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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TURMAS RECURSAIS

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
LFF
Nº 71008032500 (Nº CNJ: 0061489-18.2018.8.21.9000)
2018/CÍVEL

RECURSO INOMINADO. AÇÃO


INDENIZATÓRIA. CONSUMIDOR.
TELEFONIA. INSCRIÇÃO NOS ÓRGÃOS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO. COBRANÇA
INDEVIDA, REALIZADA APÓS O
CANCELAMENTO. DESCONSTITUIÇÃO.
RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES
PAGOS. DANO MORAL CONFIGURADO.
QUANTUM EXCEPCIONALMENTE
MODIFICADO.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

RECURSO INOMINADO TERCEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL

Nº 71008032500 (Nº CNJ: 0061489- COMARCA DE SOLEDADE


18.2018.8.21.9000)

OI MOVEL S.A RECORRENTE

GILSON CARLOS COELHO TIMM RECORRIDO

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Juízes de Direito integrantes da Terceira Turma


Recursal Cível dos Juizados Especiais Cíveis do Estado do Rio Grande do
Sul, à unanimidade, em dar parcial provimento ao recurso.

Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente),


os eminentes Senhores DR. FÁBIO VIEIRA HEERDT E DR. GIULIANO
VIERO GIULIATO.

Porto Alegre, 25 de outubro de 2018.

DR. LUIS FRANCISCO FRANCO,


Relator.

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TURMAS RECURSAIS

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
LFF
Nº 71008032500 (Nº CNJ: 0061489-18.2018.8.21.9000)
2018/CÍVEL

R E L AT Ó R I O

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que


julgou parcialmente procedente a pretensão inicial, ao confirmar a
liminar; declarar a inexistência de débito em nome do autor e condenar a
ré a restituir ao autor o valor de R$ 1.028,80 e a pagar R$ 15.000,00, a
título de indenização por danos morais.

Irresignada, a empresa requerida, ora recorrente, sustenta a


regularidade das cobranças, bem como a inocorrência de danos morais.
Pleiteia o provimento do recurso inominado, a fim de que sejam afastadas
as indenizações ou, alternativamente, reduzido o quantum arbitrado a
título de danos morais.

Foram apresentadas contrarrazões, nas quais o autor narrou


que era cliente da empresa ré, contudo passou a receber cobranças
indevidas, as quais persistiram mesmo após o cancelamento e ensejaram
a inscrição de seu nome nos órgãos de proteção ao crédito. Requer,
portanto, o desprovimento do recurso.

Vieram, pois, os autos conclusos.

É o breve relatório.

VOTOS

DR. LUIS FRANCISCO FRANCO (RELATOR)

Conheço do recurso, pois satisfeitos os pressupostos de


admissibilidade.

Narrou o autor que era cliente da empresa ré e que autorizou


que os serviços telefônicos fossem pagos mediante débito automático em
sua conta bancária. Referiu que, a partir de setembro de 2015, a
demandada passou a cobrar duplamente pelos serviços, isto é, realizando
o débito automático em sua conta e exigindo, também, o pagamento das
faturas impressas, enviadas ao seu endereço. Em razão disto, em

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24.09.2015, cancelou todos os serviços que haviam sido contratados.


Relatou que, embora tivesse cancelado o contrato, as cobranças
persistiram – ainda duplamente –, o que culminou na inscrição de seu
nome nos cadastros de inadimplentes.

Por sua vez, a empresa ré, ora recorrente, suscita que os


valores cobrados foram referentes a “serviços efetivamente contratados
e consumidos”, sendo regulares os débitos que ensejaram a inscrição do
nome do autor nos cadastros restritivos de créditos. Ainda, assevera a
ausência de dano moral no caso em análise. Pleiteia, portanto, a reforma
da sentença e, em sendo mantida a procedência do pedido, requereu a
redução do quantum indenizatório.

Sem razão, contudo. Consoante o disposto no artigo 373, II,


do Código de Processo Civil, cabia à ré a comprovação da regularidade
das cobranças realizadas após o cancelamento do serviço, o que poderia
realizar através da apresentação de faturas detalhadas demonstrando a
utilização do serviço após a data de 24.09.2015. Nenhuma prova nesse
sentido veio aos autos. De outra sorte, o autor corroborou suas alegações
com a apresentação dos números dos protocolos dos atendimentos
realizados junto à empresa demandada, bem como trouxe aos autos
extratos que demonstram que os débitos estavam sendo realizados em
sua conta.

A ré, de seu turno, não trouxe aos autos o teor dos


protocolos de atendimento apontados pelo autor, não impugnou
especificamente qualquer dos fatos narrados e limitou-se a tão somente
alegar genericamente que a cobrança foi relativa a serviços efetivamente
prestados. Dessa forma, não havendo prova a respeito da regularidade
das dívidas, deve ser confirmada a sentença que determinou a
desconstituição dos débitos e reconheceu o dever de restituir a quantia
debitada indevidamente da conta do autor.

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O cadastramento indevido configura o dano moral in re ipsa,


que independe de prova, pois decorrente de situação em que é possível
presumir os graves prejuízos enfrentados.

Conforme entendimento adotado por esta Turma Recursal,


somente valores ínfimos ou exagerados devem ser modificados, a fim de
prestigiar as decisões dos Juizados (princípio da imediatidade) e proteger
o sistema.

Ocorre que no caso em análise constato desproporção na


quantia arbitrada (R$ 15.000,00), em inobservância aos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade, comportando redução. Nessa
conjuntura, em atenção às particularidades do caso concreto, e em
caráter excepcional, vislumbro a necessidade de alterar o quantum. Fixo,
pois, o valor em R$ 5.000,00.

Diante do exposto, voto por dar parcial provimento ao


recurso, apenas para reduzir o quantum indenizatório arbitrado a
título de indenização por danos morais, fixando-o em R$
5.000,00, mantendo os consectários da sentença.

Sem condenação em custas ou honorários, em face do


resultado do julgamento.

DR. FÁBIO VIEIRA HEERDT - De acordo com o(a) Relator(a).

DR. GIULIANO VIERO GIULIATO - De acordo com o(a) Relator(a).

DR. LUIS FRANCISCO FRANCO - Presidente - Recurso Inominado nº


71008032500, Comarca de Soledade: "DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO
RECURSO. UNÂNIME."

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Juízo de Origem: JUIZADO ESPECIAL CIVEL ADJUNTO SOLEDADE - Comarca


de Soledade

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