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Abstract
Passing through intrinsic issues to geographical knowledge and the process of teachers training,
the teaching of some contents of the science has been injured. The climatology as a part of this
theorical body has received small contributions in order to analyze the impacts of the issues at the
learning process. Using the theories of Ausubel about the Meaningful Learning and the Duval
(1988) one about Registers of Semiotic Representation, is expected to extract through a workshop
held with the public high school students, which represent patterns have been used to indicate
climatic factors. With the help of theoretical discussions and analysis, the objective is to identify
the semiotic representations of students about the climatology of content and demonstrate the
importance of the concept maps as an activity to be held at all stages of the construction of
knowledge, drawing which previous knowledge anchor new concepts.
Keywords: scholar climatology; meaningful learning; semiotics.
Introdução
As diversas problemáticas relacionadas ao ensino de conteúdos da chamada
“geografia física” perpassam por questões intrínsecas a própria natureza e história do
conhecimento geográfico e sua inserção na instituição escolar.
1
Graduando em Geografia e bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) na Universidade Estadual
de Londrina. E-mail: victorhugo.oliveira16@gmail.com.
Estas questões, porém, transcendem as metodologias, formação de professores e
todos os componentes envolvidos nos processos de ensino, chegando, portanto, aos
processos de aprendizagem. Partindo de uma abordagem ausubeliana, e de conceitos
chave como os de subsunçor, diferenciação progressiva e reconciliação integrativa
podem-se projetar algumas hipóteses para esses problemas e suas possíveis soluções.
É a partir destes pressupostos que o presente artigo foi construído, tendo como
principal objetivo identificar, mediante a construção de mapas conceituais imagéticos
referente aos fatores climáticos (latitude, altitude, massas de ar, continentalidade,
maritimidade e correntes marítimas) em uma oficina realizada com alunos de Ensino
Médio de escola pública, as representações semióticas criadas pelos educandos quanto
aos conteúdos de climatologia geográfica ministrados na educação básica. A oficina foi
aplicada um dia após as aulas referente ao conteúdo citado, que foram observadas afim
de enriquecer a análise.
Por meio destes mapas conceituais, pretende-se compreender quais estruturas
cognitivas ancoram e contribuem para a formação de novos conhecimentos. Essa análise
foi feita a partir da teoria dos registros de representação semiótica, formulada por
Raymond Duval (1988) com base nas reflexões semióticas aplicadas ao âmbito do
aprendizado de matemática.
Tipo Descrição
Fonte: Adaptado de DAMM, 2002 apud BONOTO; SOARES; MARTINS, 2010, p. 16.
O autor, portanto, defende que não existe há como estudar objetos matemáticos
por meio de representações computacionais – que em essência é diferente dos objetos em
si – e é necessário que a simples capacidade de solução de problemas por meio das
representações não é suficiente para a apreensão dos conceitos, sendo necessária a
apropriação de diversas formas de representação de um objeto.
Simonetti et al. (2014) cita como atividade cognitiva que também está presente
nos registros de representação semiótica a do “tratamento” que consiste na transformação
de uma representação em outra equivalente. Cada sistema de representação apresenta
diferentes possibilidades de registro. Outra atividade é a da “conversão” que abrange a
transformação de uma representação em outro registro. Um exemplo citado pela autora é
a expressão “triangulo equilátero” ser convertida em uma imagem representando o
mesmo.
Com o respaldo das duas teorias citadas, acreditando-se que a Geografia também
possui uma grande quantidade de conceitos abstratos e que necessitam de representações
para sua compreensão por parte dos alunos, e de que os signos apresentam uma grande
correlação com os subsunçores descritos por Ausubel, foi realizada uma oficina de mapas
conceituais com os fatores climáticos. Afim de adequar o trabalho as dificuldades
enfrentadas no Ensino Médio do período noturno como um todo – aulas curtas, educandos
cansados pela jornada de trabalho – o mapeamento conceitual foi feito de forma
simplificada, apenas com um conceito central e os fatores como conceitos secundários.
