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Fabio Mazzonetto
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Educação Física
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Guia Prático de Avaliação Física: uma abordagem didática, abrangente e
atualizada
Copyright © 2008, 2013 by Phorte Editora
F772g
Fontoura, Andréa Silveira da,
Guia prático de avaliação física [recurso eletrônico] : uma abordagem
didática, abrangente e atualizada / Andréa Silveira da Fontoura, Charles
Marques Formentin, Everson Alves Abech. – 1. ed. – São Paulo : Phorte,
2013.
recurso digital : il.
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7655-465-3 (recurso eletrôp)
ph2159
Este livro foi avaliado e aprovado pelo Conselho Editorial da Phorte Editora.
(www.phorte.com.br/conselho_editorial.php)
Sobre os autores
6 - Somatótipo
Métodos utilizados para descrever os somatótipos
7 - Variáveis Neuromusculares
Procedimentos dos testes neuromotores
Força muscular
Força dinâmica
Força explosiva (potência)
Força isocinética
Força isométrica
Resistência de força muscular
Flexão de braços (Canadian Standardized Test of Fitness)
Flexibilidade
8 - Variáveis Metabólicas
Avaliação da capacidade cardiorrespiratória ou capacidade
aeróbica
Testes metabólicos
Classificação dos testes
Testes de campo
Capacidade anaeróbica lática
Concentração de lactato
9 - Avaliação Postural
Posição do avaliado
Posição do avaliador
Fotografias
O que podemos avaliar
12 - Avaliação do Idoso
Quais são as necessidades de cada nível funcional?
Avaliações
Referências
Capítulo 1
Avaliação: Procedimentos Básicos
Qualquer planejamento de uma atividade ou exercício físico requer uma
avaliação. Nela detectaremos como um indivíduo está naquele momento,
assim como, com os resultados dessa avaliação, poderemos prescrever
intensidades e volumes de treino específicos para ele.
Laboratório;
Campo;
Academia;
Escola;
Outros locais.
Pontos importantes
•Variável Cineantropométrica
Medidas antropométricas (peso, estatura, dobras cutâneas etc.),
composição corporal, somatótipo, proporcionalidade, crescimento e
desenvolvimento.
•Variável Neuromuscular
Força, resistência muscular, velocidade, flexibilidade, coordenação,
equilíbrio etc.
•Variável Metabólica
Sistemas aeróbico e anaeróbico.
•Variável Psíquica
Ansiedade, motivação, inteligência, personalidade etc.
Prazos de reavaliação
Tão importante quanto avaliar é reavaliar. A reavaliação nos fornece a
evolução do nosso aluno, além de nos ajudar a equacionar e elaborar melhor
o nosso processo de treinamento.
Tem-se que 90 dias seria um prazo interessante para fazermos uma
reavaliação, mas esse período depende e está diretamente relacionado a
alguns fatores:
Frequência de treinamento;
Objetivos do treinamento;
Idade do indivíduo;
Grau de condicionamento inicial do indivíduo.
Laudos
Quando realizamos um processo de avaliação, devemos nos preocupar
também como forneceremos os resultados aos nossos alunos e como os
professores prescreverão os exercícios a essas pessoas.
Hoje em dia, existem muitos programas informatizados de avaliação
física. Em sua grande maioria, são muito bons e suficientes para
desenvolvermos uma excelente avaliação. Eles fornecem laudos-padrão, mas
devemos estar atentos para saber interpretá-los.
Os laudos devem ser explicados de maneira clara e detalhada aos
alunos. Isso os faz ficar a par das próprias condições físicas e, assim, possam
acompanhar a sua própria evolução.
Os resultados das avaliações são ferramentas importantes para a
prescrição de exercícios; portanto, devem ser utilizados nesse momento.
Pontos importantes
Medida
Caracteriza-se por uma determinação de grandeza, e é o primeiro
instrumento para se obter informação sobre algum dado pesquisado. É uma
técnica que fornece, por meio de processos precisos e objetivos, dados
quantitativos, que exprimem, em bases numéricas, as quantidades daquilo
que se deseja medir.
Avaliação
A avaliação é um processo pelo qual, utilizando as medidas, podemos,
subjetiva e objetivamente, exprimir e comparar critérios. Ela determina a
importância ou o valor da informação coletada e classifica os avaliados.
Avaliação-análise
Entende-se por avaliação-análise as técnicas que permitem visualizar a
realidade do trabalho que se desenvolve, criando condições para se entender
o grupo e situar um indivíduo dentro desse grupo. Indica se os objetivos estão
ou não sendo atingidos, se a metodologia de trabalho está sendo satisfatória,
ou seja, avalia a prescrição do treinamento ou os exercícios prescritos e sua
eficiência.
Teste
É um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma
informação; é o que usamos para obter um dado, uma medida.
Bateria de testes
É um conjunto de testes destinado a quantificar as variáveis de
performance. É a seleção de vários testes e instrumentos para que
verifiquemos as medidas de cada variável escolhida para a avaliação.
Tipos de avaliação
Segundo Marins e Giannichi (1998), temos três tipos de avaliação, e
elas estão ligadas aos períodos em que avaliamos nosso aluno e ao tipo de
informação que nos é fornecido. São elas:
Avaliação diagnóstica
Identifica pontos fortes e fracos do(s) avaliado(s). Normalmente, é
efetuada no início do programa. Ajuda o profissional a calcular as
necessidades dos indivíduos e a elaborar o seu plano de atividades, tendo
como base essas características, ou, então, a dividir a turma (quando em
escolas ou exercícios de grupo) em grupos (homogêneos ou heterogêneos),
visando facilitar o processo de assimilação da tarefa proposta.
Avaliação formativa
Informa sobre o progresso dos indivíduos no decorrer do processo de
ensino-aprendizagem ou de treinamento; fornece informações tanto para os
avaliados quanto para os avaliadores; indica ao profissional se ele está
ensinando o conteúdo certo, da maneira certa, para as pessoas certas e no
tempo certo, e se o programa de exercícios está sendo bem planejado.
Avaliação somativa
É a que fornece o quadro geral da evolução do indivíduo; é a soma de
todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento.
Ajuda o professor a identificar a melhora de seu avaliado e se seu
planejamento foi eficaz.
Validade
A validade determina se o teste mede o que está destinado a medir. Se
estabelecermos uma correlação entre o resultado de um teste válido realizado
por uma pessoa e o resultado colhido em um teste que queremos validar com
a mesma pessoa, o coeficiente de correlação deve ser elevado. Normalmente,
para um teste ou instrumento ser considerado válido, ele é comparado com o
que chamamos de Padrão Ouro, que é uma forma direta de verificar um
resultado. Por exemplo, as equações e testes para determinar o consumo
máximo de oxigênio foram desenvolvidos e comparados com a medida direta
de consumo de oxigênio, ou seja, um teste com coleta direta de oxigênio.
Confiabilidade ou fidedignidade
Esse critério está ligado à consistência da medida, ou seja, a medida
repetida duas ou mais vezes em um curto intervalo de tempo, sem que tenha
havido, entre os testes, atividades que possam ter alterado as respostas, deve
apresentar os mesmos resultados, ou estes devem ser altamente
correlacionados.
Objetividade
A objetividade também está ligada à consistência. O teste deve produzir
resultados consistentes quando aplicado por diversos avaliadores; não pode
depender de uma única pessoa.
Recomendamos que os profissionais busquem sempre testes,
instrumentos e técnicas em literatura especializada. Isso leva os avaliadores a
terem em mãos testes válidos, fidedignos e objetivos. Não utilizem testes que
não apresentem referências (protocolos); isso pode fazer que seus resultados
não sejam confiáveis.
PAR-Q
Um exemplo de questionário muito utilizado é o PAR-Q, ou Prontidão
para Atividade Física (Physical Activity Readiness Questionnaire).
Originalmente desenvolvido pelo Ministério da Saúde de Colúmbia Britânica,
foi revisado por um Comitê Consultivo Técnico congregado pela Sociedade
Canadense de Fisiologia do Exercício e Fitness, em 1994.
Esse questionário tem sido recomendado para pessoas entre 15 e 69
anos, para a sua entrada em programas de exercício de intensidade branda e
moderada. Não se deve utilizar somente esse questionário, pois ele está
associado apenas aos fatores de risco e doenças, e não abrange informações
importantes, como hábitos de exercício, dores, desconforto, entre outras.
O questionário consta de sete perguntas simples e, se o aluno responder
“sim” a uma ou mais questões, ele deve ser encaminhado a uma avaliação
multidisciplinar ou médica (Clínicas de Medicina do Exercício).
É indicado que você tenha algumas cópias do PAR-Q na íntegra para
aplicar em seus alunos e clientes. Nos meios em que ele é vinculado, sempre
é incentivada a cópia na íntegra para aplicação. Você pode adquiri-lo nos
Guias do ACSM (Manual do Colégio Americano de Medicina do Esporte –
Testes de Esforço e Prescrição de Exercício – ACSM – American College of
Sports Medicine, 2000) e também neste livro.
Ao aplicá-lo, devemos evitar que o avaliado saiba previamente que, se
responder “sim” a alguma das perguntas, será encaminhado ao médico. Essa
informação prévia pode fazê-lo mascarar os resultados. É indicado entregar-
lhe apenas o PAR-Q e, logo após as respostas, pedir-lhe que assine o
questionário. Logo a seguir, o avaliador lhe fornecerá as demais informações.
Podemos também elaborar um questionário para uso próprio, com
questões simples, para usarmos em nossa academia, escola etc. Ao
elaborarmos um questionário próprio, devemos construí-lo com questões
simples e diretas, e priorizar respostas fechadas (com alternativas). Isso
facilita a análise dos resultados e torna a avaliação mais rápida. Cabe
salientar que, para fins de pesquisa, o questionário deverá ser um instrumento
validado, como é o PAR-Q e o questionário sobre fatores de risco, que será
apresentado adiante.
PAR-Q
1- Seu médico já mencionou alguma vez que você tem uma condição
cardíaca e que você só deve realizar atividade física recomendada por um
médico?
( ) Sim ( ) Não
2- Você sente dor no tórax quando realiza atividade física?
( ) Sim ( ) Não
3- No mês passado, você teve dor torácica quando não estava realizando
atividade física?
( ) Sim ( ) Não
4- Você já perdeu o equilíbrio por causa de tontura ou alguma vez perdeu a
consciência?
( ) Sim ( ) Não
5- Você tem algum problema ósseo ou de articulação que poderia piorar em
consequência de uma alteração em sua atividade física?
( ) Sim ( ) Não
6- Seu médico está prescrevendo medicamentos para sua pressão ou
condição cardíaca?
( ) Sim ( ) Não
7- Você conhece alguma outra razão que o impeça de realizar atividade
física?
( ) Sim ( ) Não
Se você respondeu:
Li, entendi e completei este questionário. Quaisquer dúvidas que eu tenha
tido foram esclarecidas de forma completamente satisfatória.
Nome: _________________________________________
Data: _________________
Assinatura: _________________________________
Assinatura do pai ou responsável (para menores de idade): ____________
Testemunha: ___________________________________
Nota: Se o PAR-Q for respondido por uma pessoa antes do seu ingresso em um programa de atividade
física ou da realização de avaliação de aptidão física, esta seção pode ser usada para fins legais ou
administrativos.
Exemplo de anamnese
1) Quais são seus objetivos com a prática de atividades físicas?
( ) Prevenção
( ) Condicionamento físico
( ) Estética
( ) Lazer
( ) Indicação médica
Outros __________________________
8) Você fuma?
( ) Sim
( ) Não
9) Você bebe?
