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Direito Penal III

Instrutor: MAJ PM PAULO CUNHA

60H

1 VF e 2 VC:

- Crimes contra a vida (VC – prova escrita individual)

- Seminário – Explanação sobre determinados crimes (2ª VC)

- Todo o assunto cumulativo (VF)

Bibliografia: nenhuma indicação;

Aula 17/07/2019 – Apresentação da disciplina e crimes contra a pessoa

Crimes contra a pessoa

Crimes contra a vida

Homicídio (Art. 121 – CP)

o Delito que deu significado a existência do próprio Direito Penal;


o Deve ser entendido como um crime por excelência: o mais relevante delito que exista
para proteger o maior bem que possuímos (a vida);
o Espécies de homicídio doloso:
o Simples (Caput) – “Matar alguém”
o Privilegiado (§1º)
o Qualificado (§2º)
o Previsão da modalidade culposa
o Classificação Doutrinária: crime comum (não se exige qualidade especial do agente, em
regra), crime simples (pois nasceu dele mesmo e se contrapõe ao crime complexo –
nasce da junção de mais de um tipo penal), crime de forma livre (não existe uma forma
específica de execução), crime comissivo (pressupõe uma ação), crime de dano (causa
lesão a um bem jurídico tutelado), crime monossubjetivo (pode ser praticado por uma
só pessoa), plurisubssistente (pode ser fracionado em etapas), crime material, crime
instantâneo de efeito permanente, crime não transeunte (deixa vestígios);
Além disso, é crime simples por atingir um único bem jurídico (inclusive o homicídio
qualificado). Homicídio simples é distinto de crime simples.
o Sujeito ativo: qualquer pessoa (não pode ser animal);
o Sujeito passivo: qualquer pessoa (não pode ser animal, assim como não pode ser um
cadáver);
o Obs.: o animal pode ser utilizado como arma;
o Xipófagos: quando os xipófagos forem vítimas, o autor responde pelo duplo homicídio
(a doutrina discute se é dolo eventual ou dolo direto de 2º grau). Quando os xipófagos
são autores do crime: na remota hipótese de separação, reponde o que matou. Caso
não exista essa remota hipótese, os xipófagos não respondem (conforme a doutrina);
o Objeto material (a pessoa ou coisa que sofre com a ação do agente): a pessoa viva;
o Bem jurídico: a vida (direito fundamental);
o Início do tutelamento: início do parto (porque existe outro delito tutelando a vida intra-
uterina); prova – docimasia hidrostática de Galeno;
o Final do tutelamento: morte cerebral;
o Materialização do delito: exame de corpo de delito (art. 158 e 159 do CPP) – pode ser
direto (feito por peritos oficiais) ou indireto (feito com base nos prontuários de um
hospital que explicam o que aconteceu com aquela pessoa que já está mota);
o Elemento subjetivo: admite tanto o dolo animus mecandi (intenção de matar) quando
a culpa;
o Modalidade comissiva: pode ser pratica nas seguintes formas:
o Meio direto: atirar na vítima;
o Meio indireto: induzir cachorro a atacar a vítima;
o Meio material: ação química, física;
o Meio moral: ameaça, susto;
o Valor social (coletivo): matar um político, ou uma personalidade famosa;
o Valor moral (indivíduo): matar a própria filha;
o Eutanasia: o ordenamento não permite a sua prática. Eutanasia é diferente de
ortotanásia (caso de desligamento quando não se vê mais expectativa de avanço do
quadro do paciente);
o Homicídio Qualificado: pena autônoma mais gravosa (12 a 30 anos). Pode ser
qualificado pelos motivos dos incisos I e II (motivos - motivo torpe (repugnante) ou
motivo fútil (insignificante)), III (meios - meio insidioso ou cruel), IV (modos – à traição,
emboscada, dissimulação, etc), V (fins – para assegurar a execução, impunidade de
outro crime, etc);
o Competências: crimes dolosos contra a vida (cap. I do título I) são julgados pelo tribunal
do Júri;
o Pena: dois tipos de penas distintas (homicídio simples e homicídio qualificado) –
infração de elevado potencial ofensivo; (relembrando: pequeno potencial ofensivo –
máxima de 2 anos; médio potencial ofensivo – pena mínima não excede 1 anos);
o Situações específicas:
o Só o homicídio qualificado e o homicídio praticado por grupo de extermínio
configura crime hediondo (art. 1º da lei de crimes hediondos); Obs.: homicídio
simples pode ser crime hediondo (desde que praticado por atividade de grupo
de extermínio; (Esse é o entendimento do STJ – o privilégio prevalece sobre a
qualificadora; lembrando que é adotado o critério legal para definir o que é
crime hediondo)
o É possível falarmos em homicídio qualificado privilegiado? A boa técnica
jurídica faz que com que a causa de dimuição de pena (privilégio) ocorre
somente para o homicídio simples: tecnicamente não seria possível. No
entanto, a doutrina reconhece que a minorante (privilégio) pode ser aplicada ao
homicídio qualificado;
Tendo em vista que o privilégio tem caráter subjetivo, o homicídio só será
qualificado-privilegiado se a qualificadora for objetiva;
o A qualificadora e o privilégio não são incompatíveis entre si?
o Crime hediondo: o homicídio qualificado privilegiado é hediondo? A
privilegiadora retira a hediondez do homicídio (Súmula 511 do STJ);
o Transmissão dolosa do vírus HIV: o agente responde por tentativa de homicídio
ou lesão corporal gravíssima? Atualmente existem algumas posições que
entendem que deve responder por lesão corporal gravíssima;

