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O CONTEÚDO ABAIXO TRATA APENAS DE ROTEIRO DE DISCIPLINA - CABE AO ALUNO(A) O INDISPENSÁVEL

ESTUDO APROFUNDADO NAS OBRAS APONTADAS NO PLANO DE ENSINO E SEGUNDO AS ORIENTAÇÕES


ESPLANADAS NAS AULAS - O ESTUDO DESTE ROTEIRO É INSUFICENTE ÀS AVALIAÇÕES DA DISCIPLINA .

TEORIA GERAL DOS RECUROS

Recursos:
Encontra-se no Livro III, Parte Especial do CPC, arts. 994 a 1044 sob o
nome de:

“DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE


IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS”

Vejamos o CPC:
- Parte Geral
Livro I – Das Normas Processuais Civis
Livro II – Da Função Jurisdicional
Livro III – Dos Sujeitos do Processo
Livro IV – Dos Atos Processuais
Livro V – Da Tutela Provisória
Livro VI – Da Formação, da Suspensão e da Extinção do Processo
- Parte Especial
Livro I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença
Livro II – Do Processo de Execução
Livro III – Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação
das Decisões Judiciais
Livro Complementar

Finalidade dos Recursos:


Do constante no Livro III, Parte Especial do CPC, depreende-se que
genericamente, a finalidade dos recursos é o meio de impugnação das
decisões judiciais.

Etimologia (origem):
“recursus, us”, latim e significa a: “repetição de um caminho já
utilizado”
“O recurso conforta o espírito do homem e possibilita ao mesmo tempo,
o aprimoramento da atividade do judiciário” SANTOS, Moacyr
Amaral, Primeiras linhas de direito processual civil. 18. ed. São Paulo:
Saraiva, 1999. v. 3, p 78.

O CONTEÚDO ABAIXO TRATA APENAS DE ROTEIRO DE DISCIPLINA - CABE AO ALUNO(A) O INDISPENSÁVEL


ESTUDO APROFUNDADO NAS OBRAS APONTADAS NO PLANO DE ENSINO E SEGUNDO AS ORIENTAÇÕES
ESPLANADAS NAS AULAS - O ESTUDO DESTE ROTEIRO É INSUFICENTE ÀS AVALIAÇÕES DA DISCIPLINA .
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1 - DEFINIÇÃO:
“O recurso deve ser entendido no direito processual civil brasileiro, como
o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a
reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão
judicial que se impugna” In BARBOSA MOREIRA, José Carlos,
Comentários ao código de processo civil. 7. ed Rio de Janeiro: Forense,
v.5, p. 231.

2 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS RECURSOS:


Dissecando a definição anterior temos:

A) REMÉDIO – O recurso é um remédio porque se trata de um


“instrumento processual destinado a corrigir um desvio jurídico, em
vez de apenas constatá-lo e tirar suas conseqüências”;
CARNELUTTI, Francesco, Sistema di diritto processuale civile.
Pádua: Cedam, 1936. v. 2, p. 487. Apud GRECO FILHO, Vicente.
Direito processual civil brasileiro. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 1999
v.2 p 263.

B) VOLUNTÁRIO – não há recurso de ofício, obrigatório; faz-se


mister sua interposição através de um dos legitimados do art. 994
do CPC/15;

A remessa necessária do art. 496 do CPC não é recurso, mas


condição de eficácia da sentença, que embora exista e válida,
somente produzirá efeitos depois de confirmada pelo Tribunal. -
Art. 496 CPC/15.

C) DENTRO DO MESMO PROCESSO – a interposição de recurso não


enseja a formação de outro processo, mas tão somente provoca a
extensão do processo em curso, no qual foi proferida a decisão
impugnada ou recorrida.

