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Redação
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Edital
REDAÇÃO
Banca: Consulplan
Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa
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Redação
EDITAL
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Considerando-se que o texto constitui uma unidade, os itens discriminados serão avaliados em
estreita correlação.
Conteúdo
a) perspectiva adotada no tratamento do tema;
b) capacidade de análise e senso crítico em relação ao tema proposto;
c) consistência dos argumentos, clareza e coerência no seu encadeamento.
A nota será prejudicada, proporcionalmente, caso ocorra uma abordagem tangencial, parcial
ou diluída em meio a divagações e/ou colagem de textos e de questões apresentados na prova.
Estrutura
a) respeito ao gênero solicitado;
b) progressão textual e encadeamento de ideias;
c) articulação de frases e parágrafos (coesão textual).
Expressão
a) desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido;
b) adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso;
c) domínio da norma culta formal, com atenção aos seguintes itens: estrutura sintática de
orações e períodos, elementos coesivos; concordância verbal e nominal; pontuação;
regência verbal e nominal; emprego de pronomes; flexão verbal e nominal; uso de tempos
e modos verbais; grafia e acentuação.
•• A resposta à Prova de Redação deverá ser manuscrita, em letra legível, com caneta
esferográfica de tinta azul ou preta, fabricada em material transparente, não sendo
permitida a interferência ou a participação de outras pessoas, salvo em caso de candidato a
quem tenha sido deferido atendimento especial para a realização das provas. Nesse caso, o
candidato será acompanhado por fiscal da CONSULPLAN devidamente treinado, para o qual
deverá ditar os textos, especificando oralmente a grafia das palavras e os sinais gráficos de
pontuação.
•• A Folha de Textos Definitivos da Prova de Redação será fornecida juntamente com a Folha
de Respostas da Prova Objetiva no dia de realização das provas, devendo o candidato, ao
seu término, obrigatoriamente, devolver ao fiscal a Folha de Respostas (Prova Objetiva)
e a Folha de Textos Definitivos (Prova de Redação), devidamente assinadas no campo
específico. A Folha de Textos Definitivos não poderá ser assinada, rubricada nem conter, em
outro local que não o apropriado, qualquer palavra ou marca que a identifique, sob pena
de anulação da Prova de Redação. Assim, a detecção de qualquer marca identificadora no
espaço destinado à transcrição do texto definitivo acarretará a anulação da prova.
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
DÚVIDAS COMUNS
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•• sem verbo e sem pontuação intermediária – letras maiúsculas no início das palavras
(exceto nexos e artigos).
OBS. 1: a presença de título no texto não é penalizada, a não ser que haja determinação
contrária expressa em comando da prova. A linha em que o título for exposto é contada como
efetivamente escrita.
•• Translineação: hífen ao lado direito da palavra translineada.
O QUE É DISSERTAÇÃO?
O Texto Dissertativo é "um estudo teórico, de natureza reflexiva, que consiste na ordenação de
ideias sobre determinado tema" (Salvador, 1980, p.35), "aplicação de uma teoria já existente
para analisar determinado problema" (Rehfeldt, 1980, p. 62), ou "trabalho feito nos moldes da
tese, com a peculiaridade de ser ainda uma tese inicial ou em miniatura" (Salomon, 1972, p.
222).
OBS. 2: dessa forma, apresente o máximo de conhecimento possível sobre o assunto, uma
vez que é pautado naquele que o examinador irá identificar os pontos-chave que interessam
à banca para atribuir pontuação ao seu texto.
Tipos de Dissertação
Existem dois tipos de dissertação: a Dissertação Argumentativa e a Dissertação Expositiva.
Texto Dissertativo-expositivo
Trata-se do texto cujo articulador das ideias utiliza dados fartamente noticiados em jornais,
revistas, rádio, televisão, internet... Tais ideias são amplamente conhecidas e, por isso mesmo,
inquestionáveis quanto ao conteúdo. Como o próprio nome diz, expõe os fatos, mas não
apresenta necessariamente uma discussão. Deve permitir que o leitor identifique, claramente,
o tema central do texto. O seu objetivo é o de informar o leitor sobre o máximo de aspectos
relevantes ligados ao tema. O autor deve expor, explicar e interpretar as ideias, levando o
avaliador a considerá-las coerentes e não fazê-lo concordar com elas.
O autor deve escrever parágrafos de INTRODUÇÃO e CONCLUSÃO; não há um número específico
de parágrafos para o DESENVOLVIMENTO, nem a preocupação com o número de linhas de cada
parágrafo.
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
Texto Dissertativo-argumentativo
Nessa modalidade, a intenção é persuadir o leitor, convencê-lo de sua tese (ideia central) a
partir de coerente argumentação, exemplos, fatos.
Trata-se da discussão de problemas por meio de um texto argumentativo, o qual deve apresentar
Introdução, Desenvolvimento e Conclusão, adotando-se o padrão de quatro/cinco parágrafos.
Em cada parágrafo, deve haver um mínimo de dois períodos com, aproximadamente, três
linhas em cada um.
Tal texto deve ser objetivo, veiculando informações consensuais. Sua finalidade não é literária.
Visa a convencer, a persuadir o leitor.
Evite definições e críticas virulentas, bem como manifestação de preconceitos.
Visto que a CONSULPLAN, tradicionalmente, solicita a produção de um texto dissertativo-
argumentativo (mais complexo), eis suas exigências.
ESTRUTURA DO TEXTO
1. Introdução (± 5 linhas)
Assunto +
Tema +
Tese
2. Desenvolvimento 1 (± 10 linhas)
Dissertar (expor): assunto + tema
3. Desenvolvimento 2 (± 10 linhas)
Argumentar: opinião + argumentos comprobatórios
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4. Conclusão (± 5 linhas)
Retomar Tema + Tese
Sugestão de medidas e de ações efetivas
Citação
OBS. 3: todos os parágrafos devem conter, no mínimo, dois períodos (da letra maiúscula ao
ponto final).
1. INTRODUÇÃO: a principal finalidade da introdução é anunciar o assunto, definir o tema
que vai ser tratado, de maneira clara e concisa, expor a tese. Na introdução, são requisitos
básicos a definição do assunto e a indicação do caminho que será seguido para sua
apresentação.
Estrutura da Introdução
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Modelos de Introdução
EXEMPLIFICANDO
PROPOSTA
Em uma relação comercial, há sempre duas partes envolvidas: a empresa e o consumidor. O
acordo entre os interesses de cada uma dessas partes é um desafio a ser superado quando se
quer transformar intenções em realidade.
Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-
se a respeito do seguinte tema:
Conciliar as necessidades dos consumidores aos objetivos da empresa
OBS. 5: como utilizar os textos de apoio.
_Considerando ____________________________________________________________
____________________________________________________________________________
•• Declaratória – consiste em expor o mesmo que sugere a proposta, usando outras palavras
e outra organização. Risco: paráfrase.
Em qualquer relacionamento, há, no mínimo, duas partes comprometidas entre si. Não
seria diferente no comercial, que aproxima consumidor e empresa, sendo, pois, necessário
harmonizar os interesses de ambos, a fim de remover qualquer obstáculo que se apresente.
•• Interrogativa – pode-se iniciar a redação com uma série de perguntas. Porém, cuidado!
