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As calçadas e a caminhabilidade

como medidas para um


urbanismo sustentável
1
Josieli Franco Bernardi
2
Matheus Filipe Kutzke
Thiago Maioli Lanziotti3

RESUMO

O presente artigo tem como principal objetivo fazer um estudo sobre a


caminhabilidade e como a mesma implica na busca por um urbanismo mais
sustentável. Utilizam-se como fundamentação teórica, os aspectos conceituais que
definem e caracterizam as cidades, mais especificamentes as calçadas, na falta de
incentivo pela infraestrutura das mesmas, que muitas vezes desestimulam o
pedestre a caminhar, aumentando assim o número de poluentes gerados por
automóveis. O texto traz discussões sobre o espaço do pedestre, a acessibilidade,
além de questões como a segurança. A metodologia utilizada para o
desenvolvimento da presente pesquisa baseou-se em produções correlatas. Como
resultado, verificou-se uma menor emissão de poluentes ao ar e maior qualidade de
vida onde a caminhabilidade é maior em cidades onde o pedestre é incentivado a
caminhar por meio de programas e campanhas governamentais, obtendo-se assim,
cidades mais limpas e mais qualidade de vida.

Palavras-chave: ​Caminhabilidade, calçadas, sustentabilidade, mobilidade urbana.

1
​Acadêmica do Curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo da FACC - Faculdade Concórdia.
E Mail: ​fjosi471@gmail.com
2
​Acadêmico do Curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo da FACC - Faculdade Concórdia.
Email: matheusf.kutzke​@gmail.com
3
Professor do Curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo da FACC - Faculdade Concórdia.
Email: thiago.lanziotti@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
Levando em consideração a natureza humana, segundo Rodrigo Pereira dos
Reis (2016) “​é possível passar uma vida inteira sem nunca ter dirigido ou entrado em
um automóvel. Sem andar, não​”.
Reis (2016) explica que andar é acionar os cinco sentidos, estabelecendo
uma relação direta com a cidade. Sendo assim não há forma melhor de fomentar o
urbanismo sustentável do que incentivando as pessoas se deslocarem a pé e
conhecerem melhor os locais onde vivem.
Entretanto, ao longo dos anos as pessoas pararam de caminhar a pé, isso se
deu principalmente por conta das cidades negligenciaram esta modalidade de
deslocamento. Conforme explica Lincoln Paiva (2017) “As cidades se tornaram
extremamente voltada para automóveis, e o pedestre deixou de ser prioridade. Com
isso, a cidade não faz nenhum sentido para as pessoas, onde as distâncias ficaram
mais longas, inseguras e inacessíveis”.
O artigo tem como finalidade básica alertar sobre as dificuldades de
locomoção nas calçadas das cidades, fato que muitas vezes é considerado uma
aventura, principalmente para pessoas com deficiência, idosos, mães com carrinhos
de bebês e etc. Reis (2016), explica que “​por causa disso, tem gente que às vezes
até prefere não sair de casa. Pedestres em geral são sistematicamente
desrespeitados no Brasil”​.
Sobre tudo isso, ainda ressalta-se a importância do pedestre ter
conhecimento de qual é seu direito de espaço nas cidades, tal como a infraestrutura
e os equipamentos que compõem uma calçada, os recuos necessários para que o
passeio público tenha a largura adequada.
O artigo também busca retratar formas e incentivos para que a
caminhabilidade seja despertada nas pessoas, pois quanto mais pessoas nas ruas
caminhando, menos provável é acontecer um crime, além de que o deslocar-se “a
pé” é o que faz o pedestre respirar menos poluentes. Além disto, as cidades
incentivando menos uso do automóvel e mais caminhada, reduzem
consideravelmente o número de poluentes no ar, tornando-se mais limpas e
aumentando a expectativa de vida das pessoas.
2 ZONAS HÍBRIDAS E O ESPAÇO DO PEDESTRE
Além da qualidade física das calçadas, observa-se também a necessidade da
mesma ser uma ferramenta de ampliação da vitalidade urbana. Estes espaços
específicos são chamados de Zonas Híbridas por Sander van der Ham e Eric van
Ulden no livro “Cidade ao Nível dos Olhos”, para eles “um banco ou vasos, plantas e
outros objetos pessoais, colocados no que parece ser a calçada, criam uma zona de
transição sutil, a zona híbrida”.
Além dos aspectos físicos das zonas híbridas, é possível verificar aspectos
sociais. Apropriar-se da zona híbrida ou reivindicá la traz charme à rua. Ela se torna
personalizada e, na verdade, parece que ela pertence a alguém. Esse
“pertencimento” tem impacto no ambiente social imediato através da possibilidade de
identificação social. (Ham e Ulden, 2015)
Contextualizando a respeito da caminhabilidade, tem-se a percepção de que
a criação de zonas híbridas é de suma importância para a calçada tornar-se muito
mais atrativas para os pedestres, conforme mostra a Figura 01. Sendo assim, parte
principalmente do poder público a iniciativa de permitir que as pessoas em áreas
residenciais e comerciais se apropriem da calçada sem atrapalhar o fluxo da mesma.
Figura 04 - Exemplo de Zona Híbrida.

