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação........................................................................................................................ 36
Concordância nominal e verbal.......................................................................................................................................................................... 44
Regência nominal e verbal.................................................................................................................................................................................... 50
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 56
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 60
Significação das palavras....................................................................................................................................................................................... 63
Homônimos e parônimos...................................................................................................................................................................................... 63
Emprego de maiúsculas e minúsculas.............................................................................................................................................................. 69
Redação oficial: formas de tratamento, correspondência oficial........................................................................................................... 69
Compreensão e interpretação de texto........................................................................................................................................................... 81

Inglês

Leitura, compreensão e interpretação de textos. Vocabulário. [As questões serão formuladas na língua inglesa].......... 01

Noções de Direito Penal

Infração penal: elementos, espécies.................................................................................................................................................................. 01


Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal......................................................................................................................................... 01
Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade......................................................................................................................................... 01
Crimes: Crimes contra Pessoa.............................................................................................................................................................................. 03
Crimes Contra o Patrimônio................................................................................................................................................................................. 10
Crimes contra a fé pública.................................................................................................................................................................................... 20
Crimes contra a administração pública............................................................................................................................................................ 26
Concurso de pessoas.............................................................................................................................................................................................. 34

Noções de Direito Processual Penal

Do inquérito policial: artigos 06 e 07................................................................................................................................................................ 01


Do exame de corpo de delito e das perícias em geral: artigos 158 a 184......................................................................................... 05
Incompatibilidade, impedimento e suspeição: artigos 112, 254 a 256. ............................................................................................. 07
Dos peritos e intérpretes: artigos 275 a 281.................................................................................................................................................. 07

Noções de Direito Constitucional

Dos Princípios Fundamentais: artigos 01 a 04.............................................................................................................................................. 01


Dos Direitos e Garantias Fundamentais: artigos 05 a 11.......................................................................................................................... 05
Da Organização do Estado: artigos 37 a 41................................................................................................................................................... 32
SUMÁRIO

Noções de Direito Administrativo

Princípios Básicos da Administração Pública................................................................................................................................................ 01


Atos Administrativos: conceitos, requisitos, atos ordinatórios e invalidação. ................................................................................. 06
Servidores Públicos Civis: deveres, direitos e responsabilidades.......................................................................................................... 12

Legislação Especial

Lei 8.666/93 – artigos 01 a 06 e 20 a 26,......................................................................................................................................................... 01


Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), ................................................................................................................................................ 04
Lei 11.340/06 (Maria da Penha), ........................................................................................................................................................................ 10
Lei 11.343/06 (Drogas), ......................................................................................................................................................................................... 15
Código de Transito Brasileiro (art. 302 ao 312‐A), ...................................................................................................................................... 23
Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente – Da prática de ato infracional, dos crimes em espécie e das infrações
administrativas). ....................................................................................................................................................................................................... 24
Constituição do Estado de Santa Catarina: artigos 105 e 109‐A. ......................................................................................................... 29
Norma que dispõe sobre o quadro de pessoal dos servidores do Instituto Geral de Perícias (Lei nº 15.156/10), .......... 31
Lei Complementar 610/13, .................................................................................................................................................................................. 45
Lei 16.772/16. ............................................................................................................................................................................................................ 48
Lei 12.737/12 (Lei Carolina Dieckmann), ........................................................................................................................................................ 52
Lei12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), .................................................................................................................................................. 53
Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos)........................................................................................................................................................ 60

Noções de Lógica

Proposições e Conectivos; Operações Lógicas sobre Proposições; Tabelas Verdade; Tautologias, Contradições e
Contingências; Implicação Lógica; Equivalência Lógica; Álgebra das Proposições; Método Dedutivo.................................. 01

Noções de Informática

Noções de Sistema Operacional; ...................................................................................................................................................................... 01


Edição de textos, planilhas e apresentações; ............................................................................................................................................... 24
Redes de Computadores (Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de internet e intranet, VPN, VoIP,
Grupos de Discussão, Redes Sociais, Computação na Nuvem, Programas de Navegação, Deep Web, Dark Web, Conceitos
de Organização e de Gerenciamento de Informações, Arquivos, Pastas e Programas); ............................................................. 84
Segurança da Informação (Procedimento de Segurança, Noções de Vírus, Worms, Pragas Virtuais, Aplicativos para
Segurança – Antivírus, Firewall, Anti Spyware, Procedimentos de Backup, Armazenamento de Dados na Nuvem);....... 131
Celulares, Tablets e suas Tecnologias, Biometria, Moedas Virtuais.....................................................................................................143

Conhecimentos Específicos

Noções de Criminalística: Definição; Histórico; Doutrina; Da requisição de perícia; Prazo para elaboração do exame e do
laudo pericial.............................................................................................................................................................................................................. 01
Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal; Locais de crime: conceituação, classificação, isolamento e
preservação de local de crime............................................................................................................................................................................. 02
Cadeia de Custódia: Conceitos, Etapas, Fase Interna, Fase Externa e Rastreabilidade. Finalidades dos levantamentos
dos locais de crime contra a pessoa e contra o patrimônio; Vestígios de interesse Forense; Levantamento
papiloscópico. .........................................................................................................................................................................................04
SUMÁRIO

Locais de Morte: Morte violenta......................................................................................................................................................................... 07


Local de morte por arma de fogo;.................................................................................................................................................................... 07
Local de morte por instrumentos contundentes, cortantes, perfurantes ou mistos;..................................................................... 08
Local de morte provocada por asfixia.............................................................................................................................................................. 10
Balística forense: Exame de eficiência em munição; Exame de eficiência em Arma de Fogo. Vestígios e Evidencias
Biológicas de interesse forense. Coleta de Material Biológico em Local de Crime. ...................................................................... 13
Entomologia Forense: Conceito, Fauna Cadavérica, Subdivisões da Entomologia Forense e suas Aplicações e Tratamento
de Material Entomológico (Coleta, Transporte, Criação e Identificação)............................................................................................ 19
Documentos: elementos de segurança: do Real, da Carteira de Identidade, da Carteira Nacional de Habilitação, ........ 22
Lei 7116/83,................................................................................................................................................................................................................. 25
Resolução Denatran 598/16 e............................................................................................................................................................................. 25
684/17........................................................................................................................................................................................................................... 31
Fraudes em veículos e seus documentos........................................................................................................................................................ 32
Noções de incêndio: Desenvolvimento de incêndios e movimentação do fogo. Focos de incêndio: primários e secundários.
Fases do incêndio: inicial, intermediária e de extinção. Meios de propagação do fogo. Evolução natural básica do fogo.
Propagação do fogo através de elementos da construção. ................................................................................................................... 33
Noções de Fotografia forense: conceitos (lentes, velocidade, obturador, diafragma, distância focal, ângulo de visão, foco,
exposição fotográfica), tipos de lente, tipos de câmera, tipos de flash, tipos de armazenamento de câmeras digitais, luzes
(branca, temperatura, UV), equipamentos; uso, recorte, tratamento.................................................................................................. 34
Modelagem 3D: produção de croquis (google SketchUp, AutoCAD, Blender, Photoshop) Sistema de Posicionamento
Global (GPS): Características gerais, fontes de erros, tipos de receptores, Datum, ...................................................................... 38
Sistema de coordenadas: SAD 69. WGS 84, SIRGAS. Coordenadas geográficas: GMS, Grau Decimal e suas transformações.
Google Earth............................................................................................................................................................................................................... 42
Noções de Medicina Legal: Introdução à medicina legal: conceito, importância, divisões, perícias e peritos, documentos
médico‐legais, elaboração do laudo pericial................................................................................................................................................. 43
Traumatologia Forense: agentes mecânicos (perfurantes, cortantes, contundentes, perfurocortantes, cortocontundentes
e perfurocontundentes); agentes físicos (calor, frio, eletricidade, pressão atmosférica, radiação);......................................... 52
agentes químicos ‐ toxicologia forense: cáusticos, envenenamento, tolerância e dependência............................................. 56
Asfixiologia forense: conceito e classificação das asfixias, asfixias por constrição do pescoço, asfixias por alteração do
estado físico ambiental, asfixias por sufocação.)......................................................................................................................................... 57
Tanatologia: conceitos de morte, cronotanatognose, causas jurídicas da morte (suicídio, crime, morte acidental,
diagnóstico comparativo), morte súbita, fenômenos cadavéricos, lesões pré‐mortem e pós‐ mortem............................... 59
LÍNGUA PORTUGUESA

Ortografia oficial....................................................................................................................................................................................................... 01
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 03
Classes de palavras.................................................................................................................................................................................................. 06
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação........................................................................................................................ 36
Concordância nominal e verbal.......................................................................................................................................................................... 44
Regência nominal e verbal.................................................................................................................................................................................... 50
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 56
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 60
Significação das palavras....................................................................................................................................................................................... 63
Homônimos e parônimos...................................................................................................................................................................................... 63
Emprego de maiúsculas e minúsculas.............................................................................................................................................................. 69
Redação oficial: formas de tratamento, correspondência oficial........................................................................................................... 69
Compreensão e interpretação de texto........................................................................................................................................................... 81
LÍNGUA PORTUGUESA

O fonema z:
ORTOGRAFIA OFICIAL.
Escreve-se com S e não com Z:
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A ortografia é a parte da língua responsável pela gra- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
culto da língua. tamorfose.
As palavras podem apresentar igualdade total ou par- *as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten- quiseste.
do significados diferentes. Essas palavras são chamadas *nomes derivados de verbos com radicais terminados
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
do latim, significa música vocal). As palavras homônimas empresa / difundir - difusão
dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa- *após ditongos: coisa, pausa, pouso
lácio ou passo, movimento durante o andar). *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem- com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
se observar as seguintes regras:
Escreve-se com Z e não com S:
O fonema s: *os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
tivo: macio - maciez / rico - riqueza
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan- *os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / cretizar
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão *como consoante de ligação se o radical não terminar
/ submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im- com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer inho - lapisinho
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
- consensual O fonema j:

Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri- Escreve-se com G e não com J:
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir gesso.
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
compromisso / submeter - submissão
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com Observação: Exceção: pajem
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
trico / re + surgir - ressurgir litígio, relógio, refúgio.
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
plos: ficasse, falasse *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
gir.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
de origem árabe: cetim, açucena, açúcar nado com j: ágil, agente.
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
Escreve-se com J e não com G:
Juçara, caçula, cachaça, cacique
*as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
boia, manjerona.
esperança, carapuça, dentuço
*as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
O fonema ch:
*após ditongos: foice, coice, traição
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r):
Escreve-se com X e não com CH:
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
caxi, muxoxo, xucro.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen-
xampu, lagartixa. tarão e divirta-se!
*depois de ditongo: frouxo, feixe. Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se
*depois de “en”: enxurrada, enxoval. preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as
expressões
Observação: Exceção: quando a palavra de origem A) A fim ...a partir ... as
não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) B) A fim ...à partir ... às
C) A fim ...a partir ... às
Escreve-se com CH e não com X: D) Afim ...a partir ... às
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, E) Afim ...à partir ... as
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
04. Assinale a alternativa que não apresenta erro de
As letras e e i: ortografia:
A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são D) Saiu com descrição da sala.
escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. 05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
- atenção para as palavras que mudam de sentido escrita?
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super- A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân- C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
cia, que anda a pé), pião (brinquedo). D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.

Fonte: 06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propaganda
tografia do programa 5inco Minutos.

Questões sobre Ortografia

01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013) Assinale a alter-


nativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
do trecho a seguir, de acordo com a norma-padrão.
Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenôme-
no da corrupção e das fraudes.
(A) a … concenso … acerca
(B) há … consenso … acerca
(C) a … concenso … a cerca
(D) a … consenso … há cerca
(E) há … consenço … a cerca

02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter-


nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da
com a norma- -padrão. propaganda, adaptada, assume a seguinte redação:
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. (A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não ma-
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. tem-na porisso.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. (B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não ma-
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. tem-na por isso.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! (C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
matem por isso.
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – (D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não lhe
2013). Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para matem por isso.
informar os usuários sobre o festival Sounderground. (E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
Prezado Usuário matem porisso.
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do
metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, GABARITO
começa o Sounderground, festival internacional que presti-
gia os músicos que tocam em estações do metrô. 01. B 02. D 03. C 04. C 05. B 06. C

2
LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO
ACENTUAÇÃO.
1-) O exercício quer a alternativa que apresenta cor-
reção ortográfica. Na primeira lacuna utilizaremos “há”, já
que está empregado no sentido de “existir”; na segunda,
“consenso” com “s”; na terceira, “acerca” significa “a respei- A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re-
to de”, o que se encaixa perfeitamente no contexto. “Há gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com-
cerca” = tem cerca (de arame, cerca viva, enfim...); “a cerca” põe de algumas particularidades, às quais devemos estar
= a cerca está destruída (arame, madeira...) atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na
2-) linguagem escrita.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta- À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
beliães prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. competências, e logo nos adequamos à forma padrão.
= cidadãos
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo- Regras básicas – Acentuação tônica
cal. = certidões
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de- A acentuação tônica implica na intensidade com que
graus são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tôni-
3-) Prezado Usuário ca. As demais, como são pronunciadas com menos inten-
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do sidade, são denominadas de átonas.
metrô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, co- De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
meça o Sounderground, festival internacional que prestigia cadas como:
os músicos que tocam em estações do metrô. Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen- a última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju –
tarão e divirta-se! papel
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado;
antes de horas: há crase Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica re-
cai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – re-
4-) trato – passível
A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente
B) O governador poderá ter seu mandato caçado. = Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tôni-
cassado ca está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara
D) Saiu com descrição da sala. = discrição – tímpano – médico – ônibus

5-) Como podemos observar, os vocábulos possuem mais


A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou- de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com
pansa. = mendigo/caderneta/poupança uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que,
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans- quando pronunciados, apresentam certa diferenciação
sa. = mendigo/caderneta/poupança quanto à intensidade.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou- Tal diferenciação só é percebida quando os pronun-
pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como
podemos observar no exemplo a seguir:
6-) A questão envolve colocação pronominal e orto- “Sei que não vai dar em nada,
grafia. Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra Seus segredos sei de cor”.
“por isso” é escrita separadamente. Assim, já descartamos
duas alternativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronomi- Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de-
nal, temos a presença do advérbio “não”, que sabemos ser mais, como átonos (que, em, de).
um “ímã” para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a
regra da próclise (pronome antes do verbo). Então, a forma Os acentos
correta é “mas não A matem” (por que A e não LHE? Porque
quem mata, mata algo ou alguém, objeto direto. O “lhe” é acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i»,
usado para objeto indireto. Se não tivéssemos a conjunção «u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras
“mas” nem o advérbio “não”, a forma “matem-na” estaria representam as vogais tônicas de palavras como Amapá,
correta, já que, após vírgula, o ideal é que utilizemos ênclise caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
– pronome oblíquo após o verbo). da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di-
tongos abertos)

3
LÍNGUA PORTUGUESA

acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, Antes Agora


“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: assembléia assembleia
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs idéia ideia
geléia geleia
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” jibóia jiboia
com artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles apóia (verbo apoiar) apoia
paranóico paranoico
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total-
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom-
em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
mülleriano (de Müller) – baú – país – Luís

til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo- Observação importante:
gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Regras fundamentais: Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
Palavras oxítonas: feiúra feiura
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, Sauípe Sauipe
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
pó(s) – armazém(s) O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: abolido. Ex.:
Antes Agora
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se- crêem creem
guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há lêem leem
vôo voo
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se- enjôo enjoo
guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
Paroxítonas: que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
- i, is : táxi – lápis – júri
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum Repare:
- l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – 1-) O menino crê em você
fórceps Os meninos creem em você.
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos 2-) Elza lê bem!
Todas leem bem!
-- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para 3-) Espero que ele dê o recado à sala.
quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações das Esperamos que os garotos deem o recado!
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = 4-) Rubens vê tudo!
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização! Eles veem tudo!

-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou * Cuidado! Há o verbo vir:


não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde!
Regras especiais:
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento -im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu. precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
As formas verbais que possuíam o acento tônico na
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Depois 04. Assinale a alternativa correta.


apazigúe (apaziguar) apazigue A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem
averigúe (averiguar) averigue paroxítonas terminadas em ditongo.
argúi (arguir) argui B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamente,
encontro consonantal e hiato.
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pes- C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as
soa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm palavras grifadas são paroxítonas.
(verbo vir) D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as par-
tes destacadas são dígrafos.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p-
reter, deter, abster. si-có-lo-ga” e “a-ci-o-na”.
ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm 05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO:
ele retém – eles retêm A) saúde
ele convém – eles convêm B) cooperar
C) ruim
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que D) creem
antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme- E) pouco
lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
exceções, como: 06. “O episódio aconteceu em plena via pública de
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do Assis. Dez mulheres começaram a cantar músicas pela paz
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen- mundial. A partir daquele momento outras pessoas que
do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa passavam por ali decidiram integrar ao grupo. Rapida-
do singular do presente do indicativo). Ex: mente, uma multidão aderiu à ideia. Assim começou a
Ela pode fazer isso agora. formação do maior coral popular de Assis”. O vocábulo
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... sublinhado tem sua acentuação gráfica justificada pelo
mesmo motivo das palavras:
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da A) eminência, ímpio, vácuo, espécie, sério
preposição por. B) aluá, cárie, pátio, aéreo, ínvio
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co- C) chinês, varíola, rubéola, período, prêmio
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: D) sábio, sábia, sabiá, curió, sério
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
Faço isso por você. 07. Assinale a opção CORRETA em que todas as pala-
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? vras estão acentuadas na mesma posição silábica.
A) Nazaré - além - até - está - também.
Questões sobre Acentuação Gráfica B) Água - início - além - oásis - religião.
C) Município - início - água - século - oásis
01. “Cadáver” é paroxítona, pois: D) Século - símbolo - água - histórias - missionário
A) Tem a última sílaba como tônica. E) Missionário - símbolo - histórias - século – muni-
B) Tem a penúltima sílaba como tônica. cípio
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
D) Não tem sílaba tônica. 08. Considerando as palavras: também / revólver /
lâmpada / lápis. Assinale a única alternativa cuja justifica-
02. Assinale a alternativa correta. tiva de acentuação gráfica não se refere a uma delas:
A palavra faliu contém um: A) palavra paroxítona terminada em - is
A) hiato B) palavra proparoxítona terminada em - em
B) dígrafo C) palavra paroxítona terminada em - r
C) ditongo decrescente D) palavra proparoxítona - todas devem ser acentua-
D) ditongo crescente das

03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente, 09. Assinale a alternativa incorreta:


aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo A) Os vocábulos sábio, régua e decência são paroxíto-
mesmo motivo que: nos terminadas em ditongos crescentes.
A) túnel B) O vocábulo armazém é acentuado por ser um oxí-
B) voluntário tono terminado em em.
C) até C) Os vocábulos baú e cafeína são hiatos.
D) insólito D) O vocábulo véu é acentuado por ser um oxítono
E) rótulos terminado em u.

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LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO 9-) As alternativas A, B e C contêm afirmativas corretas.


Na D, há erro, pois véu é monossílabo acentuado por ter-
01. B 02. C 03. B 04. A 05. E minar em ditongo aberto.
06. A 07. A 08. B 09. D

RESOLUÇÃO CLASSES DE PALAVRAS.


1-) Separando as sílabas: Ca – dá – ver: a penúltima
sílaba é a tônica (mais forte; nesse caso, acentuada). Pe-
núltima sílaba tônica = paroxítona Adjetivo

2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma sí- Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
laba, portanto: ditongo. É decrescente porque apresenta característica do ser e se relaciona com o substantivo.
uma vogal e uma semivogal. Na classificação, ambas são Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per-
semivogais, mas quando juntas, a que “aparecer” mais na cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode
pronúncia será considerada “vogal”. ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso,
moça bondosa, pessoa bondosa.
3-) ex – pe - ri – ên - cia : paroxítona terminada em Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua-
ditongo crescente (semivogal + vogal) lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho-
a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em ditongo portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
c-) A - té – oxítona
d-) in – só – li – to : proparoxítona Morfossintaxe do Adjetivo
e-) ró – tu los – proparoxítona
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
4-) dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
a-) correta como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim ou do objeto).
DÍGRAFO
c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som
do U, portanto não é caso de dígrafo Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga Observe alguns deles:
Estados e cidades brasileiros:
5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im / Alagoas alagoano
cre - em / pou - co (ditongo) Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
6-) e - pi - só - dio - paroxítona terminada em di- Amazonas amazonense ou baré
tongo Belo Horizonte belo-horizontino
a-) ok Brasília brasiliense
b-) a – lu –á :oxítona, então descarte esse item Cabo Frio cabo-friense
c-) chi – nês : oxítona, idem Campinas campineiro ou campinense
d-) sa – bi – á : idem
Adjetivo Pátrio Composto
7-)
a-) oxítona – TODAS Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
b-) paroxítona – paroxítona – oxítona – paroxítona – elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru-
não acentuada dita. Observe alguns exemplos:
c-) paroxítona – idem – idem – proparoxítona – paro- África afro- / Cultura afro-americana
xítona Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
d-) proparoxítona – idem – paroxítona – idem – idem América américo- / Companhia américo-africana
e-) paroxítona – proparoxítona – paroxítona – propa- Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
roxítona – paroxítona China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
8-) tam – bém: oxítona / re – vól – ver: paroxítona / lâm Europa euro- / Negociações euro-americanas
– pa – da: proparoxítona / lá – pis :paroxítona França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
a-) é a regra do LÁPIS Grécia greco- / Filmes greco-romanos
b-) todas as proparoxítonas são acentuadas, indepen- Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
dente de sua terminação Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
c-) regra para REVÓLVER Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
d-) relativa à palavra lâmpada Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

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LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão dos adjetivos Camisas rosa-claro.


Ternos rosa-claro.
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Gênero dos Adjetivos Telhados marrom-café e paredes verde-claras.

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre
substantivos, classificam-se em: invariáveis.
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, têm os dois elementos flexionados.
mau e má, judeu e judia.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no Grau do Adjetivo
feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço
norte-americano, a moça norte-americana. Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten-
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o
comparativo e o superlativo.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
feliz. Comparativo
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
político-social. buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi-
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de
Número dos Adjetivos igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe
os exemplos abaixo:
Plural dos adjetivos simples Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor- comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos quão.
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
zes, ruim e ruins boa e boas Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça No comparativo de superioridade analítico, entre os
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: que” ou “mais...que”.
a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adje- O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos rioridade Sintético
cinza.
Veja outros exemplos: Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-
Motos vinho (mas: motos verdes) perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
grande/maior, baixo/inferior.
Observe que:
Adjetivo Composto
a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um e mais pequeno. Por exemplo:
substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento,
funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
hífen, formará um adjetivo composto; como é um substan- mentos.
tivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariá- Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
vel. Por exemplo: duas qualidades de um mesmo elemento.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sen-
ferioridade tido de caracterizar os processos expressos por ele. Contu-
Sou menos passivo (do) que tolerante. do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos),
pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se-
Superlativo guem alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto,
O superlativo expressa qualidades num grau muito você está até bem informado.
elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad-
absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades: jetivo alheio, representando uma qualidade, característica.
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre- O artista canta muito mal.
senta-se nas formas: Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifi-
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala- ca outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos
vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra
O secretário é muito inteligente. funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar
Sintética: a intensificação se faz por meio do acrésci- demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim
mo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama-
mos de locução adverbial, representada por algumas ex-
Observe alguns superlativos sintéticos: pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de
benéfico beneficentíssimo modo algum, entre outras.
bom boníssimo ou ótimo Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér-
comum comuníssimo bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez
cruel crudelíssimo expressas por:
difícil dificílimo de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres-
doce dulcíssimo sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
fácil facílimo poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral,
fiel fidelíssimo frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior

parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste-
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente,
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa-
Essa relação pode ser:
mente
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto,
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
Note bem:
de todo, de muito, por completo.
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
etc., antepostos ao adjetivo. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata-
de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A quando, de quando em quando, a qualquer momento, de
forma popular é constituída do radical do adjetivo portu- tempos em tempos, em breve, hoje em dia
guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, preca- atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
riíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o de- adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter-
sagradável hiato i-í. namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta
Advérbio de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
O advérbio, assim como muitas outras palavras exis- de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel-
tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
referência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo, tavelmente (=sem dúvida).
ou seja, indicando as circunstâncias em que esse processo de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
se desenvolve. mente, simplesmente, só, unicamente

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LÍNGUA PORTUGUESA

de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- - As formas à e às indicam a fusão da preposição a
bém com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente conhecida por crase.
de designação: Eis
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan- Constatemos as circunstâncias
do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), em que os artigos se manifestam
para quê? (finalidade)
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
Locução adverbial numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar
das olimpíadas.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de ad-
vérbio. Exemplo:
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
A Bahia...
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu - Quando indicado no singular, o artigo definido pode
apressadamente. indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
modo são flexionados, sendo que os demais são todos in- - No caso de nomes próprios personativos, denotando
variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
categoria dos advérbios é a de grau: do artigo: O Pedro é o xodó da família.
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - - No caso de os nomes próprios personativos estarem
inconstitucionalissimamente, etc.; no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - os Incas, Os Astecas...
pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
Artigo
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
gênero e o número dos substantivos. dos. (qualquer classe)

Classificação dos Artigos - Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é


facultativo:
Artigos Definidos: determinam os substantivos de Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de - A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter
um animal. é uns vinte anos.

Combinação dos Artigos - O artigo também é usado para substantivar palavras


oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de
É muito presente a combinação dos artigos definidos tudo isso.
e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por
essas combinações:
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re-
lativo cujo (e flexões).
Preposições Artigos
o, os Este é o homem cujo amigo desapareceu.
a ao, aos Este é o autor cuja obra conheço.
de do, dos
em no, nos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
por (per) pelo, pelos sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme),
a, as um, uns uma, umas a menos que venham especificadas.
à, às - - Eles estavam em casa.
da, das dum, duns duma, dumas Eles estavam na casa dos amigos.
na, nas num, nuns numa, numas Os marinheiros permaneceram em terra.
pela, pelas - - Os marinheiros permanecem na terra dos anões.

9
LÍNGUA PORTUGUESA

- Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata- - ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo-
mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria. Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu-
do, todavia, no entanto, entretanto.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do
nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Estado de S. Paulo. Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora,
Morfossintaxe quer...quer, já...já.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora-
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
do substantivo a que se refere. Tal função independe da
função exercida pelo substantivo: - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex.
A existência é uma poesia. É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá
Uma existência é a poesia. fora.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois
Conjunção (antes do verbo), porquanto.

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações Conjunções subordinativas


ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por
exemplo: - CAUSAIS
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as Principais conjunções causais: porque, visto que, já que,
amiguinhas. uma vez que, como (= porque).
Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu - COMPARATIVAS
as amiguinhas Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...
como, mais...do que, menos...do que.
Cada informação está estruturada em torno de um ver- Ela fala mais que um papagaio.
bo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três ora-
ções: - CONCESSIVAS
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas. mesmo que, apesar de, se bem que.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e Indicam uma concessão, admitem uma contradição,
a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. um fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações. Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de
Observe: Gosto de natação e de futebol. estar cansada)
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são Apesar de ter chovido fui ao cinema.
partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
“e” está ligando termos de uma mesma oração. - CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo,
Morfossintaxe da Conjunção conforme, consoante
Cada um colhe conforme semeia.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor-
cem propriamente uma função sintática: são conectivos. midade.
Classificação
- Conjunções Coordenativas - CONSECUTIVAS
- Conjunções Subordinativas Expressam uma ideia de consequência.
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”,
Conjunções coordenativas “tanto”, “tão”, “tamanho”).
Falou tanto que ficou rouco.
Dividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gos- - FINAIS
to de cantar e de dançar. Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas Todos trabalham para que possam sobreviver.
também, não só...como também. Principais conjunções finais: para que, a fim de que,
porque (=para que),

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LÍNGUA PORTUGUESA

- PROPORCIONAIS se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um
Principais conjunções proporcionais: à medida que, conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser
quanto mais, ao passo que, à proporção que. colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. Bravo! Bis!
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi
- TEMPORAIS muito bom! Repitam!”
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten-
logo que. ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”
Quando eu sair, vou passar na locadora. A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como
Diferença entre orações causais e explicativas são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais particular, um momento ou um contexto específico. Exem-
(OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de- plos:
paramos com a dúvida de como distinguir uma oração cau- Ah, como eu queria voltar a ser criança!
sal de uma explicativa. Veja os exemplos: ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
atropelado”: hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati- ção
va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, indepen- O significado das interjeições está vinculado à maneira
dentes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que
orações que vêm marcadas por vírgula. dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex-
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. to de enunciação. Exemplos:
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres-
(Oração Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te
ela será explicativa. chamando! Ei, espere!”
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im- Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres-
perativo) são em um hospital; significado da interjeição (sugestão):
“Por favor, faça silêncio!”
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
cidade porque não havia cemitério no local.” puxa: interjeição; tom da fala: euforia
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordina- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
da (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo puxa: interjeição; tom da fala: decepção
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
como - o que não ocorre com a CS Explicativa. 1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar tristeza, dor, etc.
os mortos em outra cidade. Você faz o que no Brasil?
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente Eu? Eu negocio com madeiras.
dependentes uma da outra. Ah, deve ser muito interessante.

Interjeição 2) Sintetizar uma frase apelativa


Cuidado! Saia da minha frente.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
ções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir As interjeições podem ser formadas por:
sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comporta- - simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
mento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de es- - palavras: Oba!, Olá!, Claro!
truturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo: - grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!,
Droga! Preste atenção quando eu estou falando! Ora bolas!

No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve-
Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim- ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! exemplo:
As sentenças da língua costumam se organizar de for- Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra-
ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e riedade)
os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in- Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra-

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Classificação das Interjeições Viva! Basta! (Verbos)


Fora! Francamente! (Advérbios)
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, - A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-
Atenção!, Olha!, Alerta! se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.:
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imita-
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, tivas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba!
Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, - Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Boa! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
- Desculpa: Perdão!
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
Oh!, Eh! de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho!
Epa!, Ora! Obrigadinho!
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!,
Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Interjeições, leitura e produção de textos
Cruz!, Putz!
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Usadas com muita frequência na língua falada informal,
quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos-
Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali-
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem
me, Deus!
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter-
é, não sofrem variação em gênero, número e grau como jeições presença constante nos textos publicitários.
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al- Fonte:
gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
claro, neste caso, que não se trata de um processo natural php
dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, Numeral
até loguinho.
Numeral é a palavra que indica os seres em termos
Locução Interjetiva numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os
situa em determinada sequência.
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus!
Ó de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Eu quero café duplo, e você?
Alto lá! Muito bem! ...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]

Observações: A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!


- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. ...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequên-
Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = cia de “fila”]
Peço-lhe que me desculpe.
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
gramaticais podem aparecer como interjeições. trata de numerais, mas sim de algarismos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala- segunda divisão de futebol)
vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, Emprego dos Numerais
dúzia, par, ambos(as), novena.
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
Classificação dos Numerais tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá- venha depois do substantivo:
sico: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série Ordinais Cardinais
dada: primeiro, segundo, centésimo, etc. João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta- Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o or-
Leitura dos Numerais dinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Separando os números em centenas, de trás para fren- Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
te, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas
e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses *Ambos/ambas são considerados numerais. Significam
conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela con- “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são
junção “e”. largamente empregados para retomar pares de seres aos
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos quais já se fez referência.
e vinte e seis. Pedro e João parecem ter finalmente percebido a impor-
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. tância da solidariedade. Ambos agora participam das ativi-
dades comunitárias de seu bairro.
Flexão dos numerais Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática.
Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando


atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço
e conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri-
plas do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!

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Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
delas: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor
de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.

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Vale ressaltar que essa concordância não é caracterís- Dicas sobre preposição
tica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome
palavra pode se dar a partir de dois processos: pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
seja um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
preposição a + artigos definidos o, os nino.
a + o = ao A dona da casa não quis nos atender.
preposição a + advérbio onde Como posso fazer a Joana concordar comigo?
a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição + Artigos Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
De + o(s) = do(s) Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro-
De + a(s) = da(s) curar um tratamento adequado.
De + um = dum
De + uns = duns - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
De + uma = duma lugar e/ou a função de um substantivo.
De + umas = dumas Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
Em + o(s) = no(s) parte da família
Em + a(s) = na(s) Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém.
Em + um = num / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + uma = numa
Em + uns = nuns 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + umas = numas das preposições:
A + à(s) = à(s) Destino = Irei para casa.
Por + o = pelo(s) Modo = Chegou em casa aos gritos.
Por + a = pela(s) Lugar = Vou ficar em casa;
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Preposição + Pronomes Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
De + ele(s) = dele(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
De + ela(s) = dela(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
De + este(s) = deste(s) tamento.
De + esta(s) = desta(s) Instrumento = Escreveu a lápis.
De + esse(s) = desse(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + essa(s) = dessa(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + aquele(s) = daquele(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + aquela(s) = daquela(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + isto = disto Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + isso = disso Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquilo = daquilo Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + aqui = daqui Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + aí = daí Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + ali = dali
De + outro = doutro(s) Fonte:
De + outra = doutra(s) http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s) Substantivo
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s) Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
Em + aquela(s) = naquela(s) tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
Em + isto = nisto denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
Em + isso = nisso nos, os substantivos também nomeiam:
Em + aquilo = naquilo -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
A + aquele(s) = àquele(s) -sentimentos: raiva, amor...
A + aquela(s) = àquela(s) -estados: alegria, tristeza...
A + aquilo = àquilo -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...

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Morfossintaxe do substantivo Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que


dependem de outros para se manifestar ou existir.
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
geral exerce funções diretamente relacionadas com o ver- observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa
bo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos ver- ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para
bais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo
ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou abstrato.
do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob- Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempe- rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).
nhadas por grupos de palavras.
3 - Substantivos Coletivos
Classificação dos Substantivos
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou-
1- Substantivos Comuns e Próprios tra abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas
(no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
uma cidade (em oposição aos bairros). cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha...
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plu-
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada ral.
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo No terceiro caso, empregou-se um substantivo no
comum. singular (enxame) para designar um conjunto de seres da
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de mesma espécie (abelhas).
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
homem, mulher, país, cachorro. Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
Estamos voando para Barcelona. mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
da mesma espécie.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró- Substantivo coletivo Conjunto de:
prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie assembleia pessoas reunidas
de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. alcateia lobos
acervo livros
2 - Substantivos Concretos e Abstratos antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
LÂMPADA MALA banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com banca examinadores
existência própria, que são independentes de outros seres. batalhão soldados
São substantivos concretos. cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que cacho frutas
existe, independentemente de outros seres. cáfila camelos
cancioneiro canções, poesias líricas
Obs.: os substantivos concretos designam seres do colmeia abelhas
mundo real e do mundo imaginário. chusma gente, pessoas
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, concílio bispos
Brasília, etc. congresso parlamentares, cientistas.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- elenco atores de uma peça ou filme
ma, etc. esquadra navios de guerra
enxoval roupas
Observe agora: falange soldados, anjos
Beleza exposta fauna animais de uma região
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região
O substantivo beleza designa uma qualidade. frota navios mercantes, ônibus

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girândola fogos de artifício Flexão dos substantivos


horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
júri jurados vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
legião soldados, anjos, demônios exemplo, pode sofrer variações para indicar:
leva presos, recrutas Plural: meninos Feminino: menina
malta malfeitores ou desordeiros Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça Flexão de Gênero
molho chaves, verduras
multidão pessoas em geral Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar
ninhada pintos sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero
penca bananas, chaves masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
pinacoteca pinturas, quadros artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
quadrilha ladrões, bandidos O velho e o mar
ramalhete flores Um Natal inesquecível
rebanho ovelhas Os reis da praia
récua bestas de carga, cavalgadura
repertório peças teatrais, obras musicais Pertencem ao gênero feminino os substantivos que
réstia alhos ou cebolas podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
romanceiro poesias narrativas A história sem fim
revoada pássaros Uma cidade sem passado
sínodo párocos As tartarugas ninjas
talha lenha
tropa muares, soldados Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar no-
mes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está re-
lacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas,
Formação dos Substantivos
uma para o masculino e outra para o feminino. Observe:
gato – gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito -
Substantivos Simples e Compostos
prefeita
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam
terra.
uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto
O substantivo chuva é formado por um único elemento para o feminino. Classificam-se em:
ou radical. É um substantivo simples.
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
elemento. fêmea.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pes-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- soas: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio,
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. o ídolo, o indivíduo.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pes-
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. soas por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a
doente, o artista e a artista.
Substantivos Primitivos e Derivados
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
Meu limão meu limoeiro, em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o
meu pé de jacarandá... sistema, o sintoma, o teorema.
- Existem certos substantivos que, variando de gêne-
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou ro, variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor)
de nenhum outro dentro de língua portuguesa. e a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de (cidade)
nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O
substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
da palavra limão.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
tra palavra. - aluna.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao Comuns de Dois Gêneros:


masculino: freguês - freguesa Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
de três formas: Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona A distinção de gênero pode ser feita através da análise
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti-
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem
- sultana - uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran-
cês - repórter francesa
- Substantivos terminados em -or: - A palavra personagem é usada indistintamente nos
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora dois gêneros.
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn- os personagens dos contos de carochinha.
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini-
- duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não
aceitam a personagem.
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
final por -a: elefante - elefanta
fotográfico Ana Belmonte.
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
- Substantivos que formam o feminino de maneira es-
maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o
pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
soprano, o proclama, o pernoite, o púbis.
czar – czarina réu - ré

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro. Gênero dos Nomes de Cidades
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que
Outros substantivos sobrecomuns: à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco,
criatura. manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe),
Marcela faleceu

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LÍNGUA PORTUGUESA

a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissi- - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
dência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinhei-
ro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), de três maneiras.
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu- - Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de o látex - os látex.
peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente Plural dos Substantivos Compostos
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a -A formação do plural dos substantivos compostos de-
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala que formam o composto e da relação que estabelecem en-
(poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa- tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
voga (remador), a voga (moda, popularidade). girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
queres.
Flexão de Número do Substantivo O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
Em português, há dois números gramaticais: o singular, discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica - Flexionam-se os dois elementos, quando formados
do plural é o “s” final. de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Plural dos Substantivos Simples substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
feitos
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – mens
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
- cânones.
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
em “ns”: homem - homens. formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
Atenção: O plural de caráter é caracteres. cos

- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara- formados de:
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul substantivo + preposição clara + substantivo = água-
e cônsules. de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de lo-vapor e cavalos-vapor
duas maneiras: substantivo + substantivo que funciona como deter-
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba
-relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
- Permanecem invariáveis, quando formados de:
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
duas maneiras: verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o ca-rolhas
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Casos Especiais Plural com Mudança de Timbre


o louva-a-deus e os louva-a-deus
o bem-te-vi e os bem-te-vis Certos substantivos formam o plural com mudança de
o bem-me-quer e os bem-me-queres timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
o joão-ninguém e os joões-ninguém. fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Singular Plural
Plural das Palavras Substantivadas corpo (ô) corpos (ó)
esforço esforços
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras fogo fogos
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam, forno fornos
no plural, as flexões próprias dos substantivos. fosso fossos
Pese bem os prós e os contras. imposto impostos
O aluno errou na prova dos noves. olho olhos
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. osso (ô) ossos (ó)
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou ovo ovos
“z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui- poço poços
tos seis e alguns dez. porto portos
posto postos
Plural dos Diminutivos tijolo tijolos
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
pãe(s) + zinhos = pãezinhos Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne),
animai(s) + zinhos = animaizinhos de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos Particularidades sobre o Número dos Substantivos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos - Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
colhere(s) + zinhas = colherezinhas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
flore(s) + zinhas = florezinhas - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
mão(s) + zinhas = mãozinhas as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
papéi(s) + zinhos = papeizinhos - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
funi(s) + zinhos = funizinhos bom nome) e honras (homenagem, títulos).
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
pai(s) + zinhos = paizinhos com sentido de plural:
pé(s) + zinhos = pezinhos Aqui morreu muito negro.
pé(s) + zitos = pezitos Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas.
Plural dos Nomes Próprios Personativos
Flexão de Grau do Substantivo
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
sempre que a terminação preste-se à flexão. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
Os Napoleões também são derrotados. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
As Raquéis e Esteres. - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-
do normal. Por exemplo: casa
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
do ser. Classifica-se em:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os do ser. Pode ser:
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
os réquiens. que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Observe o exemplo: Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
Este jogador faz gols toda vez que joga. cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Verbo - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-


ções no radical ou nas desinências: faço fiz farei fi-
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pes- zesse.
soa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros - Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); gação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais
ocorrência (nascer); desejo (querer). e pessoais:
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não * Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Nor-
os seus possíveis significados. Observe que palavras como malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo principais verbos impessoais são:
ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, ** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-
porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos zar-se ou fazer (em orações temporais).
possuem. Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Estrutura das Formas Verbais Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
apresentar os seguintes elementos: ** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- Era primavera quando a conheci.
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. Estava frio naquele dia.
(radical fal-) ** Todos os verbos que indicam fenômenos da nature-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- za são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Ama-
fala-r nheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer”
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (fa- em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, emprega-
lar), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática do em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser
- I - (partir). pessoal.
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de- Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de- ** São impessoais, ainda:
signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin- 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando
gular ou plural): tempo: Já passa das seis.
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blas-
fêmias.
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem re-
pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, ferência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-
algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc. se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Dá para me arrumar uns trocados?
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento * Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conju-
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por gam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai plural.
no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende- A fruta amadureceu.
rão, nutriríamos. As frutas amadureceram.

Classificação dos Verbos Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como
verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadu-
Classificam-se em: receu bastante.
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alte- Entre os unipessoais estão os verbos que significam
rações no radical: canto cantei cantarei cantava vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodi-
cantasse. lo, cacarejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

23
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu
com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, sempre estudo.
na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade:
(pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já Talvez eu estude amanhã.
implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essen- Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda
ciais). Veja: agora, menino.
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam
com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São Formas Nominais
poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-
se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
exemplo: Arrependi-me de ter estado lá. adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito nominais. Observe:
(eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre - Infinitivo Impessoal: exprime a significação do ver-
ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda bo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função
do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partí- de substantivo. Por exemplo:
cula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conju- Viver é lutar. (= vida é luta)
gada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio
verbo. O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
respectivos pronomes): exemplo:
Eu me arrependo É preciso ler este livro.
Tu te arrependes Era preciso ter lido este livro.
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos - Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
Vós vos arrependeis pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
Eles se arrependem apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje- 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os boa colocação.
pronomes mencionados, formando o que se chama voz
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. - Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ou advérbio. Por exemplo:
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
Maria penteou-me. vérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de
Observações: adjetivo)
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
função sintática. curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
- Há verbos que também são acompanhados de pro- plo:
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- - Particípio: quando não é empregado na formação
plo: dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular nero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Modos Verbais
Quando o particípio exprime somente estado, sem
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis- função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a
tem três modos: aluna escolhida para representar a escola.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
Veja:

1. Tempos do Indicativo

- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.


- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.

- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as
lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.

- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu ti-
vesse dinheiro, viajaria nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observações:

- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (AGENTE POLÍCIA - VUNESP 2013) Considere o trecho a seguir.


É comum que objetos ___________ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pes-
soas _____________ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) sejam … mantesse
(B) sejam … mantivessem
(C) sejam … mantém
(D) seja … mantivessem
(E) seja … mantêm

02. (MGS - TÉCNICO CONTÁBIL – IBFC/2017-adaptada)


Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos”, nota--se que o acento do verbo em destaque deve-se a uma
exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
c) As pessoas tem muitos planos.
d) A mentira tem perna curta.

03. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas
interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.

04. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a alternativa contendo a frase do texto na qual a expressão verbal des-
tacada exprime possibilidade.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema capaz de disponibilizar um grande número de obras lite-
rárias...
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo
virtual.
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associação, e não mais por sequências fixas previamente estabe-
lecidas.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito está ligado a uma nova concepção de textualidade...
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar toda a literatura do mundo...

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LÍNGUA PORTUGUESA

05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO d) queira – Presente do Subjuntivo.


SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.
crescimento econômico, se associado à ampliação do empre-
go, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, 10. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁ-
se passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito RIA – VUNESP – 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
do indicativo, teremos a forma: I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma-
A) puder. deira no animal.
B) poderia. II. Existiam muitos ferimentos no boi.
C) pôde. III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
D) poderá. movimentada.
E) pudesse. Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este
pelo verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
06. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a al- A) Existia – Haviam – Existiam
ternativa em que todos os verbos estão empregados de B) Existiam – Havia – Existiam
acordo com a norma- -padrão. C) Existiam – Haviam – Existiam
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da D) Existiam – Havia – Existia
impressão definitiva. E) Existia – Havia – Existia
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em
GABARITO
silêncio.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a tra-
01. B 02. D 03. E 04. B 05. B
balhar no feriado.
06. A 07. C 08. B 09. B 10. D
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a reque- RESOLUÇÃO
ra a seu superior.
1-)
07. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL VUNESP 2013-adap.) É comum que objetos sejam esquecidos em locais
Assinale a alternativa que substitui, corretamente e sem al- públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se
terar o sentido da frase, a expressão destacada em – Se a as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus
criança se perder, quem encontrá-la verá na pulseira ins- pertences, conservando-os junto ao corpo.
truções para que envie uma mensagem eletrônica ao gru-
po ou acione o código na internet. 2-)
(A) Caso a criança se havia perdido… Analisemos:
(B) Caso a criança perdeu… a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. = a so-
(C) Caso a criança se perca… ciedade tem (verbo no singular)
(D) Caso a criança estivera perdida… b) O jovem têm um grande desafio pela frente. = o
(E) Caso a criança se perda… jovem tem (verbo no singular)
c) As pessoas tem muitos planos. = as pessoas têm
08. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP – (verbo no plural)
2013-adap.). Assinale a alternativa em que o verbo desta- d) A mentira tem perna curta. = correta
cado está no tempo futuro. RESPOSTA: D
A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
B) … somente eles podem decidir se irão ou não com- 3-)
prar. Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de neces- se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das
vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
sidades”…
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
D) … de onde vem o produto…?
classificar segundo ideias preconcebidas.
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
4-)
09. (AGERBA - TÉCNICO EM REGULAÇÃO – IBFC/ (B) Funcionando como um imenso sistema de informa-
2017-adaptada) ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme
A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares, arquivo virtual. = verbo no futuro do pretérito
pode causar confusão. O verbo “quis”, presente em “Minha
mãe sempre quis viajar” é um exemplo típico. Nesse sen- 5-)
tido, assinale a alternativa em que se indica INCORRETA- Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
MENTE a sua flexão. Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode-
a) queres – Presente do Indicativo. ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é
b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo. crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo. soa do singular (ele) = poderia.

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LÍNGUA PORTUGUESA

6-) - Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a


(B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
silêncio. O trabalho foi feito por ele.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a sujeito paciente ação agente da passiva
trabalhar no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga... - Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen-
(E) Se você quiser a promoção, é necessário que a re- te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo:
queira a seu superior. O menino feriu-se.

7-) Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com


Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao
uma grande perda salarial...) outro)

8-) Formação da Voz Passiva


A) Os consumidores são assediados pelo marketing =
presente A voz passiva pode ser formada por dois processos:
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessi- analítico e sintético.
dades”… = pretérito do Subjuntivo
D) … de onde vem o produto…? = presente 1- Voz Passiva Analítica
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particí-
pretérito perfeito pio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada.
9-) O trabalho é feito por ele.
Vamos aos itens:
a) queres – Presente do Indicativo = eu quero, tu que- Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado
res - correta. da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a
b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo = eu que-
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda-
reria, tu quererias, ele quereria - incorreta.
dos.
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo =
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não
eu quisera, ele quisera – correta.
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
d) queira – Presente do Subjuntivo = que eu queira,
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
que tu queiras, que ele queira - correta
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = se eu
ção das frases seguintes:
quisesse, se tu quisesses, se ele quisesse – correta.
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
RESPOSTA: B
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi-
10-) cativo)
I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de
madeira no animal. b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
II. Existiam muitos ferimentos no boi. O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
movimentada. c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal; O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
existir = variável. Portanto, temos:
I – Existiam onze pessoas... - Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume
II – Havia muitos ferimentos... o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
III – Existia muita gente... Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
Vozes do Verbo As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo Obs.: é menos frequente a construção da voz passi-
para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente va analítica com outros verbos que podem eventualmente
da ação. São três as vozes verbais: funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar-
cada pela doença.
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
ação expressa pelo verbo. Por exemplo: 2- Voz Passiva Sintética
Ele fez o trabalho. A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com
sujeito agente ação objeto (paciente) o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
Por exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Abriram-se as inscrições para o concurso. - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
Destruiu-se o velho prédio da escola. cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o
sujeito é paciente.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva Chamo-me Luís.
sintética. Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la- Vacinaram-se contra a gripe.
tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem o Fonte:
significado de voz passiva como sendo a voz que expressa http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois ele- php
mentos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE e
AGENTE DA PASSIVA. Questões sobre Vozes dos Verbos

Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva 01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI-
NISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs- ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é
tancialmente o sentido da frase. (A) adjunto adnominal.
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa) (B) sujeito paciente.
Sujeito da Ativa objeto Direto (C) objeto indireto.
(D) complemento nominal.
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas- (E) agente da passiva.
siva)
Sujeito da Passiva Agente da Passiva 02. (FCC-COPERGÁS – AUXILIAR TÉCNICO ADMINIS-
TRATIVO - 2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o raiz. Transpondo- -se a frase acima para a voz passiva,
a forma verbal resultante será:
sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo
(A) era abatido.
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
(B) fora abatido.
Observe mais exemplos:
(C) abatera-se.
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
(D) foi abatido.
nos.
(E) tinha abatido
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
mestres.
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
... valores e princípios que sejam percebidos pela socie-
- Eu o acompanharei.
dade como tais.
Ele será acompanhado por mim. Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo pas-
sará a ser, corretamente,
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, (A) perceba.
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: (B) foi percebido.
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. (C) tenham percebido.
(D) devam perceber.
Saiba que: (E) estava percebendo.
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
xivos, são chamados neutros. 04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM
O vinho é bom. ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas
Aqui chove muito. pela multidão...
A forma verbal resultante da transposição da frase aci-
- Há formas passivas com sentido ativo: ma para a voz ativa é:
É chegada a hora. (= Chegou a hora.) (A) ocupava-se.
Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nas- (B) ocupavam.
cido.) (C) ocupou.
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou) (D) ocupa.
(E) ocupava.
- Inversamente, usamos formas ativas com sentido
passivo: 05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado) está em:

32
LÍNGUA PORTUGUESA

(A) Quando Rodolfo surgiu... (B) são empreendidos.


(B) ... adquiriu as impressoras... (C) foi empreendido.
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. (D) é empreendida.
(D) ... acolheu-o como patrono. (E) são empreendidas.
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do
Recife ... GABARITO

06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said ...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for- RESOLUÇÃO
ma verbal resultante é:
a) se constituiu. 1-)
b) chegou a ser constituído. No enunciado temos uma oração com a voz passiva
c) teria chegado a constituir. do verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto
d) chega a se constituir. Sou da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz”
e) chegaria a ser constituído. funciona como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua
função é a de agente da passiva. O sujeito paciente é “os
07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS dados”.
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indis- 2-)
tintamente as músicas produzidas no interior do país... Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for- foi abatido...
ma verbal resultante será:
(A) vinham indicadas. 3-)
(B) era indicado. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) eram indicadas. ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
(D) tinha indicado. remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
(E) foi indicada. princípios...

08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – 4-)


PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 - As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos
adaptada) Um exemplo de construção na voz passiva está na passiva, um verbo na ativa:
em: A multidão ocupava as ruas.
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do di- 5-)
nheiro” B = as impressoras foram adquiridas...
(C) “enviar o brinquedo por sedex” C = família numerosa é sustentada...
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de De- D – foi acolhido como patrono...
fesa do Consumidor” E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada...
(E) “A empresa fez campanha para recolher”
6-)
09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a consti-
Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois
vim a entender a tradução completa, a forma verbal resul- verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, um
tante será: deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no in-
(A) veio a ser entendida. finitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) ficará
(B) teria entendido. no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual de
(C) fora entendida. Said não chegou a ser constituído pelo engajamento...
(D) terá sido entendida.
(E) tê-la-ia entendido. 7-)
’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produ-
10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL zidas no interior do país.
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAP- As músicas produzidas no país eram indicadas pelo
TADA) sertanejo, indistintamente.
... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
Mulheres. 8-)
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for- (A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz ativa
ma verbal resultante será: (B) “o consumidor pode solicitar a devolução do di-
(A) foi empreendida. nheiro” = voz ativa

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa Pretérito Imperfeito do Indicativo
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de De- eu valia
fesa do Consumidor” = voz passiva tu valias
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa ele valia
nós valíamos
9-) vós valíeis
Mais tarde vim a entender a tradução completa... eles valiam
A tradução completa veio a ser entendida por mim.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
10-) eu valera
ele empreende, de maneira quase clandestina, a série tu valeras
Mulheres. ele valera
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira nós valêramos
vós valêreis
quase clandestina.
eles valeram
Verbos irregulares são verbos que sofrem alterações
Futuro do Presente do Indicativo
em seu radical ou em suas desinências, afastando-se do
eu valerei
modelo a que pertencem. tu valerás
No português, para verificar se um verbo sofre altera- ele valerá
ções, basta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito nós valeremos
do indicativo. Ex: faço – fiz, trago – trouxe, posso - pude. vós valereis
Não é considerada irregularidade a alteração gráfica eles valerão
do radical de certos verbos para conservação da regulari-
dade fônica. Ex: embarcar – embarco, fingir – finjo. Futuro do Pretérito do Indicativo
eu valeria
Exemplo de conjugação do verbo “dar” no presente do tu valerias
indicativo: ele valeria
Eu dou nós valeríamos
Tu dás vós valeríeis
Ele dá eles valeriam
Nós damos
Vós dais Mais-que-perfeito Composto do Indicativo
Eles dão eu tinha valido
tu tinhas valido
Percebe-se que há alteração do radical, afastando-se ele tinha valido
do original “dar” durante a conjugação, sendo considerado nós tínhamos valido
verbo irregular. vós tínheis valido
eles tinham valido
Exemplo: Conjugação do verbo valer:
Gerúndio do verbo valer = valendo
Modo Indicativo
Modo Subjuntivo
Presente
Presente
eu valho
que eu valha
tu vales
que tu valhas
ele vale que ele valha
nós valemos que nós valhamos
vós valeis que vós valhais
eles valem que eles valham

Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


eu vali se eu valesse
tu valeste se tu valesses
ele valeu se ele valesse
nós valemos se nós valêssemos
vós valestes se vós valêsseis
eles valeram se eles valessem

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LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Subjuntivo Ir
quando eu valer Presente do indicativo: Vou, vais, vai, vamos, ides, vão.
quando tu valeres
quando ele valer Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos,
quando nós valermos fostes, foram.
quando vós valerdes
quando eles valerem Futuro do presente do indicativo: Irei, irás, irá, ire-
mos, ireis, irão.
Imperativo
Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes,
Imperativo Afirmativo forem.
--
vale tu Querer
valha ele Presente do indicativo: Quero, queres, quer, queremos,
valhamos nós quereis, querem.
valei vós
valham eles Pretérito perfeito do indicativo: Quis, quiseste, quis,
Imperativo Negativo quisemos, quisestes, quiseram.
--
não valhas tu Presente do subjuntivo: Queira, queiras, queira, quei-
não valha ele ramos, queirais, queiram.
não valhamos nós
não valhais vós Ver
não valham eles Presente do indicativo: Vejo, vês, vê, vemos, vedes,
veem.
Infinitivo
Pretérito perfeito do indicativo: Vi, viste, viu, vimos,
Infinitivo Pessoal vistes, viram.
por valer eu
por valeres tu Futuro do presente do indicativo:Verei, verás, verá,
por valer ele veremos, vereis, verão.
por valermos nós
por valerdes vós Futuro do subjuntivo: Vir, vires, vir, virmos, virdes, vi-
por valerem eles rem.

Infinitivo Impessoal = valer Vir


Particípio = Valido Presente do indicativo: Venho, vens, vem, vimos, vin-
des, vêm.
Acompanhe abaixo uma lista com os principais verbos
irregulares: Pretérito perfeito do indicativo: Vim, vieste, veio, vie-
mos, viestes, vieram.
Dizer
Presente do indicativo: Digo, dizes, diz, dizemos, di- Futuro do presente do indicativo: Virei, virás, virá, vi-
zeis, dizem. remos, vireis, virão.

Pretérito perfeito do indicativo: Disse, disseste, disse, Futuro do subjuntivo: Vier, vieres, vier, viermos, vier-
dissemos, dissestes, disseram. des, vierem.

Futuro do presente do indicativo: Direi, dirás, dirá,


diremos, direis, dirão.
Fazer
Presente do indicativo: Faço, fazes, faz, fazemos, fa-
zeis, fazem.

Pretérito perfeito do indicativo: Fiz, fizeste, fez, fize-


mos, fizestes, fizeram.

Futuro do presente do indicativo: Farei, farás, fará,


faremos, fareis, farão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor-


PRONOMES: EMPREGO, FORMAS DE dância inadequada]
TRATAMENTO E COLOCAÇÃO. Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.

Pronomes Pessoais
Pronome
São aqueles que substituem os substantivos, indicando
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”,
de alguma forma. “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus so- às pessoas de quem fala.
nhos! Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
[substituição do nome]
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
ou do caso oblíquo.
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bo-
Pronome Reto
nita!
[referência ao nome]
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
Essa moça morava nos meus sonhos! tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
[qualificação do nome] Nós lhe ofertamos flores.

Grande parte dos pronomes não possuem significados Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- gurado:
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 1ª pessoa do singular: eu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 2ª pessoa do singular: tu
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 3ª pessoa do singular: ele, ela
os pronomes apresentam uma forma específica para cada - 1ª pessoa do plural: nós
pessoa do discurso. - 2ª pessoa do plural: vós
- 3ª pessoa do plural: eles, elas
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
como complementos verbais na língua-padrão. Frases
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
fala] evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem
me até aqui”.
se fala]
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
através do pronome seja coerente em termos de gênero as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, boa viagem. (Nós)
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Pronome Oblíquo
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos-
sa escola neste ano. Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto
adequada] direto ou indireto) ou complemento nominal.
[neste: pronome que determina “ano” = concordância Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]

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LÍNGUA PORTUGUESA

Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma Pronome Oblíquo Tônico


variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
indica a função diversa que eles desempenham na oração: Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo por preposições, em geral as preposições a, para, de e com.
marca o complemento da oração. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou forte.
tônicos. O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con-
figurado:
Pronome Oblíquo Átono - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
fraca: Ele me deu um presente. - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con- - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
figurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
- 2ª pessoa do singular (tu): te
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- 2ª pessoa do plural (vós): vos - As preposições essenciais introduzem sempre prono-
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
Observações: reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- forma:
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por Não há mais nada entre mim e ti.
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não vá sem mim.
diretos como objetos indiretos.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
objetos diretos. de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, nome, deverá ser do caso reto.
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Não vá sem eu mandar.
- Trouxeste o pacote?
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
- Não contaram a novidade a vocês? mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
- Não, no-la contaram. conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
No português do Brasil, essas combinações não são companhia.
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego
Ele carregava o documento consigo.
é muito raro.
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal todos, ambos ou algum numeral.
é suprimida. Por exemplo: Você terá de viajar com nós todos.
fiz + o = fi-lo Estávamos com vós outros quando chegaram as más
fazeis + o = fazei-lo notícias.
dizer + a = dizê-la Ele disse que iria com nós três.

Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as- Pronome Reflexivo


sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
repõe + os = repõe-nos nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
retém + a: retém-na da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
tem + as = tem-nas expressa pelo verbo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:


- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.

- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.


Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.

- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.


Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.

- 1ª pessoa do plural (nós): nos.


Lavamo-nos no rio.

- 2ª pessoa do plural (vós): vos.


Vós vos beneficiastes com a esta conquista.

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.


Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.

A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação
à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri- 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-


jam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi- anotações.
vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3ª pessoa. 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes- oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-
sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou Pronomes Demonstrativos


nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Os pronomes demonstrativos são utilizados para ex-
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de plicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa. espaço, no tempo ou discurso.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos No espaço:
teus cabelos. (errado) Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos carro está perto da pessoa que fala.
seus cabelos. (correto) Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da
teus cabelos. (correto) pessoa que fala.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que
Pronomes Possessivos o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com
quem falo.
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo
(coisa possuída). quanto por meio de correspondência, que é uma moda-
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do lidade escrita de fala), são particularmente importantes o
singular) este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao
emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los
NÚMERO PESSOA PRONOME pode causar ambiguidade.
singular primeira meu(s), minha(s) Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
singular segunda teu(s), tua(s) informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer-
singular terceira seu(s), sua(s) sidade destinatária).
plural primeira nosso(s), nossa(s) Reafirmamos a disposição desta universidade em parti-
plural segunda vosso(s), vossa(s) cipar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universi-
plural terceira seu(s), sua(s) dade que envia a mensagem).
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa No tempo:
gramatical a que se refere; o gênero e o número concor- Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
dam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua con- refere ao ano presente.
tribuição naquele momento difícil. Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se
refere a um passado próximo.
Observações: Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar está se referindo a um passado distante.
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
seu José. - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
invariáveis, observe:
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
posse. Podem ter outros empregos, como: la(s).
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Invariáveis: isto, isso, aquilo.

b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
anos. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
que te indiquei.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas
trouxe sua mensagem? que o procuraram ontem.

39
LÍNGUA PORTUGUESA

- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
o problema. expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
- semelhante(s): Não compre semelhante livro. Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
- tal, tais: Tal era a solução para o problema.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos,
Note que: ora pronomes indefinidos adjetivos:
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
construções redundantes, com finalidade expressiva, para demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
das belezas brasileiras, isso é que é sorte! tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
- O pronome demonstrativo neutro ou pode represen- Alguns se contentam pouco.
tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi- Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o riáveis e invariáveis. Observe:
pressentiam. Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne-
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
faz as vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que outras, quantas.
ela o fizesse. Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
algo, cada.
- Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
solteiro, aquele casado]
Cada um escolheu o vinho desejado.
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
Indefinidos Sistemáticos
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
= naquilo) sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Pronomes Indefinidos negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
São palavras que se referem à terceira pessoa do dis- e qualquer, que generaliza.
curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando Essas oposições de sentido são muito importantes na
quantidade indeterminada. construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
-plantadas. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de que fazem parte:
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- prático.
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: pessoas quaisquer.
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. Pronomes Relativos
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin-
guém, outrem, quem, tudo. São aqueles que representam nomes já mencionados
Algo o incomoda? anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
Quem avisa amigo é. as orações subordinadas adjetivas.

40
LÍNGUA PORTUGUESA

O racismo é um sistema que afirma a superioridade de - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
um grupo racial sobre outros. precedido de preposição.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou- É um professor a quem muito devemos.
tros = oração subordinada adjetiva). (preposição)
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
“sistema” é antecedente do pronome relativo que. tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- casa onde morava foi assaltada.
me demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer. - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem ou em que.
expresso. Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
Quem casa, quer casa. no exterior.

Observe: - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-


Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os lavras:
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, - como (= pelo qual): Não me parece correto o modo
quantas. como você agiu semana passada.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. - quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
díamos jogar videogame.
Note que:
- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- numa só frase.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu O futebol é um esporte.
antecedente for um substantivo. O povo gosta muito deste esporte.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a
qual) - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
quais) gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as
quais) Pronomes Interrogativos

- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente São usados na formulação de perguntas, sejam elas di-
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por variações), quanto (e variações).
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria preferes.
ambiguidade.) Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas tos passageiros desembarcaram.
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e Sobre os pronomes
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
de ser poeta, que era a sua vocação natural. O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
- O pronome “cujo” não concorda com o seu antece- quando desempenha função de complemento. Vamos en-
dente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
dos quais, das quais. frase e que função exerce. Observe as orações:
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
(antecedente) (consequente) 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar.
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antece-
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
Emprestei tantos quantos foram necessários. exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
(antecedente) reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
Ele fez tudo quanto havia falado. exercendo função de complemento, e, consequentemente,
(antecedente) é do caso oblíquo.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, - Conjunção subordinativa:


o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). Ênclise

Importante: Em observação à segunda oração, o em- A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver- não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto-
bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode nos. A ênclise vai acontecer quando:
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio. Amem-se uns aos outros.
Eu desejo lhe perguntar algo. Sigam-me e não terão derrotas.
Eu estou perguntando-lhe algo.
- O verbo iniciar a oração:
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou Diga-lhe que está tudo bem.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, Chamaram-me para ser sócio.
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos
de preposição. - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre-
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que posição “a”:
eu estava fazendo. Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
o que eu estava fazendo.
- O verbo estiver no gerúndio:
Colocação Pronominal Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo-
cupada.
A colocação pronominal é a posição que os prono- Despediu-se, beijando-me a face.
mes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação
ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições mesmo instante.
na oração em relação ao verbo: Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo Mesóclise
3. mesóclise: pronome no meio do verbo
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado
Próclise no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: se realizará)
- Palavras com sentido negativo: Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
Nada me faz querer sair dessa cama. proposta a você)
Não se trata de nenhuma novidade.
Questões sobre Pronome
- Advérbios:
Nesta casa se fala alemão. 01. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP/2012).
Naquele dia me falaram que a professora não veio. Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
- Pronomes relativos: seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
- Pronomes indefinidos: e da água faça em si diferença, as companhias não podem
Quem me disse isso? suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto,
elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
- Pronomes demonstrativos: encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada-
Isso me deixa muito feliz! mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! de crescimento verde sempre será a segunda opção.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
- Preposição seguida de gerúndio:
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re-
indicado à pesquisa escolar. ferem- -se, respectivamente, a

42
LÍNGUA PORTUGUESA

(A) dúvidas e preços. (D) O homem se indignou quando propuseram-lhe


(B) dúvidas e insumos básicos. que abrisse a bolsa que encontrara.
(C) companhias e insumos básicos. (E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma
(D) companhias e preços do carbono e da água. tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
(E) políticas de crescimento e preços adequados. nos.

02. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC – 07. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
2013- adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o tre- 2013).
cho grifado está corretamente substituído por um prono- Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
me em: tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo prazo.
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
lhes desalentado e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem A) a que … acaba … à
de conhecê-lo? B) com que … acabam … à
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não C) de que … acabam … a
parecia ser-lhe D) em que … acaba … a
E) incomodaram o general... − incomodaram-no E) dos quais … acaba … à

03.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013- 08. (AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO – VUNESP –
adap.). A substituição do elemento grifado pelo pronome 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada respectivamente, as lacunas do trecho.
de modo INCORRETO em: ______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
A) mostrando o rio= mostrando-o. vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
B) como escolher sítio= como escolhê-lo. sujeito de forma cômica.
A) Fazem... a ... de que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
B) Faz ...a ... que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam =
C) Fazem ...à ... com que
nada lhes acrescentariam.
D) Faz ...à ... que
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
E) Faz ...à ... a que
04. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2013). As-
09. (TRF 3ª REGIÃO- TÉCNICO JUDICIÁRIO - /2014)
sinale a alternativa em que o pronome destacado está po-
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
sicionado de acordo com a norma-padrão da língua.
lantes.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a ca-
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. beça...
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
grifados acima foram corretamente substituídos por um
05. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP 2011). Assinale a al- pronome, na ordem dada, em:
ternativa cujo emprego do pronome está em conformidade (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
com a norma padrão da língua. (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
lada. (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
(D) Conformado, se rendeu às punições. 10. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃo – VUNESP –
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. 2013- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras
dos estabelecimentos felizmente comprovam os aconteci-
06. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL - VUNESP - 2013). As- mentos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investiga-
sinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, ção. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. substituem, corretamente, os termos em destaque são:
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que A) os comprovam … ajudá-la.
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. B) os comprovam …ajudar-la.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- C) os comprovam … ajudar-lhe.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(C) Nos sentimos impotentes quando não consegui- E) lhes comprovam … ajudá-la.
mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO 8-)
Faz alguns anos, num programa de televisão, uma
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C jovem fazia referência à violência a que o brasileiro
06. A 07. C 08. E 09. A 10. A estava sujeito de forma cômica.
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no sin-
RESOLUÇÃO gular

1-) 9-)
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, devoravam - verbo terminado em “m” = pronome
não está claro até onde pode realmente chegar uma po-
oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
lítica baseada em melhorar a eficiência sem preços ade-
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos “lhe” é para objeto indireto
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com- convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di- to; “lhe” é para objeto indireto
gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som-
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- 10-)
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos. – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimen-
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde tos felizmente comprovam os acontecimentos, e testemu-
sempre será a segunda opção. nhas vão ajudar a polícia na investigação.
felizmente os comprovam ... ajudá-la
2-) (advérbio)
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
desalentado
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
conhecê-las ?
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia sê-lo
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos
3-) nos referindo à relação de dependência estabelecida entre
transpor [...] as matas espessas= transpô-las um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta
feita, os agentes principais desse processo são representa-
4-) dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante;
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado.
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. Dessa forma, temos que a concordância verbal carac-
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que-
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi-
5-) cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe-
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba- rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como
lada. poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
(D) Conformado, rendeu-se às punições.
(E) Todos querem que se combata a corrupção. Casos referentes a sujeito simples

6-) 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com


(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situa- o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos 2) Nos casos referentes a sujeito representado por
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes-
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
que abrisse a bolsa que encontrara.
Observação:
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma ten-
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
7-) poderá ir para o plural:
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram pro- Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
dutos de que não necessitam e acabam tendo de Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
pagar tudo a prazo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3) Quando o sujeito é representado por expressões Observações:


partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por-
de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova-
pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol- - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin-
veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar. gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire-
toria.
4) No caso de o sujeito ser representado por expres- - Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural:
o verbo concorda com o substantivo determinado por elas: Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso.
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado
5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex- por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empre-
pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais gado na terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas. Majestades gostaram das homenagens. Vossa Majestade
Observação: agradeceu o convite.
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, 12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
necessariamente, deverá permanecer no plural: tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram aspectos que os determinam:
na campanha de doação de alimentos. - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
Mais de um formando se abraçaram durante as soleni- bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi-
dades de formatura. cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de
Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po-
um dos que atuaram na Copa América. tência mundial.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que
7) Em casos relativos à concordância com locuções ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, Unidos é uma potência mundial.
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário
nos atermos a duas questões básicas: Casos referentes a sujeito composto
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no
plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es-
o receberemos. / Alguns de nós o receberão. tando relacionado a dois pressupostos básicos:
- Quando o primeiro pronome da locução estiver ex- - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre
presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin- as demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
gular: Algum de nós o receberá. - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexio-
nar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo primos.
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa
do singular ou poderá concordar com o antecedente desse 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an-
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus
ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. dois filhos compareceram ao evento.

9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma- permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e
mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. seus dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois
filhos.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex-
pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a
da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. felicidade do mundo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô- e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo - Concordam com o substantivo a que se referem.
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha As cartas estão anexas.
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de A bebida está inclusa.
meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre- Precisamos de nomes próprios.
miação é fruto de meu esforço. Obrigado, disse o rapaz.

Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
demais termos da oração para que concordem em gê- - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
nero e número com o substantivo. Teremos que alterar, singular e o adjetivo no plural.
portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Renato advogou um e outro caso fáceis.
Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
sua maneira.
g) É bom, é necessário, é proibido
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono-
- Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
me concordam em gênero e número com o substantivo.
cedido de artigo ou outro determinante.
- A pequena criança é uma gracinha.
Canja é bom. / A canja é boa.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à trada é proibida.
regra geral mostrada acima. h) Muito, pouco, caro
a) Um adjetivo após vários substantivos - Como adjetivos: seguem a regra geral.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o Comi muitas frutas durante a viagem.
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. Pouco arroz é suficiente para mim.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. Os sapatos estavam caros.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Como advérbios: são invariáveis.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural Comi muito durante a viagem.
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
- Ela tem pai e mãe louros. Comprei caro os sapatos.
- Ela tem pai e mãe loura.
i) Mesmo, bastante
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria- - Como advérbios: invariáveis
mente para o plural. Preciso mesmo da sua ajuda.
- O homem e o menino estavam perdidos. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
mais próximo. j) Menos, alerta
Comi delicioso almoço e sobremesa. - Em todas as ocasiões são invariáveis.
Preciso de menos comida para perder peso.
Provei deliciosa fruta e suco.
Estamos alerta para com suas chamadas.
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
k) Tal Qual
concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda
Estavam feridos o pai e os filhos. com o consequente.
Estava ferido o pai e os filhos. As garotas são vaidosas tais qual a tia.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo. l) Possível
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me-
lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex-
- coloca o substantivo no plural. pressões.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. A mais possível das alternativas é a que você expôs.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em-
d) Pronomes de tratamento presa.
- sempre concordam com a 3ª pessoa. As piores situações possíveis são encontradas nas fave-
Vossa Santidade esteve no Brasil. las da cidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

m) Meio 03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para


- Como advérbio: invariável. responder à questão.
Estou meio (um pouco) insegura. _________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
- Como numeral: segue a regra geral. seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
Comi meia (metade) laranja pela manhã. o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É
verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono e
n) Só da água em si ___________diferença, as companhias não po-
- apenas, somente (advérbio): invariável. dem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares
Só consegui comprar uma passagem. por tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portan-
to, elas começam a usar preços- -sombra. Ainda assim,
- sozinho (adjetivo): variável. ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar
Estiveram sós durante horas. adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das
políticas de crescimento verde sempre ___________ a segunda
Fonte: opção.
http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia- (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
verbal.htm De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal pectivamente, com:
(A) Restam… faça… será
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con- (B) Resta… faz… será
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (C) Restam… faz... serão
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores (D) Restam… façam… serão
que determinam as escolhas dos governantes, para conferir (E) Resta… fazem… será
legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna-
ser embasados na percepção dos valores e princípios que tiva em que o trecho
regem a prática política. – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.–
regime democrático, em que se respeita tanto as liberdades está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa-
individuais quanto as coletivas. drão da língua portuguesa.
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- (A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encon-
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimina- trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
das de um único poder central. insumos básicos.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi- trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
niões existentes na sociedade. cos ser quantificados.
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de concor- até agora uma maneira adequada para que os insumos bá-
dância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em: sicos sejam quantificado.
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa lei- (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
tura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimora- trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
mento intelectual, estão na capacidade de criação do autor, mos básicos seja quantificado.
mediante palavras, sua matéria-prima. (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor os insumos básicos.
ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus auto-
res, gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima. 05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto:
permitem criar todo um mundo de ficção, em que persona- I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega-
gens se transformam em seres vivos a acompanhar os leito- tiva...
res, numa verdadeira interação com a realidade. II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi-
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor ficação do continente americano (2,0)...
somente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e
entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimen- II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos
to intelectual deste último e o prazer da leitura. exemplos, em:
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que cons- (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o
titui leitura obrigatória e se tornam referências por seu con- próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da
teúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. maioria?

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LÍNGUA PORTUGUESA

(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. e) No final do século XX já não se via muitos intelec-
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase notícia pelos livros que publicavam como pelas posições
todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia. que corajosamente assumiam.
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
também existem umas que não merecem nossa atenção. 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos-
tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural,
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) está em:
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
peregrinação. (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla-
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu- neta)
ral caso o segmento grifado seja substituído por: (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
(A) Há folheteiros que consumo mundial de barris de petróleo)
(B) A maior parte dos folheteiros (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
(C) O folheteiro e sua família no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(D) O grosso dos folheteiros (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
(E) Cada um dos folheteiros forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
climáticas)
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
FCC/2012) Todas as formas verbais estão corretamente 10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
flexionadas em: nale a alternativa em que a concordância das formas verbais
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel destacadas está de acordo com a norma-padrão da língua.
sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie-
dessas criações poéticas tão originais. nização subterrânea.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os
trabalhadores da área de limpeza.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
nas melhores universidades do país.
riscos de se contrair alguma doença.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer.
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e
começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
de seus funcionários.
resultado do puro e simples desconhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
GABARITO
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
representatividade. 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con- RESOLUÇÃO
cordância verbal e nominal em:
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica- (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
de hoje. rir legitimidade a suas decisões.
b) A importância de intelectuais como Edward Said e (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que valores e princípios que regem a prática política.
escreveram. (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so- tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
menos de terem alguma trégua. crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
que admiradores. põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) 6-)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- “folheterios”)
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au- B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem- D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan- E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
matéria-prima. (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside-
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa-
lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per- zes de fruir dessas criações poéticas tão originais.
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
nas melhores universidades do país.
tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura. a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por por merecer.
seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva-
lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
3-) _Restam___dúvidas só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco-
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da nhecimento.
água em si __faça __diferença (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que
a maioria das políticas de crescimento verde sempre os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados
____será_____ a segunda opção. à falta de representatividade.
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tan-
to no plural quanto no singular. Nas alternativas não há 8-) Fiz as correções entre parênteses:
“restam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as op- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
ções adequadas. entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
das às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns (co-
4-) mum) nos dias de hoje.
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- b) A importância de intelectuais como Edward Said e
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
insumos básicos. polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- que escreveram.
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en-
cos serem quantificados. tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- (ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter)
mos básicos sejam quantificados.
alguma trégua.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
mos básicos sejam quantificados.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem que admiradores.
os insumos básicos. = correta e) No final do século XX já não se via (viam) muitos
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
aos itens: posições que corajosamente assumiam.
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
tem (singular) 9-)
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) =
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise- “há” permaneceria no singular
ram (plural) (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla-
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem neta) = “sabe” permaneceria no singular
umas (plural) (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane-
as formas estão no plural) ceria no singular

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LÍNGUA PORTUGUESA

(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A
flete” passaria para “refletem-se” oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín-
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di-
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
verbos, e a regência culta.
10-) Fiz as correções: Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular) de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos ris- diferentes formas em frases distintas.
cos
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
Verbos Intransitivos
sete da manhã = eram
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
começou = começaram
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
- Chegar, Ir
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para.
REGÊNCIA Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple- Ricardo foi para a Espanha.
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala- Adjunto Adverbial de Lugar
vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva-
mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. - Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
Regência Verbal em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
Termo Regente: VERBO último jogo.

A regência verbal estuda a relação que se estabelece Verbos Transitivos Diretos


entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos Os verbos transitivos diretos são complementados por
adverbiais). objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de gar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblí-
conhecermos as diversas significações que um verbo pode quos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses prono-
assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre-
mes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas
posição. Observe:
verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar,
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
contentar.
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar
agrado ou prazer”, satisfazer. São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando-
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad-
“agradar a alguém”. mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender,
Saiba que: eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
O conhecimento do uso adequado das preposições é proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
bal (e também nominal). As preposições são capazes de como o verbo amar:
modificar completamente o sentido do que se está sendo Amo aquele rapaz. / Amo-o.
dito. Veja os exemplos: Amo aquela moça. / Amo-a.
Cheguei ao metrô. Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Cheguei no metrô. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver- Agradeço aos ouvintes a audiência.
bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Objeto Indireto Objeto Direto
adnominais).
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Paguei o débito ao cobrador.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car- Objeto Direto Objeto Indireto
reira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu- - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
mor) com particular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Verbos Transitivos Indiretos Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- Paguei minhas contas. / Paguei-as.
gem uma preposição para o estabelecimento da relação Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: - Na utilização de pronomes como complementos, veja
- Consistir - Tem complemento introduzido pela pre- as construções:
posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
tos iguais para todos. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
mentos introduzidos pela preposição “a”: Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. venir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto.
Respondemos às perguntas. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
Respondeu-lhe à altura. criança.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto Pedir


quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas- Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
siva analítica. Veja: forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
O questionário foi respondido corretamente. pessoa.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te. Objeto Indireto Objeto Direto

- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen- Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.


tos introduzidos pela preposição “com”. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Antipatizo com aquela apresentadora. Objetiva Direta
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
nam para uma minoria privilegiada. Saiba que:
- A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- licença estiver subentendida.
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos: tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A construção “dizer para”, também muito usada po- - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
pularmente, é igualmente considerada incorreta. ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário.
Preferir Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
direto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo: Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Prefiro trem a ônibus. lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado conturbada cidade.
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo CHAMAR
prefixo existente no próprio verbo (pre).
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Mudança de Transitividade X Mudança de Signifi-
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha-
cado
má-la.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
guístico muito importante, pois além de permitir a correta apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades cativo preposicionado ou não.
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, A torcida chamou o jogador mercenário.
estão: A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
nhos, acariciar. CUSTAR
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
quando o revê. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar ou transitivo indireto.
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento Muito custa viver tão longe da família.
introduzido pela preposição “a”. Verbo Oração Subordinada Substantiva
O cantor não agradou aos presentes. Subjetiva
O cantor não lhes agradou. Intransitivo Reduzida de Infinitivo
ASPIRAR Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- atitude.
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Objeto Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Indireto Reduzida de Infinitivo
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
(Aspirávamos a elas)
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto- por pessoa. Observe:
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela Custei para entender o problema.
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Forma correta: Custou-me entender o problema.
Aspiravam a ela)
IMPLICAR
ASSISTIR - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
tar assistência a, auxiliar. Por exemplo: implicavam um firme propósito.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. b) Ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure-
cimento político de um povo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Como transitivo direto e indireto, significa compro- - Ele se esqueceu do caderno.


meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões - Eu me esqueci da chave.
econômicas. - Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é tran-
sitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-
quem não trabalhasse arduamente. brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
PROCEDER gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado - Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
de adjunto adverbial de modo. - Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
As afirmações da testemunha procediam, não havia
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e
como refutá-las.
indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de al-
Você procede muito mal.
guma coisa).
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
SIMPATIZAR
do pela preposição “a”) é transitivo indireto. Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não
O avião procede de Maceió. simpatizei com os jurados.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito. NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Ma-
QUERER ria namora João.
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar. Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor. OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
estimar, amar.
Quero muito aos meus amigos. Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode
Ele quer bem à linda menina. ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
VER
VISAR É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- viu o filme.
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Regência Nominal
O gerente não quis visar o cheque.
É o nome da relação existente entre um nome (subs-
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
público.
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e
ESQUECER – LEMBRAR os nomes correspondentes: todos regem complementos
- Lembrar algo – esquecer algo introduzidos pela preposição a. Veja:
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi- Obedecer a algo/ a alguém.
nal) Obediente a algo/ a alguém.

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro. da preposição ou preposições que os regem. Observe-os
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e atentamente e procure, sempre que possível, associar es-
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan- ses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você
to, transitivos indiretos: conhece.

53
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).


... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza.

54
LÍNGUA PORTUGUESA

B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- (E) A família toda se organizou para realizar a procura
do nos troncos mais robustos. à garotinha.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... GABARITO
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D 06. A
na serra de Tunuí...
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o RESOLUÇÃO
gentio, mestre e colaborador...
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). outras ciências ...
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... Facilitar – verbo transitivo direto
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li-
o da frase acima se encontra em: gação
A) A palavra direito, em português, vem de directum, B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo
do verbo latino dirigere...
de ligação
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sociedades...
sitivo direto e indireto
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
pela justiça. E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro =
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- verbo transitivo indireto
rações da justiça...
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o 2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito
sentimento de justiça. nos filhos do sueco.
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa sitivo direto
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de
nominal e à pontuação. ligação
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- C) ...compareceu em companhia da mulher à delega-
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço cia... =verbo intransitivo
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi-
do que em outros. mento. =transitivo direto
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra-
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o 3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um em partes desiguais...
exemplo!, do que em outros. Constar = verbo intransitivo
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra- B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha-
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o do nos troncos mais robustos. =ligação
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
exemplo, do que em outros. rientam, não raro, quem... =transitivo direto
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço na serra de Tunuí... = transitivo direto
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
– do que em outros.
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem- 4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
plo) do que em outros. Lidar = transitivo indireto
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina- sociedades... =transitivo direto
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
destaque. pela justiça. =ligação
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
responsabilidade pelo problema. ções da justiça... =transitivo direto e indireto
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
se perdido. sentimento de justiça. =transitivo direto
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
de um índio na porta do prédio. 5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon-
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
perdido de sua família. gência (pontuação encontra-se em tópico específico)

55
LÍNGUA PORTUGUESA

(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, Casos em que a crase NÃO ocorre:
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
tuação) - diante de substantivos masculinos:
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto Andamos a cavalo.
à pontuação) Fomos a pé.
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi- Passou a camisa a ferro.
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o Fazer o exercício a lápis.
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um Compramos os móveis a prazo.
exemplo) do que em outros.
- diante de verbos no infinitivo:
6-) A criança começou a falar.
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por Ela não tem nada a dizer.
ter se perdido. Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá
um índio na porta do prédio. crase.
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se per-
dido de sua família. - diante da maioria dos pronomes e das expressões
(E) A família toda se organizou para realizar a procura de tratamento, com exceção das formas senhora, se-
pela garotinha. nhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
CRASE. Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de on-
tem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.

A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”, Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pro-
“mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à nomes podem ser identificados pelo método: troque a pa-
“junção” de duas vogais idênticas. É de grande importân- lavra feminina por uma masculina, caso na nova construção
cia a crase da preposição “a” com o artigo feminino “a” surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
(s), com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela (s), Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo in-
aquilo e com o “a” do relativo a qual (as quais). Na escri- divíduo.)
ta, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao
uso apropriado do acento grave depende da compreensão senhor.)
da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao
entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e próprio Cláudio para sair mais cedo.)
nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a cra-
se, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência - diante de numerais cardinais:
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Chegou a duzentos o número de feridos.
Observe: Daqui a uma semana começa o campeonato.
Vou a + a igreja.
Vou à igreja. Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição - diante de palavras femininas:


“a”, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
do artigo “a” que está determinando o substantivo femini- Sempre vamos à praia no verão.
no igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Sou grata à população.
Observe os outros exemplos: Fumar é prejudicial à saúde.
Conheço a aluna. Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
Refiro-me à aluna.
- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (co- moda de” (mesmo que a expressão moda de fique suben-
nhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a tendida):
crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
transitivo indireto (referir--se a algo ou a alguém) e exige Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
a preposição “a”. Portanto, a crase é possível, desde que o Estava com vontade de comer frango à (moda de) pas-
termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino sarinho.
“a” ou um dos pronomes já especificados. O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

56
LÍNGUA PORTUGUESA

- na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.

- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde às ocultas às pressas à medida que
à noite às claras às escondidas à força
à vontade à beça à larga à escuta
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de

Crase diante de Nomes de Lugar

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não
a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição “de” ou “em”.
A ocorrência da contração “da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)

*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Vou à praia. = Volto da praia.

- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:


Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos

Aquele (s), Aquela (s), Aquilo

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Refiro-me a + aquele atentado.
Preposição Pronome
Refiro-me àquele atentado.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Aluguei aquela casa.

O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja
outros exemplos:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta.

57
LÍNGUA PORTUGUESA

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a - diante de nomes próprios femininos:


qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege es- Observação: é facultativo o uso da crase diante de no-
ses pronomes exigir a preposição “a”, haverá crase. É possí- mes próprios femininos porque é facultativo o uso do arti-
vel detectar a ocorrência da crase nesses casos utilizando a go. Observe:
substituição do termo regido feminino por um termo regi- Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
do masculino. Por exemplo: A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da ci- Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo
dade. feminino diante de nomes próprios femininos, então pode-
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a mos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
crase. Veja outros exemplos: Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Ro-
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. berto.
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam - diante de pronome possessivo feminino:
responder nenhuma das questões. Observação: é facultativo o uso da crase diante de pro-
A sessão à qual assisti estava vazia. nomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
artigo. Observe:
Crase com o Pronome Demonstrativo “a” Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperan-
do por você.
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está es-
“a” também pode ser detectada através da substituição do perando por você.
termo regente feminino por um termo regido masculino. Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
Veja: pronomes possessivos femininos, então podemos escrever
Minha revolta é ligada à do meu país. as frases abaixo das seguintes formas:
Meu luto é ligado ao do meu país. Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
As orações são semelhantes às de antes. Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Suas perguntas são superiores às dele. - depois da preposição até:
Seus argumentos são superiores aos dele. Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Sua blusa é idêntica à de minha colega. Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o
Seu casaco é idêntico ao de minha colega. até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A
A Palavra Distância palestra vai até às cinco horas da tarde.

Se a palavra distância estiver especificada, determinada, Questões sobre Crase


a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância
de 100km daqui. (A palavra está determinada) 01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as dis-
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A cussões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos ju-
palavra está especificada.) rídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências
estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas cri-
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase minais. Raro ler ____respeito envolvendo questões de saúde
não pode ocorrer. Por exemplo: pública como programas de esclarecimento e prevenção, de
Os militares ficaram a distância. tratamento para dependentes e de reintegração desses____
Gostava de fotografar a distância. vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico ou
Ensinou a distância. clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa
Dizem que aquele médico cura a distância. própria família?
Reconheci o menino a distância. (Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Pau-
lo, 17.09.2012. Adaptado)
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambi- As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
guidade, pode-se usar a crase. Veja: respectivamente, com:
Gostava de fotografar à distância. (A) aos … à … a … a
Ensinou à distância. (B) aos … a … à … a
Dizem que aquele médico cura à distância. (C) a … a … à … à
(D) à … à … à … à
(E) a … a … a … a

58
LÍNGUA PORTUGUESA

02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia a) às - àquelas _ à


o texto a seguir. b) as - aquelas - a
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, cor- c) às àquelas - a
reu ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira d) às - aquelas - à
causa do procedimento de Camilo. Vimos que ______ carto- e) as - àquelas - à
mante restituiu--lhe ______ confiança, e que o rapaz repreen-
deu-a por ter feito o que fez. 07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. NESP – 2013-adap) O acento indicativo de crase está corre-
Rio de Janeiro: Globo, 1997, p. 6) tamente empregado em:
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com
ordem dada: as dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos.
A) à – a – a B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações
B) a – a – à nos mecanismos biológicos de controle emocional.
C) à – a – à C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
D) à – à – a D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade
E) a – à – à alimentam a violência crescente nas cidades.
E) Um ambiente desfavorável à formação da personali-
03 “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ proble- dade atinge os mais vulneráveis.
mas já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”.
a) à - àqueles - a - há 08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
b) a - àqueles - a - há O sinal indicativo de crase está correto em:
c) a - aqueles - à - a A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na
d) à - àqueles - a - a área de biotecnologia.
e) a - aqueles - à - há B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar
à educação dos filhos.
04.(Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar
me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e as instalações do prédio.
efervescente. D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase detalhe que envolva a segurança das pessoas.
se o segmento grifado for substituído por: E) É função da política é dedicar-se à todo problema
A) leitura apressada e sem profundidade. que comprometa o bem-estar do cidadão.
B) cada um de nós neste formigueiro.
C) exemplo de obras publicadas recentemente. 09. (Agente Educacional – VUNESP – 2013). Assinale
D) uma comunicação festiva e virtual. a alternativa em que a sequência da frase a seguir traz o
E) respeito de autores reconhecidos pelo público. uso correto do acento indicativo de crase, de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa.
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
NESP – 2013). Um bom conhecimento de matemática é indispensável
O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) A) à todo e qualquer estudante.
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ ressocia- B) à estudantes de nível superior.
lização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para C) à quem pretende carreiras no campo de exatas.
o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade, D) à construção do saber nas mais diversas áreas.
ele estará capacitado______ ter uma profissão e uma vida digna. E) à uma boa formação profissional.
(Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/
qual_e_a_importancia_da_ressocializacao_de_presos. Aces- GABARITO
so em: 18.08.2012. Adaptado)
01. B 02. A 03. B 04. A 05. D
Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti- 06. A 07. E 08. B 09. D
vamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-pa-
drão da língua portuguesa. RESOLUÇÃO
A) à … à … à
B) a … a … à 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
C) a … à … à Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina
D) à … à ... a não há crase)
E) a … à … a de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a
vida = à)
06. O Ministro informou que iria resistir _____ pressões o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar en-
contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da caminhar um drogado da nossa própria família? (antes de
casa própria. pronome indefinido/relativo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la 8-)


sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vi- A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na
mos que _a__cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ área de biotecnologia. (artigo indefinido)
confiança (objeto direto), e que o rapaz repreendeu-a por B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar
ter feito o que fez. à educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a )
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar
3-) “Nesta oportunidade, volto _a_ referir-me àqueles__ as instalações do prédio. (verbo no infinitivo)
problemas já expostos a _ V. Sª _há_ alguns dias”. D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer
- a referir = antes de verbo no infinito não há crase; detalhe que envolva a segurança das pessoas. (pronome
- quem faz referência, faz referência A algo ou A al- indefinido)
guém ( a regência do verbo pede preposição) E) É função da política é dedicar-se à todo problema
- antes de pronome de tratamento não há crase (exce- que comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome in-
ção à senhora, que admite artigo); definido)
- há no sentido de tempo passado. 9-) Um bom conhecimento de matemática é indispen-
sável à construção do saber nas mais diversas áreas.
A) à todo e qualquer estudante. (pronome indefinido)
4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressa-
B) à estudantes de nível superior. (“a” no singular an-
da e sem profundidade.
tes de palavra no plural)
a cada um de nós neste formigueiro. (antes de prono- C) à quem pretende carreiras no campo de exatas.
me indefinido) (pronome indefinido/relativo)
a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra E) à uma boa formação profissional. (artigo indefini-
masculina) do)
a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefini-
do)
a respeito de autores reconhecidos pelo público. (pa-
lavra masculina) PONTUAÇÃO.

5-) O Instituto Nacional de Administração Prisio-


nal (INAP) também desenvolve atividades lúdicas de Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
apoio___à__ ressocialização do indivíduo preso, com o ob- servem para compor a coesão e a coerência textual, além
jetivo de prepará--lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve-
forma, quando em liberdade, ele estará capacitado__a___ jamos as principais funções dos sinais de pontuação co-
ter uma profissão e uma vida digna. nhecidos pelo uso da língua portuguesa.
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
- retorno a? regência nominal pede preposição; Ponto
- antes de verbo no infinitivo não há crase. 1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
6-) O Ministro informou que iria resistir _às__ pressões que se encontra.
contrárias àquelas_ modificações relativas __à_ aquisição da - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
casa própria. - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
- resistir a? regência verbal pede preposição;
- contrária a? regência nominal pede preposição; 2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
- relativas a? regência nominal pede preposição.
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
7-)
importância.
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas - “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo
com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida;
desejos. (antes de verbo no infinitivo não há crase) os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações
nos mecanismos biológicos de controle emocional. (se 2- Separa partes de frases que já estão separadas por
o “a” está no singular e antecede palavra no plural, não há vírgulas.
crase) - Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta-
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. nhas, frio e cobertor.
(artigo indefinido)
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida- 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
de alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra tivos, decreto de lei, etc.
masculina) - Ir ao supermercado;
E) Um ambiente desfavorável à formação da personali- - Pegar as crianças na escola;
dade atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nomi- - Caminhada na praia;
nal: desfavorável a?) - Reunião com amigos.

60
LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos Usa-se a vírgula:


1- Antes de uma citação - Para marcar intercalação:
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
dância, vem caindo de preço.
2- Antes de um aposto b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
tarde e calor à noite. c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias
não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento abrir mão dos lucros altos.
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven-
do a rotina de sempre. - Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
4- Em frases de estilo direto Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
Maria perguntou: b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
- Por que você não toma uma decisão? pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Ponto de Exclamação maio de 1982.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
susto, súplica, etc. - Para separar entre si elementos coordenados (dispos-
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! tos em enumeração):
2- Depois de interjeições ou vocativos Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Ai! Que susto! A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
- João! Há quanto tempo!
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Ponto de Interrogação Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. - Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira,
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
possui um trânsito caótico.
vedo)
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Reticências
Fontes:
1- Indica que palavras foram suprimidas.
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
- Comprei lápis, canetas, cadernos...
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm
2- Indica interrupção violenta da frase. Questões sobre Pontuação
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alterna-
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida tiva em que a pontuação está corretamente empregada, de
- Este mal... pega doutor? acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, em-
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito bora, experimentasse, a sensação de violar uma intimidade,
- Deixa, depois, o coração falar... procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
Vírgula (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, em-
bora experimentasse a sensação, de violar uma intimidade,
Não se usa vírgula procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
*separando termos que, do ponto de vista sintático, li- que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
gam-se diretamente entre si: (C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, em-
- entre sujeito e predicado. bora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
Todos os alunos da sala foram advertidos. procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
Sujeito predicado que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, em-
- entre o verbo e seus objetos. bora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
O trabalho custou sacrifício aos realiza- procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar
dores. algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
V.T.D.I. O.D. O.I. (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
embora, experimentasse a sensação de violar uma intimi-
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, en-
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua
dona.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

02. Assinale a opção em que está corretamente indica- 05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.).
da a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta
as lacunas da frase abaixo: após o acréscimo das vírgulas.
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô-
o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter. nica ao grupo ou acione o código na internet.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; onde o código foi acionado.
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. que a criança foi encontrada.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega
03. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os primeiro às, areias do Guarujá.
sinais de pontuação estão empregados corretamente em: (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te-
A) Duas explicações, do treinamento para consultores lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re-
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a cons- ferência
trução de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das
metas de vendas associadas aos dois temas. 06. Assinale a série de sinais cujo emprego correspon-
B) Duas explicações do treinamento para consultores de, na mesma ordem, aos parênteses indicados no texto:
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a cons- “Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse pará-
trução de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das grafo ( ) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o
metas de vendas associadas aos dois temas. escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente (
C) Duas explicações do treinamento para consultores ) Se é a chegada de reforços ( ) que relação há ( ) ou mos-
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a cons- trou seu autor haver ( ) entre esse fato e os restantes ( )”.
trução de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das A) vírgula, vírgula, interrogação, interrogação, interro-
metas de vendas associadas aos dois temas. gação, vírgula, vírgula, vírgula, ponto final
D) Duas explicações do treinamento para consulto- B) dois pontos, interrogação, vírgula, vírgula, interroga-
res iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e ção, vírgula, travessão, travessão, interrogação
a construção de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou C) travessão, interrogação, vírgula, vírgula, ponto final,
falar das metas de vendas associadas aos dois temas. travessão, travessão, ponto final, ponto final
E) Duas explicações, do treinamento para consulto- D) dois pontos, interrogação, vírgula, ponto final, tra-
res iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a vessão, vírgula, vírgula, vírgula, interrogação
construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar E) dois pontos, ponto final, vírgula, vírgula, interroga-
das metas, de vendas associadas aos dois temas. ção, vírgula, vírgula, travessão, interrogação

04.(Escrevente TJ SP – Vunesp 2012). Assinale a alter- 07. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa pontuada corretamente:
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o re-
nominal e à pontuação. sultado do concurso.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- B) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o re-
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço sultado do concurso.
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, C) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o re-
do que em outros. sultado do concurso.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra- D) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o concurso, em fila.
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resul-
exemplo!, do que em outros. tado do concurso.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o 08. A frase em que deveria haver uma vírgula é:
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde.
exemplo, do que em outros. B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- usou um vestido azul.
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço C) Ela tem lábios e nariz vermelhos.
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo D) Não limparam a sala nem a cozinha.
– do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida- GABARITO
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem- 01. C 02. C 03. B 04. D 05. E
plo) do que em outros. 06. B 07. B 08. B

62
LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO (C) Não há dúvida de que as mulheres , (X) ampliam


rapidamente seu espaço , (X) na carreira científica , (X)
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas ainda que o avanço seja mais notável, em alguns países :
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, (X) o Brasil é um exemplo, do que em outros.
embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma (E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi-
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando damente , (X) seu espaço na carreira científica, ainda que
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua , (X) o avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil
dona. é um exemplo) do que em outros.
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma 5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações ina-
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando dequadas
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
dona. na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti- (B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) pais de onde o código foi acionado.
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
dona. dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, dizendo que a criança foi encontrada.
embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in- (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) che-
timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , ga primeiro às , (X) areias do Guarujá.
(X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era
a sua dona. 6-) Pergunta-se ( : ) qual é a ideia principal desse pa-
rágrafo
2-) Quando se trata de trabalho científico , duas coisas ( ? ) A chegada de reforços ( , ) a condecoração ( , ) o
devem ser consideradas : uma é a contribuição teórica que escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente
o trabalho oferece ; a outra é o valor prático que possa ter. (? ) Se é a chegada de reforços ( , ) que relação há ( - )
ou mostrou seu autor haver ( - ) entre esse fato e os res-
vírgula, dois pontos, ponto e vírgula tantes ( ? )
3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
7-) Em fila, os candidatos , (X) aguardavam, ansiosos,
quadas
o resultado do concurso.
A) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
tores iniciantes receberam destaque , (X) o conceito de PPD
8-) Eu usei um vestido vermelho na festa , e minha
e a construção de tabelas Price; mas por outro lado, faltou
irmã usou um vestido azul.
falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
Há situações em que é possível usar a vírgula antes do
C) Duas explicações do treinamento para consultores
“e”. Isso ocorre quando a conjunção aditiva coordena ora-
iniciantes receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a
construção de tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou ções de sujeitos diferentes nas quais a leitura fluente pode
falar das metas de vendas associadas aos dois temas. ser prejudicada pela ausência da pontuação.
D) Duas explicações do treinamento para consultores
iniciantes , (X) receberam destaque: o conceito de PPD e a
construção de tabelas Price , (X) mas, por outro lado, faltou SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.
falar das metas de vendas associadas aos dois temas. HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS.
E) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
tores iniciantes , (X) receberam destaque ; (X) o conceito
de PPD e a construção de tabelas Price , (X) mas por outro
lado, faltou falar das metas , (X) de vendas associadas aos Consideremos as seguintes frases:
dois temas. Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
Vamos! Coloque logo a mão na massa!
4-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade- As crianças estão com as mãos sujas.
quadas Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam , (X)
rapidamente , (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda Chegamos à conclusão de que se trata de palavras
que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem
um exemplo, do que em outros. o mesmo significado?
(B) Não há dúvida de que , (X) as mulheres , (X) am- Existe uma parte da gramática normativa denominada
pliam rapidamente seu espaço na carreira científica ; (X) Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa-
ainda que o avanço seja mais notável , (X) em alguns paí- dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o
ses, o Brasil é um exemplo ! (X) , do que em outros. contexto em que se insere.

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Tomando como exemplo as frases já mencionadas, Sentido Próprio e Figurado das Palavras
analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo
com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo Pela própria definição acima destacada podemos per-
dicionário. ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi- relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
significado é de: participação, interação mediante a uma pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).
tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi-
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per- dem-se assim:
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em - Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti-
consideração as situações de aplicabilidade. do comum que costumamos dar a uma palavra.
Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem- - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura-
plo: do”, que podemos dar a uma palavra.
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta. Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
contextos:
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
sobrevivência 1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
O passarinho foi atingido no bico. 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra-
dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
Polissemia e homonímia 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhe-
ce muito sobre alguma coisa, “expert”)
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi- mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, em sentido figurado.
quando duas ou mais palavras com origens e significados Podemos então concluir que um mesmo significante
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
(parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).
monímia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é Denotação e Conotação
polissemia porque os diferentes significados para a palavra
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que com o seu significado primitivo e original, com o sentido
uma entrada no dicionário. do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para
o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou que não voasse mais.
a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido
diferentes significados estão interligados porque remetem
próprio, comum, usual, literal.
para o mesmo conceito, o da escrita.

Polissemia e ambiguidade MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di-


cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti-
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na lizado em seu sentido dicionarístico.
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta- - Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua-
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma gem rica e expressiva. Veja este exemplo:
alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes
caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes-
soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são que seja tarde demais.
felizes porque têm uma alimentação equilibrada. Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamen-
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- to.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida.
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabo- Fonte:
la, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser de- http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-
finida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figu-
língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. rado-das-palavras.html

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Denotação e Conotação (C) ombreada.


(D) rivalizada.
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- (E) equiparada.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão 5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te
com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala- abras com teu amigo – o verbo em destaque foi emprega-
vras ígneo e pétreo. do em sentido figurado.
(A) De corda; de plástico. Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir”
(B) De fogo; de madeira. continua sendo empregado em sentido figurado.
(C) De madeira; de pedra. (A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
(D) De fogo; de pedra. (B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abri-
(E) De plástico; de cinza.
dor.
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente.
2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013
casa.
- ADAPTADO) Para responder à questão, considere a se-
guinte passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereoti- (E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico.
pando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam,
99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. 6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques-
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de tão, considere o texto abaixo.
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido A marca da solidão
dela.
(C) adotar como referência de qualidade. Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
(D) julgar de acordo com normas legais. paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
penumbra na tarde quente.
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
palavras destacadas nas seguintes passagens do texto: nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
Desde o surgimento da ideia de hipertexto... capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
... informações ligadas especialmente à pesquisa aca- marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
dêmica, (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
analogia e associação... No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido
Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a ideia figurado é
de hipertexto... (A) menino.
... 20 anos depois de seu artigo fundador... (B) chão.
(C) testa.
As palavras destacadas que expressam ideia de tempo
(D) penumbra.
são:
(E) tenda.
(A) algo, especialmente e Quando.
(B) Desde, especialmente e algo.
(C) especialmente, Quando e depois. 7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
(D) Desde, Quando e depois. NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à
(E) Desde, algo e depois. questão.

4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo- Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi-
grandes nomes... pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per-
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas
prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs- onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve,
tituído por: com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em
(A) contrastada. ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via
(B) confrontada. pública como a casa da sogra.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os 4-)


recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas Ao participar de um concurso, não temos acesso a di-
que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, cionários para que verifiquemos o significado das palavras,
pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar por isso, caso não saibamos o que significam, devemos
orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban- analisá-las dentro do contexto em que se encontram. No
cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir exercício acima, a que se “encaixa” é “equiparada”.
lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo
com ele. RESPOSTA: “E”.
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão
nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum 5-)
motivo, parecem querer levar ao colapso. Em todas as alternativas o verbo “abrir” está emprega-
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis- do em seu sentido denotativo. No item C, conotativo (“abrir
mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade, a mente” = aberto a mudanças, novas ideias).
resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos
públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua. RESPOSTA: “C”.
(Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013.
Adaptado) 6-)
Novamente, responderemos com frase do texto: seu
Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º rosto formando uma tenda.
parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de
(A) progresso. RESPOSTA: “E”.
(B) descaso.
(C) vitória. 7-)
(D) tédio. Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção do
(E) ruína. autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se à
queda, ao fim, à ruína da cidade.
8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN-
RESPOSTA: “E”.
DES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
“Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva
8-)
anos”. A frase em que esse verbo está usado com o mesmo
No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o
sentido é:
sentido de “duração/tempo”
(A) O menino leva o material adequado para a escola.
(A) O menino leva o material adequado para a escola.
(B) João levou uma surra da mãe.
= carrega
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. (B) João levou uma surra da mãe. = apanhou
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar (D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. =
a prova. direciona
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a
RESOLUÇÃO prova = duração/tempo
1-) RESPOSTA: “E”.
Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou as-
sociação de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos - Sinônimos
fogo, combustão... Pedra, petrificado. Encontrou a respos- São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
ta? - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
Observação: A contribuição greco-latina é responsável
RESPOSTA: “D”. pela existência de numerosos pares de sinônimos: adver-
sário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e he-
2-) miciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
Classificar conforme regras conhecidas, mas não con- diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
firmadas se verdadeiras.
- Antônimos
RESPOSTA: “E”. São palavras de significação oposta: ordem - anarquia;
soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
3-) Observação: A antonímia pode originar-se de um pre-
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são: fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
desde, quando e depois. simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis-
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an-
RESPOSTA: “D”. ticomunista; simétrico e assimétrico.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

O que são Homônimos e Parônimos: Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
- Homônimos constroem carros com sensores de movimento que respon-
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen- dem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de
tes na pronúncia: baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que precisa-
rego (subst.) e rego (verbo); mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de
colher (verbo) e colher (subst.); robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também
jogo (subst.) e jogo (verbo); aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro-
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
providência (subst.) e providencia (verbo).
que comprar tudo, não seria viável”, completou.
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di- Em uma época em que celebridades do mundo digital
ferentes na escrita: fazem campanha a favor do ensino de programação nas es-
acender (atear) e ascender (subir); colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
cela (compartimento) e sela (arreio); sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
censo (recenseamento) e senso ( juízo); início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
paço (palácio) e passo (andar). interessando”, disse.
(Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São Adaptado)
palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo); 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
cedo (verbo) e cedo (adv.); sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
livre (adj.) e livre (verbo).
pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
gem, pela seguinte expressão:
- Parônimos
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro e A) Pelo menos
couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede B) A contar de
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au- C) Em substituição a
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir D) Com exceção de
e diferir; suar e soar. E) No que se refere a

http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an- 03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo


tonimos,-homonimos-e-paronimos para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu
achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse.
Questões sobre Significação das Palavras A) Estimulante.
B) Cansativo.
01. Assinale a alternativa que preenche corretamente
C) Irritante.
as lacunas da frase abaixo:
D) Confuso.
Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________ E) Improdutivo.
para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo. 04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
a) imigraram - emigram - migram NESP – 2013). Analise as afirmações a seguir.
b) migraram - imigram - emigram I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
c) emigraram - migram - imigram. por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
d) emigraram - imigram - migram. do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”.
e) imigraram - migram – emigram II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013 ção.
- Leia o texto para responder às questões de números 02 III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
e 03. rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica
do”, sem alterar o sentido do texto.
Você comprou um smartphone e acha que aquele seu De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo está correto o que se afirma em
para alguns pode ser matéria-prima para outros. O CMID A) I, II e III.
– Centro Marista de Inclusão Digital –, que funciona junto B) III, apenas.
ao Colégio Marista de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, C) I e III, apenas.
ensina os alunos do colégio a fazer robôs a partir de lixo D) I, apenas.
eletrônico. E) I e II, apenas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

05. Leia as frases abaixo: RESOLUÇÃO


1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em 1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses
Marte. imigraram para o Brasil no século passado, hoje os bra-
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas sileiros emigram para a Europa e para o Japão, à busca
de humor. de uma vida melhor; internamente, migram para o
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. Sul, pelo mesmo motivo.

Escolha a alternativa que oferece a sequência correta 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
de vocábulos para as lacunas existentes: comprar, é tudo reciclagem”...
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há; 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das
c) concerto – a – há – seções – a; aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me interes-
d) concerto – a – há – sessões – há; sando”
e) conserto – há – a – sessões – a . “No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas
depois fui me interessando”
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res- 4-)
ponder à questão. I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans- do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
lhes impuseram limites de disciplina. reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
ção. = correta
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
trecho, é:
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
A) de desprendimento.
do”, sem alterar o sentido do texto. = correta
B) de responsabilidade.
C) de abnegação.
5-)
D) de amor.
1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
E) de egoísmo.
2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe)
vida em Marte.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser 3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro-
preenchida com a primeira alternativa da série dada nos gramas de humor.
parênteses: 4- Há dias que não falo com Alfredo. (=
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das en- tempo passado)
chentes. (afim- a fim).
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada). 6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (in- transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e
flingirem - infringirem). não lhes impuseram limites de disciplina.
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
(concelhos - conselhos). trecho, é de egoísmo
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cer- Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado
ca de - acerca de). nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações
de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan-
08. Assinale a alternativa correta, considerando que à tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per-
direita de cada palavra há um sinônimo. cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli-
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar coletivas).
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação 7-)
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
GABARITO enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in-
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas
01. A 02. D 03. A 04. A que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos)
05. D 06. E 07. E 08. A B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar
arreio no cavalo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) Serão punidos os que infringirem o regulamen- Exemplos: 


to. (inflingirem = aplicarem a pena) Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve- d) Nos nomes mitológicos.
lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa
de um distrito). Exemplos: 
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. Dionísio, Netuno.
(acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.). e) Nos nomes de festas e festividades.

8-) Exemplos:
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) = Natal, Páscoa, Ramadã.
significados invertidos f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacio-
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi- nais.
cados invertidos
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi- Exemplos: 
cados invertidos ONU, Sr., V. Ex.ª.
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação = g) Nos nomes que designam altos conceitos religio-
significados invertidos sos, políticos ou nacionalistas.

Exemplos:
EMPREGO DE MAIÚSCULAS Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação,
E MINÚSCULAS. Pátria, União, etc.
Observação: esses nomes escrevem-se com ini-
cial  minúscula quando são empregados em sentido
geral ou indeterminado.
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
Exemplo: 
1) Utiliza-se inicial maiúscula: Todos amam sua pátria.
a) No começo de um período, verso ou citação di-
Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:
reta.
a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e
edifícios.
Exemplos:
Disse o Padre Antonio Vieira: “Estar com Cristo em
Exemplos:
qualquer lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Pa-
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade 
raíso.”
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário 
“Auriverde pendão de minha terra,
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra
As promessas divinas da Esperança…” REDAÇÃO OFICIAL: FORMAS DE
(Castro Alves)
TRATAMENTO, CORRESPONDÊNCIA OFICIAL.
Observações:
- No início dos versos que não abrem período, é fa-
cultativo o uso da letra maiúscula. Uma boa redação é aquela que permite uma leitura
Por Exemplo: prazerosa, natural, de fácil compreensão. Para fazer bons
“Aqui, sim, no meu cantinho,vendo rir-me o can- textos é fundamental ter o hábito de leitura, utilizar todas
deeiro, gozo o bem de estar sozinho e esquecer o as regras da língua Portuguesa e as técnicas de redação
mundo inteiro.» a seu favor.
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação
direta, usa-se letra minúscula. Principais dicas de redação:

Por Exemplo: - Organize seus argumentos sobre o tema proposto


“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, e os escreva de forma compreensível. Organize os argu-
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) mentos em ordem crescente, ou seja, deixe o argumento
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios. mais forte para o final;
- Nas dissertações em que é necessário defender
Exemplos: algo, não fique “em cima do muro”, coloque claramente
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote. sua posição, pois muitas vezes os corretores estão inte-
c) Nos topônimos, reais ou fictícios. ressados em avaliar sua capacidade de opinar, refletir e
argumentar;

69
LÍNGUA PORTUGUESA

- Escreva com clareza; É onde se expõe o ponto de vista, e argumenta de uma


- Seja objetivo e fiel ao tema; forma lógica para que o leitor acompanhe seu raciocínio.
- Escolha sempre a ordem direta das frases (sujeito + Nesta parte do texto faz-se uso de, no mínimo, dois pará-
predicado); grafos. A conclusão é o fechamento. Mas é válido lembrar
- Evite períodos e parágrafos muito longos; que a introdução, desenvolvimento e conclusão são liga-
- Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do tex- dos e dependentes entre si para que a coesão e coerência
to; textual sejam mantidas e o texto faça sentido.
- Não use termos chulos, gírias e regionalismos;
- Esteja sempre atualizado em tudo que acontece no Introdução
mundo;
- Leia muito. A leitura enriquece o vocabulário, você A introdução (dependendo do número máximo de li-
olha visualmente as palavras e envia para a sua memória nhas) deve ter argumentos, dos quais você falará no de-
a forma correta de escrevê-las; senvolvimento. Então, deixe para explicar o assunto da in-
- Treine fazer redação com temas que poderão estar trodução depois. Apenas coloque os argumentos de forma
relacionados com as provas de concursos públicos, ou en- conexa e, o mais importante, apenas os coloque se tiver
tão faça com temas da atualidade e notícias constantes certeza de que falará sobre eles depois.
nos meios de comunicação;
- Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino, Desenvolvimento
retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”;
- Cronometre o tempo que é gasto nas suas redações O desenvolvimento (dependendo do número máximo
de treino e tente sempre diminuir o tempo gasto na pró- de linhas) deve ter, no mínimo, dois parágrafos. Cada pa-
xima; rágrafo deve ter entre 2 a 4 linhas. O ideal seria três linhas,
- Não ultrapasse as margens, nem o limite de linhas pois quanto mais linhas tiver, maiores as chances de você
estabelecido na prova; escrever algo confuso. Os parágrafos devem tratar dos
- Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao fim argumentos apresentados na introdução. Cada parágrafo,
do texto. Não inicie com letra legível e arredondada, por ao menos, referente a um deles.
exemplo, e termine com ela ilegível e “apressada”. Isso
dará uma péssima impressão para o examinador da banca Conclusão
quando for ler;
- Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse A conclusão não traz nenhum argumento novo. Ela res-
sua redação; Tenha o máximo de asseio possível; salta o que já foi dito, ou traz uma POSSÍVEL solução.
- Faça as redações de provas anteriores do concurso
que você prestará; Na dissertação NUNCA usamos: eu, nós, temos, deve-
- Fique focado no enunciado que a banca está pedin- mos, podemos, iremos, sei, sabemos, e palavras conjugadas
do, não redija um texto lindo, mas que está totalmente da mesma forma. Isto porque ela devem ser escrita na 3ª
fora do tema. Nunca fuja do tema proposto; pessoa do singular. O certo seria: sabe-se, deve-se, impor-
- Use sinônimos, evite repetir as mesmas palavras; tante se faz, tem-se. “Todo mundo”, “todo o planeta”, “todas
- Tenha seus argumentos fundamentados. Seja coeso as pessoas”, “todos”: tais palavras devem ser evitadas, pois
e coerente; a dissertação não admite generalização. Logo, devemos
- Algo comum no mundo dos concurseiros é o grande usar “a maioria”, “grande parte”, “parcela da população”,
temor pela redação nas provas. Muitas vezes o candidato “um significativo número” etc. “Com certeza”, “obviamente”,
prepara-se para a prova objetiva e deixa a redação de lado, definitivamente”: são palavras que também devem ser evi-
perdendo grandes chances de passar. A única maneira efi- tadas. A dissertação consiste numa argumentação, na qual
caz de aprender a fazer uma boa redação é treinando. Faça se é exposto um pensamento, o qual poderá ser refutado
redações sobre diversos temas, leia e releia quantas vezes por outro pensamento.
precisar, e lembre-se: a prática pode levar à perfeição;
- Além dessas dicas é preciso saber, principalmente, Vamos para um exemplo. O texto trata da redução da
as regras de acentuação gráfica, pontuação, ortografia e maioridade no Brasil.
concordância. A INTRODUÇÃO é a seguinte:

Estrutura da Redação Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo come-


tidos por infratores menores de dezoito anos. As penas a
Um texto é composto de três partes essenciais: intro- eles aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem
dução, desenvolvimento e conclusão. O correto é haver um de praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contu-
elo entre as partes, como se formassem a costura do texto. do, SÃO de regiões periféricas e não têm o devido acesso á
Na introdução é onde o tema abordado é apresentado, educação.
não deve ser muito extensa, e aconselha-se que tenha
apenas um parágrafo de quatro a seis linhas. O desenvolvi- Lembra da regra dos assuntos (pelo menos três) da
mento é o “corpo” do texto, a parte mais importante dele. introdução? Então... vamos ver quais serão os assuntos.

70
LÍNGUA PORTUGUESA

Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm sen- 5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exem-
do cometidos por infratores menores de dezoito anos plo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode
Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do
pequenas e não os inibe de praticar novos delitos que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica,
Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de re- social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante
giões periféricas e não têm o devido acesso á educação expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato
-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação.
Agora, vamos construir o texto, abordando cada as- Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos
sunto em um parágrafo do desenvolvimento. demais.
6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometi- sua redação.
dos por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles
aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de Fontes:
praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, É de http://www.okconcursos.com.br/como-passar/dicas
regiões periféricas e não TEM o devido acesso á educação. -para-concurso/330-como-fazer-uma-boa-redacao#.Upo-
É de se notar que o crescente número de infrações reali- qg9Kfsfh
zadas por crianças e adolescentes, aparentemente, só tende http://capaciteredacao.forum-livre.com/t5097-expli-
a aumentar, tal como vem acontecendo. Crimes como roubo cacao-como-fazer-uma-redacao
e tráfico se mostram cada vez mais presente nas ações des- http://www.soportugues.com.br/secoes/Redacao/Re-
tes jovens. (assunto 1) dacao2.php
Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles
aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O Redação Oficial
grande problema de medidas tão brandas consiste no fato
de estas não cumprirem um de seus importantes deveres: o Pronomes de tratamento na redação oficial
de inibir a ocorrência de novas infrações. (assunto 2)
A falta de estudo e de condições sociais favoráveis, cer- A redação Oficial é a maneira para o poder público
tamente, é um ponto que fortalece o envolvimento com redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras fa-
ações infratoras. Dispersos, tratados com descaso e sem zem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara,
perspectiva, muitos jovens veem no crime a possível solução concisa, sem muito comprometimento, bem como um uso
para seus problemas. (assunto 3)
adequado das formas de tratamento. Tais regras, acom-
A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas
panhadas de uma boa redação, com um bom uso da lin-
condições atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no
guagem, asseguram que os atos normativos sejam bem
dia que o país investir em educação e não em formas de
executados.
conter os efeitos gerados pela falta desta, talvez, sequer seja
No Poder Público, a todo momento nós nos depara-
necessária qualquer pena.
mos com situações em que precisamos escrever – ou fa-
lar – com pessoas com as quais não temos familiaridade.
Planejando a Dissertação
Nesses casos, os pronomes de tratamento assumem uma
Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos: condição e precisam estar adequados à categoria hierár-
1) Interrogue o tema; quica da pessoa a quem nos dirigimos. E mais, exige-se,
2) Responda-o de acordo com a sua opinião; em discurso falado ou escrito, uma homogeneidade na
3) Apresente um argumento básico; forma de tratamento, não só nos pronomes como tam-
4) Apresente argumentos auxiliares; bém nos verbos.
5) Apresente um fato-exemplo; No entanto, as formas de tratamento não são do co-
6) Conclua. nhecimento de todos. Para tanto, a partir do Manual da
Presidência da República, apresentaremos as discrimina-
Vamos supor que o tema de redação proposto seja: ções de usos dos pronomes de tratamento:
Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro:
1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum ho- São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as
mem vive sozinho? seguintes autoridades:
2. Procure responder a essa pergunta de um modo a) do Poder Executivo
simples e claro, concordando ou discordando (ou concor- Presidente da República;
dando em parte e discordando em parte): essa resposta é Vice-Presidente da República;
o seu ponto de vista. Ministro de Estado;
3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua resposta, Secretário-Geral da Presidência da República;
uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posi- Consultor-Geral da República;
ção: aí estará o seu argumento principal. Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
4. Agora, procure descobrir outros motivos que aju- Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;
dem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
posição. Estes serão os argumentos auxiliares. Secretários da Presidência da República;

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Procurador – Geral da República; AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS


Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Dis-
trito Federal; 1. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
Chefes de Estado – Maior das Três Armas;
Oficiais Generais das Forças Armadas; O que é Redação Oficial
Embaixadores;
Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministé- Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a
rios; maneira pela qual o Poder Público redige atos norma-
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; tivos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de
Prefeitos Municipais. vista do Poder Executivo.
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoa-
b) do Poder Legislativo: lidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, con-
Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos cisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente
Deputados e do Senado Federal; esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no
Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União; artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fun-
Presidente e Membros dos Tribunais de Contas Esta- dacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
duais; do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princí-
Presidente e Membros das Assembleias Legislativas Es- pios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
taduais; e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade
Presidente das Câmaras Municipais. princípios fundamentais de toda administração pública,
claro que devem igualmente nortear a elaboração dos atos
c) do Poder Judiciário: e comunicações oficiais.
Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal; Não se concebe que um ato normativo de qualquer
Presidente e Membros do Superior Tribunal de Justiça; natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
Presidente e Membros do Superior Tribunal Militar;
impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido
Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral;
dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são
Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho;
requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que
Presidente e Membros dos Tribunais de Justiça;
um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publici-
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Federais;
dade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão.
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleito-
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne-
rais;
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni-
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Tra-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações
balho;
Juízes e Desembargadores; ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes diri-
Auditores da Justiça Militar.” gidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos
ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigi- A redação oficial não é necessariamente árida e infensa
das aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comuni-
do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da car com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos
República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa
Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tri- daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondên-
bunal Federal. cia particular, etc.
Apresentadas essas características fundamentais da re-
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Se- uma delas.
nador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador.
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento A Impessoalidade
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas aci-
ma, afinal, a dignidade é condição primordial para que tais A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
cargos públicos sejam ocupados. pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) al-
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- guém que receba essa comunicação. No caso da redação
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discrimina- oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou
damente tal termo. aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Servi-
ço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto re-
lativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário
dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos,
ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes
da União.

72
LÍNGUA PORTUGUESA

Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e
deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações sua finalidade de informar com o máximo de clareza e
oficiais decorre: concisão, requerem o uso do padrão culto da língua. Há
a) da ausência de impressões individuais de quem co- consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se
munica: embora se trate, por exemplo, de um expediente as- observam as regras da gramática formal e b) se emprega
sinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idio-
do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, ma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso
assim, uma desejável padronização, que permite que comu- do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que
nicações elaboradas em diferentes setores da Administração ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou
guardem entre si certa uniformidade; sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idios-
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, sincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.
sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a
Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma simplicidade de expressão, desde que não seja confundi-
homogênea e impessoal; da com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o do padrão culto implica emprego de linguagem rebusca-
universo temático das comunicações oficiais restringe-se a da, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de lin-
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural guagem próprios da língua literária.
que não caiba qualquer tom particular ou pessoal. Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
Desta forma, não há lugar na redação oficial para im- um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
pressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
isenta da interferência da individualidade que a elabora. sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de consagre a utilização de uma forma de linguagem buro-
que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con- crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser
tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária im- evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
pessoalidade.
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indis-
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
criminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o
vocabulário próprio a determinada área, são de difícil en-
A necessidade de empregar determinado nível de lin-
tendimento por quem não esteja com eles familiarizado.
guagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um
Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comu-
lado, do próprio caráter público desses atos e comunica-
nicações encaminhadas a outros órgãos da administração
ções; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui en-
e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
tendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem
regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcio-
namento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em Formalidade e Padronização
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O
mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
precípua é a de informar com clareza e objetividade. isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já
As comunicações que partem dos órgãos públicos mencionadas exigências de impessoalidade e uso do pa-
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer drão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa forma-
cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar lidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvi-
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. da quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome
Não há dúvida de que um texto marcado por expressões de tratamento para uma autoridade de certo nível; mais do
de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vo- que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
cabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão di- no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a co-
ficultada. municação.
Ressalte-se que há necessariamente uma distância A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a ad-
dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de ministração federal é una, é natural que as comunicações
costumes, e pode eventualmente contar com outros ele- que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento
mentos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, desse padrão exige que se atente para todas as caracterís-
a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fa- ticas da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresen-
tores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita tação dos textos.
incorpora mais lentamente as transformações, tem maior A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para
vocação para a permanência e vale-se apenas de si mes- o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in-
ma para comunicar. dispensáveis para a padronização.

73
LÍNGUA PORTUGUESA

Concisão e Clareza Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a


pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
A concisão é antes uma qualidade do que uma carac- “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vos-
terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue so...”).
transmitir um máximo de informações com um mínimo de Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gê-
palavras. Para que se redija com essa qualidade, é funda- nero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se
mental que se tenha, além de conhecimento do assunto refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim,
sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelên-
texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes cia está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desne- for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria
cessárias de ideias. deve estar satisfeita”.
O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao No envelope, o endereçamento das comunicações diri-
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se-
de empregar o mínimo de palavras para informar o má- guinte forma:
ximo. Não se deve, de forma alguma, entendê-la como
economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar A Sua Excelência o Senhor
passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em ta- Fulano de Tal
manho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, Ministro de Estado da Justiça
redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já 70.064-900 – Brasília. DF
foi dito. A Sua Excelência o Senhor
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi- Senador Fulano de Tal
cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibili- Senado Federal
ta imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza 70.165-900 – Brasília. DF
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente
das demais características da redação oficial. Para ela con- Senhor Ministro,
correm:
- a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre- Submeto a Vossa Excelência projeto (...)
tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
dado ao texto;
Fechos para Comunicações
- o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fi-
circulação restrita, como a gíria e o jargão;
nalidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário.
- a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados fo-
prescindível uniformidade dos textos;
ram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça,
- a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de
linguísticos que nada lhe acrescentam.
É pela correta observação dessas características que se simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o
redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei- emprego de somente dois fechos diferentes para todas as
tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, modalidades de comunicação oficial:
de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principal- a) para autoridades superiores, inclusive o Presi-
mente da falta da releitura que torna possível sua correção. dente da República: Respeitosamente,
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie-
com que são elaboradas certas comunicações quase sempre rarquia inferior: Atenciosamente,
compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as- Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
Pronomes de Tratamento
Concordância com os Pronomes de Tratamento Identificação do Signatário

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi- Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente
reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân- da República, todas as demais comunicações oficiais de-
cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun- vem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede,
da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação
se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira deve ser a seguinte:
pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in- (espaço para assinatura)
tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria Nome
nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

74
LÍNGUA PORTUGUESA

(espaço para assinatura) é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de


Nome Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo
Ministro de Estado da Justiça que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades.
Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as- oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para no caso do ofício, também com particulares.
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à o destinatário, seguido de vírgula.
seguinte forma de apresentação: Exemplos:
- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de Excelentíssimo Senhor Presidente da República
corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas Senhora Ministra
de rodapé; Senhor Chefe de Gabinete
- para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício
- é obrigatório constar a partir da segunda página o as seguintes informações do remetente:
número da página; – nome do órgão ou setor;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser – endereço postal;
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar- – telefone e e-mail.
gens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas
páginas pares (“margem espelho”); OBS: Estas informações estão ausentes no memo-
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, rando, pois trata-se de comunicação interna, destinatário
no mínimo, 3,0 cm de largura; e remetente possuem o mesmo endereço. No caso se o
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
distância da margem esquerda; não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para
- o campo destinado à margem lateral direita terá outras instituições, logo, são necessárias as informações do
1,5 cm; remetente e o endereço do destinatário para que o ofício
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as li- possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma li- Memorando
nha em branco;
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, Definição e Finalidade
sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, rele- O memorando é a modalidade de comunicação entre
vo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
afete a elegância e a sobriedade do documento; estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife-
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação
em papel branco. A impressão colorida deve ser usada eminentemente interna.
apenas para gráficos e ilustrações; Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em-
- todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de- pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes,
vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço
29,7 x 21,0 cm; público.
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de Sua característica principal é a agilidade. A tramitação
arquivo Rich Text nos documentos de texto; do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra-
- dentro do possível, todos os documentos elabora- pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
dos devem ter o arquivo de texto preservado para con- Para evitar desnecessário aumento do número de comu-
sulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos nicações, os despachos ao memorando devem ser dados
análogos; no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos folha de continuação. Esse procedimento permite formar
devem ser formados da seguinte maneira: uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
tipo do documento + número do documento + pala- transparência à tomada de decisões, e permitindo que se
vras-chaves do conteúdo historie o andamento da matéria tratada no memorando.
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
Forma e Estrutura
Aviso e Ofício Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário
Definição e Finalidade deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex:
Aviso e ofício são modalidades de comunicação ofi- Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
cial praticamente idênticas. A única diferença entre eles Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

75
LÍNGUA PORTUGUESA

Exposição de Motivos Forma e Estrutura


As mensagens contêm: a) a indicação do tipo de ex-
Definição e Finalidade pediente e de seu número, horizontalmente, no início da
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presi- margem esquerda; b) vocativo, de acordo com o prono-
dente da República ou ao Vice-Presidente para: a) informá me de tratamento e o cargo do destinatário, horizontal-
-lo de determinado assunto; b) propor alguma medida; ou mente, no início da margem esquerda (Excelentíssimo Se-
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. nhor Presidente do Senado Federal); c) o texto, iniciando
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi- a 2 cm do vocativo; d) o local e a data, verticalmente a 2
dente da República por um Ministro de Estado. cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coinci-
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de dir seu final com a margem direita.
um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada
por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, A mensagem, como os demais atos assinados pelo
chamada de interministerial. Presidente da República, não traz identificação de seu
signatário.
Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresen- Telegrama
tação do padrão ofício. A exposição de motivos, de acordo
com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de es- Definição e Finalidade
trutura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente Com o fito de uniformizar a terminologia e simpli-
informativo e outra para a que proponha alguma medida ficar os procedimentos burocráticos, passa a receber o
ou submeta projeto de ato normativo. título de telegrama toda comunicação oficial expedida
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim- por meio de telegrafia, telex, etc.
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi- Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa
dente da República, sua estrutura segue o modelo antes aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve
referido para o padrão ofício. restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações
Mensagem que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax
e que a urgência justifique sua utilização e, também em
Definição e Finalidade razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
É o instrumento de comunicação oficial entre os Che- deve pautar-se pela concisão.
fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens
enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legis- Forma e Estrutura
lativo para informar sobre fato da Administração Públi- Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e
ca; expor o plano de governo por ocasião da abertura a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional Correios e em seu sítio na Internet.
matérias que dependem de deliberação de suas Casas;
apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações Fax
de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos
e da Nação. Definição e Finalidade
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é
Ministérios à Presidência da República, a cujas assesso- uma forma de comunicação que está sendo menos usada
rias caberá a redação final. devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao a transmissão de mensagens urgentes e para o envio an-
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades: tecipado de documentos, de cujo conhecimento há pre-
- encaminhamento de projeto de lei ordinária, com- mência, quando não há condições de envio do documen-
plementar ou financeira; to por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
- encaminhamento de medida provisória; segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
- indicação de autoridades; Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com
- pedido de autorização para o Presidente ou o Vi- cópia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em cer-
ce-Presidente da República ausentarem-se do País por tos modelos, deteriora-se rapidamente.
mais de 15 dias;
- encaminhamento de atos de concessão e renova- Forma e Estrutura
ção de concessão de emissoras de rádio e TV; Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a
- encaminhamento das contas referentes ao exercí- estrutura que lhes são inerentes.
cio anterior; É conveniente o envio, juntamente com o documento
- mensagem de abertura da sessão legislativa; principal, de folha de rosto, e de pequeno formulário com
- comunicação de sanção (com restituição de autó- os dados de identificação da mensagem a ser enviada,
grafos); conforme exemplo a seguir:
- comunicação de veto;
- outras mensagens.

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LÍNGUA PORTUGUESA

[Órgão Expedidor] Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-


[setor do órgão expedidor] pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
[endereço do órgão expedidor] de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
Destinatário:____________________________________ Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
Remetente: ____________________________________ de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ complemento adverbial). Função acessória desempenham
No de páginas: ________No do documento:____________ os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
Observações:___________________________________ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
o início da oração.
Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
Correio Eletrônico mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Definição e finalidade (sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e
celeridade, transformou-se na principal forma de comuni- Podem ser identificados seis padrões básicos para as
cação para transmissão de documentos. orações pessoais (i. é, com sujeito) na língua portuguesa
(a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
Forma e Estrutura ocorrer em ordem diversa):
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô- 1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma O Presidente - regressou - (ontem).
rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso 2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad-
de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. junto adverbial)
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni- O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira).
co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
organização documental tanto do destinatário quanto do
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
remetente.
(adjunto adverbial).
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utili-
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os
zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
setores).
que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
nimas sobre seu conteúdo.
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
- obj. indireto - (adj. Adv.)
firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações
da mensagem pedido de confirmação de recebimento. - ao Deputado - (no Congresso).
Valor documental 5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad-
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensa- verbial - (adjunto adverbial)
gem de correio eletrônico tenha valor documental, e para A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Bue-
que possa ser aceito como documento original, é neces- nos Aires - (na próxima semana).
sário existir certificação digital que ateste a identidade do O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira)
remetente, na forma estabelecida em lei.
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto
ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA adverbial)
O problema - será - resolvido - prontamente.
Problemas de Construção de Frases
Esses seriam os padrões básicos para as orações, ou
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas seja, as frases que possuem apenas um verbo conjuga-
principalmente pela construção adequada da frase, “a me- do. Na construção de períodos, as várias funções podem
nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de ocorrer em ordem inversa à mencionada, misturando-se e
Celso Pedro Luft. confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva de
A função essencial da frase é desempenhada pelo pre- todos os padrões existentes na língua portuguesa. O que
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi- importa é fixar a ordem normal dos elementos nesses seis
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre padrões básicos. Acrescente-se que períodos mais com-
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome plexos, compostos por duas ou mais orações, em geral
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver- podem ser reduzidos aos padrões básicos (de que deri-
bos não auxiliares que o constituem. vam).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os problemas mais frequentemente encontrados na Nesta frase temos, nas duas orações subordinadas que
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à completam o sentido da principal, duas estruturas diferen-
ambiguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos tes para ideias equivalentes: a primeira oração (economizar
paralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em ge- energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que
ral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase. elaborassem planos de redução de despesas) é uma oração
Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais comuns desenvolvida introduzida pela conjunção integrante que.
e recorrentes na construção de frases, registrados em do- Há mais de uma possibilidade de escrevê-la com clareza e
cumentos oficiais. correção; uma seria a de apresentar as duas orações subor-
dinadas como desenvolvidas, introduzidas pela conjunção
Sujeito integrante que:
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que rios que economizassem energia e (que) elaborassem planos
executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter com- para redução de despesas.
plemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas,
portanto, construções como: Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. como reduzidas de infinitivo:
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda. Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
Errado: Apesar das relações entre os países estarem rios economizar energia e elaborar planos para redução de
cortadas, (...). despesas.
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
cortadas, (...). coordenação de orações subordinadas.
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita
Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim. culta:
Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...). Errado: No discurso de posse, mostrou determinação,
Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...). não ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs-
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo).
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por
Frases Fragmentadas
transformá-la em frase simples, substituindo as orações re-
duzidas por substantivos:
A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, se-
oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
gurança, inteligência e ambição.
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos tex- Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa-
tos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Ex.: ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente)
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar,
Nacional. Depois de ser longamente debatido. de forma paralela, estruturas sintáticas distintas:
Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.
Nacional, depois de ser longamente debatido. Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades
Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibili-
recebeu a aprovação do Congresso Nacional. dade de correção é transformá-la em duas frases simples,
Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub- com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar):
metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consul- Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta
tadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. última capital, encontrou-se com o Papa.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
metido ao Presidente da República, que o aprovou, consulta- Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado
das as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. pelo uso inadequado da expressão “e que” num período
que não contém nenhum “que” anterior.
Erros de Paralelismo Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que
tem sólida formação acadêmica.
Uma das convenções estabelecidas na linguagem es-
crita “consiste em apresentar ideias similares numa forma Para corrigir a frase, ou suprimimos o pronome relativo:
gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sóli-
incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a ele- da formação acadêmica.
mentos paralelos. Vejamos alguns exemplos: Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”:
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministé- Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
rios economizar energia e que elaborassem planos de redu- precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o
ção de despesas. programa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Da mesma forma com que corrigimos o exemplo ante- Observe-se a multiplicidade de ambiguidade no exem-
rior aqui podemos ou suprimir a conjunção: plo acima, as quais tornam virtualmente inapreensível o
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas sentido da frase.
precipitadas, que comprometam o andamento de todo o Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
programa. da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
Erros de Comparação da República.

A omissão de certos termos ao fazermos uma compa- - pronome relativo:


ração, omissão própria da língua falada, deve ser evitada Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem costumava trabalhar.
sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
omitido. A ausência indevida de um termo pode impossi- ção refere--se à mesa ou a gabinete. Essa ambiguidade se
bilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gênero. A
frase: solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais, as
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que quais, que marcam gênero e número.
um médico. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
A omissão de termos provocou uma comparação inde- mava trabalhar.
vida: “o salário de um professor” com “um médico”. Se o entendimento é outro, então:
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu-
salário de um médico. mava trabalhar.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da
de um médico. dúvida sobre a que se refere a oração reduzida:
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria. Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o
Novamente, a não repetição dos termos comparados funcionário.
confunde. Alternativas para correção: Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima,
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este in-
Portaria.
disciplinado.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora
Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
chamou o médico.
do que os Ministérios do Governo.
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou chamado por uma senhora.
“demais”) acarretou imprecisão:
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas Fontes:
do que os outros Ministérios do Governo. http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas blicacoes_ver.php?id=2
do que os demais Ministérios do Governo. http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
cao-oficial-para-concursos.html
Ambiguidade
ATIVIDADES
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE – TÉC-
todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que NICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) O correio ele-
possam gerar equívocos de compreensão. trônico é uma forma de comunicação célere, na qual deve ser
A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de utilizada linguagem compatível com a comunicação oficial,
identificar--se a que palavra se refere um pronome que embora não seja definida uma forma rígida para sua estrutura.
possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ( ) Certo ( ) Errado
ocorrer com:
- pronomes pessoais: 2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE ALAGOAS – AGENTE
Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que DE POLÍCIA – CESPE/2012) O vocativo a ser empregado em
ele seria exonerado. comunicações dirigidas ao chefe do Poder Executivo da Re-
Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se- pública Federativa do Brasil é Excelentíssimo Senhor.
cretariado. ( ) Certo ( ) Errado
Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo- 3-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO
neração deste. FORENSE - CESPE/2013) A concisão, uma das qualidades
essenciais ao texto oficial, para a qual concorrem o domínio
- pronomes possessivos e pronomes oblíquos: do assunto tratado e a revisão textual, consiste em se trans-
Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli- mitir, no texto escrito, o máximo de informações empregan-
ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta- do-se um mínimo de palavras.
do, mas isso não o surpreendeu. ( ) Certo ( ) Errado

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LÍNGUA PORTUGUESA

4-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO 9-) (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS OS
FORENSE - CESPE/2013) Na parte superior do ofício, do CARGOS – CESPE/2013) Na redação de uma ata, devem-
aviso e do memorando, antes do assunto, devem constar o se relatar exaustivamente, com o máximo de detalhamento
nome e o endereço da autoridade a quem é direcionada a possível, incluindo-se os aspectos subjetivos, as discussões,
comunicação. as propostas, as resoluções e as deliberações ocorridas em
( ) Certo ( ) Errado reuniões e eventos que exigem registro.
( ) Certo ( ) Errado
5-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E
COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATI- 10-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Se-
VO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita gundo o Manual de Redação da Presidência da República,
com os resultados das negociações”, o adjetivo estará corre- NÃO se deve usar Vossa Excelência para
tamente empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo (A) embaixadores.
masculino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
locução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. (C) prefeitos municipais.
( ) Certo ( ) Errado (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) vereadores.
6-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU- Resolução
MARC/2013) Sobre a Redação Oficial, NÃO é correto afir-
mar que 1-)
(A) exige emprego do padrão formal de linguagem. O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e
(B) deve permitir uma única interpretação e ser estrita- celeridade, transformou-se na principal forma de comu-
mente impessoal. nicação para transmissão de documentos.
(C) sua finalidade básica é comunicar com impessoali- Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô-
dade e máxima clareza. nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma
(D) dispensa a formalidade de tratamento, uma vez rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso
que o comunicador e o receptor são o Serviço Público. de linguagem incompatível com uma comunicação oficial
(v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais).
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
7-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
manual.htm)
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU-
MARC/2013 - adaptada) “Na revisão de um expediente,
RESPOSTA: “CERTO”.
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por
seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser des-
2-)
conhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre
(...) O vocativo a ser empregado em comunicações
certos assuntos em decorrência de nossa experiência pro-
dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor,
fissional muitas vezes faz com que os tomemos como de seguido do cargo respectivo:
conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explici- Excelentíssimo Senhor Presidente da República (...)
te, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o sig- (Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
nificado das siglas e abreviações e os conceitos específicos manual.htm)
que não possam ser dispensados.”
(Manual de Redação Oficial da Presidência da Repúbli- RESPOSTA: “CERTO”.
ca. p. 14).
3-)
Sobre a Redação Oficial, pode-se concluir que É a qualidade esperada de um bom texto, assim ele
(A) a concisão de um texto está relacionada ao grau de não se torna prolixo: “fala, fala, mas não diz nada!”.
especificação dos termos.
(B) a padronização de termos e conceitos viabiliza a RESPOSTA: “CERTO”.
uniformidade dos documentos.
(C) a revisão possibilita a substituição de termos, mui- 4-)
tas vezes, desconhecidos pelo leitor. O aviso, o ofício e o memorando devem conter as
(D) claro é o texto que exige releituras mais aprofun- seguintes partes:
dadas. a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do
órgão que o expede:
8-) (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013) O ex- b) local e data em que foi assinado, por extenso, com
pediente adequado para a comunicação entre ministros de alinhamento à direita:
Estado é a mensagem. c) assunto: resumo do teor do documento
( ) Certo ( ) Errado d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem
é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser in-
cluído também o endereço.

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e) texto; Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos ofi-


f) fecho; ciais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no
g) assinatura do autor da comunicação; e caso do ofício, também com particulares.
h) identificação do signatário (Fonte: http://www.fontedosaber.com/portugues/re-
dacao-oficial-dicas-e-macetes.html)
(Fonte: http://webcache.googleusercontent.com/
search?q=cache:omaL Jnt2UtQJ:www.planalto.gov. RESPOSTA: “ERRADO”.
br/ccivil_03/manual/Manual_Rich_RedPR2aEd.rtf+&-
cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br) 9-)
Ata é um documento administrativo que tem a finali-
RESPOSTA: “ERRADO”. dade de registrar de modo sucinto a sequência de even-
tos de uma reunião ou assembleia de pessoas com um fim
5-) específico. É característica da Ata apresentar um resumo,
Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo feminino cronologicamente disposto, de modo infalível, de todo o
(ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo desenrolar da reunião.
masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. (Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_
O pronome de tratamento é apenas a maneira como tratar redacao_oficial_ata/)
a autoridade, não regendo as demais concordâncias.
RESPOSTA: “ERRADO”.
RESPOSTA: “ERRADO”.
10-)
6-) (...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa
isto é, obedecem a certas regras de forma: além das (...) Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o
exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de seu presidente, de acordo com o Manual de Redação da
Presidência da República (1991).
linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto
detail.php?id=393)
ao correto emprego deste ou daquele pronome de tra-
tamento para uma autoridade de certo nível (...); mais do
RESPOSTA: “E”.
que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a co-
municação.
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
DE TEXTO.
manual.htm_)

RESPOSTA: “D”.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo públi-
7-) co, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso,
Através da leitura do excerto e das próprias alterna- vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento
tivas, chegamos à conclusão de que um texto, principal- de responder às questões relacionadas a textos.
mente oficial, deve priorizar a revisão.
RESPOSTA: “C”. Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
8-) produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
Mensagem – é o instrumento de comunicação ofi- e decodificar ).
cial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Admi- Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz
nistração Pública; expor o plano de governo por ocasião ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con-
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido.
Nacional matérias que dependem de deliberação de suas A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que
Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comuni- o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma
cações de tudo quanto seja de interesse dos poderes pú- frase for retirada de seu contexto original e analisada se-
blicos e da Nação. paradamente, poderá ter um significado diferente daquele
Aviso e Ofício - são modalidades de comunicação ofi- inicial.
cial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é
que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita-
que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

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Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações,
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
na prova. apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: entendimento do tema desenvolvido.

- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais cadas e, consequentemente, errando a questão.
definem o tempo). Observação - Muitos pensam que há a ótica do escri-
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança tor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
ou de diferenças entre as situações do texto. de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado o autor diz e nada mais.
com uma realidade, opinando a respeito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
dárias em um só parágrafo. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
vras. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome
oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai di-
Condições básicas para interpretar zer e o que já foi dito.

Fazem-se necessários: OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-


- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do
literários, estrutura do texto), leitura e prática; pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também
texto) e semântico; de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico,
por isso a necessidade de adequação ao antecedente.
Observação – na semântica (significado das palavras) Os pronomes relativos são muito importantes na inter-
incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono- pretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coe-
tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua- são. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe
gem, entre outros. um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio. - que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
mas depende das condições da frase.
Interpretar X compreender - qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa)
Interpretar significa - cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. o objeto possuído.
- Através do texto, infere-se que... - como (modo)
- É possível deduzir que... - onde (lugar)
- O autor permite concluir que... quando (tempo)
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que... quanto (montante)

Compreender significa Exemplo:


- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente Falou tudo QUANTO queria (correto)
está escrito. Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
- o texto diz que... aparecer o demonstrativo O ).
- é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma- Dicas para melhorar a interpretação de textos
ção...
- o narrador afirma... - Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
assunto;
Erros de interpretação - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
a leitura;
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência - Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
de erros de interpretação. Os mais frequentes são: menos duas vezes;

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- Inferir; 3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010)


- Voltar ao texto quantas vezes precisar; Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge
autor; uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor generalizado de energia no final de 2009.
compreensão; Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé-
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es-
questão; tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. 900 km que separam Itaipu de São Paulo.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in-
Fonte: vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
gues/como-interpretar-textos buição de energia do país desde o traumático racionamento
de 2001.
QUESTÕES Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
ções).
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques- do texto acima apresentado, julgue os próximos itens.
tão, considere o texto abaixo. A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18
A marca da solidão estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de ( ) CERTO ( ) ERRADO
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de 4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
penumbra na tarde quente. Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
— Carta para o 9.326!!!
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
branco, e um outro pergunta:
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
— Quem te mandou essa carta?
nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
— Minha irmã.
capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
— Mas por que não está escrito nada?
marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adap-
neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
tações).
No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto aci-
reduzido no qual o menino detém sua atenção é ma decorre
(A) fresta. A) da identificação numérica atribuída ao louco.
(B) marca. B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta
(C) alma. no hospício.
(D) solidão. C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a
(E) penumbra. carta.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
PE/2012)
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a 5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV
totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con- PROJETOS/2010)
cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo,
que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, Painel do leitor (Carta do leitor)
de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do Resgate no Chile
mundo.
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). de uma mina de cobre e ouro no Chile.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com suces-
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual so, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando
“O riso”. seus companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda
( ) CERTO ( ) ERRADO técnica e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofere-
ceram à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário

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que só enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
“socorristas” que, demonstrando coragem e desprendimento, (B) escapar do lugar em que está.
desceram na mina para ajudar no salvamento. (C) reencontrar familiares queridos.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai- (D) praticar esportes radicais.
nel do leitor – 17/10/2010) (E) dedicar-se ao trabalho.

Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- 8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor – VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: cresce como um bosque” (último parágrafo), a autora su-
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” gere que viajará para um lugar
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma (A) repulsivo e populoso.
mina de cobre e ouro no Chile.” (B) sombrio e desabitado.
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” (C) comercial e movimentado.
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” (D) bucólico e sossegado.
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desce- (E) opressivo e agitado.
ram na mina...”
9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide
às questões de números 6 a 8. opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais
justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros?
Férias na Ilha do Nanja Prepare-se para o debate que está apenas começando.
(Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34)
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio
faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe-
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en- dágio urbano.
tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras... ( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de porte público e estender as ciclovias.
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra- ( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver des, que não resolveu os problemas do trânsito.
numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da ( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
própria vida. do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
E eu vou para a Ilha do Nanja. ( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as namento, revisão....e agora mais o pedágio?
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio ( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já investido no transporte público.
estou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, ( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
e a moça à janela a namorar um moço na outra janela de gue pelo privilégio!
outra ilha. ( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. urbano melhorou.
Adaptado)
A ordem obtida é:
*fissuras: fendas, rachaduras a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N)
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S)
6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S)
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N)
maneira como se preparam para suas férias, a autora mos- e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N)
tra que seus amigos estão
(A) serenos. 10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ –
(B) descuidados. ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que
(C) apreensivos. apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex-
(D) indiferentes. presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se
(E) relaxados. você está na rua, não pode entrar”.
a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”.
7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”.
– VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar c) “Um dia da caça, o outro do caçador”.
que, assim como seus amigos, a autora viaja para d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Resolução (S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-


do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
1-) (N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- namento, revisão....e agora mais o pedágio?
do cabe numa fresta. (N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
RESPOSTA: “A”. investido no transporte público.
(S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
2-) gue pelo privilégio!
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serie- (S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
dade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos urbano melhorou.
relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. S - N - S - N - N - S - S
RESPOSTA: “CERTO”. RESPOSTA: “B”.

3-) 10-)
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é:
“o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora- “Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua,
ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, não pode entrar”.
temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação RESPOSTA: “A”.
da oração principal. A construção seria: “do apagão, que
atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”);
quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
delimita a informação – como no caso do exercício).
RESPOSTA: “CERTO’.

4-)
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah,
porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
RESPOSTA: “D”.

5-)
Em todas as alternativas há expressões que represen-
tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
RESPOSTA: “B”.

6-)
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras sol-
tas, fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos
entre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
RESPOSTA: “C”.

7-)
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
da própria autora!
RESPOSTA: “B”.

8-)
Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
RESPOSTA: “D”.

9-)
(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
porte público e estender as ciclovias.
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas ci-
dades, que não resolveu os problemas do trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES (B) Frederico, muito assustado, na porta da sala ob-


servava, aquelas pessoas, silenciosas.
01-) (FUNDAÇÃO PROCON/SP – ANALISTA DE SU- (C) Frederico muito assustado, na porta da sala ob-
PORTE ADMINISTRATIVO I – VUNESP/2013) A pesquisa servava, aquelas pessoas, silenciosas.
foi feita em abril em 15 drogarias nas cinco regiões do (D) Frederico, muito assustado, na porta da sala, ob-
município de São Paulo. Foram pesquisados 58 medica- servava aquelas pessoas silenciosas.
mentos, sendo 29 de referência e 29 genéricos. (E) Frederico muito, assustado, na porta da sala ob-
Assinale a alternativa em que a substituição da servava, aquelas pessoas silenciosas.
forma verbal destacada não altera a concordância e o
Como as alternativas apresentam o mesmo assunto, não
tempo verbal, e em que a colocação pronominal está
identifiquei as inadequações nas demais alternativas, já que a
correta. correta indica qual a pontuação adequada.
(A) Se pesquisou
(B) Pesquisar-se-ão RESPOSTA: “D”.
(C) Pesquisam-se
(D) Pesquisaram-se 04-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES –
(E) Se pesquisariam FCC/2014 - ADAPTADA) No trecho Refiro-me aos livros
que foram escritos e publicados, mas estão – talvez para
(A) Se pesquisou = pesquisou-se sempre – à espera de serem lidos, o uso do acento de cra-
(B) Pesquisar-se-ão = alteração do tempo verbal (futu- se obedece à mesma regra seguida em:
ro do presente) (A) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia
(C) Pesquisam-se = presente do Indicativo como evitá-la.
(D) Pesquisaram-se = pretérito perfeito do Indicativo (B) Informou à paciente que os remédios haviam sur-
(E) Se pesquisariam = pesquisaram-se tido efeito.
(C) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à
RESPOSTA: “D”. novela.
(D) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a
velha fórmula.
02-) (COREN/SP – ASSISTENTE DE COMUNICAÇÃO
(E) Comunique às minhas alunas que as provas estão
– VUNESP/2013) Considerando o uso do acento indica- corrigidas.
tivo de crase, assinale a alternativa que completa, cor-
reta e respectivamente, as lacunas. *Dica: Dá para substituirmos “à espera” por “esperando”.
• Todos os deputados mostraram-se favoráveis ____ Se tem sentido, então o “a” tem acento grave. Diferente de: A
redução da jornada de trabalho dos profissionais da espera deixou-me irritada! “Esperando deixou-me irritada...
saúde. Nesse caso, não “deu”! Então o “a” não tem acento grave.
• A última redação do projeto passou ____ incluir As alternativas A, B, C e D apresentam “à” devido à re-
algumas reivindicações dos servidores que não faziam gência dos verbos (acostumou-se à, informou algo a alguém,
parte de sua primeira versão. assistir à (sentido de ver) e comunicou algo a alguém). A úni-
• Agora o projeto de lei será submetido ______ uma ca que não obedece à regência, mas que nos dá uma noção
análise criteriosa do governador e de seus assessores. de advérbio de modo (exaustivamente) é a alternativa D.
(A) à … à … à
(B) à … a … a RESPOSTA: “D”.
(C) a … à … à
(D) à … a … à (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014
(E) a … à … a - ADAPTADA) Atenção: Para responder às questões de
números 05 a 07, considere o texto abaixo.
Favoráveis a quê? = à redução
A marca da solidão
Passou a incluir – verbo no infinitivo (sem acento indi- Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão
cativo de crase) de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços do-
Submetido a quê? = a uma (artigo indefinido) brados e a testa pousada sobre eles, seu rosto formando
à/a/a= uma tenda de penumbra na tarde quente.
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há,
RESPOSTA: “B”. dentro de cada uma delas, um diminuto caminho de
terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, for-
03-) (UNESP/SP – CAMPUS DE TUPÃ – ASSISTEN- mando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos
TE OPERACIONAL II – ÁREA DE ATUAÇÃO: REPARAÇÃO olhos de quem é capaz de parar de viver para, apenas,
GERAL – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que o ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o mundo
emprego das vírgulas está correto. cabe numa fresta.
(A) Frederico muito assustado, na porta da sala, ob- (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
servava, aquelas pessoas silenciosas. neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)

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LÍNGUA PORTUGUESA

05-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – 09-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – VU-
FCC/2014) No texto, o substantivo usado para ressal- NESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o
tar o universo reduzido no qual o menino detém sua trecho – O teste decisivo e derradeiro para ele, cidadão an-
atenção é sioso e sofredor...– está escrito corretamente no plural.
(A) fresta. (A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadãos
(B) marca. ansioso e sofredores...
(C) alma. (B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos
(D) solidão. ansioso e sofredores...
(E) penumbra. (C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos
ansiosos e sofredores...
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- (D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadões
do cabe numa fresta. ansioso e sofredores...
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos
RESPOSTA: “A”. ansiosos e sofredores...

06-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa
FCC/2014) No primeiro parágrafo, a palavra utilizada correta já indica onde estão as inadequações nos demais itens.
em sentido figurado é
(A) menino. RESPOSTA: “C”.
(B) chão.
(C) testa. 10-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU-
(D) penumbra. NESP/2011) Assinale a alternativa que apresenta o uso cor-
(E) tenda. reto das vírgulas.
(A) Marta antes do almoço, arrumou o berço do bebê,
Novamente, responderemos com frase do texto: seu as camas, e a sala de visitas.
rosto formando uma tenda. (B) Marta, antes do almoço arrumou, o berço do bebê
as camas, e a sala de visitas.
RESPOSTA: “E”. (C) Marta, antes do almoço, arrumou, o berço do bebê,
as camas, e a sala de visitas.
07-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – (D) Marta, antes do almoço, arrumou o berço do bebê,
FCC/2014) No primeiro parágrafo, o pronome “eles” as camas e a sala de visitas.
substitui a palavra (E) Marta antes do almoço, arrumou, o berço do bebê,
(A) bruços. as camas, e a sala de visitas.
(B) quentes.
(C) paralelepípedos. Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa
(D) braços. correta já indica as inadequações nos demais itens.
(E) tufos.
RESPOSTA: “D”.
*Lembre-se: durante a realização de sua prova, use o
caderno de questões! Grife-o, faça flechas, sublinhe, enfim, 11-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU-
destaque o que for necessário para facilitar a compreensão! NESP/2011). Assinale a alternativa em que o emprego do
Retomando o texto: Tem os braços dobrados e a testa acento indicativo de crase está correto.
pousada sobre eles. (A) O bebê chorava à cada duas horas.
(B) Às mulheres da rua, Marta entregou convite para
RESPOSTA: “D”. a festa.
(C) Joel mostrou-se tranquilo à partir do seu aniver-
08-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – sário.
VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho (D) O casal veio à pé até a cidade.
– Mas ela cresceu ... – está corretamente reescrito no (E) Marta falou de sua situação primeiro à uma vizinha.
plural, com o verbo no tempo futuro.
(A) Mas elas cresceram... (A) O bebê chorava à cada = a cada duas horas .
(B) Mas elas cresciam... (B) Às mulheres da rua, Marta entregou convite para a fes-
(C) Mas elas cresçam... ta. ( Marta entregou o convite às mulheres da rua)
(D) Mas elas crescem... (C) Joel mostrou-se tranquilo à partir = a partir (verbo no
(E) Mas elas crescerão... infinitivo)
(D) O casal veio à pé até a cidade. = a pé
Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas (E) Marta falou de sua situação primeiro à uma vizinha. = a
crescerão... uma (artigo indefinido)

RESPOSTA: “E”. RESPOSTA: “B”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

12-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU- Imagina-se que, quando essa lei começar para valer,
NESP/2011) Eu e meu vizinho ______ encontramos na os recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens gol-
casa de Joel quando fui buscar este livro para ________ pistas que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar
ler. as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios públicos,
Assinale a alternativa que preenche, correta e res- quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, de-
pectivamente, as lacunas. predar bancos, saquear lojas e, por uma estranha com-
(A) se … eu pulsão, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar
(B) si … mim barricadas de fogo com ele.
(C) nos … mim É verdade que, no seu “bullying” político, eles não es-
(D) se … mim tão nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por al-
(E) nos … eu gum motivo, parecem querer levar ao colapso.
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis-
Eu + meu vizinho = nós; nós nos... / antes de verbo mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autorida-
no infinitivo devemos usar “eu”, não “mim” (cuidado com a de, resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos
pegadinha: “Para mim, ler é um prazer!” Nesse caso, além públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
da presença da vírgula, nota-se que é uma “opinião”, não a (Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013.
prática de uma ação.) Adaptado)

RESPOSTA: “E”. 14-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-


NESP/2013) Na oração – ... parecem querer levar ao colap-
13-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU- so. – (3.º parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de
NESP/2011) Considerando a concordância das palavras, (A) progresso.
assinale a alternativa correta. (B) descaso.
(A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha en- (C) vitória.
(D) tédio.
tristecido Joel.
(E) ruína.
(B) Estava ali, na mesa, os papéis recebidos por
Marta.
Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção do
(C) Já se conhece as causas da sua tristeza.
autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se à
(D) O relacionamento entre as pessoas não estavam
queda, ao fim, à ruína da cidade.
agradável.
(E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre
RESPOSTA: “E”.
Joel e Marta.
15-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
(A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha (tinham) NESP/2013) O texto apresenta variação no uso da lingua-
entristecido Joel. gem, oscilando entre a mais formal e a mais espontânea.
(B) Estava (estavam) ali, na mesa, os papéis recebidos Desta última, há exemplo em:
por Marta. (A) A Prefeitura do Rio está lançando a Operação Lixo
(C) Já se conhece (conhecem) as causas da sua tristeza. Zero...
(D) O relacionamento entre as pessoas não estavam (B) Em primeira instância, a campanha é educativa.
(estava) agradável. (C) ... para quem tratar a via pública como a casa da
(E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre Joel sogra.
e Marta. (D) ... jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de
fogo com ele.
RESPOSTA: “E”. (E) ... talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.

(UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- A linguagem informal, espontânea, está mais evidente no
NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder uso da expressão “casa da sogra”.
às questões de números 14 a 17.
RESPOSTA: “C”.
RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançan-
do a Operação Lixo Zero, que vai multar quem empor- 16-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
calhar a cidade. Em primeira instância, a campanha é NESP/2013) Na frase – ... eles não estão nem aí para a cida-
educativa. Equipes da Companhia Municipal de Limpe- de... – (3.º parágrafo), o pronome em destaque refere-se
za Urbana estão percorrendo as ruas para flagrar maus aos
cidadãos jogando coisas onde não devem e alertá-los (A) fiscais.
para o que os espera. Em breve, com guardas munici- (B) policiais.
pais, policiais militares e 600 fiscais em ação, as mul- (C) políticos.
tas começarão a chegar para quem tratar a via pública (D) jovens golpistas.
como a casa da sogra. (E) maus cidadãos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Para responder à questão, retomemos o texto: 18-) (UFTM – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao
recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens gol- emprego e à colocação pronominal.
pistas que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar (A) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Pre-
as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, feitura vai multá-los.
quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, de- (B) Os porcalhões do Rio que cuidem-se, pois a Pre-
predar bancos, saquear lojas e, por uma estranha compul- feitura vai lhes multar.
são, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barrica- (C) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Pre-
feitura vai multar eles.
das de fogo com ele.
(D) Se cuidem os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não es-
os vai multar.
tão nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por al-
(E) Cuidem-se os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura
gum motivo, parecem querer levar ao colapso. lhes vai multar.
Identifiquei os termos que se relacionam (faça esse es-
quema ao realizar seu concurso, o que facilita muito a com- (A) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Prefei-
preensão textual). Através disso chegamos à conclusão de tura vai multá-los.
que o termo “eles” relaciona-se a “jovens golpistas”. (B) Os porcalhões do Rio que cuidem-se, pois a Prefei-
tura vai lhes multar.
RESPOSTA: “D”. (C) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Prefeitu-
ra vai multar eles.
17-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- (D) Se cuidem os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura os
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à vai multar.
concordância. (E) Cuidem-se os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura
(A) Terá equipes percorrendo as ruas para flagrar lhes vai multar.
maus cidadãos, e caberá multas para quem destratar a Como as alternativas apresentam o mesmo texto, o item
via pública. correto já indica onde estão as inadequações nos demais.
(B) Haverá equipes percorrendo as ruas para flagrar
RESPOSTA: “A”
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar
a via pública.
(PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO –
(C) Existirão equipes percorrendo as ruas para fla-
ÁREA CIVIL – VUNESP/2011 - ADAPTADA) Leia o texto
grar maus cidadãos, e caberá multas para quem destra- para responder às questões de números 19 a 21.
tar a via pública.
(D) Haverão equipes percorrendo as ruas para fla- Bolsa rosa, contas no vermelho
grar maus cidadãos, e caberão multas para quem des- Não fosse por um detalhe crucial – de onde tirar o di-
tratar a via pública. nheiro –, a criação de um regime de aposentadoria para mi-
(E) Existirá equipes percorrendo as ruas para flagrar lhões de donas de casa brasileiras de baixa renda até poderia
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar fazer sentido. Há diversos projetos de lei em tramitação na
a via pública. Câmara para reconhecer os direitos das mulheres dedica-
das integralmente às tarefas domésticas. Mas eles ignoram
(A) Terá (haverá) equipes percorrendo as ruas para fla- o impacto econômico que isso teria nas contas públicas. A
grar maus cidadãos, e caberá (caberão) multas para quem deputada Alice Portugal (PT-SC), defensora da criação dessa
destratar a via pública. espécie de bolsa-cor-de-rosa, afirma que “muitas vezes, após
(B) Haverá equipes percorrendo as ruas para flagrar 35 anos de casamento, o marido vai embora, e ela (a mulher),
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar a que prestou serviços a vida inteira, não tem amparo”.
via pública. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicio-
nal de 5,4 bilhões de reais por ano.
(C) Existirão equipes percorrendo as ruas para flagrar
(Exame, edição 988, ano 45, n.º 5, 23.03.2011)
maus cidadãos, e caberá (caberão) multas para quem des-
tratar a via pública.
19-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEI-
(D) Haverão (haverá) equipes percorrendo as ruas para RO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) O tema desse texto é
flagrar maus cidadãos, e caberão multas para quem destra- (A) o uso de bolsas cor-de-rosa pelas donas de casa
tar a via pública. brasileiras.
(E) Existirá (existirão) equipes percorrendo as ruas para (B) o desamparo das mulheres abandonadas pelos
flagrar maus cidadãos, e caberão multas para quem destra- maridos.
tar a via pública. (C) a falta de dinheiro para pagar salários a mulheres
de baixa renda no Brasil.
RESPOSTA: “B”. (D) o alto custo das contas públicas brasileiras.
(E) o impacto econômico da aposentadoria de donas
de casa nas contas públicas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pela leitura do texto, fica evidente que ele aponta o -lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo
impacto econômico que o pagamento de aposentadoria às canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas,
donas de casa causará às contas públicas. admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre
perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente.
RESPOSTA: “E”. (Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas
[aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3)
20-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGE-
NHEIRO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) A frase do texto ...em que estas anotações vadias foram feitas...
– “Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicio-
nal de 5,4 bilhões de reais por ano.” – indica Observando o contexto em que a frase acima foi
(A) ironia. empregada, a sua transposição para a voz ativa produz
(B) respeito. corretamente a seguinte forma verbal:
(C) indignação. a) fizeram-se.
(D) frustração. b) tinha feito.
(E) aprovação. c) fiz.
d) faziam.
O termo que facilita a resposta à questão é: Caso a e) poderia fazer.
bondade seja aprovada = ironia.
... em que estas anotações vadias foram feitas = dois
RESPOSTA: “A”. verbos na voz passiva, então teremos um na ativa: caderni-
nho em que fiz anotações vadias...
21-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEI-
RO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as frases: RESPOSTA: “C”.
I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câ-
mara. 23-) (TRF/3ª REGIÃO – PSIQUIATRIA – FCC/2014)
II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adi- Em nossa cultura, ...... experiências ...... passamos soma-
cional de 5,4 bilhões de reais por ano. se ...... dor, considerada como um elemento formador
Assinale a alternativa que, respectivamente, subs- do caráter, contexto ...... pathos pode converter-se em
titui o verbo haver pelo verbo existir, conservando o éthos.
tempo e o modo. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
(A) Existe – existe na ordem dada:
(B) Existem – existirão a) às - porque - a - em que
(C) Existirão – existirá b) às - pelas quais - à - de que
(D) Existem – existirá c) as - que - à - com que
(E) Existiriam – existiria d) às - por que - a - no qual
e) as - por que - a - do qual
Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do pre-
sente do indicativo. Em nossa cultura, às experiências (a dor é somada com
Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos as experiências, somada às experiências – objeto indireto)
de que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, por que (= pelas quais) passamos soma-se a dor (objeto
caso seja necessário): direto), considerada como um elemento formador do ca-
I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na Câ- ráter, contexto no qual pathos pode converter-se em éthos.
mara.
II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicio- RESPOSTA: “D”.
nal de 5,4 bilhões de reais por ano.
Existem / existirá. 24-) (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – FCC/2012) Considere:
RESPOSTA: “D”. ...... angústia de imaginar que o homem pode estar
só no universo soma-se a curiosidade humana, que se
22-) (TRF/1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – prende ...... tudo o que é desconhecido, para que não
FCC/2011) desapareça de todo o interesse por pistas que dariam
Assim como os antigos moralistas escreviam má- embasamento ...... teses de que haveria vida em outros
ximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia planetas.
chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de na ordem dada:
experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedo- (A) À − a − às
ria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. (B) A − à − as
Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas ano- (C) À − a − as
tações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem (D) A − a − às
que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá (E) À − à – as

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LÍNGUA PORTUGUESA

Leia “voltando” os termos do texto: Soma-se a curiosida- (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP –
de humana à angústia de imaginar = ficamos com os itens GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011 - ADAPTADA) Leia
A e E, somente. Quem se prende, prende-se A algo ou A al- o texto para responder às questões de números 27 a 29.
guém, então: “que se prende a tudo (sem acento indicativo Desde o dia do ataque, agentes da guarda munici-
de crase, por ser um pronome indefinido); embasamento A pal fazem vigília na porta do colégio. Como o matador
quê? às teses. Temos: à / a / às. Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou à vonta-
de pelo portão. Mas o debate sobre como garantir a
RESPOSTA: “A”. segurança nas escolas públicas permanece aceso. Nas
escolas da rede municipal do Rio, funcionários encar-
25-) (TRF/4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010) regados da merenda e de outras funções eram também
Está plenamente adequada a pontuação da frase: incumbidos de zelar pela portaria. A ideia agora é do-
a) Por vezes uma obra literária acaba mesmo, sem tar as escolas de porteiros responsáveis pela entrada e
o pretender, influindo no plano político e social, pois o saída de visitantes devidamente identificados. Também
caminho do escritor não é traçado tão somente, pelo que haverá mais inspetores, de modo que cada colégio con-
ele prevê mas também, pelas forças do acaso ou pelas te com um deles por andar. O mais difícil será amenizar
determinações sociais. a sensação de insegurança que restou. Recentemente,
b) Por vezes, uma obra literária acaba, mesmo sem ao ouvirem a movimentação de estudantes no corre-
o pretender, influindo no plano político e social, pois o dor, os alunos de uma das turmas da Tasso de Oliveira
caminho do escritor não é traçado tão somente pelo que saíram correndo, no meio da aula, aos berros. “Aquele
ele prevê, mas também pelas forças do acaso ou pelas dia marcou nossa vida para sempre”, afirma Luís Mar-
determinações sociais. duk, diretor da escola.
c) Por vezes, uma obra literária, acaba mesmo sem (Veja, 25.05.2011)
o pretender, influindo no plano político e social, pois o
caminho do escritor não é traçado tão somente pelo que 27-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP
ele prevê, mas também, pelas forças do acaso, ou pelas
– GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) De acordo com
determinações sociais.
o texto, o ataque de Wellington de Oliveira
d) Por vezes uma obra literária acaba mesmo sem
(A) foi rapidamente esquecido pelos alunos da es-
o pretender, influindo no plano político e social; pois o
cola.
caminho do escritor não é traçado, tão somente, pelo que
(B) foi facilitado pelos funcionários da escola.
ele prevê mas também, pelas forças do acaso ou pelas
(C) se deu mesmo com vigília da guarda municipal.
determinações sociais.
(D) alterou a rotina da escola Tasso da Silveira.
e) Por vezes, uma obra literária acaba mesmo sem o
pretender, influindo no plano político e social pois o ca- (E) tem reforçado a sensação de segurança.
minho do escritor, não é traçado, tão somente, pelo que
ele prevê, mas também pelas forças do acaso, ou pelas Utilizando trechos do texto: Desde o dia do ataque,
determinações sociais. agentes da guarda municipal fazem vigília na porta do co-
légio... “Aquele dia marcou nossa vida para sempre”...
Tendo em vista a igualdade textual entre os itens, a indi-
cação da alternativa correta aponta as inadequações presen- RESPOSTA: “D”.
tes nas demais.
28-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP
RESPOSTA: “B”. – GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) A frase – Como
o matador Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou
26-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – à vontade pelo portão. – equivale a:
GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) Em – Por que, ain- (A) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
da hoje, pomos em risco nossas vidas, a vida de muitos, a tade pelo portão, portanto era ex-aluno.
vida de todos, produzindo a guerra? – a figura de lingua- (B) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
gem presente, conforme as expressões em destaque, é a tade pelo portão, mas era ex-aluno.
(A) sinestesia. (C) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
(B) metáfora. tade pelo portão, porque era ex-aluno.
(C) antítese. (D) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
(D) hipérbole. tade pelo portão, conforme era ex-aluno.
(E) gradação. (E) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
tade pelo portão, apesar de ser ex-aluno.
Gradação: Consiste em dispor as ideias por meio de pala-
vras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou decrescente. A alternativa que apresenta coerência com o enuncia-
(fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil7. do é a que tem a presença da conjunção explicativa – “por-
php) que”.

RESPOSTA: “E”. RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

29-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VUNESP/2012
– GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) Assinale a al- - ADAPTADA) Leia o poema de Carlos Drummond de An-
ternativa correta quanto à pontuação e à acentuação. drade para responder às questões de números 31 a 32.
(A) As escolas do Rio contratarão mais inspetores,
tornando possível maior controle do acesso de pessoas Quero me casar
a esses locais. Quero me casar
(B) As escolas do Rio, contratarão mais inspetores na noite na rua
tornando possível maior controle do acesso de pessoas no mar ou no céu
quero me casar.
a esses locais.
Procuro uma noiva
(C) As escolas, do Rio, contratarão mais inspetores,
loura morena
tornando possivel maior controle do acesso de pessoas
preta ou azul
a esses locais. uma noiva verde
(D) As escolas do Rio contratarão mais inspetores, uma noiva no ar
tornando possível maior contrôle do acesso de pessoas como um passarinho.
a esses locais. Depressa, que o amor
(E) As escolas do Rio, contratarão mais inspetores, não pode esperar.
tornando possivel maior contrôle do acesso de pessoas
a esses locais. 31-) (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VU-
NESP/2012) No poema, revelam-se os seguintes sentidos:
Como as alternativas apresentam o mesmo texto, não (A) solidão, irritação e angústia.
indiquei nas demais as incorreções. (B) vontade, medo e tranquilidade.
(C) descaso, imprudência e agitação.
RESPOSTA: “A”. (D) autoridade, investigação e impaciência.
(E) desejo, busca e pressa.
30-) (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VU-
NESP/2012) Assinale a alternativa correta quanto à Quero = desejo / Procuro = busca / Depressa = pressa
RESPOSTA: “E”.
concordância.
(A) As pessoas, então, não estavam adequadamente
32-) (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VU-
protegidas.
NESP/2012) As expressões “na rua” e “Depressa” são in-
(B) Nenhuma pessoa, então, estava adequadamen- dicativas, respectivamente, de
te protegido. (A) tempo e lugar.
(C) Os envolvidos, então, não estavam adequada- (B) modo e intensidade.
mente protegido. (C) causa e tempo.
(D) Todas as pessoas, então, não estavam adequa- (D) lugar e modo.
damente protegido. (E) intensidade e lugar.
(E) Os envolvidos, então, não estava adequadamen-
te protegidos. Na rua = lugar; depressa (apressadamente, com pres-
sa) = modo
(A) As pessoas, então, não estavam adequadamente RESPOSTA: “D”.
protegidas.
(B) Nenhuma pessoa, então, estava adequadamente 33-) (CREFITO/SP – SECRETÁRIO – VUNESP/2012) As-
protegido = protegida sinale a alternativa correta quanto à colocação pronomi-
(C) Os envolvidos, então, não estavam adequadamente nal e ao uso ou não do acento indicativo da crase.
protegido = protegidos (A) O texto faz referência a duas amazônias, que se
destacam pela extensão e pela riqueza que guardam. Re-
(D) Todas as pessoas, então, não estavam adequada-
fere-se, também, à localização da Amazônia Azul.
mente protegido = protegidas
(B) O texto faz referência à duas amazônias, que des-
(E) Os envolvidos, então, não estava (estavam) adequa-
tacam-se pela extensão e pela riqueza que guardam. Re-
damente protegidos. fere-se, também, a localização da Amazônia Azul.
(C) O texto faz referência a duas amazônias, que des-
RESPOSTA: “A”. tacam-se pela extensão e pela riqueza que guardam. Se
refere, também, a localização da Amazônia Azul.
(D) O texto faz referência à duas amazônias, que se
destacam pela extensão e pela riqueza que guardam. Se
refere, também, à localização da Amazônia Azul.
(E) O texto faz referência a duas amazônias, que des-
tacam-se pela extensão e pela riqueza que guardam. Re-
fere-se, também, à localização da Amazônia Azul.

92
LÍNGUA PORTUGUESA

Como os itens apresentam o mesmo texto, a alterna- E) Tendo chegado a (à) bela capital dinamarquesa si-
tiva correta já indica quais são as incorreções nas demais. tiada por pessoas e papéis, já tenho certeza de que Cope-
nhague não é apenas mais uma negociação internacional.
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “D”.
34-) (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
- VUNESP/2010) Em – Podemos escolher o futuro que (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – VU-
queremos para nós e nossos filhos ou podemos deixar NESP/2010 - ADAPTADA) Para responder às questões
que escolham um futuro menos positivo e mais som-
de números 36 e 37, considere o trecho:
brio. – a conjunção “ou” estabelece entre as orações
Se formos bem-sucedidos no combate às mudanças
uma relação de
climáticas, o mundo terá sido transformado pelos nos-
(A) adição, indicando os dois tipos de futuro com os
quais as pessoas deverão se defrontar em breve. sos esforços.
(B) adversidade, indicando as duas informações
que se opõem conforme o tipo de futuro descrito. 36-) (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
(C) alternância, indicando as duas informações que VUNESP/2010) O tempo verbal composto terá sido in-
compõem as opções sobre o futuro desejado. dica ação
(D) causa, indicando os motivos que levarão as pes- (A) concluída no tempo presente, em função da in-
soas a terem de escolher um dos futuros possíveis. formação apresentada na oração inicial do trecho.
(E) consequência, indicando os desastres que advi- (B) possível de ocorrer no futuro, como decorrência
rão ao mundo, no futuro, pela ignorância das pessoas. da hipótese apresentada na oração inicial do trecho.
A conjunção “ou” é alternativa, ou seja, expressa esco- (C) em andamento no tempo presente e que se fin-
lhas, alternativas entre as ações citadas nas orações ligadas dará no futuro, como causa do que se afirma na oração
por ela. inicial do trecho.
(D) impossível de ocorrer no passado e, por essa ra-
RESPOSTA: “C”. zão, sem previsão para o futuro, conforme se afirma na
oração inicial do trecho.
35-) (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
(E) concluída no passado e, portanto, podendo
- VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que a frase
ocorrer no futuro, conforme se afirma na oração inicial
está correta quanto à regência e ao uso ou não do acen-
do trecho.
to indicativo da crase.
(A) Tendo chegado a capital dinamarquesa sitiada
por pessoas e papéis, já tenho certeza que Copenhague Terá sido corresponde ao verbo será = (ação que pode
não é apenas mais uma negociação internacional. vir a acontecer, dependendo de que outra também aconte-
(B) Tendo chegado à esta capital sitiada por pessoas ça. Se fôssemos ... o mundo seria).
e papéis, já tenho certeza de que Copenhague não é
apenas mais uma negociação internacional. RESPOSTA: “B”.
(C) Tendo chegado àquela cidade sitiada por pes-
soas e papéis, já tenho certeza que Copenhague não é 37-) (CEAGESP/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
apenas mais uma negociação internacional. VUNESP/2010) Em voz ativa, a segunda oração do pe-
(D) Tendo chegado à capital dinamarquesa sitiada ríodo assume a seguinte redação:
por pessoas e papéis, já tenho certeza de que Copenha- (A) o mundo se transformará com os nossos esfor-
gue não é apenas mais uma negociação internacional. ços.
(E) Tendo chegado a bela capital dinamarquesa (B) os nossos esforços transformarão o mundo.
sitiada por pessoas e papéis, já tenho certeza de que (C) os nossos esforços terão transformado o mun-
Copenhague não é apenas mais uma negociação inter- do.
nacional.
(D) transforma-se o mundo por nossos esforços.
(E) os nossos esforços serão transformados pelo
(A) Tendo chegado a (à) capital dinamarquesa sitiada
mundo.
por pessoas e papéis, já tenho certeza (de) que Copenha-
gue não é apenas mais uma negociação internacional. A segunda frase do período é: o mundo terá sido trans-
(B) Tendo chegado à (a) esta capital sitiada por pessoas formado pelos nossos esforços.
e papéis, já tenho certeza de que Copenhague não é ape- A voz ativa: Os esforços terão transformado o mundo.
nas mais uma negociação internacional.
(C) Tendo chegado àquela cidade sitiada por pessoas e RESPOSTA: “C”.
papéis, já tenho certeza (de) que Copenhague não é ape-
nas mais uma negociação internacional.
(D) Tendo chegado à capital dinamarquesa sitiada por
pessoas e papéis, já tenho certeza de que Copenhague não
é apenas mais uma negociação internacional.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

38-) (TRT/SC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2010) 40-) (TRF/4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010)
Mas a novela não é um retrato do Brasil, ou melhor, é Ainda que os termos sublinhados se flexionem no plural,
sim... todas as formas verbais permanecerão as mesmas em:
O emprego da expressão grifada acima assinala a) Mesmo que haja eventual hesitação, não apraz a
uma muito escritor renunciar ao que lhe traz a solidão mais
a) contradição involuntária. fecunda.
b) repetição para realçar a ideia. b) Outra influência que pode incidir sobre o escritor
c) retificação do que havia sido dito. representa-se nos modelos de linguagem dominantes.
d) conclusão decorrente da afirmativa inicial. c) Exprime-se na obra literária a qualidade das coisas
e) condição básica de um fato evidente. que somente nela se dá a ver, com a singularidade de seu
olhar.
A expressão em destaque é usada para consertar, re- d) À obra literária já se atribuiu a propriedade de um
tificar uma informação dada anteriormente. É utilizada espelho; hoje, valoriza-se seu processo de construção.
comumente, por isso, a resposta à questão torna-se mais e) Falar por aquele a quem não se permite qualquer
fácil, desde que saibamos em qual contexto tal expressão depoimento é um dos objetivos a que visa a obra literária.
é empregada.
a) Mesmo que haja eventual hesitação, não apraz a muito
RESPOSTA: “C”. escritor renunciar ao que lhe traz a solidão mais fecunda.
Mesmo que haja eventuais hesitações, não apraz a mui-
39-) (TRF/4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010) tos escritores renunciar ao que lhe (lhes) traz a solidão mais
Considere: fecunda.
Chama-se “situação de discurso” o conjunto das cir- b) Outra influência que pode incidir sobre o escritor re-
cunstâncias no meio das quais se desenrola um ato de presenta-se nos modelos de linguagem dominantes.
enunciação (seja ele escrito ou oral). É preciso entender Outras influências que pode (podem) incidir sobre o es-
com isso ao mesmo tempo o ambiente físico e social
critor representa-se (representam-se) nos modelos de lingua-
em que este ato se dá, a imagem que dele têm os inter-
gem dominantes.
locutores, a identidade desses, a ideia que cada um faz
c) Exprime-se na obra literária a qualidade das coisas que
do outro (inclusive a representação que cada um possui
somente nela se dá a ver, com a singularidade de seu olhar.
daquilo que o outro pensa sobre ele), os acontecimen-
Exprime-se (exprimem-se) na obra literária as qualidades
tos que precederam o ato de enunciação (especialmen-
das coisas que somente nelas se dá (dão) a ver, com a singu-
te as relações que tiveram antes os interlocutores, e
laridade de seu olhar.
principalmente as trocas de palavras em que se insere a
d) À obra literária já se atribuiu a propriedade de um es-
enunciação em questão).
pelho; hoje, valoriza-se seu processo de construção.
(Ducrot, O.; Todorov, T. Dicionário enciclopédico das
ciências da linguagem. São Paulo: Perspectiva, 2001, p. À obra literária já se atribuiu (atribuíram) as propriedades
297-8) de um espelho; hoje, valoriza-se (valorizam-se) seus proces-
Segundo o texto, é correto afirmar: sos de construção.
a) A análise discursiva deve se ater ao estudo dos e) Falar por aquele a quem não se permite qualquer de-
enunciados. poimento é um dos objetivos a que visa a obra literária.
b) Os enunciados produzem a enunciação. Falar por aquele a quem não se permite (permitem)
c) A descrição da enunciação é determinada pela quaisquer depoimentos é um dos objetivos a que visa (visam)
identidade dos interlocutores. as obras literárias.
d) Dados exteriores aos enunciados são apendicula-
res à compreensão. RESPOSTA: “A”.
e) O conceito de situação de discurso engloba a
enunciação e seu entorno.

Utilizemos trechos do texto para que consigamos res-


ponder à questão (não se esqueça: você pode – deve –
fazer isso em seu concurso também!): ...conjunto das cir-
cunstâncias no meio das quais se desenrola um ato de
enunciação (...) É preciso entender com isso ao mesmo
tempo o ambiente físico e social em que este ato se dá. =
enunciação e seu contexto, ambiente no qual a situação de
discurso ocorre.

RESPOSTA: “E”.

94
INGLÊS

Leitura, compreensão e interpretação de textos. Vocabulário. [As questões serão formuladas na língua inglesa].......... 01
INGLÊS

citar, etc. sua redação será pobre. Da mesma maneira, se o


LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO leitor de um texto técnico em língua inglesa não tiver co-
DE TEXTOS. VOCABULÁRIO. [AS QUESTÕES nhecimento de mundo, vivência, experiências variadas de
SERÃO FORMULADAS NA LÍNGUA INGLESA].. vida, conhecimento prévio sobre o assunto, seu nível de
compreensão será mais superficial.

Por isso, o ponto de partida para uma leitura eficien-


COMPREENSÃO DE TEXTOS VERBAIS E te está sempre em você. Mas também não adianta buscar
NÃO-VERBAIS apenas informação de coisas que te atraem, coisas que
você gosta de saber. É preciso ampliar sua visão de mundo.
No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental é Se você for mulher, busque saber algo sobre futebol tam-
uma das abordagens do ensino do Inglês que centraliza a bém, sobre carros, sobre coisas do mundo masculino. Se
língua técnica e científica focalizando o emprego de estra- você for homem, busque também conhecer assuntos do
tégias específicas, em geral, voltadas à leitura. Seu foco é mundo feminino como cosméticos e vestuário. Busquem
desenvolver a capacidade de compreensão de textos de di- ambos interessar-se por assuntos relacionados a crianças,
versas áreas do conhecimento. O estudo da gramática res- idosos, povos diferentes do seu, países variados, regiões
tringe-se a um mínimo necessário normalmente associado do mundo sobre as quais que você normalmente não sabe
a um texto atual ou similar que foi veiculado em periódicos. nada. Leia jornais, revistas, sites da internet, pesquise coisas
O conhecimento de uma boa quantidade de palavras tam- curiosas, assista a programas de TV jornalísticos, de varie-
bém faz parte das técnicas que serão relacionadas abaixo. dades, de humor, de esportes, de ciência, de religião, de
saúde, de entretenimento, converse com pessoas de opi-
Dependendo do objetivo de sua leitura, você terá que niões, idades e classes sociais diferentes da sua, dê valor a
saber utilizar algum dos três níveis diferentes de com- todos os assuntos porque você nunca sabe qual tema será
preensão: abordado num texto de uma prova. Esteja preparado para
todos eles. Desta forma podemos agilizar sua compreen-
1. Compreensão Geral: obtida através de uma leitura são acerca de um texto. Desta forma você terá mais prazer
rápida, “uma passada de olho rápida no texto”, para cap- ao ler, pois compreenderá os mais variados textos. Desta
tarmos as informações gerais acerca dele, ou seja, aquilo forma você verá que é capaz de adquirir conhecimento em
que é de maior importância, seu tema geral, seu assunto uma língua estrangeira. Desta forma poderemos minimi-
principal. zar seus problemas e aumentar suas chances de obter o
sucesso.
2. Compreensão de Pontos Principais: exige que tenha-
mos maior atenção na busca das informações principais b) Skimming (ler ou examinar superficialmente; desna-
espalhadas pelo texto, observando cada parágrafo distin- tar; retirar aquilo de maior peso ou importância): é uma
tamente para identificar dados específicos que o autor quis técnica que permite rapidez e eficiência na busca de algum
destacar. direcionamento inicial acerca do texto. Realizar o skimming
significa ler rapidamente o texto para saber o assunto prin-
3. Compreensão Detalhada: requer um nível de leitura cipal trabalhado pelo autor. Esta atividade de leitura nos
mais aprofundado que nos níveis anteriores. Exige a com- proporciona um nível de compreensão geral, visando nos
preensão de detalhes do texto, minúcias, palavra por pa- dar uma visão global, aberta e ampla do texto. Ao reali-
lavra, e demanda, assim, mais tempo e atenção do leitor. zarmos o skimming, não podemos nos deter em detalhes
Para tanto, em alguns casos, será preciso reler várias vezes como palavras novas nem palavras das quais nos esquece-
o texto. mos. Estamos em busca do assunto principal e do sentido
geral do texto.
Para obter um bom nível de acerto durante os níveis de
compreensão, temos que por em prática algumas técnicas c) Prediction: Com esta estratégia o leitor lança mão do
de auxílio à leitura que passaremos a ver agora. seu próprio conhecimento, através das experiências de vida
que possui, e da informação linguística e contextual. Após
a) Background knowledge (conhecimento prévio): para realizar o skimming, o leitor precisa concentrar-se para
que um leitor consiga identificar e entender certas infor- tentar ativar as informações que já possui sobre o tema e
mações em qualquer tipo de texto, torna-se extremamen- prever que tipos de palavras, frases ou argumentos podem
te importante que ele possua algum conhecimento prévio estar presentes naquele texto. É um momento de reflexão.
sobre seu assunto. Podemos comparar esta situação com a É a hora de buscar na memória tudo o que foi lido, estu-
de um estudante tentando fazer uma prova de redação. Se dado, discutido, e visto na mídia a respeito daquele tema.
ele nunca tiver lido, discutido, estudado ou ouvido falar do Além do mais, esta é uma estratégia de leitura que também
tema daquela redação, como poderá dissertar? Suas ideias permite ao leitor prever o que vem a seguir em um texto.
podem até ir para o papel, mas correrá um grande risco Trata-se do desenvolvimento sequenciado do pensamento.
de não ter o vocabulário necessário, consistência, profun- Isso só é possível porque quem escreve, o faz de maneira
didade, argumentos, conhecimento de causa, exemplos a organizada, porque as pessoas pensam de maneira seme-

1
INGLÊS

lhante e porque alguns tipos de textos possuem estruturas parágrafo onde ela está, as noções gerais que temos do
previsíveis levando nós leitores a atingir certas formas de texto, etc. Precisamos observar o meio no qual a palavra
compreensão. Quanto mais experiente for o leitor, maior está posta. Neste caso teremos de nos fazer valer de nos-
será sua capacidade de prever. Nesta etapa, passamos a as- sos conhecimentos de classes gramaticais (substantivos,
sociar o assunto do texto com as dicas tipográficas usadas adjetivos, preposições, verbo, etc.), de afixos, de singular
pelo autor para transmitir significados. e plural, conhecimento sobre a estrutura de textos, etc.
Tudo isso em conjunto pode ajudar numa aproximação do
d) Grifo de palavras cognatas, das palavras já conheci- sentido real daquele termo que não sabemos.
das pelo leitor e das repetidas: Muito comuns entre as lín-
guas inglesa e portuguesa, os cognatos são termos bas- É preciso lembrar que estas estratégias serão mais ou
menos eficazes dependendo do tamanho do vocabulário
tante parecidos tanto na escrita como no significado em
que você possui e também do seu nível de conhecimento
ambas as línguas.
gramatical.
Grifar todas estas palavras em um texto é um recur-
so psicológico e técnico que visa mostrar e provar visual- Há estudos que relacionaram as palavras que mais
mente para o leitor que ele tem conhecimento de muitas aparecem em textos e livros técnicos em língua inglesa.
das palavras daquele texto e de que, assim, ele é capaz de Desses estudos foram feitas diferentes listas com as 318
fazer uso dessas informações para responder às questões palavras que mais caem nos textos, as 500 mais, as 700
propostas. Trata-se de um recurso que usamos para dar mais, etc. Para facilitar seu estudo, incluímos aqui as 318
mais relevância e importância às palavras que já sabemos mais comuns para serem estudadas. Ao memorizar estas
em um texto, pois é nelas que nos apoiaremos para re- palavras você obterá um magnífico subsídio preparando-
solver exercícios e para entender os textos. É muito mais se para enfrentar qualquer texto.
inteligente voltar nosso foco para as palavras que têm al- Você verá que várias destas palavras já são conheci-
gum significado para nós do que destacar aquelas que não das por você, assim, na verdade, terá que memorizar bem
conhecemos. Além disso, ao grifar, você acaba relendo as menos destas. Um número bem significativo delas está
informações de uma maneira mais lenta, o que faz com que presente em qualquer tipo de texto. Quanto mais palavras
perceba certos detalhes que não havia percebido antes. É você souber, mais poderá grifar! Apoie-se nelas e bom es-
uma forma de quantificar em porcentagem aproximada o tudo!
quanto se sabe daquele texto. É preciso lembrar que há um
número muito grande de palavras repetidas nos textos e 001 although embora
002 able capaz
isso facilita para o estudante, pois ele poderá grifar mais de
003 about sobre, aproximadamente
uma vez a mesma palavra.
004 above acima
005 according to de acordo com
e) Scanning: esta técnica de leitura visa dar agilidade na 006 after depois, após
busca por informações específicas. Muitas vezes, após ler 007 again novamente, de novo
um texto, nós queremos reencontrar alguma frase ou al- 008 against contra
guma palavra já lida anteriormente. Para efetuar esta busca 009 age idade
não precisamos ler o texto inteiro de novo, podemos sim- 010 air ar
plesmente ir direto ao ponto aonde podemos encontrar tal 011 all tudo
informação. Isso é o scanning, significa encontrar respostas 012 almost quase
de uma forma rápida e direta sem perder tempo relendo 013 alone só, sozinho
o texto todo. Esta técnica em geral deve ser aplicada após 014 along ao longo de
uma ou mais leituras completas do texto em questão. As- 015 already já
sim o leitor diminuirá o risco de confundir informações, 016 also também
perder tempo ou de dar respostas erradas. Se desejar, o es- 017 always sempre
tudante pode ler o que os exercícios pedirão antes de fazer 018 among entre (3 ou mais coisas)
o scanning, pois assim ele irá selecionar mais facilmente o 019 an um, uma
que for mais importante para responder àquelas questões 020 ancient antigo
021 and e
direcionando-se melhor.
022 another um outro
023 any algum(a), qualquer
f) Lexical Inference (inferência lexical): Inferir significa
024 anything qualquer coisa
deduzir. Às vezes será preciso deduzir o sentido de um ter- 025 arm braço
mo, decifrando o que ele quer dizer. Mas isso não pode ser 026 army exército
feito de qualquer maneira. Para inferirmos bem, é necessá- 027 around em torno de, perto de
rio entender o significado daquela palavra desconhecida 028 art arte
através do contexto no qual ela está inserida, observando 029 as como, assim como
as palavras vizinhas, as frases anteriores e posteriores, o 030 at em, às

2
INGLÊS

031 authority autoridade 087 fear medo


032 away distante, longe 088 few poucos(as)
033 back de volta, atrás 089 fire fogo
034 because porque 090 first primeiro
035 before antes 091 five cinco
036 behind atrás 092 foot/feet pé/pés
037 best melhor (superlativo) 093 footnote notas de rodapé
038 better melhor (comparativo) 094 for para, por
039 between entre (2 coisas) 095 force força, forçar
040 beyond além 096 four quatro
097 France França
041 big grande
098 free livre, grátis
042 black preto(a)
099 French francês
043 blood sangue
100 friend amigo(a)
044 body corpo 101 from de (origem)
045 both ambos(as) 102 full completo, cheio
046 boy menino, garoto 103 general geral
047 brother irmão 104 girl menina, garota
048 but mas, porém, exceto 105 God Deus
049 by próximo a, perto de, por 106 gold ouro
050 captain capitão 107 good bom(ns), boa(s)
051 care cuidado 108 government governo
052 case caso 109 great grande, maravilhoso
053 certain certo 110 ground chão
054 chapter capítulo 111 half metade
055 character caráter, personalidade 112 hand mão/entregar
056 child criança 113 he ele (pessoa)
057 children crianças 114 head cabeça, líder
058 church igreja 115 heart coração
059 city cidade 116 her dela (pessoa)
117 here aqui
060 common comum
118 high alto
061 country país, zona rural
119 him ele, o (pessoa)
062 course curso 120 himself ele mesmo (pessoa)
063 day dia 121 his dele (pessoa)
064 dead morto 122 history história
065 death morte 123 home casa, lar
066 different diferente 124 horse cavalo
067 door porta 125 hour hora
068 down para baixo 126 house casa
069 during durante 127 how como
070 each cada 128 however entretanto
071 earth terra (planeta) 129 human humano
072 either... or ou... ou 130 hundred cem, centena
073 emperor imperador 131 idea idéia
074 empire império 132 if se
075 end fim 133 ill doente
076 enemy inimigo 134 in em, dentro (de)
077 England Inglaterra 135 indeed de fato, realmente
136 into para dentro de
078 enough suficiente
137 it ele(a) (coisa, animal)
079 even mesmo
138 its seu, sua, (coisa, animal)
080 ever em qualquer momento, já
139 itself a si mesmo (coisa, animal)
081 every cada, todo 140 just apenas, justo
082 eye olho 141 kind tipo, gentil
083 fact fato 142 king rei
084 family família 143 knowledge conhecimento
085 far distanste, longe 144 land terra
086 father pai 145 large largo, amplo, grande

3
INGLÊS

146 law lei 202 our nosso(a), nossos(as)


147 (at) least (pelo) menos 203 out fora
148 left esquerdo(a) 204 over acima, encerrado
149 less menos 205 part parte
150 life vida 206 peace paz
151 light luz, leve 207 people pessoas
152 little pouco(a) 208 perhaps talvez
153 long longo 209 period período
154 longer mais longo 210 person pessoa
155 love amor 211 place lugar
156 man/men homem/homens 212 point ponto
157 manner maneira 213 poor pobre
214 power poder, força
158 many muitos (as)
215 present presente
159 master mestre
216 prince príncipe
160 matter matéria
217 public público
161 me me, mim
218 quite completamente, muito
162 miles milhas
219 rather preferencialmente
163 mind mente 220 reason razão
164 mine meu(s), minha(s) 221 reign reino
165 moment momento 222 religion religião
166 money dinheiro 223 room cômodo, quarto
167 more mais 224 round redondo
168 morning manhã 225 same mesmo(a)
169 most mais 226 sea mar
170 mother mãe 227 second segundo
171 Mr. senhor 228 set conjunto
172 Mrs. senhora 229 seven sete
173 much muito(a) 230 several vários(as)
174 my meu(s), minha(s) 231 she ela (pessoa)
175 myself eu mesmo 232 short pequeno(a), curto(a)(s)
176 name nome 233 side lado
177 nation nação 234 sight vista, visão
178 natural natural 235 since desde
179 nature natureza 236 sir senhor
180 near próximo, perto 237 six seis
181 neither...nor nem...nem 238 small pequeno(s), pequena(s)
182 never nunca 239 so então
183 new novo(a)(s) 240 some algum(a), alguns(mas)
184 next próximo, a seguir 241 something algo, alguma coisa
185 night noite 242 sometimes algumas vezes
243 son filho
186 no não
244 soon logo, em breve
187 non não
245 spirit espírito
188 not não
246 state estado, situação
189 nothing nada
247 still ainda
190 now agora
248 street rua
191 number número 249 strength força
192 of de 250 strong forte
193 off afastado, desligado 251 subject assunto, sujeito
194 often frequentemente 252 such tão
195 old velho(s), velha(s) 253 sure certo (certeza)
196 on sobre, em cima 254 ten dez
197 once uma vez 255 than do que
198 one um, uma 256 that aquele(a), esse(a)
199 only apenas, único, somente 257 the o, a, os, as
200 or ou 258 their deles, delas
201 other outro(a) 259 them eles, os

4
INGLÊS

260 themselves eles mesmos DICAS TIPOGRÁFICAS


261 then então, em seguida
262 there lá Qualquer porção de linguagem, seja ela falada, escri-
263 therefore por esta razão ta, gesticulada, desenhada etc., pode ser considerada tex-
264 these estes(as) to. Assim, um texto pode constituir-se de uma frase, uma
265 they eles, elas palavra, um sinal, uma imagem, ou alguma porção maior
266 thing coisa e mais longa como um romance ou uma novela. Por isso,
267 thirty trinta a comunicação não envolve somente a linguagem verbal,
268 this este(a), isto
como na escrita e na fala, mas também envolve a lingua-
269 those aquele(as), esses(as)
gem não-verbal. Este tipo de linguagem se desenvolve de
270 thousand mil, milhar
maneira complexa na sociedade contemporânea e relacio-
271 three três
272 through através na-se com outras linguagens como a moda, os gestos, a
273 time tempo, momento, vez arte, os sinais, etc.
274 to para, em direção a
275 together junto(a)(s) Além das técnicas mencionadas anteriormente, o leitor
276 too também deve sempre se apoiar em informações universais como
277 towards na direção de imagens, números e símbolos. Neste exemplo a imagem
278 town cidade atesta que o uso do celular pode ser fatal. Baseado em nos-
279 true verdade so conhecimento de cotidiano, é um tema constantes no
280 truth verdade telejornal que o motorista não deve usar o telefone celu-
281 twenty vinte lar ao volante. Observando os números no texto fica fácil
282 two dois identificar o número de fatalidades por ano entre outras
283 under sob informações.
284 until/till até (que)
285 up para cima ? ! , ; 4 / A a % = @ + “. Símbolos, cores, formatos, fo-
286 upon sobre tos, desenhos, tamanhos de letras utilizados, estilos de le-
287 us nos, a nós tras escolhidos, elementos de pontuação, algarismos, etc.,
288 very muito
ajudam-nos a desvendar muitas minúcias do conteúdo de
289 voice voz
um texto.
290 war guerra
291 water água
292 way caminho, maneira, jeito Esses elementos são conhecidos como marcas, evi-
293 we nós dências ou dicas tipográficas que os mais variados textos
294 well bem utilizam para comunicar. São elementos que transmitem
295 what o que, qual, quais informações além das palavras, complementando-as. Sa-
296 when quando ber reconhecê-las e também extrair delas algum sentido
297 where onde complementar para o texto fornece um grande auxílio à
298 whether se leitura e à interpretação das ideias transmitidas.
299 which (o,a) qual, (os, as) quais
300 while enquanto
301 white branco SUBSTANTIVOS: FORMAÇÃO DO PLURAL:
302 who/whom quem, a quem REGULAR, IRREGULAR E CASOS ESPECIAIS. GÊNERO.
303 whole complete, inteiro CONTÁVEIS E NÃO-CONTÁVEIS.
304 whose de quem, cujo(a)(s)
305 why por que? SUBSTANTIVOS
306 wife esposa
307 with com
Substantivos, que no inglês são conhecidos como nou-
308 within dentro de
ns, são palavras que dão nome a pessoas, lugares, coisas,
309 without sem
conceitos, ações, sentimentos, etc. Também chamados de
310 woman/women mulher/mulheres
311 word palavra nomes, eles funcionam de muitas maneiras nas sentenças.
312 world mundo Na maioria das vezes, posicionam-se como o sujeito de um
313 year ano verbo, funcionando como o ator ou agente dele.
314 yes sim
315 yet ainda, já Os nomes também podem receber uma ação quando
316 you você(s) funcionam como objeto do verbo. Quando atuam como
317 young jovem sujeitos ou objetos, os substantivos podem ser apenas uma
318 yours seu(s), sua(s) palavra, frases, ou cláusulas.

5
INGLÊS

Exemplos: goose geese


mouse mice
-The plane crashed. (substantivo como sujeito da frase) louse lice
person people
-He kicked the dog. (substantivo como objeto direto
do verbo) Para alguns terminados em -f ou -fe, trocamos estas
letras por -ves. Para outros, apenas usamos -s:
-To bungee jump is dangerous. (frase verbo-nominal
agindo como substantivo na posição de sujeito) Leaf leaves
Knife knives
-What we thought was the best thing to do. (cláusula Wife wives
nominal agindo como substantivo na posição de sujeito) Life lives
Roof roofs
A maioria dos substantivos forma o plural com o Belief beliefs
acréscimo de -s. Por exemplo: Safe safes
Singular Plural Chief chiefs
car cars  Outros terminados em -f admitem plural de duas ma-
cap caps  neiras:

Quando o nome termina em -y e é precedido por Dwarf dwarfs/dwarves


consoante, faz-se o plural com -ies. Scarf scarfs/scarves
Hoof hoofs/hooves
a city cities 
a party parties Alguns nomes têm a mesma forma tanto no singular
a lady ladies  quanto no plural:
a baby babies
A species two species
A sheep two sheep
Se o substantivo termina em -s, -ss, -z, -sh, -ch, -x
A fish two fish
(exceção: ox => oxen), acrescentamos -es para formar o
A deer two deer
plural:
A means two means
A series two series
A bus two buses
A fox two foxes Alguns nomes têm plural, mas usam verbo no singu-
A watch two watches lar:
A class two classes
A whiz two whizzes (dobra a última consoante) news - The news is positive for the country.
A flash two flashes linguistics - Linguistics is the study of language.
billiards - Billiards is played by many people around
Acrescenta-se -es somente em alguns substantivos the world.
terminados em -o. Outros ganham apenas -s:
Outros nomes têm forma plural e usam verbo no plu-
Potato potatoes ral também:
Tomato tomatoes
Hero heroes pants - These pants are too big for me.
Photo photos jeans - His jeans are dark brown.
Radio radios glasses - My glasses are old.
Video videos pajamas - Her pajamas have holes.
Shampoo shampoos
Zoo zoos Há vários substantivos que são somente usados no sin-
Kangaroo kangaroos gular. Eles concordam com verbo e pronomes no singular,
mesmo se transmitirem ideia de plural. Estes não podem
Existem algumas formas irregulares de plural. Alguns ser precedidos pelos artigos indefinidos a/an, por isso,
exemplos comuns são: muitas vezes, utilizamos alguma expressão quantificadora
antes deles. Veja:
woman women 
man men  I have a piece of information for you. (Eu tenho uma
child children  informação para você)
tooth teeth  Can you give a word of advice? (Você pode me dar al-
foot feet gum conselho?)

6
INGLÊS

He bought beautiful pieces of furniture for the be- glês. Podem ser precedidos por alguma unidade de me-
droom. (Ele comprou lindos móveis para o quarto) dida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias,
I bring some news for your day. (Eu trago algumas no- líquidos, pós, conceitos, etc., que não podemos dividir em
tícias para o seu dia) elementos separados. Por exemplo, não podemos contar
“water”. Podemos, sim, contar “bottles of water” ou “liters
GENEROS DOS SUBSTANTIVOS of water”, mas não podemos contar a palavra “water”.

Em inglês, existem três tipos de gêneros para os subs- Outros exemplos de substantivos incontáveis são: mu-
tantivos: feminino, masculino e neutro. Os substantivos sic, art, love, happiness, advice, information, news, furnitu-
femininos, quando estiverem no singular, podem ser tro- re, luggage, rice, sugar, butter, water, milk, coffee, electri-
cados pelo pronome “she”. Os substantivos masculinos, city, gas, power, money, etc.
quando no singular, podem ser trocados por “he”.
Em geral, estudantes de língua inglesa têm dificuldade
Os substantivos neutros são usados para fazer refe- de saber quando um substantivo é contável e quando é
rência a coisas ou animais, ou, ainda, para expressar uma não-contável. As dicas são sempre conferir a informação
ideia que sirva para ambos os sexos. Nesse último caso, num bom dicionário e também tentar memorizar alguns
podemos trocar o substantivo no singular pelo pronome dos mais comuns para agilizar o seu estudo. Nos dicioná-
pessoal “it”. No caso do plural, para todos os substantivos rios, normalmente você encontra o símbolo [U] para iden-
utilizamos o pronome pessoal “they”. tificar os uncountable nouns e [C] para os countable nouns.
Exemplos:
Em várias situações necessitamos de fazer o uso de
My mother sent me a kiss. => She sent me a kiss. (Minha determinantes/quantificadores em conjunto com substan-
mãe/Ela mandou-me um beijo) tivos contáveis e incontáveis.
My brother loves soccer. => He loves soccer. (Meu irmão/
Ele ama futebol) Há determinantes específicos para os incontáveis: a
Is it a boy or a girl? (É menino ou menina?) little, little, less, much.

O gênero pode ser reconhecido em palavras de duas Exemplos:


formas distintas:
I have a little time to exercise today. (Eu tenho algum
Por anteposição ou posposição de palavras ou afixos: tempo para me exercitar hoje)
vários substantivos femininos são terminados pelo sufixo She has little patience with her students. (Ela tem pou-
-ess, por exemplo. ca paciência com seus alunos)
He demonstrates less aptitude. (Ele demonstra menos
Actor (ator) – Actress (atriz) aptidão)
Prince (príncipe) – Princess (princesa) Judy and her husband have much money. (Judy e seu
Waiter (garçom) – Waitress (garçonete) marido têm muito dinheiro)

Por palavras diferentes: o masculino é determinado por E há alguns específicos para uso com substantivos con-
uma palavra e o feminino, por outra: táveis: a few, few, fewer, many. 

Husband (esposo) – wife (esposa) Exemplos:


Brother (irmão) – sister (irmã)
Boy (garoto) – girl (garota) There are a few coins in my wallet. (Há algumas moe-
Nephew (sobrinho) – niece (sobrinha) das na minha carteira)
Father (pai) – mother (mãe) Few people went to the show. (Poucas pessoas foram
SUBSTANTIVOS CONTÁVEIS E NÃO CONTÁVEIS ao show)
We can see fewer cars on the streets today. (Podemos
Contáveis  são aqueles substantivos que podemos ver menos carros nas ruas hoje)
enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanto for- He has many friends. (Ele tem muitos amigos)
ma singular quanto plural. Eles são chamados de countable Existe ainda o determinante a lot of que pode ser uti-
nouns ou de count nouns, em inglês. lizado tanto para substantivos contáveis como incontáveis.

Por exemplo, podemos contar pencil. Podemos dizer Exemplo:


one pencil, two pencils, three pencils, etc. I have a lot of money.
I have much money.
Incontáveis são os substantivos que não possuem forma
no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de There are a lot of cars in the street tonight.
non-countable nouns, ou até de non-count nouns, em in- There are many cars in the street tonight.

7
INGLÊS

Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e Artigos — são palavras que acompanham os substanti-
substantivos. vos e tem função de classifica-los.
Example: The  killer selected a  knife from an  antique
Pronome Pronome collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
Possessivo Tradução: Possessivo limitam seus respectivos substantivos)
Adjetivo: Substantivo:
Advérbios—  descrevem verbos, adjetivos, ou outros
My meu(s)/minha(s) Mine advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan-
Your seu/sua Yours do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
His dele His da mesma forma que um único advérbio funcionaria.

Her dela Hers Exemplo: The woman carefully selected her best dress


dele/dela (coisas for the party. (Carefully é um advérbio que modifica o ver-
Its Its
ou animais) bo selected)
Our nosso(s)/ nossa(s) Ours
MODIFICADORES DE SUBSTANTIVOS
Your seus/suas Yours
Their deles/delas Theirs Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas
que qualificam o significado de outras palavras. O termo é
Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do bem genérico: qualquer parte da fala que funciona como
substantivo. um adjetivo ou advérbio é um modificador.
Os pronomes possessivos substantivos podem vir
após o substantivo ou podem substituir o substantivo a Note: Nos exemplos abaixo, o modifier está em itálico e
qual se referem assim reduzindo a frase. a palavra que ele modifica está sublinhada; a função do
modificador está descrita entre parênteses.
Exemplos:
Adjetivos  —  descrevem ou modificam nomes. Uma
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan-
locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
do com o dela)
maneira que uma simples palavra funcionaria.
(His – pronome possessivo adjetivo, antes do subs-
tantivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo,
substituindo o substantivo kid, para evitar a repetição da Exemplo: The yellow  balloon flew away over
mesma palavra várias vezes na mesma frase). the crying child. (O adjetivo yellow modifica o substantivo
balloon; crying modifica o nome child)
My friends went to the club with yours. (Meus ami-
gos foram ao clube com os seus) Artigos — são palavras que acompanham os substanti-
vos e tem função de classifica-los.
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza) Example: The  killer selected a  knife from an  antique
collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
Did you prefer his presentation or hers? (Você prefe- limitam seus respectivos substantivos)
riu a apresentação dele ou a dela?)
Advérbios—  descrevem verbos, adjetivos, ou outros
MODIFICADORES DE SUBSTANTIVOS advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan-
do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas da mesma forma que um único advérbio funcionaria.
que qualificam o significado de outras palavras. O termo é
bem genérico: qualquer parte da fala que funciona como Exemplo: The woman carefully selected her best dress
um adjetivo ou advérbio é um modificador. for the party. (Carefully é um advérbio que modifica o ver-
Note: Nos exemplos abaixo, o modifier está em itálico e bo selected)
a palavra que ele modifica está sublinhada; a função do
modificador está descrita entre parênteses. FORMAS POSSESSIVAS DOS NOMES. MODIFICADORES
DO NOME.
Adjetivos  —  descrevem ou modificam nomes. Uma
locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma CASOS POSSESSIVOS COM ‘S
maneira que uma simples palavra funcionaria.
Quando falamos de posse, geralmente em inglês se usa
Exemplo: The yellow  balloon flew away over os pronomes adjetivos ou possessivos. Porém em algumas
the crying child. (O adjetivo yellow modifica o substantivo situações nós queremos relacionar o objeto em questão
balloon; crying modifica o nome child) diretamente ao nome de seu proprietário.

8
INGLÊS

Exemplos: ARTIGOS E DEMONSTRATIVOS: DEFINIDOS, I


The car of Maria. NDEFINIDOS E OUTROS DETERMINANTES.
(O carro de Maria) DEMONSTRATIVO DE ACORDO COM A POSIÇÃO,
SINGULAR E PLURAL.
The pen of João.
(A caneta de João) ARTIGOS

Em Inglês, existe um “atalho” para este tipo de situação Em geral, emprega-se o artigo definido the antes de
substantivos com a finalidade de especificá-los.
usando o ‘s.
Exemplo: The boy is late.
Exemplos:
Maria’s car. Às vezes, pode ocorrer a presença de um ou mais adje-
João’s pen. tivos entre o artigo the e o substantivo.

ATENÇAO: Não podemos confundir este ‘s possessivo Exemplo: The little boy is late. Ou The little good boy
com o ‘s (abreviação de is) is late.

Exemplos: Na língua inglesa, os artigos indefinidos são: a e an.


João’s a doctor. Ambos são traduzidos como: um ou uma. O artigo indefi-
(João é UM médico) nido no inglês não tem plural. Só podemos usar a/an antes
de substantivos que estejam no singular. Utilizamos a antes
João’s doctor. de palavras iniciadas com som de consoante e an antes de
(O médico de João) palavras que iniciam com som de vogal.

Outros detalhes quanto ao ‘s. Exemplos:


Caso existam múltiplos “donos” o ‘s vai apenas no úl- A cow.
timo. An elephant.

Determinantes, também conhecidos como quantifica-


Exemplo:
dores, são usados antes de substantivos para fazer referên-
Kate and Cindy’s parents. cia a algo específico ou a um grupo em geral.
(Os pais de Kate e Cindy) Os determinantes/quantificadores gerais são:

Caso o “dono” seja terminado em S por conta de sua -a, an, a few, a little, any, enough, every, few, little,
pluralidade, fazemos apenas o acréscimo do ‘ . many, much, no, other, several, some. 

Exemplos: Exemplos (os substantivos quantificados estão subli-


nhados):
My brother’s house.
(A casa do meu irmão [apenas um irmão] A woman sat under an umbrella. (Uma mulher sentou-
se embaixo de um guarda-chuva)
My brothers’ house.
(A casa dos meus irmãos [mais de um irmão] There is not enough food to everyone. (Não há comida
suficiente para todos)
O ‘s é muito usado para informação e grau de paren-
tesco o que pode confundir um pouco o estudante, por- ADJETIVOS: GRAU COMPARATIVO E SUPERLATIVO:
REGULARES E IRREGULARES. INDEFINIDOS.
tanto faça a leitura com calma deste tipo de estrutura.
Exemplos:
ADJETIVOS E COMPARATIVOS
Jack is my father’s brother. Adjetivos são palavras ou grupo de palavras que indi-
(Jack é o irmão de meu pai) cam características dos substantivos, definindo-os, delimi-
tando-os ou modificando-os.
Peter is her brother’s best friend.
(Peter é o melhor amigo do irmão dela). Ao contrário do que ocorre na língua portuguesa, os
adjetivos em inglês não possuem forma singular, plural,
William is David’s last name. masculina nem feminina. Existe apenas a forma singular
(William é o sobre nome do David). para ambos os sexos.

9
INGLÊS

She is beautiful. => They are beautiful. abaixo) são utilizados quando estamos comparando três
ou mais pessoas ou coisas. Geralmente as frases se referem
His car is red. => Their cars are red. a uma totalidade (da classe, da cidade, etc.).

Anna is intelligent. Jack is intelligent. Passemos então a estudar, agora, o grau superlativo:

Quando o(s) adjetivo(s) aparece(m) junto a um subs- Grau Superlativo de Superioridade (the + adjetivo
tantivo, tal abjetivo(s) deve(m) vir antes do substantivo: curto + est) = (o mais...)

This is a big city. (cheap): This is the cheapest restaurant in town. (Este é
They live in a huge white house. o restaurante mais barato da cidade)
Marcos is a soccer player. (tall): Jennifer is the tallest girl in the group. (Jennifer é
a garota mais alta do grupo)
Os adjetivos em inglês também possuem graus diver- (dry): This is the driest region of the state. (Esta é a
sos, assim como ocorre em português. Veja: região mais seca do estado)

Grau Comparativo de Igualdade (as + adjetivo + as) = Grau Superlativo de Superioridade (the most + adjeti-
(tão/tanto... quanto) vo longo) = (o mais...)

Dereck is as short as Fred. (Dereck é tão baixo quanto Fred) This is the most modern TV set nowadays. (Este é o apare-
That motorcycle is as fast as this one. (Aquela moto é lho de TV mais moderno do momento)
tão rápida quanto esta) He is the most handsome actor in the movies. (Ele é o
Julie is as beautiful as Sharon. (Julie é tão bela quanto ator mais bonito do cinema)
Sharon) Messy is the most famous soccer player now. (Messy
é o jogador de futebol mais famoso agora)
Grau Comparativo de Superioridade (adjetivo curto +
er + than) = (mais... do que..) Grau Superlativo de Inferioridade (the least + adjetivo)
(strong): Tim is stronger than Peter. (Tim é mais forte = (o menos...)
do que Peter) This is the least important detail. (Este é o detalhe
(tall): An elephant is taller than a lion. (Um elefante é menos importante)
mais alto que um leão)
(thin): Nancy is thinner than Sue. (Nancy é mais magra I’m always the least nervous during the tests. (Sempre
do que Sue) sou o menos nervoso durante as provas)

Grau Comparativo de Superioridade (more + adjetivo That region is the least safe of the city. (Aquela região
longo + than) = (mais... do que..) é a menos segura da cidade)

Dave is more intelligent than his brother. (Dave é Há algumas adaptações que precisamos fazer na es-
mais inteligente que seu irmão) crita dos adjetivos quando acrescentamos -er e -est para
He is more careful than his father as a driver. (Ele é formarmos, consecutivamente, seus comparativos e super-
mais cuidadoso que seu pai como motorista) lativos. Observe:
This house is more comfortable than the other. (Esta
casa é mais confortável que a outra) Aos que já são terminados em -e, acrescentamos ape-
nas -r (no comparativo) ou -st (no superlativo):
Grau Comparativo de Inferioridade (less + adjetivo +
than) = (menos... do que...) wide (largo) wider the widest
late (tarde) later the latest
Christopher is less famous than Brad. (Christopher é
menos famoso do que Brad) Àqueles adjetivos curtos terminados em -y, substituí-
Your city is less hot than mine. (Sua cidade é menos mos o -y por -i e depois colocamos -er ou -est:
quente do que a minha)
This language is less difficult than the others. (Esta lín- pretty (bonita) prettier the prettiest
gua é menos difícil do que as outras) dirty (sujo) dirtier the dirtiest

Os graus de comparativo devem ser utilizados apenas Quando o adjetivo for curto e terminar com a sequên-
quando estamos comparando duas pessoas ou duas coi- cia consoante+vogal+consoante, dobra-se a última con-
sas. Por outro lado os graus de superlativo (como veremos soante antes de acrescentar -er ou -est:

10
INGLÊS

thin (magro/fino) thinner the thinnest I have no idea to give you. (Não tenho nenhuma ideia
fat (gordo) fatter the fattest para te dar)
I have no job to do today. (Não tenho nenhum traba-
Vamos estudar agora alguns adjetivos que possuem lho para fazer hoje)
formas irregulares: I have no place to go on my vacation. (Não tenho
nenhum lugar para ir durante minhas férias)
Bad(mau) worse the worst
Good(bom) better the best ADJETIVOS TERMINADOS EM –ED E –ING
Far(longe) farther the farthest
Far further the furthest Muitos adjetivos na língua inglesa possuem termina-
Little(pouco) less the least ção –ed ou –ing.
Many(muitos/as) more the most
Much(muito/a) more the most Adjetivos com terminação –ing se referem a uma ca-
racterística de uma coisa ou de uma pessoa.
*Os adjetivos indefinidos podem ser comparados aos Adjetivos com terminação –ed se referem ao que a
pronomes indefinidos. Serão as mesmas palavras, mas com pessoa está sentindo.
funções diferentes na frase. Reveja o tópico sobre prono-
mes indefinidos para mais detalhes. Exemplos:
My friend is bored. (Meu amigo está entediado).
Não existe uma regra para determinar-nos quando um My friend is boring. (Meu amigo é entediante).
adjetivo é curto ou longo, por exemplo se baseando no
número de letras ou algo do tipo. O estudante deve se fa- This book is confusing. (Este livro é confuso [confunde
miliarizar com os adjetivos já os classificando entre longos quem o lê]).
e curtos. I’m confused with this book. (Eu estou confuso com
este livro).
ADJETIVOS INDEFINIDOS
De forma geral dizemos que algo ou alguém é “-ing” e
Os indefinite adjectives são: some, any e no. Dependen- isso nos faz sentir “-ed”
do da frase, eles podem ser traduzidos como algum(a), ne-
nhum(a). Pelo fato de serem adjetivos, perceba que sempre Michael Jordan is an interesting player. (Michael Jor-
devem preceder um substantivo, qualificando-os. Vejamos dan é um jogador interessante).
o uso geral: I’m interested in basketball. (Eu estou interessado em
basketball).
Em afirmativas: Em negativas: Em interrogativas: Aqui temos uma lista dos adjetivos mais comuns, em
sua forma –ed e –ing.
I have some I don’t need Do you need any Alarmed – Alarming (alarmado - alarmante)
money. any help. money? Aggravated – Aggravating (agravado - agravante)
Annoyed – Annoying (irritado - irritante)
Em casos mais específicos, podemos usar some tam- Bored – Boring (entediado – entediante)
bém em perguntas quando se deseja ou se espera uma Challenged – Challenging (desafiado – desafiante)
resposta afirmativa e também quando se oferece algo: Charmed – Charming (encantado – encantador)
Comforted – Comforting (conformado – conformante)
Would you like some coffee? Confused – Confusing (confuso)
Do you need any help with your homework? Convinced – Convincing (convencido – convincente)
Depressed – Depressing (depressivo – depressante)
Casos especiais: Disappointed – Disappointing (desapontado – desapontante)
Disturbed – Disturbing (perturbado – perturbante)
-O artigo indefinido any pode ser utilizado quando o Encouraged – Encouraging (encorajado – encorajante)
verbo estiver na forma afirmativa e a frase contiver algum Fascinated – Fascinating (fascinado – fascinante)
termo de sentido negativo como a palavra never. Veja: Frightened – Frightening (assutado – assutador)
Frustrated – Frustrating (frustrado – frustrante)
He never buys any fruit. (Ele nunca compra fruta ne- Inspired – Inspiring (inspirado – inspirador)
nhuma) Interested – Interesting (interessado – interessante)
She never met any celebrity. (Ela nunca encontrou Relaxed – Relaxing (relexado – relaxante)
nenhuma celebridade) Relieved – Relieving (aliviado – aliviante)
Shocked – Shocking (chocado – chocante)
-O artigo indefinido no pode ser utilizado quando o Surprised – Surprising (surpreso – surpriendente)
verbo estiver na forma afirmativa. A frase não pode conter Tired – Tiring (cansado – cansativo)
nenhuma outra palavra de sentido negativo: Worried – Worrying (preocupado – preocupante)

11
INGLÊS

PRONOMES: PESSOAIS: SUJEITO E OBJETO. POSSES-


SIVOS: SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS. REFLEXIVOS.
INDEFINIDOS. INTERROGATIVOS. RELATIVOS.

PRONOMES PESSOAIS
Há dois tipos de pronomes pessoais: sujeitos e objetos.

Pronome Pessoal Tradução: Pronome Pessoal


Sujeito: Objeto:
I eu Me
You você You
He ele Him
She ela Her
It ele/ela (para It
coisas ou
animais)
We nós Us
You vocês You
They eles/elas Them

Os pronomes pessoais sujeitos vêm antes do verbo,


como sujeito da frase. Os pronomes pessoais objetos vêm
depois de verbo ou de preposição. Além de virem depois, o
NUMERAIS CARDINAIS E ORDINAIS verbo principal da frase está fazendo uma ação relacionada
ao pronome pessoal objeto em questão.

Exemplos:

She loves him a lot.

I saw her at the party yesterday.

We are going to meet them in front of the stadium.

They waited for us for two hours.

Can you send this e-mail for me, please?

Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e


substantivos.

Pronome Pronome
Exemplos Possessivo Tradução: Possessivo
Adjetivo: Substantivo:
January is the first month of the year. (Janeiro é o pri-
meiro mês do ano). My meu(s)/minha(s) Mine
Michael is the third winner. (Michael é o terceiro ga- Your seu/sua Yours
nhador). His dele His
John is the ninth student in the line. (John é o nono aluno Her dela Hers
na fila).
dele/dela (coisas
Its Its
Os números ordinais também são usados em inglês ou animais)
para datas. Our nosso(s)/ nossa(s) Ours
Your seus/suas Yours
January 28th (Vigésimo oitavo dia do mês de janeiro).
Their deles/delas Theirs

12
INGLÊS

Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do subs- *Os Pronomes Reflexivos podem ser precedidos pela
tantivo. preposição by. Nesse caso, dão o sentido de que alguém
Os pronomes possessivos substantivos podem vir após fez algo sozinho, sem ajuda ou companhia de ninguém.
o substantivo ou podem substituir o substantivo a qual se Exemplo:
referem assim reduzindo a frase.
Did you go to the party by yourself? => Você foi à
Exemplos: festa sozinho?
That old man wants to live by himself. => Aquele se-
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan- nhor quer viver sozinho.
do com o dela)
(His – pronome possessivo adjetivo, antes do substan- PRONOMES INDEFINIDOS
tivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo, substi-
tuindo o substantivo kid, para evitar a repetição da mesma Os pronomes indefinidos, também conhecidos como
Indefinite Pronouns são utilizados para falar de lugares,
palavra várias vezes na mesma frase).
coisas e pessoas indefinidos, de modo vago ou impreciso.
My friends went to the club with yours. (Meus amigos
foram ao clube com os seus)
SOME (Algum, alguma, alguns, algumas):
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza)
É utilizado nas frases afirmativas e antes do substan-
tivo.
Did you prefer his presentation or hers? (Você preferiu
a apresentação dele ou a dela?) There are some trees in the park.
Paul and Linda have some money.
PRONOME REFLEXIVO (De modo vago estamos dizendo que existe uma
quantidade razoável de árvores no parque e que Paul e
Os  Pronomes Reflexivos são usados quando a ação Linda tem uma quantidade razoável de dinheiro.)
do verbo recai sobre o próprio sujeito. Assim, o pronome
reflexivo vem logo após o verbo e concorda com o sujeito. O some também é utilizado, principalmente nos res-
Eles se caracterizam pelas terminações  -self  (nas pessoas taurantes ou por um anfitrião, ao se oferecer uma comida,
do singular) e -selves (nas pessoas do plural). bebida ou serviço:
myself (a mim mesmo, -me) Would you like some water?
yourself [a ti, a você mesmo(a), -te,-se] Would you like some privacy?
himself (a si, a ele mesmo, -se) SOME – Formas compostas
herself (a si, a ela mesma, -se) Somebody = someone = alguém.
itself [a si mesmo(a), -se] => para coisas ou animais Somewhere = em algum lugar.
ourselves [a nós mesmos(as), -nos] Something = alguma coisa / algo.
yourselves (a vós, a vocês mesmos(as), -vos,-se) Sometime = alguma vez / alguma hora.
themselves (a si, a eles mesmos, a elas mesmas, -se)
Exemplos:
Exemplos: There is somebody at the door. (Tem alguém na por-
ta.)
She is looking at herself in the mirror. Liz lives somewhere in Atlanta. (Liz vive em algum
lugar em Atlanta.)
(Ela está olhando para si mesma no espelho)
I need something from the drugstore. (Eu preciso de
algo da farmácia.)
He hurt himself with a knife.
Let’s have dinner sometime tonight. (Vamos jantar
(Ele machucou a si mesmo com a faca)
alguma hora hoje a noite.)
*O Pronome Reflexivo também é empregado certas ANY (Algum, nenhum, qualquer)
vezes para dar ênfase à pessoa que pratica a ação dizendo Utilizamos any nas perguntas e respostas negativas,
que ele mesmo por si só praticou tal ação. Para tanto, po- antes do substantivo.
demos posicioná-lo logo após o sujeito ou no fim da frase. Nas perguntas any se requere a qualquer quantidade,
Este tipo de estrutura também é conhecida como Emphatic por exemplo quando perguntando se você tem qualquer
pronouns. quantidade de dinheiro.

