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SÃO PAULO
2015
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
SÃO PAULO
2015
Dedico esse trabalho as minhas
irmãs, Alexia e Maitê que todos os
dias me ensinam como ser uma
melhor irmã e o que é o amor.
AGRADECIMENTOS
Professoras Débora Moura e Ana Paula Ferreira é uma honra ter vocês
em minha banca, sou muito grata.
Mas hoje só é possível agradecer aos meus mestres porque tive o apoio
dos meus familiares, da minha querida mãe Gildete (in memorian), do meu Pai
Alexandre e sua esposa Juliana, das minhas irmãs Alexia e Maitê, tia Alice, tio
Douglas, primo Matheus e meus avós Valdemar e Maria de Fátima, obrigada.
E como não agradecer aos meus amigos que ao meu lado enfrentaram
os desafios que surgiram por meio de conselhos, conversas, apoio e resumos
dos semestres anteriores, Thais, Daniele Cardoso, Flávia Martins, Luiz Baran,
Marianna Manes, Mariana Aranha, Aline Zandoná, Alberto, Roberta Ganem,
Roberta Queli, Jessica Soria e Fernanda Guimarães, muito obrigada queridos
amigos.
“Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos
vão ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonho
e outras ainda porque nos desafiam a construí-los”.
RESUMO
ABSTRACT
This paper presents a brief study of the interactions that may appear in
the social environment School. Topics will be addressed as the appreciation of
differences, inclusive approach and affection. To analyze the interactions that
may occur at school was chosen the film "Like Stars on Earth: Every child is
special" and from that object of study data were obtained that were later
classified as warm and not warm interactions, the results illustrate allowed and
discuss how the type of building interaction can have a significant impact on an
individual's life. In addition, it is evident the value of the film analyzed to promote
reflections on the theme of inclusion.
Keywords: Interactions - affection - As stars on earth : Every child is
special - inclusion.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - As categorias................................................................................. 16
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................2
2. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................3
2.1 As diferenças.............................................................................................3
2.2 Abordagem inclusiva nas escolas.............................................................5
2.3 A afetividade como facilitador da comunicação na sala de aula e fator de
inclusão e aprendizagem ....................................................................................7
4. RESULTADOS..................................................................................................16
4.1 As categorias..........................................................................................16
4.2 As cenas Observadas.............................................................................17
5. DISCUSSÃO......................................................................................................34
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 39
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................40
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1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. As diferenças
O que são diferenças? Ao consultar a definição no dicionário Michaelis
(online) entende-se por diferente: Que difere que não é semelhante, desigual,
alterado, mudado, modificado, variado e inexato. Já, para Amaral (1998), pode-
se referir a características como o tipo cabelo, preferências de cores e comida.
Entretanto, como lembra a autora, a diferença pode se basear critérios de
normalidade, por exemplo, para a estatística tudo que está acima ou abaixo da
média pode ser considerado diferente ou anormal. Adotando-se outro critério,
como estrutura ou funcionalidade de órgãos na espécie humana que tem
determinadas características, a presença de alterações são consideradas como
diferentes, anormais ou até mesmo como deficiências. Quando é usada a
comparação entre sujeitos como critério para estabelecer a diferença, surge a
ideia do tipo ideal: há, por exemplo, um tipo ideal de criança, de mulher, de
aluno etc. e quem foge desse tipo ideal é identificado como diferente.
O ideal é construído num contexto social tornando-se o desejo por
aqueles que o compartilha, por exemplo, se o ideal é
dominar determinados conteúdos de biologia em três anos do ensino médio e a
pessoa tem dificuldades, não alcança tal objetivo, é caracterizada como
diferente, porque a aproximação é a idealização e o afastamento é
caracterizado como diferença (AMARAL, 1998).
Quando se entra em contato com o diferente Farias et al. (2008)
observaram em seu estudo sobre a interação professor-aluno com autismo que
existe medo por parte dos professores por não saberem como atuar ao se
confrontarem com a possibilidade de não obterem respostas diante de uma
intervenção.
Em outro trabalho com o estudo de caso envolvendo a dislexia e suas
consequências sociais e emocionais, uma estudante foi acompanhada por um
período e foram observadas as situações de discriminação, tratamento
inadequado, negligência no apoio e humilhação, poucos são os professores
que sabem lidar com a situação, por isso existe a necessidade de
uma formação para a diferença (CARVALHAIS e SILVA, 2007).