Fonte: Livro Cidade ao Nível dos Olhos (2015)

2.1 A estrutura física da calçada


A primeira faixa, de serviço, é destinada a colocação de mobiliário urbano,
árvores, rampas de acesso, poste de iluminação e sinalização de trânsito. Já a
segunda faixa deve ser livre, plana e desobstruída, destinada à circulação de
pedestres. A terceira faixa é de acesso aos lotes, sendo opcional para calçadas com
mais de 2,00 metros de largura, em frente ao lote, onde poderá estar: vegetação,
propaganda móvel e mesas de bar, desde que essas não impeçam o acesso aos
imóveis, como é ilustrado na figura 01.

Figura 01: Largura das calçadas de acordo com a normativa.

Fonte: - Site The City Fix Brasil (2017)

Outra questão importante que também pode intervir na caminhabilidade,


envolve os materiais permitidos, a antiga legislação definiu três tipos de materiais
como regulamentados: mosaico português, ladrilho hidráulico e o “​cimentado​” e
também permitia outros materiais mediante aprovação da prefeitura. Dificilmente
isso era seguido, resultando em uma falta de padrão e continuidade do piso nas ruas
da cidade. Atualmente ficam permitidos somente os seguintes tipos de piso: bloco
intertravado, placa pré-moldada de concreto, ladrilho hidráulico e concreto liso ou
estampado e os demais pisos não podem ser usados. O granito e o mosaico
português ficam restritos aos locais históricos onde já estão incorporados à
paisagem e com isso, gradativamente deverá diminuir a diversidade de materiais. E,
conseqüentemente, teremos uma maior continuidade do passeio.
Outro ponto importante de uma calçada é a esquina, onde a mesma precisa
estar desobstruída para permitir a circulação e a permanência de pedestres. Sendo
assim, é importante constatar algumas medidas padrões, ​onde o mobiliário de
grande porte, como banca de jornal, deve ficar há 15 metros do eixo da esquina. O
mobiliário de tamanho pequeno ou médio, como o telefone público ou caixa de
correio, deve estar a 05 metros.
Além do que já foi citado para padronizar e assim garantir o direito de
caminhabilidade com segurança dos pedestres, também precisa-se garantir a
acessibilidade. Em todas as calçadas é imprescindível a presença do piso tátil de
alerta, de acordo com a figura 02, este é um recurso que auxilia a pessoa portadora
de deficiência visual quanto aos seu posicionamento na área da calçada, portanto
deve ser instalado em áreas de rebaixamento, travessia elevada, canteiro divisor de
pistas ou obstáculos suspensos.
Figura 02: - Piso podotátil de acordo com a normativa.