Devem ser perguntas não retóricas, que levem a questionamentos e reflexões, e não vazias
cujas respostas sejam genéricas. As perguntas devem ser respondidas, no desenvolvimento,
por meio de argumentos coerentes.
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Será possível estabelecer relacionamentos nos quais não se compatibilizem os interesses das
partes envolvidas? Quando se trata dos comerciais, como proceder para que consumidor e
empresa sintam-se atendidos quanto a seus interesses? É imprescindível superar os desafios
que podem impedir tal desejo de se tornar realidade.
•• Histórica – pode-se iniciar a redação por meio de fatos históricos conhecidos e significativos
para o desenvolvimento que se pretende dar ao texto. Risco: mera exposição.
As primeiras atividades comerciais baseavam-se em trocas naturais: as partes estipulavam li-
vremente o que se envolvia em suas negociações. Com o passar do tempo, tais transações tor-
naram-se mais e mais complexas. Assim sendo, é imperioso que se harmonizem os interesses
de consumidor e empresa, a fim de impedir que possíveis obstáculos impeçam a concretização
de uma parceria.
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Outro exemplo:
“Pode-se dizer que o futebol é a telenovela do homem, a telenovela é o futebol da
mulher brasileira. Trata-se de dois gêneros rotineiros de entretenimento de massa, tão
rotineiro quanto a vida diária de cada um de nós – mas dos quais sempre se esperam
os grandes lances de emoção.”
•• Citação / Argumento de Autoridade – abre-se esse tipo de introdução por meio de uma
citação pertencente a qualquer área do conhecimento ou mediante a afirmação de uma
autoridade no tema em pauta. É preciso ressaltar que tais expedientes não são gratuitos
– meros “enfeites” – e que, portanto, a ideia que veiculam deve ser retomada ao longo do
texto ou na conclusão.
Segundo Pessoa, “Nada revela mais uma incapacidade fundamental para o exercício do
comércio que o hábito de concluir o que os outros querem sem estudar os outros, fechando-
nos no gabinete da nossa própria cabeça.” É necessário, por conseguinte – a fim de conciliar
necessidades e objetivos de consumidores e empresas –, dar-se a conhecer. Só assim, eventuais
obstáculos a tal relacionamento poderão ser superados.
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Outro exemplo: tema – A moda dita sua vida.
“Sempre dizemos que a moda exerce na nossa época uma espécie de ditadura
sobre o gosto pessoal. Essa ideia, tão difundida e aceita, parece não resistir sequer ao
teste da observação casual. Por todo lado, o que se vê, pelo contrário, é um convite à
liberdade na gama intensa de cores, feitios e padrões a indumentária atual.”
Obs. 7: “outros exemplos” têm como fonte Como escrever textos, de Maria Teresa Serafini,
editora Globo; Dissertação, de Ana Helena Cizotto Belline, editora Ática; Roteiro de redação,
editora Scipione.
Desenvolvimento 1 (± 10 linhas)
Dissertar (expor): assunto + tema
•• apresentação do assunto + tema
•• argumento de prova concreta (UM bom exemplo)
•• argumento de consenso
Desenvolvimento 2 (± 10 linhas)
Argumentar: opinião + argumentos comprobatórios
•• explicitação da tese (por quê?)
•• argumentos (de autoridade, históricos, questionamentos não retóricos – resposta
imediata, comparativos, causa/consequência...)
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Modelos de Desenvolvimento
EXEMPLIFICANDO
Tema: intolerância religiosa
•• Causas e consequências – é a apresentação dos aspectos que levaram ao problema
discutido e das suas decorrências.
“Considerando-se a necessidade de buscarem-se ações que combatam a intolerância religiosa,
cabe analisar que há dificuldade por parte do Estado em ser, na prática, laico, posto que – por
exemplo – existem feriados nacionais com embasamento católico, o que revela um caminho
que influencia a repulsa por outras crenças. Assim, é comum a existência daqueles que, por
se acharem superiores, abusam do direito à crítica e agridem fisicamente outros por não
concordarem com sua fé, principalmente a de matriz africana. A intolerância religiosa no Brasil
é de tal forma sistemática e recorrente que inúmeras obras literárias abordaram-na: “O Pagador
de Promessas”, de Dias Gomes, exemplifica magistralmente esse preconceito.”
EXEMPLIFICANDO
Tema: sistema penitenciário brasileiro
•• Exemplificação – a exemplificação é a maneira mais fácil de se desenvolver a dissertação,
desde que não seja exclusiva: é preciso analisar os exemplos e relacioná-los ao tema.
Devem-se apresentar exemplos concretos.
“O sistema penitenciário brasileiro coloca-se – historicamente – na contramão de sua função
precípua: a reeducação e a readaptação de indivíduos condenados a penas de reclusão e de
detenção. Trata-se de verdadeiras “escolas de crime” – expressão clichê, devido às inúmeras
vezes em que vem sendo empregada para definir o que se vê nos cárceres do País. Como
exemplo mais recente (que dispensa detalhamentos, haja vista a indizível barbárie), citam-
se os episódios ocorridos no Amazonas, no início de 2017. O caminho para a recuperação
dos detentos passa a quilômetros desses locais, da mesma forma que distante se encontra a
educação formal que os salvaria.”
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EXEMPLIFICANDO
Tema: intolerância religiosa
•• Argumento de autoridade – a ideia se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que
pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa, uma frase dita por
um líder ou um político, algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma autoridade
no assunto abordado.
“Para Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um ‘corpo biológico’, que interage entre
si. Entretanto, fato que impede o funcionamento harmônico desse organismo é a presença
de preconceitos – entre eles o religioso – no País. A despeito de sermos uma população
miscigenada, criam-se estereótipos relacionados à fé. Todavia, é preciso ressaltar que a
Constituição Federal, em seu Artigo Quinto, determina que todo cidadão é igual perante a lei,
podendo, assim, seguir dogmas de acordo com seus preceitos. Dessa forma, os atos ofensivos
relacionados à crença, no Brasil, refutam a Carta Magna, uma vez que a escolha da religião é,
muitas vezes, motivo de discriminação e, até mesmo, de agressão.”
EXEMPLIFICANDO
Tema: a violência contra o menor no Brasil
•• Levantamento de hipótese – traz a tese que se pretende provar ao longo do(s)
desenvolvimento(s). O principal risco é não ser capaz de realmente comprovar a tese
apresentada.
“O Brasil, a despeito de ter alcançado o posto de sétima economia mundial em 2014,
permaneceu apresentando problemas que não se coadunavam com tal status. A violência
contra o menor tem origem na persistência da miséria – talvez a principal responsável pela
desagregação familiar.”
EXEMPLIFICANDO
Tema: a violência contra o menor no Brasil
•• Histórica – traçar uma trajetória histórica é apresentar uma analogia entre elementos
do passado e do presente. Só será usada a trajetória histórica quando houver um fato no
passado que seja comparável, de alguma maneira, a outro no presente.
“No Brasil, às crianças nunca foi dada a importância devida. Em Canudos e em Palmares, não
foram poupadas da violência. Na Candelária ou na Praça da Sé, continuam não sendo.”
