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Índice

Capítulo: I ...................................................................................................................................3

1. Introdução ...............................................................................................................................3

1.1. Justificativa .......................................................................................................................3

1.2 Problematização.................................................................................................................3

1.3. Objectivos.........................................................................................................................4

1.3.1 Geral: ..........................................................................................................................4

1.3.2 Específicos: .................................................................................................................4

1.4 Relevância de Tema ...........................................................................................................4

1.5. Hipóteses ..........................................................................................................................4

1.6. Metodologia de Estudo .....................................................................................................5

Capítulo: II..................................................................................................................................6

2. CAPITULO II: REFERENCIAL TEÓRICO ...........................................................................6

2.1 Sistema Fiscal ou Tributário Nacional (SFTN) ...................................................................6

2.1.1 Evolução do Sistema Tributário Moçambicano (ESTM)/ Reformas Fiscais .................6

2.1.2 Objectivos do Sistema Fiscal ou Tributário Nacional (OSFTN) ................................. 13

2.2 Receitas Tributárias ......................................................................................................... 14

2.2.1 Impostos.................................................................................................................... 15

2.2.2 Taxas......................................................................................................................... 16

2.3 Distinção entre Imposto e Taxas ...................................................................................... 18

2.4 Objectivos de Imposto ..................................................................................................... 18

2.5 Princípios que enformam o sistema tributário ................................................................... 19

2.6 Efeito de um imposto sobre a economia ........................................................................... 20

2.7 Os Impostos do Sistema Tributário .................................................................................. 21

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“2.7.1 Principais Impostos do Estado ................................................................................. 21

2.7.2 Outros Impostos do Estado ........................................................................................ 26

2.7.3 Sistema Tributário Autárquico ................................................................................... 28

2.7.4 Regimes Tributários Especiais ................................................................................... 29

Capítulo: III .............................................................................................................................. 30

Conclusão ................................................................................................................................. 30

Referências bibliográficas ......................................................................................................... 31

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Capítulo: I

1. Introdução
O presente trabalho tem como o tema reforma fiscal Moçambicano; no qual estão descrito muita
informação relacionado ao tema.

Reforma fiscal são mudanças de um período para o outro do acto de adopção de política que o
Estado cria para tributar a população duma forma eficaz, eficiente e económica; que as mesmas
políticas devem de estar dentro dos limites para que a população possa contribuir com seu
rendimento para o Estado através desses recursos cobrados realizar as despesas públicas.

O trabalho está estruturado em três capítulos a destacar: o primeiro capítulo corresponde a parte
da introdução onde dentro da mesma tem a justificativa; problematização; objectivos gerais e
específicos; relevância do tema; hipóteses e por fim a metodologia aplicada. O segundo capítulo
corresponde a parte do desenvolvimento do trabalho. O terceiro e último capítulo correspondem
a parte de conclusão e referências bibliográficas.

1.1. Justificativa
A opção da escolha do tema que é sobre reforma fiscal em Moçambique; deve se ao ser da área
do conhecimento adquirido nesse percurso da formação académica no curso de contabilidade e
administração pública; e de ser um tema de muita importância naquilo que são as formas de
obtenção de recursos financeiro, isto é os períodos que se passou deste que iniciou o fisco até a
situação actual. E não se esquecendo de que o tema foi atribuído pela docente da cadeira de
direito fiscal que no âmbito da competência ela possui competências para a execução desse acto.

1.2 Problematização
Partindo do pressuposto de que as formas que o Estado utiliza para angariar fundos para poder
executar ou realizar despesas em prol da colectividade, iniciaram há muito tempo ante da
independência, isto é no tempo colonial; mas até os nossos dias pós dias ainda esta continuar
com a mesma lógica de obter fundos a partir dos tributos para com os mesmos garantir o bem-
estar social. E como se não basta se verifica-se uma melhoria por parte do mesmo Estado no acto
da cobranças das receitas públicas comparando com o período colonial.

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Perante esta realidade coloca-se a seguinte questão:

Problema

Será que as reformas fiscais melhoraram o sistema fiscal ou o processo de tributo dos recursos
públicos por parte do Estado em Moçambique?

1.3. Objectivos

1.3.1 Geral:
 Descrever sobre o processo das reformas fiscais de Moçambique.

1.3.2 Específicos:
 Conceptualizar o sistema fiscal, receitas bem como imposto e taxas;
 Debruçar em torno da evolução do sistema tributário Moçambicano bem como as suas
devidas reformas fiscais;
 Escrever todos impostos do sistema tributário de Moçambique.

1.4 Relevância de Tema


O tema em estudo é de extrema importância do ponto de vista científico académico, económico e
social; visto que sem os tributos que o Estado tira dos cidadãos não seria possível realizar aquilo
que são os objectivos, acções e metas do Estado. Isto é, é a partir das receitas que o Estado
cobras a população que são realizadas as despesas de carácter colectivas para garantir aquilo que
é o bem-estar da mesma população, e é através do mesmo sistema fiscal que se cria leis para
garantir a redistribuição dos rendimentos e riqueza duma forma justa, eficiente e transparente,
estabilização económica e também se define a forma ou instrumentos de política fiscal.

1.5. Hipóteses
H1: As reformas fiscais melhoraram o sistema fiscal ou o processo de tributo dos recursos
públicos por parte do Estado em Moçambique.

H0: As reformas fiscais não melhoraram o sistema fiscal ou o processo de tributo dos recursos
públicos por parte do Estado em Moçambique.

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1.6. Metodologia de Estudo
O trabalho é o resultado de pesquisa sobre reformas fiscais e teve como principais métodos:

Técnica bibliográfica: é baseada na análise da literatura relacionado as reformas fiscais, já


publicada em forma de livros e informações disponibilizadas em correio electrónico.

Técnica Documental: este método consiste na consulta de materiais sobre reforma fiscal que
não receberam tratamento analítico.

Pesquisa Exploratória: este método tem como finalidade desenvolver, esclarecer, modificar e
aprimoramento de ideias, envolvendo um levantamento bibliográfico em matéria da reforma
fiscal.

Método fenomenológico: A fenomenologia preocupa-se em entender o fenómeno como ele se


apresenta na realidade. Não deduz, não argumenta, não busca explicações (porquês), satisfaz-se
apenas com seu estudo, da forma com que é constatado e percebido no concreto (realidade).

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Capítulo: II

2. CAPITULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Sistema Fiscal ou Tributário Nacional (SFTN)


O conceito de sistema fiscal é tradicionalmente usado para designer conjunto de impostos
existentes num certo espaço, reportando-se, sobretudo, ao domínio normativo, ou à legislação
fiscal existente.” O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e
outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.