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somente depois da sua autorização os alunos se sentavam, que isso era sinal
de respeito, mas que esse tipo de sinal havia desaparecido. Ao ouvir, lembrou-
se da sua época de estudante e que permanecia de pé, mas não por respeito
ao professor, e nos “bastidores” os alunos sempre planejavam vingança contra
o autoritarismo que eram submetidos. Após essa reflexão tinha a hipótese clara
que existia um conflito instalado, enquanto alguns professores achavam que os
alunos tinham por eles era respeito, na verdade sentiam medo e raiva.
O respeito, no contexto apresentado no parágrafo anterior, é a junção
de dois sentimentos, o amor e o temor, por exemplo, uma criança respeita seus
pais porque os ama e teme perder o seu amor ou sofrer uma punição. O que
acontece frequentemente é o respeito com sentido único, não existe
reciprocidade e quando esse tipo de respeito se estabelece o que prevalece é
o medo, então o aluno respeita o professor porque tem medo de alguma
punição, para transpor esse respeito unilateral, se faz necessário o mínimo de
afetividade ou haverá apenas obediência, enquanto o professor tiver
instrumentos de coação (ARAÚJO, 1999).
Em situações de conflito, a relação que é estabelecida entre professor
e aluno tem grande influência, por isso é crescente os trabalhos com o tema
afetividade, sendo um suporte necessário à atuação do professor (ALMEIDA,
2009). Um exemplo de trabalho é o da Silva (2011), que em seu trabalho de
conclusão de curso com o tema afetividade analisou interações afetivas na sala
de aula de dois filmes e um documentário, descreveu as cenas que continham
interações afetivas, analisou e identificou como marcadores afetivos. Cerca de
35 marcadores afetivos foram encontrados, para Silva (2011) marcadores
afetivos são atitudes, ações ou posturas que os professores possuem dentro
da sala de aula, por exemplo: valorização do aluno com palavras de incentivo,
conhecimento do meio sociocultural do discente, interesse pelo aluno,
indiferença dos professores, falta de apoio, supervalorização da infração,
entres outros.
Por isso quando professor tem clareza dos elementos que provocam
os conflitos dentro da sala de aula, terá também a possibilidade de controlar as
reações emocionais e consequentemente torna-se possível encontrar
caminhos para solucioná-los. E dependendo de como for usada a mediação
pedagógica, que também tem caráter afetivo, poderá resultar em um efeito
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3. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho apresenta uma análise das interações acolhedoras
e não acolhedoras negativas existentes no filme “Como estrelas na Terra: Toda
criança é especial” que mostra a vida de um estudante chamado Ishaan e as
intervenções de um educador. A obra foi selecionada a partir de uma lista de
filmes que retratam o cotidiano de um ambiente escolar, sendo que o critério
para escolha foi embasado nas interações e como essas contribuíram no
processo da aprendizagem do personagem principal.
A partir do filme foi feita a coleta de dados a seleção de cenas que
contemplam o primeiro objetivo específico, a identificação das interações
acolhedoras e não acolhedora, que foram transcritas a partir das falas e ações
dos personagens.
Posteriormente essas interações foram analisadas com base no
referencial teórico adotado para esse trabalho, ressaltando a importância da
afetividade nas interações desenvolvidas em sala de aula.
FIGURA 1: Folder do objeto de estudo. Fonte: Website Taare zameen par (2015).
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4. RESULTADOS
Os resultados serão apresentados em dois momentos, o primeiro é
composto pela transcrição de cenas destacadas do filme e posteriormente
essas foram categorizadas em interações acolhedoras e não acolhedoras
(FIGURA 2).
4.1 As categorias:
QUADRO 1: As interações
INTERAÇÕES
ACOLHEDORAS NÃO ACOLHEDORAS
Atenção Interação entre Displicência Interação entre
professor – aluno durante a aula aluno – objeto de
estudo
Experiência para Interação entre Conflito Interação entre
evitar o conflito professor – aluno professor – aluno
No final da aula Rajan fala para Ishaan: Você explicou o verdadeiro significado
do poema, os outros apenas repetem o que ele diz. O senhor Tiwari é muito
exigente. Lembre-se do que ele diz e imite-o.