( ) Sim
( ) Não
13) Seu médico sabe que você está ingressando num programa de exercícios
físicos?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não frequento regularmente o médico
Antropometria
A palavra antropometria deriva do grego anthropos (antropo ou
antropia), que significa homem, e metron (metria ou metro), que equivale a
medida. Por isso, poderíamos defini-la como a parte da antropologia que
estuda as proporções e medidas do corpo humano (Michels, 2000).
A origem da antropometria remete-se à Antiguidade, pois egípcios e
gregos já observavam e estudavam a relação das diversas partes do corpo. O
reconhecimento dos biótipos remonta a tempos bíblicos, e o nome de muitas
unidades de medida utilizadas hoje em dia é derivado de segmentos do corpo
(Rodriguez-Añez, 2001).
Segundo Heyward e Stolarczyk (2000), antropometria é a medida do
tamanho corporal e suas proporções, incluindo espessura de dobras cutâneas,
circunferências (ou perímetros), diâmetros e comprimentos ósseos, estatura e
peso corporal. Preocupa-se em determinar características e propriedades do
aparelho locomotor, como as dimensões das formas geométricas de
segmentos, distribuição de massa, braços de alavanca, posições articulares
etc. (Amadio et al., 1999). Os modelos antropométricos estabelecem
propriedades geométricas do corpo humano, tais como: comprimento, área e
volume dos segmentos, ossos e músculos, origem, inserção, linha de ação dos
músculos sob investigação e suas propriedades de inércia: massa, centro de
gravidade e impulsão dos segmentos (Amadio e Baumann, 2000).
Conforme Ross (1976 apud Marins e Giannichi, 1998), a antropometria
é a aplicação de medições para o estudo do tamanho, forma, proporção,
composição, maturação e crescimento, com o objetivo de ajudar a entender o
movimento humano no contexto do crescimento, exercício, performance e
nutrição, com aplicação direta na medicina, educação e administração.
A antropometria nos ajuda a identificar o quanto cada componente
corporal (gordura, ossos, músculos e órgãos internos) representa na nossa
massa total, ou o que conhecemos como peso corporal.
Instrumentos necessários
Para avaliarmos, necessitamos de instrumentos específicos para as
variáveis que queremos medir. Para mensurarmos essas variáveis, podemos
citar alguns instrumentos básicos, de fácil utilização e que apresentam um
custo relativamente baixo. Cabe salientar ao profissional e estudante de
Educação Física que façam uma pesquisa de preços antes de adquiri-los, e
também que, ao comprarem algum instrumento, prestem atenção a alguns
detalhes:
Estadiômetro
O estadiômetro é uma escala métrica vertical instalada
perpendicularmente a um plano de base, e é utilizado para medir estatura.
Podem ser encontrados adaptados em alguns tipos de balança (balanças de
cilindros) ou fixos em uma parede. Normalmente, utilizamos leitura em
centímetros. Exemplo: 170 cm em vez de 1,70 m. Estadiômetros portáteis
também são bastante utilizados.
FIGURA 4.3 - Estadiômetro portátil.
Antropômetro ou paquímetro
Esses instrumentos medem diâmetros ósseos. A leitura é feita em
centímetros.Para medir os diâmetros maiores (biacromial, biiliocristal e
bitrocantérico), usamos o antropômetro (1), e, para medir os diâmetros
menores, usamos o paquímetro (2).
Fita métrica
A fita métrica é utilizada para a determinação dos perímetros ou
circunferências. Observar que o ponto zero da fita será sempre o ponto fixo.
A leitura é feita em centímetros.Normalmente, as fitas antropométricas são
metálicas, flexíveis, para facilitar a medida, e têm maior durabilidade.
Vértex
É o ponto mais superior da cabeça, estando o Plano de Frankfurt (uma
linha imaginária traçada sobre o meato auditivo, que deve estar
horizontalizado com o solo; também significa o alinhamento do plano visual
ao horizonte) rigorosamente posicionado. É usado para determinar estatura e
altura sentado.
Cervical
Situa-se na porção mais posterior do processo espinhoso da sétima
vértebra cervical. Usa-se para medir a altura do tronco.
Acromial
Ponto mais lateral do bordo superior e externo da espinha da escápula
(processo acromia). Essa referência é usada para determinar o diâmetro
biacromial, para o comprimento do membro superior e do braço e para
determinar o local da dobra do tríceps e a circunferência do braço.
Mesoesternal
Ponto médio do esterno. É a referência para os diâmetros ântero-
posteriores e transverso do tórax. Podemos identificá-lo três dedos acima do
processo xifoide, e, nos homens, normalmente usamos a linha mamilar como
referência.
Úmero
Localiza-se nos epicôndilos lateral e medial do úmero. Deve ser
verificado com o cotovelo fletido, pois facilita a identificação dos processos
ósseos. Usamos esses pontos para medir o diâmetro do úmero.
Radial
Ponto mais alto da borda superior e lateral da cabeça do rádio. Usa-se
na determinação do comprimento do braço e do antebraço.
Estiloidal
Localiza-se no ponto mais distal da apófise estiloide do rádio. É a
referência utilizada para estabelecer o comprimento do antebraço e da mão e
o diâmetro biestiloidal do rádio. Identificamos o ponto com o punho fletido.
Dactiloidal
Ponto mais distal da extremidade do dedo médio da mão direita.
Utiliza-se na medida da altura total e do comprimento do membro superior e
da mão.
Iliocristal
Ponto mais lateral da borda superior da crista ilíaca. É a referência
utilizada para a medida do diâmetro bi-iliocristal e da dobra cutânea
suprailíaca.
Trocantério
Situa-se no ponto mais alto do trocanter maior do fêmur. Como
referência, usa-se na determinação do diâmetro bitrocantérico, do
comprimento do membro inferior e da coxa. Para identificar melhor o ponto
por meio da palpação, solicitamos ao avaliado que faça o movimento de
rotação externa ou flexão e extensão do quadril. Quando mobilizamos a
articulação, identificamos melhor o ponto.
Femoral
Situa-se na extremidade inferior (distal) do fêmur, e devemos marcar os
epicôndilos medial e lateral. O avaliado deve estar sentado para facilitar a
identificação do ponto.
Tibial
Ponto localizado na borda superior da tuberosidade medial da tíbia. É
usado na medida do comprimento da coxa e da perna. Para a identificação do
ponto, o avaliado deve estar sentado.
Acropodial
Ponto mais anterior dos dedos dos pés, que eventualmente poderá ser a
extremidade do primeiro ou do segundo dedo, dependendo do indivíduo.
Usa-se para medir o comprimento do pé.
Maleolar
Situa-se no ponto mais projetado do maléolo lateral e medial. Essa
referência é usada para determinar o comprimento da perna e o diâmetro
bimaleolar.
Pternial
Ponto mais posterior do calcanhar. Usa-se para medir o comprimento
do pé.
Altura total
É a distância do ponto dactiloidal até a região plantar, estando o
avaliado com o membro superior direito na vertical, elevado a 180° por sobre
a cabeça e com o cotovelo estendido.
Comprimentos
Os comprimentos estão relacionados às distâncias entre dois pontos
antropométricos medidos longitudinalmente (por meio de um antropômetro
ou pela diferença (–) entre suas alturas).
Com base na determinação das alturas, podemos calcular os
comprimentos dos membros inferiores e superiores e de alguns segmentos
corporais. Com o estabelecimento de alguns indícios, somos capazes de
analisar o físico do avaliado, além de observar o crescimento, a maturação e o
desenvolvimento longitudinal dos ossos, também para uma avaliação
postural. Os principais comprimentos são:
Medidas transversais
Envergadura
É a distância entre dois pontos dactiloidais, estando o avaliado em pé
com os braços abduzidos, formando um ângulo de 90° com o tronco. Os
cotovelos devem estar estendidos e os antebraços, supinados.
Diâmetro ósseo
Caracteriza a distância entre duas estruturas de determinado osso,
localizada transversalmente. É medida com um paquímetro e antropômetro, e,
normal-mente, é estudada apenas no lado direito, de acordo com as normas
metodológicas atuais. Sua aplicação está relacionada à determinação do peso
ósseo e do somatótipo.
Diâmetro biacromial
Distância entre os pontos acromiais direito e esquerdo. O avaliador
coloca-se atrás do avaliado.
Diâmetro bi-iliocristal
Distância entre os pontos iliocristais direito e esquerdo. É também
chamado de bicrista ou bicristal. Avaliado em posição ortostática, de frente
para o avaliador.
Diâmetro bitrocantérico
Distância entre os pontos trocantéricos direito e esquerdo. O avaliado
deve ficar de frente para o avaliador, e seus pés devem permanecer unidos.
Diâmetro biestiloide
Distância entre as apófises estiloides do rádio e da ulna, estando o
avaliado em posição ortostática, com braço flexionado em 90° com o tronco e
antebraço pronado, formando ângulo de 90° com o braço, e punho fletido. A
medida deve ser feita no lado direito.
Diâmetro bimaleolar
Distância entre os dois maléolos (medial e lateral), estando o avaliado
sentado e com os pés apoiados no chão.
FIGURA 4.18 - Diâmetro bimaleolar.
Cuidados
Medidas circunferenciais
Os termos circunferência e perímetro vêm sendo usados para definir a
medida circunferencial de vários locais do corpo, ou seja, para descrever
algumas características antropométricas. Em decorrência da utilização de
muitos protocolos (Americano e Australiano, entre outros), ocorrem algumas
divergências em relação ao uso dessas terminologias.
Na geometria euclidiana, o termo circunferência é o lugar geométrico
dos pontos de um plano que equidistam de um ponto fixo. Esse ponto fixo é o
centro e a equidistância, o raio da circunferência.
Por sua vez, perímetro (c), na geometria euclidiana, é a extensão da
circunferência, e pode ser calculado por meio da equação:
c = π d = 2r π
onde d é o diâmetro da circunferência, ou seja, o dobro do raio.
Em Antropometria, podemos usar o termo circunferência para
determinar a medida circular dos segmentos; isso não é errado. Alguns
protocolos – como o Australiano, por exemplo, da The International Society
for the Advancement of Kinanthropometry (ISAK) (Norton e Olds, 2005),
que vem sendo adotado como referência por muitos profissionais – usam o
termo perímetro (que é um tipo de medida circunferencial) para descrever as
medidas que, neste livro, chamamos de circunferências.
O termo perímetro sempre foi mais utilizado para referirmos os
perímetros musculares, ou seja, uma estimativa por meio de equações
específicas que identificavam a medida circunferencial (perímetro) muscular,
desprezando a pele e o tecido de gordura. Tal medida também pode ser feita
de maneira direta, por meio da avaliação de imagem (uma ecografia, por
exemplo).
Existem algumas diferenças na padronização das medidas
circunferenciais ao compararmos o protocolo de Lohman, Roche e Martorell
(1991), seguido neste livro, com o da ISAK. O importante é que o
profissional e o estudante das áreas da Saúde mantenham-se informados e
atualizados, e sigam uma padronização em suas avaliações, garantindo,
assim, excelência em suas atividades. A ISAK fornece cursos de formação e
certificação em diferentes níveis.
As circunferências ou perímetros são medidas que determinam os
valores de circunferência de um segmento corporal perpendicular ao eixo
longitudinal do mesmo segmento. As circunferências mais utilizadas em
Educação Física, segundo Lohman, Roche e Martorell (1991), são:
Ombros
Essa medida é feita no meio do músculo deltoide, no qual,
normalmente, encontra-se o maior volume muscular. O avaliado deve estar
em pé, com o peso distribuído igualmente entre os segmentos e com os
braços ao lado do corpo. A medida é feita ao final de uma expiração normal.
Braço
Essa medida é feita no ponto médio entre o acrômio e a base do
olécrano (o ponto deve ser marcado com o cotovelo fletido em 90°). A
medida pode ser feita com o braço relaxado ao longo do corpo, e também
contraído, no qual o tronco e o antebraço formam um ângulo de 90°.
