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Belo Horizonte
2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………03
1.1 Açaí e sua polpa……………………………………………………………………...03
1.2 Histórico………………………………………………………………...……………03
1.3 Mercado e comercialização………………………………………………..…………04
1.4 Importância………………………………………………………………………..…05
1.5 Pragas e doenças…………………………………………………………………..…05
1.5.1 Doença de Chagas……………………………………………………….…05
2. PROCESSO DE PRODUÇÃO………………………………………………………...06
2.1 Plantio…………………………………………………………………………..……06
2.2 Colheita………………………………………………………………………....……07
2.3 Seleção……………………………………………………………………………….08
2.4 Pré-lavagem, amolecimento e lavagem……………………………………………...08
2.5 Despolpamento……………………………………………………………………....09
2.6 Congelamento e descongelamento…………………………………………………...09
2.7 Logística……………………………………………………………………………...10
3. LEGISLAÇÃO………………………………………………………………………….11
3.1 Especificações das instalações…………………………………………………….…11
3.2 Regulamento Técnico Geral para polpa de frutas -MAPA…………………………..15
3.3 Regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para a polpa
de Açaí.…………………………………………………………………………………..15
3.4 Normas Técnicas Especiais – ANVISA POLPA DE FRUTAS
…………………..…18
3.5 Junta Comercial…………………………………………………………………...…20
3.5.1 Contrato Social…………………………………..…………………………21
3.5.2 Alvará de localização e funcionamento……………………………………23
1
3.5.3 Alvará Sanitário ………………………....…………………………………23
3.5.4 Inscrição Estadual……………………………….…………………………25
3.6 Legislação Ambiental……………………………………………..…………………26
5. ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO……………………………………………………….45
6. LOGOMARCA…………………………………………………………………………47
7. PROJEÇÃO……………………………………………………………………………..48
8. BALANÇO DE MASSA………………………………………………………………..49
9. BALANÇO DE ENERGIA…………………………………………………………….51
11. TRATAMENTO DE
RESÍDUOS……………………………………………………...53
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1. INTRODUÇÃO
1.2. Histórico
O açaí é muito comum na região norte do Brasil, e nessas áreas, seu consumo data de
épocas pré-colombianas. A partir dos anos 80, seu consumo passou a ser difundido nas grandes
capitais de todo o país, devido a uma busca por alimentos mais saudáveis. Nos anos 90 esse
mercado tomou projeção internacional. Hoje estima-se que as atividades de extração, transporte,
comercialização e industrialização de frutos e palmito de açaizeiro são responsáveis pela geração
de 25 mil empregos diretos e geram anualmente mais de R$ 40 milhões em receitas,
fundamentalmente para as economias nos estados de maior produção.
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Figura 1 - Produção de Açaí no Pará (Dados: Sebrae mercados)
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1.4. Importância
A exploração do açaí é de fundamental importância para as economias dos estados do
Maranhão, Acre e Rondônia, e em especial para o Amapá e o Pará, pois responde pela
sustentação econômica das populações ribeirinhas, já que o açaizeiro é uma matéria-prima
altamente aproveitável.
Algumas das aplicações, além da comercialização da polpa, são a comercialização do
palmito de alta qualidade que a espécie produz, e a cobertura de casas dos habitantes locais
usando as folhas da planta. Das árvores adultas, 30% podem ser retiradas em intervalos de 5 anos
para produção de pastas e polpa de celulose para papel. Além disso, os caroços que são
aproveitados como adubo ou por artesãos (XAVIER et al, 2009).
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Nas escolas é comum ensinar que o Trypanosoma é transmitido no pela picada de um
barbeiro (vetor da doença), que pica a pele da pessoa e deposita suas fezes na mesma região. A
picada provoca irritação, e ao coçar, o indivíduo acaba levando o material infectado para sua
própria corrente sanguínea.
Atualmente, no entanto, esta não é a principal forma de transmissão, mas sim a ingestão
de açaí e cana-de-açúcar. Isso ocorre porque as plantações desses dois produtos são o habitat do
inseto. Cerca de 70% dos casos de Chagas no Brasil já são transmitidos desta maneira. O
problema está concentrado na região Norte do país, em especial no estado do Pará, que, segundo
o Ministério da Saúde, apresentou 80% dos casos da doença de chagas em todo o Brasil no ano
de 2012. Apesar do número de casos não ser tão alarmante (De 2006 a 2012 foram registrados no
Pará 813 casos de doença de Chagas), devem ser tomadas medidas higiênico-sanitárias, ações de
educação em saúde assim como o tratamento térmico (pasteurização) do açaí para evitar a
transmissão da doença.
2. PROCESSO DE PRODUÇÃO
2.1 Plantio
A Tabela 1 apresenta as etapas e seus respectivos dados técnicos para a implementação e
conservação até o quinto ano de plantio, em terra firme, de 1 hectare de açaizeiro, no
espaçamento 5 m x 5 m (OLIVEIRA et al, 2002).
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Tabela 1 – Estimativas de custos da cultura de açaí (OLIVEIRA et al, 2002).
2.2 Colheita
O açaizeiro inicia seu ciclo de produção de frutos 4 anos após o plantio, podendo
eventualmente, algumas plantas, entrarem em fase de produção aos 3 anos de idade. Dentro de
uma touceira, a planta-mãe é a primeira a entrar em produção, sendo esta, nos dois primeiros
anos, insignificante, crescendo consideravelmente a partir do sexto ano após o plantio.
Em pomar implantado em Latossolo Amarelo textura leve, no espaçamento de 6 m x 6 m,
manejado com três plantas por touceira, com adubação orgânica e mineral, observou incrementos
significativos na produção até o décimo primeiro ano, quando a produção atingiu 42,2 kg de
frutos/touceira/ano, decrescendo nos anos subsequentes. Em açaizais nativos, manejados para a
produção de frutos, com densidade de 1.500 plantas/ha e cerca de 53% delas, em fase de
produção, foi registrada produtividade de até 9.000 kg de frutos/ha. Entretanto, para açaizais não
manejados, a produtividade foi de apenas 4.500 kg de frutos/ha, em decorrência da baixa
densidade de plantas.
