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DIREITO ELEITORAL
MATERIAL COMPLEMENTAR
#SouOuse
#AquiéMP
#TôDentro
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SUMÁRIO
1) PRINCÍPIOS ELEITORAIS............................................................................................................... 3
2) SISTEMAS ELEITORAIS................................................................................................................ 13
3) FASES DO PROCESSO ELEITORAL .............................................................................................. 17
4) DIREITOS POLÍTICOS................................................................................................................... 28
5) PARTIDOS POLÍTICOS.................................................................................................................. 44
6) ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA ELEITORAL...................................................................................... 69
7) MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL.............................................................................................. 80
8) PROCESSO PENAL ELEITORAL.................................................................................................... 84
9) AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDATURA. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO
JUDICIAL ELEITORAL OU REPRESENTAÇÃO JURISDICIONAL ELEITORAL. RECURSO CONTRA A DI-
PLOMAÇÃO. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO...................................................... 118
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DIREITO ELEITORAL
1) PRINCÍPIOS ELEITORAIS
Pluralismo político
Previsão:
Art. 1º, CF. A República Federativa do Brasil, formada pela união indis-
solúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
V - o pluralismo político.
Como corolário, pois, dos valores democráticos esposados pela Constituição, o prin-
cípio do pluralismo político fundamenta a democratização do poder e o respeito à diversidade,
não se resumindo, portanto, ao pluripartidarismo. O pluralismo político, ao determinar que o
poder político deve ser democratizado e difuso, reforça a necessidade de construção de uma
sociedade livre para se autodeterminar, na qual todos sejam politicamente iguais.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da
data de sua vigência.
Obs1: A “Lei da Ficha Limpa” – LC 135/2010 – que incluiu novas hipóteses de inele-
gibilidade, foi publicada no DOU em 07/06/2010, sendo que, nos termos de seu art. 5º, deveria
entrar em vigor na data de sua publicação.
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Surgiu, então, acalorada discussão sobre a não aplicabilidade da referida lei já para
as eleições de 2010, eis que teria alterado o processo eleitoral. É que, tendo sido publicada
naquele ano, a aplicação imediata afrontaria o princípio da anualidade ou anterioridade da lei
eleitoral, previsto no art. 16 da CF.
Foi formulada consulta ao TSE que, em 10 de junho de 2010, após a oitiva da repre-
sentante do MP Eleitoral, por maioria, decidiu que “lei eleitoral que disponha sobre inelegibi-
lidade e que tenha a sua entrada em vigor antes do prazo de 5 de julho poderá sim ser efetiva-
mente aplicada para as eleições gerais de 2010”.
Por outro lado, nas ADCs nº 29 e 30, de 16/02/2012, de relatoria do Min. Luiz Fux, por
maioria de votos, prevaleceu o entendimento em favor da constitucionalidade de aplicação
da LC nº 135/2010 a atos e fatos ocorridos antes de sua vigência. Vamos entender.
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titucional de mesmo peso, os artigos 14 e 15 da CF, os parlamentares fizeram a opção legislativa
legítima ao selecionar o que trata do princípio da moralidade (Art. 14). Enfatize-se que é uma lei
de iniciativa popular.
O político “X” é condenado por órgão colegiado em 01/03/2012. A partir desta data ele
já se torna inelegível. O trânsito em julgado da condenação só ocorre em 01/03/2014, data em
que ele inicia o cumprimento da pena. O político “X” termina de cumprir a pena em 01/03/2016.
Pela redação da LC, a inelegibilidade deste político irá durar por mais 08 anos, após
cumprir toda a pena, ou seja, como terminou de cumprir a pena em 01/03/2016, somente ter-
minará sua inelegibilidade em 01/03/2024. Este político poderia “descontar” destes 08 anos de
inelegibilidade, o tempo que ficou inelegível antes do trânsito em julgado e antes de cumprir
a pena? Em nosso exemplo, como o político “X” ficou inelegível desde 01/03/2012, poderia ele
descontar o período de 01/03/2012 até 01/03/2016 (quatro anos), ficando apenas mais quatro
anos inelegível após o cumprimento da pena? Em outras palavras, seria possível fazer uma es-
pécie de detração?
Não. Sobre este ponto, entendeu-se, vencido o Relator, que este prazo de inelegibili-
dade e a forma de sua contagem foram uma opção político-normativa do legislador, não sendo
permitido ao STF atuar como legislador positivo e adotar, impropriamente, a detração.
Portanto, no exemplo dado, o político “X” ficaria inelegível por um total de 12 anos.
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das válidas para as eleições de 2014?
Inicialmente, o Plenário afirmou que a Lei nº 12.875/2013 promoveu al-
terações significativas nos arts. 29 e 41-A da Lei nº 9.096/1995, concer-
nentes à divisão dos recursos do Fundo Partidário, além de ter modifica-
do a divisão do horário da propaganda eleitoral.
Ressaltou que o art. 16 da Constituição da República dispõe: “a lei que
alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigên-
cia”.
No ponto, esclareceu que o princípio da anterioridade eleitoral inscrito
nesse dispositivo visa impedir a edição de norma que possa causar de-
sigualdade entre os partidos e os candidatos ou que possa modificar os
procedimentos já iniciados para a realização das eleições.
Destacou ser indubitável que a alteração introduzida pela Lei nº
12.875/2013 altera o direito de os partidos políticos terem acesso ao rá-
dio e à televisão, previsto no § 3º do art. 17 da Constituição da Repúbli-
ca, o que desestabiliza as oportunidades de as agremiações acessarem
os meios de comunicação social para difundir a propaganda eleitoral,
reduzindo o tempo garantido à minoria na legislação original e aumen-
tando o espaço da maioria a partir de regra nova.
Dessa forma, respondeu afirmativamente à primeira pergunta e negati-
vamente ao segundo questionamento.
Consulta conhecida somente em parte.
(Consulta nº 433-44, Brasília/DF, rel. Min. Luciana Lóssio, em 29/05/2014).
Com previsão no art. 14, § 9º, da CF, o princípio da moralidade eleitoral estabelece
que pessoas que não tenham condições morais para exercer cargos públicos, vislumbrada, in-
clusive, a sua vida pregressa, devem ser consideradas inelegíveis, o que fundamentou, em 2010,
a publicação da “Lei da Ficha Limpa” (LC 135/10).
Segundo a CF, portanto, LC pode fixar novas hipóteses de inelegibilidade para prote-
ger os seguintes institutos:
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• probidade administrativa;
• moralidade para o exercício do mandato;
• normalidade e legitimidade das eleições contra abusos do poder econômico ou
político.
E, ainda, que serão declarados inelegíveis os candidatos que tenham cometido cri-
mes eleitorais para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; de abuso de autorida-
de, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício
de função pública; de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; de tráfico de entorpe-
centes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; de redução à condição aná-
loga à de escravo; contra a vida e a dignidade sexual; e praticados por organização criminosa,
quadrilha ou bando.
