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Introdução
O Direito Individual do Trabalho estabelece regras para os contratos de emprego, bem assim
daquelas outras relações laborais determinadas em lei, estabelecendo os direitos e as
obrigações das partes - empregado e empregador.
Denominação
O Direito Coletivo do Trabalho tem recebido distintas denominações desde o seu surgimento,
no século XIX, sendo conhecido nos dias atuais como Direito Coletivo do Trabalho, Direito
Sindical e ou Direito Social.
Denominações arcaicas
Direito Industrial: ...denominação que surgiu na Europa, berço das lutas desenvolvidas pelos
trabalhadores em prol de melhores condições de trabalho. Mostrou-se inadequada por
abranger as relações individuais de trabalho e as regras afetas ao Direito Econômico / Comercial
/ Empresarial.
Denominações atuais.
Direito Social ... essa expressão é imprecisa, haja vista que engloba em seu seio todo o Direito
do Trabalho (Individual e Coletivo), o Direito da Seguridade social (Saúde, Previdência e
Assistência Social) e o Direito Acidentário do Trabalho.
Antecedentes
As primeiras associações teriam sido as corporações de Roma, criadas por Numa Pompílio ou
Sérvio Túlio, pensadas para distribuir o povo conforme seus ofícios.
Seguiram-se as Corporações de Ofício, representando o Poder Econômico, pois arrecadavam
impostos e pagavam para manter privilégios, recebendo uma carta patente outorgada pelo
imperador. Contavam com apoio da Igreja, e, através do monopólio, exploravam os que
dependiam exclusivamente da força de trabalho. Compunham-se de três categorias:
Aprendizes, Companheiros e Mestres.
No início do século XVIII as Corporações entram em declínio e foram extintas no ano de 1791,
com a aprovação da Lei Le Chapelier, que proibiu a constituição de organizações profissionais.
Com o advento da Primeira Revolução Industrial - consequência dos baixos salários, das
extensas jornadas e das péssimas condições de trabalho - surgiram os primeiros ¨levantes¨, de
início na forma de reuniões, que foram seguidas por coalizões e pela criação de organizações
duradouras.
O Estado (Polícia) reprimiu as manifestações dos operários com violência, mas, como prova de
que água mole em pedra dura tanto bate até que fura, no ano de 1871, com a emissão do Trade
Union Act, a Inglaterra reconheceu as Associações Profissionais;
1875, na Alemanha, o estadista Oto Von Bismarck concede ampla liberdade de associação;
Rússia, os sindicatos enfrentam e vencem as forças do Czar. Em 1848 foi lançado o Manifesto
Comunista de Karl Marx, destacando a revolução operária;
No Brasil, o engajamento dos trabalhadores (escravos) só foi sentido no começo do século XIX,
restando certo que a primeira organização dos trabalhadores se deu com a República dos
Palmares, quando o desejo de ser livre fez nascer a experiência pioneira de rebeldia contra o
capital.
Definição
01.- Cesarino Júnior diz que o Direito Coletivo do Trabalho é o conjunto de leis sociais que
consideram os empregados e empregadores, coletivamente reunidos, principalmente na forma
de entidades sindicais.
02.- Amauri Mascaro Nascimento assevera que o Direito Coletivo do Trabalho é o ramo do
direito do trabalho que tem por objeto o estudo ds normas e das relações jurídicas que dão
forma do modelo sindical.
03.- Mario de La Cueva acredita ser o Direito Coletivo do Trabalho o estatuto que reduz a
atividade da classe social que sofreu injustiça pela inação do Estado e pela própria injustiça da
ordem jurídica individualista e liberal, para buscar um justo equilíbrio na vida social, ou seja,
para conseguir um princípio de justiça social.
04.- Maurício Godinho Delgado define Direito Coletivo do Trabalho como o complexo de
institutos, princípios e regras jurídicas que regulam as relações laborais de empregados e
empregadores e outros grupos jurídicos normativamente especificados, considerada sua
atuação coletiva, realizada autonomamente ou através das respectivas entidades sindicais.
Conteúdo
o Direito Coletivo do Trabalho é, pois, o conjunto de princípios e institutos que regem a criação
e o desenvolvimento das entidades trabalhistas, suas inter-relações, bem assim, as regras
jurídicas que são criadas em decorrência de tais vínculos.
