Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Áreas Protegidas
Profª. Iraci Alves
Profª. Cláudia Sabrine Brandt
Profª. Edna Maria Alves
2014
Copyright © UNIASSELVI 2014
Elaboração:
Profª. Iraci Alves
Profª. Cláudia Sabrine Brandt
Profª. Edna Maria Alves
301.3108
A474e Alves, Iraci
Ecologia, biodiversidade e áreas protegidas / Iraci Alves, Cláudia
Sabrine Brandt, Edna Maria Alves. Indaial : Uniasselvi, 2014.
240 p. : il
ISBN 978-85-7830-856-8
1. Ecologia
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Prezado(a) acadêmico(a)!
III
Sucesso em sua caminhada!
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
UNI
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - VIDA E AMBIENTE FÍSICO...................................................................................... 1
TÓPICO 3 - BIOMAS............................................................................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 27
2 O QUE SÃO BIOMAS?......................................................................................................................... 27
3 AS CONDIÇÕES QUE DETERMINAM A DISTRIBUIÇÃO DOS BIOMAS E A
ADAPTAÇÃO DOS SERES VIVOS AOS PRINCIPAIS BIOMAS MUNDIAIS E
BRASILEIROS .......................................................................................................................................... 27
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 51
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 56
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 58
VII
3.1 TABELAS DE VIDA E CURVAS DE SOBREVIVÊNCIA............................................................ 80
3.2 DISPERSÃO E MIGRAÇÃO........................................................................................................... 83
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 85
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 86
VIII
2 COMPREENDENDO OS PROCESSOS............................................................................................ 145
3 BIODIVERSIDADE............................................................................................................................... 146
4 ESTIMATIVA DA BIODIVERSIDADE............................................................................................ 147
5 AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE.................................................................................................... 148
5.1 EXTINÇÃO E SUAS CAUSAS........................................................................................................ 149
5.2 PERDA E FRAGMENTAÇÃO DE HABITATS............................................................................. 150
6 CONSERVAÇÃO................................................................................................................................... 151
6.1 O ESTABELECIMENTO DE NOVAS POPULAÇÕES................................................................ 153
6.2 CONSERVAÇÃO IN SITU E EX SITU........................................................................................... 153
6.2.1 Zoológicos................................................................................................................................. 154
6.2.2 Aquários.................................................................................................................................... 154
6.2.3 Jardins botânicos...................................................................................................................... 154
6.2.4 Bancos de sementes................................................................................................................. 154
7 O VALOR ECONÔMICO DA BIODIVERSIDADE....................................................................... 155
7.1 OS CUSTOS AMBIENTAIS............................................................................................................. 157
8 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL......................................................................................... 158
8.1 ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE............... 158
8.2 DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE..................................................................................... 159
8.3 CRESCIMENTO OU DESENVOLVIMENTO?............................................................................. 161
8.4 A ABORDAGEM DA SUSTENTABILIDADE NO CONTEXTO INTERNACIONAL............ 162
8.5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL................................................................ 163
9 A AGRICULTURA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.............................................. 164
9.1 A AGRICULTURA MODERNA..................................................................................................... 165
9.2 AGRICULTURA TRADICIONAL.................................................................................................. 166
9.3 AGRICULTURA SUSTENTÁVEL.................................................................................................. 166
9.4 AGRICULTURA FAMILIAR........................................................................................................... 170
9.5 POLÍTICAS PÚBLICAS................................................................................................................... 171
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 172
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 175
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 176
IX
4.2.7 Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)............................................................ 197
5 CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 9.985/00................................................................................ 199
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 200
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 201
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos, cujas atividades, no final de
cada um deles, reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 3 – BIOMAS
Assista ao vídeo
desta unidade.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
ECOLOGIA BÁSICA
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! Você, provavelmente, já deve ter ouvido falar em
ecologia e já deve ter uma noção sobre o tema. O significado da palavra ecologia
originou do grego oikos (casa) e logos (estudo), e têm como significado literal
“estudo da casa”. Ecologia é a ciência que estuda a relação entre os seres vivos e os
demais componentes do ambiente, ou seja, o estudo do ambiente, com seus fatores
físicos, químicos e biológicos que afetam os organismos.
3
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
2 HISTÓRIA DA ECOLOGIA
Apesar de o pesquisador alemão Ernst Haeckel (Figura a seguir) ter sido
o primeiro a empregar a palavra ecologia, no ano de 1866, outros pesquisadores
contribuíram no desenvolvimento desta ciência.
4
TÓPICO 1 | ECOLOGIA BÁSICA
das populações humanas no meio, por König (1967) e Wallner (1972), foi possível
considerar a relação dependente entre meio ambiente e o homem (socioeconomia
e antropoecologia). Além disso, os estudos ecológicos foram subdivididos sob os
seguintes enfoques: indivíduo e ambiente (autoecologia); população e ambiente
(demoecologia); comunidade e ambiente (sinecologia).
Mas foi no século XX, que a ecologia foi reconhecida como um campo
distinto da biologia e como ciência, através de uma teoria unificada baseada em
estudos que produziram os conceitos: comunidades bióticas por F. E. Clements e
V. E. Shelford, e cadeia alimentar e ciclagem de matéria por R. Linderman e G. E.
Hutchinson (ODUM, 1988).
Por outro lado, a questão ambiental, em nível global, vem tomando maior
destaque desde o final da década de 60 e 70, devido às crescentes alterações
ambientais causadas pela sociedade moderna. Nesse contexto é possível verificar
que meio ambiente não é sinônimo de ecologia, mas uma área de ação dentro
da ecologia que integra problemas ambientais. O manejo de ecossistemas se
fundamenta em teorias ecológicas consistentes, baseadas em leis ambientais
que visam a um equilíbrio entre as comunidades animais e vegetais, fontes de
produtos úteis ao homem (conservação) e de conhecimento científico (conservação
e preservação) para uso das próximas gerações, bem como, o desenvolvimento
sustentável, trabalhando as necessidades presentes sem prejudicar as futuras. Por
fim, a abordagem mais polêmica dada por esta parte da ecologia e o jogo existente
entre os interesses econômicos e as ações políticas (ODUM; BARRET, 2008 apud
SANTO; FERRARI, 2012).
NOTA
5
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
ATENCAO
ATENCAO
6
TÓPICO 1 | ECOLOGIA BÁSICA
7
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
Conceitos Ecológicos
8
TÓPICO 1 | ECOLOGIA BÁSICA
(período). Ex.: o conjunto de seres vivos que habitam um rio ou lago, ou ainda uma área
florestal, entre outros.
Habitat: é o lugar preciso onde uma espécie vive, isto é, o seu “endereço”
dentro do ecossistema que determina o comportamento de sobrevivência e
reprodutivo da comunidade (local de abrigo, alimentação e reprodução). Ex.: o
habitat de uma solitária Taenia solium é o intestino de outro animal; o solo é o
habitat de minhocas.
NOTA
9
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
DICAS
10
RESUMO DO TÓPICO 1
• O termo ecologia foi empregado pela primeira vez, em 1866, pelo zoólogo
alemão Ernst Haeckel.
11
determinado espaço em um determinado tempo.
• Ecossistema ou sistema ecológico é o conjunto dos fatores abióticos e bióticos
que interagem.
12
AUTOATIVIDADE
13
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2
AMBIENTE FÍSICO
1 INTRODUÇÃO
Depois do contexto introdutório da ecologia, o que ela é? Qual é a sua
função? E do que consiste? Podemos entender que no mundo natural encontramos
componentes vivos e o não vivos onde um depende do outro. Em outras palavras,
a vida depende do mundo físico e os seres vivos afetam o meio físico.
2 POTENCIAL BIÓTICO
Em condições hipotéticas ideais, em que não houvesse mortalidade e
nenhuma restrição à sobrevivência de uma população biológica, seu crescimento
seria infinito, atingindo rapidamente um número elevadíssimo de indivíduos.
Vamos pensar na reprodução de um casal de coelhos, que aos seis meses estão
maduros sexualmente, e a cada dois meses se procriam gerando em média sete
filhotes. Ao completar dois anos estes já somariam 3158 descendentes, e ao final de
alguns anos somariam milhões de indivíduos, cuja capacidade de crescimento se
denomina potencial biótico. A representação gráfica deste crescimento hipotético é
representada por uma curva exponencial em forma de J (Figura 4).
15
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
16
TÓPICO 2 | AMBIENTE FÍSICO
18
TÓPICO 2 | AMBIENTE FÍSICO
19
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
20
TÓPICO 2 | AMBIENTE FÍSICO
NOTA
21
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
22
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você pode concluir que:
23
• Disponibilidade de nutrientes (macronutrientes e micronutrientes)
também é essencial à vida dos animais e vegetais (elementos e compostos
necessários ao funcionamento das atividades vitais dos organismos vivos).