OBS:
 O STJ, através do informativo 625, e Nucci entendem que a qualificadora
do feminicídio tem natureza objetiva. Para abalizada doutrina pátria, trata-
se de natureza subjetiva;
 A ausência de motivos não para a prática de homicídio não configura motivo
fútil (entendimento do STJ). Damásio de Jesus discorda: homicídio sem
motivo seria muito mais grave que por motivo fútil (“se pune com maior
severidade o motivo pequeno, imagina sem motivo algum”);

o Atividade: pesquisar sobre esse entendimento em relação da transmissão dolosa de


vírus e trazer para a próxima aula;
O entendimento da 5ª turma do STJ, em decisão do HC 160982/DF, é de que a
transmissão dolo do vírus HIV se enquadra na tipificação do art. 129, §2º, II do CP:
enfermidade incurável. Com isso, trata-se de uma lesão corporal grave e não do crime
de perigo de contágio venéreo (art. 130, CP – AIDS não é doença venérea, embora seja
sexualmente transmissível) ou perigo de contágio de moléstia grave (art. 131, CP –
quando o agente pretende contaminar alguém, age com dolo de dano, de modo a
afastar a incidência do crime de perigo subsidiário). Mirabette, contudo, entende que
caso o agente deseje a morte da vítima, nada impede de que o fato se enquadre à
tentativa de homicídio. Em outras palavras, se comprovado o dolo direto, haveria
tentativa de homicídio enquanto a vítima estiver viva. Esse entendimento de Mirabette
é consonante com outra jurisprudência do próprio STJ no caso de relação sexual forçada:
“Em havendo dolo de matar, a relação sexual forçada e dirigida à transmissão do vírus
da AIDS é idônea para a caracterização da tentativa de homicídio (STJ, HC 9.378, j.
18.10.99, vu, DJU 23.10.2000)”.

Dúvidas surgidas durante o estudo

1) O filho adotivo está abrangido na proteção conferida por este inciso VII? Se um filho
adotivo do policial é morto como retaliação por sua atuação funcional haverá
homicídio qualificado com base no art. 121, § 2º, VII, do CP?

