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& EMPRESAS
JANEIRO E FEVEREIRO 2011 | N.º 7 | 2ª SÉRIE
EDITORIAL
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JOAQUIM CUNHA
GUIMARÃES
jguimaraes@vidaeconomica.pt
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Defender uma profissão, por Guilherme Osswald ....................................................... 5
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Lúcia Lima Rodrigues, docente da Escola de Economia e Gestão da Universidade do
JAN/FEV 2011 | Nº 7 - 2ª SÉRIE Minho ...................................................................................................................... 6
PROPRIEDADE %106#$+.+&#&'
Vida Económica - Editorial S. A. Reflexões sobre o SNC, por Joaquim Fernando da Cunha Guimarães ....................... 10
V – Os utentes das demonstrações financeiras ............................................................. 10
DIRECTOR VI – A nova medida do desempenho (performance) do SNC – O “Resultado Integral” .....17
Joaquim Fernando da Cunha Guimarães A Contabilidade e as microempresas, por Carlos Alberto Baptista da Costa ............... 20
Modelos contabilísticos e economia – Textos fundamentais, por João Nogueira ........ 21
COLABORADORES PERMANENTES Demonstração das Alterações no Capital Próprio .................................................... 24
Agostinho Manuel dos Santos Costa “Balanço” do 1.º Aniversário do SNC ..................................................................... 27
Hernâni O. Carqueja Tribunal de Contas quer aplicação efectiva do Plano Oficial de Contabilidade
Guilherme Osswald Pública (POCP)........................................................................................................28
Joaquim Fernando da Cunha Guimarães
José Azevedo Rodrigues 014/#.+ĥ#1%106#$+.+56+%#
José Alberto Pinheiro Pinto Observatório do SNC ............................................................................................. 29
Maria José Fernandes
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Mário da Cunha Guimarães
Código do IVA sofre alterações e é reforçado combate à fraude ............................... 30
Paulo Moura Castro
Comissão Europeia pretende eliminar problemas fiscais transfronteiras ................... 31
Governo intensifica combate à fraude e evasão fiscais .............................................. 32
COLABORADORES NESTE NÚMERO
Fiscalidade é o maior obstáculo à competitividade das empresas.............................. 34
Carlos Alberto Baptista da Costa
Guilherme Osswald Fisco atinge com antecedência objectivo de cobrança coerciva................................. 34
João Nogueira Comissão Europeia prepara alterações ao IVA ......................................................... 34
Joaquim Fernando da Cunha Guimarães #7&+614+#
Lúcia Lima Rodrigues Conferência da Comissão Europeia sobre relato financeiro e auditoria – Fevereiro
Rui Filipe Antunes Ferreira de 2011 .................................................................................................................. 35
IFAC emite Guia Prático de Gestão para Pequenas e Médias Firmas de Auditoria ... 35
O conteúdo dos artigos é da exclusiva As perguntas do Livro Verde sobre Auditoria .......................................................... 36
responsabilidade dos autores
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PAGINAÇÃO Economic Value Added (EVA®) - Medida de desempenho como base da remuneração
José Barbosa variável, por Rui Filipe Antunes Ferreira ................................................................... 38
Intermediários Financeiros devem ter modelos de gestão de risco mais uniformes ...............44
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
R. Gonçalo Cristóvão, 111
#551%+#6+8+5/1
6º Esq. 4049-037 Porto OTOC aprova PAO/2011 ...................................................................................... 45
Telef.: 223 399 400 OROC aprova PAO/2011 ...................................................................................... 45
Fax: 222 058 098 5'%614'5
E-mail: geve@vidaeconomica.pt Sector da construção rejeita alterações ao Código dos Contratos Públicos ............... 46
Atrasos com pagamentos são alarmantes ................................................................. 47
DELEGAÇÃO EM LISBOA Código Contributivo agiliza procedimentos entre contribuintes e Segurança Social........ 48
Av. Fontes Pereira de Melo, nº 6 Finanças querem garantir solidez das instituições financeiras ................................... 49
1069-106 Lisboa
Telef.: 217 937 747 241(+551
Fax: 217 937 748 Governo tem descredibilizado a profissão de Técnico Oficial de Contas .................. 50
Técnico Oficial de Contas é uma profissão de futuro .............................................. 51
IMPRESSÃO
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Uniarte Gráfica - Porto
Balanço e Índice do 1.º Aniversário da C&E (2.ª série) ........................................... 52
Registo nº 108640 no ICS %#515246+%15
Caso Prático n.º 7 – Impostos Diferidos ................................................................. 57
Assinatura anual: 64 euros
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Contabilidade & Empresas – Como analisa, C&E – Sem dúvida que a investigação em
de uma forma geral, a evolução do ensino e Contabilidade sofreu um forte impulso na
da investigação em Contabilidade no ensino última década do século/milénio passado,
superior em Portugal? nomeadamente através do surgimento de
Lúcia Lima Rodrigues – A avaliação que faço é muito doutoramentos e mestrados em Contabilidade.
positiva. O ensino está a fazer-se cada vez mais baseado na Como interpreta essa evolução?
investigação, tentando-se que os alunos aprendam a pen- LLR – Sim, os mestrados e os doutoramentos em Con-
sar a contabilidade e não a memorizar meras técnicas (este tabilidade têm um papel importante no avanço da inves-
tipo de ensino leva ao insucesso, já que se o aluno não for tigação em Contabilidade. A Universidade do Minho tem
treinado para pensar, num outro contexto acaba por não estado na linha da frente no desenvolvimento do mestrado
saber fazer). Esta tendência deve continuar se queremos e do doutoramento em Contabilidade (ao nível do doutora-
profissionais preparados para enfrentar qualquer cenário. mento, podemos dizer que o consórcio com a Universidade
A evolução na investigação tem também sido notável de Aveiro foi também pioneiro, sendo único no país).
dado que ainda há poucos anos não tínhamos ninguém a
publicar em revistas científicas internacionais de prestígio e C&E – O Mestre Professor Doutor Fernando
hoje acredito que temos uma comunidade académica cada Vieira Gonçalves da Silva sublinhou que não
vez mais internacional, participando não só em conferên- se justificava o debate sobre se a Contabilidade
cias internacionais mas também publicando nas melhores é uma ciência tendo-o classificado como uma
revistas internacionais. Acredito que seremos capazes de “cienciomania”. Qual a situação actual da
continuar a trabalhar por forma a que nos próximos anos ciência contabilística?
nos possamos situar nos patamares internacionais mais exi- LLR – Compartilho muito deste ponto de vista. Mais
gentes. importante do que debatermos as razões que fazem da
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que foi difícil conseguir a regulamentação e foi também di- Contabilidade e História
fícil atingirmos o estatuto de Ordem. Mas valeu a pena e vai
A Contabilidade faz parte da História de Portugal,
continuar a valer pena. Há mais para fazer, espero que pos-
dado que a Contabilidade se constrói socialmente,
samos contar sempre com uma profissão unida porque só a
influenciando também a própria sociedade.
união faz a força. Sendo uma profissão com tantos membros
(a maior associação profissional do país) e com formações palmente ao nível do ensino politécnico, já que os Pro-
tão heterógeneas (o que eu acho que é uma riqueza), difi- fessores Universitários têm consciência de que se querem
cilmente concordamos sempre. Mas no sentido de fazermos progredir na carreira devem publicar. Com a introdução
garantir os direitos desta área, devemos sempre manter a dos regulamentos de avaliação no ensino superior, esta re-
serenidade e tentar ser unidos na defesa dos nossos direitos. alidade irá mudar nos próximos anos.
8 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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percebemos, passarmos a usar um sistema contabilístico decidiu que a harmonização contabilística era necessária
baseado em princípios, que repousa muito no julgamen- (para se aprofundar o mercado único) e se devia fazer
to profissional (estávamos habituados a um sistema muito pela adopção das normas do IASB. Portugal é um país
baseado em regras, onde era esperado que para cada situa- membro da UE e como sempre aconteceu ao longo da
ção nos dissessem que conta se debita e que conta se credi- História, seremos capazes de apoiar o país nestes novos
ta). As normas do IASB muitas vezes dizem por exemplo desafios.
“credita-se uma conta de capitais próprios”. Para um pro-
fissional que tenha dificuldades em discutir as matérias em C&E – Sendo membro do Conselho Geral
termos teóricos, pode ser difícil perceber qual é a conta da Comissão de Normalização Contabilística
que deve usar. Por isso, defendo, que para prepararmos os (CNC), em representação da OTOC, qual o
alunos para este novo sistema contabilístico, torna-se cada balanço que faz da actividade da CNC neste
vez mais importante ensinar os alunos a pensar, a fazer primeiro ano? Quais os próximos desafios, face
julgamentos profissionais. ao processo de constante adaptação das NIC
(IAS) e NIRF (IFRS)?
C&E – Um dos temas que tem gerado mais LLR – A CNC está a preparar diferentes conjuntos
polémica no âmbito do SNC é o relacionado de normas para diversas entidades aplicarem (como é o
com a base de mensuração do “justo valor”, caso recente das micro-entidades e das entidades não lu-
apesar de o mesmo já se encontrar previsto no crativas). Está também a observar a forma como as novas
modelo do POC. Como analisa essa polémica normas estão a ser aplicadas. Ir actualizando o SNC em
e quais os seus efeitos nas contas das micro função das alterações das normas do IASB, aprovadas pela
e pequenas entidades? Outra dificuldade UE, será um objectivo importante por forma a manter-se
reconhecida por todos é o uso do justo alguma consistência entre as normas adoptadas pelas em-
valor em muitas circunstâncias em que não presas cotadas e as adoptadas pelas empresas não cotadas.
estávamos habituados.
LLR – Apesar do conceito não ser novo e de já estar- C&E – O Grupo de Contabilidade da
mos habituados a fazer reavaliações, o SNC extende muito Universidade do Minho integra quatro
a aplicação do justo valor. Portugal não tem muitos merca- doutoras na área da Contabilidade, e tem
dos organizados, e encontrar o valor de mercado é muitas sido um dos principais grupos de investigação
vezes complicado. Por outro lado, calcular estimativas des- nacionais na Contabilidade. Depois de alguns
se valor de mercado exige profissionais de contabilidade anos de “luta”, foi, finalmente, aprovada
bem preparados. O uso de estimativas em contabilidade e entrou em funções no corrente ano, a
leva à subjectividade. De forma a lidarmos com a subjec- Licenciatura em Contabilidade, completando-
tividade torna-se importante fazer divulgações no Anexo. se, desta forma, os três graus de ensino, pois
Isto significa que a aplicação do justo valor leva a um au- o Mestrado em Contabilidade já existe desde
mento do trabalho contabilístico que se espera que seja o ano de 1998/99 e o Doutoramento em
reconhecido. Devido à necessidade de reduzir os custos Contabilidade desde 2008/2009. Quais os
de contexto das micro-entidades, acredito que este crité- principais reflexos desta nova realidade na
rio não deve ser adoptado, ou só muito excepcionalmente investigação em Contabilidade da Universidade
deve ser adoptado. do Minho?
LLR – A Contabilidade é uma área em expansão resul-
C&E – Relativamente à aplicação prática do tante do poder de mercado que tem a profissão. É também
SNC, como interpreta o seu acolhimento pelos uma área em que a investigação está a crescer muito. As
profissionais da Contabilidade, nomeadamente Universidades têm essa percepção e apostam em áreas em
pelos TOC e pelos docentes de Contabilidade expansão. Esta tem sido a situação da Universidade do Mi-
do Ensino Superior? nho que tem querido apostar nas áreas que têm possibili-
LLR – Os TOC e os docentes de contabilidade es- dade de expansão. Ter os três graus de ensino é importante
tão preparados para apoiar o desenvolvimento do país no para se poder ter flexibilidade na formação e dar todas as
contexto do espaço económico a que pertencemos. A UE oportunidades aos alunos.
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10 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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sitar para tomarem decisões económicas uma vez que Tomada de decisões
elas, em grande medida, retratam os efeitos financeiros de
acontecimentos passados e não proporcionam necessaria- Desta forma, visando a tomada de decisões, as DF
mente informação não financeira.”. passadas deverão ser analisadas em conjunto com as DF
Esta disposição merece-nos os seguintes comentários: prospectivas e o relatório de gestão.
A principal limitação é as DF retratarem acontecimen-
tos passados, o que constitui um apelo implícito à utiliza- dos outros sujeitos relevantes para a sustentabilidade da socie-
ção de DF prospectivas ou previsionais; dade, tais como os seus trabalhadores, clientes e credores.(…)”.
