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Universidade Católica De Moçambique

Faculdade De Direito

Nome: Odete Muholele Trabalho individual

Docente: Mussagy Hassane Mussagy Cadeira: Introdução ao Pensamento Juridico

TEMA: ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO

Interpretação é uma acção que consiste em estabelecer, simultâneo ou consecutivamente,


comunicação verbal e não verbal entre duas realidades.

Interpretação é acção de interpretar, de explicar o que é obscuro. Daí que pode ser
interpretação de um texto, de um sonho. É ainda a tradução e comentário crítico de algo; é dar
à uma coisa, esta ou aquela significação, seu propósito.

A Interpretação da Lei é uma actividade intelectual ou uma operação técnico-jurídica, em


vista a determinar ou a fixar o verdadeiro sentido e alcance das normas jurídicas. É buscar o
sentido do Direito para aplicação aos factos.

Há que frisar que a actividade de interpretação a lei não pertence apenas ao legislador, mas
também a todos os que entram em contacto com a lei, quer seja advogado ou juiz ou
procurador quer seja um cidadão comum.

ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO

A abordagem ligada a esta matéria faz-se de acordo com diversos critérios que de modo
nenhum se deve deixar de lado:

 De quem faz a interpretação e qual é o valor da lei de que faz-se a interpretação -


interpretação da lei segundo a sua fonte e valor;
 Qual é a finalidade da interpretação - interpretação da lei segundo a finalidade;
 Qual é o resultado da interpretação - interpretação da lei segundo o resultado.

INTERPRETAÇÃO SEGUNDO O CRITÉRIO DA SUA FONTE E VALOR

De com este critério destaca-se a interpretação autêntica, doutrinal, oficial e judicial.

1
Interpretação autêntica

É aquela que surge quando uma questão de Direito não é pacífica (há dúvidas na sua
interpretação). Para grande parte da doutrina, esta situação fica ultrapassada quando se
elabora uma nova lei de valor igual ou superior à lei interpretada. À nova lei denomina-se de
interpretativa. Na verdade não existe uma nova lei, mas apenas fixa-se o sentido da lei que já
existe: a lei interpretada.1 (Art. 13, do CC)

Interpretação doutrinal

Para alguns autores refere-se somente à interpretação efetuada pelos pensadores e estudiosos,
destacando-se apenas o seu valor persuasivo e não vinculante; Para outros (esta é a posição
por nós assumida), ela refere-se à que é feita pelos tribunais, advogados e executores de actos
administrativos. Ela vincula somente ao caso concreto em que é feita.2

Interpretação oficial

É feita por lei de valor inferior a da lei interpretada por uma entidade oficial (normalmente
administrativa).

Ex. um ministro pode fixar, por despacho, o sentido de uma li, explicando as dúvidas que
surgiram na interpretação de um decreto feito pelo Governo, valendo apenas para o seu
Ministério por obediência hierárquica.

Interpretação judicial

É a que é feita pelos tribunais num determinado processo, vinculando apenas às partes
envolvidas no processo.

INTERPRETAÇÃO SEGUNDO O CRITÉRIO DA FINALIDADE

Segundo este critério a interpretação pode ser: subjectiva, objetiva, histórica e actualista

Interpretação subjetiva

1
JÚNIOR, Tércio Sampaio Ferraz, Introdução ao Estudo do Direito, Técnica, decisão,
Dominação, 4ª. Edição, Editora Atlas, São Paulo, 2003, pág. 261
2
TELLES, Inocêncio Galvão, Introdução ao Estudo do Direito, Volume I, 10a Edição, Lisboa, 1998, pág. 170.
2
É aquela cuja finalidade é reconstruir o que se chama de “mens legislatoris”, ou pensamento
concreto do legislador, daquele/s que fez ou fizeram a lei.3

Interpretação objectiva

É aquela cuja finalidade é reconstruir o que se chama “mens legis”, ou seja, o sentido da lei
em si, desligada da(s) pessoa(s) que fez ou fizeram a lei.