EXEMPLIFICANDO
Tema: a violência contra o menor no Brasil
•• Comparação social, geográfica ou de qualquer outra natureza.
“Zé Pequeno, personagem do filme ‘Cidade de Deus’, exemplifica, de forma magistral, a triste
realidade a que são submetidas muitas crianças brasileiras. Vítimas da violência, fruto da
miséria e do abandono, constroem, diariamente, um país envergonhado – ou que, pelo menos,
deveria sê-lo.”
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EXEMPLIFICANDO
Tema: a violência contra o menor no Brasil
•• Comparação por oposição – procura-se mostrar como o tema – ou aspectos dele – opõe-se
a outros.
“Em um mesmo território – que mais parecem dois mundos distintos –, O Brasil, vemos as
crianças que frequentam boas escolas e as que habitam o asfalto das grandes cidades. Enquanto
aquelas constroem – em tese – um futuro, estas (vítimas da violência) edificam a ausência de
um amanhã.”
D2 / D3
•• Nota-se, por outro lado, que...
•• É imprescindível insistir no fato de que...
•• Não se pode esquecer
•• Além disso, ...
•• Outro fator existente...
•• Outra preocupação constante...
•• Ainda convém lembrar...
Tipos de Argumento
EXEMPLIFICANDO
Tema: turismo
•• Argumento baseado no consenso – são proposições evidentes por si mesmas ou
universalmente aceitas como verdade – conceitos. Contudo, não se deve confundir
argumento baseado no consenso com lugares comuns carentes de base científica.
Ora, o homem sempre viajou: para sobreviver, para proteger-se, para conquistar, para comerciar,
por curiosidade natural, por lazer, enfim. Há registros desde a Pré-História de deslocamentos
individuais e em grupo. As movimentações turísticas englobam boa parte da economia de um
país, pois ocasionam a circulação de um número bem maior de pessoas nas regiões visitadas, o
que propicia aumento de postos de emprego, de investimentos na estrutura da cidade, levando
à melhora da qualidade de vida dos cidadãos que ali vivem.
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•• Argumento baseado em consenso (dissertação expositiva) – podem-se usar, pois, tais
proposições evidentes por si ou universalmente aceitas para efeito de argumentação. Não
se deve, no entanto, confundir argumento baseado no consenso com lugares-comuns
carentes de base científica, de validade discutível.
A Matemática trabalha com axiomas, que são proposições evidentes por si mesmas e, portanto,
indemonstráveis: o todo é maior do que a parte; duas quantidades iguais a uma terceira são
iguais entre si etc. Outras ciências trabalham também com máximas e proposições aceitas
como verdadeiras em certa época, e, portanto, prescindem de demonstração, a menos que o
objetivo de um texto seja demonstrá-las.
•• Argumento baseado em provas concretas – a argumentação consiste numa declaração
seguida de prova. As provas concretas constituem-se, principalmente, de fatos, de dados
estatísticos, de exemplos, de ilustrações.
Quando Flávio Bicca escreveu “Horizontes” e afirmou que o pôr do sol de Porto Alegre o
traduzia em versos, instalou, provavelmente, num eventual turista a curiosidade de conhecer
essa cidade, que se caracteriza por um dos mais belos ocasos.
•• Argumento de competência linguística – a argumentação baseia-se no pleno uso dos
recursos oferecidos pela língua, de forma correta e inovadora.
É essa sistemática – inerente ao ser humano – da eterna busca pelo inusitado, pelo novo, pelo
desconhecido que o impede de estagnar e força-o a romper o escudo acomodatício, o que seria
impossível sem as viagens.
OBS. 9: ÉTICA, JUSTIÇA, EDUCAÇÃO e CIDADANIA são argumentos válidos para quase todos
os temas.
CITAÇÕES e CONCEITOS
Ética
"Sê senhor da tua vontade e escravo da tua consciência." (Aristóteles)
“Nada em excesso.” (Aristóteles)
"O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê." (Platão)
“Conhece-te a ti mesmo.” (Platão)
"A ética é uma qualidade do sábio, pois apenas pelo conhecimento se chega à razão e ao controle das
iras e desejos, logo, a ser ético.” (Platão)
"O homem é a medida de todas as coisas, das reais enquanto são e das não reais enquanto não são."
(Protágoras)
“A felicidade se encontra no prazer moderado, no equilíbrio racional entre as paixões e sua satisfação.”
(Epicuro – princípio do hedonismo)
“É imprescindível independência entre política e moral. É necessário, pois, tirar o máximo proveito
possível de determinada situação. Nesse universo, os fins justificam os meios, sendo que o propósito
do homem não é ser bom, mas alcançar a felicidade e o poder a qualquer custo, mesmo que esse
custo passe, às vezes, pelo aniquilamento da diferença, do outro.” (Maquiavel)
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
"Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a
aprender." (Pascal)
“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. [...]Pássaros engaiolados são pássaros sob
controle. [...] Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. [...] Ensinar o voo, isso elas não
podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. [...] O voo não pode ser ensinado. Só pode
ser encorajado.” (Rubem Alves)
"O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.” (Immanuel Kant)
Cidadania
“Só engrandecemos o nosso direito à vida cumprindo o nosso dever de cidadãos do mundo." (Gandhi)
Cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia. Exercer a cidadania plena é ter direitos
civis, políticos e sociais. Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a uma
sociedade organizada. Relaciona-se, portanto, à participação consciente e responsável do indivíduo
na sociedade, zelando para que seus direitos não sejam violados.
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Solução
“O igual é um justo meio entre o excesso e a deficiência. Por justo meio entende-se aquilo que é equi-
distante em relação a cada um dos extremos, e que é único e o mesmo em relação a todos os homens;
o justo meio em relação a nós significa aquilo que não é nem demais nem muito pouco, e isto não é
único nem o mesmo para todos.” (justa medida aristotélica)
2. CONCLUSÃO
Não confunda conclusão com apreciação do trabalho. É muito comum encontrar dissertações
que apresentam na conclusão uma apreciação do assunto, ou frases do tipo “Eu acho muito
importante .........., por isso ou aquilo...”
Na introdução, anuncia-se o que se vai fazer; na conclusão, confirma-se o que foi feito. Se a
introdução pode ser considerada um “trailer” do trabalho, a conclusão é um “replay”.
A despeito de ser um “replay” (tema – tese – solução), admite-se fato novo: ideia ou argumento.
Modelo de Conclusão
EXEMPLIFICANDO
Tema: sustentabilidade
“A percepção de que estamos ameaçados como espécie atribui, portanto, relevância
ímpar à sustentabilidade. O desafio imposto pela crise ambiental requer outras soluções – além
da mudança radical do padrão de produção e consumo vigente. É preciso contar, também,
com os avanços tecnológicos, depositando-se na capacidade inventiva do homem a superação
anunciada dos limites dos recursos naturais. É preciso, por fim, alterar o padrão civilizatório de
que somos prisioneiros.”
OBS. 10:
•• desloque a conjunção conclusiva (seu uso não é obrigatório);
•• só cite exemplo se se tratar de retomada;
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do seguinte tema:
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO (ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL) PARA O
SUCESSO DA REALIZAÇÃO DA COPA DO MUNDO DE 2014 NO BRASIL
ANÁLISE DA PROPOSTA
1. Texto motivador:
palavras-chave – COPA / ATRASOS / PERDA DE TEMPO E DE DINHEIRO.
ideias a observar – APROVEITAMENTO EFICIENTE DO TEMPO, DE MÃO DE OBRA, DE
MATERIAL... / CONSECUÇÃO DE METAS ESTABELECIDAS...