24
AUTOATIVIDADE
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 3
BIOMAS
1 INTRODUÇÃO
Como vimos no tópico anterior, a ecologia estuda a relação e a influência
dos componentes do meio ambiente com os seres vivos. Assim, o meio ambiente
inclui os elementos do clima, do solo, da água, de organismos, de uma população
ou de uma comunidade. Neste tópico veremos as caracterizações dos biomas
terrestres brasileiros e mundiais.
Vamos lá!
27
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
ATENCAO
E
IMPORTANT
28
TÓPICO 3 | BIOMAS
29
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
30
TÓPICO 3 | BIOMAS
Nas latitudes mais baixas dentro das zonas temperadas estão os bosques
e arbustos de clima mediterrâneo. Os desertos subtropicais se situam entre as
zonas climáticas tropicais e temperadas. Em latitudes maiores, encontram-se as
florestas boreais, normalmente consistindo em árvores de acículas com folhagens
persistentes e baixas taxas de crescimento sobre solos ácidos e pobres em nutrientes,
e a tundra, um bioma sem árvores que se desenvolveu nos solos permanentemente
congelados ou permafrost.
31
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
O verão, por sua vez, dura cerca de três meses, com temperatura máxima
não ultrapassando os 10ºC. As noites são ausentes ou curtas, fazendo com que
32
TÓPICO 3 | BIOMAS
NOTA
33
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
precipitação entre 400 e 1.000mm. Devido a essa alta precipitação os solos são
úmidos durante a maior parte da estação de crescimento da vegetação.
34
TÓPICO 3 | BIOMAS
36
TÓPICO 3 | BIOMAS
fotossintética pode ser superior a 1.000 g de carbono fixado por metro quadrado
ao ano, devido à alta radiação solar e chuvas regulares e abundantes. Neste bioma
encontra-se a maior biodiversidade de espécies, comparado aos outros biomas
encontrados no planeta terra. Por isso, a preocupação na comunidade científica,
da necessidade da preservação de grandes áreas de floresta tropical como recurso
genético. Estima-se que mais de 50% das espécies animais e vegetais do planeta se
encontrem em florestas tropicais. A rápida degradação da matéria orgânica (alta
temperatura e umidade), que acelera a decomposição da serapilheira sobre o solo,
é rapidamente absorvida pelas raízes das árvores, tornando o solo geralmente
pobre e vulnerável à perturbação. A fauna é rica em biodiversidade, com milhares
de espécies de insetos, muitas espécies de aves, onças, primatas, capivaras, antas,
tartarugas, cobras, jacarés, peixes, anfíbios etc. E por fim, nas áreas montanhosas
dos trópicos encontramos a floresta pluvial montana (terras baixas), que vai ficando
progressivamente menos alta com a elevação da altitude, aumentando a biomassa
das epífitas, se direcionando para uma floresta de neblina anã e ao longo da
margem e leitos dos rios denominada de floresta de galeria ou às vezes de mata ciliar.
(ODUM; BARRETT, 2008; TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006; RICKLEFS,
2003) (Figura 16 a; b).
Segundo Odum e Barret (2008), existem três tipos de pradarias, determinados pelo
volume de precipitação, na América do Norte e dividido entre zonas que vão do
Leste-Oeste, que são: “pradaria alta, típico das regiões bem úmidas, com gramíneas
de 2 a 3m de altura e raízes bem profundas (grandes capins-vassoura Andropogon
gerardii, branqueja Panicum virgatum, capim-do-banhado Sorghastrum nutans, entre
outros), a pradaria mista, com grande diversidade florística de 1 a 2 metros de
altura (pequenos capins-vassoura Andropogon ecoparius, capim-agulha Stipa spartea,
capim-mourão Sporobolus heterolepis, grama-de-ponta Agropyron smithii, capim-
de-junho Koeleria cristata e capim-arroz Oryzopsis hymenoides), presente em solos
muito férteis e por fim a pradaria baixa, com gramíneas de pequeno porte de 0,1 a
0,5m de altura (capim-de-búfalo Buchloe dactyloides, grama-azul Bouteloua gracilis,
outras gramas Bouteloua spp., capim-do-campo Poa spp., cevada Bromus spp.), além
de pouca diversidade de espécies”. As temperaturas variam desde 38ºC (verão) a
0ºC (inverno). A vegetação é herbácea fechada adaptada a pouca disponibilidade
de água no solo, mas é fértil em matéria orgânica, pela decomposição, típico de
clima temperado. Estes campos também são conhecidos por “veldt” (África do
sul), “estepe” (Ásia), “pradarias” (América do Norte) e “pampa” (América do sul).
A flora, como citado anteriormente não necessitam de grande quantidade de água
para se desenvolverem, mas necessitam do fogo, através das queimadas naturais,
para a renovação do substrato das gramíneas, bem como ao ciclo de vida das
gramíneas típicas das pradarias. Mas quando mal conduzida através de queimadas
criminosas, atividade agropecuária desordenada, florestamentos para a produção
de celulose (monocultura) podem causar enormes perdas ambientais, como a
desertificação. A flora é composta por diversas espécies de gramíneas, já citadas
anteriormente, como também por herbáceas e alguns arbustos, e árvores típicas de
clima quente e seco. Nas pradarias, a fauna é composta por cabras muito usadas
em áreas de pastagens (criação de gado). E pelos animais nativos como os ratos
do campo, espécies de cabras, bois, raposas, bisões, pequenos antílopes, búfalos,
lebres, cães-da-pradaria, entre outros. (ODUM; BARRETT, 2008; TOWNSEND;
BEGON; HARPER, 2006; RICKLEFS, 2003; PLANETABIO, 2013). (Figura 17 a; b).
38
TÓPICO 3 | BIOMAS
39
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
Bioma deserto
O termo deserto refere-se às áreas secas, que quase não recebem chuva,
dependendo da zona climática em que se localizam, apresentam suas características
típicas. Os desertos subtropicais das Américas desenvolvem-se em latitudes de 20º a
30º norte e sul do Equador, com alta pressão atmosférica, chuvas esparsas (menos
de 250 mm/ano) e estações de crescimento vegetal longo, que com a presença das
chuvas de verão, muitas plantas herbáceas, como os arbustos creotoso (Larrea
tridentata) são dominantes, suculentos cactos (Carnegiea gigantea) e pequenas
árvores como a mesquita e o palo verde (Parkinsonia) e as sementes dormentes
crescem rapidamente e se reproduzem antes que o solo seque novamente. As
40
TÓPICO 3 | BIOMAS
plantas dos desertos subtropicais não resistem aos invernos gelados. Devido à
baixa precipitação, o solo é raso (aridossolos), com ausência de matéria orgânica
e de pH neutro, formação de muitos lençóis freáticos nas camadas inferiores, e há
muitos depósitos de sal. No deserto de clima continental, com baixa precipitação e
invernos frios, como nos desertos do Great Basin, encontra-se a sálvia (Artemisia)
como vegetação dominante. Os principais desertos se encontram na África (Saara
e Kalahari), Emirados Árabes, Argentina, Bolívia, Tibete, Chile (Atacama), China,
México, Austrália e Estados Unidos. Existe uma grande amplitude térmica: no
deserto do Atacama (Chile), durante o dia a temperatura chega aos 40ºC, caindo à
noite para 0ºC e no deserto do Saara (maior deserto do mundo), já chegou a 57ºC
durante o dia e pode cair a 0ºC à noite. Segundo estudos, aparentemente, os únicos
lugares, em que quase não ocorre precipitação ou nenhuma chuva, localizam-se no
centro do Saara e no norte do Chile. A flora é composta por plantas xerófitas, folhas
pequenas ou transformadas em espinhos, folhas com cutícula espessa, poucos
estômatos ou contidos em criptas. As raízes são longas, para poderem absorver
água nos lençóis freáticos, com predomínio de cactáceas. A fauna é composta por
animais adaptados a pouca água. A maioria apresenta hábitos noturnos (evitar
excesso de transpiração), como os roedores, insetos, escorpiões, cobras, lacraias e
lagartos. Os camelos e dromedários conseguem atravessar grandes áreas do deserto
africano e do Oriente Médio sem beber água, porque seus tecidos toleram um grau
de desidratação que seria fatal para a maioria dos animais. (ODUM; BARRETT,
2008; TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006; RICKLEFS, 2003) (Figura 20 a; b).
FIGURA 20 – (a) DESERTO DO WHITE SANDS, NOVO MÉXICO; (b) DESERTO DO SAARA, ÁFRICA
DICAS
Os camelos não armazenam água em suas corcovas, isto é um mito. São nas
corcovas em que os camelos acumulam a maioria da sua gordura, podendo sobreviver por
muitos dias sem se alimentar no deserto, que é imprescindível, devido à escassez de alimento.
41
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
42
TÓPICO 3 | BIOMAS
Floresta Amazônica
A floresta é úmida e quente (20ºC e 41ºC) quase o ano todo, com alto
índice pluviométrico de até 6000 mm/ano. O solo é pobre em nutrientes (rápida
decomposição do material orgânico) devido à alta temperatura e umidade, mas
logo absorvido pelas raízes das árvores, com pouca penetração no subsolo.