Para a realização dos fins que se propõe, e que se traduzem na realização de despesas orientadas
fundamentalmente à satisfação de necessidades públicas (necessidades colectivas da sociedade
organizada politicamente), o Estado necessita de obter receitas. Tais receitas provêm
prioritariamente da cobrança de tributos (prestações compulsivas, pecuniárias ou em espécie)
que podem revestir a natureza de impostos ou de taxas, ou da venda e exploração de bens do
património público (receitas patrimoniais).

2.1.1 Evolução do Sistema Tributário Moçambicano (ESTM)/ Reformas Fiscais

2.1.1.1 Período antes da independência


Segundo Ibraimo Ibraimo (2002), mesmo antes da chegada dos portugueses já existia o imposto
em Moçambique que era essencialmente pago em forma de roupa, gado, escravos e outros bens.
Mas uma das principais evidências da existência do imposto em Moçambique foi com o
surgimento dos prazos da Zambézia, em que se utilizou o tributo tradicional pela primeira vez.

O Vale do Zambeze em meados do séc. XVII estava organizado politicamente e tradicionalmente


por vários chefes em cada região. O governador do distrito era designado por mambo” que era
assistido por um chefe local “mpfumu”, e pelo chefe das povoações. Uma das atribuições do
“mpfumu” era de cobrar o imposto Dentro dos prazos, todos os habitantes estavam sujeitos ao
pagamento de um imposto anual designado por “mussoco”, que era pago como forma de afirmar
o poderio do mambo sobre a terra. O conteúdo, a taxa e o montante do “mussoco” atribuído a
cada família não era fixo nem estabelecido, variava de prazo a prazo e de região para região.

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Os camponeses, através do “mussoco”, renda em géneros, canalizavam parte dos seus excedentes
agrícolas para a “elite” dos prazos, sendo, muitas das vezes, utilizados para alimentação. Com a
penetração crescente do capitalismo colonial, o “mussoco” passou a ser cobrado em trabalho e,
depois, em dinheiro, o que exprime uma mudança profunda nas relações sociais de produção.

Segundo Carlos Serra (1982), o imposto de palhota foi introduzido ao abrigo do decreto de 9 de
Julho de 1982 e cobrado à luz do Regulamento do Imposto de Palhota de 30 de Julho de 1892.
Os proprietários das palhotas situadas no interior ficavam obrigados ao pagamento anual de 900
reis por palhota utilizada como habitação. Nos dois primeiros anos, o imposto de palhota podia
ser cobrado em dinheiro ou género, mas em 1894 passou a ser obrigatoriamente recebido em
dinheiro. Aquele que não cumprisse com esta obrigação era punido com trabalho forçado durante
os dias necessários do valor do salário oficial local acrescentado 50 por cento no valor após a
finalização do trabalho forçado.

Salienta-se que a administração directa durou até 1892, e era feita através dos agentes da
autoridade, cuja função não era apenas de cobrar o “mussoco” mas, também de controlar os
chefes locais.

Como forma de obter dinheiro para pagamento do imposto de palhota a maior parte dos homens
moçambicanos residentes na zona sul do país emigravam para África do Sul para trabalhar nas
minas, o que facilitava a cobrança.

Segundo Ibraimo Ibraimo (2002), o fenómeno de emigração no sul do nosso país influenciou a
política fiscal porque fez com que o Estado colonial encarasse duas questões que não lhe
agradavam:

 Com a emigração, o número de trabalhadores para as Companhias reduziu;


 Os salários praticados na África do Sul eram substancialmente mais elevados que os da
Companhias que operavam em Moçambique. Este facto anulava a política existente de
elevar os impostos para obrigar os trabalhadores a permanecerem mais tempo nas suas
terras.

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Ao mesmo tempo, este fenómeno causava problemas no próprio orçamento do Estado colonial e
na balança de pagamentos. Por um lado, necessitava de promover a emigração, de obter o
imposto em libras - ouro, e por outro lado necessitava da mão-de-obra.

Após o imposto de palhota, a outra forma de tributação introduzida foi a tributação indirecta, que
incidia sobre os bens de consumo produzidos pelos indígenas, como forma de os levar a
concorrer para as despesas públicas. E, nesse sentido, foram criados alguns impostos directos,
nomeadamente:

 Impostos prediais que incidiam sobre os prédios rústicos e urbanos situados na baixa da
cidade, dentro do território das companhias;
 Tributação das actividades comerciais e industriais que eram tributados por
taxas variáveis, em função do valor das mercadorias importadas por cada
contribuinte, a legislação e a cobrança deste imposto era feito com base nas
declarações dos contribuintes;
 Contribuição de Juros que consistia num imposto sobre o crédito e sobre a aplicação de
capitais, com base numa taxa fixa;
 Sisa que incidia sobre os actos de transmissão da propriedade de bens imóveis a título
oneroso;
 Imposto sucessório que incidia sobre os actos de transmissão de propriedade móvel a
título gratuito.

2.1.1.2 Período à data de Independência


Segundo Ibraimo Ibraimo (2002), na véspera da independência, o sistema tributário aplicado em
Moçambique era basicamente o então vigente na Metrópole – resultante da reforma de 1959-
1963 e da política de harmonização fiscal, enquadrado no programa de integração económica
dentro do na época chamado espaço português.

Nessa época vigorava um sistema tributário moldado aos objectivos do Estado que estava
dimensionado às necessidades orçamentais deste mesmo Estado. Para tal, estava organizado um
sistema administrativo adequado e dotado de pessoal apropriado, convenientemente treinado. Era
um sistema fiscal com uma legislação complexa e quase inacessível à grande maioria dos

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contribuintes, e não respeitava os princípios de justiça social, onde todos deviam pagar impostos
independentemente da sua condição social e financeira.

O Estado Português em Moçambique tinha um orçamento que integrava as receitas por um lado
e as despesas por outro lado. E, a tabela de despesas procurava responder às necessidades dos
gastos do Estado na altura. De acordo ainda com Ibraimo Ibraimo (2002), os impostos indirectos
por exemplo como o imposto de consumo e direitos aduaneiros, tinham algumas taxas
proteccionistas para a importação de produtos que aparentemente eram supérfluos e taxas mais
pesadas para outros produtos considerados essenciais para consumo da população, mas que
beneficiavam se de taxas aduaneiras preferenciais, quando importadas de certos países.

2.1.1.2.1 Caracterização do sistema fiscal à data da independência como:


Um sistema concebido e dimensionado de acordo com a política do Estado e suficiente para
fazer face à correspondente tabela de despesas.

