Cronograma Do Plano de Ensino

Cronograma de aulas
Disciplina: Fundamentos sociais e históricos do direito

Professor: Ricardo Martins Spindola Diniz
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Turmas:
 Matutino – Vila Olímpia (Terça),
 Noturno – Vila Olímpia (Terça), Centro (Quarta), Paulista I (Quinta)
Apresentação do curso
O curso de Fundamentos sociais e históricos do Direito enquanto disciplina

propedêutica tem um desafio particular. Ele está destinado a prepará-lo à realização do
salto de uma perspectiva externa ao Direito para uma perspectiva interna. Esse salto, por
motivos que serão explorados ao longo do semestre, não pode ser gradual e aí reside o
desafio, que coloca como o tempo da disciplina um futuro passado de todo peculiar, no
sentido de que tem de pressupor algo desde o início que só vai tomar fim nem sequer ao
final desse curso em particular, mas provavelmente ao final do curso de Direito como
um todo.
Para a realização dessa tarefa, desenvolver-se-á o estudo procurando precisar
historicamente, em um primeiro momento, qual a particularidade que determina a
emergência do Direito que chega contemporaneamente até nós, através do esforço de
distingui-lo de outras experiências que, não obstante suas diferenças, sobre ele exercem
efeitos importantes – as experiências normativas dos gregos, dos romanos, dos
medievais e do começo da modernidade. Também se precisará como esses efeitos se
concretizam no contexto brasileiro, a informar imediatamente a posição dos alunos hoje,
enquanto estudantes de Direito.
A esse primeiro momento de tematização da efeitualidade histórica e localização do
aluno se seguirá o esforço em tematizar as estruturas do Direito contemporâneo –
conceito de Direito, fontes do Direito, Direito e Moral – enquanto linguagem analógica,
com o esforço de aproximar, através dessas tematizações, a linguagem dos alunos - a
linguagem ordinária, se se quiser – da linguagem jurídica que, esquematizada enquanto
tal, configura a significância do Direito.
Finalmente, um terceiro momento será dedicado às interpretações compreensivas dessas
estruturas, notadamente o jusnaturalismo, o positivismo e, na clausura da modernidade,
o momento de crítica explícita ou implícita dessas duas concepções, na sociologia e na
teoria política.
A importância dos temas, bem como sua importância para a vida profissional são
evidente. Sem eles, o aluno está sujeito, a estando dentro do Direito e praticando-o, a
fim e a fundo não ter consciência do que está fazendo. Situação equivalente, mas muito
mais radical e difícil, a saber, falar um idioma, mas não saber por que assim se faz –
sem conseguir tematizar as palavras, frases, e construções, nem mesmo identificar os
elementos constitutivos, muito menos os esquemas que os mobilizam na operação da
linguagem.
Assim sendo, o curso se liga diretamente a todas as disciplinas dogmáticas, mas também
àquelas de introdução à prática profissional.
Qualquer dúvida, o contato pode ser pessoal, em sala-de-aula, ou por e-mail:

ricardo.diniz@anhembi.br ou ricardo.ms.diniz@gmail.com
1 – Panorama geral da disciplina.

Datas: 07/08 (Centro), 08/08 (Paulista I), 13/08 (Vila Olímpia)
2 – Direito arcaico e direito antigo: Direito arcaico – características e fontes do

direito; Direito antigo – impérios orientais, Grécia antiga e Roma.
Datas: 14/08 (Centro); 15/08 (Paulista I); 20/08 (Vila Olímpia)
Texto para leitura:
 NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da Moral. Paulo César de Souza. São
Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 47-76 (§§ 1-18).
 SOLON, Ari Marcelo. Os caminhos da filosofia e da ciência do direito: conexão
alemã no devir da Justiça. Curitiba: Prismas, 2015, p. 33-52.
 RAMOS, Marcelo Maciel. A originalidade da compreensão de lei na Grécia
antiga. Revista Brasileira de Estudos Políticos, n. 107, p. 295-329, 2013.
3 – Direito Medieval e Moderno: Direito Medieval – características e fontes do
direito; Direito Moderno – características e fontes do direito.
Texto para leitura:
 GROSSI, Paolo. Da sociedade de sociedades à insularidade do estado entre
medievo e idade moderna. Revista Sequência, n. 55, p.9-28, 2007.
 SEELAENDER, Airton Cerqueira. Notas sobre a constituição do direito público
na idade moderna: a doutrina das leis fundamentais. Revista Sequência, n. 53, p.
197-232, 2006.
4 – História do Direito Brasileiro – movimentos históricos.

