0 valutazioniIl 0% ha trovato utile questo documento (0 voti)
187 visualizzazioni3 pagine
O documento discute a violência no namoro entre adolescentes. Aponta que estudos mostram níveis preocupantes de violência física, psicológica e sexual em relacionamentos de namoro entre jovens de 15 a 25 anos. Defende que intervenções precoces nas escolas são necessárias para educar os jovens sobre reconhecimento e prevenção da violência no namoro, desmistificar crenças que a sustentam, e fornecer recursos de apoio.
O documento discute a violência no namoro entre adolescentes. Aponta que estudos mostram níveis preocupantes de violência física, psicológica e sexual em relacionamentos de namoro entre jovens de 15 a 25 anos. Defende que intervenções precoces nas escolas são necessárias para educar os jovens sobre reconhecimento e prevenção da violência no namoro, desmistificar crenças que a sustentam, e fornecer recursos de apoio.
Copyright:
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Formati disponibili
Scarica in formato DOC, PDF, TXT o leggi online su Scribd
O documento discute a violência no namoro entre adolescentes. Aponta que estudos mostram níveis preocupantes de violência física, psicológica e sexual em relacionamentos de namoro entre jovens de 15 a 25 anos. Defende que intervenções precoces nas escolas são necessárias para educar os jovens sobre reconhecimento e prevenção da violência no namoro, desmistificar crenças que a sustentam, e fornecer recursos de apoio.
Copyright:
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Formati disponibili
Scarica in formato DOC, PDF, TXT o leggi online su Scribd
Namoro No âmbito do Programa de Desenvolvimento Profissional e Formação Continua a UCCP colabora com as Escolas Superiores de Enfermagem, tanto na formação básica como na formação especializada dos Enfermeiros.
A enfermeira Márcia Novais no âmbito do seu projecto a realizar no Curso
de Especialização em Saúde Comunitária está a desenvolver um trabalho de investigação sobre a "Violência nas relações de namoro" numa das escolas do Concelho de Palmela.
Após a realização da pesquisa bibliográfica para o estudo, escreveu um
pequeno artigo de opinião que alerta para a temática em questão, publicado no Jornal de Pinhal Novo em 21 de Setembro, pagina 4.
Artigo de opinião
Numa altura em que quase diáriamente assistimos nos serviços
noticiosos que ocorreu mais uma morte por Violência Doméstica, parece- me fundamental falar sobre a prevenção da violência no namoro. Hoje, sabe-se que a violência no namoro é um importante preditor de violência conjugal e que quem sofre agressões nesta fase de "enamoramento"certamente irá ser agressor(a) ou vitima no futuro. A adolescência é a fase da vida em que o indivíduo é criança nos seus jogos, brincadeiras, e é adulto com o seu corpo, com os seus sentimentos e as suas expectativas de futuro. É um período confuso, de contradições no seio da família, na escola e perante o que o rodeia. É nesta fase da vida que os jovens habitualmente iniciam as suas relações de namoro. Estudos desenvolvidos por uma equipa de psicólogas da Universidade do Minho divulgaram a existência de níveis inquietantes de violência nas relações amorosas nos jovens entre os 15 e os 25 anos, idênticos aos verificados entre os adultos, incluindo violência física, psicológica e sexual. Este estudo vai mais longe e revela que, destes jovens, um em cada cinco, admitiram ter sido vítimas de comportamentos emocionalmente abusivos nas suas relações de namoro. De acordo com este estudo, a violência física (murros, pontapés, sovas), tem uma taxa bastante reduzida mas são os rapazes os que agridem com maior gravidade. Em relação à “pequena” violência, não existe diferença de género e vale tudo, desde insultos, bofetadas, empurrões, puxões de cabelos, e até ameaças. Frequentemente, os jovens não entendem as agressões praticadas no âmbito das suas relações amorosas como abusivas ou inadequadas. Muitos "suportam" e chegam a " desculpabilizar" a violência, especialmente quando esta é menor. Atitudes de controlo, como não deixar usar esta ou aquela roupa, não permitir contactos sociais com os pares, são também comportamentos emocionalmente abusivos, mas a maioria dos jovens não reconhece esta