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Casais da Bíblia: A saga do Eros na Aliança!


Facilitador: Leonardo Potiguara
José e Azenate: O perdão na vida prática.
Introdução
“E a José chamou Faraó de Zafenate-Paneia, e lhe deu por mulher a Azenate, filha de Potífera,
sacerdote de Om (...)”. (Gn. 41.45). Este verso é o dos poucos que relatam o nome da esposa de
José, filho de Jacó; juntos formam mais um casal do AT, estudados nesta saga do amor conjugal. Ele
se destacou sobremaneira sobre seus irmãos na narrativa do Gênesis, seu maior testemunho foi a
aplicação do perdão aos seus irmãos depois destes terem-no rejeitado, traído e vendido; A vida de
José é um testemunho vivo em como o perdão se torna a chave de uma vida frutífera e prospera.
Para compreendermos a história de José dividiremos sua história cronológica em três partes:
I-Do nascimento até os 17 anos (Gn. 30.22-37.2).
A vida de José é distribuída em Gn. 37-50, que abrange cerca de um terço do livro.
“Ele foi o elo entre a família de Israel e a nação de Israel. Até os tempos de José, os Israelitas eram
uma família. José está associado com a estada no Egito e o nascimento da nação”. (Unger, 2006,
pág. 67).
José, cujo nome significa “que Deus acrescente”, era o décimo primeiro filho do patriarca Jacó. Foi
o agente de Deus na preservação e na prosperidade de seu povo no Egito, durante o período de fome
na terra de Canaã. Essa prosperidade levou os hebreus à condição de nação, 400 anos mais tarde, no
Êxodo.
O nascimento de José: “E lembrou-se Deus de Raquel; e Deus a ouviu, e abriu a sua madre. E ela
concebeu, e deu à luz um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha. E chamou-lhe José,
dizendo: O Senhor me acrescente outro filho” (Gn. 30.22-24).
Nasceu na época em que Jacó ainda trabalhava para Labão, seu sogro. Foi o primeiro filho de
Raquel, como prova do fim da esterilidade dela. O nome que sua mãe lhe deu refere-se, no contexto
imediato, ao desejo dela de ter outro filho, o que aconteceu no nascimento de Benjamim (Gn. 35.17).
O nome, entretanto, também prefigurava o amplo papel que o filho desempenharia no progresso da
futura nação.
Durante esse período a família de José estava em mudança. Ninguém se instalara permanentemente,
viviam como nômades. Um antagonismo (pontos de vista opostos) de baixa qualidade existia entre
os membros da família, que discutiam entre si, manifestando sentimentos de inveja e ódio. A família
era marcada pela passividade e pelo ciúme entre os irmãos.
Jacó e suas esposas: Lia e Raquel, filhas de Labão estabeleceram sem saber, maus exemplos para
toda a família. Raquel oferecera sua serva Bila para coabitar com Jacó, por conta da sua infertilidade,
e Lia, quando não mais gerava filhos, também, assim o fez com a sua serva Zilpa. Na infância de
José, percebe-se o efeito de um pai passivo, uma mãe ausente, uma família cheia de falsidades,
ciúmes e brigas internas, crianças deixadas por sua própria conta para descobrirem sozinhas a vida.
O pecado e os maus-tratos que se insinuaram em seu meio foram de fato tolerados. Os ciúmes nunca
corrigidos e trabalhados no seio da família levam a males maiores.
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Nenhuma reação é mais cruel do que os ciúmes. Salomão disse: “(...) Duro como a sepultura é o
ciúme” (Ct. 8.6). Se for permitido que o ciúme aumente e se inflame as consequências podem ser
devastadoras.
“Nenhum inimigo é mais sutil do que a passividade – Quando os pais são passivos, eles podem
acabar tardiamente disciplinando, mas a reação retardada é geralmente produto da ira. A
passividade espera até que, finalmente, quando não pode mais esperar, manifesta-se com crueldade.