Exemplos: Do you have any money?


Carlos himself did the homework.
(O próprio Carlos fez a tarefa.) Nas negativas, any tem a função de nada, zero, vazio,
. etc. Não podemos fazer negativas em Inglês negando no
Marilyn herself wrote that message. auxiliar e em seguida com no quando queremos empre-
(A própria Marilyn escreveu aquela mensagem.) gar esta função:

13
INGLÊS

There aren’t no fruits in the kitchen. NONE (nenhum, nenhuma, ninguém ou nada)
There aren’t any fruits in the kitchen. Utilizado no começo ou no fim da frase, ele é utiliza-
There are no fruits in the kitchen. (“Auxiliar no infiniti- do quando o verbo está na forma afirmativa, mas a idéia
vo + no” também é correto.) é negativa. None é usado no lugar de um pronome ou
substantivo.
ANY – Formas compostas
Anybody = anyone = Alguém, ninguém, qualquer um Exemplos:
Anywhere = Algum lugar, nenhum lugar, qualquer Do you have any money?
lugar None.
Anything = Alguma coisa, nenhuma coisa, qualquer
coisa None of them is my brother. (Nenhum deles é meu
irmão.)
Exemplos:
Is anybody out there? (Tem alguém aí?) PRONOMES RELATIVOS
You can buy bread anywhere (Você consegue com-
Os Relative Pronouns são usados quando queremos
prar pão em qualquer lugar.)
identificar ou adicionar alguém ou alguma coisa em uma
Do you have anything interesting? (Você tem alguma
oração; quando queremos informações que complemen-
coisa interessante?)
tem a oração anterior. Podemos também dizer que os pro-
nomes relativos unem duas orações, estabelecendo uma
EVERY – (Todo, toda) – Formas compostas “relação” entre elas. Por isso, são chamados “relativos”.
Everybody = everyone = todos, todas, todo mundo.
Everywhere = todos os lugares. Who (quem, que): usado para pessoas.
Everything = tudo. Informações a serem unidas: That is the girl. She gave
a kiss.
Exemplos: That is the girl who gave me a kiss. (Aquela é a garota
Everybody at the party is happy. (Todos na festa es- que me deu um beijo)
tão felizes.)
(O pronome everybody concorda com o verbo no Whom (que, quem, o qual, a qual): usado para pessoas,
singular.) normalmente após preposição. Formal.
You can see pollution everywhere now. (Você conse- Informações a serem unidas: We need to talk to so-
gue ver poluição em todos os lugares agora.) meone. The manager is the one.
I have to buy everything today. (Eu tenho que com- The manager is the one to whom we need to talk. (O
prar tudo hoje.) gerente é aquele com quem precisamos falar)

NO (Nenhum, nenhuma) Which (que): usado para coisas e animais.


Deve ser usado sempre seguido de substantivo quan- Informações a serem unidas: I watched a film. The film
do o verbo está na forma afirmativa, mas a idéia é negati- was fantastic.
va. (comentamos sobre isso na explicação do any) The film which I watched was fantastic. (O filme que eu
assisti foi fantástico)
Exemplos: Where (onde, em que, no qual, na qual): refere-se a
a) There are no towels here. lugares.
b) There is no cream in your cup. Informações a serem unidas: I stayed in a hotel. The
hotel was very expensive.
The hotel where I stayed was very expensive. (O hotel
NO – Formas compostas
onde eu fiquei era muito caro)
Nobody = no one = ninguém.
No way = de modo algum.
Whose (cujo, cuja, de quem): usado para indicar posse.
Nowhere = em lugar algum. Informações a serem unidas: This is the boy. The boy’s
Nothing = nada. father is my boss.
This is the boy whose father is my boss. (Este é o garo-
Exemplos: to cujo pai é meu patrão)
Nobody helped me. (Ninguém me ajudou.)
No way you are going to that party. (De modo algum That (que): talvez seja o mais usado. Refere-se a coisas e
você irá para aquela festa.) pessoas. Pode substituir who e which.
It is raining nowhere. (Está chovendo em lugar al- Informações a serem unidas: I saw a little girl. I saw the
gum.) little girl a minute ago.
Nothing makes him happy. (Nada o faz feliz.) Where is the little girl that I saw a minute ago?

14
INGLÊS

PRONOMES INTERROGATIVOS What sports do you practice? (Que esportes você pra-
tica?)
Os Pronomes Interrogativos, Question Words, são uti- What soccer team are you a fan of? (Para que time de
lizados para obtermos informações mais específicas a res- futebol você torce?)
peito de algo ou alguém. As perguntas formuladas com How often do you go to the gym? (Com que frequên-
eles são conhecidas por wh-questions porque todos os cia você vai à academia?)
pronomes interrogativos possuem as letras wh. Na grande How long is the Amazon river? (Qual o comprimento
maioria das vezes, os Interrogativos são posicionados antes do rio Amazonas?)
de verbos auxiliares ou modais, no início de frases. How much does this newspaper cost? (Quanto custa
este jornal?)
What – O que, que, qual (usado para questões com How many brothers do you have? (Quantos irmãos
opções mais amplas de resposta): você tem?)
What time is it now? (Que horas são agora?) How good are you at tennis? (O quanto você é bom
What  are you doing here? (O que  você está fazendo em tênis?)
aqui?) How old are you? (Quantos anos você tem?)
How far is São Paulo from Rio? (Qual a distância entre
Where – Onde: São Paulo e Rio?)
Where do you work? (Onde você trabalha?) How deep is this river? (Quão profundo é este rio?)
Where do your kids study? (Onde seus filhos estudam?)
Quando uma pergunta questiona sobre o sujeito da
When – Quando: oração, não se usa verbo auxiliar. Assim, o pronome inter-
When did they move? (Quando eles se mudaram?) rogativo inicia a pergunta seguido das outras palavras na
When did you travel to Europe? (Quando você viajou ordem afirmativa. Observe:
para a Europa?)
Who knows? (Quem sabe?)
Who – Quem: What happened? (O que aconteceu?)
Who is that girl? (Quem é aquela garota?) Who likes to eat vegetables? (Quem gosta de comer
Who arrived first in the race? (Quem chegou primeiro
vegetais?)
na corrida?)
What broke the window? (O que quebrou a janela?)
Who speaks English in this room? (Quem fala inglês
Why – Por que:
nesta sala?)
Why did you cry? (Por que você chorou?)
Why go now? (Por que ir agora?)
How many people survived the accident? (Quantas
Why are you late for class? (Por que você está atrasado
pessoas sobreviveram ao acidente?)
para a aula?)
Which came first: the egg or the chicken?
Whom – Quem (mais formal, geralmente antecedido
de preposição): Em muitos casos, as perguntas são finalizadas por pre-
With whom did you go to the park? (Com quem você posições que complementam seu sentido:
foi ao parque?)
To  whom  were you speaking last night? (Com quem Where are you from? (De onde você é?)
você estava falando ontem à noite?) What is your city like? (Como é a sua cidade?)
Whose – De quem: Who did you play against? (Contra quem você jogou?)
Whose pen is this? (De quem é esta caneta?) Where did you send the letter to? (Para onde você en-
Whose mansion is that? (De quem é aquela mansão?) viou a carta?)
What is this for? (Para que é isto?)
Which – Qual, quais (usado para questões com opções
limitadas de resposta): VERBOS (MODOS, TEMPOS E FORMAS): REGULARES E
Which of those girls is your sister? (Qual daquelas me- IRREGULARES. AUXILIARES E IMPESSOAIS. MODAIS.
ninas é a sua irmã?) TWO-WORD VERBS.VOZ ATIVA E VOZ PASSIVA. O
Which  color do you prefer: yellow or blue? (Qual cor GERÚNDIO E SEU USO ESPECÍFICO
você prefere: amarelo ou azul?)
Quanto à forma, podemos classificar os verbos ingle-
Existem diversas formas compostas dos pronomes in- ses em Regulares, Irregulares e Modais.
terrogativos. Podemos juntar outras palavras a eles antes
dos verbos auxiliares, para especificar alguma informação. São chamados de regulares os verbos que geralmente
Veja: seguem a mesma regra.
No caso do presente, verbos regulares são aqueles que
What kind of movies do you like? (Que tipo de filmes recebem S:
você gosta?) Play – plays, sing – sings.

15
INGLÊS

No caso do passado, verbos regulares são aqueles que


9 be was, were ser, estar
recebem ed:
Play – played, cook – cooked. 10 become Became tornar-se

Verbos irregulares são aqueles que não seguem uma 11 begin Began começar
mesma regra.
12 believe Believed acreditar, crer
Tanto no caso do presente ou do passado, os verbos 13 bet Bet apostar
sofrem modificações individuais.
14 bite Bit morder, picar
Presente:
15 bleed Bled sangrar
have – has, do – does.
16 borrow Borrowed pedir emprestado
Passado:
quebrar,
17 break Broke
Sing – sang, eat – ate. interromper
18 bring Brought trazer
Os verbos irregulares não têm uniformidade quanto à
escrita do passado simples e do particípio. Confira os três 19 build Built construir
últimos exemplos na tabela abaixo.
burned,
20 burn queimar
burnt
Simple Past
Infinitivo Tradução 21 buy Bought comprar
Past tense Participle
to accept accepted accepted aceitar 22 call Called ligar, chamar
adicionar, 23 cancel Canceled cancelar
to add added added
somar
to arrive arrived arrived chegar 24 carry Carried carregar
to be was, were been ser, estar celebrar,
25 celebrate Celebrated
começar, comemorar
to begin began begun
iniciar
26 change Changed trocar, mudar
to buy bought bought comprar
27 chat Chatted bater papo
clapped,
Abaixo segue uma tabela dos verbos mais utilizados 28 clap bater palma
clapt
na língua inglesa. Assim como as palavras mais comuns
(aquela lista não possui verbos) os verbos também são par- 29 clean Cleaned limpar
te fundamental das frases. Quanto mais verbos o estudante
souber – mais facilmente ele entenderá todas as frases de 30 climb Climbed subir, escalar
um texto.
31 close Closed fechar

# Infinitive Simple Past Tradução 32 come Came vir, chegar

1 accept Accepted aceitar 33 cook Cooked cozinhar

2 agree Agreed concordar 34 cost Cost custar

3 answer Answered responder 35 broadcast Broadcast transmitir

4 appear Appeared aparecer 36 create Created criar

5 arrive Arrived chegar 37 cry Cried chorar

6 ask Asked perguntar 38 cut Cut cortar

7 attack Attacked atacar 39 damage Damaged danificar, estragar

8 bake Baked assar 40 dance Danced dançar

16
INGLÊS

sair para um 72 happen Happened acontecer


41 date Dated encontro,
namorar 73 hate Hated odiar

42 decide Decided decidir 74 have Had ter, possuir

43 deliver Delivered entregar 75 hear Heard ouvir

44 depend Depended depender 76 help Helped ajudar

45 dive dived, dove mergulhar esconder,


77 hide Hid
ocultar(se)
46 do Did fazer, executar
78 hit Hit bater
47 draw Drew desenhar
79 hunt Hunted caçar
dreamt,
48 dream sonhar 80 hurt Hurt machucar
dreamed
49 drink Drank beber melhorar,
81 improve Improved
aperfeiçoar
50 drive Drove dririgir (4 rodas)
82 interview Interviewed entrevistar
51 eat Ate comer
caminhar
83 jog Jog
52 end Ended terminar (exercício físico)
apreciar, 84 jump Jumped pular, saltar
53 enjoy Enjoyed
desfrutar, gostar
guardar, manter,
85 keep Kept
exercitar-se, fazer permanecer
54 exercise Exercised
exercícios
86 kiss Kissed beijar
55 fall Fell cair
87 know Knew saber, conhecer
alimentar(se),
56 feed Fed 88 listen Listened escutar
alguém
57 fight Fought lutar 89 live Lived viver, ao vivo

58 find Found encontrar 90 look Looked olhar, parecer

59 finish Finished terminar 91 lose Lost perder

60 fish Fished pescar 92 love Loved amar

consertar, fazer, produzir,


61 fix Fixed 93 make Made
arrumar fabricar

62 fly Flew voar 94 marry Married casar

63 follow Followed seguir 95 meet Met encontrar-se com

64 forget Forgot esquecer(se) sentir saudades,


96 miss Missed
perder a hora
65 fry Fried fritar
97 move Moved mexer, mudar-se
66 get Got conseguir, ganhar
precisar,
67 get up got up levantar-se 98 need Needed
necessitar
68 give Gave dar, conceder 99 offer Offered oferecer
69 go Went ir 100 open Opened abrir

70 grow Grew crescer, cultivar 101 paint Painted pintar

71 guess Guessed adivinhar, supor 102 park Parked estacionar

17
INGLÊS

103 pay Paid pagar 133 sleep Slept dormir


104 plant Planted plantar 134 smell Smelt cheirar
tocar 135 snow Snowed nevar
105 play Played instrumento,
brincar 136 speak Spoke falar

106 practice Practiced praticar, treinar 137 spell Spelled soletrar

107 prefer Prefered preferir gastar tempo ou


138 spend Spent
dinheiro
108 pull Pulled puxar
139 spill spilled, spilt derramar liquido
109 push Pushed empurrar
140 start Started iniciar, começar
desistir, sair,
110 quit Quit
abandonar 141 steal Stole roubar
111 rain Rained chover 142 stop Stopped parar, deter
112 read Read ler 143 study Studied estudar
113 relax Relaxed relaxar, descansar
144 suggest Suggested sugerir
114 remember Remembered lembrar, recordar
jurar, falar
145 swear Swore
115 repair Repaired reparar, consertar palavrão
sweat,
116 repeat Repeated repetir 146 sweat suar
sweated
117 rescue Rescued resgatar, socorrer 147 sweep Swept varrer
118 respond Responded responder 148 swim Swam nadar
119 rest Rested relaxar, descansar 149 take Took tomar, pegar
120 review Reviewd revisar 150 talk Talked falar
121 ride Rode cavalgar (2 rodas) 151 teach Taught ensinar
correr, 152 tell Told contar, dizer
122 run Run
administrar
153 thank Thanked agradecer
salvar,
123 save Saved economizar pensar, achar
154 think Thought
(dinheiro) (opnião)
124 say Said dizer 155 touch Touched tocar
125 see Saw ver 156 travel Traveled viajar
126 sell Sold vender 157 try Tried tentar
127 send Sent enviar 158 turn Turn girar, rodar, virar
128 sing Sang cantar entender,
159 understand Understood
compreender
afundar,
129 sink Sank
naufragar ficar nervoso,
160 upset Upset
com raiva
130 sit Sat sentar
161 use Used usar
patinar, andar de
131 skate Skated
skate 162 visit Visited visitar
132 ski Skied esquiar 163 wait Waited esperar

18
INGLÊS

You aren’t reading.


waked up,
164 wake up acordar He isn’t listening to music.
woke up
She isn’t making lunch.
165 walk Walked caminhar, andar It isn’t playing with a ball.
We aren’t learning together.
166 want Wanted querer You aren’t studying English.
They aren’t traveling.
167 wash Washed lavar Agora, para transformarmos as frases em interro-
gações, devemos mudar a posição do to be. Precisamos
168 watch Watched assistir, vigiar posicioná-lo (am, is, are) antes dos sujeitos das frases. As
outras palavras permanecem em suas posições originais.
169 water Watered regar Claro que não podemos esquecer do ponto de interroga-
170 wear Wore vestir ção. Veja:

171 welcome Welcomed dar boas vindas Am I writing a book?


Are you reading?
172 win Won ganhar, vencer Is he listening to music?
173 wish Wished desejar Is she making lunch?
Is It playing with a ball?
trabalhar, Are we learning together?
174 work Worked
funcionar Are you studying English?
Are they traveling?
175 worry Worried preocupar-se
176 write Wrote escrever PASSADO CONTÍNUO: se você quiser colocar todas as
frases que acabamos de estudar no passado, para relatar o
que alguém estava fazendo, é muito simples. Basta trocar
TEMPOS VERBAIS verbo to be que estava no presente pelo to be no passado
(was, were). Apenas tenha atenção na hora de saber qual
pessoa usará was e qual usará were. Exemplos:
PRESENTE CONTÍNUO: indica algo que acontece no
exato momento da fala. As frases neste tempo verbal mos-
tram o que alguém está fazendo (gerúndio). Necessita do I was writing a book.
verbo to be (am, is, are) e mais algum outro verbo com You were reading.
terminação -ing (-ando, endo, -indo, -ondo): He was listening to music.
She was making lunch.
I am writing a book. (Eu estou escrevendo um livro) It was playing with a ball.
You are reading. (Você está lendo) We were learning together.
He is listening to music. (Ele está escutando música) You were studying English.
She is making lunch. (Ela está fazendo o almoço) They were traveling.
It is playing with a ball. (Ele/Ela está brincando com Perceba que usamos was com I/He/She/It, e que usa-
uma bola.) mos were com You/We/They. Agora, para formar a negativa
We are learning together. (Nós estamos aprendendo (wasn’t, weren’t) e a interrogativa (Was I...?, Were you...?),
juntos) basta proceder da mesma forma que vimos no caso do
You are studying English. (Vocês estão estudando Presente Contínuo.
Inglês)
They are traveling. (Eles estão viajando) FUTURO CONTÍNUO: para relatar aquilo que alguém
estará fazendo em um determinado momento no futuro,
*O pronome it é usado para coisas e animais. Pode re- é só utilizar will be e mais qualquer outro verbo terminado
ferir-se a pessoas quando não se sabe o sexo. em -ing.

Tudo o que foi descrito nestas frases está acontecendo I will be writing a book.
agora, neste exato momento. Por isso usamos o presente You will be reading.
contínuo. Para tornar todas estas frases negativas, basta He will be listening to music.
posicionar a palavra not após o to be, ou fazer uma contra- She will be making lunch.
ção ente eles (am not, isn’t, aren’t). It will be playing with a ball.
We will be learning together.
I am not writing a book. (Apenas esta forma não You will be studying English.
pode ser contraída) They will be traveling.

19
INGLÊS

Nas negativas, simplesmente posicionamos not logo Do I work in the evening?


após o auxiliar will, ou fazemos uma contração com eles Do you like to dance?
(will+not= won’t). Does he sleep a lot?
Does she cook well?
Para interrogar, faz-se a colocação do auxiliar will antes Does it bark too much?
do sujeito das frases (Will I...?, Will you...?). Do we speak English fluently?
Do you drive fast?
Do they drink beer?
PRESENTE SIMPLES: este tempo verbal nos fala de
situações que acontecem rotineiramente. Estas situações Ótimo. Agora, para finalizarmos o presente simples,
não acontecem no exato momento da fala, mas usualmen- passemos ao principal verbo inglês: o to be. A conjugação
te durante o dia a dia. Por exemplo, você pode dizer em do presente do to be possui três formas: am, is e are. Este
português “eu trabalho”. Essas suas palavras indicam algo verbo significa duas coisas ao mesmo tempo: ser e estar.
rotineiro para você, não querem dizer que você esteja tra- Mas como identificar se numa frase ele quer se referir ao
balhando agora, neste exato momento. É essa noção de verbo ser ou se ao verbo estar? Resposta: depende da fra-
que algo acontece no presente mas como uma rotina é o se, depende do contexto. Veja:
que o presente simples indica. Vamos ver a conjugação de
alguns verbos no presente simples com frases afirmativas I am a teacher. (Eu sou um professor)
primeiro: You are a student. (Você é um aluno)
He is late. (Ele está atrasado)
I work in the evening. She is early. (Ela está adiantada)
You like to dance. It is tall. (Ele/Ela é alto/a)
He sleeps a lot. We are Brazilians. (Nós somos brasileiros)
She cooks well. You are busy. (Vocês estão/são ocupados)
It barks too much. They are happy. (Eles/Elas estão/são felizes)
We speak English fluently.
You drive fast. Note que am é usado na primeira pessoa do singular,
They drink beer. is na terceira do singular e are nas outras.

Perceba que basta seguir a ordem “sujeito + verbo no Para negarmos, usamos not logo após o to be ou faze-
infinitivo sem to (+complemento)” para formar algumas mos contração entre eles.
sentenças. É a ordem natural das palavras em Português
também. Assim, se você souber uma boa gama de verbos, I am not a teacher.
poderá montar muitas frases para praticar. You aren’t a student.
He isn’t late.
Neste caso de sentenças afirmativas somente neces- She isn’t early.
sitamos tomar cuidado com os detalhes em negrito e em It isn’t tall.
sublinhado. Todas as vezes em que o sujeito da frase for We aren’t Brazilians.
a terceira pessoa do singular (he/she/it), devemos acres- You aren’t busy.
centar um -s no final do verbo. Em algumas situações será They aren’t happy.
um -es, e no caso do verbo ter (to have) a forma será has.
Repito: só nas afirmativas com 3ª pessoa singular. Finalizando, para transformarmos estas frases em
As negativas precisam fazer o uso dos verbos auxiliares interrogações, temos que por o to be antes dos sujeitos.
do e does, acrescidos de not (do+not=don’t / does+not=- Lembrete: ponto de interrogação! Assim:
doesn’t). Doesn’t será usado somente com 3ª pessoa sin- Am I a teacher?
gular. Exemplos: Are you a student?
Is he late?
I don’t work in the evening. Is she early?
You don’t like to dance. Is It tall?
He doesn’t sleep a lot. Are we Brazilians?
She doesn’t cook well. Are you busy?
It doesn’t bark too much. Are they happy?
We don’t speak English fluently.
You don’t drive fast. PASSADO SIMPLES: indica alguma ação completa no
They don’t drink beer. passado, ou seja, algo já finalizado. O passado simples ca-
racteriza-se pela adição da terminação -ed ao verbos RE-
Para fazermos perguntas, posicionaremos do e does GULARES nas afirmativas. Nas interrogativas, usamos Did
antes do sujeito da frase e acrescentaremos o ponto de antes dos sujeitos das frases e, nas negativas, did not ou
interrogação. didn’t. Vejamos:

20
INGLÊS

I worked yesterday. (Eu trabalhei ontem) FUTURO SIMPLES: Usamos o futuro simples para dizer
You answered my e-mail. (Você respondeu ao meu que algo vai acontecer ou deverá acontecer, para expres-
e-mail) sar ações que iremos fazer mas que não tínhamos planeja-
He traveled a lot. (Ele viajou muito) do anteriormente, para fazer previsões sobre o futuro, uma
She watched the movie. (Ela assitiu o filme) vez que não temos certeza se essa previsão irá mesmo se
It barked all night. (Ele/Ela latiu a noite toda) concretizar ou não. Usamos também o futuro simples para
We stayed here. (Nós ficamos aqui) promessas, ofertas e propostas. A estrutura é formado pela
You played very well. (Vocês jogaram muito bem) utilização do auxiliar will após o sujeito seguido de algum
They parked far. (Eles estacionaram longe) verbo. A negativa é obtida com will not ou com a contração
won’t. Para perguntar no futuro simples, é só colocar will
I didn’t work yesterday. (Eu não trabalhei ontem) antes do sujeito. Exemplos:
You didn’t answer my e-mail. (Você não respondeu ao
meu e-mail) I will buy a car. (Eu vou comprar um carro.)
He didn’t travel a lot. (Ele não viajou muito) You will have a baby. (Você vai ter um bebê.)
She didn’t watch the movie. (Ela não assistiu o filme) He will study abroad. (Ele irá estudar no exterior.)
It didn’t bark all night. (Ele/Ela não latiu a noite toda) She will go to the park. (Ela irá para o parque.)
We didn’t stay here. (Nós não ficamos aqui) It will stay at the veterinarian. (Ele/ela* irá permane-
You didn’t play very well. (Vocês não jogaram muito cer no veterinário.)
bem) We will make a barbecue. (Nós iremos fazer um chur-
They didn’t park far. (Eles não estacionaram longe) rasco.)
You will help me later. (Você irá me ajudar depois.)
Did I work yesterday? (Eu trabalhei ontem?) They will be partners. (Eles serão parceiros.)
Did you answer my e-mail? (Você respondeu ao meu
e-mail?) FUTURO IMEDIATO: Utilizamos o futuro imediato
Did he travel a lot? (Ele viajou muito?) para expressar algo que já foi planejado e por isso existe a
certeza de que irá acontecer. Por ser algo que temos cer-
Did she watch the movie? (Ela assistiu o filme?)
teza que iremos fazer o futuro imediato acaba sendo usa-
Did it bark all night? (Ele/Ela latiu a noite toda?)
do frequentemente para expressar ações que acontecerão
Did we stay here? (Nós ficamos aqui?)
num futuro bem próximo, por isso chamado de imediato.
Did you play very well? (Vocês jogaram muito bem?)
A estrutura do futuro imediato é o sujeito + o verbo to be
Did they park far? (Eles estacionaram longe?)
no presente (am, is, are) + going to + verbo principal +
complemento.
Quanto aos verbos irregulares, procederemos da mes-
ma forma. A única diferença é nas afirmações, pois eles não
I’m going to visit my mother tonight (Eu irei visitar mi-
recebem terminação -ed. É essencial memorizar as formas nha mãe hoje a noite.)
irregulares. Vejamos: Jack is going to swim tomorrow. (Jack irá nadar ama-
nhã.)
I went to the beach. (to go: ir) It is going to rain in a few minutes. (Irá chover em al-
You left early. (to leave: sair, deixar) guns minutos.)
He drank too much. (to drink: beber)
She had a sister. (to have: ter) Como o futuro imediato é composto do to be, para fa-
It slept under the bed. (to sleep: dormir) zermos frases interrogativas e negativas, basta utilizar as
We stood in line. (to stand: ficar de pé) mesmas regras acrescentando not após o to be, ou colo-
You won together. (to win: vencer, ganhar) cando o mesmo antes do sujeito para a interrogativa.
They cut the meat. (to cut: cortar)
Steve is not going to dance samba. (Steve não irá dan-
Faz-se necessário, também revisar o passado do verbo çar samba.)
to be. Ele será da seguinte forma: They aren’t going to play soccer. (Eles não irão jogar
I was tired. futebol.)
You were sad.
He was late. Is he going to buy a new car? (Ele vai comprar um carro
She was early. novo?)
It was beautiful. Are you going to call Ann? (Você irá ligar pra Ann?)
We were in São Paulo.
You were elegant. Apenas em conversas e diálogos informais o going to
They were at the bank. pode ser substituído pela expressão/abreviação gonna:

Nas negativas: wasn’t e weren’t. E nas interrogativas: I’m gonna study tonight. (Eu irei estudar hoje a noite.)
Was I...?, Were you...?, Was he…?, etc. Are you gonna help me? (Você irá me ajudar?)

21
INGLÊS

PRESENTE PERFEITO: formado pela utilização do auxi- Have you ever seen a famous person? (Você alguma
liar have ou has (has para he, she, it) mais a forma do parti- vez viu uma pessoa famosa?)
cípio de outro verbo (conhecida como “a terceira forma do
verbo”). Indica dois tipos de situações. PRESENTE PERFEITO CONTÍNUO: formado pela uti-
lização do auxiliar have ou has (has para he, she, it) mais o
Quando a ação é contínua, que têm acontecido por um presente perfeito do verbo be e o gerúndio do verbo prin-
certo período e que ainda não acabaram, que continuam cipal. Esta forma verbal enfatiza uma ação que começou no
acontecendo. passado e que contina se repetindo até hoje.

I have worked here for five years. (Tenho trabalhado I have been playing tennis for one hour. (Eu estou
aqui há cinco anos) jogando tennis há uma hora)
She has gone to the club a lot lately. (Ela tem ido muito Daniel has been waiting for two hours. (Daniel está
ao clube ultimamente) esperando a duas horas)
Dave and Mike have studied together since 2010. Anna has been teaching in the university since April.
(Dave e Mike têm estudado juntos desde 2010) (Anna tem lecionado na universidade desde Abril.)

Quando descrevemos situações que já ocorreram, mas As formas negativas serão:


que não sabemos quando. O tempo é indefinido, não inte-
ressa, ou simplesmente não importa, pois o que importa é She has not been working at that company for three
o fato acontecido. years (Ela não trabalha naquela companhia a três anos).
I haven’t been watching much television lately. (Eu
Mike has seen the ocean for the first time. (Mike viu o não tenho assistido muita televisão ultimamente).
oceano pela primeira vez) Roberto hasn’t been feeling well in the past few days.
Sheila and Susan have already been to New York. (Roberto não tem se sentido bem nos últimos dias).
(Sheila e Susan já estiveram em Nova Iorque)
I have already made my bed. (Eu já arrumei minha Para fazermos perguntas no present perfect continuos,
cama) basta colocar have ou has antes do sujeito da frase.

As formas negativas podem serão: Has David been doing his homework everyday? (David
está fazendo sua tarefa todos os dias?).
I haven’t made my bed. (Eu não arrumei minha cama) Have Donald and Mike been training for the race?
Mike hasn’t seen the ocean. (Mike não viu o oceano) (Donald e Mike estão treinando para aquela corrida?).
Sheila and Susan haven’t been to New York. (Sheila e Have you been playing video games all day? (Você
Susan não foram a Nova Iorque) está jogando video games o dia inteiro?)

Se quisermos, podemos acrescentar no final da frase a PASSADO PERFEITO: usado para dizer que alguma
palavra yet, que significa “ainda”, para modificar um pouco coisa ocorreu antes de outra no passado. Formado por had
o sentido da conversa: mais o particípio de algum verbo. Veja no próximo exem-
(apenas nas negativas) plo que há duas situações acontecendo, mas, aquela que
aconteceu primeiro está usando o past perfect. E aquela
I haven’t made my bed yet. (Eu ainda não arrumei mi- que aconteceu em seguida está no passado simples. Am-
nha cama) bas as orações estão unidas por when.
Mike hasn’t seen the ocean yet. (Mike ainda não viu o
oceano) I had already left when my father called home. (Eu já
Sheila and Susan haven’t been to New York yet. (Sheila tinha saído quando meu pai ligou para casa)
e Susan ainda não foram a Nova Iorque)
Não é extremamente necessário que haja duas ora-
Para fazermos perguntas no present perfect, basta co- ções. Pode have apenas uma. Veja;
locar have ou has antes do sujeito da frase. Às vezes, fa-
zemos uso da palavra ever, que significa “alguma vez”, em David had bought meat for the barbecue this mor-
perguntas: ning. (David tinha comprado carne para o churrasco hoje
(o uso da palavra ever é opcional) de manhã)

Have you bought Milk for the baby? (Você comprou A negativa é formada com had not ou hadn’t. Para per-
leite para o bebê?) guntar, devemos posicionar o had antes do sujeito.
Has he talked to the police officer? (Ele falou com o
policial?) He hadn’t gone to the bar. (Ele não tinha ido ao bar)
Has Tina ever traveled to Salvador? (A Tina viajou a Sal- Had you brought me those documents? (Você tinha me
vador alguma vez?) trazido aqueles documentos?)

22
INGLÊS

VERBOS AUXILIARES You don’t eat pizza. (Vocês não comem pizza)
They don’t eat pizza. (Eles não comem pizza)
Em perguntas você pode mudar o tempo verbal de Do I eat pizza? (Eu como pizza?)
uma frase simplesmente alterando o verbo auxiliar. Por Do you eat pizza? (Você come pizza?)
exemplo: Does she eat pizza? (Ela come pizza?)
Does he eat pizza? (Ele come pizza?)
Do you work? = Você trabalha? Does it eat pizza? (Ela/Ele come pizza?)
Does He work? = Ele trabalha? Do we eat pizza? (Nós comemos pizza?)
Did you work? = Você trabalhou? Do you eat pizza? (Vocês comem pizza?)
Will you work? = Você vai trabalhar? Do they eat pizza? (Eles comem pizza?)

Os verbos auxiliares não possuem tradução nas frases: VERBOS MODAIS

Do you play volleyball? = Você joga vôlei? Os verbos modais são distintos dos regulares e irregu-
lares pois possuem características próprias:
A presença de um verbo auxiliar numa frase nos indica em
que tempo verbal ela está (no presente, no passado ou no Não precisam de auxiliares na formação de negativas
futuro), dependendo do auxiliar que foi usado. Do e does e interrogativas;
indicam tempo presente, did indica tempo passado, e will Sempre após os modais, usamos um verbo regular ou
indica tempo futuro. irregular no infinitivo, mas sem o “to”;
Não sofrem alteração na terceira pessoa do singular
Suas formas negativas são don’t (do not), didn’t (did do presente. Logo, nunca recebem “s”, “es” ou “ies” para
not) e won’t (will not). he/she/it.

Para montarmos interrogações, basta posicionar o au- São verbos modais: can, could, may, might, should,
xiliary desejado antes do sujeito da frase. must, ought to.

O auxiliar também pode facilitar as coisas nas respostas. May, Might (poder):
Ele pode substituir o verbo e todos os seus complementos.
Assim, se alguém faz um pergunta muito longa, você pode -May pode ser usado para pedir permissão:
responder rapidamente: May I open the window? (Posso abrir a janela?)
May I use your bathroom? (Posso usar seu banheiro?)
Do you always go to work by car on weekdays? (Você
sempre vai para o trabalho de carro nos dias da semana?). -May e Might podem indicar possibilidade mais certa
ou probabilidade mais remota:
Sua resposta pode ser, simplesmente, “Yes, I do”. It may rain. (Pode chover) => may indica algo com
Estas respostas curtas são conhecidas como short ans- mais certeza do que might.
wers. It might rain. (Pode chover) => a probabilidade de cho-
ver é pequena.
Os verbos auxiliares seguidos de um verbo principal são He might come to the party, but I don’t think he will.
usados praticamente só em perguntas ou frases negativas: (Ele pode vir à festa, mas não creio que virá)
-May e might podem ser usados para exprimir um pro-
Do you like pizza? (Você gosta de pizza?) pósito, uma aspiração ou uma esperança:
I don’t like pizza (Eu não gosto de pizza) May he rest in peace. (Que ele repouse em paz)
I hope that he might like this cake. (Espero que ele pos-
Numa frase afirmativa diríamos: sa gostar deste bolo)
May all your dreams come true. (Que todos os seus
I like pizza. (Eu gosto de pizza) sonhos se realizem)
-Para dizermos algo no passado e no futuro, ao invés de
As formas does e doesn’t são usadas quando o sujeito may e might, normalmente usamos os verbos “to be allowed
da frase no presente for terceira pessoa do singular (he, to” ou “to be permitted to”, que significam “ser permitido”:
she, it). He will be allowed to leave prison. (Ser-lhe-á permitido sair
da prisão)
I don’t eat pizza. (Eu não como pizza) I wasn’t allowed to enter without a uniform. (Não me
You don’t eat pizza. (Você não come pizza) deixaram entrar sem um uniforme)
She doesn’t eat pizza. (Ela não come pizza)
He doesn’t eat pizza. (Ele não come pizza) -May e might não são usados na interrogativa expri-
It doesn’t eat pizza. (Ela/Ele não come pizza) mindo probabilidade ou possibilidade. Usamos to think, to
We don’t eat pizza. (Nós não comemos pizza) be likely e can:

23
INGLÊS

Do you think he is listening for us? (Você acha que ele -Para pedir permissão, could é mais educado e formal
está nos ouvindo?) que Can:
Is it likely to happen? (É possível/provável que isso Could you help me? (Você poderia me ajudar?)
aconteça?) Could I borrow your cell phone? (Eu poderia pegar
Can this plan come true? (Poderá este plano se tornar emprestado seu celular?)
realidade?)
Should e Ought to (deveria):
-May e Might podem ser empregados na negativa,
mas sem contração: -Usamos para expressar nossa opinião, para dar su-
He may or may not agree with you. (Ele pode concordar gestão ou conselho:
ou não com você) He should travel more. (Ele deveria viajar mais)
I ought to go right now. (Eu deveria ir imediatamente)
Must (precisar, dever, ter que): -As formas negativas são Shouldn’t e Ought not to.
You shouldn’t talk like that. (Você não deveria falar
-Must é usado no presente e no futuro. Must pode ex- daquele jeito)
primir ordem, necessidade, obrigação, dever. É equivalente I ought not to see her. (Eu não deveria vê-la)
a have to (ter que):
I must go now. (Preciso ir agora) PHRASAL VERBS (VERBOS DE DUAS PALAVRAS)
You must obey your parents. (Você deve obedecer a
seus pais) O Inglês tem uma grande variedade de two-word verbs
You must follow your doctor’s advice. (Você tem que (verbos de duas palavras). Talvez o melhor termo para iden-
seguir os conselhos do seu médico) tificá-los seja  phrasal verbs (verbos frasais), assim chama-
He has worked a lot; he must be tired. (Ele trabalhou dos pelo fato de serem compostos, possuindo mais de uma
muito; deve estar cansado) palavra, parecendo-se com um tipo de frase. Um phrasal
verb é composto por um verbo regular ou irregular junto
com alguma partícula, que pode ser uma preposição ou
-A forma negativa mustn’t (must not) exprime uma
um advérbio, ou ambos. Os phrasal verbs têm significados
proibição ou faz uma advertência:
novos, diferentes das palavras que os compõem lidas sepa-
Visitors must not feed the animals. (Visitantes estão
radamente. Eles precisam ser entendidos como um grupo e
proibidos de alimentar os animais)
não com suas palavras de forma isolada.
You mustn’t miss the 9:00 train. (Você não pode perder
o trem das 9:00)
Para ver a diferença, considere o significado do verbo
to turn segundo o Dicionário Cambridge e, em seguida, as
Can (poder): sentenças com phrasal verbs derivados do mesmo verbo:
-Pode ser usado para expressar talentos e habilidades “TURN verb [I/T] (GO AROUND) to move or cause so-
no presente: mething to move in a circle around a central point or line.” =
They can sing really well. (Eles podem cantar realmen- Mover ou fazer com que algo se movimente em círculos ao
te muito bem) redor de um ponto ou de uma linha central.
I can speak English. (Eu sei falar Inglês)
Fred turned on the light. (Fred acendeu a luz)
-Pode ser usado para pedir permissão: Mary turned down the gas. (Mary diminuiu o gas)
Can I drink water, teacher? (Posso ir beber água, pro- Ralph turned up the stereo. (Ralph aumentou o volume
fessor?) do aparelho de som)
Can I see your homework? (Posso ver sua tarefa?) Susan turned over the pancake. (Susan virou a panque-
ca)
-Há duas formas negativas, can’t e cannot: The committee turned down the request. (O comitê re-
He can’t dance at all. (Ele não sabe dançar nada) cusou o pedido)
Tim cannot control his feelings. (Tim não consegue
controlar seus sentimentos) Para entender como um two-word verb funciona, você
tem que refletir sobre o significado básico de “turned”. Ge-
Could (conseguia, podia, poderia): ralmente, se for possível substituir o verbo e sua preposição
por outra palavra, uma palavra que signifique exatamente
-Usamos could para expressar ideias como sendo o a mesma coisa, então, o verbo é realmente um two-word
passado de Can: verb. Poderíamos reescrever as frases da seguinte maneira:
When I was a teenager I could swim better. (Quando
eu era adolescente eu podia nadar melhor) Fred put the light in the “on” position. (Fred pôs a luz
I could run, now I can’t anymore. (Eu podia correr, mas na posição “ligada”)
agora não consigo mais) Mary lowered the gas. (Mary reduziu o gás)

24
INGLÊS

Ralph raised the volume on the stereo. (Ralph aumen- Fish are eaten by cats. (Peixes são comidos por gatos)
tou o volume do som)
Susan flipped the pancake. (Susan girou a panqueca) A voz passiva é comumente utilizada pelos meio de co-
The committee refused the request. (O comitê recusou municação para a divulgação de crimes, uma vez que não
o pedido) se sabe a quantidade ou o sexo dos bandidos.

Muitos phrasal verbs não têm objeto: The bank was robbed last night (O banco foi roubado
noite passada.)
After their fight, Susan and Paul made up. (Após a bri- É incorreto dizer “alguém” roubou o banco. Alguém?
ga, Susan e Paul fizeram as pazes) Apenas uma pessoa?
During the wedding, the groom passed out. (Durante o
casamento, o noivo passou mal) A estrutura da voz passiva é bem simples: sujeito + be
+ verbo principal no particípio.
Contudo, outros phrasal verbs pedem objeto: O be deve ser conjugado conforme o tempo verbal da
They put up with the inconvenience. (Eles toleraram a frase. Exemplo: am, is, are para o presente. Was, were para
inconveniência) o passado, will be para o futuro, etc. Assim como o verbo
We  decided on  the rose wallpaper. (Nós  seleciona- principal também deve sofrer as modificações necessárias.
mos o papel de parede rosa) Por fim, a voz passiva existe em todos os tempos ver-
The scientists wrote up their research. (Os cientistas es- bais.
creveram algo sobre sua pesquisa)
The traffic cop  wrote up  the offender. (O guarda de Exemplos:
trânsito deu uma multa ao infrator)
Fred  flipped off  the policeman. (Fred fez um gesto Simple present: It is made in Brazil. (É feito no Brasil)
ofensivo para o policial) Present continuous: It is being  made in Brazil. (Está
sendo feito no Brasil)
Quanto a posição do phrasal verb. Present perfect: It has been made in Brazil. (Tem sido
Quando falamos de substantivos a grande maioria dos feito no Brasil)
phrasal verbs aceitam ser colocados de duas maneiras: Simple past: Parks are destroyed by our bad habits.
(Parques são destruídos por nossos maus hábitos)
I’ll hang up my coat. / I’ll hang my coat up. (Eu vou Simple past: Many people were called by this company.
pendurar o meu casaco) (Muitas pessoas foram chamadas por esta empresa)
O substantivo pode vir após o phrasal verb ou no meio
dele. A voz passiva também é utilizada para dar foto ao ob-
jeto mas por fim informando quem foi o autor da obra ou
Entretanto, quando falamos de pronomes, eles obriga- do acontecimento. Para isso nós utilizamos a preposição
toriamente devem vir no meio do phrasal verb: by.

I’ll hang it up (Eu vou pendurar [o meu casaco.]) Kennedy was killed by Lee Harvey Oswald. (Kennedy foi
Let’s help him out. (Vamos ajudar ele.) morto por Lee Harvey Oswald)

VOZ ATIVA E PASSIVA O USO DO GERUNDIO

Há duas vozes verbais: ativa e passiva O gerúndio no inglês é usado em algumas situações
especiais. Abaixo nós iremos listar as mais comuns.
A voz ativa é a voz “normal” do verbo, pois é com ela
que normalmente nos comunicamos. Nela o foco é o sujei- Após Preposições:
to fazendo uma ação sobre o objeto. Observe os exemplos Exemplos:
sob a ótica da ordem normal das palavras numa frase (Su- She is not interested in living with us.
jeito+verbo+objeto): (Ela não está interessada em morar conosco.)

Cats eat fish. (Gatos comem peixes) Read more about this by clicking here.
(Leia mais sobre isto clicando aqui.)
A voz passiva é menos comum de ser usada. Ela é mais
formal. Nela o foco é sobre o objeto que está recebendo a Após alguns verbos “especiais” (existem mais verbos,
ação. Neste caso o sujeito recebe muita pouca atenção ou estes são os mais comuns): admit, avoid, consider, con-
as vezes nem aparece na frase. Se compararmos com a voz tinue, deny, dislike, enjoy, escape, finish, forgive, imagine,
ativa, veremos uma inversão no posicionamento do sujeito include, keep, mention, miss, practice, reccommend, resist,
e do objeto. risk, suggest, try, understand, quit.

25
INGLÊS

Exemplos:
I enjoy studying English. Direct Speech: Indirect Speech:
(Eu aprecio estudar Inglês.)
(Simple Present) He said: (Simple Past) He said
I don’t mind helping her. She works with me. (that) she worked with
(Eu não me importo de ajudar ela.) him.

Após algumas expressões (novamente estas são (Present Continuous) She (Past Continuous) She
apenas as mais comuns): can’t stand,  it’s worth,  be used is working with me. was working with him.
to, can’t help, feel like, it’s no good, look forward to, what
about, how about, it’s no use, in spite of. (Past Continuous) She (Past Perfect
was working with me. Continuous) She had
Exemplos: been working with him.
I can’t stand watching this game.
(Eu não suporto assistir este jogo.) (Simple Future) She will (Simple Conditional)
work with me. She would work with
I’m looking forward to meeting your parents. him.
(Eu estou ansioso para conhecer os seus pais.)
Outras trocas de palavras e expressões que devem ser
Para transformar um verbo em substantivo: feitas do discurso direto para o indireto são as seguintes:
Exemplos:
Dancing is his favorite activity. Direct Speech: Indirect Speech:
(Dançar é sua atividade favorita.) Today That day
Yesterday The day before
Swimming is good for you.
Last night The night before
(Nadar faz bem pra você.)
Now Then
Here There
Atividades seguidas do verbo go:
Tomorrow The next day
Exemplos:
This That
Let’s go bowling this weekend.
These Those
(Vamos jogar boliche este fim de semana.)

They went jogging yesterday morning. -Quando se relata uma ordem ou comando de al-
(Eles foram caminhar ontem de manhã.) guém, usa-se o infinitivo no discurso indireto.

DISCURSO DIRETO E INDIRETO. He said: “Close the door”. (Ele me disse: “Feche a por-
ta”)
Podemos relatar o que alguém disse de duas manei- He told me to close the door. (Ele me disse para fe-
ras: char a porta)
He said: “Don’t close the door”. (Ele me disse: “Não
a) Pelo discurso direto (direct speech): quando repe- feche a porta”)
timos o que foi dito por alguém usando as mesmas pala- He told me not to close the door. (Ele me disse para
vras desta pessoa. Exemplo: não fechar a porta)
-He said: “I feel well”.
-Ele disse: “Eu me sinto bem”. -Quando se relata uma pergunta, coloca-se a frase na
forma afirmativa fazendo as devidas transformações:
b) Pelo discurso indireto (indirect speech): quando
contamos usando nossas próprias palavras o que foi dito She said: Where is Bill?
por alguém. Exemplo: She asked where Bill was. (Ela perguntou onde Bill
estava)
-He said that he felt well.
-Ele disse que se sentia bem. He said: “Is Mary here?”
He asked if Mary was there. (Ele perguntou se Mary
Ao reproduzir o que alguém disse de forma indireta estava lá)
precisamos efetuar algumas modificações na estrutura da -Should, Could, Must, Might e Would não alteram sua
frase. Veja algumas das mudanças mais frequentes: forma:

26
INGLÊS

She said: “I could go”. People might behave differently if they had the chance
She said that she could go. (Ela disse que ela poderia ir) to repeat their lives. (As pessoas poderiam se comportar
-Say é usado com ou sem objeto indireto precedido de diferentemente se elas tivessem a chance de repetir suas
to. No discurso indireto, tell é usado com objeto indireto vidas)
precedido de to.
Bill said: “I love Ann”. (Bill disse: “Eu amo Ana”) -Third Conditional: usado para especular sobre o pas-
Bill said that he loved Ann. (Bill disse que amava Ana) sado (If+past perfect; would have, could have, might ha-
Bill said to Ann: “I love you”. (Bill disse para Ana: “Eu te ve+past participle). Exemplos:
amo”)
If we had saved more money, we would have gone to
Bill told Ann that he loved her. (Bill disse para Ana que Canada last year. (Se nós tivéssemos economizado mais di-
a amava) nheiro, nós teríamos ido ao Canadá ano passado)

If you had told me the truth, I wouldn’t have asked the


-Em frases que apresentam sugestões o verbo intro-
teacher. (Se você tivesse me dito a verdade, eu não teria
dutório do discurso indireto é to suggest. E a forma let’s é
perguntado ao professor)
alterada para we should.
He said: “Let’s take a taxi”.
ADVÉRBIOS: TIPOS: FREQUÊNCIA, MODO, LUGAR,
He suggested (that) we should take a taxi. TEMPO, INTENSIDADE, DÚVIDA, AFIRMAÇÃO. EX-
PRESSÕES ADVERBIAIS.
SENTENÇAS CONDICIONAIS. ADVÉRBIOS

MODO CONDICIONAL Advérbios são palavras que modificam:

Passemos a falar, então, de sentenças Condicionais - Um verbo (He ate slowly. = Ele comeu lentamente) -
com a palavra if (tradução: se). Eles são normalmente usa- Como ele comeu?
dos para falar sobre possíveis eventos e seus efeitos. Exis- - Um adjetivo (He drove a very slow car. = Ele pilotou
tem quatro tipos principais: um carro muito lento) - Como era a rapidez do carro?
- Outro advérbio (She walked quite slowly down the
-Zero Conditional: não é um condicional verdadei- aisle. = Ela andou bem lentamente pelo corredor) - Com
ro, pois ambos os eventos descritos vêm a ocorrer (If/ que lentidão ela andou?
When+present tense; present tense). Exemplos:
Advérbios frequentemente nos dizem quando, onde,
If I stay up late, I feel awful the next day. (Se eu fico por que, ou em quais condições alguma coisa acontece ou
acordado até tarde, sinto-me mau no outro dia) aconteceu. Os advérbios são geralmente classificados em:

When the moon passes between the earth and the sun, Advérbios de Afirmação: certainly, certamente; indeed,
there is an eclipse. (Quando a lua passa entre a terra e o sol, sem dúvida; obviously, obviamente; yes, sim; surely, certa-
há um eclipse) mente; etc.

-First Conditional: usado para falar sobre prováveis Advérbios de Dúvida: maybe, possivelmente; perhaps,
talvez; possibly, possivelmente; etc.
eventos no futuro se alguma coisa vier a acontecer (If+pre-
sent tense; future tense will). Exemplos:
Advérbios de Frequência: daily, diariamente; mon-
thly, mensalmente; occasionally, ocasionalmente; often/
If I pass the exam, I will have a big party! (Se eu passar
frequently, frequentemente; yearly, anualmente; seldom/
no exame, eu farei uma grande festa!)
rarely, raramente; weekly, semanalmente; always, sempre;
never, nunca; sometimes, às vezes; hardly ever, quase nun-
If you don’t stop talking, I will send you to the principal. ca, raramente; usually/generally, geralmente; etc.
(Se você não parar de falar, eu vou te enviar ao diretor)
Advérbios de Intensidade: completely, completamente;
-Second Conditional: usado para falar sobre situações enough, suficientemente, bastante; entirely, inteiramente;
improváveis ou impossíveis (If+past tense; would, could, much, muito; nearly, quase, aproximadamente; pretty, bas-
might). Exemplos:’’ tante; quite, completamente; slightly, ligeiramente; equally,
igualmente; exactly, exatamente; greatly, grandemente;
If I won the lottery, I would give all the money to an or- very, muito; sufficiently, suficientemente; too, muito, de-
phanage. (Se eu ganhasse na loteria, eu daria todo dinheiro masiadamente; largely, grandemente; little, pouco; merely,
a um orfanato) meramente; etc.

27
INGLÊS

Advérbios de Lugar: anywhere, em qualquer lugar; Locução Adverbial de Frequência: again and again, re-
around, ao redor; below, abaixo; everywhere, em todo petidamente; day by day, dia a dia; every other day, dia sim,
lugar; far, longe; here, aqui; near, perto; nowhere, em ne- dia não; hardly ever, raramente; every now and then, once
nhum lugar; there, lá; where, onde; etc. in a while, de quando em quando; etc.

Advérbios de Modo: actively, ativamente; wrongly, er- Locução Adverbial de Intensidade: at most, no máximo;
roneamente; badly, mal; faithfully, fielmente; fast, rapida- little by little, pouco a pouco; more or less, mais ou menos;
next to nothing, quase nada; on the whole, ao todo; to a
mente; gladly, alegremente; quickly, rapidamente; simply,
certain extent, até certo ponto; to a great extent, em gran-
simplesmente; steadily, firmemente; truly, verdadeiramen- de parte; etc.
te; well, bem; etc.
Locução Adverbial de Lugar: at home, em casa; at the
Advérbios de Negação: no, not, não. seaside, à beira-mar; far and near, por toda parte; on board,
a bordo; on shore, em terra firme; to and from, para lá e
Advérbios de Ordem: firstly, primeiramente; secondly, para cá; etc.
em segundo lugar; thirdly, em terceiro lugar; etc.
Advérbios de Tempo: already, já; always, sempre; early, Locução Adverbial de Modo: arm in arm, de braços da-
cedo; immediately, imediatamente; late, tarde; lately, ulti- dos; at random, ao acaso; fairly well, razoavelmente; hand
mamente; never, nunca; now, agora; soon, em breve, bre- in hand, de mãos dadas; head over heels, de cabeça para
vemente; still, ainda; then, então; today, hoje; tomorrow, baixo; just so, assim mesmo; neck and neck, emparelhados;
amanhã; when, quando; yesterday, ontem; etc. on credit, a crédito.
Locução Adverbial de Negação: by no means, de ma-
neira alguma; in no case, em hipótese alguma; none of that,
Advérbios Interrogativos: how, como; when, quando;
nada disso; not at all, absolutamente; etc.
where, onde; why, por que; etc.
Locução Adverbial de Tempo: all of a sudden, subita-
Alguns exemplos: mente; at first, a princípio; at present, atualmente; at once,
imediatamente; from now on, doravante, daqui em diante;
She moved slowly and spoke quietly. (Ela se moveu in after years, em anos vindouros; sooner or late, mais cedo
lentamente e falou sussurrando) ou mais tarde; up to now, até agora; in a jiffy, in a trice, in
She still lives there now. (Ela ainda mora lá agora) a twinkling of an eye, in two shakes of a dog’s tail, in two
It’s starting to get dark now. (Está começando a ficar ticks, em um momento, num abrir e fechar de olhos; etc.
escuro agora) Mais exemplos:
She finished her tea first. (Primeiramente ela terminou
seu chá) She has lived on the island all her life. (Ela viveu na ilha
She left early. (Ela saiu cedo) a vida toda)
She takes the boat every day. (Ela pega o barco todos
Oscar is a very bright man. (Oscar é um homem muito
os dias)
brilhante) He ate too much and felt sick. (Ele comeu em excesso
The children behaved very badly. (As crianças se com- e ficou enjoado)
portaram muito mal) I like studying English very much. (Gosto muito de es-
This apartment is too small for us. (Esse apartamento é tudar Inglês)
pequeno demais para nós)
The coffee is too sweet. (O café está doce demais) PALAVRAS DE RELAÇÃO:
Jack is much taller than Peter. (Jack é muito mais alto PREPOSIÇÕES. CONJUNÇÕES.
do que Peter) PREPOSIÇÕES
São Paulo is far bigger than Recife. (São Paulo é muito
maior que Recife) Preposições são palavras que usamos junto aos nomes
The test was pretty easy. (A prova estava um tanto fácil) e pronomes para mostrar sua relação com outros elemen-
tos da frase. Apresentamos as principais preposições e seu
uso:
Duas ou mais palavras podem ser usadas em conjunto,
formando, assim, as Locuções Adverbiais, como:
In: usamos com nomes de meses, anos, estações, par-
tes do dia, cidades, estados, países, continentes.
Locução Adverbial de Afirmação: by all means, certa-
mente; in fact, de fato, na verdade; no doubt, sem dúvida; I was Born in January.
of course, com certeza, certamente, naturalmente; etc. He lived here in 2012.
The classes start in the summer.
Locução Adverbial de Dúvida: very likely, provavelmen- He works in the morning/in the afternoon, in the eve-
te. ning.

28
INGLÊS

I have a house in Belo Horizonte. Around: em volta de: They traveled all around the cou-
She lives in Paraná but works in Argentina. ntry.
Steven has worked in Europe since 2011. Before: antes de: She always arrives before 7 o’clock.
Behind: atrás de: Tim sits behind Peter.
On: usado para dias da semana, datas (mês+dia), datas Below: abaixo de: Answer the questions below.
comemorativas, ruas, praças e avenidas. Beside/Next to: ao lado de: The microphone is besi-
de/next to the monitor.
I go to the church on Saturdays and on Sundays. Besides: além de: Besides English, she can also speak
Their baby was born on April 10TH. Spanish.
I always have fun on New Year’s Day. Between: entre (dois ítens): He was sitting between
The supermarket is on Brazil street. two beatuful girls.
The shopping mall is on Portugal square. Beyond: além de, após, atrás de: The lake is beyond
the mountains.
At: usado com horas, com palavra night, com endere- But: exceto: Everybody went to the party, but Chris.
ços (rua+número), lugares numa cidade. By: por, junto, ao lado de: Let’s sleep by the fireplace.
Down: abaixo, para baixo: Their house is down the
I got up at 7:00. hill.
The store is at 456 Lincoln street. Up: acima, para cima: Their house is halfway up the
He arrived late at night. hill.
My father is at the airport now. During: durante: He was in the army during the war.
For: a favor de: Who’s not for us is against us.
Na dúvida, algumas das seguintes sugestões podem For: por, para, há (tempo): Do it for me! Fish is good
ajudar, mas lembre-se: o uso das preposições nem sempre for health. They’ve lived here for many years.
segue a regra geral. Confira sempre num dicionário as pos- From: de (origem): Where is he from?
sibilidades de uso. In front of: na frente de: Peter sits in front of the tea-
cher in the classroom.
Use in para indicar “dentro de alguma coisa”: Inside/outside: dentro de/fora de: Let the dog sleep
inside/outside the house.
In the box Instead of: em vez de: You should study more instead
In the refrigerator of playing video-games.
In a shop Into: para dentro, em: The plane disappeared into
In a garden the cloud.
In France Near: perto de: The post office is near here.
Off: para fora (de uma superfície): Mark fell off his
Use on para indicar contato: motorcycle.
Out of: para fora de: Put these books out of the box.
On a bookshelf Over: sobre, acima de, por cima de, mais que: There
On a plate were over 1.000 people in the show.
On the grass Through: através de: The guys walked through the
forest.
Use at para indicar um lugar definido. Nesse caso, seu Till/until: até (tempo): The message will arrive until
sentido é o de “junto a”, “na”: tomorrow.
To: para: Teresa will go to Italy next week.
At the bus stop Towards: para, em direção a: The boy threw the rock
At the top towards the window.
At the bottom Under: em baixo de: The cat sleeps under the bed.
With/without: com/sem: Come with me. I can’t live
Outras preposições, seus significados e exemplos com without you.
frases: Within: dentro de: I will go there within a week.

About: sobre, a respeito de: Tell me about your expe-


riences. CONJUNÇÕES
Above: acima de: John’s apartment is above mine.
Across: através de, do outro lado: The dog ran across Uma conjunção é uma palavra ou grupo de palavras
the forest. (locuções conjuntivas ou locuções adverbiais) que juntam
After: depois de: She always wakes up after 9:00. duas partes de uma sentença ou que unem uma cláusula
Against: contra: The car crashed against the wall. dependente subordinada a uma cláusula principal. As con-
Among: entre (vários ítens): The little boy was among junções auxiliam na coesão textual, garantindo a interliga-
many criminals. ção de ideias.

29
INGLÊS

Inicialmente, podemos considerar as conjunções sob DERIVAÇÃO DE PALAVRAS PELOS PROCESSOS DE PRE-
três aspectos básicos: FIXAÇÃO E SUFIXAÇÃO.

-Conjunções podem ser apenas uma palavra: FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

And, but, because, although, or, nor, for, yet, so, since, A formação de palavras acontece graças à morfologia.
unless, however, though. Tal formação acontece para criar uma flexibilidade na lín-
-Conjunções podem ser compostas de mais de uma gua, fazendo com que o orador possa fazer a transição de
uma classe de palavras para outra sem tanto choque ao
palavra:
ouvinte. Conhecer o processo da formação das palavras
Provided that, as long as, in order to, in spite of.
ajuda o estudante de língua estrangeira com o processo
lexical, ou seja, a habilidade de tentar compreender pala-
-Conjunções podem ser correlativas, cercando um ad- vras desconhecidas de um texto por conta própria.
vérbio ou adjetivo: Assim como na língua portuguesa o processo de for-
So... that, neither… nor. mação das palavras em Inglês também ocorre através dos
prefixos e sufixos. Os prefixos são aqueles que vem no ini-
Além disso, as conjunções podem expressar diversos cio da palavra e os sufixos são aqueles que vem no final. Os
tipos de ideias: sufixos possuem uma maior frequência na língua do que os
prefixos. Os prefixos por sua vez normalmente não alteram
-Tempo: after, as, while, when, before, until, till, next, a categoria gramatical da palavra, mas sim o seu sentido.
meanwhile, finally.
Exemplos:
-Acréscimo de ideias: and, also, furthermore, as well as, expensive –
in other words, in addition to, besides, moreover, both... color – colorful hope – hopeful
inexpensive
and, not only... but also.
normal -
big - biggest nice - nicer
-Alternativa: or, either... or. abnormal

-Negação: neither... nor. SEMÂNTICA / SINONÍMIA E ANTONÍMIA.

Sinônimas são palavras diferentes, mas que possuem


-Condição: if, as long as, provided that, unless, whether.
significados quase idênticos ou semelhantes. O estado de
ser sinônimo é chamado de sinonímia.
-Causa ou razão: as, because, since, for.
Antônimas  são palavras com significados opostos ou
-Consequência ou resultado: so, therefore, then, accor- quase opostos. O estado de ser antônimo é chamado de
dingly, thus, for this reason, as a result of, consequently, antonímia.
hence.
Estudos e prática mostram que aprender palavras
-Finalidade ou propósito: so that, so. combinadas com outras melhora nossa retenção. E tam-
bém que é preciso muita, muita repetição. Ler em voz alta
-Modo: as, as if, as though. também ajuda.

-Contraste: although, instead of, rather than, though, A seguinte lista de antônimos (opostos) está apresen-
but, yet, even though, however, in spite of that, neverthe- tada por ordem alfabética, como grupos. Cada grupo ge-
less, whereas, while, on the other hand. ralmente vai das palavras mais fáceis às mais difíceis. Bom
estudo e boa retenção!
-Comparação: like, alike, likewise, correspondingly, si-
milarly, in the same way, in this manner. Absence presence
Accept refuse
Exemplos: Accurate inaccurate
Advantage disadvantage
Jack and Jill went to the mountains. Alive dead
The water was warm, but I didn’t enter. Always never
I went swimming although it was cold. Ancient modern
Russia is a beautiful country. It’s very cold, though. Answer question, query
I don’t care what you did as long as you love me. Approval disapproval
He is so strong that broke the brick with his fist. Abundant scarce

30
INGLÊS

Admit deny Decrease increase


Advance retreat, retire Definite indefinite
Artificial natural Demand supply
Arrival departure Despair hope
Ascend descend Disappear appear
Attack defense Disease health
Attractive repulsive Discourage encourage
Attention inattention Dismal cheerful
Asleep awake Doctor patient
Ally enemy Dry wet
Agree disagree Dull clear, bright
Bad good Dusk dawn
Backward forward, onward Early late
Bend straighten Easy difficult
Beautiful ugly Ebb flow
Beginning ending East West
Below above Economise waste
Bent straight Encourage discourage
Big small, little Entrance exit
Blunt sharp Employer employee
Better worse Empty full
Best worst Excited calm
Blame praise End beginning
Bless curse Expand contract
Bitter sweet Expensive inexpensive, cheap
Borrow lend Export import
Bravery cowardice Exterior interior
Build destroy, demolish External internal
Bold timid, meek Fail succeed
Bright dull False true
Broad narrow Foolish wise
Clear vague, cloudy Fast slow
Careful rush, careless Few many
Calm troubled Famous unknown
Capable incapable Forelegs hind legs
Captivity freedom, liberty Fat thin
Cheap dear, expensive Find lose
Close distant First last
Clever stupid Freedom captivity
Cold hot Fold unfold
Combine separate Frequent seldom
Clockwise anti-clockwise Forget remember
Correct incorrect Found lost
Conceal reveal Fresh stale
Come go Friend enemy
Common rare Fortunate unfortunate
Comfort discomfort Frank secretive
Courage cowardice Full empty
Cruel kind Generous mean
Cunning simple Gentle rough
Dainty clumsy Gather distribute
Danger safety Glad sorry
Dark light Gloomy cheerful
Deep shallow Giant dwarf, pygmy

31
INGLÊS

Granted refused Like dislike, unlike


Great small, little Likely unlikely
Guardian ward Leader follower
Guest host Little large, much, big
Guilty innocent Lofty lowly
Happy sad, miserable Long short
Hard soft Loud soft
Harmful harmless Loss find, win
Hasten dawdle Low high
Hate love Loyal disloyal
Healthy unhealthy, ill, diseased Mad sane
Here there Master servant
Heavy light Mature immature
Height depth Maximum minimum
Hero coward Me you
Hill valley Merry mirthless, sad
Horizontal vertical Minority majority
Hinder aid, help Miser spendthrift
Honest dishonest Misunderstand understand
Humble proud Narrow wide
Hunger thirst Near far, distant
Imitation genuine Neat untidy
Immense tiny, minute New old
Imprison free Night day
Include exclude Noisy quiet
Increase decrease North South
Inhabited uninhabited Obedient disobedient
Inferior superior Odd even
Inside outside Offer refuse
Intelligent unintelligent, stupid Open shut
Inhale exhale Optimist pessimist
Interior exterior, outside Out in
Interesting uninteresting, dull Parent child
Internal external Past present
Intentional accidental Patient impatient
Join separate Peace war
Junior senior Permanent temporary
Justice injustice Please displease
King queen Plentiful scarce
Knowledge ignorance Possible impossible
Laugh cry Poverty wealth
Lawful unlawful Powerful feeble, weak
Lazy industrious, energetic Polite impolite, rude
Land sea Private public
Landlord tenant Prudent imprudent
Large little, small Pretty unsightly, ugly
Last first Pure impure
Lawyer client Qualified unqualified
Lecturer student Rapid slow
Lender borrower Regularly irregularly
Lengthen shorten Rich poor
Left right Right wrong, left
Less more Rigid pliable, soft
Light dark, heavy Rough smooth

32
INGLÊS

Satisfactory unsatisfactory Gore Vidal, the elegant, acerbic all-around man of let-
Security insecurity ters who presided with a certain relish over what he declared
Scatter collect to be the end of American civilization, died (PREP 1) Tues-
Serious trivial day (PREP 2) his home (PREP 3) the Hollywood Hills section
Second-hand new of Los Angeles, where he moved in 2003, after years of living
Sense nonsense in Ravello, Italy. He was 86. The cause was complications of
pneumonia, his nephew Burr Steers said by telephone.
Shopkeeper customer
Mr. Vidal was, at the end of his life, an Augustan figure
Singular plural
who believed himself to be the last of a breed, and he was
Simple complicated
probably right. Few American writers have been more versa-
Slim thick, stout tile or gotten more mileage from their talent. He published
Solid liquid some 25 novels, two memoirs and several volumes of stylish,
Sober drunk magisterial essays. He also wrote plays, television dramas
Speaker listener and screenplays. For a while he was even a contract writer at
Sour sweet MGM. And he could always be counted on for a spur-of-the-
Sorrow joy moment aphorism, putdown or sharply worded critique of
Stand lie American foreign policy. Perhaps more than any other Ame-
Straight crooked rican writer except Norman Mailer or Truman Capote, Mr.
Strong weak Vidal (VERB 1) great pleasure in being a public figure. He
Success failure twice ran for office – in 1960, when he was the Democratic
Sunny cloudy Congressional candidate for the 29th District in upstate New
Take give York, and in 1982, when he campaigned in California for a
Tall short seat in the Senate – and (CONJ) he lost both times, he often
Tame wild conducted himself as a sort of unelected shadow president.
Teacher pupil He once said, “There is not one human problem that (MO-
Thick thin DAL 1) not be solved if people (MODAL 2) simply do as I
advise.”
Tight slack, loose
Top bottom
(Adapted from http://www.nytimes.com/2012/08/01/
Transparent opaque
books/gore-vidal-elegant-writer-dies-at-86.html?_r=1&n-
Truth untruth, lie
l=todaysheadlines&emc=tha2_20120801)
Up down
Vacant occupied 1. As preposições corretas para preencher os espaços
Valuable valueless (PREP 1), (PREP 2) e (PREP 3) são respectivamente:
Victory defeat (A) on - in - on
Virtue vice (B) at - on - in
Visible invisible (C) on - at - in
Voluntary compulsory (D) at - at - on
Vowel consonant (E) in - in – at
With without
2. Em quais das alternativas abaixo “some” tem o
mesmo significado de “He published some 25 novels?”
QUESTÕES I. The following pages summarize some of the
highlights of a truly eventful year.
As questões foram retiradas da prova de Inglês do II. This means a lot more tolerance that some would
Concurso Público de ingresso para provimento de cargos like to give.
de Professor de Ensino Fundamental II e Ensino médio,
III. Just as she was about to excuse herself and leave, a
Setembro de 2012. Caderno de Prova ‘I09’, Tipo ‘001’ da
white woman of some seventy years came up to her.
Prefeitura Municipal de São Paulo. (As perguntas foram tra-
duzidas para o Português pelo autor do material). IV. Some researchers have begun questioning whether
an automatic system is the right choice for this task.
TEXTO - V. Some marine life was saved by teams of workers
Atenção: As questões de números 1 a 7 referem-se ao removing the heavy oil.
texto abaixo. VI. Some question whether these are ethical practices.
VII. Some 200 different chemicals have been linked to
Prolific, Elegant, Acerbic Writer mammary tumors in animals and people.
NYT, August 1, 2012 VIII. A few days later her car was found some twenty
By CHARLES McGRATH miles away.

33
INGLÊS

(A) III, VII e VIII. (Adapted from http://www.nytimes.com/2012/08/01/


(B) I, IV e V. sports/olympics/gymnast-larisa-latynina-is-elegant-remin-
(C) II, VI e VII. der-ofolympics-history.html?nl=todaysheadlines&emc=-
(D) III, IV e V. tha3_20120801)
(E) II, III e VI.
8. O verbo correto para preencher o espaço (VERB1)
3. O verbo correto para preencher o espaço (VERB 1) é:
é: (A) to hold.
(B) for hold.
(A) gave.
(C) for to hold.
(B) took.
(D) to holding.
(C) made. (E) for to holding.
(D) did.
(E) set.
GABARITO
4. A conjunção correta para preencher o espaço
(CONJ) é: A
(A) but. B
(B) still. E
(C) yet. D
(D) despite. B
(E) although. A
A
5. Os verbos modais corretos para preencher os espa- D
ços (MODAL 1) e (MODAL 1) são:
(A) should - will.
(B) must - might. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
(C) can - must.
(D) could - would.
(E) would - should. 01. (BNDES – NÍVEL SUPERIOR – CESGRANRIO/2013) 

6. De acordo com o texto, Gore Vidal: Coworking: Sharing How We Work


(A) lived in Ravello until his death in 2003.
(B) lived in Los Angeles for 9 years. In the past, when trying to find places to work, in-
dependent workers, small businesses, and organizations
(C) moved to Ravello in 2003.
often had to choose between several scenarios, all with
(D) was proud to be an American.
their attendant advantages and disadvantages: working
(E) travelled around the world during his lifetime. from home; working from a coffee shop, library, or other
public venue; or leasing an executive suite or other com-
7. Podemos deduzir a partir do texto que o autor: mercial space.
(A) also believes Gore Vidal was a unique writer. Is there a better way to work? Yes. Enter coworking.
(B) does not agree with Gore Vidal’s way of criticizing Coworking takes freelancers, indie workers, and en-
American foreign policy. trepreneurs who feel that they have been dormant or iso-
(C) Normal Mailer and Truman Capote were not as lated working alone at home or who have been migrating
well known as Gore Vidal. from a coffee shop to a friend’s garage or languishing in
(D) Gore Vidal was a versatile writer but not very pro- a sterile business center – to a space where they can truly
lific. roost.
(E) Gore Vidal was, in fact, a humble man. “We can come out of hiding,” a coworker tells us, “and
be in a space that’s comfortable, friendly, and has an aes-
thetic appeal that’s a far cry from the typical cookie-cutter
As questões de números 8 e 9 referem-se às frases
office environment.”
abaixo.
For many, it might be puzzling to pay for a well-e-
quipped space teeming with other people, even with the
Forty-eight years is almost enough time (VERB1) a re- chance of free coffee and inspiration. You might ask your-
cord. LARISA LATYNINA, a gymnast (REL1) career record of self, “Well, why pay for a place to work when I’m perfectly
18 Olympic medals was surpassed by Michael Phelps, (REL2) comfortable at home and paying nothing?” Or, “Isn’t the
won gold in swimming the anchor leg in the 4 x 200 freestyle whole point of telecommuting or starting my own busi-
relay. ness a chance to avoid ‘going to the office’?”

34
INGLÊS

Coworking may sound like an unnecessary expense, levels of peer access as those experienced by their bigger
but let’s consider what you get from being a part of the counterparts. It is this potential that coworking tries to
space. capture for its members.
At its most basic level, coworking is the phenomenon
of workers coming together in a shared or collaborative Available: http://workawesome.com (adapted)
workspace or one or more of these reasons: to reduce
costs by having shared facilities and equipment, to ac- The expression indie workers, found in lines 10 and
cess a community of fellow entrepreneurs, and to seek out 90, refers to
collaboration within and across fields. Coworking spaces (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
offer an exciting alternative for people longing to escape por conta da diagramação do material.)
the confines of their cubicle walls, the isolation of working A) Retired civil servants.
solo at home, or the inconveniences of public venues. B) Lazy businessmen aiming for profit.
The benefits and cost-savings in productivity and ove- C) Self-employed independent professionals.
rall happiness and well-being reaped from coworking are D) Expert employees at international organizations.
also potentially huge. Enthusiasm and creativity become E) Workaholic employers in large companies.
contagious and multiply when you diversity your work A questão pede que o candidato determine. A expres-
environment with people from different fields or back- são “indie workers” se refere a. Indie é uma abreviação
grounds. At coworking spaces, members pass each other para independent, neste caso, trabalhadores independen-
during the day, conversations get going, and miraculously tes.
idea-fusion happens with everyone benefitting from the
shared thinking and brainstorming. RESPOSTA: “C”.
Differences matter. Coworking hinges on the belief 02. (ANVISA – ANALISTA ADMINISTRATIVO – CE-
that innovation and inspiration come from the cross-pol- TRO/2013)  
lination of different people in different fields or speciali-
zations. Random opportunities and discoveries that arise
Alzheimer’s disease
from interactions with others play a large role In cowor-
king.
Alzheimer’s disease (AD) is a form of dementia, which
To see this in action on a large scale, think about Goo-
is a brain disorder. It damages nerve cells in the brain. This
gle. Google made the culture of sharing and collaboration
affects your ability to remember things, think clearly, and
in the workplace legend. It deployed “grouplets” for ini-
care for yourself. AD begins slowly, and symptoms get
tiatives that cover broader changes through the organi-
worse with time. Eventually, a person with AD might need
zation.
help in many areas, including eating and getting dressed.
One remarkable story of a successful Google grouplet
involved getting engineers to write their own testing code For some people in the early or middle stages of the di-
to reduce the incidence of bugs in software code. Thin- sease, medicine might help symptoms, such as memory
king creatively, the grouplet came up with a campaign loss, from getting worse for a limited time. Other drugs
based on posting episodes discussing new and interes- may help people feel less worried or depressed. Dealing
ting testing techniques on the bathroom stalls. “Testing with Alzheimer’s disease can be extremely difficult, but
on the Toilet” spread fast and garnered both rants and planning ahead and getting support can lighten the lead.
raves. Soon, people were hungry for more, and the cam- AD usually begins after age 60, and risk goes up with age.
paign ultimately developed enough inertia to become a The risk is also higher if a family member has had AD.
de facto part of the coding culture. They moved out of the Scientists are working to better understand AD. Ongoing
restrooms and into the mainstream. studies are looking at whether some things can help pre-
Keith Sawyer, a professor of psychology and educa- vent or delay the disease. Areas that are being explored
tion at Washington University in St. Louis, MO, has written include exercise, eating omega-3 fatty acids, and keeping
widely on collaboration and innovation. In his study of your brain active.
jazz performances, Keith Sawyer made this observation,
“The group has the ideas, not the individual musicians.” Available: www.womenshealth.gov
Some of the most famous products were born out of this
mosh pit of interaction – in contrast to the romantic idea Read the sentence below and choose the alternative
of a lone working genius driving change. According to Sa- that presents a synonym to the underlined word.
wyer, more often than not, true innovation emerges from
an improvised process and draws from trial-by-error and “Ongoing studies are looking at whether some things
many inputs. can help prevent or delay the disease.”
Unexpected insights emerge from the group dyna-
mic. If increasing interaction among different peer groups A) Cut down.
within a single company could lead to promising results B) Suspended.
imagine the possibilities for solopreneurs, small busines- C) Ended.
ses, and indie workers – if only they could reach similar D) Continuous.

35
INGLÊS

A palavra “ongoing” quer dizer algo contínuo, em an- A questão pede que o candidato determine. Na linha
damento. Cut down – cortar, diminuir. Suspended – sus- cinco “at point-blank range” (à queima-roupa) signifi-
penso. Ended – terminado. Continuous – contínuo. ca. In a cold-blooded manner – de forma a sangue-frio.
Summarily – sumariamente. Without intention – sem in-
RESPOSTA: “D”. tenção. Fatally – fatalmente. Within a short distance – a
uma curta distância.
03. (INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – CES-
PE/2012) RESPOSTA: “E”.

04. (INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – CES-


Darkness and light
PE/2012)  
Caravaggio’s art is made from darkness and light. His
Godzilla’s grandchildren
pictures present spotlight moments of extreme and often
agonized human experience. A man is decapitated in his In Japan there is no kudos in going to jail for your
bedchamber, blood spurting from a deep gash in his neck. art. Bending the rules, let alone breaking them, is largely
A woman is shot in the stomach with a bow and arrow at taboo. That was one reason Toshinori Mizuno was terrified
point-blank range. as he worked undercover at the Fukushima
Caravaggio’s images freeze time but also seem to ho- Dai-ichi nuclear-power plant, trying to get the shot
ver on the brink of their own disappearance. Faces are that shows him in front of the mangled third reactor hol-
brightly illuminated. Details emerge from darkness with ding up a referee’s red card. He was also terrified of the
such uncanny clarity that they might be hallucinations. Yet radiation, which registered its highest reading where he
always the shadows encroach, the pools of blackness that took the photograph. The only reason he did not arouse
threaten to obliterate all. Looking at this picture is like suspicion, he says, is because he was in regulation radia-
looking at the world of flashes of lightning. tion kit. And in Japan people rarely challenge a man in
Caravaggio’s life is like his art, a series of lightning uniform.
flashes in the darkness of nights. He is a man who can Mr. Mizuno is part of ChimPom, a six-person collec-
never be known in full because almost all that he did, said tive of largely unschooled artists who have spent a lot of
and thought is lost in the irrecoverable past. He was one time getting into tight spots since the disaster, and are
engagingly thoughtful about the results.
of the most electrifying original artists ever to have lived,
It is easy to dismiss ChimPom’s work as a publicity
yet we have only one solitary sentence from him on the
stunt. But the artists’ actions speak at least as loudly as
subject of painting – the sincerity of which is, in any case, their images. There is a logic to their seven years of guer-
questionable, since it was elicited from him when he was rilla art that has become clearer since the nuclear disaster
under interrogation for the capital crime of libel. of March 11th 2011. In fact, Noi Sawaragi, a prominent art
When Caravaggio emerges from the obscurity of the critic, says they may be hinting at a new direction in Japa-
past he does so, like the characters in his own paintings, nese contemporary art.
as a man in extremis. He lived much of his life as a fugi- Radiation and nuclear annihilation have suffused Ja-
tive, and that is how he is preserved in history – a man pan’s subculture since the film Gojira (the Japanese God-
on the run, heading for the hills, keeping to the shadows. zilla) in 1954. The two themes crop up repeatedly in man-
But he is caught, now and again, but the sweeping beam ga and anime cartoons.
of a searchlight. Each glimpse is different. He appears in Other young artists are ploughing similar ground.
many guises and moods. Caravaggio throws stones at the Kota Takeuchi, for instance, secretly took a job at Fukushi-
house of his landlady and sings ribald songs outside her ma Dai-ichi and is recorded pointing an angry finger at
window. He has a fight with a waiter about the dressing the camera that streams live images of the site. Later he
on a plate of artichokes. His life is a series of intriguing used public news conferences to pressure Tepco, operator
and vivid tableaux – scenes that abruptly switch from low of the plant, about the conditions of its workers inside.
farce to high drama. His work, like ChimPom’s blurs the distinction between art
and activism.
Japanese political art is unusual and the new subver-
New York - London. W. W. Norton & Company, 2010
siveness could be a breath of fresh air; if only anyone no-
(adapted)
ticed. The ChimPom artists have received scant coverage
in the stuffy arts pages of the national newspapers. The
In line 5, “at point-blank range” means group held just one show of Mr. Mizuno’s reactor photo-
A) In a cold-blooded manner. graphs in Japan. He says: “The timing has not been right.
B) Summarily. The media will just want to make the work look like a cri-
C) Without intention. me.”
D) Fatally.
E) Within a short distance. Internet: www.economist.com (adapted)

36
INGLÊS

The words “mangled” (L.6) and “suffused” (L.23) mean 06. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013)  
respectively
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar The difficulty for health policy makers the world over
por conta da diagramação do material.) is this: it is simply not possible to promote healthier li-
A) “Ruined” and “permeated”. festyles through presidential decree or through being
B) “Mutilated” and “obscured”. overprotective towards people and the way they choose
C) “Subdued” and “covered”. to live. Recent history has proved that one-size-fits-all so-
D) “Humongous” and “imbued”. lutions are no good when public health challenges vary
E) “Torn” and “Zeroed in on”. from one area of the country to the next. But we cannot
sit back while, in spite of all this, so many people are suf-
A questão pede que o candidato determine. As pa- fering such severe lifestyle-driven ill health and such acute
lavras “mangled” (destroçado) e “suffused” (impregnado, health inequalities.
inundado) significam respectivamente. Ruined – arruina- Internet: www.gov.uk (adapted)
do, destruído. Permeated – permeado, penetrado. Mutila- The expression “the world over” (L.1) is synonymous
ted – mutilado. Obscured – obscurecido. Subdued – sub- with “in some parts of the world”.
jugado, dominado. (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
Covered – coberto. Humongous – gigante. Imbued – por conta da diagramação do material.)
embutido. Torn – rasgado. Zeroed in on – mirado em. A) Certo.
B) Errado.
RESPOSTA: “A”.
A questão pede que o candidato determine. A expres-
05. (SEFAZ/ES – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTA- são “the world over” (no mundo todo) é sinônimo com “in
DUAL – CESPE/2013)  
some parts of the world” (em algumas partes do mundo).
It is well accepted and acknowledged that service
RESPOSTA: “B”.
quality is essential for firm success. The problem with the
measurement of service quality is that it is not easily iden-
07. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013)  
tifiable and measurable. Unlike the quality of goods, which
can be measured objectively, service quality is an abstract
The difficulty for health policy makers the world over
and elusive construct because of three features unique to
services: intangibility, heterogeneity, and inseparability of is this: it is simply not possible to promote healthier li-
production and consumption. Despite the complexity of festyles through presidential decree or through being
the issue, a consensus has emerged in the literature to overprotective towards people and the way they choose
measure service quality using clients’ perceptions of the to live. Recent history has proved that one-size-fits-all so-
service delivered. lutions are no good when public health challenges vary
Only few studies in auditing have adopted the service from one area of the country to the next. But we cannot
quality approach, where clients are asked to assess their sit back while, in spite of all this, so many people are suf-
current (and/or former) auditor (i.e., audit firm and/or au- fering such severe lifestyle-driven ill health and such acute
dit team). However, the latter approach has several ad- health inequalities.
vantages because it allows overall client satisfaction to be
determined and also identification of the attributes that Internet: www.gov.uk (adapted)
drive client satisfaction.
The adjective “one-size-fits-all” (L.5) means “long-
Internet: http://onlinelibrarywhiley.com (adapted) term and drastic”
A) Certo.
The word “unlike” (L.4) is the same as B) Errado.
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.) A questão pede que o candidato determine. O adjeti-
A) Aside from. vo “one-size-fits-all” (um tamanho serve para todos) sig-
B) Similar to. nifica “long-term and drastic” (longo período e drástico).
C) Contrasted with.
D) Resembling. RESPOSTA: “B”.
E) Despite.
08. (STF – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA
A questão pede que o candidato determine. A palavra – CESPE/2013)  
“unlike” (o contrário) é o mesmo que. Aside from – além
de. Similar to – similar à. Contrasted with – contrastadas The head of the National Security Agency defended
com. Resembling – semelhante. Despite – apesar de. his beleaguered organization, saying it acts within the law
to stop militant attacks and calling reports that the NSA
RESPOSTA: “C”. collected data on millions of phone calls in Europe false.

37
INGLÊS

The intelligence chiefs appeared against a backdrop


of angry accusations by European allies that the United ANOTAÇÕES
States spies on their leaders and citizens, accusations
prompted by highly classified documents that Snowden
leaked to media organizations.
Army General Keith Alexander, testifying with other ___________________________________________________
U.S. spy chiefs before the House of Representatives Intelli-
___________________________________________________
gence committee, sought to defuse a growing controver-
sy over reports of NSA snooping on citizens and leaders ___________________________________________________
of major U.S. allies.
The hearing took place as Congress in weighing new ___________________________________________________
legislative proporsals that could limit some of the NSA’s
more expansive electronic intelligence collection programs. ___________________________________________________
More than any previous disclosures from the Snow-
den documents, the reports of spying on close U.S. al- ___________________________________________________
lies have forced the White House to promise reforms and
even acknowledge that America’s electronic surveillance ___________________________________________________
may have gone too far.
___________________________________________________
Internet: www.reuters.com (adapted)
___________________________________________________
The word “beleaguered” (L.2) is synonymous with “be-
sieged” ___________________________________________________
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.) ___________________________________________________
A) Certo.
B) Errado. ___________________________________________________

A questão pede que o candidato determine. A palavra ___________________________________________________


“beleaguered” (cercada) é sinônimo com “besieged” (cer-
cada, sob ataque). ___________________________________________________

RESPOSTA: “A”. ___________________________________________________

___________________________________________________
09. (TCE/ES – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO –
CESPE/2012)   ___________________________________________________
Welcome to Oxford ___________________________________________________
Many periods of English history are impressively do-
cumented in Oxford’s streets, houses, colleges and cha- ___________________________________________________
pels. Within one square mile alone, the city has more than
900 buildings of architectural or historical interest. For the ___________________________________________________
visitor this presents a challenge – there is no single buil-
ding that dominates Oxford, no famous fortress or huge ___________________________________________________
cathedral that will give you a short-cut view of the city.
Even Oxford’s famous University is spread amidst a tangle ___________________________________________________
of 35 different colleges and halls in various parts of the
city centre, flaunt its treasures; behind department stores ___________________________________________________
lurk grand Palladian doorways or half-hidden crannies or
medieval architecture. The entrance to a college may me ___________________________________________________
tucked down a narrow alleyway, and even then it is unli-
kely to be signposted. ___________________________________________________
Oxford University Press, 1999, p. 135 (adapted) ___________________________________________________
The word “tangle” (L.8) can be correctly replaced by
“line” ___________________________________________________
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.) ___________________________________________________
A) Certo.
B) Errado. ___________________________________________________
A questão pede que o candidato determine. A palavra
“tangle” (emaranhar, entrelaçar, complicar) pode ser cor- ___________________________________________________
retamente substituida por “line” (linha, fila, alinhamento)
___________________________________________________
RESPOSTA: “B”. ___________________________________________________

38
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Infração penal: elementos, espécies.................................................................................................................................................................. 01


Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal......................................................................................................................................... 01
Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade......................................................................................................................................... 01
Crimes: Crimes contra Pessoa.............................................................................................................................................................................. 03
Crimes Contra o Patrimônio................................................................................................................................................................................. 10
Crimes contra a fé pública.................................................................................................................................................................................... 20
Crimes contra a administração pública............................................................................................................................................................ 26
Concurso de pessoas.............................................................................................................................................................................................. 34
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

conduta caracterizava uma mera contravenção, porém,


INFRAÇÃO PENAL: ELEMENTOS, ESPÉCIES. com o advento da Lei 9.437/97, esta infração passou a ser
SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA considerada crime/delito.
INFRAÇÃO PENAL. TIPICIDADE, ILICITUDE,
Sujeito Ativo
CULPABILIDADE, PUNIBILIDADE.
Sujeito Ativo ou agente: é aquele que ofende o bem
jurídico protegido por lei. Em regra só o ser humano maior
de 18 anos pode ser sujeito ativo de uma infração penal.
INFRAÇÃO PENAL A exceção acontece nos crimes contra o meio ambiente
Elementos da Infração Penal onde existe a possibilidade da pessoa jurídica ser sujeito
ativo, conforme preconiza o Art. 225, § 3º da Constituição
A infração penal ocorre quando uma pessoa pratica Federal.
qualquer conduta descrita na lei e, através dessa conduta,
ofende um bem jurídico de uma terceira pessoa. Art. 225 [...].
Ou seja, as infrações penais constituem determinados § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas
comportamentos humanos proibidos por lei, sob a ameaça ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
de uma pena. físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
Espécies de Infração Penal causados.
Sujeito Passivo
A legislação brasileira, apresenta um sistema biparti- O Sujeito Passivo pode ser de dois tipos. O sujeito pas-
do sobre as espécies de infração penal, uma vez que exis- sivo formal é sempre o Estado, pois tanto ele como a socie-
tem apenas duas espécies (crime = delito ≠ contravenção). dade são prejudicados quando as leis são desobedecidas.
Situação diferente ocorre com alguns países tais como a O sujeito passivo material é o titular do bem jurídico ofen-
França e a Espanha que adotaram o sistema tripartido (cri- dido e pode ser tanto pessoa física como pessoa jurídica.
me ≠ delito ≠ contravenção).
As duas espécies de infração penal são: o crime, con- *É possível que o Estado seja ao mesmo tempo sujeito
siderado o mesmo que delito, e a contravenção. Ilustre-se, passivo formal e sujeito passivo material. Como exemplo,
porém que, apesar de existirem duas espécies, os conceitos podemos citar o furto de um computador de uma reparti-
são bem parecidos, diferenciando-se apenas na gravidade ção pública.
da conduta e no tipo (natureza) da sanção ou pena.
No que diz respeito à gravidade da conduta, os crimes * Princípio da Lesividade: uma pessoa não pode ser,
e delitos se distinguem por serem infrações mais graves, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo de uma
enquanto que a contravenção refere-se às infrações menos infração penal.
graves. O princípio da lesividade diz que, para haver uma in-
fração penal, a lesão deve ocorrer a um bem jurídico de
Em relação ao tipo da sanção, a diferença tem origem alguém diferente do seu causador, ou seja, a ofensa deva
no Art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal (Decreto- extrapolar o âmbito da pessoa que a causou.
-Lei 3.914/41). Dessa forma, se uma pessoa dá vários socos em seu
próprio rosto (autolesão), não há crime de lesão corporal
Art. 1º - Considera-se crime a infração penal que a lei (Art. 129 do CP), pois não foi ofendido o bem jurídico de
comina pena de reclusão ou de detenção, quer isolada- uma terceira pessoa.
mente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena Entretanto, a autolesão pode caracterizar o crime de
de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, fraude para recebimento de seguro (Art. 171, § 2o, V do CP)
isoladamente, penas de prisão simples ou de multa, ou am- ou criação de incapacidade para se furtar ao serviço militar
bas. Alternativa ou cumulativamente. (Art. 184 do CPM).
Em razão dos crimes serem condutas mais graves, en-
tão eles são repelidos através da imposição de penas mais Diferenças práticas entre crimes e contravenções
graves (reclusão ou detenção e/ou multa). a) Tentativa: no crime/delito a tentativa é punível, en-
As contravenções, todavia, por serem condutas menos quanto que na contravenção, por força do Art. 4º do Decre-
graves, são sancionadas com penas menos graves (prisão to-Lei 3.688/41, a tentativa não é punível.
simples e/ou multa). b) Extraterritorialidade: no crime/delito, nas situações
A escolha se determinada infração penal será crime/ do Art. 7º do Código Penal, a extraterritorialidade é aplica-
delito ou contravenção é puramente política, da mesma da, enquanto que nas contravenções a extraterritorialidade
forma que o critério de escolha dos bens que devem ser não é aplicada.
protegidos pelo Direito Penal. Além disso, o que hoje é c) Tempo máximo de pena: no crime/delito, o tempo
considerado crime pode vir, no futuro, a ser considerada máximo de cumprimento de pena é de 30 anos, enquanto
infração e vice-versa. O exemplo disso aconteceu com a que nas contravenções, por serem menos graves, o tempo
conduta de portar uma arma ilegalmente. Até 1997, tal máximo de cumprimento de pena é de 5 anos.

1
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

d) Reincidência: de acordo com o Art. 7º do Decreto- O resultado naturalístico ou material consiste na modi-
-Lei 3.688/41, é possível a reincidência nas contravenções. ficação no mundo exterior provocada pela conduta. Trata-
A reincidência ocorrerá após a prática de crime ou contra- -se de um evento que só se faz necessário em crimes ma-
venção no Brasil e após a prática de crime no estrangeiro. teriais, ou seja, naqueles cujo tipo penal descreva a conduta
Não há reincidência após a prática de contravenção no es- e a modificação no mundo externo, exigindo ambas para
trangeiro. efeito de consumação.
“Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pra- O resultado jurídico ou normativo reside na lesão ou
tica uma contravenção depois de passar em julgado a sen- ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma pe-
tença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, nal. Todas as infrações devem conter, expressa ou implicita-
por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contra- mente, algum resultado, pois não há delito sem que ocorra
venção.” lesão ou perigo (concreto ou abstrato) a algum bem penal-
mente protegido.
Semelhança no estudo dos crimes e contravenções. A doutrina moderna dá preferência ao exame do re-
Vimos que em termos práticos existem algumas dife- sultado jurídico . Este constitui elemento implícito de todo
renças entre crime e contravenção, porém, não podemos fato penalmente típico , pois se encontra ínsito na noção de
falar o mesmo sobre a essência dessas infrações. Tanto a tipicidade material.
O resultado naturalístico, porém, não pode ser menos-
contravenção como o crime, substancialmente, são fatos
prezado, uma vez que se cuida de elementar presente em
típicos, ilícitos e, para alguns, culpáveis.
determinados tipos penais, de tal modo que desprezar sua
Ou seja, possuem a mesma estrutura.
análise seria malferir o princípio da legalidade.
Tipicidade Ilicitude
A Tipicidade é a relação de enquadramento entre o Ilícito penal, é o crime ou delito. Ou seja, é o descum-
fato delituoso (concreto) e o modelo (abstrato) contido na primento de um dever jurídico imposto por normas de di-
lei penal. É preciso que todos os elementos presentes no reito público, sujeitando o agente a uma pena.
tipo se reproduzam na situação de fato Na ilicitude penal, a antijuridicidade é a contradição
Assim, o Fato Típico é denominado como o comporta- entre uma conduta e o ordenamento jurídico. O fato típico,
mento humano que se molda perfeitamente aos elementos até prova em contrário, é um fato que, ajustando-se a um
constantes do modelo previsto na lei penal. tipo penal, é antijurídico.
A primeira característica do crime é ser um fato típico,
descrito, como tal, numa lei penal. Um acontecimento da Exclusão de ilicitude é uma causa excepcional que re-
vida que corresponde exatamente a um modelo de fato tira o caráter antijurídico de uma conduta tipificada como
contido numa norma penal incriminadora, a um tipo. criminosa (fato típico).
Para que o operador do Direito possa chegar à con- Art. 23 - Exclusão da ilicitude
clusão de que determinado acontecimento da vida é um Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
fato típico, deve debruçar-se sobre ele e, analisando-o, de- I - em estado de necessidade;
compô-lo em suas faces mais simples, para verificar, com II - em legítima defesa;
certeza absoluta, se entre o fato e o tipo existe relação de III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exer-
adequação exata, fiel, perfeita, completa, total e absoluta. cício regular de direito.
Essa relação é a tipicidade. Excesso punível
Para que determinado fato da vida seja considerado Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses
típico, é preciso que todos os seus componentes, todos os deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
seus elementos estruturais sejam, igualmente, típicos. A ação do homem será típica sob o aspecto criminal
Os elementos de um fato típico são a conduta humana, quando a lei penal a descreve como sendo um delito. Numa
a consequência dessa conduta se ela a produzir (o resulta- primeira compreensão, isso também basta para se afirmar
que ela está em desacordo com a norma, que se trata de
do), a relação de causa e efeito entre aquela e esta (nexo
uma conduta ilícita ou, noutros termos, antijurídica.
causal) e, por fim, a tipicidade.
Essa ilicitude ou antijuridicidade, contudo, consistente
na relação de contrariedade entre a conduta típica do autor
Conduta
e o ordenamento jurídico, pode ser suprimida, desde de
Considera-se conduta a ação ou omissão humana que, no caso concreto, estejam presentes uma das hipó-
consciente e voluntária dirigida a uma finalidade. A condu- teses previstas no artigo 23 do Código Penal: o estado de
ta compreende duas formas: o agir e o omitir-se. necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do
dever legal ou o exercício regular de direito.
Resultado O estado de necessidade e a legítima defesa são concei-
A expressão resultado tem natureza equívoca, já que tuados nos artigos 24 e 25 do Código Penal, merecendo des-
possui dois significados distintos em matéria penal. Pode taque, neste tópico, apenas o estrito cumprimento do dever
se falar, assim, em resultado material ou naturalístico e em legal e o exercício regular de um direito, como excludentes da
resultado jurídico ou normativo. ilicitude ou da antijuridicidade.

2
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

A expressão estrito cumprimento do dever legal, por si Homicídio qualificado - Artigo 121 - parágrafo segun-
só, basta para justificar que tal conduta não é ilícita, ainda do – É a conduta típica do homicídio onde se aumenta a
que se constitua típica. Isso porque, se a ação do homem pena pela prática do crime, pela sua ocorrência nas seguin-
decorre do cumprimento de um dever legal, ela está de tes condições: mediante paga ou promessa de recompen-
acordo com a lei, não podendo, por isso, ser contrária a sa, ou por outro motivo torpe; por motivo fútil, com em-
ela. Noutros termos, se há um dever legal na ação do autor, prego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
esta não pode ser considerada ilícita, contrária ao ordena- meio insidioso ou cruel, ou do qual possa resultar perigo
mento jurídico. comum; por traição, emboscada, ou mediante dissimula-
Um exemplo possível de estrito cumprimento do de- ção ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a
ver legal pode restar configurado no crime de homicídio, defesa do ofendido; e para assegurar a execução, a oculta-
em que, durante tiroteio, o revide dos policiais, que esta- ção, a impunidade ou a vantagem de outro crime.
vam no cumprimento de um dever legal, resulta na morte Homicídio Culposo - Artigo 121- parágrafo terceiro – É
do marginal. Neste sentido - RT 580/447. a conduta típica do homicídio que se dá pela imprudência,
O exercício regular de um direito, como excludente negligência ou imperícia do agente, o qual produz um re-
da ilicitude, também quer evitar a antinomia nas relações sultado não pretendido, mas previsível, estando claro que
jurídicas, posto que, se a conduta do autor decorre do exer- o resultado poderia ter sido evitado.
No homicídio culposo a pena é aumentada de um ter-
cício regular de um direito, ainda que ela seja típica, não
ço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
poderá ser considerada antijurídica, já que está de acordo
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
com o direito.
imediato socorro à vítima. O mesmo ocorre se não procura
Um exemplo de exercício regular de um direito, como diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar
excludente da ilicitude, é o desforço imediato, emprega- prisão em flagrante. Sendo o homicídio doloso, a pena é
do pela vítima da turbação ou do esbulho possessório, aumentada de um terço se o crime é praticado contra pes-
enquanto possuidor que pretende reaver a posse da coisa soa menor de quatorze ou maior de sessenta anos.
para si (RT - 461/341). Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o
A incidência da excludente da ilicitude, conduto, não juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências
pode servir de salvo conduto para eventuais excessos do da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
autor, que venham a extrapolar os limites do necessário que torne desnecessária a sanção penal.
para a defesa do bem jurídico, do cumprimento de um Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - Artigo
dever legal ou do exercício regular de um direito. Haven- 122 do CPB – Ato pelo qual o agente induz ou instiga al-
do excesso, o autor do fato será responsável por ele, caso guém a se suicidar ou presta-lhe auxílio para que o faça.
restem verificados seu dolo ou sua culpa. Nesse sentido é Reclusão de dois a seis anos, se o suicídio se consumar,
a regra do parágrafo único do artigo 23 do Código Penal. ou reclusão de um a três anos, se da tentativa de suicídio
resultar lesão corporal de natureza grave.
A pena é duplicada se o crime é praticado por motivo
CRIMES: CRIMES CONTRA PESSOA, egoístico, se a vítima é menor ou se tem diminuída, por
qualquer causa, a capacidade de resistência. Neste crime
não se pune a tentativa.
Infanticídio - Artigo 123 – Homicídio praticado pela
Crimes. mãe contra o filho, sob condições especiais (em estado
puerperal, isto é, logo pós o parto).
Dos crimes contra a pessoa - crimes contra a vida Aborto - Artigo 124 – Ato pelo qual a mulher interrom-
pe a gravidez de forma a trazer destruição do produto da
HOMICÍDIO concepção. No auto-aborto ou no aborto com consenti-
mento da gestante, esta sempre será o sujeito ativo do ato,
De forma geral, o homicídio é o ato de destruição da
e o feto, o sujeito passivo. No aborto sem o consentimento
vida de um homem por outro homem. De forma objetiva,
da gestante, os sujeitos passivos serão o feto e a gestante.
é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação da
Aborto provocado por terceiro – É o aborto provocado
vida do ser humano. sem o consentimento da gestante. Pena: reclusão, de três
Homicídio simples – Artigo 121 do CPB – É a conduta a dez anos.
típica limitada a “matar alguém”. Esta espécie de homicídio Aborto provocado com o consentimento da gestante
não possui características de qualificação, privilégio ou ate- – Reclusão, de um a quatro anos. A pena pode ser aumen-
nuação. É o simples ato da prática descrita na interpretação tada para reclusão de três a dez anos, se a gestante for
da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma pessoa. menor de quatorze anos, se for alienada ou débil mental,
Homicídio privilegiado - Artigo 121 - parágrafo primei- ou ainda se o consentimento for obtido mediante fraude,
ro – É a conduta típica do homicídio que recebe o benefício grave ameaça ou violência.
do privilégio, sempre que o agente comete o crime impeli- Forma qualificada - As penas são aumentadas de um
do por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o terço se, em consequência do aborto ou dos meios em-
domínio de violenta emoção, logo após a injusta provoca- pregados para provocá-lo, a gestante sofrer lesão corporal
ção da vítima, podendo o juiz reduzir a pena de um sexto de natureza grave. São duplicadas se, por qualquer dessas
a um terço. causas, lhe sobrevém a morte.

3
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Aborto necessário - Não se pune o aborto praticado Homicídio qualificado


por médico: se não há outro meio de salvar a vida da ges- § 2° Se o homicídio é cometido:
tante; e se a gravidez resulta de estupro e o aborto é pre- I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por
cedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, outro motivo torpe;
de seu representante legal. II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
Lesões corporais tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum;
Lesão corporal - Ofensa à integridade corporal ou a IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimula-
saúde de outra pessoa. ção ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a
defesa do ofendido;
Lesão corporal de natureza grave - Artigo 129 - pará- V - para assegurar a execução, a ocultação, a impuni-
grafo primeiro - Se resulta: incapacidade para as ocupações dade ou vantagem de outro crime:
habituais, por mais de trinta dias; perigo de vida; debilida- Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
de permanente de membro, sentido ou função; ou acele-
ração de parto. Feminicídio       (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Lesão corporal de natureza gravíssima - Artigo 129 - VI - contra a mulher por razões da condição de sexo
parágrafo primeiro - Se resulta: incapacidade permanente feminino:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
para o trabalho; enfermidade incurável; perda ou inutiliza- VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
ção do membro, sentido ou função; deformidade perma- 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do siste-
nente; ou aborto. ma prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
Lesão corporal seguida de morte - Se resulta morte e cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até tercei-
as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o re- ro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº
sultado, nem assumiu o risco de produzi-lo (é o homicídio 13.142, de 2015)
preterintencional). Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo
Diminuição de pena - Se o agente comete o crime im- feminino quando o crime envolve:      (Incluído pela Lei nº
pelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou
13.104, de 2015)
ainda sob o domínio de violenta emoção, seguida de injus-
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei
ta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um
nº 13.104, de 2015)
sexto a um terço.
II - menosprezo ou discriminação à condição de mu-
lher.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Lesão corporal culposa – Se o agente não queria o re-
sultado do ato praticado, mesmo sabendo que tal resulta-
Homicídio culposo
do era previsível.
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de
Violência doméstica - Se a lesão for praticada contra 1965)
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, Pena - detenção, de um a três anos.
ou com quem conviva ou tenha convivido; ou ainda preva-
lecendo-se o agente das relações domésticas, de coabita- Aumento de pena
ção ou de hospitalidade. Pena: detenção, de três meses a § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3
três anos. (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
PARTE ESPECIAL de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
TÍTULO I as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
CAPÍTULO I de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa me-
DOS CRIMES CONTRA A VIDA nor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Re-
dação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Homicídio simples § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz pode-
Art. 121. Matar alguém: rá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infra-
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. ção atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº
Caso de diminuição de pena 6.416, de 24.5.1977)
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo § 6o   A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por gru-
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. po de extermínio.       (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)

4
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um Aborto necessário


terço) até a metade se o crime for praticado:      (Incluído I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
ao parto;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é prece-
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de dido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de
60 (sessenta) anos ou com deficiência;      (Incluído pela Lei seu representante legal.
nº 13.104, de 2015)
III - na presença de descendente ou de ascendente da CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
vítima.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Lesão corporal
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou outrem:
prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se
consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de Lesão corporal de natureza grave
suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. § 1º Se resulta:
Parágrafo único - A pena é duplicada: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais
de trinta dias;
Aumento de pena II - perigo de vida;
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; III - debilidade permanente de membro, sentido ou
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer função;
causa, a capacidade de resistência. IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
Infanticídio I - Incapacidade permanente para o trabalho;
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, II - enfermidade incurável;
o próprio filho, durante o parto ou logo após: III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
Pena - detenção, de dois a seis anos. IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Aborto provocado pela gestante ou com seu con- Pena - reclusão, de dois a oito anos.
sentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir Lesão corporal seguida de morte
que outrem lho provoque:  (Vide ADPF 54) § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
Pena - detenção, de um a três anos. que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de
produzi-lo:
Aborto provocado por terceiro Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
Diminuição de pena
gestante: § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo
Pena - reclusão, de três a dez anos. de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
gestante:  (Vide ADPF 54) vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, Substituição da pena
se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
fraude, grave ameaça ou violência mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo an-
Forma qualificada terior;
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos ante- II - se as lesões são recíprocas.
riores são aumentadas de um terço, se, em consequência
Lesão corporal culposa
do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são du- Pena - detenção, de dois meses a um ano.
plicadas, se, por qualquer dessas      causas, lhe sobrevém
a morte. Aumento de pena
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médi- § 7o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
co:  (Vide ADPF 54) qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Có-
digo.(Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do Abandono de incapaz 


art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado,
guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo,
Violência Doméstica    (Incluído pela Lei nº 10.886, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abando-
de 2004) no:
§ 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, des- Pena - detenção, de seis meses a três anos.
cendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natu-
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o reza grave:
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos- Pena - reclusão, de um a cinco anos.
pitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) § 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Re-
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
dação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo,
Aumento de pena
se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se
10.886, de 2004) de um terço:
§ 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será au- I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
mentada de um terço se o crime for cometido contra pes- II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge,
soa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, irmão, tutor ou curador da vítima.
de 2006) III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou pela Lei nº 10.741, de 2003)
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Fede-
ral, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Exposição ou abandono de recém-nascido
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrên- Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para
cia dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente ocultar desonra própria:
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
a pena é aumentada de um a dois terços.  (Incluído pela Lei § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza gra-
nº 13.142, de 2015) ve:
Pena - detenção, de um a três anos.
CAPÍTULO III § 2º - Se resulta a morte:
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Perigo de contágio venéreo
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais Omissão de socorro
ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando pos-
de que sabe ou deve saber que está contaminado: sível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. o socorro da autoridade pública:
§ 2º - Somente se procede mediante representação. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se
Perigo de contágio de moléstia grave da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e tri-
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem plicada, se resulta a morte.
moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de pro-
duzir o contágio: Condicionamento de atendimento médico-hospita-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. lar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Art. 135-A.  Exigir cheque-caução, nota promissória ou
Perigo para a vida ou saúde de outrem qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo formulários administrativos, como condição para o atendi-
direto e iminente:
mento médico-hospitalar emergencial:  (Incluído pela Lei
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não
nº 12.653, de 2012).
constitui crime mais grave.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e mul-
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a
um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a ta. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação Parágrafo único.  A pena é aumentada até o dobro se
de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, da negativa de atendimento resulta lesão corporal de na-
em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº tureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela
9.777, de 1998) Lei nº 12.653, de 2012).

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Maus-tratos Injúria
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de edu- ou o decoro:
cação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
meios de correção ou disciplina: diretamente a injúria;
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza gra- injúria.
ve: § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
Pena - reclusão, de um a quatro anos. que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se consi-
§ 2º - Se resulta a morte: derem aviltantes:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é da pena correspondente à violência.
praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.   (In- § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos re-
cluído pela Lei nº 8.069, de 1990) ferentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência:(Redação dada
CAPÍTULO IV pela Lei nº 10.741, de 2003)
DA RIXA Pena - reclusão de um a três anos e multa.(Incluído
pela Lei nº 9.459, de 1997)
Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os con- Disposições comuns
tendores: Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumen-
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. tam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, governo estrangeiro;
a pena de detenção, de seis meses a dois anos. II - contra funcionário público, em razão de suas fun-
ções;
CAPÍTULO V III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
DOS CRIMES CONTRA A HONRA facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou por-
Calúnia tadora de deficiência, exceto no caso de injúria.       (Incluí-
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente
do pela Lei nº 10.741, de 2003)
fato definido como crime:
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
imputação, a propala ou divulga.
Exclusão do crime
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa,
Exceção da verdade
pela parte ou por seu procurador;
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação pri- II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística
vada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecor- ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de inju-
rível; riar ou difamar;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indica- III - o conceito desfavorável emitido por funcionário
das no nº I do art. 141; público, em apreciação ou informação que preste no cum-
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o primento de dever do ofício.
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde
pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensi- Retratação
vo à sua reputação: Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se re-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. trata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento
de pena.
Exceção da verdade Parágrafo único.  Nos casos em que o querelado tenha
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o
relativa ao exercício de suas funções. ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofen-
sa.      (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoi-
calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode to) anos;  (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las V – se o crime é praticado com fins libidinosos.  (Incluí-
ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela do pela Lei nº 11.106, de 2005)
ofensa. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Redução a condição análoga à de escravo
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escra-
deste Código, e mediante representação do ofendido, no vo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de
3o do art. 140 deste Código.       (Redação dada pela Lei nº trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua loco-
12.033.  de 2009) moção em razão de dívida contraída com o empregador ou
preposto:(Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
CAPÍTULO VI Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL pena correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº
SEÇÃO I 10.803, de 11.12.2003)
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL § 1o Nas mesmas penas incorre quem:  (Incluído pela
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Constrangimento ilegal I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de tra-
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qual- balho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
quer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou
que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: se apodera de documentos ou objetos pessoais do traba-
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. lhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.(Incluído
pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Aumento de pena
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é co-
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em do-
metido:(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
bro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de
I – contra criança ou adolescente;  (Incluído pela Lei nº
três pessoas, ou há emprego de armas.
10.803, de 11.12.2003)
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as corres-
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, reli-
pondentes à violência.
gião ou origem.  (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consenti-
Tráfico de Pessoas       (Incluído pela Lei nº 13.344, de
mento do paciente ou de seu representante legal, se justi-
ficada por iminente perigo de vida; 2016)  (Vigência)
II - a coação exercida para impedir suicídio. Art. 149-A.  Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, trans-
ferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave
Ameaça ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalida-
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou ges- de de:      (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigência)
to, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do cor-
injusto e grave: po;       (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigência)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de
Parágrafo único - Somente se procede mediante repre- escravo;       (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigên-
sentação. cia)
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;       (Incluí-
Sequestro e cárcere privado do pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigência)
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante se- IV - adoção ilegal; ou       (Incluído pela Lei nº 13.344,
questro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) de 2016)  (Vigência)
Pena - reclusão, de um a três anos. V - exploração sexual.       (Incluído pela Lei nº 13.344,
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: de 2016)  (Vigência)
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônju- Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e mul-
ge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) ta.       (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigência)
anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) § 1o A pena é aumentada de um terço até a metade
II - se o crime é praticado mediante internação da víti- se:       (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigência)
ma em casa de saúde ou hospital; I - o crime for cometido por funcionário público no exer-
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze cício de suas funções ou a pretexto de exercê-las;       (In-
dias. cluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigência)

8
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou Sonegação ou destruição de correspondência


pessoa idosa ou com deficiência;       (Incluído pela Lei nº § 1º - Na mesma pena incorre:
13.344, de 2016)  (Vigência) I - quem se apossa indevidamente de correspondência
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a so-
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de depen- nega ou destrói;
dência econômica, de autoridade ou de superioridade hie-
rárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou fun- Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica
ção; ou       (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigência) ou telefônica
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do terri- II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem
tório nacional.       (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vi- ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou ra-
gência) dioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente entre outras pessoas;
for primário e não integrar organização criminosa.      (In- III - quem impede a comunicação ou a conversação re-
cluído pela Lei nº 13.344, de 2016)  (Vigência) feridas no número anterior;
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioe-
létrico, sem observância de disposição legal.
SEÇÃO II
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMI-
para outrem.
CÍLIO
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de fun-
ção em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefô-
Violação de domicílio nico:
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou as- Pena - detenção, de um a três anos.
tuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de § 4º - Somente se procede mediante representação,
quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em Correspondência comercial
lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado
por duas ou mais pessoas: de estabelecimento comercial ou industrial para, no todo
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir corres-
pena correspondente à violência. pondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é co- Pena - detenção, de três meses a dois anos.
metido por funcionário público, fora dos casos legais, ou Parágrafo único - Somente se procede mediante repre-
com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, sentação.
ou com abuso do poder.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência SEÇÃO IV
em casa alheia ou em suas dependências: DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SE-
I - durante o dia, com observância das formalidades GREDOS
legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum Divulgação de segredo
crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo
§ 4º - A expressão «casa» compreende: de documento particular ou de correspondência confiden-
I - qualquer compartimento habitado; cial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação
possa produzir dano a outrem:
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
III - compartimento não aberto ao público, onde al-
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Pa-
guém exerce profissão ou atividade.
rágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 5º - Não se compreendem na expressão «casa»:
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do pa- sistemas de informações ou banco de dados da Adminis-
rágrafo anterior; tração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e mul-
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
SEÇÃO III § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pú-
DOS CRIMES CONTRA A blica, a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA nº 9.983, de 2000)

Violação de correspondência Violação do segredo profissional


Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de cor- Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de
respondência fechada, dirigida a outrem: que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:

9
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.


Parágrafo único - Somente se procede mediante repre- CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
sentação.

Invasão de dispositivo informático  (Incluído pela Lei


nº 12.737, de 2012)      Vigência CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Art. 154-A.  Invadir dispositivo informático alheio, co-
nectado ou não à rede de computadores, mediante vio- O Título II da parte especial do Código Penal Brasileiro,
lação indevida de mecanismo de segurança e com o fim faz referências aos Crimes Contra o Patrimônio.
de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem
autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou Considera-se patrimônio de uma pessoa , os bens, o
instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:      (In- poderio econômico, a universalidade de direitos que te-
cluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência nham expressão econômica para a pessoa. Considera-se
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e mul- em geral, o patrimônio como universalidade de direitos.
ta.(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência Vale dizer como uma unidade abstrata, distinta, diferente
§ 1o  Na mesma pena incorre quem produz, oferece, dos elementos que a compõem isoladamente considera-
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de dos.
Além desse conceito jurídico, que é próprio do direito
computador com o intuito de permitir a prática da con-
privado, há uma noção econômica de patrimônio e, segun-
duta definida no  caput.(Incluído pela Lei nº 12.737, de do a qual, ele consiste num complexo de bens, através dos
2012)     Vigência quais o homem satisfaz suas necessidades.
§ 2o  Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se
da invasão resulta prejuízo econômico.(Incluído pela Lei nº Cabe lembrar, que o direito penal em relação ao direito
12.737, de 2012)     Vigência civil, ao direito econômico, ele é autônomo e constitutivo,
§ 3o  Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de e por isso mesmo quando tutela bens e interesses jurídicos
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou já tutelados por outros ramos do direito, ele o faz com au-
industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou tonomia e de um modo peculiar.
o controle remoto não autorizado do dispositivo invadi-
do:(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência A tutela jurídica do patrimônio no âmbito do Códi-
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e go Penal Brasileiro, é sem duvida extensamente realizada,
multa, se a conduta não constitui crime mais grave.(Incluí- mas não se pode perder jamais em conta, a necessidade
do pela Lei nº 12.737, de 2012)    Vigência de que no conceito de patrimônio esteja envolvida uma
§ 4o  Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a noção econômica, um noção de valor material econômico
dois terços se houver divulgação, comercialização ou trans- do bem.
missão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou infor-
FURTO
mações obtidos.(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)    Vi-
gência O primeiro é o crime de furto descrito no artigo 155 do
§ 5o  Aumenta-se a pena de um terço à metade se o Código Penal Brasileiro, em sua forma básica: “subtrair, para
crime for praticado contra:(Incluído pela Lei nº 12.737, de si ou para outrem, coisa alheia móvel: pena – reclusão, de 1
2012)     Vigência (um) a 4 (quatro) anos, e multa”.
I - Presidente da República, governadores e prefei-
tos;(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)      Vigência O conceito de furto pode ser expresso nas seguintes
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;(Incluído palavras: furto é a subtração de coisa alheia móvel para
pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência si ou para outrem sem a pratica de violência ou de grave
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado ameaça ou de qualquer espécie de constrangimento físico
Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara ou moral à pessoa. Significa pois o assenhoramento da coi-
Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou- sa com fim de apoderar-se dela com ânimo definitivo.
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Quanto a objetividade jurídica do furto é preciso res-
IV - dirigente máximo da administração direta e in- saltar uma divergência na doutrina: entende-se que é pro-
direta federal, estadual, municipal ou do Distrito Fede- tegida diretamente a posse e indiretamente a propriedade
ral.      (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)   Vigência ou, em sentido contrário, que a incriminação no caso de
furto, visa essencial ou principalmente a tutela da proprie-
dade e não da posse. É inegável que o dispositivo protege
Ação penal       (Incluído pela Lei nº 12.737, de
não só a propriedade como a posse, seja ela direta ou indi-
2012)     Vigência reta além da própria detenção1.
Art. 154-B.  Nos crimes definidos no art. 154-A, somen-
te se procede mediante representação, salvo se o crime é Devemos si ter primeiro o bem jurídico daquele que é
cometido contra a administração pública direta ou indireta afetado imediatamente pela conduta criminosa. Vale dizer
de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Fe- que a vítima de furto não é necessariamente o proprietário
deral ou Municípios ou contra empresas concessionárias da coisa subtraída, podendo recair a sujeição passiva sobre
de serviços públicos.      (Incluído pela Lei nº 12.737, de o mero detentor ou possuidor da coisa.
2012)      Vigência

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Qualquer pessoa pode praticar o crime de furto, não O consentimento da vítima na subtração elide o crime,
exige além do sujeito ativo qualquer circunstância pessoal já que o patrimônio é um bem disponível, mas se ele ocorre
específica. Vale a mesma coisa para o sujeito passivo do cri- depois da consumação, é evidente que sobrevivi o ilícito
me, sendo ela física ou jurídica, titular da posse, detenção penal.
ou da propriedade.
O delito de furto também pode ser praticado entre:
O núcleo do tipo é subtrair, que significa tirar, retirar, cônjuges, ascendentes e descendentes, tios e sobrinhos,
abrangendo mesmo o apossamento à vista do possuidor entre irmãos.
ou proprietário.
O direito romano não admitia, nesses casos, a ação pe-
O crime de furto pode ser praticado também através nal. Já o direito moderno não proíbe o procedimento penal,
de animais amestrados, instrumentos etc. Esse crime será mas isenta de pena, como elemento de preservação da vida
de apossamento indireto, devido ao emprego de animais, familiar.
caso contrário é de apossamento direto.
Para se definir o momento da consumação, existem
Reina uma única controvérsia, tendo em vista o desen-
duas posições:
volvimento da tecnologia, quanto a subtração praticada
com o auxílio da informática, se ela resultaria de furto ou
crime de estelionato. Tenho para mim, que não podemos 1) atinge a consumação no momento em que o obje-
“aprioristicamente” ter o uso da informática como meio de to material é retirado de posse e disponibilidade do sujeito
cometimento de furto ou mesmo estelionato, pois é pre- passivo, ingressando na livre disponibilidade do autor, ainda
ciso analisar, a cada conduta, não apenas a intenção do que não obtenha a posse tranquila4;
agente, mas o modo de operação do agente através da 2) quando exige-se a posse tranquila, ainda que por
informática. breve tempo. 5

O objeto material do furto é a coisa alheia móvel. Coisa Temos a seguinte classificação para o crime de furto:
em direito penal representa qualquer substância corpórea, comum quanto ao sujeito, doloso, de forma livre, comissivo
seja ela material ou materializável, ainda que não tangí- de dano, material e instantâneo.
vel, suscetível de apreciação e transporte, incluindo aqui os A ação penal é pública incondicionada, exceto nas hi-
corpos gasosos, os instrumentos , os títulos, etc.2. póteses do artigo 182 do Código Penal Brasileiro, que é
condicionada à representação.
O homem não pode ser objeto material de furto, con-
forme o fato, o agente pode responder por sequestro ou O crime de furto pode ser de quatro espécies: furto
cárcere privado, conforme artigo 148 do Código Penal Bra- simples, furto noturno, furto privilegiado e furto qualificado
sileiro, ou subtração de incapazes artigo 249.
FURTO DE USO
Afirma-se na doutrina que somente pode ser objeto de
furto a coisa que tiver relevância econômica, ou seja, va- Furto de uso é a subtração de coisa apenas para usu-
lor de troca, incluindo no conceito, a ideia de valor afetivo fruí-la momentaneamente, está prevista no art. 155 do Có-
(o que eu acho que não tem validade jurídica penal). Já a digo Penal Brasileiro, para que seja reconhecível o furto de
jurisprudência invoca o princípio da insignificância, consi- uso e não o furto comum, é necessário que a coisa seja res-
derando que se a coisa furtada tem valor monetário irrisó- tituída, devolvida, ao possuidor, proprietário ou detentor de
rio, ficará eliminada a antijuridicidade do delito e, portanto,
que foi subtraída, isto é, que seja reposta no lugar, para que
não ficará caracterizado o crime.
o proprietário exerça o poder de disposição sobre a coisa
subtraída. Fora daí a exclusão do “animus furandi” depen-
Furto é crime material, não existindo sem que haja
desfalque do patrimônio alheio. Coisa alheia é a que não derá de prova plena a ser oferecida pelo agente.
pertence ao agente, nem mesmo parcialmente. Por essa
razão não comete furto e sim o crime contido no artigo 346 Os tribunais tem subordinado o reconhecimento do
(Subtração ou Dano de Coisa Própria em Poder de Terceiro) furto de uso a efetiva devolução ou restituição, afirmando
do Código Penal Brasileiro, o proprietário que subtrai coisa que há furto comum se a coisa é abandonada em local dis-
sua que está em poder legitimo de outro3. tante ou diverso ou se não é recolocada na esfera de vigi-
lância de seu dono. Há ainda entendimentos que exigem
O crime de furto é cometido através do dolo que é que a devolução da coisa, além de ser feita no mesmo lugar
a vontade livre e consciente de subtrair, acrescido do ele- da subtração seja feita em condições de restituição da coi-
mento subjetivo do injusto também chamado de “dolo sa em sua integridade e aparência interna e externa, assim
específico”, que no crime de furto está representado pela como era no momento da subtração.
idéia de finalidade do agente, contida da expressão “para
si ou para outrem”. Independe todavia de intuito, objetivo Vale dizer a coisa devolvida assemelha-se em tudo e
de lucro por parte do agente, que pode atuar por vingança, por tudo em sua aparência interna e externa à coisa sub-
capricho, liberalidade. traída6.

11
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

FURTO NOTURNO A doutrina e a jurisprudência têm exigido além desses


dois requisitos já citados, que o agente não revele persona-
O Furto Noturno, está previsto no § 1º do artigo 155: lidade ou antecedentes comprometedores, indicativos da
“apena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado existência de probabilidade, de voltar a delinquir.
durante o repouso noturno”7. A pena pode-se substituir a de reclusão pela de deten-
ção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
É furto agravado ou qualificado o praticado durante multa.
o repouso noturno, aumenta-se de 1/3 artigo 155 §1º , a
razão da majorante está ligada ao maior perigo que está O § 3º do artigo 155 faz menção à igualdade entre
submetido o bem jurídico diante da precariedade de vigi- energia elétrica, ou qualquer outra que tenha valor eco-
lância por parte de seu titular. nômico à coisa móvel, também a caracterizando como cri-
Basta que ocorra a cessação da vigilância da vítima, me10.
que, dormindo, não poderá efetivá-la com a segurança e
a amplitude com que a faria, caso estivesse acordada, para A jurisprudência considera essa modalidade de furto
como crime permanente, pois o agente pratica uma só
que se configure a agravante do repouso noturno.
ação, que se prolonga no tempo.
Repouso noturno é o tempo em que a cidade repousa,
é variável, dependendo do local e dos costumes.
FURTO QUALIFICADO
É discutida pela doutrina e pela jurisprudência a cerca
da necessidade do lugar, ser habitado ou não, para se dar Em determinadas circunstâncias são destacadas o §4º
a agravante. A jurisprudência dominante nos tribunais é no do art. 155, para configurar furto qualificado, ao qual é co-
sentido de excluir a agravante, se o furto é praticado em minada pena autônoma sensivelmente mais grave: “reclu-
lugar desabitado, pois evidente se praticado desta forma são de 2 à 8 anos seguida de multa”.
não haveria, mesmo durante a época o momento do não São as seguintes as hipóteses de furto qualificado:
repouso, a possibilidade de vigilância que continuaria a ser se o crime é cometido com destruição ou rompimento
tão precária quanto este momento de repouso. de obstáculos à subtração da coisa; está hipótese trata da
Porém, como diz o mestre Magalhães Noronha “para destruição, isto é, fazer desaparecer em sua individualidade
nós, existe a agravante quando o furto se dá durante o ou romper, quebrar, rasgar, qualquer obstáculo móvel ou
tempo em que a cidade ou local repousa, o que não impor- imóvel a apreensão e subtração da coisa.
ta necessariamente seja a casa habitada ou estejam seus A destruição ou rompimento deve dar-se em qualquer
moradores dormido. Podem até estar ausente, ou desabi- momento da execução do crime e não apenas para apreen-
tado o lugar do furto”. são da coisa. Porém é imprescindível que seja comprovada
A exposição de motivos como a do mestre Noronha, é pericialmente, nem mesmo a confissão do acusado supre a
a que se iguala ao meu parecer, pois é prevista como agra- falta da perícia11 .
vante especial do furto a circunstância de ser o crime prati- Trata-se de circunstância objetiva e comunicável no
cado durante o período do sossego noturno8, seja ou não caso de concurso de pessoas, desde que o seu conteúdo
habitada a casa, estejam ou não seus moradores dormindo, haja ingressado na esfera do conhecimento dos participan-
cabe a majoração se o delito ocorreu naquele período. tes.
A segunda hipótese é quando o crime é cometido com
Furto em garagem de residência, também há duas po- abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou des-
sições, uma em que incide a qualificadora, da qual o Pro- treza.
fessor Damásio é partidário, e outra na qual não incide a Há abuso de confiança quando o agente se prevalece
de qualidade ou condição pessoal que lhe facilite à pratica
qualificadora.
do furto. Qualifica o crime de furto quando o agente se
serve de algum artifício para fazer a subtração12.
FURTO PRIVILEGIADO ou mínimo
Mediante fraude é o meio enganoso capaz de iludir a
vigilância do ofendido e permitir maior facilidade na sub-
O furto privilegiado está expresso no § 2º do artigo tração do objeto material. O furto mediante fraude distin-
155: “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a gue-se do estelionato, naquele a fraude é empregada para
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela iludir a atenção e vigilância do ofendido, que nem percebe
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar so- que a coisa lhe está sendo subtraída; no estelionato, ao
mente a pena de multa”. contrário, a fraude antecede o apossamento da coisa e é
Vale dizer que é uma forma de causa especial de di- a causa de sua entrega ao agente pela vítima; esta entrega
minuição de pena. Existem requisitos para que se dê essa a coisa iludida, pois a fraude motivou seu consentimento.
causa especial: É ainda qualificadora a penetração no local do furto
- O primeiro requisito para que ocorra o privilégio é ser por via que normalmente não se usa para o acesso, sendo
o agente primário, ou seja, que não tenha sofrido em razão necessário o emprego de meio artificial, é no caso de
de outro crime condenação anterior transitada em julgado. escalada, que não se relaciona necessariamente com a
- O segundo requisito é ser de pequeno valor a coisa ação de galgar ou subir. Também deve ser comprovada por
subtraída. meio de perícia, assim como o rompimento de obstáculo.

12
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Tentativa, é admissível. Via de regra, a prisão em fla- A vontade de subtrair configura o momento subjetivo,
grante indica delito tentado nos casos de furto, por não fala-se em dolo específico na doutrina, na expressão “para
chegar o agente a ter a posse tranquila da coisa subtraída, si ou para outrem”.
que não ultrapassa a esfera de vigilância da vítima. A pena culminada para furto de coisa comum é alter-
Há ainda a tentativa frustrada, citarei um exemplo: um nativa de detenção de 6 (seis) meses à 2 (dois) anos ou
batedor de carteira segue uma pessoa durante vários dias. multa. Dá-se ao juiz a margem para individualização da
Decide, então, subtrair, do bolso interno do paletó da víti- pena tendo em vista as circunstâncias do caso concreto.
ma, envelope que julga conter dinheiro. Furtado o envelo-
pe, o batedor de carteira é apanhado. Chegando à Delega- ROUBO
cia, verifica-se que o envelope estava vazio, pois, naquele A ação penal é pública, porém depende de represen-
dia, a vítima esquecera o dinheiro em casa. O agente será tação da parte
responsabilizado pelo crime nesse exemplo? Não, pois a Como expresso no artigo 157 do Código Penal Brasi-
ausência do objeto material do delito faz do evento um leiro: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
crime impossível. mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois
O último é a qualificadora da destreza, que se dá quan- de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilida-
do a subtração se dá dissimuladamente com especial habi- de de resistência: pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)
lidade por parte do agente, onde a ação, sem emprego de anos, e multa”.
violência, em situação em que a vítima, embora consciente Trata-se de crime contra o patrimônio, em que é atingi-
e alerta, não percebe que está tendo os bens furtados. O do também a integridade física ou psíquica da vítima.
arrebatamento violento ou inopinado não a configura. É um crime complexo, onde o objeto jurídico imediato
do crime é o patrimônio, e tutela-se também a integridade
A terceira hipótese é o emprego de chave falsa. corporal, a saúde, a liberdade e na hipótese de latrocínio a
Constitui chave falsa qualquer instrumento ou enge- vida do sujeito passivo.
nho de que se sirva o agente para abrir fechadura e que te- O Roubo também é um delito comum, podendo ser
nha ou não o formato de uma chave, podendo ser grampo, cometido por qualquer pessoa, dando-se o mesmo com
pedaço de arame, pinça, gancho, etc. O exame pericial da o sujeito passivo. Pode ocorrer a hipótese de dois sujeitos
chave ou desse instrumento é indispensável para a caracte- passivos: um que sofre a violência e o titular do direito de
rização da qualificadora propriedade.
Como no Furto, a conduta é subtrair, tirar a coisa mó-
A Quarta e última hipótese é quando ocorre median- vel alheia, mas faça-se necessário que o agente se utilize
te concurso de duas ou mais pessoas, quando praticado de violência, lesões corporais, ou vias de fato, como grave
nestas circunstâncias, pois isto revela uma maior periculo- ameaça ou de qualquer outro meio que produza a possibi-
sidade dos agentes, que unem seus esforços para o crime. lidade de resistência do sujeito passivo.14
No caso de furto cometido por quadrilha, responde A vontade de subtrair com emprego de violência, gra-
por quadrilha pelo artigo 288 do Código Penal Brasileiro ve ameaça ou outro recurso análogo é o dolo do delito
seguido de furto simples, ficando excluída a qualificado- de roubo. Exige-se porém, o elemento subjetivo do tipo, o
ra13, chamado dolo específico, idêntico ao do furto, para si ou
Concurso de qualificadoras, o agente incidindo em para outrem, é que se dá a subtração.
duas qualificadoras, apenas uma qualifica, podendo servir
a outra como agravante comum. Há uma figura denominada roubo impróprio que vem
definido no art.157 §1º do Código Penal Brasileiro: “na
FURTO DE COISA COMUM mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coi-
Este crime está definido no art. 156 do Código Penal sa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a
Brasileiro, que diz: “Subtrair o condômino, coerdeiro, ou fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a de- coisa para si ou para terceiro”. Nesse caso a violência ou
tém, a coisa comum: pena – detenção, de 6 (seis) meses à 2 a grave ameaça ocorre após a consumação da subtração,
(dois) anos, ou multa”. visando o agente assegurar a posse da coisa subtraída ou a
A razão da incriminação é de que o agente subtraia impunidade do crime.
coisa que pertença também a outrem. Este crime constitui A violência posterior ou roubo para assegurar a sua im-
caso especial de furto, distinguindo-se dele apenas as re- punidade, deve ser imediato para caracterização do roubo
lações existentes entre o agente e o lesado ou os lesados. impróprio.
Sujeito ativo, somente pode ser o condômino, copro- A consumação do roubo impróprio ocorre com a vio-
prietário, coerdeiro ou o sócio. Esta condição é indispen- lência ou grave ameaça desde que já ocorrido a subtração,
sável e chega a ser uma elementar do crime e por tanto é não se consumando esta, tem se entendido que o agente
transmitido ao partícipe estranho nos termos do artigo 29 deverá ser responsabilizado por tentativa de furto em con-
do Código Penal Brasileiro. curso com o crime de lesões corporais.
Sujeito passivo será sempre o condomínio, coproprie- Consuma-se no momento em que o agente retira o
tário, coerdeiro ou o sócio, não podendo excluir-se o ter- objeto material da esfera de disponibilidade da vítima,
ceiro possuidor legítimo da coisa. mesmo que não haja a posse tranquila.

13
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Tentativas, quanto ao roubo próprio ela é admitida, Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou
visto podendo ocorrer quando o sujeito, após empregar grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
a violência ou grave ameaça contra a pessoa, por motivos outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que
alheios a sua vontade, não consegue efetuar a subtração. se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Já a tentativa para o crime de roubo impróprio temos Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
duas correntes: § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas,
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço
Sua classificação doutrinária é de crime comum quanto
até metade.
ao sujeito, doloso, de forma livre, de dano, material e ins-
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência
tantâneo. Tendo ação penal pública incondicionada.
o disposto no § 3º do artigo anterior.
ROUBO E LESÃO CORPORAL GRAVE § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da
Nos termos do artigo 157 § 3º do Código Penal Brasilei- liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
ra primeira parte, é qualificado roubo quando: “da violência obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão,
resulta lesão corporal de natureza grave, fixando-se a pena de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
num patamar superior ao fixado anteriormente, aqui reclu- corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no
são de 5 (cinco) à 15 (quinze) anos, além da multa”. art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº
É indispensável que a lesão seja causada pela violência, 11.923, de 2009)
não estando o agente, sujeito às penas previstas pelo
dispositivo em estudo, se o evento decorra de grave ameaça, È um crime comum, formal ou material, de forma livre,
como enfarte, choque ou do emprego de narcóticos. instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, comissivo,
Haverá no caso roubo simples seguido de lesões corporais doloso, de dano, complexo e admite tentativa.
de natureza grave em concurso formal.
A conduta consiste em constranger (obrigar, forcar,
A lesão poderá ser sofrida pelo titular do direito ou em
um terceiro. coagir), mediante violência (física: vias de fato ou lesão
Se o agente fere gravemente a vítima mas não corporal) ou grave ameaça (moral: intimidação idônea ex-
consegue subtrair a coisa, há só a tentativa do artigo 157 § plicita ou explicita que incute medo no ofendido) com o
3º 1ª parte (TACrim SP, julgados 72:214). objetivo de obter para si ou para outrem indevida (injusta,
ilícita) vantagem econômica (qualquer vantagem seja de
ROUBO SEGUIDO DE MORTE - LATROCÍNIO coisa móvel ou imóvel).
Comina-se pena de reclusão de 20 à 30 anos se resulta Haverá constrangimento ilegal se a vantagem não for
a morte, as mesmas considerações referentes aos crimes econômica e exercício arbitrário das próprias razoes se a
qualificados pelo resultado, podem ser aqui aplicadas. vantagem for devida.
O artigo da Lei 8072/90 (Lei dos Crimes Hediondos),
em conformidade com o artigo 5º XLIII, da Constituição Tipo subjetivo
Federal Brasileira, considera crime de latrocínio Hediondo. O tipo é composto de dolo duplo: o primeiro constituí-
Nos termos legais o Latrocínio não exige que o evento
do pela vontade livre e consciente de constranger alguém
morte seja desejado pelo agente, basta que ele empregue
violência para roubar e que dela resulte a morte para que mediante violência ou grave ameaça, dolo genérico; o se-
se tenha caracterizado o delito. gundo exige o elemento subjetivo do tipo específico na
É indiferente porém, que a violência tenha sido exerci- expressão “com intuito de”.
da para o fim da subtração ou para garantir, depois desta, a
impunidade do crime ou a detenção da coisa subtraída18 . Consumação
Ocorre latrocínio ainda que a violência atinja pessoa Discute-se na doutrina se o crime de extorsão é for-
diversa daquela que sofre o desapossamento da coisa. Ha- mal ou material. Para os que o consideram formal, a con-
verá no entanto um só crime com dois sujeitos passivos. sumação ocorre independentemente do resultado. Basta
A consumação do latrocínio ocorre com a efetiva sub- ser idôneo ao constrangimento imposto à vítima, sendo
tração e a morte da vítima, embora no latrocínio haja mor- irrelevante a enfeitava obtenção da vantagem econômica
te da vítima, ele é um crime contra o patrimônio, sendo Juiz indevida.
singular e não do Tribunal do Júri, essa é a posição válida, O comportamento da vítima nesse caso é fundamen-
Pena: reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
tal para a consumação do delito. É a indispensabilidade da
multa, conforme alteração do artigo 6º da Lei n.º. 8072/90.
conduta do sujeito passivo para a consumação do crime,
Conforme o artigo 9º dessa lei, a pena é agravada de me-
tade quando a vítima se encontra nas condições do artigo se o constrangimento for sério, idôneo o suficiente para
224 do Código Penal Brasileiro: “presunção de violência”. ensejar a ação ou omissão da vítima em detrimento do seu
patrimônio, perfaz-se o tipo penal do art. 168 do CP.
EXTORSÃO Da outra parte, se entendido como crime material, a
O crime de extorsão é formal e consuma-se no mo- consumação se dará com obtenção de indevida vantagem
mento e no local em que ocorre o constrangimento para econômica. Seguimos esse entendimento, para nós o crime
que se faça ou se deixe de fazer alguma coisa. Súmula nº de extorsão é material consumando-se com a efetiva ob-
96 do Superior Tribunal de Justiça. tenção indevida vantagem econômica.

14
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Tentativa EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADA


Admite-se quer considerando o crime formal ou mate- Se o sequestro dura mais de 24h, se o sequestrado é
rial. Surge quando a vítima mesmo constrangida, mediante menor de 18 e maior que 60 anos, ou se o crime é cometi-
violência ou grave ameaça, não realiza a condita por cir- do por bando ou quadrilha a pena será de reclusão de 12
cunstâncias alheias à vontade do agente. A vítima, então a 20 anos. Quanto maior o tempo em que a vítima estiver
não se intimida, vence o medo e denuncia o fato a polícia. em poder do criminoso, maior será o dano à saúde e inte-
gridade física.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (art. 159) Quanto ao crime cometido por bando ou quadrilha,
Na extorsão mediante sequestro, diferentemente da entende-se como a reunião permanente de mais de três
extorsão do art. 158, a vantagem pode ser qualquer uma pessoas para cometer e não uma reunião ocasional para
(inclusive econômica). Trata-se de crime hediondo em to- cometer o sequestro
das as suas modalidades, havendo privação da liberdade da
vítima para se obter a vantagem. É crime complexo, resul- EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO COM LESÃO
tante da extorsão + sequestro ou cárcere privado (é o que CORPORAL GRAVE.
diz a doutrina, mas eu não concordo, visto que a extorsão Se o fato resulta lesão corporal de natureza grave a
exige finalidade de obter vantagem econômica indevida). pena será de reclusão de 16 a 24 anos; se resulta a morte a
pena será de reclusão de 24 a 30 anos. Observa-se de ime-
Se o sequestro for para obtenção de qualquer van-
diato a diferença deste delito com o de roubo qualificado
tagem devida, haverá o crime de exercício arbitrário das pelo resultado. No art. 157 do CP a lei diz: “se da violência
próprias razões em concurso material com o sequestro ou resultar lesão grave ou morte”; logo, num roubo em que
cárcere privado. vítima cardíaca diante de uma ameaça vem a falecer, haverá
Apesar de o tipo se referir a “qualquer vantagem”, não roubo em concurso material com homicídio e não latrocí-
haverá o crime se a vantagem não tiver algum valor econô- nio. O tipo exige o emprego da violência. Na extorsão me-
mico. Isso se depreende da interpretação sistêmica do tipo, diante sequestro a lei menciona: “se dos ato resultar lesão
que está inserido no Título II, relativo aos crimes contra o grave ou morte”, pouco importando para qualificar o delito
patrimônio. que a lesão grave seja culposa ou dolosa.. Evidentemente,
Não influi na caracterização do crime o fato de a ví- se a lesão grave ou morte resultar de caso fortuito ou força
tima ser transportada para algum lugar ou ser retida em maior, o resultado agravados não poderá ser imputado ao
agente.
sua própria casa. Ademais, o sequestro deve se dar como
condição ou preço do resgate. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO E TORTURA
Sujeito passivo Entendemos que os institutos possuem objetividades
Pode ser qualquer pessoa, inclusive pessoa jurídica, jurídicas distintas e autônomas. Na extorsão são mediante
que pode ter, v.g., um de seus sócios sequestrados para que sequestro ofende-se o patrimônio, a liberdade de ir e vir e
seja efetuado o pagamento. Determina-se o sujeito passivo a vida. Na tortura atinge-se a dignidade humana, consubs-
de acordo com a pessoa que terá o patrimônio lesado. tanciada na integridade física e mental. Cm efeito, a nosso,
Se a pessoa que sofre a privação da liberdade for dife- juízo, nada impede o reconhecimento do concurso material
rente daquela que terá seu patrimônio diminuído, haverá de infrações.
apenas um crime, não obstante existirem duas vítimas.
DELAÇÃO PREMIADA
Consumação e tentativa
O benefício somente se aplica quando o crime for co-
Ocorre a consumação quando o agente pratica a con- metido em concurso de pessoas, devendo o acusado for-
duta prevista no núcleo do tipo, quando realiza o sequestro necer às autoridades elementos capazes de facilitar a reso-
privando a vítima da liberdade por tempo juridicamente re- lução do crime. Causa obrigatória de diminuição de pena
levante, ainda que não aufira a vantagem qualquer e ain- se preenchidos os requisitos estabelecidos pelo parágrafo
da que nem tenha sido pedido o resgate. Logo, o crime é 4º do art. 159, qual seja, denúncia à autoridade ( juiz, dele-
formal. gado ou promotor) feita por um dos concorrentes, e esta
“A extorsão mediante sequestro, como crime formal ou facilitar a libertação da vítima. Faz-se mister salientar que,
de consumação antecipada, opera-se com a simples priva- se não houver a libertação do sequestrado, mesmo haven-
ção da liberdade de locomoção da vítima, por tempo juri- do delação do coautor, não haverá diminuição de pena.
dicamente relevante. Ainda que o sequestrado não tenha
Não se confunde com a confissão espontânea, pois
sido conduzido ao local de destino, o crime está consuma- nesta o agente garante confessa sua participação no crime,
do” (MIRABETE, Julio Fabbrini. Código Penal Interpretado. sem incriminar outrem.
6ª edição. São Paulo: Atlas. 2007, pág. 1.476).
Perfeitamente possível a tentativa, já que a execução EXTORSÃO INDIRETA
do crime requer um iter criminis desdobrado em vários Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida,
atos. Porém, difícil de se configurar. Hipótese seria aquela abusando da situação de alguém, documento que pode
em que os agentes são flagrados logo após colocarem a dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou con-
vítima no carro, pois aí não teriam privado sua liberdade tra terceiro:
por tempo juridicamente relevante. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

15
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Classificação doutrinária II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, es-


Crime comum, doloso, de dano, formal (exigir) e ma- calada ou destreza;
terial (receber), instantâneo, comissivo, de forma vinculada, III - com emprego de chave falsa;
unissubjetivo, unissubsistente (exigir) ou plurissubsistente IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
(receber) e admite tentativa. § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a
A conduta recai sobre o documento que pode dar cau- subtração for de veículo automotor que venha a ser trans-
sa a um procedimento criminal contra o devedor, como a portado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela
confissão de um crime, a falsificação de um título de crédi- Lei nº 9.426, de 1996)
to, uma duplicata fria etc. § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se
A conduta consiste ainda em exigir (obrigar, ordenar) a subtração for de semovente domesticável de produção,
ou receber (aceitar) um documento que pode dar causa a ainda que abatido ou dividido em partes no local da sub-
procedimento criminal contra a vítima ou terceiro. É abusar tração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
da situação daquele que necessita urgentemente de auxílio
financeiro. Necessário para a configuração do delito que o Furto de coisa comum
documento exigido ou recebido pelo agente, que pode ser Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio,
público ou particular, se preste a instauração de inquérito para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a
policial contra o ofendido. Não se exige a instauração do coisa comum:
procedimento criminal, basta que o documento em poder Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
do credor seja potencialmente apto a iniciar o processo. § 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum
Consumação fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito
Na ação de exigir, crime formal, a consumação ocorre o agente.
com a simples exigência do documento pelo extorcionário.
A iniciativa aqui é do agente, na conduta de receber, crime CAPÍTULO II
material, a consumação ocorre com o efetivo recebimento DO ROUBO E DA EXTORSÃO
do documento. Nesse caso a iniciativas provém da vítima. Roubo
Tentativa
Na modalidade exigir, entendemos não ser possível Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
sua configuração, embora uma parcela da doutrina a ad- outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
mita com o sovado exemplo, também oferecido nos crimes depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossi-
contra a honra, de a exigência ser reduzida por escrito, mas bilidade de resistência:
não chegar ao conhecimento do ofendido. Na de receber, Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
no entanto, é perfeitamente possível, podendo o iter crimi- § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
nis ser interrompido por circunstâncias alheias à vontade subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou gra-
do agente. ve ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.
TÍTULO II § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego
CAPÍTULO I de arma;
DO FURTO II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valo-
Furto res e o agente conhece tal circunstância.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia IV - se a subtração for de veículo automotor que ve-
móvel: nha a ser transportado para outro Estado ou para o exte-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. rior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restrin-
praticado durante o repouso noturno. gindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a
a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa;
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem
somente a pena de multa. prejuízo da multa.  (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
qualquer outra que tenha valor econômico.
Extorsão
Furto qualificado Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para ou-
se o crime é cometido: trem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à sub- faça ou deixar de fazer alguma coisa:
tração da coisa; Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

16
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, Usurpação de águas


ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de ou-
até metade. trem, águas alheias;
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violên-
cia o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, Esbulho possessório
de 25.7.90 II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça,
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou
liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão pena a esta cominada.
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego
art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº de violência, somente se procede mediante queixa.
11.923, de 2009)
Supressão ou alteração de marca em animais
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado
Extorsão mediante sequestro
ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de proprie-
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para
dade:
si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90  (Vide Lei nº
10.446, de 2002) CAPÍTULO IV
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada DO DANO
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) Dano
horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada
pela Lei nº 10.741, de 2003) Dano qualificado
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada Parágrafo único - Se o crime é cometido:
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza II - com emprego de substância inflamável ou explosi-
grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 va, se o fato não constitui crime mais grave
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Re- III - contra o patrimônio da União, Estado, Município,
dação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 de economia mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Reda- 3.11.1967)
ção dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concor- para a vítima:
rente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,
do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois ter- além da pena correspondente à violência.
ços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
Introdução ou abandono de animais em proprie-
dade alheia
Extorsão indireta
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que
abusando da situação de alguém, documento que pode
o fato resulte prejuízo:
dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou con-
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
tra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou
histórico
CAPÍTULO III Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tomba-
DA USURPAÇÃO da pela autoridade competente em virtude de valor artísti-
co, arqueológico ou histórico:
Alteração de limites Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apro- Alteração de local especialmente protegido
priar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade compe-
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. tente, o aspecto de local especialmente protegido por lei:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

17
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Ação penal II – o valor das contribuições devidas, inclusive aces-


Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu pa- sórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previ-
rágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa. dência social, administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela
CAPÍTULO V Lei nº 9.983, de 2000)
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito
Apropriação indébita ou força da natureza
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda
tem a posse ou a detenção: ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o Apropriação de tesouro
agente recebeu a coisa: I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria,
I - em depósito necessário; no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprie-
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, tário do prédio;
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade compe-
Lei nº 9.983, de 2000)
tente, dentro no prazo de quinze dias.
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e for-
-se o disposto no art. 155, § 2º.
ma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000) CAPÍTULO VI
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e mul- DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar Estelionato
de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra im- ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém
portância destinada à previdência social que tenha sido em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
descontada de pagamento efetuado a segurados, a tercei- fraudulento:
ros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de qui-
de 2000) nhentos mil réis a dez contos de réis.
II – recolher contribuições devidas à previdência so- § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor
cial que tenham integrado despesas contábeis ou custos o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto
relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; no art. 155, § 2º.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
III - pagar benefício devido a segurado, quando as res-
pectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à Disposição de coisa alheia como própria
empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou
de 2000) em garantia coisa alheia como própria;
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente,
espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento Alienação ou oneração fraudulenta de coisa pró-
das contribuições, importâncias ou valores e presta pria
as informações devidas à previdência social, na forma II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia
coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou
definida em lei ou regulamento, antes do início da ação
imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante paga-
fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
mento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
circunstâncias;
aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, Defraudação de penhor
de 2000) III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e an- credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando
tes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição tem a posse do objeto empenhado;
social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

18
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Fraude na entrega de coisa § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qua-


IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de lidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso,
coisa que deve entregar a alguém; pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor;
vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso,
Fraude para recebimento de indenização ou valor metal de ou outra qualidade:
de seguro Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as
consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver Outras fraudes
indenização ou valor de seguro; Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em
hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de
Fraude no pagamento por meio de cheque recursos para efetuar o pagamento:
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Parágrafo único - Somente se procede mediante repre-
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime sentação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar
é cometido em detrimento de entidade de direito público de aplicar a pena.
ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência. Fraudes e abusos na fundação ou administração de
sociedade por ações
Estelionato contra idoso Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for come- fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à
tido contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015) assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da socieda-
de, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Duplicata simulada Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não constitui crime contra a economia popular.
não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não consti-
qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei
tui crime contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de
nº 8.137, de 27.12.1990)
1951)
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por
(Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou co-
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle
municação ao público ou à assembleia, faz afirmação fal-
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Regis-
sa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
tro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968)
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por
Abuso de incapazes
qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros tí-
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
tulos da sociedade;
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alie-
nação ou debilidade mental de outrem, induzindo qual- III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
quer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos
jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assem-
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. bleia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por
Induzimento à especulação conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da lei o permite;
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédi-
de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à to social, aceita em penhor ou em caução ações da própria
especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou de- sociedade;
vendo saber que a operação é ruinosa: VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui
lucros ou dividendos fictícios;
Fraude no comércio VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação
o adquirente ou consumidor: de conta ou parecer;
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
falsificada ou deteriorada; IX - o representante da sociedade anônima estrangeira,
II - entregando uma mercadoria por outra: autorizada a funcionar no País, que pratica os atos mencio-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. nados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio
anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem da União, Estado, Município, empresa concessionária de
para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena
assembleia geral. prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído
pela Lei nº 9.426, de 1996)
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
“warrant” Receptação de animal
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou war- Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir,
rant, em desacordo com disposição legal: ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. produção ou de comercialização, semovente domesticá-
vel de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
Fraude à execução que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei nº
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, 13.330, de 2016)
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Parágrafo único - Somente se procede mediante quei-
xa. CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer
dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº
Receptação 10.741, de 2003)
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, Art. 182 - Somente se procede mediante representa-
de 1996) ção, se o crime previsto neste título é cometido em prejuí-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Reda- zo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
ção dada pela Lei nº 9.426, de 1996) I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
9.426, de 1996) Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, anteriores:
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, ex- I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em ge-
por à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito ral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou pessoa;
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Re- II - ao estranho que participa do crime.
dação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 10.741, de 2003)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercício em residência. (Reda- CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
ção dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua nature-
za ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA.
meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou Crimes Contra a Fé Pública
ambas as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Os crimes contra a fé pública são crimes de perigo abs-
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido trato, porque neles o tipo não faz referência ao perigo. As-
ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. sim, há de se questionar, por exemplo, o seguinte: alguém
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) falsificou uma cédula, mas é uma cédula de três reais, exis-
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primá- tiu o crime de falso de moeda?
rio, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, Poderia se levar a pensar que sim, o legislador não fala
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se que a moeda tenha que ser essencialmente corresponden-
o disposto no § 2º do art. 155.  (Incluído pela Lei nº 9.426, te a uma que exista. Mas a resposta seria não, inclusive a
de 1996) súmula 73 do STJ nos auxiliaria a dizer isto. A súmula 73 diz

20
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

assim: o papel moeda grosseiramente falsificado não con- O tipo se caracteriza por ser misto alternativo. Eviden-
figura crime de moeda falsa, mas sim estelionato em tese, temente que se o agente falsifica a moeda e a faz circular,
de competência da JE. Qual o raciocínio que se emprega? responderá por um só crime, já que a circulação é mero
Malgrado seja um crime de perigo abstrato, a con- exaurimento.
duta praticada não dispensa a idoneidade para a de- O agente precisa ter conhecimento da falsidade. Se ele
monstração da possibilidade de o perigo acontecer. As recebe a moeda e a faz circular sem saber, não responde
condutas têm que ter idoneidade suficiente a produzir pe- pelo crime.
rigo, o que não significa dizer que o perigo seja exigido, Aliás, o dolo é algo muito difícil de se comprovar nes-
são coisas diversas. Há como descaracterizar a idoneidade ses crimes. Isso porque o agente sempre nega a autoria,
em termos abstratos, e não concretos, como seria o caso. alegando que desconhecia a falsidade. O juiz deve se aten-
Uma cédula de três reais pode expor a risco a fé pública? tar para as máximas da experiência, para o modus operan-
Não, nem em abstrato. di do agente, a fim de captar a prática do crime. É o que
ocorre, por exemplo, quando o agente utiliza a moeda na
Moeda Falsa (art. 289) calada da noite, com pessoas humildes, quando já tenha
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moe- tentado trocar a moeda anteriormente etc. Baltazar sugere
da metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no que se atente para os seguintes dados:
estrangeiro: Quantidade de cédulas encontradas com o agente;
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. Modo de introdução em circulação;
A fabricação é ação conhecida como contrafação; Existência de outras cédulas de menor valor em poder
nela, se insere materialmente o objeto em circulação. Já do agente;
a alteração pressupõe a existência de um suporte, o qual Verossimilhança da versão do réu para a origem das
o agente modifica de alguma forma, geralmente para que cédulas;
valha mais. Grau de instrução do agente;
O bem jurídico protegido é a fé pública, ou seja, a se- Local onde guarda as cédulas.
gurança da sociedade em relação à moeda, ao meio circu- Trata-se de crime formal e de perigo abstrato, sendo
lante e à circulação monetária. irrelevantes, para a consumação, a obtenção da vantagem
Moeda de curso legal é aquela de recebimento obri- indevida para o agente ou de prejuízo para terceiros.
gatório, por força de lei, que não pode ser recusada no co-
mércio. Ela pode se referir tanto a moeda metálica quanto Concurso de Crimes
ao papel-moeda. Se o aceite de outra moeda for meramen- Se o agente introduz em circulação várias cédulas ou
te convencional, não restará caracterizado o crime (pode moedas, no mesmo contexto, há crime único.
haver, em tese, o estelionato). Se ele introduz moedas em locais próximos, num mes-
mo contexto, há entendimento de ser crime único e crime
O crime se consuma com a simples contrafação ou al- continuado.
teração, sendo indiferente se houve ou não a efetiva intro- Se o agente obtém vantagem econômica indevida, O
dução das moedas falsificadas em circulação; tampouco se ESTELIONATO É ABSORVIDO PELO DELITO DE MOEDA FAL-
exige dano a terceiro. SA, por aplicação do princípio da consunção ou da espe-
A ação penal é pública incondicionada, de compe- cialidade.
tência da Justiça Federal. Como o crime deixa vestígios,
exige-se prova pericial. Competência
É da Justiça Federal, já que afeta a fé pública da União,
Não se admite, predominantemente, a aplicação do ainda que tenha por objeto moeda estrangeira.
princípio da insignificância, sendo irrelevante o número de A competência para processar e julgar esses crimes de
cédulas, seu valor ou o número de pessoas eventualmente moeda falsa é da JF, desde que haja idoneidade, desde que
lesadas. se trate de crime de moeda falsa.
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de Se não houver idoneidade haverá o falso inócuo. A fi-
moeda falsa, pois se trata de delito contra a fé pública, logo gura do falso inócuo, então, é aquela em que a falsificação
não há que falar em desinteresse estatal à sua repressão existiu, mas com as características dela não se apresenta
capaz a iludir um número indeterminado de agentes.
Circulação de Moeda Falsa (art. 289, § 1º)
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta Forma Privilegiada (art. 289, § 2º)
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como
troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação,
moeda falsa. depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
Nesse caso, não se exige que a moeda falsa seja a de seis meses a dois anos, e multa.
curso legal no país, podendo ser moeda estrangeira. Adquirir a moeda falsa sem ter conhecimento do vício
O autor pode ser qualquer pessoa, menos o autor não é crime. Entretanto, o é o fato de colocar novamente
da falsificação. É um tipo subsidiário, podendo o agente em circulação após conhecer da falsidade.
responder por uma destas condutas caso não seja determi- Esse crime somente se consuma com a reintrodução da
nada a autoria da falsificação. moeda à circulação. Logo, é material, admitindo a tentativa.

21
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Forma Qualificada (art. 289, § 3º) Falsificação e uso de documento falso (art. 304): o uso
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e será absorvido, já que é mero pós fato impunível. Isso, en-
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal tretanto, se o falsário for a mesma pessoa que usa o docu-
de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a mento
fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determi- Causas de Aumento de Pena (art. 297, 13º)
nado em lei; § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o
II - de papel-moeda em quantidade superior à autori- crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
zada. sexta parte.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz
circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. Falsidade de Documento e Sonegação Fiscal
Nos crimes de sonegação fiscal há causas extintivas de
Falsificação de Documento Público (art. 297) punibilidade, assim como também há o entendimento do
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento STF no sentido de que eles são sujeitos a uma condição
público, ou alterar documento público verdadeiro: objetiva de punibilidade, que significa o esgotamento da
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. via administrativa.
São requisitos da falsificação:
Que ela seja idônea: é a falsificação apta a iludir, capaz Falsificação de Documento Particular (art. 298)
de enganar qualquer pessoa normal; para a jurisprudên- Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
cia, a falsificação grosseira não constitui crime, pois não particular ou alterar documento particular verdadeiro:
é capaz de enganar as pessoas em geral. Poderia ser, no Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
máximo, estelionato; O conceito de documento particular é dado por exclu-
Que tenha capacidade de causar prejuízo a alguém: são. Particular é todo documento que não é público. São
Disquete, cd, xerox etc. não são documentos. Docu- exemplos:
mento é toda peça escrita que condensa o pensamento de Cheque devolvido pelo banco: é documento particu-
alguém, capaz de provar um fato ou a realização de um ato lar, pois após devolvido o cheque, não mais poderá ser
de relevância jurídica. transmitido por endosso.
Documento endereçado à autoridade pública: não é
documento público, já que não foi feito por autoridade pú-
Requisitos do Documento Público
blica.
Deve ser elaborado por agente público;
O agente público deve estar no exercício da função,
Falsidade Ideológica (art. 299)
tendo atribuição para tanto;
Art. 299 - Omitir, EM DOCUMENTO PÚBLICO OU
Deve obedecer às formalidades legais exigidas para a
PARTICULAR, declaração que dele devia constar, ou nele
validade do documento.
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
Pode um documento estrangeiro ser considerado pú-
devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
blico? Sim, desde que seja considerado público no país de obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamen-
origem e que satisfaça os requisitos de validade previstos te relevante:
no ordenamento brasileiro. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o do-
cumento é público, e reclusão de um a três anos, e multa,
Documentos Públicos por Equiparação (art. 297, § se o documento é particular.
2º) Trata-se de um crime formal, bastando a possibilidade
Trata-se de documentos particulares que, pela sua im- de dano para ser punível.
portância, foram equiparados pela lei a documento públi- A falsidade ideológica é voltada para a declaração que
co. São eles: compõe o documento, para o conteúdo do que se quer
Documentos emitidos por entidade paraestatal; falsificar. Nela, o documento é formalmente perfeito e
Título ao portador ou transmissível por endosso; falso seu conteúdo intelectual. O agente declara e faz
Livros mercantis; constar no documento algo que sabe não ser verdadeiro.
Testamento particular. Na falsidade material o vício incide sobre a parte exte-
rior do documento, recaindo sobre o elemento físico do pa-
Consumação e Tentativa pel escrito e verdadeiro. O sujeito modifica as características
A consumação ocorre quando realizada a falsificação originais do objeto material por meio de rasuras, borrões,
ou alteração. É um crime formal, bastando o resultado jurí- emendas, substituição de palavras ou letras, números, etc.
dico, sendo perfeitamente possível a tentativa. Na falsidade ideológica (ou pessoa) o vício incide sobre as
declarações que o objeto material deveria possuir, sobre o
Concurso de Crimes conteúdo das ideias. Inexistem rasuras, emendas, omissões
Falsificação de documento público e estelionato: para ou acréscimos. O documento, sob o aspecto material é ver-
o STF, ambos os crimes coexistiriam, mas em concurso for- dadeiro; falsa é a ideia que ele contém. Daí também chamar-
mal. Para o STJ: -se ideal

22
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Requisitos para a Configuração, Conforme Jurispru- Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se
dência o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Que a declaração tenha valor por si mesma: se a decla- Trata-se de um delito formal e expressamente subsi-
ração tiver de ser investigada pela autoridade pública, não diário.
há crime (v.g., declaração de pobreza falsa). Nesse sentido: Identidade se refere às características que uma pessoa
Que a declaração faça parte do objeto do documento: possui capazes de a individualizarem na sociedade. Está li-
as declarações irrelevantes, como o endereço da testemu- gada intimamente à noção de estado civil.
nha num contrato, não caracterizam o crime A falsidade tem de ser idônea e deve haver relevância
jurídica na imputação falsa, capacidade de causar dano.
Casuísticas O silêncio não pode configurar falsa identidade, já que
Se alguém pega a assinatura de um amigo em uma o crime é comissivo.
folha em branco e preenche como confissão de dívida, pra-
tica o crime de falsidade ideológica; Falsa Identidade e Autodefesa
Pegar uma folha e falsificar a assinatura de outrem é Para concursos de Defensoria Pública, o preso em fla-
falsidade material; grante ou interrogado em juízo que se dá outro nome para
Se, em um B.O., o escrivão inserir fatos que não foram se eximir da condenação simplesmente exerce a autode-
fesa, em seu sentido mais amplo, aplicando-se o brocardo
narrados, haverá falsidade ideológica;
nemo tenetur se detegere.
A cópia sem autenticação não pode ser considerada
Para o MP, evidentemente que não se trata de auto-
documento para fins penais. defesa, já que a conduta do agente é comissiva, tentando
enganar a autoridade pública, se afastando em muito do
Elemento Subjetivo, Consumação e Tentativa simples direito à não autoincriminação
O crime exige o especial fim de prejudicar direito ou
criar obrigação, ou ainda, alterar a verdade sobre fato juri- TÍTULO X
dicamente relevante. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Na MODALIDADE OMISSIVA, consuma-se com a omis- CAPÍTULO I
são e não cabe tentativa. DA MOEDA FALSA
Na comissiva, ocorre quando o agente insere ou faz
terceiro inserir, sendo a tentativa perfeitamente possível. Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moe-
Causa de Aumento de Pena da metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, estrangeiro:
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a fal- Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
sificação ou alteração é de assentamento de registro civil, § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta pró-
aumenta-se a pena de sexta parte. pria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca,
cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda
Uso de Documento Falso (art. 304)
falsa.
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verda-
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: deira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, de-
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. pois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
Trata-se de crime com preceito penal secundário re- seis meses a dois anos, e multa.
metido. § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e
Fazer uso é utilizar documento falso como se verdadei- multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal
ro fosse. O uso deve ser efetivo, não bastando mencionar de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabri-
que possui o documento. Se o agente falsifica e usa docu- cação ou emissão:
mento, há simplesmente progressão criminosa, e o uso se I - de moeda com título ou peso inferior ao determi-
torna um post factum impunível. nado em lei;
Não haverá o crime se o documento for encontrado II - de papel-moeda em quantidade superior à auto-
pela autoridade em revista pessoal do agente; se o docu- rizada.
mento é apresentado mediante solicitação ou exigência da § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz cir-
autoridade policial, há controvérsia. cular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

Competência Crimes assimilados ao de moeda falsa


Se o documento utilizado for passaporte, a competên- Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representa-
tivo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bi-
cia será da Justiça Federal do lugar onde apresentado:
lhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete
recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indi-
Falsa Identidade (art. 307)
cativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identi-
ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim
dade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio,
de inutilização:
ou para causar dano a outrem:

23
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. ou alheio, no exercício de atividade comercial ou indus-
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a trial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº 11.035,
doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário de 2004)
que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava reco- a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a
lhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide controle tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035,
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) de 2004)
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tri-
Petrechos para falsificação de moeda butária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (In-
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso cluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, ins- § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
trumento ou qualquer objeto especialmente destinado à legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
falsificação de moeda: carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de
Emissão de título ao portador sem permissão legal alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, anterior.
ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo
em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a
da pessoa a quem deva ser pago: que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como di-
seis meses a dois anos, ou multa.
nheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do
incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses,
inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou
ou multa.
clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros
logradouros públicos e em residências. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO II
11.035, de 2004)
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLI-
COS
Petrechos de falsificação
Falsificação de papéis públicos Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guar-
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: dar objeto especialmente destinado à falsificação de qual-
I – selo destinado a controle tributário, papel selado quer dos papéis referidos no artigo anterior:
ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecada- Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
ção de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete
II - papel de crédito público que não seja moeda de o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
curso legal; sexta parte.
III - vale postal;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa CAPÍTULO III
econômica ou de outro estabelecimento mantido por enti- DA FALSIDADE DOCUMENTAL
dade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro docu- Falsificação do selo ou sinal público
mento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a de- Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
pósito ou caução por que o poder público seja responsável; I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de União, de Estado ou de Município;
transporte administrada pela União, por Estado ou por Mu- II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito
nicípio: público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela § 1º - Incorre nas mesmas penas:
Lei nº 11.035, de 2004) I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verda-
falsificados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº deiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou
11.035, de 2004) alheio.
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, em- III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de mar-
presta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsifi- cas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utiliza-
cado destinado a controle tributário; (Incluído pela Lei nº dos ou identificadores de órgãos ou entidades da Adminis-
11.035, de 2004) tração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, forne- o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
ce, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio sexta parte.

24
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Falsificação de documento público Falso reconhecimento de firma ou letra


Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício
público, ou alterar documento público verdadeiro: de função pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete documento é público; e de um a três anos, e multa, se o
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de documento é particular.
sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a docu- Certidão ou atestado ideologicamente falso
mento público o emanado de entidade paraestatal, o tí- Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de
tulo ao portador ou transmissível por endosso, as ações função pública, fato ou circunstância que habilite alguém
de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de
particular. caráter público, ou qualquer outra vantagem:
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz Pena - detenção, de dois meses a um ano.
inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – na folha de pagamento ou em documento de infor- Falsidade material de atestado ou certidão
mações que seja destinado a fazer prova perante a previ- § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certi-
dência social, pessoa que não possua a qualidade de segu- dão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadei-
rado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) ro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de
empregado ou em documento que deva produzir efeito caráter público, ou qualquer outra vantagem:
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da Pena - detenção, de três meses a dois anos.
que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, apli-
2000) ca-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
III – em documento contábil ou em qualquer outro
documento relacionado com as obrigações da empresa Falsidade de atestado médico
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão,
que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de atestado falso:
2000) Pena - detenção, de um mês a um ano.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e lucro, aplica-se também multa.
seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contra-
to de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Reprodução ou adulteração de selo ou peça filaté-
Lei nº 9.983, de 2000) lica
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica
Falsificação de documento particular (Redação dada que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no ver-
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento so do selo ou peça:
particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para
fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência Uso de documento falso
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equi- Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
para-se a documento particular o cartão de crédito ou dé- ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
bito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Falsidade ideológica Supressão de documento


Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o do-
verdade sobre fato juridicamente relevante: cumento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa,
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o do- se o documento é particular.
cumento é público, e reclusão de um a três anos, e multa,
se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público,
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a fal-
sificação ou alteração é de assentamento de registro civil,
aumenta-se a pena de sexta parte.

25
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

CAPÍTULO IV § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público


DE OUTRAS FALSIDADES que contribui para o licenciamento ou registro do veículo
remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente ma-
Falsificação do sinal empregado no contraste de terial ou informação oficial. (Incluído pela Lei nº 9.426, de
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para 1996)
outros fins
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, mar- CAPÍTULO V
ca ou sinal empregado pelo poder público no contraste (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚ-
marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem: BLICO 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. (INCLUÍDO PELA LEI 12.550. DE 2011)
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o
que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização sa-
Fraudes em certames de interesse público (Incluído
nitária, ou para autenticar ou encerrar determinados ob-
pela Lei 12.550. de 2011)
jetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e mul-
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
ta.
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído
Falsa identidade pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identi- I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
dade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei
ou para causar dano a outrem: 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;
o fato não constitui elemento de crime mais grave. ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (In-
eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de cluído pela Lei 12.550. de 2011)
identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utili- Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
ze, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facili-
se o fato não constitui elemento de crime mais grave. ta, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas
às informações mencionadas no caput. (Incluído pela Lei
Fraude de lei sobre estrangeiro 12.550. de 2011)
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permane- § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administra-
cer no território nacional, nome que não é o seu: ção pública: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
para promover-lhe a entrada em território nacional: (Incluí- § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
do pela Lei nº 9.426, de 1996) cometido por funcionário público. (Incluído pela Lei 12.550.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluí- de 2011)
do pela Lei nº 9.426, de 1996)
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou
possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangei-
ro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
ou a posse de tais bens: (Redação dada pela Lei nº 9.426, PÚBLICA,
de 1996)
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Adulteração de sinal identificador de veículo auto-
motor (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) O Capítulo I do Título XI do Código Penal trata dos
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou crimes funcionais, praticados por determinado grupo de
qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu pessoas no exercício de sua função, associado ou não com
componente ou equipamento:(Redação dada pela Lei nº pessoa alheia aos quadros administrativos, prejudicando o
9.426, de 1996)) correto funcionamento dos órgãos do Estado.
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação A Administração Pública deste modo, em geral dire-
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) ta, indireta e empresas privadas prestadoras de serviços
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da fun- públicos, contratadas ou conveniadas será vítima primária
ção pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um e constante, podendo, secundariamente, figurar no polo
terço. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) passivo eventual administrado prejudicado.

26
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

O agente, representante de um poder estatal, tem por Peculato


função principal cumprir regularmente seus deveres, con- Previsto no artigo 312 do C.P., a objetividade jurídica
fiados pelo povo. A traição funcional faz com que todos te- do peculato é a probidade da administração pública. É um
nhamos interesse na sua punição, até porque, de certa for- crime próprio onde o sujeito ativo será sempre o funcioná-
ma, somos afetados por elas. Dentro desse espírito, mesmo rio público e o sujeito passivo o Estado e em alguns casos
quando praticado no estrangeiro, logo, fora do alcance da o particular. Admite-se a participação.
soberania nacional, o delito funcional será alcançado, obri-
gatoriamente, pela lei penal. Peculato Apropriação
É uma apropriação indébita e o objeto pode ser dinhei-
Não bastasse, a Lei 10.763, de 12 de novembro de
ro, valor ou bem móvel. É de extrema importância que o
2003, condicionou a progressão de regime prisional nos
funcionário tenha a posse da coisa em razão do seu cargo.
crimes contra a Administração Pública à prévia reparação
do dano causado, ou à devolução do produto do ilícito Consumação: Se dá no momento da apropriação, em que
praticado, com os acréscimos legais. ele passa a agir como o titular da coisa apropriada. Admite-
-se a tentativa.
A lei em comento não impede a progressão aos crimes
funcionais, mas apenas acrescenta uma nova condição ob- Peculato Desvio
jetiva, de cumprimento obrigatório para que o reeducando O servidor desvia a coisa em vez de apropriar-se. Aqui
conquiste o referido benefício. o sujeito ativo além do servidor pode tem participação de
uma 3a pessoa. Consumação: No momento do desvio e
Crimes Funcionais admite-se a tentativa.
Espécies
Os delitos funcionais são divididos em duas espécies: Peculato Furto
próprios e impróprios. Previsto no Art. 312 CP., aqui o funcionário público não
Nos crimes funcionais próprios, na qualidade de fun- detêm a posse, mas consegue deter a coisa em razão da fa-
cionário público ao autor, o fato passa a ser tratado como cilidade de ser servidor público. Ex: Diretor de escola públi-
um tipo penal descrito. ca que tem a chave de todas as salas da escola, aproveita-
Já nos impróprios desaparecendo a qualidade de -se da sua função e facilidade e subtrai algo que não estava
servidor publico, desaparece também o crime funcional,
sob sua posse, tem-se o peculato furto.
desclassificando a conduta para outro delito, de natureza
diversa.
Peculato Culposo
Conceito de Funcionário Público para Efeitos Penais Aproveitando o exemplo da escola, neste caso o di-
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os retor esquece a porta aberta e alguém entra no colégio e
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem re- subtrai um bem. A consumação se dá no momento em que
muneração, exerce cargo, emprego ou função pública. o 3o subtrai a coisa. Não admite-se a tentativa.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exer-
ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e Peculato mediante Erro de Outrem
quem trabalha para empresa prestadora de serviço contra- Art. 313 C.P., o seu objeto jurídico é a probidade admi-
tada ou conveniada para a execução de atividade típica da nistrativa. Sujeito ativo: funcionário público; sujeito passi-
Administração Pública. vo: Estado e o particular lesado. A modalidade de peculato
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando mediante erro de outrem, é um peculato estelionato, onde
os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocu- a pessoa é induzida a erro. Ex: Um fiscal vai aplicar uma
pantes de cargos em comissão ou de função de direção multa a um determinado contribuinte e esse contribuinte
ou assessoramento de órgão da administração direta, so- paga o valor direto a esse fiscal, que embolsa o dinheiro.
ciedade de economia mista, empresa pública ou fundação Só que na verdade nunca existiu multa alguma e esse di-
instituída pelo poder público.
nheiro não tinha como destino os cofres públicos e sim o
Contudo, ao considerar o que seja funcionário público
favorecimento pessoal do agente. É um crime doloso e sua
para fins penais, nosso Código Penal nos dá um conceito
unitário, sem atender aos ensinamentos do Direito Admi- consumação se dá quando ele passa a ser o titular da coisa.
nistrativo, tomando a expressão no sentido amplo. Admite-se a tentativa.
Dessa forma, para os efeitos penais, considera-se fun-
cionário público não apenas o servidor legalmente investi- Concussão
do em cargo público, mas também o que servidor publico Art. 316 C.P., é uma espécie de extorsão praticada pelo
efetivo ou temporário. servidor público com abuso de autoridade. O objeto jurí-
dico é a probidade da administração pública. Sujeito ativo:
Tipos penais Contra Administração Pública Crime próprio praticado pelo servidor e o seu jeito passivo
O crime de Peculato, Peculato apropriação, Peculato é o Estado e a pessoa lesada. A conduta é exigir. Trata-se de
desvio, Peculato furto, Peculato culposo, Peculato mediante crime formal pois consuma-se com a exigência, se houver
erro de outrem, Concussão, Excesso de exação, Corrupção entrega de valor há exaurimento do crime e a vítima não
passiva e Prevaricação, são os crimes tipificado com pratica- responde por corrupção ativa porque foi obrigada a agir
dos por agentes públicos. dessa maneira.

27
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Excesso de Exação Pena - detenção, de três meses a um ano.


A exigência vai para os cofres públicos, isto é, recolhe § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do
aos cofres valor não devido, ou era para recolher aos cofres dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibi-
públicos, porém o funcionário se apropria do valor. lidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Corrupção Passiva Peculato mediante erro de outrem


Art. 317 C.P., o Objeto jurídico é a probidade adminis- Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilida-
trativa. Sujeito ativo: funcionário público. A vítima é o Esta- de que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
do e apenas na conduta solicitar é que a vítima será, além Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
do Estado a pessoa ao qual foi solicitada.
Inserção de dados falsos em sistema de informa-
Condutas: Solicitar, receber e aceitar promessa, aumen- ções (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
ta-se a pena se o funcionário retarda ou deixa de praticar Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado,
atos de ofício. Não admite-se a tentativa, é no caso de pri- a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamen-
vilegiado, onde cede ao pedido ou influência de 3a pessoa. te dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos
Só se consuma pela prática do ato do servidor público. de dados da Administração Pública com o fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar
Prevaricação dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
Art. 319 C.P., aqui também tutela-se a probidade ad- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul-
ministrativa. É um crime próprio, cometido por funcioná- ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
rio público e a vítima é o Estado. A conduta é: retardar ou
deixar de praticar ato de ofício. O Crime consuma-se com Modificação ou alteração não autorizada de siste-
o retardamento ou a omissão, é doloso e o objetivo do ma de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
agente é buscar satisfação ou vantagem pessoal. Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema
de informações ou programa de informática sem autori-
Os crimes contra a Administração Pública é demasia- zação ou solicitação de autoridade competente: (Incluído
damente prejudicial, pois refletem e afetam a todos os pela Lei nº 9.983, de 2000)
cidadãos dependentes do serviço publico, colocando em Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e
crédito e a prova a credibilidade das instituições públicas, multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
para apenas satisfazer o egoismo e egocentrismo desses Parágrafo único. As penas são aumentadas de um
agentes corruptos. terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
Tais mecanismos de combate devem ser aplicas com dano para a Administração Pública ou para o administrado.
rigor e aperfeiçoados para que estes desviantes do servi- (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
ço publico, tenham suas praticas de errôneas coibidas e
extintas, podem assim fortalecer as instituições publica e Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou do-
valorizar os servidores. cumento
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documen-
TÍTULO XI to, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA inutilizá-lo, total ou parcialmente:
CAPÍTULO I Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
DOS CRIMES PRATICADOS constitui crime mais grave.
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
Peculato diversa da estabelecida em lei:
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di- Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou par-
ticular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá- Concussão
-lo, em proveito próprio ou alheio: Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indi-
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. retamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário públi- mas em razão dela, vantagem indevida:
co, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe propor- Excesso de exação
ciona a qualidade de funcionário. § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição
social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando de-
Peculato culposo vido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
crime de outrem: 27.12.1990)

28
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Re- Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) pena correspondente à violência.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos Abandono de função
cofres públicos: Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Corrupção passiva § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou de fronteira:
aceitar promessa de tal vantagem: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul-
ta. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Exercício funcional ilegalmente antecipado ou pro-
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conse- longado
qüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes
ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la,
infringindo dever funcional. sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exo-
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou nerado, removido, substituído ou suspenso:
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, ce- Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
dendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do
Facilitação de contrabando ou descaminho cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a a revelação:
prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e mul-
se o fato não constitui crime mais grave.
ta. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre
quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Prevaricação
I – permite ou facilita, mediante atribuição, forneci-
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamen-
mento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o
te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa
acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informa-
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. ções ou banco de dados da Administração Pública; (Incluí-
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou do pela Lei nº 9.983, de 2000)
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (In-
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que per- cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
mita a comunicação com outros presos ou com o ambiente § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
externo:(Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (In-
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de res- Violação do sigilo de proposta de concorrência
ponsabilizar subordinado que cometeu infração no exercí- Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrên-
cio do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o cia pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-
fato ao conhecimento da autoridade competente: -lo:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Advocacia administrativa Funcionário público


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interes- Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os
se privado perante a administração pública, valendo-se da efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem re-
qualidade de funcionário: muneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exer-
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da quem trabalha para empresa prestadora de serviço contra-
multa. tada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Violência arbitrária § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocu-
a pretexto de exercê-la: pantes de cargos em comissão ou de função de direção

29
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

ou assessoramento de órgão da administração direta, so- Descaminho


ciedade de economia mista, empresa pública ou fundação Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de
instituída pelo poder público.  (Incluído pela Lei nº 6.799, direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo
de 1980) consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)
CAPÍTULO II Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação
DOS CRIMES PRATICADOS POR dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL § 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela
Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Usurpação de função pública I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 26.6.2014)
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vanta- II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descami-
gem: nho; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio,
Resistência no exercício de atividade comercial ou industrial, merca-
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante
doria de procedência estrangeira que introduziu clandes-
violência ou ameaça a funcionário competente para execu-
tinamente no País ou importou fraudulentamente ou que
tá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
sabe ser produto de introdução clandestina no território
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
nacional ou de importação fraudulenta por parte de ou-
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos. trem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
das correspondentes à violência. alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada
Desobediência de documentação legal ou acompanhada de documentos
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008,
público: de 26.6.2014)
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
Desacato ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008,
da função ou em razão dela: de 26.6.2014)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de
descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
de 1995)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou Contrabando
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pre- Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
texto de influir em ato praticado por funcionário público (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
no exercício da função:  (Redação dada pela Lei nº 9.127, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído
de 1995) pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e mul- § 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº
ta. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 13.008, de 26.6.2014)
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contraban-
o agente alega ou insinua que a vantagem é também des-
do; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
tinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria
1995)
que dependa de registro, análise ou autorização de ór-
Corrupção ativa gão público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a 26.6.2014)
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou III - reinsere no território nacional mercadoria brasilei-
retardar ato de ofício: ra destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e mul- 26.6.2014)
ta. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário re- exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
tarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de
funcional. 26.6.2014)

30
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou § 1o É extinta a punibilidade se o agente,


alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, espontaneamente, declara e confessa as contribuições,
mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei importâncias ou valores e presta as informações devidas
nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades à previdência social, na forma definida em lei ou regula-
comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma mento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº
de comércio irregular ou clandestino de mercadorias 9.983, de 2000)
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Incluído § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de
contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983,
fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Impedimento, perturbação ou fraude de concor- II – o valor das contribuições devidas, inclusive aces-
rência sórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previ-
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência dência social, administrativamente, como sendo o mínimo
pública ou venda em hasta pública, promovida pela admi- para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela
nistração federal, estadual ou municipal, ou por entidade Lei nº 9.983, de 2000)
paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou lici- § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha
tante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofe-
de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
recimento de vantagem:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um
além da pena correspondente à violência. terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. (Incluído
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se pela Lei nº 9.983, de 2000)
abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem ofe- § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será
recida. reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela
Inutilização de edital ou de sinal Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário públi- CAPÍTULO II-A 
co; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por deter- (Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
minação legal ou por ordem de funcionário público, para
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CON-
identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. TRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Subtração ou inutilização de livro ou documento Corrupção ativa em transação comercial internacio-


Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, nal
livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indire-
funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço tamente, vantagem indevida a funcionário público estran-
público: geiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar,
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação
constitui crime mais grave. comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (In-
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social cluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um ter-
condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) ço), se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou
documento de informações previsto pela legislação previ- o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº
denciária segurados empregado, empresário, trabalhador 10467, de 11.6.2002)
avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Tráfico de influência em transação comercial inter-
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios
nacional (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo toma- Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
dor de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou pro-
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros au- messa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado
feridos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos por funcionário público estrangeiro no exercício de suas
geradores de contribuições sociais previdenciárias: (Incluí- funções, relacionado a transação comercial internacio-
do pela Lei nº 9.983, de 2000) nal: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e mul- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e mul-
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) ta. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

31
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
agente alega ou insinua que a vantagem é também desti- (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
nada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467, § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço,
de 11.6.2002) se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº processo penal, ou em processo civil em que for parte
10467, de 11.6.2002) entidade da administração pública direta ou indireta.(Re-
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estran- dação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
geiro, para os efeitos penais, quem, ainda que transitoria- § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença
mente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata
função pública em entidades estatais ou em representa- ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
ções diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 28.8.2001)
10467, de 11.6.2002) Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qual-
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário públi- quer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tra-
co estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função dutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou
em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução
pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organiza- ou interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
ções públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467, 28.8.2001)
de 11.6.2002) Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Reda-
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
CAPÍTULO III Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova
DA JUSTIÇA destinada a produzir efeito em processo penal ou em pro-
cesso civil em que for parte entidade da administração pú-
Reingresso de estrangeiro expulso blica direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268,
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estran- de 28.8.2001)
geiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de Coação no curso do processo
nova expulsão após o cumprimento da pena. Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o
fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra auto-
Denunciação caluniosa ridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação poli- chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
cial, de processo judicial, instauração de investigação admi- nistrativo, ou em juízo arbitral:
nistrativa, inquérito civil ou ação de improbidade adminis- Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da
trativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe pena correspondente à violência.
inocente:(Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Exercício arbitrário das próprias razões
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para sa-
se serve de anonimato ou de nome suposto. tisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação permite:
é de prática de contravenção. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
além da pena correspondente à violência.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção Parágrafo único - Se não há emprego de violência, so-
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunican- mente se procede mediante queixa.
do-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa
não se ter verificado: própria, que se acha em poder de terceiro por determina-
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. ção judicial ou convenção:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime Fraude processual
inexistente ou praticado por outrem: Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa
ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Falso testemunho ou falsa perícia Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inqué- aplicam-se em dobro.
rito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)

32
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Favorecimento pessoal Evasão mediante violência contra a pessoa


Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o
pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: indivíduo submetido a medida de segurança detentiva,
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. usando de violência contra a pessoa:
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. pena correspondente à violência.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descen-
dente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. Arrebatamento de preso
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do
Favorecimento real poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co- Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena
-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar segu- correspondente à violência.
ro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Motim de presos
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a or-
ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunica- dem ou disciplina da prisão:
ção móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
pena correspondente à violência.
estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de
2009).
Patrocínio infiel
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluí-
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou pro-
do pela Lei nº 12.012, de 2009). curador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo
patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Exercício arbitrário ou abuso de poder Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de
liberdade individual, sem as formalidades legais ou com Patrocínio simultâneo ou tergiversação
abuso de poder: Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advo-
Pena - detenção, de um mês a um ano. gado ou procurador judicial que defende na mesma causa,
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcioná- simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
rio que:
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
a estabelecimento destinado a execução de pena privativa Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de
de liberdade ou de medida de segurança; restituir autos, documento ou objeto de valor probatório,
II - prolonga a execução de pena ou de medida de que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
executar imediatamente a ordem de liberdade;
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custó- Exploração de prestígio
dia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão
do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradu-
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de tor, intérprete ou testemunha:
segurança Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa le- Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço,
galmente presa ou submetida a medida de segurança de- se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade
tentiva: também se destina a qualquer das pessoas referidas neste
artigo.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por
Violência ou fraude em arrematação judicial
mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
de reclusão, de dois a seis anos. judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante,
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, apli- por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofereci-
ca-se também a pena correspondente à violência. mento de vantagem:
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa,
crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda além da pena correspondente à violência.
está o preso ou o internado.
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da Desobediência a decisão judicial sobre perda ou
custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três suspensão de direito
meses a um ano, ou multa. Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autorida-
de ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão
judicial:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

33
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

CAPÍTULO IV Não cancelamento de restos a pagar  (Incluído pela


DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Lei nº 10.028, de 2000)
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de pro-
mover o cancelamento do montante de restos a pagar ins-
Contratação de operação de crédito crito em valor superior ao permitido em lei: (Incluído pela
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de Lei nº 10.028, de 2000)
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legisla- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (In-
tiva: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.  (Incluído Aumento de despesa total com pessoal no últi-
pela Lei nº 10.028, de 2000) mo ano do mandato ou legislatura (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, 10.028, de 2000)
autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou exter- Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
no: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento
e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legisla-
I – com inobservância de limite, condição ou montan-
tura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
te estabelecido em lei ou em resolução do Senado Fede-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
ral; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
pela Lei nº 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultra-
Oferta pública ou colocação de títulos no merca-
passa o limite máximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei do (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
nº 10.028, de 2000) Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem
pagar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) que estejam registrados em sistema centralizado de liqui-
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos dação e de custódia: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
a pagar, de despesa que não tenha sido previamente em- Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
penhada ou que exceda limite estabelecido em lei: (Incluí- pela Lei nº 10.028, de 2000)
do pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (In-
cluído pela Lei nº 10.028, de 2000) CONCURSO DE PESSOAS.
Assunção de obrigação no último ano do mandato
ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obri- O concurso de pessoas é o cometimento da infração
gação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do penal por mais de uma pessoa. Tal cooperação da prática
mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga da conduta delitiva pode se dar por meio da coautoria, par-
no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser ticipação, concurso de delinquentes ou de agentes, entre
paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida outras formas. Existem ainda três teorias sobre o concurso
suficiente de disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº de pessoas, vejamos:
10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído a) teoria unitária: quando mais de um agente concorre
pela Lei nº 10.028, de 2000) para a prática da infração penal, mas cada um praticando
conduta diversa do outro, obtendo, porém, um só resulta-
Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela do. Neste caso, haverá somente um delito. Assim, todos os
Lei nº 10.028, de 2000) agentes incorrem no mesmo tipo penal. Tal teoria é adota-
da pelo Código Penal.
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por
b) teoria pluralista: quando houver mais de um agen-
lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
te, praticando cada um conduta diversa dos demais, ainda
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
que obtendo apenas um resultado, cada qual responderá
pela Lei nº 10.028, de 2000)
por um delito. Esta teoria foi adotada pelo Código Penal
ao tratar do aborto, pois quando praticado pela gestante,
Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº esta incorrerá na pena do art. 124, se praticado por outrem,
10.028, de 2000) aplicar-se-á a pena do art. 126. O mesmo procedimento
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito ocorre na corrupção ativa e passiva.
sem que tenha sido constituída contragarantia em valor
igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma c) teoria dualista: segundo tal teoria, quando houver
da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) mais de um agente, com diversidades de conduta, pro-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (In- vocando-se um resultado, deve-se separar os coautores
cluído pela Lei nº 10.028, de 2000) e partícipes, sendo que cada “grupo” responderá por um
delito.

34
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Autoria Coautoria e Participação forma deve-se analisar cada caso concreto de modo a veri-
ficar a proporção da colaboração. Além disso, se a partici-
Autoria pação for de menor importância, a pena pode ser diminuí-
No concurso é possível o reconhecimento das figuras da de um sexto a um terço, segundo disposição do § 1º do
de autor e partícipe. Então o tema concurso de pessoas artigo supramencionado, e se algum dos concorrentes quis
comporta como espécies, de um lado, a autoria, de ou- participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
tro lado, a participação. Assim, a distinção entre o que é deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese
autoria e o que é participação parte, necessariamente, da de ter sido previsível o resultado mais grave (art. 29, § 2º,
definição do que seria o partícipe. do CP).
Ademais, quando o autor praticar fato atípico ou se
Coautoria não houver antijuridicidade, não há o que se falar em puni-
Na coautoria, há a divisão de trabalho para a prática ção ao partícipe - teoria da acessoriedade limitada.
criminosa. Nessa divisão, cada autor terá o domínio das
funções que lhe foram confiadas pelo grupo, todos com o Requisitos do Concurso de Agentes
intento de atingir a finalidade última, a execução do crime.
Assim, mesmo que seja A quem tenha matado C, B, que Para que haja o concurso, é necessária a presença dos
estava responsável por vigiar a casa para que ninguém evi- seguintes requisitos:
tasse o crime, será coautor. a) Pluralidade de agentes e de condutas: deve haver,
no mínimo, duas pessoas para se caracterizar o concurso.
Participação b) Relevância causal de cada conduta: deve-se anali-
A participação e a cumplicidade são sempre atividades sar se a conduta de cada agente influenciou na prática do
acessórias da autoria. Partícipe e cúmplice são coadjuvan- crime. V.g: A, para matar B, pede emprestada arma a C por
tes, os quais apenas influenciam na prática da infração pe- ter perdido a de sua propriedade. Antes de matar B, porém,
nal. A participação ocorre pelo auxílio psicológico (partici- acha sua arma e a utiliza para o crime. As condutas de C, no
pação moral), seja pelo induzimento, seja pela instigação. caso, foram irrelevantes.
c) Liame subjetivo entre os agentes: deve haver um
Há dois posicionamentos sobre o assunto, embora vínculo subjetivo entre os agentes, uma unidade de de-
ambos dentro da teoria objetiva: sígnios, eles não podem agir de forma independente um
do outro em relação ao resultado, caso contrário, restará
a) teoria formal: de acordo com a teoria formal, autor é descaracterizado o concurso, podendo no máximo existir a
o agente que pratica a figura típica descrita no tipo penal, autoria colateral.
e partícipe é aquele que comete ações não contidas no d) Identidade de infração penal: os esforços dos
tipo, respondendo apenas pelo auxílio que prestou (en- agentes devem ser voltados à prática da mesma infração
tendimento majoritário). Exemplo: o agente que furta os penal. Caso tenham objetivos diferentes, não haverá con-
bens de uma pessoa, incorre nas penas do art. 155 do CP, curso. Excetuam-se aqui as exceções pluralísticas, chama-
enquanto aquele que o aguarda com o carro para ajudá-lo das de desvios subjetivos de conduta.
a fugir, responderá apenas pela colaboração. A falta de um desses requisitos descaracteriza a exis-
tência do concurso de pessoas.
b) teoria normativa: aqui o autor é o agente que, além Desvio Subjetivo de Conduta é o ato de se imputar a
de praticar a figura típica, comanda a ação dos demais agentes que praticaram o crime em concurso enquadra-
(“autor executor” e “autor intelectual”). Já o partícipe é mentos típicos diversos, excluindo-se a teoria monista.
aquele colabora para a prática da conduta delitiva, mas
sem realizar a figura típica descrita, e sem ter controle das Acerca do concurso de pessoas é importante destacar
ações dos demais. Assim, aquele que planeja o delito e que:
aquele que o executa são coautores. - A participação pode ocorrer por omissão por crime
comissivo, assim como por ação em crime omissivo próprio
Sendo assim, de acordo com a opinião majoritária - ou impróprio.
teoria formal, o executor de reserva é apenas partícipe, ou - É possível a coautoria em delitos culposos; porém,
seja, se João atira em Pedro e o mata, e logo após Mario não é possível a participação.
também desfere tiros em Pedro, Mario (executor de reser- - Impossível a participação dolosa em crime culposo,
va) responderá apenas pela participação, pois não praticou apesar de ser possível a coautoria.
a conduta matar, já que atirou em um cadáver. Ressalta-se,
porém, que o juiz poderá aplicar penas iguais para autor
e partícipe, e até mesmo pena mais gravosa a este último,
quando, por exemplo, for o mentor do crime.

Sobre o assunto, dita o art. 29 do CP que, “quem, de


qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”, dessa

35
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Dita o Código Penal: (B) se, no crime de roubo, em razão da violência em-
pregada pelo agente, a vítima sofreu lesões corporais leves,
(...) a pena aumenta-se de um terço.
(C) se configura o crime de receptação mesmo se a coi-
TÍTULO IV sa tiver sido adquirida pelo agente sabendo ser produto de
DO CONCURSO DE PESSOAS crime não classificado como de natureza patrimonial.
(D) não comete infração penal quem se apropria de
Regras comuns às penas privativas de liberdade coisa alheia vinda a seu poder por erro, caso fortuito ou
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o força da natureza.
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua (E) o corte e a subtração de eucaliptos de propriedade
culpabilidade. alheia não configura, em tese, o crime de furto por não se
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a tratar de bem móvel.
pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de 04. (PC-SP - Investigador de Polícia - 2014 - VU-
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa NESP) Nos termos do Código Penal, assinale a alternativa
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido que contenha apenas crimes contra o patrimônio.
(A) Homicídio; estelionato; extorsão
previsível o resultado mais grave.
(B) Estelionato; furto; roubo.
(C) Dano; estupro; homicídio
QUESTÕES
(D) Furto; roubo; lesão corporal.
(E) Extorsão; lesão corporal; dano.
01. (DPE/MA - Defensor Público – 2015 - FCC) A
proscrição de penas cruéis e infamantes, a proibição de 05. (PC-TO - Delegado de Polícia – 2014 - Aroeira)
tortura e maus-tratos nos interrogatórios policiais e a obri- É crime contra o patrimônio, em que somente se procede
gação imposta ao Estado de dotar sua infraestrutura carce- mediante representação,
rária de meios e recursos que impeçam a degradação e a (A) o furto de coisa comum.
dessocialização dos condenados são desdobramentos do (B) a alteração de limites.
princípio da (C) o dano simples.
(A) proporcionalidade. (D) a fraude à execução.
(B) intervenção mínima do Estado.
(C) fragmentariedade do Direito Penal. 06. (CAIP-IMES - Câmara Municipal de São Caetano
(D) humanidade. do Sul – SP - Procurador – CAIP – 2014 - IMES) A res-
(E) adequação social. peito do concurso de agentes (ou de pessoas), assinale a
alternativa correta.
02. (DPE/MA - Defensor Público – 2015 - FCC) Para (A) Se a participação for de menor importância, a pena
o Direito Penal no Estado Social e Democrático de Direito, pode ser diminuída de um sexto até metade.
modelo de atuação do poder previsto na Constituição Fe- (B) Se algum dos concorrentes quis participar de crime
deral, é correto afirmar que menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
(A) o poder do Estado é ilimitado e os direitos funda- será aumentada em até um terço, na hipótese de ter sido
mentais têm concretização discricionária. previsível o resultado mais grave
(B) o poder do Estado é limitado pelo princípio da le- (C) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime
galidade e, aos cidadãos, está assegurada a plena garantia incide nas penas a este cominadas, na medida de sua cul-
e juridicidade dos direitos fundamentais. pabilidade.
(C) o poder do Estado é limitado pela legalidade for- (D) Se algum dos concorrentes quis participar de crime
mal, mas não exerce a posição de garante dos direitos fun- mais grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será
aumentada até o triplo, na hipótese de ter sido previsível o
damentais muito embora haja sua juridicidade.
resultado almejado.
(D) o poder do Estado é ilimitado e os direitos funda-
mentais têm natureza cogente.
07. (UFES - Assistente em Administração – 2012 -
(E) o poder do Estado é limitado pelo princípio da le-
UFES) São crimes contra a Administração Pública, EXCETO:
galidade e os direitos fundamentais têm efetividade con- (A) Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de in-
dicionada. formações ou programa de informática sem autorização ou
solicitação de autoridade competente.
03. (TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Informá- (B) Constranger alguém, mediante violência ou grave
tica (+ provas) - 2014 - FCC) ameaça, a exercer, ou não exercer, arte, ofício, profissão ou
No que concerne aos crimes contra o patrimônio, indústria, ou a trabalhar, ou não trabalhar, durante certo
(A) se o agente obteve vantagem ilícita, em prejuízo período, ou em determinados dias.
da vítima, mediante fraude, responderá pelo delito de ex- (C) Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
torsão. no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem.

36
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

(D) Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, va- 12. (DPE/PB - Defensor Público – 2014 - FCC) O Esta-
lor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de tuto do Idoso define o idoso como aquele com idade igual
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em pro- ou superior a
veito próprio ou alheio. (A) 60 (sessenta) anos, garantindo a ele todos os direi-
(E) Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de tos previstos no respectivo diploma legal.
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutili- (B) 65 (sessenta e cinco) anos, garantindo a ele todos
zá-lo, total ou parcialmente. os direitos previstos no respectivo diploma legal.
(C) 70 (setenta) anos, garantindo a ele todos os direitos
08. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Informá- previstos no respectivo diploma legal.
tica (+ provas) -2016- FCC A respeito dos Crimes contra a (D) 60 (sessenta) anos, mas estabelecendo idades e cir-
Administração pública, cunstâncias diferenciadas para o exercício pleno de todos
(A) o crime de resistência não se configura se a oposi- os direitos previstos no respectivo diploma legal.
ção do agente, mediante violência ou grave ameaça, não (E) 65 (sessenta e cinco) anos, mas estabelecendo ida-
obstar a execução do ato legal do funcionário público. des e circunstâncias diferenciadas para o exercício pleno
(B) o não atendimento a ordem ilegal de funcionário de todos os direitos previstos no respectivo diploma legal.
público caracteriza o crime de desobediência.
(C) no crime de denunciação caluniosa, o uso do ano- 13. (DPE/AM - Defensor Público – 2013 - FCC) O
nimato agrava a pena a ser aplicada. Estatuto do Idoso define a violência contra o idoso como
(D) quem esconde em sua residência autor de crime de sendo
roubo para evitar a sua prisão em flagrante comete o crime (A) o atentado contra a pessoa do idoso, nos termos
de favorecimento real. da lei penal.
(E) o empréstimo de sacola para permitir o transporte (B) a prática dos crimes contra a vida, de lesões corpo-
e ocultação de objetos furtados por outrem configura o rais, de periclitação da vida e da saúde e contra a liberdade
crime de favorecimento pessoal. individual do idoso.
(C) o crime que envolver violência doméstica e familiar
09. (TJ-PB - Juiz Substituto – 2015 - CESPE) Constitui contra o idoso.
causa de aumento de pena o fato de o crime de incêndio (D) o atentado contra os direitos fundamentais do ido-
ser praticado so.
(A) mediante utilização de explosivos. (E) a ação ou omissão praticada em local público ou
(B) em situação de violência doméstica ou familiar con- privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou
tra a mulher psicológico.
(C) em estaleiro, fábrica ou oficina.
(D) em canteiro de obras em área de grande densidade 14. (TJ/RJ - Comissário da Infância e da Juventude
demográfica e populacional. – 2012 - FCC) Segundo prevê o Estatuto do Idoso, é obri-
(E) por motivo fútil ou torpe. gação da entidade de atendimento ao idoso
(A) comunicar ao juiz as situações de abandono moral
10. (TJ/SP - Juiz – 2014- VUNESP) Assinale a opção ou material por parte dos familiares.
verdadeira. No Direito brasileiro posto, é elemento do tipo (B) celebrar contrato escrito ou verbal de prestação de
penal da Associação Criminosa: serviço com o idoso.
(A) Voltar-se à prática de delitos cuja pena máxima su- (C) elaborar e remeter ao Ministério Público plano in-
pera cinco anos. dividual de atendimento para cada caso com vistas à rein-
(B) Possuir ao menos três pessoas. tegração familiar.
(C) Estruturação hierarquizada, com divisão de tarefas (D) administrar os rendimentos financeiros de seus
entre os seus membros. usuários.
(D) Possuir ao menos quatro pessoas. (E) proporcionar cuidados à saúde, conforme a neces-
sidade do idoso.
11. (PM/DF - Soldado da Polícia Militar – Comba-
tente – 2013 –FUNIVERSA) De acordo com a Lei das Con- RESPOSTAS
travenções Penais (Decreto-Lei n.º 3.688/1941), a tentativa
de contravenção do jogo do bicho 01. D.
(A) possui como penas principais a prisão simples e a O princípio da humanidade relaciona-se com os direi-
multa. tos humanos, garantindo a dignidade da pessoa. O direito
(B) possibilita a aplicação do sursis, desde que o con- penal tem que ser humanitário quando aplica suas penas.
traventor preencha as condições legais. Assim, este princípio determina a inconstitucionalidade de
(C) não enseja o perdão judicial, ainda que haja igno- qualquer pena ou consequência do delito que crie uma de-
rância ou errada compreensão da lei pelo contraventor. ficiência física (morte, amputação, castração ou esteriliza-
(D) é apurável mediante ação pública condicionada. ção, intervenção neurológica etc.), como também qualquer
(E) não é punida. consequência jurídica inapagável do delito.

37
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

02. B. trativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe


O princípio da legalidade trata-se de real limitação ao inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
poder estatal de interferir na esfera de liberdades indivi- (...)
duais, daí sua inclusão na Constituição entre os direitos e § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
garantias fundamentais. Considerando tal prerrogativa, o se serve de anonimato ou de nome suposto.
legislador constitucional fez expressa previsão desse prin-
cípio em duas oportunidades: art. 5, II, CF/88: “ninguém 09. C.
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, se- Código Penal:
não em virtude de lei”; art. 5, XXXIX, CF/88: “Não há crime Art. 250, § 1º são causas que aumentam de um terço a
sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia comi- pena de quem pratica o crime de incêndio:
nação legal”. I - se o crime é cometido com intuito de obter vanta-
gem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
03. C. II - se o incêndio é:
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou a) em casa habitada ou destinada a habitação;
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser b) em edifício público ou destinado a uso público ou a
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a obra de assistência social ou de cultura;
adquira, receba ou oculte: c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
04. B. e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
Código Penal: f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamá-
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para vel;
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
depois de havê-la, por qualquer meio, h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

05. A. 10. B.
Furto de coisa comum Código Penal:
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, Artigo 288: Associação Criminosa: Associarem-se 3
para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
coisa comum: crimes.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou
multa. 11. E.
§ 1º - Somente se procede mediante representação. Nos termos do que dispõe o artigo 4º da Lei de Contra-
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fun- venções Penais, não é punível a tentativa de contravenção.
gível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o
agente. 12. D.
Embora o direito de punir continue sendo estatal, a ini- A resposta correta é a alternativa “D”, pois está de acor-
ciativa se transfere ao ofendido quando os delitos atingem do com o artigo 1º, do Estatuto do Idoso:
sua intimidade, de forma que pode optar por não levar a Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a re-
questão a juízo, assim a legitimidade ativa é do próprio gular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
particular ofendido. superior a 60 (sessenta) anos.

06. C. 13. E.
Código Penal: De acordo com o artigo 19, §1º do Estatuto do Idoso,
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o considera-se violência contra o idoso:
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua Art. 19. (...)
culpabilidade § 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência
contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em lo-
07. B. cal público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofri-
Constrangimento ilegal, Código Penal: mento físico ou psicológico.
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou (...)
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qual-
quer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o 14. E.
que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. De acordo com o artigo 50, inciso VIII, do Estatuto do
Idoso:
08. C. Art. 50. Constituem obrigações das entidades de aten-
Código Penal: dimento:
Denunciação caluniosa (...)
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação poli- VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a ne-
cial, de processo judicial, instauração de investigação admi- cessidade do idoso;
nistrativa, inquérito civil ou ação de improbidade adminis- (...)

38
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Do inquérito policial: artigos 06 e 07................................................................................................................................................................ 01


Do exame de corpo de delito e das perícias em geral: artigos 158 a 184......................................................................................... 05
Incompatibilidade, impedimento e suspeição: artigos 112, 254 a 256. ............................................................................................. 07
Dos peritos e intérpretes: artigos 275 a 281.................................................................................................................................................. 07
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

legado será definida pela sua circunscrição policial, com


DO INQUÉRITO POLICIAL: ARTIGOS 06 E 07. exceção das delegacias especializadas, como a delegacia
da mulher e de tóxicos, dentre outras.

Os destinatários do IP são os autores da Ação Penal,


O Inquérito Policial é o procedimento administra- ou seja, o Ministério Público ( no caso de ação Penal de
tivo persecutório, informativo, prévio e preparatório da Iniciativa Pública) ou o querelante (no caso de Ação Penal
Ação Penal. É um conjunto de atos concatenados, com de Iniciativa Privada). Excepcionalmente o juiz poderá ser
unidade e fim de perseguir a materialidade e indícios de destinatário do Inquérito, quando este estiver diante de
autoria de um crime. O inquérito Policial averígua deter- cláusula de reserva de jurisdição.
minado crime e precede a ação penal, sendo considera-
O inquérito policial não é indispensável para a pro-
do, portanto como pré processual.
positura da ação penal. Este será dispensável quando já
Composto de provas de autoria e materialidade de
se tiver a materialidade e indícios de autoria do crime.
crime, que, comumente são produzidas por Investigado-
Entretanto, se não se tiver tais elementos, o IP será in-
res de Polícia e Peritos Criminais, o inquérito policial é dispensável, conforme disposição do artigo 39, § 5º do
organizado e numerado pelo Escrivão de Polícia, e presi- Código de Processo Penal.
dido pelo Delegado de Polícia.
Importante esclarecer que não há litígio no Inquérito A sentença condenatória será nula, quando funda-
Policial, uma vez que inexistem autor e réu. Apenas figura mentada exclusivamente nas provas produzidas no in-
a presença do investigado ou acusado. quérito policial. Conforme o artigo 155 do CPP, o Inqué-
Do mesmo modo, há a ausência do contraditório e rito serve apenas como reforço de prova.
da ampla defesa, em função de sua natureza inquisitória
e em razão d a polícia exercer mera função administrativa O inquérito deve ser escrito, sigiloso, unilateral e in-
e não jurisdicional. quisitivo. A competência de instauração poderá ser de
ofício (Quando se tratar de ação penal pública incondi-
Sob a égide da constituição federal, Aury Lopes Jr. cionada), por requisição da autoridade judiciária ou do
define: Ministério Público, a pedido da vítima ou de seu repre-
sentante legal ou mediante requisição do Ministro da
“Inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procu- Justiça.
rar informações sobre algo, colher informações acerca de
O Inquérito Policial se inicia com a notitia criminis,
um fato, perquirir”. (2008, p. 241).
ou seja, com a notícia do crime. O Boletim de Ocorrência
(BO) não é uma forma técnica de iniciar o Inquérito, mas
Em outras palavras, o inquérito policial é um proce- este se destina às mãos do delegado e é utilizado para
dimento administrativo preliminar, de caráter inquisitivo, realizar a Representação, se o crime for de Ação de Ini-
presidido pela autoridade policial, que visa reunir ele- ciativa Penal Pública condicionada à Representação, ou
mentos informativos com objetivo de contribuir para a para o requerimento, se o crime for de Ação Penal da
formação da “opinio delicti” do titular da ação penal. Iniciativa Privada.

A Polícia ostensiva ou de segurança (Polícia Militar) As peças inaugurais do inquérito policial são a Por-
tem por função evitar a ocorrência de crimes. Já a Po- taria (Ato de ofício do delegado, onde ele irá instaurar o
lícia Judiciária (Civil e Federal) se incumbe se investigar inquérito), o Auto de prisão em flagrante (Ato pelo qual
a ocorrência de infrações penais. Desta forma, a Polícia o delegado formaliza a prisão em flagrante), o Requeri-
Judiciária, na forma de seus delegados é responsável por mento do ofendido ou de seu representante legal (Quan-
presidir o Inquérito Policial. do a vítima ou outra pessoa do povo requer, no caso de
Entretanto, conforme o artigo 4º do Código de Pro- Ação Penal de Iniciativa Privada), a Requisição do Minis-
cesso Penal Brasileiro, em seu parágrafo único, outras tério Público ou do Juiz.
autoridades também poderão presidir o inquérito, como
No IP a decretação de incomunicabilidade (máximo
nos casos de Comissões Parlamentares de Inquérito
de três dias) é exclusiva do juiz, a autoridade policial não
(CPI’s), Inquéritos Policiais Militares (IPM’s) e investiga-
poderá determiná-la de ofício. Entretanto, o advogado
dores particulares. Este último exemplo é aceito pela ju-
poderá comunicar-se com o preso, conforme dispõe o
risprudência, desde que respeite as garantias constitucio- artigo 21 do Código de Processo Penal, em seu parágrafo
nais e não utilize provas ilícitas. único.

A atribuição para presidir o inquérito se dá em fun- Concluídas as investigações, a autoridade policial en-
ção da competência ratione loci, ou seja, em razão do caminha o ofício ao juiz, desta forma, depois de saneado
lugar onde se consumou o crime. Desta forma, ocorrerá o juiz o envia ao promotor, que por sua vez oferece a
a investigação onde ocorreu o crime. A atribuição do de- denúncia ou pede arquivamento.

1
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

O prazo para a conclusão do inquérito, conforme o imposição legal. O delegado responderia pelo crime de
artigo 10 caput e § 3º do Código de Processo Penal, será prevaricação (art. 319 do Código Penal), segundo a dou-
de dez dias se o réu estiver preso, e de trinta dias se esti- trina majoritária.
ver solto. Entretanto, se o réu estiver solto, o prazo pode-
rá ser prorrogado se o delegado encaminhar seu pedido Procedimento sigiloso:
ao juiz, e este para o Ministério Público.
O inquérito policial tem o sigilo natural como carac-
Na Polícia Federal, o prazo é de quinze dias se o in- terística em razão de duas finalidades: 1) Eficiência das
diciado estiver preso (prorrogável por mais quinze). Nos investigações; 2) Resguardar imagem do investigado. O
crimes de tráfico ilícito de entorpecentes o prazo é de sigilo é intrínseco ao IP, diferente da ação penal, uma vez
trinta dias se o réu estiver preso e noventa dias se estiver que não é necessária a declaração de sigilo no inquérito.
solto, esse prazo é prorrogável por igual período, confor- Apesar de sigiloso, deve-se considerar a relativização do
me disposição da Lei 11.343 de 2006. mesmo, uma vez que alguns profissionais possuem aces-
so ao mesmo, como é o exemplo do juiz, do promotor
O arquivamento do inquérito consiste da paralisação de justiça e do advogado do ofendido, vide Estatuto da
das investigações pela ausência de justa causa (mate- OAB, lei 8.906/94, art. 7º, XIX. O advogado tem o direito
rialidade e indícios de autoria), por atipicidade ou pela de consultar os autos dos IP, ainda que sem procuração
extinção da punibilidade. Este deverá ser realizado pelo para tal.
Ministério Público. O juiz não poderá determinar de ofí-
cio, o arquivamento do inquérito, sem a manifestação do Procedimento escrito:
Ministério Público
Os elementos informativos produzidos oralmente
O desarquivamento consiste na retomada das inves- devem ser reduzidos a termo. O termo “eventualmente
tigações paralisadas, pelo surgimento de uma nova pro- datilografado” deve ser considerado, através de uma in-
va.
terpretação analógica, como “digitado”. A partir de 2009,
a lei 11.900/09 passou a autorizar a documentação e
Procedimento inquisitivo:
captação de elementos informativos produzidos através
de som e imagem (através de dispositivos de armazena-
Todas as funções estão concentradas na mão de úni-
mento).
ca pessoa, o delegado de polícia.
Recordando sobre sistemas processuais, suas moda-
Indisponível:
lidades são: inquisitivo, acusatório e misto. O inquisitivo
possui funções concentradas nas mãos de uma pessoa.
O juiz exerce todas as funções dentro do processo. No A autoridade policial não pode arquivar o inquérito
acusatório puro, as funções são muito bem definidas. O policial. O delegado pode sugerir o arquivamento, en-
juiz não busca provas. O Brasil adota o sistema acusató- quanto o MP pede o arquivamento. O sistema presiden-
rio não ortodoxo. No sistema misto: existe uma fase in- cialista é o que vigora para o trâmite do IP, ou seja, deve
vestigatória, presidida por autoridade policial e uma fase passar pelo magistrado.
judicial, presidida pelo juiz inquisidor.
Importante ilustrar que poderá o delegado deixar de
Discricionariedade: instaurar o inquérito nas seguintes hipóteses:
Existe uma margem de atuação do delegado que 1) se o fato for atípico (atipicidade material);
atuará de acordo com sua conveniência e oportunida- 2) não ocorrência do fato;
de. A materialização dessa discricionariedade se dá, por 3) se estiverem presentes causas de extinção de pu-
exemplo, no indeferimento de requerimentos. O art. 6º nibilidade, como no caso da prescrição.
do Código de Processo Penal, apesar de trazer diligên- Contudo o delegado não poderá invocar o princípio
cias, não retira a discricionariedade do delegado. Diante da insignificância com o objetivo de deixar de lavrar o
da situação apresentada, poderia o delegado indeferir auto de prisão em flagrante ou de instaurar inquérito po-
quaisquer diligências? A resposta é não, pois há exceção. licial. No que tange à excludente de ilicitude, a doutrina
Não cabe ao delegado de polícia indeferir a realização do majoritária entende que o delegado deve instaurar o in-
exame de corpo de delito, uma vez que o ordenamento quérito e ratificar o auto de prisão em flagrante, uma vez
jurídico veda tal prática. Caso o delegado opte por inde- que a função da autoridade policial é subsunção do fato
ferir o exame, duas serão as possíveis saídas: a primei- à norma.
ra, requisitar ao Ministério Público. A segunda, segundo
Tourinho Filho, recorrer ao Chefe de Polícia (analogia ao Dispensável:
art. 5º, §2º, CPP). Outra importante observação: O fato de Dita o art. 12 do CPP:
o MP e juiz realizarem requisição de diligências mitigaria
a discricionariedade do delegado? Não, pois a requisição Art. 12 - O inquérito policial acompanhará a denúncia
no processo penal é tratada como ordem, ou seja, uma ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

2
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

O termo “sempre que servir” corresponde ao fato de CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL


que, possuindo o titular da ação penal, elementos para
propositura, lastro probatório idôneo de fontes diversas, A peça de encerramento chama-se relatório, definido
por exemplo, o inquérito poderá ser dispensado. como uma prestação de contas daquilo que foi realizado
durante todo o inquérito policial ao titular da ação penal.
Segundo o art. 46, §1º do mesmo dispositivo legal: Em outras palavras, é a síntese das principais diligências
realizadas no curso do inquérito. O mesmo só passa pelo
juiz devido ao fato de o Código de Processo Penal adotar

o sistema presidencialista, já citado anteriormente. Entre-
Art. 46 - O prazo para oferecimento da denúncia, es- tanto, apesar dessa adoção, este caminho adotado pela
tando o réu preso, será de 5 (cinco) dias, contado da data autoridade policial poderia ser capaz de ferir o sistema
em que o órgão do Ministério Público receber os autos acusatório, que é adotado pelo CPP (pois ainda não há
do inquérito policial, e de 15 (quinze) dias, se o réu esti- relação jurídica processual penal).
ver solto ou afiançado. No último caso, se houver devo-
lução do inquérito à autoridade policial ( Os estados do Rio de Janeiro e Bahia adotaram a
Art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão Central de inquéritos policiais, utilizada para que a auto-
do Ministério Público receber novamente os autos. ridade policial remetesse os autos à central gerida pelo
§ 1º - Quando o Ministério Público dispensar o in- Ministério Público. Os respectivos tribunais reagiram
quérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia diante da situação.
contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de
informações ou a representação.”
INDICIAMENTO
OUTRAS FORMAS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
O indiciamento é a individualização do investigado/
suspeito. Há a transição do plano da possibilidade para
a) CPIs: Inquérito parlamentar. Infrações ou faltas o campo da probabilidade, ou seja, da potencialização
funcionais e aqueles crimes de matéria de alta relevância; do suspeito. Na presente hipótese, deve o delegado co-
municar os órgãos de identificação e estatística. Sobre
b) IPM: Inquérito policial militar. Instrumento para in- o momento do indiciamento, o CPP não prevê de forma
vestigação de infrações militares próprias; exata, podendo ser realizado em todas as fases do inqué-
rito policial (instauração, curso e conclusão).
c) Crimes cometidos pelo magistrado: investigação Não é possível desindiciar o indivíduo uma vez que
presidida pelo juiz presidente do tribunal; representa uma espécie de arquivamento subjetivo em
relação ao indiciado. Em contrapartida, há posicionamen-
d) MP: PGR/PGJ; to diverso, com assentamento na ideia de que o desin-
diciamento é possível pelo fato de o IP ser um procedi-
mento administrativo. Assim sendo, a autoridade policial
e) Crimes cometidos por outras autoridades com foro
goza de autotutela, ou seja, da capacidade de rever os
privilegiado: ministro ou desembargador do respectivo
próprios atos.
tribunal.
Com relação às espécies de desindiciamento, o mes-
Os elementos informativos colhidos durante a fase mo pode ser de ofício, ou seja, realizado pela própria au-
do inquérito policial não poderão ser utilizados para fun- toridade policial e coato/coercitivo, que decorre do defe-
damentar sentença penal condenatória. O valor de tais rimento de ordem de habeas corpus.
elementos é relativo, uma vez que os mesmos servem
para fundamentar o recebimento de uma inicial, mas não PRAZOS PARA ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO PO-
são suficientes para fundamentar eventual condenação. LICIAL

PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL No caso da justiça estadual, 10 dias se acusado preso;


30 dias se acusado solto. Os 10 dias são improrrogáveis,
1ª fase: Instauração; os 30 dias são prorrogáveis por “n” vezes. No caso da
justiça federal, 15 dias se o acusado estiver preso; 30 dias
2º fase: Desenvolvimento/evolução;
se o acusado estiver solto. Os 15 dias são prorrogáveis
3ª fase: Conclusão
por uma vez, enquanto os 30 dias são prorrogáveis por
1ª fase: Instaurado por peças procedimentais: “n” vezes.
1ª peça: Portaria;
2ª peça: APFD (auto de prisão em flagrante delito); No caso da lei de drogas (11.343/2006), o prazo é
3ª peça: Requisição do juiz/MP/ministro da justiça; diverso: 30 dias se o acusado estiver preso, 90 dias se
4ª peça: Requerimento da vítima estiver solto. Nessa modalidade, os prazos podem ser

3
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

duplicados. Com relação aos crimes contra a economia Justiça apressada e talvez, equivocada. O erro faz parte
popular (lei 1.521/51, art. 10, §1º), o prazo para conclusão da essência humana e nem mesmo a autoridade policial,
do IP é de 10 dias, independente se o acusado estiver por mais competente que seja, está isenta de equívocos
preso ou solto. e falsos juízos. Delegados e advogados devem trabalhar
em prol de um bom comum, qual seja, a efetivação da
MEIOS DE AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO justiça. Imprescindível a participação do advogado, den-
tro dos limites estabelecidos pela lei, na participação da
1) Primeiramente, oferecer denúncia, caso haja justa defesa de seu cliente. Diante disso, é de imensa impor-
causa. Em regra, o procedimento é o ordinário. (Sumário: tância que o inquérito policial seja desenvolvido sob a
cabe Recurso em sentido estrito, vide art. 581, I, CPP). égide constitucional, respeitando os direitos, garantias
Do recebimento da denúncia, cabe habeas corpus. Da re- fundamentais do acusado e, principalmente, o princípio
jeição da denúncia no procedimento sumaríssimo, cabe da dignidade da pessoa humana, norteador do ordena-
apelação. (JESPCRIM, prazo de 10 dias); mento jurídico brasileiro.

2) O MP pode requisitar novas diligências, mas deve NOTITIA CRIMINIS


especificá-las. No caso do indeferimento pelo magistra-
do, cabe a correição parcial; O Inquérito Policial se inicia com a notitia criminis, ou
seja, com a notícia do crime.
3) MP pode defender o argumento de que não tem A Notitia criminis é a comunicação que alguém faz à
atribuição para atuar naquele caso e que o juiz não tem autoridade pública da infração penal, praticada por ela
competência. Nesse caso, o juiz pode concordar ou não ou por outra pessoa. É o instrumento processual utilizado
com o MP. No caso de não concordar, o juiz fará remessa para comunicar uma infração penal à autoridade compe-
do inquérito ou peças de informação ao procurador-ge- tente. Não se confunde a notícia criminal com a denúncia,
ral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do que é o instrumento inicial da ação penal. A notícia não
instaura uma ação penal, mas apenas o inquérito policial.
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido
de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado
A notitia criminis de cognição indireta pode dar-se
a atender, como menciona o art. 28 do CPP;
por:
4) MP pode pedir arquivamento. Se o juiz homologa,
Delacio Criminis que é a comunicação por escrito ou
encerra-se o mesmo. Trata-se de ato complexo, ou seja,
verbal, prestada por pessoa identificada. (CPP, art. 5º, II).
que depende de duas vontades.
Somente autorizará a instauração do inquérito policial
nos crimes de ação penal pública Incondicionada.
A natureza jurídica do arquivamento é de ato admi-
No que concerne à delacio criminis inautêntica, ou
nistrativo judicial, procedimento que deriva de jurisdição
seja, a delação ou denúncia anônima, apesar de a Consti-
voluntária. É ato judicial, mas não jurisdicional. Com re- tuição Federal vedar o anonimato, o Supremo Tribunal de
lação ao art. 28 do CPP e a obrigação do outro membro Justiça se manifestou a favor de sua validade, desde que
do Ministério Público ser ou não obrigado a oferecer a utilizada com cautela.
denúncia, existem duas correntes sobre o tema. A pri-
meira corrente, representada por Cláudio Fontelis, defen- Notitia Criminis de Cognição Coercitiva - (CPP, art.
de o argumento de que o promotor não é obrigado a 301 e 302)
oferecer denúncia porque o termo deve ser interpretado Esta, ocorre no caso de prisão em flagrante.
como designação, com base na independência funcional. Na notitia criminis de cognição coercitiva, a comuni-
A segunda corrente, majoritária, defende o ponto de que cação do crime é realizada mediante a própria apresen-
o termo deve ser interpretado como delegação, atuando tação de seu autor por servidor público no exercício de
o promotor como “longa manus” do Procurador Geral de suas funções ou por particular.
Justiça. Diante da questão trazida, estaria a independên-
cia funcional comprometida? Não, pois o novo promo-
tor pode pedir a absolvição/condenação, uma vez que o Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da
mesmo possui tal liberdade. infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não
A importância do inquérito policial se materializa do se alterem o estado e conservação das coisas, até a che-
ponto de vista de uma garantia contra apressados juízos, gada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº
formados quando ainda não há exata visão do conjunto 8.862, de 28.3.1994)
de todas as circunstâncias de determinado fato. Daí a de- II - apreender os objetos que tiverem relação com
nominação de instituto pré-processual, que de certa for- o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação
ma, protege o acusado de ser jogado aos braços de uma dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

4
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

III - colher todas as provas que servirem para o escla- § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso
recimento do fato e suas circunstâncias; de bem e fielmente desempenhar o encargo. (Redação
IV - ouvir o ofendido; dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assis-
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste tente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acu-
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas sado a formulação de quesitos e indicação de assistente
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admis-
e a acareações; são pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo pro- § 5o Durante o curso do processo judicial, é per-
cesso datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos mitido às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº
sua folha de antecedentes; 11.690, de 2008)
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem
ponto de vista individual, familiar e social, sua condição a prova ou para responderem a quesitos, desde que o
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois mandado de intimação e os quesitos ou questões a se-
do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos rem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência
que contribuírem para a apreciação do seu temperamen- mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respos-
to e caráter. tas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690,
X - colher informações sobre a existência de filhos, de 2008)
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o II – indicar assistentes técnicos que poderão apre-
nome e o contato de eventual responsável pelos cuida- sentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser
dos dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
Lei nº 13.257, de 2016) 2008)
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material
probatório que serviu de base à perícia será disponibili-
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a in-
zado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre
fração sido praticada de determinado modo, a autorida-
sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame
de policial poderá proceder à reprodução simulada dos
pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conserva-
fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a
ção. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
ordem pública.
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja
mais de uma área de conhecimento especializado, po-
der-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial,
e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído
DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS
pela Lei nº 11.690, de 2008)
PERÍCIAS EM GERAL: ARTIGOS
158 A 184. Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
descreverão minuciosamente o que examinarem, e res-
ponderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela
Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
CAPÍTULO II Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorro-
GERAL gado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será in-
dispensável o exame de corpo de delito, direto ou indire- Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito
to, não podendo supri-lo a confissão do acusado. em qualquer dia e a qualquer hora.

Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas
serão realizados por perito oficial, portador de diploma depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes da-
2008) quele prazo, o que declararão no auto.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bas-
por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de tará o simples exame externo do cadáver, quando não
curso superior preferencialmente na área específica, den- houver infração penal que apurar, ou quando as lesões
tre as que tiverem habilitação técnica relacionada com externas permitirem precisar a causa da morte e não
a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, houver necessidade de exame interno para a verificação
de 2008) de alguma circunstância relevante.

5
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavé- Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as
rico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório,
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se as consequências dessas alterações na dinâmica dos fa-
lavrará auto circunstanciado. tos. (Incluído pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O administrador de cemitério públi-
co ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guar-
de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem darão material suficiente para a eventualidade de nova
indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lu- perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustra-
gar não destinado a inumações, a autoridade procederá dos com provas fotográficas, ou microfotográficas, dese-
às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto. nhos ou esquemas.

Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou
na posição em que forem encontrados, bem como, na rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por
meio de escalada, os peritos, além de descrever os ves-
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
tígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e
deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei nº
em que época presumem ter sido o fato praticado.
8.862, de 28.3.1994)
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avalia-
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no ção de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam
cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo produto do crime.
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os
devidamente rubricados. peritos procederão à avaliação por meio dos elementos
existentes nos autos e dos que resultarem de diligências.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do ca-
dáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição con- a causa e o lugar em que houver começado, o perigo
gênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
auto de reconhecimento e de identidade, no qual se des- alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais cir-
creverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. cunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecada-
dos e autenticados todos os objetos encontrados, que Art. 174. No exame para o reconhecimento de escri-
possam ser úteis para a identificação do cadáver. tos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de escrito será intimada para o ato, se for encontrada;
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova II - para a comparação, poderão servir quaisquer
testemunhal poderá suprir-lhe a falta. documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem
sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primei- sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
ro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a III - a autoridade, quando necessário, requisitará,
exame complementar por determinação da autoridade para o exame, os documentos que existirem em arquivos
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Mi- ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a dili-
gência, se daí não puderem ser retirados;
nistério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu
IV - quando não houver escritos para a comparação
defensor.
ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará
§ 1o No exame complementar, os peritos terão pre-
que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver au-
sente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a
sente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência
deficiência ou retificá-lo. poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação palavras que a pessoa será intimada a escrever.
do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser
feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos em-
data do crime. pregados para a prática da infração, a fim de se Ihes veri-
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser su- ficar a natureza e a eficiência.
prida pela prova testemunhal.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde hou- quesitos até o ato da diligência.
ver sido praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coi- Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos
sas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucida- caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação
tivos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973) poderá ser feita pelo juiz deprecante.