​Fonte: - Site The City Fix Brasil (2017)

Outro item indispensável que devem estar presentes nas calçadas para
garantir o ir e vir em segurança de todos os pedestre, são as rampas de
rebaixamento de calçada, que devem estar juntas às faixas de travessia de
pedestres. É um recurso que facilita a passagem do nível da calçada para o da rua,
melhorando a acessibilidade para as pessoas com mobilidade reduzida, como
cadeirantes, e também pais com carrinhos de bebê, ou carrinhos de mão em geral.
Rebaixamentos devem estar em cor contrastante com a do piso. Largura de
0,25 a 0,50m, afastada 0,50m do término da rampa como representado na figura 03.
Figura 03: - Rebaixamento de calçadas.
​Fonte: - Site The City Fix Brasil (2017)

3 AS CONSEQUÊNCIAS DA MÁ CONSERVAÇÃO DOS PASSEIOS PÚBLICOS

Após o entendimento da importância que as calçadas possuem para a


ampliação da possibilidade de alcançar-se um urbanismo mais sustentável nas
cidades, tem-se a dura realidade do estado de conservação dos passeios públicos,
principalmente no Brasil.
Antonio Risiero (2018) faz uma reflexão acerca do assunto, trazendo o fato de
que “​em 2012, um estudo da Companhia de Engenharia de Trânsito revelou que 171
mil pessoas caíam anualmente nas calçadas da região metropolitana de São Paulo,
gerando um custo social de cerca de três bilhões de reais por ano​”.
Estes números expressam nada mais que a dura realidade. Porém, antes de
falar sobre o estado físico das calçadas deve-se levar em consideração a ineficiência
no cumprimento das leis, mais especificamente do Plano Diretor, que na maioria das
cidades determina que os passeios não podem ter degraus e devem ser
pavimentados com piso antiderrapante. Caso o proprietário do imóvel não cumpre,
nada acontece.
Risiero (2018) acrescenta ainda que:

Esta cidade atual não quer saber de ninguém flanando por suas ruas.
Banimos o andar prazeroso em nossos centros urbanos. Passeios
bloqueiam passos ou são expulsos. A falta de uma padronização
estabelecida pelo poder público e a falta de educação urbana dos donos de
imóveis responsáveis pelas calçadas se conjugam para atrapalhar os
pedestres. Principalmente, idosos e deficientes físicos, para os quais
quedas podem ser um tremendo problema.
Dentro da temática abordada este fato implica principalmente em como as
pessoas são impedidas de contemplar a cidade enquanto andam. Ou seja, não
podem apreciar a paisagem física ou humana, a arquitetura, olhar a cidade no plano
mais íntimo e sensível, que conforme citado no início do texto, isso só pode ser
propiciado ao andar a pé. Risiero (2018)

3.1 Caminhabilidade e Saúde Pública

Uma pesquisa realizada pelo site The city Fix Brasil, a pesquisadora Priscila
Pacheco (2017), afirma que “​boas condições de caminhabilidade contribuem para a
saúde e o bem-estar das pessoas”, ​sendo assim, algumas pessoas optam e sentem
mais prazer em caminhar do que outras, e os fatores que determinam isso podem ir
além da escolha pessoal, sendo em muitos casos, os níveis de caminhada no dia a
dia são determinados pelo desenho urbano. A maneira como as ruas e bairros são
traçados ultrapassa questões estéticas ou de planejamento e afeta diretamente o
estilo de vida, a saúde, a prática de atividade física e o bem-estar de quem mora ou
frequenta cada área da cidade, a mesma pesquisa ainda relata que espaços
urbanos mais convidativos despertos o desejo de permanecer por mais tempo ao ar
livre, quanto mais conectado e dotado de áreas verdes for um bairro, maiores
tendem a ser os índices de caminhabilidade e, consequentemente, de atividade
física e sensação de bem-estar.
Segundo a pesquisadora Priscila Pacheco (2017), em sua pesquisa diz que:

“O mais antigo e democrático dos meios de transporte floresce em


ambientes densos, caracterizados pela mescla de usos residencial e
comercial, com ​fachadas ativas e espaços de convívio que criam destinos
para os trajetos a pé. São bairros projetados na escala dos pedestres, com
calçadas acessíveis, mobiliário urbano, boa iluminação e espaços
agradáveis”.

