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Faculdade Católica de Mato Grosso

Licenciatura em Filosofia
História da Filosofia da América Latina
Professor: Flávio Justino Fêo
Acadêmicos: José Carlos de Oliveira, Maicon Douglas Gonçalves de Quadros e Rodrigo
Abreu dos Santos

FILÓSOFOS LATINO-AMERICANOS DO SÉCULO XX

O culturalismo europeu chegou no Brasil, influenciando muitos pensadores no século


XIX. As raízes do culturalismo encontraram solidez no pensamento brasileiro: o pioneiro foi
Tobias Barreto (1839-1889), fundador da Escola de Recife. O seu ideal era superar o
positivismo, que imperava no momento, e recuperar a metafísica. A maçonaria dominava as
elites brasileiras, facilitando, aqui, a entrada do positivismo. A corrente filosófica culturalista
influenciou, e se faz presente nas reflexões dos pensadores brasileiros, por isso, já ocorreu a
sua fixação na tradição da cultura filosófica nacional. A corrente do culturalismo teve início a
partir da retomada da filosofia transcendental kantiana e também dos elementos da tradição
idealista alemã. Contra tudo isso, opôs-se um movimento conservador, baseado no tomismo.
Na passagem do século XIX para o século XX, a filosofia europeia sofreu uma
guinada. Na Alemanha, Edmund Husserl, em reação ao empirismo, buscava uma filosofia das
essências. Surgia a fenomenologia, cuja escola espalhou-se pelo mundo inteiro. A discussão
do ser e do nada em Martin Heidegger também influenciou pensadores da época. Além de
contribuir com a fenomenologia, contribuiu com o existencialismo.
Neste contexto ocorreram duas guerras mundiais, que tiveram como consequência a
separação do mundo em dois grandes blocos: ocidental (capitalista), encabeçado pelos
Estados Unidos; e oriental (comunista), liderado pela União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS). As ideias socialistas atravessaram o Atlântico e influenciaram muitos
pensadores americanos, principalmente os da América Latina. Viu-se aí a proliferação do
método de Antonio Gramsci, que teve como centro de difusão a Escola de Frankfurt. Os alvos
desta doutrina foram a filosofia, os métodos pedagógicos e a teologia católica. Esta última,
após a assimilação do marxismo, autodenominou-se “Teologia da Libertação”. Assim como
em alguns países de outros continentes, os países latino-americanos foram assolados por uma
onda de movimentos revolucionários que visavam romper com o modelo tradicional, tido
como “opressor”. Esse embate polarizou o pensamento neste continente, inclusive no Brasil.

Oswald de Andrade
Oswald de Souza Andrade nasceu em São Paulo em 11 de janeiro de 1890. Iniciou no
campo jornalístico em 1909, como crítico teatral. Em 1912 viajou pela primeira vez à Europa,
de onde voltou com uma estudante francesa, Kamiá, a primeira de suas várias mulheres.
Obteve bacharel em Direito em 1918. Em 1923 passou uma nova temporada na Europa,
vivendo com Tarsila do Amaral, com quem mais tarde formalizaria o casamento.
Em 1924, publicou a obra ​Memórias Sentimentais de João Miramar. ​Em 1925
publica em Paris a ​Poesia pau-brasil. ​Em 1928 fundou, com Raul Bopp e Antônio de
Alcântara Machado, ​a Revista de Antropologia. ​Candidatou-se a Academia brasileira e
publicou intensamente: em 1933 a obra ​Serafim Ponte Grande; ​em 1934 ​A escala vermelha;
em 1937 A Morta; O Rei da Vela e​ em 1943 Marco Zero: A Revolução melancólica. Oswald
era um participante do movimento modernista. Sua ideia filosófica baseou no comunismo no
âmbito político. Tanto que no ano de 1931, ingressou no Partido Comunista Brasileiro, e
assim começou a escrever sobre política, vivendo neste período com Patrícia Galvão. Fundou
com ela ​O Homem do povo, ​periódico de curta duração que pregava a luta operária.