QUADRO 4 - Interações presentes na cena 03
Interações não acolhedoras Refere-se a:
Cena 07: Nikumbh vai até a casa dos pais de Ishaan (1’36’’42’’’)
Mãe: Sim?
Professor: Olá, me chamo Ram Shankar Nikumbh, dou aula no colégio
Nova era
Mãe: Entre.
Professor: Por acaso são livros da terceira série?
Mãe: Sim
Professor: Quem fez isso?
Mãe: Ishaan
Professor: Ishaan gosta de pintar?
Mãe: Sim, ele adora.
E o professor começa a ver os desenhos de Ishaan (FIGUARA 2)
FIGURA 2: Nikumbh observa os desenhos de Ishaan. Fonte: website Taare zameen par
(2015).
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podiam olhá-los com olhos diferentes, seu pensamento era distinto e nem
todos os entendiam, eles enfrentaram oposição e ainda assim eles venceram e
o mundo ficou maravilhado. Vamos dedicar a aula de hoje à esses famosos
prodígios, vamos lembrar deles e ir lá fora criar algo diferente com o que quer
que possam encontrar, pedras, palitos, galhos, lixo, vamos ao lago!
Os alunos saem correndo da sala de aula, mas o professor chama
Ishaan e diz:
Professor: Sabia que há um nome que eu não disse, talvez porque ele
não é assim tão famoso, mas o seu problema é igual, seu nome é Ram
Shankar Nikumbh e quando criança ele também teve problemas de
aprendizado, meu pai nunca me entendeu, pensava que eu estava sendo
travesso, criando desculpas para não estudar, ele havia me rotulado, o que
pode um idiota, um tonto conseguir? E bem, aqui estou, vamos?
Interações
14, 44%
18, 56% Acolhedoras
Não acolhedoras
5. DISCUSSÃO
quando diz “não existe problema, não tenha pressa”, ação distinta dos outros
professores que o pressionava, no entanto Ishaan não foi contagiado por
nenhuma das ações exercidas pelo educador, indicando desmotivação naquele
instante para desenhar. O ato de observar possibilita reconhecer o seu aluno
(cena 07) e quando Nikumbh foi até a casa de Ishaan demonstrou interesse
pelo aluno, aspecto afetivo importante para conhecer seu educando e sua
história, segundo Mattos (2012) o reconhecimento sucede quando o professor
conhece o seu aluno e sua família com o objetivo de estabelecer um vínculo,
no entanto que só nessa cena Nikumbh faz a descoberta da paixão de Ishaan
pelo desenho, até então não demonstrado em suas aulas.
Nessa cena é possível dizer que tanto os familiares como o professor
descobriram mais sobre o Ishaan, o professor desmitificou que Ishaan era
desinteressado e desobediente (desvalorização) ao falar que a sua dificuldade
em ler e escrever seria a dislexia, assim como foi possível perceber que os pais
desconheciam a dislexia ao questionar o professor dizendo que seu filho seria
anormal, retardo mental, como iria competir, entretanto a sua resposta revelam
suas concepções ao dizer “cada criança tem capacidades e habilidades únicas”
(valorização), evidenciando o que Amaral (1998) disse que a diferença pode
ser algo inovador e não pejorativo, mas sim expressão da diversidade da
natureza e condição humana.
A partir do reconhecimento, Nikumbh começa a realizar suas ações,
primeiro demonstra em uma aula para seus alunos, cena 08, que todos os
indivíduos são diferentes, pois apresentam talentos e habilidades distintas, ou
seja, nessa cena o professor estava fazendo uma reflexão sobre as diferenças
e dificuldades superadas, valorizando-as pela convivência com os seus pares,
sem competições ou tensões (MANTOAN, 2013). Ao valorizar as diferenças e
dificuldades superadas, Ishaan começa a despertar, se reconhecer em seu
próprio professor e enxergar novas perspectivas.
Na cena 09 o professor novamente demonstrou interesse por seu aluno
e seu futuro na conversa com o diretor pedindo a permissão para estudar com
Ishaan e o valorizou ao defendê-lo quando disse que era uma criança com
inteligência acima da média e tinha direito de estar em uma escola regular,
essa ação do professor coibiu a atitude de exclusão que o diretor pensou em
efetivar.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS