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APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA COMO PROMOTOR DA

ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA: MUDANÇAS DIDÁTICAS PARA A


ADAPTAÇÃO DE METODOLOGIAS

Clarice Nascimento Melo 1

RESUMO

As linhas de pesquisa em ensino de ciências naturais tem procurado, entre outras coisas, promover a
alfabetização científica para alcançar um modelo de sociedade cada vez mais consciente sobre a sua
realidade e como modifica-la para melhor. Muitas são as propostas de recursos, metodologias e
estratégias possíveis para a adaptação dos conteúdos, tornando-os significativos, entre eles a
interdisciplinaridade, a utilização de ensino por investigação e de temas norteadores. É importante que
elas sejam diversas para atender o maior número de necessidades nas diferentes realidades escolares.
As informações que serão discutidas neste trabalho, obtidas através de pesquisa bibliográfica, tratam
de algumas possibilidades de aprimoramento de didáticas já existentes dentro do sistema educacional
em buscando um contexto mais aproximado da alfabetização científica.
Palavras-chave: Alfabetização científica, ensino de ciências, aprendizagem significativa,
metodologias.

INTRODUÇÃO

Dentro do contexto educacional vive-se um cenário onde predomina firmemente a


tendência liberal tradicionalista de ensino. Ainda que a eficiência da formação de cidadãos
através dessa tendência seja constantemente questionada, ela segue sendo a mais reproduzida
por alunos, professores, gestão escolar, etc. Nessa tendência o papel da escola resume-se a
produzir os indivíduos para o mercado de trabalho, o papel do aluno é o de copiar e fazer o
que lhe foi dito e o do professor é de treinar habilmente o aluno (QUEIROZ, 2007).
Esse método convencional foge aos interesses da aprendizagem significativa: vertente
que leva em consideração o conhecimento prévio do aluno e o utiliza como partida para a
construção de estruturas mentais que o auxiliem na fixação de novos conhecimentos. O aluno
que não pesquisa ou que simplesmente não investiga os fatos está fadado a tornar-se um mero
reprodutor de conhecimentos, sem o entendimento dos fenômenos e situações (FREIRE,
2007). A reflexão constante sobre as práticas pedagógicas utilizadas e os seus objetivos é,
também, ignição para possíveis mudanças.

1 Graduanda do Curso de Química Licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN,
claricemelo1@hotmail.com;
Ao apropriar-se da experiência de vida prévia, de suas dificuldades e realidade, o
processo educativo se aproxima do estudante e o aproxima da compreensão dos conceitos e
conteúdos escolares. Essa relação pode gerar resultados muito positivos para o indivíduo e
para a sociedade, pois, através desse processo, dá-se, também, a alfabetização científica.
Miller (1996) define alfabetização científica como sendo um nível de compreensão da
ciência e tecnologia necessário ao indivíduo para funcionar como cidadão e consumidor na
nossa sociedade. Um ser alfabetizado seria aquele que entende o mundo e percebe as relações,
interferências e aplicações que se estabelecem entre ciência, tecnologia e sociedade. Esse ser,
então, torna-se apto a tomar decisões que afetam a sua individualidade e a sociedade onde
vive num sentido transformador, tendo consciência dos passos que segue.
Torna-se indispensável o efeito da alfabetização científica quando há a necessidade de
cidadãos antenados às questões que relacionam o desenvolvimento científico e tecnológico e a
poderosa influência sobre o comportamento humano que elas exercem (SANTOS, et al.,
2001). Entender que os hábitos de consumo, as relações humanas, o modo de vida, as relações
de trabalho, as crenças e valores estão cada vez mais ligadas às de demandas do
desenvolvimento tecnológico, são consequências da implementação dessa vertente.
Sendo um conceito relativamente novo, ainda é necessária a expansão de áreas de
pesquisa em ensino das ciências que estudem e desenvolvam recursos e estratégias para a
promoção da alfabetização científica. Mesmo assim, existem muitas contribuições que podem
ser consideradas consistentes por apresentarem propostas de adaptação de métodos para o
desenvolvimento de atividades que alcancem esse objetivo. Utilizar-se da
interdisciplinaridade, de técnicas de investigação e de temas norteadores, são alguns dos
possíveis caminhos para chegar onde se deseja.

METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica qualitativa para


obtenção de artigos que compreendessem a proposta do tema. Foram escolhidos materiais
pertinentes através do portal Periódicos Capes. A seleção realizou-se com base nos termos
interdisciplinaridade, temas norteadores e investigação, associados a alfabetização científica e
aprendizagem significativa.

DESENVOLVIMENTO
1. Interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade em práticas educacionais, segundo os Parâmetros Curriculares


Nacionais, é considerada como o conjunto de orientações oficiais em relação aos princípios,
fundamentos e procedimentos a serem observados na organização pedagógica e curricular
(DA SILVA, et al., 2018, pg. 2). Não é a pretensão de criar novas disciplinas, apenas é utilizar
os conhecimentos das varias disciplinas para obter a resolução de um problema ou entender
um fenômeno através de diferentes óticas.
Os PCNs ainda indicam que é necessário evitar a compartimentalização das
disciplinas, mediante a interdisciplinaridade e estimulando o raciocínio e a capacidade de
aprender. Tal proposta procura ligar de maneira complementar e correlata, conexões internas e
passagens entre os conhecimentos. De tal forma o currículo deve considerar conteúdos e
estratégias de ensino e aprendizagem que habilitem o aluno para a formação cidadã e as
relações em sociedade, à atividade produtiva e experiências subjetivas, visando à integração
entre as mesmas.
Disciplinas como a história, a filosofia e a sociologia da ciência contextualizam o
ensino de ciências por contribuirem para a humanização dessa área e para torná-la próxima
dos interesses pessoais, éticos, culturais e políticos da comunidade. Dentro da área das
Ciências da Natureza, as disciplinas envolvidas possuem, entre si, correlações, implícitas e
explicitas, que são percebidas com maior nitidez e facilidade, visto que co-existem nos
sistemas naturais. Portanto, a interdisciplinaridade nessa área contribui para a percepção do
mundo de uma maneira mais generalista e permite a interpretação da interferência dessas
áreas umas nas outras e delas para a sociedade.

2. Investigação

Partindo da ideia de que os alunos podem ser agentes de transformação da sociedade


que atua de maneira efetiva sobre a sua prória realidade. A fim de proporcionar uma melhor
formação cidadã, é necessário oferecer aos indivíduos, habilidades relacionadas ao processo
de alfabetização científca, de forma a proporcionar uma melhor compreensão e uma atuação
mais crítica e reflexiva no desenvolvimento da sociedade como um todo (ROSA, et al., 2017).
O papel do professor passa a ser o de um provocador da curiosidade através de
situações problema em que sejam necessárias habilidades de investigar, refletir, elaborar
hipóteses e propor conclusões para o problema sugerido. Para tanto, o professor precisa
passar, em sua formação acadêmica, por disciplinas que permitam o acesso a novas
metodologias, tais como o ensino por investigação.

3. Temas norteadores

Incorporar temas contemporâneos às práticas pedagógicas de professores de química,


uma das ciências da área das Ciências da Natureza, tem sido uma tendência no ensino escolar
brasileiro para tentar aumentar o interesse dos estudantes do Ensino Médio pelos conteúdos de
química, o que pode ser atribuído à difculdade de associá-los às situações cotidianas
(PICCOLI, et al., 2014). Essa ação de escolher temas da vivência do aluno relaciona quesitos
de interdiscipinariedade e aprendizagem significativa.
A multiplicidade de possibilidades dessa metodologia reside na aplicação de qualquer
tema ser um tema possível para a execução de discussão, investigação e pesquisa. Temas
sociais, ambientais, relacionados à saúde e à alimentação, para citar poucos exemplos, são
conectores entre a realidade dos estudantes e questões conceituais que, no sentido da
utilização da aprendizagem significativa, se tornam úteis e ideais.
Trabalhar nessa perspectiva exige que o professor fuja da perspectiva conteudista e
passe a integrar suas aulas aproximando-as dos alunos e, se utilizando dessa proximidade para
despertar o interesse desses alunos para o exclarecimento de situações da realidade utilizando
os conteúdos das disciplinas como ferramentas de investigação e de obtenção de respostas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No contexto da promoção da alfabetização científica e analisando as três propostas


