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Análise indica sintomas respiratórios em agricultores

Produtores rurais e seus familiares estão sujeitos a alterações respiratórias pela exposição a agrotóxicos
Por Júlio Bernardes - Editorias: Ciências da Saúde - URL Curta: jornal.usp.br/?p=2072

O município de São José de Ubá, no noroeste do Estado do Rio de Janeiro, tem cerca de 7 mil habitantes, a maioria na
área rural. A economia da cidade é baseada na agricultura familiar, principalmente no plantio de tomates, com uso
excessivo de agrotóxicos e parte da sua produção é comercializada com outros estados, inclusive São Paulo. A
ocorrência de sintomas respiratórios e alterações da função respiratória em trabalhadores rurais e familiares expostos
a agrotóxicos foi constatada em pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, realizada por Rafael Junqueira
Buralli.
“O cenário natural montanhoso da região favorece a mobilização dos agrotóxicos aplicados nas plantações,
contaminando o solo do entorno da cultura e águas superficiais e subterrâneas” conta Buralli.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 14,2% das residências daquela cidade
têm condições de saneamento básico adequadas. O estudo apurou que grande parte da população está exposta aos
agrotóxicos desde a tenra idade, seja por morar próximo das áreas de plantio, trabalhando diretamente, ou mesmo
ajudando seus familiares. “No grupo dos produtores rurais, a maioria era do sexo masculino e afirmou trabalhar com
agrotóxicos por várias horas por dia, principalmente no período da safra. A maioria dos familiares era do sexo
feminino”. Foram avaliadas 82 pessoas (48 trabalhadores rurais e 34 familiares). Entre os trabalhadores rurais, 81,3%
afirmaram ter contato com agrotóxicos no momento da pesquisa, sendo que 77,1% dos produtores e 94,1% dos
familiares afirmaram estar expostos domesticamente aos agrotóxicos.
Plantação de tomates | Foto:Wikimedia Commons
A maioria dos produtores e familiares era casada, com renda familiar de até dois
salários mínimos, meeiros ou arrendatários de pequenas áreas, com baixa escolaridade
e nunca recebeu treinamento ou orientações para manipular agrotóxicos. No momento
da avaliação, na safra de 2014, 66% das pessoas apresentaram algum sintoma
respiratório. Os mais comumente relatados foram crise de tosse (40,0%), rinite
(30,7%), sensação de aperto no peito (24,0%), sensação de falta de ar (17,3%) e chiado
no peito (13,3%). “Quanto às alterações da função pulmonar, 20% dos produtores e 22,2% dos familiares apresentaram
algum distúrbio respiratório”, aponta o pesquisador. “Após análises estatísticas, as alterações respiratórias se
mostraram significativamente associadas ao fato de a pessoa ser produtor, manipular agrotóxicos regularmente e da
quantidade de horas trabalhadas por dia”.
De acordo com bases de dados oficiais de morbidade e mortalidade, as principais causas de morte entre 2004 e 2010
em São José de Ubá, foram as doenças do aparelho circulatório, do aparelho respiratório, neoplasias, causas externas,
transtornos mentais e comportamentais, doenças do sistema digestório, disfunções endócrinas, metabólicas. “Quanto
ao câncer, as neoplasias mais frequentes com o desfecho óbito do paciente foram as de pulmões, estômago e laringe”,
observa Buralli.
Internações
Quanto às internações hospitalares no município, entre janeiro de 2008 e agosto de 2015, as causas mais comuns foram
as doenças do aparelho circulatório, respiratório, genitourinário e digestivo, neoplasias e transtornos mentais e
comportamentais. “Todas essas doenças já foram associadas à exposição aos agrotóxicos em outros estudos e podem
estar relacionadas também em SJU”, destaca o pesquisador.
Segundo Buralli, a primeira providência a ser tomada para contornar o problema seria melhorar o apoio técnico e
atenção à saúde das pessoas que manipulam esses químicos, fornecendo treinamento para lidar com esses produtos e
organizando o sistema de saúde para atender as necessidades específicas das populações expostas, tanto na prevenção
ou tratamento de doenças relacionadas à exposição aos agrotóxicos. “Na cidade, não há um banco de dados contendo
registros de morbidade e mortalidade por causas ocupacionais, nem programa específico de vigilância, promoção de
saúde, prevenção e redução de danos à saúde das populações expostas”, ressalta.
De acordo com o pesquisador, a segunda providência seria a implantação de políticas públicas mais restritivas quanto
à comercialização e consumo de produtos agrotóxicos. “Hoje, o Brasil é líder mundial no consumo de agrotóxicos e
comercializa diversas substâncias proibidas no mundo inteiro”, alerta. “Os efeitos disso não são sentidos somente pelas
famílias rurais, mas também pela população em geral, que vive próximo a áreas de plantio ou consome produtos
envenenados”.
A orientadora do estudo, descrito em dissertação de mestrado, foi a professora Helena Ribeiro, do Departamento de
Saúde Ambiental da FSP. O trabalho, no entanto, é parte de um projeto de avaliação de risco à saúde humana por
exposição a metais e agrotóxicos em São José de Ubá, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenado pelo professor Jean Remy Daveé Guimarães, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). Além da FSP e da UFRJ, também colaboraram pesquisadores da Faculdade de Medicina da
USP (FMUSP), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO) e Universidade de Brasília (UnB).
Pulmão de fazendeiro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A poeira biológica irrita os alvéolos que respondem