Antebraço
Essa medida é feita no ponto de maior volume muscular (maior
perímetro), com os braços estendidos ao longo do corpo e com o avaliado de
frente para o avaliador. Devemos fazer a medida com o antebraço supinado.
Tórax
Cintura
A cintura é verificada sobre o ponto de menor perímetro. O avaliado
fica em pé, de frente para o avaliador, e com o abdômen relaxado. Podemos
identificar o ponto de medida utilizando as costelas como ponto de referência
(última flutuante).
FIGURA 4.24 - Circunferência da cintura.
Abdômen
Essa medida é verificada sobre a cicatriz umbilical. O avaliado deve
manter respiração normal e peso distribuído nos dois pés; braços ao lado do
corpo.
Quadril
Essa medida é feita sobre o trocânter maior de cada fêmur. O avaliado
deve estar com os pés unidos, em pé e de lado para o avaliador.
FIGURA 4.26 - Circunferência do quadril.
Coxa
A circunferência da coxa pode ser medida em três pontos:
Perna (panturrilha)
Essa medida é feita no ponto de maior volume muscular. O avaliado se
senta em uma mesa para que a perna que será medida fique pendurada
livremente, ou ele fica em pé, com os pés mais ou menos 20 cm afastados um
do outro e com o peso em um dos segmentos (medimos o outro). A fita
métrica é posicionada horizontalmente em volta da perna e movida para cima
e para baixo para localizar a máxima circunferência, em um plano
perpendicular ao eixo da panturrilha. O local de maior circunferência é
marcado, pois a dobra cutânea da panturrilha será medida no mesmo nível.
FIGURA 4.30 - Circunferência da perna.
Cuidados
Dobras cutâneas
As medidas de dobras cutâneas não se enquadram na classificação
descrita anteriormente, mas são um importante instrumento para a análise da
composição corporal.
Existe uma relação entre gordura subcutânea e gordura corporal total,
além do porcentual de gordura obtido com a medida das dobras. Podemos
também utilizar a soma de algumas dobras cutâneas para estimar a gordura
corporal total.
A técnica das dobras cutâneas é uma das mais utilizadas para a
verificação da composição corporal. Ela é mais acessível (custo e tempo),
mais rápida e seus resultados podem ser plenamente adaptados para faixa
etária, sexo etc. É com base no porcentual de gordura que podemos
estabelecer os demais componentes corporais (músculos, ossos etc.).
Essa técnica requer prática do avaliador, para que, cada vez mais, se
reduza o erro. A utilização de equações adequadas é um fator muito
importante para que os resultados sejam consistentes.
Conforme destacado no item Instrumentos necessários, o equipamento
necessário para medir as dobras cutâneas é chamado comumente compasso
de dobras. O compasso pode ser clínico ou científico. Normalmente, o
compasso científico apresenta uma precisão de escala mais fracionada (0,1
mm), enquanto o compasso clínico apresenta uma escala de 0,5 mm. Isso não
compromete a medida de maneira a impedir a utilização dos compassos
clínicos. Quando fazemos um trabalho científico com a intenção de publicá-
lo em revistas especializadas, necessitamos utilizar um instrumento científico.
Tricipital
A dobra do tríceps é medida na linha média da parte posterior do braço,
sobre o músculo tríceps, no ponto médio entre o acrômio e o nível inferior do
processo olécrano da ulna; é uma dobra vertical.
Usando uma fita métrica, com o cotovelo flexionado em 90°, marque o
ponto médio. A dobra é medida com o braço estendido e relaxado.
O avaliador fica em pé, atrás do avaliado, e segura a dobra com a mão
esquerda, ficando com os dedos polegar e indicador apontados para baixo.
FIGURA 4.33 - Local da dobra do tríceps.
Subescapular
É uma dobra diagonal inclinada ínfero-lateralmente, aproximadamente
45° do plano horizontal. O ponto é, em média, 1 cm abaixo do ângulo inferior
da escápula.
O avaliado fica em pé, com o peso distribuído em ambos os pés. Para
localizar o ponto, deve-se palpar a borda lateral da escápula (de cima para
baixo) até localizar o ângulo inferior. Essa dobra é próxima à do tríceps.
FIGURA 4.35 - Local da dobra subescapular.
Axilar média
É uma dobra horizontal, localizada na junção xifoesternal (ponto onde
a cartilagem costal das costelas 5-6 articulam-se com o esterno), levemente
acima do processo xifoide, na linha média axilar do tronco. Devemos
identificar o processo xifoide e, aproximadamente, um dedo acima dele é o
ponto a ser medido. Então, transferimos o ponto para a lateral do tronco. O
avaliado pode fazer uma leve abdução do ombro (até 90°) para facilitar o
acesso ao ponto.
Peitoral ou torácica
No homem,o ponto é a distância média entre a prega axilar anterior e o
mamilo; é uma dobra diagonal.Na mulher, o ponto se localiza um pouco
mais acima que no homem, 2 cm abaixo da linha axilar. O indivíduo fica com
os braços relaxados ao lado do corpo para que o ponto seja identificado e
devidamente marcado.
FIGURA 4.39 - Local da dobra peitoral feminina.
Bíceps
Para medir a dobra do bíceps, podemos usar a marca do tríceps. A
medida do bíceps deve ser 1 cm acima do tríceps, e também é uma dobra
verticalna parte anterior do braço.
FIGURA 4.43 - Local da dobra do bíceps.
Abdominal
Para medir a dobra abdominal, o avaliado, em pé, com o peso
distribuído em ambos os pés, deve relaxar a musculatura abdominal e a
respiração deve se manter normal. O ponto fica 3 cm ao lado e 1 cm abaixo
da cicatriz umbilical, do lado direito, e é uma dobra horizontal.
FIGURA 4.45 - Local da dobra abdominal.
Suprailíaca
A dobra cutânea suprailíaca é medida na linha média axilar
imediatamente (aproximadamente 1 cm) acima da crista ilíaca. O avaliado
fica com os pés juntos em uma posição ereta, com os braços pendentes ao
lado. Se necessário, faz uma leve abdução do ombro para melhor acesso ao
ponto. É uma dobra diagonal, a aproximadamente 45° da horizontal. As
partes do compasso são aplicadas a mais ou menos 1 cm de onde os dedos
estão segurando.
FIGURA 4.47 - Local da dobra suprailíaca.
Supraespinhal
A dobra supraespinhal é medida imediatamente acima (1 cm) da
espinha ilíaca. É uma dobra diagonal. O avaliado posiciona-se em pé, com os
braços relaxados ao lado do corpo.
FIGURA 4.49 - Local da dobra supraespinhal.
Coxa
O ponto está localizado na linha média da parte anterior da coxa, entre
o vinco inguinal e a borda proximal da patela. O indivíduo flexiona o quadril
para ajudar a localização do vinco inguinal. É uma dobra vertical.
O peso do corpo é transferido para o outro pé, enquanto a perna do lado
da medida fica relaxada, com o joelho levemente flexionado e o pé no piso
plano. O avaliado pode segurar-se nos ombros do avaliador ou no encosto de
uma cadeira.
Suprapatelar
É uma dobra verticallocalizada na linha média da coxa, 2 cm acima da
borda proximal da patela. O avaliado fica em pé, com o peso do corpo dire-
cionado para a perna esquerda.
FIGURA 4.53 - Local da dobra suprapatelar.
Perna (panturrilha)
A dobra vertical é feita na face medial da perna, no ponto de maior
circunferência. O avaliado deve estar sentado com os pés apoiados no solo ou
suspenso.
FIGURA 4.55 - Local da dobra da perna.
Pesagem hidrostática
Esse método é conhecido como Gold Standard (Padrão Ouro), utilizado
como referência, no qual obtemos o volume corporal e calculamos a densi-
dade corporal.
Segundo Arquimedes, o peso perdido dentro da água é proporcional ao
volume de água removido pelo volume corporal; então:
VC = PC – PESO PERDIDO NA ÁGUA
Onde:
VC = volume corporal
PC = peso corporal
Ex.
80 kg – peso dentro da água (4 kg) = 76
DC = 80 kg/76 kg = 1,05263 g/cc
Bioimpedância elétrica
O princípio da bioimpedância se baseia no conceito de que o fluxo
elétrico é facilitado através do tecido hidratado e isento de gordura, assim
como a água extracelular, em comparação com o tecido adiposo, em virtude
do maior conteúdo de eletrólitos. Consequentemente, a resistência ao fluxo
da corrente elétrica estará relacionada diretamente ao nível de gordura
corporal.
Temos métodos tetra e bipolar, que se relacionam ao número de
eletrodos posicionados no avaliado, por exemplo, no método tetrapolar, dois
eletrodos são colocados na mão e no pé. Os eletrodos distais emitem a
corrente e os proximais recebem.
Atualmente, não é o método mais caro, mas seu custo é relativamente
alto. Além disso, para o método ter resultados consistentes, deve-se observar
uma série de recomendações antes da avaliação, como, por exemplo, não ter
ingerido água ou líquido uma hora antes; não ter feito exercício físico até três
horas antes do teste; não estar tomando medicamento diurético (na verdade,
existem alimentos que assumem esse papel, e podem interferir no teste); para
as mulheres que estão no período pré-menstrual, não é aconselhável fazer o
teste; o avaliado não deve (no momento do teste) deixar que as pernas e os
braços encostem no tronco ou uns nos outros (dificulta a corrente), além de
outras recomendações.
É um método interessante, pois seu resultado traz a quantidade de água
no organismo e o metabolismo aproximado.
FIGURA 5.1 - Aparelho de bioimpedância elétrica
Dobras cutâneas
Essa técnica já foi destacada no capítulo anterior.
Índices e proporções
Utilizamos as medidas antropométricas para determinar os
componentes corporais e para estabelecermos alguns índices e relações
(também conhecidos como proporções). Entre eles, destacam-se os seguintes:
Tabela 5.5 - Equações para idade e gênero, para conversão da densidade corporal em percentual de
gordura
Essas equações são aplicadas para homens e mulheres brancos; para
negros, subtrai-se 1,9% do percentual de gordura para homens e 1,0% para
mulheres (Lohman, 1989 apud Heyward, 2000). Após os 50 anos, essas
equações podem superestimar o percentual de gordura devido ao decréscimo
em minerais (após os 50 anos a DC diminui).
Tabela 5.6 - Equações de percentual de gordura para mulheres
Homens
Circunferência de punho (CP) e abdominal (CA), e peso corporal (PC).
Para calcularmos a massa corporal magra:
Mulheres
Circunferência de glúteos (CG) e abdominal (CA), e estatura (EST).
Em que:
O tipo puro não existe; cada pessoa é constituída parcialmente por todos
os três componentes, isto é, cada um exibe em sua estrutura corporal certo
grau de todos eles. Para calcular o somatótipo, utilizaremos a somatocarta de
Carter (1975) e as equações. Devemos optar por uma ou outra técnica para
calcular os três componentes.
Peso;
Estatura;
Dobras cutâneas de tríceps, subescapular, suprailíaca e perna;
Diâmetros biepicondilianos do úmero e fêmur; e
Perímetros de braço e perna.
MESO = 0,858 (U) + 0,601 (F) + 0,188 (B) + 0,161 (P) - 0,131 (E) +
4,50
Em que:
U = Diâmetro do úmero, em cm.
F = Diâmetro do fêmur, em cm.
B = Perímetro corrigido do braço, em cm.
P = Perímetro corrigido da perna, em cm.
E = Estatura do indivíduo, em cm.
Predominância
Características Exemplo
somatotípica
O primeiro componente é dominante, e o
Endomorfo equilibrado segundo e o terceiro são iguais, isto é, 6-3-3
não diferem meia unidade.
O segundo componente domina e o
Mesomorfo endomórfico 4-7-1
primeiro é maior que o terceiro.