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Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais
A Lei 9.504/97, em seus arts. 73 a 77, trata da proteção à moralidade quanto às con-
dutas dos agentes públicos que visem a reeleição. Como não precisam se afastar do cargo para
realizar campanha política, podem se aproveitar da máquina pública para beneficiar sua pró-
pria candidatura.
Senão vejamos:
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as se-
guintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre
candidatos nos pleitos eleitorais:
I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coliga-
ção, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou in-
direta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;
II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Le-
gislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e
normas dos órgãos que integram;
III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou
indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de
seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido
político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se
o servidor ou empregado estiver licenciado;
IV- fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido po-
lítico ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter
social custeados ou subvencionados pelo Poder Público;
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa
causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar
ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir
ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses
que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de ple-
no direito, ressalvados:
a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou
dispensa de funções de confiança;
b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público,
dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da
República;
c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até
o início daquele prazo;
d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funciona-
mento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa
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autorização do Chefe do Poder Executivo;
e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de
agentes penitenciários;
VI - nos três meses que antecedem o pleito:
a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e
Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de ple-
no direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação for-
mal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com
cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergên-
cia e de calamidade pública;
b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham con-
corrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, pro-
gramas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, es-
taduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração
indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim
reconhecida pela Justiça Eleitoral;
c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário
eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se
de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo;
VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com pu-
blicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das
respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média
dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o
pleito; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos
servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder
aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabe-
lecido no art. 7º* desta Lei e até a posse dos eleitos.
§1º. Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomea-
ção, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades
da administração pública direta, indireta, ou fundacional.
§ 2º. A vedação do inciso I do caput não se aplica ao uso, em campanha,
de transporte oficial pelo Presidente da República, obedecido o dispos-
to no art. 76, nem ao uso, em campanha, pelos candidatos a reeleição
de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Gover-
nador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, de suas
residências oficiais para realização de contatos, encontros e reuniões
pertinentes à própria campanha, desde que não tenham caráter de ato
público.
§ 3º. As vedações do inciso VI do caput, alíneas b e c, aplicam-se apenas
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aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam
em disputa na eleição.
§ 4º. O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a suspensão
imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujeitará os responsá-
veis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR.
§ 5º. Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no
§ 10, sem prejuízo do disposto no § 4o, o candidato beneficiado, agente
público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma.
§ 6º. As multas de que trata este artigo serão duplicadas a cada reinci-
dência.
§7º.As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de im-
probidade administrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei nº
8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se às disposições daquele diplo-
ma legal, em especial às cominações do art. 12, inciso III.
§ 8º. Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos responsáveis
pelas condutas vedadas e aos partidos, coligações e candidatos que de-
las se beneficiarem.
§ 9º. Na distribuição dos recursos do Fundo Partidário (Lei nº 9.096, de
19 de setembro de 1995) oriundos da aplicação do disposto no § 4º, de-
verão ser excluídos os partidos beneficiados pelos atos que originaram
as multas.
§ 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gra-
tuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública,
exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de
programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no
exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o
acompanhamento de sua execução financeira e administrativa. (Incluí-
do pela Lei nº 11.300, de 2006)
§ 11. Nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não
poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candi-
dato ou por esse mantida. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 12. A representação contra a não observância do disposto neste artigo
observará o rito do art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de
1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei
nº 12.034, de 2009)
§ 13. O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste arti-
go será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no
Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art.
22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência
do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando o res-
ponsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diplo-
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ma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
# Art. 37. (...).
§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou ima-
gens que autorizem promoção pessoal de autoridades ou servidores pú-
blicos.
Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de
inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos pagos com re-
cursos públicos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do disposto neste arti-
go, sem prejuízo da suspensão imediata da conduta, o candidato benefi-
ciado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do
diploma.(Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial
pelo Presidente da República e sua comitiva em campanha eleitoral será
de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja vincu-
lado.
§ 1º. O ressarcimento de que trata este artigo terá por base o tipo de
transporte usado e a respectiva tarifa de mercado cobrada no trecho
correspondente, ressalvado o uso do avião presidencial, cujo ressarci-
mento corresponderá ao aluguel de uma aeronave de propulsão a jato
do tipo táxi aéreo.
§ 2º. No prazo de dez dias úteis da realização do pleito, em primeiro tur-
no, ou segundo, se houver, o órgão competente de controle interno pro-
cederá ex officio à cobrança dos valores devidos nos termos dos pará-
grafos anteriores.
§ 3º. A falta do ressarcimento, no prazo estipulado, implicará a comu-
nicação do fato ao Ministério Público Eleitoral, pelo órgão de controle
interno.
§ 4º. Recebida a denúncia do Ministério Público, a Justiça Eleitoral apre-
ciará o feito no prazo de trinta dias, aplicando aos infratores pena de
multa correspondente ao dobro das despesas, duplicada a cada reitera-
ção de conduta.
Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) me-
ses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas. (Redação
dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo sujeita o in-
frator à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº
12.034, de 2009)
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Princípio da atipicidade eleitoral
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2) SISTEMAS ELEITORAIS
Sistema majoritário
Considera-se eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos apurados, indepen-
dentemente da legenda partidária à qual estiver filiado.
Haverá, nas eleições majoritárias, exceto para o Senado e para a Chefia do Executivo
nas cidades com menos de 200 mil eleitores, dois turnos de votação, salvo se algum dos can-
didatos obtiver a maioria absoluta dos votos no primeiro turno, NÃO se computando os votos
em branco e os nulos.
- Por maioria simples, pelo qual está eleito o candidato mais votado. Adotado para a
eleição de Senador da República, bem como para Prefeito e Vice-Prefeito de cidades com popu-
lação igual ou inferior a 200 mil eleitores.
- Por maioria absoluta, pelo qual está eleito o candidato que obtiver mais da metade
dos votos, não se computando os votos em branco e nulos. Adotado para Presidente da Repú-
blica, Governador de Estado, Governador do DF e Prefeito de cidades com mais de duzentos mil
eleitores, bem como respectivos vices.
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Sistema proporcional
Segundo José Afonso da Silva, por este sistema, “pretende-se que a representação,
em determinado território (circunscrição), se distribua em proporção às correntes ideológicas
ou de interesse integrada nos partidos políticos concorrentes”.
Para se saber se determinado candidato foi ou não eleito, deve-se fazer um cálculo
aritmético: descobrir os números referentes ao quociente eleitoral, partidário e à distribuição
das sobras.
Mas, mesmo nas eleições pelo sistema proporcional, pode ocorrer a eleição por
maioria de votos. É o que prevê o seguinte dispositivo do Código Eleitoral:
É calculado a partir da divisão entre o número de votos válidos (todos os votos dados
aos partidos e aos candidatos, excluídos desse cômputo, os votos em branco e nulos) e o nú-
mero de lugares a preencher no parlamento, desprezando-se a fração igual ou inferior a meio e
elevando-se para um a fração superior a meio.