O nível de receitas era suficiente para fazer face às despesas de funcionamento do seu aparelho
administrativo.

O conjunto de pequenas taxas e impostos de nível local ou regional cujas características e fim a
que as receitas se destinavam - despesas das instituições locais e autónomas - estavam em
perfeita consonância com a forma de organização administrativa e eram dotados de processos
orçamentais que permitiam estipular as cobranças.

Ibraimo Ibraimo (2002), menciona que os principais impostos vigentes nessa altura eram:

 Contribuição Industrial – que incidia sobre os lucros das actividades industriais e


comerciais;
 Contribuição Predial Urbana – que incidia sobre o lucro das explorações agrícolas,
silvícolas, pecuárias, ficando sujeitas todas as pessoas singulares ou colectivas nacionais
ou não, desde que se desenvolvessem actividades em terrenos, prédios ou concessões no
território nacional;
 Imposto Profissional que incidia sobre os rendimentos de trabalho, e
este por sua vez eram sujeitos a imposto quando auferidos por pessoas

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singulares, nacionais ou estrangeiras, que em Moçambique exerciam qualquer
actividade por conta de outrem ou por conta própria;
 Imposto sobre aplicação de capitais que incidia sobre os rendimentos provenientes da
simples aplicação de capitais;
 Imposto Complementar que incidia sobre o rendimento global das pessoas singulares e
colectivas.

2.1.1.3 Período após a Independência


Após a independência ocorreram várias reformas no sistema fiscal:

a) Reforma Fiscal de 1978 (RF)


Segundo Ibraimo Ibraimo (2002), com a independência nacional verifica-se uma imediata
inadequação do sistema tributário por um lado e a debilidade da máquina de administração fiscal,
por outro.

Esta situação foi originada pela queda de produção industrial pois as unidades económicas de
cujos lucros dependiam do êxito da contribuição industrial foram abandonadas pelos seus
proprietários e algumas sofreram sabotagem. O facto associado à debilidade verificada na
administração e o dealbar da guerra de desestabilização originou a quebra da matéria colectável e
consequente ineficácia da contribuição industrial.

A Assembleia Popular adoptou então a Resolução 5/77, de 1 de Setembro. Com este instrumento
definiram-se os princípios fundamentais a observar no sistema tributário. A nova política fiscal
visava os seguintes objectivos: primeiro, simplificar o processo de captação do rendimento das
empresas, através da retenção antecipada deste no processo de circulação de mercadorias e
prestação de serviços; segundo, transformar os impostos de contribuição industrial e
complementar em simples impostos correctivos; terceiro, fundir os diversos impostos parcelares
sobre o rendimento do trabalho em um apenas, criando-se uma tributação progressiva, de acordo
com as normas constitucionais; quarto, agravar a carga fiscal sobre os lucros das empresas; e,
finalmente, simplificar a legislação fiscal em vigor.

O sistema não permitia a captação dos excedentes financeiros gerados pelos agentes económicos,
tal situação fazia com que do lado da procura aumentasse cada vez mais o dinheiro disponível e,

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do lado da oferta, os preços reais não correspondiam ao valor ofertado, daí que gradualmente
começam a surgir os mercados paralelos.

b) Reforma Fiscal de 1987 (PRE)


Em princípios de 1987 foi lançado o Programa de Reabilitação Económica (PRE), destinado a
corrigir os desequilíbrios da economia nacional. Este programa consistia na reabilitação da
economia através de uma série de acções nas áreas de formação de preços, de taxas de câmbio,
de política fiscal e outras estruturais e administrativas visando melhorar a eficiência dos agentes
económicos, aumentar o abastecimento e a produção, ajudar a restabelecer o equilíbrio
financeiro.

Dentre estas acções pretendiam-se algumas alterações à legislação fiscal.

Revogou-se então a Resolução 5/77 pela Lei 3/87, de 19 de Janeiro, que passou a fixar os novos
princípios em que o Sistema Tributário Moçambicano devia assentar, com o objectivo de
aumentar a elasticidade das receitas em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e
alargar a base tributária.

O sistema tributário definido na Lei 3/87, de 19 de Janeiro, integrava impostos directos e


indirectos.

A tributação directa dos rendimentos era feita com base no seguinte sistema de impostos:

 Contribuição Industrial, incidente sobre os lucros da actividade comercial e industrial;


 Imposto sobre o Rendimento do Trabalho – Secção A, incidente sobre as remunerações
do trabalho;
 Imposto sobre o Rendimento do Trabalho – Secção B, incidente sobre o valor da
produção das cooperativas de produção e das explorações individuais agrícolas, silvícolas
ou pecuárias de pequena dimensão;
 Imposto Complementar, incidente sobre o rendimento global de pessoas singulares e
sobre os rendimentos de capital;
 Contribuição Predial, incidente sobre os rendimentos prediais.

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A tributação indirecta, que integrava os impostos sobre as despesas, com base no seguinte
sistema de impostos:

 Imposto sobre valor acrescentado, que incidia sobre o valor das transmissões de bens e
prestações de serviços realizados no País;
 Imposto sobre Consumos Específicos, que tributava, de forma selectiva, o consumo de
determinados bens;
 Imposto especial sobre combustíveis, que incidia sobre qualquer combustível
comercializado no território nacional.

A Lei 3/87, de 19 de Janeiro, preocupou-se ainda com os objectivos de justiça social e com
objectivos tributários não financeiros, nomeadamente o de redistribuição do rendimento
nacional, de orientação dos consumos, de personalização dos impostos e da progressividade na
tributação dos rendimentos não provenientes do trabalho, continuando estes a ser tratados de
forma privilegiada e diferenciada.

A liberalização da economia introduzida pelo PRE permitiu uma dinamização da actividade


produtiva e a economia voltou a crescer, chegando o PIB a atingir 15% em 1987. Como
consequência do aumento da actividade económica e da melhoria da eficácia do sistema fiscal,
no mesmo ano o volume de receitas fiscais aumentou para mais do dobro em relação ao ano
anterior.

c) Reforma Fiscal de 2002


Em 26 de Junho a Assembleia da República aprovou a Lei n.º 15/2002 em substituição da Lei n.º
3/87. Esta reforma fiscal iniciou com a introdução do IVA em 1998 e a alteração do Imposto de
Consumo em Imposto de Consumo Especifico, e fixava como objectivos:

 O alargamento da base tributária;


 A redução da carga fiscal no conjunto da tributação directa;
 O aumento no nível de receitas fiscais;
 A simplificação de procedimentos;
 A modernização do sistema de impostos e
 A racionalização do sistema de benefícios fiscais.