A paisagem é formada por árvores altas que ficam em terra firme (mais 60m),
por matas de várzeas (periodicamente inundadas), por matas de igapó (áreas
baixas, permanentemente inundadas), cuja vegetação deste bioma é formada por
folhas latifoliadas (grande área foliar), pluriestratificada (árvores com tamanhos
diferentes). (AB´SABER, 2006; PLANETABIO, 2013).
43
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
Cerrado
O cerrado abrange uma área estimada de 2.036.448 km2, segundo o IBGE
(2004) (Figura 24). De acordo com PROBIO-MMA (2004), sua área é recoberta por
60,42% de vegetação nativa, em suas diversas fitofisionomias. Deste percentual,
a área florestada abrange 36,73% do bioma do cerrado e a área não florestada
recobre 23,68%. O restante refere-se à área antrópica (38,98%), onde as pastagens
cultivadas (26,45%) são predominantes do bioma, onde 0,6% do território é coberto
por águas superficiais. Do total do cerrado, a região fitoecológica predominante é
a de Savana Arborizada (20,42%), seguido da Savana Parque (15,81%). (PROBIO-
MMA, 2004).
44
TÓPICO 3 | BIOMAS
Caatinga
Mata Atlântica
NOTA
47
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
Pantanal
A criação de gado bovino teve seu início no final do século XIX e vem a
ser a principal atividade econômica da região. (AB´SABER, 2006; PLANETABIO,
2013) (Figura 27).
48
TÓPICO 3 | BIOMAS
E
IMPORTANT
49
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
DICAS
Acesse estes sites, vídeos e documentários que irão complementar seus estudos:
Mapa de biomas do Brasil e o mapa de vegetação do Brasil. Disponível em: <http://www.
ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=169>. Produzidos pelo
IBGE. Acesso em: 12 fev. 2013.
Mapa interativo dos biomas brasileiros. Disponível em: <http://www.wwf.org.br/informacoes/
questoes_ambientais/biomas/>. Produzido pelo WWF/Brasil. Acesso em: 12 fev. 2013.
Rede ambiental: educando para a vida. Aplicativo desenvolvido como ferramenta de apoio
em educação ambiental. Possui informações e imagens sobre os biomas brasileiros, atividades
virtuais, fichas de atividades práticas, filmes e uma biblioteca com temas da área de educação.
Disponível em: <http://www.ib.unicamp.br/lte/bdc/visualizarMaterial.php?idMaterial=103>.
Acesso em: 12 fev. 2013.
Vídeo:
- Planeta Terra – a terra como você nunca viu. Produção: BBC/Discovery Channel. Duração:
48 min. “Uma visão geral da distribuição dos biomas e dos mais importantes ecossistemas da
Terra justificando suas ocorrências em determinadas regiões do planeta”.
Blue Planet: uma aventura fantástica pelos oceanos do mundo. Episódio 1 – Planeta Azul. Ano:
2001. Produção: BBC. Duração: 50 min.
A biblioteca do Amazonas (FERRIS, T. O céu da mente: a inteligência humana num contexto
cósmico. Rio de Janeiro: Campus, 1993. p. 135-140).
FONTE: A Teoria de Gaia (NUNES NETO, N. F.; LIMA-TAVARES, M.; EL-HANI, C.N.). Teoria Gaia:
de ideia pseudocientífica a teoria respeitável. Revista Com-Ciência, SBPC/Labjor, Campinas,
n. 111, ago. 2005. Disponível em: <http://www.comciencia.br/reportagens/2005/11/09.shtmi>.
Acesso em:
12 mar. 2013.
50
TÓPICO 3 | BIOMAS
LEITURA COMPLEMENTAR
UM ERRO ENRAIZADO
51
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
(por exemplo, “O bioma Cerrado merece aqui uma discussão um pouco mais
longa.”, p. 19), ora de um complexo de biomas (por exemplo, “[...] pode-se dizer
que o Cerrado não é um bioma único, mas um complexo de biomas.”, p. 19). Como
argumentarei, esse segundo ponto de vista é o correto e, portanto, o cerrado não
é um único bioma – como vem sendo rotineiramente tratado –, mas um complexo
de biomas.
O CONCEITO DE BIOMA
Uma excelente revisão do conceito de bioma foi feita por Coutinho (2006).
Relembro algumas das definições apresentadas nesse trabalho de Coutinho (2006)
para tornar minha argumentação clara. Clapham Jr. (1973, p. 14) disse que “[...] a
distribuição dos biomas é controlada em última instância por fatores ambientais
abióticos – especialmente o clima – e um dado bioma pode ser formado em várias
diferentes partes do mundo.” Dajoz (1973, p. 280) escreveu que “[...] o bioma é um
agrupamento de fisionomia homogênea e independente da composição florística.”
Crawley (1989, p. 27) disse que “[...] os grandes biomas do mundo mostram
um grau de convergência notável, apesar das amplas diferenças na afinidade
taxonômica das suas floras.” Cox & Moore (1993, p. 8) também enfatizaram que o
conceito de bioma é biogeográfico e não taxonômico, e que “[...] embora as savanas
tropicais do Brasil, Quênia, Índia e Tailândia compreendam espécies diferentes
de plantas e animais, elas têm muito em comum em termos de suas arquiteturas,
crescimentos e produtividades estacionais, formas de vida de animais e plantas
e as maneiras pelas quais têm sido usadas pela população humana.” No próprio
conceito de Walter (1986), adotado por Coutinho (2006), está claro que um mesmo
tipo de bioma pode aparecer em áreas distintas geograficamente.
O CONCEITO DE CERRADO
sensu lato não pode ser considerado um único bioma, mas sim um complexo de
biomas, mais especificamente três (Figura 29).
Coutinho (2006, p. 19) até sugere essa posição escrevendo que “[...] caso se
queira ser absolutamente fiel ao conceito de bioma adotado pelos diversos autores
mencionados adrede, pode-se dizer que o cerrado não é um bioma único, mas um
complexo de biomas.” Entretanto, contrariamente à sua argumentação anterior,
Coutinho (2006) alega que todas as savanas do mundo tem essa complexidade
fisionômica e, ainda assim, são consideradas um único bioma pela grande maioria
dos autores e que, portanto, ao se considerar o cerrado como um bioma de savana,
não se foge ao conceito da maioria dos autores internacionais. Esse erro se enraizou,
com o oxímoro “bioma cerrado” se tornando onipresente, aparecendo quase como
um substantivo composto, só faltando o hífen para tal.
54
TÓPICO 3 | BIOMAS
FONTE: Publicado em: Batalha, M. A. O cerrado não é um bioma. Biota Neotropical, v. 11, n. 1.
2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bn/v11n1/01.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2013.
55
RESUMO DO TÓPICO 3
• Tundra: típico das regiões de clima frio, Ex.: musgos, liquens, gramíneas e
árvores anãs.
• Taiga: também de clima frio, mas mais ameno comparado à tundra, com
maior presença de água no estado líquido. A vegetação é persistente, com
pouca formação da copa, que é em forma de cone, aumentando a absorção
dos raios luminosos fracos, proporcionando a fotossíntese em todos os
estratos vegetais, o ano todo (ramos não fazem sombra).
57
AUTOATIVIDADE
a) Pelagem abundante:
b) Hábitos migratórios:
c) Necessidade de hibernação:
a) Bioma com extrema escassez de água e que não está representado no Brasil.
58
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico veremos a interação entre as condições locais (características
físicas e químicas do ambiente), como a temperatura, a umidade, a pressão
osmótica e o pH de um ambiente e seus recursos essenciais disponíveis, que são
consumidos pelos organismos durante o seu crescimento e reprodução, como a
radiação solar, o dióxido de carbono, a água e os nutrientes minerais para a vida.
Assim como, a resposta dos organismos a estas condições e recursos encontrados,
nos ambientes habitáveis.
2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS
As condições ambientais que podem ser “extremas”, “adversas”, “propicias”
e “estressantes” determinam a distribuição e o comportamento de organismos. Ex.:
calor do meio dia num deserto, locais gelados da Antártica, intensidade de chuvas
na floresta tropical. Essas condições (temperatura, umidade relativa e outros)
induzem respostas fisiológicas em organismos que determinam se o ambiente é
propício ou não. Ex.: para os pinguins o clima da Antártica é extremo, porém, o
clima da floresta pluvial tropical seria severo, mas propício para as araras; como
um lago seria severo para um cacto, mas propicio para um aguapé.