A alusão a “informação não financeira” constitui uma Note-se que esta disposição, após a redacção que lhe
referência implícita, a outro tipo de documentos, nome- foi dada pelo Decreto-Lei nº 76-A/2006, de 29 de Março,
adamente ao relatório de gestão elaborado pelo órgão de ao contrário da anterior redacção que apenas relevava os
gestão (OG) nos termos do art.º 66.º do Código das So- interesses dos sócios e trabalhadores, passa a dar impor-
ciedades Comerciais (CSC). tância também aos utentes externos das DF (v.g. clientes
Desta forma, visando a tomada de decisões, as DF e credores).
passadas deverão ser analisadas em conjunto com as DF
prospectivas e o relatório de gestão, sendo que, neste úl- UTENTES DAS DF
timo, assume particular relevância o disposto na alínea c)
do nº 5 do art.º 66.º do CSC relativamente à “evolução Os utentes (stakeholders) das DF, i.e., os agentes eco-
previsível da sociedade”. nómicos interessados nas DF da empresa com vista à to-
Ainda no que tange aos objectivos das DF, o §14 da mada de decisões, são elencados no §9.º da EC do SNC
EC do SNC preconiza:
da seguinte forma:
“14 - Os utentes das demonstrações financeiras que desejem
“(a) Investidores — Os fornecedores de capital de risco e os
avaliar o zelo ou a responsabilidade do órgão de gestão pe-
seus consultores estão ligados ao risco inerente aos, e ao
los recursos que lhe foram confiados fazem -no a fim de
retorno proporcionado pelos, seus investimentos. Necessi-
que possam tomar decisões económicas; estas decisões podem
tam de informação para os ajudar a determinar se devem
incluir, por exemplo, deter ou vender o seu investimento na
comprar, deter ou vender. Os accionistas estão também
entidade ou reconduzir ou substituir o órgão de gestão.”.
interessados em informação que lhes facilite determinar a
Este normativo reforça a importância do OG da em-
capacidade da entidade pagar dividendos.
presa na elaboração das DF de suporte à tomada de de-
(b) Empregados — Os empregados e os seus grupos represen-
cisões dos seus utilizadores, o qual deverá desempenhar
tativos estão interessados na informação acerca da esta-
as suas funções (responsabilidades) com zelo, em prol da
bilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estão
salvaguarda do património da entidade.
também interessados na informação que os habilite a
De notar, ainda, que o art. 64.º “Deveres fundamentais”8
avaliar a capacidade da entidade proporcionar remune-
do CSC deve ser interpretado como uma norma societária
ração, benefícios de reforma e oportunidades de emprego.
complementar ou extensiva daquela norma contabilística,
(c) Mutuantes — Os mutuantes estão interessados em infor-
prevendo:
mação que lhes permita determinar se os seus empréstimos,
“1 - Os gerentes ou administradores da sociedade devem ob-
servar: e os juros que a eles respeitam, serão pagos quando vencidos.
a) Deveres de cuidado, revelando a disponibilidade, a compe- (d) Fornecedores e outros credores comerciais — Os fornece-
tência técnica e o conhecimento da actividade da socieda- dores e outros credores estão interessados em informação
de adequados às suas funções e empregando nesse âmbito que lhes permita determinar se as quantias que lhes são
a diligência de um gestor criterioso e ordenado; e devidas serão pagas no vencimento.
b) Deveres de lealdade, no interesse da sociedade, atendendo Os credores comerciais estão provavelmente interessados
aos interesses de longo prazo dos sócios e ponderando os interesses numa entidade durante um período mais curto que os
mutuantes a menos que estejam dependentes da continu-
8 Com a redacção do Decreto-Lei nº 76-A/2006, de 29 de Março. Na re-
dacção anterior o artigo intitulavam-se “Dever de diligência” e previa: ação da entidade como um cliente importante.
“Os gerentes, administradores ou directores de uma sociedade devem (e) Clientes — Os clientes têm interesse em informação acerca da
actuar com a diligência de um gestor criterioso e ordenado, no in-
teresse da sociedade, tendo em conta os interesses dos sócios e dos
continuação de uma entidade, especialmente quando com
trabalhadores.”. ela têm envolvimentos a prazo, ou dela estão dependentes.
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(f) Governo e seus departamentos - O Governo e os seus de- “Análise das necessidades dos diversos utilizadores dos dados
partamentos estão interessados na alocação de recursos e, contabilísticos, nomeadamente:
por isso, nas actividades das entidades. Também exigem - Estado: contrôle estadual, planificação económica, es-
informação a fim de regularem as actividades das entida- tatística nacional, fisco, contrôle específico de preços;
des, determinar as políticas de tributação e como base para - Outras Entidades públicas: sindicatos e outras associações;
estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes. - Trabalhadores das próprias empresas;
(g) Público — As entidades afectam o público de diversos modos. - Sócios;
Por exemplo, podem dar uma contribuição substancial à - Credores;
economia local de muitas maneiras incluindo o núme- - Financiadores, especialmente bancos;
ro de pessoas que empregam e patrocinar comércio dos - Empresas, onde a normalização vai incidir (dimensão
fornecedores locais. As demonstrações financeiras podem das empresas, organização, custo de implantação,
ajudar o público ao proporcionar informação acerca das vantagens e inconvenientes);
tendências e desenvolvimentos recentes na prosperidade - Público em geral;
da entidade e leque das suas actividades.”. - Profissionais de contabilidade;
Tendo em conta esta descrição, os utentes das DF po- - Profissionais de economia e gestão empresarial;
dem ser classificados como “internos” e “externos” à enti- - Ensino;
dade, como sintetizamos no ESQUEMA Nº 1 seguinte: - Revisão contabilística em geral;
- Tentativa de adaptação ao particular contexto económi-
ESQUEMA Nº 1 – UTENTES INTERNOS co, social e político em que vai inserir-se a normaliza-
E EXTERNOS DAS DF’S ção contabilística.”.
Desta disposição relevamos que o POC/77 conside-
Utentes das DF
rava como utilizadores os profissionais de contabilidade
Internos Externos (TOC)9, da revisão contabilística (ROC) e de economia
e gestão empresarial (v.g. economistas, gestores de empre-
- Órgão de Gestão - Investidores (excepto sas), bem como o ensino e os sindicatos e outras asso-
sócios/accionistas)
- Empregados ciações, os quais não eram mencionados no POC/89, e,
- Mutuantes
- Investidores agora no SNC.
(sócios/accionistas) - Fornecedores e outros
credores comerciais Voltando agora ao SNC, registe-se que o §10 da EC
- Clientes reconhece que as DF não suprem todas as necessidades de
- Governo e seus informação.
departamentos
Neste último quesito assume-se claramente que as ne-
- Público
cessidades são diferentes de utente para utente, o que, ali-
ás, se depreende do §9 da EC atrás transcrito. No entanto,
Sublinhe-se que o POC/89 (item 3.1), apesar de os
reconhece-se a existência de necessidades comuns a todos
elencar, não especificava as necessidades desses utentes,
os utentes.
apenas prevendo:
Com efeito, sendo as necessidades diferentes, interro-
“Os destinatários da informação financeira são, mais especi-
gamo-nos sobre quais serão os utentes privilegiados das
ficamente, os seguintes:
DF? Ou seja, será possível estabelecer uma hierarquia de
- Investidores;
satisfação das necessidades dos utentes?
- Financiadores;
De notar que o OG não consta do elenco dos utentes
- Trabalhadores;
do §9, uma vez que o §11 da EC destina-lhe um espaço
- Fornecedores e outros credores;
próprio que nos ajuda a responder, em parte, à questão
- Administração Pública;
supra, como a seguir transcrevemos:
- Público em geral.”
Note-se que já o POC/77, aprovado pelo Decreto-Lei 9 De notar que na vigência do POC/77, i.e., de 1977 a 1988, ainda não
tinha sido publicado o primeiro Estatuto dos TOC, aprovado pelo Decreto-
nº 47/77, de 7 de Fevereiro, revogado desde de 1 de Janei- Lei nº 265/95, de 17 de Outubro. Até á aprovação deste diploma, os pro-
ro de 1989 pelo POC/89, era mais exaustivo no elencar fissionais da contabilidade designavam-se “técnicos de contas” e eram reco-
nhecidos mediante inscrição na então Direcção-Geral das Contribuições e
dos utilizadores, definindo até algumas das suas necessida- Impostos (DGCI), face ao estatuído no Código da Contribuição Industrial
des, como a seguir transcrevemos: (CCI).
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“11 — O órgão de gestão duma entidade tem a responsabi- o que se traduz, igualmente, pela frase contida naquele
lidade primária pela preparação e apresentação das suas §11 da EC:
demonstrações financeiras. O órgão de gestão está tam- “O órgão de gestão tem a capacidade de determinar a forma
bém interessado na informação contida nas demonstra- e conteúdo de tal informação adicional para satisfazer as
ções financeiras mesmo que tenha acesso a informação suas próprias necessidades”.
adicional de gestão e financeira que o ajude a assumir A título de exemplo, e, particularmente, nas grandes
as suas responsabilidades de planeamento, de tomada empresas, refira-se o caso em que os membros do OG são
de decisões e de controlo. O órgão de gestão tem a ca- remunerados em parte por uma componente variável em
pacidade de determinar a forma e conteúdo de tal in- função dos resultados obtidos (v.g., gratificações, stock op-
formação adicional para satisfazer as suas próprias ne- tion, “participações” nos lucros). Ou seja, essa componen-
cessidades. Porém, o relato de tal informação, está para te variável das remunerações influencia a elaboração das
além do âmbito desta Estrutura Conceptual. Contudo, DF, pois é comummente sabido que os resultados pode-
as demonstrações financeiras publicadas são baseadas na rão ser manipulados (no âmbito da denominada “conta-
informação usada pelo órgão de gestão acerca da posição bilidade criativa” ou do “alisamento dos resultados”) para
financeira, desempenho e alterações na posição financei- atingir tal desiderato.
ra da entidade.”. Estas situações podem ser interpretadas à luz da teo-
Deste item resulta claramente que o OG é o principal ria da contabilidade numa dupla perspectiva: a norma-
responsável pela preparação e apresentação das demons- tiva (ou prescritiva) que visa a escolha da melhor opção
trações financeiras10.
contabilística para o registo dos factos patrimoniais, ou a
Refira-se que o item 3.1 do POC também previa esta
positiva (ou descritiva) que procura descobrir como o OG
situação, nos seguintes termos:
decide o que é melhor para si12.
“A responsabilidade pela preparação da informação finan-
A este propósito, lembramos a recente proposta de
ceira e pela sua apresentação é primordialmente das ad-
Orçamento de Estado para 2010, que prevê uma tributa-
ministrações. Isto não invalida que estas também não
ção autónoma aos bónus e outras remunerações variáveis
estejam interessadas nessa informação, apesar de terem
pagas a gestores, administradores ou gerentes, em deter-
acesso a informação adicional, que as ajude a executar
minadas condições.
e a cumprir as responsabilidades do planeamento e do
De realçar ainda que no item 3.1 do POC/89 atrás
controlo e de tomar decisões.”.
transcrito e no que respeita aos objectivos das DF são uti-
Efectivamente, os representantes do OG são, eles pró-
prios, os mais interessados das DF’s, sendo, inclusive, os lizadas as expressões “para que sejam úteis a investidores, a
“utentes privilegiados” na medida em que têm a respon- credores...” e “para o funcionamento eficiente dos mercados de
sabilidade pela definição das políticas (práticas) contabi- capitais”, o que evidenciava uma orientação clara orienta-
lísticas, sem prejuízo da intervenção técnica do TOC no ção para os utentes externos. Além disso, a referência ao
âmbito das suas funções estatutárias11. Numa primeira mercado de capitais releva a importância das empresas com
abordagem, esta circunstância responde à questão supra, títulos negociados em mercados regulamentados (v.g. bolsas
de valores), que, como sabemos, representam uma ínfima
10 Também o nº 1 do art.º 65.º do CSC, se refere a este aspecto, na seguinte
forma: parte (cerca de 100 empresas) do nosso tecido empresarial.
“1 - Os membros da administração devem elaborar e submeter aos órgãos O que pretendemos sublinhar é que essa disposição
competentes da sociedade o relatório de gestão, as contas do exercício e
demais documentos de prestação de contas previstos na lei, relativos a cada
não está, certamente, direccionada para a realidade em-
exercício anual.”. presarial portuguesa, constituída por micro, pequenas e
11 De notar que o TOC assume a responsabilidade pela regularidade técni- médias empresas, as quais estão, decididamente, fora do
ca nas áreas contabilística e fiscal, face ao estipulado no art.º 6.º do respec-
tivo Estatuto, aprovado pelo Decreto-Lei nº 452/99, de 5 de Novembro, mercado de capitais. Na verdade, na prática contabilística
com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 310/2009, de 26 de Outubro. Ou
seja, o SNC não prevê quaisquer responsabilidades do TOC na preparação e 12 Sobre esta dicotomia ver, por exemplo, “TEORIA DA CONTABILI-
apresentação das DF, as quais apenas se encontram expressamente previstas DADE”, de Eldon S. Hendriksen e Michael F. Van Breda, Ed. Atlas, São
naquele articulado, e, particularmente, na alínea b) no nº 1 e do nº 3 quanto Paulo, 1999. Tradução de “Accounting Theory”, 5.ª Edição, por António
à regularidade técnica nas áreas contabilísticas e fiscal. Sublinhe-se que este Zoratto Sanvicente da Universidade de S. Paulo (Brasil). Os autores referem:
nº 3 do art.º 6.º foi aditado por aquele diploma de alterações. Em nosso “As teorias positivas (ou descritivas) visam mostrar e explicar (como?) quais
artigo sob o título “Com o SNC um ‘Novo’ TOC (!?)”publicado na revista as informações financeiras que são apresentados e comunicadas aos utiliza-
TOC nº 121, de Abril de 2010, pp. 34-45, e a disponibilizar no menu dores. As teorias normativas (ou prescritivas) visam recomendar que dados
“Actividades Pessoais/Artigos (Download)” do Portal INFOCONTAB, de- devem ser comunicados e como devem ser apresentados: ou seja, procuram
senvolvemos esta temática. explicar o que deve ser, em lugar do que é.”.
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dessas empresas, os seus utentes privilegiados são as enti- META QUE DESEJARIA
USUÁRIO
dades financiadoras e a própria Administração Fiscal. DA INFORMAÇÃO
MAXIMIZAR OU TIPO
DE INFORMAÇÃO MAIS
CONTÁBIL
IMPORTANTE
OBJECTIVOS vs. NECESSIDADES
Acionista minoritário Fluxo regular de dividendos.
DOS UTENTES DAS DF
Acionista majoritário
Fluxo de dividendos, valor de
Neste contexto, repetimos a questão: como conciliar os ou com grande
mercado da ação, lucro por ação.
participação
objectivos das DF com as necessidades dos seus utentes?
Fluxo de dividendos mínimos ou
A este propósito IUDICIBUS13 sublinha: Acionista preferencial
fixos.
“Nesse aspecto, o estabelecimento dos objectivos da Contabili-
Geração de fluxos de caixa futuros
dade pode ser feito na base de duas abordagem distintas: Emprestadores em suficientes para receber de volta
ou consideramos que o objectivo da Contabilidade é forne- geral o capital mais os juros, com
segurança.
cer aos usuários, independentemente de sua natureza, um
Entidades Valor adicionado, produtividade,
conjunto básico de informações que, presumivelmente, de- governamentais lucro tributável.
veria atender igualmente bem a todos os tipos de usuários, Empregados
Fluxo de caixa futuro capaz de
assegurar bons aumentos ou
ou a Contabilidade deveria ser capaz e responsável pela em geral, como
manutenção de salários, com
assalariados
apresentação de cadastros de informações totalmente dife- segurança; liquidez.
renciados, para cada tipo de usuário. Frequentemente, a Retorno sobre o ativo, retorno
segunda alternativa tem sido a citada pelos autores como a Média e alta sobre o patrimônio líquido;
administração situação de liquidez e
correta; todavia, ou porque a natureza do modelo decisório endividamento confortáveis.
de cada tipo de usuário não foi ainda inteiramente revela-
da, ou por não ser do conhecimento dos contadores, o facto
No nosso artigo em referência15, sublinhámos:
é que raramente se tem visto um desenvolvimento coerente
“É, também, neste quadro que se tem colocado a questão
e completo de quais seriam os vários conjuntos completos de
de se elaborarem demonstrações financeiras adaptadas
informações a serem fornecidos para cada tipo de usuário.
aos diversos utilizadores, considerando, por exemplo,
Nosso ponto de vista diferencia-se dos dois citados e repousa
os factos patrimoniais como componentes de uma base
mais na construção de um “arquivo básico de informação
de dados, da qual se extrairiam as informações reque-
contábil”, que possa ser utilizado, de forma flexível, por
ridas pelos utilizadores. Ou seja, a informação finan-
vários usuários, cada um com ênfases diferentes neste ou
ceira seria disponibilizada “à medida” dos interesses/
naquele tipo de informação, neste ou naquele princípio de
utilidade dos stakeholders, i.e., uma «contabilidade
avaliação, porém extraídos todos os informes do arquivo
self-service».”.
básico ou “data-base” estabelecido pela Contabilidade.”.
Assim, apesar de o OG ter, como se diz na gíria popu-
E acrescenta14:
lar, “a faca e o queijo na mão”, deve elaborar as DF dentro
“A decisão sobre o que é útil ou não para a tomada de deci-
do espírito de rigor, zelo e competência a que atrás nos
sões econômicas é, todavia, muito difícil de ser avaliada
referimos (§14 da EC e art.º 64.º do CSC), sob pena de
na prática. Isto, como afirmamos anteriormente, exigiria
os sócios/accionistas da sociedade accionarem o mecanis-
um estudo profundo do modelo decisório de cada tipo de
mo previsto na parte final do §14 da EC que prevê “... ou
tomador de decisões que se utiliza de dados contábeis. De-
reconduzir ou substituir o órgão de gestão”.
veríamos: (a) estabelecer claramente qual a função-objec-
Mas, se colocarmos de parte os interesses do OG, as
tivo que desejamos maximizar; (b) coletar e avaliar o tipo
DF devem ser elaboradas dentro do mencionado equilí-
de informação utilizada no passado para maximizar a
brio de interesses (necessidades) dos utentes, o que, na-
função; (c) prover o modelo preditivo que irá suprir o mo-
quele contexto, é manifestamente difícil de atender.
delo decisório para a maximização da função-objectivo.
Um outro aspecto relevante a analisar é o da realidade
Isto nem sempre é fácil, pois, conforme o tipo de usuário,
da estrutura societária e organizacional das empresas por-
pode existir mais uma função a ser maximizada.”.
tuguesas, na medida que, como já referimos, são micro e
E, resumindo, apresenta o seguinte quadro :
pequenas e médias empresas.
13 IUDICIBUS, Sérgio, Teoria da Contabilidade, Editora Atlas, 9.ª edição, A propósito da aplicação do SNC, o Presidente da Co-
S. Paulo (Brasil), 2009, p. 3.
14 IUDICIBUS, Sérgio, ob. cit., p. 4. 15 Conforme rodapé nº 1.
14 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 15
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16 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
%106#$+.+&#&'
*Este artigo é um breve resumo de um outro nosso artigo bastante mais extenso sob o título “O ‘Resultado Integral’ no SNC”, a publicar da revista TOC e
disponível no menu “Actividades Pessoais/ Artigos (Download)/Nº 328” do nosso Portal INFOCONTAB.
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 17
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a redução nos seus activos líquidos durante o período. resultados ou directamente como alterações no capital
Com a excepção das alterações resultantes de transacções próprio).”.
com detentores de capital próprio agindo na sua capa- A DACP é um quadro de dupla entrada em que, na
cidade de detentores de capital próprio (tais como con- horizontal, constam as rubricas que compõem a Classe 5
tribuições de capital, reaquisições de instrumentos de “Capital, reservas e resultados transitados” e, na vertical,
capital próprio da entidade e dividendos) e dos custos se evidenciam as operações que dão origem às variações
de transacção directamente relacionados com tais tran- dessas rubricas do capital próprio.
sacções, a alteração global no capital próprio durante E é, precisamente, da leitura na vertical da DACP, que
um período representa a quantia total de rendimentos se perspectiva o desenvolvimento da nova demonstração
e gastos, incluindo ganhos e perdas, gerada pelas ac- do desempenho (performance) designada de “Resultado
tividades da entidade durante esse período (quer esses Integral” (RI), como descrevemos no QUADRO Nº 1
itens de rendimentos e de gastos sejam reconhecidos nos seguinte:
QUADRO Nº 1
O “RESULTADO INTEGRAL” (RI) NA DACP
Alterações no período
Primeira adopção de novo referencial contabilístico
Alterações de políticas contabilísticas
Diferenças de conversão de demonstrações financeiras
Realização do excedente de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis
Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis e respectivas variações
Ajustamentos por impostos diferidos
Outras alterações reconhecidas no capital próprio
2
Resultado líquido do período 3
Resultado integral 4=2+3
18 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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Efectuando a ligação dessas rubricas às notas do “Anexo (Modelo Geral)” e às NCRF, elaborámos o QUADRO Nº 2
seguinte7:
QUADRO Nº 2
LIGAÇÃO DO RI AO ANEXO (MODELO GERAL) E ÀS NCRF
Notas do Anexo
Rubrica do RI Conta da Classe 5 NCRF nº
(Modelo Geral)
Alterações de políticas 56 3, 5 4
contabilísticas
Diferenças de conversão de 591 12.9 al. d) e e) (propriedades de
23
demonstrações financeiras investimento)
Realização do excedente de 58 7.7, al. b) (intangíveis) 6 (intangíveis)
revalorização de activos fixos 8.8, al. e) (tangíveis) 7 (tangíveis)
tangíveis e intangíveis
Excedentes de revalorização 58 7.7, al. b) (intangíveis) 6 (intangíveis)
de activos fixos tangíveis e 8.8, al. e) (tangíveis) 7 (tangíveis)
intangíveis e respectivas variações
Ajustamentos por impostos 592 26 25
diferidos
Outras alterações reconhecidas no
capital próprio:
- Subsídios 593 7.4, 9.7* e 23 22
- Doações 594 7.9 e 9.6** ----
- Outras 599 ----
*Ao contrário dos activos intangíveis que dispõem de uma nota (7.4) no Anexo para a divulgação dos subsídios, o item 9 do
Anexo não contém essa referência.
**Estas notas não constam do Anexo, devendo ser criadas para divulgação das doações.
De notar, ainda, que, relativamente à DACP, o § 41 da Nesse sentido, o § 81 da NIC 1 passou a prever:
NCRF 1 refere-se ao RI nos seguintes termos: “Uma entidade apresentará todas as rubricas de rendimentos
“41 - Esta demonstração financeira introduz o conceito e gastos reconhecidos no exercício:
de resultado integral que resulta da agregação directa do - numa única demonstração do resultado integral, ou
resultado líquido do período com todas as variações ocor- - em duas demonstrações: uma demonstração que mos-
ridas em capitais próprios não directamente relacionadas tre os componentes do resultado (conta de resulta-
com os detentores de capital, agindo enquanto tal.”. dos separada) e uma segunda demonstração que se
Sublinhe-se, ainda, que a Norma Internacional de Con- inicie com o resultado e mostre os componentes de
tabilidade nº 1 (NIC 1), “Apresentação de demonstrações outro resultado integral (demonstração do resultado
financeiras”, revista em Setembro de 2007 e ainda não adap- integral)”.
tada ao SNC através de alterações à mencionada NCRF 18, Desta forma, a DRN desaparecerá, passando os ren-
prevê que o RI deixe de integrar a DACP e seja desenvolvido dimentos e gastos por naturezas a integrar uma única DF
numa demonstração financeira autónoma denominada de (DRI) ou em duas DF, situação em que teremos uma
“Demonstração do Resultado Integral” (DRI). “conta de resultados separada” cujo resultado (saldo) será
transposto para a DRI.
7 No nosso artigo referido no rodapé nº1 deste artigo desenvolvemos as
rubricas descritas no Quadro. É neste contexto que o SNC atribui, efectivamente,
8 A NIC 1 já vem sendo aplicada pelas entidades com títulos negociados em uma maior importância à medida do desempenho (per-
mercados regulamentados (cerca de 100 em Portugal), face ao disposto no formance) das entidades.
Decreto-Lei nº 35/2005, de 17 de Fevereiro.
