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Maulana José

Impacto do HIV-SIDA no local de trabalho em Moçambique

Curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos com Habilitações em Higiene e


Segurança no Trabalho

Universidade Rovuma
Montepuez
2019
Maulana José

Impacto do HIV-SIDA no local de trabalho em Moçambique

Artigo Científico a ser apresentado ao


Departamento de Contabilidade e Gestão,
como requisito para obtenção do grau
académico de Licenciatura em Gestão de
Recursos Humanos com Habilitações em
Higiene e Segurança no Trabalho.

Universidade Rovuma
Montepuez
2019
Índice

Resumo .............................................................................................................................................3

Abstract.............................................................................................................................................3

Introdução .........................................................................................................................................3

1. Impacto do HIV-SIDA no local de trabalho em Moçambique .................................................4

1.1. Contexto actual do HIV-SIDA em Moçambique ..................................................................4

1.2. Impacto no local de trabalho .................................................................................................5

1.3. Políticas de Recursos Humanos para HIV/SIDA ..................................................................7

Considerações finais .........................................................................................................................8

Referências bibliográficas ................................................................................................................9


3

Impacto do HIV-SIDA no local de trabalho em Moçambique

Maulana José1
Resumo
O presente artigo científico intitula-se: Impacto do HIV-SIDA no local de trabalho em
Moçambique enquadra-se no âmbito do curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos.
Pretende-se basicamente com o presente artigo analisar o impacto do HIV-SIDA no local de
trabalho. Este artigo visa abordar a temática, buscando autores que arrolam o assunto em
destaque, cujas referências constam no interior do trabalho e na última página. Para isso,
realizou-se revisão bibliográfica de artigos e livros abordando o assunto. As consequências do
HIV e SIDA são um processo reflectindo-se na redução do número de pessoas com formação,
experiência profissional e de gestão, e na diminuição de pro-actividade das pessoas daqueles
níveis de ensino referenciados em manter o fluxo de pessoal no mercado de trabalho.

Palavras-chave: HIV-SIDA, impacto, local de trabalho.

Abstract

The present scientific article is entitled: Impact of HIV-AIDS on the workplace in Mozambique
falls within the scope of the Degree in Human Resources Management. The main purpose of this
article is to analyze the impact of HIV-AIDS in the workplace. This article aims to approach the
theme, searching authors that list the topic in question, whose references are included in the work
and in the last page. For this, a bibliographical review of articles and books on the subject was
carried out. The consequences of HIV and AIDS are reflected in reducing the number of people
with training, professional and managerial experience and in reducing the pro-activity of people
at those levels of education job.

Key words: HIV-AIDS, impact, workplace.

Introdução

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) diariamente aproximadamente 14 mil


pessoas são infectadas pelo HIV, porém desde o princípio da epidemia 20 milhões de pessoas já
vieram a óbito em decorrência das complicações da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(SIDA) e até o ano de 2010 a doença deixou órfã cerca de 25 milhões de crianças no mundo. A
perspectiva da OMS para os próximos 20 anos é a de que se as políticas públicas e acções
eficazes de controlo não forem bem implementadas, 70 milhões de indivíduos estarão
contaminados com o vírus (ROCHA, 2003).

1
Estudante do curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos com Habilitações em Higiene e Segurança no Trabalho, na
Universidade Rovuma – Delegação de Montepuez.
4

O vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um agente patogénico humano individualizado,


que enfraquece as defesas imunológicas do corpo, causando deterioração do sistema
imunológico. O portador do vírus fica vulnerável a uma série de infecções oportunistas que uma
pessoa saudável normalmente consegue superar (Pereira, 2000). Ao conjunto de patologias, que
tem por base uma marcada inoperância do sistema imunológico dos indivíduos afectados,
denomina-se de Sindroma de Imunodeficiência Adquirida (SIDA). A SIDA é a fase terminal da
infecção pelo HIV, a qual é caracterizada por um longo período assintomático cuja duração pode
variar entre alguns meses e vários anos (Pereira, 2000).

1. Impacto do HIV-SIDA no local de trabalho em Moçambique

É importante começar por contextualizar o HIV-SIDA, para que melhor se possa compreender o
seu impacto no local de trabalho.