Função
- Função progressista e modernizante sob o ponto de vista econômico e social, nas formações
socioeconômicas centrais, generalizando para o conjunto do mercado as conquistas alcançadas
pelos trabalhadores nos segmentos mais avançados da economia, impondo condições mais
modernas, ágeis e civilizadas na gestão da força de trabalho.
AULA Nº 02
O Sindicato
Introdução.
Orlando Gomes --> é o agrupamento estável de várias pessoas de uma profissão, que
convencionam colocar, por meio de uma organização interna, suas atividades e parte de seus
recursos em comum, para assegurar a defesa e a representação da respectiva profissão, com
vistas a melhorar suas condições de trabalho.
Amauri Mascaro Nascimento --> é uma organização de pessoas físicas ou jurídicas que figuram
como sujeitos nas relações coletivas de trabalho.
Quanto à organização.
Quanto à autonomia.
Quanto à estrutura.
Sindicato único - organizado unitariamente para um mesmo grupo na mesma base territorial.
... reformista - reconhecido e autorizado pelo Estado contra o qual não faz oposição.
... de resistência - ou autêntico, dirigido não apenas para defender as reivindicações do grupo,
mas, também, para uni-lo e organiza-lo, abrir caminho para conduzi-lo para
sua inclusão social e desenvolvimento cultural.
Fins
Está definido no artigo 8º, inciso II da CF/88: defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
b) defesa dos interesses coletivos mediante negociação, materializadas nas formas de ACT´s e
ou CCT`s, podendo valer-se de arbitramento ou dissídio coletivo;
h) consultoria técnica.
c) Democracia interna - o sindicato é dirigido por uma diretoria eleita pelo voto direto dos
associados, que fiscalizam os atos dos diretores através de um Conselho Fiscal;
e) Autotutela para a defesa dos interesses e direitos do grupo - se traduz na forma de greve,
piquete, boicote e sabotagem, em contraposição ao lockout, autotutela dos empregadores, que
é proibida por lei;
a) Constituição Federal,
b) CLT,
c) Legislação ordinária,
d) ACT`s,
e) CCT`s,
f) Doutrina,
g) Jurisprudência.
Direito Coletivo de Trabalho. Dispositivos Legais
A CF/88 dedica seu artigo 8º. à organização sindical, consagrando-lhe ampla e plena autonomia.
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
No Brasil de hoje não existe uma legislação sindical atualizada, lacuna que deixa aflorar
divergências que estão a exigir a intervenção do poder Judiciário para definir o que a CF/88
recepcionou ou deixou de recepcionar.
Instado a manifestar-se sobre o tema o STF definiu que o número maior de beneficiados pelo
instituto da estabilidade provisória seriam aqueles previstos no artigo 522 da CLT, dispositivo
recepcionado pela nova Carta. 07 (Sete) diretores e 03 (Três) integrantes do Conselho Fiscal.
Foram derrogados parcialmente os seguinte artigos da CLT: 512, 514, 515, 517, 518, 519, 520,
523, 524, 525, 526, 527, 528, 529, 531, 532, 533, 535, 537, 538, 539, 540, 541, 542, 544, 546,
547, 549, 550, 551, 553, 554, 555, 556, 557, 558, 559, 563, 565, 567, 568, 569, 570 a 577,
606,612, 616, 617, 618, 623, 624, 722, 723, 724, 725, 856, 857, 859, 860, 868, 869, 870, 871,
872, 874 e 875.
c) Direito Civil,
e) Direito Penal,
h) Direito Administrativo,
i) Direito Internacional,
AULA Nº 03
O Decreto nº. 1.637, de 05/06/1907, foi o primeiro diploma legal brasileiro a tratar da
constituição e organização dos sindicatos, facultando aos trabalhadores organizarem-se e
livremente constituírem sindicatos profissionais, sendo exigido que as entidades fossem
registradas em cartório.
No ano de 1931 foi editado o Decreto nº. 19.770 impondo o reconhecimento da entidade
sindical pelo Ministério do Trabalho, Industria e Comércio como pressuposto para aquisição de
personalidade jurídica, porém com autonomia restrita, sendo permitido à entidade sindical
defender os interesses de ordem econômica, jurídica, higiênica e cultural, perante o Governo da
República, com a intermediação do Ministério.
