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Artigo: A Ata Notarial e a Usucapião Extrajudicial – Considerações amadurecidas – Por Letícia
Franco Maculan Assumpção

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Postado em 26 de setembro de 2016 às 15:39.
Escrito por portaldori (http://www.portaldori.com.br/author/portaldori/)

*Letícia Franco Maculan Assumpção

Em 16 de março de 2015, foi sancionado o novo Código de Processo Civil – NCPC, Lei nº 13.105/2015, que entrou em vigor após
decorrido 1 (um) ano da sua publicação oficial, ou seja, no dia no dia 17 de março de 2016[1] (http://www.notariado.org.br/index.php?
pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn1).
O NCPC deu grande realce à ata notarial, à qual dedicou uma Seção, no Capítulo XII, correspondente às provas.
Além disso, a Lei nº 13.105/2015 também inseriu, na Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73), o art. 216­A, que trata da usucapião
extrajudicial, procedimento para o qual a ata notarial é o primeiro e essencial requisito.
Em Minas Gerais, adotou­se a nomenclatura “usucapião extrajudicial” para se referir à usucapião processada em cartório, prevista
no  NCPC.  O  termo  “usucapião  ADMINISTRATIVA”  entende­se  restrito  à  forma  de  aquisição  de  propriedade  através  do  título
administrativo  confeccionado  pelo  Município  (“título  de  legitimação  de  posse”)  atribuído  aos  beneficiários  em  procedimento  de
regularização fundiária urbana de interesse social. A usucapião ADMINISTRATIVA (baseada na legitimação) tem prazo prescricional
aquisitivo de 5 anos a contar do registro (posse tabular). Essa diferenciação foi também adotada no Encontro do IRIB, realizado em
Aracaju, em outubro de 2015[2] (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn2). 
1­ A ATA NOTARIAL  
O Código de Processo Civil em vigor até o dia 17 de março de 2016, Lei nº 5.869/73, já reconhecia a possibilidade do uso da ata
notarial como prova documental, em seu art. 364, apesar de não utilizar a nomenclatura  “ata notarial”:
Da Prova Documental
Subseção I – Da Força Probante dos Documentos
Art. 364. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão,o tabelião, ou o funcionário
declarar que ocorreram em sua presença. (sem grifos no original)A Lei dos Notários e Registradores, Lei nº 8.935/94, que veio
regulamentar o art. 236 da Constituição da República, foi a primeira lei brasileira que mencionou a ata notarial, em seu art. 7º, III, mas
a referida lei não esclareceu  os usos desse instrumento notarial:
Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com exclusividade: 
I – lavrar escrituras e procurações, públicas;
II – lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados;
III – lavrar atas notariais;
IV – reconhecer firmas;
V – autenticar cópias. (sem grifos no original)O novo Código de Processo Civil ­NCPC, Lei nº 13.105/2015, aprofundou o tratamento
legislativo  dado  à  ata  notarial,  dando­lhe  grande  realce,  tendo  reservado  à  ata    uma  Seção,  no  Capítulo  XII,  correspondente  às
provas, e esclarecendo o seguinte:
Seção III – Da Ata Notarial
Art. 384.  A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado,
mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único.  Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos  eletrônicos poderão constar da ata notarial.  (sem
grifos no original)

Observe­se a expressa menção ao arquivo eletrônico, à imagem e ao som pelo NCPC, tendo em vista a realidade tecnológica atual,
bem como a questão da comunicação, que vem se dando cada vez mais por meios eletrônicos.
A Lei nº 13.105/2015, que contém o NCPC, também tratou da usucapião extrajudicial no art. 1071, que fez inserir o art. 216­A na Lei
nº 6.015/73, conhecida como Lei de Registros Públicos:

Art.  1.071.    O  Capítulo  III  do  Título  V  da  Lei  n o  6.015,  de  31  de  dezembro  de  1973  (Lei  de  Registros  Públicos),  passa  a  vigorar
acrescida do seguinte art. 216­A:
Art.  216­A.    Sem  prejuízo  da  via  jurisdicional,  é  admitido  o  pedido  de  reconhecimento  extrajudicial  de  usucapião,  que  será
processado  diretamente  perante  o  cartório  do  registro  de  imóveis  da  comarca  em  que  estiver  situado  o  imóvel  usucapiendo,  a
requerimento do interessado, representado por advogado,instruído com:
I  –  ata  notarial  lavrada  pelo  tabelião,  atestando  o  tempo  de  posse  do  requerente  e  seus  antecessores,  conforme  o  caso  e  suas
circunstâncias. (sem grifos no original)

A  ata  notarial  é  o  instrumento,  dotado  de  fé  pública  e  de  força  de  prova  pré­constituída,  em  que  o  tabelião,  seu  substituto  ou
escrevente,  a  pedido  de  pessoa  interessada,  constata  fielmente  os  fatos,  as  coisas,  pessoas  ou  situações  para  comprovar  a  sua
existência ou o seu estado, definição essa constante do art. 234 do Código de Normas do Extrajudicial de Minas Gerais, Provimento
nº 260 da Corregedoria­Geral de Justiça de Minas Gerais, que está totalmente de acordo com a previsão do NCPC.
No referido Código de Normas do Extrajudicial, foram exemplificados alguns  objetos de atas notariais:
Parágrafo único. A ata notarial pode ter por objeto: 
I – colher declaração testemunhal para fins de prova em processo administrativo ou judicial;
II – fazer constar o comparecimento, na serventia, de pessoa interessada em algo que não se tenha realizado por motivo alheio à sua
vontade;
III – fazer constar a ocorrência de fatos que o tabelião de notas ou seu escrevente, diligenciando em recinto interno ou externo da
serventia, respeitados os limites da circunscrição nos termos do art. 146 deste Provimento, ou em meio eletrônico, tiver percebido ou
esteja percebendo com seus próprios sentidos;
IV – averiguar a notoriedade de um fato.
Considerando a força atribuída pelo NCPC à ata notarial, sua importância em processos judiciais e administrativos é inequívoca, já
havendo notícia de juízes que vêm determinando a oitiva de testemunhas por meio de ata notarial, o que é extremamente útil no caso
de pessoas que têm dificuldade de locomoção ou residem em local distante da sede da comarca ou mesmo no caso daquelas com
saúde frágil e cujo depoimento poderia ser inviabilizado no caso de demora na fixação de data para audiência judicial.

Há  diversos  aspectos  muito  interessantes  sobre  o  uso  da  ata  notarial.  O  Superior  Tribunal  de  Justiça  –  STJ  já  se  manifestou,
concluindo ser legítima a prova consubstanciada em transcrição de gravação de conversa feita por um dos interlocutores (STJ – HC
45224 / SP – T6 – SEXTA TURMA – DJe 24/02/2015). Os genitores podem gravar conversas com seu filho menor, o que já foi também
reconhecido pelo STJ (STJ – REsp 1026605 / ES – T6 – SEXTA TURMA – DJe 13/06/2014), pois se trata de pessoa pela qual os
genitores são responsáveis, podendo o mesmo raciocínio ser aplicado à pessoa portadora de deficiência que tenha a percepção
diminuída:  o  curador  ou  aquele  por  ela  responsável  poderá  gravar  a  conversa.  Não  há  necessidade  de  a  gravação  ser  feita  na
presença do tabelião, mas, estando ele presente no momento da conversa, tal fato também será atestado na ata notarial, o que lhe
concederá ainda maior autoridade.

Outras  atas  notariais  que  vêm  se  tornando  comuns  são  aquelas  relativas  a  trocas  de  mensagens  pelo  facebook  ou  whatsapp,
mensagens de texto em celular, e­mails, imagens de sites.

Outro  aspecto  é  o  poder  pacificador  na  presença  de  um  tabelião  em  reuniões  conflituosas,  como  de  condomínio,  associações  ou
sindicatos, além da relevância da fé pública da ata notarial por ele produzida em seguida à reunião.

Mas há outras possibilidades ainda pouco exploradas: ata notarial relativa a estado do imóvel na entrega das chaves ou de obra não
acabada; ata notarial para constatar abandono de um imóvel; ata notarial de constatação
de  acidentes,  inundações,  ou,  em  tempo  de  crise,  para  constatar  que  uma  empresa  encerrou  suas  atividades,  que  não  atende
telefone e não responde e­mails, muito útil para consumidores que tenham sido lesados e que queiram imediatamente atuar.

Sobre os requisitos da ata notarial, em Minas Gerais assim determinou o Código de Normas do Extrajudicial:

Art. 235. São requisitos de conteúdo da ata notarial:
I – data e lugar de sua realização, indicando a serventia em que tenha sido lavrada;
II – nome e individualização de quem a tiver solicitado;
III – narração circunstanciada dos fatos;
IV – declaração de ter sido lida ao solicitante e, sendo o caso, às testemunhas, ou de que todos a leram;
V  –  assinatura  do  solicitante  e,  sendo  o  caso,  das  testemunhas,  bem  como  do  tabelião  de  notas,  seu  substituto  ou  escrevente,
encerrando o ato.
§ 1º Aplicam­se à ata notarial as disposições do art. 156 deste Provimento, no que forem cabíveis. 
§ 2º Recusando­se o solicitante a assinar a ata, será anotada a circunstância no campo destinado à sua assinatura. (sem grifos no
orginal)

Na ata notarial o notário não narra o fato conforme a vontade do requerente; pelo contrário, deverá ele ser absolutamente imparcial
na narração, sendo fiel ao que está presenciando, limitando­se a descrever o que captar por meio dos seus sentidos.
Atente­se para o fato de que o requerente pode deixar de assinar a ata e que isso não a torna inválida, porque a ata é na realidade
um instrumento que contém o depoimento do tabelião sobre fato que ele apreendeu com seus sentidos. Assim, a circunstância de o
requerente, por não ter ficado satisfeito com o resultado da ata ou por qualquer outro motivo, deixar de assiná­la, não é relevante
para o referido ato.
Assim,  a  principal  distinção  entre  a  escritura  pública  em  sentido  estrito  e  a  ata  notarial[3]  (http://www.notariado.org.br/index.php?
pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn3)  está  na  existência  ou  não  de  manifestação  de  vontade  a  ser  captada  das
partes e moldada juridicamente pelo notário. Na escritura em sentido estrito, o tabelião recebe a manifestação de vontade das partes
e  a  qualifica  juridicamente,  assessorando  as  partes,  orientando­as  quanto  ao  melhor  instrumento  para  alcançar  o  seu  objetivo  e
redige  a  escritura  conforme  a  sua  vontade  das  partes,  que,  assinando­a,  acolhem  o  texto,  que  se  torna  seu.  Por  isso  a  falta  de
assinatura na escritura pública leva ao seu cancelamento, que, em Minas Gerais, ocorre após decorrido o prazo de 7 (sete) dias úteis.
Já na ata notarial não há manifestação de vontade das partes, há apenas o requerimento de uma pessoa no sentido de que seja
lavrada  uma  ata  notarial,  na  qual  o  tabelião  tão  somente  narrará  um  fato  presenciado  e  apreendido  pelos  seus  sentidos,  sem
qualificação jurídica do fato, sem moldá­lo juridicamente.
Os atos notariais e de registro devem ser cobrados anteriormente à sua prática, no momento da sua solicitação, conforme previsão do
art.  2º,  §  1º[4]  (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn4),  da  Lei  Mineira  nº
15.424/2004, o que é salutar principalmente no caso da ata notarial, para que não haja risco de ser realizado o trabalho e de não
serem recebidos os emolumentos, pois nem sempre o resultado será aquele que a pessoa imaginava, já que o tabelião relatará o
que efetivamente tiver ocorrido.
2­ A ATA NOTARIAL PARA FINS DE USUCAPIÃO 
O art. 216­A da Lei nº 6.015/73, Lei de Registros Públicos, assim determina: 
Art.  1.071.    O  Capítulo  III  do  Título  V  da  Lei  no  6.015,  de  31  de  dezembro  de  1973  (Lei  de  Registros  Públicos),  passa  a  vigorar
acrescida do seguinte art. 216­A:
Art.  216­A.    Sem  prejuízo  da  via  jurisdicional,  é  admitido  o  pedido  de  reconhecimento  extrajudicial  de  usucapião,  que  será
processado  diretamente  perante  o  cartório  do    registro  de  imóveis  da  comarca  em  que  estiver  situado  o  imóvel  usucapiendo,  a
requerimento do interessado, representado por advogado,instruído com:
I  –  ata  notarial  lavrada  pelo  tabelião,  atestando  o  tempo  de  posse  do  requerente  e  seus  antecessores,  conforme  o  caso  e  suas
circunstâncias. (sem grifos no original)

2­1­ Esclarecimentos necessários ao interessado na usucapião extrajudicial

A primeira questão é verificar se há posse que gera usucapião. E, para tanto, antes de lavrar a ata, deve haver uma conversa do
tabelião com o interessado, que contará a sua história.

