Sei sulla pagina 1di 6

3

AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL


CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO-RJ.

NADIA MARIA MARCOLINO DE SOUZA, brasileira, casada, maior,


inscrita no RG sob o nº 07533449-0, IFP-RJ e no CPF sob o nº 64491218/49,
residente e domiciliada na Rua Sarmento, 26, casa, Vilage, Nova Friburgo - RJ,
CEP 28.605-180; vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
neste ato assistido por seu patrono infra-assinado, Adalto Wermelinger Lomba,
inscrito na OAB/RJ 201.291, com endereço profissional na Rua Coronel João
Teixeira, nº 140, Conselheiro Paulino, Nova Friburgo/RJ, com endereço
eletrônico adalto.vcp@hotmail.com, onde recebe intimações e notificações, vem,
perante Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c.c. INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS, em face de

LUCIANA CARNEIRO BARBOZA DA SILVA 08161060703, nome


fantasia BRINCANDO DE APRENDER, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o n° 29.771.644/0001-65, sediada na Rua Boa Esperança,
222, Tubiacanga, Rio de Janeiro – RJ, CEP: 21.932-000; pelos fatos e direitos a
seguir expostos:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, afirma, sob penas da lei e na forma do disposto na lei


1.060/50 e posteriores alterações, ser pessoa juridicamente necessitada, não
podendo arcar com pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, pelo que faz
jus a gratuidade de justiça.
4
DOS FATOS

A autora fez a compra de um kit de revistas com 100 unidades, na data


de 07 de junho de 2018, no valor de 399,00 (trezentos e noventa e nove reais),
parcelados em dez parcelas de 39,90 (trinta e nove e noventa), documento
anexo.

Por não possuir cartão de crédito a autora fez a compra pelo cartão do
senhor Mario Mendes de Souza, sob autorização do mesmo, de acordo com as
faturas em anexo.

A empresa ré deu prazo de recebimento do kit de revistas de 4 a 6


semanas, após a comprovação do pagamento, documento anexo. Contudo,
mesmo após a comprovação do pagamento e a autora cumprindo corretamente
com os pagamentos subsequentes, passados nove meses da compra o mesmo
não foi entregue pela parte ré.

A autora fez diversas tentativas perante aos canais de atendimento da


referida empresa tentando solucionar o litígio da melhor forma possível. Porém
até a presente data a autora continua a pagar pelo kit, cumprindo com sua parte
do contrato, e a empresa ré não fez o envio das revistas.

Não vendo outra saída a Autora INCONFORMADA COM A ATITUDE


LEVIANA DA EMPRESA REQUERIDA, não teve alternativa, senão socorrer-
se do Poder Judiciário para ver seus direitos tutelados.

DO DIREITO

Da relação jurídica

A relação descrita nessa exordial é uma típica relação de consumo, onde


em um polo da relação jurídica figura o consumidor, ora requerente, e do outro
lado está a fornecedora de produtos, ora ré.

Elucidam os artigos 2º, caput, e o artigo 3º, caput do Código de Defesa do


Consumidor:

Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou


utiliza produto ou serviço como destinatário final. (Grifo nosso)
5
Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestações de serviços. (Grifo nosso)

Assim, não há dúvidas de a legislação aplicável ao caso concreto é a Lei


nº 8.078, de 11/09/1990, conhecida como Código de Defesa do Consumidor.

DA COMPROVAÇÃO DO DIREITO.

A autora junta ao processo o contrato celebrado pelas partes, como


também as faturas do cartão, onde consta os pagamentos efetuados,
afirmando através de prova documental o cumprimento do contrato pela
requerente.

DO DANO MATERIAL E MORAL.

Todo o histórico dos fatos já exaustivamente relatado gerou danos de


ordem moral e patrimonial para a autora.

Uma vez que a autora comprou as revistas para presentear seu neto, em
uma era digital a mesma pretende que seu neto não fique somente a mercê de
brinquedos eletrônicos, para que tenha outras distrações.

No entanto o objetivo almejado pela requerente não foi alcançado, pois a


empresa não fez a entrega das revistas, e até o presente momento a mesma não
pôde sequer comprar outro presente, já que continua pagando por aquele que
não chegou.