2. Tema:
palavras-chave – PLANEJAMENTO / SUCESSO NA REALIZAÇÃO
ideias a observar – EFICÁCIA E EFICIÊNCIA DA GESTÃO PÚBLICA ESTRATÉGICA, TÁTICA E
OPERACIONALMENTE QUANTO AO PLANEJAMENTO DO EVENTO.
Redação disponível na internet. A nota FINAL atribuída ao candidato foi de 9,87, sendo que a
nota de conteúdo (organização e estrutura geral do texto) foi de 10,0 pontos.
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OUTROS EXEMPLOS
FCC
Mobilidade urbana é, também, a capacidade de as pessoas se deslocarem de um lugar
para outro para realizar suas atividades de forma confortável, segura e em tempo hábil. É mais
do que meios de transporte e trânsito. Nas grandes cidades, o resgate dos espaços públicos
para os cidadãos se associa à limitação do uso de veículos automotores.
Considerando-se o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre
o tema abaixo.
A mobilidade urbana: aspectos sociais, econômicos e ambientais Exemplo de Redação –
Fernanda Mattos, aluna da Casa do Concurseiro. (10,0)
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FCC
Neste momento, nós, mulheres e homens, enfrentamos muitas novidades, num mundo
fascinante, vertiginoso, belo e às vezes cruel. Com tecnologias efêmeras e atordoantes, estamos
condenados à brevidade, à transitoriedade, depois de séculos em que os usos e costumes
duravam muitos anos, e qualquer pequena mudança causava um alvoroço. A convivência de
homens e mulheres também mudou. Em muitas empresas as mulheres trabalham ombro a
ombro com colegas homens e, eventualmente, assumem cargos de comando. Como agimos,
como nos portamos, como nos reinventamos, nós, homens e mulheres?
(Adaptado de Lya Luft. Veja, 19 de dezembro de 2012)
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EXEMPLIFICANDO
As pessoas vão às ruas protestar por vários motivos, exercendo um direito que é legítimo,
mas é preciso considerar alguns limites, sem os quais suas manifestações perdem a
legitimidade.
Escreva um texto dissertativo-argumentativo, no qual você deverá discutir o tema
apresentado.
PLANEJAMENTO:
ASSUNTO – PROTESTO
TEMA – protestar é um direito legítimo, mas limites devem ser considerados a fim de que tal
ação se mantenha em conformidade com princípios justos.
TESE – concordância.
ENCAMINHAMENTO DE SOLUÇÃO – quais são os limites a serem observados quando de
protestos?
INTRODUÇÃO:
1º período = assunto + tema.
2º período = tese.
3º período = encaminhamento de solução.
Em qualquer comunidade, há os que – em desacordo com o status quo – exercem o seu
direto legítimo de protestar. Contudo, manifestar-se de forma contrária ao que é estabelecido
legal ou consensualmente, requer, no mínimo, conhecimento da situação e maturidade, a fim
de que não se perca a legitimidade de tais ações. Talvez, aí esteja o maior desafio: estabelecer
os limites entre uma manifestação pública e o contrassenso.
D1 = 1º período.
•• exposição do tema;
•• argumento de consenso;
•• argumento de prova concreta.
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D2 = 2º período
•• exposição da tese;
•• argumento de autoridade;
•• comparação.
O direito de protestar – conquistado recente e arduamente pela maioria dos povos, de
forma especial pelo latino-americano –, contudo, está diretamente relacionado ao conhecimento
da situação que motiva manifestações a ela contrárias e à maturidade (inclusive, política). A
ausência de tais requisitos pode transformar a população legitimamente indignada em massa
de manobra daqueles cujo principal interesse é o próprio. Assim, indignada tal qual uma criança
que não sabe bem por que chora, o conjunto dos cidadãos – agora uma turba – manifesta-se
irrefletidamente, ultrapassando os limites do bom senso. Esquece-se, paradoxalmente, de que
há o “direito do mais sábio, mas não o do mais forte”, conforme afirma Joseph Joubert.
LINGUAGEM
A clareza é uma das principais qualidades de uma redação. Consiste em expressar-se da melhor
forma possível, de modo a deixar-se compreender pelo leitor do texto.
Seja natural. Linguagem direta, clara, fluente é mais efetiva do que expressões rebuscadas, às
vezes inadequadas para o contexto. Não seja prolixo ou verborrágico.
Utilize termos técnicos somente se a redação for expositiva. Utilizar ‘juridiquês’ na prova
dissertativo-argumentativa, por exemplo, faz o candidato perder pontos.
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O que prejudica seu texto
•• Prolixidade
O mistério insondável, desmedido, incomensurável que rodeia o homem, criatura imperfeita,
minúscula e perplexa, impede-o, muitas vezes, de atuar de forma equilibrada, coerente e
sensata, tornando-o confuso, imprevisível e incoerente. (inadequado)
•• Verborragia
Assim, deve-se desejar o desaparecimento dos obnóxios1, viperinos2 e iracundos3 corruptos
dos quadros políticos brasileiros! (inadequado)
1 – Obnóxio: desprezível.
2 – Relativo à víbora; venenoso; peçonhento.
3 – Sujeito propenso à ira; colérico; irascível.
•• Ambiguidade
→ Prezadas senhoras, não esqueçam a próxima venda para beneficência. É uma boa
oportunidade para se livrar das coisas inúteis que há na sua casa. Tragam seus maridos.
•• Imprecisão
→ A corrupção nacional é uma COISA / ALGO assustador(a), um PROBLEMA quase sem
solução. (A corrupção nacional é assustadora, um problema social quase sem solução).
•• Lugar-comum
→ Desde os primórdios da humanidade, o homem tem-se mostrado cruel com seus
semelhantes.
→ É preciso lembrar que dinheiro não traz felicidade.
→ Se cada um fizer a sua parte, certamente viveremos num mundo melhor.
→ Ditados: agradar a gregos e troianos, chover no molhado, ficar literalmente arrasado,
passar em brancas nuvens, segurar com unhas e dentes, ter um lugar ao sol...
•• Impropriedade de registro
Gírias ou expressões informais retiradas da fala cotidiana podem enfraquecer um argumento.
Ex.: Os problemas tipo entre pais e filhos geram estresse.
Assim sendo, evite,
→ fazer com que: Isso faz com que o povo fique desanimado. (Isso FAZ o povo FICAR
desanimado).
→ ter no lugar de haver:
Ex.: Tem uma liquidação ótima no “shopping”. = coloquial. (Há uma liquidação ótima no
“shopping” = formal.
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Aprimorando a linguagem
•• Uso do etc.
Não use etc. sem nenhum critério. Só devemos usá-la quando os termos que ela substitui são
facilmente recuperáveis.
Ex.: A notícia foi veiculada pelos principais jornais do país como O Globo, Jornal do Brasil, etc.
Nunca escreva “e etc.”, pois a conjunção “e” já faz parte da abreviatura. Após a abreviatura,
usa-se ponto final: ,etc.