Quando isso acontece, os filhos não são disciplinados, mas brutalizados. A passividade não apenas
cega para o aqui agora, como também nos torna incoerentes”. (Swindoll, 2000, pág. 31)
Em uma educação passiva, os pais veem o problema, mas não disciplinam de imediato, deixam as
coisas acontecerem e quando percebem que se faz necessário corrigir, corrigem de forma rígida e
muitas vezes violenta, pois não conseguem mais controlar. É importante observar que o contexto da
infância de José fora bastante conturbado e com péssimos exemplos.
II - Dos 17 aos 30 anos (Gn. 37.2-41.46).
A história começa quando José chega ao início da idade adulta. Sua vida parece sair do controle.
Escravidão, acusação injusta e prisão acontecem com ele. Aos dezessete anos, revela atitudes que
contribuíram muito para uma amarga rivalidade entre ele e os dez irmãos mais velhos. Costumava
contar para o pai as coisas erradas que eles faziam (Gn. 37.2). Em uma ocasião, contou aos
familiares dois sonhos que tivera, os quais prediziam que um dia seu pai e seus irmãos se inclinariam
diante dele (vv. 5-10).
Todos ficaram ressentidos com a atitude de José e profundamente enciumados pelo tratamento
preferencial que recebia do pai “E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque
era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o
amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente”. (Gn.
37.3.4). “A túnica colorida (ricamente ornamentada) que José ganhou do pai era uma indicação de
favor paternal e, ao que parece, da intenção de Jacó torná-lo herdeiro principal. Rúben, o mais
velho, havia perdido o direito em razão do incesto (Gn. 35.22; Gn. 49.3-4); (Unger, 2006, pág. 67).
“Quanto aos filhos de Ruben, o primogênito de Israel (pois era o primogênito, mas, por ter
profanado o leito de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel, de modo
que, na genealogia, não foi contado como primogênito. Judá, na verdade, foi poderoso entre seus
irmãos, e dele veio o príncipe (Davi), porém o direito da primogenitura foi de José”. (I Cr. 5.1-2).
Quando Jacó enviou-o para supervisionar o trabalho dos irmãos eles se lembraram dos incidentes
anteriores e conspiraram contra ele (vv.18ss). Determinaram matá-lo, mas foram dissuadidos por
Rúben, a jogar José numa cisterna vazia, pois tencionava resgatá-lo mais tarde.
Os irmãos arrancaram de José o símbolo do favoritismo do pai, uma túnica multicolorida (Gn. 37.23)
e, sem o conhecimento de Rúben, e a pedido de Judá, venderam o rapaz para uma caravana de
comerciantes de escravos (vv.25-28). Numa mudança irônica, a vestimenta que representava o
favoritismo de Jacó por José foi embebida com o sangue de um cabrito e apresentada ao patriarca
como sinal de que seu filho amado fora morto por animais selvagens. A ironia maior é que os
próprios irmãos agiram como animais ferozes, ao conspirar para assassinar José e sentando-se para
satisfazer seus apetites, enquanto o garoto permanecia prostrado, despido e sedento na cisterna (vv.
24-25).
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A narrativa continua em Gênesis 39, depois da injustiça de Judá para com Tamar, sua nora no
capítulo 38. Naquele episódio, as palavras hebraicas para “mão” (yod) e “prosperar” (tsalach) são
utilizadas numa relação sutil para projetar o tema mais amplo da história de José. Potifar comprou-o
das “mãos” dos comerciantes de escravos (Gn. 39.1). O Senhor “estava” com José (v. 2), de maneira
que aquele egípcio percebeu a prosperidade alcançada por meio dele (v.3). Como resultado Potifar
colocou tudo o que possuía sob o controle de José (literalmente, “nas mãos dele”, v. 4). Sob esse
arranjo, seu senhor prosperou abundantemente (v.5).
Ele provavelmente sabia, mesmo aos dezessete anos, que sua única esperança viria por meio da
intervenção de Deus! Possivelmente clamou àquele que estava no controle soberano do seu futuro!
José ao invés de lamber as feridas e jurar que um dia iria se vingar, decidiu em seu coração não se
deixar corromper por planos perversos e derrotistas de vingança. Embora impossibilitado de enviar
uma última mensagem ao velho pai, ele sabia que o Senhor estava a par da sua situação e pronto para
ouvir sua súplica.
