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TENDA DE UMBANDA ORIENTAL -

CABOCLO PENA BRANCA - RJ


Grupo de estudos e pesquisas de Umbanda
Esotérica da Raiz de Guiné
Agradecimento a irmã e afilhada Yacyamara Sacerdotisa
TUCAT – Tenda de Umbanda Caboclo Arranca Toco – Santos – SP
Por gentilmente compartilhar suas pesquisas e estudos

A implantação do Movimento Umbandista

Diante de toda a situação existente gerada pelos fatores de fusão e degeneração


e consequentes misturas da raiz Afro e da raiz Ameríndia, a par com a situação
do Espiritismo no Brasil, e, principalmente, do conflito racial gerado a partir do
processo escravagista e do massacre aos povos indígenas, o Astral Superior
resolveu incrementar sobre essa coletividade em litígio (brancos, negros e
índios) um conjunto de leis regulativas, bem como, disciplinar os rituais de baixa
estirpe, em sua maioria impregnados de sentimentos de ódio e vingança.

Surgiu, então, um vigoroso MOVIMENTO DE LUZ, ORDENADO PELO ASTRAL


SUPERIOR que abarcou tudo isso numa tremenda e poderosa interpenetração
humana e astral, a fim de que, essa imensa massa de adeptos retomasse o
caminho evolutivo mais reto e seguro possível. Essa coletividade, não podia
continuar assim, dentro das condições expostas. Era (e ainda é) em 90% de
ausência absoluta naqueles ambientes, a Doutrina, o Evangelho e o estudo da
mediunidade.

Esse poderoso MOVIMENTO DE LUZ, dentro dessa coletividade, foi feito


diretamente pelos espíritos que se apresentaram como Caboclos, Pretos-Velhos
e Crianças, obedecendo, é claro, a ordens superiores e lançando o nome de
UMBANDA.

A Sabedoria Divina, através dos Espíritos Mentores, vendo essa coletividade e


analisando suas concepções, seu alcance espiritual, pelas tendências, pelo
misticismo, pela religiosidade, pelo atavismo que nela imperava, estudou a
melhor maneira de incrementar a sua evolução.
Desta forma, por ordem de cima, os Espíritos-Mentores chamaram os espíritos
de Pretos-Velhos, de Caboclos e de Crianças, por serem os espíritos-afins e com
ligações cármicas a essa coletividade, para incrementar a evolução desse
rebanho.

Chamaram também espíritos elevados1 de outras condições – com um carma


individual e grupal já superado, para ajudarem, em missão, àqueles. Todos se
lançaram como “pontas-de-lança” dentro desse meio (astral e humano) dessa
coletividade umbandista, aproveitando, de imediato, a mediunidade dos
encarnados, escolhidos para este mister.

Esses espíritos de Pretos-Velhos foram requisitados, dentre os antigos


Babalawôs ou primitivos sacerdotes, de muitas encarnações, experimentados e
de grande conhecimento, bem como, os espíritos dos antiquíssimos payé,
karaybas, morubixabas, caciques e outros mais, da primitiva Raça Tupy (tupy-
nambás e tupis-guaranis) de comprovado saber e experiência, todos com
encarnações da era pré-cabraliana, época em que essas tribos ou nações
estavam no apogeu de seus ciclos evolutivos.

Foi então que surgiram as primeiras manifestações dos Cacarucaio – os Pretos-


Velhos, dos primeiros Caboclos, nos terreiros, através da mediunidade de uns e
de outros, os chamados médiuns. E também vieram, acompanhando os Pretos-
Velhos e os Caboclos, as falanges dos espíritos de Crianças, que foram
ordenados para essa missão, dado a mística dessa coletividade sobre eles, pela
derivação da crença dos Ibejis dos africanos e dos curumins dos índios.

Todas essas entidades – e outras mais aos milhares – desceram como pontas-
de-lança, ordenadas pelo Tribunal Planetário, a fim de incrementarem por todos
os meios e modos a EVOLUÇÃO dos adeptos dos cultos afro-brasileiros.