A colheita então deve ser efetuada 180 dias após a fecundação das flores, os frutos com
esse grau de maturação são roxos ou verdes, dependendo do tipo, sendo recobertos por uma
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película esbranquiçada. O método utilizado é de extrativismo através de escalada, corte com
facas bem afiadas na inserção do estipe, e descida até o solo (OLIVEIRA et al, 2002).
2.3 Seleção
Os frutos de açaí passam pela unidade de processamento e chegam organizados em
caixas plásticas ou cestos, sendo então pesados e enviados para o processo de seleção. Nessa fase
é realizada a separação entre frutos e resíduos da plantação (como fragmentos de ráquilas, terra,
folhas, etc), e entre os frutos adequados e inadequados para o processos de produção da polpa. A
seleção pode ser feita de forma manual, em mesas de aço inoxidável com peneiras, ou com
auxílio de dispositivos equipados com ventiladores.
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2.5 Despolpamento
Os frutos limpos são transportados por uma esteira até o despolpador. Na primeira etapa
de processamento, os frutos são despolpados com a injeção de água. Após essa etapa, os caroços
saem pela rosca transportadora de resíduo, e a polpa é transferida para o tanque de refino onde
outros resíduos são retidos em peneiras. Posteriormente, o produto é levado para o tanque de
homogeneização.
Por fim o açaí obtido passa por tratamento térmico (pasteurização). Durante a
pasteurização o produto que está entre 80 a 85°C é bombeado por um trocador de calor tubular
durante 10 segundos e imediatamente resfriado e ao final do processo o produto estará a 5°C.
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O descongelamento é também uma etapa de grande importantância do processo, já que
nela pode ocorrer problemas como recristalização, alteração na qualidade dos alimentos e
desenvolvimento de colônias de bactérias, que podem aumentar sua reprodução com a elevação
da temperatura. Como o gelo possui uma difusividade térmica muito maior do que a da água, o
descongelamento costuma ser consideravelmente mais lento que o congelamento. Isso porque,
no congelamento, o gelo está em contato com o ambiente externo o qual oferece uma resistência
menor à transferência térmica, enquanto no descongelamento a água está mais próxima do
ambiente interno onde a resistência à troca térmica é maior.
Como visto acima, são diversos fatores que envolvem o congelamento e
descongelamento do açaí. Isso evidencia a necessidade de um estudo cuidadoso desse processo,
pois ele está diretamente relacionado à quantidade a ser produzida, além de que caso seja mal
feito, pode prejudicar diretamente na qualidade do produto desejado ou até inviabilizar todo o
processo.
2.7 Logística
Ao tratar-se da comercialização do açaí, a logística vem a ser um dos segmentos da
administração empresarial de suma importância para a eficiência do processo, uma vez que esse
será o responsável pela locomoção do produto desde seu ponto de extração até o seu consumo
final, o que inclui a responsabilidade em manter os parâmetros de qualidade, de modo a garantir
a excelência do produto aos seus consumidores, além da análise do custo, buscando maximizar
suas receitas por meios de deslocamentos, ao mesmo tempo em que procura minimizar seus
custos (BOWERSOX, 2006), o que ressalta a alta complexidade e a necessidade de se possuir
uma boa gestão dessa cadeia de distribuição, de modo a minimizar os diversos entraves que
possam vir a afetar tal processo.
O açaí, atualmente oriundo dos mais diversos lugares do estado do Pará como os
Municípios de Igarapé-Miri e de Ponta de Pedras na Ilha do Marajó, assim como também das
ilhas que ficam ao longo da Baía do Guajará, a citar as ilhas do Combú e de Cotíjuba, implica,
em sua comercialização, a utilização do modal rodoviário e também hidroviário. Uma vez
extraído das ilhas, o açaí é então transportado às margens de Belém por embarcações de baixo
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porte, onde o produto é comercializado ainda in natura no porto da feira do açaí, principal ponto
de negociação do fruto (SOUZA, 2011). A partir disso, o produto é transportado através da
malha rodoviária, de acordo com o interesse de deslocamento de cada comprador.
Outro ponto a ser considerado dentro da logística do produto é a localização para a qual o
fruto será exportado. Tendo em vista, que o mesmo só pode ser armazenado para processamento
até cerca de doze horas após a extração, é inviabilizado o transporte rodoviário para localizações
mais distantes do local de colheita. A utilização de um meio de transporte que possa atender a
demanda de chegar ao destino em um tempo menor e a realização do processamento do fruto em
localidades ainda próximas do local de extração são alternativas para essa restrição, de modo que
em cada caso deve ser analisado fatores referentes à viabilidade econômica, eficiência e
qualidade do produto a ser transportado.
3. LEGISLAÇÃO
3.1 Especificações das instalações
Abaixo estão explicitados os aspectos mais importantes relativos às especificações das
instalações do processo de beneficiamento da polpa de açaí, disponíveis para consulta pública
no documento Guia de Licenciamento Ambiental Municipal - Beneficiamento de Açaí, do
Instituto Brasileiro de Administração Municipal (BARBOSA & BENTO, 2016):
§ O beneficiador é responsável pela comprovação da origem dos frutos a serem
beneficiados, que devem ser adquiridos de fornecedores devidamente regularizados junto ao
órgão competente, sendo que:
- O beneficiador deverá manter um registro de todas as aquisições de frutos, contendo
informações sobre a data, quantidade, nome da propriedade ou cidade de origem, nome e CPF do
fornecedor, que deverão ser mantidos por no mínimo três anos a partir da data de aquisição. Caso
o fornecedor seja o próprio beneficiador, este deverá apresentar a Licença Ambiental de
produtor.
