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LICCÖES ELEMENTARES
PE

DfREITO DAS GENTES


LICÇÕES ELEMENTARES
DE

DIREITO DAS GENTES


SOBRE

0 COMPENDIO DO SR, CONSELHEIRO iUlN

PELO

CONSELHEIRO DB. JOÃO SILVEIRA DE SOUZA


Lente da respectiva
cadeira na Faculdade de Direito do Recife

M culdaDé oe direito
DO

PEKNAiMBUBO
TYPOGRAPHIA ECONOMICA
rua do imperador n. 7o

1889
UHiVERSTO*DE DO RECIFE

[ ytO âSJ V
\ Â3' \ J J 'y m
PREFACIO
Escusado fôra darmo-nos ao trabalho de demons­
trar aqui a siimma importância do estudo da sciencia
do Direito das Gentes em qualquer paiz que pretenda
aos fóros de civilisado, e que essa importância cresce
na proporção em que se desenvolvem e se multiplicão
as suas relações com os mais.
Entretanto, e embora, fazendo parte integrante do
curso de nossa Faculdade de Direito, em poucos annos
lectivos da mesma e somente á longos intervallos, tem
sido esta matéria leccionada, sendo nós um dos poucos
mestres da respectiva cadeira que por vezes o tem
feito.
Essa falta cada vez mais injustificável em vista das
novas e cada vez mais importantes relações que entre
o império e as mais nações da America e da Europa
se tem estabelecido nesle ultimo quarto de século,
devia e deve cessar. Para ella concorria até certo
ponto a circumstancia de nfio haver entre nós um com ­
pendio çonvenientemente organisado desta matéria,
pelo quaí, come convéjn, podessem os discípulos acom­
panhar pari passu as respectivas explicações, tendo se
esgotado de todo a edicção do -que á annos publicou o
finado e venerando mestre Conselheiro Autran, do qual
hoje só difficilmente se encontra um ou outro exemplar.
Taes sào, em resumo as considerações, que nos
induziram a dar á luz estas nossas despretenciosas —
Licções Elementares de Direito das Gentes — tomando
por texto das mesmas o referido compendio, edicçào
de 1851, cujas doutrinas ahi procuramos expor, des­
envolver, e corrigir em alguns pontos, já segundo

I
nossas proprias inspirações, já fundados na autoridade
de outros autores de nota.
O movei principal que nos determinou a esta publi­
cação não fui, portanto, outro senão o desejo de ser util
á mocidade esperançosa, que cursa o 2.° anuo acadé­
mico, procurando preparal-a por meio de noções claras,
e methodica, embora suceintamente expendidas, para
o estudo accurado e completo desta sciencia tão delei-
tavel quanto util, e indispensável, sobre tudo áquelles
dentre a mesma a quem pode vir a ser no futuro con ­
fiado o importante encargo de dirigir as relações exte­
riores de sua patria.
Sendo esta a nnica e modesta gloria a que aspira­
mos, pedimos aos criticos e sábios, para os quaes não
íorào estas Licções escriptas, benevolencia e desculpa
para os grandes defeitos que nellas, piovavelmente,
encontrarão, devidos, principalmente á escassez do
tempo de que dispuzemos para melhor medital-as e
organisal-as, sendo-nos indispensável publical-as desde
já. *

O AUTOR.
Agosto — 1889.
LICÇÕES ELEMENTARES
DE

DIKEITO DAS GENTES

INTRODUCÇÃO

NOÇÕES PRELIMINARES

LICÇÃO I

Razão de ordem . — Das nacionalidades : o que seja narào ou Estado.


— Definição do Direito das Gentes, e sua divisão em absoluto e
convencional,) importância e utilidade de ambos e do seo estudo. —
Princípios fundamentaes dos direitos das n ações; sua analogia
com os individuaes do homem. — Realidade do Direito das Gentes
absoluto. — Classificarão geral e caracteres dos direitos das nações.

§§ 1 a 9

Tendo acloptado para texto de nossas licçues de


Direito das Gentes o compendio desta matéria do
Conselheiro Autran ( edicção de 1851 ), vamos expôr,
analysar, e desenvolver as doutrinas, que elle ahi
expende, seguindo a mesma ordem dos seos capitulos
e paragraphos.
No primeiro destes diz esse compendio : « O genero
humano divide-se em grupos mais ou menos nume­
rosos, reunidos, pela maior parte, em associação civil
para sua segurança interna e externa »,'e para outros
fins especiaes, igualmente importantes, poderiamos
nós accrescentar.
Com effeito, se por um lado a simples analyse da
natureza e destino do homem nos demonstra que elle
é um ente essencialmente social; por outro, a formação
2 ' ■
daqnelles «nipos, constituindo associações civis o poli-
ticas mais ou'menos bem organisadas, é um facto, cuja
realidade, em todos os tempos, nos atteslào a historia
e as tradieções. Realmente é tão difficil conceber-se,
em geral, a humanidade fóra do estado de sociedade,
como suppòl-a formando toda uma só nação, ou mesmo
um numero muito limitado destas.
As nacionalidades diversas são, por assim dizer se,
factos necessários, providenciaes. Os sonhos de alguns
philosophos, e as tentativas de alguns conquistadores
quanto á formação de uma monarchia ou republica
universal, ou mesmo de excessiva extensão, não passão,
nem jamais passarão de verdadeiras ehimèras. E’ ainda
a historia que nos mostra, que sorte, afinal, tiverão os
grandes impérios de Alexandre, de Augusto, de Gengis-
kan, dos Kalifas, de Carlos V d’ Áustria, e outros. As
differenças de origem, de lingoaj de costumes, de
crenças religiosas, de condições terriloriaes, e os pró­
prios interesses peculiares de cada povo, os limites
naturaes, que muitas vezes os separào, e a impossibili­
dade real de um bom governo applicado a um grande
numero do paizes em taes condições de heterogenei­
dade e de íncohesão, são outras tantas barreiras insupe­
ráveis erguidas peia própria natureza contra a unificação
poUtica do genero bumano, porque esta seria a sua
condemnaçào perpetua á desordem, e ã miséria.
Cumpre-nos. porém, fixar bem o verdadeiro sentido
da palavra — nação — (concretisação da nacionalidade),
e que diftereuça ha entre — .nação e Estado. A palavra
— nação tem,antes de tudo, uma significação ethnogra-
phica; eila se applica propriamente a um grupo de
povos mais ou menos semelhantes por sua origem,
lingoa, costumes, etc., independentemente dos a cci­
dentes naturaes que os separem, ou de qualquer laço
politico, que os una ; ao passo que por — Estado — se
entende uma reunião de povos constituídos sob um
governo communp e formando um todo politico, em­
bora nelle se comprehenda povos ethnographicamente
diversos. Assim, uma nação pode formar muilos
Estados differentes, como a Allemã, e um Estado, por
sua vez, pode conter muitas nações distinctas, como o
império Austríaco. Entretanto esta distincçào entre —
naçao e Estado — aliás exacta em doutrina, ordinaria-
3
mente não é observada quer na linguagem commum,
quer na da sciencia, antes em uma e em outra são
quasi sempre usadas como synonimaç, e é assim que
também, em geral, as empregaremos.
As nações ou Estados, associações de homens, e
destinadas aos mais importantes fins de Direito, em
vantagem e garantia de todos os seos membros, con­
stituem necessariamente pessoas moraes, com direitos
e obrigações, urnas respectivamente a outras, e não
podem deixar de ser todas iguaes perante a lei ou prin­
cípios que devem regular a sua conducta reciproca,
embora, de tacto,sejão desiguaes em poder,em riqueza,
em civilisaçào. Todas são, emfim, igualmente sobera­
nas, desde que não ha fóra delias entidade ou autori­
dade alguma que 11Tes seja superior. Aquellas, que,
por excepção, não dispõem de urn modo completo dos
poderes proprios da soberania nacional, ou que para
o exercício de algum delles dependem da annuencia ou
superintendência de outras, são os Estados que se
denominão semi-soberanos, vassallos, protegidos, etc.,
taes como os Ducados Danubianos, o Egypto, os Esta­
dos Barbarescos, etc.
Feitas, porém, as necessárias reslricções. que
nascem das relações especiaes existentes entre estes
Estados de cathegoria inferior e aquelles a que elles
são de algum modo subordinados, em tudo o mais, os
princípios que devem regular a sua conducta, quer
entre si, quer com os mais e vice-versa, são osmesmos,
que regulão, em geral, as relações internacionaes.
Devemos ainda, em todo o caso, entender em
termos hábeis aquella soberania própria das nações
em face umas das outras, e rnesmp o pensamento* do
compendio quando qos diz que os Estados soberanos
só dependem de Deos. Por mais real e completa que
seja essa soberania ; por mais que qualquer daquellas
presuma e tenha razão para presumir de sua indepen­
dência e superioridade, ha sempre para todas grandes
ou pequenas, fortes ou fracas, alguma cousa, além de
Deos, a que é necessariamente sugeita a sua conducta
reciproca : é ao Direito das Gentes, o qual, em ultima
analyse, nao é senão o mesmo,Direito Natural privado
applicado ás relações de nação a nação ; consiste elle,
com o-nos diz o compendio $ 3.°: «n o complexo de
4
regras,que a razão deduz como conformes á justiça, ou
se fundão nas convenções expressas ou tacitas entre
as nações, e devem determinar o procedimento de
umas para com as outras. »
Aquellas regras de justiça dadas pela razão, ante­
riores e superiores á vontade humana, como normas
universaes e invariáveis da conducta das nações entre
si, constituem o — Direito das Gentes absoluto ; e as
que resultào das convenções ou tratados que estas
celebrão para melhor e de modo positivo estabelecer
entre si certos direitos e obrigações, que aquelle não
impõe immediatamente, constituem o — Direito das
Gentes — positivo ou convencional; no qual se com-
prebende, como nos observa o compendio, o Direito
das Gentes consuetudinario, consistente nas regras
geralmente admittidas pelo uso ou consentimento de
todas as nações, e que, portanto, a nenhuma é licito
violar a seo arbítrio, em prejuízo das mais.
Tal é a divisão mais geral e principal do Direito
das Gentes.
A importância e utilidade deste Direito e do seo
estudo (§§ 4.° e 5.°) são evidentes, inferem-se de sua
própria definição, e confirmão-se pelos beneficos resul­
tados de sua applicaçào pratica á vida e relações inter-
nacionaes. •
Quanto ao Direito das Gentes absoluto, o seo
estudo é não só ulil como o de qualquer sciencia, mas
e especialmente indispensável áquelles a quem tenha
de ser incumbida a difíicil, mas honrosa tarefa de
governar os povos, e dirigir as suas relações exteriores.
Si lançamos as vistas para o passado, não pode­
mos deixai de ver nas leis barbaras, e nas praticas
selvagens admittidas nas relações quer de paz, quer
pi ineipalmente nas de guerra, dos povos antigos, e
mesmo ate epocha nao muito remota, as tristes conse­
quências de sua ignorância dos verdadeiros princípios
da sciencia do Direito Internacional; predominava
então em toda a sua nudez o direito da força. Mesmo
em Roma e na Grécia, typos da suprema civilisaçào da
antiguidade, era-se considerado inimigo pelo simples
lacto de ser-se estrangeiro, e nas relações de guerra,
erao mortos os prisioneiros ou reduzidos á escravidão
5
com o falso argumento de que podia-se privar da Iiher­
dade aquelles a quem se podia tirar a vida.
Ainda lioje se commette, sem duvida, entre as
nações, quer na paz, quer na guerra, grandes abusos e
atrocidades ; nada disto, porém, se faz mais cerno o
exercicio de um direito, e sim com a consciência de
que se pratica clamorosas injustiças ou attentados, que
se procura, de ordinário, justificar, ao menos, perante
o mundo civilisado com razões ou pretextos mais ou
menos plausíveis. Isto não é tudo ou mesmo muito;
mas é já alguma cousa na evolução jurídica da huma­
nidade em suas relações de Estado a Estado, graças ao
desenvolvimento e progresso que tem tido, sobre tudo
nos últimos séculos, entre as nações cultas da Europa
e da America o estudo do Direito das Gentes absoluto, o
qualé tanto mais importante, quanto éeste a luzque pode
illuminar as nações e seos governos quando tenhào de
celebrar entre si convenções ou tratados ; pois que os
seos princípios devem dominal-os, e lhes impõem
limites que não podem sei ultrapassados sem abuso
ou crime.
Quanto ao Direito das Gentes convencional em
particular, além de já inferir-se a sua importância e
utilidade, do que a seo respeito íica dito, é clato que
resaltão àinda dos argumentos com que em nossas
Prelecções do Direito Natural demonstramos a impor­
tância e a utilidade, ou antes a indeclinável necessidade
dos pactos entre os indivíduos; accrescendo ainda,
que si entre estes a falta de convenções ou accôrdos
expressos, pode, em muitos casos ser supprida pelas
leis ou poderes sociaes, entre as nações para as quaes
não ha legislador ou juiz superior para isso competente,
muitas e graves questões internacionaes, a não serem
as convenções e tratados, ficarião sem solução, ou
só serião resolvidas pelo arbítrio e pela violência.
G Direito das (lentes convencional, e seo estudo, não
podem deixar de ser da maior importância e utilidade,
desde que é elle o complemento indispensável do
Direito das Gentes absoluto.
Os direitos e obrigações que competem ou a que
são sujeitas as nações umas para com as outras, em
razão da sua qualidade de pessoas moraes, são analo-
gos aos dos indivíduos entre si, e assentão sobre os

\
6
mesmos princípios geraes em que estes se fundão ou
de que derivào. O compendio no seo § G.° os formula
nos seguintes termos : .
1. ° — Que todo o ente moral tem o diieito de
conservar-se, aperfeiçoar se, e promover a sua felici­
dade.
2. ° — Que ninguém pode locupletar se ou avanta­
jar-se com a lesão do direito alheio.
3. ° — Que quem lesa o direito de outrem é obri­
gado á reparação.
4. ° — Que as convenções livremente feitas e sobre
objecto licito obrigào as partes contractantes.
Os direitos particulares que destes diversos princí­
pios se dqdjzem para cada indivíduo,segundo o Direito
Natural privado, competem de modo analogo, como
dissemos, ás nações, segundo o Direito das Gentes.
As differenças que ha entre os destas e os daquelles
não affectào propriamente a sua essencia, referem-se
apenas, em geral, ao meio de se fazei os effectivos ;
e a respeito de alguns, aos modos e condições de sua
applicação ou exercício. Quanto a esta teremos occa-
siào de verificai a em nossas subsequentes licções,
e quanto áquella observa o compendio no § 9.° que para
a effectividade dos direitos individuaes ha em toda a
sociedade política um poder supremo constituído para
realisal-a, ao passo que, como aliás já temos dito, não
existe entre as nações um tal poder, um juiz ou autori­
dade competente para fazer effectivos òs direitos de
cada uma ante as mais, que os desconheção ou offendão. -
Dahi conclue o compendio que, considerados por
este lado, os direitos das nações estão em condição
inferior aos individuaes dos cidadãos de qualquer
Estado mais ou menos bem organisado. Isto, porém,
em nada prejudica a realidade ou o vigor de taes direi­
tos, ou dus princípios em que elles se fundão, ou em
s umm a do Direito das Gentes ; do mesmo modo que a
legitinndade e a força dos direitos individuaes ou do
ueito Natural privado, de que elles derivào, não depen­
dem do tacto social, residem nelles proprios indepeu-
aentemente. 'le serem ou não respeitados ; e com a
mesma »azao com que o poder publico em uma nação
se cons itue autoridade suprema para realisal os prati­
camente entre os seos cidadãos, cada Estado, na im-
7
possibilidade de outro juiz fóra delle (jue faça effectivos
os seos ante os mais, não pode deixar de ser autorisado
a fazel-o por si mesmo segundo a sua consciência, e
sob a sua responsabilidade real ou moral perante o
concurso dos outros, ou perante a opinião do mundo
civilisado, pelos meios a isso adequados de que dispo­
nha, quando os mesmos sejão desconhecidos ou ataca­
dos. A realidade do Direito das Gentes, em ultima
analyse, não depende de modo algum da observância
ou do menospreso de seos preceitos por aquelles a
quem em todo o caso, se impõem como regras obri­
gatórias.
Em vista, porém, deste caracter do Direito das
Gentes é certo que cumpre, antes de tudo, para a sua
regular e conveniente applicaçào, que as nações se
compenetrem bem dos benefícios da paz, que procurem
inspirar-se sempre nos sentimentos da justiça e da
fraternidade humana, e pelos meios amigaveis, media­
ção, arbitramento, e convenções ou tratados razoaveis
e previdentes previnão ou resolvâo quaesquer contes­
tações que entre si possão originar se, evitando a Iriste
necessidade do appello ao juizo desastroso e irracional
do canhão e da metralha, que nem sempre dá razão
a quem a tem. E’ este o mesmo pensamento do com ­ vxX-
pendio no seo § 8.°
Ainda assim podem não ser de todo evitados os con­
didos entre as nações ; podem aquelles meios falhar
ante a má fé de uma aggressào proposital ; mas é já
uma vantagem, no século presente, para uma nação,
ter por si a razão e a justiça manifestas, em taes con-
juncturas. No mundo internacional moderno não são
fáceis entre ellas as provocações gratuitas, ou as guer­
ras filhas do puro capricho ou das velleidades conquis­
tadoras dos seos governos. O juizo ou o influxo de
todas, ou de algumas, ou até as simples manifestações
de uma só das mais respeitáveis, bastão bem vezes para
fazer entrar o provocador nas vias da moderação, e
abortar os seos planos de prepotência ou ambição.
Em summa, como temos visto, os direitos das
nações urnas para com as outras, e obrigações correla­
tivas, derivão-se dos mesmos princípios em que se
fundão os direitos e obrigações individuaes, tem a
mesma realidade e vigor, applicão-se, em geral, a
8
objectos cia mesma especie fie m odo adequado as c o n ­
dições próprias de sua natureza, e dividem-se, do m esm o
modo em direitos absolutos, e em direitos condicionaes
ou adquiridos.
Em nossas Prelecções de Direito Natural já vim os
com o se justifica esta classificação dos direitos indivi-
duaes, e quaes os caracteristicos proprios dos de cada
uma destas duas cathegorias. Applicada a mesma
doutrina ás nações, sào direitos absolutos destas aquel-
les que naturalmente lhes competem pelo simples facto
de sua existência; que sào essencialmente inherentes
á sua personalidade, e delia, portanto, inseparáveis ;
que sao universaes, idênticos para todas, inalienáveis
e imprescreptiveis ; que nào carecem da prova de sua
realidade, e nem podem, em caso algum, ser legitima*
mente contestados. Os direitos condicionaes ou adqui­
ridos das nações sào, ao contrario, com o nos diz o
com pendio, aquelles que lhes provêm de certas circum -
stancias, suppõem uma causa da origem particular,
isto é, sào aquelles que cada nação pode adquirir por
facto p iop iio, pelo legitimo exercício de sua actividade,
sem os quaes pode-se, entretanto, conceber a sua exis­
tência, e personalidade; e que, assim com o cada .uma
adquire, pode alienar ou perdei’, ou serem-lhe co n te s ­
tados.
DIREITO DAS GENTES
PARTE I
DIREITOS ABSOLUTOS DAS NAÇÕES

LICÇÃO ÏI

Direito de conservação ou segurança das nações, sua importância e exten­


são., actos em que elle se manifesta em relação as mais. — Direito
de independência nacional — quanto a constituição do seo governo,
intervenção das mais nações nos scos negocias internos; direito de
independência — quanto ao poder legislativo em relação aos estran­
geiros, excepções a respeito de certas classes destes; do Estatuto
pesso il, e do Estatuto real.

§§ 10 a 17

Nos tres capítulos de sua Primeira Parte — trata


o compendio dos direitos absolutos das nações, con­
sistentes, principalmente, no de sua conservação e
segurança, no de independência, no de igualdade, dos
quaes decorrem como corollarios logicos, outros tam­
bém absolutos, e no de acquisiçào, em geral,das cousas
externas, o qual praticamente se resolve no de dominio
ou propriedade e nos mais relativos ás mesmas cousas
effectivamente adquiridas.
O direito de conservação de que trata o compen­
dio, §10, é sem duvida o mais importante e o mais
sagrado de todos os direitos^de uma nação, como o ^
para os indivíduos, pois que é elle a base e condição sine
qua da realidade e exercício de todos os mais que lhe
competem; elle se refere ao que ha de mais fundamen­
tal nas nacionalidades, que é a sua existência, e tem
por isso, mais que qualquer outro, em suas applicações
praticas, uma extensão immensa. Elle traduz se nas
relações internacionaes em muitos outros direitos par­
ticulares, consistentes na faculdade de empregar qual-
direito das gentes F. 2
10
quer nação todos os meios lícitos necessários a sua
subsistência, repulsa, prevenção, e reparação de qual­
quer offensa ou aggressão de outra recebida, ou de que
seja ameaçada a sua autonomia ou fóros de pessoa
moral. Vai mesmo esse direito, como para os indivi
duos, ao ponto de autorisal a a causar ao injusto
aggressor os maiores males, e até á sacrificar a sua
existência, si por outros meios menos violentos não
lhe fôr possível garantir a própria ou obter .a reparação
que lhe tôr devida ; o que lhe não é permittido é ultra­
passar, a tal titulo ou pretexto, os limites de uma real
e extrema necessidade.
O direito de conservação das nações, o qual se
manifesta sobre tudo, no de sua defesa própria (§11),
verifica-se de modo particular no exercício de certos actos
que no intuito de sua segurança actual ou futura, antes
mesmo do recurso aos meios violentos para repellir
uma aggressào já existente ou obter reparação de seos
damnos, toda a nação tem a faculdade de pôr em pra­
tica *, taes sejào os que o compendio indica ern seo § 12.
O meio mais etticaz e mais digno para as nações de
manterem a sua existência, de amparar-se contra as
más intenções ou offensas das mais, seria resoeitar
cada uma os direitos de todas, ser cada uma fiel á
observância das regras da justiça, e aos seos com pro­
missos ; mas, infelizmente, taes disposições nem sem­
pre ou em todas existem, e até a conducta de uma ou
outia pautada nesta conformidade nem sempre as
garantiria contra o espirito prepotente ou ambicioso de
alguma outra, lorna se, pois, indispensável, que todas
estejao sempre mais ou menos acauteladas e munidas
de antemão dos meios effectivos de conter os planos
aggressivos ou invasores de que possào ser alvo.
Estes meios, salvas as allianças ou auxilios de
outras, cada naçao tem de crear em si mesma. E’ assim
que, a bem de sua segurança ou defesa, tem ellas,como
° com Pend>°, o direito de exigir de seos cida-
e1frSmuUaIVlrf0 mil;lar» de formar e sustentar exercitos
helímnc i’ de P,)ov? r*se de munições e mais artigos
cões dP nf l,iUU 0U r?Parar fortalezas, ou fortifica­
? i’ mpor tubutos até especiaes sobre as pessoas
necossarfnQ qUe eSn ara occon'er a estes ou outros fins
necessários naquelle sentido.
11
Entretanto estes direitos por mais incontestáveis
e extensos que sejão, podem ser de algum modo regu­
lados ou limitados por convenções ou tratados,e mesmo
independentemente destes, não é o seo exercício abso­
lutamente isento do exame e apreciação das mais
nações. Não é realmente sem provocar pedidos de
explicações o reclamações, que hoje na Europa, sobre
tudo, qualquer Estado ou governo levanta ou mantem
exercitos, apparelha esquadras, ou accumula outros
preparativos extraordinários de guerra, que tanto
podem servir paia a sua segurança e defesa, como para
um ataque contra outras.
Com quanto o si vis pacem para bellum seja um
conselho de alta importância, que as nações devem ter
sempre em vista, não é menos bem fundada aquella
superintendência, que o concurso das mesmas exerce
sobre cada uma quanto ao modo, termos e occasiões
em que elle tem de ser praticado. Si, em geral, um
Estado não tem o direito de coarctar os meios de segu­
rança e defesa dos mais, tem comtudo, em nome de
sua própria, o de prevenção contra uma ameaça ou
aggressào de qualquer outra disfarçada sob a capa
daquellas.
No seo capitulo 2.° trata o compendio do direito Aa -
de independência das nações umas a respeito das
outras, sob os pontos de vista mais importantes em que
elle pode ser consideracjo. No seo § 113 demonstra-nos
elle esse direito de cada nação relativamente ú con­
stituição de seo governo.
Si as nações são pessoas moraes, e todas iguaes
entre si perante o Direito das Gentes ; e si a constitui*
ção de seo governo é o que ha de mais essencial em
sua boa organisaçào política, e esta só á própria, a que
elle se refere, irnmediatamente interessa, não se com-
prehende como o direito de adoptar tal ou tal modo de
constituil-o possa pertencer a outra, ou ter esta qual­
quer participação nelle. E’ isso o mais importante
attributo da soberania nacional, e o Estado que o não
tivesse em toda a sua legitima amplitude não o seria
verdadeiramente.
Nem para autorisar semelhante pretenção por
parte de urna nação a respeito de outra em tal assumpto,
valeria o pretexto de haver esta em estado de perturba-
12
ção, ou guerra intestina, ou por qualquer outra causa,
tornado incerto ou impotente o seo governo legal para
proteger no seo seio os legítimos interesses ou direitos
seos ou de seos súbditos ou as das mais. O que a estas
cumpriria, em taes condições, não era impòr-lhe tal ou
tal constituição ou governo de sua invenção ou a seo
arbítrio, mas entender-se para aquelle fim, com o
governo de facto, mais ou menos bem estabelecido alli,
e chamai o, nos devidos termos, a restrictas contas,
quando eile lhes não prestasse as necessárias garantias.
Esse direito de independencia das nações quanto
á constituição de seo governo verifica se, aliás, em
todos os detalhes de sua organisaçào social. x Àssim,
compete a cada uma não só escolher e estabelecer a
fórma e condições fundamentaes do seo regímen polí­
tico, alteral-o quando e como o julgue conveniente,
mas ainda todas as mais instituições e mechanismos
orgânicos necessários para que seo governo funccione,
sem que as mais nações, em these, tenhão que ver ou
immiscuir-se nisso.
Dizemos, em these, porque apezar da independen­
cia que é própria, e direito inquestionável.das nações ;
apezar da soberania que lhes pertence nos seos negó­
cios internos, não se pode, comtudo, prescindir de um
modo absoluto de certas considerações ou circum-
stancias, que devem modificar o rigor daquelle principio.
Muitas vezes nas questões internas de uma nação
podem achar-se envolvidos importantíssimos interesses
ou direitos, até os propfios de segurança e indepen­
dencia de outra, sobre tudo de alguma limitrophe ;
e neste caso è evidente que tal nação não pode, pelo
Direito das Gentes, ser condemnada a inacção, e para
respeitar a independencia de uma extranha pôr em
risco a própria.
Nem são ainda estes os únicos casos em que a
intervenção de uma nação nos negocios internos de
outra pode e deve ser justificada. Por mais indepen­
dentes que devão ser as nações, jamais se pode elimi­
nar inteira mente os laços geraes, que ligão em um só
todo a humanidade ; a solidariedade desta em relação
aos grandes fins que lhe são communs, não pode ser de
todo quebrada pelo principio das nacionalidades, não
obstante o respeito devido a estas.
Ha circumstancias em que as nações não podem
ser indifferentes ás lutas e á desorganisaçâo que dila­
ceram as entranhas de alguma delias; circumstancias
em que a humanidade e a civilisação não só desculpào,
como até autorisão em seo favor a intervenção benefica
das niais. E’ certo que a pratica desta doutrina é cheia
de perigos ; que delia se pode abusar de modo clamo­
roso, que a pretexto de livrar uma nação das garras da
anarchia ou da tyrannia pode a nação interventora
absorvel-a, extorquir lhe concessões exhorbitantes, ou
impôr-lhe o seo proprio despotismo. Não é facil mesmo
conceber-se intervenções taes completamente desinte­
ressadas, ou movidas pelo puro sentimento de genero­
sidade e cavalheirismo, que devem actuar no animo
dos fortes para com os fracos. Mas ainda assim não
nos parece menos verdadeira aquella doutrina, nem
menos grandiosos os beneíicos resultados que devem
provir de sua pratica mais ou menos racional ou nobre.
De factos desta intervenção está cheia a historia
das nações ; e si muitas tem sido justamente estigma-
tisadas como filhas de calculo ambicioso e attentatorias
da soberania daquellas a respeito das quaes se tem
verificado, outras muitas tem recebido, com razão,
a approvação e os applausos dos povos. Nestas ultimas
condições poderiamos apontar, além de outras : l.u a
das principaes potências Europeas na luta da Grécia
com a Turquia, de que sahio em 4820, a independencia
daquella; 2.° a do segundo império Francez nas contes­
tações da Áustria corn as suas províncias Italianas
d’ onde resultou em 1860 o actual reino de Italia unifi­
cada ; e 3.° finalmente, a nossa nos negocios internos
das republicas do Rio da Prata em 1851, que terminou
pela gloriosa batalha de Monle-Caseros e quéda do
tyranno Rosas. V------- -c r *
Si é assim incontestável a doutrinadê~íridepeiiden-
cia das nações quanto á constituição de seo governo,
em geral, não o é menos, particularmente quanto ú
escolha de seos chefes ou soberanos de que trata o
compendio no § 14. Este direito está implicitamente
contido naquelie. Seja qual for o systema adoptado
por uma nação para a elevação ou substituição daquel­
les ; quer as suas funcções se exerção a titulo heredi­
tário, quer por eleição vitalicia ou temporariamente ;
14
ou sejào esses chefes ou soberanos um presidente de
republica, ou um monarcha, ou um dictador, os actos
que a isto respeitão e que são da maxima importância
para o respectivo Estado a que directamente interessão,
devem em todo o caso, como nos diz o compendio, sei
praticados livremente pelo proprio do modo prescripto
em sua constituição, e leis. As nações que se arrogão
o arbítrio de immiscuir-se em taes questões de outras,
commettem uma violência que a razão e o Direito das
Gentes não podem deixar de condemnar. As próprias
que assim procedem, tanta consciência tem do seo
abuso, (pie de ordinário procurào justificar-se perante
as mais adegando o consentimento ou solicitação
daquella cuja soberania e independencia offendem.
E’ assim que piocedeo, por exemplo, Napoleão UI
quando impôz ao México o seo infeliz imperador Maxi-
miliano, que logo depois pagou com a vida em Querè-
laro, o crime de seo pretencioso patrono.
O direito de independencia das nações verifica-se
ainda no exercido de cada um dos seos diversos pode­
res públicos, entre os quaes é o legislativo, sem duvida,
o mais importante. Compete lhes este em toda a sua
plenitude; nem seria admissível a pretenção de qual­
quer outra a participar nelle ou a limitai o em relação
a interesses seos ou em beneficio de seos súbditos ahi
residentes. São, em geral, sugeitos ao poder legisla­
tivo e ás leis de cada Estado, não só todas as pessoas e
bens dos seos nacionaes, mas também todos os indiví­
duos de qualquer nacionalidade existentes no seo ter­
ritório, assim como seos actos e bens.
Esta regra, entretanto, não é absoluta ; ha classes
de pessoas estrangeiras e de cousas, que são delia
exceptuadas, e portanto isentas da acção do poder
legislativo e leis territoriaes, taes sejào as que o com ­
pendio indica no § 17, a sabei': os soberanos ou chetes
de outros paizes, seos ministros diplomáticos, famílias,
comitivas, e residências destes ; seos navios de guerra,
ofticiaes, e tripulação dos mesmos que entrào ou esta-
cionão nos seos portos ou mares territoriaes, para o
que não carecem quanto áqueiles de permissão expres­
sa, nem quuuto a estes de qualquer consentimento ’>
e tinalmente as tropas estrangeiras que atravessào ou
emqnanto se demorão naquelle território por concessão
do respectivo governo.
Fundào se todas estas excepções cm uma ficção
jurídica, que assenta em boas razões, que no Direito
das Gentes se denomina — exterritorialidade, — e que
consiste em suppòr-se que as pessoas e cousas daquellas
diversas classes existentes em um paiz estrangeiro,
estào realmente no território do seo, e conseguinte­
mente sob a sua jurisdicção.
A respeito dos soberanos ou chefes estrangeiros
procede aquella ficção attendendo-se a que elles perso-
niíicão a soberania de seo respectivo Estado, que nelles
se encarna a independencia nacional deste. O mesmo
quanto aos ministros diplomáticos, que por commissão
positiva representào as nações que os enviào, e com
os quaes aquellas onde elles residem ou estào tem de
tratar de igual para igual. Os navios de guerra estran­
geiros são considerados como prorogações do teri itorio
de sua nacionalidade, e com tanto mais razão, que
elles e seo pessoal destacào-se perfeitamente no seio
da nação onde estào, e sem inconveniente ou compli­
cação com o regimen desta, pode-se-lhes applicar a
legislação de seo proptio paiz. ' Iguaes razões são de
todo applicaveis ás tropas estrangeiras em transijto
pelo território de outro Estado.
Em nenhum destes casos se trata de pessoas
estrangeiras nas condições communs, que vão procurar
vantagens ou protecção no teu itorio e nas leis do paiz
onde estào ou por onde passão. São partes de outio
Estado independente, que levào comsigo a suajuris-
dicçào, e meios de exercel-a.
Devemos accrescentar, porém, que em todo caso
as immunidades assim attribuidas ás mencionadas
classes de pessoas não são tão limitadas, que as ponhão
de todo ou em todos os sentidos, fóra do alcance da
legislação ou jurisdicção territorial, sobre tudo no que
respeita as leis criminaes e policiaes relativas a crimes
de certa gravidade contra a ordem publica ou direitos
mais importantes dos cidadãos do paiz. Desta matéria
temos, porém, de occupar nos ainda mais particular­
mente quando tivermos de analysar a parte do com­
pendio em que delia também especialmente se trata.
Fóra daquellas classes previlegiadas, e relativa-
16
mente, em geral, às pessoas, actos ou bens dos estran­
geiros, prevalecem entre as nações as seguintes regras .
Às propriedades immoveis sào regidas pela legislação
do paiz — lex rei sitse. Quanto aos bens moveis, excepto
tratando-se de successão, applica-se acs actos ou con ­
tractos que se lhes sào referentes, á sua forma exterior,
provas judiciarias, interpretação e prescripçào, as leis
do lugar onde elles forão passados — lex loci contractos;
e quanto ao processo as do paiz ante cujos tribunaes
tem de ser julgadas as contestações respectivas — le%
fori. Em todo o caso, porém são validos em qualquer
paiz os actos on contractos passados em outro de con ­
formidade com as leis daquelle, ainda que este se reja
por leis segundo as quaes não possào ser elles passados
no seo território. - w
Todas aquellas regras, aliás, soffrem modiiicaçõt s,
segundo a natureza especial de certas questões, as leis
positivas ou julgados de cada nação, ou por estipulação
em tratados.
Gonstitue ainda, uma excepção ao principio da
applicaçào das leis de cada nação a todos os que nella
residem, o Estatuto pessoal dos estrangeiros, o qual
consiste no complexo de direitos que lhes competem
pelas leis de sua patria,e lhes são na conformidade das
mesmas, garantidos no paiz onde se achão. Nelle se
abrange os que se referem ás condições de nacionali­
dade, de domicilio, de casam ento,'de paternidade e
filiação, de poder marital e parental, de tutella e cura
tella, de testamento e successão ab intestatu e outros
de igual cathegoria. Mas o proprio Estatuto pessoal
não é admissivel a respeito de actos, que embora per-
mittidos na respectiva nação, sejão upntrarios á ordem
publica ou aos bons costumes do paiz onde se tenhão
de tornar effectivos.
- O Estatuto real consistente no complexo das leis do
paiz que estabelecem o regimen que se applica aos
bens ou cousas situadas no seo território, refere-se
a classificaçao desses bens ou cousas segundo a sua
natureza e especies, ás condições relativas ao dominio,
acquisiçào, posse,uso, ou usufructo, hypotheca, aliena-
çao, servidões, e prescripçào dos mesmos, e a todos os
mais actos ou direitos que daquelle se originào ou
lhe sao mherentes.
«
LTCÇÍVO III

Direito de independência das nações - quanto ao seo poder executivo ; —


quanto ao poder judiciário / sua applicaçào a pessoas ou actos
praticados fora do seo território ; — da extradicçao ; — exequibili -
dade em uma uição das sentenças proferidas em outra, limitações
e extcpções. — Independendo quanto ao exercício dos poderes
policial e fiscal a respeito de estrangeiros: e em matéria de religião
como se entende essa independência.

•, §§ 18 a 32
4 ' -
4

Nos seos §§ 18 e alguns seguintes trata o com pen­


dio do direito de independencia das nações quanto ao
exercício de seos poderes executivo e judiciário em
geral, e nas suas applicações aos estrangeiros.
Consiste o poder executivo de um Estado no direito,
qne compete ao seo governo de promulgar e fazer
cumprir os decretos, regulamentos, ou instrucções,
e de dispôr e realisar outras medidas necessárias á boa
execução de suas leis, e conveniente administração de
seus negocios públicos ; e o poder judiciário no de
applicar aquellas leis, por seos magistrados ou tribu-
naes ás questões ou litígios que possão dar-se e occor-
rão entre os’ seos cidadãos e residentes acerca de
quaesquer direitos seos, e ao julgamento e punição dos
delictos que entre e contra os mesmos ou contra o
pruprio Estado se cómmettão.
Não pode haver duvida a respeito de taes direitos
ou poderes de cada Estado independente, nem acerca
de sua extensão dentro dos limites de seo respectivo
território ; sao elles predicados constitutivos e insepa­
ráveis de sua soberania. Conseguintemente, quer ao
DIREITO DAS GENTES p. 3
48
poder executivo, quer ao judiciário de cada Estado,
são, em gèial, sugeitos, como ao seu poder legislativo,
todos os individuos nacionaes ou estrangeiros existen­
tes no seo território, e seos bens abi situados, a menos
que se trate drs diversas classes dos mesmos estran­
geiros, isentos de sua juiisdicção, segundo o Direito
das Gentes, ou de aetos ou direitos seos regidos,
segundo convenções expressas ou tacitas entre as
nações, pelas leis próprias de cada uma mesmo no
territodo das mais.
O poder judiciário de cada Estado, espeoialmente
em matéria criminal, applica-se, l.° a todos os detidos
commettidos contra suas leis nos limites de seo terri­
tório, qualquer que seja o seo autor ; i ° a todos os
praticados a bordo de seos navios de guerra ou mer­
cantes no alto mar, e a bordo dos primeiros nos portos
de paiz estrangeiro •, 3.° aos commettidos em qualquer
paiz por súbditos seos, ou por estrangeiros quando se
trata de certos crimes de maior gravidade, taes como
os que se reíirào á sua segurança, integridade ou ordem
publica, ou em geral aos que entre nós se considerào
como inaiiançaveis, praticados coolra cidadãos seos,
sendo que nestes casos o respectivo processo ou a
applicaçào da pena só se verilicào quando os crimino­
sos voltem ou venhào ao paiz contra oâ quaes os com-
metteram. Es.tes principios., geralmente acceitos entre
as nações, achào se expressos entre nós no decreto
n. 5934 de 8 de Junbo de 1874.
Além destes casos, tem toda a nação o direito de
perseguir e punir os piratas de qualquer nacionalidade
que sejão, e em qualquer parte onde os encontre,
salvo nos domínios territoriaes de outra ; pois que são
elles considerados verdadeiros ladrões, salteadores do
mar, pelo que, cada nação tem, por Direito das Gentes,
plena autorisacào para dar-lhes caça, e fazel-os eaptuiar
por seos navios de guerra, conduzi-los a seos portos,
e abi ou em qualquer lugar inílingir-lhes o merecido
castigo.
Mas si, em geral, o poder judiciário de um Estado,
e sua penalidade só podem legitimamente anplicar-se
(lentio dos hmiles de sua jnnsdicçào territorial, sendo
emboia de sua alçada todos os que abi se c o m m e t t à o ,
como faraó elles eííectiva a punição de crimes mais ou
19
menos^ graves ahi praticados, quando seos autores
consigão evadir-se para outro paiz? Nenhum pode ter
o direito de penetrar nos domínios jurisdiccionaes de
outro para retirar deite e submetter ao julgamento de
seos tribunaas quaesquer súbditos seos ou residentes
do seo território, que embora criminosos,alli se tenhão
lerugiado ; seria isto um ataque á independencia e
soberania daquelle; e nem o Direito das Gentes absoluto
pr escreve regra alguma, que imponha a qualquer Estado .
a obugação positiua de entregar a outro taes crimi­
nosos. Conseguintemente, só por tratados ou conven­
ções expi essas ou taci tas podem as nações estabelecer
entre si essa obrigação e direito reciproco, que no
uneito das Gentes se denomina — de extradicção.
sscie que taes tratados ou convenções não existão a
sua coricesscio ou recusa fica ao arbítrio da apreciação
e convemencia daquella a que é pedida. Mas em regra
fHa não deve ser negada quando sollicitada em termos
hábeis, e a respeito principalmente de certos crimes,
pois que é isto de grande utilidade para todas, e uma
homenagem ao principio da justiça universal.
Com effeiio, segundo o uso geral das nações, fun­
dado em óptimas razões, a — extradicçào — não é
applicavel a toda a espeoie de crimes ou criminosos.
^sirn que nos respectivos tratados ou convenções
«no deiia ordinariamente exçeptuados : l.° os crimino­
sos em outra nação que se refugião no território de sua
ptopria patria; 2.° os indivíduos incursos apenas em
crimes leves, ou em contravenções de caracter local;
e o.° cs criminosos políticos.
A primeira destas excepções explica-se pela pro­
tecção especial que cada nação deve a seos cidadãos,
embora criminosos, os qnaes por seos crimes podem,
em todo o caso, responder segundo as leis e perante os
(nbunaes da mesma. A segunda é determinada pela
própria pouca imuortancia dos factos a que se refere,
e que podem mesmo não ser crimes senão nos paizes
onde forão praticados, cuja punição não interessa senão
a esteie para os qnaes nào é indispensável a applica-
Ção daquelle meio extraordinário, reservado á effectiva
punição de crimes, mais on menos graves, de Direito
oummum. Pela terceira, finalmente attende-se a que
os crimes políticos são, ordinariamente, antes filhos
20
de um patriotismo, desvairado embora, do qne da pei *
versidade e corrupção que o r i g i n ã o e c a r a c t e r i s à o os
crimes communs. .
Quanto aos refugiados políticos, que nos paizes
onde se asytão conspirem contra a sua palria,costumão
aquelles (compendio nota ao§28)obrigal-osa atfastar-.se
das fronteiras, internal-os longe destas ou expellil os
mesmo do seo território. E’ isto reatmente o mais
que um Estado pode exigir razoavelmente de outro,
a menos que pretenda fazer deste um instrumento de
seos odios ou vinganças políticas, ao que nào pode
preslar-se nação alguma que prese a sua dignidade,
e fóros de independente.
Mas assim como nenhuma nação pode ser compel-
lida por outra a entregar-lhe ou a punir taes criminosos,
ou quiçá victimas das convulsões intestinas de sua
patria, também nenhuma pode sem faltar aos seos
mais restrictos deveres de justiça e de neutralidade,
prestar-lhes qualquer animação ou auxilio contra
aquella.
Nas convenções ou tratados de extradicção costn-
mão as-nações estabelecer certas regras e condições
destinadas a regular o seo pedido e concessão, forma,
extensão e outras circumstaneias relativas ã sua execu­
ção. Em geral, são entre aquellas,acceitas as seguintes:
que a extradicção deve ser pedida por meio de coni-
missão rogatoria, carta dirigida de governo a governo,
ou pela via Diplomática, com quanto algumas vezes
e em relação a certos crimes possa ellu ter lugar por
simples reclamação, e ante autoridades subalternas ;
que o pedido seja instruído com o summario, provas,
e peças justificativas do ciim e; que só tenha lugar a
concessão depois de julgado e condemnado o crimi­
noso ; que este sò responda no paiz a que é entregue
pelo delicto designado na reclamação ou p ed id o; que
entre o pedido de nações diversas a respeito de um
mesmo criminosoAlíeja preferido o daquella a que o
criminoso pertence, ou o daquella em que foi com -
mettido o crime mais grave, ou que primeiro reclamou
a sua entrega.
Os julgamentos ou sentenças proferidas pelos tri-
bunaes competentes de um paizèm matéria de contrac­
tos e obrigações são, em geral, admittidas como defini-
21
tivas, e executadas nos mais. Si nenhum Estado pode,
em rigor, impôr a qualquer outro uma obrigação posi­
tiva a este respeito, comtudo, ainda em vista da utili­
dade que d’ahi resulta para todas, por deferencia
reciproca, e até em homenagem ao principio universal
da justiça, tem todas estabelecido entre si por tratados
ou convenções expressas ou pelo consentimento tácito,
aquella regra geral, embora quanto ao modo e extensão
de sua applioaçào ella varie segundo as legislações,
usos, e julgados de cada uma, fazendo mesmo algumas
depender a exequibilidade daquelles julgamentos ou
sentenças no seo território, de uma confirmação prévia
das mesmas por seos proprios juizes e tribunaes,e é em
tudo o caso, exclusivamente a estes que compete a sua
execução. • .
Nenhuma sentença criminal, porém ( § 2 6 ) profe­
rida pelos tribunaes de um Estado pode ter effeito
algum directo em qualquer outro ; ella não é exequivel
fóra dos limites do território daquelle em que foi pro­
nunciada, quer em relação ás pessoas quer aos bens
dos condemnados, e nem o effeito de especie alguma, si
ella contem uma condem nação a pena infamante, priva­
ção dos direitos civis, contisco dos bens, etc. Com
effeito a obrigação imposta a qualquer nação de admit-
tir no seo território a jurisdicçào criminal de outra
importaria quebra de sua dignidade nacional ; tal j uris-
dicção, pela sua especialidade, por seo caracter e conse­
quências, só pode competir exclusivamente á soberania
de cada Estado. No ultimo caso particularmente, não
só a dignidade nacional, mas ainda o espirito geral de
humanidade que entre todas deve prevalecer, não lhes
permitte sanccionar no seo território aquelles rigores
odiosos que uma justa penalidade repelle.
São, finalmente, sugeitos aos poderes policial e
fiscal de cada Estado, do mesmo modo que os seos
proprios nacionaes, todos osr estrangeiros, que ahi
residão ou estejão ; e com mais razao até estes do que
aquelles devem respeitar os respectivos regulamentos,
e quaesquer medidas de policia, sob pena de incorrerem
no procedimento e penas impostas ás suas infracções;
e até mesmo em casos excepcionaes, e mais graves, de
serem expellidos por simples acto administrativo do
"overno do paiz que offendào, deportados do seo terri-
torio. As próprias classes de estrangeiros previlegiad0^’
de que acima falíamos, não são totalmente isentas oc
obediência e respeito a taes regulamentos ou medidas,
e nos casos de infracções taes que affectem ou a ordem
ou a segurauça ou a dignidade da naçáo onde estejao,
tem esta já o direito de queixar-se deites a seos govei-
nos e pedir-lhes a sua retirada, já mesmo o de despe-
dil-os,enviando-lhes os seos passaportes, e obrigando-os
a ausentar-se.
Quanto á acção do poder fiscal- de cada uaçao
applica se aos estrangeiros em geral principio idêntico.
Todos os que ahi residào são sujeitos aos encargos
fiscaes que supportào os proprios nacionaes, á excepçào
dos que tenhão sua origem exclusivamente na sua quali­
dade de cidadãos. São-lhe exigíveis todas as especies
de impostos, pessoaes ou reaes, directos ou indirectos,
ordinários ou extraordinários, temporários ou perma­
nentes, e quer elles recáiào sobie aclos ou bens seos ;
e sua effeotiva cobrança ou effectividade realisa^se
pelos mesmos meios. Podem mesmo, por excepçào,
ser os estrangeiros sugeitos a impostos especiaes, o
mais pesados, sem que isso dò razão justa de queixa ás
suas respectivas nações, uma vez que tal procedimento
não assumma, por seo excesso, as proporções de urna
violência ou extorsão, Ainda aqui cabe a mesma
observação que acima íizemos á respeito das classes
previlegiadas de estrangeiros; também estas não são
de todo isentas de quaesquer impostos ou encargos
fiscaes do paiz onde estejào, como ainda teremos occa-
sião de ver.
Quanto á independencia de cada Estado em matéria
de religião, de que trata o compendio nos §§ 31 e 32,
é ella sem duvida incontestável; seria uma pretençào
inadmissível da parte de qualquer outro, a de querer
impôr-lhe, por qualquer titulo ou pretexto, taes ou taes
crenças ou cultos, ou forçal-o a acceitar no seo seio
quaesquer leis, decretos, prescripções, ou associações
religiosas, que lhe repugnem. Seria isto um attentadc
á sua soberania.
Mas si assim é nas relações de nação a nação
lambem principio idêntico deve prevalecer sobre tal
assumpto nas relações internas de cada Estado a res­
peito quer de seos cidadãos, quer dos estrangeiros
23
que nella existão. Entretanto, e como si as nações
á titulo de sua independencia podessem arrogar-se o
direito de exercei a intolerância ou a tyrannia religiosa
contra estes, o compendio depois de estabelecido
aquelle principio, diz-nos no final do seo§32: « com-
tudo a devoção domestica simples se deve leputar
tacitamente concedida áquelles a quem se concedeo a
residência. »
Não é de modo algum acceitavel semelhante dou­
trina anachronica, e que reduz a uma simples e mesqui­
nha esmola aos estrangeiros a liberdade de religião.
Em tal matéria nacionaes e estrangeiros se confundem,
desde que a crença religiosa de cada indivíduo é
negocio de sua exclusiva competência pessoal, de sua
consciência intima, como um attributo, que lhes per­
tence em todo o tempo, lugar, ou circumnstancia na
sua simples qualidade de homens; é cousa, por sua
natureza extranha e superior, dentro dos seos justos
limites, a qualquer soberania social ou nacional.
0 Estado que á titulo de sua independencia em
matéria de religião ataca ou restringe, além do que é
justo, a liberdade de crença e culto dos estrangeiros
que habitão o seo território, arroga se um direito que
não tem, e dá aos outros offendidos nas pessoas de
seos súbditos privados da mais preciosa de suas liber­
dades, justo motivo paia pedir-lhe satisfação. Sua
independencia não pode extender-se ou ser entendida
em tal sentido ; sob o ponto de vista de que tratamos,
ella se verifica apenas, na suprema inspecção que lhe
compete sobre a pratica de taes crenças ou cultos, afim
de impedir que em suas manifestações exteriores estes
prejudiquem ásua ordem publica, ou quaesquer direitos
daquelles a quem o mesmo Estado deve protecção e
garantias no seo seio; ou mais explicitamente, o direito
de independencia das nações a tal respeito, verifica-se,
por um lado, na faculdade que tem estas de recusar o
apoio de seo braço secular, e a adjuncção de quaesquer
effeitos civis á observância ou inobservância de quaes­
quer dogmas, preceitos, decisões penaes ou disciplina­
res de qualquer igreja ou seita nelle existentes; e por
outro no dever de vedar effectivamente que as autori­
dades, ministros, tribunaes, ou sectários de qualquer
daquellas, nos limites de sua jurisdicção territorial,
24
persigào as mais, preguem ahi doutrinas, fundem ou
façào tunecionar congregações ou sociedades incom pa-
tiveis com suas leis ou instituições sociaes, contrarias
a seos bons costumes, á humanidade, civilisaçào, p ro ­
gresso, paz ou felicidade dos homens, ainda que taes
religiões sejão de súbditos de outras nações mais p od e­
rosas, ou se julguem na posse exclusiva da verdade,
pretenção, que, aliás, tem todas.

i-
FAC ULDAIJI
Hf DIKI ITO

D igitalizado pelo Projeto M em ória A ca d ê m ica d a FDR -U FP E

LICÇÃO IV

Direito de igualdade das nações; desigualdade de facto de suas cathego-


r ia s ; diversidade de honras e precedencius, </ue disso resulluo,
e corno ellas se rega Ião. — Titu los dos diversos Estados ou sobe­
ranos. — Do cerenii.nial, e suas differentes cspedes — de côrte , de
chancellaria ou diplomático, e marítimo; a gue assumptos, e de que
modos se npplica cada um destes.

§§ 33 a 44

A igualdade jurídica das nações é um principio


incontestável, um dogma do Direito dás Gentes ; mas
de facto differem as suas calhegorias segundo a real
importância comparativa de cada uma; e com o cada
qual na medida desta entende fazer valer as distincções
ou vantagens que d’ ahi lhes podem resultar nas suas
reciprocas relações, tornou-se necessário estabelecer-se
por convenções expressas ou pelo uso das mesmas
entre si, uma certa graduação, a que se ligào honras,
que lhes são attribuidas, ou a seos soberanos e repre­
sentantes, segundo a consideração hierarchica, que se
entende dever caber a cada uma.
A superioridade dessas honras assim reconhecidas,
determina a primasia ou precedeneia de uns Estados,
seos soberanos ou representantes em relação aos dos
mais nos actos públicos ou reuniões mais ou menos
solemnes a que os mesmas concorrem. As honras
mais qualificadas, que se lhes attribue são as denomi­
nadas — Reaes, — que, além daquelln primasia ou pre-
cedencia dão aos Estados que delias gosão, o direito
de enviar aos mais embaixadores ou ministros diplo­
máticos de primeira classe, e a seos soberanos ou
DIREITO DAS GENTES F. K
20
chefes certas distincções, tratamento e prerogativas
especiaes.
Essas honras, comquanto pareça que. sé dt-voiiào
competir,como nos diz o compendio (§ 34), aos Estados
governados por um rei ou imperador, comludo, com o
elle mesmo observa, podem ser também conferidas, .
e o são com effeito, quer aos Estados governados por
simples príncipes que não tem tal titulo, e de segunda
ordem, quer a outros regidos pela forma de governo
democrática. A’ quelles o concurso das nações faz
essa concessão por rnéra deferencia, ou por circum-
stancias particulares, a que julgào dever attender
excepcionalmente; quando se trata, porém, de repu­
blicas mais ou menos poderosas, a filaucia das monar-
chias, não tem remedio senão passar pelas forcas
caudinas da necessidade, e dar lhes pelo amor de Deus
o que lhes pode ser arrancado pelo demouio da fcrça.
E’ assim que, como nos diz ainda o compendio
( § 3 7 ) Cromwel soube fazer respeitar pelas testas
coroadas a dignidade da republica de Inglaterra, de
que elle era apenas protector! sem fallarmos já do
papel que representaram Outr’ ora ante as monarchias
do mundo as republicas da Grécia e de lloma ; na
idade média as da Ualia ; mais tarde a da liollanda ;
e na epocha moderna e contemporânea a primeira e
a actual republica Franceza, e a grande União Norte-
Americana.
O direito de precedencia entre as nações tem sido,
alias (§§ 30 e 38 ) em todos os tempos assumpto de
controvérsias. Na idade média os concilies davão
frequentes occasiões a estas. Os papas arrogavào-se
então^o direito de regular aqueíla precedencia, e Júlio II
em 1504 publicou um decreto ou Ordenança classifi­
cando para a mesma as diversas nações christãs da
Europa ou seos soberanos na seguinte ordem : o impe-
radoi da Allemanha, os reis de França, da Ilespanha,
do Aragão, de Portugal, da Inglaterra, etc. Mas tal
decieto nunca foi geralmente acceito. Ao proprio papa
a quem então as nações catholicas davão a primasia
sobie todas, si ainda hoje lh’ a podem attribuir, embora
nao seja elle mais um soberano politico, será isso por
meia deferencia, e não mais pelo prestigio de seo poder
espiritual, ou pelo fervor da fé catholica da Europa.
<27 •

Para sustentarem suas prétenções á precedencia


tem as nações allegado a antiguidade de sua indepen­
dência, ou a (ia respectiva familia soberana, a sua
forma de governo, a importância de seos titulos, de
seos altos feitos, de suas possesões, o numero de suas
corôas, e até nos bellos tempos em que os pontiíices
Romanos davào e tiravào estas, invocava-se para tal
fim a prioridade na adopçào ou introduccão do chris-
tianismo no seo seio. O congresso de’ Vienna (juiz pôr
oídem em taes pretenções; mas taes forào as divergên­
cias que ahi surgiram, entie os representantes das
diversas potências,(jue nem lhes foi possivel chegarem
a um accôrdo siquer sobre o numero de cathegorias
em que devião ser ellas classificadas. Presentemente
regulào esta matéria já convenções expressas entre
algumas, já os usos acceitos por todas.
Diz-nos o compendio (§ 38) que os soberanos que
não são testas coroadas, mas que gosào das honras
Reaes, assim como os que não tem direito á estas,
cedem os primeiros a precedencia aos reis e impei a­
dores, e os segundos áquelles a quem taes honras
competem Quanto a estes assim é, quanto, porem,
áquelles, acima vimos si tal proposição pode ser exacta.
Seria, realmente, curioso em um congresso de nações
ou de soberanos, vêr-se o presidente da republica
Franceza ou da grande União Norte-Americana cedendo
o passo ao imperador Faustino Solouque !
Os soberanos quando se visitão cedem a prece­
dencia uns aos outros como qualquer bom burguez
que sabe fazer a seos hospedes as honras de sua casa ,
nos congressos ou conferencias, porém, ou em quaes-
quer actos públicos em «pie elles ou seos representantes
comparecem para tratar de negócios intei nacionaes,
prevalece a precedencia que a cada um cabe.
Nesta matéria de honras e precedencias entie as
nações, embora, em geral, boas razões as justifiquem,
entra por muito a vaidade e a ostentação nacional, ou
pessoal de seos soberanos ; o que uao impede que
aquellas ou estes se mostrem muitas vezes mais mtt a-
taveis na exigência de s u a observância, do que na solu­
ção das mais sérias contestações.
Quanto aos titulos, que compitão aos diversos
Estados, seos soberanos ou governos, ou que elles a si
1

. 28
mesmos pomposamente se attvibuào, applica-se obsei-
vação analoga á que acabamos de fazer acerca nas
honras e precedencias a que se julguem com direito.
Esses títulos podem ter tal ou qual importância para os
que os tornào se bem que muitos delles nào passem tavn-
bem de verdadeiros puffs da vaidade, e alguns attinjão
até o apice da mentira ou do ridículo. E’ assim que
entre os soberanos dos Estados christãos da Europa
uns se intitulão de — magestade catbolica, outros de
christianissima, ou íidelissiu.a, o governo turco de
sublime porta, a China de celeste império, e o papa de
Sua Santidade e vigário de Chvisto.
A satyra mais tina, que se poderia fazer a seme­
lhantes arrojos do orgulho e da insania das nações ou
dos reis, foi exactamente um rei e dos mais illustres
e poderosos do seo tempo que a fez ; foi Francisco I de
França, quando a uma carta que lhe (litígio Carlos V,
cuja primeira pagina era toda cheia com os seos titulos,
respondeo com outra em que assignou-se simples­
mente : — Francisco l, rei de França, burguez de Pariz,
senhor de Vannes e Chantilly.
E’ certo, porém, que qualquer Estado ou soberano,
tem o direito de tomar os titulos que queira, por mais
exdruxulos, intermináveis, ou pretenciosos que sejão,
uma vez que com isso nào offendào a dignidade ou os
legítimos interesses dos mais. D’ ahi, em geral, nenhum
mal vem ao mundo, embora também por si sós de nada
realmente sirvào àquelles que com elles se apavonão.
Por exemplo o bello titulo de i eis de Chypre e Jerusa­
lém com que os soberanos das Duas Siciiias continua­
ram a ornar-se até nossos dias, foi sempre tào inútil a
elles, como inoffensivo aos verdadeiros senhores da
antiga ilha favorita de Venus, e da cidade sacrosanta
dos chvistàos.
Demais si um Estado ou um soberano, pode fazer
consistir em taes titulos o signal de sua dignidade, com
o mesmo direito com (pie um pachá entende que o da
sua é trazer sempre erguido á sua frente uma cauda de
cavallo, não se segue disso, que as mais nações ou seos
governos sejãu obrigados a conformar se com elles.
Sem falia unos já dos das especies a que acabamos de
referir nos, mais on menos vãos-ou insensatos, os pró­
prios que sao geralmente admittidos e adequados aos
29
Estados ou soberanos, nem sempre que estes os tomao,
são pelos mais officialmente reconhecidos. Corno nos
faz ver o compendio (§ 39) o titulo de Czar ou de
imperador conferido a Pedro o Grande pelo senado
Russo em 1721 só lhe foi reconhecido pelo gabinete de
Versailles, em tins desse século ; e o de rei da Prússia
que em 1701 tomou Frederico então simples Duque de
Brandenbuigo também não o foi senão mais tarde, e
successivamente, pelas mais nações. Outrotanto suc-
cedeo com os novos Iitu los, que por essa mesma epocha
tomaram os diversos príncipes da Allemanha.
Aquellas honras e cathegorias diversas que se
attribue ás nações, seos soberanos, ou representantes,
e os modos de attender-se ás mesmas, e tornai as etfec-
tivas nas suas relações reciprocas, determina a neces­
sidade de um ceremonial ou complexo de formalidades
a esse fim destinadas (§ 41), o qual com effeito existe
estabelecido entre ellasjá por tratados ou convenções,
já pelo uso geralmente admittido. Esse ceremonial é
de diversas especies e divide se principalmente em
ceremonial de còrte, de chanceljaria ou diplomático,
e marítimo. .
O ceremonial de còrte refere-se especialmente as
formalidades ou praticas que se observa ante e paia
com os soberanos ou chefes dos Estados nos actos
públicos ou solemnidades que lhes dizem respeito ou a
que elles comparecem, taes como na sua coroação e
sagração, cortejos, recepções., ou audiências, ao trata­
mento e prerogativas que lhes competem ou ás suas
familias, ofíiciaes ou servidoies, e ate as relações da
vida domestica dos mesmos em seos palacios ou iesi-,
dencias; é o que se denomina propriamente a —
etiqueta.
Excusado é dizermos quantos desses usos ou pra­
ticas, que tazião o martyrio, mas ao mesmo tempo as
delicias de um bom cortesão, são supinamente iidi-
culos, e que a grande parte delles os costumes e o bom
senso moderno tem feito a devida justiça. Mas os rigo­
res da etiqueta nem sempre se limitaram a sei coimcos
ou extravagantes ; muitas vezes forào causas de verda­
deiras desgraças publicas ou de eminentes persona­
gens. Em 29 de Julho de 1&30, por exemplo, um grande
ofíicial da còrte de Carlos X, da França, recusou obsti-
nadamente introduzir nos aposentos onde se achava
recolhido, este monaroha no palacio de São Cloud, um
correio expresso enviado de Paris, pelo qual se lhe
communicava e pedia providencias em bem do povo
que se eslava massacrando nas ruas desta cidade, e
isso porque a etiqueta — não permiitia penetrar se nos
aposentos régios antes da hora das entradas ofíiciaes.
lun llespanha a rainha, esposa de Carlos lí foi por
muito tempo arrastada no átrio do palacio Real por seo
cavallo, presa pelo pé a um dos estribos, porque a —*
etiqueta — punia de morte a quem ousasse tocar-lhe 1
hm brança, sobretudo no tempo de Luiz XIV, e de
seos immediatos antecessores e successores, era pre­
ciso um habito e um cuidado extremos aos miseros
coi tesãos para não faltarem ao que lhes exigia a — eti*
queta ao levantar se e deitar-se do rei. ao seo vertir-se,
nos seos grandes e pequenos repastos, nas suas caçadas
ou passeios, e até nos mais miúdos e vulgares misteres
de sua alcova!
O cei emonial de chancellaria applica-se especial­
mente a correspondência eseripta, quer entre os sobe­
ranos uns com os outros, quer á de seos representantes, -
ministios ou legações entre si ou com os mais, e vice-
veisa, assim como ao estylo, redacção, formulas, ler­
mos, assignatora, expedição', e tratamentos recíprocos,
m?<íU !n e ,U < ! 8 tí a,ct0.s em íi ue intervem, ou notas
que mutuamente se dirijào.
. ^eguníto este ceremonial os reis. e imperadores
■latao-se de irmãos ou primos, ainda quando recipro-
nrln^rt ameaçào, 011 se inyèctivào ; fallão de si na
tü w nP S80a f 0 plural ’ co>oeção por enumerar seos
auÍ?nA,q n,J ° mr° 08 de Cd,'los V, de que ó pouco
splmiPm*.!sp n d0a ®u,? as vezos uma longa pagina inteira;
uícies ucún h , os daquelle a quem se dirigem, os
vem de nois .! 'ípp lJ0i*en\ absorver outra pagina igual:
a expos cãt suas re,aCòes reciprocas,
urna^formÍií I a°nn« ec to.de «nissiva. e termina esta por
— Nós somoV))ri>-” d I/laiS 0ií-
m e i ~ o sasslm concebida:
serviro? de hnm e a ^?ssa Mlecção devotado a todos os
s o ao t n n , i Vrimo- Nem pareça que era
f o i V i m1 7 ^S & u 1u?
Thcro;» e mdu 8!odnai
*andedadtí Sem alCax?Ce
imperatriz Maria :
UlelM d L" l7db cul««S<«o paro a Áustria a alUaaça cU
31
França sua antiga e constante inimiga, por intermédio
de M.me de Pompadour a quem se dirigio chamando-a
de sua cara prima, contia Frederico 11 da Prússia que
só chamava esta celebre amante de Luiz XV - a Potil
lon II. Fechào, finalmente, cs soberanos taes missivas
com a sua assignatura, ou de seos ministros, segundo
a cathegoria daqnelles a que são dirigidas, e com a
apposição nas mesmas de seo — grande ou pequeno
sêllo.
Taes erão ao menos as praticas nos tempos passa­
dos ; mas a civilisação democratisadora do século pre­
sente, como já dissemos, tem passado a sua rasoura
inexorável sobre a maxmia parte de semelhantes anti*
gualhas ; e não é raro ver-se hoje os testas coroadas
corresponderem-se como quaesqucr simples moi taes.
Nos tratados e mais actos diplomáticos usa-se ou
da lingoa da corte respectiva ou da franceza ; redigem-
se tantos exemplares daqnelles quantas são as potên­
cias que nelles intervem, e a cáda um dos seos repie-
sentantes entrega se um delles assignado por todos na
ordem de suas precedencias, fazendo se alternar nos
mesmos os de igual cathegoria segundo uma certa
ordem regular ou pela sorte. Tudo isto, e outras for­
malidades referentes a tal assumpto, foi regulado pelo
Supplemento 17.° ao acto definitivo do congresso de
Vienna. '4 . ,
O ceremonial maritimo (§§ 42 e 43) refere-se as
honras que os navios sob vóla, ou navegando, ou nos
portos da própria ou de outras nações devem recipjoca­
mente prestar-se, e ás fortalezas, baterias, guarnições
das mesmas ante as quaes passem, e a que estas devem
corresponder. Fazem-se essas honras pelo canhão,
pela bandeira, pelas vélas, ou pela voz, e como signal
de submissão, ou de reconhecimento da soberania da
nação daquella a quem se fazem, ou como sunples
cortesia voluntária, ou estabelecida por convenção.
Pelo canhão fazem-se essas honras dando-se ao
passar por aquelle a quem se dirigem, um numero
( sempre impar) de tiros, maior ou menor segundo os
casos, e a superioridade, igualdade, ou inferioridade de
cathegoria do que as faz e dos que as recebe. I ela
bandeira, fazendo-se successivamente subir e descer
até meio páo o pavilhão nacional na occasiao acima
dita; e somente este se abaixa de todo ou se enrola
quando isto é imposto como satisfação a uma offensa
feita. Pelas vélas, abaixando se as da mesena ou as
dos joanetes, o que, todavia, é pouco usado, e somente
entre navios mercantes. Pela voz, finalmente, consis­
tem taes honras nos vivas e hurrahs da marinhagem
tormada nas vergas, e das guarnições no convéz dos
navios de guerra.
No § 44 diz-nos o compendio que cada Estado
soberano tem o direito exclusivo, em virtude de sua
independência e igualdade, de regular o ceremonial
marítimo
ün tnn si .-\que
oi ou os. seos
n para ___ proprios navios devem observar
. nutra
entie com os de. nanòA r . « í t _
n

marítimos foi celebrado


o de estabelecer-se um
s aasumpto.
PARTE II
km -

direitos condicionaes dos est ado s nas suas

RELAÇÕES PACIFICAS

L1CÇÃO V

Direito de propriedade dos Estados, sco objecto; regras que lhe são rela­
tivas. — Modos de acquisição da propierdade entre as nações,
ocçupação e suas condições; da prescripção entre as nações. —
Acquisição da propriedade por convenções bu tratados. — Servidões
entre as nações. — Outros diteitos das mesmas inherentes ao de
propriedade.