Com a redemocratização ocorrida em 1934, o Estado emitiu o Decreto 24.694 que permitiu a
pluralidade relativa, mantendo, contudo, a ingerência nas entidades, haja vista que exigia como
pressuposto a abstenção em seu seio de toda e qualquer propaganda de ideologias sectárias e
de caráter político ou religioso.
Com o advento do Estado Novo, fato ocorrido em 1937, o Estado Brasileiro editou o Decreto nº.
1.402, de 05/06/1939, mantendo os sindicatos como órgãos de colaboração do Estado, e como
tais, dependiam do reconhecimento ministerial para que pudessem legitimar-se, lhes sendo
emitida uma carta com a delimitação da base territorial.
- era proibido a interferência de pessoas estranhas em sua administração ou nos seus serviços,
à exceção dos Delegados nomeados pelo Ministério;
- a gestão financeira da entidade era controlada pelos representantes do Ministério;
Durante o Estado Novo a repressão ficou ainda mais forte, com a imposição de multas,
suspensão e destituição de diretores, fechamento das entidades e eventual cassação das cartas
de reconhecimento.
A CLT foi editada sob os auspícios da legislação vigente no ano de 1943, e, nessa esteira, manteve
os sindicatos como órgãos de colaboração do Estado, o que pode ser aferido mediante simples
leitura dos artigos 513 e seguintes do retro mencionado Consolidação das Leis do Trabalho.
Assim dispõe o artigo 8º. da CF/88: A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação
de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical.
Mas, em que pese a abertura que aflora do artigo 8º. da CF/88, o Congresso Nacional não editou
uma lei sindical, deixando ao STF decidir que partes da CLT foram recepcionadas, como o fez em
relação aos artigos 522, que dispõe sobre o número de dirigentes sindicais que fazem jus à
estabilidade provisória, medida que se impôs como forma de evitar os abusos de sindicatos que
aumentaram de forma desmesurada o numero de integrantes da diretoria, passando de 07 para
50, 100 e até 200 diretores, com o único objetivo de esticar o manto da estabilidade provisória.
● A interferência do MPT;
● Já não têm valia as proibições existentes anteriormente, quer em relação às doutrinas, como
também ao concurso de dirigentes a cargos outros que não aqueles da entidade;
Restaram intactos:
● A contribuição sindical;
● As prerrogativas;
● Convenções Coletivas;
● Dissídios Coletivos.
- Constituir uma Comissão Provisória com a função de elaborar minuta do Estatuto Social na
forma prevista no Código Civil para constituição de uma ASSOCIAÇÃO, nele fazendo constar,
necessariamente, de forma clara e objetiva, os elementos identificadores da(s) categoria(s)
representada(s) e a base territorial;
- Angariar recursos e constituir um fundo para o custeio das despesas iniciais de constituição e
registro da entidade;
- Solicitar o registro sindical perante o Ministério do Trabalho e Emprego com vistas à obtenção
da Carta Sindical.
02- Edital de convocação dos membros da categoria para a Assembléia Geral de Fundação no
qual deve constar a indicação nominal do(s) município(s) que integra(m) a base territorial,
publicados simultaneamente no DOU e no jornal de circulação local;
03- Ata de fundação, eleição e posse da primeira diretoria, acompanhada da lista de presença
que deverá estar assinada por todos os participantes;
04- Estatuto Social devidamente registrado no Cartório de Títulos, Documentos e Registro das
Pessoas Jurídicas;
DO REGISTRO.
O pedido de registro será encaminhado à Seção de Relações do Trabalho da SRT para que a
documentação que acompanha o pedido seja conferida, após o que, é encaminhado por meio
de despacho à Coordenação Geral de Registro Sindical - CGRS da Secretaria de Relações do
Trabalho para fins de análise.
DA PUBLICAÇÃO DO PEDIDO.
Uma vez constatada que a documentação apresentada obedece os pressupostos exigidos e não
tendo sido encontrados elementos capazes de impedir o registro, o pedido é publicado no Diário
Oficial da União, abrindo-se a contagem de prazo para apresentação de eventual impugnação.
Uma vez publicado o pedido de registro sindical, a entidade sindical de mesmo grau, registrada
no CNES, que entenda coincidentes sua representação e do requerente, poderá apresentar
impugnação, no prazo de 30 (Trinta) dias, contados da data da publicação.