Se as pessoas desenvolvem o hábito de caminhar mais e, assim, passam


mais tempo na rua, a tendência é que a cidade ou bairro se tornem também mais
seguro, porque as pessoas tendem a se afastar, de forma intuitiva, de ​lugares
vazios​, a presença de “outros”, mesmo que desconhecidos, acaba com o vazio das
ruas, tornando-as mais seguras e vivas, como mostra na figura 05.
Figura 05: - Mais pessoas nas ruas, passam maior sensação de segurança.

Fonte: Google Imagens (2018)

O bem-estar aparece como resultado da combinação entre as diferentes


esferas da saúde, física, mental e social. Caminhar em oposição a dirigir sozinho de
um lugar a outro, contribui para aumentar as interações sociais entre vizinhos e este
movimento, por sua vez, é o que cria, com o tempo, a sensação de familiaridade e
pertencimento a determinado local. Um bairro projetado na escala das pessoas
potencializa essas interações a partir do modo como foi desenhado e elevam o
senso de comunidade, associado à redução da criminalidade, à maior segurança
das crianças e a níveis mais altos de felicidade. Pacheco (2017)

3.2 Poluição do ar

Veículos motorizados são responsáveis por 70% da poluição do ar, essa


campanha mostra que até mesmo carros elétricos, que dizem ser sustentáveis,
podem produzir partículas de poluição por causa dos pneus e desgaste dos freios.
Para se ter uma ideia, conforme a pesquisa realizada pelo Healthy Air (2014),
conclui-se: “​a poluição custa ao país cerca de 20 milhões de libras por ano (algo em
torno de 75,5 milhões de reais)​ ”.
A campanha Healthy Air monitorou as viagens realizadas por pessoas de
carro, ônibus, bicicleta e a pé para mostrar a exposição à poluição de ar que as
pessoas sofrem em diferentes meios de transporte e como as escolhas de meios de
deslocamento impactam não só a contribuição para poluição.
Este levantamento mostrou que quem utilizou o carro ficou exposto à maior
quantidade de poluição, entre todos os modais. A razão para isto é que os veículos
absorvem a fumaça produzida pelo veículo a frente, essa poluição adentra o carro
por meio do sistema de ventilação e fica preso dentro dos veículos, o que resulta em
níveis de concentração mais altos.

​Em contrapartida, caminhar e pedalar reduz a exposição à poluição mesmo em


vias de tráfego intenso, comparado a quem dirige ou se locomove de ônibus. O
ciclista compartilhando a mesma via que o carro é capaz de evitar os níveis de
concentração mais elevados de poluição por nem sempre estar diretamente atrás do
veículo da frente e porque o ar era capaz de circular livremente em torno dele. Os
níveis mais baixos de poluição foram verificados nos voluntários das rotas
alternativas por vias tranquilas. Quem caminhou foi exposto a um terço da poluição
em relação a quem andou pela rota mais movimentada. Para os ciclistas, a diferença
foi mais evidente nos níveis médios de poluição, que foram 30% mais baixos para a
rota mais tranquila.

Através dessa pesquisa conclui-se as medidas que não só em Londres, mas


todos os países, que deve-se incentivar o caminhar, que os pedestres deixem seus
carros na garagem, sendo assim, as cidades e principalmente as calçadas, devem
estar equipadas corretamente, com o espaço para o pedestre respeitado, além do
cuidado para que esses espaços voltem a serem convidativos e interessantes as
pessoas, porque mais pedestres nas ruas, é sinal de menos poluentes de
automóveis no ar.