Texto para leitura:
 FONSECA, Ricardo Marcelo. Vias da modernização jurídica brasileira: a
cultura jurídica e os perfis dos juristas brasileiros do século XIX. Revista
Brasileira de Estudos Políticos, n. 98, p. 257-293.
 LOBO, Judá Leão. O que é opinião pública? Estudo de história constitucional
brasileira. Quaestio Iuris, v. 10, n. 1, p. 494-518, 2017.
 FARIA, José Eduardo. Juristas fora da curva: três perfis. Revista Direito GV, v.
12, n. 2, p. 273-310, 2016.
Atividade complementar: Minute Paper
5 – História do Direito Brasileiro – História das Constituições. Codificação,

descodificação e recodificação do Direito Civil brasileiro.
Texto para leitura:
 LOPES, José Reinaldo de Lima. Código Civil e Ciência do Direito entre
sociologismo e conceitualismo. Revista IHGB, v. 473, p. 77-96, 2017.
 BERCOVICI, Gilberto. Tentativa de instituição da democracia de massas no
Brasil: instabilidade constitucional e direitos sociais na Era Vargas (1930-1964).
In: FONSECA, Ricardo Marcelo; SEELAENDER, Airton Cerqueira Leite.
(orgs.) História do Direito em perspectiva: do Antigo Regime à Modernidade.
Curitiba: Juruá, 2009, p. 375-414.
 FARIA, José Eduardo. O Brasil Pós-Constituinte. São Paulo: Graal, 1989, p. 41-
90.
6 – Conceito de Direito – definição nominal de Direito, definição real de Direito,

características do ordenamento jurídico.
Data: 11/09 (Centro); 12/09 (Paulista I); 17/09 (Vila Olímpia)
Texto para leitura:
 PLATÃO. Minos. Trad. de José Colen. Filosofia – Revista da Faculdade de
Letras da Universidade do Porto, v. 31, p. 7-25, 2014.
 VAN DER WALT, Johan. Direito, Utopia, Evento: uma constelação de duas
trajetórias. Trad. de Ricardo Martins Spindola Diniz. (no prelo)
7 – Direito e Moral
Datas: 18/09 (Centro); 19/09 (Paulista I); 24/09 (Vila Olímipia)
Texto para leitura:
 DWORKIN, Ronald. Casos difíceis; Liberdade e moralismo. In: Levando os
Direitos a sério. Trad. de Nelson Boeira. São Paulo: Martins Fontes, 2002, p.
127-205; 371-398.
8 – Prova N1
9 - Fontes do Direito: características, funções, classificação

Texto para leitura:
 CASTANHEIRA NEVES, António. Fontes do direito: contributo para a revisão
do seu problema. Boletim da Faculdade de Direito, v. LVIII, p. 231-285, 1982.
 BUSTAMANTE, Thomas da Rosa. O Direito e a incerteza de suas fontes: um
problema em aberto para a dogmática jurídica contemporânea. Revista da
Faculdade de Direito da UFMG, Número Especial, p. 299-325, 2013.
 SCHMITT, Carl. The Plight of European Jurisprudence. Trad. para o inglês de
G. L. Ulmen. Telos, n. 83, p. 35-70, 1990.
10 – Existência, vigência, validade e efetividade: planos de existência, vigência,

validade e efetividade.
Texto para leitura:
 REALE, Miguel. Direito como experiência. São Paulo: Saraiva, 1992, p. 25-50,
123-146;
 FERRAZ Jr., Tércio Sampaio. Teoria da norma jurídica. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, p. 105-139.
11 – Lei de Introdução às normas do direito brasileiro: vigência das normas,

vacatio legis, revogação das leis.
Texto para leitura:
 BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657 de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às
normas do Direito Brasileiro. 4 de setembro de 1942. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm>
Acesso em: 27 jul. 2019.
 ENGISCH, Karl. Direito dos juristas. Conceitos jurídicos indeterminados,
conceitos normativos, poder discricionário. In: Introdução ao pensamento
jurídico. 11ª ed. Trad. de João Baptista Machado. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2014, p. 205-255.
 FERRAZ, Jr., Tércio Sampaio. Função social da dogmática jurídica. São Paulo:
Atlas, 2014, p. 79-115.
Atividade complementar: exposição e explicação das diretrizes de atividade prática de
ensino (APS) a ser realizada individualmente, com data de entrega pela Unidade Web
até o dia 14 de novembro.
12 – Teoria Pura do Direito.