•• Pluralização
Se uma “propriedade” refere-se a sujeitos diversos, deve manter-se no singular (partes do
corpo, se unitárias, ou atributos da pessoa).
Exemplos:
→ A insegurança das grandes cidades prejudica nossas vidas. (nossa vida / a vida)
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→ Eles concordaram e balançaram as cabeças... (a cabeça)
Expressões comuns
→ Através: = “atravessar”, “passar de um lado para outro”, “passar ao longo de”.
Ex.: A luz do sol, através da vidraça, ilumina o seu rosto.
Ex.: O tipo de redação solicitada mudou através dos tempos.
→ NÃO use através no lugar de mediante, por meio de, por intermédio de, graças a ou por.
Ex.: Comuniquei-me com ele por meio do computador.
→ A nível de NÃO existe. Existem em nível de (= no âmbito de; expressão desgastada!) e ao
nível de.
Ex.: A decisão foi tomada em nível de turma. (Melhor: A decisão foi tomada pela turma.)
Ex.: Não chegou ao nível catastrófico, mas seu desempenho deixou a desejar.
→ Possuir, adquirir, obter = posse, propriedade (de um bem material).
Ex.: Ele possui imóveis fora do Brasil.
→ Nos demais casos, substitua por ter, desfrutar, apresentar, manifestar, produzir,
demonstrar, gozar, ser dotado de.
Uso do Gerúndio (-ndo): forma nominal do verbo (≈advérbio), indica ação continuada e
simultânea. Logo,
Ex.: Vou ficar esperando por você até às 17h. (correto)
Ex.: Vou estar enviando a proposta até às 17h. (incorreto)
Ex.: Isso acaba provocando ódio. (desnecessário)
Ex.: Isso provoca ódio. (preferível)
Nexos
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
Pontuação
Estrutura do período
Paralelismo
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Quebra de paralelismo sintático
Ex.: Pediu que eu saísse e para apagar a luz. (Pediu que eu saísse e que apagasse a luz. / Pediu
para eu sair e para apagar a luz.)
Ex.: Há muito desejava e sonhava com uma BMW. (Há muito desejava uma BMW e sonhava
com ela.)
Grafia
→ Minúsculas
•• nomes de povos, de suas línguas e gentílicos (O brasileiro é cordial.);
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
2. Grafia de números
→ Por extenso
•• os números até noventa, que se constituírem de apenas uma palavra no início da frase
(Dois alunos saíram mais cedo da aula.);
•• substantivados (Ela lia as Mil e Uma Noites.);
•• dados por aproximação ou estimativa (“Nem por
você / Nem por ninguém / Eu me desfaço / Dos meus
planos / Quero saber bem mais / Que os meus vinte
/ E poucos anos...”);
•• números com mais de uma palavra e números a partir de 100 (Nas próximas vinte e quatro
horas saberei o que fazer de minha vida.);
→ Em algarismos
•• horas, minutos e tempo em geral (O voo sai às 17h e chega por volta das 19h30min.);
•• medidas (Corro 5 km todos os dias.).
→ Em forma mista
•• os números de 1 milhão em diante (Esta estrela tem, seguramente, mais de 19 milhões de
anos.)
3. Siglas
→ todas as letras maiúsculas se a sigla tiver até três letras (ONU);
→ todas as letras maiúsculas se todas as letras forem pronunciadas (INSS);
→ se houver mais de três letras, só a inicial maiúscula (Unesco).
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PROPOSTAS DE REDAÇÃO
Instruções gerais:
•• redija um texto dissertativo obedecendo aos limites mínimo de 20 (vinte) linhas e máximo
de 30 (trinta) linhas, sob pena de perda de pontos a serem atribuídos à Redação;
•• não copie ou parafraseie trechos do texto de apoio;
•• utilize caneta preta ou azul; lápis apenas no rascunho;
•• não rasure seu texto e não use corretivo;
•• faça letra legível – ilegibilidade é critério de anulação.
Obs. 14: obedeça às orientações da Casa do Concurseiro para o prazo de envio de seus textos.
Proposta 1
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Proposta 2
Texto de Apoio
Serviço de negro
Um garoto negro termina um serviço que lhe havia sido solicitado e, orgulhosamente,
garante ter feito “serviço de branco”. Várias moças respondem a anúncio para secretária;
algumas perguntam se podem ser entrevistadas, “mesmo sendo negras”. Ser negro ou mulato
e caminhar pela cidade é considerado “atitude suspeita” por muitos policiais. Como dizia um
conhecido — para meu horror e indiferença dos demais participantes da conversa: “Não tenho
nada contra o negro ou nordestino, desde que saibam seu lugar”. E esse lugar, claro, é uma
posição subalterna na sociedade.
Numa sociedade competitiva como a nossa, o ato de etiquetar o outro como diferente e
inferior tem por função definir-nos, por comparação, como superiores. Atribuir características
negativas aos que nos cercam significa ressaltar as nossas qualidades, reais ou imaginárias.
Quando passamos da ideia à ação, isto é, quando não apenas dizemos que o outro é inferior,
mas agimos como se de fato ele o fosse, estamos discriminando as pessoas e os grupos por
conta de uma característica que atribuímos a eles. [...]
Afirmações do tipo “os portugueses são burros”, “os italianos são grossos”, “os árabes,
desonestos”, “os judeus, sovinas”, “os negros, inferiores”, “os nordestinos, atrasados”, e
assim por diante, têm a função de contrapor o autor da afirmativa como a negação, o oposto
das características atribuídas ao membro da minoria. Assim, o preconceituoso, não sendo
português, considera-se inteligente; não sendo italiano, acredita-se fino; não sendo árabe,
julga-se honesto; não sendo judeu, se crê generoso. É convicto de sua superioridade racial, por
não ser negro, e de sua superioridade cultural, por não ser nordestino.
É importante notar que, a partir de uma generalização, o preconceito enquadra toda uma
minoria. Assim, por exemplo, “todos” os negros seriam inferiores [...]. A inferioridade passaria
a ser uma característica “racial” inerente a todos os negros. [...] E o preconceito é tão forte
que acaba assimilado pela própria vítima. É o caso do garoto que garantiu ter feito “serviço
de branco”. Ou do imigrante que nega sua origem. Ou, ainda, da mulher que reconhece sua
“inferioridade” [...]
Seria, pois, errado falar em minorias? Não, uma vez que o conceito de minoria é ideológico,
socialmente elaborado e não aritmeticamente constituído. Isto quer dizer que o negro de que
se fala não é o negro concreto, palpável, mas aquele que está na cabeça do preconceituoso. E
isto tem raízes históricas profundas.
PINSKY, J. (Org.) 12 faces do preconceito. São Paulo: Contexto.
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Proposta 3
A Declaração de Chapultepec é uma carta de princípios e coloca “uma imprensa livre como
uma condição fundamental para que as sociedades resolvam os seus conflitos, promovam
o bem-estar e protejam a sua liberdade. Não deve existir nenhuma lei ou ato de poder que
restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa, seja qual for o meio de comunicação”. O
documento foi adotado pela Conferência Hemisférica sobre Liberdade de Expressão realizada
em Chapultepec, na cidade do México, em 11 de março de 1994.