6
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes se- Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o
rão transcritos na precatória. fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qual-
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisita- quer deles;
do pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,
ao processo o laudo assinado pelos peritos. estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre
cujo caráter criminoso haja controvérsia;
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavra- III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo,
rá o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se
ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda
presente ao exame, também pela autoridade.
ou responder a processo que tenha de ser julgado por
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo úni-
qualquer das partes;
co, o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito
e rubricado em suas folhas por todos os peritos. IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, se- qualquer das partes;
rão consignadas no auto do exame as declarações e res- Vl - se for sócio, acionista ou administrador de socie-
postas de um e de outro, ou cada um redigirá separada- dade interessada no processo.
mente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro;
se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente
proceder a novo exame por outros peritos. de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do
casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento
ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o
autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, com- padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for
plementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei parte no processo.
nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também orde- Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem
nar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propó-
julgar conveniente.
sito der motivo para criá-la.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, DOS PERITOS E INTÉRPRETES: ARTIGOS 275
observar-se-á o disposto no art. 19. A 281.

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito,


o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida
pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimen- CAPÍTULO VI
to da verdade. DOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará


sujeito à disciplina judiciária.
INCOMPATIBILIDADE, IMPEDIMENTO E
SUSPEIÇÃO: ARTIGOS 112, 254 A 256. Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do
perito.

Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será


CAPÍTULO III
obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o
serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou perito que, sem justa causa, provada imediatamente:
intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado
houver incompatibilidade ou impedimento legal, que de- da autoridade;
clararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incom- b) não comparecer no dia e local designados
patibilidade ou impedimento poderá ser arguido pelas para o exame;
partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exce- c) não der o laudo, ou concorrer para que a pe-
ção de suspeição. rícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.

7
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, 03. (MPE-SC - Promotor de Justiça – 2013 - MPE
sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua -SC) No procedimento relativo aos processos de com-
condução. petência do Tribunal do Júri, apresentada a defesa, o juiz
ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preli-
Art. 279. Não poderão ser peritos: minares e documentos, em 10 (dez) dias.
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direi- ( ) Certo ( ) Errado
to mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
II - os que tiverem prestado depoimento no 04. (MPDFT - Promotor de Justiça – 2013 - MP-
processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da DFT) Sobre o Tribunal do Júri, é INCORRETO afirmar:
perícia; (A) Seu procedimento desdobra-se em juízo da acu-
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. sação, que analisa a admissibilidade da pretensão pu-
nitiva, e juízo da causa, que diz respeito ao mérito da
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for apli- acusação.
cável, o disposto sobre suspeição dos juízes. (B) Se o acusado houver permanecido preso durante
a instrução criminal, a pronúncia do juiz importará em
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, automática manutenção da cautela extrema, sendo, por
equiparados aos peritos. outro lado, necessária a motivação do decreto de prisão
na hipótese de o pronunciado encontrar-se solto.
(C) A decisão de impronúncia não faz coisa julgada
QUESTÕES formal e material.
(D) Se o advogado do acusado, regularmente intima-
01. (TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente - Área do, não comparecer à sessão de julgamento, e não hou-
Judiciária – 2015 - FGV) Durante os debates orais no ver escusa legítima, o julgamento será adiado uma única
Tribunal do Júri: vez, cabendo ao juiz-presidente intimar a Defensoria Pú-
blica para o novo julgamento.
(A) se houver mais de um acusador, caberá ao juiz
(E) Nos termos da lei, o sistema de colheita de depoi-
disciplinar a divisão do tempo, independentemente da
mentos em plenário é, para as partes, o do exame direto
combinação entre eles;
e cruzado, ao passo que, para os jurados, o sistema é o
(B) havendo mais de um acusado, o tempo para acu-
indireto, ou presidencialista.
sação não sofrerá acréscimo algum;
(C) se houver mais de um defensor, caberá ao juiz
05. (DPE-MA - Defensor Público - Ano: 2015 - FCC)
disciplinar a divisão do tempo, independentemente da
O inquérito policial
combinação entre eles;
(A) após seu arquivamento, poderá ser desarquivado
(D) o assistente de acusação também deve ser con-
a qualquer momento para possibilitar novas investiga-
sultado se deseja ou não fazer uso da réplica; ções, desde que haja concordância do Ministério Público.
(E) os apartes deverão ser coibidos pelo Juiz Presi- (B) em curso poderá ser avocado por superior por
dente, já que não regulamentados por lei. motivo de interesse público.
(C) poderá ser instaurado por requisição judicial, a
02. (TJ-CE - Analista Judiciário - Execução de Man- depender da análise de conveniência e oportunidade do
dados - 2014 – CESPE) delegado de polícia.
(A) Não há previsão de recurso acerca da admissibili- (D) nos casos de ação penal privada e ação penal pú-
dade ou não do desaforamento, admitindo-se a possibi- blica condicionada poderá ser instaurado mesmo sem a
lidade de impetração de mandado de segurança. representação da vítima ou seu representante legal, des-
(B) Se um secretário de Estado, com foro por prerro- de que se trate de crime hediondo.
gativa de função estabelecido pela Constituição estadual, (E) independentemente do crime investigado deverá
cometer um crime doloso contra a vida, ele terá de ser ser impreterivelmente concluído no prazo de 30 dias se o
julgado pelo tribunal do júri. investigado estiver solto.
(C) A audiência da defesa é prescindível para o desa-
foramento de processo da competência do tribunal júri. 06. (PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1ª Classe
(D) O desaforamento pode ocorrer na pendência de – 2015 - VUNESP) A Lei nº 7.960/89 estabelece, em seu
recurso contra a decisão de pronúncia, de tal modo que art. 1º, inciso III, o rol de crimes para os quais é cabível a
o pronunciamento pela instância superior dar-se-á após decretação da prisão temporária quando imprescindível
a remessa dos autos para a outra jurisdição. para as investigações do inquérito policial. Esse rol inclui
(E) O desaforamento não pode ser decretado sim- (A) o crime de assédio sexual.
plesmente para se assegurar a segurança pessoal do réu, (B) o crime de receptação qualificada.
sendo imprescindível que exista dúvida sobre a impar- (C) o crime de estelionato.
cialidade do júri ou que o interesse da ordem pública o (D) o crime de furto qualificado.
reclame. (E) os crimes contra o sistema financeiro.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

07. (MPE-SE - Analista – Direito - 2013 - FCC) Em (E) ao ter conhecimento da infração penal, deverá
relação ao inquérito policial, proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e provi-
(A) o ofendido, ou seu representante legal, e o in- denciar a realização de acareações.
diciado poderão requerer qualquer diligência, que será
realizada, ou não, a juízo da autoridade. 11. (SEDS-TO - Analista Socioeducador – Direito
(B) nos crimes de ação penal de iniciativa pública, so- - 2014 - FUNCAB) Considerando os temas inquérito po-
mente pode ser iniciado de ofício. licial e ação penal, assinale a alternativa correta.
(C) a autoridade policial poderá mandar arquivar os (A) A autoridade policial não poderá mandar arquivar
autos de inquérito policial em caso de evidente atipicida- autos de inquérito.
de da conduta investigada. (B) O inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias,
(D) se o indiciado estiver preso em flagrante, o inqué- se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
rito policial deverá terminar no prazo máximo de cinco preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,
dias, salvo disposição em contrário. a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
(E) é indispensável à propositura da ação penal de (C) O Ministério Público poderá desistir da ação pe-
iniciativa pública. nal.
(D) O prazo para oferecimento da denúncia, estando
08. (MPE-SP - Analista de Promotoria - 2015 – VU- o réu preso, será de 30 dias, contado da data em que o
NESP) A prisão em flagrante, cautelar, realiza-se órgão do Ministério Público receber os autos do inqué-
(A) sem necessidade de avaliação posterior por au- rito policial.
toridade judiciária, porque pode ser relaxada, a qualquer
tempo, pela autoridade policial. 12. (PC-SP - Investigador de Polícia – 2014 - VU-
(B) diante de aparente tipicidade (fumus boni juris), NESP) A prisão preventiva
mas confirmados ilicitude e culpabilidade. (A) é decretada pelo juiz.
(C) no momento em que está ocorrendo ou termina (B) somente poderá ser decretada como garantia da
ordem pública.
de ocorrer o crime.
(C) não poderá ser revogada pelo juiz.
(D) mediante expedição de mandado de prisão pela
(D) poderá ser decretada pelo delegado de polícia.
autoridade judiciária.
(E) é admitida para qualquer crime ou contravenção.
(E) única e tão somente pela polícia judiciária.
13. (PC-GO - Delegado de Polícia – 2013 - UEG)
09. (PC-SP -Investigador de Polícia – 2014 - VU-
Sobre a prisão em flagrante, tem-se o seguinte:
NESP) O inquérito policial
(A) o auto de prisão em flagrante deverá ser lavrado
(A) somente será instaurado por determinação do
pela autoridade do local do crime onde foi efetivada a
juiz competente.
captura, sob pena de nulidade absoluta.
(B) pode ser arquivado por determinação da Autori- (B) em até 24 (vinte e quatro) horas da realização da
dade Policial. prisão, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota
(C) estando o indiciado solto, deverá ser concluído no de culpa, assinada pelo juiz, sendo que a errônea capitu-
máximo em 10 dias. lação dos fatos no mencionado documento gera nulida-
(D) nos crimes de ação pública poderá ser iniciado de do flagrante.
de ofício. (C) o reconhecimento da nulidade do auto de prisão
(E) não poderá ser iniciado por requisição do Minis- em flagrante atinge unicamente o seu valor como ins-
tério Público. trumento de coação cautelar, não tendo repercussão no
processo-crime.
10. (TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Re- (D) a falta de comunicação, no prazo legal, da prisão
gistros – Provimento - 2014 - CESPE) No curso da tra- em flagrante à autoridade judiciária nulifica-a, devendo o
mitação do inquérito policial, o delegado de polícia, magistrado, após oitiva do Ministério Público, determinar
(A) nos crimes em que a pena máxima cominada não seu imediato relaxamento.
extrapole oito anos de reclusão, poderá conceder liber-
dade provisória, independentemente de fiança. 14. (TJ-RO – Juiz - 2011 - PUC-PR) O flagrante pre-
(B) independentemente de pronunciamento do juiz sumido consiste na prisão do agente que:
competente, deverá proceder à instauração de incidente (A) É encontrado logo depois do fato, com instru-
de insanidade mental do indiciado, desde que este apre- mentos, armas ou objetos que estejam relacionados com
sente indícios dessa insanidade. o fato.
(C) a requerimento de qualquer pessoa, poderá de- (B) É surpreendido na prática efetiva do crime.
ferir a interceptação das comunicações telefônicas de (C) É surpreendido logo depois do fato.
indiciado. (D) É perseguido e encontrado logo depois do fato.
(D) quando verificada a inexistência de indícios de (E) É preso logo após o fato e reconhecido por tes-
autoria, deverá arquivar os autos do inquérito policial. temunhas.

9
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

RESPOSTAS: (...)
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de
1. D. 16 de junho de 1986).
A Alternativa D está CORRETA: Consoante Código
Processual Penal: 07. A.
Código Processual Penal:
Art. 476, § 1º “O assistente falará depois do Ministério
Público”, do mesmo modo deverá ser consultado quando Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
à réplica. indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será
realizada, ou não, a juízo da autoridade.
02. B.
Súmula 721 STF: A competência constitucional do 08. C.
Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa Código Processual Penal:
de função estabelecido exclusivamente pela Constituição
estadual. Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
03. Errado. II - acaba de cometê-la;
Código Processual Penal: III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Minis- presumir ser autor da infração;
tério Público ou o querelante sobre preliminares e docu-
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, ar-
mentos, em 5 (cinco) dias.
mas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
da infração.
04. B.
A Alternativa B está incorreta, pois a decisão precisa
ser motivada.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o
Senão vejamos:
agente em flagrante delito enquanto não cessar a per-
Código Processual Penal:
manência.
Art. 413, § 3º. O juiz decidirá, motivadamente, no
09. D.
caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão
ou medida restritiva de liberdade anteriormente decreta- A) ERRADA: O IP pode ser instaurado por diversas
da e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade formas (de ofício, por requisição do MP, etc.).
da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das B) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá
medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. mandar arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do
CPP.
05. B. C) ERRADA: Estando o indiciado solto o prazo para a
De acordo com a Lei n. 12.830/13 conclusão do IP é de 30 dias, prorrogáveis.
D) CORRETA: Item correto, pois nos crimes de ação
Art. 2. penal pública o IP pode ser instaurado de ofício, ainda
(...) que seja necessário, no caso de crimede ação penal pú-
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento pre- blica condicionada à representação, que a autoridade já
visto em lei em curso somente poderá ser avocado ou re- disponha de manifestação inequívoca da vítima (repre-
distribuído por superior hierárquico, mediante despacho sentação) no sentido de que deseja a persecução penal.
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas e) ERRADA: Item errado, pois o IP pode ser instaura-
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos do por requisição do MP.
em regulamento da corporação que prejudique a eficácia
da investigação. 10. E.
CPP -
06. E. Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da
De acordo com a Legislação: infração penal, a autoridade policial deverá:
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas
Art. 1° Caberá prisão temporária: e a acareações;
(...)
III - quando houver fundadas razões, de acordo com 11. A.
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria Dispõe o artigo 17 do CPP: A autoridade policial não
ou participação do indiciado nos seguintes crimes: poderá mandar arquivar autos de inquérito.

10
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

12. A. E) o sistema acusatório caracteriza-se por ser eminen-


Conforme o temente escrito e secreto.
Art. 238 do CPP:
O sistema inquisitivo é caracterizado pela concentra-
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em fla- ção de poder nas mãos do julgador, que exerce, também,
grante delito ou por ordem escrita e fundamentada da a função de acusador; a confissão do réu é considerada
autoridade judiciária competente, em decorrência de a rainha das provas; não há debates orais, predominando
sentença condenatória transitada em julgado ou, no cur- procedimentos exclusivamente escritos, o procedimento
so da investigação ou do processo, em virtude de prisão é sigiloso; há ausência do contraditório e a defesa é me-
temporária ou prisão preventiva. ramente decorativa. Por outro lado, o sistema acusatório
possui nítida separação entre o órgão acusador e o julga-
13. C. dor; há liberdade de acusação, reconhecido o direito de
defesa e a isonomia entre as partes no processo; vigora
Código Processual Penal:
a publicidade do procedimento; o contraditório está pre-
sente; existe a possibilidade de recusa do julgador; há livre
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde
sistema de produção de provas. Desta forma, ressaltadas
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz as principais características destes sistemas a resposta que
competente, ao Ministério Público e à família do preso esta de acordo com o exposto é a alternativa “B”.
ou à pessoa por ele indicada
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realiza- RESPOSTA: “B”.
ção da prisão, será encaminhado ao juiz competente o
auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não in- 2. (MPE/AC - Analista Processual - Direito - FM-
forme o nome de seu advogado, cópia integral para a PRS/2013) Assinale a alternativa correta.
Defensoria Pública. A) A legislação brasileira adota expressamente o sis-
tema acusatório, em razão de não prever a investigação
14. A. criminal realizada por magistrados.
Código Processual Penal: B) A legislação brasileira adota expressamente o siste-
ma acusatório, em razão de prever a possibilidade tribunais
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: populares exercerem a jurisdição criminal nos crimes con-
I – está cometendo a infração penal; tra a vida.
Flagrante próprio. C) A legislação brasileira adota expressamente o siste-
II – acaba de cometê-la; ma inquisitivo, em razão de prever a investigação criminal
Flagrante próprio realizada por magistrados.
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo D) A legislação brasileira adota expressamente o siste-
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça ma misto, em razão de a investigação criminal estar confia-
presumir ser autor da infração; Flagrante impróprio ou da à polícia judiciária.
quase flagrante E) A legislação brasileira não adota expressamente
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, qualquer sistema processual penal.
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele au- Os sistemas processuais são os diferentes conjuntos de
normas adotados por cada ordenamento para disciplinar
tor da infração.
o transcorrer de sua marcha procedimental. Basicamente
Flagrante presumido ou ficto
existem três sistemas processuais, o Sistema inquisitivo:
nele não há contraditório nem ampla defesa; quem acusa
e quem julga são as mesmas pessoas; o Sistema acusató-
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES rio: onde o processo é público, como meio de impedir que
abusos sejam praticados; são assegurados os princípios do
contraditório e ampla defesa; adota-se o sistema da livre
1. (PM/GO - Soldado da Polícia Militar - FUNCAB/2010) apreciação da prova e o Sistema misto: neste sistema há
A respeito dos sistemas processuais existentes no Processo uma fase de investigação preliminar (conduzida pela polí-
Penal, pode-se afirmar que: cia judiciária); uma fase de instrução preparatória (patroci-
A) o sistema inquisitivo rege o processo penal brasilei- nada pelo juiz instrutor); uma fase de julgamento (somente
ro, com a concentração das funções acusatória, de defesa e aqui incidiriam o contraditório e a ampla defesa); e uma
julgadora na mesma pessoa, o Juiz acusador. fase de recurso (em que se pode utilizar o “recurso de cas-
B) o sistema acusatório caracteriza-se pela divisão das sação”, para impugnar apenas questões de direito, como
funções acusatória, de defesa e julgadora em diferentes o “recurso de apelação”, para impugnar questões de fato
personagens, sendo o Juiz imparcial. e de direito). Embora seja o sistema adotado no Brasil o
C) o inquérito policial, apesar de não ser um processo, Sistema acusatório, não existe na legislação brasileira de
obedece às regras e aos princípios do sistema acusatório, forma expressa qualquer previsão neste sentido, razão pela
com a garantia da ampla defesa e do contraditório. qual a alternativa correta é a letra “E”.
D) o sistema processual inquisitivo tem como caracte-
rística marcante a oralidade e a publicidade. RESPOSTA: “E”.

11
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

3. (Polícia Militar/GO - Soldado - UEG/2013) No siste- A publicidade é uma garantia para o indivíduo e para
ma acusatório, a sociedade decorrente do próprio princípio democrático.
A) um único órgão de jurisdição preside a fase de in- O princípio da publicidade dos atos processuais, profunda-
vestigação, acusação e julgamento do processo. mente ligado à humanização do processo penal, contrapõe-
B) o acusado é mero objeto do processo, não lhe sendo se ao procedimento secreto, característica do sistema inqui-
garantidos direitos. sitório. É ele regra em nosso direito e foi elevado a categoria
C) as partes se encontram em igualdade de posições constitucional pelo artigo 5º, LX, da Constituição Federal: “A
e, a ambas, um juiz imparcial e equidistante se sobrepõe. lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
D) não há contraditório. quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigi-
rem”. Desta forma, o sigilo não está dentre os princípios que
No sistema acusatório há distribuição das funções regem o processo penal brasileiro, sendo que neste impera
de acusar, defender e julgar a órgãos distintos, onde se a publicidade.
pressupõe as seguintes garantias constitucionais: da tute-
la jurisdicional, do devido processo legal, da garantia de RESPOSTA: “E”.
acesso à justiça, da garantia do juiz natural, do tratamento
paritário das partes, do contraditório, da ampla defesa, da 6. (STM - ANALISTA JUDICIÁRIO - CESPE/2011) Acerca
publicidade dos atos processuais e motivação dos atos de- dos princípios gerais do processo penal, julgue o item a
cisórios, bem como da presunção de inocência e da garan- seguir:
tia da dignidade da pessoa humana.
O processo penal brasileiro não adota o princípio da
RESPOSTA: “C”. identidade física do juiz em face da complexidade dos atos
4. (MPE/MA - Promotor Substituto - MPE/MA/2014) É processuais e da longa duração dos procedimentos, o que
consentâneo com o sistema inquisitorial de processo pe- inviabiliza a vinculação do juiz que presidiu a instrução à
nal, exceto: prolação da sentença.
A) Sigilo dos atos processuais;
B) Suscetibilidade de início do processo por meio de
A) CERTO
denúncia anônima;
B) ERRADO
C) Incumbência de formular a acusação não individua-
O processo penal brasileiro adota desde a vigência da
lizada;
Lei nº 11.719/2008, que deu nova redação ao artigo 399,
D) Arguição de suspeição do juiz;
§2º, do Código de Processo Penal, o princípio da identi-
E) Defesa técnica decorativa.
dade física do juiz. Tal princípio determina que o juiz de
direito que presidir e concluir a audiência de instrução e
Geralmente nas questões de concurso relacionadas à
julgamento deverá ser o mesmo que irá julgar a causa.
área do Direito, as Bancas examinadoras se utilizam de uma
linguagem mais formal, onde na maioria das vezes algo
que é simples acaba se tornando complexo. Exemplo claro RESPOSTA: “B”.
é o exercício acima, “consentâneo”, neste contexto nada
mais é do que “condizente”, “próprio” do sistema inquisi- 7. (STM - ANALISTA JUDICIÁRIO - CESPE/2011) Acerca
torial. Desta forma, cabe ao candidato considerar quais das dos princípios gerais do processo penal, julgue o item a
alternativas não se enquadram com as particularidades do seguir:
mencionado sistema processual penal. O sistema inquisi-
torial é sigiloso, sempre escrito, não existe o contraditório A adoção do princípio da inércia no processo penal
e reúne na mesma pessoa às funções de acusar, defender brasileiro não permite que o juiz determine, de ofício, dili-
e julgar. O réu é visto nesse sistema como mero objeto da gências para dirimir dúvida sobre ponto relevante dos au-
persecução, com isso garantias que visam resguardar os di- tos.
reitos do acusado, como a “arguição de suspeição do juiz”,
não são próprias deste sistema. A) CERTO
B) ERRADO
RESPOSTA: “D”.
O princípio da inércia é um preceito próprio do proces-
5. (PM/GO - Soldado da Polícia Militar - FUNCAB/2010) so civil e vai totalmente contra a sistemática do processo
São princípios que regem o processo penal brasileiro, EX- penal, tendo em vista que um dos princípios primordiais
CETO: procedimento é o da verdade real, no qual o juiz tem o de-
A) Ampla defesa. ver de investigar como os fatos se passaram na realidade,
B) Duração razoável do processo não se conformando com a verdade formal constante dos
C) Juiz natural. autos.
D) Oralidade.
E) Sigilo RESPOSTA: “B”.

12
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

8. (TJ/AC - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES- nhas realizada no ano de 2009, do sistema adversarial an-
PE/2012) Acerca dos princípios aplicáveis ao direito proces- glo-americano, consistente primeiramente no direct exa-
sual penal e da aplicação da lei processual no tempo e no mination – por parte de quem arrolou – e posteriormente
espaço, julgue os itens seguintes. no cross-examination – pela parte contrária – cabendo ao
magistrado apenas a complementação da inquirição sobre
O princípio da presunção de inocência ou da não cul- os pontos não esclarecidos, ao final, caso entenda neces-
pabilidade subsiste durante todo o processo e tem o obje- sário.
tivo de garantir o ônus da prova à acusação até declaração C) o reconhecimento por uma instância superior da
final de responsabilidade por sentença penal condenatória mera deficiência de defesa técnica processual em favor de
transitada em julgado. um condenado pela prática do crime de falsidade ideológi-
ca em primeira instância acarreta, segundo entendimento
A) CERTO sumulado pelo STF, a imediata declaração de nulidade da
B) ERRADO condenação.
D) uma pessoa condenada no ano de 2010 a 23 anos
O princípio da presunção de inocência é uma garan- de reclusão pelo crime de homicídio tem direito à inter-
tia processual atribuída ao acusado pela prática de uma posição do recurso denominado “protesto por novo júri”
infração penal, oferecendo-lhe a prerrogativa de não ser em virtude do crime a ela imputado ter sido praticado em
considerado culpado por um ato delituoso até que a sen- 2006.
tença penal condenatória transite em julgado, cabendo a Nos chamados crimes societários, não se admite a
acusação provar o contrário. Está previsto na Constituição “denúncia fictícia”, sem apoio na prova e sem a demons-
Federal de 1988 em seu artigo 5º, LVII, nestes termos: “Nin- tração da participação do denunciado na prática tida por
guém será considerado culpado até o trânsito em julgado criminosa. Assim, a inexistência de descrição, na denúncia,
da sentença penal condenatória”. do vínculo entre o denunciado e a empreitada criminosa
a ele imputada, caracteriza-se, como causa de decretação
RESPOSTA: “A”. de nulidade do processo, pois fere o princípio da ampla
9. (TJ/AC - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES- defesa que prevê que para seu exercício é necessário o réu
PE/2012) Acerca dos princípios aplicáveis ao direito proces- ter ciência daquilo que esta sendo acusado para poder se
sual penal e da aplicação da lei processual no tempo e no defender.
espaço, julgue o item seguinte.
RESPOSTA: “A”.
É assegurado, de forma expressa, na norma fundamen-
11. (TJ/RO - Analista Judiciário - Analista Processual -
tal, o direito de qualquer acusado à plenitude de defesa em
CESPE/2012) A respeito dos princípios gerais e informado-
toda e qualquer espécie de procedimento criminal.
res do processo penal, assinale a opção correta.
A) Não há previsão legal do contraditório na fase de
A) CERTO
investigação e a sua inexistência não configura violação à
B) ERRADO
Constituição Federal (CF).
B) Em determinados crimes é permitido ao juiz a inicia-
O princípio da plenitude de defesa é assegurado ao tiva da ação penal condenatória, como no caso de procedi-
acusado, de forma expressa, na Constituição Federal de mentos especiais, a exemplo do processo e julgamento dos
1988, apenas para o procedimento do Júri, em seu artigo crimes de falência.
5º, inciso XXXVIII, alínea “a”, não sendo cabível em outros C) A exigência de sigilo das investigações prevista no
procedimentos criminais. Código de Processo Penal (CPP) impede, de forma absolu-
ta, o acesso aos autos a quem quer que seja, sempre que
RESPOSTA: “B”. houver risco ao bom andamento das investigações.
D) O princípio da obrigatoriedade nas ações penais
10. (DPE/MS - Defensor Público - VUNESP/2012) No públicas se estende ao procedimento relativo aos juizados
que se refere aos princípios constitucionais e infraconstitu- especiais criminais, porquanto, desde que convencido da
cionais aplicáveis ao processo penal, é correto afirmar que: existência do crime, deve o MP, obrigatoriamente, subme-
A) no processo penal que visa apurar crimes societá- ter a questão penal ao exame do Poder Judiciário.
rios, a inexistência de descrição, na denúncia, do vínculo E) No conflito entre o jus puniendi do Estado, de um
entre o denunciado e a empreitada criminosa a ele impu- lado, e o jus libertatis do acusado, a balança deve se in-
tada, caracteriza-se, conforme causa de decretação de nu- clinar a favor do primeiro, porquanto prevalece, em casos
lidade do processo já reconhecida pelo STJ, como violação tais, o interesse público.
ao princípio constitucional da ampla defesa.
B) o princípio da economia processual e do tempus re- O princípio do contraditório não se aplica no inquérito
git actum afasta eventual alegação de nulidade decorrente policial (fase de investigação) que não é, em sentido estri-
da não observância, na audiência de inquirição de testemu- to, “instrução”, mas colheita de elementos que possibilitem

13
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

a instauração do processo. A Constituição Federal apenas C)  Se tiver aconselhado qualquer das partes.


assegura o contraditório na “instrução criminal” e o vigente D) Se for sócio, acionista ou administrador de socieda-
Código de Processo Penal distingue perfeitamente esta do de interessada no processo.
inquérito policial. (E)  Se  ele,  seu  cônjuge,  ascendente  ou  descenden-
te,  estiver respondendo a processo por fato análogo, so-
RESPOSTA: “A”. bre cujo caráter criminoso haja controvérsia.

12. (Polícia Militar/GO - Soldado - UEG/2013) É princí- Dentre as causas de suspeição prevista no artigo 254
pio fundamental do processo penal: do CPP, O juiz não se dará por suspeito, se tiver funcionado
A) princípio da verdade formal. como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou
B) princípio da defesa limitada. de direito, sobre a questão. Tal hipótese é de impedimento
C) princípio da sigilosidade processual. e o juiz não poderá exercer a jurisdição neste processo.
D) princípio da presunção da não culpabilidade.
A alternativa “A”, “B” e “C” estão erradas, pois os princí- RESPOSTA: “A”.
pios mencionados são justamente o oposto dos princípios
fundamentais do processo penal. Assim, onde menciona 15. (TRE/MS - Analista Judiciário - Área Judiciária - CES-
o princípio da “verdade formal”, seria o da “verdade real”; PE/2013) No que diz respeito à aplicação da lei processual
onde menciona o princípio da “defesa limitada”, seria o da no tempo, no espaço e em relação às pessoas, assinale a
“ampla defesa”; onde menciona o princípio da “sigilosida- opção correta.
de processual”, seria o da “publicidade”. Desta forma, resta A) Por força do princípio tempus regit actum, o fato de
apenas como correta a alternativa “D”. lei nova suprimir determinado recurso, existente em legis-
lação anterior, não afasta o direito à recorribilidade subsis-
RESPOSTA: “D”. tente pela lei anterior, quando o julgamento tiver ocorrido
antes da entrada em vigor da lei nova.
13. (TJ/RJ - Juiz - VUNESP/2013) A doutrina é unâni- B) A nova lei processual penal aplicar-se-á imediata-
me ao apontar que os princípios constitucionais, em espe- mente, invalidando os atos realizados sob a vigência da lei
cial os relacionados ao processo penal, além de revelar o anterior que com ela for incompatível.
modelo de Estado escolhido pelos cidadãos, servem como C) O princípio da imediatidade da lei processual penal
meios de proteção da dignidade humana. Referidos princí- abarca o transcurso do prazo processual iniciado sob a égi-
pios podem se apresentar de forma explícita ou implícita, de da legislação anterior, ainda que mais gravosa ao réu.
sem diferença quanto ao grau de importância. São princí- D) A lei processual penal posterior, que de qualquer
pios constitucionais explícitos: modo favorecer o agente, aplicar-se-á aos fatos anteriores,
A) juiz natural, vedação das provas ilícitas e promotor ainda que decididos por sentença condenatória transitada
natural. em julgado.
B) devido processo legal, contraditório e duplo grau E) De acordo com o princípio da territorialidade, aplica-
de jurisdição. se a lei processual penal brasileira a todo delito ocorrido
C) ampla defesa, estado de inocência e verdade real. em território nacional, sem exceção, em vista do princípio
D) contraditório, juiz natural e soberania dos veredictos da igualdade estabelecido na Constituição Federal de 1988.
do Júri.
De acordo com o artigo 2º do CPP, “a lei processual pe-
Estão previstos na Constituição Federal de 1988, dentre nal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
outros, os princípios do contraditório (artigo 5º, LV); do juiz atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Assim, vige
natural (artigo 5º, XXXVII) e soberania dos veredictos do no processo penal o princípio tempus regit actum, do qual
Júri (artigo 5º, XXXVIII, “c”). derivam dois efeitos: a) os atos processuais praticados sob
a égide da lei anterior se consideram válidos; b) as normas
RESPOSTA: “D”. processuais tem aplicação imediata, regulando o desenro-
lar do processo.
14. (TJ/AM – Analista Judiciário II – Oficial de Justiça
Avaliador – FGV/2013) O princípio da imparcialidade impõe RESPOSTA: “A”.
sobre o Estado-juiz a exigência de uma prestação jurisdi-
cional imparcial, podendo ser considerado um dos pilares
do sistema acusatório. Para garantir o respeito ao princípio,
o Código de Processo Penal prevê as situações de suspei-
ção do juiz, relacionadas a seguir, à exceção de uma. Assi-
nale-a.
A) Se  tiver  funcionado  como  juiz  de  outra  instância,
pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão. 
B)  Se  for  amigo  íntimo  ou  inimigo  capital  de  qual-
quer  das partes. 

14
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Dos Princípios Fundamentais: artigos 01 a 04.............................................................................................................................................. 01


Dos Direitos e Garantias Fundamentais: artigos 05 a 11.......................................................................................................................... 05
Da Organização do Estado: artigos 37 a 41................................................................................................................................................... 32
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

quistar e manter o poder, os meios que empregue serão


DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: sempre tidos como honrosos, e elogiados por todos, pois
ARTIGOS 01 A 04. o vulgo atenta sempre para as aparências e os resultados”.
A concepção de soberania inerente ao monarca se
quebrou numa fase posterior, notadamente com a ascen-
são do ideário iluminista. Com efeito, passou-se a enxergar
1) Fundamentos da República a soberania como um poder que repousa no povo. Logo,
O título I da Constituição Federal trata dos princípios a autoridade absoluta da qual emana o poder é o povo
fundamentais do Estado brasileiro e começa, em seu arti- e a legitimidade do exercício do poder no Estado emana
go 1º, trabalhando com os fundamentos da República Fe- deste povo.
derativa brasileira, ou seja, com as bases estruturantes do Com efeito, no Estado Democrático se garante a so-
Estado nacional. berania popular, que pode ser conceituada como “a qua-
Neste sentido, disciplina: lidade máxima do poder extraída da soma dos atributos
de cada membro da sociedade estatal, encarregado de
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela escolher os seus representantes no governo por meio do
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe- sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário”3.
deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem Neste sentido, liga-se diretamente ao parágrafo úni-
como fundamentos: co do artigo 1º, CF, que prevê que “todo o poder emana
I - a soberania; do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
II - a cidadania;
ou diretamente, nos termos desta Constituição”. O povo é
III - a dignidade da pessoa humana;
soberano em suas decisões e as autoridades eleitas que
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
decidem em nome dele, representando-o, devem estar
V - o pluralismo político.
devidamente legitimadas para tanto, o que acontece pelo
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
exercício do sufrágio universal.
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
Por seu turno, a soberania nacional é princípio geral
nos termos desta Constituição.
da atividade econômica (artigo 170, I, CF), restando de-
monstrado que não somente é guia da atuação política
Vale estudar o significado e a abrangência de cada qual
destes fundamentos. do Estado, mas também de sua atuação econômica. Neste
sentido, deve-se preservar e incentivar a indústria e a eco-
1.1) Soberania nomia nacionais.
Soberania significa o poder supremo que cada nação
possui de se autogovernar e se autodeterminar. Este con- 1.2) Cidadania
ceito surgiu no Estado Moderno, com a ascensão do ab- Quando se afirma no caput do artigo 1º que a Repú-
solutismo, colocando o reina posição de soberano. Sendo blica Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Di-
assim, poderia governar como bem entendesse, pois seu reito, remete-se à ideia de que o Brasil adota a democracia
poder era exclusivo, inabalável, ilimitado, atemporal e divi- como regime político.
no, ou seja, absoluto. Historicamente, nota-se que por volta de 800 a.C. as
Neste sentido, Thomas Hobbes1, na obra Leviatã, de- comunidades de aldeias começaram a ceder lugar para
fende que quando os homens abrem mão do estado na- unidades políticas maiores, surgindo as chamadas cidades-
tural, deixa de predominar a lei do mais forte, mas para a -estado ou polis, como Tebas, Esparta e Atenas. Inicialmen-
consolidação deste tipo de sociedade é necessária a pre- te eram monarquias, transformaram-se em oligarquias e,
sença de uma autoridade à qual todos os membros devem por volta dos séculos V e VI a.C., tornaram-se democracias.
render o suficiente da sua liberdade natural, permitindo Com efeito, as origens da chamada democracia se encon-
que esta autoridade possa assegurar a paz interna e a tram na Grécia antiga, sendo permitida a participação dire-
defesa comum. Este soberano, que à época da escrita da ta daqueles poucos que eram considerados cidadãos, por
obra de Hobbes se consolidava no monarca, deveria ser o meio da discussão na polis.
Leviatã, uma autoridade inquestionável. Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime po-
No mesmo direcionamento se encontra a obra de Ma- lítico em que o poder de tomar decisões políticas está com
quiavel2, que rejeitou a concepção de um soberano que os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se reúne
deveria ser justo e ético para com o seu povo, desde que com os demais e, juntos, eles tomam a decisão política) ou
sempre tivesse em vista a finalidade primordial de manter indireta (quando ao cidadão é dado o poder de eleger um
o Estado íntegro: “na conduta dos homens, especialmente representante).
dos príncipes, contra a qual não há recurso, os fins justi- Portanto, o conceito de democracia está diretamente
ficam os meios. Portanto, se um príncipe pretende con- ligado ao de cidadania, notadamente porque apenas quem
possui cidadania está apto a participar das decisões políti-
1 MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã. Tradução de João Paulo
Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. [s.c]: [s.n.], 1861. cas a serem tomadas pelo Estado.
2 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti. São Pau- 3 BULOS, Uadi Lammêngo. Constituição federal anotada. São Paulo:
lo: Martin Claret, 2007, p. 111. Saraiva, 2000.

1
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Cidadão é o nacional, isto é, aquele que possui o vín- por dano moral decorrente de sua violação”5.
culo político-jurídico da nacionalidade com o Estado, que Para Reale6, a evolução histórica demonstra o domí-
goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser nio de um valor sobre o outro, ou seja, a existência de
votado (sufrágio universal). uma ordem gradativa entre os valores; mas existem os
Destacam-se os seguintes conceitos correlatos: valores fundamentais e os secundários, sendo que o valor
a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga fonte é o da pessoa humana. Nesse sentido, são os dize-
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele res de Reale7: “partimos dessa ideia, a nosso ver básica,
passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de que a pessoa humana é o valor-fonte de todos os va-
de direitos e obrigações. lores. O homem, como ser natural biopsíquico, é apenas
b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, um indivíduo entre outros indivíduos, um ente animal
unidas pelo vínculo da nacionalidade. entre os demais da mesma espécie. O homem, conside-
c) População: conjunto de pessoas residentes no Esta- rado na sua objetividade espiritual, enquanto ser que só
do, nacionais ou não. realiza no sentido de seu dever ser, é o que chamamos de
Depreende-se que a cidadania é um atributo conferido pessoa. Só o homem possui a dignidade originária de ser
aos nacionais titulares de direitos políticos, permitindo a enquanto deve ser, pondo-se essencialmente como razão
consolidação do sistema democrático. determinante do processo histórico”.
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade
1.3) Dignidade da pessoa humana da pessoa humana como um dos fundamentos da Repú-
A dignidade da pessoa humana é o valor-base de inter- blica, faz emergir uma nova concepção de proteção de
pretação de qualquer sistema jurídico, internacional ou na- cada membro do seu povo. Tal ideologia de forte fulcro
cional, que possa se considerar compatível com os valores humanista guia a afirmação de todos os direitos funda-
éticos, notadamente da moral, da justiça e da democracia. mentais e confere a eles posição hierárquica superior às
Pensar em dignidade da pessoa humana significa, acima de normas organizacionais do Estado, de modo que é o Es-
tudo, colocar a pessoa humana como centro e norte para tado que está para o povo, devendo garantir a dignidade
qualquer processo de interpretação jurídico, seja na elabo- de seus membros, e não o inverso.
ração da norma, seja na sua aplicação.
Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou 1.4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
plena, é possível conceituar dignidade da pessoa humana Quando o constituinte coloca os valores sociais do
como o principal valor do ordenamento ético e, por con- trabalho em paridade com a livre iniciativa fica clara a
sequência, jurídico que pretende colocar a pessoa humana percepção de necessário equilíbrio entre estas duas con-
como um sujeito pleno de direitos e obrigações na or- cepções. De um lado, é necessário garantir direitos aos
dem internacional e nacional, cujo desrespeito acarreta a trabalhadores, notadamente consolidados nos direitos
própria exclusão de sua personalidade. sociais enumerados no artigo 7º da Constituição; por ou-
Aponta Barroso4: “o princípio da dignidade da pessoa tro lado, estes direitos não devem ser óbice ao exercício
humana identifica um espaço de integridade moral a ser da livre iniciativa, mas sim vetores que reforcem o exer-
assegurado a todas as pessoas por sua só existência no cício desta liberdade dentro dos limites da justiça social,
mundo. É um respeito à criação, independente da crença evitando o predomínio do mais forte sobre o mais fraco.
que se professe quanto à sua origem. A dignidade rela- Por livre iniciativa entenda-se a liberdade de iniciar a
ciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como exploração de atividades econômicas no território brasi-
com as condições materiais de subsistência”. leiro, coibindo-se práticas de truste (ex.: monopólio). O
O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do constituinte não tem a intenção de impedir a livre inicia-
Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito tiva, até mesmo porque o Estado nacional necessita dela
numa das decisões que relatou: “a dignidade consiste na para crescer economicamente e adequar sua estrutura ao
percepção intrínseca de cada ser humano a respeito dos atendimento crescente das necessidades de todos os que
direitos e obrigações, de modo a assegurar, sob o foco de nele vivem. Sem crescimento econômico, nem ao menos
condições existenciais mínimas, a participação saudável e é possível garantir os direitos econômicos, sociais e cul-
ativa nos destinos escolhidos, sem que isso importe des- turais afirmados na Constituição Federal como direitos
tilação dos valores soberanos da democracia e das liber- fundamentais.
dades individuais. O processo de valorização do indivíduo No entanto, a exploração da livre iniciativa deve se dar
articula a promoção de escolhas, posturas e sonhos, sem de maneira racional, tendo em vista os direitos inerentes
olvidar que o espectro de abrangência das liberdades aos trabalhadores, no que se consolida a expressão “valores
individuais encontra limitação em outros direitos funda- sociais do trabalho”. A pessoa que trabalha para aquele que
mentais, tais como a honra, a vida privada, a intimidade,
5 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n.
a imagem. Sobreleva registrar que essas garantias, asso-
259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fon-
ciadas ao princípio da dignidade da pessoa humana, sub- tan Pereira. Brasília, 05 de setembro de 2012j1. Disponível em: www.
sistem como conquista da humanidade, razão pela qual tst.gov.br. Acesso em: 17 nov. 2012.
auferiram proteção especial consistente em indenização 6 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2002,
4 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constitui- p. 228.
ção. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 382. 7 Ibid., p. 220.

2
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

explora a livre iniciativa deve ter a sua dignidade respeitada 3) Objetivos fundamentais
em todas as suas dimensões, não somente no que tange O constituinte trabalha no artigo 3º da Constituição Fe-
aos direitos sociais, mas em relação a todos os direitos fun- deral com os objetivos da República Federativa do Brasil,
damentais afirmados pelo constituinte. nos seguintes termos:
A questão resta melhor delimitada no título VI do texto Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
constitucional, que aborda a ordem econômica e financeira: Federativa do Brasil:
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegu- II - garantir o desenvolvimento nacional; 
rar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
social, observados os seguintes princípios [...]”. Nota-se no desigualdades sociais e regionais;
caput a repetição do fundamento republicano dos valores IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
sociais do trabalho e da livre iniciativa. origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
Por sua vez, são princípios instrumentais para a efetiva- discriminação.
ção deste fundamento, conforme previsão do artigo 1º e do
artigo 170, ambos da Constituição, o princípio da livre con- 3.1) Construir uma sociedade livre, justa e solidária
corrência (artigo 170, IV, CF), o princípio da busca do pleno O inciso I do artigo 3º merece destaque ao trazer a
emprego (artigo 170, VIII, CF) e o princípio do tratamento expressão “livre, justa e solidária”, que corresponde à tría-
favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas de liberdade, igualdade e fraternidade. Esta tríade con-
sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administra- solida as três dimensões de direitos humanos: a primei-
ção no País (artigo 170, IX, CF). Ainda, assegurando a livre ra dimensão, voltada à pessoa como indivíduo, refere-se
iniciativa no exercício de atividades econômicas, o parágra- aos direitos civis e políticos; a segunda dimensão, focada
fo único do artigo 170 prevê: “é assegurado a todos o livre na promoção da igualdade material, remete aos direitos
exercício de qualquer atividade econômica, independente- econômicos, sociais e culturais; e a terceira dimensão se
mente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos concentra numa perspectiva difusa e coletiva dos direitos
previstos em lei”. fundamentais.
Sendo assim, a República brasileira pretende garantir a
1.5) Pluralismo político preservação de direitos fundamentais inatos à pessoa hu-
A expressão pluralismo remete ao reconhecimento da mana em todas as suas dimensões, indissociáveis e inter-
multiplicidade de ideologias culturais, religiosas, econômi- conectadas. Daí o texto constitucional guardar espaço de
cas e sociais no âmbito de uma nação. Quando se fala em destaque para cada uma destas perspectivas.
pluralismo político, afirma-se que mais do que incorporar
esta multiplicidade de ideologias cabe ao Estado nacional 3.2) Garantir o desenvolvimento nacional
fornecer espaço para a manifestação política delas. Para que o governo possa prover todas as condições
Sendo assim, pluralismo político significa não só respei- necessárias à implementação de todos os direitos funda-
tar a multiplicidade de opiniões e ideias, mas acima de tudo mentais da pessoa humana mostra-se essencial que o país
garantir a existência dela, permitindo que os vários grupos se desenvolva, cresça economicamente, de modo que cada
que compõem os mais diversos setores sociais possam se indivíduo passe a ter condições de perseguir suas metas.
fazer ouvir mediante a liberdade de expressão, manifesta-
ção e opinião, bem como possam exigir do Estado substra- 3.3) Erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
to para se fazerem subsistir na sociedade. zir as desigualdades sociais e regionais
Pluralismo político vai além do pluripartidarismo ou Garantir o desenvolvimento econômico não basta
multipartidarismo, que é apenas uma de suas consequên- para a construção de uma sociedade justa e solidária. É
cias e garante que mesmo os partidos menores e com pou- necessário ir além e nunca perder de vista a perspectiva
cos representantes sejam ouvidos na tomada de decisões da igualdade material. Logo, a injeção econômica deve
políticas, porque abrange uma verdadeira concepção de permitir o investimento nos setores menos favorecidos,
multiculturalidade no âmbito interno. diminuindo as desigualdades sociais e regionais e paulati-
namente erradicando a pobreza.
2) Separação dos Poderes O impacto econômico deste objetivo fundamental é
São três os Poderes do Estado, independentes e har- tão relevante que o artigo 170 da Constituição prevê em
mônicos entre si: Executivo, Legislativo e Judiciário. A sepa- seu inciso VII a “redução das desigualdades regionais e
ração de Poderes é inerente ao modelo do Estado Demo- sociais” como um princípio que deve reger a atividade
crático de Direito, impedindo a monopolização do poder econômica. A menção deste princípio implica em afirmar
e, por conseguinte, a tirania e a opressão. Resta garantida que as políticas públicas econômico-financeiras deverão
no artigo 2º da Constituição Federal com o seguinte teor: se guiar pela busca da redução das desigualdades, forne-
cendo incentivos específicos para a exploração da ativida-
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni- de econômica em zonas economicamente marginalizadas.
cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

3
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

3.4) Promover o bem de todos, sem preconceitos verdade, o próprio compromisso de respeito aos direitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras humanos traduz a limitação das ações estatais, que sempre
formas de discriminação devem se guiar por eles. Logo, o Brasil é um país indepen-
Ainda no ideário de justiça social, coloca-se o princípio dente, que não responde a nenhum outro, mas que como
da igualdade como objetivo a ser alcançado pela Repú- qualquer outro possui um dever para com a humanidade e
blica brasileira. Sendo assim, a república deve promover os direitos inatos a cada um de seus membros.
o princípio da igualdade e consolidar o bem comum. Em
verdade, a promoção do bem comum pressupõe a preva- 4.2) Prevalência dos direitos humanos
lência do princípio da igualdade. O Estado existe para o homem e não o inverso. Portan-
Sobre o bem de todos, isto é, o bem comum, o filósofo to, toda normativa existe para a sua proteção como pessoa
Jacques Maritain8 ressaltou que o fim da sociedade é o seu humana e o Estado tem o dever de servir a este fim de pre-
bem comum, mas esse bem comum é o das pessoas huma- servação. A única forma de fazer isso é adotando a pessoa
nas, que compõem a sociedade. Com base neste ideário, humana como valor-fonte de todo o ordenamento, o que
apontou as características essenciais do bem comum: redis- somente é possível com a compreensão de que os direitos
humanos possuem uma posição prioritária no ordenamen-
tribuição, pela qual o bem comum deve ser redistribuído às
to jurídico-constitucional.
pessoas e colaborar para o desenvolvimento delas; respeito
Conceituar direitos humanos é uma tarefa complicada,
à autoridade na sociedade, pois a autoridade é necessária
mas, em síntese, pode-se afirmar que direitos humanos são
para conduzir a comunidade de pessoas humanas para o aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua
bem comum; moralidade, que constitui a retidão de vida, dignidade que usualmente são descritos em documentos
sendo a justiça e a retidão moral elementos essenciais do internacionais para que sejam mais seguramente garanti-
bem comum. dos. A conquista de direitos da pessoa humana é, na verda-
de, uma busca da dignidade da pessoa humana.
4) Princípios de relações internacionais (artigo 4º)
O último artigo do título I trabalha com os princípios 4.3) Autodeterminação dos povos
que regem as relações internacionais da República brasi- A premissa dos direitos políticos é a autodeterminação
leira: dos povos. Neste sentido, embora cada Estado tenha obri-
gações de direito internacional que deve respeitar para a
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas adequada consecução dos fins da comunidade internacio-
relações internacionais pelos seguintes princípios:  nal, também tem o direito de se autodeterminar, sendo que
I - independência nacional; tal autodeterminação é feita pelo seu povo.
II - prevalência dos direitos humanos; Se autodeterminar significa garantir a liberdade do
III - autodeterminação dos povos; povo na tomada das decisões políticas, logo, o direito à
IV - não-intervenção; autodeterminação pressupõe a exclusão do colonialismo.
V - igualdade entre os Estados; Não se aceita a ideia de que um Estado domine o outro,
VI - defesa da paz; tirando a sua autodeterminação.
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 4.4) Não-intervenção
IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu- Por não-intervenção entenda-se que o Estado brasilei-
manidade; ro irá respeitar a soberania dos demais Estados nacionais.
X - concessão de asilo político. Sendo assim, adotará práticas diplomáticas e respeitará as
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus- decisões políticas tomadas no âmbito de cada Estado, eis
que são paritários na ordem internacional.
cará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comu-
4.5) Igualdade entre os Estados
nidade latino-americana de nações.
Por este princípio se reconhece uma posição de pari-
dade, ou seja, de igualdade hierárquica, na ordem interna-
De maneira geral, percebe-se na Constituição Federal a cional entre todos os Estados. Em razão disso, cada Estado
compreensão de que a soberania do Estado nacional bra- possuirá direito de voz e voto na tomada de decisões polí-
sileiro não permite a sobreposição em relação à soberania ticas na ordem internacional em cada organização da qual
dos demais Estados, bem como de que é necessário respei- faça parte e deverá ter sua opinião respeitada.
tar determinadas práticas inerentes ao direito internacional
dos direitos humanos. 4.6) Defesa da paz
O direito à paz vai muito além do direito de viver num
4.1) Independência nacional mundo sem guerras, atingindo o direito de ter paz social,
A formação de uma comunidade internacional não sig- de ver seus direitos respeitados em sociedade. Os direitos
nifica a eliminação da soberania dos países, mas apenas e liberdades garantidos internacionalmente não podem
uma relativização, limitando as atitudes por ele tomadas em ser destruídos com fundamento nas normas que surgiram
prol da preservação do bem comum e da paz mundial. Na para protegê-los, o que seria controverso. Em termos de
8 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed. relações internacionais, depreende-se que deve ser sempre
Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967, p. 20-22. priorizada a solução amistosa de conflitos.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

4.7) Solução pacífica dos conflitos Os países devem colaborar uns com os outros, o que é
Decorrendo da defesa da paz, este princípio remete possível mediante a integração no âmbito de organizações
à necessidade de diplomacia nas relações internacionais. internacionais específicas, regionais ou globais.
Caso surjam conflitos entre Estados nacionais, estes deve- Em relação a este princípio, o artigo 4º se aprofun-
rão ser dirimidos de forma amistosa. da em seu parágrafo único, destacando a importância da
Negociação diplomática, serviços amistosos, bons ofí- cooperação brasileira no âmbito regional: “A República Fe-
cios, mediação, sistema de consultas, conciliação e inqué- derativa do Brasil buscará a integração econômica, políti-
rito são os meios diplomáticos de solução de controvérsias ca, social e cultural dos povos da América Latina, visando
internacionais, não havendo hierarquia entre eles. Somente à formação de uma comunidade latino-americana de na-
o inquérito é um procedimento preliminar e facultativo à ções”. Neste sentido, o papel desempenhado no MERCO-
apuração da materialidade dos fatos, podendo servir de SUL.
base para qualquer meio de solução de conflito9. Concei-
tua Neves10: 4.10) Concessão de asilo político
- “Negociação diplomática é a forma de autocompo-
Direito de asilo é o direito de buscar abrigo em outro
sição em que os Estados oponentes buscam resolver suas
país quando naquele do qual for nacional estiver sofrendo
divergências de forma direta, por via diplomática”;
alguma perseguição. Tal perseguição não pode ter mo-
- “Serviços amistosos é um meio de solução pacífica de
conflito, sem aspecto oficial, em que o governo designa um tivos legítimos, como a prática de crimes comuns ou de
diplomada para sua conclusão”; atos atentatórios aos princípios das Nações Unidas, o que
- “Bons ofícios constituem o meio diplomático de so- subverteria a própria finalidade desta proteção. Em suma,
lução pacífica de controvérsia internacional, em que um o que se pretende com o direito de asilo é evitar a consoli-
Estado, uma organização internacional ou até mesmo um dação de ameaças a direitos humanos de uma pessoa por
chefe de Estado apresenta-se como moderador entre os parte daqueles que deveriam protegê-los – isto é, os go-
litigantes”; vernantes e os entes sociais como um todo –, e não proteger
- “Mediação define-se como instituto por meio do pessoas que justamente cometeram tais violações.
qual uma terceira pessoa estranha à contenda, mas acei- “Sendo direito humano da pessoa refugiada, é obrigação
ta pelos litigantes, de forma voluntária ou em razão de do Estado asilante conceder o asilo. Entretanto, prevalece o
estipulação anterior, toma conhecimento da divergência e entendimento que o Estado não tem esta obrigação, nem de
dos argumentos sustentados pelas partes, e propõe uma fundamentar a recusa. A segunda parte deste artigo permite
solução pacífica sujeita à aceitação destas”; a interpretação no sentido de que é o Estado asilante que
- “Sistema de Consultas constitui-se em meio diplo- subjetivamente enquadra o refugiado como asilado político
mático de solução de litígios em que os Estados ou or- ou criminoso comum”11.
ganizações internacionais sujeitam-se, sem qualquer in-
terferência pessoal externa, a encontros periódicos com o
objetivo de compor suas divergências”.
DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS: ARTIGOS 05 A 11.
4.8) Repúdio ao terrorismo e ao racismo
Terrorismo é o uso de violência através de ataques lo-
calizados a elementos ou instalações de um governo ou
da população civil, de modo a incutir medo, terror, e assim O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos
obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin-
círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população
tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais
do território.
e coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente
Racismo é a prática de atos discriminatórios baseados
previstos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos
em diferenças étnico-raciais, que podem consistirem vio-
lência física ou psicológica direcionada a uma pessoa ou a 12 e 13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF).
um grupo de pessoas pela simples questão biológica her- Em termos comparativos à clássica divisão tridimen-
dada por sua raça ou etnia. sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior
Sendo o Brasil um país que prega o pacifismo e que é parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os
assumidamente pluralista, ambas práticas são considera- direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi-
das vis e devem ser repudiadas pelo Estado nacional. tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na
segunda dimensão (direitos econômicos, sociais e cultu-
4.9) Cooperação entre os povos para o progresso rais) e os direitos coletivos na terceira dimensão. Contu-
da humanidade do, a enumeração de direitos humanos na Constituição vai
A cooperação internacional deve ser especialmente além dos direitos que expressamente constam no título II
econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamen- do texto constitucional.
te a plena efetividade dos direitos humanos fundamentais Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac-
internacionalmente reconhecidos. terísticas principais:
9 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & Direito 11 SANTOS FILHO, Oswaldo de Souza. Comentários aos artigos XIII e
Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 123 XIV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Univer-
10 Ibid., p. 123-126. sal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 83.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem O direito é o de liberdade de expressão e a garantia é


antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos, a vedação de censura ou exigência de licença. Em outros
adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en- casos, o legislador traz o direito num dispositivo e a garan-
quadra a noção de dimensões de direitos. tia em outro: a liberdade de locomoção, direito, é colocada
b) Universalidade: os direitos fundamentais perten- no artigo 5º, XV, ao passo que o dever de relaxamento da
cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do prisão ilegal de ofício pelo juiz, garantia, se encontra no
caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes artigo 5º, LXV12.
no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na Em caso de ineficácia da garantia, implicando em vio-
perspectiva de prevalência dos direitos humanos. lação de direito, cabe a utilização dos remédios constitu-
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não
cionais.
possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in-
transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do Atenção para o fato de o constituinte chamar os re-
comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da médios constitucionais de garantias, e todas as suas fór-
autonomia privada. mulas de direitos e garantias propriamente ditas apenas
d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não po- de direitos.
dem ser renunciados pelo seu titular devido à fundamenta-
lidade material destes direitos para a dignidade da pessoa 1.2) Brasileiros e estrangeiros
humana. O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem conferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notada-
deixar de ser observados por disposições infraconstitucio- mente, “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
nais ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nu- País”. No entanto, tal restrição é apenas aparente e tem
lidades. sido interpretada no sentido de que os direitos estarão
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem protegidos com relação a todas as pessoas nos limites da
um único conjunto de direitos porque não podem ser ana-
soberania do país.
lisados de maneira isolada, separada.
Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in-
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não
se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou
sempre exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel
falta de uso (prescrição). seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
h) Relatividade: os direitos fundamentais não po- Somente alguns direitos não são estendidos a todas as
dem ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exi-
ou como argumento para afastamento ou diminuição da ge a condição de cidadão, que só é possuída por nacionais
responsabilidade por atos ilícitos, assim estes direitos não titulares de direitos políticos.
são ilimitados e encontram seus limites nos demais direitos
igualmente consagrados como humanos. 1.3) Relação direitos-deveres
O capítulo em estudo é denominado “direitos e garan-
1) Direitos e deveres individuais e coletivos. tias deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação
O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deveres
direitos-deveres entre os titulares dos direitos fundamen-
individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do capí-
tais. Acima de tudo, o que se deve ter em vista é a pre-
tulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos do
indivíduo e também abrange direitos da coletividade. A missa reconhecida nos direitos fundamentais de que não
maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do texto há direito que seja absoluto, correspondendo-se para cada
constitucional é de direitos individuais, mas são incluídos direito um dever. Logo, o exercício de direitos fundamen-
alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitucionais tais é limitado pelo igual direito de mesmo exercício por
próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.: manda- parte de outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre
do de segurança coletivo). relativos.
Explica Canotilho13 quanto aos direitos fundamentais:
1.1) Direitos e garantias “a ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser enten-
Não obstante, o capítulo vai além da proteção dos di- dida como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como
reitos e estabelece garantias em prol da preservação des- ao titular de um direito fundamental corresponde um de-
tes, bem como remédios constitucionais a serem utilizados ver por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o
caso estes direitos e garantias não sejam preservados. Nes- particular está vinculado aos direitos fundamentais como
te sentido, dividem-se em direitos e garantias as previsões
destinatário de um dever fundamental. Neste sentido, um
do artigo 5º: os direitos são as disposições declaratórias e
as garantias são as disposições assecuratórias. direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia um
O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo dever correspondente”. Com efeito, a um direito funda-
o direito e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: mental conferido à pessoa corresponde o dever de respei-
to ao arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas.
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade intelec- 12 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em teleconferência.
tual, artística, científica e de comunicação, independente- 13 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria
mente de censura ou licença. da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998, p. 479.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

1.4) Direitos e garantias em espécie é suficiente garantir um direito à igualdade formal, mas
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu é preciso buscar progressivamente a igualdade material.
caput: No sentido de igualdade material que aparece o direito à
igualdade num segundo momento, pretendendo-se do Es-
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem tado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar e
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- executar a lei, uma postura de promoção de políticas go-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade vernamentais voltadas a grupos vulneráveis.
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá-
propriedade, nos termos seguintes [...]. veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação
uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em socieda-
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um de; e o de igualdade material, correspondendo à necessi-
dos principais (senão o principal) artigos da Constituição dade de discriminações positivas com relação a grupos vul-
Federal, consagra o princípio da igualdade e delimita as neráveis da sociedade, em contraponto à igualdade formal.
cinco esferas de direitos individuais e coletivos que mere-
cem proteção, isto é, vida, liberdade, igualdade, segurança
Ações afirmativas
e propriedade. Os incisos deste artigos delimitam vários
Neste sentido, desponta a temática das ações
direitos e garantias que se enquadram em alguma destas
afirmativas,que são políticas públicas ou programas privados
esferas de proteção, podendo se falar em duas esferas es-
pecíficas que ganham também destaque no texto consti- criados temporariamente e desenvolvidos com a finalidade
tucional, quais sejam, direitos de acesso à justiça e direitos de reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações
constitucionais-penais. ou de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio
da concessão de algum tipo de vantagem compensatória
- Direito à igualdade de tais condições.
Abrangência Quem é contra as ações afirmativas argumenta que,
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o em uma sociedade pluralista, a condição de membro de um
constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igual- grupo específico não pode ser usada como critério de inclu-
dade: são ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que elas
desprivilegiam o critério republicano do mérito (segundo
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem o qual o indivíduo deve alcançar determinado cargo públi-
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- co pela sua capacidade e esforço, e não por pertencer a
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade determinada categoria); fomentariam o racismo e o ódio;
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à bem como ferem o princípio da isonomia por causar uma
propriedade, nos termos seguintes [...]. discriminação reversa.
Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas
Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro defende que elas representam o ideal de justiça
inciso: compensatória (o objetivo é compensar injustiças passadas,
dívidas históricas, como uma compensação aos negros por
Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direi- tê-los feito escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça
tos e obrigações, nos termos desta Constituição. distributiva (a preocupação, aqui, é com o presente. Busca-
-se uma concretização do princípio da igualdade material);
Este inciso é especificamente voltado à necessidade de bem como promovem a diversidade.
igualdade de gênero, afirmando que não deve haver ne- Neste sentido, as discriminações legais asseguram a
nhuma distinção sexo feminino e o masculino, de modo
verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afirma-
que o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e
tivas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do me-
obrigações.
nor, as garantias aos portadores de deficiência, entre outras
Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito
mais do que a igualdade de gêneros, envolve uma pers- medidas que atribuam a pessoas com diferentes condições,
pectiva mais ampla. iguais possibilidades, protegendo e respeitando suas dife-
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores renças14. Tem predominado em doutrina e jurisprudência,
de interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as ações afirma-
enfoque que foi dado a este direito foi o de direito civil, tivas são válidas.
enquadrando-o na primeira dimensão, no sentido de que a
todas as pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direi- - Direito à vida
tos e deveres. Trata-se de um aspecto relacionado à igual- Abrangência
dade enquanto liberdade, tirando o homem do arbítrio dos O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria se ção do direito à vida. A vida humana é o centro gravitacio-
falando na igualdade perante a lei. nal em torno do qual orbitam todos os direitos da pessoa
No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que humana, possuindo reflexos jurídicos, políticos, econômi-
não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres 14 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos artigos I e II. In:
para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 08.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

cos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade em con- § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
ceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a vida. resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa, é § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
o primeiro valor moral inerente a todos os seres humanos15. I - se o crime é cometido por agente público;
No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por-
nascer/permanecer vivo, o que envolve questões como tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
pena de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e anos; 
aborto; quanto o direito de viver com dignidade, o que III - se o crime é cometido mediante sequestro.
engloba o respeito à integridade física, psíquica e moral, § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
a garantia de recursos que permitam viver a vida com dig- dobro do prazo da pena aplicada.
nidade. § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado graça ou anistia.
nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
um dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
e sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmi- regime fechado.
cas discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com - Direito à liberdade
células tronco, pena de morte, eutanásia, etc. O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro-
teção do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos
Vedação à tortura que o seguem.
De forma expressa no texto constitucional destaca-se
a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme Liberdade e legalidade
previsão no inciso III do artigo 5º: Prevê o artigo 5º, II, CF:

Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou dei-
a tratamento desumano ou degradante. xar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

A tortura é um dos piores meios de tratamento de- O princípio da legalidade se encontra delimitado nes-
sumano, expressamente vedada em âmbito internacional, te inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a
como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei
constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define assim determine. Assim, salvo situações previstas em lei,
os crimes de tortura e dá outras providências, destacando- a pessoa tem liberdade para agir como considerar conve-
-se o artigo 1º: niente.
Portanto, o princípio da legalidade possui estrita rela-
Art. 1º Constitui crime de tortura: ção com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo
I - constranger alguém com emprego de violência ou à pessoa é lícito. Somente é vedado o que a lei expres-
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: samente estabelecer como proibido. A pessoa pode fazer
a) com o fim de obter informação, declaração ou confis- tudo o que quiser, como regra, ou seja, agir de qualquer
são da vítima ou de terceira pessoa; maneira que a lei não proíba.
b) para provocar ação ou omissão de natureza crimi-
nosa; Liberdade de pensamento e de expressão
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; O artigo 5º, IV, CF prevê:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori-
dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamen-
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo to, sendo vedado o anonimato.
pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos. Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa pensamento e da liberdade de expressão.
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento.
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de
em lei ou não resultante de medida legal. reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pen-
pena de detenção de um a quatro anos. samento, imprime a existência jurídica ao chamado direito
de opinião”16. Em outras palavras, primeiro existe o direito
15 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio Zambitte. Comen-
tários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários
de ter uma opinião, depois o de expressá-la.
à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 16 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso
2008, p. 15. de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

No mais, surge como corolário do direito à liberdade Consoante o magistério de José Afonso da Silva17, entra
de pensamento e de expressão o direito à escusa por con- na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião,
vicção filosófica ou política: a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade
(ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade de
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnos-
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação ticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o livre
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liber-
ternativa, fixada em lei. dade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar
os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou
Trata-se de instrumento para a consecução do direito em público, bem como a de recebimento de contribuições
assegurado na Constituição Federal – não basta permitir para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa
que se pense diferente, é preciso respeitar tal posiciona- refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização
mento. de igrejas e suas relações com o Estado.
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as-
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria certa
e determinada, permitindo eventuais responsabilizações Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
por manifestações que contrariem a lei. tação de assistência religiosa nas entidades civis e mili-
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF: tares de internação coletiva.

Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade in- O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos
telectual, artística, científica e de comunicação, inde- prisionais civis e militares, mas também a hospitais.
pendentemente de censura ou licença. Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli-
giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres-
são, referente de forma específica a atividades intelectuais, Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
relação a estas, a exigência de licença para a manifestação lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia. a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe- tiva, fixada em lei.
dir a divulgação e o acesso a informações como modo de
controle do poder. A censura somente é cabível quando Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por
necessária ao interesse público numa ordem democrática, exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis-
por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha
exploração sexual infanto-juvenil é adequado. fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó-
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à in- fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma
denização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapar- prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não
tida para aquele que teve algum direito seu violado (no- contrarie tais preceitos.
tadamente inerentes à privacidade ou à personalidade)
em decorrência dos excessos no exercício da liberdade de Liberdade de informação
expressão. O direito de acesso à informação também se liga a uma
dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o ar-
Liberdade de crença/religiosa tigo 5º, XIV, CF:
Dispõe o artigo 5º, VI, CF:
Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à in-
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên- formação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos sário ao exercício profissional.
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias. Trata-se da liberdade de informação, consistente na
liberdade de procurar e receber informações e ideias por
Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé quaisquer meios, independente de fronteiras, sem interfe-
como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma rência.
crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao
profissão desta fé possa se realizar em locais próprios. passo que a liberdade de expressão tem uma caracterís-
Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos tica ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo
distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda- e passivo da exteriorização da liberdade de pensamento:
des: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liberda- 17 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
de de organização religiosa. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

9
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX,
preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade CF:
de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para
a sociedade. Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicida-
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de de dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a o interesse social o exigirem.
respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente
pelos meios de comunicação imparciais e não monopoli- Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas
zados (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível o será quando a intimidade merecer preservação (ex: pro-
que a imprensa divulgue com quem obteve a informação cesso criminal de estupro ou causas de família em geral) ou
divulgada, sem o que a segurança desta poderia ficar pre- quando o interesse social exigir (ex: investigações que pos-
judicada e a informação inevitavelmente não chegaria ao sam ser comprometidas pela publicidade). A publicidade é
público. instrumento para a efetivação da liberdade de informação.
Especificadamente quanto à liberdade de informação
no âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas Liberdade de locomoção
previsões. Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no ar-
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF: tigo 5º, XV, CF:
Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território
órgãos públicos informações de seu interesse particular, nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra- termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas bens.
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado. A liberdade de locomoção é um aspecto básico do di-
reito à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o
A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 território do país em tempos de paz (em tempos de guerra
regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do
é possível limitar tal liberdade em prol da segurança). A
art. 5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à Infor-
liberdade de sair do país não significa que existe um direito
mação.
de ingressar em qualquer outro país, pois caberá à ele, no
Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF:
exercício de sua soberania, controlar tal entrada.
Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liber-
Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, indepen-
dade. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser pre-
dentemente do pagamento de taxas:
sa nos casos autorizados pela própria Constituição Fede-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; ral. A despeito da normativa específica de natureza penal,
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, reforça-se a impossibilidade de se restringir a liberdade de
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de in- locomoção pela prisão civil por dívida.
teresse pessoal. Prevê o artigo 5º, LXVII, CF:

Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum- Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívi-
pre observar que o direito de petição deve resultar em uma da, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resol- inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
vendo) uma questão proposta, em um verdadeiro exercí-
cio contínuo de delimitação dos direitos e obrigações que Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo
regulam a vida social e, desta maneira, quando “dificulta a Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
apreciação de um pedido que um cidadão quer apresen- qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por isso, a
tar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); única exceção à regra da prisão por dívida do ordenamento
“demora para responder aos pedidos formulados” (admi- é a que se refere à obrigação alimentícia.
nistrativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe res-
trições e/ou condições para a formulação de petição”, traz Liberdade de trabalho
a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança e O direito à liberdade também é mencionado no artigo
faz proliferar as desigualdades e as injustiças. 5º, XIII, CF:
Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer tra-
cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de- balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro-
núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez fissionais que a lei estabelecer.
na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públi-
cos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que O livre exercício profissional é garantido, respeitados os
gera confusões conceituais no sentido do direito de obter limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão de
certidões ser dissociado do direito de petição. advogado aquele que não se formou em Direito e não foi

10
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil; Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF:
não pode exercer a medicina aquele que não fez faculdade
de medicina reconhecida pelo MEC e obteve o cadastro no Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser compul-
Conselho Regional de Medicina. soriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
Liberdade de reunião julgado.
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF:
O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja,
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen- a associação deixará de existir para sempre. Obviamente, é
te, sem armas, em locais abertos ao público, independen- preciso o trânsito em julgado da decisão judicial que assim
determine, pois antes disso sempre há possibilidade de re-
temente de autorização, desde que não frustrem outra reu-
verter a decisão e permitir que a associação continue em
nião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
funcionamento. Contudo, a decisão judicial pode suspender
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. atividades até que o trânsito em julgado ocorra, ou seja, no
curso de um processo judicial.
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com de- Em destaque, a legitimidade representativa da associa-
mais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever ção quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF:
de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de
segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de pes- Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
soas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais: seria tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do
poder público para que ele organize o policiamento e a as- Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi-
sistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
de armas, totalmente vedado, assim como de substâncias A liberdade de associação envolve não somente o direi-
ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha tenha sido autori- to de criar associações e de fazer parte delas, mas também
zada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou-se que nela tal o de não associar-se e o de deixar a associação, conforme
artigo 5º, XX, CF:
substância ilícita fosse utilizada).
Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a as-
Liberdade de associação sociar-se ou a permanecer associado.
No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º,
XVII, CF: - Direitos à privacidade e à personalidade
Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação Abrangência
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Prevê o artigo 5º, X, CF:

A liberdade de associação difere-se da de reunião por Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida
sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de asso- direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
ciação implica na formação de um grupo organizado que de sua violação.
se mantém por um período de tempo considerável, dotado
de estrutura e organização próprias. O legislador opta por trazer correlacionados no mesmo
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são asso- dispositivo legal os direitos à privacidade e à personalidade.
ciações ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimida-
de, ao abordar a proteção da vida privada – que, em resu-
e o ideal de realizar sua própria justiça paralelamente à es-
mo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio
tatal.
e de círculos de amigos –, Silva18 entende que “o segredo
O texto constitucional se estende na regulamentação da vida privada é condição de expansão da personalidade”,
da liberdade de associação. mas não caracteriza os direitos de personalidade em si.
O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza: A união da intimidade e da vida privada forma a pri-
vacidade, sendo que a primeira se localiza em esfera mais
Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na forma estrita. É possível ilustrar a vida social como se fosse um
da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo grande círculo no qual há um menor, o da vida privada, e
vedada a interferência estatal em seu funcionamento. dentro deste um ainda mais restrito e impenetrável, o da
intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esferas” (ou “Teoria
Neste sentido, associações são organizações resultan- dos Círculos Concêntricos”), importada do direito alemão,
tes da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a ser
sem personalidade jurídica, para a realização de um obje- conferida à esfera (as esferas são representadas pela intimi-
tivo comum; já cooperativas são uma forma específica de dade, pela vida privada, e pela publicidade).
associação, pois visam a obtenção de vantagens comuns 18 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
em suas atividades econômicas. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

11
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

“O direito à honra distancia-se levemente dos dois an- O reconhecimento do marco inicial e do marco final
teriores, podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa da personalidade jurídica pelo registro é direito individual,
tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fa- não dependendo de condições financeiras. Evidente, seria
zem os outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabi- absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a elabora-
lidade no meio social. O direito à imagem também pos- ção de documentos para que ela seja reconhecida como
sui duas conotações, podendo ser entendido em sentido viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência dos
objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa, por menos favorecidos.
meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido
subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas Direito à indenização e direito de resposta
pela pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”19. Com vistas à proteção do direito à privacidade, do di-
reito à personalidade e do direito à imagem, asseguram-se
Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspon- dois instrumentos, o direito à indenização e o direito de
dência resposta, conforme as necessidades do caso concreto.
Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a invio- Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF:
labilidade do domicílio e o sigilo das correspondências e
comunicações.
Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta,
Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê:
proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma-
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, terial, moral ou à imagem.
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para “A manifestação do pensamento é livre e garantida
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em
diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura
O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa-
nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju-
EM QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
morador foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju-
domicílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle
para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está da matéria que divulga”20.
sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por O  direito de resposta é o direito que uma pessoa
determinação judicial. tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica- em que foram publicadas garantida exatamente a mes-
ções, prevê o artigo 5º, XII, CF: ma repercussão. Mesmo quando for garantido o direito
de resposta não é possível reverter plenamente os da-
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência nos causados pela manifestação ilícita de pensamento,
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica- razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização.
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau-
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que
investigação criminal ou instrução processual penal. pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô-
mico e não econômico.
O sigilo de correspondência e das comunicações está Dano material  é aquele que atinge o patrimônio
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. (material ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado
financeiramente e indenizado.
Personalidade jurídica e gratuidade de registro
“Dano moral direto consiste na lesão a um interesse
Quando se fala em reconhecimento como pessoa pe-
que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapa-
rante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos
direitos de personalidade, consistente na personalidade ju- trimonial contido nos direitos da personalidade (como a
rídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o decoro,
como pessoa perante a lei. a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem)
Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o
necessário o registro. Por ser instrumento que serve como estado de família)”21.
pressuposto ao exercício de direitos fundamentais, asse- Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Có-
gura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição de digo Civil:
com ele arcar.
Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF: Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à
administração da justiça ou à manutenção da ordem públi-
Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconheci- ca, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
damente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nas- 20 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. São
cimento; b) a certidão de óbito. Paulo: Malheiros, 2011.
19 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito constitucio- 21 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad civil. Buenos
nal. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Aires: Astrea, 1982.

12
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua fun-
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem pre- ção social.
juízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra,
a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins A propriedade, segundo Silva23, “[...] não pode mais ser
comerciais. considerada como um direito individual nem como institui-
ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direitos
- Direito à segurança individuais, ela não mais poderá ser considerada puro direi-
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- to individual, relativizando-se seu conceito e significado, es-
teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in- pecialmente porque os princípios da ordem econômica são
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo, preordenados à vista da realização de seu fim: assegurar a
desde sua integridade física e mental, até a própria segu- todos existência digna, conforme os ditames da justiça so-
rança jurídica. cial. Se é assim, então a propriedade privada, que, ademais,
No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes- tem que atender a sua função social, fica vinculada à conse-
soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli-
cução daquele princípio”.
dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de
Com efeito, a proteção da propriedade privada está li-
garantir o direito à vida.
mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
Nesta linha, para Silva22, “efetivamente, esse conjunto
requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade da
de direitos aparelha situações, proibições, limitações e pro-
cedimentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de pessoa humana. A propriedade de bens e valores em geral é
algum direito individual fundamental (intimidade, liberda- um direito assegurado na Constituição Federal e, como to-
de pessoal ou a incolumidade física ou moral)”. dos os outros, se encontra limitado pelos demais princípios
Especificamente no que tange à segurança jurídica, conforme melhor se atenda à dignidade do ser humano.
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: A Constituição Federal delimita o que se entende por
função social:
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito ad-
quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urbano,
executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroatividade gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desen-
da lei. volvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do -estar de seus habitantes.
Direito Brasileiro:
Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câ-
Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e mara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido mil habitantes, é o instrumento básico da política de desen-
e a coisa julgada. volvimento e de expansão urbana.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que função social quando atende às exigências fundamentais de
o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como ordenação da cidade expressas no plano diretor24.
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a pro-
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão priedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
judicial de que já não caiba recurso.
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requi-
sitos:
- Direito à propriedade
I - aproveitamento racional e adequado;
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
II - utilização adequada dos recursos naturais disponí-
ção do direito à propriedade, tanto material quanto intelec-
tual, delimitada em alguns incisos que o seguem. veis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações
Função social da propriedade material de trabalho;
O artigo 5º, XXII, CF estabelece: IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprie-
tários e dos trabalhadores.
Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de proprie-
dade.
23 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o
24 Instrumento básico de um processo de planejamento municipal
principal fator limitador deste direito: para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando
22SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo... a ação dos agentes públicos e privados (Lei n. 10.257/2001 - Estatuto
Op. Cit., p. 437. da cidade).

13
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Desapropriação Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF:


No caso de desrespeito à função social da proprieda-
de cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo que Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel
pode-se depreender do texto constitucional duas possibili- como de interesse social, para fins de reforma agrária, auto-
dades de desapropriação: por desrespeito à função social e riza a União a propor a ação de desapropriação.
por necessidade ou utilidade pública.
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desa- Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer
propriação por desatendimento à função social: procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público mu- processo judicial de desapropriação.
nicipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do A desapropriação por utilidade ou necessidade pública
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utiliza- deve se dar mediante prévia e justa indenização em di-
do, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, nheiro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimi-
sucessivamente, de: tando o procedimento e conceituando utilidade pública,
I - parcelamento ou edificação compulsórios; em seu artigo 5º:
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial ur-
bana progressivo no tempo; Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se ca-
III - desapropriação com pagamento mediante títulos sos de utilidade pública:
da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo a) a segurança nacional;
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em b) a defesa do Estado;
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real c) o socorro público em caso de calamidade;
da indenização e os juros legais25. d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população,
Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por in- seu abastecimento regular de meios de subsistência;
teresse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
que não esteja cumprindo sua função social, mediante minerais, das águas e da energia hidráulica;
prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, g) a assistência pública, as obras de higiene e decora-
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no ção, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes me-
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua dicinais;
emissão, e cuja utilização será definida em lei26. h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias logradouros públicos; a execução de planos de urbanização;
serão indenizadas em dinheiro. o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons-
No que tange à desapropriação por necessidade ou trução ou ampliação de distritos industriais;
utilidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF: j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
k) a preservação e conservação dos monumentos his-
Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento tóricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos
para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou ca-
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constitui- racterísticos e, ainda, a proteção de paisagens e locais par-
ção. ticularmente dotados pela natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arqui-
Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF: vos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou
artístico;
Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urba- m) a construção de edifícios públicos, monumentos co-
nos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. memorativos e cemitérios;
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de
25 Nota-se que antes de se promover a desapropriação de imóvel
urbano por desatendimento à função social é necessário tomar duas pouso para aeronaves;
providências, sucessivas: primeiro, o parcelamento ou edificação com- o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de na-
pulsórios; depois, o estabelecimento de imposto sobre a propriedade tureza científica, artística ou literária;
predial e territorial urbana progressivo no tempo. Se ambas medidas p) os demais casos previstos por leis especiais.
restarem ineficazes, parte-se para a desapropriação por desatendi-
mento à função social. Um grande problema que faz com que processos
26 A desapropriação em decorrência do desatendimento da função que tenham a desapropriação por objeto se estendam é
social é indenizada, mas não da mesma maneira que a desapropriação
a indevida valorização do imóvel pelo Poder Público, que
por necessidade ou utilidade pública, já que na primeira há violação
do ordenamento constitucional pelo proprietário, mas na segunda
geralmente pretende pagar valor muito abaixo do devido,
não. Por isso, indeniza-se em títulos da dívida agrária, que na prática necessitando o Judiciário intervir em prol da correta ava-
não são tão valorizados quanto o dinheiro. liação.

14
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Outra questão reside na chamada tredestinação, pela I - os instrumentos creditícios e fiscais;


qual há a destinação de um bem expropriado (desapro- II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
priação) a finalidade diversa da que se planejou inicial- garantia de comercialização;
mente. A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
quando resultante de desvio do propósito original; e será IV - a assistência técnica e extensão rural;
lícita quando a Administração Pública dê ao bem finalida- V - o seguro agrícola;
de diversa, porém preservando a razão do interesse pú- VI - o cooperativismo;
blico. VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
Política agrária e reforma agrária
Enquanto desdobramento do direito à propriedade § 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades
imóvel e da função social desta propriedade, tem-se ainda agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
o artigo 5º, XXVI, CF: § 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola
e de reforma agrária.

Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, as- As terras devolutas e públicas serão destinadas confor-
sim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não me a política agrícola e o plano nacional de reforma agrá-
será objeto de penhora para pagamento de débitos decor- ria (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os concessão, a qualquer título, de terras públicas com área
meios de financiar o seu desenvolvimento. superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física
ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de
Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pe- prévia aprovação do Congresso Nacional”, salvo no caso de
quena propriedade será assegurado que permaneça com
alienações ou concessões de terras públicas para fins de re-
ela e a torne mais produtiva.
A preservação da pequena propriedade em detrimento forma agrária (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF).
dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes- Os que forem favorecidos pela reforma agrária (ho-
-guias da regulamentação da política agrária brasileira, que mens, mulheres, ambos, qualquer estado civil) não poderão
tem como principal escopo a realização da reforma agrária. negociar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, CF).
Parte da questão financeira atinente à reforma agrária Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição
se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF: ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física
ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que depen-
Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente derão de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190,
o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o CF).
montante de recursos para atender ao programa de reforma
agrária no exercício. Usucapião
Usucapião é o modo originário de aquisição da pro-
Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es-
priedade que decorre da posse prolongada por um longo
taduais e municipais as operações de transferência de imó-
veis desapropriados para fins de reforma agrária. tempo, preenchidos outros requisitos legais. Em outras pa-
lavras, usucapião é uma situação em que alguém tem a pos-
Como a finalidade da reforma agrária é transformar se de um bem por um tempo longo, sem ser incomodado,
terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes à a ponto de se tornar proprietário.
função social, alguns imóveis rurais não podem ser abran- A Constituição regulamenta o acesso à propriedade
gidos pela reforma agrária: mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em
casos específicos, denominados usucapião especial urbana
Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para e usucapião especial rural.
fins de reforma agrária: O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida especial urbana:
em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva. Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urba-
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à
na de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco
propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento
dos requisitos relativos a sua função social. anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, des-
Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo de que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
187: § 1º O título de domínio e a concessão de uso
serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e exe- independentemente do estado civil.
cutada na forma da lei, com a participação efetiva do setor § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo
de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, possuidor mais de uma vez.
bem como dos setores de comercialização, de armazena- § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por
mento e de transportes, levando em conta, especialmente: usucapião.

15
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja e) Nenhum outro imóvel.
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado
seguintes requisitos específicos: a área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro
a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da localiza- labore”. Dependerá do caso concreto.
ção, área urbana é a que está dentro do perímetro urbano.
Pela teoria da destinação, mais importante que a localiza- Uso temporário
ção é a sua utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários e No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao di-
estiver dentro do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para reito de propriedade que não possui o caráter definitivo
fins de usucapião a maioria diz que prevalece a teoria da da desapropriação, mas é temporária, conforme artigo 5º,
localização. XXV, CF:
b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse
maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A juris- Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo públi-
prudência é pacífica que a posse desde o início deve ficar co, a autoridade competente poderá usar de propriedade
restrita a 250m². Predomina também que o terreno deve ter particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior,
250m², não a área construída (a área de um sobrado, por se houver dano.
exemplo, pode ser maior que a de um terreno).
c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação
Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes de de perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: mon-
05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos dentro tar uma base para capturar um fugitivo), pois o interesse
do limite da usucapião urbana? Predominou que só corria o da coletividade é maior que o do indivíduo proprietário.
prazo a partir da criação do instituto, não só porque antes
não existia e o prazo não podia correr, como também não Direito sucessório
se poderia prejudicar o proprietário. O direito sucessório aparece como uma faceta do di-
d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse, reito à propriedade, encontrando disciplina constitucional
é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família, no artigo 5º, XXX e XXXI, CF:
ao longo de todo o prazo (não só no início ou no final).
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança;
Logo, não cabe acessio temporis por cessão da posse.
e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no
Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangeiros
Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se al-
situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício
guém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este re-
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
quisito é verificado no momento em que completa 5 anos.
mais favorável a lei pessoal do de cujus.
Em relação à previsão da usucapião especial rural, des-
taca-se o artigo 191, CF: O direito à herança envolve o direito de receber – seja
devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens de
Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa para ou-
imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos tra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou a lei de-
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, termine. A Constituição estabelece uma disciplina específica
não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva para bens de estrangeiros situados no Brasil, assegurando
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos brasileiros nos
adquirir-lhe-á a propriedade. termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do país estrangeiro).
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adqui-
ridos por usucapião. Direito do consumidor
Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF:
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da lei,
seguintes requisitos específicos: a defesa do consumidor.
a) Imóvel rural
b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que O direito do consumidor liga-se ao direito à propriedade
estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da a partir do momento em que garante à pessoa que irá adqui-
Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo rir bens e serviços que estes sejam entregues e prestados da
rural? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas forma adequada, impedindo que o fornecedor se enrique-
é assunto muito controverso. ça ilicitamente, se aproveite de maneira indevida da posição
c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 menos favorável e de vulnerabilidade técnica do consumidor.
de outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se O Direito do Consumidor pode ser considerado um ramo
a área é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibili- recente do Direito. No Brasil, a legislação que o regulamen-
dade antes da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 tou foi promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº 8.078, de
ha) não. 11 de setembro de 1990, conforme determinado pela Cons-
d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve mo- tituição Federal de 1988, que também estabeleceu no artigo
rar na área rural. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias:

16
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento e basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, edi-
vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código ção, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de
de defesa do consumidor. dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo
que estas modalidades de utilização podem se dar a título
A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi oneroso ou gratuito.
um grande passo para a proteção da pessoa nas relações de “Os direitos autorais, também conhecidos como copyri-
consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de hi- ght (direito de cópia), são considerados bens móveis, po-
possuficiente técnico daquele que adquire um bem ou faz dendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. Ressalte-
uso de determinado serviço, enquanto consumidor. -se que a permissão a terceiros de utilização de criações
artísticas é direito do autor. [...] A proteção constitucional
Propriedade intelectual abrange o plágio e a contrafação. Enquanto que o primei-
Além da propriedade material, o constituinte protege ro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou produzida
também a propriedade intelectual, notadamente no artigo por terceiros, como se fosse própria, a segunda configura
5º, XXVII, XXVIII e XXIX, CF: a reprodução de obra alheia sem a necessária permissão
do autor”27.
Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito exclusi-
vo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, - Direitos de acesso à justiça
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; A formação de um conceito sistemático de acesso à
justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apon-
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei: taram três ondas de acesso, isto é, três posicionamentos
a) a proteção às participações individuais em obras básicos para a realização efetiva de tal acesso. Tais ondas
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in- foram percebidas paulatinamente com a evolução do Di-
clusive nas atividades desportivas; reito moderno conforme implementadas as bases da onda
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a emergên-
mico das obras que criarem ou de que participarem aos cia de uma nova onda quando superada a afirmação das
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações premissas da onda anterior, restando parcialmente imple-
sindicais e associativas; mentada (visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao
Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de in- pleno atendimento em todas as ondas).
ventos industriais privilégio temporário para sua utiliza- Primeiro, Cappelletti e Garth28 entendem que surgiu
ção, bem como proteção às criações industriais, à proprie- uma onda de concessão de assistência judiciária aos po-
dade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos bres, partindo-se da prestação sem interesse de remunera-
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- ção por parte dos advogados e, ao final, levando à criação
mento tecnológico e econômico do País. de um aparato estrutural para a prestação da assistência
pelo Estado.
Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth29,
que deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto veio a onda de superação do problema na representação
sob o patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional de
a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os processo como algo restrito a apenas duas partes indivi-
direitos autorais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes dualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui-
são conexos”. ções, como o Ministério Público.
O artigo 7° do referido diploma considera como obras Finalmente, Cappelletti e Garth30 apontam uma terceira
intelectuais que merecem a proteção do direito do autor onda consistente no surgimento de uma concepção mais
os textos de obras de natureza literária, artística ou científi- ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins-
ca; as conferências, sermões e obras semelhantes; as obras tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados:
cinematográficas e televisivas; as composições musicais; “[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla va-
fotografias; ilustrações; programas de computador; coletâ- riedade de reformas, incluindo alterações nas formas de
neas e enciclopédias; entre outras. procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a
Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa-
inalienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o di- raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores,
reito de reivindicar a autoria da obra, ter seu nome divul- modificações no direito substantivo destinadas a evitar lití-
gado na utilização desta, assegurar a integridade desta ou gios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos
modificá-la e retirá-la de circulação se esta passar a afron-
27 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria
tar sua honra ou imagem. geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos ar- Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
tigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos 28 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução
contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor,
falecimento do último coautor, ou contados do primeiro 1998, p. 31-32.
ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza 29 Ibid., p. 49-52
audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem, 30 Ibid., p. 67-73

17
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque, em que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição com-
em suma, não receia inovações radicais e compreensivas, petente para a matéria específica do caso antes mesmo do
que vão muito além da esfera de representação judicial”. fato ocorrer.
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos as-
pectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se o Por sua vez, um desdobramento deste princípio encon-
Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas as tra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta garantir
meios de acesso se estes forem insuficientes, já que para Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de
que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário que se exceção.
aplique o direito material de maneira justa e célere.
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente
prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV: criado para uma situação pretérita, bem como não reco-
nhecido como legítimo pela Constituição do país.
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Tribunal do júri
A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o princí- artigo 5º, XXXVIII, CF:
pio de Direito Processual Público subjetivo, também cunha-
do como Princípio da Ação, em que a Constituição garante Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri,
a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes na vida com a organização que lhe der a lei, assegurados:
em sociedade. Sempre que uma controvérsia for levada ao a) a plenitude de defesa;
Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de admissibili- b) o sigilo das votações;
dade, ela será resolvida, independentemente de haver ou c) a soberania dos veredictos;
não previsão específica a respeito na legislação. d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, no contra a vida.
que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos favo-
recidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF: O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que
julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental
Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí- o de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade e
dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência não magistrados, no caso de determinados crimes que por
de recursos. sua natureza possuem fortes fatores de influência emocio-
nal.
O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces- Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto
a defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti-
ampla defesa assegurada em todos os procedimentos judi-
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº
ciais e administrativos.
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição:
Sigilo das votações envolve a realização de votações
Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad-
secretas, preservando a liberdade de voto dos que com-
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro-
põem o conselho que irá julgar o ato praticado.
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami-
A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contu-
tação.
do, a soberania dos veredictos veda a alteração das deci-
  sões dos jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do
Com o tempo se percebeu que não bastava garantir Tribunal do Júri para que seja procedido novo julgamento
o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não uma vez cassada a decisão recorrida, haja vista preservar
significa que se deve acelerar o processo em detrimento o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo grau de
de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que é jurisdição.
preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e nem Por fim, a competência para julgamento é dos crimes
menos que o necessário para a efetiva realização da justiça dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o risco
no caso concreto. de produção do resultado) contra a vida, que são: homicídio,
aborto, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e infan-
- Direitos constitucionais-penais ticídio. Sua competência não é absoluta e é mitigada, por
vezes, pela própria Constituição (artigos 29, X / 102, I, b) e
Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de ex- c) / 105, I, a) / 108, I).
ceção
Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona: Anterioridade e irretroatividade da lei
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza:
Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sen-
tenciado senão pela autoridade competente”, consolida o Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que
princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
de conhecer previamente daquele que a julgará no processo

18
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena anistia, em regra, atinge crimes políticos, a graça e o in-
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio dulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo
da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência
crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia cominação exclusiva do Presidente da República; a anistia pode ser
legal, e o princípio da anterioridade, posto que não há crime concedida antes da sentença final ou depois da condena-
sem lei anterior que o defina. ção irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem- em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto
-se o artigo 5º, XL, CF: apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos
do crime, apagados na anistia; graça é em regra individual
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para e solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
beneficiar o réu. Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar
que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra
crimes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da an-
(previstos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além
terioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha disso, são crimes que não aceitam fiança.
definido um fato como crime e dado certo tratamento penal Por fim, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
a este fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo de
pena, etc.) antes que ele ocorra; por outro lado, se vier uma Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e im-
lei posterior ao fato que o exclua do rol de crimes ou que prescritível a ação de grupos armados, civis ou milita-
confira tratamento mais benéfico (diminuindo a pena ou al- res, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
terando o regime de cumprimento, notadamente), ela será
aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da irretroati- Personalidade da pena
vidade da lei penal in pejus quanto o da retroatividade da lei A personalidade da pena encontra respaldo no artigo
penal mais benéfica. 5º, XLV, CF:

Menções específicas a crimes Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa
O artigo 5º, XLI, CF estabelece: do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e
a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. limite do valor do patrimônio transferido.

Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao O princípio da personalidade encerra o comando de
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela o crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por
qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No en- seu turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria
tanto, o constituinte entendeu por bem prever tratamento flagrante a injustiça se fosse possível alguém responder
específico a certas práticas criminosas. pelos atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: invés de restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes.
Contudo, se uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este
patrimônio responderá pelas repercussões financeiras do
Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime
ilícito.
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei. Individualização da pena
A individualização da pena tem por finalidade concre-
A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes tizar o princípio de que a responsabilização penal é sem-
resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles não pre pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as pe-
cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão pro- culiaridades do agente.
visória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda de A primeira menção à individualização da pena se en-
pretensão de se processar/punir uma pessoa pelo decurso contra no artigo 5º, XLVI, CF:
do tempo).
Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF: Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização
da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafian- a) privação ou restrição da liberdade;
çáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da b) perda de bens;
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o c) multa;
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles d) prestação social alternativa;
respondendo os mandantes, os executores e os que, poden- e) suspensão ou interdição de direitos.
do evitá-los, se omitirem.
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve
Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e exe-
termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e cutório, evitando-se a padronização a sanção penal. A in-
extingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto dividualização da pena significa adaptar a pena ao conde-
apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; a nado, consideradas as características do agente e do delito.

19
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o
com maior ou menor intensidade, a liberdade do condena- constituinte não estabeleceu uma total vedação, autorizan-
do, consistente em permanecer em algum estabelecimento do-a nos casos de guerra declarada. Obviamente, deve-se
prisional, por um determinado tempo. respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou seja, a le-
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição gislação deve prever a pena de morte ao fato antes dele ser
do patrimônio do indivíduo delituoso. praticado. No ordenamento brasileiro, este papel é cumpri-
A prestação social alternativa corresponde às penas do pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969),
restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas que prevê a pena de morte a ser executada por fuzilamento
privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Có- nos casos tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes
digo Penal. militares em tempo de guerra.
Por seu turno, a individualização da pena deve também Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quais-
se fazer presente na fase de sua execução, conforme se de- quer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de traba-
preende do artigo 5º, XLVIII, CF: lhos forçados, de banimento e cruéis.
No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabe- que o trabalho obrigatório não é considerado um trata-
lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, mento contrário à dignidade do recluso, embora o trabalho
a idade e o sexo do apenado. forçado o seja. O trabalho é obrigatório, dentro das condi-
ções do apenado, não podendo ser cruel ou menosprezar
A distinção do estabelecimento conforme a natureza a capacidade física e intelectual do condenado; como o
do delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade trabalho não existe independente da educação, cabe in-
do crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato sufi- centivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo porque o
ciente para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo, trabalho deve se aproximar da realidade do mundo exter-
o nível de segurança das prisões. Quanto à idade, desta- no, será remunerado; além disso, condições de dignidade e
cam-se as Fundações Casas, para cumprimento de medida segurança do trabalhador, como descanso semanal e equi-
por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam pamentos de proteção, deverão ser respeitados.
ser exclusivamente para homens ou para mulheres.
Também se denota o respeito à individualização da Respeito à integridade do preso
pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF: Prevê o artigo 5º, XLIX, CF:

Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas con- Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito
dições para que possam permanecer com seus filhos duran- à integridade física e moral.
te o período de amamentação.
Obviamente, o desrespeito à integridade física e mo-
Preserva-se a individualização da pena porque é toma- ral do preso é uma violação do princípio da dignidade da
da a condição peculiar da presa que possui filho no perío- pessoa humana.
do de amamentação, mas também se preserva a dignidade Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade
da criança, não a afastando do seio materno de maneira estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição
precária e impedindo a formação de vínculo pela amamen- Federal. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura e
tação. de tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III,
CF), o que vale na execução da pena.
Vedação de determinadas penas No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de
penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF: Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas: previstas em lei.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX; Se uma pessoa possui identificação civil, não há por-
b) de caráter perpétuo; que fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos,
c) de trabalhos forçados; etc. Pensa-se que seria uma situação constrangedora des-
d) de banimento; necessária ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade
e) cruéis. moral.

Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani- Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar Estabelece o artigo 5º, LIV, CF:
sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados”31 . Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou
31 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16. ed. São de seus bens sem o devido processo legal.
Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

20
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Pelo princípio do devido processo legal a legislação Prisão e liberdade


deve ser respeitada quando o Estado pretender punir al- O constituinte confere espaço bastante extenso no ar-
guém judicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre tigo 5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente
de vícios e seguir estritamente a legislação vigente, sob por se tratar de ato que vai contra o direito à liberdade. Ob-
pena de nulidade processual. viamente, a prisão não é vedada em todos os casos, porque
Surgem como corolário do devido processo legal o práticas atentatórias a direitos fundamentais implicam na
contraditório e a ampla defesa, pois somente um procedi- tipificação penal, autorizando a restrição da liberdade da-
mento que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido, quele que assim agiu.
o artigo 5º, LV, CF: No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:

Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em flagran-
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o te delito ou por ordem escrita e fundamentada de autori-
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a dade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
ela inerentes. militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

O devido processo legal possui a faceta formal, pela Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante
qual se deve seguir o adequado procedimento na aplica- delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou
ção da lei e, sendo assim, respeitar o contraditório e a am- em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas pri-
pla defesa. Não obstante, o devido processo legal tem sua meiras independente do trânsito em julgado, preenchidos
faceta material que consiste na tomada de decisões justas, requisitos legais e a última pela irreversibilidade da conde-
que respeitem os parâmetros da razoabilidade e da pro- nação).
porcionalidade. Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação ao
juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
Vedação de provas ilícitas
Conforme o artigo 5º, LVI, CF: Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as pro- competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
vas obtidas por meios ilícitos.
Não obstante, o preso deverá ser informado de todos os
Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao arti-
seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo entrar
go 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas cons-
em contato com sua família e com um advogado, conforme
titucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra
artigo 5º, LXIII, CF:
de direito material, constitucional ou legal, no momento
da sua obtenção. São vedadas porque não se pode aceitar
Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direi-
o descumprimento do ordenamento para fazê-lo cumprir:
tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe asse-
seria paradoxal.
gurada a assistência da família e de advogado.
Presunção de inocência
Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII: Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF:

Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório po-
licial.
Consolida-se o princípio da presunção de inocência,
pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo, Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata
o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e do depoimento do interrogatório são assinados pelas auto-
garantias constitucionais. ridades envolvidas nas práticas destes atos procedimentais.
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para
Ação penal privada subsidiária da pública que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento,
Nos termos do artigo 5º, LIX, CF: tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF:

Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos cri- Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente
mes de ação pública, se esta não for intentada no prazo relaxada pela autoridade judiciária.
legal.
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ-
A chamada ação penal privada subsidiária da pública são do artigo 5º, LXVI, CF:
encontra respaldo constitucional, assegurando que a omis-
são do poder público na atividade de persecução criminal Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou nela
não será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
interessado a proponha. ou sem fiança.

21
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido ao Resume Mello33: “a Conferência das Nações Unidas so-
princípio da presunção de inocência, entende-se que ela não bre a criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida
deve ser mantida presa quando não preencher os requisi- em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é perma-
tos legais para prisão preventiva ou temporária. nente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade inter-
nacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra a
Indenização por erro judiciário humanidade; c) crime de guerra; d) crime de agressão. Para
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário o crime de genocídio usa a definição da convenção de 1948.
encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF: Como crimes contra a humanidade são citados: assassinato,
escravidão, prisão violando as normas internacionais, violação
tortura, apartheid, escravidão sexual, prostituição forçada, es-
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado por
terilização, etc. São crimes de guerra: homicídio internacional,
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
destruição de bens não justificada pela guerra, deportação,
fixado na sentença.
forçar um prisioneiro a servir nas forças inimigas, etc.”.
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e 1.7) Remédios constitucionais
julgamento de um processo criminal, resultando em conde- Remédios constitucionais são as espécies de ações ju-
nação de alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. diciárias que visam proteger os direitos fundamentais re-
Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa além do conhecidos no texto constitucional quando a declaração e
tempo que foi condenada a cumprir. a garantia destes não se mostrar suficiente. Assim, o Poder
Judiciário será acionado para sanar o desrespeito a estes
1.5) Direitos fundamentais implícitos direitos fundamentais, servindo cada espécie de ação para
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal: uma forma de violação.

Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta 1.7.1) Habeas corpus
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos No que tange à disciplina do habeas corpus, prevê a
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em Constituição em seu artigo 5º, LXVIII:
que a República Federativa do Brasil seja parte.
Artigo 5º, LXVIII, CF. Conceder-se-á habeas corpus sem-
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem pre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
lência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sendo
lidade ou abuso de poder.
assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é apenas
exemplificativo, não taxativo. Trata-se de ação gratuita, nos termos do artigo 5º,
LXXVII, CF.
1.6) Tribunal Penal Internacional a) Antecedentes históricos: A Magna Carta inglesa,
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: de 1215, foi o primeiro documento a mencionar este remé-
dio e o Habeas Corpus Act, de 1679, o regulamentou.
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de Tri- b) Escopo: ação que serve para proteger a liberdade
bunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado de locomoção. Antes de haver proteção no Brasil por ou-
adesão. tros remédios constitucionais de direitos que não este, o
  habeas-corpus foi utilizado para protegê-los. Hoje, apenas
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi serve à lesão ou ameaça de lesão ao direito de ir e vir.
promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de setem- c) Natureza jurídica: ação constitucional de cunho
bro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em Roma, predominantemente penal, pois protege o direito de ir e vir
no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência e o fun- e vai contra a restrição arbitrária da liberdade.
cionamento deste Tribunal voltado às pessoas responsáveis d) Espécies: preventivo, para os casos de ameaça de
por crimes de maior gravidade com repercussão internacional violação ao direito de ir e vir, conferindo-se um “salvo con-
(artigo 1º, ETPI). duto”, ou repressivo, para quando ameaça já tiver se mate-
rializado.
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja juris-
e) Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode manejá-
dição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional com-
-lo, em próprio nome ou de terceiro, bem como o Ministé-
pete o processo e julgamento de violações contra indivíduos;
rio Público (artigo 654, CPP). Impetrante é o que ingressa
e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra da Iugos- com a ação e paciente é aquele que está sendo vítima da
lávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes cometidos restrição à liberdade de locomoção. As duas figuras podem
durante esses conflitos, sua jurisdição não está restrita a uma se concentrar numa mesma pessoa.
situação específica”32. f) Legitimidade passiva: pessoa física, agente público
ou privado.
32 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & Direi- 33 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional
to Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

22
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

g) Competência: é determinada pela autoridade coa- 1.7.3) Mandado de segurança individual


tora, sendo a autoridade imediatamente superior a ela. Ex.: Dispõe a Constituição no artigo 5º, LXIX:
Delegado de Polícia é autoridade coatora, propõe na Vara
Criminal Estadual; Juiz de Direito de uma Vara Criminal é a Artigo 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segu-
autoridade coatora, impetra no Tribunal de Justiça. rança para proteger direito líquido e certo, não amparado
h) Conceito de coação ilegal: encontra-se no artigo por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável
648, CPP: pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Artigo 648, CPP. A coação considerar-se-á ilegal: I - Poder Público.
quando não houver justa causa; II - quando alguém estiver
preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando
a) Origem: Veio com a finalidade de preencher a lacu-
quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
na decorrente da sistemática do habeas corpus e das limi-
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coa-
nares possessórias.
ção; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança,
b) Escopo: Trata-se de remédio constitucional com
nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for
manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade. natureza subsidiária pelo qual se busca a invalidação de
atos de autoridade ou a suspensão dos efeitos da omissão
i) Procedimento: regulamentado nos artigos 647 a administrativa, geradores de lesão a direito líquido e certo,
667 do Código de Processo Penal. por ilegalidade ou abuso de poder. São protegidos todos
os direitos líquidos e certos à exceção da proteção de direi-
1.7.2) Habeas data tos humanos à liberdade de locomoção e ao acesso ou re-
O artigo 5º, LXXII, CF prevê: tificação de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades
Artigo 5º, LXXII, CF. Conceder-se-á habeas data: a) para governamentais ou de caráter público, ambos sujeitos a
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa instrumentos específicos.
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza
de entidades governamentais ou de caráter público; b) para civil, independente da natureza do ato impugnado (admi-
a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por nistrativo, jurisdicional, eleitoral, criminal, trabalhista).
processo sigiloso, judicial ou administrativo. d) Espécies: preventivo, quando se estiver na iminência
de violação a direito líquido e certo, ou reparatório, quando
Tal como o habeas corpus, trata-se de ação gratuita (ar- já consumado o abuso/ilegalidade.
tigo 5º, LXXVII, CF). e) Direito líquido e certo: é aquele que pode ser de-
a) Antecedente histórico: Freedom of Information Act, monstrado de plano mediante prova pré-constituída, sem
de 1974. a necessidade de dilação probatória, isto devido à natureza
b) Escopo: proteção do acesso a informações pessoais célere e sumária do procedimento.
constantes de registros ou bancos de dados de entidades f) Legitimidade ativa: a mais ampla possível, abran-
governamentais ou de caráter público, para o conhecimen- gendo não só a pessoa física como a jurídica, nacional ou
to ou retificação (correção). estrangeira, residente ou não no Brasil, bem como órgãos
c) Natureza jurídica: ação constitucional que tutela o
públicos despersonalizados e universalidades/pessoas for-
acesso a informações pessoais.
mais reconhecidas por lei.
d) Legitimidade ativa: pessoa física, brasileira ou es-
g) Legitimidade passiva: A autoridade coatora deve
trangeira, ou por pessoa jurídica, de direito público ou pri-
ser autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
vado, tratando-se de ação personalíssima – os dados de-
exercício de atribuições do Poder Público. Neste viés, o art.
vem ser a respeito da pessoa que a propõe.
e) Legitimidade passiva: entidades governamentais 6º, §3º, Lei nº 12.016/09, preceitua que “considera-se auto-
da Administração Pública Direta e Indireta nas três esferas, ridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugna-
bem como instituições, órgãos, entidades e pessoas jurídi- do ou da qual emane a ordem para a sua prática”.
cas privadas prestadores de serviços de interesse público h) Competência: Fixada de acordo com a autoridade
que possuam dados relativos à pessoa do impetrante. coatora.
f) Competência: Conforme o caso, nos termos da i) Regulamentação específica: Lei nº 12.016, de 07 de
Constituição, do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “d”), agosto de 2009.
do Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, “b”), dos Tribu- j) Procedimento: artigos 6º a 19 da Lei nº 12.016/09.
nais Regionais Federais (art. 108, I, “c”), bem como dos juí-
zes federais (art. 109, VIII). 1.7.4) Mandado de segurança coletivo
g) Regulamentação específica: Lei nº 9.507, de 12 de A Constituição Federal prevê a possibilidade de ingres-
novembro de 1997. so com mandado de segurança coletivo, consoante ao ar-
h) Procedimento: artigos 8º a 19 da Lei nº 9.507/1997. tigo 5º, LXX:

23
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo reitos, liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes
pode ser impetrado por: a) partido político com representa- à nacionalidade, à soberania e à cidadania; além da falta de
ção no Congresso Nacional; b) organização sindical, entida- norma regulamentadores, impossibilitando o exercício dos
de de classe ou associação legalmente constituída e em fun- direitos, liberdades e prerrogativas em questão. Assim, visa
cionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses curar o hábito que se incutiu no legislador brasileiro de não
de seus membros ou associados. regulamentar as normas de eficácia limitada para que elas
não sejam aplicáveis.
a) Origem: Constituição Federal de 1988. b) Natureza jurídica: ação constitucional que objeti-
b) Escopo: preservação ou reparação de direito líqui- va a regulamentação de normas constitucionais de eficácia
do e certo relacionado a interesses transindividuais (indi- limitada.
viduais homogêneos ou coletivos), e devido à questão da c) Legitimidade ativa: qualquer pessoa, nacional ou
legitimidade ativa, pertencente a partidos políticos e deter- estrangeira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titula-
minadas associações. rize direito fundamental não materializável por omissão le-
c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza gislativa do Poder público, bem como o Ministério Público
civil, independente da natureza do ato, de caráter coletivo. na defesa de seus interesses institucionais. Não se aceita a
d) Objeto: o objeto do mandado de segurança coleti- legitimidade ativa de pessoas jurídicas de direito público.
vo são os direitos coletivos e os direitos individuais homo- d) Competência: Supremo Tribunal Federal, quando a
gêneos. Tal instituto não se presta à proteção dos direitos elaboração de norma regulamentadora for atribuição do
difusos, conforme posicionamento amplamente majoritá- Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câma-
rio, já que, dada sua difícil individualização, fica improvável ra dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma
a verificação da ilegalidade ou do abuso do poder sobre tal dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União,
direito (art. 21, parágrafo único, Lei nº 12.016/09). de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
e) Legitimidade ativa: como se extrai da própria disci- Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, CF); ao Superior Tribunal de
plina constitucional, aliada ao artigo 21 da Lei nº 12.016/09, Justiça, quando a elaboração da norma regulamentadora
é de partido político com representação no Congresso Na- for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
cional, bem como de organização sindical, entidade de administração direta ou indireta, excetuados os casos da
classe ou associação legalmente constituída e em funcio- competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da
namento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e
líquidos e certos que atinjam diretamente seus interesses da Justiça Federal (art. 105, I, “h”, CF); ao Tribunal Superior
ou de seus membros. Eleitoral, quando as decisões dos Tribunais Regionais Elei-
f) Disciplina específica na Lei nº 12.016/09: torais denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
habeas data ou mandado de injunção (art. 121, §4º, V, CF);
Art. 22, Lei nº 12.016/09. No mandado de segurança e aos Tribunais de Justiça Estaduais, frente aos entes a ele
coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos vinculados.
membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetran- e) Procedimento: aplicação analógica da Lei nº
te.
12.016/09, não havendo lei específica.
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos
1.7.6) Ação popular
da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
Prevê o artigo 5º, LXXIII, CF:
individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
Artigo 5º, LXXIII, CF. Qualquer cidadão é parte legítima
comprovada da impetração da segurança coletiva.
para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao pa-
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só
trimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
poderá ser concedida após a audiência do representante
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
1.7.5) Mandado de injunção
Regulamenta o artigo 5º, LXXI, CF: a) Origem: Constituição Federal de 1934.
b) Escopo: é instrumento de exercício direto da demo-
Artigo 5º, LXXI, CF. Conceder-se-á mandado de injun- cracia, permitindo ao cidadão que busque a proteção da
ção sempre que a falta de norma regulamentadora torne coisa pública, ou seja, que vise assegurar a preservação dos
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais interesses transindividuais.
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e c) Natureza jurídica: trata-se de ação constitucional,
à cidadania. que visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de enti-
dade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
a) Escopo: os dois requisitos constitucionais para que ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural
seja proposto o mandado de injunção são a existência de d) Legitimidade ativa: deve ser cidadão, ou seja, aquele
norma constitucional de eficácia limitada que prescreva di- nacional que esteja no pleno gozo dos direitos políticos.

24
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

e) Legitimidade passiva: ente da Administração Públi- Artigo 5º, §3º, CF. Os tratados e convenções interna-
ca, direta ou indireta, ou então pessoa jurídica que de algum cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
modo lide com a coisa pública. cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
f) Competência: Será fixada de acordo com a origem quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen-
do ato ou omissão a serem impugnados (artigo 5º, Lei nº tes às emendas constitucionais.
4.717/65).  
g) Regulamentação específica: Lei nº 4.717, de 29 de Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de
junho de 1965. direitos humanos que ingressarem no ordenamento jurídi-
h) Procedimento: artigos 7º a 19, Lei nº 4.717/65. co brasileiro, versando sobre matéria de direitos humanos,
irão passar por um processo de aprovação semelhante ao da
1.8) Direitos humanos, tratados internacionais de emenda constitucional.
proteção aos direitos humanos e repercussão no Direito Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à
brasileiro possibilidade de considerar como hierarquicamente cons-
Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan- titucional os tratados internacionais de direitos humanos
tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados in- que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro ante-
ternacionais em que a República Federativa do Brasil seja riormente ao advento da referida emenda. Tal discussão se
parte”. deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista
Para o tratado internacional ingressar no ordenamen- como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José
to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado an-
complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne- tes da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal
gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de
do Presidente da República), submissão do tratado assinado direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição
ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio do de- que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não
creto legislativo), ratificação do tratado (confirmação da obri- revogaria a Constituição no ponto controverso).
gação perante a comunidade internacional) e a promulgação
e publicação do tratado pelo Poder Executivo34. Notadamen- 2) Direitos sociais
te, quando o constituinte menciona os tratados internacio- A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no
nais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que tenham por
capítulo II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria
fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou seja, tratado
normas programáticas e que necessitam de uma postura in-
internacional de direitos humanos.
terventiva estatal em prol da implementação.
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá-
Os direitos assegurados nesta categoria encontram
ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia
menção genérica no artigo 6º, CF:
dos direitos humanos, desde logo consagrando o princípio
da primazia dos direitos humanos, como reconhecido pela
doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O princípio Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a
da primazia dos direitos humanos nas relações internacionais saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
implica em que o Brasil deve incorporar os tratados quan- te, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
to ao tema ao ordenamento interno brasileiro e respeitá-los. maternidade e à infância, a assistência aos desampara-
Implica, também em que as normas voltadas à proteção da dos, na forma desta Constituição. 
dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil
em caráter prioritário em relação a outras normas”35. Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres- Social de Direito. Em suma, são elencados os direitos huma-
sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico bra- nos de 2ª dimensão, notadamente conhecidos como direi-
sileiro porque somente existe previsão constitucional quanto tos econômicos, sociais e culturais. Em resumo, os direitos
à possibilidade da equiparação às emendas constitucionais sociais envolvem prestações positivas do Estado (diferente
se o tratado abranger matéria de direitos humanos. Antes dos de liberdade, que referem-se à postura de abstenção
da emenda alterou o quadro quanto aos tratados de direitos estatal), ou seja, políticas estatais que visem consolidar o
humanos, era o que acontecia, mas isso não significa que princípio da igualdade não apenas formalmente, mas ma-
tais direitos eram menos importantes devido ao princípio da terialmente (tratando os desiguais de maneira desigual).
primazia e ao reconhecimento dos direitos implícitos. Por seu turno, embora no capítulo específico do Título
Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional II que aborda os direitos sociais não se perceba uma intensa
nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição regulamentação destes, à exceção dos direitos trabalhistas, o
Federal, de modo que os tratados internacionais de direitos Título VIII da Constituição Federal, que aborda a ordem social,
humanos foram equiparados às emendas constitucionais, se concentra em trazer normativas mais detalhadas a respei-
desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa tos de direitos indicados como sociais.
do Congresso Nacional e obtivesse a votação em dois turnos
e com três quintos dos votos dos respectivos membros: 2.1) Igualdade material e efetivação dos direitos so-
34 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Fundamentais e Prisão ciais
Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008. Independentemente da categoria de direitos que esteja
35PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Públi- sendo abordada, a igualdade nunca deve aparecer num sen-
co e Privado. Salvador: JusPodivm, 2009. tido meramente formal, mas necessariamente material. Signi-

25
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

fica que discriminações indevidas são proibidas, mas existem letividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento
certas distinções que não só devem ser aceitas, como tam- de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de
bém se mostram essenciais. infidelidade governamental ao que determina a própria Lei
No que tange aos direitos sociais percebe-se que a igual- Fundamental do Estado”37.
dade material assume grande relevância. Afinal, esta categoria Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do
de direitos pressupõe uma postura ativa do Estado em prol possível, embora viável, não pode servir de muleta para
da efetivação. Nem todos podem arcar com suas despesas de que o Estado não arque com obrigações básicas. Neste
saúde, educação, cultura, alimentação e moradia, assim como viés, geralmente, quando invocada a cláusula é afastada,
nem todos se encontram na posição de explorador da mão- entendendo o Poder Judiciário que não cabe ao Estado se
-de-obra, sendo a grande maioria da população de explora- eximir de garantir direitos sociais com o simples argumen-
dos. Estas pessoas estão numa clara posição de desigualdade to de que não há orçamento específico para isso – ele de-
e caberá ao Estado cuidar para que progressivamente atinjam veria ter reservado parcela suficiente de suas finanças para
uma posição de igualdade real, já que não é por conta desta atender esta demanda.
posição desfavorável que se pode afirmar que são menos dig- Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial,
nos, menos titulares de direitos fundamentais. que tem por fulcro limitar a discricionariedade político-ad-
Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta a ser ministrativa e estabelecer diretrizes orçamentárias básicas a
alcançada pelo Estado em prol da consolidação da igualdade serem seguidas, sob pena de caber a intervenção do Poder
material. Sendo assim, o Estado buscará o crescente aper- Judiciário em prol de sua efetivação.
feiçoamento da oferta de serviços públicos com qualidade
para que todos os nacionais tenham garantidos seus direitos 2.3) Princípio da proibição do retrocesso
fundamentais de segunda dimensão da maneira mais plena Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que
possível. uma conquista garantida na Constituição Federal sofra um
Há se ressaltar também que o Estado não possui apenas retrocesso, de modo que um direito social garantido não
um papel direto na promoção dos direitos econômicos, so- pode deixar de o ser.
ciais e culturais, mas também um indireto, quando por meio Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso
de sua gestão permite que os indivíduos adquiram condições
deve ser tomada com reservas, até mesmo porque segun-
para sustentarem suas necessidades pertencentes a esta ca-
do entendimento predominante as normas do artigo 7º,
tegoria de direitos.
CF não são cláusula pétrea, sendo assim passíveis de alte-
ração. Se for alterada normativa sobre direito trabalhista
2.2) Reserva do possível e mínimo existencial
assegurado no referido dispositivo, não sendo o prejuízo
Os direitos sociais serão concretizados gradualmente, no-
evidente, entende-se válida (por exemplo, houve alteração
tadamente porque estão previstos em normas programáticas
do prazo prescricional diferenciado para os trabalhadores
e porque a implementação deles gera um ônus para o Estado.
agrícolas). O que, em hipótese alguma, pode ser aceito é
Diferentemente dos direitos individuais, que dependem de
uma postura de abstenção estatal, os direitos sociais precisam um retrocesso evidente, seja excluindo uma categoria de
que o Estado assuma um papel ativo em prol da efetivação direitos (ex.: abolir o Sistema Único de Saúde), seja dimi-
destes. nuindo sensivelmente a abrangência da proteção (ex.: ex-
A previsão excessiva de direitos sociais no bojo de uma cluindo o ensino médio gratuito).
Constituição, a despeito de um instante bem-intencionado de Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso:
palavras promovido pelo constituinte, pode levar à negativa, se uma decisão judicial melhorar a efetivação de um direito
paradoxal – e, portanto, inadmissível – consequência de uma social, ela se torna vinculante e é impossível ao legislador
Carta Magna cujas finalidades não condigam com seus pró- alterar a Constituição para retirar este avanço? Por um lado,
prios prescritos, fato que deslegitima o Poder Público como a proibição do retrocesso merece ser tomada em conceito
determinador de que particulares respeitem os direitos fun- amplo, abrangendo inclusive decisões judiciais; por outro
damentais, já que sequer eles próprios, os administradores, lado, a decisão judicial não tem por fulcro alterar a norma,
conseguem cumprir o que consta de seu Estatuto Máximo36. o que somente é feito pelo legislador, e ele teria o direito
Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar a de prever que aquela decisão judicial não está incorporada
cláusula da reserva do possível como argumento para a não na proibição do retrocesso. A questão é polêmica e não há
implementação de determinado direito social – seja pela ab- entendimento dominante.
soluta ausência de recursos (reserva do possível fática), seja
pela ausência de previsão orçamentária nos termos do arti- 2.4) Direito individual do trabalho
go 167, CF (reserva do possível jurídica). O artigo 7º da Constituição enumera os direitos indi-
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que viduais dos trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos
os direitos sociais “não pode converter-se em promessa individuais tipicamente trabalhistas, mas que não excluem
constitucional inconsequente, sob pena de o Poder Públi- os demais direitos fundamentais (ex.: honra é um direito no
co, fraudando justas expectativas nele depositadas pela co- espaço de trabalho, sob pena de se incidir em prática de
assédio moral).
36 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possível e mínimo
existencial: a pretensão de eficácia da norma constitucional em face
da realidade. Curitiba: Juruá, 2012, p. 56-57. 37 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de à complexidade do trabalho.
lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos. Cada trabalhador, dentro de sua categoria de empre-
Significa que a demissão, se não for motivada por justa go, seja ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário,
causa, assegura ao trabalhador direitos como indenização construtor civil, enfermeiro, recebe um salário base, chama-
compensatória, entre outros, a serem arcados pelo empre- do de Piso Salarial, que é sua garantia de recebimento den-
gador. tro de seu grau profissional. O Valor do Piso Salarial é esta-
belecido em conformidade com a data base da categoria,
Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de de- por isso ele é definido em conformidade com um acordo,
semprego involuntário. ou ainda com um entendimento entre patrão e trabalhador.

Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o
do empregador, o trabalhador que fique involuntariamente disposto em convenção ou acordo coletivo.
desempregado – entendendo-se por desemprego invo-
luntário o que tenha origem num acordo de cessação do O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão
contrato de trabalho – tem direito ao seguro-desemprego, redução implique num prejuízo maior, por exemplo, demis-
a ser arcado pela previdência social, que tem o caráter de são em massa durante uma crise, situações que devem ser
assistência financeira temporária. negociadas em convenção ou acordo coletivo.

Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de ser- Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior
viço. ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para pro- O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores,
teger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é mesmo daqueles que recebem remuneração variável (ex.:
constituído de contas vinculadas, abertas em nome de baseada em comissões por venda e metas);
cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro
depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos de- Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na
pósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalentes remuneração integral ou no valor da aposentadoria.
a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de atua-
lização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador tem Também conhecido como gratificação natalina, foi ins-
a oportunidade de formar um patrimônio, que pode ser tituída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o tra-
sacado em momentos especiais, como o da aquisição da balhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos)
casa própria ou da aposentadoria e em situações de dificul- da remuneração por mês trabalhado, ou seja, consiste no
dades, que podem ocorrer com a demissão sem justa causa pagamento de um salário extra ao trabalhador e ao apo-
ou em caso de algumas doenças graves. sentado no final de cada ano.

Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacio- Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno
nalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades superior à do diurno.
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimenta-
ção, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, trans- O adicional noturno é devido para o trabalho exercido
porte e previdência social, com reajustes periódicos que durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre a re-
lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- dução de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acrés-
ção para qualquer fim. cimo de 12,5% sobre o valor da hora diurna. Considera-se
T noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre
rata-se de uma visível norma programática da Cons- as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; nas
tituição que tem por pretensão um salário mínimo que atividades rurais, é considerado noturno o trabalho execu-
atenda a todas as necessidades básicas de uma pessoa e tado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas
de sua família. Em pesquisa que tomou por parâmetro o do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00
preceito constitucional, detectou-se que “o salário mínimo horas do dia seguinte.
do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47
em abril para que ele suprisse suas necessidades básicas e Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei,
da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07, constituindo crime sua retenção dolosa.
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese)”38. Quanto ao possível crime de retenção de salário, não
há no Código Penal brasileiro uma norma que determina a
38 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-minimo-de- ação de retenção de salário como crime. Apesar do artigo
veria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril 7º, X, CF dizer que é crime a retenção dolosa de salário,

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

o dispositivo é norma de eficácia limitada, pois depende Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o traba-
de lei ordinária, ainda mais porque qualquer norma penal lho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
incriminadora é regida pela legalidade estrita (artigo 5º, salvo negociação coletiva.
XXXIX, CF).
O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 ho-
Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resul- ras para os turnos ininterruptos de revezamento, expres-
tados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, samente ressalvando a hipótese de negociação coletiva,
participação na gestão da empresa, conforme definido em objetivou prestigiar a atuação da entidade sindical. Entre-
lei. tanto, a jurisprudência evoluiu para uma interpretação res-
tritiva de seu teor, tendo como parâmetro o fato de que
A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é o trabalho em turnos ininterruptos é por demais desgas-
conhecida também por Programa de Participação nos Re- tante, penoso, além de trazer malefícios de ordem fisio-
sultados (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do
lógica para o trabalhador, inclusive distúrbios no âmbito
Trabalho (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro
psicossocial já que dificulta o convívio em sociedade e com
de 2000. Ela funciona como um bônus, que é ofertado pelo
a própria família.
empregador e negociado com uma comissão de trabalha-
dores da empresa. A CLT não obriga o empregador a forne-
cer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado. Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, pre-
Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do ferencialmente aos domingos.
dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e
Salário-família é o benefício pago na proporção do quatro) horas consecutivas, devendo ser concedido prefe-
respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer rencialmente aos domingos, sendo garantido a todo traba-
condição até a idade de quatorze anos ou inválido de qual- lhador urbano, rural ou doméstico. Havendo necessidade
quer idade, independente de carência e desde que o salá- de trabalho aos domingos, desde que previamente auto-
rio-de-contribuição seja inferior ou igual ao limite máximo rizados pelo Ministério do Trabalho, aos trabalhadores é
permitido. De acordo com a Portaria Interministerial MPS/ assegurado pelo menos um dia de repouso semanal re-
MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família será de munerado coincidente com um domingo a cada período,
R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, dependendo da atividade (artigo 67, CLT).
para quem ganhar até R$ 682,50. Já para o trabalhador que
receber de R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o valor do salário- Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas
-família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
qualquer idade será de R$ 24,66.
O salário das férias deve ser superior em pelo menos
Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não su- um terço ao valor da remuneração normal, com todos os
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, adicionais e benefícios aos quais o trabalhador tem direi-
facultada a compensação de horários e a redução da jorna- to. A cada doze meses de trabalho – denominado período
da, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. aquisitivo – o empregado terá direito a trinta dias corridos
de férias, se não tiver faltado injustificadamente mais de
Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraor- cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias das férias
dinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do serão diminuídos de acordo com o número de faltas).
normal.
Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo
A legislação trabalhista vigente estabelece que a du-
do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
ração normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de
dias.
8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais,
no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de trabalho
dos empregados maiores ser acrescida de horas suple- O salário da trabalhadora em licença é chamado de
mentares, em número não excedentes a duas, no máximo, salário-maternidade, é pago pelo empregador e por ele
para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo in- descontado dos recolhimentos habituais devidos à Previ-
dividual, acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença dência Social. A trabalhadora pode sair de licença a partir
normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade im- do último mês de gestação, sendo que o período de licen-
periosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente ça é de 120 dias. A Constituição também garante que, do
permitido. A remuneração do serviço extraordinário, des- momento em que se confirma a gravidez até cinco meses
de a promulgação da Constituição Federal, deverá cons- após o parto, a mulher não pode ser demitida.
tar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença
normativa, e será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fi-
superior à da hora normal. xados em lei.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade ca em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalente a 40%
para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
mãe nos processos pós-operatórios. 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.
Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da O adicional de periculosidade é um valor devido ao em-
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei. pregado exposto a atividades perigosas. São consideradas
atividades ou operações perigosas, aquelas que, por sua
Embora as mulheres sejam maioria na população de natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acen-
10 anos ou mais de idade, elas são minoria na população tuado em virtude de exposição permanente do trabalhador
ocupada, mas estão em maioria entre os desocupados. a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; e a roubos ou
Acrescenta-se ainda, que elas são maioria também na po- outras espécies de violência física nas atividades profissio-
pulação não economicamente ativa. Além disso, ainda há nais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor do adicio-
relevante diferença salarial entre homens e mulheres, sen- nal de periculosidade será o salário do empregado acresci-
do que os homens recebem mais porque os empregadores do de 30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações,
entendem que eles necessitam de um salário maior para prêmios ou participações nos lucros da empresa.
manter a família. Tais disparidades colocam em evidência O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem entendi-
que o mercado de trabalho da mulher deve ser protegido mento unânime sobre a possibilidade de cumulação destes
de forma especial. adicionais.

Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tem- Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria.
po de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
da lei. A aposentadoria é um benefício garantido a todo traba-
lhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele que te-
Nas relações de emprego, quando uma das partes de- nha contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade Social
seja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por (INSS) pelos prazos estipulados nas regras da Previdência
prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar Social e tenha atingido as idades mínimas previstas. Aliás, o
à outra parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem direito à previdência social é considerado um direito social
por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de no próprio artigo 6º, CF.
trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento
do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e
mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
trabalhado ou indenizado. em creches e pré-escolas.
Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao tra-
balho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias
com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um es-
Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente
paço físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses,
do trabalho salubre. Fiorillo39 destaca que o equilíbrio do
enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço
meio ambiente do trabalho está sedimentado na salubrida-
aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mu-
de e na ausência de agentes que possam comprometer a
lher para que ela pague uma creche para o bebê de até
incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores.
6 meses. O valor desse auxílio será determinado conforme
negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou
Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias
lei. registradas não tem obrigação de conceder o benefício. É
facultativo (ela pode oferecer ou não). Existe a possibilida-
Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, mo- de de o benefício ser estendido até os 6 anos de idade e
lesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que incluir o trabalhador homem. A duração do auxílio-creche
não é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção e o valor envolvido variarão conforme negociação coletiva
e vigilância acima do comum. Ainda não há na legislação na empresa.
específica previsão sobre o adicional de penosidade.
São consideradas atividades ou operações insalubres as Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e
que se desenvolvem excesso de limites de tolerância para: acordos coletivos de trabalho.
ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, exposi-
ção ao calor e ao frio, radiações, certos agentes químicos e Neste dispositivo se funda o direito coletivo do traba-
biológicos, vibrações, umidade, etc. O exercício de trabalho lho, que encontra regulamentação constitucional nos artigo
em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a 8º a 11 da Constituição. Pelas convenções e acordos coleti-
percepção de adicional, incidente sobre o salário base do vos, entidades representativas da categoria dos trabalhado-
empregado (súmula 228 do TST), ou previsão mais benéfi- res entram em negociação com as empresas na defesa dos
39 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental interesses da classe, assegurando o respeito aos direitos
brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21. sociais;

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação, Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários,
na forma da lei. de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil.
Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo
homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando o Há uma tendência de se remunerar melhor homens
profissional para exercer trabalhos que não possam ser de- brancos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo
sempenhados por uma máquina (ex.: se criada uma máqui- patente a diferença remuneratória para com pessoas de
na que substitui o trabalhador, deve ser ele qualificado para diferente etnia, faixa etária ou sexo. Esta distinção atenta
que possa operá-la). contra o princípio da igualdade e não é aceita pelo cons-
tituinte, sendo possível inclusive invocar a equiparação sa-
Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de tra- larial judicialmente.
balho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discrimina-
ção no tocante a salário e critérios de admissão do traba-
Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tratar lhador portador de deficiência.
do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a defi-
nição de doenças e acidentes do trabalho. Não se trata de A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas li-
legislação específica sobre o tema, mas sim de uma norma mitações, possui condições de ingressar no mercado de
que dispõe sobre as modalidades de benefícios da previ- trabalho e não pode ser preterida meramente por conta
dência social. Referida Lei, em seu artigo 19 da preceitua de sua deficiência.
que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do traba- Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre traba-
lho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional lho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou respectivos.
temporária, da capacidade para o trabalho.
Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contri-
igualmente relevantes e contribuem todos para a socieda-
buição com natureza de tributo que as empresas pagam
de, não cabendo a desvalorização de um trabalho apenas
para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de
por se enquadrar numa ou outra categoria.
trabalho ou doença ocupacional, cobrindo a aposentadoria
especial. A alíquota normal é de um, dois ou três por cen-
Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno,
to sobre a remuneração do empregado, mas as empresas
perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos, quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferencia- condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
dos. Assim, quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas
atualmente o Ministério da Previdência Social pode alterar Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabele-
a alíquota se a empresa investir na segurança do trabalho. cendo-se uma idade mínima para trabalho e proibindo-se
Neste sentido, nada impede que a empresa seja res- o trabalho em condições desfavoráveis.
ponsabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando o
trabalhador. Na atualidade entende-se que a possibilidade Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o tra-
de cumulação do benefício previdenciário, assim compreen- balhador com vínculo empregatício permanente e o tra-
dido como prestação garantida pelo Estado ao trabalhador balhador avulso.
acidentado (responsabilidade objetiva) com a indenização
devida pelo empregador em caso de culpa (responsabilida-
de subjetiva), é pacífica, estando amplamente difundida na Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias em-
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho; presas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores
de mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos que um
Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resul- trabalhador com vínculo empregatício permanente.
tantes das relações de trabalho, com prazo prescricional A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único
o limite de dois anos após a extinção do contrato de tra- do artigo 7º:
balho.
Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à cate-
Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela goria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
jurisdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim, nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
há um período de tempo que o empregado tem para re- XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
querer seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição tra- estabelecidas em lei e observada a simplificação do cum-
balhista é sempre de 2 (dois) anos a partir do término do primento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
5 (cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
vigência do contrato de trabalho. a sua integração à previdência social. 

30
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

2.5) Direito coletivo do trabalho A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe so-
Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos bre o exercício do direito de greve, define as atividades es-
dos trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalha- senciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis
dores, coletivamente ou no interesse de uma coletivida- da comunidade, e dá outras providências. Enquanto não
de, quais sejam: associação profissional ou sindical, greve, for disciplinado o direito de greve dos servidores públicos,
substituição processual, participação e representação clas- esta é a legislação que se aplica, segundo o STF.
sista40. O direito de participação é previsto no artigo 10, CF:
A liberdade de associação profissional ou sindical tem
Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos traba-
escopo no artigo 8º, CF: lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos pú-
blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciá-
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindi- rios sejam objeto de discussão e deliberação.
cal, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para Por fim, aborda-se o direito de representação classista
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão no artigo 11, CF:
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical; Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos em-
II - é vedada a criação de mais de uma organização pregados, é assegurada a eleição de um representante
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o enten-
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que dimento direto com os empregadores.
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interes-
3) Nacionalidade
sados, não podendo ser inferior à área de um Município;
O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes-
vem a ser corolário dos direitos políticos, já que somente
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em um nacional pode adquirir direitos políticos.
questões judiciais ou administrativas; Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
se tratando de categoria profissional, será descontada em ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
folha, para custeio do sistema confederativo da representa- assim de direitos e obrigações.
ção sindical respectiva, independentemente da contribuição Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo
prevista em lei; não é a mesma coisa que população. População é o con-
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se junto de pessoas residentes no país – inclui o povo, os es-
filiado a sindicato; trangeiros residentes no país e os apátridas.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho; 3.1) Nacionalidade como direito humano funda-
mental
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo-
Os direitos humanos internacionais são completamen-
tado nas organizações sindicais;
te contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali- indivíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com
zado a partir do registro da candidatura a cargo de direção nenhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da pes-
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, soa humana, o qual não pode ser privado de forma arbitrá-
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta ria. Não há privação arbitrária quando respeitados os crité-
grave nos termos da lei. rios legais previstos no texto constitucional no que tange à
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se perda da nacionalidade. Em outras palavras, o constituinte
à organização de sindicatos rurais e de colônias de pes- brasileiro não admite a figura do apátrida.
cadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. Contudo, é exatamente por ser um direito que a na-
O direito de greve, por seu turno, está previsto no arti- cionalidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se à
go 9º, CF: pessoa o direito de deixar de ser nacional de um país e
passar a sê-lo de outro, mudando de nacionalidade, por
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos um processo conhecido como naturalização.
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
seu artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacio-
sobre os interesses que devam por meio dele defender. nalidade. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”.
e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis A Convenção Americana sobre Direitos Humanos apro-
da comunidade. funda-se em meios para garantir que toda pessoa tenha
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às uma nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar o
penas da lei. critério do jus solis, explicitando que ao menos a pessoa
terá a nacionalidade do território onde nasceu, quando não
40 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. tiver direito a outra nacionalidade por previsões legais di-
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. versas.

31
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

“Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa de dos pais; e ius sanguinis, direito de sangue, que não
humana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um depende do local de nascimento mas sim da descendên-
indivíduo não pode ficar ao mero capricho de um governo, cia de um nacional do país (critério comum em países que
de um governante, de um poder despótico, de decisões tiveram êxodo de imigrantes).
unilaterais, concebidas sem regras prévias, sem o contra- O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce
ditório, a defesa, que são princípios fundamentais de todo no território brasileiro – critério do ius soli, ainda que filho
sistema jurídico que se pretenda democrático. A questão de pais estrangeiros, desde que não sejam estrangeiros
não pode ser tratada com relativismos, uma vez que é mui- que estejam a serviço de seu país ou de organismo inter-
to séria”41. nacional (o que geraria um conflito de normas). Contudo,
Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e in- também é possível ser brasileiro nato ainda que não se
ternacional a previsão do direito de asilo, consistente no tenha nascido no território brasileiro.
direito de buscar abrigo em outro país quando naquele do No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro
qual for nacional estiver sofrendo alguma perseguição. Tal nato também pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer
perseguição não pode ter motivos legítimos, como a práti- dos pais estiver a serviço do Brasil, é considerado brasilei-
ca de crimes comuns ou de atos atentatórios aos princípios ro nato, mesmo que nasça em outro país. Se qualquer dos
das Nações Unidas, o que subverteria a própria finalidade pais não estiverem a serviço do Brasil e a pessoa nascer
desta proteção. Em suma, o que se pretende com o direi- no exterior é exigido que o nascido do exterior venha ao
to de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos território brasileiro e aqui resida ou que tenha sido re-
humanos de uma pessoa por parte daqueles que deve- gistrado em repartição competente, caso em que poderá,
riam protegê-los – isto é, os governantes e os entes sociais aos 18 anos, manifestar-se sobre desejar permanecer com
como um todo –, e não proteger pessoas que justamente a nacionalidade brasileira ou não.
cometeram tais violações.

3.2) Naturalidade e naturalização DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO:


O artigo 12 da Constituição Federal estabelece quem ARTIGOS 37 A 41.
são os nacionais brasileiros, dividindo-os em duas catego-
rias: natos e naturalizados. Percebe-se que naturalidade é
diferente de nacionalidade – naturalidade é apenas o local
de nascimento, nacionalidade é um efetivo vínculo com o 1) Princípios da Administração Pública
Estado. Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permitem
Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira que ele consolide o bem comum e garanta a preservação dos
tanto por ter nascido no território brasileiro quanto por interesses da coletividade, se encontram exteriorizados em
voluntariamente se naturalizar como brasileiro, como se princípios e regras. Estes, por sua vez, são estabelecidos na
percebe no teor do artigo 12, CF. O estrangeiro, num con- Constituição Federal e em legislações infraconstitucionais, a
ceito tomado à base de exclusão, é todo aquele que não é exemplo das que serão estudadas neste tópico, quais sejam:
nacional brasileiro. Decreto n° 1.171/94, Lei n° 8.112/90 e Lei n° 8.429/92.
Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no se-
a) Brasileiros natos tor público partem da Constituição Federal, que estabelece
Art. 12, CF. São brasileiros: alguns princípios fundamentais para a ética no setor públi-
I - natos: co. Em outras palavras, é o texto constitucional do artigo 37,
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, especialmente o caput, que permite a compreensão de boa
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam parte do conteúdo das leis específicas, porque possui um
a serviço de seu país; caráter amplo ao preconizar os princípios fundamentais da
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou administração pública. Estabelece a Constituição Federal:
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil; Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
mãe brasileira, desde que sejam registrados em reparti- Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
ção brasileira competente ou venham a residir na Repú- dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
blica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, e, também, ao seguinte: [...]
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade bra- São princípios da administração pública, nesta ordem:
sileira. Legalidade
Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a Impessoalidade
atribuição da nacionalidade primária – nacional nato –, Moralidade
notadamente: ius soli, direito de solo, o nacional nascido Publicidade
em território do país independentemente da nacionalida- Eficiência
41 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos artigos XV e XVI. In: Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for-
BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 87-88. Administração Pública. É de fundamental importância um

32
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

olhar atento ao significado de cada um destes princípios, No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, político-eleitoral:
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho42
e Spitzcovsky43: Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali- obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não caráter educativo, informativo ou de orientação social,
proíbe. Contudo, como a administração pública representa dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex- públicos.
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os ins-
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio trumentos para proteção são o direito de petição e as cer-
Estado deve respeitar as leis que dita. tidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - residual-
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes- mente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda, prevê
ses que representa, a administração pública está proibida o artigo 37, CF em seu §3º: 
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú- ticipação do usuário na administração pública direta e
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon- indireta, regulando especialmente:
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços pú-
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida- blicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, interna, da qualidade dos serviços;
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi- II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse a informações sobre atos de governo, observado o disposto
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, no art. 5º, X e XXXIII;
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse III -  a disciplina da representação contra o exercício ne-
coletivo. gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi-
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí- nistração pública.
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente e) Princípio da eficiência: A administração pública deve
relacionada ao poder público. A administração pública não manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle
atua como um particular, de modo que enquanto o des- de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti- concurso público seleciona os mais qualificados ao exercí-
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento cio do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento é possível exonerar um servidor público por ineficiência) e
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio ao controlar gastos (limitando o teto de remuneração), por
da moralidade deve se fazer presente não só para com os exemplo. O núcleo deste princípio é a procura por produti-
administrados, mas também no âmbito interno. Está indis- vidade e economicidade. Alcança os serviços públicos e os
sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que serviços administrativos internos, se referindo diretamente
não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos à conduta dos agentes.
princípios éticos regentes da função administrativa. TODO Além destes cinco princípios administrativo-constitu-
ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS cionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem
IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios ser apontados como princípios de natureza ética relaciona-
anteriores. dos à função pública a probidade e a motivação:
d) Princípio da publicidade: A administração pública a) Princípio da probidade:  um princípio constitucio-
é obrigada a manter transparência em relação a todos seus nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação,
atos e a todas informações armazenadas nos seus ban- é o dever de todo o administrador público, o dever de ho-
cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e nestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no
a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão desempenho de suas funções. Possui contornos mais defi-
concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que nidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini44 alerta que
todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de alguns autores tratam veem como distintos os princípios da
servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se ne- moralidade e da probidade administrativa, mas não há  ca-
gar indevidamente a fornecer informações ao administrado racterísticas que permitam tratar os mesmos como procedi-
caracteriza ato de improbidade administrativa. mentos distintos, sendo no máximo possível afirmar que a
42 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- probidade administrativa é um aspecto particular da mora-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. lidade administrativa.
43 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: 44 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo:
Método, 2011. Saraiva, 2004.

33
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para
administrador de motivar todos os atos que edita, gerais investidura em cargo público:
ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais I - a nacionalidade brasileira;
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a II - o gozo dos direitos políticos;
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro cargo;
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da V - a idade mínima de dezoito anos;
Administração. VI - aptidão física e mental.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável § 1º As atribuições do cargo podem justificar a
ao caso concreto e relacionar os fatos que concretamente exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos § 3º As universidades e instituições de pesquisa
administrativos devem ser motivados para que o Judiciário científica e tecnológica federais poderão prover seus
possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros,
legalidade. Para efetuar esse controle, devem ser observa- de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.
dos os motivos dos atos administrativos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos admi- Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no arti-
comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles go 207 da Constituição, permitindo que estrangeiros as-
que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou
sumam cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de
conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na de-
Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego pú-
terminação da obrigatoriedade de motivação com relação
blico depende de aprovação prévia em concurso público
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto
à referida necessidade quanto aos atos discricionários. de provas ou de provas e títulos, de acordo com a na-
Meirelles45 entende que o ato discricionário, editado sob tureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunida- comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
de, não sendo necessária a motivação. No entanto, se houver
tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:
razão da necessidade de observância da Teoria dos Moti-
vos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina, Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de
porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo prévia habilitação em concurso público de provas ou de pro-
administrador. Gasparini46, com respaldo no art. 50 da Lei vas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões de sua validade.
doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso
todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes, e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
tanto os atos discricionários quanto os vinculados. moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos ser- regulamentos.
vidores
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princí- No concurso de provas o candidato é avaliado ape-
pios da administração pública estudados no tópico anterior, nas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos
aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer dos Pode- concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua
res em qualquer das esferas federativas, e, em seus incisos, atividade profissional também é considerado. Cargo em
regras mínimas sobre o serviço público: comissão é o cargo de confiança, que não exige concurso
público, sendo exceção à regra geral.
Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas
são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso públi-
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
co será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
da lei.
período.
Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº
8.112/1990, que prevê: Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável pre-
visto no edital de convocação, aquele aprovado em concur-
45 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São so público de provas ou de provas e títulos será convocado
Paulo: Malheiros, 1993.
com prioridade sobre novos concursados para assumir car-
46 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: go ou emprego, na carreira.
Saraiva, 2004.

34
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:


Destinam-se apenas às atri- Destinam-se apenas às atri-
buições de direção, chefia e buições de direção, chefia e
Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá
validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma assessoramento assessoramento
única vez, por igual período. De livre nomeação e exo-
§1º O prazo de validade do concurso e as condições de neração no que se refere à De livre nomeação e exone-
sua realização serão fixados em edital, que será publicado função e não em relação ao ração
no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande cargo efetivo.
circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de direito à livre associação sindical.
validade não expirado.
O edital delimita questões como valor da taxa de ins- A liberdade de associação é garantida aos servidores pú-
crição, casos de isenção, número de vagas e prazo de vali- blicos tal como é garantida a todos na condição de direito
dade. Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo individual e de direito social.
do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual
vaga e não ser realizado novo concurso. Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê: termos e nos limites definidos em lei específica.

Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos in- O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores
cisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar
autoridade responsável, nos termos da lei. pela preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto
não for elaborada uma legislação específica para os funcio-
Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabiliza- nários públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve
ção daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingres- para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89
so no serviço público, que em regra se dá por concurso de (Mandado de Injunção nº 20).
provas ou de provas e títulos.
Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos cargos
Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas ex- e empregos públicos para as pessoas portadoras de defi-
clusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os ciência e definirá os critérios de sua admissão.
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos pre- Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990:
vistos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento. Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de de-
ficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
Observa-se o seguinte quadro comparativo47: público para provimento de cargo cujas atribuições sejam
compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para
Função de Confiança Cargo em Comissão tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das
vagas oferecidas no concurso.
Qualquer pessoa, obser-
Exercidas exclusivamente
vado o percentual mínimo Prossegue o artigo 37, CF:
por servidores ocupantes
reservado ao servidor de
de cargo efetivo.
carreira. Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contra-
Com concurso público, já tação por tempo determinado para atender a necessidade
que somente pode exercê- Sem concurso público, res- temporária de excepcional interesse público.
-la o servidor de cargo salvado o percentual míni-
efetivo, mas a função em mo reservado ao servidor A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Consti-
si não prescindível de con- de carreira. tuição, definindo a natureza da relação estabelecida entre o
curso público. servidor contratado e a Administração Pública, para aten-
der à “necessidade temporária de excepcional interesse
É atribuído posto (lugar) público”.
num dos quadros da Admi- “Em se tratando de relação subordinada, isto é, de rela-
Somente são conferidas
nistração Pública, conferida ção que comporta dependência jurídica do servidor peran-
atribuições e responsabili-
atribuições e responsabili- te o Estado, duas opções se ofereciam: ou a relação seria
dade
dade àquele que irá ocupá- trabalhista, agindo o Estado iure gestionis, sem usar das
-lo prerrogativas de Poder Público, ou institucional, estatutária,
preponderando o ius imperii do Estado. Melhor dizendo:
47 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro- o sistema preconizado pela Carta Política de 1988 é o do
-comparativo-funcao-de-confianca.html contrato, que tanto pode ser trabalhista (inserindo-se na

35
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

esfera do Direito Privado) quanto administrativo (situando- Ainda, o artigo 37 da Constituição:


-se no campo do Direito Público). [...] Uma solução inter-
mediária não deixa, entretanto, de ser legítima. Pode-se, Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos
com certeza, abonar um sistema híbrido, eclético, no qual ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
coexistam normas trabalhistas e estatutárias, pondo-se em administração direta, autárquica e fundacional, dos
contiguidade os vínculos privado e administrativo, no sen- membros de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
tido de atender às exigências do Estado moderno, que pro- dos, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
cura alcançar os seus objetivos com a mesma eficácia dos de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
empreendimentos não-governamentais”48. proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, per-
cebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores públi- pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
cos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, ob- do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
servada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada re- nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e
visão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no
de índices. âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Es-
taduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, li-
ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutí- mitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
veis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
aplicável este limite aos membros do Ministério Público,
Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea aos Procuradores e aos Defensores Públicos.
de proventos de aposentadoria decorrentes do art.
40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do Poder
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acu-
Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superio-
muláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e
res aos pagos pelo Poder Executivo.
os cargos em comissão declarados em lei de livre nomea-
ção e exoneração.
Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42:
Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos ar-
Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá per-
tigos 40 e 41:
ceber, mensalmente, a título de remuneração, importância
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo superior à soma dos valores percebidos como remuneração,
exercício de cargo público, com valor fixado em lei. em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Po-
deres, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Parágra-
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabele- fo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens
cidas em lei. previstas nos incisos II a VII do art. 61.
§ 1º A remuneração do servidor investido em função
ou cargo em comissão será paga na forma prevista no art. Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem apro-
62. fundamentos sobre o mencionado inciso XI:
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de
órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para efei-
remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º do art. to dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
93. caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das previstas em lei.
vantagens de caráter permanente, é irredutível.
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite úni-
ao local de trabalho. co, o subsídio mensal dos Desembargadores do respec-
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior tivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
ao salário mínimo. vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o
48 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de servidores para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse pú-
disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Esta-
blico. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/ duais e Distritais e dos Vereadores.
Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.htm>. Acesso em: 23 dez. 2014.

36
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou equi- § 1o  A proibição de acumular estende-se a cargos,
paração salarial: empregos e funções em autarquias, fundações públicas,
empresas públicas, sociedades de economia mista da
Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equipara- União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
ção de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de dos Municípios.
remuneração de pessoal do serviço público. § 2o   A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
Os padrões de vencimentos são fixados por conselho condicionada à comprovação da compatibilidade de ho-
de política de administração e remuneração de pessoal, rários.
integrado por servidores designados pelos respectivos § 3o  Considera-se acumulação proibida a percepção
Poderes (artigo 39, caput e § 1º), sem qualquer garantia de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
constitucional de tratamento igualitário aos cargos que se proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
mostrem similares. decorram essas remunerações forem acumuláveis na
atividade.
Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários percebi-
dos por servidor público não serão computados nem acu- Art.  119, Lei nº 8.112/1990.   O servidor não poderá
mulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso
previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado
A preocupação do constituinte, ao implantar tal pre- pela participação em órgão de deliberação coletiva. 
ceito, foi de que não eclodisse no sistema remuneratório Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica
dos servidores, ou seja, evitar que se utilize uma vantagem à remuneração devida pela participação em conselhos de
como base de cálculo de um outro benefício. Dessa forma, administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de
qualquer gratificação que venha a ser concedida ao servi- economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como
dor só pode ter como base de cálculo o próprio vencimen- quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou
to básico. É inaceitável que se leve em consideração outra indiretamente, detenha participação no capital social, obser-
vantagem até então percebida. vado o que, a respeito, dispuser legislação específica.

Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remune- Art.  120, Lei nº 8.112/1990.   O servidor vinculado ao
rada de cargos públicos, exceto, quando houver com- regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efeti-
patibilidade de horários, observado em qualquer caso o vos, quando investido em cargo de provimento em comissão,
disposto no inciso XI: a)  a de dois cargos de professor; ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte-
b)   a de um cargo de professor com outro, técnico ou se em que houver compatibilidade de horário e local com o
científico; c)  a de dois cargos ou empregos privativos de exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. dos órgãos ou entidades envolvidos.

Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se “Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da
a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas no âmbito do serviço público federal a vedação genérica
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indire- constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da
tamente, pelo poder público. República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos
constitui uma das infrações mais comuns praticadas por
Segundo Carvalho Filho49, “o fundamento da proibi- servidores públicos, o que se constata observando o eleva-
ção é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com do número de processos administrativos instaurados com
que o servidor não execute qualquer delas com a necessá- esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90 é rela-
ria eficiência. Além disso, porém, pode-se observar que o tivamente brando, quando cotejado com outros estatutos
Constituinte quis também impedir a cumulação de ganhos de alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso
em detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] nessa ilicitude diversas oportunidades para regularizar sua
Nota-se que a vedação se refere à acumulação remunera- situação e escapar da pena de demissão. Também prevê a
da. Em consequência, se a acumulação só encerra a per- lei em comentário, um processo administrativo simplifica-
cepção de vencimentos por uma das fontes, não incide a do (processo disciplinar de rito sumário) para a apuração
regra constitucional proibitiva”. dessa infração – art. 133” 50.
A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a
questão: Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e
seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com-
Artigo  118, Lei nº 8.112/1990.   Ressalvados os casos petência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
previstos na Constituição, é vedada a acumulação remu- administrativos, na forma da lei.
nerada de cargos públicos. 50 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públicos
49 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com.br/ar-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. tigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.

37
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias da Ainda sobre a questão do funcionamento da adminis-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, tração indireta e de suas subsidiárias, destaca-se o previsto
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas nos §§ 8º e 9º do artigo 37, CF:
por servidores de carreiras específicas, terão recursos prio-
ritários para a realização de suas atividades e atuarão Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamen-
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de tária e financeira dos órgãos e entidades da administração
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou con- direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
vênio. a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
“O Estado tem como finalidade essencial a garantia para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
do bem-estar de seus cidadãos, seja através dos serviços I -  o prazo de duração do contrato;
públicos que disponibiliza, seja através de investimentos II -  os controles e critérios de avaliação de desempenho,
na área social (educação, saúde, segurança pública). Para direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
atingir esses objetivos primários, deve desenvolver uma III -  a remuneração do pessoal.
atividade financeira, com o intuito de obter recursos indis-
pensáveis às necessidades cuja satisfação se comprometeu Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às
quando estabeleceu o “pacto” constitucional de 1988. [...] empresas públicas e às sociedades de economia mista
A importância da Administração Tributária foi reconheci- e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
da expressamente pelo constituinte que acrescentou, no Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para paga-
artigo 37 da Carta Magna, o inciso XVIII, estabelecendo a mento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
sua precedência e de seus servidores sobre os demais se-
tores da Administração Pública, dentro de suas áreas de Continua o artigo 37, CF:
competência”51.
Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados
Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica pode- na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de contratados mediante processo de licitação pública que
empresa pública, de sociedade de economia mista e de assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
definir as áreas de sua atuação. mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislati- técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
va, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mento das obrigações.
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação
de qualquer delas em empresa privada. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta
o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui nor-
Órgãos da administração indireta somente podem mas para licitações e contratos da Administração Pública
ser criados por lei específica e a criação de subsidiárias e dá outras providências. Licitação nada mais é que o con-
destes dependem de autorização legislativa (o Estado cria junto de procedimentos administrativos (administrativos
e controla diretamente determinada empresa pública ou porque parte da administração pública) para as compras
sociedade de economia mista, e estas, por sua vez, passam ou serviços contratados pelos governos Federal, Estadual
a gerir uma nova empresa, denominada subsidiária. Ex.: ou Municipal, ou seja todos os entes federativos. De forma
Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um parên- mais simples, podemos dizer que o governo deve comprar
tese para observar que quase todos os autores que abor- e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a licita-
dam o assunto afirmam categoricamente que, a despeito ção é um processo formal onde há a competição entre os
interessados.
da referência no texto constitucional a ‘subsidiárias das
entidades mencionadas no inciso anterior’, somente em-
Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de pres-
presas públicas e sociedades de economia mista podem ter
crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
subsidiárias, pois a relação de controle que existe entre a
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as res-
pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria própria de pes-
pectivas ações de ressarcimento.
soas com estrutura empresarial, e inadequada a autarquias
e fundações públicas. OUSAMOS DISCORDAR. Parece-nos
A prescrição dos ilícitos praticados por servidor encon-
que, se o legislador de um ente federado pretendesse, por tra disciplina específica no artigo 142 da Lei nº 8.112/1990:
exemplo, autorizar a criação de uma subsidiária de uma
fundação pública, NÃO haveria base constitucional para Art. 142, Lei nº 8.112/1990.  A ação disciplinar pres-
considerar inválida sua autorização”52. creverá:
51 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_tributaria_sao_ I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
paulo.htm demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
52 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. destituição de cargo em comissão;
São Paulo: GEN, 2014.

38
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. deve suportar as consequências jurídicas decorrentes, res-
§ 1o  O prazo de prescrição começa a correr da data em taurando-se o equilíbrio social.53
que o fato se tornou conhecido. A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po-
§ 2o  Os prazos de prescrição previstos na lei penal dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também limites da herança, embora existam reflexos na ação que
como crime. apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es-
§ 3o  A abertura de sindicância ou a instauração de fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que
final proferida por autoridade competente. uma absolvição por falta de provas não o faz).
§ 4o  Interrompido o curso da prescrição, o prazo A responsabilidade civil do Estado acompanha o racio-
começará a correr a partir do dia em que cessar a cínio de que a principal consequência da prática de um ato
interrupção. ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de reparar o
dano, mediante o pagamento de indenização que se re-
Prescrição é um instituto que visa regular a perda do fere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam às
direito de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5 regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar o
anos para as infrações mais graves, 2 para as de gravidade ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo
intermediária (pena de suspensão) e 180 dias para as me- por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado
nos graves (pena de advertência), contados da data em que tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos
o fato se tornou conhecido pela administração pública. Se danos que seus agentes causem durante a prestação do
a infração disciplinar for crime, valerão os prazos prescri- serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma violação
cionais do direito penal, mais longos, logo, menos favorá- aos direitos humanos reconhecidos.
veis ao servidor. Interrupção da prescrição significa parar a Trata-se de responsabilidade extracontratual porque
contagem do prazo para que, retornando, comece do zero. não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de
Da abertura da sindicância ou processo administrativo dis- elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
ciplinar até a decisão final proferida por autoridade com- pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186, 187
petente não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
começa a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
propor ação disciplinar. se encontram no art. 186 do Código Civil:
Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e as
restrições ao ocupante de cargo ou emprego da adminis- Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão vo-
tração direta e indireta que possibilite o acesso a informa- luntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
ções privilegiadas. dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre Este é o artigo central do instituto da responsabilidade
o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego civil, que tem como elementos: ação ou omissão voluntária
do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao (agir como não se deve ou deixar de agir como se deve),
exercício do cargo ou emprego; e revoga dispositivos da culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma
Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, e das Medidas Provi- violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo
sórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, e 2.225-45, causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e
de 4 de setembro de 2001. o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo
Neste sentido, conforme seu artigo 1º: agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou ma-
terial, econômico e não econômico).
Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que configu- 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, espe-
ram conflito de interesses envolvendo ocupantes de cargo ou cial e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é
emprego no âmbito do Poder Executivo federal, os requisitos o dano específico, individualizado, que atinge determina-
e restrições a ocupantes de cargo ou emprego que tenham da ou determinadas pessoas. Anormal é o dano que ul-
acesso a informações privilegiadas, os impedimentos poste- trapassa os problemas comuns da vida em sociedade (por
riores ao exercício do cargo ou emprego e as competências exemplo, infelizmente os assaltos são comuns e o Estado
para fiscalização, avaliação e prevenção de conflitos de inte- não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
resses regulam-se pelo disposto nesta Lei. na circunstância específica possuía o dever de impedir o
assalto, como no caso de uma viatura presente no local -
3) Responsabilidade civil do Estado e de seus ser- muito embora o direito à segurança pessoal seja um direito
vidores humano reconhecido).
O instituto da responsabilidade civil é parte integran- 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe den-
te do direito obrigacional, uma vez que a principal conse- tro da administração pública, tenha ingressado ou não por
quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera concurso, possua cargo, emprego ou função. Envolve os
para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamen- 53 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São
to de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, Paulo: Saraiva, 2005.

39
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

agentes políticos, os servidores públicos em geral (funcio- Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos
nários, empregados ou temporários) e os particulares em violadores de direitos humanos se sujeitam à responsabi-
colaboração (por exemplo, jurado ou mesário). lidade penal e à responsabilidade administrativa, todas
3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta autônomas uma com relação à outra e à já mencionada
qualidade - é preciso que o agente esteja lançando mão responsabilidade civil. Neste sentido, o artigo 125 da Lei
das prerrogativas do cargo, não agindo como um particu- nº 8.112/90:
lar.
Sem estes três requisitos, não será possível acionar o Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais
Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por e administrativas poderão cumular-se, sendo independen-
mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingida. tes entre si.
Assim, não é qualquer dano que permite a responsabili-
zação civil do Estado, mas somente aquele que é causado No caso da responsabilidade civil, o Estado é direta-
por um agente público no exercício de suas funções e que mente acionado e responde pelos atos de seus servido-
exceda as expectativas do lesado quanto à atuação do Es- res que violem direitos humanos, cabendo eventualmente
tado. ação de regresso contra ele. Contudo, nos casos da res-
É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os ponsabilidade penal e da responsabilidade administrativa
direitos humanos, porque o Estado é uma ficção formada aciona-se o agente público que praticou o ato.
por um grupo de pessoas que desempenham as atividades São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser
estatais diversas. Assim, viola direitos humanos não o Estado praticados pelo agente público no exercício de sua fun-
em si, mas o agente que o representa, fazendo com que o ção que violam direitos humanos. A título de exemplo,
próprio Estado seja responsabilizado por isso civilmente, peculato, consistente em apropriação ou desvio de di-
pagando pela indenização (reparação dos danos materiais nheiro público (art. 312, CP), que viola o bem comum e
e morais). Sem prejuízo, com relação a eles, caberá ação de o interesse da coletividade; concussão, que é a exigência
regresso se agiram com dolo ou culpa. de vantagem indevida (art. 316, CP), expondo a vítima a
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: uma situação de constrangimento e medo que viola dire-
tamente sua dignidade; tortura, a mais cruel forma de tra-
Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito públi- tamento humano, cuja pena é agravada quando praticada
co e as de direito privado prestadoras de serviços públicos por funcionário público (art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc.
responderão pelos danos que seus agentes, nessa quali- Quanto à responsabilidade administrativa, menciona-
dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re- -se, a título de exemplo, as penalidades cabíveis descritas
gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. no art. 127 da Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo
funcionário que violar a ética do serviço público, como
Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí- advertência, suspensão e demissão.
dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau- Evidencia-se a independência entre as esferas civil,
sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela- penal e administrativa no que tange à responsabilização
ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá do agente público que cometa ato ilícito.
ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao Tomadas as exigências de características dos danos
qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re- acima colacionadas, notadamente a anormalidade, con-
gresso é justamente o direito de acionar o causador direto sidera-se que para o Estado ser responsabilizado por um
do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, dano, ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é, não
considerada a existência de uma relação obrigacional que cabe exigir do Estado uma excepcional vigilância da so-
se forma entre a vítima e a instituição que o agente com- ciedade e a plena cobertura de todas as fatalidades que
põe. possam acontecer em território nacional.
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- Diante de tal premissa, entende-se que a responsa-
te causar aos membros da sociedade, mas se este agen- bilidade civil do Estado será objetiva apenas no caso de
te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do ações, mas subjetiva no caso de omissões. Em outras
que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar palavras, verifica-se se o Estado se omitiu tendo plenas
condutas incompatíveis com o comportamento ético dele condições de não ter se omitido, isto é, ter deixado de
esperado.54 agir quando tinha plenas condições de fazê-lo, acarretan-
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- do em prejuízo dentro de sua previsibilidade.
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado São casos nos quais se reconheceu a responsabilida-
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabi- de omissiva do Estado: morte de filho menor em creche
lidade civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou municipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa
omissão com culpa do servidor que gere dano ao erário de assalto a usuário do metrô resultando em morte, danos
(Administração) ou a terceiro (administrado), o servidor provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais
terá o dever de indenizar. quando o Estado sabia da problemática e não tomou provi-
54 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: dência para evitá-las, morte de detento em prisão, incêndio
Método, 2011. em casa de shows fiscalizada com negligência, etc.

40
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Logo, não é sempre que o Estado será responsabiliza- § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
do. Há excludentes da responsabilidade estatal, notada- escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
mente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou força maior (fato dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
da natureza) fora dos alcances da previsibilidade do dano; cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facul-
b) culpa exclusiva da vítima. tada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre
os entes federados.
4) Exercício de mandato eletivo por servidores pú- § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
blicos público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,XVI,
A questão do exercício de mandato eletivo pelo servi- XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
dor público encontra previsão constitucional em seu artigo requisitos diferenciados de admissão quando a natureza
38, que notadamente estabelece quais tipos de mandatos do cargo o exigir.
geram incompatibilidade ao serviço público e regulamenta § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
a questão remuneratória: eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais
e Municipais serão remunerados exclusivamente por
Artigo 38, CF.  Ao servidor público da administração subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido,
sua remuneração; em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
III - investido no mandato de Vereador, havendo compa- § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, publicarão anualmente os valores do subsídio e da
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo remuneração dos cargos e empregos públicos.
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal
norma do inciso anterior; e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o orçamentários provenientes da economia com despesas
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
contado para todos os efeitos legais, exceto para promo- aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade
ção por merecimento; e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
afastamento, os valores serão determinados como se no exer- público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
cício estivesse. produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados
5) Regime de remuneração e previdência dos servi- em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
dores públicos
Regulamenta-se o regime de remuneração e previdên- Artigo 40, CF.  Aos servidores titulares de cargos efetivos
cia dos servidores públicos nos artigo 39 e 40 da Constitui- da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
ção Federal: incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
Artigo  39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e contribuição do respectivo ente público, dos servidores
os Municípios instituirão conselho de política de adminis- ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
tração e remuneração de pessoal, integrado por servidores que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto
designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela neste artigo.
Emenda Constitucional nº 19, de 1998 e aplicação suspensa § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de
pela ADIN nº 2.135-4, destacando-se a redação anterior: “A previdência de que trata este artigo serão aposentados,
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui- calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na
rão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e forma dos §§ 3º e 17:
planos de carreira para os servidores da administração públi- I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
ca direta, das autarquias e das fundações públicas”). porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
componentes do sistema remuneratório observará: grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
I -  a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi- II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
dade dos cargos componentes de cada carreira; tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou
II -  os requisitos para a investidura; aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
III -  as peculiaridades dos cargos. complementar;

41
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo míni- § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
mo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e contagem de tempo de contribuição fictício.
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentado- § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma
ria, observadas as seguintes condições: total dos proventos de inatividade, inclusive quando de-
a)   sessenta anos de idade e trinta e cinco de correntes da acumulação de cargos ou empregos públicos,
contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para
e trinta de contribuição, se mulher; o regime geral de previdência social, e ao montante resul-
b)  sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses- tante da adição de proventos de inatividade com remune-
senta anos de idade, se mulher, com proventos propor- ração de cargo acumulável na forma desta Constituição,
cionais ao tempo de contribuição. cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, exoneração, e de cargo eletivo.
por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em previdência dos servidores públicos titulares de cargo
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
para a concessão da pensão. fixados para o regime geral de previdência social.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
por ocasião da sua concessão, serão consideradas as em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
remunerações utilizadas como base para as contribuições ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
do servidor aos regimes de previdência de que tratam este público, aplica-se o regime geral de previdência social.
artigo e o art. 201, na forma da lei. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di- desde que instituam regime de previdência complementar
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos abran- para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo,
gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a
termos definidos em leis complementares, os casos de ser- serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o li-
vidores:
mite máximo estabelecido para os benefícios do regime
I -  portadores de deficiência;
geral de previdência social de que trata o art. 201.
II -  que exerçam atividades de risco;
§ 15. O regime de previdência complementar de que
III -  cujas atividades sejam exercidas sob condições
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
física.
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
fechadas de previdência complementar, de natureza pública,
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no §
que oferecerão aos respectivos participantes planos de
1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
educação infantil e no ensino fundamental e médio. § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é veda- que tiver ingressado no serviço público até a data da
da a percepção de mais de uma aposentadoria à conta publicação do ato de instituição do correspondente regime
do regime de previdência previsto neste artigo. de previdência complementar.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de § 17. Todos os valores de remuneração considerados para
pensão por morte, que será igual: o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa- atualizados, na forma da lei.
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
do regime geral de previdência social de que trata o art. aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido
este limite, caso aposentado à data do óbito; ou para os benefícios do regime geral de previdência social de que
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite servidores titulares de cargos efetivos.
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de completado as exigências para aposentadoria voluntária
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
em atividade na data do óbito. atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
conforme critérios estabelecidos em lei. § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou próprio de previdência social para os servidores titulares
municipal será contado para efeito de aposentadoria e de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do
o tempo de serviço correspondente para efeito de dis- respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o dispos-
ponibilidade. to no art. 142, § 3º, X.

42
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções
de pensão que superem o dobro do limite máximo estabeleci- de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade
do para os benefícios do regime geral de previdência social de de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão
que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial,
na forma da lei, for portador de doença incapacitante. cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou
6) Estágio probatório e perda do cargo equivalentes.
Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a ser § 4º Ao servidor em estágio probatório somente
lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990: poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos
previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim
Artigo 41, CF.  São estáveis após três anos de efetivo afastamento para participar de curso de formação decor-
exercício os servidores nomeados para cargo de provi- rente de aprovação em concurso para outro cargo na Ad-
mento efetivo em virtude de concurso público. ministração Pública Federal.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
I -  em virtude de sentença judicial transitada em jul-
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o,
gado;
86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso
II -  mediante processo administrativo em que lhe seja
de formação, e será retomado a partir do término do im-
assegurada ampla defesa;
III -  mediante procedimento de avaliação periódica pedimento.
de desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
rada ampla defesa. O estágio probatório pode ser definido como um lapso
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupan- avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, discipli-
te da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem na, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabili-
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto dade. O servidor não aprovado no estágio probatório será
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tem- exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
po de serviço. mente ocupado. Não existe vedação para um servidor em
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimen-
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remune- to em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
ração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado ramento no órgão ou entidade de lotação.
aproveitamento em outro cargo. Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen-
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a
missão instituída para essa finalidade. norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo
que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos-
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o ser- to no artigo 41 da Constituição Federal.
vidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará su- Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
jeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) rio, o servidor público somente poderá ser exonerado nos
meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão ob- casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, notada-
jeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados mente: em virtude de sentença judicial transitada em jul-
os seguinte fatores: gado; mediante processo administrativo em que lhe seja
I - assiduidade; assegurada ampla defesa; ou mediante procedimento
II - disciplina;
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
III - capacidade de iniciativa;
complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta lei
IV - produtividade;
complementar ainda inexistente no âmbito federal.
V - responsabilidade.
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do
estágio probatório, será submetida à homologação da 7) Atos de improbidade administrativa
autoridade competente a avaliação do desempenho do A Lei n° 8.429/1992 trata da improbidade administra-
servidor, realizada por comissão constituída para essa tiva, que é uma espécie qualificada de imoralidade, sinôni-
finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o mo de desonestidade administrativa. A improbidade é uma
regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo lesão ao princípio da moralidade, que deve ser respeita-
da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos do estritamente pelo servidor público. O agente ímprobo
incisos I a V do caput deste artigo. sempre será um violador do princípio da moralidade, pelo
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório qual “a Administração Pública deve agir com boa-fé, since-
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo ridade, probidade, lhaneza, lealdade e ética”55.
anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo 55 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
único do art. 29. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

43
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada Como fica difícil imaginar que alguém possa se enri-
devido ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes quecer ilicitamente por negligência, imprudência ou im-
do serviço público que se intensificavam com a ineficácia perícia, todas as condutas configuram atos dolosos (com
do diploma então vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41. De- intenção). Não cabe prática por omissão.56
correu, assim, da necessidade de acabar com os atos aten- b) Ato de improbidade administrativa que importe
tatórios à moralidade administrativa e causadores de pre- lesão ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
juízo ao erário público ou ensejadores de enriquecimento O grupo intermediário de atos de improbidade admi-
ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil. nistrativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao
Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes públi- erário ou aos cofres públicos + gerando perda patrimo-
cos passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos nial ou dilapidação do patrimônio público. Assim como
atos de improbidade administrativa descritos nos artigos o artigo anterior, o caput descreve a fórmula genérica e
9º, 10 e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A exis- os incisos algumas atitudes específicas que exemplificam
tência de esferas distintas de responsabilidade (civil, penal o seu conteúdo57.
e administrativa) impede falar-se em bis in idem, já que, Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
ontologicamente, não se trata de punições idênticas, em- desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação, que
bora baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização é a transferência indevida para a própria propriedade; mal-
em esferas distintas do Direito. baratamento, que significa desperdício; e dilapidação, que
Destaca-se um conceito mais amplo de agente públi- se refere a destruição58.
co previsto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e 2º O objeto da tutela é a preservação do patrimônio pú-
porque o agente público pode ser ou não um servidor pú- blico, em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível
blico. Ele poderá estar vinculado a qualquer instituição ou é a ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
órgão que desempenhe diretamente o interesse do Estado. Este artigo admite expressamente a variante cul-
Assim, estão incluídos todos os integrantes da administra- posa, o que muitos entendem ser inconstitucional. O
ção direta, indireta e fundacional, conforme o preâmbulo STJ, no REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da
da legislação. Pode até mesmo ser uma entidade privada inconstitucionalidade do artigo. Contudo, “a jurisprudência
que desempenhe tais fins, desde que a verba de criação do STJ consolidou a tese de que é indispensável a existência
ou custeio tenha sido ou seja pública em mais de 50% de dolo nas condutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao
do patrimônio ou receita anual. Caso a verba pública que menos de culpa nas hipóteses do artigo 10, nas quais o
tenha auxiliado uma entidade privada a qual o Estado não dano ao erário precisa ser comprovado. De acordo com o
tenha concorrido para criação ou custeio, também have- ministro Castro Meira, a conduta culposa ocorre quando
rá sujeição às penalidades da lei. Em caso de custeio/cria- o agente não pretende atingir o resultado danoso, mas
ção pelo Estado que seja inferior a 50% do patrimônio ou atua com negligência, imprudência ou imperícia (REsp n°
receita anual, a legislação ainda se aplica. Entretanto, nes- 1.127.143)”59. Para Carvalho Filho60, não há inconstituciona-
tes dois casos, a sanção patrimonial se limitará ao que o lidade na modalidade culposa, lembrando que é possível
ilícito repercutiu sobre a contribuição dos cofres públicos. dosar a pena conforme o agente aja com dolo ou culpa.
Significa que se o prejuízo causado for maior que a efetiva O ponto central é lembrar que neste artigo não se exi-
contribuição por parte do poder público, o ressarcimento ge que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevi-
terá que ser buscado por outra via que não a ação de im- das, basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem
probidade administrativa. indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não per-
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de cepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados se
improbidade administrativa em três categorias: aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
a) Ato de improbidade administrativa que importe c) Ato de improbidade administrativa que atente
enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992) contra os princípios da administração pública (artigo
O grupo mais grave de atos de improbidade adminis- 11, Lei nº 8.429/1992)
trativa se caracteriza pelos elementos: enriquecimento + Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “cons-
ilícito + resultante de uma vantagem patrimonial indevi- titui ato de improbidade administrativa que atenta contra
da + em razão do exercício de cargo, mandato, emprego, os princípios da administração pública qualquer ação ou
função ou outra atividade nas entidades do artigo 1° da omissão que viole os deveres de honestidade, imparcia-
Lei nº 8.429/1992.
O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não 56 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
Método, 2011
se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça aos
ditames morais, notadamente no desempenho de função 57 Ibid.
de interesse estatal. 58 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimo-
59 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade administra-
nial ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamente tenha
tiva: desonestidade na gestão dos recursos públicos. Disponível
ocorrido dano aos cofres públicos (por exemplo, quando em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.
um policial recebe propina pratica ato de improbidade ad- area=398&tmp.texto=103422>. Acesso em: 26 mar. 2013.
ministrativa, mas não atinge diretamente os cofres públi- 60 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
cos). trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

lidade, legalidade, e lealdade às instituições [...]”. O grupo indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
mais ameno de atos de improbidade administrativa se ca- na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
racteriza pela simples violação a princípios da adminis- penal cabível”.
tração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude do A única sanção que se encontra prevista na Lei nº
sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço públi- 8.429/1992 mas não na Constituição Federal é a de multa.
co. Isto é, o legislador pretende a preservação dos princí- (art. 37, §4°, CF). Não há nenhuma inconstitucionalidade
pios gerais da administração pública61. disto, pois nada impediria que o legislador infraconsti-
O objeto de tutela são os princípios constitucionais. tucional ampliasse a relação mínima de penalidades da
Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispensá- Constituição, pois esta não limitou tal possibilidade e por-
veis o enriquecimento ilícito e o dano ao erário. Somente que a lei é o instrumento adequado para tanto62.
é possível a prática de algum destes atos com dolo (inten- Carvalho Filho63 tece considerações a respeito de algu-
ção), embora caiba a prática por ação ou omissão. mas das sanções:
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalida- - Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre
de para não permitir a caracterização de abuso de poder, os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade.
diante do conteúdo aberto do dispositivo. Na verdade, Se alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria
trata-se de tipo subsidiário, ou seja, que se aplica quando sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve
o ato de improbidade administrativa não tiver gerado ob- derivar de origem ilícita”.
tenção de vantagem
- Ressarcimento integral do dano: há quem entenda
Com efeito, os atos de improbidade administrativa
que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção mo-
não são crimes de responsabilidade. Trata-se de punição
netária e juros de mora.
na esfera cível, não criminal. Por isso, caso o ato configure
- Perda de função pública: “se o agente é titular de
simultaneamente um ato de improbidade administrativa
desta lei e um crime previsto na legislação penal, o que mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassa-
é comum no caso do artigo 9°, responderá o agente por ção. Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão
ambos, nas duas esferas. do serviço público. Havendo contrato de trabalho (servi-
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte dores trabalhistas e temporários), a perda da função públi-
forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito ca se consubstancia pela rescisão do contrato com culpa
passivo) e daqueles que podem praticar os atos de im- do empregado. No caso de exercer apenas uma função
probidade administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda pública, fora de tais situações, a perda se dará pela revo-
a reparação do dano ao lesionado e o ressarcimento ao gação da designação”. Lembra-se que determinadas au-
patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de im- toridades se sujeitam a procedimento especial para perda
probidade administrativa, isto é, enumera condutas de tal da função pública, ponto em que não se aplica a Lei de
natureza; seguindo-se à definição das sanções aplicáveis; Improbidade Administrativa.
e, finalmente, descreve os procedimentos administrativo - Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo,
e judicial. mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julga-
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente dos nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda
obtém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato
indevida) e pode ainda causar dano ao erário, por isso, de- de improbidade (a base será o valor do enriquecimento ou
verá não só reparar eventual dano causado mas também o valor do dano ou o valor da remuneração do agente). A
colocar nos cofres públicos tudo o que adquiriu indevida- natureza da multa é de sanção civil, não possuindo caráter
mente. Ou seja, poderá pagar somente o que enriqueceu indenizatório, mas punitivo.
indevidamente ou este valor acrescido do valor do prejuí- - Proibição de receber benefícios: não se incluem as
zo causado aos cofres públicos (quanto o Estado perdeu imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao me-
ou deixou de ganhar). No caso do artigo 10, não haverá nos sócio majoritário da instituição vitimada.
enriquecimento ilícito, mas sempre existirá dano ao erário, - Proibição de contratar: o agente punido não pode
o qual será reparado (eventualmente, ocorrerá o enrique- participar de processos licitatórios.
cimento ilícito, devendo o valor adquirido ser tomado pelo
Estado). Já no artigo 11, o máximo que pode ocorrer é o
EXERCÍCIOS
dano ao erário, com o devido ressarcimento. Além disso,
em todos os casos há perda da função pública. Nas três
1. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre o conceito de
categorias, são estabelecidas sanções de suspensão dos
direitos políticos, multa e vedação de contratação ou per- Constituição, assinale a alternativa CORRETA.
cepção de vantagem, graduadas conforme a gravidade do (A) É o estatuto que regula as relações entre Estados
ato. É o que se depreende da leitura do artigo 12 da Lei nº soberanos.
8.929/1992 como §4º do artigo 37, CF, que prevê: “Os atos (B) É o conjunto de normas que regula os direitos e
de improbidade administrativa importarão a suspen- deveres de um povo.
são dos direitos políticos, a perda da função pública, a 62 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
61 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
Método, 2011. 63 Ibid.

45
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

(C) É a lei fundamental e suprema de um Estado, que 6. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Cons-
contém normas referentes à estruturação, à formação dos tituição brasileira inicia com o Título I dedicado aos “prin-
poderes públicos, direitos, garantias e deveres dos cida- cípios fundamentais”, que são as regras informadoras de
dãos. todo um sistema de normas, as diretrizes básicas do orde-
(D) É a norma maior de um Estado, que regula os di- namento constitucional brasileiro. São regras que contêm
reitos e deveres de um povo nas suas relações. os mais importantes valores que informam a elaboração da
Constituição da República Federativa do Brasil.
2. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Dentre as formas de Diante dessa afirmação, analise as questões a seguir e
classificação das Constituições, uma delas é quanto à ori- assinale a alternativa correta.
gem.
I - Nas relações internacionais, a República brasileira
Em relação às características de uma Constituição
rege-se, entre outros, pelos seguintes princípios: autode-
quanto à sua origem, assinale a alternativa CORRETA.
(A) Dogmáticas ou históricas. terminação dos povos, defesa da paz, igualdade entre os
(B) Materiais ou formais. Estados, concessão de asilo político.
(C) Analíticas ou sintéticas. II - Os princípios não são dotados de normatividade,
(D) Promulgadas ou outorgadas. ou seja, possuem efeito vinculante, mas constituem regras
jurídicas efetivas.
3. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre a supremacia da III - Violar um princípio é muito mais grave que trans-
Constituição da República, assinale a alternativa CORRETA. gredir uma norma qualquer, pois implica ofensa a todo o
(A) A supremacia está no fato de o controle da consti- sistema de comandos.
tucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo Tribu- IV - São princípios que norteiam a atividade econômica
nal Federal. no Brasil: a soberania nacional, a função social da proprie-
(B) A supremacia está na obrigatoriedade de submis- dade, a livre concorrência, a defesa do consumidor; a pro-
são das leis aos princípios que norteiam o Estado por ela priedade privada.
instituído. V - A diferença de salários, de critério de admissão por
(C) A supremacia está no fato de a interpretação da motivo de sexo, idade, cor ou estado civil a qualquer dos
constituição não depender da observância dos princípios trabalhadores urbanos e rurais fere o princípio da igualda-
que a norteiam. de do caput do art. 5º da Constituição Federal.
(D) A supremacia está no fato de que os princípios e
(A) Apenas I, II, III estão corretas.
fundamentos da constituição se resumam na declaração de
(B) Apenas II e IV estão corretas.
soberania.
(C) Apenas III e V estão corretas.
4. (PC/PI - Delegado de Polícia – UESPI/2014) Entre os (D) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
chamados sentidos doutrinariamente atribuídos à Consti- (E) Todas as afirmações estão corretas.
tuição, existe um que realiza a distinção entre Constituição
e lei constitucional. Assinale a alternativa que o contempla. 7. (DPE/GO - Defensor Público - UFG/2014) A propósi-
(A) Sentido político to dos princípios fundamentais da República Federativa do
(B) Sentido sociológico. Brasil, reconhece-se que:
(C) Sentido jurídico. (A) o pluralismo político está inserido entre seus obje-
(D) Sentido culturalista. tivos.
(E) Sentido simbólico. (B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se
contrapõe ao valor social do trabalho.
5. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Repúbli- (C) a dignidade é também do nascituro, o que desau-
ca Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos toriza, portanto, a prática da interrupção da gravidez quan-
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em do decorrente de estupro.
Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF). (D) a promoção do bem de todos, sem preconceito
Com base no enunciado acima é correto afirmar, ex- de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma de
ceto:
discriminação, é um de seus objetivos.
(A) são objetivos fundamentais da república federati-
(E) o legislativo, o executivo e o judiciário, dependen-
va do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
zir as desigualdades sociais e regionais. tes e harmônicos entre si, são poderes da união.
(B) a soberania, a cidadania e o pluralismo político
não são fundamentos da república federativa do brasil. 8. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - FGV/2014)
(C) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer Sobre os Princípios Fundamentais da República Federativa
alguma coisa senão em virtude de lei. do Brasil, à luz do texto constitucional de 1988, é INCOR-
(D) é livre a manifestação de pensamento, sendo ve- RETO afirmar que:
dado o anonimato. (A) a República Federativa do Brasil tem como funda-
(E) construir uma sociedade livre, justa e solidária é mentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa
um dos objetivos fundamentais da república federativa do humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e
Brasil. o pluralismo político.

46
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

(B) a República Federativa do Brasil tem como obje- Assim, é correto afirmar, exceto:
tivos fundamentais: construir uma sociedade livre, justa e (A) O habeas corpus pode ser formulado sem advo-
solidária; garantir o desenvolvimento nacional, erradicar gado, não tendo de obedecer a qualquer formalidade pro-
a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades cessual, e o próprio cidadão prejudicado pode ser o autor.
sociais e regionais; promover o bem de todos, sem precon- (B) O habeas corpus é utilizado sempre que alguém
ceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
formas de discriminação. em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
(C) todo o poder emana do povo, que o exerce unica- de poder.
mente por meio de representantes eleitos. (C) O autor da ação constitucional de habeas corpus
(D) entre outros, são princípios adotados pela Repú- recebe o nome de impetrante; o indivíduo em favor do qual
blica Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, se impetra, paciente, podendo ser o mesmo impetrante, e a
os seguintes: a independência nacional, a prevalência dos autoridade que pratica a ilegalidade, autoridade coatora.
(D) Caberá habeas corpus em relação a punições dis-
direitos humanos e o repúdio ao terrorismo e ao racismo.
ciplinares militares.
(E) a autodeterminação dos povos, a não intervenção
(E) O habeas corpus será preventivo quando alguém
e a defesa da paz são princípios regedores das relações
se achar ameaçado de sofrer violência, ou repressivo, quan-
internacionais da República Federativa do Brasil.
do for concreta a lesão.
9. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O art. 5º da 11. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Ainda
Constituição Federal trata dos direitos e deveres individuais em relação aos outros remédios constitucionais analise as
e coletivos, espécie do gênero direitos e garantias funda- questões a seguir e assinale a alternativa correta.
mentais (Título II). Assim, apesar de referir-se, de modo I - O habeas data assegura o conhecimento de infor-
expresso, apenas a direitos e deveres, também consagrou mações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
as garantias fundamentais. (LENZA, Pedro. Direito Consti- registros ou banco de dados de entidades governamentais
tucional Esquematizado, São Paulo: Saraiva, 2009,13ª. ed., ou de caráter público.
p. 671). II - Será concedido habeas data para a retificação de
Com base na afirmação acima, analise as questões a dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
seguir e assinale a alternativa correta. judicial ou administrativo.
I - Os direitos são bens e vantagens prescritos na norma III - Em se tratando de registro ou banco de dados de
constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos entidade governamental, o sujeito passivo na ação de ha-
através dos quais se assegura o exercício dos aludidos di- beas data será a pessoa jurídica componente da adminis-
reitos. tração direta e indireta do Estado.
II - O rol dos direitos expressos nos 78 incisos e pa- IV - O mandado de injunção serve para requerer à au-
rágrafos do art. 5º da Constituição Federal é meramente toridade competente que faça uma lei para tornar viável o
exemplificativo. exercício dos direitos e liberdades constitucionais.
III - Os direitos e garantias expressos na Constituição V - O pressuposto lógico do mandado de injunção é a
Federal não excluem outros decorrentes do regime e dos demora legislativa que impede um direito de ser efetivado
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais pela falta de complementação de uma lei.
em que o Brasil seja parte. (A) Todas as afirmações estão corretas.
IV - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra (B) Apenas I, II e III estão corretas.
e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indeniza- (C) Apenas II, III e IV estão corretas.
(D) Apenas II, III e V estão corretas.
ção pelo dano material ou moral decorrente de sua viola-
(E) Apenas IV e V estão corretas.
ção.
V - É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
12. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O devi-
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
do processo legal estabelecido como direito do cidadão
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e na Constituição Federal configura dupla proteção ao indi-
suas liturgias. víduo, pois atua no âmbito material de proteção ao direito
(A) Apenas I, II e III estão corretas. de liberdade e no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade
(B) Apenas II, III e IV estão corretas. de condições com o Estado para defender-se.
(C) Apenas III e V estão corretas. Com base na afirmação acima, analise as questões a
(D) Apenas IV e V estão corretas. seguir e assinale a alternativa correta.
(E) Todas as questões estão corretas. I - Ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente.
10. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Os re- II - A lei só poderá restringir a publicidade dos atos
médios constitucionais são as formas estabelecidas pela processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
Constituição Federal para concretizar e proteger os direitos social o exigirem.
fundamentais a fim de que sejam assegurados os valores III - São admissíveis, no processo, as provas obtidas por
essenciais e indisponíveis do ser humano. meios ilícitos.

47
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

IV - Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, (C) assegurado a todos o acesso à informação e res-
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
fiança. profissional;
V - Não haverá prisão civil por dívida, nem mesmo a do (D) livre a expressão da atividade intelectual, artística,
depositário infiel. científica e de comunicação, ressalvados os casos de cen-
(A) Apenas I, II e IV estão corretas. sura ou licença;
(B) Apenas I, III e V estão corretas. (E) direito de todos receber dos órgãos públicos in-
(C) Apenas III e IV estão corretas. formações de seu interesse particular, sendo vedada a ale-
(D) Apenas IV e V estão corretas. gação de sigilo por imprescindibilidade à segurança da so-
(E) Todas as questões estão corretas. ciedade e do Estado.

13. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) 18. (TJ-RJ - Técnico de Atividade Judiciária - FGV/2014)
Sobre a Lei Penal, é CORRETO afirmar que A partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, os tratados
(A) não retroage, salvo para beneficiar o réu. e convenções internacionais sobre direitos humanos:
(B) não retroage, salvo se o fato criminoso ainda não (A) sempre terão a natureza jurídica de lei, exigindo a
for conhecido. sua aprovação, pelo Congresso Nacional e a promulgação,
(C) retroage, salvo disposição expressa em contrário. na ordem interna, pelo Chefe do Poder Executivo;
(D) retroage, se ainda não houver processo penal ins- (B) sempre terão a natureza jurídica de emenda cons-
taurado. titucional, exigindo, apenas, que a sua aprovação, pelo
Congresso Nacional, se dê em dois turnos de votação, com
14. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) o voto favorável de dois terços dos respectivos membros;
Sobre as garantias fundamentais estabelecidas na Consti- (C) podem ter a natureza jurídica de emenda constitu-
tuição Federal, é CORRETO afirmar que cional, desde que a sua aprovação, pelo Congresso Nacio-
(A) a Lei Penal é sempre irretroativa. nal, se dê em dois turnos de votação, com o voto favorável
(B) a prática do racismo constitui crime inafiançável e de três quintos dos respectivos membros;
imprescritível. (D) podem ter a natureza jurídica de lei complemen-
tar, desde que o Congresso Nacional venha a aprová-los
(C) não haverá pena de morte em nenhuma circuns-
com observância do processo legislativo ordinário;
tância.
(E) sempre terão a natureza jurídica de atos de direito
(D) os templos religiosos, entendidos como casas de
internacional, não se integrando, em qualquer hipótese, à
Deus, possuem garantia de inviolabilidade domiciliar.
ordem jurídica interna.
15. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014)
19. (OAB - Exame de Ordem Unificado - FGV/2014) Pe-
NÃO figura entre as garantias expressas no artigo 5º da
dro promoveu ação em face da União Federal e seu pedido
Constituição Federal: foi julgado procedente, com efeitos patrimoniais vencidos
(A) a obtenção de certidões em repartições públicas. e vincendos, não havendo mais recurso a ser interposto.
(B) a defesa do consumidor, prevista em estatuto pró- Posteriormente, o Congresso Nacional aprovou lei, que foi
prio. sancionada, extinguindo o direito reconhecido a Pedro.
(C) o respeito à integridade física dos presos, garanti- Após a publicação da referida lei, a Administração Pública
do pela lei de execução penal. federal notificou Pedro para devolver os valores recebidos,
(D) a remuneração do trabalho noturno superior ao comunicando que não mais ocorreriam os pagamentos fu-
diurno, posto que contido na legislação ordinária trabalhis- turos, em decorrência da norma em foco.
ta. Nos termos da Constituição Federal, assinale a opção
correta
16. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) (A) A lei não pode retroagir, porque a situação versa
A casa é asilo inviolável do indivíduo, podendo-se nela en- sobre direitos indisponíveis de Pedro
trar, sem permissão do morador, EXCETO (B) A lei não pode retroagir para prejudicar a coisa jul-
(A) em caso de desastre. gada formada em favor de Pedro.
(B) em caso de flagrante delito. (C) A lei pode retroagir, pois não há direito adquirido
(C) para prestar socorro. de Pedro diante de nova legislação.
(D) por determinação judicial, a qualquer hora. (D) A lei pode retroagir, porque não há ato jurídico
perfeito em favor de Pedro diante de pagamentos penden-
17. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Administrador - tes.
FGV/2014) Em tema de direitos e garantias fundamentais,
o artigo 5º da Constituição da República estabelece que é: 20. (SP-URBANISMO - Analista Administrativo - Jurídi-
(A) livre a manifestação do pensamento, sendo fo- co - VUNESP/2014) João apresenta requerimento junto à
mentado o anonimato; Prefeitura do Município de São Paulo, pleiteando que lhe
(B) assegurado o direito de resposta, proporcional ao seja informado o número de licitações, na modalidade pre-
agravo, que substitui o direito à indenização por dano ma- gão, realizadas pela São Paulo Urbanismo desde 2010. O
terial, moral ou à imagem; pleito de João

48
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

(A) não encontra previsão expressa como direito fun- (B) não determinou a extensão ao trabalhador do-
damental na Constituição Federal, mas, todavia, deverá ser méstico, dentre outros, dos direitos à proteção em face da
acolhido em virtude do texto constitucional prever que a automação e à proteção do mercado de trabalho da mu-
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou lher, mediante incentivos específicos.
ameaça a direito (C) determinou a extensão ao trabalhador doméstico,
(B) é constitucionalmente previsto, pois é a todos as- dentre outros, dos direitos à proteção em face da automa-
segurado, mediante o pagamento de taxa, o direito de pe- ção e ao piso salarial proporcional à extensão e à comple-
tição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra xidade do trabalho.
ilegalidade ou abuso de poder (D) não determinou a extensão ao trabalhador do-
(C) não encontra amparo constitucional, uma vez méstico, dentre outros, dos direitos à remuneração do ser-
que a obtenção de certidões em repartições públicas será viço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
atendida apenas se o objeto do pedido for para defesa de
cento a do normal e ao piso salarial proporcional à exten-
direitos ou para esclarecimento de situações de interesse
são e à complexidade do trabalho.
pessoal.
(D) encontra amparo constitucional, pois todos têm
direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 23. (MDIC - Agente Administrativo - CESPE/2014) Com
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que referência à CF, aos direitos e garantias fundamentais, à or-
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabili- ganização político-administrativa, à administração pública
dade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à e ao Poder Judiciário, julgue os itens subsecutivos.
segurança da sociedade e do Estado. A CF prevê o direito de greve na iniciativa privada e
(E) é constitucionalmente previsto, devendo ser res- determina que cabe à lei definir os serviços ou atividades
pondido em 48 (quarenta e oito) horas, pois a todos, no essenciais e dispor sobre o atendimento das necessidades
âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoá- inadiáveis da comunidade.
vel duração do processo e os meios que garantam a celeri- Certo ( )
dade de sua tramitação. Errado ( )

21. (TCE/PI - Assessor Jurídico - FCC/2014) A teoria da 24. (TJ/MT - Juiz de Direito - FMP/2014) Assinale a al-
reserva do possível ternativa correta.
(A) significa a inoponibilidade do arbítrio estatal à (A) O rol de direitos sociais nos incisos do art. 7º e
efetivação dos direitos sociais, econômicos e culturais. seguintes é exaustivo.
(B) gira em torno da legitimidade constitucional do
(B) É vedada a redução proporcional do salário do tra-
controle e da intervenção do poder judiciário em tema de
balhador sob qualquer hipótese.
implementação de políticas públicas, quando caracterizada
(C) É assegurado ao trabalhador o gozo de férias
hipótese de omissão governamental.
(C) considera que as políticas públicas são reservadas anuais remuneradas com, no mínimo, um terço a mais do
discricionariamente à análise e intervenção do poder judi- que o salário normal.
ciário, que as limitará ou ampliará, de acordo com o caso (D) A licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
concreto. do salário, não está constitucionalmente prevista, mas é
(D) é sinônima, em significado e extensão, à teoria do determinada pela CLT.
mínimo existencial, examinado à luz da violação dos direi- (E) O direito à licença paternidade, sem prejuízo do
tos fundamentais sociais, culturais e econômicos, como o emprego e do salário, não está constitucionalmente previs-
direito à saúde e à educação básica. to, mas é determinado pela CLT.
(E) defende a integridade e a intangibilidade dos di-
reitos fundamentais, independentemente das possibilida- 25. (TRT/16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário -
des financeiras e orçamentárias do estado. FCC/2014) Pietro, nascido na Itália, naturalizou-se brasileiro
no ano de 2012. No ano de 2011, Pietro acabou cometen-
22. (Prefeitura de Recife/PE - Procurador - FCC/2014) A do um crime de roubo, cuja autoria foi apurada apenas no
Emenda Constitucional nº 72, promulgada em 2 de abril de ano de 2013, sendo instaurada a competente ação penal,
2013, tem por finalidade estabelecer a igualdade de direi- culminando com a condenação de Pietro, pela Justiça Pú-
tos entre os trabalhadores domésticos e os demais traba-
blica, ao cumprimento da pena de 05 anos e 04 meses de
lhadores urbanos e rurais. Nos termos de suas disposições,
reclusão, em regime inicial fechado, por sentença transita-
a Emenda
da em julgado. Neste caso, nos termos estabelecidos pela
(A) determinou a extensão ao trabalhador doméstico,
dentre outros, dos direitos à remuneração do serviço ex- Constituição federal, Pietro
traordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento (A) não poderá ser extraditado, tendo em vista a
a do normal e à proteção do mercado de trabalho da mu- quantidade de pena que lhe foi imposta pelo Poder Judi-
lher, mediante incentivos específicos. instituiu vedação ao ciário.
legislador para conferir tratamento diferenciado aos traba- (B) não poderá ser extraditado, pois o crime foi come-
lhadores domésticos, em relação aos trabalhadores urba- tido antes da sua naturalização.
nos e rurais. (C) poderá ser extraditado.

49
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

(D) não poderá ser extraditado, pois não cometeu cri- (B) Os servidores dos cartórios judiciais receberão de-
me hediondo ou de tráfico ilícito de entorpecentes e dro- legação para a prática de atos de administração e atos de
gas afim. mero expediente, limitados às decisões de caráter interlo-
(E) não poderá ser extraditado, pois a sentença con- cutório.
denatória transitou em julgado após a naturalização. (C) Um quinto dos lugares dos Tribunais dos Estados
será composto de advogados de notório saber jurídico e
26. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP/2014) É pri- de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva ati-
vativo de brasileiro nato o cargo de vidade profissional, indicados em lista tríplice pelos órgãos
(A) Ministro do Supremo Tribunal Federal. de representação das respectivas classes.
(B) Senador. (D) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo
(C) Juiz de Direito. ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos cinco
(D) Delegado de Polícia. anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exo-
(E) Deputado Federal. neração.
(E) O juiz goza da garantia da inamovibilidade, mas,
27. (PC/TO - Delegado de Polícia - Aroeira/2014) No havendo interesse público, poderá ser removido, por deci-
caso de condenação criminal transitada em julgado, en- são da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Con-
quanto durarem seus efeitos, o condenado terá seus direi-
selho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
tos políticos:
(A) mantidos.
31. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT
(B) cassados.
(C) perdidos. 23ªR/2014) Sobre o Estatuto da Magistratura, NÃO É COR-
(D) suspensos. RETO afirmar:
(A) A aferição do merecimento, para fins de promo-
28. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV/2014) No que con- ção, ocorrerá conforme o desempenho e pelos critérios
cerne às condições de elegibilidade para o cargo de prefei- objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju-
to previstas na CRFB/88, assinale a opção correta. risdição e pela frequência e aproveitamento em cursos ofi-
(A) José, ex-prefeito, que renunciou ao cargo 120 dias ciais ou reconhecidos de aperfeiçoamento.
antes da eleição poderá candidatar-se à reeleição ao cargo (B) Não será promovido o juiz que, injustificadamen-
de prefeito. te, retiver os autos em seu poder além do prazo legal, não
(B) João, brasileiro, solteiro, 22 anos, poderá candida- podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho
tar-se, pela primeira vez, ao cargo de prefeito. ou decisão.
(C) Marcos, brasileiro, 35 anos e analfabeto, poderá (C) Na apuração da antiguidade, o Tribunal somente
candidatar-se ao cargo de prefeito. poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado
(D) Luís, capitão do exército com 5 anos de serviço, de dois terços dos membros presentes à sessão, conforme
mas que não pretende e nem irá afastar-se das atividades procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repe-
militares, poderá candidatar-se ao cargo de prefeito. tindo-se a votação até fixar-se a indicação.
(D) O juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
29. (TJ/MT - Juiz - FMP-RS/2014) Assinale a alternativa autorização do Tribunal.
correta a respeito dos partidos políticos. (E) A distribuição de processos será imediata em to-
(A) É vedado a eles o recebimento de recursos finan- dos os graus de jurisdição.
ceiros por parte de empresas transnacionais.
(B) É assegurado a eles o acesso gratuito à propagan- 32. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT
da no rádio e na televisão, exceto aqueles que não pos- 23ªR/2014) Sob a égide da Constituição Federal, assinale a
suam representação no Congresso Nacional. alternativa INCORRETA:
(C) Os partidos devem, obrigatoriamente, ter caráter
(A) é vedada a edição de medida provisória sobre
nacional.
matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
(D) Os partidos devem, após cada campanha, apre-
congresso nacional e pendente de sanção ou veto presi-
sentar ao Congresso Nacional a sua prestação de contas
para aprovação. dencial.
(E) Em razão de sua importante função institucional, (B) as decisões administrativas dos tribunais serão
os partidos políticos possuem natureza jurídica de direito motivadas e em sessão pública.
público. (C) as decisões administrativas de natureza disciplinar
serão tomadas pelo voto de dois terços dos membros do
30. (UNICAMP - Procurador - VUNESP/2014) Conside- tribunal.
rando o disposto na Constituição Federal sobre o Poder (D) o número de juízes na unidade jurisdicional será
Judiciário, assinale a alternativa correta. proporcional à efetiva demanda judicial com à Respectiva
(A) As decisões administrativas dos tribunais serão população.
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares to- (E) a inamovibilidade e a irredutibilidade salarial são
madas pelo voto da maioria absoluta de seus membros, em garantias da magistratura, mas não são absolutas, posto
sessão secreta. que comportem exceções, ditadas em lei.

50
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

33. (TRT/16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - trita compatibilidade, sob pena de serem inconstitucionais.
FCC/2014) Analise a seguinte situação hipotética: “Tício, Por isso, estes atos que estão abaixo na pirâmide, se sujei-
Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região, é indi- tam a controle de constitucionalidade.
cado pelo Tribunal Superior do Trabalho para compor este
Tribunal Superior e ocupar a vaga do Ministro Fúlvio, apo- 4. Resposta: “A”. Carl Schmitt propõe que o conceito
sentado neste ano de 2014”. Antes de ser nomeado pelo de Constituição não está na Constituição em si, mas nas
Presidente da República o nome do Magistrado Tício deve- decisões políticas tomadas antes de sua elaboração. Sen-
rá ser aprovado pela maioria do assim, o conceito de Constituição será estruturado por
(A) absoluta do Senado Federal. fatores como o regime de governo e a forma de Estado
(B) absoluta do Congresso Nacional. vigentes no momento de elaboração da lei maior. A Cons-
(C) simples do Senado Federal. tituição é o produto de uma decisão política e variará con-
(D) simples do Congresso Nacional. forme o modelo político à época de sua elaboração.
(E) absoluta do Supremo Tribunal Federal.
5. Resposta: “B”. Todas as alternativas descrevem ca-
34. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - racterísticas, atributos do Estado Democrático de Direito
FGV/2014) Os membros da Comissão Parlamentar de In- que é a República Federativa brasileira, notadamente: er-
quérito do Sistema Carcerário constataram a presença de radicação da pobreza e diminuição de desigualdades (ar-
mulheres detidas em cadeia pública masculina em uma tigo 3º, III, CF); soberania, cidadania e pluralismo político
unidade federativa brasileira. As detentas reclamavam da (artigo 1º, I, II e V, CF); princípio da legalidade (artigo 5º, II,
infraestrutura precária e confirmaram denúncias de que CF); liberdade de expressão (artigo 5º, IV, CF); construção
uma menina de 16 anos ficou detida na mesma unidade de sociedade justa, livre e solidária (artigo 3º, I, CF). Sendo
prisional estatal por 12 dias. Diante de tais circunstâncias assim, incorreta a afirmação de que soberania, cidadania
político-administrativas, havendo a intervenção federal e pluralismo político não são fundamentos da República
para assegurar a garantia dos direitos da pessoa humana, Federativa do Brasil, pois estão como tais enumerados no
artigo 1º, CF, além de decorrerem da própria estrutura de
ela deverá ser decretada pelo Presidente da República:
um Estado Democrático de Direito.
(A) espontaneamente, sem necessidade de controle
político do Congresso Nacional.
6. Resposta: “D”. O item “I” descreve alguns dos prin-
(B) após requisição do Superior Tribunal de Justiça.
cípios que regem as relações internacionais brasileiras,
(C) após prévia autorização do Congresso Nacional.
enumerados no artigo 4º, CF, estando correto; o item “II”
(D) após provimento, pelo Supremo Tribunal Federal,
afasta a normatividade dos princípios, o que é incorreto,
de representação do Procurador-Geral da República.
pois os princípios têm forma normativa e, inclusive, po-
(E) após anuência do Judiciário, a se fazer por decisão
dem ser aplicados de forma autônoma se não houver lei
de seu Órgão Especial, com chancela final do Legislativo do
específica a respeito ou se esta se mostrar inadequada, por
Estado. isso mesmo, correta a afirmação do item “III”; os princípios
descritos no item “IV” são alguns dos que regem a ordem
RESPOSTAS econômica, enumerados no artigo 170, CF, restando corre-
ta; o item “V” traz um exemplo de violação ao princípio da
1. Resposta: “C”. Constituição é muito mais do que um
igualdade material, assegurado no artigo 5º, CF e refletido
documento escrito que fica no ápice do ordenamento ju-
em todo texto constitucional, estando assim correto. Logo,
rídico nacional estabelecendo normas de limitação e orga-
apenas o item “II” está incorreto.
nização do Estado, mas tem um significado intrínseco so-
ciológico, político, cultural e econômico. Independente do
7. Resposta: “D”. O artigo 1º, CF traz os princípios fun-
conceito, percebe-se que o foco é a organização do Estado
damentais (fundamentos) da República Federativa do Bra-
e a limitação de seu poder.
sil: “I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da
2. Resposta: “D”. Quanto à origem, a Constituição pode pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da
ser outorgada, quando imposta unilateralmente pelo agen- livre iniciativa; V - o pluralismo político”. O princípio de “A”
te revolucionário, ou promulgada, quando é votada, sendo se encontra no inciso V; o de “B” no inciso IV; o de “C” no
também conhecida como democrática ou popular. inciso III, pois viola a dignidade humana da mãe forçá-la a
dar luz à um filho que resulte de estupro; o de “E” decorre
3. Resposta: “B”. A Constituição Federal e os demais dos incisos I e II e é previsão do artigo 2º, que dispõe que
atos normativos que compõem o denominado bloco de “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre
constitucionalidade, notadamente, emendas constitucio- si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Somente resta a
nais e tratados internacionais de direitos humanos apro- alternativa “D”, que apesar de realmente trazer um objetivo
vados com quórum especial após a Emenda Constitucional da República Federativa brasileira – previsto no artigo 3º,
nº 45/2004, estão no topo do ordenamento jurídico. Sendo IV, não tem a ver com os princípios fundamentais, mas sim
assim, todos os atos abaixo deles devem guardar uma es- com os objetivos.

51
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

8. Resposta: “C”. A democracia brasileira adota a moda- mentais ou de caráter público; b) para a retificação de da-
lidade semidireta, porque possibilita a participação popular dos, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
direta no poder por intermédio de processos como o ple- judicial ou administrativo”. Os itens “I” e “II” repetem o teor
biscito, o referendo e a iniciativa popular. Como são hipó- do artigo 5º, LXXII, CF. Já o item “III” decorre logicamente
teses restritas, pode-se afirmar que a democracia indireta da previsão dos direitos fundamentais como limitadores da
é predominantemente adotada no Brasil, por meio do su- atuação do Estado, logo, as informações requeridas serão
frágio universal e do voto direto e secreto com igual valor contra uma entidade governamental da administração di-
para todos. Contudo, não é a única maneira de se exercer o reta ou indireta. Por sua vez, o item “IV” reflete o artigo
poder (artigo 14, CF e artigo 1º, parágrafo único, CF). 5º, LXXI, CF, do qual decorre logicamente o item “V”, posto
que a demora do legislador em regulamentar uma norma
9. Resposta: “E”. “I” está correta porque a principal dife- constitucional de aplicabilidade mediata, que necessita do
rença entre direitos e garantias é que os primeiros servem preenchimento de seu conteúdo, evidencia-se em risco aos
para determinar os bens jurídicos tutelados e as segundas direitos fundamentais garantidos pela Constituição Fede-
são os instrumentos para assegurar estes (ex: direito de li- ral.
berdade de locomoção – garantia do habeas corpus). “II”
está correta, afinal, o próprio artigo 5º prevê em seu §2º 12. Resposta: “A”. Nos termos do artigo 5º, LIII, CF, “nin-
que “os direitos e garantias expressos nesta Constituição guém será processado nem sentenciado senão pela autori-
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios dade competente”, restando o item “I” correto; pelo artigo
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 5º, LX, CF, “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
República Federativa do Brasil seja parte”, fundamento que processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem”, motivo pelo qual o item “II” está correto;
também demonstra que o item “III” está correto. O item IV
e prevê o artigo 5º, LXVI, CF que “ninguém será levado à
traz cópia do artigo 5º, X, CF, que prevê que “são inviolá-
prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das provisória, com ou sem fiança”, confirmando o item “IV”.
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano ma- Por sua vez, o item “III” está incorreto porque “são inad-
terial ou moral decorrente de sua violação”; o que faz tam- missíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”
bém o item V com relação ao artigo 5º, VI, CF que diz que (artigo 5º, LVI, CF); e o item “V” está incorreto porque a ju-
“é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo risprudência atual ainda aceita a prisão civil do devedor de
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garanti- alimentos, sendo que o texto constitucional autoriza tanto
da, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas esta quanto a do depositário infiel (artigo 5º, LXVII, CF).
liturgias”. Sendo assim, todas afirmativas estão corretas.
13. Resposta: “A”. Preconiza o artigo 5º, XL, CF: “XL - a
10. Resposta: “D”. O habeas corpus é garantia previs- lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Assim,
ta no artigo 5º, LXVIII, CF: “conceder-se-á habeas corpus se vier uma lei posterior ao fato que o exclua do rol de cri-
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer mes ou que confira tratamento mais benéfico (diminuindo
a pena ou alterando o regime de cumprimento, notada-
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
mente), ela será aplicada.
ilegalidade ou abuso de poder”. A respeito dele, a lei bus-
ca torná-lo o mais acessível possível, por ser diretamente 14. Resposta: “B”. Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII,
relacionado a um direito fundamental da pessoa humana. CF: “XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
O objeto de tutela é a liberdade de locomoção; a propo- e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
situra não depende de advogado; o que propõe a ação é lei”, restando “B” correta. “A” é incorreta porque a lei pe-
denominado impetrante e quem será por ela beneficiado é nal retroage para beneficiar o réu; “C” é incorreta porque é
chamado paciente (podendo a mesma pessoa ser os dois), aceita a pena de morte para os crimes militares praticados
contra quem é proposta a ação é a denominada autoridade em tempo de guerra; “D” é incorreta porque igrejas não
coatora; e é possível utilizar habeas corpus repressivamen- possuem inviolabilidade domiciliar.
te e preventivamente. Por sua vez, a Constituição Federal
prevê no artigo 142, §2º que “não caberá habeas corpus em 15. Resposta: “D”. Embora o direito previsto na alter-
relação a punições disciplinares militares”. nativa “D” seja um direito fundamental, não é um direito
individual, logo, não está previsto no artigo 5º, e sim no
artigo 7º, CF, em seu inciso IX (“remuneração do trabalho
11. Resposta: “A”. No que tange ao tema, destaque para noturno superior à do diurno”).
os seguintes incisos do artigo 5º da CF: “LXXI - conceder-
-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 16. Resposta: “D”. A propósito, o artigo 5º, XI, CF dis-
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e põe: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder- em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Sen-
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes do assim, não cabe o ingresso por determinação judicial a
de registros ou bancos de dados de entidades governa- qualquer hora, mas somente durante o dia.

52
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

17. Resposta: C. Dispõe o artigo 5º, CF em seu inciso porá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
XIV: “é assegurado a todos o acesso à informação e res- comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os res-
guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício ponsáveis às penas da lei”.
profissional”.
24. Resposta: “C”. “A” está incorreta porque o rol de
18. Resposta: “C”. Estabelece o §3º do artigo 5º,CF: “Os direitos sociais do artigo 7º é apenas exemplificativo, não
tratados e convenções internacionais sobre direitos hu- excluindo outros que decorram das normas trabalhistas,
manos que forem aprovados, em cada Casa do Congres- dos direitos humanos internacionais e das convenções e
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos acordos coletivos; “B” está incorreta porque a redução pro-
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas porcional pode ser aceita se intermediada por negociação
constitucionais”. Logo, é necessário o preenchimento de coletiva, evitando cenário de demissão em massa; “D” está
determinados requisitos para a incorporação. incorreta porque a licença-gestante encontra arcabouço
constitucional, tal como a licença paternidade, restando “E”
19. Resposta: “B”. No que tange à segurança jurídica,
também incorreta (artigo 7º, XVIII e XIX, CF. Sendo assim,
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: “XXXVI - a lei
“C” está correta, conforme disposto no artigo 7º: “gozo de
não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
e a coisa julgada”. A coisa julgada se formou a favor de
mais do que o salário normal” (artigo 7º, XVII, CF).
Pedro e não pode ser quebrada por lei posterior que altere
a situação fático-jurídica, sob pena de se atentar contra a
segurança jurídica. 25. Resposta: “C”. Nos termos do artigo 5º, LI, CF, “ne-
nhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
20. Resposta: “D”. Trata-se de garantia constitucional caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou
prevista no artigo 5º, XXXIII, CF: “todos têm direito a re- de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpe-
ceber dos órgãos públicos informações de seu interes- centes e drogas afins, na forma da lei”. Embora a condena-
se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão ção tenha ocorrido após a naturalização, o crime comum
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, foi praticado antes dela, permitindo a extradição de Pietro.
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu-
rança da sociedade e do Estado”. 26. Resposta: “A”. Conforme disciplina o artigo 12, § 3º,
CF, “São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Pre-
21. Resposta: “B”. A teoria da reserva do possível busca sidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente
impedir que se argumente por uma obrigação infinita do da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado
Estado de atender direitos econômicos, sociais e culturais. Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V -
No entanto, não pode ser invocada como muleta para im- da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas;
pedir que estes direitos adquiram efetividade. Se a invoca- VII - de Ministro de Estado da Defesa”. O motivo da veda-
ção da reserva do possível não demonstrar cabalmente que ção é que em determinadas circunstâncias o Ministro do
o Estado não tem condições de arcar com as despesas, o Supremo Tribunal Federal pode assumir substitutivamente
Poder Judiciário irá intervir e sanar a omissão. a Presidência da República.

22. Resposta: “C”. A Emenda Constitucional nº 72/2013, 27. Resposta: “D”. Os direitos políticos nunca podem
que ficou conhecida no curso de seu processo de votação ser cassados ou perdidos, mas no máximo suspensos. A
como PEC das domésticas, deu redação ao parágrafo único condenação criminal transitada em julgado justifica a sus-
do artigo 7º, o qual estende alguns dos direitos enumera- pensão dos direitos políticos, o que é disposto no artigo
dos nos incisos do caput para a categoria dos trabalhado-
15, III, CF: “é vedada a cassação de direitos políticos, cuja
res domésticos, quais sejam: “IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI,
perda ou suspensão só se dará nos casos de: [...] III - con-
XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
denação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
seus efeitos”.
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias,
principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho
e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, 28. Resposta: “B”. Prevê o artigo 14, § 3º, CF: São con-
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência dições de elegibilidade, na forma da lei: [...] VI - a idade
social”. Os direitos descritos na alternativa “C” estão pre- mínima de: c) vinte e um anos para Deputado Federal, De-
vistos nos incisos XXVII e XX do artigo 7º da Constituição, putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
não estendidos aos empregados domésticos pela emenda. paz”, de modo que João preenche o requisito etário para a
candidatura. “A” está errada porque a renúncia é exigida
23. Resposta: “Certo”. O artigo 9º, CF disciplina o direito para cargo diverso (artigo 14, §6º, CF); “C” está errada por-
de greve: “É assegurado o direito de greve, competindo aos que o analfabeto não pode se eleger (artigo 14, §4º, CF);
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e “D” está errada porque o afastamento neste caso é exigido
sobre os interesses que devam por meio dele defender. § (artigo 14, §8º, I, CF).
1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e dis-

53
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

29. Resposta: “C”. O artigo 17 da Constituição Federal 33. Resposta: “C”. Nos termos do artigo 52, III, “a”, CF:
regulamenta os partidos políticos e coloca o caráter nacio- “Compete privativamente ao Senado Federal: [...] III - apro-
nal como preceito que deva necessariamente se observado: var previamente, por voto secreto, após arguição pública, a
“É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de parti- escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta
dos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime Constituição”; sendo que a respeito prevê o artigo 111-A,
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais CF: “o Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de
I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de re- trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados
cursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou pelo Presidente da República após aprovação pela maioria
de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça absoluta do Senado Federal” (grifo nosso).
Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a
lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para 34. Resposta: “D”. Prevê o artigo 36, CF: “A decretação
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento da intervenção dependerá: [...] III - de provimento, pelo Su-
e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas premo Tribunal Federal, de representação do Procurador-
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação -Geral da República, na hipótese do artigo 34, VII, e no caso
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distri- de recusa à execução de lei federal”. Por seu turno, prevê o
tal ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer nor- referido artigo 34, VII, CF: “VII - assegurar a observância dos
mas de disciplina e fidelidade partidária. § 2º Os partidos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana,
políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma sistema representativo e regime democrático; b) direitos da
da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de
Eleitoral. § 3º Os partidos políticos têm direito a recursos contas da administração pública, direta e indireta”. No caso
do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, relatado no enunciado, há evidente desrespeito ao princí-
na forma da lei. § 4º É vedada a utilização pelos partidos pio da dignidade da pessoa humana.
políticos de organização paramilitar”.

30. Resposta: “E”. “A” está incorreta porque a decisão,


mesmo sobre infrações disciplinares, é tomada em sessão
pública; “B” está incorreta porque o único legitimado para
decidir é o juiz e não seu servidor, ainda que por delega-
ção; “C” está incorreta porque a lista é sêxtupla; “D” está
incorreta porque o prazo em que se proíbe o exercício é de
três anos. Somente resta a alternativa “D”, aplicando-se o
artigo 95, CF: Os juízes gozam das seguintes garantias: [...]
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
na forma do art. 93, VIII”. Logo, o motivo de interesse pú-
blico pode gerar a quebra da garantia da inamovibilidade.

31. Resposta: “C”. O Estatuto da Magistratura tem suas


regulamentações gerais descritas no artigo 93 da CF, sendo
que todas as alternativas, exceto a “C” estão em compati-
bilidade com este dispositivo. Neste sentido, o artigo 93,
II, “d”, CF prevê que “na apuração de antiguidade, o tribu-
nal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme
procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repe-
tindo-se a votação até fixar-se a indicação”. Sendo assim,
não consideram-se apenas os membros presentes, mas to-
dos os membros do Tribunal.

32. Resposta: “C”. Nos termos do artigo 93, X, CF, “as


decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e
em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo
voto da maioria absoluta de seus membros”, logo, o quó-
rum é de maioria absoluta e não de 2/3, e as decisões são
motivadas e tomadas em sessão pública, afastando-se a
alternativa “C” e confirmando-se a alternativa “B”. A alter-
nativa “A” está de acordo com o artigo 62, §1º, IV, CF; a “D”
com o artigo 93, XIII, CF; e a “E” segue o disposto no artigo
95, II e III, CF.

54
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios Básicos da Administração Pública................................................................................................................................................ 01


Atos Administrativos: conceitos, requisitos, atos ordinatórios e invalidação. ................................................................................. 06
Servidores Públicos Civis: deveres, direitos e responsabilidades.......................................................................................................... 12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

do. O direito público tem por objeto principal a regulação


PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO dos interesses da sociedade como um todo, a disciplina
PÚBLICA. das relações entre esta e o Estado, e das relações das en-
tidades e órgãos estatais entre si. Tutela ele o interesse
público, só alcançando as condutas individuais de forma
indireta ou reflexa. [...] Em suma, nas relações jurídicas de
1) Origem direito público o Estado encontra-se em posição de desi-
“O Direito Administrativo, como sistema jurídico de gualdade jurídica relativamente ao particular, subordinan-
normas e princípios, somente veio a lume com a institui- do os interesses deste aos interesses da coletividade, ao
ção do Estado de Direito, ou seja, quando o Poder cria- interesse público, representados pelo Estado na relação
dor do direito passou também a respeitá-lo. O fenômeno jurídica”3. Em se tratando de direito administrativo, se está
nasce com os movimentos constitucionalistas, cujo início diante de uma noção de submissão ao interesse público.
se deu no final do século XVIII. Através do novo sistema, “O Direito Administrativo, como novo ramo autôno-
o Estado passava a ter órgãos específicos para o exercí- mo, propiciou nos países que o adotaram diversos cri-
cio da administração pública e, por via de consequência, térios como foco de seu objeto e conceito. Na França,
foi necessário o desenvolvimento do quadro normativo prevaleceu a ideia de que o objeto desse Direito consistia
disciplinador das relações internas da Administração e nas leis reguladoras da Administração. No direito italia-
das relações entre esta e os administrados. Por isso, pode no, a corrente dominante o limitava aos atos do Poder
considerar-se que foi a partir do século XIX que o mun- Executivo. Outros critérios foram ainda apontados como
do jurídico abriu os olhos para esse novo ramo jurídico, foco do Direito Administrativo, como o critério de regu-
o Direito Administrativo. [...] Com o desenvolvimento do lação dos órgãos inferiores do Estado e o dos serviços
quadro de princípios e normas voltados à atuação do Es- públicos. À medida, porém, que esse ramo jurídico se
tado, o Direito Administrativo se tornou ramo autônomo desenvolvia, verificou-se que sua abrangência se irradia-
dentre as matérias jurídicas”1. Logo, a evolução do Direito va para um âmbito maior, de forma a alcançar o Estado
Administrativo acompanha a evolução do Estado em si. internamente e a coletividade a que se destina. Muitos
Conforme a própria noção de limitação de poder ganha são os conceitos encontrados nos autores modernos de
forças, surge o Direito Administrativo como área autôno- Direito Administrativo. Alguns levam em conta apenas as
ma do Direito apta a regular as relações entre Estado e atividades administrativas em si mesmas; outros preferem
sociedade. dar relevo aos fins desejados pelo Estado. Em nosso en-
tender, porém, o Direito Administrativo, com a evolução
2) Objeto que o vem impulsionando contemporaneamente, há de
“O Direito Administrativo, como sistema jurídico de focar-se em dois tipos fundamentais de relações jurídicas:
normas e princípios, somente veio a lume com a institui- uma, de caráter interno, que existe entre as pessoas ad-
ção do Estado de Direito, ou seja, quando o Poder cria- ministrativas e entre os órgãos que as compõem; outra,
dor do direito passou também a respeitá-lo. O fenômeno de caráter externo, que se forma entre o Estado e a coleti-
nasce com os movimentos constitucionalistas, cujo início vidade em geral. Desse modo, sem abdicar dos conceitos
se deu no final do século XVIII. Através do novo sistema, dos estudiosos, parece-nos se possa conceituar o Direito
o Estado passava a ter órgãos específicos para o exercí- Administrativo como sendo o conjunto de normas e prin-
cio da administração pública e, por via de consequência, cípios que, visando sempre ao interesse público, regem as
foi necessário o desenvolvimento do quadro normativo relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e
disciplinador das relações internas da Administração e entre este e as coletividades a que devem servir. De fato,
das relações entre esta e os administrados. Por isso, pode tanto é o Direito Administrativo que regula, por exem-
considerar-se que foi a partir do século XIX que o mun- plo, a relação entre a Administração Direta e as pessoas
do jurídico abriu os olhos para esse novo ramo jurídico, da respectiva Administração Indireta, como também a ele
o Direito Administrativo. [...] Com o desenvolvimento do compete disciplinar a relação entre o Estado e os particu-
quadro de princípios e normas voltados à atuação do Es- lares participantes de uma licitação, ou entre o Estado e
tado, o Direito Administrativo se tornou ramo autônomo a coletividade, quando se concretiza o exercício do poder
dentre as matérias jurídicas”2. Logo, a evolução do Direito de polícia”4.
Administrativo acompanha a evolução do Estado em si.
Conforme a própria noção de limitação de poder ganha 3) Fontes
forças, surge o Direito Administrativo como área autôno- A expressão fonte do direito corresponde aos ele-
ma do Direito apta a regular as relações entre Estado e mentos de formação da ciência jurídica ou de um de seus
sociedade. campos. Quando se fala em fontes do direito adminis-
Neste sentido, “o Direito é tradicionalmente dividido trativo, refere-se aos elementos que serviram de aparato
em dois grandes ramos: direito público e direito priva- lógico para a formação do direito administrativo.
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- 3 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito adminis-
ministrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. trativo descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008.
2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- 4 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
ministrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. ministrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.

1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Fontes diretas: são aquelas que primordialmente in- através dos denominados Poderes de Estado. Os Pode-
fluenciam na composição do campo jurídico em estudo, res de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, até
no caso, o direito administrativo. Apontam-se como fon- hoje adotada nos Estados de Direito, são o Legislativo,
tes diretas a Constituição Federal e as leis. Ambas são o Executivo e o judiciário, independentes e harmônicos
normas impostas pelo Estado, de observação coativa. entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis
O direito administrativo não se encontra compilado (CF, art. 2º). A organização do Estado é matéria consti-
em um único diploma jurídico, isto é, não existe um Códi- tucional no que concerne à divisão política do território
go de Direito Administrativo. O que existe é um conjun- nacional, a estruturação dos Poderes, à forma de Gover-
to de leis e regulamentos diversos que compõem a área. no, ao modo de investidura dos governantes, aos direitos
A base legal do direito administrativo, sem dúvidas, vem e garantias dos governados. Após as disposições consti-
da Constituição Federal, que trata de princípios do direi- tucionais que moldam a organização política do Estado
to administrativo e estabelece a divisão de competências soberano, surgem, através da legislação complementar e
administrativas, entre outras questões. A partir da Cons- ordinária, e organização administrativa das entidades es-
tituição, emanam diversas leis que se inserem no campo tatais, de suas autarquias e entidades paraestatais instituí-
do direito administrativo, como a lei de licitações (Lei nº das para a execução desconcentrada e descentralizada de
8.666/1993), a lei do regime jurídico dos servidores públi- serviços públicos e outras atividades de interesse coletivo,
cos civis federais (Lei nº 8.112/1990), a lei do processo ad- objeto do Direito Administrativo e das modernas técnicas
ministrativo (Lei nº 9.784/1999), a lei dos serviços públicos de administração”5.
(Lei nº 8.987/1995), a lei de improbidade administrativa Com efeito, o Estado é uma organização dotada de
(Lei nº 8.429/1992), entre outras. personalidade jurídica que é composta por povo, territó-
Fontes indiretas: são aquelas que decorrem das rio e soberania. Logo, possui homens situados em deter-
fontes diretas ou que surgem paralelamente a elas. Por minada localização e sobre eles e em nome deles exerce
exemplo, a doutrina e a jurisprudência estabelecem poder. É dotado de personalidade jurídica, isto é, possui a
processos de interpretação da norma jurídica, no sentido aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres.
Nestes moldes, o Estado tem natureza de pessoa jurídica
de que interpretam o que a lei e a Constituição fixam,
de direito público.
conferindo rumos para a aplicação das normas do direito
Trata-se de pessoa jurídica, e não física, porque o Es-
administrativo. Já os costumes e os princípios gerais do
tado não é uma pessoa natural determinada, mas uma es-
Direito existiam antes mesmo da elaboração da norma,
trutura organizada e administrada por pessoas que ocu-
influenciando em sua gênese e irradiando esta influência
pam cargos, empregos e funções em seu quadro. Logo,
em todo o processo de aplicação da lei.
pode-se dizer que o Estado é uma ficção, eis que não exis-
te em si, mas sim como uma estrutura organizada pelos
Administração pública e governo
próprios homens.
É de direito público porque administra interesses que
“O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que pertencem a toda sociedade e a ela respondem por des-
é considerado. Do ponto de vista sociológico, é corpora- vios na conduta administrativa, de modo que se sujeita a
ção territorial dotada de um poder de mando originário; um regime jurídico próprio, que é objeto de estudo do
sob o aspecto político, é comunidade de homens, fixada direito administrativo.
sobre um território, com potestade superior de ação, de Em face da organização do Estado, e pelo fato deste
mando e de coerção; sob o prisma constitucional, é pes- assumir funções primordiais à coletividade, no interesse
soa jurídica territorial soberana; na conceituação do nosso desta, fez-se necessário criar e aperfeiçoar um sistema ju-
Código Civil, é pessoa jurídica de Direito Público Inter- rídico que fosse capaz de regrar e viabilizar a execução de
no (art. 14, I). Como ente personalizado, o Estado tanto tais funções, buscando atingir da melhor maneira possível
pode atuar no campo do Direito Público como no do Di- o interesse público visado. A execução de funções exclu-
reito Privado, mantendo sempre sua única personalidade sivamente administrativas constitui, assim, o objeto do
de Direito Público, pois a teoria da dupla personalidade Direito Administrativo, ramo do Direito Público. A função
do Estado acha-se definitivamente superada. O Estado é administrativa é toda atividade desenvolvida pela Admi-
constituído de três elementos originários e indissociáveis: nistração (Estado) representando os interesses de tercei-
Povo, Território e Governo soberano. Povo é o componen- ros, ou seja, os interesses da coletividade.
te humano do Estado; Território, a sua base física; Gover- Devido à natureza desses interesses, são conferidos à
no soberano, o elemento condutor do Estado, que detém Administração direitos e obrigações que não se estendem
e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto aos particulares. Logo, a Administração encontra-se numa
-organização emanado do Povo. Não há nem pode haver posição de superioridade em relação a estes.
Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse po- Se, por um lado, o Estado é uno, até mesmo por se le-
der absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se gitimar na soberania popular; por outro lado, é necessária
e de conduzir-se segundo a vontade livre de seu Povo e a divisão de funções das atividades estatais de maneira
de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se 5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro.
necessário. A vontade estatal apresenta-se e se manifesta São Paulo: Malheiros, 1993.