D) REFORMA – “error in judicando” - é vício que se refere à


essência da decisão judicial, tornando-a injusta; “nova formulação
jurídica, diferente daquela do órgão recorrido, para a situação
submetida ao debate judicial (cassação + substituição) CPC/15 art.
1008;
Exemplos na solução de questões de fato: passou despercebido um
documento; interpretou-se mal o depoimento de uma testemunha e
deu-se crédito a outra que não era fidedigna;

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Exemplos na solução de questões de direito: entendeu-se aplicável
norma jurídica impertinente à espécie; considerou-se vigente a lei que
já não vigorava; ou inconstitucional o que não era;

E) INVALIDAÇÃO – “error in procedendo" - é vício processual em


regra – cassação do ato recorrido, a fim de que outro seja proferido
pelo mesmo órgão do qual emanou (não há substituição, pois esta
implicaria na supressão de um grau de jurisdição); (cassação +
substituição) CPC/15 art. 1008;

F) ESCLARECIMENTO ou INTEGRAÇÃO – embargos de declaração,


cuja a finalidade não é, em tese, a modificação da decisão judicial
impugnada (art. 1022 CPC/2015) e sim, serve para esclarecer
duvidas/obscuridades/omissões e corrigir erros materiais.

G) DECISÃO JUDICIAL – aqui refere-se tão somente às decisões


genericamente consideradas com caráter decisório; Sentença:
(203, § 1º) sendo aquelas com decisão do mérito-487 ou sem
decisão do mérito-485; Decisão interlocutória: 203,§2° é todo o
pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre
no § 1º do art. 203; Despachos ou despachos de mero
expediente (§§ 3º e 4º do art. 203) são aqueles q não se
enquadram nos §§ 1º e 2º do art. 203. Contra estes não cabe
recurso, pois não tem cunho decisório capaz de causar prejuízos às
partes - art. 1001;

3 - OUTRAS DEFINIÇÕES:
3.1 – “Num sentido amplo, recurso é o remédio processual que a lei
coloca à disposição das partes, do Ministério Público ou de um terceiro,
a fim de que a decisão judicial possa ser submetida a novo julgamento,
por órgão de jurisdição hierarquicamente superior, em regra, àquele que
a proferiu”; NERY JUNIOR Nelson. Princípios fundamentais: teoria
geral dos recursos. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. P.
177
3.2 - “o poder de provocar o reexame de uma decisão, pela mesma
autoridade judiciária, ou por outra hierarquicamente superior, visando a
obter a sua reforma ou modificação”; SANTOS, Moacir Amaral

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O CONTEÚDO ABAIXO TRATA APENAS DE ROTEIRO DE DISCIPLINA - CABE AO ALUNO(A) O INDISPENSÁVEL ESTUDO APROFUNDADO NAS
OBRAS APONTADAS NO PLANO DE ENSINO E SEGUNDO AS ORIENTAÇÕES ESPLANADAS NAS AULAS - O ESTUDO DESTE ROTEIRO É
INSUFICENTE ÀS AVALIAÇÕES DA DISCIPLINA.

4 - FUNDAMENTOS DO DIREITO DE RECURSO


4.1 - Inconformismo natural da parte vencida;
4.2 - Preocupação do legislador em evitar abusos de poder por parte
dos juízes, tendo em conta a falibilidade do julgador enquanto ser
humano;
4.3 - Por ordem psicológica, "Psicologicamente, o recurso corresponde a
uma irresistível tendência humana" (REZENDE FILHO, Gabriel José
Rodrigues de. Curso de direito processual civil. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 1951. v. 3, p. 86). Esse motivo está relacionado com o
inconformismo natural do vencido, que quer ter uma "segunda chance".

