Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
RESUMO
Este artigo discute a categoria da superexploração da
força de trabalho e o ciclo do capital nas economias
dependentes tal como desenvolvido por Ruy Mauro
Marini, em sua obra Dialética da Dependência, de 1973.
Analisa a relação entre a teoria do valor de Marx e a
teoria marxista da dependência, tendo como ponto de
partida a categoria marxiana clássica da exploração.
Reduzindo o nível de abstração, trata do uso da
superexploração na economia maranhense do século XX,
como mecanismo utilizado pelas elites locais para
compensar as trocas desiguais com os países centrais em
função do hiato tecnológico.
Palavras-chave: superexploração, força de trabalho,
capital, dependência.
ABSTRACT
This article discusses the category of superexploration of
the labor force and the cycle of capital in dependent
economies as developed by Ruy Mauro Marini in his work
Dialectics of Dependence of 1973. He analyzes the
relation between Marx's theory of value and theory marxist
dependence, starting with the classical Marxian category
of exploitation. Reducing the level of abstraction, it deals
with the use of superexploration in Maranhão economy of
the twentieth century, as a mechanism used by local elites
to compensate for unequal exchanges with central
countries due to the technological gap.
Key-words: Superexploration, labor force, capital,
dependency
1
Economista, Mestre em Desenvolvimento Socioeconômico. Universidade Federal do
Maranhão – UFMA. Jomar_fernandes@hotmail.com
1. Introdução
O trabalho deve [...] possuir certo grau de produtividade antes que possa
ser prolongado mais além do tempo necessário ao produtor para garantir a
sua subsistência, mas não é jamais essa produtividade, qualquer que seja
seu grau, a causa da mais-valia. Essa causa é sempre o trabalho
excedente, qualquer que seja o modo de extorqui-lo (TRASPADINI;
STEDILE, 2005, p. 146).
7. Conclusão
Marini (2000), por estar tratando de uma formação social específica, (América
Latina em dado momento histórico) trabalha com um nível de abstração menor. Ele
usa elementos da realidade concreta dos países dependentes e faz um diálogo com
a teoria das trocas desiguais, com a transferência de mais-valia da periferia para o
centro e com o hiato tecnológico que se expressa na baixa produtividade das
economias do continente. Esses fatores bem específicos de realidades concretas
(Brasil, Argentina, México, Chile, etc.) o levaram a anotar evidências de que as
burguesias autóctones buscaram na superexploração, uma forma de diminuir a
grande desvantagem nas trocas comerciais com os países do centro e também,
como forma de auferir lucros extraordinários, mesmo quando da ausência de trocas
desiguais.
Teoricamente isso parece não se encaixar porque salários abaixo do valor da
mercadoria força de trabalho levam, no longo prazo, à extinção (pela fome) dos
proprietários dessa mercadoria. Mas Marini introduz na análise o exército industrial
de reserva, que em todos os países da região, cresceu bastante desde a primeira
revolução industrial no século XVIII, quando a Inglaterra criou dificuldades para a
continuidade da escravização de africanos (fim do tráfico de escravos em 1850, por
exemplo), porque almejava um mercado consumidor global para sua indústria. No
caso do Brasil, esse exército de reserva cresceu em fins do século XIX com a
migração estrangeira iniciada antes da abolição. E depois desta, a oferta do fator
trabalho ficou totalmente elástica, permitindo assim, a superexploração, pela
facilidade de substituir “peças desgastadas” (trabalhadores exauridos) pelo excesso
de oferta da mercadoria força de trabalho.
8. Referências