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7 Flexão Simples

Para o estudo das estruturas em concreto armado devemos estudar os esforços


internos gerados pelas cargas, neste primeiro momento iremos estudar a flexão.

7.1 Tipo de flexão

a) Flexão Pura: Quando não há esforço cortante atuando na seção, ou seja só atua
o momento fletor. Como na região central do exemplo abaixo.

Figura 1 – Exemplo flexão pura.

Fonte: Arquivo pessoal.

b) Flexão Simples: Quando há esforço cortante atuando na seção em conjunto com


o momento fletor. Como no exemplo abaixo.

Figura 2 – Exemplo flexão simples.


Fonte: Arquivo pessoal.

Os elementos usualmente submetidos à flexão simples são as vigas e as lajes.

b) Flexão Composta: Quando há esforço normal atuando na seção. Como no


exemplo abaixo.

Os elementos usualmente submetidos à flexão composta são os pilares.

7.2 Estádios de deformação

O procedimento para se caracterizar o desempenho de uma seção de concreto


consiste em aplicar um carregamento, que se inicia do zero e vai até a ruptura. Às
diversas fases pelas quais passa a seção de concreto, ao longo desse
carregamento, dá-se o nome de estádios. Distinguem-se basicamente três fases
distintas: estádio I, estádio II e estádio III.

a) Estádio I

Esta fase corresponde ao início do carregamento. As tensões normais que surgem


são de baixa magnitude e dessa forma o concreto consegue resistir às tensões de
tração. Tem-se um diagrama linear de tensões, ao longo da seção transversal da
peça. Levando-se em consideração a baixa resistência do concreto à tração, se
comparada com a resistência à compressão, percebe-se a inviabilidade de um
possível dimensionamento neste estádio. É no estádio I que é feito o cálculo do
momento de fissuração, que separa o estádio I do estádio II. Conhecido o momento
de fissuração, é possível calcular a armadura mínima, de modo que esta seja capaz
de absorver, com adequada segurança, as tensões causadas por um momento fletor
de mesma magnitude. Portanto, o estádio I termina quando a seção fissura.
Figura 3 – Comportamento da seção de concreto no estádio I.

Fonte: PINHEIRO (2015).

b) Estádio II

Neste nível de carregamento, o concreto não mais resiste à tração e a seção se


encontra fissurada na região de tração. A contribuição do concreto tracionado deve
ser desprezada. No entanto, a parte comprimida ainda mantém um diagrama linear
de tensões, permanecendo válida a lei de Hooke. Basicamente, o estádio II serve
para a verificação da peça em serviço. Como exemplos, citam-se o estado limite de
abertura de fissuras e o estado limite de deformações excessivas. Com a evolução
do carregamento, as fissuras caminham no sentido da borda comprimida, a linha
neutra também e a tensão na armadura cresce, podendo atingir o escoamento ou
não. O estádio II termina com o inicio da plastificação do concreto comprimido.

Figura 4 – Comportamento da seção de concreto no estádio II.

Fonte: PINHEIRO (2015).

c) Estádio III

No estádio III, a zona comprimida encontra-se plastificada e o concreto dessa região


está na iminência da ruptura. Admite-se que o diagrama de tensões seja da forma
parabólico-retangular, também conhecido como diagrama parábola-retângulo. É no
estádio III que é feito o dimensionamento estrutural, situação que se denomina
“cálculo na ruptura” ou “cálculo no estádio III”.

Figura 5 – Comportamento da seção de concreto no estádio III.

Fonte: PINHEIRO (2015).

O diagrama parábola-retângulo é formado por um trecho retangular, para


deformação de compressão variando de 2 ‰ até 3,5 ‰, com tensão de compressão
σcd = 0,85*fcd, e um trecho no qual a tensão varia segundo uma parábola do
segundo grau.

A Norma Brasileira permite, para efeito de cálculo, que se trabalhe com um


diagrama retangular equivalente com altura do diagrama é igual a 0,8x. A tensão
limite é σcd = 0,85*fcd.

Figura 6 - Diagramas parábola-retângulo e retangular equivalente.

Fonte: PINHEIRO (2015).


onde: bw = largura da seção; x = posição da linha neutra a partir da borda
comprimida; fcd = resistência de cálculo do concreto à compressão; d = altura útil,
que é a distância da borda mais comprimida ao centro de gravidade da armadura
tracionada.

7.3 Equações de Equilíbrio

Figura 7 - Distribuição de tensões de compressão segundo os diagramas parábola-retângulo e


retangular simplificado.

Fonte: BASTOS (2015).

a) Equilíbrio de Forças Normais

Considerando que na flexão simples não ocorrem forças normais solicitantes, e que
a força resultante das tensões de compressão no concreto deve estar em equilíbrio
com a força resultante das tensões de tração pode-se escrever:

𝑅𝑐𝑐 = 𝑅𝑠𝑡

F
Tomando da Resistência dos Materiais que σ = , a força resultante das tensões
A
de compressão no concreto, considerando o diagrama retangular simplificado, pode
ser escrita como:

Rcc
σcd =
Ac

Rcc = σcd ∗ 𝐴𝑐
onde: σcd = máxima tensão de cálculo resistida pela fibra mais comprimida
(0,85fcd); Ac = área de concreto comprimido.