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2.1.2 Objectivos do Sistema Fiscal ou Tributário Nacional (OSFTN)
Segundo do artigo 127.º, n.º 1 da CRM que o Sistema Fiscal Moçambicano é estruturado com
vista a satisfazer as necessidades financeiras do Estado e das demais entidades públicas, realizar
os objectivos da política económica do Estado e garantir uma justa repartição dos rendimentos e
da riqueza.

Deste princípio fundamental advém o entendimento de que é pelas receitas públicas que o Estado
realiza as necessidades públicas. A tributação tem assim como principal objectivo a
operacionalização de um mecanismo que garanta uma eficaz colecta e redistribuição das receitas
públicas em vista a promoção da justiça social. Eficaz porque deverá garantir a consecução das
metas orçamentais no que diz respeito as receitas públicas e sua sustentabilidade ao longo do
tempo, ao mesmo tempo o sistema proporcionará recursos para o melhoramento dos serviços
públicos, sem sobrecarregar o sector privado e evitando alterações na pauta fiscal.

Concomitantemente, a recolha de receitas também possui funções extra fiscais, como a utilização
para a distribuição da renda e diminuição da desigualdade entre pessoas e regiões. Serve também
para a protecção da economia nacional, estímulo de actividades de produção e geração de
empregos. Deve, em tese, ainda, regular ou restringir o consumo de produtos não essenciais,
nocivos à saúde e de luxo. Pode estimular o desenvolvimento económico e social promovendo a
educação e cultura, fortalecer a economia informal, facilitar a produção e muitos outros
objectivos.

A criação, modificação e extinção de impostos segundo o princípio da legalidade (artigo 127.º,


n.º 2 da CRM) devem garantir um sistema fiscal justo. A carga tributária imposta a cada agente
deve estar de acordo com a sua capacidade de contribuição, isto é, o sistema deve conceder
tratamento igual para situações iguais e desiguais para situações desiguais.

A doutrina maioritária considera que o sistema fiscal é considerado justo na base de dois
critérios: equidade vertical (requer que os indivíduos com maior capacidade de pagamento
suportem uma carga fiscal maior) e equidade horizontal (a distribuição da carga fiscal deve
efectuar-se de modo a que indivíduos com igual capacidade suportem a carga), tudo no sentido
de minimizar a evasão fiscal e estender a base tributária.

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Ainda assim o sistema fiscal deverá ser simples, evitando complexidades administrativas e
minimizando as diferenças arbitrárias na tributação, concorrendo deste modo para que o
contribuinte se predisponha a pagar o tributo, pois sabe como o imposto foi calculado. Mais
ainda, o sistema deve ser previsível, isto é, deve ser conhecido e ter por base uma legislação
estável e transparente, sem excessiva carga tributária e ainda flexível para acomodar as
mudanças necessárias.

Por fim a eficiência do sistema é aferida pela moderação das distorções do impacto dos impostos
na decisão sobre poupança, investimento, produção, comércio, trabalho e consumo.

2.2 Receitas Tributárias


Segundo Teodoro Waty (2011), as receitas tributárias são aquelas que mais expressão tem no
conjunto das receitas do Estado. São considerados receitas tributárias: (a) o imposto, (b) as taxas
e (c) as contribuições especiais.

Ainda conforme Waty, Receitas públicas é um recurso patrimonial definitivo obtido, num
período financeiro, pelo Estado, ou outros entes públicos ou com funções publicas, para cobrir
necessidade publicas. Classifica-os em receitas ordinárias e extraordinárias, receitas correntes e
as de capital, receitas voluntárias contratuais ou não coactivas, receitas originárias e derivadas e
receitas efectivas e não efectivas.

Para Franco (2002), as receitas tributárias são constituídas por três grupos de impostos, imposto
directo aquela que se aplicam directamente aos rendimentos das pessoas e empresas, e os
impostos indirectos que se aplicam normalmente sobre bens e serviços consumidos na economia
e que, portanto recaem indirectamente sobre os rendimentos dos indivíduos, empresas e
instituições e outros que se aplica em objectivos específicos.

Das abordagens acima, pode se entender, receitas tributárias como meios económicos que o
Estado e os restantes entes públicos podem lançar mão, para a provisão dos bens atinentes a
satisfação das necessidades públicas e assumem uma natureza variada com uma classificação
complexa.

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2.2.1 Impostos
Os impostos cumprem uma importante função na nossa sociedade. Com os recursos arrecadados
via tributação, o Estado consegue financiar-se e prover bens públicos à população. Saúde,
educação e segurança pública são alguns dos exemplos que o Estado na senda do
assistencialismo fornece gratuitamente à sociedade em troca do pagamento do imposto.

O alargamento da base tributária é o objectivo traçado pelo Governo com vista a diminuir a
dependência da ajuda externa e obtenção de maiores receitas internas, bem assim para enfrentar
os desafios da globalização em geral.

Sucede, porém, para um país com cerca de dez milhões de pessoas economicamente activas, das
quais apenas dez por cento pagam impostos (pouco mais de um milhão), o grau de realização se
afigura muito aquém do necessário para o equilíbrio das contas públicas. O Estado ainda está
muito aquém de reunir os fundos suficientes para fazer face as despesas públicas, pelo que a
contribuição de todos para o pagamento dos impostos seria de grande utilidade, podendo alargar
de forma significativa a base tributária, factor que ajudaria no melhoramento do desempenho do
Orçamento do Estado. Surgem, pois, alargar a base tributária.

O imposto define-se como uma prestação pecuniária compulsiva de carácter unilateral, cujo
objectivo é gerar recursos orientados prioritariamente para o financiamento da prestação de
serviços que visem a satisfação de necessidades públicas;

Segundo Teixeira (1985), o imposto é uma prestação pecuniária efectiva, de pagamento coercivo
com carácter unilateral e definitivo, em geral não consignados a nenhum tipo de utilizações,
sendo uma prestação devida ao Estado, estabelecida por lei sem carácter de sanção, tendo como
objectivo a realização de fins públicos.

Sanches (2007), refere que definir imposto não é tarefa fácil como vem demonstrando a
doutrina. O imposto é uma das espécies tributárias criadas por lei e está sujeito ao princípio da
legalidade.

