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NOÇÕES DE

PERFURAÇÃO E
COMPLETAÇÃO

Autor: Alfonso Humberto Celia Silva


Co-Autor: João Carlos Neves Calmeto
NOÇÕES DE
PERFURAÇÃO E
COMPLETAÇÃO
NOÇÕES DE
PERFURAÇÃO E
COMPLETAÇÃO

Autor: Alfonso Humberto Celia Silva


Co-Autor: João Carlos Neves Calmeto

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Reconhecer sistemas, equipamentos e métodos de perfuração;


• Descrever os processos de completação, identificando suas etapas e
diferenciando equipamentos e métodos utilizados;
• Reconhecer os processos de intervenção de manutenção de poços,
workover, equipamentos e barreiras de segurança apropriadas.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
IMpORTANTE!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
IMpORTANTE!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
IMpORTANTE!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 15

Capítulo 1 - Perfuração
Objetivos 17
1. Perfuração 19
1.1. Histórico da prospecção e produção do petróleo 19
1.2. Prospecção e sistemas de perfuração 23
1.3. Equipamentos da sonda de perfuração 27
1.3.1. Sistema de geração e transmissão de energia 28
1.3.2. Sistema de elevação de cargas 30
1.3.3. Sistemas de rotação da coluna de perfuração 32
1.3.4. Sistema de circulação de fluidos 34
1.3.5. Sistema de posicionamento 34
1.3.6. Sistema de segurança de poço 37
1.3.7. Sistemas de monitoramento e controle 38
1.4. Coluna de perfuração 40
1.4.1. Tubos e comandos 40
1.4.2. Acessórios e ferramentas 41
1.5. Brocas 42
1.6. Fluidos de perfuração e sistema de circulação de fluidos 43
1.7. Operações de perfuração 45
1.7.1. Plataformas de perfuração offshore 46
1.7.2. Operações rotineiras de perfuração 51
1.7.3. Perfuração direcional 57
1.8. Exercícios 62
1.9. Glossário 66
1.10. Bibliografia 70
1.11. Gabarito 71
Alta Competência

Capítulo 2 - Completação
Objetivos 75
2. Completação 77
2.1. Tipos de completação 78
2.1.1. Operações de investimento 78
2.1.2. Operações de manutenção 80
2.2. Métodos de completação 83
2.2.1. Quanto ao posicionamento da cabeça dos poços 83
2.2.2. Quanto ao revestimento de produção 84
2.2.3. Quanto ao número de zonas explotadas 88
2.3. Etapas de uma completação 90
2.3.1. Fases da completação 90
2.3.2. Produção do reservatório ao poço 94
2.3.3. Condicionamento do revestimento e poço 95
2.3.4. Pesquisa da cimentação primária 95
2.3.5. Canhoneio 97
2.3.6. Indução de surgência 98
2.4. Principais componentes da coluna de produção (COP) 99
2.4.1. Alguns elementos da coluna de produção (COP) 100
2.4.2. Métodos de elevação 110
2.4.3. Barreiras de segurança 116
2.5. Equipamentos de superfície 118
2.5.1. Cabeça de poço 119
2.5.2. Árvore de natal seca ou convencional (ANS ou ANC) 120
2.5.3. Árvore de natal molhada (ANM) 122
2.5.4. Válvulas da árvore de natal molhada 125
2.6. Intervenções em poços - workover 126
2.6.1. Amortecimento de poços 128
2.6.2. Estimulação do reservatório ou restauração
da produção - acidificação 132
2.6.3. Estimulação do reservatório - fraturamento hidráulico 133
2.6.4. Operações com arame 138
2.6.5. Operações com flexitubo 141
2.6.6. Operações com nitrogênio 142
2.6.7. Operações com cimento na completação e em workover 143
2.6.8. Perfilagem de produção 148
2.7. Procedimentos para recebimento ou partida de poços 152
2.8. Equipes a bordo da unidade marítima de intervenção em poços 156
2.9. Exercícios 165
2.10. Glossário 168
2.11. Bibliografia 176
2.12. Gabarito 178
Introdução

A
perfuração de poços de petróleo no Brasil teve início em
1897, com o primeiro poço exploratório em Bofete, São Paulo.
A cada dia novas áreas são pesquisadas, exigindo tecnologias
mais avançadas. O processo de perfuração e completação de poços
precisa acompanhar este desenvolvimento.

Em termos gerais, a indústria do petróleo divide-se em upstream e


downstream para se referir aos segmentos da indústria do petróleo; e
em onshore e offshore para se referir à localização em relação ao mar.

O segmento upstream (atividades de exploração e produção)


compreende o início da cadeia produtiva, ou seja, o fluxo de petróleo
15
e gás nas rochas-reservatórios, passando pelo fluxo dentro do
poço, nas linhas até as plataformas de produção, nos gasodutos e
oleodutos ou navios tanque até os terminais marítimos ou estações de
tratamento e de lá até as refinarias. Além disso, envolve as atividades
de exploração sísmicas e geológicas.

Dentro desse segmento, a Engenharia de Poços participa desde o


começo da criação de um campo, perfurando os poços exploratórios.
Prossegue perfurando e completando os poços de desenvolvimento,
inclusive em perfurações e completações adicionais. Atua, também,
na manutenção dos poços e participa do encerramento de um campo
nas operações de abandono definitivo de poços e do campo.

Nas plataformas de produção, os supervisores e técnicos de operação


de produção recebem o poço construído pela Engenharia de Poços em
um processo chamado de entrega do poço. Depois, voltam a recorrer
à este setor da Engenharia, de tempos em tempos, para restaurar,
melhorar a produção ou injeção dos poços ou para obter dados sobre
os reservatórios de petróleo e gás.
Alta Competência

Já o segmento downstream (atividades de refino do petróleo bruto,


tratamento do gás natural, transporte e comercialização/distribuição
de derivados) abrange desde as refinarias até o cliente ou consumidor
final. Nos postos de abastecimento automotivo, os consumidores
recebem óleo diesel, gasolina e gás automotivo fornecidos por
diversas distribuidoras. A indústria petroquímica recebe nafta, gás
e outros derivados; os domicílios recebem gás das concessionárias.

Quanto à sua localização em relação ao mar, as atividades de


perfuração podem ser em terra (onshore) e próximas da costa ou em
alto mar (offshore).

O trabalho offshore apresenta desafios tecnológicos e logísticos muito


grandes, além dos impactos psicossociais de um modelo de vida
diferente do da maioria das pessoas, decorrente do confinamento
em alto mar.
16
Por isso, e por terem contato constante, remoto ou direto com
poços de petróleo e gás, incluindo os poços de injeção (água, gás,
descartes etc.), é preciso que os técnicos de operação de produção
tenham um mínimo de conhecimento sobre poços de petróleo e
sobre as unidades de intervenção.
Capítulo 1
Perfuração

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os sistemas de perfuração de petróleo e suas


funções, bem como os equipamentos da sonda de perfuração;
• Descrever a estrutura da coluna de perfuração;
• Apontar medidas de prevenção ao blowout;
• Explicar os estágios das operações de perfuração e os testes
realizados em cada etapa;
• Identificar as finalidades dos diferentes tipos de poços.
Alta Competência

18
Capítulo 1. Perfuração

1. Perfuração

A
evolução da perfuração se inicia no sistema de percussão,
quando o principal esforço é a quebra da rocha, retirada do
poço por elevação mecânica (caçambas), indo até o sistema
de rotação e circulação, primeiro com a mesa rotativa (MR) e kelly e,
posteriormente, com o top drive - com ou sem o motor de fundo.

A circulação de fluido para remoção dos cascalhos permite


perfurações mais profundas e controle da pressão das formações,
além de evitar o desmoronamento das paredes dos poços.

1.1. Histórico da prospecção e produção do petróleo

Acompanhe o histórico do desenvolvimento da perfuração no


mundo e no Brasil: 19

No mundo
347 aC 1264

Poços perfurados na China Mineração de óleo superficial na


até 240 m de profundidade Pérsia medieval testemunhada
utilizando brocas conectadas a por Marco Polo em suas viagens
hastes de bambu. por Baku (atual Azerbaijão).

1500 1594

Óleo superficial coletado Poços de petróleo são cavados à


nas montanhas da Polônia mão em Baku, Pérsia, até 35 m
e da Romênia utilizados em de profundidade.
iluminações de ruas.
1735 1815

Areias oleosas são mineradas e Petróleo é produzido nos Estados


o óleo extraído em campos da Unidos como um subproduto
Alsácia, França. indesejável de poços de sal.
Alta Competência

1848 1858

Primeiro poço moderno de Primeiro poço de petróleo é


petróleo é perfurado na Ásia, perfurado na América do Norte,
ao noroeste de Baku, por um em Ontário, Canadá.
engenheiro russo.
1859

Fonte: Veldman & Lagers, Fifty Years Offshore 1999.


Primeiro poço de petróleo
economicamente produtor,
perfurado nos Estados Unidos com
69 pés (21 m) de profundidade,
em Titusville, Pensilvânia, pelo
Coronel Edwin Drake. Uma
sonda com sistema de percussão
movido a vapor foi utilizada.
20

Sonda de perfuração do Cel.


Drake
1900 1915-1928

O americano Anthony Lucas en- As sondas com sistema rotativo


controu óleo a uma profundi- de perfuração começaram,
dade de 354 m utilizando uma gradativamente, a substituir as
sonda rotativa, após ter desen- sondas com sistema percussivo
volvido um sistema de circulação de perfuração, tornando estas
com fluido. últimas obsoletas.
Capítulo 1. Perfuração

Fonte: (Veldman & Lagers, Fifty Years Offshore 1999)


Campo de produção de Fier – Albânia

No Brasil
21
1858 1859

O marquês de Olinda assina o Durante a construção da Estrada


decreto n.º 2.266, concedendo de Ferro Leste Brasileiro, o
a José Barros Pimentel o direito inglês Samuel Allport observa
de extrair mineral betuminoso gotejamento de óleo em Lobato,
para fabricação de querosene subúrbio de Salvador.
em terrenos situados às margens
do rio Marau, na então província
da Bahia.
1891 1897

Primeiras pesquisas nos Primeiro poço exploratório em


sedimentos argilosos Bofete–SP por Eugênio Ferreira
betuminosos no litoral de Camargo a uma profundidade
Alagoas. de 488 m, produzindo 500 litros
de óleo.
Alta Competência

1919 1938

Serviço Geológico e Mineralógico Início do primeiro poço


do Brasil perfura 63 poços descobridor de petróleo no Brasil
nos estados do Pará, Alagoas, pelo Departamento Nacional de
Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Produção Mineral (DNPM), em
Catarina e Rio Grande do Sul Lobato, a uma profundidade de
sem, no entanto, obter sucesso 210 m. A produção se mostrou
nas prospecções. antieconômica, porém foi um
marco fundamental na exploração
de petróleo no Brasil.
1941 1953

Primeira descoberta comercial de Criação da Petrobras, com a


óleo no município de Candeias, instituição do monopólio estatal
BA. de petróleo pelo governo Vargas.
22 A partir desta data, a história do
petróleo no Brasil se confunde
com a história da Petrobras.
Décadas de 50 e 60 Décadas de 70 e 80

Descoberta dos campos de Descoberta dos primeiros campos


petróleo de Tabuleiro dos na Bacia de Campos (primeiro o
Martins, em Alagoas; Taquipe, na de Garoupa); campo de Ubarana,
Bahia; Carmópolis, em Sergipe; no litoral do RN; campos
e Miranga, na Bahia. Primeira terrestres, em Mossoró; campo
descoberta, no mar de Sergipe, de Urucu, na selva amazônica; e
do campo de Guaricema. campos marítimos de Marlim e
Albacora, em águas profundas,
que praticamente dobraram
as reservas provadas de todo o
Brasil.
Capítulo 1. Perfuração

Década de 90 Final dos anos 90 e início do


século XXI
Outros campos gigantes de
Roncador e Barracuda. Grande impulso governamental
e comercial com investimentos
na exploração de novas áreas,
campos do pré-sal e instalação de
novos complexos de produção.
Ampliação do parque de refino
para atender à demanda futura
de derivados.

1.2. Prospecção e sistemas de perfuração

A primeira etapa da prospecção de petróleo é a pesquisa que,


através da sísmica e estudos geológicos, aponta as regiões de alta
probabilidade de ocorrência de hidrocarbonetos. 23

O petróleo é formado pela associação da decomposição incompleta


dos restos mortos dos organismos depositados nos fundos dos
mares ou lagos e a deposição simultânea de componentes de rochas
argilosas. A esse conjunto denominamos de rocha geradora ou rocha
matriz (rocha capaz de ter permitido a geração do petróleo). Para a
gênese do petróleo é necessário, além da matéria orgânica, o efeito
de elevada pressão e temperatura.

Devido à fluidez e menor densidade do petróleo em relação à


água existente nos poros rochosos, ele se desloca em movimento
ascendente, até encontrar um local onde o estacionamento do
óleo se processa. O petróleo retido se armazena em rochas porosas,
denominadas rochas-reservatórios, geralmente rochas sedimentares.
Alta Competência

Àgua Óleo

Grãos da rocha

Capeadora

Gás

Óleo

Rocha Água
Reservatório geradora

24 Exemplo de estrutura geradora e armazenadora de petróleo

A perfuração de poços é a segunda etapa necessária para uma possível


extração de petróleo. Nessa fase, a existência real do petróleo na
região prospectada se comprovará, pois nem toda área sedimentar
pesquisada contém petróleo ou gás natural. Após a confirmação da
existência de hidrocarbonetos com a perfuração, tem início a terceira
etapa do processo, que consiste no desenvolvimento do campo,
ou seja, no conjunto de operações destinado a perfurar e equipar
poços de desenvolvimento do campo para produzir óleo ou gás.
A etapa de equipar o poço e deixá-lo pronto para a produção chama-
se completação e precisa ser feita de forma segura e econômica, de
preferência para durar toda a vida produtiva do poço.

Atualmente, mais da metade das bacias sedimentares do mundo que


oferecem probabilidade de encontrar petróleo ou gás natural estão
localizadas offshore, ou seja, em ambiente marinho.
Capítulo 1. Perfuração

? VOCÊ SABIA?

No Brasil, as bacias offshore são responsáveis por mais de


70% de todo o óleo e gás natural produzido no país.

Para que essas perfurações ocorram, várias medidas são tomadas,


dentre as quais, podemos citar, por exemplo:

• Seleção e pesquisa do local;

• Estudos para minimizar o impacto ambiental.

Em alto mar, há a necessidade da determinação da jurisdição legal.


Em terra, são feitos contratos de arrendamento e de servidão de
25
vias de acesso, além da liberação ambiental. Após a obtenção das
autorizações legais de utilização da locação e assinados os contratos,
começam os trabalhos de perfuração.

A perfuração em terra (onshore) tem início com o preparo da locação e


acessos e com a verificação de fontes naturais de água ou perfuração
de um poço de captação. No mar, a perfuração começa com a
determinação geográfica do poço e o lançamento de sinalizadores
sonoros (beacons) para posicionamento da sonda de perfuração.

Em terra, antes da montagem da sonda, é preparado um dique ou


montado um sistema de tanque para receber o fluido de perfuração
e descarte dos sólidos produzidos durante a perfuração do poço
de petróleo. Como esse descarte pode estar contaminado por óleo
ou outros poluentes do fluido de perfuração, é necessário tratá-lo,
reduzindo a toxicidade e o teor de óleo e graxa, para então descartá-
lo apropriadamente em locais autorizados pelos órgãos ambientais.
Devido ao elevado custo das sondas de perfuração, o tubo condutor
(primeiro revestimento do poço) é cravado com a utilização de bate-
estaca e a primeira fase pode ser perfurada com uma sonda menor e
mais barata.
Alta Competência

Dependendo do local da perfuração e do seu acesso, o transporte


dos equipamentos pode ser feito por caminhão, helicóptero, barco
ou barcaça. Também nos lugares nos quais não há fundações para
suportar uma sonda, tais como pântanos ou lagos, as sondas são
construídas sobre barcos ou barcaças para trabalhar sobre águas
interiores. No mar, as sondas são construídas em navios (navio sonda -
NS), em plataformas flutuantes (sondas semi-submersíveis - SS) ou em
plataformas auto-eleváveis (PA), que possuem estruturas (pernas),
que apoiadas no fundo do mar, elevam a plataforma acima da água,
formando uma ilha metálica artificial.

Podemos comparar a perfuração de um poço à abertura de uma


estrada por onde se escoará o hidrocarboneto do reservatório para
a superfície.

A seqüência natural das operações para a identificação das


26 possibilidades, descobrimento e produção do petróleo é a seguinte:

• Exploração: estudos sísmicos são feitos a fim de levantar


dados para a escolha de locais mais propícios para a pesquisa da
existência de hidrocarbonetos;

• Perfuração: escolhidas as locações, a perfuração tem o objetivo


de alcançar os intervalos ou zonas produtoras no subsolo;

• Avaliação: são corridos perfis elétricos, que identificam as


formações e os fluidos contidos. Após o revestimento e a
completação do poço são feitos testes de produção e análise do
potencial da jazida.

Essas operações fornecem subsídios para o desenvolvimento da


produção, ou seja, estudos de reservatório que definem a locação
mais apropriada dos poços para desenvolvimento do campo, sistemas
e processos de elevação e escoamento do hidrocarboneto.

Por fim, há a completação do poço, isto é, as operações de acabamento do


poço, de modo a equipá-lo e prepará-lo para produzir hidrocarboneto.
Capítulo 1. Perfuração

Os sistemas de perfuração são classificados quanto à maneira de


quebrar o solo, a rocha, ou a formação, do seguinte modo:

a) Por percussão: neste sistema, o solo e as rochas são quebrados


por percussão de um trado e os cascalhos podem ser retirados por
caçambeamento. Existem sistemas de percussão por martelete
mecânico, hidráulico ou pneumático.

b) Por rotação: neste sistema, a rocha é perfurada através da


aplicação de peso e rotação em uma broca que esmigalha a
rocha. Em seguida, um sistema de circulação retira esse cascalho
para a superfície. A rotação pode ser aplicada à broca através
da rotação de toda a coluna de perfuração ou por motores de
fundo posicionados logo acima da broca.

No método percussivo, os cascalhos podem ser retirados do poço por


caçamba ou por elevação hidraúlica, enquanto no método rotativo a 27
retirada dos cascalhos se faz por circulação de um fluido de perfuração
com capacidade de carrear esses cascalhos.

1.3. Equipamentos da sonda de perfuração

A sonda de perfuração é, na verdade, um conjunto de equipamentos


e acessórios utilizados para viabilizar a perfuração do poço. Observe
cada um dos sistemas.
Alta Competência

Torre

Mesa
Sistema de segurança rotativa
contra erupção (BOP)
Bomba para circulação
Tubos sobressalentes de fluídos

Revestimento

Coluna de perfuração
Gerador de Fluído de perfuração
eletricidade e sedimentos
Comandos

28 Broca

Equipamentos para perfuração de poço

1.3.1. Sistema de geração e transmissão de energia

A energia para funcionamento da sonda é gerada por grandes


moto-geradores diesel. O acionamento dos equipamentos é feito
por motores elétricos de corrente alternada ou de corrente
contínua, a depender da potência e da funcionalidade de cada.
Há também sondas mecânicas mais antigas, que funcionam com
motores diesel, nas quais os geradores elétricos fornecem energia
elétrica para iluminação e pequenos motores.

a) Fontes de energia

A energia necessária para acionamento dos equipamentos de uma


sonda de perfuração é normalmente fornecida por motores diesel e
turbinas a gás.

Nas plataformas marítimas em que há produção de gás, é comum e


econômico utilizar-se turbinas a gás para geração de energia para
toda a plataforma.
Capítulo 1. Perfuração

Uma característica importante dos equipamentos de uma sonda


que afeta o processo de transmissão da energia é a necessidade de
operarem com velocidade e torque variáveis.

Dependendo do processo de transmissão de energia para os


equipamentos, as sondas de perfuração são classificadas em sondas
mecânicas ou diesel-elétricas.

• Sondas mecânicas

Nas sondas mecânicas, a energia gerada nos motores diesel é levada


a uma transmissão principal (compound) através de acoplamentos
hidráulicos (conversores de torque) e embreagens (mecânicas ou
pneumáticas).

O compound é constituído de diversos eixos, rodas dentadas e correntes


que distribuem a energia a todos os sistemas da sonda. 29

As embreagens permitem que os motores sejam acoplados ou


desacoplados do compound, propiciando maior eficiência na utilização
dos motores diesel.

• Sondas diesel-elétricas

As sondas diesel-elétricas geralmente são do tipo AC/DC, em que a


geração é feita em correntes alternadas e a utilização é em corrente
contínua. Motores diesel ou turbinas a gás acionam geradores de
corrente alternada (AC) que alimentam um barramento trifásico de
600 volts. Esse barramento, alternativamente, também pode receber
energia da rede pública.

Pontes de retificadores controlados de silício (SCR) recebem a energia


do barramento e a transformam em corrente contínua, que alimenta
os equipamentos da sonda. Por utilizar motores de corrente contínua
(AC), a velocidade e potência dos equipamentos é mantida sob
controle pela freqüência aplicada aos motores.
Alta Competência

Os equipamentos auxiliares da sonda da plataforma, iluminação


e hotelaria que utilizam corrente alternada recebem a energia do
barramento após passarem por um transformador para a potência
de cada equipamento.

1.3.2. Sistema de elevação de cargas

O sistema usado para descer e retirar as tubulações do poço é


composto por:

• Torre;

• Guincho (guincho principal) com um grande tambor de cabo


de aço;

• Sistema de freio elétrico-mecânico;


30

• Sistema de moitão e talha;

• Carretel para armazenamento do cabo de perfuração.

Em uma sonda de petróleo, o sistema de elevação e sustentação de


cargas é constituído de:

• Base ou fundação (terraplenagem do terreno ou base de


concreto, ou aço, na qual é montada a sonda);

• Subestrutura;

• Torre ou mastro;

• Guincho e cabo de perfuração;

• Moitão de elevação (bloco de coroamento e catarina).


Capítulo 1. Perfuração

A estrutura que surge em primeiro plano - a torre ou mastro - é uma


estrutura metálica em treliças que tem, entre outras funções, a de
sustentar o conjunto de tubos de perfuração denominado coluna de
perfuração ou drill pipes. Esses são enroscados, um a um, com o uso de
chaves hidráulicas ou de chaves flutuantes.

Na torre há um moitão formado por um conjunto de polias fixas


(bloco de coroamento) e um conjunto de polias móveis (catarina ou
bloco viajante), com um gancho (hook) em sua extremidade.

Na subestrutura estão a base da torre, a área de trabalho (drill floor) e


um guincho pelo qual passa um cabo de aço interligando-o ao moitão
(bloco de coroamento/catarina). Esse guincho, movido a motores
diesel ou elétricos, é comandado pelo sondador e se destina a elevar
ou descer a coluna de perfuração.

No centro do drill floor está a mesa rotativa (MR), que possui um 31


orifício central por onde passa a coluna de perfuração. A mesa
rotativa e a coluna de perfuração tornam-se solidárias pelo encaixe
da bucha da mesa. Assim, motores potentes acionam a mesa
rotativa em velocidades reguláveis, transmitindo o movimento
de rotação para a coluna de perfuração. Para sustentar a coluna
na mesa durante as manobras de descida ou retirada da coluna
no poço são usadas cunhas, de acordo com o tipo e diâmetro dos
tubos em movimento no poço. Existem cunhas para drill pipes, para
comandos e para revestimento.
Alta Competência

Fonte: Petrobras
Bloco de coroamento

Catarina

Gancho

Cabeça de
injeção

Guincho

Mesa rotativa

Bombas
de lama

32 Alguns dos principais componentes de uma sonda

1.3.3. Sistemas de rotação da coluna de perfuração

Esses sistemas podem ser definidos como um conjunto de


equipamentos compostos por:

• Mesa rotativa: transmite rotação à coluna de perfuração,


permitindo que o kelly deslize livremente no seu interior. Em
algumas situações, a mesa deve suportar o peso da coluna de
perfuração. A mesa rotativa aliada à haste quadrada é mais
convencional e representou uma evolução importante no
sistema de perfuração, que passou de percussão a rotativo.

• Kelly: transmite à coluna de perfuração a rotação proveniente


da mesa rotativa. A seção transversal do kelly pode ser quadrada
(comum em sondas de terra, mas obsoleta) e hexagonal (comum
em sondas marítimas). Nas sondas mais modernas o conjunto
mesa rotativa - kelly é substituído pelo top drive.

• Swivel ou cabeça de injeção: separa os elementos rotativos dos


estacionários nas sondas de perfuração. Para tanto, a sua parte
superior não gira e a sua parte inferior deve permitir a rotação.
Capítulo 1. Perfuração

O fluido de perfuração é injetado dentro da coluna por esse


equipamento.

• Top-drive: motor hidráulico de alta potência, que gira a coluna


de perfuração. São imprescindíveis em poços horizontais.
Permitem a retirada da coluna com circulação e rotação,
perfurando por seção de três tubos de perfuração (drill pipes),
conseqüentemente, com menor número de conexões, o que
torna mais seguras e rápidas as operações.

• Motor de fundo: permite transmitir elevada rotação à broca,


com baixa rotação da coluna. Como conseqüência, há menor
desgaste e esforço nos tubos, o que viabiliza a perfuração de
poços direcionais e horizontais e de poços mais profundos.

Esses dois últimos equipamentos, top-drive e motor de fundo, são


sistemas alternativos de rotação da broca:
33
• Top-drive: quando um motor é conectado no topo da coluna,
o uso da mesa rotativa e do kelly é dispensado. A vantagem é
que permite perfurar o poço de 3 em 3 tubos, além de permitir
que a retirada ou a descida da coluna seja feita tanto com a
rotação como com a circulação de fluido de perfuração pelo
seu interior.
Fonte: Petrobras

Top-drive
Alta Competência

• Motor de fundo: colocado acima da broca, é um motor


hidráulico do tipo turbina. O giro é provocado pelo movimento
do fluido de perfuração e ocorre na parte inferior, conectada à
broca. É bastante usado na perfuração direcional, pois a coluna
de perfuração não gira, logo não provoca desgastes nas paredes
do poço.

1.3.4. Sistema de circulação de fluidos

Este sistema bombeia o fluido de perfuração sob pressão, por meio


de bombas de alta potência, bombas de lama, manifold de injeção,
tubulação de perfuração e colares de perfuração e broca. O fluido de
perfuração pode ser uma mistura de água, argila, material adensante
e produtos químicos estabilizantes e conservantes. As principais
finalidades do fluido são manter a estabilidade do poço e as pressões
da formação, além de levar os cortes de rochas e cascalhos da broca
para a superfície. O sistema de circulação do fluido será melhor
34
tratado junto ao fluido de perfuração.

1.3.5. Sistema de posicionamento

O posicionamento da sonda de perfuração flutuante pode ser por


ancoragem ou através do posicionamento dinâmico.

No sistema de ancoragem, um conjunto de 8 a 12 âncoras suporta


a sonda, mantendo-a na posição. As âncoras são lançadas e pré-
tensionadas na locação, para posterior amarração na sonda.
O conjunto é estável até com duas âncoras “escorregadas”.

O posicionamento dinâmico é mantido por possantes motores, que


comandados por um sistema computacional, movimentam a sonda
em sentido contrário às correntes marítimas e aos ventos. A região
de estabilidade da sonda é mantida por triangulação de satélite
ou por sistema acústico, com beacons (emissores de sinais acústicos)
posicionados no fundo do mar, próximos ao poço.
Capítulo 1. Perfuração

Fonte: Petrobras
Cilindro de
ancoragem

“Fair lead”
Berço de
âncora
Riser
Bóia
BOP
Destorcedor
Cabo indicador
“pendant-line”

Mantilhas

Destorcedor Cabo ou Elos


35
âncora corrente “kenter”
Fonte: Petrobras

Corda
Haste

Cepo

Cunha

Elementos de ancoragem de uma semi-submersível


Alta Competência

posição desejada

posição desejada

hidrofone emissor
de sinal
afastamento
hidrofone emissor
da vertical na
de sinal
direção X
afastamento
θVX – ângulo entre a vertical desejada e o da vertical na
direção X
afastamento da embarcação. O afastamento
θVX – ângulo
horizontal entre a vertical
na direção desejada ao
X é proporcional eo
afastamento
seno de θVX da embarcação. O afastamento
distância
horizontal na direção X é proporcional ao linear entre o caminho acústico
hidrofone
seno de θVX receptor eo
distância
transmissor
linear entre o caminho acústico
acústico de
hidrofone
fundo e o
receptor
Nota: o cálculo para o eixo Y transmissor
acústico de
é semelhante. fundo

36 Nota: o cálculo para o eixo Y


é semelhante.
transmissor acústico
de referência

transmissor acústico
Sistema de posicionamento dinâmico com um transmissor acústicode referência

hidrofone receptor /
projetor ou emissor sonoro
pulso sonoro hidrofone receptor /
de verificação projetor ou emissor sonoro
pulso sonoro
de verificação

transmissor
de repetição

transmissor
de repetição
Nota: R = distância
linear entre o
centro geométrico
hidrofone receptor e entre transmissores
Nota: R = distância projeção da posição
o transmissor de da embarcação no de fundo
linear entre o
repetição. plano de verificação centro geométrico
hidrofone receptor e entre transmissores
projeção da posição
o transmissor de da embarcação no de fundo
repetição. plano de verificação

Sistema de posicionamento dinâmico hidroacústico com um ou quatro beacons


Capítulo 1. Perfuração

Sistema de posicionamento Geo-espacial

GPS Satélite estacionário

GPS

GPS

Barco de serviço

Base de Mensagem RTCM Estação


monitoramento terrestre Estação (mensagem transmitida receptora/transmissora
de repetição em tempo real) para satélite

Sistema de posicionamento por GPS

1.3.6. Sistema de segurança de poço


37
Durante a intervenção em poços são necessárias duas barreiras de
segurança para garantir que o poço não entre em fluxo.