O terceiro componente domina e o
Ectomorfo-endomorfo 3-2-6
primeiro é maior que o segundo.
O segundo componente é dominante, e o
Mesomorfo equilibrado primeiro e o terceiro são iguais ou não 3-6-3
diferem de mais de meia unidade.
O terceiro componente é dominante, e o
Ectomorfo equilibrado primeiro e o segundo são iguais ou não 2-2-6
diferem de mais de meia unidade.
O terceiro componente domina e o
Ectomorfo-mesomorfo segundo é maior que o primeiro. 2-4-5
Sexo;
Idade (faixa etária);
Grau de condicionamento (atleta, ativo, sedentário etc.).
Força muscular
Força muscular refere-se à força máxima (adequadamente expressa em
Newtons, embora quilograma também seja comumente usado), que pode ser
gerada por um músculo ou grupo muscular específico em determinada
velocidade (Knuttgen e Kraemer, 1987), ou, também, à capacidade máxima
de um músculo ou grupamento muscular de gerar tensão (Pereira e Gomes,
2003).
O conhecimento preciso do nível de força muscular de um indivíduo é
importante tanto para a avaliação da capacidade funcional ocupacional como
para uma apropriada prescrição de exercícios atléticos e de reabilitação.
Aparentemente, as modificações associadas à prática do treinamento
com pesos, além de auxiliarem na melhora da estética corporal, podem
repercutir favoravelmente na qualidade de vida e saúde de indivíduos de
diferentes faixas etárias e de ambos os sexos, uma vez que o treinamento com
pesos pode contribuir, sobretudo, para o desenvolvimento ou manutenção da
força e da massa muscular.
Força também pode ser entendida como a habilidade de um grupo
muscular exercer uma contração máxima contra uma resistência (Fleck e
Kraemer, 2006), e essa resistência pode ser:
Força dinâmica
Teste de 1-RM
Em 1945, o médico Thomas L. DeLorme introduziu um sistema para
avaliar força muscular baseado na realização dos movimentos até a exaustão.
Definiu esse sistema como o número maior de repetições que pode ser
executado com determinada carga, ou seja, repetições máximas (RMs)
(Knuttgen, 2003).
Para medir a força dinâmica máxima, o método mais utilizado é o teste
de 1-RM ou 1 repetição máxima (Gurjão et al., 2005; Dias et al., 2005;
Moura et al., 2004; Lesuer et al., 1997). O teste consiste em executar, por
meio de contrações concêntricas e excêntricas, o movimento em toda a sua
amplitude articular, com o máximo de peso em, aproximadamente, 5
segundos, com um intervalo de recuperação de 3 a 5 minutos entre as
tentativas. A velocidade de execução deve ser conduzida (lenta) e, em virtude
da fadiga, devem ser aplicadas, no máximo, cinco tentativa (Kiss, 2003). É
recomendável não testarmos mais de uma vez o mesmo grupo em uma
mesma sessão de teste, e também não usar o grupo como sinergista em outro
movimento, pois a fadiga pode interferir nos resultados.
A aplicação das cargas pode ser de forma progressiva ou regressiva; a
primeira é a mais indicada. Apesar de ser um teste consistente e válido, não é
adequado aplicá-lo em sedentários. Ele é indicado para atletas e pessoas
experientes em treinamento de força.
Procedimentos
Tabela 7.2 - Normativa para Teste de 1-RM de supino – mulheres (força relativa)
Tabela 7.3 - Normativa para teste de 1-RM de pressão de pernas ( Leg Press) – homens (força
relativa)
Tabela 7.4 - Normativa para Teste de 1-RM de pressão de pernas (Leg Press) – mulheres (força
relativa)
Procedimentos
Com base nos testes submáximos, podemos estimar o 1-RM por meio
de equações. A equação de Brzycki (1993 apud Heyward, 2004) e Kiss
(2003) nos ajuda a estimar 1-RM sem a realização do teste propriamente dito.
Essa equação serve para qualquer combinação de pesos e repetições
submáximas até a fadiga, desde que não se ultrapassem 10 repetições. Pela
equação abaixo, podemos estimar a carga de 1-RM com base em um teste
submáximo:
Repetições % 1-RM
1 100
2 95
3 93
4 90
5 87
6 85
7 83
8 80
9 77
10 75
Fonte: Baechle, Earle e Wathen (2000 apud Heyward, 2004, p. 119).
Classificação Resultado
Fraco <2,30
Regular 2,30–2,49
Bom 2,49–2,69
Muito bom 2,70–2,89
Excelente >2,70
Fonte: Rocha e Caldas (1978 apud Marins e Giannichi, 1998, p. 90).
Tabela 7.8 - Classificação do teste de impulsão horizontal para meninos e meninas de 11 a 16 anos
(resultados expressos em m)
Na qual:
Força isométrica
Para avaliar a força isométrica, podemos utilizar os dinamômetros e
testes com outros implementos.
Teste de repetições
O teste de repetições pode ser usado para determinar a carga de
treinamento (em academias, clubes etc.). É um teste simples e deve ser feito
em sedentários ou em pessoas que estão iniciando um processo de
treinamento muscular. Pode ser aplicado em todos os segmentos corporais. É
ideal para quem está iniciando um exercício físico.
Flexibilidade
É sempre válido elucidar alguns termos antes de tratarmos de
flexibilidade muscular. Flexibilidade é a aptidão máxima para mover uma
articulação por uma variação de movimento. Amplitude articular máxima em
uma ou mais articulações (Anderson e Burke, 1991) também existe relação
entre tensão comprimento e tensão em um músculo alongado (Gajdosik e
Bohannon, 1987). Para melhorar os níveis de flexibilidade, podemos utilizar
diferentes métodos, como o balístico, o de facilitação neuromuscular
proprioceptiva (FNP) ou o estático (REF) (Viveiros et al., 2004).
Alongamento é um procedimento (exercício) que se preocupa com os
componentes osteomioarticulares envolvidos, procurando controlar o
posicionamento do indivíduo de modo a isolar o grupo muscular que se
pretende trabalhar (Durigon, 1995).
Mobilidade diz respeito à amplitude de movimento permitida pela
articulação em função de seus diversos componentes. Plasticidade é a
capacidade dos elementos articulares de se distenderem e não retornarem à
sua medida inicial. Em parte, no caso dos componentes articulares, a
deformação é apenas temporária, porém uma pequena parte das deformações
plásticas ocorridas com os resultados do treinamento de flexibilidade de alta
intensidade é irreversível. E, por fim, elasticidade refere-se à capacidade de
extensão elástica dos componentes musculares.
A flexibilidade depende de muitas variáveis específicas, incluindo
distensibilidade da cápsula articular, temperatura e volume muscular etc.
Além disso, a complacência (“tensão”) de vários outros tecidos, como
ligamentos e tendões, afeta a variação de movimento.
Podemos verificar a flexibilidade (ângulos articulares) por meio de
goniômetros (Gajdosik e Bohannon, 1987) e flexômetros, como o de
Leighton.
Com relação aos testes de flexibilidade, podemos classificá-los em
ativos e passivos. Os ativos são executados pelo avaliado e sem auxílio
externo, e os passivos são mobilizados pelo avaliador, ou seja, com auxílio
externo.
Flexão do quadril
Abdução do quadril
Goniometria
Procedimentos
Avaliação da FC
Verificar a FC em testes metabólicos é imprescindível. Devemos,
preferencialmente, monitorá-la com os medidores locais devido à precisão da
medida (Leite et al., 2003). A mensuração da FC pode ser feita de forma
simples, sendo necessário o conhecimento de algumas peculiaridades:
Como verificar
Palpação
A técnica da palpação não é difícil, mas requer prática regular para que
possamos cada vez mais aperfeiçoá-la. Devemos colocar a extremidade dos
dois primeiros dedos (indicador e médio) levemente sobre a artéria carótida
ou radial, contando as pulsações. Não comprima com muita força,
especialmente sobre a carótida, pois a compressão dessa artéria pode,
algumas vezes, diminuir a FC. As pulsações podem ser contadas em 6, 10 ou
15 segundos, multiplicando o resultado encontrado por 10, 6 e 4,
respectivamente, para encontrar os batimentos em 1 minuto.
Medidores locais
Os medidores locais, também conhecidos como frequencímetros, são os
mais indicados para a verificação da FC nos testes e durante o treinamento. O
medidor local é composto por, basicamente, três componentes: cinta leitora,
cinta elástica e relógio.
Devemos posicionar a cinta leitora no processo xifoide (antes,
molhamos ou passamos gel condutor para que sirva de meio condutor); a
seguir, ajustamos a cinta elástica para fixar (não deixe muito apertada nem
muito frouxa) e, então, ligamos o relógio, que deve permanecer com o
avaliado.
FIGURA 8.1 - Frequencímetro.
Traçado eletrocardiográfico
Essa técnica só é utilizada nos testes de laboratório. Ela registra, por
meio do traçado cardiográfico, o trabalho realizado pelo coração durante o
teste máximo.
Como utilizar a FC
Para trabalharmos com a FC como parâmetro na prescrição de
exercícios, temos fórmulas para calcular a FC máxima (FCmáx) estimada
(caso não tenhamos feito testes para verificar), assim como a FC de
treinamento.
Tabela 8.1 - Fórmulas para estimar a FCmáx
Autores Fórmula
Karvonen (1957) FCM = 220 – idade
Jones (1975) FCM = 210 – (0,65 x idade)
Destreinados: FCM = 205 – (0,41 x idade)
Sheffield (1965)
Treinados: FCM = 198 – (0,41 x idade)
Tanaka et al. (2001) FCM = 208 – (0,7 x idade)
Para encontrarmos a FC de reserva: FCM –
FC repouso
Karvonen (1957)
Para calcularmos a intensidade de treino:
FC treino = 0,60 x FC reserva + FC repouso
Avaliação da PA
A PA, ou tensão arterial, é dividida em pressão arterial sistólica (PAS) e
pressão arterial diastólica (PAD). A PAS é a pressão exercida na artéria no
momento da sístole cardíaca, e a PAD é a pressão exercida na artéria quando
do retorno do fluxo sanguíneo (movimento contrário ao da sístole). Durante a
realização de testes de esforço ou exercício físico, é aceitável um aumento
gradativo da PAS paralelamente ao incremento de carga até o final do teste
ou exercício. Já a PAD varia pouco, não sendo comuns alterações
significativas dos valores obtidos no repouso. Caso as variações da PAD
sejam muito grandes, deve-se interromper o teste ou o exercício e solicitar ao
indivíduo uma avaliação mais precisa.
Procedimentos
Valores da PA sistólica e
Classificação
diastólica
Menores que o percentil 90 Normal
Entre os percentis 90 e 95 Normal limítrofe
Maiores que o percentil 95 Hipertensão arterial
Fonte: SBC, IV Diretrizes de 2002 (disponível em <www.cardiol.br>).
Os valores dos percentis 90 e 95 da pressão arterial para cada faixa
etária são normalizados para o percentil da estatura da criança e adolescente.
Exemplo 1
Exemplo 2
Relação FC e VO2máx
Existe uma relação entre a FC e o VO2máx; por exemplo: 50% a 85%
do VO2máx correspondem a 60% e 90% da FCmáx (Pollock e Wilmore,
1993; ACSM, 2000). Ou seja, existe uma diferença de 10 a 15 pontos
percentuais (ou mais); por exemplo: para realizarmos um exercício
consumindo 60% do VO2máx, devemos fazer essa atividade
aproximadamente com 70% ou 75% da FCmáx.
Tabela 8.4 - Relação de FC e VO2máx
Pessoas coronariopatas
Frequência cardíaca
IPE
aproximada
6 60
7 Muito, muito fácil 70
8 80
9 Muito fácil 90
10 100
11 Razoavelmente fácil 110
12 120
13 Algo difícil 130
14 140
15 Difícil 150
16 160
17 Muito difícil 170
18 180
19 Muito, muito difícil 190
20 200
Fonte: ACSM (2000).