Ibraimo, Ibraimo (2002), em que “o imposto é uma prestação pecuniária, exigida aos particulares
por via da autoridade, a título definitivo e sem contrapartida, com vista à cobertura dos encargos

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públicos”. Nabais (2008), define o imposto com base em três elementos, “um elemento
objectivo, um elemento subjectivo e um elemento teológico (ou finalista) ”. Neste contexto, será
objectivo porque o imposto é uma prestação pecuniária, unilateral, definitiva e coerciva.
Enquanto elemento subjectivo, o imposto é uma prestação, com as características objectivas
acima mencionadas, exigida a (ou devida por) detentores (individuais ou colectivos) de
capacidade contributiva (ability to pay) a favor de entidades que exerçam funções ou tarefas
públicas. O elemento teológico (ou finalista) reside no facto do imposto ser exigido pelas
entidades que exercem funções públicas, para a realização dessas funções, sem carácter
sancionatório. Portanto, o imposto tem como conteúdo um dever de prestar que surge pela
simples verificação de um facto previsto na lei, dando origem a uma relação jurídica tributária.
Assim, tendo em vista os fins da tributação, o pagamento de impostos deve respeitar os
princípios constitucionais da generalidade. Por isso, estamos perante um imposto se apenas puder
ser medido ou aferido com base na capacidade contributiva do contribuinte. Independentemente
do ou não pagamento de uma certa taxa ou imposto para o uso deste bem.

2.2.2 Taxas
As taxas são consideradas por Waty (2011), como sendo uma espécie tributária, que corresponde
a uma prestação patrimonial, legal, a favor de ente público como contraprestação específica e
individual de um serviço público ou de remoção de obstáculo jurídico ao comportamento de
particulares. As taxas podem ser tarifas ou licenças, administrativas ou jurídicas.

Ibraim Ibraim (2002), as taxas são devidas pela utilização individual de serviços públicos ou de
bens de domínio público, de que todos necessitam abstractamente, mas que só alguns procuram
activamente, ou pela remoção de um limite jurídico à actividade dos particulares mediante a
concessão de autorização administrativa (propinas de estabelecimento de ensino oficial,
“imposto” de justiça, selos postais, taxas hospitalares, portagens, taxas camarárias por ocupação
da via pública ou estacionamento.

Apesar das duas abordagens apresentarem uma semelhança, para o presente trabalho optamos
pela abordagem de Waty (2011), por ser mais simplista ao definir taxas como sendo uma espécie
tributária, que corresponde a uma prestação patrimonial, legal, a favor de ente público como
contraprestação específica e individual de um serviço público ou de remoção de obstáculo
jurídico ao comportamento de particulares.

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As taxas, por sua vez, definem-se como prestações pecuniárias compulsivas que:
 Correspondem à obrigação que o Estado assume de prestar determinados serviços
específicos virados à satisfação de necessidades públicas ou semi-públicas, ou
alternativamente colocá-los à disposição da população (Ex: taxas de aterragem, taxa de
lixo, taxa de rádio); ou,
 Surgem como contrapartida de uma actividade específica da administração em resposta a
uma solicitação explícita do contribuinte (licenças de caça, licença de exploração de
minas, licença de corte de florestas).

No primeiro caso, têm-se as denominadas taxas de serviços, em que a actividade da


administração decorre geralmente do exercício do poder fiscalizador, se denominam de licenças
ou taxas de polícia.

Ao contrário do imposto, no conceito de taxa está ausente o carácter unilateral, pois existe, neste
caso, uma contraprestação específica do lado da administração (só paga a taxa aquele que solicita
a prestação do correspondente serviço, licença ou outro acto administrativo).

Na acepção ainda destas definições, são bens ou serviços públicos aqueles cuja existência
permite à colectividade usufruírem de um benefício ou utilidade imediata, não susceptível de
individualização (requisito indispensável para que possa haver a divisibilidade dos respectivos
custos, e a correspondente imposição de uma taxa), motivo pelo qual não podem ser cobertos
por contraprestações determinadas.

São exemplos de serviços desta natureza a existência de uma força policial, a construção de uma
nova estrada, a iluminação pública nas cidades, etc., os quais se destinam a satisfazer
necessidades comuns dos membros da comunidade, sem que se possa contudo (ou não seja
prático ou politicamente aceitável) determinar em que medida beneficiam individualmente cada
um deles.

Tais serviços são normalmente financiados por recursos arrecadados pelo “ente público” (Estado,
Município, etc.) na base de critérios diferentes do da contraprestação (ou preço pela utilização do
serviço), uma vez que tal contraprestação não é determinável.

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2.3 Distinção entre Imposto e Taxas
As taxas o derivadas pela utilização individual de serviços público ou de bens de domínio
público de que todos necessitam abstractamente, mas que só alguns procuram activamente, ou
pela remoção de um limite jurídico à actividade dos particulares mediante a concessão de
autorizações administrativas, (Ibraim, Ibraim, 2002).

Assim a diferença fundamental entre o imposto e a taxa reside no facto de aquele ser uma
prestação unilateral e a taxa ser uma prestação bilateral ou sinalagmática, isto é, com uma
contraprestação específica, individual, imediata e directa (serviços prestados). (Ibid.)

A verdade é que a distinção entre imposto e taxa assume especial relevância no que se refere ao
princípio da legalidade: o imposto só pode ser criado por lei da Assembleia da República,
enquanto a taxa, nem sempre é assim.

2.4 Objectivos de Imposto


Os impostos são criados para satisfação de fins públicos, expressão ampla que engloba
objectivos fiscais (obtenção de receitas públicas) e extra-fiscais (sociais económicas, etc). Ibraim
Ibraim (2002).

Os impostos tem sempre vários objectivos, que se encontram geralmente associados, muito
embora em alguns casos predomine este ou aquele, assim podemos distinguir os seguintes
objectivos:

 Objectivos fiscais

Segundo Ibraim Ibraim (2002), aqui os impostos visam a obtenção de receitas para
financiamento das despesas públicas, isto é, a satisfação das necessidades financeiras do Estado.

 Objectivos sociais

Os impostos visam a “ repartição justa de riqueza e dos rendimentos”, “ a diminuição de


desigualdade”, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado social, operando-se
assim uma verdadeira retribuição de riqueza.

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Por outro lado, os impostos podem adaptar a estrutura do consumo à evolução das necessidades
de justiça social. (Ibid.)

 Objectivos económicos

Os impostos podem combater a inflação (reduzindo o rendimento disponível e,


consequentemente o consumo), obter a selectividade do consumo (tributando mais pesadamente
os consumos nocivos e supérfluos, como o tabaco, o jogo, certas bebidas, as antiguidades, etc)
proteger as indústrias nacionais (estabelecendo direito aduaneiros protectores durante um certo
período), incentivar a poupança e o investimento (indirectamente através de desagravamento
fiscais).