1.1. Contexto actual do HIV-SIDA em Moçambique

Em Moçambique há actualmente mais de um milhão e quinhentas mil pessoas infectadas pelo


HIV (ONUSIDA, 2015), estimando-se em 110.000 o número de crianças de 0-14 anos vivendo
com o HIV (UNAIDS, 2016). Em termos epidemiológicos, a infecção do HIV em Moçambique é
generalizada, mas considerada estável desde 2015, com uma prevalência de 13.2% em adultos de
15-49 anos de idade. A região sul de Moçambique é a mais severamente afectada pelo HIV,
destacando-se a província de Gaza, com uma taxa de prevalência de 24,4%. A prevalência do
HIV é mais elevada nas mulheres do que nos homens (13% e 9,2% respectivamente), tanto na
área urbana como na rural (IMASIDA, 2015).

Em 2002 foi iniciada a implantação do programa de Prevenção da Transmissão Vertical (PTV),


em oito (8) unidades sanitárias. Em 2004, a PTV foi integrada ao Plano Estratégico Nacional de
Saúde, e em 2006 aos Serviços de Saúde Materno-Infantil. Em 2007, o País adoptou um Plano de
expansão acelerada da PTV.

Em 2003, o Ministério da Saúde introduziu os serviços de tratamento anti-retroviral para adultos


(pacientes ≥ 15 anos) e crianças (de 0-14 anos). Em 2011, apenas 22% das crianças elegíveis
estavam em TARV pediátrico. Em 2013 o Ministério da Saúde iniciou o acesso universal aos
anti-retrovirais a todas as crianças menores de 5 anos infectadas pelo HIV (ONUSIDA, 2013).
5

Ainda em 2011, o Governo de Moçambique uniu esforços com outras nações comprometidas do
mundo na luta por um mundo livre do SIDA e assumiu os compromissos internacionais incluindo
“Acesso Universal ao TARV” e a “Eliminação de Transmissão Vertical de HIV” até 2015. Estes
compromissos obrigavam os países a alcançarem até 2015 80% de cobertura do TARV adulto e
pediátrico; redução da transmissão vertical do HIV (transmissão de mãe para filho) para menos
de 5% e redução em 50% do número de novas infecções por HIV.

Neste âmbito, o MISAU elaborou um plano no qual foi definido como o país pretenderá realizar
os compromissos e atingir as metas. Este Plano de Aceleração da Resposta ao HIV e SIDA foi
aprovado pelo Ministro da Saúde em Junho de 2013 e estendido para Dezembro 2017. Foi
também elaborado o “Plano de melhoria do TARV pediátrico” com período de vigência de 2015 -
2017, para o alcance das metas pediátricas sob o lema: “Melhorar o acesso e qualidade de
cuidados e tratamento das crianças HIV positivas, por uma geração livre do SIDA”.

1.2. Impacto no local de trabalho

A grande maioria dos seropositivos são pessoas de 15 a 49 anos, ou seja, trabalhadores na faixa
etária mais produtiva. A epidemia diminui a expectativa de vida, que deve cair de 60 para cerca
de 30 anos até 2010, nas regiões mais atingidas da África Austral. Cerca de 36 dos 40 milhões de
pessoas vivendo com o HIV exercem uma actividade produtiva sob uma forma ou outra, e pelo
menos 26 milhões de trabalhadores são seropositivos, (ILO, 2006)

As projecções mostram que em 2005, a força de trabalho em Moçambique, reduziu em cerca de


418.000 mulheres e 354.000 homens. Moçambique pode vir a perder até 2020, 17% da sua força
de trabalho, devido ao HIV/SIDA. Em termos absolutos, isto representa uma perca de cerca de
2.2 milhões de trabalhadores, (ILO, 2005)

A população adulta economicamente activa está a caminhar para a desestabilização; Muitos


provedores de serviços estão a cair doentes devido ao HIV-SIDA, e outros estão a ser forçados a
tirar férias para serem provedores de saúde ou para realizar funerais, (ECoSIDA, 2006)

A ILO (2006), refere-se a algumas consequências, nomeadamente:

 Discriminação no emprego e estigmatização no local de trabalho;


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 Aumento dos custos de mão-de-obra para as empresas (seguro de saúde, reconversão,


etc);
 Desestimulo dos investidores e entrave ao desenvolvimento das empresas;
 Aumento da carga de trabalho das mulheres, que devem combinar trabalho produtivo e
cuidados aos doentes;
 Evasão escolar dos órfãos e das crianças afectadas, obrigadas a trabalhar;
 Crescente pressão das mulheres e adolescentes, obrigados a se prostituírem para
sobreviver.