2
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

equilibrada, o que se faz pela divisão de Poderes, a qual resta assegurada no artigo 2º da Constituição Federal. A função
típica de administrar – gerir a coisa pública e aplicar a lei – é do Poder Executivo; cabendo ao Poder Legislativo a função
típica de legislar e ao Poder Judiciário a função típica de julgar. Em situações específicas, será possível que no exercício
de funções atípicas o Legislativo e o Judiciário exerçam administração.
Destaca-se o artigo 41 do Código Civil:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de
direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Nestes moldes, o Estado é pessoa jurídica de direito público interno. Mas há características peculiares distintivas que
fazem com que afirmá-lo apenas como pessoa jurídica de direito público interno seja correto, mas não suficiente. Pela
peculiaridade da função que desempenha, o Estado é verdadeira pessoa administrativa, eis que concentra para si o
exercício das atividades de administração pública.
A expressão pessoa administrativa também pode ser colocada em sentido estrito, segundo o qual seriam pessoas
administrativas aquelas pessoas jurídicas que integram a administração pública sem dispor de autonomia política (ca-
pacidade de auto-organização). Em contraponto, pessoas políticas seriam as pessoas jurídicas de direito público interno
– União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Conceito Sentido amplo Sentido estrito

Subjetivo, orgânico ou formal Órgãos governamentais e administrativos Apenas órgãos administrativos

Objetivo, material ou funcional Funções políticas e administrativas Apenas funções


administrativas

Por sua vez, conceituando-se administração pública, “em sentido objetivo, material ou funcional, a administração
pública pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de
direito público, para a consecução dos interesses coletivos”; ao passo que “em sentido subjetivo, formal ou orgânico,
pode-se definir Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui
o exercício da função administrativa do Estado”6. Logo, o sentido objetivo volta-se à atividade administrativa em si, ao
passo que o sentido subjetivo se concentra nos órgãos que a exercem.
Em ambos casos, a distinção do sentido amplo para o restrito está nas espécies de atividades e órgãos que são
abrangidos. No sentido amplo, inserem-se as atividades desempenhadas pelos órgãos de alto escalão no âmbito go-
vernamental, no exercício de funções essencialmente políticas; além das atividades tipicamente administrativas desem-
penhadas pelos diversos órgãos que compõem a administração executando seus fins de interesse público. No sentido
estrito, excluem-se as atividades políticas, abrangendo-se apenas atividades administrativas.

Regime jurídico-administrativo

Regime jurídico é uma expressão que designa o tratamento normativo que o ordenamento confere a determinado
assunto. Com efeito, o regime jurídico administrativo corresponde ao conjunto de regras e princípios que estruturam o
Direito Administrativo, atribuindo-lhe autonomia enquanto um ramo autônomo da ciência jurídica. No mais, coloca-se o
Estado numa posição verticalizada em relação ao administrado.
Logo, regime jurídico-administrativo é o conjunto de princípios e regras que compõem o Direito Administrativo,
conferindo prerrogativas e fixando restrições à Administração Pública peculiares, não presentes no direito privado, bem
como a colocando em uma posição de supremacia quanto aos administrados.
Os objetivos do regime jurídico-administrativo são o de proteção dos direitos individuais frente ao Estado e de sa-
tisfação de interesses coletivos.
Os princípios e regras que o compõem se encontram espalhados pela Constituição e por legislações infraconstitu-
cionais. A base do regime jurídico administrativo está nos princípios que regem a Administração Pública.
6 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010.

3
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios constitucionais expressos indissociavelmente ligado à noção de bom administrador,


que não somente deve ser conhecedor da lei, mas tam-
São princípios da administração pública, nesta ordem: bém dos princípios éticos regentes da função administra-
Legalidade tiva. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU
Impessoalidade AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os
Moralidade dois princípios anteriores.
Publicidade
Eficiência d) Princípio da publicidade: A administração públi-
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for- ca é obrigada a manter transparência em relação a to-
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada dos seus atos e a todas informações armazenadas nos
da Administração Pública. É de fundamental importância seus bancos de dados. Daí a publicação em órgãos da
um olhar atento ao significado de cada um destes prin- imprensa e a afixação de portarias. Por exemplo, a pró-
cípios, posto que eles estruturam todas as regras éticas pria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta
prescritas no Código de Ética e na Lei de Improbidade
ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do
Administrativa, tomando como base os ensinamentos de
processo seletivo de servidores do Estado. Diante disso,
Carvalho Filho7 e Spitzcovsky8:
como será visto, se negar indevidamente a fornecer infor-
mações ao administrado caracteriza ato de improbidade
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalida-
de significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proí- administrativa.
be. Contudo, como a administração pública representa os No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex- político-eleitoral:
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio caráter educativo, informativo ou de orientação social,
Estado deve respeitar as leis que dita. dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido-
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos inte- res públicos.
resses que representa, a administração pública está proi-
bida de promover discriminações gratuitas. Discriminar é Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
tratar alguém de forma diferente dos demais, privilegian- a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
do ou prejudicando. Segundo este princípio, a adminis- instrumentos para proteção são o direito de petição e as
tração pública deve tratar igualmente todos aqueles que certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi-
se encontrem na mesma situação jurídica (princípio da dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda,
isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a prevê o artigo 37, CF em seu §3º: 
impessoalidade no que tange à contratação de serviços. O
princípio da impessoalidade correlaciona-se ao princípio Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de parti-
da finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado pela ad- cipação do usuário na administração pública direta e
ministração pública é somente o interesse público. Com indireta, regulando especialmente:
efeito, o interesse particular não pode influenciar no tra- I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços
tamento das pessoas, já que deve-se buscar somente a públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
preservação do interesse coletivo.
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
e interna, da qualidade dos serviços;
c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio
II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e
no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma
a informações sobre atos de governo, observado o disposto
espécie de moralidade administrativa, intimamente rela-
cionada ao poder público. A administração pública não no art. 5º, X e XXXIII;
atua como um particular, de modo que enquanto o des- III -  a disciplina da representação contra o exercício
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti- negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na ad-
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento ministração pública.
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento
imoral por parte dos representantes do Estado. O princí- e) Princípio da eficiência: A administração pública
pio da moralidade deve se fazer presente não só para com deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com
os administrados, mas também no âmbito interno. Está controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar
pessoas (o concurso público seleciona os mais qualifica-
7 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. dos ao exercício do cargo), ao manter tais pessoas em
8 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público
Paulo: Método, 2011. por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de

4
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en-
procura por produtividade e economicidade. Alcança os tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi-
serviços públicos e os serviços administrativos internos, se cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância
referindo diretamente à conduta dos agentes. da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento
majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato
Outros princípios administrativos discricionário, é necessária a motivação para que se saiba
qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini11,
Além destes cinco princípios administrativo-cons- com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclu-
titucionais diretamente selecionados pelo constituinte, sive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o
podem ser apontados como princípios de natureza ética referido artigo exige a motivação para todos os atos nele
relacionados à função pública a probidade e a motivação: elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos dis-
cricionários quanto os vinculados.
a) Princípio da probidade:  um princípio constitucio-
nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação,
c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos:
é o dever de todo o administrador público, o dever de
O Estado assumiu a prestação de determinados serviços,
honestidade e fidelidade com o Estado, com a população,
por considerar que estes são fundamentais à coletividade.
no desempenho de suas funções. Possui contornos mais
definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini9 alerta Apesar de os prestar de forma descentralizada ou mesmo
que alguns autores tratam veem como distintos os prin- delegada, deve a Administração, até por uma questão de
cípios da moralidade e da probidade administrativa, mas coerência, oferecê-los de forma contínua e ininterrupta.
não há características que permitam tratar os mesmos Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, o
como procedimentos distintos, sendo no máximo possí- Estado é obrigado a não interromper a prestação dos ser-
vel afirmar que a probidade administrativa é um aspecto viços que disponibiliza. A respeito, tem-se o artigo 22 do
particular da moralidade administrativa. Código de Defesa do Consumidor:

b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
ao administrador de motivar todos os atos que edita, ge- concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
rais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os de- forma de empreendimento, são obrigados a fornecer servi-
mais princípios, um dos mais importantes, uma vez que ços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
sem a motivação não há o devido processo legal, uma contínuos.
vez que a fundamentação surge como meio interpretativo Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total
da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as
verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os
dos atos da Administração. danos causados, na forma prevista neste código.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal apli-
cável ao caso concreto e relacionar os fatos que concre- d) Princípios da Tutela e da Autotutela da Admi-
tamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. nistração Pública: a Administração possui a faculdade de
Todos os atos administrativos devem ser motivados para rever os seus atos, de forma a possibilitar a adequação
que o Judiciário possa controlar o mérito do ato adminis- destes à realidade fática em que atua, e declarar nulos
trativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse contro- os efeitos dos atos eivados de vícios quanto à legalidade.
le, devem ser observados os motivos dos atos adminis- O sistema de controle dos atos da Administração ado-
trativos.
tado no Brasil é o jurisdicional. Esse sistema possibilita,
Em relação à necessidade de motivação dos atos ad-
de forma inexorável, ao Judiciário, a revisão das decisões
ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um
tomadas no âmbito da Administração, no tocante à sua
único comportamento possível) e dos atos discricionários
legalidade. É, portanto, denominado controle finalístico,
(aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, apon-
ta um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com ou de legalidade.
um juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anu-
uníssona na determinação da obrigatoriedade de motiva- lação dos atos ilegais como a revogação de atos válidos
ção com relação aos atos administrativos vinculados; to- e eficazes, quando considerados inconvenientes ou ino-
davia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos portunos aos fins buscados pela Administração. Essa for-
atos discricionários. ma de controle endógeno da Administração denomina-se
Meirelles10 entende que o ato discricionário, editado princípio da autotutela. Ao Poder Judiciário cabe somente
sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar- a anulação de atos reputados ilegais. O embasamento de
gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e tais condutas é pautado nas Súmulas 346 e 473 do Supre-
9 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São
mo Tribunal Federal.
Paulo: Saraiva, 2004.
10 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 11 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São
São Paulo: Malheiros, 1993. Paulo: Saraiva, 2004.

5
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Súmula 346. A administração pública pode declarar a f) Supremacia do interesse público sobre o priva-
nulidade dos seus próprios atos. do: Na maioria das vezes, a Administração, para buscar
de maneira eficaz tais interesses, necessita ainda de se
Súmula 473. A administração pode anular seus pró- colocar em um patamar de superioridade em relação aos
prios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, particulares, numa relação de verticalidade, e para isto se
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por utiliza do princípio da supremacia, conjugado ao princípio
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os da indisponibilidade, pois, tecnicamente, tal prerrogativa
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apre- é irrenunciável, por não haver faculdade de atuação ou
ciação judicial. não do Poder Público, mas sim “dever” de atuação.
Sempre que houver conflito entre um interesse indi-
Os atos administrativos podem ser extintos por revo- vidual e um interesse público coletivo, deve prevalecer o
gação ou anulação. A Administração tem o poder de rever interesse público. São as prerrogativas conferidas à Ad-
seus próprios atos, não apenas pela via da anulação, mas ministração Pública, porque esta atua por conta de tal
também pela da revogação. Aliás, não é possível revogar interesse. Com efeito, o exame do princípio é predomi-
atos vinculados, mas apenas discricionários. A revogação nantemente feito no caso concreto, analisando a situação
se aplica nas situações de conveniência e oportunidade, de conflito entre o particular e o interesse público e men-
quanto que a anulação serve para as situações de vício surando qual deve prevalecer.
de legalidade.

e) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalida-


de: Razoabilidade e proporcionalidade são fundamentos ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITOS,
de caráter instrumental na solução de conflitos que se REQUISITOS, ATOS ORDINATÓRIOS E
estabeleçam entre direitos, notadamente quando não há
INVALIDAÇÃO.
legislação infraconstitucional específica abordando a te-
mática objeto de conflito. Neste sentido, quando o poder
público toma determinada decisão administrativa deve se
utilizar destes vetores para determinar se o ato é correto
Fatos da administração, atos da administração e atos
ou não, se está atingindo indevidamente uma esfera de
administrativos
direitos ou se é regular. Tanto a razoabilidade quanto a
proporcionalidade servem para evitar interpretações es-
O ato administrativo é uma espécie de fato adminis-
drúxulas manifestamente contrárias às finalidades do tex-
trativo e é em torno dele que se estrutura a base teórica
to declaratório.
do direito administrativo.
Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a
mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos. Por seu turno, “a expressão atos da Administração
Historicamente, a razoabilidade se desenvolveu no direito traduz sentido amplo e indica todo e qualquer ato que
anglo-saxônico, ao passo que a proporcionalidade se ori- se origine dos inúmeros órgãos que compõem o siste-
gina do direito germânico (muito mais metódico, objetivo ma administrativo em qualquer dos Poderes. [...] Na ver-
e organizado), muito embora uma tenha buscado inspi- dade, entre os atos da Administração se enquadram
ração na outra certas vezes. Por conta de sua origem, a atos que não se caracterizam propriamente como atos
proporcionalidade tem parâmetros mais claros nos quais administrativos, como é o caso dos atos privados da Ad-
pode ser trabalhada, enquanto a razoabilidade permi- ministração. Exemplo: os contratos regidos pelo direito
te um processo interpretativo mais livre. Evidencia-se o privado, como a compra e venda, a locação etc. No mes-
maior sentido jurídico e o evidente caráter delimitado da mo plano estão os atos materiais, que correspondem aos
proporcionalidade pela adoção em doutrina de sua divi- fatos administrativos, noção vista acima: são eles atos da
são clássica em 3 sentidos: Administração, mas não configuram atos administrativos
- adequação, pertinência ou idoneidade: significa que típicos. Alguns autores aludem também aos atos políticos
o meio escolhido é de fato capaz de atingir o objetivo ou de governo”12.
pretendido; Com efeito, a expressão atos da Administração é
mais ampla. Envolve, também, os atos privados da Ad-
- necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida ministração, referentes às ações da Administração no
restritiva de um direito humano ou fundamental somente atendimento de seus interesses e necessidades operacio-
é legítima se indispensável na situação em concreto e se nais e instrumentais agindo no mesmo plano de direitos
não for possível outra solução menos gravosa; e obrigações que os particulares. O regime jurídico será
o de direito privado. Ex.: contrato de aluguel de imóveis,
- proporcionalidade em sentido estrito: tem o sentido compra de bens de consumo, contratação de água/luz/
de máxima efetividade e mínima restrição a ser guardado internet. Basicamente, envolve os interesses particulares
com relação a cada ato jurídico que recaia sobre um direi- da Administração, que são secundários, para que ela pos-
to humano ou fundamental, notadamente verificando se sa atender aos interesses primários – no âmbito destes
há uma proporção adequada entre os meios utilizados e 12 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
os fins desejados. ministrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.

6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

interesses primários (interesses públicos, difusos e coleti- d) Atos enunciativos: são aqueles em que a Adminis-
vos) é que surgem os atos administrativos, que são atos tração certifica ou atesta um fato sem vincular ao seu con-
públicos da Administração, sujeitos a regime jurídico de teúdo. É o caso de atestados, certidões, pareceres.
direito público. e) Atos punitivos: são aqueles que emanam punições
aos particulares e servidores.
Atos da Administração ≠ Atos administrativos.
Classificação dos atos administrativos
Atos privados da Administração = atos da Admi-
nistração → regime jurídico de direito privado. Classificação quanto ao seu alcance:
1) Atos internos: praticados no âmbito interno da
Atos públicos da Administração = atos administra- Administração, incidindo sobre órgãos e agentes admi-
tivos → regime jurídico de direito público. nistrativos.
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da
Os atos administrativos se situam num plano supe-
Administração, atingindo administrados e contratados.
rior de direitos e obrigações, eis que visam atender aos
São obrigatórios a partir da publicação.
interesses públicos primários, denominados difusos e co-
letivos. Logo, são atos de regime público, sujeitos a pres-
Classificação quanto ao seu objeto:
supostos de existência e validade diversos dos estabeleci-
dos para os atos jurídicos no Código Civil, e sim previstos 1) Atos de império: praticados com supremacia em
na Lei de Ação Popular e na Lei de Processo Administra- relação ao particular e servidor, impondo o seu obrigató-
tivo Federal. Ao invés de autonomia da vontade, haverá rio cumprimento.
a obrigatoriedade do cumprimento da lei e, portanto, a 2) Atos de gestão: praticados em igualdade de con-
administração só poderá agir nestas hipóteses desde que dição com o particular, ou seja, sem usar de suas prerro-
esteja expressa e previamente autorizada por lei13. gativas sobre o destinatário.
Fato administrativo é a “atividade material no exercí- 3) Atos de expediente: praticados para dar anda-
cio da função administrativa, que visa a efeitos de ordem mento a processos e papéis que tramitam internamente
prática para a Administração. [...] Os fatos administrativos na administração pública. São atos de rotina administra-
podem ser voluntários e naturais. Os fatos administrati- tiva.
vos voluntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por
atos administrativos, que formalizam a providência Classificação dos atos quanto à formação (proces-
desejada pelo administrador através da manifestação so de elaboração):
da vontade; 2ª) por condutas administrativas, que refle- 1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de
tem os comportamentos e as ações administrativas, sejam vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agen-
ou não precedidas de ato administrativo formal. Já os fa- te da Administração.
tos administrativos naturais são aqueles que se originam 2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade
de fenômenos da natureza, cujos efeitos se refletem na de mais de um órgão ou agente administrativo.
órbita administrativa. Assim, quando se fizer referência a 3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade
fato administrativo, deverá estar presente unicamente a de um órgão ou agente, mas depende de outra vontade
noção de que ocorreu um evento dinâmico da Adminis- que o ratifique para produzir efeitos e tornar-se exequível.
tração”14.
Classificação quanto à manifestação da vontade:
Atos administrativos em espécie
Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifes-
tação de vontade de uma única pessoa. Ex.: Demissão -
a) Atos normativos: são atos gerais e abstratos visan-
Para Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administra-
do a correta aplicação da lei. É o caso dos decretos, regu-
tivos unilaterais.
lamentos, regimentos, resoluções, deliberações.
Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifesta-
b) Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento da
Administração e a conduta de seus agentes. É o caso de ção de vontade de duas pessoas.
instruções, circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos Atos multilaterais: São aqueles formados pela vonta-
administrativos, decisões administrativas. de de mais de duas pessoas.
c) Atos negociais: são aqueles estabelecidos entre Ex.: Contrato administrativo.
Administração e administrado em consenso. É o caso de
licenças, autorizações, permissões, aprovações, vistos, Classificação quanto ao destinatário:
dispensa, homologação, renúncia. 1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com
finalidade normativa, atingindo uma gama de pessoas
13 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São
Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004. que estejam na mesma situação jurídica nele estabeleci-
14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- da. O particular não pode impugnar, pois os efeitos são
ministrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. para todos.

7
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e deter- culo definido por lei dentro do qual podem os agentes
minada, criando situações jurídicas individuais. O particu- exercer legitimamente sua atividade”, afirmando ainda
lar atingido pode impugnar. que a competência administrativa pode ser colocada em
plano diverso da competência legislativa e jurisdicional.
Classificação quanto ao seu regramento: A competência é pressuposto essencial do ato ad-
ministrativo, devendo sempre ser fixada por lei ou pela
1) Atos vinculados: são os que possuem todos os Constituição Federal. Vale ressaltar, no entanto, que a lei
pressupostos e elementos necessários para sua prática e a CF fixam as competências primárias, que abrangem o
e perfeição previamente estabelecidos em lei que auto- órgão como um todo; podendo existir atos internos de
riza a prática daquele ato. O administrador é um “mero organização que fixam as divisões de competências den-
cumpridor de leis”. Também se denomina ato de exercício tro dos órgãos, em seus diversos segmentos.
obrigatório. A competência se reveste de dois atributos essenciais:
inderrogabilidade, pois não se transfere de um órgão a
2) Atos discricionários: são os atos que possuem outro por mera vontade entre as partes ou por consenti-
parte de seus pressupostos e elementos previamente fi- mento do agente público; e improrrogabilidade, pois um
xados pela lei autorizadora. No mínimo, a competência, a órgão competente não se transmuta em incompetente
finalidade e a forma estão previamente fixados na lei – são mesmo diante de alteração da lei superveniente ao fato.
os pressupostos vinculados. Aquilo que está em branco O ato praticado por sujeito incompetente prescinde
ou indefinido na lei será preenchido pelo administrador. de pressuposto essencial para o ato administrativo, sendo
Tal preenchimento deve ser feito motivadamente com ele considerado inexistente e incapaz de produzir efeitos.
base em fatos e circunstâncias que somente o adminis- É possível fixar os critérios de competência nos se-
trador pode escolher. Contudo, tal escolha não é livre, os guintes moldes:
fatos e circunstâncias devem ser adequados (razoáveis e
proporcionais) aos limites e intenções da lei. a) Quanto à matéria: abrange a especificidade da
Quanto ao grau de subordinação à norma, os atos função, por exemplo, entre Ministérios e Secretarias de
administrativos se classificam em vinculados ou discri- diversas especialidades.
cionários. “Os atos vinculados são aqueles que tem o
procedimento quase que plenamente delineados em lei, b) Quanto à hierarquia: abrange a atribuição de ati-
enquanto os discricionários são aqueles em que o dispo- vidades mais complexas a agentes/órgãos de graus supe-
sitivo normativo permite certa margem de liberdade para riores dentro dos órgãos.
a atividade pessoal do agente público, especialmente
no que tange à conveniência e oportunidade, elementos c) Quanto ao lugar: abrange a descentralização ter-
do chamado mérito administrativo. A discricionariedade ritorial de atividades.
como poder da Administração deve ser exercida consoan-
te determinados limites, não se constituindo em opção d) Quanto ao tempo: abrange a atribuição de com-
arbitrária para o gestor público, razão porque, desde há petência por tempo determinado, notadamente diante de
muito, doutrina e jurisprudência repetem que os atos de algum evento específico, como de calamidade pública.
tal espécie são vinculados em vários de seus aspectos, tais
como a competência, forma e fim”15. Nos termos do artigo 11 da Lei nº 9.784/1999, “a
competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
Requisitos ou elementos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
casos de delegação e avocação legalmente admitidos”.
1) Competência: é o poder-dever atribuído a deter- Delegar é atribuir uma competência que seria sua
minado agente público para praticar certo ato administra- a outro órgão/agente (pode ser vertical, quando houver
tivo. A pessoa jurídica, o órgão e o agente público devem subordinação; ou horizontal, quando não houver subordi-
estar revestidos de competência. A competência é sempre nação) – A delegação é parcial e temporária e pode ser re-
fixada por lei. vogada a qualquer tempo. Não podem ser delegados os
A Constituição Federal fixa atribuições para as diver- seguintes atos: Competência Exclusiva, Edição de Ato de
sas esferas do Poder Executivo. Entretanto, seria impossí- Caráter Normativo, Decisão de Recursos Administrativos.
vel impor que um único órgão as exercesse por completo. Avocar é solicitar o que seria de competência de
Por isso, tais atribuições são distribuídas entre os diversos outro para sua esfera de competência. Basicamente, é o
órgãos que compõem a Administração Pública. Esta divi- oposto de delegar. Na avocação, o chefe/órgão superior
são das atribuições entre os órgãos da Administração pega para si as atribuições do subordinado/órgão infe-
Pública é conhecida como competência. rior. Como exige subordinação, toda avocação é vertical.
Conceitua Carvalho Filho16 que “competência é o cír- 2) Finalidade: é a razão jurídica pela qual um ato ad-
15 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_ ministrativo foi abstratamente criado pela ordem jurídica.
link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3741 A lei estabelece que os atos administrativos devem ser
16 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

8
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

praticados visando a um fim, notadamente, a satisfação Atributos


do interesse público. Contudo, embora os atos adminis-
trativos sempre tenham por objeto a satisfação do inte- 1) Imperatividade: em regra, a Administração decre-
resse público, esse interesse é variável de acordo com a ta e executa unilateralmente seus atos, não dependendo
situação. Se a autoridade administrativa praticar um ato da participação e nem da concordância do particular. Do
fora da finalidade genérica ou fora da finalidade específi- poder de império ou extroverso, que regula a forma uni-
ca, estará praticando um ato viciado que é chamado “des- lateral e coercitiva de agir da Administração, se extrai a
vio de poder ou desvio de finalidade”. imperatividade dos atos administrativos.

3) Forma: é a maneira pela qual o ato se revela no 2) Autoexecutoriedade: em regra, a Administração


pode concretamente executar seus atos independente da
mundo jurídico. Usualmente, adota-se a forma escrita.
manifestação do Poder Judiciário, mesmo quando estes
Eventualmente, pode ser praticado por sinais ou gestos
afetam diretamente a esfera jurídica de particulares.
(ex: trânsito). A forma é sempre fixada por lei.
3) Presunção de veracidade: todo ato editado ou
4) Motivo (vontade): vontade é o querer do ato publicado pela Administração é presumivelmente verda-
administrativo e dela se extrai o motivo, que é o acon- deiro, seja na forma, seja no conteúdo, o que se denomina
tecimento real que autoriza/determina a prática do ato “fé pública”. Evidente que tal presunção é relativa (juris
administrativo. É o ato baseado em fatos e circunstâncias, tantum), mas é muito difícil de ser ilidida. Só pode ser
que o administrador por escolher, mas deve respeitar os quebrada mediante ação declaratória de falsidade, que
limites e intenções da lei. Nem sempre os atos administra- irá argumentar que houve uma falsidade material (viola-
tivos possuem motivo legal. Nos casos em que o motivo ção física do documento que traz o ato) ou uma falsidade
legal não está descrito na norma, a lei deu competência ideológica (documento que expressa uma inverdade).
discricionária para que o sujeito escolha o motivo legal (o
motivo deve ser oportuno e conveniente). 4) Presunção de legitimidade: Sempre que a Admi-
Com efeito, a teoria dos Motivos Determinantes afir- nistração agir se presume que o fez conforme a lei. Tal
ma que os motivos alegados para a prática de um ato presunção é relativa (juris tantum), podendo contudo ser
administrativo ficam a ele vinculados de tal modo que a ilidida por qualquer meio de prova.
prática de um ato administrativo mediante a alegação de Obs.: Todo ato administrativo tem presunção de ve-
motivos falsos ou inexistentes determina a sua invalidade. racidade e de legitimidade, mas nem todo ato adminis-
trativo é imperativo (pode precisar da concordância do
“A teoria dos motivos determinantes está relaciona-
particular, a exemplo dos atos negociais).
da a prática de atos administrativos e impõe que, uma
vez declarado o motivo do ato, este deve ser respeitado. O silêncio no direito administrativo
Esta teoria vincula o administrador ao motivo declarado.
Para que haja obediência ao que prescreve a teoria, no “Uma questão interessante que merece ser analisada
entanto, o motivo há de ser legal, verdadeiro e compatível no tocante ao ato administrativo é a omissão da Admi-
com o resultado. Vale dizer, a teoria dos motivos determi- nistração Pública ou, o chamado silêncio administrativo.
nantes não condiciona a existência do ato, mas sim sua Essa omissão é verificada quando a administração deveria
validade”17. expressar uma pronuncia quando provocada por admi-
nistrado, ou para fins de controle de outro órgão e, não
5) Objeto (conteúdo): é o que o ato afirma ou decla- o faz. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o silêncio da
ra, manifestando a vontade do Estado. A lei não fixa qual administração não é um ato jurídico, mas quando produz
deve ser o conteúdo ou objeto de um ato administrativo, efeitos jurídicos, pode ser um fato jurídico administrativo.
restando ao administrador preencher o vazio nestas situa- [...] Denota-se que o silêncio pode consistir em omissão,
ções. O ato é branco/indefinido. No entanto, deve se de- ausência de manifestação de vontade, ou não. Em deter-
monstrar que a prática do ato é oportuna e conveniente. minadas situações poderá a lei determinar a Administra-
ção Pública manifestar-se obrigatoriamente, qualificando
o silêncio como manifestação de vontade. Nesses casos,
é possível afirmar que estaremos diante de um ato ad-
Obs.: Quando se diz que a escolha do motivo e do
ministrativo. [...] Desta forma, quando o silêncio é uma
objeto do ato é discricionária não significa que seja arbi-
forma de manifestação de vontade, produz efeitos de ato
trária, pois deve se demonstrar a oportunidade e a con-
administrativo. Isto porque a lei pode atribuir ao silêncio
veniência. determinado efeito jurídico, após o decurso de certo pra-
Mérito = oportunidade + conveniência zo. Entretanto, na ausência de lei que atribua determina-
do efeito jurídico ao silêncio, estaremos diante de um fato
17 https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2605114/em-que-con- jurídico administrativo”18.
siste-a-teoria-dos-motivos-determinantes-aurea-maria-ferraz-de- 18 SCHUTA, Andréia. Breves considerações acerca do silêncio
-sousa administrativo. Migalhas, 24 jul. 2008.

9
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Validade e eficácia do ato administrativo concreto; impossível (exemplo: a nomeação para cargo
que não existe); imoral; indeterminado (desapropriação
Destaca-se esquemática trazida por Baldacci19: de bem não definido com precisão).
- Quando todos os pressupostos especiais exigidos Os vícios podem atingir a forma, quando a lei expres-
por lei estiverem presentes, falamos que o ato é perfeito samente exige e não é respeitada, e ainda o motivo, quan-
(P). do pressupostos de fato e/ou de direito não existem e/ou
- Quanto estes pressupostos preenchidos respeitarem são falsos.
o que a lei exige, falamos que é válido (V). Por fim, tem-se os vícios relativos à finalidade, que
- Quanto está apto a surtir seus efeitos próprios fala- são desvio de poder ou desvio de finalidade, quando o
mos que é eficaz (E). agente pratica ato administrativo sem observar o interes-
1) P + V = E. Os atos perfeitos e válidos são eficazes se público e/ou o objetivo (finalidade) previsto em lei.
em regra.
Ato inexistente
2) P + V = ineficaz. Os atos perfeitos e válidos po-
dem não ser eficazes se estiver pendente o implemento A doutrina, de forma amplamente majoritária, nega
de condição. relevância jurídica aos chamados atos administrativos ine-
xistentes sob o fundamento de que seriam equivalentes
3) P + inválido = ineficaz. O ato perfeito e inválido aos atos nulos.
é, em regra, ineficaz. Feita a ressalva, coloca-se a lição de Celso Antonio
Bandeira de Melo ao discorrer sobre os atos administra-
4) P + inválido = eficaz. O ato perfeito e inválido tivos inexistentes no sentido de que “consistem em com-
pode ser eficaz se já tiver gerado efeitos próprios e for portamentos que correspondem a condutas criminosas,
relevante para a segurança jurídica manter tais efeitos. portanto, fora do possível jurídico e radicalmente vedadas
pelo Direito”.
5) Imperfeito = inválido + ineficaz. O ato imperfeito O ato inexistente é aquele que não reúne os elemen-
não é válido e nem eficaz. tos necessários à sua formação e, assim, não produz qual-
quer consequência jurídica. Já o ato nulo é o ato que em-
bora reúna os elementos necessários a sua existência, foi
6) Imperfeito = inválido + eficaz. O ato imperfei-
praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons
to pode gerar efeitos impróprios, que não dependem da
costumes ou com inobservância da forma legal20.
execução do ato, como o efeito impróprio reflexo (reper-
cussão em outros atos ou situações jurídicas) e o efeito
Ato nulo
impróprio prodrômico (efeito de natureza procedimental
que implica numa providência ou etapa necessária para
“Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável,
aperfeiçoamento do ato, como a manifestação de um se-
normalmente resultante da ausência de um de seus ele-
gundo agente ou órgão). mentos constitutivos, ou de defeito substancial em algum
7) Imperfeito = válido + ineficaz. O ato imperfeito deles (por exemplo, o ato com motivo inexistente, o ato
pode preencher os requisitos de validade, mas se lhe faltar com objeto não previsto em lei e o ato praticado com
um pressuposto especial será imperfeito e, logo, ineficaz. desvio de finalidade). O ato nulo está em desconformida-
de com a lei o com os princípios jurídicos (é um ato ilegal
Vícios do ato administrativo e ilegítimo) e seu defeito não pode ser convalidado (corri-
gido). O ato nulo não pode produzir efeitos válidos entre
Os vícios dos atos administrativos podem se referir as partes. [...] Ato inexistente é aquele que possui apenas
a sujeitos, notadamente: a) Vícios de incompetência do aparência de manifestação de vontade da administração
sujeito – pode restar caracterizado o crime de usurpação pública, mas, em verdade, não se origina de um agente
de função (artigo 328, CP), gerando ato inexistente; pode público, mas de alguém que se passa por tal condição,
caracterizar excesso de poder, quando excede os limites como o usurpador de função. [...] Ato anulável é o que
da competência que tem, o sujeito pode incidir no crime apresenta defeito sanável, ou seja, passível de convalida-
de abuso de autoridade; pode se detectar função de fato, ção pela própria administração que o praticou, desde que
quando quem pratica o ato está irregularmente investido ele não seja lesivo ao interesse público, nem cause prejuí-
no cargo, emprego ou função – situação com aparência zo a terceiros. São sanáveis o vício de competência quan-
de legalidade – ato considerado válido; b) Vícios de inca- to à pessoa, exceto se se tratar de competência exclusiva,
pacidade do sujeito – pode haver impedimento ou sus- e o vício de forma, a menos que se trate de forma exigida
peição, ambos casos de anulabilidade. pela lei como condição essencial à validade do ato”21.
Os vícios dos atos administrativos também podem se
20 http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/auditor-fiscal-
referir ao objeto, quando ele for proibido por lei – ato -do-trabalho-2009/direito-administrativo-ato-administrativo-inexis-
ilegal = nulo; diverso do previsto legalmente para o caso tente.html
19 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São 21 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito adminis-
Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004. trativo descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008.

10
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Extinção dos atos administrativos: revogação, anula- com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegi-
ção e cassação timidade. Cabe o exame pelo Poder Judiciário (razões de
legalidade e legitimidade) e pela Administração Pública
A extinção do ato administrativo pode se dar nas se- (aspectos legais e no mérito). Gera efeitos retroativos (ex
guintes situações: tunc), invalida as consequências passadas, presentes e fu-
turas.
1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos A revogação é a retirada do ato administrativo em
os seus efeitos, não terá mais razão de existir sob o ponto decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade em
de vista jurídico. face dos interesses públicos, sendo o ato válido e pratica-
do dentro da Lei, efetuando-se a revogação na via admi-
2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do nistrativa. Trata-se da extinção de um ato administrativo
Ato: Se o sujeito ou o objeto perecer, o ato será conside- legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunida-
rado extinto. de, pela Administração, no exercício do poder discricio-
nário. O ato revogado conserva os efeitos produzidos du-
3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que
rante o tempo em que operou. A partir da data da revo-
elimina o ato. Pode se dar por anulação, que é a retirada
gação é que cessa a produção de efeitos do ato até então
do ato administrativo em decorrência de sua invalidade,
perfeito e legal. Só pode ser praticado pela Administração
reconhecida judicial ou administrativamente, preservan-
Pública por razões de oportunidade e conveniência, não
do-se os direitos dos terceiros de boa-fé; por revogação,
que é a retirada do ato administrativo em decorrência da cabendo a intervenção do Poder Judiciário. A revogação
sua inconveniência ou inoportunidade em face dos in- não pode atingir os direitos adquiridos, logo, produz efei-
teresses públicos, sendo o ato válido e praticado dentro tos ex nunc, não retroage.
da Lei, efetuando-se a revogação na via administrativa;
cassação, que é a retirada do ato administrativo em de- Convalidação
corrência do beneficiário ter descumprido condição tida
como indispensável para a manutenção do ato; contra- A convalidação é o ato administrativo que, com efei-
posição ou derrubada, que é a retirada do ato adminis- tos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a
trativo em decorrência de ser expedido outro ato fundado torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato
em competência diversa da do primeiro, mas que projeta posterior que sana um vício de um ato anterior, transfor-
efeitos antagônicos ao daquele, de modo a inibir a con- mando-o em válido desde o momento em que foi prati-
tinuidade da sua eficácia; caducidade, que é a retirada cado.
do ato administrativo em decorrência de ter sobrevindo Há alguns autores que não aceitam a convalidação
norma superior que torna incompatível a manutenção do dos atos, sustentando que os atos administrativos somen-
ato com a nova realidade jurídica instaurada. te podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à
4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo efi- convalidação seriam os atos anuláveis.
caz em virtude de seu beneficiário não mais desejar a sua Existem três formas de convalidação:
continuidade. A renúncia só tem cabimento em atos que - Ratificação: é a convalidação feita pela própria auto-
concedem privilégios e prerrogativas. ridade que praticou o ato;
5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz - Confirmação: é a convalidação feita por autoridade
em decorrência do seu futuro beneficiário não manifes- superior àquela que praticou o ato;
tar concordância, tida como indispensável para que o ato - Saneamento: é a convalidação feita por ato de ter-
pudesse projetar regularmente seus efeitos. Se o futuro ceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato
beneficiário recusa a possibilidade da eficácia do ato, esse nem por autoridade superior.
será extinto.
Não se deve confundir a convalidação com a con-
Em detalhes:
versão do ato administrativo. Há um ato viciado e, para
A cassação é a retirada do ato administrativo em de-
regularizar a situação, ele é transformado em outro, de
corrência do beneficiário ter descumprido condição tida
diferente tipologia. O ato nulo, embora não possa ser
como indispensável para a manutenção do ato. Embora
legítimo na sua origem e na sua formação, o ato se torna convalidado, poderá ser convertido, transformando-se
ilegal na sua execução a partir do momento em que o em ato válido.
destinatário descumpre condições pré-estabelecidas. Por
exemplo, uma pessoa obteve permissão para explorar o Decadência administrativa
serviço público, porém descumpriu uma das condições
para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, Um dos poderes que a Administração possui é o da
a título de penalidade, procede a cassação da permissão. autotutela administrativa, consistente no poder de rever
A anulação é a retirada do ato administrativo em de- os seus próprios atos administrativos independentemente
corrência de sua invalidade, reconhecida judicial ou admi- de precisar recorrer ao Judiciário, seja em razão de vícios
nistrativamente, preservando-se os direitos dos terceiros de ilegalidade, seja em razão de conveniência e oportu-
de boa-fé. Trata-se da supressão do ato administrativo, nidade.

11
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

É o que prevê a súmula 473 do Supremo Tribunal Fe- Neste sentido, o artigo 2º da Lei nº 8.429/92 (Lei de
deral: “a administração pode anular seus próprios atos, Improbidade Administrativa):
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos remuneração, por eleição, nomeação, designação, contra-
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação tação ou qualquer outra forma de investidura ou vín-
judicial”. culo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
Supondo que um ato administrativo contenha vício
de ilegalidade, é um poder-dever da Administração in- Quanto às entidades as quais o agente pode estar
validá-lo, embora não possa fazê-lo por um período ir- vinculado, tem-se o artigo 1º da Lei nº 8.429/92:
restrito de tempo caso um terceiro de boa-fé possa ser
prejudicado, pois senão violaria o princípio da segurança
Os atos de improbidade praticados por qualquer agen-
jurídica. Ultrapassado o prazo, para se rever o vício se-
te público, servidor ou não, contra a administração dire-
ria necessário recorrer ao Judiciário. Quanto à revisão por
ta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
conveniência e oportunidade, ultrapassado o prazo não
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Muni-
mais caberá a revisão, também em vista do princípio da
segurança jurídica. cípios, de Território, de empresa incorporada ao pa-
trimônio público ou de entidade para cuja criação ou
A prescrição administrativa é, neste sentido, a perda custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
do direito pela Administração de revisão dos seus atos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
pelo decurso do tempo (perda do direito de autotutela). serão punidos na forma desta lei.
Como se fala na perda de um direito, a terminologia mais Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
adequada para o caso é decadência e não prescrição (afi- desta lei os atos de improbidade praticados contra o pa-
nal, prescrição é perda da pretensão e não perda do direi- trimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
to). Isto é, decadência administrativa. incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja con-
São as regras do processo administrativo que irão corrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do
determinar qual o prazo para revisão do ato até que a patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos,
decadência administrativa ocorra. No âmbito federal, a a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a con-
questão é tratada pela Lei nº 9.784/99, que fixa o prazo de tribuição dos cofres públicos.
5 anos para anulação do ato administrativo de que decor- Os agentes públicos subdividem-se em:
ram efeitos favoráveis para os destinatários pela própria
Administração. a) agentes políticos – “são os titulares dos cargos es-
truturais à organização política do País [...], Presidente da
República, Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os
auxiliares imediatos dos chefes de Executivo, isto é, Mi-
SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS: DEVERES, nistros e Secretários das diversas pastas, bem como os
DIREITOS E RESPONSABILIDADES. Senadores, Deputados Federais e Estaduais e os Verea-
dores”23. O agente político é aquele detentor de cargo
eletivo, eleito por mandatos transitórios.
Agente público é expressão que engloba todas as
b) servidores públicos, que se dividem em funcioná-
pessoas lotadas na Administração, isto é, trata-se daque-
rio público, empregado público e contratados em cará-
les que servem ao Poder Público. “A expressão agente pú-
ter temporário. Os servidores públicos formam a grande
blico tem sentido amplo, significa o conjunto de pessoas
que, a qualquer título, exercem uma função pública como massa dos agentes do Estado, desenvolvendo variadas
prepostos do Estado. Essa função, é mister que se diga, funções. O funcionário público é o tipo de servidor pú-
pode ser remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, blico que é titular de um cargo, se sujeitando a regime
política ou jurídica. O que é certo é que, quando atuam no estatutário (previsto em estatuto próprio, não na CLT). O
mundo jurídico, tais agentes estão de alguma forma vin- empregado público é o tipo de servidor público que é
culados ao Poder Público. Como se sabe, o Estado só se titular de um emprego, sujeitando-se ao regime celetista
faz presente através das pessoas físicas que em seu nome (CLT). Tanto o funcionário público quanto o empregado
manifestam determinada vontade, e é por isso que essa público somente se vinculam à Administração mediante
manifestação volitiva acaba por ser imputada ao próprio concurso público, sendo nomeados em caráter efetivo.
Estado. São todas essas pessoas físicas que constituem os Contratados em caráter temporário são servidores con-
agentes públicos”22. tratados por um período certo e determinado, por força
22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- 23 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Ad-
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. ministrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.

12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de uma situação de excepcional interesse público, não Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta
sendo nomeados em caráter efetivo, ocupando uma fun- de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
ção pública. Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên-
c) particulares em colaboração com o Estado – cia e, também, ao seguinte: [...]
são agentes que, embora sejam particulares, executam
funções públicas especiais que podem ser qualificadas São princípios da administração pública, nesta ordem:
como públicas. Ex.: mesário, jurado, recrutados para ser- Legalidade
viço militar. Impessoalidade
Assim, os agentes públicos podem ser agentes políti- Moralidade
cos, particulares em colaboração com o Estado e servido- Publicidade
Eficiência
res públicos. Logo, o servidor público é uma espécie do
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for-
gênero agente público.
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada
da Administração Pública. É de fundamental importância
Os servidores públicos se dividem em funcioná-
um olhar atento ao significado de cada um destes prin-
rio público, empregado público e contratados em cará- cípios, posto que eles estruturam todas as regras éticas
ter temporário. Os servidores públicos formam a grande prescritas no Código de Ética e na Lei de Improbidade
massa dos agentes do Estado, desenvolvendo variadas Administrativa, tomando como base os ensinamentos de
funções. O funcionário público é o tipo de servidor pú- Carvalho Filho24 e Spitzcovsky25:
blico que é titular de um cargo, se sujeitando a regime a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalida-
estatutário (previsto em estatuto próprio, não na CLT). O de significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proí-
empregado público é o tipo de servidor público que é be. Contudo, como a administração pública representa os
titular de um emprego, sujeitando-se ao regime celetista interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de
(CLT). Tanto o funcionário público quanto o empregado subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex-
público somente se vinculam à Administração mediante pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
concurso público, sendo nomeados em caráter efetivo. lei anterior editando a matéria para que seja preservado o
Contratados em caráter temporário são servidores con- princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
tratados por um período certo e determinado, por força criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio
de uma situação de excepcional interesse público, não Estado deve respeitar as leis que dita.
sendo nomeados em caráter efetivo, ocupando uma fun- b) Princípio da impessoalidade: Por força dos inte-
ção pública. resses que representa, a administração pública está proi-
Com efeito, funcionário público é uma espécie do bida de promover discriminações gratuitas. Discriminar é
gênero servidor público, abrangendo apenas os servi- tratar alguém de forma diferente dos demais, privilegian-
dores que se sujeitam a regime estatutário. do ou prejudicando. Segundo este princípio, a adminis-
tração pública deve tratar igualmente todos aqueles que
REGIME CONSTITUCIONAL DOS se encontrem na mesma situação jurídica (princípio da
SERVIDORES PÚBLICOS isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a
impessoalidade no que tange à contratação de serviços. O
1) Princípios da Administração Pública princípio da impessoalidade correlaciona-se ao princípio
da finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado pela ad-
Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais per-
ministração pública é somente o interesse público. Com
mitem que ele consolide o bem comum e garanta a pre-
efeito, o interesse particular não pode influenciar no tra-
servação dos interesses da coletividade, se encontram
tamento das pessoas, já que deve-se buscar somente a
exteriorizados em princípios e regras. Estes, por sua vez,
preservação do interesse coletivo.
são estabelecidos na Constituição Federal e em legisla- c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio
ções infraconstitucionais, a exemplo das que serão estu- no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma
dadas neste tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei espécie de moralidade administrativa, intimamente rela-
n° 8.112/90 e Lei n° 8.429/92. cionada ao poder público. A administração pública não
atua como um particular, de modo que enquanto o des-
Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti-
setor público partem da Constituição Federal, que esta- cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento
belece alguns princípios fundamentais para a ética no se- jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento
tor público. Em outras palavras, é o texto constitucional imoral por parte dos representantes do Estado. O princí-
do artigo 37, especialmente o caput, que permite a com- pio da moralidade deve se fazer presente não só para com
preensão de boa parte do conteúdo das leis específicas, 24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
porque possui um caráter amplo ao preconizar os princí- ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
pios fundamentais da administração pública. Estabelece a 25 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São
Constituição Federal: Paulo: Método, 2011.

13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

os administrados, mas também no âmbito interno. Está remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a
indissociavelmente ligado à noção de bom administrador, procura por produtividade e economicidade. Alcança os
que não somente deve ser conhecedor da lei, mas tam- serviços públicos e os serviços administrativos internos, se
bém dos princípios éticos regentes da função administra- referindo diretamente à conduta dos agentes.
tiva. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU Além destes cinco princípios administrativo-cons-
AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os titucionais diretamente selecionados pelo constituinte,
dois princípios anteriores. podem ser apontados como princípios de natureza ética
d) Princípio da publicidade: A administração públi- relacionados à função pública a probidade e a motivação:
ca é obrigada a manter transparência em relação a to-
dos seus atos e a todas informações armazenadas nos a) Princípio da probidade:  um princípio constitucio-
seus bancos de dados. Daí a publicação em órgãos da nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação,
imprensa e a afixação de portarias. Por exemplo, a pró- é o dever de todo o administrador público, o dever de ho-
pria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta nestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no
desempenho de suas funções. Possui contornos mais de-
ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do
finidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini26 alerta
processo seletivo de servidores do Estado. Diante disso,
que alguns autores tratam veem como distintos os prin-
como será visto, se negar indevidamente a fornecer infor-
cípios da moralidade e da probidade administrativa, mas
mações ao administrado caracteriza ato de improbidade
não há  características que permitam tratar os mesmos
administrativa. como procedimentos distintos, sendo no máximo possí-
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o vel afirmar que a probidade administrativa é um aspecto
princípio da publicidade seja deturpado em propaganda particular da moralidade administrativa.
político-eleitoral:
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida
Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas, ao administrador de motivar todos os atos que edita, ge-
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter rais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os de-
caráter educativo, informativo ou de orientação social, mais princípios, um dos mais importantes, uma vez que
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que sem a motivação não há o devido processo legal, uma
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido- vez que a fundamentação surge como meio interpretativo
res públicos. da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo
verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão dos atos da Administração.
a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os Motivar significa mencionar o dispositivo legal apli-
instrumentos para proteção são o direito de petição e as cável ao caso concreto e relacionar os fatos que concre-
certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi- tamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal.
dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda, Todos os atos administrativos devem ser motivados para
prevê o artigo 37, CF em seu §3º:  que o Judiciário possa controlar o mérito do ato adminis-
trativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse contro-
Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de parti- le, devem ser observados os motivos dos atos adminis-
cipação do usuário na administração pública direta e trativos.
indireta, regulando especialmente: Em relação à necessidade de motivação dos atos ad-
I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um
públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços único comportamento possível) e dos atos discricionários
(aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, apon-
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
ta um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com
e interna, da qualidade dos serviços;
um juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é
II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e
uníssona na determinação da obrigatoriedade de motiva-
a informações sobre atos de governo, observado o disposto
ção com relação aos atos administrativos vinculados; to-
no art. 5º, X e XXXIII; davia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos
III -  a disciplina da representação contra o exercício atos discricionários.
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na ad- Meirelles27 entende que o ato discricionário, editado
ministração pública. sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar-
gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e
e) Princípio da eficiência: A administração pública oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en-
deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi-
controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância
pessoas (o concurso público seleciona os mais qualifica- 26 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São
dos ao exercício do cargo), ao manter tais pessoas em Paulo: Saraiva, 2004.
seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público 27 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro.
por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de São Paulo: Malheiros, 1993.

14
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato dis-
cricionário, é necessária a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini28, com
respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo
exige a motivação para todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto
os vinculados.

2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos servidores


O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princípios da administração pública estudados no tópico anterior,
aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer dos Poderes em qualquer das esferas federativas, e, em seus incisos,
regras mínimas sobre o serviço público:

Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº 8.112/1990, que prevê:

Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com pro-
fessores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo
207 da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.

Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de
sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
regulamentos.

No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concursos
de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também é considerado. Cargo em comissão é o
cargo de confiança, que não exige concurso público, sendo exceção à regra geral.

Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período.

Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira.

Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
28 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

15
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado
no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade
não expirado.

O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade.
Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual vaga e
não ser realizado novo concurso.
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:

Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da au-
toridade responsável, nos termos da lei.

Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso
no serviço público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.

Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos pre-
vistos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Observa-se o seguinte quadro comparativo29:

Função de Confiança Cargo em Comissão

Exercidas exclusivamente por servidores Qualquer pessoa, observado o percentual


ocupantes de cargo efetivo. mínimo reservado ao servidor de carreira.

Com concurso público, já que somente Sem concurso público, ressalvado o


pode exercê-la o servidor de cargo efetivo, mas percentual mínimo reservado ao servidor de
a função em si não prescindível de concurso carreira.
público.

Somente são conferidas atribuições e É atribuído posto (lugar) num dos quadros
responsabilidade da Administração Pública, conferida atribuições
e responsabilidade àquele que irá ocupá-lo

Destinam-se apenas às atribuições de Destinam-se apenas às atribuições de


direção, chefia e assessoramento direção, chefia e assessoramento

De livre nomeação e exoneração no que De livre nomeação e exoneração


se refere à função e não em relação ao cargo
efetivo.

Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

A liberdade de associação é garantida aos servidores públicos tal como é garantida a todos na condição de direito
individual e de direito social.

Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela
preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada uma legislação específica para os funcionários
públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado
de Injunção nº 20).
29 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html

16
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos car- Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea
gos e empregos públicos para as pessoas portadoras de de proventos de aposentadoria decorrentes do art.
deficiência e definirá os critérios de sua admissão. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acu-
Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990: muláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e
os cargos em comissão declarados em lei de livre nomea-
Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de ção e exoneração.
deficiência é assegurado o direito de se inscrever em con-
curso público para provimento de cargo cujas atribuições Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos
sejam compatíveis com a deficiência de que são portado- artigos 40 e 41:
ras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas no concurso. Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
Prossegue o artigo 37, CF:
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contra- acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabe-
tação por tempo determinado para atender a necessidade lecidas em lei.
temporária de excepcional interesse público. § 1º A remuneração do servidor investido em função
ou cargo em comissão será paga na forma prevista no
A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Cons- art. 62.
tituição, definindo a natureza da relação estabelecida en- § 2º O servidor investido em cargo em comissão de
tre o servidor contratado e a Administração Pública, para órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a
atender à “necessidade temporária de excepcional inte- remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º do
resse público”. art. 93.
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
relação que comporta dependência jurídica do servidor vantagens de caráter permanente, é irredutível.
perante o Estado, duas opções se ofereciam: ou a rela- § 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para
ção seria trabalhista, agindo o Estado iure gestionis, sem cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo
usar das prerrogativas de Poder Público, ou institucional, Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas
estatutária, preponderando o ius imperii do Estado. Me- as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza
lhor dizendo: o sistema preconizado pela Carta Política ou ao local de trabalho.
de 1988 é o do contrato, que tanto pode ser trabalhista § 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior
(inserindo-se na esfera do Direito Privado) quanto admi- ao salário mínimo.
nistrativo (situando-se no campo do Direito Público). [...]
Uma solução intermediária não deixa, entretanto, de ser Ainda, o artigo 37 da Constituição:
legítima. Pode-se, com certeza, abonar um sistema híbri-
do, eclético, no qual coexistam normas trabalhistas e es- Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos
tatutárias, pondo-se em contiguidade os vínculos privado ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
e administrativo, no sentido de atender às exigências do administração direta, autárquica e fundacional, dos
Estado moderno, que procura alcançar os seus objetivos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
com a mesma eficácia dos empreendimentos não-gover- dos, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
namentais”30. de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, per-
Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores pú- cebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
blicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 so- pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
mente poderão ser fixados ou alterados por lei especí- exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
fica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados
distinção de índices. e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutí- subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
veis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste arti- limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
go e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
tros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
30 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de servido-
res para atender a necessidade temporária de excepcional inte-
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministé-
resse público. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ rio Público, aos Procuradores e aos Defensores Públi-
revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.htm>. Acesso em: 23 dez. 2014. cos.

17
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do Po- forma, qualquer gratificação que venha a ser concedida
der Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser su- ao servidor só pode ter como base de cálculo o próprio
periores aos pagos pelo Poder Executivo. vencimento básico. É inaceitável que se leve em conside-
ração outra vantagem até então percebida.
Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42:
Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remune-
Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá rada de cargos públicos, exceto, quando houver com-
perceber, mensalmente, a título de remuneração, impor- patibilidade de horários, observado em qualquer caso o
tância superior à soma dos valores percebidos como remu- disposto no inciso XI: a)  a de dois cargos de professor;
neração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos res- b)   a de um cargo de professor com outro, técnico ou
pectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros científico; c)  a de dois cargos ou empregos privativos
do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal de profissionais de saúde, com profissões regulamenta-
das.
Federal. Parágrafo único. Excluem-se do teto de remune-
ração as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-
se a empregos e funções e abrange autarquias, funda-
Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem apro-
ções, empresas públicas, sociedades de economia mis-
fundamentos sobre o mencionado inciso XI: ta, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público.
Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para efei-
to dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do Segundo Carvalho Filho31, “o fundamento da proibi-
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório ção é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com
previstas em lei. que o servidor não execute qualquer delas com a neces-
sária eficiência. Além disso, porém, pode-se observar que
Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso o Constituinte quis também impedir a cumulação de ga-
XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao nhos em detrimento da boa execução de tarefas públicas.
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda [...] Nota-se que a vedação se refere à acumulação remu-
às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limi- nerada. Em consequência, se a acumulação só encerra a
te único, o subsídio mensal dos Desembargadores do percepção de vencimentos por uma das fontes, não incide
respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa in- a regra constitucional proibitiva”.
teiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se questão:
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos De-
putados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. Artigo 118, Lei nº 8.112/1990.  Ressalvados os casos
previstos na Constituição, é vedada a acumulação remu-
Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou nerada de cargos públicos.
equiparação salarial: § 1o  A proibição de acumular estende-se a cargos,
empregos e funções em autarquias, fundações públicas,
Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equipa- empresas públicas, sociedades de economia mista da
ração de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
de remuneração de pessoal do serviço público. dos Municípios.
§ 2o   A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
condicionada à comprovação da compatibilidade de
Os padrões de vencimentos são fixados por conselho
horários.
de política de administração e remuneração de pessoal,
§ 3o  Considera-se acumulação proibida a percepção
integrado por servidores designados pelos respectivos
de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
Poderes (artigo 39, caput e § 1º), sem qualquer garantia proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
constitucional de tratamento igualitário aos cargos que decorram essas remunerações forem acumuláveis na ati-
se mostrem similares. vidade.

Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários perce- Art. 119, Lei nº 8.112/1990.  O servidor não poderá
bidos por servidor público não serão computados nem exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulte- previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado
riores. pela participação em órgão de deliberação coletiva. 
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica
A preocupação do constituinte, ao implantar tal pre- à remuneração devida pela participação em conselhos de
ceito, foi de que não eclodisse no sistema remuneratório administração e fiscal das empresas públicas e sociedades
dos servidores, ou seja, evitar que se utilize uma vanta- 31 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
gem como base de cálculo de um outro benefício. Dessa ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

18
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem reconhecida expressamente pelo constituinte que acres-
como quaisquer empresas ou entidades em que a União, centou, no artigo 37 da Carta Magna, o inciso XVIII, esta-
direta ou indiretamente, detenha participação no capital belecendo a sua precedência e de seus servidores sobre
social, observado o que, a respeito, dispuser legislação es- os demais setores da Administração Pública, dentro de
pecífica. suas áreas de competência”33.

Art. 120, Lei nº 8.112/1990.  O servidor vinculado ao Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica pode-
regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efe- rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
tivos, quando investido em cargo de provimento em comis- empresa pública, de sociedade de economia mista e de
são, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
hipótese em que houver compatibilidade de horário e local definir as áreas de sua atuação.
com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades
máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislati-
va, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
“Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da mencionadas no inciso anterior, assim como a participação
acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam, de qualquer delas em empresa privada.
no âmbito do serviço público federal a vedação genérica
constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da Órgãos da administração indireta somente podem
República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públi- ser criados por lei específica e a criação de subsidiárias
cos constitui uma das infrações mais comuns praticadas destes dependem de autorização legislativa (o Estado cria
por servidores públicos, o que se constata observando o e controla diretamente determinada empresa pública ou
elevado número de processos administrativos instaurados sociedade de economia mista, e estas, por sua vez, pas-
com esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90 sam a gerir uma nova empresa, denominada subsidiária.
é relativamente brando, quando cotejado com outros es- Ex.: Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um
tatutos de alguns Estados, visto que propicia ao servidor parêntese para observar que quase todos os autores que
abordam o assunto afirmam categoricamente que, a des-
incurso nessa ilicitude diversas oportunidades para regu-
peito da referência no texto constitucional a ‘subsidiárias
larizar sua situação e escapar da pena de demissão. Tam-
das entidades mencionadas no inciso anterior’, somente
bém prevê a lei em comentário, um processo adminis-
empresas públicas e sociedades de economia mista po-
trativo simplificado (processo disciplinar de rito sumário)
dem ter subsidiárias, pois a relação de controle que existe
para a apuração dessa infração – art. 133” 32.
entre a pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria pró-
pria de pessoas com estrutura empresarial, e inadequada
Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e
a autarquias e fundações públicas. OUSAMOS DISCOR-
seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com-
DAR. Parece-nos que, se o legislador de um ente federa-
petência e jurisdição, precedência sobre os demais seto-
do pretendesse, por exemplo, autorizar a criação de uma
res administrativos, na forma da lei. subsidiária de uma fundação pública, NÃO haveria base
constitucional para considerar inválida sua autorização”34.
Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias Ainda sobre a questão do funcionamento da adminis-
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- tração indireta e de suas subsidiárias, destaca-se o previs-
nicípios, atividades essenciais ao funcionamento do Esta- to nos §§ 8º e 9º do artigo 37, CF:
do, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas ativi- Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamen-
dades e atuarão de forma integrada, inclusive com o tária e financeira dos órgãos e entidades da administração
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
na forma da lei ou convênio. a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
“O Estado tem como finalidade essencial a garantia para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
do bem-estar de seus cidadãos, seja através dos serviços I -  o prazo de duração do contrato;
públicos que disponibiliza, seja através de investimentos II -  os controles e critérios de avaliação de desempe-
na área social (educação, saúde, segurança pública). Para nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
atingir esses objetivos primários, deve desenvolver uma III -  a remuneração do pessoal.
atividade financeira, com o intuito de obter recursos in-
dispensáveis às necessidades cuja satisfação se compro- Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às
meteu quando estabeleceu o “pacto” constitucional de empresas públicas e às sociedades de economia mista
1988. [...] A importância da Administração Tributária foi
33 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_tribu-
32 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores taria_sao_paulo.htm
Públicos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos. 34 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descom-
com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013. plicado. São Paulo: GEN, 2014.

19
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para paga- direito de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5
mento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. anos para as infrações mais graves, 2 para as de gravida-
de intermediária (pena de suspensão) e 180 dias para as
Continua o artigo 37, CF: menos graves (pena de advertência), contados da data em
que o fato se tornou conhecido pela administração públi-
Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados ca. Se a infração disciplinar for crime, valerão os prazos
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações se- prescricionais do direito penal, mais longos, logo, menos
rão contratados mediante processo de licitação pública favoráveis ao servidor. Interrupção da prescrição significa
que assegure igualdade de condições a todos os concor- parar a contagem do prazo para que, retornando, come-
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa- ce do zero. Da abertura da sindicância ou processo ad-
gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ministrativo disciplinar até a decisão final proferida por
termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de autoridade competente não corre a prescrição. Proferida
a decisão, o prazo começa a contar do zero. Passado o
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia
prazo, não caberá mais propor ação disciplinar.
do cumprimento das obrigações.
Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o
as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da ad-
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas ministração direta e indireta que possibilite o acesso a in-
para licitações e contratos da Administração Pública e dá formações privilegiadas.
outras providências. Licitação nada mais é que o conjunto
de procedimentos administrativos (administrativos por- A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre
que parte da administração pública) para as compras ou o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego
serviços contratados pelos governos Federal, Estadual ou do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores
Municipal, ou seja todos os entes federativos. De forma ao exercício do cargo ou emprego; e revoga dispositi-
mais simples, podemos dizer que o governo deve com- vos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, e das Medi-
prar e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a das Provisórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, e
licitação é um processo formal onde há a competição en- 2.225-45, de 4 de setembro de 2001.
tre os interessados. Neste sentido, conforme seu artigo 1º:

Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de pres- Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que confi-
crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servi- guram conflito de interesses envolvendo ocupantes de car-
dor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as go ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal, os
respectivas ações de ressarcimento. requisitos e restrições a ocupantes de cargo ou emprego
que tenham acesso a informações privilegiadas, os impedi-
A prescrição dos ilícitos praticados por servidor mentos posteriores ao exercício do cargo ou emprego e as
encontra disciplina específica no artigo 142 da Lei nº competências para fiscalização, avaliação e prevenção de
8.112/1990: conflitos de interesses regulam-se pelo disposto nesta Lei.

Art. 142, Lei nº 8.112/1990.  A ação disciplinar pres- 3) Atos de improbidade administrativa


creverá: A Lei n° 8.429/1992 trata da improbidade adminis-
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com trativa, que é uma espécie qualificada de imoralidade,
sinônimo de desonestidade administrativa. A improbida-
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
de é uma lesão ao princípio da moralidade, que deve ser
destituição de cargo em comissão;
respeitado estritamente pelo servidor público. O agente
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
ímprobo sempre será um violador do princípio da mo-
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertên-
ralidade, pelo qual “a Administração Pública deve agir
cia. com boa-fé, sinceridade, probidade, lhaneza, lealdade e
§ 1o  O prazo de prescrição começa a correr da data ética”35.
em que o fato se tornou conhecido. A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada
§ 2o  Os prazos de prescrição previstos na lei penal devido ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também do serviço público que se intensificavam com a ineficá-
como crime. cia do diploma então vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41.
§ 3o  A abertura de sindicância ou a instauração de Decorreu, assim, da necessidade de acabar com os atos
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a deci- atentatórios à moralidade administrativa e causadores de
são final proferida por autoridade competente. prejuízo ao erário público ou ensejadores de enriqueci-
§ 4o  Interrompido o curso da prescrição, o prazo co- mento ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil.
meçará a correr a partir do dia em que cessar a interrup- 35 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquema-
ção. tizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

20
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes pú- b) Ato de improbidade administrativa que importe
blicos passaram a ser responsabilizados na esfera civil lesão ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
pelos atos de improbidade administrativa descritos nos O grupo intermediário de atos de improbidade admi-
artigos 9º, 10 e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A nistrativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao
existência de esferas distintas de responsabilidade (civil, erário ou aos cofres públicos + gerando perda patrimo-
penal e administrativa) impede falar-se em bis in idem, já nial ou dilapidação do patrimônio público. Assim como
que, ontologicamente, não se trata de punições idênticas,
o artigo anterior, o caput descreve a fórmula genérica e
embora baseadas no mesmo fato, mas de responsabiliza-
os incisos algumas atitudes específicas que exemplificam
ção em esferas distintas do Direito.
Destaca-se um conceito mais amplo de agente pú- o seu conteúdo37.
blico previsto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
2º porque o agente público pode ser ou não um servidor desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação,
público. Ele poderá estar vinculado a qualquer institui- que é a transferência indevida para a própria propriedade;
ção ou órgão que desempenhe diretamente o interesse malbaratamento, que significa desperdício; e dilapidação,
do Estado. Assim, estão incluídos todos os integrantes da que se refere a destruição38.
administração direta, indireta e fundacional, conforme o O objeto da tutela é a preservação do patrimônio pú-
preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma en- blico, em todos seus bens e valores. O pressuposto exi-
tidade privada que desempenhe tais fins, desde que a gível é a ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos
verba de criação ou custeio tenha sido ou seja pública passivos.
em mais de 50% do patrimônio ou receita anual. Caso a Este artigo admite expressamente a variante culpo-
verba pública que tenha auxiliado uma entidade privada sa, o que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no
a qual o Estado não tenha concorrido para criação ou
REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da in-
custeio, também haverá sujeição às penalidades da lei.
constitucionalidade do artigo. Contudo, “a jurispru-
Em caso de custeio/criação pelo Estado que seja infe-
rior a 50% do patrimônio ou receita anual, a legislação dência do STJ consolidou a tese de que é indispensável
ainda se aplica. Entretanto, nestes dois casos, a sanção a existência de dolo nas condutas descritas nos artigos
patrimonial se limitará ao que o ilícito repercutiu so- 9º e 11 e ao menos de culpa nas hipóteses do artigo 10,
bre a contribuição dos cofres públicos. Significa que se nas quais o dano ao erário precisa ser comprovado. De
o prejuízo causado for maior que a efetiva contribuição acordo com o ministro Castro Meira, a conduta culposa
por parte do poder público, o ressarcimento terá que ser ocorre quando o agente não pretende atingir o resultado
buscado por outra via que não a ação de improbidade danoso, mas atua com negligência, imprudência ou impe-
administrativa. rícia (REsp n° 1.127.143)”39. Para Carvalho Filho40, não há
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de inconstitucionalidade na modalidade culposa, lembrando
improbidade administrativa em três categorias: que é possível dosar a pena conforme o agente aja com
dolo ou culpa.
a) Ato de improbidade administrativa que importe O ponto central é lembrar que neste artigo não se
enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992)
exige que o sujeito ativo tenha percebido vantagens in-
O grupo mais grave de atos de improbidade adminis-
devidas, basta o dano ao erário. Se tiver recebido vanta-
trativa se caracteriza pelos elementos: enriquecimento +
ilícito + resultante de uma vantagem patrimonial inde- gem indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não
vida + em razão do exercício de cargo, mandato, empre- percepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados
go, função ou outra atividade nas entidades do artigo se aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
1° da Lei nº 8.429/1992.
O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não c) Ato de Improbidade Administrativa Decorrentes
se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Fi-
aos ditames morais, notadamente no desempenho de nanceiro ou Tributário (Incluído pela Lei Complementar
função de interesse estatal. nº 157, de 2016)
Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimonial Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou
ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamente tenha evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municípios,
ocorrido dano aos cofres públicos (por exemplo, quan- fixando-se a alíquota mínima em 2%.
do um policial recebe propina pratica ato de improbida-
de administrativa, mas não atinge diretamente os cofres 37 Ibid.
públicos). 38 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
Como fica difícil imaginar que alguém possa se enri-
39 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade admi-
quecer ilicitamente por negligência, imprudência ou im-
nistrativa: desonestidade na gestão dos recursos públicos. Disponível
perícia, todas as condutas configuram atos dolosos (com em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.
intenção). Não cabe prática por omissão.36 area=398&tmp.texto=103422>. Acesso em: 26 mar. 2013.
36 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São 40 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
Paulo: Método, 2011. ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

21
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro devidamente. Ou seja, poderá pagar somente o que en-
de sua competência constitucional alíquotas inferiores a riqueceu indevidamente ou este valor acrescido do valor
2% para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo do prejuízo causado aos cofres públicos (quanto o Estado
fiscal), prejudicando os municípios vizinhos. perdeu ou deixou de ganhar). No caso do artigo 10, não
Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade haverá enriquecimento ilícito, mas sempre existirá dano
administrativa a eventual concessão do benefício abaixo ao erário, o qual será reparado (eventualmente, ocorrerá
da alíquota mínima. o enriquecimento ilícito, devendo o valor adquirido ser
d) Ato de improbidade administrativa que atente tomado pelo Estado). Na hipótese do artigo 10-A, não se
contra os princípios da administração pública (artigo denota nem enriquecimento ilícito e nem dano ao erário,
11, Lei nº 8.429/1992) pois no máximo a prática de guerra fiscal pode gerar. Já
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “cons- no artigo 11, o máximo que pode ocorrer é o dano ao erá-
titui ato de improbidade administrativa que atenta contra rio, com o devido ressarcimento. Além disso, em todos os
os princípios da administração pública qualquer ação ou casos há perda da função pública. Nas três categorias, são
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcia- estabelecidas sanções de suspensão dos direitos políticos,
lidade, legalidade, e lealdade às instituições [...]”. O gru- multa e vedação de contratação ou percepção de vanta-
po mais ameno de atos de improbidade administrativa se gem, graduadas conforme a gravidade do ato. É o que se
caracteriza pela simples violação a princípios da admi- depreende da leitura do artigo 12 da Lei nº 8.929/1992
como §4º do artigo 37, CF, que prevê: “Os atos de im-
nistração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude
probidade administrativa importarão a suspensão dos
do sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço
direitos políticos, a perda da função pública, a indis-
público. Isto é, o legislador pretende a preservação dos
ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
princípios gerais da administração pública41.
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
O objeto de tutela são os princípios constitucionais.
penal cabível”.
Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispensá-
A única sanção que se encontra prevista na Lei nº
veis o enriquecimento ilícito e o dano ao erário. Somente
8.429/1992 mas não na Constituição Federal é a de multa.
é possível a prática de algum destes atos com dolo (inten-
(art. 37, §4°, CF). Não há nenhuma inconstitucionalidade
ção), embora caiba a prática por ação ou omissão.
disto, pois nada impediria que o legislador infraconsti-
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalida- tucional ampliasse a relação mínima de penalidades da
de para não permitir a caracterização de abuso de poder, Constituição, pois esta não limitou tal possibilidade e por-
diante do conteúdo aberto do dispositivo. Na verdade, que a lei é o instrumento adequado para tanto42.
trata-se de tipo subsidiário, ou seja, que se aplica quando Carvalho Filho43 tece considerações a respeito de al-
o ato de improbidade administrativa não tiver gerado ob- gumas das sanções:
tenção de vantagem - Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre
Com efeito, os atos de improbidade administrativa os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade.
não são crimes de responsabilidade. Trata-se de puni- Se alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria
ção na esfera cível, não criminal. Por isso, caso o ato con- sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve
figure simultaneamente um ato de improbidade adminis- derivar de origem ilícita”.
trativa desta lei e um crime previsto na legislação penal, o - Ressarcimento integral do dano: há quem entenda
que é comum no caso do artigo 9°, responderá o agente que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção
por ambos, nas duas esferas. monetária e juros de mora.
- Perda de função pública: “se o agente é titular de
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassa-
forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito ção. Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão
passivo) e daqueles que podem praticar os atos de im- do serviço público. Havendo contrato de trabalho (servi-
probidade administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a dores trabalhistas e temporários), a perda da função pú-
reparação do dano ao lesionado e o ressarcimento ao blica se consubstancia pela rescisão do contrato com cul-
patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de im- pa do empregado. No caso de exercer apenas uma função
probidade administrativa, isto é, enumera condutas de tal pública, fora de tais situações, a perda se dará pela revo-
natureza; seguindo-se à definição das sanções aplicáveis; gação da designação”. Lembra-se que determinadas au-
e, finalmente, descreve os procedimentos administrativo toridades se sujeitam a procedimento especial para perda
e judicial. da função pública, ponto em que não se aplica a Lei de
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente Improbidade Administrativa.
obtém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica - Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo,
indevida) e pode ainda causar dano ao erário, por isso, mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julga-
deverá não só reparar eventual dano causado mas tam- dos nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda
bém colocar nos cofres públicos tudo o que adquiriu in- 42 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
41 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
Paulo: Método, 2011. 43 Ibid.

22
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato deve), culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de co-
de improbidade (a base será o valor do enriquecimento meter uma violação de direito e culpa é a falta de diligên-
ou o valor do dano ou o valor da remuneração do agen- cia), nexo causal (relação de causa e efeito entre a ação/
te). A natureza da multa é de sanção civil, não possuindo omissão e o dano causado) e dano (dano é o prejuízo
caráter indenizatório, mas punitivo. sofrido pelo agente, que pode ser individual ou coletivo,
- Proibição de receber benefícios: não se incluem as moral ou material, econômico e não econômico).
imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao me-
nos sócio majoritário da instituição vitimada. 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, espe-
- Proibição de contratar: o agente punido não pode cial e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é o
participar de processos licitatórios. dano específico, individualizado, que atinge determinada
ou determinadas pessoas. Anormal é o dano que ultra-
4) Responsabilidade civil do Estado e de seus ser- passa os problemas comuns da vida em sociedade (por
vidores
exemplo, infelizmente os assaltos são comuns e o Estado
O instituto da responsabilidade civil é parte integran-
não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
te do direito obrigacional, uma vez que a principal con-
na circunstância específica possuía o dever de impedir o
sequência da prática de um ato ilícito é a obrigação que
assalto, como no caso de uma viatura presente no local
gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o pa-
gamento de indenização que se refere às perdas e danos. - muito embora o direito à segurança pessoal seja um di-
Afinal, quem pratica um ato ou incorre em omissão que reito humano reconhecido).
gere dano deve suportar as consequências jurídicas de-
correntes, restaurando-se o equilíbrio social.44 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe den-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- tro da administração pública, tenha ingressado ou não
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os por concurso, possua cargo, emprego ou função. Envolve
limites da herança, embora existam reflexos na ação que os agentes políticos, os servidores públicos em geral (fun-
apure a responsabilidade civil conforme o resultado na cionários, empregados ou temporários) e os particulares
esfera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa em colaboração (por exemplo, jurado ou mesário).
de autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo
que uma absolvição por falta de provas não o faz). 3) Dano causado quando o agente estava agindo
A responsabilidade civil do Estado acompanha o ra- nesta qualidade - é preciso que o agente esteja lançando
ciocínio de que a principal consequência da prática de um mão das prerrogativas do cargo, não agindo como um
ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de repa- particular.
rar o dano, mediante o pagamento de indenização que se Sem estes três requisitos, não será possível acionar o
refere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por
às regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingi-
o ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo da. Assim, não é qualquer dano que permite a responsa-
por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado bilização civil do Estado, mas somente aquele que é cau-
tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos sado por um agente público no exercício de suas funções
danos que seus agentes causem durante a prestação do e que exceda as expectativas do lesado quanto à atuação
serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma viola- do Estado.
ção aos direitos humanos reconhecidos. É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola
Trata-se de responsabilidade extracontratual porque os direitos humanos, porque o Estado é uma ficção for-
não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de
mada por um grupo de pessoas que desempenham as
elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
atividades estatais diversas. Assim, viola direitos humanos
pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186,
não o Estado em si, mas o agente que o representa, fa-
187 e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
zendo com que o próprio Estado seja responsabilizado
Genericamente, os elementos da responsabilidade ci-
vil se encontram no art. 186 do Código Civil: por isso civilmente, pagando pela indenização (reparação
dos danos materiais e morais). Sem prejuízo, com relação
Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão vo- a eles, caberá ação de regresso se agiram com dolo ou
luntária, negligência ou imprudência, violar direito e cau- culpa.
sar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, co- Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
mete ato ilícito.
Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito pú-
Este é o artigo central do instituto da responsabilida- blico e as de direito privado prestadoras de serviços públi-
de civil, que tem como elementos: ação ou omissão vo- cos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
luntária (agir como não se deve ou deixar de agir como se qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
44 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
ed. São Paulo: Saraiva, 2005. culpa.

23
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí- Evidencia-se a independência entre as esferas civil, pe-
dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau- nal e administrativa no que tange à responsabilização do
sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela- agente público que cometa ato ilícito.
ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá Tomadas as exigências de características dos danos aci-
ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao ma colacionadas, notadamente a anormalidade, considera-
qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re- se que para o Estado ser responsabilizado por um dano,
gresso é justamente o direito de acionar o causador direto ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é, não cabe
do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, exigir do Estado uma excepcional vigilância da sociedade
considerada a existência de uma relação obrigacional que e a plena cobertura de todas as fatalidades que possam
se forma entre a vítima e a instituição que o agente com- acontecer em território nacional.
põe. Diante de tal premissa, entende-se que a responsa-
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- bilidade civil do Estado será objetiva apenas no caso de
te causar aos membros da sociedade, mas se este agen- ações, mas subjetiva no caso de omissões. Em outras pa-
te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do lavras, verifica-se se o Estado se omitiu tendo plenas con-
que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar dições de não ter se omitido, isto é, ter deixado de agir
condutas incompatíveis com o comportamento ético dele quando tinha plenas condições de fazê-lo, acarretando em
esperado.45 prejuízo dentro de sua previsibilidade.
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- São casos nos quais se reconheceu a responsabilida-
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado de omissiva do Estado: morte de filho menor em creche
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabilida- municipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa
de civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou omis- de assalto a usuário do metrô resultando em morte, danos
são com culpa do servidor que gere dano ao erário (Ad- provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais
ministração) ou a terceiro (administrado), o servidor terá o quando o Estado sabia da problemática e não tomou pro-
dever de indenizar. vidência para evitá-las, morte de detento em prisão, incên-
Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos dio em casa de shows fiscalizada com negligência, etc.
violadores de direitos humanos se sujeitam à responsabi- Logo, não é sempre que o Estado será responsabili-
lidade penal e à responsabilidade administrativa, todas zado. Há excludentes da responsabilidade estatal, nota-
autônomas uma com relação à outra e à já mencionada damente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou força maior
responsabilidade civil. Neste sentido, o artigo 125 da Lei (fato da natureza) fora dos alcances da previsibilidade do
nº 8.112/90: dano; b) culpa exclusiva da vítima.

Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais 5) Exercício de mandato eletivo por servidores pú-
e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes blicos
entre si. A questão do exercício de mandato eletivo pelo servi-
dor público encontra previsão constitucional em seu artigo
No caso da responsabilidade civil, o Estado é direta- 38, que notadamente estabelece quais tipos de mandatos
mente acionado e responde pelos atos de seus servido- geram incompatibilidade ao serviço público e regulamenta
res que violem direitos humanos, cabendo eventualmente a questão remuneratória:
ação de regresso contra ele. Contudo, nos casos da res-
ponsabilidade penal e da responsabilidade administrativa Artigo 38, CF.  Ao servidor público da administração
aciona-se o agente público que praticou o ato. direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
praticados pelo agente público no exercício de sua função I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
que violam direitos humanos. A título de exemplo, pecula- distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
to, consistente em apropriação ou desvio de dinheiro pú- II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
blico (art. 312, CP), que viola o bem comum e o interesse cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
da coletividade; concussão, que é a exigência de vantagem sua remuneração;
indevida (art. 316, CP), expondo a vítima a uma situação de III - investido no mandato de Vereador, havendo compa-
constrangimento e medo que viola diretamente sua digni- tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
dade; tortura, a mais cruel forma de tratamento humano, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
cuja pena é agravada quando praticada por funcionário eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
público (art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc. norma do inciso anterior;
Quanto à responsabilidade administrativa, menciona- IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
se, a título de exemplo, as penalidades cabíveis descritas exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
no art. 127 da Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo contado para todos os efeitos legais, exceto para promo-
funcionário que violar a ética do serviço público, como ad- ção por merecimento;
vertência, suspensão e demissão. V - para efeito de benefício previdenciário, no caso
45 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São de afastamento, os valores serão determinados como se no
Paulo: Método, 2011. exercício estivesse.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

6) Regime de remuneração e previdência dos servi- Artigo 40, CF.  Aos servidores titulares de cargos efeti-
dores públicos vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
Regulamenta-se o regime de remuneração e previdên- cípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
cia dos servidores públicos nos artigo 39 e 40 da Constitui- regime de previdência de caráter contributivo e solidá-
ção Federal: rio, mediante contribuição do respectivo ente público,
dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, ob-
Artigo 39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os servados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
Municípios instituirão conselho de política de administra- e atuarial e o disposto neste artigo.
ção e remuneração de pessoal, integrado por servidores § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela dência de que trata este artigo serão aposentados, calcula-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998 e aplicação suspensa dos os seus proventos a partir dos valores fixados na forma
pela ADIN nº 2.135-4, destacando-se a redação anterior: “A dos §§ 3º e 17:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-
porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor-
rão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
planos de carreira para os servidores da administração pú-
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
blica direta, das autarquias e das fundações públicas”).
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos de- ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
mais componentes do sistema remuneratório observará: ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
I -  a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi- complementar;
dade dos cargos componentes de cada carreira; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
II -  os requisitos para a investidura; nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público
III -  as peculiaridades dos cargos. e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposenta-
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão doria, observadas as seguintes condições:
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento a)  sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, fa- de contribuição, se mulher;
cultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos b)  sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
entre os entes federados. senta anos de idade, se mulher, com proventos propor-
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo cionais ao tempo de contribuição.
público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
XV,XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabe- ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
lecer requisitos diferenciados de admissão quando a nature- neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
za do cargo o exigir. se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eleti- concessão da pensão.
vo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Mu- § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria,
nicipais serão remunerados exclusivamente por subsídio por ocasião da sua concessão, serão consideradas as re-
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer munerações utilizadas como base para as contribuições do
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de represen- servidor aos regimes de previdência de que tratam este ar-
tação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- tigo e o art. 201, na forma da lei.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di-
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos abran-
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a
termos definidos em leis complementares, os casos de ser-
menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em
vidores:
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. I -  portadores de deficiência;
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu- II -  que exerçam atividades de risco;
blicarão anualmente os valores do subsídio e da remunera- III -  cujas atividades sejam exercidas sob condições es-
ção dos cargos e empregos públicos. peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribui-
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamen- ção serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
tários provenientes da economia com despesas correntes
no § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamen-
em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
te tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
desenvolvimento de programas de qualidade e produtivi-
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
dade, treinamento e desenvolvimento, modernização, rea-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car-
parelhamento e racionalização do serviço público, inclusive
sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organiza- a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. regime de previdência previsto neste artigo.

25
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
pensão por morte, que será igual: o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa- que tiver ingressado no serviço público até a data da publi-
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios cação do ato de instituição do correspondente regime de
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, previdência complementar.
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este § 17. Todos os valores de remuneração considerados
limite, caso aposentado à data do óbito; ou para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devida-
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor mente atualizados, na forma da lei.
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que tra-
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de se- ta este artigo que superem o limite máximo estabelecido
tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
atividade na data do óbito.
para os servidores titulares de cargos efetivos.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor-
completado as exigências para aposentadoria voluntária
me critérios estabelecidos em lei.
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu-
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar
tempo de serviço correspondente para efeito de dispo- as exigências para aposentadoria compulsória contidas no
nibilidade. § 1º, II.
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
contagem de tempo de contribuição fictício. próprio de previdência social para os servidores titula-
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma res de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gesto-
total dos proventos de inatividade, inclusive quando de- ra do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
correntes da acumulação de cargos ou empregos públicos, disposto no art. 142, § 3º, X.
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo inci-
o regime geral de previdência social, e ao montante resul- dirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposenta-
tante da adição de proventos de inatividade com remunera- doria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
ção de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- cia social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando
ção, e de cargo eletivo. o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença inca-
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre- pacitante.
vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo
7) Estágio probatório e perda do cargo
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados
Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
para o regime geral de previdência social.
ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
Artigo 41, CF.  São estáveis após três anos de efetivo
ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
público, aplica-se o regime geral de previdência social. mento efetivo em virtude de concurso público.
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
cípios, desde que instituam regime de previdência comple- I -  em virtude de sentença judicial transitada em jul-
mentar para os seus respectivos servidores titulares de car- gado;
go efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e II -  mediante processo administrativo em que lhe
pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este seja assegurada ampla defesa;
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios III -  mediante procedimento de avaliação periódica
do regime geral de previdência social de que trata o art. de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
201. ampla defesa.
§ 15. O regime de previdência complementar de que § 2º  Invalidada por sentença judicial a demissão do
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupan-
Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus pa- te da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
rágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fecha- direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
das de previdência complementar, de natureza pública, que em disponibilidade com remuneração proporcional ao tem-
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios po de serviço.
somente na modalidade de contribuição definida.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 3º  Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi- na, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabili-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com dade. O servidor não aprovado no estágio probatório será
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu ade- exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
quado aproveitamento em outro cargo. mente ocupado. Não existe vedação para um servidor em
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimen-
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- to em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
missão instituída para essa finalidade. ramento no órgão ou entidade de lotação.
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci-
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o ser- plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen-
vidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará su- tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a
jeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo
meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão ob- que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos-
jeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados to no artigo 41 da Constituição Federal.
os seguinte fatores: Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
I - assiduidade; rio, o servidor público somente poderá ser exonerado nos
II - disciplina; casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, nota-
III - capacidade de iniciativa; damente: em virtude de sentença judicial transitada em
IV - produtividade;
julgado; mediante processo administrativo em que lhe
V - responsabilidade.
seja assegurada ampla defesa; ou mediante procedi-
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do está- mento de avaliação periódica de desempenho, na forma
gio probatório, será submetida à homologação da autori- de lei complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta
dade competente a avaliação do desempenho do servidor, lei complementar ainda inexistente no âmbito federal.
realizada por comissão constituída para essa finalidade, de
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da res- EXERCÍCIOS
pectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de
apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput 01. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
deste artigo. FCC/2013) Na atuação da Administração Pública Federal,
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório a segurança jurídica é princípio que;
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo an- a) justifica a mantença de atos administrativos inváli-
teriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo dos, desde que ampliativos de direitos, independentemen-
único do art. 29. te da boa-fé dos beneficiários.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções administrativos inválidos, visto que não há prazos prescri-
de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou enti- cionais ou decadenciais para o exercício de autotutela em
dade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro ór- caso de ilegalidade.
gão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, c) justifica o usucapião de imóveis públicos urbanos de
cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e até duzentos e cinquenta metros quadrados, em favor da-
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou quele que, não sendo proprietário de outro imóvel urbano
equivalentes. ou rural, exerça a posse sobre tal imóvel por cinco anos,
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente pode- ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o para sua
rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos moradia ou de sua família.
nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta- d) impede que haja aplicação retroativa de nova inter-
mento para participar de curso de formação decorrente de pretação jurídica, em desfavor dos administrados.
aprovação em concurso para outro cargo na Administração e) impede que a Administração anule ou revogue atos
Pública Federal. que geraram situações favoráveis para o particular, pois tal
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as desfazimento afetaria direitos adquiridos.
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o,
02. (SMA-RJ – CONTADOR - FJG-RIO/2013) Segun-
86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de do exposição doutrinária, o princípio da impessoalidade
formação, e será retomado a partir do término do impedi- não raramente é chamado de princípio da:
mento. a) igualdade legal
O estágio probatório pode ser definido como um lapso b) razoabilidade dos meios
de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão c) finalidade administrativa
avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, discipli- d) subjetividade coletiva

27
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

03. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA a) Legalidade e da impessoalidade.


ADMINISTRATIVA - FCC/2013) Os princípios que regem a b) Publicidade e da eficiência.
Administração pública podem ser expressos ou implícitos. A c) Moralidade e da publicidade.
propósito deles é possível afirmar que: d) Isonomia e da impessoalidade.
a) moralidade, legalidade, publicidade e impessoalidade e) Legalidade e da indisponibilidade do interesse público.
são princípios expressos, assim como a eficiência, hierarqui-
camente superior aos demais. 08. (TRT - 5ª REGIÃO (BA) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
b) supremacia do interesse público não consta como ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013) O artigo 37 da Cons-
princípio expresso, mas informa a atuação da Administração tituição Federal dispõe que a Administração pública deve
pública assim como os demais princípios, tais como eficiên- obediência a uma série de princípios básicos, dentre eles o
cia, legalidade e moralidade. da legalidade. É correto afirmar que a legalidade, como prin-
c) os princípios da moralidade, legalidade, supremacia do in- cípio de administração, significa que o administrador públi-
teresse público e indisponibilidade do interesse público são ex- co, em sua atividade funcional,
pressos e, como tal, hierarquicamente superiores aos implícitos. a) pode fazer tudo que a lei não proíba, porque a Cons-
d) eficiência, moralidade, legalidade, impessoalidade e tituição Federal garante que “ninguém será obrigado a fazer
indisponibilidade do interesse público são princípios expres- ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
sos e, como tal, hierarquicamente superiores aos implícitos. b) está vinculado à lei, não aos princípios administrati-
e) impessoalidade, eficiência, indisponibilidade do inte- vos.
resse público e supremacia do interesse público são prin- c) deve atuar conforme a lei e o direito, observando, in-
cípios implícitos, mas de igual hierarquia aos princípios ex- clusive, os princípios administrativos.
pressos. d) está adstrito à lei, mas dela poderá afastar-se desde
que autorizado a assim agir por norma regulamentar.
04. (SESACRE – FISIOTERAPEUTA - FUNCAB/2013) e) está adstrito à lei, mas poderá preteri-la desde que o
O princípio administrativo que impõe o controle de resul- faça autorizado por acordo de vontades, porque na Admi-
tados da Administração Pública, a redução do desperdício e nistração pública vige o princípio da autonomia da vontade.
a execução do serviço público com rendimento funcional é
denominado princípio da:
09. (TJ-SP – JUIZ - VUNESP/2013) O princípio da auto-
a) legalidade.
tutela administrativa, consagrado no Enunciado nº 473 das
b) impessoalidade.
c) eficiência. Súmulas do STF (“473 – a Administração pode anular seus
d) publicidade. próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ile-
e) moralidade. gais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
05. (PC-RJ - OFICIAL DE CARTÓRIO - IBFC/2013) A os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
Constituição Federal e o ordenamento jurídico em geral apreciação judicial”), fundamento invocado pela Administra-
consagram explicitamente alguns princípios orientadores de ção para desfazer ato administrativo que afete interesse do
toda a atividade da Administração Pública. Assinale a alter- administrado, desfavorecendo sua posição jurídica,
nativa em que os dois princípios citados decorrem implicita- a) confunde-se com a chamada tutela administrativa.
mente do ordenamento jurídico: b) prescinde da instauração de prévio procedimento
a) Proporcionalidade e razoabilidade. administrativo, pois tem como objetivo a restauração da
b) Finalidade e motivação. ordem jurídica, em respeito ao princípio da legalidade que
c) Ampla defesa e contraditório. rege a Administração Pública.
d) Segurança jurídica e interesse público. c) exige prévia instauração de processo administrativo,
e) Autotutela e continuidade dos serviços públicos. para assegurar o devido processo legal.
d) pode ser invocado apenas em relação aos atos admi-
06. (SEPLAG-MG – DIREITO - IBFC/2013) “O interes-
nistrativos ilegais.
se público, sendo qualificado como próprio da coletividade,
não se encontra à livre disposição de quem quer que seja, 10. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
por inapropriáveis. Ao próprio órgão administrativo que o FCC/2013) No tocante ao regime jurídico aplicável às socie-
representa incumbe apenas guardá-lo e realizá-lo”. O texto dades de economia mista, que explorem atividade econômi-
refere-se ao: ca em sentido estrito, é correto afirmar que;
a) Princípio da Legalidade. a) dependem de autorização legislativa para alienação
b) Princípio da Eficiência. de bens de seu patrimônio
c) Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. b) gozam de privilégios processuais como o prazo em
d) Princípio da Impessoalidade. quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.
c) não estão sujeitas à fiscalização pela Comissão de Va-
07. (MPE-SP - ANALISTA DE PROMOTORIA II - lores Mobiliários.
IBFC/2013) O princípio da especialidade decorre dos prin- d) necessitam de autorização legislativa específica para
cípios da: criação de cada subsidiária.

28
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e) são obrigadas a ter em sua estrutura um Conselho razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
de Administração, assegurada participação aos acionistas contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiên-
minoritários. cia”. Observe que as letras “A”, “B”, “C” e “D” estão expressas
nesta lei e os que não estão expressos são autotutela e con-
01. Resposta: “D”. Para Dirley da Cunha Júnior, “o va- tinuidade dos serviços públicos.
lor segurança jurídica é consagrado por vários outros prin-
cípios: direito adquirido, ato jurídico perfeito, coisa julgada, 06. Resposta: “C”. Alexandre Mazza ensina que “O
irretroatividade da lei entre outros. Este princípio enaltece supraprincípio da indisponibilidade do interesse público
a ideia de proteger o passado (relações jurídicas já consoli- enuncia que os agentes públicos não são donos do interes-
dadas) e tornar o futuro previsível, de modo a não infringir  se por eles defendido. Assim, no exercício da função admi-
surpresas desagradáveis ao administrado. Visa à proteção nistrativa os agentes públicos estão obrigados a atuar, não
da confiança e a garantia de certeza e estabilidade das rela- segundo sua própria vontade, mas do modo determinado
ções e situações jurídicas”. pela legislação. Como decorrência dessa indisponibilidade,
não se admite tampouco que os agentes renunciem aos po-
02. Resposta: “C”. Para Hely Lopes Meirelles, o princí- deres legalmente conferidos ou que transacionem em juízo”.
pio da impessoal idade “nada mais é do que o clássico
princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador 07. Resposta: “E”. Maria Sylva Zanela di Pietro leciona:
público que só pratique o ato para seu fim legal. E o fim “Dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do in-
legal é unicamente aquele que a norma de Direito in- teresse público, decorrem, dentre outros, o da especialida-
dica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de de, concernente à ideia de descentralização administrativa.
forma impessoal”. Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas administra-
tivas - as autarquias - como forma de descentralizar a pres-
03. Resposta: “B”. Os princípios da Supremacia do In- tação de serviços públicos, com vistas à especialização de
teresse Público e da Indisponibilidade do Interesse Público, função, a lei que cria a entidade estabelece com precisão as
apesar de implícitos no ordenamento jurídico, são tidos finalidades que lhe incumbe atender, de tal modo que não
como pilares do regime jurídico-administrativo. Isto se deve cabe aos seus administradores afastar-se dos objetivos defi-
ao fato de que todos os demais princípios da administra- nidos na lei; isto precisamente pelo fato de não terem a livre
ção pública são desdobramentos desses dois princípios em disponibilidade dos interesses públicos”.
questão, cuja relevância é tanta que são conhecidos como
supraprincípios da administração pública. 08. Resposta: “C”. O administrador está adstrito tan-
Letra “A”: incorreta. Não há hierarquia entre os princí- to ao princípio da legalidade quanto ao da moralidade, não
pios, eles se resolvem por ponderação. bastando respeitar a lei estrita, sua atitude deve ser guiada
Letra “C”: incorreta. O princípio da supremacia do inte- pelos demais princípios administrativos.
resse público e indisponibilidade do interesse público não Letra “A”: incorreta. Trata-se da legalidade para o par-
são expressos. ticular.
Letra “D”: incorreta. O princípio da indisponibilidade do Letra “B”: incorreta. A Administração Pública está, sim,
vinculada aos princípios administrativos também.
interesse público não é um princípio expresso. Não há hierar-
Letra “D” e “E”: incorretas. A Administração não pode
quia entre os princípios expressos em relação aos implícitos.
Letra “E”: incorreta. Os princípios da impessoalidade e afastar-se da lei, o que existe é uma certa margem de discri-
eficiência são princípios expressos. cionariedade que o legislador, às vezes, deixa à Administra-
ção para decidir sobre alguns atos, o que não se confunde
OBS: Cuidado porque algumas bancas consideram prin- com arbitrariedade, que é agir com conveniência e oportu-
cípios expressos apenas o que estão previstos na Constitui- nidade fora dos limites da lei.
ção Federal e outras consideram que os princípios admi-
nistrativos que estiverem escritos em lei são explícitos. Pro- 09. Resposta: “C”. O art. 5º, LV da Constituição Fede-
porcionalidade, razoabilidade, finalidade, motivação, ampla ral garante o contraditório e ampla defesa aos litigantes em
defesa, contraditório, segurança jurídica e interesse público processo judicial ou administrativo (“aos litigantes, em pro-
constam expressamente no artigo 2º da Lei nº 9784/99. cesso judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios
04. Resposta: “C”. Segundo Alexandre Mazza: “Econo- e recursos a ela inerentes”). Cuidado com a palavra “pres-
micidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, pro- cinde” muito comum em questões de prova que significa
dutividade e rendimento funcional são valores encarecidos “dispensável”.
pelo princípio da eficiência”.
10. Resposta: “E”. O amparo da reposta está no art. 239
05. Resposta: “E”. Tudo indica que a questão foi reti- da Lei nº 6404/76: “As companhias de economia mista terão
rada da Lei nº 9784/99. Repare o que diz a Lei nº 9784/99, obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à
no seu art. 2º: “A Administração Pública obedecerá, dentre minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior
número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo”.
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,

29
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES duzindo regularmente seus efeitos, podendo inclusive ser


executado compulsoriamente, em virtude das consequên-
cias do regime jurídico-administrativo.
01 - (TJ/DF - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE
REGISTROS – CESPE/2014) Em relação ao regime jurídico RESPOSTA: “B”.
-administrativo e aos princípios aplicáveis à administração
pública, assinale a opção correta 02 - (TER/PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011Parte
A) É obrigatória a observância do princípio da publici- superior do formulário) “Um dos princípios da Adminis-
tração Pública exige que a atividade administrativa seja
dade nos processos administrativos, mediante a divulga-
exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional.
ção oficial dos atos administrativos, inclusive os relaciona-
A função administrativa já não se contenta em ser desem-
dos ao direito à intimidade. penhada apenas com legalidade, exigindo resultados posi-
B) A presunção de legitimidade dos atos administrati- tivos para o serviço público e satisfatório atendimento das
vos, que impõe aos particulares o ônus de provar eventuais necessidades da comunidade e de seus membros” (Hely
vícios existentes em tais atos, decorre do regime jurídico- Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasileiro).
administrativo aplicável à administração pública O conceito refere-se ao princípio da
C) É obrigatória a observância do princípio da publici- A) impessoalidade.
dade nos processos administrativos, mediante a divulga- B) eficiência.
C) legalidade.
ção oficial dos atos administrativos, inclusive os relaciona-
D) moralidade.
dos ao direito à intimidade.
E) publicidade.
D) A violação do princípio da moralidade administrativa
não pode ser fundamento exclusivo para o controle judicial Diante do enunciado podemos destacar algumas ex-
realizado por meio de ação popular. pressões que nos ajudarão a resolver o problema proposto,
E) Para que determinada conduta seja caracterizada quais sejam: “atividade administrativa exercida com pres-
como ato de improbidade administrativa violadora do teza, perfeição e rendimento funcional” e ainda “exigindo
princípio da impessoalidade, é necessária a comprovação resultados positivos para o serviço público e satisfatório...”
do respectivo dano ao erário. Pois bem, estamos diante das características do Princí-
pio da Eficiência, que em seu conceito temos a imposição
exigível à Administração Pública de manter ou ampliar a
O regime jurídico-administrativo aplicável à Adminis-
qualidade dos serviços que presta ou põe a disposição dos
tração Pública é um regramento de direito público, sendo administrados, evitando desperdícios e buscando a exce-
aplicável aos órgãos e entidades vinculadas e que compõe lência na prestação dos serviços.
a administração pública e ainda à atuação dos agentes ad- Pelo Princípio da Eficiência, a Administração Pública
ministrativos em geral. tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa
Tem seu embasamento na concepção de existência de prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere
poderes especiais passíveis de ser exercidos pela adminis- e mais econômica, melhorando o custo-benefício da ativi-
tração pública, por meio de seus órgãos e entidades, e ex- dade da administração pública, devendo ser prestada com
perfeição e satisfação dos usuários.
teriorizados pode meio de seus agentes, que por sua vez é
controlado ou limitado por imposições também especiais à
RESPOSTA “B”.
atuação da administração pública, não existentes nas rela-
ções de direito privado.
Justamente pela aplicabilidade do regime jurídico-ad-
ministrativo com cláusulas e prerrogativas especiais confe-
ridas à Administração Pública decorre a presunção de legi-
timidade dos atos administrativos, assim entendido como
ou atributo ou característica do ato em si.
Assim, uma vez praticado o ato administrativo, ele se
presume legítimo e, em princípio, apto para produzir os
efeitos que lhe são inerentes, cabendo então ao adminis-
trado a prova de eventual vício do ato, caso pretenda ver
afastada a sua aplicação, dessa maneira verificamos que o
Estado, diante da presunção de legitimidade, não precisa
comprovar a regularidade dos seus atos.
Dessa maneira, mesmo quando revestido de vícios, o
ato administrativo, até sua futura revogação ou anulação,
tem eficácia plena desde o momento de sua edição, pro-

30
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Lei 8.666/93 – artigos 01 a 06 e 20 a 26,......................................................................................................................................................... 01


Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), ................................................................................................................................................ 04
Lei 11.340/06 (Maria da Penha), ........................................................................................................................................................................ 10
Lei 11.343/06 (Drogas), ......................................................................................................................................................................................... 15
Código de Transito Brasileiro (art. 302 ao 312‐A), ...................................................................................................................................... 23
Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente – Da prática de ato infracional, dos crimes em espécie e das infrações
administrativas). ....................................................................................................................................................................................................... 24
Constituição do Estado de Santa Catarina: artigos 105 e 109‐A. ......................................................................................................... 29
Norma que dispõe sobre o quadro de pessoal dos servidores do Instituto Geral de Perícias (Lei nº 15.156/10), .......... 31
Lei Complementar 610/13, .................................................................................................................................................................................. 45
Lei 16.772/16. ............................................................................................................................................................................................................ 48
Lei 12.737/12 (Lei Carolina Dieckmann), ........................................................................................................................................................ 52
Lei12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), .................................................................................................................................................. 53
Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos)........................................................................................................................................................ 60
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

cia impertinente ou irrelevante para o específico objeto do


LEI 8.666/93 – contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo
ARTIGOS 01 A 06 E 20 A 26, e no art. 3o da Lei no8.248, de 23 de outubro de 1991; (Re‐
dação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza
comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer ou‐
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 tra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no
que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos,
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Fe‐ mesmo quando envolvidos financiamentos de agências in‐
deral, institui normas para licitações e contratos da Admi‐ ternacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e
nistração Pública e dá outras providências. no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de de‐
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐ sempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: bens e serviços:
I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
Capítulo I II - produzidos no País;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
Seção I IV - produzidos ou prestados por empresas que invis‐
Dos Princípios tam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licita‐ V - produzidos ou prestados por empresas que com‐
ções e contratos administrativos pertinentes a obras, ser‐ provem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei
viços, inclusive de publicidade, compras, alienações e lo‐ para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previ‐
cações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do dência Social e que atendam às regras de acessibilidade
Distrito Federal e dos Municípios. previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, 2015) (Vigência)
além dos órgãos da administração direta, os fundos es‐ § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e aces‐
peciais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas síveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quan‐
públicas, as sociedades de economia mista e demais enti‐ to ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
dades controladas direta ou indiretamente pela União, Es‐
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
tados, Distrito Federal e Municípios.
§ 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabeleci‐
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade,
da margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº
compras, alienações, concessões, permissões e locações da
13.146, de 2015) (Vigência)
Administração Pública, quando contratadas com terceiros,
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais
serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas
que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela
as hipóteses previstas nesta Lei.
Lei nº 13.146, de 2015)
Parágrafo  único. Para os fins desta Lei, considera-se
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entida‐ II - bens e serviços produzidos ou prestados por em‐
des da Administração Pública e particulares, em que haja presas que comprovem cumprimento de reserva de cargos
um acordo de vontades para a formação de vínculo e a prevista em lei para pessoa com deficiência ou para rea‐
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a deno‐ bilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
minação utilizada. acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância 13.146, de 2015)
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da pro‐ § 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será
posta mais vantajosa para a administração e a promoção estabelecida com base em estudos revistos periodicamen‐
do desenvolvimento nacional sustentável e será processa‐ te, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em
da e julgada em estrita conformidade com os princípios consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, Decreto nº 7.546, de 2011) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012)
da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, (Vide Decreto nº 7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento de 2012)
objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº
Lei nº 12.349, de 2010) (Regulamento) (Regulamento) (Re‐ 12.349, de 2010)
gulamento) II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais
§ 1o É vedado aos agentes públicos: e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convo‐ III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados
cação, cláusulas ou condições que comprometam, restrin‐ no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
jam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído
casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferên‐ pela Lei nº 12.349, de 2010)
cias ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou V - em suas revisões, análise retrospectiva de resulta‐
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstân‐ dos. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

1
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacio‐ Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovi‐
nais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica da pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm
realizados no País, poderá ser estabelecido margem de pre‐ direito público subjetivo à fiel observância do pertinente
ferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer ci‐
nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) dadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem trabalhos.
os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo fede‐ Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto
ral, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele pra‐
25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos ticado em qualquer esfera da Administração Pública.
manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas
12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) licitações terão como expressão monetária a moeda cor‐
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo rente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei,
não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de devendo cada unidade da Administração, no pagamento
produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela das obrigações relativas ao fornecimento de bens, loca‐
Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) ções, realização de obras e prestação de serviços, obe‐
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (In‐ decer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita
cluído pela Lei nº 12.349, de 2010) ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do quando presentes relevantes razões de interesse público
art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº e mediante prévia justificativa da autoridade competente,
12.349, de 2010) devidamente publicada.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o po‐ § 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus
derá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e servi‐ valores corrigidos por critérios previstos no ato convocató‐
ços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do rio e que lhes preservem o valor.
Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo
Decreto nº 7.546, de 2011)
pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos
serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da
créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
autoridade competente, exigir que o contratado promova,
de 1994)
em favor de órgão ou entidade integrante da administração
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos
pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo
decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o
isonômico, medidas de compensação comercial, industrial,
limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do
tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financia‐
que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no
mento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida
pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação
de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manu‐ Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem
tenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às mi‐
informação e comunicação, considerados estratégicos em croempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei.
ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restri‐ (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
ta a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e
produzidos de acordo com o processo produtivo básico de Seção II
que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído Das Definições
pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício finan‐ Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:
ceiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recu‐
disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indica‐ peração ou ampliação, realizada por execução direta ou
ção do volume de recursos destinados a cada uma delas. indireta;
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) II - Serviço - toda atividade destinada a obter deter‐
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas de‐ minada utilidade de interesse para a Administração, tais
mais normas de licitação e contratos devem privilegiar o como: demolição, conserto, instalação, montagem, ope‐
tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e ração, conservação, reparação, adaptação, manutenção,
empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou traba‐
Lei Complementar nº 147, de 2014) lhos técnico-profissionais;
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para
sobre as demais preferências previstas na legislação quando fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangei‐ IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens
ros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) a terceiros;

2
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aque‐ f) orçamento detalhado do custo global da obra, fun‐
las cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) ve‐ damentado em quantitativos de serviços e fornecimentos
zes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 propriamente avaliados;
desta Lei; X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos ne‐
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cum‐ cessários e suficientes à execução completa da obra, de
primento das obrigações assumidas por empresas em lici‐ acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira
tações e contratos; de Normas Técnicas - ABNT;
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e en‐ XI - Administração Pública - a administração direta e
tidades da Administração, pelos próprios meios; indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
VIII  -  Execução indireta  -  a que o órgão ou entidade Municípios, abrangendo inclusive as entidades com perso‐
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regi‐ nalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
mes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;
a) empreitada por preço global - quando se contrata XII - Administração - órgão, entidade ou unidade ad‐
a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; ministrativa pela qual a Administração Pública opera e atua
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata concretamente;
a execução da obra ou do serviço por preço certo de uni‐ XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da
dades determinadas; Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municí‐
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para peque‐ pios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada
nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento pela Lei nº 8.883, de 1994)
de materiais; XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do
e) empreitada integral - quando se contrata um em‐ instrumento contratual;
preendimento em sua integralidade, compreendendo to‐ XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária
das as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, de contrato com a Administração Pública;
sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entre‐
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial,
ga ao contratante em condições de entrada em operação,
criada pela Administração com a função de receber, exami‐
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utiliza‐
nar e julgar todos os documentos e procedimentos relati‐
ção em condições de segurança estrutural e operacional e
vos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
com as características adequadas às finalidades para que
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos
foi contratada;
manufaturados, produzidos no território nacional de acor‐
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários
do com o processo produtivo básico ou com as regras de
e suficientes, com nível de precisão adequado, para carac‐
terizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluí‐
objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos do pela Lei nº 12.349, de 2010)
estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País,
técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, XIX - sistemas de tecnologia de informação e comuni‐
devendo conter os seguintes elementos: cação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da in‐
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a formação e comunicação cuja descontinuidade provoque
fornecer visão global da obra e identificar todos os seus dano significativo à administração pública e que envolvam
elementos constitutivos com clareza; pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às
b)  soluções técnicas globais e localizadas, suficiente‐ informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segu‐
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de rança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de
reformulação ou de variantes durante as fases de elabora‐ 2010)
ção do projeto executivo e de realização das obras e mon‐ XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens,
tagem; insumos, serviços e obras necessários para atividade de
c)  identificação dos tipos de serviços a executar e de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tec‐
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como nologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto
suas especificações que assegurem os melhores resultados de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluí‐
para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo do pela Lei nº 13.243, de 2016)
para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução
de métodos construtivos, instalações provisórias e condi‐
ções organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e
gestão da obra, compreendendo a sua programação, a es‐
tratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros
dados necessários em cada caso;

3
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO II
LEI 10.826/03 DO REGISTRO
(ESTATUTO DO DESARMAMENTO),
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. registradas no Comando do Exército, na forma do regulamen‐
to desta Lei.
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de ar‐ Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
mas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Ar‐ interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade,
mas – Sinarm, define crimes e dá outras providências. atender aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐ de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que
CAPÍTULO I poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS pela Lei nº 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocu‐
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituí‐ pação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
do no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal,
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na
tem circunscrição em todo o território nacional.
forma disposta no regulamento desta Lei.
Art. 2o Ao Sinarm compete:
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma
I – identificar as características e a propriedade de ar‐
de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabele‐
mas de fogo, mediante cadastro;
cidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas
intransferível esta autorização.
e vendidas no País;
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade
fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal; estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extra‐ nº 11.706, de 2008)
vio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar § 3o A empresa que comercializar arma de fogo em ter‐
os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamen‐ ritório nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade
to de empresas de segurança privada e de transporte de competente, como também a manter banco de dados com
valores; todas as características da arma e cópia dos documentos pre‐
V – identificar as modificações que alterem as caracte‐ vistos neste artigo.
rísticas ou o funcionamento de arma de fogo; § 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessó‐
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já exis‐ rios e munições responde legalmente por essas mercadorias,
tentes; ficando registradas como de sua propriedade enquanto não
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclu‐ forem vendidas.
sive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais; § 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem munições entre pessoas físicas somente será efetivada me‐
como conceder licença para exercer a atividade; diante autorização do Sinarm.
IX – cadastrar mediante registro os produtores, ataca‐ § 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será
distas, varejistas, exportadores e importadores autorizados concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no pra‐
de armas de fogo, acessórios e munições; zo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as ca‐ do interessado.
racterísticas das impressões de raiamento e de microestria‐ § 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do
mento de projétil disparado, conforme marcação e testes cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
obrigatoriamente realizados pelo fabricante; § 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessa‐
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de do em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove
porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem estar autorizado a portar arma com as mesmas características
como manter o cadastro atualizado para consulta. daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Parágrafo único. As disposições deste artigo não al‐ Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com va‐
cançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, lidade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário
bem como as demais que constem dos seus registros pró‐ a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua re‐
prios. sidência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei
nº 10.884, de 2004)

4
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expe‐ IX – para os integrantes das entidades de desporto le‐
dido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do galmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem
Sinarm. o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei,
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Fe‐
não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido deral do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de
no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº
Registro de Arma de Fogo. 11.501, de 2007)
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92
registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e
Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros
optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções
deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de docu‐ Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional
mento de identificação pessoal e comprovante de residência do Ministério Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do cum‐ 2012)
primento das demais exigências constantes dos incisos I a III § 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI
do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, do caput  deste artigo terão direito de portar arma de fogo
de 2008) (Prorrogação de prazo) de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corpo‐
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o des‐ ração ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
te artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provi‐ aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela
sório, expedido na rede mundial de computadores - internet, Lei nº 11.706, de 2008)
na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a § 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)  § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
I - emissão de certificado de registro provisório pela inter‐ guardas prisionais poderão portar arma de fogo de proprieda‐
net, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela de particular ou fornecida pela respectiva corporação ou ins‐
Lei nº 11.706, de 2008) tituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia pela Lei nº 12.993, de 2014)
Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que esti‐ I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído
mar como necessário para a emissão definitiva do certificado de pela Lei nº 12.993, de 2014)
registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regu‐
lamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
CAPÍTULO III III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
DO PORTE controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o § 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos
território nacional, salvo para os casos previstos em legislação integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
própria e para: X do caput deste artigo está condicionada à comprovação
I – os integrantes das Forças Armadas; do requisito a que se refere o inciso III do caput  do art.
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
do caput do art. 144 da Constituição Federal; desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhen‐ guardas municipais está condicionada à formação funcio‐
tos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regula‐ nal de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de
mento desta Lei; atividade policial e à existência de mecanismos de fiscaliza‐
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios ção e de controle interno, nas condições estabelecidas no
com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (qui‐ regulamento desta Lei, observada a supervisão do Coman‐
nhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada do do Exército. (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
pela Lei nº 10.867, de 2004) § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inte‐ federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
ligência e os agentes do Departamento de Segurança do Ga‐ militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem
binete de Segurança Institucional da Presidência da República; o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumpri‐
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. mento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na
51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
forma do regulamento desta Lei.
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guar‐
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vin‐
das prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guar‐
te e cinco) anos que comprovem depender do emprego de
das portuárias;
arma de fogo para prover sua subsistência alimentar fa‐
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte
miliar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma
de valores constituídas, nos termos desta Lei;

5
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 Público designará os servidores de seus quadros pessoais no
(dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a exercício de funções de segurança que poderão portar arma
16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por
necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexa‐ cento) do número de servidores que exerçam funções de se‐
dos os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº gurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
11.706, de 2008) § 3o O porte de arma pelos servidores das instituições
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei de que trata este artigo fica condicionado à apresentação de
nº 11.706, de 2008) documentação comprobatória do preenchimento dos requi‐
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído sitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação
pela Lei nº 11.706, de 2008) funcional em estabelecimentos de ensino de atividade poli‐
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº cial e à existência de mecanismos de fiscalização e de con‐
11.706, de 2008) trole interno, nas condições estabelecidas no regulamento
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações § 4o A listagem dos servidores das instituições de que
penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Si‐
disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada narm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
pela Lei nº 11.706, de 2008) § 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Muni‐ a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Fede‐
cípios que integram regiões metropolitanas será autorizado ral eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob
nº 11.706, de 2008) sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
das empresas de segurança privada e de transporte de valo‐ Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades despor‐
res, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, res‐ tivas legalmente constituídas devem obedecer às condições
ponsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão compe‐
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas tente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a
observar as condições de uso e de armazenagem estabeleci‐ arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
das pelo órgão competente, sendo o certificado de registro Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização
e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em do porte de arma para os responsáveis pela segurança de
nome da empresa. cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei,
de segurança privada e de transporte de valores responderá o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo
pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, para colecionadores, atiradores e caçadores e de represen‐
sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se tantes estrangeiros em competição internacional oficial de
deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polí‐ tiro realizada no território nacional.
cia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo
de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob de uso permitido, em todo o território nacional, é de com‐
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de petência da Polícia Federal e somente será concedida após
ocorrido o fato. autorização do Sinarm.
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores § 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser con‐
deverá apresentar documentação comprobatória do preen‐ cedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos ter‐
chimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quan‐ mos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
to aos empregados que portarão arma de fogo. I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua inte‐
neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao gridade física;
Sinarm. II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores III – apresentar documentação de propriedade de arma de
das instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de pro‐ fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
priedade, responsabilidade e guarda das respectivas institui‐ § 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista
ções, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o
devendo estas observar as condições de uso e de armaze‐ portador dela seja detido ou abordado em estado de embria‐
nagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o cer‐ guez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.
tificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei nº constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços
12.694, de 2012) relativos:
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que I – ao registro de arma de fogo;
trata este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído II – à renovação de registro de arma de fogo;
pela Lei nº 12.694, de 2012) III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;

6
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
V – à renovação de porte de arma de fogo; Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançá‐
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma vel, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome
de fogo. do agente. (Vide Adin 3.112-1)
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manu‐
tenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando Disparo de arma de fogo
do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
artigo as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finali‐
a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº dade a prática de outro crime:
11.706, de 2008) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançá‐
as condições do credenciamento de profissionais pela Polícia vel. (Vide Adin 3.112-1)
Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capaci‐
dade técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Lei nº 11.706, de 2008) Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber,
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor co‐ ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
brado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocul‐
honorários profissionais para realização de avaliação psicoló‐ tar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou
gica constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de restrito, sem autorização e em desacordo com determinação
Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) legal ou regulamentar:
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor co‐ Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
brado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluí‐ I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer si‐
do pela Lei nº 11.706, de 2008) nal de identificação de arma de fogo ou artefato;
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ II – modificar as características de arma de fogo, de forma
1  e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profis‐
o
a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou res‐
sional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) trito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a
erro autoridade policial, perito ou juiz;
CAPÍTULO IV III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explo‐
DOS CRIMES E DAS PENAS sivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, aces‐ de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
sório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determi‐ identificação raspado, suprimido ou adulterado;
nação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou de‐ V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamen‐
pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja te, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: adolescente; e
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal,
ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para Comércio ilegal de arma de fogo
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adul‐
sob sua posse ou que seja de sua propriedade: terar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprie‐ ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem auto‐
tário ou diretor responsável de empresa de segurança e trans‐ rização ou em desacordo com determinação legal ou regula‐
porte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial mentar:
e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou in‐
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas dustrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação
depois de ocorrido o fato. de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em residência.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em Tráfico internacional de arma de fogo
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, empres‐ Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída
tar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, aces‐
fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização sório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é belecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do
aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou muni‐ Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a
ção forem de uso proibido ou restrito. ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706,
18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por de 2008)
integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e § 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das
8o desta Lei. armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são in‐ seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído
suscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1) pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de res‐
CAPÍTULO V ponsabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao
DISPOSIÇÕES GERAIS seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei
nº 11.706, de 2008)
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do § 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o en‐
disposto nesta Lei. caminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente,
a definição das armas de fogo e demais produtos controla‐ da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas
dos, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei
valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder nº 11.706, de 2008)
Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exérci‐ Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comerciali‐
to. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) zação e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão armas de fogo, que com estas se possam confundir.
estar acondicionadas em embalagens com sistema de código Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e
de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identifica‐ os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à
ção do fabricante e do adquirente, entre outras informações coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Co‐
definidas pelo regulamento desta Lei. mando do Exército.
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, ex‐
expedidas autorizações de compra de munição com identi‐ cepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.
ficação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às
forma do regulamento desta Lei. aquisições dos Comandos Militares.
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
da data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrín‐ adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entida‐
seco de segurança e de identificação, gravado no corpo da des constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art.
arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
órgãos previstos no art. 6o. Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas muni‐ concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação
cipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
e no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo
de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas ativi‐ de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, pe‐
dades, mediante autorização concedida nos termos definidos rante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta
em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. ônus para o requerente.
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu
alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais pro‐ registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresen‐
dutos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito tação de documento de identificação pessoal e comprovante
de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores. de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de
do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual
interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo constem as características da arma e a sua condição de pro‐
juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo prietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e
de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos do cumprimento das demais exigências constantes dos inci‐
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma sos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei
do regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
de 2008) Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá
Exército que receberem parecer favorável à doação, obedeci‐ obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de re‐
dos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de gistro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta
segurança pública, atendidos os critérios de prioridade esta‐ Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

8
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo TABELA DE TAXAS


adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entre‐ ATO ADMINISTRATIVO R$
gá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos
termos do regulamento desta Lei. I - Registro de arma de fogo:  
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo - até 31 de dezembro de 2008 Gratuito
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e,
presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do re‐   (art. 30)
gulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse - a partir de 1  de janeiro de 2009
o
60,00
irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
II - Renovação do certificado de
de 2008)  
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) registro de arma de fogo:
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil   Gratuito
reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especifi‐ - até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, §
car o regulamento desta Lei:
3 o)
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário,
marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qual‐    
quer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de - a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
arma ou munição sem a devida autorização ou com inobser‐
vância das normas de segurança; III - Registro de arma de fogo para 60,00
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos empresa de segurança privada e de
que realize publicidade para venda, estimulando o uso indis‐ transporte
criminado de armas de fogo, exceto nas publicações especia‐ de valores  
lizadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, IV - Renovação do certificado de
com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adota‐ registro de arma de fogo para empresa  
rão, sob pena de responsabilidade, as providências necessá‐ de
rias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os segurança privada e de transporte de
eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição  
valores:
Federal.
   
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela presta‐
ção dos serviços de transporte internacional e interestadual - até 30 de junho de 2008 30,00
de passageiros adotarão as providências necessárias para evi‐    
tar o embarque de passageiros armados.
   
CAPÍTULO VI - de 1  de julho de 2008 a 31 de
o
45,00
DISPOSIÇÕES FINAIS outubro de 2008
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e    
munição em todo o território nacional, salvo para as entida‐ - a partir de 1  de novembro de 2008
o
60,00
des previstas no art. 6o desta Lei.
V - Expedição de porte de arma de
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de 1.000,00
aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em fogo
outubro de 2005. VI - Renovação de porte de arma de
1.000,00
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o dis‐ fogo
posto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de
VII - Expedição de segunda via de
seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral. 60,00
certificado de registro de arma de fogo
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de
1997. VIII - Expedição de segunda via de
60,00
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. porte de arma de fogo
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência
e 115o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003
ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

9
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
LEI 11.340/06 (MARIA DA PENHA),
MULHER
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência do‐
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e méstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão
familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento fí‐
Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de sico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:(Vide
Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Lei complementar nº 150, de 2015)
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Jui‐ como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou
zados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade
de Execução Penal; e dá outras providências. formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐ III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agres‐
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: sor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independen‐
temente de coabitação.
TÍTULO I Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES artigo independem de orientação sexual.
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
CAPÍTULO II
do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMI‐
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra
LIAR
a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Pu‐
CONTRA A MULHER
nir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tra‐
tados internacionais ratificados pela República Federativa
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar con‐
do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
tra a mulher, entre outras:
Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medi‐ I - a violência física, entendida como qualquer conduta
das de assistência e proteção às mulheres em situação de que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
violência doméstica e familiar. II - a violência psicológica, entendida como qualquer
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da au‐
raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educa‐ toestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desen‐
cional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais ine‐ volvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
rentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as opor‐ comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
tunidades e facilidades para viver sem violência, preservar constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vi‐
sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, gilância constante, perseguição contumaz, insulto, chanta‐
intelectual e social. gem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir
Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à psicológica e à autodeterminação;
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidada‐ que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de
nia, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
familiar e comunitária. coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a uti‐
§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem lizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao ma‐
relações domésticas e familiares no sentido de resguardá trimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
-las de toda forma de negligência, discriminação, explora‐ coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ção, violência, crueldade e opressão. ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer
criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos conduta que configure retenção, subtração, destruição par‐
direitos enunciados no caput. cial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, docu‐
Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados mentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econô‐
os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as con‐ micos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
dições peculiares das mulheres em situação de violência V - a violência moral, entendida como qualquer conduta
doméstica e familiar. que configure calúnia, difamação ou injúria.

10
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

TÍTULO III CAPÍTULO II


DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIO‐ DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIO‐
LÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR LÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência
doméstica e familiar será prestada de forma articulada e con‐
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência do‐ forme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica
méstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema
conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Dis‐ Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas
trito Federal e dos Municípios e de ações não-governamen‐ públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
tais, tendo por diretrizes: § 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Mi‐ em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de pro‐
nistério Público e da Defensoria Pública com as áreas de se‐ gramas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
gurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho § 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência
e habitação; doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e psicológica:
outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública,
e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequên‐ integrante da administração direta ou indireta;
cias e à frequência da violência doméstica e familiar contra a II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário
mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das § 3o A assistência à mulher em situação de violência
medidas adotadas; doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefí‐
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos cios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológi‐
valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coi‐ co, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
bir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e
violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de
art. 221 da Constituição Federal; violência sexual.
IV - a implementação de atendimento policial especiali‐
zado para as mulheres, em particular nas Delegacias de Aten‐ CAPÍTULO III
dimento à Mulher; DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
V - a promoção e a realização de campanhas educativas
de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mu‐ Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violên‐
lher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a cia doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial
difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato,
humanos das mulheres; as providências legais cabíveis.
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, ter‐ Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo
mos ou outros instrumentos de promoção de parceria entre ao descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.
órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-go‐ Art. 11. No atendimento à mulher em situação de vio‐
vernamentais, tendo por objetivo a implementação de pro‐ lência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre
gramas de erradicação da violência doméstica e familiar con‐ outras providências:
tra a mulher; I - garantir proteção policial, quando necessário, comuni‐
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, cando de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profis‐ II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde
sionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no e ao Instituto Médico Legal;
inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia; III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependen‐
VIII - a promoção de programas educacionais que dis‐ tes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
seminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegu‐
pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou rar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do
etnia; domicílio familiar;
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os ní‐ V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta
veis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos hu‐ Lei e os serviços disponíveis.
manos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao proble‐ Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar
ma da violência doméstica e familiar contra a mulher. contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autori‐
dade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos,
sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e to‐
mar a representação a termo, se apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclareci‐
mento do fato e de suas circunstâncias;

11
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ex‐ CAPÍTULO II


pediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
concessão de medidas protetivas de urgência; Seção I
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de Disposições Gerais
delito da ofendida e requisitar outros exames periciais neces‐
sários; Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofen‐
V - ouvir o agressor e as testemunhas; dida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as
autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a exis‐ medidas protetivas de urgência;
tência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrên‐ II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão
cias policiais contra ele; de assistência judiciária, quando for o caso;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial III - comunicar ao Ministério Público para que adote as
ao juiz e ao Ministério Público. providências cabíveis.
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela au‐ Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser
toridade policial e deverá conter: concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou
I - qualificação da ofendida e do agressor; a pedido da ofendida.
II - nome e idade dos dependentes; § 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser con‐
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas cedidas de imediato, independentemente de audiência das
solicitadas pela ofendida. partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este
§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento ser prontamente comunicado.
referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos os § 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas
documentos disponíveis em posse da ofendida. isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a
§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os
prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
saúde. § 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público
ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas
TÍTULO IV de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender ne‐
DOS PROCEDIMENTOS cessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
CAPÍTULO I patrimônio, ouvido o Ministério Público.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da ins‐
trução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decre‐
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das tada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público
causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência ou mediante representação da autoridade policial.
doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preven‐
dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da legisla‐ tiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para
ção específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei. razões que a justifiquem.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos pro‐
contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competên‐ cessuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes
cia cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do
Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o advogado constituído ou do defensor público.
julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intima‐
violência doméstica e familiar contra a mulher. ção ou notificação ao agressor.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se Seção II
em horário noturno, conforme dispuserem as normas de or‐ Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o
ganização judiciária. Agressor
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e fa‐
processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado: miliar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá
I - do seu domicílio ou de sua residência; aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separada‐
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; mente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre
III - do domicílio do agressor. outras:
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à repre‐ I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas,
sentação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei
renúncia à representação perante o juiz, em audiência espe‐ no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
cialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência
da denúncia e ouvido o Ministério Público. com a ofendida;
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência do‐ III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
méstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das tes‐
ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição temunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e
de pena que implique o pagamento isolado de multa. o agressor;

12
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas CAPÍTULO III


por qualquer meio de comunicação; DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
c) frequentação de determinados lugares a fim de preser‐
var a integridade física e psicológica da ofendida; Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência
menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou doméstica e familiar contra a mulher.
serviço similar; Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. outras atribuições, nos casos de violência doméstica e fa‐
§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a miliar contra a mulher, quando necessário:
aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde,
que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, de educação, de assistência social e de segurança, entre
devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público. outros;
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particu‐
o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do lares de atendimento à mulher em situação de violência
art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas ad‐
comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as ministrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer
medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a irregularidades constatadas;
restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar
agressor responsável pelo cumprimento da determinação ju‐ contra a mulher.
dicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de
desobediência, conforme o caso. CAPÍTULO IV
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxí‐
lio da força policial. Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais,
§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que
a mulher em situação de violência doméstica e familiar de‐
couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei
verá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previs‐
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
to no art. 19 desta Lei.
Seção III
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de vio‐
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
lência doméstica e familiar o acesso aos serviços de De‐
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de
fensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos
outras medidas:
termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendi‐
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a progra‐
ma oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; mento específico e humanizado.
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do TÍTULO V
agressor; DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem
prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e ali‐ Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar
mentos; contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar
IV - determinar a separação de corpos. com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser in‐
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da socieda‐ tegrada por profissionais especializados nas áreas psicos‐
de conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, social, jurídica e de saúde.
o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidis‐
entre outras: ciplinar, entre outras atribuições que lhe forem reservadas
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz,
agressor à ofendida; ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante lau‐
II - proibição temporária para a celebração de atos e con‐ dos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos
tratos de compra, venda e locação de propriedade em co‐ de orientação, encaminhamento, prevenção e outras me‐
mum, salvo expressa autorização judicial; didas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares,
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
ao agressor; Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avalia‐
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito ção mais aprofundada, o juiz poderá determinar a manifes‐
judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática tação de profissional especializado, mediante a indicação
de violência doméstica e familiar contra a ofendida. da equipe de atendimento multidisciplinar.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório compe‐ Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua pro‐
tente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. posta orçamentária, poderá prever recursos para a criação
e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar,
nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

13
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

TÍTULO VI Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Municípios, no limite de suas competências e nos termos
das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Vio‐ estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada
lência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas cri‐ exercício financeiro, para a implementação das medidas
minais acumularão as competências cível e criminal para estabelecidas nesta Lei.
conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de vio‐ Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem
lência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação Art. 41. Aos crimes praticados com violência domésti‐
processual pertinente. ca e familiar contra a mulher, independentemente da pena
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferên‐ prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de
cia, nas varas criminais, para o processo e o julgamento das 1995.
causas referidas no caput. Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de ou‐
tubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar
TÍTULO VII acrescido do seguinte inciso IV:
DISPOSIÇÕES FINAIS “Art. 313. .................................................
................................................................
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Domés‐ IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar
tica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada contra a mulher, nos termos da lei específica, para garantir
pela implantação das curadorias necessárias e do serviço a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)
de assistência judiciária. Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu‐ no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa
nicípios poderão criar e promover, no limite das respectivas a vigorar com a seguinte redação:
competências: “Art. 61. ..................................................
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar .................................................................
para mulheres e respectivos dependentes em situação de II - ............................................................
violência doméstica e familiar; .................................................................
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos depen‐ f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de re‐
dentes menores em situação de violência doméstica e fa‐ lações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou
miliar; com violência contra a mulher na forma da lei específica;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços ........................................................... ” (NR)
de saúde e centros de perícia médico-legal especializados Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
no atendimento à mulher em situação de violência domés‐ dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as
tica e familiar; seguintes alterações:
IV - programas e campanhas de enfrentamento da vio‐ “Art. 129. ..................................................
lência doméstica e familiar; ..................................................................
V - centros de educação e de reabilitação para os § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, des‐
agressores. cendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu‐ conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
nicípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos‐
programas às diretrizes e aos princípios desta Lei. pitalidade:
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindivi‐ Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
duais previstos nesta Lei poderá ser exercida, concorrente‐ ..................................................................
mente, pelo Ministério Público e por associação de atuação § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será au‐
na área, regularmente constituída há pelo menos um ano, mentada de um terço se o crime for cometido contra pes‐
nos termos da legislação civil. soa portadora de deficiência.” (NR)
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição pode‐ Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de
rá ser dispensado pelo juiz quando entender que não há 1984  (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a se‐
outra entidade com representatividade adequada para o guinte redação:
ajuizamento da demanda coletiva. “Art. 152. ...................................................
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica con‐
familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de dados tra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento
dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim obrigatório do agressor a programas de recuperação e ree‐
de subsidiar o sistema nacional de dados e informações ducação.” (NR)
relativo às mulheres. Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dias após sua publicação.
dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas in‐ Brasília, 7 de agosto de 2006; 185o da Independência e
formações criminais para a base de dados do Ministério da 118o da República.
Justiça.

14
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
LEI 11.343/06 (DROGAS) DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
SOBRE DROGAS

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. Art. 4o São princípios do Sisnad:


I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa hu‐
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre mana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua li‐
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso berdade;
indevido, atenção e reinserção social de usuários e depen‐ II - o respeito à diversidade e às especificidades popu‐
dentes de drogas; estabelece normas para repressão à pro‐ lacionais existentes;
dução não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cida‐
crimes e dá outras providências. dania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores
de proteção para o uso indevido de drogas e outros com‐
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐ portamentos correlacionados;
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla par‐
ticipação social, para o estabelecimento dos fundamentos
TÍTULO I e estratégias do Sisnad;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES V - a promoção da responsabilidade compartilhada
entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas participação social nas atividades do Sisnad;
Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua
usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
VII - a integração das estratégias nacionais e interna‐
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
cionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
drogas e define crimes.
social de usuários e dependentes de drogas e de repressão
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se
à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
como drogas as substâncias ou os produtos capazes de
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público
causar dependência, assim especificados em lei ou rela‐
e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação
cionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder
mútua nas atividades do Sisnad;
Executivo da União.
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que re‐
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, conheça a interdependência e a natureza complementar
as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e
exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser reinserção social de usuários e dependentes de drogas, re‐
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de pressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de
autorização legal ou regulamentar, bem como o que es‐ drogas;
tabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre X - a observância do equilíbrio entre as atividades de
Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
de uso estritamente ritualístico-religioso. usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste garantir a estabilidade e o bem-estar social;
artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, XI - a observância às orientações e normas emanadas
em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
respeitadas as ressalvas supramencionadas. Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando
TÍTULO II a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e
SOBRE DROGAS outros comportamentos correlacionados;
II - promover a construção e a socialização do conheci‐
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, mento sobre drogas no país;
organizar e coordenar as atividades relacionadas com: III - promover a integração entre as políticas de pre‐
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinser‐ venção do uso indevido, atenção e reinserção social de
ção social de usuários e dependentes de drogas; usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
ilícito de drogas. públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União,
Distrito Federal, Estados e Municípios;
IV - assegurar as condições para a coordenação, a in‐
tegração e a articulação das atividades de que trata o art.
3o desta Lei.

15
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO II III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilida‐


DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO de individual em relação ao uso indevido de drogas;
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS IV - o compartilhamento de responsabilidades e a cola‐
SOBRE DROGAS boração mútua com as instituições do setor privado e com os
diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependen‐
Art. 6o (VETADO) tes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabele‐
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação cimento de parcerias;
central e a execução descentralizada das atividades realiza‐ V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e
das em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e adequadas às especificidades socioculturais das diversas po‐
municipal e se constitui matéria definida no regulamento pulações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
desta Lei. VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento
Art. 8o (VETADO) do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis
CAPÍTULO III das atividades de natureza preventiva, quando da definição
(VETADO) dos objetivos a serem alcançados;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vul‐
Art. 9o (VETADO) neráveis da população, levando em consideração as suas ne‐
Art. 10. (VETADO) cessidades específicas;
Art. 11. (VETADO) VIII - a articulação entre os serviços e organizações que
Art. 12. (VETADO) atuam em atividades de prevenção do uso indevido de dro‐
Art. 13. (VETADO) gas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas
Art. 14. (VETADO) e respectivos familiares;
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais,
CAPÍTULO IV artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFOR‐ social e de melhoria da qualidade de vida;
MAÇÕES X - o estabelecimento de políticas de formação conti‐
SOBRE DROGAS nuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para
profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
Art. 15. (VETADO) XI - a implantação de projetos pedagógicos de preven‐
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da aten‐ ção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino
ção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacio‐
dependentes de drogas devem comunicar ao órgão com‐ nais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
petente do respectivo sistema municipal de saúde os casos XII - a observância das orientações e normas emanadas
atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade do Conad;
das pessoas, conforme orientações emanadas da União. XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao social de políticas setoriais específicas.
tráfico ilícito de drogas integrarão Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso in‐
sistema de informações do Poder Executivo. devido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deve‐
rão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo
TÍTULO III Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVI‐ - Conanda.
DO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDEN‐ CAPÍTULO II
TES DE DROGAS DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO
CAPÍTULO I SOCIAL
DA PREVENÇÃO DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso in‐ Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e
devido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito
para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida
promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção. e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas.
drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares,
fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integra‐
sua relação com a comunidade à qual pertence; ção ou reintegração em redes sociais.
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamenta‐ Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social
ção científica como forma de orientar as ações dos serviços do usuário e do dependente de drogas e respectivos familia‐
públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e res devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;

16
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, in‐ § 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo
dependentemente de quaisquer condições, observados os pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da subs‐
direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e di‐ tância apreendida, ao local e às condições em que se desen‐
retrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de volveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como
Assistência Social; à conduta e aos antecedentes do agente.
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
reinserção social do usuário e do dependente de drogas e artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos in‐
socioculturais; cisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
III - definição de projeto terapêutico individualizado, máximo de 10 (dez) meses.
orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e § 5o A prestação de serviços à comunidade será cumpri‐
de danos sociais e à saúde; da em programas comunitários, entidades educacionais ou
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públi‐
respectivos familiares, sempre que possível, de forma multi‐ cos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferen‐
disciplinar e por equipes multiprofissionais; cialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de
V - observância das orientações e normas emanadas do usuários e dependentes de drogas.
Conad; § 6o Para garantia do cumprimento das medidas educa‐
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle tivas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injus‐
social de políticas setoriais específicas. tificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos sucessivamente a:
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão I - admoestação verbal;
programas de atenção ao usuário e ao dependente de dro‐ II - multa.
gas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque
princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a pre‐ à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
visão orçamentária adequada. saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento es‐
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu‐ pecializado.
nicípios poderão conceder benefícios às instituições privadas Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se re‐
que desenvolverem programas de reinserção no mercado de fere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à repro‐
trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminha‐ vabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em
dos por órgão oficial. quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucra‐ (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade
tivos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da as‐ econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três)
sistência social, que atendam usuários ou dependentes de vezes o valor do maior salário mínimo.
drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da
sua disponibilidade orçamentária e financeira. multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à con‐
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em ra‐ ta do Fundo Nacional Antidrogas.
zão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, execução das penas, observado, no tocante à interrupção do
têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
pelo respectivo sistema penitenciário.
TÍTULO IV
CAPÍTULO III DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
DOS CRIMES E DAS PENAS E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO I
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser DISPOSIÇÕES GERAIS
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substi‐
tuídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o Art. 31. É indispensável a licença prévia da autorida‐
defensor. de competente para produzir, extrair, fabricar, transformar,
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, trans‐ preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar,
portar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, dro‐
ou regulamentar será submetido às seguintes penas: gas ou matéria-prima destinada à sua preparação, obser‐
I - advertência sobre os efeitos das drogas; vadas as demais exigências legais.
II - prestação de serviços à comunidade; Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente des‐
III - medida educativa de comparecimento a programa truídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que
ou curso educativo. recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu tudo lavrando auto de levantamento das condições encon‐
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destina‐ tradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas
das à preparação de pequena quantidade de substância ou necessárias para a preservação da prova. (Redação dada
produto capaz de causar dependência física ou psíquica. pela Lei nº 12.961, de 2014)

17
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, ven‐
2014) der, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, ins‐
2014) trumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, prepara‐
§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir ção, produção ou transformação de drogas, sem autorização
a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessá‐ ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
rias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de
do Meio Ambiente - Sisnama. praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos
§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Consti‐ Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
tuição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo
incorre quem se associa para a prática reiterada do crime defi‐
CAPÍTULO II
nido no art. 36 desta Lei.
DOS CRIMES Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos cri‐
mes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organi‐
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda zação ou associação destinados à prática de qualquer dos cri‐
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com mes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pa‐ 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
gamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem
dias-multa. que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e paga‐
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, mento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamen‐ Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Con‐
te, sem autorização ou em desacordo com determinação selho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consu‐
químico destinado à preparação de drogas; mo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização outrem:
ou em desacordo com determinação legal ou regulamen‐ Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além
tar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva
preparação de drogas; ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400
tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigi‐ (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas
lância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis)
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com de‐
anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa,
terminação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de
se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte
drogas. coletivo de passageiros.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
de droga: (Vide ADI nº 4.274) aumentadas de um sexto a dois terços, se:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a trans‐
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de nacionalidade do delito;
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a con‐ II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função
sumirem: pública ou no desempenho de missão de educação, poder fa‐
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pa‐ miliar, guarda ou vigilância;
gamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou
dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hos‐
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste ar‐ pitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
tigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho
terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diver‐
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, sões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de de‐
não se dedique às atividades criminosas nem integre orga‐ pendentes de drogas ou de reinserção social, de unidades mi‐
nização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012) litares ou policiais ou em transportes públicos;

18
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave CAPÍTULO III


ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de DO PROCEDIMENTO PENAL
intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou Art. 48. O procedimento relativo aos processos por cri‐
entre estes e o Distrito Federal; mes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capí‐
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou ado‐ tulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Códi‐
lescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou go de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
suprimida a capacidade de entendimento e determinação; § 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art.
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes pre‐
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar volunta‐ vistos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado
riamente com a investigação policial e o processo criminal na na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de
identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais
na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso
Criminais.
de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei,
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com pre‐
não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato
ponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a
ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou,
natureza e a quantidade da substância ou do produto, a per‐
sonalidade e a conduta social do agente. na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer,
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta requisições dos exames e perícias necessários.
Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada § 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências pre‐
um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor vistas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela
não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a
maior salário-mínimo. detenção do agente.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de § 4o Concluídos os procedimentos de que trata o §
crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser 2  deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo
o

aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação eco‐ de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciá‐
nômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que ria entender conveniente, e em seguida liberado.
aplicadas no máximo. § 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Mi‐
a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, nistério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
suas penas em restritivas de direitos. Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33,
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste ar‐ caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circuns‐
tigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento tâncias o recomendem, empregará os instrumentos proteti‐
de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente vos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei no9.807,
específico. de 13 de julho de 1999.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da de‐
pendência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou Seção I
força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, Da Investigação
qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteira‐
mente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de de‐
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de
terminar-se de acordo com esse entendimento.
polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecen‐
competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual
do, por força pericial, que este apresentava, à época do fato
previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte
artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encami‐ e quatro) horas.
nhamento para tratamento médico adequado. § 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em fla‐
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois grante e estabelecimento da materialidade do delito, é su‐
terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta ficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade
Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de pessoa idônea.
determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o §
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em 1o deste artigo não ficará impedido de participar da elabora‐
avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do ção do laudo definitivo.
agente para tratamento, realizada por profissional de saúde § 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz,
com competência específica na forma da lei, determinará que no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do
a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. laudo de constatação e determinará a destruição das drogas
apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização
do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

19
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 4o A destruição das drogas será executada pelo dele‐ Seção II


gado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na Da Instrução Criminal
presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. (In‐
cluído pela Lei nº 12.961, de 2014) Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial,
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informa‐
destruição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto cir‐ ção, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10
cunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
a destruição total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) I - requerer o arquivamento;
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a II - requisitar as diligências que entender necessárias;
ocorrência de prisão em flagrante será feita por incinera‐ III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e
ção, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da requerer as demais provas que entender pertinentes.
apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação
laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimen‐ do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo
to dos §§ 3o a 5o do art. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de de 10 (dez) dias.
2014) § 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exce‐
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de ções, o acusado poderá arguir preliminares e invocar todas as
30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) razões de defesa, oferecer documentos e justificações, espe‐
dias, quando solto. cificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo po‐ (cinco), arrolar testemunhas.
dem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, me‐ § 2o As exceções serão processadas em apartado, nos ter‐
diante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. mos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outu‐
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta bro de 1941 - Código de Processo Penal.
Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
inquérito ao juízo: nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, conceden‐
do-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justifi‐
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
cando as razões que a levaram à classificação do delito, indi‐
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo
cando a quantidade e natureza da substância ou do produto
de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realiza‐
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a
ção de diligências, exames e perícias.
ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qua‐
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora
lificação e os antecedentes do agente; ou
para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação
II - requererá sua devolução para a realização de diligên‐
pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do as‐
cias necessárias. sistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuí‐ § 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do
zo de diligências complementares: disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz,
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar
resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 do denunciado de suas atividades, se for funcionário público,
(três) dias antes da audiência de instrução e julgamento; comunicando ao órgão respectivo.
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e § 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será
valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento
nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo com‐ da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação
petente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e jul‐ para atestar dependência de drogas, quando se realizará em
gamento. 90 (noventa) dias.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relati‐ Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o
va aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será
previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Mi‐ dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministé‐
nistério Público, os seguintes procedimentos investigatórios: rio Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral,
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de inves‐ pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável
tigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes; por mais 10 (dez), a critério do juiz.
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz
seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido,
sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com formulando as perguntas correspondentes se o entender per‐
a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de tinente e relevante.
integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuí‐ Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de
zo da ação penal cabível. imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a para isso lhe sejam conclusos.
autorização será concedida desde que sejam conhecidos o Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e
itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se
de colaboradores. à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim
reconhecido na sentença condenatória.

20
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO IV § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste ar‐


DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO tigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos
DE BENS DO ACUSADO como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciá‐
ria que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério juízo competente a intimação do Ministério Público.
Público ou mediante representação da autoridade de polí‐ § 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao
cia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário apreen‐
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da dido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos
ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias
relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consis‐ autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das corres‐
tentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que pondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos
constituam proveito auferido com sua prática, proceden‐ o recibo.
do-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, § 4o Após a instauração da competente ação penal, o
de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá
§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas nes‐ ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à
te artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a
(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas União, por intermédio da Senad, indicar para serem coloca‐
acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto dos sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária,
da decisão. de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de
o juiz decidirá pela sua liberação. repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.
o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz de‐ § 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os
terminar a prática de atos necessários à conservação de fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de alie‐
bens, direitos ou valores. nação deverá conter a relação de todos os demais bens
§ 4o A ordem de apreensão ou sequestro de bens, di‐ apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um
reitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o
Ministério Público, quando a sua execução imediata possa local onde se encontram.
comprometer as investigações. § 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da pro‐ será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação au‐
va dos fatos e comprovado o interesse público ou social, tônoma em relação aos da ação penal principal.
ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante auto‐ § 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos se‐
rização do juízo competente, ouvido o Ministério Público rão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de
e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para
utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo de‐
prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção so‐ curso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacio‐
cial de usuários e dependentes de drogas e na repressão nados, cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério
à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, Público e o interessado, este, se for o caso, por edital com
exclusivamente no interesse dessas atividades. prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, § 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará
trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados
expedição de certificado provisório de registro e licencia‐ em leilão.
mento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, § 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em con‐
ficando esta livre do pagamento de multas, encargos e tri‐ ta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal res‐
butos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que pectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com
decretar o seu perdimento em favor da União. os valores de que trata o § 3o deste artigo.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quais‐ § 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos inter‐
quer outros meios de transporte, os maquinários, utensí‐ postos contra as decisões proferidas no curso do procedi‐
lios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utiliza‐ mento previsto neste artigo.
dos para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a § 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste
sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações
de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão reco‐ ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
lhidas na forma de legislação específica. ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de
§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor
qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha
de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua respon‐ deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas,
sabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
autorização judicial, ouvido o Ministério Público. decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

21
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560,
sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, se‐ de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distri‐
questrado ou declarado indisponível. to Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes ti‐ básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento
pificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, de dados necessários à atualização do sistema previsto no
após decretado o seu perdimento em favor da União, serão art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
revertidos diretamente ao Funad. Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas fí‐
e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de
sido decretado em favor da União. drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o deste Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de em‐
artigo. presas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino,
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem,
do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declara‐ drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou
dos perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liqui‐
poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da dação, sejam lacradas suas instalações;
legislação vigente. II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em
convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com orga‐ depósito, das drogas arrecadadas;
nismos orientados para a prevenção do uso indevido de dro‐ III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acom‐
gas, a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes panhar o feito.
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos
e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao trá‐
não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só
fico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos
podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na
e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execu‐
área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a des‐
ção de programas relacionados à questão das drogas.
tinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste artigo,
TÍTULO V
o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública,
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos
Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-in‐ § 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas espe‐
tervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do cialidades farmacêuticas em condições de emprego terapêu‐
respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos tico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da
regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídi‐ Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos
cos internacionais relacionados à questão das drogas, de que nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional,
o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicita‐ são da competência da Justiça Federal.
do, cooperação a outros países e organismos internacionais e, Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que
quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de: não sejam sede de vara federal serão processados e julgados
I - intercâmbio de informações sobre legislações, expe‐ na vara federal da circunscrição respectiva.
riências, projetos e programas voltados para atividades de pre‐ Art. 71. (VETADO)
venção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquéri‐
usuários e dependentes de drogas; to policial, o juiz, de ofício, mediante representação do delegado
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e de polícia ou a requerimento do Ministério Público, determinará
tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de ar‐ a destruição das amostras guardadas para contraprova, certifi‐
mas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos; cando isso nos autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Es‐
produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos. tados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repres‐
são do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Mu‐
TÍTULO VI nicípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e depen‐
dentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista após a sua publicação.
mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle 1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998. Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência e
118  da República.
o

22
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de ál‐


cool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligra‐
CÓDIGO DE TRANSITO BRASILEIRO
ma de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº
(ART. 302 AO 312‐A), 12.760, de 2012)
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Con‐
tran, alteração da capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei
Seção II nº 12.760, de 2012)
Dos Crimes em Espécie § 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser
obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de
automotor: prova em direito admitidos, observado o direito à contrapro‐
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou va. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir § 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os dis‐
veículo automotor. tintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de ca‐
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo racterização do crime tipificado neste artigo. (Redação dada
automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
se o agente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habi‐ a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor
litação; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) imposta com fundamento neste Código:
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluí‐ Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com
do pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo de proibição.
sem risco pessoal, à vítima do acidente; (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condena‐
12.971, de 2014) (Vigência) do que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
conduzindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído  Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) via pública, de corrida, disputa ou competição automobilísti‐
V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008) ca não autorizada pela autoridade competente, gerando si‐
§ 2o (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) tuação de risco à incolumidade pública ou privada: (Redação
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
veículo automotor: Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habi‐
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para litação para dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei
dirigir veículo automotor. nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à § 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão
metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem
(Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do aci‐ produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3
dente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas
fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) 
da autoridade pública: § 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar mor‐
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o te, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o
fato não constituir elemento de crime mais grave. resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem
o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela
por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) 
ou com ferimentos leves. Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se
acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
possa ser atribuída: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por
outra substância psicoativa que determine dependência: (Re‐ seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não
dação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e sus‐ Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
pensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de
para dirigir veículo automotor. 2012) (Vigência)
§ 1o As condutas previstas no caput  serão constatadas
por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)

23
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a se‐ Capítulo II


gurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de Dos Direitos Individuais
embarque e desembarque de passageiros, logradouros es‐
treitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liber‐
de pessoas, gerando perigo de dano: dade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação
automobilístico com vítima, na pendência do respectivo pro‐ dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado
cedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo acerca de seus direitos.
penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de indu‐ Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local
zir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. à autoridade judiciária competente e à família do apreendido
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda ou à pessoa por ele indicada.
que não iniciados, quando da inovação, o procedimento pre‐ Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena
paratório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser deter‐
312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a subs‐ minada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
tituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunida‐ basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade,
de ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades: demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais,
dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis espe‐ de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, ha‐
cializadas no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela vendo dúvida fundada.
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais Capítulo III
da rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsi‐ Das Garantias Processuais
to e politraumatizados; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
(Vigência) Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua li‐
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na berdade sem o devido processo legal.
recuperação de acidentados de trânsito; (Incluído pela Lei nº Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras,
13.281, de 2016) (Vigência) as seguintes garantias:
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendi‐ I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
mento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito. (In‐ infracional, mediante citação ou meio equivalente;
cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) II - igualdade na relação processual, podendo confron‐
tar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as pro‐
vas necessárias à sua defesa;
LEI 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos neces‐
E DO ADOLESCENTE
sitados, na forma da lei;
– DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL, V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
DOS CRIMES EM ESPÉCIE competente;
E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS). VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou res‐
ponsável em qualquer fase do procedimento.

Título III Capítulo IV


Da Prática de Ato Infracional Das Medidas Sócio-Educativas
Capítulo I Seção I
Disposições Gerais Disposições Gerais

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a au‐
como crime ou contravenção penal. toridade competente poderá aplicar ao adolescente as se‐
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de de‐ guintes medidas:
zoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. I - advertência;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser consi‐ II - obrigação de reparar o dano;
derada a idade do adolescente à data do fato. III - prestação de serviços à comunidade;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corres‐ IV - liberdade assistida;
ponderão as medidas previstas no art. 101. V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravi‐ de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, re‐
dade da infração. vogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador,
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será o Ministério Público e o defensor.
admitida a prestação de trabalho forçado. Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a super‐
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou defi‐ visão da autoridade competente, a realização dos seguintes
ciência mental receberão tratamento individual e especiali‐ encargos, entre outros:
zado, em local adequado às suas condições. I - promover socialmente o adolescente e sua família,
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em
99 e 100. programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar
II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficien‐ do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
tes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a III - diligenciar no sentido da profissionalização do ado‐
hipótese de remissão, nos termos do art. 127. lescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada IV - apresentar relatório do caso.
sempre que houver prova da materialidade e indícios su‐
ficientes da autoria. Seção VI
Do Regime de Semi-liberdade
Seção II
Da Advertência Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determi‐
nado desde o início, ou como forma de transição para o meio
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação ver‐ aberto, possibilitada a realização de atividades externas, inde‐
bal, que será reduzida a termo e assinada. pendentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionaliza‐
Seção III ção, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos
Da Obrigação de Reparar o Dano existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplican‐
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos do-se, no que couber, as disposições relativas à internação.
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimen‐ Seção VII
to do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da Da Internação
vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a Art. 121. A internação constitui medida privativa da liber‐
medida poderá ser substituída por outra adequada. dade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Seção IV § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a
Da Prestação de Serviços à Comunidade critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa deter‐
minação judicial em contrário.
Art. 117. A prestação de serviços comunitários con‐ § 2º A medida não comporta prazo determinado, deven‐
siste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, do sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão funda‐
por período não excedente a seis meses, junto a entidades mentada, no máximo a cada seis meses.
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de interna‐
congêneres, bem como em programas comunitários ou ção excederá a três anos.
governamentais. § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior,
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de
as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas du‐ semi-liberdade ou de liberdade assistida.
rante jornada máxima de oito horas semanais, aos sába‐ § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
dos, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedi‐
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de da de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
trabalho. § 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá
ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (In‐
Seção V cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Da Liberdade Assistida Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
quando:
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompa‐ ameaça ou violência a pessoa;
nhar, auxiliar e orientar o adolescente. II - por reiteração no cometimento de outras infrações
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para graves;
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por III - por descumprimento reiterado e injustificável da
entidade ou programa de atendimento. medida anteriormente imposta.

25
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste Art. 127. A remissão não implica necessariamente o re‐
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser conhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
decretada judicialmente após o devido processo legal. (Reda‐ prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir even‐
ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) tualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a in‐
havendo outra medida adequada. ternação.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele desti‐ ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido
nado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do
de idade, compleição física e gravidade da infração. Ministério Público.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusi‐
ve provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. Título VII
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberda‐ Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
de, entre outros, os seguintes: Capítulo I
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Dos Crimes
Ministério Público; Seção I
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; Disposições Gerais
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
que solicitada; contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem
V - ser tratado com respeito e dignidade; prejuízo do disposto na legislação penal.
VI - permanecer internado na mesma localidade ou na‐ Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
quela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao proces‐
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; so, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação públi‐
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio ca incondicionada
pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de hi‐ Seção II
giene e salubridade; Dos Crimes em Espécie
XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de man‐
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, ter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo
e desde que assim o deseje; referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à partu‐
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor riente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, de‐
de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante da‐ claração de nascimento, onde constem as intercorrências do
queles porventura depositados em poder da entidade; parto e do desenvolvimento do neonato:
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documen‐ Pena - detenção de seis meses a dois anos.
tos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempora‐ Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
riamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identi‐
motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interes‐ ficar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do
ses do adolescente. parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e art. 10 desta Lei:
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequa‐ Pena - detenção de seis meses a dois anos.
das de contenção e segurança. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Capítulo V Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liber‐
Da Remissão dade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para judiciária competente:
apuração de ato infracional, o representante do Ministério Pú‐ Pena - detenção de seis meses a dois anos.
blico poderá conceder a remissão, como forma de exclusão Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que pro‐
do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do cede à apreensão sem observância das formalidades legais.
fato, ao contexto social, bem como à personalidade do ado‐ Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
lescente e sua maior ou menor participação no ato infracional. apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata co‐
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da municação à autoridade judiciária competente e à família do
remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão apreendido ou à pessoa por ele indicada:
ou extinção do processo. Pena - detenção de seis meses a dois anos.

26
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua auto‐ Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, dis‐
ridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: tribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por
Pena - detenção de seis meses a dois anos. meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, ví‐
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997: deo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa cau‐ pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído
sa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, pela Lei nº 11.829, de 2008)
tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluí‐
Pena - detenção de seis meses a dois anos. do pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judi‐  § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste
cial, com o fim de colocação em lar substituto: artigo são puníveis quando o responsável legal pela presta‐
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. ção do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupi‐ acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
lo a terceiro, mediante paga ou recompensa: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.  Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que conte‐
ou efetiva a paga ou recompensa. nha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (In‐
ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inob‐
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
servância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
 § 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
 § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocor‐
correspondente à violência. rência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído pela
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou por‐ Lei nº 11.829, de 2008)
nográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada  I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008) pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.  II – membro de entidade, legalmente constituída, que
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, re‐ processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes re‐
cruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação feridos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste  III – representante legal e funcionários responsáveis de
artigo, ou ainda quem com esses contracena. (Redação dada provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
pela Lei nº 11.829, de 2008) computadores, até o recebimento do material relativo à notícia
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto  § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou nº 11.829, de 2008)
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)  Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adoles‐
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consan‐ cente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de
guíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo
curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído
qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu pela Lei nº 11.829, de 2008)
consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)  Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluí‐
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou do pela Lei nº 11.829, de 2008)
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou por‐ Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,
nográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
pela Lei nº 11.829, de 2008) qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material pro‐
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. duzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 11.829, de 2008)

27
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

 Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por § 1o Incorre nas penas previstas no caput  deste arti‐
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela go quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluí‐ internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
do pela Lei nº 11.829, de 2008) § 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumen‐
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (In‐ tadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho
 I – facilita ou induz o acesso à criança de material conten‐ de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
do cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com
ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Capítulo II
 II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo Das Infrações Administrativas
com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica
ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
 Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a ex‐ estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental,
pressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreen‐ pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente
de qualquer situação que envolva criança ou adolescente em os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou
atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
primordialmente sexuais (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) cando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de enti‐
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, dade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos
munição ou explosivo: incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) cando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autoriza‐
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a
ção devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato
adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros pro‐
ou documento de procedimento policial, administrativo ou
dutos cujos componentes possam causar dependência física
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
infracional:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei
cando-se o dobro em caso de reincidência.
nº 13.106, de 2015)
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcial‐
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos mente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato
de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu re‐ infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se
duzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua
físico em caso de utilização indevida: identificação, direta ou indiretamente.
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste
definidos no  caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão
exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) da publicação ou a suspensão da programação da emissora
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da até por dois dias, bem como da publicação do periódico até
perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em por dois números. (Expressão declara inconstitucional pela
favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da ADIN 869-2).
unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de
cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar
(Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017) a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a presta‐
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ção de serviço doméstico, mesmo que autorizado pelos pais
ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão ou responsável:
de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) cando-se o dobro em caso de reincidência, independente‐
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassa‐ mente das despesas de retorno do adolescente, se for o caso.
ção da licença de localização e de funcionamento do estabe‐ Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os de‐
lecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) veres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 2009) Vigência
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐
pela Lei nº 12.015, de 2009) cando-se o dobro em caso de reincidência.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompa‐ Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providen‐
nhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita ciar a instalação e operacionalização dos cadastros previstos
desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº
ou congênere: (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamen‐ Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade
to do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adoles‐
Lei nº 12.038, de 2009). centes em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em regime
(trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº
terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). 12.010, de 2009) Vigência
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qual‐ Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta‐
quer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e belecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato
85 desta Lei: encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐ conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu
cando-se o dobro em caso de reincidência. filho para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de pro‐
da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no cer‐ grama oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à con‐
tificado de classificação: vivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli‐ caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cando-se o dobro em caso de reincidência. Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer re‐
II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
presentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00
a que não se recomendem:
(dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - multa de três a vinte salários de referência, dupli‐
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
cada em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa
comercial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação
de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espe‐
táculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua
classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA
em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determi‐
nar a suspensão da programação da emissora por até dois dias. CATARINA: ARTIGOS 105 E 109‐A.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congêne‐
re classificado pelo órgão competente como inadequado às
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo: TÍTULO V
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na DA SEGURANÇA PÚBLICA
reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão CAPÍTULO I
do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até DISPOSIÇÃO GERAL
quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita Art. 105 — A segurança pública, dever do Estado,
de programação em vídeo, em desacordo com a classificação direito e responsabilidade de todos, é exercida para a pre‐
atribuída pelo órgão competente: servação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determi‐ I - Polícia Civil;
nar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. II - Polícia Militar;
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e III - Corpo de Bombeiros Militar; e
79 desta Lei: IV - Instituto Geral de Perícia.
Pena - multa de três a vinte salários de referência, du‐ § 1º — A lei disciplinará a organização, a competência, o
plicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de funcionamento e os efetivos dos órgãos responsáveis pela
apreensão da revista ou publicação. segurança pública do Estado, de maneira a garantir a efi‐
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o ciência de suas atividades.
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de § 2º — O regulamento disciplinar dos militares estaduais
criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua par‐ será revisto periodicamente, com intervalo de no máximo
ticipação no espetáculo: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cinco anos, visando o seu aprimoramento e atualização.
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em Art. 105 -A — A remuneração dos servidores policiais
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determi‐ integrantes dos órgãos relacionados no art. 105 será fixada
nar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. na forma do art. 23-A.

29
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO II CAPÍTULO III-A


DA POLÍCIA CIVIL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Art. 106 — A Polícia Civil, dirigida por delegado de polícia, Art. 108 — O Corpo de Bombeiros Militar, órgão
subordina-se ao Governador do Estado, cabendo-lhe: permanente, força auxiliar, reserva do Exército, organiza‐
I - ressalvada a competência da União, as funções de do com base na hierarquia e disciplina, subordinado ao
polícia judiciária e a apuração das infrações penais, exceto as Governador do Estado, cabe, nos limites de sua compe‐
militares; tência, além de outras atribuições estabelecidas em lei:
§1
II - (revogado – EC 39) I - realizar os serviços de prevenção de sinistros
III - a execução dos serviços administrativos de trânsito; IV ou catástrofes, de combate a incêndio e de busca e sal‐
- a supervisão dos serviços de segurança privada; vamento de pessoas e bens e o atendimento pré-hospi‐
V - o controle da propriedade e uso de armas, munições, talar;
explosivos e outros produtos controlados; II - estabelecer normas relativas à segurança das pes‐
VI - a fiscalização de jogos e diversões públicas. soas e de seus bens contra incêndio, catástrofe ou produ‐
§ 1º — O chefe da Polícia Civil, nomeado pelo Go‐ tos perigosos;
vernador do III - analisar, previamente, os projetos de segurança
Estado, será escolhido dentre os delegados de polícia. contra incêndio em edificações, contra sinistros em áreas
§ 2º — Lei complementar disporá sobre o ingresso, de risco e de armazenagem, manipulação e transporte
garantias, de produtos perigosos, acompanhar e fiscalizar sua
remuneração, organização e estruturação das carreiras execução, e impor sanções administrativas estabelecidas
da Polícia Civil. em lei;
§ 3º — Os cargos da Polícia Civil serão organizados IV - realizar perícias de incêndio e de áreas sinistradas
em escala vertical, de forma a assegurar adequada pro‐ no limite de sua competência;
porcionalidade de remuneração das diversas carreiras com a V - colaborar com os órgãos da defesa civil;
de delegado de polícia. VI - exercer a polícia judiciária militar, nos termos de
lei federal; VII - estabelecer a prevenção balneária por
CAPÍTULO III salva-vidas; e
DA POLÍCIA MILITAR VIII - prevenir acidentes e incêndios na orla marítima
e fluvial.
Art. 107 — À Polícia Militar, órgão permanente, força § 1º — O Corpo de Bombeiros Militar:
auxiliar, reserva do Exército, organizada com base na hierar‐ I - é comandado por oficial da ativa do último posto
quia e na disciplina, subordinada ao Governador do Estado, da corporação; e
cabe, nos limites de sua competência, além de outras atri‐ II - disporá de quadro de pessoal civil para a exe‐
buições estabelecidas em Lei: cução de atividades administrativas, auxiliares de apoio e
I - exercer a polícia ostensiva relacionada com: de manutenção.
a) a preservação da ordem e da segurança pública; § 2º — Os cargos não previstos nos quadros de
b) o radiopatrulhamento terrestre, aéreo, lacustre e fluvial; organização da corporação, poderão ser exercidos
c) o patrulhamento rodoviário; pelo pessoal do Corpo de Bombeiros Militar, por no‐
d) a guarda e a fiscalização das florestas e dos mananciais; meação do Governador do Estado.
e) a guarda e a fiscalização do trânsito urbano;
f) a polícia judiciária militar, nos termos de lei federal; CAPÍTULO IV
g) a proteção do meio ambiente; e DA DEFESA CIVIL
h) a garantia do exercício do poder de polícia dos ór‐
gãos e entidades públicas, especialmente da área fazendária, Art. 109 — A Defesa Civil, dever do Estado, direito
sanitária, de proteção ambiental, de uso e ocupação do e responsabilidade de todos, tem por objetivo planejar e
solo e de patrimônio cultural; promover a defesa permanente contra as calamidades
II - cooperar com órgãos de defesa civil; e públicas e situações emergenciais.
III - atuar preventivamente como força de dissuasão e § 1º — A lei disciplinará a organização, o funciona‐
repressivamente como de restauração da ordem pública. mento e o quadro de pessoal da Defesa Civil, de maneira
§ 1º — A Polícia Militar: a garantir a eficiência de suas atividades.
I - é comandada por oficial da ativa do último posto da § 2º — O Estado estimulará e apoiará, técnica e
corporação; e financeiramente, a atuação de entidades privadas na
II - disporá de quadro de pessoal civil para a execução defesa civil, particularmente os corpos de bombeiros vo‐
de atividades administrativas, auxiliares de apoio e de manu‐ luntários.
tenção.
§ 2º — Os cargos não previstos nos quadros de
organização da corporação poderão ser exercidos pelo
pessoal da Polícia Militar, por nomeação do Governador
do Estado.

30
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO IV-A I - Plano de Carreiras e Vencimentos: sistema de dire‐


DO INSTITUTO GERAL DE PERÍCIA trizes e normas que estabelecem a estrutura de carreiras,
cargos, remuneração e desenvolvimento funcional;
Art. 109-A — O Instituto Geral de Perícia é o órgão II - Quadro de Pessoal: quantitativo de cargos de
permanente de perícia oficial, competindo-lhe a realiza‐ provimento efetivo definido de acordo com as necessida‐
ção de perícias criminais, os serviços de identificação civil des do Instituto Geral de Perícias - IGP;
e crimin al, e a pesquisa e desenvolvimento de estudos III - Cargo Efetivo: conjunto de atribuições, deveres e
nesta área de atuação. responsabilidades específicas, definidas na legislação esta‐
§ 1º — A direção do Instituto e das suas dual, cometidas a servidor aprovado em concurso público;
diversas áreas de especialização serão exercidas por IV - Carreira: estrutura de desenvolvimento funcional
perito oficial de carreira, nomeado pelo Governador do servidor dentro do cargo para o qual prestou concurso
do Estado. público, composta por níveis;
§ 2º — A lei disciplinará a organização, o funciona‐ V - Desenvolvimento Funcional: evolução na carreira,
mento e o quadro de pessoal do Instituto, de maneira a mediante promoção por antiguidade, promoção por mere‐
garantir a eficiência de suas atividades. cimento e promoção extraordinária;
VI - Promoção: deslocamento funcional do servidor
ocupante de cargo efetivo, para o nível subsequente den‐
NORMA QUE DISPÕE SOBRE O QUADRO DE tro do mesmo cargo;
PESSOAL DOS SERVIDORES DO INSTITUTO VII - Nível: graduação vertical ascendente existente no
GERAL DE PERÍCIAS (LEI Nº 15.156/10), cargo;
VIII - Avaliação Funcional: processo contínuo e siste‐
mático de descrição, análise e avaliação das competências
do servidor no desempenho das atribuições do seu cargo,
LEI Nº 15.156, de 11 de maio de 2010 oportunizando o crescimento profissional, bem como pos‐
Institui o Plano de Carreiras e Vencimentos do Grupo sibilitando o alcance das metas e dos objetivos institucio‐
Segurança Pública - nais;
Perícia Oficial e adota outras providências. IX - Competências: conjunto de conhecimentos, habi‐
lidades e atitudes mobilizados pelo servidor na entrega de
Faço saber que o Governador do Estado de Santa Ca‐ resultados institucionais e individuais necessários à realiza‐
tarina, de acordo com o art. 51 da Constituição Estadual, ção das atividades e atribuições do cargo efetivo;
adotou a Medida Provisória nº 175, de 30 de março de X - Desempenho: contribuição do servidor para o al‐
2010, e eu, Deputado Gelson Merisio, Presidente da As‐ cance dos objetivos e metas do local em que estiver em
sembleia Legislativa do Estado, para os efeitos do dis‐ exercício, bem como a valorização de sua formação e sua
posto no § 8º do art. 315 do Regimento Interno, promulgo atuação; e
a seguinte Lei: XI - Enquadramento: adequação do cargo de provi‐
mento efetivo anterior para a situação estabelecida nesta
CAPÍTULO I Lei.
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
CAPÍTULO II
Art. 1º Fica instituído, nos termos desta Lei, o Pla‐ DA ESTRUTURA DO PLANO DE CARREIRAS E VEN‐
no de Carreiras e Vencimentos para o Grupo Segurança CIMENTOS
Pública - Perícia Oficial, denominado Quadro de Pessoal do Seção I
Instituto Geral de Perícias - IGP, destinado a organizar os Da Estrutura
cargos de provimento efetivo, permitindo a evolução na
carreira com o objetivo de: Art. 3º Integram a estrutura do Plano de Carreiras e
I - valorizar o potencial profissional e o nível de de‐ Vencimentos dos servidores efetivos do Quadro de Pessoal
sempenho exigido no exercício das funções de perícia e do Instituto Geral de Perícias - IGP:
identificação; I - Quadro de Pessoal (Anexo I): quantitativo de cargos
II - incentivar o desenvolvimento funcional com base em carreiras e níveis;
na igualdade de oportunidades, no mérito profissional, no II - Descrição e Especificação dos Cargos (Anexo II):
esforço pessoal e na contribuição para o alcance dos obje‐ descrição das atribuições, especificação funcional e requi‐
tivos do Instituto Geral de Perícias - IGP; sitos de investidura;
III - proporcionar transparência às práticas de remu‐ III - Quadro de Correlação (Anexo III): correlação dos
neração, bem como adoção de remuneração compatível cargos da situação anterior para a situação nova prevista
com a complexidade, responsabilidade e escolaridade para nesta Lei; e
o desempenho e o desenvolvimento no respectivo cargo; e IV - Tabela de Vencimentos (Anexo IV): valor do venci‐
IV - racionalizar e melhorar continuamente a quali‐ mento dos cargos por nível; e
dade dos serviços prestados à Segurança Pública Estadual. V - Funções Gratificadas (Anexos V e VI ): quantitativo
Art. 2º Para os efeitos desta Lei considera-se: de funções e valor das gratificações por função.

31
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Seção II § 1º A hierarquia pericial é a ordenação da autoridade


Da Composição do Quadro de Pessoal dentro da estrutura do Instituto Geral de Perícias - IGP.
§ 2º A ordenação da autoridade se dá por cargo ou
Art. 4º Os cargos que compõem o Quadro de Pessoal função de chefia, por carreiras e por níveis dentro do cargo,
do Instituto Geral de Perícias - IGP, são organizados nas se‐ nesta ordem.
guintes carreiras: § 3º A autoridade e a responsabilidade são proporcio‐
I - Perito Oficial: autoridade que desempenha ativida‐ nais ao grau hierárquico.
des de nível superior, de natureza técnica, científica e es‐ § 4º O regime hierárquico não autoriza ingerência na
pecializada, de maior complexidade quanto à observação, emissão do juízo de convencimento pericial, desde que, ao
constatação, registro, coleta, interpretação, análise e avalia‐ ser questionado, este juízo esteja devidamente fundamen‐
ção prospectiva, nos ditames da criminalística, de vestígios tado pelos procedimentos corretamente executados.
relacionados ao fato delituoso e à emissão de um juízo, Art. 8º Disciplina é a rigorosa observância e o acata‐
realizando exames periciais criminais e elaborando estudos, mento integral das leis, regulamentos, normas, determina‐
pesquisas, laudos e pareceres que exigem formação ou ha‐ ções e disposições que fundamentam a organização peri‐
bilitação específica, fundamentais para a decisão judicial, cial e coordenam seu funcionamento regular e harmônico,
nos termos das normas constitucionais e legais em vigor, traduzindo-se no cumprimento do dever pelos servidores
bem como presidir as atividades de perícia criminal e de do Instituto Geral de Perícias - IGP.
identificação civil e criminal no Estado de Santa Catarina; Parágrafo único. A disciplina agrega atitude de fideli‐
II - Técnico Pericial: desempenha atividades de nível su‐ dade profissional às disposições legais e às determinações
perior, de natureza técnica e científica, que têm por objeto técnicas e científicas fundamentadas e emanadas da auto‐
realizar exames papiloscópicos referentes à identificação ridade competente.
civil e criminal, elaborando laudos e pareceres que exigem Art. 9º São manifestações essenciais de disciplina:
habilitação específica, fundamentais para a decisão judicial, I - a correção de atitudes, de modo a preservar o res‐
nos termos das normas constitucionais e legais em vigor; e peito e o decoro da função pericial;
III - Auxiliar Pericial: desempenha atividades de nível
II - a obediência pronta às ordens não manifestamente
médio, de natureza operacional, administrativa e de apoio,
ilegais;
relacionadas ao suporte na execução das atividades afetas
III - a consciência das responsabilidades e dos deveres;
à instituição.
IV - o tratamento ao cidadão com eficiência, presteza
§ 1º As atividades desempenhadas pelos servidores
e respeito;
efetivos do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perí‐
V - a discrição de atitudes e maneiras, na linguagem
cias - IGP, envolvem atividades sujeitas a regime especial de
escrita e falada;
trabalho e a regime de plantão.
§ 2º Os cargos de provimento em comissão de Direto‐ VI - a colaboração espontânea para a eficácia e eficiên‐
res, Gerentes e Corregedor serão ocupados exclusivamente cia do Instituto Geral de Perícias - IGP;
por servidores efetivos, ativos e estáveis da carreira de Pe‐ VII - a atuação solidária para a disciplina coletiva;
rito Oficial do IGP. VIII - o acatamento dos valores e princípios éticos e
morais;
Seção III IX - o respeito às leis, aos usos e aos costumes das
Do Enquadramento localidades onde atuar, observadas as práticas técnicas na‐
cionais e internacionais; e
Art. 5º Os servidores efetivos ocupantes dos cargos X - a manutenção de comportamento correto e de de‐
pertencentes às carreiras do Quadro de Pessoal do Instituto coro na vida pública e privada.
Geral de Perícias - IGP serão enquadrados conforme linha Art. 10. O servidor que exorbitar no cumprimento de
de correlação estabelecida no Anexo III desta Lei. ordem superior, desde que legais, responderá pelos exces‐
sos que tenha cometido.
CAPÍTULO III Parágrafo único. Cabe ao servidor, ao receber uma de‐
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA terminação, solicitar os esclarecimentos necessários ao seu
total entendimento e compreensão.
Art. 6º A função pericial do Instituto Geral de Perícias –
IGP, está fundamentada nos princípios da impessoalidade, CAPÍTULO IV
moralidade, eficiência, hierarquia e disciplina. DA CARREIRA
Art. 7º A estrutura hierárquica constitui valor moral e Seção I
técnico-administrativo, sendo instrumento de controle e Do Ingresso
eficácia dos atos operacionais e administrativos e, subsi‐
diariamente, indutora da boa convivência profissional na Art. 11. A habilitação dos candidatos aos cargos das
diversidade de carreiras e níveis que compõem o quadro carreiras do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Pe‐
de servidores efetivos do Instituto Geral de Perícias - IGP, rícias - IGP, será verificada em concurso público de provi‐
visando assegurar a disciplina, a ética e o desenvolvimento mento efetivo, obedecidas às especificações contidas no
do espírito de equipe e de mútua cooperação, em ambiente edital, por meio das seguintes fases:
de estima, confiança, lealdade e respeito recíproco. I - prova escrita objetiva e/ou dissertativa;

32
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - avaliação de títulos específica para o cargo à qual Seção II


concorre o candidato; Da Nomeação, Posse e Exercício
III - avaliação da aptidão psicológica vocacionada;
IV - prova de capacidade física, exclusiva para o cargo Art. 18. O concurso público, que será homologado pelo
de Auxiliar Médico Legal; Secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa do Cida‐
V - exame toxicológico; e dão, compõe-se de procedimento seletivo que permitirá ao
VI - investigação social. candidato aprovado, obedecida a ordem de classificação, ser
Parágrafo único. Os requisitos para classificação ou nomeado e posteriormente, de forma obrigatória, matricula‐
aprovação em cada uma das fases descritas neste artigo, as do no curso de formação profissional respectivo.
modalidades das provas, seus conteúdos e formas de ava‐ Art. 19. A nomeação para os cargos de provimento efeti‐
liação, serão estabelecidos no edital do concurso público, vo do Instituto Geral de Perícias - IGP obedecerá, obrigatoria‐
de acordo com as exigências definidas nesta Lei. mente, à ordem de classificação dos candidatos no concurso
Art. 12. A prova escrita, de caráter eliminatório e clas‐ público para ingresso na carreira.
sificatório, visa revelar, teoricamente, os conhecimentos in‐ Parágrafo único. A nomeação, deferida pelo Chefe do
dispensáveis ao exercício das atribuições do cargo preten‐ Poder Executivo, será feita conforme a necessidade do ser‐
dido, e versará sobre conteúdos programáticos indicados viço público, obedecendo as regras dispostas no edital rela‐
no edital. tivas às vagas.
Art. 13. A avaliação de títulos, de caráter classificatório, Art. 20. A posse é o ato que completa a investidura no
levará em conta a realização de cursos de aperfeiçoamento cargo, podendo ser efetivada no ato da matrícula do curso de
ou exercício de atividades afins que habilitem o candidato formação profissional.
para o melhor exercício das atribuições do cargo, obedeci‐ Art. 21. Concluído o curso de formação profissional, será
dos os critérios fixados no edital. atribuído exercício aos servidores nomeados nas unidades
Art. 14. A avaliação da aptidão psicológica vocaciona‐ do Instituto Geral de Perícias - IGP.
da, de caráter eliminatório, visa verificar, tecnicamente, da‐ § 1º Feita a nomeação e cumprida a formação profissio‐
dos da personalidade do candidato e se o mesmo possui nal, sob pena de exoneração, o servidor deverá entrar em
o perfil e a capacidade mental e psicomotora específicos exercício no prazo máximo de 15 (quinze) dias.
para o exercício das atribuições do cargo a que estiver con‐ § 2º O curso de formação profissional é requisito funda‐
correndo. mental do estágio probatório, sendo que a reprovação acar‐
Art. 15. A avaliação da capacidade física, de caráter eli‐ retará a imediata exoneração do nomeado.
minatório, visa verificar se o candidato ao cargo de Auxiliar § 3º O servidor que abandonar os quadros do Instituto
Médico Legal tem condições para suportar determinadas Geral de Perícias – IGP, antes de concluído o estágio probató‐
atividades inerentes ao cargo. rio, deverá ressarcir o Estado pelas despesas decorrentes do
Parágrafo único. Para participar da prova de capacida‐ curso de formação.
de física, o candidato deverá apresentar atestado médico § 4º No edital do concurso público deverá constar o valor
no qual comprove o gozo de boa saúde e a aptidão para aproximado referente às despesas do curso de formação.
submeter-se aos exercícios discriminados no edital do con‐
curso público. Seção III
Art. 16. O exame toxicológico e a investigação social, Do Estágio Probatório
de caráter eliminatório, obedecerão aos critérios fixados no
edital. Art. 22. Os três primeiros anos de exercício nas carreiras
Art. 17. São requisitos básicos para o ingresso nas car‐ do Instituto Geral de Perícias - IGP, serão considerados como
reiras do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias período de estágio probatório, durante os quais o servidor
- IGP: será avaliado quanto à aptidão e a capacidade para o desem‐
I - ser brasileiro; penho do cargo, como condição para a aquisição de sua es‐
II - ter no mínimo dezoito anos de idade; tabilidade e ao preenchimento dos demais requisitos legais.
III - estar quite com as obrigações eleitoral e militar; Art. 23. O servidor das carreiras do Quadro de Pessoal do
IV - não registrar sentença penal condenatória transi‐ Instituto Geral de Perícias – IGP, em estágio probatório, será
tada em julgado; avaliado pelo seu chefe imediato, que deverá informar, em
V - estar em gozo dos direitos políticos; formulário de Acompanhamento de Desempenho Funcional,
VI - ter conduta social ilibada; a cada seis meses, sua aptidão e seu desempenho, levando
VII - ter capacidade física e aptidão psicológica compa‐ em conta os seguintes fatores:
tíveis com o cargo pretendido; I - assiduidade;
VIII - possuir carteira nacional de habilitação, mínimo II - pontualidade;
categoria “B”; e III - comprometimento com a instituição;
IX - ser portador de diploma ou certificado de nível IV - relacionamento interpessoal;
correspondente ao exigido para o cargo. V - eficiência;
VI - iniciativa;
VII - conduta ética; e
VIII - produtividade.

33
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Parágrafo único. Para fins deste artigo considera-se: VIII - formular e encaminhar relatório conclusivo sobre
I - assiduidade: frequência diária na unidade de traba‐ o desempenho dos servidores ao Diretor-Geral e à Secreta‐
lho com o cumprimento integral da jornada de trabalho; ria de Estado da Administração, cujo teor deverá contem‐
II - pontualidade: cumprimento dos horários de chega‐ plar a assinatura da maioria dos integrantes da Comissão.
da e saída e saídas nos intervalos da unidade de trabalho, Art. 27. O resultado obtido no Acompanhamento de
inclusive nas convocações para serviços periciais; Desempenho Funcional será utilizado:
III - comprometimento com a instituição: fiel cumpri‐ I - a fim de conferir estabilidade ao servidor conside‐
mento dos deveres de servidor público; rado apto; e
IV - relacionamento interpessoal: capacidade de se co‐ II - para o fim de exoneração do servidor considerado
municar e de interagir com a equipe de trabalho e com inapto.
terceiros; Parágrafo único. Será assegurado ao avaliado o conhe‐
V - eficiência: capacidade de atingir resultados no tra‐ cimento dos conceitos estabelecidos no Acompanhamento
balho com qualidade e rapidez, considerando as condições de Desempenho Funcional.
oferecidas pelo Instituto para tanto; Art. 28. É vedado ao servidor em estágio probatório:
VI - iniciativa: ações espontâneas e apresentação de I - disposição ou convocação para atuar em outro ór‐
ideias em prol da solução de problemas da unidade de gão ou entidade estadual ou da federação;
trabalho, visando seu bom funcionamento, qualidade do II - remoção, designação ou redistribuição para outro
trabalho e produtividade; órgão ou entidade;
VII - conduta ética: postura de honestidade, responsa‐ III - afastamento para cursar pós-graduação;
bilidade e respeito à Instituição e ao sigilo das informações, IV - licença para tratar de assuntos de interesses par‐
às quais tem acesso em decorrência do trabalho e obser‐ ticulares;
vância a regras, normas e instruções regulamentares; e V - desenvolvimento funcional através de promoção;
VIII - produtividade: capacidade de atingir as metas VI - licença por mudança de domicílio;
atribuídas nos prazos previstos. VII - licença especial para exercer cargo de direção em
Art. 24. A apuração do atendimento aos requisitos du‐
organizações sindicais;
rante o estágio probatório far-se-á no formulário de Acom‐
VIII - exercício de cargo em comissão ou função em
panhamento de Desempenho Funcional, elaborada pela
órgão ou entidade não pertencente ao Poder Executivo Es‐
chefia imediata e encaminhada, reservadamente, à Comis‐
tadual; e
são Permanente de Avaliação Especial.
IX - usufruto de licença-prêmio.
Parágrafo único. A avaliação do desempenho funcio‐
Art. 29. Fica suspensa e prorrogada a contagem de
nal poderá ser feita, ainda, em funcionalidade técnica com
tempo, para efeito de homologação do estágio probatório,
acesso restrito à chefia imediata e membros da Comissão
ao servidor que estiver em:
Permanente de Avaliação Especial.
Art. 25. Será constituída Comissão Permanente de Ava‐ I - exercício de cargo em comissão e função técnica ou
liação Especial para cada carreira, integrada por no mínimo gratificada no Poder Executivo Estadual, salvo se compatí‐
3 (três) membros, composta, obrigatoriamente, por servi‐ vel com as atribuições do cargo efetivo;
dores de cargo efetivo em exercício no Instituto Geral de II - licença para tratamento de saúde;
Perícias - IGP. III - licença por motivo de doença em pessoa da família;
Art. 26. Compete à Comissão Permanente de Avaliação IV - licença para repouso à gestante;
Especial: V - licença para concorrer e exercer cargo eletivo;
I - coordenar e orientar a aplicação do formulário de VI - licença especial para atender menor adotado;
Acompanhamento de Desempenho Funcional; VII - readaptação funcional;
II - elaborar em conjunto com o Setor de Recursos Hu‐ VIII - afastamento do cargo para responder processo
manos do Instituto Geral de Perícias o formulário de Acom‐ administrativo
panhamento de Desempenho Funcional; disciplinar;
III - fixar cronograma de trabalho para cada período de IX - licença por acidente de serviço; e
avaliação; X - licença para o serviço militar obrigatório.
IV - dar conhecimento prévio aos avaliados das nor‐ Parágrafo único. Os afastamentos tratados nos incisos
mas, critérios e conceitos a serem utilizados nas avaliações; II a VIII deste artigo, não poderão exceder o prazo estabe‐
V - analisar recurso interposto pelos servidores, em ra‐ lecido na legislação específica.
zão da avaliação realizada pela chefia imediata; Art. 30. O servidor em estágio probatório só poderá
VI - avaliar e decidir sobre questões que tenham com‐ ser movimentado no âmbito do Instituto Geral de Perícias
prometido ou dificultado a aplicação das avaliações pelos - IGP, desde que seja para atender a imperiosa necessidade
avaliadores e avaliados, sugerindo medidas às unidades do serviço público e para continuar exercendo as atribui‐
competentes; ções do cargo para qual foi nomeado.
VII - sugerir a exoneração do servidor em processo
sumário específico, quando o mesmo não for considerado
apto para o cargo ou apresentar comportamento crimino‐
so ou ilegal; e

34
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Seção IV III - for condenado, enquanto durar o cumprimento in‐


Da Lotação tegral da pena, mesmo com a concessão da suspensão ou
livramento condicional, nos termos do Código de Processo
Art. 31. O servidor efetivo do Quadro de Pessoal do Ins‐ Penal;
tituto Geral de Perícias - IGP será lotado em unidades do IV - estiver em estágio probatório;
Instituto Geral de Perícias - IGP. V - estiver licenciado para tratar de interesses particula‐
§ 1º O servidor terá exercício na unidade em que for res; e
lotado, exceto nos casos de interesse público com expressa VI - estiver em disponibilidade, salvo interesse da Secre‐
e fundamentada autorização do Diretor-Geral. taria de Estado da Segurança Pública e Defesa do Cidadão.
§ 2º O afastamento do servidor de sua lotação só se Art. 37. Não poderá, ainda, ser promovido por mereci‐
verificará com expressa autorização do chefe imediato, ve‐ mento, o servidor que:
rificado o interesse do serviço público, e com anuência do I - estiver em gozo de licença para tratamento de saúde
de pessoa da família, por mais de 3 (três) meses;
Diretor-Geral.
II - estiver em exercício de mandato eletivo, cuja carga
§ 3º Considera-se requisito obrigatório para movimen‐
horária de trabalho seja incompatível com o exercício da fun‐
tação a permanência mínima de 2 (dois) anos na lotação em
ção pericial;
que estiver vinculado, exceto por imperiosa necessidade do
III - estiver no exercício de cargo ou função pública civil
serviço. temporária não eletiva, inclusive da administração indireta,
Art. 32. A escolha da unidade lotacional para o efetivo fundações, autarquias, economia mista e empresas públicas;
exercício do cargo, dentre as vagas disponibilizadas em con‐ e
curso público, será realizada após o término do Curso de IV - estiver licenciado para realizar quaisquer cursos em
Formação Profissional, respeitando a ordem de classificação nível de doutorado, mestrado, especialização ou similares, na
obtida pelos alunos, ao final do respectivo curso, ressalvados forma da legislação específica e desde que não tenha relação
os casos em que a escolha da unidade de lotação seja feita direta com a atividade pericial.
no ato da inscrição do concurso público. Art. 38. A análise do curso e registro no Sistema Inte‐
grado de Gestão de Recursos Humanos - SIGRH, para efeito
CAPÍTULO V de desenvolvimento funcional, será procedida pelo Setor de
DO DESENVOLVIMENTO FUNCIONAL Recursos Humanos do Instituto Geral de Perícias - IGP.
Seção I § 1º O certificado do curso deverá ser acompanhado do
Das Disposições Gerais conteúdo programático e sua respectiva carga horária.
§ 2º Os cursos deverão estar relacionados com a função
Art. 33. O desenvolvimento funcional dos integrantes do ou área de atuação, sendo necessária carga horária mínima
Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias - IGP será de 8 (oito) horas para efeito de homologação e validação.
efetuado mediante promoção na respectiva carreira. § 3º Somente serão considerados os cursos finalizados
Art. 34. A promoção na carreira dos servidores efetivos no prazo de 3 (três) anos anteriores a data da última promo‐
do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias - IGP ção.
consiste na movimentação do nível atual para o nível ime‐ Art. 39. Cumpridos os critérios exigidos por esta Lei o
diatamente superior, dentro do respectivo cargo. desenvolvimento funcional ocorrerá por processamento au‐
§ 1º Verificada a abertura de vaga no nível imediatamen‐ tomático das informações constantes do Sistema Integrado
te superior ao do servidor, a promoção realizar-se-á, alterna‐ de Gestão de Recursos Humanos - SIGRH.
Parágrafo único. Compete ao Setor de Recursos Hu‐
damente pelos critérios de antiguidade e merecimento,
manos do Instituto Geral de Perícias - IGP, gerir os proce‐
seguindo a ordem sequencial da última promoção.
dimentos necessários ao desenvolvimento funcional, sob a
§ 2º A promoção na carreira dos integrantes do Quadro
supervisão e orientação do órgão normativo do Sistema Ad‐
de Pessoal do Instituto Geral de Perícias - IGP não dependerá
ministrativo de Gestão de Recursos Humanos - SAGRH, na
de prévia habilitação e ocorrerá após a realização dos pro‐ área de capacitação.
cedimentos de avaliação da promoção e demais requisitos
constantes desta Lei. Seção II
Art. 35. Em benefício daquele a quem de direito caiba a Da Promoção por Antiguidade
promoção, é declarado sem efeito o ato que a houver decre‐
tado indevidamente. Art. 40. Concorrerão à promoção por antiguidade os in‐
Parágrafo único. O servidor a quem caiba a promoção, é tegrantes das carreiras do Instituto Geral de Perícias do Es‐
indenizado da diferença da remuneração a que tiver direito. tado de Santa Catarina que tiverem maior tempo de efetivo
Art. 36. Não poderá ser promovido por antiguidade ou exercício no cargo e nível, o qual será contado nos casos de:
merecimento o servidor que: I - nomeação, a partir da data do efetivo exercício no
I - estiver preso, em virtude de decisão judicial transita‐ cargo devidamente aprovado no estágio probatório;
da em julgado; II - reversão ou retorno, a partir da data em que reverteu
II - tiver sofrido pena de suspensão disciplinar, superior ou retornou ao exercício do cargo;
a 30 (trinta) dias, nos últimos 3 (três) anos, com trânsito em III - promoção a partir da publicação do ato de movi‐
julgado; mentação.

35
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 1º Será computado como de efetivo exercício o tempo e) eficiência: capacidade de atingir resultados no trabalho
em que o servidor estiver à disposição de outros órgãos, desde com qualidade e
que no interesse da Secretaria de Segurança Pública e Defesa rapidez, considerando as condições oferecidas para tanto;
do Cidadão. f) produtividade no trabalho: a comprovação, a partir da
§ 2º Havendo empate na contagem do tempo de serviço comparação da produção desejada com o trabalho realizado
no nível, a classificação obedecerá, sucessivamente, aos seguin‐ que será aferido, sempre que possível, com base em relatórios
tes critérios: estatísticos de desempenho quantificado;
I - maior tempo de serviço em caráter efetivo, na carreira; g) qualidade do trabalho: demonstração do grau de exati‐
II - maior tempo de serviço público no Estado; dão, precisão e apresentação, quando possível, mediante apre‐
III - maior tempo de serviço em atividades da Perícia Oficial; ciação de amostras, do trabalho executado, bem como pela
IV - maior idade; e capacidade demonstrada pelo servidor no desempenho das
V - maior número de dependentes. atribuições do seu cargo; e
h) disciplina e zelo funcional: observância dos preceitos e
Seção III normas, com a compreensão dos deveres, da responsabilidade,
Da Promoção por Merecimento do respeito e seriedade com os quais o servidor desempenha
suas atribuições e a execução de suas atividades com cuidado,
Art. 41. A promoção por merecimento, com o objetivo de aferir dedicação e compreensão dos deveres e responsabilidade;
o desempenho do servidor efetivo do Quadro de Pessoal do Institu‐ II - até 60 (sessenta) pontos, atribuídos em Formulário de
to Geral de Perícias - IGP no exercício de suas atribuições, condicio‐ Aperfeiçoamento, para o critério cumprimento de carga horária
na-se ao preenchimento dos requisitos considerados indispensáveis dos cursos de aperfeiçoamento e/ou qualificação ministrados
ao exercício do cargo, por meio da Avaliação Funcional. pela Academia de Perícia e/ou outras instituições públicas ou
Art. 42. A Avaliação Funcional do servidor efetivo tem por privadas, observada a seguinte carga horária:
finalidade avaliar as competências no desempenho das atribui‐
ções do cargo de cada carreira, para efeito de:
I - levantar as necessidades de treinamentos e capacitações
para o alinhamento do desempenho individual ao desempe‐
nho institucional;
II - identificar competências que necessitem de aprimo‐
ramento visando o aperfeiçoamento da força de trabalho do
Quadro de Pessoal do IGP; e
III - valorizar e estimular o servidor a investir em desenvol‐
vimento profissional e melhoria do desempenho.
§ 1º Excepcionalmente, havendo impedimento do avalia‐
dor ou situação que indique incompatibilidade técnico-funcio‐
nal com o avaliado e, consequentemente, comprometimento
do resultado, a avaliação funcional deverá ser realizada pelo
substituto formal do seu superior imediato, ou por outro indi‐
cado pela Comissão Permanente de Promoção, mediante justi‐
ficativa circunstanciada.
§ 2º O servidor que, durante o período de referência da
avaliação, tiver exercido suas atribuições sob a liderança de
mais de um superior hierárquico, será avaliado por aquele ao
qual esteve subordinado por mais tempo.
Art. 43. A Avaliação Funcional do servidor efetivo será efe‐
tuada mediante a atribuição de até 200 (duzentos) pontos e
ocorrerá a cada 2 (dois) anos, assim distribuída:
I - até 140 (cento e quarenta) pontos, atribuídos em For‐
mulário Individual de Desempenho, mediante avaliação dos
seguintes critérios:
a) comprometimento com a Instituição: fiel cumprimento
dos deveres de servidor público;
b) iniciativa: ações espontâneas e apresentação de ideias
em prol da solução de problemas da unidade de trabalho, vi‐
sando seu bom funcionamento;
c) conduta ética: postura de honestidade, responsabilida‐
de, respeito à instituição e ao sigilo das informações, às quais § 1º Entende-se por cursos de qualificação e/ou aperfei‐
tem acesso em decorrência ao trabalho e observância a regras, çoamento, para efeitos do disposto no inciso II, participação
normas e instruções regulamentares; em cursos de atualização, reciclagem ou aprimoramento, bem
d) relacionamento interpessoal: capacidade de se comuni‐ como, congressos, seminários ou palestras, realizados por ór‐
car e de interagir com a equipe de trabalho e com o público em gãos públicos e privados de elevado reconhecimento ou reali‐
função da boa execução do serviço; zados por instituições afetas à Perícia Oficial.

36
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 2º Recebido o formulário individual de desempenho, XI - 6 (seis) pontos por atividade correicional, até o li‐
será o mesmo preenchido pela chefia imediata e devolvido mite de 36 (trinta e seis) pontos por ano, quando da par‐
no prazo de até 5 (cinco) dias, impreterivelmente, às Co‐ ticipação nesta, desde que não seja membro efetivo em
missões Permanentes de Promoção. exercício regular na Corregedoria, quando designado pelo
§ 3º Compete ao Diretor-Geral e ao Corregedor do Ins‐ Corregedor do Instituto Geral de Perícias - IGP;
tituto Geral de Perícias homologar a pontuação constante XII - 20 (vinte) pontos por processo de promoção, até o
no formulário individual de desempenho disposta no inciso limite de 80 (oitenta) pontos por ano, quando da participa‐
I, procedendo as alterações, desde que justificadas, visando ção em Comissão de Promoção dos membros das carreiras
à aplicação homogênea dos critérios estabelecidos nesta do Instituto Geral de Perícias - IGP;
Lei. XIII - 50 (cinquenta) pontos por concurso, até o limi‐
§ 4º A avaliação funcional do Diretor-Geral será rea‐ te de 100 (cem) pontos por ano, quando da participação
lizada pelo Secretário de Segurança Pública e Defesa do como integrante da Comissão de Concurso para ingresso
nas carreiras do Instituto Geral de Perícias - IGP.
Cidadão e a avaliação do Corregedor do Instituto Geral de
Parágrafo único. Para efeitos do disposto no inciso I,
Perícias - IGP, será realizada pelo Corregedor-Geral da Se‐
não serão considerados para fins de pontuação, os cursos
cretaria de Segurança Pública e Defesa do Cidadão.
de graduação exigidos para o provimento originário dos
Art. 44. As Comissões Permanentes de Promoção, além
cargos do Instituto Geral de Perícias - IGP.
da Avaliação Funcional, utilizarão para compor o total de Art. 45. O servidor efetivo pertencente à carreira de Pe‐
pontos da promoção por merecimento, a participação, a rito Oficial atenderá aos seguintes pré-requisitos para pro‐
conclusão ou a produção de atividades relacionadas di‐ moção por merecimento:
retamente com as áreas técnicas da perícia forense, áreas I - atingir um número mínimo de 250 (duzentos e cin‐
administrativas, jurídicas e/ou de interesses institucionais quenta) pontos e contabilizar 6 (seis) anos de efetivo exer‐
do Instituto Geral de Perícias - IGP, atribuindo-se a eles a cício na carreira, para ser promovido ao nível II;
seguinte pontuação: II - atingir um número mínimo de 270 (duzentos e se‐
I - 200 (duzentos) pontos para outro curso de gradua‐ tenta) pontos e contabilizar 12 (doze) anos de efetivo exer‐
ção; desde que inerentes ao cargo ou à respectiva área de cício na carreira, para ser promovido ao nível III; e
atuação, autorizados e reconhecidos pelo Ministério da III - atingir um número mínimo de 290 (duzentos e no‐
Educação - MEC; venta) pontos e contabilizar 18 (dezoito) anos de efetivo
II - 200 (duzentos) pontos para livro publicado; exercício na carreira, para ser promovido ao nível IV.
III - 50 (cinquenta) pontos para autoria parcial de livro Art. 46. O servidor efetivo pertencente à carreira de
publicado; Técnico Pericial atenderá aos seguintes pré-requisitos para
IV - 2 (dois) pontos para cada 4 (quatro) horas/aula mi‐ promoção por merecimento:
nistradas em eventos científicos ou culturais promovidos I - atingir um número mínimo de 200 (duzentos) pon‐
pelo Instituto Geral de Perícias - IGP ou outras entidades ou tos e contabilizar 4 (quatro) anos de efetivo exercício na
instituições oficiais, devidamente certificados, observado o carreira, para ser promovido ao nível 2;
limite máximo de 60 (sessenta) pontos por ano; II - atingir número mínimo de 220 (duzentos e vinte)
V - 20 (vinte) pontos para conferências ou palestras pontos e contabilizar 8 (oito) anos de efetivo exercício na
proferidas em eventos científicos promovidos pelo Institu‐ carreira, para ser promovido ao nível 3;
to Geral de Perícias - IGP ou outras entidades ou institui‐ III - atingir um número mínimo de 240 (duzentos e
ções oficiais, devidamente certificadas, observado o limite quarenta) pontos e contabilizar 12 (doze) anos de efetivo
máximo de 60 (sessenta) pontos por ano; exercício na carreira, para ser promovido ao nível 4;
IV - atingir um número mínimo de 260 (duzentos e ses‐
VI - 20 (vinte) pontos para trabalho publicado em anais
senta) pontos e contabilizar 18 (dezoito) anos de efetivo
de congressos e em outros eventos semelhantes;
exercício na carreira, para ser promovido ao nível 5.
VII - 100 (cem) pontos para autoria de artigo científi‐
Art. 47. O servidor efetivo pertencente à carreira de
co publicado em periódico internacional e 50 (cinquenta)
Auxiliar Pericial atenderá aos seguintes pré-requisitos para
pontos em periódico nacional, reconhecido pela Coorde‐ promoção por merecimento:
nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior I - atingir um número mínimo de 100 (cem) pontos e
– CAPES, do Ministério da Educação; contabilizar 4 (quatro) anos de efetivo exercício na carreira,
VIII - 20 (vinte) pontos para colaboração nos artigos de para ser promovido ao nível 2;
que trata o inciso anterior; II - atingir um número mínimo de 120 (cento e vinte)
IX - 10 (dez) pontos por participação, até o limite de 40 pontos e contabilizar 6 (seis) anos de efetivo exercício na
(quarenta) pontos por ano, enquanto membro de Grupo de carreira, para ser promovido ao nível 3;
Trabalho que estabeleça normas e diretrizes a serem obser‐ III - atingir um número mínimo de 140 (cento e quaren‐
vadas pelos servidores do Instituto Geral de Perícias - IGP; ta) pontos e contabilizar 8 (oito) anos de efetivo exercício
X - 10 (dez) pontos por participação, até o limite de 60 na carreira, para ser promovido ao nível 4;
(sessenta) pontos por ano, enquanto membro de comis‐ IV - atingir um número mínimo de 160 (cento e sessen‐
são de Processo Administrativo Disciplinar ou Presidente ta) pontos e contabilizar 12 (doze) anos de efetivo exercício
de Sindicância; na carreira, para ser promovido ao nível 5;

37
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

V - atingir um número mínimo de 180 (cento e oitenta) VI - publicar a contagem dos pontos e ordem de classi‐
pontos e contabilizar 14 (quatorze) anos de efetivo exercí‐ ficação dos servidores, no site do Instituto Geral de Perícias
cio na carreira, para ser promovido ao nível 6; - IGP;
VI - atingir um número mínimo de 200 (duzentos) pon‐ VII - manter atualizado, por meio do Setor de Recur‐
tos e contabilizar 16 (dezesseis) anos de efetivo exercício sos Humanos, o registro de vagas existentes de todas as
na carreira, para ser promovido ao nível 7; e carreiras do Instituto Geral de Perícias - IGP, obedecendo
VII - atingir um total de 220 (duzentos e vinte) pontos ao critério de que toda e qualquer informação funcional
e contabilizar 18 (dezoito) anos de efetivo exercício na car‐ deverá constar do Sistema Integrado de Gestão de Recur‐
reira, para ser promovido ao nível 8. sos Humanos - SIGRH, sendo vedada a utilização de outro
Art. 48. O resultado final da pontuação para a promo‐ meio tecnológico;
ção por merecimento do servidor efetivo do Quadro de VIII - avaliar e decidir sobre questões que tenham com‐
Pessoal do Instituto Geral de Perícias – IGP, será o somató‐ prometido ou dificultado a aplicação das avaliações pelos
rio dos pontos englobando todos os critérios da avaliação avaliadores e avaliados, sugerindo medidas às unidades
de promoção. competentes; e
§ 1º Os pontos não utilizados para a promoção por IX - formular parecer conclusivo sobre o desempenho
merecimento gerarão saldo para a promoção subsequente, dos servidores para o Setor de Recursos Humanos do Ins‐
limitado em 50% (cinquenta por cento) do número total de tituto Geral de Perícias - IGP, cujo teor deverá contemplar a
pontos. assinatura da maioria dos integrantes da Comissão, obser‐
§ 2º O saldo restante será zerado. vado o resultado efetivo da pontuação obtida na Avaliação
Art. 49. Haverá uma Comissão Permanente de Promo‐ Funcional por ele obtido, com a correspondência de con‐
ção para cada carreira do Instituto Geral de Perícias – IGP, ceitos de desempenho conforme segue:
que será responsável pela condução, pela elaboração das a) apresenta perfil de alta performance: igual ou supe‐
normas e procedimentos pertinentes à avaliação funcional, rior a 90% (noventa por cento) da pontuação máxima;
a ser regulamentada em ato do Chefe do Poder Executivo. b) demonstra perfil esperado: igual ou superior a 70%
§ 1º As Comissões Permanentes de Promoção serão
(setenta por cento) e inferior a 90% (noventa por cento) da
constituídas por 3 (três) servidores efetivos de cada car‐
pontuação máxima;
reira do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias
c) pratica as competências, mas necessita de aprimo‐
- IGP, por indicação do Diretor-Geral, e seus membros terão
ramento: igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) e
mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução.
inferior a 70% (setenta por cento) da pontuação máxima; e
§ 2º A contagem preliminar dos pontos, para os atos de
d) necessita desenvolver: inferior a 50% (cinquenta por
promoção, deverão ser de conhecimento dos servidores,
cento) da pontuação máxima.
30 (trinta) dias antes da data de efetivação daquela con‐
Art. 52. Havendo empate na contagem dos pontos dos
cessão.
§ 3º Os pedidos de revisão dos pontos poderão ser servidores de mesmo nível, a classificação para fins promo‐
interpostos pelos servidores, no prazo de 10 (dez) dias, a cionais obedecerá, sucessivamente, aos seguintes critérios:
contar da publicação da contagem preliminar de pontos no I - maior pontuação na Avaliação Funcional imediata‐
Diário Oficial do Estado. mente anterior ao processo de promoção;
§ 4º As comissões apreciarão os pedidos de revisão no II - maior tempo de serviço na carreira, observados os
prazo de 5 (cinco) dias, findo o prazo recursal. critérios para fins de promoção;
Art. 50. Das decisões das comissões de promoção ca‐ III - maior tempo de serviço em atividades ligadas à
berá recurso ao Diretor-Geral, sem efeito suspensivo, no Perícia Oficial;
prazo de 5 (cinco) dias úteis, a contar da publicação do ato IV - maior idade; e
da decisão denegatória de recursos, e sucessivamente, em V - maior número de dependentes.
igual prazo ao Secretário de Estado da Segurança Pública e
Defesa do Cidadão. Seção IV
Art. 51. Compete às comissões de promoção: Da Promoção Extraordinária
I - elaborar e revisar as normas, procedimento e os
formulários da Avaliação Funcional, propondo alterações Art. 53. São consideradas modalidades de promoção
quando necessário; sob a orientação do Setor de Recursos extraordinárias as realizadas por Ato de Bravura e Post Mor-
Humanos do Instituto Geral de Perícias - IGP; tem.
II - acompanhar e avaliar os processos e resultados das Art. 54. A promoção extraordinária ocorrerá, em caráter
avaliações funcionais, com base nos instrumentos a serem excepcional, quando integrante de carreira do Quadro de
definidos em decreto do Chefe do Poder Executivo; Pessoal do Instituto Geral de Perícias - IGP ficar permanen‐
III - fixar cronograma de trabalho para cada período de temente inválido, em virtude de ferimento sofrido em ação
avaliação; ou pela prática de ato de bravura.
IV - dar conhecimento prévio das normas, critérios e Parágrafo único. A promoção extraordinária dar-se-á
conceitos a serem utilizados nas avaliações; para o nível imediatamente superior em que o servidor se
V - julgar recurso interposto pelo servidor, em razão da encontrar.
avaliação realizada pelo seu superior imediato;

38
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 55. A promoção por bravura, não condicionada à II - necessidade imprescindível da assistência pessoal
existência de vaga, se efetivará pela prática de ato consi‐ do servidor às demais pessoas relacionadas no caput; e
derado muito meritório e terá as circunstâncias para a sua III - impossibilidade do tratamento ou da assistência
ocorrência apuradas em investigação conduzida por mem‐ ser prestada de forma simultânea com o exercício do cargo
bros da Comissão Permanente de Avaliação de Promoção. em sua atual lotação.
§ 1º Para fins deste artigo, ato de bravura em serviço Art. 61. Nos pedidos de remoção, por motivo de saúde,
corresponde à conduta do servidor que, no desempenho a junta médica oficial deve manifestar-se quanto à existên‐
de suas atribuições e para a preservação de vida de outrem, cia da moléstia, sua gravidade, condições de tratamento
coloque em risco incomum a sua própria vida, demons‐ e necessidade terapêutica de movimentação do servidor
trando coragem e audácia. para o local da nova lotação.
§ 2º Na promoção por ato de bravura não é exigido o § 1º A junta médica oficial deve, ainda, relacionar as ci‐
atendimento de requisitos para a promoção, estabelecidos dades, dentre as quais constem unidades do Instituto Geral
nesta Lei. de Perícias - IGP, que detenham igualdade de condições
Art. 56. A promoção Post Mortem tem por objetivo ex‐ para o tratamento da doença, devendo a instituição, neste
pressar o reconhecimento do Estado ao servidor falecido, caso, determinar a remoção, dentre as cidades relaciona‐
quando: das, para a que melhor atenda o interesse institucional.
I - no cumprimento do dever; § 2º Na situação disposta no parágrafo anterior é facul‐
II - em consequência de ferimento recebido no exercí‐ tado ao servidor permanecer no local de sua atual lotação.
cio da atividade pericial, ou por enfermidade contraída em § 3º Quando autorizada a remoção por motivo de saú‐
razão do desempenho da função. de, esta será concedida independentemente de vaga na
§ 1º A superveniência do evento morte, em decorrência unidade do Instituto Geral de Perícias - IGP.
dos mesmos fatos e circunstâncias que tenham justificado § 4º Cessando as razões que deram origem à remoção
promoção anterior por ato de bravura, excluirá a de caráter por motivo de saúde, o servidor poderá ser removido para
Post Mortem. sua unidade anterior.
§ 2º A promoção de que trata o caput deste artigo e Art. 62. A remoção por permuta se processa a pedido
seus incisos terá as circunstâncias para a sua ocorrência de ambos os interessados, desde que sejam ocupantes do
apuradas em investigação conduzida por membros da Co‐ mesmo cargo.
missão Permanente de Avaliação de Promoção. Parágrafo único. A permuta não se pode verificar quan‐
do uma das partes interessadas tiver condições de apo‐
CAPÍTULO VI sentadoria por tempo de serviço dentro de 1 (um) ano, a
DA REMOÇÃO contar da data do pedido.
Art. 63. A remoção ex officio, no interesse da adminis‐
Art. 57. Remoção é o deslocamento do servidor efetivo tração, ocorrerá observando-se os seguintes motivos:
de uma para outra unidade do Instituto Geral de Perícias I - pela necessidade de servidor com qualificação espe‐
- IGP, no âmbito da mesma carreira e cargo, com ou sem cífica para atender relevante interesse institucional;
mudança de cidade. II - pela necessidade premente de aumentar o efetivo
Art. 58. O servidor efetivo do Instituto Geral de Perícias da unidade pericial, em decorrência do incremento da inci‐
- IGP, pode ser removido: dência de exames periciais na região;
I - a pedido, a critério da administração; III - para substituir servidor nos impedimentos legais; e
II - por permuta, a critério da administração; IV - em decorrência de causa emergencial devidamen‐
III - ex officio, no interesse da administração; e te justificada.
IV - ex officio, por conveniência da disciplina. § 1º Devem ser observados os seguintes critérios para
Parágrafo único. As remoções são autorizadas ou de‐ decisão do servidor a ser removido, sucessivamente:
terminadas pelo Diretor-Geral, após pronúncia do superior I - o com melhor qualificação específica e que se dis‐
imediato do servidor. puser a ser removido;
Art. 59. A remoção a pedido ou por permuta só pode II - o que se dispuser a ser removido;
ser concedida ao servidor após 5 (cinco) anos de efetivo III - o de menor tempo de serviço;
exercício no local de sua lotação. IV - o residente em localidade mais próxima; e
Parágrafo único. O prazo deste artigo pode ser reduzi‐ V - o menos idoso.
do se comprovada a necessidade de remoção por motivo § 2º O levantamento e a análise da documentação
de saúde. comprobatória relacionada a melhor qualificação específi‐
Art. 60. A remoção, por motivo de saúde, restringe-se ca, disposta no inciso I do parágrafo anterior, é competên‐
à necessidade do servidor, cônjuge, companheiro ou de‐ cia da Academia de Perícia.
pendente que viva às suas custas e conste do seu assenta‐ Art. 64. A remoção ex officio, por conveniência da dis‐
mento funcional. ciplina, será precedida de sindicância ou processo admi‐
Parágrafo único. São condições indispensáveis à remo‐ nistrativo disciplinar, assegurados o contraditório e a am‐
ção disposta no caput deste artigo: pla defesa, com manifestação motivada do Corregedor do
I - não haver condições de tratamento médico na cida‐ Instituto Geral de Perícias - IGP, sobre a conveniência da
de atual em que o servidor estiver lotado; remoção.

39
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 65. No caso de remoção ex officio, que implicar Seção II


mudança de lotação ou sede funcional, o servidor do Ins‐ Da Remuneração por Chefia
tituto Geral de Perícias - IGP, terá direito a 15 (quinze) dias
de trânsito, prorrogável por igual período, em caso de jus‐ Art. 72. Os servidores efetivos do Instituto Geral de Pe‐
tificada necessidade, bem como ao pagamento de verba rícias - IGP, quando no exercício de suas funções em órgãos
indenizatória, a título de ajuda de custo, para compensar do IGP ou outros órgãos vinculados à Secretaria de Estado
as despesas de transporte e novas instalações, equivalente: da Segurança Pública e Defesa do Cidadão - SSP, exercen‐
I - ao valor correspondente à remuneração do cargo, do cargo ou função de chefe de setor ou de serviço, farão
quando não possuir dependentes; jus à Indenização de Representação de Chefia, no percen‐
II - a duas vezes o valor da remuneração do cargo, tual instituído no art. 18 da Lei Complementar nº 254, de 15
quando possuir dependentes expressamente declarados. de dezembro de 2003.
Art. 66. O servidor, quando removido, deve entrar em § 1º O beneficiário fará jus à indenização de que trata
exercício no órgão para o qual foi designado dentro de 15 o caput deste artigo desde o dia em que iniciar o exercício
(quinze) dias, contados da data da publicação do ato. do cargo ou função e cessará quando se afastar em caráter
Parágrafo único. Quando a remoção se der para novo definitivo ou por prazo superior a 30 (trinta) dias, excetua‐
local, sediado no mesmo município ou limítrofe ao da lo‐ das as férias.
tação anterior, o servidor deve entrar em exercício na data § 2º Fica vedada a acumulação da indenização de que
da publicação do ato que o removeu e não tem direito à trata o caput deste artigo em razão de nomeação ou de‐
ajuda de custo. signação para mais de 1 (um) cargo ou função, ressalvado
Art. 67. Não se consideram remoção as operações es‐ o direito de opção.
peciais que exijam o deslocamento temporário do exercício § 3º Para fins desta Lei, são consideradas funções de
do servidor para outro município ou comarca diversos da chefia de órgão, setor ou serviço, aquelas em que o servi‐
sua sede lotacional, assegurada a percepção dos benefícios dor do Instituto Geral de Perícias - IGP exerce nos órgãos
financeiros previstos em lei. do IGP ou dos demais órgãos da Secretaria de Estado da
Art. 68. No caso de remoção, o cônjuge, se integrante Segurança Pública e Defesa do Cidadão, a responsabilida‐
do Instituto Geral de Perícias - IGP, poderá acompanhar o de pelos seguintes setores ou serviços:
servidor removido para a nova sede e não tem direito à I - setor de identificação civil;
ajuda de custo. II - setor de identificação criminal;
III - setor de medicina legal;
CAPÍTULO VII IV - setor de criminalística;
DA VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL V - setor de análises laboratoriais;
VI - setor de administração;
Art. 69. Aos integrantes do Quadro de Pessoal do Insti‐ VII - setor de assessoramento;
tuto Geral de Perícias - IGP, nos termos desta Lei, que apre‐ VIII - setor de materiais; e
sentarem certificado ou diploma de conclusão de cursos IX - setor de informática.
de pós-graduação, inerentes ao cargo ou à respectiva área
de atuação, desde que autorizados e reconhecidos pelo CAPÍTULO IX
Ministério da Educação - MEC, fica instituído o Adicional DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
de Pós-Graduação, incidente sobre o valor do vencimento Seção I
básico de cada cargo, correspondente a: Do Regime de Trabalho
I - 13% (treze por cento) para especialização;
II - 16% (dezesseis por cento) para mestrado; e Art. 73. A jornada de trabalho dos servidores do Quadro
III - 19% (dezenove por cento) para doutorado. de Pessoal do Instituto Geral de Perícias - IGP é de 40 (qua‐
renta) horas semanais, devendo ser cumprida em regime
CAPÍTULO VIII de expediente diário ou em escalas ou turnos ininterruptos
DA POLÍTICA REMUNERATÓRIA de sobreaviso, de acordo com a necessidade de serviço, a
Seção I ser determinada pela administração de cada unidade.
Dos Vencimentos e dos Adicionais Art. 74. Ao servidor do Instituto Geral de Perícias - IGP
é vedado exercer qualquer outra atividade remunerada,
Art. 70. Os valores dos vencimentos básicos dos servi‐ pública ou privada, salvo os casos previstos na Constituição
dores do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias Federal e, havendo compatibilidade de horário, o exercício
- IGP são os estabelecidos no Anexo IV desta Lei. do magistério e da medicina.
Art. 71. Após 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e Parágrafo único. Não se aplica ao aposentado a proibi‐
25 (vinte e cinco) anos, se mulher, os integrantes do Qua‐ ção de acumular proventos quanto ao exercício de manda‐
dro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias - IGP farão jus to eletivo, cargo de provimento em comissão ou contrato
a um acréscimo de 5% (cinco por cento) sobre o vencimen‐ para prestação de serviço técnico ou especializado.
to por anuênio, a título de Adicional de Permanência, como Art. 75. Fica instituída, para o Quadro de Pessoal do
estímulo à permanência no serviço ativo, até o limite de Instituto Geral de Perícias - IGP, a Indenização de Estímu‐
25% (vinte e cinco por cento). lo Operacional - Sobreaviso, constituindo-se como regime

40
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

excepcional de trabalho sob a forma de sobreaviso, des‐ I - ter, em virtude do cargo de Perito, autonomia e in‐
tinado a possibilitar a operacionalidade do atendimento dependência no exercício das funções;
pericial criminal de emergência nas unidades do Instituto II - ter fé pública nos documentos, pareceres, laudos e
Geral de Perícias - IGP, mediante os seguintes critérios: demais atos emanados em razão do cargo;
I - escala previamente elaborada pela chefia imediata, III - usar títulos decorrentes do exercício do cargo ou
especificando a quantidade de horas de sobreaviso, ho‐ função;
rário e local de trabalho, estando sujeita à fiscalização do IV - possuir insígnia e carteira de identificação funcio‐
órgão normativo do Sistema Administrativo de Gestão de nal, com fé pública, expedida pelo Diretor-Geral, válida em
Recursos Humanos - SAGRH e a respectiva Corregedoria e todo o Território Nacional como documento de identidade
será paga na folha salarial do mês imediatamente subse‐ civil.
quente à sua realização; V - ter ingresso e trânsito livres em qualquer recinto
II - quantitativo máximo de 330 (trezentas e trinta) ho‐ público ou privado, em razão de serviço, devendo as auto‐
ras; e ridades e seus agentes prestar-lhes todo o apoio e auxílio
III - o valor da hora sobreaviso corresponde a 25% (vin‐ necessários ao desempenho de suas funções;
te e cinco por cento) do valor da hora normal trabalhada. VI - ter prioridade nos serviços de transporte e comu‐
§ 1º Entende-se por sobreaviso a permanência do nicação, públicos e
servidor fora de seu ambiente de trabalho, em estado de privados, em razão de serviço especial de caráter ur‐
expectativa constante, aguardando o chamamento para o gente;
serviço, face à situação emergencial ou calamitosa. VII - ser acompanhado e auxiliado por bombeiros e
§ 2º A autorização de sobreaviso de forma indevida policiais estaduais quando necessário ao exercício de suas
implicará o ressarcimento aos cofres públicos por parte do atribuições e para proteção de sua integridade física;
autorizado, além da apuração das infrações administrati‐ VIII - empregar a força para defesa da integridade fí‐
vas. sica própria ou de terceiros, proporcional ao exigido nas
§ 3º O servidor que estiver em escala de sobreaviso, circunstâncias;
quando convocado para comparecer ao local de trabalho IX - realizar nos locais de crimes buscas por evidências
e não o fizer, perderá o direito à percepção do sobreaviso e colher informações necessárias às atividades de investi‐
inerente à gação pericial.
escala mensal, bem como sofrerá as sanções discipli‐
§ 1º Constarão na carteira funcional dos servidores da
nares cabíveis.
ativa as prerrogativas dos incisos III, IV, V e VI, deste artigo.
§ 4º O servidor em escala de sobreaviso deverá man‐
§ 2º Aplicam-se ao servidor do Instituto Geral de Pe‐
ter-se dentro de determinado raio de ação, que lhe permita
rícias – IGP aposentado as prerrogativas do inciso III deste
atender às chamadas urgentes do seu local de trabalho.
artigo.
§ 5º A Indenização Operacional - Sobreaviso não po‐
Art. 78. Os servidores efetivos do Instituto Geral de Pe‐
derá ser realizada nem percebida de forma cumulativa com
rícias - IGP, órgão integrante da Secretaria de Segurança
a Indenização de Estímulo Operacional - Hora Extra e In‐
denização de Estímulo Operacional - Adicional Noturno, Pública e Defesa do Cidadão do Estado de Santa Catarina,
instituídas pelo art. 2º da Lei Complementar nº 137, de 22 terão direito ao porte de arma de fogo de uso permitido,
de junho de 1995. observadas as condições de uso, armazenagem e trânsito
§ 6º A apuração do valor da hora normal, para fins do estabelecidas pelo Diretor-Geral, conforme regulamenta‐
disposto no inciso III deste artigo, é efetuada mediante a ção federal.
divisão da remuneração do servidor pela jornada mensal de § 1º As armas de fogo utilizadas pelos servidores serão
trabalho, observado o critério de que 40 (quarenta) horas de responsabilidade e guarda do servidor, que não goza‐
semanais correspondem a 200 (duzentas) horas mensais. rá de prerrogativa funcional quando em desacordo com a
norma própria.
Seção II § 2º A autorização de porte de arma de fogo constará
Das Garantias e das Prerrogativas do Cargo na carteira funcional do servidor.
§ 3º O porte de arma poderá ser cassado, mediante
Art. 76. O servidor do Instituto Geral de Perícias - IGP, processo administrativo, quando o servidor do Instituto
gozará das seguintes garantias: Geral de Perícias – IGP, se utilizar da prerrogativa em cir‐
I - receber tratamento e vencimento compatíveis com a cunstâncias que acarretem prejuízo ao prestígio ou à dig‐
importância do cargo desempenhado; nidade do Instituto.
II - matrícula, em estabelecimento oficial de ensino, na Art. 79. Ao servidor que tiver exercido, a partir do ano
cidade em que esteja lotado, para si e seus dependentes, de 2000, pelo período mínimo de 12 (doze) meses, função
em qualquer fase do ano letivo, independentemente de de Diretor-Geral, Diretor-Adjunto, Corregedor, Diretor ou
vaga, quando removido no interesse do serviço pericial; Gerente do Instituto Geral de Perícias - IGP ou da Diretoria
III - indenização de auxílio a saúde, nos termos do art. de Polícia Técnica-Científica, é assegurada a prerrogativa
2º da Lei nº 12.568, de 17 de fevereiro de 2003. de, ao deixar a referida função, exercer as atribuições do
Art. 77. Constituem prerrogativas funcionais dos ser‐ seu cargo no setor pericial em que atuava antes do exer‐
vidores do Instituto Geral de Perícias - IGP, dentre outras cício da função comissionada ou no setor pericial em que
estabelecidas em lei: tenha proficiência comprovada para atuar.