Ser acusado injustamente é um mau trato. A tragédia é que as palavras falsas são ouvidas por outros
que desconhecem algo melhor e creem nelas. Essas declarações inverídicas se tornam tão
impossíveis de corrigir quanto apanhar as penas de um travesseiro rasgado num dia de vento.
Apesar das dificuldades, José professa em Deus uma fé que possui certos aspectos fundamentais:
- Ele percebe a presença de Deus não importa aonde vá. Obviamente José rejeita qualquer noção de
que o Senhor seja divindade local ou regional, pois reconhece Deus em cada episódio.
- Ele acredita que a presença de Deus “constitui a derradeira aprovação de moralidade”. Ele rejeita o
assédio da esposa de seu senhor por entender que tais ações são pecado contra Deus (Gn. 39.9)
Temor a Deus significa obediência. José observa em seu coração o valor do casamento.
Depois de reiterar o fato de que todas as coisas estavam nas “mãos” de José (Gn. 39.6), a narrativa
descreve a tentativa feita pela esposa de Potifar para seduzi-lo. O jovem recusou suas insinuações, na
base da confiança que seu senhor depositara nele (literalmente, “nas minhas mãos”, v. 8). José via a
concretização de tal ato como uma quebra de confiança e um pecado contra Deus (v. 9). Esta atitude
indica que considerava sua mordomia sobre as responsabilidades terrenas como uma função
religiosa.
A palavra “mordomia” é uma palavra de origem latina que significa “administrar uma casa que não é
sua” e deriva da palavra mordomo que, de acordo com o dicionário HOUAISS, vem do latim
medieval (maior domus) e significa: ‘administrador ou governante da casa’. José entendia que a
mordomia não se estendia apenas no âmbito administrativo, mas na responsabilidade da obediência a
Deus. Tendo ele um só criador e que Ele (o Criador) é o proprietário final e definitivo sobre todas as
coisas. “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem”. Salmo 24:1
(NVI).
As tentativas de sedução continuaram e chegaram ao clímax num dia em que não havia ninguém na
casa além de José e a esposa de Potifar, o que provavelmente significa que ela própria providenciou
para que todos os demais empregados saíssem, a fim de conseguir seus propósitos. José resistiu e
fugiu; ao fazê-lo, ela o agarrou pelas roupas; depois, chamou testemunhas e mostrou a vestimenta do
rapaz, primeiro para os empregados e depois para o próprio Potifar, quando este voltou para casa,
como uma evidência de que José tentara seduzi-la. Novamente uma peça de roupa daquele jovem foi
utilizada como testemunho contra ele – na primeira, testemunhou que estava morto e na segunda,
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testemunhou que “estaria melhor morto”. José então encontrou-se numa circunstância similar, ou até
pior, à que se encontrava no início do episódio. Novamente era prisioneiro, quando Potifar ordenou
que fosse lançado no cárcere (Gn. 39.20). O uso da frase “O Senhor era com ele” (v. 21), repetição
de “ O Senhor estava com José” (v. 2), indica a bênção de Deus sobre o jovem, de maneira que
encontrou favor com o novo senhor (v. 21; cv. V. 4). José conquistou a confiança do carcereiro de tal
maneira que todas as tarefas da prisão ficaram “nas mãos” dele (v. 22). O texto novamente nos diz
que o Senhor fez com que ele prosperasse (v. 23; cf. vv. 2,3).
Neste episódio, vemos o tema dominante na vida de José demonstrado de forma vívida – Deus
providencialmente preservava sua vida, a despeito das tribulações e injustiças que enfrentava e por
meio delas. Não importava em que “mãos” sua vida estava colocada; no final era a mão de Deus que
o livrava e o fazia prosperar. Portanto, a providência divina estava por trás de todos os eventos que
levaram à elevação de José para a posição de autoridade e influência como conselheiro de
confiança do Faraó.