4 REQUISITOS PARA DEFINIR CALÇADAS CAMINHÁVEIS E SUSTENTÁVEIS

Segundo Roberto Ghidini (2010) “​a caminhabilidade deve proporcionar uma


motivação para induzir mais pessoas a adotar o caminhar como forma de
deslocamento, restabelecendo suas relações com as ruas e os bairros”.​
Para tanto, ​o professor Júlio Pozueta em “La ciudad paseable” (2009) cita os
principais requisitos para definir calçadas caminháveis:
Funcionalidade​: o autor explica que as calçadas devem conectar os principais
focos de geração sem desvios ou esperas desnecessárias. Ou seja, boa conexão
com estações e paradas de transporte público, assim como aos centros de emprego,
escolas, comércio, diversão, centros culturais, etc.
Atratividade: ​as calçadas devem proporcionar zonas animadas ou de
atividade intensa. Também pelas vistas e panoramas que podem proporcionar, ou
ainda pelo ritmo e concentração de pontos de interesse, monumentos, etc.
Conforto:​ segundo o autor, devem ser amplas, bem pavimentadas,
declividades moderadas, pouco ruidosos, com zonas de sombra e proteção frente à
chuva, e dotados de equipamentos públicos (bancos, telefones, etc.).
Segurança​: conforme explica Pozueta (2009), devem proporcionar segurança
tanto em relação aos veículos (com separação de calçada, cruzamentos
preferenciais, etc.) como a possíveis situações de baixa sociabilidade e insegurança
(através de calçadas vigiadas, ausência de lugares ocultos, implantação de
iluminação pública, etc.).
Levando isso em consideração, Ghidini (2010) também cita que devemos
relembrar certas atitudes e fatos que só se tornam possíveis através do simples ato
de caminhar e muitas vezes não são valorizadas, mas contribuem muito para a
melhoria da qualidade do espaço urbano:
1. Somos todos pedestres em deslocamentos obrigados ou à passeio;
2. Tornam-se mais seguras as ruas com a presença de pessoas;
3. Muitos são obrigados a caminhar outros escolhem fazê-lo;
4. É barato;
5. É bom para os negócios (comércio turismo, etc.)
6. Qualquer outro modo de deslocamento exige caminhar;
7. É bom para o meio ambiente;
8. Pode reduzir a demanda de infra-estruturas de transporte;
9. Pode melhorar a saúde das pessoas;
10. Melhora a qualidade de vida (independência, sociabilidade, etc.)
Em suma, Calliari (2015) afirma que:

“A caminhada tem que ser, útil, segura, confortável e interessante. Nós,


humanos caminhantes precisamos de calçadas boas, distância dos carros,
mas também de acolhimento. Códigos municipais deveriam incentivar as
fachadas amigáveis: toldos, vitrines, lojas pequenas, mesas, reentrâncias.
Todos querem uma novidade a cada 5 segundos e não um paredão de 40
metros. E, claro, árvores. Árvores diminuem temperatura, fazem sombra e
ainda seqüestram dióxido de carbono, além de melhorar o prazer do
caminhar.