A primeira barreira é o fluido de perfuração ou de completação e a


segunda é o sistema de segurança de cabeça de poço, composto pelo
preventor de erupções (Blowout Preventor – BOP) e seus acessórios.

Unidade de Desgaseificador
controle
remoto

Unidade acumuladora
e acionadora

BOP

Sistema de estrangulamento

Sistema de BOP
Alta Competência

Fonte: Petrobras

Fonte: Petrobras

Fonte: Petrobras
38
BOP usado em poço com cabeça de poço não submersa – BOP
anular e bloco de duas gavetas

1.3.7. Sistemas de monitoramento e controle

O sondador, além de supervisionar a equipe da sonda, controla as


operações e equipamentos através de um painel (painel do sondador)
que visualiza os diversos parâmetros operacionais, tais como: peso da
coluna de perfuração sobre a broca, rotação e torque aplicado na
coluna, velocidade da bomba de lama e vazão de fluido, nível de
fluidos nos tanques de fluido e reserva e outros parâmetros, conforme
podemos observar na ilustração a seguir:
Capítulo 1. Perfuração

Fonte: Petrobras
CPM Variação
da bomba de lama do volume
de lama
Retorno
Volume no trip de lama Volume Peso sobre
Totalizador total de lama a broca
tanque de CPM

Torque
elétrico
CPM Pressão de
bombeio Torque Torque elétrico
elétrico
RPM Torque na
da M.R. chave flutuante

39

ATENÇÃO

Nos filmes já vimos o petróleo jorrando – o chamado


blowout ou erupção – e talvez até mesmo um incêndio,
quando a perfuração atinge o reservatório produtor.

É bom ressaltar que essas condições são perigosas e


indesejáveis. Para evitá-las durante a perfuração há
a pressão do fluido de perfuração sobre a formação
produtora e um sistema de segurança contra erupção
(Blowout Preventor - BOP).

Para evitar o blowout e incêndios, o fluxo do petróleo


somente é iniciado após equipá-lo com tubos de
produção e válvulas de controle e direcionamento de
fluxo para uma plataforma ou estação coletora.
Alta Competência

1.4. Coluna de perfuração

A coluna de perfuração é composta por tubos de perfuração (drill


pipes - DP), tubos semipesados HW (intermediários) e tubos pesados
ou comandos (drill collars - DC), cujas funções são aplicar peso sobre a
broca (fornecido pelos DCs, preservando os tubos de perfuração de
realizarem esse esforço), transmitir rotação para a broca e permitir a
circulação de fluidos.

Outros elementos compõem a coluna, tais como:

• Estabilizadores;

• Escariadores;

• Alargadores (underreamers);
40
• Substitutos conversores de roscas (X-over);

• Equipamentos de medição e registro de inclinação e direção


Measuring While Drilling (MWD);

• Equipamentos de perfilagem e registro durante a perfuração


Log While Drilling (LWD).

1.4.1. Tubos e comandos

Alguns exemplos dos principais tubos e comandos de colunas de


perfuração estão ilustrados a seguir:

Comando
Comando liso liso

Tool Tool
Comando liso Tool Tool
joint joint
joint joint
Comando
Comando espiralado
espiralado
Tool
Tool joint
joint
Comando espiralado
Comando de perfuração (Drill Collar) Tubo de perfuração (Drill Pipe)

Tubo de perfuração pesado (HW)


Capítulo 1. Perfuração

1.4.2. Acessórios e ferramentas

Acessórios de coluna de perfuração são substitutos da coluna com


funções específicas. Os alargadores, por exemplo, são acessórios que
permitem perfurar os poços com diâmetro maior do que a broca, ou
quando o poço perfurado com um diâmetro tem que ser alargado
para um diâmetro maior a fim de permitir uma melhor cimentação.
Já os estabilizadores são elementos de coluna com diâmetro igual
ou próximo ao da broca, cuja função é manter o diâmetro do poço e
garantir o seu alinhamento com a direção pretendida.

Fonte: Petrobras

Fonte: Petrobras
Alargadores Estabilizadores e underreamers
41

Equipamentos de elevação e manuseio da coluna são usados para


permitir ou auxiliar no manuseio e na conexão dos tubos, comandos
ou outros acessórios ou componentes da coluna de perfuração.
São as cunhas de comandos e de drill pipes, que permitem segurar a
coluna na mesa rotativa; colar de segurança, que são acunhados nos
comandos e tubos de revestimento, para evitar que caiam no poço
quando da conexão ou desconexão dos mesmos.

As chaves flutuantes permitem o aperto final e a desconexão dos


tubos, comandos e revestimentos.

As chaves hidráulicas são chaves com motores hidráulicos usadas


para enroscar tubos e revestimentos. Os comandos, por causa do
seu peso, não podem ser enroscados ou desenroscados com as
chaves hidráulicas.
Alta Competência

Fonte: Petrobras
Cunha para DP’s

Colar de segurança

Cunha para tubos

42

Chave flutuante

Chave de enroscar tubos

Equipamentos para manuseio de coluna de tubos

1.5. Brocas

As brocas são equipamentos que perfuram, lascam, quebram e


trituram as rochas e formações. São colocadas na extremidade da
coluna e podem ser de vários tipos e tamanhos, dependendo da
profundidade e do tipo de rocha a ser perfurada.

A broca draga, perfura por raspagem e foi o primeiro tipo de broca


usada, mas hoje está em desuso.

A broca de diamante é usada em formações duras e abrasivas e em


operações de testemunhagem (coroa). Perfura por esmerilhamento.
Capítulo 1. Perfuração

As brocas tricônicas com dentes de aço ou de inserto de tungstênio


são as mais versáteis, podendo ser fabricadas para operar em
diversos tipos e durezas de formação. Nas formações mais macias
e plásticas são usados dentes grandes; nas mais duras ou abrasivas,
dentes curtos.

A broca PDC (diamante policristalino compactado) perfura por ação


de raspagem. É preferencialmente usada para perfurar formações
homogêneas e, em geral, apresenta alta taxa de penetração.

Fonte: Petrobras
43

Brocas para perfuração

1.6. Fluidos de perfuração e sistema de circulação de fluidos

O elemento responsável por carrear os cascalhos perfurados, refrigerar


e lubrificar a broca, conter as paredes do poço e evitar o influxo (kick)
e a erupção de gás ou óleo é o fluido de perfuração, popularmente
conhecido como lama.

Esse fluido, recalcado por bombas de alta potência (bombas de lama),


atinge a broca e passa por seus bordos, retornando à superfície pelo
espaço anular compreendido entre a coluna de perfuração e as
paredes do poço.
Alta Competência

O sistema de fluidos é composto pela bomba de lama e linhas de


recalque, que vão da bomba até a coluna de perfuração e pelo sistema
de tratamento de fluido, composto dos extratores de sólidos, peneiras,
desareadores, dessiltadores e tanques para preparo, armazenamento
e manutenção do fluido.

O fluido de perfuração carreia os cascalhos cortados e triturados pela


broca do fundo do poço para a superfície. Na superfície, o mesmo
fluido é tratado para retirada desses sólidos e manutenção de suas
qualidades reológicas e químicas.

44

Sistema de circulação no
fundo do poço

A extração de sólidos mais grosseiros ocorre nas peneiras, já os


mais finos, nos dessiltadores e no mud cleaner. Se necessário,
uma centrifuga de alta velocidade é usada para controle da
densidade do fluido e para a eliminação do líquido restante no
sólido descartado.
Capítulo 1. Perfuração

Mangueira

Swivel
Tubo
Bengala

Bomba

Kelly

Tanque
de fluidos
Peneiras Interior
da
coluna

Jatos
da
broca
Anular

Sistema de circulação de fluidos


45
Para as bombas
Centrífuga
de alta velocidade
Do poço

Centrífuga

Mud cleaner

Dessiltador

Peneira Desareiador
vibratória

Sistema de tratamento do fluido de perfuração

1.7. Operações de perfuração

A perfuração de poços consiste em posicionar uma sonda de


perfuração na locação determinada pelo projeto geológico e de
reservatório. Nas operações offshore, as sondas são montadas em
plataformas, que podem ser flutuantes ou apoiadas no fundo
do mar.
Alta Competência

As operações de perfuração têm os seguintes objetivos primordiais:

Perfurar um poço com segurança:

• Sem causar instabilidades nas rochas e formações cortadas


(colapso, fraturamento);

• Sem permitir influxo de fluidos da formação (água, óleo, gás)


para o poço e principalmente para fora dele.

Os projetos de perfuração e completação dos poços dependem da


concepção de produção. No caso offshore, a produção pode ser por
poços de completação seca, em plataformas fixas apoiadas no fundo
do mar ou em plataformas flutuantes fixas no fundo do mar por
tirantes de alta tração, conhecidas por TLP (Tension Leg Plataform).
A perfuração dos poços para essas plataformas pode ser anterior à
46 instalação da mesma, por sondas autônomas, flutuantes ou auto-
eleváveis ou após a instalação da plataforma. Nesse caso, são usadas
sondas moduladas, montadas sobre a plataforma de produção.

1.7.1. Plataformas de perfuração offshore

As perfurações dos poços são realizadas em diferentes tipos de


plataformas, projetadas para isso. Os principais tipos de sondas e
plataformas usados em perfuração offshore estão descritos a seguir.

a) Plataformas fixas

As plataformas fixas podem ser projetadas para receber todos os


equipamentos de perfuração, estocagem de material, alojamento de
pessoal, além das instalações necessárias para a produção dos poços.
A perfuração na plataforma fixa ocorre como se fosse em terra.
A plataforma fixa é uma ilha artificial, metálica, na qual as
características do poço são as mesmas do poço em terra.
Capítulo 1. Perfuração

No esquema a seguir, observar um projeto de poço típico em terra,


no qual o condutor é cravado até encontrar solo firme (nega). Note
que o poço é perfurado em duas fases: uma, com revestimento
intermediário e outra, com revestimento de produção. Ambos os
revestimentos chegam à superfície e são cimentados no anular
revestimento poço, isolando formações portadoras de óleo, gás,
água salgada ou salobra e, principalmente, isolando as formações
portadoras de água doce.

Superfície
do terreno

Cimentação do
Revestimento revestimento
intermediário intermediário

Condutor
Cravado
Revestimento 47
de produção Cimentação do
revestimento
de produção

Poço típico de perfuração onshore ou de plataforma fixa

Nas plataformas fixas, os poços são semelhantes, entretanto, com


mais fases e mais revestimentos intermediários capazes de prover
maior e melhor isolamento das diversas formações e o alcance de
horizontes produtores mais profundos. As Sondas Moduladas (SM)
são fundamentais para viabilizar a perfuração e, principalmente, a
manutenção dos poços instalados em plataformas fixas.

As principais características das plataformas fixas são as seguintes:

• Operam em lâminas d’água rasas, até 120 m;

• As jaquetas são lançadas e fixas por estacas no fundo do mar;

• Os módulos são colocados e fixos na jaqueta;


Alta Competência

• Os poços podem ser perfurados antes ou depois do lançamento


da jaqueta. Se forem perfurados antes, é feito tie-back para
remontá-los até a superfície;

• Não é necessário compensador de movimentos.

Fonte: Petrobras
48

Plataforma fixa e sonda modulada (SM)

b) Sondas auto-eleváveis (PA)

As sondas auto-eleváveis são sondas montadas em plataformas que


possuem pernas que as apóiam no fundo do mar. Operam como
uma ilha metálica que pode ser removida inteira e deslocada para
outra locação.

As principais características das sondas tipo plataforma auto-


eleváveis (PA) são:

• Plataforma de perfuração fixa, pouco afetada pelas condições


oceano-meteorológicas;

• Opera em áreas com restrições no fundo do mar;

• Baixo custo relativo;


Capítulo 1. Perfuração

• Perfura em até 100 m de lâmina d’água;

• Não faz uso de BOP submarino e de compensador de


movimentos.

Fonte: Petrobras
49

Plataforma auto-elevável

c) Sondas flutuantes

As sondas flutuantes são do tipo sondas semi-submersíveis (SS) e


navios sonda (NS).

Os navios-sonda (NS), aparentemente, são semelhantes aos navios


convencionais, porém, a característica que os diferencia é a torre e
o moon pool (abertura central existente no seu casco) por onde os
equipamentos são descidos para fazer a perfuração.

Os NS utilizam para o seu posicionamento o Sistema de


Posicionamento Dinâmico (DP). Esse sistema é constituído de um
referencial de navegação por satélite (GPS) e de um referencial
acústico local da embarcação, no qual os emissores de sinais
acústicos (beacons ou transponders), em freqüências pré-fixadas,
são posicionados no fundo do mar através do Remote Operator
Vehicle (ROV) e os receptores (hidrofones) ficam na embarcação.
As informações dos referenciais de posicionamento são recebidas
por sistemas de computação e acionam os motores de proa, popa
e de bordos, mantendo o navio em uma determinada posição, com
pequenas variações.
Alta Competência

As principais características dos navios-sonda são:

• Possuem grande capacidade de armazenagem de suprimento


para perfuração;

• São menos estáveis do que a sonda semi-submersível (SS),


devido ao menor volume submerso;

• Possuem propulsão própria, não necessitam de rebocadores


para o translado de uma locação para outra (DMM);

• Podem operar em lâmina d’água ultra-profunda;

• Necessitam de compensador de movimentos, sistema


hidropneumático que permite compensar o movimento
vertical da sonda em razão da flutuabilidade e da
50
movimentação das ondas.
Fonte: Petrobras

Plataforma navio-sonda (NS)

As sondas semi-submersíveis (SS), dotadas de flutuadores que


permitem uma submersão regulável, podem ser de dois tipos: as que
também se posicionam pelo Sistema de Posicionamento Dinâmico
(DP) e as do tipo ancoradas. Ambas possuem moon pool para manuseio
de cargas a serem descidas no fundo do mar ou no poço.
Capítulo 1. Perfuração

As principais características das plataformas SS são:

• São plataformas estáveis - trabalham em condições de mar e


tempo mais severos do que os navios;

• Podem ser ancoradas ou de posicionamentos dinâmicos;

• Fazem uso de BOP submarino e compensador de movimentos.

Fonte: Petrobras
51

Plataforma semi-submersível (SS)

1.7.2. Operações rotineiras de perfuração

Os poços perfurados por sondas semi-submersíveis (SS) ou navios-


sonda (NS) atendem um programa de perfuração a ser executado
em fases ou etapas. Para cada uma dessas fases há previsões da
profundidade a ser atingida e do tipo de broca a ser utilizada.
Conseqüentemente, há previsão do diâmetro do poço, da
composição da coluna de perfuração que vai acima da broca, do
tipo de fluido de perfuração a ser usado, da tubulação de grande
diâmetro (revestimentos) a ser descido/deixado no poço para conter
as paredes e dos trechos a serem cimentados para isolamento das
formações produtoras ou a serem protegidas.
Alta Competência

Na primeira fase, descem simultaneamente: uma broca, a coluna de


perfuração (tendo acima da broca um motor de fundo), as juntas do
revestimento (revestimento condutor), tendo no seu topo uma base
guia (funil up) acoplada.

O fundo do oceano é jateado e o revestimento condutor é


“enterrado”. Quando o jateamento não for possível, perfura-se até
o posicionamento da Base Guia Temporária (BGT) no fundo do mar.
Perfurada essa fase, segue-se a descida do revestimento com a Base
Guia Permanente (BGP). Nesse caso, ao final da descida das juntas
do revestimento, circula-se e, em seguida, cimenta-se esse mesmo
revestimento, da sapata (extremidade inferior) até o fundo do mar.

Na segunda fase fura-se com outra broca, com o retorno dos cascalhos
sendo direto para o mar, descendo a seguir o outro revestimento,
que tem acoplado à sua extremidade superior uma cabeça de
52 poço submarina (housing). Esse revestimento pode ser totalmente
cimentado, da sapata até o fundo do mar.

A terceira fase tem início com a descida do equipamento Blow Out


Preventer (BOP) submarino (principal componente da barreira de
segurança), que é acoplado à cabeça de poço (housing) e conectado
à sonda através do riser de perfuração. Em seguida, é perfurada a
terceira fase, com retorno de fluido para a sonda. Depois, é descido
o revestimento, cimentando-o também, porém não totalmente,
mas provendo isolamento da sapata e de intervalos superiores que
necessitem de isolamento.

Na quarta fase, ainda com o BOP instalado, perfura-se com broca de 12


¼” ou de 14 ½”. Nesta fase, o objetivo é atingir a rocha-reservatório -
a zona de interesse - para confirmar a existência de petróleo/gás
natural e colocar o poço em produção.

Para evitar que o poço desmorone e permitir que o fluido de


perfuração circule, há o revestimento: uma tubulação de aço de
grande diâmetro que reveste a perfuração. O revestimento é descido
ao final de cada fase e o anular revestimento poço é cimentado para
promover isolamento entre os vários intervalos perfurados e entre as
formações perfurada e a superfície. O revestimento bem cimentado
promove uma barreira de segurança eficaz.
Capítulo 1. Perfuração

Todos os revestimentos descidos são ancorados no interior da cabeça


de poço (housing) no fundo do mar. Eventualmente, para poços mais
profundos ou para aqueles que atravessam formações com pressões
estáticas (Pest) muito diferentes, pode haver a necessidade de se
perfurar mais uma fase, quando é descido um revestimento chamado
liner, que normalmente não vem até a superfície, sendo ancorado e
cimentado na base do revestimento anterior. Ao final, barreiras de
segurança são estabelecidas, como tampões de cimento, ou o poço
é equipado até o tubing hanger e o BOP é retirado, deixando o poço
temporariamente abandonado ou não.

Fonte: Petrobras
53

BOP submarino, usado em sondas flutuantes

Na explotação dos campos em regiões conhecidas pode-se perfurar


poços simplificados, chamados slenders, que são perfurados com
menos fases, simplificando e barateando o projeto, com sensível
redução no custo e no tempo de perfuração dos poços.

As ilustrações a seguir ajudam a acompanhar as fases das operações


de perfuração offshore.
Alta Competência

Fases da perfuração offshore

Coluna de
perfuração

Base guia funil UP

Motor de fundo
Revest de 30”

Broca de 26”

Final da primeira fase: executado


Início da primeira fase: descida o jateamento e “enterrado” o
da coluna de jateamento com revestimento de 30”.
54
revestimento de 30” e base guia.

Rev. 30” Rev. 30”

Poço de 26” Poço de 26”

Após a desconexão do mandril Concluído o trabalho com broca,


interno da Running Tool (RT), o mandril interno da running
segue a perfuração da segunda tool (RT) é reconectado, segue-
fase, com a broca de 26” sendo se a desconexão da RT da base
acionada pelo motor de fundo. guia e a retirada da coluna de
jateamento.
Capítulo 1. Perfuração

Riser de
perfuração

BOP

Rev. 30”

Rev. 20”

Poço de 26”
Cimento

Final da segunda fase: descido o Início da terceira fase: descida do


revestimento de 20” e efetuada a BOP com os risers; descida da broca
cimentação. 17 ½” para iniciar a perfuração
da fase. A lama transporta o 55
cascalho até a sonda.

Outras fases são perfuradas, conforme a profundidade final do


poço. Cada revestimento é descido e cimentado promovendo o
isolamento entre as diversas formações perfuradas e passadas.
O último revestimento é chamado de revestimento de produção, pois
atinge o horizonte produtor e nele são instalados os equipamentos
que permitem produzir o petróleo com segurança e controle.

Horizontal

Vertical Direcional
Tipos de poços no que se refere à trajetória
Alta Competência

0 MR

LA

1200

30”

20”

13 3/8”

9 5/8” Liner
7”
2800
7000m

56 Poço típico horizontal offshore no Brasil (UN-BC)

Convencional Slender

35m 3 TUBOS 35m


30” 30”

200m
20”

13 3/8”
13 3/8” @1700m
@1700m

2700m 2700m

9 5/8” 2800m 2800m 9 5/8”


@2900m @2900m

Poços típicos offshore no Brasil (UN-BC)


Capítulo 1. Perfuração

1.7.3. Perfuração direcional

a) Controle da verticalidade em poços verticais

Não existe poço rigorosamente vertical, pois o poço desvia-se


naturalmente da vertical. Esses desvios devem ser quantificados. Caso
ultrapassem certos limites de inclinações (normalmente 5º) ações
corretivas devem ser implementadas, no sentido de reduzir a sua
inclinação.

Poços verticais que se desviam bastante da vertical trazem problemas


de mapeamento de subsuperfície e podem atingir a profundidade
final em uma posição muito afastada do objetivo desejado. Esses
poços são denominados de tortuosos.

Existem várias causas que determinam a tortuosidade durante a


perfuração de um poço. As mais importantes são: 57

• A variação das características das formações e rochas perfuradas


(dureza, inclinação etc.);

• Mudança brusca no peso sobre a broca;

• Diâmetro de poço grande para os comandos usados;

• Perfuração com broca não estabilizada;

• Desbalanceamento dos comandos usados;

• Perfuração com coluna não estabilizada;

• Desbalanceamento dos parâmetros de perfuração (peso sobre


broca e rotação).
Alta Competência

A mudança brusca na trajetória do poço traz sérios problemas para a


perfuração, tais como:

• Desgaste por fadiga dos tubos de perfuração devido às


tensões cíclicas causadas pela rotação do tubo em um trecho
de desvio excessivo;

• Formação de chavetas - sulcos que aparecem no trecho de


desvio excessivo por causa das ações de compressão e rotação
dos tubos na parede no momento da retirada da coluna.
Os comandos podem ficar retidos nesses sulcos causando uma
prisão de coluna;

• Dificuldade na descida de colunas de revestimento.

b) Perfuração de poços direcionais


58
A perfuração direcional é a técnica de desviar, intencionalmente,
a trajetória de um poço da vertical para atingir objetivos que não
se encontram diretamente abaixo da sua locação na superfície. Os
poços direcionais são perfurados com várias finalidades, dentre as
quais podemos destacar:

• Controlar um poço em blowout através da perfuração de poços


de alívio;

• Atingir formações produtoras que estejam abaixo de locações


inacessíveis, tais como rios, lagos, cidades etc.;

• Desviar a trajetória do poço de acidente geológico, tais como


domos, salinos e falhas;

• Perfurar vários poços de um mesmo ponto, como é o caso da


produção através das plataformas marítimas;

• Desviar poços que tiveram o trecho final perdido por


problemas operacionais, como por exemplo a prisão da coluna
de perfuração.
Capítulo 1. Perfuração

1º KOP
Raio longo com
Raio longo com um trecho de
dois trechos de Raio médio Raio curto
ganho de inclinação
ganho de inclinação KOP

2º KOP KOP
KOP
Afastamento Comprimento

Entrada do obj. do trecho horizontal

Tipos de poços direcionais

Na ilustração a seguir é apresentado um projeto de poço horizontal


de grande afastamento, com a indicação dos revestimentos e as
respectivas profundidades das sapatas (profundidades medidas e
verticais - TVD) e as profundidades dos pontos de início de mudança
de inclinação (KOP).

0
59

Mud Line (fundo do mar) @ 1000 m


1000
Profundidade (m)

30” @ 1170m
20” @ 1350m
KOP 1 @ 1380m/BUR = 1º/15m
KOP 2 @ 6832m/BUR = 1º/10m
2000 13 3/8” @ 2625m 83º (2233m TVD) 9 5/8” @ 6785m 83º (2740m TVD)
6.1” @ 7200m 90º (2750m TVD)
83º 9 5/8”6.1”
Objective@ 2750m TVD

3000
0 1000 2000 3000 4000 5000
Afastamento (m)

Poço horizontal de grande afastamento

Atualmente, é possível perfurar poços com duas ou mais pernas,


chamados poços multilaterais. No campo de Carmópolis, SE, já foi
perfurado um poço com oito pernas produtoras.
Alta Competência

Level 1 Level 2 Level 3 Level 4

60
Level 5 Level 6 Level 65

Poços multilaterais

Na Petrobras, os poços são classificados de acordo com a sua finalidade.

Assim, temos:

Tipos de poços Características / finalidades


Poço para pesquisar um possível
reservatório, mas não se tem a certeza
Exploratórios (wildcat)
da existência de hidrocarbonetos no seu
objetivo.
Avaliar as litologias na subsuperfície e
Estratigráficos ou estruturais
realizar o conhecimento geológico da área.

Exploratório de delimitação de reservatório.


Extensão Podem também explorar jazidas adjacentes
ao reservatório conhecido.
Quando se encontra petróleo, são
Desenvolvimento
perfurados para produção do campo.
Capítulo 1. Perfuração

Tipos de poços Características / finalidades


Aumentar a produtividade e longevidade
dos campos de petróleo. Injeta-se nos
Injeção
reservatórios fluidos diversos (água, gás,
vapor de água, outros).

Possuem outra finalidade, diferente das


anteriores. Por exemplo, os poços-piloto,
Especiais
poços que vão permitir a perfuração dos
poços de desenvolvimento ou de injeção.

RESUMINDO...

Um poço perfurado é semelhante a um telescópio,


em que a porção mais larga se localiza no topo
da perfuração. Essa configuração é obtida pelo
uso seqüencial de brocas de diâmetros diferentes 61
(do maior para o menor). As paredes do poço são
revestidas com tubos de aço conectados entre si,
perfazendo um conjunto de tubos, denominado
revestimento. Cada revestimento descido vai do
fundo à boca do poço.

Entre os revestimentos e as paredes do poço é


introduzido cimento, não só para evitar toda e
qualquer comunicação do reservatório com o
exterior que não seja feita por dentro do último
revestimento descido, como para promover o
isolamento entre as diversas formações perfuradas
e passadas pelo poço.

Os poços podem ser verticais (inclinados ou


direcionais) e horizontais. Possuem diferentes
finalidades, como: produção de hidrocarbonetos,
injeção de água, gás, vapor ou outro líquido,
exploração ou reconhecimento geológico ou até
para monitoramento de subsuperfície.
Alta Competência

1.8. Exercícios

1) Identifique na ilustração a seguir os principais sistemas de uma


sonda de perfuração de petróleo.

62

2) No sistema de perfuração e elevação, a estrutura de sustentação


da coluna de perfuração é a:

( ) Base.

( ) Subestrutura.

( ) Torre.

( ) Coluna de perfuração.
Capítulo 1. Perfuração

3) O objetivo do sistema de segurança contra erupção é vedar o


poço, aliviar a pressão e eliminar os fluidos de maneira controlada
para prevenir um blowout. Outras medidas adotadas para prevenir o
blowout são:

( ) Iniciar o fluxo do petróleo por acidificação ou fraturamento


do poço.
( ) Utilizar fluido da perfuração de densidade suficiente para
conter a pressão da formação.
( ) Evitar o bombeamento para o poço e para os canhoneados
com fluidos de composição especial.
( ) Descer e cimentar o revestimento.

4) A perfuração possui vários estágios, que incluem perfurações em


vários diâmetros e cimentação dos revestimentos. Quando os casca-
lhos de rocha recuperados no fluido de perfuração passam a revelar
a areia oleosa da rocha-reservatório, pode se ter atingido a profundi-
63
dade final. A coluna de perfuração é removida e alguns testes devem
ser feitos para confirmar a descoberta. Explique quais são esses testes
e para que servem.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________
Alta Competência

5) Com relação aos sistemas de rotação da coluna de perfuração, re-


lacione os equipamentos e suas respectivas funções.

( 1 ) Mesa rotativa ( ) Transmitir a rotação proveniente da


mesa rotativa à coluna de perfuração.