5 - NATUREZA JURÍDICA DO RECURSO


São duas as correntes doutrinárias acerca da natureza do recurso, a
saber:
5.1 - CONSTITUTIVA - O recurso tem a natureza jurídica de uma ação
autônoma e independente daquela que gerou a prolação da decisão
impugnada. BETTI, Emilio. Diritto processuale civili italiano. 2. ed. Roma
1936.
5.2 - EXTENSÃO DO DIREITO DE AÇÃO - O poder de recorrer deve ser
visto como extensão do direito de ação, "um aspecto, elemento ou
modalidade do próprio direito de ação exercido no próprio processo"
BARBOSA MOREIRA, José Carlos.
5.3 - A primeira corrente não é aceita.
5.4 - Adeptos da segunda corrente doutrinária: Ugo Rocco, Liebman,
Carnelutti, José Frederico Marques, Nelson Nery Junior, Antonio Carlos
Marcato, Barbosa Moreira, Humberto Theodoro Junior, Vicente Greco
Filho, Nelson Luiz Pinto, Jacob Augusto Krapp Hoff e etc.

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O CONTEÚDO ABAIXO TRATA APENAS DE ROTEIRO DE DISCIPLINA - CABE AO ALUNO(A) O INDISPENSÁVEL ESTUDO APROFUNDADO NAS
OBRAS APONTADAS NO PLANO DE ENSINO E SEGUNDO AS ORIENTAÇÕES ESPLANADAS NAS AULAS - O ESTUDO DESTE ROTEIRO É
INSUFICENTE ÀS AVALIAÇÕES DA DISCIPLINA.

6 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS RECURSOS


6.1 - DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
6.2 - FUNGIBILIDADE
6.3 - LEGITIMAÇÃO PARA RECORRER
6.4 - TAXATIVIDADE
6.5 - SINGULARIDADE OU UNIRRECORRIBILIDADE
6.6 - PROIBIÇÃO DA "REFORMATIO IN PEJUS"
6.7 – DA COMPLEMENTARIEDADE
6.8 – DA DIALETICIDADE

PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO


- este princípio não se encontra expressamente consignado na C. F.
mas, decorre do "devido processo legal" art. 5º LIV; (LV e LIV), art.
11 CPC/15; CF art.93,IX.
- consiste na possibilidade de provocar o reexame da matéria
apreciada e decidida por órgão hierarquicamente superior, para
prevenir o abuso de autoridade e o erro do judiciário.
- É o Juízo "ad quem" reapreciando as decisões do juízo "a quo";
- “nouveau code de procédure civile”

PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE (ARTS. 1024,§ 3º, 1032 E 1033


NCPC).
- "a fim de não prejudicar o recorrente a doutrina e jurisprudência
permitem o recebimento do recurso inadequado como adequado fosse;"
- "é o princípio pelo qual, permite a troca de um recurso por outro: o
tribunal pode conhecer do recurso erroneamente interposto"
- A doutrina entende que o art. 810 do Código de Processo Civil de
1939 não foi derrogado (ISTO NO VIGOR DO CPC/73);

O art. 810 do cpc de 1939 não foi reproduzido no cpc de 1973 em razão
de que o código novo adotou um sistema recursal simples afastando a
possibilidade de erro. Porém, a simplicidade aparente do novel sistema
recursal não encontrou eco na praxe forense.
O novo CPC adotou a técnica do CPC de 73 de não prever como regra o
princípio da fungibilidade. No entanto este princípio continua em plena
vigência, ver Enunciado 104 do Fórum Permanente de Processualistas
Civis (FPPC) “o princípio da fungibilidade recursal é compatível com o NCPC
(2015) e alcança todos os recursos sendo aplicável de ofício” ;

- Pressupostos para a aplicação do princípio da fungibilidade:


- ausência de má-fé;
- ausência de erro grosseiro;
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- dúvida objetiva; (i) quando há existência de divergência doutrinária e
jurisprudencial acerca do cabimento deum ou de outro recurso; (ii)
quando o próprio texto legal permite a dúvida. Exemplos.: NCPC arts.
1032 e 1033
- o recurso não pode ser intempestivo;

PRINCÍPIO DA LEGITIMAÇÃO PARA RECORRER


Para recorrer se exige a condição de interesse. (994 e 996 ambos do
ncpc)
O que justifica o recurso é o prejuízo, ou gravame, que a parte sofreu
na sentença; quem sucumbiu - o vencido - sucumbência
recíproca/ambos vencidos -
Em litisconsorcio unitário, havendo sucumbência cada uma das partes
poderá interpor recurso separadamente art. 509 do cpc)
Terceiro não sendo parte, portanto não vencido pode recorrer desde que
estabeleça uma relação jurídica com o vencido que sofra prejuízo em
razão da sentença. Ex.: o interesse do locatário frente à sentença que
resolve o domínio do locador ( H.T.Junior, Curso de Direito Processual
Civil, pg 507, vol I, 39ª edição Forense);

PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE
Os recursos admitidos em nosso ordenamento jurídico são aqueles
inseridos no dispositivo legal (no CPC e em leis extravagantes);
Somente são considerados recursos os meios impugnativos assim
denominados e regulados por lei processual.

RECURSOS PREVISTOS NO NCPC, (ART. 994)


I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.

PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE OU DA UNIRRECORRIBILIDADE


Segundo o princípio da singularidade é cabível apenas um tipo de
recurso de cada descisão judicial;
Exceção: é a possibilidade de interposição de recursos extraordinário e
especial, quando a decisão impugnada (acórdão em regra) violar
simultaneamente, norma federal e constitucional; art. 1031 ncpc
Proibição da "Reformatio In Pejus"
- Este princípio decorre do princípio "dispositivo" (arts. 2º, 141 e 492
do cpc);

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- o órgão jurisdicional somente age quando provocado e nos exatos
termos do pedido, ou seja, é o pedido formulado pelo autor que
limita a atividade jurisdicional do Estado;
- consiste então, na vedação imposta pelo sistema recursal brasileiro,
quando à reforma da decisão hostilizada em prejuízo do recorrente e
em benefício do recorrido;
Exceção: A possibilidade de conhecimento pelo órgão julgador do
recurso, de questão de ordem pública, ou seja, questões relativas às
condições da ação, pressupostos processuais, aos requisitos de
admissibilidade dos recursos e etc (ver rol do art. 337 do CPC, salvo o
conhecimento de convenção ou arbitragem).
- a possível piora da situação do recorrente na hipótese do § 3°
do art. 1013 do CPC; (os acadêmicos devem estudar isto no Curso de
Direito Processual Civil, vol. III, 48ª edição ou + nova, Humberto
Theodoro Junior, pag. 967)
REFORMATIO IN MELIUS - também não pode ser admitido à luz do
princípio dispositivo, uma vez que o pedido do recorrente delimita a
atividade jurisdicional do órgão ad que, não podendo este, ao julgar o
recurso, melhorar a situação do recorrente além do que foi pedido, sob
pena de proferir uma decisão ultra ou extra petita.

PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIEDADE
Aceito pela doutrina e jurisprudência, porém, não estava explicitamente
presente no CPC/1973, e agora, surgiu com o novel CPC. Exemplos:
art. 1007, §§, 2º, 3º,4º,5º,6º e 7°; –
O princípio da complementaridade diz que os recursos devem ser
interposto no prazo legal, juntamente com as razões de inconformismo.
Não é possível interpor o recurso e, em outra oportunidade, apresentar
as razões que justificam a reforma ou a anulação da decisão impugnada.
Pelo princípio da complementaridade, o recorrente poderá
complementar a fundamentação do recurso já interposto, caso a decisão
impugnada venha a ser alterada ou integrada em razão de acolhimento
dos embargos de declaração apresentados pelo adverso.

PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE
- o método dialético é uma forma de discurso entre duas ou mais
pessoas que possuem diferentes pontos de vista sobre um mesmo
assunto, mas que pretendem estabelecer a verdade através de
argumentos fundamentados.
- a dialeticidade reside na argumentação desenvolvida pelas partes e
pelo juiz;
- exemplos:
a) arts. 9º e 10º do CPC;
b) necessidade da motivação do recurso, a qual vem estampada em
vários arts. do CPC, 1010 II e III, 1016 II e III, 1023, 1028, e 1029 I e
III;

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O CONTEÚDO ABAIXO TRATA APENAS DE ROTEIRO DE DISCIPLINA - CABE AO ALUNO(A) O INDISPENSÁVEL ESTUDO APROFUNDADO NAS
OBRAS APONTADAS NO PLANO DE ENSINO E SEGUNDO AS ORIENTAÇÕES ESPLANADAS NAS AULAS - O ESTUDO DESTE ROTEIRO É
INSUFICENTE ÀS AVALIAÇÕES DA DISCIPLINA.

7 - JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE & JUÍZO DE MÉRITO


Para que o recurso efetivada seja julgado, deve ser cumprido várias
regras processuais, e caso não cumpridas, o recurso não será julgado.
Então, o momento em que será verificado o cumprimento ou não destas
normas, chama-se de Juízo de Admissibilidade.

A competência para fazer o juízo de admissibilidade:


O juízo de admissibilidade do CPC, após, a alteração que sofreu pela Lei
nº 13.256/16 tem caráter bifásico e monofásico, ou seja, na APELAÇÃO
e no RECURSO ORDINÁRIO a admissibilidade é feita apenas pelo
tribunal “ad quem”, ou no Juízo que julga o mérito do recurso, sendo
então monofásico (art. 1010 § 3º do CPC); de outro lado no Recurso
Especial e Extraordinário, a admissibilidade é feita em caráter
preliminar no juízo “a quo” pelo Tribunal recorrido, e depois o juízo de
admissibilidade definitivo é feito pelo Tribunal Superior competente para
julgar o mérito do recurso

Deste modo, interposto o recurso, duas espécies de exame serão feitos


pelo órgão jurisdicional competente, a saber:

1º - Verifica-se se o recurso deve ser admitido, através do atendimento


ou preenchimento de todos os requisitos de admissibilidade;
é o chamado "juízo de admissibilidade"

2º - Somente após de terem sido preenchidos todos os requisitos de


admissibilidade, é que se poderá analisar o mérito do recurso;
é o "juízo de mérito".

Juízo de admissibilidade
Positivo = o órgão ad quem conheceu do recurso
Negativo = o órgão ad quem não conheceu

Juízo de mérito
O órgão ad quem entendendo que o recorrente tem razão = dá-se
provimento ao recurso

O órgão ad quem entendendo que o recorrente não tem, razão = nega-


se provimento ao recurso;

A matéria de admissibilidade é de ordem pública.

"é de ordem pública, de modo que deve ser examinada ex officio pelo
Juiz, independente de requerimento da parte contrária, não sujeitando-
se a preclusão".
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Deste modo, ainda que o recorrido, nas contra-razões, não argua
preliminar de não conhecimento por ausência de um dos requisitos de
admissibilidade, o tribunal deverá examinar essa questão de ofício.
Em se tratando de matéria de “ordem pública” não ocorre a preclusão
“pro-judicato”, ou seja, nunca ocorre a preclusão para o juiz apreciar da
referida matéria.

7.1 - REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS


Os requisitos são classificados em:
7.1.1 - Pressupostos objetivos – ou requisitos extrínsecos
7.1.2 - Pressupostos subjetivos - ou requisitos intrínsecos

PRESSUPOSTOS OBJETIVOS (extrínsecos):