§ No estabelecimento a ser licenciado, devem ser observadas as seguintes condições:
- A área interna onde é batido o açaí (área limpa) deve ser separada da área onde o fruto é
recebido, lavado e deixado amolecendo (área suja);
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- As paredes e tetos devem ser lisos, de cor clara, laváveis e impermeáveis, ou então,
pintados de forma tal que não absorvam a água de lavagem;
- Se as paredes forem azulejadas, os azulejos devem ser colocados à altura de no mínimo
2 metros, com rejuntes impermeáveis;
- O piso deve ser de material resistente, impermeável, lavável e antiderrapante; não
possuir frestas e ser de fácil limpeza e desinfecção. Dentro da fábrica deverá existir ralo (tipo
sifão·ou similar), para evitar o acúmulo de água na área;
- O teto, caso seja de cimento, deve ser pintado de branco;
- Todas as janelas e outras aberturas de acesso às áreas limpa e suja devem ser teladas
com malha menor ou igual a 2 mm para evitar a entrada de insetos;
- As basquetas plásticas com os frutos de açaí podem ser armazenadas em cima de
estrados de madeira, também pintados de branco;
- O estabelecimento deve ter um sistema de ventilação adequado, proveniente de
ventilação natural ou induzida através de circuladores ou condicionadores de ar;
- Todos os utensílios (bacias, baldes, etc.) e equipamentos utilizados no despolpamento
dos frutos e acondicionamento do vinho já batido sejam de material inoxidável ou de plástico
resistente;
- Uma pia para lavar mãos deve ser instalado na área onde é batido o açaí, com sabão,
papel toalha e um lixeiro tampado que não precise das mãos para abri-lo;
- Os refeitórios, lavabos, vestiários e banheiros usados pelo pessoal auxiliar do
estabelecimento devem encontrar-se completamente separados dos locais de manipulação de
alimentos e não devem ter acesso direto e nem comunicação com estes locais, sendo que os
lavabos e banheiros devem possuir pia para lavagem das mãos imediatamente após o uso;
- Durante a manipulação dos frutos e da polpa, deve-se usar avental de plástico,
preferencialmente de cor clara, touca, botas de borracha, luvas e máscara descartáveis.
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- A água armazenada em caixas d’água deve ser avaliada, pelo menos, a cada seis meses
quanto à sua qualidade química, físico-química e microbiológica, devendo o laudo ficar afixado
em área visível no estabelecimento;
- Se a água utilizada no beneficiamento provir de poços artesianos ou de fontes naturais,
o controle da sua qualidade deve seguir padrões rigorosos, mediante a utilização de tratamentos
adequados que possibilitem a conservação da qualidade físico-química e microbiológica;
- O vapor e o gelo utilizados em contato direto com alimentos ou com superfícies não
devem conter nenhuma substância que possa ser perigosa para a saúde ou contaminar o alimento,
obedecendo ao padrão de água potável;
- A água utilizada no beneficiamento do açaí deve ser transportada por tubulações
exclusivas.
§ Todos os empreendimentos licenciados deverão apresentar medidas de gerenciamento
de resíduos sólidos;
- Serão incentivados os empreendimentos cujos resíduos de caroços de açaí sejam
destinados (por venda ou doação) à produção de biomassa sólida para combustão e geração de
energia;
§ Caso a atividade produza ruídos fora dos limites do terreno do empreendimento,
deverão ser adotadas medidas para minimização dos ruídos e vibrações decorrentes da atividade;
§ Todos os empreendimentos licenciados deverão apresentar medidas para prevenção e
controle de pragas e vetores.
§ A polpa do açaí produzida pelo beneficiamento deve ser destinada exclusivamente ao
uso alimentar humano e deve atender aos padrões de identidade e qualidade mínima.
§ Os frutos do açaizeiro devem ser recebidos preferencialmente em temperatura
ambiente, em sacos tipo "cebola" limpos ou em basquetas de plástico, com capacidade média de
14 kg de frutos e em boas condições de higiene. Os “paneiros” (embalagens de fibra natural)
devem ser evitados, pois dificultam sua higienização e deixam os frutos em contato com o piso.
§ A polpa de açaí deverá ser obtida de frutos frescos, sãos, maduros, atendendo às
respectivas especificações, desprovidos de terra, sujidade, parasitas e microrganismos que
possam tornar o produto impróprio para o consumo. Os frutos devem ser processados em até 12
horas após a colheita.
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§ Quanto ao processamento dos frutos, os estabelecimentos deverão proceder
obrigatoriamente aos seguintes critérios:
- A pré-lavagem dos frutos pode ser feita por imersão, por agitação ou por aspersão dos
materiais, objetivando a remoção de sujeiras e excesso de contaminantes. A água utilizada neste
processo não precisa, necessariamente, ser clorada;
- Após a pré-lavagem, os frutos deverão ser higienizados em solução de água com
hipoclorito de sódio a 2%, por 20 minutos, e enxaguados com água potável;
- Após a higienização, os frutos deverão passar pela etapa de branqueamento;
- A água utilizada para a extração da polpa deverá ser potável.
§ A polpa de açaí deverá ter sua composição de acordo com as características do fruto
que lhe deu origem, não devendo apresentar alterações, mistura com outros frutos de espécie
diferente e práticas consideradas ilícitas e obedecendo as quantidades certas de proteínas,
açúcares e gorduras de acordo com a classificação da polpa.
§ A polpa de açaí destinada ao consumo direto em embalagem comercial de no máximo
um quilo (1Kg) deverão ser conservados através de processo físico (pasteurização ou
resfriamento), proibido o uso de conservantes químicos ou de corantes, com exceção do corante
obtido do próprio fruto do açaí. É permitida a utilização de ácido cítrico (acidulante e
antioxidante).
§ Nas embalagens comerciais maiores que um quilo (1 Kg), o rótulo deve conter a
denominação de venda do alimento, conteúdo líquido, identificação da origem, nome ou razão
social, endereço do fabricante, identificação do lote e prazo de validade.
- O rótulo deve apresentar ainda a declaração de informação obrigatória de valor
energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra
alimentar, sódio e a quantidade de qualquer outro nutriente sobre o qual se faça uma declaração
de propriedades nutricionais ou outra declaração que faça referência a nutrientes. O produto deve
apresentar os valores de referência (30 g) em gramas no rótulo e a medida caseira.
- A classificação do açaí deverá ser declarada no rótulo principal da polpa de açaí integral
e do açaí, de forma legível e visível, em dimensões gráficas não inferiores à denominação do
produto.