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Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido
ou coligação que tenham obtido votos em número igual ou superior a
10% (dez por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo
quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um
tenha recebido. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão da exigência de
votação nominal mínima a que se refere o caput serão distribuídos de
acordo com as regras do art. 109. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
Distribuição das sobras - técnica aplicada no caso de, após o cálculo do quociente
partidário, houver vaga a ser preenchida. Está prevista no Código Eleitoral:
III - quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos que
atendam às duas exigências do inciso I, as cadeiras serão distribuídas
aos partidos que apresentem as maiores médias. (Redação
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
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§ 1o O preenchimento dos lugares com que cada partido ou coligação
for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida por seus
candidatos. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
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3) FASES DO PROCESSO ELEITORAL
3.1. Alistamento
“Alistamento eleitoral é o ato pelo qual o indivíduo se habilita, perante a Justiça Elei-
toral, como eleitor e sujeito de direitos políticos, conquistando a capacidade eleitoral ativa (di-
reito de votar)” – Armando Antônio Sobreira Neto.
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- improbidade administrativa (Art. 15, V, CF).
Nos termos do parágrafo único do Art. 42, do CE, para o efeito da inscrição, é domicí-
lio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistado mais de
uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
IMPORTANTE:
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De acordo com o art. 91 da Lei nº 9.504/97 nenhum requerimento de inscrição elei-
toral ou de transferência será admitido no período de 150 (cento e cinquenta) dias anteriores à
data da eleição.
Se o brasileiro nato não se alistar eleitor até os 19 anos de idade, incorrerá em multa
a ser arbitrada pelo Juiz Eleitoral e cobrada no ato de inscrição. Não se aplicará a pena de multa
ao não alistando que requerer sua inscrição eleitoral até o 151º (centésimo quinquagésimo pri-
meiro) dia anterior à eleição subsequente à data em que completar os 19 anos – Resolução nº
21.538/03, art. 15, parágrafo único.
À mesma penalidade estará sujeito o brasileiro naturalizado que não se alistar eleitor
até 1 (um) ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira.
Com efeito, segundo o Art. 91, da Lei 9.504/97, nenhum requerimento de inscrição
eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos cento e cinqüenta dias anteriores à data
da eleição.
Ainda, o pedido de segunda via do título de eleitor pode ser feito em ano eleitoral até
dez dias antes da eleição, porém, mesmo sem o título, o eleitor poderá votar regularmente ao
apresentar outro documento que o identifique perante a mesa receptora de votos.
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Se o pedido de segunda via for baseado na inutilização ou dilaceração, deve ser ins-
truído com a primeira via do título. No caso de perda ou extravio, o juiz, após receber o requeri-
mento, fará publicar, pelo prazo de 5 dias, a notícia da perda ou do extravio, deferindo o pedido,
findo este prazo, se não houver impugnação.
c) pluralidade de inscrições;
d) falecimento do eleitor;
O óbito de cidadãos alistáveis deve ser comunicado à Justiça Eleitoral, pelos oficiais
de registro civil, até o dia 15 (quinze) de cada mês consecutivo ao do falecimento, sob as penas
do art. 293 do CE (art. 71, §3º).
Revisão do eleitorado
Em regra, não haverá revisão em ano eleitoral, salvo nos casos excepcionais, devida-
mente autorizados pelo TSE.
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Art. 92. O Tribunal Superior Eleitoral, ao conduzir o processamento dos
títulos eleitorais, determinará de ofício a revisão ou correição das Zonas
Eleitorais sempre que:
I – o total de transferências de eleitores ocorridas no ano em curso seja
dez por cento superior ao do ano anterior;
II – o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze
anos, somada à de idade superior a setenta anos do território daquele
Município;
III – o eleitorado for superior a sessenta e cinco por cento da população
projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE).
Res.-TSE nº 21.538/2003, art. 58, § 2º: Não será realizada revisão de eleitorado em ano
eleitoral, salvo em situações excepcionais, quando autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Fiscalização do alistamento
Mesas receptoras
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Dispõe o art. 63, da Lei das Eleições que qualquer partido pode reclamar ao Juiz Elei-
toral, no prazo de cinco dias, da nomeação da Mesa Receptora, devendo a decisão ser proferida
em 48 horas.
Haverá uma Mesa Receptora para cada Seção Eleitoral, salvo no caso de agregação
(CE, arts. 117 e 119), visando à racionalização dos trabalhos eleitorais, desde que não importe
qualquer prejuízo à votação (Resolução TSE nº 23218/10, art. 8º, parágrafo único).
NÃO poderão compor a Mesa eleitoral (CE, art. 120), seja como presidente ou mesá-
rio:
- os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusi-
ve, e bem assim o cônjuge;
- os membros de Diretórios de partidos desde que exerçam função executiva;
- as autoridades e agentes policiais, bem como funcionários no desempenho de car-
gos de confiança do Executivo;
- os que pertencerem ao serviço eleitoral.
*As pessoas pertencentes ao serviço eleitoral poderão ser nomeadas para atuar em
Mesas que sejam exclusivamente receptoras de justificativas (Resolução TSE nº 23218/10, art.
10, § 3º).
- menores de 18 anos
- parentes em qualquer grau ou servidores da mesma repartição pública ou empresa
privada na mesma mesa, turma ou junta eleitoral.
* Não se incluem nessa proibição os servidores de dependências diversas do mes-
mo Ministério, Secretaria de Estado, Secretaria de Município, autarquia ou fundação pública de
qualquer ente federativo; de sociedade de economia mista ou empresa pública, e os serventuá-
rios de cartórios judiciais e extrajudiciais diferentes (Resolução TSE nº 23.218/10, art. 10, § 5º).
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Prevê o Código Eleitoral (Art. 124) que o membro da Mesa Receptora que não compa-
recer no local, em dia e hora determinados para a realização da eleição, sem justa causa apre-
sentada ao Juiz Eleitoral até 30 (trinta) dias após, incorrerá em multa de 50% (cinqüenta por
cento) a 1 (um) salário mínimo vigente na Zona Eleitoral.
IMPORTANTE
3.3. Votação
- Lugares de votação (CE, art. 135): locais onde funcionam as mesas receptoras. São
indicados pelos Juízes Eleitorais 60 dias antes das eleições. Há publicação na imprensa oficial,
nas capitais, e mediante editais afixados no local de costume, nas demais Zonas Eleitorais.
Deve-se dar prioridade aos edifícios públicos, mas nada impede o uso de proprie-
dades particulares se faltarem aqueles em número e condições adequadas. As propriedades
particulares são obrigatórias e gratuitamente cedidas para esse fim.
Nos termos do art. 136 do Código Eleitoral, deverão ser instaladas Seções nas vilas
e povoados, assim como nos estabelecimentos de internação coletiva, inclusive para cegos, e
nos leprosários onde haja, pelo menos, 50 (cinquenta) eleitores.