59
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
3 RECURSOS VEGETAIS
Os recursos são componentes bióticos ou abióticos do ambiente, que
pode ser consumido por organismos, ao longo do seu crescimento e manutenção,
tornando-se menos disponíveis para outros organismos. Ex.: quando uma folha
de uma planta absorve a radiação solar, ela priva deste recurso às outras folhas
ou plantas que estiverem abaixo dela (estratos vegetais); ou quando uma larva
se alimenta de uma folha, sobra menos material foliar para as outras. Portanto,
60
TÓPICO 4 | MEIO FÍSICO E A DISPONIBILIDADE DE RECURSOS
ATENCAO
ATENCAO
Radiação solar, água, minerais e dióxido de carbono são recursos críticos para
as plantas verdes. Estes recursos quando disponíveis em abundância são excelentes para as
plantas, mas quando em escassez, pode ser desfavorável para o crescimento e reprodução
dos vegetais. A forma da curva que relaciona a taxa de fotossíntese à intensidade de radiação
varia bastante entre as espécies. A radiação que atinge uma planta está sempre mudando e
as folhas somam as diversas exposições de suas várias folhas. (RICKLEFS, 2003).
61
UNIDADE 1 | VIDA E AMBIENTE FÍSICO
62
TÓPICO 4 | MEIO FÍSICO E A DISPONIBILIDADE DE RECURSOS
ATENCAO
As várias partes de uma planta (seres autótrofos) têm composições muito diferentes
e, assim, fornecem recursos completamente diferentes aos heterótrofos (consumidores). A
diversidade de organismos heterótrofos se deve a diversificação de peças bucais e tratos
digestivos que evoluíram para o consumo, no caso dos consumidores. E para fazer um uso
melhor do material vegetal, muitos herbívoros estabelecem uma associação mutualística
com bactérias e protozoários celulolíticos em seu canal alimentar. (RICKLEFS, 2003).
UNI
LOVELOCK, J. Gaia: cura para um planeta doente. São Paulo: Cutrix, 2006.
PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H.; HELLER, H. C. Vida: a ciência da biologia. Evolução,
diversidade e ecologia - Vol. II. Porto Alegre: Artmed, 2005.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2007.
SCHELP, D. A vingança de Gaia. Veja São Paulo, nº 1979, out. 2006. Disponível em: <http://
veja.abril.com.br/251006/entrevista.html>.
Vídeos:
O segredo da vida na Terra. Ano: 1993. Duração: 40min. Direção: Adrian Warren. Produção:
Christopher Parsons.
Efeito Estufa. Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, INPE. Disponível em: <http://
videoseducacionais.cptec.inpe.br/>. Vídeo-animação sobre efeito estufa, suas características
naturais e causas antropogênicas.
Avatar. Ano: 2009. Duração: 162 min. Direção: James Cameron. Produção: 20th Century Fox.
Embora se trate de um filme de ficção, as preocupações ecológicas e as ideias científicas são
evidentes em quase todo o enredo, principalmente a teoria de Gaia.
63
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você pode concluir que:
• Nas interações entre organismos, os efeitos das condições podem ser fortemente
determinados pelas respostas de outros organismos da comunidade. Ex.: fator
temperatura não age apenas sobre um organismo, mas sobre os seus competidores
(suas presas, seus parasitos etc.), que não possa tolerar uma condição ambiental.
64
• Na relação predador-presa, o predador mata seu recurso alimentar e o consome
todo ou em parte.
65
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
66
ATIVIDADE DE LABORATÓRIO E DIDÁTICO-PEDAGÓGICO DE BIOLOGIA
UNI
1 INTRODUÇÃO
A água para consumo humano, denominada potável, é aquela cujos
parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam aos padrões
legais de potabilidade e que não ofereçam riscos à saúde. Adicionalmente os
parâmetros da água presente em outros meios devem atender aos padrões de
qualidade adequados para seu uso. (MERTEN, 2002). Por exemplo, a água de um
rio pode apresentar riscos para a saúde humana se for bebida e mesmo assim ser
considerada de boa qualidade para manter a vida dos seres aquáticos.
UNI
67
FIGURA 30 – INDICADORES DE ANÁLISE DE ÁGUA
FONTE: As autoras
2 OBJETIVOS
• Conhecer os principais parâmetros de análise de água.
• Analisar águas de diferentes fontes e comparar os parâmetros analisados para
cada tipo;
• Interpretar os resultados obtidos inferindo sobre possíveis sequências de
acontecimentos (natural e/ou antrópica) que geraram o valor obtido para os
parâmetros.
• Identificar impactos ambientais futuros possíveis de ser gerados por águas que
apresenta os parâmetros encontrados.
3 MATERIAIS
• 500 mL de água de lago ou rio coletada em um frasco estéril ou em uma garrafa
plástica de água mineral.
• 500 mL de água potável da torneira coletada um frasco estéril ou em uma garrafa
plástica de água mineral.
• 1 kit de análise de água, Kit-Potabilidade.
68
4 PROCEDIMENTO
• Analisar os parâmetros de acordo com as instruções contidas no kit de análise.
• Medir os parâmetros necessários tendo em consideração o método e comentários
expressos no quadro 1.
• Observar as instruções de manipulação, segurança e manutenção dos produtos,
reagentes e componentes conforme o estabelecido no kit de análise de água.
UNI
UNI
69
5 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Depois da realização desta prática preencha a tabela de resultados,
conforme o modelo estabelecido no quadro a seguir:
FONTE: As autoras
70
QUADRO 3 – TABELA DE INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÕES
FONTE: As autoras
UNI
71
ANEXO I
FONTE: As autoras
72
UNIDADE 2
ORGANISMOS, POPULAÇÕES,
COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 2 está dividida em quatro tópicos, cujas atividades, no final de
cada um deles, reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 4 – ECOSSISTEMAS
Assista ao vídeo
desta unidade.
73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1
ORGANISMOS E POPULAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Na unidade anterior vimos alguns fatores que influenciam a vida dos
organismos ou indivíduos. Porém, a definição de organismo, em um primeiro
olhar, não é tão simples quanto parece.
FONTE: As autoras
Por isso, é de suma importância que nestes estudos haja uma descrição
detalhada dos elementos utilizados para definir um organismo.
75
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
para realizar o controle populacional de uma espécie exótica que se tornou invasora
ou “praga”, ou ainda no acompanhamento de uma espécie considerada ameaçada
de extinção.
ATENCAO
76
TÓPICO 1 | ORGANISMOS E POPULAÇÕES
77
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
FONTE: As autoras
78
TÓPICO 1 | ORGANISMOS E POPULAÇÕES
UNI
Desta forma, pode-se observar que existe certo balanço ou escolha entre
alocar energia para o crescimento ou reprodução. Como citam Townsend, Begon
e Harper (2006), especialmente quanto à reprodução, a iniciação dessa etapa pode
gerar um alto custo para o crescimento, podendo inclusive encerrar a vida do
organismo.
79
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
80
TÓPICO 1 | ORGANISMOS E POPULAÇÕES
A tabela de vida estática, por sua vez, pode ser definida como uma foto
instantânea da população, pois acompanha a população em um dado espaço de
tempo descrevendo os números de sobreviventes de diferentes idades na população
(TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006). A seguir apresentamos um gráfico para
que você entenda a diferença de estratégia existente entre a construção das tabelas
de vida.
Obs.: Nas tabelas de vida de coorte todos os organismos que nasceram no tempo t0
são acompanhados até que o último tenha morrido. Já na tabela estática, todos os
organismos existentes no período t1 são monitorados.
81
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
CURVA DO TIPO II: nas populações que apresentam este tipo de curva
de sobrevivência, a taxa de mortalidade é relativamente constante ao longo do
tempo de vida do organismo (Gráfico 3). Esse é o caso da hidra de água doce,
de diversos passeriformes, de coelhos, cervos, entre outros (DAJOZ, 2005, p. 140;
ODUM; BARRET, 2008).
CURVA DO TIPO III: nas populações que apresentam este tipo de curva de
sobrevivências, a taxa de mortalidade é elevada nos estágios iniciais, diminuindo
posteriormente (Gráfico 4). Esse é o tipo mais comum de curva apresentado pelas
populações naturais e é frequente nos animais invertebrados, plantas, muitos
peixes e anfíbios (DAJOZ, 2005; RICKLEFS, 2010).
82
TÓPICO 1 | ORGANISMOS E POPULAÇÕES
83
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
Você deve ter percebido que apesar do subtítulo indicar que falaríamos
da dispersão e da migração dos organismos, até o momento utilizamos apenas
a expressão dispersão. Isso indica que dispersão e migração são sinônimas? De
forma alguma.
• Algumas espécies possuem ciclo de vida curto, com duração de até um ano.
Estas espécies são denominadas de espécies anuais. Outras espécies vivem por
mais tempo, sendo chamadas de espécies perenes.
• Durante a sua vida uma espécie pode reproduzir uma única vez (espécies
semélparas) ou apresentar vários eventos reprodutivos (espécies iteróparas).
85
AUTOATIVIDADE
( ) V – F – F – V.
( ) V – V – F – V.
( ) F – F – F – V.
( ) V – V – F – F.
