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A monografia “Terceirização na administração pública: Reflexões a partir da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte”, de Thaymara Rodrigues, usou como


principal referência um estudo de caso elaborado por Petrus Saldanha na própria
universidade, um trabalho interessante sobre o processo de implantação da terceirização,
porém com uma discussão limitada ao aumento de custo com os trabalhadores
terceirizados durantes os anos de 2006 e 2013. Já no trabalho de Rodrigues são
apresentados todos os indicadores procurados, principalmente, em relação as condições
de trabalho dos trabalhadores terceirizados, no caso, dos segmentos de segurança e
limpeza. A autora se dedica a uma pesquisa de campo junto aos trabalhadores
terceirizados e alguns representantes sindicais. Dessa forma, quando apresenta o
“pensamento da classe trabalhadora” sobre a terceirização a autora traça quadros
comparativos sobre as condições de trabalho dos “setores tipicamente contratante” com
as dos “setores tipicamente terceirizados” mostrando a diferença dos dados quando a
remuneração média, jornada semanal contratada e tempo de emprego. Através da
pesquisa qualitativa exploratória a autora coleta informações importantes sobre a
precarização do trabalho nas entrevistas, por exemplo, pelo o dirigente da SINTEST –
sindicato estadual dos trabalhadores em educação do Rio Grande do Norte, segundo o
qual, a terceirização reduz os salários, os benefícios, aumenta a intensificação do trabalho
e a rotatividade. Essa informação fica evidente nos resultados encontrados nas entrevistas
dos funcionários. Em resposta aos questionários, os trabalhadores afirmam a importância
de ter um sindicato forte que defenda a categoria, revelam a falta de treinamento e
colocam como “melhoria para as condições de trabalho” pagamento em dia. Entre os
trabalhos analisados há aquele que destaca a precarização do trabalho como desvantagens
de terceirização, ou seja, que a rotatividade, os baixos salários ou o não pagamento de
benefícios são problemas que devem ser enfrentados para o bom desenvolvimento da
atividade terceirizada. Para isso, seria importante a presença de um fiscal de contrato da
tomadora de serviço. O estudo sobre a FUNECE, uma dissertação intitulada
“Terceirização no serviço Público: Estudo de caso na Fundação Universidade Estadual
do Ceará – FUNECE”, desenvolvido por José Ailton Goldim Silva, segue essa linha
apologética tratando problema da precarização como má gestão de contratos
demonstrando que existe altos níveis de satisfação no emprego dos terceirizados,
perspectiva de carreira e motivação. Nas pesquisas exploratórias observadas, apenas uma
realiza a pesquisa sobre terceirização nas escolas públicas, “Terceirização de serviços dos
trabalhadores de escolas públicas do distrito federal: Processos de intensificação e
precarização do trabalho”, de Regina Célia Barros. Embora o campo amostral seja
bastante reduzido considerando a quantidade de escolas cujos funcionários são
terceirizados no Distrito Federal, a pesquisa apresenta dados interessantes sobre
intensificação no trabalho e seus danos na saúde do trabalhador, o alto índice de
rotatividade, a precarização salarial. Vemos que nesse trabalho é dada bastante
importância a questão da condição de trabalho. Nos resultados do estudo sobre a
qualidade de vida dos trabalhadores terceirizados e não terceirizados evidencia-se que na
categoria profissional, auxiliar administrativo, a terceirização tem impacto negativo sobre
a qualidade de vida no que tange às oportunidades de carreira e garantia profissional
(COSTA, 2017). A maioria dos trabalhadores terceirizados da área de vigilância e
limpeza reconhece que, de alguma forma, o trabalho é precário e oferece risco à saúde.
Uma precariedade que abarca tanto as condições como as relações de trabalho (NERY,
2011). Ainda sobre as condições de trabalho, o estudo realizado na UFBA sobre os
funcionários terceirizados dos segmentos vigilância e limpeza revela que 53,3% dos
empregados das empresas terceirizadas não receberam nenhum tipo de treinamento, no
setor de limpeza 70% mudaram de empresa, 50,6% declararam que o salário às vezes
atrasa (DRUCK et. al., 2018). O estudo chama a atenção para o alto grau de rotatividade
e a prática da “troca de crachás”, situação em que uma empresa terceirizada declara
falência sem cumprir com as obrigações trabalhistas e, numa “negociação”, o funcionário
aceita perde algum direito em troca da manutenção do seu emprego com a nova empresa.