§§ 45 a 57

Trata o compendio na sua — Segunda Parte — dos


direitos condicionaes dos Estados, isto é, daquelles
que cada um pode adquirir por acto proprio, taes sejão
os que se referem á propriedade ou dominio das cousas
ou delle nascem, além de outros que lhes podem provir
r os tiatados ou convenções que.entre si fação. Com
os primeiros occupa-se o mesmo compendio no capi­
tulo I §§ 45 a 57.
A propriedade ou o dominio dos Estados refere-se
a terras ou ao que a estas naturalmente adhere, ou
a agoas, ou em geral a quaesquer objectos materiaes,
que possâo aquelles haver a si por qualquer modo
legitimo de acquisição. -
Quanto ás terras o dominio de um Estado verifica-
se no respectivo território ( § 46 ), suas dependencias,
possessões, colonias, etc. Neste dominio, porém, se
DIREITO DAS GENTES F. ~>
34
deve distinguir duas especies*. 1.a o dominio simples­
mente nacional ou politico, que, em geral, pertence
a cada Estado sobre todas as partes daquelle território,
a pai dos dominios privados que ahi tenhào seos cida­
dãos ou residentes, e sem prejuízo delles; e 2.a o domí­
nio pai ticular, e propriamente tal, que tenha o mesmo
Estado sobre certas partes determinadas daquelles ou
sobre bens alu situados ou existentes.
im *'0(^° .° caso qualquer destes dous dominios do
Estaclo constituem direitos seos exclusivos em relação
n? 5 . T 8 ’ Pe ° r1UR’ como n()S diz o compendio, pode
r l ' SRm fazer lnjustiça a outros, recusar lhes
a. aPrRpnaçao ou us.° de seos territórios ou dependen-
onnCd0S ™e?.mos a titulo de dominio nacional, ou como
n h l L S! ! ei a 9 Slla st)berania. Entretanto, como
rltd ? tK a ° mesmo c °rapendio ( em nota ) pode
p
mrtf I f . c o o v e n ç à o ou tratado, conceder uma
ce ta ex te m tonalidade^ a alguma propriedade estran-
Oiinròn 'ml. í e ° U ro^Estado, quer de um particular.
vn ‘ ’J em’ a esbl e mais diffieil conceber-se tal
LUilCGSSllÜ.
ks « elptl1qa,m®nte á? agoas o dominio do Estado
baldas ÇomP'ehende, em geral, os seos portos,
dos imeira «nl ' eltos’ ' los. mares e lagos encrava-
con-^en re n 1 60 í®n ito ,io - Si porém um rio
a parte de p :,ou mals'Estados, pertence a cada um
iiaV i m linh, ! " qUtí 1,ca de seo la(l°- determinada,
Pela sua i divisória que passe pelo seo meio, ou
vido enirp L , als P,0 doKÍa j thalwegf . Foi resol­
de Vienna rip i e l c ^ aes l1aC0es da Europa no tratado
serião de navenacVrm!'6 em taes condições esses rios
Estado respectivo! ®’ S"'|eitil s°mente á policia do

dons ou^nais Fs/lmll'1' la^0’ (lue banhe territories de


para r d S i n a ^ ’ 0 ll'a!;a,l° de « " .a linha divisória,
via de regra, imp'oss vè^oi^üfn“ ','16 cada nm’ é ' T
a extensão do mesmo oij? i ' '':l VSI nâo é 8rande
que tal la«o deve qp,- ™ aS0 em cine ^lz nos a boa razao
si, p o r é m ® a t a e x t ^ T é t a l° t S 08 dbeiri" hosJ
se lhe applicar a rL a ' í b « t ’ que dê para lsso> deve‘
ou finaimente regida ■se n <T°as ° n mares len doriaes,
tratado entre os interessado« o uso Por convençao 011
mieiessados, o que é o mais seguro.
35
Por mar territorial de um Estado entende-se,
segundo a doutrina mais geralmente acceita, a zona do
mar, que ocompanha a costa de cada Estado em todo o
seo desenvolvimento, medida para o largo até á dis­
tancia, que alcance urha bala de canhão, assestado
naquella ; até ahi se estende a jurisdicção e soberania
daquelle Mas ainda assim essa determinação é incerta,
variavel, e só a boa fé reciproca das nações pode evitar
que seja muitas vezes origem de contestações e con-
ílicto.
A circumstancia de ser um mar, bahia ou golpho
fechado por um apertado estreito de terras pertencentes
a um Estado, nem sempre é razão para que seja elle
reputado exclusivamente seo. Também neste caso não
se pode deixar de levar em conta a sua extensão para
appliear-se-lhe a regra a que acima nos referimos,e isto
ainda quando no seo interior não hajão outros ribeiri­
nhos. O proprio conjuncto destes não tem o direito de
excluir d’alli os mais, quando se trata de mares que se
devão, pela sua vastidão, considerar como proprios
ao uso commurn destes. Contra a opinião de Wheaton
pensamos, por exemplo, que não seria licito á Turquia,
mesmo quando era unica senhora de todos os territó­
rios ribeirinhos do Mar Negro excluir as mais nações
de sua navegação.
Quanto ao grande mar, em geral, que cobre quasi
dous terços da superfície do globo, é claro que sobre
elle nenhum Estado pode ter propriedade ou dominio,
visto ser elle de facto cousa inaprehensivel, de uso
inexgotavel, e que pode servir a todos sem prejuizo ou
diminuição do goso década um. E’ o mesmo, por
conseguinte, como nos diz o compendio § 49, livre de
toda soberania e propriedade; pelo que qualquer Estado
ou seos súbditos tem pleno direito de navegal-o, e de
explorar pela pesca ou por qualquer outra industria
que lhe seja applicavel, todas as suas partes não com-
prehendidas na zona marítima territorial de outro.
Podem as nações adquirir a propriedade ou domi­
nio, ou quaesquer outros direitos reaes, como nos diz
o compendio §50, por differentes modos, que são, em
geral, os mesmos pelos quaes os adquirem os indiví­
duos. Assim cada Estado não só é legitimo senhor no
sentido político de todas as terras e respectivas depen-
36
dencias que formão o seo território nacional ; mas
ainda, fóra delle, pode adquirir quaesquer outros que
formem suas possessões, colonias, ou outros estabele­
cimentos em paizes ou regiões diversas, ou quaesquer
objectos ou cousas juridicamente susceptíveis de apre-
hensão, posse e dominio.
Essa acquisição opera se ou por occupação pri­
meira, ou por convenções ou tratados, como nos diz o
compendio, citado paragrapho, accrescentando que
« por prescripção nada podem adquirir as nações. »
Aquella occupação, como nos observa ainda o
compendio § 51, do mesmo modo que entre os indiví­
duos, é sujeita a condições sem as quaes deixa de ser
legitima. Antes de tudo o território ou cousa que uma
nação pretende adquirir por tal meio, deve ser nullius.
Mas entre as nações ou povos o modo de entender-se
esta circumstancia não pode ser exactamente o mesmo
segundo o qual se a entende quando se trata de occu­
pação primeira, individual. Nas relações de indivíduo
a indivíduo só se considera nullius os objectos inteira­
mente fóra de todo o poder ou acção de alguém, quer
de direito quer de facto; entre as nações, porém, e
quanto ao seo direito de occupal-os, não pode ser isto
precisamente assim, quando se trata apenas da acqui-
siçao por ellas de um dominio simplesmente nacional ou
político. De certo um Estado não pode adquirir legiti­
mamente por occupação territórios de quaesquer outra
ou de um povo que ahi se ache mais ou menos bem
politicamente constituído ; mas, como nos diz o com*
pendio tnbus selvagens que vagueam em taes ou taes
distnctos ou regiões nao se pode considerar como
sen noras ou donas dos respectivos territórios no sen-
em se c °ncebe o dominio nacional de um
Estado sobre o seo. Neste sentido, pois, os districtos
P f s nas condições figuradas ou semelhantes,
n?n frn^Lmateria mente occupados por seos habitantes
naoinn?i nnm a Sl.ia 0CCUPaQ*° e acquisição do dominio
di7 pr nnJãirí ? n a ? uer naça? > 0 fiue comtudo não quer
nnp qpí ia ^Ue seos habitantes, por mais selvagens
nn rinJin;^i)0SSa°iSer ^esapossados das propriedades
flnQ nuB ‘ . .Pllva(}nsi mais ou menos bem estabeleci-
direitn Up upIU08? tei ’ ou clue 0 occupante tenha o
Ju -rto de perseguil-os ou exterminal-os.
37
De outra sorte como serião possíveis as grandes
descobertas, e a fundação das innumeraveis colonias,
Que tem, em todo o tempo, conquistado para a civilisação
e para a humanidade tantos povos, e tão consideráveis
i'egiões do globo? Postos de parte os crimes e atroci­
dades dos Pizarros, Cortezes, e seos imitadores, qual
seria hoje o estado do mundo sem a grande descoberta
de Colombo, e sem a posse que delia tomou em nome
da Hespanha ?
A segunda condicão para a legitima aequisição de
taes ou outros territórios por occnpação, é que o acto
desta, e sua posse consequente, sejão effectiva e cla­
ramente realisados e assignalados, pela applicação da
actividade e do trabalho do occupante, que transfor­
mem aquelles, e lhes imponhào o cunho de sua perso­
nalidade nacional ; não basta para isso, como nos diz
ainda o mesmo compendio, a simples descoberta,
levantamento de uma bandeira, de uma cruzou marcos,
de uma columna, ou a affixação de quaesquer inscrip-
Ções. Taes meios por si sós, não são, quando muito,
senão signaes de uma méra aprehensão, que limitada
a isso não podem impôr se ás mais nações como ti tu los
de domínio, pois que seria este puramente nominal.
. Quanto á doutrina do compendio de que pela pre-
scripçào nada podem adquirir as nações, nao nos
?xrÜece raz°avel, e autores de nota, entre os quaes
Wneton, pensão de modo diverso. Parte o compendio
d° principio de que a prescripção não é de Direito
Natural, e allega que dependendo a mesma de um
P*aso, e não havendo entre as nações autoridade que o
arque, e o imponha, não pode ella dar-se entre estas,
was ja em nossas Prelecções do Direito Natural mos-
uamos não ser verdadeiro aquelle principio ; e que o
Piaso, na prescripção, não é o que tira a um o direito
e o da a outro ; e tanto que até se admitte uma especie
de prescripção sem praso determinado, a im,memorial.
A falta entre as nações de uma autoridade que marque
11m praso para prescripção e o imponha, não é razão
Para contestar-se a legitimidade da perda do direito de
um e da aequisição do outro, desde que na posse deste
se dêm os requisitos que para a prescripção exige o
Direito; do mesmo modo, que essa falta, que se da
também a respeito de quaesquer outros direitos dispu-
38
tados entre as nações, não infirma estes, Cada ama
por si, quando lenha poder para isso, fara ettecii'o
seo direito de preseripção, como faz os mais, com
a legitimidade ; ' e quando por falta de tal poder soi ‘
injustiça de outra a tal respeito, como nos mais cas
em que não possa repellil a, nem por isso perdem es
cousa alguma de sua realidade, ou sua força jurídica.
Gomprebende se bem que uma nação possa
todo descurar de um território ou possessão sua *, q l
outra ahi se installe, e por dilatados annos, com scie
cia, e sem <reclamação daquella, o cultive, o tram
forme, e exerça nelle todos os actos de soberania-
Verificado isto a primeira daquellas nações podei ia,
passados séculos, ser admittida a reclamal-o com
sua propriedade? e sobretudo quando o compendio,
mais adiante, é o proprio que reconhece que territoi 10
podem ser abandonados por seos habitantes ou P°l
qualquer Estado? Pretenderá elle que em tal caso
adquire-se o território abandonado não por prescvipCa0»
mas como cousa nullius, o que não ê admissive!, P01'
que, salvos os casos em que o abandono é feito expressa
e directamente ao que se apossa da cousa, o que equ1'
vale antes a uma doação ou cessão, a acquisição daquellc
pelo occupahte só pode ser legitimada pelo decurso»
embora indefinido, do tempo, e nisto consiste especial'
mente a preseripção.
Podem ainda as nações adquirir a propriedade ou
dominio por convenções ou tratados, assim com o outros
direitos ; pois', segundo õbserva"o compendie § 52, nada
obsta que uma possa ceder a outra bens do seo patri­
mônio nacional, como sejão um terreno devoluto, urna
ilha, uma possessão, uma tortaleza, etc. A. cessão,
porém, de uma parte de seo território habitado p ° r
cidadãos, como uma cidade, uma província, aceres-
centa o mesmo compendio, « oífende o pacto de união
política que existe entre os diversos membros que
compõem o Estado, e aquellas partes desmembradas
contra sua vontade não são obrigadas a submetter-se
ao novo governo. » Entretanto observaremos que tal
cessão é legitima quando a convenção ou tratado eiu
que se a fez foi celebrado segundo as regras e condi­
ções de Direito, e pelo poder social para isso cornp®'
tentemente autorisado, como nos casos do art.
39s
m VIII de nossa Constituição. As que não são legitimas
sao as que se impõem pura e simplesmente pela força,
011 Pela conquista injusta, e como tal se deve reputar
toda aquella que não foi determinada por motivos que
ante o Direito a justifiquem, nem reconhecida pela mais
nações, ou não é afinal confirmada por uma longa
posse e assentimento ou sujeição voluntária dos con­
quistados. De outra sorte, a conquista propriamente
flita nunca pode ser meio legitimo de adquirir-se alguma
cousa entre as nações.
.. servidões entre estas, de que trata o compendio
53 — 55, consistem, como elle diz, no direito que tem
urn Estado sobre território ou causa do dominio de
°utra, em virtude do qual esta é obrigada a fazer ou
omittir, ou soffrer nelle, em vantagem daquelle, ou da
parte delia, alguma cousa ou acto. Essas servidões verifi-
cão-se principalmente no direito de passagem ou commu­
nicação de um Estado pelos rios, mares, lagos, estreitos,
ou território de outro, ou no uso de alguma parte
destes, ou em outros que o-mesmo comnendio indica,
ou semelhantes. •
Pensa, com razão, o compendio, que as servidões
entre as nações, são incompatíveis com a sua indepen­
dência, quando tem por objecto um direito essencial
p seo governo, cujo exercício fique á mercê de um
Estado estrangeiro. Não concordamos, porém, com a
SUa affirmativa de que taes servidões só possão ser
constituídas por- convenções ou tratados (§55). Servi­
dões ha, com effeito, que são impostas ás nações já
Pela própria natureza, já pela força das circumstancias
de sua evolução hisforico-politica, e já pelo uso e posse
dilatada entre as mesmas. Poderia sei', por ventura
n servidão de transito e communicação recusada á
Suissa pelos mais Estados circumvizinhos? ou por
qualquer a outros Estados ribeirinhos de um mar que
só tem sua communicação para os grandes mares por
um estreito de todo incluído em território seo ? Certa­
mente não. '
Quanto ao direito dos Estados de penhorarem ou
nypothecarem cousas de sua propriedade ou dominio,
resulta elle naturalmente deste, como resultão todos
os mais que competem ao real dono de alguma cousa,
salvas as differenças que necessariamente importa a
40 .
que existe entre o dominio privado dos individuos, e o
nacional dos Estados. E’ assim que, com razão, nos
observa o compendio (§ 50 nota) que só podem sei
objecto de penhor ou hypotheca de um Estado a outro,
cousas e não pessoas, que nao podem sel-o, portanto,
províncias ou cidades habitadas por seos cidadãos;
só podem sei o suas rendas, ou bens do dominio publico,
de suas alfandegas, de estradas de ferro, de minas,
canaes, ou de quaesquer outras emprezas, estabeleci­
mentos, ou de repartições suas, e outros valores, cm
especie, ou joias, etc., e quando muito terrenos devolu*
tos, ilhas ou partes desertas e destacadas de seo terri­
tório nacional.
Pode finalufente qualquer Estado abandonar uma
propriedade ou território seo, quando paru isso tenha
justo motivo. A não ser o dever moral de comiseração
pela sorte de alguma região mal aventurada que careça
de sua assistência, nenhum Estado pode ser obrigado
a carregar com qualquer, que não sendo propriamente
parte intima de seo organismo politico só lhe importe
sacrifícios permanentes. Si se trata, porém, do pro­
vindas, cidades, ou povoações que fação parte ime­
diata de um Estado, o facto de lhe serem ellas inconv
modas ou onerosas, não justifica o seo abandono-
E’ dever deste empregar todos os meios para fazer
cessar o mal, e supportal-o mesmo, sem quebrar os
laços politicos que a si as une.
O abandono de taes territórios ou cousas do do­
minio de um Estado, pode ser, como nos diz o co m ­
pendio (§ 5 7 ) ou temporário, e então importa unia
simples interrupção daquelle, ou definitivo ", mas este
como elle lambem observa na respectiva nota, não se
suppõe por méras conjecturas. Para que elle possa
de tea minar a perda do dominio é preciso que resulte
de tactos positivos expressa ou tacitamente estabele­
cidos.
LICÇÃO VI

Dos tratados e convenções; a tjuein compete fazel-os no Estado ; condições


essenciaes para a sua validade; da lesão enorme nos mesmos ;
difficuldades em sua execução. — Ratificação dos tratados, sua
necessidade, em geral. — Das. promessas sem autorisação. — De
quando datão os effeitos dos tratados ; sua santidade, significação
desta e restriccão
u á mesma.

§§ 58 a G8

No 2.° capitulo desta sua — Parte Segunda — occu-


pa-se o compendio com os tratados ou convenções
internacionaes. Estes dqus termos empregão se ordi­
nariamente como synonimos, embora o segundo se
applique mais propriamente a um accòrdo de menor
alcance, e relativo a um assumpto claramente deter­
minado.
Consistem os tratados ou convenções nos ajustes
que entre si celebrão as nações para regularem seos
negocios ou interesses, estabelecendo entre si direitos
e obrigações reciprocas; e fazem-se, em geral por
escripto, com certas solemnidades e formulas, entre os
respectivos negociadores, que os subscrevem, ou pela
troca de notas diplomáticas de governo a governo. As
deliberações relativas á negociação dos tratados são
consignadas em documentos oíficiaes, a que se dá o
nome de protocolos.
O direito de celebrar tratados ou convenções é um
attributo essencialmente proprio da soberanianacional,e
não pode ser contestado a nenliuma nação independente;
d ir e it o d a s g e n t e s , F. 6
é um direito amplo, mas, pode ser limitado pelo? 1 9
prios tratados, on em consequência dedrs, como g
casos em que em alliança com outro, ou fazendo l ‘
de uma confederação, um Estado se,obriga a nao
por si só com qualquer outro, ou designadamente i ^
algum, qualquer accôrdo, já cm geral, já partum 1
'mente sobre tal ou tal assumpto. , el> ,
Compete em cada nação ( § 5 0 ) o direito de * a
os tratados ou convenções áquelle poder ou entidao ^
quem no mesmo a respectiva Constituição ou lel
conferem. Nos paizes governados por monarcnas
principes absolutos, pertence esse direito exclusi
mente a elles \ nos que se regem pela forma mon_
cbica representativa, com quanto seja ainda esse direi i
em geral attribuido a seos monarchas, com o chetes _
seo poder executivo, comtudo é elle mais ou men‘
subordinado á inspecção ou approvaçào de suas cary ‘
ras legislativas, como entre nós segundo o art. 1
n. VUl de nossa lei fundamental. Nos Estados rei
blicanos esse direito 6 attribuido gcralmcnte aos se
presidentes naquella mesma qualidade, porém ÇO
mais restricções ainda, cabendo a parte principal t
seo exercido ás suas assembléas ou congressos p°P
lares, como na União Norte-Americana. s
Entretanto, não podem ser de facto os soberan
ou chefes de qualquer Estado ou suas assembléas q a
directamente celebrem os tratados ou convenções, m*1*
sim representantes seos, ministros diplomáticos o»
negociadores para isso autorisados, e munidos do
necessários poderes ; e até em certos casos especiae?»
é contorme o objecto daquelles, essa autorisação pm
celebrabos se suppõe, e são competentes para iss°
pessoas, autoridades, ou chefes de cathegoria mais oi
menos subalterna, o que se verifica, sobretudo, com
adiante veremos, em relação á certas convenções m'b'
tares.
Para a validade dos tratados ou convenções, sup*
posta a legitimidade das partes contractantes, ou de
seos negociadores, requerem-se condições, que são, em
gerai, as mesmas que se exige em Direito para a vab'
dade dos pactos ou contractos entre os indivíduos. ,
A primeira dessas condições é que na celebraO110
daquelles liaja eonsentimenlo reciproco e livre da?
nações que os celebrem; liberdade que não se dará,
desde que nelles tenha havido erro essencial, dólo, ou
violência da parte de uma em prejuízo da outra. Obser­
va-nos, comtudo, o compendio ( § GO e nota ), que
quando a violência é feita para, mediante um tratado,
haver uma nação, de outra, um direito que lhe foi
usurpado ou reparação de uma injustiça, que desta
soffreo, o tratado assim obtido não se torna invalido.
Com effeito, neste caso trata-se do legitimo emprego da
força em defesa própria, como nos mais casos de repulsa
ou reparação de uma offensa contra um injusto aggres­
sor, que recusa a devida satisfacção. Entre os indiví­
duos, no estado social, havendo uma autoridade supre-
prema para fazer justiça a todos, é restricto aquelle
principio, segundo o qual é invalido o contracto em
que intervem a coação, com quanto o não seja o
que uma das partes foi forçada a fazer por uma neces­
sidade fundada em lei, como nos observa o compendio.
Entre as nações, porém, que não tem na terra juiz
competente para impór-lhes suas decisões, aquelle
principio não pode ser tão absoluto. Deve se consi­
derai’ legitimo aquelle meio coactivo de obter-se tal
tratado, desde que para tornar effectiva a reparação da
offensa ou da injustiça, que lhe deo motivo, a nação
offendida teria até o direito de declarar e fazer a guerra
á offensôra, esgotados os meios brandos. E’ por isso,
como nos faz ver ainda o compendio, que um tratado
Ge paz, por exemplo, embora seja de ordinário uma
imposição mais ou menos dura do vencedor ao vencido,
e que este só acceita coagido pela necessidade, salvos
os excessos capazes de tornal-o nullo, não deixa por
isso de ser valido, segundo o Direito, quando termina
orna guerra declarada com justiça.
A segunda condição ( § 61) para a validade dos
tratados e convenções, é que o seo objecto seja possível
physica, jurídica, e moralmente; pois que ao impossí­
vel de qualquer destas especies ninguém pode ser obri­
gado. Não se deve mesmo reputar sério um tratado
ou convenção em que se estipule obrigação ou direito
de fazer-se alguma cousa superior ás suas forças, ou
contrario aos direitos de outrem, ou aos princípios
eternos da moral. Mas si a impossibilidade da execução
de um tratado ou convenção é apenas relativa ou impu-
w
nações que os celebrem; liberdade que não se daui,
desde que nelles tenha havido erro essencial, dolo, ou
violência da parte de uma em prejuízo da outra, übsei-
va-nos, corntudo, o compendio ( § GO e nota ), que
quando a violência é feita para, mediante um tratado,
haver uma nação, de outra, um direito que lhe ioi
usurpado ou reparação de uma injustiça, que desta
soffreo, o tratado assim obtido não se torna invalido.
Com effeito, neste caso trata se do legitimo emprego da
força em defesa própria, como nos mais casos de repulsa
ou reparação de uma offensa contra um injusto aggres­
sor, que recusa a devida satisfacção. Entre os indiví­
duos, no estado social, havendo uma autoridade supi e-
prema para fazer justiça a todos, é restricto aquelle
principio, segundo o qual é invalido o contracto em
que intervem a coação, com quanto o não seja o
que uma dai? partes foi forçada a fazer por uma neces­
sidade fundada em lei, como nos observa o compendio.
Entre as nações, porém, que não tem na lena jmz
competente para impór-lhes suas decisões, aqueiie
principio não pode ser Ião absoluto. Deve se consi­
derar legitimo aq.uelle meio coactivo de obter-se tal
tratado, desde que para tornar effectiva a reparação da
offensa ou da injustiça, que lhe deo motivo, a naçao
offendida teria até o direito de declarar e fazer a gueua
á offensôra, esgotados os meios brandos. E por isso,
como nos faz ver ainda o compendio, que um tratado
de paz, por exemplo, embora seja de ordinário uma
imposição mais ou menos dura do vencedor ao vencido,
e que este só acceita coagido pela necessidade, salvos
os excessos capazes de tornal-o nullo, nao deixa poi
isso de ser valido, segundo o Direito, quando teimina
uma guerra declarada com justiça.
A segunda condição ( § (>l) para a validade dos
tratados e convenções, é que o seo objecto seja possível
physica, jurídica, e moralmente; pois que ao impossí­
vel de qualquer destas especies ninguém pode ser obn-
gado. Não se deve mesmo reputar sério um tratado
ou convenção em que se estipule obrigação ou direito
de fazer-se alguma cousa superior ás suas forças, ou
contrario aos direitos de outrem, ou aos princípios
eternos da moral. Mas si a impossibilidade da execução
de um tratado ou convenção é apenas relativa ou impu-
tavel a uma das partes, não é esta isenta da obrigação
de satisfazel-a por outra equivalente, ou de indemnisar
á parte contraria o damno que lhe haja assim causado.
A simples desigualdade de vantagens estipuladas
(§ 62) em um tratado, não pode, certamente, ser motivo
justo para que se furte ao seo cumprimento a parte que
se julgue menos favorecida ; a si deve imputar a situa­
ção que lhe tenha creado a sua imprevidência, ou á
força de circumstancias pelas quaes não é a outra res­
ponsável. Mas si esta desigualdade uttinge as propot ções
de uma lesão enorme? O compemiio no citado para
grapho patece não exceptuar de sua regra mesmo este
caso ; mas é elle proprio que ( § 63) nos diz — « que não
sendo os povos que por si fazem os tratados, mas por
seos governos, nenhuma nação deve cumprir um tratado
de lhe que resulte sacrifícios enormes, etc. A doutrina é
exacta,a nosso ver; a razão, porém, em que a funda o
compendio é que não julgamos acceitavel; porquedesde
que os tratados são feitos pelo governo de um Estado
no exercício e nos limites de sua competência legal,
reputão-se feitos pelo proprio Estado. A verdadeira
razão de tal doutrina, é que a lesão enorme, segundo
o Direito, faz presumir sempre — erro essencial, fraude,
ou violência injusta no tratado ou contracto em que se
verifica. E’ certo, comtudo, como nos observa ainda
o compendio, que rescindido em tal caso um tratado,
é justo que a nação que o rescinde restitua a outra o
que delia haja recebido, e lhe preste as mais indemni-
sações que forem de equidade. Neste sentido pronun­
cia-se ainda o compendio no § 69.
Os tratados ou convenções celebrados pelos minis­
tros diplomáticos ou negociadores de uma nação, pre­
cisão, em geral, de ser ratificados por seos governos
para serem considerados de todo concluídos, e obriga-
torios para os mesmos (§64). Excèptuão se desta
íegia os que por outros anteriores, por algum ajuste
prévio, ou por alguma clausula expressa nos mesmos,
sejao isentos dessa condição ; assim como as conven­
ções que pot sua natureza e caracter de urgência devem
sei desde logo executadas, taes sejão aquellas a que já
anleiiormentc alludimos, e que o compendio indica
.J : a sa Jt l : as que se referem a capitulações,
aimisiicios, boca de prisioneiros, e outras semelhan-
tes, que se fazem entre belligerantes durante a guerra,
e no proprio theatru delia, e para cuja celebração e
execução immediata não se pode deixar de considerar
implicitamente autorisados os respectivos generaes,
almirantes, e mesmo os simples chefes de corpos,
commandantes de praças, de fortalezas, de navios de
guerra, etc., cada um relativamente ás torças, distric-
tos ou postos sujeitos á sua autoridade.
Pensão alguns autores, que não carecem também,
em geral, de ratificação, os tratados ou convenções
feitas por negociadores munidos de poderes plenos e
illimitados. applicando assim aos tratados e convenções
entre as nações a regra, que prevalece nos contractos
feitos entre particulares por mandatarios investidos de
taes poderes. Mas esta regra não pode ter justa appli-
caçào áqnelles desde que são de outra ordem e magni­
tude os negocios e interesses públicos de Estado a
Estado, e que os poderes de um procurador particular
não tem o mesmo caracter, nem o modo do seo exerci-
cio as mesmas consequências que os dos negociadores
internacionaes. Além de que os poderes plenos confe­
ridos a estes podem sei1 mal interpretados ou mal
applicados, e não se pode, com justiça, recusar ao
governo da respectiva nação o direito de veriíical-o
antes de sujeitar-se aos encargos contrahidos; tanto
mais que entre a epoeha da celebração de um tratado
e aquella em que elle é conhecido do respectivo governo,
podem ter sobrevindo circumstancias, que devessem
alterar essencialmente as suas estipulações. Final­
mente deve-se considerar, que entre indivíduos, no
Estado, ha uma autoridade suprema,que decide quando
um contracto feito por procurador está ou não no caso
de ser íielmenle cumprido, ou si não ha alguma razão
de justiça ern virtude da qual deva a parte obrigada
ser isenta de sua execução, mesmo que não tenha havido
oa sua celebração excesso de poder dos mandatarios ;
ao passo que não havendo entre as nações tal autori­
dade, cada uma, por seo respectivo governo, não pode
deixar de sei’ o juiz proprio e competente para conhecer
das circumstancias, que se deem a respeito do tratado
que seos negociadores celebraram, e para apreciar as
razões que hajão para approval-o ou não. Em summa
a rectificação é necessária ainda que não seja senão
46
para verificar o governo respectivo si o tratado foi feito
de conformidade com os poderes conferidos aos seos
negociadores. . .r
E’ pois em geral, admittida a necessidade de ratiu-
cação para todos os tratados e convenções, exceptua-
das as que a pouco indicamos, e ainda nestas não se
applica tal excepçào ás estipulações ou clausulas, que
nào tenhào o caracter de urgentes, ou intima ligação
com o objecto proprio delias, ou que por sua natureza
excedão os poderes que aos seos negociadores se con­
sidera permittidos, ou implicitamente outorgados.
Certos tratados ( § 6 6 ) ou convenções, ou estipula­
ções nos mesmos ha, que os respectivos negociadores
julgão conveniente fazer ou acceitar,embora nào lenliao
poderes para isso. Taes accòrdos ou estipulações, que
nào passào de méras promessas, sponciones na lingua­
gem diplomática, a nada obrigáo os respectivos gover­
nos, que as podem livremente confirmar ou não. Neste
ultimo caso nào só isso nào dá á nação em favor da
qual forão aquellas estipuladas, direito de reclamar
cousa alguma á récusante, mas até si já alguma cousa,
ern consequência delias lhe foi antecipadamente entre-
’v . gue, ou cedido algum direito, fica este sem effeito, c
* vaquella deve ser restituída a outra parte.
„ !* Com quanto a ratificação seja, em geral, necessária
' -, a todos os tratados e convenções para se reputarem
^definitivamente feitos, comtudo, dada elia, os seos
-effeitos datào do dia em que o assigharam os seos
**hegociadores (§ 67 ); as suas disposições retrotraliem se
V á data de sua celebração, e appücão-se aos actos ou
factos que tenbào tido lugar entre esta e a sua ratihca-
ção Assim si neste intervallo de um tratado de paX
uma das belligérantes toma uma cidade, praça, forta­
leza, navio, etc., da outra, verificada a rectíficaçàO do
mesmo, e independentemente de mais declaração ou
condição,devem ser taes presas restituídas, e entregues
os prisioneiros leitos. A nação, porém, que os restituo,
nào pode ser, com justiça, obrigada a indemnisai* ou a
recompor quaesquer outras peidas ou damnos q lie
a outra tenhao d’ ali resultado, e a respeito dos quaes
se nao possa realizar a simples restituição ou entrega
de taes cousas no estado em que se achem, salvo con­
venção ou accòrdo especial expresso a tal respeito.
47
A santidade dos tratados e convenções (§ G 8 ),
consiste na sua inviolabilidade, no respeito, pojr assim
dizer-se religioso,devido ao seo cumprimento. Compre-
bende-se, entretanto, que a melhor garantia deste está
antes na boa fé e rectidâo das nações que os celebrào,
do que nas declarações ou termos mais ou menos
pomposos com que os tratados muitas vezes se quali-
íicão de perpetuos, ou no nome da Santíssima e Indivi­
sível Trindade, que no seo principio costumào invocar
os Estados Catholicos.
Seja, porém, como for, essa santidade dos tratados
não é, em todo o caso, tão absoluta, que não hajão
circumstancias em que, apezar delia, possào alguns,
com justiça, deixar de ser executados. Diz nos o com ­
pendio que não bastão para isto as simples mudanças
que se dôem na constituição do Estado ou de seo
governo. Assim é, em geral; mas si um tratado foi
leito com uma monarchia, e no interesse peculiar desta
ou do respectivo monarcha, é claro que, si o Estado
que tal tratado íez ou com que foi elle feito, se consti­
tue uma republica, ou vice-versa, ipso faclo elle caduca. ^ ^
Eóra destes casos, entretanto, ou de outros semelhan- \
tes, é verdadeira a doutrina do compendio; pois que *j $
realmente os governos que em um Estado se succedeny ^
são solidários em todos os actos uns dos outros com-';' r W
petentemente praticados. Os soberanos ou chefes d,e-: ■ 5 ^ 0 ^
um Estado, as pessoas de seo governo, passão, mas e s ^ A 07
é sempre o mesmo, sobre tudo para com os terceiro^ ^
com que tenhão contrahido qualquer compromisso. v ^ y/
Mas não é só naquelle caso especial acima figurado,
que uma nação poderá justamente deixar de cumprir
um tratado a que se sujeitou, ainda quando este tenha
sido* celebrado com todas as condições de validade;
outros ha em que isto se pode dar, taes sejão aquelles
que o compendio nos indica (§G7), isto é, quando, por
exemplo, um tratado, em consepuencia de circumstan­
cias supervenientes, se tenha tornado de todo incom­
patível com as condições actuaes do Estado, que a elle
se obrigou, ou lhe importe sacrifício extraordinário
superior ás suas forças, ou ponha em risco a sua
segurança, independencia, ou soberania, casos de força
maior, que fazem cessar toda a obrigação contrahida
fóra de sua previsão. Então, diz-nos o compendio, que
aquella nação lem o direito de pedir a recisão ou modi­
ficação de tal tratado de conformidade com a sua
situação presente, e quando lhe seja isso recusado,
pode por si eximir-se á sua execução.
E’ islo, sem duvida, um direito incontestável de
cada Estado nas circumstancias excepcionaes, a que
alludimos ; mas é infelizmeute um direito de que so
podem usar com vantagem as nações fortes contra as
fracas, e de que aqueílas podem facilmente abusar
contra estas, adegando qualquer pretexto para rescindir
tratados, que por qualquer motivo lhes não convenha
cumprir. Mas em todo o caso o direito em si é sempre
o mesmo para o fraco ou para o forte.
L IC Ç Ã O V II

Objecto dos tratados ou convenções , e suas divisões mais geraes : transito -


rios e perm anentes ; pessoaes e r ea es; iguaes e desiguaes, puros e
condicionaes; geraes e especiaes; arVgos separados , ostensivos ou
secretos. — Tratados de garantia ; de alliança , sros /?«$ e suas
especies; do casus foederis; do soccorro de alliado em favor de
um e contra outro alliado conunum.
%
§§ 70 a 83

Os tratados ou convenções entre as nações podem


ter por objecto ( § 70 ) todas as cousas ou acções que
estejào a disposição das que os fazem, ou sobre que ellas
possào juridicamente contractar. São elles, pois, de
tantas especies ou denominações quantas as daquellas
cousas ou acções ; assim elles são: de commercio, de
navegação, de garantia, de alliança, de neutralidade, de
Paz, relativos a attribuições consulares, a serviços de
alfandegas, de correios e telegraphos, de estradas de
ferro, á propriedade litteraria ou artistica, etc.
Dividem-se os tratados ou convenções em diversas
classes, segundo os differentes pontos de vista sob que
Podem ser os mesmos considerados.
Quanto á forma pela qual se estabelecem e executão
cs direitos e obrigações, que delles resultão, uns são
transitórios outros permanentes, cabendo sobretudo aos
pnnieiros a denominação de convenções, e aos segundos
a de tratados, propriamente ditos.
As convenções ou tratados transitórios são os que se
fazem sobre um objecto determinadOj consumão-se por
um acto unico, e urna vez feitos, subsistem indefinida-
naente, não obstante qualquer mudança na soberania ou
direito das gentes F. 7
50
na formado governo de qualquer das partes contractantes
Suspensos embora pela superveniencia de uma gne '
nut.'û
entre ûolaoestas, tnrnnn ns nipsmni;
tornão os mesmos ü a vicrnrar.
vigorar, restabeleci
resta 1
a paz, independentemente de novo accôrdo *, taes sep
as convenções relativas a limites entre os Estaci »
ú cessão ou troca de territórios, ou os que creào ui
servidão permanente em favor de um em territorm r -
outro, ou reconhecem a independencia de algum delie •
Estas convenções, com quanto transitórias na forni*.»
sào perpetuas em suas disposições. . _
Tratados propriamente ditos sào os que obrigao
prestações successivas ou continuas, durante um 'ap
de tempo, que pode, comtudo, ser indeterminado,
tornar-se mesmo indefinido, mas que, em todo o cas
nào tem o caracter de um accôrdo feito de uma vez pa*1
sempre, ou destinado a ser perpetuo. Estes tratado
cessào ou modificào-se pela superveniencia daquelm
circumstancias acima mencionadas, de mudança radica
na constituição de alguma das contractantes, ou d '
guerra entre ellas, taes sejào os de alliança, de protec­
ção, de garantia e subsidio, de commercio e navegaçao»
de extradicçào, as convenções consulares, postaes, de
neutralidade, etc., exceptuados, diz-nos, com razão o
compendio, os artigos dos mesmos convencionados
expressamente para vigorarem ainda nos casos de
rompimento de suas relações pacificas, como os QU
elle ahi indica. .
Alguns tratados, e particularmente os de paz Pal
cipào, ao mesmo tempo, do caracter de ambas aquellas
especies, e neste caso sào m ixtos; e como seja dituci
distinguir nelles as estipulações que devem vigorar m*
defmidamente das que expirào pelo rompimento das
relações pacificas entre as contractantes, muitas vezes
( § 7 1 ) se consigna nelles artigos especiaes, que coniU'
rnao positivamente as de tratados anteriores, que contem
sobre o assumpto em questão disposições permanentes.
Sao pessoaes ou reaes os tratados e convenções
quando os direitos e obrigações nelles estipulados
i efeiem-se a pessoas ou a cousas. Os pessoaes sao
aquelles em que se estabelecem garantias, concessões»
ou ajustao-se outros negocios no interesse ou em van
tagem das pessoas dos soberanos, ou de suas famdias»
como o que foi celebrado, por exemplo, em 1525 entte
51 .
Francisco I de França e Henrique VIÍI de Inglaterra
para recobrar-se a liberdade daquelle, preso em Madrid
depois da derrota de Pavia. Os reaes são aquelles que
se referem a cousas ou negocies que respeitão propria­
mente aos interesses públicos dos Estados.
Diz-nos o compendio (§ 73) que esta distincçào dos
tratados em pessoaes e reaes tem importância, porque
ao passo que estes últimos subsistem ainda quando
liaja ruptura das relações pacificas entre os Estados
contractantes, ou se mude a sua constituição politiça,
os seos governos, ou soberanos, os primeiros expirão
pela morte destes, ou pela sua abdicação voluntária ou
torçada, e mesmo algumas vezes pela simples mudança
uaquella constituição ; salvo, accrescenta elle, « si taes
tratados pessoaes forão feitos paia mantel os no throno,
ou si elles conservão ainda o direito e esperança de
subir a este. » .
Mas a este respeito observaremos, primeirarnente,
que nem todos os tratados reaes são de duração perma­
nente, ou subsistem sempre, não obstante aquellas
circumstancias, como já vimos ; e em segundo lugar,
si taes ideias do compendio erào exactas nos tempos
dos reis pela graça de Deos, ou do Direito Divino,
segundo o moderno Direito publico, perante o qual os
monarchas não são senão os primeiros magistrados da
nação, e ao menos legalmente presumidos de sua livre
escolha ou acceitaçào, é difficil comprehender-se como
um soberano tenha o direito de fazer taes tratados, e de
ajustar com um Estado estrangeiro ou com seo governo
a sua manutenção no throno, ou que tendo abdicado,
e sobretudo si tiver sido forçado a isso, possa outra
nacão a titulo de ser a isso obrigada paia com elle,
impòl-o áquella que o repellio, ou não o quer mais.
Aclualmente, pois, entre os Estados governados
pelo regimen moderno, em que predomina o principio
da soberania da nação, aquella distincçào dos tratados
em pessoaes e reaes não tem mais a importância que
lhe attribue o compendio.
Sob o ponto de vista das vantagens e dos onus que
para as partes contractantes se estipulào nos tratados
ou convenções, podem estes ser igaaes ou desiguaes.
Iguaes sàu aquelles em que taes vantagens e onus são
equivalentes para ambas, já absolutamente, já em pio-
52
porção do poder ou títulos de eada uma ; e são desigt^es
aquellesem que uma das partes se obriga a maiores onus,
ou se sujeita a vantagens inferiores tambern em um
sentido absoluto, ou relativamente ás suas respectivas
condições, ou de qualquer modo, por etles se col oca
para com a outra em posição dependente ou suboi-
dinada. .
Podem ainda os tratados ser puros ou simples, o
sujeitos a condições suspensivas, resoluüvas, etc. Sa°
suspensivas as condições quando se estipula que só de­
pois que se verifiquem os casos em que ellas consistem,
comece o respectivo tratado a ter vigor; e são resolu*
tivas quando se estipula que dadas as ciroumstancias
a que ellas se referem findào ou cessão os mesmcs
tratados. Estes podem, finalmente, ser geraes quando,
como diz Calvo, abrangem o lodo das relações entre os
Estados; e especiaes quando não affectão senão ürna
parte determinada destas relações.
Os tratados e convenções são em geral, formulados
em artigos (§ 7 4 ). Estes podem ser principaes, con­
stituir a parte essencial delles, e referem se directa-
mente aos assumptos para a solução dos quaes forão
celebrados, ou podem ser accessorios; e muitas vezes
( § 7 5 ) se lhes accrescenta alguns em separado, q lU‘
não formão um tratado especial, mas são considerados
como partes integrantes daquelles. Estes podem ser
ostensivos ou secretos, e neste caso não se publicâo,
como aquelles, ao menos por algum tempo, e emquanto
assim o julgão conveniente as nações contractantes.
Dentre as muitas especies em que se dividem os tra­
tados e convenções, segundo o seo objecto, como vimos
acima, occupar-nos liemos aqui unicamente daquelles
de (pie trata o compendio nos paragraphos que, se
seguem, a saber dos de garantia, e de alliança. Ce
outros, e especialmente dos de paz, trataremos quando
analysarmos outras partes do mesmo compendio que
tenliào relaçao immediata com a matéria ou assumpte
a que os mesmos se refirão.
tratado de garantia ( § 7 0 ) é aquelle pelo qual um
Estado se compromette para com outro a prestar-lhe
soccorro no caso de coníliclo ou guerra com uin tei*
ceiro, ou qualquer segurança ao exercicio pacifico de
um direito seo, de sua independencia, soberania, inte-
53
gridade de seo território, possessões, manutenção de
seos limites, etc., já de sua própria parte, já contra as
ameaças ou ataques de outra. A garantia pode ser dada
já em um tratado principal especialmente celebrado
para isso, já em um tratado accessorio annexo ou sepa­
rado daquelle para assegurar a execução do mesmo ou
de outros anteriores, o que se verifica principalmente,
e muitas vezes, em relação a tratados de paz, como foi
o que se fez em Genebra em 1515 entre Francisco I de
França e os Cantões Suissos, e pelo qual aquelle se
obrigou a fazer executai' o tratado de Dijon.
A garantia pode ser reciproca, mas é reslricta ao
objecto estipulado, ou ao auxilio promettido, e não
pode ser reclamada em prejuízo de direitos de terceiras
potências inoffensivas, ou com violação de tratados
anteriores existentes entre a garantida e estas. Si a
garantia estipulada estende-se a toda e qualquer lesão
ou offensa que soffra de qualquei outro o Estado a que
olla foi prestada, converte-se propriamente em um tra­
tado de alliança (§§ 7 6 - 78).
Garantido um tratado, aquella nação que o garante
tem o dever de empregar os meios necessários para
que elle seja realmente executado, inclusive a torça,
o a prestar aquella á favor da qual foi a garantia esti­
pulada, os soccorros que ella llie reclame paia aquelle
íim. Mas a garantidora não tem, pelo facto da garantia
o direito de obstar que as partes contractantes fação
oo respectivo tratado quaesquer modificações que jul­
guem convenientes. Neste caso, porém, desde que se
dá uma inovação do tratado sem a annuencia daquella
que o garantio, cessa de todo a sua obrigação de garan-
lll o d’ahi em diante.
Tratados de alliança são aquelles pelos quaes duas
011 mais nações se ligão para um fim de utilidade ou
auxilio reciproco. Esses tratados podem ser de dura-
Cao indefinida, ou de praso determinado ; e podem ser
também iguaes ou desiguaes. São elles celebrados já
para fins pacíficos e nas relações normaes dos Estados,
como seja para realizar-se uma grande empreza, uma
exploração de mares, a descoberta de novas terras, a
fundação de colonias, etc., porém, mais ordinariamente
0 &ào no estado de guerra ou na previsão delia, espo­
sando cada uma das alliadas a causa da outra e garan-
ataques o u ^enUtiv'as ’ p0r seo concurso, contra os
reciprocamènte p rom et^ d^ 8* coínrm,m ; pi ° auxili0
e Para qualuuer ° L »eral’ e som reservas,
atacada por urra teroai*'m que uma f*ils alhadas seja
si. poré.,V àciuelfe Z T " ° tenc,a' a alli.nç« é geral;
certos casos ou rnm promettido somente para
parcial. S’ ° U com d i c ç õ e s , a all.ança é apenas

tnas, em geraT^ào^an1 ,ser defensivas ou ofíensivas,


especies. [)y ytí .. s,no tempo de ambas estas
casos em que uma »iiiá \Í \ P,0 Priamente defensiva nos
defender outra ou »mi! a }lm,lase ao compromisso de
prestar-llie o seo anviu a aCiU a por uma terceira, a
território, ou a aggressV? ír?ra.-repellir a esta lio se0
a sua independenciT co d ecliva de qualquer contra
Z ivt si ceU raram ’em ga’ 2tC*-; U1 foi 0 que
Itespanha, ea Inglaterra “ tí,n Sevilha, a França, a
pos antigos e modernn ’ mnumeras outras nos tem-
i*)liada obriga-se a . e a f i a n ç a offensiva nina
potência em conininm ©uerra a qualquer terceira
parta a iniciativa (j., m Jln a 0,,tra, ainda tjue desta
jndependentemente de m Ua* para «tacarem n’ a
•u aque teve lugar entrègr l^SSv ? effectiva desta; tal
h lca de Veneza em Jòh , ^ de frança e a repu-
Llucado de Milà0. * para a conquista e partilha do
Km todo o caso .•
|u Direito das Gentes* 0b saos princípios
2ao Prestar o aoxilio n? 0 «fender. r. mi
queo aa obriga -
S A * é içhíÂ
sao  ! 11“ ? «» alliança deferi-
‘ «justa feita á alliad» ,c alisavel, no caso de aggres
umU,c,,,u
m!L !t!a que Qualquer” d « « ,1“ ,í?IIf
qualquer íiJLn? ,8íva quando ééjusU
ir ff! n8Íva justa
Uma ‘ erceira potência, f declara ou faz a
uma injustici h . a
- nao ser, porém, o caso de
nas cir decid ir-4 '7 e 0nuaee |',?lanifesU>6 ordmariarnente
"u m or^ rns,ancias a s i í f ,a a razão, pelo (|ne
em favor da iustio i ,i deve ser sempre a pre-
traliidn« “ pP08to. este princ?n£ causa lla alliada.
sào eximiGa all'auça devem c ' ?s COn,Promissos con-
quando^ 4 veríf“ alliada « uue a' i'ai'-ef,eclivos' e, SÓ
isto é rut?.\ei ,queni os ca<?r ! en forao promettidos,
Próprias Se Verifiquem o ? ara os (,uaes 0 fora0’
Ihudas compete decidir flrís fcederis' 0 que ás
1UI1- Gados estes a nação
55
que contrahio uma àlliança não pode justamente sub-
trahir-se á obrigação de realizar os compromissos a que
por ella se sujeitou, a menos que para isso occorrão
motivos de força maior que tornem de todo impossível
a execução dos mesmos, como si tal alliança se lhe
tornou, por circumstancias supervenientes, excessiva­
mente onerosa, ou incompatível com a sua dignidade,
segurança ou independencia, ou com os seos actuaes
recursos, ou situação. t _ .
Quanto á questão de que trata o compendio ( §§ 82
e 83 ): si no caso em que fazem alliança tres ou mais
nações, pode ou deve alguma delias auxiliar a qualquer
das mais das alliadas contra outra das mesmas, emitte
ellesiia opinião do modo que não nos parece acceitavel,
deferindo da opinião de Vattel, a este respeito.
Pensa o mesmo compendio que em tal caso uma
alhada deve soccorrer a que houver sido aggredida por
outra ; ao passo que Vattel entende, que a alliança nao
obriga a qualquer das alliadas a soccorrer a uma em
prejuízo de outra, sendo-lhe licito esposar a causa
daquella que lhe parecer justa. .
Entre estas duas opiniões parecemos, com effeito,
mais hem fundada a de Vattel, e até a do compendio
nos parece mesmo contrariada pelos proprios princí­
pios por elle estabelecidos no paragrapho antecedente.
Na verdade, si uma nação não pode exigir o auxilio
promettido por uma alhada em uma guerra injusta de
sua parte contra outra potência qualquer, como pode
ser obrigada a presta-lo a sua alhada quando for
justa a guerra que outra alhada lhe declare ou faça,
yinda que seja aquella a aggredida ou a primeiramente
atacada, si o foi com justa razão? A circumstancia de
ser esta ou aquella que primeiro atacou nada influe
na questão do direito; e si ambas as contestantes são
alliadas a unica razão plausível de decidir entre ellas
deve ser realmente a justiça que a uma ou a outra
assista. ' .
O caso da oração de Demoslhenes que o compendio
cita em nota ao ultimo dos paragraphos indicados, não
nos parece concludente para autorisar a sua doutrina,
desde que se supponha injusta a aggressão dos Lacede-
nionios contra os Milesios, de que ahi se trata, como,
ahás, o proprio compendio parece suppôr, pois refere se
56
a soccorro de um alliado contra outro alliado injusto.
De modo que ainda neste ponto contraria elle propno
a sua doutrina emittida no § ( 83) citado. .
A opinião de Vattel ê pois, a nosso ver, a verdadeira
nesta matéria ; tanto mais que elle estabelece que uma
alliada ante duas outras em conílicto, deve antes de
tudo, interpor a sua mediação para reconcilial-as.
Entretanto devemos observar que nenhuma alliada
é propriamente obrigada áquelle auxilio em favor da
que tenha, embora, por si a justiça, contra outra tam­
bém alliada, e que no caso de malogro de sua interven­
ção para accommodal as, tem a mesma o direito de
abster-se em sua contenda, conservando-se neutral
entre ellas.
, —
M ew s d e a s s e g u r a r u e x e c u ç ã o d o s tr a ta d o s su a s d iv er s a s e tp e c ie s . Du
,
m e d ia ç ã o o f fe r e c i d a o u s o llic ila d a e dos a r b itr a m e n to s. — Da
,
a rcessà n d e te r c e ir a s p o tên cia s a tr a ta d o s frito s e n tr e o u t r a s r ca sos
e m q u e p o d e m s e r a q u A la s c o m p r e h e n d ia a s nos m esm os p ela s q u e

o s c e le b r à o . Do protester contra-prolcslo, c su a u tilid a d e.