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3.2 Regulamento Técnico Geral para polpa de frutas -MAPA
O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO,
no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo
em vista o disposto no Decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009; e o que consta do Documento nº
21000.039339/2016-41, resolve:
Art. 1° Estabelecer em todo território nacional a complementação dos padrões de
identidade e qualidade de polpa de fruta.
Art. 2° O produto citado no artigo anterior deverá atender aos parâmetros descritos no
anexo desta Instrução Normativa.
Parágrafo único. As normas estabelecidas nesta Instrução Normativa aplicam-se somente
à polpa de fruta submetida a processos
3.3 Regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para a polpa
de Açaí.
3.3.1. OBJETIVO:
A presente norma tem como objetivo estabelecer os padrões de identidade e qualidade
mínimos que devem obedecer a polpa de açaí e o açaí, destinados ao consumo como bebida.
3.3.2. DEFINIÇÃO:
Polpa de açaí e o açaí fino, médio ou grosso são produtos extraídos da parte comestível
do fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.); após amolecimento em água e extração com água.
3.3.3. CLASSIFICAÇÃO:
De acordo com a adição ou não de água e seus quantitativos, o produto será classificado
em:
3.3.3.1. Polpa de açaí é a polpa extraída do açaí, sem adição de água, por meios
mecânicos e sem filtração, podendo ser submetido a processo físico de conservação.
3.3.3.2. Açaí grosso ou especial (tipo A) é a polpa extraída com adição de água e
filtração, apresentando acima de 14% de Sólidos totais e uma aparência muito densa.
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3.3.3.3. Açaí médio ou regular (tipo B) é a polpa extraída com adição de água e filtração,
apresentando acima de 11 a 14% de sólidos totais e uma aparência densa.
3.3.3.4. Açaí fino ou popular (tipo C) é a polpa extraída com adição de água e filtração,
apresentando de 8 a 11% de Sólidos totais e uma aparência pouco densa.
3.3.4. INGREDIENTES BÁSICOS:
A polpa de açaí e o açaí devem ser obtidos de frutas frescas, sãs, maduras, atendendo às
respectivas especificações, desprovidas de terra, sujidade, parasitas e microrganismos que
possam tornar o produto impróprio para o consumo.
3.3.5. INGREDIENTES OPCIONAIS:
3.3.5.1. Água - A água usada para a extração da polpa deve ser água potável obedecendo
aos padrões de potabilidade estabelecidos em legislação específica.
3.3.5.2. Acidulante - No caso do açaí pasteurizado e mantido à temperatura ambiente,
será permitido a adição de ácido cítrico, de acordo com as Boas Práticas de Fabricação (BPF).
3.3.6. COMPOSIÇÃO:
3.3.6.1. A polpa de açaí e o açaí devem ter suas composições de acordo com as
características do fruto que lhe deu origem, não devendo apresentar alterações, mistura com
outros frutos de espécie diferente e práticas consideradas ilícitas.
3.3.6.2. A polpa de açaí deve obedecer às seguintes características físicas, químicas e
organolépticas:
Proteínas(g/100gms) 5,00 -
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3.3.6.3.2. Organolépticas.
Aspectos físicos: a emulsão deve ficar estável mesmo se for aquecida a 80 ºC.
Cor: roxo violáceo próprio do açaí roxo e verde claro próprio do açaí verde.
Sabor: não adocicado e não azedo.
Aroma: característico.
3.3.6.4. A polpa de açaí e o açaí podem conter parte não comestível do fruto, dentro dos
limites que não alterem a qualidade e as características organolépticas do produto e do "granu
teste" das partículas não comestíveis que devem ser igual ou inferior a 0,6 mm (seis décimos de
milímetros).
3.3.6.4.1 A polpa de açaí e o açaí devem observar às demais características físicas,
químicas, microscópicas, microbiológicas e organolépticas fixadas nos Padrões de Identidade e
Qualidade para polpa de fruta em geral.
3.3.7. ADITIVOS
A polpa de açaí e o açaí destinado ao consumo direto em embalagem comercial de
no máximo um quilo deverão ser conservados através de processo físico, proibido o uso de
conservantes químicos ou de corantes, com exceção do corante obtido do próprio fruto do açaí.
3.3.8. ROTULAGEM
3.3.8.1. Deverão ser obedecidas as normas de rotulagem estabelecidas na
legislação sobre bebidas.
3.3.8.2. A classificação do açaí, prevista no item 3 desta norma, deverá ser
declarada no rótulo principal da polpa de açaí integral e do açaí, de forma legível e visível, em
dimensões gráficas não inferiores à denominação do produto.
3.3.9. AMOSTRAGEM E MÉTODOS DE ANÁLISE
3.3.9.1. Os métodos oficiais de amostragem são aqueles estabelecidos pelo
Ministério da Agricultura e do Abastecimento.
3.3.9.2. Os métodos oficiais de análise são aqueles estabelecidos pelo Ministério
da Agricultura e do Abastecimento.
3.3.10. DISPOSIÇÕES GERAIS
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Os casos omissos serão resolvidos por Atos Administrativos da Secretaria de Defesa
Agropecuária do Ministério da Agricultura e do Abastecimento.
2. DEFINIÇÃO
...
2.2. Produtos de frutas: são os produtos elaborados a partir de fruta(s),
inteira(s) ou em parte(s) e ou semente(s), obtidos por secagem e ou
desidratação e ou laminação e ou cocção e ou fermentação e ou
concentração e ou congelamento e ou outros processos tecnológicos
considerados seguros para a produção de alimentos. Podem ser
apresentados com ou sem líquido de cobertura e adicionados de açúcar,
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sal, tempero, especiaria e ou outro ingrediente desde que não
descaracterize o produto. Podem ser recobertos.
...
3. DESIGNAÇÃO
3.1. Produtos de Vegetais e Produtos de Frutas: devem ser designados por
denominações consagradas pelo uso, seguida de expressão(ões) relativa(s)
ao(s) ingrediente(s) que caracteriza(m) o produto. A designação pode ser
seguida de expressões relativas ao processo de obtenção e ou forma de
apresentação e ou característica específica.
…
5. REQUISITOS ESPECÍFICOS
...