Sobre as principais alterações elaborámos artigo sob o título “Da nova NIC 1
para a futura NCRF 1”, Contabilidade & Empresas nº 6, de Novembro/De- *Licenciado em Gestão de Empresas e Mestre
em Contabilidade e Auditoria, ambos pela Universidade do Minho,
zembro de 2010, pp. 10-14, e disponível para download no menu “Activida- ROC, TOC, Docente do Ensino Superior e Director da C&E
des Pessoais/ Artigos (Download)/ nº318”, do nosso Portal INFOCONTAB. jfcguimaraes@jmmsroc.pt
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 19
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A contabilidade e as microempresas
CARLOS ALBERTO BAPTISTA DA COSTA*
Normas a adoptar
É usual dizer-se que Portugal é um país onde Que normas devem ser adoptadas e que informações
imperam as pequenas e médias empresas devem serdivulgadas pelas microempresas?
(PME). Mas será mesmo assim?
como sendo as empresas que, à data do balanço, não ul-
Com base em estatísticas recentemente divulgadas trapassem dois dos três limites seguintes: total do balanço:
pela Direcção-Geral dos Impostos, em 2008 quase 63% 500.000 euros; volume de negócios líquido: 500.000 eu-
das nossas empresas apresentaram um volume de negócios ros; número médio de empregados durante o exercício: 5.
inferior a 150.000 euros, o que corresponde a uma média Para além da opinião que expressamos sobre tais limites
de 12.500 euros mensais. Depreende-se então que o te- – achamo-los exageradamente elevados – também temos
cido empresarial português é composto, sobretudo, por assistido sem surpresa a tomadas de posição, quer de pes-
microempresas. soas singulares quer de pessoas colectivas, contra o espírito
Por outro lado, sabe-se que, no nosso país, existem da referida lei. Dentre os argumentos que são apresentados
quase 390.000 empresas, das quais apenas 9181 (ou seja, ressaltam os de tais empresas – que representam 85% das
2,4%) facturaram mais de 5 milhões empresas portuguesas – passarem a
de euros, não havendo nenhuma que ter acrescidas dificuldades no acesso
integre o “ranking” das 100 maiores ao crédito bancário e a sentirem-se
da União Europeia. mais “motivadas” a declararem preju-
Neste contexto, e em termos ízos fiscais e, portanto, a não pagarem
contabilísticos, a grande questão que impostos, opiniões estas que, no en-
importa colocar é a seguinte: que tanto, não perfilhamos.
normas devem ser adoptadas e que Na verdade, os bancos, geral-
informações devem ser divulgadas mente, só concedem crédito a tais
pelas microempresas? Enquanto lhe empresas desde que os seus sócios
foi permitido ter representantes na apresentem as garantias consideradas
Comissão de Normalização Conta- suficientes, sendo hoje também um
bilística (CNC), a APPC sempre lá facto que quase 70% das nossas em-
defendeu, de forma muito clara, dois aspectos relaciona- presas não pagam IRC. Ainda quanto à fiscalidade, somos
dos com as empresas portuguesas: por um lado, que as favoráveis a que, sobretudo no caso das microempresas, o
normas internacionais de contabilidade/relato financeiro imposto a pagar seja determinado com base em indicado-
tal como adoptadas pela União Europeia não deveriam res adequados e não tendo como suporte exclusivamente
ser de aplicação obrigatória apenas nas contas consoli- a informação contabilística. A propósito: não seria inte-
dadas das empresas com valores mobiliários admitidos ressante saber quais são as obrigações contabilísticas a que
à negociação num mercado regulamentado de qualquer estão sujeitas as microempresas e a forma como estas são
Estado-Membro; por outro, que às microempresas se de- tributadas na generalidade dos países da União Europeia
veria aplicar um sistema contabilístico ultra-simplificado, e, principalmente, dos países latinos?
eventualmente o denominado regime de caixa. Estas po- Aguardemos pois com expectativa a regulamentação
sições foram, aliás, tempestivamente divulgadas em diver- específica que, de acordo com a citada lei, o Governo terá
sos números da nossa Revista. de aprovar até ao próximo dia 17 de Outubro, reservan-
Foi, por isso, sem surpresa que tomámos conhecimen- do-nos, desde já, o direito de voltar a este assunto se tal
to da Lei nº 35/2010, de 2 de Setembro, que institui um vier a justificar-se.
regime especial simplificado das normas e informações
*Doutor em Ciências Empresariais (UAM), Professor Coordenador do ISCAL
contabilísticas em vigor aplicáveis às designadas microen- (aposentado), ROC, Director da Revista Contabilidade & Finanças – Editorial
da revista de Contabilidade & Finanças n.º 102, de Jul/Set de 2010, com
tidades, as quais, para efeitos desta lei, são consideradas autorização do autor, que agradecemos.
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*Apenas se referem os principais autores e textos clássicos que deram contribuições importantes para a teoria da contabilidade relativa aos modelos de mensu-
ração e de determinação do resultado, e, ainda, que discutem os fundamentos económicos da contabilidade.
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res correntes. E havido, ainda, outras tantas sugestões para Lee (1994)4 fazendo uma incursão profunda no
o que deveriam ser consideradas as melhores medidas dos tema “Income and Value Measurement”, após discutir a
valores correntes. natureza e a relação entre resultado, capital e valor, se-
Adam Smith2 estabeleceu a distinção entre valor de parando os papéis da valorização e da manutenção do
uso – provavelmente a melhor base para valorizar os ac- capital, coloca o problema do nível dos preços associado
tivos produtivos sob o pressuposto da continuidade – e à manutenção do capital e ao resultado Seguidamente,
valor de troca – provavelmente a melhor base para valo- enfatiza o papel da mensuração do resultado e propõe
rizar activos não utilizados no processo produtivo. Esta dez modelos alternativos de valorização e de mensuração
distinção continua ainda a ser a base para os teóricos da do resultado.
valorização.
Coloca-se assim a necessidade de questionar se a con- ALTERNATIVE INCOME AND VALUE MODELS5
tabilidade deve ser “cost basis” ou “value basis”. Tanto mais Value Models PV HC RC NRV CC
quanto é certo que o modelo do custo histórico tende a Income Concepts:
desprezar o valor e as alterações de valor, utilizando o Money Income Ye Ya Yb Yr Ycc
custo como um “subrrogate” do valor. Não obstante, de “Real” Income Y”e” Y”a” Y”b” Y”r” Y”cc”
acordo com o modelo tradicional, uma subida dos preços, PV – “Present Value”; HC – “Historic Cost”; RC –
por exemplo, conduz, em regra, a uma sobreestimação do “Replacement Cost”; NRV – Net Realizable Value”; CC
resultado real e a uma subavaliação do valor dos activos. – “Currente Cost”.
Muitos críticos olham para esta discrepância entre custos Ye – “Economic Income”; Ya – “Accounting Income”;
históricos e valores correntes como a fonte de um processo Yb – “Business Income”; Yr – “Realizable Income”; Ycc –
de decisão imperfeito por parte dos utilizadores. Outros, “Current Cost Income”.
ainda, perspectivam-na como uma oportunidade para Y”e”, Y”a”, Y”b”, Y”r”, Y”cc”, “are the above incomes adjus-
“insiders”, particularmente no que se refere aos “manag- ted for changes in the value of the monetary measuring
ment buyouts”, manipular o seu conhecimento superior unit”6.
do valor dos activos da empresa para efeitos de ganhos
pessoais à custa dos accionistas. O Anexo I ilustra os autores clássicos na contabilidade
Todavia, a perspectiva de relatar o valor – “value repor- que foram pioneiros ou contribuiram para cada um dos
ting perspective”– não se encontra isenta de problemas, in- modelos apresentados por Lee.
dependentemente do tipo de valores correntes que utilize Zeff and Dharan (1994)7 fazendo uma incursão so-
(valores de entrada, valores de saída ou outros). Os seus bre o tema “Changing Prices”, após uma discussão sobre a
críticos apontam-lhe vários defeitos, de entre os quais, evolução histórica do tratamento pelos “standard setters”
são de salientar: a maior subjectividade nas valorizações; deste tema, refere nove modelos alternativos para lidar
a menor verificabilidade; a menor fiabilidade; a maior vo- com as variações de preços (relativos ou de inflação), no-
latibilidade do valor dos activos e dos resultados mensu- meadamente:
rados3, designadamente com o reconhecimento de ganhos • Custo Histórico/Moeda Nominal - “Historical Cost/
não realizados através, por exemplo, do processo “mark to Nominal Dollar”;
market”; e os custos acrescidos quando se pretente valori- • Custo Histórico/Moeda Constante - “Historical
zar por valores correntes, especialmente quando não exis- Cost/ Constant Dollar”;
tem mercados activos para os mesmos. Vejam-se os casos • Valor Corrente (de Entrada)/Moeda Nominal (Ma-
do valor dos instrumentos financeiros que são mais fáceis nutenção do Capital Físico) - “Current (Entry) Va-
de estimar que o valor de edifícios ou equipamentos, so- lue/Nominal Dollar” (Physical Capital Maintenan-
bretudo, se forem muito específicos. Ou, ainda, os casos ce);
das patentes, das marcas, dos direitos e do “goodwill”, por
exemplo. 4 “Income and Value Measurement”(1994), Lee, Tom, 3th Edition (revised),
International Thomson Business Press.
5 Adaptado de Lee, Tom, obra citada.
2 Posteriormente aprofundada por Fischer, Hicks e Samuelson, especial- 6 Lee, Tom, obra citada.
mente quando trataram de estabelecer a diferença entre resultado (lucro/ 7 “Readings and Notes on Financial Accounting” – “Issues and Controversies”
prejuízo) económico e resultado (lucro/prejuízo) contabilístico. (1994), Zeff, Stephen A. and Dharan, Bala G., 4th Edition, McGraw-Hill
3 Ver, por exemplo, a controvérsia gerada com a aplicação da IAS 39 na UE. International Editions, Accounting Series.
22 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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• Valor Corrente (de Entrada)/Moeda Constante Mas, esta compreensão, implica estudar ou revisitar os
(Manutenção do Capital Financeiro Real) – “Cur- autores clássicos da contabilidade que se debruçaram e
rent (Entry) Value/Constant Dollar” (“Real Financial contribuiram originalmente para o seu desenvolvimento
Capital Maintenance”); e apresentação.
• Valor Corrente (de Saída)/Moeda Constante (Manu- É neste sentido que se reproduz – em anexos – a bi-
tenção do Capital Financeiro Real) – “Current(Exit) liografia e os autores clássicos relevantes associados aos
Value/Constant Dollar” (“Real Financial Capital respectivos modelos. Em particular, assinalam-se os au-
Maintennce”); tores e textos fundamentais que relacionam a economia e
• Cash Flow Descontados (“Discounted Cash Flow”); a contabilidade. Dito de outro modo, importa, de acor-
• Valor de Mercado/Moeda Nominal (Manutenção do com Canning (1978), entender “The Economics of
do Capital Financeiro) – “Market Value/Nominal Accountancy”.8 Entender os fundamentos económicos
Dollar” (“Financial Capital Maintenance”); da contabilidade.
• Valor de Privação (ou Valor para o Proprietário/Va- Não existe um resultado único e indiscutível. Exis-
lor para a Empresa)/Moeda Nominal (Manutenção tem tantos resultados quantos os modelos utiizados.
do Capital Físico) – “Deprival Value (or Value to the Na determinação do resultado, o contabilista tende
Owner/Value to the Business)/Nominal Dollar” (“Phy- a olhar para o passado e utiliza, em regra, a“abordagem
sical Capital Maintenance”); e das transacções”. O economista determina o resultado
•Valor de Privação (ou Valor para o Proprietário/Valor olhando para o futuro – desconta benefícios económi-
para a Empresa)/Moeda Constante (Manutenção cos futuros - e utiliza, em regra, a “abordagem da manu-
do Capital Físico) – “Deprival Value (or Value to the tenção do capital”.
