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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Faculdade de Letras
Linguística I Professor: Marcelo Melo Guia de Estudos nº 01

I - O que é Linguística: onde vive, do que se alimenta e o que estuda?


Disciplina que estuda a cientificamente linguagem (CUNHA, COSTA e MARTELOTTA, 2011: 15-21)

o que significa isso? em que sentido?

necessidade de uma teoria geral sobre o o termo “linguagem” apresenta mais de um


modo como a linguagem se estrutura e/ou sentido e é comumente empregado para se
funciona. referir a qualquer processo de comunicação
(animais, corporal, artística, sinais, escrita
objeto de estudo próprio: a capacidade da
etc).
linguagem.
para os linguistas: capacidade que somente
objetivo final: depreender os princípios
os seres humanos possuem para se
fundamentais que regem a linguagem
comunicar por meio de línguas.
ciência analítica, descritiva e NÃO
língua: “sistema de signos vocais utilizado
prescritiva:
como meio de comunicação entre os
▪ nenhuma língua é melhor ou pior do membros de um grupo social ou de uma
que outra(s), pois todo sistema comunidade linguística”.
linguístico é capaz de expressar
linguística: investiga os processos que estão
adequadamente a cultura do povo
na base da utilização das línguas como
que a fala.
instrumentos de comunicação, ou seja,
▪ todas as línguas e todas as variedade
processos por meio dos quais as diferentes
de uma língua são igualmente
línguas refletem, em sua estrutura, aspectos
apropriadas ao estudo.
universais essencialmente humanos.

“Pode-se dizer, portanto, que a linguística executa duas tarefas principais: o estudo das línguas particulares como um
fim em si mesmo, com o propósito de produzir descrições adequadas de cada uma delas, e o estudo das línguas como
um meio para obter informações sobre a natureza da linguagem de um modo geral” (p. 21)

França, Ferrari e Maia (2018: 16) ensinam que


a Linguística estuda a questão da capacidade da linguagem no ser humano. Como é possível que os
bebês humanos aos dois, três anos de vida falem fluentemente a língua da comunidade que os cerca?
Em torno dessa pergunta fundamental, já abordada desde a Grécia Clássica de Platão (século IV a.C.),
é que a Linguística se delimita e se especifica em outros questionamentos não menos importantes: (i)
quais as características da linguagem humana? (ii) em que essa linguagem se diferencia dos sistemas
de comunicação de outras espécies?

“Sistemas de comunicação animal” x “linguagem para a linguística” (PETTER, 2011:15-16)


As abelhas executam diferentes tipos de dança para anunciar a descoberta de uma fonte de alimento para o restante da
colmeia: um sistema de comunicação muito preciso, mas não constitui linguagem. Isto porque, apesar de compreender
uma mensagem com muitos dados, reter informações na memória (posição e distância do alimento) e produzir
simbolicamente uma mensagem (dança), as mensagens das abelhas: a) não são expressas de outra forma que não seja
por meio da dança; b) não enseja uma reposta, motivo pelo qual não há um diálogo (a mensagem provoca apenas uma
conduta); c) não há construção de uma mensagem a partir de outra mensagem, apenas a comunicação de um dado
objetivo, fruto da experiência; d) o conteúdo da mensagem é único; e) não é possível analisar ou decompor a mensagem
das abelhas em elementos menores.
Cunha, Costa e Martelotta (2011: 16-20) propõem que, independentemente das diferentes escolas teóricas, podem ser
consideradas características da capacidade da linguagem:
a) técnica articulatória complexa;
b) base neurobiológica composta de centros nervosos que são utilizados na comunicação verbal;
c) uma base cognitiva, que rege as relações entre as pessoas e o mundo biossocial e, consequentemente, a
simbolização ou representação desse mundo em termos linguísticos;
d) uma base sociocultural que atribui à linguagem humana aspectos variáveis que ela apresenta no tempo e no
espaço;
e) uma base comunicativa que fornece dados que regulam a interação entre os falantes.

Para além do fato de serem as diferentes entre si na superfície, as mais de 6000 línguas naturais do mundo exibem
graus semelhantes de complexidade e detalhamento: sentenças > unidades sintagmáticas > palavras > fonemas. Por meio
de recursos finitos (sintagmas, fonemas), é possível construir um número ilimitado de expressões. Além disso, apesar
das diferenças na aparência, não há nada que possa ser expresso em uma língua que não possa ser expresso em qualquer
outra. Assim, é possível dizer que:
a) todas as línguas humanas são completamente diferentes dos sistemas de comunicação que os animais usam;
b) todas as línguas são altamente complexas em cada um de seus níveis estruturais (não há línguas primitivas);
c) todas as línguas são articuladas, recursivas e apresentam estruturas formais bem formadas;
d) todas as línguas variam (no tempo, no espaço, de acordo com questões sociais, econômicas e culturais);
e) todas as línguas mudam (a mudança linguística é inevitável).
(FRANÇA, FERRARI e MAIA, 2018: 16-38)

* Leitura e debate (em grupo) do Texto de apoio 1 – Exemplos das principais propriedades das línguas humanas (p. 19-38)

Breve história do estudo da linguagem


“O interesse pela linguagem é muito antigo, expresso por mitos, lendas, cantos, rituais ou por trabalhos eruditos que
buscam conhecer essa capacidade humana” (PETTER, 2011: 12)
▪ século IV a.C.: gramáticos hindus (Panini) e gregos (Platão e Aristóteles)
▪ Idade Média: modistas
▪ século XVI: traduções dos livros sagrados do Cristianismo e 1º dicionário poliglota (1502, Ambrosio Calepino)
▪ séculos XVII: Gramática de Port Royal (1660)
▪ século XIX: gramáticas comparadas e Linguística Histórica
▪ século XX: Saussure e a autonomia da Linguística

As relações da Linguística com outras ciências (CUNHA, COSTA, MARTELOTTA, 2011: 21-26)
A autonomia da Linguística como ciência não a isola das demais ciências ou áreas de pesquisa.
Há duas faces na relação da Linguística com outras ciências:
▪ interface (sociologia, filosofia): ciências que não têm a linguagem como seu objeto de estudo específico, mas,
em razão de a linguagem fazer parte de alguns aspectos do seu objeto de estudo, passam a se interessar por ela;
▪ proximidade/semelhança (gramática tradicional, filologia, semiologia): ciências que estudam específica e
exclusivamente a linguagem, mas diferentes concepções acerca da natureza da linguagem (diferentes objetivos
e metodologias).

REFERÊNCIAS:
CUNHA. A. F.; COSTA, M. A.; MARTELOTTA, M. E. Linguística. In MARTELOTTA, M. Manual de Linguística. São Paulo:
Contexto, 2011, p. 15-30.
FRANÇA, A; FERRARI, L.; MAIA, M. A linguística no século XXI: convergências e divergências no estudo da linguagem. São Paulo:
Contexto, 2018.
PETER, M. Linguagem, língua, linguística. In FIORIN, J.L. (Org.). Introdução à linguística. São Paulo: Contexto, 2011.

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