( 2 ) Kelly ( ) Permitir a retirada da coluna com circu-


lação e rotação, perfurando por seção,
com mais segurança.

( 3 ) Swivel ou cabe- ( ) Transmitir rotação à coluna de perfu-


ça de injeção ração.

( 4 ) Top drive ( ) Transmitir elevada rotação à broca,


com baixa rotação de coluna.
( 5 ) Motor de ( ) Separar os elementos rotativos dos es-
fundo tacionários nas sondas de perfuração.

64 6) O sistema responsável por carrear os cascalhos, refrigerar e lubri-


ficar a broca, conter as paredes do poço e evitar a erupção de gás ou
óleo é o:

( ) Sistema de circulação ou de fluidos.

( ) Sistema de manutenção de fluidos.

( ) Sistema de segurança de poço.

( ) Sistema de monitoramento.

( ) Sistema de controle de fluxo.


Capítulo 1. Perfuração

7) Correlacione os tipos de poços e suas características.

( 1 ) Exploratórios ( ) Possuem finalidade diferente, funcionan-


(wildcat) do, por exemplo, como poços-pilotos.
( 2 ) Estratigráficos ( ) Visam a aumentar a produtividade dos
ou estruturais campos de petróleo através da injeção
de fluidos diversos.
( 3 ) Desenvolvi- ( ) Na produção de petróleo, são a maioria
mento dos poços perfurados.

( 4 ) Injeção ( ) Não se tem certeza da existência de


hidrocarbonetos no seu objetivo.
( 5 ) Especiais ( ) Têm a função de avaliar as litologias
na subsuperfície e realizar o conheci-
mento geológico da área.

8) Por que a perfuração direcional é importante?


65
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
Alta Competência

1.9. Glossário

Anular - espaço entre duas colunas, por exemplo, a coluna de perfuração e a parede
do poço, coluna de revestimento e a parede do poço, ou coluna de produção e
revestimento.

Barramento - estrutura para distribuição de energia elétrica.

Beacon - emissor de sinais acústicos, é usado no posicionamento dinâmico de sondas


semi-submersíveis (SS) e de navios-sonda (NS).

BGP - Base Guia Permanente.

BGT - Base Guia Temporária.

Blowout - erupção descontrolada do poço; risco que ocorre nas operações em poços
de petróleo, quando a pressão hidrostática não contém a pressão do reservatório e,
simultaneamente ocorre uma falha dos equipamentos de segurança (BOP ou AN),
causando o fluxo descontrolado de óleo ou gás para o meio ambiente (atmosfera
ou fundo do mar).

66 BOP (Blowout Preventer / preventor de erupções) - equipamento de segurança


colocado na cabeça do poço durante a intervenção com sonda. Segunda barreira
de segurança, que permite fechar e controlar o poço, evitando orifício do bloco de
válvulas onde existem duas válvulas, Master M2, e mais acima, a válvula de pistoneio
ou Swab S2.

Bucha da mesa - estrutura da mesa rotativa que, acoplada ao kelly, transmite o


movimento giratório para a coluna de perfuração.

Catarina - bloco de polias móvel; junto com o bloco de coroamento, faz o conjunto
moitão para elevação da coluna e equipamentos do poço.

Chave flutuante - utilizada para rosquear e desrosquear tubos e conexões, aplicando


o torque final.

Chaveta - peça que segura as rodas na extremidade de um eixo; possuem precisão


de milésimos de milímetros em suas dimensões.

Compound - transmissão principal da energia gerada nos motores diesel nas sondas
mecânicas.

Cunha - instrumento de ferro, cortado em ângulo sólido e que serve para suportar
a coluna de tubos ou de revestimento na mesa rotativa.

DC (Drill Collar) - comando de perfuração, tubo muito pesado usado para aplicar
peso sobre a broca.

Dessiltador - conjunto de hidrociclones posicionados após o desarenador com a


função de retirar partículas inferiores a 74 mícrons do fluido de perfuração.

Domo - estrutura positiva na qual as camadas rochosas mergulham divergentemente


em todas as direções.
Capítulo 1. Perfuração

DMM (Desmontagem, Movimentação, Montagem) - operação de desancoragem,


reboque/transporte e posterior ancoragem de uma sonda.

DP (Dynamic Positioning) - Sistema de Posicionamento Dinâmico. Recurso de


auto-posicionamento de uma embarcação, baseado em sistemas de referência
de posicionamento de superfície (GPS, Artemis, Argo, Syledis etc.); hidroacústicos
(Simrad, Honewell), deslocamento mecânico (Toutwire) entre outros.

Drill floor - área de trabalho da equipe de sonda.

Drill pipe (DP) - tubo da coluna de perfuração.

Falha - abalo das camadas geológicas acompanhado de um desnivelamento


tectônico de blocos separados.

Funil up - base guia acoplada aos equipamentos de cabeça de poço, facilita a


reentrada no poço.

Hook - gancho.

Housing - cabeça de poço submarina. Parte da cabeça de poço chamada de alojador


de alta pressão, onde é travado o BOP ou a ANM. 67
Influxo - kick. Influxo de óleo, água ou gás da formação para o poço.

Jatear - método de perfuração que consiste em penetrar a coluna com broca por
jateamento hidráulico nas formações superficiais.

Kelly - elemento da coluna que transmite a rotação proveniente da mesa rotativa


à coluna de perfuração, pode ter dois tipos de seção: a quadrada (mais comum em
sondas de terra) e a hexagonal (mais comum em sondas marítimas).

Kick - influxo de óleo, água ou gás da formação para o poço.

KOP - profundidades dos pontos de início de mudança de inclinação.

Liner - coluna de tubos, rasgados ou lisos, que é descida e que ficará assentada no
fundo do poço e suspensa pela extremidade inferior do revestimento de produção,
após a avaliação da zona de interesse e da decisão de se completar o poço.

Litologia - estudo das rochas sedimentares.

Log While Drilling (LWD) - método de perfuração no qual a coluna de perfuração


é equipada com equipamentos eletrônicos que permitem a perfilagem durante a
perfuração, em tempo real.

Mandril - dispositivo ou acessório instalado na coluna de perfuração ou de produção


para posicionamento de equipamentos ou conexão e desconexão da coluna.

Measuring While Drilling (MWD) - equipamento de medição e registro de inclinação


e direção utilizado enquanto se perfura, com registro em tempo real.
Alta Competência

Mesa rotativa (MR) - equipamento que transmite rotação à coluna de perfuração e


permite o livre deslizamento do kelly no seu interior. Em algumas operações, a mesa
deve suportar o peso da coluna de perfuração ou outra em utilização.

Moitão - conjunto de polias que serve para levantar cargas.

Moon pool - abertura central existente no casco dos navios-sonda e sondas semi-
submersíveis.

Motor de fundo - sistema alternativo de rotação da broca, muito utilizado na


perfuração direcional, pois a coluna de perfuração não gira, ou gira com baixa
rotação, não provocando desgastes nas paredes do poço.

Mud cleaner - componente do sistema de extração de sólidos, cujo objetivo é reter


siltes e outras partículas de granulometria fina semelhantes, carreadas pelo fluido
de perfuração.

NS - Navios-Sonda. Uso na perfuração/completação de poços submarinos. Navio


equipado com sistemas para intervir em poços submarinos, podendo ser ancorado
no fundo do mar ou de posicionamento dinâmico.

68 Offshore - localizado ou operado no mar.

Onshore - localizado ou operado em terra.

PDC (Diamante Policristalino Compactado) - usado para fazer elementos cortantes


de broca.

Perfilagem - operação de registro das características das formações geológicas, dos


fluidos presentes nas formações ou das condições mecânicas do poço, através de
sensores apropriados, cuja resposta é transmitida para a superfície através de cabos
elétricos (N-2757) / (N-2352).

Poço de alívio - poço direcional perfurado com a finalidade de combater um blowout


em outro poço; por ele será injetado fluido de amortecimento diretamente na
formação.

Polia - bloco de coroamento; jogo de polias do bloco de coroamento.

Reológica - referente à reologia, ou seja, parte da física que investiga as propriedades


e o comportamento mecânico dos líquidos. Propriedades reológicas do fluido.

ROV (Remote Operator Vehicle) - robô submarino de controle remoto.

Riser - elemento de manobra de descida de equipamentos no poço. Provê acesso


vertical com completa integridade de pressão às linhas de produção e anular.

Rocha-reservatório - rocha permeável e porosa onde está armazenado o petróleo.

Salino - rochas salinas, rochas sedimentares solúveis na água, provenientes da


evaporação da água do mar em lagunas (gesso, sal-gema, sais de potássio).
Capítulo 1. Perfuração

Sapata - extremidade da coluna de revestimento, geralmente é flutuante, com


uma válvula de pé que impede o fluxo reverso.

SCR - controlador de silício; retificador de corrente. Equipamento do sistema


motor das sondas elétricas, o qual transforma a corrente alternada em contínua,
permitindo a utilização de motores de corrente contínua e melhor controle dos
equipamentos.

Slenders - poços simplificados.

SM - Sonda Modulada.

SS - Sonda Semi-Submersível.

Sulco - quebra da superfície da água, feita pela passagem de uma embarcação;


esteira.

Talha - aparelho constituído por um jogo de roldanas de diâmetros diferentes e


destinado a levantar pesos; moitão, cadernal.

Tambor - cilindro em que se enrola o cabo nos guindastes e no guincho da sonda.


69
TLP - Tension Leg Plataform.

Top-drive - sistema alternativo de rotação da broca, composto de motor


hidráulico.

Trado - ferramenta reforçada para trabalhos mais pesados, como a perfuração de


dormentes, caibros, barrotes etc. Broca de dois cortadores fixos.

Transponder - repetidor de radiofreqüência.

Treliça - sistema de vigas cruzadas empregado no travejamento das pontes e nas


torres.

TVD - profundidades medidas e verticais.

Underreamer - operação de se alargar um poço abaixo da medida da sapata


de revestimento, usando um alargador de corte inferior com cortadores de
expansão, acionados pela pressão do fluido circulante. Equipamento que
permite fazer essa operação.

X-over - tubo curto, luva, usado para fazer conversão de rosca; substituto conversor
de roscas, permite compor a coluna com tubos de roscas diferentes.
Alta Competência

1.10. Bibliografia
BOURGOYNE JR., Adam et al. Applied Drilling Engineering. 2nd edition. Society of
Petroleum Engineers: Richardson, Texas, EUA, 1991.

IBIAPINA, Joaquim Leite; WATANABE, Márcio Koki. Equipamentos do Sistema de


Controle de Poço Superfície. Apostila. Petrobras. 2004.

INTERNATIONAL ASSOCIATION OF DRILLING CONTRACTORS. IADC Drilling Manual.


IADC Publications: Houston, Texas, EUA, 2000.

MARTINS, Márcio. Introdução à Exploração e Produção de Petróleo. Apostila.


Petrobras. Rio de Janeiro: 2005.

NORTEC. Abandono de poço, N-2730. Subcomissão SC-37, Segurança de Poços. Rio


de Janeiro, 2003.

NORTEC. Equipamentos do sistema de controle de poços das sondas de perfuração,


completação e intervenção em poços de petróleo, N-2753. Subcomissão SC-37,
Segurança de Poços. Rio de Janeiro, 2004.
70
NORTEC. Prevenção e controle de blowout, N-2093. Subcomissão SC-37, Segurança
de Poços. Rio de Janeiro, 2004.

NORTEC. Prevenção e controle de kicks, N-2755. Subcomissão SC-37, Segurança de


Poços. Rio de Janeiro, 2004.

NORTEC. Segurança de poço para projetos de perfuração marítima, N-2752.


Subcomissão SC-37, Segurança de Poços. Rio de Janeiro, 2006.

NORTEC. Segurança em testes de formação e de produção, N-2253. Subcomissão


SC-37, Segurança de Poços. Rio de Janeiro, 2006.

NORTEC. Segurança na operação de poços para explotação de hidrocarbonetos,


N-2765. Subcomissão SC-37, Segurança de Poços. Rio de Janeiro, 2006.

ROSA, Adalberto José et al. Noções de Reservatório de Petróleo. Apostila.


Petrobras. 1999.

SANTOS, Otto Luiz Alcântara. Manual de Treinamento em Controle de Poço.


Apostila. Petrobras. 2002.

SILVA FILHO, Hercílio Pereira da; SILVA, Alfonso Humberto Celia. Cadeia Produtiva
do Petróleo. Apostila. Petrobras. UN-BC. Rio de Janeiro: 2005.

THOMAS, José Eduardo et al. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Rio de


Janeiro: Interciência, 2001.
Capítulo 1. Perfuração

1.11. Gabarito
1) Identifique, na ilustração a seguir, os principais sistemas de uma sonda de
perfuração de petróleo.

Torre

Mesa
Sistema de segurança rotativa
contra erupção (BOP)
Bomba para circulação
Tubos sobressalentes de fluídos

Revestimento

Coluna de perfuração
Fluído de perfuração
Gerador de
eletricidade e sedimentos 71
Comandos
Broca

2) No sistema de perfuração e elevação, a estrutura de sustentação da coluna de


perfuração é a:

( ) Base.

( ) Subestrutura.

( X ) Torre.

( ) Coluna de perfuração.

3) O objetivo do sistema de segurança contra erupção é vedar o poço, aliviar a


pressão e eliminar os fluidos de maneira controlada para prevenir um blowout.
Outras medidas adotadas para prevenir o blowout são:

( ) Iniciar o fluxo do petróleo por acidificação ou fraturamento do poço.


( X ) Utilizar fluido da perfuração de densidade suficiente para conter a pressão
da formação.
( ) Evitar o bombeamento para o poço e para os canhoneados com fluidos de
composição especial.
( ) Descer e cimentar o revestimento.
Alta Competência

4) A perfuração possui vários estágios, que incluem perfurações em vários diâmetros


e cimentação dos revestimentos. Quando os cascalhos de rocha recuperados no
fluido de perfuração passam a revelar a areia oleosa da rocha-reservatório, pode
se ter atingido a profundidade final. A coluna de perfuração é removida e alguns
testes devem ser feitos para confirmar a descoberta. Explique quais são esses testes
e para que servem.

É efetuada a perfilagem do poço para confirmar a existência da rocha-reservatório,


sua porosidade e a presença de hidrocarbonetos. Pode-se coletar amostra do fluido
da formação. Depois da descida e cimentação do revestimento podem ser feitos
testes de produção do poço, TFR.

5) Com relação aos sistemas de rotação da coluna de perfuração, relacione os


equipamentos e suas respectivas funções.

(1) Mesa (2) Transmitir a rotação proveniente da mesa rotativa à


rotativa coluna de perfuração.
(2) Kelly (4) Permitir a retirada da coluna com circulação e rotação,
perfurando por seção, com mais segurança.
(3) Swivel ou ( 1 ) Transmitir rotação à coluna de perfuração.
cabeça de
injeção
72
(4) Top drive (5) Transmitir elevada rotação à broca, com baixa rotação
de coluna.
(5) Motor de (3) Separar os elementos rotativos dos estacionários nas
fundo sondas de perfuração.

6) O sistema responsável por carrear o cascalho, refrigerar e lubrificar a broca,


conter as paredes do poço e evitar a erupção de gás ou óleo é o:

( X ) Sistema de circulação ou de fluidos.

( ) Sistema de manutenção de fluidos.

( ) Sistema de segurança de poço.

( ) Sistema de monitoramento.

( ) Sistema de controle de fluxo.

7) Correlacione os tipos de poços e suas características.

( 1 ) Exploratórios ( 5 ) Possuem finalidade diferente, funcionando, por


(wildcat) exemplo, como poços-pilotos.
( 2 ) Estratigráficos ( 4 ) Visam a aumentar a produtividade dos campos de
ou estruturais petróleo através da injeção de fluidos diversos.
( 3 ) Desenvolvimento ( 3 ) Na produção de petróleo são a maioria dos poços
perfurados.
( 4 ) Injeção ( 1 ) Não se tem certeza da existência de hidrocarbo-
netos no seu objetivo.
( 5 ) Especiais ( 2 ) Têm a função de avaliar as litologias na subsuperfície
e realizar o conhecimento geológico da área.
Capítulo 1. Perfuração

8) Por que a perfuração direcional é importante?

Porque esta técnica permite desviar a trajetória de um poço da vertical para


atingir objetivos que não estejam diretamente localizados abaixo da superfície.
Além disso, podem atingir formações produtoras inacessíveis e perfurar, de um
mesmo ponto, vários poços, como é o caso da produção através das plataformas
marítimas. Essa técnica permite a perfuração de poços horizontais.

73
Capítulo 2
Completação

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Explicar o conceito de completação;


• Diferenciar os tipos de completação;
• Identificar as etapas de uma intervenção de completação;
• Explicar o funcionamento da coluna de produção (COP);
• Identificar e distinguir alguns equipamentos de subsuperfície e
de superfície, bem como suas funções;
• Identificar as operações de manutenção de poços (workover).
Alta Competência

76
Capítulo 2. Completação

2. Completação

P
ara que um poço produza óleo ou gás natural, após a perfuração
é necessária a execução de algumas etapas. Dentre essas etapas,
a completação se destaca, pois envolve as operações básicas
para se concluir o poço.

A completação tem o objetivo de equipar o poço para a produção de


óleo ou gás ou para injetar fluidos no reservatório, preparando-o para
a produção. Trata-se de uma intervenção subseqüente à perfuração
de um poço que, ao conectar o reservatório de hidrocarbonetos à
unidade estacionária de produção, permite que seja conectado de
maneira segura e controlada. Essa operação consiste na instalação de
equipamentos - tanto no interior do poço de petróleo, como também
no seu exterior - responsáveis pelo controle da vazão dos fluidos e
funções auxiliares como aquisição de dados, controle da produção de
77
areia e elevação artificial.

Na completação, o poço é condicionado, o revestimento limpo e


raspado, a qualidade da cimentação primária é pesquisada. Além
disso, é canhoneado na zona de interesse e equipado com uma coluna
de produção ou injeção.

Uma boa completação deve oferecer:

• Segurança na operação do poço, seja durante as intervenções


ou durante a vida produtiva do poço;

• Proteção do meio ambiente, evitando derramamento de óleo


ou escape de gases para a atmosfera;

• Possibilidade de se obter a maior vazão de óleo/gás permitida


pelo gerenciamento do reservatório, otimizando a produção
do poço;

• A maior longevidade possível, reduzindo o número de


intervenções futuras no poço e, conseqüentemente, reduzindo
o custo total do projeto;
Alta Competência

• Facilidade para futuras intervenções (registro de pressão,


substituição de equipamentos de elevação artificial etc.);

• O menor custo possível e o mínimo de complexidade necessária.

2.1. Tipos de completação

As intervenções posteriores à perfuração do poço podem ser


classificadas como operações de investimento ou como operações de
manutenção.

Nas operações de investimento, equipamentos são instalados ou


operações com intuito de concluir o poço e equipá-lo para sua
finalidade (produção de hidrocarbonetos ou injeção de água, gás ou
vapor) são realizadas.

78
As operações de manutenção - workover - ocorrem em poços já em
operação, a fim de recuperar uma condição melhor de produção.

2.1.1. Operações de investimento

São operações que visam verificar as condições de reservatório e a


equipagem do poço na intervenção após a perfuração ou modificar a
finalidade do poço em intervenção posterior.

Podem ser classificadas em operações de completação, avaliação e


recompletação, a seguir explicadas.

a) Completação

É o conjunto de operações efetuadas durante a primeira intervenção


em uma determinada formação atravessada por um poço, após a
conclusão dos trabalhos de exploração e perfuração, visando a sua
avaliação e posterior produção ou injeção de fluidos.
Capítulo 2. Completação

Quanto ao tipo, a completação do poço pode ser classificada em:

• Completação seca : quando a cabeça do poço e a árvore


de natal (conjunto de válvulas de segurança e controle do
fluxo) estão na superfície terrestre ou na plataforma de
produção marítima.

• Completação molhada: quando a cabeça do poço e a árvore de


natal são submarinas, no leito do fundo marinho.

b) Avaliação

Atividade realizada com o objetivo de avaliar a formação produtora,


para definir os parâmetros da formação (permeabilidade,
dano etc.), constatar a procedência dos fluidos e o Índice de
Produtividade (IP), capacidade produtiva do reservatório e do
poço, ou Índice de Injetividade (II), capacidade de injetividade da 79
formação ou do poço.

As principais operações de avaliação são:

• Teste de formação a poço aberto (TF): teste realizado em


poço não revestido com o intuito de conhecer a capacidade
produtiva do reservatório e definir a economicidade da área
explorada, comum em poços e em terra. As medições de pressão
e temperatura, bem como o fechamento do poço são feitos no
fundo do poço.

• Teste de formação a poço revestido (TFR): teste realizado em


poços já revestidos e completados, com intuito de conhecer a
capacidade produtiva e demais parâmetros do reservatório.
Informações que corroboram a engenharia de reservatório
quanto à economicidade, dimensões e características do
reservatório e fluidos existentes. As medições de pressão e
temperatura, bem como o fechamento do poço são feitos no
fundo do poço.
Alta Competência

• Teste de Produção (TP): teste que consiste em medir pressão e


temperatura no fundo do poço e vazões e volumes produzidos
na superfície, com fechamento da superfície, com o intuito de
conhecer a capacidade de produção do poço e alguns parâmetros
de reservatório e dos fluidos produzidos.

• Teste de Injetividade (TI): teste que consiste em medir a


pressão, vazão e volumes injetados para conhecer a capacidade
de injeção de fluido (água ou gás) no poço e reservatório e
alguns parâmetros de reservatório.

c) Recompletação

É uma operação de investimento posterior a completação, durante


a vida produtiva do poço. Essa operação é efetuada em poços que
podem produzir em mais de uma formação geológica. Assim, quando
80 o interesse em se produzir (ou injetar) em uma destas formações é
concluído, o poço é recompletado para produzir (ou injetar) na nova
formação. A recompletação também é executada quando se deseja
converter um poço produtor em injetor (de água, gás, vapor etc.) ou
vice-versa.

2.1.2. Operações de manutenção

É o conjunto de operações realizadas no poço depois da completação


inicial, durante sua vida produtiva, com o objetivo de corrigir
problemas de modo a permitir que a produção (ou injeção) de fluidos
retorne ao nível normal ou operacional. As operações de manutenção
podem ser de avaliação, limpeza, restauração, estimulação, mudança
de método de elevação e abandono. São conhecidas como operações
de workover.

As causas principais geradoras de intervenções são:

• Baixa produtividade;

• Produção excessiva de gás;

• Produção excessiva de água;


Capítulo 2. Completação

• Produção de areia;

• Falhas mecânicas na coluna de produção ou revestimento.

As operações de workover no mar em poços de completação molhada


são conhecidas como heavy workover, quando o poço é desequipado
e se opera com BOP submarino ou light workover quando se opera
através da árvore de natal molhada (ANM) sem substituí-la ou a
coluna do poço.

a) Avaliação

Operacionalmente, é idêntica à avaliação de investimento,


atividade executada visando a definir os parâmetros da formação,
verificar a procedência dos fluidos e o Índice de Produtividade
(IP) ou Índice de Injetividade (II) dos poços. A diferença é que nas
avaliações de investimento, o poço avaliado é recém-perfurado e 81
não necessariamente completado, visto que a própria operação
de avaliação pode definir pela economicidade do poço ou não.
Nas operações de manutenção, o poço já é produtor (ou injetor)
e a operação de avaliação é realizada para monitoramento do
poço ou reservatório.

As principais operações de avaliação são:

• Teste de Formação a poço revestido (TFR): semelhante ao TFR


realizado na completação do poço;

• Teste de Produção (TP): semelhante ao TP realizado na


completação do poço;

• Teste de Injetividade (TI): semelhante ao TI realizado na


completação do poço;

• Registro de Pressão (RP): registro de pressão de fundo de poço


e de superfície em fluxo ou estática;

• Medição de Produção (MP): registro da vazão e volume


produzido no poço, em função das pressões de fluxo na cabeça
no poço.
Alta Competência

b) Limpeza

A intervenção, nesse caso, limita-se a operações dentro do poço, tais


como substituição ou reparo da coluna de produção, substituição da
bomba de elevação de petróleo. Não há alteração das suas condições
mecânicas, isto é, o poço continua produzindo (ou injetando) no
mesmo intervalo e com as mesmas condições existentes antes da
intervenção.

c) Restauração

É a intervenção com o objetivo de fazer algum tipo de operação


no reservatório, nos canhoneados ou no revestimento, como
ampliação de canhoneados ou recanhoneio, isolamento de algum
intervalo, injeção de antiincrustante etc., ou seja, há uma alteração
nas condições mecânicas do poço.
82
d) Estimulação

Operação cujo objetivo é aumentar a produtividade (ou


injetividade) de um poço, através de tratamentos químicos ou
mecânicos, tais como:

• Injeção de um ácido ou solvente orgânico no reservatório para


aumentar a transmissibilidade da formação;

• Tratamentos mecânicos, como o fraturamento da rocha para


aumentar a sua permeabilidade localizada.

Em última análise, não deixa de ser uma restauração, pois


intervindo no reservatório, provoca melhoria no fluxo nas
proximidades do poço.

e) Mudança de método de elevação

Intervenção que tem como objetivo a substituição de um método de


elevação por outro (de poço surgente para equipado com BCS, por
exemplo). Pode ser considerada uma intervenção de investimento,
dependendo do projeto no qual esteja inserida.
Capítulo 2. Completação

f) Abandono, ou seja, fechar um poço que não esteja em condições


de operar

O abandono realizado com tampões mecânicos ou de cimento pode ser


realizado por causa de problemas de segurança, por economicidade
do projeto ou do poço ou para encerrar a operação do poço ou
concessão e devolvê-lo à Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O abandono pode ser:

• Definitivo: quando o poço não será mais utilizado;

• Provisório: quando há a previsão ou a possibilidade de retorno


ao poço no futuro.

2.2. Métodos de completação


83

A completação de poços consiste em preparar e equipar o poço


para colocá-lo em produção. A completação pode ser classificada
quanto ao posicionamento da cabeça do poço, às características do
revestimento de produção e ao número de zonas explotadas.

2.2.1. Quanto ao posicionamento da cabeça dos poços

Uma das características das reservas petrolíferas brasileiras é a de


se apresentarem tanto como lâminas d’água rasas quanto como
profundas. Diferenças importantes na maneira como um poço é
perfurado e completado resultam disso, principalmente no que se
refere aos Sistemas de Cabeça do Poço Submarino (SCPS) e ao tipo de
árvore de natal utilizada pela completação. Os sistemas de cabeça de
poço são utilizados pela perfuração e as árvores de natal podem ser
do tipo molhada (ANM) ou convencional (ANC).

Duas situações distintas apresentam-se no mar. Na primeira, em águas


mais rasas, tem-se o caso em que é técnica e economicamente viável
trazer a cabeça do poço para a superfície, efetuando-se a completação
convencional ou seca. Nesse caso, é imprescindível escorá-la com uma
jaqueta apoiada no fundo do mar ou tracionar o poço a partir do
convés de uma unidade flutuante especial (tension leg plataform).
Alta Competência

Ainda em águas rasas, se for decidido deixar a cabeça do poço no


fundo do mar, faz-se a completação com árvore de natal molhada
(ANM) através de plataformas auto-elevatórias, plataformas semi-
submersíveis ou navios-sonda ancorados.

Numa segunda situação, apresenta-se o caso de águas mais


profundas, em que é inviável trazer a cabeça do poço para a
superfície, sendo, portanto, indispensável deixá-la no fundo do
mar, equipada com ANM. Nesse caso, as mesmas plataformas
semi-submersíveis ou navios-sonda de posicionamento dinâmico
empregadas durante a perfuração são utilizadas para a execução
dos serviços de completação.

Em ambos os casos tem-se uma sonda instalada sobre a plataforma


para a execução dos serviços de completação.

84 Padrões de perfuração e completação

Lâmina
Perfuração Completação Árvore
d’água
Plataforma auto-elevável (PA) ANC < 100m
Mudline (ML) ou
através de jaqueta Sonda de Produção Marítima (SPM) /
ANC < 150m
Sonda Modulada (SM)
Plataforma auto-elevável (PA) DO1 < 120m
Mudline (ML) Semi-submersível (SS) /
DO2 < 120m
Navio-sonda (NS)
SS / NS ancorados DO3 < 120m
SS / NS ancorados DA < 300m
Guideline (GL)
SS / NS ancorados DL < 400m
SS / NS ancorados DLL < 600m
SS ancorada GLL < 1.000m
Guidelineless (GLL)
SS / NS posicionamento dinâmico (DP) GLL > 600m

2.2.2. Quanto ao revestimento de produção

Buscando atender os requisitos básicos de economicidade,


praticidade, durabilidade e segurança, as completações podem ser
realizadas de acordo com os métodos a seguir. Tais métodos referem-
se às configurações básicas do poço e interação com a formação, que
Capítulo 2. Completação

por serem aplicáveis a cada situação específica podem apresentar


variações, tornando-os bem mais sofisticados.