Eventual (is) impugnação (ões) serão analisadas na CGRS, que poderá, inclusive, determinar seu
arquivamento nos seguintes casos:
03- Impugnação apresentada por entidade cujos diretores estejam com os mandatos vencidos,
DA AUTOCOMPOSIÇÃO
Concluída a audiência será lavrada uma ata circunstanciada da reunião, nela constando a
tentativa de acordo e o resultado obtido, documento que será por todos assinado.
Havendo acordo, ata servirá como sentença homologatória e ensejará a concessão do registro.
Não havendo acordo o pedido ficará sobrestado até que a SRT seja notificada do inteiro de
eventual acordo extrajudicial ou, ainda, por decisão judicial.
Não havendo acordo na audiência promovida pela SRT, a entidade impugnada poderá, se assim
entender, ajuizar ação objetivando o registro, ficando o pedido de registro sobrestado até que
a SRT seja notificada do inteiro teor de eventual acordo extrajudicial, acordo judicial, ou, ainda,
sentença determinando o registro.
Observação:
Se a entidade impugnada não comparecer a audiência promovida pela SRT, o pedido de registro
será arquivado; por outro lado, ausente a entidade impugnante, a impugnação será arquivada
e o Ministério do Trabalho promoverá o registro da nova entidade.
AULA Nº 04
O modelo adotado no Brasil compreende duas espécies distintas, pois cuida de igual forma das
entidades representativas dos trabalhadores (Entidades profissionais) e daquelas formadas por
empregadores (Entidades representativas das categorias ditas econômicas), ainda que a
entidade sindical represente entidades sem fins lucrativo.
De mais a mais, no Brasil é aplicado o princípio da unicidade sindical, sendo proibido que uma
categoria tenha múltiplas entidades de mesmo grau, na mesma base territorial, cuja extensão
não pode ser inferior à extensão de um Município.
Com relação a autonomia, pode-se afirmar que o sindicato brasileiro tem, nos dias atuais,
expressiva e relevante autonomia, pois afora a exigência de obediência ao princípio da unicidade
sindical e o registro no órgão competente, seus dirigentes tem ampla liberdade de ação, só
limitada pelos princípios gerais de direito, disposições do próprio estatuto e as decisões da
assembléia geral.
Muito se tem discutido acerca da natureza jurídica do sindicato. Podemos afirmar, de início, que
o sindicato é uma pessoa jurídica. As divergências doutrinárias surgem quando se procura situar
essa personalidade jurídica do sindicato dentro dos ramos do Direito. Se pessoa de Direito
Público, Privado ou Social.
Everaldo Gaspar de Andrade afirma que a concepção do sindicato como pessoa jurídica de
direito público nasceu no direito italiano, apontando Ludovico Barassi como um de seus
principais adeptos.
Amauri Mascaro do Nascimento defende a tese de que o sindicato é pessoa jurídica de direito
privado nos seguintes termos: "Indesejável, no entanto, é a publicização do sindicato, porque
equivale à sua absorção pelo Estado, deixando de cumprir as suas funções principais, que exigem
uma certa autonomia. O Estado pode controlar o sindicato, mas não publicizá – lo nem dirigir as
suas atividades e administração. A privatização do sindicato é imperativo da liberdade sindical."
Entendo que o sindicato tem personalidade jurídica de direito privado. Isto porque sendo o
sindicato criado pela livre vontade de pessoas físicas ou jurídicas, que se unem para defesa de
seus interesses, não há que se falar em intervenção de terceiros ou até mesmo do Estado no seu
funcionamento e gestão, por isso e com base, também, no princípio da liberdade sindical.
Esta é a opinião unânime dos principais lideres do movimento sindical brasileiro. Para dirigentes
das principais centrais e de diversos sindicatos, a organização dos trabalhadores por local de
trabalho é um elemento essencial ao fortalecimento do movimento, mas encontra obstáculos
importantes à sua implementação, como práticas antissindicais e ausência de instrumentos
legais que poderiam garantir tal organização.
O Brasil não possui legislação que garanta a organização dos trabalhadores em seu local de
trabalho. Embora a figura do representante dos empregados de uma empresa seja prevista pela
Constituição Federal em seu artigo 11, o movimento sindical aguarda até hoje a regulamentação
da lei que garanta estabilidade para este representante – chamado de delegado sindical.
Estrutura administrativa
Segundo o modelo vigente, os órgãos da administração das entidades sindicais são: a Diretoria
Executiva, o Conselho Fiscal, os Delegados Junto à Federação e a Assembléia Geral, sendo esta
a instância maior de cada unidade singular.