5.2. Umidade:
- Produtos de Frutas secos ou desidratados (exceto frutas secas tenras):
máxima 25 % (g/100 g)
...
6. REQUISITOS GERAIS
6.1. Os produtos devem ser obtidos, processados, embalados,
armazenados, transportados e conservados em condições que não
produzam, desenvolvam e ou agreguem substâncias físicas, químicas ou
biológicas que coloquem em risco a saúde do consumidor. Deve ser
obedecida a legislação vigente de Boas Práticas de Fabricação.
6.2. Os produtos devem atender aos Regulamentos Técnicos específicos
de Aditivos Alimentares e Coadjuvantes de Tecnologia de Fabricação;
Contaminantes; Características Macroscópicas, Microscópicas e
Microbiológicas; Rotulagem de Alimentos Embalados; Rotulagem
Nutricional de Alimentos Embalados; Informação Nutricional
Complementar, quando houver; e outras legislações pertinentes.
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3.5 Junta Comercial
O registro legal da empresa é tirado na Junta Comercial do estado, no caso, Minas Gerais,
ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica. Esse registro é fundamental para a expedição de
outros papéis exigidos para a formalização de um empreendimento.
Antes de se realizar o registro, é necessário realizar uma pesquisa a ser preenchida no site
da junta comercial sobre a existência de empresas constituídas com nomes empresariais idênticos
ou semelhantes ao nome que se quer dar à empresa em questão. Com essa finalizada preenche-se
a Consulta de Viabilidade Além disso, antes deve ser realizado o procedimento de registro da do
CNPJ da empresa. O registro é feito via internet no site da Receita Federal por meio de uma
solicitação além do envio dos documentos necessários por Sedex: identidade dos donos com
cópia, CPF dos donos, comprovante de residência, endereço da empresa e contrato social. No
cadastramento do CNPJ escolhe-se a atividade principal e a secundárias que a empresa irá
desenvolver. Após, deve-se realizar o registro da empresa, que é realizado por meio digital no
caso da JUCEMG. Para obter o Registro na Junta Comercial, no entanto, é necessário apresentar:
- Requerimento do Empresário (REMP) com assinatura do administrador, sócio,
procurador, com poderes específicos, ou terceiro interessado (art.1.151 CC/2002).
- Contrato social, assinado pelos sócios ou seus procuradores ou Certidão de inteiro
teor do contrato social, quando revestir a forma pública.
- Declaração de desimpedimento para o exercício de administração de sociedade
empresária, assinada pelo(s) administrador(es) designados no contrato, se essa
não constar em cláusula própria (art. 1.011, § 1º CC/2002).
- Original ou cópia autenticada em cartório de procuração, com poderes específicos
e se por instrumento particular, com firma reconhecida, quando o requerimento, o
contrato social ou a declaração de que trata o item anterior for assinada por
procurador;
- Cópia autenticada em cartório da identidade dos administradores e do signatário
do requerimento;
- Cópias autenticadas em cartório dos documentos de identidade dos sócios e do
administrador;
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- Aprovação prévia de órgão governamental, quando for o caso;
- Aprovação prévia de órgão governamental, quando for o caso;
- Comprovante de pagamento (DAE - Documento de Arrecadação Estadual).
- DBE - Documento Básico de Entrada - que é o protocolo de transmissão do
cadastro sincronizado emitido no site da Receita Federal para a obtenção ou
alteração do CNPJ e para a alteração de dados na Secretaria de Estado da
Fazenda.
- Consulta de Viabilidade
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● Nacionalidade;
● Endereço da sede (tipo e nome do logradouro, nº, complemento,
bairro/distrito, município, unidade federativa e CEP);
● Número de identificação do Registro de Empresa - NIRE ou número de
inscrição no Cartório competente;
● CNPJ; - Sócio pessoa jurídica com sede no exterior:
● Nome empresarial;
● Nacionalidade;
● Endereço da sede;
● CNPJ;
b.2) tipo jurídico da sociedade (Sociedade Limitada).
c) corpo do contrato:
c.1) cláusulas obrigatórias;
O corpo do contrato social deverá contemplar, obrigatoriamente:
- nome empresarial, que poderá ser firma social ou denominação
social;
- capital da sociedade, expresso em moeda corrente, a quota de
cada sócio, a forma e o prazo de sua integralização;
- endereço completo da sede (tipo e nome do logradouro, número,
complemento, bairro/distrito, município, unidade federativa e
CEP) bem como o endereço das filiais;
- declaração precisa e detalhada do objeto social;
- prazo de duração da sociedade;
- data de encerramento do exercício social, quando não coincidente
com o ano civil;
- as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e
seus poderes e atribuições;
- qualificação do administrador não sócio, designado no contrato;
- participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
22
- foro ou cláusula arbitral.
d) fecho.
23
● Cópia RG e CPF;
● Comprovante de endereço;
● Nº de telefone;
● Cópia da carteira do conselho de classe (médico, dentista, psicólogo,
fisioterapeuta, etc...)
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Toda empresa que realiza operações relativas à circulação de mercadorias ou prestação de
serviços de transporte ou comunicação deve ser inscrita no cadastro estadual de contribuintes do
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). A inscrição é concedida
pela Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF-MG), mediante solicitação. A
solicitação deve ser feita exclusivamente pela internet, utilizando-se o aplicativo de coleta de
dados do Cadastro Sincronizado Nacional. O nome do aplicativo é “Programa Gerador de
Documentos (PGD)”. A documentação exigida é:
– Documentos relacionados na cartilha da Junta Comercial;
– Prova de que as condições físicas do estabelecimento são compatíveis com a atividade
pretendida;
– Comprovação de endereço residencial dos sócios, dos diretores ou do titular;
– Prova de capacidade financeira dos sócios, do titular ou da pessoa jurídica, inclusive
quando houver alteração do quadro societário.
25
CAPÍTULO I – DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL
...
26
Atividades no Anexo Único desta Deliberação Normativa serão
regularizados considerando-se o enquadramento da atividade de maior
classe.
...
...
27
com as características de porte e potencial poluidor/degradador de tais
ampliações e poderão se regularizar por LAC1, a critério do órgão
ambiental.