Fechando essa parte da história de José, discutiremos o Capítulo 38 de Gênesis, onde podemos
identificar contrastes do caráter de José e Judá. Segundo muitos comentaristas o conteúdo de Gênesis
38 está fora de lugar, bem no meio da história de José. Depois de uma leitura superficial, esse relato
do tratamento injusto que Judá dispensou à sua nora Tamar parece fora de posição. Este episódio,
entretanto, serve a duas funções importantes. Primeiro, relata a origem da história da tribo de Judá.
Segundo e mais relevante para o estudo de José, proporciona um agudo contraste entre os dois
irmãos. Enquanto Judá abandonou a família e a terra natal por escolha (Gn. 38.1), José foi
deportado contra sua vontade. Enquanto Judá voluntariamente se associou a uma mulher não
israelita, José resistiu a tal tentação. Judá envolveu-se em imoralidade sexual, vitimou uma mulher
indefesa e, por isso, incorreu no juízo de Deus. José resistiu à tentação e foi vítima de uma mulher
influente; como resultado, no final o Senhor preservou seus interesses. Judá foi acusado com justiça
por uma mulher. Enquanto José foi acusado falsamente. Em ambos os casos, um artigo pessoal – um
cajado e uma peça de roupa, respectivamente – foi apresentado como testemunho contra eles. Esses
extensos contrastes/paralelos servem para estabelecer a diferença entre o caráter de Judá e o de José.
Desta maneira, o mais novo dos dois é apresentado dramaticamente como um homem de virtude, o
qual olhava para Deus que governava soberanamente seu destino. O relato de Gênesis 38 é essencial
para estabelecer todos esses contrastes.
Uma Habilidade Que Vinha de Deus Proporcionando Uma Espetacular Reviravolta.
A elevação de José ao poder foi o resultado de sua habilidade especial que o levou tanto a ter
benefícios como a enfrentar diversos problemas – a capacidade concedida por Deus de interpretar
sonhos. A manifestação inicial desta habilidade gerou ciúmes por parte de seus irmãos (Gn. 37.5).
Quando se encontrou numa prisão egípcia, a habilidade tornou-se sua importante aliada, que
facilitaria a sua libertação do cárcere. Dois funcionários do Faraó, o copeiro-chefe e o padeiro-chefe,
estavam na mesma prisão (Gn. 40.3). Não eram apenas empregados da cozinha do Faraó, mas
conselheiros do rei que, por algum motivo, caíram em desgraça. As interpretações dos sonhos do
padeiro e do copeiro cumpriram-se dentro do prazo determinado por José (Gn. 40.21,22).
Dois anos mais tarde, Faraó teve dois sonhos que o angustiaram muito. O copeiro-chefe, então,
lembrou-se de José, o qual foi convocado para interpretá-los (Gn. 40.14-23). Exatamente como falara
aos homens na prisão, José disse ao Faraó que a habilidade de interpretação vinha de Deus (Gn. 40.8;
41.16). O jovem hebreu interpretou corretamente os sonhos, ao falar ao rei que viriam sete anos de
abundância, para que o Egito pudesse suportar os anos de escassez de alimentos. O rei,
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impressionado com a sabedoria com a qual Deus investira José, o nomeou como superintendente
sobre todo o reino (v. 39ss). Numa reviravolta completa de sua sorte, o jovem hebreu descobriu que
todo o reino do Egito estava em suas mãos, o que era evidenciado pelo anel que passou a usar; dado
pelo próprio Faraó (v. 42). No espaço de 13 anos (cf. Gn. 41.46; 37.2), José passou da posição de
prisioneiro para a de primeiro-ministro e teve um sucesso espetacular na administração dos negócios
egípcios (Gn. 41.47-57).
III- Dos 30 anos até sua morte (Gn. 41.46-50.26).
A partir deste ponto, a história de José descreve o encontro com seus irmãos (Gn. 42 a 47) e as
bênçãos variadas que Jacó proferiu sobre seus doze filhos (Gn. 48 a 50). Os oito anos seguintes de
José são anos de prosperidade e recompensa sob a bênção de Deus. Ele teve a oportunidade clássica
de acertar as contas com os irmãos e arruína-los para sempre, mas recusou-se a fazer isso. Pelo
contrário, perdoou-os, abençoou-os e protegeu-os.