Interpretação histórica

É aquela cuja finalidade é reconstruir o sentido que a lei tinha no momento da sua elaboração
e entrada em vigor.

Interpretação actualista

É aquela cuja finalidade é determinar o sentido da lei no momento da sua aplicação. Este tipo
de interpretação afigura-se importante pois as suas circunstâncias bem como o alcance e
significações das palavras usadas na lei podem sofrer alterações.4

INTERPRETAÇÃO DA LEI SEGUNDO O CRITÉRIO DO RESULTADO

Segundo este critério, tem-se nomeadamente a interpretação declarativa, extensiva, restritiva,


enunciativa e ab-rogante.

Interpretação declarativa

Aquela em que o interprete fixa o sentido da lei considerando que o espirito da mesma
corresponde com o significado das palavras.5

Ex. A palavra homem num artigo pode significar somente o gênero masculino ou pessoas de
ambos os sexos.

Interpretação extensiva

É aquela em que há uma desconformidade entre a letra da lei e o seu sentido (o pensamento
do legislador), conclui-se que o legislador disse menos do que devia ter dito, isto ‘, do que

3
TELLES, Inocêncio Galvão, Introdução ao Estudo do Direito, Volume I, 10a Edição, Lisboa, 1998, pág. 177.
4
EIRO, Pedro, Noções Elementares de Direito, Verbo Editora, Lisboa/São Paulo, pág. 163.
5
ASCENSÃO, José de Oliveira, O Direito-Introdução e teoria Geral, 10a Edição, Edições Almedina, Coimbra
1997, pág.. 418.
3
pretendia (minus dixit quam voluit), não incluindo situações que queria disciplinar. Nesse
caso, interpreta-se a norma corrigindo tal desconformidade com a inclusão das situações que
estão referenciada na norma.

Ex.: A referência feita a avôs, no art. 877, n.1, do CC, estende-se também aos bisavôs.

Interpretação restritiva

Também aqui há uma desconformidade entre a letra e o espirito da lei, verifica-se que o
legislador disse mais do que realmente pretendia dizer (maius dixit quam voluit), que o texto
vai para além do sentido. Aqui, interpreta-se a norma excluindo-se as situações referidas na
norma, que não correspondem com o espírito.6

Ex: A referência feita por alguns artigos do CC em relação a menores, refere-se somente aos
menores não emancipados.

Interpretação enunciativa

É aquela que é feita por via de deduções e raciocínios jurídicos, explorando todas as
consequências da norma interpretada.

Interpretação ab-rogante

É aquela que se faz quando se verifica que há uma insanável contradição entre a lei e o
espírito e que tal norma se encontra morta por não ter efeito útil. O interprete deve considerar
tal norma como existente.7

Como forma de findar o presente trabalho importa sublinhar que, a interpretação de uma
norma jurídica é buscar o exacto sentido que essa norma quer nos transmitir. Não existe
norma que careça de interpretação. Por mais clara que a norma seja, precisa ser interpretada
dentro de determinado contexto. Aliás, a própria conclusão sobre a clareza de uma norma
advém de um exercício intelectual denominado interpretação.

BIBLIOGRAFIA

JÚNIOR, Tércio Sampaio Ferraz, Introdução ao Estudo do Direito, Técnica, decisão,


Dominação, 4ª. Edição, Editora Atlas, São Paulo, 2003.

6
Idem.
7
ASCENSÃO, José de Oliveira, O Direito-Introdução e Teoria Geral, 10a Edição, Edições Almedina, Coimbra
1997, pág..426.
4
ASCENSÃO, José de Oliveira, O Direito-Introdução e teoria Geral, 10a Edição, Edições
Almedina, Coimbra 1997.

TELLES, Inocêncio Galvão, Introdução ao Estudo do Direito, Volume I, 10a Edição, Lisboa, 1998, pág. 177.
EIRO, Pedro, Noções Elementares de Direito, Verbo Editora, Lisboa/São Paulo

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