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passo-para-planejar-suas-aulas

Publicado em NOVA ESCOLA 29 de Outubro | 2018

O QUE E COMO ENSINAR

Como planejar aulas de


Educação Física alinhadas
à Base
Confira sugestões práticas para aplicar as mudanças que
a Base Nacional Comum Curricular orienta para a
Educação Física

Com a Base, a proposta para as aulas de Educação Física passa a ser de


tematizar lutas, danças, jogos e brincadeiras, práticas corporais de aventura,
ginásticas e esportes. Colocar isso em prática é um desafio para os
professores, ainda mais para os que lidam com a escassez de recursos e de
espaços dentro das escolas públicas. A constatação das dificuldades, contudo,
não deve ser um impeditivo para que atividades diversificadas sejam
realizadas, para possibilitar que os alunos acessem um amplo repertório
cultural.

“A diversidade que caracteriza as escolas, em diferentes contextos, em


relação a espaços e materiais, é evidente. Mas é perfeitamente possível fazer
adaptações e, inclusive, envolver os alunos nessas ações”, afirma o professor
de Educação Física na Rede Pública de Ensino da Prefeitura de São Roque (SP)
Marcos Noggerini, pós-graduado em Gestão Escolar.

Noggerini defende que vivenciar essa realidade pode funcionar como um


incentivo para que o estudante faça o mesmo processo em casa ou em
outros lugares, ampliando as possibilidades de prática fora da sala de aula:
“Dividir os desafios com os alunos, apoiando-os na solução de problemas
práticos, faz com que atuem como sujeitos, ampliem o comprometimento e
se transformem em agentes de transformação”. A seguir, ele e o professor de
educação física da rede estadual e municipal de São Paulo, Miguel Feth, dão
algumas orientações de como conduzir esse processo, em sala de aula, passo
a passo.
PASSO 1: SELECIONAR OS CONTEÚDOS

Reconhecendo a necessidade de tratar uma gama mais


ampla de possibilidades de prática, a BNCC propõe a inclusão
de outros conteúdos que não apareciam em documentos
anteriores para o componente — e que, em geral,
privilegiavam os esportes mais populares. À primeira vista,
isso pode representar um aumento significativo de
conteúdos a serem abordados.

Para contornar o desafio, um caminho é agrupar as


experiências que dialogam entre si.

“Ao categorizar os esportes de acordo com algumas de suas


características, a BNCC possibilita a análise de um número
maior de práticas, que mesmo presentes em diferentes
contextos, não eram tratadas na escola. Ao classificar,
considerando aspectos invariantes em relação a alguns tipos
de esportes, o documento possibilita uma análise conjunta, o
que pode significar um menor número de aulas necessário”,
afirma Noggerini.

Exemplo: ao tratar a temática esportes de precisão, várias


práticas podem ser apresentadas em um mesmo projeto ou
sequência didática, algumas de forma mais aprofundada,
pela facilidade ou relevância no contexto, e outras de
maneira mais rápida.

Também é importante que o professor tenha em mente, no


momento de selecionar e planejar os conteúdos a serem
tratados em sala de aula, as curiosidades dos alunos, o que
acontece na comunidade em que eles estão inseridos e nas
famílias, em relação às brincadeiras, jogos e danças.

Além disso, vale saber que é possível deslocar os conteúdos.


“A BNCC foi escrita para que se garanta um mínimo de
conhecimentos aos alunos e isso pode acontecer através de
alguma prática corporal que não é contemplada no ano
previsto pela Base. O importante é que o professor fique
atento para que essa prática seja apresentada ao aluno em
algum momento do Ensino Fundamental”, diz Feth.
PASSO 2: PLANEJAR AS VIVÊNCIAS, FOCANDO NA AMPLIAÇÃO DO
REPERTÓRIO

Outro ponto que precisa ser considerado é o das dimensões


do conhecimento, pois ainda existe o entendimento de que o
conteúdo, para ser incluído nos programas de Educação
Física, precisa ser praticado na escola. “No entanto, ao
ampliar as dimensões do conhecimento, a BNCC enfatiza que
a experimentação, a vivência e a prática, dentro do possível,
são enriquecedoras, mas também que muitos dos conteúdos
podem ser tratados na dimensão fruição, por exemplo, que
considera a habilidade de apreciar uma prática”, explica
Noggerini.