§§ 84 a 88

_ Para a effectiva execução dos tratados ou conven­


u es, sobretudo quando são de certa natureza e impor­
tância (§8i>, é natural e conveniente que as nações
contractantes usem de precauções ou empreguem meios
proprios a assegural-a ; e essas precauções ou meios
sûo de diversas especies.
Primeiramente podem estes consistir na garantia
(loe uma terceira nação preste a duas outras contrac­
tantes, compromettendo-so a empregar a sua autori­
dade, ou forças para obrigara qualquer delias a executar
um tratado entre as mesmas celebrado, isto pode ter
lugar por nm tratado ou convenção especial ou accès-
sorio áquelle de cuja execução se trata ou por algum
°u alguns artigos deste. Taes convenções ou tratados
nao são outros senão os mesmos, ou da mesma especie
(loe aquelles de que tratamos na analyse do § 00.
Em segundo lugar podem as proprias nações con­
tractantes prestarem-se reciprocamente, ou uma delias
a 011tia, certas outras garantias para aquelle mesmo
DIREITO DAS GENTES F. #
58
fim. Assim podem ellas entregar uma a outra bens ou
cousas de seo domínio, taes como, uma parte de se
território, uma cidade, ou praça, ou uma fortaleza, eu-,
ou valores em especies, joias, títulos de sua pivim
publica, etc., para serem, uns retidos e utilisaciu
durante o tempo do tratado pela contractante que o
recebe até ser etle cumprido, e outros perdidos Vo
aquella que os entrega no caso de formal recusa u
executal-o.
Pode finalmente a garantia para a e&ecução de u»
tratado, consistir na entrega de refens, os quaes sim
pessoas de elevada catbegoria ou importância da naçiu
ou parte que as entrega, e que aquella que as recebo
retem em seo poder para responderem pela execuça0
do que foi entre as mesmas estipulado. . .
Forão os refens muito usados nos tempos antigos,
assim depois da famosa batalha de Cynocephalos em
179 A. C. Philippe de Macedonia deo seo proprio filno
Demetrio em refem aos Romanos como garantia da PaZ
que com elles fez ; em 190 Antiocho rei da Syna deo
igualmente áquelles para fim idêntico, seo filho do
mesmo nome; e em tempos maisjnodernos Francisco 1»
em 1520, como garantia para execução do tratado de
Madrid entregou ao imperador Carlos V seos filhos Fran­
cisco e Henrique. Este uso, porém, acha se presente'
mente quasi abolido, sendo apenas algumas vezes exige
dos e dados os refens quando se trata de simpleS
suspensões d’ armas, eem outras convenções militares-
Segundo nos attesta Wheaton, referindo-se a Vattel,
o ultimo e mais notável exemplo de tal uso deo-se p °r
occasiào da paz de Aixla-Chapelle em 1748, em que a
restituição do Cabo Bretão na America do Norte, feda
pela Gram-BrétanUa á França, foi garantida por muitos
Pares de Inglaterra enviados como refens a Paris.
Quanto ás regras que devem ser observadas _a
respeito dos refens, e de outras questões que lhe são
relativas, trataremos delias quando tivermos de analysai
o § 183 do compendio.
Quando duas ou mais nações se achão em guerra»
ou pende entre ellas qualquer contestação ou conflicto
de onde esta possa resultar-lhes, é possível que che­
guem as mesmas a um accôrdo por intervenção amiga*
vel de uma terceira ofíiciosamente offerecida, ou sob"
59
fitada por qualquer das partes interessadas. Chama-se
a isto — mediação, e mediadora a nação que assim
mtervem para accommodár as contestantes. A media-
(' oru no desempenho de sua delicada incumbência deve
portar-se com a mais perfeita imparcialidade na apre­
ciação e decisão das questões suscitadas entre aquellas,
SGrn ° que commetterá um abuso da coníiança nella
depositada pela parte desfavorecida ou prejudicada.
lMn ruzào de sua missão compete-lhe o direito de tomar
parte directa em quaesquer conferencias ou delibera­
ções estabelecidas para o arranjo pacifico da contesta-
j?ao> mas não tem o de impôr neilas a sua opinião pela
torÇa» desde que o seo papel é de simples apasiguadora,
e não de juiz nesta ; assim como também não é obrigada
constituir-se garante ou fiadora de qualquer tratado,
convenção ou ajuste que por sua decisão se conclua,
salvo si a isto positivamente se compromette.
A. mediação officiosamente offerecida pode ser
recusada, pois que nenhuma nação tem o direito de
interpor a sua autoridade entre duas outras em ques-
toes que só a ellas directamente interessem ; seria isto
uma offensa á sua independencia e soberania. Acceita,
porém, ou sollicitada pelas próprias contractantes, não
pode mais ser ella repellida sem faltar-se á boa fé ; e si
tal mediação toma o caracter de arbitramento, o qual
da-se quando duas ou mais nações em uma divergência
concordão em sujeitar sua questão ao juizo de uma
terceira potência, ou de seo soberano ou governo,
então a decisão destes tem a autoridade de uma sen­
tença para as partes que nelles se louvaram, e deve ser
por estas cumprida. ,
Isto, porém, não importa concluir-se que não hajão
absolutamente casos em que tal sentença possa ser
justamente recusada; ao contrario pode sel-o em diver­
sos, taes como : quando os árbitros tenhão excedido os
termos do compromisso respectivo ; quando se prove
due algum delles era legal ou moralmente impedido ou
incapaz, ou má fé, fraude ou corrupção de sua parte ;
quando alguma das partes interessadas não fci ouvida,
° G nfto pôde defender os seos direitos ; quando a deci-
sao ú manifestamente contraria á justiça, etc.
A mediação, em principio, como diz Calvo, « não é
senão um meio de conciliação, um encaminhamento
00
pai a uni accòrdo aniigavel das partes ; mas a acceitação
de seos îesullados não é obrigatória, apenas se pode
dizer que quando os lions ofíicios do mediador forâo
acceitos,^ e íizerão entrever a possibilidade de uma
transacçao equitativa, as duas partes, a menos de expôr-
se a suspeita de má fé ou á censura de perseverarem
em pietençoes exageradas, contrarias á îustiça, estào
?aobn,gaÇLl° motEd de fazer calar os seos resentimen
^ î f Ceitai 0 -lueiim amigo cómmum lhes âpre-
leSsdireTlos” ? me'° q"e cüncilia 6 resalva lo<ios 08

míd^k.nnleon>Sem duvid-.a os.meios mais racionaes, e


^ dlgrJ0S enire as naçoes civilisadas de pôr termo ás
,0U °0nflictos * Oeclaiados ou im-
tem nmrtii7 iHr?e a ®UI1S s©culos para cá o seo emprego
on faJemrn PC S maiS benelicùs resultados evitando
nacdet e P nmSali gUerraS desastl'osas entre muitas
LntP AiahpWo das nlais nobres aspirações do pre
sente estabelecer os arbitramentos como regra geral
P5ra a Sfdl^ o pacifica de mias
celebrado nm aPn*e sentldo acaba agora mesmo de ser
Ameaça Centra. rd° enU'e 38 diversas rePubBeas da
o « Ü : r f S k l “ S de ' ntervençãn amigavel
Passarowil/ ™ 1 7|icaiemos os seguintes : o da paz de
Ü I Æ S r , doT'"p|,,ia e * Áustria por
Stockolmo em 1719 e 1 7 9 P ndn • aizes' BaiX0S ! as. de
a In^latftíTA « n e , >a Pnmeira entre a Suécia e
pela°da Franca - SUn,ci / rentre aQuella e a Dinamarca,
e a Austria Çnpl, a* em Dresde’ entre a Prússia
entre a Intdàterra »dn l?".alerla í a de Gand em 1814
da Prússia • a de ivf ,Estados Unidos da America, pela
Christie com a In»latim ? PT 1864 em nossa cluesta0

laes. colno- l>Srq elemi)1^anlHt''amen^ propri“menJt


imperador da Uussía em isiQ presenle seCLll° ’ ° dc
Estados Unidos e’-. im í8 <Sem uma Questão entre os
1835 sobre r e S a m « ^ ? " 8 \ °-do rei da Prússia err
França •o de Naonií^íÍ? subditos inglezes contra t
V
Unidos Port,n.aíQ6o “tf1! e'? 1855 entre os Estado*
1872sobie as recl-im-m' d c,onferencia de Genebra eir
“ -olamaçoes dos Estados Unidos á IngUr
61
terra pelos damnos, causados durante a guerra entre o
Norte e o Sul da Uniào, pelo corsário Alabama armado
em um porto daquella ; o de Mac-Mahon, presidente da
republica Franceza em 1874 entre Portugual e a Ingla­
terra ; além de outros muitos já neste mesmo século,
já nos dons anteriores, pelos quaes entre as referidas
nações forão accommadas graves pendências.
Algumas vezes, diz-nos o compendio ( §86} se offe-
rece ou se permiüe a uma nação, que não toi parte em
um tratado, o acceder a eile, ou ser nelle considerada
já como parte principal, já como accessoria ; o que
também tem lugar mais ordinariamente nos tratados
de paz. E’ assim que, entre muitos outros casos, cita­
remos o de Hespanha, que accedeo ao tratado de paz
de Aix-la-Chapelle, celebrado em 1748 entre a França,
HIuglaiei ra, a rainha da Hungria e da Bohemia,e outros
Estados *iii soberanos ; o de Portugal ao de Paris de
1763 celebrado entre a França, a Hespanha, ea ínglaten a.
A accessào pode-se dar sem condições ou com
ellas, e quando se effectua é consignada ou no proprio
tratadc relativo aos assumptos regulados entre as
contractantes, ou em acto separado, formando uma
convenção accessoria áquelle. .
Em geral, nenhuma nação pode sei’ obrigada a
acceder a um tratado ou convenção feitos entre outras;
e já na própria antiguidade vemos Sparta em 362 A. C.,
recusar-se a acceder ao tratado de paz entre as mais
cidades da Grécia e o Grande Rei, depois da celebie
batalha de Mantinéa em que forão os Spartanos d e n o ­
tados e pereceo Epaminondas.
Com tudo casos ha excepcionaes em que aqueiia
accessào pode ser justamente exigida, taes sejao aque -
les em que sem ella um tratado, especialmente de paz,
feito entre outras, não possa ser realizado, ou tique de
todo sem garantias para a sua execução, em conse­
quência das circumstancias ou relações especiaes em
que para com estas esteja aquella.
Por outro lado devemos também admittir casos em
que, por iguaes razões, uma terceira potência estranha
a tal tratado, possa justamente pretender que nelle se
a contemple como parte. , - „„oi
Assim, pois, independentemente de um acto mim
de accessào, ou de ser uma nação positivamente cor s -
62
derada como parte em taes tratados (§ 8 7 ), podem-lho
ser applicadas, mesmo sem o seo assentimento taes oi
taes disposições destes, que delia essencialrnenle ae-
pendão; o que se verifica sobre tudo em relação a una
nação que é alliada de uma das partes contractantes,
pois que eífectivamente todas as alliadas devem sei
comprehendidas nas disposições de um tratado quG
põe termo á guerra em que ellas se achem empenhadas,
ainda quando qualquer delias não tenha real mon te
tomado parte nas respectivas negociações, e tinal cele­
bração da paz.
Na nota ao paragrapho de que nos occupamos,
trata o compendio da questão de saber, si em taes
casos, ou si as nações assim comprehendidas em um
tratado entre outras, adquirem, ipso faclo, direitos con*
vencionaes, isto é, quaesquer direitos, que pelo mesmo
tratado forão estabelecidos ou delle resuUãp para as
que o celebraram, e remette nos a diversos autores
que ahi cita. Sem appellarmos, porém, para a autori­
dade destes, pensamos, que pelo simples facto de ser
uma nação sujeita a quaesquer onus ou obrigações
pelas clausulas de (aes tratados, deve necessariamente
ter direito a alguma ou algumas das vantagens nos
mesmos estipuladas para as contractantes, pelo menos
ás que forem correlativas áquelles onus ou obrigações
a que é sujeita. E’ natural que hajào em taes tratados
disposições que só interessem particularmente ás par­
tes que os celebraram, e cujas vantagens lhes deyão
ser privativas; mas outras podem haver que não sejao
dessa natureza, e de cujos effeitos uteis possào e devão
participar todas as que nos seos onus ou obrigações
tenhão sido comprehendidas, sobre tudo quando disso
não resulte inconveniente ou prejuizo para as partes
principaes.
Contra os abusos ou excessos que em qualquer
assumpto pratique uma nação contra outra, quando a
ameaçada qu offendida não possa contel-os, repellil-os,
ou obter a justa reparação delles por meios mais effica-
zes e energicos, o recurso unico que lhe resta é o de
protestar contra a violência que soffre. _
Consiste esse protesto (§ 88 ) ern uma declaração
que tal naçao faz de que tem por injusto e nullo tal ou
tal acto ou procedimento de outra praticado em Pre'
juizo de seos legítimos interesses ou direitos ; e de que
si a elle se não oppoz effectivamente, foi por não podei1
fazel-o, cedendo á força maioi, mas que dos mesmos
não desiste, reservando-se para em todo o tempo
reivindical-os.
O protesto deve ser feito por escripto, nelle devem
ser expostas cóm clareza as razões que o justifiquem,
publicado para conhecimento das mais nações, e noti­
ficado especialmente áquella contra a qual é feito. Esta
costuma por sua vez responder-lhe com outro docu­
mento de igual natureza contestando-o,e nisto consiste
o contra-protesto.
Segundo a procedência das razões ou argumentos
cie um ou de outro deve ser a questão julgada pelas
mais nações, mas por quem resolvida? De certo não o
será pela própria que lhe deo causa, e que lhe responde
com um contra protesto que confirma o seo procedi­
mento, a menos que o reconsidere, e decida-se a fazer
justiça aquella que offendeo, ou que esta esteja em
condições de ajuntar aos argumentos logicos de seo
protesto, algum outro mais convincente, isto é, de
poder fazel-o valer também pela eloquência de seos
canhões. Sem isto realmente, na maior parte dos casos,
tal protesto não produzirá o desejado effeito, e até
alguma vez nem mereceráas honras de uma resposta da
nação a que é dirigido, si esta é mais forte. ^
Em todo o caso taes protestos sao uteis ; sao elles
uma resalva do direito daquella que o faz, uma demons­
tração da injustiça de sua contraria perante as mais,
e de sua boa fé e lealdade, que podem angariar-lhe as
sympathias destas, e preparar-lhe as vias para obter,
mais tarde ou mais cédo, a reparação, que lhe e devida.
A historia das nações registra, com efteito, muitos
exemplos de protestos das mesmas ou de seos sobera­
nos ou governos contra actos praticados ou tratados
feitos por outras, ou por ellas mesmas acceitos em
certas condições, e de que tem resultado afinal a sua
modificação,*ou reparação. E’ assim que, contra certas
disposições do Congresso de Vienna de 1814 —1813
protestaram o papa, e o rei de Ilespanha; e Francisco I
de França contra o tratado por elle feito em 1520 com o
imperador Carlos V, em Madrid, onde estava então
prisioneiro depois da derrota de Parvia. Contra o
64

Í S g o n h a ^ u e n r l i ^ r 0"1 °1 Eslados da Província


esses Estados, que além de^eM ??
pela coacção, o rei não nodh diU- 1 • do ext.orquido
fazião parte integrante da m o n  » ^ pr0vincias’ q -®
tinha o direito de a lien a h a sp hl®Flra? ce?a>que nao
tratado nao nàn fnr-, as‘ , 0 cert0 e que esse
modificado pelo1 de naz d tfrn 1°i at-é í 520’ foi enlf
cessão sem effeito de Eambrai> ficando aquella
U C Ç Ã O IX '

Ionfirinação o renovação dos '


da renovação e reintegr „ ■ lerpreiarão destes,, t s ,oue,icias pn-
garantes de um ím/ar/o. ,.) m m nencia de suas ■ ' , L i ei}ade.
Como findão os tra^ ° / j J e^cffes tueitas esua oh) ,1
dos os mesmos. — Cas i -

§1 80 a 94
c Qtt da confivmaC'10 c
Trata o compendio no seo s 8 tg - g ^ de Sua
enovação cios tratados, • •

*uma «declaração
u «posterior
. m » . R jjeza
S x que
s hajaP ouf êl em
s 3

remove alguma duvida ou si eiie c(?nt,l^ tn aue


haver sobre a sua valldd^ (p ss0 a declaraça 1
vigor. Pode ser um e x e m p l o ^ ^ tbron0} ni
faça um soberano cpiant ^ Estado,'de que m
governo novo que suecede^ . ^ s s o r, ou tal ou t
os tratados feitos por se0 . dos qne em con s,n* t;va
mesmos, sobretudo a resp forma goveu ‘ a
cia de mudança na constituiçao^ou MuU vezes a
daquelle possão suppm s outro lun • L
confirmação de um tratado ^ 0 ^
recordal-o ás partes que 0 1 ®^do antigo fara pa 10S o
Da clausula de que um tiataao ido? diz-nos o
outro actual com o se nefie to s s e ^ ue que eUe faça
compendio, com Klubei, ‘ Qg qUe com * ,a(j 0
parte integrante deste. .l colausllia no uUuuo U t ^
pretende dizer que aquelU firmaQao do P11
nào é propriamente uma conm m < F. 0
DIREITO DAS GENTES
CO

is°toqsó% T devT eX U p?»rÍO “ »»Pendio se deduz


cidn^’ qUe e,ltre as partes cr>nfteSpeÍto de um tratado
- -°"io valida e em v i ™ , . ractanlfis é já reconhe-
ineprtS a lea,mente ne8tasOfnnuP0~S t*ue s' ta' tratado
vnín i f sobre tal ponto e ? IW s ' si fia duvida ou
' u dinente a uma conlinrv° at|Uiella clausula eqni-
, fíenovar um trataH, • naçao do mesmo
cita '«30 Pel° . nualifie foi Pfe0t' ogar.a sua validade além
P anr » SO, traU(|o de K ^ Como exemplo disto
e o trita Ia Algella renovado nn« feito e m lfi28 entre a
entre A« h“ Ue paz denominado;lle??-ní’-ente em Argel;
das eu €TS0S Kstados da \!f l elt0i,'to feito ern 1530
vado8de i f l 4d? 5®forma, e poíwififanha’ Por occasião
*,J3* ó I0 4 4 . uifferentes vezes reno*
renovacàn rio .
más em*IeSSa’ ,)0cie« cómtudna(Í0i c,ue em geral, deve
sumpoõesaS°p len,,um se Pode d em '"3 v,ez ser tacita ’
é nreri«r.S 2ra Que ella nn* e(ií\zlr de méras pre-
partes onnT-le Pnc*° o praso rin ^ ( ar‘se tacitamente
sem recl im'aC'lantes c°ntinuem ralacl° respectivo, as

tU T lT ^ pressa ou tacita, nào


Pode ser .. se ren°va; no nHm°*r praso igual ao do
explícito dgmer,laílooudimiln nne,ro caso esse Pras0
duVarin.?? .|,artes; e n ? ! U 0 c°nforme o accòrdo
findo ou ‘ ‘^ ‘doaté que qualmfUn^° sera indefinido,

w . i , ~ s * ã '5? 5 , Í A d
T " à « v e" ' ' ' " "
n^respecUi^1'” a8^ abas(0expreasSsaS'^a°s ^Posiç^es ou
tinuadas entroaccor<^°> °u típiiaSamente mencionadas
- P.eime?.ra 28 parl®a- amenle acceitas e eon-
« t S " “ f t v í f » fltwndo tendo e.le
tratados ,i :onvençào. e ,as s,ias disposições
relaçào ás com Paz’ c° mo nos ?r'Sto freiiuentemente
«m outra occ2 ®nçfies iniermm 0 compendio, em
1*15 entre rr ,,f'-i0 falíamos d,, P,l d a s Pela guerra. Já
1ranc|sco I da Franc»tratad0 celebrado em
"a n ça e o s Cantões Snissos,
07

í?pUTv,at*Ue^e se 0^r*80u a executai' o tratado ante­


ra., JlJon’ caso em que o primeiro se pode conside­
r como uma reintegração deste.
dentar01 sum.ma» reintegra-se um tratado quando se
até pi ? 'Gm v,^or um clue na0 ou que deixou de ser
0u desfe?toXeCUtaC*°’ em^ ,a nao tivesse sido revogado
de iímnSa 0 coraPcndio que a renovação e reintegração
Parfp01 , atado na0 produzem effeito algum para as
expmni °^ri8a^a? accessoriamente a este, como, por
Partie i ’ os 8aràntes, si estes não lires prestão o sou
devpCU . consentimento. Quanto á renovação assim
anteK e! ’ P°,ciue ella importa uma novação do tratado
oh,,: 10r’ ou a»tes e um novo tratado, que não pode
Pore P Par^.es quenelle não tenlrão intervindo; quanto,
d ip -01’ u reintegração que não está nas mesmas eon­
feg es> ^oe não faz mais do que restabelecer um tratado
exec ?• ^Ue sP^s*si;e embora não tenha sido ate então
Não i ad° ’ nao nos Parece acceitavel aqueila opinião.
Sj , > com effeito razão plausível para pensar-se que
aij. P esiJJente restaurado de facto o vigor de tal tratado
dei\S n )sistente de direito, pelas partes principaes,
RaraG| e d e °^ r,êar as partes accessorias, ou os seos
a m nteS do mesmo niodc sujeitos ás suas estipulações,
de fe,}os ciue se deva entender que elles tem caducado
P e i n t ’ ° U nas suas clausulas relativas a estas partes,
(j <°ngo lapso de tempo de sua inexecução, ou por
esciuer outros motivos que devão importar justa-
'«ente a sua exoneração.
seos §§ e 02 trata o compendio da interpre­
t o dos tratados.
t tratado tem necessidade de ser interpretado
o« nC*° em alguma de suas partes, ou disposições é
senrnl ° 0U dul?l0’ de modo que se preste a mais de um
de ,lld0‘ ^,ssa interpretação pode ser dada ou por meio
ou Urn accdrdo entre as proprias partes contractantes,
lieiT» ° r Uma í'erce*ra potência amiga a que et las con­
di« GSSa lecumbencia, ou finalmente por cada uma
1 partes que tem de executar o tratado,
vai , , interpretação dada pelo primeiro modo, tem o
tan?* » uma interpretação autlientica, c não ó restrie­
m- -en e subordinada ás regras geraes e communs das
ltls ; pois que no respectivo accôrdo podem as [»artes
68
contractantes ir além das disposições que -interpretam
e m odifical-as; e o que entre ellas fôr a tal respei
resolvido é lei para ambas. A do segundo modo tem
a força de uma decisão arbitrai, si as partes contrac­
tantes se obrigaram a sujeitar-se-lhe; e conseguinte­
mente deve ser pelas mesmas acceita e fielmente cum ­
prida. A que ê dada por uma das. partes interessadas
depende, em todo o caso, da annuencia da outra.
A interpretação, em geral, se divide em granima*
tical e doutrinal ou lógica, e as regras que nella se deve
observar em relação aos tratados são idênticas ou
analogas ás que se applicão aos pactos ou contractos
entre os individuos. O compendio no seo § 92 indica-
nos as principaes dessas regras, a saber :
l.° Que quando ha equivoco nas phrases ou pala­
vras de um tratado, devem ellas ser tomadas na sua
significação commum e ordinaria, e não naquella que
lhe possão dar os sábios ou os grammaticos ; e assim
o deve ser, com effeito, porque é razoavel entender-se
que tal significação propriamente scientifica só é bem
cabida quando se trata de assumptos technicos, ou de
philologia. Fóra destes casos é de razão que se attenda
antes ao sentido em que provavelmente taes phrases
ou palavras tenhào sido empregadas, segundo o uso do
lugar, do tempo, ou das pessoas que no tratado inter­
vieram.
2.° Que em falta de um sentido claro se indague
qual podia ser razoavelmente a intenção das partes
contractantes; pois se deve crer que foi da vontade
destas exprimir-se de accòrdo com essa sua intenção ;
ou que, em todo o caso, se dè a parte ou ponto que se
interpreta o sentido mais acomrnodado ao objecto oü
tim do respectivo tratado.
_ 3.° Que a obrigação quanto ao fim imporia obriga;
çao quanto aos meios indispensáveis á sua consecução •
pelo que si tal ou tal acto de alguma ou de ambas as
parles;fôr necessário para que o tratado ou alguma
disposição delle se realize, ainda que nelle se não acbe
declarado, deve-se entender que é da obrigação da-
quellas.
4.° Que as clausulas de um tratado devem sei
sempre,em caso de duvida,entendidas no sentido mais
tavoravel á parte a que no mesmo se impõem maiores
69

onus, sem correspondentes van^^ ma °p arte já des-


pode razoavelmente presuma 1 vamente a excluem
favorecida pelas clausulas que | . ainda a ser
de vantagens ahi estipuladas, se «esignasse ai
privada de outras por mera nauiÇ' * equivalentes,
5.0 Que si os onus e van agens toiern^equ^^ ^
ou mais ou menos iguaes entae tratado de modo que
em todo o caso, ser interpretado - n0 estado
importe o menos que fôr possível de
actuai das cousas entre aquellas, ou na igu
sua condição. , interpretação subtil,
6.0 Que se deve evitar toda a miei i v inter-
porque ella affasta-se do que P e’ ge reccorrea
pretaçao subtil se entende aque iüunediata com o
razões pouco solidas, sem r.ela g * V a im só á torça de
assumpto, e de difflcil apreciaçao e que ao d
sophisma ou argúcia pretende P .as ainda as
Podemos accrescentar a nens obscuros de um
seguintes: que as partes ou l g mais cjaras que
tratado devem ser elucidad i deve attender ás cir-
com ellas tenhão relaçao , que e a0S actos rete-
cumstancias em que o tmtad ca0 ’ praticados pelas
rentes á sua celebração ou antes ou depois
partes contractantes immedia sempre do prin*
de o terem celebrado; que £ deixar
cipio, <jue as partes contractantes mio mreit0> e da
de querer conformar-se aos P . e finaimente, que
Moral, ou ao uso gerai das n a ç o e ^ entender sempre
as clausulas de um Uatado torne absurda ou
de modo que sua execução nao se toi
impossível. „ , intados ( § 9 3 ) lambem
Findão ou podem findar os Uatados t b /
por diversos modos : ».prim-oco das partes con-
1. ° Pelo consentimento lec i L1m novo tra*
tractantes ; o que pode ter luga , p i gubslilua 0 pri-
tado sobre o mesmo assumpto, l“ vençàu pela qual
meiro, já por qualquer outia.maSim ples declaraçao
aquelle se revogue, e ja P01 sob qualquer outra
explicita feita por ambas as paites sob q i
forma. . icnier das pai tes con-
2. » Pela desistência q u e o direito de eximir-
tractantes faca, si ella se rese “ “ ctivas 0brigaÇOes ,
se, quando lhe conviesse, das 1
70
ou quando se dèem circumstanciâs que justamente a
autorisem a isso,com o vimos na analyse dos §§ 63 e69.
3. ° Pela expiraçao do praso, quando este foi deter­
minado, salvo o caso de renovação tacita do mesmo.
4. ° Pela consecução do fim proposto, quando tal
praso não existe; o que, entretanto, só pode ter appli*
caçao aos tratados cujo fim se pode alcançar de uma
vez definitivamente, e não áquelles, em que o fim pro­
posto se consegue de modo indefinido e successiva-
mente.
5. ° Pela verificação de condição resolutiva decla­
rada no tratado, como, por exemplo, si uma nação
fizesse alliança com outra, estipulando que esta cessa­
ria desde que qualquer delias se alliasse com uma
terceira; realizada esta circumstancia estaria findo
aquelle tratado.
6. ° Peja impossibilidade pliysica, juridica ou moral
da execução do tratado ; Sendo que, porém, si tal im­
possibilidade é apenas relativa á parte que se obrigou,
e podia ser ignorada pela outra, é aquella, em todo o
caso, obrigada a indemnisar a esta pelo damno, que lhe
venha da inexecução do tratado.
7;° Pela mudança ou ausência de alguma circum-
stuncia que as partes contractantes expressamente ju l­
garam necessária, ou por sua natureza o seja. Na nota
ao paragrapho de que nos occupamos indica o compen­
dio alguns exemplos disso: assim si o tratado feito
entre duas nações suppòe para a sua validade a forma
de governo monarchico, em uma delias ou em ambas,
cessa desde que uma delias se constitue em republica,
e vice-versa. Do mesmo modo, si uma nação se obrigasse
paia com outra a prestar-lhe subsidio em dinheiro ou
em tropas, e depois se achasse em condições de carecer
( e laes lecursos para a sua própria defesa. Finalmente,
muitas vezes, como nos diz o compendio, se suppõe que
paia a subsistência de um tratado feito entre duas
necessari? fiue não sobrevenha entre ellas
. yr e ou lo ,upimento; mas como já precedente-
I?re tcnnZnmt0S Ver’ ]*[ç) na° se aPPhca ãos tratados que
l n .ua natuieza não se alterão por aquella circum­
stancia, e nao carecem de ser renovados ou confirma-
( os ( epois de uma guerra, durante a qual podem apenas
ficai suspensos, e somente tanto quanto as legitimas
71
necessidades desta o exijão. Nestas condições estào
especialmente os tratados, ou aquellas disposições dos
mesmos estipuladas positivamente em vista da possibi­
lidade de uma guerra entre as partes contractantes, ou
para regularem durante ella,taes como as que se refirão
a um praso concedido aos súbditos respectivos para se
retirarem do território com seos bens, estabelecerem
certas limitações aos direitos geraes da guerra, ou
que esta autorise, mas que a ambas as partes conve­
nha restringir.
8'® Quando uma das partes contractantes deixa de
cumprii'o tratado. Isto autorisa, sem duvida a outra
parte a dal o per findo, si assim lhe convier; mas
assiste-lhe, no caso contraído, o direito de compellir
aQuella ao seu cumprimento, si para isso tem meios
efficazes,e de pedir-lhe indemnisação dos prejuízos que
lhe resultem da sua falta de fé.
„ 9.° Finalmente, pela inteira satiafação das obriga­
ções contrahidas. Mas esta regra nào pode também
applicar-se aos tratados cujos fins se realizem poractos
°u prestações successivas e de caracter indefinido,
nem aos que tem praso determinado ou cuja duração
depende de tal ou tal facto ou condição.
Quanto á permanência das consequências de um
tratado qualquer depois delle findo, é ponto sobre que
nào pode haver duvida. E’ direito adquirido definiti­
vamente por qualquer das partes contractantes qual­
quer vantagem que de um tratado lhe resultou, e que
delle não mais depende. Aliás, seria annullar-se os effei-
los consumados de um tratado regularmente feito e
findo.
No §94 trata o compendio das convenções tacitas,
Si é certo que os tratados e convenções, em geral,
devem ser, e convem que sejão, expressos, comtudo
algumas vezes, podem ser feitos tacitamente, e nem
Por isso são menos obrigatorios para as nações entre
as quaes se dêem. O compendio explicitamente o diz
neste paragrapho, no qual declara que taes convenções
facitas se verificão quando o consentimento se mani­
festa por actos que o provão ; e já no seo § 89 o vimos
apresentar um exemplo bem convincente de uma con­
venção dessa especie. Entretanto na nota ao paragrapho
de que nos occupamos elle contradiz aquella sua dou-
72

Irina declarando que pártilha a opinião de S ch m à lz, que


' se não deve attribuir força obrigatória senão aos trata­
dos e ratificações por escriptura. Pode elle reputar
valiosas as razões ern que aquelle publicista funda tal
opinião ; parece-nos, porém, mais procedente em sen­
tido contrario, a que elle proprio nos dá no seo citado
paragrapho, isto é, que a força do consentimento
não depende do modo, porque se ennuncia, mas sim
da certeza da vontade das partes, e esta, incontestavel­
mente pode ser manifestada por factos positivos, e que
nenhuma duvida deixem a seo respeito. Quanto ao
consentimento tácito na renovação ou prorogação de
um tratado já dissemos, o que teríamos a dizer, na
analyse do § 89.
L IC Ç Ã O X

Diplomacia,- seos fins, e utilidade. — Direito de legação dos Estados: a


quem compete nos mesmos o se o exercido. — Si uniJEslado c obri­
gado n receber ministros dos mais. — ü que sejâo os ministros
públicos ou diplomáticos, e sua classificarão; agentes, commissarios,
e deputados. — Dos cônsules, e suas attribuiçòes. — Direito de cada
Estado de determinar as classes , e numero de seos ministros.

§§ 95 a 100

No capitulo 3.° desta sua — Parte Segunda — trata


o compendio do direito de legação que compete ás
nações, e cujo exercicio é regulado pela Diplomacia.
Esta é a parte do Direito das Gentes, que trata
especialmente da representação das nações umas pe­
rante as outras por meio de ministros ou pessoas a
Quem incumbe de curar de seos negocios ou interesses
Públicos, e resolvel-os por meio de intelligencia amigá­
vel, ante os governos daquellas a que são enviados, ou
onde tem de funccionar, occasional ou permanente­
mente. São ainda de sua alçada as formalidades,
honras, garantias e privilégios de que é necessário
rodear-se as pessoas e actos daquelles ministros, as
Praticas, que se deve observar no exercicio de suas
funeções, e nas suas relações com aquelles governos,
c om os ministros e governos das mais nações, ou nas
de uns e outros entre si.
Deste simples enunciado se infere claramente os
importantes fins a que visa a Diplomacia, e^ a sua
. grande utilidade na vida pratica dos povos. E’ certo,
entretanto, que nesta matéria, o Direito das Gentes
DIREITO DAS GENTES F* 1(l
74

PlUUírinp?naibS0llít0 só dá os Princípios geraes, sendo


p r^ P nn nii me,Ue regl!,ado pelos tratados e conven-
^ A e. ÜS lV50s estabelecidòs entre as nações.
n ii hh L íÍI non[iea1'‘ e enviar taes ministros ás
•i sna nipnifn iG t0 ( e , e» aça0 ( § 95) pertence em toda
£ « qualquer Estado Soberano, como um
noirm -iL ? essencia^de sua soberania ; quanto,
anonas somi èn f C08 (*ue nao lem essa cathegoria, e
S ad e ^ l& ar s’ .vassall0s’ elc- depende o exer-
dao aauel1esdà ml0 d° S la? os l?a|diculares que os pren-
nodem os m p s m í f a.° su^ordinados, segundo os quaes
ou menos lirniMdn e PT011 nao>011 têl-o somente mais •
c o n f e d e r a r á ' N° mesmo caso estão os Estados
conieüerados, entre os quaes é esse direitn rpculado
pelo respectivo nacto FertprMi s . lieit0 reguS „
imDPrio1AiiPmsíI LL0 lecle,dP E assim que no antigo
ex Conreá a^m fv .? '110- " 0S attesta Wheaton, e na
ereceber m tinhâo 0 direito de enviar
Estados mntwio,-. !ís os dlve,,sos príncipes reinantes e
igualmente os d iffere ntes Ès t!d ns eiíl ca° Slllss3 tem -Ío
nasso riiiP m tT,,:- L^;es Estados que a compoem ; a0
pecuvos só nnrVpm ° Nor‘ f-Atoerlcana os Estados res-
S S « I S r 08 011 recebel-os com o con-
0 modn rln p v !! do G° ngresao nacional.
os ministros dinlnrnM0,10 ^ d ire ito de enviar e receber
cada Estado d-L na,lC0.s depende também (§ 9 0 ) em
stituiçõt imernas aSPt 7 f GS de Sl*as ‘'espectiVas com
elle. em onral -,'ih-ii -,i iesPeilo. Nas monarchias e
blicas ao! seòs pllb^ d0 aos m°narchas, e nas repu-
ou a ambos conjnnctaínontel’ ° " ConseUlos executivos,
em um Estador'ima,a,'3i0ld[n' 0 exe|cicio desse direito
civil, õu de graves?iPr|Uíl!i 6m- c o ^equencia de guerra
soberania de tal soÍ ip í.0' íaÇües Eternas, se ache a sua
possa bem descrimin. cont(rstada ou incerta, que se nao
Terá ainda um Éstadn^m ? de exista a legitima ou legal •
e a quem competirá nellitaea condições aqueile direito,
maticos, e receber á 6 e entao »ornear ministros dipl°'
sidade de enviar-lhP 9 Uec°-utras naCões tenhcão neces-
Estadose figura nánV^r as cond‘ Ções em que tal
chia ; si houver nelle as de uma completa anai -
com o qual as mais nâcfip?®1108* Um §overno de factp’
tirá aqueile direito sem dnP°F8ao entender se, compe*
^ l0> sern duvida, u esse governo. D e s d e
75
que elle se ache effectivamente constituído, as mais
nações, ao menos para certos lins ou negocios de que
nào podem prescindir em tempo algum nas suas rela­
ções, devem reconhecel-o como competente ; nao lhes
pertence indagarem si tal governo é legitimo ou usui-
pador; é isso uma questão que lhes nao diz respeito, e
sim unicamente ao respectivo Estado, e á seos cidadãos.
Comtudo em taes circumstancias costumão as na­
ções, em vez de enviar ministros revestidos docaractei
representativo em toda a sua extensão, estabelecer
apenas ante aquelles governos, e a receber delles, sim­
ples agentes com os poderes e immunidades daquelles,
mas sem direito ás honras que lhe são attribuidas.
A par do direito de enviar ministros ás mais v§§ J7
e 08), terão as nações o dever de recebel-os destas ,
poderão recusal-os, ou particularmente a este ou aquelle
nomeado, ou só admittil-os condicionalmente? Nenhum
Estado tem restrictamente tal dever, a não ter-se a isso
positivamente compromettido por convenção ou ti atado
com algum outro. Fora deste caso si alguma obrigaçao
tem neste sentido é apenas moral, qu de pura cortezia.
E’ porém de grande utilidade própria para todos accei-
tar os que os-mais lhes enviem, sem o que nao seuao
também acceitos os seos. â , , , .
Em geral, pois, não só qualquer Estado pode deixai
de admittir taes ministros, mas ainda, e com rnms
razão, nào admittir tal ou tal nomeado, ou só accmtal^
com condições. E’ assim que alguns
adoptado a regra de não acceitar, por rnin,^9® g’
pessoas de sua própria nacionalidade 011 pubd »
senão sob a condição de continuarem el e . j Tjniào
suas leis e jurisdicção. Ainda, recentemente a Unia
Norte-Americana recusou receber como 1
republica de Honduras um seo cidadao.
E’ certo, porém, que factos desta ordem nao sao
fáceis de verificarem-se, porque nao e provável que
qualquer ministro diplomático nomeado, e «ui . a
qualquer Estado que o nomeie, se sujeitem u condição
de ser privado de immunidades e privilégios que lhe>suo
proprios, e que constituem garantias indispensav' i»
sua pessoa, e á dignidade, e regular desempenho de
sua missão. , , „
Mas si figurarmos a hypothese de ser o ministro
7G
nomeado um ex-cidadão do paiz a que é enviado, i r
ralisado naquelle que o nomeou, qual deve ou po(ie
a seo respeito o procedimento daquelle? Sendo^e
ministro realmente, pelo tacto v*« da naturalisaçao,
------------ ~l0
cidadão estrangeiro, súbdito do que o nomeou ;
havendo, pois, razão plausivei, com o no primeiro ca ^
para ser privado do previlegio da exterritorialidaoe,
que tem direito; e não sendo igualmente provável, Q
a isto se resigne elle ou sua nova patria, não reS ,-va
Estado para onde elle é nomeado outra alternat
senão a de acceital-o com o qualquer outro, ou a
recusal-o absolutamente; e este ultimo alvitre n
parece o mais conveniente. 0
Os ministros diplomáticos, com o se vê de s
caracter e funcções( § 99) são ao mesmo tempo ernl)l- 0
gados públicos, e mandatarios de sua nação ; mas m
são todos da mesma cathegoria. O Direito das GelU a
natural, como nos diz o compendio (§ 100) não taz, n
verdade, entre elles outra distincção senão a que resuit
da natureza de suas respectivas funcções ; mas o Direi
das Gentes convencional, firmado nos usos ou n°
tratados celebrados sobre este assumpto entre a
nações, tem estabelecido entre aquelles diversas clas­
ses. E’ assim que o Congresso de Vienna de l o l J’
completado pelo de Aix-la-Chapelle de 1818 classificou-o
nas quatro cathegorias seguintes : l.° os embaixadore^
núncios ou legados a latere do papa ; 2.° os enviado ^
extraordinários, ministros plenipotenciários, e m tel*
núncios ; 3.° os ministros residentes ; e 4.° os encarre­
gados de negocios ; classificação esta, hoje geralmente
acGeita entre as nações cultas da Europa e da America-
Inclüidos na mesma os núncios, legados a latere, e
internuncios do papa, pergunta-se si este desde q u(*
deixou de ser um soberano temporal, ainda pode ou
deve ter o direito de legação, ou de nomear e recebe1
ministros diplomáticos. Pensamos que sim ; pois que,
em todo o caso, o papa continuúa a ser um soberano,
embora apenas espiritual, e tem corno tal suprema
inspecção e jurisdicção sobre importantíssimos nego
cios nos mais paizes catholicos, ou onde catholicos
existem em maior ou menor numero ; assim com o Paia
estes mesmos paizes ha questões ou negocios da ma­
xima importância relativos a seos súbditos ou residem
77
tes, que não podem dispensar a intervenção do mesmo
Papa, e que só podem ser resolvidos entre representan­
tes seos e do Estado de que se trate, que elles recipro­
camente se enviem. Devemos comtudo observar, que,
realmente, depois que o papa perdeo o seo poder tem­
poral algumas nações, mesmo catholicas, trataram de
retirar de Roma os ministros que ante eile as repre-
sentavão.
As honras e certos privilégios de que gosao os
ministros diplomáticos, diversiticão segundo as suas
classes (§ 101). Só os da primeira são considerados
representarem especialmente a pessoa e dignidade dos
soberanos, ou chefes dos Estados respectivos; e só a elles
cabem as honra9 que a estes são attribuidas. Os das
mais classes não são revestidos daquelle caracter, e só
representão os soberanos ou chefes dos Estados que os
cnvião, nos negocios de que são encarregados, e também
só gosào de honras correlativas, inferiores. Os das
tres primeiras classes são directamente acreditados
ante os soberanos ou chefes dos Estados a que são
enviados ; e os de quarta ante os ministros de estran­
geiros destes.
Segundo as ideias e etiqueta antigas só os embai­
xadores e ministros da primeira classe podiao e devião
entender-se directamente com os soberanos ou chefes
do Estado sobre os negocios de sua missão; isto, porém,
não tem hoje mais razão de ser nas monarchias consti-
tucionaes e representativas, ou nas republicas modei-
nas, em que os respectivos monarchas ou presidentes
nada deliberão por si ou em seo proprio iiorne, mas poi
intermédio de seos ministros responsáveis.
Além dos ministros diplomáticos de que temos
tratado podem as nações enviar umas as outras, ou tei
nestas outras pessoas incumbidas, mais ou menos
temporariamente de certos negocios, que não são pio-
priamente daquelles que se tratao pela via diplomática,
nrno sejào : agentes, eommissarios, deputados (§§ 10b
e 103), e Pinalmente, cônsules e vice cônsules.
Todos estes differem realmente dos ministros pú­
blicos ou diplomáticos, já no caracter, já nas íuncçòes,
e não gosão das honras e previlegios que a estes são
attribuidas, e nem fazem parte do corpo diplomático
da respectiva nação.
gocios particulares*díum '»rim?*6 encan'egados de ne-
outro estrangeiro nn , i , u Pe 011 soberano perante
adrninUtratifo! ?àes cmnò1h 0S 1,0 ‘»»•cter mm,mente
para seo paiz, (je conii-ú h e ptomovtír a immigração
organisarern ou realizaram0. arem u,n empréstimo, de
como bem observa o onmnmav mpreza»etc- Comtudo,
ha derogaçào da ciualid iriPendl° ( nota ao § 103) nãu
om ministro diplomalir , n° ? das Prerogativas de
taes negocios. ’ du.uulo este se encarrega de
, Gs commissarioq e, .
pelos governos, de ín in , llncc.IOIla,*os encarregados
questões ante os de ou m f iri dtí certos negocios ou
PPco, e uma missão ofíirh1!*líeSi’ tein ? m caracter pu-
como, por exemplo a o o ’ f mdora nao diplomática,
lunites, de liquidação, etc atarem de uma questão de
enviadas (§ 103) pelos
Paiz a um soberano on anvc 30 co,'Porações de uni
circumstancias extraordm aH100 ÜStraPgeiro,. em certas
fehcital-o em alguma " com o’ P°r exemplo, para
classe se deve co m p re h e n rW la0 so,emne- Na mesma
envia a um Estado pari , V, as pessoas que um governo
ou conferencia scientifica ■a?Sl^li.r a algum congresso
n . Go<" quanto o Dire ?nVi dSStrial> etc-
uada tenhão que ver nromdas Gentes ou a Diplomacia
e »em estes tenhão ’0 ditèbn ^nte 00m taes enviados,
a e prerogativas que eomn ! ° Prettínder ao ceremo-
maticos, tem-no, comtudn ? e? aos m >nistros*diplo-
rt Os&cônsules °aç^es impõe.6*'188 dlstincções’ (í Lie a
ou servem subord?n^a% Cp°nnfaul'es» d 110 os substituem,
m e^?n0 rim p ortancia são áop ?os mesmos em lugares
praeao e? estabelecidos por nm tGS Prin c iPa 1men te com-
auvíiin 1e 0utra a bem dnJ0* ,naçao nas cidades ou
nompi d° Coni,nercio e m,\ ln Cresses, protecção, e
Quaín ío 6 dos «eos subdltnQe8aça° W l l a W * c ~
alémd v 1 m odoestejào ^0lllPetein-
aieni disso. C om noi(,ne» '~ res|dão,
- ou ■ <

deirnc o as de seos cid-idãne ’ i •Irc‘ tos» arrecadaçí


procurador presentpS ahl fallecidos sem Me
todos os actosdo estado rilu eí ervemde tabelligese
ao cmI daquellas. Essas attr
79
m . , nnQnc s e c u n d o a le g is la -
b u içõ e ssão mais oa menos c. n , ncem, e s e g u n d o
çàode cada Estado a qu e,ell f * ^
o s tratados, e especialmente as . assu£ pt0 podem ser
entre elles existentes. ^obie nutros os A v i s o s do
consultados entre nós,;alem de out oia d e 9 de
Ministério do Impeno de 7 Je J Novembro de 1850,
Novembro do mesmo anno, • , i85\, e as con­
o Regulamento de 8 de Nof?«nJb.o $ « £ s-naç0es.
venções consulares que tem ■ d nomear e enviar
O Estado que tem o diicuo e de receber
ministros das diversas c ^ ss^ , determinar aquetla em
os destes, tem igualmente o ^ «Jrtermm ^ # que
que quer que elles sejao conmdetados^o njimer0j quer-
os envia, assim como o de ' ( c ôrle onde os
no seo corpo Diplomático, quer em cana
acredita. . norém, depende isso
Quanto ao primeiro pont . 1 ° a que os ministros
também do modo pelo qual , ‘ ia ein que os deve
são enviados julgào da ea n gerajmente entre as
receber; e o uso estabelecido geu enU,e si nlissoes
nações, exige que aquella 1.mcamente ministios de
permanentes enviem-se 10 a0 ^ admittido que os
catbegoria igual; assim coi 1qs Estados que gosao
enviem de primeira classe ‘ nos diz o compendi
das honras I\eaes, pelo que, con o ^ c&be ministros
(§ 105), nenhum Estado desta mbora reinantes, nao
dessa classe dos príncipes 1 «equenas republicas,
gosào de taes honras, nem da. ! I também «ao
Estados semi-soberanos, e, po ™ ’
lh’ os envião senão de classe & elle fóra de
Qnanto ao segundo ponitr ( ^ alm; ente, corno lhe
contestação. Cada Estado t em cacja corte um
apraza, ter um corpo diplon c _ ’ nllmeroso, o que,
legação, de pessoal mais ou a ag mais nações,
aliás, a nada de semelhan côrte mais de um
Pode, pois, cada uma envia * negocio distincto,
ministro, cada qual encane»«- Q e com poderes
ou todos conjunctamente d -tados para cada um
iguaes ou diversos, plen^s ^ ministros, como nos diz
na sua especialidade. Estes j da mestna classe
Kluber (§ 185) podem ser então to °^contece algumas
ou de ciasses differentes. t - ’ ia vários ministro,
vezes, não só que um Estado eu
80

juntos a uma mesma côrle, mas também que uma lega


ção já existente é augmentacla com um segundo
terceiro ministro. m
Envia-se também muitas vezes ao lado de u
ministro ordinário um enviado extraordinário, ou un
ministro de primeira ou segunda classe junto a outi
de segunda ou terceira. . ,
Não faltào, entretanto exemplos, com o nos diz ainu
o citado autor, que governos tenhão recusado recebe
ministros de primeira classe simultaneamente envia­
dos, assim com o em outros casos tem sido elles expres­
samente pedidos ou estipulados.
Taes casos, porém, de nom eações de mais de un
ministro simultâneos, ordinariamente só tem lugar or
para felicitarem um imperador ou rei no acto de sua
coroaçào, ou assistirem a outras solemnidades de igua
natureza; ou íinalmente paia fazerem parte de una
congresso ou conferencia internacional em alguma
còrte ; e neste caso, com o já anteriormente vimos, taes
ministros não são particularmente acreditados ante
essa ou qualquer outra côrte ou governo, mas sim ante
o proprio congresso ou conferencia a que tem dc
assistir.
L IC Ç Ã O XI

t s mi8s°es diplomáticas , e suas diversas especies; missões secretas e seus


respectivos agentes ou emissários. — Das credenciaes , dos plenos
p oderes , e das instrucções dadas aos ministros , rosos em que estas
podem ser communicadas. — Seguranças para os ministros que
seguem para sua missão. — Deveres dos mesmos á sua chegada nos
paizes onde suo acreditados; e audiências que lhes sito devidas. —
Da etiqueta em taes occasiues.

§§ 107 a 115

Missão diplomática é a incumbência dada otficial-


jnente pelo soberano ou governo de um Estado a minis-
lr°s, que envia a outro, de ahi tratarem dos negooios
pu questões de seo interesse publico, ou de velar sobre
^ protecção ou promoção de seos direitos nacionaes ou
de súbditos seos.
As missões diplomáticas podem ser de differentes
especies ; ellas podem ser extraordinárias e especiaes,
eu ordinárias e de caracter mais ou menos permanente.
Emas e outras são, em geral, ostensivas ou publicas,
mas podem também ser algumas vezes secretas ( § 107),
classes estas que pelas suas próprias denominações
sufficientemente se definem, e se distinguem umas das
outras.
.As missões extraordinárias ou especiaes são, ordi­
nariamente, confiadas a ministros ad hoc , e de primeira
classe, e as mais podem sebo aos desta ou aos de qual­
quer das outras classes. As primeiras fmdão desde
que se realiza ou se malogra o fim ao que são destina­
das; as mais durão indefinidamente, emquanto os
direito DAS RENTES f • 11
S2
Estados que as envião e as recebem mantem entro s i 1
relações que as determinão. . . a
As missões secretas são confiadas a emissários
agentes de particular confiança de quem as envia, P
tratarem de negocios importantes, e cujo bom ex
possa depender do segredo. Taes emissários ou agen^ ^
não fazem parte do corpo diplomático da nação q ue ^
envia, nem tem direito ás honras e immunidades p
prias dos ministros públicos. Entretanto o Estado q
os recebe sendo conhecedor de seo verdadeiro destjj ».
deve garantir-lhes inteira inviolabilidade, e facilitar*111
todas as mais garantias necessárias ao desempenho <•
sua missão ; devem elles, em summa, merecer do sou
rano ou governo desse paiz todas as consideraço
compativeis com o segredo de sua qualidade (§$ 1
e 100). Como bem observa o compendio em not »
outros favores mesmo mais especiaes lhes podem se
concedidos, principalmente nos Estados menos p°de-
rosos a respeito de ministros de outros para com °
quaes entenda dever ter consideração mais particuiai,
taes com o o da isenção da jurisdicçào territorial. Aim
dos ministros ou emissários propriamente secreto
pode algumas vezes um Estado receber pessoas seu
caracter publico enviadas a tratarem perante elle oi
seo soberano ou governo de negocios internacionaes,
ou em simples missão de ceremonia, por outro Estado,
do qual, por qualquer motivo, não queira aquelle rece­
ber actualmente ministros legitimados em forma, com o
nos diz Kluber § 249; do que ha muitos exempl0^
segundo nos attesta este mesmo escriplor em uma «o
suas notas ao citado paragrapho, sobretudo durante a
guerras da America, e nos primeiros annos da revom
ção Franceza.
Nada disto, porém, se entende a respeito de eims
sarios ou agentes secretos de um Estado, que se ap1’6
sentem em outro, incumbidos de alguma com missão
politica ou de qualquer especie, cujo fim seja occuUO
ao governo deste. Taes emissários ou agentes mm s
não podem ter o direito de pretender a quaes conside
rações ou favores desse governo, mas até podem
por elle expulsos de seo território, si tiver razões pa«'il
suspeitar de suas intenções, e de punil-os, segando
suas leis, nos casos em que elles efíectivamente tentem
83 .
• . •» suíi dignidade
ou commettão qualquer crime cot * ^ al]l ,nacninem
nacional, ou contra a sua boa emissários, em ulli-
contra qualquer outra nação. ‘ de governo a governo,
maanalyse, desde que o nS° s«1 . . * s llas respectivas
nada represenlíio nas relaçoe^ .»e9 () Direito intei-
uaçòes; nada tem que v e l m n0i tanto ser tratados
nacional ou a diplomacia; o d Pn(jo 0 seo procedi-
como simples particulares, o segunu
mento. . .. ainlomatico para como
Todo o ministro publico ou dJ 11°™. gliaS funeçoes,
tal ser reconhecido e recebi ,» * nelle das honras e
no Estado a (pie ó enviado, t. b cler c missào, deve
immunidades inherentes ao sm0 munido de m
apresentar-se ao governo do ou governo, d u »•
titulo ou documento de seo s^ )1e f‘ ” 2cionar ; titulo 011
gido ao daquelle onde ^ "^ .f^ n lon ia lica tem o noino
documento que na linguage crenÇa (littera
de - credencial - o 1' classeB a c r e d e n c ia l
Para os ministros das lies P'1 , .a*n0 oll cbele do tes
é assignada por seo propiio nome ao soberan
pectivo Estado, e dirigida em ^ classe a0 menos na
governo deste ; para as de u mesma sim pies ment
maxima parte dos c a s o s ,5 ,rp das relações exletio *
assignada e dirigida ao m'u pe|0 ministro respecU
ilo Kstailo a que Sil° ef" ' ’ ..
clesto ( § 1 1 1) . oeral <1« missão, o “
A credencial fixa o ol ® ^inda o ministro pedo ao
o soberano ou governo q re(jitado, que preste t - •
daquelle ante o (lual elle o c o mo seo represe
fé ao que elle em seo nome, e cu
lhe disser. moendio, éou contem * I
Como bem observa « l pomente Para ®sla abiliU
um pleno poder * (lo ministro, e nao 1 iucS
o caracter representativo ne«,0c»açées »»1 ,
só por si, para tratar de ceUas " KllorígBÇl*, ou
e de certa ordem, que car livos governos, f°.',Ul(i0 d e .
res especiaes dos l( í?l , ,i,iacâo de uni tia > . . )ft'
exemplo, as relativas a ra os quacs os jm *
alliança, de paz, e outro »1 iljVa e especial, I .
devem receber commis documento desifiu ‘ nq
dada ordinariamente em . ina\ pode set tambe b
o nome de caria patente, a qual pou
ou especial.
nr dir d to
84 'll l i i l r .