41
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Paragrafo único. É vedada a remoção ex offício do ser‐ Art. 89. Fica assegurado o adicional vintenário previsto
vidor de que trata o caput deste artigo, nos 2 (dois) anos no art. 13 e seus parágrafos da Lei Complementar nº 254,
subsequentes à destituição da função. de 2003, aos integrantes do Quadro de Pessoal do Instituto
Art. 80. O titular de cargo integrante do Quadro de Pes‐ Geral de Perícias - IGP.
soal do Instituto Geral de Perícias - IGP será aposentado Art. 90. As demais vantagens pecuniárias, direitos, li‐
voluntariamente com proventos integrais, nos termos do cenças, garantias, e prerrogativas não citadas nesta Lei,
art. 40, § 4º, II e III, da Constituição da República, desde que concedidas a qualquer título, percebidas regularmente
comprove 30 (trinta) anos de contribuição, contando com pelos servidores ativos, inativos e pensionistas do Instituto
pelo menos 20 (vinte) anos de exercício em atividade priva‐ Geral de Perícias - IGP permanecem inalteradas e mantêm
tiva da carreira no Estado de Santa Catarina, se homem, e os mesmos critérios de concessão previstos na legislação
25 (vinte e cinco) anos de contribuição, contando com pelo vigente.
menos 15 (quinze) anos de exercício em atividade privativa Parágrafo único. O determinado no caput deste artigo
da carreira no Estado de Santa Catarina, se mulher. aplicar-se-á às disposições comuns, omissas e não coliden‐
tes com a presente Lei.
CAPÍTULO X Art. 91. Fica extinto e seu valor incorporado e absorvi‐
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS do para o Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias
- IGP, o adicional de atividade, código de vantagem 1160
Art. 81. Aplicar-se-ão, no que couber, aos servidores da folha de pagamento.
efetivos do Instituto Geral de Perícias - IGP, as disposições Art. 92. A aplicação desta Lei não poderá gerar redução
do Estatuto da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, Lei da remuneração dos servidores ativos, inativos e pensionis‐
nº 6.843, de 28 de julho de 1986, de forma subsidiária ao tas atingidos por suas disposições.
disposto nesta Lei. Art. 93. Serão regulamentadas em decreto pelo Chefe
Art. 82. Compete ao Diretor-Geral aplicar as penas de do Poder Executivo, no prazo máximo de 90 (noventa) dias
advertência e suspensão aos servidores do Quadro de Pes‐ a contar da data de publicação desta Lei, as normas relacio‐
soal do Instituto Geral de Perícias - IGP.
nadas ao Instituto Geral de Perícias - IGP, referentes:
Art. 83. Fica criada a Academia de Perícia, destinada a
I - a estrutura organizacional;
formar e qualificar os servidores das carreiras do Instituto
II - ao estágio probatório;
Geral de Perícias - IGP, bem como ao aperfeiçoamento e
III - ao Regimento Interno da Academia de Perícia;
desenvolvimento de técnicas e competências necessárias
IV - aos sistemas e critérios do curso de formação;
às atribuições do cargo.
V - ao quadro lotacional;
Parágrafo único. A Academia de Perícia fica autorizada
VI - ao Adicional de Pós-Graduação; e
a estabelecer convênios com entidades de ensino públicas
e privadas para a formatação total ou parcial do curso de VII - ao desenvolvimento funcional.
formação e demais demandas que houver. Art. 94. O enquadramento dos servidores do Instituto
Art. 84. O Instituto Geral de Perícias - IGP, instalará seus Geral de Perícias - IGP será efetuado por meio de porta‐
órgãos de administração, de criminalística, de medicina le‐ ria emitida pelo Secretário de Estado da Administração, no
gal, de identificação civil e de serviços auxiliares em prédios prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da data de publi‐
sob sua administração, ou através de convênios, além de cação desta Lei.
contar com todas as dependências e acessos que já utili‐ Parágrafo único. O enquadramento disposto no caput
za ou têm à disposição nos prédios destinados ao funcio‐ deste artigo será efetuado independente das regras sobre
namento dos demais órgãos integrantes da Secretaria de desenvolvimento funcional de que trata esta Lei.
Segurança Pública e Defesa do Cidadão, administrando-os Art. 95. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei
em igualdade de condições. correrão à conta das dotações próprias do orçamento vi‐
Art. 85. A primeira avaliação funcional, bem como a gente do Estado.
primeira promoção por antiguidade ou merecimento dos Art. 96. O aumento das despesas decorrentes da apli‐
servidores do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perí‐ cação desta Lei será suportado de forma progressiva na
cias - IGP deverá respeitar o prazo mínimo de 2 (dois) anos proporção de 50% (cinquenta por cento) em julho de 2010
a contar da data de publicação desta Lei. e 50% (cinquenta por cento) em novembro de 2010.
Art. 86. Para efeitos de desenvolvimento funcional, Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi‐
com a entrada em vigor desta Lei, toda a pontuação dos cação.
servidores do Instituto Geral de Perícias – IGP, zera. Art. 98. Ficam revogados os arts. 2º, 3º, 5º, 6º, 7º, 10,
Art. 87. Ficam criadas as Funções Gratificadas neces‐ 11, 12, 13, 14, 15, 19 e 20 da Lei Complementar nº 374, de
sárias para o funcionamento do Instituto Geral de Perícias 30 de janeiro de 2007.
- IGP, conforme Anexo V integrante da presente Lei e, in‐ PALÁCIO BARRIGA-VERDE, em Florianópolis, 11 de
cluídas no Anexo XIV da Lei Complementar nº 381, de 07 maio de 2010
de maio de 2007.
Art. 88. Ficam criados os Cargos em Comissão necessá‐
rios para o funcionamento do Instituto Geral de Perícias -
IGP, conforme Anexo VI integrante da presente Lei e, incluí‐
dos no Anexo VII-D da Lei Complementar nº 381, de 2007.

42
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

LEI COMPLEMENTAR 610/13,

Fixa o subsídio mensal dos integrantes do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias (IGP) e estabelece outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA


Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei Com‐
plementar:
Art. 1º O sistema remuneratório dos integrantes do Quadro de Pessoal do Instituto Geral de Perícias (IGP) fica estabe‐
lecido por meio de subsídio, fixado na forma dos Anexos I, II e III desta Lei Complementar.
Parágrafo único. O subsídio fica fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abo‐
no, prêmio ou outra espécie remuneratória, salvo as verbas estabelecidas no art. 3º desta Lei Complementar.
Art. 2º A aplicação das disposições previstas nesta Lei Complementar aos integrantes do Quadro de Pessoal do IGP
ativos, inativos e instituidores de pensão não poderá implicar redução de remuneração, de proventos nem de pensão.
§ 1º Na hipótese de redução de remuneração, de proventos ou de pensão em decorrência da aplicação do disposto
nesta Lei Complementar, eventual diferença será paga a título de parcela complementar de subsídio, de natureza provisó‐
ria, que será gradativamente absorvida por ocasião do desenvolvimento na carreira, bem como da concessão de reajuste
ou vantagem de qualquer natureza e da implantação dos valores constantes dos Anexos I, II e III desta Lei Complementar.
§ 2º A parcela complementar de subsídio estará sujeita exclusivamente à atualização decorrente da revisão geral da
remuneração dos servidores públicos estaduais, a partir da integralização do subsídio, na forma do Anexo III desta Lei
Complementar.
Art. 3º O subsídio dos integrantes do Quadro de Pessoal a que se refere o art. 1º desta Lei Complementar não exclui o
direito à percepção, nos termos da legislação e regulamentação específica, de:
I – décimo terceiro vencimento, na forma do inciso IV do art. 27 da Constituição do Estado;
II – terço de férias, na forma do inciso XII do art. 27 da Constituição do Estado;
III – diárias e ajuda de custo, na forma da legislação em vigor;
IV – abono de permanência, de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição da República, o § 5º do art. 2º e o § 1º do
art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003;

45
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

V – retribuição financeira transitória pelo exercício de Art. 5º Os servidores integrantes do Quadro de Pessoal
função de direção, chefia ou assessoramento; de que trata o art. 1º desta Lei Complementar não pode‐
VI – vantagem de que trata o § 1º do art. 92 da Lei nº rão perceber, cumulativamente com o subsídio, quaisquer
6.745, de 28 de dezembro de 1985; valores ou vantagens incorporados à remuneração por de‐
VII – parcela complementar de subsídio, na forma do § cisão administrativa, judicial ou extensão administrativa de
1º do art. 2º desta Lei Complementar; decisão judicial, de natureza geral ou individual, ainda que
VIII – Indenização por Regime Especial de Trabalho Pe‐ decorrentes de sentença judicial transitada em julgado.
ricial, na forma desta Lei Complementar; Art. 6º Poderá ser atribuída aos servidores referidos no
IX – indenização por aula ministrada devida aos profes‐ art. 1º desta Lei Complementar, que se encontrarem em
sores da Academia de Perícia; efetivo exercício, nos termos do regulamento, Indenização
X – retribuição financeira transitória pelo exercício de por Regime Especial de Trabalho Pericial, no percentual de
atividades no Corpo Temporário de Inativos da Segurança 17,6471% (dezessete inteiros e seis mil, quatrocentos e se‐
Pública (CTISP), na forma do art. 8º da Lei Complementar
tenta e um décimos de milésimo por cento) do valor do
nº 380, de 3 de maio de 2007;
subsídio da respectiva carreira e nível, fixado na forma do
XI – Indenização por Invalidez Permanente, na forma
Anexo III desta Lei Complementar, a contar de 1º de agosto
da Lei nº 14.825, de 5 de agosto de 2009;
de 2014.
XII – retribuição financeira transitória pela participação
em grupos de trabalho ou estudo, em comissões legais e § 1º A Indenização por Regime Especial de Trabalho
em órgãos de deliberação coletiva, nos termos do inciso II Pericial visa compensar o desgaste físico e mental a que
do art. 85 da Lei nº 6.745, de 1985; estão sujeitos os titulares dos cargos de que trata esta Lei
XIII – auxílio-alimentação; e Complementar em razão da eventual prestação de servi‐
XIV – outras parcelas indenizatórias previstas em lei. ço em condições adversas de segurança, com risco à vida,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no § 11 do art. 37 disponibilidade para cumprimento de escalas de plantão,
da Constituição da República às vantagens previstas nos in‐ horários irregulares, horário noturno e chamados a qual‐
cisos I, II, III, IV, VIII, IX, X, XI, XIII e XIV do caput deste artigo. quer hora e dia.
(NR) (Redação dada pela Lei 16.772, de 2015). § 2º A Indenização por Regime Especial de Trabalho Pe‐
rt. 4º Estão compreendidas no subsídio, e por ele ex‐ ricial constitui-se em verba de natureza indenizatória e não
tintas, todas as espécies remuneratórias do regime remu‐ se incorpora ao subsídio, aos proventos de aposentadoria
neratório anterior, de qualquer origem e natureza, que não de qualquer modalidade nem à pensão por morte, sendo
estejam explicitamente mencionadas no art. 3º desta Lei isenta da incidência de contribuição previdenciária.
Complementar, em especial: § 3º O valor da Indenização por Regime Especial de
I – vantagens pessoais e vantagens pessoais nominal‐ Trabalho Pericial não constitui base de cálculo de qualquer
mente identificadas (VPNI), de qualquer origem e natureza; vantagem.
II – diferenças individuais e resíduos, de qualquer ori‐ § 4º Para fins do disposto no  caput deste artigo, não
gem e natureza; se considera como de efetivo exercício o período em que
III – valores incorporados à remuneração decorrentes o servidor se encontrar afastado a qualquer título, notada‐
do exercício de função de direção, chefia ou assessoramen‐ mente nas seguintes situações:
to ou de cargo de provimento em comissão; I – licenciado, nos casos previstos no art. 62 da Lei nº
IV – valores incorporados à remuneração a título de 6.745, de 1985;
adicional por tempo de serviço, triênios ou quinquênios; II – afastado, nos termos do art. 18 da Lei nº 6.745, de
V – abonos; 1985;
VI – valores pagos a título de representação;
III – ausente, nos termos do art. 59 da Lei nº 6.745, de
VII – adicional pelo exercício de atividades insalubres,
1985;
perigosas ou penosas;
IV – convocado, nos casos previstos no inciso III do art.
VIII – adicional noturno;
39 da Lei nº 6.843, de 28 de julho de 1986, incluindo as
IX – Indenização de Estímulo Operacional, instituída
pela Lei Complementar nº 137, de 22 de junho de 1995; folgas decorrentes da convocação;
X – Indenização de Estímulo Operacional - Sobreaviso, V – afastado, em decorrência das situações previstas na
instituída pela Lei nº 15.156, de 11 de maio de 2010; Lei Complementar nº 447, de 7 de julho de 2009;
XI – adicional vintenário; VI – afastado, na hipótese do art. 65 da Lei nº 15.156,
XII – adicional de pós-graduação; e de 2010;
XIII – Indenização de Representação de Chefia, insti‐ VII – afastado, na forma do disposto no art. 1º da Lei
tuída pelo art. 18 da Lei Complementar nº 254, de 15 de Complementar nº 470, de 9 de dezembro de 2009;
dezembro de 2003. VIII – afastado para o exercício de mandato eletivo fe‐
Parágrafo único. Não poderão ser concedidas, a qual‐ deral, estadual ou municipal, ainda que opte pela remune‐
quer tempo e a qualquer título, quaisquer outras vantagens ração do cargo efetivo;
com o mesmo título e fundamento das verbas extintas IX – afastado para o exercício de mandato classista, ob‐
quando da adoção do regime de remuneração por sub‐ servada a proporcionalidade do afastamento;
sídio.

46
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

X – à disposição, no âmbito estadual, dos órgãos e en‐ ANEXO I


tidades do Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judi‐ QUADRO DE PESSOAL DO INSTITUTO GERAL DE PE‐
ciário, Ministério Público e Tribunal de Contas, bem como RÍCIAS
de quaisquer dos Poderes da União, dos demais Estados, do (VIGÊNCIA A CONTAR DE 1º DE AGOSTO DE 2014)
Distrito Federal e dos Municípios, ressalvados os casos em
que houver interesse da segurança pública;
CARREIRA - NÍVEL VALOR (R$)
XI – ausente do serviço nos termos do inciso I do art. 89
da Lei nº 6.843, de 1986, independentemente de qualquer Perito Oficial - IV 18.834,36
ressalva; Perito Oficial - III 16.950,92
XII – afastado, nos termos do § 2º do art. 224 da Lei nº
6.843, de 1986; Perito Oficial - II 15.067,49
XIII – preso preventivamente ou em flagrante delito; e Perito Oficial - I 13.184,05
XIV – preso ou afastado em virtude de decisão judicial. Técnico Pericial - V 9.125,23
§ 5º Não faz jus à indenização de que trata o caput deste
artigo o servidor que não tenha concluído o curso de forma‐ Técnico Pericial - IV 7.216,15
ção profissional para ingresso na carreira. Técnico Pericial - III 6.133,73
§ 6º Nas hipóteses, legalmente admitidas, em que o ser‐
Técnico Pericial - II 5.213,67
vidor obtém o direito de ausentar-se de parte da sua jornada
diária de trabalho, o pagamento da indenização de que trata Técnico Pericial - I 4.431,62
o caput deste artigo será proporcional a jornada efetivamen‐ Auxiliar Pericial - VIII 9.125,23
te trabalhada. (NR) (Redação dada pela Lei 16.772, de 2015)
Art. 8º Fica criada a Função Gratificada de responsável Auxiliar Pericial - VII 7.216,15
por Núcleo Regional de Perícia, na forma do Anexo IV desta Auxiliar Pericial - VI 6.133,73
Lei Complementar. Auxiliar Pericial - V 5.213,67
Art. 9º Aplica-se aos integrantes do Quadro de Pessoal a
que se refere o art. 1º desta Lei Complementar o disposto no Auxiliar Pericial - IV 4.431,62
art. 7º e seus parágrafos da Lei nº 9.764, de 12 de dezembro Auxiliar Pericial - III 3.766,87
de 1994.
Auxiliar Pericial - II 3.390,18
Art. 10. Os valores fixados nesta Lei Complementar ab‐
sorvem eventuais reajustes concedidos em cumprimento ao Auxiliar Pericial - I 3.201,84
disposto no art. 1º da Lei nº 15.695, de 21 de dezembro de
2011. ANEXO II
Art. 11. A alteração dos valores nominais do subsídio, QUADRO DE PESSOAL DO INSTITUTO GERAL DE PE‐
fixados no Anexo III desta Lei Complementar, dependerá de RÍCIAS
lei específica, de iniciativa privativa do Chefe do Poder Exe‐ (VIGÊNCIA A CONTAR DE 1º DE AGOSTO DE 2015)
cutivo, nos termos dos incisos X e XI do art. 37 da Constitui‐
ção da República e dos incisos II e IV do art. 50 da Constitui‐ CARREIRA - NÍVEL VALOR (R$)
ção do Estado.
Art. 12. O subsídio de que trata esta Lei Complementar Perito Oficial - IV 20.717,79
estará sujeito ao teto remuneratório aplicado aos servidores Perito Oficial - III 18.646,01
públicos, na forma do inciso III do art. 23 da Constituição do Perito Oficial - II 16.574,23
Estado.
Perito Oficial - I 14.502,45
Art. 13. Aplicam-se as disposições desta Lei Complemen‐
tar aos integrantes do Quadro de Pessoal do IGP inativos e Técnico Pericial - V 10.037,76
aos pensionistas respectivos com direito à paridade em seus Técnico Pericial - IV 7.937,77
benefícios, nos termos da Constituição da República. Técnico Pericial - III 6.747,10
Art. 14. As despesas decorrentes da execução desta Lei
Técnico Pericial - II 5.735,03
Complementar correrão à conta das dotações próprias do
Orçamento Geral do Estado. Técnico Pericial - I 4.874,78
Art. 15. Esta Lei Complementar entra em vigor na data Auxiliar Pericial - VIII 10.037,76
de sua publicação. Auxiliar Pericial - VII 7.937,77
Parágrafo único. O Anexo I desta Lei Complementar sur‐
tirá efeitos a contar de 1º de agosto de 2014, o Anexo II, a Auxiliar Pericial - VI 6.747,10
partir de 1º de agosto de 2015 e o Anexo III, a partir de 1º de Auxiliar Pericial - V 5.735,03
dezembro de 2015. Auxiliar Pericial - IV 4.874,78
Art. 16. Ficam revogados os arts. 11, 14, 18, 19 e 29 da Auxiliar Pericial - III 4.143,56
Lei Complementar nº 254, de 15 de dezembro de 2003.
Florianópolis, 20 de dezembro de 2013. Auxiliar Pericial - II 3.729,20
JOÃO RAIMUNDO COLOMBO Auxiliar Pericial - I 3.522,02
Governador do Estado

47
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ANEXO III
QUADRO DE PESSOAL DO INSTITUTO GERAL DE PE‐
LEI 16.772/16.
RÍCIAS
(VIGÊNCIA A CONTAR DE 1º DE DEZEMBRO DE 2015)

CARREIRA - NÍVEL VALOR (R$) Prezado Candidato, o edital do referido certame


equivocou-se ao transcrever o ano da lei acima supraci-
Perito Oficial - IV 22.601,22 tada o ano correto é 2015, conforme segue:
Perito Oficial - III 20.341,09
Perito Oficial - II 18.080,97 LEI Nº 16.772, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2015
Perito Oficial - I 15.820,84 Dispõe sobre as formas de cumprimento da jornada de
Técnico Pericial - V 10.950,28 trabalho e o banco de horas no âmbito do Instituto Geral
de Perícias (IGP) e estabelece outras providências.
Técnico Pericial - IV 8.659,38 O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Técnico Pericial - III 7.360,47 Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a
Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Técnico Pericial - II 6.256,40
Técnico Pericial - I 5.317,94 CAPÍTULO I
Auxiliar Pericial - VIII 10.950,28 DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Auxiliar Pericial - VII 8.659,38 Art. 1º Esta Lei dispõe sobre as formas de cumprimento
Auxiliar Pericial - VI 7.360,47 da jornada de trabalho e o banco de horas no âmbito do
Instituto Geral de Perícias (IGP), observados os seguintes
Auxiliar Pericial - V 6.256,40 princípios:
Auxiliar Pericial - IV 5.317,94 I – disponibilidade para atendimento em caráter per‐
manente;
Auxiliar Pericial - III 4.520,24
II – compatibilidade entre a carga horária e o tipo de
Auxiliar Pericial - II 4.068,21 atividade executada; e
Auxiliar Pericial - I 3.842,20 III – direito ao repouso necessário para o restabeleci‐
mento das condições físicas e psíquicas do servidor do IGP.
ANEXO IV
FUNÇÕES GRATIFICADAS CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE CUMPRIMENTO DA JORNADA DE
TRABALHO
NOMENCLATURA QUANTIDADE GRATIFICAÇÃO
O equivalente Art. 2º A jornada de trabalho do servidor do IGP será
a 3% (três cumprida sob a forma de:
Responsável por por cento) I – escalas de plantão;
Núcleo Regional de 21 do respectivo II – expediente administrativo; e
Perícia subsídio da III – regime de sobreaviso.
carreira de
Perito Oficial. Seção I
Das Escalas de Plantão

Art. 3º Ficam instituídas as seguintes escalas de plan‐


tão:
I – 12 (doze) horas de serviço por 12 (doze) horas de
descanso, combinada com 12 (doze) horas de serviço por
60 (sessenta) horas de descanso;
II – 12 (doze) horas de serviço por 24 (vinte e quatro)
horas de descanso, combinada com 12 (doze) horas de ser‐
viço por 48 (quarenta e oito) horas de descanso;
III – 12 (doze) horas de serviço por 36 (trinta e seis)
horas de descanso;
IV – 12 (doze) horas de serviço por 60 (sessenta) ho‐
ras de descanso, sendo aos finais de semana e feriados 24
(vinte e quatro) horas de serviço por 60 (sessenta) horas de
descanso;

48
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

V – 14 (quatorze) horas de serviço por 58 (cinquenta § 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, poderá
e oito) horas de descanso, sendo aos finais de semana e ser autorizada pela chefia imediata a conversão das horas
feriados 24 (vinte e quatro) horas de serviço por 58 (cin‐ de trabalho previstas para o expediente administrativo em
quenta e oito) horas de descanso; e horas de trabalho em regime de sobreaviso, observado o
VI – 24 (vinte e quatro) horas de serviço por 72 (setenta disposto no § 1º do art. 5º desta Lei, desde que presente
e duas) horas de descanso. o interesse da Administração ou a necessidade do serviço.
§ 1º O servidor do IGP somente poderá ser utilizado § 2º A conversão de que trata o § 1º deste artigo fica li‐
em escala de plantão diversa daquela que está cumprindo mitada, mensalmente, a 100 (cem) horas normais de traba‐
após a sua folga regulamentar. lho, equivalentes a 400 (quatrocentas) horas de sobreaviso.
§ 2º A utilização do servidor do IGP em quaisquer das § 3º Fica vedada a conversão das horas de trabalho
escalas de plantão previstas neste artigo deverá proporcio‐ previstas na forma do inciso I do art. 2º desta Lei em horas
nar ao menos 1 (um) fim de semana de folga por mês. de trabalho em regime de sobreaviso.
§ 3º O Diretor-Geral do IGP, mediante autorização do § 4º Deverá ser encaminhado à Direção-Geral do IGP
titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), relatório mensal discriminado da jornada de trabalho in‐
poderá instituir outras escalas de plantão para evento es‐ dividual a ser cumprida pelos servidores do IGP de cada
pecífico e por tempo determinado. unidade na forma estabelecida neste artigo.
§ 4º A falta do servidor do IGP ao plantão, justificada § 5º Durante os cursos de formação profissional, de es‐
ou não, implicará na não fruição das horas de descanso pecialização e/ou profissionalizantes internos, a jornada de
subsequentes. trabalho dos servidores do IGP será definida pelo Diretor-
§ 5º Fica vedado à chefia imediata do servidor do IGP Geral do IGP.
autorizar a dobra da escala, exceto para atender situações § 6º Observado o interesse da Administração e a neces‐
excepcionais que exijam dedicação contínua ao trabalho. sidade do serviço, o cumprimento da jornada de trabalho
do servidor do IGP poderá, eventualmente, ser realizado
Seção II em localidade diversa da sua lotação.
§ 7º A jornada de trabalho individual do servidor do
Do Expediente Administrativo
IGP deve ser definida de modo a assegurar a distribuição
adequada da força de trabalho, a fim de garantir o pleno
Art. 4º O horário de expediente administrativo nas uni‐
funcionamento de todas as unidades do IGP.
dades do IGP bem como o cumprimento da jornada de tra‐
balho na forma prevista no inciso II do art. 2º desta Lei se‐
CAPÍTULO III
rão regulamentados por ato do Chefe do Poder Executivo.
DO BANCO DE HORAS
Seção III Art. 7º Fica instituído o regime de compensação de ho‐
Do Regime de Sobreaviso ras, denominado banco de horas, no âmbito do IGP, que
consiste no registro do quantitativo de horas, excedentes
Art. 5º Fica instituído o regime de sobreaviso, que ou insuficientes, em relação ao quantitativo estabelecido
consiste na permanência do servidor do IGP fora de seu para a jornada de trabalho individual do servidor do IGP, na
ambiente de trabalho em estado de expectativa constante, forma do disposto nesta Lei.
aguardando convocação para o trabalho. § 1º Consideram-se horas excedentes as horas efetiva‐
§ 1º A hora de trabalho em regime de sobreaviso é mente trabalhadas pelo servidor do IGP que superem:
contada à razão de 1/4 (um quarto) da hora normal de tra‐ I – o quantitativo de horas estabelecido para as escalas
balho. de plantão previstas no art. 3º desta Lei; e
§ 2º O servidor do IGP designado para cumprir jorna‐ II – o quantitativo de horas estabelecido para o expe‐
da de trabalho em regime de sobreaviso deverá atender diente administrativo, nos termos do regulamento, obser‐
prontamente ao chamado e não poderá praticar atividades vado o disposto no § 1º do art. 6º desta Lei.
que o impeçam de prestar o atendimento ou que possam § 2º Consideram-se horas insuficientes o quantitativo
retardar o seu comparecimento quando convocado. de horas não cumpridas pelo servidor do IGP em relação
§ 3º Na hipótese de convocação do servidor do IGP ao quantitativo previsto para a sua jornada de trabalho in‐
durante o cumprimento da jornada de trabalho em regime dividual, nas hipóteses do art. 10 desta Lei.
de sobreaviso, o período de convocação será registrado no § 3º O registro no banco de horas será realizado em
banco de horas na forma do disposto no art. 8º desta Lei. frações de 15 (quinze) minutos, desprezados os períodos
que não alcançarem esse espaço de tempo.
Seção IV § 4º As horas registradas no banco de horas, exceden‐
Da Jornada de Trabalho Individual tes ou insuficientes, serão compensadas na proporção de 1
(um) para 1 (um).
Art. 6º Compete ao responsável titular da unidade pe‐ § 5º Na apuração mensal do saldo de horas serão com‐
ricial, com a anuência do Gerente Mesorregional ou do res‐ pensadas entre si as horas excedentes e insuficientes.
pectivo Diretor, definir a forma de cumprimento da jornada § 6º Para fins de compensação, a apuração do saldo
de trabalho individual do servidor do IGP, de acordo com o de horas, positivo ou negativo, será realizada no último dia
disposto no art. 2º desta Lei. do mês.

49
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 7º A compensação de eventual saldo de horas, positi‐ I – a ocorrência das hipóteses previstas no art. 17 desta
vo ou negativo, observará a ordem cronológica. Lei ou outra situação extraordinária decretada por ato do
§ 8º Havendo saldo remanescente, positivo ou negati‐ Chefe do Poder Executivo, caso em que poderá ser suspen‐
vo, no mês seguinte ao da apuração, o prazo previsto para sa a fruição da folga enquanto perdurar a situação excep‐
a compensação não será renovado. cional; e
§ 9º Não se aplica o disposto neste Capítulo ao ocu‐ II – os afastamentos decorrentes de licenças, cursos e
pante de cargo em comissão ou função gratificada, que outras situações impeditivas, caso em que o prazo para a
tem regime de dedicação integral, podendo ser convocado concessão da folga recomeçará a contar da data do térmi‐
sempre que presente o interesse da Administração ou a ne‐ no do impedimento.
cessidade do serviço. § 1º Findo o prazo previsto no caput deste artigo e não
concedida a folga, o servidor do IGP fica dispensado do
Seção I serviço, até o limite de 50% (cinquenta por cento) da sua
Do Registro de Horas Excedentes jornada de trabalho normal, a fim de compensar o saldo de
horas acumulado, observado o disposto no inciso I deste
Art. 8º Serão registradas no banco de horas as horas artigo.
excedentes: § 2º Para fins do disposto no § 1º deste artigo, o servi‐
I – previamente autorizadas pela chefia imediata, ano‐ dor do IGP deverá comunicar o seu afastamento parcial à
tadas no ponto do servidor do IGP e homologadas pela chefia imediata com antecedência mínima de 3 (três) dias.
respectiva direção; § 3º Eventual saldo positivo de horas será compensado
II – decorrentes do atendimento a situações em que com o período não trabalhado em decorrência de ponto
as circunstâncias exijam a prorrogação da jornada de tra‐ facultativo ou recesso de fim de ano, desde que haja pre‐
balho; e visão para compensação em ato do Chefe do Poder Exe‐
III – decorrentes da convocação do servidor do IGP du‐ cutivo.
rante o cumprimento da jornada de trabalho em regime § 4º Fica vedada a compensação de faltas, atrasos ou
de sobreaviso, a partir da décima segunda hora mensal de
saídas antecipadas com eventual saldo positivo existente
convocação, hipótese em que será registrada no banco de
no banco de horas do servidor do IGP.
horas a proporção de 3/4 (três quartos) do período de efe‐
tivo atendimento à ocorrência.
Seção III
§ 1º Nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo,
Do Registro de Horas Insuficientes
deverá ser justificada a necessidade do atendimento me‐
diante relatório circunstanciado devidamente homologado
Art. 10. Serão registradas no banco de horas as horas
pela respectiva direção.
§ 2º Fica vedado o registro, como hora excedente, do insuficientes nas seguintes hipóteses, observado o dispos‐
período utilizado nas seguintes situações: to no § 1º do art. 6º desta Lei:
– participação em cursos de formação profissional para I – desconto antecipado de horas da jornada de tra‐
ingresso na carreira; balho para aplicação de pessoal em evento futuro e certo,
II – exercício de cargo em comissão; devidamente autorizado pelo Diretor-Geral do IGP; e
III – exercício da atividade de docência, com percepção II – redução da jornada de trabalho em expediente ad‐
de indenização por aula ministrada; ministrativo, na forma do regulamento.
IV – em deslocamento durante o turno de serviço, com
direito à percepção de diária de viagem; Seção IV
V – folga durante operações especiais realizadas em Da Compensação de Saldo Negativo de Horas
localidade diversa da lotação;
VI – à disposição, no âmbito estadual, dos órgãos e Art. 11. O saldo negativo decorrente do registro de ho‐
entidades do Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Ju‐ ras insuficientes deverá ser compensado em horas traba‐
diciário, Ministério Público e Tribunal de Contas, bem como lhadas até o término do terceiro mês subsequente ao da
de quaisquer dos Poderes da União, dos demais Estados, apuração do saldo, sob pena da perda proporcional da
do Distrito Federal e dos Municípios, ressalvados os casos remuneração, nos termos da legislação em vigor.
em que houver interesse da segurança pública; e § 1º No caso de afastamento decorrente de licença,
VII – nas hipóteses do art. 17 desta Lei. curso ou outra situação impeditiva, o prazo disposto no
caput deste artigo para compensação fica suspenso, reco‐
Seção II meçando a contar da data do término do impedimento.
Da Compensação de Saldo Positivo de Horas § 2º A compensação de que trata o caput deste artigo
poderá ser realizada em localidade diversa da lotação do
Art. 9º O saldo positivo decorrente do registro de ho‐ servidor do IGP, de acordo com o interesse da Administra‐
ras excedentes será compensado em folga, que deverá ser ção e a necessidade do serviço.
concedida até o término do terceiro mês subsequente ao § 3º A compensação de eventual saldo negativo no
da apuração do saldo, de acordo com o cronograma es‐ banco de horas não poderá exceder a 24 (vinte e quatro)
tabelecido pela chefia imediata, ressalvadas as seguintes horas consecutivas por período de compensação e não
situações: será considerada acréscimo de jornada.

50
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 4º No caso de compensação de eventual saldo ne‐ IV – convocado, nos casos previstos no inciso III do art.
gativo no banco de horas em período acima de 12 (doze) 39 da Lei nº 6.843, de 28 de julho de 1986, incluindo as
horas consecutivas, será observado o intervalo de 6 (seis) folgas decorrentes da convocação;
horas de repouso entre a compensação e a jornada normal V – afastado, em decorrência das situações previstas na
de trabalho individual do servidor do IGP, não sendo o re‐ Lei Complementar nº 447, de 7 de julho de 2009;
ferido intervalo computado para efeito de cumprimento de VI – afastado, na hipótese do art. 65 da Lei nº 15.156,
carga horária. de 2010;
VII – afastado, na forma do disposto no art. 1º da Lei
CAPÍTULO IV Complementar nº 470, de 9 de dezembro de 2009;
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS VIII – afastado para o exercício de mandato eletivo fe‐
deral, estadual ou municipal, ainda que opte pela remune‐
Art. 12. O art. 3º da Lei Complementar nº 610, de 20 ração do cargo efetivo;
de dezembro de 2013, passa a vigorar com a seguinte re‐ IX – afastado para o exercício de mandato classista, ob‐
dação: servada a proporcionalidade do afastamento;
“Art. 3º .............................................................................................. X – à disposição, no âmbito estadual, dos órgãos e en‐
............. tidades do Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judi‐
............................................................................................................. ciário, Ministério Público e Tribunal de Contas, bem como
.......... de quaisquer dos Poderes da União, dos demais Estados,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no § 11 do art. do Distrito Federal e dos Municípios, ressalvados os casos
37 da Constituição da República às vantagens previstas nos em que houver interesse da segurança pública;
incisos I, II, III, IV, VIII, IX, X, XI, XIII e XIV do caput deste XI – ausente do serviço nos termos do inciso I do art. 89
artigo.” (NR) da Lei nº 6.843, de 1986, independentemente de qualquer
Art. 13. O art. 6º da Lei Complementar nº 610, de 2013, ressalva;
passa a vigorar com a seguinte redação: XII – afastado, nos termos do § 2º do art. 224 da Lei nº
“Art. 6º Poderá ser atribuída aos servidores referidos 6.843, de 1986;
no art. 1º desta Lei Complementar, que se encontrarem em XIII – preso preventivamente ou em flagrante delito; e
efetivo exercício, nos termos do regulamento, Indenização XIV – preso ou afastado em virtude de decisão judicial.
por Regime Especial de Trabalho Pericial, no percentual de § 5º Não faz jus à indenização de que trata o caput
17,6471% (dezessete inteiros e seis mil, quatrocentos e se‐ deste artigo o servidor que não tenha concluído o curso de
tenta e um décimos de milésimo por cento) do valor do formação profissional para ingresso na carreira.
subsídio da respectiva carreira e nível, fixado na forma do § 6º Nas hipóteses, legalmente admitidas, em que o
Anexo III desta Lei Complementar, a contar de 1º de agosto servidor obtém o direito de ausentar-se de parte da sua
de 2014. jornada diária de trabalho, o pagamento da indenização de
§ 1º A Indenização por Regime Especial de Trabalho que trata o caput deste artigo será proporcional a jornada
Pericial visa compensar o desgaste físico e mental a que efetivamente trabalhada.” (NR)
estão sujeitos os titulares dos cargos de que trata esta Lei Art. 14. O art. 32 da Lei nº 15.156, de 11 de maio de
Complementar em razão da eventual prestação de servi‐ 2010, passa a vigorar com a seguinte redação:
ço em condições adversas de segurança, com risco à vida, “Art. 32. .............................................................................................
disponibilidade para cumprimento de escalas de plantão, ................
horários irregulares, horário noturno e chamados a qual‐ Parágrafo único. Concluído o curso de formação, o ser‐
quer hora e dia. vidor do IGP terá direito a ajuda de custo correspondente
§ 2º A Indenização por Regime Especial de Trabalho Pe‐ à metade do valor estabelecido no inciso I do art. 65 desta
ricial constitui-se em verba de natureza indenizatória e não Lei, por ocasião da primeira lotação após deixar os quadros
se incorpora ao subsídio, aos proventos de aposentadoria da Academia de Perícia, desde que esta ocorra em sede
de qualquer modalidade nem à pensão por morte, sendo diversa da localidade de sua residência de origem.” (NR)
isenta da incidência de contribuição previdenciária. Art. 15. O art. 65 da Lei nº 15.156, de 2010, passa a
§ 3º O valor da Indenização por Regime Especial de vigorar com a seguinte redação:
Trabalho Pericial não constitui base de cálculo de qualquer “Art. 65. .............................................................................................
vantagem. ................
§ 4º Para fins do disposto no caput deste artigo, não I – ao valor correspondente a 50% (cinquenta por cen‐
se considera como de efetivo exercício o período em que to) do respectivo subsídio, quando não possuir dependen‐
o servidor se encontrar afastado a qualquer título, notada‐ tes;
mente nas seguintes situações: II – ao valor correspondente a 75% (setenta e cinco por
I – licenciado, nos casos previstos no art. 62 da Lei nº cento) do respectivo subsídio, quando possuir até 2 (dois)
6.745, de 1985; dependentes expressamente declarados; e
II – afastado, nos termos do art. 18 da Lei nº 6.745, de III – ao valor correspondente ao respectivo subsídio,
1985; quando possuir mais de 2 (dois) dependentes expressa‐
III – ausente, nos termos do art. 59 da Lei nº 6.745, de mente declarados.” (NR)
1985;

51
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 16. Estão compreendidos no regime de subsídio ins‐


tituído pela Lei Complementar nº 610, de 2013, os acréscimos LEI 12.737/12 (LEI CAROLINA DIECKMANN),
de remuneração decorrentes das situações previstas nos inci‐
sos IX, XV, XVI e XXIII do art. 7º da Constituição da República,
inerentes às atividades dos cargos que integram o Quadro de
Pessoal do IGP, até os limites estabelecidos nesta Lei. LEI Nº 12.737, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2012.
Art. 17. Durante a ocorrência de estado de calamidade pú‐
blica, situação de emergência ou extraordinária perturbação Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informá‐
da ordem, poderá o servidor do IGP ser convocado para pres‐ ticos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
tar o atendimento necessário, independentemente das formas 1940 - Código Penal; e dá outras providências.
de cumprimento da jornada de trabalho previstas nesta Lei.
Art. 18. Em caso de atribuição da indenização de que trata A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐
o caput do art. 6º da Lei Complementar nº 610, de 2013, o gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
servidor do IGP fará jus à Indenização de Auxílio à Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre a tipificação criminal de
Saúde, no percentual de 17,6471% (dezessete inteiros e delitos informáticos e dá outras providências.  
seis mil, quatrocentos e setenta e um décimos de milésimo Art. 2o  O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
por cento) do valor do respectivo subsídio, fixado na forma do 1940 - Código Penal, fica acrescido dos seguintes arts. 154-
Anexo III da mesma Lei Complementar, nas seguintes hipóte‐ A e 154-B:  
ses de afastamento das atividades profissionais: “Invasão de dispositivo informático  
I – quando portador de tuberculose ativa, alienação men‐ Art. 154-A.  Invadir dispositivo informático alheio, co‐
tal, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, nectado ou não à rede de computadores, mediante vio‐
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença lação indevida de mecanismo de segurança e com o fim
de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia gra‐ de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem
ve, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou
(osteíte deformante), contaminação por radiação e síndrome
instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:  
da imunodeficiência adquirida;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e mul‐
II – quando portador de moléstia física ou ferimento que
ta.  
tenha relação direta de causa e efeito com a atividade profis‐
§ 1o  Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
sional; e
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de
III – quando em usufruto de licença-maternidade.
computador com o intuito de permitir a prática da conduta
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, as situa‐
definida no caput.  
ções previstas nos incisos I e II deste artigo deverão ser com‐
provadas por meio de parecer médico elaborado pela Perícia § 2o  Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
Médica Oficial do Estado. invasão resulta prejuízo econômico.  
Art. 19. O percentual da Indenização prevista no caput do § 3o  Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
art. 6º da Lei Complementar nº 610, de 2013, bem como no comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou
caput do art. 18 desta Lei, passa a ser de 19,25% (dezenove industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento), a partir de 1º de o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:  
janeiro de 2016. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Art. 20. Compete ao órgão setorial do Sistema Adminis‐ multa, se a conduta não constitui crime mais grave.  
trativo de Gestão de Pessoas do IGP promover, em conjunto § 4o  Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a
com a Diretoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas da dois terços se houver divulgação, comercialização ou trans‐
Secretaria de Estado da Administração (SEA), a implementação missão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informa‐
de sistema informatizado para fins de aplicação do disposto ções obtidos.  
nesta Lei. § 5o  Aumenta-se a pena de um terço à metade se o
Art. 21. A aplicação das disposições desta Lei está subme‐ crime for praticado contra:  
tida ao controle da SEA e da Secretaria de Estado da Fazenda I - Presidente da República, governadores e prefeitos;  
(SEF), órgãos centrais do Sistema Administrativo de Gestão de II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;  
Pessoas e do Sistema Administrativo de Controle Interno, res‐ III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
pectivamente. Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara
Art. 22. Ato do Chefe do Poder Executivo baixará instru‐ Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou  
ções complementares necessárias à fiel execução do disposto IV - dirigente máximo da administração direta e indire‐
nesta Lei. ta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.”  
Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, “Ação penal  
produzindo efeitos a partir de 1º de agosto de 2015. Art. 154-B.  Nos crimes definidos no art. 154-A, somen‐
Art. 24. Ficam revogados: te se procede mediante representação, salvo se o crime é
I – o art. 7º da Lei Complementar nº 610, de 20 de dezem‐ cometido contra a administração pública direta ou indireta
bro de 2013; e de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Fede‐
II – o art. 75 da Lei nº 15.156, de 11 de maio de 2010. ral ou Municípios ou contra empresas concessionárias de
Florianópolis, 30 de novembro de 2015. serviços públicos.”  

52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 3o  Os arts. 266 e 298 do Decreto-Lei no 2.848, de Art. 2o  Aplicam-se as disposições desta Lei, no que cou‐
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passam a vigorar ber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam,
com a seguinte redação:   para realização de ações de interesse público, recursos pú‐
“Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, blicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções
telefônico, informático, telemático ou de informação sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios,
de utilidade pública  acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. 
Art. 266.  ........................................................................  Parágrafo único.  A publicidade a que estão submeti‐
§ 1º  Incorre na mesma pena quem interrompe serviço das as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos
telemático ou de informação de utilidade pública, ou impe‐ recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem pre‐
de ou dificulta-lhe o restabelecimento.   juízo das prestações de contas a que estejam legalmente
§ 2o  Aplicam-se as penas em dobro se o crime é come‐ obrigadas. 
tido por ocasião de calamidade pública.” (NR)   Art. 3o  Os procedimentos previstos nesta Lei desti‐
“Falsificação de documento particular  nam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à in‐
Art. 298.  ........................................................................  formação e devem ser executados em conformidade com
Falsificação de cartão   os princípios básicos da administração pública e com as
Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equi‐ seguintes diretrizes: 
para-se a documento particular o cartão de crédito ou dé‐ I - observância da publicidade como preceito geral e
bito.” (NR)   do sigilo como exceção; 
Art. 4o  Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 II - divulgação de informações de interesse público, in‐
(cento e vinte) dias de sua publicação oficial.  dependentemente de solicitações; 
Brasília, 30 de novembro de 2012; 191o da Independên‐ III - utilização de meios de comunicação viabilizados
cia e 124o da República.  pela tecnologia da informação; 
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de trans‐
parência na administração pública; 
V - desenvolvimento do controle social da administra‐
LEI 12.527/11 (LEI DE ACESSO À ção pública. 
INFORMAÇÃO), Art. 4o  Para os efeitos desta Lei, considera-se: 
I - informação: dados, processados ou não, que podem
ser utilizados para produção e transmissão de conhecimen‐
to, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; 
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
II - documento: unidade de registro de informações,
qualquer que seja o suporte ou formato; 
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII
III - informação sigilosa: aquela submetida tempora‐
do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. riamente à restrição de acesso público em razão de sua
216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do
dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio Estado; 
de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa
1991; e dá outras providências. natural identificada ou identificável; 
V - tratamento da informação: conjunto de ações re‐
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con‐ ferentes à produção, recepção, classificação, utilização,
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:  acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, des‐
CAPÍTULO I tinação ou controle da informação; 
DISPOSIÇÕES GERAIS VI - disponibilidade: qualidade da informação que
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamen‐
Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem tos ou sistemas autorizados; 
observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municí‐ VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha
pios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto sido produzida, expedida, recebida ou modificada por de‐
no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37e terminado indivíduo, equipamento ou sistema; 
no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.  VIII - integridade: qualidade da informação não modifi‐
Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Lei:  cada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; 
I - os órgãos públicos integrantes da administração di‐ IX - primariedade: qualidade da informação coletada
reta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem
de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;  modificações. 
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas Art. 5o  É dever do Estado garantir o direito de acesso à
públicas, as sociedades de economia mista e demais enti‐ informação, que será franqueada, mediante procedimentos
dades controladas direta ou indiretamente pela União, Es‐ objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em lingua‐
tados, Distrito Federal e Municípios.  gem de fácil compreensão. 

53
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO II § 5o  Informado do extravio da informação solicitada,


DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGA‐ poderá o interessado requerer à autoridade competente a
ÇÃO imediata abertura de sindicância para apurar o desapareci‐
mento da respectiva documentação. 
Art. 6o  Cabe aos órgãos e entidades do poder público, § 6o  Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo,
observadas as normas e procedimentos específicos aplicá‐ o responsável pela guarda da informação extraviada deverá,
veis, assegurar a:  no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemu‐
I - gestão transparente da informação, propiciando nhas que comprovem sua alegação. 
amplo acesso a ela e sua divulgação;  Art. 8o  É dever dos órgãos e entidades públicas promo‐
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponi‐ ver, independentemente de requerimentos, a divulgação em
bilidade, autenticidade e integridade; e  local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de
III - proteção da informação sigilosa e da informação informações de interesse coletivo ou geral por eles produzi‐
das ou custodiadas. 
pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade,
§ 1o  Na divulgação das informações a que se refere
integridade e eventual restrição de acesso. 
o caput, deverão constar, no mínimo: 
Art. 7o  O acesso à informação de que trata esta Lei
I - registro das competências e estrutura organizacional,
compreende, entre outros, os direitos de obter: 
endereços e telefones das respectivas unidades e horários
I - orientação sobre os procedimentos para a conse‐ de atendimento ao público; 
cução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser II - registros de quaisquer repasses ou transferências de
encontrada ou obtida a informação almejada;  recursos financeiros; 
II - informação contida em registros ou documentos, III - registros das despesas; 
produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, IV - informações concernentes a procedimentos licitató‐
recolhidos ou não a arquivos públicos;  rios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como
III - informação produzida ou custodiada por pessoa a todos os contratos celebrados; 
física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo V - dados gerais para o acompanhamento de progra‐
com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já mas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e 
tenha cessado;  VI - respostas a perguntas mais frequentes da socieda‐
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualiza‐ de. 
da;  § 2o  Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e ins‐
e entidades, inclusive as relativas à sua política, organiza‐ trumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória
ção e serviços;  a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computa‐
VI - informação pertinente à administração do patri‐ dores (internet). 
mônio público, utilização de recursos públicos, licitação, § 3o  Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de
contratos administrativos; e  regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: 
VII - informação relativa:  I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per‐
a) à implementação, acompanhamento e resultados mita o acesso à informação de forma objetiva, transparente,
dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades clara e em linguagem de fácil compreensão; 
públicas, bem como metas e indicadores propostos;  II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos for‐
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e matos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais
como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das in‐
tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle in‐
formações; 
terno e externo, incluindo prestações de contas relativas a
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas
exercícios anteriores. 
externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por
§ 1o  O acesso à informação previsto no caput não com‐
máquina; 
preende as informações referentes a projetos de pesquisa IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para es‐
e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo truturação da informação; 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.  V - garantir a autenticidade e a integridade das informa‐
§ 2o  Quando não for autorizado acesso integral à in‐ ções disponíveis para acesso; 
formação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o VI - manter atualizadas as informações disponíveis para
acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou acesso; 
cópia com ocultação da parte sob sigilo.  VII - indicar local e instruções que permitam ao interes‐
§ 3o  O direito de acesso aos documentos ou às infor‐ sado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o
mações neles contidas utilizados como fundamento da to‐ órgão ou entidade detentora do sítio; e 
mada de decisão e do ato administrativo será assegurado VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a
com a edição do ato decisório respectivo.  acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência,
§ 4o  A negativa de acesso às informações objeto de nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro
pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das
1o, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo
medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.  no 186, de 9 de julho de 2008. 

54
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 4o  Os Municípios com população de até 10.000 (dez § 3o  Sem prejuízo da segurança e da proteção das in‐
mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigató‐ formações e do cumprimento da legislação aplicável, o ór‐
ria na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigato‐ gão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio
riedade de divulgação, em tempo real, de informações re‐ requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. 
lativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e § 4o  Quando não for autorizado o acesso por se tratar
prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente
de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).  deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, pra‐
Art. 9o  O acesso a informações públicas será assegu‐ zos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-
rado mediante:  lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação. 
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos § 5o  A informação armazenada em formato digital será
órgãos e entidades do poder público, em local com condi‐ fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. 
ções apropriadas para:  § 6o  Caso a informação solicitada esteja disponível ao
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a in‐ público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer
formações;  outro meio de acesso universal, serão informados ao re‐
b) informar sobre a tramitação de documentos nas querente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se po‐
suas respectivas unidades;  derá consultar, obter ou reproduzir a referida informação,
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade
a informações; e  pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se
II - realização de audiências ou consultas públicas, in‐ o requerente declarar não dispor de meios para realizar por
centivo à participação popular ou a outras formas de di‐ si mesmo tais procedimentos. 
vulgação.  Art. 12.  O serviço de busca e fornecimento da infor‐
mação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de
CAPÍTULO III documentos pelo órgão ou entidade pública consultada,
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o va‐
Seção I lor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos
Do Pedido de Acesso materiais utilizados. 
Parágrafo único.  Estará isento de ressarcir os custos
Art. 10.  Qualquer interessado poderá apresentar pe‐ previstos no caput todo aquele cuja situação econômica
dido de acesso a informações aos órgãos e entidades re‐ não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio
feridos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29
devendo o pedido conter a identificação do requerente e a de agosto de 1983. 
especificação da informação requerida.  Art. 13.  Quando se tratar de acesso à informação con‐
§ 1o  Para o acesso a informações de interesse público, tida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua
a identificação do requerente não pode conter exigências integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com
que inviabilizem a solicitação.  certificação de que esta confere com o original. 
§ 2o  Os órgãos e entidades do poder público devem Parágrafo único.  Na impossibilidade de obtenção de
viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas
acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.  e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja fei‐
§ 3o  São vedadas quaisquer exigências relativas aos ta por outro meio que não ponha em risco a conservação
motivos determinantes da solicitação de informações de do documento original. 
interesse público.  Art. 14.  É direito do requerente obter o inteiro teor de
Art. 11.  O órgão ou entidade pública deverá autorizar decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. 
ou conceder o acesso imediato à informação disponível. 
§ 1o  Não sendo possível conceder o acesso imediato, Seção II
na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que re‐ Dos Recursos
ceber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte)
dias:  Art. 15.  No caso de indeferimento de acesso a infor‐
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a mações ou às razões da negativa do acesso, poderá o in‐
consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;  teressado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, (dez) dias a contar da sua ciência. 
total ou parcial, do acesso pretendido; ou  Parágrafo único.  O recurso será dirigido à autoridade
III - comunicar que não possui a informação, indicar, hierarquicamente superior à que exarou a decisão impug‐
se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que nada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. 
a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão Art. 16.  Negado o acesso a informação pelos órgãos
ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente po‐
pedido de informação.  derá recorrer à Controladoria-Geral da União, que delibe‐
§ 2o  O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado rará no prazo de 5 (cinco) dias se: 
por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da I - o acesso à informação não classificada como sigilosa
qual será cientificado o requerente.  for negado; 

55
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - a decisão de negativa de acesso à informação to‐ CAPÍTULO IV


tal ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior Seção I
a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassi‐ Disposições Gerais
ficação; 
III - os procedimentos de classificação de informação Art. 21.  Não poderá ser negado acesso à informação
sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observa‐ necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos
dos; e  fundamentais. 
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros Parágrafo único.  As informações ou documentos que
procedimentos previstos nesta Lei.  versem sobre condutas que impliquem violação dos direi‐
§ 1o  O recurso previsto neste artigo somente poderá tos humanos praticada por agentes públicos ou a mando
ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de sub‐ de autoridades públicas não poderão ser objeto de restri‐
metido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierar‐ ção de acesso. 
quicamente superior àquela que exarou a decisão impug‐ Art. 22.  O disposto nesta Lei não exclui as demais hi‐
nada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.  póteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hi‐
§ 2o  Verificada a procedência das razões do recurso, póteses de segredo industrial decorrentes da exploração
a Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa
entidade que adote as providências necessárias para dar física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com
cumprimento ao disposto nesta Lei.  o poder público. 
§ 3o  Negado o acesso à informação pela Controlado‐
ria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comis‐ Seção II
são Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere Da Classificação da Informação quanto ao Grau e
o art. 35.  Prazos de Sigilo
Art. 17.  No caso de indeferimento de pedido de des‐
Art. 23.  São consideradas imprescindíveis à segurança
classificação de informação protocolado em órgão da ad‐
da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classi‐
ministração pública federal, poderá o requerente recorrer
ficação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito
ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das compe‐
possam: 
tências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a
previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. 
integridade do território nacional; 
§ 1o  O recurso previsto neste artigo somente poderá
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de nego‐
ser dirigido às autoridades mencionadas depois de sub‐
ciações ou as relações internacionais do País, ou as que
metido à apreciação de pelo menos uma autoridade hie‐
tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Es‐
rarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão tados e organismos internacionais; 
impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da
Comando.  população; 
§ 2o  Indeferido o recurso previsto no caput que tenha IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira,
como objeto a desclassificação de informação secreta ou econômica ou monetária do País; 
ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reava‐ V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações
liação de Informações prevista no art. 35.  estratégicos das Forças Armadas; 
Art. 18.  Os procedimentos de revisão de decisões de‐ VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa
negatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a
revisão de classificação de documentos sigilosos serão sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégi‐
objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo co nacional; 
e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de
âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o di‐ altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familia‐
reito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.  res; ou 
Art. 19.  (VETADO).  VIII - comprometer atividades de inteligência, bem
§ 1o  (VETADO).  como de investigação ou fiscalização em andamento, rela‐
§ 2o  Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério cionadas com a prevenção ou repressão de infrações. 
Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Art. 24.  A informação em poder dos órgãos e enti‐
Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, dades públicas, observado o seu teor e em razão de sua
as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Esta‐
informações de interesse público.  do, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou
Art. 20.  Aplica-se subsidiariamente, no que couber, reservada. 
a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento § 1o  Os prazos máximos de restrição de acesso à infor‐
de que trata este Capítulo.  mação, conforme a classificação prevista no  caput, vigo‐
ram a partir da data de sua produção e são os seguintes: 
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 

56
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - secreta: 15 (quinze) anos; e  Seção IV


III - reservada: 5 (cinco) anos.  Dos Procedimentos de Classificação, Reclassifica‐
§ 2o  As informações que puderem colocar em risco a ção e Desclassificação
segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e
respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como Art. 27.  A classificação do sigilo de informações no
reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato âmbito da administração pública federal é de competên‐
em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.  cia:  (Regulamento)
§ 3o  Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: 
poderá ser estabelecida como termo final de restrição de a) Presidente da República; 
acesso a ocorrência de determinado evento, desde que b) Vice-Presidente da República; 
este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de clas‐ c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas
sificação.  prerrogativas; 
§ 4o  Transcorrido o prazo de classificação ou consu‐ d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero‐
mado o evento que defina o seu termo final, a informação náutica; e 
tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.  e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares per‐
§ 5o  Para a classificação da informação em determina‐ manentes no exterior; 
do grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público II - no grau de secreto, das autoridades referidas no
da informação e utilizado o critério menos restritivo possí‐ inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas
vel, considerados:  públicas e sociedades de economia mista; e 
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da socie‐ III - no grau de reservado, das autoridades referidas
dade e do Estado; e  nos incisos I e II e das que exerçam funções de direção,
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Gru‐
que defina seu termo final.  po-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia
Seção III equivalente, de acordo com regulamentação específica de
cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei. 
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilo‐
§ 1o  A competência prevista nos incisos I e II, no que se
sas
refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá
ser delegada pela autoridade responsável a agente público,
Art. 25.  É dever do Estado controlar o acesso e a divul‐
inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação. 
gação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos
§ 2o  A classificação de informação no grau de sigilo ul‐
e entidades, assegurando a sua proteção. (Regulamento)
trassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e”
§ 1o  O acesso, a divulgação e o tratamento de infor‐
do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros
mação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas
de Estado, no prazo previsto em regulamento. 
que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam de‐ § 3o  A autoridade ou outro agente público que classi‐
vidamente credenciadas na forma do regulamento, sem ficar informação como ultrassecreta deverá encaminhar a
prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reava‐
por lei.  liação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo
§ 2o  O acesso à informação classificada como sigilosa previsto em regulamento. 
cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar Art. 28.  A classificação de informação em qualquer
o sigilo.  grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que con‐
§ 3o  Regulamento disporá sobre procedimentos e me‐ terá, no mínimo, os seguintes elementos: 
didas a serem adotados para o tratamento de informação I - assunto sobre o qual versa a informação; 
sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração in‐ II - fundamento da classificação, observados os crité‐
devida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados.  rios estabelecidos no art. 24; 
Art. 26.  As autoridades públicas adotarão as providên‐ III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos,
cias necessárias para que o pessoal a elas subordinado hie‐ meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final,
rarquicamente conheça as normas e observe as medidas e conforme limites previstos no art. 24; e 
procedimentos de segurança para tratamento de informa‐ IV - identificação da autoridade que a classificou. 
ções sigilosas.  Parágrafo único.  A decisão referida no caput será man‐
Parágrafo único.  A pessoa física ou entidade privada tida no mesmo grau de sigilo da informação classificada. 
que, em razão de qualquer vínculo com o poder público, Art. 29.  A classificação das informações será reavaliada
executar atividades de tratamento de informações sigilosas pela autoridade classificadora ou por autoridade hierarqui‐
adotará as providências necessárias para que seus empre‐ camente superior, mediante provocação ou de ofício, nos
gados, prepostos ou representantes observem as medidas termos e prazos previstos em regulamento, com vistas à
e procedimentos de segurança das informações resultantes sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, ob‐
da aplicação desta Lei.  servado o disposto no art. 24.  (Regulamento)
§ 1o  O regulamento a que se refere o caput deverá
considerar as peculiaridades das informações produzidas
no exterior por autoridades ou agentes públicos. 

57
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 2o  Na reavaliação a que se refere o caput, deverão § 4o  A restrição de acesso à informação relativa à vida
ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invo‐
possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divul‐ cada com o intuito de prejudicar processo de apuração de
gação da informação.  irregularidades em que o titular das informações estiver
§ 3o  Na hipótese de redução do prazo de sigilo da in‐ envolvido, bem como em ações voltadas para a recupera‐
formação, o novo prazo de restrição manterá como termo ção de fatos históricos de maior relevância. 
inicial a data da sua produção.  § 5o  Regulamento disporá sobre os procedimentos
Art. 30.  A autoridade máxima de cada órgão ou enti‐ para tratamento de informação pessoal. 
dade publicará, anualmente, em sítio à disposição na in‐
ternet e destinado à veiculação de dados e informações CAPÍTULO V
administrativas, nos termos de regulamento:  DAS RESPONSABILIDADES
I - rol das informações que tenham sido desclassifica‐
das nos últimos 12 (doze) meses;  Art. 32.  Constituem condutas ilícitas que ensejam res‐
II - rol de documentos classificados em cada grau de ponsabilidade do agente público ou militar: 
sigilo, com identificação para referência futura;  I - recusar-se a fornecer informação requerida nos
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pe‐ termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu forneci‐
didos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, mento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta,
bem como informações genéricas sobre os solicitantes.  incompleta ou imprecisa; 
§ 1o  Os órgãos e entidades deverão manter exemplar II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir,
da publicação prevista no caput para consulta pública em inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmen‐
suas sedes.  te, informação que se encontre sob sua guarda ou a que
§ 2o  Os órgãos e entidades manterão extrato com a tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das
lista de informações classificadas, acompanhadas da data, atribuições de cargo, emprego ou função pública; 
do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.  III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações
de acesso à informação; 
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
Seção V
permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informa‐
Das Informações Pessoais
ção pessoal; 
V - impor sigilo à informação para obter proveito pes‐
Art. 31.  O tratamento das informações pessoais deve
soal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal
ser feito de forma transparente e com respeito à intimida‐
cometido por si ou por outrem; 
de, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como
VI - ocultar da revisão de autoridade superior compe‐
às liberdades e garantias individuais. 
tente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem,
§ 1o  As informações pessoais, a que se refere este ar‐ ou em prejuízo de terceiros; e 
tigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem:  VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documen‐
I - terão seu acesso restrito, independentemente de tos concernentes a possíveis violações de direitos humanos
classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) por parte de agentes do Estado. 
anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos § 1o  Atendido o princípio do contraditório, da ampla
legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; defesa e do devido processo legal, as condutas descritas
e  no caput serão consideradas: 
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças
por terceiros diante de previsão legal ou consentimento Armadas, transgressões militares médias ou graves, segun‐
expresso da pessoa a que elas se referirem.  do os critérios neles estabelecidos, desde que não tipifica‐
§ 2o  Aquele que obtiver acesso às informações de que das em lei como crime ou contravenção penal; ou 
trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevi‐ II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de de‐
do.  zembro de 1990, e suas alterações, infrações administrati‐
§ 3o  O consentimento referido no inciso II do § 1o não vas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão,
será exigido quando as informações forem necessárias:  segundo os critérios nela estabelecidos. 
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa § 2o  Pelas condutas descritas no caput, poderá o mili‐
estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única tar ou agente público responder, também, por improbida‐
e exclusivamente para o tratamento médico;  de administrativa, conforme o disposto nas Leis nos 1.079,
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. 
evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo Art. 33.  A pessoa física ou entidade privada que detiver
vedada a identificação da pessoa a que as informações se informações em virtude de vínculo de qualquer natureza
referirem;  com o poder público e deixar de observar o disposto nesta
III - ao cumprimento de ordem judicial;  Lei estará sujeita às seguintes sanções: 
IV - à defesa de direitos humanos; ou  I - advertência; 
V - à proteção do interesse público e geral preponde‐ II - multa; 
rante.  III - rescisão do vínculo com o poder público; 

58
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

IV - suspensão temporária de participar em licitação § 4o  A não deliberação sobre a revisão pela Comissão
e impedimento de contratar com a administração pública Mista de Reavaliação de Informações nos prazos previstos
por prazo não superior a 2 (dois) anos; e  no § 3o  implicará a desclassificação automática das infor‐
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contra‐ mações. 
tar com a administração pública, até que seja promovida § 5o  Regulamento disporá sobre a composição, orga‐
a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a nização e funcionamento da Comissão Mista de Reavalia‐
penalidade.  ção de Informações, observado o mandato de 2 (dois) anos
§ 1o  As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão para seus integrantes e demais disposições desta Lei.  (Re‐
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o gulamento)
direito de defesa do interessado, no respectivo processo, Art. 36.  O tratamento de informação sigilosa resultan‐
no prazo de 10 (dez) dias.  te de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às
§ 2o  A reabilitação referida no inciso V será autorizada normas e recomendações constantes desses instrumentos. 
somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao Art. 37.  É instituído, no âmbito do Gabinete de Segu‐
órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decor‐ rança Institucional da Presidência da República, o Núcleo
rido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.  de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por obje‐
§ 3o  A aplicação da sanção prevista no inciso V é de tivos:  (Regulamento)
competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou I - promover e propor a regulamentação do credencia‐
entidade pública, facultada a defesa do interessado, no res‐ mento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e
pectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de entidades para tratamento de informações sigilosas; e 
vista.  II - garantir a segurança de informações sigilosas, in‐
Art. 34.  Os órgãos e entidades públicas respondem clusive aquelas provenientes de países ou organizações in‐
diretamente pelos danos causados em decorrência da di‐ ternacionais com os quais a República Federativa do Brasil
vulgação não autorizada ou utilização indevida de infor‐ tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer outro
mações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apu‐ ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Minis‐
ração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou
tério das Relações Exteriores e dos demais órgãos compe‐
culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. 
tentes. 
Parágrafo único.  O disposto neste artigo aplica-se à
Parágrafo único.  Regulamento disporá sobre a compo‐
pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vín‐
sição, organização e funcionamento do NSC. 
culo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha
Art. 38.  Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12
acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tra‐
de novembro de 1997, em relação à informação de pessoa,
tamento indevido. 
física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados
de entidades governamentais ou de caráter público. 
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 39.  Os órgãos e entidades públicas deverão pro‐
ceder à reavaliação das informações classificadas como ul‐
Art. 35.  (VETADO).  trassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos,
§ 1o  É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de contado do termo inicial de vigência desta Lei. 
Informações, que decidirá, no âmbito da administração pú‐ § 1o  A restrição de acesso a informações, em razão da
blica federal, sobre o tratamento e a classificação de infor‐ reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e
mações sigilosas e terá competência para:  condições previstos nesta Lei. 
I - requisitar da autoridade que classificar informação § 2o  No âmbito da administração pública federal, a rea‐
como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, valiação prevista no caput poderá ser revista, a qualquer
parcial ou integral da informação;  tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informa‐
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ções, observados os termos desta Lei.
ou secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa § 3o  Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação
interessada, observado o disposto no art. 7o e demais dis‐ previsto no caput, será mantida a classificação da informa‐
positivos desta Lei; e  ção nos termos da legislação precedente. 
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classifi‐ § 4o  As informações classificadas como secretas e ul‐
cada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, trassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput se‐
enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar rão consideradas, automaticamente, de acesso público. 
ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do Art. 40.  No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da
território nacional ou grave risco às relações internacionais vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou
do País, observado o prazo previsto no § 1o do art. 24.  entidade da administração pública federal direta e indireta
§ 2o  O prazo referido no inciso III é limitado a uma designará autoridade que lhe seja diretamente subordina‐
única renovação.  da para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exer‐
§ 3o  A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § cer as seguintes atribuições: 
1o deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao
a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de docu‐ acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos
mentos ultrassecretos ou secretos.  objetivos desta Lei; 

59
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e


apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;  LEI 8.072/90 (LEI DOS CRIMES HEDIONDOS).
III - recomendar as medidas indispensáveis à imple‐
mentação e ao aperfeiçoamento das normas e procedi‐
mentos necessários ao correto cumprimento do disposto
nesta Lei; e  LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere
ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamen‐ Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art.
tos.  5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras
Art. 41.  O Poder Executivo Federal designará órgão da providências.
administração pública federal responsável: 
I - pela promoção de campanha de abrangência nacio‐ O  PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
nal de fomento à cultura da transparência na administração Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
pública e conscientização do direito fundamental de aces‐ Art. 1o São considerados hediondos os seguintes cri‐
so à informação;  mes, todos tipificados no  Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se re‐ dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tenta‐
fere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à trans‐ dos: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994)  (Vide Lei nº
parência na administração pública;  7.210, de 1984)
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade
da administração pública federal, concentrando e consoli‐ típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um
dando a publicação de informações estatísticas relaciona‐ só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I,
das no art. 30;  II, III, IV, V, VI e VII);  (Redação dada pela Lei nº 13.142, de
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de 2015)
relatório anual com informações atinentes à implementa‐ I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art.
129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o),
ção desta Lei. 
quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
Art. 42.  O Poder Executivo regulamentará o disposto
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
data de sua publicação. 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
Art. 43.  O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte re‐
terceiro grau, em razão dessa condição;   (Incluído pela Lei
dação: 
nº 13.142, de 2015)
“Art. 116.  ................................................................... II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela
............................................................................................  Lei nº 8.930, de 1994)
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em ra‐ III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, §
zão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, 2o);      (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhe‐ IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualifica‐
cimento de outra autoridade competente para apuração; da (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);      (Inciso incluído pela
.................................................................................” (NR)  Lei nº 8.930, de 1994)
Art. 44.  O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);       (Redação
1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:  dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabili‐ VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o,
zado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à 3  e 4o);     (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
o

autoridade superior ou, quando houver suspeita de envol‐ VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §
vimento desta, a outra autoridade competente para apu‐ 1o).     (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
ração de informação concernente à prática de crimes ou VII-A – (VETADO)       (Inciso incluído pela Lei nº 9.695,
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em de 1998)
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pú‐ VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou altera‐
blica.”  ção de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
Art. 45.  Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada
Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).      (Inciso incluído
gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, es‐ pela Lei nº 9.695, de 1998)
pecialmente quanto ao disposto no art. 9o e na Seção II do VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma
Capítulo III.  de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vul‐
Art. 46.  Revogam-se:  nerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).     (Incluído pela Lei
I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e  nº 12.978, de 2014)
II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de Parágrafo único. Considera-se também hediondo
1991.  o crime de genocídio previsto nos arts. 1o,  2o e 3o da Lei
Art. 47.  Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consuma‐
dias após a data de sua publicação.   do.        (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

60
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o trá‐ Art. 214. ...............................................................


fico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo Pena - reclusão, de seis a dez anos.
são insuscetíveis de:  (Vide Súmula Vinculante) ........................................................................
I - anistia, graça e indulto; Art. 223. ...............................................................
II - fiança.              (Redação dada pela Lei nº 11.464, de Pena - reclusão, de oito a doze anos.
2007) Parágrafo único. ........................................................
§ 1o  A pena por crime previsto neste artigo será cum‐ Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
prida inicialmente em regime fechado.      (Redação dada ........................................................................
pela Lei nº 11.464, de 2007) Art. 267. ...............................................................
§ 2o  A progressão de regime, no caso dos condenados Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cum‐ ........................................................................
primento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for Art. 270. ...............................................................
primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) .......................................................................”
§ 3o  Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberda‐ seguinte parágrafo:
de.       (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) “Art. 159. ..............................................................
§ 4o  A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei ........................................................................
n  7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
o
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a liber‐
por igual período em caso de extrema e comprovada ne‐ tação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
cessidade.        (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007) terços.”
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena pre‐
segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas vista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de cri‐
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja perma‐
mes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entor‐
nência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou
pecentes e drogas afins ou terrorismo.
incolumidade pública.
Parágrafo único. O participante e o associado que de‐
Art. 4º (Vetado).
nunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o se‐
seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois
guinte inciso:
terços.
“Art. 83. ..............................................................
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capi‐
........................................................................
tulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223,
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art.
apenado não for reincidente específico em crimes dessa 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são
natureza.” acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipó‐
3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e teses referidas no art. 224 também do Código Penal.
270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de
a seguinte redação: 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a
“Art. 157. ............................................................. seguinte redação:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena “Art. 35. ................................................................
é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capí‐
resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem pre‐ tulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes
juízo da multa. previstos nos arts. 12, 13 e 14.”
........................................................................ Art. 11. (Vetado).
Art. 159. ............................................................... Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publica‐
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. ção.
§ 1º ................................................................. Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e
§ 2º ................................................................. 102º da República.
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º .................................................................
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
........................................................................
Art. 213. ...............................................................
Pena - reclusão, de seis a dez anos.

61
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

EXERCICIOS 05) No que se refere aos crimes hediondos (Lei n.o


8.072/1990) e à violência doméstica e familiar sobre a mu‐
01) Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e apli‐ lher (Lei n.o 11.340/2006 – Lei Maria da Penha), julgue os
cação de penas. Considere que um indivíduo tenha sido itens seguintes.
condenado por crime hediondo. Nesse caso, para que pos‐ Se determinado cidadão for réu em processo criminal
sa requerer progressão de regime de pena, esse indivíduo por ter cometido crime hediondo, ele poderá ter progres‐
deve cumprir dois quintos da pena que lhe foi imputada, se são de regime no cumprimento da pena, que se iniciará
for primário, e três quintos dessa pena, se for reincidente. em regime fechado, bem como tê-la reduzida em caso de
C. Certo delação premiada, se o crime tiver sido cometido por qua‐
E. Errado drilha ou bando.

Resposta: Certo C. Certo


E. Errado
02) À luz das Leis n.º 10.826/2003 (que institui o Esta‐
tuto do Desarmamento), n.o 8.072/1990 (que trata de cri‐ Resposta: Errado
mes hediondos) e n.o 7.716/1989 (que versa sobre crimes
resultantes de preconceitos de raça ou de cor), julgue os
itens seguintes. O crime de falsificação, corrupção, adulte‐
ração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuti‐
cos ou medicinais é considerado crime hediondo.
C. Certo
E. Errado

Resposta: Certo

03) No tocante à Lei n.º 10.826/2003 e aos crimes he‐


diondos, julgue os itens que se seguem.
Considere que um indivíduo esteja sendo investigado
pela prática do crime de tráfico ilícito de entorpecentes,
tendo o delegado pedido a sua prisão temporária pelo
prazo de trinta dias. Nessa situação, caso seja deferida, a
prisão temporária não poderá ultrapassar o prazo máximo
de quinze dias.
C. Certo
E. Errado

Resposta: Errado

04) Considerando, por hipótese, que, devido ao fato


de estar sendo investigado pela prática de latrocínio, José
tenha contratado um advogado para acompanhar as inves‐
tigações, julgue os itens a seguir.
Se surgirem indícios contra José, ele deverá ser indi‐
ciado e identificado pelo processo datiloscópico, pois, na
hipótese em apreço, o referido crime é hediondo, fato que
torna obrigatória a identificação criminal.
C. Certo
E. Errado

Resposta: Errado

62
NOÇÕES DE LÓGICA

Proposições e Conectivos; Operações Lógicas sobre Proposições; Tabelas Verdade; Tautologias, Contradições e
Contingências; Implicação Lógica; Equivalência Lógica; Álgebra das Proposições; Método Dedutivo.................................. 01
NOÇÕES DE LÓGICA

Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando


PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS; OPERAÇÕES que a proposição composta Q é formada pelas proposi-
LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES; TABELAS ções simples r, s e t.
VERDADE; TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES
Exemplo:
E CONTINGÊNCIAS; IMPLICAÇÃO LÓGICA;
EQUIVALÊNCIA LÓGICA; ÁLGEBRA DAS
Proposições simples:
PROPOSIÇÕES; MÉTODO DEDUTIVO p: Meu nome é Raissa 
q: São Paulo é a maior cidade brasileira 
r: 2+2=5 
Estruturas lógicas s: O número 9 é ímpar 
t: O número 13 é primo
1. Proposição
Proposição ou sentença é um termo utilizado para ex- Proposições compostas 
primir ideias, através de um conjunto de palavras ou sím- P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12. 
bolos. Este conjunto descreve o conteúdo dessa ideia. Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3. 
São exemplos de proposições: R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo.
p: Pedro é médico.
q: 5 > 8 6. Tabela-Verdade
r: Luíza foi ao cinema ontem à noite.
A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógi-
2. Princípios fundamentais da lógica co de uma proposição composta, sendo que os valores das
Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é. proposições simples já são conhecidos. Pois o valor lógico
O que é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta da proposição composta depende do valor lógico da pro-
a Parménides de Eleia. posição simples. 
Principio da não contradição: Uma proposição não
pode ser verdadeira e falsa, ao mesmo tempo. A seguir vamos compreender como se constrói essas
Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só tabelas-verdade partindo da árvore das possibilidades dos
pode ser verdadeira ou falsa. valores lógicos das preposições simples, e mais adiante ve-
3. Valor lógico  remos como determinar o valor lógico de uma proposição
Considerando os princípios citados acima, uma propo- composta.
sição é classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será: Proposição composta do tipo P(p, q)
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição
verdadeira.
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição
falsa.
4. Conectivos lógicos 
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar
as proposições formando novas sentenças.
Os principais conectivos lógicos são: 

~ não Proposição composta do tipo P(p, q, r)


∧ e
V Ou
→  se…então
↔ se e somente se

5. Proposições simples e compostas


As proposições simples são assim caracterizadas por
apresentarem apenas uma ideia. São indicadas pelas letras
minúsculas: p, q, r, s, t...
As proposições compostas são assim caracterizadas Proposição composta do tipo P(p, q, r, s) 
por apresentarem mais de uma proposição conectadas pe- A tabela-verdade possui 24  = 16 linhas e é formada
los conectivos lógicos. São indicadas pelas letras maiúscu- igualmente as anteriores.
las: P, Q, R, S, T...

1
NOÇÕES DE LÓGICA

Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn) p = 9 < 6 


A tabela-verdade possui 2n  linhas e é formada igual- q = 3 é par
mente as anteriores. p Λ q: 9 < 6 e 3 é par 

7. O conectivo não e a negação P q pΛq


O conectivo não e a negação de uma proposição p é
outra proposição que tem como valor lógico V se p for fal- F F F
sa e F se p é verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a
negação de p com a seguinte tabela-verdade: 
9. O conectivo ou e a disjunção
O conectivo ou  e a disjunção de duas proposi-
P ~P ções p e q  é outra proposição que tem como valor lógi-
V F co  V se alguma das proposições for verdadeira e F se as
duas forem falsas. O símbolo p ∨ q (p ou q) representa a
F V
disjunção, com a seguinte tabela-verdade: 
Exemplo:
P q pVq
p = 7 é ímpar  V V V
~p = 7 não é ímpar 
V F V

P ~P F V V

V F F F F

q = 24 é múltiplo de 5  Exemplo:
~q = 24 não é múltiplo de 5 
p = 2 é par 
q = o céu é rosa 
q ~q p ν q = 2 é par ou o céu é rosa 
F V
P q pVq
V F V
8. O conectivo e e a conjunção

O conectivo e e a conjunção de duas proposi- 10. O conectivo se… então… e a condicional


ções  p  e q é outra proposição que tem como valor lógi- A condicional se p então q é outra proposição que tem
co V se p e q forem verdadeiras, e F em outros casos. O como valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbo-
símbolo p Λ q (p e q) representa a conjunção, com a se- lo p → q representa a condicional, com a seguinte tabela-
guinte tabela-verdade:  verdade: 
P q p→q
P q pΛq V V V
V V V V F F
V F F F V V
F V F F F V
F F F
Exemplo:
Exemplo P: 7 + 2 = 9 
Q: 9 – 7 = 2 
p = 2 é par  p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2 
q = o céu é rosa
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa  P q p→q
V V V
P q pΛq
V F F

2
NOÇÕES DE LÓGICA

p = 7 + 5 < 4 
q = 2 é um número primo 
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo. 

P q p→q
F V V

p = 24 é múltiplo de 3 q = 3 é par 


p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par. 

P q p→q
V F F
p = 25 é múltiplo de 2 
q = 12 < 3 
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3. 

P q p→q
F F V

11. O conectivo se e somente se e a bicondicional


A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras
ou ambas falsas, e F nos outros casos. 
O símbolo     representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade: 

P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplo
p = 24 é múltiplo de 3 
q = 6 é ímpar  
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar. 

P q p↔q
V F F

12. Tabela-Verdade de uma proposição composta

Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀
q), onde p e q são duas proposições simples.

Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo: 

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V          
V F          
F V          
F F          

3
NOÇÕES DE LÓGICA

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.

a) Valores lógicos de p ν q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V        
V F V        
F V V        
F F F        

b) Valores lógicos de ~P

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F      
V F V F      
F V V V      
F F F V      

c) Valores lógicos de (p V p)→(~p)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F    
V F V F F    
F V V V V    
F F F V V    

d) Valores lógicos de p Λ q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V  
V F V F F F  
F V V V V F  
F F F V V F  

e) Valores lógicos de ((p V p)→(~p))→(p Λ q)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

4
NOÇÕES DE LÓGICA

13. Tautologia Exemplo:


Uma proposição composta formada por duas ou mais Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente
proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for do Brasil
sempre verdadeira, independentemente dos valores lógi- Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda
cos das proposições p, q, r, ... que a compõem. de “~p” e o conetivo de “^”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguin-
Exemplos: te forma: p ^ ~p
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela Exemplo
não passou no concurso do INSS A proposição  (p Λ q) Λ (p Λ q) é uma contradição,
pois o seu valor lógico é sempre F conforme a tabela-ver-
• Não é verdade que o professor Zambeli parece com dade. Que significa que uma proposição não pode ser falsa
o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé go- e verdadeira ao mesmo tempo, isto é, o princípio da não
tinha. contradição.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos
uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos enten- p ~P q Λ (~q)
der isso melhor.
Exemplo: V F F
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai F V F
para segunda divisão
15. Contingência
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda Quando uma proposição não é tautológica nem contra
de “~p” e o conetivo de “V” válida, a chamamos de contingência ou proposição contin-
Assim podemos representar a “frase” acima da seguin- gente ou proposição indeterminada.
te forma: p V ~p A contingência ocorre quando há tanto valores V como
F na última coluna da tabela-verdade de uma proposição.
Exemplo Exemplos: P∧Q , P∨Q , P→Q ...
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu
valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade.  16. Implicação lógica
Definição
p ~P pVq A proposição P implica a proposição Q, quando a con-
dicional P → Q for uma tautologia.
V F V O símbolo P ⇒ Q (P implica Q) representa a implica-
F V V ção lógica. 
Diferenciação dos símbolos → e ⇒
Exemplo O símbolo  →  representa uma operação matemática
A proposição (p Λ q) → (p  q) é uma tautologia, pois a entre as proposições P e Q que tem como resultado a pro-
última coluna da tabela-verdade só possui V.  posição P → Q, com valor lógico V ou F.
O símbolo ⇒ representa a não ocorrência de VF na
p q pΛq p↔q (p Λ q)→(p↔q) tabela-verdade de P → Q, ou ainda que o valor lógico da
condicional P → Q será sempre V, ou então que P → Q é
V V V V V uma tautologia. 
V F F F V
Exemplo
F V F F V
A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será: 
F F F V V

14. Contradição p q pΛq P↔Q (p Λ q)→(P↔Q)


Uma proposição composta formada por duas ou mais V V V V V
proposições p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for
sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das V F F F V
proposições p, q, r, ... que a compõem
F V F F V
Exemplos:
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma F F F V V
porcaria
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em Portanto,  (p Λ q)  → (p  ↔ q) é uma tautologia, por
Petrópolis isso (p Λ q) ⇒ (p ↔q)
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos
uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos en-
tender isso melhor.

5
NOÇÕES DE LÓGICA

17. Equivalência lógica 4. p ou q = q ou p


Ex: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou branco
Definição
Há equivalência entre as proposições P e Q somen- 5. p ↔ q = q ↔ p
te quando a bicondicional P  ↔  Q for uma tautologia ou Ex: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se
quando P e Q tiverem a mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P amo.
é equivalente a Q) é o símbolo que representa a equiva- 6. p ↔ q = (pq) e (qp)
lência lógica.  Ex: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e
Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔ se vivo então amo
O símbolo ↔ representa uma operação entre as propo-
sições P e Q, que tem como resultado uma nova proposi- Para facilitar a memorização, veja a tabela abaixo:
ção P ↔ Q com valor lógico V ou F.
O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e
de FV na tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor lógi-
co de P ↔ Q é sempre V, ou então P ↔ Q é uma tautologia.

Exemplo
A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será: 

p q ~q ~p p→q ~q→~p (p→q)↔(~q→~p)


V V F F V V V
V F V F F F V
F V F V V V V
Equivalências da Condicional
F F V V V V V As duas equivalências que se seguem são de funda-
mental importância. Estas equivalências podem ser veri-
Portanto,  p  →  q  é equivalente a  ~q  →  ~p, pois estas ficadas, ou seja, demonstradas, por meio da comparação
proposições possuem a mesma tabela-verdade ou a bicon- entre as tabelas-verdade. Fica como exercício para casa
dicional (p → q) ↔ (~q → ~p) é uma tautologia. estas demonstrações. As equivalências da condicional são
Veja a representação: as seguintes:
(p → q) ⇔ (~q → ~p) 1) Se p então q = Se não q então não p.
Ex: Se chove então me molho = Se não me molho en-
EQUIVALÊNCIAS LOGICAS NOTÁVEIS tão não chove
2) Se p então q = Não p ou q.
Dizemos que duas proposições são logicamente equi- Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo
valentes (ou simplesmente equivalentes) quando os resul- ou passo no concurso
tados de suas tabelas-verdade são idênticos. Colocando estes resultados em uma tabela, para aju-
Uma consequência prática da equivalência lógica é que dar a memorização, teremos:
ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe
seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de
dizê-la.
A equivalência lógica entre duas proposições, p e q,
pode ser representada simbolicamente como: p q, ou sim-
plesmente por p = q.
Começaremos com a descrição de algumas equivalên- Equivalências com o Símbolo da Negação
cias lógicas básicas. Este tipo de equivalência já foi estudado. Trata-se, tão
somente, das negações das proposições compostas! Lem-
Equivalências Básicas bremos:

1. p e p = p
Ex: André é inocente e inocente = André é inocente

2. p ou p = p
Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cinema

3. p e q = q e p
Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte

6
NOÇÕES DE LÓGICA

É possível que surja alguma dúvida em relação a úl- A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v
tima linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do ~(P ^ ~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria
que foi aprendido: da seguinte forma:
p↔q = (pq) e (qp)
(Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equi- PV
vale a duas condicionais!) P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q)
~(P/\~Q)
Para negar a bicondicional, teremos na verdade que
negar a sua conjunção equivalente. V V F F V V
E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as V F V V F V
duas partes e troca-se o E por OU. Fica para casa a de-
F V F F V V
monstração da negação da bicondicional. Ok?
F F V F V V
Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevan- 2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012)
tes são as seguintes: A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho
da classe ou Jorge é o mais novo da classe” é
1) p e (p ou q) = p A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é mé- mais velho da classe.
dico = Paulo é dentista B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais
novo da classe.
2) p ou (p e q) = p C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o
Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é mé- mais novo da classe.
dico = Paulo é dentista D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o
Por meio das tabelas-verdade estas equivalências po- mais velho da classe.
dem ser facilmente demonstradas. E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais
Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela novo da classe.
seguinte:
p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais
novo da classe.
~p=Pedro não é o mais velho da classe.
~q=Jorge não é o mais novo da classe.
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe
NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS ou Jorge não é o mais novo da classe.

3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012)


Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitu-
ra está fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a brita-
deira, João sai de casa e Maria não ouve a televisão. Certo
dia, depois do almoço, Maria ouve a televisão.
Pode-se concluir, logicamente, que
A) João saiu de casa.
B) João não saiu de casa.
Questoes comentadas:
C) O operário ligou a britadeira.
D) O operário não ligou a britadeira.
1. (PROCERGS - Técnico de Nível Médio - Técnico em
E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa.
Segurança do Trabalho - FUNDATEC/2012) A proposição
“João comprou um carro novo ou não é verdade que João “Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Ma-
comprou um carro novo e não fez a viagem de férias.” é: ria não ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a
A) um paradoxo. britadeira não pode estar ligada.
B) um silogismo.
C) uma tautologia. (TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012)
D) uma contradição. Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, de-
E) uma contingência. pois de constatado pagamento de pensão alimentícia, o
magistrado determinou: “O réu deve ser imediatamente
Tautologia é uma proposição composta cujo resultado solto, se por outro motivo não estiver preso”.
é sempre verdadeiro para todas as atribuições que se têm, Considerando que a determinação judicial correspon-
independentemente dessas atribuições. de a uma proposição e que a decisão judicial será conside-
Rodrigo, posso estar errada, mas ao construir a tabela- rada descumprida se, e somente se, a proposição corres-
verdade com a proposição que você propôs não vamos ter pondente for falsa, julgue os itens seguintes.
uma tautologia, mas uma contingência.

7
NOÇÕES DE LÓGICA

4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo A) a conjunção presente na frase evidencia seu signi-
outro motivo para estar preso, então, a decisão judicial terá ficado.
sido descumprida. B) o significado da frase não leva em conta a dupla
A) Certo negação.
B) Errado C) a implicação presente na frase altera seu significado.
A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente sol- D) o significado da frase não leva em conta a disjunção.
to, se por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu E) a negação presente na frase evidencia seu signifi-
continuar preso sem outro motivo para estar preso, será cado.
descumprida a decisão judicial. ~(~p) é equivalente a p
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar.
5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo RESPOSTA: “B”.
outro motivo para permanecer preso, então, a decisão judi-
cial terá sido descumprida. 9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário -
A) Certo ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, en-
B) Errado tão Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição:
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta.
P = se houver outro motivo B) Paulo estuda e Marta não é atleta.
Q = será solto C) Paulo estuda ou Marta não é atleta.
A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta.
A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta.
Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B”
V+F=F (AB) será da forma:
~(A B) A^ ~B
6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro Ou seja, para negarmos uma proposição composta re-
motivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for presentada por uma condicional, devemos confirmar sua
imediatamente solto, então, ele está preso por outro moti- primeira parte (“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo
vo” são logicamente equivalentes.
conectivo conjunção (“^”) e negarmos sua segunda parte
A) Certo
(“~ B”). Assim, teremos:
B) Errado
RESPOSTA: “B”.
O réu não estiver preso por outro motivo = ~P
10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE-
Deve ser imediatamente solto = S
TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo,
Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia
imediatamente solto=P S
Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está cantar.
preso por outro motivo = ~SP B) Viviane não dançar é condição necessária para Már-
De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A) cia não cantar.
a questão está correta. C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia
cantar.
7. A negação da proposição relativa à decisão judicial D) Viviane não dançar é condição suficiente para Már-
estará corretamente representada por “O réu não deve ser cia cantar.
imediatamente solto, mesmo não estando preso por outro E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia
motivo”. não cantar.
A) Certo
B) Errado Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na
forma de condição suficiente e condição necessária:
“O réu deve ser imediatamente solto, se por outro
motivo não estiver preso” está no texto, assim: “Se Viviane não dança, Márcia não canta”
P = “Por outro motivo não estiver preso”
Q = “O réu deve ser imediatamente solto” 1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição su-
PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q ficiente para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para
P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve essa possibilidade.
ser imediatamente solto”
2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição neces-
8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um sária para Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para
antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfei- essa possibilidade.
çoar seu conhecimento da língua portuguesa. Durante sua Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicio-
estadia em nosso país, ele fica muito intrigado com a frase nal inicial, transformando-a em outra condicional equiva-
“não vou fazer coisa nenhuma”, bastante utilizada em nos- lente, nesse caso utilizaremos o conceito da contrapositiva
sa linguagem coloquial. A dúvida dele surge porque ou contra posição: pq ~q ~p

8
NOÇÕES DE LÓGICA

“Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima,
canta, Viviane dança” ―Q‖ e ―P ® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente
Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane se, ―P‖ for F.
dança” na forma de condição suficiente e condição neces- Resposta: CERTO.
sária, obteremos as seguintes possibilidades: 13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A
1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente proposição [PvQ]Q é uma tautologia.
para Viviane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possi- ( )Certo ( ) Errado
bilidade.
2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária Construindo a tabela-verdade da proposição compos-
para Márcia cantar. ta: [P Ú Q] ® Q, teremos como solução:
RESPOSTA: “C”.
(p^~q)↔(~p
11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012) P Q Pv Q (Pv Q)→Q
v q)
Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é
médica.” A proposição equivalente a esta sentença é V V V V→V V
A) Ana não é professora ou Camila é médica. V F V V→F F
B) Se Ana é médica, então Camila é professora. F V V V→V V
C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
D) Se Ana é professora, então Camila não é médica. F F F F→F V
E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
Existem duas equivalências particulares em relação a P(P;Q) = VFVV
uma condicional do tipo “Se A, então B”. Portanto, essa proposição composta é uma contingência
ou indeterminação lógica.
1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então Resposta: ERRADO.
B” é equivalente a “Se ~B, então ~A”
14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será
for F e P v Q for V, então Q é V.
equivalente a:
( )Certo ( ) Errado
“Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P
2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A,
vQ”, será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes
então B” é equivalente a “~A ou B”
for verdadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será verdadeira, então “Q” será, necessariamente, verdadeira.
equivalente a: Resposta: CERTO.
“Ana não é professora ou Camila é médica.”
Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013)
esta configura no gabarito. P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.
RESPOSTA: “A”. P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz.
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres.
(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consi- P4: Há criminosos livres.
derando que P e Q representem proposições conhecidas e C: Portanto a criminalidade é alta.
que V e F representem, respectivamente, os valores verda- Considerando o argumento apresentado acima, em
deiro e falso, julgue os próximos itens. (374 a 376) que P1, P2, P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, jul-
gue os itens subsequentes. (377 e 378)
12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/
DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições 15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O
Q e P (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P argumento apresentado é um argumento válido.
for F. ( )Certo ( ) Errado
( )Certo ( ) Errado
Observando a tabela-verdade da proposição composta Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3
“P (¬ Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”, temos: e P4 sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, de-
vemos considerar que todas as premissas são, necessaria-
P Q ¬Q P→(¬Q) mente, verdadeiras.
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é
V V F F alta. (V)
V F V V P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos li-
F V F V
vres. (V)
F F V V P4: Há criminosos livres. (V)

9
NOÇÕES DE LÓGICA

Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é ver- Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da
dadeira (V), então a 2ª parte da condicional representada condicional em P1, então, deveremos considerar também
pela premissa P3 será considerada falsa (F). Então, veja: como verdadeira (V), sua 2ª parte, pois uma verdade sem-
pre implica em outra verdade.
Considerando a proposição simples ―a criminalidade
é alta‖ como verdadeira (V), logo a conclusão desse argu-
mento é, de fato, verdadeira (V), o que torna esse argumen-
to válido.
Resposta: CERTO.

16. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A


negação da proposição P1 pode ser escrita como “Se a im-
punidade não é alta, então a criminalidade não é alta”.
Sabendo-se que a condicional P3 é verdadeira e co- ( )Certo ( ) Errado
nhecendo-se o valor lógico de sua 2ª parte como falsa (F),
então o valor lógico de sua 1ª parte nunca poderá ser ver-
Seja P1 representada simbolicamente, por:
dadeiro (V). Assim, a proposição simples ―a justiça é eficaz‖
A impunidade não é alta(p) então a criminalidade não
será considerada falsa (F).
é alta(q)
Se a proposição simples ―a justiça é eficaz‖ é conside-
A negação de uma condicional é dada por:
rada falsa (F), então a 2ª parte da disjunção simples repre-
sentada pela premissa P2, também, será falsa (F). ~(pq)
Logo, sua negação será dada por: ~P1 a impunidade é
alta e a criminalidade não é alta.
Resposta:ERRADO.

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO

ARGUMENTO

Argumento é uma relação que associa um conjunto de


proposições (p1, p2, p3,... pn), chamadas premissas ou hipó-
teses, e uma proposição C chamada conclusão. Esta relação
é tal que a estrutura lógica das premissas acarretam ou tem
como consequência a proposição C (conclusão).
Sendo verdadeira (V) a premissa P2 (disjunção simples) O argumento pode ser representado da seguinte
e conhecendo-se o valor lógico de uma das partes como forma:
falsa (F), então o valor lógico da outra parte deverá ser, ne-
cessariamente, verdadeira (V). Lembramos que, uma disjun-
ção simples será considerada verdadeira (V), quando, pelo
menos, uma de suas partes for verdadeira (V).

Sendo verdadeira (V) a proposição simples ―a impu-


nidade é alta‖, então, confirmaremos também como ver-
dadeira (V), a 1ª parte da condicional representada pela
premissa P1.

EXEMPLOS:
1. Todos os cariocas são alegres.
    Todas as pessoas alegres vão à praia
    Todos os cariocas vão à praia.
2. Todos os cientistas são loucos.
    Einstein é cientista.
    Einstein é louco!

10
NOÇÕES DE LÓGICA

Nestes exemplos temos o famoso silogismo categórico Exemplo: (FCC)  Considere que as seguintes afirma-
de forma típica ou simplesmente silogismo. Os silogismos ções são verdadeiras:
são os argumentos que têm somente duas premissas e mais “Toda criança gosta de passear no Metrô de São Pau-
a conclusão, e utilizam os termos: todo, nenhum e algum, lo.”
em sua estrutura. “Existem crianças que são inteligentes.”
Assim sendo, certamente é verdade que:
ANALOGIAS (A) Alguma criança inteligente não gosta de passear
no Metrô de São Paulo.
A analogia é uma das melhores formas para utilizar o (B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô
raciocínio. Nesse tipo de raciocínio usa-se a comparação de de São Paulo é inteligente.
uma situação conhecida com uma desconhecida. Uma ana- (C) Alguma criança não inteligente não gosta de pas-
logia depende de três situações: sear no Metrô de São Paulo.
• os fundamentos precisam ser verdadeiros e impor- (D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de
tantes; São Paulo é inteligente.
• a quantidade de elementos parecidos entre as (E) Toda criança inteligente não gosta de passear no
situações deve ser significativo; Metrô de São Paulo.
• não pode existir conflitos marcantes.
SOLUÇÃO:
INFERÊNCIAS Representando as proposições na forma de conjuntos
(diagramas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos)
A indução está relacionada a diversos casos pequenos teremos:
que chegam a uma conclusão geral. Nesse sentido pode- “Toda criança gosta de passear no Metrô de São Pau-
mos definir também a indução fraca e a indução forte. Essa lo.”
indução forte ocorre quando não existe grandes chances de “Existem crianças que são inteligentes.”
que um caso discorde da premissa geral. Já a fraca refere-se
a falta de sustentabilidade de um conceito ou conclusão.
DEDUÇÕES

ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS


Os argumentos podem ser classificados em dois ti-
pos: Dedutivos e Indutivos.

1) O argumento será DEDUTIVO quando suas premissas


fornecerem informações suficientes para comprovar a vera-
cidade da conclusão, isto é, o argumento é dedutivo quando
a conclusão é completamente derivada das premissas.

EXEMPLO:
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos. Pelo gráfico, observamos claramente que se todas as
Todos os homens têm mãe. crianças gostam de passear no metrô e existem crianças
inteligentes, então alguma criança que gosta de passear
2) O argumento será INDUTIVO quando suas premissas no Metrô de São Paulo é inteligente. Logo, a alternativa
não fornecerem o “apoio completo” para ratificar as conclu- correta é a opção B.
sões. Portanto, nos argumentos indutivos, a conclusão pos-
sui informações que ultrapassam as fornecidas nas premis- CONCLUSÕES
sas. Sendo assim, não se aplica, então, a definição de argu-
mentos válidos ou não válidos para argumentos indutivos. VALIDADE DE UM ARGUMENTO

EXEMPLO: Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de


O Flamengo é um bom time de futebol. um  argumento dedutivo diremos que ele é válido ou
O Palmeiras é um bom time de futebol. inválido. Atente-se para o fato que todos os argumentos
O Vasco é um bom time de futebol. indutivos são inválidos, portanto não há de se falar em
O Cruzeiro é um bom time de futebol. validade de argumentos indutivos.
Todos os times brasileiros de futebol são bons. A validade é uma propriedade dos argumentos que
Note que não podemos afirmar que todos os times depende apenas da forma (estrutura lógica) das suas pro-
brasileiros são bons sabendo apenas que 4 deles são bons. posições (premissas e conclusões) e não do seu conteúdo.

11
NOÇÕES DE LÓGICA

Argumento Válido SOLUÇÃO:


Um argumento será válido quando a sua conclusão Representando as premissas do enunciado na forma
é uma consequência obrigatória de suas premissas. Em de diagramas lógicos (ver artigo sobre diagramas lógicos),
outras palavras, podemos dizer que quando um argumen- obteremos:
to é válido, a verdade de suas premissas deve garantir a Premissas:
verdade da conclusão do argumento. Isso significa que, “Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é
se o argumento é válido, jamais poderemos chegar a uma suspeita” = “Toda pessoa que comete um crime perfeito
conclusão falsa quando as premissas forem verdadeiras. não é suspeita”. 
Exemplo: (CESPE) Suponha um argumento no qual as “Ana não cometeu um crime perfeito”.
premissas sejam as proposições I e II abaixo.  Conclusão:
I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é in- “Ana é suspeita”. (Não se “desenha” a conclusão, ape-
nas as premissas!)
feliz.
II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
Nesse caso, se a conclusão for a proposição “Mulhe-
res desempregadas vivem pouco”, tem-se um argumento
correto.

SOLUÇÃO:
Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver
artigo sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução,
teremos:
   I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é
infeliz. = Toda mulher desempregada é infeliz.
   II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. =
Toda mulher infeliz vive pouco.

O fato do enunciado ter falado apenas que “Ana não


cometeu um crime perfeito”, não nos diz se ela é suspeita
ou não. Por isso temos duas possibilidades (ver bonecos).
Logo, a questão está errada, pois não podemos afirmar,
com certeza, que Ana é suspeita. Logo, o argumento é in-
válido.

EXERCICIOS:

(TJ-AC - Analista Judiciário - Conhecimentos Bási-


cos - Cargos 1 e 2 - CESPE/2012) (10 a 13)

Considerando que as proposições lógicas sejam re-


presentadas por letras maiúsculas, julgue os próximos
itens, relativos a lógica proposicional e de argumenta-
Com isso, qualquer mulher que esteja no conjunto das
ção.
desempregadas (ver boneco), automaticamente estará no
conjunto das mulheres que vivem pouco. Portanto, se a 1. A expressão é uma tautologia.
conclusão for a proposição “Mulheres desempregadas vi- A) Certo
vem pouco”, tem-se um argumento correto (correto = vá- B) Errado
lido!).
Resposta: B.
Argumento Inválido Fazendo a tabela verdade:
Dizemos que um argumento é inválido, quando a ver-
dade das premissas não é suficiente para garantir a verda-
P Q P→Q (P→Q) V P [(P→Q) V P]→Q
de da conclusão, ou seja, quando a conclusão não é uma
consequência obrigatória das premissas. V V V V V
V F F V V
F V V V V
Exemplo: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se
Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita, F F F F F
mas (e) Ana não cometeu um crime perfeito, então Ana é
suspeita. Portanto não é uma tautologia.

12
NOÇÕES DE LÓGICA

2. As proposições “Luiz joga basquete porque Luiz é A) Certo


alto” e “Luiz não é alto porque Luiz não joga basquete” B) Errado
são logicamente equivalentes.
A) Certo Resposta: A.
B) Errado Fazendo a tabela verdade:
Resposta: A.
São equivalentes por que “Luiz não é alto porque Luiz P Q R (P→Q)^(~R)
não joga basquete” nega as duas partes da proposição, a
deixando equivalente a primeira. V V V F
V V F V
3. A sentença “A justiça e a lei nem sempre andam V F V F
pelos mesmos caminhos” pode ser representada sim- V F F F
bolicamente por PΛQ, em que as proposições P e Q são
convenientemente escolhidas. F V V F
A) Certo F V F V
B) Errado F F V F
F F F V
Resposta: B.
Não, pois ^ representa o conectivo “e”, e o “e” é usado
para unir A justiça E a lei, e “A justiça” não pode ser con- TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CES-
siderada uma proposição, pois não pode ser considerada PE/2012)
verdadeira ou falsa.

4. Considere que a tabela abaixo representa as


primeiras colunas da tabela-verdade da proposição

Logo, a coluna abaixo representa a última coluna


dessa tabela-verdade.

13
NOÇÕES DE LÓGICA

Com base na situação descrita acima, julgue o item a seguir.

5. O argumento cujas premissas correspondem às quatro afirmações do jornalista e cuja conclusão é “Pedro não
disputará a eleição presidencial da República” é um argumento válido.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.

Argumento válido é aquele que pode ser concluído a partir das premissas, considerando que as premissas são verda-
deiras então tenho que:
Se João for eleito prefeito ele disputará a presidência;
Se João disputar a presidência então Pedro não vai disputar;
Se João não for eleito prefeito se tornará presidente do partido e não apoiará a candidatura de Pedro à presidência;
Se o presidente do partido não apoiar Pedro ele não disputará a presidência.

(PRF - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos - CESPE/2012)

Um jovem, visando ganhar um novo smartphone no dia das crianças, apresentou à sua mãe a seguinte argumen-
tação: “Mãe, se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não
ajo como um homem da minha idade. Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade para assumir minhas
responsabilidades, então não tenho um mínimo de maturidade. Se não ajo como um homem da minha idade, sou
tratado como criança. Se não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança. Logo, se sou tratado como
criança, mereço ganhar um novo smartphone no dia das crianças”.

Com base nessa argumentação, julgue os itens a seguir..

6. A proposição “Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade para assumir minhas responsabilidades,
então não tenho um mínimo de maturidade” é equivalente a “Se eu tenho um mínimo de maturidade, então não
estou há 7 anos na faculdade e tenho capacidade para assumir minhas responsabilidades”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.

Equivalência de Condicional: P -> Q = ~ Q -> ~ P 


Negação de Proposição: ~ (P ^ Q)  =  ~ P v ~ Q 

P Q R ¬P ¬Q ¬R P^¬Q (P^¬Q) → ¬R ¬P^Q R→ (¬P^Q)


V V V F F F F V F F
V V F F F V F V F V
V F V F V F V F F F
V F F F V V V V F V
F V V V F F F V V V
F V F V F V F V V V
F F V V V F F V F F
F F F V V V F V F V

Portanto não são equivalentes.

7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e “De-
pendo de mesada”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos, moro
com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha idade”.
A) Certo
B) Errado

14
NOÇÕES DE LÓGICA

Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto
que trata-se da conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.

8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um
mínimo de maturidade, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou
não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade

A B C ~A  ~C (~A → B) (~C → B) (~A v ~ C) (~A→ B) ^ (~ C→ B) (~A v ~ C)→ B


V V V F F V V F V V
V V F F V V V V V V
V F V F F V V F V V
V F F F V V F V F F
F V V V F V V V V V
F V F V V V V V V V
F F V V F F V V F F
F F F V V F F V F F

De acordo com a tabela verdade são equivalentes.

Diagramas Lógicos

Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser
usados, é na determinação da quantidade de elementos que apresentam uma determinada característica.

Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18 que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Ba-
seando-se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem
somente carro ou ainda quantas dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que re-
presentam os motoristas de motos e motoristas de carros. Começaremos marcando quantos elementos tem a intersecção
e depois completaremos os outros espaços.

15
NOÇÕES DE LÓGICA

Marcando o valor da intersecção, então iremos subtrain- Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
do esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
B. A partir dos valores reais, é que poderemos responder as Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
perguntas feitas. Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.

Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os se-


guintes elementos:

a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pes-
quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a soas leem apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas
seguinte tabela: não leem o jornal C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150.
Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que
Jornais Leitores é a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 + 150.

A 300 Diagrama de Euler


B 250
Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de
C 200
Venn, mas não precisa conter todas as zonas (onde uma
AeB 70 zona é definida como a área de intersecção entre dois ou
AeC 65 mais contornos). Assim, um diagrama de Euler pode definir
um universo de discurso, isto é, ele pode definir um sistema
BeC 105
no qual certas intersecções não são possíveis ou conside-
A, B e C 40 radas. Assim, um diagrama de Venn contendo os atributos
Nenhum 150 para Animal, Mineral e quatro patas teria que conter inter-
secções onde alguns estão em ambos animal, mineral e de
Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicial- quatro patas. Um diagrama de Venn, consequentemente,
mente montar os diagramas que representam cada conjunto. mostra todas as possíveis combinações ou conjunções.
A colocação dos valores começará pela intersecção dos três
conjuntos e depois para as intersecções duas a duas e por
último às regiões que representam cada conjunto individual-
mente. Representaremos esses conjuntos dentro de um re-
tângulo que indicará o conjunto universo da pesquisa.

Diagramas de Euler consistem em curvas simples fe-


chadas (geralmente círculos) no plano que mostra os con-
juntos. Os tamanhos e formas das curvas não são impor-
tantes: a significância do diagrama está na forma como
eles se sobrepõem. As relações espaciais entre as regiões
delimitadas por cada curva (sobreposição, contenção ou
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são nenhuma) correspondem relações teóricas (subconjunto
leitores de nenhum dos três jornais. interseção e disjunção). Cada curva de Euler divide o plano
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos. em duas regiões ou zonas estão: o interior, que representa
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos. simbolicamente os elementos do conjunto, e o exterior, o
que representa todos os elementos que não são membros

16
NOÇÕES DE LÓGICA

do conjunto. Curvas cujos interiores não se cruzam repre- das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou o
sentam conjuntos disjuntos. Duas curvas cujos interiores exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as
se interceptam representam conjuntos que têm elemen- curvas se intersectam de todas as maneiras possíveis. Se,
tos comuns, a zona dentro de ambas as curvas representa além disso, cada uma dessas regiões é conexa e há apenas
o conjunto de elementos comuns a ambos os conjuntos um número finito de pontos de interseção entre as curvas,
(intersecção dos conjuntos). Uma curva que está contido então C é um diagrama de Venn para n conjuntos.
completamente dentro da zona interior de outro represen- Nos casos mais simples, os diagramas são representa-
ta um subconjunto do mesmo. dos por círculos que se encobrem parcialmente. As partes
Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva referidas em um enunciado específico são marcadas com
de diagramas de Euler. Um diagrama de Venn deve con- uma cor diferente. Eventualmente, os círculos são repre-
ter todas as possíveis zonas de sobreposição entre as suas sentados como completamente inseridos dentro de um
curvas, representando todas as combinações de inclusão / retângulo, que representa o conjunto universo daquele
exclusão de seus conjuntos constituintes, mas em um dia- particular contexto (já se buscou a existência de um con-
grama de Euler algumas zonas podem estar faltando. Essa junto universo que pudesse abranger todos os conjuntos
falta foi o que motivou Venn a desenvolver seus diagramas. possíveis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era
Existia a necessidade de criar diagramas em que pudessem impossível). A ideia de conjunto universo é normalmente
ser observadas, por meio de suposição, quaisquer relações atribuída a Lewis Carroll. Do mesmo modo, espaços inter-
entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”. nos comuns a dois ou mais conjuntos representam a sua
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) intersecção, ao passo que a totalidade dos espaços perten-
são largamente utilizados para ensinar a teoria dos con- centes a um ou outro conjunto indistintamente representa
juntos no campo da matemática ou lógica matemática no sua união.
campo da lógica. Eles também podem ser utilizados para John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX,
representar relacionamentos complexos com mais clareza, ampliando e formalizando desenvolvimentos anteriores
já que representa apenas as relações válidas. Em estudos de Leibniz e Euler. E, na década de 1960, eles foram incor-
mais aplicados esses diagramas podem ser utilizados para porados ao currículo escolar de matemática. Embora seja
provar / analisar silogismos que são argumentos lógicos simples construir diagramas de Venn para dois ou três con-
para que se possa deduzir uma conclusão. juntos, surgem dificuldades quando se tenta usá-los para
um número maior. Algumas construções possíveis são de-
Diagramas de Venn vidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos como
Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usa- Além disso, encontram-se em uso outros diagramas simila-
dos em matemática para simbolizar graficamente proprie- res aos de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce
dades, axiomas e problemas relativos aos conjuntos e sua e Karnaugh.
teoria. Os respectivos diagramas consistem de curvas fe-
chadas simples desenhadas sobre um plano, de forma a Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: su-
simbolizar os conjuntos e permitir a representação das re- ponha-se que o conjunto A representa os animais bípedes
lações de pertença entre conjuntos e seus elementos (por e o conjunto B representa os animais capazes de voar. A
exemplo, 4 ∉ {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações área onde os dois círculos se sobrepõem, designada por
de continência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, intersecção A e B ou intersecção A-B, conteria todas as
{1, 3} ⊂ {1, 2, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se to- criaturas que ao mesmo tempo podem voar e têm apenas
cam e estão uma no espaço interno da outra simbolizam duas pernas motoras.
conjuntos que possuem continência; ao passo que o ponto
interno a uma curva representa um elemento pertencente
ao conjunto.
Os diagramas de Venn são construídos com coleções
de curvas fechadas contidas em um plano. O interior des-
sas curvas representa, simbolicamente, a coleção de ele-
mentos do conjunto. De acordo com Clarence Irving Lewis,
o “princípio desses diagramas é que classes (ou conjuntos) Considere-se agora que cada espécie viva está repre-
sejam representadas por regiões, com tal relação entre si sentada por um ponto situado em alguma parte do dia-
que todas as relações lógicas possíveis entre as classes grama. Os humanos e os pinguins seriam marcados dentro
possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o dia- do círculo A, na parte dele que não se sobrepõe com o
grama deixa espaço para qualquer relação possível entre círculo B, já que ambos são bípedes mas não podem voar.
as classes, e a relação dada ou existente pode então ser Os mosquitos, que voam mas têm seis pernas, seriam re-
definida indicando se alguma região em específico é vazia presentados dentro do círculo B e fora da sobreposição. Os
ou não-vazia”. Pode-se escrever uma definição mais formal canários, por sua vez, seriam representados na intersecção
do seguinte modo: Seja C = (C1, C2, ... Cn) uma coleção de A-B, já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal
curvas fechadas simples desenhadas em um plano. C é uma que não fosse bípede nem pudesse voar, como baleias ou
família independente se a região formada por cada uma serpentes, seria marcado por pontos fora dos dois círculos.

17
NOÇÕES DE LÓGICA

Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de
áreas distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte 16 formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre os
de cada círculo que pertence a ambos os círculos (onde há animais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das ca-
sobreposição), e as duas áreas que não se sobrepõem, mas racterísticas); tal conjunto seria representado pela união de A e
estão em um círculo ou no outro): B. Já os animais que voam e não possuem duas patas mais os
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A que não voam e possuem duas patas, seriam representados pela
sem sobreposição). diferença simétrica entre A e B. Estes exemplos são mostrados
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B nas imagens a seguir, que incluem também outros dois casos.
sem sobreposição).
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobre-
posição).
- Animais que não possuem duas pernas e não voam
(branco - fora).

Essas configurações são representadas, respectiva-


mente, pelas operações de conjuntos: diferença de A para União de dois conjuntos: A B
B, diferença de B para A, intersecção entre A e B, e con-
junto complementar de A e B. Cada uma delas pode ser
representada como as seguintes áreas (mais escuras) no
diagrama:

Diferença Simétrica de dois conjuntos: A B

Diferença de A para B: A\B

Complementar de A em U: AC = U \ A

Diferença de B para A: B\A

Complementar de B em U: BC = U \ B

Três Conjuntos: Na sua apresentação inicial, Venn focou-


se sobretudo nos diagramas de três conjuntos. Alargando o
exemplo anterior, poderia-se introduzir o conjunto C dos ani-
mais que possuem bico. Neste caso, o diagrama define sete
áreas distintas, que podem combinar-se de 256 (28) maneiras
diferentes, algumas delas ilustradas nas imagens seguintes.
Intersecção de dois conjuntos: AB

Complementar de dois conjuntos: U \ (AB) Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções


possíveis entre A, B e C.

18
NOÇÕES DE LÓGICA

nem todo A é B. Entretanto, no sentido lógico de algum,


está perfeitamente correto afirmar que “alguns de meus
colegas estão me elogiando”, mesmo que todos eles es-
tejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente a
dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões são
equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe
um A que é B.
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o
conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
União de três conjuntos: A B C conjunto B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B
= Algum A é não B = Algum não B é A. Mas não é equivalente
a Algum B não é A. Nas proposições categóricas, usam-se tam-
bém as variações gramaticais dos verbos ser e estar, tais como
é, são, está, foi, eram, ..., como elo de ligação entre A e B.
- Todo A é B = Todo A não é não B.
- Algum A é B = Algum A não é não B.
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B.
- Todo A é não B = Todo A não é B.
Intersecção de três conjuntos: A B C - Algum A é não B = Algum A não é B.
- Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
- Nenhum A é B = Todo A é não B.
- Todo A é B = Nenhum A é não B.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-versa).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e
vice-versa).

Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas

Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das pro-


A \ (B C) posições categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum A é B,
Algum A é B e Algum A não é B, pode-se inferir de imediato
a verdade ou a falsidade de algumas ou de todas as outras.

1. Se a proposição Todo A é B é verdadeira, então temos


as duas representações possíveis:

1 2
B

(B C) \ A A = B
A

Proposições Categóricas

- Todo A é B Nenhum A é B. É falsa.


- Nenhum A é B Algum A é B. É verdadeira.
- Algum A é B e Algum A não é B. É falsa.
- Algum A não é B
2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então
Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o con- temos somente a representação:
junto A é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está
contido em B. Atenção: dizer que Todo A é B não significa o
mesmo que Todo B é A. Enunciados da forma Nenhum A é
B afirmam que os conjuntos A e B são disjuntos, isto é, não A B
tem elementos em comum. Atenção: dizer que Nenhum A
é B é logicamente equivalente a dizer que Nenhum B é A.
Por convenção universal em Lógica, proposições da
forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo Todo A é B. É falsa.
menos um elemento em comum com o conjunto B. Con- Algum A é B. É falsa.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, pressupomos que Algum A não é B. É verdadeira.

19
NOÇÕES DE LÓGICA

3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as (D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verda-
quatro representações possíveis: deira ou falsa.
(E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição ne-
cessariamente verdadeira.

03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam ins-


trumentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e 60
tocam esses dois tipos de instrumentos. Quantos músicos
desta Filarmônica tocam:
(A) instrumentos de sopro ou de corda?
(B) somente um dos dois tipos de instrumento?
(C) instrumentos diferentes dos dois citados?

04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e que


“Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro que:
(A) algum A não é G;
(B) algum A é G.
Nenhum A é B. É falsa. (C) nenhum A é G;
Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em 1 e 2). (D) algum G é A;
Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou (E) nenhum G é A;
falsa (em 3 e 4) – é indeterminada.
05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol
4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, te- mas não praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas
mos as três representações possíveis: não praticam futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao
todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O número
de alunos da classe é:
(A) 30.
(B) 35.
(C) 37.
(D) 42.
(E) 44.
3
A B 06. Um colégio oferece a seus alunos a prática de um ou
mais dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei. Sabe-
se que, no atual semestre:
- 20 alunos praticam vôlei e basquete.
- 60 alunos praticam futebol e 55 praticam basquete.
Todo A é B. É falsa. - 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei.
Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em - o número de alunos que praticam só futebol é idêntico
1 e 2 – é indeterminada). ao número de alunos que praticam só vôlei.
Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira - 17 alunos praticam futebol e vôlei.
(em 1 e 2 – é indeterminada). - 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45,
não praticam vôlei.
QUESTÕES O número total de alunos do colégio, no atual semestre,
é igual a:
01. Represente por diagrama de Venn-Euler (A) 93
(A) Algum A é B (B) 110
(B) Algum A não é B (C) 103
(C) Todo A é B (D) 99
(D) Nenhum A é B (E) 114

02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC) Con- 07. Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas entre-
siderando “todo livro é instrutivo” como uma proposição vistadas, 100 liam o jornal X, 150 liam o jornal Y, 20 liam os
verdadeira, é correto inferir que: dois jornais e 110 não liam nenhum dos dois jornais. Quantas
(A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição ne- pessoas foram entrevistadas?
cessariamente verdadeira. (A) 220
(B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição neces- (B) 240
sariamente verdadeira. (C) 280
(C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição (D) 300
verdadeira ou falsa. (E) 340

20
NOÇÕES DE LÓGICA

08. Em uma entrevista de mercado, verificou-se que 03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instru-
2.000 pessoas usam os produtos C ou D. O produto D é mentos de corda e S dos que tocam instrumentos de so-
usado por 800 pessoas e 320 pessoas usam os dois produ- pro. Chamemos de F o conjunto dos músicos da Filarmô-
tos ao mesmo tempo. Quantas pessoas usam o produto C? nica. Ao resolver este tipo de problema faça o diagrama,
(A) 1.430 assim você poderá visualizar o problema e sempre comece
(B) 1.450 a preencher os dados de dentro para fora.
(C) 1.500 Passo 1: 60 tocam os dois instrumentos, portanto, após
(D) 1.520 fazermos o diagrama, este número vai no meio.
(E) 1.600 Passo 2:
a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os
09. Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classi- que só tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100
ficado em quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pes- b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180
quisa efetuada num grupo de 120 pessoas de um hospital, Vamos ao diagrama, preenchemos os dados obtidos acima:
constatou-se que 40 delas têm o antígeno A, 35 têm o an-
tígeno B e 14 têm o antígeno AB. Com base nesses dados,
quantas pessoas possuem o antígeno O?
(A) 50 100 60 180
(B) 52
(C) 59
(D) 63
(E) 65
Com o diagrama completamente preenchido, fica fá-
Respostas cil achara as respostas: Quantos músicos desta Filarmônica
01. tocam:
a) instrumentos de sopro ou de corda? Pelos dados do
(A) problema: 100 + 60 + 180 = 340
b) somente um dos dois tipos de instrumento? 100 +
180 = 280
c) instrumentos diferentes dos dois citados? 500 - 340
= 160
(B)
04. Esta questão traz, no enunciado, duas proposições
categóricas:
- Alguns A são R
- Nenhum G é R
(C)
Devemos fazer a representação gráfica de cada uma delas
por círculos para ajudar-nos a obter a resposta correta. Vamos
iniciar pela representação do Nenhum G é R, que é dada por
dois círculos separados, sem nenhum ponto em comum.
(D)

02. Resposta “B”.

Como já foi visto, não há uma representação gráfica única


para a proposição categórica do Alguns A são R, mas geralmente
a representação em que os dois círculos se interceptam (mos-
trada abaixo) tem sido suficiente para resolver qualquer questão.
A opção A é descartada de pronto: “nenhum livro é
instrutivo” implica a total dissociação entre os diagramas.
E estamos com a situação inversa. A opção “B” é perfeita-
mente correta. Percebam como todos os elementos do dia-
grama “livro” estão inseridos no diagrama “instrutivo”. Res-
ta necessariamente perfeito que algum livro é instrutivo.

21
NOÇÕES DE LÓGICA

Agora devemos juntar os desenhos das duas proposições 60 = n(só F) + 30 + 2 + 15 → n(só F) = 13


categóricas para analisarmos qual é a alternativa correta. Como n(sóF) = n(sóV) = 13
a questão não informa sobre a relação entre os conjuntos A n(B) = n(só B) + n(BeV) + n(BeF-V) → n(só B) = 65 - 20
e G, então teremos diversas maneiras de representar grafica- – 30 = 15
mente os três conjuntos (A, G e R). A alternativa correta vai ser n(nem F nem B nem V) = n(nem F nem V) - n(solo B)
aquela que é verdadeira para quaisquer dessas representações. = 21- 15 = 6
Para facilitar a solução da questão não faremos todas as repre- Total = n(B) + n(só F) + n(só V) + n(Fe V - B) + n(nemF
sentações gráficas possíveis entre os três conjuntos, mas sim, nemB nemV) = 65 + 13 + 13 + 2 + 6 = 99.
uma (ou algumas) representação(ões) de cada vez e passamos
a analisar qual é a alternativa que satisfaz esta(s) representa-
ção(ões), se tivermos somente uma alternativa que satisfaça,
então já achamos a resposta correta, senão, desenhamos mais
outra representação gráfica possível e passamos a testar so-
mente as alternativas que foram verdadeiras. Tomemos agora o
seguinte desenho, em que fazemos duas representações, uma
em que o conjunto A intercepta parcialmente o conjunto G, e
outra em que não há intersecção entre eles.

07. Resposta “E”.

A B

80 20 130 + 110

Teste das alternativas:


Teste da alternativa “A” (algum A não é G). Observando
os desenhos dos círculos, verificamos que esta alternativa
Começamos resolvendo pelo que é comum: 20 alunos
é verdadeira para os dois desenhos de A, isto é, nas duas
gostam de ler os dois.
representações há elementos em A que não estão em G.
Leem somente A: 100 – 20 = 80
Passemos para o teste da próxima alternativa.
Leem somente B: 150 – 20 = 130
Teste da alternativa “B” (algum A é G). Observando os de-
Totaliza: 80 + 20 + 130 + 110 = 340 pessoas.
senhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A
que está mais a direita, esta alternativa não é verdadeira, isto
é, tem elementos em A que não estão em G. Pelo mesmo mo- 08. Resposta “D”.
tivo a alternativa “D” não é correta. Passemos para a próxima. A B
Teste da alternativa “C” (Nenhum A é G). Observando
os desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho
de A que está mais a esquerda, esta alternativa não é ver-
1200 320 480
dadeira, isto é, tem elementos em A que estão em G. Pelo
mesmo motivo a alternativa “E” não é correta. Portanto, a
resposta é a alternativa “A”.

05. Resposta “E”. Somente B: 800 – 320 = 480


Usam A = total – somente B = 2000 – 480 = 1520.

09. Resposta “C”.

A B

+ 59
26 14 21
n = 20 + 7 + 8 + 9
n = 44

06. Resposta “D”. Começa-se resolvendo pelo AB, então somente A = 40


n(FeB) = 45 e n(FeB -V) = 30 → n(FeBeV) = 15 – 14 = 26 e somente B = 35 – 14 = 21.
n(FeV) = 17 com n(FeBeV) = 15 → n(FeV - B) = 2 Somando-se A, B e AB têm-se 61, então o O são 120 –
n(F) = n(só F) + n(FeB-V) + n(FeV -B) + n(FeBeV) 61 = 59 pessoas.

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Noções de Sistema Operacional; ...................................................................................................................................................................... 01


Edição de textos, planilhas e apresentações; ............................................................................................................................................... 24
Redes de Computadores (Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de internet e intranet, VPN,
VoIP, Grupos de Discussão, Redes Sociais, Computação na Nuvem, Programas de Navegação, Deep Web, Dark Web,
Conceitos de Organização e de Gerenciamento de Informações, Arquivos, Pastas e Programas); ....................................... 84
Segurança da Informação (Procedimento de Segurança, Noções de Vírus, Worms, Pragas Virtuais, Aplicativos para
Segurança – Antivírus, Firewall, Anti Spyware, Procedimentos de Backup, Armazenamento de Dados na Nuvem);....... 131
Celulares, Tablets e suas Tecnologias, Biometria, Moedas Virtuais.....................................................................................................143

.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A numeração da versão do kernel é bastante usada, po-


NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL; rém você não precisa lembrar de cada detalhe exposto. Mas
certamente é útil entender o número de revisão e a neces-
sidade de possíveis atualizações.

AMBIENTE LINUX O PROJETO GNU


GNU is Not Unix! Muitos conhecem e divulgam o sis-
O que é GNU/Linux tema operacional do pinguim apenas como Linux, porém
Linux é o núcleo do sistema operacional, programa res- o termo correto é GNU/Linux. Em palavras simplificadas,
ponsável pelo funcionamento do computador, que faz a Linux é apenas o kernel do sistema operacional, ele depen-
comunicação entre hardware (impressora, monitor, mouse, de de uma série de ferramentas para funcionar, a começar
teclado) e software (aplicativos em geral). O conjunto do pelo programa usado para compilar seu código-fonte. Essas
kernel e demais programas responsáveis por interagir com ferramentas são providas pelo projeto GNU, criado por Ri-
este é o que denominamos sistema operacional. O kernel é chard Stallman.
o coração do sistema. Em outras palavras, o sistema operacional tratado neste
Os principais programas responsáveis por interagir documento é a união do Linux com as ferramentas GNU,
com o kernel foram criados pela fundação GNU. Por este por isso o termo GNU/Linux.
motivo é mais correto nos referenciarmos ao sistema ope-
racional como GNU/Linux ao invés de apenas Linux. GNU/LINUX X WINDOWS
Uma distribuição nada mais é que o conjunto de ker- A diferença mais marcante entre Linux e Windows é
nel, programas de sistema e aplicativos reunidos num úni- o fato do primeiro ser um sistema de código aberto, de-
co CD-ROM (ou qualquer outro tipo de mídia). Hoje em senvolvido por programadores voluntários espalhados
dia temos milhares de aplicativos para a plataforma GNU/ por toda internet e distribuído sob a licença pública GPL.
Linux, onde cada empresa responsável por uma distro es- Enquanto o Windows é software proprietário, não possui
colhe os aplicativos que nela deverão ser inclusos. código-fonte disponível e você ainda precisa comprar uma
licença pra ter o direito de usá-lo.
Você não precisa pagar nada para usar o Linux! Não é
O KERNEL
crime fazer cópias para instalá-lo em outros computadores.
Você já deve ter encontrado diversas vezes a palavra
A vantagem de um sistema de código aberto é que ele se
kernel quando lê sobre Linux. O que vem a ser isso? O ker-
torna flexível às necessidades do usuário, tornando assim
nel é o núcleo do sistema operacional e dá aos softwares a
suas adaptações e “correções” muito mais rápidas. Lembre-
capacidade de acessar o hardware.
se que ao nosso favor temos milhares de programadores
Por isso o kernel do Linux é atualizado constantemen-
espalhados pelo mundo pensando apenas em fazer do Li-
te, acrescentando suporte a novas tecnologias. Usa módu- nux um sistema cada vez melhor.
los para adicionar suporte ou para melhorar no suporte a O código-fonte aberto do sistema permite que qual-
itens já existentes. quer pessoa veja como ele funciona, corrija algum pro-
blema ou faça alguma sugestão sobre sua melhoria, esse
Os módulos são muito úteis, pois desobrigam o admi- é um dos motivos de seu rápido crescimento, assim como
nistrador da mudança do kernel inteiro, sendo necessário da compatibilidade com novos hardwares, sem falar de sua
apenas a instalação do novo módulo. Mas às vezes você alta performance e de sua estabilidade.
pode sentir a necessidade de recompilar o kernel inteiro,
talvez para ganhar mais estabilidade, performance ou au- DISTRIBUIÇÕES GNU/LINUX
mentar o suporte ao seu hardware como um todo. Por usar O Linux possui vários sabores e estes são denominados
um sistema de numeração simples, os usuários do Linux distribuições. Uma distribuição nada mais é que um kernel
podem identificar sua versão em uso. acrescido de programas escolhidos a dedo pela equipe que
a desenvolve. Cada distribuição possui suas particularida-
VERSÕES DO KERNEL - SISTEMA DE NUMERAÇÃO des, tais como forma de se instalar um pacote (ou softwa-
O sistema de numeração é bastante simples e você terá re), interface de instalação do sistema operacional em si,
facilidade de aprendê-lo. Veja abaixo o significado de cada interface gráfica, suporte a hardware. Então resta ao usuário
item: definir que distribuição atende melhor suas necessidades.
Número principal: é o ‘primeiro’ número, o número
mais à esquerda, indica as mudanças realmente principais GNU/LINUX E SUA INTERFACE GRÁFICA
no kernel. O sistema X-Window (sim! sem o “s”), também chama-
Número secundário: é o número ‘do meio’, indica a es- do de X, fornece o ambiente gráfico do sistema operacional.
tabilidade de um kernel particular. Números pares indicam Diferentemente do OSX (Macintosh) e Windows, o X torna o
uma versão estável e números ímpares indicam uma versão gerenciador de janelas (a interface visual em si) um processo
em desenvolvimento. separado. Na verdade, a vantagem de separar o gerenciador
Número ‘de revisão’: é o ‘último’ número, indica a versão. de janelas é que você pode escolher entre uma variedade de
Por exemplo, o kernel 2.6.2 é a segunda versão do ker- gerenciadores existentes para Linux o que melhor lhe con-
nel 2.6.0. vém, tais como Gnome, KDE, XFCE dentre outros.

1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A HISTÓRIA DO GNU/LINUX O desenvolvimento do YaST começou em janeiro de


O sistema Linux tem sua origem no Unix, um sistema 1995. Ele foi escrito em C++ com um ncurses GUI por Thoa-
operacional multitarefa e multiusuário que tem a vantagem mas Fehr (um dos fundadores SuSE) e Michael Andres.
de rodar em uma grande variedade de computadores. YaST é a ferramenta de instalação e configuração para
O Linux surgiu de forma muito interessante. Tudo co- openSUSE, SUSE Linux Enterprise e o antigo SuSE Linux.
meçou em 1991, quando um programador finlandês de Possui uma atraente interface gráfica capaz de persona-
21 anos, Linus Benedict Torvalds, enviou a seguinte men- lizar o seu sistema rapidamente durante e após a instala-
sagem para uma lista de discussão na Internet: “Olá para ção, podendo também ser utilizada em modo texto.
todos que estão usando Minix. Estou fazendo um sistema YaST pode ser usado para configurar o sistema inteiro,
operacional free (como passatempo) para 386, 486, AT e como por exemplo configurar periféricos como: placa de
clones”. Minix era um limitado sistema operacional basea- vídeo, placas de som, rede, configurar serviços do sistema,
do em Unix que rodava em microcomputadores maquiavé- firewall, usuários, boot, repositórios, idiomas, instalar e re-
licos como o AT. Linus pretendia desenvolver uma versão mover softwares etc.
melhorada do Minix e mal sabia que seu suposto “passa-
tempo” acabaria num sistema engenhosamente magnífico.
DEBIAN
Muitos acadêmicos conceituados ficaram interessados na
Debian é uma das distribuições mais antigas e po-
idéia do Linus e, a partir daí, programadores das mais varia-
pulares. Ela serviu de base para a criação de diversas ou-
das partes do mundo passaram a trabalhar em prol desse
projeto. Cada melhoria desenvolvida por um programador tras distribuições populares, tais como Ubuntu e Kurumin.
era distribuída pela Internet e, imediatamente, integrada Como suas características de maior destaque podemos
ao núcleo do Linux. citar:
No decorrer dos anos, este trabalho árduo e voluntário • Sistema de empacotamento .deb;
de centenas de sonhadores tornou-se num sistema ope- • Apt-get, que é um sistema de gerenciamento de
racional bem amadurecido e que hoje está explodindo no pacotes instalados mais práticos dentre os existentes (se
mercado de servidores corporativos e PCs. Linus, que hoje não o mais!);
coordena uma equipe de desenvolvedores do núcleo de • Sua versão estável é exaustivamente testada, o
seu sistema, foi eleito em pesquisa pública a personalidade que o torna ideal para servidor (segurança e estabilidade);
do ano de 1998 do mundo da informática. • Possui um dos maiores repositórios de pacotes
dentre as distros (programas pré-compilados disponíveis
COMO OBTER O GNU/LINUX para se instalar).
Uma vez escolhida a distribuição que você utilizará, o
próximo passo é fazer o download de uma imagem ISO SLACKWARE
para gravação e instalação em seu computador. É extre- Slackware, ao lado de Debian e Red Hat, é uma das
mamente recomendável optar por uma distribuição popu- distribuições “pai” de todas as outras. Idealizada por Pa-
lar, bem testada e na qual você encontrará documentação trick Volkerding, Slack - apelido adotado por sua comu-
abundante na internet caso precise de ajuda. nidade de usuários - tem como características principais
leveza, simplicidade, estabilidade e segurança.
UBUNTU Embora seja considerada por muitos uma distribuição
Ubuntu é uma das distribuições Linux mais populares difícil de se usar, voltada para usuário expert ou hacker,
da atualidade e isso se deve ao fato dela se preocupar mui- possui um sistema de gerenciamento de pacotes simples,
to com o usuário final (desktop). Originalmente baseada assim como sua interface de instalação, que é uma das
no Debian, diferencia-se além do foco no desktop, em sua poucas que continua em modo-texto, mas nem por isso
forma de publicação de novas versões, que são lançadas
se faz complicada.
semestralmente.
Se você procura por uma distribuição voltada para
servidor, deseja aprofundar seus conhecimentos no Linux
OPENSUSE
openSUSE é a versão livre do belíssimo sistema opera- ou procura um desktop sem frescuras, Slack é pra você!
cional Novell SuSE. Além de se comportar de forma muito
estável e robusta como servidor, também é muito podero- História do Slackware:
so quando o assunto é desktop. Slackware foi criado por Patrick Volkerding em 1993
Seu diferencial é o famoso YaST (Yeah Another Setup (algumas fontes dizem 1992). Foi baseada na distribuição
Tool), um software que centraliza todo o processo de ins- SLS (Softlanding Linux System) e era fornecida em forma
talação, configuração e personalização do sistema Linux. de imagens para disquetes de 3.5 polegadas.
Podemos dizer que esta é uma das cartas-mestre do SuSE, É a distribuição mais antiga e ainda ativa. Até 1995 era
pois pode se comparar ao painel de controle do Windows. considerado como o «Linux padrão», mas sua popularida-
de diminuiu muito depois do surgimento de distribuições
Sobre o YaST: mais amigáveis. Mesmo assim o Slackware continua sen-
YaST talvez seja a mais poderosa ferramenta de gestão do uma distribuição muito apreciada e respeitada, pois
do ambiente Linux. É um projeto open source patrocinado não mudou sua filosofia, continua fiel aos padrões UNIX e
pela Novell e ativamente em desenvolvimento. é composta apenas por aplicações estáveis.

2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Em 1999 a versão do Slackware pulou de 4.0 para 7.0. Ele conta com um ciclo de desenvolvimento rápido.
Uma jogada de marketing para mostrar que o Slackware A cada seis meses, em média, um novo Fedora é liberado
estava tão atualizado como as outras distribuições. Acontece pelo Fedora Project para a comunidade. A própria comu-
que muitas distribuições tinham versões bem elevadas, e isso nidade em si é uma das mais ativas da internet e o Fedora
podia causar a impressão de que o Slackware estava desa- conta com uma farta ajuda online, mesmo sem oferecer o
tualizado. A demora para lançamento de novas versões do suporte técnico direto da Red Hat.
Slackware também contribuiu para isso. O manuseio de pacotes é feito de forma inteligente
Em 2004 Patrick Volkerding esteve seriamente doente - e automática com a ajuda do YUM que cuida das atua-
com um tipo de infecção, e o desenvolvimento do Slackware lizações e resolve as dependências de todos os pacotes,
tornou-se incerto. baixando o que for necessário ao sistema dos repositórios
Muitos acharam que ele iria morrer. Mas ele melhorou e e gerenciando a instalação. Encontra-se para o fedora todo
retomou o desenvolvimento do Slackware, embora não este- o tipo de aplicações, desde suites de escritório poderosas
ja completamente curado até hoje. como o OpenOffice.org até players de vídeo e de áudio
Em 2005 o ambiente gráfico GNOME foi removido do (MPlayer e Amarok) com execução de quase todos os for-
projeto Slackware, o que desagradou muitos usuários. A jus-
matos conhecidos e também uma generosa coleção de jo-
tificativa de Patrick foi de que leva-se muito tempo para em-
gos, todos instaláveis com alguns simples cliques ou uma
pacotar os binários. Porém, muitas comunidades desenvol-
única linha de comando. “
vem projetos de GNOME para o Slackware. Alguns exemplos
CENTOS
de projetos são: Gnome Slackbuild, Gnome Slacky e Dropline
Gnome. Por isso, Gnome de alta qualidade é o que não falta “CentOS é uma distribuição de classe Enterprise deri-
para o Slackware, apesar de não ser um ambiente nativo. vada de códigos fonte gratuitamente distribuídos pela Red
Em 2007 foi lançada a versão 12.0 do Slackware, uma Hat Enterprise Linux e mantida pelo CentOS Project.
versão inovadora e que de certa forma causou algumas con- A numeração das versões é baseada na numeração do
trovérsias. Foi a primeira versão do Slackware que foi um Red Hat Enterprise Linux. Por exemplo, o CentOS 4 é ba-
pouco contra a sua própria filosofia. Primeiro, porque passou seado no RHEL 4. A diferença básica entre um e outro é o
a montar dispositivos automaticamente, segundo porque fornecimento de suporte pago na aquisição de um RHEL.
alguns pacotes antigos não eram mais compatíveis coma a Funcionalmente, pode-se considerar os sistemas clones.
nova versão devido ao novo GCC 4.1.2. e por último, porque CentOS proporciona um grande acesso aos softwares
foi a primeira versão a vir com a última versão do Kernel (na padrão da indústria, incluindo total compatibilidade com
época). os pacotes de softwares preparados especificamente para
Vale destacar também que a versão 12.0 vem com Com- os sistemas da RHEL. Isso lhe dá o mesmo nível de segu-
piz instalado, mas que por falta de ferramentas gráficas para rança e suporte, através de updates, que outras soluções
configuração, muitos usuários não sabiam como usar. Linux Enterprise, porém sem custo.
Suporta tanto ambientes de servidores para aplicações
KURUMIN de missão crítica quanto ambientes de estações de traba-
Idealizada por Carlos Morimoto, Kurumin foi uma das lho e ainda possui uma versão Live CD.
distribuições mais usadas em território nacional. Original- CentOS possui numerosas vantagens, incluindo: uma
mente baseada no Knoppix, que veio do Debian, esse siste- comunidade ativa e crescente, um rápido desenvolvimen-
ma operacional se destacou por ser um desktop fácil de se to e teste de pacotes, uma extensa rede para downloads,
instalar e agradável de se usar. desenvolvedores acessíveis, múltiplos canais de suporte in-
Sua característica mais marcante são os ícones mágicos, cluindo suporte em português e suporte comercial através
que transformam tarefas relativamente complexas (hoje nem de parceiros.”
tanto) como configurar um modem ou instalar um codec de
vídeo numa experiência NNF (next, next, finish), como no
LINUXMINT
Windows.
A proposta do Linux Mint é ser uma distribuição de
desktop com visual elegante, amigável, confortável de usar
FEDORA
“Fedora é uma das mais populares e estáveis distribui- e bem atualizada.
ções que existem atualmente. Ele era, no começo, um fork A distribuição foi lançada inicialmente como uma va-
para a comunidade, liberado e mantido pela gigante Red Hat riante do Ubuntu que contava com os codecs de mídia já
que, na época, estava fechando seu sistema e concentran- na instalação. A evolução foi rápida e hoje é uma distribui-
do-se no mercado corporativo. Isso significa que, desde o ção completa e bem resolvida, com ferramentas próprias
princípio, o Fedora já contava com o que há de mais moder- de configuração, aplicativo de instalação de pacotes basea-
no em tecnologia de software, assim como também contava do na web, menus personalizados, entre outras caracterís-
com uma das mais competentes e dedicadas equipes em seu ticas únicas e sempre com um visual bem clean e elegante.
desenvolvimento. Se o que você procura é uma distribuição O fundador, líder e principal desenvolvedor da distri-
com poderes de ser um servidor estável, mas com as facili- buição se chama Clement Lefebvre, ele iniciou usando Li-
dades das ferramentas de configuração gráficas, ou se, sim- nux em 1996 (Slackware) e vive na Irlanda.
plesmente, deseja um desktop mais robusto, o Fedora será Algumas razões do sucesso do Linux Mint listados na
a sua melhor escolha. página do projeto são:

3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A velocidade com que a comunidade responde às de- Grupos


mandas, uma solicitação postada no fórum do site pode O Linux também possui o conceito de “grupo”. Um
estar já implementada no current em menos de uma se- grupo é, como o próprio nome diz, um agrupamento de
mana; vários usuários que devem compartilhar algumas carac-
Por ser derivada do Debian conta com toda a base só- terísticas em comum como, por exemplo, permissões de
lida de pacotes e do gerenciador de pacotes do Debian; acessos a arquivos e dispositivos.
É compatível com os repositórios do Ubuntu;
Tem um desktop preparado para o usuário comum Superusuário
sentir-se confortável; O superusuário é aquele que tem plenos poderes
Se esforça para que os recursos, tais como suporte dentro do Linux. É o superusuário quem pode criar novos
multimídia, resolução de vídeo, placas e cartões Wifi e ou- usuários, alterar direitos, configurar e fazer a atualização
tros, funcionem bem. do sistema. Somente ele tem direito de executar essas ati-
À exceção do Mandrake, e depois do Kurumin, esta foi vidades.
a primeira distro a fazer sucesso com os usuários pelos se- É recomendado utilizar a conta de superusuário so-
guintes motivos: facilidade em instalar programas, instala- mente quando for necessário configurar algo no sistema.
ção e configuração automática de dispositivos e afins. Ainda assim é recomendado utilizá-la o mínimo possível
O Mint agregou essas facilidades e incorporou outras, para evitar que algum erro danifique o sistema.
sendo considerado um Ubuntu mais polido, com excelente
seleção de softwares, belo desempenho e design. Entrando e Saindo do Sistema
Ao iniciar o Linux, um prompt semelhante ao ilustrado
APLICATIVOS PARA GNU/LINUX a seguir será mostrado:
O GNU/Linux possui uma riqueza incomparável de Mandrake Linux (tty1) ldalcero login:
aplicativos, oferecendo mais de uma solução à certas ne- Informe o seu login/nome de usuário. A seguir será so-
cessidades. A maior dificuldade está em encontrar um apli- licitada a senha (Password) do usuário. Digite a senha do
seu usuário.
cativo que sirva às suas necessidades. Como há inúmeros
Após informar o nome de usuário e a senha correta-
aplicativos para as mesmas funções, eles apresentam certas
mente, você será levado ao prompt do sistema:
características, estas que se adaptam ou não ao gosto do
[aluno@ldalcero aluno] $
usuário, por isto temos tanta variedade de aplicativos dis-
OBS.: O linux tem terminais virtuais. Você pode alterar
poníveis hoje em dia.
entre eles utilizando as teclas Alt-Fn, onde n pode variar de
O fato de quase 100% dos aplicativos serem Open-
1 até 6 na configuração padrão.
Source ajuda para que esta lista cada vez mais venha cres-
Pode-se utilizar o comando logout na linha de coman-
cer. Dentre outras coisas, os aplicativos permitem ser alte-
do para se desconectar do sistema:
rados conforme as necessidades dos usuários, por termos [aluno@ldalcero aluno]$ logout
acesso liberado ao código-fonte deles. Desligando o Sistema
A fim de evitar danos ao sistema de arquivos, é neces-
COMANDOS DO TERMINAL sário que o superusuário pare o sistema antes de desligar o
A linha de comando é o método mais usado por admi- computador. Um dos comandos que podem ser utilizados
nistradores de sistemas Linux, pois é o que oferece o maior é o comando shutdown. Este comando permite tanto des-
número de possibilidades, além de ser o método mais rá- ligar quanto reiniciar o computador.
pido de fazer as coisas. [aluno@ldalcero aluno]$ shutdown -h now
O comando acima permite desligar o computador ime-
Usuário diatamente, enviando uma mensagem a todos os usuários
Como o Linux foi concebido para que várias pessoas que estão utilizando o sistema.
pudessem utilizar os mesmos recursos presentes em uma [aluno@ldalcero aluno]$ shutdown -h -t 30 “Atenção:
única máquina, surgiu o conceito de usuário para diferen- O sistema será desligado dentro de 30 segundos”
ciar o que cada pessoa estivesse fazendo e quais recursos O comando acima finaliza todos os processos e desliga
ela estivesse ocupando. O usuário é a identificação da pes- o computador dentro de 30 segundos, enviando a mensa-
soa que irá utilizar o sistema. gem de aviso a todos os usuários logados no sistema.
A identificação do usuário é feita por um “número de O comando halt diz ao sistema que ele deverá desligar
identificação” ou id, que é atribuído ao usuário durante a imediatamente.
criação de sua conta no sistema. [aluno@ldalcero aluno]$ halt
Com a finalidade de garantir a integridade do trabalho Para reinicializar o sistema, pode-se utilizar, além do
de cada usuário, impedindo que um usuário altere o tra- comando shutdown, o comando reboot:
balho de outro, no momento de entrada no sistema, você [aluno@ldalcero aluno]$ shutdown -r -t 30 “Atenção: O
deve informar a senha do seu usuário. O nome de usuário sistema será reiniciado dentro de 30 segundos”
associado à senha é a sua “chave de entrada” no sistema, Esta opção finaliza todos os processos e reinicia o com-
portanto deve ser guardada com cuidado. putador após 30 segundos.
[aluno@ldalcero aluno]$ reboot

4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O comando reboot chama o comando shutdown e ao final deste reinicia o sistema. Após executar os comandos deve-
se aguardar até que o sistema esteja parado (com a mensagem o sistema está parado ou Power down) para então poder
desligar seu computador ou esperar que ele reinicie.

Gerenciamento de Arquivos e Diretórios


Listando Arquivos
O comando ls mostra o conteúdo de um diretório.
O formato do comando é o seguinte:
ls [ - l ] [ - a ] [ - F ] [dir]
Onde [-l] é o formato longo, e [-a] serve para mostrar todos os arquivos, incluindo arquivos ocultos (os quais têm seu
nome indicado por um ponto). Existem várias outras opções, embora estas sejam mais usadas. Finalmente, [-F] coloca no
final dos nomes de arquivo um símbolo indicando o seu tipo.
Um exemplo do uso do ls é mostrado a seguir:
[aluno@ldalcero X11]$ ls
LessTif bin doc etc fonts include lib man share
[aluno@ldalcero X11]$
Um exemplo do uso do ls usando parâmetros:
[aluno@ldalcero X11]$ ls -laF

drwxr-xr-x 11 root root 4096 Ago 27 2002 ./


drwxr-xr-x 22 root root 4096 Mar 22 2003 ../
drwxr-xr-x 3 root root 4096 Mar 22 2003 LessTif/
drwxr-xr-x 2 root root 8192 Jul 24 08:45 bin/
drwxr-xr-x 2 root root 4096 Jul 24 2003 doc/
drwxr-xr-x 4 root root 4096 Ago 27 2002 etc/
drwxr-xr-x 2 root root 4096 Mar 22 2003 fonts/
drwxr-xr-x 4 root root 4096 Mar 22 2003 include/
drwxr-xr-x 9 root root 4096 Jul 24 2003 lib/
drwxr-xr-x 7 root root 4096 Jul 24 2003 man/
drwxr-xr-x 15 root root 4096 Jul 24 08:45 share/

[aluno@ldalcero X11] $

No exemplo acima, como são nomes de diretórios; o parâmetro [-F] adiciona uma barra indicando nome de diretório.
O parâmetro [-l] coloca várias informações sobre o arquivo (permissões, links, dono, grupo, tamanho, data, hora, nome do
arquivo).

Metacaracteres
Existem sinais, chamados metacaracteres, usados para facilitar a utilização de comandos no Linux.
Quando se trabalha com os comandos de manipulação de arquivos, frequentemente é útil empregarmos metacaracte-
res. Estes símbolos – como *, ?, [], {} - são úteis para se referenciar arquivos que possuam características em comum.
Para os exemplos dados nesta seção, será usada a seguinte lista de arquivos:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls
12arquivo 1arquivo 2arquivo arquivo arquivo3 arquivo34 arquivo5arquivo
• O asterisco “*”:
O asterisco é usado para representar “qualquer quantidade de qualquer caractere”. Por exemplo, arquivo* retornaria
todos os arquivos em que o nome iniciasse com “arquivo”. Veja o efeito da utilização prática deste metacaractere.
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo* arquivo arquivo3 arquivo34 arquivo5arquivo
• O Ponto de Interrogação “?”:
O ponto de interrogação é utilizado para representar “um único e qualquer caractere”. Ao digitar ls arquivo?, o usuário
estará pedindo a lista de arquivos cujos nomes são indicados por “arquivo” e terminal com um único caractere qualquer.
Como no exemplo que segue:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo?
arquivo3
Agora digitando ls ??arquivo o resultado seria:
12arquivo

5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os colchetes “[]”: [aluno@ldalcero aluno]$ mkdir meu_diretorio


Os colchetes são utilizados para indicar uma lista de O comando também pode ser usado para criar uma
caracteres. Para entender melhor; verifique os exemplos. árvore de diretórios, como será mostrado a seguir:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo[123] arquivo3 [aluno@ldalcero aluno]$ mkdir -p meu_dir/meu_sub_
[aluno@ldalcero aluno]$ ls [123]arquivo dir/sub_sub_dir
1arquivo 2arquivo O comando anterior cria um diretório chamado meu_
dir, e dentro dele cria um subdiretório chamado meu_sub_
As chaves “{}”: dir e dentro deste, um subdiretório chamado sub_sub_dir.
As chaves têm sua utilização muito assemelhada a dos Também é possível criar vários diretórios em simultâ-
colchetes. A diferença está na possibilidade de referenciar neo; simplesmente colocando vários nomes de diretórios
seqüências de caracteres separadas por vírgulas, conforme junto com o comando, como será mostrado a seguir:
o exemplo a seguir: [aluno@ldalcero aluno]$ mkdir dir_1 dir_2 dir_3
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo{1,34} arquivo34 O comando anterior criará os diretórios dir_1, dir_2 e
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo{1,2,3,34} arquivo3 dir_3 dentro do diretório atual.
arquivo34
Removendo Diretórios
Estrutura de Diretórios O comando rmdir é usado para remover diretórios. Por
O sistema Linux possui a seguinte estrutura básica de exemplo; para remover o diretório meu_dir basta digitar o
diretórios: seguinte comando:
/bin [aluno@ldalcero aluno]$ rmdir meu_dir
Contém arquivos, programas do sistema que são usa- O comando também pode remover árvores de diretó-
dos com freqüência pelos usuários. rios. Para tal, utiliza-se o parâmetro [-p ], como será mos-
/boot trado a seguir:
Contém arquivos necessários para a inicialização do [aluno@ldalcero aluno]$ rmdir -p temp/sub_dir/sub_dir_2
sistema. O comando anterior apagou o subdiretório sub_dir_2,
/cdrom depois apagou o subdiretório sub_dir e finalmente apagou
Ponto de montagem da unidade de CD-ROM. o temp.
Porém, o comando remove diretórios e não arquivos;
/dev
se existir algum arquivo dentro do diretório este não será
Contém arquivos usados para acessar dispositivos (pe-
removido.
riféricos) existentes no computador.
Para conseguir remover diretórios com arquivos deve-
/etc
se utilizar em conjunto o comando rm, que será visto mais
Arquivos de configuração de seu computador local.
adiante.
/floppy
Copiando Arquivos
Ponto de montagem de unidade de disquetes.
O comando cp é utilizado para efetuar a cópia de ar-
/home quivos no Linux, Sua sintaxe é mostrada a seguir:
Diretórios contendo os arquivos dos usuários. cp [parametros] arquivo_original [destino]
/lib Observações importantes relativas à cópia de arquivos:
Bibliotecas compartilhadas pelos programas do siste- Copiar um arquivo para outro diretório onde já existe
ma e módulos do kernel. outro arquivo com mesmo nome: o arquivo será sobres-
/mnt crito.
Ponto de montagem temporário. Copiar um arquivo para outro diretório que, por sua
/usr vez, possui um diretório com mesmo nome do arquivo a
Contém maior parte de seus programas. Normalmente ser copiado: não é permitido, pois no Linux um diretório
acessível somente como leitura. também é um arquivo.
/var Copiar um arquivo, especificando como arquivo_desti-
Contém maior parte dos arquivos que são gravados no outro nome: o arquivo será renomeado durante a cópia.
com freqüência pelos programas do sistema, e-mails, spool
de impressora, cache, etc.
Opção Descrição
/sbin
Diretório de programas usados pelo superusuário Preserva as permissões do arquivo_original
-a
(root) para administração e controle do funcionamento do quando possível.
sistema. Faz backup de arquivos que serão
-b
sobrescritos.
Criando e Removendo Diretórios Solicita confirmação antes de sobrescrever
-i
Criando Diretórios arquivos.
O comando mkdir é usado para criar diretórios. A sin- Copia diretórios recursivamente, ou seja,
taxe do comando será mostrado a seguir: -R toda a árvore abaixo do diretório de origem.
mkdir [parâmetros] nome_dir O destino sempre será um diretório.
A linha de comando a seguir cria um diretório:

6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Iniciando pela forma mais simples do comando, ou Removendo Arquivos


seja, copiar um arquivo para um novo arquivo. O comando O comando rm (remove) é usado para remover arqui-
pode ser visto a seguir: vos e diretórios. É possível remover vários arquivos simulta-
[aluno@ldalcero aluno]$ cp doc.txt documento.txt neamente, bastando para tal colocar o nome dos arquivos
Neste caso ocorre a criação do arquivo documento.txt a remover, logo depois do comando. O formato básico do
a partir do arquivo doc.txt. Também é possível copiar para comando é mostrado a seguir:
outro local como será mostrado a seguir: rm [parametros] arquivo
[aluno@ldalcero aluno]$ cp doc.txt /tmp Como primeiro exemplo será emitido um comando para
Como não foi mencionado o nome do arquivo de desti- apagar o arquivo documento.txt.
no, será criado um arquivo com o mesmo nome do atual, É [aluno@ldalcero aluno]$ rm documento.txt
sempre bom ter um pouco de cuidado no uso do comando É também possível remover vários arquivos listados logo
cp; para tal será usado o parâmetro -i. A menos que se uti- após o comando. Por exemplo: [aluno@ldalcero aluno]$ rm
lize essa opção, o comando cp irá sobrescrever os arquivos documento.txt doc.txt documento-2.txt
existentes, como pode ser visto a seguir: A maneira mais segura de se usar o comando rm é com o
[aluno@ldalcero aluno]$ cp -i doc.txt /tmp cp: sobres- parâmetro -i, ou seja, é solicitada uma confirmação para cada
crever `/tmp/doc/txt`? y arquivo a apagar.
Um método mais seguro seria usar o parâmetro -b [aluno@ldalcero aluno]$ rm -ri /tmp
(backup); então, quando o cp encontra um arquivo com No comando anterior, além de se usar o parâmetro -i
o mesmo nome cria uma cópia acrescentando um “~” ao foi também usado o parâmetro - r (recursivo), isto remove
nome do arquivo. Como pode-se observar a seguir: todos os arquivos do diretório /tmp de forma recursiva. Já o
[aluno@ldalcero aluno]$ cp -b doc.txt /tmp [aluno@ parâmetro -i irá pedir uma confirmação para cada arquivo a
ldalcero aluno]$ ls /tmp/doc.txt* doc.txt doc.txt~ apagar.
Também é possível copiar vários arquivos simultanea- Caso não seja necessária uma confirmação, pode-se for-
mente; para tal, basta colocar os nomes dos arquivos a co- çar a remoção de toda a árvore de diretórios; para tal utiliza-
piar logo depois do comando, como mostrado a seguir: se o parâmetro -f.
[aluno@ldalcero aluno]$ cp arq_1 arq_2 arq_3 arq_4
[aluno@ldalcero aluno]$ rm -rf /tmp
dir_1
O que ocorre é a remoção total do diretório e de todos
Vale lembrar que o último nome na cadeia é o destino,
os seus subdiretórios.
ou seja, os arquivos arq_1, arq_2, arq_3 e arq_4 são copiados
Lembre-se de evitar o uso do comando rm desneces-
para o diretório dir_1.
sariamente quando estiver trabalhando como root, ou seja,
superusuário, para prevenir que arquivos necessários ao sis-
Mover ou Renomear
tema sejam apagados acidentalmentes.
As habilidades para mover e renomear arquivos no Linux
são básicas para organizar informações no sistema. A seguir, É possível utilizar o comando com metacaracteres, con-
será apresentado como fazê-lo utilizando o comando mv. forme mostrado a seguir:
O formato básico do comando é mostrado a seguir: [aluno@ldalcero aluno]$ rm *.txt *.doc
mv arquivo destino
O comando mv é basicamente usado pra mover um ar-
quivo dentro do sistema de arquivos do Linux. Links
[aluno@ldalcero aluno]$ mv documento.txt /tmp Links, são referências, atalhos ou conexões lógicas entre
O comando anterior move o arquivo documento.txt arquivos ou diretórios. Estas referências podem ser de dois
para o diretório /tmp. É possível também usar o comando tipos: Hard Links (diretas) ou Symbolic Links (simbólicas).
para renomear arquivos, como mostrado no exemplo a se-
guir: Hard Links
[aluno@ldalcero aluno]$ mv doc.txt documento.txt Ocupam apenas um inode na área de inodes. E são usa-
Para não sobrescrever arquivos deve-se utilizar o parâ- dos quando estas referências estiverem no mesmo sistema
metro -i, como mostrado a seguir: de arquivos.
[aluno@ldalcero aluno]$ mv -i doc.txt documento.txt A quantidade de links fazendo referência ao mesmo ar-
mv: sobrescrever `documento.txt`? y quivo pode ser vista usando o comando ls -l. O valor que
[aluno@ldalcero aluno]$ ls documento* documento.txt aparece após as permissões é o número de conexões lógicas.
documento.txt~ Exemplo:
Também é possível renomear um arquivo durante a mo- [aluno@ldalcero aluno]$ ls – l doc*
vimentação do mesmo: -rwxr-xr-x 4 aluno grupo01 36720 Jun 2 14:25 do-
[aluno@ldalcero aluno]$ mv documento.txt /tmp/do- cumento.txt
cumento-2.txt Nesse caso, o arquivo documento.txt possui 4 links asso-
No exemplo a seguir será movido um diretório: ciados a ele. Quando qualquer um dos links é alterado, o ori-
[aluno@ldalcero aluno]$ mv dir_1 dir_2 ginal também é modificado; visto que são o mesmo arquivo,
O comando acima move toda a árvore do dir_1 para apenas com nomes diferentes. O original só será eliminado
dentro do dir_2. Caso o dir_2 não exista, o dir_1 será reno- quando todos os seus links também forem. O formato do
meado para dir_2. comando para criar um hard link é mostrado a seguir:

7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ln arquivo link
OBS.: Não é possível criar hard links para diretórios, e também é impossível criar links diretos entre sistemas de arquivos.

Links Simbólicos
O link simbólico é como um “atalho” para um arquivo. O ato de se apagar um link simbólico não faz com que o arquivo
original desapareça do sistema, somente o vínculo será apagado.
Existem vários motivos para se criar um link simbólico, dentre eles pode-se destacar:
Quando se deseja criar nomes mais significativos para chamadas a comandos. Existe um exemplo prático na chamada
dos shells tais como csh e sh, que na realidade são links simbólicos para os shells tsch, bash.
Um outro exemplo bastante significativo é com relação aos comandos mtools, tais como o mformat e vários outros,
que nada mais são do que links simbólicos para o comando mtools.
Um outro uso para o comando é como atalho para diretórios com nomes complicados; o que não pode ser feito com
hard links.
O formato do comando para criação de links simbólicos é:
ln -s arquivo link
Observe o exemplo a seguir:
[aluno@ldalcero aluno]$ ln -s /usr/X11R6/ /usr/X11
O comando anterior cria um link /usr/X11 que aponta para o diretório real /usr/X11R6. Desta forma, é possível acessar
este diretório por qualquer caminho.
Como se pode observar, a única diferença nos comandos entre a ligação simbólica e a ligação direta é o parâmetro -s.

Permissões de Arquivos
Este tópico trata do sistema de direitos de acesso a arquivos do Linux, incluindo também informações de como alterar
estes direitos.

Conceitos
O sistema de arquivos do Linux possibilita que sejam atribuídos direitos de acesso diferenciados para os usuários do
sistema. A cada arquivo ou diretório do sistema é associado um proprietário, um grupo e seus respectivos direitos de aces-
so, ou permissões. O método mais simples e comum de verificar estes atributos de um arquivo é através do comando ls,
como exemplificado a seguir:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls -l documento.txt
-rw-r--r-- 4 aluno grupo01 36720 Jun 2 14:25 documento.txt
O dono do arquivo no exemplo citado é o usuário aluno, e o grupo a que está relacionado o arquivo é o grupo01. A pri-
meira informação retornada por esta listagem é um conjunto de caracteres, o qual indica o tipo do arquivo e as permissões
de acesso ao mesmo. O caractere inicial indica o tipo de arquivo, e a tabela abaixo mostra os tipos de arquivos existentes:

Caractere Tipo de arquivo

- Arquivo regular

d Diretório

l Link simbólico

b Dispositivos orientados a blocos (HD)

Dispositivos orientados a caracteres


c
(modem, porta serial)

s Socket (comunicação entre processos)

p Pipe (comunicação entre processos)

8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os demais nove caracteres, divididos em três grupos de três caracteres cada, definem as permissões do dono do ar-
quivo, dos membros do grupo a que está relacionado o arquivo e de outros usuários, respectivamente. As permissões de
acesso aos arquivos são representadas pela letras r, w e x, conforme detalhado na tabela abaixo:

Modo de acesso Arquivo regular/especial Diretório

Leitura (r) Examinar conteúdo de arquivo Listar arquivos do diretório

Escrita (w) Modificar o conteúdo de arquivo Alterar diretório

Execução (x) Executar arquivo Pesquisar no diretório

Observe novamente os atributos do arquivo anteriormente citado:


-rw-r--r-- 4 aluno grupo01 36720 Jun 2 14:25 documento.txt
Para este arquivo, o usuário aluno possui permissões de leitura e escrita, os membros do grupo grupo01, assim como
os demais usuários possuem apenas permissões de leitura.

Utilizando o chmod
O comando chmod permite que se altere as permissões de um ou mais arquivos. Existem duas notações para se aplicar
o comando: o modo simbólico e o octal. Somente o superusuário ou o dono do arquivo podem executar esta operação.
Veja a sintaxe do comando abaixo: chmod [opções] arquivos
Uma das opções mais usadas no chmod é a opção -R que permite que se altere recursivamente as permissões de ar-
quivos e diretórios.
No modo simbólico, deve ser indicado quem será afetado (u, g, o, a) e qual, ou quais, permissões serão concedidas ou
suprimidas conforme tabelas abaixo.
Notação simbólica do chmod

Símbolo Descrição

u Usuário, ou dono do arquivo

g Grupo do arquivo

Outros usuários que não são os donos, nem estão


o
cadastrados no grupo especificado

a Afeta todos os anteriores (u, g, o)

Operadores

Operador Descrição

+ Concede permissão(ões) especificada(s)

- Remove permissão(ões)

Atribui somente estas permissão(ões) ao arquivo, retirando as


=
que não se encontram explicitas

A segunda forma de alterar permissões consiste em definir uma seqüência de três algarismos octais. Ela é mais utilizada
quando se deseja alterar permissões. Cada algarismo se refere a um grupo de permissões (u, g, o).
Para facilitar o seu entendimento, associamos um valor decimal com cada permissão, conforme tabela abaixo: Permis-
sões octais

Decimal Associado Permissão


4 Leitura (read)
2 Escrita (write)
1 Execução (execute)

9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para se obter o octal referente às permissões selecionadas, se deve executar uma operação de soma entre elas. Veja
abaixo um exemplo de definição simbólica de permissões:
[aluno@ldalcero aluno]$ chmod u+rw, g+x documento.txt
Neste caso, são concedidas permissões de leitura e gravação ao dono, e execução ao grupo para o arquivo docu-
mento.txt. Exemplo de definição octal de permissões:
[aluno@ldalcero aluno]$ chmod 651 documento.txt
Neste exemplo, será concedida permissão de leitura e gravação ao dono (rw- =4+2 conforme tabela de octais), lei-
tura e execução para o grupo (r-x = 4+1), e execução para qualquer outro (--x = 1).

Permissões Padrão (umask)


O comando umask é o comando que define as permissões padrão dos arquivos quando são criados pelo usuário.
Veja a sintaxe abaixo:
umask [opções] modo
O parâmetro modo informa as permissões que serão dadas ao usuário/grupo/outros. Ele pode ser informado de
duas maneiras:
Como um número octal (022)
Como uma máscara semelhante à utilizada pelo comando chmod (u=rwx, g=rx, o=rx)
Desta maneira é possível controlar automaticamente as permissões dos arquivos que são criados pelo usuário.

Utilizando chown
Veja a sintaxe do comando abaixo:
chown [novo_proprietário][:novo_grupo] arquivos
O comando chown permite ao root a alteração do dono e do grupo relacionado ao arquivo, ou arquivos, seleciona-
dos. Em casos especiais o usuário pode alterar o grupo caso ele pertença tanto ao grupo de origem como ao grupo de
destino. Exemplos:
[aluno@ldalcero aluno]$ chown :grupo02 documento.txt
Altera o grupo do arquivo documento.txt para grupo02.
[aluno@ldalcero aluno]$ chown aluno:grupo02 documento.txt
Altera o dono do arquivo documento.txt para aluno e o grupo do mesmo para grupo02.

Gerenciamento de Contas de Usuários


Um bom gerenciamento do sistema, com o uso das ferramentas administrativas adequadas, torna-o estável e segu-
ro, mantendo-o dentro dos padrões esperados em qualquer área de atuação.

Contas de Usuário
O Linux é um sistema operacional multiusuário, portanto é necessário que todos os usuários sejam cadastrados e
tenham permissões de acesso diferenciados, É possível também cadastrá-los em grupos para facilitar o gerenciamento.
Neste tópico serão abordados justamente estes aspectos do Linux e os comandos necessários para a administração do
sistema.
Primeiramente será visto como é possível criar os usuários.

O comando useradd ou adduser


O comando useradd ou adduser permite que se crie usuários especificados em opções. Somente o superusuário pode-
rá utilizar este comando. Veja abaixo a sua sintaxe:
useradd [opções] [usuário]
Este comando altera os seguintes arquivos:
/etc/passwd – informações de contas de usuários
/etc/shadow – informações de contas de usuários e senhas criptografadas
/etc/group – informações de grupos
O comando useradd

Opção Descrição
Define em “dir” qual será o diretório pessoal do usuário. Este será, também,
-d dir
o diretório inicial daquele usuário.
Grupo ou número do grupo inicial, ao qual pertencerá. Na maioria das
-g grupo distribuições Linux é criado por padrão um grupo como mesmo nome do
usuário.
-s shell Informa qual o shell a ser usado no login.

10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplo: Administradores de grupos podem adicionar e excluir


[aluno@ldalcero aluno]$ useradd -d /home/aluno01 usuários utilizando as opções -a e -d respectivamente. Ad-
aluno1 ministradores podem usar a opção -r para remover a senha
Cria o usuário aluno1 e designa o diretório /home/alu- de um grupo. Quando não há senhas definidas para um
no01 como diretório pessoal deste. grupo, somente os membros do grupo podem usar o co-
[aluno@ldalcero aluno]$ useradd -g turma -d /home/ mando newgrp para adicionar novos usuários ao grupo. A
aluno02 aluno2 opção -R desabilita o acesso ao grupo através do comando
Cria o usuário aluno 2, pertecendo ao grupo turma e newgrp.
designa /home/aluno 02 como diretório pessoal. O gpasswd executado pelo administrador do grupo,
seguido pelo nome, solicitará a senha do grupo. Caso o
O comando passwd comando newgrp esteja habilitado pera outros usuários do
O comando passwd permite que se troque a senha de grupo sem o uso de senha, não-membros do grupo podem
determinado usuário. O superusuário pode trocar a senha também executar o comando, informando, entretanto, a
de qualquer outro. O usuário comum, porém, pode trocar senha do grupo.
somente a sua senha. As senhas são armazenadas no ar-
quivo /etc/shadow, e as demais informações dos usuários Verificando informações do usuário
são armazenadas no arquivo /etc/passwd. Uma vez criados os usuários e grupos no sistema uti-
Após a criação do usuário será necessário criar uma se- lizamos o comando id para verificar informações sobre os
nha para este, caso contrário, não será permitido que este usuários do sistema. Ele nos fornece dados como a identifi-
usuário faça login no sistema. Para tal, deve-se utilizar o cação do usuário no sistema (UID) e os grupos aos quais o
comando passwd. Veja abaixo a sua sintaxe: usuário está associado (GID). Veja a sintaxe abaixo:
passwd [usuário] id [opções] [nome]
Exemplos: Utilizado sem nenhuma opção o comando id retorna
[root@ldalcero root]$ passwd aluno1 os dados do usuário corrente.
O superusuário irá alterar a senha do usuário aluno1.
[aluno@ldalcero aluno]$ id uid = 790(aluno) gid =
[aluno@ldalcero aluno]$ passwd
790(aluno) grupos = 790(aluno)
O usuário aluno1 irá alterar a sua senha.
Quando informamos o nome de um usuário como op-
ção, ele nos retorna as informações do usuário indicado.
O comando userdel
[aluno@ldalcero aluno]$ id root
O comando userdel permite que se elimine usuários
uid = 0(root) gid = 0(root) grupos = 0(root), 1(bin),
do sistema. Somente o superusuário poderá utilizar este
2(daemon), 3(sys), 4 (adm), 6(disk), 10(wheel)
comando. Veja abaixo sua sintaxe:
userdel [opções] [usuário]
Exemplo: Gerenciamento de Processos
[aluno@ldalcero aluno]$ userdel aluno1 O Linux, por ser um sistema operacional multitarefa,
Elimina a conta do usuário aluno1. executa diversos processos simultaneamente. De um modo
geral, um processo é um programa em execução, embora
O comando groupadd ou addgroup possa se apenas parte de um programa mais complexo.
Para facilitar a administração do sistema, pode-se usar
o conceito de grupos de usuários com perfis semelhantes. Criar, Monitorar e Eliminar Processos
Por exemplo, definir grupos conforme os departamentos Para cada processo, o sistema fornece um código (PID)
de uma empresa. Para isto, precisa-se criar estes grupos que o identificará. Há também uma hierarquia de proces-
através do comando groupadd ou addgroup. sos, ou seja, um processo pode chamar outro, que por sua
Sintaxe: vez chama um terceiro, e assim por diante.
groupadd [opções] grupo O processo que executa um segundo processo, é cha-
Exemplos: mado de processo “pai”, e o novo processo, chamado de
[root@ldalcero root]$ groupadd alunos “filho”.
Cria o grupo alunos. Como já foi dito, o Linux é um sistema multitarefa, o
que lhe permite executar mais de um processo ou sistema.
O comando gpasswd Portanto, é possível ter processos em primeiro plano (fore-
O gpasswd é utilizado para administrar o arquivo /etc/ ground), bem como em segundo plano (background).
group (e o arquivo /etc/gshadow, caso seja compilado com Os comandos para se trabalhar com processos serão
SHADOWGRP). Todos os grupos podem ter administrado- vistos a seguir.
res, membros e uma senha. O administrador do sistema
pode usar a opção -A para definir o administrador do gru- O comando ps
po e -M para definir os membros e todos os seus direitos, O comando ps mostra os processos ativos no sistema.
assim como os do administrador. Veja a sintaxe abaixo: Veja abaixo a sintaxe do comando:
gpasswd grupo gpasswd -a usuário grupo gpasswd -d ps [opções]
usuário grupo gpasswd -R grupo gpasswd -r grupo gpass-
wd [-A usuário,...] [-M usuário,...] grupo

11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Opção Descrição O comando jobs


-a Mostra todos os processos. O comando jobs exibe os processos parados ou em
execução que se encontram em segundo plano. Veja abai-
Mostra os processos em formato de
xo a sintaxe:
-f “árvore”, ou seja, com seus caminhos
jobs [opções]
completos.
Exemplos:
Inclui na lista os usuários e hora do ínicio [aluno@ldalcero aluno]$ jobs - l
-u
do processo.
O comando acima exibe os trabalhos em segundo pla-
Inclui processos não associados a um no, com seus respectivos PIDs.
-x
terminal.
O comando bg
Exemplos: Veja a sintaxe do comando:
[aluno@ldalcero aluno]$ ps bg [jobId]
Exibe os processos ativos daquele usuário. Como foi visto anteriormente é possível parar um
[aluno@ldalcero aluno]$ ps -xf processo digitando CTRL-Z. Para reativar este processo e
Mostra todos os processos do usuário, incluindo pro- o colocar em segundo plano use o comando bg %JobId.
cessos sem controle do terminal, no formato “árvore”. Exemplos:
[aluno@ldalcero aluno]$ bg %3
O comando kill O comando acima coloca em segundo plano o ter-
O comando kill permite que o superusuário ou os do- ceiro job.
nos dos processos possam eliminar processos ativos. A
sintaxe desse comando é apresentada a seguir: O comando fg
kill [opções] [-sinal] [processo] Exemplos: Ao contrário do comando bg, o fg (foreground) coloca
[aluno@ldalcero aluno]$ kill -l o job em primeiro plano. Sintaxe:
Este comando mostra os sinais que se pode enviar fg [jobId]
para um processo. Exemplos:
[aluno@ldalcero aluno]$ kill -9 907 [aluno@ldalcero aluno]$ fg %2
Este comando acima elimina o processo (PID) 907 en- Coloca em primeiro plano o job número 2.
viando um sinal 9.
Todos os sinais passam pelo kernel. Quando é enviado Compactação e Empacotamento de Arquivos
qualquer sinal para um processo este sinal vai para o ker- Este tópico irá apresentar os comandos para compac-
nel que o envia ao processo de destino. tação de arquivos mais utilizados, assim como o comando
tar, o qual pode ser utilizado para efetuar backup do sis-
O sinal 9(SIGKILL), quando enviado para um processo, tema.
termina a sua execução. Na realidade, o que acontece é Compactadores de Arquivos
que o kernel, quando recebe o sinal, não o repassa para o O Linux tem diversos aplicativos para compressão de
processo, e sim, remove o processo diretamente. arquivos, sendo que cada um deles utiliza um algoritmo
O sinal 20(SIGTSTP) suspende a execução de um pro- de compressão diferente. Serão abordados, neste tópico,
grama. Quando existe um programa em execução em os mais usados.
foreground e deseja-se suspender o seu processamento
basta enviar esse sinal; pode-se usar as teclas Ctrl-z.
Se for utilizado o comando sem o parâmetro -sinal, GZIP
será enviado ao processo o sinal SIGTERM ou terminate O comando gzip é usado para a compactação/des-
possivelmente terminando sua execução. compactação de arquivos.
O arquivo original é substituído por um arquivo com-
O comando top pactado com a extensão .gz, mantendo o dono, permissões
O comando top mostra uma lista (atualizada perio- e datas de modificação.
dicamente) dos processos ativos no sistema. Esta lista é Caso nenhum arquivo seja especificado, ou se o nome
ordenada por consumo de recursos de CPU, veja a sintaxe do arquivo for “-”, a entrada padrão será compactada na
abaixo: saída padrão. O gzip somente tentará compactar arquivos
top [opções] normais; em particular, ele ignorará links simbólicos.
Exemplos: O formato básico deste comando é mostrado a seguir:
[aluno@ldalcero aluno]$ top -d1 -i gzip [opções] arquivos gunzip [opções] arquivos
Este comando exibe a lista dos processos, por ordem Como primeiro exemplo, o arquivo será compactado:
de consumo de recursos de CPU, exceto os ociosos ou [aluno@ldalcero aluno]$ gzip arquivo
“zombies”, e atualiza a lista a cada segundo. No exemplo a seguir, o arquivo será descompactado:
[aluno@ldalcero aluno]$ gunzip arquivo.gz

12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

BZIP2
Opção Descrição
O comando bzip2 é usado para a compactação/des-
compactação de arquivos. -c Cria um arquivo tar.
O arquivo original é substituído por um arquivo com-
pactado com a extensão .bz2, mantendo o dono, permis- -r Acrescenta novos arquivos no arquivo tar.
sões e datas de modificação. -x Extrai conteúdo de um arquivo tar.
Caso nenhum arquivo seja especificado, ou se o nome
do arquivo for “-”, a entrada padrão será compactada na -t Gera uma lista dos arquivos.
saída padrão. O formato básico deste comando é indicado Restarua os arquivos no seu modo de
a seguir: -p
permissão original.
bzip2 [opções] arquivos bunzip2 [opções] arquivos.bz2 Usa a hora de extração do arquivo como a
Como primeiro exemplo, o arquivo será compactado: -m
hora da última alteração.
[aluno@ldalcero aluno]$ bzip2 arquivo
No exemplo a seguir, o arquivo será descompactado: -v Modo detalhado.
[aluno@ldalcero aluno]$ bunzip2 arquivo.bz2 Obtém o nome dos arquivos a incluir ou
-T
extrair a partir de “arquivolista”.
Compress Especifica o arquivo a ser usado como
O comando compress é usado para a compactação/ -f
entrada ou saída.
descompactação de arquivos. O arquivo original é substi-
Extrai os arquivos para o diretório
tuído por um arquivo compactado com a extensão .Z, man- -C
especificado.
tendo o dono, permissões e datas de modificação.
Caso nenhum arquivo seja especificado, ou se o nome Compacta/descompacta os arquivos
-z
do arquivo for “-”, a entrada padrão será compactada na através do programa gzip.
saída padrão. O formato básico deste comando é indicado Compacta/descompacta os arquivos
-j
a seguir: através do programa bzip.
compress [opções] arquivos uncompress [opções] ar-
quivos.Z Essas opções podem ser usadas conjuntamente, al-
Como primeiro exemplo, o arquivo será compactado: guns exemplos são mostrados a seguir.
[aluno@ldalcero aluno]$ compress arquivo Exemplos:
No exemplo a seguir, o arquivo será descompactado: [aluno@ldalcero aluno]$ tar -cvf /dev/fd0 /home
[aluno@ldalcero aluno]$ compress arquivo.Z Grava os arquivos do diretório /home para um dis-
quete.
ZIP [aluno@ldalcero aluno]$ tar -xvpf arquivo.tar
O comando zip é usado para a compactação e empa- Extrai todos os arquivos do arquivo arquivo.tar, man-
cotamento de arquivos. Ele é compatível com o pkzip e si- tendo as permissões originais.
milares.
O programa é útil para empacotamento de uma série Instalação de Aplicativos
de arquivos para distribuição, para arquivamento e para
Neste tópico serão mostrados meios de atualizar o sis-
economizar espaço em disco temporariamente, compac-
tema, instalar novos pacotes e gerenciar os pacotes que já
tando arquivos e diretórios sem uso. Veja a seguir a sintaxe
do comando: estão instalados no sistema.
zip [opções] arquivo_zip arquivos
Como primeiro exemplo, os arquivos do diretório cor- Gerenciamento de Pacotes RPM
rente serão compactados e empacotados e colocados no Esta seção aborda o RPM, que é um poderoso ge-
arquivo: renciador de pacotes. Após sua conclusão, o aluno estará
[aluno@ldalcero aluno]$ zip arquivo * apto a instalar, verificar, atualizar e desinstalar pacotes de
No exemplo a seguir, o arquivo será descompactado e softwares.
desempacotado:
[aluno@ldalcero aluno]$ unzip arquivo Conceitos Básicos
O comando tar O RPM disponibiliza uma série de implementações
Permite copiar arquivos e depois restaurá-los, para que facilitam a manutenção do sistema. A instalação, de-
efeito de backup de segurança e/ou transporte de dados sinstalação e atualização de um programa que esteja no
através de um meio físico. Pode ser utilizado em máquinas formato de um pacote RPM podem ser feitas através de
diferentes, pois é padrão no ambiente UNIX. Também per- um único comando, sendo que o gerenciador cuidará de
mite realizar cópias multivolume. Veja a sintaxe: todos os detalhes necessários ao processo.
tar [opções] arquivos Para desenvolvedores, o RPM permite manter fontes e
O comando tar permite que se crie, atualize ou recupe- binários e suas atualizações separadamente, empacotando
re backups do sistema segundo as opções. -os de forma configurável para os usuários.
A tabela a seguir mostra as principais opções do co-
mando tar.

13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O gerenciador mantém uma base de dados com os pa- Desinstalando


cotes instalados e seus arquivos, o que permite executar Para desinstalar um pacote utilize o comando:
pesquisas complexas e verificações de maneira ágil e segu- [root@ldalcero root]$ rpm -e foo
ra. Durante atualizações de programas, ele administra, por Onde foo é o nome do pacote e não do arquivo utili-
exemplo, arquivos de configuração, mantendo as configu- zado na instalação.
rações já realizadas no sistema.
Consultando / Verificando
Vantagens da utilização do RPM Para consultar a base de dados de pacotes instalados
Atualização de Softwares utilize o comando:
Com o gerenciador de pacotes é possível atualizar [root@ldalcero root]$ rpm -q nome_do_pacote
componentes individuais do sistema, sem a necessidade de Com a sua utilização são apresentados o nome do pa-
reinstalação total. Os arquivos de configuração são manti- cote, versão e release.
dos durante o processo, não se perdendo assim uma per- Em vez de especificar o nome do pacote, pode-se uti-
sonalização já efetuada. lizar as seguintes opções após o parâmetro q, mostrados
Pesquisas na tabela abaixo:
O RPM faz pesquisas sobre os pacotes já instalados e
seus arquivos, É possível pesquisar a que pacote pertence
determinado arquivo e qual a sua origem. Opção Descrição
Verificação do sistema a Consulta todos os pacotes instalados.
Caso algum arquivo importante de algum pacote te- Consulta o pacote do qual o arquivo faz
f
nha sido removido, pode-se inicialmente verificar se o pa- parte
cote apresenta alguma anormalidade. i Apresenta as informações do pacote.
Código fonte Apresenta a lista de arquivos pertencentes
l
O RPM possibilita a distribuição dos arquivos fonte, ao pacote.
idênticos aos distribuídos pelos autores dos programas e s Apresenta o status dos arquivos do pacote.
as alterações separadamente. Apresenta um lista dos arquivos de
d
documentação.
Instalando / Atualizando Apresenta uma lista dos arquivos de
Os pacotes RPM têm nomes de arquivos com o seguin- c
configuração.
te formato:
foo-1.0-1.i386.rpm A opção de verificação pode ser útil caso haja alguma
Onde: suspeita de que a base de dados RPM esteja corrompida.
foo : nome do arquivo
1.0 : versão 1 : Release i386 : plataforma Instalação de Aplicativos em código binário
A instalação é feita através de uma única linha de co- Na maioria das vezes os aplicativos em código binário
mando, como por exemplo: são empacotados pelo comando tar e dentro dele é ne-
[root@ldalcero root]$ rpm -ivh foo-1.0-1.i386.rpm cessário fazer três tipos de comando, para que o aplicativo
Preparing... ###############################
seja instalado no sistema, a seguir vamos ver detalhada-
############## [100%]
mente esses comandos.
1: foo ##############################
############### [100%]
O comando configure
Como se pode observar, o RPM apresenta o nome do
Esse comando é utilizado para que seja feita uma veri-
pacote (o qual não tem necessariamente o mesmo nome
ficação no sistema e nas dependências dos pacotes neces-
do programa) e apresenta uma sucessão de caracteres #
sários para o aplicativo ser instalado, se o comando obti-
atuando como uma barra de status no processo de ins-
ver algum erro de checagem do sistema ele retorna uma
talação.
Para atualizar um pacote utilize o comando: mensagem de erro e para a verificação. Exemplo:
[root@ldalcero root]$ rpm -Uvh foo-1.0-1.i386.rpm [root@ldalcero foo]$ ./configure
Preparing... ###############################
############## [100%] O comando make e make install
1: foo ############################## Esses dois comandos são responsáveis pela criação
############### [100%] das configurações necessárias ao aplicativo no sistema,
Qualquer versão anterior do pacote será desinstalada bem como sua instalação, eles só podem ser utilizados
e será feita uma nova instalação guardando as configura- sem problemas, caso o comando configure tenha sido
ções anteriores do programa para um possível uso caso executado com sucesso. Exemplos:
o formato dos arquivos de configuração não tenha sido [root@ldalcero foo]$ make
alterado. [root@ldalcero foo]$ make install

14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uso e Configuração do Ambiente Gráfico Adicionando Ícones na Área de Trabalho


Neste tópico será mostrado como você interagir com Para adicionar ícones na sua Área de Trabalho você
o ambiente gráfico do Linux e também como fazer a sua pode fazer de duas maneiras:
configuração de acordo com sua necessidade e facilidade. Escolhendo qual programa que deseja fazer o atalho, e
Como padrão vamos utilizar o ambiente gráfico GNOME. arrastá-lo até a Área de Trabalho e soltar, será perguntando
se deseja criar um atalho para o arquivo ali.
Gerenciadores de Janelas Clicando com o botão direito do mouse na Área de Tra-
A principal função de um gerenciador de janelas é, balho e escolher a opção criar novo lançador, e adicionar
como o próprio nome diz, gerenciar a apresentação das ja- as informações necessárias para o referente atalho do pro-
nelas e fornecer métodos para controlar aplicações, criar e grama.
acessar menus. Além de fornecer meios para que o usuário
possa personalizar o seu ambiente. Mas, como é feito o re- Usando a Lixeira
lacionamento com o sistema? Em circunstâncias normais, apagar um arquivo no UNIX
No Linux, este relacionamento é feito pelo Servidor de é uma operação sem retorno. No entanto, com o geren-
Janelas X. Seu objetivo é fornecer acesso aos dispositivos ciador de arquivos do GNOME, você pode escolher Mover
existentes em seu computador (mouse, teclado) e fornecer para a Lixeira ao invés de Apagar. Isto irá mover o arquivo
um ambiente agradável para a manipulação de aplicações, para a Pasta Lixeira, que por padrão é acessível via ícone em
através de componentes chamados Janelas. sua Área de Trabalho. Nesta pasta, sempre é possível recu-
Mas, não confunda estes dois conceitos: o servidor de perar arquivos apagados. Lembre-se de esvaziá-la regular-
janelas possui recursos para implementar as aplicações em mente clicando nela com o botão direito do mouse, e então
forma de janelas e formar um ambiente agradável para o escolhendo Esvaziar Lixeira, sob pena de ficar sem espaço
usuário; já o gerenciador de janelas vai fornecer métodos em disco, pois os arquivos que estão na Lixeira continuam
para que o usuário possa modificar o tamanho das janelas, ocupando espaço. Note que, uma vez esvaziada a Lixeira,
o papel de parede, enfim, o layout da interface gráfica. os arquivos que estavam lá estarão perdidos para sempre.
Usando a Área de Trabalho
Configurando a Área de Trabalho
Usar a Área de Trabalho é tão simples como arrastar itens
Existem várias maneiras de configurarmos a Área de
que se queira utilizar rotineiramente. A Área padrão inclui
Trabalho, essas configurações incluem:
uma pasta do diretório pessoal (/home/nome_do_usuario).
Tela de Fundo;
Todos os itens armazenados na Área de Trabalho estão
Proteção de Tela;
localizados no diretório:
Tema da Área de Trabalho;
/home/nome_do_usuario/.gnome-desktop/
Isto pode ser útil para relembrar quando se desejar que Entre outras.
um item que apareça na Área de Trabalho, porém com as Podemos configurar nossa Área de Trabalho, através do
quais não se pode utilizar as funções de arrastar e soltar. No Menu Preferências -> Centro de Controle, abrirá uma janela
painel inferior da Área de Trabalho, você encontra ícones, com várias ícones, correspondentes cada um a uma confi-
que na verdade são atalhos para acessar alguns aplicativos guração de sua Área de Trabalho.
e para acessar o menu de programas. Trocando a Configuração do seu Teclado
Vista a grande quantidade de layouts (idiomas) de te-
Gerenciador de Arquivos clados que existe hoje no mercado de informática, iremos
Se você der um clique no ícone que se encontra na Área abordar neste tópico, como você pode configurar o layout
de Trabalho com o nome de Pessoal ou Pasta de Início ou do seu teclado.
algo semelhante, irá abrir um programa que nada mais é Existem duas maneiras de configurar o seu teclado,
do que o seu gerenciador de arquivos, no qual abrirá uma pode ser via modo texto ou via modo gráfico.
janela mostrando o conteúdo do seu diretório pessoal. Este Modo Texto
é o diretório onde estão armazenados todos os seus docu- Digite no terminal o seguinte comando:
mentos, e é permitido ser acessado somente por você. Uma kbdconfig
janela se compõe de várias partes. Na parte superior está Observe que o comando pode variar de uma distribui-
a Barra de Título, a qual mostra o título do programa em ção para outra, as outras variâncias do comando são: keyb-
execução e o documento no qual você está trabalhando. config ou ainda keyboardconfig.
Logo abaixo da Barra de Título está a Barra de Menu, onde Modo Gráfico
se encontra as guias: Arquivo, Editar e assim sucessivamen- Vá até o Menu de Configurações do Sistema, e em se-
te, clicando em cada um delas aparecerá vários elementos guida na opção Teclado, na janela que será mostrada esco-
de acesso com diversas funções diferentes. Logo abaixo da lha o idioma do seu teclado.
Barra de Título está a Barra de Ferramentas, que consiste
de um ou mais ícones, cada um equivalente a um elemento Impressão de Arquivos
de menu, pode-se dizer que são atalhos para os elementos Vamos abordar neste tópico a impressão de arquivos,
de menu mais usados no programa. A Barra de Status se levando-se em conta que a impressora já tenha sido con-
encontra na parte inferior e mostra informações do arquivo figurada no computador pelo administrador do sistema e
que está sendo acessado no momento. esta esteja funcionando corretamente.

15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Imprimindo Arquivos WINDOWS 7


O método mais usado pelos aplicativos do Linux para
a impressão é o Ghost Script. O Ghost Script (chamado de O Windows 7 foi lançado para empresas no dia 22 de
gs) é um interpretador do formato Pos Script (arquivos .ps) julho de 2009, e começou a ser vendido livremente para
e pode enviar o resultado de processamento tanto para a usuários comuns dia 22 de outubro de 2009.
tela como impressora. Ele está disponível para diversas pla- Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas no-
taformas e sistemas operacionais além do Linux, inclusive o vidades, o Windows 7 é uma atualização mais modesta e
DOS, Windows, OS/2, etc. O formato .ps esta se tornando direcionada para a linha Windows, tem a intenção de tor-
uma padronização para a impressão de gráficos em Linux ná-lo totalmente compatível com aplicações e hardwares
devido a boa qualidade da impressão, liberdade de confi- com os quais o Windows Vista já era compatível.
guração, gerenciamento de impressão feito pelo gs e por Apresentações dadas pela companhia no começo de
ser um formato universal, compatíveis com outros sistemas 2008 mostraram que o Windows 7 apresenta algumas va-
operacionais. riações como uma barra de tarefas diferente, um sistema
A maioria das distribuições Linux já vem com o pacote de “network” chamada de “HomeGroup”, e aumento na
do Ghost Script instalado e configurado, e quando você performance.
manda o comando de impressão para a sua impressora, · Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tare-
através de qualquer software, desde editores de textos até fas e suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi-
editores de imagens, o Linux já faz todo o trabalho de cha- touch)
mar o Ghost Script e comandar para que sua impressão · Internet Explorer 8;
saia correta na impressora, por isso o único trabalho que · Novo menu Iniciar;
você tem ao imprimir seus arquivos é clicar no botão “Im- · Nova barra de ferramentas totalmente reformulada;
primir” do software que você estiver utilizando. · Comando de voz (inglês);
· Gadgets sobre o desktop;
Filas de Impressão · Novos papéis de parede, ícones, temas etc.;
Impressoras são acessadas pelo Linux através de um · Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows
mecanismo de armazenamento temporário, como é co- Media Player, integrado ao Windows Explorer;
mum ocorrer em sistemas multitarefas, ou sejam, as ta- · Arquitetura modular, como no Windows Server 2008;
refas de impressão ficam armazenadas temporariamente · Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Win-
em um arquivo e são processadas posteriormente por um dows (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office
segundo programa de controle denominado servidor de 2007;
impressão. Esta sistemática garante que muitos usuários · Aceleradores no Internet Explorer 8;
podem enviar tarefas de impressão simultaneamente para · Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória
uma única impressora sem o risco de conflitos. Após enviar RAM;
a tarefa para impressão, o usuário pode continuar com as · Home Groups;
suas atividades normais, enquanto a tarefa ficará na fila ou · Melhor desempenho;
será impressa. · Windows Media Player 12;
Uma fila de impressão consiste em: · Nova versão do Windows Media Center;
uma entrada no arquivo /etc/printcap, onde a fila será · Gerenciador de Credenciais;
criada; · Instalação do sistema em VHDs;
um diretório, normalmente sob /var/spool/lpd, onde · Nova Calculadora, com interface aprimorada e com
ficarão armazenados arquivos de tarefas de impressão, ar- mais funções;
quivos de dados, arquivos de controle de configuração de · Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet,
impressoras e filas. Gamão Internet e Internet Damas;
Cada fila é processada por somente uma impressora, · Windows XP Mode;
porém é possível haver diversas filas para a mesma impres- · Aero Shake;
sora.
O processamento de uma tarefa de impressão, envia- Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos
da por uma estação remota ou local, é realizado em três o número de capacidades e certos programas que faziam
passos: parte do Windows Vista não estão mais presentes ou mu-
1. Os arquivos de dados são copiados no diretório daram, resultando na remoção de certas funcionalidades.
da fila de impressão e associado com um arquivo de con- Mesmo assim, devido ao fato de ainda ser um sistema
trole que é criado naquele momento; operacional em desenvolvimento, nem todos os recursos
2. Os arquivos de dados passam por um progra- podem ser definitivamente considerados excluídos. Fixar
ma de filtros que os converte para um formato específico navegador de internet e cliente de e-mail padrão no menu
de impressão (por exemplo Ghost Script). Esta conversão Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados
pode ser feita em diversos passos individuais; manualmente).
3. O arquivo específico para a impressora conectada
àquela fila é impresso.

16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Win- Tela sensível ao toque
dows Mail e Windows O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensí-
Calendar foram substituídos pelas suas respectivas vel ao toque com opção a multitoque, recurso difundido
contrapartes do Windows Live, com a perda de algumas pelo iPhone.
funcionalidades. O Windows 7, assim como o Windows O recurso multitoque percebe o toque em diversos
Vista, estará disponível em cinco diferentes edições, po- pontos da tela ao mesmo tempo, assim tornando possível
rém apenas o Home Premium, Professional e Ultimate se- dimensionar uma imagem arrastando simultaneamente
rão vendidos na maioria dos países, restando outras duas duas pontas da imagem na tela.
edições que se concentram em outros mercados, como O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de apli-
mercados de empresas ou só para países em desenvol- cativos e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface
vimento. Cada edição inclui recursos e limitações, sendo Collage é um aplicativo para organizar e redimensionar
que só o Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a fotos. Nele é possível montar slide show de fotos e criar
Microsoft, os recursos para todas as edições do Windows papeis de parede personalizados. Essas funções não são
7 são armazenadas no computador. novidades, mas por serem feitas para usar uma tela sensí-
Um dos principais objetivos da Microsoft com este vel a múltiplos toques as tornam novidades.
novo Windows é proporcionar uma melhor interação e
integração do sistema com o usuário, tendo uma maior
otimização dos recursos do Windows 7, como maior auto-
nomia e menor consumo de energia, voltado a profissio-
nais ou usuários de internet que precisam interagir com
clientes e familiares com facilidade, sincronizando e com-
partilhando facilmente arquivos e diretórios.
Recursos
Segundo o site da própria Microsoft, os recursos
encontrados no Windows 7 são fruto das novas neces-
sidades encontradas pelos usuários. Muitos vêm de seu
antecessor, Windows Vista, mas existem novas funciona-
lidades exclusivas, feitas para facilitar a utilização e me-
lhorar o desempenho do SO (Sistema Operacional) no
computador.
Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela
versões do Windows, não terá que jogar todo o conheci- sensível ao toque.
mento fora. Apenas vai se adaptar aos novos caminhos e
aprender “novos truques” enquanto isso. Lista de Atalhos
Tarefas Cotidianas Novidade desta nova versão, agora você pode abrir
Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia diretamente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir
se tornou comum. Não precisamos mais estar em alguma o programa que você utilizou. Digamos que você estava
empresa enorme para precisar sempre de um computa- editando um relatório em seu editor de texto e precisou
dor perto de nós. O Windows 7 vem com ferramentas e
fechá-lo por algum motivo. Quando quiser voltar a traba-
funções para te ajudar em tarefas comuns do cotidiano.
lhar nele, basta clicar com o botão direito sob o ícone do
editor e o arquivo estará entre os recentes.
Grupo Doméstico
Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se
Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais
preocupar em procurar o arquivo, você pula uma etapa e
computadores em sua casa. Permitir a comunicação en-
vai diretamente para a informação, ganhando tempo.
tre várias estações vai te poupar de ter que ir fisicamente
aonde a outra máquina está para recuperar uma foto di-
gital armazenada apenas nele.
Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica sim-
plificada e segura. Você decide o que compartilhar e qual
os privilégios que os outros terão ao acessar a informação,
se é apenas de visualização, de edição e etc.

17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplo de arquivos recentes no Paint.

Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere importan- Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras
te. Se a edição de um determinado documento é constante, vale em seu nome.
a pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto que a lista de recentes se
modifica conforme você abre e fecha novos documentos. Windows Explorer
O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena
Snap parte do total disponível.
Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acio-
ver várias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recur- nado automaticamente quando você navega pelas pastas
so de Snap, você pode posicioná-las de um jeito prático e do seu computador – você encontrará uma busca mais
divertido. Basta apenas clicar e arrastá-las pelas bordas da abrangente.
tela para obter diferentes posicionamentos. Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a compa- se fazer uma busca é necessário abrir a ferramenta de bus-
ração de janelas. Por exemplo, jogue uma para a esquerda e a ca. No 7, precisamos apenas digitar os termos na caixa de
outra na direita. Ambas ficaram abertas e dividindo igualmente o busca, que fica no canto superior direito.
espaço pela tela, permitindo que você as veja ao mesmo tempo.

Windows Search
O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e esten-
dido. Podemos fazer buscas mais simples e específicas direta-
mente do menu iniciar, mas foi mantida e melhorada a busca
enquanto você navega pelas pastas.
Menu iniciar
As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do menu ini-
ciar. É útil quando você necessita procurar, por exemplo, pelo atalho
de inicialização de algum programa ou arquivo de modo rápido.
“Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do
Windows Search, a pesquisa do menu início não olha apenas Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce;
aos nomes de pastas e arquivos. Windows 7 Bible, pg 774).
Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e propriedades
também” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770). A busca não se limita a digitação de palavras. Você
Os resultados são mostrados enquanto você digita e são pode aplicar filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas,
divididos em categorias, para facilitar sua visualização. todas as canções do gênero Rock. Existem outros, como
Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua busca data, tamanho e tipo. Dependendo do arquivo que você
pode ser dividido. procura, podem existir outras classificações disponíveis.
· Programas Imagine que todo arquivo de texto sem seu computa-
· Painel de Controle dor possui um autor. Se você está buscando por arquivos
· Documentos de texto, pode ter a opção de filtrar por autores.
· Música Você observará que o Windows Explorer traz a janela
· Arquivos dividida em duas partes.

18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Fonte: http://ead.go.gov.br/ficead/mod/book/tool/
print/index.php?id=53&chapterid=56

Controle dos pais


Não é uma tarefa fácil proteger os mais novos do que A central de ações e suas opções.
visualizam por meio do computador. O Windows 7 aju-
da a limitar o que pode ser visualizado ou não. Para que - Do seu jeito
essa funcionalidade fique disponível, é importante que o O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para
computador tenha uma conta de administrador, protegida nossa qualidade de vida quanto para o desempenho no
por senha, registrada. Além disso, o usuário que se deseja trabalho. O computador é uma extensão desse ambiente.
restringir deve ter sua própria conta. O Windows 7 permite uma alta personalização de ícones,
As restrições básicas que o 7 disponibiliza: cores e muitas outras opções, deixando um ambiente mais
· Limite de Tempo: Permite especificar quais horas do confortável, não importa se utilizado no ambiente profis-
dia que o PC pode ser utilizado. sional ou no doméstico.
· Jogos: Bloqueia ou permite jogar, se baseando pelo Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão
horário e também pela classificação do jogo. Vale notar na página de Personalização1, que pode ser acessada por
que a classificação já vem com o próprio game. um clique com o botão direito na área de trabalho e em
· Bloquear programas: É possível selecionar quais apli- seguida um clique em Personalizar.
É importante notar que algumas configurações podem
cativos estão autorizados a serem executados.
deixar seu computador mais lento, especialmente efeitos
Fazendo download de add-on’s é possível aumentar a
de transparência. Abaixo estão algumas das opções de per-
quantidade de restrições, como controlar as páginas que
sonalização mais interessantes.
são acessadas, e até mesmo manter um histórico das ativi-
dades online do usuário. Papéis de Parede
Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou
Central de ações praticamente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos
A central de ações consolida todas as mensagens de de ídolos, paisagens ou qualquer outra figura que as agra-
segurança e manutenção do Windows. Elas são classifica- de. Uma das novidades fica por conta das fotos que você
das em vermelho (importante – deve ser resolvido rapida- encontra no próprio SO. Variam de uma foto focando uma
mente) e amarelas (tarefas recomendadas). única folha numa floresta até uma montanha.
O painel também é útil caso você sinta algo de es- A outra é a possibilidade de criar um slide show com
tranho no computador. Basta checar o painel e ver se o várias fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a
Windows detectou algo de errado. impressão que sua área de trabalho está mais viva.

Gadgets
As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista,
mas eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar
em qualquer local do desktop.
Servem para deixar sua área de trabalho com ele-
mentos sortidos, desde coisas úteis – como uma pequena
agenda – até as de gosto mais duvidosas – como uma que
mostra o símbolo do Corinthians. Fica a critério do usuário
o que e como utilizar.
O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir
necessidade, pode baixar ainda mais opções da internet.

19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Personalização
Você pode adicionar recursos ao seu computador alte-
rando o tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de tra-
balho, a proteção de tela, o tamanho da fonte e a imagem da
conta de usuário. Você pode também selecionar “gadgets”
específicos para sua área de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na área
de trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da janela
sons e, às vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é
um visual premium dessa versão do Windows, apresentan-
do um design como o vidro transparente com animações de
janela, um novo menu Iniciar, uma nova barra de tarefas e
novas cores de borda de janela. Use o tema inteiro ou crie
seu próprio tema personalizado alterando as imagens, cores
e sons individualmente. Você também pode localizar mais
temas online no site do Windows. Você também pode alte-
rar os sons emitidos pelo computador quando, por exemplo,
você recebe um e-mail, inicia o Windows ou desliga o com-
Gadgets de calendário e relógio. putador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de papel
Temas de parede, é uma imagem, cor ou design na área de trabalho
Como nem sempre há tempo de modificar e deixar to- que cria um fundo para as janelas abertas. Você pode escolher
das as configurações exatamente do seu gosto, o Windows uma imagem para ser seu plano de fundo de área de trabalho
7 disponibiliza temas, que mudam consideravelmente os ou pode exibir uma apresentação de slides de imagens. Tam-
aspectos gráficos, como em papéis de parede e cores. bém pode ser usada uma proteção de tela onde uma imagem
ou animação aparece em sua tela quando você não utiliza o
ClearType mouse ou o teclado por determinado período de tempo. Você
“Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes pare- pode escolher uma variedade de proteções de tela do Windo-
cerem mais claras e suaves no monitor. É particularmente ws. Aumentando o tamanho da fonte você pode tornar o tex-
efetivo para monitores LCD, mas também tem algum efeito to, os ícones e outros itens da tela mais fáceis de ver. Também
nos antigos modelos CRT(monitores de tubo). O Windows é possível reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada,
7 dá suporte a esta tecnologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bib- para diminuir o tamanho do texto e outros itens na tela para
le, pg 163, tradução nossa). que caibam mais informações na tela.
Outro recurso de personalização é colocar imagem de
Novas possibilidades conta de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um
Os novos recursos do Windows 7 abrem, por si só, no- computador. A imagem é exibida na tela de boas vindas e
vas possibilidades de configuração, maior facilidade na na- no menu Iniciar. Você pode alterar a imagem da sua conta
vega, dentre outros pontos. Por enquanto, essas novidades de usuário para uma das imagens incluídas no Windows ou
foram diretamente aplicadas no computador em uso, mas usar sua própria imagem. E para finalizar você pode adicionar
no 7 podemos também interagir com outros dispositivos. “gadgets” de área de trabalho, que são miniprogramas per-
sonalizáveis que podem exibir continuamente informações
Reproduzir em atualizadas como a apresentação de slides de imagens ou
Permitindo acessando de outros equipamentos a um contatos, sem a necessidade de abrir uma nova janela.
computador com o Windows 7, é possível que eles se co-
muniquem e seja possível tocar, por exemplo, num apare- Aplicativos novos
lho de som as músicas que você tem no HD de seu com- Uma das principais características do mundo Linux é suas
putador. versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário não
É apenas necessário que o aparelho seja compatível precisa ficar baixando arquivos após instalar o sistema, o que
com o Windows 7 – geralmente indicado com um logotipo não ocorre com as versões Windows.
“Compatível com o Windows 7”. O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora exis-
Streaming de mídia remoto te uma serie de aplicativos juntos com o Windows 7, para
Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do que o usuário não precisa baixar programas para atividades
computador para outros lugares da casa. Se quiser levar básicas.
para fora dela, uma opção é o Streaming de mídia remoto. Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desk-
Com este novo recurso, dois computadores rodando top e também suportar entrada por caneta e toque.
Windows 7 podem compartilhar músicas através do Win- No Math Input Center, utilizando recursos multitoque,
dows Media Player 12. É necessário que ambos estejam as- equações matemáticas escritas na tela são convertidas em
sociados com um ID online, como a do Windows Live. texto, para poder adicioná-la em um processador de texto.

20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O print screen agora tem um aplicativo que permite cap-


turar de formas diferentes a tela, como por exemplo, a tela
inteira, partes ou áreas desenhadas da tela com o mouse.

WordPad remodelado

Requisitos
Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve
em relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de
Aplicativo de copiar tela (botão print screen). hardware (peças) relativamente boa, para que seja utilizado
sem problemas de desempenho.
O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferra- Esta é a configuração mínima:
mentas e design melhorado, ganhou menus e ferramentas · Processador de 1 GHz (32-bit)
que parecem do Office 2007. · Memória (RAM) de 1 GB
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de
memória (sem Windows Aero)
Paint com novos recursos.
· Espaço requerido de 16GB
O WordPad também foi reformulado, recebeu novo vi-
· DVD-ROM
sual mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas
· Saída de Áudio
ferramentas, assim se tornando um bom editor para quem
não tem o Word 2007.
Se for desejado rodar o sistema sem problemas de len-
A calculadora também sofreu mudanças, agora conta
tidão e ainda usufruir de recursos como o Aero, o reco-
com 2 novos modos, programador e estatístico. No modo
mendado é a seguinte configuração.
programador ela faz cálculos binários e tem opção de álge-
Configuração Recomendada:
bra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos.
· Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits)
Também foi adicionado recurso de conversão de uni- · Memória (RAM) de 2 GB
dades como de pés para metros. · Espaço requerido de disco rígido: 16 GB
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos Di-
rectX 9 com 256 MB de memória (para habilitar o tema do
Windows Aero)
· Unidade de DVD-R/W
· Conexão com a Internet (para obter atualizações)

Atualizar de um SO antigo

O melhor cenário possível para a instalação do Win-


dows 7 é com uma máquina nova, com os requisitos apro-
priados. Entretanto, é possível utilizá-lo num computador
antigo, desde que atenda as especificações mínimas.
Se o aparelho em questão possuir o Windows Vista
instalado, você terá a opção de atualizar o sistema opera-
cional. Caso sua máquina utilize Windows XP, você deverá
fazer a re-instalação do sistema operacional.
Utilizando uma versão anterior a do XP, muito prova-
Calculadora: 2 novos modos. velmente seu computador não atende aos requisitos míni-
mos. Entretanto, nada impede que você tente fazer a re-
instalação.

21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Atualização PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES


“Atualizar é a forma mais conveniente de ter o Windows
7 em seu computador, pois mantém os arquivos, as configu- Windows 7 Starter
rações e os programas do Windows Vista no lugar” (Site da Como o próprio título acima sugere, esta versão do
Microsoft, http://windows.microsoft.com/pt- Windows é a mais simples e básica de todas. A Barra de
BR/windows7/help/upgrading-from-windows-vista-to- Tarefas foi completamente redesenhada e não possui su-
windows-7). porte ao famoso Aero Glass. Uma limitação da versão é
É o método mais adequado, se o usuário não possui co- que o usuário não pode abrir mais do que três aplicativos
nhecimento ou tempo para fazer uma instalação do método ao mesmo tempo.
tradicional. Optando por essa opção, ainda devesse tomar Esta versão será instalada em computadores novo ape-
cuidado com a compatibilidade dos programas, o que fun- nas nos países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e
ciona no Vista nem sempre funcionará no 7. Brasil. Disponível apenas na versão de 32 bits.

Instalação Windows 7 Home Basic


Por qualquer motivo que a atualização não possa ser Esta é uma versão intermediária entre as edições Star-
efetuada, a instalação completa se torna a opção mais viável. ter e Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá
Neste caso, é necessário fazer backup de dados que se também a versão de 64 bits e permitirá a execução de mais
deseja utilizar, como drivers e documentos de texto, pois to- de três aplicativos ao mesmo tempo.
das as informações no computador serão perdidas. Quan- Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero
do iniciar o Windows 7, ele vai estar sem os programas que Glass nem para as funcionalidades sensíveis ao toque,
você havia instalado e com as configurações padrão. fugindo um pouco da principal novidade do Windows 7.
Computadores novos poderão contar também com a ins-
Desempenho talação desta edição, mas sua venda será proibida nos Es-
De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7 tados Unidos.
se ele mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida
por seu antecessor. Testes indicam que a nova versão tem
Windows 7 Home Premium
ganhou alguns pontos na velocidade.
Edição que os usuários domésticos podem chamar de
O 7 te ajuda automaticamente com o desempenho:
“completa”, a Home Premium acumula todas as funciona-
“Seu sistema operacional toma conta do gerenciamento do
lidades das edições citadas anteriormente e soma mais al-
processador e memória para você” (Jim Boyce; Windows 7
gumas ao pacote.
Bible, pg 1041, tradução nossa).
Dentre as funções adicionadas, as principais são o su-
Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar de
porte à interface Aero Glass e também aos recursos Touch
não ajudar efetivamente no desempenho, o Windows 7 prio-
Windows (tela sensível ao toque) e Aero Background, que
riza o que o usuário está interagindo (tarefas “foreground”).
Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade pois troca seu papel de parede automaticamente no intervalo
são naturalmente lentas e podem ser executadas “longe da de tempo determinado. Haverá ainda um aplicativo nativo
visão” do usuário, dando a impressão que o computador para auxiliar no gerenciamento de redes wireless, conheci-
não está lento. do como Mobility Center.
Essa característica permite que o usuário não sinta uma
lentidão desnecessária no computador.
Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada
vez mais recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o
sistema operacional se torne um forte consumidor de me-
mória e processamento. O 7 disponibiliza vários recursos de
ponta e mantêm uma performance satisfatória.

Monitor de desempenho
Apesar de não ser uma exclusividade do 7, é uma fer-
ramenta poderosa para verificar como o sistema está se
portando. Podem-se adicionar contadores (além do que já
existe) para colher ainda mais informações e gerar relatórios.

Monitor de recursos
Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra
informações sobre o uso do processador, da memória, disco Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e
e conexão à rede. também poderá ser encontrada em computadores novos.

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas Para abrir a Ajuda e Suporte do Windows, clique no bo-
Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Pro- tão Iniciar e, em seguida, clique em Ajuda e Suporte.
fessional do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam Obter o conteúdo mais recente da Ajuda
facilitar a comunicação entre computadores e até mesmo im- Se você estiver conectado à Internet, verifique se o Centro
pressoras de uma rede corporativa. de Ajuda e Suporte do Windows está configurado como Aju-
Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Do- da Online. A Ajuda Online inclui novos tópicos da Ajuda e as
main Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se versões mais recentes dos tópicos existentes.
enxergarem” e conseguirem se comunicar. O Location Aware Clique no botão Iniciar  e em Ajuda e Suporte.
Printing, por sua vez, tem como objetivo tornar muito mais Na barra de ferramentas Ajuda e Suporte do Windows,
fácil o compartilhamento de impressoras. clique em Opções e em Configurações.
Como empresas sempre estão procurando maneiras para se Em Resultados da pesquisa, marque a caixa de sele-
proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz o Encrypting ção Melhorar os resultados de pesquisa usando a Ajuda
File System, que dificulta a violação de dados. Esta versão tam- online (recomendado) e clique em OK. Quando você estiver
bém será encontrada em lojas de varejo ou computadores novos. conectado, as palavras Ajuda Online serão exibidas no canto
Windows 7 Enterprise, apenas para vários inferior direito da janela Ajuda e Suporte.
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma Pesquisar na Ajuda
versão mais voltada para empresas de médio e grande porte, A maneira mais rápida de obter ajuda é digitar uma ou
só poderá ser adquirida com licenciamento para diversas má- duas palavras na caixa de pesquisa. Por exemplo, para obter
quinas. Acumula todas as funcionalidades citadas na edição informações sobre rede sem fio, digite rede sem fio e pres-
Professional e possui recursos mais sofisticados de segurança. sione Enter. Será exibida uma lista de resultados, com os mais
Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela úteis na parte superior. Clique em um dos resultados para ler
criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução o tópico.
de programas não-autorizados. Além disso, há ainda o Bra-
chCache, para turbinar transferência de arquivos grandes e
também o DirectAccess, que dá uma super ajuda com a con-
figuração de redes corporativas.

Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro


Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas, A caixa de pesquisa na Ajuda e Suporte do Windows
pois contém todas as funcionalidades já citadas neste artigo
e mais algumas. Apesar de sua venda não ser restrita às em- Pesquisar Ajuda
presas, o Microsoft disponibilizará uma quantidade limitada Você pode pesquisar tópicos da Ajuda por assunto. Clique
desta versão do sistema. no botão Pesquisar Ajuda e, em seguida, clique em um item
Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos pre- na lista de títulos de assuntos que será exibida. Esses títulos
sentes na Ultimate são dedicados às corporações, não inte- podem conter tópicos da Ajuda ou outros títulos de assuntos.
ressando muito aos usuários comuns. Clique em um tópico da Ajuda para abri-lo ou clique em outro
título para investigar mais a fundo a lista de assuntos.

Usando a Ajuda e Suporte do Windows


A Ajuda e Suporte do Windows é um sistema de ajuda
interno do Windows, no qual você obtém respostas rápidas a
dúvidas comuns, sugestões para solução de problemas e ins-
truções sobre diversos itens e tarefas. Caso precise de ajuda
com relação a um programa que não faz parte do Windows,
consulte a Ajuda desse programa (consulte “Obtendo ajuda
sobre um programa”, a seguir). Navegando em tópicos da Ajuda por assunto

23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E


APRESENTAÇÕES;

MS OFFICE

O Microsoft Office é uma suíte de aplicativos para escritório que contém programas como processador de texto,
planilha de cálculo, banco de dados (Também conhecido como DB “Data Base”), apresentação gráfica e gerenciador de
tarefas, de e-mails e contatos.
O Word é o processador de texto do Microsoft Office, sendo o paradigma atual de WYSIWYG. Facilita a criação, o
compartilhamento e a leitura de documentos. Desde a versão 2.0 (1992) já se apresentava como um poderoso editor de
textos que permitia tarefas avançadas de automação de escritório. Com o passar do tempo, se desenvolveu rapidamente
e, atualmente, é o editor mais utilizado pelas grandes empresas e por outros usuários.
O Microsoft Excel faz parte do pacote Microsoft Office da Microsoft e atualmente é o programa de folha de cálculo
mais popular do mercado. As planilhas eletrônicas agilizam muito todas as tarefas que envolvem cálculos e segundo es-
tudos efetuados, são os aplicativos mais utilizados nos escritórios do mundo inteiro.
O Microsoft PowerPoint é uma aplicação que permite o design de apresentações para empresas, apresentações esco-
lares..., sejam estas texto ou gráficas. Tem um vasto conjunto de ferramentas, nomeadamente a inserção de som, imagens,
efeitos automáticos e formatação de vários elementos.

MS WORD

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a
suíte que domina o mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como Google
Docs e LibreOffice.

Interface

No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento , que como


é um novo documento apresenta como título “Documento1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido,
que permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa barra, clican-
do no menu de contexto (flecha para baixo) à direita dela.

24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Mais a esquerda tem a ABA Arquivo.

Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar
o documento (permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.).

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os
grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Página Inicial, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para
os usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior .
O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.

25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Trabalhando com documentos


Ao iniciarmos o Word temos um documento em branco que é sua área de edição de texto.

Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar seu documento em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou
outro dispositivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão salvar no topo da tela. Será aberta uma
tela onde você poderá definir o nome, local e formato de seu arquivo.

Você pode mudar o local do arquivo a ser salvo, bastando clicar no botão “Procurar” e selecionar o local desejado pela
parte esquerda da janela.

26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No campo nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do documento, como o documento não possui
um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável colocar um nome menor e que se aproxime
do conteúdo de seu texto. Até a versão 2003, os documentos eram salvos no formato .DOC, a partir da versão 2007, os documen-
tos são salvos na versão .DOCX, que não são compatíveis com as versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter
ele compatível com versões anteriores do Word, clique na direita dessa opção e mude para Documento do Word 97-2003.

Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra de títulos.

Abrindo um arquivo do Word


Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.

Na esquerda da janela, localizamos o botão abrir, observe também que ele mostra uma relação de documentos recentes,
nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao clicar em abrir, será necessário
localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique na aba arquivo e escolha Salvar Como.

Visualização do Documento
Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·. An-
terior a este controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento,
que podem também ser acessados pela Aba Exibição.

27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os primeiros botões são os mesmos que temos em miniaturas no rodapé.


Layout de Impressão: Formato atual de seu documento é o formato de como seu documento ficará na folha impressa.
Leitura: Ele oculta as barras de seu documento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé do documento à
direita, ele possui uma flecha apontado para a próxima página. Para sair desse modo de visualização, clique no botão fechar
no topo à direita da tela.
Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visualização na Internet, esse formato existe, pois muitos usuários postam
textos produzidos no Word em sites e blogs na Internet.
O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição permite trabalhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão Zoom
o Word apresenta a seguinte janela:

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido, ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visualizar
o documento em várias páginas. E finalizando essa aba temos as formas de exibir os documentos aberto em uma mesma
seção do Word.

Configuração de Documentos

Um dos principais cuidados que se deve ter com seus documentos é em relação à configuração da página.
No Word 2013 a ABA que permite configurar sua página é a ABA Layout da Página.

28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O grupo “Configurar Página”, permite definir as mar- A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primei-
gens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré- ra opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como
definidos, como também personalizá-las. será uma nova seção do documento, vamos aprender mais
frente como trabalhar com seções.

Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos


Ao personalizar as margens, é possível alterar as mar-
gens superior, esquerda, inferior e direita, definir a orien- utilizar cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares
tação da página, se retrato ou paisagem, configurar a fora e ímpares, e se quero ocultar as informações de cabeçalho
de várias páginas, como normal, livro, espelho. Ainda nessa e rodapé da primeira página. Em Página, pode-se definir o
mesma janela temos a guia Papel. alinhamento do conteúdo do texto na página. O padrão é
o alinhamento superior, mesmo que fique um bom espa-
Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de ço em branco abaixo do que está editado. Ao escolher a
alimentação do papel. opção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical. A
opção números de linha permite adicionar numeração as
linhas do documento.

29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Colunas Ao clicar em “Opções de Numeração de Linhas...”,


abre-se a janela que vimos em Layout.

Plano de Fundo da Página


Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as
suas colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-
definidas, mas você pode colocar em um número maior de
colunas, adicionar linha entre as colunas, definir a largura
e o espaçamento entre as colunas. Observe que se você
pretende utilizar larguras de colunas diferentes é preciso
desmarcar a opção “Colunas de mesma largura”. Atente
também que se preciso adicionar colunas a somente uma
parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto.
Podemos adicionar as páginas do documento, marcas
d’água, cores e bordas. O grupo Plano de Fundo da Página,
localizado na Aba Design possui três botões para modificar
o documento.

Clique no botão Marca d’água.

Números de Linha
É bastante comum em documentos acrescentar nume-
ração nas páginas dos documentos, o Word permite que
você possa fazer facilmente, clicando no botão “Números
de Linhas”.

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Word apresenta alguns modelos, mais abaixo temos o seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde termina a se-
item Personalizar Marca D’água. Clique nessa opção. leção. É possível selecionar palavras alternadas. Selecione a
primeira palavra, pressione CTRL e vá selecionando as partes
do texto que deseja modificar.

Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que
qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho
CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o
primeiro grupo na ABA Página Inicial.

Este é um processo comum, porém um cuidado impor-


tante é quando se copia texto de outro tipo de meio como,
Nesta janela podemos definir uma imagem como marca por exemplo, da Internet. Textos na Internet possuem forma-
d’água, basta clicar em Selecionar Imagem, escolher a ima- tações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao copiar
gem e depois definir a dimensão e se a imagem ficará mais um texto da Internet, se você precisa adequá-lo ao seu docu-
fraca (desbotar) e clicar em OK. Como também é possível de- mento, não basta apenas clicar em colar, é necessário clicar na
finir um texto como marca d’água. O segundo botão permite setinha apontando para baixo no botão Colar, escolher Colar
colocar uma cor de fundo em seu texto, um recurso interes- Especial.
sante é que o Word verifica a cor aplicada e automaticamente
ele muda a cor do texto.

O botão Bordas da Página, já estudamos seu funciona-


mento ao clicar nas opções de Margens.

Selecionando Textos
Embora seja um processo simples, a seleção de textos é
indispensável para ganho de tempo na edição de seu texto.
Através da seleção de texto podemos mudar a cor, tamanho Observe na imagem que ele traz o texto no formato
e tipo de fonte, etc. HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa mani-
pulá-lo, marque a opção Texto não formatado e clique em OK.
Selecionando pelo Mouse
Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o cur- Localizar e Substituir
sor aponta para a direita. Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela
Ao dar um clique ele seleciona toda a linha temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção
Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo. Substituir.
Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
Podemos também clicar, manter o mouse pressionado e
arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que se o
mouse for solto antes do desejado, é preciso reiniciar o pro-
cesso, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar ao final
da seleção desejada. Podemos também clicar onde começa a

31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite substituir em
seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita uma a uma, clicando em substituir, ou pode ser todas de uma
única vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela mesma, porém com outra cor, ou então somente quando escrita
em maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pesquisa;
Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou *ão o
Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonoridade, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras em
inglês.
Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da palavra, não será permitida se as opções usar caractere coringa e se-
melhantes estiverem marcadas.
Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especificado como formatação.
Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar. A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibilidade de se formatar o texto. No Office 2013 a ABA responsável
pela formatação é a Página Inicial e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.

Formatação de Fonte

A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para formatar
uma palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser formatar somente uma letra
também é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra, tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir
fonte, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo, ao
clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.

Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e sobres-
crito e o botão Maiúsculas e Minúsculas.

32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras,


pois algumas vezes acontece de as letras ficaram com es-
paçamento entre elas de forma diferente. Uma ferramenta
interessante do Word é a ferramenta pincel, pois com ela
você pode copiar toda a formatação de um texto e aplicar
em outro.
Formatação de parágrafos
Este botão permite alterar a colocação de letras maiús- A principal regra da formatação de parágrafos é que
culas e minúsculas em seu texto. Após esse botão temos o independentemente de onde estiver o cursor a formatação
de realce – que permite colocar uma cor de fundo para real- será aplicada em todo o parágrafo, tendo ele uma linha
çar o texto e o botão de cor do texto. ou mais. Quando se trata de dois ou mais parágrafos será
necessárioselecionar os parágrafos a serem formatados. A
formatação de parágrafos pode ser localizada na ABA Ini-
cio, e os recuos também na ABA Layout da Página.

No grupo da Guia Inicio, temos as opções de marcado-


res (bullets e numeração e listas de vários níveis), diminuir
e aumentar recuo, classificação e botão Mostrar Tudo, na
segunda linha temos os botões de alinhamentos: esquer-
da, centralizado, direita e justificado, espaçamento entre li-
Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte. nhas, observe que o espaçamento entre linhas possui uma
seta para baixo, permitindo que se possa definir qual o es-
paçamento a ser utilizado.

Cor do Preenchimento do Parágrafo.

A janela fonte contém os principais comandos de for-


matação e permite que você possa observar as alterações
antes de aplica. Ainda nessa janela temos a opção Avançado.
Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento entre
os caracteres que pode ser condensado ou comprimido, a
posição é referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo
que se faça algo como: .

33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Bordas no parágrafo. As opções disponíveis são praticamente as mesmas dis-


poníveis pelo grupo.
Podemos trabalhar os recuos de texto também pelas
réguas superiores.

Marcadores e Numeração
Os marcadores e numeração fazem parte do grupo pa-
rágrafos, mas devido a sua importância, merecem um des-
taque. Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e Nu-
meração.

Na guia parágrafo da ABA Layout de Página temos


apenas os recuos e os espaçamentos entre parágrafos. Ao
clicar na Faixa do grupo Parágrafos, será aberta a janela de
Formatação de Parágrafos.

A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto


tenha níveis de marcação como, por exemplo, contratos e
petições. Os marcadores do tipo Símbolos como o nome já
diz permite adicionar símbolos a frente de seus parágrafos.
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar
antes do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressio-
nar a tecla TAB no teclado.

Você pode observar que o Word automaticamente adi-


cionou outros símbolos ao marcador, você pode alterar os
símbolos dos marcadores, clicando na seta ao lado do botão
Marcadores e escolhendo a opção Definir Novo Marcador.

34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Onde você poderá escolher a Fonte (No caso acon-


selha-se a utilizar fontes de símbolos como a Winddings,
Webdings), e depois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você Podemos começar escolhendo uma definição de bor-
poderá utilizar uma imagem do Office, e ao clicar no botão da (caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada
importar, poderá utilizar uma imagem externa. uma das bordas na direita onde diz Visualização. Pode-se
pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da
Bordas e Sombreamento borda. A Guia Sombreamento permite atribuir um preen-
Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso chimento de fundo ao texto selecionado. Você pode es-
texto. Podem ser bordas simples aplicadas a textos e pará-
colher uma cor base, e depois aplicar uma textura junto
grafos. Bordas na página como vimos quando estudamos a
dessa cor.
ABA Layout da Página e sombreamentos. Selecione o texto
ou o parágrafo a ser aplicado à borda e ao clicar no botão
Cabeçalho e Rodapé
de bordas do grupo Parágrafo, você pode escolher uma
O Word sempre reserva uma parte das margens para
borda pré-definida ou então clicar na última opção Bordas
o cabeçalho e rodapé. Para acessar as opções de cabeça-
e Sombreamento.
lho e rodapé, clique na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e
Rodapé.

Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e


Número de Página.
Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas
opções de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao
clicar em Editar Cabeçalho o Word edita a área de cabeça-
lho e a barra superior passa a ter comandos para alteração
do cabeçalho.

35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o restante do documento fica em segundo plano. Tudo o
que for inserido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção se você definiu seções diferentes nas páginas.

Para aplicar números de páginas automaticamente em seu cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome
o cuidado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos
também aplicar cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes
do documento. O cuidado é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

Data e Hora

O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo
Texto, temos o botão Data e Hora.

36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No sentido horário da parte superior esquerda: a ima-


Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. gem original, a imagem com aumento de suavização, con-
Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque traste e brilho.
a opção Atualizar automaticamente.
Aplicar correções a uma imagem
Inserindo Elementos Gráficos Clique na imagem cujo brilho deseja alterar.
O Word permite que se insira em seus documentos Em Ferramentas de Imagem, na guia Formatar, no gru-
arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as po Ajustar, clique em Correções.
opções de inserção estão disponíveis na ABA Inserir.

Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemen-
to Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com
o mesmo nome no grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na
janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu
computador. Dependendo do tamanho da sua tela, o botão de cor-
A imagem será inserida no local onde estava seu cur- reções pode aparecer diferente.
sor.
O que será ensinado agora é praticamente igual para
todos os elementos gráficos, que é a manipulação dos ele-
mentos gráficos. Ao inserir a imagem é possível observar Caso você não veja as guias Formatar ou Ferramentas
que a mesma enquanto selecionada possui uma caixa pon- de Imagem, confirme se selecionou uma imagem. Talvez
tilhadas em sua volta, para mover a imagem de local, basta seja necessário clicar duas vezes na imagem para selecioná
clicar sobre ela e arrastar para o local desejado, se precisar -la e abrir a guia Formatar.
redimensionar a imagem, basta clicar em um dos peque- Siga um ou mais destes procedimentos:
nos quadrados em suas extremidades, que são chamados Em Nitidez/Suavização, clique na miniatura desejada.
por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção da As miniaturas à esquerda mostram mais nitidez e à direita,
imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do mais suavização.
texto. Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as Em Brilho/Contraste, clique na miniatura desejada. Mi-
configurações de manipulação da imagem. niaturas à esquerda mostram menos brilho e à direita, mais
brilho. Miniaturas na parte superior mostram menos con-
traste e na parte inferior, mais contraste.
Mova o ponteiro do mouse sobre qualquer uma das
miniaturas para ver a aparência de sua foto antes de clicar
na opção desejada.
Alterar o brilho, contraste ou nitidez de uma imagem Para ajustar qualquer correção, clique em Opções de
Você pode ajustar o brilho relativo de uma imagem, correção de imagem e, em seguida, mova o controle desli-
seu contraste (a diferença entre suas áreas mais escuras zante para nitidez, brilho ou contraste ou insira um número
e mais claras) e como nitidez ou desfocado aparece. Estes na caixa ao lado do controle deslizante.
são também denominados correções de imagem.

37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no efeito artístico desejado. Você pode mover


o ponteiro do mouse sobre qualquer uma das imagens
em miniatura efeito e usar visualização dinâmica para ver
como sua imagem ficará com esse efeito aplicado, antes de
clicar no efeito desejado.
Para ajustar o efeito artístico, clique em Opções de
efeitos artísticos na parte inferior da lista de imagens em
miniatura. No painel Formatar imagem, você pode aplicar
uma variedade de efeitos adicionais, incluindo a sombra,
reflexo, brilho, bordas suaves e efeitos 3D.

Recolorir
Clique duas vezes na imagem que deseja recolorir.
Em Ferramentas de Imagem, clique em Formatar e, no
grupo Ajustar, clique em Cor.

Compactar Imagem
A opção Compactar Imagens permite deixar sua ima-
gem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta
Clique na miniatura desejada. Você pode mover o pon-
opção o Word mostra a seguinte janela:
teiro do mouse sobre qualquer efeito para ver como ficará
sua imagem com esse efeito aplicado antes de clicar no
efeito desejado.
Para usar cores adicionais, incluindo as cores de tema,
cores da guia Padrão ou cores personalizadas, clique em
Mais Variações e, em seguida, clique em Mais Cores. O efei-
to de Recoloração será aplicado usando a cor selecionada.

Aplicar um efeito artístico


Clique na imagem à qual deseja aplicar um efeito ar-
tístico.
Clique em Ferramentas de imagem > Formatar e clique
em Efeitos artísticos no grupo Ajustar.