Nessa perspectiva, há diversas alternativas possíveis


para proporcionar vivências variadas aos alunos, mesmo
as que são pouco conhecidas dos professores:

Uma delas é estimular os estudantes a pesquisarem


temas novos e a trazerem seus achados para uma
discussão com a turma.
Outra é convidar pessoas da comunidade para
contribuir, abrindo também a possibilidade da
participação de outros professores e funcionários, além
das famílias, desde que tenham conhecimento das
temáticas que serão apresentadas aos alunos. “A escola
é um lugar de aprendizagem, e isso vale tanto para os
alunos, tanto para os professores”, ressalta Feth.
Também é possível recorrer às diferentes fontes de
informação midiáticas disponíveis. Filmes, por exemplo,
podem ser utilizados para tratar de temas como danças
e lutas. Billy Elliot, sobre a paixão de um garoto pela
dança; Vem Dançar (2005), a história de um professor
voluntário que dá aulas de dança para alunos rebeldes;
Esporte Sangrento (1993), em que um professor,
também voluntário, ensina capoeira a alguns alunos
envolvidos em conflitos, são sugestões dos
especialistas. “Esses filmes também podem fornecer ao
professor, mas até mesmo aos alunos, de acordo com
os níveis de ensino, subsídios para superar preconceitos
em relação às mais diversas práticas”, explica Noggerini.
Em paralelo, o professor pode ampliar seu nível de
conhecimentos com formação continuada, participação
em grupos ou mesmo visitando locais onde práticas que
ele desconhece ocorrem. “Ao ampliar as formas de
tratamento e as dimensões de conhecimento
esperadas, os professores podem variar e enriquecer
suas aulas de diversas formas”, diz Noggerini.

PASSO 3: ADAPTAR OS ESPAÇOS

Nem todas as escolas oferecem ambientes adequados para a


vivência de tantas práticas e, embora seja necessário buscar
sempre melhorias, também deve haver um olhar do
professor para a possibilidade de adaptar os espaços
disponíveis. Em algumas práticas, a própria sala de aula pode
ser o local da vivência, dependendo da dinâmica da atividade
e do tamanho da turma. Espaços abertos como pátios,
estacionamentos e até praças próximas podem ser
aproveitadas, desde que a segurança dos alunos seja
preservada. “Mesmo alguns locais acidentados e com
obstáculos oferecem oportunidades, pois esses elementos
podem ser incorporados às atividades. As paredes, as árvores
e os muros podem servir de suporte para diversas atividades.
Dá para desenhar com giz, ou mesmo pintar alguns locais
para jogos, brincadeiras, ou práticas específicas”, sugere
Noggerini.

Lutas e danças, ao contrário do que se pensa, são práticas


corporais que não requerem tantos recursos especiais. O
boxe, o kung fu, o karatê e a capoeira, por exemplo, podem
ser praticados em qualquer espaço, com materiais simples
ou mesmo sem material nenhum. “Uma breve pesquisa em
qualquer site relacionado e até mesmo no Youtube são
importantes fontes para o planejamento das aulas. As
práticas de dança podem ser realizadas até mesmo dentro da
sala de aula, ao som de um celular”, diz Feth.

PASSO 4: MAPEAR OS RECURSOS MATERIAIS

Quanto aos materiais, além dos tradicionais comprados,


inúmeros podem ser adaptados ou confeccionados. Algumas
ideias:

Garrafas pet com um pouco de areia na base podem


servir de cones, ou delimitadores de espaços, além de
alvos ou balizas.
Paredes e muros podem virar alvos e gols, se tiverem a
marcação adequada.
Cestos, como aqueles utilizados na origem do basquete,
se colocados em diferentes alturas e distâncias,
proporcionam vivências variadas.
Bambolês podem servir de alvos colocados em posições
horizontais, verticais ou mesmo em movimento, além
de serem utilizados como argolas a serem lançadas,
tendo cones ou garrafas pet como alvos.
Em um ambiente de terra batida, basta cavar e deixar
um quadrado com terra ou areia para fazer uma caixa
de saltos (triplo ou à distância).
Um tronco grande caído ou mesmo um banco pode ser
usado para atividades que envolvam o desenvolvimento
do equilíbrio.
Cordas comuns, se amarradas em um travessão ou em
um galho mais alto, podem render uma estação para
escalada.
Jornais podem ser espadas, para a prática de esgrima.
Fitas de pano permitem realizar gestos expressivos na
temática de danças, bem como barbantes.
Caixas de papelão podem ser o veículo para a realização
de descidas em rampas de grama.
Cones e cordas ajudam a aproximar os alunos da
prática de parkour (saltos e rolamentos).
Jornal e fita crepe funcionam bem para a confecção de
bolas de diferentes tamanhos.
Pneus servem como piques para brincadeiras de pegar.
Elásticos possibilitam planejar inúmeras brincadeiras de
saltar.
Cabos de vassoura funcionam como recurso para uma
adaptação da brincadeira de pega vareta.

PASSO 5: ESTIMULAR A PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS EM TODO O


PROCESSO

A escuta atenta para as necessidades e demandas vindas dos


alunos é um ótimo ponto de partida para o professor iniciar
os seus projetos educativos, mas a participação dos
estudantes não precisa parar por aí. No processo de
adaptação de espaços e de materiais, eles podem interagir
ativamente, planejando junto com o professor as atividades e
ajudando a implementar as soluções encontradas.

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