(dizem respeito ao modo do exercício do direito de recorrer que são: a
recorribilidade da decisão, a adequação, a singularidade, o preparo, a
tempestividade, a regularidade formal e a motivação do recurso;
a) recorribilidade do ato decisório (Cabimento) apenas os atos
realmente decisórios é que podem ser impugnados via recursos,
quais sejam, sentença e decisão interlocutória (art. 203 c/c 1001
ambos do CPC);
b) tempestividade; os recursos devem ser interpostos no prazo
fixado pela lei, arts. 220, 221, 223, 1003, 1004 todos do CPC e
outros pertinentes.
- o prazo é peremptório e insuscetível de dilação convencional
pelas partes (art. 223), passado o prazo está precluso o direito de
recorrer;
- pode haver suspensão ou interrupção do prazo de recurso
nos casos expressamente previstos nos arts. 220, 221, casos do
313 e 1004 ambos do CPC;
- o prazo para interpor o recurso conta da data em que os
advogados, a sociedade de advogados, defensoria pública o
Ministério público são intimados da decisão; 1003
- os sujeitos acima serão intimados em audiência quando a
decisão for proferida nesta; 1003, § 1°;
- prazo para recurso p o réu ainda não citado se a decisão for
proferida antes da citação do réu, o prazo p interposição do
recurso contar-se-á da juntada aos autos dos documentos
comprobatórios da intimação (§° 2 art. 1003);
- prazo para o réu revel: correrão todos os prazos independente
de intimação;
- recurso remetido pelo correio: o prazo de recurso remetido
pelo correio considerará a data da postagem, 1003, § 4°;
- feriado local: o recorrente deverá comprovar a ocorrência de
feriado local no ato de interposição do recurso, 1.003, § 6°;

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- prazos: 15 dias para efetuar e responder é de 15 dias, exceto
os embargos de declaração que devem ser interpostos em 05 dias
- § 5° do art. 1003 do CPC;
- recurso interposto antes da publicação do julgado (ou
antes da parte ser intimada) é tempestivo e deve ser conhecido, §
4° do art. 218;
- recurso interposto antes do julgamento dos embargos de
declaração, § 5°, art. 1024, deve ser conhecido, quando a
decisão dos embargos alterarem o julgado dos embargos,
princípio da complementariedade;
- prazo em dobro para recorrer (i) : arts. 180, 186 e 229;
- prazo em dobro para recorrer (ii): os escritórios de práticas
jurídica das faculdades de direito e as entidades que prestam
assistência jurídica gratuita, gozam de prazo em dobro para todas
as suas manifestações processuais § 3° do art. 186 do CPC;
- o recurso interposto por um dos litisconsorte s, a todos
aproveita, salvo se distintos (diferentes) ou opostos seus
interesses, 1005 (113 a 118); no caso de solidariedade passiva, o
recurso de um devedor aproveitara a todos quando a defesa
oposta ao credor forem comum a todos, 1005, § único;

início da contagem do prazo § 2° do art. 1003;

c) singularidade; CABE SOMENTE UM RECURSO


d) adequação - cabimento; a luz do princípio da taxatividade, só é
cabível o recurso constante do rol do art. 496 do CPC, de outros
artigos do próprio CPC ou de leis extravagantes. Além disto, o
recurso tem de ser adequado à obtenção do resultado buscado,
podendo ser recebido no caso de inadequação, desde que
aplicável, o princípio da fungibilidade;
e) preparo - consiste no recolhimento/pagamento, na época certa,
das despesas pertinentes ao processamento do recurso interposto,
e além das custas (qdo. exigíveis) os gastos do porte de remessa
e do retorno, se for necessário o deslocamento dos autos, que
deve ser feito no ato da interposição do recurso, sob pena de
deserção 1007;
- a falta de preparo: implica na deserção, que implica no
trancamento do recurso, presumindo a lei que o recorrente tenha
desistido/abandonado, 1007 “in fine” - sob pena de deserção -;
- dispensa do preparo: (a) alguns recursos não precisam de
preparo Embargos de Declaração, 1023; (b) todos os recursos
interpostos pelo MP, União, D.F., Estados, Municípios, autarquias e
pelos que gozam de isenção legal da assistência judiciária; (c) em
processo eletrônicos, pois, neste caso, não haverá o deslocamento
físico do processo para a instância superior - 1007, § 3°;