Pode-se aplicar a compactação a imagem seleciona-


da, ou a todas as imagens do texto. Podemos alterar a re-
Grupo Ajustar na guia Formatar em Ferramentas de solução da imagem. A opção Redefinir Imagem retorna a
Imagem imagem ao seu estado inicial, abandonando todas as alte-
Caso você não veja as guias Formatar ou Ferramentas rações feitas.
de Imagem, confirme se selecionou uma imagem. Talvez No grupo Organizar é possível definir a posição da
seja necessário clicar duas vezes na imagem para selecioná imagem em relação ao texto.
-la e abrir a guia Formatar.

38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O primeiro dos botões é a Posição, ela permite defi-


nir em qual posição a imagem deverá ficar em relação ao
texto.

O último grupo é referente às dimensões da imagem.

Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a


janela Layout Avançado que permite trabalhar a disposição
da imagem em relação ao bloco de texto no qual ela esta Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redi-
inserida. Essas mesmas opções estão disponíveis na opção mensionar a imagem definindo Largura e Altura.
Quebra Automática de Texto nesse mesmo grupo. Ao colo- Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem
car a sua imagem em uma disposição com o texto, é habi-
litado alguns recursos da barra de imagens. Como bordas

Através deste grupo é possível acrescentar bordas a


sua imagem E no grupo Organizar ele habilita as opções de
Trazer para Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no
botão Trazer para Frente, ele abre três opções: Trazer para
Frente e Avançar, são utilizadas quando houver duas ou
mais imagens e você precisa mudar o empilhamento delas.
A opção Trazer para Frente do Texto faz com que a ima-
gem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma imagem e ao
selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você poderá
alinhar as suas imagens.
Inserindo Elementos Gráficos
O Word permite que se insira em seus documentos
arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as
opções de inserção estão disponíveis na ABA Inserir, grupo
ilustrações.

39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Formas
Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir
as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as propriedades para modificar a forma.
SmartArt
O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu documento. Basta selecionar o tipo de organograma a ser
trabalhado e clique em OK.

WordArt
Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele
ainda mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt
Selecione um formato de WordArt e clique sobre ele.

40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Um dos grupos é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No
grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar
e Tamanho.

Controlar alterações no Word


Quando quiser verificar quem está fazendo alterações em seu documento, ative o recurso Controlar Alterações.
Clique em Revisar > Controlar Alterações.

Agora, o Word está no modo de exibição Marcação Simples. Ele marca todas as alterações feitas por qualquer pessoa
no documento e mostra para você onde elas estão, exibindo uma linha ao lado da margem.

O Word mostra um pequeno balão no local em que alguém fez um comentário. Para ver o comentário, clique no res-
pectivo balão.

Para ver as alterações, clique na linha próxima à margem. Isso alterna para o modo de exibição Toda a Marcação do
Word.

Manter o recurso Controlar Alterações ativado


É possível bloquear o recurso Controlar Alterações com uma senha para impedir que outra pessoa o desative. (Lembre-
se da senha para poder desativar esse recurso quando estiver pronto para aceitar ou rejeitar as alterações.)

41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique em Revisar. DICA:  Antes de compartilhar a versão final do seu do-


Clique na seta ao lado de Controlar Alterações e clique cumento, é uma boa ideia executar o Inspetor de Docu-
em Bloqueio de Controle. mento. Essa ferramenta verifica comentários e alterações
controladas, além de texto oculto, nomes pessoais em pro-
priedades e outras informações que talvez você não que-
ria compartilhar amplamente. Para executar o Inspetor de
Documento,

Imprimir um documento no Word


Antes de imprimir, você pode visualizar o documento e
especificar as páginas que você deseja imprimir.
Visualizar o documento
No menu Arquivo, clique em Imprimir.
Para visualizar cada página, clique nas setas para frente
e para trás, na parte inferior da página.
Digite uma senha e depois digite-a mais uma vez na
caixa Redigite para confirmar.
Clique em OK.

Enquanto as alterações controladas estiverem blo-


queadas, você não poderá desativar o controle de altera-
Quando o texto é pequeno demais e difícil de ler, use
ções, nem poderá aceitar ou rejeitar essas alterações.
o controle deslizante de zoom na parte inferior da página
Para liberar o bloqueio, clique na seta ao lado de Con-
trolar Alterações e clique novamente em Bloqueio de Con- para ampliá-lo.
trole. O Word solicitará que você digite sua senha. Depois
que você digitá-la e clicar em OK, o recurso Controlar Alte-
rações continuará ativado, mas agora você poderá aceitar
e rejeitar alterações.
Escolha o número de cópias e qualquer outra opção
Desativar o controle de alterações desejada e clique no botão Imprimir.
Para desativar esse recurso, clique no botão Controlar
Alterações. O Word deixará de marcar novas alterações,
mas todas as alterações já realizadas continuarão marcadas
no documento até que você as remova.
Remover alterações controladas

IMPORTANTE:  A única maneira de remover alterações


controladas de um documento é aceitá-las ou rejeitá-las.
Ao escolherSem Marcação na caixa Exibir para Revisão aju-
da a ver qual será a aparência do documento final, mas isso
apenas oculta temporariamente as alterações controladas.
As alterações não são excluídas e aparecerão novamente
da próxima vez em que o documento for aberto. Para ex-
cluir permanentemente as alterações controladas, aceite
-as ou rejeite-as.
Clique em Revisar > Próxima > Aceitar ou Rejeitar.

O Word aceita a alteração ou a remove e depois passa


para a próxima alteração.
Para excluir um comentário, selecione-o e clique
em Revisão > Excluir. Para excluir todos os comentários,
clique em Excluir >Excluir Todos os Comentários do Docu-
mento.

42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Imprimir páginas específicas


No menu Arquivo, clique em Imprimir.
Para imprimir apenas determinadas páginas, algumas das propriedades do documento ou alterações controladas e
comentários, clique na seta em Configurações, ao lado de Imprimir Todas as Páginas (o padrão), para ver todas as opções.

Para imprimir somente determinadas páginas, siga um destes procedimentos:


Para imprimir a página mostrada na visualização, selecione a opção Imprimir Página Atual.
Para imprimir páginas consecutivas, como 1 a 3, escolha Impressão Personalizada e insira o primeiro e o último número
das páginas na caixa Páginas.
Para imprimir páginas individuais e intervalo de páginas (como a página 3 e páginas 4 a 6) ao mesmo tempo, esco-
lhaImpressão Personalizada e digite os números das páginas e intervalos separados por vírgulas (por exemplo, 3, 4-6).

Estilos
Os estilos podem ser considerados formatações prontas a serem aplicadas em textos e parágrafos. O Word disponibi-
liza uma grande quantidade de estilos através do grupo estilos.

Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você clicar em seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um estilo
existente, ele aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém se algum texto estiver selecionado o estilo será aplicado somente
ao que foi selecionado.

43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Título2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado somente no tex-
to, o estilo está aplicado ao parágrafo, na linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do estilo foi somente no que estava
selecionado. Ao clicar no botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas definições de estilos através da opção Conjunto de Estilos.

Podemos também se necessário criarmos nossos próprios estilos. Clique na Faixa do grupo Estilo.

Será mostrado todos os estilos presentes no documento em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem três botões,
o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele.

44
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo, defini que ele será aplicado a parágrafos, que a base de criação
dele foi o estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar um novo parágrafo o próximo será também corpo. Abaixo definir a
formatação a ser aplicada no mesmo. Na parte de baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que o mesmo
está disponível somente a este documento. Ao finalizar clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:

Inserir uma tabela


Para inserir rapidamente uma tabela, clique em Inserir > Tabela e mova o cursor sobre a grade até realçar o número
correto de colunas e linhas desejado.

Clique na tabela exibida no documento. Caso seja necessário fazer ajustes, você poderá adicionar colunas e linhas em
uma tabela, excluir linhas ou colunas ou mesclar células.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.

Use as Ferramentas de Tabela para escolher diferentes cores, estilos de tabela, adicionar uma borda a uma página ou
remover bordas de uma tabela. Você pode até mesmo inserir uma fórmula para fornecer a soma de uma coluna ou linha
de números em uma tabela.

45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabe- Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso cria co-
la, o Word pode convertê-lo em uma tabela. lunas muito estreitas que são expandidas conforme você
Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamen- adiciona conteúdo.
tos de largura personalizada Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará au-
Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as tomaticamente a largura de toda a tabela para ajustar-se
colunas, use o comando Inserir Tabela. ao tamanho de seu documento. Se quiser que as tabelas
criadas tenham uma aparência semelhante à da tabela que
você está criando, marque a caixa Lembrar dimensões para
novas tabelas.

Projetar sua própria tabela


Se quiser ter mais controle sobre a forma das colunas e
linhas de sua tabela ou algo diferente de uma grade básica,
a ferramenta Desenhar Tabela ajuda a desenhar exatamen-
te a tabela que você deseja.

Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez


colunas e oito linhas, além de definir o comportamento de
largura das colunas.
Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela.
Defina o número de colunas e linhas.
Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células
dentro das células.
Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O pon-
teiro é alterado para um lápis.
Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela.
Depois, desenhe linhas para as colunas e linhas dentro do
retângulo.

Na seção Comportamento de Ajuste Automático, há


três opções para configurar a largura das colunas:
Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir
automaticamente a largura das colunas com Automático
ou pode definir uma largura específica para todas as co-
lunas.

46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferramentas de Tabela, clique em Borracha e clique na linha que você
quer apagar.

ABA Revisão

A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.

O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.

O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu documento em busca de erros. Os de ortografia ele marca em ver-
melho e os de gramática em verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para verificação na impressão
sairá com as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:
Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa parte do texto.
Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela aparecer em qualquer parte do texto.
Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao dicionário do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em outro texto ela
não será grafada como errada. Esta opção deve ser utilizada quando palavras que existam, mas que ainda não façam parte
do Word.
Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por uma palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou se você a
corrigiu no quadro superior.
Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras que estejam da mesma forma no texto.

47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Índices Será mostrada uma janela de configuração de seu índice.


Clique no botão Opções.
Sumário
O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele nor-
malmente aparece no início de documentos. A principal regra
é que todo parágrafo que faça parte de seu índice precisa estar
atrelado a um estilo. Clique no local onde você precisa que
fique seu índice e clique no botão Sumário, localizado na guia
referência. Serão mostrados alguns modelos de sumário, cli-
que em Inserir Sumário.

Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos


os estilos presentes no documento, então é nela que você
define quais estilos farão parte de seu índice. No exemplo
apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título 1, o nível 2 ao
Título 2 e o nível 3 ao Título 3. Após definir quais serão
suas entradas de índice clique em OK. Retorna-se a janela
anterior, onde você pode definir qual será o preenchimento
entre as chamadas de índice e seu respectivo número de
página e na parte mais abaixo, você pode definir o Formato
de seu índice e quantos níveis farão parte do índice. Ao cli-
car em Ok, seu índice será criado.

Quando houver necessidade de atualizar o índice, bas-


ta clicar com o botão direito do mouse em qualquer parte
do índice e escolher Atualizar Campo.

Na janela que se abre escolha Atualizar o índice inteiro.


Verificar Ortografia e gramatica

48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na guia Revisão, no grupo Revisão de Texto, clique em Ortografia e Gramática.

Você pode acessar esse comando rapidamente, adicionando-o à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Para isso,
clique com o botão direito do mouse em Ortografia e Gramática e, em seguida, clique em Adicionar à Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido, no menu de atalho.
Quando o programa encontra erros de ortografia, uma caixa de diálogo ou painel de tarefas é exibido mostrando a
primeira palavra incorreta encontrada pelo verificador ortográfico.
Depois que solucionar cada palavra incorreta, o programa sinalizará a próxima palavra incorreta para que você possa
decidir o que fazer.
Apenas no Outlook ou no Word, quando o programa conclui a sinalização de erros ortográficos, ele mostra os erros
gramaticais. Para cada erro, clique em uma opção na caixa de diálogo Ortografia e Gramática.

Como funciona a verificação ortográfica automática


Quando você verifica a ortografia automaticamente enquanto digita, por certo não vai precisar corrigir muitos erros or-
tográficos. O programa do Microsoft Office pode sinalizar as palavras com ortografia incorreta à medida que você trabalha,
para que você possa localizá-las facilmente, como no exemplo a seguir.

Clique com o botão direito do mouse em uma palavra escrita incorretamente para ver as sugestões de correção.

Dependendo do programa do Microsoft Office que você está usando, clique com o botão direito do mouse em uma
palavra para obter outras opções, como adicionar a palavra ao dicionário personalizado.
Como funciona a verificação gramatical automática (aplica-se somente ao Outlook e ao Word)
Após ativar a verificação gramatical automática, o Word e o Outlook sinalizam os possíveis erros gramaticais e estilís-
ticos à medida que você trabalha nos documentos do Word e em itens abertos do Outlook (exceto Anotações), conforme
mostrado no exemplo a seguir.

49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique com botão direito do mouse no erro para ver MS EXCEL1


mais opções.
O Excel é uma ferramenta incrivelmente poderosa para
tornar significativa uma vasta quantidade de dados. Mas
ele também funciona muito bem para cálculos simples e
para rastrear de quase todos os tipos de informações. A
chave para desbloquear todo esse potencial é a grade de
células. As células podem conter números, texto ou fórmu-
las. Você insere dados nas células e as agrupa em linhas e
colunas. Isso permite que você adicione seus dados, classi-
fique-os e filtre-os, insira-os em tabelas e crie gráficos in-
críveis. Vejamos as etapas básicas para você começar.

Criar uma nova pasta de trabalho


Os documentos do Excel são chamados de pastas de
Uma sugestão de correção pode ser exibida no menu trabalho. Cada pasta de trabalho contém folhas que, nor-
de atalho. Você pode também optar por ignorar o erro ou malmente, são chamadas de planilhas. Você pode adicionar
clicar em Sobre esta sentença para ver por que o programa quantas planilhas desejar a uma pasta de trabalho ou pode
considera o texto um erro. criar novas pastas de trabalho para guardar seus dados se-
paradamente.
Proteger um documento com senha Clique em Arquivo e em Novo.
Ajude a proteger um documento confidencial contra Em Novo, que em Pasta de trabalho em branco
edições indesejadas atribuindo uma senha. Também é pos-
sível evitar que um documento seja aberto.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Docu-
mento > Criptografar com Senha.

Insira os dados
Clique em uma célula vazia.
Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As cé-
lulas são referenciadas por sua localização na linha e na
coluna da planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira
linha da coluna A.
Inserir texto ou números na célula.
Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula se-
guinte.

Usar a AutoSoma para adicionar seus dados


Ao inserir números em sua planilha, talvez deseje so-
má-los. Um modo rápido de fazer isso é usar o AutoSoma.
Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e Selecione a célula à direita ou abaixo dos números que
clique em OK. você deseja adicionar.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique
clique em OK. em AutoSoma no grupo Edição.
Observações : 
Você sempre pode alterar ou remover sua senha.
As senhas diferenciam maiúsculas de minúsculas. Veri-
fique se a tecla CAPS LOCK está desativada quando digitar
uma senha pela primeira vez.
Se você perder ou esquecer uma senha, o Word não
conseguirá recuperar suas informações. Portanto, guarde
uma cópia da senha em um local seguro ou crie uma senha
forte da qual se lembrará. 1 Fonte: https://support.office.com/pt-br/excel

50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A AutoSoma soma os números e mostra o resultado na Caso você não veja o formato de número que está pro-
célula selecionada. curando, clique em Mais Formatos de Número.

Criar uma fórmula simples Inserir dados em uma tabela


Somar números é uma das coisas que você poderá fazer, Um modo simples de acessar grande parte dos recursos
mas o Excel também pode executar outras operações mate- do Excel é colocar os dados em uma tabela. Isso permite que
máticas. Experimente algumas fórmulas simples para adicio- você filtre ou classifique rapidamente os dados.
nar, subtrair, multiplicar ou dividir seus valores. Selecione os dados clicando na primeira célula e arrastar
Escolha uma célula e digite um sinal de igual (=).
a última célula em seus dados.
Isso informa ao Excel que essa célula conterá uma fórmula.
Para usar o teclado, mantenha a tecla Shift pressionada
Digite uma combinação de números e operadores de cál-
ao mesmo tempo em que pressiona as teclas de direção para
culos, como o sinal de mais (+) para adição, o sinal de menos
(-) para subtração, o asterisco (*) para multiplicação ou a barra selecionar os dados.
(/) para divisão. Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
Por exemplo, insira =2+4, =4-2, =2*4 ou =4/2. direito da seleção.
Pressione Enter.
Isso executa o cálculo.
Você também pode pressionar Ctrl+Enter (se você deseja
que o cursor permaneça na célula ativa).

Aplicar um formato de número


Para distinguir entre os diferentes tipos de números, adi-
cione um formato, como moeda, porcentagens ou datas.
Selecione as células que contêm números que você deseja
formatar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique na seta
na caixa Geral.

Clique em Tabelas, mova o cursor para o botão Tabe-


la para visualizar seus dados e, em seguida, clique no bo-
Selecione um formato de número tão Tabela.

Clique na seta   no cabeçalho da tabela de uma coluna.

Para filtrar os dados, desmarque a caixa de seleção Se-


lecionar tudo e, em seguida, selecione os dados que você
deseja mostrar na tabela.

51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Mostrar totais para os números


As ferramentas de Análise Rápida permitem que você
totalize os números rapidamente. Se for uma soma, média
ou contagem que você deseja, o Excel mostra os resultados
do cálculo logo abaixo ou ao lado dos números.
Selecione as células que contêm os números que você
somar ou contar.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.
Clique em Totais, mova o cursos entre os botões para
ver os resultados dos cálculos dos dados e clique no botão
para aplicar os totais.

Adicionar significado aos seus dados


A formatação condicional ou minigráficos podem des-
tacar os dados mais importantes ou mostrar tendências de
dados. Use a ferramenta Análise Rápida para um Visualiza-
ção Dinâmica para experimentar.
Para classificar os dados, clique em  Classificar de A a
Selecione os dados que você deseja examinar mais de-
Z ou Classificar de Z a A.
talhadamente.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.
Explore as opções nas guias  Formatação  e  Minigráfi-
cos para ver como elas afetam os dados.

Por exemplo, selecione uma escala de cores na gale-


ria Formatação para diferenciar as temperaturas alta, média
e baixa.

Quando gostar da opção, clique nela.

Clique em OK.

52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Mostrar os dados em um gráfico Localizar ou substituir texto e números em uma plani-


A ferramenta Análise Rápida recomenda o gráfico cor- lha do Excel para Windows
reto para seus dados e fornece uma apresentação visual Localize e substitua textos e números usando curingas ou
com apenas alguns cliques. outros caracteres. Você pode pesquisar planilhas, linhas, colu-
Selecione as células contendo os dados que você quer nas ou pastas de trabalho.
mostrar em um gráfico. Em uma planilha, clique em qualquer célula.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Loca-
direito da seleção. lizar e Selecionar.
Clique na guia Gráficos, mova entre os gráficos reco-
mendados para ver qual tem a melhor aparência para seus
dados e clique no que desejar.

Siga um destes procedimentos:


Para localizar texto ou números, clique em Localizar.
Para localizar e substituir texto ou números, clique
em Substituir.
Na caixa Localizar, digite o texto ou os números que você
deseja procurar ou clique na seta da caixa Localizar e, em se-
OBSERVAÇÃO: O Excel mostra diferentes gráficos nesta guida, clique em uma pesquisa recente na lista.
galeria, dependendo do que for recomendado para seus Você pode usar caracteres curinga, como um asterisco (*)
dados. ou ponto de interrogação (?), nos critérios da pesquisa:
Use o asterisco para localizar qualquer cadeia de caracte-
Salvar seu trabalho res. Por exemplo, s*r localizará “ser” e “senhor”.
Clique no botão Salvar na Barra de Ferramentas de Use o ponto de interrogação para localizar um único ca-
Acesso Rápido ou pressione Ctrl+S. ractere. Por exemplo, s?m localizará “sim” e “som”.
DICA: Você pode localizar asteriscos, pontos de interroga-
ção e caracteres de til (~) nos dados da planilha precedendo
-os com um til na caixa Localizar. Por exemplo, para localizar
dados que contenham “?”, use ~? como critério de pesquisa.
Se você salvou seu trabalho antes, está pronto. Clique em Opções para definir ainda mais a pesquisa e
Se esta for a primeira vez que você salva este arquivo: siga um destes procedimentos:
Em Salvar Como, escolha onde salvar sua pasta de tra- Para procurar dados em uma planilha ou em uma pasta
balho e navegue até uma pasta. de trabalho inteira, na caixa Em, clique em Planilha ou Pasta
Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a pas- de Trabalho.
ta de trabalho. Para pesquisar dados em linhas ou colunas, na caixa Pes-
Clique em Salvar. quisar, clique em Por Linhas ou Por Colunas.
Para procurar dados com detalhes específicos, na cai-
xa Examinar, clique em Fórmulas, Valores ou Comentários.
Imprimir o seu trabalho
OBSERVAÇÃO: As opções Fórmulas, Valores e Comentá-
Clique em Arquivo e, em seguida, clique em Impri-
rios só estão disponíveis na guia Localizar, e somente Fórmu-
mir ou pressione Ctrl+P.
las está disponível na guia Substituir.
Visualize as páginas clicando nas setas Próxima Pági- Para procurar dados que diferenciam maiúsculas de mi-
na e Página Anterior. núsculas, marque a caixa de seleção Diferenciar maiúsculas
de minúsculas.
Para procurar células que contenham apenas os carac-
teres que você digitou na caixa Localizar, marque a caixa de
seleção Coincidir conteúdo da célula inteira.
A janela de visualização exibe as páginas em preto e Se você deseja procurar texto ou números que também
branco ou colorida, dependendo das configurações de sua tenham uma formatação específica, clique em Formato e faça
impressora. as suas seleções na caixa de diálogo Localizar Formato.
Se você não gostar de como suas páginas serão im- DICA: Se você deseja localizar células que correspondam
pressas, você poderá mudar as margens da página ou adi- a uma formato específico, exclua qualquer critério da cai-
cionar quebras de página. xa Localizar e selecione a célula que contenha a formatação
Clique em Imprimir. que você deseja localizar. Clique na seta ao lado de Formato,
clique em Escolher formato da célula e, em seguida, clique na
célula que possui a formatação a ser pesquisada.

53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Siga um destes procedimentos: Definir uma coluna com uma largura específica
Para localizar texto ou números, clique em Localizar
Tudo ou Localizar Próxima. Selecione as colunas a serem alteradas.
DICA: Quando você clicar em Localizar Tudo, todas as Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
ocorrências do critério que você estiver pesquisando serão matar.
listadas, e você poderá ir para uma célula clicando nela na
lista. Você pode classificar os resultados de uma pesqui-
sa Localizar Tudo clicando em um título de coluna.
Para substituir texto ou números, digite os caracteres
de substituição na caixa Substituir por (ou deixe essa caixa
em branco para substituir os caracteres por nada) e clique
em Localizar ou Localizar Tudo.
Em Tamanho da Célula, clique em Largura da Coluna.
OBSERVAÇÃO: Se a caixa Substituir por não estiver dis-
Na caixa Largura da coluna, digite o valor desejado.
ponível, clique na guia Substituir.
Clique em OK.
Se necessário, você poderá cancelar uma pesquisa em
DICA: Para definir rapidamente a largura de uma única
andamento pressionando ESC.
coluna, clique com o botão direito do mouse na coluna
Para substituir a ocorrência realçada ou todas as ocor- selecionada, clique em Largura da Coluna, digite o valor
rências dos caracteres encontrados, clique em Substi- desejado e clique em OK.
tuir ou Substituir tudo. Alterar a largura da coluna para ajustá-la automatica-
DICA: O Microsoft Excel salva as opções de formatação mente ao conteúdo (AutoAjuste)
que você define. Se você pesquisar dados na planilha nova- Selecione as colunas a serem alteradas.
mente e não conseguir encontrar caracteres que você sabe Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
que estão lá, poderá ser necessário limpar as opções de matar.
formatação da pesquisa anterior. Na caixa de diálogo Loca-
lizar e Substituir, clique na guia Localizar e depois em Op-
ções para exibir as opções de formatação. Clique na seta
ao lado de Formato e clique em Limpar ‘Localizar formato’.

Alterar a largura da coluna e a altura da linha


Em uma planilha, você pode especificar uma largura
de coluna de 0 (zero) a 255. Esse valor representa o núme-
ro de caracteres que podem ser exibidos em uma célula Em Tamanho da Célula, clique em Ajustar Largura da
formatada com a fonte padrãoTE000127106. A largura de Coluna Automaticamente.
coluna padrão é 8,43 caracteres. Se a largura da coluna for
definida como 0 (zero), a coluna ficará oculta. OBSERVAÇÃO: Para ajustar automaticamente de forma
Você pode especificar uma altura de linha de 0 (zero) a rápida todas as colunas da planilha, clique no botão Sele-
409. Esse valor representa a medida da altura em pontos (1 cionar Tudo e, em seguida, clique duas vezes em qualquer
ponto é igual a aproximadamente 1/72 pol. ou 0,035 cm). limite entre dois títulos de coluna.
A altura de linha padrão é 12,75 pontos (aproximadamente
1/6 pol. ou 0,4 cm). Se a altura da linha for definida como 0
(zero), a linha ficará oculta.
Se estiver trabalhando no modo de exibição de Layout
da Página (guia Exibir, grupo Modos de Exibição da Pasta
de Trabalho, botão Layout da Página), você poderá especi-
ficar uma largura de coluna ou altura de linha em polega-
das. Nesse modo de exibição, a unidade de medida padrão
é polegada, mas você poderá alterá-la para centímetros ou
milímetros (Na guia Arquivo, clique em Opções, clique na
categoria Avançado e, em Exibir, selecione uma opção na
lista Unidades da Régua).
Fazer com que a largura da coluna corresponda à de
outra coluna
Selecione uma célula da coluna com a largura desejada.
Pressione Ctrl+C ou, na guia Página Inicial, no gru-
po Área de Transferência, clique em Copiar.

54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para alterar a largura de várias colunas, selecione as


colunas desejadas e arraste um limite à direita do título de
coluna selecionado.
Clique com o botão direito do mouse na coluna de destino, Para alterar a largura das colunas a fim de ajustá-la ao
aponte paraColar Especial e clique no botão Manter Largura da conteúdo, selecione as colunas desejadas e clique duas ve-
Coluna Original  zes no limite à direita do título de coluna selecionado.
Para alterar a largura de todas as colunas da planilha,
Alterar a largura padrão de todas as colunas em uma plani- clique no botãoSelecionar Tudo e arraste o limite de qual-
lha ou pasta de trabalho quer título de coluna.
O valor da largura de coluna padrão indica o número médio
de caracteres da fonte padrão que cabe em uma célula. É possí-
vel especificar outro valor de largura de coluna padrão para uma
planilha ou pasta de trabalho.
Siga um destes procedimentos:
Para alterar a largura de coluna padrão de uma planilha, cli-
que na guia da planilha.
Para alterar a largura de coluna padrão da pasta de traba-
lho inteira, clique com o botão direito do mouse em uma guia
de planilha e, em seguida, clique em Selecionar Todas as Plani-
lhas no menu de atalhoTE000127572.

Definir uma linha com uma altura específica


Selecione as linhas a serem alteradas.

Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em Formatar.


Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
matar.

Em Tamanho da Célula, clique em Altura da Linha.


Na caixa Altura da linha, digite o valor que você deseja
e, em seguida, clique em OK.
Em Tamanho da Célula, clique em Largura Padrão. Alterar a altura da linha para ajustá-la ao conteúdo
Na caixa Largura padrão da coluna, digite uma nova medida Selecione as linhas a serem alteradas.
e clique em OK. Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
DICA: Para definir a largura de coluna padrão de todas as matar.
novas pastas de trabalho ou planilhas, você poderá criar um mo-
delo de pasta de trabalho ou de planilha e utilizá-lo como base
para as novas pastas de trabalho ou planilhas.

Alterar a largura das colunas com o mouse


Siga um destes procedimentos:
Para alterar a largura de uma coluna, arraste o limite do lado
direito do título da coluna até que ela fique do tamanho deseja-
do.
Em Tamanho da Célula, clique em AutoAjuste da Altura
da Linha.

DICA: Para ajustar automaticamente de forma rápi-


da todas as linhas da planilha, clique no botão Selecionar

55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tudo e, em seguida, clique duas vezes no limite abaixo de


um dos títulos de linha.

Formatar números como moeda


Você pode exibir um número com o símbolo de moe-
da padrão selecionando a célula ou o intervalo de célu-
las e clicando em Formato de Número de Contabilização 

 no grupo Número da guia Página Inicial. (Se desejar


aplicar o formato Moeda, selecione as células e pressione
Ctrl+Shift+$.)
Alterar outros aspectos de formatação
Selecione as células que você deseja formatar.
Na guia Página Inicial, clique no Iniciador de Caixa de
Diálogo ao lado deNúmero.
Alterar a altura das linhas com o mouse
Siga um destes procedimentos:
Para alterar a altura de uma linha, arraste o limite abai-
xo do título da linha até que ela fique com a altura dese-
jada.

DICA: Você também pode pressionar Ctrl+1 para abrir


a caixa de diálogoFormatar Células.
Na caixa de diálogo Formatar Células, na lista Catego-
ria, clique em Moedaou Contábil.
Para alterar a altura de várias linhas, selecione as linhas
desejadas e arraste o limite abaixo de um dos títulos de
linha selecionados.
Para alterar a altura de todas as linhas da planilha, cli-
que no botão Selecionar Tudo e arraste o limite abaixo de
qualquer título de linha.

Para alterar a altura da linha a fim de ajustá-la ao con- Na caixa Símbolo, clique no símbolo de moeda dese-
teúdo, clique duas vezes no limite abaixo do título da linha. jado.
OBSERVAÇÃO: Se desejar exibir um valor monetário
Formatar números como moeda no Excel sem um símbolo de moeda, clique em Nenhum.
Para exibir números como valores monetários, forma- Na caixa Casas decimais, insira o número de casas de-
te-os como moeda. Para fazer isso, aplique o formato de cimais desejadas para o número.
número Moeda ou Contábil às células que deseja formatar. Por exemplo, para exibir R$138.691 em vez de colo-
As opções de formatação de número estão disponíveis na car R$ 138.690,63 na célula, insira 0 na caixa Casas deci-
guia Página Inicial, no grupo Número. mais. Conforme você faz alterações, preste atenção ao nú-

56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mero na caixa Amostra. Ela mostra como a alteração das casas decimais afetará a exibição de um número.
Na caixa Números negativos selecione o estilo de exibição que você deseja usar para números negativos.
Se não quiser usar as opções existentes para exibir números negativos, você pode criar seu próprio formato de número.
OBSERVAÇÃO: A caixa Números negativos não está disponível para o formato de número Contábil. O motivo disso é
que constitui prática contábil padrão mostrar números negativos entre parênteses.
Para fechar a caixa de diálogo Formatar Células, clique em OK.
Se o Excel exibir ##### em uma célula depois que você aplicar formatação de moeda em seus dados, isso significará
que talvez a célula não seja suficientemente larga para exibir os dados. Para expandir a largura da coluna, clique duas vezes
no limite direito da coluna que contém as células com o erro #####. Esse procedimento redimensiona automaticamente a
coluna para se ajustar ao número. Você também pode arrastar o limite direito até que as colunas fiquem com o tamanho
desejado.

Remover formatação de moeda


Selecione as células que têm formatação de moeda.
Na guia Página Inicial, no grupo Número, clique na caixa de listagem Geral.
As células formatadas com o formato Geral não têm um formato de número específico.

Operadores e Funções
A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais
complexos e vários valores. Existem funções para os cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos. Por exemplo, na fun-
ção: =SOMA (A1:A10) seria o mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que com a função o processo
passa a ser mais fácil. Ainda conforme o exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar um cálculo com sinal
de igual (=) e usa-se nos cálculos a referência de células (A1) e não somente valores.
A quantidade de argumentos empregados em uma função depende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos
podem ser números, textos, valores lógicos, referências, etc...

Operadores
Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:

Criar uma fórmula simples


Você pode criar uma fórmula simples para adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir valores na planilha. As fórmulas
simples sempre começam com um sinal de igual (=), seguido de constantes que são valores numéricos e operadores de
cálculo como os sinais de mais (+), menos (-), asterisco (*) ou barra (/).
Por exemplo, quando você inserir a fórmula =5+2*3, o Excel multiplicará os últimos dois números e adicionará o pri-
meiro número ao resultado. Seguindo a ordem padrão das operações matemáticas, a multiplicação e executada antes da
adição.
Na planilha, clique na célula em que você deseja inserir a fórmula.
Digite o = (sinal de igual) seguido das constantes e dos operadores que você deseja usar no cálculo.
Você pode inserir quantas constantes e operadores forem necessários em uma fórmula, até 8.192 caracteres.
DICA : Em vez de digitar as constantes em sua fórmula, você pode selecionar as células que contêm os valores que
deseja usar e inserir os operadores entre as células da seleção.

57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Pressione Enter.
Para adicionar valores rapidamente, você pode usar a AutoSoma em vez de inserir a fórmula manualmente (guia Página
Inicial, grupo Edição ).
Você também pode usar funções (como a função SOMA) para calcular os valores em sua planilha.
Para avançar mais uma etapa, você pode usar as referências de célula e nomes em vez dos valores reais em uma fórmula
simples.
Exemplos
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas mos-
trarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas para ver
todos os dados.

Dados
2
5
Fórmula Descrição Resultado
‘=A2+A3 Adiciona os valores nas células A1 e A2 =A2+A3
‘=A2-A3 Subtrai o valor na célula A2 do valor em A1 =A2-A3
‘=A2/A3 Divide o valor na célula A1 pelo valor em A2 =A2/A3
‘=A2*A3 Multiplica o valor na célula A1 pelo valor em A2 =A2*A3
Eleva o valor na célula A1 ao valor exponencial especificado
‘=A2^A3 =A2^A3
em A2
Fórmula Descrição Resultado
‘=5+2 Adiciona 5 e 2 =5+2
‘=5-2 Subtrai 2 de 5 =5-2
‘=5/2 Divide 5 por 2 =5/2
‘=5*2 Multiplica 5 vezes 2 =5*2
‘=5^2 Eleva 5 à segunda potência =5^2

Usar referências de célula em uma fórmula


Ao criar uma fórmula simples ou uma fórmula que usa uma função, você pode fazer referência aos dados das células de uma
planilha incluindo referências de célula nos argumentos da fórmula. Por exemplo, quando você insere ou seleciona a referência de
célula A2, a fórmula usa o valor dessa célula para calcular o resultado. Você também pode fazer referência a um intervalo de células.
Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
Na barra de fórmulas  , digite = (sinal de igual).
Faça o seguinte: selecione a célula que contém o valor desejado ou digite sua referência de célula.
Você pode fazer referência a uma única célula, a um intervalo de células, a um local em outra planilha ou a um local em outra
pasta de trabalho.
Ao selecionar um intervalo de células, você pode arrastar a borda da seleção da célula para mover a seleção ou arrastar o canto
da borda para expandir a seleção.

1. A primeira referência de célula é B3, a cor é azul e o intervalo de células tem uma borda azul com cantos quadrados.
2. A segunda referência de célula é C3, a cor é verde e o intervalo de célula tem uma borda verde com cantos quadrados.
OBSERVAÇÃO : Se não houver um canto quadrado em uma borda codificada por cor, significa que a referência está relacio-
nada a um intervalo nomeado.
Pressione Enter.
DICA :  Você também pode inserir uma referência a um intervalo ou célula nomeada.

58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas mostra-
rem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas para ver todos
os dados. Use o comando Definir Nome (guia Formulas, grupo Nomes Definidos) para definir “Ativos” (B2:B4) e “Passivos” (C2:C4).

Departamento Ativos Passivos


TI 274000 71000
Administrador 67000 18000
RH 44000 3000
Fórmula Descrição Resultado
Retorna o total de ativos dos três
departamentos no nome definido “Ativos”,
‘=SOMA(Ativos) =SOMA(Ativos)
que é definido como o intervalo de células
B2:B4. (385000)
‘=SOMA(Ativos)- Subtrai a soma do nome definido “Passivos” =SOMA(Ativos)-
SOMA(Passivos) da soma do nome definido “Ativos”. (293000) SOMA(Passivos)

Criar uma fórmula usando uma função


Você pode criar uma fórmula para calcular valores na planilha usando uma função. Por exemplo, as fórmulas =SO-
MA(A1:A2) e SOMA(A1,A2) usam ambas a função SOMA para adicionar os valores nas células A1 e A2. As fórmulas sempre
começam com um sinal de igual (=)
Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
Para iniciar a fórmula com a função, clique em Inserir Função  .
O Excel insere o sinal de igual (=) para você.
Na caixa Ou selecione uma categoria, selecione Tudo.

Se você estiver familiarizado com as categorias de função, também poderá selecionar uma categoria.
Se você não tiver certeza de qual função usar, poderá digitar uma pergunta que descreva o que deseja fazer, na cai-
xa Procure por uma função (por exemplo, “adicionar números” retorna a função SOMA).
Na caixa Selecione uma função, selecione a função que deseja utilizar e clique em OK.
Nas caixas de argumento que forem exibidas para a função selecionada, insira os valores, as cadeias de caracteres de
texto ou referências de célula desejadas.
Em vez de digitar as referências de célula, você também pode selecionar as células que deseja referenciar. Clique em 
 para expandir novamente a caixa de diálogo.
Depois de concluir os argumentos para a fórmula, clique em OK.
DICA :  Se você usar funções frequentemente, poderá inserir suas fórmulas diretamente na planilha. Depois de digitar
o sinal de igual (=) e o nome da função, poderá obter informações sobre a sintaxe da fórmula e os argumentos da função
pressionando F1.

59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplos
Copie a tabela para a célula A1 em uma planilha em branco no Excel para trabalhar com esses exemplos de fórmulas
que usam funções.

Dados
5 4
2 6
3 8
7 1
Fórmula Descrição Resultado
‘=SOMA(A:A) Adiciona todos os números na coluna A =SOMA(A:A)
Calcula a média de todos os números no intervalo
‘=MÉDIA(A1:B4) =MÉDIA(A1:B4)
A1:B4

Função Soma
A função soma , uma das funções matemáticas e trigonométricas, adiciona os valores. Você pode adicionar valores
individuais, referências de células ou intervalos ou uma mistura de todos os três.
Sintaxe: SOMA(número1,[número2],...)
Por exemplo:
=SOMA(A2:A10)
= SOMA(A2:A10, C2:C10)

Nome do argumento Descrição


número1    (Obrigatório) O primeiro número que você deseja somar. O número pode ser como “4”, uma
referência de célula, como B6, ou um intervalo de células, como B2:B8.
número2-255    (Opcional) Este é o segundo número que você deseja adicionar. Você pode especificar até 255
números dessa forma.

Soma rápida com a barra de Status


Se você quiser obter rapidamente a soma de um intervalo de células, tudo o que você precisa fazer é selecionar o in-
tervalo e procure no lado inferior direito da janela do Excel.

Barra de Status
Esta é a barra de Status e exibe as informações sobre tudo o que você selecionou, se você tiver uma única célula ou
várias células. Se você com o botão direito na barra de Status de uma caixa de diálogo do recurso será pop-out exibindo
todas as opções que você pode selecionar. Observe que ele também exibe valores para o intervalo selecionado se você
tiver esses atributos marcados. 

60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Usando o Assistente de AutoSoma quando terminar. Guia de função Intellisense: a soma (Nú-
A maneira mais fácil de adicionar uma fórmula de soma mero1, [núm2]) flutuantes marca abaixo a função é o guia
à sua planilha é usar o Assistente de AutoSoma. Selecione de Intellisense. Se você clicar no nome de função ou soma,
uma célula vazia diretamente acima ou abaixo do intervalo ele se transformará em um hiperlink azul, que o levará para o
que você quer somar e nas guias página inicial ou fórmula na tópico de ajuda para essa função. Se você clicar nos elemen-
faixa de opções, pressione AutoSoma > soma. O Assistente tos de função individual, as peças representantes na fórmula
de AutoSoma automaticamente detecta o intervalo para ser serão realçadas. Nesse caso somente B2: B5 seria realçadas
somados e criar a fórmula para você. Ele também pode tra- como há apenas uma referência numérica nesta fórmula. A
balhar horizontalmente se você selecionar uma célula para a marca de Intellisense será exibido para qualquer função.
esquerda ou à direita do intervalo a serem somados.
Exemplo 3 – AutoSoma horizontalmente

Use o Assistente de AutoSoma para rapidamente os in- AutoSoma horizontalmente


tervalos contíguos de soma
A caixa de diálogo de AutoSoma também permite que Exemplo 4 – somar células não-contíguas
você selecione outras funções comuns, como:
Média
Contar números
Máx
Min
Mais funções

Exemplo 2 – AutoSoma verticalmente

Somar células não-contíguas


O Assistente de AutoSoma geralmente só funcionará
para intervalos contíguos, portanto se você tiver linhas ou
colunas vazias no seu intervalo de soma, Excel vai parada o
primeiro espaço. Nesse caso você precisaria soma por sele-
ção, onde você pode adicionar os intervalos individuais, um
por vez. Neste exemplo se você tivesse dados na célula B4,
o Excel seria gerar =SOMA(C2:C6) desde que ele reconheça
um intervalo contíguo.
Você pode selecionar rapidamente vários intervalos
AutoSoma verticalmente não-contíguas com Ctrl + LeftClick. Primeiro, insira “= soma
O Assistente de AutoSoma detectou automaticamente (“, selecione seu diferentes intervalos e Excel adicionará au-
células B2: B5 como o intervalo a serem somados. Tudo o tomaticamente o separador de vírgula entre intervalos para
que você precisa fazer é pressione Enter para confirmá-la. você. Pressione enter quando terminar.
Se você precisar adicionar/excluir mais células, você pode Dica: você pode usar ALT + = para adicionar rapida-
manter a tecla Shift > tecla de direção da sua escolha até mente a função soma para uma célula. Tudo o que você
que corresponde à sua seleção desejado e pressione Enter precisa fazer é selecionar o intervalo (s).

61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Observação: você pode perceber como o Excel tem real-


çado os intervalos de função diferente por cor, e eles corres-
pondem dentro da própria fórmula, portanto C2: C3 é azul
e C5: C6 é vermelho. Excel fará isso para todas as funções, a
menos que o intervalo referenciado esteja em uma planilha
diferente ou em outra pasta de trabalho. Para acessibilidade
aprimorada com tecnologia assistencial, você pode usar in-
tervalos nomeados, como “Semana1”, “Semana2”, etc. e, em
seguida, fazer referência a eles, sua fórmula:
=SOMA(Week1,Week2) SOMA ignora valores de texto
Práticas Recomendadas #REF! Erro de excluir linhas ou colunas
Esta seção aborda algumas práticas recomendadas para
trabalhar com as funções soma. Grande parte desse pode ser
aplicada a trabalhar com outras funções também.
♣ a = 1 + 2 ou = A + B Method – enquanto você pode
inserir = 1 + 2 + 3 ou = A1 + B1 + C2 e obter resultados to-
talmente precisos, esses métodos estão sujeitos a erros por
vários motivos:
Erros de digitação – Imagine tentando inserir valores
mais e/ou muito maiores assim:
= 14598.93 + 65437.90 + 78496.23 Se você excluir uma linha ou coluna, a fórmula não serão
Em seguida, tente validar se suas entradas estão corretas. atualizados para excluir a linha excluída e retornará um #REF!
É muito mais fácil colocar esses valores em células individuais erro, onde uma função soma atualizará automaticamente.
e usar uma fórmula de soma. Além disso, você pode formatar
os valores quando eles estão nas células, tornando-as muito
mais legível e quando ela estiverem em uma fórmula.

Fórmulas não atualizar referências ao inserir linhas ou colunas

#VALUE! erros de referência de texto em vez de números.


Se você usar um fórmula como: = Style A + B fórmulas não os atualizará ao adicionar linhas
= A1 + B1 + C1 ou = A1 + A2 + A3 ou colunas

Se você inserir uma linha ou coluna, a fórmula não será atua-


lizada para incluir a linha adicionada, onde uma função soma
atualizará automaticamente (contanto que você não estiver fora
do intervalo referenciado na fórmula). Isso é especialmente im-
portante se você esperar sua fórmula para atualizar e não, como
ele deixará incompletos resultados que você não pode capturar.

Evite usar o = 1 + 2 ou = métodos A + B


Sua fórmula pode quebrar se houver quaisquer valores
não numéricos (texto) nas células referenciadas, que retorna-
rão um #VALUE! erro. SOMA ignorará valores de texto e lhe
dar a soma dos valores numéricos.

62
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

SOMA com referências de célula individuais versus in- Você pode fazer isso muito mais fácil com um 3D ou
tervalos soma 3 dimensionais:
Usando uma fórmula como:
=SOMA(A1,A2,A3,B1,B2,B3)
É igualmente erro sujeitos ao inserir ou excluir linhas
dentro do intervalo referenciada pelas mesmas razões. É
muito melhor usar intervalos individuais, como:
=SOMA(A1:A3,B1:B3)
Qual será atualizada ao adicionar ou excluir linhas.
Usando operadores matemáticos com soma
Digamos que você deseja aplicar uma porcentagem de
desconto para um intervalo de células que você já soma- = SOMA(Sheet1:Sheet3! A1)
dos. Qual somará a célula A1 em todas as planilhas da planilha
1 para a planilha 3.
Isso é especialmente útil em situações em que você tem
uma única folha para cada mês (janeiro a dezembro) e você
precisa total-las em uma planilha de reSOMAo.

= SOMA(January:December! A2)
Qual somará célula A2 em cada planilha de janeiro a de-
zembro.
Observação: se suas planilhas tem espaços em seus no-
mes, como “Janeiro vendas”, então você precisa usar um
apóstrofo ao fazer referência os nomes de planilha em uma
fórmula:
= SOMA(‘January Sales:December Sales’! A2)
SOMA com outras funções
= SOMA(A2:A14) *-25% Absolutamente, você pode usar soma com outras fun-
Resultará em 25% do intervalo somado, entretanto, ções. Aqui está um exemplo que cria um cálculo da média
que rígido códigos a 25% da fórmula, e pode ser difícil mensal:
encontrar mais tarde se precisar alterá-lo. É muito melhor
colocar os 25% em uma célula e referenciando que em vez
disso, onde ele está check-out em Abrir e facilmente alte-
rados, assim:
= SOMA(A2:A14) * E2
Dividir em vez de multiplicar você simplesmente subs-
titua a “*” com “/”: = SOMA(A2:A14)/E2
Adicionando ou retirando de uma soma
i. você pode facilmente adicionar ou subtrair de uma =SOMA(A2:L2)/COUNTA(A2:L2)
soma usando + ou - assim: Que usa a soma de A2:L2 dividido pela contagem de célu-
= SOMA(A1:A10) + E2 las não vazias em A2:L2 (maio a dezembro estão em branco).
= SOMA(A1:A10)-E2 Função SE
A função SE é uma das funções mais populares do Excel e
SOMA 3D permite que você faça comparações lógicas entre um valor e
Às vezes você precisa somar uma determinada célula aquilo que você espera. Em sua forma mais simples, a função
em várias planilhas. Pode ser tentador clique em cada pla- SE diz:
nilha e a célula desejada e use apenas «+» para adicionar a SE(Algo for Verdadeiro, faça tal coisa, caso contrário, faça
célula valores, mas que é entediante e pode ser propensa, outra coisa)
muito mais assim que apenas tentando construir uma fór- Portanto, uma instrução SE pode ter dois resultados. O
mula que faz referência apenas uma única folha. primeiro resultado é se a comparação for Verdadeira, o se-
i = Planilha1! A1 + Plan2! A1 + Planilha3! A1 gundo se a comparação for Falsa.

63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplos de SE simples =SE(C2>B2;”Acima do orçamento”;”Dentro do orça-


mento”)
No exemplo acima, a função SE em D2 está dizen-
do SE(C2 é maior que B2, retorne “Acima do orçamento”,
caso contrário, retorne “Dentro do orçamento”)

=SE(C2=”Sim”;1,2)
No exemplo acima, a célula D2 diz: SE(C2 = Sim, a fórmula
retorna um 1 ou um 2)
= SE(C2>B2,C2-B2,0)
Na ilustração acima, em vez de retornar um resultado
de texto, vamos retornar um cálculo matemático. A fórmula
em E2 está dizendo SE(Valor real for maior que o Valor or-
çado, subtraia o Valor orçado do Valor real, caso contrário,
não retorne nada).

=SE(C2=1;”Sim”;”Não”)
Neste exemplo, a fórmula na célula D2 diz: SE(C2 = 1, a
fórmula retorna Sim e, caso contrário, retorna Não)
Como você pode ver, a função SE pode ser usada para
avaliar texto e valores. Ela também pode ser usada para ava-
liar erros. Você não está limitado a verificar apenas se um va-
lor é igual a outro e retornar um único resultado; você tam-
bém pode usar operadores matemáticos e executar cálculos
adicionais dependendo de seus critérios. Também é possível
aninhar várias funções SE juntas para realizar várias compa-
rações.
OBSERVAÇÃO : Se você for usar texto em fórmulas, será
preciso quebrar o texto entre aspas (por exemplo, “Texto”).
A única exceção é usar VERDADEIRO ou FALSO que o Excel
=SE(E7=”Sim”;F5*0,0825;0)
reconhece automaticamente.
Neste exemplo, a fórmula em F7 está dizendo SE(E7 =
Introdução
“Sim”, calcule o Valor Total em F5 * 8,25%, caso contrário,
A melhor maneira de começar a escrever uma instrução
SE é pensar sobre o que você está tentando realizar. Que com- nenhum Imposto sobre Vendas é cobrado, retorne 0)
paração você está tentando fazer? Muitas vezes, escrever uma
instrução SE pode ser tão simples quanto pensar na lógica em Práticas Recomendadas - Constantes
sua cabeça: “o que aconteceria se essa condição fosse atendida No último exemplo, você vê dois “Sim” e a Taxa de
vs. o que aconteceria se não fosse?” Você sempre deve se cer- Imposto sobre Vendas (0,0825) inseridos diretamente na
tificar de que suas etapas sigam uma progressão lógica; caso fórmula. Geralmente, não é recomendável colocar constan-
contrário, sua fórmula não executará aquilo que você acha que tes literais (valores que talvez precisem ser alterados oca-
ela deveria executar. Isso é especialmente importante quando sionalmente) diretamente nas fórmulas, pois elas podem
você cria instruções SE complexas (aninhadas). ser difíceis de localizar e alterar no futuro. É muito melhor
Mais exemplos de SE colocar constantes em suas próprias células, onde elas fi-
cam fora das constantes abertas e podem ser facilmente
encontradas e alteradas. Nesse caso, tudo bem, pois há
apenas uma função SE e a Taxa de Imposto sobre Vendas
raramente será alterada. Mesmo se isso acontecer, será fá-
cil alterá-la na fórmula.
Usar SE para verificar se uma célula está em branco
Às vezes, é preciso verificar se uma célula está em bran-
co, geralmente porque você pode não querer uma fórmula
exiba um resultado sem entrada.

64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONT.SE
Use CONT.SE, uma das funções estatísticas, para contar o
número de células que atendem a um critério; por exemplo,
para contar o número de vezes que uma cidade específica
aparece em uma lista de clientes.

Sintaxe
CONT.SE(intervalo, critério)
Por exemplo:
=CONT.SE(A2:A5;”maçãs”)
=CONT.SE(A2:A5,A4)

Nesse caso, usamos SE com a função ÉCÉL.VAZIA: Nome do argumento Descrição


=SE(ÉCÉL.VAZIA(D2),”Em branco”,”Não está em branco”) O grupo de células
Que diz SE(D2 está em branco, retorne “Em branco”, caso que você deseja
contrário, retorne “Não está em branco”). Você também po- contar. Intervalo pode
deria facilmente usar sua própria fórmula para a condição conter números, matrizes,
“Não está em branco”. No próximo exemplo usamos “” em intervalo    (obrigatório)
um intervalo nomeado ou
vez de ÉCÉL.VAZIA. “” basicamente significa “nada”. referências que contenham
números. Valores em branco
e texto são ignorados.
Um número, expressão,
referência de célula ou
cadeia de texto que
determina quais células
serão contadas.
Por exemplo, você pode usar
um número como 32, uma
critérios    (obrigatório)
comparação, como “> 32”,
uma célula como B4 ou uma
palavra como “maçãs”.
=SE(D3=””,”Em branco”,”Não está em branco”) CONT.SE usa apenas um
Essa fórmula diz SE(D3 é nada, retorne “Em branco”, caso único critério. Use CONT.
contrário, retorne “Não está em branco”). Veja um exemplo SES se você quiser usar
de um método muito comum de usar “” para impedir que vários critérios.
uma fórmula calcule se uma célula dependente está em
branco: Função SOMASE
=SE(D3=””;””;SuaFórmula()) Você pode usar a função SOMASE para somar os valores
SE(D3 é nada, retorne nada, caso contrário, calcule sua em uma intervalo que atendem aos critérios que você especi-
fórmula). ficar. Por exemplo, suponha que, em uma coluna que contém
números, você quer somar apenas os valores que são maio-
Exemplo de SE aninhada res do que 5. Você pode usar a seguinte fórmula: = SOMASE
(B2:B25,”> 5”).

Sintaxe
SOMASE(intervalo, critérios, [intervalo_soma])
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argumentos:
intervalo    Necessário. O intervalo de células a ser avaliada
por critérios. Células em cada intervalo devem ser números ou
nomes, matrizes ou referências que contenham números. Va-
lores em branco e texto são ignorados. O intervalo seleciona-
do pode conter datas no formato padrão do Excel (exemplos
Em casos onde uma simples função SE tem apenas dois
abaixo).
resultados (Verdadeiro ou Falso), as funções se aninhadas SE
critérios   Obrigatório. Os critérios na forma de um núme-
podem ter de 3 a 64 resultados.
=SE(D2=1;”SIM”;SE(D2=2;”Não”;”Talvez”)) ro, expressão, referência de célula, texto ou função que defi-
Na ilustração acima, a fórmula em E2 diz: SE(D2 é igual ne quais células serão adicionadas. Por exemplo, os critérios
a 1, retorne “Sim”, caso contrário, SE(D2 é igual a 2, retorne podem ser expressos como 32, “>32”, B5, “32”, “maçãs” ou
“Não”, caso contrário, retorne “Talvez”). HOJE().

65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

IMPORTANTE : Qualquer critério de texto ou qualquer critério que inclua símbolos lógicos ou matemáticos deve estar entre
aspas duplas (“). Se os critérios forem numéricos, as aspas duplas não serão necessárias.
intervalo_soma   Opcional. As células reais a serem adicionadas, se você quiser adicionar células diferentes das especificadas
no argumento intervalo. Se o argumento intervalo_soma for omitido, o Excel adicionará as células especificadas no argumen-
to intervalo (as mesmas células às quais os critérios são aplicados).
Você pode usar os caracteres curinga – o ponto de interrogação (?) e o asterisco (*) – como o argumento critérios. O ponto de
interrogação corresponde a qualquer caractere único; o asterisco corresponde a qualquer sequência de caracteres. Para localizar
um ponto de interrogação ou asterisco real, digite um til (~) antes do caractere.

Comentários
A função SOMASE retorna valores incorretos quando você a utiliza para corresponder cadeias de caracteres com mais de 255
caracteres ou para a cadeia de caracteres #VALOR!.
O argumento intervalo_soma não precisa ter o mesmo tamanho e forma que o argumento intervalo. As células reais adicio-
nadas são determinadas pelo uso da célula na extremidade superior esquerda do argumentointervalo_soma como a célula inicial
e, em seguida, pela inclusão das células correspondentes em termos de tamanho e forma no argumento intervalo. Por exemplo:

Se o intervalo for e intervalo_soma for Então, as células reais serão


A1:A5 B1:B5 B1:B5
A1:A5 B1:B3 B1:B5
A1:B4 C1:D4 C1:D4
A1:B4 C1:C2 C1:D4

Porém, quando os argumentos intervalo e intervalo_soma na função SOMASE não contêm o mesmo número de células, o
recálculo da planilha pode levar mais tempo do que o esperado.

MÁXIMO (Função MÁXIMO)


Descrição
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe
MÁXIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função MÁXIMO tem os seguintes argumentos:
Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor máximo você
deseja saber.
Comentários
Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes ou referências que contenham números.
Os valores lógicos e representações em forma de texto de números digitados diretamente na lista de argumentos são con-
tados.
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas os números nesta matriz ou referência serão usados. Células vazias,
valores lógicos ou texto na matriz ou referência serão ignorados.
Se os argumentos não contiverem números, MÁXIMO retornará 0.
Os argumentos que são valores de erro ou texto que não podem ser traduzidos em números causam erros.
Se você deseja incluir valores lógicos e representações de texto dos números em uma referência como parte do cálculo,
utilize a função MÁXIMOA.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas mos-
trarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas para ver
todos os dados.

Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
=MÁXIMO(A2:A6) Maior valor no intervalo A2:A6. 27
=MÁXIMO(A2:A6; 30) Maior valor no intervalo A2:A6 e o valor 30. 30

66
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MÍNIMO (Função MÍNIMO)


Descrição
Retorna o menor número na lista de argumentos.
Sintaxe
MÍNIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função MÍNIMO tem os seguintes argumentos:
Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor MÍNIMO
você deseja saber.
Comentários
Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes ou referências que contenham números.
Os valores lógicos e representações em forma de texto de números digitados diretamente na lista de argumentos são
contados.
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas os números daquela matriz ou referência poderão ser usados.
Células vazias, valores lógicos ou valores de erro na matriz ou referência serão ignorados.
Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO retornará 0.
Os argumentos que são valores de erro ou texto que não podem ser traduzidos em números causam erros.
Se você deseja incluir valores lógicos e representações de texto dos números em uma referência como parte do cálculo,
utilize a função MÍNIMOA.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas
mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas
para ver todos os dados.

Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
=MÍNIMO(A2:A6) O menor dos números no intervalo A2:A6. 2
O menor dos números no intervalo A2:A6 e
=MIN(A2:A6;0) 0
0.

Média
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte
função =MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encon-
trado.

Mesclar células
A mesclagem combina duas ou mais células para criar uma nova célula maior. Essa é uma excelente maneira de criar
um rótulo que se estende por várias colunas. Por exemplo, aqui, as células A1, B1 e C1 foram mescladas para criar o rótulo
“Vendas Mensais” e descrever as informações nas linhas de 2 a 7.

67
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Selecione duas ou mais células adjacentes que você de-


seja mesclar.

IMPORTANTE :  Verifique se os dados que você deseja


agrupar na célula mesclada estão contidos na célula superior
esquerda. Os dados nas outras células mescladas serão ex-
cluídos. Para preservar os dados das outras células, copie-os
em outra parte da planilha antes de fazer a mesclagem.
Clique em Início > Mesclar e Centralizar.

Se o botão Mesclar e Centralizar estiver esmaecido, verifi-


que se você não está editando uma célula e se as células que
você quer mesclar não estão dentro de uma tabela.
DICA :  Para mesclar células sem centralizar, clique na seta DICA : Se não vir um tipo de gráfico que agrade você,
ao lado de Mesclar e Centralizar e clique em Mesclar Atra- clique na guia Todos os Gráficos para ver todos os tipos de
vés ou Mesclar Células. gráfico disponíveis.
Se você mudar de ideia, é possível dividir as células que Quando você encontrar o tipo de gráfico desejado, cli-
foram mescladas. que nele e clique emOK.
Use os botões Elementos do Gráfico, Estilos de Gráfi-
Criar um gráfico no Excel para Windows co e Filtros de Gráficopróximos ao canto superior direito do
Use o comando  Gráficos Recomendados  na guia  Inse- gráfico para adicionar elementos de gráfico como  títulos
rir para criar rapidamente um gráfico ideal para seus dados. de eixo ou rótulos de dados, para personalizar a aparência
Selecione os dados que você deseja incluir no seu gráfico. do seu gráfico ou alterar os dados exibidos no gráfico.
Clique em Inserir > Gráficos Recomendados.

Na guia Gráficos Recomendados, percorra a lista de tipos


de gráficos recomendados pelo Excel para seus dados.
Clique em qualquer tipo de gráfico para ver como os seus
dados aparecem naquele formato. DICAS : 
Use as opções nas guias Design e Formatar para perso-
nalizar a aparência do gráfico.

Se você não vir essas guias, adicione as Ferramentas


de gráfico  à faixa de opções clicando em qualquer lugar
no gráfico.

68
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Criar uma Tabela Dinâmica no Excel para analisar da-


dos da planilha
A capacidade de analisar todos os dados da planilha
pode ajudar você a tomar decisões de negócios melhores.
Porém, às vezes é difícil saber por onde começar, especial-
mente quando há muitos dados. O Excel pode ajudar, reco-
mendando e, em seguida, criando automaticamente Tabelas
Dinâmicas que são um excelente recurso para reSOMAir, ana-
lisar, explorar e apresentar dados. Por exemplo, veja uma lista
simples de despesas: O Excel cria uma Tabela Dinâmica em uma nova planilha e
exibe a Lista de Campos da Tabela Dinâmica.

Siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque
a caixa de seleção para o campo.
Por padrão, campos não numéricos
Adicionar um são adicionados à áreaLinha, as
campo hierarquias de data e hora são
adicionadas à área Coluna e os
campos numéricos são adicionados
à área Valores.
Na área NOME DO CAMPO,
Remover um campo desmarque a caixa de seleção para
o campo.
Arraste o campo de uma área
da Lista de Campos da Tabela
Mover um campo
Dinâmica para outra, por exemplo,
de Colunas para Linhas.
Atualizar a Tabela Na guia Analisar Tabela Dinâmica,
Dinâmica clique em Atualizar.

Criar uma Tabela Dinâmica manualmente


Aqui estão os mesmos dados reSOMAidos em uma Ta-
Se você sabe como organizar seus dados, pode criar uma
bela Dinâmica:
Tabela Dinâmica manualmente.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Tabela
Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os da-
dos que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica.

Criar uma Tabela Dinâmica Recomendada


Se você tiver experiência limitada com Tabelas Dinâmicas
ou não souber como começar, uma Tabela Dinâmica Reco-
mendada é uma boa opção. Quando você usa este recurso,
o Excel determina um layout significativo, combinando os
dados com as áreas mais adequadas da Tabela Dinâmica.
Isso oferece um ponto inicial para experimentos adicionais.
Depois que uma Tabela Dinâmica básica é criada, você pode
explorar orientações diferentes e reorganizar os campos para Na planilha, os seus dados devem estar envolvidos por uma
obter os resultados desejados. linha tracejada. Se não estiverem, clique e arraste para selecionar os
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Tabela dados. Quando você fizer isso, a caixa Tabela/Intervalo será preen-
Dinâmica. chida automaticamente com o intervalo de células selecionado.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os Em Escolher onde deseja que o relatório de tabela dinâmica
dados que serão usados na Tabela Dinâmica. seja colocado, escolha Nova planilha para colocar a Tabela Dinâ-
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica Recomendada. mica em uma nova guia de planilha. Se preferir, clique em Plani-
lha existente e clique na planilha para especificar o local.

69
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

DICA : Para analisar várias tabelas em uma Tabela Dinâmica, marque a caixaAdicionar estes dados ao Modelo de Dados.
Clique em OK.
Na Lista de Campos da Tabela Dinâmica, siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque a caixa de seleção para o campo. Por padrão,
campos não numéricos são adicionados à áreaLinha, as hierarquias de data e
Adicionar um campo
hora são adicionadas à área Colunae os campos numéricos são adicionados à
área Valores.
Remover um campo Na área NOME DO CAMPO, desmarque a caixa de seleção para o campo.
Arraste o campo de uma área da Lista de Campos da Tabela Dinâmica para outra,
Mover um campo
por exemplo, de Colunas para Linhas.
Clique na seta ao lado do campo em Valores > Definições do Campo de Valor e,
na caixa Definições do Campo de Valor, altere o cálculo.

Alterar o cálculo usado em


um campo de valor

Atualizar a Tabela Dinâmica Na guia Analisar Tabela Dinâmica, clique em Atualizar.

Proteger com senha uma pasta de trabalho


O Excel oferece várias maneiras de proteger uma pasta de trabalho. Você pode solicitar uma senha para abri-la, uma
senha para alterar dados e uma senha para alterar a estrutura do arquivo (adicionar, excluir ou ocultar planilhas). Você pode
também definir uma senha no modo de exibição Backstage para criptografar a pasta de trabalho.
Lembre-se, no entanto, de que esse tipo de proteção nem sempre criptografa os seus dados. Isso só é possível com a
senha criptografada criada no modo de exibição Backstage. Os usuários podem ainda usar ferramentas de terceiros para
ler dados não criptografados.
Vamos começar solicitando senhas para abrir um arquivo e alterar dados.
Clique em Arquivo > Salvar como.
Clique em um local, como Computador ou a página da Web Meu Site.
Clique em uma pasta, como Documentos ou uma das pastas no seu OneDrive, ou clique em Procurar.
Na caixa de diálogo Salvar como, vá até a pasta que você quer usar, abra a lista Ferramentas e clique em Opções Gerais.
Insira a sua senha e clique em OK. Insira a mesma senha para confirmar e clique novamente em OK.
OBSERVAÇÃO:  Para remover uma senha, siga as etapas acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em
branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado no Excel.

70
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Você pode digitar uma das duas senhas aqui, uma para Por que minha senha desaparece quando salvo no for-
abrir o arquivo, outra para mudar o arquivo. mato do Excel 97-2003?
Você deseja enviar a sua pasta de trabalho protegida
por senha para outras pessoas, mas eles ainda estão usan-
do o Excel 2003, que salva no formato de arquivo Excel 97-
2003 (*.xls). Você escolhe “Salvar como” usando o formato
97-2003, mas então você descobre que a senha definida na
pasta de trabalho desapareceu.
Isso acontece porque a sua versão do Excel usa um
novo esquema para salvar senhas, e o formato de arquivo
anterior não o reconhece. Como resultado, a senha é des-
cartada ao salvar seu arquivo para o formato do Excel 97-
2003. Defina a senha no arquivo *.xls para proteger a pasta
de trabalho novamente.

Proteger uma planilha com ou sem uma senha no Excel


Consulte as anotações abaixo para mais informações. Para ajudar a proteger seus dados de alterações não in-
Para proteger a estrutura da sua pasta de trabalho, faça isto: tencionais ou intencionais, proteja sua planilha, com ou sem
Clique em Revisar > Proteger Pasta de Trabalho. senha. Ela impede que outras pessoas removam a proteção da
Clique em Estrutura. planilha: a senha deve ser inserida para desproteger a planilha.
Consulte as anotações abaixo para saber mais sobre essa Por padrão, quando você protege uma planilha, o excel
opção e a opçãoWindows. bloqueia todas as células nessa planilha. Antes de proteger
Digite uma senha na caixa Senha. a planilha, desbloqueie quaisquer células que desejar alte-
Clique em OK e redigite a senha para confirmá-la. rar antes de seguir essas etapas.
Clique na guia Revisão e clique em Proteger Planilha.
OBSERVAÇÕES : 
Verifique se a caixa de seleção Proteger a planilha e o
Se você digitar a mesma senha para abrir e alterar a pasta de
conteúdo de células bloqueadas está marcada.
trabalho, os usuários somente precisarão digitar a senha uma vez.
Para usar uma senha, digite-a na caixa Senha para des-
Se você solicitar somente uma senha para alterar a pasta de
proteger a planilha. 
trabalho, os usuários podem abrir uma cópia somente leitura do
Outros usuários podem remover a proteção se você
arquivo, salvá-la com outro nome e alterar seus dados.
não usar uma senha.
Selecionar a opção Estrutura previne outros usuários de
visualizar planilhas ocultas, adicionar, mover, excluir ou ocultar IMPORTANTE :  Anote sua senha e armazene-a em lo-
planilhas e renomear planilhas. cal seguro. Nós sinceramente não podemos ajudar você a
Você pode ignorar a opção Windows. Ela está desabilitada recuperar senhas perdidas.
nessa versão do Excel. Se você digitou uma senha na etapa 3, redigite-a para
Sempre é possível saber quando a estrutura da pasta de confirmá-la.
trabalho está protegida. O botão Proteger Pasta de Traba-
lho acende.

Criptografar a pasta de trabalho com uma senha


No modo de exibição Backstage, você pode definir uma se-
nha para a pasta de trabalho que fornece criptografia.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Pasta de Tra-
balho >Criptografar com Senha.
Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e cli-
que em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e cli-
que em OK.
OBSERVAÇÃO :  Para remover uma senha, siga as etapas
acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em
branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado Marque ou desmarque as caixas de seleção em Permitir
no Excel. que todos os usuários desta planilha possam e clique em OK.

71
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

OBSERVAÇÕES :  Para utilizar uma cor personalizada, clique em Mais Co-


Para remover a proteção da planilha, clique em Revi- res, e em seguida, na caixa de diálogo Cores, selecione a cor
são, clique emDesproteger Planilha e digite a senha, se ne- desejada.
cessário. DICA : Para aplicar a cor selecionada mais recentemente,
Se uma macro não pode executar na planilha protegi- clique em Cor de Preenchimento  . Você também encon-
da, você verá uma mensagem e a macro será interrompida trará até 10 cores personalizadas selecionadas mais recente-
mente em Cores recentes.
Adicionar ou alterar a cor do plano de fundo das Aplicar um padrão ou efeitos de preenchimento.
células Quando você deseja algo mais do que apenas um preen-
É possível realçar dados em células utilizando Cor de chimento de cor sólida, experimente aplicar um padrão ou
preenchimento para adicionar ou alterar a cor do plano de efeitos de preenchimento.
fundo ou padrão das células. Veja como: Selecione a célula ou intervalo de células que deseja for-
Selecione as células que deseja realçar. matar.
DICAS : Para utilizar uma cor de fundo diferente para Clique em Página Inicial > iniciador da caixa de diálo-
a planilha inteira, clique no botão Selecionar Tudo. Isso irá go Formatar Células ou pressione Ctrl + Shift + F.
ocultar as linhas de grade, mas é possível melhorar a legi-
bilidade da planilha exibindo bordas ao redor de todas as
células.

Na guia Preenchimento, em Cor de Fundo, selecione a


cor desejada.
Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de
Preenchimento  .

Em Cores do Tema ou Cores Padrão, selecione a cor


desejada.

Para utilizar um padrão com duas cores, selecione uma


cor na caixa Cor do Padrão e, em seguida, selecione um pa-
drão na caixa Estilo do Padrão.
Para utilizar um padrão com efeitos especiais, clique
em Efeitos de Preenchimento, e, em seguida, selecione as
opções desejadas.
DICA : Na caixa Amostra, é possível visualizar o plano de
fundo, o padrão e os efeitos de preenchimento selecionados.
Remover cores de célula, padrões, ou efeitos de preen-
chimento
Para remover quaisquer cores de fundo, padrões ou efei-
tos de preenchimento das células, basta selecioná-las. Clique
em Página Inicial > seta ao lado de Cor de Preenchimento, e
então selecione Sem Preenchimento.

72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CTRL+C — Copia as células selecionadas.


CTRL+C (seguido por outro CTRL+C) — exibe a Área de
Transferência.
CTRL+D — Usa o comando Preencher Abaixo para co-
piar o conteúdo e o formato da célula mais acima de um
intervalo selecionado nas células abaixo.
CTRL+F — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substituir
com a guia Localizar selecionada.
Imprimir cores de célula, padrões ou efeitos de preen- SHIFT+F5 — Também exibe essa guia, enquanto SHIF-
chimento em cores T+F4 repete a última ação de Localizar.
Se as opções de impressão estiverem definidas CTRL+SHIFT+F — Abre a caixa de diálogo Formatar Cé-
como Preto e branco ouQualidade de rascunho — seja pro- lulas com a guia Fonte selecionada.
positalmente ou porque a pasta de trabalho contém plani- CTRL+G — Exibe a caixa de diálogo Ir para. (F5 também
lhas e gráficos grandes ou complexos que resultaram na ati- exibe essa caixa de diálogo.)
vação automática do modo de rascunho — não será possível CTRL+H — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi-
imprimir as células em cores. Veja aqui como resolver isso: tuir com a guia Substituir selecionada.
Clique em Layout da Página > iniciador da caixa de diá- CTRL+I — Aplica ou remove formatação em itálico.
logo Configurar Página. CTRL+K — Exibe a caixa de diálogo Inserir Hiperlink para
novos hiperlinks ou a caixa de diálogo Editar Hiperlink para
os hiperlinks existentes que estão selecionados.
CTRL+N — Cria uma nova pasta de trabalho em branco
CTRL+O — Exibe a caixa de diálogo Abrir para abrir ou
localizar um arquivo.
CTRL+SHIFT+O — Seleciona todas as células que con-
têm comentários.
Na guia Folha, em Imprimir, desmarque as caixas de se- CTRL+P — Exibe a caixa de diálogo Imprimir.
leção Preto e branco e Qualidade de rascunho. CTRL+SHIFT+P — Abre a caixa de diálogo Formatar Cé-
OBSERVAÇÃO : Se você não visualizar cores em sua pla- lulas com a guia Fonte selecionada.
nilha, talvez esteja trabalho no modo de alto contraste. Se CTRL+R — Usa o comando Preencher à Direita para co-
não visualizar cores ao visualizar antes de imprimir, talvez piar o conteúdo e o formato da célula mais à esquerda de
nenhuma impressora colorida esteja selecionada. um intervalo selecionado nas células à direita.
CTRL+B — Salva o arquivo ativo com seu nome de ar-
Principais atalhos quivo, local e formato atual.
CTRL+Menos (-) — Exibe a caixa de diálogo Excluir para CTRL+T — Exibe a caixa de diálogo Criar Tabela.
excluir as células selecionadas. CTRL+S — Aplica ou remove sublinhado.
CTRL+; — Insere a data atual. CTRL+SHIFT+S — Alterna entre a expansão e a redução
CTRL+` — Alterna entre a exibição dos valores da célula da barra de fórmulas.
e a exibição de fórmulas na planilha. CTRL+V — Insere o conteúdo da Área de Transferência
CTRL+’ — Copia uma fórmula da célula que está acima no ponto de inserção e substitui qualquer seleção. Disponí-
da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas. vel somente depois de ter recortado ou copiado um objeto,
CTRL+1 — Exibe a caixa de diálogo Formatar Células. texto ou conteúdo de célula.
CTRL+2 — Aplica ou remove formatação em negrito. CTRL+ALT+V — Exibe a caixa de diálogo Colar Especial,
CTRL+3 — Aplica ou remove formatação em itálico. disponível somente depois que você recortar ou copiar um
CTRL+4 — Aplica ou remove sublinhado. objeto, textos ou conteúdo de célula em uma planilha ou em
CTRL+5 — Aplica ou remove tachado. outro programa.
CTRL+6 — Alterna entre ocultar objetos, exibir objetos e CTRL+W — Fecha a janela da pasta de trabalho sele-
exibir espaços reservados para objetos. cionada.
CTRL+8 — Exibe ou oculta os símbolos de estrutura de CTRL+X — Recorta as células selecionadas.
tópicos. CTRL+Y — Repete o último comando ou ação, se possível.
CTRL+9 — Oculta as linhas selecionadas. CTRL+Z — Usa o comando Desfazer para reverter o últi-
CTRL+0 — Oculta as colunas selecionadas. mo comando ou excluir a última entrada digitada.
CTRL+A — Seleciona a planilha inteira. Se a planilha CTRL+SHIFT+Z — Usa o comando Desfazer ou Refazer
contiver dados, este comando seleciona a região atual. Pres- para reverter ou restaurar a correção automática quando
sionar CTRL+A novamente seleciona a região atual e suas li- Marcas Inteligentes de AutoCorreção são exibidas.
nhas de reSOMAo. Pressionar CTRL+A novamente seleciona CTRL+SHIFT+( — Exibe novamente as linhas ocultas
a planilha inteira. dentro da seleção.
CTRL+SHIFT+A — Insere os nomes e os parênteses do CTRL+SHIFT+) — Exibe novamente as colunas ocultas
argumento quando o ponto de inserção está à direita de um dentro da seleção.
nome de função em uma fórmula. CTRL+SHIFT+& — Aplica o contorno às células sele-
CTRL+N — Aplica ou remove formatação em negrito. cionadas.

73
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CTRL+SHIFT+_ — Remove o contorno das células selecionadas.


CTRL+SHIFT+~ — Aplica o formato de número Geral.
CTRL+SHIFT+$ — Aplica o formato Moeda com duas casas decimais (números negativos entre parênteses)
CTRL+SHIFT+% — Aplica o formato Porcentagem sem casas decimais.
CTRL+SHIFT+^ — Aplica o formato de número Exponencial com duas casas decimais.
CTRL+SHIFT+# — Aplica o formato Data com dia, mês e ano.
CTRL+SHIFT+@ — Aplica o formato Hora com a hora e os minutos, AM ou PM.
CTRL+SHIFT+! — Aplica o formato Número com duas casas decimais, separador de milhar e sinal de menos (-) para valores
negativos.
CTRL+SHIFT+* — Seleciona a região atual em torno da célula ativa (a área de dados circunscrita por linhas e colunas vazias).
CTRL+SHIFT+: — Insere a hora atual.
CTRL+SHIFT+” –Copia o valor da célula que está acima da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas.
CTRL+SHIFT+Mais (+) — Exibe a caixa de diálogo Inserir para inserir células em branco.

Fórmulas básicas
As primeiras fórmulas aprendidas na escola são as de adição, subtração, multiplicação e divisão. No Excel não é diferente.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Para aplicar a fórmula de =SOMA(A1;A2).
soma você precisa, apenas, Dica: Sempre separe a
selecionar as células indicação das células
que estarão envolvidas com ponto e vírgula (;).
Adição =SOMA(célulaX;célula Y) na adição, incluindo a Dessa forma, mesmo
sequência no campo as que estiverem em
superior do programa localizações distantes
junto com o símbolo de serão consideradas na
igual (=) adição
Segue a mesma lógica da
adição, mas dessa vez você
usa o sinal correspondente
Subtração =(célulaX-célulaY) a conta que será feita (-) no =(A1-A2)
lugar do ponto e vírgula (;),
e retira a palavra “soma” da
função
Use o asterisco (*) para
Multiplicação = (célulaX*célulaY) indicar o símbolo de = (A1*A2)
multiplicação
A divisão se dá com a
barra de divisão (/) entre as
Divisão =(célulaX/célulaY) =(A1/A2)
células e sem palavra antes
da função

Fórmulas bastante requisitadas


Outros algoritmos que são bastante importantes nas planilhas são aqueles que mostram valores de média, máxima e mínimo.
Mas para usar essas funções, você precisa estabelecer um grupo de células.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Você deve usar a palavra
“media” antes das células
indicadas, que são sempre
Média =MEDIA(célula X:célulaY) =MEDIA(A1:A10)
separadas por dois pontos (:) e
representam o grupo total que
você precisa calcular
Segue a mesma lógica, mas usa
Máxima =MAX(célula X:célulaY) =MAX(A1:A10)
a palavra “max”
Dessa vez, use a expressão
Mínima =MIN(célula X:célulaY) =MIN(A1:A10)
“min”

74
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função Se Adicionar cor e design aos meus slides com temas


Essa função trata das condições de valores solicitados. Você não é um designer profissional, mas você quiser
Para que entenda, se você trabalhar em uma loja que pre- sua apresentação pareça que você está. “Temas” tudo o que
cisa saber se os produtos ainda estão no estoque ou pre- fazer para você — você apenas escolha um e crie!
cisam de mais unidades, essa é uma excelente ferramenta. Quando você abre o PowerPoint, vê os designs de slide co-
Veja por que: loridos internos (ou ‘temas’) que pode aplicar às apresentações.
Escolher um tema quando você abre o PowerPoint
Escolha um tema.
Cálculo Fórmula Exemplo

=se(B1<=0 ; “a ser envia-


do” ; “no estoque”)
Essa linguagem diz ao
Excel que se o conteúdo
=se(célulaX<=0 da célula B1 é menor ou
Função ; “O que precisa igual a zero ele deve exibir
Se saber 1” ; “o que a mensagem “a ser envia-
precisa saber 2”) do” na célula que contem
a fórmula. Caso o conteú- DICA : Esses temas internos são ótimos para widescreen
do seja maior que zero, a (16:9) e apresentações de tela padrão (4:3).
Escolha uma variação de cor e clique em Criar.
mensagem que aparecerá
é “no estoque”

*Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/informati-
ca/artigos/71948/23-formulas-e-atalhos-que-vao-facilitar-
sua-vida-no-excel#ixzz48neY9XBW

MS POWERPOINT2

As apresentações do PowerPoint funcionam como


apresentações de slide. Para transmitir uma mensagem ou
uma história, você a divide em slides. Considere cada slide
com uma tela em branco para as imagens, palavras e for- Alterar o tema ou variação da sua apresentação
mas que ajudarão a criar sua história. Se você mudar de ideia, poderá sempre alterar o tema ou
Escolha um tema variação na guia Design.
Ao abrir o PowerPoint, você verá alguns modelos e te- Na guia Design, escolha um tema com as cores, as fontes
mas internos. Um tema é um design de slide que contém e os efeitos desejados.
correspondências de cores, fontes e efeitos especiais como DICA : Para visualizar a aparência que o slide terá com
sombras, reflexos, dentre outros recursos. um tema aplicado, coloque o ponteiro do mouse sobre a mi-
Escolher um tema. niatura de cada tema.
Clique em Criar ou selecione uma variação de cor e Para aplicar uma variação de cor diferente a um tema
clique em Criar. específico, no grupo Variantes, selecione uma variante.
O grupo de variantes aparece à direita do grupo temas e
as opções variam dependendo do tema que você selecionou.

2 Fonte: https://support.office.com/pt-br/powerpoint

75
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

OBSERVAÇÃO : Se você não vir quaisquer variantes, pode Na galeria de layouts, clique no layout desejado para o
ser porque você está usando um tema personalizado, um tema seu novo slide. Cada opção na galeria é um layout de slide
mais antigo projetado para versões anteriores do PowerPoint, diferente que pode conter espaços reservados para texto,
ou porque você importou alguns slides de outra apresentação vídeos, fotos, gráficos, formas, clip-art, uma tela de fundo e
com um tema personalizado ou mais antigo. formatação de temas, como cores, fontes e efeitos. 
Criar e salvar um tema personalizado Seu novo slide é inserido, e você pode clicar dentro de
Você pode criar um tema personalizado modificando um um espaço reservado para começar a adicionar conteúdo.
tema existente ou começar do zero com uma apresentação
em branco. Reorganizar a ordem dos slides
Clique primeiro slide e, em seguida, na guia Design, clique No painel à esquerda, clique na miniatura do slide que
na seta para baixo no grupo variantes. deseja mover e então arraste-o para o novo local.
Clique em cores, fontes, efeitos ou Estilos de plano de fun-
do e escolha uma das opções internas ou personalizar o seu
próprio.
Quando terminar de personalizar estilos, clique na seta
para baixo no grupo temas e clique em Salvar tema atual.
Dê um nome para seu tema e clique em Salvar. Por pa-
drão, ele é salvar com seus outros temas do PowerPoint e esta-
rá disponível no grupo temas em um cabeçalho personalizado

Adicionar um novo slide


Na guia Exibir, clique em Normal.

No painel de miniaturas de slides à esquerda, clique no


slide depois do qual deseja adicionar o novo slide.
Na guia Início, clique em Novo Slide.

DICA : Para selecionar vários slides, pressione e mantenha


pressionada a tecla CTRL enquanto clica em cada slide que
deseja mover e arraste-os como um grupo para o novo local.

Excluir um slide
No painel à esquerda, clique com o botão direito do
mouse na miniatura de slide que você deseja excluir (mante-
nha pressionada a tecla CTRL para selecionar vários slides) e
então clique em Excluir Slide.

76
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Adicionar texto
Selecione um espaço reservado para texto e comece
a digitar.

Formatar seu texto


Selecione o texto.
Em Ferramentas de desenho, escolha Formatar.

Siga um destes procedimentos:


Salvar a sua apresentação Para alterar a cor de seu texto, escolha Preenchimento
Na guia Arquivo, escolha Salvar. de Texto e escolha uma cor.
Selecionar ou navegar até uma pasta. Para alterar a cor do contorno de seu texto, esco-
Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a lha Contorno do Texto e, em seguida, escolha uma cor.
apresentação e escolha Salvar. Para aplicar uma sombra, reflexo, brilho, bisel, rotação
OBSERVAÇÃO : Se você salvar arquivos com frequência 3D, uma transformação, escolha Efeitos de Texto e, em se-
em uma determinada pasta, você pode ‘fixar’ o caminho guida, escolha o efeito desejado.
para que ele fique sempre disponível (conforme mostrado
abaixo). Adicionar imagens
Na guia Inserir, siga um destes procedimentos:
Para inserir uma imagem que está salva em sua unida-
de local ou em um servidor interno, escolha Imagens, pro-
cure a imagem e escolha Inserir.
Para inserir uma imagem da Web, escolha Imagens On-
line e use a caixa de pesquisa para localizar uma imagem.

DICA :  Salve o trabalho à medida que o fizer. Pressio-


ne CTRL + S com frequência. Escolha uma imagem e clique em Inserir.
Adicionar anotações do orador
Os slides ficam melhores quando você não insere in-
formações em excesso. Você pode colocar fatos úteis e
anotações nas anotações do orador e consultá-los durante
a apresentação.

77
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para abrir o painel de anotações, na parte inferior da janela, clique em Anotações  .


Clique no painel de Anotações abaixo do slide e comece a digitar suas anotações.

Fazer sua apresentação


Na guia Apresentação de Slides, siga um destes procedimentos:
Para iniciar a apresentação no primeiro slide, no grupo Iniciar Apresentação de Slides, clique em Do Começo.

Se você não estiver no primeiro slide e desejar começar do ponto onde está, clique em Do Slide Atual.
Se você precisar fazer uma apresentação para pessoas que não estão no local onde você está, clique em Apresentar
Online para configurar uma apresentação pela Web e escolher uma das seguintes opções:
Apresentar-se online usando o Office Presentation Service
Iniciar uma apresentação online no PowerPoint usando o Skype for Business

Sair da exibição Apresentação de Slides


Para sair da exibição de Apresentação de Slides a qualquer momento, pressione a tecla Esc do teclado.

O que é um layout de slide?


Cada layout de slide contém espaços reservados para texto, vídeos, fotos, gráficos, formas, clip-art, um plano de fundo
e muito mais, contendo também a formatação, como cores de tema, fontes e efeitos para esses objetos.
Cada tema (paleta de cores, fontes e efeitos especiais) que você usa em sua apresentação inclui um slide mestre e um
conjunto de layouts relacionados. Se usar mais de um tema na apresentação, você terá mais de um slide mestre e vários
conjuntos de layouts.
Você alterar os layouts de slide que são criados para o PowerPoint no modo de exibição de Slide mestre. A imagem
abaixo mostra o slide mestre e dois dos dez layouts do tema base no modo de exibição de Slide mestre.

78
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O que é um slide mestre?


Slides mestres foram projetados para ajudá-lo a criar
apresentações com ótima aparência em menos tempo,
sem muito esforço. Quando desejar que todos os slides
para conter as mesmas fontes e imagens (como logotipos),
você poderá fazer essas alterações no Slide mestre e elas
vai ser aplicadas a todos os slides.

Em seguida, ao incluir conteúdo nos slides, você pode


escolher os layouts de slide mais adequados ao conteúdo, Para acessar o modo de exibição de Slide mestre, na
como mostrado aqui no Modo de Exibição Normal. guia Exibição, localizamos o bloco Modos de Exibição Mestre.

Os layouts de slide relacionados aparecem logo abaixo


do slide mestre.

O diagrama a seguir mostra as várias partes de um la-


yout que você pode incluir em um slide do PowerPoint.

Quando você edita o slide mestre, todos os slides que


seguem aquele mestre conterá essas alterações. No entan-
to, a maioria das alterações feitas serão provavelmente ser
os layouts de slide relacionada ao mestre.
Quando fizer alterações em layouts e o slide mestre
no modo de exibição de Slide mestre, outras pessoas que
trabalham na sua apresentação (no modo de exibição Nor-
mal) não podem excluir acidentalmente ou editar que você
já fez.

79
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Dica final: é recomendável editar o slide mestre e os layouts antes de começar a criar os slides individuais. Dessa ma-
neira, todos os slides adicionados à sua apresentação se basearão em suas edições personalizadas. Se você editar o slide
mestre ou os layouts após criar cada slide, precisará aplicar novamente os layouts alterados aos slides da apresentação no
modo de exibição Normal. Caso contrário, as alterações não aparecerão nos slides.

Temas
Um tema é uma paleta de cores, fontes e efeitos especiais (como sombras, reflexos, efeitos 3D e muito mais) que com-
plementar uns com os outros. Um designer competente criado cada tema no PowerPoint. Podemos disponibilizar esses
temas predefinidos na guia Design na exibição Normal.
Todos os temas usados em sua apresentação incluem um slide mestre e um conjunto de layouts relacionados. Se você
usar mais de um tema na apresentação, terá mais de um slide mestre e vários conjuntos de layouts.

Layouts de Slide

Altere e gerenciar layouts de slide no modo de exibição de Slide mestre. Para acessar o modo de exibição de Slide mes-
tre, na guia Exibir, selecione Mestre de lado. Os layouts estão localizados embaixo do slide mestre no painel de miniatura
no lado esquerdo da tela.

Cada tema tem um número diferente de layouts. Você provavelmente não usar todos os layouts fornecidos com um
tema específico, mas escolher os layouts que melhor correspondem conteúdo do slide.

80
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No modo de exibição Normal, você aplicará os layouts Você pode alterar nada sobre um layout para atender
aos slides (mostrado abaixo). às suas necessidades. Quando você altera um layout e vá
para Normal visualização, todos os slides que você adi-
ciona depois que será baseado neste layout e refletirão a
aparência alterada de layout. No entanto, se houver slides
existentes na sua apresentação que se baseiam a versão
antiga do layout, você precisará reaplicar o layout para es-
ses slides.

Aplicar ou alterar um layout de slide


Todos os temas no PowerPoint incluem um slide mes-
tre e um conjunto de layouts de slide. O layout de slide que
você escolher dependerá da cor, tipos de letra e como você
quer que o texto e outro conteúdo sejam organizados nos
slides. Se os layouts predefinidos não funcionarem, você
poderá alterá-los.
Aplicar um layout de slide no Modo de Exibição Normal
Escolha um layout predefinido que coincida com o ar-
Cada layout de slide é configurada de forma diferente ranjo do texto e outros espaços reservados de objeto que
— com tipos diferentes de espaços reservados em locais você planeja incluir no slide.
diferentes em cada layout. Na guia Exibição, clique em Normal.
Cada slide mestre tem um layout de slide relacionados No Modo de Exibição Normal, no painel de miniaturas
chamado Layout de Slide de título, e cada tema organiza à esquerda, clique no slide ao qual você deseja aplicar um
o texto e outros espaços reservados de objeto para que o layout.
layout diferente, com efeitos, fontes e cores diferentes. A Na guia Página Inicial, clique em Layout e selecione o
imagem abaixo mostra primeiro, a versão do tema base do layout desejado.
layout chamado Layout do Slide de título. E para compa-
rá-lo, o layout de slide abaixo dele é o Layout de Slide de
título do tema Integral.

Alterar um layout de slide no Modo de Exibição de Sli-


de Mestre
Se você não encontrar um layout de slide que funcio-
ne com o texto e outros objetos que você planeja incluir
nos slides, altere um layout no Modo de Exibição de Slide
Mestre.
Na guia Exibição, clique em Normal.
No Modo de Exibição de Slide Mestre, no painel de
miniaturas à esquerda, clique em um layout de slide que
você deseja alterar.

81
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na guia Design, clique em Tamanho do Slide e selecio-


ne uma opção.

Alterar a orientação, clique em Tamanho do Slide per-


sonalizado e, em seguida, selecione na orientação desejada
em orientação.

Na guia Slide Mestre, para alterar o layout, execute um


ou mais dos seguintes procedimentos:
Para adicionar um espaço reservado, clique em Inserir
Espaço Reservado e, em seguida, escolha um tipo de espa-
ço reservado na lista.
Para reorganizar um espaço reservado, clique na borda
do espaço reservado até ver uma seta de quatro pontas e
arraste o espaço reservado para o novo local no slide. Para criar um tamanho de slide personalizado, clique
Para excluir um espaço reservado, selecione-o e, em em Tamanho do Slide personalizado e selecione tela, lar-
seguida, pressione Delete no teclado. gura e altura opções no lado esquerdo da caixa de diálo-
Para adicionar um novo layout, clique em Inserir La- go Tamanho do Slide.
yout.
Para renomear um layout, no painel de miniaturas à Adicione espaços reservados para slide layouts para
esquerda, clique com o botão direito do mouse layout que conter texto, imagens, vídeos, etc.
você deseja renomear, clique em Renomear Layout, digite Espaços reservados são caixas com bordas pontilhadas
o novo nome do layout e clique em Renomear. que armazenam conteúdo em seu lugar em um layout de
slide. Você pode adicionar um espaço reservado para um
IMPORTANTE: Se você alterar um layout que você usou
layout de slide para conter conteúdo, como texto, imagens,
em sua apresentação, ir para o modo de exibição Normal
tabelas, gráficos, SmartArt gráficos, clip-art, vídeos e muito
e reaplicar o novo layout para esses slides se desejar obter
mais.
suas alterações. Por exemplo, se você alterar o layout de
IMPORTANTE : Só podem ser adicionados a espaços
slide de demonstração, os slides da sua apresentação usan- reservados em layouts, slides não individuais em uma apre-
do o layout de demonstração mantêm a aparência original, sentação de slides.
se você não aplicar o layout revisado para cada uma delas. Na guia Exibir, clique em Slide Mestre.
Alterar a orientação dos slides No painel de miniaturas esquerdo, clique no layout de
Você pode alterar a orientação de todos os slides pa- slide ao qual você deseja adicionar um ou mais espaços
drão, widescreen ou um tamanho personalizado, e você reservados.
pode especificar a orientação retrato ou paisagem de slides A seguir é mostrado o layout de slide Título e Conteú-
e anotações. do, que contém um espaço reservado para o título e outro
para qualquer tipo de conteúdo:

82
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Você pode alterar um espaço reservado para redimensio-


ná-lo, reposicione, ou alterando a fonte, o tamanho, o caso, a
cor ou o espaçamento do texto dentro dele. Você também pode
excluir um espaço reservado de um layout de slide ou um slide
individual selecionando-a e pressionando Delete.

Atalhos usados com frequência


A tabela a seguir relaciona os atalhos mais usados no Po-
werPoint.
Para Pressione
Aplicar negrito ao texto
Ctrl+B
selecionado.
Altere o tamanho
ALT + C, F e, em
da fonte do texto
seguida, S
selecionado.
Na guia Slide Mestre, clique em Inserir Espaço Reserva-
do e, em seguida, clique no tipo de espaço reservado que Altere o zoom do slide. ALT + W, P
você deseja adicionar. Recorte o texto
selecionado, objeto ou Ctrl+X
slide.
Copie o texto
selecionado, objeto ou Ctrl+C
slide.
Colar recortado ou
copiado texto, objetos Ctrl+V
ou slide.
Desfazer a última ação. Ctrl+Z
Salve a apresentação. Ctrl+B
Inserir uma imagem. ALT + N, P
Inserir uma forma. ALT + H, S e H
Selecione um tema. ALT + G, H
Selecione um layout de
ALT + H, L
slide.
Ir para o próximo slide. Page Down
Vá para o slide anterior. Page Up
Vá para a guia página
Alt+C
inicial.
Mover para a guia
ALT+T
Inserir.
Inicie a apresentação de
ALT + S, B
slides.
Painel com scorecard
Encerre a apresentação
e mapa estratégico;
de slides.
Clique em um local no layout de slide e arraste para perguntas
desenhar o espaço reservado. Você pode adicionar quan- Feche o PowerPoint. ALT + F, X
tos espaços reservados como desejar.
Quando terminar, na guia Slide mestre, clique em Fe-
char modo de exibição mestre.
Siga um destes procedimentos:
Para reaplicar o layout alterado recentemente a um
slide existente, na lista de miniaturas de slide, selecione o
slide e, em seguida, na guia página inicial, clique em La-
yout e, em seguida, selecione o layout revisado.
Para adicionar um novo slide que contém o layout (com
os recém-adicionado espaços reservados), na guia página
inicial, clique em Novo Slide e, em seguida, selecione o la-
yout revisado do slide.

83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

WAN (Wide Area Network – Rede de Área Extensa).


REDES DE COMPUTADORES (CONCEITOS Com o advento das novas tecnologias de redes wire-
less (sem fio), novas classificações foram adotadas:
BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E WPAN (Wireless Personal Area Network – Rede sem Fio
PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET, de Área Pessoal),
VPN, VOIP, GRUPOS DE DISCUSSÃO, REDES WLAN (Wireless Local Area Network – Rede sem Fio de
SOCIAIS, COMPUTAÇÃO NA NUVEM, Área Local),
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO, DEEP WEB, WMAN (Wireless Metropolitan Area Network – Rede
DARK WEB, CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO sem Fio de Área Metropolitana) e
E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, WWAN (Wireless Wide Area Network – Rede sem Fio
ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS); de Área Extensa).
Elas possuem características, como: distâncias médias
(áreas que atingem), taxas de transferência, taxas de erro,
atrasos (delay), protocolos e equipamentos utilizados. Ve-
REDES DE COMPUTADORES jamos cada uma delas:
A fusão dos computadores e das comunicações e tele-
comunicações influenciaram diretamente na forma como a) LAN – rede local. Este tipo de rede alcança distância
os computadores são atualmente organizados. O modelo de algumas centenas de metros, abrangendo instalações
de um único computador realizando todas as tarefas re- em escritórios, residências, prédios comerciais e industriais.
Sua principal característica são as altas taxas de transmis-
queridas não existe mais e está sendo substituído pelas
são, que atualmente chegam a 10 Gbps (porém, devido ao
redes de computadores, nas quais os trabalhos são realiza-
custo, ainda prevalecem as redes com taxas de transmissão
dos por vários computadores separados, interconectados
de 100 Mbps a 1 Gpbs).
por alguma via de comunicação. A Figura abaixo mostra uma rede LAN com interliga-
Pinheiro (2003, p. 2) assim descreve o objetivo de uma rede: ção a uma rede wireless para os portáteis (notebooks). A
Independente do tamanho e do grau de complexida- rede tem dois servidores. O seu roteador (router) interliga a
de, o objetivo básico de uma rede é garantir que todos os rede LAN propriamente dita (representada pelo microcom-
recursos disponíveis sejam compartilhados rapidamente, putador e multifuncional – impressora, scanner e fax) com
com segurança e de forma confiável. Para tanto, uma rede a internet e com o ponto de acesso (que permite o acesso
de computadores deve possuir regras básicas e mecanis- sem fio). A Figura exemplifica também uma rede WLAN,
mos capazes de garantir o transporte seguro das informa- já que o acesso sem fio pode ser caracterizado como uma
ções entre os elementos constituintes. rede WLAN. Neste tipo de rede as taxas de transmissão e
Protocolos: São regras de padronização de procedi- as distâncias são menores e as taxas de erro, maiores.
mentos de modo que haja uma comunicação eficaz entre
emissor e receptor. Por exemplo, ao conversar com uma
pessoa usando a língua inglesa, é necessário que a outra
pessoa compreenda a mesma língua. Assim, você estabe-
lece que seu protocolo de comunicação verbal seja a lín-
gua inglesa. Todos os computadores se comunicam entre
si através de protocolos.
Uma rede de computadores vai muito além de uma
simples conexão de cabos e placas. Há necessidade de uma
série de protocolos para regular a comunicação entre to-
dos os níveis, desde o programa que está sendo utilizado
até o tipo de cabo instalado.
a) as redes surgiram para que os computadores trocas-
sem informações entre si. Liste alguns benefícios diretos
que os usuários tiveram com esta tecnologia.
b) No uso comercial, informe quais as vantagens que as em-
presas tiram do uso de redes em seus ambientes de trabalho.
No caso de redes domésticas, os exemplos mais típicos
são as redes ADSL, que normalmente possuem denomina-
Classificação das redes ções comerciais como VELOX e SPEED.
As redes de computadores são classificadas de acordo
com a dimensão geográfica que ocupam e todas elas são b) MAN – rede metropolitana. Abrange uma região
concebidas de forma que possam se comunicar com outras com dimensões bem maiores do que a das redes LAN, nor-
redes. Assim, as redes podem ser classificadas em: malmente um campus de uma universidade, a instalação de
LAN (Local Area Network – Rede de Área Local), uma fábrica e seus escritórios, ou até uma cidade inteira.
MAN (Metropolitan Area Network – Rede de Área Me- Suas taxas de transmissão são inferiores e apresentam taxas
tropolitana) e de erros mais elevadas quando comparadas às redes LAN.

84
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na Figura abaixo podemos observar a interligação de A Figura abaixo apresenta de forma gráfica as dimen-
vários subsistemas locais por meio de uma rede MAN. TV sões geográficas abrangidas pela classificação adotada.
a cabo, redes locais (LAN) e sistemas públicos de telefonia As elipses estão uma dentro da outra, pois, normalmente,
são todos ligados por um enlace que pertence a uma rede uma rede MAN abrange várias LAN, assim como uma WAN
metropolitana. pode abranger várias MAN. Apesar de não aparecer escrito
A oferta de redes MAN é justificada pela necessidade no diagrama, estão subentendidas as tecnologias de rede
que as empresas têm de se comunicar com localidades dis- sem fio de cada classificação, WLAN, WMAN e WWAN.
tantes. São as operadoras de telefonia que normalmente Onde você colocaria as WPAN?
oferecem infraestrutura para este tipo de rede, cujo exem-
plo pode ser a comunicação entre matriz e filiais.
Algumas cidades do interior do Brasil apresentam este
tipo de ligação. Você também deve ter visto na TV que a
praia de Copacabana oferece acesso para conexão wireless
à internet. Esses exemplos tanto podem apresentar redes
com ligação via cabo de fibra óptica combinada com vários
pontos de acesso wireless (que é o que ocorre também
em várias redes LAN – aeroportos, por exemplo), quanto
acesso WiMAX. A Figura apresenta um exemplo de uma
rede metropolitana. A Tabela destaca as características de cada tipo dentro
da classificação adotada.

De acordo com a Tabela 1.1, as taxas de transmissão são


medidas em unidades como Mbps (1 Mbps = 1.000.000 de
bits por segundo) e Gbps (1 Gbps = 1.000.000.000 de bits
por segundo, ou 1.000 Mbps).
Não existe um número preciso que quantifique a taxa
de transmissão de uma rede nem suas dimensões, prin-
c) WAN – é o conceito de rede extensa. Este tipo de cipalmente as MANs e WANs. São apenas valores aproxi-
rede tem dimensões geográficas imensuráveis. Isto quer mados. Além disso, a todo instante surge uma tecnologia
dizer que ela pode interligar todos os continentes, países nova tomando o lugar de outra obsoleta, melhorando as
e regiões extensas utilizando enlaces mais extensos, como taxas e aumentando as distâncias.
satélites ou cabos (submarinos ou terrestres). Tem baixas a) Defina com suas próprias palavras o conceito de “úl-
taxas de transmissão e altas taxas de erros. É normalmente tima milha”.
utilizada para interligar redes MAN ou WMAN. O principal Você tem, ou conhece, alguém que tenha um celular
exemplo desta rede é a internet, que interliga computado- ou câmera fotográfica que se conecte com computador ou
res do mundo inteiro. O conceito de WWAN surgiu devido TV, via cabo ou wireless? Discuta com um colega a tec-
à necessidade de interligar redes com enlaces sem fio a nologia envolvida nisto. Use necessariamente as palavras
grandes distâncias. As redes de celulares podem ser consi- protocolo e padronização.
deradas exemplos de WWAN. No Fórum, inicie uma discussão e pesquise na internet
as cidades que oferecem acesso gratuito wireless aos seus
d) WPAN – um novo conceito em redes sem fio são as habitantes. Procure indicar que tipos de rede elas são.
WPAN. Como indica o P da sigla, essas são as redes pes- Topologias de rede
soais. A tecnologia de comunicação das pessoas com os Quando falamos das classificações de redes, destaca-
equipamentos evoluiu de modo a exigir uma padroniza- mos principalmente sua extensão geográfica, não levando
ção e a criação de uma nova tecnologia. Essa padroniza- em conta a forma como elas se interconectam.
ção possibilita ao usuário adquirir dispositivos de marcas Os equipamentos ligados em rede, para trocar infor-
diferentes, que se comunicam entre si. A tecnologia mais mações entre si, necessitam que algum meio físico os co-
comum para WPAN é o Bluetooth, muito utilizada para tro- necte, um cabo de algum material ou o próprio ar, no caso
ca de arquivos entre dispositivos móveis, como celulares e de redes sem fio. Daí surge o conceito de topologia de
notebooks. Outro exemplo é o IR (InfraRed – Infraverme- rede, cuja classificação abrange, basicamente: barramento,
lho), que também pode ser considerado uma WPAN. em estrela e em anel.

85
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a) Topologia em barramento – nesta topologia existe Nós


um cabo coaxia atravessando toda a extensão da rede e in- É um termo que designa qualquer equipamento que
terligando todos os computadores (ver exemplo na Figura esteja ligado diretamente a uma rede, seja ela LAN, MAN
abaixo). Foi largamente utilizada nas redes LAN. Permitia ou WAN. Um computador ou uma impressora podem ser
atingir taxas de 10 Mbps. Os modelos de rede LAN que te- um “nó” de uma rede LAN; um celular pode ser um “nó” de
mos hoje evoluíram a partir dessa tecnologia, na qual pre- uma rede WAN.
domina uma arquitetura de rede chamada Ethernet. Essa
topologia caiu em desuso e o motivo para que isso tenha
ocorrido veremos no decorrer do curso.

Figura 1.5: Topologia física em barramento

O exemplo da Figura acima é bastante simples, servin-


do apenas para demonstrar o conceito. Entretanto, pode-
mos observar todas as estações interconectadas por um
barramento. Tecnicamente falando, existe uma série de
Observe, na Figura acima, que há no centro um apare-
conectores específicos para interligar cada computador ao
lho concentrador (hub ou switch) que interconecta todos
barramento.
os cabos que vêm dos computadores (nós). Ainda há uma
Do ponto de vista do desempenho, as redes com essa saída de um cabo cujo destino ou origem não estão defini-
topologia eram muito instáveis, pois qualquer defeito em dos na Figura; ele pode estar ligado a algum outro tipo de
algum conector ou em alguma parte do cabo fazia com concentrador, como, por exemplo, um roteador que oferece
que toda a rede parasse. conexão com a internet ou outro switch, criando outra rede
com mais computadores interligados.
b) Topologia em estrela – é a evolução da topologia em
barramento e a mais utilizada atualmente para as redes lo- c) Topologia em anel – esse modelo apresenta a ligação
cais. O nome estrela se deve ao fato de existir um concen- de vários nós da rede em círculo, formando, como o próprio
trador na rede (ver Figura 1.6), onde se conectam todos os nome diz, um anel (ver Figura abaixo). Essas redes possuíam
cabos provenientes dos “nós” da rede. Esses equipamentos caminhos duplos para a comunicação entre as estações. Isso
concentradores são atualmente denominados hubs e swit- era um tanto complicado, tendo em vista que as instalações
ches. O cabeamento também evoluiu, passando do coaxial requeriam várias conexões físicas que poderiam facilmen-
ao par trançado. Quase todas as redes locais instaladas te apresentar problema. Da mesma forma que a topologia
atualmente utilizam esta topologia devido às facilidades em barramento deu lugar à em estrela, a topologia em anel
e taxas de transmissão que ela oferece. Atualmente, com também cedeu seu lugar a novas tendências topológicas.
o cabeamento par trançado, esta topologia pode atingir
taxas de até 10 Gbps; entretanto, para projetos de redes
maiores, é desejável o uso de fibras ópticas devido a sua
confiabilidade.

Cabo coaxial
Um tipo de cabo grosso e rígido (o mesmo que usamos
na maioria de nossas TVs a cabo). São formados por um
núcleo de cobre e por uma malha de metal que o envolve
para absorver as interferências externas. Foram usados nas
primeiras redes locais. Pela sua natureza (grosso, pesado e
pouco maleável) não são mais usados em redes locais.

86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Esta rede possui uma característica interessante, que é a A Figura abaixo demonstra o uso desses protocolos por
recuperação de falhas, pois a comunicação entre os nós da dois usuários navegando na internet (usando HTTP) e por
rede pode ser feita no sentido horário ou anti-horário. Isso se outro remetendo um e-mail: nesse caso o e-mail fica arma-
deve a uma configuração automática realizada na instalação. zenado em um servidor até que o destinatário o leia e jogue
Essas redes se tornaram, entretanto, inviáveis devido à difi- no lixo. A internet está representada pelo globo terrestre.
culdade de inserção de novos nós na rede, à quantidade de
falhas e ao seu custo. Atualmente, as topologias estão fundi-
das, formando o que chamamos de topologias mistas, com
grande predominância da em estrela. Observe como exem-
plo a Figura abaixo.

Na Figura acima há uma mistura de topologia em anel Esses dois protocolos são apenas exemplos de vários
(ligação central) com em estrela (nas extremidades). Como outros que são utilizados nas redes, cuja comunicação
há uma ligação dupla entre os dois concentradores, a ten- foi dividida em camadas. Em cada camada existem vários
dência é utilizar apenas uma via para transmissão entre as protocolos, cada qual com sua função. Por exemplo, os dois
protocolos citados, SMTP e HTTP, fazem parte da cama-
redes, deixando a outra como reserva. Isso é possível graças
da de aplicação. O nome é bem sugestivo, já que se trata
à evolução dos equipamentos, que permitem que as redes
de uma aplicação (programa) que o usuário está usando,
funcionem mesmo em condições de falhas, tornando mais
como Internet Explorer, Outlook Express, Gmail, Hotmail,
eficiente a organização, que não precisa parar para que seja
Opera. Vamos ver a seguir esse modelo em camadas.
feita a manutenção. Tais equipamentos são utilizados mais
por empresas do que por usuários domésticos, pois os cus-
Camadas do modelo OSI
tos de aquisição e manutenção desses aparelhos são mais ISO é uma organização para definição de padrões de
elevados. arquiteturas abertas. O modelo de referência OSI foi cria-
do pela ISO, sendo um modelo teórico que os fabricantes
Modelo de referência OSI devem seguir para que sistemas diferentes possam trocar
Para que a interconexão de sistemas de computadores informações. Foram adotadas sete camadas (Figura abaixo):
chegasse a acontecer com fabricantes diferentes, foi neces- Aplicação, Apresentação, Sessão, Transporte, Rede, Enlace
sário estabelecer uma padronização para as redes. Surgiu de Dados e Física.
então o modelo RM-OSI (Reference Model – Open System Os dados passam pelas camadas
Interconnection – Modelo de Referência – Interconexão de
Sistemas Abertos). Esse modelo baseia-se em uma proposta
desenvolvida pela ISO (International Organization for Stan-
dardization – Organização Internacional para Padronização).
Um exemplo simples de como as tecnologias funcionam
agora pode ser visto na navegação na internet. Você, como
usuário pode utilizar navegadores (browsers) de fabricantes
diferentes, como o Internet Explorer, Mozilla Firefox, Opera,
Chrome ou outro de sua preferência. Ou ainda pode utili-
zá-los em sistemas operacionais diferentes, como Windows
ou Linux. Ainda assim, você consegue navegar sem proble-
mas. Isso se deve a uma padronização do protocolo HTTP
(Hypertex Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de
Hipertexto).
Outro exemplo são os e-mails. Você pode utilizar um ser-
viço de e-mail disponibilizado pelo Hotmail e enviar para um
endereço de um amigo que usa o Gmail. São servidores di-
ferentes que estão rodando programas diferentes. Entretan-
to, as mensagens vão e vêm de uma forma completamente
transparente para o usuário. Neste caso dos e-mails, o proto-
colo utilizado é o SMTP (Simple Mail Transfer Protocol – Pro-
tocolo de Transferência de Correio Simples).

87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

As sete camadas do modelo OSI Camada 6 – Apresentação


Como o próprio nome sugere, trata-se de se apre-
As camadas são numeradas de 1 a 7 (de baixo para cima). sentar os dados de forma inteligível ao protocolo que vai
Assim, muitas vezes nas aulas e nos livros, citamos apenas o recebê-los. Podemos citar como exemplo a conversão do
número da camada: “A camada 3 fornece suporte ao proto- padrão de caracteres (afinal, existem diversos alfabetos) de
colo IP”. Fica subentendido que estamos falando da camada páginas de código. Um exemplo prático seria a conversão
de rede. de dados ASCII (American Standard Code for Information
ISO- International Organization for Standardization (Or- Interchange – Código Padrão Americano para o Intercâm-
ganização Internacional para Padronização): fundada em 23
bio de Informação) em EBCDIC (Extended Binary Coded
de fevereiro de 1947, aprova todas as normas internacionais
Decimal Interchange Code – Codificação Binária Estendida
nos campos técnicos, exceto eletricidade e eletrônica, que
com Intercâmbio em Código Decimal), em que uma esta-
ficam a cargo da IEC (International Eletrotechnical Commis-
sion).  ção gera dados no formato ASCII e a estação interlocutora
O exame de cada camada e seus protocolos é bastante entende apenas EBCDIC. Nesse caso, a conversão é feita
extenso. Assim, vamos examinar a seguir cada camada, mas aqui. Nesta camada 6 também há a compressão dos da-
de forma introdutória. Se você precisar se aprofundar desde dos, como se fosse utilizado um compactador de arquivos,
agora, pode obter mais informações em Tanembaum (2003), como ZIP ou RAR. Para mais informações sobre codifica-
conforme referências ao final deste caderno. ções ASCII e EBCDIC, consulte as referências bibliográficas.
IP (Internet Protocol)– é quase impossível falar de inter-
net sem falar de IP. Cada site na internet é encontrado por Camada 5 – Sessão
endereçamento IP, que funciona como se fosse o número do Permite que dois programas em computadores dife-
telefone do seu computador. Você não consegue decorar os rentes estabeleçam uma sessão de comunicação. O even-
números IP de cada site; é mais fácil decorar o nome. to da sessão tem algumas regras. As aplicações definem
Por exemplo: o site citado do como será feita a transmissão dos dados e colocam uma
Google, http://www.google.com, corresponde ao ende- espécie de marca no momento da transmissão. Quando
reço IP 64.233.161.99. acontecer uma falha, apenas os dados depois da marcação
Você pode entender o conceito de sessão como a du- serão transmitidos. Isso impede que grandes volumes de
ração de uma ligação telefônica: a ligação tem um proces-
dados sejam retransmitidos sem necessidade.
so para ser iniciada, há uma troca de mensagens durante o
tempo da ligação e depois há um processo de término (em
Camada 4 –Transporte
alguns casos um dos interlocutores simplesmente desliga).
Assim, no momento em que você entra em um site, uma Também é um nome bem sugestivo para a função. Esta
sessão é aberta para você naquele servidor; depois de na- camada é a responsável por transportar os dados prove-
vegar pelo site, você poderá encerrar essa sessão civilizada- nientes da camada de sessão. Como qualquer transporte
mente clicando em algum botão Sair, ou pode simplesmente por caminhão, sua carga precisa estar devidamente empa-
sair para outro site; neste caso o servidor encerrará sua seção cotada e endereçada com remetente e destinatário. A ca-
depois de ficar algum tempo sem uma resposta sua. mada de transporte inicialmente faz isso. Da mesma forma
Como explica Morimoto (2008), o modelo OSI é funda- que os caminhões chegam ao seu destino e entregam suas
mental para o entendimento das teorias de funcionamento caixas corretamente, a camada de transporte precisa ga-
da rede, mesmo que seja apenas um modelo teórico que não rantir a entrega dos pacotes. Ela o faz controlando o fluxo
precisa ser seguido à risca. (colocando os pacotes em ordem de recebimento) e cor-
rigindo os erros pelo envio de uma mensagem chamada
Camada 7 – Aplicação ACK (Acknowledge – Reconhecimento). Um protocolo mui-
Na camada Aplicação o programa solicita os arquivos to conhecido desta camada é o TCP (Transmission Control
para o sistema operacional e não se preocupa como será fei- Protocol – Protocolo de Controle de Transmissão).
ta a entrega desses arquivos, pois isso fica a cargo das cama-
das mais baixas. Por exemplo, quando você digita o endereço
Camada 3 – Rede
http://www.google.com, você apenas recebe o conteúdo da
Esta camada é uma das mais conhecidas, pois nela são
página (que é um arquivo), caso ela exista e esteja disponível.
tratados os endereços de rede, conhecidos resumidamente
Embora você tenha digitado o endereço daquela forma, na
verdade foi feita uma tradução para o IP da página que você como IP (Internet Protocol). Os endereços IP são números
está acessando. Isso fica a cargo de um serviço desta camada predefinidos atribuídos aos computadores que compõem
chamado DNS (Domain Name System – Sistema de Resolu- uma rede. Afinal, não adianta nada você querer enviar uma
ção de Nomes). encomenda para um amigo se você não sabe qual o ende-
Outros exemplos de serviços e protocolos desta camada: reço dele correto. A camada de rede é responsável pelo en-
o download de arquivos via FTP (File Transfer Protocol – Pro- dereçamento dos pacotes, adicionando endereços IP para
tocolo de Transferência de Arquivos); o uso dos e-mails atra- que eles sigam sua rota até o destino.
vés dos protocolos SMTP, POP3 (Post Office Protocol 3 – Pro-
tocolo de Correio versão 3) e IMAP (Internet Message Access
Protocol – Protocolo de acesso a mensagens da internet).

88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Camada 2 – Enlace Cabeamento estruturado


Nesta camada, os pacotes que vêm da camada de rede É um conceito que redefine a forma como os cabos de
com endereços IP já definidos são transformados em “qua- dados são utilizados nas empresas e nas residências. Tem
dros” ou “frames”. Os quadros acrescentam outra forma de como objetivo manter a rede física organizada e padroni-
endereçamento chamada endereço MAC (Media Access zada, com o uso de conectores e cabos com desempenho
Control – Controle de Acesso ao Meio). Mas você poderia satisfatório para o fim a que se aplica. Seu leiaute permite a
se perguntar: mas os endereços já não estavam definidos instalação de equipamentos como servidores, computadores
na camada de rede, pelo IP? Acontece que o endereço IP e demais acessórios de rede com alto grau de organização e
não é suficiente para identificar um computador específico confiabilidade. Um exemplo de uso de cabeamento estrutu-
dentro da internet hoje em dia. Em virtude do significado rado é apresentado na Figura abaixo.
de cada bloco do IP, um pacote pode ser destinado a qual-
quer lugar do mundo. Cada computador tem, na sua placa
de rede, um endereço MAC exclusivo, gravado de fábrica.

Camada 1 – Física
Os dados provenientes da camada de enlace, com os
endereços já preestabelecidos, são transformados em si-
nais que serão transmitidos pelos meios físicos. Assim, a
camada física converte os quadros de bits 0 e 1:

ACK
É um pacote enviado ao transmissor para informá-lo
de que os pacotes foram recebidos com sucesso. Em caso
negativo, é enviado um NACK que, como o nome sugere, é
uma negação do ACK, dizendo que o pacote não foi entre-
gue corretamente ou não chegou.
Cabos
IP É um número de 32 bits que define o endereço de
A integração de voz, imagem e dados é uma consequên-
uma rede ou de um computador, escrito em quatro blo-
cia da frequente necessidade de comunicação e interação.
cos separados por ponto. Exemplos: 192.168.10.33 ou
Para Pinheiro (2003, p. 2):
200.176.155.147. Cada bloco corresponde a um número de
8 bits, que pode variar, portanto, de 0 a 255 (256 números
É cada vez maior a tendência de interligação entre as re-
ou 28). A versão do protocolo IP mais usado atualmente é
a IPv4. Entretanto, como a escassez é iminente, uma nova des de computadores e os diversos sistemas de comunica-
versão (IPv6) de 128 bits já está padronizada para uso. ção e automação existentes, como as redes de telefonia, os
MAC sistemas de segurança, os sistemas de administração predial,
É um endereço exclusivo da placa de rede. Os fabrican- etc. Essa fusão de tecnologias vai mudar a maneira como os
tes adotam um processo de numeração para garantir que ambientes de trabalho são concebidos nas empresas e mes-
não ocorram números MAC iguais em suas placas. Assim, mo em nossas casas. A infraestrutura básica para essas no-
é garantido que numa rede não existam dois endereços vas tecnologias são os Sistemas de Cabeamento Estruturado
físicos iguais. O número contém 48 bits, normalmente es- (SCS – Structured Cabling Systems).
crito em notação hexadecimal, por exemplo: 00-C0-95-E- Um dado interessante obtido em Pinheiro (2003) diz que
C-B7-93. Falaremos mais sobre MAC nas próximas aulas. cerca de 70% dos problemas da rede estão associados ao
- em sinais elétricos, caso o meio físico seja o cabo de cabeamento que ela utiliza. Entretanto, na maioria das pe-
cobre; quenas redes, ainda é predominante o uso do cabeamento
- em sinais luminosos, caso o meio físico seja a fibra não estruturado.
óptica; ou Um dos fatores que faz com que pequenas e médias em-
- em frequência de rádio, caso seja uma rede sem fio. presas não utilizem o cabeamento estruturado é o custo. A
reestruturação do cabeamento torna o orçamento mais caro.
Componentes de redes Entretanto, ao analisar a composição dos custos totais do
Muitos equipamentos precisam estar interligados para projeto, percebemos que o custo do cabeamento representa
que os usuários das redes usufruam todos os seus serviços apenas cerca de 10% do total do orçamento da rede (incluin-
fornecidos. Você pode estar se perguntando: que serviços do equipamentos e mão de obra). Esse percentual não leva
são estes? Pode passar despercebido para você, mas todas em conta ainda o custo do tempo que a rede ficará inope-
as redes de computadores fornecem algum tipo de serviço rante devido aos problemas causados pelo cabeamento não
ao usuário, como por exemplo uma impressão utilizando a estruturado.
impressora do outro computador, um acesso a um arqui- Na Figura observamos uma área de trabalho conectada
vo no disco de um PC vizinho ao seu, o acesso à internet, por cabos estruturados de rede, em que existem elementos
etc; tudo isso são serviços oferecidos pelas redes. Vejamos como: tomadas de rede, rack (que agrupa os equipamentos),
agora os componentes principais que fornecem a interação cabos de par trançado e cabos de backbone (que têm função
entre os computadores. de transportar grandes volumes de informações da rede).

89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O cabeamento muitas vezes é chamado de “mídia física” sáveis por conectar equipamentos em sua rede local ou de
ou “meio físico”. Os componentes que são utilizados no ca- longa distância. Os exemplos mais simples são: a placa de
beamento variam de acordo com a mídia utilizada. Por exem- rede do seu computador ou o chip bluetooth do seu celular.
plo, um cabo de fibra óptica utiliza conectores diferentes dos A quantidade de equipamentos ofertados no mercado
cabos do tipo par trançado. é muito grande. Vamos nos ater aos principais tipos e ao
De acordo com as características da rede, uma mídia seu funcionamento.
(cabo) diferente deve ser escolhida. Os fatores que mais in-
fluenciam na escolha do cabo são: o comprimento da rede Servidores e estações de trabalho
(em metros ou quilômetros), a quantidade de equipamentos, Na verdade, esses itens são apenas os computadores
a facilidade e o local de instalação e as taxas de transmissão que formam a rede. Entretanto, como eles fornecem servi-
que se pretende atingir. Para cada tipo de escolha você pode ços de comunicação, poderão ser catalogados aqui como
utilizar um cabo diferente. E não se preocupe: você pode fazer hardware de rede.
os trechos da rede com cabos diferentes se comunicarem. Afi- a) Servidores – são computadores destinados a pres-
nal, para isso servem os padrões, não é mesmo? tar serviços aos outros (às estações de trabalho). Em tese
Para cada tipo de cabeamento de rede existe um conec- qualquer PC pode ser um servidor de rede, mas normal-
tor específico. Os conectores são o elo mais fraco de um sis- mente são computadores mais potentes, com muita capa-
tema de cabeamento. Quando mal instalados, podem gerar cidade de memória e de armazenamento (discos rígidos
ruídos elétricos, provocar interrupções intermitentes (funcio- maiores). Além disso, os servidores costumam ter algum
na/não funciona) ou mesmo interromper completamente a nível de redundância. Por exemplo, um servidor pode ter
comunicação entre os computadores. duas fontes de energia funcionando, de modo que, se uma
A principal função dos cabos de fibra óptica ou de cobre delas queimar, a outra entra em funcionamento imedia-
é transmitir dados entre os computadores com o mínimo de tamente. Outro exemplo de redundância ocorre com os
degradação possível. Entretanto, ambos os tipos podem so- discos rígidos: é comum encontrar servidores com vários
frer degradações naturais ou degradações derivadas de for- discos instalados funcionando paralelamente. Como o ser-
ças externas. As degradações naturais são aquelas impostas vidor tem como função primordial fornecer serviços para
pelas próprias características do cabo, conhecidas por atenua- vários usuários, é necessário haver uma comunicação veloz
ção. Por exemplo, um cabo de par trançado, que é composto
entre ele e as estações de trabalho, que é onde normalmen-
de cobre, tem uma característica natural chamada resistência,
te os usuários trabalham. Assim, os servidores geralmente
que é a oposição oferecida pelo metal ao fluxo de elétrons.
são também dotados de placas de rede de altas taxas de
As forças externas que podem interferir na transmissão em
transmissão e desempenho, com o objetivo de evitar os
cabos metálicos são motores elétricos ou campos eletromag-
chamados gargalos de rede.
néticos próximos, ou até mesmo transmissões de rádio, já que
b) Estações de trabalho: são os computadores clientes
os cabos metálicos podem funcionar como uma antena.
da rede. Neles os usuários rodam seus programas e aces-
Esses aspectos físicos são levados em consideração na
produção do cabo e interferem diretamente no projeto da sam os serviços fornecidos pelo servidor. São computado-
rede. Assim, a utilização dos cabos deve ser feita observando res mais simples, com pouca ou nenhuma redundância.
rigidamente as normas do fabricante. Possuem também menos memória e menos capacidade de
armazenamento.
Atenuação Em virtude dessa especialização dos computadores da
É um efeito que ocorre em qualquer transmissão de da- rede como clientes ou como servidores, é comum denomi-
dos, seja analógica ou digital. Quando um sinal passa por um nar essas redes de cliente-servidor. Aprofundaremos isso
cabo, a tendência é que ele perca força (potência) à medida adiante.
que vai trafegando. Assim, quanto maior o tamanho do cabo,
maior a atenuação. Se as medidas dos cabos utilizados na Placas de rede
rede não obedecerem ao padrão, os computadores podem As placas de rede podem ser chamadas de várias for-
não conseguir trocar dados entre si. mas: interface de rede, cartão de rede, NIC (Network Inter-
a) Examine o tipo de cabeamento da sala do curso. Co- face Card – cartão de interface de rede). Os livros trazem
mente com um colega qual a mídia física utilizada; quais os nomes diversos para esse componente; utilizaremos nor-
tipos de conectores; se o cabeamento é estruturado ou não; malmente o termo “interface de rede”.
se o cabeamento passa próximo de campos geradores de ruí- As interfaces de rede são na verdade uma ponte de
dos eletromagnéticos. conexão das redes com os computadores. Vamos entender
b) Se você trabalha, faça as mesmas observações em rela- melhor essa colocação: quando você transfere um arqui-
ção a alguma rede da sua empresa. Se não trabalha, observe vo de imagem ou música do seu celular para o celular do
esses aspectos dentro de uma lan house. Aliás, por que este colega, o chip bluetooth é utilizado para estabelecer uma
nome lan house? conexão; dizemos então que esse chip faz uma ponte de
3.2 Hardware de rede comunicação entre os celulares. Assim são os computa-
Assim como os computadores possuem hardware espe- dores. Para eles estabelecerem comunicação, é necessário
cífico para funcionar (placas, processadores, memórias...), as haver uma interface de rede e um meio de comunicação.
redes também necessitam de componentes específicos. Esses Os meios de comunicação podem ser os cabos ou o ar (no
componentes, denominados hardware de rede, são respon- caso de redes sem fio).

90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

As interfaces de rede atualmente costumam ser integra- As taxas de comunicação de interfaces de rede para ser-
das à placa-mãe. Isso quer dizer que você não chega a ver a vidores são normalmente na ordem de Gbps (gigabits por
placa dentro do seu computador. Ela está integrada com os segundo). É comum encontrar servidores com interfaces de
milhares de componentes da placa-mãe, dentro do chipset. rede com taxas de 10/100/1000 Mbps (diz-se: “10 barra 100
barra 1000 megabits por segundo”). Dizemos que suas inter-
faces trabalham a 1000 Mbps (= 1 Gbps).
O barramento das interfaces de rede para os servidores
é atualmente do tipo PCI-e (PCI express). Como esse bar-
ramento é conectado diretamente ao chipset ponte norte,
seu acesso é mais rápido do que as interfaces conectadas
ao barramento PCI comum, conectado ao chipset ponte sul.
a) Deseja-se montar uma rede que alcance taxas maio-
res do que 100 Mbps. Quais os elementos de rede envolvi-
dos para que se atinja tal taxa?
b) Os servidores são computadores com mais recursos
do que as estações de trabalho. A internet que você usa de-
pende dos serviços que esse servidor fornece. Se sua inter-
A Figura acima mostra um modelo de interface de rede net cai devido a um problema no servidor, você tem um pre-
que deve ser conectada num slot PCI. Esse tipo de instalação juízo de R$ 150,00/hora. Considerando 15 quedas mensais
é menos comum, já que a maioria das placas-mãe já possui de 20 minutos cada:
uma interface de rede embutida. Entretanto, existem casos 1. Faça um cálculo e verifique seu prejuízo no fim de um
em que há necessidade de se instalar uma nova interface de ano.
rede, como, por exemplo, se ocorrer um defeito na interface 2. Imagine que aquele servidor precise operar 160 ho-
embutida ou se houver necessidade de mais de uma inter- ras/mês. Faça um cálculo demonstrando a disponibilidade
face no computador.
desse servidor para o usuário, em porcentagem, consideran-
Os serviços fornecidos pelo servidor são na verdade
do os tempos de falha do item anterior.
oferecidos pelo software do servidor. Esse software normal-
mente é um sistema operacional do tipo cliente servidor,
Hubs
como o Windows 2003 Server, por exemplo. O servidor é
Os hubs são equipamentos concentradores que têm por
apenas uma máquina robusta dotada de equipamentos es-
função centralizar e distribuir os dados (quadros) que são
peciais para garantir que os serviços fornecidos pelo sistema
provenientes dos outros computadores interligados a ele.
sejam rápidos e confiáveis. Veremos mais detalhes sobre o
assunto na seção 3.3, desta aula. Os hubs são equipamentos “repetidores”. Eles não dis-
Buffer tribuem o que recebem; apenas reenviam os quadros que
É uma memória de armazenamento temporário para recebem para todas as suas portas. A ligação física dessa
compensar as taxas de transmissão dos circuitos que pre- espécie de equipamento é do tipo em estrela (Figura abai-
cisam enviar e receber dados. As interfaces de rede gigabit xo). Ele trabalha na camada 1 do modelo OSI, já que tem
para servidores tendem a ter mais buffer para garantir que função apenas de receber um quadro e repeti-lo para todos
os dados que chegam sejam guardados enquanto a interfa- os computadores a ele ligados.
ce estiver ocupada processando outras informações. Atual-
mente, os buffers de armazenamento estão na ordem de 3
MB (3 Megabytes).
Como vimos anteriormente, as interfaces de rede pos-
suem endereço único e exclusivo, denominado endereço
MAC, e conexões específicas. Por exemplo: os computadores
do tipo estação de trabalho utilizam conectores RJ-45 (onde
se conecta o cabo de rede).
As interfaces utilizadas normalmente nas estações de
trabalho funcionam a uma taxa de 10/100 Mbps (diz-se: “10
barra 100 megabits por segundo”). Quando há computado-
res interligados por essa placa, elas trabalham na maior taxa
disponível, 100 Mbps.
Com os servidores, as necessidades mudam bastante.
Como esses computadores são responsáveis por fornecer
serviços aos usuários da rede e atendem vários ao mesmo
tempo, é necessário que suas interfaces de rede sejam de
qualidade superior, para atender à demanda das estações
de trabalho. Assim, detalhes como altas taxas de comunica-
ção, barramento e buffer de armazenamento são implemen-
tados com mais eficiência.

91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Quadro Com o passar dos anos e acompanhando a evolução tec-


É a menor unidade de transmissão numa rede local. Os nológica dos computadores, os equipamentos de rede foram
dados provenientes da camada de aplicação são enviados dotados de algum tipo de processamento que exige memória
para baixo na camada de transporte, onde são transforma- (buffer) e processador. Seguindo a mesma tendência, os preços
dos em pacotes. A camada de rede envia esses pacotes para também foram derrubados, pois houve uma explosão do consu-
a camada de enlace, que os transforma em quadros para, mo desses equipamentos por parte das empresas e das pessoas.
finalmente, transmiti-los pela interface de rede do compu- Assim, as pontes passaram a ser fabricadas com muitas portas,
tador. as quais fazem a conexão entre os computadores em vez de co-
Os hubs repetidores funcionam retransmitindo quadros nectar redes. O nome comercial do equipamento passou a ser
para todas as suas portas, menos para a estação que gerou Switch,com as mesmas funcionalidades das pontes, porém, com
o quadro. Assim, dizemos que esta é uma rede de difusão. mais portas, novas características como funcionamento em ful-
Nesse tipo de rede, os quadros são repetidos para todas l-duplex e mantendo compatibilidade com as funções do hub.
as portas de forma difusa, de modo que todos recebam a O switch, dada sua capacidade de processamento, envia
mesma informação, porém, só o destinatário abre o quadro. os quadros somente para a porta de destino, ao contrário do
Observe na Figura abaixo que a estação A gerou um hub, que envia os quadros para todas as portas. Dessa forma,
quadro e o hub repetidor o está reenviando para todas as o canal fica desocupado para o restante das estações, que
outras estações conectadas em suas portas (de B até H). A podem fazer suas transmissões sem mais problemas.
estação A não recebe o quadro, pois foi ela quem o gerou.

Fonte: Torres (2001, p. 349)

Na Figura acima a “estação A” está enviando um quadro


Fonte: Torres (2001, p. 338)
(representado pela linha mais grossa); o switch o encaminha
diretamente para a estação E. Assim, todas as outras estações
Com relação à taxa de transmissão, os hubs repetidores
(B, C, D, E, G, H) podem transmitir sem se preocupar se o canal
mais antigos podiam trabalhar a 10 Mbps; os mais recentes
está ocupado ou não. Isto se chama conexão multiponto.
funcionam a 10/100 Mbps. Do ponto de vista técnico, os Mas você pode se perguntar: como o switch consegue
hubs já são obsoletos devido às suas funcionalidades limita- enviar para a porta correta onde está o computador que pre-
das; por isso estão sendo substituídos pelos switches. cisa receber aquele quadro? Os quadros são formados por
pequenas estruturas chamadas “campos”. Dois desses cam-
Switches pos estão relacionados aos endereços MAC das interfaces de
Os switches são equipamentos que surgiram para per- rede: MAC Destino e MAC Origem (Figura abaixo). O switch
mitir a ligação de redes de forma mais rápida e eficiente (ver consegue ler o MAC destino e encaminhar o quadro correta-
Figura abaixo). O nome adotado na época do seu lança- mente. O campo “dados” é proveniente da camada imedia-
mento (por volta de 1995) era “Ponte” ou “Bridge”. A ponte tamente superior e o PAD é uma espécie de complemento,
era um equipamento caro e dotado de poucas portas. En- quando os dados recebidos não atingem um tamanho míni-
quanto um hub repetidor custava em torno de 600 reais, as mo especificado pelo padrão. O CRC é um cálculo que confe-
pontes chegavam a custar entre 2.500 e 4.000 reais. re o recebimento correto dos dados. Não aprofundaremos o
estudo dos campos aqui, mas você pode obter mais informa-
ções sobre este assunto em Spurgeon (2000).

Outro conceito importante é que os switches funcionam


na camada 2 (de enlace), pois têm inteligência suficiente para
receber o quadro, recalcular o CRC, abri-lo, checar seu ende-
reço de destino e encaminhá-lo para a porta correta. Obvia-
Na Figura acima existem duas redes interconectadas mente, pelo fato de transmitir o quadro pelo cabo, o switch
por uma ponte; cada rede tem o seu sinal distribuído por também funciona na camada 1. Os hubs, por não possuírem
um hub. Como o próprio nome sugere, a ponte interliga essa inteligência, dizemos que funcionam apenas na camada
duas regiões. Pode, também, ligar mais de duas redes, de- 1 (física), já que encaminham os quadros que recebem para
pendendo da quantidade de portas que possuir. todas as portas.

92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os switches mantêm uma tabela interna com todos os a) Pelo que você leu, existe algum momento em que
endereços MAC das interfaces de rede dos computadores o switch trabalha de forma “burra”, como o hub?
da rede. Essa tabela é consultada assim que o switch rece- b) Entre os métodos de trabalho cut-through e sto-
be um quadro. O que ele faz então é simples: re-and-forward, em qual deles o switch trabalha mais? Em
a) abre o quadro; qual deles o switch é mais eficiente (entrega um maior nú-
b) lê o campo “MAC Destino”; mero de pacotes corretos em menos tempo)? Justifique a
c) verifica na sua tabela a qual de suas portas está resposta.
associado aquele endereço; c) Ainda com relação aos métodos cut-through e
d) faz o devido encaminhamento. store-and-forward, qual deles gera um maior tráfego na
Uma situação em que o switch encaminha o quadro rede? Justifique a resposta.
para todas as portas é quando ele não encontra na sua ta-
bela o endereço que recebeu para fazer a entrega. O swit- Roteadores
ch faz atualizações frequentes na sua tabela de endereços Seguindo a ordem de funcionamento nas camadas, vi-
(geralmente a cada 2 segundos) e pode ser que alguma mos que os hubs funcionam na camada 1 e os switches
estação tenha sido desligada ou mudada de porta. Assim, funcionam nas camadas 1 e 2. Vamos ver agora os rotea-
temporariamente o switch não vai reconhecer esse novo dores, que funcionam na camada 3.
endereço. Portanto, durante esse tempo de atualização,
enviar o quadro para todas as portas garante que seu des-
tinatário vá recebê-lo. Essa técnica é denominada flooding
(inundação).
Basicamente, os switches podem funcionar de duas
formas:
a) Cut-through (sem interrupção) – nessa forma, o
switch encaminha os quadros imediatamente após receber
os campos MAC destino e origem, sem fazer verificações.
b) Store-and-forward (armazena e encaminha) – nes-
se método, o switch espera chegar todos os campos, faz
verificações de erros e encaminha para a porta correta. Na Figura acima você pode observar um roteador liga-
No modo cut-through há menos latência nas transmis- do a uma “nuvem”. Esta simbologia vem sendo muito uti-
sões, já que os quadros são imediatamente transmitidos lizada e, na maioria das vezes, significa a internet, na qual
assim que são recebidos. Entretanto, isso pode exigir que existem milhares de roteadores (uma “nuvem” de equipa-
alguns quadros sejam retransmitidos, caso cheguem de- mentos).
feituosos. Já no modo de store-and-forward a latência é A grande diferença entre uma ponte (switch) e um ro-
maior, pois todos os quadros são verificados antes de se- teador é que o endereçamento que o switch utiliza é da
rem transmitidos e isso leva certo tempo. Entretanto, há camada de enlace: o endereço MAC das interfaces de rede.
maior garantia da entrega do quadro sem erros. O roteador, por funcionar na camada de rede, utiliza ou-
Os switches são encontrados no mercado com várias tro sistema de endereçamento, que é o endereço IP. Você
quantidades de portas e várias taxas de operação. já deve ter visto a sigla TCP/IP: ela indica o uso de dois
Os switches podem funcionar a taxas de transmissão protocolos operando em camadas diferentes. TCP opera na
equiparadas com a dos hubs, como, por exemplo, 10/100 camada de transporte e IP, na camada de rede.
Mbps, obviamente com a grande vantagem de reduzir o Nas redes locais também é utilizado o endereço IP
tráfego da rede, como já vimos. Com a evolução da tec- para identificar os computadores que pertencem a essa
nologia, é comum encontrarmos switches trabalhando a rede (ver Figura abaixo). Por exemplo, podemos dizer que
10/100/1000 Mbps; são chamados switches gigabit. Um um computador possui o endereço IP 192.168.1.150; isso é
padrão novo, denominado multigigabit (10 Gbps ou 10 apenas um exemplo, pois os endereços IP costumam variar
GbE) está no mercado há algum tempo, evoluindo para dentro de uma determinada faixa para aquela rede.
novas taxas, como 40 Gbps e 100 Gbps. É uma tecnologia Entretanto, para se conectar com redes WAN (e a inter-
nova e está baseada em cabos de fibras ópticas. net é seu melhor exemplo), é necessário que o seu compu-
Outro aspecto importante a decidir sobre esses equi- tador receba outro endereço IP. Este endereço precisa ser
pamentos é sua adequação ao tipo de rede. Existem vários conhecido pelo roteador da sua rede e é fornecido pelo
fabricantes de switches no mercado e cada fabricante tem provedor do serviço de comunicação com a internet (a
seu produto destinado a um tipo de negócio. Por exemplo, empresa de telefonia – VELOX, SPEED –, a fornecedora da
existem modelos destinados ao mercado SOHO (Small Of- TV a cabo ou da internet a rádio). Enfim, alguém precisa
fice Home Office – Pequenos escritórios e escritórios do- fornecer esse endereço IP internet válido e o seu roteador
mésticos) com preços na faixa de R$ 50,00 a R$ 600,00. En- precisa estar pronto para aceitá-lo e interconectar com sua
tretanto, empresas que possuem redes com muitos com- rede para que as pessoas tenham acesso à internet através
putadores e outros equipamentos não devem usar esses daquele número.
switches, pois apresentam muitos travamentos e defeitos.

93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(a tradução literal é: primeiro caminho mais curto aberto), pois


pode indicar que ele usa o mesmo mecanismo do RIP. Na ver-
dade este protocolo se preocupa com a qualidade da comuni-
cação entre os roteadores. Por exemplo, na Figura anterior, para
os pacotes da REDE 1 chegarem à REDE 3 há dois caminhos
(pelo roteador B ou pelo roteador D). Neste protocolo, a escolha
do caminho é baseada no congestionamento ou funcionamen-
to dos roteadores B e D. A rota que estiver com tráfego mais
rápido será usada como intermediária para a passagem dos pa-
cotes.
a) Faça um quadro-resumo do hardware de rede estuda-
do com pelo menos as seguintes informações: nome, finalidade,
taxa de transmissão, local onde você encontrou o equipamento.
b) Peça ao seu tutor para mostrar como você pode ver o
IP de sua máquina.
c) Pelo que você entendeu, dois computadores podem
ter o mesmo endereço MAC? E o mesmo endereço IP? Aborde
as duas questões, considerando:
• os dois computadores na mesma rede;
Ainda na Figura acima, você pode observar a existência • os dois computadores em redes diferentes.
de quatro redes locais interconectadas por roteadores. Na Software de rede
camada de enlace, cada computador de cada rede possui Os softwares de rede podem existir em diferentes níveis
seu endereço MAC, válido dentro de sua própria rede. Na de aplicação. Por exemplo, o próprio comunicador instantâneo
camada de rede, cada estação tem um endereço IP, defini- (como MSN ou MIRC) é um tipo de software para funcionar em
do para que ela possa se comunicar com outras redes.
rede. Entre esses softwares, basicamente podemos destacar:
a) Sistemas Operacionais de Rede (SOR).
Endereço IP
b) Aplicativos para redes, como antivírus, MSN, etc.
É definido em classes, como A, B, C, D e E. Cada classe
c) Software de segurança e acesso de redes.
possui uma faixa de endereçamento e é destinada a algum
Obviamente essa classificação é um tanto simplista se con-
tipo de rede, como uma rede local particular, redes mili-
siderarmos a gama de produtos de software para redes que
tares, redes governamentais ou a internet. Obtenha mais
existem. Vamos abordar apenas os Sistemas Operacionais de
informações sobre este assunto em TORRES, Gabriel. Redes
de computadores: curso completo. Axcel Books, 2001. Na Redes.
internet, busque mais informações em http://www. hardwa- Os SORs são produtos de software que têm duas funções.
re.com.br/livros/ redes/hubs-switches-bridgesroteadores. A primeira é funcionar como um sistema operacional comum,
html fazendo o controle dos recursos do computador servidor, como
Vamos a um exemplo básico do funcionamento do o acesso a disco rígido ou memória. A segunda função é fazer
roteador, voltando à Figura anterior. Imagine que um dos o controle do uso das redes que estão instaladas; por exemplo,
computadores da REDE 1 tenha o endereço IP 192.168.31.5 o SOR pode controlar se você, como usuário da rede, pode ou
e um dos computadores da REDE 2 tenha o endereço IP não ter acesso a um arquivo no disco rígido do servidor.
172.15.20.8. Será necessário fazer o roteamento, pois as Os SORs são classificados como ponto a ponto e cliente-
duas redes em questão possuem endereços de rede dife- servidor.
rentes e obviamente estão separadas por um roteador. 1. Redes ponto a ponto – nessas redes, os sistemas ope-
Para que a comunicação do exemplo possa ser estabe- racionais instalados em todos os computadores são do tipo
lecida, o roteador A é capaz de seguir duas rotas: cliente. Não é definido um computador específico para controle
1. transmitir diretamente para o roteador D ou; dos recursos da rede, como uma impressora, por exemplo. Os
2. passar pelos roteadores B e C para chegar ao ro- SORs mais comuns para essas redes são atualmente o Windows
teador D. XP Professional Edition, Windows Vista Ultimate Edition, Windo-
A decisão por qual caminho o pacote deve trafegar é ws Seven e distribuições do Linux como Kurumim, SUSE, Man-
baseada em dois protocolos: driva e Ubuntu. Esses SOs, configurados corretamente, permi-
a) Protocolo RIP (Routing Information Protocol – Pro- tem aos computadores trocar dados através de redes cabeadas
tocolo de Informação de Roteamento): usa mecanismo ba- ou sem fio. São indicados para redes locais onde existam no
seado na distância entre os roteadores. Essa distância é me- máximo 20 computadores. Esse número não é um fator limi-
dida em hops (saltos). Assim, no exemplo da Figura 3.9, os tante, tecnologicamente falando; podem existir redes ponto a
pacotes de A para chegar a D, passando por B e C, tiveram ponto com centenas de computadores. Os seus problemas são
dois saltos. E para chegar a D sem passar por B e C, o salto é a organização e segurança, pois fica tudo mais difícil de con-
zero. Na transmissão de pacotes, o protocolo RIP usa a rota trolar, já que não existe a figura de um servidor que controle o
cuja quantidade de saltos é menor. acesso aos recursos da rede. Um ponto positivo é sua facilidade
b) Protocolo OSPF (Open Shortest Path First – Protoco- de instalação e de configuração, que não exigem suporte técni-
lo Aberto Baseado no Estado do Link). Sua tradução é confusa co muito especializado.

94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

2. Redes cliente-servidor – os sistemas operacionais O que é um servidor de FTP? É um computador que


nessas redes são SOR Cliente ou SOR Servidor. Os compu- roda um programa que chamamos de servidor de FTP e,
tadores clientes possuem sistemas operacionais do tipo portanto, é capaz de se comunicar com outro computador
cliente, os mesmos usados nas redes ponto a ponto; eles na Rede que o esteja acessando através de um cliente FTP.
requisitam os serviços ou recursos da rede, como arqui-
vos, impressoras e internet, aos servidores. Os servidores Mas afinal de contas: o que é um servidor? E um cliente?
rodam um SOR Servidor, como, por exemplo, o Windows Como tudo na Internet gira em torna do que chamamos
2003 Server, Windows 2008 Server ou distribuições Linux de arquitetura cliente-servidor, quando você instala um pro-
para servidores. Esses servidores permanecem todo o tem- grama que seja alguma aplicação para Internet, você obriga-
po rodando serviços e atendendo às solicitações dos clien- toriamente estará instalando uma aplicação cliente ou uma
tes. Um exemplo de serviço é a autenticação dos usuários aplicação servidor.
que querem entrar na rede: toda vez que o usuário sentar Chamamos de cliente porque a aplicação se comunica
na frente do seu terminal para usar a rede, é necessário que através de solicitações de serviço. Por outro lado, podemos
ele se identifique com um nome de usuário e senha; assim, entender uma aplicação servidora como quem atenderá a
a rede se torna mais segura, pois podem ser rastreados os estas solicitações e prestará o serviço adequado. Por exem-
momentos e a estação na qual o usuário se autenticou. Es- plo: quando você instala o browser Mozilla Firefox em seu
sas redes são mais complexas e mais caras, pois necessitam computador, você está instalando o lado cliente da arquite-
de um software servidor e pessoal técnico qualificado para tura. Completando esta arquitetura, existe, em algum outro
instalar e manter os serviços oferecidos pelo servidor. ponto da Rede, um computador que tem instalada e execu-
tando a parte servidora.
Deste modo, ao se conectar à Internet, você pode es-
perar que a parte servidora esteja sempre disponível e se
encontre em um endereço bem conhecido. Caso contrário, a
parte cliente não saberá encontrar o servidor.
Mirrors, por que eles existem? A cada dia a Internet ga-
nha uma dimensão tão grande, que muitas vezes é interes-
sante replicar as informações em diversos computadores ao
redor do mundo de modo que a performance do acesso a
estas informações seja melhorada pela proximidade de um
mirror (espelho), que é um computador que espelha o con-
teúdo de um outro.
Transferência de Arquivos Um bom exemplo é o site http://www.tucows.com a
FTP - Protocolo de Transferência de Arquivos FTP (abre- quantidade de acessos a esse site é tão grande que eles es-
viação para File Transfer Protocol - Protocolo de Transfe- palharam “espelhos” por todo mundo. Mas o que se ganha
rência de Arquivos) é uma das mais antigas formas de in- com isto? Velocidade ao realizar uma transferência de arqui-
teração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber vos, pois você tem a oportunidade de sempre optar por um
arquivos para, ou de computadores que se caracterizam site mais próximo de você.
como servidores remotos.
Voltaremos aqui ao conceito de arquivo texto (ASCII - Intranet, um mirror em potencial
código 7 bits) e arquivos não texto (Binários - código 8 bits). Uma palavra muito comum hoje em dia é Intranet. Você
Há uma diferença interessante entre enviar uma mensagem inclusive já teve a oportunidade de conhecer um pouco mais
de correio eletrônico e realizar transferência de um arquivo. sobre isso em nossa edição número 2. Resumidamente, po-
A mensagem é sempre transferida como uma informação demos entendê-la como a migração da tecnologia Internet
textual, enquanto a transferência de um arquivo pode ser para dentro de uma empresa. Neste caso, podemos imagi-
caracterizada como textual (ASCII) ou não-textual (binário). nar que os funcionários desta empresa serão, certamente,
O que é um servidor remoto? Servidores remotos são usuários freqüentes de FTP.
computadores que dedicam parcial ou integralmente a sua Nesta nova filosofia de trabalho, o conceito de mirror
memória aos programas que chamamos de servidores. Pelo pode ser muito bem aplicado. Imagine que cada computa-
fato destes computadores não serem o seu computador lo- dor da empresa precise dos clientes instalados, por exemplo,
cal - aquele que está em seu trabalho, seu quarto ou em browsers, e-mail, etc. Seria interessante que ao invés de cada
um laboratório de sua universidade, é que os chamamos de funcionário acessar a Internet para buscá-los, fosse criado
remoto, indicando que estão em algum outro ponto remo- um local no servidor da rede local, no qual todos os softwa-
to da Rede. res mais utilizados fossem espelhados. Com certeza a eco-
Quem até hoje em sua vida só viu micros PCs Windows nomia de tempo seria significativa.
ou Macs, não deve esqueçer que a Rede Mãe é uma grande
coleção de computadores de todos os tipos. Cada qual com FTP anônimo versus FTP com autenticação
suas particularidades e, portanto, com características dife- Existem dois tipos de conexão FTP. A primeira, e mais
rentes. Logo, um servidor remoto pode ser qualquer tipo de utilizada, é a conexão anônima, na qual não é preciso possuir
computador, basta que nele exista um programa que o ca- um user name ou password (senha) no servidor de FTP, bas-
racterize como servidor de alguma coisa, por exemplo, FTP. tando apenas identificar-se como anonymous (anônimo).

95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do
de diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do Brasil conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aqui-
sistema. Isto é muito importante, porque garante um nível de lo que conhecemos hoje como internet, auxiliando portan-
segurança adequado, evitando que estranhos tenham acesso to o processo de pesquisa em tecnologia e outras áreas a
a todas as informações da empresa. Quando se estabelece nível mundial, além de alimentar as forças armadas brasi-
uma conexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é leiras de informação de todos os tipos, até que em 1990
que a conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de caísse no domínio público.
diretórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing Com esta popularidade e o surgimento de softwares
e incoming. de navegação de interface amigável, no fim da década de
O segundo tipo de conexão envolve uma autenticação, 90, pessoas que não tinham conhecimentos profundos de
e portanto, é indispensável que o usuário possua um user informática começaram a utilizar a rede internacional.
name e uma password que sejam reconhecidas pelo siste-
ma, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao Acesso à Internet
estabelecer uma conexão, o posicionamento é no diretório O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço
criado para a conta do usuário - diretório home, e dali ele de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à In-
poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só escrever e ternet, adicionando serviços como e-mail, hospedagem de
ler arquivos nos quais ele possua permissão. sites ou blogs, ou seja, são instituições que se conectam
Alguns sites interessantes para FTP anônimo à Internet com o objetivo de fornecer serviços à ela
ftp://ftp.sausage.com: arquivos sobre o editor HTML Ho- relacionados, e em função do serviço classificam-se em:
tDog • Provedores de Backbone: São instituições que cons-
ftp://ftp.microsoft.com: arquivos sobre software, docu- troem e administram backbones de longo alcance, ou seja,
mentação e outros estrutura física de conexão, com o objetivo de fornecer
ftp://ftp.shareware.com: arquivos variados sobre softwa- acesso à Internet para redes locais;
re shareware • Provedores de Acesso: São instituições que se conec-
tam à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponi-
ftp://ftp.qualcomm.com: arquivos sobre Eudora, e outros
bilizam acesso à terceiros a partir de suas instalações;
software produzidos pela Qualcomm
• Provedores de Informação: São instituições que dis-
ftp://ftp.uwp.edu: arquivos sobre games
ponibilizam informação através da Internet.
ftp://ftp.cica.indiana.edu: arquivos diversos sobre siste-
mas operacionais e software em geral
Endereço Eletrônico ou URL
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se
INTERNET
conhecer o seu endereço.
Este endereço, que é único, também é considerado sua
“Imagine que fosse descoberto um continente tão URL (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recur-
vasto que suas dimensões não tivessem fim. Imagine sos Universal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim:
um mundo novo, com tantos recursos que a ganância do www.xxxx.com.br
futuro não seria capaz de esgotar; com tantas oportunidades Onde:
que os empreendedores seriam poucos para aproveitá-las; e www = protocolo da World Wide Web
com um tipo peculiar de imóvel que se expandiria com xxx = domínio
o desenvolvimento.” com = comercial
John P. Barlow br = brasil
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear
ficassem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentá- WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
gono.
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da déca- É um serviço disponível na Internet que possui um con-
da de 60, ficou em poder exclusivo do governo conectando junto de documentos espalhados por toda rede e disponi-
bases militares, em quatro localidades. bilizados a qualquer um.
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições Estes documentos são escritos em hipertexto, que uti-
norte-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a liza uma linguagem especial, chamada HTML.
tecnologia, logo vinte e três computadores foram conecta-
dos, porém o padrão de conversação entre as máquinas se Domínio
tornou impróprio pela quantidade de equipamentos. Designa o dono do endereço eletrônico em ques-
Era necessário criar um modelo padrão e universal tão, e onde os hipertextos deste empreendimento estão
para que as máquinas continuassem trocando dados, sur- localizados. Quanto ao tipo do domínio, existem:
giu então o Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto .com = Instituição comercial ou provedor de serviço
que mais outras máquinas fossem inseridas àquela rede. .edu = Instituição acadêmica
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrôni- .gov = Instituição governamental
co, o E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as má- .mil = Instituição militar norte-americana
quinas que compunham aquela rede de pesquisa, assim no .net = Provedor de serviços em redes
ano seguinte a rede se torna internacional. .org = Organização sem fins lucrativos

96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de A camada n em uma máquina estabelece uma conversão
Trasferência em Hipertexto com a camada n em outra máquina. As regras e convenções
É um protocolo ou língua específica da internet, res- utilizadas nesta conversação são chamadas coletivamente de
ponsável pela comunicação entre computadores. protocolo da camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo
Um hipertexto é um texto em formato digital, e para uma rede com sete camadas. As entidades que com-
pode levar a outros, fazendo o uso de elementos espe- põem as camadas correspondentes em máquinas diferentes
ciais (palavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa são chamadas de processos parceiros. Em outras palavras, são
Sensitivo o qual leva a outros conjuntos de informação na os processos parceiros que se comunicam utilizando o proto-
forma de blocos de textos, imagens ou sons. colo.
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da
mouse, remete o usuário à outra parte do documento ou camada n em uma máquina para a camada n em outra máqui-
outro documento. na. Em vez disso, cada camada passa dados e informações de
controle para a camada imediatamente abaixo, até que o nível
mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico
Home Page
de comunicação, através do qual a comunicação ocorre. Na Fi-
Sendo assim, home page designa a página inicial, prin-
gura abaixo, a comunicação virtual é mostrada através de linhas
cipal do site ou web page.
pontilhadas e a comunicação física através de linhas sólidas.
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou
Perfil no Orkut com uma Home Page, porém são coisas dis-
tintas, aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é
um Profile, ou seja um hipertexto que possui informações
de um usuário dentro de uma comunidade virtual.
HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de
Marcação de Hipertexto
É a linguagem com a qual se cria as páginas para a
web.
Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML de-
vem ter aparência semelhante nas diversas plataformas de
trabalho);
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “cus-
tomizar” diversos elementos do documento, como o tama-
nho padrão da letra, as cores, etc);
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter
um tamanho reduzido, a fim de economizar tempo na Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A
transmissão através da Internet, evitando longos perío- interface define quais operações primitivas e serviços a cama-
dos de espera e congestionamento na rede). da inferior oferece à camada superior. Quando os projetistas
decidem quantas camadas incluir em uma rede e o que cada
Browser ou Navegador camada deve fazer, uma das considerações mais importantes é
É o programa específico para visualizar as páginas da definir interfaces limpas entre as camadas. Isso requer, por sua
vez, que cada camada desempenhe um conjunto específico de
web.
funções bem compreendidas. Além de minimizar a quantidade
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em
de informações que deve ser passada de camada em camada,
HTML, apresentando as páginas formatadas para os
interfaces bem definidas também tornam fácil a troca da imple-
usuários.
mentação de uma camada por outra implementação completa-
mente diferente (por exemplo, trocar todas as linhas telefônicas
ARQUITETURAS DE REDES por canais de satélite), pois tudo o que é exigido da nova imple-
As modernas redes de computadores são projetadas mentação é que ela ofereça à camada superior exatamente os
de forma altamente estruturada. Nas seções seguintes exa- mesmos serviços que a implementação antiga oferecia.
minaremos com algum detalhe a técnica de estruturação. O conjunto de camadas e protocolos é chamado de ar-
quitetura de rede. A especificação de arquitetura deve conter
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS informações suficientes para que um implementador possa
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das escrever o programa ou construir o hardware de cada camada
redes é organizada em camadas ou níveis, cada uma cons- de tal forma que obedeça corretamente ao protocolo apro-
truída sobre sua predecessora. O número de camadas, o priado. Nem os detalhes de implementação nem a especifica-
nome, o conteúdo e a função de cada camada diferem de ção das interfaces são parte da arquitetura, pois esses detalhes
uma rede para outra. No entanto, em todas as redes, o pro- estão escondidos dentro da máquina e não são visíveis exter-
pósito de cada camada é oferecer certos serviços às cama- namente. Não é nem mesmo necessário que as interfaces em
das superiores, protegendo essas camadas dos detalhes de todas as máquinas em uma rede sejam as mesmas, desde que
como os serviços oferecidos são de fato implementados. cada máquina possa usar corretamente todos os protocolos.

97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O endereço IP Para que seja possível termos tanto IPs para uso em re-
Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... des locais quanto para utilização na internet, contamos com
Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um um esquema de distribuição estabelecido pelas entidades
recado no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e ICANN (In-
quando você quer enviar um presente a alguém, você obtém ternet Corporation for Assigned Names and Numbers) que,
o endereço da pessoa e contrata os Correios ou uma trans- basicamente, divide os endereços em três classes principais
portadora para entregar. É graças ao endereço que é possível e mais duas complementares. São elas:
encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada. Também é Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128
graças ao seu endereço - único para cada residência ou esta- redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conecta-
belecimento - que você recebe suas contas de água, aquele dos;
produto que você comprou em uma loja on-line, enfim. Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu com- 16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
putador seja encontrado e possa fazer parte da rede mun- Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
dial de computadores, necessita ter um endereço único. O 2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
mesmo vale para websites: este fica em um servidor, que por Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
sua vez precisa ter um endereço para ser localizado na inter- Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast re-
net. Isto é feito pelo endereço IP (IP Address), recurso que servado.
também é utilizado para redes locais, como a existente na As três primeiras classes são assim divididas para aten-
empresa que você trabalha, por exemplo. der às seguintes necessidades:
O endereço IP é uma sequência de números composta
de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro - Os endereços IP da classe A são usados em locais
sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um onde são necessárias poucas redes, mas uma grande quan-
ponto e recebe o nome de octeto ou simplesmente byte, já tidade de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte é utili-
que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10 é zado como identificador da rede e os demais servem como
um exemplo. Repare que cada octeto é formado por núme-
identificador dos dispositivos conectados (PCs, impresso-
ros que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso.
ras, etc);
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos
onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante
à quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois
primeiros bytes do endereço IP para identificar a rede e os
restantes para identificar os dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que
requerem grande quantidade de redes, mas com poucos
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organiza- dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes
ção da rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço são usados para identificar a rede e o último é utilizado
em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível a organi- para identificar as máquinas.
zação das casas da região onde você mora. Neste sentido, os Quanto às classes D e E, elas existem por motivos es-
dois primeiros octetos de um endereço IP podem ser utiliza- peciais: a primeira é usada para a propagação de pacotes
dos para identificar a rede, por exemplo. Em uma escola que especiais para a comunicação entre os computadores, en-
tem, por exemplo, uma rede para alunos e outra para profes- quanto que a segunda está reservada para aplicações futu-
sores, pode-se ter 172.31.x.x para uma rede e 172.32.x.x para ras ou experimentais.
a outra, sendo que os dois últimos octetos são usados na Vale frisar que há vários blocos de endereços reserva-
identificação de computadores. dos para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço
começa com 127, geralmente indica uma rede “falsa”, isto
Classes de endereços IP é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem 127.0.0.1, este sempre se refere à própria máquina, ou seja,
ser utilizados tanto para identificar o seu computador dentro ao próprio host, razão esta que o leva a ser chamado de
de uma rede, quanto para identificá-lo na internet. localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utilizado para
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu com- propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de
putador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina maneira simultânea.
em outra rede pode ter este mesmo número, afinal, ambas
as redes são distintas e não se comunicam, sequer sabem da Endereços IP privados
existência da outra. Mas, como a internet é uma rede global, Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são
cada dispositivo conectado nela precisa ter um endereço úni- privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados
co. O mesmo vale para uma rede local: nesta, cada dispositi- na internet, sendo reservados para aplicações locais. São,
vo conectado deve receber um endereço único. Se duas ou essencialmente, estes:
mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se então um pro- -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
blema chamado “conflito de IP”, que dificulta a comunicação -Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar toda a rede. -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.

98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas má-
quinas endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicio-
nar mais um IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um servidor ou equipamento de rede - como um
roteador - que receba a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos conectados a ele. Com isso, somente este
equipamento precisará de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores.
Máscara de sub-rede
As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereçamento, mas podem também representar desperdício. Uma solu-
ção bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte dos números que um octeto
destinado a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para aumentar a capacidade da rede. Para compreender me-
lhor, vamos enxergar as classes A, B e C da seguinte forma:
- A: N.H.H.H;
- B: N.N.H.H;
- C: N.N.N.H.
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar”
em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede permitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a
identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os dispositivos.
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um octeto é usado para identificação da rede, este receberá a
máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos, seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A
tabela a seguir mostra um exemplo desta relação:

Identificador
Identificador Máscara
Classe Endereço IP do
da rede de sub-rede
computador
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0

Você percebe então que podemos ter redes com máscara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando uma
classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade te-
nha que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores. A solução seria então criar cinco
redes classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema
é criar uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as máscaras novamente entram em ação.
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em biná-
rio é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é:
11111111.11111111.11111111.00000000
Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as
nossas sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits, conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras
palavras, precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1.
Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em:
11111111.11111111.11111111.11100000
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “trocados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso
caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host.
Fazemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem consi-
derar limitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é 255.255.255.224.
Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empregado também em endereços classes A e B, conforme a necessi-
dade. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto se tal
ação for executada manualmente. Como exemplo, há casos de assinaturas de acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui
um IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um cliente se conectar, usará o mesmo IP.
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um computador quando este se conecta à rede, mas que muda
toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você conectou seu computador à internet hoje. Quando você conectá-lo
amanhã, lhe será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte situação: uma empresa tem 80 computadores ligados
em rede. Usando IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um com-
putador receberá, quando se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que
os provedores de internet trabalham.
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol).

99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

IP nos sites A esta altura, você também deve estar querendo des-
Você já sabe que os sites na Web também necessitam cobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma
de um IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.in- forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por
fowester.com, por exemplo, como é que o seu computador exemplo, pode fazê-lo digitando cmd em um campo do
sabe qual o IP deste site ao ponto de conseguir encontrá-lo? Menu Iniciar e, na janela que surgir, informar ipconfig /all
Quando você digitar um endereço qualquer de um site, e apertar Enter. Em ambientes Linux, o comando é ifconfig.
um servidor de DNS (Domain Name System) é consultado.
Ele é quem informa qual IP está associado a cada site. O sis-
tema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante a
uma árvore (termo conhecido por programadores). Se, por
exemplo, o site www.infowester.com é requisitado, o sistema
envia a solicitação a um servidor responsável por termina-
ções “.com”. Esse servidor localizará qual o IP do endereço
e responderá à solicitação. Se o site solicitado termina com
“.br”, um servidor responsável por esta terminação é consul-
tado e assim por diante.

IPv6
O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um pas-
sado não muito distante, você conectava apenas o PC da
sua casa à internet, hoje o faz com o celular, com o seu no- Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a
tebook em um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim partir de uma rede local - tal como uma rede wireless -
por diante. Somando este aspecto ao fato de cada vez mais visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para
pessoas acessarem a internet no mundo inteiro, nos depara- saber o endereço IP do acesso à internet em uso pela rede,
mos com um grande problema: o número de IPs disponíveis você pode visitar sites como whatsmyip.org.
deixa de ser suficiente para toda as (futuras) aplicações.
A solução para este grande problema (grande mesmo, Provedor
afinal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo
O provedor é uma empresa prestadora de serviços que
nome de IPv6, uma nova especificação capaz de suportar até
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces-
- respire fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.7
sário conectar-se com um computador que já esteja na In-
68.211.456 de endereços, um número absurdamente alto!
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per-
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra-
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave-
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que
estão interligadas nesta avenida.
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no au- de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite
mento da quantidade de octetos. Um endereço do tipo os dados. Esta velocidade é dada em bps (bits por segun-
pode ser, por exemplo: do). Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
e um endereço eletrônico na Internet.
Finalizando
Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a
especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. URL - Uniform Resource Locator
Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma iden-
essa fase, que podemos considerar de transição, o que ve- tificação de onde está localizado o computador e quais re-
remos é a “convivência” entre ambos os padrões. Não por cursos este computador oferece. Por exemplo, a URL:
menos, praticamente todos os sistemas operacionais atuais http://www.novaconcursos.com.br
e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos a lidar tanto Será mais bem explicado adiante.
com um quanto com o outro. Por isso, se você é ou pretende
ser um profissional que trabalha com redes ou simplesmen-
te quer conhecer mais o assunto, procure se aprofundar nas
duas especificações.

100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como descobrir um endereço na Internet? PLUG-INS


Os plug-ins são programas que expandem a capacidade
Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar. do Browser em recursos específicos - permitindo, por exem-
Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas plo, que você toque arquivos de som ou veja filmes em ví-
pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações deo dentro de uma Home Page. As empresas de software
que preciso? vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade impressio-
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procura, nante. Maiores informações e endereços sobre plug-ins são
que são sites que possuem um enorme banco de dados (que encontradas na página:
contém o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft-
a procura por um determinado assunto. Caso a palavra ou o ware/Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
assunto que foi procurado exista em alguma dessas páginas, Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo te-
será listado toda esta relação de páginas encontradas. mos uma relação de alguns deles:
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
ao assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre
etc.).
amortecedores, caso não encontre nada como amortecedores,
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
procure como autopeças, e assim sucessivamente.
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
Barra de endereços PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários
- Apresentações

A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em pá- FTP - Transferência de Arquivos
ginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página. Permite copiar arquivos de um computador da Internet
Alguns sites interessantes: para o seu computador.
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular) Os programas disponíveis na Internet podem ser:
• www.ufpel.tche.br (Ufpel) • Freeware: Programa livre que pode ser distribuído
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) e utilizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor públi- utilização, e não é considerado “pirataria” a cópia deste pro-
co) grama.
• www.siapenet.gog.br (contracheque) • Shareware: Programa demonstração que pode ser
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) utilizado por um determinado prazo ou que contém alguns
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação) limites, para ser utilizado apenas como um teste do progra-
ma. Se o usuário gostar ele compra, caso contrário, não usa
Identificação de endereços de um site mais o programa. Na maioria das vezes, esses programas
Exemplo: http://www.pelotas.com.br exibem, de tempos em tempos, uma mensagem avisando
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de comu- que ele deve ser registrado. Outros tipos de shareware têm
nicação tempo de uso limitado. Depois de expirado este tempo de
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial teste, é necessário que seja feito a compra deste programa.
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
.com -> tipo de organização Navegar nas páginas
......br -> identifica o país
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um
Tipos de Organizações:
documento normal e de links das próprias páginas.
.edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu
.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov Como salvar documentos, arquivos e sites
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
.net -> computadores com funções de administrar redes.
Exemplo: embratel.net Como copiar e colar para um editor de textos
.org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o
botão direito do mouse e escolha a opção Copiar.
Home Page
Pela definição técnica temos que uma Home Page é
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu-
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações
dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html Abra o editor de texto clique em colar

101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Navegadores Como fazer a pesquisa


O navegador de WWW é a ferramenta mais importante
para o usuário de Internet. É com ele que se podem visitar Digite na barra de endereço o endereço do site de pes-
museus, ler revistas eletrônicas, fazer compras e até partici- quisa. Por exemplo:
par de novelas interativas. As informações na Web são or- www.google.com.br
ganizadas na forma de páginas de hipertexto, cada um com
seu endereço próprio, conhecido como URL. Para começar
a navegar, é preciso digitar um desses endereços no campo
chamado Endereço no navegador. O software estabelece a
conexão e traz, para a tela, a página correspondente.
O navegador não precisa de nenhuma configuração
especial para exibir uma página da Web, mas é necessário
ajustar alguns parâmetros para que ele seja capaz de enviar
e receber algumas mensagens de correio eletrônico e aces-
sar grupos de discussão (news).
O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no
Centro de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la Re-
cherche Nucleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era um
meio para físicos da CERN trocar experiências sobre suas Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pes-
pesquisas através da exibição de páginas de texto. Ficou cla- quisa.
ro, desde o início, o imenso potencial que o WWW possuía
para diversos tipos de aplicações, inclusive não científicas.
O WWW não dispunha de gráficos em seus primórdios,
apenas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto WWW
ganhou força extra com a inserção de um visualizador
(também conhecido como browser) de páginas capaz não
apenas de formatar texto, mas também de exibir gráficos, Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na
som e vídeo. Este browser chamava-se Mosaic e foi desen- pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem pala-
volvido dentro da NCSA, por um time chefiado por Mark vras com ou sem acento.
Andreesen. O sucesso do Mosaic foi espetacular.
Depois disto, várias outras companhias passaram a pro- Opções de pesquisa
duzir browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic.
Mark Andreesen partiu para a criação da Netscape Commu-
nications, criadora do browser Netscape.
Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o
Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos ou- Web: pesquisa em todos os sites
tros browsers. Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas.
Exemplo do resultado se uma pesquisa.
Busca e pesquisa na web

Os sites de busca servem para procurar por um deter-


minado assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
• http://br.altavista.com
• http://cade.search.yahoo.com
• http://br.bing.com/

102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet. INTRANET


Exemplo: A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de
comunicação internas baseadas na tecnologia usada na In-
ternet. Como um jornal editado internamente, e que pode
ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor-
mações particulares dentro da estrutura de comunicações
Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organizados da empresa.
por assunto em categorias. Exemplo: O grande sucesso da Internet, é particularmente da
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
evolução da informática nos últimos anos.
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
ram o acesso à informação através de redes de computa-
dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
Como escolher palavra-chave usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
• Busca com uma palavra: retorna páginas que in- ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
cluam a palavra digitada. queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
sequência de termos que foram digitadas. nante explosão na informação disponível na Internet, que
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna pá- segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
ginas que incluam todas Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
• as palavras aleatoriamente na página. que tem interessado um número cada vez maior de em-
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que ficam presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
antes do sinal de sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
• menos são excluídas da pesquisa. advento e disseminação promete operar uma revolução
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um cál- tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
culo em um site de pesquisa. cimento das primeiras redes locais de computadores, no
final da década de 80.
Por exemplo: 3+4
O que é Intranet?
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
Irá retornar: rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
projetadas para a comunicação por computador entre em-
O resultado da pesquisa presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma: rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre
as razões para este sucesso, estão o custo de implantação
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
programas de navegação na Web, os browsers.

Objetivo de construir uma Intranet


Organizações constroem uma intranet porque ela é
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis-
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital-
funcionários com conhecimentos das operações e produ-
tos da empresa.

103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aplicações da Intranet Protocolos - São os diferentes idiomas de comunicação


Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- utilizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos. O pri-
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o meiro é o HTTP, responsável pela comunicação do browser
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. De com o servidor, em seguida vem o SMTP ligado ao envio de
qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet vai ser mensagens pelo e-mail, e o FTP usado na transferência de ar-
mais efetiva para unir (no sentido operacional) os diversos quivos. Independentemente das aplicações utilizadas na intra-
profissionais de uma empresa. Mas em algumas áreas já se net, todas as máquinas nela ligadas devem falar um idioma
vislumbram benefícios, por exemplo: comum: o TCP/IP, protocolo da Internet.
• Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; Identificação do Servidor e das Estações - Depois de defi-
• Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação nidos os protocolos, o sistema já sabe onde achar as informa-
de Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de ções e como requisitá-las. Falta apenas saber o nome de quem
membros das equipes, situações de projetos; pede e de quem solicita. Para isso existem dois programas: o
• Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste- DNS que identifica o servidor e o DHCP (Dinamic Host Confi-
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais guration Protocol) que atribui nome às estações clientes.
de qualidade; Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcionários
• Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, aposti- acessam as informações colocadas à sua disposição no ser-
las, políticas da companhia, organograma, oportunidades de vidor. Para isso usam o Web browser, software que permite
trabalho, programas de desenvolvimento pessoal, benefícios. folhear os documentos.
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo-
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. Comparando Intranet com Internet
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume Na verdade as diferenças entre uma intranet e a Internet,
quase somente em clicar nos links que remetem às novas é uma questão de semântica e de escala. Ambas utilizam as
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- mesmas técnicas e ferramentas, os mesmos protocolos de
rede e os mesmos produtos servidores. O conteúdo na Inter-
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa
net, por definição, fica disponível em escala mundial e inclui
complexa e exige a presença de profissionais especializados.
tudo, desde uma home-page de alguém com seis anos de
Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet, sua
idade até as previsões do tempo. A maior parte dos dados de
diversidade de funções e a quantidade de informações nela
uma empresa não se destina ao consumo externo, na verdade,
armazenadas.
alguns dados, tais como as cifras das vendas, clientes e cor-
A intranet é baseada em quatro conceitos:
respondências legais, devem ser protegidos com cuidado. E,
• Conectividade - A base de conexão dos computa-
do ponto de vista da escala, a Internet é global, uma intranet
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir está contida dentro de um pequeno grupo, departamento ou
qualquer tipo de informação digital entre si; organização corporativa. No extremo, há uma intranet global,
• Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado- mas ela ainda conserva a natureza privada de uma Internet
res e sistemas operacionais podem ser conectados de forma menor.
transparente; A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão, por
• Navegação - É possível passar de um documento a serem uma mistura caótica de informações úteis e irrelevan-
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que tes, o meteórico aumento da popularidade de sites da Web
facilitam o acesso não linear aos documentos; dedicados a índices e mecanismos de busca é uma medida
• Execução Distribuída - Determinadas tarefas de da necessidade de uma abordagem organizada. Uma intranet
acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer gra- aproveita a utilidade da Internet e da Web num ambiente con-
ças à execução de programas aplicativos, que podem estar trolado e seguro.
no servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
(também chamados de clientes, daí surgiu à expressão que Vantagens e Desvantagens da Intranet
caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor). A van- Alguns dos benefícios são:
tagem da intranet é que esses programas são ativados atra- • Redução de custos de impressão, papel, distribuição de
vés da WWW, permitindo grande flexibilidade. Determinadas software, e-mail e processamento de pedidos;
linguagens, como Java, assumiram grande importância no • Redução de despesas com telefonemas e pessoal no su-
desenvolvimento de softwares aplicativos que obedeçam aos porte telefônico;
três conceitos anteriores. • Maior facilidade e rapidez no acesso as informações téc-
nicas e de marketing;
Como montar uma Intranet • Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações re-
Basicamente a montagem de uma intranet consiste em motas;
usar as estruturas de redes locais existentes na maioria das • Incrementando o acesso a informações da concorrência;
empresas, e em instalar um servidor Web. • Uma base de pesquisa mais compreensiva;
Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repositó- • Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e parcei-
rio das informações contidas na intranet. É lá que os clientes ros (revendas);
vão buscar as páginas HTML, mensagens de e-mail ou qual- • Aumento da precisão e redução de tempo no acesso à
quer outro tipo de arquivo. informação;

104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Uma única interface amigável e consistente para apren- combinação de nome do usuário/senha, ou da verificação do
der e usar; endereço IP do solicitante, ou de ambas. Os usuários autenti-
• Informação e treinamento imediato (Just in Time); cados têm o acesso autorizado ou negado a recursos especí-
• As informações disponíveis são visualizadas com clareza; ficos de uma intranet, com base em uma ACL (Access Control
• Redução de tempo na pesquisa a informações; List) mantida no servidor Web;
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e infor-
mação; Criptografia - É a conversão dos dados para um formato
• Redução no tempo de configuração e atualização dos que pode ser lido por alguém que tenha uma chave secreta
sistemas; de descriptografia. Um método de criptografia amplamente
• Simplificação e/ou redução das licenças de software e utilizado para a segurança de transações Web é a tecnologia
outros; de chave pública, que constitui a base do HTTPS - um proto-
• Redução de custos de documentação; colo Web seguro;
• Redução de custos de suporte;
• Redução de redundância na criação e manutenção de Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação
páginas; segura entre uma intranet e a Internet através de servidores
• Redução de custos de arquivamento; proxy, que são programas que residem no firewall e permitem
• Compartilhamento de recursos e habilidade. (ou não) a transmissão de pacotes com base no serviço que
está sendo solicitado. Um proxy HTTP, por exemplo, pode
Alguns dos empecilhos são: permitir que navegadores Webs internos da empresa aces-
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de cola- sem servidores Web externos, mas não o contrário.
boração, não são tão poderosos quanto os oferecidos pelos Dispositivos para realização de Cópias de Segurança
programas para grupos de trabalho tradicionais. É necessário Os dispositivos para a realização de cópias de seguran-
configurar e manter aplicativos separados, como e-mail e ser- ça do(s) servidor(es) constituem uma das peças de especial
vidores Web, em vez de usar um sistema unificado, como faria importância. Por exemplo, unidades de disco amovíveis com
com um pacote de software para grupo de trabalho; grande capacidade de armazenamento, tapes...
• Número Limitado de Ferramentas - Há um número limi- Queremos ainda referir que para o funcionamento de
tado de ferramentas para conectar um servidor Web a bancos uma rede existem outros conceitos como topologias/confi-
de dados ou outros aplicativos back-end. As intranets exigem gurações (rede linear, rede em estrela, rede em anel, rede em
uma rede TCP/IP, ao contrário de outras soluções de software árvore, rede em malha …), métodos de acesso, tipos de cabos,
para grupo de trabalho que funcionam com os protocolos de protocolos de comunicação, velocidade de transmissão …
transmissão de redes local existentes;
• Ausência de Replicação Embutida – As intranets não EXTRANET
apresentam nenhuma replicação embutida para usuários re- A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de
motos. A HMTL não é poderosa o suficiente para desenvolver computadores que faz uso da Internet para partilhar com se-
aplicativos cliente/servidor. gurança parte do seu sistema de informação.
Como a Intranet é ligada à Internet A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de
computadores que faz uso da Internet para partilhar com se-
gurança parte do seu sistema de informação.
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o conceito
confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode ser
vista como uma parte da empresa que é estendida a usuários
externos (“rede extra-empresa”), tais como representantes e
clientes. Outro uso comum do termo Extranet ocorre na de-
signação da “parte privada” de um site, onde somente “usuá-
rios registrados” podem navegar, previamente autenticados
por sua senha (login).

Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um Por-
tal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas e
funcionários de uma empresa consigam ter acesso à intranet
através de redes externas ao ambiente da empresa.
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via
Segurança da Intranet Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma intranet
Três tecnologias fornecem segurança ao armazenamento é uma rede restrita à empresa que utiliza as mesmas tecnologias
e à troca de dados em uma rede: autenticação, controle de presentes na Internet, como e-mail, webpages, servidor FTP etc.
acesso e criptografia. A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação en-
Autenticação - É o processo que consiste em verificar se tre os funcionários e parceiros além de acumular uma base
um usuário é realmente quem alega ser. Os documentos e de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar
dados podem ser protegidos através da solicitação de uma novas soluções.

105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplificando uma rede de conexões privadas, baseada


na Internet, utilizada entre departamentos de uma empresa ou
parceiros externos, na cadeia de abastecimento, trocando infor-
mações sobre compras, vendas, fabricação, distribuição, conta-
bilidade entre outros.

Internet Explorer 113
O Internet Explorer 11 é fornecido junto com a atualiza-
ção do Windows 8.1 ou do Windows RT 8.1. O Internet Ex-
plorer facilita o acesso a sites e ajuda a ver com o máximo de
qualidade todo o conteúdo incrível que você pode encontrar.
Depois de aprender alguns gestos e truques comuns, você
poderá usar seu novo navegador com todo o conforto e Abrindo e alternando as guias
aproveitar ao máximo seus sites favoritos. Abra uma nova guia tocando ou clicando no botão
Nova guia . Em seguida, insira uma URL ou um termo de
Noções básicas sobre navegação pesquisa ou selecione um de seus sites favoritos ou mais
Mãos à obra. Para abrir o Internet Explorer 11, toque ou visitados.
clique no bloco Internet Explorer na tela Inicial. Alterne várias guias abertas tocando ou clicando nelas
Uma barra de endereços, três formas de usar na barra de guias. Você pode ter até 100 guias abertas em
A barra de endereços é o seu ponto de partida para nave- uma só janela. Feche as guias tocando ou clicando em Fe-
gar pela Internet. Ela combina barra de endereços e caixa de char no canto de cada guia.
pesquisa para que você possa navegar, pesquisar ou receber
sugestões em um só local. Ela permanece fora do caminho
quando não está em uso para dar mais espaço para os sites.
Para que a barra de endereços apareça, passe o dedo de baixo
para cima na tela ou clique na barra na parte inferior da tela
se estiver usando um mouse. Há três maneiras de utilizá-la:
Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços para
ir diretamente para um site. Ou toque, ou clique, na barra de
endereços para ver os sites que mais visita (os sites mais fre-
quentes).
Para pesquisar. Insira um termo na barra de endereços
e toque ou clique em Ir para pesquisar a Internet com o
mecanismo de pesquisa padrão.
Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir? Di-
gite uma palavra na barra de endereços para ver sugestões
de sites, aplicativos e pesquisa enquanto digita. Basta tocar Usando várias janelas de navegação
ou clicar em uma das sugestões acima da barra de endereços. Também é possível abrir várias janelas no Internet Ex-
plorer 11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma
nova janela, pressione e segure o bloco Internet Explorer
(ou clique nele com o botão direito do mouse) na tela Ini-
cial e, em seguida, toque ou clique em Abrir nova janela.
Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela.
Abra uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o lado
direito ou esquerdo da tela. Em seguida, arraste a outra
janela a partir do lado esquerdo da tela.
Dica
Você pode manter a barra de endereços e as guias en-
caixadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer
pesquisas rapidamente. Abra o botão Configurações, to-
que ou clique em Opções e, em Aparência, altere Sempre
mostrar a barra de endereços e as guias para Ativado.
Multitarefas com guias e janelas
Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em uma Personalizando sua navegação
só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir, fechar Depois de ter aprendido as noções básicas sobre o uso
e alternar os sites. A barra de guias mostra todas as guias ou do navegador, você poderá alterar suas home pages, adi-
janelas que estão abertas no Internet Explorer. Para ver a barra cionar sites favoritos e fixar sites à tela Inicial.
de guias, passe o dedo de baixo para cima (ou clique) na tela. Para escolher suas home pages
3 Fonte: Ajuda do Internet Explorer

106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para fixar um site na tela Inicial


A fixação de um site cria um bloco na tela Inicial, o que fornece
acesso com touch ao site em questão. Alguns sites fixados mostrarão
notificações quando houver novo conteúdo disponível. Você pode
fixar quantos sites quiser e organizá-los em grupos na tela Inicial.

As home pages são os sites que se abrem sempre que


você inicia uma nova sessão de navegação no Internet Ex-
plorer. Você pode escolher vários sites, como seus sites de
notícias ou blogs favoritos, a serem carregados na abertura
Para exibir os comandos de aplicativos, passe o dedo de
do navegador. Dessa maneira, os sites que você visita com baixo para cima (ou clique).
mais frequência estarão prontos e esperando por você. Toque ou clique no botão Favoritos , toque ou clique
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Con- no botão Fixar site  e, em seguida, toque ou clique em
figurações. Fixar na Tela Inicial.
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o can- Dica: Você pode alternar rapidamente os favoritos e as
to inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para guias tocando ou clicando no botão Favoritos ou no botão
cima e clique em Configurações.) Guias nos comandos de aplicativos.
Toque ou clique em Opções e, em Home pages, toque
ou clique em Gerenciar. Lendo, salvando e compartilhando conteúdo da Internet
Insira a URL de um site que gostaria de definir como Ao examinar seu conteúdo online favorito, procure pelo ícone
home page ou toque ou clique em Adicionar site atual se Modo de exibição de leitura na barra de endereços. O Modo de
estiver em um site que gostaria de transformar em home exibição de leitura retira quaisquer itens desnecessários, como anún-
page. cios, para que as matérias sejam destacadas. Toque ou clique no íco-
ne para abrir a página no modo de exibição de leitura. Quando qui-
Para salvar seus sites favoritos ser retornar à navegação, basta tocar ou clicar no ícone novamente.
Salvar um site como favorito é uma forma simples de
memorizar os sites de que você gosta e que deseja visitar
sempre. (Se você tiver feito a atualização para o Windo-
ws 8.1 a partir do Windows 8 e entrado usando sua conta
da Microsoft, todos os favoritos já existentes terão sido im-
portados automaticamente.)
Vá até um site que deseja adicionar.
Passe o dedo de baixo para cima (ou clique) para exibir
os comandos de aplicativos. Em seguida, toque ou clique
no botão Favoritos  para mostrar a barra de favoritos.
Toque ou clique em Adicionar a favoritos e, em se-
guida, toque ou clique em Adicionar.
Um artigo da Internet com o modo de exibição de leitura desativado

107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para salvar páginas na Lista de Leitura


Quando você tiver um artigo ou outro conteúdo que
deseje ler mais tarde, basta compartilhá-lo com sua Lista de
Leitura em vez de enviá-lo por email para você mesmo ou de
deixar mais guias de navegação abertas. A Lista de Leitura é
a sua biblioteca pessoal de conteúdo. Você pode adicionar
artigos, vídeos ou outros tipos de conteúdo a ela diretamente
do Internet Explorer, sem sair da página em que você está.
Passe o dedo desde a borda direita da tela e toque em
Compartilhar.
(Se usar um mouse, aponte para o canto superior direito
Um artigo da Internet com o modo de exibição de lei- da tela, mova o ponteiro do mouse para baixo e clique em
tura ativado Compartilhar.)
Para personalizar as configurações do modo de exibi- Toque ou clique em Lista de Leitura e, em seguida, em
ção de leitura Adicionar. O link para o conteúdo será armazenado na Lista
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Con- de Leitura.
figurações.
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o can- Ajudando a proteger sua privacidade
to inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para Interagir em redes sociais, fazer compras, estudar, com-
cima e clique em Configurações.) partilhar e trabalhar: você provavelmente faz tudo isso dia-
Toque ou clique em Opções e, em Modo de exibição de riamente na Internet, o que pode disponibilizar suas informa-
leitura, escolha um estilo de fonte e um tamanho de texto. ções pessoais para outras pessoas. O Internet Explorer ajuda
Estas são algumas opções de estilo que você pode se- você a se proteger melhor com uma segurança reforçada e
lecionar. mais controle sobre sua privacidade. Estas são algumas das
maneiras pela quais você pode proteger melhor a sua privaci-
dade durante a navegação:
Use a Navegação InPrivate. Os navegadores armazenam
informações como o seu histórico de pesquisa para ajudar a
melhorar sua experiência. Quando você usa uma guia InPriva-
te, pode navegar normalmente, mas os dados como senhas,
o histórico de pesquisa e o histórico de páginas da Internet
são excluídos quando o navegador é fechado. Para abrir uma
nova guia InPrivate, passe o dedo de baixo para cima na tela
(ou clique nela) para mostrar os comandos de aplicativos, ou
toque ou clique no botão Ferramentas de guia e em Nova
guia InPrivate.
Use a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do Not
Track para ajudar a proteger sua privacidade. O rastreamento
refere-se à maneira como os sites, os provedores de conteú-
do terceiros, os anunciantes, etc. aprendem a forma como
você interage com eles. Isso pode incluir o rastreamento das
páginas que você visita, os links em que você clica e os pro-
dutos que você adquire ou analisa. No Internet Explorer, você
pode usar a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do
Not Track para ajudar a limitar as informações que podem ser
coletadas por terceiros sobre a sua navegação e para expres-
sar suas preferências de privacidade para os sites que visita.

FIREFOX4
Firefox é um navegador web de código aberto e multi-
plataforma com versões para Windows, OS X (Mac), Linux e
Android, em variantes de 32 e 64 bits, dependendo da pla-
taforma. O Firefox possui suporte para extensões, navegação
por abas, alerta contra sites maliciosos, suporte para sincroni-
zação de informações, gerenciador de senhas, bloqueador de
janelas pop-up, pesquisa integrada, corretor ortográfico, ge-
renciador de download, leitor de feeds RSS e outros recursos.
4 Fonte: Ajuda do Firefox

108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Além de ser multiplataforma, o Firefox também suporta O Firefox pode se tornar o navegador mais adequado
diferentes linguagens, incluindo o português do Brasil (Pt Br). para a sua necessidade:
Surgido de um projeto criado por Dave Hyatt e Blake · Fácil utilização;
Ross em 2002, somente dois anos depois a plataforma de na- · Simples e intuitivo, mas repleto de recursos. O Firefox
vegação pela internet se desmembrou de outras ferramentas tem todas as funções que você está acostumado - favoritos,
e se tornou um browser independente. No começo, o Firefox histórico, tela inteira, zoom de texto para tornar as páginas
se popularizou apenas entre o nicho de adeptos do “softwa- mais fáceis de ler, e diversas outras funcionalidades intuitivas;
re livre”, e mesmo assim já alcançou dezenas de milhões de · Compacto;
downloads. · A maioria das distribuições está em torno dos 5MB. Você
Não demorou muito para que o navegador começasse a leva apenas alguns minutos para copiar o Firefox para o seu
receber melhorias relevantes e o seu potencial fosse observa- computador em uma conexão discada e segunda em uma co-
do por outros perfis de internautas. E foi basicamente assim nexão banda larga. A configuração é simples e intuitiva. Logo
que o produto da Fundação Mozilla ganhou seu espaço e você estará navegando com essa ferramenta.
quase desbancou a hegemonia do Internet Explorer.
Seu sistema de abas permite que o usuário navegue em Principais novidades
diversos sites sem a necessidade de abrir várias instâncias Tudo começa pelo novo e intuitivo menu
do programa. A função de navegação privativa é muito útil, - As opções que você mais acessa, todas no mesmo lugar
pois com ela, o Mozilla Firefox não memoriza histórico, da- - Pensado para facilitar o acesso
dos fornecidos a páginas e ao campo de pesquisa, lista de - Converse por vídeo com qualquer pessoa diretamente
downloads, cookies e arquivos temporários. Serão preserva- do Firefox
dos apenas arquivos salvos por downloads e novos favoritos.
Além dessas opções, o navegador continua com as funções
básicas de qualquer outro aplicativo semelhante: gerencia-
dor de favoritos, suporte a complementos e sincronização de
dados na nuvem.

Principais características

· Navegação em abas;
· A mesma janela pode conter diversas páginas. Abrindo
os links em segundo plano
Eles já estarão carregados quando você for ler;
· Bloqueador de popups:
· O Firefox já vem com um bloqueador embutido de po-
pups;
· Pesquisa inteligente; Conheça o Firefox Hello
· O campo de pesquisa pelo Google fica na direita na - Converse por vídeo com qualquer pessoa, em qualquer
barra de ferramentas e abre direto a página com os resulta- lugar
dos, poupando o tempo de acesso à página de pesquisa an- - É grátis! Não é preciso ter conta ou baixar complemen-
tes de ter que digitar as palavras chaves. O novo localizador tos.
de palavras na página busca pelo texto na medida em que - Escolha como você quer pesquisar
você as digita, agilizando a busca;
· Favoritos RSS;
· A integração do RSS nos favoritos permite que você
fique sabendo das atualizações e últimas notícias dos seus
sites preferidos cadastrados. Essa função é disponibilizada a
partir do Firefox 2;
· Downloads sem perturbação;
· Os arquivos recebidos são salvos automaticamente na
área de trabalho, onde são fáceis de achar. Menos interrup-
ções significam downloads mais rápidos. Claro, essa função
pode ser personalizada sem problemas;
· Você decide como deve ser seu navegador;
· O Firefox é o navegador mais personalizável que exis-
te. Coloque novos botões nas barras de ferramentas, instale
extensões que adiciona novas funções, adicione temas que
modificam o visual do Firefox e coloque mais mecanismos Uma nova maneira de pesquisar, ainda mais inteligente
nos campos de pesquisa. - Sugestões de pesquisa aparecerão conforme você di-
gita

109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Escolha o site certo para cada pesquisa Exibir seus sites principais
- Use a estrela para adicionar Favoritos Clique no ícone de engrenagem na página Nova Aba e
marque Exibir os sites mais visitados.

Mostrar uma Nova Aba em branco


Para remover todos os sites da página Nova Aba, sele-
cione Exibir página em branco.

Seus sites favoritos estão mais perto do que nunca


- Adicione e visualize seus Favoritos rapidamente
- Salve qualquer site com apenas um clique

Desativar os controles da Nova Aba

Para ocultar tudo na sua página Nova Aba, incluindo os


controles da Nova Aba (ou para escolher a página que abre
em uma nova aba) você pode instalar o complemento New
Tab Override (browser.newtab.url replacement).

Personalizar a página Nova aba


O comportamento padrão do Firefox é exibir os sites em
destaque em uma nova aba. Aprenda como personalizar, fi-
xar, remover e reorganizar esses sites.

Como funcionam as sugestões de sites? Fixar


O Firefox exibe links de sites como miniaturas ou lo-
gotipos na página Nova Aba. Quando usar o Firefox pela
primeira vez, verá links para sites da Mozilla. Esses sites
serão eventualmente substituídos por sites visitados com
mais frequência.

Clique no ícone no canto superior esquerdo da sugestão


para fixá-la naquela posição na página.
Dica: Configure o Firefox Sync para sincronizar suas Su-
gestões fixadas entre os seus outros computadores.

Remover

Ocultar ou exibir Sugestões na Nova Aba

Você pode determinar sua página Nova Aba para exibir


seus sites mais visitados ou até mesmo nada. Para acessar
estes controles clique no ícone da engrenagem no canto
superior direito da nova aba.

110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no “X” no canto superior direito do site para ex- Clique no botão de menu     e depois em Entrar no
cluí-lo da página. Sync. A página de acesso será aberta em uma nova aba.
Nota: Se acidentalmente remover um site, pode recu-
perá-lo clicando em Desfazer no topo da página. Se muitos
sites foram removidos clique em Restaurar tudo.

Reorganizar

Nota: Se não visualizar uma seção do Sync no menu,


você ainda está usando uma versão antiga do Sync. 
Clique no botão Começar.
Preencha o formulário para criar uma conta e clique
em Sign Up. Anote o endereço de e-mail e a senha usada,
você precisará disso mais tarde para entrar.
Verifique nas suas mensagens se recebeu o link de
verificação e clique nele para confirmar seu endereço de
Clique e arraste uma Sugestão para dentro da posição e-mail. Você já está pronto para começar a usar!
que desejar. Ela será “fixada” nesse novo local.
Adicionar um dos seus favoritos Conecte dispositivos adicionais ao Sync
Você também pode abrir a biblioteca de favoritos e ar- Tudo que precisa fazer é entrar e deixar o Sync fazer o
rastá-los para a página Nova Aba. resto. Para entrar você precisa do endereço de e-mail e a
senha que usou no começo da configuração do sync.
Antes de iniciar, configure o Firefox para lembrar o his-
Clique no botão de menu    , e, em seguida, clique
tórico.
em Entrar no Sync.
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
Clique no botão Começar para abrir a página Crie uma
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
conta Firefox.
Arraste um favorito para dentro da posição que você
Clique no link Already have an account? Sign in na par-
quiser.
te inferior da página.

Insira o e-mail e a senha que você usou para criar sua


nova conta do Sync.
Depois que você tiver entrado, o Firefox Sync começará
a sincronização de suas informações através dos seus dis-
Como faço para configurar o Sync no meu compu- positivos conectados.
tador?
O Sync permite compartilhar seus dados e preferên- Remover um dispositivo do Sync
cias (como favoritos, histórico, senhas, abas abertas, Lista Clique no botão   para expandir o Menu.
de Leitura e complementos instalados) com todos os seus Clique no nome da sua conta no Sync (geralmente seu
dispositivos. Aprenda como configurar o Firefox Sync. endereço de e-mail) para abrir as preferências do Sync.
Importante: O Sync requer a versão mais recente do Clique em Desconectar. Seu dispositivo não será mais
Firefox. Certifique-se de que você atualizou o Firefox em sincronizado.
quaisquer computadores ou dispositivos Android.
Configurar o Sync requer duas partes: A criação de Crie favoritos para salvar suas páginas favoritas
uma conta no seu dispositivo principal e entrar nesta conta Os favoritos são atalhos para as páginas da web que
usando outros dispositivos. Aqui estão os passos em de- você mais gosta.
talhes: Como eu crio um favorito?
- Crie uma conta do Sync Fácil — é só clicar na estrela!

111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para criar um favorito, clique no ícone da estrela na Barra Como eu organizo os meus favoritos?
de ferramentas. A estrela ficará azul e seu favorito será adi- Na Biblioteca, você pode ver e organizar todos os seus
cionado na pasta “Não organizados”. Pronto! favoritos.
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.

Dica: Quer adicionar todas as abas de uma só vez? Clique


com o botão direito do mouse em qualquer aba e selecione
Adicionar todas as abas.... Dê um nome a pasta e escolha
onde quer guardá-la. Clique adicionar favoritos para finalizar.

Como eu mudo o nome ou onde fica guardado um favorito?


Para editar os detalhes do seu favorito, clique novamente
na estrela e a caixa Propriedades do favorito aparecerá.

Por padrão, os favoritos que você cria estarão localiza-


dos na pasta “Não organizados”. Selecione-a na barra late-
ral da janela “Biblioteca” para exibir os favoritos que você
adicionou. Dê um clique duplo em um favorito para abri-lo.
Enquanto a janela da Biblioteca está aberta, você tam-
bém pode arrastar favoritos para outras pastas como a
“Menu Favoritos”, que exibe seus favoritos no menu aberto
pelo botão Favoritos. Se você adicionar favoritos à pasta
Na janela Propriedades do favorito você pode modificar “Barra de favoritos”, eles aparecerão nela (embaixo da Bar-
qualquer um dos seguintes detalhes: ra de navegação).
Nome: O nome que o Firefox exibe para os favoritos em
menus.
Pasta: Escolha em que pasta guardar seu favorito selecionan-
do uma do menu deslizante (por exemplo, o Menu Favoritos ou
a Barra dos favoritos). Nesse menu, você também pode clicar em
Selecionar... para exibir uma lista de todas as pastas de favoritos.
Tags: Você pode usar tags para ajudá-lo a pesquisar e
organizar seus favoritos. Quando você terminar suas modifi-
cações, clique em Concluir para fechar a caixa.

Onde posso encontrar meus favoritos?


A forma mais fácil de encontrar um site para o qual você
criou um favorito é digitar seu nome na Barra de Endereços.
Enquanto você digita, uma lista de sites que já você visitou, Como eu ativo a Barra de favoritos?
adicionou aos favoritos ou colocou tags aparecerá. Sites com Se você gostaria de usar a Barra de Favoritos, faça o
favoritos terão uma estrela amarela ao seu lado. Apenas cli- seginte:
que em um deles e você será levado até lá instantaneamente. Clique no botão e escolhe Personalizar.
Clique na lista Exibir/ocultar barras e no final selecione
Barra dos favoritos.
Clique no botão verde Sair da personalização.

Removendo apenas uma página dos Favoritos


Acesse a página que deseja remover nos Favoritos.
Clique no ícone da estrela à direita da sua barra de pes-
quisa.

112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na janela Editar este favorito, clique Remover Favorito.

Na janela de nova pasta, digite o nome e (opcional-


Removendo mais de uma página ou pasta dos Favoritos mente) uma descrição para a pasta que você deseja criar.
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos Adicionando favoritos em pastas
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca. Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
No painel esquerdo da janela do gerenciador, clique na os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
pasta que deseja visualizar. Seu conteúdo será mostrado no Clique na pasta que contém atualmente o favorito que
painel direito. você deseja mover.
No painel direito, selecione os itens que deseja remo- Arraste o favorito sobre a pasta e solte o botão para
ver. mover o favorito para a pasta.
Com os itens a serem removidos selecionado, clique no
botão Organizar e selecione Excluir. Ordenando por nome
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique com o botão direito do mouse na pasta que de-
seja ordenar e selecione Ordenar pelo nome. Os Favoritos
serão colocados em ordem alfabética.

Criando novas pastas


Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique com o botão direito do mouse na pasta que irá
conter a nova pasta, então selecione Nova pasta....

As alterações efetuadas na janela Biblioteca será refle-


tido na barra lateral, no menu e no botão de favoritos.

Reorganizando manualmente
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique na pasta que contém o favorito que você deseja
mover para expandi-la.

113
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no favorito que você quer mover e arraste-o para a Dica: Mais opções de configuração da página inicial es-
posição desejada. tão disponíveis na janela Opções .
Clique no botão menu e depois em Opções, na ja-
nela que foi aberta vá para o painel Geral.

A partir do menu drop-down, selecione Abrir página


em branco na inicialização ou Restaurar janelas e abas an-
teriores.
Clicando em Usar as páginas abertas, as páginas que
estiverem abertas serão configuradas como páginas ini-
ciais, abrindo cada página em uma aba separada.
Para restaurar as configurações da página inicial, siga
os seguintes passos:
Clique no botão , depois em Opções
Selecione o painel Geral.
Clique no botão Restaurar o padrão localizado logo
abaixo do campo Página Inicial.

Para mover um favorito para uma pasta diferente, arraste


-o para cima da pasta.
As alterações efetuadas na janela Biblioteca serão refleti-
das na barra lateral, no menu e no botão de favoritos.

Ordenar visualizações na janela Biblioteca


Para ver os seus favoritos em várias ordens de classificação,
use a janela Biblioteca:
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
No painel esquerdo, clique na pasta que deseja visualizar.
O conteúdo será exibido no painel da direita.
Clique no botão Exibir, selecione Ordenar e depois es- Feche a janela about:preferences. Quaisquer alterações
colha uma ordem de classificação. feitas serão salvas automaticamente.
A ordem de classificação na janela Biblioteca é apenas para
visualização, e não vai ser refletido na barra lateral, no menu ou Sugestões de pesquisa no Firefox
no botão de favoritos. Muitos mecanismos de pesquisa (incluindo Yahoo,
Google, Bing e outros) fornecem sugestões de pesquisa,
Definindo a Página Inicial as quais são baseadas em pesquisas populares que outras
Veja como abrir automaticamente qualquer página web na pessoas fazem e que estão relacionadas com uma pala-
inicialização do Firefox ou clicando no botão Página inicial . vra ou palavras que você inserir. Quando as Sugestões de
Abra a página web que deseja definir como sua página Pesquisa estão ativadas, o texto que você digita em um
inicial. campo de pesquisa é enviado para o mecanismo de busca,
Clique e arraste a aba para cima do botão Página Inicial o qual analisa as palavras e exibe uma lista de pesquisas
. relacionadas.

Clique em Sim para definir esta página como sua página


inicial.

114
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como as sugestões de pesquisa funcionam Enquanto você digita na busca da barra de ferramen-
Se você ver uma sugestão de pesquisa que correspon- tas, o seu mecanismo de pesquisa padrão mostra suges-
de ao que você está procurando, clique nela para ver re- tões para ajudá-lo a procurar mais rápido. Essas sugestões
sultados para aquele termo de pesquisa. Isso pode poupar são baseadas em pesquisas populares ou em suas pesqui-
tempo e ajudar você a encontrar o que está procurando sas anteriores (se estiver ativado).
com menos digitação.
Ativar as sugestões de pesquisa enviará as palavras-
chave que você digita num campo de busca para o me-
canismo de pesquisa padrão - a menos que pareça que
você está digitando uma URL ou hostname. Os campos de
pesquisa incluem:
- a barra de pesquisa
- páginas iniciais (como mostrado na imagem acima)
- a barra de endereço (onde as Sugestões de Pesquisa
podem ser desativadas separadamente)
O mecanismo de pesquisa padrão pode coletar essas
informações de acordo com os termos da política de pri-
vacidade deles, e os usuários preocupados sobre essas in-
formações sendo coletadas podem desejar não ativar as
sugestões de pesquisa. As sugestões de pesquisa estão de-
sativadas por padrão no modo de Navegação Privada. Você
deve ativá-las explicitamente em uma janela de navegação
privativa para ativá-las nesse modo.
Ativando ou desativando as sugestões de pesquisa Pressione Enter para pesquisar usando o seu mecanis-
As sugestões de pesquisa podem ser ativadas ou de-
mo de pesquisa padrão, ou selecione outro mecanismo de
sativadas a qualquer momento marcando ou desmarcando
pesquisa clicando no logotipo.
a caixa Fornecer sugestões de pesquisa na seção Pesquisar
das opções do Firefox:
Mecanismos de pesquisa disponíveis
O Firefox vem com os seguintes mecanismos de pes-
quisa por padrão:
- Google para pesquisar na web através do Google
Nota: O padrão de busca do Google é criptografado
para evitar espionagem.
- Yahoo para pesquisar na web através do Yahoo
- Bing para pesquisar na web através do Microsoft Bing
- BuscaPé para procurar comparações de preços, pro-
dutos e serviços no site BuscaPé.
- DuckDuckGo como mecanismo de pesquisa para
para usuários que não querem ser rastreados.
Para ver sugestões de pesquisa na barra de endereços, - Mercado Livre para procurar por itens à venda ou em
marque a opção Mostrar sugestões de pesquisa na barra leilão no Mercado Livre
de localização. - Twitter para procurar pessoas no Twitter
- Wikipédia (pt) para pesquisar na enciclopédia online
Usando a Barra de Pesquisa gratuita Wikipédia Portuguesa.
Basta digitar na barra de Pesquisa na sua barra de fer-
ramentas ou na página de Nova Aba. Gerenciador de Downloads
A Biblioteca e o painel de downloads controlam os ar-
quivos baixado pelo Firefox. Aprenda a gerenciar seus ar-
quivos e configurar as definições de download.

Como faço para acessar meus downloads?


Você pode acessar seus downloads facilmente clicando
no icone download (a seta para baixo na barra de ferra-
mentas). A seta vai aparecer azul para que você saiba
que existem arquivos baixados.
Durante um download, o icone de download muda
para um timer que mostra o progresso do seu download.
O timer volta a ser uma seta quando o download for con-
cluído.

115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como posso gerenciar meus arquivos baixados?


No painel Downloads e na sua Biblioteca, existe um
botão icone a direita de cada arquivo que muda de acordo
com o progresso atual do download.

Clique no icone download para abrir o painel de down-


loads. O painel Downloads exibe os últimos três arquivos baixa-
dos, juntamente com o tempo, tamanho e fonte do download:

Pausar: Você pode pausar qualquer download em


progresso clicando com o botão direito no arquivo e se-
lecionando Pausar. Isto pode ser útil, por exemplo, se você
precisa abrir um pequeno download que começou depois
de um download grande. A Pausa de downloads lhe dá a
opção de decidir qual dos seus downloads são mais impor-
tantes.Quando você quiser continuar o download desses
arquivos, clique com o botão direito no arquivo e selecione
Continue.
Cancelar : Se depois de iniciar o download você de-
cidir que não precisa mais do arquivo, cancelar o download
Para ver todos os seus downloads, acesse a Biblioteca cli-
é simples: apenas clique no botão X ao lado do arquivo.
cando em Exibir todos os downloads na parte inferior do painel
de Downloads. Este botão se transformará em um símbolo de atualização,
clique novamente para reiniciar o download.
Abrir o arquivo: Quando o download acabar, você pode
dar um clique no arquivo para abrir-lo.

Abrir pasta : Uma vez que o arquivo tenha con-


cluído o download, o ícone à direita da entrada do arquivo
torna-se uma pasta. Clique no ícone da pasta para abrir a
pasta que contém esse arquivo.
Remover arquivo da lista: Se você não quiser manter o
registro de um determinado download, simplesmente cli-
que com o botão direito no arquivo, então selecione Excluir
da lista. Isto irá remover a arquivo da lista, mas não vai
apagar o arquivo em si.
Repetir um download : Se por qualquer razão um
download não completar, clique no botão a direita do ar-
quivo - um simbolo de atualizar - para reiniciar.
Limpar downloads: Clique no botão Limpar Downloads
A Biblioteca mostra essas informações para todos os seus
arquivos baixados, a menos que você tenha removido eles do no topo da janela da Biblioteca para limpar todo o histórico
seu histórico. de itens baixados.

Como deixar o Firefox em tela inteira


Tela inteira é um recurso do Firefox que permite que
ele ocupe a tela toda, ótimo para aquelas telinhas aperta-
das de netbooks, aproveitando o máximo da sua HDTV ou
só porque quer!

116
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ative o modo Tela inteira


Maior é melhor! Preencha sua tela com o Firefox.

Clique no botão menu no lado direito da barra de


ferramentas e selecione Tela inteira.

Histórico de navegação e downloads: Histórico de na-


vegação é a lista de sites que você visitou que são exibidos
no menu Histórico, a lista do Histórico na janela Biblioteca
e a lista de endereços da função de completar automati-
camente da Barra de endereços. Histórico dos downloads
é a lista de arquivos que foram baixados por você e são
exibidos na janela Downloads.
Dados memorizados de formulários e Barra de Pesqui-
Desative o modo Tela inteira sa: O histórico de dados memorizados de formulários inclui
Traga o meu computador de volta! Encolha o Firefox os itens que você preencheu em formulários de páginas
para seu tamanho normal. web para a funcionalidade de Preenchimento Automático
Mova o mouse para o topo da tela para fazer a barra de de Formulários. O histórico da Barra de Pesquisa inclui os
ferramentas reaparecer itens que você pesquisou na Barra de Pesquisa do Firefox.
Clique no botão menu no lado direito da barra de Cookies: Cookies armazenam informações sobre os
ferramentas e selecione Tela inteira. websites que você visita, tais como o estado da sua auten-
Atalhos de teclado ticação e preferências do site. Também incluem informa-
Para aqueles de boa memória. Use a tela inteira através ções e preferências do site armazenadas por plugins como
do teclado. o Adobe Flash. Cookies podem também ser usados por
Atalho para alternar o modo Tela inteira: Pressione a terceiros para rastreá-lo entre páginas.
tecla F11. Nota: Para poder limpar cookies criados pelo Flash
Nota: Em computadores com teclado compacto (como você precisa estar usando a versão mais recente do plugin.
netbooks e laptops), pode ser necessário usar a combina- Cache: O cache armazena arquivos temporariamente,
ção de teclas fn + F11. tais como páginas web e outras mídias online, que o Firefox
baixou da Internet para tornar o carregamento das páginas
Histórico e sites que você já visitou mais rápido.
Toda vez que você navega na internet o Firefox guarda Logins ativos: Caso você tenha se logado em um web-
várias informações suas, como por exemplo: sites que você site que usa autenticação HTTP desde a vez mais recente
visitou, arquivos que você baixou, logins ativos, dados de que você abriu o Firefox, este site é considerado “ativo”. Ao
formulários, entre outros. Toda essa informação é chamada limpar estes registros você sai destes sites.
de histórico. No entanto, se estiver usando um computador Dados offline de sites: Se você permitir, um website
público ou compartilha um computador com alguém, você pode guardar informações em seu computador para que
pode não querer que outras pessoas vejam esses dados. você possa continuar a utilizá-lo mesmo sem estar conec-
tado à Internet.
Que coisas estão incluídas no meu histórico? Preferências de sites: Preferências de sites, incluindo
o nível de zoom salvo para cada página específica, codi-
ficação de caracteres e as permissões de páginas (como
excessões para bloqueadores de anúncios) estão descritas
em janela de Propriedades da Página.

Como limpo meu histórico?


Clique no botão de menu , selecione Histórico e, em
seguida, Limpar dados de navegação….

117
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Selecione o quanto do histórico você deseja limpar: Marque a opção Limpar histórico quando o Firefox fe-
Clique no menu suspenso ao lado de Intervalo de tem- char.
po a limpar para escolher quanto de seu histórico o Firefox
limpará.

Para especificar que tipos de histórico devem ser lim-


pos, clique no botão Configurar..., ao lado de Limpar histó-
Em seguida, clique na seta ao lado de Detalhes para rico quando o Firefox fechar.
selecionar exatamente quais informações você quer que Na janela Configurações para a limpeza do histórico,
sejam limpas. marque os itens que você quer que sejam limpos automa-
ticamente sempre que você sair do Firefox.

Finalmente, clique no botão Limpar agora. A janela


será fechada e os itens selecionados serão limpos. Após selecionar os itens a serem limpos, clique em OK
Como faço para o Firefox limpar meu histórico auto- para fechar a janela Configurações para a limpeza do his-
maticamente? tórico.
Se você precisa limpar seu histórico sempre que usar Feche a janela about:preferences. Quaisquer alterações
o Firefox, você pode configurá-lo para que isso seja feito feitas serão salvas automaticamente.
automaticamente assim que você sair, assim você não es- Como faço para remover um único site do meu histó-
quece. rico?
Clique no botão , depois em Opções Clique no botão , depois em Histórico, em seguida,
clique no link no final da lista Exibir todo o histórico, para
Selecione o painel Privacidade. abrir a janela da Biblioteca.
Defina O Firefox irá: para Usar minhas configurações. Use o campo Localizar no histórico no canto superior
direito e pressione a tecla Enter para procurar pelo site que
você deseja remover do histórico.
Nos resultados da busca, clique com o botão direito no
site que você deseja remover, e selecione Limpar tudo so-
bre este site. Ou simplesmente selecione o site que deseja
excluir e pressione a tecla ‘Delete’.
Todos os dados de histórico (histórico de navegação e
downloads, cookies, cache, logins ativos, senhas, dados de
formulários, exceções para cookies, imagens, pop-ups) do
site serão removidos.

118
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na janela de impressão que foi aberta, ajuste as con-


figurações do que você está prestes a imprimir, se for ne-
cessário.

Clique em OK para iniciar a impressão.


Janela de configurações de impressão

Finalmente, feche a janela Biblioteca.

O leitor de PDF
O visualizador de PDF integrado de maneira nativa ao
navegador. Isto significa que agora não é mais necessário
ter que instalar um plugin externo no Mozilla Firefox para
fazê-lo visualizar um documento neste formato. Este visua-
lizador, inclusive, funciona da mesma forma como ocorre
no Google Chrome, que também suporta a visualização de
arquivos PDF nativamente.
Agora, sempre que você clicar em um documento PDF
Seção Impressoras:
no navegador, ele será aberto diretamente na tela. Os con-
Clique no menu drop-down ao lado de Name para mu-
troles são exibidos na parte superior, com os quais você
dar qual a impressora imprimirá a página que você está
pode salvar ou imprimir o documento, bem como usar re-
cursos como zoom, ou ir diretamente para uma página es- vendo.
pecífica. Também é possível alternar para o modo de apre- Nota: A impressora padrão é a do Windows. Quando
sentação e exibir o PDF em tela cheia. uma página da web é impressa com a impressora selecio-
Durante os testes realizados, conseguimos abrir vários nada, ela se torna a impressora padrão do Firefox.
PDFs em diversas abas sem nenhum problema, já que não Cique em Propiedades... para mudar o tamanho do pa-
houve travamentos. O segredo por trás do leitor é que ele pel, qualidade de impressão e outras configurações espe-
converte os PDFs para o HTML 5. cíficas da impressora.
Seção Intervalo de impressão - Especifique quais pági-
Imprimindo uma página web nas da página web atual será impressa:
Selecione Tudo para imprimir tudo.
Clique no menu e depois em Imprimir. Selecione Páginas e coloque o intervalo de páginas
que você quer imprimir. Por exemplo, selecionando “de 1 a
1” imprimirá somente a primeira página.
Selecione Seleção para imprimir somente a parte da
página que você selecionou.
Seção Cópias - Especifique quantas cópias você quer
imprimir.
Se colocar mais do que 1 no campo Número de cópias,
você também pode escolher se quer agrupá-las. Por exem-
plo, se você escolheu fazer 2 cópias e selecionou Juntar,
elas serão impressas na ordem 1, 2, 3, 1, 2, 3. Caso contrá-
rio, elas serão impressas na ordem 1, 1, 2, 2, 3, 3.
Nota: As seguintes configurações são salvas como pre-
ferências do Firefox em uma base por impressora.
SeçãoImprimir bordas - Se você está vendo uma pá-
gina web com bordas, poderá selecionar como as bordas
serão impressas:

119
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Escala: Para tentar uma página web em menos folhas


impressas, você pode ajustar a escala. Reduzir para caber
ajusta automaticamente a escala.
Opções: Selecione Imprimir cores e imagens de fundo
para que o Firefox imprima as páginas com cor e imagens
de fundo como elas são mostradas na tela, caso contrário,
Firefox imprimirá com o fundo branco.

Margens e Cabeçalho/ Rodapé

Como apresentado na tela irá imprimir da mesma for-


ma que você vê a página web no Firefox.
O campo selecionado irá imprimir somente o conteúdo
dentro da última borda que você clicou.
Cada campo separadamente irá imprimir o conteúdo
de todas as bordas, mas em páginas separadas.
Mudando a configuração da página
Para alterar a orientação da página, alterar se as cores
e imagens de fundo são impressas, as margens da página,
o que incluir no cabeçalho e rodapé das páginas impressas,
na parte superior da janela do Firefox, clique no botão Fi-
refox, veja mais em Imprimir... (menu Arquivo no Windows
XP) e selecione Configurar página.... A janela de configura-
ção de página irá aparecer.
Nota: As seguintes configurações são salvas como pre-
ferências do Firefox em uma base por impressora.

Formato e Opções

Na aba Margens e Cabeçalhos/Rodapé você pode alterar:

Margens: Você pode colocar a largura da margem se-


paradamente para cima, baixo, esquerda e direita.
Cabeçalho e Rodapé: Use os menus dropdown para
selecionar o que irá aparecer na página impressa. O valor
do dropdown superior esquerdo aparece no canto superior
esquerdo da página; o valor do dropdown superior central
aparece na parte superior central da página, e assim por
diante. Você pode escolher entre:
--em branco--: Nada será impresso.
Título: Imprime o título das páginas web.
Endereço: Imprime o endereço das páginas web.
Data/Hora: Imprime a data e hora em que a página foi
impressa.
Página #: Imprime o número da página.
Página # de #: Imprime o número da página e o total
de páginas.
Personalizar...: Coloque seu próprio texto de cabeçalho
ou rodapé. Isso pode ser usado pra mostrar o nome da
Na aba Formato e Opções você pode alterar: empresa ou organização no alto ou na parte de baixo de
Formato: toda página impressa.
Selecione Retrato para a maioria dos documentos e Clique em OK para concluir as alterações e fechar a
páginas web. janela de configuração de páginas.
Selecione Paisagem para páginas e imagens largas.

120
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Visualizar impressão Copie e cole o link para a sua ferramenta de mensagens


Para ver como a página web que você quer imprimir fi- preferida clicando em Copiar Link.
cará quando impressa, na parte superior da janela do Fire- Envie o link por e-mail para o seu amigo clicando no botão
fox, clique no botão Firefox, veja mais em Imprimir...(menu Enviar link por E-mail. Isso abrirá sua aplicação de e-mail padrão.
Arquivo no Windows XP), e selecione Visualizar impressão.
A janela de pré-visualização permite mudar algumas Compartilhar no Facebook.
das opções descritas acima. Acesse a janela de impressão Quando seu amigo se juntar à conversa, você verá um alerta.
clicando em Imprimir..., ou a janela de configuração de pági- Para encerrar a chamada, clique em .
na clicando em Configurar página.... Clique nas setas ao lado Se juntar a uma conversa
do campo Página: para trocar as páginas do documento. As Recebeu um convite? Se juntar a uma conversa é fácil! Ape-
setas duplas mudam para a primeira ou última página, as nas clique no link do seu convite e clique no botão na página
setas únicas vão para a próxima página ou a anterior. Você para entrar na conversa.
também pode ajustar a escala e o formato (veja acima). Controlar suas notificações
Você pode desligar as notificações no Firefox se você prefe-
rir não ser notificado quando um amigo se juntar:

Clique no botão do Hello .


Clique em Fechar para sair da visualização da impressão. Clique na engrenagem na parte de baixo do painel e esco-
lha Desligar notificações.
Firefox Hello - conversas por vídeo e voz online
O Firefox Hello lhe deixa navergar e discutir páginas web com Navegação Privativa
seus amigos diretamente no navegador. Tudo que você precisa é Quando navega na web, o Firefox lembra de varias informa-
uma webcam (opcional), um microfone, e a versão mais recente ção para você - como os sites visitados. No entanto, pode ha-
do Firefox para ligar para os amigos que estão em navegadores ver momentos em que não deseja que outros usuários tenham
acesso a tais informações, como quando estiver comprando um
suportados pelo WebRTC como Firefox, Chrome, ou Opera.
presente de aniversário. A navegação privativa permite que na-
Nota: O Firefox Hello não está disponível na Navegação
vegue na internet sem salvar informações sobre os sites e pági-
Privada.
nas visitadas.
Iniciar uma conversa
A navegação privativa também inclui Proteção contra ras-
Clique no botão Hello .
treamento na navegação privada, a qual impede que seja ras-
Clique em Navegar nessa página com um amigo.
treado enquanto navega.
Mostraremos a você como funciona.
Importante: A navegação privativa não o torna anônimo na
Internet. Seu provedor de acesso a internet ou os próprios sites
ainda podem rastrear as páginas visitadas. Além disso, a nave-
gação privativa não o protege de keyloggers ou spywares que
podem estar alojados em seu computador

Como abrir uma nova janela privativa?


Existem duas maneiras de se abrir uma nova Janela Privativa.
Abrir uma nova Janela Privativa vazia
Clique no botão de menu e depois em Nova janela privativa.

Use as seguintes opções para convidar seus amigos:

121
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abrir um link em nova janela privativa Outras formas de controlar as informações que o Firefox
Clique com o botão direito do mouse e escolha Abrir link em salva
uma nova janela privativa no menu contextual. Você sempre pode remover a navegação recente, as
pesquisas e histórico de download depois de visitar um site.

Como saber se a minha conexão com um site é se-


gura?
O botão de Identidade do Site (um cadeado) aparece
na sua barra de endereço quando você visita um site segu-
ro. Você pode descobrir rapidamente se a conexão para o
site que estar visualizando é criptografado. Isso deve lhe
ajudar a evitar sites maliciosos que estão tentando obter
sua informação pessoal.

Dica: Janelas de navegação privativas tem uma máscara roxa


no topo.

O botão de Identidade do Site estar na barra de ende-


reço à esquerda do endereço web. Mais comumente, quan-
do visualizando um site seguro, o botão de Identidade do
Site será um cadeado verde.
O que a navegação privativa não salva?
Páginas visitadas: Nenhuma página será adicionada à lista de
sites no histórico, lista de história da janela da Biblioteca, ou na lista
No entanto, em algumas circunstâncias raras, ele tam-
de endereços da Awesome Bar.
bém pode ser um cadeado verde com um triângulo de
Entradas em formulário e na barra de pesquisa: Nada digitado
alerta cinza, um cadeado cinza com um triângulo de alerta
em caixas de texto em páginas web ou na barra de busca será salvo
amarelo, ou um cadeado cinza com uma linha vermelha.
para o autocomplete.
Senhas: Nenhuma senha será salva.
Lista de arquivos baixados: os arquivos que você baixar não
serão listados na Janela de Downloads depois de desativar a Na-
vegação Privativa. Nota: Clicando no botão à esquerda da barra de en-
Cookies: Cookies armazenam informações sobre os sites que dereço nos traz o Centro de Controle, o qual lhe permite
você visita como preferências, status de login, e os dados utilizados visualizar mais informações detalhadas sobre o estado de
por plugins, como o Adobe Flash. Cookies também podem ser uti- segurança da conexão e alterar algumas configurações de
lizados por terceiros para rastreá-lo através dos sites. segurança e privacidade.
Conteúdo web em Cache e Conteúdo Web off-line e de dados Aviso: Você nunca deve enviar qualquer tipo de infor-
do usuário ‘: Nenhum arquivo temporário da Internet (cache) ou mação sensível (informação bancária, dados de cartão de
arquivos armazenados para o uso off-line serão salvo. crédito, Números de Seguridade Social, etc.) para um site
Nota: sem o ícone de cadeado na barra de endereço - neste caso
Favoritos criados ao usar a Navegação Privativa serão salvos. não é verificado que você está se comunicando com o site
Todos os arquivos que você baixar para o seu computador du- pretendido nem que seus dados estão seguros contra es-
rante o uso de navegação privada serão salvos. pionagem!
O Firefox Hello não está disponível na navegação privativa.
Posso definir o Firefox para sempre usar a navegação privativa? Cadeado verde
O Firefox está definido para lembrar o histórico por padrão, Um cadeado verde (com ou sem um nome de organi-
mas você pode alterar essa configuração de privacidade no Firefox zação) indica que:
Opções (clique no menu Firefox , escolha Opções e selecione Você está realmente conectado ao website cujjo en-
o painel Privacidade). Quando alterar a configuração do histórico dereço é exibido na barra de endereço; a conexão não foi
para nunca lembrar o histórico, isto equivale a estar sempre no interceptada.
modo de navegação privativa. A conexão entre o Firefox e o website é criptografada
Importante: Quando o firefox está definido para nunca para evitar espionagem.
lembrar o histórico você não verá uma máscara roxa na par-
te superior de cada janela, mesmo que esteja efetivamente
no modo de navegação privativa. Para restaurar a navegação
normal, vá para o painel privacidade Opções e defina o Firefox
para lembrar o histórico.

122
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Um cadeado verde mais o nome da empresa ou or- O painel Segurança contém Opções relacionadas à sua
ganização, também em verde, significa que o website está segurança ao navegar na internet.
usando um Certificado de Validação Avançada. Um certi-
ficado de Validação Avançada é um tipo especial de cer-
tificado do site que requer um processo de verificação de
identidade significativamente mais rigoroso do que outros
tipos de certificados.

Para sites usando certificados VE, o botão de identida- Configurações de Segurança


de do site exibe tanto um cadeado verde e o nome legal Alertar se sites tentarem instalar extensões ou temas
da companhia ou organização do website, então você sabe O Firefox sempre pedirá a sua confirmação para a ins-
quem está operando ele. Por exemplo, isto mostra que o talação de complementos. Para evitar que tentativas de ins-
mozilla.org é de propriedade da Fundação Mozilla. talação não requisitadas resultem em instalações acidentais,
Cadeado verde com um triângulo cinza de alerta o Firefox exibe um aviso quando um site tentar instalar um
Um cadeado verde com um triângulo cinza de alerta complemento e bloqueia a tentativa de instalação. Para
indica que o site é seguro; no entanto, o firefox bloqueou permitir que sites específicos instalem complementos, você
o conteúdo inseguro e, assim, o site pode não necessaria- deve clicar em Exceções…, digitar o endereço do site e clicar
mente exibir ou funcionar inteiramente correto. em Permitir. Desmarque essa opção para desativar esse avi-
so para todos os sites.
Bloquear sites avaliados como focos de ataques: Mar-
Cadeado cinza com um triângulo amarelo de alerta
que isso se você quer que o Firefox verifique se o site que
Um cadeado cinza com um triângulo amarelo de alerta
você está visitando pode ser uma tentativa de interfirir nas
indica que a conexão entre o Firefox e o website é apenas
funções normais do computador ou mandar dados pessoais
parcialmente criptografada e não impede espionagem.
sobre você sem autorização através da Internet.
A ausência deste aviso não garante que o site seja confiável.
Bloquear sites avaliados como falsos: Marque isso se
você quer que o Firefox verifique ativamente se o site que
você está visitando pode ser uma tentativa de enganar você
fazendo com que passe suas informações pessoais (isto é
Nota: Não envie qualquer tipo de informação sensível frequentemente chamado de “phishing”).
(informação bancária, dados de cartão de crédito, Números
de Seguridade Social, etc.) para sites onde o botão de iden- Logins
tidade do site tem o ícone de triângulo de alerta amarelo. Memorizar logins de sites: I Firefox pode salvar com se-
Cadeado cinza com um traço vermelho gurança senhas que você digita em formulários web para fa-
Um cadeado cinza com um traço vermelho indica que cilitar seu acesso aos websites. Desmarque essa opção para
a conexão entre o Firefox e o website é apenas parcial- impedir o Firefox de memorizar suas senhas. No entanto,
mente criptografada e não previne contra espionagem ou mesmo com isso marcado, você ainda será questionado se
ataque man-in-the-middle. deseja salvar ou não as senhas para um site quando você
visitá-lo pela primeira vez. Se você selecionar Nunca para
este site, aquele site será adicionado à uma lista de exceções.
Para acessar essa lista ou para remover sites dela, clique no
botão Exceções….
Esse ícone não aparecerá a menos que você manual- Usar uma senha mestra: O Firefox pode proteger infor-
mente desativou o bloqueio de conteúdo misto. mações sensíveis, como senhas salvas e certificados, cripto-
Nota: Não envie qualquer tipo de informação sensível grafando eles usando uma senha mestra. Se você criar uma
(informação bancária, dados de cartão de crédito, números senha mestra, cada vez que você iniciar o Firefox, será solicita-
de seguridade social, etc.) para sites onde o botão de iden- do que você digite a senha na primeira vez que for necessário
tidade do site tem o ícone de um cadeado cinza com uma acessar um certificado ou uma senha salva. Você pode definir,
listra vermelha. alterar, ou remover a senha mestra marcando ou desmarcan-
do essa opção ou clicando no botão Modificar senha mes-
Configurações de segurança e senhas tra…. Se uma senha mestra já estiver definida, você precisará
Este artigo explica as configurações disponíveis no pai- digitá-la para alterar ou remover a senha mestra.
nel Segurança da janela Opções do Firefox. Você pode gerenciar senhas salvas e excluir senhas indi-
viduais clicando no botão Logins salvos….