forma de violência como inadequada. Habitualmente são olhadas como manifestações de ciúme e confundidas com amor. Outra característica reconhecida como preditora de violência no namoro tem a ver com a diferença de poder entre os parceiros.Quando a tomada de decisão não é partilhada, os níveis de violência tornam-se mais elevados. No que respeita à violência sexual, esta ocorre em muitas relações amorosas juvenis, fundamentando a necessidade de promover esforços preventivos dirigidos a esta população específica. Estes estudos revelam também a existência de alguns mitos em torno da violência na intimidade, que devemos pô-los de parte se não quisermos perpetuar este fenómeno para as gerações seguintes; Por exemplo, “entre marido e mulher não se mete a colher” ou " uma bofetada nunca fez mal a ninguém" . Os jovens que são mais tolerantes em relação a estas crenças, têm maior probabilidade de se envolverem em relações abusivas, como vitimas ou como agressores, daí que, a modificação destas atitudes seja uma forma de prevenir situações íntimas abusivas. Assim como na violência conjugal, a violência no namoro poderá acarretar para a vítima danos diversos, a curto e a longo prazo, tais como distúrbios alimentares, danos físicos, perturbações emocionais, comportamentos sexuais de risco. Dado que é na escola que o adolescente passa a maior parte do tempo, deverá ser esse o lugar por excelência para se promover uma cultura escolar de respeito, igualdade e de não-violência. O papel dos profissionais de Saúde, nomeadamente os de Saúde Escolar são de máxima importância para os jovens que se confrontam com esta realidade no seu quotidiano e não tenham outros adultos a quem recorrer, ou se sintam receosos por fazê-lo no contexto familiar. No Concelho de Palmela, a Unidade de Cuidados na Comunidade de Palmela, do Centro de Saúde de Palmela, tem no âmbito do Programa de Saúde Escolar dois “Gabinetes de Atendimento a Adolescentes” que pretendem: - Promover estilos de vida saudáveis ao nível das áreas prioritárias no contexto da intervenção da saúde escolar. - Facultar individualmente ou em grupo, informação completa, isenta e de carácter cientifico, aos adolescentes que frequentam as quatro escolas do 2º, 3º ciclo e secundárias do Parque Escolar do Concelho de Palmela. - Encaminhar, de forma personalizada os casos que o justifiquem, respeitando a confidencialidade e privacidade sobre toda a informação que é fornecida, conforme preconiza o Artigo 10º da portaria nº 52/85 de 26 de Janeiro, que regulamenta as consultas de planeamento familiar e centros de atendimentos de jovens. A escola, enquanto espaço privilegiado na socialização das crianças e jovens, é o lugar por excelência para promover uma cultura escolar de respeito, igualdade e de não-violência. Os Gabinetes de Atendimento a Adolescentes são assegurados pelas Enfermeiras do Programa de Saúde Escolar nas respectivas escolase pretende-se que este ano funcionem uma vez por semana durante quatro horas em local a acordar com as escolas do 2º, 3º ciclos e escolas secundárias do Parque Escolar do Concelho de Palmela. A Unidade de Cuidados na Comunidade tem ainda um site: http://uccpalmela.no.comunidades.net/ onde os jovens podem colocar as suas dúvidas de forma anónima e às quais serão dadas sempre resposta. Para que as mudanças de atitude perante este fenómeno possam ser viabilizadas e consolidadas, o esforço preventivo desenvolvido em contexto escolar beneficiará sempre de uma articulação activa entre a escola, a família, a saúde e a comunidade. Considero, deste modo, fundamental uma intervenção com os jovens desde cedo, na fase em que iniciam as primeiras relações, capacitando-os para o reconhecimento de situações íntimas abusivas, insistindo na desmistificação de mitos e crenças que sustentam este tipo de conduta, fornecer-lhes competências para gerir uma situação de violência pelo parceiro, e ainda informar os jovens sobre os recursos que existem na comunidade para atender este problema. Por fim, é importante tomarmos consciência que violência nas relações íntimas é transversal aos diferentes padrões culturais, religiosos, económicos, profissionais. A violência no namoro é punida por lei. Artigo 152º do Código Penal. Márcia Novais (Enfermeira)