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- preparo à menor ou insuficiência do preparo: o será
recorrente será intimado na pessoa de seu advogado para
complementá-lo em cinco dias, 1007, § 2°;
- não comprovado o preparo no ato da interposição do recurso:
o recorrente será intimado na pessoa de seu advogado para
realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção 1007, §
4°;
- no preparo do art. 1007, § 4° não cabe complementação no
caso de insuficiência parcial, § 5° do art. 1007;
- falta de preparo por força maior: provando o recorrente justo
impedimento, o relator relevará a pena de deserção por decisão
irrecorrível e fixará prazo de 5 dias para efetuar o recolhimento;
- o equívoco no preenchimento das guias de custas, não
implicará em deserção. Caberá ao relator na dúvida quanto ao
recolhimento intimar o recorrente para em cinco dias sanar o vício,
1007, § 7º;
f) regularidade formal
- as formas previstas em cada recurso devem ser obedecidas
- apelação, art. 1010, I, II, III e IV;
- agravo de instrumento, art. 1016 e incs. e 1017 e incs;
- embargos de declaração art. 1023;
- agravo interno, as normas do Regimento Interno do Tribunal, 1021 e
§§; 1°,
- nos Recursos especial e extraordinários, 1029, I, II e III;

PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS - intrinsecos


(dizem respeito ao cabimento, a legitimação, interesse e inexistência de
de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer)
- Legitimidade - as partes, MP, 3º prejudicado;
- Interesse - quem sucumbiu ou tem prejuízo na decisão;

Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de


recorrer;
- fatos impeditivos dos recursos: a renúncia e a aceitação tácita da
sentença, ocorridas antes de sua interposição;
- extingue o recurso a desistência firmada durante o processamento e
antes do julgamento do recurso;
- a desistência ocorre quando o recurso foi interposto e não depende da
concordância da outra parte, 998 caput e nem precisa da homologação
legal art. 200;
- a desistência de recursos ao STF e STJ: a desistência do Resp e Rex
não poderá impedir a o exercício da função política das respectivas
cortes na defesa e uniformidade da interpretação e aplicação da
Constituição e da Lei Federal, ou seja depois da desistência terão de ser
julgados e isto, ocorre apenas nos recursos extraordinário em que a
repercussão geral já tenha sido reconhecida (1035), e no especial

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extraordinário a que já a se atribuiu a qualidade de recurso padrão de
uma série de causas iguais;
- renúncia do recurso - art. 999 a parte sucumbente abre mão
previamente do direito de recorrer;
- renúncia tácita: decorre da decadência do prazo recursal;
- renuncia expressa: se traduz em manifestação de vontade do
recorrente (art. 999)
- aceitação da sentença - Expressa ou tácita. Expressa qdo a parte
manifesta-se neste sentido ao juiz da causa. Tácita qdo o recorrente
pratica atos incompatíveis com a vontade de recorrer, 1000, § único;

8 - EFEITOS DOS RECURSOS


- O primeiro efeito, é que a interposição do recurso obsta o trânsito em
julgado ou a preclusão, conforme se trate, de sentença ou decisão
interlocutória.
- “todos os recursos admissíveis produzem um efeito constante e
comum, que é de obstar, uma vez interpostos, ao trânsito em
julgado da decisão impugnada” BARBOSA MOREIRA.
ou seja o recurso visa impedir a coisa julgada;
- então o efeito normal e óbvio dos recursos é impedir a coisa
julgada;

- Segundo a maior parte da doutrina, os únicos efeitos existentes são


o devolutivo e o suspensivo;

O efeito devolutivo reabre a oportunidade de reapreciar e novamente


julgar a questão;
O efeito suspensivo impede-se ao decisório impugnado de produzir
seus efeitos enquanto não analisado o recurso interposto
- No entanto, ainda há que se falar em quatro outros efeitos: o
expansivo, translativo, substitutivo e o infringente;