A Ré causou grandes transtornos a autora, pois além de ter lhe privado


de entregar o kit de revistas a seu neto, o que serviria de distração e brincadeira
para o mesmo, inclusive melhorando o aprendizado, a autora ficou atrelada a
10 (dez) prestações de um presente que não teve a chance de entregar e
financeiramente não poderia lhe comprar outro.

Houve uma lesão clara ao patrimônio da vítima, que pagou 10 (dez)


prestações de um bem, que sequer foi entregue pela parte Ré, demonstrando
sua má-fé.
6
Nas palavras do Professor Arnoldo Wald, in Curso de Direito Civil
Brasileiro, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1989, p. 407:

“Dano é a lesão sofrida por uma pessoa no seu patrimônio ou na sua


integridade física, constituindo, pois, uma lesão causada a um bem
jurídico, que pode ser material ou imaterial. O dano moral é o causado a
alguém num dos seus direitos de personalidade, sendo possível à
cumulação da responsabilidade pelo dano material e pelo dano moral”.
(Grifo nosso)

Os fatos ora narrados, sem dúvida alguma, CAUSAM PREJUISOS E


CONSTRANGIMENTOS A AUTORA, que sempre honrou com todas as suas
obrigações de forma pontual pagando as mensalidades em dia, e sendo privada
de receber o produto pelo qual pagou e gostaria de presentear o neto.

Da proteção constitucional

Qualquer relação formada dentro de nosso país deve seguir alguns


preceitos. Dentre os basilares mais importantes para que se cumpra o que foi
estipulado na Constituição Federal figura o exposto no artigo 1º, inciso III:

“Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:

III – a dignidade da pessoa humana; ”. (Grifo nosso)

Além do Código de Defesa do Consumidor, agasalham os direitos


e pretensões da requerida nossa Lei Magna em seu artigo 5º, incisos V e X:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem;
7
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral,
decorrentes de sua violação; (...)”. (Grifo nosso)

Assim, todo mal infligido ao estado ideal ou natural das pessoas,


resultando mal-estar, desgostos, aflições, humilhações, interrompendo-lhes o
equilíbrio psíquico, constitui causa suficiente para a obrigação de reparar o
dano, mesmo que exclusivamente moral.

Da responsabilidade objetiva da requerida

A responsabilidade da empresa requerida é OBJETIVA, ou seja,


independente de culpa do fornecedor, nos termos do artigo 14 do CDC:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Claríssimo é o dever de indenizar da requerida, já que, em


decorrência de uma série de procedimentos inadequados e incorretos, a
requerente SOFREU DANOS MORAIS E MATERIAS.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:

1). Sejam concedidos os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos


da Lei nº 1.060/50, tendo em vista que o requerente não possui condições
financeiras de arcar com despesas processuais e demais cominações de lei sem
prejuízo do seu próprio sustento e dos seus dependentes,

2). Requer a citação da empresa Ré já qualificada, na pessoa de seus


representantes legais, para que, querendo, venha responder a presente ação no
prazo legal, apresentando sua defesa, sob pena de revelia;

3) A CONDENAÇÃO da empresa Ré ao pagamento de


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS, de R$ 20.000,00
(vinte mil reais), e caso não seja este o entendimento deste Juízo, em valor a ser
arbitrado por Vossa Excelência;
8
4) Requer a condenação da empresa Ré, a devolução em dobro
do valor recebido pelo produto, R$ 798,00 (setecentos e noventa e oito
reais), uma vez que não efetuou a entrega do produto conforme
contratado.

5) sejam julgados totalmente PROCEDENTES os pedidos, e a


consequente condenação da requerida ao pagamento da quantia referida,
acrescidas de juros de mora sobre o capital corrigido, correção monetária, e
honorários advocatícios de sucumbência; e ao pagamento das CUSTAS E
DEMAIS DESPESAS PROCESSUAIS;

Requer todas as PROVAS em direito admitidas, em especial, pelo


depoimento pessoal da requerida, nas pessoas de seus representantes legais,
sob pena de confissão; oitiva de testemunhas, realização de perícias, juntada de
novos documentos que se fizerem necessários e demais provas que ao interesse
da causa possam convir;

DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 20.798,00 (Vinte mil setecentos e noventa e


oito reais).

Termos em que

P. deferimento.

Nova Friburgo 02 de abril de 2019.

Adalto Wermelinger Lomba

OAB/RJ nº 201.291

Potrebbero piacerti anche