descritas, pode-se perceber que as três podem ser utilizadas separadamente ou em conjunto.
Essa multiplicidade de possibilidades vasculariza a gama de opções que um professor de
ciências dispõe na hora de planejar uma aula. Se entre os seus objetivos constar a
alfabetização científica de seus alunos, ele poderá se armar de uma dentre as várias, ou de
algumas delas em conjunto.
Utilizar de problemáticas relacionadas a temas cotidianos dos alunos amplia a
capacidade de se comunicar, através do domínio dos conhecimentos adquiridos nas aulas
regulares, contribui com o desenvolvimento de autonomia, contribuindo para que segurança
para a tomada de decisões e para a negociação nas situações do dia a dia fosse, cada vez mais,
uma característica forte desses estudantes. Além disso, valores, éticos e morais, também são
resultados que podem vir a ser percebidos numa sociedade alfabetizada cientificamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A discussão apresentada neste trabalho tenta despertar a discussão sobre os métodos e


metodologias utilizadas nas aulas de ciências que permitam a educação crítica e posterior
formação de alunos alfabetizados cientificamente, ressaltando a importância de pessoas que
compreendam os processos de ciência, tecnologia e sociedade como interrelacionados.
É necessário que exista investimento na área de pesquisa que compreende o
desenvolvimento dessas metodologias para o ensino de ciências, visto que se trata de uma
área, muitas vezes, considerada de dificil compreensão por ser muito abstrata. A utilização de
conexões entre a realidade dos estudantes e os conteúdos é uma das maneiras de torná-los
interessados e, apartir daí, promover reflexão e posterior criticidade.
Alem disso, percebe-se a necessidade da revisão dos currículos dos cursos de
licenciatura para que compreenda a educação dos futuros professores da área para que eles
também percebam as relações entre ciência, tecnologia e sociedade. Desenvolvendo novos
olhares individuais e provocando o olhar dos alunos, permitindo, também, o desenvolvimento
deles. Em busca de uma sociedade cada vez mais consciente e sábia, a alfabetização científica
aparece para garantir autonomia de pensamento e de decisão a qualquer pessoa que tenha
passado pelo processo, sendo ele o ponto de partida e o objetivo sonhado pelo processo
educacional.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Ministério da Educação.


Brasília, 1999.

DA SILVA, Diogo; PATRON, Felipe; DE LOURDES BATISTA, Irinéa.


Interdisciplinaridade Na Alfabetização Científica: Relações Entre Teorias De
Aprendizagem, Abordagens Da HFSC E Instrumentos Didáticos. Uma Análise Do Enpec
2015. Revista Interdisciplinar de Ciência Aplicada, v. 3, n. 6, p. 33-37, 2018.
FREIRE, Leila. Pensamento crítico, enfoque educacional CTS e o ensino de química.
2007.

MILLER, Jon D. Scientific literacy for effective citizenship. In: YAGER, Robert E. Ed.
Science/ technology/society as reform in science education. New York: State University of
New York Press, 1996.

PICCOLI, Graziela Richetti; ALVES, José de Pinho Filho. Automedicação no Ensino de


Química: uma proposta interdisciplinar para o Ensino Médio. Educación Química. 25.
2014.

ROSA, Lívia Maria Ribeiro; SUART, Rita de Cássia; MARCONDES, Maria Eunice Ribeiro.
Regência e análise de uma sequência de aulas de química: contribuições para a
formação inicial docente reflexiva. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru , v. 23, n. 1, p. 51-70,
Mar. 2017 .

SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos; MORTIMER, Eduardo Fleury. Tomada de decisão
para ação social responsável no ensino de ciências. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru , v. 7, n.
1, p. 95-111, 2001.

QUEIROZ, C.; MOITA, F. As Tendências Pedagógicas e seus Pressupostos. Fascículo 09 –


Fundamentos Sócio Filosóficos da Educação. Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.

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