Jackson de Figueiredo
Nasceu na cidade de Aracaju, Sergipe, no dia 9 de outubro de 1891; faleceu no dia 4
de novembro de 1928 na cidade do Rio de Janeiro. Bacharel em direito, dedicou-se ao
jornalismo e à política. Jackson de Figueiredo é muito conhecido na história do catolicismo
brasileiro como organizador do movimento católico leigo. Fundou o Centro Dom Vital e a
revista no início da década de 1920, através dos quais combateu o comunismo, o liberalismo e
a revolução de modo geral. Seu principal objetivo era reunir religiosos e leigos para o estudo
da doutrina católica. A partir da sua obra que o pensamento conservador, tradicional ou
reacionário foi introduzido no Brasil (FGV - CPDOC, [?]).
Jackson de Figueiredo foi discípulo de Farias Brito, de quem aprendeu a gostar dos
problemas filosóficos e a tendência metafísica espiritualista. Sua maior preocupação era com
o problema do Absoluto; quando encontrou com o catolicismo, a paz instalou-se em sua
consciência e o antiintelectualismo de Pascal, que lhe trouxe grande satisfação em seus
pensamentos filosóficos. Para Lima Vaz, Jackson foi um símbolo do movimento da época,
por causa de sua morte prematura. Não se tornou filósofo e muito menos um filósofo tomista.
Ele foi um pensador católico. O movimento jacksoniano representou na história, uma tomada
de consciência da força espiritual do catolicismo, de natureza antipositivista, antimaterialista e
antiliberal. Sua cruzada tinha caráter de defesa da doutrina católica. Todo este movimento foi
uma resposta ao liberalismo político que dominava a nação. Sua luta era também contra a
penetração da Maçonaria nos meios católicos. Ele afirmava “que o liberalismo, como
doutrina, mesmo inconsciente, não era mais que o espírito maçom sem a Loja maçônica”
(FIGUEIREDO apud CAMPOS, 1998). Isto causou grande surpresa e escândalo. Jackson foi
mal compreendido pelos católicos e mais aceito pelos não católicos. A partir dele que Jacques
Maritain foi introduzido no pensamento brasileiro. A sua revista ​A Ordem foi um grande
instrumento para transmissão do pensamento tomista e da filosofia de Maritain no país
brasileiro (CAMPOS, 1998). Existe um instituto online de defesa da fé católica, defesa da
família, etc com seu nome. Não encontramos nenhuma obra escrita por ele.

Mário Ferreira dos Santos


Nasceu em Tietê, São Paulo, em 3 de janeiro de 1907. Filho de Francisco Dias
Ferreira dos Santos e de Maria do Carmo Santos. Mário estudou no Ginásio Gonzaga, dos
jesuítas, em Pelotas, Rio Grande do Sul, onde morava com os pais. Em 1925, ingressou na
Faculdade de Direito de Porto Alegre e, em 1928, estreou como advogado, com sucesso, antes
mesmo de formar-se. Abandonou a profissão em 1930, quando bacharelou em Direito e
Ciências Sociais, para trabalhar na empresa de produções cinematográficas de seu pai. Ao
mesmo tempo, dirigia o jornal gaúcho ​A Opinião Pública​. Apoiou ativamente a Revolução de
1930 e, por criticar alguns atos do novo governo revolucionário, foi preso e obrigado a
afastar-se da direção do jornal. Trabalhou no ​Diário de Notícias​, no ​Correio do Povo e em
algumas revistas. De 1943 a 1944, fez várias traduções para a Editora Globo. Nietzsche
exerceu uma influência marcante na formação de Mário. Fundou várias empresas; as
principais foram a Livraria e Editora Logos S.A. e a Editora Matese Ltda., pelas quais
imprimiu seus livros e traduções de obras clássicas, enciclopédias, dicionários e antologias.
Na década de 1950, mudou-se para a capital paulista e, enquanto redigia sua obra filosófica,
dirigia quatro cinemas, dava cursos e conferências e escrevia para jornais e revistas.
Introduziu, no Brasil, o sistema de livros a crédito, vendidos de porta em porta. Em 1952
iniciou seu maior empreendimento: a ​Enciclopédia das Ciências Filosóficas.​ Entre 1952 e
1957, publica uma sequência de obras geniais: ​Filosofia e Cosmovisão; Lógica e Dialética;
Psicologia; Teoria do Conhecimento; Ontologia; Tratado de Simbólica; Filosofia da Crise;
O homem perante o infinito; Noologia Geral ​e ​Filosofia Concreta, em três tomos. Concebeu
o método dialético da decadialética que, abordando uma questão desde dez pontos de vista
interligados, oferece um contrapeso dialético ao abstratismo da lógica formal. Eis algumas das
outras dezenas de obras: ​Análise Dialética do Marxismo (​ 1954)​; Pitágoras e o Tema do
Número ​(1956)​; Um e o Múltiplo em Platão ​(1958)​; Filosofias da Afirmação e da Negação
(1959)​; Origem dos Grandes Erros Filosóficos ​(1964)​; Invasão Vertical dos Bárbaros
(1967)​; Cristianismo: a Religião do Homem (​ 2003)​. Mário jamais ocupou um cargo público
ou uma cátedra universitária. Sua única passagem pelo corpo docente foi em algumas aulas
que ministrou na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, dos jesuítas, por apenas
poucas semanas, durante o último ano de sua vida. O excesso de trabalho e a imensa tristeza
ante o avanço do poder militar que dominava o Brasil agravaram seus problemas cardíacos.
Mário Morreu em casa, no dia 11 de abril de 1968, de pé - erguido pelos familiares -,
recitando o Pai-Nosso.