Considerando a área de concreto comprimido (Ac) correspondente ao diagrama


retangular simplificado com altura 0,8x fica:

Rcc = 0,85 ∗ fcd ∗ (0,8𝑥 ∗ 𝑏𝑤)

Rcc = 0,68 ∗ bw ∗ x ∗ fcd

e a força resultante das tensões de tração na armadura tracionada:

Rst
σsd =
As

Rst = σsd ∗ 𝐴𝑠

Rst = fyd ∗ 𝐴𝑠

com σsd = tensão de cálculo na armadura tracionada (fyd); As = área de aço da


armadura tracionada.

a) Equilíbrio de Momentos Fletores

Considerando o equilíbrio de momentos fletores na seção, o momento fletor


solicitante deve ser equilibrado por um momento fletor resistente, proporcionado
pelo concreto comprimido e pela armadura tracionada. Assumindo valores de
cálculo, por simplicidade de notação ambos os momentos fletores devem ser iguais
ao momento fletor de cálculo Md , tal que:

𝑀𝑠𝑜𝑙𝑖𝑐 = 𝑀𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡 = 𝑀𝑑

As forças resistentes internas, proporcionadas pelo concreto comprimido e pela


armadura tracionada, formam um binário oposto ao momento fletor solicitante,
podendo ser escrito:

𝑀𝑑 = 𝑅𝑐𝑐 ∗ 𝑍

𝑀𝑑 = 𝑅𝑠𝑡 ∗ 𝑍
onde:

𝑅𝑐𝑐 ∗ 𝑍 = momento interno resistente, proporcionado pelo concreto comprimido;

𝑅𝑠𝑡 ∗ 𝑍 = o momento interno resistente, proporcionado pela armadura tracionada.

Com Z = d – 0,4x, temos:

𝑀𝑑 = 𝑅𝑐𝑐 ∗ 𝑍

𝑀𝑑 = 0,68 ∗ bw ∗ x ∗ fcd ∗ (d − 0,4x)

𝑀𝑑 = 𝑅𝑠𝑡 ∗ 𝑍

𝑀𝑑 = (fyd ∗ 𝐴𝑠) ∗ (𝑑 − 0,4𝑥)

𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 ∗ (𝑑 − 0,4𝑥)

7.4 Domínios de deformação

Ao analisarmos o diagrama tensão deformação da peça de concreto armado,


podemos observar que o estado limite último de flexão no concreto armado é
atingido quando:

a) A deformação de encurtamento (compressão) do concreto (εcu) atinge 3,5 ‰, ou


0,35% ou 0,0035. Quando excede 3,5 ‰ a ruptura ocorre por esmagamento do
concreto.

b) A deformação de alongamento (tração) do aço ( εs) atinge 10 ‰ ou 1% ou 0,01.


Quando excede 10 ‰ a ruptura ocorre por alongamento excessivo do aço.

As deformações nos materiais componentes das vigas e lajes de concreto armado


submetidas à flexão simples encontram-se nos domínios de deformação 2, 3 ou 4,
conforme definidos na NBR 6118 (2014) item 17.2.2.
Figura 8 – Domínios de deformação.

Fonte: Arquivo pessoal.

Domínio 2: O aço está sob deformação máxima (εs = 10 ‰) e o concreto sob

deformação (εc < 3,5 ‰), ou seja, sob a deformação de 10 ‰ a tensão na armadura
corresponde à máxima permitida no aço (fyd), portanto, a armadura tracionada é
econômica, isto é, a máxima tensão possível no aço pode ser implementada nessa
armadura, e o concreto não trabalha na sua capacidade máxima, pois a deformação
estará abaixo ou igual aos 3,5 ‰ . Na questão relativa à segurança, no caso de vir a
ocorrer a ruptura, ou seja, o colapso da viga, será com “aviso prévio”, porque como a
armadura continuará escoando além dos 10 ‰, a fissuração na viga será intensa e
ocorrerá antes de uma possível ruptura por esmagamento do concreto na região
comprimida. A intensa fissuração será visível e funcionará como um aviso aos
usuários de que a viga apresenta um problema sério, alertando-os, de modo que
sejam tomadas medidas visando à evacuação do local, antes que a ruptura venha a
ocorrer.
Posição da linha neutra para o limite entre o domínio 2 e o domínio 3

Figura 9 – Posição da linha neutra no limite entre o domínio 2 e o domínio 3.

Fonte: Arquivo pessoal.