Sendo assim, gestores públicos devem aplicar corretamente os recursos para


que todos esses atributos sejam minimamente alcançáveis, tornando as calçadas
cada vez mais caminháveis e sustentáveis.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Morar numa casa é morar numa rua. Morar numa rua é poder andar por ela.
Mas hoje, quando as pessoas falam de mobilidade urbana, dificilmente se lembram
dos pedestres. No entanto, precisamos de meios e modos que nos permitam andar a
pé pela cidade. Riserio (2018)
Segundo Ghidini (2010), os espaços públicos estão, cada vez mais, sofrendo
com degradação, em muitos casos, causados pela circulação de modais de
transporte individual, que por sua velocidade, consumo energético e mesmo massa
e volume, além da poluição atmosférica e sonora afastam a vida social e coletiva
destes locais.
A respeito dos aspectos específicos das calçadas, conclui-se que os fatores
que mais influenciam no deslocamento dos pedestres nas calçadas são a
conectividade dos percursos, o tamanho das distâncias, a disposição do mobiliário
urbano e o estado de conservação das calçadas, além dos espaços de
permanência, apresentados aqui como zonas híbridas.
Assim, recuperar a condição e a escala humana é necessário e urgente para
a humanização das cidades, de seus bairros, praças e, sobretudo, de suas ruas. A
caminhabilidade ou o simples caminhar, como uma atitude, pode recuperar esta
característica fundamental à ecologia urbana, promovendo a equidade e
restabelecendo ao ser humano seu compasso ou seu “timing” que há pouco mais de
um século vem sendo abalado. Ghidini (2010)
Através do estudo da bibliografia aqui levantada, pode-se perceber que os
pedestres e a mobilidade urbana em geral, atualmente vem sendo mais discutidos
inclusive nas redes sociais. No entanto, apesar desta maior relevância dada ao
tema, os meios de transporte motorizados ainda são os que prevalecem na tomada
de decisões para a realização de intervenções urbanas. Isso vai na contramão da
Lei de Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12), que prioriza o uso de
transporte não motorizado, buscando a promoção de cidades sustentáveis,
acessíveis e de qualidade para os cidadãos, como discute Isabela de Cerqueira
(2017).

6 REFERÊNCIAS

HANS, et al. “​A Cidade ao Nível dos Olhos​​, Lições para os Plinths”. Editora
PUC-RS. Porto Alegre, 2015.

“Pobres Pedestres​​, as calçadas desprezadas das cidades brasileiras”. RISERIO,


Antonio. Disponível em:
<​http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/19.217/7072​> Acesso em 12
nov 2018.

“A Caminhabilidade, Medida Urbana Sustentável”​​. GHIDINI, Roberto. Disponível


em:<​http://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/a-caminhabilidade-medida-urbana-
sustentavel.pdf​> Acesso em 12 nov 2018.

“Urbanismo Caminhável. ​A Caminhabilidade como prática para Construção de


Lugares”. PAIVA, Lincoln. Disponível
em:<​http://tede.mackenzie.com.br/jspui/handle/tede/3400#preview-link0​> Acesso em
13 nov 2018.

“Os Pés da Cidade: ​Um estudo sobre a caminhabilidade, relações socioespaciais


nas calçadas e mobilidade dos pedestres”. CERQUEIRA, Isabella. Disponível
em:<​http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/32086/3/2017_IsabellaWanderleydeCe
rqueira.pdf​> Acesso em 13 nov 2018.

“Ruas, Calçadas e Parques: ​As Formas de Espaço Público”. REIS, Rodrigo.


Disponível em:<​http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.193/6144​>
Acesso em 09 nov 2018.

“A Vez dos Pedestres: ​Porque estimular a caminhada na cidade é um bom


negócio”. CALLIARI, Mauro. Disponível
em:<​http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/14.159/5468​> Acesso
em 09 nov 2018.

“Pessoas tendem a ser mais felizes e saudáveis em bairros caminháveis”​​.


PACHECO, Priscila. Disponível
em:<​http://thecityfixbrasil.com/2017/03/22/pessoas-tendem-a-ser-mais-felizes-e-saud
aveis-em-bairros-caminhaveis/​> Acesso em 19 nov 2018.

“Estudo mostra quem sofre mais com a poluição:​​ ciclista, pedestre, motorista ou
passageiro de ônibus?”. BERTOLINI, Enzo. Disponível
em:<​http://vadebike.org/2014/11/pesquisa-ciclistas-poluicao-motoristas-carro-onibus/
> Acesso em 19 nov 2018.

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