28
Art. 11 – Para a caracterização do empreendimento deverão ser
consideradas todas as atividades por ele exercidas em áreas contíguas ou
interdependentes, sob pena de aplicação de penalidade caso seja
constatada fragmentação do licenciamento.
...
29
Parágrafo único – O processo de LAS somente poderá ser formalizado
após obtenção pelo empreendedor das autorizações para intervenções
ambientais ou em recursos hídricos, quando cabíveis, que só produzirão
efeitos de posse do LAS.
§1º – Nos casos em que não for necessária a utilização de recurso hídrico
para a instalação do empreendimento ou atividade, sua autorização deverá
ser requerida previamente à operação, não estando o empreendedor
dispensado de prestar tal informação nas fases anteriores, para análise pelo
órgão ambiental.
§4º – Não se aplica o disposto no caput aos processos de LAS, nos termos
do art. 15 desta Deliberação Normativa.
30
Seção III – Dos Estudos Ambientais
...
31
§7º – Os estudos ambientais serão devidamente acompanhados de
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART.
ANEXO ÚNICO
1 – Do potencial poluidor geral
32
3 – Da fixação da modalidade de licenciamento
33
relação às normas legais, a AAF está sujeita também ao cancelamento. O ART tem validade de
um ano e deve ser renovada todo ano.
O açaí foi o produto da extração vegetal não madeireira que alcançou maior valor de
produção em 2016 no Brasil: R$ 539,8 milhões, aponta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística). A produção de açaí extrativo caiu 0,2% em comparação com a de 2015, e somou
215.609 toneladas. O valor de produção, porém, subiu 12,4%. Maior produtor nacional, o Pará
respondeu por 61,2% do total do ano passado, com crescimento de 4,6%. Os dados de produção
34
e de valor de produção, fornecidos pelo IBGE, encontram-se na Tabela 4.1 (Agência Brasil,
2017)
Tabela 4.1 - Produção e valor de produção de açaí no Brasil no período de 2011 a 2016.
Winicius de Lima Wagner, disse que a demanda e a alta de preços do açaí tornaram a
atividade mais atrativa para os extrativistas, contribuindo para aumentar a geração de renda local.
“Em geral, os produtos não madeireiros do extrativismo são explorados por extrativistas e
pequenas associações e cooperativas e têm relevância para as comunidades, principalmente nas
regiões Norte e Nordeste”, afirmou Wagner. O líder do ranking de municípios, Limoeiro do
Ajuru, no Pará, produziu 35 mil toneladas no ano passado. No Amazonas, segundo maior
produtor nacional de açaí, a produção caiu 12,3%, por causa da seca, que tornou mais difícil o
transporte do fruto em alguns rios. No Nordeste, o Maranhão aparece com 8,1% de participação
na produção brasileira. (Agência Brasil, 2017)
Segundo pesquisa feita Antônio Santana et al, as variáveis de maior peso discriminante
dos segmentos de mercado são: quantidade de açaí, renda da família, preço do açaí, qualidade do
açaí, preço do peixe e preço da farinha tradicional. No mercado de Belém do Pará, a variável
qualidade do açaí exerce influência positiva na discriminação dos segmentos de quitandas e de
empreendedores e negativa para supermercados, dado que todos os consumidores atribuem
importância à melhoria na qualidade para os dois primeiros segmentos e confiam que a qualidade
é requisito assegurado pelos supermercados. (SANTANA et al, 2014)
35
A Tabela 4.2 ilustra o destino da polpa de açaí comercializado no país, onde basicamente
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os maiores importadores, concentrando mais de ¾
da quantidade exportada. (TAVARES, 2015)
Tabela 4.2 - Quantidade de polpa de açaí vendida por Estado de destino 2014 (t)
A Tabela 4.3, mostra que 87,16% da produção de mix de açaí é destinado para
exportação, 4,94% para São Paulo e 2,71% para Santa Catarina, indicando que o mercado
externo deseja um produto já pronto. Deve ser enfatizado que cada firma apresenta
comportamento peculiar. A Petruz Fruit, por exemplo, no seu site, afirma que 35% da produção
de polpa e de mix de açaí é destinado ao mercado externo. (TAVARES, 2015)
Tabela 4.3 - Quantidade exportada de mix de açaí por destino em 2014 (kg), Pará
36
Com base nos dados para 2014 estima se em 50 mil toneladas de polpa comercializados
para outros estados, 5 mil a 6 mil toneladas são exportadas para 31 países, com dominância dos
Estados Unidos e Japão. A exportação interestadual se concentra para São Paulo, Rio de Janeiro
e Minas Gerais, que respondem por 68,2% de todo o volume comercializado. Apresenta-se
dificuldade para se estimar o real consumo da população residente no Estado do Pará.
Especula-se que 8 a 10% da produção correspondente de polpa é exportado para outros países,
30% para exportação interestadual e 60% é consumido no Estado do Pará. (TAVARES, 2015)
37
de políticas empresariais (pessoa que nunca experimentou e pessoas que acham o produto muito
caro), o que é um número muito baixo.
38
Continuando a tentativa de conhecer nossos possíveis futuros clientes, questionou-se
sobre o gênero destes. Observa-se que a pesquisa teve uma distribuição consideravelmente
homogênea, com uma leve tendência a um número maior de indivíduos do gênero feminino. A
Figura 5 ilustra essa pergunta.
39
Visando avaliar a renda de nossos potenciais clientes, questionou-se também sobre a
renda média destes. O resultado desta questão está apresentado na Figura 7 e foi bastante
satisfatório. A pesquisa atingiu todas as faixas de renda.
40
Para finalizar o perfil dos entrevistados perguntou-se sobre o nível de escolaridade destes.
Observa-se que a maioria dos entrevistados está cursando o nível superior, mas foram atingidos
também indivíduos de diversos outros níveis de estudos. Essa característica é consequência do
nosso formulário ter sido enviado para diversos grupos de alunos da UFMG nas redes sociais.
Essa questão está apresentada na Figura 9.
41
Figura 10 - Frequência de consumo do açaí dos entrevistados
Com relação a quantidade de açaí consumida, a Figura 11 nos mostra que o mais comum é o
volume de 300 ou 500 mL.