Owner/Value to the Business)/Constant Dollar” (“Phy- O economista entende os rendimentos e os gastos
sical Capital Maintenance”). reconhecidos nas tradicionais classes 7 e 69 como, res-
O Anexo II ilustra os autores clássicos na contabili- pectivamente, as “imagens no espelho” dos verdadeiros
dade que foram pioneiros ou contribuiram para cada um rendimentos e gastos (devido à partida dobrada). Por-
dos modelos referenciados por Zeff e Dharan. quê? Porque os verdadeiros rendimentos e gastos são,
Como se pode constatar, é quase coincidente a asso- respectivamente: i) os aumentos do activo ou as dimi-
ciação dos autores clássicos aos respectivos modelos. nuições do passivo que, em última instância, se ma-
Lee (1994) trata todos os modelos previamente terializam como aumentos do capital próprio (rendi-
sem levar em conta os efeitos da inflação e procede mentos); ii) e as reduções do activo ou os aumentos do
à diferenciação de cada um deles. Somente depois é passivo que, em última instância, se materializam como
que introduz os efeitos da inflação em cada um dos diminuições do capital próprio (gastos).10
modelos. O modelo tradicional tem uma orientação para a
Zeff and Dharan (1994) limitam-se a introduzir o demonstração de resultados, muito associada à aborda-
tema no âmbito da contabilidade das alterações de pre- gem das transacções. O modelo dos iGAAP’s (IFRS’s)
ços, e procedendo a uma síntese da evolução histórica das tem uma orientação para o balanço, muito associada à
normas do FASB, do IASC/IASB e de outros “standard abordagem da manutenção do capital.
setters” relativamente ao tratamento da variação de preços
8 Trata-se de matérias que carecem de ser leccionadas e estudadas nas escolas
relativos e da inflação, aponta os diferentes modelos alter-
superiores de contabilidade em Portugal, ainda muito centradas no ensino
nativos possíveis de utilizar, com os respectivos autores, da escrituração. Uma pós-graduação, sobretudo com atribuição de grau –
sem os tratar. mestrado ou doutoramento – não pode dispensar o estudo destas matérias
e dos autores referidos.
O modelo híbrido de mensuração e de determinação 9 Do POC ou do SNC.
do resultado preconizado pelos iGAAP’s (IFRS’s), com- 10 Excluídas as transacções com sócios ou accionistas.
binando simultaneamente valorizações a custo histórico
e a custo (valores) corrente, com tendência para preva-
lecer este último, incorrectamente dito de modelo do
justo valor, é apenas um de entre cerca de dez modelos N. R. Devido à sua extensão, não incluímos os Anexos I e II referidos no
texto, os quais poderão ser solicitados por e-mail ao DIRECTOR da C&E.
possíveis. Sem o estudo destes últimos modelos, não se
compreende com a profundidade suficiente o primeiro. **Professor do ISCAL
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DESCRIÇÃO
COLUNAS ÂMBITO
(LINHAS)
A mudança do referencial contabilístico (do Plano Oficial de Contabilidade (POC)) para o
Sistema de Normalização Contabilística (SNC), vai determinar as variações no capital próprio.
Primeira
As alterações de mensuração de activos fixos tangíveis do modelo do custo histórico para o
adopção do
Todas modelo da revalorização e dos Activos intangíveis no que se refere às despesas de instalação
novo referencial
e de desenvolvimento, são exemplos dessas variações. A quantificação dos efeitos desta
contabilístico
mudança deve ser feita nesta linha, sendo que os valores envolvidos serão inscritos nas
colunas respectivas.
A adopção de uma política diferente da utilizada em período ou períodos anteriores (vg a
capitalização dos juros dos empréstimos obtidos para a construção de edifícios, critério de
mensuração das saídas de inventários; vida útil dos activos fixos tangíveis, etc.), reflecte-se
Alterações no capital próprio; a quantificação dos efeitos desta mudança é feita nesta linha, sendo que
das políticas 7; 8; 9; 10 serão inscritos nas colunas respectivas.
contabilísticas Exemplo: Uma entidade alterou no período N a sua política de não capitalização dos juros
de empréstimo obtidos para a construção de um edifício passando a fazê-lo a partir deste
exercício. Deve inscrever nesta linha e coluna de Resultados transitados os gastos não
capitalizados em exercícios anteriores.
24 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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Na sequência de uma revalorização dos activos fixos, uma das três situações pode ocorrer:
Realização do o uso, a alienação ou o abate daqueles activos, esta linha acolhe a realização do excedente
excedente de regista na conta que se opera pelo uso, venda ou abate, evidenciando-se nas respectivas
valorização de colunas.
7;10
activos fixos Exemplo: Uma entidade que registe a depreciação de um activo fixo corpóreo à taxa de 10%
tangíveis e e para o qual tinha apurado um excedente de valorização de quinhentos mil euros, então
intangíveis a quantia de cinquenta mil euros (10% * 500.000) será inscrita nesta linha, na coluna
“Outras variações no capital próprio” e abatida na coluna “Excedentes de revalorização”.
Caso registe uma revalorização dos activos fixos tangíveis e intangíveis, as variações
Excedentes de (aumentos/diminuições) repercutem-se no capital próprio; os respectivos valores são inscritos
valorização de nesta linha e na coluna “Excedentes de revalorização”.
activos fixos 7 Exemplo: Caso uma entidade proceda à revalorização de activos fixos tangíveis, no exercício
tangíveis e N, donde resulte um excedente (reserva) de revalorização de duzentos mil euros, deverá
intangíveis esta quantia ser inscrita nesta linha “Excedentes de valorização de activos fixos tangíveis e
intangíveis e na referida coluna “Excedentes de revalorização”.
Exemplo: A revalorização para o justo valor de um activo fixo tangível (uma linha de produção,
por exemplo) que gera um incremento do activo líquido e do excedente de revalorização em
Ajustamentos
100.000, deverá ser diminuído pela quantia do imposto sobre o rendimento que a empresa
por
terá de pagar no futuro porque o aumento das depreciações não será fiscalmente aceite.
reconhecimento 7; 8; 9; 10
Assim, deve ser reconhecido um imposto diferido passivo, cuja contrapartida é a diminuição
de impostos
dos capitais próprios (excedente de revalorização) em 25% x
100.000, ou seja,
25.000.
diferidos
Esta redução é representada na DACP na linha de “Ajustamentos por impostos diferidos” e
na coluna de “Excedentes de revalorização”.
Nesta linha inscrevem-se todas as alterações no período que não sejam operações com os
detentores do capital, reconhecidas directamente no capital próprio, que não constam nas
linhas anteriores. Exemplos:
Transferências entre itens de capital próprio;
Ganhos/perdas na alienação de Acções (Quotas) próprias;
Aumentos/diminuições de valor em investimentos disponíveis para venda até que o
mesmo seja alienado, exercido, liquidado ou extinto. Não se incluem as perdas por
imparidade e os ganhos e perdas cambiais. (esta classificação não é aplicável no
normativo nacional);
Outras Aumentos/diminuições de valor em outros instrumentos financeiros;
alterações Correcções cujo reconhecimento ocorre no período e imputáveis a períodos findos.
reconhecidas Todas Exemplo 1: A entidade X é detentora de uma carteira de títulos cotados em bolsa com
no capital a finalidade de obter rendimentos, numa perspectiva de curto prazo. Neste sentido a
próprio entidade, classificou-os como disponíveis para venda. A carteira está mensurada no balanço
por
3.680.000, mas de acordo com a cotação à data de elaboração das demonstrações
financeiras, o valor de mercado dos títulos era de
3.800.000. Neste caso, deveria
inscrever-se nesta linha a importância de
100.000 na coluna de “Outras alterações
reconhecidas no capital próprio”.
Exemplo 2: A entidade X vendeu por
120.000 euros 90.000 acções próprias com o valor
nominal de um euro e que havia adquirido por
95.000 euros. Nesta linha deverá registar-
se a quantia do valor de venda, sendo que o ganho de
5.000 nesta venda (100.000
– 95.000) na coluna “Outras variações no capital próprio” e o custo das acções próprias
vendidas, ou seja, 95.000 na coluna “Acções próprias”.
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 25
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Esta linha regista os aumentos de capital – qualquer uma das modalidades (previstas no
Código das Sociedades Comerciais (CSC)) – e ou as reduções de capital, sendo que as
RESULTADO
parcelas envolvidas ficarão adstritas às apropriadas colunas.
LÍQUIDO DO 1
Exemplo: caso uma entidade aumente o seu capital social em 500.000 euros, sem
PERÍODO
prémio de emissão, deverá o valor do aumento ser inscrito nesta linha e na coluna
“capital realizado”.
Sempre que seja feita uma distribuição de lucros esta linha regista o respectivo montante; a
quantificação desta deliberação é feita nesta linha. As parcelas envolvidas serão registadas
em colunas associadas à distribuição.
Exemplo: A assembleia-geral da entidade X deliberou em N+1, relativamente ao
resultado líquido do período N no valor de 100.000, a seguinte distribuição:
Distribuições 6; 10; 11 dividendos 60% e reservas livres 40%. Nesta linha será inscrito o valor de 100.0000,
assim distribuído: - 100.000 na coluna “resultado do período”, e na coluna “Outras
reservas” 40.000.
Caso a entidade X tivesse deliberado distribuir reservas ou resultados de períodos anteriores,
então os valores em causa seriam registados nesta linha e na coluna “Outras reservas” ou
“Resultados transitados”, com sinal negativo.
Sempre que ocorreram entradas para coberturas de prejuízos esta linha regista os respectivos
montantes, em conformidade com o consagrado no CSC, em lei especial e ou nos estatutos
Entradas para
da entidade, e na coluna de “Resultados transitados”.
cobertura de 10
Exemplo: A assembleia-geral da entidade X, deliberou a cobertura pelos accionistas da
perdas
totalidade das perdas acumuladas no valor de 750.000 . Nesta linha será inscrito o valor de
750.000, na coluna de “Resultados transitados”.
EM COLUNA:
Nesta coluna é evidenciada a fracção do capital próprio da entidade que não é controlada
Interesses
pela administração/gerência, quando for adoptado o método da consolidação integral.
minoritários
* Extraído e ligeiramente adaptado do livro “Elementos de Contabilidade Geral”, de António Borges, Azevedo Rodrigues e Rogério Rodrigues, Áreas Editora,
25.ª Edição, Setembro de 2010, pp. 907-11.
26 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
%106#$+.+&#&'
35/2010, de 2 de Setembro, sendo que se aguarda a pu- No que tange à aplicação prática do SNC, é nosso há-
blicação do respectivo diploma. bito referir que somos um “descongestionador do SNC”,
Assim, as microentidades aplicaram o SNC ao longo na medida em que temos a convicção que para grande
do ano, e, em particular na maioria dos casos, a Norma parte das micro e pequenas médias entidades portuguesas
Contabilística de Relato Financeiro para Pequenas Enti- (representam mais de 90% do tecido empresarial) a mes-
dades (NCRF-PE), desconhecendo-se, ainda, se terão de ma se cingirá a uma mera substituição das “contas/POC”
“reorganizar” a sua contabilidade para atender a esse novo pelas “contas/SNC”, pois existirão vários constrangimen-
normativo contabilístico. tos técnicos (v.g. contabilidade vs fiscalidade) e práticos
Sem dúvida que o SNC veio reforçar a importância da (v.g. pressão das entidades financiadoras) a uma correcta
contabilidade na tomada de decisões e na definição dos aplicação do SNC, que seria de todo desejável em prol de
juízos de valor pelo órgão de gestão das entidades, com a uma melhor Contabilidade.
colaboração dos contabilistas (TOC) face às suas funções/ Entretanto, a CNC já aprovou e divulgou o projecto
responsabilidades previstas no art.º 6.º do Estatuto da Or- de normalização contabilística para as entidades do sector
dem dos TOC (EOTOC). não lucrativo, o qual também aguarda publicação do res-
Na verdade, tem sido defendida uma maior interven- pectivo diploma legal.
ção do TOC no âmbito do SNC, referindo-se expressões Um dos outros aspectos importantes que a CNC ain-
como “TOC como auxiliar do gestor”, “TOC como con- da não se pronunciou refere-se ao regulamento do contro-
selheiro de gestor/gestão”, “Os juízos de valor do TOC”, lo de aplicação das normas (“enforcement”), que, como
“O conhecimento do negócio pelo TOC”, etc. referimos em artigo anterior2, é uma das principais novi-
Em nossos artigos publicados na C&E e noutras re- dades relativamente ao POC/89, o qual não continha um
vistas nacionais, e, particularmente, o intitulado “Com o regime contra-ordenacional.
