Sei sulla pagina 1di 4

Módulo 4- Diversidade Cultural

AULA 3 - Diversidade Cultural e Desenvolvimento

Ao longo do fim do século XX e início do século XXI podemos observar que em diversos
países do mundo, formou-se um cenário de crise política, econômica e social. Esses
acontecimentos obrigaram os países e organismos internacionais a pensar seus conceitos
e estratégias para o desenvolvimento. Assim, chegou-se à conclusão que os modelos
econômicos, herdados das últimas décadas, não atendem às necessidades da cena
contemporânea. Dessa forma se tornou necessário a redefinição de estratégias para a
promoção de modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo, que vai além da
economia e engloba as dimensões sociais, ambientais, tecnológicas e culturais. Nesse
contexto a cultura e a diversidade cultural surgem como potenciais insumos para o
desenvolvimento econômico, humano e social dos países e territórios.

Podemos encontrar ressonância dessa nova concepção de desenvolvimento na


Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais ,que
identifica a diversidade cultural como um motor em potencial de desenvolvimento
sustentável das comunidades, povos e nações. O documento também argumenta que a
diversidade cultural possibilita a criação de um mundo rico e variado capaz de nutrir as
capacidades e valores humanos. Dessa forma, a discussão sobre a relação entre a cultura
e desenvolvimento transborda do campo das políticas culturais e passa a figurar como
protagonista nas discussões sobre desenvolvimento econômico.

Em 2008, as Nações Unidas (ONU) por meio da Conferência das Nações Unidas sobre
Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) promove a emergência da temática das indústrias
culturais e criativas a partir das quais se desenvolve a noção de economia criativa.

A UNCTAD (2010) em seu relatório, diz que a Economia Criativa

■ pode estimular a geração de renda, criação de empregos e a exportação de ganhos, ao


mesmo tempo em que promove a inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento
humano;
■ abraça aspectos econômicos, culturais e sociais que interagem com objetivos de
tecnologia, propriedade intelectual e turismo;
■ consiste em um conjunto de atividades econômicas baseadas em conhecimento, com
uma dimensão de desenvolvimento e interligações cruzadas em macro e micro níveis para
a economia em geral;
■ é uma opção de desenvolvimento viável que demanda respostas de políticas inovadoras
e multidisciplinares, além de ação interministerial;
■ em seu cerne localizam-se as indústrias culturais e criativas.

É importante entender que o conceito de economia criativa é um conceito que se encontra


em evolução nas últimas décadas e que no âmbito das políticas culturais a definição de
seu escopo pode variar de país para país. A mesma coisa ocorre com a definição de
indústrias culturais e criativas, cada país adota o modelo e a definição que acredita se
encaixar melhor em seu contexto sócio-econômico. Da mesma forma isso ocorre com a
idéia de Economia da Cultura, que apesar de não corresponder o de Economia Criativa,
vez ou outra, em políticas culturais, um aparece como sinônimo do outros. Não iremos nos
aprofundar nesses conceitos pois serão retomados de forma aprofundada em outros
módulos.
Como exemplo da construção de um escopo para as políticas que envolvam os bens e
serviços culturais/criativos, apresentamos o modelo adotado pelo Reino Unido que derivou
de uma avaliação dos seus setores econômicos nos anos 90 e acabou por identificar um
grande potencial de crescimento de alguns setores que se convencionou chamar de
indústrias criativas. As “indústrias criativas” seriam aquelas que necessitam de criatividade,
habilidade e talento, com potencial para a geração de riquezas e empregos por meio da
exploração de sua propriedade intelectual (DCMS, 2001)

As indústrias criativas que compõem o escopo da economia criativa na concepção do


Reino Unido são as seguintes: Publicidade, arte e antiguidades, artesanato, design, moda,
filme e vídeo, música, artes cênicas, editoras, software, televisão e rádio, videogames e
jogos de computador

As 13 indústrias incluídas na classificação do Reino unido podem ser consideradas


“culturais”, entretanto o governo britânico prefere utilizar o termo indústrias “criativas” para
descrever esse agrupamento.

A economia criativa tem como matéria prima a criatividade e a diversidade cultural e aborda
a dimensão econômica da cultura. Ao longo do final da primeira década do século XXI, a
evolução do processo de globalização tornou a diversidade cultural a mais importante
dimensão cultural dessa “nova” economia. Dessa forma, o valor da diversidade cultural foi
melhor definido e a função das indústrias criativas na promoção desse valor foi se tornando
compreensível e assimilável.

A Declaração Universal sobre Diversidade Cultural (2001) identifica a diversidade como


uma incorporadora de “singularidade e pluralidade” das identidades de sociedades e
grupos, sendo assim um patrimônio comum da humanidade e aponta também que a
diversidade cultural seria um fator importante na promoção do desenvolvimento econômico,
social e cultural. Já a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das
Expressões Culturais (2005) identifica as indústrias culturais como sendo essenciais à
conquista dos benefícios da diversidade cultural tanto nos países desenvolvidos quanto
nos países em desenvolvimento.