- 8.1 - EFEITO DEVOLUTIVO


- 8.2 - EFEITO SUSPENSIVO
- 8.3 - EFEITO TRANSLATIVO
- 8.4 – EFEITO INFRINGENTE

- EFEITO DEVOLUTIVO
- Todos os recursos tem efeito devolutivo;
- O efeito devolutivo é a manifestação do princípio dispositivo e do art.
1013 do CPC, segundo o qual, o órgão ad quem somente pode
apreciar matéria que tenha sido efetivamente impugnada pelo
recorrente, ou seja, que tenha sido suscitada nas razões do recurso
sem ultrapassar os limites da lide.
- Então o efeito devolutivo:
- "Consiste em transferir ao órgão ad quem o conhecimento da matéria
julgada em grau inferior de jurisdição"
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- "Submeter a questão ao Tribunal ad quem"
- Recurso recebido no efeito meramente devolutivo, permite a
possibilidade do cumprimento provisório da sentença. (art. 520 e ss
do CPC)
- O efeito devolutivo não pode ultrapassar a matéria impugnada nas
razões do recurso (art.1002)

- EFEITO SUSPENSIVO
- Diz respeito a suspensão da eficácia da decisão;
- A sentença só produz efeito após o acórdão transitado em julgado;
- Os recursos, via de regra, têm efeito suspensivo, salvo nas hipóteses
em que a lei dispuser em sentido contrário.
- Ex. art. 995 e 1012 do CPC; art. 58,V da Lei de Locação; art.3º do
Decreto nº 911/69 e etc.

- EFEITO TRANSLATIVO:
TRATA DAS MATÉRIAS QUE O TRIBUNAL PODERÁ CONHECER
INDEPENDENTE DA DEVOLUÇÃO OPERADA PELA VONTADA DA
PARTE. Segundo a doutrina de Nelson Nery Junior – é quando o juiz
pode conhecer de ofício (ex officio) de questões de ordem pública
não suscitadas pelo recorrente, tais como (ausência das condições
da ação, ausência de nulidades, regularidade processual,
existência de lide, incompetência absoluta do juízo,
ilegitimidade de parte, ausência do interesse de agir,
impossibilidade jurídica do pedido, citação nula ou
inexistente, coisa julgada, listispendência e etc)
- As questões de ordem pública são aquelas do art. 485,§ 3° do CPC;
- segundo o efeito devolutivo, o magistrado, tem o dever de verificar
“ex officio” as condições da ação, pressupostos processuais,
requisitos de admissibilidade e etc...

- Quando se diz que o juiz está vinculado às alegações das partes,


deve-se entender por tais alegações, aquelas de direito material.
- “Tantum devolutum quantum apelatum”
- (exceto as questões de ordem púlbica)
- “ne procedat judex ex officio”

EFEITO EXPANSIVO:
É a possibilidade do tribunal ad quem conhecer de matérias não
levantadas pelo recorrente, mas compreende também aquelas que
poderiam ter sido decididas porque foram levantadas pelas partes
1013,§ 1° (plano vertical) ou pq são conhecíveis “ex officio” 1013, § 2°
(no plano horizontal);

EFEITO SUBSTITUTIVO:
Art. 1008 do CPC – O julgamento de qualquer recurso substituiu a
decisão recorrida nos limites da impugnação.
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- parte da doutrina, diz que os efeitos expansivo e translativo tratam da
amplitude do efeito devolutivo da apelação.

EFEITO INFRINGENTE:
A título de exemplo, podemos citar a situação na qual o juiz ao lavrar a
sentença esqueceu de julgar um pedido do autor e isto, originou
embargos de declaração para suprir a omissão pela parte interessada, e,
ao suprir esta omissão no julgamento dos embargos declaratórios,
poderá então o juiz, alterar a sua sentença primitiva. De modo que, a
possibilidade de alteração da sentença nos aclaratórios, tem o nome de
efeito infringente.

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