SNC um “novo” TOC(!?)”, publicado na revista TOC nº Ainda relativamente à actividade da CNC, destacamos
121, de Abril de 2010, pp. 34-45, apresentámos os prin- o lançamento de um novo sítio, com o mesmo endereço,
cipais aspectos deste “novo” enquadramento da profissão www.cnc.min-financas.pt, o qual, após um bom lança-
de TOC, pelo que remetemos para a sua leitura. mento, carece, em nossa opinião e salvo melhor, de uma
Retomando o “edifício” legislativo do SNC e salva- nova dinâmica, nomeadamente através dos seus produtos/
guardando a futura publicação do mencionado normati- menu “Newsletter” (foram divulgadas apenas duas logo
vo contabilístico das microentidades, constatamos que o no início) e “Consultas” (foram divulgadas apenas 16 no
mesmo assenta em quatro pilares definidos pelo anterior início).
secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Prof. Carlos Aproveitamos a oportunidade para desejar as melhoras
Lobo, e que, em nosso artigo anterior1, sistematizámos no da saúde ao Presidente da CNC, Prof. Domingos Cravo.
seguinte esquema: O DIRECTOR DA C&E.
1^ŽďŽơƚƵůŽ͞KƐYƵĂƚƌŽWŝůĂƌĞƐĚĂ͞ZĞǀŽůƵĕĆŽŽŶƚĂďŝůşƐƟĐĂ͟ĚŽ^E͕͟ 2^ŽďŽơƚƵůŽ͞KŽŶƚƌŽůŽĚĞƉůŝĐĂĕĆŽĚĂƐEŽƌŵĂƐ;ŶĨŽƌĐĞŵĞŶƚͿŶŽ
ĚŝƐƉŽŶşǀĞůƉĂƌĂĚŽǁŶůŽĂĚŶŽŵĞŶƵ͞ĐƟǀŝĚĂĚĞƐWĞƐƐŽĂŝƐͬƌƟŐŽƐ;ŽͲ ^E͕͟ZĞǀŝƐƚĂ&ŝƐĐĂůŶǑϭ͕ĚĞ:ĂŶĞŝƌŽĚĞϮϬϭϬ͕ƉƉ͘ϳͲϵ͕ĞĚŝƐƉŽŶşǀĞůƉĂƌĂ
ǁŶůŽĂĚͿͬWŽƌdşƚƵůŽͬEǑϮϳϴ͟ĞŶŽŵĞŶƵ͞ZĞǀŝƐƚĂůĞĐƚƌſŶŝĐĂͬEǑϰϳ͕ĚĞ ĚŽǁŶůŽĂĚŶŽŵĞŶƵ͞ĐƟǀŝĚĂĚĞƐWĞƐƐŽĂŝƐͬƌƟŐŽƐ;ŽǁŶůŽĂĚͿͬWŽƌdşƚƵͲ
EŽǀĞŵďƌŽĚĞϮϬϬϵ͟ĚŽŶŽƐƐŽWŽƌƚĂů/E&KKEd͘ ůŽͬEǑϮϴϰ͘͟
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 27
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28 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
014/#.+ĥ#1%106#$+.56+%#
Observatório SNC
Na 2.ª Conferência sobre o SNC realizada pela Comissão de Normalização Contabilística (CNC) no passado dia 14
de Dezembro de 2010, no Centro de Congressos de Lisboa, foi apresentada pelo membro da Comissão Executiva da
CNC, Dr. Pedro Aleixo Dias, uma comunicação sob o título “Observatório SNC”, disponível para download no sítio da
SNC, que inclui, entre outras, as 12 questões e respectivas respostas seguintes:
3. Plano de transição: Foi definido um plano de transição detalhado e incluindo a alocação (e formação)
necessária de recursos para a execução eficiente do plano e para uma adequada integração da mudança 72% 28%
nas operações normais do negócio?
7. Politicas Contabilísticas: Foi efectuada a avaliação das políticas contabilísticas alternativas vs opções
na transição e pós-transição e efectuada a selecção das políticas contabilísticas constantes das NCRFs
69% 31%
ou NCRF-PE, tendo presentes as principais diferenças aplicáveis ao sector de actividade concreto onde a
entidade opera?
8. Diferenças POC vs SNC: Foi efectuada a avaliação das diferenças entre o POC e o SNC ao nível dos
principais items das demonstrações financeiras e medidos os seus impactes nos principais indicadores 82% 18%
de performance e rentabilidade da entidade?
10. Formação: Está criado um processo efectivo para a transferência de conhecimentos, por via da
58% 42%
formação e/ou por via de criação de equipas de projecto com consultores externos?
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 29
(+5%#.+&#&'
30 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
(+5%#.+&#&'
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 31
(+5%#.+&#&'
32 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
(+5%#.+&#&'
ciados às exportações indirectas. Uma tivas dos trabalhadores na empresa. Promover a reabilitação urbana
outra medida respeita ao programa Outra medida consiste no alargamen-
“Taxa Zero” para inovação, que prevê to da possibilidade da associação sin- A aposta na reabilitação urbana e
a isenção do pagamento de qualquer dical delegar noutras estruturas sindi- na dinamização do mercado de arren-
taxa, emolumento ou contribuição cais ou de representação colectiva de damento mereceu elogias por parte do
administrativa, durante dois anos, a trabalhadores poderes para contratar sector da construção e do imobiliário.
As medidas anunciadas são tidas como
empresas com potencial inovador e com a empresa com, pelo menos, 250
positivas. Desde logo, a dinamização da
criadas por novos empreendedores. trabalhadores.
criação de áreas de reabilitação urbana,
Será também lançado o programa Pretende-se estimular a criação de
especialmente em zonas de interven-
“Licenciamento Zero”, para redução emprego através de um novo modelo
ção prioritária, e apoiar o lançamento
de encargos administrativos, através de compensação, em caso de cessão
dessas operações. O Governo pretende
da eliminação de licenças e outros do contrato de trabalho. É garantido
articular a reabilitação urbana e a polí-
condicionamentos prévios para quem que não haverá alterações ao conceito
tica de cidades, estendendo-se às zonas
pretende abrir e explorar um negócio. de justa causa de despedimento indi-
de regeneração urbana apoiadas pelos
Em perspectiva está a redução do ca- vidual. Assim, será criado um meca-
fundos do QREN os instrumentos e os
pital social mínimo para criação de nismo de financiamento, de base em-
benefícios aplicáveis às áreas de reabili-
uma empresa. presarial, para garantir o pagamento
tação urbana.
Ainda durante este ano, o Go- parcial das compensações ao trabalha-
Será apresentada uma proposta
verno projecta a entrada em funcio- dor por cessação do contrato de traba-
de lei para simplificar e tornar mais
namento do “Dossier Electrónico da lho e estabelecer limites aos valores da
rápidos e eficazes os procedimentos
Empresa”, que permitirá que as noti- compensação e indemnização devidas
necessários para o senhorio poder ob-
ficações da administração fiscal e da ao trabalhador. O Governo quer ain- ter a entrega do seu imóvel livre e de-
segurança social sejam efectuadas por da agilizar o regime legal de redução socupado perante o incumprimento
via electrónica. ou suspensão do contrato de trabalho do contrato de arrendamento, numa
em situação de crise empresarial, no perspectiva de garantir os direitos dos
Dinamizar a contratação sentido de evitar o recurso aos pro- senhorios e salvaguardar os direitos
colectiva cedimentos tendentes à cessação dos dos arrendatários.
contratos de trabalho. Vai ser apresentada uma iniciativa
A iniciativa lançada pelo Governo Existem ainda medidas sus- legislativa que simplifique os procedi-
tem suscitado polémica e críticas no ceptíveis de promoverem a criação mentos de controlo prévio necessários
que respeita às medidas orientadas de postos de trabalho. É o caso de à realização das operações de reabili-
para o mercado do trabalho. E a re- quatro mil projectos de microcrédi- tação urbana, elimine os obstáculos e
alidade é que uma matéria que ainda to com componentes específicas e os condicionamentos que oneram ex-
carece de explicações e que se apresen- dos programas de tutoria e de apoio cessivamente a realização dessas ope-
ta algo confusa. Se algumas medidas técnico de rede de microempresas rações e simplifique os mecanismos de
surgem como essenciais e até naturais de suporte ao sector exportador. A determinação do nível de conservação
no actual contexto, outras estão a sus- que acresce a pretensão de aumentar dos edifícios e de classificação de imó-
citar incertezas. Certo é que se tratam a eficiência dos serviços de emprego veis devolutos.
de questões que ainda darão lugar a e de formação profissional, o que Por último, o Governo irá criar li-
muita discussão. implicará alterações na gestão dos nhas de financiamento à reabilitação
O Executivo defende a dinamiza- centros de emprego e formação pro- urbana, através da constituição de um
ção da contratação colectiva, estando fissional. fundo de investimento para reabilita-
prevista uma iniciativa legislativa. O ção de imóveis devolutos destinados a
Governo decide que os contratos co- Modernização arrendamento, de um fundo de parti-
lectivos de trabalho, quando existam, cipações em operações integradas de
deverão regular os termos, as con- O Governo projecta a entrada reabilitação urbana e de uma linha de
dições e as matérias que podem ser em funcionamento do “Dossier crédito destinada a projectos específi-
negociadas por estruturas representa- Electrónico da Empresa”. cos de reabilitação.
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(+5%#.+&#&'
34 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
#7&+614+#
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36 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
#7&+614+#
dos tipos de instituições, como as instituições fi- poderão ser fundamentais para enfrentar os riscos
nanceiras de importância sistémica? sistémicos e os riscos de falência de uma firma de
(20) Será necessário regulamentar o nível máximo auditoria?
das comissões que uma firma de auditoria pode re- (32) As razões que levaram à consolidação das gran-
ceber de um único cliente? des firmas de auditoria ao longo das duas últimas
(21) Será necessário introduzir novas regras sobre a décadas (ou seja, oferta global, sinergias) continua
transparência das demonstrações financeiras das a ser válida? Em que circunstâncias se poderá prever
firmas de auditoria? uma inversão dessa tendência?
(22) Que outras medidas poderiam ser previstas em
matéria de governo das firmas de auditoria para re- 6. CRIAÇÃO DE UM MERCADO EUROPEU
forçar a independência dos auditores?
(23) Devem ser exploradas estruturas alternativas (33) Na sua opinião, qual é a melhor maneira de re-
que permitam às firmas de auditoria obter capitais forçar a mobilidade transfronteiriça dos auditores
junto de fontes externas? profissionais?
(24) Concorda com as sugestões relativas aos audi- (34) Concorda com a «harmonização máxima»,
tores de grupos? Tem outras ideias sobre a matéria? combinada com um passaporte único europeu para
os auditores e firmas de auditoria? Considera que o
4. SUPERVISÃO mesmo se deve aplicar às firmas de menor dimen-
são?
(25) Que medidas devem ser previstas no sentido de
melhorar a integração e a cooperação em matéria 7. SIMPLIFICAÇÃO: PEQUENAS E MÉDIAS
de supervisão das firmas de auditoria a nível da UE? EMPRESAS E PEQUENAS E MÉDIAS
(26) De que modo se poderá reforçar a consulta e a SOCIEDADES DE AUDITORIA
comunicação entre os auditores de grandes empre-
sas cotadas e as entidades reguladoras? 7.2. Pequenas e médias sociedades de auditoria (SMP)
(35) Seria favorável a um nível inferior de serviços
5. CONCENTRAÇÃO E ESTRUTURA de auditoria, as chamadas «auditorias limitadas» ou
DO MERCADO «análise legal das contas», para as demonstrações
financeiras das PME, em vez de uma verdadeira
(27) Poderá a actual configuração do mercado de au- revisão legal de contas? Devem esses serviços ser
ditoria representar um risco sistémico? condicionais, consoante as contas tenham ou não
(28) Considera que tornar obrigatória a formação de sido elaboradas por um contabilista (interno ou ex-
um consórcio de firmas de auditoria, com a inclu- terno) adequadamente qualificado?
são de pelo menos uma firma de menor dimensão, (36) Deverá existir um «porto seguro» aplicável às
sem importância sistémica, poderá funcionar como PME no que respeita a uma eventual proibição fu-
catalisador para dinamizar o mercado de auditoria tura da prestação de serviços distintos da auditoria?
e permitir que as pequenas e médias empresas par- (37) Deverão as «auditorias limitadas» ou as «análises
ticipem de forma mais substancial no segmento das legais» ser acompanhadas de regras menos onerosas
grandes auditorias? de controlo interno da qualidade e de fiscalização
(29) Do ponto de vista da melhoria da estrutura dos pelos supervisores? Pode sugerir exemplos de como
mercados de auditoria, concorda com a obrigato- isso poderia ser feito na prática?
riedade de rotação e de selecção de novos audito-
res após um determinado período? Qual deverá ser 8. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
esse período?