Miguel Reale
Nasceu na cidade de São Bento do Sapucaí, São Paulo, no dia 6 de novembro de 1910;
faleceu no dia 14 de abril de 2006 na cidade de São Paulo. O seu sonho de infância era
tornar-se médico, porém, não era esta sua vocação. Então, perdeu a Medicina, mas a Filosofia,
o Direito e o Humanismo vieram nascer nele. Tornou-se um dos intelectuais mais completo
do século passado, projetando sua influência no mundo inteiro, em especial na Itália
(SZKLAROWSKY, [?]).
Ao terminar o curso de Direito, em 1934, na Faculdade de Direito do Largo de São
Francisco, passou maior parte do tempo dedicando-se aos problemas e às questões
transcendentais. Participou de todos os movimentos políticos, sociais, culturais e filosóficos.
Ocupou a cadeira número 14 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo Fernando de
Azevedo, e foi saudado pelo acadêmico Cândido Mota Filho. Durante sua vida foi um
brilhante professor, o seu magistério era sua vida. Provocou uma verdadeira revolução nas
ciências jurídicas ao conceber a Teoria Tridimensional do Direito, estabelecendo a união
dialética entre os três elementos: fato, valor e norma. Coordenou e elaborou o Código Civil
Brasileiro, de 2002 (SZKLAROWSKY, [?]).
Miguel Reale foi um dos pensadores mais importantes do culturalismo, seja pela sua
filosofia que possui alto nível de elaboração, por sua abrangência, sua originalidade e
criatividade (SEVERINO, 1997).
Sua temática perpassa toda reflexão filosófica, sem dúvida a da pessoa, enquanto
geradora do valor e da liberdade na experiência histórica e social. Sua antropologia é
personalista. Reale encontra em Kant, a origem do seu personalismo, sendo assim, “o
reconhecimento de que o homem, enquanto homem, mesmo tomado como simples
possibilidade de realizar-se na sociedade e no Estado, já possui um valor infinito, condição de
toda vida ética” (SEVERINO, 1997).
A síntese da reflexão realeana nos coloca na seguinte estruturação para a exposição de
seu pensamento: num primeiro lugar, se apresentará a sua concepção da natureza e da tarefa
do filosofar, onde estará em questão fundamentalmente o alcance do conhecimento humano, a
significação da experiência e a perspectiva de construção de uma ontognoseologia. Num
segundo lugar, buscar-se-á explanar o seu projeto antropológico, visando-se sua concepção da
pessoa enquanto núcleo gerador de valor e de liberdade e consequência como sujeito da
cultura e da história. Por fim, está sendo abordada sua visão da natureza da sociedade e as
condições político-jurídicas de sua instauração (SEVERINO, 1997).
Reale escreveu inúmeras obras no campo filosófico: na Filosofia do Direito, na
Política e Teoria do Estado, no Direito positivo, obras literárias e traduziu inúmeras obras
para língua portuguesa.