A terra do Egito não podia ser comparada a nenhuma outra no mundo antigo, exceto talvez à
Babilônia, que apareceu séculos mais tarde em todo o seu esplendor. O Egito era um lugar de notável
influência, avanços educacionais invejáveis, poder militar e riqueza ilimitada. E o Faraó dessa terra
disse a José: “Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito”. (Gn. 41.41).
Notar os pronomes “(EU) te faço”. José não manipulou essa situação. A prosperidade pessoal não o
preocupou. Contudo o filho de Jacó tinha agora fortuna, autoridade e poder. E todos se inclinavam
perante o primeiro-ministro! José carregava ainda as cicatrizes da escravidão, rodando pelas ruas da
cidade com Faraó, vendo as pessoas se inclinarem perante a sua passagem. Nas palavras de Paulo,
ele tinha agora de “aprender o segredo de ter fartura e abundância” (Fp. 4.12).
Em busca de alívio para a fome que assolava também a região de Canaã, Jacó enviou dez dos seus
filhos ao Egito para comprar grãos (Gn. 42.1,2). Somente Benjamim, o mais novo e agora o mais
querido (pois o patriarca pensava que José estivesse morto), ficou em casa com o pai (v. 4). Eles,
naturalmente, negociaram com o novo governante do Egito, o qual não reconheceram, pois não
esperavam encontra-lo novamente após tantos anos (v. 8). A partir daí, José dedicou-se a usar uma
série de subterfúgios, com os quais não tencionava enganar seus irmãos, mas sim testar o caráter
deles (vv. 15,19), fazer com que sentissem convicção pela violência que cometeram contra ele (v.21)
e iniciar o processo para a migração deles para o Egito (quando pediu que Benjamim fosse levado a
ele, v. 20). Esta louvável intenção é revelada na reação que teve em particular devido ao dilema deles
(v. 24). Quando regressaram para Canaã, Simeão foi mantido como prisioneiro, para garantir que os
outros nove cumpririam as determinações do governador egípcio.
Jacó não permitiu que levassem Benjamim (Gn. 42.38), mas, quando terminou o estoque de
alimentos, cedeu (Gn. 43.13). Ironicamente, os presentes que instruiu os filhos a levar incluíam itens
que provavelmente foram usados como pagamento na venda de José aos ismaelitas (cf. Gn. 37.25;
43.11). O profundo amor que o governador tinha pelo seu único irmão por parte de mãe foi revelado
tanto na exigência que fez aos dez de que no retorno ao Egito o trouxessem junto, como por sua
reação quando o viu (Gn. 43.30). Ele demonstrou bondade e hospitalidade durante o banquete que
ofereceu, não somente para com Benjamim, mas para com todos os irmãos. Percebeu em cada atitude
deles o temor de Deus e o desejo de agir com honestidade para com ele, o que preparou o cenário
para a revelação de sua identidade.
José, por meio de angústias pelas quais fez com que passassem, elevou o drama do reencontro e o
tornou um momento alegre, de alívio, depois da profunda tristeza que sentiram pelo que fizeram com
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ele anos antes. Quando o governador revelou sua identidade, mostrou também seu caráter, pois
confortou os irmãos, ao explicar-lhes os propósitos soberanos de Deus, que estavam acima das
atitudes erradas deles – fora levado ao Egito para salvar a vida de toda a família (Gn. 45.5-8).
Obedientemente, os irmãos foram buscar Jacó e toda sua casa e os levaram para o Egito, onde foram
preservados da fome.
Os irmãos não estavam totalmente convencidos das intenções de José, pois, quando Jacó morreu,
tinham certeza de que ele então se vingaria deles (Gn. 50.15). Nesta circunstância observamos que,
pessoas que cometem atos de traição, desconfiam do ato do perdão. Mas o caráter forjado na prisão
do Egito era da melhor qualidade e José repetiu a certeza que o sustentou durante os anos mais
tenebrosos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para
fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn. 50.20).
