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JULIANA DE ÁVILA ULGUIM

FICHAMENTO SOBRE O TEXTO “DENTRO DO LABIRINTO: HÉLIO


OITICICA E O DESAFIO DO PÚBLICO NO BRASIL” DE GUILHERME
TEIXEIRA WISNIK.

PELOTAS
2019
DENTRO DO LABIRINTO: HÉLIO OITICICA E O DESAFIO DO PÚBLICO
NO BRASIL

*Juliana de Ávila Ulguim

No texto de Guilherme Teixeira Wisnik, ele fala de sua percepção referente ao


pensamento de Hélio Oiticica que vem de uma vertente construtivista e que também
pode se relacionar com um entendimento racional, estruturado, ordenado e
condicionado. Teixeira vê nas produções de Oiticica certas transformações em suas
obras em relação ao espaço/público. E a matriz que incide o artista em relação com o
espaço/público começa no encontro que teve no Morro da Mangueira, isso no início dos
anos 1960 e que se desdobra com a criação da obra "Parangolés" em 1964. Assim ele
diz,

No caso do minimalismo, essa transformação significou uma ativação do


espaço físico da galeria, ou no estabelecimento de uma relação corporal com
o público. Rosalind Krauss argumenta que, o sentido de a vacuidade niilista
expresso nos trabalhos da Minimal recusa qualquer significação -
qualificando-os como "positivo": o deslocamento do lugar de significação do
trabalho artístico de uma esfera privada e singular (a subjetividade do
criador) para um âmbito público, no qual o sentido se completa na interação
com o espectador, isto é, na relação perceptiva de escala entre a peça, o
espaço circundante e o corpo de quem a observa. (p.96)

Wisnik nos explica que o artista tem seu interesse pelo informal e por aquilo que
está mais no campo da improvisação, do popular e muito menos da normatividade
racionalista rigorosa. Então, a partir disto o autor vê que de certa forma Hélio carninha
para uma visão do público do lado da marginália.
O que devemos, então, é pensar no espaço/público no Brasil como um terreno
baldio diante alguns surrealistas que deveriam ser potencializados por uma obra, mas
por uma obra que é deixada e que não tem uma dimensão edificante. Assim, sendo o
oposto da ideia de uma escultura pública que vai construir a história pública através da
obra.
Contudo, o interessante também é pensar essas produções norte-americanas em
relação com nossos neoconcretos e nesse período concomitante, estamos avançando
nesse espaço. Wisnik nos diz, desse ponto em comum e quando começa a ser divergente
nestes movimentos entre si. Para o autor os livros de história da arte e as grandes teorias
que foram criadas para explicar a passagem do bidimensional para o tridimensional no
espaço, a passagem da pintura para o ambiente se incide no minimalismo americano. E
só ficou canonizada essa ideia que foram os artistas minimalistas americanos que
fizeram essa passagem, por que a arte brasileira não estava sendo vista naquele
momento.
Os neoconcretos brasileiros fizeram um movimento semelhante no mesmo
período, mas não ganharam visibilidade naquele momento - o que hoje em dia ganham e
são mais considerados exatamente por causa disto. No entanto, o ponto de encontro
desses dois movimentos foi o fato de que, quem passou para o espaço não foram os
escultores, mas sim há uma passagem onde os pintores exploram a tela no ambiente - e
isso acontece tanto com os nortes americanos como os brasileiros. Sendo assim,

"[...] instalações ambientais egressas da pintura colocam em evidência a


relação dos trabalhos - definidos como "não-objetos" e como "objetos
específicos" - e o espaço envoltório, em processos nos quais a idealidade da
forma passou a ser tensionada pela contingência da percepção. Assim, o
observador se torna centro para a significação destes trabalhos. (p. 96)"

No entanto, no minimalismo americano foi carregado mais um laconismo frio. A


ideia de uma participação da entrada de um observador como participador do trabalho,
mas justamente pelo solipsismo daquele não significado, da pura exterioridade das
coisas, como o discurso minimalista. Já no Brasil é o contrário, pois tem uma ideia de
participação realmente ativa. Uma possibilidade de troca entre público e obra no sentido
de uma subjetivação dos trabalhos. Sendo assim, o autor nos diz que, “corpo mais arte é
igual arquitetura. Uma arquitetura, como afirma David Sperling, "não é a de algo que
"está" no espaço, mas sim a de alguma coisa que "é" no espaço. " (p.97)
Para superar a arte Hélio passa a propor experiências centradas no corpo, com
estruturas abertas para a participação. Sua ideia era que tais elementos contribuíssem
para desprogramar os sujeitos, fazendo com que se apropriem potencializando o sentido
de um viver não programado.
Exemplo como, os artistas Hélio Oiticica e Lygia Clark foram muito importantes
no Brasil, e tiveram um percurso semelhante - começaram com imagens geométricas e
foram buscando uma interação com os espectadores. Seus trabalhos são obras em que
podemos mexer transformando-os. Dessa forma, quem observa e mexe em seus
trabalhos também participa. Estes artistas são expoentes do experimentalismo nas artes
e que no Brasil construíram percursos que nasceram na pintura e se projetaram para o
espaço tridimensional. O mesmo que Wisnik afirma: “a espacialização da arte também é
acompanhada por uma abertura essencial do seu campo de significação, criando "obras
abertas" de relações interpessoais e, no frágil "horizonte do provável.” (p.97)
A relação destes artistas com suas obras é que existem experiências artísticas
vivenciadas e centradas no corpo, e é neste sentido que aparecem em suas obras as
noções de arquitetura. Ou seja, há sincronicidade quanto às questões relativas ao aspecto
arquitetural, assim dando entendimento a um desdobramento de totalidades.
Proposições que afetam corpo, movimento e sentido, assim, o que “no Brasil tratava-se
na verdade de uma busca pela subjetivação radical dada pela noção de participação.” (p.
97)

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