As mudanças frequentes de empresas e a facilidade para demitir são comuns e contribuem
para o não pagamento de seguro desemprego e férias que são direitos trabalhistas que
exigem certa continuidade do trabalhador no emprego. Outro elemento importante desse
estudo são os indicadores encontrados na pesquisa bibliográfica feita pelas autoras. São
eles: (1) Falta de estatísticas sobre a evolução do número de terceirizados no geral e por
segmento, (2) responsabilidade da instituição pública contratante, (3) número de
terceirizados irregulares, (4) o custo da terceirização para o serviço público (DRUCK et.
al., 2018). Alguns desses indicadores, como a evolução do número de terceirizados
(LIMA, 2017; SIRELLI, 2008; NERY, 2011) e o custo da terceirização (LIMA, 2017;
SOUZA, 2017) estão entre os objetos estudados nas publicações selecionadas. Para
pensar os custos com a terceirização para o setor público a constatação de que as despesas
com terceirização, sem necessariamente ter uma relação de causalidade, tem correlação
com a diminuição dos investimentos na universidade (LIMA, 2017). Segundo o autor, os
custos da UnB superaram os 100 milhões tornando os contratos com terceirização a
principal despesa da universidade depois das despesas obrigatórias com os servidores
ativos e inativos. A UnB é uma as poucas instituições públicas que tem um órgão na sua
estrutura administrativa que é responsável por supervisionar, acompanhar e fiscalizar o
cumprimento das obrigações contratuais das atividades desenvolvidas pelas empresas
prestadoras de serviço (LIMA, 2017). A DTER, diretoria de terceirização, supervisiona
14 contratos que em 2016 custaram a UnB mais 100 milhões de reais enquanto o
investimento do mesmo ano não chegou a 4 milhões, uma diferença 28 vezes maior das
despesas com terceirização em relação aos investimentos. O autor questiona a contradição
no discurso em defesa da terceirização, que deveria representar uma economia na
prestação de serviços, mas que, no entanto, tem representado uma despesa superior a
outras despesas obrigatórias e discricionária cujo crescimento entre os anos de 2002 e
2016 foi de 360%. Ao tratar da expansão universitária e a evolução no número de
terceirizados, outro estudo realizado em Juiz de Fora, Minas Gerais, chega a mesma
conclusão: a terceirização generalizou-se nos serviços públicos federais, estaduais e
municipais, principalmente em áreas de apoio, mais o impacto na diminuição do déficit
foi muito reduzida. A economicidade que apregoava-se obter com a terceirização da força
de trabalho também é questionada (SIRELLI, 2008). Nos diferentes trabalhos aqui
discutidos a questão do aumento do custo com terceirização é justificado pela política
expansionista dos governos Lula-Dilma, entre os anos de 2002 e 2015. A expansão das
universidades elevou a demanda por serviços das instituições pressionando estas para a
contratação de terceirizado já que a extinção dos cargos das atividades-meio e a Lei de
Responsabilidade Fiscal, que inibiu a realização de concurso público, não lhes deixou
outra alternativa. Além da criação de novas universidades, também houve o aumento do
número de vagas nas instituições de ensino com o REUNI, mas o plano não previa uma
proporcional ampliação do número de servidores, principalmente de servidores técnicos,
a solução criada por diversas instituições foi de recorrer à terceirização (SILVA, 2014).
Em última análise, um dos textos selecionados cujo indicador é o custo da terceirização
para os cofres público está um artigo que estudou os orçamentos feitos pela Secretaria
Estadual de Educação, Cultura e Esporte de Goiás na tentativa de implementação das OSs
– Organizações Sociais – nas escolas da rede estadual. Este estudo revelou que os
profissionais da educação contratados via CLT não têm garantias de receber remuneração
com base no PSPN, uma vez que, pelo princípio da economicidade, a OS com a menor
proposta financeira será selecionada e, consequentemente, milhões de reais deixarão de
ser investidos nas escolas geridas pela OS (SOUZA, 2017). Dessa forma, observa-se que
a possibilidade de terceirização das instituições de ensino da rede estadual de Goiás
implicaria diretamente na precarização do trabalho docente. Ao longo desta pesquisa
muitos trabalhos foram lidos e analisados segundo os critérios especificados na
metodologia. De fato, são poucos os trabalhos sobre terceirização no setor público na área
de educação que se dediquem a problematizar a questão social que envolve essa relação
de trabalho contextualizando-a com o quadro macroeconômico que é a força motriz desse
fenômeno. Portanto, ao analisar o estado da arte na área da educação pública nos
deparamos com um volumoso número de trabalhos dedicados a tratar o problema da
terceirização como um problema de gestão solucionável a partir de medidas
administrativas básicas, quando na verdade, segundo Druck, a precarização do trabalho
está diretamente relacionada a atividade terceirizada no âmbito do setor público. Por outro
lado, mesmo nos trabalhos onde encontramos algum dos indicadores, este, às vezes, é
apenas citado em entrevistas aos trabalhadores, principalmente sobre a questão sindical,
sem muito ou nenhum aprofundamento nas discussões dos textos. Outra questão são os
estudos sobre os terceirizados na rede estadual de escolas públicas. São poucos
considerando que deve possuir o maior número de terceirizados na área de educação do
país. Ainda assim, entre os trabalhos levantados pela pesquisa encontramos boas analises
sobre os terceirizados na educação como acabamos de mostar.

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