Texto para leitura:
 KELSEN, Hans. A doutrina do direito natural e o positivismo jurídico. In:
Teoria Geral do Direito e do Estado. Trad. de Luís Carlos Borges. São Paulo:
Martins Fontes, 2000, p. 557-598.
 LINDAHL, Hans. Dialética e revolução: confrontando Kelsen e Gadamer
quanto à interpretação jurídica. Trad. de Ricardo Martins Spindola Diniz. (no
prelo)
13 – Teste de progresso
Data: 30/10
14 – Revisão / Tridimensionalidade do Direito: noções gerais – fato, valor, norma,

objetivos da teoria.
23/10 (Centro); 24/10 (Paulista I); 29/10 (Vila Olímpia)
Texto para leitura:
REALE, Miguel. Teoria Tridimensional do Direito. São Paulo: Saraiva, 1983, p. 1-22,
79-89.
COELHO, Saulo de Oliveira Pinto. Modelos jurídicos e função atualizadora da
hermenêutica em Miguel Reale: a dialética da experiência de concreção do direito.
Quaestio Iuris, v. 10, n. 3, p. 1718-1734, 2017.
15 - Jusnaturalismo: origem do direito natural; características do direito natural;

lei natural e discurso moral.
Texto para leitura:
 PLATÃO. Górgias. Trad. de Carlos Alberto Nunes. p. 1-78
 VILLEY, Michel. Uma filosofia da natureza; Do direito natural. In: Filosofia do
Direito. Trad. de Márcia Valéria Martinez de Aguiar. São Paulo: Martins Fontes,
2008, p. 335-378.
16 – Juspositivismo: origem do juspositivismo; características do juspositivismo;

direito natural e direito positivo.
Texto para leitura:
 BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de filosofia do direito. Trad.
de Márcio Pugliesi et al.. São Paulo: Ícone, 1995, p. 15-29, 119-146.
17 – Sociologia jurídica – Direito e Justiça em Durkheim; subjetividade, direito

garantido e dominação em Weber
Texto para leitura:
 WEBER, Max. “Sociologia do Direito”. In: Economia e Sociedade:
Fundamentos da sociologia compreensiva. Trad. de Regis Barbosa e Karen
Elsabe Barbosa. São Paulo: Editora UnB, 2004, p. 85-153.
 FREUND, Julien. Sociologia de Max Weber. 5ª ed. Trad. de Luís Claudio de
Castro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003, p. 159-192.
 SCHMITT, Carl. O problema da soberania como um problema da forma jurídica
e decisória. In: Teologia Política. Trad. de Inês Lohbauer. São Paulo: Scritta,
1996, p. 95-108.
198 – Revisão / Sociologia jurídica contemporânea – a microfísica do poder de

Foucault; banalidade do mal em Hannah Arendt
Datas: 28/11 (Paulista I); 03/12 (Vila Olímpia)
Texto para leitura:
 ARENDT, Hannah. O caráter imperialista; A herança da ilegalidade Ideologia e
terror: uma nova forma de governo. In: Origens do Totalitarismo. Trad. de
Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 238-252, 275-282,
512-531.
 ARENDT, Hannah. Pós-escrito. In: Eichmann em Jerusalém. Trad. de José
Rubens Siqueira São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
19 – Prova II
20 – Aplicação segunda chamada


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1 – Panorama geral da disciplina.

2 – Direito arcaico e direito antigo: Direito arcaico – características e fontes do

4 – História do Direito Brasileiro – movimentos históricos.

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5 – História do Direito Brasileiro – História das Constituições. Codificação,

6 – Conceito de Direito – definição nominal de Direito, definição real de Direito,

9 - Fontes do Direito: características, funções, classificação

Atividade complementar: Minute Paper

10 – Existência, vigência, validade e efetividade: planos de existência, vigência,

11 – Lei de Introdução às normas do direito brasileiro: vigência das normas,

12 – Teoria Pura do Direito.

14 – Revisão / Tridimensionalidade do Direito: noções gerais – fato, valor, norma,

15 - Jusnaturalismo: origem do direito natural; características do direito natural;

Atividade complementar: Minute Paper

16 – Juspositivismo: origem do juspositivismo; características do juspositivismo;

17 – Sociologia jurídica – Direito e Justiça em Durkheim; subjetividade, direito

198 – Revisão / Sociologia jurídica contemporânea – a microfísica do poder de

20 – Aplicação segunda chamada

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