Parece absurdo, mas já houve situação em que um locatário, em dia com a locação, sendo que já vinha alugando o mesmo imóvel
há  mais  de  20  (vinte)  anos,  veio  indagar  se  teria  direito  à  usucapião. As  pessoas  são  leigas,  assim,  o  primeiro  passo  deve  ser
procurar um tabelião, apenas para receber orientação.

Nessa primeira conversa, o tabelião deve esclarecer sobre:  objeto da usucapião; tipo de posse que gera usucapião; causas que
suspendem ou interrompem a usucapião; tempo de posse de acordo com o tipo de usucapião.

É preciso identificar o tipo de usucapião é adequado à situação e verificar se a posse é justa, pois somente essa posse justa é apta a
concretizar a usucapião. O art. 1.200 do Código Civil prescreve que: “É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.”

Deve­se lembrar de que não há posse se houver clandestindade ou precariedade: “Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera
permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a
violência ou a clandestinidade.”

Também deve ser considerado que, nos termos do art. 1.244 do CC, as causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição
também se aplicam à usucapião[5] (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn5).
O tabelião deve estudar todas as hipóteses legais de usucapião para verificar se estão presentes os respectivos requisitos:

2.2­ Esclarecimentos importantes sobre o objeto da usucapião

Somente o bem imóvel privado está sujeito a usucapião, o bem imóvel público não está, mas o fato de não haver registro não implica
que  o  imóvel  seja  público,  o  ente  público  deverá  demonstrar  que  o  imóvel  é  seu[6]  (http://www.notariado.org.br/index.php?
pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn6).

Outros direitos reais também são adquiridos por usucapião: usufruto, uso, habitação, servidão.
Bem  de  sociedade  de  economia  mista  pode  ser  objeto  de  usucapião.  Os  bens  de  empresas  públicas  também  podem[7]
(http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn7).  No  entanto,  o  Superior  Tribunal  de
Justiça  firmou  orientação  no  sentido  de  que  os  imóveis  financiados  com  recursos  do  Sistema  Financeiro  da  Habitação  não  estão
sujeitos  à  aquisição  originária  pela  usucapião  urbana  especial  (REsp  1.221.243/PR,  Rel.  Ministro  JOÃO  OTÁVIO  DE  NORONHA,
TERCEIRA TURMA, DJe 10/3/2014), entendimento que não parece ser o melhor. 
O Dr. Marcelo de Rezende Campos Marinho Couto, Oficial de Registro de Imóveis em Minas Gerais, defende que a usucapião leva à
aquisição da propriedade, mas a propriedade deve ser transferida com os ônus existentes no registro, sendo que os ônus poderão
ser objeto de discussão judicial para posterior cancelamento. Parece estranho, mas esse entendimento facilita a usucapião, ao evitar
a exclusão de situações fáticas em que haja ônus registrado. A tese do Dr. Marcelo Couto resolve o problema da usucapião do imóvel
financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação SFH, posto que somente a propriedade seria transferida, o SFH não seria lesado.
A  questão  do  bem  alienado  fiduciariamente  também  teve  a  mesma  solução  pelo  STJ:  foi  vedada  a  usucapião[8]
(http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn8). Mas também aqui a aplicação da tese
do Dr. Marcelo Couto resolveria a questão e não obstaria a aquisição do bem pela usucapião, sendo que ele seria transferido com os
ônus, ou seja, com a alienação fiduciária.
A Corregedoria­Geral de Justiça de MG acolheu a tese do Dr. Marcelo Couto, tendo restado determinado no Código de Normas que:
“A  existência  de  ônus  real  ou  de  gravame  na  matrícula  do  imóvel  usucapiendo  não  impede  o  reconhecimento  extrajudicial  de
usucapião,  hipótese  em  que  o  título  de  propriedade  será  registrado  respeitando­se  aqueles  direitos,  ressalvada  a  hipótese  de
cancelamento mediante anuência expressa do respectivo titular.” 
Sobre a posse de bem em comunhão ou condomínio, inclusive área comum em condomínio edilício, em regra não gera usucapião. A
exceção ocorre no caso   de abandono do lar ou de comprovação da cessação da composse, quando a posse gerará usucapião[9]
(http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn9). 
2.3­ Cabe ao tabelião “atestar o tempo de posse”
Em que consiste “atestar o tempo de posse”? A lei  não esclareceu, mas a interpretação da norma deve ser feita no sentido de gerar
segurança jurídica para o ato. Assim, o verbo “atestar” deve ser lido no sentido de “comprovar” e, para comprovar, não basta mera
declaração feita pelo requerente. Há que ser apresentada prova da posse (contas de IPTU, água, luz, telefone, cartões de crédito,
cartas,  avisos  de  corte  de  árvores,  de  interrupção  de  luz,  fotografias  da  pessoa  na  casa,  entre  outros),  que  será  analisada  pelo
tabelião  e  reproduzida  na  ata.  Importante  também  que  seja  tomado  o  depoimento  dos  confrontantes,  sendo  possível,  ou,  não  o
sendo, de outras pessoas que tenham conhecimento da posse por tê­la presenciado ao longo dos anos.
A ata notarial de constatação da posse por meio de diligência do tabelião ou de seu preposto com poderes (substituto ou escrevente)
também é muito relevante, apesar de não ser essencial, conforme previsão do Código de Normas do Extrajudicial de Minas Gerais.
Sobre a diligência do tabelião ou seu preposto (substituto ou escrevente) para verificar a ocupação da área objeto de usucapião, os
registradores  de  imóveis  de  Minas  Gerais  manifestaram­se  no  sentido  de  que  a  diligência  é  muito  relevante  para  dar  segurança
jurídica ao ato, mas a CGJ/MG entendeu não ser obrigatória. Importante ressaltar que tal DILIGÊNCIA somente pode ser realizada por
Tabelião do Município onde está localizada a área, posto que, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.935/94 o tabelião de notas não pode
praticar atos fora do Município para o qual recebeu a delegação.
Lei 8.935/94 –  Art. 9º O tabelião de notas não poderá praticar atos de seu ofício fora do Município para o qual recebeu delegação.
A  diligência  é  cobrada  em  separado,  dependendo  seu  valor  daquele  atribuído  pela  tabela  respectiva  do  Estado,  objeto  da  lei
estadual  específica.  Esclareça­se  que,  além    do  pagamento  pela  diligência,  deverão  ser  restituídos  os  gastos  com  transporte  e
alimentação, tendo em visto a distância a ser percorrida e o tempo necessário para tanto. Sendo preciso mais de um dia de trabalho,
também  as  despesas  com  estadia  devem  ser  restituídas.  A  fim  de  evitar  problemas,  recomenda­se  que  tanto  as  despesas  com
emolumentos  e  taxa  de  fiscalização  judiciária  quanto  a  estimativa  de  despesas  com  transporte,  alimentação  e  estadia  sejam
cobradas antecipadamente, sendo feitos os acertos necessários após a lavratura da ata.

3­ A ATA NOTARIAL PARA FINS DE USUCAPIÃO TEM CONTEÚDO FINANCEIRO, MAS EM MINAS A CGJ/MG NÃO AUTORIZOU
ESSA  COBRANÇA 
No caso da usucapião, judicial ou extrajudicial, para que a ata notarial seja realmente um instrumento de importância, não deve ser
uma simples declaração tomada do interessado, mas sim um documento o mais completo possível e que permita a concretização
rápida e com segurança jurídica da usucapião. No entanto, em Minas Gerais, tendo em vista a redação atual da lei de emolumentos,
Lei Estadual nº 15.424/2004, a Corregedoria­Geral de Justiça entendeu que devem ser aplicados os valores correspondentes à ata
notarial  comum,  já  prevista  anteriormente  na  mencionada  lei  de  emolumentos,  sendo  feitas  tantas  atas  notariais  quantas  forem
solicitadas pelo interessado, para melhor demonstrar a posse.
Interessante observar que a Lei de Emolumentos na Bahia é muito similar à mineira, mas que a Corregedoria da Bahia, ao contrário
da  posição  adotada  em  Minas,  reconheceu  que  a  ata  notarial  é  um  tipo  de  escritura  e  que  possui  conteúdo  financeiro,  conforme
previsão constante da Lei Federal nº 10.169/2000, e determinou, por meio do Provimento Conjunto n.º CGJ/CCI  04/2016, mesmo
sem alteração legislativa, que fossem cobrados emolumentos referentes às escrituras com valor econômico nas atas notariais para
fins de usucapião :
Art. 1418 – “§2º. A ata notarial para fins de reconhecimento extrajudicial da usucapião será lavrada por tabelião de notas, de livre
escolha da parte, nos termos do art. 8° da Lei n. 8.935/1994.
[…]
§ 5º. A ata notarial, para fins de usucapião, possui valor econômico, fixando­se os emolumentos a partir do valor do imóvel.
(sem grifos no original)