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- Mesas receptoras – Lei 9.504/97:
O que é zerésima?
Antes de se permitir que o primeiro eleitor venha a votar, o Presidente da Mesa Re-
ceptora deverá providenciar a emissão da zerésima, isto é, um documento emitido pela urna
eletrônica, comprobatório de que não consta nenhum voto nela inserido até aquele momento.
- Preferência na votação (Art. 143, § 2º, CE): observada a prioridade assegurada aos
candidatos, têm preferência para votar o Juiz Eleitoral da Zona, seus auxiliares de serviço, os
eleitores de idade avançada, os enfermos e as mulheres grávidas.
- Justificativa de não comparecimento à eleição: o eleitor que estiver fora do seu do-
micílio no dia da eleição poderá comparecer a qualquer seção eleitoral mais próxima de onde
estiver, ou naquela indicada pela Justiça Eleitoral, e justificar a ausênciado pleito. Não compa-
recendo à seção de justificação, poderá, ainda, justificar a sua ausência, no prazo de 60 (sessen-
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ta) dias da eleição, por meio de requerimento dirigido ao Juiz Eleitoral. Se o eleitor estiver no
dia da eleição no exterior, terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar do seu retorno ao Brasil, para
justificar a falta.
Art. 62. Nas Seções em que for adotada a urna eletrônica, somente pode-
rão votar eleitores cujos nomes estiverem nas respectivas folhas de vota-
ção, não se aplicando a ressalva a que se refere o art. 148, § 1º, da Lei nº
4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.
» Boletins de urna (BU): são emitidos em cada seção eleitoral, devendo ser impressos
em 05 vias obrigatórias e em até 15 vias adicionais. A não expedição do BU imediatamente após
a votação, exceto nos casos de defeito da própria urna eletrônica, constitui o crime inserto no §
2º do art. 68 da Lei 9.504/97.
ATENÇÃO:
O art. 5º da Lei nº 12.034 previu que, a partir das eleições de 2014, além do voto ele-
trônico, a urna deveria também imprimir um voto em papel para ser conferido pelo eleitor e
depositado em local previamente lacrado.
Já no ano de 2018, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou sua juris-
prudência, decidindo, por oito votos a dois, derrubar o voto impresso nas eleições de 2018, para
eventual conferência dos resultados da disputa. A maioria concordou com ação da Procurado-
ria-Geral da República, que apontou que a medida coloca em risco o sigilo do voto.
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Teoria da “própria conta e risco” e “teoria dos votos engavetados”
Lei 9.504/97:
Art. 16-A.O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar to-
dos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário
eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna
eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos
votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por
instância superior.
Parágrafo único. O cômputo, para o respectivo partido ou coligação, dos
votos atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub judice no dia da
eleição fica condicionado ao deferimento do registro do candidato.
Como se vê, a participação do candidato sub judice nos atos relacionados à campa-
nha eleitoral, dá-se por sua “conta e risco”. Isso porque, a validade dos votos atribuídos a esse
candidato ficará condicionada ao deferimento do seu pedido de registro perante a Justiça Elei-
toral. No momento da apuração, a computação dos votos a ele atribuídos deve ser realizada
em separado (os votos ficarão “engavetados”, daí o nome da teoria) e não são contabilizados
para qualquer fim até que a Justiça Eleitoral julgue o respectivo pedido de registro. Vindo a ser
deferido, mesmo que posteriormente à data da eleição, os votos dados devem ser “desengave-
tados” e contabilizados normalmente ao candidato até então sub judice, inclusive, se for o caso,
realizando-se um novo cálculo dos quocientes eleitoral e partidário. Por outro lado, vindo a ser
indeferido o pedido de registro, os votos serão definitivamente descartados.
As teorias “da propria conta e risco” e dos “votos engavetados” não se aplicam, con-
tudo, por ausência de previsão legal, quando da interposição de AIME ou RCD, mas apenas
quando do ajuizamento da AIRC.
Ainda a esse respeito: Informativo TSE nº 33/2011 – Não contagem de votos de candi-
datos com registro indeferido.
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so contra Expedição de Diploma nº 1623/RR, Rel. Min. Arnaldo Versiani,
DJE de 3.11.2011).
- Nas eleições municipais, a apuração compete às Juntas Eleitorais; nas eleições ge-
rais (Governador, Senador e Deputados), aos Tribunais Regionais Eleitorais; e, nas eleições pre-
sidenciais, ao Tribunal Superior Eleitoral.
- Após a apuração e totalização dos votos, cabe à Justiça proclamar o resultado ofi-
cial das eleições.
3.5. Diplomação
É o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta quem são, efetivamente, os eleitos e os
respectivos suplentes com a entrega do diploma devidamente assinado. Com a diplomação os
eleitos se habilitam a exercer o mandato que postularam, mesmo que haja recurso pendente
de julgamento.
- Competência:
Nos Municípios com várias juntas eleitorais a competência será daquela que for pre-
sidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo.
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4) DIREITOS POLÍTICOS
Definição
VUNESP/ TJRJ/ 2014 - A capacidade eleitoral ativa consiste nos direitos políticos do
cidadão de votar e ser votado.
Os direitos políticos passivos ou capacidade eleitoral passiva, por sua vez, estão rela-
cionados com a elegibilidade da pessoa ou o direito de ser votada.
Fundamento
Art. 1º(...).
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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Com efeito, a democracia semidireta ou participativa, é caracterizada pela combina-
ção da representação popular definida nas eleições com a existência de meios de participação
direta do povo no exercício do poder soberano do Estado. A esses meios chamamos de “institu-
tos da democracia participativa”, destacando-se o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular
de lei, previstos constitucionalmente e regulamentados pela Lei nº 9.709/98.
a) Sufrágio: direito público subjetivo de natureza política de votar e ser votado. Este
sufrágio pode ser:
1) Art. 81, §1º: eleições indiretas (feitas pelo CN) para Presidente da República quan-
do houver vacância nos cargos de Presidente e Vice, no segundo período do mandato.
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§ 3º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do regis-
tro, a cassação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito
em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realização
de novas eleições, independentemente do número de votos anulados.
§ 4o A eleição a que se refere o § 3o correrá a expensas da Justiça Elei-
toral e será:
I - indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do final
do mandato;
II - direta, nos demais casos.
Quanto ao § 3º, a PGR aduziu que a exigência de trânsito em julgado para a realiza-
ção de novas eleições seria uma espera “exagerada e desproporcional, em face da gravidade
das condutas que autorizam cassação de diploma e de mandato”. Para a PGR se o TSE já tiver
julgado todos os recursos sobre o tema (pendente apenas RESE), deve-se realizar, de imediato,
novas eleições. Isso porque o recurso extraordinário não possui efeito suspensivo.
Quanto ao § 4º do art. 224 do Código Eleitoral a PGR alegou violação ao Art. 81, caput
e § 1º da CF/88:
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Em relação aos prazos de sucessão, o STF decidiu que o disposto no §4º, do Art. 224,
CE, deveria receber uma interpretação conforme a Constituição, de modo a afastar do seu âm-
bito de incidência as situações de vacância nos cargos de Presidente e Vice, bem como no de
Senador, situações essas reguladas pela própria CF\88.
No caso de Senador, também há uma previsão expressa no art. 56, § 2º da CF/88: Art.
56 (...) § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se falta-
rem mais de quinze meses para o término do mandato.
É possível harmonizar as disposições do Art. 224, §4º, do Código Eleitoral com o Art.
102, I e II, da Constituição do Estado da Bahia?
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Dois projetos de lei de iniciativa popular foram aprovados em matéria eleitoral: Lei
da Ficha Limpa e Lei 9840/99 (lei que alterou o art. 41 da lei 9504/97, transformando em crime a
compra de votos mediante promessas eleitorais).
Democracia representativa
Para que o indivíduo possa ser eleito, é preciso, antes, que preencha determinados
requisitos (condições de elegibilidade) e não incorra em nenhuma das hipóteses de inelegibili-
dade previstas em lei, além de ter que atender às condições de registrabilidade.
Existe uma diferença teórica, sustentada pela jurisprudência do TSE e do STF, entre
as condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade, residente no fato de que é admi-
tida a disciplina infraconstitucional das condições de elegibilidade por lei ordinária, enquanto
que as causas de inelegibilidade, no plano infraconstitucional, só podem ser criadas e discipli-
nadas por lei complementar.
I. Nacionalidade brasileira
» excluem-se os estrangeiros;
» o art. 12, §3º, discorre sobre cargos privativos de brasileiros natos, quais sejam: Pre-
sidente e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do
Senado Federal, Ministro do STF, membros da carreira diplomática, oficial das Forças Armadas
e Ministro de Estado da Defesa.
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IV. Domicílio eleitoral na circunscrição
» candidato a cargo municipal: deve ter domicílio no município; candidato a cargo
estadual: deve ter domicílio no Estado; e candidato à Presidência da República: deve ter domi-
cílio no país.
» o domicílio deve estar fixado pelo menos seis meses antes das eleições (art. 9º, lei
9504/97). Já para o simples eleitor, ou seja, aquele que pretende apenas votar em determinada
eleição, deverá providenciar a inscrição ou transferência eleitoral na respectiva circunscrição
até 151 dias antes do pleito.
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V. Filiação partidária
O candidato deve estar filiado a algum partido político pelo menos 06 (seis) meses
antes da data da eleição (Art. 9ª, da Lei 9504/97, com redação dada pela Lei 13.165/2015), mas
é facultado aos partidos políticos estabelecer em seus estatutos prazo maior para que seus can-
didatos possam participar da convenção para escolha de candidatos.
ATENÇÃO: antes da Lei nº 12.891/13, configurada dupla filiação, ambas eram consi-
deradas nulas para todos os efeitos. Conduzia, pois, à inelegibilidade. Contudo, o art. 22 da Lei
nº. 9.096/95 foi alterado, de forma que havendo coexistência de filiações partidárias, prevale-
cerá a mais recente.
Lei nº 12.891/13.
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VI. Idade mínima
» 35 anos: Presidente e Senador;
» 30 anos: Governador;
» 21 anos: Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito e Juiz de Paz;
» 18 anos: Vereador.
Nos termos do § 2º do art. 11 da Lei nº 9.504/97 (com a redação dada pela Lei nº
13.165/2015), a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilida-
de é verificada tendo como referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos,
hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.
b) Hipóteses de inelegibilidade
Inelegibilidades constitucionais
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São inelegíveis:
- (§ 4º) os inalistáveis (art. 14, §2º) e os analfabetos. Inalistáveis são os estrangeiros e
os conscritos.
- (§ 5º) os chefes do Poder Executivo reeleitos, e aqueles que os tenham substituído
ou sucedido no curso do mandato:
Outras autoridades também precisam se afastar dos cargos públicos que ocupam
nos prazos estabelecidos na LC nº 64/90, os quais são fixados em 03, 04 ou 06 meses.
Podemos citar:
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Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a desincompatibilização;
- os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em exercício na Comarca,
nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais.
- inelegibilidade reflexa, decorrente de laços de consanguinidade ou afinidade com
os Chefes do Poder Exceutivo:
Ex: em 1998, Garotinho foi eleito Governador do RJ. No final do seu 1º mandato (em
2002), ele renunciou ao cargo para se desincompatibilizar e concorrer à Presidência da Repúbli-
ca. Sua esposa, Rosinha, candidatou-se ao cargo de Governadora na eleição de 2002, tendo sido
eleita. O TSE considerou que Rosinha poderia concorrer e assumir o cargo porque seu marido
havia renunciado e ainda estava no 1º mandato. A lógica utilizada pelo TSE foi a seguinte: ora, se
o próprio Garotinho poderia concorrer novamente ao cargo de Governador, não haveria sentido
em negar à sua esposa o direito de disputar a eleição, como se estivesse exercendo o 2º man-
dato consecutivo. Logo, em 2006 não poderia ela concorrer novamente ao Governo do Estado.
ATENÇÃO:
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“como se sabe, o principal escopo visado pelo constituinte com a regra
do art. 14, § 7º da CF foi o de impedir o continuísmo de parentes do Chefe
do Executivo no poder, com a constituição de clãs familiares, resquício
do patrimonialismo, do patriarcalismo, do clientelismo, do coronelismo
e do mandonismo, práticas de extração autoritária e antidemocrática,
que historicamente imperaram no País, em especial em seus rincões
mais afastados”.
Diversa, no entanto, é a solução dada pelo STF no caso de morte. Senão vejamos:
A Súmula Vinculante 18 do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conju-
gal pela morte de um dos cônjuges.
STF. Plenário. RE 758461/PB, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 22/5/2014 (reper-
cussão geral).
- os militares alistáveis são elegíveis, desde que obedecidos alguns requisitos:
-se tiver menos de 10 anos de serviço, deverá se afastar da atividade;
-se tiver mais de 10 anos de serviço, será agregado por uma autoridade superior e, se
eleito, passa para a inatividade.
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Inelegibilidades infraconstitucionais
Devem ser arguidas no período do registro, sob pena de preclusão, salvo se superve-
nientes. Estão agrupadas em sete níveis, a saber:
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Inelegibilidades absolutas
Por assim se apresentar, esta espécie de inelegibilidade só pode ser estabelecida pela
Constituição Federal. Para os absolutamente inelegíveis não há previsão de cessação do impe-
dimento: enquanto presente a situação geradora do impedimento, não estará apto ao exercício
do mandato eletivo.
Inelegibilidades relativas
Por outro lado, tratando-se de limitação para o exercício de cargo específico, tere-
mos inelegibilidade relativa, restrita, parcial ou especial. Nas precisas palavras de José Afonso,
“constituem restrições à elegibilidade para determinados mandatos em razão de situações es-
peciais em que, no momento da eleição, se encontre o cidadão.”