(http://www.anj.org.br/programas-e-acoes/liberdade-de-imprensa/declaracao-de-chapultepec)
Ainda que o Brasil tenha assinado a declaração em 1996 e renovado o compromisso em 2006,
não é incomum a defesa de que limites deveriam ser impostos à liberdade de imprensa, mas
até que ponto isso poderia ser feito sem prejuízo da liberdade de expressão e do direito à
informação?
Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o
seguinte tema: liberdade de imprensa, desenvolvimento da sociedade e direitos individuais.
Proposta 4
Texto I
Estatuto do idoso
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar
ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e à convivência familiar e comunitária.
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de
Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo
a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim
como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda.
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de
ações governamentais e não governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento: I – políticas sociais básicas;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que
necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos,
exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos abandonados
em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da
sociedade no atendimento do idoso.
BRASIL. Lei nº 10.741, de 1 de outubro de 2003. Estatuto do idoso. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, DF. Adaptado
Texto II
Rumo a um mundo de centenários
Quem tem por volta de 40 anos de idade hoje, ou menos, pode ir se preparando: se os
especialistas estiverem certos, suas chances de chegar aos cem serão muito maiores, e em
condições muito próximas das que vive atualmente. Este acréscimo na expectativa e qualidade
de vida virá de diversos avanços esperados para as próximas décadas em áreas como medicina
regenerativa, células-tronco e biologia molecular que, segundo alguns, não só vão interromper
o processo de envelhecimento como podem até revertê-lo.
— Nos últimos 100 anos houve um aumento da expectativa de vida em mais de 30 anos.
Agora, os cálculos são que, nos próximos 30 anos, a cada ano que você vive, vai conseguir viver
mais um em virtude do que está sendo descoberto e aplicado pela medicina. Há um avanço
muito grande que mostra que há formas de subverter ou manipular essa expectativa de vida
entendendo melhor como funcionam as células e o organismo, afirma o neurocientista
Stevens Rehen. BAIMA, Cesar. Rumo a um mundo de centenários. Ciência/Saúde. O Globo. Adaptado.
O envelhecimento populacional tem sido considerado uma das principais conquistas cien-
tíficas e sociais dos séculos XX e XXI, trazendo grandes desafios para as políticas públicas. A
le- gislação brasileira incorporou grande parte das sugestões das assembleias internacionais,
mas é preciso garantir que essas leis melhorem, efetivamente, o cotidiano dos idosos em nosso
país.
As mudanças nos sistemas de seguridade social têm contribuído para o bem-estar dos
indivíduos nessa etapa da vida. É importante, agora, garantir acesso universal aos serviços de
saúde pública, em todos os aspectos envolvidos.
Tomando como ponto de partida essas reflexões, elabore um texto dissertativo-argumentativo,
em que você discuta as políticas públicas, entre elas a da saúde, necessárias para enfrentar o
impacto socioeconômico do envelhecimento da população em nosso país.
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Proposta 5
A taxa de reincidência de prisioneiros libertados nos Estados Unidos é de 60%; na Inglaterra,
de 50%; na Noruega, de 20%. A prisão de Halden foi projetada para incorporar a ideia que
os noruegueses têm de execução penal: a pena é a privação da liberdade, não o tratamento
cruel. O objetivo é a reabilitação, não a vingança. “Fundamentalmente, acreditamos que a
reabilitação do prisioneiro deve começar no dia em que ele chega à prisão", afirma a ministra
júnior da Justiça da Noruega, Kristin Bergersen: "a reabilitação do preso é do maior interesse
público, em termos de segurança".
(Adaptado de: http://www.conjur.com.br/2012-jun-27/noruega-reabilitar-80-criminosos-prisoes)
Proposta 6
Texto I
A delação premiada é um incentivo dado ao criminoso para que coopere com a
investigação de crimes. Muitos criticam esse “prêmio” dado ao delator, sob o argumento de que
o criminoso, além de praticar um delito, trai seus comparsas e os delata visando apenas ao seu
próprio interesse. Já os defensores acreditam que mais crimes serão descobertos, se houver
esse incentivo, e que não deve haver juízo moral sobre essa forma de obtenção de provas.
Para a sociedade fica a questão: o Estado deve valer-se de benefícios concedidos a um
criminoso, em sua função de punir outros criminosos, quando há coautoria? Ainda que a delação
premiada, quando eficaz, possa permitir a desarticulação de organizações criminosas, não se
deve esquecer de que o beneficiado compactuou com os outros criminosos e se beneficiou do
crime — esse é o preço a se pagar por tal cooperação. Além disso, se cada coautor, incentivado
pelos benefícios da delação, quiser colaborar na identificação de outros comparsas, a Justiça
nada ganha.
Thiago Bottino. Prêmio para quem? In: O Globo. (com adaptações).
Texto II
O instituto da delação premiada ocorre quando o indiciado/acusado imputa a autoria
do crime a um terceiro, coautor ou partícipe, ou, ainda, quando o sujeito investigado ou
processado fornece, de maneira voluntária, às autoridades informações a respeito das práticas
delituosas promovidas pelo grupo criminoso. A delação premiada representa, basicamente, um
acordo entre o Ministério Público e o acusado, e, quanto mais informação for dada por aquele
que delata, maior será o benefício a ele proporcionado.
Marcella Sanguinetti Soares Mendes. A delação premiada com o advento da Lei 9.807/99.
Internet:<www.ambitojuridico.com.br> (com adaptações).
Com base nos textos motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito das
relações e dos comportamentos envolvidos na delação premiada.
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Proposta 7
Texto I
Os crimes virtuais e a impunidade real
O uso da internet já não é mais uma novidade em nosso cotidiano, simultaneamente com
o benefício desse serviço surgiram os crimes virtuais, porém, o ordenamento jurídico pátrio
não acompanhou a velocidade de crescimento do uso desta importante tecnologia. Existem
projetos de lei que aguardam serem sancionados a mais de três anos e enquanto isso os
criminosos se aperfeiçoam cada dia mais. O resultado desta disparidade é verificado no número
de casos de pessoas lesadas e de indivíduos responsabilizados por estes crimes.
(Luiz Gustavo Caratti de Oliveira, Marília Gabriela Silva Dan. Disponível em: http://www.ambito‐juridico.com.br.)
Texto II
Justiça com as próprias mãos é ‘volta à barbárie’, diz ministro da Justiça
Cardozo afirmou que violência não resolve falhas no sistema jurisdicional.
Dona de casa foi linchada no Guarujá após boato divulgado na internet.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou quinta‐feira (8) que atos de
“justiça com as próprias mãos”, como o linchamento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus,
representam uma “volta à barbárie”.
No último sábado (3), a mulher de 33 anos foi espancada por moradores do bairro de
Morrinhos, no Guarujá (SP), ao ser confundida com uma sequestradora de crianças após
um boato divulgado em uma página no Facebook. Fabiane morreu nesta segunda (5) em
decorrência dos ferimentos.
“Temos que perceber o seguinte: justiça com as próprias mãos nunca resolveu nem
resolverá. As pessoas têm que ter direito de defesa, tem judiciário para julgar. Não podemos
voltar à barbárie. Conquistamos isso com muito esforço na história da humanidade”, afirmou
Cardozo após cerimônia de lançamento de uma chamada pública para a seleção de projetos de
gestão territorial em terras indígenas. [...]