(30) Como deve ser tratada a questão da polarização (38) Que medidas poderiam, em seu entender, au-
em torno das «4 grandes»? mentar a qualidade da supervisão dos grandes ope-
(31) Concorda que os planos de recurso, nome- radores do sector da auditoria através da coopera-
adamente os chamados «testamentos em vida», ção internacional?
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 37
)'561'(+0#0#5
RUI FILIPE ANTUNES FERREIRA* de Maneio (NEVES, 2001). Neste sentido, desenvolve-se
uma relação mais próxima entre o gestor e os detentores
1. O QUE É O EVA®? de capital da organização, algo que tende a consolidar-se
no caso da remuneração se encontrar indexada ao EVA®
O EVA® (Economic Value Added) é um conceito de- gerado, o que implica que o gestor pense e actue como
senvolvido pela consultora Stern Stewart & Co. no inicio dono da empresa.
da década de 80, que recupera a antiga ideia de Resultado Um sistema de avaliação assente no EVA® permite,
Residual (NEVES, 2001). assim, que todas as decisões sejam pensadas, monito-
Esta ferramenta de medida contempla a diferença en- rizadas, avaliadas, comunicadas e recompensadas em
tre o resultado operacional líquido de impostos e o en- função de uma métrica, envolvendo todos os trabalha-
cargo pelo uso do capital investido (activo fixo líquido e dores em torno do objectivo da criação de valor. Para
necessidades em fundo de maneio). É, desta forma, uma que tal aconteça, é necessário balancear o alinhamento de
métrica que procura analisar o valor criado para o de- interesses e a alavancagem de riqueza, diminuindo assim
tentor de capital. os custos de agência (custos decorrentes de interesses di-
O EVA® pode ser utilizado como uma ferramenta para vergentes entre gestores e detentores de capital) (NEVES,
medir o desempenho histórico, mas também futuro da 2001).
empresa, evidenciando os factores que levam à criação ou Como referido anteriormente o EVA® é um sistema
destruição de valor (NEVES, 2001). de gestão integrado que possibilita a análise de vários as-
pectos na empresa (STEWART, 1999):
EVA®=NOPAT−WACC×IC 1. Medir a performance: com base no resultado eco-
nómico de criação de valor para o detentor de ca-
Em que: pital;
• NOPAT (Net Operating Profit Afcter Taxes) = Resulta- 2. Redesenhar o sistema de gestão: de forma a per-
do Líquido de Impostos mitir que a melhoria dos processos estratégicos, da
• WACC (Weighted Average Cost of Capital) = Custo de alocação de recursos (humanos e materiais) e a ges-
Capital Médio Ponderado tão de resultados tenham orientação para a criação
• IC (Invested Capital) = Capital Investido de valor;
3. Motivar os gestores: a criar valor para o detentor
De notar que o NOPAT poderá ser calculado da se- de capital, ao relacionar o sistema de remuneração
guinte forma: dos gestores com a criação de valor;
NOPAT = EBIT (1-t) 4. Orientação de uma cultura de criação de valor:
através de treino e comunicação, tornando os gestores
Em que: mais conscientes da necessidade de criação de valor.
• EBIT (Earnings Before Interest and Taxes) = Resultado
Operacional
• t = Taxa de imposto efectiva
38 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
)'561'(+0#0#5
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 39
)'561'(+0#0#5
• Perspectiva do detentor de capital: relacionar trarão rendimentos e por outro lado não se preocuparão
directamente os gastos com a remuneração dos em alturas adversas onde os resultados negativos são re-
gestores com os resultados alcançados para os de- alidade na empresa, uma vez que têm o seu rendimento
tentores de capital, ou seja, maximizando o valor garantido.
da empresa. Resumidamente, este modelo apresenta as seguintes
Um plano de remunerações com elevada alavancagem desvantagens (YOUNG; O’BYRNE, 2000):
criará incentivo, mas aumentará o risco de gestores-chave • Sendo utilizada uma medida de desempenho con-
abandonarem a empresa em períodos menos bons. Já um tabilística, não é considerado o custo do capital
plano de remunerações com alta alavancagem, mas com próprio, pelo que poder-se-á não estar a gerar valor
reduzido alinhamento poderá elevar os custos se a empre- para o detentor de capital;
sa estiver a recompensar comportamentos que não contri- • A existência de um limite inferior e superior permi-
buem para o aumento da riqueza dos detentores de capital te, de certa forma, ao gestor reconhecer rendimentos
(KRAUTER, 2005). ou gastos em períodos futuros, de forma convenien-
Assim, um plano de remunerações variáveis precisa de te para o mesmo;
ter em consideração a estratégia (de curto e de médio/ • As medidas de desempenho são ajustadas anualmen-
longo prazos), a estrutura organizativa, os valores (cultu- te. Estes ajustamentos podem destruir efeitos de ala-
ra organizacional), os processos e as pessoas, devendo ser vancagem e enfraquecer os objectivos traçados.
suficientemente flexível para se ajustar às circunstâncias
dinâmicas quer da envolvente interna quer da externa REMUNERAÇÃO VARIÁVEL TRADICIONAL
(KRAUTER, 2005).
40 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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Para que a teoria da remuneração variável com base no • É pago 1/3 ao gestor e os restantes 2/3 são depositados na
EVA® seja melhor utilizada é recomendável (STEWART, “conta corrente”.
1999): No Ano 1 o EVA® situou-se em
500.000. O gestor teve
• A sua utilização por níveis, de acordo com a estru- direito a um prémio de
17.500 (
500.000 x 3,5%), que
tura da empresa; é somado ao valor na “conta corrente”, perfazendo um total
• A distribuição de uma parte da remuneração va- disponível para pagamento de
42.500. Desta forma, neste
riável, contemplando a criação de uma “conta cor- ano o gestor recebe menos que o prémio do ano, ou seja,
rente”; 14.167 (
42.500 x 1/3), ficando o restante montante na
• Uma comunicação eficaz do plano de remunera- “conta corrente” (
28.333).
ções e das metas a alcançar. No Ano 2, a empresa obteve um EVA® que se fixou em
-500.000, pelo que o prémio foi negativo em
17.500. O
REMUNERAÇÃO VARIÁVEL COM BASE NO EVA® prémio negativo foi subtraído à “conta corrente” que transi-
tou do Ano 1 (
28.333), perfazendo um total disponível
para pagamento de
10.833. Seguindo a regra de pagamen-
to de 1/3, foi pago ao gestor
3.611.
Já no Ano 3, a empresa não conseguiu ter um EVA®
positivo, o qual se fixou em
-275.000, gerando um pré-
mio negativo de
-9.625. A “conta corrente” passou a ter
saldo negativo de
-2.403 (não atingiu o limite inferior de
-2.500). Desta forma, o gestor não teve direito a receber
qualquer montante de prémio.
No sentido de analisar a aplicabilidade do EVA® como
Ano 1 Ano 2 Ano 3
indicador para a remuneração variável dos gestores, ire-
EVA® 500.000 -500.000 -275.000
mos apresentar duas formas de remuneração variável, sen- Prémio (%) 3,5% 3,5% 3,5%
do uma mais tradicional e outra mais moderna. Prémio
17.500 -17.500 -9.625
Saldo inicial “Conta Corrente” 25.000 28.333 7.222
3.2.1 Modelo Tradicional de Remuneração Variável Disponivel para pagamento 42.500 10.833 -2.403
Indexada ao EVA® Índice de pagamento 33% 33% 33%
Prémio pago 14.167 3.611 0
Este modelo prevê o pagamento de uma percenta- Saldo Final “Conta Corrente” 26.333 7.222 -2.403
gem fixa do EVA®. Refere, ainda, que as recompensas são Fonte: Adaptado de NEVES (2001)
ilimitadas para o sucesso e para o insucesso. Em todo o
caso poder-se-á criar um limite para valores extremamente O facto de o modelo assentar numa percentagem fixa
negativos ou positivos do EVA® (STEWART, 1999). proporciona alavancagem e para uma empresa com EVA®
Este modelo de remuneração cria uma “conta corren- positivo, alinha os interesses dos detentores de capital e
te”, que não é mais que uma retenção de parte dos pré- dos gestores (diminui os conflitos de agência).
mios concedidos, de forma a fazer face a determinadas No entanto, este plano apresenta as seguintes desvan-
circunstâncias (STEWART, 1999). Assim, não se distri- tagens (YOUNG; O’BYRNE, 2000):
bui no ano o total de prémios a que se tem direito de • Uma percentagem sobre o EVA® é uma opção nos
modo a que o gestor não aja, apenas, de acordo com o anos bons para as empresas com baixo desempenho,
curto prazo, para que seja possível retê-lo na empresa, encorajando o gestor a transferir rendimentos e gas-
suaviza as variações dos ciclos de negócios e assegu- tos para outros anos;
ra que apenas a melhoria sustentada seja remunerada • Um baixo nível de desempenho leva ao pagamento
(STEWART, 1999). de um prémio de baixo montante, desmotivando os
Exemplificando: gestores. Já em anos bons os detentores de capital
Sabe-se que: pensarão que estão a remunerar os gestores em ex-
• O Prémio é 3,5% do EVA®; cesso, face ao necessário para os reter na empresa;
• Existe um saldo de
25.000 na “conta corrente”; • Não existe previsão para a melhoria esperada do EVA®,
• Há um limite inferior da “conta corrente” de
-2.500 e o que pode levar ao pagamento de prémios considerá-
um superior de
50.000; veis, mesmo sem gerar valor para o detentor de capital.
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 41
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42 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 43
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44 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
#551%+#6+8+5/1
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 45
5'%614'5
46 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
5'%614'5
mento dos tribunais. Por outro lado, Mudanças as situações de incumprimento das
é mais uma situação em que o legis- normas que determinam a publica-
lador, a pretexto de uma maior sim- O legislador procedeu a alterações ção de anúncio de lançamento de
plicidade e transparência, “acaba ao e aditamentos ao regime da procedimento pré-contratual naquele
arrepio do espírito e da filosofia que contratação pública, em termos jornal, assim como das normas que
estiveram subjacentes à criação do das regras de formação de contratos estabelecem um prazo de suspensão
Código, por condicionar a aplicação e da sua invalidade consequente. mínimo de dez dias entre a notifi-
de princípios tidos por intocáveis nes- cação da decisão de adjudicação e a
ta área, tal como sucedeu, por exem- um novo artigo que representa um outorga do contrato.
plo, com a extensão da aplicação do mecanismo que confere à entidade Fica definido como regra a anula-
procedimento dos concursos públicos adjudicante – ainda que não tenha bilidade dos contratos que vão con-
urgentes às empreitadas de obras pú- sido publicado no JOUE um anún- tra as disposições agora estabelecidas.
blicas”. cio antes do lançamento de um pro- No entanto, mantém-se a possibili-
cedimento de formação de contrato dade de afastar o efeito de anulação
Dois novos artigos – a possibilidade de publicação da do referido contrato. O novo regime
respectiva decisão de adjudicação. O permite afastar a anulação do contra-
O legislador procedeu a alte- que permite aos terceiros interessa- to, a partir do momento em que seja
rações e aditamentos ao regime da dos conhecer a decisão antes da ou- determinada uma redução da dura-
contratação pública, em termos das torga do contrato. ção do mesmo ou, em alternativa, a
regras de formação de contratos e da No que respeita à invalidade con- aplicação de uma sanção pecuniária,
sua invalidade consequente. Quanto sequente de contratos, também um num valor inferior ou igual ao preço
à formação de contratos, juntou-se novo artigo define novas regras para do contrato.