2.5 Princípios que enformam o sistema tributário


O artigo 100.º da CRM estabelece que “os impostos são criados ou alterados por lei, que os fixa
segundo critérios de justiça social”, sendo esta uma referência do texto constitucional aos
princípios da legalidade e da justiça social.

O texto constitucional é, a este respeito, complementado pela Lei ordinária, encontrando-se os


princípios que regem a organização e o funcionamento do sistema tributário nacional e fixam as
respectivas bases sistematizados em dois diplomas complementares, respectivamente:

 Lei nº 15/2002, de 26 de Junho – Lei de Bases do Sistema Tributário;


 Lei nº 2/2006, de 22 de Março – Lei Geral Tributária.

São princípios e conceitos básicos estabelecidos por estes dois diplomas:

Princípios Gerais:

 A tributação visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e de outras


entidades públicas e promove a justiça social, a igualdade de oportunidades e a necessária
redistribuição da riqueza e do rendimento;
 A tributação respeita os princípios da generalidade, da igualdade, da legalidade, da não
retroactividade, da justiça material e da eficiência e simplicidade do sistema tributário,
não havendo lugar à cobrança de impostos que não tenham sido estabelecidos por lei;

19
 Estão sujeitos ao princípio da legalidade tributária a incidência, a taxa, os benefícios
fiscais, as garantias e obrigações dos contribuintes e da administração tributária e o
regime de infracções tributárias.

Princípio da Legalidade Tributária:

 As bases da política de impostos e o sistema fiscal são definidos por Lei, nos termos da
Constituição;
 A Lei de Bases do Sistema Tributário determina a incidência, as taxas e os benefícios
fiscais dos impostos nacionais, as garantias e as obrigações do sujeito passivo e da
administração tributária, bem como os procedimentos básicos de liquidação e cobrança
de impostos;
 A Lei das Finanças Autárquicas determina a incidência, as taxas e os benefícios fiscais
dos impostos autárquicos;
 O exercício da justiça tributária é garantido através dos tribunais das jurisdições fiscal e
aduaneira para tutela plena e efectiva de todos os direitos ou interesses legalmente
protegidos em matéria tributária.

2.6 Efeito de um imposto sobre a economia


Segundo Franco (2002), a política tributária é fundamental para a geração da receita para o
orçamento. Porém ele afecta o comportamento do consumidor e afecta também a alocação dos
recursos na economia, portanto a política tributária pode gerar ineficiência económicas e pode-se
tornar num instrumento de redistribuição de rendimento na economia.

Franco (2008), afirma que a política tributária é prerrogativa dos Governos somente, o sector
privado para ter receitas tem que vender bens/ e ou serviços. Os governos geram receitas através
dos impostos que posteriormente financiarão despesas relacionadas com a prestação de serviços
e bens públicos e investimento em infra-estruturas.

A carga fiscal ou tributária, também conhecida por perda de eficiência mede a ineficiência
económica ou perda de recursos produtivos criada pela imposição de um imposto. A incidência
fiscal ou tributária é a proporção da carga fiscal que é partilhada por consumidores e produtores.

20
2.7 Os Impostos do Sistema Tributário
Segundo o manual do quadro legal para imposto em Moçambique:

“2.7.1 Principais Impostos do Estado

2.7.1.1 Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas (IRPC)

Regras de Incidência:

São tributadas em IRPC (sujeitos passivos):

As sociedades comerciais e as demais pessoas colectivas de direito público ou privado com sede
ou direcção efectiva em território moçambicano, pela totalidade dos seus rendimentos, incluindo
os obtidos fora do território nacional, sem prejuízo das regras de prevenção da dupla tributação
internacional aplicáveis - convenções internacionais estabelecidas com Portugal, Itália,
Maurícias e Emiratos Árabes Unidos;

As entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem direcção efectiva no
território nacional, relativamente apenas à parcela dos respectivos rendimentos obtidos no País e
aqui não sujeitos a Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS).

Para efeitos de sujeição a imposto consideram-se obtidos no território nacional os rendimentos


imputáveis a estabelecimento estável aí situado, e bem assim os que, não se encontrando nessas
condições, sejam relativos a imóveis aí situados, ou respeitem a rendimentos cujo devedor tenha
residência, sede ou direcção efectiva em território nacional, ou cujo pagamento seja imputável a
um estabelecimento estável nele situado.

2.7.1.2 Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS)

Regras de Incidência:

O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS) incide sobre o valor global anual
dos respectivos rendimentos, expressos quer em dinheiro quer em espécie, seja qual for o local
onde se obtenham e a moeda e a forma por que sejam auferidos, mesmo que provenientes de
actos ilícitos, classificados nas seguintes categorias:

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 Primeira Categoria: rendimentos do trabalho dependente;
 Segunda Categoria: rendimentos empresariais e profissionais;
 Terceira Categoria: rendimentos de capitais e das mais-valias;
 Quarta Categoria: rendimentos prediais;
 Quinta Categoria: outros rendimentos.

São sujeitas a IRPS as pessoas singulares que residam no território nacional, pela totalidade dos
respectivos rendimentos, incluindo os produzidos fora desse território, e as não residentes, pelos
rendimentos aqui obtidos.

Existindo agregado familiar, o imposto é devido pelo conjunto dos rendimentos das pessoas que
o constituem.

2.7.1.3 Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC)

Foi aprovado pela Lei nº 5/2009, de 12 de Janeiro, o Imposto Simplificado para Pequenos
Contribuintes com o objectivo de reduzir custos de cumprimento das obrigações tributária,
encargos de fiscalização e controlo através das simplificação dos procedimentos, bem como
incentivar os contribuintes registar-se e pagar imposto.

Refira-se que a tributação dos sujeitos passivos no ISPC é de carácter optativo. Para os sujeitos
passivos que optem pela tributação em ISPC, sobre as transmissões de bens e prestações de
serviços que realizem não há lugar ao IVA e, sobre os rendimentos obtidos, não incide IRPS ou
IRPC.

Os sujeitos passivos de ISPC que aufiram outros rendimentos, para além de rendimentos
classificados como da segunda categoria em sede de IRPC (rendimentos empresarias e
profissionais), são tributados em ISPC apenas relativamente aos rendimentos desta categoria,
devendo os restantes rendimento serem declarados para efeitos de tributação em IRPS.

Regras de Incidência:

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As pessoas singulares ou colectivas que desenvolvam actividades agrícolas, industriais ou
comercias, bem como a indústria transformadora e a prestação de serviços (incluindo
exportadores e importadores), podem optar pela tributação em ISPC, desde que:

O volume de negócios do ano anterior seja inferior ou igual a 2.500.000,00MT;

Não sejam obrigados, para efeitos de IRPS ou IRPC a possuir contabilidade organizada.