Digitalizado pelo Projeto Memória Académica da FDR UFPE

Os plenos poderes ( § 112) pelos quaes os ministros


são, em geral, autorisadosa tratar de todos os negocios
ou interesses publiccs de sua nação confiados á sua
apreciação e cuidados, diz-nos WÍieaton, que devem
ser inseridos na sua credencial, mas que ordinariamente
lhe são conferidos também sob aquella forma de carias
patentes. Em todo o caso, com o observa o compendio,
devem ser elles concebidos nos termos os mais amplos»
embora possão ser mais ou menos restringidos nas
instrucções que aos mesmos ministros sejão particular­
mente dadas, por seo soberano ou governo, quando
seguem para o seu destino.
Os ministros enviados a um Congresso ou con fe­
rencia, em geral, não são munidos de credencial, desde
que não são acreditados propriamente perante o governo
do paiz em cuja corte tem de funccionar. Taes ministros
são munidos somente de plenos poderes, consignados
em cartas patentes, das quaes trocão os seos membros
entre si copias authenticas, ou são as mesmas apresen­
tadas ao presidente do Congresso ou conferencia a qne
tem de assistir, ou depositadas em mão de uma ter­
ceira potência mediadora, se de caso de mediação se
trata.
As instrucções que de seo governo recebem
ministros diplomáticos ( § 113 ) quando tem de seguir
para a sua missão, são-lhes dadas para a sua pessoal
direcção no desempenho daquella. Não podem, nem
devem as mesmas ser communicadas ao governo ante
o qual sao elles acreditados, a menos que tenhão tido
autorisaçào expressa de seo governo nesse sentido ", o 1'
quando esta se acha implicitamente contida nas rnes-
? u dnalmente, quando sob sua propria responsa­
bilidade o ministro entende que deve, no interesse de
seo pi oprio paiz, ou de sua missão, fazel-as conhecidas
daquelle in extensum ou parcialmente. Fora destes casps
o ministro, que taes instrucções revela torna-se infiel
a seo governo, trahe os interesses de sua nação; 0
exigil-o o governo ante o qual elle está acreditado, seria
uina pi etençao de todo inadmissivel, e altamente atten­
ta toil a da dignidade, independencia e soberania do res­
pectivo Estado.
Demais além daquellas instrucções, que nos sobre­
ditos casos poderão ser communicadas, outras podem
85
haver, e algumas vezes se dão, d^sejâo d e n ^ m ^ a
absolutamente reservadas, sobietud 1 difficeis,
de negociosou interesses mais impoit ge majs
que pela publicidade daquellas possao t ^ egpeciej
complicados ou malograi se. L m uberdade a
que ordinariamente se expande, n 1 ‘ ou que se
duplicidade dos governos dispostos a ma. fc• g ? e ou
sentem fracos quanto ao dneito, 1 da fran.
quanto ás pretenções a que visao, e que a luz cia ru
queza e da lealdade poderiao ser j J 1 destino
Um ministro, que tem de paiUi para o seo u ^ _
se ha paz entre o seo paiz e aque segurança
cer suas funcçoes, nào precisa \ passaporte de
durante sua viagem, mais do que (.0nhecido o seo
seo soberano ou governo, que faça .ou ec u
caracter, e deve garantir-lhe » ^ eniro os
que tem de atravessar , si, porcni , ’onde elle tenha
dous paizes, ou em algum tu ce 1 ieve -ir munido de
de passar até chegar ao de se0 ( e ao ver no do paiz onde
um salvo-conducto do sobeiano território possa
reinem as hostilidades, para que no seo ten ^ ^ de
o mesmo ministro transitai o - inimigo, ou de
soffrer alguma injuria ou oftc j- da gUerra. Isto
qualquer dos belligerantes no marítima,
lem lugar quer na guerra de9tino pode
em que o ministro que sc ü 1 • Estes casos
encontrar navios de gueria c ^açào em guerra
verificào-se sobre tudo quai pnV*n r .[he um ministro
com outra tem necessidade d ‘ tr0 accôrdo possi-
para tratar dc paz, ou de cI«alS i v o à n>esma guerra,
vel em taes circumstancias, <■ da mesma.
ou a quaesquer actos ou ope ^ n . Savel, e deve
Tal salvo-conducto e eríl; „ahistoria das rela-
garantil-os; mas infelizmente, h‘ 1 .QS de serem os
çòes internacionaes nao raios -1 vezes pelos pro-
mesmos desrespeitados e ate t g " indigna, aliás,
prios que os tem d a d o; perfídia odiosa e u * ime
de nações ou governos quo s P“ e egtjgma da
uaquelles que a praticao, o nem m
deshonra. pnfiP mm de exercer
Ao chegar ao lugar ou cor inistro notificar sua
suas funcções (§ H 4) deve exteriores do paiz.
chegada ao ministro das lelaçoe *
8b

Esta notificação, porém, sc faz de diversos modos,


segundo a calhegoria do ministro que tem de tazei-a.
Si este é um embaixador ou ministro de primeira ciasse,
tem eila lugar ordinariamente por intermédio do secre­
tario da embaixada ou da respectiva legação, ou P°
outro empregado desta, que faça as suas vezes, o qua
apresenta ao ministro de estrangeiros do paiz copn
authentica da credencial respectiva, e pede ao mesm
ministro em nome daqnelle uma audiência especial oo
soberano, ou chefe do Estado para a sua recepção, u*
ministros, porém, da segunda e terceira classe, fa^m
a notificação de sua chegada por carta dirigida^aquclm
ministro de estrangeiros, e pedem-lhe que recebào as
ordens de seo soberano ou chete do Estado, afim de
recebel-os em audiência, em que terão de entregar-me
as suas credenciaes. Os simples encarregados de negó­
cios, finalmente, que, na inaxima parte dos casos com o
já dissemos, são apenas acreditados perante o ministro
de estrangeiros do paiz, dirigem-se a este também P°*
carta, pedindo lhe audiência sua para o mesmo fim acima
dito.
Os embaixadores, e ministros de primeira classe
( $ 115) tem direito a uma audiência publica do sobe­
rano ou chefe do Estado, antes de entrarem no exercício
de suas funeções, embora não seja ella indispensável
para habilitai-os a isso. Outr’ ora a entrada em func*
ções dos ministros desta classe fazia-se com grande
solemnidade e apparato; hoje, porém, não está iss°
mais em uso, e são elles recebidos pelos soberanos ou
cheíes do Estado com o os das mais classes, em audiên­
cia publica ou privada, na qual uns e outros lhe entre-
gáo em original as suas credenciaes, dirigindo-lhe om
breve discurso accommodado á oceasiáo, de pura cor-
tezia, exprimindo protestos deamisade de seo soberano
ou governo para com aquelle e seo paiz, e ao qnal 0
mesmo soberano ou chefe do Estado responde com
outro discurso ainda mais breve, e no mesmo tom d
•amisade e cortesia.
Alérn dessas audiências mais ou menos solemnes
que os soberanos on chefes do Estado dão aos diversos
ministros a sua chegada, e que se repetem, de mo(
analogo á sua retirada, quando esta tem lugar cm_ 1(31
mos umigaveis, e das que em certas occasiòes são d
87
eslylo nas relações diplomáticas, outras podem ser
concedidas aos ministros de qualquer classe em circum-
stanciasrou para fins particulares, como seja, quando
elles tem de entregar-lhes em mào própria uma caita
authographa de seo soberano ou governo, quando em
nome deste, tem do apresentar-lhes as insígnias de
alguma ordem honorifica, uma felicitação, condolên­
cias, ou tratar de negocios relativos ás pessoas ou famí­
lias dos mesmos, ou finalmente de quaesquer outros
interesses ou direitos em que julguem conveniente
entender-se pessoalmente com elles, sem prejuízo dos
modos regulares de realizarem-se e resolverem-se as
negociações respectivas.
Segundo cs usos recebidos geralmente entre as
nações civilisadas ha certas exigências de etiqueta que
os ministros acreditados em uma côrte devem obsetvai
jã para com as pessoas do governo do paiz, ja este
para com elles, e já finalmente os das diversas nações
entre s i ; praticas que, como diz Whealon, pertencem
mais ao codigo dos costumes do que ao das leis, mas
cuja inobservância pode originar sérios inconvenientes
no desempenho de obrigações mais importantes dos
mesmos ministros ou dos governos nus suas relações
com elles. Pede mesmo o seu menospreso dar lugar a
contestações ou conflictos desogradaveis entro as res­
pectivas nações, do que poderiamos citar exemplos,
taes com o a grande disputa que houve em l/al) entre a
Rússia e a Prússia sobre o direito de comparecimento
de seos ministros na côrte. ttpr
Além das solemnidades e honras que ‘lôvem sei
attribuidas aos ministros em suas rec.ePC»es a f,"?
chegada ou retirada, de que temos ja fatiado, t 1 ]
detalhes nào entraremos, é de rigor que o mm * ®
depois de apresentada a sua credencial e de e ‘

ministro visitado deve reiriouu -


praso curto, faltando a corlezia diplomática, 1
que findo tal praso náo a tenha feito, sem motivo p
roso, a respeito do qual devem ser dadas tnco>
explicações satisfactorias. Ui
Estas visitas sào feitas em uniu ?rderii regrada ja
«egundo a classe a (pie pertence o ministro diplomauc ,
V „

f já flnalmente seguido a°eürt0 qllal elle 6 acreditado,


taes visitas tanto mais indi«nUeta n®ste ad oPtada- Sa0
depois delias feitas rerin»v!^ensaveis’ (]ue é-som ente
estrangeiros residentes r i Cí!mente, que os ministros
caracter diplomático *aiz se rec°eliecem em seo
L ic ç Ã o xn

Pm •ogativas dos mmisl «


pessoal, sua cxternloiial ad : {os p e s s o a e ^ . uU (\e su n s
e seus cffeito s; msencuo iu de sua restan
moveis. — Imvnunidades . sfaS inadn/llSSV 1 *
le g u ç ò c s . - Direito fie asf/to n e m
*
§§ \16 a 121
• c (je QU&6S*
Os m inistros pú blicos o u ^ ^ 1acrea i U ( J o ^ ^ ^ j
uer classes, n cs paizes o ^ ^as Qente* .
i segundo os principio*. do ^ % lm ente
pplicaveis a tal assumido, ] P j e polos por­
ias Gentes positivo ou con d icim ^ § 110), de W _
nente admittidos enlie as C (i0sde (l"e ®1 [. n1°odo
antes e elevadas Prer°SanUV0f são de d ^ P e' sna„ em
ui como taes se annuncw mento ern 1
iomo taes reconhecidos, ate ao mo QU
lo respectivo territon o. (p versas P,el °^'Ame aeral
Ao complexo daqnellas dm ;,om#lica,onomeB
p revilegiosd á -se,n a linguagemtu differentes ®.8í ! ^ 0B,
de immunidades,as quaes - mesnioiU' ^
referem -se já as pessoas e acWB d o , , g . d » . ^
O de outras que lhes sa oertenceutes , c 0 mo
cousas ou bens aos m esm flrí}rritoria lià ^ e ^ ^ „n o ô r-se
todas da a cçã o jurídica Ja « ^ o n B i s i e e » de
]a em outra occasià o diss nle no te gtran-
que taes m inistros estuo effecliva no de pB» es
sua nação, em bora realmente estej F. >-
DIREITO DAS C.ENTF.S
gçjpo 0 00

sob a immédiats
no, e das leis de sno e Seo ProPrio soberano ou
, . A primeira d»n.?5iSUa palria-
famfnPessoaI Oue aos d?tnsPrei0ga**vas ^ a inviolabili-
dos mo C0mitiva, e e,n' î°® "J'nislros se attribue, á sua
sua missão*-'1-16 lenh!'° relacâo rnSUa Legaç5° ’ e ,aclf
sovem ; S1° > ,nviolabilir^r?1Çao com 0 desempenho de
reconho d,° Estado ondL den que pel° soberano ou
on emhflda e garantida com GS servem, deve ser-lhes
contrà a J*Ç0S' Que se m?? ía Quaíquer injuria,offensa
seoslraartnJ,- nidade dê sua 5 i ° 88a diri« ir ™ suscitar,
Attenta pessoa °u independencia de
i n ^ f í f 6 desse8 ministros J?es^üas» independencia ou
deradn exercicio de suas ? desacatapos de qualquer
crimes
crirnoc oV
n .e,l ',e- todas
l°das osaS nap/
ntor Unc^* ets,
s, sao
sào actos consi*
consi-
ellac -graves ; e elles
eiias graves ; eelles podem°eS e®
uem, comCu,tas» como factos ou
factos
Cu tas» como ____ ou
quer nSnfí08 c °nflictosP e m l C° m effeito originar entre
agentes* enf a Parta directam™0 guerras declaradas,
ciliares ° U ^unccionarios so r|ente dos governos ou de
modo e» ,!uand0 aquelles quer de sifnples parti-
C h i » nâo pu^emrn f nSo de
Turqnio n.^açao desconhece L ? S se.o s autores. Hoje
em Con í ? ° Prende mais nn * le Pn n c»Pio ; a própria
rompe i l ' 1" lnoPÍa os mini f 0 caf te,Jo das sete torres
d<* s L s ? Uerra>como nn°Jti-°S daq uedas com que
K' rnesmo°naS ao pa^grapho 1 ° com Pendio em uma
nos câsn« preaente mente uso ■ ? que nos occupamos.
para a rPr da, decIaraç3o de adoPtado entre as nações •
!cn -lor e0t,rada (I° S " S S i 8 t t e ^ praS0
. KntretonIo , , -. . " aÇa0 ,n,,mg*> do se°
i a b i l i d a V e f<actosde1flagrante'-a fôes inle™acionaes
quencias rml r ao lllesino tem,?ie mlracÇào de tal invio-
t0s.eaic» r í p 'l' Verào- Ainda em ? as desastradas conse-
;,iJ guerraetlhvn d a,gunsdelles c ! ? 0* nao muito remo-
'PPe li 0()r , ea Bélgicaea jtpened,erâo laesc°na°: 1«°°
qnella, Maio.. ?Verem sido nes?Panha,no ternpo de Phi-
Çnveneriado^ 0tí2üs de Vergue ò ! ’ ?? enr>baixadores da*
durante doiU •?, ‘SegUndo°sui)niiLe 4'[ 0,lligny, o primeiro
dH|p eri) |a.V) annos, dos portos ; e 2 ' ° ° bloqueio,
* a c°nquista e L l ua Argélia, e no Pm
e ,ncorporação desse paiz A
91
^rança, por haver o respectivo Dey, em uma occasiao
olemne em discussão com o cônsul f rancez, Mi • a*
aat‘do com seo leque na face deste. Si essa P ecad a
de leque não foi o motivo unieo ou principal de <
n°taveis e graves acontecimentos, foi, em todo o caso,
a sua causa occasional ; e muitos outros casos seme-
lantes poderiamos indicar, devidos a causas a na iogas.
Uevemos accrescentar que para serem essas utten-
Sas como taes reputadas, e punidas, é preciso que no
acto delias se veritiquem as circumstancias que o com ­
pendio nos indica, isto é, que o culpado conhecesse a
9uÇm offendia ou o seo caracter; que seja elle sujeito a
Jnrisdicção do Estado onde se deo, e a cujo governo se
Pede satisfacção; e que aquello que soffreo a oltensa
nao tosse injusto provocador da mesma, por algum ac o
011 procedimento inconveniente ou offensivo con u
anuelle.
A inviolabilidade assim reconhecida e garan ida
ads ministros e mais pessoas a que ella se esitn
,2*lhes indispensável para a sua plena segurança, e me e-
Pendencia no desempenho de sua missão , o o u <
c°psequencia lógica e necessária da soberania de seo
Pa,z, em cujo território se os considera; nao e um
nioro tavor pessoal, ou um dever de simples deíeiencia,
°u cortesia para com elles, ou para com a sua naçao.
... Si essa prerogativa deve competir igualmente aos
ministros de uma nação enviados a outra, no tei 11 omo
Je uma terceira por onde passão ou accidentalmente
sfcjao, é questão que tem sido debatida entie P
pistas, em presença de factos que a respeito
nos ministros em taes condições tein sido P1 ’
^este numero são os assassinatos dos emU ‘
enviados a Constantinopla por Francisco l, rei i e «• - »
em território dos Estados do imperador Cai los \ ,
Caso do Barão de Grotz, embaixador da Suécia pie*
ao passar pelas Províncias Unidas da Ho 1landa o ’
« requisição da Inglaterra, contra a qua#havia c i
,amado uma conspiração em Londres ; e o f .
c lal de Beleville embaixador Francez enviado c *
em 1771, preso ao passar pelo Hanover, G om a
Para a Inglaterra, que estava então em gue <•
Mas, afinal, a doutrina mais razoavel, e mais goud*
p o r ! S.lr o q u e a1'?«0? 0 ” 0 ' 8 » e df J e v 6 ° fíÍ‘C Ía I 0 U P ° 's i t i v a s e Ía
Uai-p>arte do fJo v í U Sidv° de »nrj,)ur etfecí ivamente o
L n f:Ce seia°Mi,no do paiV , a ,a ,nJur,a ou offensa
íhnt íent° SdeIi> j!? ,ndisPensavf!?de Se ac,íe> nâ0 nüS
*nuíi<iU(; lei,lni cuni^°S e de boa íV»eí í,ura um governo de

o b j e ÿ ^ » '0 >mn?un - ^ “ S U?plomatCÇàu (lil

h î z ° n. d e sào
J r » . e II9 )a de <!"« trata o
seos h Jeitos a Qu itados* Elle* n?ao de »"Postos no
sào , r ens moveis Csr? üe** nuno^i nao Sao» dom effeito,
d b p e n * » * * 8: Ö0 8 d« ? ost<* pessoa»« os
03

acceitavp|S a doutrina, á primeira vista, pareça pouco


plausivpi ’ Pensamos com tudo, que assenta em razão
de taes m G Ser admittida ; porque si a introducção
Uso rf0 »*ai tílc*d°ria 8 livremente no paiz, destinadas ao
P °díra 7 n *3°i 6 sei ^le prejudicial ou perigosa, não se
mente nera' ef ^ tí,Ue sl,PPór o mesmo, quando simples-
cujo crifo .rtu t,í^a’ P01' excepçào aquelles ministros, em
vuda se deve confiar, e em attem;ào á sua ele-
\la Çã0- e caracter-
actos oÍ^ ? 8 *mP°stos ha, porém, de que estes, e certos
Puda»/in i ns seos>nào são isentos, taes como — os de
de selloi l)orte de cartas, os que se exige sob a forma
que tem ’ri estamPdhas nos documentos judiciaes ou
nistratiV. 6 ser aPresentados ante as repartições admi-
uào » 0 ,*as ou dscaes, eoutros semelhantes. Finalmente
*°s os | lt0 ta!nhem de isenção dos respectivos impôs*
suào n o enS immoveis> q Lie os mesmos ministros pos-
du Slr Pa!z °om o proprios. Mesmo em relação á casa
P^niiinVi6 i enc,a 0 11 de Sl,a legação, a que as suas
Kluber Ua. s se atendem, dizem o compendio, e
dirçjto n? ^ “^7, que delia se devem talvez exceptuar os
que S 5 do contribuição e de jurisdicção territorial, a
Variào °. SU^e^.0S. no Pa,z os bens daquella especie.
nosso as opiniões a este respeito, mas a
çào Se nao deve a casa do ministro on de sua lega-
senào i ü,sPensada daquella contribuição e jurisdicção
° u um CaS0S em ^ue ^ Pro.Priu da mesma legação,
Estado • )em do dominio nacional de seo respectivo
seria nr’ bu,que aliás a sua isenção dos mesmos não
trus' j.1opnamente concedida a este on a seos minis-
Perdei;as atlles ao proprietário particular daquella, e
È’ C|u a o s e ° caracterde favor ou direito internacional,
niente ^ ^or^,n’ Que tudo isto dependerá principal-
c°nven‘ ° ín°d ° pelo qual as diversas nações entendão
c>dade lente le^u^at assumpto, sob o pé da recipro-
A„
°ü do casas ou residências dos ministros diplomáticos
varej0sS *e8aÇões não são, finalmente, sujeitas aos
buSc.a da policia, ou a quaesquer outras diligencias,
exister i ° U aPPrchensão de quaesquer objectos nellas
seja " T V 01’ Parte das autoridades ou justiças iocaes,
°U tGll, a tór o direito que sobre os mesmos julgue ter
la qualquer particular ou agente da autoridade
94
publica, mesmo a titulo de contracto, ou de
delle resultante. Taes questões que podem imP oU
serias consequências entre as nações, pelo ciesal b(ji-
prejuizos que d’ahi lhes podem provir ou a seos s
tos, só por meio de reclamação diplomática gc?vidaS,
a governo, podem ser convenientemente resoiv \
quando não estejào ellas de modo claro e positivo 1
ladas na legislação dos paizes entre os quaes se
citem. n0
A este respeito explana-se longamente Wheaim »
tom. l.° de pag. 203 a 217, expondo a discussão na
sobre um caso dessa especie entre os governos
Estados Unidos e da Prussia. i r Vide
E’ claro que, em rigor e salva a inviolabum _
pessoal, como acabamos de ver, todos estes d b eil°
prerogativas que se attribue aos ministros, nao Qg
lugar senão entre o Estado que os envia e aquelle «lue qU
recebe. No território dos mais por onde Passetra)
onde por qualquer motivo esteja um ministro de ° ul ’
é este tratado como simples particular, embora i
occasiões em que elle se apresente na corte se lhe Wv
distincções e se lhe deixe gosar de algumas Prel’^ oS
tivas que em regra não se concede senão aos minis t*
acreditados, não se considerando senão como aetos
cortesia e não de Direito das Gentes as attenções fP
se lhes dispensa então. m
Si se trata de um ministro acreditado ante u
Congresso de Estados, a questão de saber-se se elle t
o direito de pretender ser tratado com o tal por ca .
um dos que do mesmo Congresso fazem parte, 1
Martins §246, que deve ser afíirmada, na g e n e r a l i t y »
• salvas as excepções que podem resultar das circuu
stancias. ,
As immunidades e isenções de que gosa a casa '
residência de um ministro diplomático, ou da sua ‘e*\e
çào, não iinportão, comtudo, para este o direito o
proteger o%abrigar contra a policia e justiças doP^ ’
qualquer pessoa ou criminoso, sujeito á sua jurisdic*
territorial, que alli se refugie contra a perseguiç a 0
deligencias daquellas. . e
Este direito, outr’ora mais ou menos usado eni
as nações, sobretudo da parte das fortes con li'a 1l0.
fracas, e de íiue muitas vezes se abusou de modo ciam
95
IOSO To11<1
civ ilis a d /'SeT?era,mente a^ ° ^ ° entre todas as nações
*°caes a . vem.,. ..em taes casos> as autoridades
Se° <7 0vp,?Ue íaes diligencias compitão, por si ou por
cuja &resj \no' .refinisitar previamente ao ministro em
entreea
Entregado f, ncia ou legação o criminoso se acoita, a
exterior
eXterÍor n mef,mo~ 5 podendo, em luuw todo caso, tomai
lumai nu
Slla fuea o . e a ^naesquer precauções para impedir a
m e i o s >eercando*a de guardas, ou empregando outros
çào fpifnSSe , aclequados. Si, porém, a sua requisi-
geral Me,nJ. .ev^ a forma, é desattendida, pensão, em
fazei-a AJf-u ,.lcistas fine ellas podem usar da força para
legação n ectIva’ ,e penetrar, afinal, naquella casa ou
intimarrLara ,ea" zar a Ppisào do refugiado, mediante as
que em fS> 6 ‘ormalidades. moderação, e deferencias
resPeitar laeS casos sa0 indispensáveis, e o dever de
rior cjnr C?,m 0 n?a*or escrupulo tudo quanto no inte-
Panpio 5 Ue as exista, e sobretudo os seos archivos, e
* respectivos.
exemrfi !aCtOS ^esta ordem ha, realmerite, innumeros
nos inrr ní s annaes da Diplomacia, e alguns delles
Porém ICa Iviuber’ tom i -° § 208 n ota(e). E’ certo
nelle h’a ? Ue/ ta^ Pr°cedimento, por mais cautelas que
lado dpi <J s®mPre mRl visto e difficilmente suppor-
tr°s 1]| as nações poderosas, a respeito de cujos minis*
jülgâo p. Se, ver|fiqne ; todas mesmo, mais ou menos,
dignirio i taes circumstancias, compromettida a sua
bmdade nacional.
proced b°*‘S’ toc^a a prudência que só desse modo se
justifip »ern casos graves, e com razões plenamente
verdaq3-IVas* ^ r a delles, e sobretudo, quando não ha
l^gacàn lra “ W ncia, si o ministro em cuja casa ou
Pode n Sf reblg i°Ll nm criminoso, nega a sua entrega,
r®clam11 i ve 0 g °verno do paiz dirigir-se ao daquelíe,
d e n ci'?n - ’ P°r via diplomática, a necessária provi*
Para ?'* e b Precis° suppór-se este bem pouco razoavel,
e dp»/í<iCeiar' se fine recuse ao reclamante a conveniente
?atisfaÇão.
asvio .uo em summa, admissível aquelle direito de
f o à f l i f i n e , c o r n o nos diz o compendio,si a extern•
fine n ministro tivesse tal extenção, o criminoso
achar Sua residencia se asylasse, seria reputado
não } Se e.ni território de um soberano estrangeiro, e
haveria então direito á sua extradicção* senão no
c a s o d e e x is tir t 96
Qntro os (Í0l,s
serfãoálfam 10008 ^ c t ^ a u n 6» r»ospeil0
Estados m,e nleoífensivos i Qní r,0l?,nna autorisaria,
maior info a Pral|ca da i„c,So^eran,a e segurança dos
e,n s [ ^ e cio deter f e,n «eral, Q™ é do
*peitar nas mais D;t°das as nações manter
L.ICÇÂO XII»
' . ..

enrào para os ministros, ^<ÍS *f-Jjfq ja n lo ?íijoÍo.


casos a que ellu nao se app 0V01S ; da ) ur\5^ .Á o do culto cr l
excepç.ào a respeito dos u r e \nção a o / f e‘' , co m H iv a 1 K
termos. - I o i o i n o i d a d v e m j ^ ^ á famdia e
— Taes isenções nppheao-si,
nistros. . -

t r p r o P > i" n a C à o ;
_________ , em terriiorlo j y j gW o m ° £
0 elles sujeitos as l e i s ^ A l é m d®S:|lgtiflcao este
cedentemente teinos natural <lu e . ^ is t r 0 por um
as do Direito das G e n te s^ de ulll ininis^ V conlo
ncipio, o facto da en outro, ®cll pnlre os dons
;ado, e de soa recepção Por ao taCiU onlt l(ne ,a
. Wheaton, a uma conv& ^ iBençao» con inorto
»»eUe sentido. E n t r a m e s .^ de t
»
98

acrediíeSide seo acî™iuidos a exercer as


ditados. í ‘ 4 ante cu jo g o ve rn o são
vU a n to a isennàr» ^ •
as'uiu^8 l,Mlitaç^es a fazer-spÍS(ÍÍCÇào civd ha tarobem
e laes SeJão as nnP ’ne ,em 5!00 são concord es
desta n a u lo res de D u e .in i °»S ,n d *c ào 0 com pendio
esta rnatena, a saber • " ^ n a c io n a l, que tratão
hm relacàíi
aiúo'riri°u podeorl submetufi^CÍ ° S contenciosos, que os
tariampío68 ou tribunaes locaf P* ec,í,Çào e decisão das
suã com, ®» Parles «nte 6Um ! ’ Cunsti^indo-se volun-
^ P e t e n c ia . ei|es, e reconhecendo assim a

acredu"Í?‘ r,0S’ />ue sendo súbditos


« sua Ä 08’ com a reserva h ’ só len,1;*° sido com o
rx ,! fc r„r 'Sdlc«à° ; Si, porém ?e, c o n tin u a re m sujeitos
isso ta ,n i" ente na occasiào <ipta le s e rva "ào foi feita
dos no s,', í'HU,"a e o n ve n c â o la 8,u a recePÇào, Im porta

9ueísegundo \vS° d° E "ta<*o o n d e ^ GSt5° 30 mesm0


“■ t S « « Æ iffc r î i;
S r a ° a a0S mi" Í8t™ - guando
quer o C ICa do Kstado ' n* ex.,slenoia>seguiança,
rania, pois n„oC 08 braves’de ,lfllatiltllem nellequaes-
ás imnnnl ti ! . enta° Aclaro m i f i espoito a sua sobe-
condícão ,i' lU es’ (lue seo caronde.v®m perder o direito
os s heS 8011 8
sua coinPh a *8lende*se 1P > íh <>«« Gosii?
quei a seox -V.»6 emPregados íL 0as, de sua família, a
fancçòes m f 08 ^ue entendàn n ua eSaCào, e refere-se
venhào-lhpHUcT.a seos bens ou ,F°ín ° exerc«cio de suas
0 seo estadotS es de c°ntracto<?d nR,l?s dö Propriedade,
«ào obrigado'COnd,çào civil as ’ip“ de herança. Regem
queao ^ r; , a V e r r a i aSJfeis de sua patria ; não
Paiz onde sei vpm de taes diíeitnL° á forma dos actos,
naluraes <fn vein ’ e seos nnm<! °? .resPeitão, as leis do
es do seo. U8 " ' “ os ahi nascidos se reputSo
99

ri*6nteSpnnU*^ma>. Princ'Pio acha-se mesmo expressa-


stituic sn r®?Rrad0 no. a,'t. í>.° §§ l.° e3.° de nossa Con­
fias rnais naçõps* ass*m com o> em geral, na legislação
(§ aos ^ens e sua isenção da jurisdicção local
cào-se n*i rere/ se e9a especialmente aos moveis, e appli-
oorno já S0 aos 911(3 se ac9lem em sua residência,
f|ue ifles m,os’ lPas a quaesquer outros dessa classe
e,ubartr0 e! . et,çao’ Pe*° (Iue uão são elles sujeitos a
a cujo ai ,esto» ou apprehensào, mesmo por divida
e ainda namei lto ePe® sejao particularmente affeclos,
hagal-a^ *,la,K0 0 ministro pretenda retirar-se sem

c orno^Í? r^°’ 90,^m comprehendidos nessa isenção,


possuào ai88emos>os bens moveis, que os ministros
simplec corno commerciantes, fabricantes, ou como
qualid,HPrep0st08 011 administradores de outrem, na
fores to??’ 901 exemplo, de tutores, curadores, execti-
'eyestam enlarios, etc.
° s bem? Sa° tam^e,n isentos da jurisdicção territorial
esses it Im!J,0Veis, que os ministros possuào no paiz;
respeito6 Sao’ e,n ^eral sujeitos, prevalecendo a seo
" le x r/>a«^°mpelenc*a 9as *eis 9o lugar de sua situação
inesmn«* Slíüs' sa^ os os actos ou direitos referentes aos
pessoal ri 9Ue 9evao ser regulados segundo o Estatuto
com os t ° S estrangeiros, taes como os que entendão
tivos Estamentos, e successào que lhes sejào reJa-

ou tn'hanl° a Jur*sdicçào criminal, não podem os juizes


ministr naes r(° Pa*z intentar validamente contra os
*rUfniiMi°|S Pu^9cos> e mais pessoas a quem as suas
procos Cüí es se estírndem, quaesquer diligencias ou
Qualnn^08* e menos ainda prendel-os, o julgai-os, ou dc
Mas si Gr •m0C*° aPPf‘car*9ies as leis penaes do paiz.
(jUgr Quaesquer dessas pessoas ahi pratica delidos,
govern 0n>tra ParfEulares, quer de ordem publica, o
•'esDfipr » r 6 tem» ern geral, o direito de reclamar ao
P u n i cã V° . tado, a sua retirada, e ulterior processo e
ludo i°’ e Quarid° se trate de crimes graves, sobre-
Quenf ? segunda especie, podem mesmo taes deliu-
e Uo .es» Eelusive os próprias ministros, ser presos,
Ullv: os fura das fronteiras sob escolta ou despedidos
dUUo-stí-lhus os seos passaportes. Medida, que
3liãs é *
íae^ ^ m e t r o s ? » ^ casos em que a retirada
fe°v-ino, tí por este rect.s. ° n erlienle sollicitada a seo
. i->a ezterritorinj; , , u,a*
dom« Ç-ara edes ( § públicos decorre
o o ííin i100’ ou na casa re,t0de culto P'ivado ou
sua l l r ° l er nesta uma c «u.a [ esidencia ou legação,
servi««1^ 10 Corn cx pessnli3 a destir|ada aos actbs de
serviços. u P is o a i necessário aos respectivos
1 aes erào
?ariso?iÕeS depois fia RefonrvS refiras admittidas entre
com n«nH 'p0,itica E u ion í' ?,Ue no século XVÍ secu-
toleran«^10 e maís publirièt. Mas’ com o bem notão c
°ioso C,IU’ para nào dizerm ? 1 ,° l^nderno espirito d<
sseculn
e m i« Q *t 0 iPr°gresso
n o g r e s s o cias
cia« m l de1.indifftí,,entismo
4C\ . n u u r e r e n t i s m o reli
rei
.I m i.« > tem de tal m
’ e , n d e la i m o d n a o d n l deas Pberaes no present*
d ,e a s P b e r a e s n o p r e s e n t
J »Seralmenro c« ... npliado acmp.lip dir«i'to, quí
u u e , /f<fl a ^-n i .e n r .e s e ^ d m i t i H l ^ 0 a( 3 u e l l e d i r e i t o , q a
SllH„ m jn istros te n bào p t n il6 as n a ç õ e s civilisadas
Q u e m g a Ç L íe s > s i t u a d a s a t é " d£ e af p u ^ * c a s a d d i d a s á
c o m b i v CUlt0 d e s u a r l f i L ? d e s t a s ’ e <1™ a h i p r a t i
n u e r m a l e r n a i s s ú b d i t o s r / lcl° SÓ e d e s » s u a s f a m í l i a s
c r e n p a U t l a s ’ m a s a t é o s mv> 6 s u a n a Ç à o e d e q u a e s
crença. ie ü s P l o p n o s n a c i o n a e s d a m e s m i
o o n i e n t e n à o ■'
8PDar»i<?-S81l,ílPto os°act()«n' tt'<'os áquelles ministros
táescnm!,aís fóra dos ecJiíif.inc'1/ c?ren>onias publicas,
extern,m° as Procissões deatlna<3os ao seo culto,
O res' contrários ou ^ n f,s de si'*os, e outros ritos
Assi, ,e P>*6nantes ás leis ou usos
Pias atón'"Jaticòs tem pão st? 1,f;sentemente os minis-
.estr?cçô°ese Ct' " ° P ^ Ü cõ l e n a ' * !° de/ ul‘ ° P ^ C
As diversa •• . nds Imntado por aquellas
se^cotm f/i“ í,lle HosSo'os n if- 6 ,i8encòes de que temos
familia em orf dí,l° ' ás "pessoas''08 PUblicos’ estende-
mesmo cpri l e? ados de Que compõem a sua
tanto par , c,asses de seoV í ega,ções, comitiva, e
sompto parlem VHnileni os r t „ £ ? 0' 08 ( 8 126). Entre-
peito dos iT ' dar*se, ou dn»?;lOS rlue sobre este as-
Prelteudidos asl t!,es Prevde<do* e- inceríezas a res'
liue os mini«?8 eis civis d« ° íUb Sao realmenlc com-
os * w a t* o a ao entra, L algmnas " ^ e s exigem
- m no exercício de seos
101 .
relação nomi*
cargos, apresentem » ° s®° 8 °'missão, a qoem <»es isen-
nal das pessoas ligadas a su
ções devem ser appUcadas. . íuriSdicçâo de>se
Essas pessoas ficao suJeita® . ]e ita em relaçao ás
respectivos ministros, e ‘íe ' •V de co m as leis de s »
mesmas exercida de conformidade o

PaUlEsta doutrina é 8eral^ ntf jurisdiccão civil, quer


ordinaria das nações quanto c ^>aciosa . assun aquel-
contenciosa, quer voluntain lef tamentos, legatisar
les ministros podem rectb , c iVji fazer pôr os sei »
contractos e os actos do esta ^ r e c e l ) i d o nesse s e i-
etc. Mas somente no caso ta sua jurisdicÇj
tido um mandato especial pode paiZ, naquelie
appücar-so aos mais súbditos ao
onde os ministros residem* e nos expen
E' também doutrina corrente ^ ^ paragra^ho de
mesmo compendio na con cÇonsequencia logii
que tratamos ; e é isso ate 1dit0 e do que acab*
que já precedentemente te aue gosâo os mm■ ;
de dizer acerca da isença 1 legações e com ' .
públicos, e mais pessoas de Qnde servem, a sab •
da jurisdicçào territonal d 1. recimento de qua^ 1
que si fôr necessário o ^ ® P aí unaes ou autoridade
das referidas pessoas ant , lernunhas em alguu P
locaes para deporem como diligencias ou j »
cesso, ou para quaesquei quiStçao préviad» 1 ‘ dQ
pode isso ter lugar media n;str0 de estrang 0
ridade competente ou do istr0 para que ^ eqe
paiz dirigida ao respectivo minisu , i , a que tome ei^
se n tid o o s e o c o n s e n tim . ’0 -u n e n t o s o u m f , n j St r o
p r o p r i o n a s u a l e g a ç ã o o s d P aQ q u e 0 m e s m
de
d e ttaes
a e s pessoas
pessoas e
e m
l n os
o s ® e ( i r . 8 f l. - ____ m i nminis.
is*
nàn rlpvp pm
nuo deve, em iegi'a>.ieG \re aS nações, que y aS
E' ainda admit ido ****^1*3*0 criminal som
tros públicos compete J aS missoes,ea q que
pessoas que pertencem a respeito dos dei n.
immunidades se estend *» respectivas legaço *» } ^
ellas commettão dentro d a sn sfg. q ^ poróm .^a^^
do o delinquente alu L l ido praticado autor
quellas, quer o delicto tenba |«pifca-se-lhe e ° l dos
quer no interior das mesmas aPP e a V*™*
os princípios que regulao a exu
102

liisr™'?080 volte a o Z lr ° rÍ<i est|angeiro, quando


I 'atiçado contra urn subdi'o dp?!,b' etll(io si aflllelle foi
Si o ilelinauenip ■. 10 deste.
rp-!i?|CUl*' do min'stro. 'tíT'snh'!n,1 a<|j,lnt0 ao serviço
,!s‘de' « sujeito ã jurisdirrii ltü ,lj Paiz onde elle
Quant • Çao cnm‘ual dos tribunaes
m°esmn ° ° " 10 " o s S Í r o ^ m n ^ 0®8 civis 011 Policiaes,
, 5 ,ara«raPh°. em S rd‘° na Parte «uai deste
lalidadtí ein reiaçào As np«=a ’ ' fspeita-se a exterrito-
a estp a° !ec.USando as autonri-V ? COír>ítiva dos minis-
resDectivJn?a ,|uando o conir' GS 00aes a sun entrega
mover cl“ lega5a°- Soria I aVe?,l° r ó P>eso fóra da
dari i : s,e 'P'estoes diplomatic ™ e^e*to> inconveniente
nana importância. I alat,cas era casos de tão secun-
♦'ias, em todo n *
0-osV-mnaçôes*a^ueUaSi?/nSc;erfiUn^0 °.s usos recebidos
ponto fjPre»*a-i rnencionadis< C(Jil°criminal dos minis-
te^riiorln a1ttrib^l*,'-sel heso rtir«^»S0 jS’ nào vai até ao
desuas 1 ^ ° paiz 0níle residem61 ° infl,ngir*lhes no
mantes ?ac°®s’ quaesquer ,?« ° U mesm° no interior
soberania ?i°nsic,era' se isso corPoraes ou infa*
VtobtotJd *' eSaire ° U 0ÍYensa á
tenhIo°ldpStab®lec,dasP ^ s’ |pk ? Ue taes PRnds autori*
incurscs dpv61 aPP,icdclas cum daS |lespectivas nações,
as mesmfc ?rn ser remetti^c ° S de^quentes nellas
S e?h a an r ^ Cuta^ ,f,0S 30 seo P*iz Para serem
' mo^on8heeCi d,? ef" Paiz°e8tranfrp?S proP ^ soberanos
mente um f e , por ‘lua,« uer
£• sa b id o^ 1 fl0, * C eb arroDar’ se justa*
8inTlo'esS,r,ralnca 'em'lfò 7 ag.rande ressentimento que
mandou fiypUa oso’ <Jue a rainieCl,5a? ou antes assas-
aposentos a em Slla prooria" ,a ,:il‘stina da Suecia,
seo t ? ± * t cas,el'o d e F n , presença, em urn dos
entAo -'lonaldeschi • ame^*eau na pessoa de
çòet co, "á r° Cardeal j i g ! ’ f como dirigindo-lhe o
com « o Ò* 8en,e‘hante acu, "° e,lergicas reclama»
amiga e ntr ~ a,JUSo da hosnii Bi pelvageria praticado
°d' e ofrensa de sua s S i alldadR ,le *>"'a nação
aoia>ella lhe respondeu
ío:)
' nrourío d® um
com a maior insolência, e m> 1^ obstante o que foi a
déspota nos seos domínio- , „vidada para um grande
mesma poucos dias dep °is impassível, e com a
baile na corte, no qual corapaieceo m t
mesma audacia. _ e pvressivas de algumas po-
0 orgulho e pretençoes exc.ssi .erem exagerai
tencias levão-nas muitas v , 'ni0maticos e pessoas bga*
em favor de seos ministros d l exterritorialidade,
das às suas missões, a exJe^v‘n à0 p0r sua vez, com
as mais, porém, em geral, P . ^ - q aos termos, em
toda a razão, restringir es^e l em atenção u digm-
que elle é realmente índispensc . .gtros n0 exercício
dade e independencia de seo.
de suas funcções. nrincipios que temos
Não obstante, porem, o.P essoas pertencentes a
expendido, quando quaesque 1 cometter algum
uma legação comettao °n . j.0 ^ ra daquella, quci
crime, sobretudo de certa 8ia - on(je servem, que1
contra a ordem publica da; as autoridades tei-
contra seos cidadãos ou residnnnem nadas á cruzar os
ritoriaes não podem ficar reaar as diligencias e
braços, ou ser inhibidas do 1 evital-o ou conter
medidas, que forem necessari P eeilvial-osa
os seos autores, inclusive a d P eqe processados
seo respectivo ministro para ^ os mesmos, por
e punidos, si não for o caso de serem ^^ ^
elle entregues as justiças loca l un(j0 precedente-
iV vista das razões, «aS es attribuidas aos
mente vimos, justificao as ímmt d ^ ^ que assenta
ministros públicos,ou dos fon ^ nações, é facil i e -
a sua reciproca concessão en 4 ^iclstas cosimm
ponder-se á questão que .P p0dem em
suscitar, si os ministros diplom ático^ deUftg
caso renunciar áquellas, ou ai g absolutamen
Essa resposta não Pod^ ^ L erogativas de ordem
negativa, a não ser a respeito I pois que, conl0 Jl
secundaria e puramente pesso«revilegios, que «
em outra parte íicou dito, o> \ g_o como favores
ministros são conferidos, n vidualidade, mas
actos de méra cortezia a sua in jlsaVeis ó dignidade
como garantias inherentes e md - £e* ur0 desempenb
de sua elevada posição, e ao bvie e seg
da importante missão que lhes mcunrn
Ne 10}

digno (}e rPnr ^esist,'sse, nor Io qualquer, quede


governo dpt -^resen^al o> e i a Vl^re proprio, seria in­
e ^shonro f;? ser-lhe in flin ^ enor P ^ a , qué por seo
° nrosa des‘ ituição q'nf ^ a' sería a <le immediata
ue seo cargo.
U CÇÃO X IV

!«“ •‘JJJyjJS
a s m is s õ e s d ip lo m a i e
u
q“ oí
p r e m le g io s a o s mimslros p a h lm o s jl casus se d a , ~ «w „cm > .
- Chamada dos de ,« ? os I».M.C0,
n i s t r o ; p r e r o g a t iv a s e. tr,l ~ josp r e v i l W 0*
Ura, _Los MHSHles woo 00*«° aos /
§§ 128 a 185
. ~A n o s d iv e rs o s
» . miasses .“ ™ S” »»< »” “ “
os, ou pelos modos, q SUa
§ 128, a saber : . p0 marcado> P ffnterino,
l.° Quando e x p ir a ° Hfiua encarregado injs tro
ração ; e si o mimstio 3pectiva çdrte ^ cha-
ando volta ou c^eSa t é necessário Ci ‘ tem de
activo; caso em que nao e n .nttfrtm, que i
i d a a o ministro n o m e a d o algQnia
tirar-se. . , ma;s uso em dipl0ÍTlrt*
Hoje, porém, nao e ««*x uma t m exe^P10’
;ar-se tempo determine |ülTiaSj como>t > sempre
ia, como era outr ora ei b ministros ta(jo P01
i Republica de Veneza, c u j o s ^ nQS e allesta
ameados por tres anno , nnnclue oU. se
/heaton. . . .n a « missão se c assageiro,
2.° Quando o ob jeto genrl0 um d* J missão
íalogra, não tendo a me; ge trata ' ° 0utra do
omo, por exemplo, U L ja ou Pua.^ oU da ceH*
>ara felicitação, condo vealizad< , veriOcad
néra eeremonia, c*ePol,ipnois delle feito, F u
oração de um tratado depoi
DIREITO DAS GENTES
106

que não pode ter lugar, ou para assistirem o s J ^ ífa d o s


nomeados a um Congresso ou conferencia, tei m
os seos trabalhos, ou finalmente, em outios ' -
analogos. . ap sgo
3. ° Quando o ministro é chamado por calia :ana
soberano ou governo, por qualquer motivo ; ou r |oa
o seo cargo e seo soberano ou governo acceua
demissão. ,
4. ° Quando se dá mudança na forma de 8ove^ . rl0
qualquer dos dous Estados, daquelle a que a
pertence, ou daquelle onde ella funcciona ; e, £
muitos publicistas, até mesmo quando essa muci
simplesmente na pessoa do soberano ou chete u 1
quer daquelles Estados, por morte, abdicaçao, oi
stituição dos mesmos por qualquer motivo. r
Nós, porém, entendemos que nestes casos
íindão propriamente as respectivas missões, e que*
ha necessidade de novas credenciaes para que,c
nuem a funccionar nellas os respectivos minisi >
bastando, para esse fim, uma simples confirmação .
renovação de seos poderes por carta de notificaça
seo soberano ou governo ao do paiz onde elles es
acreditados.
Esta doutrina nos parece a mais racional, e
accôrdo com ella está o compendio em sua nota a
paragrapho de que nos occupamos ; pois que realmetu
os governos que se sucoedem não morrem, são rnoia -
mente o mesmo, e solidários entre si na direcção da a
politica do Estado; além de que os ministros diplom
ticos, segundo o Direito publico moderno, são uu
representantes e mandatarios da soberania de sua naçao,
do que das pessoas de seos soberanos. , . n
Em summa, como bem observa Silvestre 1 mne
commentando Martens, « é unicamente quando a mu­
dança feita na forma de governo de um Estado, reu
effectivamente ao chefe do seu poder executivo a com ­
petência para conferir plenos poderes aos respectivos
agentes diplomáticos, que se deve entender, que es
tem necessidade de receber novas cartas credenciaes
da parte da autoridade, que segundo a reforma operacia
na Constituição do mesmo Estado, fôr competente paia
acredital-os d'ahi em diante.»
« Mas emquanto o chefe supremo do poder execu-
107

tivo de tal Estado, embora> ™aisdere n om ea rT a ™ ^ 8


outras attribuições, conseiva c iaes pelas quaes
cargos diplomáticos, as ca, ta® c ministro, nada terão
houver sido acreditado un) utoridadeetn virtude
perdido de sua validade, poi q ‘, \ mesma de que, por
da qual elle pòude concedel-as, ê a mesm^ ^
supposiçào, continua a acha daquella conlirma-
Em todo o caso, »«tes mesmo u 1 circumstanCias
Çào ou renovação de seos po » aciuelles ministros
figuradas, os governos ante o I e negociar com
são acreditados, não dmxao até que aquella
elles, ou de reconhecel-os tudo acerca de nego-
coníirmação se verifique, e . de caracter‘ ordi*
cios ou questões então pend » onvenlia ser inter-
nario que não devão, ou que nao conv
rompidas. irregular do minis-
5.» Quando pelo procedimento = elle é acrerli-
tro ou de seo governe, o do | ,glr0i sob sua respon
tado, o despede, ou o proprio «lquer razão, decla-
sabilidade julga conveniente, por quaiqr
rar linda a sua missão. ifn pedir seos passa-
O ministro pode, com tí fra? :se do pai*. segundo
portes, ou mesmo sem elles soa ou dignidade,
as circumstancias,quando en l .ft QU 0fíensa, a que
ou na de sua nação sofíre 11 ” Jalisfaç ã o ; assim como
não se lhe dê immediatae piei te ô qual esta elle
Ui’ os pode enviar o goven 1 pedido seo, ou i
acreditado, independenternentJ ^ P „8i que de qoab
ctiamada do seo governo, q i » " u w soberan«a do pau,
quer modo offende a dign ’a continuaçào ne»
ou por qualquer outro mut - como, por exe *,()à
torna incompatível com a 1 l)e entre os dons 1
quando está imminente ou [iepe onde elle sel
nn" contlictc ou g w ^ gao^u represália a pi
jeue por acto de retoi
ito igual do outro. missões diplomatic ♦
Podem findar ainda apenas interron 1 ^
» . ordinariamente ^[J^onlpondio mais amante
casos de que nos ta lYllldança na Ç,a , uma
132), isto é, >lt'a,,dou 'quando elles l ^ f ^ e n t e
eclivos ministiob, o 1 iorí corno 1á..-diuutriu
egoria inferior a u ai l uW inimslio o
vexes acontece,
elevado á * J0S •
ass/s tirem6CÍa1m6'1le ^ u u " ^ e n o s ” minístro extraordi-
corte nnril - Cei tas eeremoni^ ° S neo ° ci°s, ou para
como -1 m Sao acreditTdnc S 0u s° leí«nidades na
lhe* «°sai f f l ? ' ° ?e ‘'m soltann1 ca‘ h<* ° r i . «»ferior,
autho. ^ r <Je Un|a o r l n ; ° " para apresentar­
am Con„rL d seo s o b e r a n o r • ^0l?°riflca, uma carta
, pane de

cam de^ iíl0 ,ís/ ad°. em ‘ uma ? ,ese,lta ao chefe ou


gresso a rfnan?ada» a sua no ví ,lles*^a audiência, sem
» O g s r d* a r ? « s ss

quella ordinarl'|lal’ vo|Wo os m0c Íracter Passageiro, e


De qu S ^ . e, Permanente sm° S ao exercicio da­
tivos mTnS^ io s Plomatica°f§S|o9)e'(Ido?-’ pel° cI ual linda
ao seo canoi°s na P°sse q o (^\ Contmuào os respec-
Paiz estivei em '\,e- se« u"do" a sim HP' eVilegios ligados
Para isso m a ,1aj e v°ltarem <lnSUa cíasse, emquanto no
das 'elaçòés " ' acl,0- Mesrno ° Se° ’ ou d ia n t e o praso
aos miujsi.. pacií|cas tios dnn°Si'0asos de rompimento
se, deve s « f a.na«âo adve^n tstad«s, já vimos, que
direitos coninf?-ra? ^ a piem at,u.e ten.hào de relirar-
QueJles at|Veis com ■» n'n lnvi.°labilidade,- e mais
Diz Vatel . Va Sltuaçao especial da­
P " Asaria g6 seg" rança do’ mi!?- f inviolabif idade, inde-
i e T ‘?,S_ na sua viml ° ' n.'n,stro publico lhe sào tão
dous casos que o «°® P® "7n: — estú conseguia
quando o objecto ou hm da ‘ ah 0 ministro ten ^
se malogra; e quando, e » não affecta
deixar a sua missão P°* " ^ i j t a d o s ; naa» Pü d ' i í r 0
relações amigáveis dos d 0 mesmo comp
car-se também nos c a s o s ‘ •j ■l0 c a (iue já acim
se refere no paragrapbo s g jesavença entre o
bamos de alludir, quando ha desa v q overno ante
governos, ou entre o mesmo minisi
o qual elle está acreditado. 0 mesmo
Então, como nos ob lares do / i •> m a

na,
'edida, que é sempre de eM- lu g e retira

,r<VEmgeral, com effeUo, d W »


iern alteração nas relações a ^yg honras 0
isua retirada faz-se na s u ^ % b0.
iades, (iue se pratica P?,d que se desped ft para
recepção; e na audiência ^ )e delle uma■ re-
rano ou chefe do Estado, re c redenciah LtpcessariOS
seo soberano ou governo ( 1egc ’ ap0rtes necessa
cre n ç a ), e ao m esm o . nll(je era
para si, sua fam ília e com ‘ ^lico no ^‘‘ lentes, seo
Si morre um ministro p m ^ conveniente^ ^
acreditado, são-lhe devi ag honras de c 0stü*
corpo deve ser sepultado e aigum as v
caracter e cathegona ; SÇ e0 paiz. n devem
ma-se fazel-o transportai porém, du ,e:s e usos
A s cerim o n ia s „ dependem das_ , pr0 prio
ob servar naquelles fun7 L Ser a d m itid a s a inCom Pa li*
do paiz, com quanto possa ® eWaS não.seja ^ ve riílca
paiz do d cfu n cto , que Çe * ^ m m inlsd s
veis. Logo que o fallecim ento ae offlCiaes e ^
Procede-se a in ve n ta rio dos P»l
110
mesmo e de sua legação, e á apposição do sèllo desta
sobre os mesmos, pelo respectivo secretario, ou por
t essoa para isso autorisada pelo proprio ministro antes
do íallecimento, ou por seo governo, ou por um minis­
t e a gurnf outra nãção amiga ;e só em falta de todos
n« «,’,1 P , 0 a °Pln,ao mais geralmente acceita entre
arUrPc i lC-StaS’ lJ0de ° mciosamente intervir em taes
local do pa?zUmblr' Se delleS 0 governo 011 a a^ oridade
nn re,alivas á sua successão ab intestata
oue r..T n ^a m , quer cILlant0 aos seos bens moveis,
cia q.ia mí0 ' ÜS 1? moveis situados no paiz onde exer-
Satrlft Qnh ’ Sa° re^uladas segundo as leis de sua
O r e ^ e c U v X a w í S a i 5 " qU6 " ' eS Seja a!»llÍCaVel
5®n? n?oveis podem, além disso, sahir do
como os rio C? ;v °l a-e ‘ •'mlquer especie de impostos,
leaados d-,« « J í r T t e deí™f<<o, usos barbaros,
no direito nf.p s feudaes, que consistião, u primeiro
apossar se d o t h l ï a ° 8ava 0 fisc0 de »"> Estado, de
fallecia sem her,o S ' ° estrang6Íro t|ue no seo território
bens Lhi Z d bf, s“,’ e,° seSund°i no de cobrar sobre os
successão um forte imnoítr^n861' ? P0' testaillent0 oU
tinbão de ser inncn ^P^sto quando os mesmos bens
paiz Lr transP°rtados d’ali para qualquer outro

públicos nos naizps P^vilegios e honras dos ministros


sua missão, com tudo ° Sa° acreditados, findem com
admiltido, ecom to d’. «°1. ?aa morte’ ó uso geralmente
derem á sua viuva f w r Zd° ’ enlre. as nações, conce-
certo praso depois dp í p ^ r u ’ 6 comitlva> durante um
honras e previle^ios o»?-5 p im e n to , aquellas mesmas
vivo. 1 1IeglOS attribuidos ao ministro emquanto

tamente para^seo^^^^ immedia-


intervallo de te m n n ^ í’ u J4sto’ c°m etfeito, que no
vadas de taes p r e v L b s ? h l ° pa,’a isso nao seJao Pri'
pela qual, corno já vimos l í í S’ COma me3sma !'aza0’
também de praso analorrn a tlles continuados, dentro
depois de fmalisada u s°uà l ? ' 8! ' 08 q? ese retirào’
seo paiz. bUd imssd0> ate partirem para o
A viuva, família, e comitiva do ministro fullecido,
111
| nao sao pessoas que se achem em território estrangeiro
por facto proprio ou por interesse pessoal seo, mas sim
em consequência das funcções publicas, que exercia o
uetunto, com o qual formavão uma só entidade moral,
de cujo caracter e immunidades participavào, e de que
conseguintemente devem continuar a gosar em quanto
pela volta a seo paiz ou sahida effectiva daquelle onde
era acreditado o ministro fallecido, não tornem a entrar
nas condições communs dos mais seos compatriotas.
Tal concessão, porém, comprehende se bem que
mto poderia ser indefinida ; pelo que se lhes marca o
referido praso, excedido o qual, si continnào a estar no
paiz cessão aquellas honras e previlegios.
Estes, e as honras concedidas aos ministros públi­
cos, não competem aos cônsules (§ 135 ) cujo caracter
e funcções já definimos, quando analysamos o § 104 do
compendio.
E' certo, porém, com o este ahi nos diz, que não
faltáo exemplos de serem alguns cônsules effectiya-
mente encarregados, ao mesmo tempo, de commissões
diplomáticas, e nesses casos, acreditados do mesmo
modo que aquelles ministros ante os governos dos
paizes onde tem de servir. E'assim que os cônsules
estabelecidos pelas nações Christães nos Estados Bar-
barescos e Escalas do hevante são ahi ordinariamente
com o taes acreditados, e lhes são attribuidas as res­
pectivas honras e immunidades.
Fóra destes casos a sua nomeação faz-se por uma
simples carta patente ; e para entrarem no exercício de
suas funcções dependem da acceitaçào, ou do evequalur
dos governos dos paizes para onde são nomeados, c
onde tem de servir.
Desde que, em geral, elles não tem o caractei ne
ministros públicos, nem gosão de seos previlegios,
podem ser, e ordinariamente são, pessoas residentes e
da própria nacionalidade dos paizes onde servem, a
cujas leis e jurisdicçào são, por conseguinte sujeitos,
quer sejão elles nacionaes, quer sejao estrangeiros.
Da mesma maneira que a respeito dos ministros
públicos, com o já precedentemente vimos, e ainda com
mais razão, nenhum Estado tem também restric i *
gação de admittir no seo território ou cidades, con so­
les de quaesquer outros, e por maior que seja a cunsi-
t

112

de nações «m ig a s ^da l Í T ' n m erecer taes agentes


são, em todo o caso ,,J ,'J lt <idíJuellas que os recebem ,
só a cassar-lhes o ex-e„ ,( " /° Veinos destas autorisados não
mente, mas ndV roceda° ir,e e ula^
vas leis penaes mnruin i segundo as suas respecti-
expellil-oidoseoterritorioT 6- 1' 5 0 a,gl,m Clime’ e a
Entretanto tem-se virct° 8ao estrangeiros,
sules, sobretudo de t Kt to nao raras vezes certos con-
roenos respeitadoras ( f 'r a s . P°tencias poderosas, ou
ante os goveín os destas f™ as’ h *erem
íí»os que lhes nào ao de ll°nras e previle-
sérias contestações S ^
P A R T E x lX

. p oTM )08 * AS

Dm ElT0SBE llç Ô E S HOStlS


ÍACULDAW
■ f
D f D lR flT O lil IÉII
Digitalizado pelo Projeto Memória Acadêmica da FDR UPPE J | ^

recursos a tentarJá cooío 7 * ha com effeito outros


do direito offendido de nm pei.os/ ,e reParaçfio directa
maos>já como expediente „ tado, por suas próprias
sor a^fazer-lhe justiça. caPazes de induzir o offen­
em pessoas/ben^ou^írp/inoSi^° uma nação offendida
ao e autorisada a dppio. ^ ?eos’,on de seos súbditos,
* berta c o m a q u e lia q u e n o ff e m h o stilid ad e
, ^ s a t t e n t i d a s as s u a s r o o Nes t o caso, depois
tu d o , o s im p le s d ire ito H a m a C o e s , lh e a s s is tirá a n to s
rl i n e S p V t0 í , e p e s s o a s b e n *6 í ) r o ^ e d e r í , e m o d o a n a l o g o
' f q a s m e s m a s g a r a n t h s 0 u ( , , , .'e ! t o s d e s t a , p r i v a n -
‘ O s o n u s , d e q u e f o r à o n V i i °iU s u J e i t a n d o - o s a o s m e s -
am impostos; o que no níU?s os seos’ 011 que die
ma — retorsâo, — ou re,to das Gentes, se deno-
e,os adequados a fazer Jfre®anc^° quaesquer outros
( s m * ou/:ePara,-a : taessáo o a °,ffensora desistir da
1“ JP O embarco dá-se n ° em^ar0° e as represálias
n a e ^ Uand0 taes ou taes Jc?Speito de bens, e verifi-
outrf ° U sufc)ditos seos Pertencentes a uma
ca.se’ qne seÍ«‘Ka por eW .pCre> os l)e*° governo de
a nessoí1 8era1, a Qualquer pc!! ? ’ ,e a represália appli*
pe, li , as- AQuelle só toma l f Cle ( e d,,eitos, e mesmo
anó e,- 2 f r a n ç a de re ° c*racter ***** quando,
candn n ( ^jndivamente doi |,<1Çao’ a ombargante se
acto nro . E,,e nAo é ainda cn "8 ombargados, coníis-
m in if.{’/ ’narnente de hosfiim mi0 0 ^ a represalia, um
do urnn açao (ío Proposito er,/ aí e’ mas uma sim pies
S e n d o a a rrep‘ r S a° da ' eSada’
maison"10 desf0rC0 d e o u ^ 'Jpjlencia. embora justifl-
Do^inn ,'nm^ medida nn/’i ? ve ?er- em todo o caso,
qUer j !a c.analoga quanto f,-frS;ta’ (ievellie ser Ião pro-
ó tvno °. d,zer- T e a lei l f,i ?so 1’ossivel. Mus não
certos / a per,e‘Çào ou h . seia> nesta matéria,
a renrlsM08’ essa «acta s L ^ ,lUça’ ao contrario, em
o, » 6 aoffensa S . âIf>ança on analogia entre
nn da barbaria. Si , ‘ Jff“ ris 0 cumulo da iniquidade
nàn na ínor^e *niusta de M cons,stm, por exemplo
Slli"r,esla’ Por isso 0 n i/^ ^ d it o de uma nação,
„ " lto daquella qu0 m-, r °10 fazer o mesnio a
ara esclarecer esia .l/ f, ' 0011 tal attentado.
esta doutrina indica-nos o compen-
de justiça, e com a P°ssne elliiS só
de sua efficacia. romPe,u‘10, 1 „ m de pes-
Diz-nos, com raxto. ° . c^ &0 si se >;“l“ “ ®d\das
podem consistir em í,cloL (,0 debensououtn * up(ptos
L s , e (le«m ba,goou con ftstod esue # vida Job « * » Hle
semelhantes, e nunca es e,„ •pois qu * .^pjade
da naçào contra a qual « f f l i t t c a d o na acUVU
direito de matar só pode egSpiade qu®° updUos da
da guerra pela imperiosa, dQS pens dos ^ offen(pda
Mas a respeito “ 1lM 0 territo110 . ( § 130),
naç'»r, Aíf«»^enríi existentes i ___faz C!c \\a em
116
entreas contendoras por essa terceira, tornal-a-hiào parte
directa na questão das mesmas, e a sujeitarião justa­
mente ás consequências do rompimento das hostn *
dades entre ellas. Por outro lado ó também claro que
só contra a própria offensora podem as ditas represálias
ser exercidas, sejào aliás quaes forem as relações em
que quaesquer outras se achem com ella, emquanio
nào concorra alguma delias ncs actos de guerra quando
esta se declara.
No§ 141 trata o compendio de mostrar-nos em que
consiste esta, e suas differentes especies. Não faremos
<luestào de uma definição exacta do que seja a guerra ,
sabemos que ella consiste nesse estado anormal de
violências reciprocas entre duas ou mais nações, em
que cada uma delias accumulando meios de destrui­
ção e de morte atira se sobre outra, e no meio de des­
troços e horrores saci ificão se de parte a parte milhares
de indivíduos, que se atacão como bestas ferozes, as
vezes até por motivos miseráveis. ,
Quanto ás suas diversas especies, a guerra, segundo
o mesmo compendio é publica ou p riv a d a , ou mais pro­
priamente, a nosso ver, é externa ou interna ”, a pri­
meira é a que se faz entre os proprios cidadãos de um
Estado, ou entre elles e seo governo. A’ esta, com
quanto não seja ella objecto do Direito das Gentes,
applicáo-se comtudo,no que lhe podem ser applicaveis,
as regras deste relativas á primeira. Ainda, segundo o
compendio, u guerra pode ser p erfeita ou im perfeita, pu
melhor diriamos — geral e p a rcia l , conforme ella é feita
em todas as partes do seo território ou domiuio, ou
somente em alguma parle limitada clelles. As divisões,
porém, mais importantes, da guerra são, em guerra
con tin en tal ou m a rítim a , e offen siva ou d efensiva, a pr‘ *
meira, porque, como adiante veremos, moditicáo-se de
modo notável cei tos direitos das belligerunles conforme
a guerra se faz em terra ou no mar, e a segunda, por­
que conforme ella é offensiva ou defensiva, é diíferen-
temente julgada ante o Direito internacional. .
A guerra se pode considerar offensiva ou defen­
siva sob dous pontos de vista differentes ; já quanto ao
modo, puiquo é feita, e já quanto ao direito com que
se a faz. No primeiro sentido ella é offensiva da parte
da nação que primeiro toma as armas, e rompe as hos-
117 .«fansiva da parte
tilidades, com razão ou sem.íj|J.a0’8eataques ou 'nJ ^ e°
da outra que se limita a lL'll porém, em d110 1 v:usia,
daquella. No segundo senti . \ e|.ra in ju sta o J
dita divisão corresponde d de C\\ da parte a
considera-se ella defensiva mebin qU repa ai
primeiro se põe em canf1,1^ da parle da q u e ® n0S
direito seo violado ; e often qdo a miciati
motivo, embora
motivo, embora não
nao tenha
lenu eua nffen-
actns nrAnriamenle bOSUs. ,<ccim a
actos propriamente bosb&- , , aSSim a guen* íiueu*1 al,
. Entretanto mesmo " U“ túlas vozes, s ^ b e r ^
siva ou defensiva, nao o £ ,mia 0p a oulra .
das duas qualificações ca^ .v du Criméa v',n ’ gua
rante. Ainda na ultima «ueria t » a entrada de q
exemplo, os alliados justd elenções anil « u3.
esquadra no mar Negro■com m Constantinopla» , dos
doprincipedeMenBcbickolf a sua occup 'pavios
sos justificarem ao mesmo te P enlrada dos
Ducados Danubianos, com 1 , na
de guerra dos alliados n0 ^ l(M riens, v0!n0? ' ^ ’ leva
« Nestas disputas, ^ “ Aridade d^ f a l i a s ,
maior parte das vezes, a s c;encia ; » 0 d ’ jdas
de vencida os princípios « uloridade deste- •
não altera de modo algo" „tender due a h . • 0 j\e
alguns autores chegào alo ■> 1 U|Uappell® ao j( j (,a8
deve considerar como um 1 julgar do dt
Ocos, e .,ue, portanto, nuo w de»« J $ oU co ^ a
belligeranleb, antes Je' ,a0d^ m duvlSa.de o ^ udr ,-acio-
ou outra ; meio commodo, • ue nada l®1” h v e r g a o
diftlculdade a tal respeito, mas d«® ó a «»bvc
uai, nem pode ser adm.it do, P° c‘onsagraçJo P»
completa da idéa do Dueito, individual­
simples da força. iiiola travada J 0 gpn
Não sendo a guerra uni* QU mais naç Vgtado
mente entre os súbditos do d o(J (le Estado ‘‘ cl'arai-a
u.n confliclo publico ent.o ' , ' direito de inais
l § 142), só a estes pode e®" ^ 1“ ,, chefes, sOJ«WJ 4
e fazel-a, ou os seos soberanos o ma inspe^o r
°u menos no seo exercici legislativas» ®g das
approvaçào de suas as-mW*“ « « 0„ o
;ms constitucionaes. ® )al te activa ,,a Knimig°,
belligerantes sú podem ton eg80aa ou ben» d ^ üU
I Praticar hostilidades conlu 1 , enl0 aUtoU
quando para isso sejão especiaim
f