Por meio dos resultados e uma análise que busque expressar as representações
semióticas mais utilizadas pelos alunos, como podem demonstrar a importância dos
conhecimentos prévios no desenvolvimento de uma aprendizagem significativa que
supere problemáticas enfrentadas na gênese dos conteúdos de climatologia que são
ministrados na educação básica brasileira.
O uso de recursos como o cacto para representar climas mais secos e a ideia de
massas de ar como aglomerações mais ou menos úmidas demonstra quais subsunçores
foram despertados durante o processo de diferenciação progressiva. Não seria possível a
respectiva gravura sem o conhecimento dos signos que remetem a falta de umidade, já
que a figura do cacto sempre remeterá – ao menos no senso comum – a ideia de deserto.
Vale ressaltar que outros alunos se utilizaram de recursos semelhantes em seus registros
de representação.
Quanto ao conceito de latitude, praticamente todos os trabalhos recorreram a
representação cartográfica dos paralelos cortando o globo terrestre. Isso indica uma inicial
aprendizagem mecânica, afim de criar as bases para o entendimento de um conceito
abstrato.
Em um segundo grupo de imagens, foi perceptivo o uso de recursos além das
imagens e a simples legenda com o nome do conceito exposto. Houve o uso de textos
explicativos referentes as influencias dos fatores climáticos aos elementos temperatura,
umidade do ar, pressão atmosférica e radiação solar.
Nestes textos explicativos, a explicação dos conceitos feita pelo professor nas
aulas anteriores a aplicação da atividade teve uma grande influência, de forma a utilizar
setas e outros recursos que foram ilustrados na lousa. A aprendizagem aqui, está muito
mais relacionada a representações textuais e orais criadas pelo educador, demonstrando
novamente um processo mecânico que pouco foi ressignificado e influenciado pelos
conceitos prévios de cada aluno, exemplo que está exposto na Figura 2.
Considerações Finais
Com a aplicação da oficina, foi possível notar inicialmente a grande dificuldade
em relacionar os conhecimentos de climatologia com outros fatores de natureza social ou
cultural. A já discutida dicotomia do humano versus físico parece não ter sido superada
no âmbito do ensino de Geografia, ao menos nos processos de aprendizagem.
Quanto aos três padrões de representação identificados, é possível encontrar
discussões importantes quanto a importância de noções cartográficas outrora tachadas
como “tradicionais” como o próprio uso da imagem do globo terrestre. Vale ressaltar,
que mesmo com a importância do conhecimento científico para o desenvolvimento dos
educandos, a escola teria também a função de interiorizar o cotidiano afim de confrontá-
lo com esta forma de conhecimento. Apesar do grau de abstração dos conceitos
geográficos, e mais especificamente climáticos, há uma grande possibilidade de que estes
sejam relacionados a conteúdos da vivência de cada aluno.
O uso da aprendizagem mecânica é justificado por Ausubel, como já citado, para
a criação de bases cognitivas inexistentes e que posteriormente serão ressignificadas.
Recursos que remetem a outras vivências que pouco remetam ao novo conhecimento
construído pode contribuir na mesma medida que cria confusões nos processos
cognitivos.
Acredita-se que o artigo tenha alcançado o objetivo de criar uma proposta
diferenciada para a análise do aprendizado dos educandos. Ambas as propostas teóricas,
Aprendizagem Significativa e Registros de Representação Semiótica fornecem um olhar
ao educador que busca investigar as capacidades de conexão e referencialidade com o
mundo externo, que igualmente aos fatores sociais e naturais, são indissociáveis da
escola.
Referências
BONOTO, Danusa de Lara; SOARES, Maria Arlita da Silveira; MARTINS, Maria
Claita Machado. A análise dos registros de representação semiótica no objeto de
aprendizagem “Potencializando o seu conhecimento”. Vivências, Erechim, v. 6, n. 9, p.
13-24, mai. 2010.
SILVA, Sérgio Henrique Pinto. Geografia Física e Geografia Humana: uma dicotomia a
ser superada?. Outros Tempos, v. 4, n. 4, p. 40-49, 2007.