Baseado nas lições de José Afonso da Silva, podemos afirmar que há uma terceira
subdivisão da inelegibilidade relativa, qual seja, a por motivo de domicílio. Isto porque, como
“o domicílio eleitoral na circunscrição é uma das condições de elegibilidade”, conclui-se que “é
inelegível para mandato ou cargo eletivo em circunscrição em que não seja domiciliado pelo
tempo exigido em lei”.
ATENÇÃO:
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Art. 1º. São inelegíveis:
I – para qualquer cargo:
(...).
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções
públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato do-
loso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão
competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder
Judiciário, para as eleições que se realizarem nos oito anos seguintes,
contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso
II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa,
sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;
Como regra, não poderá haver a cassação dos direitos políticos, mas somente a per-
da ou suspensão nas situações a seguir abordadas. Perda é a privação definitiva dos direitos
políticos, enquanto suspensão é a privação temporária de tais direitos.
A doutrina não é uníssona quanto à classificação das hipóteses elencadas pela CF, no
art. 15, como perda ou suspensão.
Considerações importantes:
- A suspensão automática dos direitos políticos em virtude de condenação transitada
em julgado em processo de improbidade administrativa é possível, desde que haja, nesse senti-
do, manifestação explícita e motivada do juízo acerca de tal suspensão de direitos.
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- A suspensão dos direitos políticos ocorre como efeito da condenação criminal tran-
sitada em julgado de qualquer espécie, mesmo quando o crime for culposo e a pena for de
multa.
- Segundo a Lei Geral dos Partidos Políticos, o cancelamento imediato da filiação par-
tidária verifica-se somente no caso de perda dos direitos políticos. Restrições de direitos não
admitem interpretação extensiva.
Ainda:
- O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, reafirmou que a con-
versão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos não afasta a suspensão dos
direitos políticos decorrente da condenação criminal transitada em julgado, prevista no art.
15, inciso III, da Constituição da República.
Asseverou ainda que a simples propositura de revisão criminal não cessa os efeitos
dessa condenação, o que somente ocorre quando há concessão de liminar ou acolhimento
do pedido da ação revisional.
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- No que se refere à hipótese de sursis (suspensão condicional da pena) também en-
tende o TSE que, por continuar a existir condenação com trânsito em julgado, mantém-se a
suspensão dos direitos políticos do condenado (Ac. 466, de 31.10.06, do TSE, DJ de 27.11.06).
- Já na hipótese de suspensão condicional do processo, como ainda não houve con-
denação criminal transitada em julgado, o réu preserva seus direitos políticos. O mesmo ocorre
na hipótese de transação penal imposta nos termos do art. 76 da Lei 9.099/95, uma vez que não
há, neste caso, sentença penal condenatória.
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5) PARTIDOS POLÍTICOS
Criação
A seu turno, o art. 7º da Lei nº 9.096/95 prevê os requisitos necessários para a criação
de um novo partido, entre os quais destaca-se o chamado de “apoiamento mínimo de eleito-
res”, que consiste em uma declaração de apoio à nova agremiação.
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Natureza jurídica
Após adquirirem personalidade jurídica nos termos da lei civil, registrarão seus esta-
tutos perante o Tribunal Superior Eleitoral (art. 17, § 2º, CF). Segundo o STF, a natureza deste
registro perante o TSE é de ato meramente administrativo, destinado a verificar a obediência ou
não aos requisitos constitucionais e legais.
Dois são os requisitos para que uma agremiação partidária venha a participar de
uma eleição:
a) que tenha o estatuto registrado junto ao TSE há pelo menos seis meses antes das
eleições;
b) que haja constituído órgão de direção nacional nas eleições presidenciais (perante
o TSE), órgão de direção estadual (perante o TRE) ou órgão de direção municipal (perante o juiz
eleitoral) até a data da convenção para a escolha de candidatos.
Art. 4º Poderá participar das eleições o partido que, até seis meses antes
do pleito, tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral,
conforme o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de
direção constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatu-
to (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
Autonomia
Segundo a CF (Art. 17, caput e § 1º), os partidos políticos detém autonomia para:
Sobre as coligações, deve-se destacar que a EC 97/2017 vedou a celebração nas elei-
ções proporcionais. Porém, os efeitos desta emenda foram adiados para as eleições de 2020, de
forma que, no pleito de 2018, ainda serão permitidas coligações para as eleições proporcionais.
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Atenção: até a EC 52/06, a decisão tomada pela cúpula nacional do partido, com rela-
ção às coligações, vinculava a agremiação em nível estadual e municipal. A EC citada extinguiu
a verticalização das coligações, conferindo autonomia ao partido nas três esferas.
Sobre este tema, destaco os comentários elaborados pelo professor Marcio, autor do
blog Dizer o Direito:
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Cláusula de barreira imposta pela EC 97/2017:
A EC 97/2017 criou uma cláusula de barreira (ou de desempenho) pre-
vendo que os partidos somente terão acesso aos recursos do Fundo Par-
tidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão se
atingirem um patamar mínimo de candidatos eleitos.
Ex: João é eleito Deputado Federal pelo PNCO (Partido Nanico). Ocorre
que o PNCO não elegeu 15 Deputados Federais. Logo, João poderá mu-
dar para o PMDB, por exemplo, não levando consigo essa filiação para
fins de aumentar os recursos do fundo partidário e do tempo de rádio e
TV para o partido de destino.
Regra de transição
Vale ressaltar que essa restrição do novo § 3º do art. 17 somente vai pro-
duzir todos os seus efeitos a partir das eleições de 2030.
Enquanto isso, a Emenda previu uma regra de transição de forma que, a
cada eleição, os requisitos vão se tornando mais rigorosos até que atinja
os critérios do § 3º do art. 17 em 2030.
Veja:
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Na legislatura seguinte às eleições de 2018:
Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita
no rádio e na televisão os partidos políticos que:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo,
1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo me-
nos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um
por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em
pelo menos um terço das unidades da Federação;
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Recursos do fundo partidário
O fundo partidário consiste no valor repassado aos partidos políticos para custear a
sua manutenção. Decorre do orçamento da União e também de multas, penalidades, doações
e outros recursos financeiros que lhes forem atribuídos por lei.
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a) identificação do doador; (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realiza-
da. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 4º (Revogado pela Lei nº 9.504, de 1997)
§ 5o Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir
pelas diversas eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas
físicas e jurídicas, observando-se o disposto no § 1º do art. 23, no art.
24 e no § 1o do art. 81 da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997*, e os
critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas
estatutárias.
* Este dispositivo foi revogado pela Lei nº 13.165/2015.