42
Figura 12 - Motivação para consumo do creme de açaí
As redes próprias de açaí são as mais frequentadas para compra do produto, sendo
escolhido por 85,4% dos entrevistados. Sorveterias e lanchonetes vem em seguida como
apresentado pela Figura 13. As perguntas seguintes mostram que o consumidor de açaí tende a
não ser fiel a uma marca/local específico, Figura 14, e quando são fiéis a maioria justificou que
era devido a qualidade ou sabor do produto. Como a maior motivação do consumo está
relacionada ao sabor e poucas pessoas são fiéis a uma marca, pode-se inferir que a qualidade
apresentada atualmente no mercado são próximas entre os estabelecimentos, ou seja, para maior
competitividade e fidelidade do cliente é necessário apresentar diferenciais.
43
Figura 13 - Locais de consumo de açaí
Para conhecermos a aceitabilidade para o consumo de uma nova marca do produto, foi
questionado aos entrevistados se estavam dispostos a experimentar uma nova marca. Foi
encontrado um resultado bastante positivo, cerca 96% mostraram dispostos a nova experiência
como pode ser observado na Figura 15. Juntamente com a falta de fidelidade vista na Figura 14,
44
mostra que a criação de uma nova no mercado poderá competir com as já existentes. O que
corrobora com a afirmativa que um diferencial além da qualidade/sabor pode ser uma possível
forma de fidelizar um consumidor.
5. ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO
Os fatores importantes foram definidos como:
● Proximidade do mercado: é um fator muito importante, pois o creme de açaí deve
ser mantido constantemente a temperaturas baixas, o que indica a necessidade de
transporte refrigerado (alto custo).
Obs.: Foi considerado como principal mercado alvo as grandes cidades de Minas
Gerais e Bahia.
Pontuação: 300
● Água: muito utilizada durante a lavagem dos frutos, após os mesmos terem
passado por um banho de hipoclorito, e também durante o tratamento na
despolpadeira. Logo, abundância desse fator se torna de extrema importância para
o processo.
Pontuação: 250
45
● Energia elétrica: O processo não exige maquinário pesado, como acontece no caso
da indústria de minério, por exemplo, mas a necessidade de estocar o produto sob
refrigeração eleva os custos com energia, logo, esse fator torna-se muito
relevante.
Pontuação: 250
● Impostos: O creme de açaí não é um produto com alto valor agregado, logo, uma
cidade em que exista subsídio deve ser priorizada, pois alta carga tributária pode
refletir fortemente no preço final do produto.
Pontuação: 200
● Matéria Prima: O maior produtor de açaí no Brasil é o Pará, sendo que a região
norte como um todo tem as maiores reservas de açaí do país. Logo, uma maior
proximidade dessas regiões se faz muito interessante, já que com a maior oferta
há uma tendência de se comprar o fruto por preços mais baixos. Isso desde que o
mercado alvo também esteja perto.
Pontuação: 150
46
h - Distância das áreas produtoras (30)
i - qualidade do fruto fornecido (70)
j - preço do fruto fornecido (50)
Com essas definições montou-se a Tabela 5.1 para a tomada de decisão da melhor
localização para implementação da fábrica e comércio.
Tabela 5.1 - Fatores importantes para decisão de localização de instalação da indústria
6. LOGOMARCA
A Logomarca foi desenvolvida buscando referenciar inicialmente a fruta, ingrediente
central de todo o empreendimento, porém, objetiva-se ainda vincular à mesma, a maneira em que
a fruta é geralmente preparada (creme), sendo servida em recipientes semelhantes a arte disposta.
Dessa forma, a arte remete a cor do creme e a forma de disponibilizá-lo ao cliente final.
A imagem mais “clean” da logo remete ao produto final que será uma polpa mais pura,
com o objetivo de não aumentar o valor calórico e não ter mudança do sabor da fruta, ou seja,
interferir na qualidade do sabor. Isto é, a imagem “clean” remete a ideia de que a polpa
disponibilizada tem um grau de pureza/qualidade maior. Além disso, a qualidade do produto e
47
seu valor nutricional pode ser complementados com aditivos, como frutas, suplementos
alimentares, entre outros; os conhecidos mix de açaí. Tudo isso, levou-se ao nome Açailândia,
nome que remete a um local em que é produzido a polpa do açaí na sua forma pura, mas também
com os seus diferentes mix.
Por fim, a empresa compromete-se a utilizar embalagens ecologicamente corretas para as
para o comércio atacadista e varejista, o ciclo criado juntamente com o nome da marca mostra
essa rotatividade à natureza dos materiais sem que a prejudique tanto.
Com todos esses conceitos em mente, chegou-se na logomarca:
7. PROJEÇÃO
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acerca
da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura no ano de 2017, a produção de açaí no Brasil
chegou ao valor de 219.885 toneladas no ano, movimentando um montante de
R$596.768.000,00. Ao se olhar especificamente para o Nordeste (região em que estará localizada
a empresa), verifica-se uma produção de 18.330 toneladas no ano, movimentando
R$29.195.000,00.
Diante desses dados, e da crescente que o mercado de açaí vem presenciando, a empresa
estabelece sua primeira visão: conquistar 3% do mercado de açaí do Nordeste. Isso significa uma
produção de 540 toneladas de açaí no ano, o equivalente a 45 toneladas no mês. Essa produção, a
48
partir de uma estimativa com os dados coletados pelo IBGE, renderia uma receita bruta de
aproximadamente R$880.000,00 no ano para a empresa, valor compatível com a classificação de
uma empresa de pequeno porte.
8. BALANÇO DE MASSA
Para a produção de 45 toneladas de polpa de açaí no mês, o processo deve correr a uma
taxa de produção de aproximadamente 62,5kg por hora. Sendo assim, ao final do processo
temos:
m10 = m11 = 62,5kg de polpa de açaí;
sendo que:
m10 = vazão de saída de polpa total da Desapolpadeira;
m11 = vazão de saída de polpa do Pasteurizador.