2.7.1.4 Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

Regras de Incidência:

O imposto sobre o Valor Acrescentado incide sobre o valor das transmissões de bens e
prestações de serviços realizadas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo
agindo como tal, bem como sobre as importações de bens.

São, em particular; havidas como transacções tributáveis:

 As prestações de serviços gratuitos efectuados pela própria empresa com vista às


necessidades particulares do seu titular, do pessoal ou, em geral, para fins alheios à
mesma;
 A utilização de bens da empresa para uso próprio do seu titular, do pessoal ou, em geral,
para fins alheios à mesma e ainda em sectores de actividade isentos quando,
relativamente a esses bens ou aos elementos que os constituem tenha havido dedução
total ou parcial do imposto;
 Salvo prova em contrário, são também considerados como tendo sido objecto de
transmissão pelo sujeito passivo os bens adquiridos, importados ou produzidos que não se
encontrarem nas existências dos estabelecimentos do sujeito passivo e bem assim os que
tenham sido consumidos em quantidades que, tendo em conta o volume de produção,
devem considerar-se excessivas.

23
2.7.1.5 Outros Impostos sobre a Despesa

2.7.1.5.1 Imposto sobre Consumos Específicos

O Imposto sobre Consumos Específicos tributa de forma selectiva o consumo de determinados


bens constantes de tabela anexa ao respectivo Código e incide, de uma só vez, no produtor ou no
importador, consoante o caso.

A tabela de taxas em vigor, contendo a lista dos bens tributados, é a constante da Lei nº 17/2009,
de 10 de Setembro, e encontra-se organizada segundo a classificação e a nomenclatura da pauta
aduaneira.

2.7.1.5.2 Direitos Aduaneiros


Os direitos aduaneiros incidem sobre o valor (determinado nos termos da regulamentação
aduaneira aplicável) das mercadorias objecto de importação ou exportação através das fronteiras
do território nacional, para este efeito definido como “território aduaneiro”.

2.7.1.5.3 Taxa sobre os Combustíveis

Embora com a designação de Taxa sobre os Combustíveis na Lei nº 15/2002, de 26 de Junho, e


no Regulamento aprovado pelo Decreto nº 56/2003, de 24 de Dezembro, trata-se na realidade de
um verdadeiro imposto, como foi aliás originalmente designado no momento da respectiva
criação pelo Decreto nº 22/90, de 24 de Setembro (imposto sobre os combustíveis).

Incide sobre todo e qualquer combustível, produzido ou importado, que se destine a ser
comercializado no território nacional, tendo como sujeitos passivos:

 Os refinadores, importadores ou distribuidores que produzam industrialmente ou por


qualquer forma comercializam combustível no território nacional;
 Os importadores individuais, pessoas singulares ou colectivas, que introduzam em
território nacional, por via terrestre ou marítima, combustível para uso próprio ou alheio.

24
2.7.1.6 Impostos sobre a Transmissão da Propriedade

2.7.1.6.1 Imposto sobre as Sucessões e Doações

O Imposto sobre as Sucessões e Doações incide sobre as transmissões a título gratuito do direito
de propriedade sobre bens móveis e imóveis, designadamente por sucessão hereditária, legado,
doação ou por qualquer negócio jurídico que transmita a propriedade a título gratuito e entre
vivos, mesmo nos casos em que a propriedade é transmitida separadamente do usufruto, uso ou
habitação.

Consideram-se bens imóveis, para efeitos de incidência do imposto, apenas os prédios urbanos
situados no território nacional.

Não são sujeitas a imposto:

 As transmissões, a título gratuito, das pensões e subsídios por morte;


 As doações de bens com carácter de caridade, assistência ou beneficência, desde que
destinadas a fazer face a situações de carência económica e social ou a situações de
calamidade pública.

2.7.1.6.2 Sisa

A Sisa incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade, ou de figuras


parcelares desse direito, sobre bens imóveis, considerando-se como tal os prédios urbanos
situados em território nacional.

Contudo, com a implementação do Sistema Tributário Autárquico a Sisa foi substituída nas
autarquias pelo Imposto Autárquico da Sisa. Assim, a partir de 30 de Dezembro de 2008, a Sisa
só é devida nas transmissões de imóveis situadas fora do território das autarquias.

Considera-se transmissão, para efeitos da incidência do imposto, a compra e venda, a dação em


cumprimento, a renda perpétua, a renda vitalícia, a arrematação, a adjudicação por acordo ou
decisão judicial, a constituição de usufruto, uso ou habitação, a enfiteuse, a servidão e qualquer
outro acto pelo qual se transmita a título oneroso o direito de propriedade sobre prédios urbanos.

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São casos particulares de incidência da Sisa, aqui indicados a título meramente ilustrativo:

 O arrendamento com cláusula de que os prédios urbanos arrendados se tornam


propriedade do arrendatário depois de satisfeitas todas as rendas acordadas;
 O arrendamento ou subarrendamento de prédios urbanos por um período superior a 20
anos cuja duração seja estabelecida no início do contrato por acordo expresso dos
interessados;
 Os actos da constituição de sociedade em que algum dos sócios entre para o capital social
com prédios urbanos;
 A aquisição de prédios urbanos por troca ou permuta, caso em que o imposto é devido
pela diferença declarada de valores ou pela diferença entre os valores patrimoniais
tributários, consoante a que for maior.

2.7.2 Outros Impostos do Estado

2.7.2.1 Imposto sobre Veículos

O Imposto sobre Veículos incide sobre o uso e fruição dos veículos a seguir mencionados,
matriculados ou registados no País, ou desde que, independentemente de registo ou matrícula,
sejam decorridos 180 dias a contar da respectiva entrada no mesmo território nacional e se
encontrem a circular ou a ser usados em condições normais de utilização:

 Automóveis ligeiros e automóveis pesados de antiguidade menor ou igual a 25 anos;

 Motociclos de passageiros com ou sem carro de antiguidade menor ou igual 15 anos;

 Aeronaves com motor de uso particular;

 Barcos de recreio com motor de uso particular.

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Consideram-se potencialmente em uso os veículos automóveis que circulem pelos seus próprios
meios ou estacionem nas vias ou recintos públicos e os barcos de recreio e aeronaves, desde que
possuam certificados de navegabilidade válidos.