!*> 118

filarem os™ cun)sfancias excepcionaes , de que adiante

' « “ w ã i ? , S Hn<,ir.< § »**) na° basl»


imnpi r » Um simples (iMVM,dl 0 •hreito qualquer vio*
PorémeUa’ 0u méra falta riJn°*ai’ dtí uma obrigação
risco I q í e directame, f corlezía- Todo o acto,
de l í Inílependenchl dL , lílque ou tenda a pôr em
é can« m lmporlante dir»*pUt,il nação ou o livre goso
S r & J “'lsli'
princíninj 1« pan,
P' " a 1 , 3 0 s! S<v? «u cie Se0S
° U 1,6 seos s|lbdítOS,
súbditos,
move i " ao sei justito ,1i Na conf°rmidado deste
Piesal , " ” ples * w S de ir * *?"e,'ra <lúe ‘ » ’
Estado -ó" lmPedir o lecjjtimn <ii'l<sta’ 0,1 de accumulai'
niaii “ Pretexto de nwíib.i"0 í,e,envo|vimento de um
ou dL“ ", de. falta de mó ;f,e ? erjuilibrio político dos
lins iírM,tíi l®,®° no paiz -it- r ade’ de yntudes sociaes,
.. No s "llltoto r OVa^os òà futeis°Ut' ° S " lüUv0S
menos soí08 anl* s f a i a V o t ,,,a <ieolaraC>to da guerra,
publicao-í emne* Entre os rv ^ta t e um m°do mais ou
fcsciaes-n0 p,onQnciada ,!° r!,a,los consistia em unia
Na idade m ^ rSSando P»i dar()’?Z alta’ f,ne faziâo 0S
ao paiz 0u f i,auin ,,a,-aUtoon rí!°..lerritorio ini,n,g0'
de seu uni! 30 genei'al inímirr u d armas ela enviado
terra nL L 0u So^erano e rv» *' exP°ndo lhe as queixas
Benora nni^ ante “ w ^ e n u d o * p,esonca ali‘™ em
<»u dava a I S ma"dava levÓn,0’ . <|ue ? «oberano ou
perinn Hf. \ t,8^aCao pedida « n a aeceitando o repto,
U i ï v ï ï S h maneila Ue decfa,pá'eferia a paz- Si havia
limites ià .;t!.|,roc|amal-a •I J‘!' r .a B»erra o liarauto
dos dous evf*3^0 inimigo ou \!}] í!e unia trombeta nos
" m cartel deCH0S ’ ou ia ã ^oite '? ía. de demarcação
daquelle, e !.. ®Sall,) em ahmnm fl,rllvament0 pregar
ferritoriò l , Plessava icu iVml , arvore fronteira
•anda no Spí í^ a nas guerras Íenlí3. u,n dardo no seo
í,e tal dèsafina,° v ^ h iiz XIV com a Hol-
•»mítrophes da*/ a.nn,,nciar-, ,,ni.corneta portador
Mas estesqUe,,e paiz gUerra junto aos marcos

pm m à m f'^ c " M ^ u s T o h o ? ° S-,le ,lcc';"m;ào do


u.Ssi,n nem seiiin?I,u°> u‘*i«kio Sa° 8wbst>t»idos por
denteniente d q>,e,sto se fa/ Uí5 niais uai;òes, e ainda
lla,,uelle rompe á » » pw s. indene..;
buuia, íi,m ngoi nuo ô
mes m
Para aaueÍiío^ara^ ° °*)r,^atoria para ás nações, salvo
Co* p r W , i , . í,l!° H01 datado se tenliào reciproeamente
Prévia advoiV,0 a- naoTíazer*se a guerra uma a outra sem
jii Com ncia* Essa declaração, porém, é sempre
f das ra?(W ;! n?ar demonstração de boa fé e lealdade,
e difficij 1 lcativfl8 da guerra, já porque sem ella
,edigeranf!.J , . , . se tenha de celebrar a paz entre as
derar comn òrr,S. ln? u*r os act°s, que se devem consi-
rçualquer ,h y , ei os íegaesdaquella, das violências que
Prejuízo d.wn.í1080138 l,edigerantes lenha praticado em
1'dade. Uta antes do começo legitimo das hosti-
Proclaniap?t,fu,^dc*sta8 distinguem entre declaração o
nuocio de«r í a guerra, entendendo pela primeira oan-
S(i fez denni -1 i'0i? d.e começada, e pela segunda a que
^der em oui S (Je 3 j‘* eni actividade. Querem uma
ra se justífi* exP^e se os motivos da guerra, e procu­
Parte coiiffJC-a a no respectivo manifesto, ao qual a
'lue conii^t *la resP0ílde com um cmtra-manifesto em
seos. ^ a a Procedência daquelles, e faz valer os
Por leid n ^ faz nos v'or o compendio o que se entende
Kn tre n a! e razão (lc 9uerra•
Reralmentp S actos desastrosos ou deshumanos que
a^uns b;, «« entende w r licito praticar-se na guerra,
dentemenf/» »L> as naCòes civilisadas, mesmo indepen
P^nir deli i ( ° c.onvenÇão positiva, temtem concordado en.
em
\ada. a * r ü, cuJa
* ---------w, emfcv,.'ul,
pratica é, geral, por
por todas
todasrepro-
repro-
ducta das que deve a este respeito regular a con-
fezer cert 0 , gerantes restringindo o seo direito de
stitue a í,amnos ou males ao inimigo, é o que eon-
em lodo n* ,! a 0uerra' Depende esta mais ou monos,
e U«
das ciij i 'rn i caso>
S C 9 da\ moralidade
u i x u a i l o cel moderação
iivu u i c l udas
u o nnações,
«vl
l,fUas n ,msfencias especiaes em que ellas se achem
0cC asL a,COm as 0l,l,as; não é uma lei immulavel.
l°rnar j.jV ;a eni fl,,Q esses actos proscriptos podem se
das beliir/ l8pensaV(*’is 011 desculpáveis fiara qualquer
F,fífeo h(M-°Ianles’ e a regra em vii tudo da qual lhes é
Esta Vcri f 1 pralical-os constituo a razão do guerra.
0,1 retor ~Ca*S(i principalmenlo em casos de represália
°u p0j. a procedimento igual da parte do inimigo,
do GíDiir011 IOs motivos extraordinários, como quando
e&° de taes meios dependo a salvação, a segu*
120
rança, ou almim i* •
flue déliés usa. A razao°do^ a,ta jroportancia daquella
mon^as erïl *°do o casn yjlerra lirai ta a lei da guerra.
f nos convencional e dà ».fl?la ^aQuena lei mais ou
arf * esta sempre a lei su n rfZa° 3uerra que a modi*
a£*°? y ue esta condemns Gma de justiça eterna. Os
sa min! ° deVem ser, em fn?}U pr<?screve de um modo
Tal 1a? e~ev*tad°s ou pilmna- ,a hypothèse, escrupulo*
m rAnnao,?offre excen p^ Pndos ^elas belligérantes,
daln pPnr»eSa,ia‘ sna tnn«mïne8ino.a de retorsâo
,)a:_ n as naçOes, uina m eS8? ° (i sempre um escan-
sohpm11c esuas forças belliafnc ia neSra nos annaes do
*"0 °u do general u» ?erantesi e na reputação do
P" nern com toda asevèrldarte’ f,Ue a praticn° ° " m'ü a
RS 140 a H 9
. nue nâo sendo a.|a$ios
Já precedentemente vunos, 0^al e«lr® °|Ua se de-
im conflicto de caractei cnlre as cm v0(páo tom»'
3u particulares das noç £Stado, s^ra isso comPe‘
•a, mas sim
ciara, Estadoaa ^ oaSpara
sim de Estado ^ l^msorn- os.;
lUmamente parte ne
legitimamente « 1.nslre?pecU"
|\cJ ‘\ recpecUN' *up l0 ((§§ 1*^ [
il0
utemente autorisadas l 0 comi terra e d1-
Essas pessoas, com o n o s ^ ^ forças de^ nQ s0
io, em gerai, as quec reoularmente operaçoes 0
iar das beUigerantes i n naS sua P daS.
srviço miiitar, ou ne}í Mívamenie en^\ínPre è neces
xpedições de guerra eí[ r;saçáo nem s r J ntende, Q
Entretanto essa autorisaç re f e" eciaimente
«rio que seja explicita, enem & f o r ç a 9 esp
ieja exclusivamente cm ^ oS na'>
organisadas para aquell * tr0pas V e®te a
Assim, comquanto ‘ ^ .dos0f(\cia cpamado q
de guerra,e os corsário. oositivafíic tra o inun'fc> ’
de marca sejão os " n,®°08Judades conW ° [ía cm-
lomar parte activa nas hos«*^ # l e g t U ^ ci8, ol ( e
comtudo não so pode ®®”, 0 de « ma. 1 “u praC»>''
preza commettida pelo p a cidad oCcupa/ yA
qualquer parte delia, aS ataca pistorio
atacar e repellir o A sào raros ç enova 1-
Estes factos, aliás, na e%eínpi0, o de K 1b
guerra; Vatel nos cita, i
DIREITO DA.S GENTES
guerras de 174tí— 1747, em que a sua população armou-
se e expellio a guai niçào Ausii iaca nella estabelecida ;
e outros iguaes poderiamos mencionar quer nos tempos
antigos, quer nos modernos.
São actos esses, que não só o Direito, em geral,
justifica como o mais legitimo exercício da defesa pró­
pria, mas até. que a historia, com razão registra como
verdadeiros lances de patriótico heroísmo.
Fóra, porém, desses casos, e de outros analogos,
aquelles que tomao parte activa na guerra ou nos actos
de hostilidade contra pessoas ou bens do inimigo sem
autoi isaçao ou commissào expressa, ou razoavelmente
presumida para isso, são considerados com o infracto-
i es da lei da guerra, e quando caião em poder daquelle
são postos fóra delia, tratados, e julgados segundo as
leis comrnuns ou especiaes deste, applicaveis á puni-*
çào (lo assassino, do salteador, ou de quaesquer outros
criminosos, segundo sejào os actos por elles praticados.
Quanto ao direito de matar ou ferir pessoas do ini-
miçP , § ) incontestavelmente o tem, em geral, as
belligei antes, desde que tem o de fazerem-se reciproca­
mente a guerra, e que taes actos são, infelizmente, o
que a constituem, além das mais violências de toda a
especie, que lhe sáo próprias.
, orv!í S 0 di,eit0 dtí fa^r a guerra, em todo o caso não
anile ii« l0* ou ,n.copdicional o modo de fazel-a, são
defpca !n i °]Jlro limitados pela justa necessidade da
rpmiM ou da desafronta de um direito violado, a que se
nnia ^ ^•ev,.da ''eParaCfto pelos meios pacificas. Assim,
antnriea i re,!v de,malar ou ferir o inimigo só pode ser
do1Víln C° a u ünde real,oente o reclame a necessidade
oppòe H nggressà0 ou resistência que áquellas se
crimpfnr !!?la Íusld,caCào taes actos são verdadeiros
mio i ra guerra e contra a humanidade,
nretendprr r° U.sl,as forças, que os pratiquem, em vão
L r ii.h tT lc )l lr C.0m a evasiva de que só ellas podem
impõe " necessidades que o estado de guerra lhes

inimtaobnricn anle,que mata>fere> ou maltrata o seo


nuer np-çn^c ou desarmado, por exemplo, ou quaes-
re •‘ de e lnoffensivas, taes como, as mulhe-
e-, as creanças, os velhos, as vivandeiras, os bagaget-
.,„ nq os enfermeii^^crcuos,
ros, os capèllães, os .m®c llle àcompan|*llg c0mõales oU,
pessoas, que ordinaria mar parte n ,lentados, U
mas nào são destinadas verdadeims mstidcai\ *
operações belUcas, Pra r(j e modoalr, r aS forc
nào podme, com etCeito. ser a o u e n f r a q u e c e
com o pretexto de de mreito sob»e
inimigas. nnuelle terrível contra lM;
Peia lei da guerra aq.ne^^ e,n suin " ’ qU0 esU-
vida do inimigo só e Pea ' militantes , l ,llu.s a vul* *
soas deste efíectivamc *aS c garant oU se toi
mesmas devem ser res| ^ ltí,dia oes^ Jor exemi’ •
desdequesuaacçaolro. » 1 desde, I cidaae or
impossível, por qmdque ^ uiao em u«na
q u e eilas se vendem , ou l -n o ô L
OftC lirrt aDU»U
124

as armas naSrnão Tr [|Uer destes encontrado com


desertor do exercito ou lvo combate, ou fosse um
espião em acto de e s o L ^ f que 0 aprisiona, ou um
savel ante esse mesmo ou em Sllriima>respon­
de uma lei ou diredo s!n | °-,°U f°rças pela vio,aCao
pena, aquelle princinin n' , ’ ,, o,timamente passivel de
isental-os desta. llü les seria applicavel, para
ou ferir taes p essoas^ c^ 0 ? uma beligerante matar
Procedimento igual da outra1? 68 titul° de represália á
[ato, e deve sèl-o ^sohCnp reP,ret5a*ias é, certamente,
tivemos occasiào de dizer'^ f e sei inefficaz ; mas jcá
nao vai até ao ponto do em t0(Jo 0 cas0» el,e
contrários á lei natural 1lcar actos evidentemente
aquelles, que embora* nniílüf u 0dle aPenas autorisar
r‘gTor, por ella de todo nm i .h.9manos, não são, em
dispensáveis uu illicito« wm n^,( 08 » e dne, comquanto
podem comtudo em cerM • Círcuestancias ordinárias,
deiramente necessários na^°CCasiões toi’nar-se verda-
°s da guerra. * ^ a a consecução dos fins liei-

cieanças de seo^adv^rsmãn 3 xSass‘nasse mulheres ou


Onfrnf0 a proceder do mesmr?a° ?eria este autorisado
„ os act°s mesmo mennc° rí1.ocío Pat’a com as delle.
!.. f men|e retaliados com irm°d,OSOS nao poderiào ser
p., a>Pe,a simples razão dfT aes ,)e!a belligerante con-
a cornmettidos. terem sido aquelles contra

íufn TePresaIia Uqu^aê11 as ^ {}e,nSaV61’ Para justificar


sp«?C.!as excePcionaes rorm J* ornassom em circum-
‘ ollrança própria, e unim • rr extremos de defesa ou
O proprio Vatèl, que aíi.-Lí,Cazes ne*te sentido.
. i *' 0 de fazer enforcar t n }.u e a o g e n e r a l i n i m i g o o
i d m ü r * 110’ q u a n t o s e s t e J n | U 0 S P r i s i o n e i r o s d e seo
*y!rpn l n n o s ’ r e C O n h e c e ^ i r J í líl e n f u r c a d o , o q u e não
v i n o ^ e r o s i d a t l e d e S c i n i ã n ’ ° m» l a e s c a s ° s , m a i s v a l e r i a
m g a ra m n o s p rision é -oJ S d e A le x a n d re , q u e n ã o se
n?«Ü2n0 (. ° S má°s tratampn? exercit°S de Annibal e
OS seos soldados presos* m ntos due destes soffreram
Subscrevem os o * i
uiente o que Vatel chama .finni.en?e a esta doutrina ; so*
° e ltjI °sidade, entendemos ser
. je uni dever
aBUB,nagener««âadedo9c^ ® ’ *^es mesin° d

t a No s $ m148 indica-nos
s ^ »u e- 0 «Difeuu
ss& a ®
meios de fazer mai ao inni «, ’ vu>tude da (l|J*
considera como dUoi ' * «aerra, em ^qneU ^
Nào é somente a lev 1renunCÍado irenclon*»
as nações civilisadas t compendi e sup*rl
meios, que reprova °* ^ n a t u r a l , antenoi
condemna-os a Pr°P l b internaciona •Lg^oininnfc• »
a quaesquer convenções lesem (P ' e contra Ç
% 126

summa, um aclo^de^ueriT^n" inim ig0; que seÍa em


dos cobardes ou dosg Scelerados° Uma v,lania só ProPna
d'alma de Fab r ic fo! °re r Ir - 11° i1e m i usti^a a nobreza
posta que lhe foi feita n*Ldm:° , ? om indignaçàu a pro-
nenal-o. ^ u medico de Pyrrho, de enve-

dívctam ente por^essn f- n,l esmo doer seja praticado


du eelle aproveitePm ^ r b do general ou do exercito a
general assassinado nm- o* Pess^oas do exercito ou do
^este ultimo caso norim 0 ed,lcça? ou peita daquelle.
oontra aquelle que 0 m ’n m 'a 0 c,im e aggravado, quer
executa, pela baixeza li,» nov®» doer contra o que o
Parte de um e de outro Stíntimentos que revela da
Q mesmo devpmrto ai **
pelas cabeças de inimirm •,zer da Promessa de prêmio
cathegoi ias. 0 a s S . l í ? 8^1^ d «e sejào as suas
semelhantes meios ou fói - V e rP,aesdoer destes por
^oes da guerra, é um cr im o<0 pombate ou das opera-
f j f ° cr,fninoso é o que ò^íL?-nte 0 Direito das Gentes,
fi preste qualquer anim ír ‘ lca ,com o o que para isso
np Quanto aos o u t r o s S 0 ,0" recompensa,
li/pdio entre os co n s id e n d r* • faz menção o corn­
a i 1 reputal-os todofcn™ 1 ,lcitos na guerra, é mais
da ml. e,fe‘to para rennh ? GS’ 6 so,:>retudo alguns
mpi le ralha»dos pelouro« li! dr's? como tal o emprego
e p Ò°S sen!ediantes fôra nVi»/»dS Pa^andoetas, e de outros
p ,,?nV ? ais razao, o uso (h»C!S? C0ndemnar-se também,
n s ° ' í lferos» doe seemmo °i 0l,t,O1muito mais terríveis
oVrmC Uaes’ Cü,oo sejào as ,nlí'ni, arga escala nasguer*
siãríU,le^ enlretanto! Sj ‘n )e i alhadoras, os torpêdos;
trihnma,ores estragos Pn,ni Ur,n ,ado causào na occa-
nbnem para qUe as m, ? U(1° P °r outro muito con-
uuerriÔra.s - Realmenfê hnitS S-ejâo h°je muito menos
os símS e mais annos *Hna°, Sao ,nais possíveis aS
l°s de io como os dpT ° S e,,)I)0S passados, nem
danimT? U,Mma analvse , f j r0,a’ ^ Veios,
cond JIes íneÍ0s na guerra «1 °:0Mdemnar-se o emprego
condem,.ar-se esta ab/oln^Gna Preciso, antes de tudo,
dos povos si laj ‘ uente; e feliz da humani*
„ ^ Pr°hibiçà0 da lei ^lat,°aniente p ossív el!
lunto de proscrever enmnUu í a n à o vai P °rém, ató
u com o íllicito o emprego dos

â
priamente perlidia on *i« ft(j 0 pela m
dimenlo absolutamente \t\ oU sol-
Direito. . 0 neneral, ° f ,lL .iieiras, 011
Peitar uma belbgerai ftrenl suas ed ito s ã
dados da outra para ab‘ . ^lUjr os se° c o' tfí quanto
auxilia\*a contra esta, oU governo, 0 guerra»
revolta contra seo. "ctos não
não se possa considerai • oarado9. l '. , ‘ r l dos como
Podem todavia ser 1'ie c l j'atroente cons>d® £ :u9l|ça ; e
estão no caso de sei p» \■
. . de 0u conl‘ ns da Palle
attentadoB contra a bum* lrapição é >íU * dí)S pro-
S\ ba nelles indignidade ou ^ ‘ ^ario, do q«* ü0 1
do inimigo para com o st elle- , dig*10 tie
prios indivíduos deste \ - ‘ era certauien 0 deva
Tal procedimento nao Q u e l l e s QO^ mrell0
louv or ou imitação, inae ^ vados segundo o
ter por absolutamente i l 0 0mpreg°
das (lentes. , . ltn às belligei;a" „ di6farçadas
Com mais razão o lin t Pen® U,?nara conhece*
dos espiões, ou <lo Pes „ ()o inimiB® 1 j ino9 , o c011>'
• nopah.no campo, oiU>rfCas “ iÇÔe9 ou pl»n 1
o seo estado, recursos, m eneral. (l0 ind*en? ’
0 otncio de espião em via do resU, ^ M«s
o a pena capital tem si ’econheci<lo8 #0 com1" 11,
aos que são apanhados ^orn apphc# _aga, o'1 s
se esse estigma 6 justo g 0 sào P exercH0 .
dos espiões e sobretudo ,\0 pr°P 0omU>do 1 ,
officiaes, soldados ou snbd ’ lonaB«®» o a^ lins em
Pah contra o qual exei ce mais. .
é assim a respeito de todos o aque!lc
certas condições. tra o inimiB0'
0 papel de espião contra
128
affronta os maiores npr'
saüamenle, per norn nil??-?.’- muilas vezes desinteres­
se servir ao seo^aiz n P. f 'm 1Smü) e no «obre intento
semelhante nota de infimi í Se<? exeroito, nào merece
acto heroico de dedicao-m*3 ’ **?( n ser mesmo entào um
personagens distinctos^P c» ( e- e se tem encarregado
de baixeza. ’ superiores a toda a suspeita
Lm ofíicial nnp op ríioí
Pontas das baionetas dp «mCa e vai ás occnltas até ás
m'H° para reconhecera 11!!í.a ?uarda avançada do ini-
?s movimentos de (ai ón ». i a f ,e uma Lancheira, espiar
e>aPna[» se nào um esniào ÍUte de suas forCas>0 que
0 disfarce é essencial1Í e ®SPeCÍehO" rosa ? *
espião. Oofficial ou soM'im/U1 cons[ituir o verdadeiro
ou commettendo uma Amt’ <pJe vestidodeseo uniforme
arraiaes, n’uma pra-ann O T ou?a^a . penetra nos
diantequaesquer rneios um ' (e mimiga, mesmo me-
-eos projectos, ou verificar nUoCl0S0s para sorprehender
modo pode ser consider am ~S Seos recill’sos, de nenhum
tratado quando aprision mn°m0 Um espiao’ oucomota*
guerra que a lei desta detp°nV8?râ* Um prisioneiro de
em carnPo leal •ser i e Pr°teger como a qualquer
f y1 ,°.uco* mas a cuja corifmm8líÍIlína’ um temerário,
dam ?rnra Uín in,*migo asswf™ u eve» em todo o caso,
menfe a dedicaçao e a br ^ Mo J,e Pa«’a apreciar devi'
6 a bravura em seo adversário.
L 1 C Ç Ã O X V I I

§§ 150 a 158

Si não é licito, com o já v i o u de­


i maltratar se o inimigo i ~0 nao o e tai 1 ’
ais de vencido, eom ignn 1 a ^ escravidão, >
iduzir-se os prisioneiros d g ^.Q os povos ant g - ’
atr’ora se praticava gerali (’)U barbaros. . ns0
ainda hoje entre os selvagens ou 0 propno senso
Segundo a lei natural, e f e^ ade é um direito se o
itimo de cada homem a s'^ vma . e privar-s , P
ão sagrado com o o da pi l ‘ vencidos mo tf a
anto, delia os prisicmeii os, .piCaveli quanto J exi.
>um attentado tanto mais i legítimos ím
le modo algum, necessário aos b cQn.
lencias da guerra. , a segurança ai de
Retel-os, porém, com toda, a v,ode to x a r ‘
ilusão desta, ê
isào desta, é uma
uma medida, q « pois que,
ntes t,ae * lüias,:nimi-
^ _
ser' permittida as belbn
beiW-A . de n0vo v0 as hiei
Idei >*• .. nç$0
nç j 0
......... .
es, naturalmente, engiengrossai uc essa
entretanto, essa a vjgi- reienv»
s, em seo prejuízo. sob a necessária vig^
nsistir somente na sua g reCinto de alguj fTuerra,
acia nas praças e0 paiz e doras>
i província affastada de seo paimoi tlmatro
Qü p0r goutr0S
jámais em cárceres c e\evada
eios condemnaveis. .prisioneiros ue
Aos oíftciaes ou ou tios pi n

DIREITO DAS GENTES


130
cathegoria, permitte-se mesmo, ordinariamente retirai -
se livres, sob palavra de nào tomarem mais parte na
guerra ; e somente nos casos em que elles faltfto a esta
promessa, e cabem de novo em poder do inimigo, tem
este justa razão para consideral-os pérfidos, e tratai os
com mais rigor. .
Devem ser, em summa, garantidos aos prisioneiros
de guerra todos os mais direitos de que não haja real
necessidade de prival-os. Assim o que elles durante o
captiveiro adquirào pelo seo trabalho ou industria, ou
recebào de seo paiz é sua legitima propriedade, e de
seo livre uso e goso. Apenas em relação a seos bens
ou ás suas pessoas podem justamente ser-lhes impostos
ou exigidos certos onus ou serviços moderados, e uteis
ao paiz que os retem ; serviços nos quaes, em todo o
caso, não se comprehende o militar, ou quaesquer
contrários ou repugnantes aos deveres dos mesmos
para com a sua patiia.
A própria circumstancia de ser difficil ou onerosa
a sua guarda, não é motivo que autorise a matal-os, ou
a empregar nella meios violentos, a menos que sua
conservação seja um perigo certo e imminente contra
a existência ou segurança dos que os guardão, ou que
elles effectivamente neste sentido conspirem, 6 que
nào haja absolutamente qualquer outro expediente
efficaz e adequado para conjurar tal perigo.
A’ custa do Estado que os retem deve-se provei
a sua subsistência de modo correspondente á sua gra­
duação, salvo áquello o direito de, nos ajustes da paz»
exigir que lhe sejão levadas em conta on indemnisadas
as respectivas despezas. _
Nào se considera propriamente como prisioneiros
de guerra aquellas pessoas, de que já precedentemente
falíamos, que acompanhào um exercito ou uma expedi­
ção militar, mas que nào são destinadas a combater.
E costume entre as nações civilisadas, quando as apn*
sionào, pòl-as em Uberdade sem condições.
Taes garantias, porém, devidas aos prisioneiros de
guerra, nào se estendem aos criminosos de delictos
communs, ou desertores da nação ou do exercito, que
os aprisionão; a esses applicào-se, em geral, as leis
penaes ordinárias ou militares respectivas a que suo
sujeitos.
132
parte. Diz-nos, porém, o compendio que é contrario
aos usos de ha muito reeebidos entre as nações, fazer-
ar,*a ’ e r*ue quando sào aprisionados, sào
mmediatamente postos em liberdade. Ambas estas
cadasSI^UGS carecerri de str convenientemente rectifi*
fni»rft0Smîmîan08liPr'inc'Pe8 do sangue, ou quaesquer
sppnvniv " )I0S ( í suas fami,ias>que effectivamente
SSrïï JnfiT» n0S act?s e °PeraÇòes da guerra, flcào, em
5.lfi ’ J ' * " a todas as consequências e eventuali*
» ‘ nn p,,, c;°’ (jomo qualquer official superior, subal-
mip <5Pnnnfl^^S- soldado, qu(e nellà se achem, já por­
- ’ - ^ do a *ei Patural, a vida e liberdade daquelles
Î? resueitaveis do que as destes ; já porque,
c ’ \a0 1e«1Imente aquelles sinào os únicos, ao
Pr,ucipaes responsáveis de taes conílictos entre
asnaçoes,e das calamidades que ellas gerão; e já, flnal-
pí. o,,porque si e de grands vantagem para nrn exer-
j * ll lPa^ 0 general inimigo ou os mais importantes
pmnonhftC ie - * e. nisso devem, portanto, ter grande
r nt t r ,0raJ nda de- tel ° Qualquer das bellige-
ontra nn \ Ca»-)|° d,° soberano ou de um principe da
da fluern Vm?nV 183 *°8 por quaesquer meios proprios
aua*íminr nir»«0* ° os encontre em campanha, ou em
forças * ( 0 iea^ro daquella ao alcance de suas
dera^nm m !*!? outie as nações civilisadas se consi*
ria defprmin^S ; POl!C° ,C,t0 0 fact0 de fazer-se ponta-
a o n ^ f r ,Ue a ,aes °u taes pessoas do inimigo,
tanto se Pl S80aes en, combate; mas isto
quer simulés nín^-fi S° bfr^í]os e principes como a qual*
a èx ceZ érfse rHn Li.U SO,(,ado- Além* de que lia ainda
mi"o nue se fi re8ra aquellas pessoas do ini-
pomormilifares !Lqen T " as 8uas «leiras ou nos seos
damnos extraordinariol0 a° Se° adversa, io um mal ou

neiros? d" vem ser^se m* duvid'! Pri?cjpe8 seja° prisi0‘


attenefles nossivni-. m Vda’ tratados com todas as
^ t a Æ , “ 'lemos, al6' < 1 " * (lislinc-
mal succedUfodeu Æ X " *ï? d,evidas á ? r®vur*
se trata de sm faminf PP S-8 ü[í,c,al ou soldado; e si
dueta que a seò resneiin lcnofiJensiva. o modelo de con-
ia qut, 3 seo respeito se deve 1er, é o que a historia
M— • J f * * * ° "
Issus. . n mesmo a raoâ ’ dos
Mas a própria h i s t o n a ^ J ^ si(l0 assim tr “ de
mostra que nem sempie . . na(jos. Franci ; d
os reis vencidos ou apr « 0 m Madrid depois ^
França, por exemplo, P1^ . nao teve Qu®, y
' derrota que soffreo em aijieinsmo de l,al , nie ncs
das amabilidades ou d° c ‘ a0 elenso uso -de j 1 .
Particularmente quanto ao tobel.an08 ou « P de>
falia o compendio, de s postos em \1 gi8(ra

rostos, poit-Mi, «« i Tíiulson bow<- » Rritanico,


vilania alli praticados por. do B°'’ern®ara que as
moria, sob a responsa & razões ha 1‘ roSidade
contra o leão vencido, ponto a sua g mesmo o
nações não levem ate aq puma naça°. ^ custa
ou antes ingenuidade. N««nud0 cavalheins»o a
direito de praticar taes c especial-
da paz do mundo. . trata o compen benS do
mente do direito das T n X e o proprlo ter
inimigo, quer existente 0ccupem. daS Gentes
no de sua adversaria, q se„ undo o f)n ^os antig°s
Nào prevalecem ma -»;g Jg08 barbai in\rnigo e.m
moderno, nesta matéria, eS 0s bens ^ e indis­
tempos, em virtude do d erão, *:g0 sob cujo
qualquer daquellas co n d iç o e ^ pelQ mimigo
tinctamente sujeitos a compendio*
poder estavão ou catua • om0 nos _ -mda hoje, c
No calor dos combates^ pçde-ee «n » arl.asar
OU na embriaguez do 0(ie muitas 0Oinrnerciaes,
infelizmente, assim s purament edifícios e
cidades, bombardear p o" j estruir ®®25ado inimig0
talar campos de Hwoi. <■ ‘ r^culares d ^ ge0 legitimo
propriedades publicas o 1 eS^u\pal-os 1 n oCio descul-
ou de seos súbditos, uel- de alglUf ,:plcação PoiJ*
domínio ; mas taes actos, Q' , sem jusl ^ Qgeral-
paveis em alguma occasu 0 , ^ 1 q cas0j 0 prindl
sivel, não prejudicao, em
134

impõe o d ïv e r de^e^n^'i6 aS nações cultas, que lhes


des do Estado i n i m ^ m ^ T taes bens 011 propriedá-
existentes no seo nm, ,° de ,seos súbditos, tanto os
inimiga por ellas orn ■l,I°i. lerrit°ri°, como no de sua
arbitrariamente dos fniAn0’ 1 as inJ)it)e de apossar-se
seos habitantes * ou PmCt° S do suor 0,1 industrias de
de S a ° l o s de fazerem se recipr0'
relação aos bèns^mi^n, ^n^ (V,er das belligérantes em
aquelles casos fiamJnocPT d^t,es mirnigas, em ambos
delies tanto quanln lmita‘so ao de lançar mão
necessidades da auerr„ I? tuíner1} e 0 exijào as justas
limites, aquelles onn« fi mipôr-lhes, ainda nestes
J á acima indicámos •V í m !,r-í0s’ 011 contribuições, que
dentes a re g u Z o ’ t " adopta1' cert™ medidas ten-
proprietários de mnrin^0 Ud,J .e 8 °so pelos respectivos
interesses ou direitos <jnd3;divel com os seos legitimos
. Entretanto certos anf Ie att,.’ibue a lei da guerra,
legitimo dono ’ que ia> aIias>S(i proprio de um
território inimigo dur-in p a ° S P®1° occupante de um
sitorioe limitado’ em rpiln? Seo dominio embora tran-
ahi existentes não nori^,aÇa° ao.s ^ens ou propriedades
Pelo proprio soberano 0u ! nSei' Pistamente annullados
ritorio volta ao s e o n n d l ? ? verno Jegal, floando tal ter-
sobre elles contrahirW í ? s seJáo os compromissos
Qne tenhão revertido ò Uapenações delies realisadas,
q«e pertence an í ° “ l'M ade do proprio paiz a
Ceir°s adquiridos h ! £ ue env°lvão direitos de ter­
. As regras aue tímno e’ ? devida ^ m a .
cialmente aos bens ou »fSta^e^ec*do aPPlicào-se espe-
súbditos do inimigo • 1 mpnedades particulares dos
Pertenção ao pronrio F<1S/ pi.e .en? relaçào aos que
nacionaes ou públicos ° lnimig°> os seos bens
Proprio ou occimado ’ a beII,Kerante em cujo território
como uma simples rieton?*existem’ n^° c considerada
mesma uma de entora. Sobre esses exerce a
sem duvida, apossar « a t fectivíi- Não liie é licito,
destruil-os a seo arbitrinde ®s deí>nitivamente, nem
V
conta delies ou de seo m ,P° ls (*l.Je Plca sujeita a dar
5 A ’ cornPete-lhe, norém ' i-OS- aíustes posteriores da
o J ? 26/ se.os os resDectivr?c(í Utílto dtí administral-os, e
seo dominio de facto n >°S ructos °n rendas durante
Uo no resPectivo território.
1TÍ
i
Quanto aos bens moveis jm iw d os^ ^ uma vez que
<lo, ou em campanha ou ic5eSi 0u outros o JI m
nào consistão em armas, s ‘ particulares, P°l por
que não se destinem ^nmouanto a guerra, com0 ^
áquelles que os tomao. C entre os ind . j os
vezes temos dito, não seja u m a\ m entre 0s Estado8
de uma e outra belligérante, mas s ^ » deviao,
respectivos, e por isso P ^ oU governo dos q e
em todo o caso, reverter a1 ' naçòes tem geia ^
effectuão, comtudo as n e ‘ beneficio destes, ]
renunciado a esse direito em uen sào sujeitos na
attenção aos sacrifícios e f ^ u l a r l l i e s o
guerra, e como um meio e esim laeg presas nao
dedicação nella, e ja P01/ } . ’ . . t i v 0 ás
podem ser de grande vai • principio i ' , ,
Em todo o caso é çla.o tf» ^ bens de
garantias e respeito, de : - 0 a que o co l
especie, pertencentes ao Soffre as ex1 rtp'usar-
se refere neste paragrap » Q fíe necessidad arte
elle ahi indica, a saber. lce(jimento liostil ‘ ^
se de represada, no de P* 0nc ®ar recusa da parte deu^
dos proprietários, e mesí^-,inqcões, á obedienc » nte
ao pagamento das cofú »' f enl)So sido re
outras obngaçoes, q" . condição. .EnU eqes
impostas ou resultem ' « - sob cujo P° * 0 8 e 0
guerra autorisa a ‘ ( ‘ , ^,i)itrio paia ma
estão a usar do convenie 1 c0ndiÇÕes
^ oSào muitas
moitas vezes por ^ 0, ^ é ^^ que
Dl0
que o vencedor impõe a ^ e , a0 meno. lvenpa
22Ü 1
este se curve á lei da ne^ « ®S?0
m CamjHu 1 ° qne venha
do
a fortuna lhe não deparai M salvadora em
lançar na balança a sua i ,aQ de confisco
ouro que se lhe exige. :fierar-se isenu hpiit«erantes
Devem sobretudo co n std e u ^ . ^ das belUg^ com
ou de quaesquer med(da. • Estado m'™ gs5o depo-
as dividas contraludas con ^ Taes dn d» govern0
súbditos seos antes 1 6 j))icJi a que " b ’ d0^de trans-
sitos contiados u sua te P ■" ol)as resulta ° a paz e
Pode faltar sem de? !®^tÍ ag effectuadas ^ brgVeio, Ç do
acções licitas e utilu’ s ‘ guerra, que 0 nos diz 0
nenhuma ligação tem com H eDt0, como n
seo confisco ou falta .
136
com pendio, resultaria, além da ruina do credito do
Estado, a de innumeras famílias inoffensivas do ini­
migo, sem correspondente utilidade com relação a
guerra ou a sua terminação. .
Já em 1753 foi altamente censurado o procedim ento
do governo Prussiano, que em guerra com a Inglaterra
confiscou a divida de seo empréstimo da Silesia; e em
1794 nò tratado de com m ercio celebrado entre a mesma
Inglaterra e os Estados Unidos, bem com o no de Paris
em 1814 entre aquella e a França, se estabeleceo o prin­
cipio da inviolabilidade de taes dividas, e em con se­
quência forào levantados os sequestros feitos por esta
em 1792, c teve ella de indemnisar o seo valor. t
Em resumo, as belligeiantes não podem licita*
mente apossar*se a seo arbítrio das propriedades do
inimigo, e nem destruil-as, senão nos casos excepcio-
em que não possào ser as mesmas conservadas ou
abandonadas sem directamente fortalecer-se aquel e
ou prejudicar-se as operações indispensáveis da guerra,
ou nos devidos termos, a titulo de represadas.
Conseguintemente é lambem claro, que só serão ju s­
tificados quaesquer dos actos de destruição ou confisco
das mesmas, de que nos falia o com pendio ( § iõ 8 ),
que poderem ser com prehendidos em algum daquelles
casos. Sabe se com o a França foi obrigada pelo tra­
tado de Paris á restituir ü Italia os chefes d’obra de
pintura e esculptura que Napoleào l fizera transportar
para alli.
I jI G Ç Ã O X V I 1 1
t 'K l BTíl ycluBllü Mb
m fferm ça entre a “ ®"f^ fjfi/ ic ã o . - W Z lS d ó
propriedades dotniinnjo , i^.aativa"
e regras a que são sajedos, t e n »
sUiimm
de abolir-seo seo uso.- °L Z
pode ter clle ttppheaçoo, e /

|| 159 a -164
- nmivse dos paragra*
Temos visto na exposição ® regular a con
phos precedentes, clulír . í^ntes a respeito das Pr l
ducta das nações bellige c sa|3(}itos na guerra
dades do inimigo ou de seos suou
nental. . . nnrém, esses principio
Na guerra marítima, I subsistem a t e lven.
dificào-se notavelm ente, |>ireito antigo, en
ponto as praticas anormau ^ mesma comhça gUp.
do-se, quasi sem di ^ ^ . ’arinado, e os de dio no
voravel os bens do mim © faz ver o comp nuje c .
ditos inoffensivos, como ^res seguintes c ^
seo § 159, indicando-nos stumâo oppur a Jf^ate,
ções que alguns p u b lic i^ 0 compendio con
trina; objecções que o te boas a z o < pecle
mostrando-nos que ba r^ s ern uma e outra esi
aquella diversidade d e i 0 . . c0 ,n
de guerra. . . , n daciuelles pubUcistas, ^
Com effeito, a opm _ enunciado, Ç n eces.
quanto mais humana n regectem bem qu 1 iUSti-
menos acceitavel. EUes i a seo fundam de
sidade è a lei suprema ® ndo as circumsta ce J>t0S
ftcativo, e que ella vaiia s © geral, ou , iniSSivel,
modo que aquillo mesmo que, < e * ia madmissi ,
casos pode ser naquella uma J
pode em outros ser um meio nci *• i»
DIREITO DAS GENTES
138
Ora, cie facto, a propriedade inimiga em terra ante
a belligerante contraria nào se aclia nas mesmas com -
ções daquella, que por esta é encontrada no mar e ^
navios seos, ou consistente em generos de commer-
cio vedado, embora embarcada em navios neutros de -
tinados a porto inimigo ; pelo que, nàoé de modo algm
estranhavel, que se lbe applique regra differente da q u
prevalece na guerra continental em relação á mesnn
propriedade. .
Em terra, si a propriedade inimiga existe em teni-
torio de sua adversaria, tem-na esta immediatarneni.
sob sua vista e acção, e pode facilmente prevenir oi
castigar qualquer uso que delia se faça ou tente ía'^
em seo damno ou das suas operações de guerra,
seos proprietários embora pertencentes á nacionalidaa
inimiga, desde que alli se conservào inoffensivos, na
poderiào ser justamente responsáveis pelas hostilidades
de sua nação, nem os seos bens sujeitos a confisco sem
clamoroso abuso de poder. . .
Si se trata de propriedades situadas em territou
de nação inimiga occupado pela belligerante contraria,
outro tanto a con tece; ellas estão igualmente sob a vigi­
lância directa e efíicaz da occupante, e sujeitas ás me'
didas de cautela e de rigor que lhe é facil appticar-lhes
e a seos donos, quando delias abusem em seo prejuízo.
Além de que, entre os habitantes de tal território e o
inimigo que o occupa, ha um tal ou qual compromisso
de subordinação de uma parte e de protecção da outra,
emquanto a occupaçào dura; pelo que não ha nessas
circumstancias necessidade real de lançar mão a occu-
occupante a respeito de suas propriedades de. meios
prévios e excepcionaes, emquanto seos donos effecU*
vamente se conservão submissos e pacificos, fieis, em
summa,ao compromisso contraindo com o seo governo
de facto.
Na guerra maritima não é assim entre os navios
das duas belligerantes que se encontrão no mar, ou q o°
ahi encontrem qualquer de uma terceira nação com
carga de contrabando destinada á sua adversaria.
Nestas circumstancias o navio de uma das belligerantes
em presença dos de seo inimigo, ou que com o taes pro­
cedem fornecendo-lhe recursos de guerra, não tem meio
algum de exercer sobre elles uma vigilância moderada,
139
rài.oQ imPe(^**'0S de fazer-lhe mal, senão o de caplu-
Perfpn COm Sua car&a> ou esta quando illicita, embora
Íunoh1Centea neutros* Não ha para elle em taes con-
aUirpmr^ 0lltra alternativa; ou hade deixal-os prose­
ou ho j !vremente suas viagens com grave damno seo,
ade tratar de aprehendel-os.
as nan' c|? £aerra na° pode, pois, deixar de autorisar
destr»^°eSi ^elligerantes na guerra marítima, a proceder
e nrn m° , ° ’ em^0,‘a rigoroso, a respeito de taes navios
^esnia le^a^eS’ como uma necessidade indeclinável na
p0 > A nave8aÇão livre do alto mar é, sem duvida,o mais
as h lu^° a®ente da riqueza das nações, a fonte de onde
mle e,,,8erantes tirão os seos piincipaes recursos na
pr0 rra‘ pois, cada uma destas tem o direito de
acj Curar enfraquecer o seo inimigo pelos meios mais
Q. 9 Uados a isso, á excepçào dos pérfidos, barbaros,
ni ,rnmoraes, não pode deixar de ser permittido ás
r a d ,naS aclLiede procedimento nas circumstancias figu-
trataS Gm re*a<^ ° aos navios e propriedades de que se
in' ? erna's>como bem observa o compendio, os navios
. u1n,&os, embora mercantes, e suas tripoíações, não se
|. ue mesmo, em rigor, considerar como cousas inof-
risivas, ou indifferentes á belligerante contraria ; pois
i n ? . e ^es sao> P°r ass*m dizer-se, materia disposta,
strumentos mais ou menos apparelhados, que de um
0íílento para outro podem ser facilmente convertidos
1 meios de ataque e defesa Em muitos casos, e sobre
,c‘ ° nos urgentes, esses navios são armados em guerra,
11 empregados no transporte de tropas, munições, etc.,
nas siiâs tripoíações ordinariamente se recruta a ma-
n,lagem de guerra da respectiva nação.
■ Quanto ao argumento da liberdade do mar que
Sllns publicistas invocão contra a doutrinado com-
t cndio e nossa, o mesmo compendio o refuta de modo
dSsas concludente.
, Q direito attribuido a cada uma das belligerantes
rj Proceder daqnelle modo contra os navios e proprie-
<l(,es inimigas ou taes consideradas, não é com effeito,
tim a^cntado contra aquella liberdade emquanto legi-
ía j e antes um justo limite, que em consequência
140

uma delías^oppOe an .' eíjpe' l° (Iue lhe é clevivo, cada


tente fazer a outra em l Jllsos ,cíue da mesma faça ou
Além discn 1 seo PreJuizo.
de mais; porque d lí;-?umenl°, a ser acceito, provaria
nào teriào o direito d !" Ies.Hltado <fue as belligeran-
relação aos Droorinc P,at,car aquelles actos em
a sua propriedade imn?fV1°iS »uerra do inimigo, ou
a guerra rnariUnia seri»tf? Stamente hostil ; ou qui toda
das Gentes o l - } ^tentado contra o Direito
algum pretendeo iinu , ' nadmissivel, e nem publicista
tamente condemnàí Saivo 08 <1™ «bsolu-
No § 103 trata n nr ‘ d °Vena ent»e as nações.
Já vimos p re ce d e n .^ nd 0 dos
autorisados nelas h/n; . ernenle ((ue podem ser estes
hostilidades o fa7P1. ni.^Vanle® Para tomarem parle nas
de concessão de cartas deS»f«°.bl e ° ' " imi80* P01' meio
Esta salva c o m t n J , Harea’ 011 de corso,
gundo os princinioe , vj;.°s mesmos corsários, se-
pécha de piratas e d a s nén-i'n °S e" tre as nacões> lla
incorrem, e eme Inntam! e? ‘ s 0,1 castigos ei>rque estes
c a p t u r a d o s; assim com o'-! S<i l,les aPPJica.quando sào
res, e seos respectivos a quaesquer navios particula-
Para isso de se^aoverm ?10.? ° rr S,<JUe se,n commissâo
façao presas ao inhni™ ’ Pral,(iuem hostilidades ou
Pcopria contra uma ■)£,.’„? fiao ser ern casos do defesa
, A ca, ta de Z r X *?™ ,°u ata<l«e deste,
branco, nem importa e c o ,s ° n a o ó uma carta em
armador ou cominandartfrwi^ 600- P°der conferido ao
pendentemente de mu , • ( ° nav,° corsário para, inde-
dade fazer no mar truin _[nsPecÇào au responsabili-
inimigo ou suas promiVu ?orte de tropelias contra o
corsários licào, em todo f/í!' e,8' t,ue alli encontre. Os
fes das forças navaes do v 2aso’ .6ub°rdinado^ aos che-
lamentos e instruccòes m,*SPefbvo Estado, e aos regu-
nao é licito aos mesmos\rf. e?le ,,les deve dar, e de que
contra a possibiii,ja(|e a^ lar;se- í>ara mais garantia
idinario, se os obriga a , os abusos ou excessos, de
cujo quantumè fixado n ! h €S are,.n uma forte fiança,
I aiz. ou arbitrado por «m ^eSi^ec^lva legislação de seo
começarem elles as suas exnnr^Se° governo’ antes de
.Elies são, em sum excur.soes.
II le‘ da guerra, e quando*!’i ! ^ ei.tos em todo o sentido
t anuo a infnnjão devem ser punidos
Siuu ----~ _n r tn ( i e i ‘,a,w • ,1o seu “ *vw
pies razão, de que a 3 te em vist iacao, e n°
da uniea ou princip' ^ n0 de su gó quando
se particular, mas s ^ a empen^ averiguados’
guerra, em que ella L maior, taes presas,
tivados por casos c destruição . ucpcadas aos
justificão o abandon grl0 estas sempre 0 sa.°
Julgadas, porém, b ‘ mas nei pções majs
sarios que as ten lilpnende isto das j tenba sido
sua totalidade. D®P :"tas com du« | iva iei e regu-
menos amplas ou \® oll da respo a tal «e^
icedidade
nentos a carta de mou ^ ’ c0nvenç
seo paiz, as entre as respecUva'
i
ito tenbào sido ceio teUaS com d1®
ções. todas as c nem semi

i nações prmjur&o*1 °09d T p ^ ; . ? o f pe^®r^ fè

h-sr-tgg&g&i a»
.iaísaS"-;li.,- g»
oiil-o uiiri c e l e b i o ^ fl Rússia
149

condem na o côrsm ^ 3 tratou'Se de firmar a regra que


Mas tudo isto n m m
®. Passageiras, ou de JP Passado de medidas parciaes
sinceros; e essas mesm !« P eS votos> mais ou menos
aferir-nos, mais tard ‘ f nações a d ue acabamos de
Uas^8uerras. 1 ornaram a empregal-os em

iemnementea odio^ichdM ?s aPiados proclamaram so-


fpitn ? de nao USarem enn<°? ^prsarioSje o seo compro-
eljcitaram por isso , i ti0 1 ebes’ e os seos escríptores
n[un^ira barbaria o 1 Iinarilí,a(ífi. pretendendo assim
fiente Europeo. Sfiante a civilisação do Occi-
«íiis a este rf*c •
í?|e?ri?que ltles naoP" l ; ! ~ s Ponderar, primeira-
laI *déa, pois que, corno ° ,nerito da prioridade de
a Propria Rússia a bamos de ver» e,,a é antiga,
ai segundo lugar nào m d ,u a mais fJe um século,
g nerosidade; porque si i e|.cabe mesmo o mérito da
fin /'01 enlaoao direito ru ,ança ea Inglaterra renun
» » Ï ! , » necessklaílB Î E ^[sarios, é que nãc

van on8/ ? ® 8 um grande r i f f que 0 emprego delles é


uai- i 1 6 uacas contra ou irÍ-)rS° P a r a as mações relati-
P o d Ue ,as l,ue nào podem6 miUS fortes* e sobretudo
destas q S esduadras regular!!!?11 ter Permanentemente
em e disnen J* eS* {3ara °PI,orem ás que
,Ku1erra Que IhessobrT1, P°rtanto, tal recurso,
, Em todo o caso J „ ? ?,obrevenha.
timaMdp»ueS- 0íUra tal rnodr? ? la? ifestaÇòes o tentativas
Caivò ern Ja.Pr°dusido nfpii C ? Z.e r'Se a guerra mari-
nào rm itPrat*ca att^ boie pyaÍ ? taí^o â ' pois Que, diz
Can, fnf)atentes no mar ? ,da em detrimento dos
libei I ' ru e a ser subslituid^’ conlra a marinha mer-
DriedVi ,,(i s£ nt'do de p,,.;, a P°r uma doutrina mais
Pnedade do Estado, e á K 1* V que,hl guerra á pro­
os- pessoas dos combatentes effec-
muito depende0^e* n í ? 0 pratica de taes questões
Positivos reciprocamenfo Ser *?odificada pelos ajustes
E’ claro/finalmenrf aCCeitos no tratad° de Paz- .
Quanto ás presas feit io as jegra s do postliminio
continental, quer na m anr 6 ° inirniS°> quer na guerra
tenliào sido de conform inJí13’ só se aPpl«ca ás que o
com os princípios do n^ 3^6 Com a Iei da guerra, ou
pelos quaes ellas devem rÁ«e,|t0 0U usos internacionaes
e devida em qualquer iPf!oU ar’se‘ Pois Que fóra disso,
ail° s a sua restituição 11)0 3 seos ^8*timos proprie*
I.ICCÃO X IX

l-VJI
, por tal titulo, - wx..._
snte commerciaes Qu hospUaes ou an reridos o»
cifica, fazer fogo sob» e e recolb > ^enois íic
migo, ou sobre aque enierro d, >1^ nlie já em
m o s ou empregão-se n° ocedimento» 1 terepro-
o combate, além 4 05 ,™dS«»««o«bBolutamen)9
itras partes temos intuo,
DIREITO DAS GENTES
. 146
vac*os na guerra tal ff ,
caçoes civilísadas. devem comprehender as
consíde^do corno leeifim/^ISto coni efeito pode ser
belhcas. n 009 actos ou como operações

tantes e mais rrequenteon'.1’ 101 es’ uma das mais impor-


nhf’ P»raças’ 0l« fortale2 a^dHgU^rra’ é 0 assedio de cida*
aõi esta a historia daímpii.^0 ,nim,8°- Para attestal-o
tn ã ^0S ,neff‘ °raveis na <jual abundào os factos
pisodios de abnegação e Í°S de,,es célebres, já pelos
infelizfnente* rnni ero,smo da parte dos sitia-
' eza dos sitiantes i,!« IÍS? vezes’ de brutalidade e
I P°s antigos e môd^rnnc6 es se derào em todos os
mmortahsaram as musas c, dMSde 0 cerco de Troia, (iue
attí ao de Paris »elnQ Eb lmes (,e Hc>mero e Virgi-
pf«X0U.de si no inuirtn p- T,Ssianos em 1874, que só
erno honor. cuihsado uma impressão de

‘ la de uma cidade ou tanc,a e influencia, que a toma­


da guerra, autorisa OSP ^ e »nimiga pode ter no exito
* «aordlnarios para co n e ilín-íes ao emprego de meios
. * as vezes, decidir do ^od-a; pode isso com effeito,
- - a guerra. nma campanha, e terminar

o*nc” l?S dire,t°s ilhmUad/1^0 da’ em todo o caso, aos


o «só de meios reprovado? in*!®"!justífica de sua parte
men°fn r°?- po°c o humano« ,njustosj cruéis, ou mesmo
‘Je indispensáveis ao seÀ i^116 nào sejao absoluta*
fl. íía duas maneiras d«!60 Ie« ,lim° triumpho.
a sih tofmada de uma cidadr,ai' 6 ,evar ao cabo 0 asse*
'l,aíUe, cercada aquelh ° ^ praça inimiga. Pode
cm,. odos os pontos por nn lí,IMtíJ[’"se a occupar e guar-
a ro«°n em lroPas, munioòocde e a. P°ssa receber soc-
so„ ?pect,ya guarnição p<?an» °»u víveres» e esperar que
sitiam resJstencia, capituip nados l°dos os seos recur-
sufr - ° n5° d'spõe pa^a e,OU renda-se ; ou si o mesmo
Um ‘en tesoi,a« s á s fo r t J eMe ^ m de destacamentos
Cões ílo ? ni demorar tal on/r'* por Qualquer motivo não
d is n ò o V ° rnar a viv{» forc í r,lÇao’ e julga-se em condi*
assalto ° S Seos meios de ái Cldat,e ou praça sitiada,
assalto. s de ataque e dá-lhe finalmente
. us esforços do »ir
0:5 i^incipalmente confrá'6516 caso devem ser diri*
a as trincheiras ou outros
. resistência. ProC" f " o ? e S
pontos de onde Parta.\, oô\a qual Pentí rl0 é l'clt0
sal-as ou abrir-lhes i>ltí ^ a> Em re% t& ou pontos
da cidade ou praça f i:nc\os partícula ’ faZ 0 mês-
dirigir-se o fogo contra de onde nao fóra do
de cidade ou p o v o a ç a o , ae ^ sitiatlte, ou
mo, ou quaesquer hosi R Vesistencia. nadas por
perímetro de sua effect < )r\a\eza mesmo , ^ antôS de
TIma cidade, praça ou mu

; raro serem euas, -- nLie, em factos


nnio e á pilhagem, st bei J b m noticia J id ll0me
iade, a historia nos ^ , ^ ^ ndido então adevia^. ^
inimigo generoso, que teu e vencidos, hapitan-
nagem ao heroísmo dos f lu^ leKandre com
de uma vez já citamos o * irnP0SS^ ’ 1
tes de Mileto. .. fortaleza, * 1 pode ren-
Uma cidade, praça, ou ^ c0ntinuaçà()’
dade de resistência, ou ■ (iesCripçâO‘( iaS prescrip;
der-se sob condições o <-cefjor, alem cum p'"
No primeiro caso o ve mm ò 0b n g f ° aondiçõe9
ções communs da lei d* » oS rendidos * 0 muitas
escrupulosamente Pfia A:s importantes’ •* qS sitia-
estipuladas. Uma <ias incjpalmeuie d '; s de defesa
vezes se convenciona, J ^ ge0s rem permit1' 1' s °
dos não tem esgotado ^ 0°ngal.a, ô a f ^ n a s e baga-
e poderião, portanto, P pvre, com sC ‘ ‘ utn immig
â sua guarnição relira»- c ondiC&0, 'I casos esf •
gens, e honras da recusar, s^ ça se rende
magnanimo, aliás, nao cidade m l da vicio» \y
ciaes. Mesmo quando saber u»‘ deveres
à descripçào, o vencedoi dm.e ^ ^ ^ de mode*
observar para com perra, e o ;-}<rnado ou " " l

len’ eUma cidade ou ° ^

* œ s s fr# ? ,
se pratica uos navios e » ^ dado ('® ; 0,s quo s
Uma. Logo que este signai ljUdade , l>
do inimigo todo o acto de
118
as* violências' e' e s t i - " V l° int)ualil'cav«l contimiar ae
deCci?m onCÍd° ; ® que8*s c ®®"ara Um ini,,li8° ’ qU6 S®
estratagema o°úcMà(ia0da n®,Har|,llelle si8nal um méro
tiante, para evital-q a Á- ^ e dos sitiados, tem o si -
tellas,e de exiojr d inn^iVreito (le tomar as devidas cau-
oegociaçòes que se h 1S’ ^ara a sua segurança, e das
quer ontras garantias deentabolar, refens ou quaes-
tie ou praça, o u T n i í l ° ^ 0l?1ílar^ ea|tient0 de uma cida-
que tem de fazel-o iní ° 1Ini,n,{?°* deve a belligerante
dêem satisfação ás sn^Í ma ’ 0S-a f,Utí se rendào, ou,
ladas. Não lhe é i í p í »S ex,ganc,as justas ou taes repu-
uiaçào da amcan °* Pore,n, acompanhar essa inti-
yuarniçào ou uonnlí.r.',)aSSa,*,se a bo de espada a sua
°u saque da solcíadespa’ ° n (e entreSaI*a ao incêndio
exigências attentidas n° CaS° tie nao serem aquellas
^ealmenteé feira^corn^1;31» SÓ Propria de selvagens, si
feita somente oara inl ,I,. ?nçao que realizar-se ; e si é
resoluto, pode tor »or Uí • ar um inimigo corajoso e
do-o a vender cara^ ‘ lvei^ ?onsequencias,determinan>
ruínas do posto confiam t.v,das» e a sepultar-se sob as
muitas vezes para n >»,•° a sua defesa, com grave damno
em pratica. ' (,pno que taes ameaças faz e põe

mais ou menos^direch Vmir? ta °. compendio da parte


ter nas operacOes do timíUL terce,ras potências podem
palinente íjuando essa forp8^ena. entre 0l,tras, princi-
da controvérsia entro *efce,,a>al,ás estranha á causa
brado com alguma destacd°?S bel,|gerantes, tenha ceie-
soccorro para o casn «m a «um tratado de alliança ou
. Verificado isto ó m. .ríllc a mesma lhe sobreviesse,
mdo com essa belíipor dl,e 0 compromisso contra*
o esse nm dever do i,r ü ° r ?ve ser cumprido, porque
airosa ou justa mente PYirI? e *ea*dade a que não pode
tou-se ; a não ser auo Qflmlr‘se; aquella que a elle sojei-
ado ; que ella tenha rli£Ü° 0 casns faderis estipu-
belhgerante tratado im,oi ebrac*° também com a outra
com esta a não prestar •’ ° n í 6*0 dual se obrigou para
cm guerra contra ella •am 3U «duer outra auxilio algum
0,1 dnalmente, que as necessida-
149

t^m n f SUa Pr,°Pria segurança ou defesa a impossibili*


c,n ae prestai o.
promk<f * mesm.° fóra destes casos de alliança ou com-
otjtrao " 0 ao rompimento de uma guerra entre
ment.’ „P° ? em terce*,as naCões tomar parte regular*
Uma ri n?S a ’ ceJebrando nesse sentido tratados com
d e n o t e in S M,a i1mmÍnencia c,a mesma guerra, ou já
autoric íe a declarada, uma vez que motivos justos
Pura '*??•*** seo Procedimento, e não seja elle uma
<3 a outra C10S,C^a(^e ^,atll*ta Pa,a com uma, em damno
fieraJaeS aI1‘an?as ou soccorros podem ser, aquellas
restriSf ° U Parciaes> e estes mais ou menos amplos ou
ctos segundo os respectivos tratados ou convenções
Ruei* •aP*ança geral, mesmo celebrada antes de
con I'1 ° forna*se commnm aos alliados, e estes
advSlItU®m tam^em um e o mesmo inimigo para o
tod ersar*°- Nestes casos os alliados contribuem com
d_aos os meios de que possào dispôr em soccorro um
outro; ao passo que no caso de alliança parcial elles
se comprométtem a um auxilio limitado a certa
1 antidade de tropas, navios, munições, ou forneci-
Wenlos de guerra ( § 170).
ci ] 0 compendio que, segundo o uso estabele-
* oào é considei'ado como inimigo o Estado, que
es soccorros presta a uma das belligerantes em vir-
ucie de um tratado de alliança senão quando elle em*
Píega nisso todos os seos meios, ou quando o auxilio
ornbora parcial foi promettido depois de declarada u
Suerra ou durante ella.