Assista ao vídeo de
resolução da questão 4
86
UNIDADE 2 TÓPICO 2
INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
1 INTRODUÇÃO
Independente da espécie que consideremos, o fato é que nenhum organismo
consegue viver sem interagir com outros seres, sejam eles da mesma espécie ou
de espécies distintas. Nesse contexto, abordaremos a partir de agora as diferentes
formas de relações ocorrentes entre os organismos vivos.
2 INTERAÇÕES INTRAESPECÍFICAS
Um organismo se relaciona com outros organismos da sua espécie por
diversas razões, seja devido à disputa por alimento, necessidade de abrigo ou busca
por um parceiro, seja para maximizar os esforços para sobrevivência do grupo
ou sucesso reprodutivo. A esse tipo de interação que ocorre entre organismos da
mesma espécie dá-se o nome de interação intraespecífica. São várias as formas
de ocorrência desse tipo interação, sendo relacionadas a seguir as interações
sociais, um tipo especial de comportamento que envolve membros de uma mesma
população (RICKLEFS, 2010).
87
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
2.1 SOCIEDADE
Uma sociedade pode ser definida como um agrupamento permanente, onde
os organismos não estão ligados fisicamente e apresentam divisão de atividades
entre os membros, agindo de forma cooperativa. Há vários graus de sociabilidade no
mundo animal, cujo grau máximo é denominado de eussociabilidade (RICKLEFS,
2010), que será tratada neste Caderno de Estudos.
88
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
Obs.: À esquerda, exemplo de vespa rainha e vespa operária. Na foto à direita, ao centro da imagem
uma térmita rainha com seu abdômen cheio de ovos.
UNI
3 INTERAÇÕES INTERESPECÍFICAS
Assim como é inevitável que organismos da mesma espécie interajam,
o mesmo pode ser dito em relação aos organismos de espécies diferentes. Ora,
todo ser vivo necessariamente precisa se alimentar, de forma que uma espécie
acaba por ser consumidora ou recurso alimentar para outra espécie. Porém, não
é apenas devido à alimentação que organismos de espécies diferentes interagem
ao longo da vida. Nesta seção, comentaremos os tipos mais comuns de interações
interespecíficas existentes no mundo natural.
UNI
Apesar de termos nos baseado na nomenclatura utilizada por DAJOZ (2005) para
definir as interações interespecíficas, é necessário ter em mente que estas denominações
mudam conforme os livros-referência de Ecologia e, consequentemente, entre os livros
didáticos de Ciências e Biologia. De fato, como comentam Quesado e Rios (2011), há
ambiguidade e diferentes formas de definir as mesmas interações. Isso evidencia que a
ciência não é uma verdade absoluta e acabada, sendo mutável e sujeita a interpretações
diferenciadas de acordo com os contextos históricos e culturais. Essa questão será melhor
evidenciada quando falarmos nas relações de protocooperação e mutualismo.
3.1 PREDAÇÃO
Os predadores capturam os indivíduos e os consomem, retirando-os da
população e ganhando nutrição para sustentar a própria reprodução (RICKLEFS,
2010). Os exemplos são os mais diversos e conhecidos por todos nós (Figura
35). Afinal, quem nunca assistiu a um documentário sobre a vida silvestre que
demonstrasse esse tipo de relação?
Um aspecto que precisa ser considerado é que nós humanos somos, sem
sombra de dúvida, os maiores e mais eficazes predadores existentes. E não somente
quando realizamos atividades de caça, mas também quando consumimos carne
em nossas refeições.
90
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
3.2 HERBIVORIA
A herbivoria envolve um organismo que utiliza uma espécie de planta
como recurso alimentar. Nos livros-referência de Ecologia a interação herbivoria
é classificada juntamente com a predação, com o parasitismo ou com ambos,
podendo, muitas vezes, confundir o leitor menos avisado. O fato é que dependendo
do caso, os herbívoros se comportam como predadores e em outras situações,
como parasitas (RICKLEFS, 2010).
91
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
Por outro lado, se retirarmos apenas uma parte do tecido vegetal para, por
exemplo, extrair o látex de uma árvore, ou quando uma lagarta consome parte das
folhas de um arbusto, esta interação pode ser considerada um parasitismo.
3.3 PARASITISMO
É denominada de parasitismo a relação em que um organismo nomeado
parasita vive intimamente associado com um organismo de outra espécie, que é
considerado seu hospedeiro (TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006). Geralmente,
o parasita retira os recursos necessários do seu hospedeiro de forma a prejudicá-lo
sem, porém, matá-lo. Pelo menos a princípio. Isso porque não é interessante para
um parasita eliminar a sua fonte de recurso quando não tem a capacidade de se
locomover e sobreviver sem ela (Figura 37).
FONTE: As autoras
92
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
De acordo com o local em que um parasita se aloja, ele pode ser denominado
de diferentes formas. Assim, considera-se um endoparasita o organismo que se
instala na parte interna do organismo hospedeiro, enquanto que o organismo que
se aloja na parte externa é denominado de ectoparasita. Exemplos clássicos de
ectoparasitas de animais são o carrapato, o piolho e a pulga, mas podem-se citar
também os ácaros, os fungos e as bactérias. Já entre as plantas, a cochonilha é bastante
comum, mas há diversas outras espécies que apresentam esse comportamento.
Entre os endoparasitas, podemos citar as Taenia solium e T. saginata (conhecidas
como solitárias) que podem parasitar o trato intestinal humano.
Apesar de não ser uma regra, muitas vezes os parasitas podem ocasionar
sintomas de doença em seu hospedeiro. Quando isso ocorre, o parasita é
denominado de patógeno (RICKLEFS, 2010).
3.4 AMENSALISMO
O amensalismo, também conhecido como antagonismo ou antibiose, é a
interação em que uma espécie é eliminada por outra através do lançamento de
uma substância tóxica (DAJOZ, 2005). Quando este tipo de associação ocorre
nas plantas, ela recebe o nome de alelopatia. A espécie de pinheiro Pinus eliotti
93
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
3.5 COMENSALISMO
Na verdade essas espécies apenas emitem suas raízes nos ramos das árvores
sem, no entanto, retirar qualquer recurso delas. São consideradas plantas epífitas
as orquídeas, bromélias, pteridófitas, entre outras.
94
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
3.6 PROTOCOOPERAÇÃO
Vários organismos comensais não são hospedeiros específicos, mas alguns
aparentemente são encontrados associados a apenas uma espécie de hospedeiro.
Esse seria, segundo Odum e Barret (2011), o passo mais curto para o desenvolvimento
da relação de protocooperação. Mas o que vem a ser a protocooperação?
deve ao seu hábito de pousar sobre o dorso de bovinos e equinos, retirando destes
os ectoparasitas para a sua alimentação (Figura 41). O carrapateiro não utiliza os
carrapatos como única fonte de alimento, assim como os bovinos e equinos não
dependem do carrapateiro para a sua sobrevivência. Porém, ambos se beneficiam
desta associação, em um típico caso de protocooperação.
3.7 MUTUALISMO
É considerado mutualismo a associação entre espécies em que ambas podem
viver independentemente, mas cuja associação permite que determinada ação
ou atividade ocorra. Essa interação assume diversas formas, mas geralmente os
organismos envolvidos suprem recursos complementares ou serviços (RICKLEFS,
2010, p. 257).
96
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
FONTE: As autoras
97
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
UNI
4 A COMPETIÇÃO
A competição pode ser definida como qualquer uso ou defesa de um recurso
por um organismo que reduza a sua disponibilidade para outros organismos
(RICKLEFS, 2010). Mas o que pode ser considerado um recurso?
São considerados recursos renováveis aqueles que uma vez utilizados por
um organismo não estarão mais disponíveis até que esse organismo o libere ou
cesse o seu uso. Um exemplo de recurso não renovável é o espaço. Sabe aquela
máxima da física “Dois corpos não ocupam o mesmo lugar”? Ela se aplica e
explica o porquê o recurso espaço é considerado não renovável. Enquanto um
organismo utilizar um determinado local para nidificar, ou para se fixar (no caso
de organismos sésseis), essa área não estará mais disponível.
Por outro lado, recurso renovável é aquele que pode ser constantemente
renovado, tal como o número de presas, detritos, água, entre outros. O uso destes
recursos por um organismo diminui prontamente a sua disponibilidade, mas
com o passar do tempo, estes recursos voltam a ter os seus níveis aumentados e a
ficar disponíveis tanto para o organismo que já o utilizava como para os demais
organismos.
98
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
Essa Lei, no entanto, não pode ser aplicada a todos os recursos já que
pressupõe que um recurso tem influência independente na população de
consumidores, ou seja, só ele regula o tamanho da população, o que muitas vezes
não ocorre. Na verdade o que muitas vezes acontece é que dois ou mais recursos,
juntos, regulam o tamanho de uma população, sendo denominados de recursos
sinergéticos.
