Sei sulla pagina 1di 12

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS

Curso: Engenharia Mecânica


Disciplina: Desenho III Período: 7º
Professor: Sérgio Rolla Guimarães
Acoplamentos por Interferência

Introdução

Os acoplamentos da forma eixo/cubo desmontáveis são normalmente com chavetas. Os


rasgos de chaveta no eixo e cubo enfraquecem as peças e são elementos concentradores
de tensão.

Os acoplamentos não desmontáveis, a não ser excepcionalmente, podem ser executados


com montagens forçadas com interferência, onde o furo é menor do que o eixo. As tensões
elásticas provocadas pela interferência no conjunto eixo/cubo geram uma aderência nas
superfícies de contato capaz de resistir a torques elevados, conforme ilustra a figura 1.

FIGURA 1

Para facilitar a montagem o cubo é aquecido ou o eixo é resfriado, ou ambas as operações


simultâneas são executadas. Os acoplamentos ou assentos por interferência compreendem
dois tipos:
a) Assentos forçados longitudinalmente (vide figura 2) – A montagem é feita à
temperatura ambiente com auxilio de uma prensa e superfícies lubrificadas. Estas
montagens são usadas em peças de menor porte. Para facilitar a montagem o eixo
deve ter um chanfro de 5 a 10º x 2,5 mm.
FIGURA 2

b) Assentos forçados transversalmente (vide figura 3) – Nessas montagens existe uma


folga temporária entre as peças provocada por diferentes processos de dilatação
(térmica ou mecânica). A cessação ou inversão da causa das dilatações provoca o
aperto do cubo no eixo.

FIGURA 3

Cálculo das Interferências

Considerações gerais
A resistência oferecida ao deslizamento axial ou giro relativo das duas peças nos
acoplamentos por interferência depende dos seguintes fatores:

1) Características dos esforços que atuam no acoplamento – O esforço necessário para


afrouxar o acoplamento é maior do que o esforço para manter o deslizamento já
iniciado, este é 70% do primeiro. Quando as cargas são variáveis ou alternadas, o
esforço para afrouxamento diminui para valores próximos ao esforço de
deslizamento. Normalmente no cálculo utiliza-se o esforço ao deslizamento como
fator de maior segurança.
2) Rugosidades das superfícies de assento – Existe um alisamento nos vértices das
superfícies rugosas, especialmente nas montagens longitudinais, que promovem a
redução da interferência. O valor das perdas por alisamento é função do acabamento
superficial das peças, sendo mais fino o acabamento, menor será o alisamento.
Portanto, recomendam-se superfícies retificadas e polidas. Para compensar as
perdas por alisamento, as interferências calculadas são acrescidas de uma
quantidade ∆u, cujo valor depende da rugosidade das superfícies (DIN 7190).
3) Pressão de contato no assento – Esta pressão por sua vez depende de vários
fatores: grandeza da interferência, características mecânicas do material e do
tamanho das peças. Este último fator tem grande importância nos limites elásticos
das peças, cuja influência no coeficiente de aderência é decisiva. Para valores de
Q = 0,75 (vide figura 4), os valores de aderência reduzem-se para a metade
aproximadamente. Para valores de Q > 0,75 deve-se atuar com cuidado na escolha
da interferência. Para valores de “Q” pequenos aumenta-se a certeza do coeficiente
de aderência.

FIGURA 4

4) Coeficiente de aderência – Apresenta importância decisiva nas montagens por


interferência e seu valor depende de fatores tais como: tipo de material, lubrificação e
tipo de montagem. Quando a pressão atuante nas superfícies de montagem das
peças atinge valores muito altos, a resultante das tensões tangencial σtg e radial σr
ultrapassa o limite de escoamento do material, produzindo um estado elasto-plástico
que reduz o coeficiente de aderência em relação aos valores usuais. É recomendável
executar as montagens com interferência com valores das tensões abaixo do limite
de escoamento. As figuras 5 e 6 apresentam a distribuição das tensões e zonas
elasto-plásticas, respectivamente.
FIGURA 5

FIGURA 6

O coeficiente de aderência estático é maior do que o cinemático, explicando o fator descrito


no item 1. Nos cálculos se adota o menor para maior segurança.
Seqüência de Cálculo

1) Força F atuante nas superfícies do assento.

2M t
F = Ftg 2 + Fax2 onde Ftg =
DF
F = Força tangencial em N ou Kgf;
Mt = Torque em Nm ou Kgm;
Fax = Força axial em N ou Kgf (freqüentemente Fax = zero).

O valor de F deverá ser corrigido para F’ em função das características do carregamento


(alternado, reverso, pulsante).

2) Pressão p mínima necessária no acoplamento.

F'
pmin = , onde
η × π × DF × L

pmin = Pressão mínima em N/mm2 ou Kgf/mm2


η = Coeficiente de aderência (vide tabela em anexo)
L = Comprimento útil da montagem em mm

3) Coeficiente de alongamento – São usadas as fórmulas de Bach para tubos de parede


grossa.

αR =
(mR + 1) + (mR − 1)× QR 2 (mm2/N)
(mW − 1) + (mW + 1) × QW 2
(mm2/N)
αW =
(
m R × E R 1 − QR 2
) (
mW × EW 1 − QW 2
)

mR = Inverso do coeficiente de Poisson do material do cubo


mW = Inverso do coeficiente de Poisson do material do eixo
ER = Módulo de elasticidade do material do cubo em N/mm2
EW = Módulo de elasticidade do material do eixo em N/mm2

DF DO
QR = QW =
DA DF

4) Interferência mínima necessária para produzir Fa ≥ F’

I min = pmin (α R + αW )DF × 103 + ∆u (µm)

∆u é o valor do alisamento superficial, estimado em (0,6 x R), sendo R a rugosidade das


superfícies de montagem.
5) Pressões máximas admissíveis nas duas peças (cubo/eixo) em função do limite de
escoamento do material de cada uma das peças.

