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em face da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público interno, devendo ser citada na
pessoa do seu Procurador-Chefe, a teor do art. 35, V, da Lei Complementar 73/93, com
representação situada na Avenida Maximiano Figueiredo, 404, Centro, nesta Capital,
pelos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos.
2. DA SÍNTESE FÁTICA
Nos últimos anos, a Defensoria Pública da União na Paraíba tem observado uma
intensa reiteração de demandas individuais 1 envolvendo o indeferimento ou suspensão
1
Alguns dos processos em que há atuação da DPU/PB sobre a temática: nº: 08017207420134058200 (3.ª Vara
Federal, 05010077020164058200 (7.ª Vara Federal), 05022479420164058200 (13ª Vara Federal),
Diante desse cenário, é irrefutável a legitimidade passiva da União, uma vez que,
embora o cadastramento local dos beneficiários seja feita por órgão vinculado ao
município, o Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda de
origem do governo federal.
Além disso, cabe à Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (SENARC), órgão
vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a análise dos processos de
averiguação cadastral dos beneficiários do programa, assim como a realização da
listagem das famílias beneficiadas, como visto na Portaria GM/MDS nº94/2013.
Por essa razão, deixa-se de indicar o Município de João Pessoa para integrar a lide
em comento, posto que o ente municipal apenas atua na identificação das famílias
indicadas na listagem da SENARC.
Veja-se, ademais, que o próprio Superior Tribunal de Justiça já se manifestou a
respeito:
2
Vide: http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/assistencia-social/bpc-beneficio-
prestacao-continuada.
Para mais, vislumbre-se que o critério objetivo da renda, como forma de aferir a
“miserabilidade familiar”, vem sofrendo temperamento diante das circunstâncias fáticas
apresentadas nos casos concretos. Esse viés hermenêutico encontra respaldo nos
correntes julgados do Superior Tribunal de Justiça:
“(...) podemos dizer que os direitos sociais, como dimensão dos direitos
fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo
Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais,
que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos
que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São,
portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade. Valem como
pressupostos do gozo dos direitos individuais na medida em que criam
condições materiais mais propícias ao auferimento da igualdade real, o
que, por sua vez, proporciona condição mais compatível com o exercício
efetivo da liberdade”.
3
José Afonso da Silva, Direito constitucional, p. 806.
Pois bem, antecipa-se que a efetivação da demanda delineada nesta inicial não
deve ser obstaculizada sob o argumento de indisponibilidade orçamentária e financeira
do Estado, posto que a concretização dos benefícios concernentes ao direito à
assistência social corresponde ao cumprimento das obrigações constitucionais na área
4 MARINONI, Luiz Guilherme. Novas Linhas do Processo Civil. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 1999, p.110.
5
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social, 4ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p.
512.
O art. 16 da Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública - LACP) estabelece que:
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado
improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer
legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se
de nova prova.
Dessa forma, a decisão do juiz na ação civil coletiva ficaria restrita aos limites
territoriais de sua competência, não podendo abranger todo o território nacional/
estadual ou outro, não integrante de sua jurisdição. Todavia, a norma aludida não pode
assim ser interpretada.
Neste sentido, cabe transcrever as elucidações de Leonel Ricardo Barros :
5. DA TUTELA DE URGÊNCIA
O artigo 300 do Código de Processo Civil de 2015 dispõe que pode o Juiz, a
qualquer tempo, antecipar os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que
preenchidos determinados requisitos, quais sejam: a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Por sua vez, o art. 12 da Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85) estabelece a
possibilidade de concessão de mandado liminar, nos casos de possibilidade de dano
irreparável ao direito em conflito, decorrente da natural morosidade na solução da lide.
6. DOS PEDIDOS