E como legítimos trabalhadores da seara do Cristo Jesus, foram logo ensinando

1 Esses espíritos elevados e Mentores, como Guias e Orixás-intermediários, ao penetrarem na


faixa-astral umbandista, tomam a “roupagem fluídica” de caboclos, pretos-velhos, crianças, etc.
a Sua Doutrina, isto é, as Leis do Pai-Eterno.

E começou a gigantesca luta - batalha da luz contra a sombra, silenciosa, firme,


incansável, tão grandes eram e ainda são os obstáculos de ordem astral, moral,
espiritual e, sobretudo, de material humano, mediúnico.

Muito embora lutassem com a dificuldade do material humano mediúnico,


mesmo assim, conseguiram firmar ideias e princípios, estabelecendo as REGRAS
e fizeram um vasto trabalho de adaptação de conceitos sobre Linhas etc.

A coletividade umbandista vem, há muito, se ajustando lentamente, devido à


variação de entendimentos ou graus de alcance entre grupos e indivíduos,
embora a influência da Umbanda tenha já se projetado, se firmado mesmo em
todas as classes sociais.

Trabalho impressionante, majestoso, titânico, esse da Corrente Astral de


Umbanda, que iniciou esse movimento novo da doutrina, luz e escoimação.

Para facilitar os entendimentos sobre todos esses fundamentos históricos e suas


decorrências, damos na página seguinte, o organograma completo, pelo qual se
torna mais fácil ao estudante concatenar, revisar claramente tudo que leu até
agora.
Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas

A história da primeira manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas


anunciando a Umbanda sofre algumas variações de narrador para narrador, mas
a estrutura básica se mantém inalterada.

Zélio Fernandino de Moraes nasceu em abril de 1891 e viveu, desde a infância


até a juventude, com seus pais em São Gonçalo, município vizinho de Niterói,
no bairro das Neves.

Leal de Souza jornalista que conheceu de perto a família Moraes, relatou (O


Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda, 1933) que Zélio pertencia a
uma família humilde cuja residência era uma casa pobre de um bairro
paupérrimo.

Aos 17 anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas, fatos
estranhos começaram a lhe acontecer: ora ele assumia a estranha postura de
um velho, falando coisas aparentemente desconexas, como se fosse outra
pessoa, e em outras ocasiões, sua forma física lembrava um felino lépido e
desembaraçado que parecia conhecer os segredos da natureza, os animais e as
plantas.

A princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o


encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor
do Hospício da Vargem Grande que após alguns dias de observação, e não
encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica, sugeriu a família
que o encaminhassem a um padre para um ritual de exorcismo, pois desconfiava
que o sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Após um padre da família
realizar rituais de exorcismo não conseguiu nenhum resultado, pois as
manifestações prosseguiram.

Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os
médicos não conseguiram encontrar a cura.

Certo dia, de forma repentina, Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "amanhã
estarei completamente curado". No dia seguinte começou a andar como se nada
tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu sua
recuperação.

Sua mãe levou Zélio a uma negra benzedeira chamada Cândida - figura
conhecida na região e que incorporava o espírito de um preto velho chamado
Tio Antônio. A entidade recebeu o rapaz e fazendo suas rezas disse-lhe que
aquilo que ele possuía era proveniente da mediunidade que estava aflorando e
que deveria trabalhar com a caridade.

O Pai de Zélio era um simpatizante do espiritismo e mantinha o hábito da leitura


da obra de Allan Kardec. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um
amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói, onde foram
convidados pelo presidente daquela instituição, Sr. Jose de Souza, a sentarem-
se a mesa.

Movido por uma força estranha, alheia à sua vontade e contrariando as normas
do culto realizado, que impedia o afastamento dos componentes da mesa, Zélio
levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa
branca e colocou-a no centro da mesa na qual se realizava o trabalho. Iniciou-
se, então, uma estranha confusão no local, ele incorporou um espírito e,
simultaneamente, diversos médiuns presentes apresentaram também
incorporações de caboclos e pretos velhos.