Quanto ao revestimento de produção, uma completação pode ser:

a) A poço aberto

Durante a perfuração, ao se atingir o topo da zona produtora, o


revestimento de produção é descido e cimentado. Em seguida, a
zona produtora é perfurada até a profundidade final, colocando-se,
então, o poço em produção com a zona totalmente aberta. Caso seja
necessário, um novo revestimento ou liner de produção poderá ser
assentado posteriormente, convertendo o método em um dos outros
três citados.

Obviamente, o método a poço aberto é aplicável somente às formações


totalmente competentes: embasamentos fraturados, calcários, 85
dolomitas e arenitos muito bem consolidados. O intervalo produtor
não pode ser muito espesso, a menos que a formação produtora
tenha características permoporosas homogêneas e contenha um
único fluido.

As principais vantagens desse método são:

• Maior área aberta ao fluxo;

• Economia de revestimento e canhoneio;

• Minimização do dano de formação causado pelo filtrado do


fluido de perfuração e da pasta de cimento, já que se pode
usar um fluido de perfuração adequado para perfurar a zona
produtora, após o assentamento do revestimento de produção.

Quanto às desvantagens, a mais importante é a impossibilidade de


se colocar em produção somente parte do intervalo aberto, visto que
não são poucas vezes em que estão presentes, simultaneamente,
óleo, água e gás, sendo normalmente o único interesse voltado para
a produção do óleo.
Alta Competência

b) Com liner rasgado ou canhoneado

Liner é uma coluna de tubos – rasgados ou lisos – que é descida e


que ficará assentada no fundo do poço e suspensa pela extremidade
inferior do revestimento de produção, após a avaliação da zona
de interesse e da decisão de se completar o poço. Quando o liner é
utilizado, a coluna de revestimento anterior (de produção) é assentada
e cimentada acima do topo da zona de interesse, prosseguindo-se
posteriormente a perfuração até a profundidade final prevista.

ATENÇÃO

Liner é uma seção de revestimentos ancorada no


interior do poço, na última coluna de revestimentos, e
que não sobe até a superfície. Há dois tipos de liners:

86 a) Liners de perfuração - são liners intermediários,


descidos no poço com o objetivo de proteger uma
zona de perda de circulação ou própria de pressões
anormais, que comprometeriam a segurança do poço
ou das operações subseqüentes da perfuração, caso
permanecessem descobertas; 

b) Liners de produção - são usados para cobrir uma


zona produtora, em complemento de uma coluna de
revestimento de produção. 

As principais vantagens e desvantagens desse método são similares


às do poço aberto, porém, com alguns acréscimos.

Em relação às vantagens, cabe destacar o fato de que a completação


com liner rasgado sustenta as paredes do poço em frente da
zona produtora. Quanto às desvantagens, ressalta-se o fato de a
completação com liner rasgado resultar em uma redução do diâmetro
do poço frente à zona produtora. Esta última, embora em desuso
nos poços convencionais, pode encontrar uma boa aplicação em
poços horizontais.
Capítulo 2. Completação

No caso do liner com tubos lisos, ou seja, cimentado – característica


que o difere do liner rasgado – as vantagens e desvantagens são
similares às do revestimento canhoneado, podendo ser acrescentado
nas vantagens o menor custo com revestimento, e nas desvantagens
a mudança de diâmetros dentro do poço, gerando dificuldades para
passagem de equipamentos.

c) Com revestimento canhoneado

Perfurado o poço até a profundidade final e avaliada a zona como


produtora comercial de óleo e/ou gás, o revestimento de produção é
descido até o fundo do poço, sendo em seguida cimentado.

Posteriormente, o revestimento defronte dos intervalos de


interesse é canhoneado por meio da utilização de cargas explosivas,
colocando, assim, o reservatório produtor em comunicação com o
interior do poço. 87

As vantagens desse método são:

• Seletividade, tanto na produção quanto na injeção de fluidos


na formação;

• Êxito das operações de restauração;

• Diâmetro único em todo o poço;

• Controle de formações desmoronáveis.

E em relação às desvantagens, temos:

• Custo do canhoneio;

• Eficiência dependente de uma adequada operação de


cimentação e canhoneio;

• Redução da produtividade devido ao dano provocado nas


imediações do poço por filtrado da pasta de cimento.
Alta Competência

(a) (b) (c)

Métodos de completação
(a) Poço aberto (b) Liner rasgado (c) Liner canhoneado

2.2.3. Quanto ao número de zonas explotadas

Sob este aspecto, as completações podem ser simples, seletivas ou


88 duplas:

a) Simples

Caracterizam-se pelo poço possuir uma tubulação descida pelo interior


do revestimento de produção da superfície até próximo à formação
produtora. Essa tubulação, acompanhada de outros equipamentos,
denomina-se coluna de produção. Esse tipo de completação possibilita
produzir, de modo controlado e independente, somente uma zona
de interesse. Cabe destacar que duas zonas podem ser colocadas em
produção pela mesma coluna. Entretanto, isso não é recomendado,
pois prejudica o controle dos reservatórios.

b) Seletiva

Neste caso, somente uma coluna de produção é descida e equipada


de forma a permitir a produção de várias zonas ou reservatórios
seletivamente, ou seja, uma por vez. Disso resulta o perfeito controle
dos fluidos produzidos em cada reservatório, bem como a facilidade
operacional de se alterar a zona em produção. Atualmente, existem
válvulas de controle hidráulico ou elétrico que permitem modificar as
condições de fluxo de fundo de poço, acionando-se, da plataforma
de produção, método de equipagem conhecido por completação
inteligente.
Capítulo 2. Completação

c) Dupla

Esse tipo de completação, ainda não utilizado em poços marítimos,


possibilita produzir, simultaneamente, em um mesmo poço, duas zonas
ou reservatórios diferentes, de modo controlado e independente,
tanto no que diz respeito a volumes produzidos como a pressões,
razões gás/óleo e óleo/água etc. Isso só é possível instalando-se duas
colunas de produção com obturadores (packers).

(a) simples (b) seletiva (c) dupla

89

Tipos de completação

As principais vantagens da completação dupla são:

• Produção e controle de vários reservatórios produzidos


simultaneamente;

• Possibilidade de produção de zonas marginais que poderiam


não justificar a perfuração de poços somente para produzi-las;

• Aceleração do desenvolvimento do campo;

• Redução do tempo de utilização dos equipamentos e


tubulações;

• Liberação mais rápida do investimento para novas aplicações;

• Redução do número de poços necessários para drenar as


diversas zonas produtoras.
Alta Competência

As principais desvantagens da completação dupla são:

• Maior dificuldade na seleção e utilização dos equipamentos,


com maiores possibilidades de problemas;

• Embora menos freqüentes, as restaurações são mais


complexas;

• Maior dificuldade na aplicação dos métodos artificiais de


elevação.

2.3. Etapas de uma completação

Ao final da perfuração, o poço é abandonado temporariamente


para posterior completação. As etapas seqüenciais de uma
completação estão apresentadas a seguir. Vale lembrar que para
90
realizar essas operações no poço pode ser necessária uma sonda
similar a que o perfurou.

As fases da completação com árvore de natal convencional, cujo


método de elevação artificial utilizado é o gas-lift, são as seguintes:

• Instalação dos equipamentos de segurança para controle


do poço;

• Condicionamento do revestimento de produção até o topo do


liner, utilizando água do mar;

• Condicionamento do liner e substituição do fluido nele contido


por fluido de completação (FC).

2.3.1. Fases da completação

As fases de uma completação típica são as seguintes:

• Verificação e correção, se necessária, da qualidade da


cimentação primária realizada no final da perfuração;
Capítulo 2. Completação

• Canhoneio na zona de interesse, para que o reservatório


seja comunicado com o interior do revestimento de produção,
permitindo produção dos fluidos do reservatório;

• Avaliação das formações, através de um teste de formação a


poço revestido (TFR), se solicitado;

• Descida da cauda de produção, geralmente com coluna de


trabalho (COT). A cauda de produção tem o objetivo de isolar
a formação, possibilitando a retirada apenas da parte superior
da coluna de produção numa futura intervenção, sendo que a
extremidade da coluna deve se posicionar aproximadamente 30
metros acima do topo da zona de interesse;

• Retirada da coluna de trabalho, com a camisa do TSR;

• Instalação dos equipamentos no interior do poço para garantir 91


a produção de forma segura e eficiente;

• Instalação da árvore de natal (convencional ou molhada);

• Indução de surgência para que o poço entre em fluxo, injetando-


se gás pelo anular. Pode-se, também, utilizar o flexitubo e injetar
gás diretamente no interior da coluna.
Alta Competência

Fluido de
completação
CCL Cabo CCL
elétrico

R1 (3 pés)
R2 (5 pés)
Jatos
Cimentação CBL/VDL/GR/CCL
primária Canhão
Gás
Gás
Óleo
Óleo
Água
Água

Avaliação da qualidade da cimentação (perfis Canhoneio convencional a cabo da zona de


CBL / VDL / CEL ou ultra-sônicos). interesse ou com coluna (TCP)

DHSV
92
Mandris de
gas-lift

Packer TSR
hidráulico
Standing Sliding sleeve
valve +
nipple R GÁS
Gás
Óleo
Óleo
Água
Água

Descida da cauda de produção, efetuada Equipagem do poço, com coluna para produção
geralmente com coluna de trabalho. por gas-lift.
Capítulo 2. Completação

Camisa
do TSR Válvula de
circulação
Válvula
de teste
Amostrador

Mandril
do TSR P&T Packer
Standing
valve +
Gás Gás
nipple R

Óleo Óleo

Água
Água

Retirada da coluna de trabalho, com a camisa Avaliação da formação de interesse com


do TSR. coluna especial para TFR. 93

DHSV Cabo
Elétrico
Flexitubo
Packer duplo

BCS

Gás Gás

Óleo Óleo

Água Água

Induzindo surgência em um poço com auxílio Poço equipado com BCS, bastando ligar
de flexitubo. bomba para indução da surgência.
Alta Competência

ANM’s D03, DL,


Válvulas de ANC e DA, LA, GLL
pressão
ANM’s
fechadas
D01, D02

Válvula de
orifício

Gás
P WF Gás
PE Óleo
Óleo
Água
Água

Gás atinge a válvula operadora (poço surgente) Início da indução de surgência, com injeção de
e a 1ª e a 2ª válvulas fecham. gás no anular.
94
2.3.2. Produção do reservatório ao poço

Os depósitos petrolíferos existentes nas rochas-reservatórios estão


sujeitos à pressão, seja da água localizada sob eles, seja do gás
acumulado sobre eles ou dissolvido no óleo. Quando o poço atinge
a zona petrolífera, a pressão força o óleo para o interior do poço até
que o mesmo chegue à superfície. Enquanto durar a pressão, o óleo
é impelido, naturalmente, para o exterior. Nessa condição, diz-se que
o poço produz por surgência natural.

Se a pressão do reservatório começa a diminuir, vai se reduzindo


a quantidade de óleo produzida. Tão logo não haja mais força
suficiente para impulsionar o óleo até a superfície, lança-se mão de
recursos artificiais de elevação ou mesmo antes, para aumentar a
produtividade do poço.
Capítulo 2. Completação

2.3.3. Condicionamento do revestimento e poço

Na reentrada no poço, com vistas à sua completação, depois da


sonda estar posicionada, retira-se a capa de abandono, limpa-se a
cabeça do poço e instala-se o BOP (o mesmo utilizado na perfuração)
conectando-o diretamente à cabeça de poço, com o objetivo de
possibilitar o acesso ao seu interior com toda a segurança necessária
para execução das demais fases.

Uma vez instalado os equipamentos de segurança, condiciona-se o


revestimento de produção. São descidos broca e raspador. A broca é
utilizada para cortar os tampões de cimento ou mecânicos deixados
no interior do poço abandonado pela perfuração. Conclui-se essa
fase com a substituição do fluido que se encontra no interior do poço
pelo fluido de completação (FC).

O fluido de completação é, basicamente, uma solução salina, isenta 95


de sólidos, compatível com a formação e com os fluidos nela contidos,
de forma a não causar danos à formação e de fornecer pressão
hidrostática no interior do poço um pouco superior à pressão estática
das formações.

2.3.4. Pesquisa da cimentação primária

A cimentação tem o objetivo de promover a vedação hidráulica entre


os diversos intervalos permeáveis ou até mesmo dentro de um único
intervalo permeável, impedindo a intercomunicação de fluidos por
detrás do revestimento. Além disso, a cimentação propicia suporte
mecânico ao revestimento.

A pesquisa da qualidade da cimentação tem por finalidade inferir


a existência ou não de intercomunicações entre os intervalos de
interesse. Para avaliar a qualidade da cimentação são utilizados perfis
acústicos que medem a aderência do cimento ao revestimento, e do
cimento à formação. Em função da interpretação dos perfis obtidos,
decide-se quanto à necessidade ou não de correção da cimentação.
Alta Competência

Fluido

Revestimento

Cimento

Formação

Composição

Ferramenta acústica para perfilagem CBL/VDL.


Respostas acústicas em diferentes meios de propagação

96

Fonte: Petrobras

Perfil típico CBL/VDL/ GR/CCL para pesquisa e


verificação da qualidade da cimentação
Capítulo 2. Completação

2.3.5. Canhoneio

A função do canhoneio é perfurar, simultaneamente: o


revestimento, o cimento que há entre o revestimento e a formação.
Além disso, tem que ultrapassar a zona de invasão de filtrado que
ocorre durante a perfuração e que é danificada. Feito isso, ainda
irá penetrar algumas polegadas na rocha produtora.

A idéia mais comum é que o canhoneio seja feito pelo disparo de


projéteis contra o revestimento, mas isso não ocorre. Na verdade, o
canhão é formado por cargas moldadas que, ao serem detonadas,
não explodem pura e simplesmente, mas devido à geometria de sua
construção concentram toda a sua potência em uma única direção,
acarretando um jato de plasma com espantosa velocidade e pressão,
acima de 4.000.000 psi, 272.000 atm.

Os principais tipos de canhoneio são: 97

a) Convencional

As cargas são montadas dentro de recipientes que as isolam do fluido


do poço à pressão atmosférica. Os canhões são descidos e disparados
por cabo elétrico.

b) Tubing Conveyed Perforation (TCP)

O sistema Tubing Conveyed Perforation (TCP) é descido na


extremidade de uma coluna de tubos e os canhões são de grande
diâmetro e alta densidade de disparos.

c) Thrutubing

É um canhão montado para descer, com cabo elétrico, através da


coluna de produção. Em alguns casos, inclusive, é disparado de dentro
da coluna. A principal vantagem é que não é necessário desequipar o
poço para efetuar o canhoneio.
Alta Competência

Fonte: Petrobras
a b c
Tipos de canhão: Thrutubing (a), TCP (b) e canhão convencional a cabo (c).
Detalhe do canhão convencional: descido c/cabo elétrico; cargas explosivas distribuídas
em fase de 90°; cordão detonante interligando as cargas.

98 2.3.6. Indução de surgência

É o conjunto de operações que visa à redução hidrostática do


fluido de completação ou de amortecimento a um valor inferior à
pressão estática da formação, de modo que o poço tenha condições
de surgência.

Pode ser dividida em quatro grupos:

• Indução através das válvulas de gas-lift;

• Indução através de flexitubo;

• Indução pela substituição do fluido da coluna por outro fluido


mais leve;

• Indução por pistoneio.


Capítulo 2. Completação

Os dois primeiros métodos trabalham com a gaseificação


do fluido do interior da coluna como forma de diminuir sua
hidrostática. No primeiro, o gás é injetado inicialmente no anular
do poço, passando posteriormente para o interior da coluna, de
forma controlada, através de equipamentos especiais instalados
na coluna de produção, chamados de válvulas de gas-lift.
No segundo método, o gás é injetado por uma tubulação metálica
flexível, descida pelo interior da coluna de produção, gaseificando
o fluido na coluna e promovendo sua elevação.

2.4. Principais componentes da coluna de produção (COP)

A pressão hidrostática gerada pelo fluido de completação existente no


poço impede que haja fluxo de óleo ou gás natural para o interior do
poço pelos canhoneados (furos que o canhoneio fez no revestimento,
cimento, chegando até a rocha-reservatório). Essa condição permite
a instalação da coluna de produção. 99

A coluna de produção (COP) é um conjunto de equipamentos


específicos e de tubos enroscados, descido e instalado no interior do
poço, com a finalidade de permitir um caminho, com fluxo controlável,
do óleo ou gás natural no interior do poço até a superfície.
Alta Competência

Árvore de Natal Molhada “GLL”

Tubing hanger GLL com


redução 4 1/2” TDS PIN X 4 1/2” EU PIN

DHSV mod. “TRDP-1A-SSA”, 4 1/2” EU


com linha de controle dupla
Nipple “F” 3,68”
Mandril de gas-lift 4 1/2” EU
Revestimento de produção 9 5/8”

Mandril de gas-lift 4 1/2” EU

Tubos de produção 4 1/2” EU

TSE com perfil “F” 2.81”

100

Packer hidráulico mod. “HHL”, 4 1/2” EU

Redução 3 1/2” EU X 4 1/2” EU


Tubo de produção 3 1/2” EU
Nipple “R” 2.75”
Shear out tripla

Esquema de coluna de produção: poço típico de elevação por gas-lift,


equipado com ANM GLL.

2.4.1. Alguns elementos da coluna de produção (COP)

A coluna de produção (COP) é composta por alguns elementos


como nipples, packer de produção e Tubing Seal Receptacle, a
seguir descritos.
Capítulo 2. Completação

a) Nipples de assentamento

Os nipples (ou perfis) de assentamento são componentes da coluna


(subs) que possuem uma área polida para vedação e uma sede de
travamento. Servem para alojar, numa profundidade bem definida,
equipamentos para controle de fluxo ou registro de dados de
poço, através de operações com arame. Há vários tipos de nipples
de assentamento, classificados conforme o perfil de assentamento.
Os mais usados são os nipples “R” e “F”.

Fonte: Petrobras
Sede para
trava do
plug (Groove)

101
Área polida

Batente
(no-go)
Nipple F Nipple R

Esquemas dos niplles “F” e “R” e foto do niplle-R com standing valve
acima da posição de assentamento

b) Packer de produção

O packer de produção ancora no revestimento, quando as


cunhas são acionadas, promovendo a vedação do anular devido
à energização das borrachas. O packer tem múltiplas funções:
serve para compor a primeira barreira mecânica de segurança
do espaço anular; proteger o revestimento (acima dele) contra
pressões da formação e fluidos corrosivos; possibilitar a injeção
controlada de gás pelo anular, nos casos de elevação artificial
por gas-lift; permitir a produção seletiva de várias zonas por uma
única coluna de produção (com mais de um packer) e, finalmente,
permitir preservar a formação, desde que a extremidade inferior
da COP permaneça tamponada.
Alta Competência

No uso de caudas de produção, o packer, em conjunto com


o Tubing Seal Receptacle (TSR) - junta telescópica de tubos de
produção - divide a COP em parte superior e cauda. Nesse
caso, é posicionado de tal forma que a extremidade da coluna
de produção fique aproximadamente 30 m acima do topo da
formação produtora superior. Isso facilita operações por dentro
da coluna (through tubing) - como a perfilagem de produção - e
permite ampliações de canhoneio.

Os packers de produção mais usados são compostos por elementos


de vedação (borrachas), elementos de ancoragem (cunhas e hold-
down), pinos de cisalhamento para assentamento e pinos (ou anel)
de cisalhamento para desassentamento. Como são assentados
por diferencial de pressão entre o interior e o exterior da coluna,
exigem a obturação da coluna abaixo do packer. Daí a necessidade
de shear-out, hydro trip ou standing valve assentada sobre nipple “R”
ou nipple “F”.
102

Embora testados com pressão no anular para verificar sua ancoragem


e vedação no revestimento, pode ser que o packer de produção venha
a falhar com o tempo. Assim, o técnico de operação de produção
deve estar alerta para quaisquer pontos de falha, como por exemplo,
queda da pressão de gas-lift, aumento de pressão no anular em poços
surgentes ou de elevado RGL.
Capítulo 2. Completação

Fonte: Petrobras
(01) Mandril

(02) Parafuso de cisalhamento


para desassentamento

(03) Collet
Pistão anti-desassentamento
o packer não desassenta com
pressão na coluna
(04) Elemento de vedação
(05) Snap latch
(06) Parafuso de cisalhamento (a)
(07) Cremalheira
(08) Parafuso de cisalhamento (b)
(09) Cone superior
(17) Anéis de (10) Cunha
travamento
(11) Cone inferior
(12) Parafuso de cisalhamento (c)
(16) Camisa (13) Pistão atuador
protetora (14) Mandril do pistão
(15) Camisa retentora

103

Foto e esquema do packer de produção: elementos de vedação (borrachas) e


de ancoragem (cunhas)

c) Tubing Seal Receptacle (TSR)

O Tubing Seal Receptacle (TSR) - ou junta telescópica - é usado para


absorver a expansão ou contração da coluna de produção (COP), que
apresenta variação térmica devido às diferentes temperaturas a que
é exposta na produção ou injeção de fluidos.

Geralmente, o TSR fica ao final da intervenção com uma abertura


(desencamisamento) de 1,5 m suficiente para compensar a dilatação
da COP. Permite, também, a retirada da coluna sem haver necessidade
de desassentar o packer.

A camisa do TSR é composta de um top sub, dois conjuntos de


barreiras de detritos, quatro conjuntos de unidades selantes e a
sapata-guia com J-slot. O mandril é composto de um perfil “F” no
topo, seguido de mandril polido e bottom sub com J-pino e duas
sedes para parafusos de cisalhamento.
Alta Competência

A vedação entre os dois conjuntos (camisa externa e mandril) é


promovida pelo conjunto de unidades selantes sobre o mandril
polido. O travamento entre os dois conjuntos, para descida ou
retirada, é promovido através do J-slot existente na sapata-guia que
se encaixa no J-pino (no bottom sub do mandril) e por parafusos de
cisalhamento, que tanto podem ser posicionados para rompimento
por tração ou compressão.

Perfis de sapata guia


Camisa do TSR (J-slot)
(1)
EORH (*)
easy-out
Mandril do TSR right hand
(2)
(6) perfil “F” Barreira
de AIRH
detritos auto-in
right hand

AORH
auto-out
Área right hand
Polida
104 EOLH
easy-out
left hand

AILH (**)
Ranhura auto-in
(3) Selos left hand
superior
(compressão)
(4) Orifício AOLH
Ranhura para auto-out
inferior colocação left hand
(tração) parafusos
de cisalhamento
J-pino
* usual em coluna de produção. (5) Sapata guia (J-slot)
** usual em pescador de TSR.

Esquema do TSR (mandril, camisa e diversos tipos de sapata guia)

d) Mandril de gas-lift (MGL) e válvula de gas-lift (VGL)

Esses equipamentos compõem a coluna de produção que utiliza o


método de elevação artificial gas-lift, por meio de injeção contínua de
gás no interior da COP, a partir do anular do poço.
Capítulo 2. Completação

O mandril de gas-lift (MGL) é um componente da coluna de produção


usado como alojamento de diversos tipos de válvulas, chamadas de
válvulas de gas-lift (VGL). Os MGL são excêntricos, isto é, são tubos
com bolsas para assentamento das válvulas localizadas na lateral do
mandril. O acesso para instalar ou retirar as VGL nos MGL só é possível
com a utilização de ferramentas especiais – os desviadores – através
de operações com arame.

Cada MGL é enviado para a sonda com a válvula instalada e já com


dois tubos curtos (pup joints) enroscados, um acima e outro abaixo
do mandril.

Na parte externa do mandril constam as seguintes informações: tipo


do mandril, diâmetro, orifício e calibração da válvula, posição na
coluna e se as conexões estão torqueadas ou com aperto manual.
A montagem modulada nas oficinas em terra, com torque controlado
e teste da vedação VGL x MGL com 5.000 psi, além dessas informações, 105
aumentam a confiabilidade da instalação dos mandris. A coluna
é testada depois de montada no poço com 2.000 psi ou a pressão
especificada no projeto do poço.

As válvulas de gas-lift (VGL) promovem a comunicação entre o anular


do poço e a coluna de produção (COP), mas não permitem passagem
no sentido COP para o anular.

As válvulas podem ser de três tipos:

• VGL de orifício: também denominada “válvula operadora”,


está sempre aberta no sentido anular X coluna. Possui orifício
calibrado para permitir uma vazão calculada de gás que
otimize o auxílio na elevação da coluna de óleo produzido.
Normalmente, é instalada no mandril mais profundo de uma
coluna de elevação artificial por gas-lift. Como as VGLs são
fabricadas para circular gás, não se deve circular fluido por elas
com elevada vazão, correndo o risco de erodir a sede e a esfera
da válvula. A prática recomenda não circular fluido pela VGL
com vazão maior do que 1 bpm (42 gpm ou 159 l/m).
Alta Competência

• VGL de pressão: também chamada de “VGL calibrada”, serve


para ajudar a aliviar o peso da coluna hidrostática durante a
indução de surgência. Fica posicionada acima da válvula de
orifício e é calibrada para fechar a determinada pressão no
anular, quando, então, não mais permite o fluxo de gás através
de si.

• VGL cega: não é possível a circulação de gas-lift ou qualquer


outro fluido através desta válvula. Serve para reservar uma
posição estratégica na coluna para comunicação anular X coluna
ou até mesmo coluna X anular, se desejado, através dos orifícios
do próprio mandril. As válvulas cegas podem ser assentadas e
retiradas através de operações com arame.

Fonte: Petrobras
Conexão caixa superior
4 1/2”EU ou 3 1/2”EU

106

Guia de orientação
do desviador

Defletor

Ressalto para
travamento da
válvula de gas-lift

Área polida
Bolsa da superior
Válvula de gas-lift
(VGL) Orifício de comunicação
anular x coluna

Área polida
inferior

Conexão caixa inferior


4 1/2”EU ou 3 1/2”EU

Desenho, em corte, de um MGL. Alguns modelos de MGL, em corte


Capítulo 2. Completação

Fonte: Petrobras
Trava
tipo RK
Bolsa lateral do
mandril de gas-lift

Diâmetro de
Gaxetas Passagem (orifício)

Sede da
check valve

107
check valve

Desenho, em corte, de uma VGL de orifício. Fotos, uma em corte, de uma VGL
de pressão ou calibrada

e) Dispositivo ou válvula de segurança de subsuperfície (DSSS)

A válvula de segurança de subsuperfície (DSSV), mais conhecida pelo


nome comercial DHSV – Down Hole Safety Valve – é posicionada na
coluna de produção (COP) normalmente um a dois tubos de produção
abaixo do leito marinho. A DSSS tem a função de barreira mecânica
de segurança para evitar erupções ou fluxos descontrolados do poço
no caso de falhas dos equipamentos de segurança de superfície.

ATENÇÃO

O DSSS é um dispositivo de segurança obrigatório em


determinadas circunstâncias nos poços de petróleo
offshore, por exemplo, poço produtor de gás surgente
em lâmina d’água mais rasa que 80 m.
Alta Competência

A DSSS possibilita um fechamento quase instantâneo da COP,


cessando o fluxo de óleo e/ou gás, caso algum sério problema
ou falha tenha ocorrido com os equipamentos de segurança de
superfície, seja árvore de natal convencional (ANC) ou árvore de
natal molhada (ANM).

A Norma Petrobras N-2765 – Segurança na operação de poços


para explotação de hidrocarbonetos – permite a não instalação
do dispositivo de segurança de subsuperfície, determinando sua
obrigatoriedade e quais as situações e condições nas quais pode ser
preterido. É possível operar sem DSSS em poços não surgentes para o
fundo do mar ou poços isolados, mesmo quando surgentes, com RGO
menor do que 300 m3/m3 (N-2765, itens 5.3.1.2, 6.2.1.2 e 7.2.1.2).
Fonte: Petrobras

Linha de
controle Painel de
controle

108
Árvore de
Natal
Bundle
hidráulico

Pistão de
acionamento
Cabeça de
produção
Suspensor
de coluna
Linhas de
Tubo de controle
fluxo

Mola

Sistema DHSV, constituído por:

I. Painel de controle
II. Feixe hidráulico do qual faz parte
Flapper
fechada a(s) linha(s) de controle da DHSV com
fluido hidráulico;
III. Árvore de Natal
IV. Suspensor de coluna (tubing
hanger).
V. DHSV

DSSS para águas profundas, com câmara de nitrogênio e duas linhas de controle
para acionamento
Capítulo 2. Completação

Ao pressurizar a linha de controle, a pressão aplicada através do


painel hidráulico na plataforma de produção atua sobre o pistão
interno de acionamento, deslocando-o para baixo. O pistão é
solidário a um tubo de fluxo, ocorrendo também o deslocamento
do tubo no mesmo sentido, comprimindo uma mola. No trajeto para
baixo, o tubo de fluxo abre a flapper, mantendo-a assim, enquanto a
resultante das forças atuantes seguir no sentido de mantê-la aberta
na linha pressurizada. Em uma eventualidade ou emergência em que
a linha de controle for despressurizada, o pistão, por efeito da mola,
é deslocado para cima, juntamente com o tubo de fluxo, promovendo
o fechamento da flapper e interrompendo a produção do poço.