O efeito desta migração da família de Jacó ao Egito não seria simplesmente para que suas vidas
fossem poupadas da fome. O patriarca, em Gênesis 46:3, reconheceu que se tratava de uma jornada
divinamente ordenada e que, no final, Israel tornar-se-ia uma grande nação em terra egípcia. Além
disso, teriam a presença divina no meio deles, a qual constituía a essência da aliança Abraâmica.
(Gn. 15.1; 28.15). Deus usou José como o agente primário no cumprimento desta promessa.
Enquanto os filhos de Jacó proporcionaram o patronímico (o nome da família) para dez das doze
tribos que herdaram Canaã (a de Levi é contada separadamente, pois é a tribo sacerdotal), dois filhos
de José tornaram-se os progenitores das restantes – Efraim e Manassés. Jacó fez uma reivindicação
especial, pois eles nasceram no Egito antes de ele próprio mudar para lá (Gn. 48.5). A herança desses
dois foi concedida diretamente pelo avô (Gn. 48.9ss). De fato, o patriarca deu a José uma porção
dobrada da herança que era reservada apenas ao filho primogênito (v. 22). O significado desta atitude
é ainda mais profundo quando o cronista, de sua perspectiva do período pós-exílico, levou este fato
em conta, ao relatar a constituição da nação de Israel (1Cr. 5.1,2).
Os eventos na vida de José mostraram sua força de maneira vívida. Tal capacidade, entretanto,
derivava da confiança na providência divina; fosse ela agradável ou não, estava na raiz de todas as
ações dos homens e tinha como propósito final o bem dos filhos de Deus. Em nenhum outro lugar
isto é descrito de maneira tão bela quanto nas palavras proferidas por Jacó em seu leito de morte:
“José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte, cujos galhos se estendem sobre o muro. Os
flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e perseguiram. O seu arco, porém, permanece firme e
seus braços foram fortalecidos pelas mãos do Poderoso de Jacó, o Pastor, o Rochedo de Israel”
(Gn. 49.22-24). José constitui uma das figuras principais da história da redenção identificadas por
Estêvão em Atos 7. Na visão do primeiro mártir do cristianismo, este filho de Jacó foi uma das
primeiras ilustrações da sua mensagem de oposição aos fariseus. Ao argumentar contra a falsa noção
de que a bênção e a presença de Deus estavam relacionadas com o Templo, de maneira irrevogável,
Estêvão estabeleceu o princípio do “Emanuel”, quando falou que Deus estava presente com seu povo
muito tempo antes da construção do Santuário. Neste contexto, simplesmente disse sobre José: “Mas
Deus era com ele” (At. 7.9).
IV- O Casamento de José e Azenate.
“E a José chamou Faraó de Zafenate-Paneia, e lhe deu por mulher a Azenate, filha de Potífera,
sacerdote de Om”. (Gn. 41.45).
Com autoridade, José recebeu um novo nome. Mais uma vez, não foi ele que iniciou isso. Ele não
escolheu um novo nome para si. Faraó tomou a iniciativa, denominando-o Zafenate-Paneia. Este
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nome contém significado. No meio dele estão as sílabas “nate”. Neiti era uma das deusas do Egito. O
novo nome de José significava então “o deus fala e vive”! José recebeu um novo nome egípcio, mas
uma vez que o nome reconhecia um deus pagão, é certo que não o teria escolhido para si próprio.
José ganhou também uma esposa a qual provavelmente não escolhera. Seu nome era Azenate. Note
novamente as sílabas “nate”, o nome da mulher significava “pertencente a Neiti”, e ela era filha de
um sacerdote egípcio, Potífera.
José não trouxe suas amarguras para o convívio do seu casamento, pelo contrário, ele trouxe suas
experiências com Deus para o seu lar. Acredita-se que Azenate aprendeu com José a cultivar a fé em
Jeová Elohim, o que dá a entender pelo fato de seus filhos terem sido nomeado segundo as
experiências dele com Deus (Gn. 48.5). Azenate passou com José todo período em que ele foi
governador do Egito. Possivelmente, foi uma mulher persistente e perseverante ajudando seu esposo
no cargo importante que ele havia assumido. Pode-se dizer que Azenate foi uma mulher sábia, que
edifica a casa, e não destrói aquilo que é precioso. (Provérbios 14:1). Ela tornou-se esposa do homem
que se tornou notícia, passou a ser subitamente visível.