De acordo com Martingo, et al (2005), “o local de trabalho constitui uma parte da comunidade,
tem um papel importante na prevenção e na limitação dos prejuízos da doença”. Deste modo nos
últimos tempos, o mundo do trabalho vem sendo visto como ponto estratégico para combater e
travar a expansão do HIV.

Para melhor combater e travar a epidemia no local de trabalho eles são desafiados a respeitar um
conjunto de directivas relacionados ao HIV/SIDA no trabalho que tem como finalidade trabalho
digno no qual desta os domínios:
 prevenção do HIV/SIDA;
 gestão e limitação do seu impacto no mundo do trabalho, apoio e acompanhamento dos
trabalhadores infectados ou afectado pelo HIV/SIDA, (OIT 2001).

A nível das organizações, tais perdas, agregadas aos níveis nacionais, são muitas vezes difíceis de
detectar (ou estão ainda por surgir) e, portanto, nem sempre poderão convencer as empresas a
fazer algo. Mas o impacto empresarial do SIDA já é visível nos locais de trabalho em muitas
partes do mundo.

De acordo com PIKE (1993, p. 47), o SIDA faz-se sentir no local de trabalho através de uma
série de formas:
 a perda de pessoal experiente;
 o absentismo devido às doenças relacionadas com o SIDA, aos cuidados de outros,
participação em funerais;
 o aumento dos custos de recrutamento e formação: em muitas regiões em
desenvolvimento, encontrar um gestor qualificado e trabalhadores experientes de primeira
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linha para substituir os que já faleceram ou os que já não podem trabalhar mais pode ser
extremamente difícil;
 aumento da rotação laboral: a produtividade é afectada durante o tempo necessário para
substituir os trabalhadores, especialmente os trabalhadores mais experientes ou mais
qualificados;
 a baixa produtividade dos novos trabalhadores: com frequência os novos trabalhadores
precisam de algumas semanas até serem tão produtivos como aqueles que eles substituem.
 aumento dos custos com os cuidados de saúde, incluindo o número de pessoal da saúde,
dos tratamentos médicos e dos seguros, assim como das compensações por morte e
incapacidade bem como o pagamento de pensões.

As empresas enfrentam enormes desafios na resposta ao SIDA. Na maioria dos casos, os


dirigentes empresariais querem dar o “melhor” aos seus trabalhadores, mas quando se trata do
SIDA sentem muitas vezes que não sabem como proceder, ou têm receio que seja demasiado
dispendioso.

1.3. Políticas de Recursos Humanos para HIV/SIDA

O maior problema para as organizações é a perda de funcionários especializados com


competências específicas e experiência organizacional. Segundo a OIT (2004, p. 19),

os programas para HIV/SIDA no ambiente de trabalho têm retornos positivos


para o próprio ambiente e para a comunidade, pois evitam a perda de
produtividade, reduzindo a rotatividade e a perda de especialização e
experiência, reduzindo custos de treinamento e de absenteísmo.

Esses programas podem alterar todo o ambiente de trabalho de maneira produtiva, pois ajudam a
melhorar o moral dos empregados, ajudam a reter e atrair melhores trabalhadores, promovem um
alto nível de comprometimento dos funcionários e respeito pelos seus direitos, especialmente
quando baseados em políticas para conter a discriminação e a estigmatização. Os resultados
positivos destes programas também reduzem consideravelmente os custos com demandas
trabalhistas.

O papel do Gestor de Recursos Humanos é prover prevenção e tratamento, assim como a


protecção dos direitos dos trabalhadores e, reforçar a resposta ao HIV/SIDA no mundo do
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trabalho estabelecendo e implantando programas de prevenção e tratamento em trabalho público,


privado ou informal.

De acordo com a OIT, o campo de trabalho foi reconhecido como a arena onde o HIV/SIDA
pode ser combatido e vencido.

A CEN (2003, p. 15), recomenda que as empresas estabeleçam um conjunto de políticas e


procedimentos de Recursos Humanos para HIV/SIDA, que sigam a linha do manual da OIT em
seus princípios básicos, que visam a proteger os direitos fundamentais e a dignidade no trabalho,
das pessoas que vivem com HIV/SIDA. Estas políticas, para a CEN, devem estar em
conformidade com “as filosofias gerais da empresa” e devem envolver todos os segmentos
profissionais.