Foram os DSSS que salvaram a Plataforma Central de Enchova (PCE-1)


da destruição total por ocasião do blowout do poço EN-19D, em
1987, quando o calor gerado no incêndio danificou as vedações dos
equipamentos de superfície de todos os outros poços.
109
f) Equipamentos de subsuperfície para gerenciamento dos
reservatórios

Para gerenciar a produção de cada reservatório (formação/zona/


intervalo) é relevante a vazão de cada fluido (óleo, água e gás) em
cada intervalo, assim como a pressão e a temperatura em condições
de fundo e ao longo da elevação e escoamento dos fluidos.

Em poços offshore é comum a instalação de mandril de Permanent


Downhole Gauge (PDG), que permite o registro contínuo de pressão e
temperatura próximo da(s) zona(s) produtoras, e de sensor Transdutor
de Pressão e Temperatura (TPT), para o registro de temperatura e
pressão próximo da cabeça do poço (ANM).

As completações inteligentes são um desenvolvimento tecnológico


atual. Além dos registros de vazão, pressão e temperatura, permitem,
ainda, a atuação remota de válvulas reguladoras de fluxo no fundo.
Dessa forma, em completações seletivas (dois ou mais intervalos
produzindo separadamente) pode-se controlar a abertura de cada
intervalo de 0 a 100%.
Alta Competência

2.4.2. Métodos de elevação

A energia de pressurização do reservatório e de elevação do


hidrocarboneto até a superfície, estação ou plataforma coletora é
a pressão original do reservatório, que se depleta, ou seja, se perde
naturalmente conforme o mecanismo natural de pressurização.
A depleção é mais rápida em reservatórios de óleo com gás em
solução ou de capa de gás, e mais lenta em reservatórios com
influxo de água.

Quando o reservatório já não dispõe mais de energia suficiente


para impulsionar o óleo até a superfície, outros recursos podem ser
utilizados para atingir esse objetivo.

Atualmente, procura-se conservar a energia original do reservatório


por meio de injeção de água, vapor ou gás no reservatório.
110 O recomendável seria iniciar a produção do campo de óleo apenas
após a instalação de um sistema de injeção e início de operação dos
poços injetores em conjunto com os produtores.

Enquanto existir pressão suficiente devido ao gás ou à água – um dos


quais em geral predomina – o óleo é impelido à superfície em um
fluxo natural.

Com a redução da pressão durante a vida produtiva ou para


aumentar a vazão de produção de um poço, é necessário utilizar
métodos artificiais de elevação.

Os métodos artificiais de elevação offshore são:

• Injeção contínua de gás – gas-lift;

• Bombeio centrífugo submerso – BCS.

Nos poços de petróleo terrestres são utilizados, também, métodos de


bombeio mecânico, por exemplo, bombas alternativas acionadas por
cavalos-de-pau, isto é, mecanismo com hastes, usado para acionar
a bomba submersa de extração de petróleo, bombas de cavidades
progressivas (BCP) ou métodos pneumáticos alternativos.
Capítulo 2. Completação

a) Método de injeção contínua de gás – gas-lift

A energia para elevação do petróleo é fornecida pela injeção de gás


no poço produtor. O próprio gás obtido no processo de separação na
planta de produção ou gás importado de outros campos é injetado
no espaço anular existente entre a coluna de produção (COP) e o
revestimento de produção, passando para a coluna de produção
pelos mandris de gas-lift (MGL), com suas respectivas válvulas (VGL).
A mistura do gás injetado com o fluido produzido dentro da coluna
gaseifica o líquido, reduzindo a densidade e a pressão hidrostática
nos canhoneados e na formação. Dessa forma, estando a coluna de
líquido mais leve no interior da coluna de produção, o reservatório
pode impelir o fluido (óleo, água e gás) até a superfície.

b) Método de bombeio centrífugo – BCS

No método de elevação por bombeio elétrico submerso, um conjunto 111


de bombas centrífugas e motores elétricos é descido na extremidade
inferior da coluna de produção e lá fica mergulhado no óleo existente
no fundo do poço. Um cabo elétrico interliga o motor da bomba
no fundo do poço aos transformadores de corrente na superfície,
responsáveis por acionar os motores elétricos e fazer as bombas
girarem. Desse modo, por bombeio, o óleo, junto com outros fluidos
da formação, é elevado à superfície. O método assemelha-se ao que
temos em nossas residências: uma caixa d´água no teto, uma cisterna
no piso do quintal, um motor elétrico, uma bomba na área de serviço
e uns tubos de PVC interligando os sistemas de água. A diferença, no
caso, é que em vez de água, temos óleo; em vez da cisterna, temos
o poço; em vez da caixa no teto, temos a plataforma de produção e,
principalmente, o conjunto motor e bomba fica submerso.

O BCS é indicado para poços que possuam um potencial de produção


maior do que o obtido por elevação natural somente com a pressão
disponível do reservatório e, em particular, para poços não surgentes.
O BCS é mais adequado a reservatórios subsaturados, ou seja, com
baixa razão de solubilidade (RS) e baixa razão gás-óleo (RGO).
As bombas de fundo devem ser colocadas em profundidade abaixo da
pressão de saturação para que não haja liberação de gás na admissão
das bombas, evitando cavitação nas mesmas. Outro fator que limita
a utilização desse método é a produção excessiva de areia.
Alta Competência

Árvore de Natal Convencional


Adaptador “A3EC”

Cabeça de produção
suspensor de coluna “PBCS-C”
com mandril eletrosub
e perfil assent. BPV 3”

Cabeça de revestimento

Coluna de produção 3 1/2” EU

Revestimento de produção 9 5/8”

Tubos de produção 3 1/2”EU

Nipple “R” 2.75”

Conjunto BCS:
- Cabeça de Descarga Flangeada
- Bomba
112 - Admissão
- Selo triplo
- Motor
- Shroud 7”

Liner 7”

Esquema de coluna de produção: típico poço de


elevação por BCS

O conjunto de fundo da bomba BCS é composto por cinco elementos


básicos e um opcional. São eles:

• Motor elétrico;

• Selo do motor;

• Admissão;

• Bomba centrífuga de fundo;


Capítulo 2. Completação

• Cabeça de descarga;

• Separador de gás (opcional).

Existem outros acessórios, tais como:

• Camisa de refrigeração;

• Cabos elétricos (o cabo redondo, o cabo chato);

• Conexões elétricas (penetrador no packer duplo e mandril


eletrosub no adaptador de ANC).

Os equipamentos de superfície são:

• Geradores elétrico ou diesel-elétricos; 113

• Transformadores de corrente;

• Variadores de freqüência;

• Conectores elétricos e adaptadores para árvore de natal.


Alta Competência

INSTALAÇÃO DE BCS COM ANC

Adaptador de teste

Válvula de pistoneio Wing pneumática


(swab)

Q
PCAB Master hidráulica

Controle Variador Trafo


de Elevador Cabo Master manual
frequência Elétrico

Pigtail superior, mandril


Eletrosub e pigtail inferior

Coluna de produção

Nível dinâmico

Presilhas

Cabo elétrico redondo

C. Descarga

Bomba

114 Sucção
Shroud

Protetor
Cabo elétrico chato

Motor

Topo do liner

Esquema: equipamentos de bombeio centrífugo submerso (BCS)

Quanto às colunas de produção (COP) com BCS, no Brasil encontram-


se os seguintes tipos usados em operações offshore:

a) Coluna com packer e DSSS

No início da vida produtiva, os poços são, em geral, surgentes,


adotando-se o BCS para aumentar a vazão natural dos poços.
Por serem os poços surgentes, faz-se necessário, por razões de
segurança, instalar packer e DSSS. A completação e as intervenções
tornaram-se, então, complexas e onerosas. Todos os poços do Pólo
Nordeste da Bacia de Campos foram assim inicialmente equipados.
Capítulo 2. Completação

b) Coluna com BCS Tubing Mounted

Como o packer duplo usado na coluna anterior constituía ponto de


falha e aumento de custos na troca de conjuntos de fundo, a Petrobras
desenvolveu o conceito de BCS Tubing Mounted. Nessa configuração,
o conjunto de BCS é colocado dentro de uma camisa de 7” enroscada
nos tubos de produção. Abaixo desta camisa são enroscados tubos
com TSR na extremidade, que se encaixam no packer da cauda de
produção, dispensando o uso do packer duplo.

Na configuração tubing mounted, pode-se usar MGL com VGL cega ou


sub com camisa deslizante (sliding sleeve) acima do conjunto de BCS.
Caso ocorra entupimento da bomba, a válvula cega é retirada ou a
camisa é aberta, permitindo a drenagem da coluna na retirada desta.

c) Coluna simples de BCS (sem packer e sem DSSS)


115
Com a perda de surgência dos poços, tornaram-se desnecessários
tanto o packer quanto a DSSS. Isso simplificou a coluna com BCS.
Tal simplificação eliminou alguns pontos de falhas e passou a permitir
a retrolavagem das bombas (injeção de óleo por dentro da coluna,
visando a remover sujeiras, destravando a bomba). Geralmente o
conjunto de fundo fica acima do topo do liner de produção, embora
já haja alguns poços com o conjunto de fundo no liner (neste caso,
são usadas abraçadeiras ao invés de cintas, para prender os cabos
elétricos nos tubos de produção).

d) Coluna com bloco Y

Como o conjunto de fundo de BCS impede a passagem de ferramentas


por dentro da coluna, o registro de pressões e as perfilagens de
produção exigiam intervenções com sonda, com amortecimento
do poço, retirada da coluna com BCS e a descida de uma coluna de
operação. Assim, foi desenvolvido o bloco Y, que permite a instalação
do conjunto de BCS em uma das pernas do Y, possibilitando a passagem
de ferramentas a arame ou cabo na perna alinhada com o restante
da coluna de produção.
Alta Competência

Durante a produção, um tampão assentado no nipple Phoenix


existente na cauda isola a perna livre do Y, enquanto o fluxo de
petróleo se dá na perna com o conjunto de BCS. Para perfilagem
ou registro de pressão, o tampão é substituído por um tampão para
perfilagem (logging plug). Como o bloco Y impede a instalação da
camisa de refrigeração, o desempenho do BCS fica, em alguns casos,
prejudicado, por causa de falha de refrigeração e sobreaquecimento
do motor e da bomba. Dessa forma, alguns poços estrategicamente
localizados são escolhidos pela gerência de reservatórios para serem
equipados com bloco Y.

Todas as configurações de BCS usam nipple “R” com Stand Valve acima
do conjunto de BCS a fim de que a partida do poço se dê com a coluna
cheia, o que agiliza a identificação do fluxo e o ajuste de fases, se
necessário. Essa standing valve é mantida na coluna, funcionando
como check valve (válvula de pé) e raramente são retiradas.
116
2.4.3. Barreiras de segurança

Durante a construção, manutenção e operação de um poço de


petróleo ou gás, procura-se sempre dispor de duas ou mais barreiras
quanto ao controle da produção dos fluidos das formações.

A Portaria No 25/2002 da Agência Nacional do Petróleo (ANP) definiu


“barreira” como uma separação física apta a conter ou isolar os
fluidos dos diferentes intervalos permeáveis, podendo ser líquida,
sólida consolidada ou sólida mecânica.

A barreira líquida, que corre o risco de se deteriorar com o tempo, é


constituída por uma coluna de líquido cuja pressão hidrostática seja
suficiente para conter os fluidos de determinado intervalo. A coluna
de fluido do próprio poço, em poços não surgentes, é considerada
uma barreira líquida.

A barreira sólida consolidada, que não se deteriora com o tempo, pode


ser constituída por tampões de cimento, revestimentos cimentados e
anulares cimentados entre revestimentos.
Capítulo 2. Completação

A barreira sólida mecânica de uso temporário pode ser constituída


de tampão mecânico recuperável ou perfurável, retentor de cimento,
obturadores (packers), válvulas de segurança do interior de coluna de
produção e plugs ou tampões de cabeça de poço.

As barreiras podem ser dos tipos:

a) Operacional: disponível e atuante durante a operação no poço, por


exemplo, fluido de amortecimento, lubrificadores e engaxetamento.
Uma falha desta barreira é prontamente observada.

b) Ativa ou de espera: barreiras disponíveis, mas necessitam


acionamento externo, por exemplo, BOP e árvore de natal. Necessitam
de testes periódicos de verificação.

c) Passiva: barreira física independente, por exemplo, revestimento


cimentado e packer de produção. 117

d) Condicional: equipamento funciona como barreira em condições


especiais, por exemplo, standing valve com fluido de completação.

Durante a perfuração, completação e intervenções posteriores,


constituem barreiras o preventor de erupções (BOP), a pressão
hidrostática do fluido de perfuração ou de completação e os
equipamentos de controle de pressão na superfície.

No poço em produção, constituem barreiras no anular: o


revestimento íntegro e bem cimentado, o packer de produção, os
tubos e componentes da coluna e o suspensor de coluna-adaptador.
No interior da coluna, formam barreiras os tubos e componentes da
coluna, o DSSS, tampões assentados na coluna ou nos bores do tubing
hanger, o corpo e as válvulas da árvore de natal molhada.

O poço comprovadamente não surgente (isso deve ser monitorado


pela gerência de reservatórios) funciona como uma barreira de
segurança natural, pois basta interromper o mecanismo de elevação
artificial, bombeamento ou gas-lift para o poço perder surgência.
Alta Competência

Em abandonos temporários de poços completados exigem-se pelo


menos duas barreiras sólidas, tanto no interior da coluna, quanto no
anular revestimento-coluna de produção, entre o intervalo produtor
superior e a superfície. Os intervalos canhoneados também devem
ser isolados entre si. Dá-se preferência a barreiras sólidas mecânicas
temporárias a fim de se evitar danos de formação e riscos à integridade
mecânica do poço.

Importante!
Durante toda a completação do poço, nas suas
diversas etapas (condicionamento, pesquisa de
cimentação, canhoneio e instalação da coluna de
produção), a principal barreira de segurança é o
BOP (Blowout Preventer). Com o poço em produção,
o BOP é substituído pela árvore de natal molhada.
118
2.5. Equipamentos de superfície

A cabeça de poço e os elementos de vedação entre os revestimentos


que chegam até a superfície são os chamados equipamentos de
superfície.

Nos poços onshore, os carretéis de perfuração e a cabeça de


produção compõem a cabeça do poço. Junto ao thubing hanger ou
suspensor de coluna, promovem o isolamento do anular, sendo
uma barreira de segurança no anular.

A árvore de natal seca ou convencional é o equipamento de


superfície que executa a barreira na linha de fluxo, pela coluna
de produção. Esse equipamento é composto por um conjunto de
válvulas, com acionamento hidráulico ou manual, dispostas em
cruzeta ou em bloco.

Nos poços offshore, a cabeça de poço é constituída da base guia e do


alojador (housing) de alta pressão e da barreira no anular do poço.

A árvore de natal molhada realiza a barreira no topo da coluna


de produção. Esses equipamentos estão explicados com mais
detalhes a seguir.
Capítulo 2. Completação

2.5.1. Cabeça de poço

A cabeça de poço é composta de equipamentos na superfície ou no


fundo do mar nos quais são ancorados os revestimentos. Além disso,
suporta a árvore de natal. Nas ilustrações a seguir estão apresentados
alguns tipos de cabeça de poço usados na Petrobras:

Entrada do
fluido hidráulico
para DSSS
Adaptador A - 5S
Suspensor de coluna
tipo extended neck

Bleeder Válvula
port (alívio) DHCV*

Test port
do adaptador Prisioneiros

119
O-ring promove
a vedação do anular
coluna x revestimento

Entrada para o
anular coluna x
Cabeça revestimento
de produção

Revestimento de
produção 9 5/8’’ Linha de controle
Coluna
para DHSV
de produção
Cabeça de poço equipado com elevação por gas-lift e adaptador para árvore de natal
seca. Comum em plataformas fixas e em poços terrestre de gas-lift
Alta Competência

Ferramenta da capa
Mandril das de teste
linhas de fluxo
Capa de teste
Base adaptadora
de produção

Poste guia
entrando no
funil guia

Cabeça do poço

Esquema de cabeça de poço submarina com base adaptadora de


produção (BAP) e ferramenta de teste de vedação da BAP
120

2.5.2. Árvore de natal seca ou convencional (ANS ou ANC)

As árvores de natal secas ou convencionais são usadas em completação


seca, ou seja, quando a cabeça de poço e demais equipamentos de
controle de fluxo são instalados acima do nível do mar e os técnicos
de operação têm acesso direto às válvulas de fechamento do poço.
As válvulas das ANS podem ser:

• Manuais;

• De acionamento remoto, hidráulicas ou pneumáticas.

Nas ilustrações a seguir estão apresentados alguns tipos de árvore de


natal seca ou convencional utilizadas na Petrobras.
Capítulo 2. Completação

Manômetro da ANC

Válvula de pistoneio

Bean de produção

Cruzeta Válvulas wing ou lateral

Válvulas master

Válvulas do anular

Bean de gas-lift

Cabeça de produção

121
Árvore de natal seca, tipo cruzeta, usada em poços
surgentes ou de produção por gas-lift

Adaptador
de teste
Tampão protetor
Válvula de da haste
pistoneto (swab)
Válvula lateral
pneumática
(wing pneumática)
Válvula lateral
Válvula lateral
manual (wing)
manual (wing)
Válvula
controladora
de fluxo
(choke)

Manômetro Bloco
Válvula mestra
superior hidráulica
(master hidráulica)

Válvula mestra
inferior manual
(master manual)

Árvore de natal seca, tipo bloco, usada em poços surgentes


ou de produção por gas-lift
Alta Competência

2.5.3. Árvore de natal molhada (ANM)

A árvore de natal molhada é o equipamento de superfície constituído


por um conjunto de válvulas, com acionamento hidráulico e/ou
manual, dispostas em bloco, usada em poço submarino. A ANM
interliga-se à plataforma de produção por meio de um conjunto de
linhas de fluxo e um sistema de controle interligado a um painel, com
essa finalidade.

A finalidade da árvore de natal molhada é controlar e orientar o


fluxo de óleo na superfície e os seus principais tipos são:

• Driver operated (ANM DO): operadas por mergulhadores, são


árvores para poços em lâminas d´água até 150 m. Há poucas
ANM DO instaladas na Bacia de Campos. Atualmente, não são
mais instaladas por causa do custo das operações de mergulho.
122
• Driver assisted (ANM DA): árvores para poços em lâminas
d´água até 300 m. A maior parte das válvulas é operada
hidraulicamente. Os mergulhadores têm o trabalho de conexão/
desconexão das linhas de fluxo e controle hidráulico.

• Diverless (ANM DL): árvores para poços em lâminas d’água


até 400 m. Em tese, não haveria necessidade de mergulho para
nada, sendo comandada hidraulicamente da superfície. As
linhas de fluxo e controle são conectadas no fundo do mar de
forma remota, pois possuem uma base especial para as linhas
de fluxo. Contudo, por causa da evolução da tecnologia e do
grande número de falhas que apresentaram, estão em processo
de conversão para DA.

• Diverless lay-away (ANM DLL): árvores para poços em lâminas


d´água até 600 m. A conexão das linhas de fluxo e controle é feita
na superfície, a descida das linhas é realizada em paralelo com a
ANM, com o apoio de um barco especial para o lançamento das
linhas. O mandril das linhas de fluxo (MFL) é um dos elementos
importantes deste conjunto.
Capítulo 2. Completação

• Diverless lay-away guidelineless (ANM GLL): árvores para


poços em lâminas d´água profundas (>700 m), são instaladas por
unidades de posicionamento dinâmico. A conexão e lançamento
das linhas de fluxo e o controle hidráulico são feitos do mesmo
modo que a da ANM DLL.

Fonte: Petrobras
123

Componentes do sistema de árvores


de natal molhada Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras

Árvore de natal molhada tipo DO Árvore de natal molhada tipo DA


(Diver Operated) (Diver Assisted)
Alta Competência

Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras

Árvore de natal molhada tipo DL Árvore de natal molhada tipo DLL


(Diverless Pull-in) (Diverless Lay-Away)
124

Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras

Capa de corrosão

Tree cap

ANM

Mandril das
Linhas de fluxo - MLF

BAP
Alojador
18 3/4” X 10 KPSI

Alojador 30”

BUT

Árvore de natal molhada tipo ANM GLL Esquema de montagem conjunto ANM
(diverless guidelineless lay away)
Capítulo 2. Completação

2.5.4. Válvulas da árvore de natal molhada

A árvore de natal molhada é composta por várias válvulas cujas


diferentes funções são fundamentais para o seu funcionamento
adequado. As principais válvulas seguem descritas.

a) Válvula master

Têm esse nome por estarem situadas em um ponto da árvore de natal


molhada (ANM) em que controlam todo o fluxo do poço. Se forem
fechadas, todo o fluxo pela ANM cessa.

Normalmente, as ANCs são equipadas com duas válvulas masters:


uma inferior, manual, e uma superior, acionada hidraulicamente.
Enquanto isso, as ANMs vinham sendo equipadas com
Upper Master (UM), Lower Master (LW) e Annulus Master (AM).
Atualmente, entretanto, são equipadas com as master da linha 125
de surgência ou de produção de óleo (M1) e master do anular
ou da linha de gás (M2).

b) Wing (W1 e W2)

Estas são válvulas laterais que também controlam o fluxo do poço,


permitindo sua interrupção enquanto equipamentos são introduzidos
no poço (exemplo: registradores de pressão e temperatura tipo
amerada, operados por meio de arame). Na linha de surgência das
ANCs podem ser instaladas duas wings em série: a de dentro, manual
e a de fora, pneumática.

c) Swab (S1 e S2)

Válvula localizada no topo das ANMs, acima do ponto de divergência


do fluxo. Sua função é, quando aberta, permitir a descida de
ferramentas dentro da coluna de produção. Só pode ser operada
durante operações de intervenção.
Alta Competência

Tree cap
Bloco de válvulas

Stabs hidráulicos
Conector das linhas da tree cap
de fluxo e controle S2
S1

Linhas de fluxo 4” e 2 1/2” W1


XO
W2

Conector da ANM M2 Umbilical


de controle
M1

BAP

Alojador

Tubing hanger Flow line

DHSV

126
Esquema dos componentes do conjunto ANM GLL. Destaque para sentidos de
fluxos no poço e válvulas da ANM

2.6. Intervenções em poços – workover

As intervenções em poços podem ocorrer durante a vida útil do


poço, após a completação. Intervenções podem ser realizadas para
restauração da produção, avaliação da produtividade do poço,
substituição dos equipamentos de subsuperfície ou estimulação
do reservatório.

Nos casos de falha dos equipamentos de superfície ou de subsuperfície,


a requisição da intervenção será feita pela Unidade Estacionária de
Produção (UEP). Quando a intervenção previr uma operação que
influencie no reservatório, estimulação ou alteração da finalidade
do poço, a requisição deverá ser da equipe de acompanhamento de
reservatório e de geológico.

Devido aos elevados custos das intervenções em poços offshore, as


operações são combinadas para otimizar os custos e o tempo de
parada de produção do poço por conta da intervenção.
Capítulo 2. Completação

As principais causas geradoras de intervenção são:

• Baixa produtividade;

• Produção excessiva de água;

• Produção excessiva de gás;

• Produção de areia;

• Falhas mecânicas nos equipamentos de elevação (coluna,


bomba, acessórios de coluna etc.);

• Falhas mecânicas no revestimento;

• Avaliação dos parâmetros de reservatório. 127

As operações de intervenção em poços se assemelham às executadas


na completação do poço - após o amortecimento do poço, drenagem
do gás acumulado e substituição do fluido do poço por fluido de
completação, com densidade suficiente para conter a pressão estática
do reservatório.

A intervenção pode começar pela contenção de perdas para a


formação e enchimento do poço e pela circulação de fluido para
eliminar todo o óleo ou gás que possam existir no poço. Geralmente
a coluna é preenchida por injeção direta, recalcando o fluido da
coluna, com um excesso de fluido de completação diretamente
para a formação, até se conseguir uma vazão de perda que permita
circular o poço, eliminando gás e óleo existentes na coluna ou no
anular da coluna de produção.
Alta Competência

2.6.1. Amortecimento de poços

Entende-se por amortecimento de poços toda operação de


manuseio de fluido de completação para dentro do poço, que
resulte, interno ao poço, em uma coluna de fluido cuja pressão
hidrostática (PH) em frente aos canhoneados abertos seja superior
à pressão estática da formação (PE). Essa barreira hidráulica criada
dentro do poço, decorrente da sobrepressão imposta (overbalance,
PH - PE) impede a surgência de qualquer fluido de formação.

Pode-se definir fluido de completação como sendo uma solução


salina, isenta de sólidos, compatível com a formação de interesse e
que não ocasiona danos de formação quando em contato.

É essencial que o fluido de completação seja bem filtrado para não haver
o tamponamento dos poros e canais da rocha por onde o óleo escoa,
128 o que traria danos irreparáveis ao poço, com perda de produtividade.
Uma correta composição química do fluido é fundamental, pois a
reação dos íons presentes no fluido com os argilominerais da rocha
pode causar o inchamento destes, provocando danos severos.

O fluido de completação, além de ter a função de amortecer o poço,


possibilita circular fluido no poço. Isso é de fundamental importância,
por exemplo, em operações como cimentação ou limpeza de fundo,
em que é necessário trazer os detritos até a superfície.

As pressões estáticas (PE) das formações, por sua vez, podem ser
classificadas como:

• Normais;

• Anormalmente altas;

• Anormalmente baixas.

As pressões normais são aquelas cuja hidrostática corresponde a uma


coluna de água dentro do poço, sem adição de qualquer sal, sendo
a situação mais freqüente a encontrada nos poços exploratórios
descobridores de novas acumulações de hidrocarbonetos.
Capítulo 2. Completação

As pressões anormalmente altas são aquelas cujo peso específico


do fluido equivalente é superior ao da água supersaturada e as
anormalmente baixas, quando inferior ao da água doce. As pressões
anormalmente altas, em geral, estão relacionadas com reservatórios
de pequenas dimensões ou que tenham sofrido efeitos tectônicos
elevados, ainda não explotados, gerando pressões elevadas.
A depleção (razão de queda das pressões originais) nesses reservatórios
de pequenas dimensões pode ser verificada em testes de formação
(TF ou TFR). Outras situações em que podem ser encontradas pressões
anormalmente elevadas são em processos de recuperação avançada,
como por exemplo, em injeção de água ou gás.

As pressões anormalmente baixas são bastante freqüentes nos


reservatórios em fase avançada de explotação, sem sistemas de
injeção de água ou gás que consigam manter ou recuperar a pressão
das formações. É comum encontrar essa situação nas atividades de
workover para manutenção de produção.
129

Para se conseguir uma determinada pressão, em uma determinada


profundidade vertical (em frente aos canhoneados), somente um
parâmetro do fluido pode ser trabalhado, ou seja, seu peso específico.
Para se determinar o peso específico do fluido que deve ser utilizado,
basta conhecer a pressão estática da formação, a profundidade
vertical dos canhoneados e o gradiente geotérmico da área, já que
o aquecimento do fluido de completação ocasiona a diminuição de
seu peso específico. Quanto maior o peso específico do fluido a ser
utilizado para amortecimento, maiores serão os custos envolvidos,
tendo em vista que será necessária a utilização de sais especiais.

Por outro lado, existem poços com pressões bastante baixas, cujo
amortecimento não pode sequer ser feito com água, mantendo
o nível do fluido na superfície. Nesse caso, ou se utiliza um fluido
mais leve (diesel, óleo morto, fluido gaseificado etc.) ou se controla
o decaimento do nível do fluido (com sonolog) até o ponto em que
o poço não receba (beba) uma vazão considerável de fluido, o que
poderia dificultar os procedimentos operacionais subseqüentes.
Alta Competência

Dependendo dos equipamentos que estão internos ao poço,


variam-se as formas de amortecê-lo. Essas formas podem ser
classificadas em:

• Circulação reversa;

• Injeção direta;

• Segregação gravitacional.