Plutarco, historiador e filósofo platônico grego, que viveu no século primeiro e observou o abuso do
poder entre tantos romanos ricos, escreveu: “A autoridade e o cargo demonstram e tentam a índole
dos homens, movendo cada paixão e descobrindo cada fragilidade. Nenhum animal é mais selvagem
do que o homem poderoso”. Ele não disse que todo homem que tem poder é um animal ou um
selvagem; afirmou, porém, que o poder oferecia essa grande tentação. Por isso, desconfiamos dos
poderosos! Mas José resistiu as dificuldades, sofrimentos e perdas e aprendeu a lidar com o poder.
V- Os filhos de José e Azenate.
“Antes de chegar a fome, nasceram dois filhos a José, os quais lhe deu Azenate, filha de Potífera,
sacerdote de Om. José ao primogênito chamou de Manassés, pois disse: Deus me fez esquecer de
todos os meus trabalhos e de toda a casa de meu pai. Ao segundo chamou-lhe Efraim, pois disse:
Deus me fez próspero na terra da minha aflição”.(Gn. 41.50-52).
José era monógamo. Ele não caiu na poligamia, como tantos que o cercavam – até sua própria
família. Ele tinha uma mulher, e ela lhe deu dois filhos. A importância do significado dos nomes dos
filhos de José: Os dois nomes são um jogo de palavras. No rodapé da NVI declara: “Manassés” tem
o mesmo som e pode ser derivado do termo hebraico que equivale à palavra “esquecer” e “Efraim”
tem o mesmo som do hebreu que corresponde a duas vezes “produtivo”.
José reconhece que Deus o fizera esquecer todos os seus problemas, até mesmo os da casa de seu pai.
Deus o fizera produtivo numa terra e em circunstâncias que só lhe causaram aborrecimentos.
José deu aos filhos nomes que revelariam sua atitude humilde diante do seu Deus, chamando-lhes a
atenção para a atividade divina em sua vida. “Deus fez...” disse ele, “Deus me deu...” reconheceu.
Outro aspecto que os nomes de seus filhos revelam nesta história é o memorial dos próprios
sentimentos de José com relação á sua casa e a sua história com seus irmãos, quando conseguiu
perdoar o mal que seus irmãos lhe fizeram, então colocou como memorial em seu primeiro filho a
recordação de que é possível perdoar e esquecer uma grande tragédia na vida passada.
Consequentemente Efraim também é uma memória de que o coração que libera perdão é capaz de
prosperar numa terra estrangeira. O perdão é a chave para uma vida frutífera e prospera.
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Existem lembranças que podem ficar permanentemente guardadas na mente. Mas, José disse: “Deus
me fez esquecer”. As lembranças poderiam continuar lá, cravadas, mas quando o perdão foi liberado,
Deus o ajudou a esquecer do sofrimento e o livrou da angústia.
O nome “Manassés” representa a remoção do ‘arguilhão ontem’. Essa é uma advertência para nós. É
tentador vingar-se de Rúbens, dos Judas, dos clâs e das Sras. Potífares do nosso passado. Dar o troco
àqueles que nos ofenderam, despojaram-nos e nos atormentaram com atos perversos e palavras más.
Efraim lembra como Deus abençoou-o abundantemente. Que nome positivo e afirmativo: “Deus me
fez produtivo”. Com a desinência de plural, esta palavra transmite a ideia de benefício duplo –
bênçãos múltiplas. É o que chamaríamos de “superabundância”. E foi Deus quem fez tudo. Na carta
aos Romanos 5.20 Paulo disse: “(...)onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Peterson
interpreta a passagem da seguinte forma: “Mas o pecado...não tem uma só oportunidade ao competir
com o perdão agressivo que chamamos graça. Quando se trata de pecado versus graça, a graça ganha
facilmente”. (Peterson, 1993, pág. 314 apud Swindoll, 104). Esse “perdão agressivo” remove os
aguilhões e os substitui por marés de gratidão para com Deus. Foi assim com José no nascimento de
seus dois filhos.