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 47
5'%614'5
48 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
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Informações e
Revista nº, data Sectores Profissão Livros Total
Notícias
1, Jan/Fev de 2010 1 6 3 10
2, Mar/Abr de 2010 1 4 3 8
3, Mai/Jun de 2010 3 3 1 3 10
4, Jul/Ago de 2010 1 2 3 6
5, Set/Out de 2010 2 2 4 3 11
6, Nov/Dez de 2010 2 4 3 9
Editoriais
Revista nº, data Título Autor
1, Jan/Fev de 2010 Contabilidade & Empresas – Ano Novo, Vida Nova (!) Director da C&E
2, Mar/Abr de 2010 Novos Órgãos da Ordem dos TOC Director da C&E
3, Mai/Jun de 2010 O PEC, o PEC e... Os Outros PEC Director da C&E
4, Jul/Ago de 2010 Contabilidade Autárquica Director da C&E
5, Set/Out de 2010 A Auditoria/Revisão de Contas Director da C&E
6, Nov/Dez de 2010 O OE de 2011, os PEC e os “Choques Fiscais” Director da C&E
Texto de Opinião
Revista nº, data Título Autor
1, Jan/Fev de 2010 Mudar para melhorar Guilherme Osswald
2, Mar/Abr de 2010 Um PEC muito pouco original Guilherme Osswald
3, Mai/Jun de 2010 O reconhecimento profissional Guilherme Osswald
4, Jul/Ago de 2010 Às cegas Guilherme Osswald
5, Set/Out de 2010 O novo mundo Guilherme Osswald
6, Nov/Dez de 2010 Um futuro de incertezas Guilherme Osswald
Casos Práticos
Revista nº, data Caso(s) Prático(s) nº(s) Tema Autores
António Borges, Emanuel Gamelas, José Pinhão
1, Jan/Fev de 2010 1 Capitais Próprios Rodrigues, Manuela Martins, Nuno Magro e Pedro
António Ferreira
NCRF 23 – os efeitos de alterações
2, Mar/Abr de 2010 2 João Gomes e Jorge Pires
em taxas de câmbio
NCRF 21 – Provisões, Passivos
3, Mai/Jun de 2010 3e4 Mário da Cunha Guimarães
Contingentes e Activos Contingentes
5, Set/Out de 2010 5 Acções próprias Kátia Lemos e Ricardo Antas Oliveira
Ana Maria Rodrigues, Carla Carvalho, Domingos Cravo
6, Nov/Dez de 2010 6 Contratos de construção
e Graça Azevedo
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54 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH
016%+#5'+0(14/#'5
Quebra nas receitas fiscais faz disparar défice orçamental 1 Jan/Fev de 2010 31
Aumentam adesões ao Sistema Nacional de Compras Públicas 1 Jan/Fev de 2010 32
Impactos fiscais das NIC e do SNC 1 Jan/Fev de 2010 33-5
O grande equívoco do lucro real, Manuel Benavente Rodrigues 2 Mar/Abr de 2010 31
Preços de transferência em sede de IVA, Rui Manuel Pereira da Costa Bastos 2 Mar/Abr de 2010 32-40
DGCI notifica incumpridores para entregarem impostos retidos e recebidos de terceiros 2 Mar/Abr de 2010 40
PEC obriga a medidas de rigor e controlo orçamental 2 Mar/Abr de 2010 41
Défice do subsector Estado tornou a agravar-se 2 Mar/Abr de 2010 42
Governo refere que transformações fiscais são “intencionalmente cautelosas” 2 Mar/Abr de 2010 43-4
Orçamento segue propostas do Grupo para o Estudo da Política Fiscal 2 Mar/Abr de 2010 45
Benefícios (subaproveitados) em matéria de Segurança Social, Cristina Costa Pinto 3 Mai/Jun de 2010 22-5
Tribunais não se entendem quanto à responsabilidade subsidiária de gerentes 3 Mai/Jun de 2010 26
IVA - Regime das Pequenas Empresas 3 Mai/Jun de 2010 27
Administração central cria estágios profissionais 3 Mai/Jun de 2010 28
Programas voluntários sobre offshores devem beneficiar princípios da transparência 3 Mai/Jun de 2010 29
Fisco “aperta malha” a empresas e administradores 3 Mai/Jun de 2010 30
Recuperação económica está a “ajudar” a receita fiscal 3 Mai/Jun de 2010 31
Valor da cobrança coerciva supera as melhores expectativas 3 Mai/Jun de 2010 32
IVA sobre ISV não está sujeito a devolução 3 Mai/Jun de 2010 33
Bruxelas pretende acabar com dupla tributação sobre fundos de capital de risco 3 Mai/Jun de 2010 34
A derrama municipal, José Luís Saldanha Sanches (1944-2010) 4 Jul/Ago de 2010 26
Estado poupa 110 milhões com sistema de compras públicas 4 Jul/Ago de 2010 27
Trabalhadores e reformados pagam a crise 4 Jul/Ago de 2010 28
Finanças têm que dar luz verde a novas contratações públicas 4 Jul/Ago de 2010 29
Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo sem alterações de fundo 4 Jul/Ago de 2010 30
Finanças monitorizam reforma da administração pública 4 Jul/Ago de 2010 30
Deduções fiscais incentivam obras de eficiência energética 4 Jul/Ago de 2010 31
Sector Empresarial do Estado garante continuidade das reformas 5 Set/Out de 2010 29
Estado já não apoia compra de automóveis convencionais 5 Set/Out de 2010 30
Portugueses suportam forte agravamento fiscal 5 Set/Out de 2010 31
Operação “Resgate fiscal” recupera 812 milhões em dois anos 5 Set/Out de 2010 32
Programas informáticos de facturação têm que ser certificados 5 Set/Out de 2010 33
União Europeia simplifica facturação do IVA 5 Set/Out de 2010 34
Comissão quer rever tributação sobre produtos alcoólicos 5 Set/Out de 2010 34
Portugal instado a transpor directiva sobre serviços 5 Set/Out de 2010 34
Prorrogada directiva que define modalidades de reembolso do IVA 5 Set/Out de 2010 35
Tratamento contabilístico-fiscal dos contratos de construção – análise da Circular nº 8/2010, Ricardo Antas Oliveira 6 Nov/Dez de 2010 28-30
Fiscalidade no imobiliário – tributação do património – particularidades, Abílio Marques 6 Nov/Dez de 2010 31-3
A Fatura Geral do Estado, Ricardo Araújo Pereira 6 Nov/Dez de 2010 34
DGCI fiscaliza transferências para offshore 6 Nov/Dez de 2010 35
Intensificadas medidas de combate à fraude e evasão fiscais 6 Nov/Dez de 2010 36
Governo garante intensificação da cooperação com países de língua portuguesa 6 Nov/Dez de 2010 37
Cobrança coerciva ultrapassa os mil milhões 6 Nov/Dez de 2010 37
Certificação da dedução dos prejuízos fiscais por ROC 6 Nov/Dez de 2010 38-9
Certificação de software de facturação 6 Nov/Dez de 2010 39
Finanças assinam dois contratos de financiamento com o BEI 6 Nov/Dez de 2010 39
AUDITORIA
Ética e auditoria, António Lopes de Sá 1 Jan/Fev de 2010 36
Normas Internacionais de Auditoria Clarificadas 1 Jan/Fev de 2010 37
Revisores Oficiais de Contas com controlo de qualidade mais exigente 1 Jan/Fev de 2010 38
Ordem dos Revisores Oficiais de Contas quer mais transparência no sector 1 Jan/Fev de 2010 39
Revisão de contas e auditoria nas PME portuguesas 2 Mar/Abr de 2010 46
O ROC, a crise financeira e o SNC, Joaquim Fernando da Cunha Guimarães 3 Mai/Jun de 2010 35-40
Manuais sobre Normas Internacionais de Auditoria 3 Mai/Jun de 2010 40
Opinião e informação em contabilidade, António Lopes de Sá 4 Jul/Ago de 2010 32-4
Panegírico a António Lopes de Sá 4 Jul/Ago de 2010 35
Conselho Nacional de Supervisão e Auditoria 4 Jul/Ago de 2010 36
Controlo de Qualidade dos ROC 4 Jul/Ago de 2010 36
Graves acusações contra balanços fantasiosos, António Lopes de Sá 5 Set/Out de 2010 36-7
A revista da Ordem dos ROC 5 Set/Out de 2010 37
Os primórdios da profissão de ROC (breves referências), Joaquim Fernando da Cunha Guimarães 5 Set/Out de 2010 38-9
X Congresso dos ROC 5 Set/Out de 2010 41
Curso de preparação para ROC 5 Set/Out de 2010 41
Livro Verde sobre a Auditoria 5 Set/Out de 2010 41
Reunião do Conselho Geral da CNC 5 Set/Out de 2010 41
X Congresso dos ROC 6 Nov/Dez de 2010 40
VE e C&E no X Congresso dos ROC 6 Nov/Dez de 2010 40-1
Livro “Auditoria Financeira” (9.ª edição/2010) 6 Nov/Dez de 2010 41
Auditoria das PME 6 Nov/Dez de 2010 41
Comissão Europeia divulga Livro Verde sobre Auditoria 6 Nov/Dez de 2010 41
GESTÃO E FINANÇAS
Medição de performance, Paulo Moura Castro 1 Jan/Fev de 2010 40-41
O regresso do cash is king, Paulo Moura Castro 2 Mar/Abr de 2010 47-8
Crises e sobrevivência empresarial, Agostinho Manuel dos Santos Costa 3 Mai/Jun de 2010 41-2
A análise financeira municipal integrada, Alexei Tchikoulaev 4 Jul/Ago de 2010 37-43
Due diligence, Paulo Moura Castro 5 Set/Out de 2010 42-4
Fisco intensifica fiscalização a offshores e software de facturação 5 Set/Out de 2010 44
Objectivos estratégicos. Como alcança-los?, Agostinho Manuel dos Santos Costa 6 Nov/Dez de 2010 42-4
DIREITO SOCIETÁRIO
Aquisição de acções (quotas) próprias, José Vieira dos Reis 5 Set/Out de 2010 45-6
ASSOCIATIVISMO
Eleições para OTOC contam com três listas 1 Jan/Fev de 2010 48
TOC são primeira rede de avaliação entre Estado e empresas 2 Mar/Abr de 2010 49
APOTEC atribuiu Prémios de Investigação 2 Mar/Abr de 2010 50
IATOC e APOTEC completaram “33.º Aniversário” 2 Mar/Abr de 2010 50
35.º aniversário da APPC e 100.º número da revista “Contabilidade & Finanças” 3 Mai/Jun de 2010 43
“Jornal da Contabilidade” da APOTEC completa 33.º aniversário 3 Mai/Jun de 2010 43
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Impostos diferidos
CASO PRÁTICO Nº 7
Apurar os impostos diferidos decorrentes das situações pelo montante da revalorização não é considerado como
abaixo indicadas e proceder ao seu registo contabilístico rendimento tributável. Assim,
na sociedade BETA (a taxa de IRC com derrama é de
Valor: 960.000 * 26,5% = 254.400 euros.
26,5%):
No ano N-1 a sociedade BETA apurou um prejuí- Também se deverá proceder à reversão do imposto di-
zo para efeitos fiscais de 440.000 euros, havendo ferido pelo excedente de depreciação que não é considera-
a expectativa da sua total recuperação em lucros tr do como gasto fiscal:
APLICAÇÃO 60 ibutáveis num futuro muito pró-
ximo (aquém dos quatro anos); Valor: 150.000 * 26,5% = 39.750 euros.
No ano N foram registados na contabilidade gastos de
depreciações que excediam os limites fiscais no valor Deverá ser reconhecido um imposto diferido passivo
de 160.000 euros; correspondente ao rendimento contabilístico decorrente
Procedeu-se a uma revalorização livre de activos da aplicação do método do justo valor às propriedades
fixos tangíveis que originou um excedente de re- de investimento, mas que não é rendimento para efeitos
valorização (reserva de reavaliação) de 960.000 fiscais:
euros, que não é reconhecida para efeitos tribu- Valor: 640.000 * 26,5% = 169.600 euros.
tários. Em resultado desta revalorização, as de-
preciações do período sofreram um acréscimo de Deverá ser revertido parte do imposto diferido acti-
150.000, montante este que não releva para efeito vo reconhecido no não N-1, na parte correspondente ao
de tributação; montante de prejuízo fiscal que é absorvido pelo lucro
Durante o exercício foi reconhecido um rendimen- tributável no ano N:
to de 640.000 euros resultante da adopção do Valor: 320.000 * 26,5% = 84.800 euros.
método do justo valor às propriedades de inves-
timento;
LANÇAMENTOS
No fim do ano N, a sociedade Beta apresentou um
Op. Contas movimentadas
lucro tributável de 320.000 euros, o qual foi total- Dia Descrição Importância
nº Débito Crédito
mente absorvido pela utilização parcial do prejuízo OPERAÇÕES DO ANO N-1
1 Constituição imposto 27.41 81.22 116.600,00
fiscal transitado do ano N-1;
diferido activo
&217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH 57
.+8415
58 &217$%,/,'$'( (PSUHVDV_-$1)(9_QVpULH