um auxilio limitado ou promettido antes da guerra, e


Portanto sem intenção directa e particularmente hostil
ú Sl,a contendora, não se possa, em rigor, equiparar a
outra realmente inimiga declarada, comtudo, nenhuma
oelligerante pode deixar de considerar mais ou menos
c°mo tal, a que esses auxílios presta á sua contraria,
ombora nas sobreditas circum&tancias ; tanto mais que
aes auxílios mesmo parciaes, podem muitas vezes ser
a*lamente damnosos, e até decisivos contra aquella em
Prejuizo da qual são dados.
150

a esta"3'uae ^ i í f 1™ ~ c *aro CJUe Pouco deve importar


com proni isso anterio^- í)restados em virtude de um
quando ella psMi-» ■ a ê ueri’a, oa por um contrahido
pienaactiv da P ,mmi nenle, já declarada, ou em
dispor a nação ^ ^ P° “ e

r
P -tSehd°aSo!ífr3adeS 6 " “ te C° " '
e aquella com a m iTf taes auxílios promette e presta,
promisso, é que os .(: 0 , l t , a h i d o 0 respsctivo com-
variào notavelmente 6 obnoaÇòes reciprocas
aquelle é c e T b S e S a a d n„ aS C° " dÍÇÕeS e'" ^
comol nosdld'ilTcompendio( U 71 f f ' al’ cada oma’
S R : “ « i « A í sobo coPmr
muns, ao men?,fsm ge."eral <?“ dele, e são-lhes com-
forças respectivas init<fJ°P01Çao de sua importância e
taes comoPos seos di eito°s r e i X o s T * 86"* da, 8“8rra*
sas, e espolios nelh fuoXi at os as conquistas, pre­
zas da mesma T i n í T i - SUa c°nt»*ibuiçào nas despe-
paz. ’ " ' paiticipaçào nas negociações da

observa o^omuendio^v8 alííafí~s’ P°,ém, como bem


pho, é licito celebrar est^ pmt0 ílnal deste seo paragra-
geral, sem o consentimem™ sJepara(1° °u um armistício
em casos de absoluta necessidade '^ °ü ° T ™ ' Sa,V°
nhece de todo im possive? , ’ guando se reco-
guerra
oi, ou a suaacontinuação
porem, muajosa. 0 d° S fl" 8
alliarm^ X vantajosa0®
temente, mais ou m e n „ s E t,arcial’ 8 «o»«*«"»*
tido, taes direitos e ohrm* Líndado o soccorro promet-
°u governo daquelles pn,.?)es nao c°mpetern ao Estado
tadas. as quaes servem ! ° S 011 troPas auxiliares pres*
auxiliada, sob as orden« u ° S exercdos da belligerante
de suas forças, cabendo u Seos Seneraes e mais chefes
cu espolios que nor si f", ®s aPenas a parte de presas
sua condiçào a tal resmui Çarí na guerra. Resulta esta
gerante que tal alliada mívlr qu® 0 inimig° da belli-
inimigo. ' auxilia nao é realmente seo
151
respeUoleí,^nt^ i ocías estas negras podem ser a alguns
Çõe$ re sn «J 1SlderaveImente modificadas pelas conven-
‘ espectivas.
mais i°e ih llaes aLlx,l'0S fer ainda um caracter e alcance
^entempnfA como seJao os que um Estado indepen-
f°rmae«í .... 1 ® uni datado pu convenção de alliança
dos, m i!n iíeS a a uma das belligerantes, em solda-
mt!dianfp nZes’ Pu. ,?lltros- serviços uteis na guerra,
tempo determinaU^S,d,° ? nnual> Pa8° P°r aquella, por
Oiian,?rm naa? ’. ou durante a mesma guerra,
tilais cnm ° ° auxdio consiste em soldados, o que é o
viço sãn sao e9fes Pagos pelo Estado a cujo ser-
Sujeitos p m » ° ? ’ e ^cao P°r l°do o tempo do mesmo
Serva o o 11 tuoo ao seo regímen, salvo, como nos ob*
reserva t 0níP®ndio, quando o seo soberano ou governo
taescorri 3 S* a^ um direito em relação aos mesmos,
A h |i OS de Promoção, jurisdicçào, etc.
em tron > eiante q ue aquelles auxílios recebe assim,
Pagar ii a S*0U homens, ordinariamente é obrigada a
os^fom013 lnde,nn*sa^ ° convencionada ao Estado que
mento j6, Pe*° seo recrutamento, primeiro equipa-
que morrãS^e2aS de SUa vcdía’ e Pe*a Pe,da d°s que
c°ntivfoíi0nVençPes de subsidio não são, como se vê,
ein v i ^ os gratuitos ou ofíiciosos, e o que porellas tem
as vanf a ílaçao Que os presta, não é tirar da guerra
Pela v' f ge.ns 011 interesses, que delia possâo provir
objL .; oria á belligerante a que são prestados. O seo
desta V° reuI e directo não é fazer mal ao inimigo
em t ’ ,nas vantagens ou interesses de outra ordem, que
auferjrCa disso lhe são promettidos ou ei la d’ahi espera

geramSSdn Sí^ P°derá haver justa razão para que a belli-


bacàn G COr)^raria considere e trate como inimiga a
a ml (lL,e Presta taes auxílios, si contra ella mostrar-se
K Parcial nrín-lhp. concessão icual á CJU6

VUPq t• mui ouiuauuo w u i vw ^~v7 ----- -


cittí ’ V v®res, etc., e os nega á outra, quando lh’o soli-
pronr-J *Suaes condições. Nestes casos não haverá
Çào n arnent.e entre as primeiras uma simples conven-
m a i n6pSubsidio, mas uma alliança, embora parcial e
uehnida, mas também mal disfarçada contra a bei-
152

dade do folfto^terf o d ?’ d[1G !JOr isso ’ confoi'me a gravi-


tilidades ’ Grd ° dlre,t0 de envolvel-ajoas suas hos-

nenhuma parte cabpGSnaeIíte Sll bsidiada, naturalmente


resultados finaes" direcção da guerra, nos seos
riores da paz. ’ m tambem nas negociações poste*

ma*s razão] as re^ra'^ m H ® — r?.speito> e ainda com


corpos ou tronas aiivin«?Ue Ja lndicamos, relativas aos
tratado de aíliança parcial prestadas em yirtude de um
t-^na todo o n .
quaesquer soccoitoq P0ré.rí1 uma nação que presta
desta com uma to, ÍX,I,0S a outra em uma guerra
invocar a proteccào <» V V te,V tal 011 (|nal direito de
razão venha a ser at-ir» 1 eSiV a mesma, quando por tal
bem pode succeder " P SUa bdmiga, o que aliás
por taes auxilios 0u fí,?e a nação prejudicada
possa fazer sem ^ranrlp6 po‘ e,Ies se julga oftendida, 0
resse. m grande onns, e tenha nisso real inte-
\

L IC Ç Ã O X X

Das c o n v e n ç õ e s m ili t a r e s e n tre ' *j* C


,m a es d e lta s n ã o iteres ov
r e ,w õ e s g e r a c s o n p a r t i c u l a r , i s , , J V treg o a s, e
/ i c a ç õ o . - DOS dos m e s m o s .- D a t «
p a r c ia e s , r e g r a s r e U t ii f ^os.
d a s h o s t ilid a d e s d e p o is d e li A
;§ 173 a 179
porte terceira — tiata
No capitulo II desta s, f d7 s convenções mUitares,
o compendio espeeialrmm ^ tes> ou suas to1^, oU
que entre si fazem as bo © certas opeiaç
decurso da guerra, e em relaçao _
actos da mesma. ser geraes ou t . 0
Essas convenções podem ?1%Jéeiias, em g e r ^ , .
res. No primeiro caso 1 tes concordão em I ,e
modo pelo qual as belligei a outra na 8 nreao^de
reciprocamente uma pau c evitar-se 0 er ,?è certas
se fazem. Trata-se nelU» « ^ muto«m<g»
certos meios, o» d e f » tornar-se a g»- raÇÕes
154

Hesula^e^mptrnndesljnad°s nos exercitos, etc., etc.


modo neiii r .1(?nen,? laes convenções, lambem de um
objec°togserd s rn v en còes11r , ’, : '" ? S“ ° P'°>Jrianie" le
certas ^oes pa,l,culare&» como sejao,
ao nacamenin Mp e allVas as capitulações, armistícios,
fm p ôT èïc contribuições, que uma a outra possão

entr^os eova'íiní'oí'iln' ' ' lai es ^eraes>s<^ podem ser feitas


seos6 representantes n»r»PeCt' VaS ou por
risados. s™ p i i o Spai i ,sso com Petentemente auto-
subsistirem d i n » C^i e^raí^as’ ordinariamente, para
sèl-o também nnr e, odo 0 tempo da guerra; mas podem
a toda a extenl^n ^raso ^term inado. Elias applicào-se
todos nue n e l h . c e. tei ritorio °nde se faz a guerra, e a
pela paz me' mr p Ü^0 I)arte; Cessão, em todo o caso,
ter uso pois nnp m iSl,as esl‘ Pulações que nesta possão
de ser.J * pe a ,nes,na desapparece a sua razão

faze Centre a ? beíb g^ra m e ? Pcae^ í u-Iares- <!“ e sf Pode-m


a nacào nn pm.- ° eianleí>> celebrao-se, nao de nação
exercito entre n ó ? 08 <='OVernos- mas’ de exercito a
mandantes simerin.^ pecl,vos generaes, chefes ou com-
quer forcas oií nnc/rfS^0U mf smo subalternos de quaes-
ao districto on in ^ ( aflue,,es>cada um relativamente
sujeitas û sua
e as caDitnlaeõpc c *'tm P10 ( s 174) os armistícios,
um corpo de tronas n a ! quaes uma cidade, uma praça,
divisão! 2u esquadra n ??.nlinentaI- 011 navio’
inimigo em uma sn npn ' la,ilt,ma’ concordào com o
dern-se condicionaTJ?«ntÇa° das hostilidades, ou ren-
resistir. ° nalmente’ <l«ando lhe não podem

paragraphôC°que°nàoS !Z °°-S-° comPe»dio no citado


mesmo já precedemenwfnieSSlta? de retiricaÇào, e nós
crescenta, « salvo si ell / fni ° (llssemos ; mas elle ac-
ou quem as assign o u excid L ! f erVada exPres8amente,
Estas restriccôes l l r l í ° ° s seos Poderes* »
tmctamente a todas ài °po l ’ na° Sao aPP|icaveis indis-
tratamos. Quanto á*“ conven<3°es da especie de que
precisão de ser rectiiicad^f r Venhuma duvlda ha que
tivos Estados ; as Dartim itS pe os governos dos respec-
cialmente algumas nioU aief ’ porém» ein regra, e espe-
mas’ nao Podem ficar dependentes de
155 ^ ^o _

tal rectificação, ou da eKtênsao maior ^ pQ(jem fazei-as,


deres positivamente confeji „ 1 capitulações, clue. 1 ,
taes sejão aquelles armistici tem necessida
cidade, praça, fortaleza, navio, etc., lmente impos-
de celebrar com o inimigo, - e S($ aquelles Pol1^
tas pela urgência da oeeasia ’fJel ger immediatamen
avaliar e regular, e que le . „ alternativa para os cp
postas em execução, sem ^ om' 1 as mesmas ou de
as fazem, senão de sujeitai os de todo os tm
serem sacrificados, ou pi J »;nadas. i*
importantes a que ellas sao Qgura, e em que oi -
Nas circunstancias em que ^ ’adaS) pão pode
nariamente taes convenções < ^ vel> poderes cor f
tal reserva ter lugar, nem l ' appÜcaÇã0,
ridos e limitados que llies te mniandantes de praÇ i
que capitulão por exemplo , com «mai jss0 forçados
de um corpo de tropas, de nrc■ navio ^ aChão, e e esta
pela necessidade extrema. ^ ente de lhes_ s e
que os autorisa independ , As condiçoe , d
outorgados poderes para e aS qUe essa ne
elles assignão são ou deve ,odsação não P°^ .
dade lhes impõe. Aquella ^ e nem podem >
outros limites racionaes o i reguladas antec i «- 1
aquellas condições Pl’Çvlst^ A as assignaram.
mente pelos governos dos i ccasos em que a^ ’
Podem haver, sem duv tei, Ç a ^ laes convenções,
ou algumas disposições c g gOVernos dos d t.
não devào ser approvada P m lo, si elles se q ge0
fizerão e aeceitaram, P01 ;* oU indignas Pa ou
terarn a condições immoiats, portante direito
paiz, ou compromettermn alg^m eg i que dependei ^
interesse deste. Taesnal.tc daquelles g °vein ser por
ulterior execução por pa Lqmenie nâo dev ô isto
suas forças belligerantes, utadas. cnue elles
aquelles confirmadas, ou e ^ ^ rectificaOa0 íleXCesso
em consequência de j e convençao. ou nem
tenhào feito em relaçao a tí ^ gà0 necessar cejebrá0
de poderes, que, de U ’ feridos, aos qu em Ver-
podem ser positivament &g . £ sim, P01 1 ’ conven-
nas sobreditas circumsU próprias de tae ^ ^
Jade, laes condições uao sao i ge0S fins espe
ou nellas indispensáveis P üU>a nalureza, u*
Çõés
e emtn razão de excessos
ÍÒ6

annuUaveis^^niH^v!1^ 0 °t tornão invalidas ou


ou impostas. *uei obrigações assim contrahidas

conv e nç0es°corw ig n’ad a.“ 'r lf f.3tiru,li'Cões ,,as mesmas


objecto delia« o nnr. ls’ .,e *atlvas ao que é realmente
' 8"? devem
natureza já o devem mr V , por í()rça de sua ProPna
realmente poderia ter lu g a r“ ’ qUanCl0 tal ,'eclificaç50
com o inaimfeaoCf»ln,enÇÕes ,mppares particulares as que
por elle occupados ("«“t7 ^^ade’ povoaça°- ou (Jistriclo
O saque ou nnino • , )» Pa,a evitarem o incêndio,
aqueUe o r a m e a c f ou ,6X ' aS se'nelhsntes’ com <lue
lhe quaesquei rm p 0? ! * de 0 receiem, ou para fazerem-
Ihes pronjet[ I *°n» í ? n 68 em lroca d* outras que elle
q u a n tu m a form-t ,a ,,,enle para regularem entre si o
ao pagamento d P,as°s, e mais questões relativas
on u sS T e ltf guerra, ou outros
ao vencido. e esta e permittido ao vencedor impôr

a r m i s t í c i o s í í n n0 c°mpendio particularmente dos


hostilidades aiustadit COI?sistem nas suspensões das
ou taes parleTde su ^ enrtre aS belli^«antes, ou taes
tempo. Podem so r-. aS 0,ças> P°r mais ou menos
na mesma guerra m jfir esmas reIativas a todos os que
todas as hosluidadês o,?’ * t0d° ° í,,eatro desta’ e a
de taes pessoas terriin°^ Súmenle a partes limitadas
meiro c L f os am ! ° S; ? u aclos hostis. No pri*
especial de tréqoas • ,^1°* sa? geraes» e tem o nome
Os a r m i s t í c i o s gUndo sQo P^ciaes.
na guerra. Além do miV eni §eral» 8rande importância
passo para a soluçào n a e in ^ 6"1 Ser elles já um grande
questões tme dei^.r, I a- ca 011 mGnos desastrosa das
ella surgem % „ » ? ° " gem àl*uella'- 011 <l»o durante
indispensável, sj. _e,bSe ,nel?. como preliminar
mente em tal sentido ° a encani>nhar conveniente*

mos o u c i ^ t e r ,nesrno celebradas em ter*


Paz tacitamente feit i',,, f,ue e,mivalhào já a uma
facto, e de modo defini/Ln2,laXI'íen,?ào a resolver-se de
na historia, vér-se dprwv°’ i *^uo e raro» com efteito,
desta especie, nào se L rlí de lerm‘ nados armistícios
1 ’ 10 se inovarem mais as hostilidades
lJ" Verifica s® isto,
entre as belligérantes que|®s Mmente
por exemplo, muitas vezes, esP'B osChristaos
religiosas dos séculos passados e iona-
religiosas dos séculos pas < nnVenciona-
furcos.
rurc®s- . „ „ _» »c ^ nodeiTJ serco
só podem ser cot de seos
Os armistícios gerae P jnternied , Q n0
dos de governo a gover ‘ . ’ parciaes, Poré™mciaes ou
legítimos representantes , P generaes, ( for*
proprio theatro da guerra P ^ a i t e r n o s dc> b o b b ■
commandantes superiores ou ^ relação a q ^ s q ^
Qas, como já acima dn>s ^ ter particulai, nl.se
convenções militares de indicamos. 0 cca-
mos casos e termos, que a certos U1ip. ’ Q tra-
estes armistícios unicai , terminados, tae prislo-
s iõ e s , hostilidades, e fin - trouínq em una
tar-se de ajustar uma .^ f ^ ^ n t ê r r a r mortos em
neiros, de recolher feridos ^ partes
combate, etc.
eib, armistícios obngao
armistício» ^ a s deVendodevendo
As convenções de Ja - 0 celebradas
Celebradas ,., m>( ubp
ublicaÇào,
lcaçào,
contractantes, Qu cspensavel
desde qu ' p avel a sm.Picio
sUJ P- io geral,
ellas ser
eUas conhecidas, ê6 ind
ser conhecidas, « spee
d ^(, m ar.n
a r m » « '» oll
sobretudo quando se tr“ a r.se Be a territon°s
lerr\\r;aatoriod o parí
Para
cujos etfeitos tem de °PPh
^ ~l0 se torna ^'Ystentes err em
menos extensos. Então elelUg hfti|ioerantes,
beqigerantes, e isel nte se
1 , mente s<
os súbditos ou forças das Dei £ razoavem gua
lugares distantes, ^ nf tp^ P
a chegado a noticia
pode presumir que lhes aVeis pelas
celebração. . - aquelas J'CSP que prati-
Antes disto na° sao ^ UoStilidade&, ^ d 0 inl.
consequências de Qlia 1 Qg oa prop1 taes actos
quem contra forças, su rra pois 1 bra da con-
migo, segundo as ^ » M io la C & o ou que
nao importào propriam quer na ma
venção feita. . rmerra contmenb ’ \ancias, sao
Comtudo, quel’ na g ern taes circ virtude d
rilima, as presas ref llZ^ moS donos, ,ul vegras deste,
restituídas a seos egitim° segundo a _ 1°nao tendo
um direito de p o s t U m n i o , ° “ on8Íderao ^°m0
mas porque taes piesa. convencio 1
sido teitas. . a nU8 &empi’e 3a® ;! do q«®1»
E’ por estas razoes, qu prag0 djtfO1® e conieça
um armistício, íixa ? r 0 mesmo con je íoi cc
mente, se deve reputar o m ^ g daquele o
a ter vigor nos lugaies
158

Decorr?doed le ° 1 o d r o adam diversasa <lueé applicavel.


ao iniinieo h enncMo0 í a^,no causado, ou presa feita
fracçâo §a resuëc ^
v
Ulle8itima-
, ou corao uma in-
offendida o diriito de Dedh-?"580’ ® dd á belligérante
indemnisaçào. pedl1 a convemente reparação ou

consUtuào prop^meiffP mfracções ,ie um armistício


que tenhào sicfo nraM^6« um& ruPtura delle, é preciso
pectivo Estado Jn Cadas corn conhecimento dores*
com quein elle foi feito''6!'“ 0’ general ou chefe uiilitar
a reparação on in i l° ’ <*)u fí‘ie P01’ estes seja recusada
bellige anL o f L ^ n'USaÇà0 pedida î e neste caso a
em hostihdades d d éautonsada a reentrar de novo
taçào dos^armístipinf0,n,)endio das re8ras da interpre*
var para a suà He p ^ n a.'Jte8 d° s «e deve obser-
reduzir em w i i •> *ecnÇào. Iodas ellas podem-se
cordatarias de mn • • Que ás belligérantes con-
durante elle arfr.< ai m,allc‘o, não é licito praticarem
as mesmas nariiriV J Ui? tendao de sua parte a tirarem
res condições de rnür ,)aia collocarem-se em melbo-
termine. * ntinuarem a guerra quando elle

daquellas^Dode fVWr??/*?’ p° l u,n Pddo, que nenhuma


mesmo no estado de n u f iudo 0 (Jue ,lîes é permittido
que devem“ ante? Æ 6 6 Pmpri° del,a ï e Por 0lîlr0’
achavào na occasiàn "J 0sanife,Ue no estado em que se
os seos meios onerJ ^ qUe tol. celebrado o armistício,
de guerra. ’ P *ües,e ma*s disposiçùes ou pianos

mas^em sua<ap^ncacào nód tlltíoria,’ estes princípios;


«ugar a interpretações mai«6'“ soffrer duvidas, e dar
pela beligerante rm» „ na S uu me,,os inadmissíveis
As mais forte, lobretndn e" aS Ie prejudicada,
damente susceptíveis vari vm’ d° ord,nario> demasia-
|>m arroisticio. certos apostos Z ""Ç assiv« i8- duranle
hora permittidos no estado n« d 011lra Parte» (iue em-
necer úqiiella novos récurât PaZ’ püdem co,ntudo, for-
corn mais actividade on vin? para Proseguir na guerra
taes corno: fazer levas d e ^ o lT « n° f,m d° mesm0 ;
prover-se de munições- ? reoar*
icpaurVn dûS) ou
praças, marin,ieiros’
armar ou appa-
gérantes, nue ou»* e ess« a0 as llU3 .,is
veis, mesmo no lugar 1 3^79) reC0i? *n0nto e os m‘
findos os armistícios ( s sobre eí> nao são 1
des entre as belligerantes. ge refeie,
a que este mesmo patagia' ja notiOçaC»»
sas longas explicaçoe •. ensavel *1' vjSando-a de Q
Em aérai nào 6 mdifPe àoulra avis uma délias
de qualquer das bel'iBe' ' està tind°- lim arm<s 1 g0
o armistício vai dnda e trata pore • •
deve sabel-o, sobretudo s0. 0“»“ n^ ,6 coo*«
parcial e limitado a cal v e leald»*8' q
trata de um armistício B« Je büa te e
ftiente, é mesmo um
160

vfniig^fc0nrfe 'queftem de recomeÇar as hostilidades pre-


J.fouJ a ’ porque du contrario poder-se-hia
Dronria íp^fma -de í?Uerer fazer**he uma surpreza im-
snqP|nnr*f- t ntimmig0 flue Presa a sua dignidade, e a
tomrm rWnrr 1 m,ais\qae durante um longo espaço de
rnodmoapnpi desde a suspensão da guerra, taes
sario nnp rinJpdem f f 1 bav*d° nas idéas de sua adver-
a alffum appôíS aque aviso, ella se disponha a chegar
origem^áquellad paClflC0 sobre os motivos que derão
neloJrioma^pc*2 que este prudente arbítrio era seguido
timidos nu rp ’ -que’ 5 ias» nao se pode averbar de
se^s inimigos S0S de reentrarem em luta cornos
L1CÇÃO X X I

§§ 180 a 182

Nos últimos paragraplios ^ s te P 0 compendio


sua - Parte Terceira, - mdica no* 0 que podem sei
mais algumas das convenço oCCupa-se no Prim?í‘
feitas entre as belligerante , troca dos prisioneir *
delles (§ 180) com as relativas a « o
nprocamente feitos poi <5 e^
reciprocamente tambem geraes 0se
Estas convenções poden r mesmo celebrar* se
parciaes, e as primeiras pod m ^ as contractan-
durante a paz, para o caso ^ mpetencia para celel>
tes sobrevenha a guena. < mesmo modo, ®
umas ou outras pertence do ™ emos terem o direito
mesmos, que já unterioim tarnbemgeraesou parei •
de fazer as mais destaespeci fazem-se, ordma ‘
Às trocas de P^8^ ® de homem por homem, ®
mente, como nos diz Galv ser jsto regulado
de gráò por gráo » ; Pod®? P° accôrdo, e dar-se até de
ferentemente no respectiv ^ attença
todos por todos indistinctamente, e F. si
DIREITO DAS GENTES
162
numero ou á importância individual comparativa dos
mesmos.
Em regra quando se convenciona a troca de pri­
sioneiros costuma-se estabelecer a condição de que os
tiocados nào tomem mais parte activa na guerra actual
ou pelo menos por um certo lapso de tempo. No res*
pectivo acordo, ou em outros particulares ulteriores,
sem prejuízo daquella troca immediata, estipulam-se
ambem muitas vezes disposições relativas ao paga-
ento ou indemnisaçào das depezas feitas com taes
pusioneiros durante a sua retenção, ou que se tenha
e tazei com o seo transporte ao respectivo paiz.
^ resgate pecuniário dos prisioneiros não é admit-
tido actualmente por todas as nações. A França, por
exemplo o íegeitou inteiramente durante as guerras da
i evolução, e manteve em parte esse principio nas con ­
venções postei iormente celebradas com outras potên­
cias, taes como a Inglaterra em 1789, deixando, com
tudo mais tarde, depois de 1803, de estabelecel-o em
aes conv ençòesconcluidas com algumas outras nações.
Entretanto tal resgate é admittido poroutraspo-
encias em suas guerras, e elle 6 então regulado nas
sobreditas convenções. 6
9 UÍJnl0 aos Pr‘s*°neiros que não tenhão obtido sua
mi?™ • por troca dura,Ue a guerra, ou por qualquer
meio, e se achem ainda retidos em poder do ini-
occas,ao de paz recobrão-na ordinariamente
tado^lS^OSl<^a0 exP,essa de 11,11 ®rtigo no respectivo tra-
hnC»MMS°i*J,eíl' las C011venÇòes pelas quaes, duranto as
l í 8e ie8u,a especialmente a troca de pri­
sioneiros tem o nome de cartéis.
ra«QAnn^ffr a-8Ua,cias’ CJue as beligerantes, os gene-
mfpriSU ^ í ,aes’ llas c<?ndiCões a que já nos temos
. npccA^cP0^em convencionar com o inimigo, são dadas
mí co ° U i’ , üPriedades deste quando tem de passar
?eiDIo as hosluidldes0 08 da<1Uel'a que as dà- e ° " de
nono S‘] ° ? ,las dadas sob a fornia de passa-
l?émie «rtp V 0fm/udi0’ P°r escripto, devidamente au-
colti nn nZenido se acompanhal-as de uma es-
e ás uroni iftflaH«alent0 ,até a sallida dos seus domínios ;
l i idades pondo-se as mesmas sob a guarda
163
_ algum
se lhes
respectiva naçao,
I-’ > C 3 i a , Lil l C U I I 1 U u 3C31IV./, ---------------------- l
ou sua bandeira hasteada. nrmcinal*
Taes salvaguardas a propriedades; sio 1 « ’ ^
mente usadas nas occasiões de assai m ler.
uma cidade ou praça, 011 nas de occu^ 1 ira DOi.as ao
ritorio inimigo, ou depois de uma batalhe l i 1 l
abrigo dos excessos da soldadesca. _ roínmu-
Os salvo conductos á pessoas sao mais c o m « ^
mente, dados por um inimigo, as que pel o i U ^ ^ ^
de ser-lhe enviadas, ou de atravessai , atarem com
timento o território que elle occupa, p interesse de
o mesmo de algum acordo ou negocio de mteies
ambos relativo á guerra. . . . e nrotegidas
. F^sas pessoas eu P™'>r‘eedradseve?amente punidas
Suo invioláveis, e devem sei oontra ©lias se
quaesquer injurias ou violências 1
pratique nos domínios do ininl'^°n beliigerantes a
Convenciona se egualmenle X & o « com-
neutralisaçào de. certas pai tes nroximos, ou
prehendidos no theatro^da 8l ‘ ’ um mo caso pode
mesmo de terceiras nações. ^ taes como tem
mesmo a neutralisaçào ser pei< c ,am-Ducado de Lu-
sido a da Suissa, da ^ ct n L á e Q u e já em outra
xemburgo, da cidade de Cia ’ u com annuencia da
occasião falíamos; e pode sei . accòrdo que so
nação a cujo território se re . em reiação ao mesmo.

- operaçao uu ,
laesquer fins desta. . , „ uerra é ficarem, du-
Uma das consequências da - 1)ei,igeianteS as rela-
nteella, interrompidas entie a bg ^ estado de paz ,
►es commerciaes, e outja • P 1ag mesnoas belhge
itretanto, por convenção chefes de suas ^ ^
s ou seos respectivos gene * ]ern ser neutr^
)s districtos de sua autoi ‘ ’ rtos ramos de
JS, nu isentos das ilüá,u ‘djdJ\ransito dos correios, os
ercio ou certas índnstm > (•nininunicaçoes.
irviços telegraphicos, e outias com
. 164
As obrigações contrahidas pelas convenções cie
que temos tratado, ou feitas entre inimigos, devem ser,
si é possivel, ainda mais escrupulosamente cumpridas
do que quaesquer outras. Seria, com etteito, perigoso
o arbítrio pelo qual as nações ou suas forças, por se
acharem em guerra, se julgasssem autor isadas a infrin­
girem os ajustes feitos durante a mesma, ou menos
obrigadas ao seo exacto cumprimento.
Podem ser permittidos ás belligerantes os estrata­
gemas, a astúcia, a simulação para obterem vantagens
sobre o inimigo ; mas tudo isto nos devidos termos,
e jamais a perfídia, ou a faltar á palavra solemnemente
para com ella compromettida. Além da indignidade de
tal procedimento, autorisado elle, seria impossível entre
as belligerantes o recurso a quaesquer meios pacificos
de moderarem os rigores da guerra e de garantirem os
importantes interesses que por meio de taes conven­
ções se regulào e se alcanção.
E’ tào incontestável este principio, e geral íi sua
applicaçào, que, como nos observa o compendio na
sua nota a este paragrapho, até nas próprias guerras
intestinas ou civis é elle reconhecido. E’ com effeito,
indispensável, que o soberano ou governo, que trata
com súbditos seus, embora rebellados, cumpra a pala­
vra que lhes houver dado em qualquer acordo a respeito.
A indignidade e as más consequências de um proce­
dimento seo em contrario seriào em taes casos, as
mesmas que no precedente.
Taes convenções, em sutnma, ou nào se fazem ou
feitas devem ser religiosamente executadas.
Entretanto, nào queremos dizer que nào hajam
casos particulares em que a sua inobservância seja
justificada.
Primeiramente a perfídia de uma parte exime a
outra das obrigações para com ella contrahidas ; e em
segundo lugar podem essas convenções, nos termos em
que lenhào sido feitas, ser verdadeiras extorsões ou in­
justiças clamorosas, imposições indignas ou immoraes,
a que um inimigo brutal abusando de sua força, tenha
sujeitado o seo adversário impotente para repellil-as.
Si, por exemplo, nestas condições si achasse uma
capitulação de uma cidade ou praça, as estipulações do
ajuste de uma occupaçuo de território inimigo, por
16 5 -da não
mais restricta que seja a regra acima ®®nvençoes forão
pode ella impedir aquelles 1 c 0bservancia e de_ag
coagidos, de recusar-se a *■ rpaeg caSOs e n lr a o *
contra ellas logo que 0 ^ e ql1aesquer oh,.'lga^ f
ordem geral daquellet.e d 1 Uas de pleno
cor.trahidas são rescmdiveis com j
reito. t , fto »rata o compendio aos
No seo paragrapho * o 3 4 vimos que, nsad
refens, que já na analyse do |adoSi achão-se que
frequentemente nos temi ■ ^ ofJerna9>
de todo abolidos entre as naço 1 nüS fliz Silvest e
Os refens, erâo, com effeito, com^ cional, peio
Pinheiro, um uso barba1 > . ras§o da falta de l
que se expunha a softrei - > nessôas innocentes,
vra daquelles que os fraco na .mpos-
carregando-se assim.a ' 1 oc 0 verdadeii 0 c 1
sibilidade de attingir^se Dj'reito das (lentes, ,
Segundo os princípios do uu ^ naça0, exeicito
OS povos civilisados, nao c maUratai-os, e m^ f’Vanti-
ou torça que recebe reft; r ’ ente costume entl resa.
mutilai-os, como era ge * selvagens, eu qj
gos, e hoje só pode sel-oenu » . ões contrahuia
lia á falta de cumprimento das » d tal
por aquelles que os dava . á cessaçao
Devemos appiaoa
• P P» ^ ^ da ria ci— reconhecer,
£ ‘ «‘« U
cei |omn0> forçados aa
costume indigno, ce*1 ^. 0()SSl.
sgl-
mas somos, ao mes'n \-flis desacompanha os . * des>
infelizmente, que os retens corteJO de afoci
bilidade de seo antigo e b m como grrantias de q
perdem muito de sua et • execução sa^ < 0 em
quer compromissos pa < dc0 procedune ej3ern
Em ultima analyse, 0 «nf° a(*welles f ^ ^ h a d a , ô
relação aos refens e pe ™ uão a palavra emp, Qg corno
quando os que °. dao de guerra, e 11 ‘ clusão do
vetel-os como prisione - ^ mas se.™ n,,ella reali­
zes, com o convênio ató qne seja • 1 ffiicitínte
que a humanidade Pres j . 0utrasatisfaÇd0 _ . da>
sada, ou prestada qua• 1 fa\ta de fé f° l 1 e nm ini-
ao inimigo contra 0 q «1 é (l0 esperar'S \ ^ falta,
Nem sempre, P°i ’ prejudicado l pes-
migo jusiamente »m W * doramente n, i
deixe de vingar-se mai
166
sòas de seos refens, embora pessoalmente innocentes e
de facto irresponsáveis por aquella. .
Para (pie nos primeiros momentos de exasperaçao
fiquem elles ao abrigo de quaesquer máos tratos, e pie-
ciso contar-se mais com os impulsos da generosidade e
cavalheirismo do inimigo, do que com o sentimento na
justiça ; mas aqueltes não são, de ordinário, os inoveis
que mais actúão no animo de nações ou exercitos, que
se achào ern guerra.
Os refens, diz-nos o compendio, dão-se, ou lambem
ás vezes tomào-se ã força. Entendemos, porém, que
refens propriamente ditos só podem ser considerados
aquelles que se dão e se recebem entre as belligeranles
por convenção ou acôrdo. As pessoas que uma tome
á outra á força em combale ou por sorpresa, ou em
qualqner acto ou operação de guerra, embóra aquella
que as toma, as destine a servirem de garantias a qual­
quer pretençào sua, ou ao desempenho de quaesquet
obrigações de sen adversário não se pode reputar Pr0‘
priamente refens ; são apenas prisioneiros de guerra,
como quaesquer outros nesta feitos, que não tem parti­
cipação alguma directa ou indirecta no acto, que as
collocasob o poder do inimigo, e nenhum dever tem p °l
si, por seo exercito, ou por sua nação de responderem
pessoalmente por tal ou tal compromisso destes, ou
por qualquer pretençào daquelle, por mais bem fundada
que ella seja.
Si o inimigo que taes pessòas toma as considera
como taes, é por um acto exclusivamente seo, e a que
não pode justamente attribuir as consequências ou
effeitos, que só são proprios dos refens dados e rece­
bidos positivamente para taes fins, e sob a fé reciproca,
a que faltou aqnelle que os deo.
No mesmo paragrapho que analysamos indica-nos
o compendio os diversos casos em qne, ou fins para os
quaes tom lugar os refens, quer os dados e recebidos
por acôrdo, quer os que elle, como temos visto, impro­
priamente denomina taes. São esses casos ou fins os
seguintes: 1 ° para garantir se a inviolabilidade das
pessòas, qne são enviadas a tratar de uma capitulação,
armistício, ou do outra qualquer convenção com o ini­
migo ; 2.° para a effectiva execução das mesmas ;
3.® para o pagamento de contribuições impostas por um
167
ggIm,8° 30 outro, ou entre elles concordadas; 4.° para
■ egurar-se° tratamento humano dos prisioneiros que
on f0 em Poc^ei do inimigo, quando se retira o exercito
Pj 0 orCa a que aquelles pertencem ou em outros casos;
for P'Ua ^aver se 3 restituição dos que furão tomados á
oa; e 6.° ílnaimente, em geral, quando feitos como
rePresalia. '
u para todos estes lins pode-se realmente dar e rece-
er refens, ou serem tomadas á força e retidas pessôas
no inimigo, e aquelle que assim as toma e retem, usa,
om duvida, de um meio licito na guerra contra seo
dversario para obter delJe quaesquer concessões ou
aniagens, ou mesmo a execucuo de quaesquer obri-
caçoes a que se mostre remisso. Mas como acabamos
I dizer, taes pessôas não constituem refen9, segun*
0 a verdadeira significação desta palavra. Estes só
iodem realmente ter lugar nos ties primeiros casos
numerados pelo compendio, que acima indicamos, em
|ne elles podem ser dados e recebidos por acordo entre
as belligerantes.
, Si corno dissemos os refens não podem ser trata-
0s>em caso algum, pelo modo barbaro, por que o
^rao antigamente, quando faltaváo ao seo compromisso
^Quelles que os davào, ficão comtudo justamente su­
jeitos a medidas mais severas aquelles que durante
Ua estada em poder do inimigo procedão deslealmente
Pjocurando seduzir seos soldados, ou mais pessôas do
nesmo, machinando contra elle, ou praticando a seo
'nspeito qualquer acto de hostilidade, tentando fugir,
u edectuando realmente a fuga quando de novo cáiào
ni poder daquelle.
isto, todavia, não tem applicação, neste ultimo
j S0’.30s intitulados refens tomados á força ; pois que,
Petimol.°, estes não respondem de modo algum pelo
,J1primento cje qlia|qUer obrigação de seo paiz,ou exer-
e j°> Para com os da belligerante contraria, e nem a
nn i Pa^avra de qualquer delles, si a houve, lhes
de ser imputada para tornal-os incursos na péclia de
deslealdade.^
q A. sua simples fuga ou lentativa delia, filhas, aliás,
r, |ln} impulso natural a todos os captivos, e sem ca-
cer .er algum de aggressãoou hostilidade, não merecem
tumente, castigo ou pena extraordinária. O seo pro-
168
cedimento nào pode de modo algum ser com justiça,
considerado um acto de perfídia.
Conseguidos os fins para cuja realisaçào fôrào dados
e recebidos os retens, devem ser os mesmos postos em
liberdadede, ou reenviados a seo respectivo paiz, exer­
cito, ou força a que pertençào, com passa-porte ou
salvo-conducto, escolta ou outros meios de segurança
para as suas pessoas no seo transito pelo território do
inimigo ou por elle occupado.
LICÇÃO X X I I

neutralidade; em que consiste ella ; direito das nações de adoptal-a


em relação as beUigerantes; opinião inadmissível de alguns publicis-
t(ls a tal respeito. — Regras geraes da neutralidade; obrigações
das neutras. — Diversas especies de neutralidade, perfeita c impçr-
teita, voluntária e obrigatória, Occidental ou permanente. — Da
neutralidade armada, seo historico.

§§ 184- a 188

No capitulo III desta sua — Parte terceira — trata o


i J j ? enc^0 neutralidade e das questões, que lhe suo
1e*ativas.
na p 0nsiste a neutralidade na continuação do estado
jaciFico de uma nação á respeito daquellas que se
achao em guerra.
Estado neutro é, pois, no sentido literal da expres-
' 'l0>o que entre dous beUigerantes se conserva inteira-
iGnte estranho á sua contenda sem favorecer ou des-
avorecer um ou outro; que, em sumrna, nella observa
1 a1a com ambos uma restricta imparcialidade.
. Toda a naçào tem o direito (§ 184) de assumir esta
j 'fude; e nem para ser reputada neutra carece de
ueclarar-se tal explicitamente. A sua neutralidade se
í resume, ou antes se demonstra effectivamente por
na conducta; ella dá-se emquanto factos positivos
<l° indusão a crer-se o contrario.
Entretanlo é sempre util, e costume entre as na-
^ es> fazerem uma declaração expressa da mesma,
mando a adoptão, ao menos da parte daquellas a que
d ir e it o d a s g e n t e s F . 22
170
uma guerra entre outras mais directa e immediatamente
possa affectar, ou que mais relações tenhão com estas,
afim de melhor definirem os deveres de neutralidade a
que se considerào obrigadas, e os direitos que se reser-
vào, ou reconhecem ás belligerantes. Essa utilidade
verifica-se, em geral, na guerra marítima em relação a
todas as potências que tem extenso commercio pelo
m a r; e nas guerras continentaes especialmente em
relação aos Estados limitrophes ou proximos áquelles
que estào em guerra, ou onde esta se faz. .
A neutralidade de uma nação deve ser respeitada
por todas ; nenhuma das belligerantes pode queixar-se
justamente de uma imparcialidade ou abstenção em sua
luta, e menos ainda qualquer terceira de que alguma se
pronuncie em favor ou contra uma ou outra daquellas.
Todavia, publicistas ha que pensão que a neutrali­
dade, quer ante a razão, quer ante a experiencia, é um
facto jurídica e politicamente máo. Pretendem elles
que quando surge uma questão grave, que gera um
conflicto entre duas ou mais nações, todas as outras
mais vizinhas, ou em melhores condições de fazel-o,
devem tomar parte nella; que raras vezes um casus
belli se apresenta entre dous povos, que não interesse
a todos os mais, ou a outros muitos ao menos ; e que
quando mesmo o triumpho de um delles não tenha
ligação immediata com os seos interesses materiaes,
é dever de cada um repellir uma aggressão injusta de
que algum é vietima, e sobretudo, impedir o crime da
escravisação do fraco pelo forte; e finalmente, que
toda a nação que deixa debater*se em torno de si uma
grande querella, ou consummar-se um grande atten-
tado, sem intervir com a sua espada, proclama em face
da historia a sua nullidade, ao mesmo tempo que a sua
neutralidade.
Taes razões, porém, são mais lances de puro sen­
timentalismo, do que argumentos fundados nos princí­
pios do Direito, ou de uma sã política.
Não condemnamos em absoluto a intervenção de
terceiras nações nos confiictos de outras ; admittimol-a
nos casos, que já anteriormente indicamos, e nos quaes
se comprehendem até, em geral, e nos devidos termos,
os que os referidos publicistas entendem que se im­
põem á mesma. Mas si em taes, ou em outras seme*
171
lhantes circumstancias a humanidade, a civilisação, ou
o espirito de cavalheirismo, justiílcão ou recommendao
aquelle procedimento, certamente, não o impõem como
lei ou obrigação positiva; nem sempre mesmo é um
direito ; e uma boa política somente por excepção pode
aconselhal-o. .
Tal doutrina estabelecida como regra e levada as
suas ultimas consequências praticas, daria em resul­
tado uma completa subversão dos mais capitaes prin­
cípios do Direito das Gentes. Uma vez originada uma
guerra entre duas nações todas as outras ou quaesquer
delias, e sobretudo as mais relacionadas com aquellas,
ou as mais vizinhas, poderião, ou antes deverião envol­
ver-se na mesma. Nenhuma nação poderia mais ser
juiza de seos direitos ; nenhuma seria mais competente
para decidir por si suas questões com as outias , sel-o-
hião as estranhas. Dir-se-ha é que isto exactamente o
que exige a boa razão, porque ninguém pode sei juiz
imparcial e recto em causa própria? quem afiança porem
que o serião sempre as mais nações? e demais de onde
lhes viria essa sua competência para julgar as questoe

Si tal foi em algum tempo a pratica seguida entic


os povos menos cultos, ou o é arnda_ algunu
entre os mais civilisados, não foi ou nao e 1®SÍ) ° '
riarnente pelos motivos e sentimentos que q
publicistas invocâo, ou precisamente ,u moveis
cias que elles figuram, mas sim por outms mo
menos ideiaes, e muitas vezes menos confessa
nnalmente, não o fazião ou fazem em » c s o ?on J
uma obrigação imposta por qualquer considetaçao ou
PrÍng ^ » neutralidade é regida em geral
Pelas seguintes regras: l.° ^ ° .Ç onc,e^ ^ o o con­
das belligerantes qualquer auxilio de g » ^ronria-
ceder-se igualmente á outra os favore ,.c 1
mente de guerra, que se concede a uma dedas. ^
Destas duas regras geraes se d c , .ci:rrerantes
Qões e direitos particulares das neutras e n pri.
entre si ( $$ 185 - 186). De conformidade com a pi
uieira não é licito á neutra fornecer so a terrjtorj0
quer das contendoras; consentir que . f.ue
fação ellas lévas dos mesmos ou de maiinhe , 1
se provejão nelle de armas, munições ou outros artigos
belhcos ; que façùo daquelle ou de seos mares ou por­
tos base de operações ou expedições militares; que
ahi construào, adquirão, armem ou appareillent navios
de gueria ou corsários, ou depositem permanentemente
suas presas ou as vendào antes de julgadas.
i K ,?. die ^ permitlido ainda conceder a qualquer
das belligérantes estadias ou passagens no seo territo-
íio, salvos os casos excepcionaes, que mais adiante
indicaremos ; e é estabelecido como regra entre as
nações, que quando de algum porto neuti o salie urn
navio de uma das belligérantes, nüo pode sabir do
mesmo qualquer navio de guerra ou corsário da outra
senão passadas 24 horas depois de sua partida.
rina.mente tem as neutras o dever de impedir nos
domínios de sua jurisdicçào, que seos súbditos ou
lesidentes tomem parte directa em auxilios ou actos
daquellas especies, ou pratiquem quaesquer hostili­
dades contia pessoas ou bens de uma ou outra belligé­
rante.
De accurdo com a segunda das sobreditas regras,
a neutra nao pode, sem quebra da neutralidade, prohi-
bi a uma das belhgerantes o commercio que faz, ou as
dLU! ! i i aCI ? 8 queentretem com a outra; ou recu-
‘tpc ® a c e ít°s lavores ou vantagens não concernen-
jp a f sta concede, taes como a isenção
nn nnmmil^-,ei ? s de alfaudega, de estada, passagem
ahi de seos navios nos seos pòrtos, de
ahi fazerem reparos e provisões ordinárias.
ma« nr>piir^ineiUtra,ídad.e em Sl,a significação rigorosa ;
rn atica dammu03 antenores ou peio uso das nações a
l £ l i f J SSUaS regras pode ser até certo ponto
bem Pm nm Ass,m a neutralidade pode consistir tam-
oue em virmaiJ ,1í parC,alÍdade reIativa- Si nma nação
?indi dpnn « dr ? e Um lralado anterior á guerra sobre-
a uma díoia- cn re oulros» se comprometteo a prestar
ciai ma- nr* .f1? caso desta’ um auxilio embora par-
arrisra.«p ™ mnai? enle referente á mesma guerra,
rada o traia iam° iJa v,mos» a ser, com razão, conside-
mesma« mníiirP' a ° Ulra.’, como inimiga, não está nas
obrieadn nnr i S n ! acllle,,a qne tendo-stfsimplesmente
der-ílip ppHp « fJv ,atado’ 0,1 Por outro modo a conce-
os fav ores ou vantagens que não tem relação
173
mprJ j ala com â guerra em beneficio de seos navios,
adorias, ou súbditos, os recusa á outra.
denn;SUl^esPecie neutralidade é a que os publicistas
deixa ína° ,mPerfeita.o» limitada (§ 187). Ella não
tica tei ^convenientes, e mesmo perigos na pra*
];nu’ P°r(jue nem sempre é possível estabelecer-se uma
yanf * W.WJI-W utowm,u»U CliUC ItlC» IdVUlCO ULI
infi í?” ens s°t> o ponto de vista de poderem ou nào
tibilví ü °S actos 011 resultados da guerra, e as suscep-
vey ldaf 6S be^Serante desfavorecida podem muitas
Gp>ver P isso uma prova de parcialidade contra si.
e . pois, mais seguro para as nações que queirão
jpr ja*' tranquillamente dos direitos e benefícios da neu-
udade, que adoptem a perfeita ou plena ; e que nos
tr sfos, em que alguma tenha com uma das belligérantes
I,liaja ac*° ou convenção anterior á guerra, pelo qual lhe
a concedido favores ou isenções das sobreditas
on?ec^es’ mostre-se disposta a conceder igualmente a
ntra, sob as mesmas condições, os que lhe forem
PPhcaveis, e que ella lhe sollicite.
. . A neutralidade pode ser ainda voluntária ou obriga*
t ljla- E’ voluntária quando de motu proprio é adop-
«da por uma nação, independentemente de razão ou
0l’Ça estranha, que a isso a determine; e é obrigatória
JUundo resulta de tratado ou convenção, pela qual ella
e tenha á mesma comprometíido, ou lh’a lenhào im*
Posto ou imponhào as mais nações, nisso legitimamente
nteressadas, e nos casos em que, segundo o Direito
uas Gentes, o podem justamente fazer.
» , Eode também ser a mesma neutralidade acciden-
1°u permanente; é accidental quando estabelecida
j adoptada unicamente com relação a uma guerra já
oclarada ou imminente, e ás belligerantes que nella
° ntendem, e emquanto ella dure; e ó permanente
guando estabelecida ou adoptada para ser observada
ín todo o tempo, ou sem termo definido, por qualquer
nações que a estabelecem ou adoptão entre si, ou
relação a alguma outra ou a alguma parte de seo
1ntorio, em qualquer guerra actual ou futura entre as
esmas, ou entre algumas delias.
Desta ultima especie é a neutralidade estabelecida
d? £ Congresso de Vienna em 1814 a respeito da .Suissa,
ua Bélgica, da cidade de Cracovia, nas guerras do con-
(ACULfJAI)f
Dt DlftFITO
Digitaliiaclo pelo Piojelo Memória Acadêmica d aFD R - UFPE 174
tinente Europeo, e mais recentemente em relação ao
Gram-Ducado de Luxemburgo na guerra da Prússia com
a Dinamarca.
Estas neutralidades ou antes neutralisações tem
lugar, de ordinário a respeito de Estados ou territórios
encravados ou rodeados de outros poderosos e rivaes,
e que precisão de ter entre si ou nas suas fronteiras
uma barreira nos casos fie rompimento. Mas também,
de ordinário, são ellas pouco solidas ou garantidoras,
pois que quasi sempre desapparecem com o desappa-
recimento da paz entre os proprios que as estabelecem,
violadas sobretudo pelos visinhos mais fortes ou que
mais vantagens esperào tirar disso. A Suissa, por
exemplo, cuja neutralisação ja estava estabelecida antes
das guerras da grande revolução Eranceza, nem por
isso deixou de ser constantemente atravessada pelos
exercitos colligados contra a França para invadil-a.
Que os direitos dos neutros devem ser escrupulosa­
mente respeitados pelas belligerantes, é ponto fóra de
toda a duvida; mas realmente nem sempre o são na
pratica, ou seja pelas suggestões do interesse destas,
ou porque nem sempre as nações chegão a um aecòrdo
sobre a verdadeira extensão e limites de taes direitos,
procurando muitas vezes as neutras ampliai os á custa
dos das belligerantes, além das raias de uma bem
entendida imparcialidade, e outras vezes pretendendo
estas restringil-as em prejuízo daquellas, e isto espe­
cialmente na guerra marítima.
Nos lins do século passado trataram algumas nações
da publicação de um c.odigo internacional, que acceito
pelas principaes potências Européas serviss 9 de lei
entre todas a tal respeito; mas nunca elle chegou a ser
publicado; e quando mesmo o fosse quem sabe que
execução teria nas guerras que entre essas mesmas
potências viessem a surgir ?
»• , ? e?te estad0 de cousas originou se a ideia da neu-
tialidade armada, a qual dá-se quando uma nação que
tica neutra n uma guerra entre outras, põe em pé de
guerra torças suftieientes de terra ou de mar para fazer
respeitar pelas belligerantes o seu território ou mares,
ou, em geial em qualquer parte, onde isso seja neces­
sário, os seos direitos de neutra.
Esta especie de neutralidade foi prirneirameutõ
175
concebida e posta cm pratica pela Rússia em 1780 afim
de proteger o seo commercio maritimo e navegação
atropelados principalmente pelas esquadras e navios
loglezes durante as guerras de então entre a Inglaterra
e a França. , .
. Tal ideia foi logo proposta á maior parte das potên­
cias Européas, e por ellas abraçada; em consequência
do que algumas delias celebraram depois disso umoes
ar’madas nesse sentido com a mesma Itussia.
O systema foi assentado sobre diversos puncipios
que se pode ver em Martens § 325, e Wheaton lom.
§23. Devia ser elle para o futuro a regra para as na-
Çòes que lhe derão seo consentimento; mas isto mesmo
uào foi possivel conseguir-se. Postei ioi mente essas
lesm as nações, e a própria Rússia, deixaram de obsei •
var tal accôrdo logo na primeira occasiao em que t ve­
rão de achar-se ante uma guerra entre algum .
Com tudo d’ahi em diante em quasi todos os ra­
tados de commercio que entre si celebia t Ç »
mais ou menos se estipula para o caso de supeiven
cia de guerra entre ellas, condiçoes de conformidade
com os princípios naquella occasiao enunciados
acceitoq
A neutralidade armada é, sem duvida, um. ‘’ecurso
Iegitimo para qualquer naçao, desde q ® ft" ‘
Podem justamente exigir quo as bell,g®, ? " le® l . l ^ e
as relações amigáveis, pacificas, °u I er^
Que cada uma quermanter^com amb • (ío
seos limites razoaveis ella e o leg , natural-
direito de prevenção ou defesa, que < inínrias ou
oiente compete em relação a quaesquei J
darnnos que receiem ou soffrao de . m Dar.
. Entretanto pode elle degenerar facilmente em par
bcipação mais ou menos indébita pndoraseem
COes da guerra contra uma das Partens.®°n‘ f “ r0'feSn! o es
favor da outra, ou em apoio de actos ou pretençoes
Próprias, incompatíveis com uma exerce-
cialidade, ou que impeção as frespeito
rem uma em relação á outra « “ “ X u o s que The
daquella ou de qualquer outia neu » CLierra.
devào ser reconhecidos segundo a nações fortes
E’ isto facil sobretudo da parte das nações lon
17G

para com as mais fracas, costum ando aquellas muitas


vezes reservar para si.co m abuso de sua superioridade,
o direito de definir, a seo arbitrio, a extensão e limites
de sua neutralidade, ou do que lhe é ou nào licito,
a titulo de neutra, em relação ás belligérantes, ou da
parte destas a seo respeito.
0 simples facto de ter-se á sua disposição a força,
e já, em grande numero de casos, uma forte tentação
para abusar-se délia.
LTCÇÃO X X I I I

Ob) tgnçoes das belligérantes para com as neutras, e direitos correlativos


destas ; quanto ás pessoas e bens dos súbditos neutros, ou sco com-
tnercio innocente com aquellas ; quanto ao contrabando de guerra,
classes em que este se divide, e generos que cm cada uma se com-
prehende, quaes são sujeitos a confisco ; c em que casos n proprio
navio que os conduz na guerra marítima.