Para Cardozo, a violência não resolve a impunidade decorrente de falhas no sistema penal
brasileiro.
“O Estado está aí para atuar, o Estado está aí para julgar. Obviamente, que tem falhas no
sistema jurisdicional e vamos lutar para melhorar. Mas não é com a violência, com a justiça com
as próprias mãos que as coisas se resolvem. Isso só agudiza um processo perverso que temos
que lutar para resolver”, afirmou.
(Disponível em: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2014/05.)
Texto III
Fique de olho: se receber e‐mails supostamente enviados pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), apague‐os imediatamente. Tratam‐se de armadilhas criadas por hackers para que
o internauta clique em links infectados e instale em seu dispositivo softwares maliciosos,
sobretudo trojans bancários.
(Disponível em: http://www.crimespelainternet.com.br. Acesso em: 02/10/2014.)
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Texto IV
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça‐feira (30), a “Operação IB2K”, na tentativa de
desarticular uma quadrilha suspeita de desviar pela internet mais de R$ 2 milhões de cerca de
500 correntistas da Caixa Econômica Federal em todo o país.
Com o dinheiro desviado, a quadrilha bancava festas regadas a uísque, equipava carros
com sons potentes, recarregava celulares pré‐pagos e comprava até drogas e armas.
Jovens, com idade de 20 a 30 anos, moradores de cidades como Águas Lindas, Valparaíso,
Jardim Ingá, em Goiás, e Santa Maria, Taguatinga e Ceilândia, no DF. O tamanho do golpe,
contabilizado pela PF entre setembro de 2012 e junho de 2013, pode ser ainda maior.
Correntistas de outros bancos também foram lesados por uma quadrilha composta por
seis hackers. As investigações indicam que integrantes da quadrilha enviavam e‐mail com vírus
capazes de coletar dados dos usuários de internet banking e também mensagens oferecendo
serviços para pagamento com desconto de até 60% de boletos bancários e tributos como IPVA
e IPTU.
(Disponível em: http://www.crimespelainternet.com.br. Acesso em: 30/09/2014.)
Proposta 8
Texto I
Êxodo rural. Aqui e agora.
Colônia Miranda é um núcleo rural no planalto gaúcho, próximo à cidade de Coxilha, a
327 quilômetros de Porto Alegre. Em torno da igreja e do centro comunitário agrupam-se
pequenos produtores de soja. Dali, onde também está localizada a Escola Municipal de Ensino
Fundamental Colônia Miranda, é possível avistar grandes silos metálicos que refletem o Sol e
estão cercados por muitos hectares de plantação. Todos pertencem a um único proprietário,
que vem comprando terras dos pequenos agricultores. Com capacidade de armazenar a
produção por mais tempo, o fazendeiro só desova seu estoque no fim do ano, quando o preço
do cereal dobra. Os que não têm essa possibilidade são obrigados a vender no início da safra,
por metade do valor. Por isso, a Colônia Miranda vem minguando. Em três anos, o número de
alunos da escola caiu de 92 para 45. “Nesse ritmo, corremos o risco de fechar”, diz o diretor
André Ghelen, preocupado.
(Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/.)
Texto II
Em Santa Catarina, agroturismo ajuda a frear o êxodo rural Com a intenção de valorizar
o modo de vida no campo e, consequentemente, reduzir o êxodo rural em Santa Catarina,
a engenheira agrônoma Thaise Guzzatti, de 37 anos, fundou a associação de agroturismo
ecológico Acolhida na Colônia, em 1999. Hoje, são 180 famílias de agricultores associadas, que
recebem os turistas em suas propriedades, compartilhando seu modo de vida, sua rotina de
trabalho e a cultura local.
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
Sabe-se que o Brasil presenciou alguns períodos de êxodo rural sendo o maior deles entre as
décadas de 60 e 80, em que pessoas abandonaram o campo e foram em direção à urbanização.
Efeitos negativos puderam ser percebidos, entre eles, o inchaço das cidades e as condições
inadequadas de vida. Na atualidade, diante da importância e necessidade de valorização do
campo, ações têm sido planejadas e aplicadas. Considerando o os textos anteriores como
motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se acerca do seguinte
tema:
“Valorização do trabalho no campo: uma prática necessária diante da atual realidade”.
Proposta 9
Texto I
Um ciclo do mal
[...] Assistimos, de um lado, à morte de centenas de pessoas por armas químicas na Síria
e, de outro, o experimento do exoesqueleto de Miguel Nicolelis e seu projeto Walk Again, que
talvez possibilite a uma pessoa com deficiência controlar sua prótese por neurochips traduzidos
em sinais elétricos cerebrais.
Mais uma vez abordamos a questão dos benefícios das tecnociências versus o perigo
que esses avanços podem oferecer quando mal empregados – o que parece ocorrer com mais
frequência. Podemos dizer, diante dos fatos, que o saldo é positivo?
(Thomaz Wood Jr., Carta Capital, 21/04/2013. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/author/twood/.)
Texto II
Valores e atividade tecnocientífica Tecnociências e descontrole tecnológico serão alguns dos
temas abordados por Hugh Lacey, um dos filósofos mais renomados nesse imbricado campo de
atuação filosófica.
FILOSOFIA: Num mundo cada vez mais tecnicizado, como poderemos garantir a manutenção
dos valores que acreditamos serem os mais significativos e importantes de nossa humanidade?
Lacey: Não poderemos garantir o fortalecimento ou a manutenção dos valores da justiça
social, sustentabilidade, bem-estar de todos e democracia participativa. As tendências
socioeconômicas atuais, enraizadas profundamente em instituições poderosas, enfraquecem
a manifestação desses valores; e a Ciência, conduzida como tecnociência, que serve aos
interesses ligados ao capital e ao mercado, contribui para fortalecer essas tendências. A Ciência
poderia ser conduzida de uma maneira diferente, em que visaria à geração do conhecimento
e que serviria a projetos que incorporam os valores já mencionados, e assim contribuiria no
sentido de introduzir condições nas quais tais valores pudessem ser fortalecidos. Mas a Ciência
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não pode ser conduzida de outra maneira sem um processo de transformação que envolveria
colaboração com uma multiplicidade de agentes, movimentos e instituições. Embora tal
processo não garanta que os valores da justiça social (e os outros) sejam mantidos, ainda
assim contribuiria para nutrir a aspiração de que uma transformação social é possível, gerando
arranjos em que estes valores seriam incorporados mais adequadamente.
(Disponível em: http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/89/valores-e-atividade-tecnocientifica-tecnociencias-e-
descontroletecnologico-serao-302328-1.asp. Adaptado.)
Com base nos textos motivadores, produza um texto dissertativo-argumentativo tendo como
tema:
“Efeitos do avanço tecnológico na sociedade: o limite entre os perigos e benefícios”.
Proposta 10
Texto I
“A lei, própria, primária e principalmente, diz respeito à ordem para o bem comum. Ora,
ordenar para o bem comum é próprio de todo o povo ou de quem governa em lugar dele. E,
portanto, legislar pertence a todo o povo ou a uma pessoa pública, que o rege. Pois, sempre,
ordenar para um fim pertence a quem esse fim é próprio.” Santo Tomás de Aquino Art. 3 – Se a
razão particular pode legislar.
(Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/1748.)
Texto II
Democracia (do grego demos, “povo”, e kratos, “autoridade”). Segundo o dicionário
Aurélio: “1– Governo do povo; soberania popular; democratismo. 2– Doutrina ou regime
político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição equitativa do poder.”
“É o governo do povo, para o povo, pelo povo”. “Governo do povo” quer dizer governo com
um sentido popular; “para o povo” significa que o objetivo é o bem do povo; “pelo povo” quer
dizer realizado pelo próprio povo.
Na democracia é o povo quem toma as decisões políticas importantes (direta ou
indiretamente por meio de representantes eleitos). A Democracia surgiu na Grécia onde o
governo era realmente exercido pelo povo, que fazia reuniões em praça pública para tratar
de vários assuntos e problemas, era a chamada Democracia Direta. Neste tipo de democracia,
as decisões são tomadas em assembleias públicas. Com o crescimento das populações, as
reuniões em praça pública ficaram impossíveis de acontecer, surgiu, então, um novo tipo de
Democracia, a Democracia Representativa, onde o povo se reúne e escolhe – por meio do voto
– os representantes que irão tomar decisões em seu nome. Este é o processo mais comum
de tomada de decisão nos governos democráticos, também chamado de mandato político. A
democracia se opõe à ditadura e ao totalitarismo e reúne princípios e práticas que protegem a
liberdade do ser humano.
(Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia.)
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TRE-RJ – Redação – Profª Maria Tereza
Texto III
Fim da democracia na Venezuela Maduro elimina de forma sistemática a oposição e
toma povo como refém. Comunidade internacional deve ajudar venezuelanos, mas agir com
dureza contra o regime, opina a chefe do Departamento América Latina, Uta Thofern. Texto IV
Venezuela: dezenas de milhar nas ruas para pedir mais democracia
(Disponível em: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/779009/venezuela-dezenas-de-milhar-nas-ruas-para-pedir-mais-
democracia.)
Com base nos textos motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo acerca do tema:
“O regime democrático e a ‘consciência política’, dois elementos fundamentais para a
construção de sociedades justas e igualitárias.”
Proposta 11
Texto I
Polícia de SP prende dois homens que mataram ambulante no metrô
A polícia de São Paulo prendeu os dois homens que espancaram até a morte um ambulante,
dentro de uma estação do metrô, no dia de Natal. A prisão dos responsáveis pela morte do
ambulante Luiz Carlos Ruas, o Índio, levou uma multidão revoltada à delegacia que apura
crimes dentro do metrô. A passagem deles provocou tumulto. A polícia reagiu. Ricardo Martins
do Nascimento foi preso na noite desta terça-feira (27), em Itupeva, no interior de São Paulo,
e levado para a capital. Na chegada, quase foi agredido. Ele falou sobre o crime. “Cara, a gente
estava alterado. Cachaça... Não justifica, não. O certo é a gente pagar”, diz Ricardo. Ricardo e o
primo, Alípio Rogério dos Santos, aparecem nas imagens das câmeras do metrô espancando até
a morte o ambulante conhecido como Índio. Ele tentou defender dois homossexuais, também
agredidos pelos dois rapazes. [...]
(Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/12/policia-de-sp-prende-dois-homens-que-mataram-
ambulante-no-metro.html/. Acesso em: 28/12/2016.)
Texto II
Em entrevista à BBC Brasil, Dunker – psicanalista, professor e escritor –, que ganhou o
Prêmio Jabuti por sua obra sobre psicologia, psicanálise e comportamento, classifica o ato do
ambulante como uma “transgressão ao nosso modo muito covarde de existir”. A seguir um
trecho da entrevista: BBC Brasil: Nesse contexto de banalização da violência, como se destaca
o modo de agir de Índio, que, segundos as testemunhas, tentou conversar com os jovens e
não agredi-los?
Dunker: O verdadeiro ato de combate à violência foi o de Índio que, sozinho, em desvantagem,
quis usar a palavra. É o que está faltando e é o que a gente, mesmo num episódio como esse,
não consegue valorizar. Qual é a “arma” que o Índio tinha? A palavra. Ele foi falar com as
pessoas. Ele podia ter algum instrumento de ameaça, mas não o usou. A gente desaprendeu a
potência simbólica, mediadora, da palavra, porque é só lei contra lei, força contra força, e aí a
violência vai se banalizando na mesma medida em que vai se silenciando. Diante do violento, a
gente não fala, não negocia mais com a palavra.
(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38471102. Acesso em: janeiro /2017.)
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Texto III
Quando o efeito espectador propicia que um crime ocorra, a situação fica mais complexa.
Uma frase atribuída ao alemão Albert Einstein diz: “O mundo é um lugar perigoso de se viver,
não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam
o mal acontecer”, assim, se um criminoso pode ser definido como uma pessoa com problemas
psicológicos, uma pessoa com desprezo pelas leis e pela moral, uma pessoa com desprezo pela
vida humana e pelo ser humano, o que dizer daquele que assiste um crime ser cometido e nada
faz para impedir? O que uma pessoa que assiste um crime brutal quieta é?
(Nathalia Dammenhain Barutti, advogada, pós graduada em direito constitucional pela PUC-SP. Disponível em: http://
justificando.cartacapital.com.br/2017/01/03/paralisia-coletiva-e-o-efeito-espectador-o-caso-genovese-e-o-caso-ruas/.)
Proposta 12
Texto I
“A educação, em geral, designa-se com esse termo a transmissão e o aprendizado das
técnicas culturais, que são as técnicas de uso, produção e comportamento, mediante as quais
um grupo de homens é capaz de satisfazer suas necessidades, proteger-se contra a hostilidade
do ambiente físico e biológico e trabalhar em conjunto, de modo mais ou menos ordenado e
pacífico. Como o conjunto dessas técnicas se chama cultura, uma sociedade humana não pode
sobreviver se sua cultura não é transmitida de geração para geração; as modalidades ou formas
de realizar ou garantir essa transmissão chama-se educação.”
(ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.)
Texto II
Nova Escola: Como se alteraram as concepções de alfabetização nestes quase 30 anos desde
que foi publicado seu livro Psicogênese da Língua Escrita?
Emília Ferreiro: Mudou a concepção social do alfabetizado. O que se requer de uma pessoa
alfabetizada hoje em dia é bem diferente do que em meados do século 20. Não é mais suficiente
saber assinar o nome e conseguir ler instruções simples, como era na época da Segunda Guerra
Mundial. Do ponto de vista dos usos sociais da escrita no mundo contemporâneo, temos uma
complexidade cada vez maior. As circunstâncias de uso de leitura se tornaram muito frequentes
e variadas. O que não mudou é o tipo de esforço cognitivo exigido por esse sistema de marcas
que a sociedade apresenta em espaços muito variados e a instituição escolar é obrigada a
transmitir.
Considerando os textos anteriores como motivadores, redija um texto dissertativo-
argumentativo, posicionando-se acerca do seguinte tema:
“A escola pública em seu papel social: conquistas, desafios e transformações.”
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