No Congresso do CNB 2015, no qual foram comemorados os 450 anos do Notariado no Brasil, foi publicado o ENUNCIADO  CNB
2015 nº 8, com o seguinte conteúdo: A ata notarial para fins de usucapião tem conteúdo econômico. 
Obviamente  a  ata  notarial  tem  conteúdo  financeiro,  posto  que  é  REQUISITO  ESSENCIAL,  previsto  em  lei,  para  a  aquisição  da
propriedade por meio da usucapião extrajudicial.
3.1 – Consequências da afirmação de que a ata notarial para usucapião tem conteúdo financeiro
Qual a conseqüência da afirmação de que a ata notarial para fins de usucapião tem conteúdo financeiro?
Para melhor compreender a questão, é necessário analisar a Lei Federal 10.169/2000, que regula o § 2o do art. 236 da Constituição
Federal  (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art236§2),  mediante  o  estabelecimento  de
normas gerais para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.
Determina a referida Lei Federal, no que interessa ao presente estudo:
Art.  1o  Os  Estados  e  o  Distrito  Federal  fixarão  o  valor  dos  emolumentos  relativos  aos  atos  praticados  pelos  respectivos  serviços
notariais e de registro, observadas as normas desta Lei.
Parágrafo  único.  O  valor  fixado  para  os  emolumentos  deverá  corresponder  ao  efetivo  custo  e  à  adequada  e  suficiente
remuneração dos serviços prestados.
Art. 2o Para a fixação do valor dos emolumentos, a Lei dos Estados e do Distrito Federal levará em conta a natureza pública e o
caráter social dos serviços notariais e de registro, atendidas ainda as seguintes regras:
I – os valores dos emolumentos constarão de tabelas e serão expressos em moeda corrente do País;
II – os atos comuns aos vários tipos de serviços notariais e de registro serão remunerados por emolumentos específicos, fixados para
cada espécie de ato;
III – os atos específicos de cada serviço serão classificados em:
a)  atos  relativos  a  situações  jurídicas,  sem  conteúdo  financeiro,  cujos  emolumentos  atenderão  às  peculiaridades
socioeconômicas de cada região;
b) atos relativos a situações jurídicas, com conteúdo financeiro, cujos emolumentos serão fixados mediante a observância de
faixas que estabeleçam valores mínimos e máximos, nas quais enquadrar­se­á o valor constante do documento apresentado
aos serviços notariais e de registro.
Parágrafo único. Nos casos em que, por força de lei, devam ser utilizados valores decorrentes de avaliação judicial ou fiscal, estes
serão os valores considerados para os fins do disposto na alínea b do inciso III deste artigo. (sem grifos no original)

Logo, ao interpretar a legislação estadual referente aos emolumentos, deverão ser observadas as normas acima reproduzidas,
pois são NORMAS GERAIS FEDERAIS, que fundamentam todas as leis de emolumentos dos Estados­membros.

E a Lei Federal nº 10.169/2000 estabeleceu critérios para a fixação dos emolumentos, determinando, de forma expressa, que os atos
relativos  a  situações  jurídicas  sem  conteúdo  financeiro  terão  valores  fixose  os  atos  relativos  a  situações  jurídicas  com
conteúdo financeiro serão fixados mediante a observância de faixas de valor.

Vejamos, pois, o que determina a Lei Estadual de MG nº 15.424/2004, que fixa os emolumentos no Estado de Minas Gerais:

TABELA 1 (R$)

Valor Final
Taxa de Fiscalização
ATOS DO TABELIÃO DE NOTAS Emolumentos ao
Judiciária
Usuário

2 – Ata notarial 86,42 27,17 113,59

[…]
4 – Escritura pública (completa, compreendendo certificação ou transcrição de documentos e primeiro
traslado):

a) relativa a situação jurídica sem conteúdo
28,84 9,07 37,91
financeiro

b) relativa a situação jurídica com conteúdo financeiro:

Até 1.400,00

de 1.400,01 até 2.720,00

de 2.720,01 até 5.440,00

de 5.440,01 até 7.000,00

de 7.000,01 até 14.000,00

de 14.000,01 até 28.000,00

de 28.000,01 até 42.000,00

de 42.000,01 até 56.000,00

de 56.000,01 até 70.000,00

de 70.000,01 até 105.000,00
de 105.000,01 até 210.000,00

de 210.000,01 até 420.000,00

de 420.000,01 até 840.000,00

de 840.000,01 até 1.680.000,00

de 1.680.000,01 até 3.200.000,00

acima de 3.200.000,00

Ora, como a ata notarial prevista na legislação mineira é em valor fixo, há que se compreender, tendo em vista a determinação da lei
federal, que aquela ata notarial  é a SEM CONTEÚDO FINANCEIRO.

E  como  se  cobra  a  ata  com  conteúdo  financeiro?  Da  mesma  forma  que  se  cobram  todas  as  escrituras  com  conteúdo
financeiro.

A Lei de Emolumentos de MG utilizou o mesmo conceito de escritura pública que consta do Código Civil:

Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.

Assim, o Código Civil considera “escritura pública” aquela que é lavrada em notas de tabelião, sendo dotada de fé pública, fazendo
prova plena. Trata­se de um conceito de escritura em sentido amplo.

Também na lei mineira a palavra “escritura” foi usada em sentido amplo, como gênero, da qual são espécies: a procuração, a ata
notarial sem conteúdo financeiro, a  escritura sem conteúdo financeiro e a escritura pública com conteúdo financeiro (que engloba
tanto a ata notarial com conteúdo financeiro quanto as escrituras públicas em sentido estrito – ou seja, os negócios jurídicos).

O Código de Normas de Minas Gerais (Provimento nº 260/CGJ­MG) deixa ainda mais claro que a ata notarial para usucapião
está compreendida no conceito de escritura pública com conteúdo financeiro, pois assim dispõe:

CAPÍTULO II
DAS ESCRITURAS PÚBLICAS
Art.  155. A  escritura  pública  é  o  instrumento  público  notarial  dotado  de  fé  pública  e  força  probante  plena,  em  que  são  acolhidas
declarações sobre atos jurídicos ou declarações de vontade inerentes a negócios jurídicos para as quais os participantes devam ou
queiram dar essa forma legal.
§ 1º As escrituras públicas podem referir­se a situações jurídicas com ou sem conteúdo financeiro.

§  2º  Consideram­se  escrituras  públicas  relativas  a  situações  jurídicas  com  conteúdo  financeiro  aquelas  cujo  objeto  tenha
repercussão  econômica  central  e  imediata,  materializando ou sendo partede  negócio  jurídico  com  relevância  patrimonial  ou
econômica, como a transmissão, a aquisição de bens, direitos e valores, a constituição de direitos reais sobre eles ou a sua
divisão. (sem grifos no original)

Assim, como se cobra a ata com conteúdo financeiro? Da mesma forma que se cobram todas  as  escrituras  com  conteúdo


financeiro, ou seja, aplicando­se o item 4, b, da Tabela 1.

E tal conclusão também corresponde à determinação do parágrafo único do art. 1º da Lei Federal nº 10.169/2000, pois o valor fixado
para os emolumentos deverá corresponder ao efetivo custo e à adequada e suficiente remuneração dos serviços prestados.

A ata notarial para fins de usucapião será tão trabalhosa quanto qualquer outra escritura relativa a situação jurídica com conteúdo
financeiro,  já  que  deverá  incluir  o  depoimento  pessoal  do  requerente  sobre  o  tempo  de  sua  posse  e  de  seus  antecessores;  o
depoimento,  se  possível,  dos  titulares  de  direitos  reais  e  de  outros  direitos  registrados  ou  averbados  na  matrícula  do  imóvel
usucapiendo  e  na  matrícula  dos  imóveis  confinantes;  o  depoimento,  se  possível,  de  todos  os  confrontantes  da  gleba  a  localizar,
condôminos  ou  não;  a  descrição  da  ocupação  após  diligência  do  tabelião  ou  de  seu  preposto[10]
(http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftn10),  se  houver  solicitação  respectiva;  a
menção ao justo título ou a quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse,
tais  como  o  pagamento  dos  impostos  e  das  taxas  que  incidirem  sobre  o  imóvel;  a  menção  à  planta  e  memorial  descritivo
mencionados no inciso II do art. 216­A; a menção às certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do
domicílio  do  requerente;  devendo  permanecer  arquivados  no  Tabelionato  cópias  simples  de  todos  os  documentos  originais  que
instruirão a ata, que será juntada ao processo administrativo de usucapião.

Nesse sentido o ENUNCIADO CNB – 2015 nº 7:  A ata notarial para fins de usucapião extrajudicial, prevista no inciso I do artigo 216­
A do Código de Processo Civil, deve conter todas as informações e constatações possíveis para comprovar a existência da posse.

Como a posição da CGJ/MG tornou inviável em Minas Gerais a aplicação desse enunciado, sugere­se que sejam feitas tantas atas
quanto se identificar necessárias, conforme solicitação do interessado, mas sem deixar de contemplar a segurança jurídica.
Mas, uma vez que a tabela de emolumentos seja alterada, prevendo a ata para fins de usucapião dentre as escrituras com conteúdo
financeiro, a ata notarial deverá ser completa: incluir o depoimento pessoal do requerente sobre o tempo de sua posse e de seus
antecessores; o depoimento, se possível, dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do
imóvel  usucapiendo  e  na  matrícula  dos  imóveis  confinantes;  o  depoimento,  se  possível,  de  todos  os  confrontantes  da  gleba  a
localizar,  condôminos  ou  não;  a  descrição  da  ocupação  após  diligência  do  tabelião  ou  de  seu  preposto,  se  houver  solicitação
respectiva; a menção ao justo título ou a quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o
tempo  da  posse,  tais  como  o  pagamento  dos  impostos  e  das  taxas  que  incidirem  sobre  o  imóvel;  a  menção  à  planta  e  memorial
descritivo mencionados no inciso II do art. 216­A; a menção às certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do
imóvel  e  do  domicílio  do  requerente;  devendo  permanecer  arquivados  no  Tabelionato  cópias  simples  de  todos  os  documentos
originais que instruirão a ata, que será juntada à inicial da ação judicial ou ao processo administrativo de usucapião.
4­ Perguntas e respostas sobre o procedimento da usucapião extrajudicial
4.1) Sobre o requisito constante do inciso II:
II – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica
no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na
matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes

Pergunta: no caso de falecimento do titular registral, como colher a concordância dos “titulares de
direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na
matrícula dos imóveis confinantes”?

Em caso falecimento, o inventariante é o legitimado a assinar. Caso não haja inventariante nomeado, todos os herdeiros deverão
assinar, conforme Código de Normas do Extrajudicial de Minas Gerais (Provimento nº 260/CGJ­MG): 
4.2) Sobre o § 2º:
§ 2o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados
na  matrícula  do  imóvel  usucapiendo  e  na  matrícula  dos  imóveis  confinantes,  esse  será  notificado  pelo  registrador  competente,
pessoalmente  ou  pelo  correio  com  aviso  de  recebimento,  para  manifestar  seu  consentimento  expresso  em  15  (quinze)  dias,
interpretado o seu silêncio como discordância.

4.2.1­ Pergunta: Quem deve ser considerado confrontante?

É confrontante:

1. o titular de interesse jurídico com densidade suficiente para repercutir no imóvel usucapiendo, que é aquele confrontante que é
titular  de  direito  real  sobre  o  imóvel  usucapiendo  (ex:  hipoteca,  servidão)  –  NESSE  CASO  NECESSÁRIA  A  ANUÊNCIA
EXPRESSA, POIS O SILÊNCIO GERA PRESUNÇÃO DE DISCORDÂNCIA;

2. aquele que tem interesse jurídico quanto à delimitação das divisas – NESSE CASO, NA FALTA DE MANIFESTAÇÃO NO PRAZO
LEGAL, PRESUME­SE A ANUÊNCIA – nesse caso, o confrontante que será:

b.1) o proprietário do imóvel confrontante e; 
b.2) o possuidor do imóvel confrontante. 
É também o que consta do Código de Normas do Extrajudicial de Minas Gerais: 
Art.  797.  Entendem­se  como  confrontantes  os  proprietários  ou  os  ocupantes  dos  imóveis
contíguos.
4.2.2 – Pergunta: O confrontante sempre deve ser notificado para se manifestar?

