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THIAGO EMÍLIO MATIAS SANCHES

Resenha do Livro

“MILÊNIO: SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÕES”


Org. por Robert G. Clouse, Ed. Luz Para o Caminho, 1990, (202p.).

Exercícios apresentado ao Curso de


Bacharel em Teologia da Escola
Teológica Charles Spurgeon, como
requisito parcial para obtenção de
nota para aprovação na disciplina de
Teologia Sistemática V. Prof. Pr.
Cleyton Gadelha.

Fortaleza (CE)
2013
RESENHA

Thiago Emílio Matias Sanches1

CLOUSE, Robert G. (Ed.). Milênio: Significado e Interpretações, trad. Glauber Meyer


Pinto Ribeiro. Campinas - SP, Ed. Luz Para o Caminho, 1990, 202p.

Robert G. Clouse é catedrático de História na Indiana State University, Terre


Haute, e formado pelo Bryan College (B.A), Grace Theological Seminary, (B.D) e na
University of Iowa (M.A e Ph.D). Organizou um debate sobre milênio com a
participação de vários teólogos, cada um apresentando sua posição. Com isso, temos as
participações de George Eldon Ladd, expositor do pré-milenismo histórico ou clássico.
Loraine Boettner, apresentando o pós-milenismo. Herman A. Hoyt, pré-milenista
dispensacionalista convicto, e por fim, Anthony A. Hoekema, expondo o amilenismo.

Na introdução R. Clouse faz uma apresentação do assunto e de sua necessidade,


confessando que “um dos mais difíceis temas com que os intérpretes da Bíblia têm de
lidar é o ensino do reino de Deus”; e ainda acrescenta “o problema surge claramente
quando o crente dá sua explicação de passagens como Daniel 2 e Apocalipse 20”.
(1990, p. 7). Daí em diante, o organizador apresenta algumas definições breves, os
pontos de vistas diferentes e sua importância no estudo das Escrituras.

Em seguida Ladd dá inicio ao debate, definindo pré-milenismo histórico como “a


doutrina que afirma que após a Segunda Vinda de Cristo, ele reinará por mil anos sobre
a terra antes da consumação final do propósito redentivo de Deus” (1990, p. 17). Com
isso, ele passa a demonstrar qual princípio de interpretação é adotado para fundamentar
essa conclusão. Apesar das acusações de “liberal” e “espiritualizante”, o mesmo
reponde que sua hermenêutica está alicerçada em uma compreensão sincera das
Escrituras, afirmando que o “Novo Testamento frequentemente interpreta profecias do
Antigo Testamento de uma maneira que não é a sugerida pelo o contexto do Antigo
Testamento.” (p. 20)

1
Seminarista presbiteriano. Candidato ao Sagrado Ministério pelo Presbitério Centro Oeste do Ceará.
Bacharelando em Teologia na Escola Charles Spurgeon, aluno do 3º ano/Vº Semestre.
Sendo assim, passa a demonstrar dois exemplos: o texto de Oséias 11,1 e Is 53.5-6.
Dessa forma, Ladd diz que sua conclusão de que Cristo reinará na terra por mil anos,
“não” está baseada numa necessidade de cumprimento profético do Antigo Testamento,
mas na interpretação ou leitura “natural” do texto. Por isso, só o Novo Testamento é
preciso para se chegar a tal posição, até porque o “único lugar da Bíblia que fala de um
milênio real é a passagem de Apocalipse 20.” No final de sua exposição, reconhecendo
a dificuldade da doutrina ele diz: “mesmo se a teologia não puder achar respostas para
todas as suas dúvidas, a teologia evangélica deve edificar-se sobre o ensino claro da
Escritura.”; e conclui: “Por esta razão sou pré-milenista”. (p. 37)

Na sessão seguinte, Herman Hoyt, defensor do dispensacionalismo, lamenta por


Ladd não ver que no Antigo Testamento é que se fornece a maior parte do material
profético para se ter uma perspectiva completa. (p.41). Depois Boettner, pós-milenista
convicto argumenta que sua resposta se deterá somente “nas diferenças que existem
acerca dos judeus e da posição que terão ainda neste mundo presente e no reino do
milênio” (p.41-42). No final da primeira parte, o amilenista Hoekema concentra sua
resposta na questão do uso do verbo grego “”, afirmando que o verbo  (de
onde vem ) no livro, não tem significado de ressurreição física. (p. 52).

Herman H. Hoyt é o segundo convidado a expor, descrevendo sua posição como “o


reino milenial que será introduzido por uma manifestação divina, sobrenatural e
catastrófica do Céu na Segunda Vinda de Cristo.” (p. 57); e diz mais “que será
estabelecido na terra quando as condições de vida tiverem atingidos as profundezas de
uma grande tribulação”. Contudo, toda essa turbulência moral, social e política é apenas
um prenúncio de um período de paz, harmonia de Cristo na terra, tudo predito pelas
Escrituras do Antigo Testamento.