Obs.:

Latrocínio

OBS:

 Súmula 610 STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma,


ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. Esse
entendimento do STF representa uma exceção ao art. 14 do CP (diz-se o
crime consumado quando nele se reúne todos os elementos de sua
definição legal);
 Crime preterdoloso (dolo na conduta antecedente e culpa na conduta
consequente) e, como tal não admite tentativa;
 Crime impossível em relação ao uso da arma:
o Regra: Se o agente visa matar a vítima mas esta sobrevive, ele só
pode ser responsabilizado por tentativa se ficar demonstrado que
o meio executório utilizado por ele poderia ter causado a morte
mas que, por circunstâncias alheias a vontade do agente, não se
atingiu a consumação do homicídio.
o Se um pessoa diz que quer cometer um homicídio e acaba pegando
uma arma emprestada não sabendo que a arma é de brinquedo,
não comete tentativa de homicídio, embora tenha apertado o
gatilho querendo matar a vítima
o Entendimento doutrinário: “é meramente relativa a ineficácia do
meio”;
 O agente deve responder pela tentativa quando ele não
consegue disparar por se tratar de projétil antigo que não
detona ou pelo fato de a arma, embora apta a efetuar os
disparos, apresentar defeito mecânico em que acionada;
 No entanto, se a perícia constatar que o revólver era
totalmente inapto de realizar os disparos por falta de uma
peça, haverá crime impossível (art. 17, CP);
 Celso Delmanto: “o revólver sem munição é absolutamente
inidôneo para matar alguém a tiro; já o revólver com balas
velhas (que podem ou não disparar de acordo com a sorte)
é meio relativamente ineficaz e seu uso permite configurar
tentativa punível”;
 Fernando Capez: “uma arma apta a efetuar disparos mas
que, às vezes, falha, picotando o projétil e, com isso, vindo
a vítima a sobreviver, ocorre tentativa, pois o meio era
relativamente eficaz”.
o Jurisprudência:
 Estando o revólver empunhado pelo réu desmuniciado,
com todas as balas já deflagradas, absolutamente ineficaz
o seu uso para a prática do homicídio. Tem-se, na espécie,
pois, verdadeira tentativa impossível” (TJSP — Rel.
Camargo Sampaio — RT 514/336);
 Configura crime impossível o uso de arma descarregada,
ocorrendo tal fato como causa de impunibilidade, segundo
o art. 17 do CP” (TJSC — Relª. Thereza Tang — ADV
7.342/760).

OBSERVAÇÕES GERAIS

 Crimes culposos no CP:


o Contra a vida: homicídio, art. 121, p. 3; e lesão corporal, art. 129, p.
6
o Contra o patrimônio: receptação, art. 180, p. 3
o Contra a incolumidade pública: incêndio, art. 250, p. 2
o Contra a Administração Pública: peculato, art. 312, p.2

Aula 06/08/2019 - Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (Art. 122 – CP)

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:

Pena — reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos,
se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

o Obs.: Omissão imprópria – aquela cometida pelo garantidor da lei;


o Instigação – reforço a ideia que já existe;
o Induzimento – faço nascer a ideia do suicídio;
o Classificação doutrinária: simples, comum, material, instantâneo de defeito
permanente, de dano, material, plurisubsistente, não transeunte, monossubjetivo;
o Sujeito passivo: qualquer pessoa, que tenha capacidade e discernimento para se matar
(não se incluem os doentes mentais que ao tempo de ação não tinham total
discernimento do que estavam cometendo e os menores);
o Obs.: Menor – aquele menor de 18 mas não menor que 14;
o Se a lesão for leve, a conduta será atípica;
o Se resultar a lesão grave, fica consumado o crime do art. 122;
o A doutrina majoritário entende que não cabe a tentativa;
o Sujeito ativo: qualquer pessoa;
o Motivo egoístico – motivo torpe (o irmão que pede que o outro se mate para que seja
o único herdeiro);
o Pacto coletivo de suicídio – o que sobrevive responde pelo art. 122.

Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (Art. 122 – CP)

Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto
ou logo após:
Pena — detenção, de dois a seis anos.

o Estado puerperal – alteração do estado físico e psicológico da parturiente que ocorre


após o parto;
o Classificação – crime bipróprio (o agente tem que ser mãe o a vítima tem que ser filho)
(não é crime de mão própria porque nesse caso porque admite coautoria);
o Infanticídio – é importante a prova da vida (docimasia hidrostática de galeno)
o O infanticídio poderia existir independente da prova de vida se fosse
comprovado que em algum momento o neonato teve batimento cardíaco
(jurisprudência do STF);
 Obs.: se a mãe em estado puerperal mata outra criança que não seja o
seu filho, prevalece o instituto jurídico do erro in persona (erro sobre a
pessoa) e nesse caso ela pratica o infanticídio;

ABORTO

Autoaborto / consentimento para que outro lhe provoque (Art. 124 – CP)

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide
ADPF 54)
Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
o Enquanto crime contra a vida, é de competência do tribunal do júri;
o Art 124 e 126 – em razão da pena mínima não ser superior a 1 ano, cabe o sursis
processual (MP solicita que o processo seja suspenso condicionalmente);
o Será que todo aborto é perigoso?
o Temos que considerar o aborto involuntário.
o Não se pode confundir o aborto com o homicídio e nem com o infanticídio;
o Anibal Bruno:
o O Aborto é uma exceção a Teoria Monista do Concurso de Pessoas;
o Classificação doutrinária – crime material, instantâneo de efeito permanente,
plurissubjetivo, plurissubsistente, crime não transeunte, de forma livre (pode ser
praticado de diversas maneiras). Em se tratando do 124 (1ª parte – auto aborto), o crime
será de mão própria (não admite a coautoria, mas admite a participação);
o Nidação – 14 dias;
o Gravidez equitópica (gravidez tubária) – não se considera esse procedimento médico
como um aborto;
o Até que momento se fala em aborto – até o início do parto; Parto normal – contração e
expulsão do feto; Parto Cesariana – secção das paredes intestinais;
o Pode-se ter uma situação de aborto em que o feto está fora do ventre (casos de
manobra intrauterina mas a morte ocorre fora do útero);
o Modalidade culposa – não está previsto no CP. Ou seja, o aborto culposo é um
indiferente penal. No entanto, ele pode ser um qualificador de uma conduta anterior
(lesão);
o Sujeito ativo – 124 – é a gestante; 125, 126 – qualquer pessoa;
o Bem jurídico – a vida;
o Material tutelado – o embrião ou o feto;
o Diferença entre o óvulo fecundado, o embrião e o feto – as fases da gestação;
o Elemento subjetivo – só é admitido o dolo (pode ser tanto o dolo direto como o dolo
eventual);
o Consumação e tentativa – a morte do feto (consumação); é possível a tentativa (por ser
um crime plurisbssistente);
o Trata-se de um crime comissivo.
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um
terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a
gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte.
o Tratam-se de formas qualificadas. Tecnicamente, é uma causa de aumento de pena e
não uma forma qualificada. Só se aplicam na hipótese do Art. 125 e Art. 126. Se aplica
tanto no caso dos abortos consumados e tentativas de aborto;
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de
seu representante legal.
o (Prova) quais são os abortos autorizados pela legislação brasileira? O de estupro, o de
perigo de vida.
o A lei permite o aborto da criança com microcefalia? Em regra, não.
o O aborto necessário e o aborto humanitário são causas de extinção da ilicitude.
o Como crime material, deve haver a prova da vida;
o De forma livre: podem ser utilizados meios químicos, mecânicos e psíquicos;
o Inexigibilidade de conduta diversa (pesquisar);
o Gestante que perde o filho em acidente de trânsito provocado por ela mesmo? (Obs.:
Não existe essa classificação de lesão corporal gravíssima, média e leve no caso de
modalidade culposa).
o Pesquisar – desígnios autônomos;
o Mulher gestante tenta o suicídio, não consegue e acaba abortando? Ela responde pelo
aborto (dolo eventual). Se ela tenta se matar e não consegue, mesmo assim ela
responde pela tentativa de aborto (porque se ela tivesse consumado o suicídio também
teria matado a criança).
o Se ele sabe que ela está grávida de gêmeos (concurso formal impróprio ou imperfeito).
Se ele acha que ela está grávida somente de um e acaba abortando os dois?
o Aborto econômico – aborta por não ter condições de criar.
o Art. 234, CP -

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