A Diretoria Executiva terá em sua composição um mínimo de 03 e no máximo 07 membros,
com igual número de suplentes, cabendo-lhes a representação e a defesa dos interesses da
entidade perante os poderes públicos e as empresas.
O Conselho Fiscal será composto por 03 membros e 03 suplentes, restando certo que a
competência dos conselheiros restringe-se à fiscalização da gestão financeira do sindicato.
Imunidades sindicais
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (...)
Artigo 513, “a”, da CLT. Legitimação, em abstrato, do sindicato, que por ele será exercitada nas
situações em que essa representação sindical se fizer necessária para defesa dos interesses
individuais e coletivos da categoria.
Artigo 843, § 2º, CLT. Representação processual do sindicato, em juízo, para evitar que sejam
deflagradas, contra o trabalhador ausente da audiência, as conseqüências processuais previstas
em lei.
Artigo 872, § único, CLT. Ação de cumprimento de sentença normativa, para cobrança de
aumento salarial fixado na norma coletiva, também em favor dos sócios do sindicato.
O Art. 8º, da Constituição Federal, além de assegurar a liberdade e autonomia sindicais, garante
aos sindicatos, em seu inciso III, a condição de defensor dos direitos e interesses, coletivos ou
individuais, dos integrantes da categoria, em juízo ou fora dele. Essa garantia permite aos
sindicatos ajuizar ações coletivas em nome de alguns ou de todos os integrantes da categoria
que representam.
Essa modalidade de ação traz uma série de vantagens, em relação ao dissídio individual, que é
ação proposta pelo próprio interessado: o trabalhador.
Primeiro: uma única ação coletiva pode englobar dezenas, centenas ou até milhares de
trabalhadores, contribuindo para o desafogamento da Justiça do Trabalho, que anda
assoberbada pela quantidade de processos que nela tramitam.
Negociações coletivas
As negociações coletivas surgiram com a organização dos trabalhadores como classe. A união
espontânea daqueles que vendiam a força de trabalho, como o único bem capaz de prover o
sustento próprio e familiar, deveu-se à formação de uma nova consciência, que teve início com
a soma dos valores individuais, da unificação das reivindicações mais sentidas e a coletivização
da luta por salários mais justos e melhores condições de trabalho.
AULA Nº 05
Data base.
É a data em que os patrões e empregados se reúnem para repactuar os termos dos seus
contratos coletivos de trabalho.
Por serem fruto de acordo entre as partes, as datas-base podem variar conforme a categoria
profissional.
A data-base de uma categoria serve como momento de início da aquisição dos direitos
trabalhistas decorrentes de um acordo ou convenção coletivos. Por exemplo, se a data base é
01 de março e a negociação coletiva entre empregados e patrões só tem início no dia 15 de
março (a lei determina o início da negociação para o dia da data base, prazo que nem sempre é
cumprido), arrastando-se por um número sem fim de reuniões até o dia 10 de maio,
exemplificativamente, quando finalmente são concluídas as negociações, tudo o que ficar
acertado entre as partes será aplicado, retroativamente, produzindo efeitos desde o dia 01 de
março.
Este mecanismo evita que o empregador tente adiar indefinidamente a celebração do acordo,
uma vez que produzirá efeitos retroativamente.
Pauta de reivindicações.
Nos termos do que dispõe o § 3º. do art. 616 da CLT, havendo acordo coletivo, convenção
coletiva ou sentença normativa em vigor, 60 dias antes do término de sua vigência, o sindicato
dos empregados deverá deflagrar o dissídio coletivo apresentando uma pauta de reivindicações
ao sindicato patronal.
Assim, o sindicato profissional deve convocar uma assembléia com o objetivo de elaborar a
pauta de reivindicações, que deverão ser agrupadas segundo sua natureza jurídica.
Exemplificativamente:
- Jornadas de trabalho,
- Penalidades.
A pauta deverá ser capeada com ofício de encaminhamento no qual deverá constar, repita-se,
uma sugestão de data para início das negociações.
A CF/88, no inciso VI do art. 8º., impõe a participação do sindicato nas negociações coletivas:
No art. 7º. VI, XIII e XIV permite a flexibilização dos salários e das jornadas de trabalho mediante
negociações.
OBSERVAÇÃO: Tudo o que não contrariar as disposições de proteção ao trabalho pode ser
objeto de negociação.