inflamando e produzindo mais muco. O muco
dificulta a troca de ar.
Pulmão do fazendeiro é uma inflamação do pulmão
(pneumonite) por reação alérgica
(hipersensibilidade tipo III) induzida pela inalação
de poeiras biológicas provenientes do pó de feno,
pasto, esporos de fungos
(principalmente actinomicetáceas) e aos produtos
agrícolas. Se não tratada a fibrose pulmonar pode
evoluir para uma Doença pulmonar obstrutiva
crónica.[1]

Índice
1Sinais e sintomas
2Diagnóstico
3Tratamento
4Epidemiologia
5Referências
Sinais e sintomas
Conforme a pneumonite avança os sintomas pioram:
Fase aguda: Nos primeiros dias causa dor de cabeça, tosse e falta de ar após esforço físico.
Fase subaguda: Depois da primeira semana a falta de ar ocorre com menos esforço, a
tosse se torna crônica, aparece fraqueza física, febre ocasional com suor, diminuição do
apetite, dores e mal estar.
Fase crônica: Depois de um mês ocorre falta de ar com mínimo esforço, tosse crônica,
fraqueza física, febre ocasional, sudorese noturna, diminuição do apetite e dores e dores
generalizadas.
Diagnóstico
O diagnóstico é difícil porque parece um resfriado e poucos trabalhadores rurais tem
acesso a radiografias, então o diagnóstico costuma ser clínico e pela resposta
ao broncodilatador e corticoide inalado. É difícil de diferenciar essa pneumonite de
uma asma ou outras pneumonite. Um exame de função pulmonar revela doença pulmonar
restritiva. Pode ser melhor analisado com uma Tomografia computadorizada (TAC).
Tratamento
O tratamento envolve anti-alérgicos, descansar uns dias, reduzir a exposição aos
antígenos através de máscaras, limpeza e ventilação dos espaços fechados cheios de
substâncias que causam alergia (alérgenos) como silos, galpões, galinheiros, chiqueiros e
cozinhas a lenha. Nos casos crônicos pode demorar anos até que o pulmão se
recupere. Corticosteroides inalados podem tratar os sintomas, mas não impede a evolução
da doença.[3]
Epidemiologia
Afeta entre 1 e 7% dos trabalhadores rurais. É a principal causa de pneumonite.
Referências
↑ Enelow RI (2008). Fishman's Pulmonary Diseases and Disorders (4th ed.). McGraw-Hill. pp. 1161–1172. ISBN 0-07-145739-9.
↑ Grisso R, Gay S, Hetzel G, Stone B (2009). "Farmer's Lung: Causes and Symptoms of Mold and Dust Induced Respiratory Illness"
(PDF). Virginia Cooperative Extension: 4.
↑ Lacasse Y, Cormier Y; Hypersensitivity pneumonitis. Orphanet J Rare Dis. 2006 Jul 3;1:25.

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