Nas formações depletadas, havendo somente a necessidade de


substituição da coluna de produção sem a retirada da cauda, pode-
se amortecer o poço por circulação reversa, instalando também uma
barreira mecânica na cauda, para que o poço não beba. Havendo
necessidade da retirada da cauda, com um indicativo de que a
formação vai beber muito, pode-se fazer um combate à perda.
130 Esse combate pode ser pelo embuchamento da formação com calcita
(que depois é removida com ácido clorídrico), com tampão de sal
(que depois é dissolvido pela própria água produzida) ou até com
tampões de gel reticulado (que depois acabam se degradando pela
ação da temperatura).

• Circulação reversa

O tipo mais comum de amortecimento é por circulação reversa.


Neste caso, é necessário haver um ponto de comunicação entre a
coluna e o anular, que pode ser um mandril de gas-lift, uma sliding
sleeve ou até mesmo um TSR desencamisado.

Uma vez estabelecida a comunicação, bombeia-se o fluido de


completação pelo anular, com retorno do óleo ou gás pela coluna
até encher todo o poço e coluna com o fluido de amortecimento.
Capítulo 2. Completação

• Injeção direta

Se não houver a possibilidade de amortecer o poço por circulação


reversa (por falta de ponto de comunicação, perda para a formação
etc.), o poço pode ser amortecido por injeção direta, isto é, recalcando-
se o óleo e o gás que estão na coluna de volta para a formação. Neste
caso, há dois efeitos indesejáveis:

• O primeiro é que nem todas as formações aceitam bem esse retorno


e, mesmo assim, acabam por beber algum fluido, já que por ser mais
pesado que o óleo é impossível recalcar todo óleo com fluido de
completação sem que haja uma segregação, o que faz com que uma
parte do óleo sempre corte o fluido.

• O segundo é que este óleo que fica sobrenadante sempre possui


uma porção de gás em solução que, ao se liberar, faz com que apareça
uma pressão na cabeça do poço, sendo que na maioria das vezes é 131
muito demorado (às vezes até impossível) recalcar todo gás e eliminar
essa pressão para se poder iniciar a intervenção.

Nos poços equipados com BCS, nos quais a coluna não vai até o
fundo do poço, inviabilizando a circulação reversa ou nos que o BCS
não permita a retirada da standing valve da cauda, inviabilizando
a injeção direta, utiliza-se o amortecimento por segregação
gravitacional. Esse método nada mais é do que uma circulação
reversa, porém, em uma altura distante do fundo do poço. Faz-se a
circulação à baixa vazão. Parte do fluido que sai do anular e entra
na coluna sobe, circulando normalmente. A outra parte, porém,
acaba cortando o óleo, por ser mais denso, fazendo com que este
óleo suba até a superfície. Embora esse método seja eficiente, o
tempo despendido para o amortecimento é muitas vezes maior do
que a circulação reversa pura e simples.
Alta Competência

Poços excessivamente depletados não podem ser amortecidos


e mantidos cheios sem que haja um combate à perda, na maioria
das vezes danosa à formação. Se houver necessidade de circulação,
não resta outra saída senão efetuar esse combate, ou a utilização
de flexitubo. Assim, se não houver necessidade de encher o poço, o
mais vantajoso é deixá-lo no seu nível estático. Nesse caso, usa-se
o sonolog, que é um aparelho que mede o nível de fluido no poço
através do tempo de propagação e reflexão de um pulso sonoro (eco)
para verificar o nível do fluido no poço.

2.6.2. Estimulação do reservatório ou restauração da produção –


acidificação

Uma acidificação, dependendo do seu objetivo, pode ser uma


estimulação (fraturamento ácido) ou uma restauração (acidificação
de matriz).
132
É considerada estimulação quando o objetivo é aumentar a
produtividade da formação e é considerada restauração quando visa
remover um dano induzido na formação durante as fases anteriores,
perfuração, completação ou produção do poço.

Na acidificação de matriz, ao contrário do fraturamento ácido,


a injeção é feita com pressão inferior à pressão de quebra da
formação.

Uma acidificação de matriz somente é efetiva em formações de


permeabilidade regular a boa (o valor de permeabilidade varia,
dependendo da região e do campo). Para formações de baixa
permeabilidade, o mais indicado é o fraturamento, que pode ser
convencional ou ácido, em função da quantidade de carbonatos
presentes. Normalmente o fraturamento ácido é utilizado como
método de estimulação em formações com grande quantidade de
carbonatos.

A composição básica de um fluido acidificante para acidificação de


matriz é: água, ácido, inibidor de corrosão, surfactante e agente
divergente.
Capítulo 2. Completação

Logo após uma acidificação (fraturamento ácido ou acidificação de


matriz) poço produtor, o ácido deve ser retirado da formação, para
evitar que produtos danosos se formem (precipitados insolúveis),
prejudicando-a, ou que o ácido seja produzido junto com o petróleo,
provocando corrosão nas linhas ou equipamentos de produção. Em
poços de injeção ou de descarte, o ácido deve ser deslocado para bem
longe das imediações do poço. Isso é feito com um elevado volume
de fluido de deslocamento.

2.6.3. Estimulação do reservatório – fraturamento hidráulico

O fraturamento hidráulico foi introduzido na indústria do petróleo


em 1948, nos Estados Unidos, e a partir de 1954, na União Soviética.
Atualmente, por sua eficácia, é uma técnica bastante empregada no
mundo inteiro.

Na Petrobras, operações de fraturamento hidráulico têm sido 133


executadas rotineiramente para estimulação de reservatórios de
baixa permeabilidade.

Os primeiros trabalhos de fraturamento eram executados com


pequenos volumes de fluido (menos de 1.000 galões), baixas
concentrações de areia (0,5 a 1lb/gal) e baixas vazões de bombeio (2 a
4 bpm). Com a evolução dos equipamentos e a introdução dos fluidos
de alta viscosidade à base de goma guar e de outros polímeros, é
comum o tratamento com vazões de 10 a 50 bpm e concentrações de
areia até de 15 lb/gal de fluido.

Recentemente, nos Estados Unidos e também na Alemanha, têm


sido realizados os chamados Massive Hydraulic Fracturing (MHF) com
objetivo de produzir gás de reservatórios com permeabilidade
muito baixa (0,1 mD ou menos). Nesses fraturamentos gigantes são
bombeados volumes de 200 a 500 mil galões de fluido e entre 250
e 500 toneladas areia.
Alta Competência

Outros processos de fraturamento das formações já foram


pesquisados. Inicialmente, foram feitas experiências com a
utilização de explosivos líquidos e, mais tarde, com o emprego
da energia nuclear. Por causa dos altos riscos e custos envolvidos,
até agora nenhum outro método se mostrou competitivo.
O fraturamento hidráulico, juntamente com a acidificação,
continuam sendo os mais eficazes métodos de estimulação
empregados na indústria petrolífera.

O fraturamento hidráulico pode ser definido como um processo


no qual um elevado diferencial de pressão, transmitido pelo fluido
de fraturamento, é aplicado contra a rocha-reservatório até a sua
ruptura. A fratura, que é iniciada no poço, propaga-se através da
formação pelo bombeio de um certo volume de fluido viscoso acima
da pressão de fraturamento. Para se evitar que a fratura induzida
feche ao cessar o diferencial de pressão aplicado, um agente de
sustentação (normalmente areia) é bombeado junto com o fluido
134
de fraturamento, criando um caminho preferencial de elevada
condutividade, que irá facilitar o fluxo de fluidos do reservatório
para o poço (ou vice-versa).

No fraturamento de rochas calcárias, em que são utilizadas soluções


ácidas como fluido fraturante, muitas vezes é dispensável o uso de
agentes de sustentação. Nesses casos, a dissolução irregular das faces
da fratura formará os canais de alta capacidade de fluxo.

Agente de sustentação

Blender
Bombas

Fluido de
fraturamento
Fratura

Agente de
sustentação

Fluido de
Zona de
fraturamento
interesse

Processo de fraturamento hidráulico


Capítulo 2. Completação

O fraturamento não altera a permeabilidade natural das rochas-


reservatório. O Índice de Produtividade dos poços aumenta pelas
seguintes razões:

• Modifica o modelo do fluxo do reservatório para o poço.


O fluxo passa a ser linear dentro da fratura e nas proximidades, e
“pseudo-radial” mais distante da fratura. Como se pode deduzir,
uma área maior do reservatório é exposta ao fluxo para o poço.
O fluido passa a percorrer caminhos de muito menor resistência
ao fluxo;

• Quando há danos à formação, a fratura ultrapassa a zona com


permeabilidade restringida próxima ao poço;

• Existe, ainda, a possibilidade da fratura atingir uma área do


reservatório mais distante do poço, com melhores condições de
permo-porosidade; 135

• Em reservatórios lenticulares (seções produtoras de pequenas


espessuras, intercaladas por folhelhos), a fratura criada poderá
atingir zonas não previamente conectadas ao poço, colocando-
as em produção;

• Em reservatórios naturalmente fraturados, uma fratura


induzida hidraulicamente também poderá interconectar fissuras
naturais em quantidade suficiente para aumentar a produção.

Além de incrementar o Índice de Produtividade dos poços, o


fraturamento pode contribuir para o aumento da recuperação final
das jazidas.

O efeito das fraturas induzidas no fator de recuperação dos


reservatórios depende de muitos elementos, sendo os mais
importantes: a permeabilidade da formação e a orientação da
fratura com relação à área de drenagem (melhores resultados
são conseguidos quando a fratura se desenvolve paralela à maior
dimensão dessa área).
Alta Competência

Em reservatórios de alta permeabilidade, o fraturamento pode


aumentar a vazão dos poços, contribuindo, assim, para melhorar
o fluxo de caixa. No entanto, possui pouca influência no fator de
recuperação. Em reservatórios de baixa permeabilidade essa influência
pode ser bastante significativa.

Tanto o fluido de fraturamento empregado quanto o agente de


sustentação têm função preponderante na qualidade final do
tratamento. Os fluidos de fraturamento podem ser à base água ou à
base óleo, sendo compostos basicamente de:

• Água (base água) ou diesel (base óleo);

• Agente gelificante (goma guar, HPG etc.);

• Reticulador;
136
• Quebrador de gel;

• Aditivo controlador de perda de filtrado;

• Desemulsificante.

Os fluidos de fraturamento devem possuir uma série de características


desejáveis:

• Baixa viscosidade, quando estiver na tubulação dentro do


poço, para diminuir a perda de carga por fricção, diminuindo
a potência das bombas injetoras, o que diminui o custo do
fraturamento;

• Deve possuir grande poder de sustentação, para que o agente


de sustentação carreado para a fratura não se decante, o que
prejudicaria bastante a condutividade da fratura, bem como
este poder de sustentação não pode ser muito suscetível à
temperatura da formação, já que a área de contato do fluido
com a formação é grande e o seu aquecimento muito rápido;
Capítulo 2. Completação

• Deve resultar baixo coeficiente global de filtração (do fluido


para as formações), já que quanto maior este coeficiente, maior
o volume de fluido a ser bombeado para a execução de uma
mesma fratura;

• Ao término do bombeio, deve se degradar (quebrar o gel)


somente após o completo fechamento da fratura sobre o agente
de sustentação. Caso contrário, ocorreria também a decantação
do mesmo, prejudicando a condutividade da fratura;

• Não deve depositar uma quantidade significativa de


resíduos nas paredes da fratura, por exemplo, resíduos
que são provenientes do gelificante, do reticulador, do
aditivo controlador de filtrado, pois essa deposição também
prejudicaria a condutividade da fratura.

Os tipos de agentes de sustentação mais empregados são: areia 137


selecionada e bauxita. A escolha do tipo de agente de sustentação
(areia ou bauxita), a sua granulometria (8/12, 12/20, 16/30 ou 20/40
Mesh) e a quantidade a ser empregada por unidade de área de
fratura (libras de areia por pé quadrado de fratura) são função da
condutividade adimensional de fratura que se deseja, considerando a
permeabilidade do reservatório que está sendo fraturado e o estado
de tensões presente.

O estado de tensões da rocha-reservatório é muito importante na


escolha do tipo de agente de sustentação, pois após o fechamento
da fratura o agente de sustentação estará sujeito às tensões
de confinamento. Quanto maiores essas tensões, menores as
condutividades de fratura resultantes. De uma forma simplista, tem-
se a utilização de areia selecionada para menores profundidades
(e, portanto, menores tensões de confinamento) e de bauxita para
as maiores profundidades (e maiores tensões). No Brasil, pelo alto
custo de aquisição da areia e por questões de degradação ambiental,
utiliza-se quase exclusivamente bauxita.
Alta Competência

As operações de fraturamento são executadas com bombas especiais


para alta pressão. O fluido de fraturamento é succionado dos tanques
de estocagem para o equipamento de mistura (blender), onde é
feita a dosagem dos produtos químicos e do agente de sustentação.
A mistura é bombeada para a sucção das bombas de alta pressão
e daí é injetado na formação, através da coluna ou do próprio
revestimento.

Para a execução dos trabalhos de estimulação de poços, a Petrobras


mantém contratos com companhias de serviço especializadas.

2.6.4. Operações com arame

Uma vez descida a coluna de produção e instalada a árvore de natal,


ainda assim se pode fazer um grande número de operações no poço,
utilizando-se as unidades de arame. Essas unidades são constituídas
138 de um módulo de força, com um motor diesel acionando um motor
hidráulico, e este, através de mangotes, transferindo a potência para
o módulo de operação.

O módulo de operação, por sua vez, é composto por uma unidade


de acionamento hidráulico, um guincho, um sistema de medição de
comprimento de arame (odômetro) e um sensor de peso do arame.
Os arames normalmente empregados são os de 0,092” e 0,125”de
diâmetro. Há, também, unidades de cabo de aço; porém, utilizando-
se cabo, não se consegue vedação no stuffing-box, já que o cabo não
é liso. Isso inviabiliza a utilização de cabo em poços com pressão.

As operações de arame podem ser feitas se houver pressão na cabeça,


inclusive se o poço estiver em fluxo. Para tanto, monta-se sobre a
árvore de natal o seguinte aparato:

• Na base, um “tê” de fluxo, que é um tubo com uma bifurcação,


para permitir bombear ou produzir qualquer fluido pela sua
derivação. Este “tê” de fluxo deve ter válvulas de fechamento
em todos os seus ramos.

• Sobre o “tê” de fluxo é montado o BOP de arame, que serve


para fechar o poço em caso de emergência.
Capítulo 2. Completação

• Sobre o BOP é montado o lubrificador, que é uma câmara


onde se aloja o botton hole assembly (BHA), composição dos
equipamentos que descerão no poço durante a montagem e
desmontagem.

• Finalmente, sobre o lubrificador, fica posicionado o stuffing-


box, que nada mais é que um jogo de gaxetas (stripper), servindo
para manter a vedação em volta do arame, enquanto é descido
ou retirado do poço.

Fonte: Petrobras
139

Unidade de arame (sistema de medição e


bobina de arame)

São inúmeras as operações com arame, dentre as quais podemos


citar:

• Abertura e fechamento de sliding sleeves;

• Substituição de válvulas de gas-lift;

• Assentamento ou retirada de standing valves ou plugs nos


nipples;

• Substituição de DHSV insertáveis danificadas;

• Descida de registradores de pressão, do tipo amerada, para


execução de testes de produção (TP);

• Gabaritagem de coluna e checagem do fundo do poço para


verificar a viabilidade de canhoneio, perfilagem etc.;
Alta Competência

• Estampar ou coletar amostras do fundo do poço ou de qualquer


obstrução da coluna;

• Perfurar a coluna de produção.

Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras

Unidade de arame (guincho) Painel da unidade de arame


(guincho) cabinada

140
Fonte: Petrobras

Fonte: Petrobras

Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras

B C D E

Trem de WL (wireline)

(A) Barra de peso e soquete superior


(B) Barras de peso e emenda articulada (joelho)
(C) Barras montadas com joelho
(D) Conector rápido
(E) Trem de arame montado
Capítulo 2. Completação

2.6.5. Operações com flexitubo

Trata-se de um tubo de aço, com diâmetro externo (OD) de 1” a


1.3/4” (os mais utilizados no Brasil), com comprimento suficiente para
operar em todo o poço, e que fica enrolado em um carretel especial.
O aparato completo inclui, além do carretel com o tubo, uma unidade
de força, com um motor diesel e hidráulico; uma cabine de comando,
de onde se tem o controle de comprimento (odômetro), peso, vazão
e pressão; e um equipamento de cabeça de poço, que inclui o injetor,
que coloca o tubo para dentro do poço; um BOP que se fecha sobre
o flexitubo, um lubrificador e um stuffing-box.

O flexitubo pode operar tanto em poços com coluna de produção


quanto em poços sem coluna, sendo que a sua grande vantagem
é a não-necessidade de desequipar (e nem amortecer) o poço para
operar.
141
Entre as operações comumente efetuadas com flexitubo estão:

• A indução de surgência com nitrogênio;

• A divergência de produtos químicos durante as estimulações;

• A remoção de areia do fundo do poço;

• Remoção mecânica de incrustação de colunas;

• Abandono de intervalos por cimentação;

• Corte de “peixes” dentro da coluna;

• Corte de cimento abaixo da extremidade da coluna com uma


broca especial que se abre ao sair da coluna; é acionada por
uma turbina de fundo para girar e depois se fecha para passar
novamente pela coluna;

• Perfuração de poços laterais (lateral drilling).


Alta Competência

Fonte: Petrobras
Unidade completa de FT, com injetor (1),
unidade de força (2), carretel (3) e cabine de
142
controle (4)

2.6.6. Operações com nitrogênio

O nitrogênio é utilizado para aliviar o peso de uma coluna


hidrostática, para os mais variados fins. É fornecido no estado líquido
(N2 criogênico), pois só assim pode ser bombeado às altas pressões
requeridas, normalmente acima de 3.000 psi (seria necessário um
compressor monstruoso para comprimi-lo até esses níveis de pressão).
Após ser bombeado, passa por um trocador de calor que o aquece,
passando dessa forma para o estado gasoso, sem, no entanto,
perder pressão. O volume, obviamente, se expande. Dessa forma, o
nitrogênio é injetado no poço, seja através do anular e mandris de
gas-lift ou através de um flexitubo.

Na injeção pelo anular, inicialmente o gás é bombeado da plataforma


até o nível máximo de pressão possível. Só então se entra com a
unidade de N2. A utilização de N2 faz com que não seja necessária
a colocação de diversos mandris de gas-lift (MGL) na coluna para a
indução de surgência do poço. Como exemplo, existem poços mais
antigos na E&P-BC com até 10 (dez) MGLs. Atualmente, utiliza-se no
máximo 3 (três).
Capítulo 2. Completação

Na injeção pelo flexitubo, o N2 é bombeado pelo interior até a


sua extremidade, gaseificando o anular flexitubo X coluna de
produção, diminuindo a pressão hidrostática e permitindo a reação
da formação. Note que é imprescindível que o gás bombeado pelo
interior do flexitubo seja um gás inerte, como é o N2, por motivos de
segurança, já que um grande comprimento do flexitubo permanece
na superfície, enrolado no carretel. Um furo poderia ocasionar um
acidente de graves proporções, se estivesse sendo bombeado, por
exemplo, gás natural.

2.6.7. Operações com cimento na completação e em workover

As intervenções com cimento são a compressão ou squeeze e a


recimentação, ambas descritas a seguir.

a) Compressão de cimento
143
A compressão ou squeeze de pasta de cimento é uma operação muito
freqüente, normalmente empregada com os seguintes objetivos:

• Corrigir a cimentação primária;

• Reduzir ou eliminar a produção de fluidos indesejados;

• Tamponar canhoneados em zona produtora para abandono


ou recanhoneio seletivo;

• Reparar vazamentos em revestimento.

A pasta de cimento é uma dispersão constituída de água, partículas


sólidas de cimento e aditivos. As dimensões dessas partículas não
permitem sua passagem pelos poros de rochas permeáveis com
menos de 100 mD de permeabilidade, a menos que existam fraturas
naturais. Ao se comprimir a pasta contra uma rocha permeável ocorre
um processo de filtração com deposição de reboco e penetração do
filtrado na rocha, a não ser que a pressão exercida seja suficiente
para fraturar a formação.
Alta Competência

Por não haver qualquer vantagem para o sucesso da operação em


se fraturar a formação, muito pelo contrário - tal prática introduz
riscos desnecessários como a própria comunicação entre zonas que se
pretendia isolar - deve-se preferencialmente, realizar a compressão
de cimento a baixa pressão, ou seja, utilizando pressões de trabalho
inferiores a pressão de fratura.

Nas operações de baixa pressão é de fundamental importância que


os furos e cavidades a serem preenchidos com cimento estejam
devidamente limpos. Geralmente, tais furos estão cheios de borras,
asfaltenos, reboco do fluido de perfuração e outros detritos. Existem
vários processos de limpeza dos furos como pistoneio tradicional,
pistoneio por impacto, limpeza química e utilização de ferramentas
de lavagem. O fluido de completação presente no poço deverá ser
comprimido e filtrado para a formação porosa, de forma que o
cimento deslocado ocupe as cavidades e furos a serem cimentados.
Sendo assim, a operação só é possível utilizando fluido limpo, não
144
formador de reboco e isento de sólidos.

O deslocamento da pasta de cimento até a posição desejada é


geralmente feito por injeção direta pela coluna de operação ou
pelo deslocamento de um tampão hidrostaticamente balanceado.
Uma vez posicionada, a pasta é comprimida em intervalos regulares
para diversos níveis de pressão. O reboco de cimento depositado
na parte mais permeável da formação funciona como agente
divergente, levando a pasta a filtrar-se contra intervalos menos
permeáveis expostos. Quando toda a formação em contato com a
pasta estiver impermeabilizada por esse processo de desidratação,
obtendo-se uma filtração nula para o nível de pressão aplicado.
Na superfície, o registro de uma carta de pressão permite o
acompanhamento da operação.

As quantidades de cimento efetivamente necessárias para cumprir


as finalidades de uma compressão são geralmente muito pequenas.
Normalmente utilizam-se volumes maiores, de forma a facilitar a
mistura, evitar a contaminação e permitir o deslocamento da pasta
até a posição desejada. Em operações feitas sem o fraturamento
da formação, esse volume varia normalmente entre 3 e 10 bbl,
dependendo do diâmetro do poço, profundidade e objetivo do
trabalho e raramente excede a 15 bbl. Durante a etapa de compressão,
Capítulo 2. Completação

administra-se o volume disponível de pasta a ser injetado, de forma a


não permitir que os furos ou cavidades que se pretendem tamponar
fiquem lavados ou descobertos.

Deslocamento da pasta Posicionamento do Compressão da pasta


tampão balanceado

Técnica do tampão balanceado


145

20

16
Pressão X 100

12

0
c 20 40 50 80 100 120 140

Carta de pressão

O desempenho de uma pasta depende, basicamente, das características


do cimento, temperatura e pressão a que o mesmo é submetido,
concentração e tipo de aditivos, razão água-cimento, ordem e
energia de mistura. Uma série de testes laboratoriais devidamente
padronizados para poços de petróleo é realizada com o objetivo de
verificar o comportamento da pasta em cada tipo de operação e nas
condições de fundo de poço.
Alta Competência

Os principais testes são: tempo de espessamento, perda de fluido,


reologia, água livre, resistência compressiva e estabilidade. Para
a maioria das operações na fase de completação, uma pasta deve
apresentar baixos valores de viscosidade, filtrado, água livre e
decantação de sólidos.

Para adequar as propriedades e o desempenho da pasta a uma


variada gama de situações de operação, são utilizados diferentes
tipos de aditivos que devem ser adequadamente adicionados à pasta
e testados em laboratório. Os principais aditivos são: aceleradores
e retardadores de pega, controladores de filtrado, dispersantes,
estendedores, adensantes e controladores de perda de circulação.

b) Recimentação

A cimentação primária destina-se, basicamente, a propiciar


146 suporte mecânico ao revestimento, bem como promover a vedação
hidráulica entre os diversos intervalos permeáveis, impedindo
a intercomunicação de fluidos por detrás do revestimento, no
espaço anular. A existência de um efetivo isolamento hidráulico é
de fundamental importância técnica e econômica, garantindo um
perfeito controle da origem ou destino dos fluidos produzidos ou
injetados. A não-observância desse requisito pode gerar diversos
problemas como a produção de fluidos indesejáveis, testes de
avaliação das formações incorretos, prejuízo no controle dos
reservatórios e operações de estimulação mal sucedidas, inclusive
com possibilidade de perda do poço.

A avaliação da qualidade da cimentação é feita mediante a


interpretação de perfis acústicos corridos no poço. Pela análise desses
perfis se detecta a posição do topo de cimento no anular, intervalos
de revestimento livre e presença de canalizações. Normalmente, uma
recimentação é indicada para os casos de correção de cimentação em
que há fortes indícios de se obter sucesso na circulação da pasta, pois
neste tipo de operação o cimento não é comprimido e sim circulado
por detrás do revestimento, de maneira análoga à cimentação
primária do revestimento.
Capítulo 2. Completação

O intervalo a ser recimentado, após ser devidamente detectado e


selecionado, é canhoneado na sua parte superior e inferior, de modo
a permitir a circulação da pasta. Um retentor de cimento é então
assentado um pouco acima dos canhoneados inferiores.

O retentor de cimento é um equipamento assentado a cabo elétrico


através da expansão e fixação de cunhas e energização do elemento
ou borracha de vedação. Quando
uma ponteira (stinger) colocada
na extremidade da coluna de
operação se encaixa no retentor,
há o deslocamento de uma
camisa que permite a abertura e o
Retentor
+ +
de cimento fechamento da comunicação com
Canal
os canhoneados inferiores. Uma
vez assentado, o retentor não
pode ser reutilizado. Para a sua
147
remoção, utiliza-se broca.
Cimento
Uma vez estabelecida a circulação
por detrás do revestimento, a
limpeza do espaço anular ou dos
canais é realizada, através da
circulação à alta vazão de colchões lavadores e grande volume de
fluido. A total remoção de lama e reboco é uma etapa fundamental
para o sucesso de uma recimentação.

O volume de pasta necessário para a operação deve ser calculado


e preparado em função do caliper do poço e do comprimento do
intervalo a ser cimentado. Após o deslocamento da pasta, o stinger
é desencaixado, impedindo comunicação com os furos inferiores.
Uma circulação reversa pela coluna de operação é efetuada para
limpeza de algum provável excesso de pasta vindo dos furos
superiores. Geralmente é necessária a compressão de mais cimento
nos furos superiores, para completa vedação.
Alta Competência

(1) Cunha superior

(2) Pinos de cisalhamento

(3) Anel de travamento

(4) Elemento de vedação

(5) Rosca cremalheira

(6) Pinos de cisalhamento

Collet

(7) Cunha interior

148
(8) Camisa interna
(9) Anéis de vedação

Rosca para conexão


do ponto fraco

Retentor de cimento (cement retainer)

2.6.8. Perfilagem de produção

Operações de perfilagem consistem em transitar pelo poço sondas


elétricas com diversas finalidades, para obter dados e informações
de reservatório e de produção do poço. A ferramenta Production
Logging Tool (PLT) pode fornecer os seguintes perfis:

• Perfil de fluxo contínuo (continuous flowneter);

• Gradiomanômetro;

• Perfil de medição de densidade do fluido (fluid densitymeter);


Capítulo 2. Completação

• Perfil composto com caracterização de fluido (Hidrolog);

• Perfil de temperatura.

a) Perfil de fluxo contínuo (continuous flowmeter)

São perfis que registram continuamente a rotação de palhetas


centralizadas da ferramenta. A rotação das palhetas é função da
velocidade de fluxo do fluido dentro do poço, da velocidade, do
sentido de movimentação do cabo elétrico (descendo ou subindo) e
da viscosidade dos fluidos.

O objetivo principal do perfil é determinar qual a velocidade de


fluxo dos fluidos em cada seção do poço e, por diferença, determinar
a contribuição de cada intervalo, já que a vazão de produção na
superfície é conhecida. A forma de analisar o perfil é determinar
qual a velocidade do cabo que resulte em rotação das palhetas igual 149
a zero. Para que a velocidade relativa seja igual a zero não pode
haver movimento relativo entre a ferramenta e o fluido produzido,
portanto a velocidade do cabo é a própria velocidade do fluido.

Como seria bastante trabalhoso (ou mesmo não operacional) ficar


alterando a velocidade do cabo em cada trecho de interesse entre os
canhoneados abertos, de forma a se encontrar a rotação das palhetas
igual a zero, é mais simples efetuar três manobras de descida e subida,
com velocidades de cabos diferentes entre cada manobra e plotá-los
num gráfico em cuja abscissa está a velocidade do cabo (Vcabo) e na
ordenada, a rotação das palhetas (RPS).

