Sei sulla pagina 1di 1

As experiências relacionais dos estudantes indígenas Kaingang na Universidade

Federal do Rio Grande do Sul

Desde 2008, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) destina anualmente
dez vagas suplementares para ingresso de estudantes provenientes de comunidades indígenas em
seus cursos de graduação, como parte de uma política de ações afirmativas. A presença destes
sujeitos, historicamente ausentes do espaço universitário, representou um momento enriquecedor,
tanto para os estudantes quanto para a própria instituição, mas também trouxe consigo muitos
desafios e dificuldades. Segundo dados de Doebber (2017), dos 95 estudantes indígenas que haviam
ingressado na UFRGS desde 2008, 57 (60%) permaneciam matriculados, e 6 (6,3%) diplomaram-
se, enquanto 32 (33,7%) estudantes encontravam-se nas seguintes situações: três em trancamento de
matrícula, quatro desistiram na vaga, 23 foram desligados por abandono e dois estavam em
processo de desligamento. Frente a esse contexto, o presente trabalho teve como objetivos analisar
as experiências relacionais dos estudantes indígenas, pertencentes à etnia Kaingang, com os seus
colegas de turma, professores, orientadores e monitores; a influência destas relações sobre o
acompanhamento do curso por parte dos citados alunos; bem como as estratégias desenvolvidas por
eles para enfrentar as possíveis dificuldades. Para alcançar estes objetivos, realizamos quatorze
entrevistas semi-estruturadas com estudantes Kaingang matriculados na UFRGS, assim como
observações de cunho etnográfico por um período de aproximadamente um ano, de abril a
dezembro de 2016, no “Grupo de Acolhimento aos Estudantes Indígenas” da UFRGS e nos
seminários “O que é ser índio?”, desenvolvidos pelo mesmo grupo. Os dados, analisados à luz da
sociologia do estrangeiro, apontam as relações de amizade, apoio e colaboração estabelecidas pelos
estudantes indígenas com os citados atores universitários, bem como as situações de preconceito e
discriminação vivenciadas no interior da instituição. Evidenciamos ainda a maneira como estas
relações influenciaram no acompanhamento dos conteúdos das disciplinas de seus cursos e as
estratégias utilizadas pelos estudantes indígenas para melhorar a convivência com os seus colegas e
professores.

Palavras-chave: estudantes indígenas; ações afirmativas; universidade; relações étnico-raciais.

Potrebbero piacerti anche