2.7.2.2 Imposto do Selo

O Imposto do Selo incide sobre os documentos, contratos, livros, papéis e actos designados na
Tabela anexa ao respectivo Código, compreendendo designadamente, entre outros:

 Actos e contratos celebrados junto de notário e outros;

 Emissão de apólices de seguro, no momento da cobrança dos prémios;

 Emissão de cartões de crédito e de débito e cheques editados por instituições de crédito


domiciliadas em território nacional;

 Emissão, aceitação ou apresentação a pagamento de letras e livranças;

 Operações de crédito, incluindo os casos em que revista a forma de conta corrente,


descoberto bancário ou modalidade equivalente;

 Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito, sociedades


financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas, sempre que dêem lugar a
cobrança de juros, prémios, comissões ou outras contraprestações semelhantes;

 Testamentos públicos, no momento em que forem efectuados, e testamentos cerrados ou


internacionais, no momento da aprovação e abertura;

 Livros de comerciantes, incluindo os casos em que sejam utilizadas folhas avulsas


escrituradas por sistema informático ou semelhante para utilização ulterior sob a forma de
livro;

 Empréstimos efectuados pelos sócios às sociedades.

Não estão, porém, sujeitas a imposto de selo as operações abrangidas pela incidência do
imposto sobre o valor acrescentado e dele não isentas.

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2.7.2.3 Imposto de Reconstrução Nacional

Regulamentado, no seu ordenamento actual, pelo código aprovado pelo Decreto nº 4/87, de 30
de Janeiro, o imposto de reconstrução nacional reveste a natureza de imposto geral de capitação,
legalmente definido como “representando a contribuição mínima de cada cidadão para os
gastos públicos”. O imposto incide sobre todos as pessoas residentes no território nacional,
ainda que estrangeiras, quando para elas se verifiquem as circunstâncias de idade, ocupação,
aptidão para o trabalho e demais condições estabelecidas no respectivo Código.

As taxas do imposto, de montante inexpressivo, são estabelecidas para cada ano pelo Ministro
das Finanças, mediante propostas de cada Governo Provincial, diversificadas de modo a atender
ao grau de desenvolvimento e às condições socioeconómicos prevalecentes em cada distrito ou
região.

2.7.3 Sistema Tributário Autárquico

A Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, redefine o regime financeiro, orçamental e patrimonial das


autarquias locais, bem como reformula o Sistema Tributário Autárquico, instituídos inicialmente
pela Lei nº 11/97, de 31 de Maio.

No quadro da Lei nº 1/2008 (Lei de Finanças Municipais), o Sistema Tributário Autárquico


integra os seguintes impostos e outros tributos:

 Imposto Pessoal Autárquico;

 Imposto Predial Autárquico;

 Imposto Autárquico sobre Veículos;

 Imposto Autárquico da Sisa (Sisa Autárquica);

 Contribuição de Melhorias;

 Taxas por Licenças Concedidas e por Actividade Económica;

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 Tarifas e Taxas pela Prestação de Serviços.

A entrada em vigor desta nova configuração do Sistema Tributário Autárquico efectivou-se com
a publicação do Código Tributário Autárquico, aprovado pelo Decreto nº 63/2008, de 30 de
Dezembro.

Com estas notas introdutórias, descrevem-se de seguida os elementos essenciais de cada um dos
tributos que actualmente integram o Sistema Tributário Autárquico do País.

2.7.4 Regimes Tributários Especiais

São sujeitas a regime fiscal especial as seguintes actividades:

 Exploração de jogos de fortuna ou azar;

 Actividade mineira;

 Actividade petrolífera;

 Empresas que laborem em regime de Zona Franca Industrial.”

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Capítulo: III

Conclusão
Terminado o trabalho que aborto conteúdos da reforma fiscal de Moçambique; o mesmo foi
satisfatório visto que consegui alcançar-se os objectivos pretendido isso porque descreveu se
muito sobre o a reforma fiscal Moçambicano assim como os objectivos especifico que nos fez
alcançar o nosso objectivo geral.

Ao desenvolver o trabalho o grupo concluiu que a reforma fiscal Moçambicano é um conjunto de


fases que sistema fiscal de Moçambique passou até chegar nesse período actual. Onde:

Período colonial: é onde vigorou o imposto de palhota; Mussoco entre prazo e os prazeiro.

Período da independência: 1975 – 1977. Houve a necessidade do estado criar condições para
satisfazer as necessidades colectivas. Onde tributava todas empresas industriais, de exploração,
predial urbanos, profissional, explicações de capitais, selo, consumo.

Período pôs independência: no final de 1977 houve a necessidade de criar a primeira reforma.

1ª Reforma: surgir com motivo de simplificar o processo de cobrança em 1978; e unir o imposto
complementar e industrial; e agravou se algumas taxas tornando a legislação mas compreensível.

2ª Reforma: o governo introduziu programas de reabilitação económica e depois a economia


fiscal em 1987.

1. Alargamento da incidência do imposto de consuma e importação.


2. Foi agravado o imposto de circulação que actualmente é o IVA.
3. Agravar o imposto sobre o lucro (IRPC) a taxa de 32 %.
4. E criou se Imposto R. Nacional (IRN) e também criou se o calendário fiscal.

3ª Reforma: alargamento da base tributaria lei 15/2002/ de 26 de Junho; simplificação e


modernização do sistema tributário; introdução de soft ware de cobrança e redefiniu os
benefícios fiscais.

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Referências bibliográficas

Carlos, S (1982).Uma introdução à ciência das finanças. 4ª. ed.Rio deJaneiro: Forense,

Ibraimo, Ibraimo (2002),O direito e a fiscalidade: um contributo para o direito fiscal


moçambicano, INLD, Maputo.

NABAIS, C.; Nabais, F. (2008) – Prática Financeira I: Análise Económica e Financeira. 3ª


Edição. Lisboa – Porto -Coimbra: Lídel - Edições técnicas, Lda

Sanches, Giuliani; Caderno de Direito Financeiro Alberto. Santa Cruz do Sul, 2007

SOUSA FRANCO, António L. Finanças Públicas e Direito Financeiro, 5ª edição, Almedina,


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TEXEIRA, António Braz. Finanças Públicas e Direito Financeiro. Coimbra, 1985.

Waty, Teodoro A. (2011), Direito Financeiro e Finanças públicas, 3ª Edição (revista e


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O Quadro legal para imposto em Moçambique; no 1 sistema geral; 2ª edição, de Dezembro de


2002.

LEGISLAÇÃO
Constituição da República de Moçambique. Escolar Editora. Maputo, Moçambique. 2004;

Lei nº 15/2002 de 26 de Junho. Estabelece os princípios de organização do Sistema Tributário


da República de Moçambique, define as garantias e obrigações do contribuinte e a da
administração tributária, e revoga a Lei nº 3/87, de 19 de Janeiro e a Lei nº 8/88, de 21 de
Dezembro.

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