123
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Encontrar e instalar complementos para adicionar fun-


cionalidades ao Firefox
Complementos são como os aplicativos que você instala
para adicionar sinos e assobios para o Firefox. Você pode obter
complementos para comparar preços, verificar o tempo, mu-
dar o visual do Firefox, ouvir música, ou mesmo atualizar o seu
perfil no Facebook. Este artigo aborda os diferentes tipos de
complementos disponíveis e como encontrar e instalá-los.
Existem três tipos de complementos:
- Extensões
Extensões adicionam novas funcionalidades ao Firefox ou
modificam as já existentes. Existem extensões que permitem
bloquear anúncios, baixar vídeos de sites, integrar o Firefox O Firefox irá fazer o download do complemento e pode
com sites, como o Facebook ou o Twitter, e até mesmo adicio- pedir que você confirme a sua instalação.
nar recursos de outros navegadores. Clique em Reiniciar agora se ele aparecer. Seus abas
- Aparência serão salvas e restauradas após a reinicialização.
Existem dois tipos de complementos de aparência: temas Algumas extensões colocam um botão na barra de fer-
completos, que mudam a aparência de botões e menus, e te- ramentas após a instalação..
mas de fundo, que decoram a barra de menu e faixa de abas
com uma imagem de fundo
- Plugins
Como desativar extensões e temas
Plugins permitem adicionar suporte para todos os tipos
de conteúdo da Internet. Estes geralmente incluem formatos Ao desativar um complemento ele deixará de funcio-
patenteados como o Flash, QuickTime e Silverlight que são nar sem ser removido:
usados para vídeo, áudio, jogos on-line, apresentações e muito Clique no botão de menu   e selecione Complemen-
mais. Plugins são criados e distribuídos por outras empresas. tos para abrir a aba do gerenciador de complementos.
Para visualizar quais complementos estão instalados: No gerenciador de complementos, selecione o pai-
Clique no botão escolha complementos. A aba comple- nel Extensões ou Aparência.
mentos irá abrir. Selecione o complemento que deseja desativar.
Selecione o painel Extensões, Aparência ou Plugins. Clique no botão Desativar.
Como faço para encontrar e instalar complementos? Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Rei-
Aqui está um resumo para você começar: niciar agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao
Clique no botão de menu e selecione Complementos reiniciar.
para abrir a aba do gerenciador de complementos. Para reativar um complemento, encontre-o na lista de
No gerenciador de complementos, selecione o painel Get complementos e clique em Ativar, será solicitado reiniciar
Add-ons. o Firefox.
Para ver mais informações sobre um complemento ou
tema, clique nele. Você pode em seguida clicar no botão verde Como desativar plugins
Adicionar ao Firefox para instalá-lo. Ao desativar um plugin ele irá deixar de funcionar sem
Você também pode pesquisar por complementos específi- ser removido:
cos usando a caixa de busca na parte superior. Podendo então Clique no botão de menu   e selecione Complemen-
instalar qualquer complemento que encontrar, com o botão tos para abrir a aba do gerenciador de complementos.
Instalar. No gerenciador de complementos, selecione o pai-
nel Plugins.
Selecione o plugin que deseja desativar.
Selecione Nunca Ativar no menu de seleção.
Para reativar um plugin, encontre-o na sua lista de plu-
gins e clique em Sempre ativo no menu de seleção.

Como remover extensões e temas


Clique no botão de menu     e selecione Comple-
mentos para abrir a aba do gerenciador de complementos.
No gerenciador de complementos, selecione o pai-
nel Extensões ou Aparência.
Selecione o complemento que você deseja remover.
Clique no botão Excluir.
Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Rei-
niciar agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao
reiniciar.

124
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como desinstalar plugins Diálogo de fontes


Geralmente os plugins vem com seus próprios desins- Na lista Fontes padrão para, escolha um grupo de carac-
taladores. Se precisar de ajuda para desinstalar alguns dos teres/idioma. Por exemplo, para configurar o grupo de fon-
plugins mais populares, vá para lista de artigos de plugins e tes padrão dos idiomas ocidentais (latinos), clique em Latin..
selecione o artigo do respectivo plugin que você quer de- Para um grupo de caracteres/idioma que não esteja na lista,
sinstalar. clique em Outros Sistemas de Escrita.
Escolha se a fonte proporcional deverá ser com serifa
Configurações de Conteúdo (como “Times New Roman”) ou sem serifa (como “Arial”), e
então especifique o tamanho padrão da fonte proporcional.
Especifique as fontes utilizadas para fontes com serifa,
sem serifa e monoespaçada (largura fixa). Você também
pode especificar o tamanho para as fontes monoespaçadas.

Você também pode especificar o tamanho mínimo de


fonte que pode ser exibido na tela. Isso pode ser útil em sites
que utilizam tamanhos de fonte muito pequenos e pouco
legíveis.
Páginas podem usar outras fontes: Por padrão, o Firefox
exibe as fontes especificadas pelo autor da página. Desative
essa opção para forçar todos os sites a usar as fontes padrão.
Codificação de texto para conteudo legado: A codifica-
ção de caracteres selecionada nessa caixa será a codificação
padrão utilizada para exibir páginas que não especifiquem
uma codificação.
Diálogo de cores
Cores padrão: Aqui você pode modificar as cores pa-
drão de texto e fundo que serão utilizadas nas páginas em
DRM Content que essas cores não foram especificadas por seu autor. Cli-
Reproduzir conteúdo DRM: Por padrão, o Firefox per- que nas amostras de cores para modificá-las.
mite a reprodução de conteúdo de áudio e vídeo protegi- Usar cores do sistema: Marque essa opção para usar as
do por Gerencimento de Direitos Digitais (DRM). Ao des- cores de fonte e fundo definidas pelo seu Sistema Operacio-
marcar esta opção essa funcionalidade será desligada. nal em vez das cores definidas acima.
Aparência padrão dos links: Aqui você pode modificar as
Notificações cores padrão dos links das páginas. Clique nas amostras de
O Firefox lhe permite escolher quais websites tem cores para modificá-las.
permissão para lhe enviar notificações. Clique em  Esco- Sublinhar: Por padrão, o Firefox sublinha os links das
lher para fazer alterações na lista de sites permitidos. páginas. Desmarque essa  opção  para modificar esse com-
Não me perturbe: Selecione esta opção para suspen- portamento. Note que vários sites especificam seus próprios
der temporariamente todas as notificações até você fechar estilos de links e nesses sites essa opção não tem efeito.
e reiniciar o Firefox.
Páginas podem usar outras cores: Por padrão, o Firefox
exibe as cores especificadas pelo autor da página. Desative
Pop-ups
essa opção para forçar todos os sites a usar as cores padrão.
Bloquear janelas popup: Por padrão, o Firefox bloqueia
Idiomas
janelas popup inconvenientes em sites da web. Desmarque
essa opção para desativar o Bloqueador de Popups. Alguns Algumas páginas oferecem mais de um idioma para exi-
sites utilizam popups com funções importantes. Para per- bição. Clique no botão Selecionar…para especificar o idioma
mitir que sites específicos utilizem popups, clique em Exce- ou idiomas de sua preferência.
ções…, digite o domínio do site e clique em Permitir. Para Idiomas: Para adicionar um idioma à lista de idiomas
excluir um site da lista de sites permitidos, selecione-o e clique emSelecione um idioma para adicionar…, clique so-
clique em Excluir o site. Para limpar a lista completamente, bre o idioma escolhido e clique no botãoAdicionar. Exclua
clique em Excluir tudo. um idioma da lista selecionando-o e clicando no botão Ex-
cluir. Você também pode reordenar os idiomas usando os
Fontes e cores botões Para cima e Para baixo para determinar a ordem de
Fonte padrão e Tamanho: Normalmente as páginas da preferência no caso de haver mais de um idioma disponível.
web são exibidas na fonte e tamanho especificados aqui.
Entretanto, páginas da web podem definir fontes diferen-
tes, que serão exibidos a não ser que você especifique o
contrário na janela Fontes. Clique no botãoAvançado… para
acessar mais opções de fontes.

125
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Use atalhos do mouse para executar tarefas comuns Página atual


no Firefox
Esta é uma lista dos atalhos do mouse mais comuns no Comando Atalho
Mozilla Firefox. Ir uma tela para baixo Page Down
Ir uma tela para cima Page Up
Comando Atalho Ir para o final da página End
Voltar Shift + Rolar para baixo Ir para o início da
Avançar Shift + Rolar para cima Home
página
Aumentar Zoom Ctrl + Rolar para cima Ir para o próximo frame F6
Diminuir Zoom Ctrl + Rolar para baixo Ir para o frame anterior Shift + F6
Clicar com botão do meio Imprimir Ctrl + P
Fechar Aba
na Aba Salvar página como Ctrl + S
Clicar com botão do meio Mais zoom Ctrl + +
Abrir link em uma nova Aba
no link
Menos zoom Ctrl + -
clicar com o botão do
Nova aba tamanho normal Ctrl + 0
meio na barra de abas
Ctrl + Clicar com botão Editando
Abrir em nova Aba em esquerdo no link
segundo plano* Clicar com botão do meio
no link Comando Atalho
Ctrl + Shift + Botão Copiar Ctrl + C
Abrir em nova Aba em Recortar Ctrl + X
esquerdo
primeiro plano* Apagar Del
Shift + Botão do meio
Shift + Clicar com botão Colar Ctrl + V
Abrir em uma Nova Janela
esquerdo no link Colar (como Ctrl + Shift
Duplicar Aba ou Favoritos Ctrl + Arrastar Aba texto simples) +V
Recarregar (ignorar cache) Shift + Botão recarregar Refazer Ctrl + Y
Salvar como... Alt + Botão esquerdo Selecionar
Ctrl + A
* Os atalhos para abrir Abas em primeiro e segun- tudo
do plano serão trocadas se a opção Ao abrir um link em Desfazer Ctrl + Z
uma nova Aba, carregá-la em primeiro plano estiver ativa
no Painel de configurações geral.. GOOGLE CHROME
O Chrome é o mais novo dos grandes navegadores e
Atalhos de teclado já conquistou legiões de adeptos no mundo todo. O pro-
Navegação grama apresenta excelente qualidade em seu desenvolvi-
mento, como quase tudo o que leva a marca Google. O
Comando Atalho browser não deve nada para os gigantes Firefox e Internet
Explorer e mostra que não está de brincadeira no mundo
Alt + ← dos softwares.
Voltar
Backspace Confira nas linhas abaixo um pouco mais sobre o ótimo
Alt + → Google Chrome.
Avançar
Shift + Backspace
Página inicial Alt + Home Funções visíveis
Abrir arquivo Ctrl + O
F5 Antes de detalhar melhor os aspectos mais complica-
Atualizar a página dos do navegador, vamos conferir todas as funções dis-
Ctrl + R
poníveis logo em sua janela inicial. Observe a numeração
Atualizar a página (ignorar Ctrl + F5
na imagem abaixo e acompanhe sua explicação logo em
o cache) Ctrl + Shift + R
seguida:
Parar o carregamento Esc

126
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1.    As setas são ferramentas bem conhecidas por todos Abas


que já utilizaram um navegador. Elas permitem avançar ou vol-
tar nas páginas em exibição, sem maiores detalhes. Ao manter A segunda tarefa importante para quem quer usar o
o botão pressionado sobre elas, você fará com que o histórico Chrome é lidar com suas abas. Elas são ferramentas muito
inteiro apareça na janela. úteis e facilitam a navegação. Como citado anteriormente,
2.   Reenviar dados, atualizar ou recarregar a página. Todos basta clicar no botão com um “+” para abrir uma nova guia.
são sinônimos desta função, ideal para conferir novamente o Outra forma de abri-las é clicar em qualquer link ao pres-
link em que você se encontra, o que serve para situações bem sionar a rodinha do mouse, o que torna tudo ainda mais rá-
específicas – links de download perdidos, imagens que não pido. Também é possível utilizar o botão direito sobre o novo
abriram, erros na diagramação da página. endereço e escolher a opção “Abrir link em uma nova guia”.
3.   O ícone remete à palavra home (casa) e leva o navega-
dor à página inicial do programa. Mais tarde ensinaremos você Liberdade
a modificar esta página para qualquer endereço de sua prefe-
rência.
É muito fácil manipular as abas no Google Chrome. É
4.   A estrela adiciona a página em exibição aos favoritos,
possível arrastá-las e mudar sua ordem, além de arrancar a
que nada mais são do que sites que você quer ter a disposição
aba da janela e desta forma abrir outra independente. Basta
de um modo mais rápido e fácil de encontrar.
5.   Abre uma nova aba de navegação, o que permite visitar segurar a aba com o botão esquerdo do mouse para testar
outros sites sem precisar de duas janelas diferentes. suas funções. Clicar nelas com a rodinha do mouse faz com
6.   A barra de endereços é o local em que se encontra o link que fechem automaticamente.
da página visitada. A função adicional dessa parte no Chrome é
que ao digitar palavras-chave na lacuna, o mecanismo de busca
do Google é automaticamente ativado e exibe os resultados em
questão de poucos segundos.
7. Simplesmente ativa o link que você digitar na lacuna à
esquerda.
8. Abre as opções especiais para a página aberta no nave-
gador. Falaremos um pouco mais sobre elas em seguida.
9. Abre as funções gerais do navegador, que serão melhor
detalhadas nos próximos parágrafos.

Para Iniciantes O botão direito abre o menu de contexto da aba, em


que é possível abrir uma nova, recarregar a atual, fechar a
Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dúvidas guia ou cancelar todas as outras. No teclado você pode abrir
básicas sobre essa categoria de programas, continue lendo este uma nova aba com o comando Ctrl + T ou simplesmente
parágrafo. Do contrário, pule para o próximo e poupe seu tem- apertando o F1.
po. Aqui falaremos um pouco mais sobre os conceitos e ações
mais básicas do programa. Fechei sem querer!
Com o Google Chrome, você acessa os sites da mesma
forma que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera. Ao executar o Quem nunca fechou uma aba importante acidentalmen-
programa, tudo o que você precisa fazer é digitar o endereço do te em um momento de distração? Pensando nisso, o Chrome
local que quer visitar. Para acessar o portal Baixaki, por exemplo,
conta com a função “Reabrir guia fechada” no menu de con-
basta escrever baixaki.com.br (hoje é possível dispensar o famo-
texto (botão direito do mouse). Basta selecioná-la para que a
so “www”, inserido automaticamente pelo programa.)
última página retorne ao navegador.
No entanto nem sempre sabemos exatamente o link que
queremos acessar. Para isso, digite o nome ou as palavras-chave
do que você procura na mesma lacuna. Desta forma o Chrome
acessa o site de buscas do Google e exibe os resultados rapida-
mente. No exemplo utilizamos apenas a palavra “Baixaki”.

127
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Configuração Temas: é possível modificar as cores e todo o visual do


navegador. Para isso, clique em “Obter temas” e aplique
Antes de continuar com as outras funções do Google um de sua preferência. Para retornar ao normal, selecione
Chrome é legal deixar o programa com a sua cara. Para isso, “Redefinir para o tema padrão”.
vamos às configurações. Vá até o canto direito da tela e
procure o ícone com uma chave de boca. Clique nele e se-
lecione “Opções”.

Configurações avançadas
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado
para usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade,
que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com
suas preferências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em
“Local de download” é possível escolher a pasta em que os
arquivos baixados serão salvos. Você também pode definir
que o navegador pergunte o local para cada novo down-
load.
Básicas
Downloads
Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do
navegador. Basta selecionar a melhor opção para você e
Todos os navegadores mais famosos da atualidade
configurar as páginas que deseja abrir.
Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba contam com pequenos gerenciadores de download, o que
anterior, defina qual será a página inicial do Chrome. Tam- facilita a vida de quem baixa várias coisas ao mesmo tem-
bém é possível escolher se o atalho para a home (aquele po. Com o Google Chrome não é diferente. Ao clicar em
em formato de casinha) aparecerá na janela do navegador. um link de download, muitas vezes o programa pergunta-
Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro, rá se você deseja mesmo baixar o arquivo, como ilustrado
aqui você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar na abaixo:
lacuna do programa. O botão “Gerenciar” mostra a lista de
mecanismos.
Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo
como seu navegador padrão. Se você optar por isso, sem-
pre que algum software ou link for executado, o Chrome
será automaticamente utilizado pelo sistema.

Coisas pessoais

Senhas: define basicamente se o programa salvará ou


não as senhas que você digitar durante a navegação. A op-
ção “Mostrar senhas salvas” exibe uma tabela com tudo o Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embai-
que já foi inserido por você. xo da janela, mostrando o progresso do download. Você
Preenchimento automático de formulário: define se os pode clicar no canto dela e conferir algumas funções es-
formulários da internet (cadastros e aberturas de contas) se- peciais para a situação. Além disso, ao selecionar a função
rão sugeridos automaticamente após a primeira digitação. “Mostrar todos os downloads” (Ctrl + J), uma nova aba é
Dados de navegação: durante o uso do computador, o exibida com ainda mais detalhes sobre os arquivos que
Chrome salva os dados da sua navegação para encontrar você está baixando.
sites, links e conteúdos com mais facilidade. O botão “Lim-
par dados de navegação” apaga esse conteúdo, enquanto
a função “Importar dados” coleta informações de outros
navegadores.

128
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Pesquise dentro dos sites

Outra ferramenta muito prática do navegador é a possi- REDES SOCIAIS


bilidade de realizar pesquisas diretamente dentro de alguns
sites, como o próprio portal Baixaki. Depois de usar a busca Quando as pessoas ouvem o termo “rede social”, pen-
normalmente no nosso site pela primeira vez, tudo o que você sam automaticamente em redes sociais online. Também
precisa fazer é digitar baixaki e teclar o TAB para que a busca conhecidas como sites de rede social, elas foram uma ex-
desejada seja feita diretamente na lacuna do Chrome. plosão em termos de popularidade. Sites como MySpace,
Facebook e Linkedln estão entre os sete dos 20 Websites
mais visitados no mundo, e o site de relacionamentos cria-
do pelo Google, o Orkut, acabou virando o predileto dos
brasileiros. Para muitos usuários, principalmente aqueles
Navegação anônima que ficam muito conectados e que fazem parte da chama-
da Geração Internet, as redes sociais online não são apenas
Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros ou uma maneira de manter contato, mas um modo de vida.
históricos de navegação no computador, utilize a navegação Muitos dos recursos das redes sociais online são co-
anônima. Basta clicar no menu com o desenho da chave de muns para cada um dos mais de 300 sites de rede social
boca e escolher a função “Nova janela anônima”, que também existentes atualmente. A capacidade de criar e comparti-
pode ser aberta com o comando Ctrl + Shift + N. lhar um perfil pessoal é o recurso mais básico. Essa página
de perfil normalmente possui uma foto, algumas informa-
ções pessoais básicas (nome, idade, sexo, local) e um es-
paço extra para que a pessoa informe suas bandas, livros,
programas de TV, filmes, hobbies e Websites preferidos.
A maioria das redes sociais na Internet permite pos-
tar fotos, vídeos e blogs pessoais na sua página de perfil.
Mas o recurso mais importante das redes sociais online é
encontrar e fazer amigos com membros de outro site. Na
sua página de perfil, esses amigos aparecem como links,
Gerenciador de tarefas assim os visitantes podem navegar facilmente na sua rede
de amigos online.
Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno ge- Cada rede social online possui regras e métodos dife-
renciador de tarefas incluso no programa. Clique com o botão rentes de busca e contato com amigos potenciais. A rede
direito no topo da página (como indicado na figura) e selecio- do MySpace é a mais aberta. No MySpace, você pode bus-
ne a função “Gerenciador de tarefas”. car e entrar em contato com pessoas em toda a rede, sejam
elas membros afastados da sua rede social ou estranhos.
Mas você só vai ter acesso às informações completas de
seus perfis se elas concordarem em aceitar você como ami-
go e fazer parte da sua rede.
A rede do Facebook, que começou como um aplicativo
de rede social de uma faculdade, é muito mais restrita e
orientada a grupos. No Facebook, só é possível encontrar
pessoas que estão em uma das suas “redes” existentes. Elas
podem incluir a empresa onde você trabalha, a faculdade
onde você estudou e até o seu colégio; mas você também
Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela. Ela pode participar de várias das centenas de redes menores
controla todas as abas e funções executadas pelo navegador. “groups” criadas por usuários da Facebook, algumas ba-
Caso uma das guias apresente problemas você pode fechá-la seadas em organizações reais, outras que só existem na
individualmente, sem comprometer todo o programa. A fun- mente de seus fundadores.
ção é muito útil e evita diversas dores de cabeça.

129
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A Linkedln, que é a rede social online mais popular para A ação de hackers e as redes sociais
profissionais de negócios, permite que você busque cada Quando as pessoas falam sobre a ação de hackers em
um dos membros do site, e você também tem acesso aos redes sociais, elas não estão usando a definição comum de
perfis completos e informações de contato dos seus conta- hackers, que são aqueles que usam códigos ou brechas em
tos já existentes, ou seja, as pessoas que aceitaram o convite redes de computadores de forma mal-intencionada, para
para participar da sua rede (ou que convidaram você para causar danos aos sistemas ou roubar informações confi-
participar da rede delas). No entanto, seus contatos podem denciais. A ação dos hackers em redes sociais requer muito
apresentá-lo a pessoas que estão distantes de você duas ou pouca habilidade técnica. Trata-se mais de um jogo psico-
três posições na rede maior da Linkedln. Ou você pode pagar lógico: usar informações dos perfis pessoais para ganhar a
um adicional para entrar em contato direto com qualquer confiança de um estranho.
usuário por meio de um serviço chamado InMail. Este segundo tipo de hacker é chamado de engenheiro
O Orkut, rede social do Google, foi a mais popular entre social. A engenharia social usa técnicas psicológicas per-
os brasileiros por um bom tempo. Seu uso era tão fácil que suasivas para explorar o elo mais fraco do sistema de segu-
os brasileiros acabaram dominando a rede e chegaram a 80% rança da informação: as pessoas. Veja alguns exemplos de
de seus usuários. Uma vez cadastrado na rede, o usuário ti- engenharia social:
nha uma página pessoal onde podia adicionar, além de seus • chamar um administrador de sistemas fingindo ser
dados pessoais e profissionais, amigos, amigos dos amigos, um executivo irritado que esqueceu sua senha e precisa
amigos dos amigos dos amigos, criar comunidades online e acessar seu computador imediatamente;
participar das já existentes, enviar recados para sua rede de • fingir ser um funcionário de banco e ligar para um
contatos e para quem ainda não faz parte dela, criar álbuns cliente pedindo o número do seu cartão de crédito;
de fotos e paquerar, flertar, namorar. E, o mais importante • fingir ter perdido seu crachá e pedir gentilmente a
para grande parte dos participantes, xeretar a vida das pes- um funcionário para deixar você entrar no escritório.
soas através das páginas de recados. Muitas pessoas não levam os possíveis riscos de segu-
rança em consideração quando criam uma página de perfil
Fazendo contatos em uma rede social online
em uma rede social. Quanto mais informações pessoais e
Você precisa criar um perfil em uma rede social antes de
profissionais você incluir no seu perfil público, mais fácil
fazer contatos online. Você vai precisar escolher um nome
será para um hacker explorar essas informações para ga-
para login e uma senha. Depois de fazer isso, você vai forne-
nhar sua confiança.
cer algumas informações pessoais básicas, como nome, sexo,
Vamos supor que você seja um engenheiro e faz um
idade, local e alguns hobbies ou interesses específicos.
blog sobre um dos seus projetos atuais na sua página do
Você pode personalizar seu perfil adicionando fotos, mú-
Facebook. Um hacker pode usar essas informações para
sica ou vídeos. Mas lembre-se de que o seu perfil é a imagem
fingir ser um funcionário da empresa. Ele sabe seu nome
que você está apresentando ao mundo online. Na maioria
dos sites você pode ter um controle sobre quem pode visua- e seu cargo na empresa, então você está sujeito a confiar
lizar seu perfil completo. nele. Assim; ele pode tentar conseguir de você uma senha
Em alguns sites, só amigos ou aqueles que você convi- ou informação confidencial para vender aos concorrentes.
dou podem visualizar seu perfil. Quando tiver terminado de A segurança da maioria das redes sociais online é que
criar seu perfil, você pode começar a procurar amigos e fazer somente seus “amigos” ou membros da sua rede podem
contatos. Isso acontece quando você convida amigos que es- ver seu perfil completo. Mas isso só é eficaz se você for ex-
tão offline no momento para participar ou procurar amigos tremamente seletivo sobre quem você inclui em sua rede.
que já são membros. Se você aceita convites de qualquer pessoa, uma delas
Na maioria dos sites de rede social você pode enviar um pode ser um hacker.
e-mail convidando amigos para participar do Website e fazer O problema com as redes sociais online é que elas não
parte da sua rede social online. Em alguns casos, como no possuem um sistema integrado de autenticação para veri-
Facebook ou Linkedln, você pode importar sua lista de ende- ficar se alguém é realmente quem diz ser [fonte: SearchSe-
reços das suas contas de e-mail, como o Google ou Yahoo. curity.com]. Um hacker pode criar um perfil qualquer em
Depois de convidar seus amigos atuais, você pode co- um site como o Linkedln para se encaixar perfeitamente
meçar a procurar pessoas que têm interesses parecidos com nos interesses comerciais de seu alvo. Se o alvo aceita o
os seus. Por exemplo, se você gosta de ler os livros da Jane hacker como contato, ele pode ter acesso às informações
Austen, você pode procurar outras pessoas que gostam de de todos os outros contatos de seu alvo. Com essas infor-
Jane Austen e convidá-las para participar da sua rede. mações, é possível criar uma elaborada identidade falsa.
Ou, ainda, você pode procurar pessoas que estudaram Para lutar contra a engenharia social, a chave é a aten-
no mesmo colégio ou faculdade que você, pessoas que têm ção. Se você sabe que hackers de engenharia social exis-
a mesma marca de carro ou que gostam do mesmo tipo de tem, deve ter mais cuidado com aquilo que vai postar em
música. Você pode convidar essas pessoas para também par- seus perfis online. Se você está familiarizado com as trapa-
ticiparem da sua rede, aumentando, assim, a sua rede social. ças mais comuns da engenharia social, vai reconhecer uma
Mesmo que tenha a impressão de que conhece as pes- enquanto ela está acontecendo, e não quando for tarde
soas que encontra no ciberespaço, você deve ter cuidado demais.
porque a ação de hackers é bastante comum.

130
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Redes sociais para adultos


Além de participarem de redes sociais online que antes
eram dominadas por adolescentes, como o MySpace e o SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Facebook, os usuários adultos também estão participando (PROCEDIMENTO DE SEGURANÇA,
de redes sociais online destinadas a eles. As redes sociais NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS, PRAGAS
para adultos não têm um conteúdo “adulto” especializado VIRTUAIS, APLICATIVOS PARA
(embora também exista). Elas são redes sociais para profis- SEGURANÇA – ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI
sionais, e não somente para amigos. SPYWARE, PROCEDIMENTOS DE BACKUP,
Com mais de 15 milhões de membros, o LinkedIn é a ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM);
maior rede social online para profissionais. No LInkedln, as
páginas de perfil são mais parecidas com currículos, com
informações sobre experiência profissional e formação
acadêmica, deixando de fora informações como livros e CONCEITOS DE SEGURANÇA
bandas favoritos. Até pouco tempo atrás, o Linkedln não
permitia que os usuários postassem uma foto em seu perfil, A Segurança da Informação refere-se à proteção exis-
temendo que o site estritamente profissional se tornasse tente sobre as informações de uma determinada empresa,
uma desculpa para namoros online. instituição governamental ou pessoa, isto é, aplica-se tanto
Os usuários do Linkedln podem fortalecer os contatos as informações corporativas quanto as pessoais.
e relacionamentos existentes para encontrar novos empre- Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo
gos e parcerias. No Linkedln, por exemplo, você pode fazer ou dado que tenha valor para alguma organização ou pes-
uma busca por emprego na sua rede. Se acontecer de o seu soa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou exposta
melhor amigo ter estudado com a pessoa que está contra- ao público para consulta ou aquisição.
tando, isso pode dar a você uma vantagem significativa em Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
relação a outros candidatos. de ferramentas) para a definição do nível de segurança
Os recrutadores de profissionais também estão garim- existente e, com isto, serem estabelecidas as bases para
pando os enormes bancos de dados profissionais em sites análise da melhoria ou piora da situação de segurança exis-
como o Linkedln. Eles podem pagar um adicional pelo Lin- tente.
kedln Corporate Services, um serviço que permite realizar A segurança de uma determinada informação pode ser
buscas direcionadas por membros que atendem aos seus afetada por fatores comportamentais e de uso de quem
requisitos de experiência e localização. A vantagem de um se utiliza dela, pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca
serviço como o LInkedln é que os recrutadores podem ou por pessoas mal intencionadas que tem o objetivo de
atingir “candidatos passivos,” isto é, profissionais altamen- furtar, destruir ou modificar a informação.
te qualificados que não estão necessariamente procurando Antes de proteger, devemos saber:
um novo emprego. Eles são mais atraentes para os empre- • O que proteger.
gadores, pois têm sua capacidade provada, já que perma- • De quem proteger.
necem em seus cargos. • Pontos vulneráveis.
Várias redes sociais para adultos são dedicadas a pro- • Processos a serem seguidos.
fissões específicas. De acordo com um artigo do Wall Street
Journal, médicos estão se encontrando em um site de rede MECANISMOS DE SEGURANÇA
social para médicos chamado Sermo e executivos de publi- O suporte para as recomendações de segurança pode
cidade, marketing e mídia estão trocando dicas e truques ser encontrado em:
em um outro site de rede social chamado AdGabber [fonte: • CONTROLES FÍSICOS: são barreiras que limitam o
Wall Street Journal]. contato ou acesso direto a informação ou a infraestrutura
(que garante a existência da informação) que a suporta.
Redes do mal Devemos atentar para ameaças sempre presentes, mas
As redes sociais tem o lado bom de aproximar pes- nem sempre lembradas; incêndios, desabamentos, relâm-
soas de diferentes lugares, mas a facilidade de criar perfis pagos, alagamentos, problemas na rede elétrica, acesso
e comunidades também tem um lado negro. Em março de indevido de pessoas aos servidores ou equipamentos de
2008, o Orkut foi obrigado a revelar à polícia os dados de rede, treinamento inadequado de funcionários, etc.
usuários pedófilos. A Polícia brasileira descobriu uma rede Medidas de proteção física, tais como serviços de guar-
de pedofilia infiltrada nas páginas do Orkut e obrigou a da, uso de nobreaks, alarmes e fechaduras, circuito interno
empresa a revelar os dados dos usuários envolvidos. Em de televisão e sistemas de escuta são realmente uma parte
maio de 2006, a rede social foi obrigada a retirar do ar co- da segurança da informação. As medidas de proteção física
munidades consideradas pelas autoridades como crimino- são frequentemente citadas como “segurança computacio-
sas e racistas. nal”, visto que têm um importante papel também na pre-
venção dos itens citados no parágrafo acima.
O ponto-chave é que as técnicas de proteção de dados
por mais sofisticadas que sejam, não têm serventia nenhu-
ma se a segurança física não for garantida.

131
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Instalação e Atualização Pode-se dizer que firewall é um conceito ao invés de


um produto. Ele é a soma de todas as regras aplicadas a
A maioria dos sistemas operacionais, principalmente rede. Geralmente, essas regras são elaboradas consideran-
as distribuições Linux, vem acompanhada de muitos apli- do as políticas de acesso da organização.
cativos que são instalados opcionalmente no processo de Podemos observar que o firewall é único ponto de
instalação do sistema. entrada da rede, quando isso acontece o firewall também
Sendo assim, torna-se necessário que vários pontos pode ser designado como check point.
sejam observados para garantir a segurança desde a insta- De acordo com os mecanismos de funcionamentos
lação do sistema, dos quais podemos destacar: dos firewalls podemos destacar três tipos principais:
• Seja minimalista: Instale somente os aplicativos ne- • Filtros de pacotes
cessários, aplicativos com problemas podem facilitar o • Stateful Firewalls
acesso de um atacante; • Firewalls em Nível de Aplicação
• Devem ser desativados todos os serviços de sistema
- Filtros de Pacotes
que não serão utilizados: Muitas vezes o sistema inicia au-
Esse é o tipo de firewall mais conhecido e utilizado. Ele
tomaticamente diversos aplicativos que não são necessá-
controla a origem e o destino dos pacotes de mensagens
rios, esses aplicativos também podem facilitar a vida de um
da Internet. Quando uma informação é recebida, o firewall
atacante;
verifica as informações sobre o endereço IP de origem e
• Deve-se tomar um grande cuidado com as aplicações destino do pacote e compara com uma lista de regras de
de rede: problemas nesse tipo de aplicação podem deixar o acesso para determinar se pacote está autorizado ou não a
sistema vulnerável a ataques remotos que podem ser reali- ser repassado através dele.
zados através da rede ou Internet; Atualmente, a filtragem de pacotes é implementada na
• Use partições diferentes para os diferentes tipos de maioria dos roteadores e é transparente aos usuários, po-
dados: a divisão física dos dados facilita a manutenção da rém pode ser facilmente contornada com IP Spoofers. Por
segurança; isto, o uso de roteadores como única defesa para uma rede
• Remova todas as contas de usuários não utilizadas: corporativa não é aconselhável.
Contas de usuários sem senha, ou com a senha original de Mesmo que filtragem de pacotes possa ser feita dire-
instalação, podem ser facilmente exploradas para obter-se tamente no roteador, para uma maior performance e con-
acesso ao sistema. trole, é necessária a utilização de um sistema específico de
Grande parte das invasões na Internet acontece devi- firewall. Quando um grande número de regras é aplicado
do a falhas conhecidas em aplicações de rede, as quais os diretamente no roteador, ele acaba perdendo performan-
administradores de sistemas não foram capazes de corrigir ce. Além disso, Firewall mais avançados podem defender a
a tempo. Essa afirmação pode ser confirmada facilmente rede contra spoofing e ataques do tipo DoS/DDoS.
pelo simples fato de que quando uma nova vulnerabilidade
é descoberta, um grande número de ataques é realizado - Stateful Firewalls
com sucesso. Por isso é extremamente importante que os
administradores de sistemas se mantenham atualizados Outro tipo de firewall é conhecido como Stateful Fire-
sobre os principais problemas encontrados nos aplicati- wall. Ele utiliza uma técnica chamada Stateful Packet Ins-
vos utilizados, através dos sites dos desenvolvedores ou pection, que é um tipo avançado de filtragem de pacotes.
específicos sobre segurança da Informação. As principais Esse tipo de firewall examina todo o conteúdo de um pa-
empresas comerciais desenvolvedoras de software e as cote, não apenas seu cabeçalho, que contém apenas os en-
dereços de origem e destino da informação. Ele é chamado
principais distribuições Linux possuem boletins periódicos
de ‘stateful’ porque examina os conteúdos dos pacotes
informando sobre as últimas vulnerabilidades encontradas
para determinar qual é o estado da conexão, Ex: Ele ga-
e suas devidas correções. Alguns sistemas chegam até a
rante que o computador destino de uma informação tenha
possuir o recurso de atualização automática, facilitando
realmente solicitado anteriormente a informação através
ainda mais o processo. da conexão atual.
Além de serem mais rigorosos na inspeção dos paco-
Firewalls tes, os stateful firewalls podem ainda manter as portas fe-
chadas até que uma conexão para a porta específica seja
Definimos o firewall como sendo uma barreira inteli- requisitada. Isso permite uma maior proteção contra a
gente entre duas redes, geralmente a rede local e a Inter- ameaça de port scanning.
net, através da qual só passa tráfego autorizado. Este trá-
fego é examinado pelo firewall em tempo real e a seleção - Firewalls em Nível de Aplicação
é feita de acordo com um conjunto de regras de acesso Nesse tipo de firewall o controle é executado por apli-
Ele é tipicamente um roteador (equipamento que liga as cações específicas, denominadas proxies, para cada tipo de
redes com a Internet), um computador rodando filtragens serviço a ser controlado. Essas aplicações interceptam todo
de pacotes, um software Proxy, um firewall-in-a-box (um o tráfego recebido e o envia para as aplicações correspon-
hardware proprietário específico para função de firewall), dentes; assim, cada aplicação pode controlar o uso de um
ou um conjunto desses sistemas. serviço.

132
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Apesar desse tipo de firewall ter uma perda maior de Assinatura digital
performance, já que ele analisa toda a comunicação uti-
lizando proxies, ele permite uma maior auditoria sobre o Um conjunto de dados encriptados, associados a um
controle no tráfego, já que as aplicações específicas podem documento do qual são função, garantindo a integridade
detalhar melhor os eventos associados a um dado serviço. do documento associado, mas não a sua confidencialidade.
A maior dificuldade na sua implementação é a necessi- A assinatura digital, portanto, busca resolver dois pro-
dade de instalação e configuração de um proxy para cada blemas não garantidos apenas com uso da criptografia para
aplicação, sendo que algumas aplicações não trabalham codificar as informações: a Integridade e a Procedência.
corretamente com esses mecanismos. Ela utiliza uma função chamada one-way hash function,
também conhecida como: compression function, crypto-
Considerações sobre o uso de Firewalls graphic checksum, message digest ou fingerprint. Essa fun-
ção gera uma string única sobre uma informação, se esse
Embora os firewalls garantam uma maior proteção, e valor for o mesmo tanto no remetente quanto destinatário,
são inestimáveis para segurança da informação, existem al- significa que essa informação não foi alterada.
guns ataques que os firewalls não podem proteger, como a Mesmo assim isso ainda não garante total integridade,
interceptação de tráfego não criptografado, ex: Intercepta- pois a informação pode ter sido alterada no seu envio e um
ção de e-mail. Além disso, embora os firewalls possam pro- novo hash pode ter sido calculado.
ver um único ponto de segurança e auditoria, eles também Para solucionar esse problema, é utilizada a criptogra-
podem se tornar um único ponto de falha – o que quer dizer fia assimétrica com a função das chaves num sentido inver-
que os firewalls são a última linha de defesa. Significa que se so, onde o hash é criptografado usando a chave privada do
um atacante conseguir quebrar a segurança de um firewall, remetente, sendo assim o destinatário de posse da chave
ele vai ter acesso ao sistema, e pode ter a oportunidade de pública do remetente poderá decriptar o hash. Dessa ma-
roubar ou destruir informações. Além disso, os firewalls pro- neira garantimos a procedência, pois somente o remeten-
tegem a rede contra os ataques externos, mas não contra os te possui a chave privada para codificar o hash que será
ataques internos. No caso de funcionários mal intenciona- aberto pela sua chave pública. Já o hash, gerado a partir da
dos, os firewalls não garantem muita proteção. Finalmente, informação original, protegido pela criptografia, garantirá
como mencionado os firewalls de filtros de pacotes são fa- a integridade da informação.
lhos em alguns pontos. - As técnicas de Spoofing podem ser
um meio efetivo de anular a sua proteção. Mecanismos de garantia da integridade da informação
Para uma proteção eficiente contra as ameaças de segu-
rança existentes, os firewalls devem ser usados em conjunto Usando funções de “Hashing” ou de checagem, con-
com diversas outras medidas de segurança. sistindo na adição.
Existem, claro, outros mecanismos de segurança que
apoiam os controles físicos: Portas / trancas / paredes / blin- Mecanismos de controle de acesso
dagem / guardas / etc.
Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões
• CONTROLES LÓGICOS: são barreiras que impedem inteligentes.
ou limitam o acesso à informação, que está em ambiente
controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, Mecanismos de certificação
ficaria exposta a alteração não autorizada por elemento mal
intencionado. Atesta a validade de um documento. O Certificado Di-
Existem mecanismos de segurança que apoiam os con- gital, também conhecido como Certificado de Identidade
troles lógicos: Digital associa a identidade de um titular a um par de cha-
ves eletrônicas (uma pública e outra privada) que, usadas
Mecanismos de encriptação em conjunto, fornecem a comprovação da identidade. É
A criptografia vem, na sua origem, da fusão de duas pa- uma versão eletrônica (digital) de algo parecido a uma Cé-
lavras gregas: dula de Identidade - serve como prova de identidade, reco-
• CRIPTO = ocultar, esconder. nhecida diante de qualquer situação onde seja necessária a
• GRAFIA = escrever comprovação de identidade.
Criptografia é arte ou ciência de escrever em cifra ou em O Certificado Digital pode ser usado em uma grande
códigos. É então um conjunto de técnicas que tornam uma variedade de aplicações, como comércio eletrônico, grou-
mensagem incompreensível permitindo apenas que o desti- pware (Intranets e Internet) e transferência eletrônica de
natário que conheça a chave de encriptação possa decriptar fundos.
e ler a mensagem com clareza. Dessa forma, um cliente que compre em um shopping
Permitem a transformação reversível da informação de virtual, utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certifi-
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, cado de Identidade Digital deste Servidor para verificar: a
algoritmos determinados e uma chave secreta para, a partir identidade do vendedor e o conteúdo do Certificado por
de um conjunto de dados não encriptados, produzir uma ele apresentado. Da mesma forma, o servidor poderá so-
sequência de dados encriptados. A operação inversa é a licitar ao comprador seu Certificado de Identidade Digital,
desencriptação. para identificá-lo com segurança e precisão.

133
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado O Authenticode e o Object Signing são tecnologias que
de Identidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e permitem que um desenvolvedor de programas de com-
a comunicação com segurança não será estabelecida. putador assine digitalmente seu software. Assim, ao baixar
O Certificado de Identidade Digital é emitido e assi- um software pela Internet, o usuário tem certeza da identi-
nado por uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate dade do fabricante do programa e que o software se man-
Authority). Para tanto, esta autoridade usa as mais avança- teve íntegro durante o processo de download. Os certifica-
das técnicas de criptografia disponíveis e de padrões inter- dos digitais se dividem em basicamente dois formatos: os
nacionais (norma ISO X.509 para Certificados Digitais), para certificados de uso geral (que seriam equivalentes a uma
a emissão e chancela digital dos Certificados de Identidade carteira de identidade) e os de uso restrito (equivalentes
Digital. a cartões de banco, carteiras de clube etc.). Os certificados
Podemos destacar três elementos principais: de uso geral são emitidos diretamente para o usuário final,
- Informação de atributo: É a informação sobre o obje- enquanto que os de uso restrito são voltados basicamente
to que é certificado. No caso de uma pessoa, isto pode in- para empresas ou governo.
cluir seu nome, nacionalidade e endereço e-mail, sua orga- Integridade: Medida em que um serviço/informação é
nização e o departamento da organização onde trabalha. genuino, isto é, esta protegido contra a personificação por
- Chave de informação pública: É a chave pública da intrusos.
entidade certificada. O certificado atua para associar a cha- Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função é
ve pública à informação de atributo, descrita acima. A cha- detectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spam-
ve pública pode ser qualquer chave assimétrica, mas usual- mer, ou de qualquer agente externo estranho ao sistema,
mente é uma chave RSA. enganando-o, fazendo-o pensar que esteja de fato explo-
- Assinatura da Autoridade em Certificação (CA): A CA rando uma vulnerabilidade daquele sistema.
assina os dois primeiros elementos e, então, adiciona cre-
dibilidade ao certificado. Quem recebe o certificado verifica AMEAÇAS À SEGURANÇA
a assinatura e acreditará na informação de atributo e chave
pública associadas se acreditar na Autoridade em Certifi- Ameaça é algo que oferece um risco e tem como foco
cação. algum ativo. Uma ameaça também pode aproveitar-se de
Existem diversos protocolos que usam os certificados alguma vulnerabilidade do ambiente.
digitais para comunicações seguras na Internet: Identificar Ameaças de Segurança – Identificar os Tipos
• Secure Socket Layer ou SSL; de Ataques é a base para chegar aos Riscos. Lembre-se que
• Secured Multipurpose Mail Extensions - S/MIME; existem as prioridades; essas prioridades são os pontos que
• Form Signing; podem comprometer o “Negócio da Empresa”, ou seja, o
• Authenticode / Objectsigning. que é crucial para a sobrevivência da Empresa é crucial no
seu projeto de Segurança.
O SSL é talvez a mais difundida aplicação para os cer-
Abaixo temos um conjunto de ameaças, chamado de
tificados digitais e é usado em praticamente todos os sites
FVRDNE:
que fazem comércio eletrônico na rede (livrarias, lojas de
CD, bancos etc.). O SSL teve uma primeira fase de ado-
Falsificação
ção onde apenas os servidores estavam identificados com
certificados digitais, e assim tínhamos garantido, além da
Falsificação de Identidade é quando se usa nome de
identidade do servidor, o sigilo na sessão. Entretanto, ape-
usuário e senha de outra pessoa para acessar recursos ou
nas com a chegada dos certificados para os browsers é que executar tarefas. Seguem dois exemplos:
pudemos contar também com a identificação na ponta • Falsificar mensagem de e-mail;
cliente, eliminando assim a necessidade do uso de senhas • Executar pacotes de autenticação.
e logins. Um ataque de Falsificação pode ter início em um PostIt
O S/Mime é também um protocolo muito popular, pois com sua senha, grudado no seu monitor.
permite que as mensagens de correio eletrônico trafeguem
encriptadas e/ou assinadas digitalmente. Desta forma os Violação
e-mails não podem ser lidos ou adulterados por terceiros
durante o seu trânsito entre a máquina do remetente e a A Violação ocorre quando os dados são alterados:
do destinatário. Além disso, o destinatário tem a garantia • Alterar dados durante a transmissão;
da identidade de quem enviou o e-mail. • Alterar dados em arquivos.
O Form Signing é uma tecnologia que permite que os
usuários emitam recibos online com seus certificados di- Repudiação
gitais. Por exemplo: o usuário acessa o seu Internet Ban- A Repudiação talvez seja uma das últimas etapas de
king e solicita uma transferência de fundos. O sistema do um ataque bem sucedido, pois é o ato de negar algo que
banco, antes de fazer a operação, pede que o usuário as- foi feito. Isso pode ser feito apagando as entradas do Log
sine com seu certificado digital um recibo confirmando a após um acesso indevido. Exemplos:
operação. Esse recibo pode ser guardado pelo banco para • Excluir um arquivo crítico e negar que excluiu;
servir como prova, caso o cliente posteriormente negue ter • Comprar um produto e mais tarde negar que com-
efetuado a transação. prou.

134
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Divulgação É necessário identificar quem pode atacar a minha


rede, e qual a capacidade e/ou objetivo desta pessoa.
A Divulgação das Informações pode ser tão grave e/ • Principiante – não tem nenhuma experiência em pro-
ou custar tão caro quanto um ataque de “Negação de Ser- gramação e usa ferramentas de terceiros. Geralmente não
viço”, pois informações que não podiam ser acessadas por tem noção do que está fazendo ou das consequências da-
terceiros, agora estão sendo divulgadas ou usadas para quele ato.
obter vantagem em negócios. • Intermediário – tem algum conhecimento de progra-
Dependendo da informação ela pode ser usada como mação e utiliza ferramentas usadas por terceiros. Esta pessoa
objeto de chantagem. Abaixo exemplos de Divulgação: pode querer algo além de testar um “Programinha Hacker”.
• Expor informações em mensagens de erro; • Avançado – Programadores experientes, possuem co-
• Expor código em sites. nhecimento de Infraestrutura e Protocolos. Podem realizar
ataques estruturados. Certamente não estão só testando os
Negação de Serviço (DoS) (Denial of Service, DoS) seus programas.
Estas duas primeiras pessoas podem ser funcionários da
empresa, e provavelmente estão se aproveitando de alguma
A forma mais conhecida de ataque que consiste na
vulnerabilidade do seu ambiente.
perturbação de um serviço, devido a danos físicos ou ló-
gicos causados no sistema que o suportam. Para provocar
VULNERABILIDADES
um DoS, os atacantes disseminam vírus, geram grandes
volumes de tráfego de forma artificial, ou muitos pedidos Os ataques com mais chances de dar certo são aqueles
aos servidores que causam subcarga e estes últimos ficam que exploram vulnerabilidades, seja ela uma vulnerabilidade
impedidos de processar os pedidos normais. do sistema operacional, aplicativos ou políticas internas.
O objetivo deste ataque é parar algum serviço. Exem- Veja algumas vulnerabilidades:
plo: • Roubo de senhas – Uso de senhas em branco, senhas
• “Inundar” uma rede com pacotes SYN (Syn-Flood); previsíveis ou que não usam requisitos mínimos de comple-
• “Inundar” uma rede com pacotes ICPM forçados. xidade. Deixar um Postit com a sua senha grudada no moni-
O alvo deste tipo de ataque pode ser um Web Server tor é uma vulnerabilidade.
contendo o site da empresa, ou até mesmo “inundar” o • Software sem Patches – Um gerenciamento de Servi-
DHCP Server Local com solicitações de IP, fazendo com ce Packs e HotFixes mal feito é uma vulnerabilidade comum.
que nenhuma estação com IP dinâmico obtenha ende- Veja casos como os ataques do Slammer e do Blaster, sendo
reço IP. que suas respectivas correções já estavam disponíveis bem
antes dos ataques serem realizados.
Elevação de Privilégios • Configuração Incorreta – Aplicativos executados com
contas de Sistema Local, e usuários que possuem permissões
Acontece quando o usuário mal-intencionado quer acima do necessário.
executar uma ação da qual não possui privilégios adminis- • Engenharia Social – O Administrador pode alterar uma
trativos suficientes: senha sem verificar a identidade da chamada.
• Explorar saturações do buffer para obter privilégios • Segurança fraca no Perímetro – Serviços desnecessá-
do sistema; rios, portas não seguras. Firewall e Roteadores usados incor-
• Obter privilégios de administrador de forma ilegítima. retamente.
Este usuário pode aproveitar-se que o Administrador • Transporte de Dados sem Criptografia – Pacotes de au-
tenticação usando protocolos de texto simples, dados impor-
da Rede efetuou logon numa máquina e a deixou desblo-
tantes enviados em texto simples pela Internet.
queada, e com isso adicionar a sua própria conta aos gru-
Identifique, entenda como explorá-las e mesmo que não
pos Domain Admins, e Remote Desktop Users. Com isso
seja possível eliminá-las, monitore e gerencie o risco de suas
ele faz o que quiser com a rede da empresa, mesmo que
vulnerabilidades.
esteja em casa. Nem todos os problemas de segurança possuem uma
solução definitiva, a partir disso inicia-se o Gerenciamento de
Quem pode ser uma ameaça? Risco, analisando e balanceando todas as informações sobre
Ativos, Ameaças, Vulnerabilidades, probabilidade e impacto.
Quem ataca a rede/sistema são agentes maliciosos,
muitas vezes conhecidos como crackers, (hackers não são NÍVEL DE SEGURANÇA
agentes maliciosos, tentam ajudar a encontrar possíveis
falhas). Estas pessoas são motivadas para fazer esta ilega- Depois de identificado o potencial de ataque, as orga-
lidade por vários motivos. Os principais motivos são: noto- nizações têm que decidir o nível de segurança a estabelecer
riedade, autoestima, vingança e o dinheiro. É sabido que para um rede ou sistema os recursos físicos e lógicos a ne-
mais de 70% dos ataques partem de usuários legítimos de cessitar de proteção. No nível de segurança devem ser quan-
sistemas de informação (Insiders) -- o que motiva corpora- tificados os custos associados aos ataques e os associados
ções a investir largamente em controles de segurança para à implementação de mecanismos de proteção para mini-
seus ambientes corporativos (intranet). mizar a probabilidade de ocorrência de um ataque .

135
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

POLÍTICAS DE SEGURANÇA “programas maliciosos” receberam o nome vírus porque


possuem a característica de se multiplicar facilmente, assim
De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Han- como ocorre com os vírus reais, ou seja, os vírus biológicos.
dbook), uma política de segurança consiste num conjunto Eles se disseminam ou agem por meio de falhas ou limita-
formal de regras que devem ser seguidas pelos usuários ções de determinados programas, se espalhando como em
dos recursos de uma organização. uma infecção.
As políticas de segurança devem ter implementação Para contaminarem os computadores, os vírus antiga-
realista, e definir claramente as áreas de responsabilidade mente usavam disquetes ou arquivos infectados. Hoje, os
dos usuários, do pessoal de gestão de sistemas e redes e vírus podem atingir em poucos minutos milhares de com-
da direção. Deve também adaptar-se a alterações na orga- putadores em todo mundo. Isso tudo graças à Internet. O
nização. As políticas de segurança fornecem um enquadra- método de propagação mais comum é o uso de e-mails,
mento para a implementação de mecanismos de seguran- onde o vírus usa um texto que tenta convencer o inter-
ça, definem procedimentos de segurança adequados, pro- nauta a clicar no arquivo em anexo. É nesse anexo que se
cessos de auditoria à segurança e estabelecem uma base encontra o vírus. Os meios de convencimento são muitos e
para procedimentos legais na sequência de ataques. costumam ser bastante criativos. O e-mail (e até o campo
O documento que define a política de segurança deve assunto da mensagem) costuma ter textos que despertam
deixar de fora todos os aspetos técnicos de implementação a curiosidade do internauta. Muitos exploram assuntos eró-
dos mecanismos de segurança, pois essa implementação ticos ou abordam questões atuais. Alguns vírus podem até
pode variar ao longo do tempo. Deve ser também um do- usar um remetente falso, fazendo o destinatário do e-mail
cumento de fácil leitura e compreensão, além de resumido. acreditar que se trata de uma mensagem verdadeira. Mui-
Algumas normas definem aspectos que devem ser le- tos internautas costumam identificar e-mails de vírus, mas
vados em consideração ao elaborar políticas de segurança. os criadores destas “pragas digitais” podem usar artifícios
Entre essas normas estão a BS 7799 (elaborada pela British inéditos que não poupam nem o usuário mais experiente.
Standards Institution) e a NBR ISO/IEC 17799 (a versão bra- O computador (ou, melhor dizendo, o sistema opera-
sileira desta primeira). cional), por si só, não tem como detectar a existência deste
Existem duas filosofias por trás de qualquer política programinha. Ele não é referenciado em nenhuma parte
de segurança: a proibitiva (tudo que não é expressamente dos seus arquivos, ninguém sabe dele, e ele não costuma
permitido é proibido) e a permissiva (tudo que não é proi- se mostrar antes do ataque fatal.
bido é permitido). Em linhas gerais, um vírus completo (entenda-se por
Enfim, implantar Segurança em um ambiente não de- completo o vírus que usa todas as formas possíveis de con-
pende só da Tecnologia usada, mas também dos Proces- taminar e se ocultar) chega até a memória do computador
sos utilizados na sua implementação e da responsabilidade de duas formas.
que as Pessoas têm neste conjunto. Estar atento ao surgi- A primeira e a mais simples é a seguinte: em qualquer
mento de novas tecnologias não basta, é necessário en- disco (tanto disquete quanto HD) existe um setor que é
tender as necessidades do ambiente, e implantar políticas lido primeiro pelo sistema operacional quando o computa-
que conscientizem as pessoas a trabalhar de modo seguro. dor o acessa. Este setor identifica o disco e informa como
Seu ambiente nunca estará seguro, não imagine que o sistema operacional (SO) deve agir. O vírus se aloja exa-
instalando um bom Antivírus você elimina as suas vulnera- tamente neste setor, e espera que o computador o acesse.
bilidades ou diminui a quantidade de ameaças. É extrema- A partir daí ele passa para a memória do computador
mente necessário conhecer o ambiente e fazer um estudo, e entra na segunda fase da infecção. Mas antes de falar-
para depois poder implementar ferramentas e soluções de mos da segunda fase, vamos analisar o segundo método
segurança. de infecção: o
vírus se agrega a um arquivo executável (fica pendura-
NOÇÕES BÁSICAS A RESPEITO DE VÍRUS DE COM- do mesmo nesse arquivo). Acessar o disco onde este arqui-
PUTADOR vo está não é o suficiente para se contaminar.
É preciso executar o arquivo contaminado. O vírus se
DEFINIÇÃO E PROGRAMAS ANTIVÍRUS anexa, geralmente, em uma parte do arquivo onde não
interfira no seu funcionamento (do arquivo), pois assim o
O que são vírus de computador? usuário não vai perceber nenhuma alteração e vai conti-
Os vírus representam um dos maiores problemas para nuar usando o programa infectado.
usuários de computador. O vírus, após ter sido executado, fica escondido agora
Consistem em pequenos programas criados para cau- na memória do computador, e imediatamente infecta to-
sar algum dano ao computador infectado, seja apagando dos os discos que estão ligados ao computador, colocando
dados, seja capturando informações, seja alterando o fun- uma cópia de si mesmo no tal setor que é lido primeiro
cionamento normal da máquina. Os usuários dos sistemas (chamado setor de boot), e quando o disco for transferido
operacionais Windows são vítimas quase que exclusivas para outro computador, este ao acessar o disco contami-
de vírus, já que os sistemas da Microsoft são largamente nado (lendo o setor de boot), executará o vírus e o alocará
usados no mundo todo. Existem vírus para sistemas ope- na sua memória, o que por sua vez irá infectar todos os
racionais Mac e os baseados em Unix, mas estes são extre- discos utilizados neste computador, e assim o vírus vai se
mamente raros e costumam ser bastante limitados. Esses alastrando.

136
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os vírus que se anexam a arquivos infectam também ção. O worm pode capturar endereços de e-mail em ar-
todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. quivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema de envio
Alguns às vezes re-contaminam o mesmo arquivo tantas de e-mails) próprios ou qualquer outro meio que permita
vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço a contaminação de computadores (normalmente milhares)
considerável (que é sempre muito precioso) em seu disco. em pouco tempo.
Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços
do programa original, para não dar a menor pista de sua Spywares, keyloggers e hijackers
existência.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três
propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa- nomes também representam perigo. Spywares são progra-
gados, o micro começa a travar, documentos que não são mas que ficam “espionando” as atividades dos internautas
salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram ou capturam informações sobre eles. Para contaminar um
mensagens chatas, outros mais elaborados fazem estragos computador, os spywares podem vir embutidos em soft-
muitos grandes. wares desconhecidos ou serem baixados automaticamen-
te quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
TIPOS Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos,
Cavalo-de-Tróia destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O
objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi Hijackers são programas ou scripts que “sequestram”
atribuída aos programas que permitem a invasão de um navegadores de Internet, principalmente o Internet Explo-
computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, rer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial
o termo é análogo ao famoso artefato militar fabricado do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe pro-
pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o pagandas em pop-ups ou janelas novas, instala barras
outro com um “presente de grego”, que seria um aplicati- de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a
vo qualquer. Quando o leigo o executa, o programa atua determinados sites (como sites de software antivírus, por
de forma diferente do que era esperado.
exemplo).
Ao contrário do que é erroneamente informado na mí-
Os spywares e os keyloggers podem ser identifica-
dia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não
dos por programas anti-spywares. Porém, algumas des-
se reproduz e não tem nenhuma comparação com vírus de
tas pragas são tão perigosas que alguns antivírus podem
computador, sendo que seu objetivo é totalmente diver-
ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus.
so. Deve-se levar em consideração, também, que a maio-
No caso de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma
ria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como
ferramenta desenvolvida especialmente para combater
tal. A expressão “Trojan” deve ser usada, exclusivamente,
aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar
como definição para programas que capturam dados sem
no sistema operacional de uma forma que nem antivírus
o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como nem anti-spywares conseguem “pegar”.
um arquivo no computador da vítima. Ele tem o intuito
de roubar informações como passwords, logins e quais- Hoaxes, o que são?
quer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima.
Quando a máquina contaminada por um Trojan conectar- São boatos espalhados por mensagens de correio
se à Internet, poderá ter todas as informações contidas eletrônico, que servem para assustar o usuário de com-
no HD visualizadas e capturadas por um intruso qualquer. putador. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo
Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já es- vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e
teve dentro de um computador alheio sabe as possibilida- que infectará o micro do destinatário enquanto a men-
des oferecidas. sagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em
determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem hoax
Worm normalmente costuma dizer que a informação partiu de
uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e que tal
Os worms (vermes) podem ser interpretados como vírus poderá danificar a máquina do usuário. Desconsidere
um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A prin- a mensagem.
cipal diferença entre eles está na forma de propagação:
os worms podem se propagar rapidamente para outros FIREWALL
computadores, seja pela Internet, seja por meio de uma
rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira Firewall é um programa que monitora as conexões fei-
discreta e o usuário só nota o problema quando o compu- tas pelo seu computador para garantir que nenhum recur-
tador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes so do seu computador esteja sendo usado indevidamente.
vírus inteligentes é a gama de possibilidades de propaga- São úteis para a prevenção de worms e trojans.

137
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ANTIVÍRUS Não. Infelizmente, os criadores de vírus são muito ati-


vos, e existem hoje, disseminando-se rapidamente, vírus
Existe uma variedade enorme de softwares antivírus que contaminam arquivos do MS Word ou do MS Excel.
no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o São os chamados vírus de macro, que infectam os macros
sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos (executáveis) destes arquivos. Assim, não abra anexos des-
os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles te tipo sem prévia verificação.
para proteger seu sistema operacional. É possível clicar no indicador de anexo para ver do que
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de se trata? E como fazer em seguida?
atualização automática. Abaixo há uma lista com os antiví- Apenas clicar no indicador (que no MS Outlook Express
rus mais conhecidos: é uma imagem de um clip), sim. Mas cuidado para não dar
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - um clique duplo, ou clicar no nome do arquivo, pois se o
Possui versão de teste. anexo for um programa, será executado. Faça assim:
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui 1- Abra a janela da mensagem (em que o anexo apare-
versão de teste. ce como um ícone no rodapé);
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga 2- Salve o anexo em um diretório à sua escolha, o que
e outra gratuita para uso não comercial (com menos fun- pode ser feito de dois modos:
cionalidades). a) clicar o anexo com o botão direito do mouse e em
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftwa- seguida clicar em “Salvar como...”;
re.com.br - Possui versão de teste. b) sequência de comandos: Arquivo / Salvar anexos...
É importante frisar que a maioria destes desenvolve- 3- Passe um antivírus atualizado no anexo salvo para se
dores possuem ferramentas gratuitas destinadas a remo- certificar de que este não está infectado.
ver vírus específicos. Geralmente, tais softwares são criados Riscos dos “downloads”- Simplesmente baixar o pro-
para combater vírus perigosos ou com alto grau de pro- grama para o seu computador não causa infecção, seja por
pagação. FTP, ICQ, ou o que for. Mas de modo algum execute o pro-
grama (de qualquer tipo, joguinhos, utilitários, protetores
PROTEÇÃO de tela, etc.) sem antes submetê-lo a um bom antivírus.
A melhor política com relação à proteção do seu com- O que acontece se ocorrer uma infecção?
putador contra vírus é possuir um bom software antivírus
Você ficará à mercê de pessoas inescrupulosas quan-
original instalado e atualizá-lo com frequência, pois surgem
do estiver conectado à Internet. Elas poderão invadir seu
vírus novos a cada dia. Portanto, a regra básica com relação
computador e realizar atividades nocivas desde apenas ler
a vírus (e outras infecções) é: Jamais execute programas
seus arquivos, até causar danos como apagar arquivos, e
que não tenham sido obtidos de fontes absolutamente
até mesmo roubar suas senhas, causando todo o tipo de
confiáveis. O tema dos vírus é muito extenso e não se pode
prejuízos.
pretender abordá-lo aqui senão superficialmente, para dar
orientações essenciais. Vamos a algumas recomendações.
Os processos mais comuns de se receber arquivos são Como me proteger?
como anexos de mensagens de e-mail, através de progra- Em primeiro lugar, voltemos a enfatizar a atitude bá-
mas de FTP, ou por meio de programas de comunicação, sica de evitar executar programas desconhecidos ou de
como o ICQ, o NetMeeting, etc. origem duvidosa. Portanto, mais uma vez, Jamais execute
Note que: programas que não tenham sido obtidos de fontes absolu-
Não existem vírus de e-mail. O que existem são vírus tamente confiáveis.
escondidos em programas anexados ao e-mail. Você não Além disto, há a questão das senhas. Se o seu micro
infecta seu computador só de ler uma mensagem de cor- estiver infectado outras pessoas poderiam acessar as suas
reio eletrônico escrita em formato texto (.txt). Mas evite ler senhas. E troca-las não seria uma solução definitiva, pois
o conteúdo de arquivos anexados sem antes certificar-se os invasores poderiam entrar no seu micro outra vez e
de que eles estão livres de vírus. Salve-os em um diretório rouba-la novamente. Portanto, como medida extrema de
e passe um programa antivírus atualizado. Só depois abra prevenção, o melhor mesmo é NÃO DEIXAR AS SENHAS
o arquivo. NO COMPUTADOR. Isto quer dizer que você não deve usar,
Cuidados que se deve tomar com mensagens de cor- ou deve desabilitar, se já usa, os recursos do tipo “lembrar
reio eletrônico – Como já foi falado, simplesmente ler a senha”. Eles gravam sua senha para evitar a necessidade
mensagem não causa qualquer problema. No entanto, se a de digitá-la novamente. Só que, se a sua senha está grava-
mensagem contém anexos (ou attachments, em Inglês), é da no seu computador, ela pode ser lida por um invasor.
preciso cuidado. O anexo pode ser um arquivo executável Atualmente, é altamente recomendável que você prefira
(programa) e, portanto, pode estar contaminado. A não ser digitar a senha a cada vez que faz uma conexão. Abra mão
que você tenha certeza absoluta da integridade do arquivo, do conforto em favor da sua segurança.
é melhor ser precavido e suspeitar. Não abra o arquivo sem
antes passá-lo por uma análise do antivírus atualizado
Mas se o anexo não for um programa, for um arquivo
apenas de texto, é possível relaxar os cuidados?

138
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CÓPIAS DE SEGURANÇA (BACKUP) Copiando Arquivos de um Disco Rígido (H.D.) para


um Dispositivo (Fazendo Backup)
Existem muitas maneiras de perder informações em um
computador involuntariamente. Uma criança usando o te- • Clique no botão “Iniciar” (canto inferior esquerdo);
clado como se fosse um piano, uma queda de energia, um • Escolha “Programas”; e no menu que abre escolha
relâmpago, inundações. E algumas vezes o equipamento “Windows Explorer”.
simplesmente falha. Em modos gerais o backup é uma tarefa • O Windows Explorer é dividido em duas partes. Do
essencial para todos os que usam computadores e / ou ou- lado esquerdo são exibidas as pastas (diretórios) e do lado
tros dispositivos, tais como máquinas digitais de fotografia, direito o conteúdo das pastas;
leitores de MP3, etc. • Para ver o conteúdo de uma pasta clique uma vez so-
O termo backup também pode ser utilizado para hard- bre a pasta desejada (no lado esquerdo), e ele será exibido
ware significando um equipamento para socorro (funciona do lado direito.
como um pneu socorro do veículo) pode ser uma impres- • Para ver o conteúdo de uma subpasta (uma pasta
sora, cpu ou monitor etc.. que servirá para substituir tem-
dentro de outra pasta) clique duas vezes sobre a pasta de-
porariamente um desses equipamentos que estejam com
sejada do lado direito do “Windows Explorer”;
problemas.
• Depois de visualizar os arquivos ou pastas que se
Atualmente os mais conhecidos meios de backups são:
deseja copiar no lado direito do “Windows Explorer”, se-
CD-ROM, DVD e Disco Rígido Externo, pendrives e fitas mag-
néticas. Na prática existem inúmeros softwares para criação lecione-os (clicando sobre o arquivo ou pasta, este ficará
de backups e a posterior reposição. Como por exemplo o destacado);
Norton Ghost da Symantec. • Clique com o botão direito do mouse sobre o arquivo
Se você costuma fazer cópias de backup dos seus arqui- “Copiar”;
vos regularmente e os mantêm em um local separado, você • Clique na unidade correspondente ao dispositivo no
pode obter uma parte ou até todas as informações de volta lado esquerdo do “Windows Explorer”;
caso algo aconteça aos originais no computador. • Clique com o botão direito do mouse no espaço em
A decisão sobre quais arquivos incluir no backup é mui- branco do lado direito, e escolha “Colar”;
to pessoal. Tudo aquilo que não pode ser substituído facil-
mente deve estar no topo da sua lista. Antes de começar, Selecionando Vários Arquivos
faça uma lista de verificação de todos os arquivos a serem
incluídos no backup. Isso o ajudará a determinar o que pre- • Para selecionar vários arquivos ou pastas, após sele-
cisa de backup, além de servir de lista de referência para cionar o primeiro segure a tecla “Ctrl” e clique nos outros
recuperar um arquivo de backup. arquivos ou pastas desejadas. Todos os arquivos (ou pas-
Eis algumas sugestões para ajudá-lo a começar: tas) selecionados ficarão destacados.
• Dados bancários e outras informações financeiras
• Fotografias digitais Fazendo Backup do seu Outlook
• Software comprado e baixado através da Internet
• Projetos pessoais Todos sabem do risco que é não termos backup dos
• Seu catálogo de endereços de e-mail nossos dados, e dentre eles se inclui as informações que
• Seu calendário do Microsoft Outlook guardamos no OUTLOOK.
• Seus favoritos do Internet Explorer Já imaginou ter que entrar com todos os contatos no-
O detalhe mais importante antes de fazer um backup vamente? E seus compromissos no calendário? Pior, como
é formatar o dispositivo. Isso pode ser feito clicando com o
é que vai recuperar as mensagens de e-mail que você tinha
botão direito do mouse sobre o ícone do dispositivo, dentro
guardado?
do ícone “Meu Computador” e selecionar a opção formatar.
Como fazer o backup das informações do Outlook, não
Para ter certeza que o dispositivo não está danificado,
é uma atividade muito simples (pelo menos não há nele
escolha a formatação completa, que verificará cada setor
do disquete e mostrará para você se o disquete tem algum nada automatizado), listamos aqui algumas maneiras de
dano. Sempre que um disquete tiver problemas, não copie executar este backup e se garantir contra qualquer proble-
arquivos de backups para ele. ma! Exemplo para Outlook.
Bem, agora que você já sabe fazer cópias de segurança, 1 - Copie todas as mensagens para uma pasta separa-
conheça os dois erros mais banais que você pode cometer e da (com isso você terá feito o backup das mensagens)
tornar o seu backup inútil: 2 - Vá em Ferramentas -> Contas lá selecione todas as
1- Fazer uma cópia do arquivo no mesmo disco. Isso não contas que deseja salvar e selecione Exportar. Cada conta
é backup, pois se acontecer algum problema no disco você será salva com a extensão (IAF) na pasta que você quiser.
vai perder os dois arquivos. 3 - Para exportar todos os seus contatos, abra o seu
2- Fazer uma cópia e apagar o original. Isso também não catálogo de endereços do seu Outlook, então clique em
é backup, por motivos óbvios. Arquivo -> Exportar -> Catálogo de endereços (WAB). Com
Procure utilizar arquivos compactados apenas como esse procedimento todos os seus contatos serão armaze-
backups secundários, como imagens que geralmente ocu- nados num arquivo de extensão (WAB) com o nome que
pam um espaço muito grande. você quiser e na pasta que você quiser.

139
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

4 - Para as assinaturas é simples, basta copiar o con- Cópias Manuais


teúdo de cada assinatura que você utiliza em arquivos de
texto (TXT) separados. Depois você poderá utilizar as suas Você pode fazer backups da sua informação com estes
assinaturas a partir dos arquivos que criou. passos simples:
5 - Para as regras (ou filtros), você deverá ir em Ferra- 1. Clique com o botão direito sobre o arquivo ou pasta
mentas -> Assistente de Regras -> Clicar em OPÇÕES -> de que seja fazer backup e depois clique na opção “Copiar”
Clicar em Exportar Regras. Será salvo um arquivo com a ex- no menu exibido. 2. Agora marque a unidade de backup,
tensão RWZ. Fazer todos esses procedimentos é mais traba- clique com o botão direito sobre ela e escolha “Colar” no
lhoso, porém muito mais seguro. menu exibido. Você pode marcar a unidade de backup ao
Outra solução, é utilizar programas específicos para localizá-la no ícone “Meu Computador”, ou seja, como uma
backup do Outlook. das unidades do Windows Explorer.
Isso é tudo. Não se esqueça de verificar o backup para
MEIOS DISPONÍVEIS PARA BACKUPS EM ARMA- se certificar que ele coube na unidade de backup e o man-
ZENAMENTO EXTERNO tenha protegido.

Entende-se por armazenamento externo qualquer meca- Utilizando a ferramenta inclusa no Windows XP
nismo que não se encontre dentro do seu PC. Existem várias Professional.
opções, e apresentamos uma tabela com os mais comuns,
vantagens e desvantagens:
CD-RW Se você trabalha com o Windows XP Professional, você
dispõe de uma ferramenta muito útil que se encarrega de
É um CD em que pode guardar/gravar suas informações. fazer os backups que você marcar. Siga estes passos para
Arquivos realmente preciosos que precisam ser guardados utilizá-la:
com 100% de certeza de que não sofrerão danos com o pas- 1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Progra-
sar do tempo devem ser becapeados em CDs. A maioria dos mas”. 2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas
computadores atuais inclui uma unidade para gravar em CD de Sistema”. 3. Escolha a opção “Backup”.
-RW. O CD-ROM é a forma mais segura de fazer grandes Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta,
backups. Cada CD armazena até 700 Mb e, por ser uma mídia
aparecerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique
ótica, onde os dados são gravados de maneira física, é muito
em Avançar e siga as instruções na tela. Se você deseja um
mais confiável que mídias magnéticas sujeitas a interferên-
guia passo a passo de como usar essa ferramenta, pode
cias elétricas.
obtê-lo em Backup do Windows XP Facilitado (em inglês).
Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema
DVD-RW
operacional utiliza, dê um clique com o botão direito so-
bre o ícone “Meu Computador” e escolha “Propriedades”.
A capacidade de armazenamento é muito maior, nor-
Dentro da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu
malmente entre 4 e 5 gibabytes.
sistema operacional.
Pen Drive
Para utilizar a ferramenta de backups no Windows
São dispositivos bastante pequenos que se conectam a XP Home Edition
uma porta USB do seu equipamento.
São muito portáteis, frequentemente são do tipo “cha- Se seu PC tem o Windows XP Home Edition, você pre-
veiro”, ideais para backups rápidos e para mover arquivos cisa adicionar a ferramenta de backups que vem no seu CD
entre máquinas. original seguindo estes passos:
Você deve escolher um modelo que não seja muito frágil. 1. Insira o CD do Windows XP (ou o que veio com seu
equipamento se ele foi pré-carregado) na unidade de CD.
HD Externo Se a tela de apresentação não aparecer, dê um clique duplo
sobre o ícone da unidade de CD dentro de “Meu Compu-
O HD externo funciona como um periférico, como se fos- tador”.
se um Pen Drive, só que com uma capacidade infinitamente 2. Na tela de apresentação, escolha a opção “Executar
maior. tarefas adicionais”.
3. Clique em “Explorar este CD”.
Backups utilizando o Windows 4. O Windows Explorer se abrirá. Localize a pasta
“ValueAdd” e dê um clique duplo sobre ela, depois em Msft
Fazer backups de sua informação não tem que ser um e depois em NtBackup.
trabalho complicado. Você pode simplesmente recorrer ao 5. Agora, dê um clique duplo sobre o arquivo NtBackup.
método Copiar e Colar, ou seja, aproveitar as ferramentas msi para instalar a ferramenta de backup.
dependendo da versão do Sistema Operacional (Windows, Nota: Ao terminar a instalação, é provável que seja so-
Linux, etc.) que você utiliza. licitado que você reinicie seu equipamento.

140
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para utilizar a ferramenta, siga estes passos: Breve, deve haver uma alternativa para executivos
1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Programas”. como você. Em vez de instalar uma suíte de aplicativos em
2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas de cada computador, você só teria de carregar uma aplicação.
Sistema”. Essa aplicação permitiria aos trabalhadores logar-se em um
3. Escolha a opção “backup”. serviço baseado na web que hospeda todos os programas
Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta, de que o usuário precisa para seu trabalho. Máquinas re-
aparecerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique motas de outra empresa rodariam tudo - de e-mail a pro-
em Avançar e siga as instruções na tela. Se você deseja um cessador de textos e a complexos programas de análise de
guia passo a passo de como usar essa ferramenta, pode ob- dados. Isso é chamado computação em nuvem e poderia
tê-lo em Backup do Windows XP Facilitado (em inglês). mudar toda a indústria de computadores.
Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema ope- Em um sistema de computação em nuvem, há uma
racional utiliza, dê um clique com o botão direito sobre o redução significativa da carga de trabalho. Computadores
ícone “Meu Computador” e escolha “Propriedades”. Dentro locais não têm mais de fazer todo o trabalho pesado quan-
da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu sistema do se trata de rodar aplicações. Em vez disso, a rede de
operacional. computadores que faz as vezes de nuvem lida com elas. A
demanda por hardware e software no lado do usuário cai.
Recomendações para proteger seus backups A única coisa que o usuário do computador precisa é ser
capaz de rodar o software da interface do sistema da com-
Fazer backups é uma excelente prática de segurança putação em nuvem, que pode ser tão simples quanto um
básica. Agora lhe damos conselhos simples para que você navegador web, e a rede da nuvem cuida do resto.
esteja a salvo no dia em que precisar deles: Há uma boa chance de você já ter usado alguma for-
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, ma de computação em nuvem. Se você tem um conta de
e, se for possível, em algum recipiente à prova de incêndios, e-mail com um serviço baseado na web, como Hotmail, Ya-
como os cofres onde você guarda seus documentos e valo- hoo! ou Gmail, então você já teve experiência com compu-
res importantes. tação em nuvem. Em vez de rodar um programa de e-mail
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as man- no seu computador, você se loga numa conta de e-mail
tenha em lugares separados. remotamente pela web. O software e o armazenamento da
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, é sua conta não existem no seu computador - estão na nu-
melhor comprimir os arquivos que já sejam muito antigos vem de computadores do serviço. 
(quase todos os programas de backup contam com essa op-
ção), assim você não desperdiça espaço útil. Arquitetura da computação em nuvem
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira que Quando falamos sobre um sistema de computação em
sua informação fique criptografada o suficiente para que nuvem, é de grande ajuda dividi-lo em duas seções: o front
ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é impor- end e o back end. Eles se conectam através de uma rede,
tante para seus entes queridos, implemente alguma forma geralmente a Internet. O front end é o lado que o usuário
para que eles possam saber a senha se você não estiver pre- do computador, ou cliente, vê. O back end é a seção “nu-
sente. vem” do sistema.
O front end inclui o computador do cliente (ou rede
*texto adaptado do material disponivel em: de computadores) e a aplicação necessária para acessar o
https://www.vivaolinux.com.br/linux/ sistema de computação em nuvem. Nem todos os sistemas
www.petropolis.rj.gov.br/intranet/images/intro_linux de computação em nuvem tem a mesma interface para o
http://www.paulobarbosa.com.br/downloads/grupos.pdf usuário. Serviços baseados na Web, como programas de
e-mail, aproveitam navegadores de internet já existentes,
como o Internet Explorer e o Firefox. Outros sistemas têm
Computação em nuvem aplicações próprias que fornecem acesso à rede aos clientes.
No back end do sistema estão vários computadores, servi-
Vamos dizer que você é um executivo de uma grande dores e sistemas de armazenamento de dados que criam a
empresa. Suas responsabilidades incluem assegurar que “nuvem” de serviços de computação. Na teoria, um sistema
todos os seus empregados tenham o software e o hard- de computação em nuvem inclui praticamente qualquer
ware de que precisam para fazer seu trabalho. Comprar programa de computador que você possa imaginar, do
computadores para todos não é suficiente - você também processamento de dados aos videogames. Cada aplicação
tem de comprar software ou licenças de software para dar tem seu próprio servidor dedicado.
aos empregados as ferramentas que eles exigem. Sempre Um servidor central administra o sistema, monitoran-
que você tem um novo contratado, você tem de comprar do o tráfego e as demandas do cliente para assegurar que
mais software ou assegurar que sua atual licença de soft- tudo funcione tranquilamente. Ele segue um conjunto de
ware permita outro usuário.  Isso é tão estressante que regras chamadas protocolos e usa um tipo especial de
você tem dificuldade para dormir todas as noites. software chamado middleware. O middleware permite que
computadores em rede se comuniquem uns com os outros.

141
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Se uma empresa de computação em nuvem tem mui- Empresas podem economizar dinheiro com supor-
tos clientes, é provável que haja uma alta demanda por mui- te técnico. O hardware otimizado poderia, em teoria, ter
to espaço de armazenamento. Algumas companhias reque- menos problemas que uma rede de máquinas e sistemas
rem centenas de dispositivos de armazenamento digitais. operacionais heterogêneos.
Sistemas de computação em nuvem precisam de pelo me- Se o back end do sistema de computação em nuvem
nos o dobro do número de dispositivos de armazenamen- for um sistema de computação em grade, então o clien-
to exigidos para manter todas as informações dos clientes te poderia tirar vantagem do poder de processamento de
armazenadas. Isso porque esses dispositivos, assim como uma rede inteira. Frequentemente, os cientistas e pesqui-
todos os computadores, ocasionalmente saem do ar. Um sadores trabalham com cálculos tão complexos que levaria
sistema de computação em nuvem deve fazer uma cópia anos para que um computador individual os completasse.
de toda a informação dos clientes e a armazenar em outros Em um sistema em grade, o cliente poderia  enviar o cálculo
dispositivos. As cópias habilitam o servidor central a aces- para a nuvem processar. O sistema de nuvem tiraria vanta-
sar máquinas de backup para reter os dados que, de outra gem do poder de processamento de todos os computado-
forma, poderiam ficar inacessáveis. Fazer cópias de dados res do back end que estivessem disponíveis, aumentando
como um backup é chamado redundância. significativamente a velocidade dos cálculos.

Aplicações da computação em nuvem Preocupações com a computação em nuvem


As aplicações da computação em nuvem são pratica- Talvez as maiores preocupações sobre a computação
mente ilimitadas. Com o middleware certo, um sistema de em nuvem sejam segurança e privacidade. A ideia de en-
computação em nuvem poderia executar todos os progra- tregar dados importantes para outra empresa preocupa
mas que um computador normal rodaria. Potencialmente, algumas pessoas. Executivos corporativos podem hesitar
tudo - do software genérico de processamento de textos em tirar vantagem do sistema de computação em nuvem
aos programas de computador personalizados para um porque eles não podem manter a informação de sua com-
empresa específica - funcionaria em um sistema de compu- panhia guardadas a sete chaves.
tação em nuvem. O contra-argumento a essa posição é que as empresas
Por que alguém iria querer recorrer a outro sistema de
que oferecem serviços de computação em nuvem vivem de
computador para rodar programas e armazenar dados?
suas reputações. É benéfico para essas empresas ter medi-
Aqui estão algumas razões:
das de segurança confiáveis funcionando. Do contrário, ela
Clientes poderiam acessar suas aplicações e dados de
perderia todos os seus clientes. Portanto, é de seu interesse
qualquer lugar e a qualquer hora. Eles poderiam acessar o sis-
empregar as técnicas mais avançadas para proteger os da-
tema usando qualquer computador conectado à internet. Os
dos de seus clientes.
dados não estariam confinados em um disco rígido no com-
Privacidade é um outro assunto. Se um cliente pode lo-
putador do usuário ou mesmo na rede interna da empresa.
Ela reduziria os custos com hardware. Sistemas de com- gar-se de qualquer local para acessar aplicações, é possível
putação em nuvem reduziriam a necessidade de hardware que a privacidade do cliente esteja comprometida. Empre-
avançado do lado do cliente. Você não precisaria comprar o sas de computação em nuvem vão precisar encontrar for-
computador mais rápido com a maior memória, porque o sis- mas de proteger a privacidade do cliente. Uma delas seria
tema de nuvem cuidaria dessas necessidades. Em vez disso, usar técnicas de autenticação, como usuário e senha. Outra
você poderia comprar um terminal de computador baratinho. forma é empregar um formato de autorização (níveis de
O terminal poderia incluir teclado, mouse e poder de proces- permissionamento) - cada usuário acessa apenas os dados
samento suficiente apenas para conectar seu computador à e as aplicações que são relevantes para o seu trabalho.
nuvem. Você também não precisaria de um disco rígido gran- Algumas questões acerca da computação em nuvem
de, porque você armazenaria toda a sua informaçãp em um são mais filosóficas. O usuário ou a empresa que contrata
computador remoto. Esse tipo de terminal é conhecido como o serviços de computação em nuvem é dono dos dados? O
“terminal burro”, “thin client” e “zero client”. sistema de computação em nuvem, que fornece o espaço
Empresas que dependem de computadores têm que de armazenamento, é o dono? É possível para uma empre-
ter certeza de estar com software certo no lugar para atingir sa de computação em nuvem negar a um cliente o acesso
seus objetivos. Sistemas de computação em nuvem dão a a esses dados? Várias companhias, empresas de advocacia
essas empresas acesso às aplicações para toda a corpora- e universidades estão debatendo essas e outras questões
ção. As companhias não têm de comprar um conjunto de sobre a natureza da computação em nuvem.
softwares ou licenças de software para cada empregado. Como a computação em nuvem vai afetar outras in-
Em vez disso,  a companhia pagaria uma taxa a uma empre- dústrias? Há uma preocupação crescente na indústria de
sa de computação em nuvem. TI sobre como a computação em nuvem poderia afetar os
Servidores e dispositivos de armazenamento digital negócios de manutenção e reparo de computadores. Se as
ocupam espaço. Algumas empresas alugam espaço físico empresas trocarem para sistemas de computadores sim-
para armazenar servidores e bases de dados porque elas plificados, elas terão poucas necessidades de TI. Alguns
não têm espaço disponível no local. A computação em nu- experts da indústria acreditam que a necessidade por em-
vem dá a essas empresas a opção de armazenar dados no pregos de TI vá migrar de volta para o back end do sistema
hardware de terceiros, removendo a necessidade de espa- de computação em nuvem.
ço físico no back end.

142
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Phone
CELULARES, TABLETS E SUAS TECNOLOGIAS, O Windows Phone é um sistema operacional para
BIOMETRIA, MOEDAS VIRTUAIS celulares baseado no Kernel do Windows CE6. Ele foi usado
primeiramente nos Pocket PCs. Ele usa o mesmo padrão de
aplicativos usados na versão para computador, mas requer um
hardware potente para funcionar corretamente. Este sistema
CELULARES integra e é compatível com todos os aplicativos de escritório
da versão PC, como Word, Excel, Power Point, Windows Media
Mac OS X: iPhone Player, entre outros. Para saber mais, leia essa página.
O sistema operacional que permite aos iPhones e iPads
rodarem no Mac OS X modificado é chamado de iPhone. Firefox OS
Este foi o primeiro sistema operacional criado para celulares A Mozilla também lançou o seu sistema operacional
e oferece suporte para as tecnologias de toque múltiplas móvel visando principalmente telefones de baixo custo. Ele é
adaptadas à multimídia (vídeos, imagens e músicas). um sistema flexível que se adapta a cada situação e oferece
Para navegar, acessar as funções ou telefonar basta você informações rápidas. O Firefox OS vem com todos os recursos
arrastar seu dedo pela tela. Para abrir um aplicativo basta básicos para que o smartphone funcione corretamente.
tocar no ícone alvo. Seu ponto fraco é que seus aplicativos Isso inclui aplicativos de serviços populares, mas também
só estão disponíveis nas lojas da Apple. Porém, sua grande de conteúdo local com maior relevância para o dia a dia do
vantagem é não ter vírus. Para saber mais sobre este usuário. Entre no site do sistema para saber mais.
sistema operacional, clique aqui e aqui.
Palm webOS
Este é o mais antigo sistema para celulares com alta
Symbian
tecnologia e foi lançado em 1996. Para saber mais sobre ele,
O sistema Symbian surgiu da parceria de um grupo das
leia a descrição neste link.
fabricantes Nokia, Ericsson, Motorola e Panasonic. É um
sistema direto, sem muitos detalhes, cujo maior objetivo
MeeGo
é a rapidez e a acessibilidade. A Nokia também licencia o
Este sistema operacional é uma fusão de dois sistemas
Symbian para empresas que não pertençam ao grupo. Linux: Moblin, da Intel, e Maemo, da Nokia. É um sistema
O sistema Symbian é um sistema aberto e de baixo de código aberto desenhado para atuar em plataformas
custo, possui recursos para gerenciar e utilizar pouca como notebooks, tablets, smartphones, desktops, sistemas
bateria e permite a instalação de outros softwares, de navegação automotiva, smart TVs, etc. Para saber mais,
ao contrário do iPhone. Essas características, entre leia este artigo.
outras tantas, fazem do Symbian o sistema operacional
para celulares mais estável do mercado. Para maiores Brew MP
informações leia esse artigo (em inglês). Brew MP - Brew Mobile Platform (Qualcomm) é um
sistema concebido pela Arm, o fabricante de chips para
Android smartphones como o Snapdragon. Seu alvo, pela facilidade
O Android é o sistema operacional criado pelo Google. de acesso à redes sociais e simplicidade dos comandos, é o
É um sistema aberto, acessível a todos. Ele foi baseado no usuário pouco exigente
núcleo Linux e suporta qualquer tipo de conexão sem fio
- 3G, EDGE, Wi-Fi e Bluetooth. Ele é compatível com quase Fonte: http://br.ccm.net/faq/11106-sistemas-
tudo em se tratando de multimídia. Com a programação operacionais-para-celulares-e-dispositivos-moveis
aberta, ele pode ser alterado, se adaptar e manter um
baixo custo. Ele já conta com inúmeros aplicativos para TIPOS DE COMPUTADOR
personalizar o celular. Para conhecer mais esse sistema
operacional, acesse o site oficial. Desktops ou computadores de mesa
Desktop, também conhecido como computador de
BlackBerry: RIM mesa, é o tipo de computador mais usado no mundo, seja
O BlackBerry é um sistema operacional desenvolvido como computador pessoal ou para trabalho.
pela empresa canadense RIM. Ele integra diversas funções
importantes, que foram integradas pela primeira vez
nos celulares chamados smartphones. Ele tem editor
de texto, acesso à internet, e-mail e a tecnologia IPv6. O
que o diferencia dos demais é que ele utiliza um serviço
próprio de e-mail RIM, chamado BBM. As mensagens
e e-mails no envio e recepção chegam até a 200 kbps,
utilizando a tecnologia EDGE. Ele suporta todas as funções
de escritório necessárias para criar documentos, planilhas,
apresentações, etc. Para saber mais, acesse o site oficial.

143
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Possui hardware flexível, o tornando compatível com - Workstation ou estação de trabalho: é o computador
diferentes necessidades. Podem tanto possuir configurações com capacidade de processamento de cálculos e gráficos
mais simples, com finalidade de acesso à internet e trabalhos superior aos comuns. Eles são destinados principalmente a
de escritório, como possuir configurações complexas e que usos profissionais específicos, tais como arquitetura, dese-
exijam alto poder de processamento e gráfico, como os des- nho industrial, criação de filmes 3D ou em laboratórios de
tinados a executar jogos de última geração e próprios para física. Não se trata simplesmente de um desktop “turbina-
trabalhos de edição de foto e vídeo. Pode ser comprado já do”, pois são feitos para atender a uma finalidade especí-
com configuração fixa, montado de maneira personalizada ou fica. Entenda melhor a definição e veja se você precisa de
até mesmo pode ser turbinado para determinado fim. Dentre uma workstation.
os tipos de computadores de mesa, podemos destacar, além - Nettops: são mini desktops, ou seja, minicomputado-
do desktop propriamente dito: res, que são vendidos por um preço mais em conta, gastam
- Servidor: Em resumo, um servidor é, basicamente, menos energia, ocupam menos espaço e são bastante mo-
um computador mais potente do que seu desktop comum. dernos. São muito indicados para centrais de multimídia.
Ele foi desenvolvido especificamente para transmitir informa- Permitem uma enorme economia de espaço em relação
ções e fornecer produtos de software a outros computadores aos convencionais.
que estiverem conectados a ele por uma rede. Os servidores Ele é capaz de realizar tarefas que não exigem muito de
têm o hardware para gerenciar o funcionamento em rede wi- uma máquina, como navegar pela internet, acessar aplicati-
reless e por cabo Ethernet, normalmente através de um ro- vos para Web, processar documentos, ver fotos, vídeos, es-
teador. cutar músicas e etc… Fazendo uma comparação, um nettop
Eles foram desenvolvidos para lidar com cargas de tra- é para um desktop o que um netbook é para um notebook.
balho mais pesadas e com mais aplicativos, aproveitando a
vantagem de um hardware específico para aumentar a pro- All-in-one: Como o nome em Inglês diz, os PCs “All-In
dutividade e reduzir o tempo de inatividade. -one” têm tudo em um, isto é, tudo é feito para transformar
Os servidores também oferecem ferramentas de geren- a instalação dele em seu lar ou escritório em uma expe-
ciamento remoto, o que significa que um membro da equipe riência muito mais fácil. Você se lembra do gabinete que a
de TI pode verificar o uso e diagnosticar problemas de outro grande maioria dos computadores tem? Esqueça!
local. Isso também significa que você pode executar manu- Aqui temos monitor e gabinete numa única peça, ocu-
tenções de rotina, como adicionar novos usuários ou alterar pando menos espaço. Podem ainda possuir tela sensível
senhas. ao toque.
- Clientes: Cliente é um termo empregado em compu- Tudo que você precisa está em um único bloco: drive
tação e representa uma entidade que consome os serviços de DVD, entradas para os acessórios USB, leitores de cartão
de uma outra entidade servidora, em geral através do uso de de memória, ponto para o cabo de rede ou modem banda
uma rede de computadores numa arquitetura cliente-servidor larga, entradas para antena de rádio FM e televisão, com
direito a controle remoto para facilitar na hora de assistir
filmes, programas de TV e rádio.
Alguns modelos mais poderosos, oferecem monito-
res de até 23 polegadas, HDs de 1 terabyte (quanta coisa,
hein?) e contam com função touch: isto é, além do mouse,
você pode encostar seu dedo na tela para escolher opções,
arrastar ícones e assim por diante.

144
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Portáteis - Ultrabook: Não seria legal se uma máquina portátil


como um netbook pudesse ser poderosa como um note-
Computador portátil é todo o computador que pode book? Foi pensando nisso que a Intel implantou um novo
ser facilmente transportado. Por vezes usando uma bateria conceito de equipamentos chamado de ultrabook.
como carga elétrica e possuindo rede Wi-Fi.
Antigamente, quando falávamos de computador nos
referíamos a dois tipos de equipamento: os computadores
de mesa (também chamados de desktop) e os notebooks
(também chamados de laptops). Hoje em dia, o público está
mais amplo, o consumidor mais exigente, e novas vertentes
surgiram, principalmente no lado dos portáteis.
Não é difícil ouvir a respeito de netbooks e ultrabooks.
Os notebooks continuam aí, firmes e fortes e, para somar um
pouquinho mais, apareceram também os tablets, que pode-
riam ser encaixados fora desse artigo, mas decidimos manter
tamanha a dúvida que geram.
Notebook e netbook: Por muito tempo, os computado-
res portáteis foram chamados “laptop” (em tradução livre,
algo que pode ficar no seu colo); depois de um tempo, o
termo “notebook” (como “caderno” em Inglês) ficou mais Um ultrabook é uma máquina ultra portátil que não
popular e, não mais que de repente, mais um novo nome abre mão do poder de processamento. São computadores
apareceu no mercado: “netbook”. leves, compactos, sem unidade de mídia óptica na maioria
dos casos (ou seja, leitor e gravador de DVD e CD) que pri-
mam, também, pelo custo mais baixo.

- Tablets: são mais portáteis do que netbooks. Apesar


de alguns modelos oferecerem teclados físicos, são geral-
mente controladas por comandos na tela.

Os notebooks costumam ter muito do hardware ofere-


cido em computadores de mesa, como drive de DVD (e até
mesmo o formato Blu-ray, dependendo do modelo), além de
acessórios vendidos separadamente por aí, como leitores de
cartão de memória. Portanto, se você quer um computador
mais flexível para uso como os de casa, então você quer um Os tablets não são exatamente computadores, mas
notebook. com a chegada do iPad e de uma avalanche de aparelhos
Mas e o netbook, do que se trata? Idealizada em 2007, Android, entre eles o Xoom e o Galaxy Tab, caíram no gosto
esta linha de computadores superportáteis vendida a um dos consumidores.
preço mais camarada por uma variedade de razões. Mas, atenção: são tipos totalmente diferentes de apa-
Como seu nome sugere, é um computador para uso mais relhos. A começar pelo fato de que eles possuem tela sen-
constante e facilitado com a Internet. Além do consumo de sível ao toque e a maior parte dos modelos não possui te-
energia reduzido em comparação aos seus “irmãos maiores” clado físico, apenas virtual. Sendo assim, a digitação neles é
pelo menos em sua maioria, as telas são menores e não há o um pouco mais desconfortável, a menos que você adquira,
drive de disco ótico. Além disso, os netbooks costumam ter também, um teclado sobressalente específico para usos
telas menores (existem modelos com 8 polegadas), e tam- com tablets.
bém por conta disto são mais leves e fáceis de transportar. Outro ponto a ser destacado é que os tablets possuem
Ah, sim: muitos netbooks usam discos rígidos do tipo sistemas operacionais portáteis, então rodam com progra-
SSD (Solid State Disc, ou Disco de Estado Sólido), drastica- mas diferentes dos computadores tradicionais. Ter um ta-
mente aumentando a velocidade do acesso aos dados e blet não é suficiente: ele é um aparelho complementar a
também reduzindo as chances de falha de leitura por vi- um outro computador, seja este de mesa ou portátil. Mas é
brações e balanços, pois não faz uso da mesma tecnologia ótimo para ver emails, ler notícias e livros digitais (e-books)
do HD tradicional. e, é claro, navegar na internet!

145
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- PDA: os primeiros computadores portáteis podem ser MOEDAS VIRTUAIS


também considerados como os pais dos smartphones. Pal-
mtops são os principais representantes da categoria. Durante grande parte do século XIX, as moedas de
maior sucesso do mundo tinham seu valor convertido em
quantidades fixas de metais preciosos, como o ouro e a
prata, o que na época foi visto por muitos como uma ino-
vação bastante arriscada, pois por centenas de anos antes
desta prática as moedas eram cunhadas diretamente nos
metais, o que não deixava dúvidas quanto ao seu valor.
Essa vinculação entre a moeda de um país e seus es-
toques de metais preciosos ficou conhecida como Lastro
Ouro. Internacionalmente, o lastro ouro – também chama-
do de padrão ouro ou estalão-ouro – significou a primeira
tentativa de adoção de um regime cambial fixo por parte
dos grandes países comerciais da época. Porém, esse mo-
delo econômico entrou em decadência logo no início da
Primeira Guerra Mundial. Por esse motivo alguns historia-
dores atribuem a decadência desse modelo às pressões
de financiamento da guerra, porém, há os que dizem que
seu fim se deu ao fato de que a produção de metais pre-
ciosos já não acompanhava o ritmo da economia mundial
BIOMETRIA da época.
Assim, quase todas as grandes economias deram
Biometria, do ponto de vista da tecnologia da informa- início à emissão de Moeda Fiduciária cujo valor depen-
ção, é a técnica utilizada para medir e se obter determinadas de, basicamente, de crença pública na política econômica
informações físicas sobre um indivíduo e, com base nessas dos governos, bem como no desempenho de seus bancos
informações, gerar uma identificação única para o mesmo, centrais. Esse tipo de moeda, a qual é utilizada desde o
de forma a tornar mais seguro e eficiente o seu processo de
dia a dia de qualquer cidadão comum até em movimenta-
autenticação em sistemas computadorizados. Sendo assim,
ções no comércio exterior, tem causado muito transtorno
hoje, já existem três formas bem conhecidas de identificação
e autenticação de uma pessoa: para o sistema econômico internacional nos últimos anos,
• Através de nome de usuário e senha; pois não havendo um padrão entre os valores das moedas,
• Através de cartões magnéticos e/ou smart cards muitas economias têm tido a obrigação de reinventar suas
(cartões inteligentes); e políticas cambiais.
• Através da biometria. Com base nesse cenário de inquietação monetária e,
Características físicas como as digitais, a íris, a retina, a sobretudo, apoiado aos movimentos especulativos e em
voz, a formação da face, a geometria da mão e o DNA são tecnologias que possibilitam a criação e movimentação de
únicas de cada pessoa. Portanto, essas são as característi- valores de modo digital, nascem as chamadas Moedas Vir-
cas mais conhecidas e usadas na biometria, sabendo-se que tuais (Virtual Currency).
existem outras. O termo que – para muitos – ganhou vida por conta
A identificação biométrica é feita em duas etapas: pri- de jogos de realidade virtual é algo que apenas existe em
meiro o indivíduo é registrado no sistema, permitindo a formato eletrônico, ou seja, não é físico e também não é
captura de suas características biométricas, as quais são representado por nenhuma moeda tradicional. Nenhum
convertidas em um valor matemático. A segunda etapa é a governo manipula o fornecimento das moedas virtuais,
autenticação, onde o usuário apresenta suas características tampouco as regulam. O fluxo de seu valor é regido por
biométricas que são comparadas com o valor matemático regras de criptografia que são impostas por um código
previamente armazenado, sendo validadas ou não.
descentralizado.
Como é difícil um indivíduo apresentar sempre as mes-
Apesar de nenhum governo aceitar as Moedas Virtuais
mas características físicas, o sistema é programado de forma
a ter uma determinada tolerância na hora da comparação como unidades de valor, o aumento desenfreado na bus-
entre as informações armazenadas e as informações que es- ca por este recurso tem causado preocupação em vários
tão sendo capturadas no momento da autenticação, minimi- governos pelo mundo, pois apesar destas não se conver-
zando possíveis erros de processamento. teram em moedas nacionais, as Moedas Virtuais são cada
Diante do exposto, concluímos que o uso da biometria vez mais utilizadas para o pagamento de serviços como
torna-se necessário em ambientes onde é exigido um alto oficinas mecânicas, bares, e compra de produtos como
nível de segurança para que seja possível o acesso a deter- eletrodomésticos, por exemplo. O governo dos Estados
minados lugares. Unidos procura uma forma de taxar o uso de Moedas Vir-
Fonte: http://www.clubedainformatica.com.br/si- tuais no país, porém não como moeda e sim como pro-
te/2009/03/27/o-que-e-biometria/ priedade, baseando-se no poder de troca dessas moedas.

146
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Contudo, Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as in-
alega que a regulamentação da oferta de moeda deve se formações estão contidas em arquivos de vários formatos,
algo despolitizado, e diz ser fã de uma dentre as várias que são armazenados no disco fixo ou em outros tipos de
Moedas Virtuais disponíveis, a Bitcoin. Os governos da mídias removíveis do computador, organizados em:
China e da Tailândia já baniram o uso de Moedas Virtuais (A) telas.
em seus territórios. Já O Banco Central do Brasil, por sua (B) pastas.
vez, declara que – pelo menos até o momento – o assunto (C) janelas.
não demanda qualquer importância. (D) imagens.
As cinco mais bem cotadas moedas virtuais (E) programas.
• Bitcoin – https://bitcoin.org
• Litecoin – https://litecoin.org; Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma
• Peercoin – http://peercoin.net; bem clara a organização por meio de PASTAS, que nada
mais são do que compartimentos que ajudam a organizar
• Namecoin – http://namecoin.info;
os arquivos em endereços específicos, como se fosse um
• Primecoin – http://primecoin.io
sistema de armário e gavetas.
Resposta: Letra B
Portanto, assim como a humanidade se afastou das
moedas apoiadas por metais preciosos, muitos entusias- 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser ex-
tas e até mesmo especialistas em questões comerciais, cluído permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pres-
econômicas e de tecnologia, acreditam que estamos vi- sionando-se simultaneamente as teclas
vendo um momento de transição em se tratando de moe- (A) Ctrl + Delete.
da, onde o uso de papel como unidade de valor não terá (B) Shift + End.
vida longa. (C) Shift + Delete.
(D) Ctrl + End.
Fonte: http://www.infoescola.com/economia/moe- (E) Ctrl + X.
das-virtuais/
Comentário: Quando desejamos excluir permanente-
mente um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes
QUESTÕES GERAIS para a lixeira, basta pressionarmos a tecla Shift em conjunto
com a tecla Delete. O Windows exibirá uma mensagem do
1- Com relação ao sistema operacional Windows, as- tipo “Você tem certeza que deseja excluir permanentemen-
sinale a opção correta. te este arquivo?” ao invés de “Você tem certeza que deseja
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows enviar este arquivo para a lixeira?”.
deve ser feita a partir de opção equivalente do Painel de Resposta: C
Controle, de modo a garantir a correta remoção dos ar-
quivos relacionados ao aplicativo, sem prejuízo ao siste-
ma operacional. 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e arquivos, sem que haja perda de informação?
DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto (A) Compactação
aos diretórios de programas instalados na máquina em (B) Deleção
(C) Criptografia
uso.
(D) Minimização
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de
(E) Encolhimento adaptativo
um computador, pois bastam o nome do usuário e a se-
nha da máquina para se ter acesso às contas dos demais
Comentários: A compactação de arquivos é uma téc-
usuários possivelmente cadastrados nessa máquina. nica amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios podem conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exem-
disponíveis por meio da instalação do pacote Office, entre plos de programas compactadores são o WinZip, WinRar,
eles, calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint. SolusZip, etc.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do bo- Resposta: A
tão Iniciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o
Windows, dar saída no usuário correntemente em uso na 5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
máquina e, em seguida, desligar o computador.

Comentários: Para desinstalar um programa de forma


segura deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou
remover programas
Resposta – Letra A

147
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

 Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado • Ocupam espaço em disco;
(Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: • Compatibilidade com os servidores de e-mail
(A) 7 (nem sempre são compatíveis).
(B) 56 A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em ne-
(C) 448 grito os mais conhecidos e utilizados atualmente):
(D) 511 Microsoft Office Outlook
(E) uma mensagem de erro Microsoft Outlook Express;
  Mozilla Thunderbird;
Comentários: temos que D1=SOMA(A1:C1). Quando IcrediMail
copiamos uma célula que contém uma fórmula e colamos Eudora
em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à nova po- Pegasus Mail
sição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser Apple Mail (Apple)
copiada de D1 para D3: Kmail (Linux)
  Windows Mail
  A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL,
ou seja, não é instalado no computador local. Logo, é o
gabarito da questão.
Resposta: B.

7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e cor-


reio eletrônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos
navegadores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Goo-
gle Chrome) para localizar recursos e páginas da Internet
(Exemplo: http://www.google.com.br).
Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para so- II. Download significa descarregar ou baixar; é a trans-
mar todas as células de A3 até C3(dois pontos significam ferência de dados de um servidor ou computador remoto
‘até’), sendo assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obten- para um computador local.
do-se o resultado 448. III. Upload é a transferência de dados de um computa-
Resposta: C. dor local para um servidor ou computador remoto.
IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail signifi-
ca movê-lo definitivamente da máquina local, para envio a
6- “O correio eletrônico é um método que permite um destinatário, com endereço eletrônico.
compor, enviar e receber mensagens através de sistemas Estão corretas apenas as afirmativas:
eletrônicos de comunicação”. São softwares gerenciadores
A) I, II, III, IV
de email, EXCETO:
B) I, II
A) Mozilla Thunderbird.
C) I, II, III
B) Yahoo Messenger.
D) I, II, IV
C) Outlook Express.
E) I, III, IV
D) IncrediMail.
Comentários: O URL é o endereço (único) de um recur-
E) Microsoft Office Outlook 2003.
so na Internet. A questão parece diferenciar um recurso de
página, mas na verdade uma página é um recurso (o mais
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de
e-mail (eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos conhecido, creio) da Web. Item verdadeiro.
memorizar que os sistemas que trabalham o correio eletrô- É comum confundir os itens II e III, por isso memorize:
nico podem funcionar por meio de um software instalado down = baixo = baixar para sua máquina, descarregar. II e
em nosso computador local ou por meio de um progra- III são verdadeiros.
ma que funciona dentro de um navegador, via acesso por
Internet. Este programa da Internet, que não precisa ser
instalado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o software
local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.
Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:
• Pode ler e escrever mensagens mesmo quando
está desconectado da Internet;
• Permite armazenar as mensagens localmente (no
computador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo
tempo;
Maiores Desvantagens:

148
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No item IV encontramos o item falso da questão, o que Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado
nos leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em mensa- em termos de internet pois não é tão robusto quanto re-
gem de e-mail significa copiar e não mover! des P2P pois, enquanto no primeiro modelo uma queda do
Resposta: C. servidor central impede o acesso aos usuários clientes, no
segundo mesmo que um servidor “caia” outros servidores
8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do ainda darão acesso ao mesmo conteúdo permitindo que
ambiente MS Office, assinale a opção correta. o download continue. Ex: programas torrent, Emule, Lime-
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado ware, etc.
com a extensão .xls a partir do Meu Computador, o Windo- Em relação às outras letras:
ws ativa o MS Access para a abertura do documento em tela. letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas para localizar e identificar conjuntos de computadores na
ao se acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL Internet e corresponde ao endereço que digitamos no na-
+ V,respectivamente, estão disponíveis no menu Editar de vegador.
todos os aplicativos da suíte MS Office. letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das apli- forma que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede
cações do MS Office, permite que o usuário salve o docu- é restrito a uma rede local e não a internet como um todo.
mento correntemente aberto com outro nome. Nesse caso, letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o compu-
a versão antiga do documento é apagada e só a nova versão tador a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma
permanece armazenada no computador. forma só que de maneira local, o acesso via ADSL pode sim
(D) O menu Exibir permite a visualização do documen- acessar redes locais.
to aberto correntemente, por exemplo, no formato do MS letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de com-
Word para ser aberto no MS PowerPoint. putação que fornece serviços a uma rede de computado-
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a ela- res. E não necessariamente armazena nomes de usuários e/
boração de apresentações de slides que utilizem conteúdo e ou restringe acessos.
imagens de maneira estruturada e organizada. Resposta: D
Comentários: O menu editar geralmente contém os co-
10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
mandos universais dos programas da Microsoft como é o
(A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Inter-
caso dos atalhos CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do
net, pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde
localizar.
está localizada tal máquina.
Em relação às outras letras:
(B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo
se conectarem a uma mesma máquina simultaneamente,
Excel e não o Access
como no caso de salas de bate-papo.
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma có-
pia do arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebi-
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de mento de arquivos na Internet.
exibição do documento dentro do contexto de cada progra- (D) Quando se digita o endereço de uma página web,
ma e não de um programa para o outro como é o caso da o termo http significa o protocolo de acesso a páginas em
afirmativa. formato HTML, por exemplo.
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de
de slides e sim o Ms Power Point. correio eletrônico envia uma mensagem com anexo para
Resposta: B outro destinatário de correio eletrônico.
Comentários: Os itens apresentados nessa questão es-
9- Com relação a conceitos de Internet e intranet, assi- tão relacionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os
nale a opção correta. protocolos mais comuns:
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla - HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de car-
a entrada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre regamento de páginas de Hipertexto –  HTML
na Internet. - IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da In- máquina na rede
ternet que possuam uma conexão http, ao digitarem na bar- - POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimen-
ra de endereços do navegador: http://intranet.com. to de emails direto no PC via gerenciador de emails
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo pa-
rede local, pois sua função é conectar um computador à drão de envio de emails
rede de telefonia fixa. - IMAP(Internet Message Access Protocol) – Semelhan-
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina te ao POP, no entanto, possui mais recursos e dá ao usuário
denominada cliente requisita serviços a outra, denominada a possibilidade de armazenamento e acesso a suas mensa-
servidor, ainda é o atual paradigma de acesso à Internet. gens de email direto no servidor.
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que arma- - FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transfe-
zena os nomes dos usuários que possuem permissão de rência de arquivos
acesso a uma quantidade restrita de páginas da Internet. Resposta: D

149
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção cor- 12- As células que contêm cálculos feitos na planilha
reta. eletrônica,
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar (A) quando “coladas” no editor de textos, apresenta-
pastas e arquivos e por seu intermédio não é possível rão resultados diferentes do original.
acessar o Painel de Controle, o qual só pode ser acessado (B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
pelo botão Iniciar do Windows. (C) somente podem ser copiadas para o editor de tex-
(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos tos dentro de um limite máximo de dez linhas e cinco co-
salvos em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data lunas.
de modificação, deve-se selecionar Detalhes nas opções (D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma
de Modos de Exibição. a uma.
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede (E) quando integralmente selecionadas, copiadas e
oferece um histórico de páginas visitadas na Internet para “coladas” no editor de textos, serão exibidas na forma de
acesso direto a elas. tabela.
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows  
e a opção Renomear for acionada no Windows Explorer Comentários: Sempre que se copia células de uma pla-
com o botão direito do mouse,será salva uma nova versão nilha eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam
do arquivo e a anterior continuará aberta com o nome como uma tabela simples, onde as fórmulas são esqueci-
antigo. das e só os números são colados.
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estru- Resposta: E
tura de diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de
busca Google, pois é ele que dá acesso a todos os diretó-
rios de máquinas ligadas à Internet. 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio
do correio eletrônico, deve considerar as operações de
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arqui- (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços
vos são mostrados de várias formas como Listas, Miniatu- eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
ras e Detalhes. (B) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
Resposta: B dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
(C) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
ços eletrônicos dos destinatários no campo “Cc”.
Atenção: Para responder às questões de números
(D) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
12 e 13, considere integralmente o texto abaixo:
dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão
(E) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
deverão ser publicados em rede interna de uso exclusivo do
ços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
órgão, com tecnologia semelhante à usada na rede mun-
 
dial de computadores.
Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deve-
correio eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou
rão ser verificados para que não contenham erros. Alguns seja, anexar o arquivo à mensagem. Quando colocamos
artigos digitados deverão conter a imagem dos resultados os endereços dos destinatários no campo Cco, ou seja, no
obtidos em planilhas eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, campo “com cópia oculta”, um destinatário não ficará sa-
valores e totais. bendo quem mais recebeu aquela mensagem, o que aten-
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados de a segurança solicitada no enunciado.
devem ser tomados para a recuperação em caso de perda e Resposta: A
também para evitar o acesso por pessoas não autorizadas
às informações guardadas. 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas Novo - CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio
na internet visando o atendimento do nível de qualidade da de arquivos em lotes, também denominados scripts, o
informação prestada à sociedade, pelo órgão. shell de comando é um programa que fornece comuni-
O ambiente operacional de computação disponível cação entre o usuário e o sistema operacional de forma
para realizar estas operações envolve o uso do MS-Win- direta e independente. Nos sistemas operacionais Win-
dows, do MS-Office, das ferramentas Internet Explorer e de dows XP, esse programa pode ser acessado por meio de
correio eletrônico, em português e em suas versões padrões um comando da pasta Acessórios denominado
mais utilizadas atualmente. (A) Prompt de Comando
Observação: Entenda-se por mídia removível disque- (B) Comandos de Sistema
tes, CD’s e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível (C) Agendador de Tarefas
acoplada em portas do tipo USB) e outras funcionalmente (D) Acesso Independente
semelhantes. (E) Acesso Direto

150
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Resposta: “A” 17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)


Assinale a alternativa que contém os nomes dos menus
Comentários do programa Microsoft Word XP, em sua configuração
Prompt de Comando é um recurso do Windows que padrão, que, respectivamente, permitem aos usuários:
oferece um ponto de entrada para a digitação de coman- (I) numerar as páginas do documento, (II) contar as pa-
dos do MSDOS (Microsoft Disk Operating System) e outros lavras de um parágrafo e (III) adicionar um cabeçalho
comandos do computador. O mais importante é o fato de ao texto em edição.
que, ao digitar comandos, você pode executar tarefas no a) Janela, Ferramentas e Inserir.
computador sem usar a interface gráfica do Windows. O b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
Prompt de Comando é normalmente usado apenas por c) Formatar, Editar e Janela.
usuários avançados. d) Arquivo, Exibir e Formatar.
e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Resposta: “B”
Novo - CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir di- Comentário:
gitado no aplicativo Word. Aplicativos para edição de • Ação numerar - “INSERIR”
textos. Aplicando-se a esse texto o efeito de fonte Ta- • Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
chado, o resultado obtido será • Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR”

18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)

Resposta: “C”

Comentários:
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d,
e. Entretanto, temos que observar que na questão os itens
d, e, além de receberem taxado, também ficaram em caixa
alta. O único que recebe apenas o taxada, sem alterar outras
formatações foi o item c.

16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário


Novo - CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento a) 3, 0 e 7.
de um arquivo de textos ou de imagens na internet, en- b) 5, 0 e 7.
tre um servidor e um cliente, constituem, em relação ao c) 5, 1 e 2.
cliente, respectivamente, um d) 7, 5 e 2.
(A) download e um upload e) 8, 3 e 4.
(B) downgrade e um upgrade
(C) downfile e um upfile Resposta: “C”
(D) upgrade e um downgrade
(E) upload e um download Comentário:
Expressão =MÉDIA(A1:A3)
Resposta: “E”. São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é
dividido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
Comentários: Expressão =MENOR(B1:B3;2)
 Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar; Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número,
Upload – Carregar para cima (enviar). que seria o número 1. Para facilitar coloque esses números
Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”) em ordem crescente.
Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número,
que seria o número 2. Para facilitar coloque esses números
em ordem decrescente.

151
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II) Passo 3


Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a
propagação, o resultado

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5 20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No Po-
werPoint 2007, a inserção de um novo comentário pode
Resposta: “D” ser feita na guia
a) Geral.
Comentário: b) Inserir.
Passo 1 c) Animações.
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1 d) Apresentação de slides.
e) Revisão.
Resposta: “E”
Comentário:

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbi-


Passo 2 to das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 zzz.br. O domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em
e A3 inglês) utilizado para classificar o tipo de instituição, no
exemplo dado acima, é o
a) protocolo.
b) xxx.
c) zzz.
d) yyy.
e) br.

Resposta: “C”
Comentários:
a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
Click na imagem para melhor visualizar e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio

152
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Resposta: E


Analise a régua horizontal do Microsoft Word, na sua Comentário:
configuração padrão, exibida na figura.

Assinale a alternativa que contém apenas os indica-


dores de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) I, II e VI.
Resposta: D
Comentário:

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais


no lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do do-
cumento não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir
Régua no topo da barra de rolagem vertical.
É possível definir tabulações rapidamente clicando no
seletor de tabulação na extremidade esquerda da régua
até que ela exiba o tipo de tabulação que você deseja. Em
seguida, clique na régua no local desejado.
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto
à direita. Conforme você digita, o texto é movido para a es-
querda.
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de
um ponto decimal. Independentemente do numero de dígi- Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrin-
tos, o ponto decimal ficará na mesma posição. chadas no exemplo acima (arredondamento, mínimo e so-
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere matório) em uma única questão. A função ARRED é para
uma barra vertical na posição de tabulação. arredondamento e pertence a mesma família de INT(parte
inteira) e TRUNCAR (parte do valor sem arredondamento).
A resposta está no item 2 que indica a quantidade de casas
23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) decimais. Sendo duas casas decimais, não poderia ser letra
Uma planilha do Microsoft Excel, na sua configuração A, C ou D. A função SOMA efetua a soma das três células
padrão, possui os seguintes valores nas células: B1=4, (B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre o menor
B2=1 e B3=3. A fórmula =ARRED(MÍNIMO(SOMA entre os dois valores informados (2,66666 - dízima periódi-
(B1:B3)/3;2,7);2) inserida na célula B5 apresentará o se- ca - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
guinte resultado: casas decimais.
(A) 2
(B) 1,66
(C) 2,667
(D) 2,7
(E) 2,67

153
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Considere a figura que mostra o Windows Explorer 25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao
do Microsoft Windows XP, em sua configuração origi-
nal, e responda às questões de números 24 e 25. se clicar em , localizado abaixo do menu Favori-

tos, será fechado

(A) o Meu computador.


(B) o Disco Local (C:).
(C) o painel Pastas.
(D) Meus documentos.
(E) o painel de arquivos.

Resposta: C

Comentário:

24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O


arquivo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.

Resposta: E

Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas loca-
lizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil
para copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis:
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquiza-
da que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área
de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta);
O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a oculta o painel PASTAS.
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando
no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)

154
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLMENETARES O conector USB é característico. Veja na figura a seguir


a interface de seu conector, de seu plug e também o sím-
01. (GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO – AS- bolo que o representa.
SEMBLÉIA LEGISLATIVA – TÉCNICO DE GETÃO ADMI-
NISTRATIVA – ADMINISTRADOR FGV/2013) - A ima-
gem a seguir mostra um tipo de barramento utilizado
na conexão dos diversos tipos de periféricos, como im-
pressoras, mouse sem fio e pendrives.

RESPOSTA: “B”.

03. (UFOP/MG - ADMINISTRADOR DE EDIFÍCIOS –


UFOP/2013) - A transferência de arquivos para o com-
putador (ou a troca de arquivos entre o computador e
dispositivos) pode ser feita por vários meios. As figuras
a seguir representam uma porta padrão para a conexão
(de tipo de conectividade, que permite que o conteúdo
Esse barramento é conhecido pela sigla dos dispositivos habilitados sejaadicionado ao compu-
a) USB. tador (como os telefones celulares, por exemplo).
b) OS/2. Assinale a alternativa que apresenta a denominação
c) PCI-E. da porta e conectividade dessas imagens
d) RJ-11.
e) RJ-45.

USB (Universal Serial Bus) é uma tecnologia de co-


nectores plug and play que aceitam a conexão de vários
dispositivos eletrônicos como mouses, pendrives, teclados,
impressoras e outros.
RESPOSTA: “A”.

02. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEI- a) Porta TCP/IP e Conectividade I


RO - FUNÇÃO GRATIFICADA - COORDENADOR DAS b) Porta COM e Conectividade I
COORDENAÇÕES DAS DIRETORIAS REGIONAIS PEDA- c) Porta USB e Conectividade Bluetooth
GÓGICAS - CEPERJ/2013) - Atualmente, pendrives e d) Porta USB e Conectividade Firewall
impressoras são integradas àconfiguração de micro-
computadores por meio da conexão USB. Afigura que É comum a representação de dispositivos eletrônicos
ilustra esse tipo de conector está indicada na seguinte por símbolos que permitem sua identificação.
alternativa: Quando usamos um computador que possui portas
USB, notamos a presença de símbolos como os dispostos
a seguir que as caracterizam:

Representação simbólica USB


Quando utilizamos o recurso de conectividade Blue-
tooth, por exemplo, vemos seu ícone durante o uso e a
configuração.

155
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

informações relacionadas a férias, plano de saúde, etc. Além


desses serviços a intranet ainda é utilizada para agilizar a tro-
ca de informações e notícias do Tribunal. A troca de infor-
mações entre esse servidor e os computadores pelos funcio-
nários ocorre baseada em um conjunto de regras e padrões
de conectividade utilizados também na Internet.
A impressão de documentos e conteúdos diversos dis-
Marca registrada Bluetooth poníveis na intranet é permitida por meio de um conjunto
RESPOSTA: “C”. de impressoras compartilhadas na rede interna. Para se
conectar a diversas outras instituições públicas, a intranet
04.   (TRT 1ª REGIÃO (RJ) - ANALISTA JUDICIÁ- do Tribunal está conectada à Internet.
RIO - ÁREA JUDICIÁRIA – FCC/2013) - Paulo trabalha De acordo com o texto, a placa de rede do computa-
como Analista Judiciário no Tribunal Regional do Tra- dor de Paulo tem velocidade de transmissão de 10/100.
balho e no dia-a-dia executa um conjunto de tarefas Isso significa que a transmissão de dados pela rede entre
que utilizam os recursos computacionais de hardware o computador de Paulo e um computador servidor com
e software: placa de rede de mesma velocidade pode ser de até 
- Processador Intel Atom Dual Core D525 com Clock a) 100 megabits por segundo.
Speed de 1.8 GHz, L2 Cache de 1 MB, 64-bits; b) 100 megabytes por segundo.
- 4 GB de memória DDR3 (2x2 GB); c) 10 megabytes por segundo.
- HD de 400 GB; d) 100 megabits por minuto.
- Leitor e gravador CD/DCD; e) 1000 megabits por segundo.
- Placa mãe IPX525-D3;
- Placa de vídeo integrada 384 MB; As placas de rede 10/100 são placas para redes de ar-
- Placa de som integrada; quitetura Ethernet. Uma arquitetura de rede dispõe detalhes
sobre ela como, por exemplo, a taxa de transferência da pla-
- Placa de rede 10/100;
ca de rede. O padrão da arquitetura Ethernet proposto pela
- 6 Portas USB;
questão é a Fast Ethernet, que é o mais utilizado.
- Teclado, mouse e caixas de som padrão;
As variações da arquitetura Ethernet são:
- Fonte de alimentação de 250 W;
- Voltagem suportada de 110/220; Padrão da Arquitetura Velocidade da placa
- Consumo de energia de 10 Kw/h; Ethernet 10 Mbps
- Monitor LED 15.6”;
Fast Ethernet 100 Mbps
Nesses computadores estão instalados os seguintes Gigabit Ethernet 1.000 Mbps
softwares:
- Windows 7 Professional em português; Uma placa de rede 10/100 consegue que a transmissão
- Microsoft Office 2010 Professional em português; de dados seja de 10 ou 100 Mbps. Essa variação depende de
- Mozilla Firefox; algumas restrições da rede como, por exemplo, se as placas
- Internet Explorer. envolvidas na comunicação de dados são de 10 ou 100 Mbps.
Dentre os trabalhos realizados por Paulo no dia- a- Uma placa de rede de velocidade de 100 Mbps pode
dia estão: se comunicar com uma placa de 10 Mbps, mas a velocida-
- Edição de contratos, emissão de pareceres e con- de dessa comunicação será reduzida devido à limitação de
fecção de atas de reunião; velocidade da placa de 10 Mbps.
- Realização de tarefas relacionadas à administra-
ção patrimonial, orçamentária, financeira, de recursos RESPOSTA: “A”.
humanos, de materiais e geração de gráficos demons-
trativos; 05. (AL/RN - TÉCNICO LEGISLATIVO - TÉCNICO
- Apresentação em slides dos resultados de de- EM HARDWARE – FCC/2013) - As principais tecnologias
monstrativos de pautas de treinamentos e reuniões; de memória utilizadas são DDR, DDR2 e DDR3. Os mó-
- Criação, compartilhamento e gerenciamento de dulos de memória 
pastas e arquivos em diversas unidades de disco como a) DDR3 consomem 80% menos energia, se compara-
HDs, CDs, DVSs e pendrives; do aos módulos DDR2.
- Navegação na Internet/Intranet e uso de mecanis- b) DDR2 podem ser encaixados facilmente em pla-
mos de busca; cas que suportem apenas os módulos DDR.
- Acesso e gerenciamento de sua conta de e-mail c) DDR3 trabalham com 1.5 V e utilizam alta taxa de
corporativo. transferência de dados.
A comunicação interna no Tribunal se dá principalmente d) DDR2 utilizam 2.5 V, duas vezes menos que os mó-
por meio de uma intranet que utiliza a infraestrutura de rede dulos DDR.
existente. Nela os funcionários do Tribunal podem acessar e) DDR utilizam 3.2 V, favorecendo o aquecimento da
um conjunto de serviços que inclui consultas ao holerite e placa-mãe.

156
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de 1 a 5 identificam, respectivamente:

Imagem comparativa memória DDR


- Saídas de som são portas para conexão de periféricos
A memória DDR possui 240 pinos, ou seja, 240 conta- como caixas de som.
tos sendo 48 pinos, uma interrupção e 72 pinos, conforme
a imagem acima. Ela é uma memória SDRAM, ou seja, uma
memória de taxa dupla de transferência nível 3 de síncrona
dinâmica de acesso aleatório, volátil e de leitura e gravação,
fixada a um slot específico da placamãe. É resultante da evo-
lução tecnológica de suas antecessoras – DDR e DDR2, por
exemplo.A memória DDR3 consome cerca de 30% menos
energia, se comparada aos módulos DDR2. Trabalha com
tensão de 1.5V, menor que a 1.8V da DDR2 e os 2.5V da DDR.
RESPOSTA: “C”.

06. (TRT 17ª REGIÃO (ES) - ANALISTA JUDICIÁRIO Caixa de som


- ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE/2013) - Com relação
- Portas e SATA são portas com conexão SATA externas,
aos componentes, funcionamento e sistemas operacio- ou seja, é possível conectar um HD SATA por esta porta
nais de microcomputadores, julgue os itens subsequen-
sem abrir o computador.
tes.
As memórias DDR (double data rate) são síncronas e
transferem dados na subida e na descida do clock. 
( ) Certo
( ) Errado

Memórias DDR são fixadas à placa mãe através de slots


apropriados. São peças de circuito impresso com contatos
que alocam programas e dados temporariamente para uso
do processador. A memória DDR recebeu esse nome, pois
consegue transmitir duas palavras por ciclo do barramento.
Memórias síncronas possuem registradores com clock para
sincronizar todas as entradas com o clock do sistema (FLOYD, 2007).
O clock é o tempo que as informações levam para percor- HD e SATA
rer da origem ao destino, ou seja, a frequência do barramento. - Porta firewire é um tipo de conexão semelhante a
RESPOSTA: “CERTO”. USB, mas com velocidade superior, usada em dispositivos
como câmeras digitais e camcorders.
Utilize a figura abaixo para responder às questões
de números 07 e 08.

07. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAZO-


NAS - AGENTE DE APOIO MANUTENÇÃO E SUPORTE
DE INFORMÁTICA – FCC/2013) - Hoje em dia há diver- Câmera digital firewire
sos modelos de placas-mãe que disponibilizam portas - Porta S/PDIF coaxial são utilizadas para conexão de
onboard para diversos dispositivos. Na figura, os itens aparelhos de CD ou amplificadores de som.

157
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

09. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMA-


ZONAS - AGENTE DE APOIO MANUTENÇÃO E SU-
PORTE DE INFORMÁTICA – FCC/2013) - Este slot de
expansão trabalha com comunicação em série, diferen-
te de outros que se comunicam paralelamente. Acomu-
nicação em série aparentemente parece ser mais lenta,
mas, pelo contrário, é muito superior à paralela porque
o sistematrabalha em altas frequências. Em uma comu-
Amplificador DAC-V1 nicação em paralelo, se for utilizada uma frequência
muito alta, o desempenhopiorará em função do campo
- Porta S/PDIF óptica pode ser utilizada para conectar magnético que é formado. Na comunicação em série
um aparelho de som. isso não acontece porque o número de vias ébem me-
nor. Este slot tem uma frequência padrão de 2500 MHz
contra os 33 MHz do slot em sua versão tradicional.
O texto se refere ao slot
a) VLB − VESA Local Bus.
b) PCI − Express.
c) AGP − Accelerated Graphics Port.
d) PCI − Peripheral Component Interconnect.
e) ISA − Industry Standard Achitecture.

RESPOSTA: “D”.

08. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAZO-


NAS - AGENTE DE APOIO MANUTENÇÃO E SUPORTE
DE INFORMÁTICA – FCC/2013) - Com relação aos itens
da placa-mãe onboard mostrados na figura, considere:
I. Uma porta e SATA permite que o usuário conecte Slots PCI Express
um HD SATA diretamente nesta porta (como se colo- Um slot de expansão é um conector fixado àplaca-mãe
casse o HD dentrodo gabinete). que possibilita o encaixe de placas de som, vídeo, rede e
II. As saídas do som onboard 5.1 possibilitam a ins- outras, expandindo as possibilidades presentes na placa-
talação de um sistema de audio home theater. mãe. PCI Express, também conhecido pela sigla PCIe, são
III. Uma porta firewire, tecnicamente conhecida slots desenvolvidos para dar maior agilidade e aperfeiçoar
como IEEE 1334, é uma porta de comunicação de dis- as aplicações gráficas. Sua velocidade de transmissão, se
positivos de baixa taxade transferência. comparada ao soquete PCI tradicional, pode ser de 1 até
Está correto o que se afirma APENAS em 32 vezes (usa de 1 a 32 caminhos de dados)mais rápida e
(A) I. ainda é mais rápido que o slot AGP que foi desenvolvido
para dar suporte e agilidade a placas de vídeo 3D.
(B) II e III.
Pode receber e enviar dados em até 250MB/s em cada
(C) I e II.
conexão serial, podendo usar uma ou várias conexões se-
(D) I e III.
riais, o que determina se é um PCI-Express x1 ou PCI-Ex-
(E) II.
press x16, como demonstrado na imagem acima.
RESPOSTA: “B”.
Os HDs e SATA são dispositivos externos que podem
ser conectados ao computador com o sistema ligado, sem
prejuízo das informações ou do hardware.
O home theater é um sistema de som que pode ser
utilizado com aparelhos de TV e computadores.
RESPOSTA: “C”.

158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Noções de Criminalística: Definição; Histórico; Doutrina; Da requisição de perícia; Prazo para elaboração do exame e do
laudo pericial.............................................................................................................................................................................................................. 01
Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal; Locais de crime: conceituação, classificação, isolamento e
preservação de local de crime............................................................................................................................................................................. 02
Cadeia de Custódia: Conceitos, Etapas, Fase Interna, Fase Externa e Rastreabilidade. Finalidades dos levantamentos
dos locais de crime contra a pessoa e contra o patrimônio; Vestígios de interesse Forense; Levantamento
papiloscópico. .........................................................................................................................................................................................04
Locais de Morte: Morte violenta......................................................................................................................................................................... 07
Local de morte por arma de fogo;.................................................................................................................................................................... 07
Local de morte por instrumentos contundentes, cortantes, perfurantes ou mistos;..................................................................... 08
Local de morte provocada por asfixia.............................................................................................................................................................. 10
Balística forense: Exame de eficiência em munição; Exame de eficiência em Arma de Fogo. Vestígios e Evidencias
Biológicas de interesse forense. Coleta de Material Biológico em Local de Crime. ...................................................................... 13
Entomologia Forense: Conceito, Fauna Cadavérica, Subdivisões da Entomologia Forense e suas Aplicações e Tratamento
de Material Entomológico (Coleta, Transporte, Criação e Identificação)............................................................................................ 19
Documentos: elementos de segurança: do Real, da Carteira de Identidade, da Carteira Nacional de Habilitação, ........ 22
Lei 7116/83,................................................................................................................................................................................................................. 25
Resolução Denatran 598/16 e............................................................................................................................................................................. 25
684/17........................................................................................................................................................................................................................... 31
Fraudes em veículos e seus documentos........................................................................................................................................................ 32
Noções de incêndio: Desenvolvimento de incêndios e movimentação do fogo. Focos de incêndio: primários e
secundários. Fases do incêndio: inicial, intermediária e de extinção. Meios de propagação do fogo. Evolução natural
básica do fogo. Propagação do fogo através de elementos da construção. .................................................................................. 33
Noções de Fotografia forense: conceitos (lentes, velocidade, obturador, diafragma, distância focal, ângulo de visão,
foco, exposição fotográfica), tipos de lente, tipos de câmera, tipos de flash, tipos de armazenamento de câmeras
digitais, luzes (branca, temperatura, UV), equipamentos; uso, recorte, tratamento...................................................................... 34
Modelagem 3D: produção de croquis (google SketchUp, AutoCAD, Blender, Photoshop) Sistema de Posicionamento
Global (GPS): Características gerais, fontes de erros, tipos de receptores, Datum, ...................................................................... 38
Sistema de coordenadas: SAD 69. WGS 84, SIRGAS. Coordenadas geográficas: GMS, Grau Decimal e suas transformações.
Google Earth............................................................................................................................................................................................................... 42
Noções de Medicina Legal: Introdução à medicina legal: conceito, importância, divisões, perícias e peritos, documentos
médico‐legais, elaboração do laudo pericial................................................................................................................................................. 43
Traumatologia Forense: agentes mecânicos (perfurantes, cortantes, contundentes, perfurocortantes, cortocontundentes
e perfurocontundentes); agentes físicos (calor, frio, eletricidade, pressão atmosférica, radiação);......................................... 52
agentes químicos ‐ toxicologia forense: cáusticos, envenenamento, tolerância e dependência............................................. 56
Asfixiologia forense: conceito e classificação das asfixias, asfixias por constrição do pescoço, asfixias por alteração do
estado físico ambiental, asfixias por sufocação.)......................................................................................................................................... 57
Tanatologia: conceitos de morte, cronotanatognose, causas jurídicas da morte (suicídio, crime, morte acidental,
diagnóstico comparativo), morte súbita, fenômenos cadavéricos, lesões pré‐mortem e pós‐ mortem............................... 59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Todo episódio, sendo ele, de natureza criminosa ou
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA: DEFINIÇÃO; acidental, deixa vestígios no local. O desígnio da inves‐
tigação imediata é traduzir adequadamente os fatos, re‐
HISTÓRICO; DOUTRINA; DA REQUISIÇÃO
constituir sua sucessão e compreender o evento. Em razão
DE PERÍCIA; PRAZO PARA ELABORAÇÃO DO
da transitoriedade e da natureza frágil dos elementos ma‐
EXAME E DO LAUDO PERICIAL. teriais, a sua credibilidade e a cautela perante a sua inte‐
gridade física dependem muito das providências iniciais no
local do delito.
A criminalística é uma disciplina que faz uso de diferen‐ Consideramos por local de crime a região do espaço
tes tipos de recursos, métodos e técnicas de investigação. em que aconteceu um delito. Segundo Carlos Kehdy:
Estudo tudo aquilo que está relacionado aos possíveis  “toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que re‐
delitos de diferente natureza, tratando de dar resposta à clame as providências da polícia”.
sucessão de fatos assim como sua autoria. A preservação de um local onde ocorreu um delito tem
Assim, a criminalística limita sua investigação ao fato a finalidade de garantir a sua integridade, assim, verificar
acontecido, seguindo uma série de passos que devem dar com êxito os vestígios que apontarão os primeiros elemen‐
uma resposta lógica para uma pergunta específica. tos à investigação. Logo, deverá obedecer a uma preserva‐
ção rigorosa para que sejam resguardadas as evidências, aí
Criminalística de campo a necessidade de profissionais altamente qualificados, para
dessa maneira, conectar os conhecimentos e presunções.
A criminalística pode ser diferenciada entre diversos Eraldo Rabello entende que:
ramos, sendo uma das mais importantes a criminalísti‐  “Local de crime é a porção do espaço compreendida
ca de campo. Esta é a responsável de realizar a pesquisa num raio que, tendo por origem o ponto no qual é cons‐
dentro do seu próprio campo. tatado o fato, se estenda de modo a abranger todos os lu‐
Os criminalistas de campo devem investigar o local gares em que, aparente, necessária ou presumivelmente,
do crime ou então o lugar onde se encontram os indícios hajam sido praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os
relacionados ao mesmo. Trata-se, portanto, de uma in‐ atos materiais, preliminares ou posteriores, à consumação
tervenção ao pé da letra para conhecer detalhadamente do delito, e com este diretamente relacionados.”
tudo o que se passou. É importante enfatizar que a ação primordial que o pri‐
A criminalística de campo é aquela que possibilita a meiro agente de segurança pública deve realizar ao chegar
maior fonte de informações e que se pode obter a partir ao local do crime, existindo vítima, é a de tomar ciência se é
dos indícios encontrados. No entanto, curiosamente, não necessário prestar socorro a uma eventual vítima que ainda
há um procedimento padrão para recolher dados do lo‐ se encontra com vida. Caso não haja a necessidade de pres‐
cal. Existem diversos métodos que os criminalistas usam tar ajuda a vítima, deverá isolar o local do delito até a che‐
dependendo das características do local e de cada caso, gada da polícia judiciária, que será incumbida das providên‐
por exemplo, a proteção dos fatos, a coleta de indícios ou cias legais. Dessa forma, nota-se a importância dos procedi‐
mentos para preservar e isolar do local de crime, buscando
a fixação do local.
uma maior precisão dos fatos e vestígios que culminará em
Entre seus diversos objetivos, este ramo da criminalís‐
uma análise pericial mais eficiente e segura.
tica é responsável por preservar o local dos fatos de forma
No local do crime, a perícia verificará todos os vestígios
adequada, realizar uma observação minuciosa do espaço
inseridos na cena delituosa, com o intuito de elucidar a di‐
e fornecer ao laboratório as evidências encontradas para
nâmica do crime, auxiliando de maneira efetiva para o pro‐
um estudo mais detalhado do caso.
cesso judicial ser concluído seguramente. E, no que abrange
o começo dos trabalhos de exame do local do delito, vários
Criminalista de laboratório
profissionais estão associados, como: o policial militar, sen‐
do que, é quase sempre o primeiro a apresentar-se ao local,
Existe outro grande ramo da ciência criminalística que o auxiliar de necropsia, o perito criminal, o médico legista,
realiza seu trabalho dentro das paredes de um laborató‐ o agente de polícia, o escrivão, e o delegado de polícia, que
rio. É a criminalística de laboratório que usa instrumentos preside toda a investigação, através do inquérito policial.
científicos para o estudo dos indícios, seja para sua quan‐ A preservação do local de crime mediante seu isola‐
tificação como para sua identificação. mento e demais cuidados com os vestígios é uma garan‐
Opera na parte final da investigação e permite passar tia de que o perito encontrará a cena do crime condizente
das previsões para as precisões, confirmando a natureza com o que ocorreu de fato, devido à ação do infrator, assim,
dos indícios, estabelecendo a forma exata dos fatos e as como pela vítima, tendo com isso, a possibilidade de ana‐
consequências físicas do seu desenvolvimento. Esta parte lisar todos os vestígios seguramente. Segundo defende a
do processo é chave para delimitar a inocência ou a culpa perita criminal BARACAT (2008):
do sujeito envolvido e assim tirar as devidas conclusões. “[...] a preservação dos vestígios deixados pelo fato, em
Fonte: https://conceitos.com/criminalistica/ tese delituosa, exige a conscientização dos profissionais da
segurança pública e de toda a sociedade de que a alteração
no estado das coisas sem a devida autorização legal do

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
responsável pela coordenação dos trabalhos no local pode I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a
prejudicar a investigação policial e, consequentemente, a prova ou para responderem a quesitos, desde que o man‐
realização da justiça, visto que os peritos criminais analisam dado de intimação e os quesitos ou questões a serem es‐
e interpretam os indícios materiais na forma como foram clarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima
encontrados no local da ocorrência.” de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em lau‐
Portanto, o local de crime preservado adequadamente do complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
fornece elementos imprescindíveis para a determinação do II – indicar assistentes técnicos que poderão apresen‐
que ocorreu e qual a possível autoria associada ao delito. tar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inqui‐
Entretanto, caso a cena do delito não seja conservada, po‐ ridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
derá coadjuvar com a absolvição de delinquentes devido § 6o Havendo requerimento das partes, o material pro‐
a possível violação ou desaparecimento dos vestígios, não batório que serviu de base à perícia será disponibilizado no
apresentando assim a consistência probatória requerida. ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guar‐
A consciência dessa preservação deve ser implantada nos da, e na presença de perito oficial, para exame pelos assis‐
profissionais que atuam na cena de crime para elucidar tentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído
os fatos. Mas, igualmente, deve instruir a população, que pela Lei nº 11.690, de 2008)
inúmeras vezes cercam esses locais e dificultam o trabalho § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais
de isolamento, e consequentemente tornam ineficientes as de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á
análises dos locais de crime. designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte
indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela Lei nº
11.690, de 2008)
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
PRINCIPAIS PERÍCIAS ELENCADAS NO descreverão minuciosamente o que examinarem, e respon‐
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL; LOCAIS DE derão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei nº
CRIME: CONCEITUAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, 8.862, de 28.3.1994)
ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
CRIME. prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser pror‐
rogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peri‐
tos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito
em qualquer dia e a qualquer hora.
CAPÍTULO II
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS
depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos si‐
EM GERAL
nais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será in‐ Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará
dispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, o simples exame externo do cadáver, quando não houver
não podendo supri-lo a confissão do acusado. infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias permitirem precisar a causa da morte e não houver neces‐
serão realizados por perito oficial, portador de diploma de sidade de exame interno para a verificação de alguma cir‐
curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) cunstância relevante.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado Art.  163. Em caso de exumação para exame cadavé‐
por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de rico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora
curso superior preferencialmente na área específica, dentre previamente marcados, se realize a diligência, da qual se
as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natu‐ lavrará auto circunstanciado.
reza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) Parágrafo único. O administrador de cemitério público
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromis‐ ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
so de bem e fielmente desempenhar o encargo. (Redação desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem in‐
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) dique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assis‐ não destinado a inumações, a autoridade procederá às
tente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acu‐ pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
sado a formulação de quesitos e indicação de assistente Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) posição em que forem encontrados, bem como, na medi‐
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admis‐ da do possível, todas as lesões externas e vestígios deixa‐
são pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração dos no local do crime. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de
do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas 28.3.1994)
desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) Art.  165. Para representar as lesões encontradas no
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do
às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devi‐
2008) damente rubricados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Art.  166. Havendo dúvida sobre a identidade do ca‐ Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos,
dáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congê‐ I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o
nere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto escrito será intimada para o ato, se for encontrada;
de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá II - para a comparação, poderão servir quaisquer do‐
o cadáver, com todos os sinais e indicações. cumentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre
e autenticados todos os objetos encontrados, que possam cuja autenticidade não houver dúvida;
ser úteis para a identificação do cadáver. III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para
Art.  167. Não sendo possível o exame de corpo de o exame, os documentos que existirem em arquivos ou es‐
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova tes‐ tabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se
daí não puderem ser retirados;
temunhal poderá suprir-lhe a falta.
IV - quando não houver escritos para a comparação ou
Art.  168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que
exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exa‐ a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a
me complementar por determinação da autoridade policial pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá
ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. que a pessoa será intimada a escrever.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presen‐ Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos em‐
te o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiên‐ pregados para a prática da infração, a fim de se Ihes verifi‐
cia ou retificá-lo. car a natureza e a eficiência.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do Art.  176. A autoridade e as partes poderão formular
delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito quesitos até o ato da diligência.
logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do Art.  177. No exame por precatória, a nomeação dos
crime. peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser supri‐ caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação
da pela prova testemunhal. poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão
sido praticada a infração, a autoridade providenciará ime‐ transcritos na precatória.
diatamente para que não se altere o estado das coisas até a Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado
pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao
chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com
processo o laudo assinado pelos peritos.
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavra‐
nº 5.970, de 1973) rá o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as presente ao exame, também pela autoridade.
alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único,
as consequências dessas alterações na dinâmica dos fa‐ o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e ru‐
tos. (Incluído pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) bricado em suas folhas por todos os peritos.
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guar‐ Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão
darão material suficiente para a eventualidade de nova pe‐ consignadas no auto do exame as declarações e respostas
rícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o
com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este di‐
ou esquemas. vergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a
Art.  171. Nos crimes cometidos com destruição ou novo exame por outros peritos.
rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por Art. 181. No caso de inobservância de formalidades,
meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestí‐ ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a
gios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, com‐
que época presumem ter sido o fato praticado. plementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei nº
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avalia‐ 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também orde‐
ção de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam
nar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se
produto do crime.
julgar conveniente.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
peritos procederão à avaliação por meio dos elementos aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
existentes nos autos e dos que resultarem de diligências. Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública,
Art.  173. No caso de incêndio, os peritos verificarão observar-se-á o disposto no art. 19.
a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que Art.  184. Salvo o caso de exame de corpo de delito,
dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida
a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento
que interessarem à elucidação do fato. da verdade.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
LOCAL DO CRIME No caso especial dos locais de incêndio, inundação,
É toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que re‐ desmoronamento, escapamento de gás, o policial facilitará
clame as providências da polícia. O local é dividido segun‐ a saída das pessoas que se encontrem na saída imediata;
do dois critérios: as que não necessitarem de socorros urgentes, devem ser
- QUANTO À ÁREA conservadas na área mediata, a fim de prestarem esclare‐
- QUANTO À NATUREZA DO LOCAL DO CRIME cimentos.
Quanto à Área: O local pode ser “interno”, “externo” ou - Área Imediata é aquela onde se deu o fato.
“relacionado”. - Área Mediata são adjacências da imediata.
- Local Interno: é toda área compreendida em ambien‐
tes fechado. Exemplo: casas comerciais, residenciais, escri‐ Fonte: http://www.detetiveamaral.com.br/portal/lo‐
tórios, etc. cal_crime.html
- Local Externo: é toda área descoberta. Exemplo: via
pública, terreno baldio, etc.
No caso particular de terreno cercado ou murado,
constituindo propriedade particular, o local é, ao mesmo CADEIA DE CUSTÓDIA: CONCEITOS,
tempo “interno” e “externo”. ETAPAS, FASE INTERNA, FASE EXTERNA
- Locais Relacionados: são duas ou mais áreas que te‐ E RASTREABILIDADE. FINALIDADES
nham implicação com um mesmo crime. Exemplo: um indi‐ DOS LEVANTAMENTOS DOS LOCAIS DE
víduo é ferido num local, porém cai ou falece em outro; A CRIME CONTRA A PESSOA E CONTRA O
fabricação de moedas falsas, que são fabricadas num local PATRIMÔNIO; VESTÍGIOS DE INTERESSE
e lançadas em outro.
FORENSE; LEVANTAMENTO PAPILOSCÓPICO.
Quanto à Natureza do Fato: O local pode ser de fur‐
to qualificado, acidente, homicídio, etc. O local do crime
desempenha papel importante na elucidação do fato de‐
lituoso, porque oferece provas do crime e da autoridade.
Qualidade nos serviços públicos depende de uma série
Estas provas são de duas espécies: provas testemunhais e
de fatores. É proporcional a excelência dos trâmites e ritos
provas técnicas.
que o distinguem no âmbito criminal, como a perícia.
Conceitos em qualidade aplicada na perícia é a cadeia
• Provas Testemunhais:
de custódia, que não está prevista na legislação brasilei‐
ra. Analisando sua importância por meio de seus elemen‐
São constituídas pelas testemunhas. estas arroladas
tos essenciais e propondo um método de documentação,
pelo “policial de rua”, isto é, Investigador de Polícia, Policial
Militar, e eventualmente pelo Escrivão de Polícia: Arrolar distinguem-se vestígios de evidências e indícios sob uma
as testemunhas evitando curiosos, pedir provas de identi‐ ótica ética e lógica, considerando seu início, seu fim e seus
dade, se a testemunha exibir Cédula Oficial de Identidade, elementos essenciais (registros documental, rastreabilida‐
o policial deve anotar o nome da testemunha, o nome da de e integridade da prova) um paralelo entre os métodos
repartição expedidora, o número do Registro Geral, na falta científicos e passíveis de cunho prático e jurídico.
da Cédula Oficial de Identidade, o policial poderá aceitar Serviços essenciais ou não, são passiveis de uma ava‐
qualquer documento de identidade, o endereço é sempre liação qualitativa, prestados pelo Estado não são exceção,
declinado pela testemunha. especialmente os prestados no esclarecimento da justiça
• Provas Técnicas: nos litígios de direito público, onde a qualidade deve sa‐
São constituídas pelos elementos materiais que se en‐ tisfazer ao esclarecimento no que se refere à idoneidade
contram no local do crime, são manuseadas pelo Perito Cri‐ material e conduta do processo.
minal, de início recebem o nome genérico de “vestígios”. Em âmbito criminal, a qualidade do serviço estatal é
Depois do exame pericial os “vestígios” que tiverem relação proporcional a excelência dos trâmites e ritos que o distin‐
com o crime passarão a constituir “indícios”. guem, dependendo de procedimentos normalmente pre‐
A principal função do “policial de rua”, no local do cri‐ vistos em código de normas processuais. O Código Proces‐
me, é a preservação desse local. Esta preservação, deve ser so penal brasileiro, descreve uma série de procedimentos
feita obedecendo algumas regras: adequadamente empregados que conferem a qualidade
1 - Dar ciência a autoridade policial; do serviço.
2 - Interditar a circulação nas áreas imediata e mediata; Contudo, fatores relacionados à processualística penal
3 - As pessoas que permanecerem no local, devem fi‐ que influenciam em sua qualidade, tornando-os impor‐
car sob vigilância, a fim de não tocarem nos objetos que ali tantes focos de estudo para a melhoria destes serviços. A
se encontram; perícia criminal é um conjunto de procedimentos científi‐
4 - O próprio policial não deve tocar nos objetos que se cos relacionados à elucidação de um evento delituoso. Sua
encontrem no local do crime; qualidade depende de uma exposição de cuidados a ser
5 - A preservação é iniciada quando do compareci‐ tomada, uma vez a requisição de exame pericial até análise
mento do policial ao local do crime e termina quando este do laudo pericial por autoridade judiciária. Toda atenção
for desimpedido pela autoridade competente (Delegado deve ser dirigida a um conceito em qualidade aplicado na
de Polícia ou Perito Criminal). área pericial, chamada de cadeia de custódia.

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Não está prevista na legislação brasileira de forma es‐ cada amostra desde as evidências defensáveis até a preser‐
pecial e precisa ou normatizada, ao contrário do que ocor‐ vação da amostra.” Validade dos resultados, Norma Bonac‐
re em outros países. corso questionou o conceito no que se refere ao “descarte”
De acordo com Saferstein, cadeia de custódia é “uma de amostra. A autora defende que a palavra expressa exa‐
lista de todas as pessoas que estiveram de posse de um tamente o que se espera do encerrar da cadeia de custódia
item de evidência”. O autor entende parecer reduzida a uma em âmbito criminal, uma vez que a legislação brasileira não
lista, um documento contendo identificação dos que tive‐ prevê o descarte da prova.
rem contatos com as amostras custodiaram um item. Essa De acordo com o Código de processo Penal brasileiro,
documentação passa ser parte integrante da cadeia de cus‐ o processo termina com o trânsito em julgado do méri‐
tódia e por tal seria a mais importante delas. Alguns autores to, e não quando findada a perícia. Existe um intervalo na
chamam procedimentos de custódia. cadeia de custódia seria aceitar que a prova deixa de ser
Rastreabilidade e responsabilidade da prova não de‐ custodiada a partir da emissão do laudo pericial, quando
vem se resumir a um documento, Byrd, “acrescenta a res‐ o ponto da prova emerge em sua apresentação perante o
ponsabilização e confiabilidade definindo um registro es‐ magistrado ou júri se findando. 
crito e defensável de todos os indivíduos que mantiveram
o controle sobre as evidências”. Podendo ser defendido VISÃO DOUTRINÁRIA PENAL
mediante sustentação por argumentação e razões. Quanto
mais robusta, mais confiável é o que se defende e maior Alguns conceitos apresentados sobre, “vestígios, evi‐
é o impacto na convicção do magistrado. A confiabilidade dências e indícios”, esses termos são frequentemente utili‐
depende da argumentação que deve ser baseada essencial‐ zados como sinônimos. Porém, num conceito criminalístico,
mente no documento de custódia. existe uma diferenciação importante em suas semânticas
Questões relevantes a dimensão temporal, quando tem formais. Tais conceitos podem gerar equívocos interpreta‐
início e quando termina? Para Giannelli, “é relevante a mo‐ tivos caso deixem de ser bem delineados.
vimentação e a localização de uma evidência física desde O Código de processo Penal brasileiro traz que, na pre‐
sua obtenção até sua apresentação na corte”. No Brasil a sença de vestígios, o exame de corpo de delito será in‐
obtenção do vestígio termina com sua presença no tribu‐ dispensável sob pena de nulidade. O objetivo do exame
nal. Para Brenner, “ressalta-se a relevância da inteireza e do visa à comprovação dos elementos essenciais no que diz
armazenamento do vestígio ao definir como procedimen‐ respeito ao resultado da conduta delituosa, através de ves‐
to espécime ou amostra pelo rastrear de seu manuseio e tígios. Não há dispositivo legal que defina precisamente o
armazenamento do ponto de coleta a sua disposição final que vem a ser um vestígio, porque a lei não é o espaço
uma manutenção da história cronológica das evidências.” para fins de definição. Mas é provável que esta ausência de
A integridade da prova um elemento amplo vem com‐ definição jurídica também decorra do fato da palavra ser
plementar a confiabilidade da prova. empregada num sentido próximo do comum, não necessi‐
tando de critério específico.
VISÃO DOUTRINÁRIA ARMAZENAMENTO Em termos periciais, pode ser definido como todo e
qualquer sinal, marca objeto, situação fática ou ente con‐
O armazenamento, não deve ser confundir com acon‐ creto sensível, potencialmente relacionado a uma pessoa
dicionamento. Que na visão de Brenner, “consiste em dotar ou a um evento de relevância penal ou presente em um
de condições que visam preservar da deterioração e inte‐ local de crime interno ou externo, direta ou indiretamente
gram o primeiro que consiste no ato de prova, no processo, relacionada com o fato delituoso.
se apresenta sem as mesmas propriedades que possuía ao Está admitindo que sua situação fosse originada por
ser coletada, sua integridade ainda sugere uma resposta ao um agente ou evento provocador. Nesta dinâmica, pressu‐
ponto inicial da obtenção de um vestígio.” Não há um pon‐ põe-se que algo provocou uma modificação no estado das
to preciso de término, mas uma região difusa de tempo até coisas de forma a alterar a localização e o posicionamento
sua disposição final. de um corpo no espaço em relação a uma ou várias referên‐
Para Melbye e Jimenez, sugerem que: “Estatuto que a cias. O local de crime revela uma série de vestígios, que são
evidência, como encontrada in situ, foi acompanhada desde submetidos a processos objetivos de triagem e apuração
sua descoberta, existindo uma sucessão segura desta até a analítica dos quais resultam diversas informações. Uma re‐
corte.” Não apenas transferência e manuseio de documen‐ levância primordial é aquela que atesta ou não o vinculo de
tação, mas também segurança das áreas de armazenamen‐ tal vestígio com o delito em questão. No entendimento de
to em que a evidência é mantida observa-se a integridade Mallmith, “as evidências, por decorrerem dos vestígios, são
do vestígio e uma necessidade de uma área de segurança elementos exclusivamente materiais e, por conseguinte, de
que tenha como finalidade desempenhar não apenas ma‐ natureza puramente objetiva.” Evidência é o vestígio após
nutenção da integridade e autenticidade do vestígio, mas avaliações de cunho objetivo, mostrou vinculação direita e
excelência da prática forense. inequívoca com o evento delituoso na prova material.
Bonaccorso e Perioli, conceito dado por “Alice Apareci‐ Artigo 158 do Código de processo Penal brasileiro:
da da Matta Chasin”, não isenta de reparos e refere-se “um “Quando a infração deixar vestígios será indispensável o
conjunto de procedimentos documentados que possibili‐ exame de corpo de delito, direito ou indireto, não podendo
tam o rastreamento de todas as operações realizadas em supri-lo a confissão do acusado.”

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Artigo 564 do Código de processo penal brasileiro: “A 6 – Artigo 118 do Código de Processo Penal brasileiro:
nulidade ocorrerá nos seguintes casos (...) III – por falta das “Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas
fórmulas ou dos termos seguintes: ((...) b) o exame de cor‐ apreendidas não poderão ser restituídas enquanto inte‐
po de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o ressarem ao processo.”
disposto no artigo 167.” 7 – Artigo 91 do Código penal brasileiro: “São efeitos
Mazzilli apresenta uma conceituação legal prevista no da condenação: (...) II – a perda em favor da União, ressal‐
Código de processo penal brasileiro, no sentido que o indí‐ vado o direito do lesado ou de terceiro de boa – fé: a) dos
cio seria uma circunstância conhecida, provada e necessa‐ instrumentos do crime, desde que consistam em coisas
riamente relacionada com o fato investigado. Nos termos cujo fabrico alienação, uso, porte ou detenção constitua
da lei, a circunstância seria uma premissa menor, ao passo fato ilícito; b) do produto do crime ou qualquer bem ou
que a razão e a experiência seriam uma premissa maior. valor que constitua proveito auferido pelo agente com a
Mirabete, “cumpre consignar que o indício se reveste de prática do fato criminoso.”
uma situação circunstancial, cuja interpretação pode ser
objetiva ou subjetiva ainda que relativamente à premissa ONDE COMEÇAR UMA INVESTIGAÇÃO
menor referida acima coincida coma evidência, por se afas‐
tar do caráter subjetivo. O indício surge num instante pro‐ Uma investigação ou incidente de segurança da in‐
cessual, quando as evidências foram agregadas aos fatos formação deve ser sempre feita tendo em algum mo‐
apurados pela autoridade policial.” mento as evidências coletadas para serem utilizadas em
Artigo 239 do Código de Processo Penal brasileiro: um processo judicial, uma vez que esta é contaminada
“Considera-se indício a circunstância conhecida e prova‐ ou modificada torna-se muito difícil que ela seja aceita
da, que tendo relação com o fato, autorize, por indução, judicialmente.
concluir-se a existência de outras ou outras circunstâncias.” Na coleta, devem ser realizadas as seguintes ativida‐
Apresentação de uma prova material, em uma corte des pelo investigador forense:
judiciária de foro criminal, é o momento clímax de todo A – Iniciar a cadeia de custódia.
processo, que se estende da preservação do local de crime
B – Obter a imagem forense, chamada de espelha‐
ao trânsito em julgado de um Processo Penal. 
mento ou clonagem, que deve garantir que os dados ori‐
A prova material de o processo encontrar-se exposta
ginais não foram alterados e que a cópia obtida é idêntica
às condições de um local de crime; passou pelas mãos de
ao original.
peritos criminais, autoridades policiais, estafetas, funcio‐
C – Garantir a preservação da evidência coletada con‐
nários do fórum e do Ministério Público neste momento
tra qualquer tipo de dano durante toda a investigação ou
nascer os procedimentos de preservação se iniciam e são
enquanto estiver sob sua custódia.
assegurados pela autoridade policial, quando os peritos
Faltando qualquer uma das atividades podem com‐
criminais chegam ao local, a responsabilidade pela preser‐
vação de local e após a liberação das peças e do local é prometer a utilização judicial da evidência coletada e todo
do perito que encaminham as evidências para a apreensão o trabalho de análise realizado pode ser perdido.
pela autoridade policial que fica com a responsabilidade Uma cadeia de custódia deve conter o histórico de
sobre a guarda e integridade. toda a manipulação ocorrida com a evidência na qual de‐
1 - Artigo 6º do Código de Processo Penal brasileiro: vem constar:
“Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, 1º - Local onde a evidência quando foi coletada.
a autoridade policial deverá: I – dirigir-se ao local, provi‐ 2º - Quando foi coletada.
denciando para que não se alterem o estado e conservação 3º - Quem entregou a evidência para especialista.
das coisas, até a chegada dos peritos criminais.” 4º - Dados sobre o equipamento (desktop, laptop, ce‐
2 - Artigo 160 do Código de processo Penal brasileiro: lular, etc.) e a mídia (HD, CD, Pendrive, etc.) onde estava
“Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão armazenada a evidência original.
minuciosamente o que examinarem e responderão aos 5º - Como foi feita imagem forense (softwares, forma‐
quesitos formulados.” to da imagem, etc.).
3 - Artigo 6º, II, do Código de Processo Penal brasilei‐ 6º - Mudanças na custódia da evidência.
ro: “Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, O formulário de cadeia de custódia deveria acompa‐
após liberados pelos peritos criminais.” nhar a evidência desde o momento da coleta até o seu
Prova material presente na corte judiciária deve estar completo descarte quando não for mais útil.
revestida de idoneidade e ilicitude, ainda que submetida É importante anotar também o fuso horário do local
a uma série de procedimentos técnicos ou pelas mãos de da coleta, onde se devem anotar o nome e de quem dis‐
algumas pessoas. ponibilizou a evidência para ser
4 – Artigo 10, § 1º, do Código de processo Penal bra‐ Coletada, como o nome das pessoas que em algum
sileiro: “A autoridade fará minucioso relatório do que tiver momento ficaram responsáveis pela guarda da evidência
sido apurado e enviará os autos ao juiz competente.” onde todos devem assinar à custódia. 
5 – Artigo 11 do Código de processo Penal brasileiro:
“Os instrumentos do crime, bem como os objetos que in‐
teressarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.”

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
CADEIA DE CUSTÓDIA NO BRASIL 2) Acidente = causa não tem nexo com a intenção,
ação ou omissão de alguma pessoa.
No Brasil, além do formulário de cadeia de custódia é 3) Crime.
recomendado que seja feita uma ata notarial no momento OBS.: Quem fornece a declaração de óbito é o perito
em que forem coletados os dados. legista do instituto médico legal. Quem requisita o exame
Ata notarial é um ato notarial por meio do qual o ta‐ no IML é o delegado de policia.
belião a pedido de parte interessada lavra um instrumento
público formalizado pela narrativa fiel de tudo aquilo que Fonte: http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.
verificou por seus próprios sentidos sem emissão de opinião, br/2013/10/morte-natural-violenta-e-suspeita.html
juízo de valor ou conclusão. É redigida por um tabelião ou
por alguém por ele designado com objetivo de narrar um
fato que foi constatado por ele. 
Durante uma coleta de evidência o tabelião acompanha LOCAL DE MORTE POR ARMA DE FOGO;
todo o processo e redige uma ata notarial contendo as mes‐
mas informações contidas no formulário de cadeia de cus‐
tódia. Quando essa evidência for apresentada em juízo a ata
notarial será o instrumento que dará fé pública ao processo
 Local de Disparo de Arma de Fogo
perante as leis brasileiras.
Nos locais em que ocorreram disparos de arma de fogo
Uma documentação de custódia completa deve ser es‐
(DAF) contra imóveis, a presença da Polícia Civil e/ou da au‐
crita e contemplar informações de referências ao caso inves‐
tigado, tais como: toridade policial acontece esporadicamente, limitando-se
1- Identificação por um número. aos casos de maior repercussão. Neste caso, os policiais mi‐
2- Natureza do delito. litares evocam para si a responsabilidade pelo isolamento
3- Local em que cada item foi coletado. e preservação do local até o comparecimento dos peritos.
4- Registro fotográfico, dimensional e esquemático de Entretanto, devido à carência de recursos humanos no DC
localização imediata. e, em contrapartida, o substancial aumento da quantida‐
5- Da data e hora de coleta. de de locais de DAF, somados a questões eminentemente
6- Da descrição dos itens coletados. técnicas, como condições de luminosidade e extensão da
7- Uma identidade única para cada item coletado. cena do delito, além de proposições de ordem operacional,
8- Nome das pessoas que coletaram os vestígios. como a localização do endereço e distância do mesmo até a
9- Data e hora com nome de todas as pessoas que even‐ sede da base do DC, por exemplo, limitaram o atendimento
tualmente tiveram contato com a evidência. deste tipo de local, preferencialmente, ao horário de expe‐
Essas características conferem a rastreabilidade e as con‐ diente do Departamento. Além disto, frequentemente são
dições necessárias para a responsabilização das pessoas que solicitados mais de um atendimento em momentos muito
mantiveram contato com ela na medida de suas responsabi‐ próximos, o que forçou o corpo pericial do Plantão do DC a
lidades. Isso credencia tais pessoas a testemunhar nos tribu‐ estabelecer prioridades para o atendimento. Na escala es‐
nais a fim de validar a integridade e a idoneidade da prova tabelecida, como não poderia deixar de ser, o atendimento
material, é responsabilidade de todas as pessoas que partici‐ aos “locais de morte” é prioritário, quando comparado aos
pam dos processos de identificação. locais de DAF. Portanto, um local de DAF poderá ser aten‐
A credibilidade dos exames periciais depende não so‐ dido no dia seguinte ou até dois ou três dias após a solici‐
mente da qualidade dos exames realizados ou habilidades tação. Assim, a manutenção de policiais militares isolando o
investigativas e analíticas do perito responsável por sua con‐ local, além de se tornar uma tarefa morosa e tediosa, exclui
dução. estes profissionais do policiamento ostensivo, destoando
Fonte: http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/
completamente das diretrizes estabelecidas pela SJS.
texto.asp?id=2221
O policial, nestes casos, orientará a parte queixosa para
que preserve o sítio da ocorrência até a chegada dos peri‐
tos.
Quando o suposto disparo de arma de fogo foi per‐
LOCAIS DE MORTE: MORTE VIOLENTA; petrado contra um veículo, em geral, o mesmo é recolhido
para os Depósitos de Veículos Apreendidos (DVA) ou para
os pátios das diversas Delegacias de Polícia do Estado, fi‐
As mortes violentas, são aquelas provenientes de causas cando lá retido até que a perícia seja realizada. O atendi‐
externas, tais como: mento, quando o veículo foi recolhido para um depósito da
Pode ocorre por: Capital ou da região metropolitana, é efetuado pela equipes
1) Suicídio = Os suicídios por DEFENESTRAÇÃO (é o ato do Plantão do DC, seguindo os mesmos critérios estabeleci‐
de atirar algo pela janela) suscitam, por vezes, a suspeita de dos para os atendimentos aos locais de DAF em
crime. O fato de o corpo cair a uma distancia maior ou me‐ O isolamento, nos caso de veículos nestas condições,
nor da fachada do prédio NÃO é suficiente para afirmar que fica a cargo dos funcionários do DVA ou dos policiais de
se jogou ou que foi projetada por uma ou mais pessoas. plantão da delegacia em cujo pátio o veículo está retido.

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Alguns veículos atingidos por DAF, notadamente na Características das feridas incisas encontradas pelo
Capital e na região metropolitana, ficam sob a guarda de examinador
seus proprietários, os quais deverão conduzi-los até o De‐ Predominância  do cumprimento sobre a profundida‐
partamento de Criminalística, a fim de ser efetuada a perí‐ de;  nitidez  na lisura das bordas, sem irregularidades nem
cia. Nestas circunstâncias, o proprietário deverá apresentar sinais de contusão; afastamento das bordas devido à elasti‐
um ofício de encaminhamento do veículo, emitido pela de‐ cidade e tonicidade dos tecidos, neste caso, há a coaptação
legacia solicitante, no qual a autoridade policial, se achar perfeita, ou seja, quando aproximamos as bordas elas se
conveniente, poderá formular quesitos aos peritos. Este fecham perfeitamente; presença de “cauda” (de escoriação,
tipo de atendimento é realizado pelo DC exclusivamente fim do corte, é a parte menos profunda), o instrumento
no horário de expediente. cortante não penetra por igual em toda a extensão da
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAB‐ ferida, nas extremidades esta é menos profunda que no
pP4AD/local-crime-va?part=3 centro, tanto menos profunda quanto mais próxima de seu
início ou término.

Esgorjamento
LOCAL DE MORTE POR INSTRUMENTOS É a lesão na parte anterior ou lateral do pescoço pro‐
CONTUNDENTES, CORTANTES, duzida por instrumento cortante. Situa-se entre o osso
PERFURANTES OU MISTOS; heóide (abaixo da mandíbula) e a laringe. Sua profundida‐
de é variável, podendo até chegar à coluna vertebral.
Nos casos de suicídio, quando o agente usa a mão di‐
reita, predomina a direção transversal ou oblíqua ( \ ); no
Lesões e estados patológicos imediatos ou tardios homicídio, é mais frequente a posição descendente para a
provocados pela violência sobre o corpo humano. Juridi‐ esquerda ( / ), mas também poderá ser por acidente. No
camente, tem interesse nos casos de homicídio e sua ten‐ homicídio e suicídio a pessoa morre por hemorragia, em‐
tativa, bem como nos casos de lesões corporais e suicídios. bolia gasosa ( ar dentro do vaso sanguíneo), asfixia (sangue
inunda traquéia e brônquios).
Meios mecânicos causadores de lesões
Os meios mecânicos que causam lesões (traumas) são Degolamento
externos e internos, dentre aqueles há os instrumentos: É a lesão na parte posterior do pescoço (nuca) produ‐
cortantes, perfurantes, contundentes, pérfuro-cortantes, zida por instrumento cortante e a morte se dá por hemor‐
corto-contundentes, pérfuro-contundentes, como agentes ragia quando são atingidos vasos calibrosos ou pela secção
causadores de lesões. Dentre os meios mecânicos internos da medula. As consequências jurídicas mais importantes
há o esforço. são o homicídio e suicídio. Decaptação: cabeça separada
As feridas causadas pelos meios (agentes) mecânicos do tronco.
são: incisas, punctórias, contusas, pérfuro-incisas, corto-
contusas (foice, acão, dentada, unhas) e pérfuro-contusas. Lesões contundentes
As lesões causadas pelo esforço são: rupturas de músculos, São causadas por instrumentos de saliência obtusa
entorses, luxações, hérnia, aneurisma, enfisema, rupturas (martelo), (obtusa: que não é agudo, arredondado) e de
de estômago, intestino etc. superfície dura que se chocam com violência contra o cor‐
po humano. Podem ser causadas de três formas:  ativa: o
Meios físicos ou energias físicas que podem produ- objeto (agente lesivo) se move em direção ao corpo (víti‐
zir lesões ma); passivo: o corpo (vítima) se projeta em direção do ins‐
Frio, calor, pressão, eletricidade, radiação, luminosida‐ trumento contundente (quedas); mista, ou biconvergentes,
de, som etc. vítima e corpo estão em movimento.

Tipos de lesões incisas mais encontradas Tipos de lesões encontradas nas contusões super-
As lesões incisas são produzidas por instrumentos cor‐ ficiais
tantes. Elas podem ser cirúrgicas, de defesa, em retalho, Rubefação, edema traumático, bossas sanguíneas, he‐
mutilantes e autoproduzidas. As mais comuns são: incisa: matoma, equimose e escoriações e feridas contusas.
quando o instrumento penetra os tecidos em direção mais
ou menos perpendicular à superfície do corpo; com reta- Lesões encontradas nas contusões profundas
lho: quando o instrumento deixa pendente um retalho no Entorse, luxação, fratura, rotura visceral e esmagamento.
corpo, corte de maneira oblíquo; mutilante: quando o ins‐
trumento atravessa os tecidos de lado a lado, destacando Rubefação
certa posição saliente do corpo (geralmente orelhas, de‐ É uma mancha avermelhada, efêmera e fugaz na pele,
dos, nariz etc) que desaparece em alguns minutos. Não deixa marca nem
sequela. A pele solta “istamina” e fica vermelha, pois au‐
menta a chegada de sangue no local.

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Edema traumático ponto onde se produziu a violência, afirmar se o indivíduo
É o aumento de volume na região traumatizada (é o estava vivo ou morto, natureza do atentado, data provável
inchaço). É provocada pela saída do plasma do interior dos da violência. É diferente de quando houver tal ocorrido nos
vasos sanguíneos que se infiltra nos tecidos. Possui inten‐ olhos, a mancha sempre fica vermelha, não muda de cor.
sidade variada, depende da gravidade e da presença de
outras lesões no local. Escoriação
É a exposição da derme devido ao arrancamento da
Bossa sanguínea epiderme por ação tangencial de um instrumento mecâ‐
É o derramamento de sangue (proveniente de vaso nico. No indivíduo vivo, as escoriações cobrem-se de se‐
vermelho) numa região pequena do tecido subcutâneo rosidade albuminosa (líquido), gotas de sangue, formando
(embaixo da pele), delimitada por outras estruturas imper‐ crostas geralmente branco-amareladas ou cor de tijolo se
meáveis, como, por exemplo, osso. Formam uma saliência for mais profunda. Não deixam cicatrizes e as crostas come‐
localizada na pele. São comuns no couro cabeludo e são çam a cair entre o 4º e 10º dia, estando a pele regenerada
vulgarmente chamadas de “galo”. até o 15º dia. No cadáver ou quando a morte ocorre logo
após o trauma, as escoriações adquirem uma cor vermelho
-acastanhada, são lisas e têm um aspecto de pergaminho
Hematoma
ou couro.
É a ruptura de vasos sanguíneos (mais volumosos, mé‐
dio ou grosso calibre), formando coleção de sangue repre‐ Características das feridas contusas (de instrumen-
sado, deixando a pele com uma coloração roxa. Difere do tos contudentes)
hematoma subdural (o sangue comprime o cérebro) e do São geralmente causadas por objeto não cortante.
intradural (dentro da cabeça). Acontecem por compressão, apresentam bordas irregula‐
res, alterações na borda, fungo irregular, vertentes irregu‐
Equimose e sugilação lares, são mais compridas que profundas e de difícil coap‐
Equimose é o derramamento sanguíneo onde o san‐ tação. Geralmente deixam cicatrizes largas e irregulares,
gue se infiltra e coagula nas malhas dos tecidos (manchas como no caso de esmagadura e agressões sexuais.
roxas). Sugilação é uma forma de equimose, caracterizada
por vários pontinhos como grão de areia, que geralmente Entorces
é superficial, não forma coleção, mas pode ter dentro dos Movimentos exagerados junto a uma articulação. São
órgãos, na área do traumatismo ou pode até se estender. lesões articulares provocadas por movimentos exagerados
dos ossos que compõem uma articulação, incidindo sobre
Petéquas e sufusões os ligamentos. Os sintomas são dores na articulação, com
perturbação funcional da mesma; inchaço; e presença de
Petéqueas e sufusões são formas de equimoses. As aquimoses e hematomas na região.
petéqueas são mais ou menos isoladas, com tamanho de Nos casos mais graves, haverá ruptura dos ligamentos
cabeça de alfinete, já as sufusões são equimoses extensas. musculares, de tendões, derrame articular ou até mesmo o
arrancamento de pequenos pedaços de ossos que se pren‐
Mecanismos que podem produzir equimoses dem ao ligamento.
Compressão (soco, pontapé, paulada, chicotada etc),
tração (beliscão), sucção (beijo) e esforço (aparece geral‐ Luxações
mente nos olhos). As equimoses emotivas aparecem ge‐ Ocorrem quando há deslocamento de 2 ossos cuja su‐
ralmente nos braços e nas coxas. perfície de articulação deixa de manter a relação de contato
que lhe é comum. O deslocamento pode ser completo ou
incompleto. Desnivelamento dos ossos, total ou parcial, do
Diferença entre hematoma e equimose
contato.
A equimose ocorre quando o sangue extravasado se
infiltra e coagula nas malhas do tecido, já o hematoma são Fraturas e fraturas expostas. Como se produzem?
coleções sanguíneas produzidas pelo sangue derramado Podem ser provocadas por compressão, flexão (dobra)
que descola da pele. A diferença é que no hematoma o ou torção do osso. São chamadas de diretas quando se ve‐
sangue forma verdadeiras bolsas, ao passo que nas equi‐ rificam no próprio local do traumatismo, e indiretas quando
moses o sangue se infiltra nas malhas do tecido celular provêem de violência numa região mais ou menos distante
subcutâneo, impregnando-se fixamente. do local fraturado. Será exposta quando rasga a pele e o
músculo.
“Espectro equimótico de Legrand du Saulle”
É a variação cromática (1 – respeitante a cores) da Complicações que podem ser encontradas na fratu-
equimose, produzida desde que o material foi extravasa‐ ras da coluna vertebral
do até ser reabsorvido, e vai do início ao pleno reparo da Pode haver paralisia temporária ou permanente se hou‐
lesão: - vermelho: do 1º ao 2º dia; - vermelho violáceo: do ver lesões na medula (interrompida), ocasionando secção
3º ao 6º dia; - azulado e esverdeado: do 7º ao 12º dia; - ou lesão grave da coluna: quadriplagia (paralisia do pesco‐
amarelo: do 13º ao 20º dia. Ele nos permite dizer qual o ço para baixo) e paraplegia (paralisia da cintura para baixo).

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Complicações que podem ser encontradas nas fra- Um dos tipos mais interessantes desses ferimentos é
turas de crânio o provocado pela dentada feita pelo homem ou animal.
Das fraturas de crânio podem resultar trincamento ou Quando a dentada é leve, ficam apenas as marcas dos
afundamento do osso, amnésia, convulsões, hemorragias dentes alinhados na pele, mas as mordidas de animais ge‐
cerebrais acompanhadas de meningite, coma, que chegam ralmente provocam lesões mais graves e profundas acom‐
a provocar distúrbios psíquicos ou mesmo morte. panhadas de arrancamento de tecidos como nas orelhas,
dedos, mãos etc.
Lesões perfurantes. Como são produzidas e quais as
suas principais causas jurídicas? Lesões pérfuro-cortantes
São lesões que produzem feridas com um orifício de São causadas por um mecanismo de ação que perfura
entrada, um trajeto e ocasionalmente, um orifício de saída. e contunde por instrumentos pontiagudos com gume, es‐
São produzidas por instrumentos perfurantes, alongados, ses instrumentos agem por pressão e secção geralmente
finos e pontiagudos como: agulhas, estiletes ou mesmo pi‐ os instrumentos possuem 1 gume (faca, peixeira, canivete
cadas de cobras. As principais causas jurídicas são: homicí‐ etc.), 2 gumes (punhal e alguns tipos de facas etc.) ou 3
dio e os acidentes. gumes (lima).

Características das feridas perfurantes Características encontradas nas lesões pérfuro-cor-


Sua exteriorização é em forma de fonto; abertura es‐ tantes em relação ao gume do instrumento que as pro-
treita, pouco sangramento; pequenas machas na pele, ge‐ duziu
ralmente de menor diâmetro que a do instrumento cau‐ As lesões causadas por instrumentos de 1 gume têm
sador, devido à elasticidade e retrabilidade dos tecidos aspecto de uma casa de botão; as de 2 gumes deixam fen‐
cutâneos. das de bordas simétricas unidas nas extremidades por ân‐
gulos agudos; as de 3 gumes deixam aberturas estreladas.
Ferimento em “acordeão ou sanfona de Lacassagne”
O ferimento em “acordeão” ou “sanfona” de Lacassag‐ Lesões de “defesa”
ne é o ferimento causado com arma pequena , mas com Lesões de defesa ocorrem quando a vítima reage a
o trajeto longo, produzido com violência pelo homicida e uma agressão do agente, podendo a vítima sofrer cortes
que comprime a parede abdominal. nos braços, mãos e pés.

O que diz a Primeira e a Segunda Lei de Filhós nos Lesões pérfuro-contundentes


ferimentos perfurantes? Estas lesões são ferimentos produzidos por projéteis
A primeira lei diz que as feridas deixadas são seme‐ de arma de fogo, cabo de guarda-chuva, chave de fenda
lhantes às produzidas por instrumentos de dois gumes e etc. Causas jurídicas: crimes dolosos e suicídios, lesões cor‐
têm aparência de casa de botão. A segunda lei diz que porais ou homicídio culposo.
quando estas lesões se produzem numa mesma região, o
maior eixo da ferida está orientado no sentido das fibras Fonte: http://www.direitonet.com.br/resumos/exi‐
musculares das subjacentes. bir/79/Lesoes

O que diz a Lei de Langer nos ferimentos perfurantes?


Nas regiões onde existe cruzamento de muitas fibras,
a ferida toma forma de ponta de seta, triângulo ou quadri‐ LOCAL DE MORTE PROVOCADA POR
látero. ASFIXIA.

Lesões corto-contundentes
São os ferimentos ocasionados pelos instrumentos  ENFORCAMENTO, ESTRANGULAMENTO E ESGANADURA
que, mesmo sendo portadores de gume ou corte, são in‐
fluenciados pela ação contundente, quer pelo seu próprio  ENFORCAMENTO
peso, quer pela força ativa de quem maneja. Tais lesões O Enforcamento é uma modalidade de asfixia mecâ‐
quase sempre graves, pois atingem planos profundos, in‐ nica que se caracteriza pela interrupção do ar atmosférico
clusive ossos; são produzidas pela força de instrumentos até as vias respiratórias, em decorrência do processo da
como foice, machado, facão, enxada, serra elétrica, rodas constrição do pescoço por um laço fixo, agindo o peso do
de trem etc, possuindo formas variadas dependendo do próprio corpo da vitima como força ativa. É mais comum
corte, peso, força e local etc. nos suicídios, podendo, no entanto, ter como etiologia o
acidente, o homicídio e a execução judicial.
Características das lesões corto-contusas
Os ferimentos podem apresentar bordas nítidas e regu‐ MODO DE EXECUÇÃO
lares, se o instrumento tiver gume afiado, ou irregulares com Há certas formas de enforcamento, como no suicídio
equimoses nas adjacências e muitas nos planos mais profun‐ e no suplício, devendo-se considerar: a natureza e dispo‐
dos, se o seu corte não for afiado, predominando, neste caso, sição do laço, o ponto de inserção superior e o ponto de
o peso do instrumento e a força que foi aplicada. suspensão do corpo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
O laço que aperta o pescoço pode ser de várias natu‐ A rigidez cadavérica é mais tardia no enforcamento. As
rezas. Sua consistência varia entre os chamados duros, e manchas de hipóstase se apresentam na metade inferior
moles e semirrígidos. Lençóis, cortinas e gravatas formam do corpo com maior intensidade nas extremidades dos
os laços moles: cordões, cordas, fios de arame ou duros: e membros, surgindo também às equimoses post mortem.
cintos de couro, os semirrígidos. Devido ao tempo de suspensão e à fluidez do sangue,
Sua disposição é sempre em torno do pescoço, sendo pode-se observar nas áreas de manchas de hipóstase as
mais comum com uma única volta, embora possa haver chamadas porpuras hipoestáticas, as quais não podem ser
várias voltas. confundidas com petéquias hemorrágicas.
O nó pode faltar, tomando a forma de alças. Poderá Sinais externos - A sua maior importância está no sulco
ser corrediço, ou simplesmente fixo. Sua situação é sempre do pescoço, de capital valor do diagnostico do enforcamento.
posterior ou lateral e, muito raramente, na porção anterior Na maioria das vezes, o sulco é único. Podendo, no en‐
do pescoço. tanto, apresentar-se duplo, triplo ou múltiplo quando esse
Chama-se de suspensão típica ou completa aquela em laço envolve várias vezes o pescoço.
que o corpo fica totalmente sem tocar em qualquer ponto O sulco situa-se na posição superior do pescoço, mais
de apoio: e suspensão atípica ou incompleta. Se é apoiado alta do que o ponto onde fixou primeiro o laço, para de‐
pelos pés, joelhos ou outra parte qualquer do corpo. pois deslizar até o ponto de apoio da cabeça, dirigindo-se
em sentido do nó obliquamente, de baixo para cima e de
EVOLUÇÃO diante para trás. 
A morte por enforcamento pode surgir rápida ou tar‐ A consistência do leito do sulco é mole, e a tonalidade
diamente, despendendo das lesões locais ou à distância. é branca, nos produzidos por laços moles, e dura, aperga‐
Desenvolve-se o enforcamento em três períodos. minhada e de tonalidade pardo-escura, resultante da desi‐
Período inicial - Começa quando o corpo, abandonado dratação da pela escoriada nos fenômenos post mortem,
e sob a ação do sei próprio peso, leva pela constrição do nos produzidos por laços duros.
pescoço, à sensação de calor, zumbidos, sensações lumi‐ Tanto mais delgado o laço, mais profundo o sulco, le‐
nosas na vista e perda da consciência produzida pela inter‐ vando-se em consideração ainda o tempo de permanência
rupção da circulação cerebral. do corpo sob a ação do laço. A largura do sulco também
Segundo período - Caracteriza-se pelas convulsões varia em função do laço. A permanência do sulco de pro‐
e excitação do corpo proveniente dos fenômenos res‐ porcional a consistência do laço, podendo desaparecer
piratórios, pela impossibilidade de entrada e saída de ar, num segundo exame, caso se trate de um laço mole.
diminuindo o oxigênio (hipoxemia) e aumentando o gás Características diferenciais do sulco
carbônico (hipercapnéia). Associa-se a esses fenômenos a  ENFORCAMENTO 
pressão do feixe vásculo-nervoso do pescoço, comprimin‐  ESTRANGULAMENTO 
do o nervo vago. Obliquo ascendente 
Terceiro período - Surge os sinais de morte aparente, Horizontal 
ate o aparecimento da morte real, com cessação da respi‐ Variável segundo a zona do pescoço 
ração e da circulação. Uniforme em toda a periferia do pescoço 
Tempo necessário para a morte no enforcamento. Varia Interrompido ao nível do nó 
de acordo com certos aspectos pessoas e circunstanciais. A Continuo 
morte poderá ser rápida, por inibição, ou demorar cerca de Em geral, único. 
5 a 10 minutos, conforme observações em enforcamento Frequentemente Múltiplo 
judiciais. Por cima da cartilagem tireóidea 
Por baixo da cartilagem tireóidea 
LESÕES ANATOMOPARTOLOGICAS Quase sempre apergaminhado 
Na morte por enforcamento, a ação do laço sobre o Excepcionalmente apergaminhado 
pescoço nos permite estudar: De profundidade desigual 
Aspecto do cadáver - A posição da cabeça sempre se De profundidade uniforme 
mostra voltada para o lado contrario do nó, fletida para Sinais Internos. 
diante, com o mento tocando no tórax. A. Sinais Locais:
A face Pode apresentar-se branca ou arroxeada, e as Lesões da parte profunda da pele e da tela subcutânea
equimoses palpebrais e conjuntivas. Assinala-se a presença do pescoço. No enfoque, essas alterações são mais cons‐
de liquido ou espuma sanguinolenta pela boca e narinas. A tantes e mais intensas do laço contrario ao nó.
língua é cianótica e sempre está projetada além das arca‐ Lesões dos vasos: incidem sobre as artérias e, excep‐
das dentarias. Olhos protusos e o pavilhão auricular violá‐ cionalmente nas veias. São mais encontradas nos enfor‐
ceo, surgindo ocasionalmente otorragia. camentos por laços da circunferência do vaso. O referido
No enforcamento completo, os membros inferiores sinal é mais encontrado na artéria do lado oposto do nó.
estão suspensos e os superiores, colocados ao corpo, Esses sinais sãos evidente, nos casos de enforcamen‐
com os punhos cerrados mais ou menos fortemente. Na to, no lado onde o laço sustenta o corpo, ou seja, no lado
forma incompleta, os membros assumem posições as oposto ao vistos em ambos os lados, as lesões são mais
mais variadas. pronunciadas e mais baixas no lado contrario ao do nó.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Lesões do aparelho laríngeo: fraturas das cartilagens SINAIS EXTERNOS
tireoides e cricoide, e fratura do osso hióide. Aspecto da face e do pescoço. A face no estrangula‐
Lesões da coluna vertebral: nos casos de enforcamen‐ mento geralmente se mostra tumefeita e violácea devido
to com queda brusca do corpo, podem surgir fraturas ou a onstreção quase sempre completa da circulação venosa
luxações de vértebras cervicais, como acontece em alguns e arterial os lábios e as orelhas arroxeados, podendo sur‐
dos enforcamentos por suplício. gir espuma rósea ou sanguinolenta das narinas e boca. A
Sinais planos profundos do pescoço. Os sinais comu‐ língua se projeta além das arcadas dentarias e é extrema‐
mente descritos médico-legal sobre enforcamento são: mente escura. Dos meatos acústicos externos, poderá fluir
Musculares, Cartilagens e ossos, ligamentos, vascula‐ sangue. Equimoses de pequenas dimensões na face nas
res, neurológicos, vertebrais, faríngeos, laríngeos.  conjuntivas pescoços face anterior do tórax.
B. Sinais à distância Sulco. Quanto mais constante e duro for o laço, mais
São aqueles encontrados nas asfixias em geral, como constante é o sulco. Pode ser único, duplo ou múltiplo. A
congestão polivissceral, sangue fluido e escuro, pulmões direção é diferente do enforcamento, pois se apresenta em
distendidos equimoses viscerais e espuma sanguinolenta sentido horizontal, podendo, no entanto, ser ascendente
na traquéia e nos brônquios. ou descendente, como nos casos de homicídio, em que o
Mecanismo da morte por enforcamento. Hoffmann agente puxa o laço para trás e para cima. Sua profundidade
fundamenta a morte do enforcamento em três princípios. é uniforme e não há descontinuidade, podendo verificar-
Morte por asfixia mecânica. Naturalmente é se levado se a superposição do sulco onde a parte do laço se cruza.
a pensar que a ação do laço no pescoço interrompe a pas‐ As bordas são cianóticas e elevadas, e leito é deprimido e
sagem até os pulmões. Se o endividou morre por asfixia apergaminhado. Geralmente o sulco está situado por baixo
mecânica no enforcamento não pe precisamente por cons‐ da cartilagem tireóide.
trição da laringe e da traquéia, e sim por outro mecanismo
de asfixia, como a obstrução das vias respiratórias, pelo ra‐ SINAIS INTERNOS:
chamento da base da língua para cima e para trás, por ação Lesões nos planos profundos do pescoço:
do próprio laço sobre a parede posterior da laringe.  1. Infiltração hemorrágica dos tecidos moles do pesco‐
Morte por obstrução da circulação. A interrupção da ço. A tela subcutânea e a musculatura subjacente ao sulco
circulação venosa pela constrição do laço do pescoço con‐ apresentam-se infiltradas por sangue. Essas lesões, quando
tribui apenas para alguns autores, no fenômeno da con‐ se trata de estrangulamento pelo fato de o laço imprimir
gestão da face. A obstrução da passagem do sangue ante‐
força de mesma intensidade em torno do pescoço e agir
rial pelas caroticas acarretando pertubações cerebrais pela
em sentido horizontal, apresentam a mesma distribuição e
anoxia.
altura em todo o perímetro nos planos internos dos pes‐
Morte por inibição devido à compreensão dos elemen‐
coços.
tos nervosos do pescoço. O laço exerce pressão sobre o
2. Lesões da laringe. Pode acarretar lesões nas cartila‐
feixe vásculo-nervoso do pescoço, principalmente no nervo
gens tireoides das artérias e no osso hióide.
vago. Isso se demonstra basicamente nos casos de sobre‐
3. Lesões das artérias carótidas. Pelas mesmas razoes
vivência nos quais se manifestam sinais laríngeos cardíacos
alegadas para os tecidos moles do pescoço, essas lesões
e respiratórios observadas pela compressão daquele nervo
ou dos seios carotídeos. arteriais têm, em quase todas às vezes a mesma intensida‐
de e se colocam numa mesma altura.
 ESTRANGULAMENTO Lesões à distância. Estão representadas pelos sinais
No estrangulamento, a morte se dá pela constrição clássicos de asfixia vistos no estudo geral sobre o tema. Na
do pescoço por um laço acionado por uma força estranha, morte por estrangulamento, três são os fatores que inter‐
obstruindo a passagem de ar aos pulmões, interrompendo ferem.
a circulação do sangue ao encéfalo e comprimindo os ner‐ Na morte por estrangulamento, a asfixia é mais decisi‐
vos do pescoço.Nesse tipo de morte, ao contrario do en‐ va que no enforcamento, principalmente devido À posição
forcamento, o corpo da vítima atua passivamente e a força do laço.
constrictiva do laço age de forma ativa. Compreensão doa vasos do pescoço. Compromete
O acidente e o suicídio nesta modalidade são raríssi‐ mais intensamente as veias jugulares que artérias caróticas,
mos. Mais comum é o estrangulamento-homicídio, prin‐ e estas menos que as artérias vertebrais, fazendo com que
cipalmente quando a vítima é inferior em forças ou é to‐ o sangue do segmento cefálico fique bloqueado.
mada de surpresa. Constitui uma forma, não muito rara, de Compreensão dos vasos do pescoço. Tem influencia
infanticídio. mais decisiva na morte por estrangulamento, cujo meca‐
nismo mais bem explicado é a inibição.
SINTOMATOGLOGIA O diagnóstico de morte por estrangulamento ou por
No estrangulamento os sintomas são variados confor‐ enforcamento tem permanecido no plano macroscópico
me a sua maneira: lenta, violenta ou continua. da necropsia através dos sinais gerais de asfixias e, em par‐
Normalmente, o estrangulamento passa por três perío‐ ticular do estudo do pescoço. Daí a dificuldade de estabe‐
dos resistência, perda da consciência e convulsões, asfixia e lecer com precisão pontos característicos diferenciais entre
morte aparente. Depois surge a morte real. estas duas espécies de asfixia mecânica. 

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
ESTRANGULAMENTO ANTIBRAQUIAL Sinais locais profundos. São os seguintes:
A experiência demonstra que, embora em situações a. Infiltração hemorrágica das estruturas profundas
não tão raras, é possível o estrangulamento através da do pescoço. São mais acentuadas e mais constantes que
constrição do pescoço pela ação do braço e do antebraço no estrangulamento, apresentando-se de forma difusa ou
conhecida como golpe de gravata. localizada na tela subcutânea e na musculatura da região
Este procedimento pode ser criminoso ou mesmo aci‐ cervical.
dental, quando nesta última hipótese um individuo tenta b. Lesões do aparelho laríngeo por fraturas de carti‐
conter outro. lagens tireoide e cricóide e dos ossos estilóide e hióideo,
Em geral, a morte de dá por oclusão das vias aéreas mais frequentes que nos estrangulamentos e no enforca‐
ou da obstrução da circulação das carótidas, por ação da mento.
prega do cotovelo sobre a face lateral do pescoço. A mor‐ c. Lesões dos vasos do pescoço, bem mais raras.
te pode ser também por inibição. Sinais à distância. Apresentam as mesmas característi‐
Em tais ocorrências, o difícil é precisar o diagnóstico, cas das asfixias em geral.
pois os sinais encontrados não são tão evidentes quanto Na esganadura interferem principalmente no meca‐
nismo de morte, a asfixia e os fenômenos decorrentes da
os deixados pelo laço no estrangulamento e no enforca‐
compreensão nervosa do pescoço. A obliteração vascular é
mento ou pelos dedos na esganadura.
de interesse insignificante. Aqui, tudo faz crer que a asfixia
Pode ainda ocorrer à morte pela pressão do pescoço
é o principal elemento responsável pelo êxito letal.
através de um objeto duro, como um bastão ou cassetete,
Fonte: http://tanatopraxiadf.blogspot.com.br/2014/04/
em que se verifica a obstrução principalmente da traquéia enforcamento-estrangulamento-e.html
e da laringe. Nestes casos a perícia vai encontrar significa‐
tivas lesões internas e externas neste segmento afetado.
BALÍSTICA FORENSE: EXAME DE EFICIÊNCIA
 ESGANADURA
Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se ve‐ EM MUNIÇÃO; EXAME DE EFICIÊNCIA EM
rifica pela constrição do pescoço pelas mãos, ao obstruir ARMA DE FOGO. VESTÍGIOS E EVIDENCIAS
a passagem do ar atmosférico pelas vias respiratórias até BIOLÓGICAS DE INTERESSE FORENSE.
os pulmões. COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO EM LOCAL
É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida DE CRIME.
ou acidental.

SINTOMATOLOGIA. 
Pela própria esganadura, é difícil precisar exatamente 1. BALÍSTICA FORENSE
os períodos e o tempo decorrido nestes tipos de morte, Para Eduardo Roberto Alcântara Del-Campo, balística
que tanto pode ser por asfixia, como por inibição, devi‐ forense “é a disciplina que estuda basicamente as armas de
do à compressão dos elementos nervosos do pescoço. A fogo, as munições, os fenômenos e os efeitos dos disparos
esganadura vem sempre acompanhada de outras lesões, dessas armas, a fim de esclarecer questões de interesse ju‐
principalmente as traumáticas, provenientes de outras dicial”.
agressões como ferimentos na região posterior da cabe‐ Balística trata-se da ciência e arte que estuda integral‐
ça, equimoses em redor da boca, escoriações nas mais e mente as armas de fogo, o alcance e a direção dos projetis
nos antebraços, todas elas decorrentes da luta e, por isso, por ela expelidos, e os efeitos que produzem. A Balística é
chamadas de lesões de defesa. divida em: Balística Interna, Balística Externa E Balística De
Efeitos.
A Balística Interna é a parte que estuda a estrutura, os
SINAIS.
mecanismos, o funcionamento das armas de fogo e a téc‐
Sinais externos a distancia.
nica do tiro, os efeitos da detonação da espoleta e defla‐
Sinais externos locais. Os mais importantes são os
gração da pólvora dos cartuchos no seu interior até que o
produzidos pelas unhas do agressor, teoricamente de for‐
projétil saia do cano da arma.
ma semilunar, apergaminhados de tonalidade pardo ama‐ A Balística Externa estuda a trajetória do projétil, “des‐
relada, conhecidos com estigmas ou marcas ungueais. de que abandona a boca do cano da arma até sua para‐
Podem também ter a forma de rastros escoriativos. Se o da final”[1]  (alvo). Analisa as condições do movimento,
criminoso usou a mão direita, aparecem essas marcas em velocidade inicial do projétil, sua forma, massa, superfície,
maior quantidade no lado esquerdo do pescoço da vítima. resistência do ar, ação da gravidade e seus movimentos
Em alguns casos, podem surgir escoriações de vá‐ intrínsecos
rias dimensões e sentidos, devido as reações da vítima A Balística dos Efeitos, ou balística terminal ou balísti‐
ao defender-se. Finalmente, as marcas ungueais podem ca do ferimento analisa os efeitos produzidos pelo projétil
não existir se o agente conduziu a constrição do pescoço, desde que abandona a arma e atinge o alvo, incluindo os
protegido por objetos. possíveis ricochetes, impactos, perfurações e lesões inter‐
nas e externas nos corpos atingidos.

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
A Balística Forense é uma disciplina que estuda a balísti‐ Outro elemento importante é a composição dos pro‐
ca relacionando direta ou indiretamente às infrações penais, jetis, “sendo usados com mais frequência os de liga de
para que se esclareça como ocorrem e para que se prove sua chumbo, encamisados (jaquetados – FMC), semiencamisa‐
ocorrência. dos, de chumbo puro e até de cobre”[5]
A perícia de Balística Forense serve, portanto, como im‐ Vale ressaltar, que a utilização cada vez maior de cartu‐
portante meio de prova para a condenação ou absolvição de chos de recarga carregados com projetis de forma e com‐
um acusado de cometer infração penal com armas de fogo. posição variadas, dificulta a obtenção de projetis-padrão
Oriundo da Traumatologia Forense da Medicina Legal, mais adequados. Na tentativa de encontrar uma solução
passou a integrar também a Criminalística. Hoje é disciplina para estas hipóteses é realizada análise química, quantita‐
“autônoma nos conteúdos e nos métodos de investigação e tiva e qualitativa dos projetis em análise e a confecção de
de pesquisa”[2] projetis com a mesma composição química para encontrar
1.1 EXAMES DE BALÍSTICA o projétil-padrão mais adequado.
Os trabalhos para a confecção do exame balístico se ini‐ Caso não seja possível obter cartuchos carregados com
cia com a identificação indireta da arma de fogo da qual ori‐ projetis de composição química idêntica, podem-se utilizar
ginou o tiro com o projétil. A identificação é feita através de as devidas reservas, cartuchos com projetis que tem com‐
uma comparação de projetis e estojos padrão de uma marcar posição química similar, a técnica é comumente utilizada
e tipo com os projetis e estojos objetos do exame. O sucesso quando são produtos de indústrias estrangeiras. A conse‐
do exame dependerá da qualidade dos padrões usados. quência dos padrões não possuírem a mesma composição
Não obstante obter padrões adequados para a realiza‐ química é a verificação de diferenças no número e profun‐
ção do confronto microscópico com projetis encontrados na didade das microestrias usadas na comparação com o pro‐
cena do crime é uma das dificuldades dos peritos, principal‐ jétil em exame e dificultar a identificação da arma utilizada
mente quando os cartuchos são produzidos por indústrias no crime. Para ilustrar a situação, demonstramos um caso:
estrangeiras. A dificuldade é fundamentada porque “mo‐ Há alguns anos, ocorreu um suicídio e, ao lado do cor‐
dificações são constantemente introduzidas na fabricação po da vítima, foi encontrado um revólver da marca Taurus,
dos cartuchos, alterando o tipo e a quantidade de pólvora, calibre .32Longo, contendo em suas câmaras um estojo
a composição e forma dos projetis, para aumentar o efeito com vários cartuchos da marca Orbea, calibre .32Largo
expansivo e o poder de impacto”[3] (.32Long). A autoridade que presidia o inquérito solicitou
Os padrões dos projetis e estojos precisam preencher al‐ a realização de exames microcomparativo entre o projetil
extraído do corpo da vítima e os padrões obtidos do re‐
guns requisitos para conseguir identificar as armas de fogo,
volver suspeito. Para tanto, enviou ao laboratório a arma
por meio de exames macro e microcomparativos, eis que
encontrada no local do fato, o projétil extraído do corpo
são: autenticidade, adequabilidade, contemporaneidade e
da vítima e o estojo que estava alojado em uma das câma‐
quantidade. E para melhor obter os padrões é preciso que
ras do tambor do revólver. Na falta de cartuchos da mar‐
haja a reprodução das condições do fato que originou o pro‐
ca Orbea, poris os que estavam no tambor da arma não a
jétil ou estojo objetos do exame.
acompanharam, foram colhidos projetis-padrão com car‐
A autenticidade é o requisito mais importante. “Um pa‐
tuchos marca CBC, calibre .32 S&WL. No confronto micros‐
drão é autêntico, genuíno ou legítimo, quando tiver a origem
cópico, verificam-se significativas divergências na forma da
certa, inquestionável, isto é, quando for obtido de uma de‐ delimitação entre os ressaltos e cavados, bem como entre
terminada arma, a qual se atribui sua origem”.[4] O padrão é várias microestrias dos projetis da marca CBC em relação
considerado autêntico quando se pode afirmar sem quais‐ ao projétil questionado, provavelmente marca Orbea. Após
quer dúvidas que foi obtido por determinada arma. Os proje‐ um contato com o presidente do inquérito policial, foram
tis devem identificar a arma pela: marca, calibre e número de localizados os cartuchos marca Orbea que se encontravam
série, assim como o cano e o número gravado quando existir. no tambor do revólver, quando da morte da vítima. Re‐
A adequabilidade é averiguada quando os projetis pa‐ cebidos tais cartuchos, colheram-se novos projetis-padrão,
drão forem obtidos a partir de cartuchos com as mesmas agora com cartuchos marca Orbea. Em novo exame com‐
características dos cartuchos que deram origem ao projétil parativo, foi possível observar-se, nos mesmo campos do
examinado quanto à forma, massa e composição. Como o projétil questionado extraído do corpo da vítima, inúmeras
calibre dos projetis-padrão devem coincidir com os do proje‐ microestrias convergentes com os projetis-padrão marca
tis examinados, deve-se inicialmente determinar o calibre do Orbea. [6]
projétil em exame com base no seu diâmetro, cumprimento Com este relato, é possível concluir que a priori, os car‐
e massa. tuchos que estão na arma suspeita ou de posse do suspeito
Além dessas características, devem ter a mesma forma são as que melhor preenchem os requisitos de adequabi‐
quanto à ogiva (ponta) e à base. As formas mais comuns de lidade.
projetis são: O outro requisito a ser analisado no projétil é a con‐
1.  côncava-ogival, com base côncava e plana; temporaneidade. Trata-se de identificar a idade dos car‐
2.  canto vivo, com base côncava; tuchos e projetis utilizados para colher padrões para com‐
3.  semicanto vivo, com base côncava e plana; parar com os projetis objeto de exame. A importância de
4.  ponta oca, com base côncava; análise deste quesito está na vida útil, que é compreendido
5.  pontiagudos, com base plana. como “período durante o qual os cartuchos mantém inalte‐

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
radas suas características balísticas”.[7] V.g. os cartuchos de Interessam, para o estudo médico-legal, as armas por‐
marca CBC estocados em embalagem original, e em condi‐ táteis de cano curto e de cano longo, devido à frequência
ções moderadas de temperatura e umidade relativa do ar de uso, bem como por produzirem lesões de gravidade va‐
possuem a estimativa de 10 anos de vida útil; já os cartuchos riável pelo projétil lançado.
alojados em armar colocadas em coldres tem vida útil impre‐ Os elementos essenciais de uma arma de fogo são: o
visível. Ao recolher a arma suspeita, se esta possuir cartucho aparelho arremessador, a carga de projeção (pólvora) e o
no tambor ou carregador, provavelmente serão contempo‐ projétil, sendo que estes dois últimos, em regra, compõem
râneos aos cartuchos utilizados de onde originou o projétil o cartucho.
objeto de análise. A inflamação da carga de projeção origina os gases
A identificação da idade do projétil é feita através da que, ao se expandirem, produzem pressão contra a base
apuração da data aproximada ou período de fabricação pe‐ do projétil, expelindo-o através do cano e projetando-o no
las gravações encontradas no culote (base) dos cartuchos, espaço.
estojos, espoletas. As armas de fogo podem causar lesões mais frequen‐
O último requisito é a quantidade. Não se pode deter‐ temente em razão das balas do que a carga de chumbo.
minar uma quantidade padrão para realizar o exame micro‐ O projétil, ao atingir o organismo, poderá atravessá-lo ou
comparativo, pois depende do caso concreto, e por isso, de‐ ficar retido em seu interior.
vem ser colhidos quantos padrões forem necessários para Para o funcionamento da arma de fogo, o gatilho da
formar a convicção do perito. Entende-se que o tempo entre arma deve sempre ser puxado para o tiro seja disparado.
o fato e o exame também nflui na quantidade de padrões Assim, o que se observa é que a arma deixa importantes
necessários, e quanto maior for o prazo, maior a quantidade vestígios para investigação técnica pericial, como certas
necessária.  “Este requisito, a princípio deveria ser o de mais marcas e resíduos dentro ou fora da arma. Importante des‐
fácil cumprimento. Entretanto, diante das dificuldades dos tacar que a combustão propaga a pólvora, de maneira que
órgãos responsáveis pelo fornecimento dos cartuchos usa‐ a explosão da bala faz a mesma deslizar pelo cano da arma
dos nos testes com armas de fogo e na obtenção de padrões, e caminhar violentamente em direção ao alvo.
ele deixa, muitas vezes de ser atendido adequadamente.”[8] 1.2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO
Para melhor exame, é importante o carregamento total Classificação quanto à alma do cano: As armas de porte
do tambor ou carregador, e a realização de tiros com todos individual, também conhecidas por armas leves, dividem-se
os cartuchos, porque em algumas armas é comum ocorrer em dois grandes grupos: as com canos de alma lisa (parte
o desalinhamento das câmaras em relação ao cano. A con‐ interna do cano da arma) e as com canos de alma raiada.
sequência é que a impressão de ressaltos e cavados sobre a As armas com cano de  alma raiada  são aquelas que
ogiva do projétil. utilizam cartuchos de munição com projéteis unitários e
1.2. ARMAS DE FOGO podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas etc.) ou
Segundo ensina Antonio Almeida Junior em “Lições de longas (carabinas, fuzis etc.). As armas com cano de alma
Medicina Legal”, as armas de fogo são amplamente conheci‐ lisa são as que utilizam cartuchos de munição com projé‐
das pela sua potencialidade lesiva e pelo uso elevado deste teis múltiplos, geralmente usadas para caça (espingardas)
instrumento em crimes dolosos e até mesmo para o suicídio ou tiro esportivo.
do agente, dentre outras utilizações. REVÓLVER:
A arma de fogo é classificada como um instrumento per‐ Para Eduardo Roberto, “o revólver pode ser definido
furo-contundente, sendo representado pelas balas ou grãos como uma arma curta, de repetição, não automática, com‐
de chumbo, sendo função da arma impulsionar com grande posta de armação, tambor, cano (sem câmara de combus‐
velocidade e violência o projétil em direção ao seu alvo. tão) e mecanismo”.
Segundo Tocchetto, O revólver tem como principal característica a apresen‐
Armas de fogo são exclusivamente aquelas armas de tação de um único cano para várias câmaras de combustão.
arremesso complexas que utilizam, para expelir seus projé‐ PISTOLA:
teis, a força expansiva dos gases resultantes da combustão As pistolas “podem ser definidas como armas que
da pólvora. Seu funcionamento, em princípio, não depende aproveitam a força expansiva dos gases para sua alimenta‐
do vigor, da força física do homem (TOCCHETTO, 2011, p. 2). ção, dependendo, entretanto, cada disparo, do acionamen‐
Delton Croce e Delton Croce Júnior prelecionam to do gatilho pelo atirador”.
que [9]“os projéteis de arma de fogo, por sua peculiar ação, ao ARMAS LONGAS:
atuar sobre o alvo, concomitantemente perfurando-o e con- “Armas longas são aqueles que, em razão do compri‐
tundindo-o, caracterizam-se em instrumentos traumáticos mento do cano e da coronha, possuem grande dimensão
perfuro contundentes”. Ademais, os agentes dessa classe longitudinal, exigindo para seu uso o apoio do ombro e
produzem lesões sempre representadas por orifício de en‐ ambas as mãos do atirador”.
trada. Tais lesões são semelhantes às produzidas por ins‐ As principais armas longas são: espingarda e escopeta;
trumentos perfurantes, entretanto, as bordas são contun‐ carabina; rifle; fuzil; mosquetão.
didas e mortificadas, pelos motivos que veremos a seguir. 1.  Espingarda e escopeta: “O termo espingarda de‐
Há também nessas lesões os orifícios de saída, que podem, riva do Frances espingarde  e serve para designar qualquer
todavia, não serem produzidos em razão da predominância arma de fogo longa, com cano de alma lisa. As espingardas
da ação perfurante sobre a contundente. podem ser dotadas de um ou dois canos, paralelos ou co‐

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
locados um sobre o outro. Quanto ao sistema de alimen‐ 2.1 ORIFÍCIO DE ENTRADA
tação, podem ser ou não de repetição. O termo escopeta é Quando o projétil atinge o ser humano, a epiderme, por
usado para designar as armas de alma lisa de cano curto ser menos elástica que a derme, é a primeira a se romper,
e grosso calibre, reservando-se a denominação  espingar- originando o orifício de entrada. Ao seu redor, permanecem
da para as de cano longo e calibres menores”. indícios importantes para o exame pericial.
2.  Carabina: “armas de fogo portáteis, de repetição, Segundo Tochetto,
cano longo e alma raiada, “. Quando o projétil passa através da pele, esta, por ser
3.   Rifle:  “são armas de fogo longas, portáteis, de elástica, deforma-se e envolve o projétil, formando uma es‐
carregamento manual (não automáticos) ou de repetição, pécie de luva que se fricciona contra o projétil, limpando-o e
cano longo e alma raiada. Sua diferenciação em relação retirando de sua superfície as impurezas. Forma-se, então, a
às carabinas reside exatamente no comprimento [...]”. zona ou orla de enxugo que se localiza ao redor do orifício de
4.   Fuzil:  “é uma arma de fogo longa, portátil, au‐ entrada.Toma a forma de um anel, no orifício do tiro perpen‐
tomática, com alma raiada, calibre potente e que normal‐ dicular à superfície da pele. Nos tiros inclinados,a forma é ex‐
mente tem uso militar, podendo ser utilizado para caça de cêntrica e elíptica, indicando com o seu eixo maior a direção
grande porte. É uma arma automática, que apresenta uma do tiro. A orla de enxugo está presente exclusivamente no
cadencia de tiros entre 650 a 750 disparos por minuto”. orifício de entrada de projétil da arma de fogo (TOCHETTO,
5.  Mosquetão: “arma de fogo longa, portátil, de re‐ 2011, p. 246).
petição com alma raiada”. A pele se rompe, no ponto de impacto do projétil, por
Classificação das armas de fogo quanto à mobilidade atingir o limite de sua elasticidade. A epiderme se rompe
e ao uso: Tocchetto (2011, p.15) ensina que na classificação primeiro, formando uma orla escoriada ao redor do ponto
quanto à mobilidade, as armas de fogo são classificadas em de impacto, denominada zona ou orla de contusão, também
quatro grupos: fixas, móveis, semiportáteis e portáteis. A denominada de orla de escoriação. As orlas de enxugo e de
arma é fixa quando permanece montada num determinado contusão ou escoriação localizam-se ao redor do orifício de
suporte, tendo apenas possibilidade de deslocamentos nos entrada, mas também podem ser observadas junto ao orifício
planos vertical e horizontal, como ocorre com os canhões de saída, quando a pele é comprimida contra um anteparo.
Há o rompimento de pequenos vasos sanguíneos na
e metralhadoras antiaéreas, nos navios de guerra. É móvel
passagem do projétil, formando uma mancha colorida. Esta
quando a arma pode ser deslocada de sua posição para
mancha, cuja cor vai do vermelho ao amarelo, é a auréola
outra, mediante tração animal, motora ou automotriz. Será
ou orla equimótica. A presença desta mancha caracteriza a
semiportátil quando, dividida em arma e suporte (morteiro
ocorrência da reação vital junto ao orifício em que estiver
de infantaria e metralhadora pesada, por exemplo) possa
presente. Pode ser obsrvada em orifícios de saída.
ser facilmente deslocada por dois homens. Finalmente,
Na grande maioria das vezes o orifício é único por cada
será portátil a arma que possa ser facilmente conduzida
entrada de uma bala e a entrada pode ser na pele do indiví‐
por um único homem. duo ou na boca, no reto ou ainda nos olhos.
1.2.2 CALIBRE DAS ARMAS DE FOGO Destaca-se um caso ocorrido em São Paulo em 1959,
O calibre de uma arma “nada mais é que a medida uti‐ relatado por Antonio Almeida Junior, no qual foram encon‐
lizada para indicar o diâmetro interno de seu cano e a mu‐ tradas duas balas no corpo da vítima, todavia se localizou
nição correspondente”. apenas um orifício de entrada. E tal fato foi analisado por
Existem três tipos de calibre: o calibre das armas, po‐ peritos e o que se descobriu foi que a arma utilizada estava
dendo ser de alma lisa ou de alma raiada; o calibre dos guardada por muitos anos e a munição estragou. Assim, com
projéteis, podendo ser para armas de alma lisa ou para ar‐ o primeiro tiro o projétil se deslocou para frente, mas não
mas de alma raiada; e o calibre dos cartuchos de munição, conseguiu sair do cano da arma, e com o segundo tiro, este
podendo ser para armas de alma lisa ou para armas de sim impulsionou o projétil e os dois projéteis saíram juntos,
alma raiada. com o segundo entrando pelo orifício do primeiro.
1.2.3    MUNIÇÃO No tocante ainda ao orifício de entrada há que se anali‐
Munição são projéteis, pólvoras e demais artefatos ex‐ sar a forma, a dimensão, orlas e as zonas de contorno.
plosivos que carregam as armas de fogo. Quanto a forma, a ferida pode ser ovalar ou circular. Mas
Partes do cartucho de munição: o cartucho de muni‐ dependerá também da direção do tiro, a distância e condi‐
ção é composto pelo estojo, pela espoleta, pela pólvora, ção do projétil. Tiro oblíquo produz um orifício de entrada
projétil e nas armas lisas é composto também pelo embu‐ obliquo.  Tiros dados de uma distância muito curta produz a
chamento. dilaceração do tecido e feridas irregulares. E ainda há balas
2. LESÕES PRODUZIDAS POR ARMA DE FOGO que são atiradas com a base para frente e produzem feridas
As características das lesões produzidas por armas atípicas também.
de fogo dependem de dois fatores: a arma e a munição. A) FORMA
Através do estudo dos efeitos do tiro, pesquisáveis junto A forma do orifício de entrada está sujeita ao modo
às lesões, pode-se estabelecer a que distância foi dado um como o projétil atingiu o alvo. No caso de penetração per‐
determinado tiro. pendicular à superfície, o orifício pode decalcar a forma do
Os projéteis de arma de fogo são instrumentos perfu‐ corte transversal da bala. Ocorre, entretanto, deformação
rocontundentes e, ao atingirem o corpo humano, produ‐ variável  em relação à direção das fibras elásticas e a área
zem lesões ou feridas com características muito peculiares. atingida, tendo em vista a retração dos tecidos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Por outro lado, se o projétil atingir o alvo de forma orifício de entrada. Devido à maior massa e à maior força
oblíqua, o orifício será elítico, podendo, também, ser atí‐ viva, vencem maior distância e penetram no material do
pico quando dois projéteis atingem o mesmo ponto, nos alvo como microprojéteis, incrustrando-se neste de forma
casos de ricochete, de perda da força de propulsão da bala mais ou menos profunda, não sendo removíveis, em sua
e, por fim, nos tiros próximos ou encostados, a expansão maioria, por lavagem. Se o anteparo atingido for a pele,
de gases dilacera os tecidos. nela poderão ser produzidos ferimentos puntiformes (pe‐
B) TAMANHO quenas feridas), ferimentos esses que persistem até após
Em regra, o orifício de entrada é menor que o calibre do serem submetidos a uma lavagem. No caso dos resíduos
projétil, com exceção dos tiros muito próximos, onde o orifí‐ da combustão de pólvora (esfumaçamento), estes efeitos
cio poderá ser maior. O orifício de entrada é frequentemente ainda podem ser observados a pequenas distâncias da
menor do que o de saída. boca do cano da arma, em tiros produzidos por armas cur‐
C) ORLAS tas. Os resíduos do projétil (de chumbo ou de latão) vão
Ao redor do orifício de entrada é possível notar a presen‐ bastante além, podendo se manifestar no alvo a uma dis‐
ça de orlas e zonas, denominando-se orlas os sinais provoca‐ tância de até um metro, dificilmente indo além. Acima de
dos pelo projétil e zonas os produzidos pela carga explosiva. 50 cm, diminui de forma progressiva e rápida a quantidade
A orla de contusão se dá na penetração do projétil, no de partícula que formam a zona de tatuagem, podendo,
momento em que a pele se invagina e se rompe, formando
em alguns casos,  cessar em distância menor (TOCHETTO,
uma orla escoriada e contundida.
2011, p. 256).
A orla de enxugo é caracterizada pelo projétil que, giran‐
A forma e a extensão da zona de tatuagem depen‐
do sobre o próprio eixo, é revestido de impurezas da pólvora
dem da natureza da pólvora, da composição do projétil,
e dos meios que atravessou. Assim, uma vez que o tecido
orgânico é elástico, ele adere à parede lateral da bala que, do ar ambiente e da direção do tiro. A tatuagem, nos tiros
por atrito, deixa as impurezas do exterior coladas no percur‐ perpendiculares, se localiza de maneira aproximadamente
so. Portanto, o projétil se limpa, formando a orla de enxugo. uniforme ao redor do orifício de entrada, apresentando-se
2.1.1      ZONA DE CHAMA com forma circular. Nos tiros inclinados (oblíquos), a tatua‐
Segundo Tocchetto, gem apresenta-se com a forma de elipse, e será mais inten‐
A zona de chama, também denomina-se zona de cha‐ sa e menos extensa do lado do ângulo de menor inclinação
muscamento ou zona de queimadura, é produzida pelos da arma, e mais extensa e menos intensa do lado oposto.
gases superaquecidos e inflamados que se desprendem por 2.2   O TRAJETO
ocasião dos tiros encostados e atingem o alvo, produzindo Trajeto consiste no segmento da trajetória percorrida
queimadura de pele da região dos pelos e das vestes. Esta pelo projétil no interior de um corpo.
zona circunda o orifício de entrada nos tiros perpendiculares Um aspecto importante a ser considerado no estudo
e está presente nos tiros encostados ou muito próximos. A do trajeto é a relação existente entre trajetória do progétil
zona de chama serve para o diagnóstico do orifício de en‐ e atitude da vítima, conforme explica Tocchetti:
trada, da distância e direção do tiro, da quantidade de carga O ser realizada a necropsia, o médico legista examina
(pólvora) e do ambiente em que foi realizado o tiro (TOCHET‐ a vítima distendida sobre a mesa de necropsia, em decúbio
TO, 2011, p. 255). dorsal e o trajeto por ele descrito corresponderá à posição
O tamanho da chama, na boca do cano da arma, depen‐ ereta da vítima. Entretanto, na maioria das vezes, não é esta
de do comprimento do cano e do tipo de munição usada, a posição em que a vítima se encontrava no momento em
motivo porque não se pode mais delimitar, de forma rígida, a que foi atingida pelo tiro ou em relação à linha de tiro,
extensão da zona de chama. motivo pelo qual o trajeto descrito pelo médico-legista
2.1.2   ZONA DE ESFUMAÇAMENTO nem sempre se enquadra como sendo uma continuidade
Se o disparo for efetuado de uma distancia maior (30 perfeita da linha de trajetória. Reveste-se, também, de im‐
cm), a fumaça decorrente do disparo poderá atingir o alvo e portância, a diferença de estatura existente entre a vítima e
depositar-se ao redor do ferimento de entrada, produzindo a
o agressor ou atirador.
chamada zona de esfumaçamento.
2.3   ORIFÍCIO DE SAÍDA
Para Toccheto,
Quando a lesão for transfixante, observa-se um se‐
Nos tiros perpendiculares, dependendo da distância, a
gundo orifício, o orifício de saída, que apresenta,em regra,
forma da zona de esfumaçamento pode não ser circular, mas
estrelada. Sua cor depende do colorido da pólvora e a forma diâmetro maior do que o orifício de entrada. No mais, as
do resifuograma; e suas dimensões e seu grau de concentra‐ bordas do orifício de saída costumam ser irregulares, dila‐
ção proporcionam elementos para fundamentar uma convic‐ ceradas e reviradas para fora.
ção quanto à direção e distância do tiro em relação ao alvo Para, Tocchetto, “no orifício de saída nunca será encon‐
(TOCHETTO, 2011, p. 256). trada uma orla de enxugo, podendo excepcionalmente ser
2.1.3      ZONA DE TATUAGEM constatada uma orla de contusão ou orla de escoriação e
Tocchetto explica que orla equimótica” (TOCHETTO, 2011, p. 249).
A zona de tatuagem é formada pelos resíduos maiores Excepcionalmente, é possível constatar um orifício de
(sólidos) de pólvora incombusta ou parcialmente comburi‐ entrada e dois ou mais orifícios de saída. Isto ocorre quan‐
da e pequenos fragmentos que se desprendem do projétil do o prejétil bate contra um osso, se fragmenta e, ao sair,
que, ao atingirem o alvo, nele se incrustam ao redor do cada fragmento produz um orifício de saída.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
No momento da saída, o projétil perde energia cinética, as impurezas no percurso, mas adquire material orgânico,
maior capacidade dilacerante do que perfurante e até mesmo eventual mudança de direção.
O orifício de saída, em regra, se diferencia do de entrada da seguinte forma:

Entrada      Saída
1. Regular   1. Dilacerado
2. Invaginado      2. Evertido
3. Proporcional ao
3. Desproporcional ao projétil
projétil    
4. Com orlas e zonas       4. Sem orlas e zonas                   

Pode haver a retenção do projétil dentro do organismo, podendo até mesmo se perder pelo desvio no desvio da tra‐
jetória.
Desse modo, no caso do orifício de saída não ser encontrado, é imprescindível a busca do projétil a fim de identificar a
armas; a conservação ou retirada da bala, de acordo com as condições de localização; e a avaliação das eventuais sequelas
e consequências que podem advir da permanência da bala no organismo.
2.4   DISTÂNCIA DO TIRO
Os tiros são classificados como encostado, próximo e distante, apresentando as seguintes características:

Encostado Próximo Distante


Orifício irregular ou estrelado, maior Orifício regular, menor que o Orifício regular, menor
que o projétil. projétil. que o projétil.
Presença de orlas e zonas,
Formação de câmara de mira. Presença de orlas e
especialmente tatuagem e
Tatuagem discreta ou ausente ausência de zonas
esfumaçamento.
Tamanho das zonas permite
Lesão de pressão Difícil avaliar a distância.
avaliar a distância

TIRO ENCOSTADO
Tiro encostado é aquele em que a boca do cano da arma se apoia no alvo, possibilitando que a lesão seja produzida
pela ação do projétil e dos gases resultantes da deflagração da pólvora.
Segundo Tocchetto,
O orifício de entrada é irregular, amplo, e em regra, maior do que o diâmetro do projétil que produziu. Quando o local
atingido pelo projétil tem um plano ósseo subjacente, os gases, que penetram juntamente com o projétil, ao encontrarem
uma estrutura mais rígida, batem e retornam, formando a boca de mina ou mina de Hoffman. Nos tiros encostados não há,
em geral, zona ou orla de esfumaçamento e de tatuagem. Quando não tiver plano ósseo subjacente, a pele recua, mas não
se rompe da mesma forma (TOCHETTO, 2011, p. 264).
TIRO A CURTA DISTÂNCIA
Tiro a curta distância é aquele desferido contra alvo situado dentro dos limites da região espacial varrida pelos gases e
resíduos de combustão da pólvora expelidos pelo cano da arma.
Segundo Tocchetto,
A distância na qual é possível identificar, de forma segura, os resíduos que caracterizam o tiro a curta distância não
pode ser limitada por parâmetros rígidos, pois dependerá do tipo de pólvora que integrava o cartucho, do tipo de arma que
produziu o tiro, e em especial, do comprimento do seu cano. Quando aparece junto do orifício de entrada, além da zona de
esfumaçamento, com crestação de pelos e cabelos, apresentar queimadura na pele, alterações estas produzidas pela eleva‐
da temperatura dos gases, considera-se essa forma de tiro como sendo um “tiro à queima-roupa” (tochetto, 2011, p. 268).
TIRO DISTANTE
O orifício de entrada é habitualmente menor do que o diâmetro do projétil. Estarão presentes a orla de contusão e o
halo de enxugo. Os demais elementos de vizinhança não podem ser absolutamente encontrados.
Fonte: https://jus.com.br/artigos/31596/balistica-forense-e-lesoes-por-projeteis

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
É a causa jurídica da morte representada por acidentes Sendo esta última área, a que se revela extraordinariamen‐
aeroviários, ferroviários, marítimos e, em sua maioria, pelo te importante na investigação criminal, podendo-se as‐
tráfego, pela velocidade dos veículos, pelo despreparo psi‐ sim, apurar onde o crime ocorreu, através da informação
cológico dos motoristas ou pelo estado de embriaguez, pela da fauna na região encontrada; o autor do crime, compa‐
imprevidência e imprudência dos pedestres, pelo obsoletis‐ rando insetos ou fragmentos descobertos no suspeito e
mo de algumas estradas, pela deficiência no policiamento vítima ou no suspeito e local do crime.
rodoviário, pelas ruas estreitas e mal iluminadas. O processo de colonização de um cadáver por insetos
Obs.: Diagnóstico diferencial da causa jurídica da morte é desencadeado pela atração provocada por líquidos e ga‐
consoante o meio empregado: ses, formados pelo processo de decomposição do corpo .
- lesões por instrumentos cortantes: comuns no suicídio Os insetos, apreendem os odores expelidos pelos cadáve‐
e no homicídio e só excepcionalmente no acidente; res muito antes que eles sejam percebidos pelos seres hu‐
- lesões por instrumentos contundentes: comuns no ho‐ manos, devido ao seu olfato apurado, sendo os primeiros
micídio, suicídio e acidentes; a chegar à cena do crime, onde se instalam e procriam, isto
- lesões por instrumentos corto-contundentes: comuns porque, a carne decomposta oferece um excelente habitat,
nos casos de homicídio e, excepcionalmente, nos acidentes; seja como sítio de cópula, estímulo para a oviposição ou
- lesões por instrumentos perfurantes: comuns em ho‐ como fonte proteica, funcionando assim, como verdadei‐
micídios e raras em suicídios e acidentes; ras “testemunhas”, porque em cada fase de decomposição
- lesões por instrumentos perfuro cortantes: comuns em são atraídas seletivamente espécies definidas.
homicídio e raros em suicídios e acidentes; As espécies de insetos e o seu padrão de colonização
- lesões por instrumentos perfuro contundentes: co‐ de cadáveres alteram de acordo com diversas causas, sen‐
muns em homicídio e suicídio e raras em casos de morte do uma das mais relevantes a região geográfica ou zona
acidental; biogeoclimática .
- esmagamentos: comuns nos acidentes; 2. Breve História da Entomologia Forense
- precipitação: comum no suicídio e no homicídio; só A Entomologia Forense é uma ciência muito recente,
raramente é acidental; embora apareçam algumas referências na antiguidade
- enforcamento: comum em casos de suicídio e raro no sobre a importância dos insetos. Em civilizações antigas,
homicídio; é rarissimamente acidental; as moscas aparecem como amuletos (Babilónia, Egipto),
- estrangulamento: comum em casos de homicídio, é como Deuses (Baalzebub, “O Senhor das Moscas”). No an‐
excepcional no suicídio e nos acidentes; tigo Egipto, a metamorfose das moscas já era conhecida,
- sufocação: comum nos acidentes e no suicídio é raro pois foi descoberto um papel no interior da boca de uma
em homicídios; múmia, no qual continha a seguinte inscrição: “As larvas
- afogamento: comum nos acidentes e suicídio é raro não se transformarão em moscas dentro de ti”. A maioria
em homicídios; dos insetos evitados nos embalsamamentos são os que
- envenenamento: comum em casos de suicídio é me‐ agora nos ajudam na resolução dos casos de morte  . O
nos frequente no homicídio e acidente. primeiro documento escrito de um caso concluído atra‐
vés da entomologia forense, remonta ao século XII (ma‐
nual chinês, escrito por Sung Tz’u, intitulado “The washing
ENTOMOLOGIA FORENSE: CONCEITO, away of wrongs”), onde o autor cita um caso de um ho‐
FAUNA CADAVÉRICA, SUBDIVISÕES micídio perpetrado com o uso dum instrumento cortante.
DA ENTOMOLOGIA FORENSE E SUAS No decorrer da investigação quando se efetuava a busca
APLICAÇÕES E TRATAMENTO DE MATERIAL de vestígios na vizinhança, investigadores localizaram uma
ENTOMOLÓGICO (COLETA, TRANSPORTE, foice que em torno da qual sobrevoavam moscas, possi‐
velmente, atraídas pelos odores exalados pelos restos de
CRIAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO).
substâncias orgânicas ali aderidas e impercetíveis a olho
nu. Assim, o proprietário da foice foi interrogado e posto
perante tal evidência acabou por confessar a autoria do
crime [5].
1. Introdução Durante muito tempo, pensou-se que as larvas que
A Entomologia Forense é a ciência que dedica ao es‐ apareciam no cadáver eram geradas espontaneamente ou
tudo dos insetos como ferramenta auxiliar da investigação saíam do próprio cadáver. Este pensamento, ainda durou
criminal. Os insetos podem auxiliar na investigação de um alguns anos, até que apareceu Francesco Redi, um natu‐
crime proporcionando a estimativa do tempo decorrido ralista do Renascimento, o qual evidenciou que as larvas
após a morte, também conhecido como intervalo  post- provinham de insetos que depositavam os ovos no cadá‐
mortem  (IPM), apoiando-se no tempo em que o inseto ver. Para isso, Redi fez diversas experiências, com diferen‐
leva para se desenvolver de ovo ou larva até ao estágio no tes tipos de carne (crua e cozida), tendo observado que os
qual ele foi encontrado no cadáver. Esta ciência forense ovos eram depositados nas carnes, às quais eram atraídas
pode ser desagregada em três grandes áreas: a urbana, distintas espécies de insetos que se transformavam em lar‐
a referente a produtos alimentares e a médico-legal  [1]. vas, depois em pupas, de onde saíam os insetos adultos .