Traçando-se uma reta pelos pontos obtidos, pode-se extrapolar e


encontrar a velocidade do cabo que resulte rotação zero para cada
trecho de interesse. Como é sabido que a velocidade de fluxo é igual
a zero abaixo de todos os canhoneados – caso não se tenha nenhum
tipo de vazamento através de tampões mecânicos assentados para
isolamento de canhoneados abertos mais abaixo – e a vazão total
de produção na superfície também é conhecida, é possível definir
a contribuição na produção de um único fluido (geralmente, óleo)
de cada intervalo. Esse procedimento também pode ser adotado
para poços injetores de água, para determinar qual a parcela
recebida em cada intervalo.
Alta Competência

O perfil flowmeter corrido isoladamente, sem outras informações,


somente pode informar a contribuição de cada intervalo se estivermos
trabalhando com um único fluido. Caso esteja presente a produção
de dois fluidos, mais um perfil é necessário para informar, além da
contribuição de cada intervalo, qual a percentagem de cada fluido.

b) Gradiomanômetro

Esse perfil registra continuamente a densidade da mistura de fluido


dentro do poço, em função da profundidade, através da medição de
pressão em dois pontos distintos, afastados de dois pés. Sua resolução
é de cerca de 0,01g/cm3.

A diferença de pressão registrada é função da soma da coluna


hidrostática com as perdas por atrito e a diferença do efeito cinético
entre os dois foles de medição de pressão. Como em velocidades
150 normais de fluxo o efeito do atrito não é muito grande e o efeito
cinético nos foles é normalmente desprezível, a diferença de pressão
é reflexo da própria densidade do fluido. Cuidados especiais devem
ser tomados com poços direcionais, já que o ângulo de inclinação
do poço em cada ponto irá afetar a diferença de pressões. Portanto,
é necessário corrigir essas leituras, dividindo-se os valores do perfil
pelo cosseno do ângulo de desvio do poço.

Resumindo, pode-se dizer que caso o poço esteja produzindo


somente dois fluidos (óleo e água, óleo e gás, ou gás e água) é
possível determinar a contribuição e percentagem de cada fluido, em
cada intervalo aberto para produção, correndo-se simultaneamente
o perfil flowmeter e o perfil gradiomanômetro.

c) Perfil de medição de densidade do fluido (Fluid density meter)

Este perfil apresenta a densidade do fluido que passa por dentro


da própria ferramenta (amostra de 4” por ½” de diâmetro)
através de um sistema radioativo semelhante, embora não igual,
ao dos perfis que medem a densidade da formação a poço aberto.
A resolução do perfil, em condições normais de velocidade do
cabo e constante de tempo, é melhor que 0,02g/cm3 e não precisa
ser corrigido pelo desvio do poço, pois as medidas de densidade
não são afetadas por isto.
Capítulo 2. Completação

É interessante ressaltar, porém, que em fluxos multifásicos é usual


que o fluido mais leve vá pelo centro do conduto, enquanto o mais
pesado vá pelas paredes do poço. A ferramenta, sendo centralizada,
costuma medir uma densidade menor que a real. Por outro lado, em
poços direcionais com desvio muito acentuado, os centralizadores
podem não conseguir impedir certa descentralização da ferramenta.
Conseqüentemente, a medição da densidade fica mais afetada pelo
fluido mais pesado.

d) Perfil composto com caracterização do fluido (Hidrolog)

Para fluxos trifásicos, o uso simultâneo do flowmeter e de medidores


de densidade do fluido não é capaz de informar a contribuição e
percentagem de cada fluido produzido em cada intervalo. Têm-se,
agora, um número de equações inferior ao número de incógnitas.

O perfil hidrolog mede a constante dielétrica do fluido que passa por 151
dentro da própria ferramenta, indicando a percentagem de água
presente na mistura. Essa indicação repousa no fato que dentre os três
tipos de fluidos (gás, óleo e água) apenas este último apresenta alta
constante dielétrica. Assim, o perfil é calibrado para fluxos bifásicos e
fornece já os valores da percentagem de água.

Semelhante ao perfil fluid density meter, esse perfil centralizado


costuma medir a passagem do fluido no centro do conduto,
normalmente o mais leve, ocasionando valores de percentagem de
água menores ou iguais ao real.

e) Perfil de temperatura

O estudo de anomalias de temperatura pode fornecer diversas


indicações, tais como:

• Que intervalos estão produzindo ou recebendo fluidos;

• Localização de vazamentos;

• Topo do cimento;

• Altura de fraturas etc.


Alta Competência

O perfil de temperatura é utilizado para registrar a temperatura


do fluido do poço. A ferramenta é um sistema de ponte elétrica
que usa um sensor elétrico como quarto braço da ponte. Sua
resolução é melhor que 0,01 oF. Pode registrar, além da temperatura
absoluta, o diferencial de temperatura, a partir da comparação das
temperaturas absolutas de dois pontos próximos, utilizando uma
escala mais sensível.

As condições do poço antes e durante a perfilagem determinam


a utilidade dos dados de temperatura. As medidas são feitas
durante uma injeção ou produção estabilizadas ou em intervalos
regulares, após o poço ter sido fechado e o fluido de dentro
do poço estar retornando ao equilíbrio geotérmico, com as
formações circundantes.

A ferramenta termal decay time log (TDT) é utilizada para traçar um


perfil qualitativo das saturações dos fluidos existentes no reservatório.
152
Em outras palavras, determina os contatos gás-óleo e óleo-água.

O perfil é um registro contínuo do tempo de decaimento do nível


termal da energia dos nêutrons emitidos contra a formação pela
fonte do aparelho versus a profundidade. Os nêutrons que são
capturados ao atingirem um determinado nível, emitem raios
gama, que são captados e contados pelos detectores da ferramenta.
Como tanto o gás quanto o óleo e a água têm uma diferente
resposta a esta ativação, consegue-se, pois, distinguir as diferentes
saturações da rocha.

2.7. Procedimentos para recebimento ou partida de poços

As anormalidades ocorridas nas operações de recebimento e


entrega dos poços para as UEP e as oportunidades de melhoria
detectadas levaram as gerências das Unidades de Produção
e de Engenharia e Intervenções em Poços a elaborarem, em
conjunto, procedimentos padronizados para este processo.
Esses procedimentos são específicos para cada Ativo ou até
mesmo cada Unidade de Produção, face à grande variedade de
situações encontradas nas bacias offshore no Brasil. Assim, quando
o técnico de operação for alocado em uma Unidade de Produção,
será treinado no padrão, dentro do conceito de treinamento no
trabalho (training on the job).
Capítulo 2. Completação

O detalhamento de cada processo produtivo será desenvolvido em


curso específico da Unidade de Produção ou do método de elevação
usado no campo ou no poço. Os procedimentos de partida de poços
após intervenções relativo à BCS ou gas-lift, por exemplo, serão
apresentados na disciplina “Elevação e Escoamento de Petróleo”.

Cumpre ressaltar a necessidade de cuidados adicionais para os poços


submarinos, por serem o sistema mais complexo, pelas intervenções
muito onerosas, e por haver risco de formação de hidratos na ANM e
nas linhas de produção (flowlines).

A entrega de poço submarino pela sonda de perfuração e


completação pode se dar antes da interligação do poço com a UEP,
sendo, portanto, provisória. Nesse caso, após a interligação do
poço à UEP, a entrega final será feita pelo barco especial que a
concluir. Quando a entrega do poço é feita com este interligado à
UEP, será definitiva, sendo o contato direto entre a UEP e a sonda. 153
Em intervenções simples com barcos especiais (pequenas alterações
na ANM etc.) a entrega será feita por este. Mesmo nesses casos, é
imprescindível que todas as gerências diretamente envolvidas (OP,
IP, EE, E&P-SERV) participem do planejamento, execução e avaliação
da intervenção. A documentação da intervenção deve receber
especial atenção, pois a pasta do poço e os bancos de dados dos
prestadores de serviço devem estar sempre atualizados.

O bom planejamento da intervenção, inclusive envolvendo as


atividades de recebimento (início da intervenção) ou de devolução
(final da intervenção) é essencial para o bom relacionamento entre
as partes e maior presteza na devolução do poço.

Nas unidades de intervenção (sonda, barcos especiais etc.) tais


cronogramas/programas devem ser diariamente detalhados, em
reuniões de planejamento operacional, para as próximas 48 horas.
Tal detalhamento deve ser escrito em linguagem operacional
concisa e objetiva, do tipo: “Faça isso”, “Não faça aquilo”. Deve ser
entregue ao gerente geral da Unidade (OIM – Offshore Installation
Manager) pelo Engenheiro Fiscal da Petrobras. Portanto, executa-se
aquilo que foi definido pelo coordenador de operações junto ao
Engenheiro Fiscal, representante do Ativo de produção a bordo.
Alta Competência

O programa de intervenção deve conter, no mínimo, as seguintes


informações relativas ao sistema UEP-Linhas-Poço:

• Equipamentos do poço;

• Linhas de produção e anular;

• Umbilical elétrico e hidráulico para acionamento das funções e


facilidades da ANM e manifolds;

• Manifolds submarinos;

• Controle de produção na UEP;

• Procedimentos específicos do Ativo e UEP;

154 • Características das unidades de intervenção.

ATENÇÃO

Caso algumas dessas informações não estejam no


programa, devem ser providas antes do início das
operações.

As seguintes articulações e operações serão planejadas e executadas


antes da sonda de intervenção entrar no poço:

• Articulações prévias entre a UEP e as gerências operacionais


em terra;

• Articulações prévias entre sondas, barcos especiais e a UEP;

• Operações prévias à chegada da sonda.

Dentre as providências prévias que a UEP deve tomar, podem ser


citadas:

• Embarcar unidade de bombeio com técnico de operação dois


dias antes do início da limpeza de linhas;
Capítulo 2. Completação

• Verificar operacionalidade da unidade hidráulica e


disponibilidade de fluido hidráulico;

• Obter informações sobre o tipo de fluido contido nas


flowlines, no anular do poço e interior da coluna de produção.
Se for o caso, providenciar a limpeza, lavagem ou drenagem
das pressões;

• Verificar disponibilidade de óleo diesel, álcool ou outro


preventor de hidrato;

• Verificar situação dos meios de comunicação entre a UEP e as


unidades de intervenção: rádios, video-link, telefone, fax etc.

Execução de operações chave na entrega/recebimento de poço:

155
Dentre as operações importantes, muitas destas com o concurso da
UEP, sonda e barco especial, podemos citar:

• Teste funcional das válvulas da ANM;

• Flushing (fluxo de fluido hidráulico) e identificação de linhas


hidráulicas;

• Teste de estanqueidade de válvulas e linhas hidráulicas: deve


ser feito após a instalação de DHSV e ANM;

• Limpeza de flowlines: deve ser feita, preferencialmente


antes da chegada da sonda, a fim de prevenir a ocorrência de
incrustações, formação de hidrato etc.;

• Prevenção de hidrato antes de fluir o poço: deve ser feita entre


fases da intervenção como retirada da TRT para instalação de
tree cap e antes de fluir o poço para a UEP;

• Indução de surgência;

• Teste de produção.
Alta Competência

2.8. Equipes a bordo da unidade marítima de intervenção em poços

Os técnicos de operação de produção devem conhecer as equipes


das Unidades de Intervenção em Poços (Unidades de Perfuração
Marítimas – SM, SPM, Plataformas Auto-Elevatórias, SS, NS – Unidades
de Flexitubo, Unidades de Arame, Barcos de Estimulação etc.) a fim
de interagirem construtivamente.

Como exemplo informativo, apresentamos a seguir um excerto de


Rodrigues (2001) sobre as atividades das equipes de uma Moderna
Unidade de Perfuração Marítima, conhecida como equipe de
Engenharia de Poço.

“Para tirar melhor proveito das intervenções, é


preciso entender “quem é quem” nestas unidades
e compreender seus costumes, linguajar, valores,
156 crenças e suas necessidades. O proveito será maior,
quanto maior for a lucratividade, a segurança e
a preservação do meio ambiente. O prazer no
trabalho contribui muito para a qualidade de vida
do trabalhador e de sua família. Assim, devemos
reforçar os costumes e valores que contribuem
para a qualidade de trabalho e de vida e eliminar
aqueles que trazem má qualidade dos trabalhos
e desentendimentos nas relações interpessoais.
Sugerimos assim, que os técnicos de operação de
produção procurem conhecer o regime de trabalho
de seus companheiros das Unidades de Intervenção
em Poços e tratá-los como parceiros que vieram para
contribuir com a sobrevivência econômica da UEP.
Naturalmente, haverá divergências que deverão
ser tratadas com franqueza e companheirismo”
(RODRIGUES, 2001).

A equipe de Engenharia de Poço é constituída por grupos de


especialistas que embarcam em determinadas fases da construção ou
manutenção do poço de petróleo e desembarcam assim que terminam
seus trabalhos, abrindo vagas para os especialistas da próxima fase.
Tais especialistas, coordenados pelo engenheiro fiscal (company man)
cuidam do acompanhamento geológico, equipamentos de cabeça de
Capítulo 2. Completação

poço, perfuração direcional, perfilagem, revestimento, cimentação,


canhoneio de revestimento, avaliação de formação, instalação de
colunas de produção, instalação de equipamentos submarinos,
operações com slick line, operações com coiled tubing etc. Boa parte
destes técnicos trabalha em regime de sobreaviso, com altas cargas
de trabalho. Essa equipe é a que se relaciona diretamente com os
técnicos de operação de produção. O contato deve ser feito com o
engenheiro fiscal ou alguém que tenha recebido delegação deste.
É comum que os técnicos que fazem a instalação final da cabeça do
poço (árvore de natal seca ou molhada) recebam a delegação em
certos momentos. Entretanto, em caso de dúvida, voltam a recorrer
ao engenheiro fiscal.

a) O trabalho dos gerentes e supervisores (superintendente, capitão,


bargemaster, encarregado de perfuração, chefes de manutenção)

As pressões econômicas (as taxas diárias são altas), a complexidade 157


deste tipo de unidade de serviços, a aplicação de tecnologias de
ponta, a gestão de pessoas em um ambiente confinado e de alto
risco, o relacionamento com pessoas de diferentes nacionalidades,
níveis de educação e culturas e a consciência de que existem pontos
fracos nos sistemas físicos e humanos são alguns dos aspectos que
tornam o trabalho dos gerentes e supervisores um constante desafio.
O relacionamento com os representantes da contratante (company
men) é citado como fator de estresse (Cooper & Sutherland,1989).
Os gerentes e supervisores trabalham em regime de turno do tipo
sobreaviso com jornadas sempre superiores a 12 horas.

b) O trabalho do técnico de segurança (safety man)

O técnico de segurança faz parte do grupo que batizamos de staff a


bordo, juntamente com o enfermeiro e os rádio-operadores, uma vez
que além de suas funções específicas na área da segurança industrial,
também atuam como intermediários entre a gerência a bordo e os
demais trabalhadores. Suas funções são avaliar e controlar os riscos a
bordo, elaborar planos de prevenção de riscos e acidentes, promover
treinamento e campanhas de conscientização e coordenar todos os
pousos e decolagens de aeronaves.
Alta Competência

c) O trabalho do enfermeiro (medic)

O enfermeiro exerce atividades ligadas à área de saúde e atividades


administrativas, no enfoque de polivalência comum nas UPMs.
Como técnico da área de saúde, monitora as condições de saúde a
bordo, presta primeiros socorros e outros serviços médicos, mantém
registros médicos, controla o estoque de medicamentos e materiais
médicos, inspeciona a higiene da embarcação, com ênfase na
alimentação, e promove treinamento em primeiros socorros. Um
bom enfermeiro é um pouco médico, um pouco assistente social e um
pouco psicólogo, afinal representa toda a área médica na Unidade.
Em algumas UPMs o enfermeiro elabora, diariamente, a lista de
pessoal a bordo, participa das reuniões de segurança, controla a
lista aérea de passageiros e controla a alocação de pessoas nas
balsas salva-vidas. Trabalha das 6 às 18 horas, além das solicitações
durante a noite, caracterizando regime de sobreaviso.
158
d) O trabalho dos rádio-operadores (radio operators)

Os rádio-operadores enfrentam uma carga de trabalho cognitivo


muito alta, seja nos contatos operacionais, por telefone e rádio,
seja nos contatos com as famílias dos trabalhadores ou no auxílio
à solução de problemas diversos, quando atuam como intérpretes.
Durante o turno da noite (22h às 6h) o trabalho torna-se monótono,
sendo difícil lidar com a sonolência.

e) O trabalho dos encarregados de sonda (tool pushers)

Misto de gerente com amplas atribuições e técnico de operação


em situações delicadas ou de emergência, o encarregado de sonda
é elemento vital para a qualidade e segurança dos trabalhos. Suas
principais funções são o planejamento operacional, a priorização de
recursos, o treinamento de sua equipe e uma constante atuação na
prevenção a acidentes. Os bons encarregados orientam e alertam
seus subordinados, com freqüência aos gritos, quanto aos inúmeros
e sempre presentes riscos de acidentes. Ao menor descuido, perde-
se um dedo, esmaga-se um pé, sofre-se um forte impacto, cai uma
ferramenta dentro do poço, perde-se o controle de um poço etc.
Capítulo 2. Completação

f) O trabalho do sondador (driller)

O sondador é o trabalhador que permanece todo o tempo na


plataforma de trabalho, em uma cabine, manipulando alavancas,
botões e chaves. Ele monitora múltiplos parâmetros (peso, vazão,
pressão, temperaturas, níveis de tanques, inclinações etc.) e
orienta sua equipe de assistentes de sondador, torrista, quatro
plataformistas e auxiliares eventuais. Alguns desses trabalhadores
estão em seu campo de visão direta, outros são comandados por
telefone, intercomunicadores e rádios walk talk. Os instrumentos
eletrônicos são cada vez mais comuns, porém requerem verificações
físicas, pois não são totalmente confiáveis. O trabalho do sondador
possui alta carga mental e cognitiva, contemplando cálculos,
monitoração de painéis, manipulação de instrumentos que exigem
grande perícia, além de requerer forte e imprescindível liderança
sobre a equipe. Na cabine do sondador da unidade existem 12
painéis de informação e controle.
159

g) O trabalho do assistente de sondador (driller assistant)

A complexidade dos trabalhos nas UPMs modernas exige a atuação


de dois sondadores (1º e 2º sondadores) ou de um sondador e um
assistente. Cumpre ao assistente orientar em suas atividades, lado
a lado, os plataformistas e o torrista, além de auxiliar o sondador
durante certas manobras.

h) O trabalho do torrista (derrick man)

Durante as manobras (descidas ou retiradas de coluna), o torrista


fica no alto, na plataforma do torrista (monkey board) – daí a
denominação torrista – a mais ou menos 30 m de altura, onde
arranja as seções de tubos nos garfos dos estaleiros. Nesse período,
trabalha solitário e dispõe de recurso frágil e arriscado para fugir,
no caso de algum acidente grave, como fluxo descontrolado
do poço ou incêndio. Quando a sonda não está em manobras
de tubos, o torrista é responsável pelo sistema de confecção e
tratamento de fluidos, que é complexo e de grande importância
no sucesso das operações.
Alta Competência

i) O trabalho dos plataformistas (roughnecks)

Início de carreira na equipe de sonda, os plataformistas, em número de


quatro, executam os trabalhos mais pesados e se expõem aos maiores
riscos. Trata-se de trabalho que exige habilidade, força e resistência
física, uma vez que manipulam ferramentas complexas e pesadas,
efetuam trabalhos em grandes alturas, suspensos em cadeiras que
lembram trapézios; conectam e ajustam equipamentos para descida
no poço, sabendo que pequenos descuidos podem levar a grandes
prejuízos etc.

j) O trabalho na sala de controle de estabilidade e utilidades


(Operational Control Center - OCC)

Nesta atividade, o bargemaster coordena a estabilidade da Unidade e


o funcionamento das utilidades (lastro, fluidos, granéis, refrigeração,
160 água potável, tratamento e descarte de esgoto etc.). Na sala de
controle fica o operador de lastro (watchstander), e no convés principal
o contramestre de movimentação de cargas, os guindasteiros e os
homens de área. O trabalho do operador de lastro é um típico
trabalho de sala de controle, com alta carga cognitiva, face à
multiplicidade e importância dos parâmetros controlados, somado
às tarefas de controle de distribuição das cargas na plataforma e
às tarefas de inspeção de salas de bombas, tanques e outras áreas
da plataforma. Há grande variedade de tarefas, como cálculos de
estabilidade e de controle de estoques, monitoração de painéis
de controle e circuito de câmaras de vídeo, operações manuais
de acionamento de válvulas e operação de guinchos (para sondas
ancoradas). As inspeções periódicas nas salas de bombas, quando o
operador de lastro (watchstander) desce, via elevadores ou longas
escadas por dentro das colunas, até níveis em torno de 20 metros
abaixo do nível do mar, constitui atividade solitária e desgastante.

k) O trabalho dos guindasteiros (crane operators)

É um trabalho bastante difícil, posto que os guindasteiros


movimentam cargas entre a plataforma e os rebocadores sob as
condições dinâmicas do mar e em espaços bastante reduzidos,
exigindo grande concentração e perícia, além de grandes cuidados
com a segurança.
Capítulo 2. Completação

l) Os homens de área (roustabouts)

A aspiração profissional dos roustabouts é, no mais das vezes,


tornarem-se plataformistas, guindasteiros ou mecânicos. Eles
trabalham na movimentação de cargas junto ao guindasteiro e
sob o comando do mestre de movimentação de cargas. Efetuam
serviços de limpeza e manutenção geral do convés principal.
Eventualmente, auxiliam trabalhos na sonda de perfuração.
Trata-se de atividade fatigante e muito perigosa, exigindo
grande atenção e conhecimento de inúmeros procedimentos de
segurança. O termo roustabout foi, pejorativamente, abrasileirado
para “arrasta baldes”, uma vez que lavar o convés é parte do
trabalho dos homens de área. O contramestre de movimentação
de cargas (CMM) coordena, na área externa, a movimentação
de cargas, em contato com a sala de controle, o almoxarifado,
a sonda e os rebocadores. Os homens de área devem ter muita
habilidade para acomodar na plataforma uma grande quantidade
161
de materiais em um espaço exíguo, o que exige freqüentes
movimentações de carga.

m) O trabalho na ponte e controle de posicionamento dinâmico


(bridge and DP)

Trata-se de uma sala de controle especialmente complexa devido à


sofisticação dos instrumentos, à importância vital do trabalho para a
segurança e a qualidade dos serviços da plataforma, ao fato do sistema
DP (posicionamento dinâmico) fazer uso de tecnologia de ponta e à
possibilidade de ocorrer variações bruscas das condições ambientais –
vento, correnteza, oscilações das ondas do mar, cintilações ionosféricas
e variações da temperatura da água do mar – que afetam o sistema
DP. Assim, além das pressões decorrentes de serem responsáveis
por manter a plataforma sobre o poço, com um pequeno grau de
tolerância de afastamento, dependendo do tipo de operação em
andamento, há ainda a probabilidade de ocorrer alguma anomalia
ambiental ou do sistema de DP em si, jamais ocorrida.

Cumpre observar que para trabalhadores em salas de controle, a


sonolência durante o trabalho noturno pode colocar em risco vidas
humanas e as instalações (Akerstedt, 1988). Um estudo revelou
que 20% dos trabalhadores no turno da noite sofriam episódios de
Alta Competência

adormecimento durante o trabalho, identificados por registros em


eletro-encefalograma (Torsvall et al., 1989, apud Parkes, 1994).

n) O trabalho do contramestre de cabotagem (bosun)

É o supervisor de salvatagem no mar, fazendo inspeções,


manutenções e testes das baleeiras e botes salva-vidas, conduzindo
os treinamentos de salvatagem e zelando pelo cumprimento das
normas navais aplicáveis.

o) O trabalho da equipe de manutenção

Um chefe de máquinas (chief engineer), um chefe de elétrica


(chief electrician), técnicos em eletrônica (eletronic technicians),
eletricistas (electricians), mecânicos (engineers), auxiliares de
mecânica (motormen) e soldadores (welders) constituem a
162 equipe de manutenção. Ressalta-se, no trabalho dos técnicos
de manutenção em uma UPM, a grande variedade de tarefas,
pois fazem manutenção em dezenas de sistemas e centenas
de máquinas, envolvendo-se em projeto e execução, além de
exercitarem a criatividade, ao improvisarem soluções para
problemas inéditos. Os mecânicos, por exemplo, trabalham em
torno, fresa etc. Assim, esses técnicos desenvolvem polivalência em
suas áreas. A freqüente interrupção dos trabalhos em andamento
face a novas prioridades é uma das características da organização
do trabalho com a qual os novatos têm que se acostumar. A união
e a amizade entre os membros da equipe são apontadas como
a maior diferença em relação às equipes em trabalhos urbanos,
mesmo aquelas que trabalham em refinarias de petróleo, onde,
ao final de cada turno, o pessoal se dispersa.

p) O trabalho do almoxarife (storekeeper):

Uma UPM tem de 5.000 a 18.000 itens em estoque, com valor


estimado em dois a três milhões de dólares americanos e freqüente
movimentação de materiais. Cumpre ao almoxarife solicitar materiais,
receber as cargas, conferir e encaminhar para uso imediato ou lançar
em estoque e promover a arrumação do almoxarifado. O almoxarifado
é dividido em áreas de mecânica, elétrica, hidráulica, eletrônica,
marítima, mecânica da sonda, subsea, medicamentos e outras.
Capítulo 2. Completação

q) O trabalho na hotelaria (cattering)

Os serviços de hotelaria são terceirizados, sendo executados por


empresas especializadas em serviços offshore. Esse grupo representa
a base da pirâmide em salários e benefícios. A equipe é constituída
pelo comissário, chefe de cozinha, cozinheiro da noite, padeiro (que
trabalha à noite), um a dois ajudantes de cozinha, um saloneiro (serve
as mesas), um lavandeiro (responsável pela lavagem das roupas de
trabalho de todos a bordo), um paioleiro (responsável pelo paiol
de alimentos), dois taifeiros (encarregados da limpeza de todas as
salas e camarotes) e um técnico em serviços gerais. Todos exercem
alguma polivalência. Em algumas UPMs, a hotelaria fornece também
o técnico em serviços gerais, que é exemplo de polivalência.

r) A equipe do ROV (Remoted Operated Vehicle)

O robô submarino é imprescindível para operações que exigem 163


imagem da cabeça do poço ou acionamento de válvulas e outros
dispositivos nesta. A equipe, normalmente, é constituída por um
supervisor, um piloto e um técnico encarregado do guincho de descida
e subida do robô. A manutenção rotineira é feita pela própria equipe,
só embarcando especialistas em casos excepcionais. A equipe de ROV
em UPM trabalha em regime de sobreaviso, alternando períodos sem
operações (com exceção do mergulho diário de teste) com períodos
de trabalho intenso. Assim, ocorrem situações em que a equipe chega
a trabalhar mais de 24 horas contínuas. Por essa razão, as equipes
de ROV preferem trabalhar em navios de serviços de mergulho e de
ROV, onde duas equipes se revezam em dois turnos de 12 horas por
dia, evitando, assim, a alternância entre sobrecargas de trabalho e
a monotonia. Exige-se da equipe conhecimentos em várias áreas,
como mecânica, eletrônica, hidráulica, transmissão de dados e um
grande treinamento e habilidade na operação do veículo que, por
sua vez, exige visão espacial e habilidades manuais excepcionais.
Alta Competência

A equipe de engenharia de poço é composta por grupos de


especialistas que embarcam em determinadas fases da construção ou
manutenção do poço de petróleo e desembarcam assim que terminam
seus trabalhos, abrindo vagas para os especialistas da próxima fase.
Tais especialistas, coordenados pelo engenheiro fiscal (company man)
cuidam de acompanhamento geológico, equipamentos de cabeça de
poço, perfuração direcional, perfilagem, revestimento, cimentação,
canhoneio de revestimento, avaliação de formação, instalação de
colunas de produção, instalação de equipamentos submarinos,
operações com slick line, operações com coiled tubing etc. Boa parte
desses técnicos trabalha em regime de sobreaviso, com altas cargas
de trabalho. Essa equipe é a que se relaciona diretamente com os
técnicos de operação de produção. O contato deve ser feito com o
engenheiro fiscal ou alguém que tenha recebido delegação deste.
É comum os técnicos que fazem a instalação final da cabeça do poço
(árvore de natal seca ou molhada) receberem a delegação em certos
momentos. Entretanto, em caso de dúvida, voltam a recorrer ao
164 engenheiro fiscal.
Capítulo 2. Completação

2.9. Exercícios

1) O que significa completação?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

2) Com relação aos tipos de completação, preencha as lacunas.

a) A completação ______________ é feita quando a ______________


e a __________________________ estão na superfície terrestre ou na
plataforma de produção marítima.

b) A completação ______________ é feita quando a ______________


e a ______________ estão submersas, no leito do fundo marinho.
165
3) Explique a função do liner no processo de completação:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

4) Marque a opção que indica corretamente os dois tipos de liners.