Advertidos pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada no rapaz


perguntou:

"Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram


a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?"

Após um caloroso diálogo, os dirigentes da sessão tentaram doutrinar e afastar


o espírito desconhecido, que desenvolvia uma fundamentada argumentação. O
Sr. José de Souza, médium vidente, interpelou o espírito manifestado no jovem
Zélio:
Quem é você que ocupa o corpo deste jovem?
Ao que o espírito respondeu:
Eu sou apenas um caboclo brasileiro.

O médium pergunta, então:


Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a
manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando
encarnados, são claramente atrasados?

O espírito responde:
Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã
estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos
e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano
espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes,
simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados
e desencarnados.

O médium indaga:
Qual o seu nome meu irmão?

O espírito então responde:


Se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas,
porque não haverá caminhos fechados para mim. Venho trazer a Umbanda,
uma religião que harmonizará as famílias e que há de perdurar até o final dos
tempos.2

Sr. José, então indaga:


Por que fala deste modo e se identifica como caboclo, se eu vejo em você

2
Leal de Souza, o primeiro que escreveu sobre o Caboclo das Sete Encruzilhadas e sobre a
Umbanda do Brasil (Espiritismo, Magia e as Sete Linhas de Umbanda, 1933) relatou a verdadeira
versão do porquê do nome Caboclo das Sete Encruzilhadas, feito pela revelação dessa Entidade
ao próprio Leal de Souza:
O Caboclo das Sete Encruzilhadas pertence à falange de Ogum e sob a irradiação da Virgem
Maria, desempenha uma missão ordenada por Jesus. O seu ponto emblemático representa
uma flecha atravessando seu coração, de baixo para cima. A flecha significa direção; o
coração sentimento e o conjunto - orientação dos sentimentos para o alto, para Deus.
Estava esse Espírito no Espaço, no ponto de intersecção de sete caminhos, chorando sem
saber o rumo que tomar, quando lhe apareceu na sua inefável doçura, Jesus, e mostrou-lhe
numa região da Terra, as tragédias da dor e os dramas da paixão humana, indicou-lhe o
caminho a seguir, como missionário do consolo e da redenção. E em lembrança desse
incomparável minuto de sua eternidade, e para se colocar ao nível dos trabalhadores mais
humildes, o mensageiro do Cristo tirou o seu nome do número dos caminhos que o
desorientavam e ficou sendo o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
restos de vestes clericais?

Ao que o caboclo responde:


O que você vê em mim são os restos de uma existência anterior. Fui um padre
jesuíta, mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio
de nascer como um caboclo brasileiro.3

No desenrolar dessa “entrevista”, entre muitas outras perguntas, o médium teria


perguntado se já não bastariam as religiões existentes e fez menção ao
espiritismo, então praticado, e, foram essas as palavras do Caboclo das Sete
Encruzilhadas:

Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador


universal. Rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornam iguais na
morte, mas vocês homens preconceituosos, não contentes em estabelecer
diferenças entre os vivos, procuram levar essa mesma diferença até mesmo
além da barreira da morte. Por que não podem nos visitar esses humildes
trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas importantes
na terra, também trazem importantes mensagens do além? Por que o não aos
Caboclos e Preto-Velhos? Acaso não foram eles também filhos do mesmo
Deus?

A seguir, fez uma série de revelações sobre o destino próximo da


humanidade:

Esse mundo de iniquidade, mais uma vez será varrido pela dor, pela ambição
do homem e pelo desrespeito às leis de Deus. As mulheres perderão a honra
e a vergonha, a vil moeda comprará caráteres e o próprio homem se tornará
efeminado. Uma onda de sangue varrerá a Europa e quando todos acharem
que o pior já foi atingido, outra onda de sangue, muito pior que a primeira,
voltará a envolver a humanidade e um único engenho militar será capaz de
destruir, em segundos, milhares de pessoas. O homem será vítima de sua
própria máquina de destruição. 4

3
Apenas em 16 de novembro de 1919, o Caboclo das Sete Encruzilhadas revelou ao seu médium
Zélio de Moraes a sua existência anterior como Frei Gabriel Malagrida.