99
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
Esse foi apenas um caso hipotético, mas devemos lembrar que em diversas
situações agimos como competidores de outras espécies e por geralmente sermos
mais eficazes em utilizar os recursos que desejamos, acabamos contribuindo para
o declínio das populações de muitas espécies. No sul do Brasil isso é nítido com
relação ao uso do pinhão produzido pela araucária (Araucaria angustifolia). Devido
ao alto índice de extração desta semente para consumo humano, muitas espécies
de Psittacidae (papagaios, araras, periquitos) estão perdendo o seu principal
recurso alimentar.
UNI
100
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
No caso dos animais, um exemplo que muitas vezes chega a chocar algumas
pessoas, é a competição que ocorre entre filhotes de algumas espécies de aves, em
uma interação denominada fratricídio. Nestas espécies, geralmente, os pais têm
a capacidade de alimentar apenas um filhote, mas geralmente realizam a postura
de um ovo reserva para os casos em que o filhote seja predado. Esse segundo ovo
geralmente é menor e eclode mais tardiamente. Por ter nascido primeiro, a ave
eclodida do primeiro ovo é mais robusta em relação ao seu irmão mais novo e
consegue obter alimento de forma mais eficaz, impedindo inclusive que o outro se
alimente. Com o passar do tempo, o filhote menor vai definhando até ser lançado
para fora do ninho e morrer de inanição.
101
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
102
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
103
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
104
TÓPICO 2 | INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
FONTE: As autoras
105
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
106
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você pode concluir que:
107
• A competição pode ocorrer entre organismos da mesma espécie, sendo
denominada de competição intraespecífica, ou entre espécies diferentes –
competição interespecífica.
108
AUTOATIVIDADE
I- Herbivoria.
II- Comensalismo.
III- Competição.
IV- Alelopatia.
a) ( ) III – I – II – IV.
b) ( ) I – III – II – IV.
b) ( ) III – I – IV – II.
d) ( ) I – III – VI – II.
Assista ao vídeo de
resolução da questão 3
109
110
UNIDADE 2
TÓPICO 3
ECOLOGIA DE COMUNIDADES
1 INTRODUÇÃO
É denominada uma comunidade o conjunto de organismos de diferentes
espécies que vivem em um determinado local e que estão conectados uns com
os outros por suas relações de alimentação e outras interações. Muitas destas
interações já foram vistas no tópico passado e algumas outras também serão vistas
neste tópico.
Afinal, o que significa o termo habitat e qual é a diferença entre esse conceito
e nicho ecológico?
111
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
UNI
112
TÓPICO 3 | ECOLOGIA DE COMUNIDADES
FONTE: As autoras
2 CADEIAS ALIMENTARES
As diferentes formas de vida existentes em uma comunidade estão
interligadas por relações tróficas, isto é, pela transferência de energia e nutrientes
através de cadeias alimentares formadas por diferentes níveis tróficos. Cada cadeia
inicia com um organismo dito produtor (primeiro nível trófico), que recebe esse
nome por ser capaz de “produzir” uma forma de energia assimilável pelos demais
organismos participantes da cadeia – os consumidores.
UNI
113
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
FONTE: As autoras
3 SUCESSÃO ECOLÓGICA
É denominada sucessão ecológica a sequência de mudanças nos processos da
comunidade, tal como estrutura e funcionamento, ao longo do tempo (MIRANDA,
2009; ODUM, 2010). O processo de sucessão pode levar meses, dezenas de anos
ou ainda centenas de milhares de anos dependendo das comunidades e locais
envolvidos (NUNES; CAVASSAN, 2011).
114
TÓPICO 3 | ECOLOGIA DE COMUNIDADES
UNI
115
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
116
TÓPICO 3 | ECOLOGIA DE COMUNIDADES
Como ressalta Dajoz (2005), uma floresta que chegou ao estágio clímax não é
um sistema estável e imutável. Ao contrário, é um conjunto heterogêneo de parcelas
de vegetação em diferentes estágios de sucessão, causados por perturbações, tais
como vento, fogo, queda de uma árvore etc. É essa heterogeneidade do clímax que
explica a elevada biodiversidade existente nos ambientes naturais.
UNI
117
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
2 LIVROS DIDÁTICOS
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
Esta pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa, tendo sido realizada por
meio de uma análise documental. Efetuou-se uma análise comparativa, baseada no
método de análise de conteúdos de Laurence Bardin (1977), entre livros didáticos
recentes e antigos, para investigarmos a transformação do tratamento do conceito
de sucessão ecológica ao longo dos anos no conhecimento escolar de ciências.
Optamos por dois livros didáticos da década de 1970, contidos na série Biological
Science Curriculum Study (BSCS), devido à sua importância no ensino de Ciências
no Brasil naquela época, e sete livros atuais de Biologia, utilizados por alunos de
escolas públicas.
5 RESULTADOS
121
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
122
TÓPICO 3 | ECOLOGIA DE COMUNIDADES
UNI
124
RESUMO DO TÓPICO 3
125
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
126
UNIDADE 2 TÓPICO 4
ECOSSISTEMAS
1 INTRODUÇÃO
Um ecossistema ou sistema ecológico pode ser definido como uma unidade
onde os organismos existentes interagem entre e si e com o meio físico, gerando um
fluxo constante de matéria e energia. Portanto, neste tópico falaremos um pouco
sobre os aspectos que regem o fluxo de matéria e energia em um ecossistema, e
os tipos de ecossistemas que existem na biosfera. Ainda, discutiremos a diferença
entre os termos ecossistema e bioma, constantemente confundidos.
Vamos lá?
127
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
UNI
128
TÓPICO 4 | ECOSSISTEMAS
FONTE: As autoras
UNI
A luz do Sol é a fonte de energia para a maioria dos seres vivos. Sua
disponibilidade ocorre a partir da sua transformação em energia química, via
fotossíntese, pelas plantas, algas e algumas bactérias. Esse processo de assimilação
de energia é denominado de produtividade primária, e os seres que a realizam são
chamados de produtores primários dos ecossistemas. A energia total assimilada
pela fotossíntese recebe o nome de produtividade primária bruta. Porém, como já
dito anteriormente, as plantas e os outros organismos fotossintéticos utilizam parte
da energia para realizar as suas necessidades metabólicas através da respiração.
Assim, somente parte da energia total assimilada é incorporada à sua biomassa
e se torna disponível para os consumidores. Essa é a produtividade primária
líquida (RICKLEFS, 2010) (Figura 55).
129
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
3 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Os elementos e compostos químicos são vitais para as atividades dos seres
vivos, mas ao contrário da energia que se dissipa em forma de calor, os elementos
químicos permanecem na biosfera, sendo continuamente ciclados entre os
organismos e os ambientes físicos. Uma vez assimiladas pelas plantas em formas
inorgânicas e convertidas em biomassa pelas plantas, essa matéria se “locomove”
ao longo da cadeia alimentar. Por fim, esta matéria retorna às formas inorgânicas
pelo processo de decomposição.
130
TÓPICO 4 | ECOSSISTEMAS
131
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
Hoje se sabe que outros organismos também são capazes de fazer tal
processo, mas os acima citados ainda são os mais conhecidos e comentados.
Todavia, esta não é única fonte de nitrogênio utilizada pelas plantas, visto
que os organismos heterotróficos também disponibilizam nitrogênio no solo. Isso
ocorre quando esses organismos degradam as proteínas por meio de enzimas
e excretam o nitrogênio excedente sob a forma de ureia, ácido úrico ou amônio
(ODUM; BARRET, 2011).
UNI
132
TÓPICO 4 | ECOSSISTEMAS
Seu principal reservatório são as rochas que cedem aos poucos seus
fosfatos aos ecossistemas (figura 57). No ambiente terrestre, a concentração de
fósforo assimilável costuma ser baixa, agindo como fator limitante. Uma grande
parte dos fosfatos penetra no mar, onde pode ficar imobilizada nos sedimentos
profundos. Quando não houver corrente ascendente que permita a subida das
águas à superfície, novamente o fósforo agirá como fator limitante (DAJOZ, 2005).
133
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
134
TÓPICO 4 | ECOSSISTEMAS
135
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
136
TÓPICO 4 | ECOSSISTEMAS
137
UNIDADE 2 | ORGANISMOS, POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
UNI
UNI
O termo bioma não é utilizado para ambientes aquáticos ou marinhos por não
possuir elementos florísticos característicos que os possam classificar.
138
TÓPICO 4 | ECOSSISTEMAS
139
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você pode concluir que:
• O principal reservatório de fósforo são as rochas, sendo que grande parte deste
elemento penetra no mar e fica imobilizada nos sedimentos profundos.
• Os termos ecossistema e bioma não são sinônimos, pois este último não considera
os fluxos de matéria e energia, mas sim somente a fitofisionomia.
2 Por que é dito que apenas 10% da energia absorvida por um organismo é
repassada para o seu consumidor?
I- Ciclo do Nitrogênio.
II- Ciclo do Carbono.
III- Ciclo da Água.