Se o confrontante não tiver assinado a planta, os memoriais ou a ata notarial, sim, a NOTIFICAÇÃO é sempre necessária e deve
seguir o que já está previsto quanto à notificação no Código de Normas do Extrajudicial de Minas Gerais:

Art. 798. Na manifestação de anuência, ou para efeito de notificação:
I – o condomínio geral, de que tratam os arts. 1.314 e seguintes do Código Civil, será representado por qualquer dos condôminos;
II – o condomínio edilício, de que tratam os arts. 1.331 e seguintes do Código Civil, será representado pelo síndico ou pela comissão
de representantes;
III  –  sendo  os  proprietários  ou  os  ocupantes  dos  imóveis  contíguos  casados  entre  si  e  incidindo  sobre  o  imóvel  comunhão  ou
composse, bastará a manifestação de anuência ou a notificação de um dos cônjuges;
IV – a União, o Estado, o Município, suas autarquias e fundações poderão ser notificadas por intermédio de sua Advocacia­Geral ou
Procuradoria que tiver atribuição para receber citação em ação judicial.

[…]

Art.  802. A  notificação  poderá  ser  cumprida  no  endereço  do  confrontante  constante  do  Ofício  de  Registro  de  Imóveis,  no  próprio
imóvel contíguo ou naquele fornecido pelo requerente.

Art. 803. Não sendo encontrado o confrontante nos endereços mencionados no parágrafo anterior, ou estando em lugar incerto e não
sabido,  tal  fato  será  certificado  pelo  oficial  de  registro  encarregado  da  diligência,  promovendo­se  a  notificação  do  confrontante
mediante edital publicado por 2 (duas) vezes em jornal local de grande circulação, com intervalo inferior a 15 (quinze) dias, para que
se  manifeste  nos  15    (quinze)  dias  subsequentes  à  última  publicação,  devendo  o  edital  conter  os  nomes  dos  destinatários  e,
resumidamente, a finalidade da retificação.

Art. 804. Esgotados os meios disponíveis para a notificação pessoal de todos os confinantes, bem como na impossibilidade material
de  suas  identificações,  a  exemplo  de  áreas  extensas  com  alto  número  de  confinantes,  ocupações  irregulares,  invasões,
assentamentos, etc., o proprietário e o profissional habilitado assim o declararão, sob responsabilidade civil e penal, podendo, nessa
hipótese,  ser  a  intimação  efetuada  por  edital,  conforme  previsto  no  parágrafo  anterior,  e  preservada,  em  qualquer  caso,  a
impugnação por qualquer dos ocupantes que demonstre essa condição.

4.2.3 – Pergunta: O silêncio do proprietário ou do confrontante sempre gera discordância?

Não. O silêncio importar discordância vai de encontro a tudo que se tem hoje no Direito, seja no âmbito judicial, seja no extrajudicial,
como, por exemplo, nas retificações previstas no art. 213 e seguintes da Lei 6.015 (§3º, § 4º e § 5º).  Como se trata de exceção, deve
ser interpretada restritivamente, logo, somente nas hipóteses expressamente previstas no art. 216­A, § 2º a falta de manifestação será
interpretada como discordância. E deve ser observado que, no final do procedimento, se só esse for o obstáculo para a usucapião,
poderá ser suprido pelo juiz, por meio de citação do proprietário anterior, pessoalmente ou por edital, e para a citação judicial não há
presunção de discordância no silêncio.

4.2.4 – Pergunta: O silêncio somente importa discordância na hipótese de o imóvel usucapiendo ou
confrontante estar matriculado ou possuir transcrição?

Sim, o §2º trata expressamente de imóvel matriculado, mas se aplica também no caso de haver transcrição.
Mas, se o imóvel usucapiendo ou confrontante não possuir matrícula nem transcrição, ou quando não for possível localizá­las,  deve
ser aplicada a regra geral da notificação, ou seja, a presunção da anuência no caso de falta de manifestação (§3º, § 4º e § 5º do art.
213 da Lei nº 6015/73).

4.2.5 – Pergunta: Quanto aos confrontantes, no caso de imóvel matriculado ou objeto de transcrição,
a interpretação do silêncio como discordância se aplica em qualquer situação?
Pela redação do Código de Normas de MG, sim, o silêncio interpreta­se como discordância. Mas também aqui deve ser observado
que, , no final do procedimento, se só esse for o obstáculo para a usucapião, poderá ser suprido pelo juiz, por meio de citação do
confrontante, pessoalmente ou por edital, e para a citação judicial não há presunção de discordância no silêncio.

4.2.6 – Pergunta: No caso do § 2º, havendo hipótese em que o silêncio importe em discordância, qual
será a consequência?

Uma posição mais assertiva é no sentido de que, ocorrendo hipótese em que o silêncio importe em discordância, essa discordância
equivale  à  impugnação  do  §10. Assim,  nesse  caso,  o  procedimento  deve  ser  encaminhado  ao  juízo  competente  pelo  Oficial  de
Registro de Imóveis (“uma dúvida de ofício”). A VANTAGEM é que não fica esvaziada a participação do Registrador no procedimento:
a situação registral e identificação do imóvel já vão saneadas para o Juízo, que julgará a dúvida. A solução está mais alinhada com o
objetivo da usucapião extrajudicial.
4.3) Sobre o § 3º:
§ 3o O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio
do oficial de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze)
dias, sobre o pedido.

4.3.1 – Pergunta: No caso do § 3º, é obrigatória a manifestação expressa do ente público ou se trata de
mera notificação para ciência?

A notificação do ente público deve observar se há órgãos (municipais ou estaduais) com atribuições específicas: o órgão de gestão
patrimonial e a administração fazendária.
No  que  tange  à  notificação  do  ente  público  sobre  eventual  interesse  no  procedimento  de  usucapião  extrajudicial:  a  falta  de
manifestação do órgão de gestão patrimonial no prazo legal é vista  como anuência tácita ao pedido de usucapião. Não há previsão
legal de que o silêncio dos entes públicos importe discordância.
PARA  CGJ:  manifestação  do  ente  púbico,  inclusive  sobre  a  incidência  ou  não  de  imposto  de  transmissão  NÃO  IMPEDE  O
CURSO DO PROCESSO. A inércia dos órgãos públicos à notificação de que trata este artigo não impede o regular andamento
do  procedimento  e  eventual  reconhecimento  extrajudicial  de  usucapião.Os  órgãos  públicos  poderão  informar,  inclusive  por
meio  do  CORI­MG,  o  endereço  físico  para  recebimento  das  notificações  ou,  então,  solicitar  sejam  notificados  por  meio  da
Central  Eletrônica  de  Registro  de  Imóveis  do  Estado  de  Minas  Gerais  –  CRI­MG,  possibilitando  o  célere  e  correto
direcionamento dos expedientes, o que será sempre verificado pelos oficiais de registro de imóveis antes da expedição das
notificações.
A manifestação, assim, seria necessária somente quando a usucapião constasse expressamente como hipótese de incidência / fato
gerador. Não se cria hipótese de incidência por analogia. Entretanto, sempre é possível, por cautela, solicitar a manifestação.  Sobre
o tema, a atual posição do STF  é a constante do julgamento do Recurso Extraordinário nº 9.056, posição que, antes da CF alcançara
ratificação  em  outro  Recurso  Extraordinário  de  nº  94.580,  Relator  o  Ministro  Djaci  Falcão:“Imposto  de  transmissão  de  imóveis.
Alcance das regras dos arts. 23, inc. I, da Constituição Federal e 35 do código tributário nacional. Usucapião. A ocupação qualificada
e continuada que gera a usucapião não importa em transmissão da propriedade do bem. A legislação tributária é vedada “alterar
a definição, o conteúdo e o alcance dos institutos, conceitos e formas de direito privado” (art. 110 do CTN). Registro da sentença de
usucapião sem pagamento do imposto de transmissão. Recurso provido, declarando­se inconstitucional a letra ‘h’, do inc. I, do art. 1º,
da Lei n. 5.384, de 27.12.66, do estado de Rio Grande do Sul.”No entanto, é importante destacar que, nas hipóteses em que há
justo título que fundamentou a usucapião, a referida cessão de direitos também pode estar abrangida, conforme a lei municipal
ou estadual fato gerador de imposto e cabe ao ente tributante se manifestar sobre a incidência ou não do imposto.

4.3.2 – Pergunta: Se o imóvel usucapiendo confrontar com imóvel público (de uso comum do povo, de
uso especial ou dominicais), o ente público estará na categoria de confrontante?

Sim,  mas  deverá  ser  exigido  que  conste  expressamente  da  planta  e  do  memorial  descritivo  o  espaço  destinado  à  rua,  à  faixa  de
domínio (no caso de estradas), ou a outras hipóteses de imóveis públicos, devendo ser observado o disposto no art. 801 do Código
de Normas, ou seja, se não houver invasão da área pública, o ente público não precisa se manifestar. 
Em caso de rodovias, as faixas de domínio obrigatoriamente deverão ser demonstradas na planta e no memorial e não podem ser
incluídas na descrição do imóvel usucapiendo. Neste caso, não é necessária anuência do ente público como confrontante.
Código  de  Normas  do  Extrajudicial  de  Minas  Gerais:Art.  801.  A  manifestação  de  anuência  ou  a  notificação  do  município  será
desnecessária  quando  o  imóvel  urbano  estiver  voltado  somente  para  a  rua  ou  avenida  oficial  e  a  retificação  não  importar  em
aumento de área ou de medida perimetral ou em alteração da configuração física do imóvel que possam fazê­lo avançar sobre o bem
municipal de uso comum do povo.

4.3.3 – Pergunta: O § 7º permite expressamente a dúvida. No processo de dúvida o juiz poderia decidir
sobre a superação da “presunção de discordância”?

O  melhor  caminho  seria  a  solução  administrativa  da  questão,  sendo  que  o  Registrador  deveria  suscitar  a  dúvida  de  ofício  para
superar a presunção de discordância (em Belo Horizonte o juiz competente para dúvida e para usucapião é o mesmo) para que o juiz
pudesse  decidir  de  forma  administrativa  a  questão.  Somente  se  o  Juiz  verificasse  alta  complexidade  no  caso  a  ele  apresentado,
encaminharia o processo para as vias ordinárias.
Sugere­se que o registrador encaminhe ao juiz TODAS as questões não satisfeitas pelo interessado, de uma única vez, ao final do
processo extrajudicial,  da mesma forma como vem sendo feito normalmente em procedimentos de dúvida. Assim, caberia a dúvida
apenas da decisão final do registrador, e não de cada uma das “interlocutórias”, sob pena de o processo extrajudicial demorar mais
tempo que a usucapião judicial. .5. OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES – Tese do Registrador de Imóveis, Dr. Marcelo Couto: A
usucapião extrajudicial pode ser forma de aquisição DERIVADA em alguns casos, pois exige a concordância do proprietário => SE É
DERIVADA, ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS LÓGICAS: Entendeu­se plausível a tese, principalmente na usucapião fundamentada em
justo título.