Luis Villoro
Filho de pais mexicanos, Luis Villoro Toranzo nasceu em Barcelona, Espanha, em 3
de novembro de 1922. Obteve seu doutorado em filosofia na Faculdade de Filosofia e Letras
da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Em 1948 iniciou seu trabalho
docente como professor na Faculdade de Filosofia e Letras. Foi investigador do Instituto de
Investigações Filosóficas desde 1971. Foi membro do Colégio Nacional desde 1978. Em
dezembro de 1986, obteve o Prêmio Nacional de Ciências Sociais, História e Filosofia. Em
1989 foi-lhe outorgado o Prêmio Universidade Nacional em Investigação em Humanidades. É
fundador do grupo Hiperión, “cuja preocupação central era a indagação sobre o ser do
mexicano” (CABRERA e ALVES, 2013, p. 50). A 19 de outubro de 1989 foi designado
Investigador Emérito do Instituto de Investigações Filosóficas. Também foi embaixador do
México na UNESCO em Paris, de 1983 a 1987. Algumas de suas publicações: ​Los grandes
momentos del indigenismo en México ​(1950); ​El proceso ideológico de la revolución de
Independencia (​ 1953); ​Páginas Filosóficas ​(1962); ​Signos políticos (​ 1974)​; ​Creer, saber,
conocer ​(1982)​; En México, entre libros. Pensadores del siglo XX ​(1995)​, El poder y el valor.
Fundamentos de una ética política (​ 1997)​; Estado plural, pluralidade de culturas (​ 1998) e
Los retos de la sociedade por venir ​(2007)​. Há em sua obras, sobretudo na primeira, “uma
certa ‘filosofia da história’, [...] mas no ensaio ‘El sentido de la historia’, Villoro expõe de
maneira explícita sua concepção filosófica da função, utilidade, método e relevância social da
história” (SANTIAGO, p. 100). Villoro faleceu em 5 de março de 2014.

Vicente Ferreira da Silva


Nasceu na cidade de São Paulo, no dia 10 de janeiro de 1916; faleceu no dia 19 de
julho de 1963, na sua cidade natal, prematuramente, de acidente de automóvel, aos 47 anos de
idade. Formou-se em Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, porém nunca exerceu
a profissão; dedicou toda sua vida na academia.
Vicente foi um dos primeiros leitores dos ​Principia mathematica de Russel e
Whitehead; foi o primeiro a publicar um livro sobre este assunto no país, ​Elementos de Lógica
Matemática.​ Vicente foi assistente do lógico Willard Van Orman Quine, da Universidade de
Harvard, em 1942. Participou em 1949 do Congresso de Filosofia de Mendonza, exerceu o
cargo de diretor da divisão de Difusão Cultural da Reitoria da USP e organizou os Seminários
de Filosofia do Museu de Arte Moderna. No mesmo ano, fundou juntamente com Miguel
Reale e outros intelectuais, o Instituto Brasileiro de Filosofia, e por fim, a Revista Brasileira
de Filosofia​. Em 1950 finaliza sua terceira obra, ​Exegese da Ação,​ um dos mais importantes
trabalhos de Dialética das Consciências, onde apresentou de modo definitivo sua
fenomenologia da existência. Em 1951 publica uma outra obra, ​Ideias para um novo conceito
de homem;​ em 1953, publica ​Teologia e anti-humanismo e em 1954 colabora na organização
do primeiro Congresso Internacional de Filosofia realizado no Brasil, com grandes
intelectuais de sua época. Juntamente com sua esposa, a poetisa Dora Ferreira da Silva, e
Milton Vargas, fundam uma revista, ​Diálogo​, na qual passou a editar seus ensaios mais
relevantes sobre Filosofia da arte e religião. Vicente foi um pensador brasileiro original, mas,
não só por fazer uma exegese filosófica, submeter o texto filosófico a um trabalho técnico,
mas em especial por absorver os conceitos da filosofia (CHERUBIN, 2010).
Rodrigo Petronio é responsável por organizar as ​Obras completas do filósofo Vicente
Ferreira da Silva, que foram publicadas pela editora É Realizações. As obras de Vicentes são
divididas em três partes: a primeira parte é dedicada aos estudos da lógica matemática; a
segunda parte, à filosofia da existência. Vicente foi pioneiro do estudo da obra dos
fenomenólogos e um intérprete original do filósofo alemão Martin Heidegger. Vicente, nesta
fase, faz uma apologia ao trabalho fenomenológico de Sartre, depois o critica por ter se
rendido a uma politização da filosofia de modo gradual. Por consequência, escreveu dois
ensaios sobre Sartre; a terceira parte é conhecida como a fase mítico-aórgica, - uma fase
determinada pela busca do divino, ou seja, um reconhecimento da transcendência, sendo ele
pouco religioso no sentido mais tradicional (CHERUBIN, 2010).

Carlos Roberto Velho Cirne Lima

Também referido como Carlos Cirne Lima, nasceu em Porto Alegre no ano de 1931.
Conhecido por ser um filósofo brasileiro contemporâneo, sempre está preocupado com a
Dialética, Analogia, Contradição. Atualmente ​é membro da Comissão Científica da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), professor emérito da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), membro de Comissão da Faculdade Jesuíta de Filosofia
e Teologia, membro da Comissão Científica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUCSP), membro de corpo editorial da ​Síntese (​ Belo Horizonte), membro de corpo editorial
da ​Veritas ​(Porto Alegre), membro de corpo editorial da ​Kriterion ​e membro de corpo
editorial da ​Revista Filosofia Unisinos.​ Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em
Metafísica. Reside na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e atua no Programa de Pós
Graduação em Filosofia.
Possui inúmeros artigos referentes à Filosofia, alguns capítulos de livros filosóficos e
algumas obras: ​Acerca da contradição (1993); ​Dialética para principiantes (1996) e ​Depois
de Hegel. Uma reconstrução crítica do sistema neoplatônico ​(2006). Este último é o mais
importante, dentre várias obras de sua autoria que contemplam o contexto filosófico de seu
campo de pesquisa.
A visão de ​Carlos Roberto Velho Cirne Lima tentar fazer uma reconstrução de um
sistema neoplatônico de uma Filosofia que evite os erros cometidos por ​Hegel​, o último dos
grandes autores sistemáticos. O autor apoia-se em Hegel, mas procura corrigir os erros
entrementes apontados, especialmente o necessitarismo que perpassa todo o sistema, o
esmagamento do indivíduo.

Ernildo Stein
Ernildo Jacob Stein nasceu, possivelmente - como ele mesmo relata -, a 12 de julho de
1934, em Santa Rosa, Rio Grande do Sul. Desde tenra idade interessava-se pelos livros que
sua mãe lia para ele e seus irmãos. Em 1942, Getúlio Vargas proibiu os sulistas de falarem
alemão, o único idioma em que Ernildo se comunicava, o que o obrigou a aprender o
português e a sua família a esconder seus livros. Com onze anos saiu da casa dos pais para
entrar no internato dos jesuítas. Lá, ao final da escola secundária, ouviu falar da Filosofia,
cujos textos eram em latim, língua que estudava obrigatoriamente no colégio. Cursou
Filosofia (1964) e Direito (1965) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Fez doutorado em Filosofia (1968) na UFRGS (seu orientador foi Miguel Reale) e
pós-doutorado em universidades alemãs: Erlangen-Nürnberg (1972), Heidelberg (1981),
Freiburg (1990), Frankfurt (1992), Münster (1995) e Wuppertal (2000). No Currículo Lattes,
Ernildo informa que ​tem experiência em diversas áreas da Filosofia, com ênfase em
Metafísica, História da Filosofia, Epistemologia e Antropologia Filosófica, atuando
principalmente nos seguintes temas: pensamento de Martin Heidegger, fenomenologia,
hermenêutica, Direito e questões da cultura. ​Ninguém melhor que Ernildo contribuiu para a
difusão do pensamento de Heidegger no Brasil.

Diante de uma filosofia no mínimo distinta da metafísica tradicional, o esforço


reflexivo de Ernildo Stein, em vez se voltar para uma conclusão formal, avaliativa,
conclui radicalizando o próprio cerne da questão do ​ser e​ da ​alétheia,​ a partir dos
largos limites da compreensão e da finitude, agora paradoxalmente evocados em
paráfrases ao texto heideggeriano sobre o fim da filosofia e a tarefa do pensamento
(JAIME, 2002, p. 237).

Ernildo é, desde 1996, professor titular e pesquisador da Pontifícia Universidade


Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Eis algumas das suas mais de 40 obras publicadas:
Introdução ao pensamento de Martin Heidegger (1966); ​Compreensão e finitude: estrutura e
movimento da interrogação heideggeriana (1967); Hist​ória e ideologia (1972); ​A questão do
método na filosofia: um estudo do modelo heideggeriano (1973); ​Melancolia ​(1976); ​Crítica
da ideologia e racionalidade (1987); ​Paradoxo da racionalidade (1987); ​Racionalidade e
existência: uma introdução à filosofia (1988); ​Seis estudos sobre Ser e tempo (1988);
Epistemologia e crítica da modernidade (1991); ​Órfãos da utopia: a melancolia da esquerda
(1993); ​Seminário sobre a verdade (1993); ​Aproximações sobre hermenêutica (1996);
Diferença e metafísica (2000); ​Pensar é pensar a diferença: filosofia e conhecimento
empírico (2002); ​Mundo vivido: das vicissitudes e dos usos de um conceito da fenomenologia
(2004); ​Pensar e errar - um ajuste com Heidegger (2011); ​Às voltas com a metafísica e a
fenomenologia​ (2014).