Diante dessa afirmação, Hoyt justifica sua posição apresentando seu sistema
hermenêutico. Pois como dispensacionalista, ele entende que o método correto de
entender as Escrituras é por meio da “interpretação literal”. Por isso, o mesmo
argumenta “que o único meio adequado de se entender a Palavra de Deus é tomá-la por
seu sentido “normal” e “literal”, entendendo que isto se aplica à Bíblia toda.” (p. 60).
Justificando sua atitude de que tanto conteúdo histórico, doutrinário, espiritual, moral e
profético também devem ser entendidos desta maneira.
Sendo assim, o texto de Apocalipse 20 é considerado em seu sentido literal, a
mesma posição sustentada pelo o autor anterior. Todavia, a principal diferença está que
para um dispensacionalista, como é o caso de Hoyt, o milênio é necessário porque é
nesse período que todas as profecias do Antigo Testamento terão seu cumprimento. (p.
72).

No capítulo seguinte, Ladd critica Hoyt com respeito a sua afirmação, “quem não é
dispensacionalista, não é bíblico” (p. 84). Posteriormente, Boettner contesta citandos os
aspectos de continuidade e descontinuidade de ambos os testamentos, afirmando que
elementos preditos na Antiga Aliança foram reinterpretados na Nova. (p. 87). Por fim,
Anthony Hoekema pontua as questões de interpretação e apresenta seis incoerências no
método de Herman. (p. 98).

O terceiro expoente é Loraine Boettner, que define pós-milenismo como “aquela


concepção das últimas coisas que sustenta que o reino de Deus está sendo expandido
agora no mundo pela pregação e a obra salvadora do Espírito Santo, que o mundo será
cristianizado e que a volta de Cristo ocorrerá no final de um longo período de retidão e
paz.” (p. 107). Contudo, essa interpretação do milênio é fruto de seu sistema
hermenêutico, tendo em vista, que para ele o método literal é inconsistente. Para afirmar
sua perspectiva otimista, ele fundamenta-se exegeticamente em Mateus 28.18-20; (p.
108). No entanto, Boettner se propõe a demonstrar historicamente a expansão do
cristianismo, apresentando fatos, acontecimentos, estatísticas e por fim, declarando que
tudo isso é prova de que estamos no reino milenial.

Terminando sua exposição, ele se arrisca em dizer que “o número dos salvos será
incomparavelmente maior do que o número de condenados” fazendo uma comparação
entre cidadãos livres e presidiários. (p. 114). Embora seja otimista, ele reconhece a
dificuldade do assunto e encerra seu artigo dizendo: “Nas coisas essenciais – unidade;
nas coisas secundárias – liberdade; em todas as coisas – caridade.”

Rebatendo sua posição, Ladd questiona em dois parágrafos o fato de não haver
citação das Escrituras e o erro de Boettner de resumir pré-milenismo em
dispensacionalismo. Em seguida, a objeção de Herman H. Hoyt também se refere à
escassez de textos-prova, bem como, a perspectiva espiritualizante de sua interpretação.
O terceiro a contestar é Hoekema, que apesar de concordar com o sistema de
interpretação, faz uma crítica a declaração de Boettner que “o mundo está melhorando”;
E encerra sua participação concluindo “que o ponto de vista pós-milenista, apesar de ser
atraente, não tem base sólida na Escritura.” (p. 138)

No final do debate, Hoekema confessa que “sua discussão da maneira amilenista


de entender o milênio incluirá os quatro itens: a interpretação do livro de Apocalipse, a
interpretação de Apocalipse 20. 1-6, uma olhada em duas passagens do Antigo
Testamento, um breve esboço de escatologia amilenista e algumas das implicações
escatológicas.” (p. 141). Mas adiante, o professor do Calvin Seminary admite que o
termo amilenismo não é apropriado, pois não descreve com precisão o ponto de vista.
Embora, Jay E. Adans tenha sugerido a expressão “milenismo realizado”, ele prossegue
usando o nome tradicionalmente conhecido.

Posteriormente, Hoekema afirma que o sistema de interpretação do livro de


Apocalipse é o conhecido como “paralelismo progressivo”. De acordo com este ponto
de vista, “o livro consiste de sete seções paralelas entre si, cada uma delas descrevendo
a igreja e o mundo desde a época da primeira vinda de Cristo até sua segunda vinda.”
(p.142). Em seguida, o mesmo faz uma exegese do texto de Apocalipse 20, seguido de
um breve comentário sobre a interpretação da profecia do Antigo Testamento, um
esboço das perspectivas teológicas amilenistas e suas conclusões.

No entanto, Ladd concentra sua objeção em dois pontos: na prisão de Satanás e na


falácia exegética de Apocalipse 19 e 20. Enquanto Hoyt se limita nas questões dos
princípios de interpretação e nas dificuldades de se entender logicamente o sistema. No
final, Boettner admite que segue o mesmo método hermenêutico, mas que tem
conclusões diferentes, como por exemplo: alguns sinais se cumpriram no ano 70 d.C e
que o bem vai prevalecer.

Enfim, o livro termina com um post-scriptum de Robert Clouse, comentando sobre


os erros mais comuns nas expectativas escatológicas. De um lado, aqueles que se isolam
do mundo, os “fundamentalistas culturais” e do outro, aqueles que tratam com descaso a
doutrina dos últimos acontecimentos. Logo após, temos uma citação de C. S. Lewis
dizendo “como os cristãos devem viver, antes da volta de Cristo”. (p.191).

A obra é clara e recomendável. Depois da leitura, sua compreensão da doutrina


milenarista estará mais consistente. Portanto, recomendo a obra, tendo em vista que a
escatologia é fundamental para o entendimento das Escrituras.

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