Do protesto judicial.
O protesto judicial é um medida usada pelos advogados para prevenir responsabilidades e evitar
os efeitos da prescrição sobre os direitos de seus clientes.
É uma ação judicial e, portanto, sujeita a recolhimento de custas e só pode ser subscrita por
profissional inscrito nos quadros da OAB. No entanto difere-se das outras ações por, na maioria
das vezes, não precisar de audiência, produção de provas e nem de contestação da contra-parte.
O protesto vem regulamentado no código de processo civil mas tem aplicação também no
direito do trabalho.
E é nesta área que seu uso vem aumentando gradualmente. Lá tem fértil terreno na área do
direito coletivo, que abrange, principalmente, as relações entre os sindicatos das categorias
econômica e profissionais ou entre sindicatos e empresas.
d) Estabelecer uma ordem para análise e discussão das cláusulas constantes da pauta
apresentada.
I - Seguir o princípio da norma mais favorável. A CLT preconiza em seu artigo 619 que as
condições estabelecidas em CCT, quando mais favoráveis ao trabalhador, prevalecerão sobre
aquelas estabelecidas no ACT, e estas trão preferência em relação àquelas dispostas na lei.
III - Princípio da informação. Para que as negociações sejam efetivas e sérias, indispensável a
troca de informações.
IV - Princípio da pacificação. AS partes devem celebrar um tratado de paz. Sem demissões e sem
greve
Do impasse.
A negociação desenvolver-se-á de forma continuada. Uma rodada após a outra, devendo chegar
ao término com a celebração de um ACT ou CCT.
A CF/88 (Artº. 114, §§ 1º. e 2º.) cogita da arbitragem e do dissídio coletivo quando frustada ou
recusada a negociação.
Assim, uma vez estabelecido o impasse, podem as partes sugerir a presença de um mediador,
cuja escolha poderá recair nas seguintes pessoas:
c) ...terceiro interessado;
d) ...qualquer pessoa que venha a ser indicada, de comum acordo, pelos dirigentes das
entidades.
Da mediação.
A mediação normalmente é um processo voluntário, objetivo, informal e amigável, no qual as
partes dialogam, na presença de um terceiro que auxilia na negociação, tendo como objetivo,
realizar a autocomposição. O mediador será um facilitador para que as partes construam um
acordo. Ao decidirem resolver seus conflitos por meio de um processo de mediação, alimenta-
se uma esperança de solução amigável.
- Habilidade - deve ser capaz de perceber os menores conflitos que o cercam, pacificando-os
com criatividade;
- Comprometimento - com a causa que lhe é apresentada, pois ele é obrigado a fazer um
compromisso de confidencialidade, imparcialidade, buscando ouvir com atenção as partes,
cumprindo prazos e horários que eventualmente venha a assumir e apresentar com clareza
todos os seus atos para as partes.
Da greve.
Vocábulo - (gre.ve) sf. 1. Interrupção coletiva do trabalho ou de atividade para reivindicar algo
ou protestar contra uma determinada situação; PAREDE [F.: Do fr. grève.].
A palavra origina-se do francês grève, com o mesmo sentido, proveniente da Place de Grève, em
Paris, na margem do Sena, outrora lugar de embarque e desembarque de navios e depois, local
das reuniões de desempregados e operários insatisfeitos com as condições de trabalho.
O termo grève significa, originalmente, "terreno plano composto de cascalho ou areia à margem
do mar ou do rio", onde se acumulavam inúmeros gravetos. Daí o nome da praça e o surgimento
etimológico do vocábulo, usado pela primeira vez no final do século XVIII.
Originalmente, as greves não eram regulamentadas, eram resolvidas quando vencia a parte mais
forte. O trabalho ficava paralisado até que ocorresse uma das seguintes situações: ou os
operários retornavam ao trabalho nas mesmas ou em piores condições, por temor ao
desemprego, ou o empresário atendia total ou parcialmente as reivindicações para que
pudessem evitar maiores prejuízos devidos à ociosidade.
O direito de greve está previsto no artigo 9 da CF/88, que assegura esse direito aos trabalhadores
como forma de defesa de seus interesses coletivos, competindo-lhes defini-los, bem assim,
determinar a oportunidade para seu exercício.
Dissidio coletivo.
- Pedido liminar,
- Apresentação de contestação,
AULA Nº 06