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Introdução

No contexto histórico da hanseníase no estado do Amazonas, destacam-


se três principais espaços sociais de confinamento que compõem a historia de
estigma1, sofrimento e preconceito vivido por diversas pessoas afetadas pela
moléstia no Amazonas e outros estados do Brasil. O primeiro espaço social de
isolamento dos doentes é denominado Umirisal, criada no XIX com a finalidade
de tratar os doentes acarretados pela varíola, e na Linha do Tiro. As precárias
instalações desse lugar não comportavam muitos doentes, e também não
havia ambulatório específico na cidade para acompanhamento e tratamento.
Construída para hospedar emigrantes, Paricatuba foi abandonada por está
localizada distante de Manaus. A miséria dos doentes era tanta, que comoveu
a população de Manaus, organizando-se uma subscrição popular destinada a
levantar fundos para recuperar Paricatuba, sendo inaugurado em 1930. O
Amazonas estava preparado para seguir a política de Belizário Pena, a do
Isolamento dos doentes em hospitais-colônias, em face de explosão da lepra
em todo o País, controlando deste modo a sua maior disseminação. Em 1965
Paricatuba foi desativado e os doentes foram aos poucos transferidos para o
Hospital-Colonia “Antônio Aleixo”, criada em 10 de fevereiro de 1942, no
mandato do governador Álvaro Maia, tem, no nome, uma homenagem ao
ministro da Educação da época. A estrutura da Colônia seguiu o mesmo
modelo dos hospitais-colônia no Brasil, e recebia os doentes que eram levados
para lá de barco ou automóveis.
Infelizmente a hanseníase carrega um preconceito que nenhuma outra
doença foi capaz de gerar ao seu portador, pois por muitos séculos não havia
cura, no qual se considera a hanseníase como uma das poucas doenças que
causou tanto horror e motivou medidas oficias contra a sua propagação e,
principalmente, contra o seu portador. Medidas que marcaram socialmente,
intimamente, pessoalmente aqueles que tiveram sequelas profundas no seu
corpo. São estigmas que ate hoje, não somente o portador da doença, mas
também toda a família sofre preconceito, por pessoas que desconhecem as

1Os gregos, que tinham bastante conhecimento de recursos visuais, criaram o termo estigma
para se referirem a sinais corporais com os quais se procurava evidenciar alguma coisa de
extraordinário ou mau sobre o status moral de quem os apresentava (GOFFMAN, 2004, p. 5).
formas de transmissão, e que não sabem que desde .... o tratamento é
disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saude – SUS.
A hanseníase é uma doença milenar conhecida por lepra desde os
tempos bíblicos que traz consigo a marca do preconceito, discriminação e
exclusão social desde o seu surgimento. É uma doença infecto-contagiosa de
evolução crônica, cujas manifestações clínicas têm predominância na pele e/ou
nervos periféricos. Seu agente causador é o mycobacterium leprae ou bacilo
de Hansen, um parasita intracelular, que se instala nas células cutâneas ou
nas células de nervos periféricos podendo se multiplica.
Apesar da cura da hanseníase, a doença ainda é um problema de saúde
publicas em países que não possui saneamento básico adequado. O Brasil
apresenta uma taxa de prevalência de 1.5 casos/ 10.000 habitante, taxa que
deixa o Brasil em segundo lugar em numero absoluto de casos de hanseníase,
ficando apenas atrás da Índia, posição lastimável, considerando que esta
doença há muito tempo encontra-se erradicada nos países do “primeiro
mundo”.
A extinção dos “hospitais colônias” espelhados pelo Brasil, fez com que
os hansenianos pudessem ultrapassar os muros do espaço social de
confinamento e começasse a conviver em sociedade. Infelizmente mesmo
após a extinção dos “hospitais colônias” o preconceito que a doença carrega
ainda é um obstáculo para desmistificar as formas de transmissão. A
transformação de vários “hospitais colônias” em bairros, a troca do termo lepra
por hanseníase, o janeiro roxo são exemplos de políticas públicas que tentam
diminuir a carga de preconceito que envolve o estigma deixado pela doença.
Essas políticas públicas ainda não foram capazes de informar a sociedade em
geral que hanseníase tem cura e que o quanto antes for diagnosticado mais
cedo à pessoa é curada.

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