Testes metabólicos
Antes de realizarmos teste de esforço, devemos conhecer alguns
princípios e procedimentos básicos para a sua execução. Precisamos nos
certificar de que os equipamentos estão funcionando de maneira adequada e
estão seguros para manuseio; atentar-nos para as contraindicações do teste e o
interromper se assim achar preciso; durante a realização do teste, o avaliador
deve ficar atento às respostas do avaliado e monitorá-lo o tempo todo; utilizar
o equipamento que o protocolo solicita, por exemplo: teste de pista não pode
ser utilizado em esteira. O teste deve ser realizado em local privativo e
silencioso, a temperatura ambiente deve ser de 21 a 23oC, e a umidade, de
60% ou menos, se possível (Heyward, 2004).
Antes de iniciar, deve-se explicar ao avaliado como o teste será
realizado. Também se recomenda a aplicação de um termo de consentimento
autorizando a realização do teste. O questionário PAR-Q pode ser utilizado.
Inicie o teste com 2 a 3 minutos de aquecimento para a familiarização com o
equipamento e para prepará-lo para futura progressão do esforço. A
intensidade deve ser aumentada progressivamente (ou conforme indicações
do teste). Acompanhe a PA IPE e a FC a cada minuto (ou esta conforme
indicação do teste). Se a FC não alcançar um estado de equilíbrio, diferença
de ± 6 bpm, prolongue o estágio de trabalho em 1 minuto adicional, até que a
FC se estabilize (Heyward, 2004). Após o término do teste, deve ser realizada
uma volta à calma monitorada até que a FC e a PA voltem aos padrões de
pré-teste. Isso deve levar de 4 a 5 minutos.
Outros cuidados
Indiretos
São aqueles que foram criados para testes nos quais não é necessária
tamanha precisão, buscando um valor aproximado, que permitirá uma
estimativa da capacidade aeróbica. São calculados em função da FC da
distância percorrida, da resistência do ergômetro, entre outros. Esses métodos
são baseados na teoria de que existe uma relação linear entre a frequência
cardíaca e o consumo de oxigênio submáximo, sendo possível chegar aos
valores de FCmáx pela estimativa do VO2máx.
Orientações
Cálculo:
Em que:
Para encontrar b:
b = SM2 – SM1 / HR2 – HR1
Onde:
FC = média da FC obtida no quinto e sexto minutos de carga;
VO2 carga = consumo de O2 necessário para pedalar dada carga. Pode
ser obtido pela seguinte equação:
FC média = 151
Para melhor aproveitamento dos dados, esse valor deve ser corrigido
quando a pessoa tiver mais de 35 anos de idade (Tabela 8.8).
Tabela 8.8 - Fatores de correção em relação à faixa etária
Exemplo:
VO2 = 2,3 Idade: 38 anos
VO2máx = 2,3 x 0,87 = 2,0 l.min-1
Observação: Nos testes de cicloergômetro, devemos ajustar a altura do
assento da bicicleta conforme a estatura do avaliado, para que, durante o
teste, os joelhos não fiquem nem muito estendidos, nem muito flexionados.
Para isso, devemos posicionar o avaliado em pé ao lado da bicicleta, onde o
trocânter maior fique exatamente na altura do assento.
Testes de campo
Uma de suas características mais positivas é a facilidade para
administrar. Por outro lado, tais testes baseados no desempenho têm algumas
limitações substanciais. Por exemplo, o nível individual de motivação e a
capacidade de ritmo podem ter um impacto profundo nos resultados. Os
testes de campo não necessariamente devem ser aplicados em pistas de
atletismo; podem ser desenvolvidos em qualquer espaço, desde que
previamente medidos e que não sejam em terreno acidentado ou com aclives
e declives.
Nos testes de campo, assim como em todos os testes metabólicos, o
avaliado pode interromper a avaliação se achar necessário. Por exemplo, se
sentir-se mal ou com algum desconforto.
Em que:
•Verificar a FC antes de realizar o teste. Você deve saber como verificar, com
precisão, o seu pulso. Conte seu pulso por 15 segundos e multiplique o
resultado por 4, para determinar o número de batimentos por minuto;
Em que:
Exemplo:
P = 90 kg x 2,205 = 198,45 S = masculino FC = 135
I = 45 TI = 17 minutos
Exemplo:
Uniformizar unidades:
Empregaremos a fórmula:
Em que:
D = distância percorrida.
Exemplo:
Distância percorrida = 3.000 m
Equação:
Exemplo:
x = 11 x 60
x = 660
Exemplo:
Em que:
Tabela 8.17 - Classificação de aptidão cardiorrespiratória com base no VO2máx da American Heart
Association (Homens)
Capacidade anaeróbica lática
É a capacidade de um indivíduo sustentar, durante o maior tempo
possível, uma atividade física de alta intensidade em condições anaeróbicas,
ou seja, em débito de oxigênio (Svedhal et al., 2003; Bangsbo, 1998; Green,
1995). Segundo Powers e Howley (2000), distâncias entre 200 e 800 metros
medem a resistência anaeróbica.
Concentração de lactato
A dosagem de ácido lático é, normalmente, realizada por meio da coleta
de uma pequena quantidade de sangue do lóbulo da orelha. O ideal é haver
um intervalo entre 2 e 4 minutos após o esforço, visando obter a melhor curva
de dosagem, uma vez que o ácido lático, formado no interior da célula,
necessita de algum tempo para ser removido, facilitando sua detecção.
Capítulo 9
Avaliação Postural
Postura é considerada a manutenção dos componentes corporais
mediante forças externas (Kendal, 1995); a manutenção das curvas da coluna
(lordoses e cifoses) mediante forças externas (Knoplich, 1986); o equilíbrio
dos componentes corporais (cabeça, tronco e membros), parados ou em
deslocamento, sem dor (Kendal, 1995).
Vista posterior:
Posição do avaliado
O avaliado deve ficar em posição confortável e equilibrada (roupa de
banho). Os pés devem estar com a mesma distância de afastamento. Esse
afastamento deverá ser na linha dos quadris, aproximadamente, de modo que
o avaliado esteja equilibrado.
O avaliado precisa estar posicionado com o maléolo sobre a linha
secundária 1 do posturógrafo (linhas expressas na base do posturógrafo).
Isso quer dizer que o fio de prumo deve passar, mais ou menos, 4 cm à frente
do maléolo, o qual é posicionado na linha secundária 1, sempre atrásda linha
principal.
FIGURA 9.5 - Posição dos pés no posturógrafo.
Posição do avaliador
O avaliador deve estar, aproximadamente, de dois a três metros
afastado do avaliado.
Fotografias
Na avaliação postural, podemos fazer o registro fotográfico para uma
melhor análise e possíveis comparações com outras avaliações.
A máquina deve estar posicionada à mesma distância que o avaliador
estiver e a uma altura correspondente à metade da medida do posturógrafo ou
da estatura do avaliado (exemplo: posturógrafo a 200 cm de altura; a máquina
deve estar a 100 cm de altura).
Conforme identificamos anteriormente, a avaliação é feita em quatro
planos: anterior, posterior, lateral esquerdae lateral direita.
Vista lateral
Pés: normais, invertidos, evertidos, planos, cavos.
Joelhos: normais, fletidos, hiperestendidos.
Abdômen: normal, proeminente.
Quadril: normal, antevertido, retrovertido, antepulsionado.
Coluna: (lombar, dorsal e cervical) normal, atitude hiperlordótica e/ou
hipercifótica, retificada.
Cabeça: normal, projetada à frente etc.
Vista posterior
Pés (calcâneo): invertidos, evertidos, planos, cavos.
Joelhos: normal, valgo, varo.
Quadril: simétrico, laterovertido.
Triângulo de Thalles: normal, direito maior, esquerdo maior.
Coluna: normal, atitude escoliótica em S ou C (lado da convexidade e
região).
Escápulas: normais, aladas, rotadas inferiormente, rotadas superior-
mente, descoladas.
Ombros: normais, assimétricos.
Cabeça: normal, inclinada (direita, esquerda).
Capítulo 10
Avaliação para Portadores de
Necessidades Especiais
Este capítulo tem a finalidade de destacar pontos importantes da
avaliação física em portadores de necessidades especiais.
A bateria de testes proposta nesta obra foi baseada no Projeto Alvo,
desenvolvido em 1993, no Department of Education da State University of
New York, College at Brockport, dirigido pelo professor Joseph P. Winnick e
coordenado por Francis X. Short. Tal projeto foi baseado em um estudo de
investigação criado para desenvolver testes referenciados a critério de aptidão
física relacionada à saúde de crianças entre 10 e 17 anos portadoras de
deficiências (Winnick e Short, 2001).
Os testes desenvolvidos no Projeto Alvo formam o manual Teste
Brockport de Aptidão Física (TBAF). Neste capítulo, destacaremos alguns
desses testes que possam ser conduzidos em uma avaliação física simples e
direta, na escola, no clube, em qualquer lugar.
Os autores do TBAF registram 27 itens a ser avaliados, mas destacam
que, na maioria dos casos, quatro entre seis itens são: composição corporal,
capacidade aeróbica, força e flexibilidade.
Este capítulo não tem a finalidade de abordar especificamente todos os
tipos de testes e características dos portadores de necessidades especiais, mas
contemplar algumas deficiências, tendo em vista que o profissional de
Educação Física, seja na escola, na academia ou no clube, pode ter em suas
mãos, por exemplo, um amputado para avaliar e prescrever uma atividade
física. Dessa maneira, visa ajudá-lo a conhecer alguns procedimentos básicos,
e realmente poder incluí-lo na prática de exercício e da avaliação.
Abordaremos alguns pontos importantes na avaliação de duas
deficiências: deficiência visual (DV) e anomalias congênitas/amputações
(AC/A), tendo em vista que as deficiências que envolvem paralisia cerebral,
lesão medular e retardo mental são bem mais específicas e, por isso,
necessitam de um suporte e de uma compreensão bem mais complexos por
parte do profissional que conduzirá o processo de avaliação.
Selecionamos a DV e a AC/A, tendo em vista que é muito comum
portadores dessas necessidades se engajarem em programas de exercícios
físicos e ensino escolar regulares, ou seja, nos quais os professores
desenvolvem suas práticas docentes e necessitam de conhecimento mais
abrangente.
Totalmente cegos; aqueles que podem ter percepção de luz, mas não são
B1
capazes de reconhecer as formas das mãos em qualquer distância.
Aqueles que percebem as formas das mãos, mas com acuidade visual não
B2
superior a 20/600, e/ou aqueles com menos de 5° de campo visual.
Aqueles com acuidade visual de 20/599 até 20/200, e/ou aqueles com 5 a
B3
20° de campo visual.
VP Visão parcial; aqueles com acuidade visual entre 20/199 e 20/70.
Fonte: Winnick e Short (2001, p. 5).
Composição corporal
A composição corporal é determinada por meio de medidas
antropométricas. No caso de portadores de necessidades especiais, isso não é
diferente; apenas devemos tomar alguns cuidados na verificação das medidas.
Basicamente, as medidas antropométricas sugeridas para a avaliação de
portadores de deficiência visual, anomalias congênitas e amputações são as
seguintes: peso, estatura (IMC), dobras do tríceps, panturrilha e subescapular.
Para executar essas medidas, devemos seguir os mesmos procedimentos
descritos no Capítulo 4. Para os portadores de necessidades especiais,
devemos seguir os seguintes cuidados:
Dobras cutâneas
As medidas não devem ser mensuradas em locais onde haja cicatrizes
ou aplicações de injeções, ou em membros que apresentem atrofia muscular
(o músculo deve apresentar função muscular). Em algumas circunstâncias,
pode não ser possível a verificação da medida. Em caso de amputações do
lado direito, podemos fazer a medida no lado esquerdo.