A saída total da Desapolpadeira é a união das saídas das duas Desapolpadeiras que a
constituem, dessa forma:
m7 = m6 = = 31,25kg de polpa de açaí;
sendo que:
m7 = vazão de saída de polpa da primeira Desapolpadeira;
m11 = vazão de saída de polpa da segunda Desapolpadeira.
Considerando a produção da polpa de açaí do tipo A (14% de sólidos), tem-se que a polpa
que deixa a Desapolpadeira é constituída de 8,75kg de fruta. Sendo assim, o restante da massa da
polpa é constituído de água:
m15 = 62,5 – 8,75 = 53,75 kg de água;
sendo que:
m15 = vazão de água que entra na Desapolpadeira.
Considerando também que apenas 20% do grão de açaí é aproveitado para elaboração do
produto final, enquanto o restante (semente) é considerado resíduo, temos que:
m5 = = 43,75kg de grão;
sendo que:
m5 = vazão de grão que entra na Desapolpadeira.
49
Da mesma forma:
m8 = m9 = = 17,5kg de resíduo;
sendo que:
m8 = vazão de resíduo da primeira Desapolpadeira;
m9 = vazão de resíduo da segunda Desapolpadeira.
Tendo em vista que o Tanque Amolecedor serve apenas para diminuir a rigidez da fruta,
não produzindo resíduos consideráveis, temos:
m5 = m4 = 43,75kg de grão;
sendo que:
m4 = vazão de entrada de grão no Tanque Amolecedor.
Tendo os dados de raio médio (1cm) e massa média do grão de açaí (1,5g), podemos
calcular o volume médio de açaí dentro do Tanque Amolecedor, que é de 122,5L. Sendo assim,
definimos um volume de tanque de 150L. Como os grãos devem ficar submersos em água, o
volume de água para preencher o tanque é estipulado da seguinte forma:
m14 = 150 – 122,5 = 27,5L = 27,5kg de água;
sendo que:
m14 = vazão de entrada de água no Tanque Amolecedor.
A saída de resíduo desse tanque é basicamente a água que entrou, logo:
m19 = 27,5kg de água;
sendo que:
m19 = vazão de saída de resíduo do Tanque Amolecedor.
O mesmo raciocínio do Tanque Amolecedor pode ser usa para o Tanque de Enxágue,
dessa forma temos:
m4 = m3 = 43,75kg de grão;
m13 = 150 – 122,5 = 27,5L = 27,5kg de água;
m18 = 27,5kg de água;
sendo que:
m3 = vazão de entrada de grão no Tanque de Enxágue;
m13 = vazão de entrada de água no Tanque de Enxágue.
50
m18 = vazão de saída de resíduo do Tanque de Enxágue.
Já no Tanque de Separação e Sanitização, podemos considerar uma perda de massa de
10% referente à resíduos de sanitização. Dessa forma:
m2 = = 48,61kg de grão;
sendo que:
m2 = vazão de grão que entra no Tanque de Separação e Sanitização.
O volume do tanque, a entrada de solução clorada e a saída de resíduo podem ser
calculadas da mesma forma que dos outros tanques. Sendo assim:
m16 = 150 – 136,1 = 13,9L = 13,9kg de solução clorada;
m17 = 13,9 + 48,61*0,1 = 18,76kg de resíduo;
sendo que:
m16 = vazão de entrada de solução clorada no Tanque de Separação e Sanitização;
m17 = vazão de saída de resíduo do Tanque de Separação e Sanitização.
Já no Separador Rotativo de Grelha, podemos considerar uma perda de massa de 30%
referente à resíduos de limpeza. Dessa forma:
m1 = = 69,44kg de grão;
sendo que:
m1 = vazão de grão que entra no Separador Rotativo de Grelha.
9. BALANÇA DE ENERGIA
Todos os processos (até a pasteurização) são essencialmente transformações físicas que
não envolvem troca térmica e ocorrem à temperatura ambiente (25ºC). Já o processo de
pasteurização, um balanço de energia é necessário para verificar a quantidade necessária de
vapor saturado a 4bar para aquecer a polpa de açaí até 85°C (com eficiência de 90%) e a
quantidade de água a -10ºC necessária para resfriar a polpa de açaí até 5ºC. A equação utilizada
para cálculo das propriedades são as seguintes:
51
Considerando o Cp da polpa de açaí igual a 4,04kJ/khK, o Cp da água é
4,21kJ/kgK e o Cl do vapor é 298kJ/kg, e aplicando as equações, tem-se que a vazão de vapor
necessária é de 9kg/h e a vazão de água necessária é de 107kg/h.
● Definição da missão da empresa: toda companhia existe para atingir um propósito. Este
propósito irá orientar todas as futuras decisões e ações. No caso em questão, a missão
escolhida foi: ‘valorizar os frutos nacionais’. Dessa forma, mais do que simplesmente
comercializar a polpa de açaí, existirá uma preocupação em valorizar as origens desse
fruto, além de questões ambientais, com possibilidades de expandir as operações rumo a
produção de mix de do produto principal.
Partindo dessas definições e da pesquisa de mercado, o foco alvo será redes próprias de
açaí na venda no atacado. Espera-se, também, realizar a venda no varejo via internet para o
consumidor primária. Como a marca tem o objetivo da valorização do produto nacional, serão
realizadas campanhas para apresentar mais sobre o fruto e suas origens. Além disso, a empresa
tem como base da sua logomarca a reutilização dos seus resíduos principais e o uso de
embalagens ecologicamente, essas bases irão de encontram com essas campanhas de valorização
do fruto para que a marca seja conhecida pela sua responsabilidade ambiente. Dessa forma,
acredita-se que essas campanhas agregaram valor ao produto vendido e com isso conquistar a
52
fidelização dos consumidores finais.. Por fim, objetiva-se comercializar o produto no valor de
mercado com preços diferenciados para compras no varejo e no atacado.
53
forma, seria possível inclusive utilizar essa água para irrigação, mas a escolha inicial foi apenas
descartá-la.
54
ANEXO A
PFD
55
ANEXO B
PLANTA
56
REFERÊNCIAS
57
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-producao-da-extracao-vegetal-e-da-silvicultura.html?=&t=resultados> Acessado em: 26
de Novembro de 2018
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58
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59