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Contudo, a literatura especializada em entomologia Dos Dípteros, a família Calliphoridae, é de especial im‐
atribui a primeira utilização dessa ciência a Bergeret, em portância em medicina legal, isto porque são os primeiros
1855, na França, uma vez que foi ele o primeiro a aplicar, insetos a localizar o cadáver e a depositar os seus ovos. Os
conscientemente, insetos como indicadores forenses. Neste géneros  Calliphora e Lucília  têm sido enumerados como
caso, foi encontrado o corpo de uma criança oculto num os primeiros a colonizar os cadáveres no Sul da Europa,
piso, no interior de uma residência, coberto por uma capa seguidos do género Sarcophaga.
de gesso. Ele indicou um IPM extenso, através da associa‐ Coleópteros
ção da fauna encontrada com o estágio de decomposição Os coleópteros, são conhecidos como besouros ou
do cadáver e, como os moradores residiam no imóvel há escaravelhos, pertencendo à ordem Coleoptera, sendo ca‐
poucos meses, as investigações e suspeitas recaíram para os racterizados sobretudo pelo par de asas anterior endureci‐
anteriores habitantes da casa. do, designadas como élitros. A ordem Coleoptera é a que
Essa ciência, porém, só se tornou mundialmente conhe‐ possui o maior número de espécies de todos os seres vivos
cida após 1894, com o célebre trabalho de Mégnin o qual (cerca de 350 mil).
publicou, em França, o livro “La faune des cadavres” . Os coleópteros (Staphylinidae e Silphidae) são hospe‐
Nesse livro, Mégnin estabeleceu as bases da entomolo‐ deiros do cadáver e, mais frequentemente, predadores das
gia forense com o seu famoso sistema de oito quadrilhas (és‐ espécies necrófagas, alimentando-se apenas de tecidos em
couades) ou legiões de insetos e ácaros cadavéricos, aos quais decomposição.
chamava de “Trabalhadores da Morte” (Travailleurs de la Mort). Para além destas duas ordens necrófagas (Dípteros e
Segundo este autor, os insetos dos oito grupos por ele estabe‐ Coleópteros), existem espécies omnívoras (vespas, formi‐
lecidos, não se expõem no cadáver em simultâneo, mas antes gas, etc), e as acidentais (ácaros, aranhas, etc), que podem
substituem-se uns aos outros sendo, cada um deles, atraído também estar presentes no cadáver, embora as primeiras
numa etapa especial da degradação cadavérica, encarregan‐ se possam alimentar tanto dos restos em decomposição
do-se da destruição do corpo. Em 1957, Bornemisza, entomo‐ como dos artrópodes associados ao cadáver. As últimas
logista australiano, coloca corpos de cobaias em condições são normalmente originárias da vegetação que rodeia o
diversas para estudar a fauna de sucessão, enquanto em 1965, cadáver ou do subsolo.
Payne, um entomologista norte-americano, usou porcos mor‐ 4. Identificação de Espécies
tos ao nascer para relacionar a sucessão em corpos expostos, A determinação do IPM implica uma investigação re‐
enterrados e submergidos, estabelecendo uma metodologia e
fletida dos insetos que colonizam o cadáver ao nível da
reconhecendo seis fases da decomposição. Em 1978, Leclercq,
espécie. Neste sentido, existem dois tipos de métodos que
médico e entomologista, sugeriu uma classificação dos insetos
se podem utilizar para a identificação de espécies: méto-
de acordo com a sua relação com o cadáver: necrófagos (ali‐
do clássico, cuja identificação é baseada nas características
mentam-se do cadáver; necrófilos (alimentam-se dos necrófa‐
morfológicas e o método molecular, baseado na análise
gos); omnívoros (alimentam-se do cadáver ou dos necrófagos,
do ADN (ácido desoxirribonucleico).
mas não dependem deste tipo de alimentação) e oportunistas
Método Clássico – Características Morfológicas
(usam o cadáver como refúgio).
Atualmente, tem sido considerado que existem, princi‐ A família Calliphoridae (varejeiras), como já foi referido
palmente, duas ordens de insetos (necrófagas) com rigorosa anteriormente, são os insetos mais valiosos para a entomo‐
importância forense: os Dípteros e os Coleópteros, sendo os logia forense, pois são geralmente os primeiros a colonizar
primeiros os mais significativos. um corpo após a morte, muitas vezes num espaço de horas.
3. Ordens de Insetos Por conseguinte, a idade das varejeiras mais velhas estabe‐
Dípteros lece a prova mais precisa do IPM. Existem outras espécies
Esta ordem de insetos congrega cerca de 86.000 es‐ de mosca, escaravelho, vespa e traça que estão associadas
pécies conhecidas, pertencendo a este grupo as moscas e aos cadáveres, constituindo uma sucessão de insetos a co‐
os mosquitos. A maioria dos dípteros (do Grego, di = duas; lonizar o corpo, mas como tendem a chegar depois das
ptera = asas) distingue-se dos outros insetos por apresen‐ varejeiras são menos úteis na determinação do IPM.
tar apenas um par de asas, as anteriores, estando as asas A colonização de cadáveres humanos por varejeiras é
posteriores transformadas num par de órgãos de equilíbrio, um resultado natural do papel das moscas como decom‐
de pequenas dimensões, os halteres ou balanceiros. Grande positores primários, estando as mesmas bem adaptadas
parte dos indivíduos adultos alimenta-se de fluídos animais para detectar e localizar as fontes de odores de putrefação,
ou vegetais, em geral de néctar, mas também de seiva ou encontrando assim, rapidamente os cadáveres. A postura
sangue. Em relação ao seu desenvolvimento, estes artró‐ dos ovos acontece usualmente nos orifícios naturais (ex.:
podes passam por metamorfose completa, sendo as larvas olhos, nariz, boca, ouvidos), ou noutros lugares escuros e
vermiformes e ápodas. Algumas espécies de dípteros po‐ húmidos, tais como dobras de roupa ou apenas debaixo
dem tornar-se pragas para o Homem, para outros animais e do corpo. Os ovos eclodem, nascendo larvas de primeiro
para plantas cultivadas. Para além disso, podem igualmen‐ estádio que crescem rapidamente, sofrendo duas mudas
te transportar doenças, como a malária, a febre-amarela, a para passar pelo segundo e terceiro estádios até pararem
doença do sono e o tifo exantemático. No entanto, muitos de se alimentar. Conforme a espécie, podem transformar-
dípteros são úteis como saprófagos, predadores ou parasi‐ se em pupas no cadáver ou afastar-se em busca de um
tas de outros insetos prejudiciais, e realizam a polinização local apropriado, podendo deslocar-se vários metros antes
de plantas importantes para o Homem . de se enterrarem no solo ou debaixo de objetos ou, dentro

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
de casa, debaixo de tapetes e mobília. Depois disto, a larva Os principais objetivos da Entomologia Forense são :
contrai-se e a cutícula endurece e escurece, formando o • Determinar o intervalo  postmortem, mediante o
pupário em forma de barril, no interior do qual a pupa so‐ estudo da fauna cadavérica;
fre metamorfose, transformando-se numa mosca adulta e, • Ajudar a comprovação do local onde a morte
quando esta emerge, a cápsula vazia do pupário fica para ocorreu, pois a existência de espécies em cadáveres que
trás como prova duradoura do seu desenvolvimento. não correspondam às normalmente encontradas em de‐
Em todos os insetos, a fase de desenvolvimento depen‐ terminada região pode ser um bom indicador de que o
de diretamente das condições ambientais, nomeadamente corpo foi deslocado;
a temperatura, sendo que, quanto maior a temperatura • Transmitir fiabilidade a outros métodos de data‐
mais rapidamente os insetos se desenvolvem; quanto mais ção forense, nomeadamente a quantificação do potássio
baixa a temperatura mais lentamente se desenvolvem. Se no humor vítreo;
a temperatura ambiente durante o período de desenvolvi‐ • Avisar para a presença de sémen em casos de
mento for conhecida, então, teoricamente, pode determi‐ abuso sexual, pois a presença de larvas na área genital
nar-se o IPM mínimo. num estado de desenvolvimento mais avançado do que
Método Molecular – Análise de ADN noutro orifício natural pode ser indicativa de ter existido
O método molecular é o estabelecimento de meto‐ agressão sexual;
dologias baseadas na análise de polimorfismos do ADN • Evidenciar casos de negligência (falta de cuidados
(Ácido Desoxirribonucleico), possibilitando uma mais rápi‐ de higiene);
da e precisa identificação de insetos, minorando o tempo • Demonstrar a existência de drogas; porquanto, as
de investigação e, também, proporcionando a obtenção larvas de insetos podem ingerir e incorporar nos seus pró‐
de resultados, quando os métodos clássicos se mostram prios tecidos metabolitos químicos, resultantes das drogas
ineficazes, isto porque, tantos os insetos adultos como os existentes no cadáver.
estádios imaturos possuem genótipos idênticos, sendo por As descobertas realizadas na cena do crime consti‐
isso possível uma análise genética dos espécimes. tuem a direção de uma investigação. A primeira medida
Assim, a análise genética do conteúdo digestivo de in‐ quando se chega ao local do crime é realizar uma breve
setos recolhidos em cadáveres tem sido demonstrada na averiguação e inspeção visual a fim de identificar os vestí‐
investigação médico-legal, contudo, esta análise só terá gios destes insetos. Em seguida, deve-se fazer uma descri‐
realmente valor, se o inseto em questão se tiver alimentado ção do que foi encontrado, especialmente quanto ao tipo
de inseto, a sua atividade, o estádio de desenvolvimento,
do cadáver. Mas, é necessário também, realizar a caracteri‐
a localização no corpo e a área adjacente. Todas estas des‐
zação genética das principais espécies de insetos que colo‐
crições devem ser auxiliadas por fotografias elucidativas,
nizam cadáveres na área geográfica em que a investigação
bem como o dia, a hora e a estação climática na qual o
médico-legal está a decorrer.
corpo foi descoberto devem ser anotados e analisado o
No que respeita à genética propriamente dita, a re‐
tipo de local onde a morte ocorreu. Nas áreas externas,
gião não codificante do DNA mitocondrial (D-loop), é mui‐
deve ser observado se o cadáver estava localizado em área
tas vezes utilizada para distinguir indivíduos, enquanto os
de sol ou sombra, em área urbana ou rural, próximo a de‐
genes da região codificante são utilizados para identificar
jetos ou a pontos com saneamento básico, bem como é
espécies. Relativamente a esta última região e em relação
importante observar a vegetação do local.
aos insetos, é comum sequenciar as subunidades I e II da Diversos fatores podem influenciar no processo de
citocromoxidase (COI e COII). A COI (278 pb), tem sido es‐ decomposição dos corpos e na velocidade de desenvolvi‐
tudada para efetuar a identificação de insetos ao nível da mento da fauna associada, por isso, é necessário, registar a
espécie; contudo, em espécies intimamente relacionadas, temperatura do ambiente, do cadáver (a temperatura retal
como as do género Calliphora foi sugerida a necessidade é a mais precisa), do solo e da massa de larvas.
de se efetuar a sequenciação de uma região que inclua um Fonte: https://segurancaecienciasforenses.
maior número de nucleótidos . com/2013/01/15/entomologia-forense/
5. Aplicação da Entomologia Forense
A Entomologia Forense tem inumeráveis utilizações na
investigação criminal, mas a mais frequente é a determi‐
nação do tempo mínimo desde a morte (IPM, mínimo), na
investigação de mortes suspeitas. Para isso, determina-se a
idade dos insetos presentes num cadáver humano, o que
permite uma estimativa relativamente precisa em circuns‐
tâncias em que os patologistas apenas conseguem fazer
aproximações. O principal pressuposto é que o corpo não
esteja morto há mais tempo do que o necessário para os
insetos chegarem ao cadáver e se desenvolverem. Assim, a
idade dos insetos mais velhos presentes no corpo determi‐
na o IPM mínimo.

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
c) papel: termo residual, ou melhor, as demais manifes‐
DOCUMENTOS: ELEMENTOS DE tações de pensamento, ideias ou fatos diversos da escrita, tal
SEGURANÇA: DO REAL, DA CARTEIRA DE como fotografias, que são imagens registradas em papel.
O autor também expõe a classificação quanto à origem. O
IDENTIDADE, DA CARTEIRA NACIONAL DE
documento pode ser público, quando produzido por funcio‐
HABILITAÇÃO, nário público, no exercício de suas funções, possuindo maior
credibilidade (certidões, atestados), ou privado, quando cons‐
tituído por particular, sem qualquer intervenção do Estado.
1. Conceitos de Documentoscopia e de documento Na percepção da Documentoscopia, qualquer estrutura
A Documentoscopia, por estar inserida no âmbito fo‐ pode ser suporte para lançamentos gráficos que transmi‐
rense, exige que seu objeto de estudo se conceitue por tam ideias ou indiquem a existência de fatos, ainda que a
meio da legislação e da doutrina jurídica brasileira. A Lei maioria dos documentos se manifeste em papéis escritos
Federal nº 12.527 de 18 de novembro de 2011, que regula ou impressos. Essa disciplina não abriga em si conflito no
o acesso a informações, no inciso II do artigo 4º, define conceito de documento. Faz uso do entendimento amplo
documento como “unidade de registro de informações, e se mantém independente frente ao Direito Penal (SILVA;
qualquer que seja o suporte ou formato”. Perceba-se o FEUERHARMEL, 2013).
grande alcance que tem tal concepção, posto que não res‐ 2. Falsidade documental
As legislações de todos os países concordam na pre‐
tringe o suporte nem o recurso utilizado para o registro
sunção da veracidade dos documentos desde que não
da informação. De Plácido e Silva (1998) segue o mesmo
seja demonstrada sua falsidade (CASTRO; MIRANDA,
entendimento amplo, quando diz que “o documento é
1917 apud MARINONI; ARENHART, 2005). Segundo o artigo
uma representação material destinada a reproduzir, com 387, parágrafo único do Código de Processo Civil (CPC) de
idoneidade, uma certa manifestação do pensamento”. 1973, a falsidade consiste em formar documento não verda‐
O Processo Civil brasileiro guia-se pela mesma trilha deiro ou alterar documento verdadeiro. Tendo em vista que
da abrangência e considera documento “toda coisa capaz os documentos compõem-se de dois elementos, conteúdo
de representar um fato” (MARINONI; ARENHART, 2005). e suporte, a falsidade tem lugar quando se forma ou altera
Em vista disso, entram no rol dos documentos papéis, ta‐ um ou outro. Quanto à falsidade do conteúdo, “caracteriza-
tuagens, sinais esculpidos em uma lápide, fotografias, des‐ se como alteração documental toda modificação estrutural,
de que possam provar fatos (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). seja por meio de supressão, acréscimo ou substituição de
O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (BRA‐ parte ou do todo dos dizeres de um determinado docu‐
SIL, 2005) classifica os objetos de estudo em discussão por mento”. As modificações por supressão se dão, por exem‐
gêneros. Citam-se alguns: plo, por rasura, raspagem, lavagem química, entre outros.
a) textual: documentos manuscritos, datilografados ou Por sua vez, os acréscimos se realizam por retoque, emenda,
impressos, como atas de reunião, cartas, decretos, livros intervocabulação, interlineação (ACADEMIA DE POLÍCIA CI‐
de registro, panfletos e relatórios; VIL DE MINAS GERAIS, 2006).
b) pessoal: documento que serve à identificação de Caso a autenticidade de um documento seja contesta‐
uma pessoa, como cédula de identidade, CPF, CNH, pas‐ da, a questão deve ser resolvida por meio de exame pericial
saporte; (LESSA, 2010). A perícia é admissível quando o esclareci‐
c) audiovisual: documentos que contêm imagens, fixas mento de questões técnicas depender de conhecimento
ou em movimento, e registros sonoros, como vídeos; especial que extrapole os conhecimentos que se possam
d) digital/eletrônico: documento codificado em dí‐ exigir do julgador (MARINONI; ARENHART, 2005). Quando
gitos binários, acessível somente por equipamentos ele‐ o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de
trônicos, como arquivos de computador contendo textos, documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será
sons, imagens ou instruções (ICP OAB, 2014); escolhido pelo juiz, de preferência, entre os técnicos dos
e) oficial: emanado do poder público ou de entidades estabelecimentos oficiais especializados, Instituto de Crimi‐
nalística e Instituto Médico Legal, segundo prevê o artigo
de direito privado capaz de produzir efeitos de ordem ju‐
434 do CPC de 1973.
rídica na comprovação de um fato, como ofício e memo‐
Ainda que no ordenamento jurídico brasileiro não haja
rando.
hierarquia de provas, cabe ressaltar que a prova pericial
De outro modo, na esfera penal é adotada a concep‐ tem certa prevalência sobre outras provas, tais como docu‐
ção restritiva. O artigo 232 do Código de Processo Penal mental, testemunhal, depoimento pessoal. Tal prioridade se
conceitua documentos por “quaisquer escritos, instrumen‐ justifica pelo fato de a prova pericial ser produzida a partir
tos ou papéis, públicos ou particulares”. De tal definição de fundamentação científica e, à vista disso, não depender
surge a necessidade de esclarecimento quanto aos termos de interpretações subjetivas (PINHEIRO, 2010). Consoante
apresentados, trazido por Nucci (2013): o Princípio do Livre Convencimento Motivado, do qual dis‐
a) escrito: papel ou outra base material que contenha põem os artigos 131 e 436 do CPC de 1973, o juiz aprecia
a representação de palavras ou ideias por meio de sinais, livremente a prova e não está adstrito ao laudo pericial, po‐
desde que constitua fato juridicamente relevante; dendo formar a sua convicção com outros elementos ou
b) instrumento: documento pré-constituído para for‐ fatos provados no processo, desde que apresente emba‐
mação de prova, como recibos, procurações; samento.

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
3. Elementos de segurança que se denomina por grafismo (DEL PICCHIA FILHO; DEL
Com o intuito de impedir ou ao menos dificultar a fal‐ PICCHIA, 1976). Trata dos exames de autenticidade gráfica,
sificação, são incorporados aos documentos elementos de quando o autor dos lançamentos gráficos é quem deveria
segurança, que protejam seu valor e possam auxiliar na de‐ ser, e dos exames de autoria gráfica, quando quem produ‐
terminação de sua autenticidade. Essa categoria designa- ziu o grafismo difere do suposto autor. A segunda subárea
se por documentos de segurança e tem como exemplos encarrega-se dos exames em documentos impressos por
passaporte, carteira de identidade, carteira de motorista, máquina de escrever, impressoras, fax, ou carimbo com o
bilhetes de loteria, cédulas de dinheiro, cheques, selos, cer‐ intuito de identificar ou, ao menos, eliminar determinado
tidões de nascimento e de óbito, diploma (UNODC, 2010). equipamento de impressão. Na terceira, mais abrangen‐
É comum que o nível de segurança associado acom‐ te, incluem-se os exames em documentos de segurança
panhe o valor, monetário ou legal, inerente ao documen‐ e também em documentos sem elementos de segurança.
to (LIMA, 2013). Essa situação se manifesta nas cédulas de Aqui, têm lugar as análises de documentos contrafeitos ou
maior valor, que apresentam elementos de segurança em falsos – reproduzidos sem autorização – e de documen‐
maior número e de mais alto grau de sofisticação, o que tos alterados ou falsificados – resultantes de modificações
garante que sejam mais difíceis de reproduzir. Outros fa‐ em documentos autênticos (SILVA; FEUERHARMEL, 2013).
tores determinam quais e quantos elementos devem ser Frise-se que os primeiros são falsos em sua totalidade, en‐
inseridos como, por exemplo, função do documento, fre‐ quanto os últimos apresentam falsidade parcial. É nesse
quência com que será utilizado, forma pela qual será ar‐ contexto que exames de cruzamento de traços, lavagem
mazenado e portado, expectativa de vida útil, entre outros química e datação de tintas tomam forma.
(SILVA; FEUERHARMEL, 2013). Os elementos de segurança 4. Cruzamento de traços
devem ser suficientemente aparentes para que os oficiais A análise de tintas ocupa posição de destaque no cená‐
competentes possam examinar os documentos por inspe‐ rio dos exames de autenticidade documental, uma vez que
ção visual e tátil ou por meio de equipamentos simples e, ajuda a elucidar casos de falsificação de documentos como
desse modo, detectar fraudes menos elaboradas. Se, dian‐ contratos, testamentos, atestados, cheques (BRAZ; LÓ‐
te de suspeitas remanescentes, uma análise mais rigorosa PEZ-LÓPEZ; GARCÍA-RUIZ, 2013; THANASOULIAS; PARISIS;
se fizer necessária, esta será realizada por instrumentação EVMIRIDIS, 2003). Uma alteração por acréscimo de traços
mais complexa de atribuição dos especialistas em Docu‐ pode alterar os termos de um acordo (NAM et al., 2014),
mentoscopia (UNODC, 2011). mudar drasticamente o valor de um cheque ou dilatar o
Nesse sentido, os elementos de segurança são classi‐
prazo de um atestado médico, por exemplo. Se for cons‐
ficados em três níveis conforme a técnica empregada para
tatado que tintas diferentes foram usadas em uma região
seu reconhecimento (ABNT NBR 15368:2006). Os elemen‐
de interseção de linhas, isso pode ser um indício de que
tos de segurança de primeiro nível são aqueles de segu‐
o documento foi posteriormente alterado, de que os lan‐
rança aberta, que exigem apenas análise visual e tátil, de
çamentos foram feitos em momentos distintos (OZBEK et
fácil verificação pelo público leigo, como a marca d’água
al., 2014). Nesse caso, em que as linhas foram originadas
e as impressões em alto relevo. Os elementos de segundo
pelo mesmo tipo de instrumento de escrita ou dispositivo
nível são os de segurança semiaberta, que podem ser iden‐
de impressão, o cruzamento é denominado homogêneo e
tificados por pessoal treinado com o uso de equipamentos
simples (lâmpadas de radiação ultravioleta e lentes de au‐ tratado como fraude por acréscimo, uma vez que a discri‐
mento). São exemplos as fibras fluorescentes e as microim‐ minação entre as tintas dos traços envolvidos é suficiente e
pressões. Por fim, os elementos de terceiro nível são os de a determinação da sequência cronológica dos lançamentos
segurança fechada, que requerem treinamento específico não se faz necessária. Quando a interseção se constitui por
e uso de equipamentos de laboratório. Ilustram o último traços provenientes de recursos diferentes, é classificada
nível os marcadores físicos e químicos (LIMA, 2013; SILVA; como heterogênea (BOJKO; ROUX; REEDY, 2008). Essa úl‐
FEUERHARMEL, 2013). tima categoria se materializa, por exemplo, em uma falsifi‐
Definido o objeto, passa-se a conceituar a disciplina cação por aproveitamento de folhas assinadas em branco
que o estuda. Del Picchia Filho e Del Picchia (1976) definem com preenchimento posterior. Essa hipótese importa no
Documentoscopia como “a disciplina relativa à aplicação fim da credibilidade do documento particular conforme
prática e metódica dos conhecimentos científicos, objeti‐ dispõe o inciso II do artigo 388 do CPC de 1973:
vando verificar a autenticidade ou determinar a autoria dos “Art. 388. Cessa a fé do documento particular quando:
documentos”. Note-se sua unicidade, quando comparada I - lhe for contestada a assinatura e enquanto não se lhe
a outras disciplinas que estudam o mesmo assunto, em não comprovar a veracidade;
se contentar com a prova da falsidade de um documento, II - assinado em branco, for abusivamente preenchido.
mas ir além e buscar determinar quem o produziu e quais Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele, que re-
foram os meios para tanto. Ostenta, assim, essência nitida‐ cebeu documento assinado, com texto não escrito no todo
mente investigativa (ROMÃO et al., 2011). ou em parte, o formar ou o completar, por si ou por meio de
Três subáreas compõem a Documentoscopia, quais outrem, violando o pacto feito com o signatário.”
sejam, Grafoscopia, Mecanografia e Exames de Autentici‐ Em tal situação o foco da análise é a região em que as
dade Documental. A primeira dedica-se exclusivamente à linhas se cruzam, para que se determine qual foi escrita por
escrita resultante direta do gesto executado pelo homem, último (BRAZ; LÓPEZ-LÓPEZ; GARCÍA-RUIZ, 2013).

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Os exames de cruzamento de traços podem-se dividir 6. Lavagem química
em análises morfológicas – em que se encontram os ar‐ A lavagem química (chemical erasure) é uma das téc‐
rastes de tintas, características de esmagamento do papel nicas de alteração documental por supressão em que se
pela pressão exercida no momento da escrita, imagens mi‐ aplica uma substância ou mistura para remover registros
croscópicas tridimensionais – e análises físico-químicas das de documentos, sejam eles gerados por instrumentos de
tintas. O conjunto de análises físico-químicas exige que as escrita ou por dispositivos de impressão, sejam de fundo
composições químicas das tintas envolvidas no cruzamen‐ ou inscrições. Se a remoção do registro se dá por solubi‐
to sejam distintas. Não é possível determinar a sequência lização da tinta, a substância ou mistura corretora é cha‐
de lançamento de traços provenientes da mesma tinta pe‐ mada solvente. Enquanto na situação em que a subtração
las técnicas instrumentais (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). ocorre por reação química entre a tinta e o corretor, este é
Importa dizer ainda que esse tipo de cruzamento não tem denominado reagente (SILVA; FEUERHARMEL, 2013).
sentido para a Documentoscopia nem configura motivo de Entram no rol dos documentos passíveis de lavagem
perícia. química aqueles em que se encontrem elementos que
5. Datação de tintas precisam ser apagados para que o falsário, então, faça no‐
Os exames documentoscópicos frequentemente têm vos lançamentos. Destacam-se os cheques e contratos os
por objetivo determinar se o documento suspeito foi de quais se pretenda alterar seu valor econômico, atestados
fato produzido pelo particular ou pelo órgão público a médicos que possam ter seu prazo dilatado, cédulas de di‐
que é atribuído, ou se o autor é outro que não o supos‐ nheiro que tenham suas impressões de fundo lavadas para
to emissor. No entanto, há circunstâncias em que a falsi‐ aproveitamento do suporte autêntico com elementos de
dade documental se dá por anacronismo, que se mostra, segurança como a marca d’água, Certificados de Registro
por exemplo, em documento antedatado, isto é, emitido de Veículo (CRV) cujos dados do vendedor ou do compra‐
em data posterior àquela nele declarada. Isso posto, a de‐ dor possam ser modificados conforme seja conveniente a
terminação da autenticidade do dito autor nem sempre é quem pratica a fraude.
suficiente para alcançar a realidade dos fatos, mas também A lavagem pode se processar na totalidade do docu‐
mento, isto é, quando se deseja lavar toda a superfície, ou
se faz imprescindível a verificação de quando o documento
com aplicação pontual do corretor em parte do documento.
foi concebido (SILVA; FEUERHARMEL, 2013; DEL PICCHIA
Pelo segundo procedimento, é comum a migração da tinta
FILHO; DEL PICCHIA, 1976).
no entorno do traço que se quer remover, o que resulta
A datação de documentos se processa com base em
em manchas que acusam a falsificação (SILVA; FEUERHAR‐
informações contidas tanto no suporte como em seu con‐
MEL, 2013). Na situação de imersão total do documento,
teúdo, que servem como marcadores temporais. São exem‐
nos chamados “banhos químicos” (DEL PICCHIA FILHO; DEL
plos as características do papel, dos métodos de impressão
PICCHIA, 1976), não se observam borrões e, à vista disso,
empregados, da tinta de traços manuscritos e até mesmo
cabe ao perito documentoscópico buscar outras evidências
as características da ortografia, dado que as normas oficiais de que houve fraude.
sofrem reformas cujas datas de implementação podem 6.1. Composição das tintas de caneta
servir como referência (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). Nem sempre todos os componentes da tinta são remo‐
A datação de tintas de caneta fundamenta-se em pro‐ vidos na lavagem. Ainda que a substância que lhe confere
cessos físico-químicos que se iniciam no momento em que cor solubilize-se no solvente empregado, pode haver re‐
a tinta é depositada no suporte. São eles a degradação dos manescentes passíveis de detecção por técnica adequada.
colorantes, a evaporação dos solventes e também sua mi‐ As tintas de caneta, apesar da grande variedade de
gração ou difusão pelas fibras do papel (CANTÚ, 2012), e formulações, nomenclatura e classificações, constituem-se
o endurecimento por polimerização das resinas (CALCER‐ por três elementos básicos: colorante, veículo e aditivos.
RADA; GARCÍA-RUIZ, 2015). Devem-se estabelecer relações Os colorantes são os responsáveis pela cor, por tornar os
entre esses processos físico-químicos e parâmetros men‐ lançamentos gráficos visíveis. Dividem-se em corantes,
suráveis, cuja variação com o decurso do tempo forneça quando solúveis no veículo, e pigmentos, caso contrário.
informação acerca da datação da tinta em exame (EZCUR‐ Os pigmentos ficam apenas dispersos no veículo. Este, cuja
RA et al., 2010). composição determina características de fluidez e secagem
É importante que se faça distinção entre datação ab‐ da tinta, é responsável pela dissolução ou dispersão dos
soluta e datação relativa. A primeira consiste em estimar componentes desta e por manter sua homogeneidade. O
a idade da tinta por si só, sem comparação com padrões. veículo consiste de solventes, sua parte volátil, e resinas,
A segunda refere-se a determinar se duas tintas em um que conferem viscosidade, aderência, durabilidade à tinta.
mesmo documento foram apostas em momentos distintos Por fim, a presença dos aditivos na composição das tin‐
(EZCURRA et al., 2010). Em oposição ao que se possa ima‐ tas de caneta se justifica pelo ajuste de algumas caracte‐
ginar, a datação relativa não é menos valiosa que a abso‐ rísticas e pela otimização de desempenho. São exemplos
luta, mas sim muitas vezes suficiente para a elucidação da desse último grupo os secantes, plastificantes, detergentes,
questão e a datação absoluta torna-se dispensável. Como reguladores de viscosidade, inibidores de corrosão, lubrifi‐
exemplo, citam-se dois documentos que se supunha terem cantes para a esfera da ponta da caneta esferográfica, en‐
sido emitidos em datas distantes, mas que o foram na mes‐ tre outros (EZCURRA et al., 2010; THANASOULIAS; PARISIS;
ma época (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). EVMIRIDIS, 2003).

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
6.2. Prevenção Art 4º - Desde que o interessado o solicite a Carteira de
Conforme anteriormente discutido na seção 3, dentre Identidade conterá, além dos elementos referidos no art. 3º
as formas de prevenção de fraudes inclui-se a incorporação desta Lei, os números de inscrição do titular no Programa
de elementos de segurança aos documentos. O elemento de Integração Social - PIS ou no Programa de Formação do
de segurança determinado pela ABNT com o fim de evitar Patrimônio do Servidor Público - PASEP e no Cadastro de
a lavagem química consiste da “presença de substâncias Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda.
químicas incorporadas ao papel, que reagem de forma visí‐ § 1º - O Poder Executivo Federal poderá aprovar a in‐
vel mediante a aplicação de agentes químicos específicos” clusão de outros dados opcionais na Carteira de Identida‐
(ABNT NBR 14983:2008). Os resultados da reação podem de.
ser apenas manchas ou dizeres de “nulo”, “falso”, o que evi‐ § 2º - A inclusão na Carteira de Identidade dos dados
dencia e acusa a fraude, que nem sequer chega a se con‐ referidos neste artigo poderá ser parcial e dependerá ex‐
sumar, dado que seria descoberta de imediato. É comum clusivamente da apresentação dos respectivos documen‐
a presença dessa modalidade de elemento de segurança tos com probatórios.
em cheques, cujo valor ou data se pretende alterar (DEL
Art 5º - A Carteira de Identidade do português benefi‐
PICCHIA FILHO; DEL PICCHIA, 1976).
ciado pelo Estatuto da Igualdade será expedida consoante
Fonte: http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=re‐
o disposto nesta Lei, devendo dela constar referência a sua
vista_artigos_leitura&artigo_id=18459
nacionalidade e à Convenção promulgada pelo Decreto nº
70.391, de 12 de abril de 1972.
Art 6º - A Carteira de Identidade fará prova de todos
LEI 7116/83, os dados nela incluídos, dispensando a apresentação dos
documentos que lhe deram origem ou que nela tenham
sido mencionados.
Art 7º - A expedição de segunda via da Carteira de
LEI Nº 7.116, DE 29 DE AGOSTO DE 1983. Identidade será efetuada mediante simples solicitação do
interessado, vedada qualquer outra exigência, além daque‐
Assegura validade nacional as Carteiras de Identidade la prevista no art. 2º desta Lei.
regula sua expedição e dá outras providências. Art 8º - A Carteira de Identidade de que trata esta Lei
será expedida com base no processo de identificação da‐
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o tiloscópica.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art 9º - A apresentação dos documentos a que se re‐
Art 1º - A Carteira de Identidade emitida por órgãos de fere o art. 2º desta Lei poderá ser feita por cópia regular‐
Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó‐ mente autenticada.
rios tem fé pública e validade em todo o território nacional. Art 10 - O Poder Executivo Federal aprovará o mode‐
Art 2º - Para a expedição da Carteira de Identidade de lo da Carteira de Identidade e expedirá as normas com‐
que trata esta Lei não será exigida do interessado a apre‐ plementares que se fizerem necessárias ao cumprimento
sentação de qualquer outro documento, além da certidão desta Lei.
de nascimento ou de casamento. Art 11 - As Carteiras de Identidade emitidas anterior‐
§ 1º - A requerente do sexo feminino apresentará obri‐ mente à vigência desta Lei continuarão válidas em todo o
gatoriamente a certidão de casamento, caso seu nome de território nacional.
solteira tenha sido alterado em consequência do matrimô‐ Art 12 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publi‐
nio. cação.
§ 2º - O brasileiro naturalizado apresentará o Certifica‐
Art 13 - Revogam-se as disposições em contrário.
do de Naturalização.
§ 3o  É gratuita a primeira emissão da Carteira de Iden‐
tidade. (Incluído pela Lei nº 12.687, de 2012) 
Art 3º - A Carteira de Identidade conterá os seguintes RESOLUÇÃO DENATRAN 598/16 E
elementos:
a) Armas da República e inscrição “República Federati‐
va do Brasil”;
b) nome da Unidade da Federação; RESOLUÇÃO Nº 598 DE 24 DE MAIO 2016
c) identificação do órgão expedidor; Regulamenta a produção e a expedição da Carteira
d) registro geral no órgão emitente, local e data da ex‐ Nacional de Habilitação, com novo leiaute e requisitos de
pedição; segurança.
e) nome, filiação, local e data de nascimento do identi‐ O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN,
ficado, bem como, de forma resumida, a comarca, cartório, no uso das atribuições legais que lhe são conferidas pelo
livro, folha e número do registro de nascimento; artigo 12, I, X da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997,
f) fotografia, no formato 3 x 4 cm, assinatura e impres‐ que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, e con‐
são digital do polegar direito do identificado; forme o Decreto n° 4711, de 29 de maio de 2003, que trata
g) assinatura do dirigente do órgão expedidor. da coordenação do Sistema Nacional de Trânsito - SNT; e

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Considerando a necessidade de adequação do modelo único da Carteira Nacional de Habilitação – CNH às exigências
das técnicas de segurança documental;
Considerando o que consta do processo administrativo Nº 80000.015736/2012-63;
RESOLVE:
Art. 1° Esta Resolução regulamenta a produção e expedição da Carteira Nacional de Habilitação – CNH, com novo leiaute
e requisitos de segurança.
Parágrafo único. O documento de habilitação será expedido em modelo único, conforme especificações técnicas cons‐
tantes nos Anexos I, II, III e IV desta Resolução.
Art. 2º A expedição da Carteira Nacional de Habilitação – CNH obedecerá ao previsto no art.159 do Código de Transito
Brasileiro – CTB e deverá conter novo leiaute, papel com marca d`agua, requisitos de segurança e 2 (dois) números de iden‐
tificação nacional e 1 (um) número de identificação estadual, que são:
I – Registro Nacional - primeiro número de identificação nacional, que será gerado pelo sistema informatizado da Base
Índice Nacional de Condutores – BINCO, composto de 9 (nove) caracteres mais 2 (dois) dígitos verificadores de segurança,
sendo único para cada condutor e o acompanhará durante toda a sua existência como condutor, não sendo permitida a sua
reutilização para outro condutor.
II – Número do Espelho da CNH - segundo número de identificação nacional, que será formado por 9 (nove) caracteres
mais 1 (um) dígito verificador de segurança, autorizado e controlado pelo Órgão Máximo Executivo de Trânsito da União e
identificará cada espelho de CNH expedida.
a) O dígito verificador será calculado pela rotina denominada de “módulo 11” e sempre que o resto da divisão for zero
(0) ou um (1), o dígito verificador será zero (0);
III – Número do formulário RENACH - número de identificação estadual, documento de coleta de dados do candidato/
condutor gerado a cada serviço, composto, obrigatoriamente, por 11 (onze) caracteres, sendo as duas primeiras posições
formadas pela sigla da Unidade de Federação expedidora, facultada a utilização da última posição como dígito verificador
de segurança.
a) O número do formulário RENACH identificará a Unidade da Federação onde o condutor foi habilitado ou realizou
alterações de dados no seu cadastro pela última vez.
b) O Formulário RENACH que dá origem às informações na BINCO e autorização para a impressão da CNH deverá ficar
arquivado em segurança no órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
Art. 3º A inscrição “Permissão” prevista no modelo da CNH será impressa em caixeta específica, usando as mesmas fon‐
tes dos demais campos na cor preta, ou ser hachurada, quando se tratar de CNH definitiva.
Art. 4º A caixeta “ACC” deverá ser impressa com a informação “ACC” usando as mesmas fontes dos demais campos na
cor preta, ou deverá ser hachurada, quando não houver esta autorização de habilitação, sendo a “ACC” e a categoria “A”
excludente, não existindo simultaneamente para um mesmo condutor.
Art. 5º A “Permissão” para a “ACC” poderá ser simultânea com a permissão da categoria “B”, com validade de um ano.
Art. 6º Quando existir a informação para o preenchimento somente da caixeta “ACC”, a caixeta “Cat. Hab” deverá ser
hachurada.
Art. 7º Dentro do campo “Observações” do modelo da CNH previsto no Anexo I desta Resolução, deverão constar as res‐
trições médicas, a informação sobre o exercício de atividade remunerada e os cursos especializados que tenham certificações
expedidas, todos em formatos padronizados e abrevia dos, conforme Anexo II desta Resolução.
Art. 8° A expedição da Carteira Nacional de Habilitação – CNH, modelo único, será obrigatória quando:
I – da obtenção da Permissão para Dirigir na “ACC” e nas categorias “A”, “B” ou “AB”, com validade de 1(um) ano;
II – da substituição da Permissão para Dirigir pela CNH definitiva, ao término do prazo de validade de 1 (um) ano, desde
que atendido ao disposto no §3º do Art. 148 do CTB;
III – da adição ou da mudança de categoria;
IV – da perda, dano ou extravio;
V – da renovação dos exames para a CNH;
VI – houver a reabilitação do condutor;
VII – ocorrer alteração de dados do condutor;
VIII – da substituição do documento de habilitação estrangeira.
Art. 9º O DENATRAN disponibilizará aplicativo específico para validação do código numérico previsto no item 18 do
Anexo IV desta resolução.
Art. 10. A Carteira Nacional de Habilitação será expedida pelos órgãos ou entidades executivos de Transito dos Estados
e do Distrito Federal e produzida por empresas credenciadas pelo DENATRAN, na forma estabelecida em portaria específica.
Art. 11. Os Anexos desta resolução encontram-se disponíveis no sitio eletrônico www.denatran.gov.br.
Art. 12. Os órgãos executivos de transito dos estados e do Distrito Federal deverão adequar seus procedimentos para
adoção do modelo único da Carteira Nacional de Habilitação até 31/12/2016, quando ficará revogada a Resolução CON‐
TRAN nº 192, de 30 de março de 2006 e a Resolução CONTRAN nº 511, de 27 de novembro de 2014.
Art. 13. Esta resolução entra em vigor na data da sua publicação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral

RESOLUÇÃO DENATRAN 684/17.

Altera a Resolução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, que regulamenta a produção e a expedição da Carteira
Nacional de Habilitação, com novo leiaute e requisitos de segurança.
O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), no uso da competência que lhe confere o art. 12, incisos I, da Lei nº 9.503,
de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro e nos termos do disposto no Decreto nº 4.711, de
29 de maio de 2003, que trata da coordenação do Sistema Nacional de Trânsito (SNT).
Considerando o que consta no Processo Administrativo nº 80000.015736/2012-63,
Resolve:
Art. 1º Alterar o parágrafo único do art. 1º da Resolução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, para § 1º e acres‐
centar o § 2º, com a seguinte redação:
“Art. 1º ..... § 1º O documento de habilitação será expedido em modelo único, conforme especificações técnicas cons‐
tantes nos Anexos I, II, III e IV desta Resolução.
§ 2º O documento de habilitação previsto no § 1º poderá ser expedido em meio eletrônico, na forma estabelecida em
portaria do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).”
Art. 2º Acrescentar o art. 8-A à Resolução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, com a seguinte redação:
“Art. 8-A A Carteira Nacional de Habilitação Eletrônica (CNH-e), deverá ser implantada pelos órgãos e entidades execu‐
tivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, a partir de 1º de fevereiro de 2018, podendo o condutor optar também
pelo documento físico.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Art. 3º Alterar o art. 10 da Resolução CONTRAN nº 598
de 24 de maio de 2016, que passa a vigorar com a seguinte FRAUDES EM VEÍCULOS E SEUS
redação:
DOCUMENTOS.
“Art. 10. A Carteira Nacional de Habilitação será expe‐
dida pelos órgãos ou entidades executivos de Trânsito dos
Estados e do Distrito Federal.
§ 1º A Carteira Nacional de Habilitação, em meio físi‐ O fenômeno da clonagem de veículos já vem de várias
co, poderá ser produzida por empresas contratadas pelos décadas (há registros certos já na década de 1970, sendo
órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e possível a existência de casos anteriores), e nunca parou de
do Distrito Federal, previamente credenciadas pelo DENA‐ crescer. Se trata de um crime tipificado no Art. 311 do Có‐
TRAN, na forma estabelecida em portaria específica. digo Penal Brasileiro, mas dependendo dos casos podem
§ 2º As imagens da fotografia, decadactilar e assinatura ser aplicados, entre outros, também os Artigos 171 (este‐
para registro do condutor e produção da Carteira Nacional lionato), 180 (receptação) e 297 (falsificação de documento
de Habilitação, em meio físico e digital, poderão ser coleta‐ público), sempre do C.P. Brasileiro.
das por entidades contratadas pelos órgãos ou entidades Hoje em dia existem várias modalidades de clonagem
executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, (desde as mais refinadas até as grosserias) e várias finalida‐
previamente credenciadas pelo DENATRAN, e inseridas no des para as quais cada tipo de clonagem é normalmente
RENACH, na forma estabelecida em portaria específica. feita, vamos sintetizar os principais casos:
§ 3º As imagens utilizadas para a produção da CNH,
em meio físico e digital, serão aquelas constantes na Base Clonagem Completa ou Perfeita.
Central do RENACH, inseridas pelas entidades de que trata Se trata de clonagem de um veículo com outro idên‐
o § 2º. tico em todas suas características (modelo, cor, interiores
§ 4º As imagens da fotografia, assinatura e das impres‐ etc...), que inclui a adulteração do número do chassis, da
sões digitais dos dedos polegar e indicador da mão direita, placa e muitas vezes também de outros detalhes (números
deverão ser coletadas a cada adição de categoria ou re‐ nos vidros, acessórios, rodas etc...), além da documentação
novação da CNH e atualizadas no Banco de Imagens do completa do veículo. Pode ocorrer essencialmente em duas
DENATRAN. modalidades:
§ 5º Na impossibilidade da coleta das impressões digi‐ 1) carro que sofreu acidente com PT (Perda Total), que
tais do polegar ou do indicador da mão direita, deverá ser é clonado em novo veículo idêntico, roubado, aproveitan‐
enviada a imagem do respectivo dedo da mão esquerda do a documentação original do carro danificado, o qual,
para compor o Banco de Imagens do RENACH. por sua vez, é parcialmente aproveitado em desmanche.
O carro clonado é usado normalmente e/ou revendido no
§ 6º No caso da impossibilidade da coleta das impres‐
mercado interno ou externo.
sões digitais, esta deverá ser justificada para cada um dos
2) Carro, normalmente de categoria alta, roubado e
dedos.”
clonado integralmente, aproveitando informações obtidas
Art. 4º Alterar o Anexo II da Resolução CONTRAN nº
(através de despachantes, concessionárias, cúmplices no
598, de 24 de maio de 2016, para excluir o código
Detran etc...) sobre carro com as mesmas características,
V - Obrigatório o uso de capacete de segurança com
para revenda no Brasil ou, mais provavelmente, no exterior
viseira protetora sem limitação de campo visual.
(Paraguai). Neste caso a documentação é falsificada.
Art. 5º Alterar o primeiro parágrafo do Anexo IV da Re‐
solução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, que Clonagem Parcial.
passa a vigorar com a seguinte redação: Se trata de clonagem de veículos iguais em suas carac‐
“Com relação às imagens da fotografia e assinatura, terísticas principais (modelo, cor etc...), mas que não chega
necessárias à emissão da CNH, o processo de captura e a adulterar o número do chassis, se limitando a adultera‐
armazenamento deverá ser feito diretamente pelos Órgãos ção/clonagem da placa e da documentação. Esta modali‐
e Entidades Executivos de Transito dos Estados e do Dis‐ dade é frequentemente adotada para carros roubados, de
trito Federal ou, sendo necessária a terceirização desses todas as categorias, que são sucessivamente revendidos
serviços, os mesmos somente deverão ser realizados pelas em outros estados ou, as vezes, no exterior. Em alguns ca‐
empresas credenciadas junto ao DENATRAN, conforme ato sos é o sistema usado por criminosos que querem se loco‐
normativo específico a ser publicado pelo DENATRAN, e mover em carros roubados sem correr grandes riscos.
observadas as normas e especificações estabelecidas em Os documentos são falsificados por completo, ou, em
normatização para o banco de imagens do RENACH.” alguns casos, falsificados adulterando documentos origi‐
Art. 6º Ficam revogadas as Resoluções CONTRAN nº nais roubados ou extraviados.
287/2008 e nº 361/2010 quando for publicado ato do DE‐
NATRAN que estabeleça os procedimentos de coleta e ar‐ Clonagem de Placa.
mazenamento das imagens nos processos de habilitação, Consiste na simples clonagem da placa de um veícu‐
mudança ou adição de categoria e renovação da Cartei‐ lo sem problemas num veículos roubado ou com outras
ra Nacional de Habilitação (CNH) e constitua o Banco de restrições. Em alguns casos até em veículos sem problema
Imagens do Registro Nacional de Condutores Habilitados algum, com a única finalidade de evitar multas e pontuação
(RENACH). na CNH.

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Há vários graus de refino nesta operação sendo que se Comburente, é o ativador de fogo que dá vida às cha‐
passa da simples troca de placa, sem atenção ao modelo e mas. O comburente mais comum é o oxigênio, elemento
cor do veículo, até a troca de placa em veículos com carac‐ presente no ar que respiramos.
terísticas similares ou iguais. Sistema usado sobretudo por Basta juntar o combustível, o comburente e uma fonte
criminosos para circular com mais facilidade em veículos de calor, com a intensidade ideal, que teremos como re‐
roubados, além de outras pessoas sem escrúpulos para evi‐ sultado o fogo. Ou seja, teremos formado o Triângulo do
tar multas e pontuação. fogo.
Na modalidade de clonagem completa e, as vezes, Vejamos os tipos de incêndio:
também na modalidade de clonagem parcial, há a pos‐ Classe A: Incêndio em materiais sólidos, como madeira,
sibilidade que os carros sejam roubados sob encomenda papel, tecido etc.
(quanto ao modelo e características) para serem clonados, Características principais:
muitas vezes são “comprados” diretamente em concessio‐ • Deixam resíduos quando queimados;
nárias através de financiamentos fraudados, usando docu‐ • Queimam em superfície e profundidade.
mentos falsos, e depois simplesmente desaparecem. Classes B: Incêndio em líquidos inflamáveis, como ga‐
Quem tiver seu carro clonado (normalmente isso se solina, óleo, querosene, etc.
descobre na hora em que iniciam a aparecer multas não Características principais:
reconhecidas), tem que se preparar para enfrentar alguns • Não deixam resíduos quando queimados;
transtornos. Primeiramente é fundamental fazer um B.O. • Queimam somente em superfície.
numa delegacia, de preferência especializada em roubo Classes C: Incêndio em equipamentos elétricos ener‐
de veículos. Logo depois precisa entrar com recursos no gizados como máquinas elétricas, quadros de força e etc.
Detran relativamente a todas as multas não reconhecidas, Ao ser desligado o circuito elétrico, o incêndio passa a
anexando o B.O. e todo tipo de prova possível de que o ser de classe A.
carro original não estava no local e horário indicados na Classes D:
multa. Incêndio em metais e minérios que se inflamam facil‐
Em alguns estados o Detran permite a troca de pla‐ mente, como potássio, alumínio em pó enxofre, magnésio
ca uma vez comprovado legalmente que existe um carro etc.
clonado em circulação. Nos demais é aconselhável entrar Necessitam de recursos especiais para o combate
com uma ação na Justiça pedindo que seja deferida a troca como extintores contendo MAP (monoamônio fosfato) ou
da placa por causa da existência de um carro clonado em podendo utilizar areia seca no caso de incêndio de alumí‐
circulação. nio ou magnésio em pó.
Fonte: http://ambientalsan.blogspot.com.br/2008/04/
Fonte: http://www.fraudes.org/showpage1.as‐ conceitos-de-fogo-incndio.html.
p?pg=337
Fases de um Incêndio
Para entendermos melhor como ocorre um incêndio,
costumamos dividi-los em estágios bem específicos.
NOÇÕES DE INCÊNDIO: DESENVOLVIMENTO Isso nos ajudará a entender como se desenvolve um
DE INCÊNDIOS E MOVIMENTAÇÃO DO incêndio, as características principais de cada estágio, e no
FOGO. FOCOS DE INCÊNDIO: PRIMÁRIOS futuro irá nos auxiliar para saber como agir em cada situa‐
E SECUNDÁRIOS. FASES DO INCÊNDIO: ção e em cada estágio da propagação do fogo.
INICIAL, INTERMEDIÁRIA E DE EXTINÇÃO. Portanto, as fases de um incêndio são:
MEIOS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO. Eclosão ou Início - É a fase inicial, quando começa o
fogo. E a maneira que vai começar, vai depender de diver‐
EVOLUÇÃO NATURAL BÁSICA DO FOGO.
sos fatores, como o tipo de combustível. Pode ser uma vela,
PROPAGAÇÃO DO FOGO ATRAVÉS DE onde o fogo começa aos poucos, ou uma explosão.
ELEMENTOS DA CONSTRUÇÃO. Propagação - É nesse estágio que o fogo vai propa‐
gar e se espalhar para outros ambientes, objetos e locais.
Como estudamos, essa propagação ocorre por condução,
O fogo é um fenômeno químico denominado combus‐ convecção ou radiação. Algumas substâncias ajudam nesse
tão. É uma reação química que desprende calor e luz, alte‐ estágio, como papel, gasolina ou álcool. Já outras, como
rando profundamente a substância que se queima. uma parede de concreto ou cimento, vai retardar o efei‐
Para formação do fogo são necessários três elementos, to da propagação. Você saberá se o efeito da propagação
que reagem entre si. será rápido ou não analisando as substâncias existentes no
Combustível, que alimenta o fogo e serve de campo seu local de trabalho.
para sua propagação. • Combustão contínua - É quando ocorre a reação
Calor, que dá início ao fogo, mantendo-o e propagan‐ em cadeia, de maneira constante. Ou seja, o calor que foi
do-o pelo combustível. O calor provém de fontes que se liberado pelo incêndio já é suficiente para fazer com que
encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa de outros objetos próximos entrem em combustão. Isso vai
um cigarro ou a chama de um fogão de cozinha. ocorrer enquanto existir combustível e comburente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
• Redução do fogo - Também conhecido como de‐ Velocidade de disparo
clive das chamas. Esse é o estágio onde o calor dissipado A velocidade de disparo é o tempo que o obturador
pelo incêndio não é suficiente para continuar fornecendo fica aberto, antes de voltar para a posição inicial. Como
calor para a continuidade para a combustão. Ou seja, o veremos a seguir, essa velocidade está diretamente ligada
fogo vai perdendo ‹força› e se extinguindo. É a fase final com a ideia de “movimento” da foto, e com a quantida‐
de um incêndio. de de luz que o sensor será capaz de captar. Ela pode ser
Durante um incêndio, existem duas principais corren‐ controlada na maior parte das câmeras, principalmente nas
tes de calor, que podem contribuir para o fim ou para au‐ que possuem funcionamento mais avançado.
mentar o processo de queima. A velocidade de disparo, ou “shutter”, é medida em
A corrente de ar Endofocal é aquela que leva calor para segundos, ou frações de segundos, expressos desta for‐
que seja feita a combustão. Ou seja, a corrente endofocal ma: 5” para velocidade acima de um segundo, que neste
favorece o processo de combustão, e consequentemente, caso são 5 segundos, pois o numero representa o tempo; e
ajuda o incêndio. 1/200 para velocidades abaixo de um segundo, neste caso
Já a corrente Exofocal é aquele que leva o calor prove‐ a velocidade é um segundo dividido por 200. Quanto mais
niente da queima para fora do incêndio. Ou seja, ela reduzir rápido, menos luz é captada, porém as chances da imagem
o incêndio, pois o calor que seria usado para queima de ficar tremida são bem menores.
mais combustível é levado para fora.
É fácil notar que as correntes exofocais auxiliam para Como medir e escolher uma velocidade de disparo
extinção do fogo, e as correntes endofocais alimentam correta
mais ainda o fogo do incêndio. Apesar da ideia de que 1/200, por exemplo, é uma ve‐
Estes processos são resultado da propagação do calor locidade muito alta e que a quantidade de luz que con‐
através da convecção do ar. E esses fatos já nos mostram seguiria entrar nesse caso seria muito pouca, isso não é
uma importante dica: os locais, edifícios, prédios e fábri‐ verdade. Por exemplo, em um dia de sol, a céu aberto, a
cas, devem ser construídos de modo a facilitar as correntes velocidade ideal pode variar de 1/1500 até 1/3000 ou mais.
exofocais. Já em um dia nublado, a velocidade usada precisa ser me‐
O uso de chaminés, por exemplo, faz com que a fu‐ nor, entre 1/400, aproximadamente.
maça saia do local de trabalho, levando calor para fora do
ambiente de incêndio, auxiliando no combate do mesmo. Fotômetro
Faz parte do trabalho de um profissional de Segurança A maior parte das câmeras que têm ajustes manuais de
do Trabalho estar cientes desses fatos e pensar nisso, para exposição possui uma “escala”, que pode ser vista no visor
caso ocorra um eventual incêndio. e funciona através de um equipamento interno da máqui‐
Fonte: http://www.cursosegurancadotrabalho.ne‐ na - o fotômetro - que “percebe” as condições de luz do
t/2013/09/A-propagacao-do-fogo-e-as-fases-de-um-in‐ ambiente e indica se os ajustes que você fez deixarão a foto
cendio.html muito clara ou escura, ou se estão corretos.
Quando o ponteiro estiver mais para o lado negativo,
quer dizer que existe pouca luz e a foto pode ficar escura.
Já o contrário, o ponteiro marcando um valor positivo mui‐
NOÇÕES DE FOTOGRAFIA FORENSE: to alto, indica que existe muita luz, e a foto pode “estourar”.
CONCEITOS (LENTES, VELOCIDADE, O ideal é ajustar a velocidade de tal forma que o ponteiro
OBTURADOR, DIAFRAGMA, DISTÂNCIA fique no meio, ou na região central.
FOCAL, ÂNGULO DE VISÃO, FOCO,
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA), TIPOS DE Cuidado para não tremer!
LENTE, TIPOS DE CÂMERA, TIPOS DE FLASH, Se o ambiente estiver muito escuro, será preciso abai‐
TIPOS DE ARMAZENAMENTO DE CÂMERAS xar a velocidade de disparo, aumentando assim o tempo
DIGITAIS, LUZES (BRANCA, TEMPERATURA, de exposição. Porém, se você não tiver um apoio para a
UV), EQUIPAMENTOS; USO, RECORTE, câmera, é provável que a imagem fique tremida.
TRATAMENTO. Isso acontece, pois involuntariamente nós fazemos pe‐
quenos movimentos ao segurar a câmera, e para velocida‐
des abaixo de 1/30, aproximadamente, esses movimentos
se tornam perceptíveis nas fotos.
Dependendo de cada modelo de câmera, ele pode se Nesses casos, use um tripé ou ajuste um valor mais alto
encontrar em diferentes posições, mas a sua função é sem‐ para o ISO, de modo que seja necessário menos tempo de
pre a mesma: abrir-se para a passagem de luz. Ele pode ter exposição. Só tome cuidado para não prejudicar demais
também vários formatos. Os mais comuns são os circulares, a qualidade da imagem com o ajuste do ISO.
que se abrem de maneira semelhante ao diafragma (são
encontrados em câmeras antigas), e os obturadores mais
modernos, com placas sobrepostas que se abrem vertical‐
mente, como uma persiana.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Modo de prioridade de velocidade e sensação de Abertura x Profundidade de campo
movimento A abertura do diafragma interfere diretamente na pro‐
Conforme foi explicado no artigo sobre os  modos fundidade de campo, e quanto mais aberta está a lente,
de disparo, existe uma ajuda para quem quer começar a menor é essa profundidade e vice-versa. Mas, o que real‐
aprender fotografia e não sabe como ajustar a velocidade e mente é a profundidade de campo?
a abertura de uma só vez. São os modos de prioridade, nos Quando você vê uma fotografia, ela pode estar com‐
quais você ajusta um parâmetro e a máquina ajusta o outro. pletamente focada, ou com algumas partes focadas e ou‐
Use o modo de prioridade de velocidade (“S” ou “Tv”) tras não. Esse é um efeito visual da profundidade de campo,
quando você quiser destacar um objeto que esteja se mo- quanto maior ela é, mais áreas da imagem ficam nítidas, e
vendo. Isso pode ser feito ajustando uma velocidade maior, quanto menor ela é, menor é o ponto de foco.
o que faz com que o objeto fique nítido e pareça imóvel, Isso acontece quando existem várias “camadas” na
ou ajustando uma velocidade pequena para que a imagem imagem e a câmera precisa ajustar o foco. Se o diafragma
fique borrada em algumas partes, dando uma ideia de mo‐ estiver muito aberto, a profundidade de campo irá diminuir
vimento. e só o que estiver mais próximo da câmera ficará focado.
Isso acontece, pois, ao colocar uma velocidade de dis‐ Já se a abertura for pequena, a profundidade de campo
paro menor do que a velocidade que a o objeto está se será maior e todo o assunto, independente de camadas,
movendo, a câmera registra todos os momentos do obje‐ será focado.
to até o obturador se fechar. Isso dá a impressão de um Trabalhar explorando esse efeito é algo que enriquece
“rastro” deixado, fazendo com que seja possível perceber a fotografia, deixando-a com uma sensação maior de di‐
o movimento.
mensões e distâncias. Quando toda a imagem está focada,
a impressão que pode dar é que ela está “chapada”, ou
Diafragma
seja, todos os elementos que compõe a fotografia estão
Muitas pessoas confundem o obturador com o diafrag‐
alinhados no mesmo plano.
ma, porém eles são partes diferentes da câmera e têm fun‐
ções diferentes também. Enquanto o obturador é o respon‐ Os modos programados “paisagem” e “macro” das câ‐
sável por proteger o sensor e se abrir apenas brevemente meras controlam a abertura para obter profundidades di‐
para deixar a luz passar, o diafragma controla a quantidade ferentes, mas você pode fazer isso manualmente, se a sua
de luz que chega ao obturador, deixando a passagem maior câmera possuir a opção de mudar a abertura do diafragma.
ou menor, dependendo de sua abertura. Desta forma, além dos extremos (apenas o primeiro plano
Esta pequena parte da máquina fotográfica é conside‐ focado e todos os planos focados), você pode conseguir
rada a íris das câmeras e se encontra dentro da lente. Ele resultados intermediários.
tem, entre outros, um dos papeis mais fundamentais para a
fotografia: controlar a profundidade de campo. Modo de prioridade de abertura
Assim como acontece com o modo de prioridade de
Abertura do diafragma velocidade (porém ao contrário), ao escolher priorizar a
O diafragma pode se abrir e fechar, permitindo uma abertura,  a câmera ajusta o tempo de exposição. Esse
passagem maior ou menor de luz para o obturador e para modo é bastante útil para começar a aprender os conceitos
o sensor. Quanto maior é a abertura, mais luz é captada e a de fotografia, como as relações entre velocidade e abertu‐
velocidade de disparo pode ser maior, diminuindo o tempo ra. Seu ícone na máquina pode ser “A” ou “Av”.
necessário de exposição. Use esse recurso quando você desejar controlar a pro‐
A abertura do diafragma é medida em números f, que fundidade de campo, para obter fotos completamente fo‐
são escritos desta forma: f/2.1, f/5.6, f/22, etc... Sendo que, cadas ou com pontos de foco menores. Tente ver, enquan‐
quanto maior a abertura, menor é o número. É importante to você fotografa, os valores que a máquina coloca para a
entender este conceito, pois, desta forma, quando falamos velocidade baseados nos valores que você definiu para a
em uma grande abertura do diafragma, é possível saber abertura. Você verá que existe sempre uma relação inversa‐
que o número f em questão é bem pequeno. É comum re‐ mente proporcional: quanto maior a abertura, menor pode
ferir-se à abertura do diafragma apenas como “abertura”. ser a velocidade e vice-versa.
Por exemplo, o diafragma configurado em f/22 está
É claro que os valores também dependem da lumino‐
quase fechado, enquanto f/1.2 representa que ele está qua‐
sidade dos ambientes, e variam de acordo com isso, mas
se totalmente aberto. Pode ser fácil confundir essa relação
em um mesmo local com as mesmas condições de luz, a
no começo, mas não se preocupe, com o tempo você vai
regra vai estar sempre valendo: quanto maior for um valor,
se acostumar a ler esses números e saber exatamente quão
aberta está a “íris” da sua câmera. menor será o outro.
Nem todas as câmeras conseguem ajustar a abertura Fonte: https://www.tecmundo.com.br/8354-fotogra‐
para todos os valores, pois isso depende do tipo de len‐ fia-diafragma-e-obturador-os-olhos-da-camera.htm
te que está sendo usado. Ao comprar uma câmera ou len‐
te nova, tente encontrar informações sobre os valores de Com a modernização das câmeras fotográficas, hoje
abertura, o máximo e o mínimo. Isso classifica as lentes em em dia todo mundo tem uma em casa, mas algumas pes‐
“claras” e “escuras”, sendo que, geralmente, quanto mais soas nem sabem direito utilizar a sua câmera ou não sabem
clara for a lente, maior é o seu valor. a diferença entre umas e outras.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Antigamente, as câmeras não eram digitais e sim ana‐ Ultracompacta
lógicas, neste tipo de câmera a luz que é capturada no Estas câmeras são muito populares. São leves e finas,
momento da foto incidia sobre um filme fotográfico, para seu custo é bem acessível e sua lente é interna, varia entre
posteriormente ser revelada em um estúdio fotográfico. 8 e 12 megapixels. A maioria não possui zoom optico, ape‐
Nas câmeras digitais não se usa mais o filme, o que nas digital. São câmeras de bolso que possuem recursos
temos é um sensor que capta a luz e a interpreta, transfor‐ automáticos, ou seja, a câmera faz todo o ajuste medindo
mando-a em uma imagem digital bem próxima do real. O a luz que incide na imagem, é só clicar. Possuem também
sensor pode ser de tamanhos diferentes, o que irá influen‐ recursos manuais como o ISO, o zoom, o flash, além de
ciar na sua capacidade de captar mais ou menos luz e tam‐ alguns modos de disparo pré-ajustados.
bém no resultado final, ou seja, na qualidade da imagem. Exemplos:
Além do tamanho do sensor, para definirmos os tipos • Canon PowerShot SD950
de câmeras digitais que temos, há outras características • Sony Cyber-shot DSC-T300
importantes como a capacidade de trocar lentes, os for‐ Compacta
matos dos arquivos que a câmera armazena, a velocidade Tem corpo semelhante da ultracompacta, exceto pelo
da gravação destes arquivos, o zoom, os modos de disparo fato de possuir lente externa. Possuem também zoom óp‐
disponíveis, etc. tico e algumas até chegam a possuir o modo Manual. A
Definindo melhor, os principais tipos de câmeras digi‐ quantidade de megapixels destas câmeras é muito variável.
tais existentes hoje são: São leves e pequenas, fáceis de transportar, e seu preço
também não é tão alto. O sensor ainda é pequeno, embora
Câmeras de Celular seja maior do que o das câmeras de celular. Assim como as
Hoje em dia uma câmera em um celular é quase um ultracompactas, elas não possuem visor ocular.
recurso obrigatório, e os recursos oferecidos são cada vez Para os fotógrafos iniciantes é uma boa escolha, pois
mais inovadores. A maioria delas oferecem uma imagem também possui o modo automático.
de 2 a 3 megapixels, mas algumas já chegam a 12 mega‐ Exemplo:
pixels. É uma câmera prática principalmente para registrar
• Sony Cyber-Shot DSC-W370
• Canon PowerShot A550
momentos, já que está sempre à mão.
Graças aos avanços nestas câmeras, esta geração já
possui modelos com tecnologia bem próxima à das câme‐
ras ultracompactas.
Exemplo: Apple iPhone 5

As principais vantagens são:


1. A portabilidade: são leves, compactas, e podem
ser levadas em bolso ou bosas com facilidade.
2. Funções múltiplas: com um mesmo aparelho se
consegue registrar os momentos, enviar para os amigos,
fazer ligações, enviar mensagens, etc.
3. Preço: como os celulares são populares, o seu pre‐
ço pode ser bem acessível, levando, de brinde, uma câmera. Compacta Avançada/ Intermediária / Bridge

As principais desvantagens são:


1. Qualidade da Imagem: A resolução da maioria Canon Powershot G9
destas câmeras é baixa, porém alguns aparelhos mais caros Estas câmeras também são conhecidas como Super
fornecem câmeras com resoluções maiores. Zoom ou Ultra Zoom, exatamente por possuírem um zoom
2. Tamanho do Sensor: geralmente possuem um de alcance bem maior do que o das câmeras compactas. O
sensor pequeno, o que faz com que não reproduzam as corpo já é um pouco mais robusto, lembrando o porte das
cores da imagem com fidelidade, e provoca os ruídos nas DSLR, mas os recursos e o tamanho do sensor são muito
fotos com pouca iluminação. semelhantes aos das câmeras compactas. Não são câmeras
3. Recursos de Iluminação: a grande maioria não semiprofissionais, embora sejam chamadas assim por al‐
possui, fazendo com que fotos com pouca iluminação fi‐ gumas pessoas, pois não dão ao fotógrafo o controle total
quem tremidas ou com ruído. Apesar de em algumas existir dos ajustes (modo manual) e também possuem um sensor
o flash, este é muito pouco potente e não resolve o proble‐ inferior.
ma da baixa iluminação. Também é chamada de Bridge, palavra em inglês que
significa ponte, e tem como vantagem o zoom óptico, que
pode ir de 20x a 36x, alcançando distâncias muito grandes.
É interessante para fazer fotografia da natureza, do céu, ou
de outras cenas que não permitem muito a aproximação
do fotógrafo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Algumas possuem também controle manual total, per‐ Exemplo: Nikon D3100
mitindo ao fotógrafo fazer todos os ajustes existentes em
uma câmera mais avançada, e até o uso de flash externo. DSLR Semiprofissional
Contudo, a maioria ainda não permite a troca de lentes.
Exemplo:
• Nikon Coolpix P500
• Nikon P90
• Nikon P100
• Canon G9

DSLR de Entrada

Nikon D7000
Como o próprio nome já diz, são quase profissionais,
mas ainda inferiores. Tem todos os recursos e característi‐
cas das câmeras de entrada, porém diferem no tamanho do
sensor, que é algo muito importante, já que por ser maior
irá interferir diretamente na qualidade da foto, além de tra‐
zerem alguns recursos a mais. Permitem vários pontos de
foco, valores de ISO bem maiores, um controle bem mais
fácil da velocidade e da abertura, além de modos de dispa‐
ro diferenciados. O material com o qual é feita é altamente
resistente e são bem mais caras do que as DSLR de entrada.
Podem ser usadas para cobertura de eventos, casa‐
mentos, festas, shows, etc, permitindo um resultado muito
bom. Produzem fotos com muito menos ruído.
A visualização da foto no visor também é melhorada devi‐
Câmeras de corpo bem mais robusto, visor ocular e do à tela LCD e ao sistema de reflexo com prismas ser mais so‐
LCD, lentes intercambiáveis, controle manual, opção de uso fisticado do que os espelhos utilizados nas câmeras de entrada.
do flash externo e sensores relativamente grandes. Dá ao Possui também uma bateria mais duradoura, o recurso
fotógrafo muito mais autonomia e opções, além de per‐ de disparos contínuos e o uso de acessórios externos como
mitir uma foto com muito maior qualidade na resolução. microfones, dispardores remotos, GPS, etc. Podem ser usa‐
Requerem algum conhecimento técnico para o uso e seu das também para filmagem, produzindo ótimas imagens.
preço é bem mais alto do que as anteriores, embora muito O seu preço é bem maior do que o das câmeras de
menor do que o das câmeras profissionais. entrada, e é indicada para quem quer avançar um pouco
Pode ser também chamada de DSLR, SLR Digital ou e trabalhar com fotografia, precisando, por isso, de uma
Reflex Digital. Esta sigla bem do inglês e significa “Digital câmera com maiores recursos.
Single Lens Reflex”, devido a sua característica principal: re‐ Exemplo: Nikon D7000
flexo do que a lente capta, visto através do visor. DSLR Profissional
Geralmente vem com uma lente que permite fotos va‐
riadas, mas como já disse, é possível comprar outras lentes
trocar segundo a necessidade. Para saber que lente com‐
prar, é necessário um pouco de experiência do fotógrafo e
o conhecimento dos diversos tipos de lentes existentes no
mercado.
Seu sensor possui tamanho 13x maior do que o das
compactas, produzindo fotos com pixels maiores, mais co‐
res e menos ruído. Permite controlar exposição, iso, velo‐
cidade, zoom, abertura, flash, foco, etc, além de oferecer
recursos interessantes para diversificar a foto.
São bem mais rápidas que as anteriores, dão a possibi‐
lidade de fotografar no formato RAW, permitem o uso de
flash externo. Dentre os tipos de DSLR, as de entrada são as
que possuem os preços mais acessíveis, sendo ideais para
quem deseja se aprofundar no mundo da fotografia. Canon EOS-1D Mark III

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Certamente não precisamos nos esforçar para en‐ Existem também os flashes de estúdio, que tem uma
tender que estas câmeras são as melhores. A qualidade potência muito maior, porem, precisa de uma energia elé‐
da imagem é cada vez maior a medida que são lançados trica ou um gerador de energia para funcionar.
novos modelos, possuem sensores Full Frame (os maiores Com diversas opções e tipos de flash disponíveis no mer‐
disponíveis hoje) e são bem caras. Indicadas, obviamente, cado se torna complexa a ideia de escolher uma única opção
para profissionais que vivem de fotografia. São feitas com para uso, mas no caso, pode-se começar essa busca com a
os materiais mais resistentes a diversos fatores como que‐ determinação de uso do flash à bateria ou à pilha. Essa seria
das, sujeira, temperatura, água, etc. uma resposta relativa, que basicamente depende de concei‐
Podem ser utilizadas para fazer as fotografias mais inu‐ tos aleatórios como no caso, do local onde pretende-se ex‐
sitadas, como fotografar as geleiras da Antártida ou os ani‐ plorar o flash. Para algumas pessoas a pilha seria um solução
mais selvagens. Obviamente, o que faz o profissional não rápida e prática, devido a possibilidade de trocá-la quando
é só o equipamento, mas a experiência, o estudo, a equipe necessário para que consiga voltar a explorar o flash.
de trabalho, enfim, diversos fatores. Já para outras pessoas a bateria seria o mais interessante,
Seu corpo é bem mais robusto do que as demais e suas por permitir que use por um longo período, sem necessi‐
baterias proporcionam muito mais tempo de trabalho. Pos‐ dade de se preocupar com a mesma. Nesse sentido, passa
suem elevadíssimos valores de ISO, chegando a 102.400, a ser crucial identificar questões que sejam relevantes, de‐
produzindo fotos com quase nenhum ruído. Velocidade terminando os pontos fortes de cada opção. Assim, pode-se
muito alta, permitindo captar momentos de ação rápida, escolher os tipos de flash mais apropriados para cada tipo de
dentre outras vantagens. Pode pesar até mais de 1kg sem ocasiões. Além disso, tem outro conceito que pode ajudar
a lente, exigindo do fotógrafo, com certeza, outros acessó‐ nessa escolha, que seria o tempo de vida útil dos flashes, que
rios como cases, tripés, etc, que facilitarão o seu trabalho. pode variar conforme os modelos e outros detalhes.
Fonte: http://www.infoescola.com/fotografia/tipos-de- Tecnicamente, a vida útil de um flash – principalmente
cameras/ no caso do dedicado – varia com a prática de uso do mes‐
mo, sendo possível contar com a mesma opção de flash
O uso de flash para fotografar se torna indispensável durante anos por ser uma pessoa mais cuidadosa e que
ao realizar um trabalho a partir de ambientes com baixa ilu‐ não o explora ao extremo. Mas isso não é um padrão, pois
minação. Esse tipo de equipamento acaba sendo uma op‐ é possível encontrar pessoas cuidadosas e que possuem
ção indispensável entre os equipamentos de um fotógrafo problemas a partir do flash. Nesse sentido, o ideal é en‐
profissional, e justamente por conta dos efeitos que o mes‐ contrar uma opção que seja adaptável e bem resistente,
mo pode proporcionar. Nos dias atuais existem diversos para que consiga se manter intacta durante um bom tem‐
modelos de flashes disponíveis no mercado e que tendem po conforme o usa.
a se adaptar aos ambientes, além de se encaixarem perfei‐ Fonte: http://blog.lumitecfoto.com.br/tipos-de-flash/
tamente há modelos específicos de câmeras profissionais.
Mas para contar com um modelo de flash eficiente, se
torna necessário entender quais são os tipos de flash dis‐
poníveis no mercado e principalmente qual modelo tende MODELAGEM 3D: PRODUÇÃO DE
a ser uma opção mais agradável e coerente para as situa‐ CROQUIS (GOOGLE SKETCHUP, AUTOCAD,
ções que tende a enfrentar, além das câmeras que possui. BLENDER, PHOTOSHOP) SISTEMA DE
Confira o texto abaixo e conheça alguns tipos de flashes POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS):
para usar. CARACTERÍSTICAS GERAIS, FONTES DE
Existem diferentes tipos de flash disponíveis no mer‐ ERROS, TIPOS DE RECEPTORES, DATUM,
cado que podem proporcionar para a fotografia ou filma‐
gem um efeito mais interessante, ao qual permita explo‐
rar todos os elementos que compõem o ambiente e obter
um resultado promissor perante a foto ou vídeo. No caso, Croquí é: Primeiro esboço de um projeto arquitetô‐
existem opções de flash que podem ser usados de forma nico.  Um croquis (palavra francesa eventualmente apor‐
aleatória, mas também ocorre a possibilidade de encontrar tuguesada como croqui ou traduzida como esboço ou
as opções que são de uso específico, ou no caso os “flash rascunho) costuma se caracterizar como um desenho de
dedicados”, que são desenvolvidos para um determinado arquitetura, moda ou um esboço qualquer.
tipo de câmera. Um croqui, portanto, não exige grande precisão, refi‐
Essa opção é uma das mais completas e que pode ser namento gráfico ou mesmo cuidados com sua preserva‐
capaz de ajudar a encontrar o foco das imagens, além de ção, diferente de desenhos finalizados. Costuma ser reali‐
ser mais ágil no momento de ser ativado. zado em intervalos de tempo relativamente curtos, como
Também é possível citar Flashes a bateria como por períodos de 10 a 15 minutos. O que costuma ser mais im‐
exemplo o Flash a Bateria Godox ex 400, que também é portante no croquis é o registro gráfico de uma ideia ins‐
compatível com diferentes tipos de câmeras. Esse mode‐ tantânea, através de uma técnica de desenho rápida e des‐
lo é composto também por um power pack que permi‐ compromissada.
te ajustar a potência, além de outros acessórios para sua Fonte: http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicio‐
composição. nario/2009/02/o-que-e-croqui/

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
O Google SketchUp é um software gratuito para a cria‐ Alguns conceitos básicos
ção de elementos e cenários em 3D para  Windows e Mac.
Com ele, que é considerado por muitos o lápis do desenho di‐ CAD - A sigla CAD vem do inglês “Computer Aidded
gital, é possível criar modelos de diversos tipos: casas, cidades, Design” que significa Desenho Assistido por Computador.
personagens e o que mais a imaginação permitir. A partir da Na verdade são programas (softwares) para computador
criação de formas em 2D é possível inserir a terceira dimensão específicos para geração de desenhos e projetos.
simplesmente arrastando a forma.
O programa foi desenvolvido especialmente para arquite‐ CAE – “Computer Aidded Enginner” – é uma etapa que
tos, engenheiros civis, desenvolvedores de jogos, produtores realiza em “protótipos”, exercer em desenhos virtuais as
de filmes e demais profissionais que trabalhem com esse ramo. cargas e esforços cuja tal peça vai sofrer em seu trabalho
Com ele também é possível apagar elementos de formas origi‐ ou sua utilização.
nais, como, por exemplo, inserir um quadrado, formar um cubo
e encaixá-lo para formar uma janela. O programa é integrado CAM - A sigla CAM também vem do inglês “Computer
ao Google Earth, o que permite  importar cenários dele para Aidded Manufacturing” que significa Fabricação Assistida
criar sobre o ambiente real. por Computador. Esse é um passo posterior ao CAD, (na
A interface do Google SketchUp não é muito diferente da Mecânica) se caracteriza pela geração de códigos especí‐
estrutura de softwares gráficos, o que facilita para quem está ficos interpretáveis por máquinas operatrizes utilizadas na
familiarizado com eles. Muito mais simples que similares con‐ fabricação de peças.
sagrados no mercado, ele oferece uma alternativa para quem
quer entregar um resultado de qualidade. Além disso, ele pos‐ GIS – (Geografic Information Sistem) Sistema de geo‐
sui um centro de ajuda, vídeos-tutoriais e uma comunidade de processamento – Sistema para processar e gerar imagens
usuários, para que suas dúvidas sejam resolvidas e não haja cartográficas, mapeamento e elaboração de bases carto‐
problema no uso do software. gráficas e bancos de dados.
Características AutoCAD - O AutoCAD é um programa (software),
A área de trabalho do software é personalizável, permitin‐ que se enquadra no conceito de tecnologia CAD e é
do que você a configure com as ferramentas que mais utilizar. utilizado mundialmente para a criação de projetos em
Conforme a função escolhida no menu lateral, o superior irá computador. Na verdade, AutoCAD é o nome de um
mudar oferecendo uma série de ajustes para o recurso. produto, assim como Windows, Office (Word, Excel,...),
Além disso, há uma série de texturas que podem ser usa‐ etc. Existem outros softwares de CAD como MicroSta‐
das para preencher suas figuras, criando assim, uma sensação
tion, VectorWorks, IntelligentCad; para modelamento
de volume: metais, madeiras, tijolos, pedras e outros. Também
tridimensional e paramétricos como Catia, Pro Engineer,
é disponibilizado um recurso de sombra e um catálogo com‐
Solid Works, Solid Edges, etc.
pleto com móveis e complementos para casa, o que o torna
muito atraente para novas experiências em reformas.
Autodesk - Autodesk é o nome da empresa que de‐
Outra ferramenta disponível no programa é o “Follow Me”,
senvolve e comercializa o AutoCAD.
que traz uma fórmula inovadora para criar formas tridimensio‐
nais de superfícies bidimensionais por meio de caminhos de‐
terminados. Para usá-la, é simples: Primeiro você precisa fazer Tela de abertura
uma linha em “L” e, depois, criar um círculo para modelar um Nesta tela nos é solicitado intervir de modo a escolher
cano. Esse mesmo recurso pode ser utilizado como forma de o sistema de medidas a ser trabalhado no AutoCAD. No
arredondar cantos em modelos como móveis, corrimãos e etc. Brasil, é bastante comum o uso do sistema métrico.
Há também um recurso para visualizar sua criação de uma
perspectiva em primeira pessoa. Além disso, o software ainda A tela gráfica 
possui uma ferramenta através do qual você pode olhar dentro Após escolhermos o sistema de medidas, o AutoCAD
do seu modelo, cortando temporariamente partes do design conclui o processo de inicialização e fica disponível para
para isso. as entradas de comandos via teclado ou desenhos por
Fonte: http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/google-s‐ meio do teclado. Antes de prosseguirmos aos comandos
ketchup.html iniciais, é interessante observarmos que após a digitação
de um comando, é imprescindível que a tecla seja pressio‐
AutoCAD é um software do tipo CAD — computer ai‐ nada, para efetivação.
ded design ou projeto assistido por computador — criado
e comercializado pela Autodesk, Inc. desde 1982. É utilizado 2. Comandos iniciais
principalmente para a elaboração de peças de desenho téc‐
nico em duas dimensões (2D) e para criação de modelos tri‐ Line
dimensionais (3D). Além dos desenhos técnicos, o software Acesso por menu: Draw > Line
vem disponibilizando, em suas versões mais recentes, vários Via teclado: Line ou, no modo abreviado, L
recursos para visualização em diversos formatos. É ampla‐ Dado o comando, independente do modo, aparece
mente utilizado em arquitetura, design de interiores, enge‐ no área de comandos “Specify first point” (em Inglês, “Es‐
nharia mecânica e em vários outros ramos da indústria. pecifique primeiro ponto”). Este ponto pode ser definido

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
de várias formas: podemos simplesmente clicar com o bo‐
tão esquerdo do mouse na área gráfica, ou ainda, digitar
a coordenada referente ao ponto exato onde queremos
iniciar a linha. Após especificarmos o primeiro ponto, é so‐
licitado o próximo ponto (“Specify next point”), que pode
ser definido igualmente ao primeiro. E assim o programa
continua solicitando o próximo ponto, até que pressione‐
mos a tecla para finalizar a operação.
Uma utilidade muito importante é o ORTO, que serve
para desenharmos com ângulos de 90° e seus derivados.
A tecla F8 faz ativar / desativar o ORTO.
Caso eu queira selecionar um objeto, podemos pulsar
um clique diretamente sobre ele, ou ainda usar as opções
de quadro de seleção. Quando eu seleciono, da esquerda
para a direita, a área de seleção tem que passar por todo
o objeto para selecioná-lo efetivamente, ao passo que fa‐ Figura 2 – figura a ser reproduzida
zendo o processo da direita para a esquerda, basta que a
área de seleção “toque” em alguma parte do objeto para A fim de facilitar, por exemplo, a construção de uma
que o todo seja selecionado. Caso queira cancelar algum linha que cruze exatamente o centro, é interessante fazer‐
comando, não importante quantos passos tenham sido mos uso da ‘paleta’ “Object snap” (clique com botão direito
em qualquer espaço da barra de ferramentas, e selecione
processados, basta pressionar a tecla .
“Object snap”):
Circle
Acesso por menu: Draw > Circle
Via teclado: Circle ou, no modo abreviado, C
Inicialmente acionado o comando, pede-se um ponto
que é o centro do circulo, que pode ser aleatório ou um
centro determinado. Agora é somente digitar o valor do Figura 3 – barra object snap
raio do nosso circulo. Esta paleta nos permite desenhar com referências. De‐
Opções de circle: vemos explorá-la para que saibamos utilizá-la com destreza.
3P – Desenha círculo através de 3 pontos
2P – Desenha círculo através de 2 pontos Extend
TTR – Desenha círculo tangente a dois objetos sele‐ Acesso por menu: Modify > Extend
cionados e a especificação do raio. Via teclado: Extend ou, no modo abreviado, Ex

Offset Em poucas palavras, podemos dizer que este comando


Acesso por menu: Modify > Offset permite extender uma linha até o encontro de um objeto
Via teclado: Offset ou, no modo abreviado, O por nós especificado.

Uma tradução livre para este comando seria “equi‐ Rectangle


distância”, ou seja, permite que eu faça um objeto similar Acesso por menu: Draw > Rectangle
a um outro, especificando apenas a distância de um ao Via teclado: Rectangle ou, no modo abreviado, Rec
outro. Uma vez escolhido a ferramenta, nos é solicitado
para digitarmos a distância desejada; em seguida, especi‐ Inicialmente o comando pede um ponto, que pode ser
ficamos o objeto que queremos uma cópia equidistante. aleatório ou um ponto determinado. A partir desse ponto
Finalmente, nos é solicitado que cliquemos em qual lado podemos gerar um retângulo por uma diagonal imaginá‐
do objeto (ou interna ou externamente, no caso de obje‐ ria, onde podemos clicar um ponto para gerar um retângu‐
lo aleatório ou inserir uma coordenada.
tos fechados) para que possa ser criada a cópia.
Opções de Rectangle:
Com estes três comandos já podemos criar vários de‐
CHAMFER – Opção de chanfrar todos os cantos do re‐
senhos, desta forma, tentemos criar o simples desenho
tângulo com medidas definidas
abaixo: ELEVATION – Opção de criação de retângulo elevado a
uma medida ao plano 0(zero) 3D
FILLET – Opção de arredondar todos os cantos definin‐
do um raio
THIKENESS – Opção especifica uma “extrusão” do re‐
tângulo em 3D
WIDTH – Opção de definir espessuras de linhas de seu
retângulo

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Arc
Acesso por menu: Draw > Arc
Via teclado: Arc ou, no modo abreviado, A
Resumidamente, este comando permite desenhar ar‐
cos, a partir de 3 pontos ou do centro.

Figura 4 - arco Hatch


Acesso por menu: Draw > Hatch
Via teclado: Hatch ou, no modo abreviado, H

Permite criar hachuras (sombreados) nas figuras. No


modo “user defined” posso especificar o tipo de hachura, o
ângulo de sua inclinação e o espaçamento entre as linhas
de hachuras.
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/informatica/auto‐
cad.htm

Blender é o melhor aplicativo voltado para a realização


de modelagem 3D e criação de jogos. Possui uma diversida‐
de muito grande de ferramentas e recursos para facilitar o
desenvolvimento de modelos 3D e animação de objetos. O
programa se torna completo devido à forte comunidade de
usuários, que por suas vez estão sempre prontos para auxi‐
liar e fornecer novos plugins para aprimorar a experiência da
ferramenta.
Blender  é um popular software de código aberto para
modelagem tridimensional, animação, renderização, pós
-produção, criação interativa e playback. O software tem uma
gama de ferramentas que o torna um dos mais interessantes
da categoria. Este programa é a maior prova de que uma fer‐
ramenta gratuita pode facilmente competir com muitos soft‐
ware pagos, contando com um sistema consistente e repleto
de possibilidades de criação.
Ele pode ser utilizado para criar comerciais de TV, games,
Figura 5 - hatch visualizações técnicas, gráficos de negócios ou design de
A “fluência” em todo processo de aprendizagem é ad‐ interface. A renderização é versátil e extremamente rápida.
quirida com a prática, portanto, pratiquemos: Todos os princípios básicos de animação (curvas e chaves)
estão implementados no programa. Apesar do Blender ser
utilizado por muitos profissionais da área de modelagem 3D,
sua interface organizada e intuitiva permite que até mesmo
para quem não possui muita experiência na área.

Tudooquevocêprecisa
Blender possui todas as principais ferramentas e recursos
essenciais para a composição e renderização tridimensional,
além disso, ele também conta com um método de edição

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
não-linear, capaz de realizar a criação de sequências de qualquer ponto do planeta a qualquer momento. Alguns
animação de forma extremamente eficiente e sem perder receptores super-acurados conseguem chegar, depois de
tempo com inúmeros procedimentos. É possível criar se‐ alguns dias, a uma precisão de até 10 mm utilizando-se de
quências de movimentação através de ferramentas muito técnicas de processamento específicas!
prática e de forma independente, realizando a junção de O GPS, basicamente, funciona com uma constelação de
todas elas quando for necessário. 24 satélites (NAVSTAR) que orbitam a terra duas vezes por
E se você acha que é só isso que o programa pode dia, emitindo sinais de rádio a uma dada frequência para
fazer, está muito enganado. Edições de áudio pode ser receptores localizados na terra, que podem ser até portá‐
realizados sem que você precise de outra ferramenta para teis (como um “palm”).
realizar esta tarefa, tornando a criação dos efeitos sonoros Cada satélite, identificado por um código pseudo-ran‐
muito mais rápida. Se o projeto a ser criado precisa ser dômico (“aparentemente aleatório”) de 1 a 32, emite um
um pouco mais complexo, não deixe de utilizar scripts de sinal que contém o código CA (geral), o código P (de pre‐
programação Python para criar efeitos únicos e deixar o cisão) e uma informação de status (dia, hora, mês) que são
resultado muito mais profissional. recebidos pelo receptor, embora os receptores de uso civil
Fonte: http://www.superdownloads.com.br/down‐ recebam apenas o código CA emitido em uma frequência
load/83/blender/ enquanto que os receptores militares recebem cada código
emitido em duas frequências garantindo maior precisão.
Adobe Photoshop é um programa profissional de edição O que, aliás, junto com a interferência proposital inseri‐
de imagem muito famoso, que funciona em Windows, Mac, da pelo DoD na transmissão para aparelhos civis (Selective
e tem versão para celular (Androd, iPhone e Windows Pho‐ Availability – Disponibilidade Seletiva) e o atraso causado
ne).   Entretando, não existe uma versão para web, ou seja, pelos elétrons livrespresentes na ionosfera (comum a qual‐
não é possível usá-lo online. O editor é pago, porém pode ser quer transmissão de rádio) na transmissão do sinal, fazem
grátis durante 30 dias, para testes de novos usuários. Ele está com que a precisão dos dados seja ainda menor para uso
diponível em português na maior parte das suas versões. civil.
O programa está disponível em diversas versões. Como Já para uso militar o sinal de todos os satélites é emi‐
a maioria dos softwares, ele foi evoluindo e  ganhando  no‐ tido ao mesmo tempo com uma precisão impressionante
vas funções, mas diferente maior parte deles, algumas das garantida devido a um  relógio atômico  (o metrônomo é
versões anteriores continuam disponíveis para download. um átomo) presente em cada satélite e que é o sistema
de medição de tempo mais preciso já criado até hoje. E
Algumas delas são:  Photoshop CS3, Photoshop CS4, Pho‐
os seus receptores não sofrem a interferência da ionosfera
toshop CS5, Photohop CS6, Photoshop CC. Existm também
nem da “Disponibilidade Seletiva”.
versões simplificadas do programa, chamadas de Photoshop
Todas estas interferências na transmissão civil são por
Elements, voltadas para edição e organização do fotografia,
causa da possibilidade deste sistema ser utilizado inade‐
o Photoshop Lightroom e uma versão para celulares, o app
quadamente por terroristas, ou algo parecido. Então, o
Photoshop Express. Na falta de uma versão para web, existe‐
DoD criou uma hierarquia de acesso aos dados onde os
meditores alternativos com funções semelhantes.
“usuários autorizados”, o DoD, recebem dados com preci‐
O software é voltado para profissionais da área de design
são melhor, enquanto que os “usuários não-autorizados”,
gráfico e fotografia, para o aprimoramento de imagens com civis, recebem dados com precisão de 15 a 100 metros.
recursos de alta qualidade, criação de banners, estampas, Fonte: http://www.infoescola.com/cartografia/gps-sis‐
desenhos, logomarcas e outros projetos ligados às artes. O tema-de-posicionamento-global/
conjunto de ferramentas faz do Photoshop uma das melhores
opções, senão a melhor, para edição de imagem. Os usuários
podem aplicar efeitos, filtros e máscaras e transformar sim‐
ples fotografias em obras de alto padrão e nele as imagens SISTEMA DE COORDENADAS: SAD
captadas com câmeras de alta performance podem ser edita‐ 69. WGS 84, SIRGAS. COORDENADAS
das e aperfeiçoadas sem perda da qualidade original. GEOGRÁFICAS: GMS, GRAU DECIMAL E SUAS
Fonte: http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/ TRANSFORMAÇÕES. GOOGLE EARTH.
adobe-photoshop.html

O GPS, de início, era um projeto militar dos EUA cha‐


mado de “NAVSTAR” e que foi criado na década de 1960, O South American Datum (SAD) é o sistema de refe‐
mas que só foi considerado completo em 1995, depois de rência geodésico regional para a América do Sul e define
35 anos de trabalho que custaram 10 bilhões de dólares um formato para a terra para uso na geodésia e em nave‐
aos cofres americanos. gação. Sua orientação é topocêntrica, ou seja, o ponto de
A revolução causada pelo GPS na geografia é com‐ origem e orientação está na superfície terrestre. Em 2000
parável (senão maior) a revolução da descoberta do con‐ foi substituído no Brasil pelo SIRGAS 2000, sendo oficiali‐
tinente americano que ampliou o mundo conhecido até zado através de portaria do IBGE em 2005.
então. Com o GPS é possível estabelecer a posição pratica‐ Fonte: mundogeo.com › Notícias › Geoprocessamento
mente exata, com margem de erro mínima de 1 metro, de e GIS

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
WGS 84 (World Geodetic System)  (aka  WGS Longitude: São as coordenadas geográficas que cortam
1984, EPSG:4326) é uma norma usada em cartografia de a Terra no sentido vertical, também conhecidas como Me‐
origem geocêntrica utilizado pelo  GNSS do DoD, e pelo ridianos. A distância das longitudes varia de 0° a 180°, nos
Sistema de Posicionamento Global - (GPS), definida em sentidos Leste e Oeste. Como padronização internacional,
1984 e cuja última revisão se deu em 2004.[1] É composta adotou-se o Meridiano de Greenwich como ponto de parti‐
por um sistema de coordenadas para a Terra, uma superfí‐ da, a longitude de 0°. Assim, tal meridiano divide a Terra em
cie de referência esferoidal padrão (a base ou elipsóide de Ocidental (a Oeste) e Oriental (a leste). Foi a partir das longi‐
referência) para dados de altitude, e uma superfície gravi‐ tudes que se criaram os fusos horários. Todos os meridianos
tacional equipotencial (o geoide) que define o nível médio se encontram e se cruzam nos polos Norte e Sul.
do mar. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geo-
Fonte: mundogeo.com › Notícias › Geoprocessamento grafia/coordenadas-geograficas.htm
e GIS

O Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas


(SIRGAS) é o novo sistema de referência geodésico para o NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL: INTRODUÇÃO
Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) e para as atividades da À MEDICINA LEGAL: CONCEITO,
Cartografia Brasileira. IMPORTÂNCIA, DIVISÕES, PERÍCIAS E
A mudança foi anunciada nesta semana pelo Instituto PERITOS, DOCUMENTOS MÉDICO‐LEGAIS,
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ELABORAÇÃO DO LAUDO PERICIAL.
No último dia 25, a Resolução do Presidente do IBGE
Nº 1/2005 estabeleceu o Sistema de Referência Geocêntri‐
co para as Américas (SIRGAS) – em sua realização do ano
de 2000 (SIRGAS2000) – como novo sistema de referência
A Medicina Legal é uma ciência de vastas proporções e
geodésico para o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) e para
o Sistema Cartográfico Nacional (SCN). de extraordinárias diversificações. Hoje, mais do que nun‐
“Estas alterações são fruto do decreto Nº 5334/2005, ca, ela se apresenta como uma das ciências de mais alta im‐
assinado em 06 de janeiro de 2005 e publicado no dia se‐ portância e de interesse indiscutível. A Medicina Legal é ex‐
guinte no Diário Oficial da União, que deu nova redação ao tremamente diferente de todas as demais ciências, porque,
artigo 21 do Decreto Nº 89.817 – de 20 de junho de 1984 -, enquanto a maioria apresenta a especialização, a Medicina
que define as Instruções Reguladoras das Normas Técnicas Legal funciona somando, englobando conhecimentos. Por
da Cartografia Nacional”, diz uma carta de Luiz Paulo Sou‐ exemplo, se o perito for elaborar um laudo sobre estupro
to Fortes, coordenador do Projeto Mudança do Referencial vai se valer dos conhecimentos de Ginecologia; se for sobre
Geodésico. a capacidade vai se valer dos conhecimentos de Psiquiatria.
Segundo a resolução Nº 1/2005, se estabelece um pe‐ O Direito, em inúmeras passagens, está alicerçado em
ríodo de transição não superior a dez anos, onde o SIR‐ princípios eminentemente médicos. O simples enunciado
GAS2000 pode ser utilizado em paralelo com o SAD 69 “matar alguém” envolve o diagnóstico de que alguém mor‐
para o SGB e com o SAD 69 e Córrego Alegre para o SCN. reu. Na grande maioria das áreas do direito, estão embuti‐
Fonte: http://mundogeo.com/blog/2005/03/10/sirgas dos os conceitos de medicina.
-e-o-novo-referencial-geodesico-para-as-americas-2/ Assim, a Medicina Legal se torna uma especialidade
médica e Jurídica que utiliza conhecimentos técnico-cien‐
Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que tíficos da Medicina para o esclarecimento de fatos de in‐
cortam o planeta Terra nos sentidos horizontal e vertical, teresse da Justiça. Seu praticante é chamado de médico
servindo para a localização de qualquer ponto na superfície legista ou simplesmente legista.
terrestre.
A distância das coordenadas geográficas são medidas DEFINIÇÃO
em graus, minutos e segundos. Um grau corresponde a 60 A medicina tradicional, objetiva o tratamento e a cura,
minutos, e um minuto corresponde a 60 segundos. é a “Arte de curar”, como definida por Hipócrates. Des‐
Dessa maneira, temos dois tipos de coordenadas geo‐ membrou-se com o decorrer dos tempos e o envolver da
gráficas:
ciência, na Higiene que é a “Arte de Prevenir”.
Latitude: São as linhas que tracejam a Terra no sentido
Em 1575 surgiu, então, novo esplêndido ramo, Medi‐
horizontal, também conhecidas como paralelas. O círculo
cina Legal a “Arte de relatarem juízo” no conceito simplista
máximo da esfera terrestre, na horizontal, é chamado de
de Ambroise Paré.
Equador. O Equador corresponde à latitude 0°, dividindo o
planeta em hemisférios Norte e Sul. As latitudes variam de A ampla abrangência do seu campo de ação e íntimo
0 a 90°, tanto ao Norte quanto ao Sul. A latitude, além de relacionamento entre o pensamento biológico e o pen‐
servir para localização geográfica, é uma variável importan‐ samento jurídico explicam porque até o momento não se
te para estudar os tipos de clima da Terra, pois a incidência definiu, com precisão, a Medicina Legal. Assim os autores
de raios solares no planeta é maior nos lugares com lati‐ têm, ao longo dos anos, intentado inúmeras definições
tudes menores, isto é, mais próximas à linha do Equador. dentre as quais se destacam:

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
- “É a arte de fazer relatórios em juízo”. (Ambrósio Paré). A MEDICINA LEGAL COMO UMA ESPECIALIDADE
- “É a aplicação de conhecimentos médicos aos proble- Divergem os autores sobre o assunto. Há quem afir‐
mas judiciais”. (Nério Rojas). me ser a Medicina Legal especialidade médica. Pensamos
- “É a ciência do médico aplicada aos fins da ciência do que sendo ela um conjunto de conhecimentos médicos,
Direito”. (Buchner) paramédicos e biológicos objetivando servir às ciências ju‐
- “Arte de pôr os conceitos médicos a serviço da adminis- rídicas e sociais, não é especialidade, mas, sim, disciplina
tração da Justiça” (Lacassagne) aplicada que admite especialismos.
- “A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na Hélio Gomes assevera que “não basta um médico ser
elaboração e execução das leis que deles carecem” (Flamínio simplesmente um médico para que se julgue apto a reali‐
Fávero). zar perícias, como não basta a um médico ser simplesmen‐
- “É o estudo do homem são ou doente, vivo ou morto, te médico para que faça intervenções cirúrgicas. Nenhum
somente naquilo que possa formar assunto de questões fo- médico, embora eminente, está apto a ser perito pelo sim‐
rense”. (De Crecchio) ples fato de ser médico. É lhe indispensável educação mé‐
- “É a disciplina que utiliza a totalidade das ciências mé- dico-legal”.
dicas para dar respostas às questões jurídicas”. (Bonnet) A medicina legal não se preocupa apenas com o indi‐
- “É a aplicação dos conhecimentos médico-biológicos víduo enquanto vivo. Alcança-o ainda quando ovo e pode
na elaboração e execução das leis que deles carecem”. (Fla- vasculá-lo na escuridão da sepultura. É muito mais uma
mínio Favero) ciência social do que propriamente um capítulo da Medici‐
- “É o conjunto de conhecimentos médicos e paramédi- na, devido à sua preocupação no estudo das mais diversas
cos, destinados a servir ao Direito e cooperando na elabora- formas do relacionamento humano.
ção, auxiliando na interpretação e colaborando na execução
dos dispositivos legais no seu campo de ação de medicina Relação com outras Ciências
aplicada.” (Hélio Gomes). Para a consecução dos seus misteres, a Medicina Legal
relaciona-se com vários dos ramos do Direito, tais como o
- “É a contribuição da medicina e da tecnologia e ciên- Civil, Penal e ainda Constitucional, do Trabalho, Desportivo,
cias afins às questões do Direito, na elaboração das leis, na etc.
administração judiciária e na consolidação da doutrina” A Medicina Legal na Advocacia, sobretudo na Advo‐
(Genival Veloso de França). cacia Criminal, é de suma importância, já que em muitos
Ou, finalmente: medicina Legal é a ciência e arte extra- casos, há a necessidade de se interpretar laudos, exames,
judicial auxiliar alicerçada em um conjunto de conhecimen- sendo muito importante para o exercício profissional dos
tos médicos, paramédicos e biológicos destinados a defender doutores das leis (advogados e juristas).
os direitos e os interesses dos homens e da sociedade. A Medicina Legal tem íntima relação com as demais
ciências ou conhecimentos, dentro ou fora da medicina,
SINONÍMIA de que se subsidia para agir. Na área médica destacam-se:
Ginecologia, Obstetrícia, Anatomia, Anátomo-patologia,
A Medicina Legal tem recebido denominações várias, Infectologia, Análises Clínicas, Cirurgia, Pediatria, Trauma‐
cada qual revelando as diversas tendências com que ela tologia, Psiquiatria, Pneumologia, Radiologia, Urologia, Clí‐
tem sido encarada em sua finalidade e em sua conceitua‐ nica Geral etc. Na área jurídica temos:
ção. - Direito Civil: paternidade, impedimentos matrimo‐
Para muitos, é uma especialidade médica, embora seja niais, erro essencial, limitadores e modificadores da capaci‐
um corpo próprio de conhecimentos, que reúne o estudo dade civil, gravidez, personalidade civil e direitos do nasci‐
não somente da medicina, como também do Direito, pa‐ turo, comoriência etc.
ramédicos, da Biologia, uma disciplina própria, com espe‐ - Direito Penal: Lesões corporais, sexualidade crimino‐
cializações, que serve mais ao Direito que propriamente à sa, aborto legal e ilícito, infanticídio, homicídio, emoção e
Medicina. paixão, embriaguez etc.
São muitas as designações para se fazer referência à - Direito Constitucional: Dissolubilidade do matrimô‐
Medicina Legal, o que demonstra que ainda não se encon‐ nio, a proteção à infância e a maternidade etc.
trou uma expressão que defina essa ciência e arte a serviço - Direito Processual Civil e Penal: Psicologia da teste‐
dos interesses jurídicos e sociais, satisfatoriamente. munha, da confissão, da acareação do acusado e da vítima,
- Medicina Legal Forense (A. Paré) das perícias etc.
- Questões Médico-Legais (P. Zacchias) - Direito Penitenciário: Psicologia do detento no que
- Medicina Judiciária (Lacassagne) tange a concessão de livramento condicional e a psicosse‐
- Medicina Judiciária ou dos Tribunais (Prunelle) xualidade das prisões etc.
- Medicina Política (Marc) - Direito do Trabalho: Infortunística, Insalubridade,
- Jurisprudência Médica (Alberti) Higiene, as doenças e a prevenção de acidentes profis‐
- Medicina Forense (Sydney Smith) sionais etc.
- Antropologia Forense (Hebenstreit) - Lei das Contravenções Penais: Anúncios de técnicas
O nome consagrado, por menos imperfeito, é Medici‐ anticoncepcionais, da embriaguez e das toxicomanias etc.
na Legal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
A Medicina Legal relaciona-se ainda, intimamente, com (retirada cirúrgica do útero) quando a gestante morresse,
vários outros ramos do direito, a saber: segundo a crença de muitos o nome cesariana dado a his‐
- Direito dos Desportos: Análise as formas de lesões cul‐ terotomia proveio do nascimento de Cesar, devido à apli‐
posas ou dolosas nas disputas desportivas e no aspecto do cação desta lei, porém tal crença foi refutada por estudio‐
“doping”. sos, como Afrânio Peixoto, que afirma que cesariana vem
- Direito Internacional Privado: Ao decidir as questões de coedo→ cortar, e não de Cesar, ou seja, “Cesar vem daí
civis relacionadas ao estrangeiro no Brasil. e não o oposto”.
- Direito Comercial: Ao periciar os bens de consumo e Antístio, médico, examinou as muitas feridas do ca‐
ao atribuir as condições de maternidade para plena capaci‐ dáver de Júlio César e declarou apenas uma delas mortal.
dade civil dos economicamente independentes. Segundo os relatos de Tito Lívio, um médico examinou em
- Direito Canônico: No que se refere entre outras coi‐ praça pública o cadáver de Tarquínio, assassinado e o de
sas, à anulação de casamento. Germânico, suspeito de envenenamento. Assim, os cadá‐
veres eram já examinados, nessa época, por médicos, po‐
Relaciona-se também com a Física, Química, Biologia, rém externamente. As necropsias, por respeito ao cadáver,
Matemática, Toxicologia, Balística, Datiloscopia, Economia, eram proscritas.
Sociologia e com a História Natural.
3) Período Médio ou da Idade Média: Nesse período
Correntes Doutrinárias houve uma contribuição mais direta do médico ao Direito.
Extensiva: Na medicina legal o objeto e o método Esse período foi marcado, pelos capitulares de Carlos Mag‐
eram inovadores não tinha nada igual, era uma ciência au‐ no, que estabelece que os julgamentos devem apoiar-se
tônoma. Dizia-se que somente o legista poderia fazer pe‐ no parecer dos médicos.
rícia. Durante a Idade Média ressalta-se o período carolíngio,
Intermediária: usam-se métodos de todas as áreas da onde diversos exames eram referidos na legislação, desde
medicina. O legista busca a compreensão do fato em sua aqueles que determinavam os ferimentos em batalha, até
totalidade, o como, o quando e o porquê. Sua prioridade que os julgamentos submetiam-se ao crivo médico, prática
primeira é a precisão, ainda que em prejuízo do tempo. que foi suprimida com a adoção do direito germânico.
Restritiva: medicina legal era desnecessária porque Na Baixa Idade Média e Renascença ocorre à interven‐
qualquer médico poderia fazer a perícia. ção do Direito Canônico, e a prova médica retoma paula‐
tinamente sua importância. É na Alemanha que encontra
HISTÓRICO seu verdadeiro berço, com a Constituição do Império Ger‐
mânico, que tornava obrigatória a perícia em casos como
Na Antiguidade já se fazia presente a Medicina Legal, ferimentos, homicídios, aborto, etc.
até então uma arte como a própria Medicina. No Egito, por
exemplo, mulheres grávidas não podiam ser supliciadas 4) Período Canônico: (1200 a 1600 d.C.) Nesse perío‐
(sofrer castigos corporais), o que implicava o seu prévio do foi restabelecido o concurso das perícias médico-legais,
exame. Podemos dividir a história da Medicina Legal em como se depreende da bula do Papa Inocêncio III, em 1219,
cinco principais períodos: Antigo, Romano, Médio ou da que trata dos ferimentos em juízo como revestido de ha‐
Idade Média, Canônico e o Moderno ou Científico. bitualidade. O período Canônico é assinalado pela promul‐
gação do Código Criminal Carolino (de Carlos V). O primei‐
1) Período Antigo: Os povos não possuíam laços so‐ ro documento organizado da Medicina Judiciária.Em 1521
ciais e tinham uma legislação que se inspirava na barbárie foi necropsiado o cadáver do Papa Leão X por suspeita de
das primeiras idades. A legislação de Moisés, o Código de envenenamento.Finalmente, em 1575 surge o primeiro li‐
Hamurabi, as práticas egípcias e os Livros Santos procla‐ vro de Medicina Legal de Ambrósio Paré e a França aclama
mavam a pena do Talião, ou seja, “olho por olho, dente por o autor como o pai da Medicina Forense.
dente”. Havia apenas traços da Medicina Judiciária, relati‐
vos principalmente à virgindade, à violação, ao homicídio, 5) Período Moderno ou Científico: Inicia em 1602, em
às lesões corporais e aos problemas de ordem moral. Neste Palermo na Itália, com a publicação do livro de Fortunato
período, a lei participava da religião. A necropsia e a vi‐ Fidélis.Em 1621, Paulo Zacchias publica o verdadeiro trata‐
vissecção (dissecação de um ser vivo) eram proibidas, por do da disciplina: “Questiones Médico Legales Opus Jurispe-
serem os cadáveres considerados sagrados. Os pontífices ritis Maxime Necessarium Medicis Peritilis”.Desde então a
mais antigos foram na verdade os jurisconsultos. A medici‐ Medicina Legal foi evoluindo em todos os países até atingir
na nessa época era muito mais arte que ciência. a especialização que hoje apresenta apoiando juízes e le‐
gisladores sempre que necessário se faça. No século XIX
2) Período Romano: Os imperadores julgavam muitas a ciência ganha finalmente os foros de autonomia, e sua
coisas relativas ao estado civil e aos problemas de ordem conceituação básica, evoluindo concomitantemente aos
moral. Eles utilizavam principalmente o bom senso no tra‐ expressivos progressos do conhecimento humano, a inven‐
tamento das questões que exigiam o concurso de alguém ção de novos aparelhos e descobertas de novas técnicas e
melhor orientado. Em Roma, antes da reforma de Justinia‐ padrões, cada vez mais precisos e fiéis.
no a Lex Regia de Numa Pompílio prescrevia a histerotomia

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Histórico no Brasil - determinar a relação entre lesões e sequelas (nexo de
causalidade);
A medicina Legal nacional possui admiração e respeito - determinar a relação entre consequências físicas, psi‐
do mundo, conforme ficou patenteado (1985) na perícia cológicas e sociais;
de determinação da identidade por especialistas do IML - esclarecer sobre a forma como as lesões e trauma‐
(Instituto Médico Legal) de São Paulo e da UNICAMP, do tismos podem afetar de maneira particular o desenvolvi‐
carrasco nazista Joseph Mengele, conhecido pelos prisio‐ mento físico e psicológico das crianças e jovens ou a in‐
neiros de Auschwitz como o “anjo da morte”. dependência e autonomia de uma pessoa, particularmente
- 1ª Fase: Estrangeira: Na época colonial, a Medicina no caso das pessoas idosas;
Legal Nacional foi decisivamente influenciada pelos fran‐ - identificar e despistar vítimas potenciais;
ceses e, em menor escala pelos italianos e alemães. A base - articular-se com os profissionais das outras ciências
primordial nesta fase era a Toxicologia.
forenses para melhor esclarecer e estudar os casos (ex:
- 2ª Fase: Agostinho de Souza Lima:1877 começa o en‐
identificar vestígios encontrados num corpo através de es‐
sino prático da Medicina Legal, havendo tentativas de in‐
terpretação dos fatos à luz das leis brasileiras. tudos de DNA, determinar a alcoolemia ou concentração
- 3ª Fase: Nacionalização: Começa com Nina Rodrigues de outras drogas numa morte suspeita, estudar uma bala
que criou uma escola original na Bahia e que se seguiriam numa suspeita de homicídio);
outras escolas no Rio de Janeiro, São Paulo, etc., onde sur‐ - conhecer e colaborar nos procedimentos seguidos na
giram vários nomes entre os quais destacamos Afrânio investigação de crimes contra pessoas;
Peixoto, Flamínio Fávero, Hilário Veiga de Carvalho, Hélio - trabalhar em conjunto com os serviços médicos em
Gomes, Sampaio Dória etc. geral e outros serviços de apoio a vítimas, tendo em vista
orientar o seu tratamento e reintegração/reinserção;
Importância - compreender e atender às questões éticas e legais
levantadas pela prática médico-legal;
A importância da medicina legal resulta da própria gra‐ - apresentar de forma clara, ao sistema de justiça, o
vidade dos interesses que lhe são conferidos; não é exage‐ resultado das perícias efetuadas, através de relatórios mé‐
ro dizer que a honra e a liberdade e até a vida dos cidadãos dico-legais objetivos e bem sistematizados.
pode depender de suas decisões. Diz o professor Genival
Veloso, ela não se preocupa apenas com o indivíduo en‐ O objetivo geral da medicina legal é contribuir para au‐
quanto vivo. Alcança-o ainda quando ovo e pode vasculhá xiliar o direito na aplicação da justiça, através da prestação
-lo na escuridão da sepultura.
de serviços. Além deste papel assistencial inclui, também,
Sua eficiência está bem caracterizada na sua definição;
uma vertente ligada à investigação e ao ensino e formação
contribuir do ponto de vista médico para a elaboração, in‐
terpretação e aplicação das leis. profissional, tendo em vista uma cada vez melhor articu‐
O estudo da Medicina Legal é de real importância tanto lação transdisciplinar no melhor interesse das vítimas de
para os operadores do direito quanto para os médicos. Os violência, bem como a prevenção da violência e promoção
primeiros devem ter conhecimento da matéria para princi‐ de estratégias de segurança.
palmente, saberem pedir, formular os quesitos duvidosos Nesta última perspectiva e no domínio específico da
e, muito mais, saberem interpretar os laudos periciais, isto violência, a medicina legal engloba um leque de perspecti‐
é, aquilo que o médico respondeu. Para os médicos bastam vas sobre as consequências pessoais da violência, que po‐
conhecimentos mínimos básicos, doutrinários, não neces‐ demos resumir em quatro áreas:
sitam saber técnicas e métodos complicados que só inte‐ - as lesões mortais e não mortais, relativamente às cau‐
ressam aos peritos, analistas, toxicólogos, sexologistas, etc. sas, mecanismo e tipos;
A Medicina Legal é uma especialidade pluralista, por - o impacto das consequências físicas, psicológicas e
que aplica o conhecimento de diversos ramos da medicina sociais nos sobreviventes;
as necessidades do direito. Mas é ciência e arte ao mes‐ - o contexto legal em que o dano resultante se orga‐
mo tempo. É ciência porque coordena e sistematiza verda‐ niza e resolve;
des gerais em um conjunto ordenado e doutrinário; é arte - as intervenções tendo em vista gerir o impacto pes‐
porque aplica técnicas, métodos e táticas, que resultam na soal de uma situação de violência.
missão prática requerida, isto é, esclarecer a verdade.
Relativamente à medicina forense, ou seja, àquela mais
Deste modo, a medicina legal pode contribuir, ainda
estritamente ligada à medicina, espera-seque os seus pro‐
fissionais sejam capazes de: relativamente às questões da violência, para:
- selecionar, preservar, colher e acondicionar vestígios; a) melhorar a compreensão sobre o fenômeno:
- identificar e caracterizar lesões físicas, psicológicas e - definindo a problemática (magnitude, âmbito e ca‐
sociais (frequência, causas que incluem a etiologia social, racterísticas);
mecanismos e tipos) e proceder à sua interpretação; - identificando os fatores de risco e de proteção;
- identificar, caracterizar e avaliar as consequências - colaborando na programação e implementação de
permanentes dessas lesões (sequelas no corpo, capacida‐ intervenções para prevenir o problema;
des, subjetividade e situações da vida diária);

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
b) encontrar respostas para o mesmo: - Traumatologia forense: Estudo das lesões e suas causas;
- procurando estabelecer linhas de orientação e canais - Asfixiologia forense: analisa as formas acidentais ou
de comunicação para uma abordagem transdisciplinar das criminosas, homicídios e autocídios, das asfixias, sob o
questões (uma rede de profissionais que inclui pessoal da prisma médico e jurídico (esganadura, estrangulamento,
saúde, da educação, das polícias, do serviço social e do afogamento, soterramento, etc.) Marcas de França, encon‐
direito); tradas na esganadura, representadas pela rotura da túnica
- prevenindo a re-vitimização; interna infiltradas por sangue na carótida comum, perto da
- treinando e sensibilizando profissionais para traba‐ bifurcação, em forma de meia-lua com concavidade volta‐
lhar estas questões de forma adequada. da para dentro ou de forma atípica;
- Sexologia forense: Trata da Erotologia, Himenologia e
A atividade pericial está regulada nos artigos 151º a Obstetrícia forense, analisando a sexualidade em seu trípli‐
170º do Código do Processo Penal. ce aspecto quanto aos efeitos sociais: normalidade, patoló‐
Um exame constitui uma observação, cientificamente gico e criminológico;
efetuada, que pode constituir um meio de prova. - Tanatologia: Estudo da morte e do morto;
Uma perícia é uma atividade de interpretação de fatos - Toxicologia: Estudo das substâncias cáusticas, vene‐
a provar (pode incluir a atividade de observação - exame) nosas e tóxicas, efeitos das mesmas nos organismos. Cons‐
que, constituindo um meio de prova, é efetuada por um titui especialidade própria da Medicina, dada sua evolução.
profissional especialmente habilitado para tal. - Psicologia e Psiquiatria forenses: Estudo da vontade,
A prova pericial apresenta-se sob a forma de um re‐ das doenças mentais. Graças a elas determina-se a vonta‐
latório onde se descreve o resultado do ou dos exames de, as capacidades civil e penal;
efetuados e se interpreta esses resultados, elaborando-se - Polícia científica: atua na investigação criminal.
uma conclusão devidamente fundamentada. O relatório - Criminologia: estudo da gênese e desenvolvimento
deverá obedecer a normas específicas de maneira a sa‐ do crime;
tisfazer cabalmente os objetivos a que se destina depen‐ - Vitimologia: estudo da participação da vítima nos cri‐
dendo, tal, do âmbito do direito em que tem lugar. Deve mes;
apresentar uma descrição clara, objetiva, pormenorizada - Infortunística: estudo das circunstâncias que afetam o
e sistematizada das observações feitas e a indicação das trabalho, como seus acidentes, doenças profissionais, etc.
fontes da informação; os conceitos usados devem ser - Química forense: estudo de materiais como tintura,
definidos e os tempos verbais adequados à realidade do
vidros, solos, metais, plásticos, explosivos e derivados do
caso e rigor das informações; a medida e interpretação
petróleo.
do dano deve ser isenta e imparcial, identificando-se os
tipos/métodos de instrumentos utilizados (ex: escalas, ta‐
Entretanto, grandes mudanças se operaram no último
belas).
século na nossa sociedade, vindo alterar a abrangência da
A função do perito é saber dar resposta ao objeti‐
medicina legal e restantes ciências forenses, nomeadamen‐
vo da perícia, de forma imparcial e objetiva, e traduzir a
te no que se refere ao seu papel social. Entre estas mudan‐
sua complexidade por palavras simples para que juristas
ças destacam-se:
e outros profissionais a possam apreciar sobre bases con‐
- o aumento da violência voluntária (agressões, crimes
cretas, de modo a que a decisão judicial seja adequada.
É ele o responsável pela elaboração do relatório pericial sexuais, etc.) e involuntária (acidentes) que está na origem
(no qual deverá integrar as eventuais opiniões de outros de inúmeras situações simultaneamente médicas e legais;
especialistas). - o desenvolvimento da ciência médica, quer em nível
Pensar numa metodologia de exame e relatório peri‐ dos cuidados de emergência (o que permite, cada vez mais,
cial implica equacionar questões como: a sobrevida de pessoas à custa de sequelas graves), quer a
- o objeto da perícia; nível tecnológico (o que obriga a repensar, em cada dia, a
- a linguagem e conceitos usados, bem como a nomi‐ melhor solução para a readaptação e reintegração dessas
na anatômica; pessoas);
- as normas e os modelos de relatórios periciais (vi‐ - a noção mais abrangente de saúde e do papel social
sando reduzir as disparidades na apreciação pericial, por do médico e da medicina, registando-se alterações impor‐
vezes na origem de situações de injustiça social). tantes no âmbito da reinserção social e dos modelos de
atuação;
DIVISÃO - o posicionamento do direito e da lei face à tomada de
Na variada temática objeto da Medicina Legal, pode- consciência sobre os direitos humanos;
se traduzir sua divisão, da seguinte forma: - o alargamento dos cuidados de saúde a toda a popu‐
- Antropologia forense: Procede ao estudo da identi‐ lação e a extensão desses cuidados não só às ações assis‐
dade e identificação, como a datiloscopia, papiloscopia, tenciais curativas ou paliativas mas, também, às ações de
iridologia, exame de DNA, etc., estabelecendo critérios prevenção da violência, surgindo a necessidade de desen‐
para a determinação indubitável e individualizada da iden‐ volver programas de prevenção fundamentado sem estu‐
tidade de um esqueleto; dos, cientificamente aprofundados, sobre este fenômeno.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Estes e outros fatos têm levado a que os médicos, bem De uma forma genérica, a medicina legal compreende
como outros profissionais, sobretudo das ciências biológi‐ as seguintes áreas:
cas, sejam, cada vez mais, chamados a examinar e a pro‐
nunciar-se sobre situações variadas e por vezes de grande a) Medicina forense
complexidade, relacionadas com questões de direito, seja - tanatologia forense;
do âmbito penal, civil, do trabalho, administrativo ou da fa‐ - clínica médico-legal;
mília e menores. Estas situações podem incluir, por exem‐ - psiquiatria forense;
plo, o estudo de casos mortais ou não mortais de situações b) Outras ciências forenses
de violência(colheita de vestígios; diagnóstico diferencial - toxicologia forense;
entre uma etiologia criminosa, acidental ou natural; defini‐ - genética e biologia forense;
ção das consequências temporárias e permanentes para a - anatomia-patológica forense;
vítima de um traumatismo), a avaliação do estado de tóxico - psicologia forense;
dependência, a determinação do sexo, a identificação de - criminalística;
corpos ou restos cadavéricos, a determinação da imputabi‐ - antropologia forense;
lidade, o estudo da filiação, a pesquisa de drogas de abuso - odontologia forense; etc.
ou outros tóxicos em amostras biológicas, etc.
Esta complexidade e variedade de temas levou à ne‐ A ORGANIZAÇÃO MÉDICO-LEGAL
cessidade de considerar a medicina legal como uma espe‐
cialidade, capaz de formar e habilitar profissionais para o As Polícias Científicas são órgãos da administração pú‐
cumprimento de tarefas que exigem, além de conhecimen‐ blica presentes em grande parte dos estados brasileiros. A
tos e capacidades técnicas muito específicas, um grande função da Polícia Científica é, de modo geral, coordenar as
rigor científico, uma atualização permanente e uma eleva‐ atividades do Instituto de Criminalística (IC), Instituto Mé‐
da capacidade de isenção e imparcialidade, de forma a não dico-Legal (IML) e, na maioria das vezes, do Instituto de
colocar em risco o interesse público, os direitos individuais Identificação (II) da unidade da federação à qual faz parte.
e, portanto, a justiça. As Polícias Científicas estão subordinadas diretamen‐
De fato, o efeito dos pareceres médico-legais a nível te às Secretarias de Segurança Pública (ou órgãos equiva‐
do sistema judicial não pode ser menosprezado, podendo lentes - salvo em alguns estados onde permanecem como
eles significar a diferença entre uma sentença de inocência integrantes da estrutura da Polícia Civil), trabalhando em
ou culpa(punindo inocentes e deixando criminosos incó‐ estreita cooperação com as Polícias Civil e Militar. São di‐
lumes), entre uma indenização adequada ou uma injusta‐ rigidas por Chefes de Polícia Científica, cargo privativo de
mente atribuída. policiais especializados com autoridade científica em de‐
Assim, até há pouco definida como a ciência que aplica terminada área, denominados Peritos Criminais, Peritos Pa‐
os conhecimentos médicos e biológicos à resolução das piloscopistas ou Perito Médico-legal.
questões de direito, a medicina legal confronta-se, atual‐ A Polícia Científica é especializada em produzir a prova
mente, com as exigências cada vez mais complexas relati‐ técnica (ou prova pericial), por meio da análise científica
vamente à atividade probatória científica. de vestígios produzidos e deixados durante a prática de
Trata-se de uma ciência em constante expansão, o que delitos. Ela também edita normas, ações conjuntas e imple‐
implica que as suas matérias e métodos se adaptem às no‐ menta políticas de atendimento à população.
vas tecnologias, às descobertas científicas e, também, às
mudanças sociais e do direito. O seu posicionamento pri‐ Compete às Polícias Científicas, essencialmente:
vilegiado entre as ciências biológicas e o direito, confere a A realização das perícias médico-legais e criminalísti‐
esta ciência uma perspectiva transdisciplinar e interinstitu‐ cas;
cional fundamental para a resolução de questões cada vez Os serviços de identificação;
mais complexas que tocam a pessoa, enquanto cidadão, em O desenvolvimento de estudos e pesquisas em sua
todos os domínios do seu ser. Assim, no seu quotidiano, faz área de atuação.
apelo às ciências e tecnologias não médicas, incluindo as Antes da criação das Polícias Científicas (com data
ciências sociais. Ao mesmo tempo, deve preocupar-se com variando em cada estado), as perícias criminais ficavam à
a assistência medica-sócio-jurídica para assegurar não só a cargo das Polícias Civis, razão pela qual determinados es‐
garantia de certos princípios, mas também, a melhor apli‐ tados da federação ainda possuem seus Departamentos
cação das normas do direito relativamente à normalidade Técnico-Científicos vinculados às suas respectivas Polícias
das relações sociais e à proteção dos direitos individuais e Judiciárias.
coletivos, tendo em conta a integração do cidadão no seu
meio social. Autonomia das Polícias Científicas
Desta forma, considera-se que compete à medicina le‐ Certos juristas consideram as Polícias Científicas ape‐
gal, como ciência social, não só o diagnóstico do caso, mas nas como unidades administrativas das Secretarias de Se‐
também, a contribuição, através da perícia, para a “tera‐ gurança Pública a que está subordinadas, não podendo
pêutica” das situações e, sobretudo, para a sua prevenção estas serem caracterizadas como instituições policiais au‐
e reabilitação/reintegração/reinserção. tônomas, em decorrência de não terem sido citadas no art.
144 da Constituição Federal atualmente vigente. Porém,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
importantes pareceres jurídicos elaborados por especialis‐ ofertar a três instituições (Ministério Público, Polícias Civis e
tas como Paulo Brossard, Rogério Lauria Tucci e René Ariel Poder Judiciário) todos os elementos de fato esclarecedo‐
Dotti, além do parecer da assessoria jurídica do Senado res das circunstâncias e, se possível, a autoria do delito que
Federal, consideram o artigo 144 da Constituição Federal a Polícia Civil e o MP estão apurando.
como mero preceito enunciativo (exemplificativo), não ta‐ Atualmente, inclusive, tramita um Projeto de Lei do Se‐
xativo. Logo, o fato de não haver ali listada a instituição nado, a fim de estabelecer a autonomia da Polícia Técnica
Polícia Científica ou denominação equivalente, não inibe como regra geral abrangendo todos os estados brasileiros,
constitucionalmente a sua estruturação autônoma. tendo como base o fato da maioria dos estados da fede‐
“A verdade é que a enumeração do art. 144 não es‐ ração já possuir suas Polícias Científicas desvinculadas das
gota a matéria policial. O equívoco resulta do fato de as Polícias Civis, além do disposto no art. 24, XVI, da Constitui‐
Constituições anteriores a 88 não conterem artigo que ção Federal, que confere competência à União para estabe‐
dispusesse a respeito de polícia. Pretender, como a ADIN lecer regras gerais sobre organização, garantias, direitos e
2575-8 pretende, que toda a função policial esteja cir‐ deveres das Polícias Civis.
cunscrita ao traçado no art. 144 da Constituição, como se Por isto, entende-se, à luz da CF, que a função dos Peri‐
fosse um círculo de ferro, não tem como sustentar-se à tos Oficiais deve ser autônoma e independente. Não pode
luz da doutrina, da diuturna experiência jurídica e da prá‐ submeter-se, nem sofrer qualquer influência seja do MP,
tica quotidiana da administração. Com efeito, o fato de a seja das PCs, seja da Advocacia. Entendo, pois, como tam‐
polícia judiciária ser conferida à polícia civil, não significa bém entendeu Paulo Brossard, que a instituição dos Peritos
que essa atribuição, aliás, tradicional, esgote as funções Oficiais não está subordinada às Polícias Civis, mas, como
policiais” (Paulo Brossard). instituição complementar, fornece subsídios de extrema
relevância para a ação direta tanto das PCs, como do MP.
Argumentos Positivos para a Criação das Polícias Instituto de Criminalística
Científicas Aos Institutos de Criminalística, dirigidos por Peritos
O trabalho das Polícias Técnico-Científicas se impõe, Criminais, compete a realização de exames periciais, pes‐
cada vez mais, como instrumento fundamental na elu‐ quisas e experiências no campo da Criminalística (infor‐
cidação de delitos e no esclarecimento de fatos sob in‐ mática, engenharia, reconstituições, balística, documen‐
vestigação do Poder Público. Todavia, para que possam toscopia, disparo, ambiental, fonética etc.), levantamentos
atuar com a eficiência e a efetividade necessárias, é preci‐ topofotográficos e sinistros envolvendo patrimônio públi‐
so que todas as Polícias Técnico-científica sejam dotadas co. Têm por atribuição auxiliar a Justiça, fornecendo provas
de autonomia funcional e administrativa, o que ainda não técnicas sobre locais, coisas, objetos, instrumentos e pes‐
ocorre, face a subordinação às Secretarias de Segurança soas, para a instrução de processos criminais.
ou às Polícias Civis.
A perícia é vital para a persecução penal. Os Institutos Instituto Médico Legal
de Criminalística, Institutos de Identificação e os Institutos O Instituto Médico Legal, mais conhecido pela sua sigla
Médico Legal devem ser constituídos e organizados de IML, é um instituto brasileiro responsável pelas necropsias
forma autônoma, de tal modo que toda a ingerência nos e laudos-cadavéricos para Polícias Científicas de um de‐
laudos produzidos seja neutralizada. Na maioria dos Esta‐ terminado Estado na área de Medicina Legal. É um órgão
dos, os órgãos de perícia estão sucateados, desprovidos público subordinado à Secretaria de Estado da Segurança
de equipamentos modernos, treinamento especializado e Pública.
distante da comunidade científica. Eles devem, em curto Conhecido também em alguns outros estados como
prazo, estar organizados em carreira própria. Departamento Médico Legal, ou DML, por ser, este órgão,
A modernização da Polícia Científica segue uma ten‐ vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública
dência nacional, já consagrada em 18 Estados da Federa‐ através da Superintendência de Polícia Técnica Científica.
ção. A reforma institucional na Polícia Civil, por intermédio As atribuições são as mesmas. E mais: não é uma institui‐
da transformação de cada uma de suas unidades opera‐ ção responsável apenas pelas necropsias, como muitos
cionais e da introdução de novo modelo gerencial, será pensam. Nos IML´s ou DML´s são realizados, além das
insuficiente se todo o campo da Polícia Técnica ou Perícia autópsias, vários outros exames de corpo de delito e de‐
permanecer abandonado. Sem o trabalho dos peritos, a in‐ mais perícias como: exame de lesões corporais, exame de
vestigação policial fica restrita à coleta de depoimentos e constatação de embriaguez ou intoxicação por substância
ao concurso de informantes, limitando suas possibilidades de qualquer natureza, exame de constatação de violência
e tornando perigosamente decisivos os interrogatórios dos sexual, exame de sanidade mental, exame de constatação
suspeitos. No tempo de hackers, de criminosos organiza‐ de idade, exame de constatação de doença sexualmente
dos com armamentos poderosos e equipamentos sofisti‐ transmissível, e todas as demais perícias que interessem
cados, é indispensável dotar a polícia do apoio científico e à Justiça e que demandem a opinião de especialistas em
técnico mais avançado possível. Medicina Legal.
Por desenvolver um trabalho científico, técnico e im‐ No Estado do Rio Grande do Sul o Departamento Mé‐
parcial, a Polícia Científica não pode estar subordinada a dico Legal (DML) está subordinado ao Instituto Geral de
quaisquer tipos de pressão ou interpretação subjetiva que Perícias (IGP) que está subordinado à Secretaria de Segu‐
movem as Polícias Civis e o Ministério Público. Sua função é rança Pública.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Instituto de Identificação -Toxicologistas
Aos Institutos de Identificação compete processar a Toxicologista: Maranhão, Paraná
identificação civil, criminal, post-mortem e elaborar e ex‐ Perito Químico-Toxicologista: Rio Grande do Sul
pedir as carteiras de identidade através de pesquisa e con‐ Perito Bioquímico Toxicologista: Espírito Santo
fronto papiloscópico. São institutos responsáveis pelos es‐ Perito Químico-Legista: Santa Catarina
tudos e aperfeiçoamento da identificação humana através Perito Químico-Forense: Rio Grande do Sul
das ciências papiloscópica e da representação facial-hu‐ Químico Legal: Paraná
mana (retrato falado). Geralmente concentram estudos na Perito Oficial Químico Legal: Paraíba
área da Papiloscopia, armazenando toda a base civil e cri‐ Perito Criminalístico Químico: Rio Grande do Sul
minal de impressões digitais dos estados além de emissão Farmacêutico Legista: Maranhão
de antecedentes criminais da federação a qual está vincula‐
do. Quando vinculados à estrutura das Polícias Científicas, - Papiloscopistas Policiais
os Institutos de Identificação são dirigidos por um Perito Papiloscopista: Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo,
Papiloscopista. Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Ser‐
gipe, Tocantins
Cargos Vinculados à Polícia Científica Papiloscopista Policial: Distrito Federal, Goiás, Rio de
Quando da criação das Polícias Científicas, diversas Janeiro, São Paulo
carreiras pertencentes aos quadros das Polícias Civis foram Papiloscopista Policial Federal: Polícia Federal
transferidas para as Polícias Científicas. A seguir estão des‐ Perito Papiloscopista: Amazonas, Mato Grosso do Sul,
critos os cargos e os estados que possuem tal denomina‐ Roraima, Pernambuco
ção: Perito Papiloscopista Policial: Piauí
Auxiliar de Papiloscopista Policial: São Paulo
ESPECIALISTAS POLICIAIS: Datiloscopista: Amazonas
- Peritos Criminais Datiloscopista Policial: Rondônia
Perito Papiloscópico: Espírito Santo
Perito Criminal: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá,
Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas
DEMAIS POLICIAIS TÉCNICOS
Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Pernam‐
- Auxiliares de Perito Criminal
buco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
Auxiliar de Perícia: Ceará, Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul,
Auxiliar de Perito: Amazonas, Amapá, Pernambuco
Santa Catarina, São Paulo, Tocantins.
Auxiliar de Perito Criminal: Acre, Roraima
Perito Oficial Criminal: Paraíba, Amapá
Auxiliar Técnico de Perícia: Pará
Perito Criminal Especial: Espírito Santo Auxiliar Criminalístico: Santa Catarina
Perito Criminal Federal: Polícia Federal Auxiliar de Laboratório Criminalístico: Goiás
Perito Criminalístico: Maranhão, Rio Grande do Sul, Auxiliar de Laboratório: Santa Catarina
Sergipe Técnico em Perícia: Paraíba,Amapá
Perito Criminalístico Engenheiro: Rio Grande do Sul Agente de Polícia Científica: Mato Grosso do Sul
Agente de Criminalística: Rondônia
- Médicos Legistas Perito Criminal Auxiliar: Ceará
Médico Legista: Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mara‐ Perito Criminalístico Auxiliar: Maranhão
nhão, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Perito Criminal II: Mato Grosso
Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo, Tocantins Perito Policial de Local: Alagoas
Perito Médico Legista: Bahia, Distrito Federal, Mato Perito Técnico de Polícia: Bahia
Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina - Auxiliares de Médico Legista
Perito Legista: Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro Auxiliar de Necropsia: Acre, Alagoas, Roraima, São Paulo
Perito Médico Legal: Acre, Alagoas, Piauí, Sergipe Auxiliar de Anatomia e Necropsia: Paraná
Perito Oficial Médico-Legal: Paraíba Auxiliar Policial de Necrópsia: Rio de Janeiro
Psiquiatra Legal: Rondônia Auxiliar de Autópsia: Goiás, Tocantins
Auxiliar Médico-Legal: Santa Catarina
- Peritos Odonto-Legistas Auxiliar de Perícia Médico–Legal: Espírito Santo, Ma‐
Perito Odonto-Legista: Amazonas, Mato Grosso do Sul, ranhão
Mato Grosso, Rio Grande do Sul Auxiliar de Legista: Pernambuco
Perito Odonto-Legal: Alagoas, Bahia, Piauí, Sergipe, Auxiliar de Perícias: Rio Grande do Sul
Amapá Técnico em Necropsia: Mato Grosso, Rondônia
Perito Oficial Odonto-Legal: Paraíba Técnico Policial de Necrópsia: Rio de Janeiro
Odonto-Legista: Goiás, Roraima Agente Técnico de Necropsia: Sergipe
Odontólogo Legista: Maranhão Agente Técnico em Radiologia Médica: Sergipe
Odontólogo Legal: Rondônia Necrotomista: Paraíba
Atendente de Necrotério Policial: São Paulo

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
- Desenhistas Criminalísticos nal além daquela estrita e necessariamente estabelecida no
Desenhista Criminalístico: Goiás Código de Processo Penal, onde determina-se que o Perito
Desenhista Técnico-Pericial: São Paulo fará os exames conforme o requisitado pelas autoridade
policial ou judiciária. Segundo postulam, extrapolar os con‐
- Fotógrafos Criminalísticos ceitos da subordinação necessária pode levar a se estabe‐
Fotógrafo Criminalístico: Goiás, Rio Grande do Sul lecer situações de dependência que possam comprometer
Fotógrafo Criminal: Espírito Santo a imparcialidade dos exames periciais, haja vista a possi‐
Fotógrafo Técnico-Pericial: São Paulo bilidade inafastável de coerção administrativa ou assédio
Fotógrafo Policial: Alagoas moral, ainda que de forma velada, por parte de superiores
Agente Técnico de Fotografia Criminalística: Sergipe hierárquicos, sendo necessário assegurar, acima de qual‐
quer coisa, a subordinação do perito à correção técnica e
Autonomia hierárquica a busca pela verdade material, por meio de sua autonomia
Como consequência dos protestos, bem como da su‐ técnica, administrativa e funcional.
pracitada valorização das carreiras envolvidas na perícia Seja ou não o órgão pericial pertencente aos quadros
criminal, muitos Estados separaram a estrutura dos Insti‐ policiais civis, deve-se observar que a autonomia pericial
tutos de Perícias e de Criminalística das Polícias Civis, re‐ não faz com que a prova pericial seja inatacável e tampou‐
sultando na autonomia administrativa, técnica e funcional. co isso lhe afasta a possibilidade de contraditório, uma vez
Em grande parte dos Estados da Federação, o Perito que, às partes será assegurada a indicação de assistentes
Criminal continua integrando uma das várias carreiras exis‐ técnicos, e ao Magistrado é assegurado o poder de deci‐
tentes nas Polícias Civis, as quais, por força constitucional, são, não ficando o Magistrado adstrito ao laudo do Perito,
são dirigidas, exclusivamente, pelos Delegados de Polícia conforme Art. 182 do Código de Processo Penal:
de carreira. Esse quadro tem mudado nas últimas décadas, Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
onde diversos estados da federação tem se movimentado aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
para prover a autonomia pericial. Atualmente os seguintes Dessa forma, o próprio código de processo penal, dei‐
Estados possuem organismos periciais desvinculados da xa clara as relações de independência técnica e funcional
polícia civil:AL - Centro de Perícias Forenses (CPFOR); AP que deve existir entre o Perito Oficial e a Autoridade Po‐
- Polícia Técnico-Científica (POLITEC); BA - Departamento licial, pois estabelece que cabe ao juiz (e somente a este),
rejeitar, no todo ou em parte, o Laudo produzido.
de Polícia Técnica (DPT); CE - Perícia Forense do Ceará (PE‐
Para fins de concurso público, o médico-legista obriga-
FOCE); ES - Superintendência de Polícia Técnico-Científica
toriamente é a um profissional da área médica. Já o perito
(SPTC); GO - Superintendência de Polícia Técnico-Científi‐
criminal ou forense pode ter formação não só na área mé‐
ca; MS - Coordenadoria-Geral de Perícias (CGP); MT - Su‐
dica como em qualquer outra, como física, química, mate‐
perintendência de Perícia Oficial e Identificação Técnica
mática, biológica, psicológica e etc.
(POLITEC); PA - Centro de Perícias Científicas (CPC); PB -
Em alguns Estados, são integrantes da carreira policial.
Instituto de Polícia Científica (IPC); PE - Gerência Geral da
Em São Paulo, com a criação da Superintendência da Poli‐
Polícia Científica (GGPOC); PR - Polícia Científica; RN - Insti‐ cia Técnico-Científica, passaram a integrar uma instituição
tuto Técnico-Científico de Polícia (ITEP); RS - Instituto Geral policial, mas autônoma da Polícia Judiciária ou Civil e da
de Perícias (IGP); SC - Instituto Geral de Perícias (IGP); SE Polícia Militar. A Superintendência da Policia técnico-cien‐
- Coordenadoria Geral de Perícias (COGERP); SP - Superin‐ tífica é órgão subordinado à Secretaria de Segurança Pú‐
tendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC); TO - Supe‐ blica. Muitos Estados da Federação ainda mantém a Polícia
rintendência da Polícia Técnico-Cientifica. Científica na organização da Polícia Judiciária.
Essa é uma tendência que claramente busca assegurar “O dever de todo perito é dizer a verdade; no entan-
a autonomia pericial, tornando-a independente da poten‐ to, para isso é necessário: primeiro saber encontrá-la e,
cial ingerência da autoridade policial, o que poderia ocor‐ depois querer dizê-la. O primeiro é um problema cientí-
rer em casos onde o perito deva examinar vestígios rela‐ fico, o segundo um problema moral”. (Nerio Rojas)
cionados a eventuais abusos de autoridade, uma situação
possível principalmente em crimes relacionados à afronta Decálogo Médico-Legal
aos direitos humanos. Essa tendência de desvinculação vai
ao encontro do estabelecido no DECRETO Nº 7.037, DE 21 A) O perito deve atuar com a ciência do médico a vera‐
DE DEZEMBRO DE 2009, que aprova o Programa Nacional cidade do testemunho e a equanimidade do juiz.
de Direitos Humanos, e que prevê como um de seus ob‐ B) É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos.
jetivos estratégicos, no âmbito do Ministério da Justiça, a C) A exceção pode ter tanto valor quanto a regra.
proposição de projeto de lei para proporcionar autonomia D) Desconfiar dos sinais patognomônicos.
administrativa e funcional dos órgãos periciais federais. E) Deve-se seguir o método cartesiano.
As associações de classe dos Peritos Criminais ressal‐ F) Não confiar na memória.
tam que tal movimentação decorre da inexistência no or‐ G) Uma autópsia não se pode refazer.
denamento jurídico de uma necessária subordinação admi‐ H) Pensar com claridade para escrever com precisão.
nistrativa do perito à autoridade requisitante dos exames I) A arte das conclusões consiste na medida.
(podendo ser ela o juiz, o delegado de polícia ou o minis‐ J) A vantagem da medicina legal está em não formar
tério público), tampouco de qualquer subordinação funcio‐ uma inteligência exclusiva e estritamente especializada.

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
estuda os traumas, lesões, instrumentos e ações vulneran‐
TRAUMATOLOGIA FORENSE: AGENTES tes, visando elucidar a dinâmica dos fatos. Trauma é o re‐
MECÂNICOS (PERFURANTES, CORTANTES, sultado da ação vulnerante que possui energia capaz de
produzir a lesão, como ensina Roberto Blanco. Lesão nada
CONTUNDENTES, PERFUROCORTANTES,
mais será que o dano tecidual temporário ou permanente,
CORTOCONTUNDENTES E resultante do trauma.”
PERFUROCONTUNDENTES); AGENTES
FÍSICOS (CALOR, FRIO, ELETRICIDADE, “Nas  contusões ativas, o instrumento vulnerante vem
PRESSÃO ATMOSFÉRICA, RADIAÇÃO); de encontro à superfície corpórea . Ex.: soco. Nas contusões
passivas, a superfície corpórea (a vítima) vai de encontro ao
instrumento vulnerante. Ex.: a pessoa cai e bate a cabeça no
A Traumatologia Forense é o ramo da Medicina Legal solo. Assim, a atuação pode ser ativa/direta, passiva/indire‐
que estuda as lesões corporais resultantes de traumatis‐ ta ou mista (a combinação de ambas)”.
mos de ordem material ou moral, danoso ao corpo ou à
saúde física ou mental (Croce; 115) Quantificação do Dano: Lesões Corporais
Tem por objeto o estudo dos efeitos na pessoa das O artigo 186, do código civil brasileiro, declara como
agressões físicas e morais, como também a determinação lesão corporal “Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
de seus agentes causadores. Este reconhecimento é feito negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano
através do exame pericial na vítima, bem como no local do a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilíci‐
crime, denominado exame de corpo de delito, o corpo do to”. O dano deve resultar em alteração objetiva, mensurável,
delito ao contrario do que muitos pensam não é apenas a observável, mesmo que fugaz na estrutura orgânica ou psí‐
vitima, mas todo o local e instrumentos utilizados para a quica da pessoa, relacionada à ação causadora.
pratica do delito, pelo qual se atribui a extensão dos danos As lesões corporais podem ser leves (sem consequên‐
provocados. cia para a vítima, são as mais comuns na perícia e as mais
frequentes são as causadas por ação contundente como
Exame pericial edema traumático, escoriações, equimoses), graves (lesões
O exame deve ser requerido por autoridade legalmen‐ que ofendem a integridade corporal, incapacitam por mais
te competente (p. ex., um delegado de polícia), dirigido a de um mês ou debilitam permanentemente quaisquer de
um médico legista competente (ou órgão do qual o mes‐ seus membros, sentidos, funções, acelera o parto, se mulher
mo seja funcionário). Este requerimento deve conter alguns grávida, ou põe em perigo a vida do indivíduo) e gravís‐
elementos imprescindíveis para a realização do laudo, tais simas (resulta em incapacidade permanente, enfermidade
como a completa identificação da pessoa, a hora, local e incurável, perda, inutilização de membro, sentido, função,
finalidade do exame. deformidade permanente e aborto, em caso de grávidas),
O laudo pericial tem como norma geral uma narrativa segundo a lei penal, sendo classificadas pelo resultado
contínua, que é feita à medida que o exame é realizado. (consequências) sob o critério anatômico e funcional, no
organismo da vítima.
Nele deve constar, de forma abreviada e sucinta, apenas
Outros tipos de lesão:
constando-se o que for essencial, a narrativa dos fatos pro‐
a) Lesões corporais seguida de morte: ofende a integri‐
ferida pela vítima.
dade corporal ou a saúde do paciente, provoca-lhe a morte
O perito deve assinalar as lesões ou sua ausência (hi‐
sem querer esse resultado, nem assumir o risco de produ‐
pótese em que o perito esquivar-se de proceder a exame,
zi-lo.
expondo seus motivos), os locais e tipos de lesão.
b) Lesão corporal qualificadora agravante: produzida
por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou
Exame complementar
por outro meio insidioso ou cruel.
Por diferir o Direito penal a natureza delituosa da le‐ Os agentes lesivos – forma ou instrumento que resulta
são corporal consoante sua gravidade, é mister um exame em lesão no organismo – podem ser classificados em na‐
suplementar, decorridos trinta dias do fato. Neste exame tureza física (mecânica, térmica, elétrica), química (tóxicos,
o perito assinala a presença ou não das seqüelas da(s) le‐ venenos e cáusticos), biológicas (agentes infecciosos) ou
são(ões), bem como o grau de incapacitação gerada por mistos (naturezas diversas).
ela(s) na vítima.
Lesão corporal.
Registros Definição: qualquer simples alteração causada à integri‐
O exame traumatológico deve ser indicado através de dade corporal de maneira culposa ou dolosa, na estrutura
meio físico apropriado - desde o preenchimento de plani‐ anatômica ou mesmo histológica de uma pessoa.
lhas impressas, até a filmagem do examinado. Um beliscão ou um tapa é o bastante para caracterizar
Conforme asseveram William Douglas, Abouch V. uma ofensa à integridade corporal de outrem.
Krymchantowki & Flávio Granato Duque, na obra Medicina Lesão corporal leve: lesões resultantes da ofensa a inte‐
Legal à luz do Direito Penal e Processual Penal, 2ª edição. gridade corporal ou à saúde de outrem, excetuando-se as
Rio de Janeiro: Impetus, 2001:  “A Traumatologia Forense lesões graves e gravíssimas.

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Lesão corporal grave: quando resultam em incapaci‐ cicatrizes anteriores e presença de lesões de defesa po‐
dade para as ocupações habituais por mais de trinta dias, dem contribuir para a investigação de suicídio e homicídio.
perigo de vida, debilidade de membro, sentido ou função, Dentro das lesões por instrumento cortante, predominam
deformidade permanente, aceleração de parto. as acidentais, principalmente as decorrentes de atividades
Lesão corporal gravíssima: incapacidade permanente profissionais.
para o trabalho, perda ou inutilização de membro, sentido
ou função, deformidade permanente, aborto. INTRUMENTOS PERFURO-CORTANTES
Lesão corporal seguida de morte: resulta quando, o Estes instrumentos possuem uma ponta e um ou mais
agente alheio ao dolo, lesa a vítima produzindo-lhe a mor‐ gume e transferem a sua energia cinética por pressão atra‐
te. O agente não assumiu quis o desfecho. A ação é dolosa, vés da ponta e por deslizamento dos gumes que seccionam
mas o resultado é culposo.1 as fibras dos tecidos. De acordo com as faces apresentadas
no instrumento, lisas ou ásperas, as bordas das feridas se
LESÕES E MORTES POR ARMA BRANCA apresentarão normais ou escoriadas, respectivamente. As
As armas podem ser manuais (instrumentos perfuran‐ lesões possuem predominância da profundidade sobre a
tes, cortantes, perfuro-cortantes e corto-contundentes, extensão, no entanto a sua forma varia com o número de
embora possam ser arremessados) ou de arremesso, que gumes.
podem ser simples (são totalmente jogadas contra o opo‐ As lesões em botoeira com um dos ângulos bem mais
nente) ou complexas (dispararam projéteis contra o opo‐ agudo que o outro são ocasionadas por instrumentos que
nente). apresentam apenas um gume. As lesões em fenda com ân‐
gulos bastante agudos são ocasionadas por instrumentos
Instrumentos Perfurantes de dois gumes. As lesões estreladas com bordas curvas e
São instrumentos formados por uma ponta continuada convexas em direção ao centro da ferida são ocasionadas
com uma haste mais cilíndrica e de acordo com o diâmetro por instrumentos com mais de dois gumes.
podem ser de pequeno calibre (alfinetes, agulhas e espi‐ As lesões podem ser classificadas em superficiais, pe‐
nhos) e médio calibre (pregos pequenos, furador de gelo netrante (mais graves) e transfixantes. O trajeto constitui-se
e a sovela). Transformam a energia cinética através de uma por um túnel em forma de fenda nas feridas por instrumen‐
ponta, exercendo pressão e afastando as fibras dos tecidos tos de um ou dois gumes. Observa-se retração dos tecidos,
conforme a penetração. ao longo do trajeto, tendo a fenda bordas afastadas de
Para a ocorrência das lesões, a ação pode ser ativa, modo desigual, principalmente nos planos musculares. Em
quando o instrumento atinge o corpo parado ou quase em
superfícies ósseas, a penetração pode deixar a sua forma
repouso (picada por agulha de injeção, agressões com fu‐
impressa em baixo relevo e pode ocorrer da própria lamina
radores) e passiva, quando o corpo em movimento choca
quebrar e ficar parcialmente encravada.
com o instrumento localizado em um anteparo (pisar em
O agravamento se dá pela penetração de grandes
um prego ou cair sobre grade com elemento pontiagudo).
cavidades do organismo ou acometimento de víscera ou
INSTRUMENTOS CORTANTES
vaso sanguíneo calibroso, mas nas feridas superficiais pode
Nesta categoria destacam-se os instrumentos cortan‐
ocorrer secção de vasos arteriais, nervos e tendões, princi‐
tes como cacos de vidro, pedaços de folha metálica e até
palmente se predominar a ação cortante.
mesmo folha de papel. Transferem energia cinética por
deslizamento e leve pressão através de uma borda aguça‐ Em relação aos aspectos médico-legais, interessam os
da (gume ou fio). casos de suicídio, com lesões em região precordial, punho
As lesões possuem predomínio da extensão em relação ou pescoço. No ato da perícia ou necrópsia, é importante
à profundidade. Podem ser superficiais, no entanto podem deixar a pele desnuda para avaliar o golpe. Para o diagnós‐
ser observadas feridas mais profundas penetrando em ca‐ tico, é importante que não haja lesões de defesa, porém a
vidades, pois dependem da região do corpo atingida e da existência de apenas uma lesão não descarta a hipótese de
força, bem como o estado do gume. As lesões apresentam homicídio.
bordas regulares, com vertentes planas e ângulo muito
agudo, com profundidade maior na porção corresponden‐ INSTRUMENTOS CORTO-CONTUNDENTES
te ao terço inicial. Podem causar mutilações em nariz, ore‐ São associação de instrumento cortante + instrumento
lha, ponta dos dedos, pênis. contundente = machado, guilhotina.
A gravidade está relacionada com a região atingida. As Têm uma massa significativa e gume.
lesões mais graves são as de engorjamento podendo até O mecanismo de ação = massa + pressão (ou vibração
levar ao óbito. Em certos casos, o agressor não possui a ou velocidade) + deslizamento.
intenção de matar e sim deformar a vítima. Massa
Em relação aos aspectos médico-legais, a causa jurídi‐ +
ca em caso de morte deve ser orientada pela disposição, Pressão
número e localização das feridas. Nos casos que apresen‐ +
tam ferida incisa na face anterior do punho, existência de Deslizamento
1 Fonte: www.aulademedicinalegal.blogspot. =Decapitação
com.br

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Traumatologia forense. Tipos de lesões produzidas por instrumentos cortan‐
Estuda as lesões e estados patológicos, imediatos ou tes: Nos instrumentos cortantes provocados por lesões no
tardios, produzidos sobre o corpo humano. pescoço, podemos classificar em:
O meio ambiente pode impor ao ser humano, as mais 1) Esgorjamento,
diversificadas formas de energias causadoras de danos 2) Degolamento e
pessoais. 3) Decapitação

Classificação: 1) Esgorjamento: São lesões incisas, de profundidade


1- Agentes mecânicos (instrumentos) variável, situando-se na face anterior ou antero – lateral do
2- Agentes físicos pescoço, entre a laringe e o osso hióide, ou sobre a laringe,
3- Agentes químicos raramente acima ou abaixo desses limites. Pode ser única
4- Agentes físico-químicos ou múltipla, e a profundidade da lesão é variável, detendo-
5- Agentes biológicos (contágios) se, em geral, na laringe, dependendo da intensidade do uso
6- Agentes mistos do instrumento, alcançando a coluna cervical.
Deve-se observar também que, se o ferimento for numa
1-Agentes mecânicos ou instrumentais: denominam- direção transversal ou obliqua, entende-se como elementar
se como conjuntos de objetos, agidos de uma mesma ma‐ para determinar a causa jurídica da morte, daí, poderemos
neira, produzem lesões semelhantes, sendo divididos em: analisar se houve suicídio, ao qual o instrumento cortante
a) Instrumento perfurante é empunhado pela mão direito, em que se predomina a di‐
b) Instrumento cortante reção transversal ou descendente para a direita, também
c) Instrumento contundente pode ocorrer em direção oposta, se quando for canhoto.
d) Instrumento perfuro-cortante A profundidade da lesão é maior no inicio e no final a
e) Instrumento corto-contundente vitima perde suas forças.
f) Instrumento perfuro-contundente Nos homicídios, aparecem características distintas, pois
o autor da lesão coloca-se por trás da vitima, provocando
A) Instrumento perfurante: um ferimento da esquerda para a direita, se destro, em sen‐
Ação: por pressão, por meio de sua ponta, empurrados tido horizontal, se voltado para cima.
por uma força cujo sentido corresponde ao seu eixo longi‐ 2) Degolamento: São lesões provocadas por instrumen‐
tudinal. Objetos longos e de pontas afiladas. to cortante na região posterior do pescoço, na nuca. É indi‐
Ex. Pregos, alfinetes, agulhas, estiletes, etc. cio de homicídio, principalmente se o ferimento for profun‐
Ferimento: punctório ou puntiforme do e a lesão encontra-se localizada na medula.
Características: a ferida apresenta uma forma da proje‐ 3) Decapitação: É a separação da cabeça do corpo, po‐
ção da secção transversa do objeto. Profundidade sobre a dendo ser oriunda de outras formas de ação além da cor‐
superfície externa, que é muito pequena. tante. Pode ser acidental, suicida ou homicida.
Atravessa-se o instrumento um segmento ou órgão do
corpo, chama-se punctório transfixaste. C) Instrumento contundente: é todo agente mecânico,
liquido gasoso ou sólido, rombo, que, atuando violenta‐
B) Instrumento cortante: mente por pressão, explosão, flexão, torção, sucção, percus‐
Ação: por pressão e deslizamento sobre o seu fio ou são, distensão, compressão, descompressão, arrastamento,
gume. O aprofundamento depende da pressão ou fio, mas deslizamento, contragolpe, ou mesmo de forma mista, trau‐
a extensão da lesão depende do deslizamento do instru‐ matiza o organismo (CROCE: 272).
mento. Deverá ser forte o bastante para vencer a resistên‐ Ação: por pressão e/ou deslizamento sobre uma super‐
cia da pele. Objetos que apresentem um bordo longo e fície mais ou menos plana.
fino. Ex. tijolos, pedras, mãos, pés, cassetetes, etc. Tais feri‐
Ex. Navalhas, lâminas de barbear, bisturi, faca, estilhaço mentos podem ter como conseqüência ações como explo‐
de vidro, papel, capim-navalha, etc. são, compressão, descompressão, tração, torção, contragol‐
Ferimento: Inciso pe, ou, formas mistas.
Características: a ferida apresenta forma linear reta ou
curvilínea, com predomínio do comprimento sobre a pro‐ Tipos de lesões:
fundidade, margens nítidas e regulares; ausência de contu‐ Contusão: é a denominada como genérica do derrama‐
são em torno da lesão, devido gume se limitar a secção dos mento de sangue nos interstícios tissulares, sem qualquer
tecidos, sem mortificação; predomínio sobre a largura e a efração dos tegumentos, consequente a uma lesão traumá‐
profundidade, extremidade mais superficial e em forma de tica sobre o organismo. Trata-se de uma lesão fechada com
cauda de escoriação, ao qual é produzida na epiderme no comprometimento do tecido celular subcutâneo e integri‐
instante que precede a ação final do instrumento sobre a dade real ou aparente na pele e nas mucosas.
pele; corte perpendicular, aspecto angular em formato de Ferida contusa: é a contusão que adveio da continui‐
um “v” de abertura externa, se o instrumento cortante agiu dade pela ação traumática do instrumento vulnerante; é a
linearmente; hemorragia abundante. contusão aberta.

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Características: apresenta forma irregular, por vezes es‐ E) Instrumento corto-contundente:
trelada, com bordos irregulares, anfractuosos e macerado, Ação: contunde por pressão devido a animação e corta
fundo irregular, com pontes de tecido unindo uma borda à pelo fio ou gume grosseiro. São objetos pesados com su‐
outra. Os tecidos próximos apresentam-se também como perfície romba e gume pouco afiado.
traumatizados, como às vezes esmagados, conforme o Ex. Facão, machado, enxada, dentes, etc.
caso. Tipo de ferimento: Corto-contundente
Há uma classificação médico-legal, portanto: Características: apresentam bordos pouco regulares,
• Eritema: área avermelhada no local contundido devi‐ sem cauda, fundo anfractuoso e presença de equimose e
do a alteração local da circulação. É transitório, desapare‐ edema traumático junto às margens. São ferimentos exten‐
cendo nas próximas 24 horas. Temos como exemplo: tapas, sos, profundos e provocados por fraturas, conforme o peso
empurrões, bofetadas, etc. do instrumento e da força com que conduziu o instrumento.
• Edema traumático: aumento difuso de volume, por
acumulo de líquido intercelular. Por motivo de alteração F) Instrumento perfuro-contundente:
traumática da permeabilidade dos vasos capilares ocorre Ação: inicialmente “amassa” e afasta o os tecidos por
um extravasamento de líquido nos espaços intersticiais. ação de sua ponta romba devido sua extremidade, porém
Podem desaparecer em menos de 24 horas. de diâmetro pequeno.
• Equimose: extravasamento de sangue para dentro Ex. espeto sem ponta, chaves de fenda, ponteira de
dos tecidos, cujas malhas ficam aprisionadas as hemácias, guarda-chuva e, classicamente, projéteis de arma de fogo
formando uma mancha de coloração, de inicio, violácea. (balas)
• Hematoma: solução de continuidade superficial que Ferimento: Pérfuro-contuso
atinge a epiderme e eventualmente parte da derme. Tem Características: apresentam bordos irregulares, com
sua evolução, sem deixar cicatriz ou produzindo alterações maior predomínio da profundidade sobre a superfície e ca‐
muito discretas na pele, formando manchas hipocrômicas ráter penetrante ou transfixante.
como único sinal. Normalmente, as lesões tidas típicas são armas de
Há que mencionar também que as lesões tidas pro‐ fogo, ao qual, agem por impulsão e rotação, determinando
fundas são causadas pela forma do instrumento gerando a formação de um orifício e de zonas de contorno junto à
uma violência considerada grande. Assim, temos: pele em que depende da incidência do tiro, portanto, se for
obliquo, perpendicular, ou mesmo tangencial, como tam‐
• Fratura: perda de continuidade óssea, parcial ou total
bém sua distancia.
• Luxação perda de continuidade de articular, poden‐
Podemos analisar uma breve classificação, quanto aos
do ou não se acompanhar de ruptura de ligamentos arti‐
tipos de zona, como:
culares.
• Zona de contusão: caracteriza-se por uma aréola
• Ruptura visceral: lesão que atinge órgãos das cavida‐
apergaminhada, escura, de poucos milímetros de largura,
des cranianas, torácica e abdominal. Frequentemente, as
que circunda o bordo do orifício, resultante do impacto e
vísceras mais lesadas são o fígado e o baço.
da pressão rotatória feita pelo projétil contra a pele.
• Zona de equimose: é uma aréola violácea, originada
D) Instrumento pérfuro-cortante: durante a passagem do projétil através da pele, quando
Ação: predomínio de profundidade sobre o compri‐ pequenos vasos sanguíneos e capilares são tracionados e
mento; os bordos nítidos e lisos e as margens não apre‐ rompidos, formando equimoses em torno do ferimento.
sentam traumas de contusão. A lesão provocada chama- Somente podem ser produzidos quando a vitima estiver
se “ferimento em botoreira”, por apresentar-se um ângulo com vida.
agudo e outro canto arredondado, nos instrumentos de • Zona de tatuagem: trata-se de disparos à queima
gume só, ou ambos os ângulos agudos, como instrumen‐ -roupa ou apoiados, pelos grânulos de pólvora combusta
tos com dois gumes, mas se houver três gumes, a forma ou incombusta, que acompanham a bala de perto, incrus‐
de ferimento poderá reproduzir a forma do instrumento tando-se mais ou menos profundamente na pele da região
quanto ao número de gumes. atingida. Além disso, é uma incidência de que o orifício de
Há, portanto, uma classificação quanto aos ferimentos entrada de tiro ser de curta distancia.
pode ser: • Zona de esfumaçamento: Também conhecida pela
• Penetrantes: atingem uma cavidade, com tórax ou doutrina, como zona de tatuagem falsa, resulta do depósi‐
abdômen, e terminam em fundo-de-saco; to de fumaça e de partículas de carvão, muito leves, que se
• Transfixantes: atravessam um segmento do corpo, acumulam sobre a epiderme, mas tem ter força suficiente
tendo por característica física, uma pequena cauda no local de penetração. Pode ser removida simplesmente pela lava‐
do gume. gem da pele.
Não poderemos nos esquecer que, o tamanho do fe‐ • Zona de queimadura ou chamuscamento: decorre da
rimento nem sempre corresponde à largura da lâmina que ação do calor e dos gases quentes que saem do cano da
o produzir, podendo, inclusive ser menor, devido a elas‐ arma, queimando pelos e a epiderme. Se localizado na re‐
ticidade da pele, ou maior devido a retração dos tecidos gião da pele, apresenta a aparência enrugada e seca, de
adjacentes. aparência vermelho-escura, e com cheiro característico. Já
nos pelos, apresentam-se queimados e quebradiços.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Nos disparos de arma de fogo, o projétil ocasiona o Mas, para que isso ocorra de forma idônea e segura, ne‐
orifício de entrada e elementos de vizinhança ou zona de cessita de um procedimento anterior à análise que se chama
contornos, independente do tipo de tiro. Assim, há três si‐ cadeia de custódia, que é um procedimento onde se docu‐
tuações: menta toda a ação desde o recipiente, coleta, até o descarte
1) Tiro encostado ou apoiado: neste caso, o projétil final da amostra. Segundo CHASIN, ela se divide em duas
pode penetrar ou mesmo refluir, produzindo o chamado fases, externa e interna: a fase externa seria o transporte do
efeito “mina” local de coleta até a chegada ao laboratório. A interna re‐
Características: orifício de bordas denteadas, desarran‐ fere-se ao procedimento interno no laboratório, realizado
jadas e evertidas, este último decorre da violência da força pelo toxicologista, até o descarte das amostras.
de expansão dos gases. O diâmetro é maior que o projé‐ Uma cadeia de custódia, realizada com seriedade faz
til, com bordas voltadas para fora, devido à explosão dos com que todo o procedimento seja confiável. Com as
tecidos subcutâneos. Normalmente, não há a presença de amostras preservadas corretamente, a análise mostra um
zona de esfumaçamento e de zona de tatuagem, eis que resultado real, apontando como ocorreu o fato.
os elementos de disparo penetram no próprio ferimento. Em uma morte súbita, por exemplo, primeiramente é
2) Tiro a queima roupa ou de pequena distancia: o alvo acionada a polícia militar que irá até o local do crime para
é atingido pelos gases aquecidos dos disparos e pela cha‐ averiguação e isolamento da área para preservação correta
ma resultante da queima da pólvora. das evidências para poder determinar o que é vestígio; a
Características: ocorrência de calor, fumaça e grânulos autoridade policial (delegado), chega em seguida e os últi‐
de pólvora em combustão, bem como todas as impure‐ mos são os peritos criminais.
zas provindas do cano da arma. Predomina-se pelo arran‐ Os peritos criminais iniciam a cadeia de custódia, que
camento da epiderme devido o movimento rotatório do contribui para manter e documentar a história cronoló‐
projétil, enxugo, tatuagem, esfumaçamento e queimadura. gica da evidência, para rastrear a posse e o manuseio
3) Tiro a distancia: o alvo é atingido pelo projétil so‐ da amostra a partir do preparo do recipiente coletor, da
mente. coleta, do transporte, do recebimento, da análise e do
Características: a boca de fogo fica a mais de 50 centíme‐ armazenamento.
tros do alvo e só projétil alcança o alvo, formando um orifício As amostras devem ser manuseadas de forma cautelo‐
de bordos invertidos com orla de contusão e enxugo e orla sa, para tentar evitar futuras alegações de adulteração ou
equimotica. Não apresenta os efeitos secundários do tiro.2 má conduta que possam comprometer as decisões relacio‐
nadas ao caso em questão. O detalhamento dos procedi‐
mentos deve ser minucioso, para tornar o procedimento
robusto e confiável, deixando o laudo técnico produzido,
AGENTES QUÍMICOS ‐ TOXICOLOGIA com teor irrefutável. A sequência dos fatos é essencial:
FORENSE: CÁUSTICOS, ENVENENAMENTO, quem e como manuseou, onde o vestígio foi obtido, como
TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA. armazenou.
Nas análises toxicológicas post mortem estabele‐
ce a causa e a forma de intoxicação ou morte por meio
A toxicologia forense é uma ciência multidisciplinar da análise de vários fluidos e tecidos obtidos durante a
que busca mostrar a verdade de um fato perante a lei, mas necropsia. As amostras utilizadas neste caso são humor
também identificar e quantificar os efeitos prejudiciais as‐ vítreo, conteúdo gástrico, sangue periférico, sangue car‐
sociados a produtos tóxicos, ou seja, qualquer substância díaco, fígado, bile, cérebro, urina, que pode determinar
que pode provocar danos ou produzir alterações no orga‐ se ocorreu uma overdose, suicídio, intoxicação acidental,
nismo, no seguimento de solicitações processuais de in‐ homicídio e qual a substância utilizada, seja fármaco ou
vestigação criminal, sendo apoiada fundamentalmente na drogas lícitas ou ilícitas.
toxicologia analítica. Ao final das análises toxicológicas, o profissional emite
Em 1958, Gisbert Calabuig o definiu como um conjunto um laudo que deverá constar os resultados das análises e
de conhecimentos aplicáveis na resolução dos problemas este será fundamental para encerrar o caso policial.
toxicológicos que levantam em sede do Direito; já Paul Essa é uma área de atuação que está em alta, pois os
Matte, 1970 disse que é um estudo e aplicação da toxico‐ concursos estão cada vez mais concorridos e as vagas cada
logia ao direito para encontrar a verdade em causas civis, vez maiores. Para ser um toxicologista forense, necessita
criminais e sociais com o objetivo de que não causem in‐ possuir graduação em bacharel e realizar uma especializa‐
justiças a nenhum membro da sociedade. ção em toxicologia, já para ser perito criminal, precisa ter
É uma ciência importantíssima e ligada diretamente ao diploma de graduação em bacharel nas áreas determina‐
Direito, pois com ela e a partir dela, pode- se inocentar ou das pelo edital e prestar concurso público.
acusar um réu, no caso de suspeita de homicídio utilizando
drogas ou venenos, estabelecendo um nexo causal entre Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/
o evento e o efeito tóxico. É essa ciência que determina o artigos/enem/toxicologia-forense-pericia-criminal-post-
agente químico causador da morte, e possibilita quantificá mortem/56075
-lo, dando a sociedade uma resposta sobre o fato.
2 Por Luiz Fernando Pereira

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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EXTERNAS
ASFIXIOLOGIA FORENSE: CONCEITO E cianose da pele e extremidades (cor arroxeada decor‐
CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS, ASFIXIAS rente do acúmulo de gás carbônico no sangue)
equimoses conjuntivais
POR CONSTRIÇÃO DO PESCOÇO, ASFIXIAS
cogumelo de escuma ou espuma na boca
POR ALTERAÇÃO DO ESTADO FÍSICO resfriamento lento do corpo
AMBIENTAL, ASFIXIAS POR SUFOCAÇÃO.).
INTERNAS
petéquias de Tardieu: equimose subpleural, manchas
puntiformes avermelhadas
Estudo das causas físicas e químicas que impeçam a manchas de Paltauf: hemorragia subpleural, semelhan‐
passagem de ar pelas vias respiratórias. Tal circunstância tes as de Tardieu, mas maiores
leva à hipóxia (hipoxemia), anóxia (anoxemia) e finalmente, fluidez sangüínea
à morte.
Apnéia: ausência dos movimentos respiratórios CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS:
Eupnéia:movimentos respiratórios normais a) Por obstrução das vias respiratórias:
Dispnéia: dificuldade respiratória Por sufocação direta
Por constrição Cervical:
Fases da Asfixia: Enforcamento
DISPNÉIA INSPIRATÓRIA: dura cerca de 1 minuto, se Estrangulamento
encontrando o indivíduo consciente é decorrente da hipo‐ Esganadura
xemia, o indivíduo faz grande esforço para receber oxigê‐
nio, pois este vai se escasseando; b) Por restrição aos movimentos do tórax:
DISPNÉIA EXPIRATÓRIA: dura cerca de 2 a 3 minutos, Compressão torácica (sufocação indireta).
Fraturas costais múltiplas.
devido a hipercapnia (grande concentração de gás carbô‐
Por fadiga (crucificação).
nico ), o indivíduo está inconsciente e apresenta convul‐
Paralisia dos músculos respiratórios
sões.
Em espasmo – eletroplessão, drogas contraturantes;
ESGOTAMENTO: dura cerca de 2 a 3 minutos, ocorren‐
Em flacidez – drogas relaxantes musculares;
do a parada respiratória, com morte aparente, após temos
os últimos movimentos respiratórios e a seguir a parada
c) Por modificação do meio ambiente:
respiratória definitiva.
Confinamento
Soterramento
Importância legal da asfixia: Afogamento
Lei 7.209/84, não mais considera a asfixia como agra‐
vante mas sim como meio cruel. d) Por parada respiratória central:
Asfixia tóxica é circunstância elementar do crime do Traumatismo cranioencefálico
art. 252 CP. tornando qualificado o homicídio (art. 121, 2, Eletroplessão
III CP.). Drogas depressoras do SNC
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou
o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixian‐ Vejamos mais detalhadamente cada um dos tipo de as‐
te: fixia por obstrução das vias respiratórias:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. SUFOCAÇÃO


Art. 121 - Matar alguém: É asfixia provocada por mecanismos que obstaculizam
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos a entrada de ar nos pulmões, não sendo produzida pela
submersão, nem pela constrição cervical.
Homicídio qualificado
§ 2º - Se o homicídio é cometido: [...] III - com emprego Tipos
de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; DIRETA: temos obstáculos mecânicos nas aberturas aé‐
A asfixia é considerada meio cruel, o processo asfíxico reas ( narinas, boca e glote ):
somente produz a morte com cerca de cinco minutos, sen‐ Oclusão acidental – recém-nascidos dormindo com a
do meio demorado de produzir a morte com sofrimento mãe são por esta sufocados, panos, travesseiros, é raro, te‐
da vítima, o que nos mostra o inequívoco dolo de matar. mos também botões, moedas, milho, bolinhas, alimentos,
A morte em legítima defesa através da asfixia, é muito etc; ataque epiléptico, síncopes, embriaguez nos adultos
difícil de ser aceita, uma vez que vindo a pessoa a desfale‐ caindo com o rosto contra o travesseiro p. ex.
cer no primeiro minuto, tem o agressor mais quatro minu‐ Oclusão criminosa – é comum no infanticídio, porém
tos para arrepender-se e sustar o processo asfíxico. podemos também encontrar em adultos; envolver a cabeça
Características gerais das asfixias: da vítima em panos adequados, lama, etc.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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INDIRETA: o indivíduo sofre o processo de asfixia por Soterramento
impossibilidade de realizar movimentos de inspiração e ex‐ Ocorre quando o meio gasoso (ar) foi substituído por
piração devido a força ou peso excessivo que lhe impede: meio sólido (terra, areia, farinha ou outros). A natureza jurí‐
Compressão homicida: ex. na Inglaterra houve época dica desta asfixia é, na maioria dos casos, acidental, poden‐
em que os criminosos sentavam-se sobre o tórax da vítima do, no entanto, ser criminosa.
até matá-la; Exortador (Nordeste).
Compressão acidental: pisoteamento por multidões, Afogamento
acidente de trânsito com pessoa presa a ferragens, com‐ É a modalidade de asfixia, na qual ocorre a troca do
pressão torcedores contra cercas e grades, sacos e pesos meio gasoso por meio líquido, impedindo a troca gasosa
que desabam sobre pessoas,etc. necessária à respiração.
Tipos de Afogados:
ASFIXIAS POR CONSTRIÇÃO DO PESCOÇO AFOGADO AZUL: o indivíduo apresenta uma coloração
cianótica, o indivíduo morre por aspiração de um meio lí‐
Enforcamento quido, é o afogado verdadeiro;
É a modalidade de asfixia mecânica determinada pela AFOGADO BRANCO (ou falso afogado): nesta o indi‐
constrição do pescoço por um laço cuja extremidade se víduo apresenta uma coloração branca, sem aspiração de
acha fixa a um ponto dado, agindo o próprio peso do indi‐ água. Simulação de afogamento.
víduo como força viva. AFOGADO BRANCO DE PARROT (morte por inibição
LAÇO ACIONADO PELO PESO DA PRÓPRIA VÍTIMA. ou choque vagal): ocorre ao tocar na água; predisposição
Natureza jurídica: suicida, homicida, acidental ou exe‐ constitucional; lesões cardiovasculares sem sinais de asfixia.
cução judicial.
Mecanismos: A morte por enforcamento não sobre‐ Cogumelo de espuma em afogado - Face congesta e
vém logo, levando geralmente 5 a 10 minutos, entretanto a arroxeada. O cogumelo de espuma observado nas narinas
perda de consciência é, em muitos casos, de 10 segundos. e na boca é um fluido proveniente dos pulmões e con‐
siste de um exudato contendo uma mistura de proteínas,
Dois mecanismos combinados o vascular e o respiratório
surfactante e água do meio líquido. Geralmente é de cor
resultam na morte, sendo o mais importante o vascular
branca, mas pode ser róseo devido a mistura com sangue
quando o laço impede a chegada e o retorno do sangue à
pulmonar. Este fluido espumoso também é encontrado na
cabeça. Experimentos tem demonstrado que a prévia tra‐
traquéia e nos brônquios. Na maioria dos casos, o afoga‐
queostomia, não evita a morte por enforcamento.
mento é acidental. Raramente é decorrente de suicídio.
Como algumas vezes a vítima de um homicídio é lançada
Estrangulamento
na água, é importante fazer a distinção entre o afogamento
e a imersão post-mortem do corpo. A presença de espuma
É a asfixia mecânica por constrição do pescoço por laço nas vias aéreas indica que a vítima estava viva ao tempo da
tracionado por qualquer outra força que não seja o próprio submersão.
peso da vítima
Natureza jurídica: homicídio, acidente, suicídio e exe‐ Sinais Internos do Afogamento:
cução judicial Líquidos e corpos estranhos nas vias respiratórias e di‐
Esganadura gestivas
Manchas de Paltauf – que são equimoses de cor ver‐
É a figura contundente constritiva melho clara no parênquima pulmonar por ruptura de pare‐
efetivada pelas mãos do oponente des alveolares e o início da putrefação.
joelhos e os pés Raramente encontram-se manchas de Tardieu
“ gravatas” com os membros (superiores e inferiores)
É a modalidade restritiva ao uso dos segmentos corpo‐
rais do oponente para efetivação da manobra
É exclusivamente homicida
Podem ser:
Típicas - Uso das mãos
Atípicas - Uso de joelho, braço
POR MODIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Confinamento
É a asfixia do indivíduo enclausurado em:
espaço restrito ou fechado
sem renovação de ar atmosférico
por esgotamento de oxigênio e
aumento gradativo de gás carbônico

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
- morte aparente – estados patológicos do organismo
TANATOLOGIA: CONCEITOS DE MORTE, simulam a morte, podendo durar horas, sendo possível a
recuperação pelo emprego imediato e adequado de so‐
CRONOTANATOGNOSE, CAUSAS JURÍDICAS
corro médico. O adjetivo “aparente” nos parece aqui ade‐
DA MORTE (SUICÍDIO, CRIME, MORTE quadamente aplicado, pois o indivíduo assemelha-se incri‐
ACIDENTAL, DIAGNÓSTICO COMPARATIVO), velmente ao morto, mas está vivo, por débil persistência
MORTE SÚBITA, FENÔMENOS CADAVÉRICOS, da circulação. O estado de morte aparente poderá durar
LESÕES PRÉ‐MORTEM E PÓS‐ MORTEM. horas. É possível a recuperação de indivíduo em estado de
morte aparente pelo emprego de socorro médico imediato
e adequado.
- morte relativa – estado em que ocorre parada efetiva
A TANATOLOGIA vem do grego tanathos (morte) tem e duradora das funções circulatórias, respiratórias e nervo‐
como raiz o Indo-europeu dhwen, “dissipar-se, extinguir- sas, associada à cianose e palidez marmórea, porém acon‐
se” + logia (estudo), MORTE: do latim “mors, mortis”, de tecendo a reanimação com manobras terapêuticas.
“mori” (morrer) e CADÁVER: do latim “caro data vermis” - morte intermédia - É admitida apenas por alguns au‐
(carne dada aos vermes). Temos então Tanatologia a área tores. é a que precede a absoluta e sucede a relativa, como
da medicina legal que se ocupa da morte e os fenômenos verdadeiro estágio inicial da morte definitiva. Experiências
a ela relacionados. fora do corpo são relatadas neste tipo de morte.
A conceituação da morte é de extremamente dificulto‐ - morte absoluta ou morte real – estado que se carac‐
sa, assim como, em algumas oportunidades, o diagnóstico teriza pelo desaparecimento definitivo de toda atividade
da realidade de morte. biológica do organismo, podendo-se dizer que parece uma
Há 460 a .C., Hipócrates definia o quadro de morte: decomposição. Fim da vida inicio da decomposição.
“Testa enrugada e árida, olhos cavos, nariz saliente cerca‐
do de coloração escura, têmporas endurecidas, epiderme
seca e lívida, pêlos das narinas e cílios encobertos por uma Tanotognose
espécie de poeira, córneas de um branco fosco, pálpebras É a parte da Tanatologia Forense que estuda o diag‐
semi-cerradas e fisionomia nitidamente irreconhecível”. nóstico da realidade da morte. Esse diagnóstico será tan‐
Durante muitos anos definiu-se morte como a cessação da to mais difícil quanto mais próximo o momento da morte.
circulação (morte circulatória) e da respiração (morte res‐ Antes do surgimento dos fenômenos transformativos do
piratória). cadáver. Então, o perito observará dois tipos de fenômenos
Até recentemente aceitava-se conceituar a morte como cadavéricos: os abióticos, avitais ou vitais negativos, ime‐
o cessar total e permanente das funções vitais. Atualmen‐ diatos e consecutivos, e os transformativos, destrutivos ou
te, este conceito foi ampliado a partir do conhecimento de conservadores.
que a morte não é um puro e simples cessar das funções
vitais, mas sim uma gama de processos que se desenca‐ Fenômenos abióticos ou imediatos ou avitais ou vitais
deiam durante um período de tempo, comprometendo di‐ negativos
ferentes órgãos. Logo após a parada cardíaca e o colapso e morte dos
Atualmente prevalecem dois conceitos de morte: a órgãos e estruturas, como o pulmão e o encéfalo, surgem
morte cerebral, indicada pela cessação da atividade elétri‐ os sinais abióticos imediatos ou precoces. Tais sinais são
ca do cérebro e a morte circulatória, indicada por parada considerados de probabilidade, ou seja, indicam a possi‐
cardíaca irreversível às manobras de ressuscitação e outras bilidade de morte e são denominados por alguns autores
técnicas. como período de morte aparente, por outros são chama‐
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define morte dos de morte intermediária.
como: Cessação dos sinais vitais a qualquer tempo após o 1. perda da consciência;
nascimento sem possibilidade de ressuscitamento. Como 2. abolição do tônus muscular com imobilidade;
a morte se apresenta como um processo (dinâmico) e não 3.  perda da sensibilidade;
como um evento (estático), quando se coloca a questão: 4.relaxamento dos esfíncteres;
“Quando ocorreu a morte?” a resposta é dada quando se 5.  cessação da respiração;
consegue definir o momento em que o processo de morte 6.  cessação dos batimentos cardíacos;
atingiu o seu ponto irreversível 7.  ausência de pulso;
8.  fácies hipocrática;
Modalidades do Evento Morte: 9.  pálpebras parcialmente cerradas.
- morte anatômica - É o cessamento total e permanen‐
te de todas as grandes funções do organismo entre si e Fenômenos consecutivos
com o meio ambiente. Algum tempo depois aparecem os sinais abióticos me‐
- morte histolôgica - Não sendo a morte um momento, diatos, tardios ou consecutivos, indicativos de certeza da
compreende-se ser a morte histológica um processo de‐ morte. Tais sinais constituem uma tríade – livor, rigor e al‐
corrente da anterior, em que os tecidos e as células dos gor –, ou seja, alterações de coloração, rigidez e de tempe‐
órgãos e sistemas morrem paulatinamente. ratura, indicativos de certeza da morte (morte real).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
1.resfriamento paulatino do corpo; Putrefação
2.  rigidez cadavérica; É uma forma de transformação cadavérica destrutiva,
3.  espasmo cadavérico; que se inicia, logo após a autólise, pela ação de micróbios
4.  manchas de hipóstase e livores cadavéricos; aeróbios, anaeróbios e facultativos em geral, sobre o ceco,
5.  dessecamento: decréscimo de peso, pergarninha‐ porção inicial do grosso intestino muito próximo a parede
mento da pele e das mucosas dos lábios; modificações dos abdominal; o sinal mais precoce da putrefação é a mancha
globos oculares; mancha da esclerótica; turvação da córnea verde abdominal, a qual, posteriormente, se difunde por
transparente; perda da tensão do globo ocular; formação da todo o tronco, cabeça e membros, a tonalidade verde-ene‐
tela viscosa. grecida conferindo ao morto aspecto bastante escuro. Os
De modo geral, admite-se em nosso meio o abaixamento fetos e os recém-nascidos constituem exceção;neles a pu‐
da temperatura em 0,5°C nas três primeiras horas, depois 1°C trefação invade o cadáver por todas as cavidades naturais
por hora, e que o equilíbrio térmico com o meio ambiente se do corpo, especialmente pelas vias respiratórias.
faz em torno de 20 horas nas crianças, e de 24 à 26 horas nos Na dependência de fatores intrínsecos e de fatores, a
adultos. marcha da putrefação, se faz em quatro períodos:
Os livores, alterações de coloração, variam da palidez a 1.º) Período de coloração - Tonalidade verde-enegreci‐
manchas vinhosas. São observados nas regiões de declive, da dos tegumentos, originada pela combinação do hidro‐
devido ao acúmulo (deposição) sangüíneo por atração gravi‐ gênio sulfurado nascente com a hemoglobina, formando a
tacional. Aparecem ½ hora após a parada cardíaca, podendo sulfometemoglobina, surge, em nosso meio, entre 18 e 24
mudar de posição quando ocorrer mudança na posição do horas após a morte, durando, em média, 7 dias.
corpo. Após 12 horas não mudam mais de posição, fenômeno 2.°) Período gasoso - Os gases internos da putrefação
denominado de fixação. migram para a periferia provocando o aparecimento na su‐
A rigidez, contratura muscular, tem início na cabeça, uma perfície corporal de flictenas contendo líquido leucocitário
hora após a parada cardíaca, progredindo para o pescoço, hemoglobínico. Confere ao cadáver a postura de boxeador
tronco e extremidades, ou seja, de cima para baixo (da cabeça e aspecto gigantesco, especialmente na face, no tronco, no
para os pés). O relaxamento se faz no mesmo sentido. Tal ob‐ pênis e bolsas escrotais. A compressão do útero grávido
servação é denominada Lei de Nysten. O tempo de evolução produz o parto de putrefação. As órbitas esvaziam-se, a
é variável. língua exterioriza-se, o pericrânio fica nu. O ânus se entrea‐
bre evertendo a mucosa retal. A força viva dos gases de
Fenômenos Transformativos putrefação inflando intensamente o cadáver pode fender
Microscopicamente, horas após a parada cardíaca, ocorre
a parede abdominal com estalo. O odor característico da
um processo de auto-destruição celular denominado autóli‐
putrefação se deve ao aparecimento do gás sulfidrico. Esse
se, caracterizada por auto-digestão determinada por enzimas
período dura em média duas semanas.
presentes nos lisossomos, uma das organelas citoplasmáticas.
3.°) Período coliquativo - A coliquação é a dissolução
Macroscopicamente, o primeiro sinal de putrefação é o
pútrida das partes moles do cadáver pela ação conjunta
aparecimento da mancha verde abdominal na região inguinal
das bactérias e da fauna necrófaga. O odor é fétido e o
direita (porção direita, inferior do abdome). Tal mancha é ori‐
corpo perde gradativamente a sua forma. Pode durar um
ginada pela produção bacteriana de hidreto de enxofre que,
por sua vez, determina a formação de sulfohemoglobina, ou ou vários meses, terminando pela esqueletização.
seja, na morte o enxofre “ocupa” o lugar do oxigênio ou do 4.º) Período de esqueletização - A ação do meio am‐
dióxido de carbono na hemoglobina. biente e da fauna cadavérica destrói os resíduos tissula‐
A mancha aparece de 16 a 24 horas após a parada cardía‐ res, inclusive os ligamentos articulares, expondo os ossos
ca, progride para as outras regiões abdominais e depois para e deixando-os completamente livres de seus próprios li‐
o corpo todo, caracterizando a fase cromática da putrefação. gamentos, os cabelos e os dentes resistem muito tempo
Nos afogados a mancha verde pode aparecer no tórax. à destruição. Os ossos também resistem anos a fio, porém
Os fenômenos transformativos compreendem os destru‐ terminam por perder progressivamente a sua estrutura ha‐
tivos (autólise, putrefação e maceração) e os conservadores bitual, tornando-se mais leves e frágeis.
(mumificação e saponificação). Resultam de alterações somá‐
ticas tardias tão intensas que a vida se torna absolutamente Maceração
impossível. São, portanto, sinais de certeza da realidade de Ocorre quando os restos mortais ficam imersos em
morte. meio líquido, sendo caracterizada por putrefação atípica,
enrugamento tecidual e exsangüinação (saída do sangue
Fenômenos destrutivos pela pele desnuda).
Autólise São conhecidas duas formas:
Após a morte cessam com a circulação as trocas nutritivas Séptica: mais comum, ocorre geralmente nos corpos
intracelulares, determinando lise dos tecidos seguida de aci‐ que permanecem, após a morte, em lagos, rios e mares.
dificação, por aumento da concentração iônica de hidrogênio Asséptica: observada na morte e permanência do feto
e conseqüente diminuição do pH. A vida só é possível em intra-útero.
meio neutro; assim, por diminuta que seja a acidez, será a É um fenômeno de transformação destrutiva em que
vida impossível, iniciando-se os fenômenos intra e extrace‐ a pele do cadáver, que se encontra em meio contaminado,
lulares de decomposição. se torna enrugada e amolecida e facilmente destacável em

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
grandes retalhos, com diminuição de consistência inicial, Petrificação: substituição progressiva das estruturas bio‐
achatamento do ventre e liberação dos ossos de suas par‐ lógicas por minerais, dando um aspecto de pedra com ma‐
tes de sustentação, dando a impressão de estarem soltos; nutenção da morfologia dos restos mortais.
ocorre quando o cadáver ficou imerso em líquido, como os
afogados, feto retido no útero materno. Tipos de Morte
Compreende três graus: no primeiro grau, a maceração Quanto ao modo, as mortes são classificadas em naturais,
está representada pelo surgimento lento, nos três primei‐ violentas ou suspeitas. Alguns autores incluem outros tipos,
ros dias, de flictenas contendo serosidade sanguinolenta. como a morte reflexa (“congestão”), determinada por meca‐
No segundo grau, a ruptura das flictenas confere ao líquido nismo inibitório, como nos casos de afogados brancos, estu‐
amniótico cor vermelho-pardacenta, e a separação da pele dados em Asfixiologia. As mortes violentas são divididas em
de quase toda a superfície corporal, a partir do oitavo dia, acidentais, homicidas e suicidas.
dá ao feto aspecto sanguinolento. No terceiro grau, des‐ Quanto ao tempo, as mortes são classificadas em:
taca-se o couro cabeludo, à maneira de escalpo, do sub‐ Súbita: aquela que não é precedida de nenhum quadro,
merso ou do feto retido intra-uterinamente, e, em torno que é inesperada.
do 15.° dia post mortem, os ossos da abóbada craniana Agônica: aquela precedida de período de sobrevida.
cavalgam uns sobre os outros, os ligamentos interverte‐ Neste item cabe lembrar das situações de sobrevivência, em
brais relaxam e a coluna vertebral torna-se mais flexível e, que o indivíduo realiza atos conscientes e elaborados no pe‐
no feto morto, a coluna adquire ríodo de sobrevida; por exemplo, após ter sido atingido mor‐
acentuada cifose, pela pressão uterina. talmente com um tiro no coração, o indivíduo tem tempo
para reagir e ferir ou matar o desafeto; ou então o suicida
Fenômenos conservadores que, após ter dado um tiro na cabeça, escreve bilhete de des‐
Mumificação pedida (situações não usuais, mas possíveis).
É a dessecação, natural ou artificial, do cadáver. Há de O diagnóstico diferencial entre as formas “súbita” e
ser rápida e acentuada a desidratação. “agônica” é possível com provas especiais, denominadas do‐
A mumificação natural ocorre no cadáver insepulto, em cimásticas, que estudam as células, tecidos e substâncias pre‐
regiões de clima quente e seco e de arejamento intensi‐ sentes no organismo, como glicogênio e adrenalina.
vo suficiente para impedir ação microbiana, provocadora Nas mortes naturais, regra geral, o médico deverá forne‐
dos fenômenos putrefatívos. Assim podem ser encontradas cer “Declaração de Óbito”, documento que contém o Atestado
múmias naturais, sem caixão. A mumificação por processo de Óbito e que originará a Certidão de Óbito.
artificial foi praticada historicamente pelos egípcios e pe‐ Nas mortes naturais, sem diagnóstico da causa básica
los incas, por embalsamamento, após intensa dessecação (doença ou evento que deu início à cadeia de eventos que
corporal. culminou com a morte), há necessidade de autópsia pelos
As múmias têm aspecto característico: peso corporal Serviços de Verificação de Óbitos e, nas mortes violentas, as
reduzido em até 70%, pele de tonalidade cinzenta-escura, autópsias devem ser realizadas pelos Institutos Médico-Legais.
coriácea, ressoando à percussão, rosto com vagos traços fi‐
sionômicos e unhas e dentes conservados. Morte natural
É aquela que sobrevém por causas patológicas ou doen‐
Saponificação ças, como malformação na vida uterina.
É um processo transformativo de conservação em que
o cadáver adquire consistência untuosa, mole, como o sa‐ Morte suspeita
bão ou cera (adipocera), às vezes quebradiça, e tonalidade É aquela que ocorre em pessoas de aparente boa saú‐
amarelo-escura, exalando odor de queijo rançoso; as con‐ de, de forma inesperada, sem causa evidente e com sinais de
dições exigidas para o surgimento da saponificação cada‐ violência definidos ou indefinidos, deixando dúvida quanto à
vérica são: solo argiloso e úmido, que permite a embebição natureza jurídica, daí a necessidade da perícia e investigação.
e dificulta, sobremaneira, a aeração, e um estágio regular‐
mente avançado de putrefação. Morte súbita
A saponificação atinge comumente segmentos limita‐ É aquela que acontece de forma inesperada e imprevista,
dos do cadáver; pode, entretanto, raramente, comprome‐ em segundos ou minutos.
tê-lo em sua totalidade. Tal processo, embora factível de
individualidade, habitualmente se manifesta em cadáveres Morte agônica
inumados coletivamente em valas comuns de grandes di‐ É aquela em que a extinção desarmônica das funções vi‐
mensões. tais ocorre em tempo longo e neste caso, os livores hipostáti‐
cos formam-se mais lentamente.
Outros tipos
São conhecidos outros fenômenos conservativos como: Morte reflexa
Refrigeração: em ambientes muito frios. É aquela em que se faz presente a tensão emocional, ou
Corificação: desidratação tegumentar com aspecto de seja, uma irritação nervosa (excitação) de origem externa,
couro submetido a tratamento industrial. exercida em certas regiões, provoca, por via reflexa, a parada
Fossilização: fenômeno conservativo de longa duração. definitiva das funções circulatórias e respiratórias.

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Cronotanatognose Cristais do sangue putrefato
É a parte da Tanatologia que estuda a data aproximada São os chamados cristais de Westenhöffer-Rocha-Val‐
da morte. Com efeito, os fenômenos cadavéricos, não obe‐ verde, lâminas cristalóides muito frágeis, entrecruzadas e
decendo ao rigorismo em sua marcha evolutiva, que difere agrupadas, incolores, que adquirem coloração azul pelo
conforme os diferentes corpos e com a causa mortis e in‐ ferrocianeto de potássio, e castanha, pelo iodo, passíveis de
fluência de fatores extrínsecos, como as condições do ter‐ ser encontradas a partir do 3.° dia no sangue putrefato.
reno e da temperatura e umidade ambiental, possibilitam
estabelecer o diagnóstico da data da morte tão exatamente Fauna cadavérica
quanto possível, porém não com certeza absoluta. O seu es‐ O seu estudo em relação ao cadáver exposto ao ar livre
tudo importa no que diz respeito à responsabilidade criminal tem relativo valor conclusivo na determinação da tanato‐
e aos processos civis ligados à sobrevivência e de interesse cronognose, embora os obreiros ou legionários da morte
sucessório. A cronotanatognose baseia-se num conjunto de surjam, com certa seqüência e regularidade, nas diferentes
fenômenos, a saber: fases putrefativas adiantadas do cadáver, as turmas prece‐
dentes preparando terreno para as legiões sucessoras, re‐
Resfriamento do cadáver presentadas por um grupo de oito.
Em nosso meio é de 0,5°e nas três primeiras horas; a São elas:
seguir, o decréscimo de temperatura é de 1°e por hora, até 1ª Legião: aparece entre o 8.º e o 15.º dia;
o restabelecimento do equilíbrio térmico com o meio am‐ 2ª Legião: surge com o odor cadavérico, cerca de 15 à
biente. 20 dias;
3ª Legião: aparece 3 a 6 meses após a morte;
Rigidez cadavérica 4ª Legião: encontrada 10 meses após o óbito;
Pode manifestar-se tardia ou precocemente. Segundo 5ª Legião: é encontrada nos cadáveres dos que morre‐
Nysten-Sommer, ocorre obedecendo à seguinte ordem: na ram há mais de 10 meses;
face, nuca e mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos tóraco 6ª Legião: desseca todos os humores que ainda restam
-abdominais, 2 a 4 horas; nos membros superiores, 4 a 6 no cadáver, 10 à 12 meses;
horas; nos membros inferiores, 6 a 8 horas post mortem. 7ª Legião: aparece entre 1 e 2 anos e destrói os liga‐
mentos e tendões deixando os ossos livres.
A rigidez cadavérica desaparece progressivamente seguin‐
8ª Legião: consome, cerca de 3 anos após a morte, to‐
do a mesma ordem de seu aparecimento, cedendo lugar à
dos os resquícios orgânicos porventura deixados pelas pre‐
flacidez muscular, após 36 a 48 horas de permanência do
cedentes.3
óbito.
Premoriência
Livores
Há situações que podem ser identificadas como a per‐
Podem surgir 30 minutos após a morte, mas surgem
da do direito sucessório, um delas é a chamada premoriên‐
habitualmente entre 2 a 3 horas, fixando-se definitivamente cia, ou seja, a morte do herdeiro antos do falecimento do
no período de 8 a 12 horas após a morte. autor da herança, exemplo, morrendo o filho antes do pai,
não há que se falar em direito sucessório, pois o pré-morto
Mancha verde abdominal esta excluído da sucessão.
Influenciada pela temperatura do meio ambiente, surge Segundo Maria Berenice, na sucessão legítima, somen‐
entre 18 a 24 horas, estendendo-se progressivainente por te os descendentes do herdeiro pré-morto é que herdam,
todo o corpo do 3.° ao 5.° dia após a morte mas por direito de representação do pré-morto.
Na sucessão testamentária, o falecimento do beneficia‐
Gases de putrefação do antes do testador não gera direito de representação, o
O gás sulfidrico, surge entre 9 a 12 horas após o óbito. legado caduca. Havendo outros herdeiros instituídos com
Da mesma forma que a mancha verde abdominal, significa relação ao mesmo bem, a morte de um transfere o seu qui‐
putrefação. nhão aos demais, ocorrendo o direito de acrescer. Se não
houver a nomeação de substitutos, o quinhão retorna a le‐
Decréscimo de peso gítima.
Tem valor relativo por sofrer importantes variações Por fim, a premoriência é o evento determinante da
determinadas pelo próprio corpo ou pelo meio ambiente. época da morte de uma pessoa, que é anterior a o autor
Aceita-se, no entanto, nos recém-natos e nas crianças uma da herança.
perda em geral de 8g/kg de peso nas primeiras 24 horas
após o falecimento. Comoriência
Quando acontece o falecimento, no mesmo evento de
Crioscopia do sangue dois ou mais parentes ou de pessoas vinculadas por liame
O ponto crioscópico ou ponto de congelação do san‐ sucessório, a falta de precisão sobre o momento da morte
gue é de -0,55°C a -0,57°C. A crioscopia tem valor para afir‐ de cada um pode trazer sérias complicações e dificultar a
mar a causa jurídica da morte na asfixia-submersão e indi‐ transmissão da herança aos herdeiros.
car a natureza do meio líquido em que ela ocorreu. 3 Fonte: www.profsilvanmedicinalegal.blogs-
pot.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
A comoriência é a presunção de morte simultânea entre Principais causas de morte súbita por aparelhos e sis‐
duas ou mais pessoas. temas no adulto
De acordo com Maria Berenice, não havendo a possibi‐ Morte súbita com origem no sistema cardio-vascular
lidade de saber quem é o herdeiro de quem, a lei presume É a causa de morte súbita mais frequente no mundo
que a morte ocorreu simultaneamente, desaparecendo o ocidental. Em cerca de 25% dos casos, a morte súbita é a
vínculo sucessório entre ambos, assim, um não herda do primeira manifestação de doença cardio-vascular.
outro e os bens de cada um passam aos seus respectivos Normalmente durante a autópsia dispensa-se uma
herdeiros. atenção especial ao coração e ao estudo das artérias coro‐
Conforme Maria Berenice cita Carvalho dos Santos, sus‐ nárias. Muitas destas mortes revelam doença coronária de
tentado que, ocorrendo o falecimentos mesmo de lugares pelo menos dois vasos.
diversos, se existir mútuo direito sucessório entre os mor‐ Nem sempre o diagnóstico macroscópico de enfarte
tos, não havendo meios de se verificar quem faleceu primei‐ agudo de miocárdio é fácil (menos de 25% para alguns
ro, é possível por analogia reconhecer a comoriência.4 autores) e até o exame histológico pode não dar grandes
informações.
Morte Súbita Dado que o tempo decorrido entre o início dos sinto‐
É a morte inesperada que acontece em pessoa conside‐ mas e a morte por vezes é muito curto, não permite um
rada saudável ou tida como tal, e pela forma como ocorre conjunto de alterações a nível celular que possibilite um
levanta suspeita de poder tratar-se de uma morte violenta. diagnóstico histológico.
Na maioria dos casos, no fim da autópsia chega-se à Algumas das alterações do ritmo cardíaco podem ser
conclusão que estas mortes súbitas são mortes de causa potencialmente mortais muito rapidamente se não forem
natural, por processos patológicos mais ou menos insidio‐ prontamente revertidas (Ex. fibrilação ventricular). Nestes
sos que nunca levaram a vítima ao médico ou a referenciar casos os achados de autópsia são muito escassos, inespe‐
queixas objetivas ou subjetivas a familiares e amigos. Estes, cíficos e há uma dificuldade no diagnóstico.
colhidos pelo inesperado da situação, e perante a perda de Principais causas de morte no adulto
um ente querido, colocam por vezes a hipótese de se tratar doença coronária/enfarte
de uma morte violenta e daí que muitas destas mortes aca‐ cardiomiopatias
bem por ser submetidas a autópsia médico-legal. miocardites
Infelizmente, muitos médicos, alguns por desconheci‐ aneurisma dissecante da aorta
mento do conceito médico-legal de morte súbita, outros arritmias
por um medo atávico inexplicável de atribuir a causa de
morte mais provável face aos elementos clínicos e circuns‐
Principais causas de morte súbita com origem no siste‐
tânciais disponíveis, acabam por escrever no certificado de
ma nervoso central :
óbito “morte súbita de causa indeterminada”.
acidentes vasculares
Todos os dias, os serviços médico-legais são confron‐
meningites
tados com a “morte súbita de causa indeterminada” na se‐
estado de mal epiléptico
quência de mortes de indivíduos com antecedentes pato‐
lógicos relevantes, de doenças crónicas com agudizações
Principais causas de morte morte súbita com origem
potencialmente letais, de doenças neoplásicas em fases
no sistema respiratório:
terminais, de doenças infecto-contagiosas em fase termi‐
nal, no decurso de internamentos hospitalares de dias ou tromboembolia pulmonar
semanas por doença de causa natural. estado de mal asmático
Este tipo de prática, leva a que os serviços médico-le‐ hemoptise
gais acabem por ser confrontados por uma percentagem aspiração de corpo estranho
de “morte súbita de causa indeterminada” que ronda os pneumotórax espontâneo
40% do total das autópsias realizadas, o que como é óbvio
não deveria acontecer. Principais causas de morte morte súbita com origem
É evidente que a maior parte desta percentagem não no sistema digestivo:
corresponde efetivamente à verdadeira situação médico hematemeses (ruptura de varizes esofágicas, úlceras)
-legal de morte súbita, talvez nem 5% deste total corres‐ pancreatite aguda necro-hemorrágica
ponda a casos com verdadeiro interesse médico-legal. peritonite
Questões médico-legais a responder pela autópsia em enfarte intestinal
casos de morte súbita Principais causas de morte morte súbita com origem
causa da morte no sistema endócrino
morte natural ou violenta diabetes - bioquímica do humor vítreo ( glicose > 200
se morte violenta mg/dl ) insuficiência suprarrenal aguda (Sindrome de Wa‐
suicídio terhouse-Friederichesen)5
homicídio
acidente
4 Por Ricardo K. Foitzik 5 Fonte: www.medicina.med.up.pt

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
Morte Suspeita dos fatos e é quem deverá fornecer o atestado de óbito,
As mortes de causa suspeita compreendem parte da mesmo que o paciente tenha poucos minutos ou horas de
morte violenta, até que se prove em contrário, trazendo hospital. Um infarto do miocárdio recente tem grande pro‐
para a sua compreensão a dúvida quanto ao nexo cau‐ babilidade de não ser macroscopicamente observado e ter
sal. Para que exista a suspeição deve haver uma pergunta: um fácil diagnóstico clínico (gráfico mais laboratorial).6
suspeita de quê? Ou seja, para que haja a suspeição, há
que existir o interesse ativo de quem suspeita, vinculado a Diagnose Diferencial Das Lesões “Ante” E “Post Mor‐
uma justificativa. É o caso do familiar ou de terceiros que tem”
conhecem desvios do contexto social e comportamental O legisperito esclarecerá à Justiça se as lesões encon‐
do falecido, ou mesmo suspeitam de peculiaridades du‐ tradas foram causadas: a) bem antes da morte; b) imediata‐
rante um tratamento médico e até de ação de terceiros. mente antes da morte c) logo após a morte; d) certo tempo
Em qualquer destes casos, o cidadão que protagoniza a após a morte.
suspeição tem a obrigação de comunicar a uma autorida‐ Lesões Intra- Vitam- são lesões que ocorrem no cor‐
de policial ou ao Ministério Público, que solicitarão, pelos po humano durante a vida, com características específicas
como: infiltração da malha tecidual, coagulação, presença
procedimentos habituais, a perícia médico-legal.
abundante de leucócitos,etc. Reação Vital.
A morte de causa suspeita é bem diferente da morte
Lesões Post- Mortem- são lesões que ocorrem após a
por causa desconhecida, mesmo que súbita. Esta é um tipo
morte, não possuem Reação Vital.
de morte natural que não compõe o rol de possibilida‐
des com natureza jurídica para classificação como morte As lesões adquiridas quando a pessoa estava viva (in
suspeita. A “causa mortis” para ser conhecida, merecerá vitam) devem ser diferenciadas daquelas que adquiridas
avaliação necroscópica clínica e anátomo-patológica para depois da morte (post mortem), principalmente para esti‐
a sua verificação e conclusão, porém nunca uma perícia mar a causa da morte.
médico-legal. A perícia oficial é desnecessária e somente A reação vital será o elemento diferencial entre as le‐
será solicitada pela autoridade policial, nestes casos, por sões intra vitam e post mortem e consiste em um conjunto
intuição ocasional, por desconhecimento de causa em sua de sinais macroscópicos, microscópicos e químicos tissula‐
função ou por falta de mecanismo administrativo institu‐ res (histoquímicos, enzimáticos e bioquímicos) e que ocor‐
cional municipal de Serviço de Verificação de Óbitos. rem somente quando as lesões forma provocadas com a
É importante que todo médico entenda que quando vítima estando viva e não após a sua morte (Vanrell, 2007)
enganado em sua boa fé, tendo ele exarado a Declaração Utilizando-se como referência Vanrell (2007), resumi-se
de Óbito e, após, surgir a descoberta de alguma causa vio‐ a seguir os sinais característicos de lesões ante mortem:
lenta, ele, médico, não terá culpa por ter sido enganado.
Até dentro de hospitais isto pode acontecer, conforme ca‐ Sinais macroscópicos
sos recentemente estampados em noticiário. 1) Hemorragia - A hemorragia interna proveniente de
O médico, quando responsável pelo paciente que fa‐ lesão produzida no vivo aloja-se no interior do corpo sob
lece, não deverá gratuitamente alegar suspeição distância, forma de grandes coleções hemáticas. No morto, a coleção
ou criar suspeita sem fundamentação. hemática interna é sempre de reduzidíssima dimensão, ou
Exemplos contumazes podem ser citados: não existe, e o sangue não coagula..
- Médico assiste há muitos meses paciente com doen‐ 2) Retração dos tecidos - Os ferimentos incisos e os
ça crônica ou incurável, como neoplasias, vindo o doente cortocontundentes mostram as margens afastadas, devi‐
a óbito longe das vistas do médico, geralmente no domi‐ do à retração dos tecidos, o que não ocorre nos feitos no
cílio. O médico assistente, conhecedor de todo o histórico cadáver, pois neste os músculos perdem a contratilidade.
3) Escoriações - A presença de crosta recobrindo as
do paciente, não poderá se furtar a fornecer o atestado de
escoriações significa lesão intra vitam. Dessarte, pergami‐
óbito, pois se “suspeita” de alguma coisa tem a obrigação
nhamento da pele escoriada é sinal seguro de lesão pos
de pessoalmente avisar a autoridade policial do quê sus‐
mortem.
peita. 4) Equimoses - Sobrevêm de repente no vivo após o
- No mesmo caso, situam-se pacientes de consultó‐ traumatismo, e se apagam lenta e paulatinamente. No ca‐
rio e ambulatório hospitalar ou posto de saúde. Ninguém dáver não ocorrem essas contínuas variações de tonalida‐
melhor do que o médico assistente para formular as hipó‐ des cromáticas.
teses de “causa mortis”. Não é porque o paciente não se 5) Reações inflamatórias - Manifestadas pelos quatro
encontra hospitalizado que o médico poderá classificar a sintomas cardinais: dor, tumor, rubor e calor. Desse modo,
morte como de causa suspeita. é a inflamação importante elemento afirmativo de que a
lesão foi produzida bem antes da morte.
Suspeita de quê ? 6) Embolias - São acidentes cujas principais manifes‐
- O paciente chega a um Pronto-Socorro em tempo de tações dependem do órgão em que ocorrem. Chama-se
serem verificadas as queixas e de se fazer um diagnóstico embolia à obliteração súbita de um vaso, especialmente
clínico ou através de exames complementares, um infarto uma artéria, por coágulo ou por um corpo estranho líquido,
agudo do miocárdio, por exemplo. O médico assistente sólido ou gasoso, chamado êmbolo.
é o único profissional que poderá atestar a veracidade 6 Fonte: www.portalmedico.org.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
7) Consolidação das fraturas - O tempo de consolida‐ Exercicios
ção de uma fratura varia conforme o osso. Amiúde deman‐
da 1 ou 2 meses. 1. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/GO
8) O eritema, simples e fugaz afluxo de sangue na pele, – 2013 - UEG) A respeito dos documentos médico-legais,
e as flictenas contendo líquido límpido ou citrino, leucóci‐ tem-se o seguinte:
tos, cloreto de sódio e albuminas (sinal de Chambert), e o a) relatório médico somente poderá ser elaborado por
retículo vasculocutâneo afirmam queimaduras intra vitam. médico legista.
No cadáver não se forma nenhum desses sinais vitais. E as b) laudo e auto são documentos idênticos.
bolhas porventura existentes assestam-se em áreas ede‐ c) o atestado de óbito poderá ser assinado por profissio‐
maciadas contendo gás e, às vezes, líquido desprovido de nal não médico.
albuminas e de glóbulos brancos. d) notificação é uma comunicação feita pelo médico ao
9) O cogumelo de espuma traduz fenômeno vital, pois delegado de polícia sobre um fato relevante na investigação.
só se forma nos afogados que reagiram à proximidade da
morte cedo foram retirados do meio líquido. 2. (Delegado de Policia – 2013 – Policia Civil/RJ –
10) A diluição do sangue e a presença de líquido nos FUNCAB) Os documentos médico-legais são mecanismos
pulmões e no estômago, nos asfixiados por submersão, de de comunicação com as autoridades e, portanto, devem ser
substâncias sólidas no interior da traquéia e dos brônquios, elaborados com metodologia, de forma a obedecer uma
no soterramento, de fuligem nas vias respiratórias e mo‐ configuração preestabelecida. Constituem parte comum ao
nóxido de carbono no sangue dos que respiraram no foco relatório ou laudo e ao parecer, EXCETO:
de incêndio, de aeração pulmonar e conteúdo lácteo no A) descrição.
tubo digestivo de recém-nascido são sinais certos de rea‐ B) discussão.
ção vital.7 C) conclusão.
D) preâmbulo.
Provas microscópicas E) quesitos.
Prova de Verderau: determinação de leucócitos/hemá‐
cias no foco da lesão e em qualquer uma outra parte do 3. (Perito Criminal – Polícia Civil/MG – 2013 – FU-
corpo afastada dele. MARC) Em relação às normas legais atinentes ao trabalho
Prova histológica: verificação microscópica da presen‐ pericial, NÃO é correto afirmar:
ça de um infiltrado ou exsudato leucocitário em volta de (A) No caso que exija a atuação de perito não oficial, é
lesão.
obrigatório seu compromisso para o bom e fiel desempe‐
nho da atividade.
Avaliação histopatológica:
(B) As partes legalmente admitidas nos casos que exi‐
4-8 horas: infiltração de leucócitos neutrófilos polimor‐
gem a atuação do Perito Criminal poderão formular quesitos
fonucleares.
que serão a ele encaminhados.
12 horas: presença de monócitos
(C) Quando a transgressão deixar vestígios, requerendo
48 horas: máximo de exsudação (em traumatismos as‐
a atuação do Perito Criminal, é facultativa a realização do
sépticos)
corpo de delito direto ou indireto.
30 dia: crescimento epitelial, proliferação de fibroblas‐
tos e neoformação vascular (capilares de neoformação). (D) Em localidades onde não haja a presença do Perito
40 a 50 dia: aparecimento de fibras colágenas Criminal Oficial, o exame técnico será feito por duas pessoas
70 dia: tecido fibroso cicatricial (nas lesões de pequena idôneas que possuam a habilitação técnica para realizá-lo.
extensão).
4. (Perito Criminal – Polícia Civil/MG – 2013 – FU-
Prova histoquímicas enzimáticas: aumento de algumas MARC) No estudo das normas legais atinentes ao trabalho
enzimas como a fosfatase alcalina, fosfatase ácida, ami‐ técnico pericial, NÃO é correto afirmar:
nopeptidade, esterase e ATP-ase podem auxiliar na estima‐ (A) O magistrado, ao ter em mãos o laudo pericial, aceita
tiva da idade em horas da lesão, variando de 1 a 8 horas. ou recusa o trabalho e sua consequente conclusão, em sua
Provas bioquímicas: análise quantitativa da presença totalidade.
de histamina ou serotonina presentes em traumas teci‐ (B) É permitida à autoridade requisitante de um traba‐
duais, no entanto, só são reconhecíveis se realizadas até lho pericial outra solicitação acerca do mesmo fato ou local,
uma hora antes da morte e estão presentes no corpo até 5 quando haja divergência entre os peritos.
dias após a morte.8 (C) No exame documentoscópico, atinente ao reconhe‐
cimento de escritos, a autoridade requisitará, se necessário,
documentos de estabelecimentos ou arquivos públicos.
(D) O Perito Criminal constará no laudo pericial as altera‐
ções perceptíveis quando do levantamento de local, fazen‐
7 Fonte: www.profsilvanmedicinalegal.blogspot. do menção de suas consequências no respectivo relatório
com.br técnico.
8 Fonte: www.portaleducacao.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
5. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 – ACP I. A esganadura ocorre por laço tracionado ou por parte
-SP) Noticiou-se, há tempos, que certo lutador de boxe, du‐ do corpo que atua de forma similar a um laço (gravata, cha‐
rante uma contenda, mutilou uma orelha do adversário com ve de braço, golpes de jiu jitsu), desde que a força emprega‐
uma dentada. Ao exame, um médico legista reconheceria, da não seja o peso da vítima.
no órgão ofendido, uma ferida II. O estrangulamento ocorre através da interrupção da
a. incisa. passagem do ar atmosférico pelas vias aéreas e é causado
b. corto contusa. diretamente pela mão do agente, não havendo forma homi‐
c. cortante. cida ou incidental da mesma.
d. perfurocortante. III. É possível do ponto de vista pericial em medicina le‐
gal a distinção entre estrangulamento e enforcamento, atra‐
6. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/ vés da análise das características dos sulcos imprimidos no
GO – 2013 - UEG) Os agentes mecânicos são responsáveis pescoço da vítima.
IV. O enforcamento ocorre por um laço cuja extremida‐
pela maioria das lesões provocadas no corpo humano. São
de se acha fixa a um ponto dado, agindo o próprio peso do
exemplos de lesões contusas:
indivíduo como força viva.
a) bossa, empalamento
Assinale a alternativa correta.
b) equimose, esgorjamento a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
c) esquartejamento, entorse b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
d) luxação, degolamento c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
7. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/GO e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
– 2013 - UEG) Com relação às asfixias, tem-se o seguinte:
a) esganadura tem origem homicida, sendo rara sua for‐ 11. (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) Nas
ma acidental. lesões causadas por ação elétrica, é correto afirmar que:
b) o sulco comumente encontrado nos enforcados e A) morte ou lesão causada por fulguração é ocorrência
estrangulados é produzido por um instrumento corto- con‐ comum em trabalhadores de setor elétrico.
tundente. B) a gravidade dos acidentes de fulguração costuma ser
c) soterramento é um tipo de asfixia em que ocorre a maior do que nos casos de eletroplessão.
substituição do meio aéreo por terra. C) na perícia nos dois tipos de acidente por ação elétrica,
d) estrangulamento braquial é forma comum de asfixia é muito comum a observação de alterações histopatológicas
em suicídios e requer desproporção de forças. específicas e patognomônicas, de ambos os fenômenos.
D) as vítimas de fulminação que têm morte imediata
geralmente morrem por desequilíbrio hidro eletrolítico e
8. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/GO
metabólico.
– 2013 - UEG) Verificando o local de encontro de cadáver, o
E) o coração é o órgão menos vulnerável à corrente elétrica.
delegado anota as lesões presentes no corpo descritas pelo
perito como “lesão cortante na região anterior do pescoço, 12. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 –
retilínea, profundidade uniforme atingindo até a coluna ver‐ ACP-SP) A câmara de mina de Hoffmann
tebral”. Com estas observações, o delegado infere o nome a. já pode ser notada ao exame externo do cadáver.
da lesão e sua natureza jurídica como b. só pode ser observada ao exame de ossos do crânio.
a) degolamento – homicídio c. só pode ser observada ao exame interno do cadáver.
b) degolamento – suicídio d. só pode ser observada ao exame por raio X.
c) esgorjamento – suicídio
d) esgorjamento – homicídio 13. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/PR – 2013 –
UEL/COPS) Nas feridas causadas por projéteis de arma de
9. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 – fogo, devem-se considerar elementos do orifício de entra‐
ACP-SP) Os sulcos cervicais típicos de enforcamento e de da, trajeto e orifício de saída.
estrangulamento são, respectivamente, A respeito desses tipos de lesões, assinale a alternativa
a. horizontal descontínuo e oblíquo contínuo. correta.
b. oblíquo contínuo e horizontal descontínuo. a) A análise do orifício de entrada permite que o ob‐
servador estime uma distância aproximada do disparo do
c. horizontal contínuo e oblíquo descontínuo.
projétil, principalmente baseado, entre outros elementos,
d. oblíquo descontínuo e horizontal contínuo.
na presença ou ausência dos elementos chamados de con‐
torno (zona de esfumaçamento e zona de tatuagem).
10. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/PR – 2013 – b) As lesões perfurocontusas são exclusivamente causa‐
UEL/COPS) As asfixias são modalidades de morte deriva‐ das por projéteis de arma de fogo. A presença de que ma‐
das de energias físico-químicas. Entre elas são frequentes as dura junto ao orifício de entrada caracteriza o tiro a “queima
modalidades de constrição do pescoço. Em relação às dife‐ roupa”, ou seja, quando o cano da arma encosta na roupa
renças entre enforcamento, esganadura e estrangulamento, ou pele da vítima e devido a sua alta temperatura gera quei‐
considere as afirmativas a seguir. maduras de primeiro e segundo graus.

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
c) Os projéteis de arma de fogo geram feridas perfu‐ O tempo de morte médio, ocorreu, aproximadamente,
rocortantes. A ausência de zona de esfumaçamento e de a) em menos de 1 hora.
tatuagem e a presença de equimoses e queimaduras de‐ b) entre 1 a 2 horas.
monstram que o projétil foi disparado a uma curta distância. c) entre 3 a 4 horas.
d) São componentes do orifício de saída das feridas d) entre 6 a 7 horas.
perfuro contundentes causadas por projéteis de arma de e) entre 8 a 9 horas.
fogo: a orla de escoriação, a orla de enxugo, a zona de ta‐
tuagem e a zona de esfumaçamento. 18. (Delegado de Policia – 2013 – Policia Civil/RJ –
e) O tiro a longa distância, causado por arma de fogo FUNCAB) Na perícia de conjunção carnal, a maioria das
comum, se caracteriza pela presença de orifício de entrada lesões encontradas nas vítimas de crimes sexuais é de ca‐
em “câmara de mina” e ausência dos elementos de com‐ ráter inespecífico, o que torna necessária a realização de
bustão da munição como pólvora incombusta, fumaça e métodos complementares para a elucidação dos vestígios,
restos da bucha. entre os quais NÃO se inclui:
A) pesquisa direta de espermatozoides.
14. (Delegado de Polícia Substituto - Polícia Civil/GO B) dosagem de fosfatase ácida prostática.
– 2013 - UEG) Vários conceitos de morte são descritos na li‐ C) pesquisa de antígeno prostático específico.
teratura em geral, sejam eles científicos, religiosos ou filosófi‐
D) exame de confronto genético.
cos, todos devem ser respeitados. O Direito adota o conceito
E) dosagem de prostaglandina F2-alfa.
científico de morte. Sobre tanatologia forense, verifica- se que
a) a diminuição da pressão intraocular, a dessecação
dos lábios e a tela viscosa ocular são fenômenos consecu‐
tivos de morte. 19. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/PR – 2013
b) a rigidez cadavérica é um fenômeno abiótico imedia‐ – UEL/COPS) Esclareça-se inicialmente que os termos
to e progride da cabeça para os pés. abortamento e aborto, embora intrinsecamente relaciona‐
c) o conceito de morte cerebral é utilizado como critério dos, não são sinônimos. Abortamento é o ato de abortar
para realização de transplante de órgãos. e aborto é o produto expelido. Ressalte-se ainda que esse
d) a putrefação é um fenômeno transformativo destruti‐ conceito, em Medicina Legal, difere do da Obstetrícia. Con‐
vo que independe da ação das bactérias. ceitua-se como abortamento, em obstetrícia, a interrupção
da gravidez com idade igual ou inferior a 20-22 semanas
15. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 – completas, levando-se em conta, respectivamente, a data
ACP-SP) A necropsia médico-legal, conforme preceitua o da última menstruação ou da ovulação da mulher. Quando
Código de Processo Penal, pode ser realizada, do momento não for possível estabelecer com precisão a idade da ges‐
da constatação do óbito da vítima tação, considerar-se-ão aborto os produtos de concepção
a. a qualquer hora, pois já se constatou a morte. que pesarem 500 g ou menos. Já a definição médico-legal
b. apenas 2 horas após, quando aparecem os últimos do aborto consiste em interrupção criminosa da gestação,
fenômenos abióticos imediatos. não importando a idade em que isso venha a ocorrer.
c. apenas 6 horas após, quando fenômenos abióticos Quanto ao tema do aborto sob a ótica médico-legal,
consecutivos estão bem evidentes. assinale a alternativa correta.
d. apenas 12 horas após, quando o início da putrefação a) Para a comprovação do aborto, não é necessário que
já é evidente. a perícia médica demonstre a presença de gestação prévia
da mãe, bastando o exame dos restos fetais ou ovulares e a
16. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/SP – 2000 – verificação de que houve um parto de um nativivo.
ACP-SP) Pode-se admitir que a ré, ao matar o próprio filho, b) O aborto sentimental ou piedoso ocorre em casos
estava inteiramente privada da capacidade de entender o de risco de vida iminente para a mãe em que a única mo‐
caráter criminoso de seu ato, se na ocasião ela
dalidade terapêutica é a interrupção da gestação.
a. era portadora de personalidade psicopática.
c) A perícia de constatação de aborto deve ser realiza‐
b. estava sob estado puerperal.
da em fetos enviados ao IML e consiste em autópsia para
c. sofria de esquizofrenia.
avaliar a causa de morte fetal.
d. sofria de neurose compulsiva.
d) No caso de aborto terapêutico, é permitido ao mé‐
17. (Delegado de Polícia - Polícia Civil/PR – 2013 – dico realizá-lo mesmo sem o consentimento da mãe, bas‐
UEL/COPS) Leia o laudo de autópsia que demonstra as in‐ tando que outro médico concorde que é a única modalida‐
formações a seguir. de terapêutica possível para salvar a vida da gestante.
i. Temperatura retal com perda de 2,5 ◦C em relação à e) O exame fetal é parte importante da comprovação
temperatura média do ambiente. da materialidade do crime de aborto, pois é através dele
ii. Presença de livores cadavéricos (hipóstases) em decli‐ que se verificam os elementos comprobatórios de gesta‐
ves e em face posterior do pescoço, móveis. ção como a docimasia de Galeno.
iii. Rigidez cadavérica em membros superiores.
iv. Ausência de gases de putrefação ou de mancha verde
abdominal.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral
20. (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) Na
investigação de infanticídio, a perícia pode contribuir com ANOTAÇÕES
o estudo da docimasia, que tem como objetivo esclarecer:
A) o período gestacional.
B) se houve crime de aborto. ___________________________________________________
C) se houve sofrimento fetal por infecção.
D) se houve vida extrauterina. ___________________________________________________
E) se houve aspiração meconial.
___________________________________________________
GABARITO: ___________________________________________________

1 C ___________________________________________________
2 A ___________________________________________________
3 C
4 A ___________________________________________________
5 B
6 A ___________________________________________________
7 A
___________________________________________________
8 D
9 D ___________________________________________________
10 C
11 B ___________________________________________________
12 A
___________________________________________________
13 A
14 A ___________________________________________________
15 C
16 C ___________________________________________________
17 C
___________________________________________________
18 E
19 D ___________________________________________________
20 D
___________________________________________________

___________________________________________________

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___________________________________________________
___________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral

ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Perito Oficial - Perito Criminal Geral

ANOTAÇÕES

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