5.1) CABE À LEI DETERMINAR SE HÁ OU NÃO PAGAMENTO DE IMPOSTO DE TRANSMISSÃO (ITBI/ITCD)

Hoje  na  usucapião  judicial  não  há  incidência  de  ITBI  ou  ITCD.  Nem  o  Juiz  nem  o  Registrador  exigem  o  recolhimento  de  ditos
impostos. O fato de criar o procedimento de usucapião extrajudicial não pode mudar, por si só, as hipóteses de incidência, mas A
INCIDÊNCIA  DO  IMPOSTO  DEVERÁ  SER  OBJETO  DE  ANÁLISE  PELA  SEF  OU  SECRETARIA  MUNICIPAL  DA  FAZENDA,  com
fundamento  na  legislação  local,  que  deve  ser  expressa,  pois  não  é  cabível  uso  da  analogia  para  exigir  tributos.Logo,  HAVENDO
PREVISÃO LEGAL SOBRE A INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA NO CASO DA USUCAPIÃO, deverá haver remessa à Fazenda Estadual
e Municipal para que se manifestem (mesmo porque tanto o ITCD quanto o ITBI, segundo previsão constitucional, incidem também
sobre transmissão de direitos).

Tal questão é importante que seja esclarecida pelo ente tributante principalmente quando há usucapião fundamentada em justo título,
pois a cessão, pela CF/88, também é fato gerador de ITBI ou ITCD.
CF, art. 156, II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. Logo, o problema dos DIREITOS
existe tanto no ITCD quanto no ITBI
Assim, nas hipóteses em que há justo título que fundamentou a usucapião, a referida cessão de direitos também é fato gerador
de imposto e o ente tributante deve se manifestar sobre a incidência ou não do imposto.

6. UTILIZAÇÃO DA ATA NOTARIAL COMO MEIO DE PROVA TAMBÉM DA USUCAPIÃO JUDICIAL – ENVIAR ANTES PARA O RI E
O RI ENVIA PENDÊNCIAS PARA O JUDICIAL – é importante a manifestação do Registrador de Imóveis, mesmo que posteriormente
venha a ser constatado que não se trata de hipótese de uso da usucapião extrajudicial, pelos motivos já expostos no item 1.3.6.

O valor do imóvel a ser considerado para fins de lançamento na tabela pode ser aquele que consta do IPTU, nos termos do parágrafo
único do art. 2º, da Lei Federal 10.169/2000, sendo também possível que o tabelião solicite avaliação por corretor de imóveis, na
hipótese de aquela avaliação para fins de IPTU não refletir o valor de mercado.

Importante  ressaltar  que  o  TABELIÃO  PODE  FAZER  AS  DILIGÊNCIAS  EM  MOMENTOS  DIVERSOS,  mencionando  as  datas
respectivas e lavrando a ata após completar tudo o que entender necessário.

7­ RETIFICAÇÃO DE ÁREA CONJUNTAMENTE COM A USUCAPIÃO 
O  usucapiente  é  considerado  parte  interessada  para  requerer  a  retificação  prevista  no  art.  791  deste  Provimento,  quando
apresentado  simultaneamente  ao  requerimento  de  reconhecimento  extrajudicial  de  usucapião.  –  JUÍZES:  ENTENDEM  QUE
DEVE DEIXAR SIMULTANEAMENTE 
Art.  791. A  retificação,  no  caso  de  inserção  ou  alteração  de  medidas  perimetrais  de  que  resulte  ou  não  alteração  de  área,
deverá ser feita a requerimento do interessado, instruído com planta e memorial descritivo assinados pelo requerente, pelos
confrontantes e por profissional legalmente habilitado, com prova de ART no competente Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia – CREA ou de RRT no competente Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU. 
8 – OUTROS ESCLARECIMENTOS 
8.1)  EDIFICAÇÃO  NA  ÁREA  –  SERÁ  ABERTA  MATRÍCULA  PARA  O  TERRRENO  COM  A  EDIFICAÇÃO  –  MESMO  SEM
APRESENTAÇÃO  DO  HABITE­SE  OU  CERTIDÃO  PREVIDENCIÁRIA  =>    Se  houver  edificação  na  área  usucapida,  será  aberta
matrícula  para  o  terreno  com  a  edificação,  independentemente  de  apresentação  de  “habite­se”  ou  certidão  previdenciária.  8.2)
USUCAPIÃO DE UNIDADE AUTÔNOMA EM CONDOMÍNIO NÃO INSTITUÍDO => Tratando­se de usucapião de unidade autônoma
(sala, apartamento etc.) localizada em condomínio edilício ainda não instituído ou sem a devida averbação de construção, a matrícula
será aberta para a respectiva fração ideal, mencionando­se a unidade a que se refere.
8.3) RESTRIÇÕES ADMINISTRATIVAS – EX.: TOMBAMENTO OU RESERVA LEGAL E GRAVAMES JUDICIAIS PERMANECEM –
PODE  SER  FEITO  PEDIDO  DE  CANCELAMENTO  PERANTE  A  AUTORIDADE  QUE  EMITIU  A  ORDEM  =>    O  reconhecimento
extrajudicial de usucapião de imóvel matriculado não extingue eventuais restrições administrativas, tais como tombamento e reserva
legal,  nem  gravames  judiciais  regularmente  inscritos,  devendo  o  pedido  de  cancelamento,  quando  for  o  caso,  ser  formulado  pelo
interessado diretamente perante a autoridade que emitiu a ordem.
8.4) DISPENSADA  CERTIFICAÇÃO  DO  GEORREFERENCIAMENTO  PELO  INCRA  =    Para  o  reconhecimento  de  usucapião  de
imóvel rural é dispensada a certificação de georreferenciamento pelo INCRA.
8.5)  LIMITAÇÃO:  FRAÇÃO  MÍNIMA  DO  PARCELAMENTO  DO  SOLO  URBANO  OU  RURAL  –  EXCETO:  USUCAPIÃO
CONSTITUCIONAL =  Não será aberta matrícula para imóvel com área inferior à fração mínima de parcelamento do solo urbano
ou rural, salvo nas hipóteses de usucapião constitucional (arts. 183 e 191 da Constituição da República) e nos demais casos
expressamente  autorizados  em  lei,  a  exemplo  de  regularização  fundiária  de  imóveis  urbanos  e  de  agricultor  familiar,  para
imóveis rurais.
8.6) POSSÍVEL PARA IMÓVEL NÃO MATRICULADO = É possível o reconhecimento da usucapião pela via extrajudicial de imóvel
não matriculado, devendo o Oficial tomar cautelas para se certificar que não se trata de área pública.
CONCLUSÃO
Em conclusão, ainda que possa parecer excessivamente tímida a nova legislação no que tange à usucapião extrajudicial, é possível
interpretar a lei de modo a dela extrair o melhor proveito prático. O Oficial de Registro de Imóveis tem conhecimento e competência
para bem desempenhar a nova função a ele atribuída, de forma célere e com segurança jurídica.
Além disso, não se pode deixar de considerar que foi muito providencial a atenção dada à ata notarial no novo Código de Processo
Civil. O número de atas notariais solicitadas aos tabelionatos já começou a crescer. Os tabelionatos deverão estar preparados para
dar uma boa resposta a essa nova demanda, pois a confiança depositada no tabelião aumentará ainda mais quando for verificada a
sua imparcialidade, a sua correção, o seu cuidado. A ata notarial veio para ficar, para facilitar a vida do cidadão e para tornar mais
céleres os procedimentos judiciais e administrativos aos quais for anexada. Sejamos otimistas.
___________________________________________________________
MODELOS

SOLICITAÇÃO DE ATA NOTARIAL DE USUCAPIÃO 
Solicitante:___________________________________________
Processo n. ______
CPF/MF: _______________________  Email:_______________________________
Telefone:  (___)  _____________      /      (___)  _____________1.  Tipo  de  Usucapião  (modalidade)
pretendido:_______________________________2.  Tempo  que  está  na  posse  do
imóvel:_____________________________________3.  Endereço  exato  do
imóvel:_____________________________________________
_______________________________________________________________
4­  Confrontantes:
– do lado direito:
– do lado esquerdo:
– dos fundos:5­ Estimativa de valor a ser antecipado:
R$___________________ (emolumentos da ata) – por ata notarial
R$___________________(condução)
R$___________________ (diligência)
Total: R$___________________Eu, solicitante, declaro que estou ciente de que, protocolado o pedido da referida ata e constatado o
fato pela Tabeliã ou Escrevente responsável, não será mais possível a desistência ou cancelamento do serviço. Estou também ciente
de que, após protocolado o pedido da ata ora solicitada. Transcorrido o prazo de 7 (sete) dias e estando o ato sem assinatura do
solicitante, será averbado no ato referida observação. Declaro também, que estou de ciente que novos documentos, diligências e
novos  depoimentos  serão  acolhidos  por  meio  da  lavratura  de  uma  segunda  ata  notarial,  desde  que  satisfeitos  previamente  os
emolumentos.  O  solicitante  foi  alertado  que  não  serão  aceitos  documentos  em  mau  estado  de  conservação,  bem  como,
replastificados e que não permitam o reconhecimento da pessoa, e que o  prazo de validade das certidões utilizadas para o ato é
apurado na data da lavratura do ato.Data: ____/____/_____.         Assinatura: _____________________________ 
_______________________________________________________________
Recebi do requerente o valor total acima a título de adiantamento de despesas relativo à ata notarial para fins de usucapião.
Belo Horizonte, _____________________ ______________________________________                                                                        
Assinatura do escrevente e carimbo

_______________________________________________________

DOCUMENTAÇÃO USUCAPIÃO

1) DO IMÓVEL USUCAPIENDO 
– endereço completo
– justo título, se houver (contrato, inventário dos direitos etc)
– matricula do lote usucapiendo  (se houver) – ou da área maior em que contido
– certidão de origem ou iptu
– contas de água, luz, telefone, iptu em nome do usucapiente (uma do início da posse, uma do período intermediário e uma atual em
nome do usucapiente)
– outras provas da posse
– termo de anuência do proprietário (ou inventariante – se falecido o proprietário – ou de todos os herdeiros), se o imóvel tiver
matricula
– se tiver processo judicial de usucapião, trazer

2) DOS IMÓVEIS CONFRONTANTES 
– matricula dos imóveis confrontantes ou
– se o imóvel confrontante não tiver matrícula, trazer contas de água, luz, telefone, iptu em nome dos confrontantes – o mesmo se tiver
matrícula, mas o possuidor for diferente do proprietário

3) DOS REQUERENTES E CONFRONTANTES 
– identidade e cpf
– certidão conforme estado civil atualizada
– qualificação completa

4) SE A POSSE ESTIVER SENDO SOMADA À POSSE ANTERIOR, TRAZER DOCUMENTOS RELATIVOS AOS CEDENTES:
– justo título dos cedentes
– identidade e cpf
– certidão conforme estado civil atualizada
– qualificação completa

ROTEIRO DE ENTREVISTA USUCAPIÃO

além de outras circunstâncias, depoimento da testemunha e/ou da parte interessada sobre:
NOME DO DEPOENTE – ENDEREÇO – PROFISSÃO – ESTADO CIVIL – SE CASADO, DADOS DO CÔNJUGE:
É USUCAPIENTE?  / É CONFRONTANTE? / É TESTEMUNHA?
1­ qual o nome do atual possuidor do imóvel usucapiendo?
2 – qual a identificação do imóvel usucapiendo, suas características, localização, área?
2.I – há construções e/ou benfeitorias no imóvel?
2.II – Em caso positivo, sabe quem construiu?
2.III­ Sabe quando construiu?
2.IV­ Sabe como construiu?