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I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósi-
tos; (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006)
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f) não incidência em quaisquer das hipóteses listadas no art. 24 desta
Lei; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
g) observância do calendário eleitoral, especialmente no que diz respei-
to ao início do período de arrecadação financeira, nos termos dispostos
no § 2o do art. 22-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
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dades de doações previstas nos incisos III e IV do § 4o deste artigo todas
as instituições que atendam, nos termos da lei e da regulamentação ex-
pedida pelo Banco Central, aos critérios para operar arranjos de paga-
mento. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior.
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vas cujos cooperados não sejam concessionários ou permissionários de
serviços públicos, desde que não estejam sendo beneficiadas com re-
cursos públicos, observado o disposto no art. 81. (Redação dada pela
Lei nº 13.165, de 2015)
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§ 3o A Secretaria da Receita Federal do Brasil fará o cruzamento dos
valores doados com os rendimentos da pessoa física e, apurando indí-
cio de excesso, comunicará o fato, até 30 de julho do ano seguinte ao
da apuração, ao Ministério Público Eleitoral, que poderá, até o final do
exercício financeiro, apresentar representação com vistas à aplicação
da penalidade prevista no art. 23 e de outras sanções que julgar cabí-
veis. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
Para o STF, as doações feitas por pessoas jurídicas para campanhas eleitorais não são
compatíveis com o regime democrático e com a cidadania.
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O êxito das eleições, atualmente, depende mais dos recursos despendidos nas cam-
panhas do que das plataformas e ideias políticas. Essa realidade é muito nociva porque faz com
que grande parte da população seja desestimulada a disputar os pleitos eleitorais já que não
teria condições econômicas de obter sucesso.
- Mesmo sem as doações de pessoas jurídicas, será possível a realização das campa-
nhas
Vale ressaltar que o fim das doações feitas por pessoas jurídicas não prejudicará a
sobrevivência dos partidos políticos nem impedirá que os candidatos façam suas campanhas.
Isso porque todos os partidos políticos têm acesso ao fundo partidário e à propaganda eleitoral
gratuita nos veículos de comunicação, podendo assim promover suas ideais e propostas.
Entendeu-se que isso seria insuficiente para resolver o atual cenário, no qual o poder
político mostra-se atraído pelo poder econômico.
É verdade. Isso é possível. No entanto, tal realidade não pode servir como argumen-
to para evitar que o STF declare inconstitucionais as leis que autorizam a doação por pessoas
jurídicas. A possibilidade de que as empresas continuem a investir elevadas quantias — não
contabilizadas (caixa dois) — nas campanhas eleitorais, não constitui empecilho para que o STF
declare a inconstitucionalidade do atual modelo.
- Violação à isonomia
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PROVA OBJ ET IVA
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Destarte, o STF declarou inconstitucionais:
• o art. 23, §1º, I e II; o art. 24; e o art. 81, “caput” e § 1º, da Lei nº 9.504/97 (Lei das
Eleições), que tratam de doações realizadas por pessoas físicas e jurídicas, exclusivamente em
relação a estas;
• o art. 31; o art. 38, III; o art. 39, “caput” e § 5º, da Lei nº 9.096/95 (Lei Orgânica dos
Partidos Políticos), que regulam a forma e os limites em que serão efetivadas as doações aos
partidos políticos, também exclusivamente no que diz respeito às doações feitas por pessoas
jurídicas.
O STF cogitou modular os efeitos da decisão, fazendo com que ela somente produzis-
se efeitos daqui a alguns anos. No entanto, não foi atingido o número mínimo de votos neces-
sários para tanto (segundo o art. 27 da Lei nº 9.868/99, exige-se o voto de 2/3 dos membros do
STF - 8 Ministros - para que haja a modulação dos efeitos).
Doações Ocultas
Após a decisão do STF, ocorreu alteração da lei n 9.504/1997, pela Lei nº 13.165/2015,
que autorizou apenas doações de pessoas físicas para as campanhas eleitorais.
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Como se vê, a distribuição do fundo partidário é regulada pelo art. 41-A da Lei nº
9.096/95. Referido dispositivo prevê quanto maior o número de Deputados Federais eleitos
pelo partido, maior será o valor recebido.
Se houver fusão ou incorporação de partidos políticos, a soma dos votos dos par-
tidos fundidos ou incorporados NÃO será mais considerada para fins de repasse do fundo
partidário.
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tes e lanchonetes. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária de qualquer
nível devem ser discriminadas as despesas realizadas com recursos do
Fundo Partidário, de modo a permitir o controle da Justiça Eleitoral so-
bre o cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste artigo.
§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a apli-
cação de recursos oriundos do Fundo Partidário.
§ 3o Os recursos de que trata este artigo não estão sujeitos ao regime
da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos au-
tonomia para contratar e realizar despesas.
§ 4o Não se incluem no cômputo do percentual previsto no inciso I deste
artigo encargos e tributos de qualquer natureza.
§ 5o O partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput de-
verá transferir o saldo para conta específica, sendo vedada sua aplica-
ção para finalidade diversa, de modo que o saldo remanescente deverá
ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequente, sob pena de
acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor
previsto no inciso V do caput, a ser aplicado na mesma finalidade. (Re-
dação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 5o-A. A critério das agremiações partidárias, os recursos a que se re-
fere o inciso V poderão ser acumulados em diferentes exercícios finan-
ceiros, mantidos em contas bancárias específicas, para utilização futura
em campanhas eleitorais de candidatas do partido. (Incluído pela Lei nº
13.165, de 2015)
§ 6o No exercício financeiro em que a fundação ou instituto de pesquisa
não despender a totalidade dos recursos que lhe forem assinalados, a
eventual sobra poderá ser revertida para outras atividades partidárias,
conforme previstas no caput deste artigo.
§ 7o A critério da secretaria da mulher ou, inexistindo a secretaria, a cri-
tério da fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, os
recursos a que se refere o inciso V do caput poderão ser acumulados em
diferentes exercícios financeiros, mantidos em contas bancárias especí-
ficas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do
partido, não se aplicando, neste caso, o disposto no § 5o. (Incluído pela
Lei nº 13.165, de 2015)
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§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gra-
tuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97,
de 2017)
Propaganda partidária
Tinha como objetivos a difusão de ideias e a conquista de novos filiados pelos parti-
dos políticos, não tendo conotação eleitoral propriamente dita. A Lei Eleitoral n. 13487/2017 ex-
tinguiu com a propaganda partidária no rádio e na televisão ao revogar, no art. 5o de seu texto,
os dispositivos da Lei n. 9.504/97 que tratavam sobre o tema.