1 − QR 2
padmR = 2
σeR , (N/mm2), onde
1 + QR

σeR = Limite de escoamento do material do cubo em N/mm2

1 − QW 2
padmW = σeW , (N/mm2), onde
2

σeW = Limite de escoamento do material do eixo em N/mm2

Nota: padmW é aplicada na circunferência interna do furo do eixo. Quando o eixo é


maciço, corresponderá ao cubo a menor pressão admissível.

6) Interferência máxima admissível (Imax). Esta será calculada com o menor valor
encontrado no item anterior.

I max = padm (α R + αW )DF × 103 + ∆u (µm)

7) Enquadramento das interferências calculadas dentro do padrão ISO, considerando os


valores das interferências máxima e mínima calculadas.

Quando a interferência do acoplamento:

∆I = I max − I min

Apresentar valor “pequeno”, esta não corresponderá com nenhum ajuste padronizado.
Neste caso, será indicada a tolerância de usinagem do eixo após ter sido executada a
usinagem do cubo.

8) Cálculo da temperatura de aquecimento do cubo para assentos forçados


transversalmente

∆I + I max
∆t = t '+ (ºC), onde
α × DF

∆I = Folga de montagem
α = Coeficiente de dilatação linear do material
t’ = Temperatura ambiente
DF = Diâmetro do assento
Considerações Finais

Em geral os acoplamentos por interferência são mais vantajosos do que os de chaveta e


são de grande utilidade para a recuperação de peças fraturadas.

Apresenta o inconveniente de gerar tensões elevadas nas regiões extremas dos


acoplamentos transversais fragilizando o eixo no caso de flexão alternada. Este efeito
pode ser parcialmente corrigido ao reduzir a pressão de assento nestas regiões,
conforme sugestão apresentada na figura 7.

FIGURA 7

Quando o ambiente de trabalho dos acoplamentos permite variações de temperatura


razoáveis e as peças são de materiais de coeficiente de dilatação diferentes, deve-se ter
em mente este fator para evitar variações elevadas na pressão do assento.

Os acoplamentos por interferência perdem aderência quando desmontados/montados


com freqüência.

O aquecimento e resfriamento das peças para montagens transversais deve ser


efetuado com as mesmas limpas para evitar escamas prejudiciais.

A aderência nos acoplamentos transversais pode ser aumentada até valores ~ 0,65
utilizando-se pó de carborundum entre as superfícies de montagem.

Um cálculo aproximado de interferência para diâmetros maiores que 500 mm se obtém


com as fórmulas abaixo:

Para L > 2D I = D x 1,3 x 10-3


Para L < 2D I = D x 2,0 x 10-3

Exemplo de Aplicação - Eixo de mandril fraturado

Nas áreas de laminação de chapas, as linhas de processo dispõem de desbobinadeiras


e bobinadeiras, que são utilizadas para enrolar bobinas de aço na tração adequada ao
processo e assim possibilitar a continuidade operacional.
Desbobinadeira carregada com bobina de aço

Desbobinadeira – Mandril em balanço


Conjunto de bobinadeira com mandril em balanço

Eixo do Mandril – Local da fratura e abaixo seções fraturadas


Projeto de recuperação – Barra montada por interferência

Processo de Montagem – Aquecimento da peça


Processo de Montagem – Introdução da peça

Processo de Montagem – Operação finalizada


Anexos

As normas ISO sugerem os seguintes ajustes para montagem por interferência:

Furo Base Aplicações Eixo Base


H7 – z8, z9 Para grandes forças de aderência: Cubos de rodas h6 – Z8, Z9
H7 – x7, x8 dentadas, Volantes, Flanges em eixo (Z9 para grandes h6 – X7, X8
H7 – u6, u7 diâmetros e U6 para pequenos) h6 – U6, U7
H7 – s6 Para forças de aderência médias: Cubos de acoplamento, h6 – S7
H7 – r6 Coroas de Bronze sobre Cubos de FºFº, Casquilhos nos h6 – R7
cubos e Rodas

Coeficientes de aderência em repouso

Assentos Longitudinais Assentos Transversais


Superfícies Finas Superfícies Finas
Aço/aço
Normalizados 0,15 a Aço/aço 0,12 a 0,35
Sem lubrificação 0,175
Aço/aço
Normalizado 0,12 a
Lubrificado 0,15 Aço/FºFº 0,13 a 0,18
Aço/FºFº 0,15 a 0,16
Lubrificado

Módulos de Elasticidade e Coeficientes de Dilatação Térmica

Materiais E (kg/mm2) α x 10-6


Aço 20.000/21.000 Aquecimento Resfriamento
Aço Rápido 21.000/23.500 11 -8,5
FºFº 7.500/10.500 10 -8,0
FºFº maleável 9.000/10.000 10 -8,0
Metais duros 54.000/62.000 5,5
Cobre 12.500 16 -14
Bronze 8.500 17 -15
Latão 8.500 18 -16
Alumínio e Ligas 6.500/7.500 23 -18
Resinas Sintéticas 400/4.700 40/70

Bibliografia

Normas ISO
Normas DIN
Toler O. L. A., C. S. R. Antônio, Lanari J., Ajustes, desvios e análise de dimensões
Lopes Matos, Metrologia dimensional

Potrebbero piacerti anche