4
Os fatos históricos comprovam a exatidão das previsões do Caboclo das Sete Encruzilhadas. As
duas guerras mundiais, as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, a grande
degeneração dos princípios morais, o poder do dinheiro e o total desrespeito a vida humana, são
provas incontestáveis do poder de clarividência do Caboclo.
Prosseguindo, disse ainda o Caboclo:

Amanhã, na casa onde o meu aparelho mora, haverá uma mesa posta a toda
e qualquer entidade que queira ou precise se manifestar, independentemente
daquilo que haja sido em vida, e todos serão ouvidos e nós aprenderemos
com aqueles espíritos que souberem mais, e ensinaremos àqueles que
souberem menos, e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois
esta é a vontade do Pai.

O vidente ainda perguntou:


Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?

E o Caboclo respondeu:

Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã
iniciarei.

E no final a Entidade ainda pronunciou:

Levarei daqui uma semente e vou plantá-la nas neves onde ela se
transformará em árvore frondosa.5

Zélio de Moraes relatou o que ocorreu no dia seguinte:

Minha família estava apavorada. Eu mesmo não sabia explicar o que se


passava comigo. Surpreendia-me haver dialogado com aqueles austeros
senhores de cabeça branca, em volta de uma mesa onde se praticava para
mim um trabalho desconhecido. Como poderia, aos dezessete anos, organizar
um culto? No entanto eu mesmo falara, sem saber o que dizia e por que dizia.
Era uma sensação estranha: uma força superior que me impelia a fazer e a
dizer o que nem sequer passava pelo meu pensamento.

E, no dia seguinte em casa de minha família, na Rua Floriano Peixoto, 30, em


Neves, ao se aproximar a hora marcada, 20 horas, já se reuniam os membros
da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade dos fatos
que foram declarados na véspera, os parentes mais chegados, amigos,
vizinhos e, do lado de fora, grande número de desconhecidos.

5
Ainda se comenta se o termo neves que empregou foi em sentido figurado ou se era mesmo o
bairro em que o jovem e a família moravam.
Às 20h manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que se
iniciava naquele momento, um novo culto em que os espíritos dos velhos
africanos, que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não
encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já
deturpadas e dirigidas quase exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os
índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício dos seus
irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica
principal desse culto, que teria por base o Evangelho de Jesus e, como mestre
supremo o Cristo.

O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto: sessões


diárias das 20 às 22 horas; os participantes estariam uniformizados de branco
e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome desse movimento
religioso que se iniciava; disse primeiro Alabanda (ou um dos presentes assim
anotou), depois substituiu-o por Aumbanda, ou seja, Umbanda6.

O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa
Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes
palavras:

Assim como Maria acolhe o filho em seus braços, também a Tenda acolherá,
como filhos, a todos que a ela recorrerem nas horas de aflição.

Ditadas as bases do culto, após responder, em latim e em alemão às perguntas


dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou à parte
prática dos trabalhos, curando enfermos, fazendo andar aleijados.

Antes do término da sessão, manifestou-se um preto-velho. Pai Antônio, que


vinha completar as curas. Era aquele mesmo espírito de fala mansa, que foi
confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e
humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os
presentes à mesa, dizendo as seguintes palavras:

6
Muito provavelmente, ficou o nome Umbanda, e não Aumbanda, porque alguém anotou a
palavra separadamente (a umbanda).
Nêgo num senta não meu sinhô, nego fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô
branco e nego deve arrespeitá.

Após a insistência dos presentes ele argumenta:


Num carece preocupá, não. Nego fica no toco que é lugá di nêgo.