( ) Liner de manutenção e liner de segurança.

( ) Liner de completação e liner de produção.

( ) Liner de perfuração e liner de completação.

( ) Liner de pressão e liner de manutenção.

( ) Liner de perfuração e liner de produção.


Alta Competência

5) A função do canhoneio é perfurar, simultaneamente, o


revestimento, o cimento que há entre o revestimento e a formação,
abrindo um túnel na formação, permitindo o fluxo entre a formação
e o poço. No canhoneio convencional, podemos afirmar:
( ) As cargas são montadas dentro de recipientes que as isolam
do fluido do poço e são descidos a cabo.
( ) É um canhão montado para descer, com cabo elétrico, atra-
vés da coluna de produção.
( ) O sistema é descido na extremidade de uma coluna de tubos.
( ) Os canhões são de grande diâmetro e alta densidade de
disparos.
( ) A principal vantagem é que não é necessário “desequipar”
o poço para efetuar o canhoneio.
6) Explique o funcionamento da coluna de produção (COP).

_______________________________________________________________
166 _______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

7) Com relação aos métodos artificiais de elevação offshore, marque


a afirmativa correta.
( ) No método de injeção de gas-lift, estando a coluna de líqui-
do mais leve no interior da coluna de produção, o reserva-
tório pode impelir o óleo até a superfície.
( ) No método de bombeio centrífugo, o contato do gás injeta-
do com o óleo dentro da coluna gaseifica o líquido, reduzin-
do a densidade e a pressão hidrostática nos canhoneados.
( ) Um conjunto de bombas centrífugas e motores elétricos é
descido na extremidade inferior da coluna de produção no
método de injeção de gas-lift.
( ) O bombeio centrífugo é feito com o próprio gás obtido no
processo de separação na planta de produção.
( ) O gás injetado dentro da coluna de produção aciona os mo-
tores elétricos existentes no fundo do poço.
Capítulo 2. Completação

8) Sobre a árvore de natal molhada, é correto afirmar:


( ) São equipadas com três válvulas master.
( ) São utilizadas somente para completações em águas
profundas.
( ) A função da árvore de natal molhada é sustentar a coluna
de produção.
( ) É um equipamento a ser descido no poço, constituído por
válvulas dispostas em bloco, com a finalidade de reduzir o
fluxo de óleo no poço.
( ) É um equipamento de superfície cuja finalidade é controlar
e orientar o fluxo de óleo na cabeça do poço.
9) Relacione os tipos de equipamentos (árvores de natal) e suas
características.
(1) Árvore de natal seca ( ) São árvores para poços em
ou convencional (ANS lâminas d’água profundas
ou ANC) (>700 m). 167
(2) Árvore de natal ( ) São árvores para poços em
molhada (ANM) lâminas d’água até 300 m.
(3) ANM DA (Driver ( ) Usadas para poços em lâmi-
Assisted) nas d’água até 600 m.
(4) ANM GLL ( ) Utilizada em plataformas fi-
(Diverless Lay-Away xas de produção offshore ou
Guidelineless) em poços de terra.
(5) ANM DLL (Diverless ( ) Utilizada em poços submarinos.
Lay-Away)
Alta Competência

2.10. Glossário
Amerada - registrador de pressão mecânico - equipamento de fundo de poço para
registro de pressão em função do tempo em operações de teste de formação ou de
produção, pode ser descido na coluna, em porta-registradores, ou com arame.

ANC (árvore de natal convencional - Christmas Tree) - conjunto de válvulas de


controle, manômetros e chokes montados na cabeça do poço para controlar a
produção de hidrocarbonetos.

ANM (árvore de natal molhada) - conjunto de válvulas de gaveta, atuadas


hidraulicamente, conectado à cabeça dos poços submarinos. Controla o fluxo de
óleo e gás do poço. Possibilita outras operações necessárias à vida produtiva do
poço. Conecta-se a um manifold ou a uma UEP através de um bundle de produção.

ANM DA (árvore de natal molhada driver assisted) - ANM que pode ser instalada e
manipulada por mergulhadores.

ANM DL (árvore de natal molhada do tipo diverless) - não necessita equipe de


mergulho na instalação. As funções da árvore são hidráulicas e remotas.
168
ANM DLL (árvore de natal molhada do tipo diverless lay-away) - árvore de natal
molhada que dispensa a atividade de mergulhadores, mas necessita do auxílio de
cabos-guias para ser instalada ou retirada. Sua manipulação é realizada com um
ROV, todas as funções da ANM são hidráulicas e remotas.

ANM DO (árvore de natal molhada driver operated) - necessita participação do


mergulhador na instalação e operação da ANM, somente algumas funções são
hidráulicas e remotas.

ANM GLL (árvore de natal molhada do tipo diverless lay-away guidelineless) -


árvore de natal molhada que dispensa tanto o uso de cabos-guias como a atividade
de mergulhadores para ser instalada ou retirada. Sua manipulação é realizada com
um ROV, todas suas funções são hidráulicas e remotas.

Annulus Master (AM) - válvula master do anular da árvore de natal.

ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Antiincrustante - composto químico que tem a propriedade de evitar a formação


de incrustações, deposição e cristalização de sais, na coluna e nos canhoneados.

Anular - espaço entre duas colunas. Por exemplo, a coluna de perfuração e a parede
do poço, coluna de revestimento e a parede do poço, ou coluna de produção e
revestimento.

Bauxita - tipo de areia sintetizada do mineral bauxita com granulometria


controlada, usado como agente de sustentação em gravel packing ou em
fraturamento de formação.
Capítulo 2. Completação

BCP (Bomba de Cavidade Progressiva) - tipo de bombeio mecânico. Bomba


constituída por um conjunto de rotor e estator, cuja geometria forma uma série de
cavidades estanques idênticas. O rotor, ao girar no interior do estator, origina um
movimento axial das cavidades, no sentido da sucção para a descarga, realizando
progressivamente a ação de bombeamento (N-2506).

BCS (Bombeio Centrífugo Submerso) - método de elevação artificial que utiliza


um conjunto moto-bomba elétrico descido em poços para promover elevação
de líquidos (petróleo). Bomba centrífuga de múltiplos estágios, consisteindo de
impelidores rotativos e difusores estacionários (N-2403).

Blowout - erupção descontrolada do poço. Risco que ocorre nas operações


em poços de petróleo quando a pressão hidrostática não contém a pressão do
reservatório, e em concomitância com uma falha dos equipamentos de segurança
(BOP ou AN), causa o fluxo descontrolado de óleo, gás ou água para o meio
ambiente (atmosfera ou fundo do mar).

BOP (Blowout Preventer / preventor de erupções) - equipamento de segurança


colocado na cabeça do poço durante a intervenção com sonda. Segunda barreira
de segurança, que permite fechar e controlar o poço, evitando orifício do bloco de
válvulas onde existem duas válvulas, Master M2, e mais acima, a válvula de pistoneio
ou Swab S2.
169
Bore do tubing hanger e da ANM Bore de 4” - orifício do bloco de válvulas onde
existem duas válvulas, Master M1 e de pistoneio, ou Swab S1.

Calcita - carbonato de cálcio natural cristalizado, esbranquiçado, amarelado ou


transparente (espato-da-islândia).

Camisa do TSR - tubo externo do TSR, contém engaxetamento interno que desliza
sobre o mandril do TSR promovendo vedação com esse. Permite a desconexão da
coluna de produção ou injeção da cauda instalada no fundo do poço. Absorve
variações no comprimento da coluna devido a variações de temperatura.

Camisa externa - parte ou tubo externo de um equipamento de poço.

Canhonear - perfurar o revestimento comunicando interior do poço ao reservatório.

Cavalo-de-pau - tipo de bombeio mecânico, mecanismo com hastes usado para


acionar a bomba alternativa de fundo para extração de petróleo.

Cavitação - fenômeno de vaporização de um líquido pela redução da pressão, durante


seu movimento, pode provocar erosão nos rotores de bombas centrífugas.

Cintilação ionosférica - fenômeno atmosférico devido às difrações sofridas pela


frente de onda ao atravessar as irregularidades do plasma, causando interferências
construtivas e negativas na intensidade do sinal recebido, provocando assim
perda do sinal dos satélites, ou seja, as cintilações ionosféricas interferem
diretamente na fase e amplitude dos sinais dos satélites e, conseqüentemente,
na recepção GPS.
Alta Competência

Cisalhamento - deslizamento de parte de um corpo rochoso ao longo de outra


parte em uma fratura. Deformação que sofre um corpo quando sujeito à ação de
forças cortantes. Corte transversal de um elemento.

CMM - Contramestre de Movimentação de Cargas.

Coiled tubing - flexitubo, tubo flexível de longo comprimento e pequeno diâmetro


(1” a 3”) usado em intervenções de poços de petróleo para circular líquido ou gás
no fundo do poço, para limpeza de fundo de poço ou indução de surgência.

COP - Coluna de Produção.

COT - Coluna de Trabalho.

Cruzeta - bloco comum de união entre válvulas individuais independentes, ligadas


entre si por flanges que formam a árvore de natal convencional tipo cruzeta.

Cunha - elemento de ancoragem. Equipamento de manuseio de tubos.

DHSV (Down Hole Safety Valve) - dispositivo de segurança de subsuperfície


fabricado pela Baker Hughes.
170
DP (Dynamic Positioning) - Sistema de Posicionamento Dinâmico. Recurso de
auto-posicionamento de uma embarcação, baseado em sistemas de referência
de posicionamento de superfície (GPS, Artemis, Argo, Syledis etc.); hidroacústicos
(Simrad, Honewell), deslocamento mecânico (Toutwire) entre outros.

DSSS - dispositivo ou válvula de segurança de subsuperfície.

FC - Fluido de Completação.

Flowline - linhas de fluxo, de produção ou de injeção, da árvore de natal até a


plataforma produtora ou até a planta de processo de petróleo. Flowline hub:
conector das linhas de fluxo na BAP ou na ANM. Funil down: funil instalado no
conector inferior do BOP para facilitar a reentrada em poços sem BAP, ou seja, que
estejam somente com pino do conector H-4 (topo da cabeça de poço) exposto.

Gas-lift - método de elevação artificial do petróleo. Consiste na injeção de gás


sob pressão, pelo anular do poço na coluna de produção, por meio de válvulas
situadas próximas ao intervalo produtor. O gás se mistura ao petróleo, diminuindo
sua densidade média, fazendo com que a pressão do reservatório seja suficiente
para elevar o petróleo até a superfície.

GL (Guideline) - sistema de cabeça de poço que dispõe de cabos-guias que auxiliam


na descida/reentrada de BOP/ANM.

GLL (Guidelineless) - sistema de cabeça de poço que dispõe de grandes funis em


substituição aos cabos-guias e auxiliam na descida/reentrada de BOP/ANM.

Hold-down - elemento de ancoragem comum em packer hidráulico.


Capítulo 2. Completação

Housing - parte da cabeça de poço chamada de alojador de alta pressão, onde é


travado o BOP ou a ANM.

HPG - hidroxipropilguar.

Hydro trip - dispositivo utilizado no tamponamento temporário da coluna. Consiste


de um subacessório da coluna que pode ser instalado em qualquer profundidade,
conforme definição no projeto de completação.

Índice de Injetividade (II) - razão de injetividade de uma formação, a capacidade de


um intervalo receber fluido de injeção por unidade de pressão aplicado.

Índice de Produtividade (IP) - razão de produtividade de uma formação, a capacidade


de um intervalo produzir fluido por unidade de pressão.

Influxo - kick. Influxo de óleo, água ou gás da formação para o poço.

J-pino; J-slot - sistema de travamento que consiste num pino existente no mandril,
o qual se encaixa num “J” esculpido na camisa.

Liner - coluna de tubos, rasgados ou lisos, que é descida e que ficará assentada no
fundo do poço e suspensa pela extremidade inferior do revestimento de produção, 171
após a avaliação da zona de interesse e da decisão de se completar o poço.

Logging plug - tampão para perfilagem.

LW - Lower Master - válvula master inferior da árvore de natal.

M1 - válvula master da linha de surgência ou de produção de óleo.

M2 - válvula master do anular ou da linha de gás.

Mandril - dispositivo ou acessório instalado na coluna de produção para


posicionamento de equipamentos ou conexão e desconexão da coluna.

Mandril eletrosub - acessório que permite a passagem de cabo elétrico do conjunto


BCS pelo adaptador da ANC e pelo suspensor de coluna.

Manifold - componente do qual partem todas as linhas de controle das funções da


ANM e também chegam todas as linhas de controle de plataforma de produção.

MFL (Mandril das Linhas de Fluxo) - equipamento instalado na extremidade das


linhas de fluxo, apoiado na BAP e que promove a interligação das linhas com a
ANM. Também chamado Flow Line Hub.

MGL (Mandril de Gas-Lift) - componente enroscável, integrante da coluna de


produção, que contém um bojo excêntrico onde se aloja a válvula de elevação
pneumática (N-2388). Componente da coluna de produção. Tubo com bolsa lateral
para receber válvula de gas-lift (VGL). Mandril com bolsa lateral com nipple de
assentamento da válvula de gas-lift. Tem furos na posição apropriada para que
a válvula, quando assentada, consiga controlar o fluxo de gás de anular para
coluna.
Alta Competência

MHF - Massive Hydraulic Fracturing.

Monkey board - plataforma do torrista.

Nipple Phoenix - perfil de assentamento de plug modelo Phoenix, existente no


Bloco-Y usado para registro de pressão de fundo ou perfilagem de produção com
elevação por bombeio BCS.

Nipple - tubo curto usado para instalar equipamentos internos na coluna.

NS - Navios-Sonda. Uso na perfuração/completação de poços submarinos. Navio


equipado com sistemas para intervir em poços submarinos, podendo ser ancorado
no fundo do mar ou de posicionamento dinâmico.

Offshore - localizado ou operado no mar.

Onshore - localizado ou operado em terra.

Packer - elemento vedante, vazado ou tamponado, utilizado em completação


para isolar zonas com diferentes pressões. Também chamado obturador. Usado
geralmente para promover vedação do anular entre coluna revestimento.
172
Packer duplo - obturadores com dois bores de passagem.

PDG (Permanent Downhole Gauge) - registrador permanente de fundo,


equipamento eletrônico; posicionado na coluna de produção, próximo ao
reservatório, monitora pressão e temperatura do fluido produzido.

Perfilagem - operação de registro das características das formações geológicas, dos


fluidos presentes nas formações ou das condições mecânicas do poço, através de
sensores apropriados, cuja resposta é transmitida para a superfície através de cabos
elétricos (N-2757) / (N-2352).

Plug - dispositivo de vedação. Os suspensores e ANMs possuem perfil interno, nos


bores de 4” e 2”, para assentamento dispositivos de vedação apropriados.

Poço surgente - poços que podem produzir com energia própria do reservatório.

Pressão estática - pressão da formação, pressão de fundo do poço, pressão atuante


no reservatório, pressão de poros.

Pressão hidrostática - pressão exercida por fluido em um corpo submerso, que é


proporcional à profundidade. Pressão exercída pelo fluido de perfuração ou de
amortecimento no fundo e nas paredes do poço.

Pup joint - tubo curto.

Recanhoneio - perfurar de novo o revestimento. Usado para recuperar a área de


fluxo obstruída por incrustações.

Registro de Pressão (RP) - obtenção de dados de pressão ou de temperatura de


formação com o uso de registradores mecânicos ou eletrônicos (N-2417).
Capítulo 2. Completação

ROV (Remote Operator Vehicle) - robô submarino de controle remoto.

RGL (Razão Gás-Líquido) - quantidade de gás liberada na superfície por unidade


de volume de líquido produzido no poço. Geralmente medido em Nm3/m3 – normal
metro cúbico de gás por metro-cúbico de líquido, óleo mais água em condições
normais de pressão e temperatura: RGL = RGO x (1 – BSW/100).

RGO (Razão Gás-óleo) - quantidade de gás liberada na superfície por unidade de


volume de óleo (m3/m3 – m3 de gás por m3 de óleo em condições atmosféricas).

Rocha-reservatório - rocha permeável e porosa onde está armazenado o petróleo.

RP - Registro de Pressão.

RS - razão de solubilidade do gás no óleo na formação.

Sapata-guia - seção curta de tubulação de parede grossa aparafusada na


extremidade inferior de uma coluna de revestimento.

SCPS - Sistema de Cabeça de Poço Submarino.

Shear-out - nipple instalado na extremidade inferior da coluna de produção para 173


permitir o tamponamento temporário da mesma, possui sedes cisalháveis para
assentamento de esfera.

Slick line - unidade operacional de arame.

Sliding sleeve - nipple de coluna com janelas de abertura hidráulica ou por arame,
destina-se a promover a comunicação anular-coluna ou coluna-anular, através de
abertura e fechamento de camisa interna e externa, em completações seletivas,
possibilitando colocar em produção ou isolar zonas empacotadas por packers.

SS - Sondas Semi-submersíveis. Plataforma marítima flutuante. Pode ser ancorada


no fundo do mar ou com posicionamento dinâmico.

SSSV (Subsurface Safety Valve) - válvula de segurança de subsuperfície. Válvula


de segurança instalada na coluna de produção de um poço para fechá-lo
automaticamente diante de anormalidades nas pressões de fluxo. O mesmo que
Downhole Safety Valve (DHSV).

Standing valve - válvula de pé. Permite fluxo ascendente, assentamento de


obturador hidráulico (packer), verificação da estanqueidade da coluna de produção
e é utilizada como barreira mecânica quando associada ao fluido de completação,
evitando dano à formação (N-2417).

Stuffing-box - caixa de gaxeta.

Subs - substituto. Elementos tubulares curtos utilizados como acessórios da coluna


de perfuração com vários objetivos dentre os quais o de conversão de roscas (N-
2755).
Alta Competência

Subsea - relativo a submarino, equipamento que opera submarino.

Surgência - produção do hidrocarboneto para a superfície, pode ser natural ou


artificial, utilizando energia externa para auxiliar a elevação do reservatório até a
plataforma ou estação produtora.

Surgência natural - energia própria do reservatório, pressão capaz de elevar o


hidrocarboneto para fora do poço até a estação ou plataforma produtora.

Swab - válvula que fica localizada no topo das ANs, acima do ponto de divergência
do fluxo.

Swab 1 (S1) - válvula de pistoneio da produção.

Swab 2 (S2) - válvula de pistoneio do anular.

Taifeiro - pessoa que trabalha na preparação e distribuição dos alimentos.

TCP (Tubing Conveyed Perforation) - Canhoneio no qual o canhão é descido


aclopado na coluna.

174 TF (Teste de formação) / TP (Teste de produção) / TI (Teste de Injetividade) - operações


que consistem no isolamento do(s) intervalo(s) a ser(em) testado(s), através de
um ou mais obturadores e no estabelecimento de um diferencial de pressão que
permita o fluxo dos fluidos contidos na formação no sentido do poço. Durante a
execução dessas operações são efetuados registros de vazão dos fluidos produzidos
na superfície. No teste de formação, o fechamento e a abertura do poço são
efetuados através de uma válvula ou qualquer outro mecanismo que permita o
controle do mesmo no fundo. No teste de produção, o fechamento e a abertura do
poço são efetuados na superfície. No teste de injetividade verifica-se a capacidade
de injeção no reservatório (N-2253).

TFR (Teste de formação a poço revestido) - consiste de um teste onde o intervalo a


avaliar está revestido (N-2253).

Top sub - parte superior de um equipamento, geralmente uma terminação


enroscada que trava o equipamento de coluna montado.

Torrista - técnico responsável pelo preparo e bombeamento do fluido de perfuração


e de amortecimento. Também opera na descida ou tirada dos tubos durante as
manobras de coluna.

TPT (Temperature and Pressure Transducer) - transdutor de temperatura e pressão


instalado geralmente na ANM.

Tree cap - capa da ANM.

TSR (Tubing Seal Receptacle) - junta telescópica. É usada para absorver a expansão
ou contração da coluna de produção.
Capítulo 2. Completação

Tubing mounted - enroscada na coluna. Diz-se de toda válvula ou equipamento


montado na coluna de produção.

UEP - Unidade Estacionária de Produção.

UM (Upper Master) - válvula master do anular da árvore de natal.

UPM - Unidade de Produção Marítima.

VGL - Válvula de Gas-Lift.

VGL cega - válvula de gas-lift tamponada, que não permite circulação.

Wing - válvulas laterais da NA que controlam o fluxo do poço.

Workover - operação de manutenção de poços de petróleo.

175
Alta Competência

2.11. Bibliografia
FIGUEIRA, José Fernando Bastos; CALDERON, Agostinho. Gravel Pack. Apostila.
Petrobras. 1996.

GARCIA, José Eduardo de Lima. A Completação no Mar. Apostila. Petrobras. 1997.

IBIAPINA, Joaquim Leite; WATANABE, Márcio Koki. Equipamentos do Sistema de


Controle de Poço Superfície. Apostila. Petrobras. 2004.

MARTINS, Márcio. Introdução à Exploração e Produção de Petróleo. Apostila.


Petrobras. Rio de Janeiro: 2005.

MINAMI, Kazuioshi; FIGUEIREDO, Maurício Werneck; SANTOS, O. L. A. Deepwater


Offshore Production. IBP, LACPEC, Rio de Janeiro: 2005.

MIURA, K. e GARCIA, E. Manual de Completação. Apostila. Petrobras/RPSE/


DIRCRES. 1988.

MOTTA, Eduardo Ponce. Tratamentos Químicos na Completação. Apostila.


176 Petrobras. Rio de Janeiro: 1996.

NORTEC. Abandono de poço, N-2730. Subcomissão SC-37, Segurança de Poços. Rio


de Janeiro, 2003.

NORTEC. Equipamentos do sistema de controle de poços das sondas de perfuração,


completação e intervenção em poços de petróleo, N-2753. Subcomissão SC-37,
Segurança de Poços. Rio de Janeiro, 2004.

NORTEC. Prevenção e controle de blowout, N-2093. Subcomissão SC-37, Segurança


de Poços. Rio de Janeiro, 2004.

NORTEC. Prevenção e controle de kicks, N-2755. Subcomissão SC-37, Segurança de


Poços. Rio de Janeiro, 2004.

NORTEC. Segurança de poço para projetos de perfuração marítima, N-2752.


Subcomissão SC-37, Segurança de Poços. Rio de Janeiro, 2006.

NORTEC. Segurança em testes de formação e de produção, N-2253. Subcomissão


SC-37, Segurança de Poços. Rio de Janeiro, 2006.

NORTEC. Segurança na operação de poços para explotação de hidrocarbonetos,


N-2765. Subcomissão SC-37, Segurança de Poços. Rio de Janeiro, 2006.

PEARSON, Robert M. Well Completion Design and Practices. International Human


Resources Development Corporation. 1987.

RIBEIRO, J.E.D. Visão Geral dos Sistemas Marítimos de Produção. IN: Curso sobre
entrega/recebimento de poço submarino - Operações Conjuntas entre
UEPs, Sondas e Barcos Especiais. Petrobras. 2004.
Capítulo 2. Completação

RODRIGUES, V.F. Fundamentos sobre Instrumentação e Controle de Subsuperfície


em Poços - Completação Inteligente. Apostila. Petrobras. 2005.

RODRIGUES, V.F. Relações de Trabalho em Unidades de Perfuração Marítima –


Estudo de Caso com Ênfase em Trabalho em Turnos. Tese de Mestrado. Alfenas,
Minas Gerais, UNIFENAS, 2001.

RODRIGUES, V.F. et al. Colunas de Produção e Injeção em Poços de Petróleo


Submarinos Curso sobre Completação Superior. Petrobras. 2005.

SANTOS, Otto Luiz Alcântara. Manual de Treinamento em Controle de Poço.


Apostila. Petrobras. 2002.

SILVA FILHO, Hercílio Pereira da; SILVA, Alfonso Humberto Celia. Cadeia Produtiva
do Petróleo. Apostila. Petrobras. UN-BC. Rio de Janeiro: 2005.

THOMAS, José Eduardo et al. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Rio de


Janeiro: Interciência, 2001.

VICENTE, Ronaldo et al. Operações com Cimento na Completação. Apostila.


Petrobras. 1995.
177
Alta Competência

2.12. Gabarito
1) O que significa completação?

Completação é o processo subseqüente à perfuração. Na completação, o poço é


condicionado, tem a qualidade da cimentação pesquisada, é canhoneado na zona
de interesse e equipado com uma coluna de produção ou injeção.

2) Com relação aos tipos de completação, preencha as lacunas.

a) A completação seca é feita quando a cabeça do poço e a árvore de natal (seca


ou convencional) estão na superfície terrestre ou na plataforma de produção
marítima.

b) A completação molhada é feita quando a cabeça do poço e a árvore de natal


(molhada) estão submersas, no leito do fundo marinho.

3) Explique a função do liner no processo de completação:

O liner é uma seção de revestimentos, ancorada no interior do poço, na última


coluna de revestimentos e que não sobe até a superfície. Tem a função de isolar
intervalos não recobertos pelo revestimento de produção.
178 4) Marque a opção que indica corretamente os dois tipos de liners.

( ) Liner de manutenção e liner de segurança.

( ) Liner de completação e liner de produção.

( ) Liner de perfuração e liner de completação.

( ) Liner de pressão e liner de manutenção.

( X ) Liner de perfuração e liner de produção.

5) A função do canhoneio é perfurar, simultaneamente, o revestimento, o cimento


que há entre o revestimento e a formação, abrindo um túnel na formação,
permitindo o fluxo entre a formação e o poço. No canhoneio convencional,
podemos afirmar:

(X) As cargas são montadas dentro de recipientes que as isolam do fluido


do poço e são descidos a cabo.
( ) É um canhão montado para descer, com cabo elétrico, através da coluna
de produção.
( ) O sistema é descido na extremidade de uma coluna de tubos.
( ) Os canhões são de grande diâmetro e alta densidade de disparos.
( ) A principal vantagem é que não é necessário “desequipar” o poço para
efetuar o canhoneio.
6) Explique o funcionamento da coluna de produção (COP).

Trata-se de um conjunto de equipamentos específicos e de tubos enroscados que


são descidos e instalados no interior do poço, a fim de permitir uma passagem, com
fluxo controlável, do óleo ou gás natural no interior do poço até a superfície.
Capítulo 2. Completação

7) Com relação aos métodos artificiais de elevação offshore, marque a afirmativa


correta.

(X) No método de injeção de gas-lift, estando a coluna de líquido mais leve


no interior da coluna de produção, o reservatório pode impelir o óleo até
a superfície.
( ) No método de bombeio centrífugo, o contato do gás injetado com o óleo
dentro da coluna gaseifica o líquido, reduzindo a densidade e a pressão
hidrostática nos canhoneados.
( ) Um conjunto de bombas centrífugas e motores elétricos é descido na
extremidade inferior da coluna de produção no método de injeção de
gas-lift.
( ) O bombeio centrífugo é feito com o próprio gás obtido no processo de
separação na planta de produção.
( ) O gás injetado dentro da coluna de produção aciona os motores elétricos
existentes no fundo do poço.

8) Sobre a árvore de natal molhada, é correto afirmar:

( ) São equipadas com três válvulas master.


( ) São utilizadas somente para completações em águas profundas.
( ) A função da árvore de natal molhada é sustentar a coluna de produção. 179
( ) É um equipamento a ser descido no poço, constituído por válvulas
dispostas em bloco, com a finalidade de reduzir o fluxo de óleo no poço.
(X) É um equipamento de superfície cuja finalidade é controlar e orientar o
fluxo de óleo na cabeça do poço.
9) Relacione os tipos de equipamentos (árvores de natal) e suas características.

(1) Árvore de natal seca ou (4) São árvores para poços em lâminas
convencional (ANS ou ANC) d’água profundas (>700 m).
(2) Árvore de natal molhada (3) São árvores para poços em lâminas
(ANM) d’água até 300 m.
(3) ANM DA (Driver Assisted) (5) Usadas para poços em lâminas d’água
até 600 m.
(4) ANM GLL (Diverless Lay-Away (1) Utilizada em plataformas fixas de
Guidelineless) produção offshore ou em poços de
terra.
(5) ANM DLL (Diverless Lay- (2) Utilizada em poços submarinos.
Away)
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