IV- Ciclo do Enxofre.
a) ( ) IV – II – III – I.
b) ( ) IV – I – III – II.
c) ( ) I – II – III – IV.
d) ( ) I – III – II – IV.
141
142
UNIDADE 3
GESTÃO EM UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades que o(a) ajudarão a aplicar os conhecimentos apresentados.
Assista ao vídeo
desta unidade.
143
144
UNIDADE 3
TÓPICO 1
BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a)! Para começarmos, neste tópico teremos a
oportunidade de discutir os aspectos relacionados à Biologia da Conservação.
Serão abordados estudos relacionados à conservação da fauna e flora. Discutiremos
também aspectos relativos ao planejamento ambiental e políticas públicas para
a conservação, que no Brasil envolvem, principalmente, a criação e gestão de
unidades de conservação.
2 COMPREENDENDO OS PROCESSOS
Ao longo das unidades anteriores acompanhamos o desenvolvimento
de conceitos que possibilitam o entendimento de fenômenos naturais. Um
conhecimento que nos permite agora compreender as relações entre os seres vivos
e destes com o ambiente.
UNI
3 BIODIVERSIDADE
Quando falamos em conservação, faz-se necessário entendermos por que
e o que é necessário conservar. Precisamos conhecer os elementos que compõem
as comunidades ou os ecossistemas. Uma das características que determinam a
viabilidade da conservação é exatamente a biodiversidade.
E
IMPORTANT
146
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
4 ESTIMATIVA DA BIODIVERSIDADE
Aproximadamente 1,4 milhão de espécies já foram identificadas e descritas
pelos pesquisadores. Sua distribuição nos diversos grupos de seres vivos é
apresentada na tabela a seguir.
Embora pareça elevado, este número ainda pode chegar a cinco milhões(!),
porque grande quantidade de insetos e bactérias ainda não foi devidamente
identificada pelos pesquisadores e biólogos.
Ouvimos falar com frequência que o Brasil é um dos países que apresenta
a maior diversidade biológica do planeta. Mas por que isso acontece?
NOTA
147
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
5 AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE
Estamos constantemente ouvindo falar sobre espécies ameaçadas ou em
extinção. Este é um tema sempre atual. Relacionaremos, neste item, as ameaças
mais relevantes, discutindo sobre as causas de sua ocorrência e que medidas
podem ser tomadas no sentido da conservação.
148
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
E
IMPORTANT
Mais uma vez nos reportamos a informações de capítulos anteriores. Aproveite para verificar
o seu conhecimento sobre os ciclos biogeoquímicos e fluxo de energia!
149
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
150
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
6 CONSERVAÇÃO
Antes de começarmos a tratar de questões envolvendo a conservação,
precisamos conceituar corretamente o termo, já que esse é utilizado, muitas vezes,
como sinônimo de preservação.
152
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
153
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
6.2.1 Zoológicos
O principal objetivo destes espaços é estabelecer populações, em cativeiros,
de animais raros ou ameaçados. Infelizmente, o número reduzido de indivíduos
de uma determinada espécie pode inviabilizar um projeto de conservação. O
esforço é no sentido de desenvolver tecnologias que aumentem as possibilidades
de reprodução e disponibilizar informações sobre o adequado manejo e tratamento
de espécies silvestres.
6.2.2 Aquários
Os aquários públicos atuam de forma similar aos zoológicos, entretanto
apresentam um alto custo de manutenção.
154
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
155
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
156
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
157
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
8 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A ecologia enquanto ciência é muito dinâmica e tem, frequentemente,
provocado a reflexão sobre o comportamento humano frente ao ambiente e a
utilização de recursos naturais, como temos afirmado repetidamente ao longo
desta unidade. Seguiremos agora para um tema bastante atual: a sustentabilidade.
158
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
UNI
• a dimensão social;
• a dimensão econômica;
• a dimensão ambiental (ecológica);
• a dimensão geográfica; e
• a dimensão cultural.
159
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
160
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
Vejamos o que afirma Sachs (1996, apud GOMES, 2010, p. 9) sobre esta
questão:
161
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
162
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
163
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
164
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
165
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
166
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
• AGROECOLOGIA
167
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
168
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
169
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Muitas pessoas das grandes cidades estão resgatando hábitos de vida mais
saudáveis e isso inclui o uso de alimentos sem agrotóxicos, produzidos de forma
artesanal e matéria-prima com menor processamento industrial. Isto representa a
criação de um nicho de mercado.
170
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
171
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Miguel Altieri
Por outro lado, agrega valor econômico aos produtos, reduz riscos às
comunidades, aumenta a eficiência do uso dos recursos locais, reduz a pressão
172
TÓPICO 1 | BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
174
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
175
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 2
176
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Vimos até aqui a importância da biodiversidade para a manutenção dos
padrões e processos ecológicos naturais; as pressões cada vez mais intensas que
têm extinguido ou colocado sob risco de extinção muitas espécies; e os esforços
que têm sido feitos para avaliar a verdadeira riqueza de espécies existentes em
nosso planeta e a mais eficaz e rápida forma de frear/impedir o ritmo atual de
avanço dos ambientes urbanos sobre os ambientes naturais.
177
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
homem e os outros seres vivos são entendidas pelos defensores dessas diferentes
alternativas. Vamos lá?
2 DEFININDO CONCEITOS
Antes de iniciarmos a nossa discussão propriamente dita, precisamos
elucidar e diferenciar três conceitos que são amplamente utilizados como sinônimo,
mas que possuem significados distintos: os espaços territoriais especialmente
protegidos; as áreas protegidas; e as unidades de conservação.
178
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
179
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NOTA
180
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
181
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
FIGURA 66 – INFOGRÁFICO
Ainda segundo o Código Florestal atual (2012), no seu art. 4º, são áreas de
preservação permanente:
182
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
Além das áreas descritas acima, ainda podem ser consideradas nesta
categoria, quando assim declaradas de interesse social por ato do chefe do Poder
Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas
à contenção da erosão do solo e mitigação dos riscos de enchentes e deslizamentos
de terra e de rocha; à proteção a restingas ou veredas; à proteção de várzeas; ao
abrigo de exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; proteção de
sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; formar
faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; assegurar condições de bem-
estar público; auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades
militares; proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional
(art. 6º) (SITE OECO, 2013).
NOTA
183
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Você deve ter notado que o tamanho das propriedades está indicado em
módulos fiscais. Essa medida foi instituída pelo INCRA (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária) e foi determinada como parâmetro para definir a
área de uma propriedade (LANDAU et al., 2012).
184
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
NOTA
Tamanho do Tamanho do
Município Município
Módulo Fiscal (ha) Módulo Fiscal (ha)
Manaus 10 Capão da Canoa 18
Alagoinhas 30 Erval Seco 20
Feira de Santana 30 Passo Fundo 16
Itabuna 20 Porto Alegre 5
São Paulo das
Jacobina 60 Missões 20
Paulo Afonso 70 Balneário Camboriú 12
Salvador 5 Blumenau 12
Teixeira de Freitas 35 Brusque 12
Serra 12 Capivari de Baixo 14
Porangatu 60 Criciúma 14
Posse 70 Florianópolis 7
São Luís 15 Guaramirim 12
Campo Grande 35 Herval d'Oeste 20
Maracaju 40 Imbituba 16
Colíder 90 Indaial 12
Belém 5 Itapiranga 20
Cametá 70 Ituporanga 18
Marabá 70 Joinville 12
Curitiba 5 Lages 20
Maringá 14 Palhoça 12
Ji-Paraná 60 Rio do Sul 18
Rolim de Moura 60 Xaxim 20
Bento Gonçalves 12 Mairinque 12
Camaquã 16
FONTE: Adaptado de: Landau et al. (2012)
185
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NOTA
Você pode consultar o tamanho dos módulos fiscais dos demais municípios
brasileiros acessando o trabalho de Landau et al. (2012), intitulado Variação Geográfica do
Tamanho dos Módulos Fiscais no Brasil, disponível em:
<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/77505/1/doc-146.pdf>.
NOTA
187
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
188
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
189
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A primeira reserva biológica, Poço das Antas, foi criada em 1974, no Rio
de Janeiro. Atualmente, o Brasil conta com 30 reservas biológicas, que estão assim
distribuídas: 15 unidades no bioma Mata Atlântica; nove na Amazônia; quatro
no bioma marinho costeiro; uma no Cerrado; e também uma na Caatinga (SITE
ICMBio, 2008).
190
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
Grande parte dos parques nacionais foi criada com graves pendências
fundiárias, que se acumularam e mesmo se agravaram ao longo dos anos. Como
resultado, grandes prejuízos vêm sendo causados à política conservacionista, ao
erário e ao patrimônio público. (ROCHA et al., 2010).
191
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
192
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
193
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
194
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
195
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
196
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
197
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Para que um determinado local seja instituído como uma RPPN, deve ser
assinado pelo proprietário, perante o órgão ambiental, um termo de compromisso.