Maria do Carmo Tavares de Miranda


Nasceu no dia 6 de agosto de 1962, em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Em sua
vida acadêmica obteve doutorado em Filosofia pela Universidade de Paris, tendo estudado,
também, na Universidade de Friburgo e no Instituto Católico de Paris. É autora da tese
Théorie de la Vérité chez Edouard le Roy, ​tendo-a defendido em 1957, na Sorbonne (Paris,
Gabalda, 1957). Tem inúmeras obras de suma importância para o âmbito filosófico, e também
para o ambiente da vida cristã. É professora da Universidade Federal de Pernambuco, é
representante do Instituto Brasileiro de Filosofia nesse Estado do nordeste brasileiro.
A ideia central de Maria do Carmo baseia-se nas de Heidegger e Tomás de Aquino,
que tinham como debate filosófico a conciliação de razão à fé. Maria do Carmo conseguiu
conciliar a razão à fé através das ideias destes dois grandes filósofos. Percebe-se com isso que
a visão de Maria do Carmo trazer grandes contribuições para a Filosofia Cristã.
Entre suas obras destacam-se: ​Vida Cristã;​ ​O ser da Matéria (estudo em Kant e Tomás
de Aquino)​; ​Caminhos do filosofar,​ obra de suma importância para ajudar a pensar Filosofia.
São obras que dão novos horizontes de conhecimento no contexto filosófico.

REFERÊNCIAS

CABRERA, Julio e ALVES, Rafael. ​Cartilha de Filósofos da América Latina:


Pensamento desde América Latina e Filósofos latino-americanos. Brasília: FIBRAL,
2013.

CAMPOS, Fernando Arruda.​ Tomismo no Brasil​. São Paulo: Paulus, 1998.

CARVALHO, Olavo de. O futuro do pensamento brasileiro: Estudos sobre o nosso lugar
no mundo.​ 4. ed. Campinas, SP: Vide Editorial, 2016.
CHERUBIN, Felipe. A redescoberta da filosofia no Brasil: Vicente Ferreira da Silva​.
2010. Disponível em:
<http://www.dicta.com.br/a-redescoberta-da-filosofia-no-brasil-iii-vicen te-ferreira-da-silva/>.
Acessado em: 20 de ago. de 2018.

CIRNE LIMA, Carlos Roberto Velho. ​Currículo do sistema Currículo Lattes. [Brasília], 29
out. 2009. Disponível em: <​http://lattes.cnpq.br/1760752648050115​>. Acesso em 20 ago.
2018.

FGV - CPDOC. ​Jackson Figueiredo​. [?] Disponível em: <​https://cpdoc.fgv.br/producao/doss


ies/AEraVargas1/biografias/jackson_de_figueiredo>. Acessado em: 20 de ago. de 2018.

GRANDE ENCICLOPÉDIA BARSA. ​V. 1, 3. ed. São Paulo: Barsa Planeta Internacional
Ltda., 2004, p. 381.

JAIME, Jorge. ​História da Filosofia no Brasil. ​V. IV. Petrópolis: Vozes; São Paulo:
Faculdades Salesianas, 2002, p. 43.

SANTIAGO, Teresa. ​La idea de la historia en Luis Villoro. In: Signos Filosóficos, vol.
XVII, núm. 34, julio-diciembre, 2015, 98-119. Disponível em: <​http://www.scielo.org.mx/pdf
/signosf/v17n34/1665-1324-signosf-17-34-98.pdf​>. Acesso em: 20 ago. 2018.

SEVERINO, Antônio Joaquim. ​A filosofia contemporânea no Brasil: conhecimento,


político e educação​. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

STEIN, Ernildo Jacob. ​Currículo do sistema Currículo Lattes. [Brasília], 8 mar. 2018.
Disponível em: <​http://lattes.cnpq.br/6147633173766712​>. Acesso em: 20 ago. 2018.

SZKLAROWSKY, Leon Frejda. Miguel Reale – O Jusfilósofo e o Humanista. [?]. Disponível


em: <​http://www.oabsp.org.br/portaldamemoria/artigos/miguel-reale-o-jusfilosofo-e-o-human
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UNAM. Luis Villoro Toranzo. ​Disponível em: <​http://www.filosoficas.unam.mx/sitio/luis-vi


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