Peso e estatura
Para medir a estatura de indivíduos que usam próteses ou amarras, é
aconselhável o aluno usar esses dispositivos. Em algumas circunstâncias,
caso ele não suporte, sem os acessórios, o próprio peso, podemos solicitar-lhe
que se deite no chão para que tiremos a medida com uma fita métrica.
O peso de quem utiliza próteses ou amarras deve ser verificado sem os
aces-sórios, ou subtraindo-se do peso observado o peso dos mesmos. A massa
do indivíduo que utiliza cadeira de rodas deve ser verificada sem a cadeira,
ou subtraindo-se o valor desta do peso corporal obervado.
Para portadores de anomalias congênitas e amputações, o peso e a
estatura podem ser feitos, mas nunca comparados os resultados com
indivíduos ditos normais, ou seja, que apresentam todos os segmentos.
Quando estimamos o peso de um amputado de uma perna, devemos
somar 1/18 do peso corporal para amputação abaixo do joelho e 1/6 do peso
para amputação na altura do quadril.
Não devemos medir peso e estatura se essas medidas oferecerem risco
ao avaliado. Nesse caso, usamos outras medidas (dobras cutâneas, apenas)
para referenciarmos as variáveis antropométricas.
Função aeróbica
Procedimentos
O teste consiste em caminhar ou correr 1 milha (1.609 m) no menor
tempo possível. Pode ser feito sobre uma superfície plana, previamente
medida, e, preferencialmente, em um terreno em forma circular. Evite linhas
retas. São necessários cronômetros, cartão para registrar os resultados e
caneta para anotações.
Resultado
O resultado é expresso em minutos, ou seja, anotamos em quanto tempo
o avaliado percorreu a milha. Os cegos podem correr com assistência.
Pontos importantes
Antes do dia do teste, ofereça uma prática para familiarização e faça um
aquecimento (alongamentos); após o término, deve-se fazer o resfriamento.
Não avalie se umidade e temperatura estiverem muito altas.
FIGURA 10.1 - Teste da milha: com auxiliar, sozinho e com auxílio de uma corda.
Resultado
Este teste resulta em sucesso, se o avaliado consegue realizar a tarefa,
ou em fracasso, se o avaliado não consegue realizá-la.
Pontos importantes
Oferecer aquecimento e resfriamento. Avaliados que usam amarras e
próteses devem consultar um médico para saber se podem participar desse
tipo de avaliação.
Tabela 10.4 - FC mínima específica e zonas de frequência cardíaca específica para os níveis do
TMAE
Função musculoesquelética
Força e resistência muscular
Abdominais
O teste abdominal mede a resistência de força dos músculos abdominais
por meio do número de repetições conseguidas.
Procedimentos
O teste consiste em executar tantos movimentos completos quanto
possível, até, no máximo, 75 repetições em uma cadência de movimentos a
cada 3 segundos.
Posicionamento do avaliado
O avaliado fica em decúbito dorsal, com os joelhos flexionados (mais
ou menos 140°) e os pés apoiados no solo, com os braços estendidos e
paralelos ao tronco e as palmas das mãos voltadas para o solo. Próximo aos
glúteos do avaliado, deve ser fixada uma faixa de 11,4 cm de largura, a qual
ele consiga tocar com a ponta dos dedos no lado mais proximal (Figura 10.3),
sendo essa a posição inicial. Ao sinal do avaliador, o avaliado faz a flexão do
tronco até que as pontas dos dedos toquem a outra extremidade da faixa
(Figura 10.4).
Resultado
O teste é interrompido quando o avaliado não conseguir mais manter a
cadência de 3 segundos por movimento completo, ou então até completar as
75 repetições. Devemos confeccionar a faixa de medição para fixá-la ao
colchonete, sobre o qual o teste deve ser feito. Os movimentos devem ser
executados de maneira correta, caso contrário, não serão contados.
Levantamento do tronco
O teste mede a força e a flexibilidade de extensão de tronco, e tem o
objetivo de fazer que o avaliado erga a extremidade superior do tronco até 30
cm acima do chão.
Procedimentos
O avaliado deita-se em decúbito ventral; os dedos dos pés devem ficar
apoiados no chão, e as mãos, embaixo das coxas. Ao sinal do avaliador, o
avaliado eleva o tronco o máximo possível, de forma lenta e controlada, com
o queixo em paralelo com o chão. O avaliador mede a distância conseguida
pelo avaliado (do chão à base do queixo). Não são recomendos mais de 30
cm.
Resultado
O avaliador permite duas tentativas e registra o valor mais próximo de
30 cm.
Pontos importantes
Mantenha estímulo positivo ao longo do teste. Não estimule a elevação
acima de 30 cm, nem permita movimentos balísticos.
Levantamento de halter
Procedimentos
O avaliado deve levantar o halter de 6,8 kg tantas vezes quanto
possível, até 50 repetições, a uma cadência de 3 a 4 segundos por movimento.
Deve, também, ficar sentado em cadeira de rodas ou em uma cadeira firme,
além de segurar o halter com a mão dominante, estender o cotovelo e
flexionar o ombro, até que o peso seja erguido diretamente para o alto e
acima do ombro. Quando o cotovelo estiver completamente estendido, o
avaliado retorna à posição inicial.
Importante
O avaliado poderá descansar até 4 segundos entre as repetições, mas
não mais que isso, senão o teste será interrompido.
Resultado
O resultado será o número de repetições conseguidas com cadência de 3
a 4 segundos por movimento, até que o avaliado consiga suportar o peso do
halter, ou, então, até completar 50 repetições cadenciadas.
Pontos importantes
Voz de incentivo ao longo do teste. Certifique-se de que o avaliado
entendeu o movimento a ser realizado, e combine a contagem com uma
cadência. Por exemplo: diga “um e para baixo”, “dois e para cima”. Essas
falas duram, aproximadamente, de 3 a 4 segundos.
Procedimentos
O avaliado tem como objetivo executar tantos levantamentos da barra
quanto possível (até 50 para meninos e até 30 para meninas). O avaliado deita
em decúbito dorsal em um banco (de supino, geralmente, mas não é
obrigatório), com os pés apoiados no chão ou sobre um cilindro de cada lado,
os quais geralmente vêm nos bancos de supino. O avaliado segura a barra de
15,9 kg (pode-se usar uma barra de menor peso e acrescentar anilhas até
totalizar 15,9 kg) com ambas as mãos na linha dos ombros e com os cúbitos
flexionados (essa é a posição inicial: barra no peito). Ao sinal do avaliador, o
avaliado estende os cotovelos totalmente e retorna à posição inicial. A
cadência de movimentos ideal é de 3 a 4 segundos por movimento completo.
O avaliado executa tal movimento até não conseguir mais ou até atingir 50
para homens e 30 para mulheres.
Resultado
São registradas as repetições corretas até que o avaliado não consiga
mais fazer ou alcance o número máximo de repetições estabelecido em
função do sexo.
FIGURA 10.7 - Levantamento no banco: posição final.
Levantamento sentado
Procedimentos
Neste teste, os avaliados devem executar um levantamento a partir da
posição sentada, durante 20 segundos. Colocam-se as mãos sobre as alças dos
blocos de levantamento, que são posicionados sobre os apoios para os
cotovelos das cadeiras de rodas ou sobre os apoios para braços das cadeiras
normais, desde que elas sejam seguras e fortes. O avaliado deve elevar-se de
forma que os glúteos sejam erguidos do assento da cadeira e os cotovelos,
completamente estendidos. Seus pés podem ficar apoiados no chão, mas não
devem ajudá-lo a erguer-se. O avaliado deve permanecer nessa posição o
maior tempo possível. São necessários: cadeira de rodas com bloco de
levantamento e cadeira normal, mas firme, com bloco de levantamento e um
cronômetro. Podemos adaptar o teste e fazê-lo sem os blocos de
levantamento, apenas usando o apoio dos braços da cadeira.
Resultado
O resultado será o tempo em que o avaliado conseguir permanecer com
os glúteos afastados da cadeira e com cotovelos estendidos, até 20 segundos
no máximo.
Flexão de cotovelo
Procedimentos
Este teste aproxima-se do teste de apoio de frente sobre o solo. Consiste
em executar o maior número possível de repetições com uma cadência de 3
segundos por movimento. A posição inicial (Figura 10.10) é com os
cotovelos estendidos. O avaliado os flexiona até aproximadamente 90° e
retorna à posição inicial. É interessante propor-lhe uma tentativa para
familiarização.
Resultado
O resultado final será o número de repetições corretas. O teste é
encerrado quando o avaliado não conseguir mais manter a cadência, se parar
para descansar ou interromper a atividade.
FIGURA 10.10 - Flexão de cúbito: posição inicial.
Extensão de ombros
Procedimentos
Este teste consiste em verificar se o avaliado está apto a tocar as pontas
dos dedos atrás das costas, alcançando acima do ombro em direção à parte
inferior das costas com um dos braços transversalmente às costas (Figura
10.11). O teste deve ser feito dos lados direito e esquerdo.
Resultado
É um teste que resulta em sucesso, se o avaliado encosta os dedos das
mãos, ou em fracasso, se o avaliado não os encosta.
Pontos importantes
Pode ser feito um aquecimento articular prévio, uma tentativa de
familiarização.
FIGURA 10.11 - Extensão de ombros.
Procedimentos
O avaliado deve tentar alcançar as costas e tocar, com uma das mãos, o
ângulo medial superior da escápula oposta (Figura 10.12). O teste deve ser
feito com uma tentativa para cada braço.
Resultado
Se o avaliado conseguir atingir o alvo (ângulo medial superior da
escápula) e manter essa posição por 1 a 2 segundos, lhe será concedido
resultado 3. Se não conseguir alcançar este resultado, deve objetivar tocar o
topo da cabeça. Isso corresponde ao resultado 2. Se não o conseguir, mas
lograr tocar a boca, receberá resultado 1, tendo sucesso na tentativa (Figura
10.13). Se o avaliado não conseguir tocar a boca, receberá resultado 0, ou
seja, inapto no teste.
Pontos importantes
Para fornecer um alvo ao avaliado, o avaliador pode colocar a ponta dos
dedos dele ao longo do ângulo medial superior da escápula (Figura 10.12).
Familiarização com o movimento é importante; aquecimento articular é
necessário.
Procedimentos
O teste tem o objetivo de medir a flexibilidade de posteriores de coxa; é
muito semelhante ao descrito no Capítulo 7. O que se modifica é a posição de
uma das pernas, a qual deve manter-se flexionada ao longo do teste.
O avaliado deve sentar-se no chão em frente à caixa de medida, com um
joelho totalmente estendido e o pé correspondente apoiado na caixa. O outro
joelho deve estar flexionado e o pé permanecer apoiado no chão. Os
cotovelos devem ficar estendidos e os braços, sobre a caixa; as mãos devem
permanecer uma sobre a outra. O avaliado tem de tentar alcançar o mais
longe possível, ao sinal do avaliador. Ele deverá fazer 4 tentativas e, na
última, terá de manter a posição durante, pelo menos, 1 segundo. No
momento da flexão do tronco à frente, o avaliado poderá mover para o lado a
perna do joelho flexionado, na tentativa de facilitar o movimento, mas o
joelho estendido deve permanecer assim durante todas tentativas. O teste é
aplicado em ambas as pernas.
Resultado
O resultado do teste será o valor da última tentativa atingida, em ambas
as pernas.
FIGURA 10.14 - Teste de sentar e alcançar, com proteção das costas: posição inicial.
Equipamento
A caixa deve apresentar as seguintes dimensões: 30 cm de altura e de
largura. A escala de medida (fita métrica, que é posicionada sobre a caixa) é
colocada no topo da caixa, com o ponto zero o mais próximo possível do
avaliado. A marca de 23 cm deve estar emparelhada com a superfície vertical,
contra a qual o pé repousa (Figura 10.15).
30 cm 23 cm 0 cm
Massa corpórea;
Estatura;
Composição corporal;
IMC;
Medidas de força e resistência muscular;
Flexibilidade;
Capacidade aeróbica.
Medidas antropométricas
O número de medidas antropométricas que pode ser realizado no corpo
de um indivíduo é quase ilimitado. Na escolha das medidas, contudo, deve-se
levar em consideração os propósitos do estudo a ser realizado. Neste processo
de avaliação, utilizaremos apenas as medidas supracitadas e a seguir
descritas.
Peso corporal
Definição
É resultante do sistema de forças exercidas pela gravidade sobre a
massa do corpo. Todavia, popularmente, pode-se admitir o peso em valor
absoluto como sendo igual à massa.
Objetivo
Determinar a massa corporal total ou o peso corporal.
Material
Uma balança com precisão de 100 g, com travessão e pesos móveis, ou
uma balança digital.
Procedimentos
O avaliado deve se posicionar em pé, de costas para a escala da balança,
com afastamento lateral dos pés, estando a plataforma entre eles. Em seguida,
coloca-se sobre e no centro da plataforma, ereto, com o olhar num ponto fixo
à sua frente. Com o intuito de avaliar grandes grupos, permite-se que o
avaliado esteja vestindo apenas calção e camiseta. É realizada somente uma
medida.
FIGURA 11.1 - Peso corporal.
Precauções
Estatura corporal
Definição
É a distância compreendida entre dois planos que tangenciam,
respectivamente, a planta dos pés e o vértex (ponto mais alto da cabeça).
Objetivo
Determinar a estatura do indivíduo em posição ortostática.
Material
Estadiômetro ou uma fita métrica fixada à parede. O estadiômetro (ou a
fita) deverá estar graduado em centímetros e décimos de centímetro.
Procedimentos
O avaliado deve estar na posição ortostática (em pé), com os pés
unidos. A medida é feita com o indivíduo em apneia inspiratória, de modo a
minimizar possíveis variações sobre essa variável antropométrica. A cabeça
deve estar orientada no plano de Frankfurt, paralela ao solo. A medida será
feita com o cursor em ângulo de 90º em relação à escala. Permite-se ao
avaliado usar calção e camiseta, exigindo-se que esteja descalço.
FIGURA 11.2 - Estatura corporal.
Precauções
Definição
O IMC é calculado com a divisão da massa corporal (peso corporal em
kg) pela estatura (estatura em metros) elevada ao quadrado.
Objetivo
Determinar o IMC de crianças e adultos e, posteriormente, compará-los
aos níveis recomendados à saúde.
Material
Procedimentos
Para classificarmos o IMC segundo Lefreve, necessitamos identificar os
percentis para reconhecer as condições das crianças avaliadas (Tabelas 11.1 e
11.2).
Tabela 11.1 - Valores de percentil de IMC – Masculino
Fonte: Guedes e Guedes (1997).
Tabela 11.2 - Valores de percentil de IMC - Feminino
Percentil Classificação
< P3 Extremamente baixo
P4 a P10 Muito baixo
P11 a P25 Baixo
P26 a P45 Médio baixo
P46 a P60 Média
P61 a P75 Média alta
P76 a P90 Alto
P91 a P97 Muito alto
> P97 Extremamente alto
Fonte: Lefreve (1990 apud Guedes e Guedes 1997, p. 24).
Procedimentos
Para classificar o IMC segundo o PROESP-BR (Programa Esporte
Brasil), utilizamos a tabela de valores de IMC e suas respectivas zonas de boa
saúde:
Tabela 11.4 - Teste de IMC (kg/m2)
Dobras cutâneas
Definição
Dobra cutânea ou prega cutânea é uma medida que visa avaliar,
indiretamente, a quantidade de gordura contida no tecido celular subcutâneo.
Com essa medida, podemos estimar a proporção de gordura em relação ao
peso corporal do indivíduo.
Objetivo
Determinar o percentual de gordura por meio do somatório das dobras
cutâneas tríceps e panturrilha, ou subescapular e tríceps, em relação à tabela
proposta por Lohman (1987), ou segundo o PROESP-BR, utilizando o
somatório (tríceps e panturrilha) em relação aos critérios de avaliação
referenciados à saúde (Tabela 11.5).
Material
O instrumento usado para tal avaliação é um compasso de dobras
cutâneas, também chamado de adipômetro, plicômetro ou espessímetro.
Independentemente da marca, as hastes devem apresentar uma pressão
constante de preen-são, não importando a abertura do aparelho. Essa pressão
é de, aproximadamente, 10 g/mm2. Sua precisão de medida é de 0,1 mm.
Procedimentos
Procedimento
Ao final das anotações das dobras cutâneas, podemos comparar o
somatório das dobras (tríceps e panturrilha) com os critérios de avaliação
referenciados à saúde, segundo o PROESP-BR (Tabela 11.7).
Tabela 11.7 - Teste de dobras cutâneas (mm)
Composição corporal
Definição
Relaciona-se ao fracionamento da massa corporal em dois ou mais
componentes, de maneira geral massa de gordura e massa magra. O modelo
de dois componentes é limitado em crianças, em razão das mudanças nas
proporções e densidades dos componentes da massa livre de gordura em
consequência do crescimento e da maturação. Essas mudanças decorrem da
diminuição da água corporal total e do aumento no conteúdo mineral ósseo
durante esse período.
Objetivo
Determinar o percentual de gordura corporal de crianças utilizando a
equação específica à idade e à raça, desenvolvida por Slaughter et al. (1988).
Essas equações usam o somatório (Σ) de duas dobras cutâneas (DOC do
tríceps + subescapular ou tríceps + panturrilha) para predizer o percentual de
gordura.
Observação
Como o método de dobras cutâneas requer contato físico com o
avaliado, os avaliadores devem considerar a sensibilidade e as questões éticas
a respeito do toque em crianças por adultos. Para crianças recatadas e
acanhadas, particularmente meninas adolescentes, recomendamos a medida
dos pontos de DOC do tríceps e da panturrilha, em vez da dobra subescapular
(Guedes e Guedes, 1997).
Classificação
Para a classificação, utilizaremos as Tabelas Classificatórias de Lohman
(1987 apud Heyward e Stolarczyk, 2000) para percentual de gordura, por
meio do somatório (Σ) das dobras cutâneas tríceps e panturrilha (Tabelas 11.8
e 11.9).
Tabela 11.8 - Meninos (abaixo de 18 anos)
% de
Classificação Somatório das dobras
gordura
Muito baixo 5 7
Baixo 15 14
Ideal 15–30 18–25
Moderadamente alto 30–35 25–30
Alto 35–45 32–36
Muito alto 45–55 39–43
Fonte: Lohman (1987 apud Heyward e Stolarczyk, 2000).
Definição
Este teste de flexão e extensão de braços em suspensão na barra,
elaborado pelo PROESP-BR, mede indiretamente força e resistência
muscular de membros superiores de crianças e adolescentes.
Material
Para realizar o teste, necessitamos da construção do instrumento com
su-porte regulável para a barra, que apresenta as seguintes medidas:
Procedimentos
Na execução deste teste, a barra deve ser instalada a uma altura de
aproximadamente 3 cm da ponta dos dedos do aluno avaliado, estando
este em decúbito dorsal e com os braços totalmente estendidos para
cima;
Na posição inicial, o aluno avaliado deverá estar suspenso na barra, com
o corpo ereto. Apenas os calcanhares devem estar em contato com o
solo;
A posição de empunhadura na barra é dorsal (pronada), e equivalente à
distância dos ombros;
Nessa posição, o aluno deverá elevar-se até que o pescoço toque a linha
de demarcação, que deve estar colocada dois espaços abaixo da barra.
Em seguida, ele retorna à posição inicial, completando uma repetição;
Esse movimento deve ser repetido tantas vezes quanto possível, sem
ocorrer paralisações;
Será registrado o número máximo de repetições sem limite de tempo.
Observação
Em nenhum momento do teste deve ser permitido que o aluno coloque
qualquer parte do corpo em contato com o solo, nem realizar movimentos de
quadris e pernas ou tentativa de extensão da coluna vertebral para minimizar
a sobrecarga dos braços. Caso isso aconteça, o teste será encerrado e apenas
as repetições anteriores corretas serão contabilizadas.
Tabela 11.10 - Avaliação de força e resistência de membros superiores
Definição
Este teste tem uma aplicabilidade mais simples que o supracitado, e
também fornece quantificação numérica sobre a força e a resistência
muscular de membros superiores.
Objetivo
Medir indiretamente a força da musculatura dos membros superiores.
Cada criança deve completar tantas flexões quanto possível.
Material
Apenas colchonetes, em caso de o local escolhido (piso) não estar em
condições de aplicabilidade do teste, e material para anotação do número de
flexões realizadas.
Procedimentos
Este teste consiste em executar o maior número de repetições até a
exaustão. A posição inicial varia para meninos e meninas, devido à facilidade
ao ângulo de execução do movimento. A menina pode apoiar os joelhos no
solo. Ambos os cotovelos devem ser estendidos completamente na volta para
a posição inicial e ser flexionados até próximo ao solo (cotovelo a 90º). Só
serão válidas as repetições executadas corretamente.
Observação 1
O número de repetições executadas pelo aluno avaliado na faixa etária
de 15 a 19 anos verificamos na Tabela 7.11. Para as faixas etárias de 7 a 14
anos, este livro não dispõe de tabela normativa ou classificatória.
Observação 2
Cabe ressaltar que, quando os testes não apresentam tabelas normativas
nem classificatórias, os professores e avaliadores podem utilizar os resultados
dos testes de seus alunos como comparativo, ou seja, em uma reavaliação,
comparar os resultados verificando o comportamento da variável mensurada.
Lembramos sempre que não devemos comparar os resultados entre os alunos,
mas valorizar o desempenho e a evolução de cada um.
Definição
O teste de força e resistência abdominal consiste em o avaliado realizar
o maior número de repetições possível de forma correta e segura em até 1
minuto.
Material
Um cronômetro com precisão de segundo, colchonete e material para
anotação do número de repetições.
Procedimentos
O aluno avaliado deve posicionar-se em decúbito dorsal, com quadril e
joelhos flexionados em 90º, plantas dos pés no solo e braços cruzados sobre o
tórax. O teste começa ao comando do professor.
FIGURA 11.15 - Posição inicial.
FIGURA 11.16 - Posição intermediária.
Objetivo
Medir indiretamente a força da musculatura abdominal por meio do
desempenho em flexionar e estender o quadril.
Material
Um colaborador, um cronômetro com precisão de segundo, colchonete
e material para anotação do número de repetições.
Procedimentos
Precauções
Para maior conforto do avaliado, o teste deve ser aplicado sobre uma
área confortável;
Verificar se o movimento foi completado corretamente.
Observação 1
O repouso entre os movimentos é permitido e o avaliado deverá saber
disso antes do início do teste. Entretanto, o objetivo é tentar realizar o maior
número de execuções possível em 60 segundos.
Observação 2
O teste também pode ser realizado com os antebraços cruzados sobre a
face anterior do tórax, com a palma das mãos voltada para este. Os braços
devem permanecer em contato com o tórax durante toda a execução dos
movimentos. Os pés são seguros por um colaborador para mantê-los em
contato com a área de teste (solo) (Figuras 11.15 a 11.17).
Observação 3
Quando os testes não apresentam tabelas normativas nem
classificatórias, os professores e avaliadores podem utilizar os resultados dos
testes de seus alunos como comparativo, ou seja, em uma reavaliação, podem
comparar os resultados verificando o comportamento da variável mensurada.
Lembramos sempre que não devemos comparar os resultados entre os alunos,
mas valorizar o desempenho e a evolução de cada um.
Objetivo
Medir indiretamente a força muscular de membros inferiores por meio
do desempenho em se impulsionar verticalmente.
Material
Uma fita métrica de metal ou tecido, fixada verticalmente de maneira
descendente, em que a marca 0 (zero) deve ficar no ponto mais alto da
parede; pó de giz ou magnésio; uma cadeira (45 cm) e material para anotação.
Procedimentos
Precauções
Invalidar o salto que for precedido de marcha, corrida ou outro salto, ou,
ainda, de movimentação dos braços quando isso não for permitido;
Verificar se o avaliado mantém o membro superior efetivamente
elevado, sem flexões de quadril, joelho ou tornozelo no momento da
determinação do ponto de referência;
Atenção quanto às determinações dos pontos de referência, visto que,
entre as posições com os dois braços elevados e com um braço elevado,
raramente ocorrem diferenças superiores a 2 cm;
Determinar que o avaliador fique sobre uma cadeira para melhor
visualização dos resultados.
Observação
As Figuras 11.20, 11.21 e 11.22 são de impulsão vertical com auxílio de
membros superiores.
Avaliação da flexibilidade
Apresentaremos dois protocolos de testes para avaliar essa capacidade
física. Mais informações sobre flexibilidade (termos e definições) devem ser
buscadas no Capítulo 7.
Definição
É um teste ativo. Apesar de avaliar um movimento exclusivo, tem boa
representatividade com a flexibilidade, de maneira geral.
Objetivo
Medir a flexibilidade da articulação do quadril, avaliando os músculos
paravertebrais e posteriores da coxa.
Material
Para realizar o teste de sentar e alcançar, podemos utilizar o Banco de
Wells, ilustrado na Figura 7.26. Outra forma de execução consiste na
confecção desse instrumento, o qual apresenta as seguintes medidas: até 45
cm de largura, 35 cm de altura, 40 cm de profundidade e avanço de 22 cm.
Procedimentos
Observação 1
O teste pode ser feito sem o Banco de Wells. Podemos colocar uma fita
métrica fixa no solo e outra linha, que pode ser uma fita adesiva escura, no
ponto onde seria o apoio para os pés. Devemos observar sempre a referência:
se for adulto, 38 cm; se for criança, 22 cm.
Observação 2
Existem outros protocolos desse mesmo teste, porém com outros pontos
de corte (por exemplo, 23 cm). Devemos apenas usar as tabelas normativas
correspondentes ao ponto de corte.
Tabela 11.12 - Percentil de acordo com o sexo para o teste de sentar e alcançar
Tabela 11.13 - Percentil de acordo com o sexo para o teste de sentar e alcançar
Observação
Outro fator importante neste teste é que os professores responsáveis
pelo projeto disponibilizam três formas diferentes de construção do
instrumento, adaptando sua realização com materiais alternativos.
Material
Como são três propostas de construção do mesmo instrumento, porém
de maneiras diferentes, criaremos três grupos de materiais:
Material 1: o banco de sentar e alcançar pode ser construído com quatro peças
de 30 cm x 30 cm, formando um cubo. Na parte superior, coloque uma
peça na região central, com 53 cm de comprimento por 15 cm de largura.
Cole nela uma fita métrica entre 0 e 53 cm. A fita deve ser posicionada de
modo que sua marca de 23 cm fique exatamente na linha com a face do
cubo, em que os alunos avaliados apoiarão os pés.
Objetivo
Avaliar a mobilidade articular do quadril e, respectivamente, a tensão
dos músculos dorsolombares e ísquiotibiais.
Avaliação da capacidade aeróbica
Teste da capacidade aeróbica(segundo Cureton, 1995)
Definição
Teste de VO2máx (consumo máximo de oxigênio), corrida/caminhada
de 1 milha (1.600 m), proposto por Cureton (1995). Este teste é recomendado
para crianças e adolescentes na faixa etária de 8 a 17 anos.
Objetivo
O objetivo do teste é correr ou caminhar 1 milha (1.600 m) no menor
tempo possível. Ao final, registram-se: tempo para percorrer os 1.600 m em
minutos; idade (anos completos); sexo (0 = feminino; 1 = masculino); e IMC.
Para o cálculo do VO2máx, utiliza-se a equação abaixo.
Equação
Material
Uma trena ou pedômetro para a metragem dos 1.600 m; um cronômetro
para a marcação dos tempos; pista de atletismo, ginásio ou local físico
adaptado (quadra externa da escola).
Procedimentos
Demarcar com exatidão os 1.600 m; para isso, o professor pode utilizar
uma trena de longa metragem ou um pedômetro;
Dependendo do número de alunos da turma, o professor pode dividi-la
em dois ou mais grupos. Outra possibilidade com relação a uma turma
muito imatura é dividi-la em dois grupos, feminino e masculino,
evitando distrações ou outros problemas na execução do teste em pontos
não visíveis da pista em relação ao professor;
Posicionar-se no ponto final do teste dos 1.600 m, para facilitar sua
marcação referente aos concluintes e seus respectivos tempos;
Distribuir senhas ou realizar a coleta dos tempos do teste seguindo a
ordem do número da chamada, para facilitar a anotação e evitar
eventuais confusões quando alguns alunos concluem o teste com mesmo
tempo ou com tempos próximos;
O material para anotações deve estar bem organizado, com nome e
tempo correto.
Observação
Por se tratar de uma distância relativamente longa para algumas escolas
desprovidas de pistas de atletismo ou ginásio, o professor pode, tomando as
devidas precauções quanto à segurança dos alunos, realizar o teste na quadra
externa da escola (utilizando a calçada da escola como pista de atletismo).
Contudo, é importante que o professor se certifique a respeito da distância do
espaço (pista ou calçada) que será utilizado para o teste.
FIGURA 11.23 - Correr/Caminhar.
Definição
Teste de capacidade aeróbica sugerido pelo PROESP-BR, com duração
de 9 minutos, para crianças e adolescentes na faixa etária de 7 a 16 anos.
Objetivo
Avaliar a capacidade aeróbica dos alunos em uma corrida/caminhada de
9 minutos, na qual a distância percorrida (em metros, com aproximação das
dezenas) é relacionada à tabela recomendada para a zona de boa saúde.
Material
Espaço físico plano; cones (ou outros) para a marcação da pista;
cronômetro e trena para a marcação dos tempos e da distância; numeração
para identificação dos alunos; e material para anotação (ficha de registro).
Procedimentos
Conclusões e recomendações
Nós, como professores de Educação Física escolar, referenciamos a
aptidão física como índice norteador para concluirmos se nada há de errado
com a saúde de nossos alunos, mas temos que ter bem claro, em nossa
concepção dos testes físicos, que não estamos avaliando atletas, tampouco
exigências de índices de aptidão física em patamares mais elevados.
Segundo os professores responsáveis pelo PROESP-BR (Projeto
Esporte Brasil – Indicadores de saúde e desempenho esportivo em crianças e
jovens), quando se trata da prestação esportiva, embora consideramos que as
diversas capacidades físicas podem ser aperfeiçoadas, entram em cena os
componentes hereditários e genéticos. Dessa forma, atingir níveis elevados de
desempenho em relação às médias populacionais torna-se uma exigência para
a definição de um atleta de sucesso, exigência, sublinhe-se que pressupõe a
ocorrência de determinadas habilidades inatas.
Assim, para crianças e jovens, os índices de prestação esportiva
correspondem, pelo menos, ao percentil 90 de seu grupo (avaliação por
normas). Como afirma Cooper (1992), um estudante que obtiver resultados
na faixa de percentil 80 na maioria dos testes situa-se em um nível de aptidão
física que lhe permite participar de equipes esportivas com alguma esperança
de sucesso. Todavia, afirma o autor, para índices de excelência esportiva, ou
seja, para aqueles que desejam participar de práticas esportivas de alto
rendimento, esperam-se índices próximos ao percentil 90 em pelo menos dois
testes (Cooper, 1992).
Mas no seio escolar, nossa atribuição quanto a tudo supracitado é
envidar todo esforço em busca de uma proposta cada dia mais eficiente para a
Educação Física escolar, capaz de promover uma vida melhor para os seus
praticantes, seja por meio da recreação, de jogos cooperativos, da iniciação
desportiva, do atletismo, da dança e muito mais.
Portanto, avalie, sim, mas não exija ou espere atletas. Promova
entendimento quanto à saúde e ao esporte. Disponibilize, em meio a suas
aulas, a socialização, a cooperação e a competitividade saudável. Utilize-se
de todas as ferramentas adquiridas em sua formação e promova amor,
respeito e a concepção do caminho certo. Comece um mundo melhor pela sua
escola, por seus alunos.
Capítulo 12
Avaliação do Idoso
Antes de submeter o idoso a uma avaliação, é de suma importância
realizar uma pré-avaliação, que permite levantar as seguintes informações e
necessidades de cada indivíduo em particular (Cotton, 1998 apud Matsudo,
2004):
antecedentes médicos;
atividade mais adequada;
atividade contraindicada;
cuidados especiais;
seleção de testes e programação do treino;
acompanhamento dos tratamentos médicos.
Testes metabólicos
Testes aeróbicos
Medem a potência aeróbica e são adaptados para a condição dessa faixa
etária. Devemos ter o cuidado de não aplicar testes que não sejam destinados
a essa idade, para que não sejam um fator agressivo ao avaliado, ou mesmo
um fator de risco.
Para uma maior fidedignidade nos resultados, alguns pontos
importantes devem ser observados, como, por exemplo, o estímulo verbal. O
avaliador deve falar frases encorajadoras, como: “Você está indo bem!” ou
“Continue assim; está ótimo!”.
Outro ponto importante é na avaliação em grupos. De preferência, não
se deve iniciar o teste com os avaliados juntos. Sempre que possível, deve-se
dar um intervalo de tempo (segundos), de uma saída para outra, evitando,
assim, as caminhadas ou corridas em duplas. O teste pode ser interrompido
pelo avaliado a qualquer momento.
Ao final do teste, os avaliados não devem parar bruscamente. A volta à
calma deve ser gradativa; portanto, sugerimos continuar com uma caminhada
leve por mais um minuto.
Tabela 12.4 - Classificação (em metros percorridos) do teste de caminhada de 6 minutos para
mulheres
Tabela 12.7 - Classificação (em segundos) do teste de levantar, caminhar e sentar para mulheres
Testes neuromotores
Os testes neuromotores medem a capacidade de o indivíduo realizar
uma atividade específica que envolva força máxima, resistência de força e
flexibilidade, entre outras variáveis. Abordaremos apenas os testes de resistê
ncia de força e flexibilidade dos membros superiores e inferiores, por serem
mais rápidos e práticos, mas as outras variáveis – como, por exemplo, a
agilidade e a velocidade – podem e devem ser avaliadas sempre que for
necessário e que haja material específico.
Flexão de cotovelo
Mensura indiretamente a força dos membros superiores quando não se
tem à disposição um dinamômetro manual. O teste é realizado com a mão
dominante do avaliado, registrando-se as repetições corretas realizadas em 30
segundos (Figura 12.4).
Peso do halter (adaptado por Matsudo, 2004): 4 kg (homens); 2 kg
(mulheres).
Tabela 12.13 - Classificação (em centímetros) do teste de sentar e alcançar para mulheres
Flexibilidade dos membros superiores (ombros)
Tabela 12.15 - Classificação (em centímetros) do teste de alcançar atrás das costas para mulheres
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1A edição: 2013
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Universidade Luterana do Brasil - ULBRA
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Fibromialgia
Mattos, Rafael da Silva
9788576555971
240 páginas