Ao realizar uma análise do conteúdo dos textos recomendados para a leitura,
verificam-se com abundância de evidências algumas verdades que, claramente, não condizem com as crendices populares e com as interpretações espíritas sobre os fenômenos em questão. Diante das situações de transe ou aparente possessão, não devemos em primeira instância considerar o manifestante como doente ou, muito menos, “possesso”. A natureza humana é a própria facilitadora desse fenômeno. As pessoas são influenciadas pelo ambiente, pela cultura e pela sociedade, e até inconscientemente imitam ou orientam seu comportamento por essas influências. A essa característica damos o nome de sugestionabilidade, o que é bem diferente das manifestações prevalentes e incisivas que algumas pessoas apresentam, que podemos caracterizar como Delírio. Cabe ainda ressaltar que o estopim para acionar um grave processo de sugestão ou auto-sugestão pode ser algo pequeno, como a impressão de ter visto um “vulto” em casa. Se a pessoa acreditar que o “vulto” era um espírito atormentado e que não vai abandonar a sua casa, ela pode sofrer uma série de perturbações em seqüência que podem desencadear um contágio em todos os moradores da casa, da vizinhança e até mesmo de toda a cidade. Quando nos deparamos com os casos expostos no livro utilizado para a confecção da presente conclusão, notamos justamente o quanto a sugestionabilidade pode servir como energia motriz de diversos fenômenos, sejam eles psicológicos ou parapsicológicos. Via de regra a sugestão ocorre pelo apelo ao lado emocional humano, e não ao lado racional, e é tão forte quanto mais atender às necessidades emocionais do sugestionado. Podemos citar o caso dos “milagres” do diácono jansenista François, falecido em 1727. Nesse caso, um senhora paralítica (típica doença psicógena) se diz curada, o que foi suficiente para milhares de pessoas aglomerarem-se em volta do túmulo do diácono. Diante de alguns fenômenos parapsicológicos, o transe coletivo acontecia como uma reação em cadeia, chegando ao cúmulo de ser criada uma congregação religiosa chamada de “Obra das Convulsões”. Houve suicídios, flagelação e até crucificação! Com o objetivo de controlar as fontes da sugestionabilidade, que por cinco anos afligiam a população, o governo mandou fechar o cemitério. Essa atitude ajudou para a eliminação dos fenômenos e gradativamente o local se viu livre das manifestações. Com a síntese das informações contidas nos textos, verifica-se que em todo o mundo e em diversos ambientes nos deparamos com manifestações decorrentes da sugestionabilidade. As pessoas dispostas a acreditar ou extremamente impressionadas são as que mais facilmente apresentam os sinais do contágio psíquico, que pode ser considerado uma forma de sugestão. Cabe aos parapsicólogos a tarefa de desmistificar as falsas interpretações populares e envidar esforços para evitar que, por ignorância, novas ondas de fenômenos ocorram e comprometam a saúde mental de um número imensurável de pessoas. Compreendendo o mecanismo do fenômeno e as suas causas, obteremos as ferramentas necessárias para cumprir esta missão.