§§ 189 a 193

As obrigações das belligérantes para com os neu-


lr°s, seos súbditos e propriedades, referem-se ao terri-
l°n o destas, ou ao proprio.
No território das neutras devem, em geral, as belli­
gérantes respeitar e observar aquellas regras de con ­
e c t a internacional, que segundo vimos na licção prece-
üente, lhes impõe a sua neutralidade, nào contrariai-as,
pem sustentar quaesquer pretenções, que importem
lníraeçào ás mesmas; devem, finalmente abster-se ali
cíe Quaesquer actos de hostilidade contra quaesquer
Pessoas ou propriedades dos súbditos de sua inimiga,
sob pena de autorisarem a respectiva nação á exigir-
'les satisfação.
, No seo proprio território devem as belligérantes
Respeitar do mesmo modo, as pessoas, bens e direitos
ci°s súbditos dos Estados neutros, emquanto estes por
^eo procedimento não dêem motivo justo para serem
atados hostilmente.
, Não ha em relação a tal dever das belligérantes, que
Iazer, como faz o compendio, distincção entre bens mo-
direito d a s gentes F* 23 •
178
veis e immoveis ; a uns e outros é devida plena garantia
pela belligerante em cujos domínios elles se achem.
Taes bens, em geral, sào apenas sujeitos ás contribui­
ções e mais encargos de guerra,a que o sejào os de seos
proprios súbditos, e do mesmo modo, que o sào os do
inimigo, ou dos neutros nos territórios occupados, aos
encargos e contribuições, que o occupante, segundo a
lei da guerra, tem o direito de impôr-lhes.
. os casos em que os proprietários de taes
bens delles abusem, ou pratiquem actos de hostilidade
contia a belligerante, nào pode esta, em cujo território
elles existào ou sejào situados, impedir licitamente o seo
livre uso e goso, confiscal-os, ou lançar mão delles para
empregal-os na guerra, a nào ser em casos de extrema
necessidade de salvaçào ou defesa.
. , *s.os jempos passados considerava-se como permit-
tido as belligerantes, reter navios neutros nos seos
poi tos, e a pp li cal-os a certos serviços da guerra, taes
com o, para conduzirem tropas, munições, petrechos,
despachos, etc., mediante uma indemnisaçào aos res­
pectivos proprietários. Esta era rigorosamente devida
em casos » mas o simples facto de sujeitar se a ella
a belligeiante que assim procedia, nào justificava um
ac to que e, incontestavelmente uma violência feita ao
dii eito de súbditos neutros. Chama-se a isso — angaria;
esta, porem, é hoje, geralmente reputada illicita por
odas as nações, e só poderá ser tolerada nos casos
extremos a que acima alludimos.
Quanto ao commercio com as belligerantes o direito
dos neutros é também apenas limitado pelo dever de
imparcialidade que ellas sào obrigadas a observar para
com ambas.
-,S belligerantes si entenderem que isso lhes é
necessano ou conveniente, podem prohibir aos habitan-
mo ? seo território ou daquelle que occupem, o com ­
. com quaesquer outras nações, mas esse direito
a°~ Punto de poderem impedir justamente o de
naÇ°es com o seo inimigo, uma vez que esse
ho°uí)mme,CI0 nâ° ,,ie S6^a ProPosital e directamente
línPai c,.a hdade de uma naçào atai respeito nào
r o 6 ProP, iamente em fazer com ambas as bellige-
lantesum commercio igual, mas sim em uma disposi-
179 .
Pão ipualmenie benevula para com uara e üUlia

T * . «mi»* <^SgSSSSSSSt
ou menos inalterada das ie • < entretinha com uma
guerra, a neutra, que antes mercj0 mais extenso
das actuaès belligérantes i ou p0l- qualquei
ou mais activo do que con 1 ’uma delias certos
razão houvesse concedido - <r;aada a fazer cessar ou
favores ou vantagens, nao estes a outra sob o
restringir aquelle, ou a concedere^ie conUnue colp0
mesmo pé de igualdade, bt \ na0 recuse a esta
d’ antes nas mesmas coud C ' ’ . relação immediata
depois da guerra, o que nao tenna i
com esta, e lhe era antes P oCommercio entre ne *
E’ , porém, necessanoque» ce QU seja suspeito o
tros e belligérantes, nao s , r destas s
destinar-se a fornecer * m laes meios torne •
guerra ; e nem o fado c T.u-ia tal commercio, ou ■
igualmente a a m b a s , justií ^ 0 fizesse. tjSw® L s
varia a neutralidadeda naç ^ Q á màs interpietaç -»
cedimento a exporia c , s»q da parte da que J
e a soffrer um tratament s(j em menor esc«■
gasse menos favorecida» nroveiUr-se de lues
m nn»c nlíIm pntR DOdeSSe | j ;« n r » O Dâpel dt

laçào alimentando assin o je


>or espirito de mercanu • npenijio na i'al ^ 110
A proposição, po>s, o col" 1)0 claranienle o >/.
âeoS 191, como aliás f 1 8 "’ * entendo a rosie>‘ °
âeo paragrapho see“ l,"l!|i9 effectuado no P‘ °l 1 delias
commercio de mercadoi g nas vendas 1 tí nao
toriodas neutras, 6 íIonIf1.lialmr das belhgeran » . g0
se fazem a súbditos de q d geos subdit > de
a respeito do que com 1j 6 quaesquer e. i
faça por meio de remess mesmo
generös a seo paiz. . nm-amente passivo,
Aquelle commercio P ^ aJ veis à guerra nao^m
em artigos directamente an mai8 geral mente onde
Porta, segundo a (a neutralidade f] ^ rt0 desta
entre as nações, quebia não ha da 1 , 11(j0 a
se faz, pois que se p iw » M i r a n t e , nao vedanuo
proposito hostil a outia
180

mesma neutralidade taes transacções indirectas e de


caracter inteiramente particular.
Aos súbditos ou residentes de qualquer nação é
permittida a liberdade de negociarem no seo paiz mesmo
em artigos da especie acima indicada, a seos proprios
riscos. Os seos respectivos governos só são responsá­
veis por taes actos, quando etfectivamente os auxiliem,
ou animem. E’ assim que reclamando o governo da
Prússia na ultima guerra com a França, contra as ven­
das que nos mercados de Inglaterra se fazia de armas
aos Francezes, esta não só invocou este principio,
com o até declarou que era de facto impraticável a pro-
hibição de taes transacções.
Em geral, porém, e fóra dos domínios das próprias
neutras, e especialmente na guerra marítima, pelo alto
mar, as belligerantes tem o direito de impedir o com-
mercio activo das mesmas ou de seos súbditos com o
inimigo em generos directamente applicaveis á guerra
ou de contiabando, assim com o o que ellas pretendes­
sem fazer com os portos ou praças bloqueadas pelas
suas forças, com o adiante veremos.
Não tem sido, porém, facil fixar-se entre as nações,
quaes os generos cujo commercio se deve reputar de
contrabando de guerra. Esta matéria tem sido muito
debatida e differentemente apreciada e resolvida entre
aquellas e os publicistas. Ainda á poucos annos, em
1800, uma das causas que a Hespanha allegou para
declarar a guerra ao Chile, e bombardear indignamente
a cidade puramente commercial e indefesa de Valpa-
raizo, foi o ter aquella republica prohibido aos navios
de sua esquadra proverem se ali de carvão, conside­
rando este genero de contrabando, apezar de já ter sido
igual recusa feita ao Perú, com que aquella estava em
guerra.
Forào mesmo as difficuldades a respeito de tal
assumpto, que derão motivo á neutralidade armada da
Kussia em 1780, de que já falíamos. Elle só tem sido
regulado, de ordinário, por tratados positivos, e mesmo
estes tem sido muitas vezes em vão tentados entre
algumas nações, como ultimamente entre a Prússia e
os Estados UniJos.
Comtudo, geralmente concordão governos e publi­
cistas em dividir taes generos em duas classes. Na
181 .
primeira se comprehencle aquelles Que te ^ immediata
caçào exclusiva, ou pelo e marinheiros» o
aos usos da guerra, como os s guas paSes o sahtie
armamento, petrechos, a pol » segunda os que
e o enxofre, o fardamento, ef _ ’ nte n0 estado e mis-
embora de uso commnm ou ,mDrego especial e im-
téres da paz, tem comtudo u - qe Sua aptidao
portante na guerra, em C01; e majS operações, ou
para servirem ao ataque ou - ‘exercitos ou armadas,
a outro actos e necessidade metaes em bruto, o
taes como certos minerae , 0 Unho, o cordea-
alcatrão, o breu, o carvao, c ^ 1 paVal, o oleo, o ( -
me, as madeiras de consttucçao n
nheiro, etc. . modo reputados aquei
Não são, porém, do mesm ■ ^ neCessarios ao
jes generos, que com qm . serventia na paz o ft
mimigo, tem comtudo | . j rrnente. apphca ,
guerra, e não são mais partícula^ ^ maig objec os de
esta, taes como, a roupa ^occa, excepto U’
uso ordinário, as provisoe QU p0rto bloquea
ellas são destinadas a um P forne a render-se, 1
que se pretende reduzu ;nimigo. P:ps
satisfazer ao que se JXI®e rl0 jaquellas duas esi
Estabelecida a distir Ç» . mos qual 0 fj.irel r?ps
de contrabando de gueria, J g, tem as belhgera
segundo o uso geral das em generos de <
quanto ao commercio das neu
uma delias com o imnjHg • . cjasse a belhn
Si se trata dos da PVl™eJJ*em lugar sujeitoásua
que os encontra no alto i u , n0 á belligerante j
autoridade em terra, d estin o^ .^ oU súbditos ^
ria, embora transportado I 0 direito de «­
neutros ou a elles pertence t . natural e im
hendel-os; e é isto a consequem ietarios assim
do acto dè hostilidade de sua criminosa
Praticão contra ella, a J - , qqe
especulação. , ftpneros de segunda ’
Si, porém, se trata de^J^rprincipahnente para a
não servindo elles exclm |iaver certeza s
guerra, não podendo, P01 1 sqS communs a q ,
são destinados a esta ou aos usos_o^ ^ a questão se g

igualmente se prestao» tí Velá neutra ou


resolva pelo modo mais favoiavei #
subdilos que tal commercio fazem, pois que a má fé
oui ntenções hostis nunca se devem presumir por méras
indueções.
Esses generos, portanto, não são, em regra, con ­
fiscados; mas como, em todo o caso, consentir que
elles sigào livremente o seo destino, poderia prejudicar
a belligerante a cujo inimigo elles vão prestar utilidade
ou recursos bellicos, attribue-se áqiiella a faculdade de
os reter até que não possão mais ser empregados em
seo damno ou, em casos mais particulares, de apre-
hpndel-os mesmo, mediante indemnisaçào, aos respec­
tivos proprietários de seo justo valor, o que no Direito
internacional tem a denominação de direito de pre-
empção.
Todavia, si consultamos as opiniões dos publicis­
tas, e mesmo os tratados e convenções positivas cele­
bradas entre as nações, quanto úquella classificação
dos contrabandos, vemos que não ha entre ellas unifor­
midade ; estas e aquelles confundem muitas vezes, uma
com outra, as duas especies, em que acima os dividi­
mos, ou comprehendem na primeira alguns dos artigos
que incluímos na segunda ou vice-versa. As diversas
nações em summa, conforme as circumstancias em que
celebrao tratados ou convenções a tal respeito, e aquel-
las com que os tazem, sao mais ou menos rigorosas ou
condescendentes no modo de considerar o contrabando
cie guerra entre si. Varia isso até conforme é um
porto mi hLar ou puramente commernial, aquelle a que
se destinão os generos encontrados no mar, e a natureza
destes.
nos a*ní^a indagar si o confisco de um con­
trabando encontrado em navio neutro, se deve applicar
também ao propio navio que o conduz, e a lodo o seo
carregamento, inclusive a parte deste consistente em
generos de commercio licito.
, Segundo os princípios do Direito das Gentes, sendo
vedado aos neutros unicamente o commercio em gene­
s de contrabando, aquelle confisco só pode, em geral,
íeca nr justamente sobre estes, e não sobre quaesquer
outros de uso ordinário e pacifico, nem sobre o navio
em que elles sao encontrados. 0 contrario seria dar-se,
sem razao plausível, elasterio demasiado e pernicioso
aos direitos dos belligerantes contra os neutros. Neste
183
JaP/? es(ía0> ^liás, de accôrdo os princípios do Direito
n-ii <Te , s natural, com o que por Direito convencio-
. ínr,'e
,,ilÇoes.ac'la geralmente estabelecido entre as diversas
lambem de conformidade com este o navio neutro
« Pai’te innocente de sua carga não são sujeitos a con-
c°, salvo nas duas seguintes hypotbeses: i . a quanto
1 navio, quando este só contém generos de contra­
i n t - POIClue então reputa-se o mesmo exclusiva e
ntencionalmente empregado em commercio illicito, e
omo um accessorio da carga ; e 2.a quanto também a
j a e ao navio, quando este resiste á visita ou captura
a belligérante ou viola um bloqueio por ella regular­
mente estabelecido ; porque então perdem um e outro
seo caracter de neutros, e ficão sujeitos a ser tratados
como inimigos.
^ Não se reputa, porém, nem se pode reputai', resis-
oocia para este effeito, o simples facto da tentativa de
ruga, ou sua realização, quando tal navio venha a ser
Posteriormente aprehendido.
Para determinar com precisão os casos em que
na primeira hypothèse, acima figurada, pode ter justa-
d^onte lugar o confisco do navio neutro com a sua .
°arga, a França em um Regulamente de 1778 estabele*
coo, que senão confiscados aqneiles em que as merca­
dorias de contrabando encontradas atlingissem os 1res
Quartos do valor do carregamento.
^ E’ isto uma disposição positiva da legislação Fran­
cesa, que não constitue regra para as mais nações, mas
Que é fundada em evidente necessidade, e que se re*
cornmenda como um meio de pôr limites ao arbítrio
dos belligérantes, e aos abusos das neutras.
A opinião de alguns publicistas de que nos falia o
compendio, que entendem que deve ser permittido o
confisco do navio e de todo o carregamento, quando
oste tiver sido effecluado pelo proprio armador ou dono
daquelle, não assenta em solido fundamento.
A’s razões que o mesmo compendio apresenta em
contestação de tal doutrina, accrescentaremos, com
Massé, que é inútil indagar-se quem fosse realmente o
carregador do contrabando, ou quem seja o seu pro-
PUetario, porque a mercadoria livre é sempre livre, e
Ua liberdade para ser real e completa deve proteger a
184
do navio, sem a qual a parte innocente de sua carga
nào poderia chegar ao seu destino.
E foi isto o que realmente se estipulou no tratado
leito entre a França revolucionaria e os Estados-Unidos -
no anno IX da Republica.
LICÇÃO XXI V

Üo bloqueio, em que consiste, e condições pum produzir seos effeitos. —


Commercio ou rommnnirnções com as praças ou portos bloqueia dos.
Notificação, suspensão, e cesse,cão do bloqueio. A bandeira neutra
cobre a canja iuimitju innocente ; e a bandeira inimigu não su­
jeita a confisco a carga innocente de neutros. — Doutrina excep­
cional da França a este respeito.

& m a 199

Trata o compendio, nos paragraphos acima indica­


dos, do bloqueio das praças marítimas ou portos do
inimigo, de suas condições e dos seos effeitos em rela­
ção ás communicações e commercio das mais nações
com aquelles.
Diz-se bloqueada uma praça marítima ou porto
(§ 194 ) ,quando todas suas entradas e sabidas, ou luga­
res proximos por onde elle possa ter accesso, se achao
guardados por forças das belligerantes de mudo que se
não possa realmente entrar ou sahir delles sem perigo.
Tem as belligerantes o direito de effectuar esse
bloqueio, impedindo ás mais nações quaesquer com-
niunicaçoes e o commercio com a praça ou porto
inimigo bloqueado. esse direito para ellas táo liquido
comu o que se lhes attribue na guerra continental de
occupar qualquer parte do território de sua contraria,
e sujeital-a á sua obediência e conveniente regimen
durante a occupaçào. _ . . ,
Com quanto o mar, em geral, não seja susceptível
de posse permanente de qualquer nação, comtudo po­
dem sel-o de um modo temporário certas partes limita­
das delle, que realmente podem ser guardadas e vigia-
d ir e it o das gentes
186
das poi suas esquadras, como meio legitimo de fazer ao
inimigo o mal que a lei da guerra autorisa.
O bloqueio, porém, para ser como tal considerado,
t; produzir legitimamente os effeilos a que é destinado,
, ve cons,st,r na occupaçào e guarda effectiva dos
ugaies ou pontos por onde se possa penetrar no porto
rea?Uea^° ° U S^ V delle’’ isl° q,ie seJa um bloqueio
tnna é 8eralmente acceita por todas as
i.?etPnfi?rfnE« r0pa’ a excepçào da Inglaterra, que tem
Lf - para dar-se e dever ser reconhecido cr
•, , j ébaslanl® floe elle seja declarado de modo
n o « !8 r açues ; e nesta conformidade bloqueou
‘ ^ ‘ 1, odof os Portos da França, e em 1802 todos
Í h - Í K n en?'.d! f enlr.e a embocadura do EIba e a
oahinptf ' b ! e s t ; bloqueios imaginários, pui amente de
Spm f.ÜL commodosi serT} duvida, para os que os fizes-
àdmittidos^Ue nunca ^0la0, nem podião ser como taes
f riifiJ?PÍ !f âo’ se os bloqueios nào só ás praças e portos
til pI pI 0 « íUaS tambem aos que o nào sejão, ou sim-
!'ir »I n . meriClae8‘ Nem con t,a o bloqueio, em
i i n l PeC1* n,enleJ neste llItimo caso, se pode
commerHn nr^ 0’ ° f damnos que elle occasiona ao
V Pacií|c° das mais nações. Este é, sem
monrio e* nJírICiU ° P°! ede ’ mas ó isto um accidente
residia isponsavel da guerra, como o que desta
hnmhariio a 1 ProP,,edade dos neutros, do assedio ou
o.^nrac inivnt0’ 0n ataque e tomada de uma cidade
outfa s n n p rw *8a na guerra continental, e de tantas
eonsjslequerem t ^ q u e r no ^
cmbÍcâduíSí?!Sler-le 'Ugar 0 blorllleio em relação ás
fazem altmma l»IOS ® eslreilos; mas a este respeito
de ahmin mofln1 lSlmC?ai0 ° S Pl,bbcistas, e modifica-se
ou estreito« r ° 1 do.mesmo, quando em taes rios
dos neutro« .m 11 ?ondominio ou servidão outros Esta-
ellès dào nucaofl1 mhos dos mesmos, ou para os quaes
r n l P r gerne communicaçào.
visto mie m .,, Hquej f nte deve resPeitar o direito destes,
,)aite dos d o m i^ L*— CUf3H 0 território ou qualquer
mesmos maU dirJu8 ,nimi«os nao adquire sobre os
15 coitos, que o proprio soberano ou go-
187
verno legitimo delles; não pode, portanto, prejudicar
°s que ali tenlião terceiras nações.
Deve ser, pois, permittido á estas a livre entrada e
sabida de taes rios ou estreitos, salvo ao bloqueiante o
direito de verificar p.ela visita e necessários exames, si
?des conduzem generos de contrabando de guerra ao
mimigo.
Si os navios que entrão em portos não effectiva-
mente bloqueiados do modo porque ternos dito, ou
aPenas bloqueiados por simples notificação, não podem
ser considerados infVactores de bloqueio, ou justamente
passíveis de qualquer violência ou tratamento hostil da
Parte do supposto bloqueiante, não succede o mesmo a
Aspeito dos que violão ou forção um bloqueio regular­
mente estabelecido; nestes casos, os navios que o violão
pu rornpem, são justamente sujeitos ás hostilidades do
bloqueiante, e á apprehensão e confisco, e toda a sua
carga.
ü bloqueio, entretanto, deve ser, em todo o caso,
Notificado ás mais nações, e só depois disso, e dado o
tempo necessário para razoavelmente presumir-se o seo
conhecimento, pode elle produzir os seos elteitos regu­
lares em relação áquellas, ou a obrigação para as mes­
mas de respeital-o. .
8uspende-se ou interrompe-se o bloqueio ( § ldb )
finando o máo tempo, a falta de viveres, de munições,
ou qualquer outro motivo obriga o bloqueiante a retirai
temporariamente as suas forças nelle empregadas , e o
facto de penetrar algum navio no porto ou praça blo-
fiueiada, duraute essa interrupção, não é. nem pode set
teputada uma infracção do mesmo; desde que ene
oftectivamente não existe. A taes navios, pois, ainda
fiuando pnsteriormente caião em poder do bloqueian e,
Não são applicaveis as referidas penas por lai tacto.
Cessa o bloqueio quando a retirada das torças o
bloqueiante é definitiva, ou porque este de facto o anan-
flonou de todo voluntariamente, ou porque toi a ISS
obrigado por forças inimigas, ou por quaesquet ou .to
motivos independentes de sua vontade. A Inglatena,
Porém, de accôrdo com a sua doutrina do bloqueio poi
simples notificação, entende que feita esta so ct . c.
afiuclle, quando por outra notificação é c mesmo decia-
tedo findo. Esta doutrina, porém, inadmissível, como
já vinio • J88
«o absurdo de p o d e rá ..'r^ 038, c°nsequencias, daria
queio phantastico. 1 Iar lndefinidamenle um blo*
Indaga em seguida r
lelaçõesdo commercio m>, í ? mpendio (§ ^99), si nas
2 fpifneutras,° pavilhão do n 1010 entre as belligerantes
hens‘'?nPr0t^ e'° ou snjeita n p 0 em que tal oommercio
m ar e co,lí>sco dabelVirm,-6? Carregamento áappre-
cobrp n ?' se« ,,ndo a exm-p<sL?nte que os encontra no
ou confisca a caraâ essao u*sadaf se a bandeira
lem sido esta n, t*a\
passadnCÍSta?’ e f°i sobretnrin rgí menle debatida entre
de nm ° ’ e ? rinciP«os do rrpc ' a^Iíada nos fins do século
nos trftlni4?d0 ur,ifoi nie ou rí,,0/11? ’ rnas nnnca resolvida
S L i n ^dos de Paz, ou? r i» 1 ad°uro, e foi até olvidada
DireitA *?íü ^ ranceza ‘ de mnfi'1arn term° ás guerras da
vel a es,laS Geníes convene?on°. iQUe nao ha mesmo no
sle aspeito. na* regra positiva invaria*
Kesta-nos uni^

Tsasraar •—..
mentePohS racÍ0naes ^ ^D ireifSt° assumPto segundo os

dta em Pas m n H « .“ *9 Portes; a primeira


neutras «aV,° neulro ; e a cIITeddí es, ,n>migas embarca-
p n J 1 navio de naciomím0? 3 a c,as Propriedades
adopYada * prinieda direm dade inlmi«a-
bandeira ’ qu° 0 Pavilhão üsando da expressão
existent neUtra d° navio 2 ? ? a Car°a ' ist0 ô! que a
j.- anfe8?0 bordo. ologe a carga do inimigo

quer^e^ma ® l,erra e n t r e g o u as ntílltras podem,


S o m í ' 0 /»esmo con S Continuar com qual-
confisco e\ de qualquer hoçtmi0 ,que antes daquella
de Ä 1“ «er noí casSsd l,dade» aPP«*ensao, ou
! ? « n «
m ca m en T ‘e° '° ^ e U o d ^ c o ^ en «m m esm o aossubdi-

lhes n n «^ Dte* nâo ha ? » ,« “ ?>erca<lorias de íoromer-


reson nnriSei Vedado favpi ‘">Jl,[ria plausível, pela qual
° " P°r|os de seos doi,?s lra9sPortar parados luga­
- mos, inimigos ou neutros.
180
<-> contrario importaria, realmente, prohibição cio com-
mercio pacifico de nações extranhas á guerra, e imnar-
ciaes nella. 1
Acceito, pois, o principio, aliás incontestável, do
que as neutras podem livremente commerciar com as
Del Jgerantes, salvos os casos acima indicados, nào se
pode mais sustentar a doutrina de que a carga inno-
conte de súbditos de qualquer das belligerantes encon­
trada em navios neutros, possa ser juntamente apre­
endida e confiscada.
E ’ antes perfeitamente racional a doutrina em con­
trario. O pavio neutro é reputado uma parte, uma
Prorogaçào do território da nação a que pertence; e
Pao tendo as belligerantes jurisdicçào neste, nàopcdeni
Justamente exercer nelle ou contra elle acto algum do
autoridade e sobretudo violências de tal ordem.
Di r-se-ha, que este argumento prova de mais? que
sendo assim nâcdeviào as belligerantes ler também o
Atreito de aprehender e confiscar taes navois nos pro-
Prios casos de commeroio de contrabando, e nos mais
acima exceptuados? e nem até o de visitar os de quaes-
Quer nações para verificarem si elles condusem carga
(te ta! especie ?
Mas semelhante objecção nào procede, • quanto
a este ultimo ponto desde que um navio nào è reconhe­
ç o neuti o senuo depois de verificada, pela visita, a
Slla naturalidade; e quanto aos mais, porque verificado
P°r esta qne slle, de facto, conduz contrabando de
guerra, ou dada a sua resistência á visita, ou infracção
ae bloqueio, perde o seo caracter de neutro, procede
c°mo inimigo, e lica sugeito, portanto, a ser como tal
lratado.
. Si deve ser livre a propriedade innocente do ini-
*ni8° encontrado a bordo de navio neulro, com mais
asilo ainda o deve ser o proprio navio (jue tal proprie-
j^de conduz, o qual com effeito, não pode ser justa-
jpente aprehendido e confiscado, senão nos casos ex-
ePcionaes já acima referidos, e na ultima parte de
° SSa licção precedente.
. Quanto á segunda parte da questão, diremos que
a,nbem nào podem ser aprehendidas e confiscadas
nUaesquer propriedades de súbditos neutros encontia*
as em navios do inimigo, ou segundo a- expressão
100
também adoptada para este caso — que a roupa do in i­
migo não confisca a do amigo. .
Esta doutrina e ainda mais incontestável do que a
precedente. O direito que o estado de guerra confere
ás belligerantes de praticarem as violências que suas
necessidades exigem, só é relativo á sua inimiga, ou
aquelles que embora nàoosendo, comotaes procedem ;
nào pode applicar-se aos neutros, cpie dentro dos limi­
tes da neutralidade realmente se conservào.
A propriedade innocente destes encontrada em
navio inimigo, nern por isso deixa de ser urn direito do
neutro ; para deixar de sèl-o fòra preciso que os deve­
res de neutralidade se oppuzessem a (pie os neutros se
servissem dos navios da nacionalidade de qualquer das
belligerantes, para fazerem seo comrnercio com quaes-
quer outras. Mas si o seo comrnercio innocente com
qualquer destas, e até com qualquer das belligerantes,
salvo com portos bloqueiados, é permittido, claro é
que tal appreliensão ouconfisco por parte de uma sobre
propriedades innocentes de neutras encontradas em
navios de outra, é inadrnissivel.
Em taes casos poderia tal aprehensào e conlisco
realisar-se somente sobre o proprio navio ou carga do
inimigo/que nelle exista ;e tanto mais que o comrnercio
que (az tal navio pode ser entre portos neutros, ou
entie. nações de todo extranhas á guerra.
Demais, si a permissão, que as belligerantes tem,
segundo o Direito das Gentes, na guerra marítima, em
relação ás propriedades inimigas, ou que taes se deváo
reputar, é uma excepçào particularíssima á regra geral,
que pi evalece na guerra continental, e que lhes pres­
creve respeitarem quanto possivel taes propriedades, e
tunda-sé tal excepçào em circumstancias, quenao se
vermcao nos casos de que se trata, nào pode a mesma
ser a estes justamente applicada.
Então nào se trata, com effeito, de hostilidades de
inimigo a inimigo, ou do emprego de meios que a lei da
gueira autorisa como únicos efficazese absolutamente
indispensáveis nas occasiões dadas.
A acceitaçào de qualquer destes dous princípios
que temos sustentado, importa, a nosso ver, implicita­
mente a do outro; elles por assim dizer, se suppoem, e
se coinpletào. Entretanto a França que adopta o pri-
HH
meiro, regei ta n segundo, o nos seos regulamentos ma­
n ti mos dispõe que a carga neutra encontrada em navio
inimigo segue a sorte deste ; e tal é também a opinião
de Valin citado pelo Compendio na parte íinalda ultima
nota ao seo § 199.
Tal opinião, porém, e aquella disposição regula*
mentar Franceza, não assentão em fundamento racio­
nal, á vista das considerações que temos feito, o são
contrarias ao que realmente se acha admitlido pela
maior parte das potências marítimas da Europa e da
America.
Outros argumentos perfeitamente concludentes em
favor das soluções que temos dado á estas questões,
Podem-se ver ainda, não só na citada nota do compen*
dio, como também na que a precede, nas qnaes vem
expostas as luminosas opiniões de Hynkeslioek, e de
Crocio a respeito de uma outra.
Qualquer das belligerantes pode, sem duvida, se­
cundo o seo modo de consideraras suas relações hostis
com seo inimigo, ver no embarque de mercadorias de
seos súbditos, ou no seo commercio, de qualquer espe*
cie, em navios daquelle, um tal ou qual esquecimento
dos seos deveres de nacionalidade ou patriotismo, e si
° houver positivamente prohibido, punil-oscom a apre*
hensão e confisco daquellas quando as encontre no
mar; mas nenhum principioasautorisa a procederemde
egual modo a respeito de propriedades de súbditos das
mais nações, porque nem estas, nem seos súbditos ou
bens são sugeitos á sua jurisdição, nem as suas hostili*
dades, emquanto lhe não são em si mesmas hostis.
Estes mesmos princípios expostos são applicaveis
aos navios de quasquer nações, e a seos respectivos car*
•egamentos, encontrados nos portos inimigos, quando
estes são tomados por uma das belligerantes, a menos
Que elles tenhão effectivamente tomado parte nas hos­
tilidades contra elle, ou incorrido em qualquer quebra
da neutralidade. ... __
O d ire ito dos b e llig e ra n te s na g u e rra marítima em
relação ás propriedades particulares do inimigo, ou
taes reputadas, embora restricto, como temos visto,
tem ainda assim muito de odioso ; e já na hçao | tee
dente vimos as tentativas que varias das nações man-
102

timas mais importantes tem feito para modiíical-o em


um sentido mais liberal.
Accrescentaremos que ainda na ultima guerra da
Prússia com a França, aquella declarou que renunciava
a esse direito, ainda que a França por sua parte não
procedesse do mesmo modo a seo respeito.
Esta declaração, porém nào produsiogrande effeito
entre as mais nações pela mesma razão á que já em
outra occasião alludimos, quando citamos outras ideias
de moderação da mesma Prússia em relação a certos
princípios admittidos na guerra maritima, isto é, a de
ser ella suspeita em tal matéria, como particularmente
nisso interessada, porque sendo um estado omnipo­
tente em terra, nào tem no mar esquadras correspon­
dentes para protegerem seo extenso commercio, como
a Inglaterra, a própria França, e como podem tel-as os
Estrdos-Unidos. *
L IC Ç Ã O X X V

D ireito d e visita das belligerantes nos navios n eu tros, soo fundam ento j u r í ­
;
dico lugares em que se pode e x e r c e i-o ou n à o .— K lle não e incom ­
patível com a legitim a liberdade do alto m a r ; podem fa zel-a os
navios de g u erra e corsá rios. —
Intim arão para a viiita ; fuga ou
;
resistência do navio intim ado m odo de reaU za r-se a n a t a . — iisita
nos navios com b oia d os.— Km que tem po tem lugar o d ireito de i isi/a.

§§ 200 a 20G

Nos seos §§ 200 e mais alguns seguintes trata o


compendio especialmente do direito de visita que com­
pete aos navios de guerra das belligerantes sobre os
navios neutros ou que taes pretendão ser considerados
Desde que as mesmas belligerantes tem, como ja
v'imos, o direito de impedir que os n'1 “ l0s ‘ f 9 7l® (.
nações se empreguem no commercio de genetos de
contrabando de guerra com o seo immigo, em « n j-tu n
deste, e darnno seo, é claro que nâo Podem deixar de
ter igualmente o de visitai-os, quando na encontre no
'nar para verificarem qual seja a sua veida Ic
nalidade, si se dirigem ao paiz mimigo, c neste caso
final a natureza da carga que conduzem.
... Sem este direito aquelle seria com effellode tod
illusorio, impossível de exercer-se, pois I ,
mente tal visita uma condição absolutamente Ind spen
savel para isto ; é o nnico meio efbcaz e P10! 1 I,
belligerantes de qualificar o navio que a poi
migo se dirige como effectivamente neutro ou bostii. e
a sua carga como innocente, ou como contrabando uc
|| 0 p jlQ

Si o s i m p l e s facto de arvorar um navio a sua l>au-


d ir e it o d a s g e n t e s
194
deira fosse por si só bastante para demonstrar a sua
nacionalidade, e si effectivamente os navios neutros
nunca se empregassem ou podessem empregar-se em
commercio illicito com qualquer das belligerantes,
seria de certo aquella sufficiente para isental-os, e seos
carregamentos de qualquer exame ou verificação da
parte destas a tal respeito ; a visita dos mesmos seria
então uma medida escusada, vexatória e injustificável.
Mas, por um lado os navios da nação inimiga po­
dem usar desse meio como um estratagema para
illudir a belligerante contraria, e escaparem ás suas
pesquizas, e mais medidas hostis ; e por outro os navios
de nações, embora neutras, podem realmente empre­
gar-se no transporte, ao inimigo, de generos prohibidos
no seo commercio, e destinados á fornecer-lhe recursos
bellicos. D’ahi necessariamente aquelle direito para
as mesmas belligerantes de sujeital-os á sua visita.
Negado tal direito a estas, ou si hade autorisal-as
a atacar indistinctamente a todos os navios que encon­
trem com direcção a portos inimigos, a vedarem todo
o commercio das mais nações com estes; ou se hade
impor-lhes o dever de não atacarem ou embaraçarem esse
commercio a nenhuma, e em nenhum caso, deixando-as
fazer livremente com seo adversário toda a especie
delle, mesmo o de contrabando de guerra.
Ora, qualquer destas duas alternativas, daria no
absurdo: a primeira, porque importaria a destruição
de todo o commercio pacifico das neutras sem funda­
mento razoavel, e sem exame, contra os princípios do
Direito das Gentes a tal respeito ; e a segunda, porque
collocaria as belligerantes em circumstancias de verem-
se constantemente contrariadas, e prejudicadas pelas
neutras; tornaria illusoria toda a neutralidade, e muito
mais diuturna qualquer guerra, diminuindo a efficacia
de seos meios.
E’, pois exacto o principio emittido pelo compen­
dio neste seo paragrapho, que todo o navio no mar se
deve reputar inimigo, ou pelo menos que pode real­
mente sêl-o, até á prova do contrario, seja qual fôr a
sua bandeira, para o fim de ter lugar a sua visita, pre-
sumpçào aliás mais bem fundada si se trata de um
navio, que manifestamente se dirige a porto inimigo,
ou é encontrado nas suas proximidades.
195
A visita effectua-se no alto mar, ou em mares do
inimigo, embora alguns publicistas tenhao quendo de­
duzir da liberdade daquelle, argumento contra a legiti­
midade da mesma. Mas semelhante doutrina e de toao
inadmissível. 0 alto maré, sem duvida livre, em gerai,
ao commercio e navegação de todas as nações, » nao
pode deixar de sêl-o ; mas isto não é razão que proceda
contra o principio que sustentamos; pois Qde, alern
dos absurdos a que o principio contrario cmiduziiia,
como acima vimos, é claro que tal liberdade u em oi o
caso subordinada para cada nação, A condição de nao
abusar delia em dumno das mais ; ou por outra que»
alto mar não é realmente livre senão para o comomrcic
e relações pacificas e imparciaes das ma!S nações rt a­
tivamente a outras que nelle se achao emi estai[ ,j :
guerra, e pela lei desta tem o direito de ‘ £Vect,„0s
tudo o que possa favorecer ou augmentai “
de sua adversaria ; e não para a sua deslealdade ou m.
fÓ e NãVr s e Kporadede|imitar •“
indivíduos, o direito natural de ‘r//-tV»'só Hmlta
quando e até onde se pode limitai o ( 1 gratuito
o ataque que se lhes dirige ; e si u( de *ulrem,
se serve do alto mar para offender direito de
não pode deixar de ser attribuido a wte, o diieuo^i^
exercer também ahi, em termos babeis, < ' l
Çào ou de reparação contra tal of ç » • , g be||i(,e.

----- (jue _______ - .


tural de suas hostilidades. »«. riinriaes ou domi*
Não assim quanto aos
mos de qualquer terceira nação m n ' , t r! p^pi
mesmo os navios db uma
mamente em perseguição de out sujeitos ajuris-
Taes mares não estão de modo . gm • nermittido

portos se encontrão n" j.im ..10 exercer


•espeitar-se reciprocamente; na t p.um nem
uns sobre os outros inspecçao ou exame aigu ,
196
snjeital-os a exigências de qualquer especie. Seria
isso uma offensa á soberania do respectivo Estado, que
nenhum pode dignamente admittir ou tolerai.
A visita pode ser feita não só pelos navios de guerra
de qualquer das belligerantes ; mas também pelos seos
corsários competentemente autorisados com carta de
marca de seos governos, e que tenhàoportanto recebido
destes commissào para tomar parle activa na guerra e
fazer presas sobre o inimigo.
Vejamos agora de que modo se deve realizar a visita
a qual é, com effeito, sujeita a certas formalidades ou
regras.
Com quanto a visita considerada em relação á sua
natureza e legitimidade lenha seo fundamento nos prin­
cípios do Direito das Gentes absoluto, comtudo, pelo
lado de sua applicação pratica, e particularidades que
nella se deve observar, depende principalmente do
Direito das Gentes convencional, e usos admittidos
entre as nações; e portanto cumpre-nos consideral-a
segundo este.
Conforme os tratados e convenções existentes, os
usos, e a legislação respectiva, quasi uniforme de todas
as nações, a visita faz-se do modo indicado pelo com­
pendio ( § 202).
0 navio de guerra ou corsário de uma belligerante,
que encontra um navio mercante de qualquer outra
nos lugares onde a visita é permittida, e pode ser con­
veniente, si o quer visitar, dirige-se para e^le, começa
por affirmar a sua qualidade arvorando a sua bandeira
nacional, approxima-se daquelle, e dispara um tiro de
polvora secca,que importa uma intimação para queelle
pare, e disponha-se a receber a sua visita.
Em alguns tratados se estabelece que o navio do
visitante deve deixar aquelle que tepi de visitar, tora do
alcance de seos canhões ; outros encurtão essa distan­
cia, reduzindo-a a metade. Segundo Massé, porém,
esta ultima opinião não pode servir de regra geral, e
nem é bem fundada ; porque si ha razão para que o
navio visitante suspeite daquelle que tem de visitar, e
para não acreditar simplesmente no pavilhão neutro
que ellaarvore, ou para receiarque elle lhes escape;
também este não é obrigado a fiar-se sem reserva no
pavilhão do visitante, nem na legalidade inculcada de
107

^esfi!*n^ençrjes» Pois bem pode ser este até um pirata


é gu A regra, pois, maisacceitavelemtaes casos,
deve Stanc*a a 8uardarse entre os dons navios
reepi SG1 ta^’ ^u.e ÍKi0 inspb*e ao (pie tem de ser visitado
Quer v'0-1sllsPejta de mão intento da parte do que o
Dorio.IS,ta*’ n.em colloque este em condição de nào
Sua i.)er3eeUU*o e alcançal-o quando nào obedeça a
oim llmaÇâ°i tente fugir, resista á visita, ou lhe faça
Qualquer hostilidade.
tenr^ porém, somente nestes últimos casos de resis-
Corn,a 011 hostilidade, que tal navio ésujeito o confisco,
sóm SUa car&a seíJdo capturado ; assim como em geral
sis» ente 0 ú» em lodosos mais casos, a parte desta con-
v i -?níe ern generos de commercio probibido, que pela
lla se verifique existirem nelle.
^ 1’óra daquella hypothese nào ú o navio repuUido
a presa, apesar ria opinião de Lampredi, e de Azuni,
q e pensão que o simples facto da fuga do navio inti-
a(t° para a visita, é bastante para sugeital-o aocon-
^ c°. Fugir não ó, com cffeito, um acto de hostili-
e ue, nem prova sufficiente de culpabilidade, pode ser
_ muitas vezes será, segundo o citado publicista, a ex-
Jj efsão inoffensiva do temor que naturalmente inspira
‘ ptesença de um navio armado, e cujas intenções reaes
«o duvidosas •e tanto mais que como já dissemos, sua
to n alid ad e pode ser até fingida.
Nào se pode, pois, applicar com justiça ao navio
t* ®apenas tenta fugir, ou realisa a fuga, eé depois cap­
, ,a^°» uma pena ou castigo, que só urn acto de resis­
tia ou hostilidade positiva pode justificar.
Entretanto a belligerante nào pode deixar de ser
forisada, mesmo em taes casos, a perseguir activa-
°enteo navio fugitivo, e a fazer fogo sobre elle, sem
este, sua naçào ou dono, teuhão direito algum de
. claniar por quaesquer avarias ou dnmnos quedahi
va í enhào resultado, ainda (piando posteriormente se
nha a verificar a sua neutralidade, e a innocencia do
^Ua carga.
n Entendem outros publicistas, (pio mesmo em
^ Qhum dos casos acima indicados deve ser o navio
LQtro considerado como bôa presa.
n Esta opiniào, porém, pecca, como a antecedente,
1 Qem.asiadamente absoluta. Si uma só consulta os
198
interesses das belligerantes, a outra só attende aos das
neutras, quando aliás, estes dous interesses podem e
devem ser conciliados, e effeetivamenteo sào, do modo
possivel, desde que se puna o máo procedimento do
que resiste, e se desculpe a timidez do que foge.
Si o navio obdece á intimação que lhe é feita pára
esperar a visita, pòe-se, á capa ou ferra as velas, para,
eo visitante conservando se na conveniente distancia,
arreia o seo escaler, com poucas pessôas e um
official encarregado da visita, o qual pela apresentação
dos livros, passaportes, conhecimentos, manifestos,
facturas, e mais papeis de bordo, que pelo capitão
daquelle lhe deve ser feita, verifica a sua nacionali­
dade. destino, e natureza do seo carregamento, e si tal
navio e este sào realmente propriedades de neutros e
de 'acter innocente.
os casos, porém, em que haja suspeita de fraude
ou falsidade de taes papeis, ou de não estarem elles re­
gulares, pode o visitante não só verificar as simples ap-
parencias exteriores do navio e volumes de sua carga,
mas ainda, segundo foi em taes suspeitas, deslocar,
abrir, e examinar estes mesmos volumes.
O visitante te.n o direito de assim exigil-o do capi­
tão do navio, pois que a este cumpre provar a real neu­
tralidade e innocencia dosgenerosque tema seo bordo,
que não sejào sutlicientemente demonsüadas pela sim­
ples inspecçào exterior daquelles.
Si feifos taes exames se reconhece a neutralidade
do navio visitado, equeelle não contem mercadorias
de contrabando, é o mesmo deixado em liberdade para
proseguir sua viagem ; si, porém, se verifica que a na­
cionalidade declarada foi um estratagema e que o navio
e de propriedade do inimigo, ou de contrabando o seo
catregamento ou a parte principal delle, ou o respec­
tivo capitão recusa entregar qualquer parte de generos
desta especie encontrados a seo bordo, é o mesmo reti­
do, levado para porto ou logar onde o Estado do visi­
tante tenha jurisdicçào, para ser ahi liquidado o caso, e
ettectuado o confisco do mesmo ou de sua carga, ou de
ambos conforme fòr aquelle.
Nos §§ 204 a 200 trata o Compendio da visitados
navios mercantes, que navegão em comboi, isto é,
1Í)0
acompanhados ou escoltados por navios de guerra de
s ua nação.
Nestes casos o exame da nacionalidade, e dos pa-
Ptíís e carregamentos de taes navios, ó suprido por
Jirna declaração formal, que faça, sob sua palavra do
bonra, o commandante do comboi ao official encarre­
gado da visita, de que esses navios são realmente da
SUa respectiva nacionalidade, e que não conduzem
Mercadorias de contrabando. Essa declaração feita em
n°me de sua nação, e sob a fiança da palavra de um
seo official, deve, com effeito merecer credito, e ser
bastante para a segurança do visitante, desde que tal
dação e seo official não tenhào dado motivo para des­
confiar-se da verdade de sua afirmativa ou de sua neu-
Validade. Com rasão diz-nos oCompendio, que aquelle
testemunho tem até mais valor do que n própria ins-
Pecçào dos papeis de bordo, e mais objectos do carre­
gamento, porque os papeis deum navio, que navega só,
Podem ser falsos, sem que, muitas vezes se possa ad­
quirir a convicçáe ou prova dessa falsidadade, e nem
sempre também do exame exterior dos respectivos vo-
•Umes resultará a certesa de innocuidade de seo con-
tbeúdo; ao passo que o commandante do comboi se
deve suppôr sufficientemente a par de todas as clr-
cumstancias relativas aos navios que escolta, e á sua
carga, e duvidar-se, sem razão poderosa, de sua asse­
veração, seria fazer-se grave injuria a nação neutra que
clle representa. „
Entretanto, como observa o mesmo Compend o
(§20(3) podem haver casos em que ao visitante seja
realmente preciso mais alguma cousa do que aque la
si,nples asseveração do commandante do comboi.
E'possivel, que apesar da vigilância deste, em al­
guma occasião, corno seja em favor da noite, durante
buía forte cerração, ou tresmalhados por uma tempes­
tade os navios comboiados, na sua aproximaçuo a al­
guma costa de facil acesso, ou em algum embarque ou
desembarque de pesséas ou generos no curso de sua
viagem, ou em algum porto de escála, se tenha co •
guido introduzir em algum daquelles, sem scienc
b°mmandante do comboi, mercadorias de cornmeicio
dlicito.
Quando haja, portanto, rasão plausível para crer-se
200
ou desconfiar-se que tal se tenha dado em qualquer
d aque las c.rcunistanc.as, o official encarregado da
?0 ®uassujpeitas ao conheci mento daquelle
°°™ n’ainda? 1le’ tem 0 direito de pedir-lhe que por si ou
navi S 0 iciapíí proceda a um exame especial em seos
até sem mithral'|V0S Vol“mes . e pode aquelle admittir
dando assim ban n™?.? d' " nidade ou da de sua nação,
sua hoà fã « ici iCuntrari0’ urna Prova inequívoca do
sistencia ln que tal exame seja feito com as-
lôa dTLua c o n S a enCarregad° da visita>ou de pes‘
temos estabèleVido6 VacePanorTo r ™ 3 c,omboiados
S r K r da In«latü>'ra, que, segundo nos
Direito convencional COnSenll° e'n inscreve|-a 110 seo
cabível' e'inqMfíll 'f 'í a’ llnabnenle S(,Jé propriamente
cão tem elle sid ^ a u m u ?^ a guer,a ! ">as por excep-
temijo de ua/ m n m "UUlda e Praticado ás vezes em
tempo de paz, para manutenção decertos direitos de na­
tureza especial, e princinalm entn n a J reuos ae na
mir-se o trafico de Af.icanoT P eVltar'se e rePn'

que Atentados va!eóe?sCso S^njfssosh"-08 infeli.zme'Ue


nacional da parte do governo inri» bn,°S e soberania
entre
euue nós
nos se
t>e fazia amioi ttrafico
tazia aquelle nor ng vergonhoso.
ez’ no tempo em que
L IC Ç Ã O X X V I

, , ,
D as Passas m a rítim a s cm q u e c o n sistem d ireito d e ef/ eilu a l-a s tu a s r e -
grn s. — C om p etên cia da n a çã o d o c a p to r p a ra j u l g a i - a s ; e leis
p e la s q u a es d evem s e r d ecid id a s q u a n d o ha ou ndo tra ta d o s a r e s ­
p e it o e n tr e us E sta d os in teressa d o s. — R ecu rso d o c a p tu r a d o p a ta
a in te r v en ç ã o d o seo g o v e r n o a n te o d o c a p to r ; c a r a c te r ju r id ic o
d esta in te r v e n ç ã o .

§§ 207 a 210

Consistem as presas marítimas nas capturas que


uma belligerante faz em navios ou generos pertencentes
á seo inimigo, ou de commercio proliibido com esta,
Que encontra no alto mar, ou nos logares deste onde as
jnesrnas lhe sáo permittidas, segundo os princípios do
direito das Gentes ou usos das nações, quereguláo esta
roateria.
. Já anteriormente vimos as razões que justiflcáo este
direito excepcional attribuido ás nações belligerantes
°a guerra marítima sobre as propriedades particulares
dos súbditos do inimigo. Por mais incontestável, porem,
Que se considere tal direito, náo pode o seo exercício
s©r abandonado ao puro arbítrio dos captores, pois
Que isso poderia dar, e daria sem duvida, lugar a gra­
ves abusos e excessos, nào só em damno dos captura­
dos, e de sua respectiva naçáo, mas também ás dos
Preprios captores, pois que taes abusos e excessos po-
deriâo accarretar-lhes sérias complicações ou cooílictos
c°m as mais.
Dahi a necessidade de sujeitar-se a pratica de tal
direito á regras determinadas, considerando-se como
lrreguiares e illegitimas as presas nào effectuadas de
conformidade com as mesmas. ^
direito das gentes F-
202
Antes de tudo uma presa marítima para reputar-se
effectlvamente feita, de modo a determinar a perda do
direito do respectivo propi ietaiio,e a sua acquisiçào pelo
captor, entendem alguns publicistas, que é indispen­
sável, e basta que aquella se tenha conservado incon­
testada em poder deste 24 horas; outros, porem,
pensão, que é necessário que ella tenha sido posta em
lugar inteiramente ao abrigo de represa do inimigo, ou
de navios da nação do proprio capturado, como seja
nos seos portos ou mares territoriaes, ou nos dealguma
terceira nação neutra, ou sob a protecção de uma es­
quadra, cie uma fortalesa; e outros ainda que esse
termo éde todo dependente de convenção, ou deve ser
regulado pela legislação positiva dos respectivos Es*
tados.
Não podem legitimamente fazer presas senão os na­
vios de guerra das belligerantes, ou seos corsários com­
petentemente commissionados. As rapinas de um ini­
migo illegitimo, ou de um pirata não podem ser, em
caso algum, consideradas como bôas presas, ou fazer
perder em tempo algum aos legítimos donos a sua pro­
priedade roubada.
Outrosim, só podem ser as mesmas presas regular e
validamente feitas no alto mar, ou nos mares ou domí­
nios proprios das respectivas belligerantes, ou nos de
sua alliada, si pela alliança lhe foi conferido esse direi­
to, ou elle resulta de seos termos; ou finalmente nos
de sua inimiga. As feitas nos mares territoriaes ou em
qualquer pai te dos domínios de uma terceira potência
neutra, sao lepuladas illegaes e nullas, desde que nelles
n.to e pem.ittido as belligerantes praticar qualquer
acto de hostilidade contra o seo inimigo.
,2m í^'Sicio <io d'relt0 de fazer presas só tem lugar
nnp e n a ' salvos 08 casos excepcionaes de
a.mJíu^ci‘ 5 6m nossa Precedente licçào ; e quando
* - ' ‘'r j justo o uso estabelecido entre as
S if in S ,uni praso rasoavel aos navios da
ri iot rlV .n! exiálen,es ,I0S portos e mares territo-
dn« m « ™ i que a <leclaraÇào faz, para retirarem-se
? 05 ,que d?.pois 0i“ o alii se demoram
os im irn' Üi’.,'1 capn u,a' f-alvo pensa que são estes até
mente disso 6 6m ^ lrePo esfr‘cf° são passíveis justa-
203

Compete, em geral o julgamento da validade das


presas ao soberano ou governo do Estado dos respec­
tivos captores, os quaes respondem pessoalmonte pelos
oarnnos, que causem a terceiros ou a seos legítimos
jionos, pelos abusos, excessos, ou illegalidade com que
lenhào sido as mesmas effectuadas. Assim, quando
laes presas sào, pelos tribunaes competentes para o
sco julgamento, declararias nullas, e é ordenada a sua
restituição, podo o captor, segundo as circumstancias
oo caso, ser condemnádo, alem disso, em perdas e dam­
nos, e ao pagamento das despezas feitas com o respec*
tivo*processo.
Quanto á questão de saber-se, si quando o captor
assim condemnado não pode pagar taes prejuízos e
despezas, deve por uns e outras responder o Estado a
que pertence aquelle, destinguem os publicistas os
casos em que a captura foi feita por navio de guerra,
°n por corsário deste. No primeiro corre aqaelia
obrigação por conta do Estado ; no segundo laes pre­
juízos e despezas, até ã concorrente importância, sào a
cargo dos respectivos corsários, que devem pagal-os
pela caução, que prestão ou devem prestar, como já
dissemos, quando se lhes dá acarta pela qual seos
autorisa.ao corso.
O direito do soberano ou governo do captor de
julgaras presas por este feitas, compele-lho mesmo
quando aquellas regularmente effeituadas, são condu­
zidas a porto de terceira nação neutra. Funda-se esse
direito, como nos diz o compendio referindo-se ás opi­
niões de Rutterfort e de Whenton, no de inspecção, que
esse soberano ou governo tem a respeito do procedi­
mento de seos commissionados, e cm que, devendo
toda a nação ter um codigo on legislação, ou usos, que
1'ogulem o modo pelo qual devem ser as presas feitas
por aquelles, só ante o seo soberano ou governo podem
os mesmos, ser responsáveis, e só por seos tribunaes
submettidos aos respectivos processos e penas, quando
commettào quaesqner infracçòes ás disposições ou
regras ali estabelecidas a tal respeito. Qualquer outro
soberano ou governo não teria realmonlc competência
°u jurisdicçào para isso.
A circumstancia de ter sido a presa condusiua paia
um porto de terceira nação, salvo o caso excepcional,
FACULO ADí
D E D IR E IT O

Digitalizado pelo Projeto Memória Académ ica da FD R UFPE 20 i


de qne mais adiante fatiaremos, em nada altera aquelle
principio. Nào pode ser mesmo então esse direito at-
tribuido ao soberano, governo, ou tribunaes deste, ou
de qualquer outro Estado, desde que por aquelle sim­
ples facto elles não adquirem competência, que nào
tinhão,nem justamente lhes pode caber para conhecerem
de actos, ou resolver questões de todo extranhas á sua
jurisdicçào, que exclusivamente respeitáo ás bellige-
rantes.
Em rigor pode uma nação neutra contestar ou vedar
a estas a faculdade de recolher presas em seos portos,
desde, porem, que explicitamente o nào faça, enten­
de-se que o permitte, e nào pode arrogar-se o arbitrio
de constituir-se juiz das mesmas ; pois que isso impor­
taria uma usurpação da jurisdicçào, um attaque ou
offensa directa contra a soberania e independencia da
respectiva nação.
Alguns publicistas discordão, até certo ponto, desta
doutrina ; ella, porém, acha-se positivamente estabele­
cida nas legislações particulares das principaes potên­
cias maritimas da Europa, e geralmente admittidas por
. todas, segundo nos attesta Massé.
Nestes casos os cônsules dos Estados dos captores,
nos portos neutros onde as presas se recolhem, são
ordinariamente encarregados de instaurar os processos
pi eliminares a respeito de taes presas, de effectuar as
mais diligencias necessárias ao conhecimento de sua
legalidade, afim de serem as mesmas afinal julgadas
poi juizes ou tribunaes seos ad hocy ou a que pela res­
pectiva legislação essa attribuição compita. Entre nós
pertence tal julgamento ao Conselho de Estado, e em
ultima instancia ao Governo, com recurso de Graça
para o Imperador.
Nenhuma nação, porém, e nenhum principio de
ito internacional, exige que a nresa se ache no

i'ul Ilittlul a uesiruii-a ou a preemptar, por um


205
motivo de utilidade de sua nação, os objectos de que
se apoderou ju re belli.
. Quanto ás leis pelas quaes devem as presas ser
Julgadas, diz-nos o compendio (§ 209), que havendo a
tal respeito tratado ou convenção entre os Estados do
captor e do capturado, devem as questões que lhes
torem relativas, ser reguladas e decididas na confor­
midade dos mesmos, sobre o que não ha duvida.
Mas o mesmo compendio ahi accrescenta, que não ha­
vendo taes tratados ou convenções, devem as mesmas
presas ser julgadas, nào pelas leis civis das respectivas
nações, e sim pelos princípios do Direito natural appli-
cado a estas.
Funda-se elle para pensar deste modo, em que o Di­
reito civil não éapplicavel senão ao proprio território de
Çada Estado, isto é, unicamente ás pessoa« o actos ou
ús relações privadas de seos súbditos ou residentes
daquelle.
Si esta razão, porém, procede em relação ao Di­
reito civil propriamente particular de cada Estado, não
procede a respeito da legislação ou usos especiaes, que
cada um lenha para regular positivamente suas ques­
tões relativas a pres9s marítimas.
Si, pois, essa legislação existe em tal ou tal Estado,
cm falta de tratado ou convenção que regule nquellas,
é por ella que devem ser as mesmas resolvidas; e mes­
mo quando tal legislação não exista até então, a nenhum
Estado pode ser contestado o direito de decretai a, ou
disposições convenientes na própria qccasiáo em que
Se ache empenhada ou tenha do entrar em guerra com
outra. .
Essa legislação ou disposições devem ser confor­
mes aos princípios do Direito das Cientes natural, mas
(|uando mesmo o não sejào, .ou quando uma decisão
dada em vista delias seja errônea ou injusta, nem poi
isso suo os captores e capturados menos obrigados a
sujeitar-se-lhes. .
/O argumento deduzido da falta de jurisdicçao do
soberano ou governo do Estado do captor paia icgulai
Por tal legislação ou disposições, ás questões de presas,
Por envolverem estas direitos de estrangeiros, a sei
Procedente provaria de mais, pois que resultaria datil
que tal soberano ou governo seria do mesmo modo
incompetente para jtilgal-as segundo quaesquer outras
leis ou princípios. E no mesmo caso está o argumento
de que tal legislação ou disposições podem não ser
conformes ás regras do Direito das Gentes natural ;
porque também na applicaçào destes são possíveis o
erro e a injustiça.
Demais dizer-se que as nações, que tendo leis espe-
ciaes ou usos estabelecidos relativamente ás questões
de presas, e não tendo tratados sobre tal assumpto
com o paiz a que pertence o capturado, não pode ap-
plicar a este essa sua legislação ou usos, devendo julgar
a presa segundo o Direito Natural, é uma doutrina que
nada adianta. Si a essas nações compete interpretar
nas occasiões dadas os preceitos geraes desse Direito
natural das Gentes, é claro que assim em todo o caso
applicaria então as próprias disposições de sua legisla­
ção, que necessariamente havia de considerar como a
genuina expressão daquelles.
A não ser isto, o que é que se hade entender por
Direito Natural das Gentes, e quem será o autorisadc
para dizer á nação, que tem de julgar tal ou tal presa,
que os princípios daqnelle applicaveis ao caso são antes
taes do que taes outros, e que não são os que a sua
legislação positivamente consagra?
Em todo o caso contra o erro ou injustiça de uma
decisão em tal assumpto, e seja qual for a lei pela
qual as presas tenhão de ser ou sejão julgadas, restão
as paites prejudicadas os recursos legaes ordinários
admittidos ; e por ultimo o extraordinário da interven­
ção de seos respectivos governos, pela via diplomática,
ante o governo da outra parte ; da mesma forma, que,
como nos diz o compendio (§§ 209 e 210) lia esse direito
quando a decisão não é conforme aos tratados existen­
tes, ou aos princípios do Direito das Gentes natural.
nii-ic ° " nna (r° c? raPení*‘° uestes dous paragraphos,
r x cU 110 fl" ‘ do, parece-nos não sel-o quanto á
iazao em que pretende basear-se.
tpnp?iním !?ra^0 ,c ? ntra 0 qual foi proferida urna sen-
011 ln,,íI4a Pel° governo ou tribuuaes do
captoi , pode, sem duvida, recorrer á intervenção de seo
propi lo govei no perante o deste para obter reparação
da injustiça ou iniquidade de que foi victima; mas a
legitimidade desse recurso não resulta, a nosso ver, de
207
ser incompleta a respeito da presa em questão a juris-
dicção do governo cujo tribunal a julgou, ou de arbítrio
que tenha o capturado de só estar pela decisão do
mesmo, quando ella for conforme aos tratados existen­
tes ou a tal ou tal lei.
Aquelle direito do capturado de pedir em taes
casos a intervenção de seo governo, e o facto deste lh’a
prestar, não são senão o mesmo direito que tem todo o
cidadão de reclamar a protecção de sua nação, e o
dever que tem esta de amparal-o contra qualquer of­
fensa ou dam no, que de envolta com os direitos do
mesmo soffra a sua soberania.
O exercício desse direito, em summa, que pode
mesmo segundo a gravidade do caso, ir até ao rompi­
mento formal das relações pacificas dos dous Estados,
é um acto que sabe inteiramente fóra do terreno proprio
das questões de presas, ou de seo julgamento, e entra
em outra ordem de idéas; é o uso do direito que, em
geral, compete a todo o Estado soberano a respeito
mesmo dos actos de injustiça ou de violência de qual­
quer especie, que qualquer outro pratique para com
elle ou para com seos súbditos, embora nos limites de
sua jurisdicçào não contestada.
Não se trata então de indagar si o Estado do captor
tinha ou não competência para praticar o acto injusto
ou iniquo contra o direito do capturado ; mas si ha
1’eulmente fundado motivo para exigir-lhe que o faça
cessar, ou reparar, ou, em caso de recusa, paia o em­
prego de represálias, ou até para uma declaração de
guerra da parte d’aquelle cujo súbdito foi arbitraria­
mente espoliado de seo direito. . *
Em todo o caso, porém, o recurso da intervenção
do governo de um para o do outro Estado em taes ques­
tões, só lerri cabimento depois que estas tem sido delí -
ui ti vam ente julgadas em todas as instancias poi que
tenhão de passar segundo a lei do paiz, e de confii mada
a decisão pelo respectivo governo. De então em diante
a responsabilidade particular do captor cessa, e e su -
tituida pela de seo governo, em cujo nome, e por cuja
autoridade pronunciaram a sentença os seos retei mos
tribunaes. Antes disso não é justo, com effeito, que o
Estado seja responsabilisado por actos de seosi súbdi­
tos, que devidamente examinados elle pode desaprovai
‘2 08

ou reparar, e que só por aquella confirmação faz seos


perante aquelle a que pertence o prejudicado.
Quando as cousas chegão a este ponto, diz-nos,
com razao o compendio, os dous Estados tornào-se
paites na controvérsia, e cumpre-lhes empregarem to­
dos os meios brandos ou pacíficos para decidil-a, antes
rien^ rrerem a?pJUlZ0 dos canhões, o qual si é òrdina-
amente mais efficaz, em caso nenhum é o mais racio­
nal, e mais recto.
LICÇÃO XXVII

juram ento das presas conduzidas para porto de uma nardo neutra por
navios armados em território desta; das </uc sdo feitas em seos
mares territoriaes; das que o são em navios e propriedades daquel/u
pura cujos portos são conduzidas. — Effeito do julgamento das
presas. — Direito de usylo tios portos neutros, e de venda das pre­
sas nos mesmos.