O Relatório Mundial da UNESCO “Investindo em Diversidade Cultural e Diálogo” (2009)


assinala que a diversidade cultural é uma dimensão crucial para o desenvolvimento
sustentável e para a paz. E indica quatro áreas que podem influenciar de forma significativa
o desenvolvimento da diversidade cultural: idiomas, educação, comunicação e conteúdo
cultural, além da criatividade e do mercado. Dessa forma o relatório promove uma visão
coerente da diversidade cultural esclarecendo como ela pode se tornar benéfica à ação da
comunidade internacional.
No Brasil, a diversidade cultural foi definitivamente reconhecida como fator de
desenvolvimento econômico e social no âmbito das políticas públicas no Plano Nacional de
Cultura, instituído em 2010, que define a compreensão da cultura a partir de dimensões
simbólica, cidadã, e econômica. ​Outro importante marco foi a criação d​a Secretaria de
Economia Criativa no Ministério da Cultura.

Na tarefa de formular uma definição e um escopo para as políticas de economia criativa, a


Secretária de Economia Criativa (SEC) pactua os fundamentos da economia criativa a
partir dos princípios de inclusão social, sustentabilidade, inovação e diversidade cultural.
Nesse sentido a SEC pontua que pensar em uma economia criativa brasileira é: “...pensar
numa economia cuja base, ambiência e riqueza se dão graças à diversidade cultural do
país. A criatividade brasileira é, portanto, processo e produto dessa diversidade”. E assim
estabelece as dimensões do desenvolvimento pautados na valorização da diversidade
cultural:

Sustentabilidade: ​Considerando que muitas práticas desenvolvimentistas, mesmo


gerando ganhos econômicos elevados acabam por impactar de forma negativa as
condições de vida da humanidade; que o uso indiscriminado de recursos naturais e de
tecnologias poluentes acabou por gerar grandes desequilíbrios ambientais; que a
proliferação de uma cultura de consumo global massificou mercados inundando-o de bens
e serviços destituídos de elementos originais e identificadores de culturas locais. Em
função dessas considerações
a SEC defende que o desenvolvimento deve ter por base a sustentabilidade de modo a
garantir o bem estar social, cultural, ambiental e econômico das gerações presentes e
futuras.

Inovação: ​Se antes a inovação apresentava uma correspondência direta com crescimento
econômico, atualmente ela é compreendida tanto como o aperfeiçoamento do que já existe
quanto a criação de algo totalmente novo. A inovação seja ela incremental ou radical, em
determinados segmentos criativos (como o design, as tecnologias da informação, os games
etc.) apresenta uma relação direta com a identificação de soluções aplicáveis cujos os
produtos são frutos da integração entre novas tecnologias e conteúdos culturais. Já no
campo da cultura a inovação pressupõe a ruptura com os mercados e por isso deve ser
apoiada pelo Estado por meio de políticas públicas.

Inclusão Social: ​Considerando o contexto socioeconômico do país é essencial assumir a


inclusão social como princípio fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas
culturais na área da economia criativa. A efetividade dessas políticas pode promover a
inclusão produtiva da população, tendo como prioridade indivíduos em situação de
vulnerabilidade social, por meio da formação e qualificação profissional e da geração de
oportunidades de trabalho e renda.

Atualmente os rumos das políticas que tem como centro a dimensão econômica da cultura
se encontra incerto devido ao fechamento da Secretaria da Economia Criativa em 2014,
entretanto alguns projetos que tem como objetivo dimensionar o impacto dos setores
criativos na economia brasileira ainda estão em andamento, como por exemplo os
Observatórios Brasileiros de Economia Criativa que funcionam nos estados de Goiás,
Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

Além disso, ao longo do ano de 2015, houve um esforço dentro do Ministério da Cultura em
elaborar um Programa Nacional de Economia da Cultura que pode ser consultado aqui:
http://www.cultura.gov.br/documents/10883/1337477/PROGRAMA+NACIONAL+DE+ECON
OMIA+DA+CULTURA_PNEC_RELATO%CC%81RIO+FINAL.compressed.pdf/8b6dec76-9
a6c-4992-acaf-b11e2e94e6a6

Para saber sobre a Economia Criativa em Goiás, acesse aqui a Coleção Dimensões,
publicado pelo Observatório da Economia Criativa de Goiás:
http://medialab.ufg.br/p/17693-colecao-dimensoes

Para saber mais sobre o Plano da Secretaria Criativa, acesse aqui:


http://cultura.gov.br/documents/10913/636523/PLANO+DA+SECRETARIA+DA+ECONOMI
A+CRIATIVA/81dd57b6-e43b-43ec-93cf-2a29be1dd071

Vídeo: Diversidade Cultural, Patrimônio e Memória - Flavio de Lemos Carsalade:


https://www.youtube.com/watch?v=ECywSIeoUNs

Referências

DCMS (Department for culture, media and sport). Creative industries mapping document.
Disponível em:
http://www.culture.gov.uk/Reference_library/Publications/archive_2001/ci_mapping_doc
_2001.htm
MINC. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações,. 2011 –
2014. Brasília, Ministério da Cultura, 2011.
UNCTAD.Creative economy report 2008: the challenge of assessing the creative economy
-towards informed policy-making. Genebra: United Nations, 2008.
______. Creative economy report 2010: a feasible development option. Genebra: United
Nations, 2010.
UNESCO. Declaração Universal sobre Diversidade Cultural. Paris, 2002.
________. Informe Mundial sobre Cultura: diversidade cultural, conflito e pluralismo. São
Paulo, Moderna: Paris, Unesco, 2004.
________.Convenção Para Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões
Culturais. Paris, 2005.

Potrebbero piacerti anche