3 – quais os nomes dos confrontantes? DO LADO DIREITO: DO LADO ESQUERDO: DOS FUNDOS:
4 ­a) há de direitos reais (hipoteca, servidão, alienação fiduciária) incidentes sobre o imóvel usucapiendo? b) Há de direitos reais
incidentes sobre o imóvel confrontante?
4.I – Em caso positivo, sabe que direitos reais e qual o beneficiário?
5  –  a)  qual  o  tempo  de  posse  que  sabe  ser  exercido  pela  parte  interessada  na  usucapião?  b)  qual  o  tempo  de  posse  do
confrontante entrevistado?
6 – qual a forma de aquisição da posse do imóvel usucapiendo? (comprou a posse? recebeu em doação? herdou?)
6.1­ Essa pessoa de quem adquiriu, ficou no imóvel por quanto tempo? Sabe a qualificação o mais completa possível dela?
6.2­ qual o tempo de posse das pessoas que possuíram antes o imóvel usucapiendo?
7 – houve questionamento ou impedimento ao exercício da posse do usucapiente?
8­  qual a continuidade e a durabilidade do exercício da posse pelos usucapientes?
9  –  Houve  autorização  verbal  para  a  ocupação?  Em  caso  positivo,  quem  autorizou?  Teve
locação/comodato/arrendamento/autorização dos pais, irmãos/coerdeiros/ outro problema para a existência da posse?
10  – quem é reconhecido como dono do imóvel usucapiendo atualmente?

__________________________________________________________

O QUE DEVERÁ CONSTAR OBRIGATORIAMENTE DA ATA NOTARIAL, CONFORME CÓDIGO DE NORMAS DO EXTRAJUDICIAL
DE MINAS GERAIS
Art. 235. […]

§  3º A  ata  notarial  para  fins  do  disposto  no  inciso  V  do  parágrafo  único  do  art.  234  deste  Provimento  consignará,  além  de  outras
circunstâncias, conforme o caso, o depoimento da testemunha e/ou da parte interessada sobre:

I – o nome do atual possuidor do imóvel usucapiendo;

II  –  a  identificação  do  imóvel  usucapiendo,  suas  características,  localização,  área  e  eventuais  construções  e/ou  benfeitorias  nele
edificadas;

III – os nomes dos confrontantes e, se possível, de eventuais titulares de direitos reais e de outros direitos incidentes sobre o imóvel
usucapiendo e sobre os imóveis confinantes?

IV – o tempo de posse que se sabe ser exercido pela parte interessada e por eventuais antecessores sobre o imóvel usucapiendo;

V – a forma de aquisição da posse do imóvel usucapiendo pela parte interessada;

VI – eventual questionamento ou impedimento ao exercício da posse pela parte interessada;

VII – a continuidade e a durabilidade do exercício da posse pela parte interessada;

VIII – o exercício da posse com ânimo de dono pela parte interessada;

IX – quem é reconhecido como dono do imóvel usucapiendo.

_______________________________________________________________

1. ATA DE DEPOIMENTO

ATA NOTARIAL PARA FINS DE USUCAPIÃO QUE FAÇO A PEDIDO DE XXXXXXXXX NA FORMA ABAIXO: 
SAIBAM quantos este instrumento público de escritura virem que, em æ26 (vinte e seis) de agosto de 2016 (dois mil e dezesseis)æ,
nesta cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, no Cartório de Registro Civil e Notas do Barreiro, à Rua José Brandão, 86,
Bairro  Barreiro  de  Baixo,  eu,  Oficial,  lavro  a  presente  ata  notarial,  nos  termos  previstos  no  art.  234  do  Código  de  Normas  do
Extrajudicial  de  Minas  Gerais,  Provimento  nº  260/CGJ/2013,  para  fins  de  colher  o  depoimento  que  será  utilizado  para  fins  de
usucapião.  A  presente  Ata  Notarial  foi  solicitada  em  29/07/2016,  por  ¥XXXXXXXXXXXXXX,  brasileira,  advogada,  divorciada,
portadora da Carteira de Identidade Profissional XXXXXXXXXXX, inscrita no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, residente e domiciliada à
Rua XXXXXXXXXXXXX, Apto.201, Bairro Santa Tereza, Belo Horizonte, Minas Gerais, constando na certidão de casamento expedida
em XXXXXXXXXX pelo Serviço Registral das Pessoas Naturais do 1º Subdistrito de XXXXXXXX, MG, livro nº XXXXXXX, folhas nº
XXXXXXXX e termo nº XXXXXXXXXX,  que a referida XXXXXXXX separou­se judicialmente em XXXXXXXXXXXXX e divorciou­se em
XXXXXXXXXXXXXX,  tendo  sido  casada  com  XXXXXXXXXXXXX  sob  o  regime  da  COMUNHÃO  UNIVERSAL  DE  BENS,  conforme
escritura  de  pacto  antenupcial  lavrada  às  fls.  XXXXXXXX,  do  livro  nº  XXXXXXXX,  do  XXº  Ofício  de  Notas  de  XXXXXXXXXX.  A
requerente é capaz e se identificou como sendo a própria conforme documentação apresentada, do que dou fé. ¥A REQUERENTE,
acima qualificada, compareceu ao cartório sob minha responsabilidade no dia 29 de julho de 2016 e solicitou que eu, Oficial,
comparecesse à sua residência, fotografasse o seu apartamento e o tomasse o seu depoimento, bem como o depoimento de
sua vizinha, que reside no apartamento nº xxx exatamente ao lado daquele em que a requerente reside, e lavrasse a presente
Ata Notarial para que fosse atestada a sua posse, bem como o fato de ser ela mansa e pacífica e ainda o tempo de sua posse,
como determina art. 216­A, I, da Lei nº 6.015/73. Então, lavro a presente Ata Notarial para constar que: 1) Em 11 de agosto de
2016,  às  18:27  (dezoito  horas  e  vinte  e  sete  minutos),  compareci  à  XXXXXXXXXXXXXXXXX,  Bairro  xxxxx,  Belo  Horizonte,  Minas
Gerais,  tendo  sido  recebida  pelo  porteiro,  e  solicitei  ao  mesmo  que  informasse  XXXXXXXXXXXXXXX  que  a  Oficial  do  Cartório  lá
estava para a realização da diligência. O porteiro fez o contato com o apto. XXXXX e me autorizou a subir. Chegando ao apartamento
XXXX,  fui  recebida  pela  mencionada  XXXXXe  a  fotografei  na  porta  do  imóvel.  Em  seguida  XXXXX  tocou  a  campainha  do
apartamento  vizinho,  de  número  XXX,  tendo  a  porta  sido  aberta  por  XXXXXXXXXXXXX,  que  afirmou  ser  a  proprietária  do
apartamento XXXXX, tendo efetivamente apresentado tanto a sua identidade profissional, cuja cópia fica anexa à presente ata, tendo
também sido apresentada a matrícula XXXXXXXX, do apartamento nº XXXXX, do 4º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte,
Minas Gerais, cuja cópia também está anexa à presente ata notarial. Fotografei as portas abertas de ambos os apartamentos, com as
suas  residentes  à  frente  de  cada  um  dos  apartamentos. 2.1)  Logo  em  seguida,  foi  tomado  o  depoimento  da  própria  Requerente,
sendo o teor do depoimento o seguinte: OFICIAL: Boa noite, hoje é dia.REQUERENTE: 11 do oito de 2016. OFICIAL: E eu estou aqui
com a Dona xxxxxxxxxxxx, qual é o seu nome completo? REQUERENTE: xxxxxxxxxx. OFICIAL: Isso. Dona REQUERENTE, qual é o
endereço aqui do seu imóvel? REQUERENTE: Rxxxxxxxxxxxxxxxx. OFICIAL: Certo. A Senhora reside aqui sozinha?REQUERENTE:
Sozinha. OFICIAL: Há quanto tempo a Senhora reside aqui? REQUERENTE: Há 40 anos.OFICIAL: 40 anos? REQUERENTE: 84, 94,
2004, 2016, 32 anos, desculpa. OFICIAL: Há 32 anos, certo. E como foi a história de aquisição aqui deste imóvel? REQUERENTE:
Meu pai deu início com a construtora de um contrato de compra e venda, sendo que a construtora faliu e esse contrato de compra e
venda  não  se  perpetuou  e  eu  vim  morar  aqui  em  1984.  OFICIAL:  Quem  desempenhou  então  a  posse  nesse  tempo  todo  foi  só  a
senhora. REQUERENTE: Só eu. OFICIAL: Certo. Bom, você sabe se tem algum ônus nesse imóvel, ele responde por alguma dívida?
REQUERENTE:  Não,  não  responde  por  dívida  nenhuma,  eu  já  olhei,  já  procurei  saber,  não  tem  nada  com  relação  a  esse
apartamento.  OFICIAL:  Não  tem  nenhum  questionamento  judicial,  nada?  REQUERENTE:  Não,  não  tem  nada.  Não  tem  nenhum
questionamento  judicial.  OFICIAL:  Certo,  e  é  a  senhora  que  vem  pagando  condomínio,  despesas  de  água,  de  gás,  tudo  mais?
REQUERENTE: Todas as despesas de condomínio foram arcadas por mim desde, inclusive obra, desde 1984. OFICIAL: Certo. Então
a senhora que vem exercendo a posse aqui com ânimo de dona, né? Como dona. REQUERENTE: Isso, desde 84. OFICIAL: E os
vizinhos todos, a síndica, todos entendem que a senhora que é a dona, eles vêem a senhora como dona. REQUERENTE: Sim, todos
eles, todo mundo me conhece, e assim não tenho problema com ninguém e pela declaração da síndica você pode ver que realmente
eu  sou  considerada  proprietária,  vou  nas  reuniões,  eu  que  decido  tudo  com  relação  ao  apartamento.  OFICIAL:  Alguma  outra
informação que a senhora ache relevante ou a gente pode encerrar a entrevista? REQUERENTE: Não. 3) Por fim, eu, acompanhada
de REQUERENTE, desci à garagem, onde me foi mostrada a vaga de garagem nº 30, que no momento estava desocupada, tendo
fotografado  a  mesma,  ficando  a  fotografia  anexa  à  presente  ata.  Naquele  momento  estavam  na  garagem  dois  vizinhos,  que  me
afirmaram  que  efetivamente  aquela  vaga  era  de  REQUERENTE,  mas  não  foi  solicitada  a  identificação  dos  mesmos,  já  que  eles
estavam  entrando  em  seus  respectivos  carros  para  sair  da  garagem  naquele  momento.  4)  Cópias  de  todos  os  documentos,
devidamente  conferidas  com  o  original,  foram  arquivados  a  pedido  da  requerente,  tendo­lhe  sido  informado  que  o  processo
extrajudicial correrá perante o Cartório de Registro de Imóveis competente, onde deverão ser apresentados os documentos
comprobatórios, mas ainda assim os requerentes solicitaram que ficassem arquivados os documentos ora mencionados e que
constam em anexo à presente ata notarial, nas folhas numeradas e rubricadas de nºs xxxxxxx. A parte declara sob as penas da
lei que o seu estado civil encontra­se inalterado até a presente data. A certidão atualizada que comprova o estado civil das partes
deverá ser apresentada no Cartório de Registro de Imóveis competente. Faz parte integrante da presente ata notarial um CD com a
reprodução do presente depoimento, que fica arquivado no arquivo de CD nº xxx. Assim o fiz e dou fé. Os fatos aqui autenticados
foram registrados conforme pedido da requerente. A presente ata notarial foi lida e assinada pela solicitante. Dispensada a presença
de testemunhas, com base no artigo 215, parágrafo 5º, do CCB. þJá estão arquivados neste Cartório no Livro RDE nº 136, Folhas nº
xxxxxxxxxx,  os  documentos  necessários  para  lavratura  da  presente  escritura,  dentre  eles  os  exigidos  no  art.  162  do  Provimento
260/CGJ/2013  ¶­  ±Recompe:  xxxxxxxxx;  Taxa  de  Fiscalização  Judiciária:  xxxxxxxxxx  –  Valor  Total:xxxxxxxxx.  Eu
___________________________________  Oficia·,Oficial,  a  escrevi.  Dou  fé.  Sinal  público  em  www.censec.org.br
(http://www.censec.org.br/). a) REQUERENTE xxxxxxxxxxxxxxxx. ¿¿­ 
Belo Horizonte, ¢xxxxxxxxxxxxx¢.
___________________________________________

2. ATA DE CONSTATAÇÃO

ATA NOTARIAL PARA FINS DE CONSTATAÇÃO DE POSSE PARA FINS DE USUCAPIÃO QUE FAÇO A PEDIDO DE xxxxxxxxxxxxx, NA
FORMA ABAIXO:¶ 
SAIBAM quantos este instrumento público de escritura virem que, em æ26 (vinte e seis) de agosto de 2016 (dois mil e dezesseis)æ,
nesta cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, no Cartório de Registro Civil e Notas do Barreiro, à Rua José Brandão, 86,
Bairro  Barreiro  de  Baixo,  eu,  Oficial,  lavro  a  presente  ata  notarial,  nos  termos  previstos  no  art.  234  do  Código  de  Normas  do
Extrajudicial  de  Minas  Gerais,  Provimento  nº  260/CGJ/2013,  para  fins  de  colher  o  depoimento  que  será  utilizado  para  fins  de
usucapião.  A  presente  Ata  Notarial  foi  solicitada  em  29/07/2016,  por  ¥XXXXXXXXXXXXXX,  brasileira,  advogada,  divorciada,
portadora da Carteira de Identidade Profissional XXXXXXXXXXX, inscrita no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, residente e domiciliada à
Rua XXXXXXXXXXXXX, Apto.201, Bairro Santa Tereza, Belo Horizonte, Minas Gerais, constando na certidão de casamento expedida
em XXXXXXXXXX pelo Serviço Registral das Pessoas Naturais do 1º Subdistrito de XXXXXXXX, MG, livro nº XXXXXXX, folhas nº
XXXXXXXX e termo nº XXXXXXXXXX,  que a referida XXXXXXXX separou­se judicialmente em XXXXXXXXXXXXX e divorciou­se em
XXXXXXXXXXXXXX,  tendo  sido  casada  com  XXXXXXXXXXXXX  sob  o  regime  da  COMUNHÃO  UNIVERSAL  DE  BENS,  conforme
escritura  de  pacto  antenupcial  lavrada  às  fls.  XXXXXXXX,  do  livro  nº  XXXXXXXX,  do  XXº  Ofício  de  Notas  de  XXXXXXXXXX.  A
requerente é capaz e se identificou como sendo a própria conforme documentação apresentada, do que dou fé. A REQUERENTE,
acima qualificada, solicitou que eu, Oficial, lavrasse a presente Ata Notarial para que fosse atestado o tempo de sua posse, como
determina  art.  216­A,  I,  da  Lei  nº  6.015/73.  Então,  lavro  a  presente Ata  Notarial  para  constar:  1) DOS IMÓVEIS: A  REQUERENTE
declara que desde do ano de 1984 detém a posse dos imóveis localizados no xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx e vaga de garagem 30,
na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, situado no Bairro Santa Tereza, não constando matrícula específica para estes
dois imóveis, mas constando, na xxxxxxxxxxx, que sobre parte do lote objeto desta matrícula foi construído um edifício, denominado
xxxxxxxxxxxxx, cujas unidades autônomas deram origem a diversas matrículas, conforme anexa certidão expedida em 1º de julho de
2016 pelo Cartório do 4º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte, Minas Gerais 2) DO JUSTO TÍTULO: Não foi apresentado
justo título. 3) DAS PROVAS DA POSSE:  Para  provar  a  posse  mansa  e  pacífica  ao  longo  do  período  que  interessa  à  usucapião,
foram apresentados diversos documentos, quais sejam: a) comprovantes de pagamento de condomínio, em nome da usucapiente,
dos anos de 1995, 1996, 1998. b) comprovantes de depósito judicial relativo à consignação em pagamento de condomínio nos anos
de 2002, 2003, 2004. c) conta de luz expedida pela CEMIG, com vencimento em maio de 2016, em nome da USUCAPIENTE. d)
anuidade da OAB de 2016, em nome da usucapiente, no endereço do imóvel usucapido. e) declaração com firma reconhecida, no
qual  a  Síndica  do  condomínio  afirma  que  os  imóveis  usucapiendos  estão  quites  com  condomínio,  sendo  por  ela  declarado  que
REQUERENTE é condômina da unidade xxxx e da vaga de garagem XXXXXXXX, do edifício, e que se encontra em dia com suas
contribuições condominiais, não havendo outros débitos decorrentes de rateios extraordinários e ou taxas cobradas, até 05/07/2016,
sendo ela condômina que sempre pagou todas as despesas referentes ao apartamento e vaga de garagem desde 1984. No mesmo
documento,  a  síndica  afirma  que  não  tem  qualquer  objeção  à  declaração  de  usucapião  que  está  sendo  proposta  pela  referida
REQUERENTE, pois a reconhece como proprietária. Para provar que a mencionada xxxxx é a síndica, foi apresentada a ata de sua
eleição para o período de 15/03/2016 a 14/03/2017, devidamente registrada no 2º Ofício de Títulos e Documentos de Belo Horizonte,
sob o nº xxxxx. 4) Cópias de todos os documentos,devidamente conferidas com o original, foram arquivados a pedido da requerente,
tendo­lhe sido informado que o processo extrajudicial correrá perante o Cartório de Registro de Imóveis competente, onde deverão
ser  apresentados  os  documentos  comprobatórios,  mas  ainda  assim  os  requerentes  solicitaram  que  ficassem  arquivados  os
documentos  ora  mencionados  e  que  constam  em  anexo  à  presente  ata  notarial,  nas  folhas  numeradas  e  rubricadas  de  nºs
xxxxxxxxxxx A presente ata notarial foi lida e assinada pela solicitante. Dispensada a presença de testemunhas, com base no artigo
215,  parágrafo  5º,  do  CCB.  Já  estão  arquivados  neste  Cartórioxxxxxxx,  os  documentos  necessários  para  lavratura  da  presente
escritura, dentre eles os exigidos no art. 162 do Provimento 260/CGJ/2013 ¶­ ±Recompe: xxxxxxxxx; Taxa de Fiscalização Judiciária:
xxxxxxxxxx  –  Valor  Total:xxxxxxxxx.  Eu  ___________________________________  Oficia·,Oficial,  a  escrevi.  Dou  fé.  Sinal  público
emwww.censec.org.br (http://www.censec.org.br/). a) REQUERENTE xxxxxxxxxxxxxxxx. ¿¿­ 
Belo Horizonte, ¢xxxxxxxxxxxxx¢.
__________________________________________________ESSE  REQUERIMENTO  É A  SEGUNDA  PARTE  DO  PROCESSO  –
ANTES  DEVE  SER  FEITA  A  ATA  NOTARIAL  PERANTE  O  TABELIÃO  DA  CONFIANÇA  DAS  PARTESO  ADVOGADO  DEVE
PROVIDENCIAR  A  DOCUMENTAÇÃO  MENCIONADA  ABAIXO  –  APENAS  A  ATA  NOTARIAL  É  PROVIDENCIADA  PELO
TABELIÃOREQUERIMENTO DE USUCAPIÃO EXTRAJUDICIALSr. Oficial do Cartório do   _____º Ofício de Registro de Imóveis
de XXXXXXXXXXXXMARIA XXXXXXXXX, identidade XXXXXX, CPF XXXXXX, brasileira, ESTADO CIVIL XXXXXXXXXXXX, profissão
XXXXXXXXXXX,  endereço  residencial  XXXXXXXXXXXX,  e­mail  XXXXXXXXXXXXX,  telefone  XXXXXXXXXXX,    na  qualidade  de
USUCAPIENTE,  vem  à  presença  de  V.Sa.,  por  seu  advogado  infra­assinado,  procuração  anexa,  requerer  o  processamento  da
USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL e

1. para tanto, informa:

I­  que o tipo de usucapião requerido é:
– ordinário – urbano ou rural – 10 anos – posse mansa e pacífica – justo título (art. 1.242 e 1.379, do Código
Civil);
– extraordinário – urbano ou rural – 15 anos – posse mansa e pacífica – desnecessário justo título (art. 1.238
do Código Civil),
– extraordinário habitacional ou pro labore – urbano ou rural – tem prazo reduzido – 10 anos – posse mansa e
pacífica – moradia ou investimentos (art. 1.238, parágrafo único, art. 1.240­A e art. 1.242, parágrafo único,
todos do Código Civil)
– constitucional habitacional ou pro labore – urbano – 5 anos – posse mansa e pacífica – justo título – até 250
m2 – moradia – único imóvel (art. 183 e 191, ambos da Constituição da República, reproduzidos nos arts.
1.239 e 1.240 do Código Civil e nos arts. 9º a 12 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001)

II – que existe na área usucapienda edificação e/ou benfeitoria – OU não existe
III  –  o  nome  e  a  qualificação  completa  de  todos  os  possuidores  anteriores  cujo  tempo  de  posse  tiver  sido  somado  à  do
requerente para completar o período aquisitivo;
IV – o número da matrícula da área onde se encontra inserido o imóvel usucapiendo, ou a informação de que não se encontra
matriculado;
V – o valor atribuído ao imóvel;
VI – o nome, o número de inscrição na OAB, o endereço completo, o número do telefone e o e­mail do advogado que representar
o requerente.
b) O presente requerimento está instruído com os seguintes documentos, apresentados no original ou em cópia autenticada:
I – ata notarial, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias;
II – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica
no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na
matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes;
III – certidões negativas dos distribuidores da Justiça Estadual, da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho provindas da situação do
imóvel e do domicílio do requerente, expedida em nome:
a) do requerente e respectivo cônjuge;
b) do requerido e respectivo cônjuge;
c) de todos os demais possuidores e respectivos cônjuges, em caso de sucessão de posse, que é somada à do requerente para se
completar o período aquisitivo de usucapião;
IV  –  justo  título  e  outros  documentos  que  demonstram  a  origem,  a  continuidade,  a  natureza  e  o  tempo  da  posse,  tais  como  o
pagamento dos impostos e das taxas que incidiram sobre o imóvel;
V – para imóveis rurais, descrição georreferenciada, nos termos e hipóteses previstos na Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, e
nos seus decretos regulamentadores;
VI – procuração outorgada ao advogado.
c) Requer, pois: 
c.1) a notificação dos interessados que não anuíram expressamente com o pedido de usucapião (se houver);
c.2) a notificação da Fazenda Pública (União, Estado e Município) para que se manifestem sobre o pedido;
c.3) a publicação de edital para ciência de terceiros eventualmente interessados;
c.4) o deferimento do pedido, com o consequente reconhecimento da usucapião, a abertura de matrícula para o imóvel, bem como o
registro da usucapião.
Pede deferimento.
Belo Horizonte, xxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
ASSINATURA  DO  ADVOGADO  COM  FIRMA  RECONHECIDA  OU  ASSINADA  PERANTE  O
REGISTRADOR_______________________________________________________________
ESCLARECIMENTO  QUANTO AOS  DOCUMENTOS  QUE  DEVEM  SER APRESENTADOS AO  REGISTRO  DE  IMÓVEIS Em  Minas
Gerais, os cartórios de registro de imóveis têm exigido o seguinte, quanto aos documentos, além de outras exigências aqui não
relacionadas,  cabendo  ressaltar  que  ainda  não  está  pacífico  mesmo  entre  os  registradores  de  imóveis  quais  seriam  os
requisitos documentais essenciais:QUANTO Á PLANTA, MEMORIAL DESCRITIVO E ART 

1– Necessário apresentar planta do lote (contendo área, indicando os imóveis confrontantes, rua, etc), assinada pelos requerentes,
bem como assinada pelos titulares de direitos reais dos imóveis confrontantes, com todas as firmas reconhecidas, inclusive a firma do
responsável técnico (artigo 1.018­A, §1º, inciso II, e §3º, do Provimento 260/2013/CGJMG.