Havendo a existência de interesse público, essa área será averbada à margem
da inscrição do Registro Público de Imóveis (Lei nº 9.985/00, Art. 21, § 1º). Em
outras palavras, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural é criada a partir
da vontade do proprietário que assume o compromisso de conservar a natureza e
proteger a área em caráter perpétuo sem, no entanto, perder a titularidade da terra.
NOTA
198
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS
199
RESUMO DO TÓPICO 2
• As Áreas de Proteção Permanente são regiões protegidas por lei e que segundo o
novo Código Florestal obtiveram algumas modificações quanto aos seus limites.
200
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 2
201
202
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
203
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NOTA
O IBAMA então passou a ser o gerenciador da questão ambiental, responsável por formular,
coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional do Meio Ambiente e da preservação,
conservação e uso racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais
renováveis. No entanto, em 2007 foi publicada a Medida Provisória n° 366, que atribuiu a
gestão das unidades de conservação federais de proteção integral e de uso sustentável ao
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.
Dessa forma, podemos dizer que, atualmente, tudo o que tenha por finalidade
executar ações da política nacional de unidades de conservação da natureza, referente
às atribuições federais relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e
monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União, é de responsabilidade
do ICMBio. O restante das questões ambientais que não contemplem esse grupo de áreas
protegidas é regido pelo IBAMA.
FONTE: Ramos (2012).
Consta na Lei nº 9.985 que uma unidade de conservação é criada por ato
do poder público e que a mesma deve ser precedida de estudos técnicos (Art.
22, § 2º). Esses estudos geralmente consistem em levantamentos e relatórios com
foco no meio natural (físico e biótico), socioeconômico, cultural e fundiário, os
quais podem ser executados tanto pelo poder público, por meio de seus órgãos
executores e corpo técnico próprio, quanto por meio de consultorias contratadas.
204
TÓPICO 3 | CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NOTA
205
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NOTA
206
TÓPICO 3 | CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NOTA
208
TÓPICO 3 | CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NOTA
209
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
210
TÓPICO 3 | CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
211
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
212
TÓPICO 3 | CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
O Método RAPPAM foi criado pela WWF (World Wildlife Fund) a partir do
modelo anterior e tem sido utilizado para avaliar o sistema federal de unidades de
conservação desde 2005. O método se baseia em um questionário que compreende
três áreas de análise distintas: contexto, efetividade de gestão e análise do sistema
de unidades de conservação. Cada uma dessas áreas reúne questões agrupadas em
módulos, e esses, por sua vez, são agrupados em elementos de análise (IBAMA,
2007).
213
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Permanência do
Tendência Abrangência Impacto Dano
Aumentou drasticamente /
Muito alta Total = 4 Severo = 4 Permanente = 4
Aumentou ligeiramente / Generalizado
Alta =3 Alto = 3 A longo prazo = 3
Permaneceu constante / Moderado
Média Espalhado = 2 =2 A médio prazo = 2
Diminuiu ligeiramente /
Baixa Localizado = 1 Suave = 1 A curto prazo = 1
Diminuiu drasticamente /
Muito Baixa - - -
214
TÓPICO 3 | CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Alternativa Pontuação
Sim (s) 5
Predominantemente sim (p/s) 3
Predominantemente não (p/n) 1
Não (n) 0
FONTE: IBAMA (2007)
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE
ÓRGÃOS PÚBLICOS
CIVIL
Órgão gestor na presidência do conselho
Comunidade científica
da UC
Organizações não governamentais
Órgãos ambientais dos três níveis da
ambientalistas com atuação comprovada
Federação (União, Estados e Municípios)
na região da unidade
Órgãos públicos de áreas afins, tais como População residente e do entorno
pesquisa científica, educação, defesa
nacional, cultura, turismo, arquitetura, População tradicional
povos indígenas e assentamentos de
reforma agrária Proprietários de imóveis no interior da UC
215
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
216
TÓPICO 3 | CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
TIPO DE
CATEGORIA CONSELHO
Área de Proteção Ambiental (APA) Conselho Consultivo
Área de Relevante Importância Ecológica
(ARIE) Não é exigido
Uso Sustentável
217
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
218
TÓPICO 3 | CRIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
7 ACORDOS DE GESTÃO
219
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
220
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, vimos que:
• O uso público de uma unidade de conservação deve ser muito bem planejado,
para que não surta o efeito contrário ao desejado inicialmente, isto é, que não
cause degradação ao invés da conscientização da importância da biodiversidade.
221
AUTOATIVIDADE
222
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
2 CORREDORES ECOLÓGICOS
223
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
corredores não são unidades políticas ou administrativas, mas sim extensas áreas
geográficas definidas a partir de critérios biológicos para fins de planejamento
e conservação”. Os critérios para o estabelecimento de um corredor são os mais
variados e consideram:
Outra estratégia que tem sido proposta para realizar a gestão territorial é o
estabelecimento de mosaicos de áreas protegidas. A ideia já existe há muito tempo,
mas em geral não tem sido objeto de grande reflexão teórica.
224
TÓPICO 4 | GESTÃO TERRITORIAL PARA A CONSERVAÇÃO
225
UNIDADE 3 | GESTÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
4 RESERVAS DA BIOSFERA
Por fim, mas não menos importante, podemos citar as Reservas da Biosfera.
Essas áreas são porções de ecossistemas terrestres ou costeiros regidas por um
plano especial de gestão e manejo sustentável que segue os critérios adotados
internacionalmente, através do programa MaB – Man and Biosphere (O Homem e a
Biosfera), criado em 1971 pela Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO) (COSTA, 2002). Essas áreas devem ser locais de
excelência para trabalhos de pesquisa científica, experimentação e demonstração
de enfoques para conservação e desenvolvimento sustentável na escala regional
(MMA, 2006).
Pode-se dizer que cada Reserva da Biosfera é uma coleção representativa dos
ecossistemas característicos da região onde se estabelece, onde se busca otimizar
226
TÓPICO 4 | GESTÃO TERRITORIAL PARA A CONSERVAÇÃO
Até a próxima!
227
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, vimos que:
• A gestão territorial deve ser considerada sempre que possível, pois apenas o
estabelecimento de unidades de conservação pode não ser suficiente para
providenciar a manutenção das espécies que se procura proteger.
228
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 2
229
230
REFERÊNCIAS
AB`SABER, Aziz Nacib. Ecossistemas do Brasil. 1. ed. São Paulo: Metalivros,
2006.
BACCA, L. E. Como uma pequena RPPN pode ser importante para o mundo.
In: HOFFMANN, A.; HOFFMANN, L; MORELLI, W. Reserva particular do
patrimônio natural-RPPN Chácara Edith. Blumenau: Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2002. 64 p.
231
BIDONE, F. R.; POVINELLI, J. Conceitos básicos de resíduos sólidos. São
Carlos, SP: EESC/USP, (1999). 120 p.
CARSON, R. Silent spring. New York: Houghton Mifflin Company, 1962. 368p.
232
CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA
ATLÂNTICA. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Texto
da Lei 9.985, de 13 de julho de 2000 e vetos da Presidência da República ao PL
aprovado pelo Congresso Nacional. Série Cadernos da Reserva da Biosfera da
Mata Atlântica, nº 18. Brasília: MMA, 2000. 47 p. Conservação e Manejo. UFPA,
2012. Disponível em: <ttp://www.ufpa.br/npadc/gpeea/artigostext/ecohist.pdf>.
Acesso em: 25 mar. 2013.
COUTINHO, L. M. O conceito de bioma. Acta Bot. Bras., v. 20, n.1, p. 13-23. 2006.
FORBES, S.A. The lake as a microcosm. Bull. Sci. Ass. Peoria. Illinois, 77-87. In:
Real, L. A. & Brown, J. H. (eds). Foudations of Ecology, 1991. Chicago Press. 1887,
903p.
233
HEYWOOD, V. H. Estratégias dos jardins botânicos para a conservação. Trad.
De Patrícia de Oliveira Mousinho; Luiz A. Pedreira Gonzaga; Doroty Sue Dunn
de Araújo. Rio de Janeiro: Jardim Botânico/WWF – Fundo Mundial para a
Natureza, 1989. 68 p.
234
LEUZINGER, M. D. Uso público em unidades de conservação. Caderno de
conservação. 2004.
LOPES, S.; ROSSO, S. Biologia. 1. ed., Cap. 38. V. único. SP, 2005. 540p.
235
MÖBIUS, Karl. 1877. Die Auster und die Austernwirtschaft. (Trad. The Oyster
and Oyster Farming) Berlin. (English translation) U. S. Commission Fish and
Fisheries Report, 1880. 683-751p.
236
PINHEIRO, Antônio Carlos F. B.; MONTEIRO, Ana Lucia F. B. Pinheiro Andrade.
Ciências do ambiente – Ecologia, Poluição e Impacto Ambiental. São Paulo,
Makron, 1992.
238
ANOTAÇÕES
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
239
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
240