Em se tratando de prevenção à SIDA no local de trabalho, o objectivo fundamental é promover o


acesso de todo o empregado à informação e que as pessoas vivendo com HIV/SIDA sejam
tratadas com respeito e dignidade, tendo seus direitos assegurados. Assim, uma política deve
objectivar o equilíbrio entre as necessidades da instituição, as do empregado portador de
HIV/SIDA e dos demais funcionários.

Para Valentim (2003, p.90):

Todo trabalhador é, antes de tudo, um ser humano e, como tal, portador de


direitos e garantias inerentes à sua condição de ser, de pessoa, e, quando
portador do vírus HIV, é comummente identificado como “seropositivo”,
expressão associada às ideias de doença, doença fatal, morte, morto-vivo, de
transmissor ou portador de uma praga, de uma malignidade que coloca em risco
a vida humana. Há uma associação da enfermidade com ideias negativas, que
muitas vezes, justifica a exclusão, o isolamento, a rejeição, o preconceito.
Considerações finais

O HIV-SIDA é um problema que afecta directamente os Recursos Humanos de qualquer


organização e, neste sentido, as organizações são as que mais sofrem porque perdem a mão-de-
obra, o que afecta significativamente na sua produtividade e consequentemente redução dos
lucros. É portanto sensato investir nos programas de prevenção, de assistência e cuidados para
conter o declínio da produtividade e a consequente rentabilidade das organizações.
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Pode-se aferir que as consequências desastrosas do HIV/SIDA são um processo em cadeia


reflectindo-se na redução do número de pessoas com formação, experiência profissional e de
gestão, mas também na diminuição da capacidade de sua intervenção aos diferentes níveis de
qualificação e em manter o seu constante fluxo no mercado de trabalho. A epidemia também
implica na perda de competências, da experiência e da memória institucional. Compromete o
desenvolvimento dos recursos humanos, com a quebra da transferência informal de know-how
inter-geracional e a incapacidade das crianças de completarem a sua escolaridade.

O HIV/SIDA é uma questão relacionada com o local de trabalho, não apenas por afectar a mão-
de-obra, mas também porque o local de trabalho pode desempenhar um papel vital contra a
disseminação e os efeitos da epidemia. Portanto, os trabalhadores não devem sofrer
discriminação ou estigmatização com base na condição real ou suposta de portador do HIV.

Com o aumento da prevalência do HIV/SIDA, as empresas estão cada dia que passa, mais
preocupadas com o impacto da doença na sua organização. A um nível mais alargado, as
empresas dependem da solidez e da vitalidade das economias em que operam. O HIV/SIDA
contribui para aumentar os custos das transacções comerciais, reduzem a produtividade e
diminuem no geral, a procura de bens e serviço.

Referências bibliográficas

CEN. Manual de implantação e implementação de programas e projectos de prevenção ao HIV e


AIDS no local de trabalho. 2003.
ECOSIDA. Ecosida Strategic Plan 2005-2010. Maputo, 2005.
ILO. Programme on HIV/AIDS. HIV/SIDA +WORK Mozambique: HIV/AIDS, Work and
development. Genebra : ILO, 2005
IMASIDA. Inquérito de Indicadores de Imunização, Malária e HIV/SIDA em Moçambique
(IMASIDA). Maputo, 2015.
MARTINGO, et al. Plataforma Laboral Contra a SIDA: A resposta do meio laboral ao
VIH/SIDA. São Paulo: Atlas, 2005.
OIT. Recolha de Directivas Práticas do BIO sobre o HIV/SIDA e Mundo do Trabalho. Genebra,
2001.
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____. Repertório de recomendações práticas da OIT sobre HIV/Aids e o mundo do trabalho.


Tradução de Emilson Alkmin Cunha, 2 ed. Brasília, OIT, 2004.
ONUSIDA. O VIH/SIDA nas Empresas: Que impacto. Actualização técnica da ONUSIDA.
Colecções boas práticas da ONUSIDA. Genebra, 2002.
_________. O HIV/SIDA no Local de Trabalho: Buscando respostas empresariais. Actualização
técnica da ONUSIDA. Colecções boas práticas da ONUSIDA. Genebra, 2015.
PEREIRA, J. Vírus da Imunodeficiência Humana: Introdução histórica. Lisboa, 2000.
PIKE, E. C. Estamos todos vivendo com AIDS: Como você pode definir políticas e orientações
para o local de trabalho. 2 ed. Minneapolis, EUA, Fairview Press, 1993.
VALENTIM, J. H. AIDS e Relações de Trabalho: O Efectivo Direito ao Trabalho. Niterói:
Impetus, 2003.

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