2­ Necessário consignar no memorial descritivo a descrição do bem com coordenadas georreferenciadas (SIGRAS 2000).
3­ Identificar, na planta, os proprietários/possuidores dos imóveis confrontantes.

4­ Consignar a assinatura, bem como o respectivo reconhecimento de firma do responsável técnico, na planta.

5­ Necessário mencionar no memorial descritivo e na planta o número do ART.

6­ Indicar no memorial descritivo a benfeitoria existente no lote.

7­ Necessário retificar o nome da requerente na ART, visto que deverá constar seu nome de solteira.

QUANTO ÀS CERTIDÕES JUDICIAIS

1­ Necessário se faz apresentar certidões de objeto e pé referente às ações existentes em nome da Requerente.

2­  Necessário  se  faz  apresentar  certidões  negativas  cíveis  e  Criminais  (atualizadas  –  máx  30  dias)  da  Justiça  Federal  (1ª  e  2ª
Instância), bem como do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (1ª e 2ª Instância), bem como certidão do Tribunal Regional
do Trabalho em nome do desapropriado.

DEMAIS EXIGÊNCIAS:

1­ Apresentar certidão negativa de registro (original e atualizada – máx. 30 dias) dos quatro imóveis confrontantes, bem como do
imóvel usucapiendo.

2­ Apresentar Certidão de Quitação de ITBI, referente à promessa de compra firmada entre xxxxxxxxxxx

3­ Necessário apresentar cópias autenticadas de TODOS os documentos que comprovem a posse ininterrupta da usucapiente, bem
como  os  documentos  que  comprovem  a  posse  de  todos  os  confrontantes,  incluindo  cópia  autenticada  dos  contratos,  notas
promissórias, contratos de locação. Ressalta­se que os contratos deverão ter as firmas reconhecidas de todas as partes.

4­ Necessário promover a averbação da certidão de origem à margem da matrícula nº xxx.

[1] (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref1) Em artigo anterior, foi examinada
controvérsia sobre a usucapião extrajudicial, prevista no art. 1.071 do Livro Complementar da Lei nº 13.105/2015, sujeitar­se  ou não
à vacatio legis de 1 (um) ano e, caso negativo, qual a data da entrada em vigor dessa nova forma de usucapião. Concluiu­se que, até
mesmo pela localização topográfica das disposições referentes à usucapião extrajudicial no texto da Lei nº 13.105/2015, a vontade
do legislador não foi de sujeitar a nova usucapião à vacatio legis de 1 (um) ano  e que o art. 216­A, da Lei nº 6.015/73 entrou em vigor
após o 45º (quadragésimo quinto) dia da sua publicação, ou seja, no dia 1º de maio de 2015. Essa discussão, no entanto, perdeu o
interesse  em  virtude  do  decurso  do  tempo.  Não  há  dúvidas,  hoje,  de  que  o  procedimento  para  a  usucapião  extrajudicial  já  está
totalmente em vigor. Naquele artigo foi ressaltado que, mesmo que pudesse haver divergência quanto a interpretação da lei no que
tange  à  data  de  entrada  em  vigor  da  usucapião  extrajudicial,  não  havia  dúvida  de  que  sempre  tinha  sido  possível  que  os
interessados procurassem um Tabelião de Notas a fim de providenciar a ata notarial prevista no art. 216­A, I, da Lei nº 6.015/73, que
atestará o tempo de posse do requerente e de seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias.

[2] (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref2) No entanto, Leonardo Brandelli,
a julgar pelo título de seu livro, não observou essa distinção.

[3]  (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref3)  A  ata    notarial  também  é  uma


escritura pública em sentido lato, ou seja, no sentido de ser um escrito produzido em tabelionato de notas.

[4] (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref4) Art. 2º – Os emolumentos são a
retribuição pecuniária por atos praticados pelo Notário e pelo Registrador, no âmbito de suas respectivas competências, e têm como
fato  gerador  a  prática  de  atos  pelo  Tabelião  de  Notas,  Tabelião  de  Protesto  de  Títulos,  Oficial  de  Registro  de  Imóveis,  Oficial  de
Registro de Títulos e Documentos, Oficial de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e
Oficial de Registro de Distribuição.
§ 1º – Os emolumentos e a respectiva Taxa de Fiscalização Judiciária fixados nas tabelas constantes no Anexo desta Lei serão pagos
pelo interessado que solicitar o ato, no seu requerimento ou na apresentação do título.
§ 2º – Na hipótese de contagem ou cotação a menor dos valores devidos para a prática do ato notarial ou de registro caberá ao
interessado a sua complementação.

[5] (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref5)  Nos  termos  do  art.  197,  do  CC,


não corre a prescrição: I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II – entre ascendentes e descendentes, durante o
poder familiar; III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição: I – contra os incapazes de que trata o art. 3o; II – contra os ausentes do País em serviço
público da União, dos Estados ou dos Municípios; III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: I – pendendo condição suspensiva; II – não estando vencido o prazo; III – pendendo
ação de evicção.

[6]  (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref6)  Vide  RESP  674.558,  de  sua


relatoria, no qual ficou consignado que, “não havendo registro de propriedade do imóvel, inexiste em favor do estado presunção iuris
tantum  de  que  sejam  terras  devolutas,  cabendo  a  este  provar  a  titularidade  pública  do  bem.  Caso  contrário,  o  terreno  pode  ser
usucapido”.

[7] (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref7) “É certo que a Constituição veda
a  aquisição  de  bens  públicos  por  usucapião  […]  Mas  não  menos  certo  é  que  não  incide  tal  vedação  relativamente  aos  bens  de
propriedade de empresas públicas e sociedades de economia mista, embora integrando essas entidades a administração pública
indireta. É que a mesma Carta impõe às chamadas estatais o regime jurídico próprio das empresas privadas, daí a inviabilidade de
beneficiarem ­se da previsão invocada […]. Não há, pois, fundamento para se considerar os bens da Caixa como públicas.” (REsp
1502134 – Relator Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE – Data da Publicação30/06/2015)

[8]  (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref8)  VER  STJ  –  REsp  881.270:  a


transferência a terceiro de veículo gravado como propriedade fiduciária, à revelia do proprietário (credor), é ato de clandestinidade
incapaz de motivar a posse: impossível a aquisição do bem por usucapião

[9]  (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref9)TJ­MG  –  Apelação  Cível  AC


10024096859640001  MG  (TJ­MG)  (http://tj­mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/118546311/apelacao­civel­ac­10024096859640001­
mg) –  publicação: 13/12/2013 – Ementa: […] Em regra, os bens imóveis possuídos em condomínio não são suscetíveis de usucapião,
porquanto a presunção é a de que ocorre composse ou mesmo a posse direita por um dos condôminos mediante autorização dos
demais, sendo que a exceção à regra se verifica quando o possuidor direto alega e comprova cabalmente a cessação da composse.
Não comprovada a cessação da posse em comum, e tampouco negando a parte que tinha perfeita ciência do condomínio, torna­se
incabível o reconhecimento da prescrição aquisitiva sobre imóvel ante a ausência do exercício de posse com animus domini.

[10] (http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODQwOQ#_ftnref10)Sobre a diligência do tabelião
ou seu preposto para verificar a ocupação da área objeto de usucapião, houve manifestação de alguns registradores de imóveis no
sentido de que a diligência seria OBRIGATÓRIA para dar segurança jurídica ao ato. Importante ressaltar que tal DILIGÊNCIA somente
pode ser realizada por Tabelião do Município onde está localizada a área, posto que, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.935/94 o
tabelião de notas não pode praticar atos fora do Município para o qual recebeu a delegação.
Lei 8.935/94 –  Art. 9º O tabelião de notas não poderá praticar atos de seu ofício fora do Município para o qual recebeu delegação.

_________________________

* Letícia  Franco  Maculan Assumpção  é  graduada  em  Direito  pela  Universidade  Federal  de  Minas  Gerais  (1991),  pós­graduada  e
mestre  em  Direito  Público.  Foi  Procuradora  do  Município  de  Belo  Horizonte  e  Procuradora  da  Fazenda  Nacional.  Aprovada  em
concurso, desde 1º de agosto de 2007 é Oficial do Cartório do Registro Civil e Notas do Distrito de Barreiro, em Belo Horizonte, MG. É
professora  da  pós­graduação  da  Faculdade  Milton  Campos  e  autora  de  diversos  artigos  na  área  de  Direito  Tributário,  Direito
Administrativo, Direito Civil e Direito Notarial, publicados em revistas jurídicas, e do livro Função Notarial e de Registro. É Presidente
do Colégio do Registro Civil de Minas Gerais e Diretora do CNB/MG. Recebeu o Prêmio Diamante de Qualidade da Anoreg.

Fonte: Notariado (http://www.notariado.org.br/) | 23/09/2016.

Publicação: Portal do RI (Registro de Imóveis) | O Portal das informações notariais, registrais e imobiliárias!
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One Response to “Artigo: A Ata Notarial e a Usucapião Extrajudicial –
Considerações amadurecidas – Por Letícia Franco Maculan Assumpção”
1. 

Eduardo Rizzi 5 de outubro de 2016 (http://www.portaldori.com.br/2016/09/26/artigo­a­ata­notarial­e­a­usucapiao­extrajudicial­
consideracoes­amadurecidas­por­leticia­franco­maculan­assumpcao/#comment­2008)
Excelente material, vai ajudar muito os Notários. Obrigado por compartilhar.

Responder (http://www.portaldori.com.br/2016/09/26/artigo­a­ata­notarial­e­a­usucapiao­extrajudicial­consideracoes­
amadurecidas­por­leticia­franco­maculan­assumpcao/?replytocom=2008#respond)

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