0,0035 0,01
=
𝑥23 𝑑 − 𝑥23

0,01 ∗ 𝑥23 = 0,0035 ∗ (𝑑 − 𝑥23)

0,01 ∗ 𝑥23 = 0,0035 ∗ 𝑑 − 0,0035 ∗ 𝑥23

0,01 ∗ 𝑥23 + 0,0035 ∗ 𝑥23 = 0,0035 ∗ 𝑑

0,0135 ∗ 𝑥23 = 0,0035 ∗ 𝑑

0,0035 ∗ 𝑑
𝑥23 =
0,0135

𝑥23 = 0,259 ∗ 𝑑

Quando a posição da linha neutra ultrapassar 0,259*d os materiais da seção de


concreto armado terão uma deformação de acordo com o domínio 3.

Domínio 3: A deformação de encurtamento do concreto na fibra mais comprimida


corresponde a 3,5 ‰. A deformação de alongamento na armadura tracionada varia
entre εyd (deformação de início de escoamento do aço) e 10 ‰, ou seja εyd ≤ εs ≤
10 ‰, o que significa que a armadura escoa certo valor. Isso implica que, assim
como no domínio 2, a armadura também é econômica no domínio 3. Neste domínio,
portanto, tanto o concreto comprimido quanto o aço tracionado são aproveitados ao
máximo, diferentemente do domínio 2, onde o concreto tem deformações de
encurtamento menores que a máxima (εc < 3,5 ‰). A ruptura no domínio 3 é
também chamada com “aviso prévio”, pois a armadura, ao escoar, acarretará
fissuras visíveis na viga, antes que o concreto alcance a ruptura por esmagamento.

Posição da linha neutra para o limite entre o domínio 3 e o domínio 4

Figura 10 – Posição da linha neutra no limite entre o domínio 3 e o domínio 4.

Fonte: Arquivo pessoal.

0,0035 𝜀𝑦𝑑
=
𝑥34 𝑑 − 𝑥34

𝜀𝑦𝑑 ∗ 𝑥34 = 0,0035 ∗ (𝑑 − 𝑥34)

Para o aço CA-50, εyd = 2,07 ‰ logo:

0,00207 ∗ 𝑥34 = 0,0035 ∗ 𝑑 − 0,0035 ∗ 𝑥34

0,00207 ∗ 𝑥34 + 0,0035 ∗ 𝑥34 = 0,0035 ∗ 𝑑

0,00557 ∗ 𝑥34 = 0,0035 ∗ 𝑑

0,0035 ∗ 𝑑
𝑥34 =
0,00557

𝑥34 = 0,628 ∗ 𝑑, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝐴 − 50

Para o aço CA-50, εyd = 2,48 ‰ logo:

0,00248 ∗ 𝑥34 = 0,0035 ∗ 𝑑 − 0,0035 ∗ 𝑥34

0,00248 ∗ 𝑥34 + 0,0035 ∗ 𝑥34 = 0,0035 ∗ 𝑑


0,00598 ∗ 𝑥34 = 0,0035 ∗ 𝑑

0,0035 ∗ 𝑑
𝑥34 =
0,00598

𝑥34 = 0,585 ∗ 𝑑, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝐴 − 60

Quando a posição da linha neutra ultrapassar 0,628*d para elementos com aço CA-
50 e 0,585*d para elementos com aço CA-60, os materiais da seção de concreto
armado terão uma deformação de acordo com o domínio 4.

Domínio 4: A deformação de encurtamento do concreto na fibra mais comprimida


está com o valor máximo de 3,5 ‰, e a armadura tracionada não está escoando,
pois sua deformação é menor que a de início de escoamento (εyd). A armadura
resulta, portanto, antieconômica, pois não aproveita a máxima capacidade resistente
do aço. Diz-se então que a armadura está “folgada” e a seção é chamada
superarmada.

As vigas não podem ser projetadas à flexão simples no domínio 4, pois além da
questão econômica, a ruptura, se ocorrer, será do tipo “frágil”, ou “sem aviso prévio”,
onde o concreto rompe (esmaga) por compressão, causando o colapso da viga
antes da intensa fissuração provocada pelo aumento do alongamento na armadura
tracionada. Segundo a NBR 6118 (2014) a “ruptura frágil está associada a posições
da linha neutra no domínio 4, com ou sem armadura de compressão.”

Como conclusão podemos afirmar que as vigas e lajes devem ser projetadas à
flexão simples nos domínios 2 ou 3, e não podem ser projetadas no domínio 4. Para
complementar essa análise, é importante observar que a NBR 6118 (2014) no item
14.6.4.3 apresenta limites para a posição da linha neutra que visam dotar as vigas e
lajes de ductilidade, afirmando que quanto menor for a relação x/d (x = posição da
linha neutra, d = altura útil da viga), maior será a ductilidade. Os limites são:

𝑥
≤ 0,45, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 𝑀𝑃𝑎
𝑑

𝑥
≤ 0,35, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑓𝑐𝑘 > 50 𝑀𝑃𝑎
𝑑

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