§§ 212 a 218

Já vimos em nossa lição precedente, que em regra,


competia ao soberano ou governo dos captores, julgar
as presas por estes feitas.
Dessa regra sào, entretanto exceptuadas: l.° as
Presas que são conduzidas a porto de uma terceira
naÇüo neutra por navios armados em território ou do­
mínio desta ; 2.° as que foráo feitas em mares territo­
riaes ou domínios também de uma neutra; e 3.° as que,
eftectuadas em qualquer parte, pertencem á própria
naÇão a cujos portos são levadas.
Destes diversos casos trata o compendio nos seos
§§ de 2J2 a 210.
A belligerante,que arma navios destinados aguerra
com outra em um porto, ou em território de uma neutra,
sem o consentimento desta,que lh’o não pode dar sem
(|uebra da neutralidade, pratica contra a mesma urna
°tfensa, compromette aquelle seo caracter, expondo-a
a° perigo de soffrer tratamento hostil e sérios damnos
da parte de sua adversaria; e dá-lhe portanto o direito
de tomar a seo respeito as deliberações e medidas pro­
Prias para nullificar, e reprimir o seo abuso.
O navio assim armado em porto ou território seo
d ir e it o d a s g e n t e s F* 27
* • * V' #

1
. 210
não está nas condições de ser por ella reputado como
legitimo inimigo da belligerante contraria, ou como
legalmente autorisado a fazer presas sobre o mesmo ;
e conseguintemente tem ella o direito de proceder espe­
cialmente, e ao menos, em relação áquellas por elle
effectuadas, que venhào a achar-se sob sua autoridade,
de accòrdo com esse principio ; e tanto mais justa­
mente, quanto a própria circumstancia delle conduzil-as
para um porto seo, é já uma nova affronta ã sua sobe­
rania.
Não só, pois, tem aquella nação neutra em taes
casos competência para declarar nullas semelhantes
presas, mas ainda para reter os proprios navios que as
tenhào feito e conduzido a porto seo, e para sujeitar os
respectivos armadores e mais responsáveis do seo
armamento ás penas, em que, segundo as suas leis ou re­
gulamentos, ou de conformidade com os principios do
Direito das Gentes, incorrem aquelles que tendo com-
mettido algum delicto em um paiz e se ausentado delle,
voltào depois ao mesmo.
Pouco importa que não tendo sido tal presa feita
nos dominios proprios daquella neutra, o acto pelo qual
esta ou seo governo conhece delia e a julga, não se deva
ou não se possa considerar verdadeiramente como um
acto de jurisdicçào territorial; desde que em todo o
caso é um acto de soberania nacional, tão legitimo
como qualquer outro, que uma nação pratique em des-
aggravo ou defesa de sua dignidade menoscabada, ou
de um direito qualquer seo ou de seos súbditos viola­
do por outra ou por súbditos desta.
Quanto ás presas feitas por qualquer das bellige*
rantes em mares territoriaes, ou dominios de uma neu­
tra, e também ao soberano ou governo desta, que pei-
tence o direito de conhecer delias, e de julgai as, pela
simples razão de que são as mesmas absolutamente
invalidas, desde que foráo realisadas em taes lugares,
onde nao são permittidas hostilidades entre as belli-
gerantes.
Não ha mesmo, rigorosamente em taes casos um
julgamento formal. A neutra em cujos dominios taes
presas toiao etfectuadas, tomando conhecimento das
mesmas, e verificada apenas aquella circumstancia,
limita-se a pronunciar a sua nullidade, e a ordenar a
211
sua entrega immediata a seos legitimos proprietários,
si ellas effectivamente se achão sob o seo poder.
A. questão nào muda de natureza pelo facto de ter
sido a presa conduzida a porto seo por um navio de
guerra, ou por um corsário, ou por qualquer outro da
respectiva belligerante; e nem por ter sido a mesma
levada para qualquer parte fóra de seos domínios terri-
toriaes, ou para porto de qualquer outra nação, e de
nào achar-se, portanto, a mesma, de facto, sob a sua
jarisdicçào immediata.
O direito de tal neutra de julgal-a nulla é sempre o
mesmo, embora neste.caso nào possa ter lugar a imme­
diata entrega da mesma a seo legitimo dono, por acto
unico e directo do soberano ou governo daquella. Então
com effeito, só pela via diplomática, ou em ultimo caso
pelo recurso á meios mais energicos, ao emprego da
própria força, poderá a neutra, cujo território foi vio­
lado, obter do soberano ou governo do captor, tal resti­
tuição, ou reparação equivalente á injuria que lhe foi
feita, e ao damnô causado a seos legitimos interesses
ou aos de seos cidadãos.
Diz nos o compendio ( § 212) que nào havendo em
taes casos reclamação da parte do Estado neutro, aquel-
las presas não se annullão ; que é regra, nos tribunaes
de presas, nào restituir-se as mesmas a seos donos,
quando a respeito delias não ha queixa daquelle go­
verno. .
Em geral assim é si se trata da questão unicamente
sob o ponto de vista da offensa íeita a sobeiania do
Estado neutro cujos mares territoriaes forão desiespei-
tados, e de presas feitas em navios ou propi ledades
pertencentes á sua nacionalidade ou a súbditos seos.
Nestes casos é claro que esse Estado offendrdo o o
mais interessado ou o unico competente para reclamar
contra a offensa, que soffreo, e si o não faz, poi qua -
quer motivo, o seo silencio e abstenção importao
»‘enuncia do seo direito, legitimào os actos do captor,
e nenhuma outra nação é autorisada a immiscuir-se
nisso.
Mas,além da offensa feita á sua soberania de naçao
neutra, pode haver em taes casos a questão de n.imn
causados a legitimos proprietários súbditos de terceiia
nação ; e nestas hypotheses é incontestável, que, ait i
da competência daquelle Estado neutro ern cujas aguas
territoriaes taes presas tenhào sido feitas, para reclamar
em defesa de sua autonomia, ha a do Estado a que per­
tença o capturado, em defesa dos direitos de seos súb­
ditos sacrificados, ou contra o esbulho que se pretenda
fazer de suas propriedades.
Finalmente as presas que, embora feitas em qual-
quei parte onde possào legitimamento sei o,são condu­
zidas a um porto ou a terntorio do proprio Estado
neutro a que pertencem, ou a seos súbditos, também
só pelo soberano, governo ou tribunaes deste podem e
devem ser julgadas. .
i ^ dou trin ado compendio a este respeito é a mesma
de Galhano, defendida por Massé, e que acceitam os;
ella guai da o justo meio entre as opinioes extremas de
Lampredi e de Azuni.
O primeiro destes publicistas entende que o sobe-
iano ou governo do captor é sempre o competente para
julgar da validade de taes presas ; ao passo que o
segundo pensa que o Estado neutro a que ellas perten­
cem, tem, em todo o caso, o direito de as declarar
nullas, e de ordenar a sua restituição aos respectivos
donos. 1
Segundo a opinião do compendio e de Massé, que
aí optamos, o Estado neutro tem o direito de conhecer
da legitimidade daquellas presas feitas em navios ou
propriedades de súbditos seos; mas não tem arbitrio
para nullihcal as, nem pode justamente fazel-o quando
verifique que ellas forào effectuadas de conformidade
com as regras do Direito das Gentes, que devem regular
esta matéria. •
f . i n ^ / MeÍllí dos neutros, em taes circumstancias,
f pc? ° i( ever de P,otecCa°* q «e naturalmente tem
on2;o F Jo para ? om 08 seos cidadãos, e na compe-
pa,a c ° nhecer taes presas resulta para eile
d? serem e,,as realmente propriedades
i f i ’ de acharem-se de facto nos dominios de
^ rn m n i J d,C»çà? lerntorial ; mas esse seo direito
r n S r ’ e ',n odo 0 caso’ nao podem ir justa*
meme a e ao ponto de autorisal-o a prejudicar direitos
de terceiros regularmente adquiridos, segundo os prin­
cípios do Direito das Gentes, em geral, e especial­
mente segundo a lei da guerra. p
213
Um navio neutro pode, com effeito, violando a
neutralidade adoptada por sua naçào na guerra de ou­
tras, empregar se em commercio illicito com qualquer
das belligerantes, ou mesmo praticar contra uma delias
qualquer acto de hostilidade ; e aquelle, que de tal
modo procedesse, capturado e conduzido a um porto
de sua própria naçào, nào estaria em condições de ser
por esta declarado má presa, e restituído a seo dono.
Entretanto, como observa o citado publicista Massé,
esta doutrina nào está geralmente admittida entre todas
as nações marítimas da Europa ; a França e a iíespa-
nha, por exemplo, adoptão mais ou menos modificada
a opiniào de Azuni.
No seo § 217 trata o compendio do effeito do julga­
mento das presas.
As sentenças dos tribunaes a respeito destas, esgo­
tados os recursos legaes estabelecidos nas respectivas
legislações, sào definitivas, e irretractaveis para as par­
tes a que a questão particularmente affecta, dando desde
então, como já "dissemos, começo á responsabilidade
do Estado, em cujo nome aquelles tribunaes pronuncia­
ram as suas decisões, em relação aos actos de seos
commissionados, que taes presas effectuaram.
As presas marítimas podem ser feitas isoladamente
por um navio de guerra ou corsário, ou ern comrnum
por diversos, e até de diversa nacionalidade, quando
ha ailiados na guerra.
Nestes casos julgadas boas as presas, o seo pro-
ducto liquido é dividido igualmente entre todos, si sua
participação na realização das mesmas foi mais ou me­
nos a mesma, ou si fazião todos parte indistinctamente
da expedição ou operação de que ellas resultaram.
Este assumpto, porém, susceptível de grande varie­
dade quanto á real participação dos respectivos con­
currentes, e quanto ás circumstancias segundo as quaes
deve ser esta determinada, não pode ser conveniente­
mente regulado senão em presença dos factos occur-
rentes, e por convenções, ou accôrdo expresso nas
occasiões.
Outro tanto suecede quanto á questão de saber-se
qual será o tribunal competente para julgar e distribuir
as presas entre concurrentes de nações diversas alha­
das. E’ porém, mais natural que seja isso commettido
214
â decisão de um tribunal ad hoc, constituido de juizes
commissionados por essas nações differentes.
Uma presa feita por navio de uma das belligerantes,
pode ser retomada por navios de guerra ou corsários
da outra ; e chama se a isso — retomadia ou represa.
Si esta se effectua dentro das 24 horas depois de
realizada a captura, como já tivemos occasiào de dizel o,
applica-se lhe a regra de postliminio, e a presa é resti­
tuída ao seo legitimo proprietário; perde este, porém,
o seo direito á mesma si a retomadia tem lugar depois
de passado aquelle intervallo de tempo, e torna-se ella
propriedade do captor desde que seja julgada boa. _
Entretanto as diversas naçòes, quando ordenão a
entrega das presas retomadas, no primeiro caso, aos
seos primitivos e legítimos proprietários, ou, em geral,
de quaesquer presas julgadas boas, aos respectivos
captores, sujeitão aquelhs a pagar aos que as retoma­
ram, com o recompensa dos sacrifícios e perigos a que
nisso se expuzerào, e aos últimos, em beneficio do pró­
prio Estado, uma certa quota do valor das mesmas, a
que na linguagem internacional Franceza se dá o nome
de direito de recousse. .
Essa quota varia consideravelmente entre as diffe­
rentes naçòes, e é maior ou menor segundo o captor
é um corsário, um navio de guerra, e também con­
forme a qualidade do navio ou propriedade retomada,
si elle ou esta sào de estrangeiro, ou da própria nacio­
nalidade do recaptor, si é inimigo ou neutro.
Em summa, na variedade immensa das disposi­
ções da legislação positiva de cada naçào a este respeito,
deve antes de tudo, e especialmente havendo omissào
ou duvida, prevalecer entre ellas, noscasosoccurrentes,
o principio da reciprocidade; cada uma procederá
então a respeito das presas de outra do mesmo modo
que esta em relaçào ás suas.
No § 218 trata o compendio da questão relativa ao
direito para as belligerantes de procurar asylo nos por­
tos das nações neutras, e particulai mente de disporem
ahi de suas presas.
Comquanto, em absoluto, toda a nação indepen­
dente e suberana, tenha o direito de abrir ou fechar
seos portos ao commercio das outras, não podem,
comtudo, fazel-o no estado normal de suas relações
215
pacificas com estas, sem incorrer em justa censura das
mesmas, e até razões altamente ponderosas podem
dar-se, que justifiquem o procedimento daquellas que
a obriguem a desistir de tão absurda e barbara politica,
como de facto, tem procedido nestes últimos tempos
algumas das mais importantes potências da Europa a
respeito de alguns Estados do extremo Oriente Asiático.
Dado, porém, o estado de guerra, e especialmente
em relação ás respectivas belligerantes, pode ter qual­
quer neutra plausíveis motivos para effectivamente
vedar-lhes ou limitar-lhes o direito de entraredemorar-
se nos seos portos. Pode ser-lhe esse procedimento
aconselhado como util ou indispensável, para prevenir
complicações ou conllictos com qualquer delias, ou
destas entre si nos seos domínios.
Entretanto a regra geral a este respeito é que aos
navios quer de guerra, quer mercantes de qualquer das
belligerantes deve ser permittida a livre entrada e sa­
bida nos portos neutros, ou sua estadia nelles mai6 ou
menos temporária, particularmente si se trata de cor­
sários, uma vez que ahi procedão regularmente, e se
abstenhüo de quaesquer actos hostis ou em damno de
sua adversaria, e da neutralidade do Estado. Essa per­
missão suppõe se mesmo, desde que não haja prohi-
biçào expressa em sentido contrario.
Ha, porém, casos em que tal entrada ou asylo nos
portos neutros não pode ser justamente recusada aos
navios de qualquer especie das belligerantes, taes sejão
aquelles em que um vaso de guerra ou corsário ou
qualquer outro seo, procura abrigar-se de uma tempes­
tade ou qualquer outro sinistro de mar, ou salvar-se de
um navio inimigo, que o persegue. Recusar-se-lhe o
asvlo em taes casos seria um acto de revoltante des-
humanidade, e no ultimo, além disso, de inqualificável
cobardia, pois que seria isso nada menos do que entre­
gar-se um inimigo vencido, e em extremo peiigo, u
vingança e furor de seo adversário victorioso.
A nação que assim procedesse teria abdicado a sua
soberania, e a sua honra, e tornar-se-hia indigna de tal
n o m e - , ,, . 1 IU
Quanto ao direito para as belligerantes de recolhe­
rem e venderem suas presas nos portos neutros, é
ainda incontestável oprincipio, que todaa nação soberana
210
•>

lhes pode conceder, negar, ou limitar mais ou menos


por condiçoes, que imponha ao seo exercicio.
Em geral, porém, todas as nações permittem as
belligérantes nào só o direito de recolher a seos portos
ao menos temporariamente as presas feitas por seos
navios competentemente autorisados a effectual-as, mas
também o de dispor delias no seo território ou domi-
nios, depois de regular e definitivamente julgadas boas
as mesmas por seos tribunaes ; e ainda neste caso,
com o observa o compendio, na parte final do seo para­
grapho, que anslysamos, a falta de prohibiçào positiva
implica a permissão da entrada de taes navios nos res­
pectivos portos para aquelle fim.
Taes permissões não importào quebra da neutrali­
dade das nações que as concedem , desde que as dêem
impai cialmente a ambas as Delligerantes


IJC Ç Ã O X X V III

Da paz — direito de fazel-a a quem compete. — Tratados de paz, suu


forma, e mais actos complementares. — Caracter geral de tacs tra­
tados. — Paz preliminar e definitiva, da amnistia nos mesmos. —
Condições de sua effectividade ; sua perpetuidade; questões a que
se applicào. — Seos effeitos, e especialmente quanto ás conquistas,
c a outros respeitos. — De quando começão a vigorar; tempo para
a sua execução.

§§ 219 a 228

A paz entre duas ou mais nações que se áchavão


em guerra, consiste na total e definitiva cessação desta,
ou no restabelecimento completo de suas relações nor-
maes anteriores á mesma guerra. Escusado, é, sem
duvida, encarecermos as vantagens e benefícios da paz,
ou pretendermos demonstrar que ella é a primeira con­
dição da felicidade e progresso dos povos, e que deve ser
portanto em todas as circumstancias o seu grande
desideratum.
0 direito de resolver e fazer a paz compete em cada
Estado, naturalmente, ao mesmo poder a que por sua
constituição é conferido o de declarar e fazer a guerra,
eeste,com ojá tivemos occasião de dizel-o, pertence, em
geral, ao soberano ou chefe respectivo, com mais ou
menos restricções, ou dependencia de seos poderes
legislativos, nos paizes que se regem pela forma de
governo representativo ou republicano.
A paz pode realizar-se entre as belligerantes já por
uma simples cessação de facto de todas as hostilidades
de parte a parte, reatando as mesmas, independente­
mente de convenção positiva, as suas anteriores rela-
DIREITO DAS GENTIS F' -8
218
çoes pacificas; e já por meio de tratado expressamente
celebrado entre aquellas para tal fim.
Aquelle primeiro modo, porém, de tazer-se a paz,
que, aliás, nào é commum nem natural, tem além disso,
reaes inconvenientes; elle deixa, por assim dizer-se,
mais ou menos em aberto as questões que derào mo­
tivo á guerra, ou que durante ella surgiram entre as
belligerantes, e podem com facilidade fazel-a renascer.
Os tratados de paz sào redigidos em forma solemne
de contractos, por escripto, e sào, em geral, divididos
em artigos, que podem ser uns geraes, outros espe-
ciaes, addicionaes, ou accessorios e separados, mas
fazendo parte integrante dos mesmos, e alguns até
secretos; conslitue isso o instrumento da paz. Sào
assignados pelos representantes das respectivas con­
tractantes, em tantos exemplares quantas sào estas,
submettidos á approvação de seos governos, que os
seos plenipotenciários se obrigào a trocar em epocha e
lugar determinados, e segue se a sua publicação authen-
tica.
A's nações alliadas de qualquer das belligerantes
nào é permittido, em geral, celebral-os separadamente,
sem consentimento daquellas com que tem alliança, a
menos que se trate de casos de extrema necessidade,
ou quando evideníemente não é possível attingir-se o
fim da guerra, e a paz immediata entre todas soffre
alguma difficuldade.
Quaesquer outras nações que nào tenhão tido parte
na guerra, mas que tenhão immediato interesse na
conclusão da paz entre as belligerantes, como, aliás, já
tivemos occasiào de ver, podem adherir ou acceder ao
respectivo tratado, já como garantes do mesmo, já em
outros sentidos ; ou ser nelle comprehendidas, sob
certos respeitos, independentemente de sollicitaçào ou
annuencia sua.
Os tratados de paz sào verdadeiras transacçòes,
em que ordinai iamente nào se pode observar em seo
rigor as regras estrictas da justiça. Nelles é indispen­
sável que cada uma das contractantes ceda á outra
alguma cousa de seos direitos ou de suas pretenções
por mais bem fundadas que lhe pareção ou sejào, sob
pena de, na maior parte dos casos, tornar-se impossível
entre ellas qualquer accòrdo. Sem isso com effeito,
210
como nos diz o compendio (§ 221 ), a paz seria raríssi­
mas vezes possivel, e as guerras se prolongarião até ao
cansaço ou ruina total de uma ou de ambas as belligé­
rantes.
A' celebração de um tratado de paz precedem, em
geral, conferencias ou negociações entre as belligéran­
tes por meio de plenipotenciários nomeados por cada
orna afim de se entenderem sobre as condições com
<pie deve ser a mesma paz celebrada, ou pela interven­
ção de uma terceira nação amiga, para isso sollicitada
Por uma daquellas, ou que ofíiciosamente se lhes offe-
reça como mediadora.
Si por qualquer destes meios as belligerantes con­
seguem entender-se e concordar sobre certos pontos
capitaes, deixando embora outros secundários ou mo­
nos importantes entre ellas controvertidos, para serem
posteriormente regulados em um accôrdo final, resulta
dalii entre as mesmas uma paz preliminar, cujas esti­
pulações muitas vezes não são senão um resumo das
disposições essenciaes da paz que se liade fazer defini -
tivamente. .
Pela paz preliminar cessão immediatamente todas
as hostilidades e suas consequências entre as bellige­
rantes ; e dentro dos limites dos termos em que é con­
cebida, tem, embora provisoriamente, os mesmos elf t-
tos da paz delinitiva em que terá de ser convertida,
salvo si expressarnente se tiver teito dependei a sua
effectividade a taes ou taes respeitos do accôrdo nnal.
E’ claro, porém, que si a paz definitiva, por qualquer
motivo não se realiza, a preliminar, que e apenas um
ajuste delia dependente, ipso facto caduca, e continuao
as hostilidades por ella suspensas.
Pela paz definitiva concordão as belligerantes em
depòr as armas, cessar de modo permanente as suas
reciprocas hostilidades, e restabelecer entre si todas as
relações normaes de interesse, bons officios e amjsadL,
compostas todas as questões até então entre ellas exis­

Este accôrdo tem por base essencial uma plena


amnistia entre as coritractantes, on o esqu
total dos motivos que derão occasiao a guerra ou aos
aggravos que delia se originaram entieas rr & 1 • \
isto, com effeito, nenhuma guerra se podei ia jamais
22 0
considerar deíinitivamente terminada; suas causas ou
resentimentos continuariào em incubação, e de um
momento para outro poderiào novamente explosir.
Tal amnistia, pois, ainda quando não seja explicita­
mente declarada em um tratado de paz, subentende-se
nelle. Ella applica-se a todas as pessoas de cada uma
das duas belligérantes implicadas na guerra ; e importa
o perdão dos delictos que tenhão praticado as de uma
para com as de outra reíerentes á guerra, mas não se
estende aos crimes propriamente particulares que nella
tenhão commettido, puníveis segundo as leis penaes
communs das respectivas nações. •
As condições necessárias para a validade de um
tratado de paz são, em geral, as mesmas que se exige
para a dequaesquer convenções ; especialmente, é indis­
pensável que as contractantes ou aquelles que em seo
nome celebrem taes tratados sejào devidamente autori-
sados para isso, e o fação dentro dos limites de seos
poderes ; que, depois de formulados por aquelles, te­
nhão o livre e pleno assentimento de seos respectivos
governos ; e finalmenle que suas estipulações sejão
reciprocas, e realmente exequíveis.
Diz-nos o compendio no seo § 225, que os tratados
de paz são pactos perpetuos no sentido de não poder-se
justamente suscitar de novo entre as contractantes, a
guerra a que elles põem termo, pelos mesmos motivos
que derào causa a esta.
E’ isto exacto, e consequência até necessária, como
já vimos, da amnistia, que é propria de sua essencia.
Esses tratados começão mesmo ordinariamente por
uma declaração de amisade perpetua entre as contrac­
tantes. Mas isto muitas vezes não passa realmente de
uma manifestação illusoria; e em todo o caso não
importa um compromisso de qualquer daquellas de
nunca mais fazerem-se guerra por qualquer motivo que
seja.
Os tratados de paz, com effeito, não tem relação
com as offensas, ou motivos de queixa futuros, que
possão dar-se entre as respectivas contractantes ; ap-
plicão se á solução de questões passadas ou pendentes
na occasião em que são celebrados, salvas aquellas
que, por prevenção, possão ser entre ellas reguladas
para tempos posteriores em que venhào a dar-se ; o que
221
ainda assim, comprehende se bem, que não evita de
todo a possibilidade de um novo rompimento ulterior
de suas relações pacificas.
Em consequência deste principio os tratados de
paz não extinguem os direitos ou obrigações que uma
das contractantes tinha para com a outra, anteriores
á guerra, ou estranhas aos motivos desta ou ás questões
que da mesma se originaram. Taes direitos e obriga­
ções subsistem no mesmo pé depois da paz concluída,
a menos que no respectivo tratado tenhào sido, por
accôrdo expresso, substituídos, modificados, ou consi­
derados extinctos. E’ esta a mesma doutrina que nos
expende o compendio no seo § 226, relativamente ás
injurias ou dividas, que nas sobreditas condições se
achem.
E’ consequência immediata de um (ratado de paz
entre as belligerantes, serem logo postos em liberdade
ou reenviados a seo paiz os pr isioneiros que cada uma
tenha feito á outra, podendo, porém, quaesquer ajustes
relativos ás despezas pelos mesmos feitas durante o
tempo de sua retenção, ou que se haja de fazer com seo
transporte, ser celebrados em accôrdos particulares
posteriores.
São verdadeiras, em geral, as doutrinas, que o com ­
pendio nos ensina nos seos §§ 227 e 228, ácerca dos
effeitosda paz relativamente ás conquistas, ou ás cousas
tomadas pelas belligerantes uma á outra na guerra.
Emquanto esta dura, o direito do conquistador
sobre os territórios conquistados, e bens nelles situa­
dos, não passa de um simples direito de posse, ou de um
dominio provisoiio e limitado, o qual não lhe attribue a
respeito daquelles outras faculdades mais do que as já
por nós indicadas na analyse dos §§ 153 e seguintes do
compendio. Este estado de posse e soberania de tacto
temporária, e restricta, conserva-o o conquistadoi ate
ao momento da celebração da paz, e serve de base paia
as transacções do respectivo tratado, cujas estipulações
o modificarão do modo que entre as contractantes toi
concordado. . ... . , 0
Assim podem as ditas conquistas ser restituídas
no todo ou em parte á belligerante a que forao ledas,
ou também no todo ou parte por esta cedidas, e adjudi­
cadas ao conquistador, si o vencido, só pot esto pieço
°u movidcfpeía arnífiçào? inimig0 Pouco generoso,
na das guerras6erftre*»08 desta ordem abunda a histo-
aindaápouoo tivemos dL n^ ÕeS em todo 0 W > e
na annexaçào d e fin iN víT , i V » lm esPecim en clam oroso
Perio allem ào pelo tra ^ H ^ a A lsacia e da L o re n a ao im -
g u erra entre a Prucci-, ° r? Paz ‘l ue te rm in o u a ultim a
v el, mas (iue foi de -lim a t r a n pa ; esbulho in ju stific a -
ao nào m enos in iim fifip 1111 . ^ d o , com o um a resposta
an^ r UC0S~ ^ ‘eVs d a S a b o ia e d e N ice 'p e la
0 compendio, esta l|p^t0 clas Ç0ntiuistas, diz-nos ainda
quanto possível ao çpp com s,S° o restabelecimento,
dos respectivos nronri^fí nmdlvo estado, dos direitos
que estiverão temnor.H-! n ° S. re,ativamente ás cousas
quistador; de modo rin . mHníe sot) 0 dominio do con-
este a terceiros, nào GS dellas íeitas por
eontra
contra os seos
os seos donos mim uí
do^uVnrfmifí0 ° dlreito
direi.to .de
de reclamarem
reclamar gg
mesmao __
mesmas sào entregues ' 1 UnitivOS
11 vos e iegitimos a nnc
fi lpoÍHrr»r»o que as
conquistador, ’ ficàcfam?!íi° c o pquistado é cedido ao
e o titulo dos que as utm 3S a,IenaÇues confirmadas,
valido. ,ue as ddq ui riram se torna completo e

pòderiào apresent
Cao poderiào apresentaÍJp1
o-n - ,0 ca?°>
caso» si alguma
a,guma reclama­
reclama*
------ os terceiros mo
somente contra a bellinp.^»061™8 Prejudicados, seria
que lhes alienara, e ià m Ü fp 01? ’ que restituio os bens
elles restituídos, ou rnnir-COnt! a aquella a quem forão
3 qu£ín foíào effectivamènteen rp,tÍm0S Pío PI'ietarios-
„ No segundo casntl,|
c a s o „!1
rJfM
í'le
i ' er?tregues.
p regu es. ‘ ‘
Çào e cessào das conciiikíaeV desde que pela confirma*
posse ou domínio provisorin° ?C° ? quistador’ a simpleS
durante a sua occunao-m deste sobre as mesmas
D enn p . ^UPaÇaO, COnVflrlwn.on d ^ m ln in
limites do seo direito Pm .. i - Praticados nos justos
dados, e se alguma r e c h m ^ * ^ 0 aquellas, sào revali-
ueito os primitivos nronrUo?a° podein fazer a .tal res-
verso do primeiro caso L w ai,IOS desapossados, ao in*
da belligérante que crmmifT^6113 ser c °utra o governo
as suas propriedades ara’ e cedeo à outra parte
E’ claro, c o r n L o d^ Itan,ente P°r elle alienadas.
exacta applicaçào, em opr ile estas conclusões só teai
® ai, exceptuados os casos par-
223
Ucuíares, em que no respectivo tratado de paz se
resolva positivamente taes questões de modo differente.
Assim como também, salvas estipulações expressas a
tal respeito um tratado de paz nào affecta quaesquer
outros direitos privados dos súbditos, ou soberanos
das belligérantes, ou de suas famílias.
Quanto especialmente ás presas marítimas preva­
lece entre as nações a regra, que nào sào restituíveis
aquellas que no momento da celebração da paz estavâo
Já definitivamente julgadas boas, devendo ser, porém,
restituídas as que nesta occasiào não se acbavào em
taes condições, ou indemnisado o seo valor. ’
(( O tratado de paz nào invalida os compromissos
contrabidos anteriormente â guerra, diz Calvo, princi­
pal mente os que concernem nos territórios occupados
por cada uma das belligérantes ou ás mesmas restituí­
dos, uma vez que taes compromissos tenhào estabele­
cido relações permanentes e reaes inherentes a esses
terr itórios, reputando-se retomar o seo antigo caracter
legal as cousas restituídas a cada uma das partes ; e
nem altera também, os créditos definitivos, que tenhào
por objecto prestações determinadas, firmadas em títu­
los nào contestados, e já exigíveis antes da abertura
das hostilidades ; porque, accrescenta o mesmo autor,
a guerra não é uma causa destructiva das dividas »
quer entre as belligérantes, quer entre cada uma destas
e os súbditos da outra, ou vice-versa, como, também,
já precedentemente deixamos estabelecido.
E’ ainda doutrina corrente, que os tratados de paz
desde que são celebrados, e mesmo antes de sua recti-
ficaçáo pelos respectivos governos das contractantes,
nào só importào a immediata cessação de todas as hos­
tilidades entre estas; nias ainda podem estender os
seos effeitos retroactivos até á data de sua simples
assignatura e mesmo em relação a outras condições
mais particulares, uma vez que assim se tenha nelle
explicitamente declarado, ou deva-se implicitamente
subentendera respeito de certos actos ou abstenções,
que do mesmo devão naturalmente resultar como obri­
gações immediatas para cada uma das contractantes
ou para ambas.
As obrigações úecurrentes de um tratado de paz,
sem duvida, tornão*se definitivas á partir da sua recti-
224

aomenn6 (liante> mas ordinariamente, ou


se nnrlft i ? cas°5’ mes™o depois delia, não
mediata pxppiiPMn^^?»1/!8 de suas estipulaçÕes dar im-
dominios de n L ’pern toc^as as partes dos territórios ou

e boa fé afHrrnpiSip8 é pieciso resalvar-se a ignorância,


lu-ar onde o írà ^ T 6 mais, ou menos distantes do
tendo desde . u concluid° ou publicado, e nào
depois disso eonfi con,1leciment.o do mesmo, possào ter
pessoas nu nr ,niado a praticar hostilidades contra
effectuado sol r-H ^ ! 6(í adeS fía 1:)e,l>gerante adversa, e
c • j c.-^tíis quaesquer conrpiistas ou presas.
LICÇÃO XXIX

Continuação da matéria antecedente. — Tempo em que deve realizar-se a


execução dos tratados de paz. — Em que estado restituem-se por
esta as cousas tomadas na guerra.— Violações dos tratados de p az ,
e meios de restabelecer sobre os mesmos o âccôrdo das contractantes.
— Desideratum a este respeito. — Restabelecimento pela paz das
convenções suspensas pela guerra.

§§ 220 a m

Nos casos figurados na parte final de nossa prece­


dente lição, costuma-se no respectivo tratado de páz
marcar um praso razoavel durante o qual as hostilida­
des, que possào ser reciprocamente praticadas entre as
contractantes, não se reputão violações do mesmo. Si
entretanto embora praticadas nesse intervallo de tempo,
houvessem razões para crer-se que o forão havendo já
noticia da celebração daquelle, serião os seos autores
justamente sujeitos a ser punidos como infractores do
mesmo.
Em todo o caso, porém, as conquistas ou presas
então feitas, quer na guerra continental, quer na marí­
tima são declaradas sem effeito, e restituídas.
Objectar-se-ha contra esta doutrina, especialmente
quanto á guerra maritirna, que um corsário competen­
temente autorisado a fazer presas sobre o inimigo,
effectuando-as na ignorância do tratado de* paz, com
grande risco e sacrifícios pessoaes seos, seria injusto
prival-o das vantagens e lucros das mesmas ?
Mas tal objecção não procede ante o principio geral
de Direito, que não havendo estipulação em contrario,
toda a convenção começa a ter vigor desde o rnomento
DIREITO DAS GENTES *’ •
220
eP1 Que foi concluída * ni£m ri* _ ,
Plausível para. nos casos 0,116 nao ,ía raza0 alguma
as presas marítimas das CíUe Se trata> distinguir-se
na. guerra continental 6aPturas °u conquistas feitas
Principio não é contesíLir, l6S^61to das Quaes aquelle
Rectificado um j
nado para a sua execuoàr.0 ,?6 ^az S1 ha temP° determi-
posiçõesque disso denend3 nU de a,gumas de suas dis­
tei ritorios occupados n r^0’ Corno seja evacuação de
u mdemnisaçòes estinniL1^am?nto contribuição,
umpridas logo que ch e a n «^ ’ devem as mesmas ser
eido ° ,ue c,le©ue o termo para isso estabele­
ci este termo nwn fni
oVmo11?5!0 do Rafado auerTv rCad»° c,ll6r Para a inteira
a,lar deJIe, devem .sor o- ,ua a,gLlma disposição par-
jno seja isso possível on crnesnias executadas desde
L seo effectivo c u m n r ilV?rÍfi^ em as condições
f um e outro caso ) P°SSa depender.
nem ou lentidão com (hIm ftí exclue toda a negli-
onmUIe denaorar o fiel ripCde Qualquer das partes se
0mEmmtSS0S' desempenho dos respectivos

sufnífCU,ç5° emntaeseCasos pnlSl,°’ c‘ ue qualquer falta


se d i ?n e Para sei' a contr ipf°.nSf ltUia’ P°r si só» rnotivo
memnIeputada em Perfídia pnj e da parte da qual ella
sivei ? 011 Ju.sta Queixa da naVtn cJeterminar um rompi*
de n,3?? Se-Ía aQuelIa fin.aPrjA 6 da °utra ; pois si é pos*
havpr dlr; se as 0,:)rigacòes m .í? au-0ntade ou proposito
tr ipfníazoes attendiveis omp n .ra,1jdas, podem também
Nest i í GS de desempenhar Qualquer das con-
onfJLas c,rcumstancias é á J T del,as pontualmente.
í í m n^n^ ctante lh ?8eíftd nnt0d®..a iMMO«. Que pela
que a0deracao aos encargL nnC^uÍda razoavel dilação,
ou a ^ esrna se sujeitou V a r m • ^orao impostos e a
antprinmpossi,)i,idade re^l a a se<,a a natureza destes,
d? sua execução, como já
Direifp°HnSlderar nulla sPannHrigaçao de realizal-os se
as indnde ^ue n,nguem é nhrFd0i 0 PrinciPi° geraI de
devid err)nisaÇões que nn . ]f ado ao impossível, salvas
. S e n d o ^ ^ t e p r e j u d l c a d ? forem j us“ te
fa 6Pedente verdadeiras tran«2’ C6m° dissemos na lição
tes tem necessidade dAnSa^çoes’ em Que as contrac-
ceder uma a outra alguma
227
cousa de seo direito para que os mesmos, ou a paz
entre eilas seja possível, nào pode ser contestada a
doutrina que nos expende o compendio no seo § 232,
de que as cousas tomadas ao inimigo, e que por aqueile
íne tem de ser restituídas, o são, em geral, no estado
em que se achão no momento ern que a rnesma se
celebra.
Si as operações e mais actos da guerra as damniíi-
caram ; si a belligerante que as tomou e as teve em seo
poder julgou necessário para os fins daqueüa deterio-
ral as ou aíteraí-as, nào é obrigada a repòi-as no seo
antigo ou em melhor estado para assim entregai-as,
nem a compor os damnos que lhes tenha por esse modo
feito; e si de todo as destruio não é também obrigada á
entrega de outras equivalentes ou de seo valor; pois
que todos esses seos actos a respeito das mesmas são
permittidos como meios de guerra, ao menos dentro
dos justos limites das necessidades que esta crê a.
Mas também, por cutroglado, nào é licito à belli­
gerante, que taes cousas tem de restituir, fazer-lhes
alterações ou damnos, quando tem de entregai-as ou
desde que começão as negociações da paz, como por
exemplo, desmantelar fortificações, arrasar ou destruir
edifícios ou propriedades do território inimigo, que
occupa, salvo si taes alterações ou deteriorações se
referirem a melhoramentos por ella mesma feitos, ou a
partes ou qualidades novas que lhes tenha accrescen-
tado, taes como fortificações ou edifícios que tenha
feito construir ou augmentar em uma praça, novos
armamentos em navios capturados, etc., uma vez que
taes melhoramentos possào sei' separados das cousas
em que forào feitos, sem destruição ou depreciação
cios tas
Taes melhoramentos e accrescimos forào meios de
defesa e ataque preparados no tempo da guerra pela
belligerante que os fez com seo trabalho e dispêndio
em vista de sua própria utilidade, e não poderiao, por­
tanto, com justiça, pelo simples facto da paz, passar
para o domínio da sua adversaria. _
Tem com tudo cabimento a observação que faz o
compendio a este respeito na parte tina! deste paiagia-
pho, de que, em geral, para evitar-se questões sobre
tal assumpto, e conveniente estipular-se nos ti atados
228
de paz, em que estado as praças occupadas, e mais
propriedades existentes em poder de cada uma das
oontractantes, devem ser restituídas á outra.
Os tratados de paz, como quaesquer outros podem
ser violados pelas respectivas partes contractantes, e
essa violaçao pode consistir em uma falta total de sua
execução, ou na de algum de seos artigos, ou na pratica
positiva de actos que lhes sejão contrários ou com
elles incompatíveis, sendo, aliás, que a infracção de
qualquer de suas disposições, importa a de todo o tra­
tado, pois que, como nos diz o compendio Íi5 233),
todas as partes de um tratado dependem umas das
outras, e cada uma das suas disposições se deve consi­
derar condição das mais.
A parte piejudicada, porém, compete apreciara
impoi tancia e os effeitos da violação de qualquer destes
sobre o seo todo^ e proceder de conformidade com
essa sua apieciaçao. Ella pode, se assim lhe convier
considerai ioto todo o tratado, ou simplesmente exigir
a fiel execução do compromisso contrahido ; e em todo
m2?amoantí! niCe,?!rnlSaÇtleS ^ P01’ ^ fa,ta ^ forem
justarnente dewdas. A parte lesante ou omissa é que
n,fmP^ ? d ^ n h tar' SH P? ,a SUa pr°l)' ia faltn de execução
ou ma fc desobrigada do respectivo tratado ou do qual­
quer de suas estipulações. 1
d°rS,tratad0S P»*. H50 só SàO poSSÍ­
veis, como ate infelizmente o são mais mm a* dp
quaesquer outros, e origem abundante de conflietos e
novas guerras entre as nações, quer provocadas nor
parte das nações mais fortes contra as mais traças
confiadas no seo poder, de que abusem para libertar-se
sob qualquer pretexto de um tratado que se lhes tenha
tomado incommodo; quer muitas vezes da parte das
próprias nações mais fracas levadas ao desespero ne as
doías condições de um tratado que lhes foi extorquido
q Uou
stanuas de podei fazel-o, a " dquando
° S* em
não reflectern nos
perigos a que se expõem em taes emprezas
tado daè naz du,;eZa daS condiCòes de um tra-
acceitas
acceitas aue
que oo Dneito
m .S ?nCidas
Ura8nem qUenatural
Gentes ellas lenhào
comosido

tivemos occasmo de dizel-o em relação aos trktados em
‘ . 229

geral, autorise aquelle procedimento da parte da nação


que delias foi víctima.
Um tratado de paz também, como qualquer outro,
pode não ser sufficientemente claro quer no seo todo,
quer em alguma ou algumas de suas estipulações par­
ticulares mais ou menos importantes. Por outro lado
a má fé de qualquer das contractantes, pode não só
complicar ainda mais quaesquer obscuridades ou duvi­
das naquelles existentes, mas ainda crear novas, e
d'ahi a contestações, e até a conílictos sérios, ou a um
rompimento fcrmal das relações pacificas entre as con­
tractantes a transição não é difficil.
Nestas circumstancias é indispensável que tal tra­
tado ou seos artigos obscuros ou duvidosos sejão con­
venientemente interpretados. Para esse fim, ou para
verificar-se qual seja a sua genuína intelligencia, ou o
que foi realmente da intenção das partes contractantes,
devem-lhe ser applicadas as regras de interpretação
dos tratados, que já anteriormente enumeramos, de
modo adequado especialmente aoassumpto em questão.
Mas quem será o competente para isso ? Nenhuma
das partes cuntractantes tem autoridade para resolver
por si taes difíiculdades, e impôr sua decisão á outra.
A nãc ser, pois, da parte da que se julga prejudicada,
ou victima de uma perfídia, um novo appello ás armas,
ao juizo do canhão, que nem sempre dá razão á que
tem, só restào para chamai as á harmonia na execução
do tratado em questão, expedientes, que sendo real­
mente razoa veis e proprios para isso, com tudo nem
sempre podem ser empregados, ou são acceitos, ou
produzem o desejado efíéito.
Primeiramente podem as nações contractantes em
divergência accommodar-se, como nos diz o compen­
dio (§ 234), por meio de negociações diplomáticas
amigaveis entre si próprias fazendo se reciprocamente
quaesquer concessões novas, si tanto fôr preciso, que
as ponhão de accôrdo sobre os pontos disputados do
tratado entre ellas feito.
Em segundo lugar podem valer se da mediação de
alguma terceira potência amiga commum, que officio-
samente se lhes offereça para interpretar o tratado no
ponto litigioso, empregando a sua influencia moral e
230
política para que de ambas as partes seja acceito o seo
modo de entendei o.
Em terceiro lugar, finalmente, pode a questão entre
ellas existente sobre tal ou taltratado, ou sobre qualquer
desuas estipulações,ser resolvida por arbitra mento de um
ou mais soberanos ou governos de terceiras potências,
designados e acceitos por accôrdo das contractantes
paia decidil-a por si ou representantes seos, na quali­
dade de juizes; caso em que as mesmas contractantes
sao obrigadas, sob sua honra, a estar por sua sentença
e a observal-a fielmente, desde que não hajão motivos,
que, segundo o Direito, tornem irrito o seo juizo.
São fáceis, e de excedente resultado estes diversos
expedientes, quando as contendoras estão de boa fé, e
nao piocurão propositalmente pretextos para illudir os
tratados que celebrão, ou torcer a seo geito as estipula­
ções dos mesmos, que não lhes agradem. 0 ultimo
delles, sobieludo, o arbitramento de um ou mais sobe-
janos ou governos de terceiras potências estranhas aos
intei esses particulares ou pretenções iIlegitimas de uma
e de outia contractante, tem sido já, como em outra
occasido dissemos, muitas vezes usado nestes últimos
tempos com grande vantagem e applausos dos povos
civihsados,e tende cada vez mais a generalisar se entre
as nações.
Melhor seria ainda si na impossibilidade de uma paz
íítnhirC GP®1rpetua entre todos os povos, que, como diz
• i ■’ e,n. )0, a 0,denada pela razão e pela moral parece
irrealizável no mundo, podessem si não todos ao menos
.imp? r antes dos Estados renunciando a quaes-
SirPifna c Vl° en.tos de proseguir a consecução de seos
direitos», se reunissem em uma confederação geral, e
nrLan1 « CHen Sem ent' e, si um l 'ib«nal das nações, bem
“T * 1 (l " e recebesse do compromisso de todas u

forças de to lnsaosCmai“ “ ÍnÍUSlÍÇaS de Cada Uma


magndico’ P °r cuja realidade devemos
desiinarln * mfn V° tos,’ .mas Mue, infelizmente, parece
. .» uca sah ir do dominio das utopias, em
i 'nnações e os
zerern as 01 em 0 que sào’ e de,,es se compu-
seos governos
Hmc f 1 uo £ ° Pa m.esmo P °r iniciativa do Governo
düb’ 11 dos vai-se reunir brevemente em Was-
231

hington um Congresso de todas as nações da America


no intuito de tratar-se de estabelecer entre ellas aquelle
grande principio.
Quanto ás convenções, cuja execução tenha sido
suspensa pela superveniencia da guerra, diz-nos Calvo,
e nós também já anteriormente o dissemos, tornão a
entrar em seo pleno vigor desde que é concluída a paz,
a menos que no respectivo tratado tenhão as mesmas
sido explicitamente declaradas extinctas ou modifica­
das, ou que se refirào a cousas que a guerra destruio,
ou materialmente alterou, ou por qualquer outra causa
tenhão deixado de existir, ou finalmente, a relações que
se tenhão tornado impossíveis.
Entretanto a respeito de algumas de taes conven­
ções, é ás vezes necessário ou conveniente uma decla­
ração explicita por parte dos governos dos respectivos
Estados quanto á sua confirmação e restabelecimento,
afim de evitar-se quaesquer duvidas, que possão haver
sobre o seo novo vigor e execução.

FIM
ERRATA
Emendas
Pagina Linha 'w

5 _ 1 6 — este.............. - elle
5 — 25 — resaltão.......
- resultão
6 — 26 — realisat-a.....
■ realisal-os
1 1 — 14 — importância .
prudência
1 2 — 4 — as das mais..
os das mais
13 _ 27 — 1820.............. ■ 1830
1 3 _ 35 — de................. - da
15 — 34 — limitadas..... ■ illimitadas
26 — 8 — quer aos...... - quer a
30 — 37 — de missiva.. . da missiva
3 9 — 1 2 — causa............
cousa
3 9 — 14 — outra............. outro
39 — 14 —■ esta................ este
3 9 — 16 — delia...............
delle
53 — 24 — a prestar....... de prestar
7 7 _ 37 — «mo...............
como
HO — 18 — albinogio...... albinagio
140 _ 1 — devivo .......... devido
142 — 2 2 — uma............... sua
se as figura
155 — 1 2 — figura............ que as
155 — 39 — que a............. dissemos,
157 — 1 0 — dissemos...... muitas outras
1 5 9 _ 2 2 — muitos outros
170 _ 15 — pronuncie..... não pronuncie
189 — 9 — juntamente.... justaments
navios
189 — 19 — navois............ paragens
195 — 29 - passagens...... ao confisco
197 __ l i — o confisco......
234
Pagina Linha Erros Emendas

198 — G — pára .......... — para


198 — 7 — para .......... — pára
201 — 2 — prssas........ — prêsas
202 — 37 — m arcar-se.. — de marcar-se
205 — 40 — as questões — á questões
20G — 10 — não pode... — não podem
20G — 16 — applica...... — applicào
209 — 17 — havia ......... — haviào

( Além de outros taceis de conhecer*se e de corri


gir*se ).
Digitalizado pelo Projeto Memória Académica da FDR - UFPE

INDICE
PlU/S.

Prefacio......................................................................... v

INTRODUÇÃO. — Noções prelim inares

Liçcão I ........... Razão de ordem. — Das naciona­


lidades ; o que seja nação ou Es­
tado. — Definição do Direito das -
Gentes, e sua divisão em absoluto
econvencional; importância e uti­
lidade de ambos e do seo estudo..
Principios fundamentaes dos di­
reitos das nações ;s sua analogia
com os individuaes do homem.
Realidade do Direito das Gentes
absoluto. — Classificação geral e
caracteres dos direitos das na­
ções. ( §§ 1 a 0 )............................. 1

PARTE I. — Direitos absolutos das nações

Licção II.......... Direito de conservação ou segu­


rança das nações, sua importân­
cia e extensão,actos em queelle se
manifesta em relação ás mais. —

»
*

23G
Pags.

Direito de independencia nacio­


nal — quanto a constituição do
seo governo, intervenção das mais
nações nos seos negocios inter­
nos ; direito de independencia —
quanto ao poder legislativo em
relação aos estrangeiros, excep-
çòes a lespeito de certas classes
destes ; do Estatuto pessoal, e do
Estatuto real. (§§10 a 1 7 )........ 9
Licçào III........ Direito de independencia das na.»
ções — quanto ao seo poder exe­
cutivo ; — quanto ao poder judi­
ciário ; sua applicaçào a pessoas .
ou actos praticados fora do seo
território; — da extradicção ; —
exequibilidade em uma nação das
sentenças proferidas em outra,
limitações e excepções. — Inde­
pendência quanto ao exercício
dos poderes policial e fiscal a res­
peito de estrangeiros ; e em ma­
téria de religião como se entende
essa independencia. (§§18a32).. 17
Licçào IV......... Direito de igualdade das nações;
desigualdade de facto de suas ca-
thegorias; diversidade de honras
e precedencias, que disso resul-
tão, e como ellas se regulão. —
Titulos dos diversos Estados ou
soberanos.- Doceremonial,esuas
differentes especies—-de côrte,de
chancellaria ou diplomático, e
marítimo; a que assumptos, e de
que modos se applica cada um
destes. ( §§ 33 a 4 4 ) ..................... 25
237
P aqs.

PARTE II. — Direitos condicionacs dos Estados


nas suas relações pacificas

Licção V.......... Direito de propriedade dos Esta­


dos, seo objecto ; regras que Ilie
são relativas. — Modos de acqui-
siçào da propriedade entre as na­
ções, occupação e suas condi­
ções ; da prescripção entre as
nações.— Acquisição da proprie­
dade por convenções ou tratados.
Servidões entre as nações.— Ou­
tros direitos das mesmas inhe-
rentes ao de propriedade. ( §§ 45
a 5 7 )............................................. 33
Liccào VI........ Dos tratados e convenções; a
quem compete fazel-os no Estado;
condições essenciaes para a sua
validade; da lesào enorme nos
mesmos; difficuldades em sua
execução.—Ratificação dos trata­
dos, sua necessidade, em geral.
Das promessas sem autorisação.
De quando datão os effeitos dos
tratados; sua santidade, signifi­
cação desta e restricção á mesma.
( §§ 58 a 68 ) ................................ «
Licção VII....... Objecto dos tratados ou conven­
ções, e suas divisões mais geraes:
transitórios e permanentes ; pes-
soaes e reaes ; iguaes e desiguaes,
puros e condicionaes; geraes e
especiaes ; artigos separados, os­
tensivos ou secretos. — Tratados
de garantia ; de alliança, seos
fins e suas especies; do casus
fcederis ; do soccorro de alliado
em favor de um e contra outro
alliado com mu m. ( §§ 70 a 83 ) . . . 49
Licção VIII..... Meio de assegurar a execução dos
238
Paga.

tratados, suas diversas especies.


Da mediação oíferecida ou solli-\ n
citada, e dos arbitramentos.— Da
accessào de terceiras potências
a tratados feitos entre outras, e
casos em que podem ser aquellas
comprehendidas nos mesmos pe­
las que os celebrão. — Do protesto
e contra-protesto, e sua utilidade.
(§ § 8 4 a 8 8 ) .................................. 57
Licçào IX ......... Confirmação e renovação dos tra­
tados; reintegração dos mesmos; ,
effeitos da renovação e reintegra­
ção a respeito das partes acces-
sorias ou garantes de um tratado ;
interpretação destes, e suas re­
gras.— Como findào os tratados ;
permanência de suas consequên­
cias findos os mesmos. — Das
convenções tacitas e sua obriga­
toriedade. ( §§ 89 a 9 4 ) ............... 65
Licção X .......... Diplomacia,seos fins, e utilidade.
Direito de legação dos Estados ;
a quem compete nos mesmos o
seo exercicio. — Si um Estado é
obrigado a receber ministros dos
mais. — O que sejão os ministros
públicos ou diplomáticos, e sua
classificação; agentes, commis-
sarios, e deputados.—Dos cônsu­
les, e suas attribuições.—Direito
de cada Estado de determinar as
classes, e numero de seos minis­
tros. ( §§ 95 a 106 ) ........................ \ 73
Licção X I......... Das missões diplomáticas, e suas
diversas especies; missões secre­
tas e seos respectivos agentes ou
emissários. — Das credenciaes,
dos plenos poderes, e das instruc-
ções dadas aos ministros, casos
em que estas podem ser comnm*
230

nicaclas. — Seguranças para os


ministros que seguem para sua
missào.— Deveres dos mesmos á
sua chegada nos paizes onde sào
acreditados ; e audiências que
lhes sào devidas. — Da etiqueta
em taes occasiões. (§§ 107 a 115) . 81
Eicçào XII....... Prerogalivas dos ministros públi­
cos ou diplomáticos; sua invio-
lahihdade pessoal, sua extcrrito-
rialidadc.e a que pessoas e objec-
tos se applica, e seos effeitos;
insenção de impostos pessoaes, e
relativos a bens moveis. — Immu-
nidades das casas de sua residên­
cia, ou de suas legações.—Direito
de asylo nestas inadmissível. ( §§
116 a 121). .................................. 89
Licção X III..... Isenção para os ministros, das
leis, da policia, e jurisdicçào ter­
ritorial ; casos a que cila nào se
applica : quanto aos bens moveis
dos ministros, excepçào a res­
peito dos immoveis; da jurisdic­
çào criminal, em que termos. —
Immunidade em relação ao exer­
cício do culto religioso. — Taes
isenções applicào-se, e como, à
família e comitiva dos ministros.
(§§122 a 1 2 7 ) .............................. 97
Licção XIV...... Fim das missões diplomáticas,
casos em que se verifica.—Conti­
nuação dos previlegios aos minis­
tros públicos que se retirâo até
sahirem do paiz. — Chamada dos
ministros, em que casos se dá.—
Obito do um ministro; preroga-
tivas e immunidades de sua viuva
familia, e comitiva. Os cônsules
nào gosào dos previlegios dos mi­
nistros públicos. (§§ 128 a 135) . 105
2 i0
Pags.

PAUTE III. — Direitos dos Estados nas suas


relações hostis

Licçào X V ...... Direi lo das nações de fazerem-se


justiça pelo emprego da própria
força ; da retorsão, embargo, e
represadas, objectos sobre que
podem recahir, e seos limites. —
Da guerra e suas differentes es-
pecies, a quem compete fazel-a,
suas razões justificativas. — De­
claração de guerra. — Da lei da
guerra, e da razão de guerra. ( §§
* 136 a 145) ..................................... 112
Licçào XVI...... Dos que podem tomar licitamente
parte activa na guerra. — Direito
de matar e íerir o inimigo.— Pes­
soas deste a que não se estende
tal direito. — Dos meios de fazer
mal ao inimigo não permittidos.
Dos estratagemas de guerra, e
outros meios que lhes são equi­
paráveis.—Dos espiões; conceito
sobre os mesmos. ( §§ 146 a 149). 121
Licçào XVII .... Dos prisioneiros, e dos súbditos
do inimigo não armados. — Da
pessoa do soberano inimigo, e de
sua familia. — Direito sobre os
bens daquellessubditos; regimen
ou medidas a que podem ser su­
jeitos, e serviços pessoaes que
lhes podem ser exigidos.—Invio­
labilidade das dividas para com
o Estado inimigo, ou para com os
súbditos delle.— Casbs em que é
permittida a destruição ou apro­
priação de propriedades inimigas.
( S 150 a 1 5 8 )............................ .. 129
Licçào XVIII. J. Differença entre a guerra conti,*
^ nental e a guerra maritima em
í1 \\

relação ás propriedades do ini* í


migo ; razões que a justificão.— 1
Dos corsários, e regras a que são
sujeitos; tentativas de algumas
nações no sentido do abolir se o
seo uso.— Do direito de postlimi•
nio; a que objeclos pode ter elle
applicnção, e em que casos. ( §§
i5Ôa 164)...................... 187
Dicção X IX...... Das operações militares e cspe-
cialmente do assedio e tomada de
cidades, praças, fortalezas, etc.,
regras a tal respeito. — Auxilios
de terceiras potências n uma das
belligérantes por tratados de al-
liança, geral, ou parcial, ou de
simples subsidio, feitos anies da
guerra ou durante ella.—Direitos
que por taes auxilios lhes com ­
petem, e consequências a quo se
sujeilão. ( 105 a 172 ) ............... 145
Dicção X X ....... Das convenções militares entre
as potências ou forças belligéran­
tes ; convenções geraes ou parti­
culares, o qnacs delias não care­
cem de ratificação. — Dos armis­
tícios, geraes ou tregoas, e parti­
culares ou parciues, regras rela­
tivas ã execução dos mesmos. —
Da continuação das hostilidades
depois dettes lindos. (sj§ 173 a 170) 153
Dicção XXÍ...... Da trora e resgate de prisionei­
ros. ~Cbu salvaguarda e salvo-
conducto a pessoas ou proprie­
dades inimigas. — De neutralisa-
ção de territórios e outras. — Da
obrigatoriedade especial das con­
venções feitas com o inimigo, li­
mitações.— Dos retens, presente­
mente quasi em desuso ; regras
do procedimento para com elles
242
Paqx.

quando se falta ao compromisso.


Casos em que tem lugar os refens
própria ou impropriamente taes.
(§§ ISO a 182 ) ............................. . 101
Licção XXlIf ... Da neutralidade; em que consiste
ella ; direito das naçòes de adop-
tal-a em relação as belligerantes ;
opinião inadmissível de alguns
publicistas a tal respeito. — Re­
gras geraes da neutralidade; obri­
gações das neutras. — Diversas
especies de neutralidade, perfeita
e imperfeita, voluntária e obriga­
tória, accidental ou permanente.
Da neutralidade armada, seo his­
tórico. ( §§ 184 a 188 ) ................... 109
Licçào XXIII..,. Obrigações das belligerantes para
com as neutras, e direitos corre­
lativos destas; quanto ás pessoas
e bens dos súbditos neutros, ou
seo commercio innocente com
aquellas; quanto ao contrabando
de guerra, classes em que este se
divide, e generos que em cada
uma se comprehende, quaes são
sujeitos a confisco ; e em que
casos o proprio navio que os con­
duz na guerra marítima. (§§ 189
a 193) .............................................. 177
Wcçào XXIV.... Do bloqueio, em que consiste, e
condições para produzir seos ef-
íeitos.— Commercio ou commu-
nicações com as praças ou portos
bloqueiados. — Notificação, sus­
pensão, e cessação do bloqueio.
a bandeira neutra cobre a carga
inimiga innocente ; e a bandeira
inimiga não sujeita a confisco a
carga innocente de neutros. —
Doutrina excepcional da França
a este respeito. ( §§ 194 a 1 9 9 ).. 185
Licçào XXV..... Direito de visita das belligerantes
nos navios neutros, seo funda­
mento jurídico ; lugares em que
se pode exercel-o ou não. — Elle
nào é incumpativel com a legitima
liberdade do alto m ar; podem
fazel-a os navios de guerra o cor­
sários—Intimaçao para a visita ;
fuga ou resistência do navio inti­
mado ; modo de realizar-se a vi­
sita.—Visita nos navios comboia­
dos.—Em que tempo tem lugar o
direito de visita. ( §§ 200 a 200). 100
Licçào XXVI.... Das presas marítimas, em que
consistem, direito de effectualas,
suas regras. — Competência da
nação do captor para julgal-as ; e
leis pelas quaes devem ser deci­
didas quando ba ou nào tratados
a respeito entre os Estados inte­
ressados.—Recurso do capturado
para a intervenção do seo gover­
no ante o do captor ; caracter iu-
ridico desta intervenção. ( §§207
a 210)............................................. 201
Licçào X X V íI.. Do julgamento das presas condu­
zidas para porto de uma nação
neutra por navios armados em
território desta ; das que são fei­
tas em seos mares territoriaes ;
das que o sào em navios o pro­
priedades daquella para cujos
portos sào conduzidos. — Effeito
do julgamento das presas. — Di­
reito do asylo nos portos neutros,
o de venda das presas nos mes­
mos. (§§ 122 a 218 ) ...................... 200
Licçào XXVIÍÍ. Da paz—direito de fazel-a a quem
compete. — Tratados de paz, sua
forma, e mais actos complomon-
tares.—Caracter geral de taes tra-
244
Paga.

tados.—Paz preliminar e definiti­


va, da amnistia nos mesmos. —
Condições de sua effectividade ;
sua perpetuidade; questões a que
se applicão.— Seos effeitos, e es­
pecialmente quanto ás conquis­
tas, e a outros respeitos. — De
quando começào a vigorar; tempo
para a sua execução. (§§ 219 a 228) 217
Licçào X X IX ... Continuação da matéria antece­
dente.— Tempo em que deve rea­
lizar-se a execução dos tratados
de paz. — Em que estado resti­
tuem-se por esta as cousas toma­
das na guerra. — Violações dos
tratados de paz, e meios de res­
tabelecer sobre os mesmos o ac-
côrdo das contractantes. — Desi­
deratum a este respeito. — Resta­
belecimento pela paz das conven­
ções suspensas pela guerra. ( SS
229 a 234) ................. . 225
Errata ........................................................................... 233

r>A 'i
0*D~ 0£ DIReito
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Pernambuco. — Typ. Economica. — 1889.

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