Conclusão.
O tema: “O Perdão Na Vida Prática” extraído do casal José e Azenate é uma máxima de sobrevivência
para qualquer casal em qualquer época e em qualquer lugar. O perdão é uma atitude ou decisão na vida
para se viver e não apenas para sobreviver. José nos testemunha o quanto é benéfico lançar mão do
perdão para consolidar um lar feliz e frutífero.
Num mundo em que a desarmonia, as intrigas, a competitividade e a desunião parecem reinar
absolutas, é quase impossível escapar da injustiça. E muitas vezes ela está dentro do próprio
ambiente familiar.Como enfrentar e superar a traição quando ela advém de um parente próximo, de
um irmão? Daquela pessoa com quem se partilhou os momentos mágicos da infância. De alguém
que se aprendeu a amar desde os primeiros anos de vida.
Traído por seus próprios irmãos, José é vendido como escravo a uma caravana de ismaelitas que se
dirigia ao Egito. É nessa terra de língua e hábitos estranhos ao jovem israelita que Deus vai moldar
o caráter daquele que mais tarde se tornaria o instrumento do Senhor para salvar seu povo da morte
pela fome.
Apesar de todas as injustiças e falsas acusações de que foi alvo, José continuou íntegro e fiel a
Deus, mesmo quando as circunstâncias pareciam demonstrar que o Senhor se esquecera dele. A fé e
a perseverança de José foram honradas no tempo de Deus, que permitiu que ele se tornasse o
segundo homem do império egípcio, estando abaixo apenas de Faraó.
A maior grandeza de José, no entanto, não está na posição político-administrativa assumida, mas
em seu caráter íntegro e perdoador. Ao contrário do que se poderia esperar, diante da melhor
oportunidade de vingar-se de seus irmãos – que sem reconhecê-lo acorreram ao Egito para comprar
alimentos -, José os acolhe com favor, em vez de fazê-los pagar por todas as injustiças sofridas por
ele. José realmente perdoara seus irmãos.
Perdoar aqueles que o privaram de uma vida normal e feliz na companhia de seu pai, junto ao seu
povo, roubando-lhe anos preciosos ao transformá-lo em escravo, em prisioneiro! Pois esse é o
caráter de José”. (Swindoll, 2000, s.p.)
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A história de José, portanto é uma história de superação, de integridade, perdão, culpa, fé e sobre a
graça divina.
 Deus opera soberanamente tudo para a sua glória e nosso bem. Sim, tudo. Fragmento nenhum
da vida é insignificante ou desperdiçado quando vivido sob o propósito do nosso Deus. José
aceitou isso bem cedo em sua existência, o que explica sua tolerância aos muitos golpes que
caíram sobre ele. Compreender que vivemos sob o cuidado providencial do Pai opera
maravilhas quando entramos em crises seguidas.
 José viveu completamente livre de amargura apesar das adversidades pelas quais passou,
apesar de cada golpe que sofreu. Mesmo na velhice, não guardava ressentimento. A árvore de
sua vida não produziu fruto amargo.
 Quando José enfrentou a morte, estava em paz com o homem e com Deus. Há muito se
reconciliara com seus irmãos e uma vez que era uma paz fundada na misericórdia de Deus,
ela ainda perdurava. Tudo isso era verdade porque ele fora reto com Deus, não como uma
figura distante, mas como seu Senhor e Mestre. (Swindoll, 2000, pág. 241 a 243).
Referências:
UNGER, M.F. Manual bíblico Unger. São Paulo: Vida Nova, 2006.
HOUSE, P.R. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo; Editora Vida. 2005.
GARDNER, P. Quem é quem na Bíblia Sagrada. A história de todas as personagens da Bíblia. São
Paulo. Vida. 2005.
SWINDOLL, C. José um homem íntegro e indulgente. São Paulo; Mundo Cristão, 2000.

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