Assim, continuou expressando em palavras a sua humildade. Uma pessoa na


reunião perguntou se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra
e a resposta foi:
Minha caximba, que nêgo deixou no toco. Manda muréque buscá.

Tal afirmativa deixou os presentes surpresos, pois era a solicitação do primeiro


elemento material de trabalho. Desse fato surgiu o primeiro ponto de Umbanda,
muito cantado nos terreiros:

Minha cachimba tá no toco


Manda muréque buscá
Minha cachimba tá no toco
Manda muréque buscá
No alto da derrubada
Minha cachimba ficou lá
No alto da derrubada
Minha cachimba ficou lá

Foi Pai Antônio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas
pelos membros da TNSP e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antônio".

Nos dias seguintes, verdadeira romaria se formou em frente à casa da família


Moraes. Enfermos, cegos, deficientes físicos, vinham em busca de cura e ali
encontravam. Médiuns, cujas manifestações haviam sido consideradas loucuras,
deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.

Cinco anos mais tarde, ou seja, a partir de 1913 manifesta-se um espírito que
dá o nome de orixá Malet exclusivamente para a cura de obsedados e o combate
aos trabalhos de magia negra.
Esse Espírito atuava mais no terra-a-terra e trouxe consigo do espaço dois
auxiliares que haviam sido malaios na última encarnação.

Esse Caboclo que havia sido um príncipe numa ilha oriental em sua última
encarnação, manipulava com maestria, as energias sutis da Natureza, exigindo
para determinados trabalhos, a calma dos campos, a altura das montanhas, o
retiro das florestas ou as ondas do mar.

Dez anos após em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas declarou que iniciava
a segunda parte de sua missão: a criação de sete tendas, que seriam o núcleo
do qual se propagaria a religião da umbanda, sendo elas as seguintes: Tenda
Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Barbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge; Tenda Espírita São Jerônimo. 7

Centenas de Tendas foram criadas a partir das acima mencionadas. Zélio sempre
trabalhou para sustentar sua família e manter os templos que o Caboclo fundou,
além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos
espirituais que, segundo afirmam, parecia um albergue. Por ordem do guia chefe
nunca aceitou ajuda financeira, por mais que lhe tivessem oferecido.

Ministros, industriais e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para


a cura de parentes enfermos, vendo-os recuperados, procuravam retribuir o
benefício com presentes, ou preenchendo cheques vultosos. "Não os aceite.
Devolva-os!", ordenava sempre o Caboclo.

O ritual estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples:
cânticos baixos e harmoniosos, sem utilizar atabaques e palmas, vestimenta
branca e proibição de sacrifícios de animais. Capacetes, espadas, cocares,
vestimentas coloridas, rendas e lamês ou quaisquer outros adereços, não eram
aceitos. As guias usadas eram apenas as determinadas pela Entidade que se

7
O termo "espírita" foi utilizado nas tendas recém-fundadas porque naquela época não se podia
registrar o nome "umbanda". Quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um
ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da umbanda.
manifestava. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos ambientes
vibratórios da natureza e o ensinamento doutrinário com base no Evangelho
constituíam os principais elementos de preparação do médium. A Tenda Nossa
Senhora da Piedade, até hoje, mantém as tradições praticadas por Zélio de
Moraes.

Após 55 anos de atividade, Zélio entregou a direção dos trabalhos da Tenda N.


Sª da Piedade para suas filhas Zélia e Zilméia. Mais tarde, junto com sua esposa,
Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo,
fundaram a Cabana de Pai Antônio no distrito de Boca do Mato, município de
Cachoeira do Macacu, RJ, onde dedicou a maior parte das horas de seu dia ao
atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e a todos os que o
procuravam.

Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu. Faleceu aos 84


anos no dia 3 de outubro de 1975.

A Tenda Nossa Senhora da Piedade contava com um médium vidente, chamado


Jurandy, com certos dotes artísticos, e que retratou em 1949, o Caboclo das
Sete Encruzilhadas e Pai Antônio.

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