Propaganda intrapartidária
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Propaganda eleitoral
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MP-SP
c) das sete horas às sete horas e sete minutos e das doze horas às doze
horas e sete minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Sena-
do Federal se der por dois terços; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de
2015)
d) das treze horas às treze horas e sete minutos e das vinte horas e trinta
minutos às vinte horas e trinta e sete minutos, na televisão, nos anos
em que a renovação do Senado Federal se der por dois terços; (Redação
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
IV - nas eleições para Deputado Estadual e Deputado Distrital, às segun-
das, quartas e sextas-feiras:
a) das sete horas e cinco minutos às sete horas e quinze minutos e das
doze horas e cinco minutos às doze horas e quinze minutos, no rádio, nos
anos em que a renovação do Senado Federal se der por um terço;(Reda-
ção dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
b) das treze horas e cinco minutos às treze horas e quinze minutos e das
vinte horas e trinta e cinco minutos às vinte horas e quarenta e cinco mi-
nutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se
der por um terço; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
c) das sete horas e sete minutos às sete horas e dezesseis minutos e das
doze horas e sete minutos às doze horas e dezesseis minutos, no rádio,
nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por dois ter-
ços;(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
d) das treze horas e sete minutos às treze horas e dezesseis minutos e
das vinte horas e trinta e sete minutos às vinte horas e quarenta e seis
minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal
se der por dois terços; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
V - na eleição para Governador de Estado e do Distrito Federal, às segun-
das, quartas e sextas-feiras: (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
a) das sete horas e quinze minutos às sete horas e vinte e cinco minutos
e das doze horas e quinze minutos às doze horas e vinte e cinco minutos,
no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por um
terço; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
b) das treze horas e quinze minutos às treze horas e vinte e cinco minutos
e das vinte horas e quarenta e cinco minutos às vinte horas e cinquenta
e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado
Federal se der por um terço; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
c) das sete horas e dezesseis minutos às sete horas e vinte e cinco minu-
tos e das doze horas e dezesseis minutos às doze horas e vinte e cinco
minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Federal se
der por dois terços; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
d) das treze horas e dezesseis minutos às treze horas e vinte e cinco mi-
nutos e das vinte horas e quarenta e seis minutos às vinte horas e cin-
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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quenta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do
Senado Federal se der por dois terços; (Redação dada pela Lei nº 13.165,
de 2015)
VI - nas eleições para Prefeito, de segunda a sábado: (Redação dada pela
Lei nº 13.165, de 2015)
a) das sete horas às sete horas e dez minutos e das doze horas às doze ho-
ras e dez minutos, no rádio; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
b) das treze horas às treze horas e dez minutos e das vinte horas e trinta
minutos às vinte horas e quarenta minutos, na televisão; (Redação dada
pela Lei nº 13.165, de 2015)
VII - ainda nas eleições para Prefeito, e também nas de Vereador, me-
diante inserções de trinta e sessenta segundos, no rádio e na televisão,
totalizando setenta minutos diários, de segunda-feira a domingo, dis-
tribuídas ao longo da programação veiculada entre as cinco e as vinte
e quatro horas, na proporção de 60% (sessenta por cento) para Prefeito
e 40% (quarenta por cento) para Vereador. (Redação dada pela Lei nº
13.165, de 2015)
§ 1o-A Somente serão exibidas as inserções de televisão a que se refere
o inciso VII do § 1o nos Municípios em que houver estação geradora de
serviços de radiodifusão de sons e imagens. (Incluído pela Lei nº 13.165,
de 2015)
§ 2o Os horários reservados à propaganda de cada eleição, nos termos
do § 1o, serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que te-
nham candidato, observados os seguintes critérios: (Redação dada pela
Lei nº 12.875, de 2013) (Vide ADI-5105)
I - 90% (noventa por cento) distribuídos proporcionalmente ao número
de representantes na Câmara dos Deputados, considerados, no caso de
coligação para eleições majoritárias, o resultado da soma do número de
representantes dos seis maiores partidos que a integrem e, nos casos de
coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do número
de representantes de todos os partidos que a integrem; (Redação dada
pela Lei nº 13.165, de 2015)
II - 10% (dez por cento) distribuídos igualitariamente. (Redação dada
pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 3o Para efeito do disposto neste artigo, a representação de cada par-
tido na Câmara dos Deputados é a resultante da eleição. (Redação dada
pela Lei nº 11.300, de 2006)
§ 4º O número de representantes de partido que tenha resultado de fu-
são ou a que se tenha incorporado outro corresponderá à soma dos re-
presentantes que os partidos de origem possuíam na data mencionada
no parágrafo anterior.
§ 5º Se o candidato a Presidente ou a Governador deixar de concorrer,
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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em qualquer etapa do pleito, e não havendo a substituição prevista no
art. 13 desta Lei, far-se-á nova distribuição do tempo entre os candida-
tos remanescentes.
§ 6º Aos partidos e coligações que, após a aplicação dos critérios de dis-
tribuição referidos no caput, obtiverem direito a parcela do horário elei-
toral inferior a trinta segundos, será assegurado o direito de acumulá-lo
para uso em tempo equivalente.
§ 7o Para efeito do disposto no § 2o, serão desconsideradas as mudanças
de filiação partidária em quaisquer hipóteses.(Redação dada pela Lei nº
13.107, de 2015)
§ 8o As mídias com as gravações da propaganda eleitoral no rádio e na
televisão serão entregues às emissoras, inclusive nos sábados, domin-
gos e feriados, com a antecedência mínima: (Incluído pela Lei nº 12.891,
de 2013)
I - de 6 (seis) horas do horário previsto para o início da transmissão, no
caso dos programas em rede; (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
II - de 12 (doze) horas do horário previsto para o início da transmissão,
no caso das inserções. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 9o As emissoras de rádio sob responsabilidade do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados instaladas em localidades fora do Distrito Fede-
ral são dispensadas da veiculação da propaganda eleitoral gratuita dos
pleitos referidos nos incisos II a VI do § 1o. (Incluído pela Lei nº 13.165,
de 2015)
Fidelidade
Aludida resolução foi editada no sentido de reconhecer que o mandato eletivo per-
tence ao partido político e, destarte, a troca de legenda, após o pleito, sem uma justificativa
razoável, caracteriza infidelidade partidária a sujeitar o infrator ao perdimento do próprio cargo
para o qual fora eleito. Neste caso, assumirá a vaga o suplente ou o vice.
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C U RSO PARA A
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MP-SP
A competência para processar e julgar a ação para a decretação da perda de mandato
eletivo por infidelidade partidária é sempre originária de tribunal.
ATENÇÃO:
Se o titular do mandato eletivo, sem justa causa, decidir sair do partido político pelo
qual foi eleito, ele perderá o cargo que ocupa?
Depende.
O STF fez a seguinte distinção, no julgamento da ADI 5081/DF, Rel. Min. Roberto Bar-
roso, julgada em 27/5/2015 (Info 787):
SIM. Isso porque o TSE entendia que a infidelidade partidária, ou seja, a mudança de
partido político após a diplomação, acarretava a perda do mandato tanto para cargos propor-
cionais como majoritários. Essa conclusão estava expressa na Resolução 22.610/2007 do TSE.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
13.165, de 2015)
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária
somente as seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; (In-
cluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
II - grave discriminação política pessoal; e (Incluído pela Lei nº 13.165,
de 2015)
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que
antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, ma-
joritária ou proporcional, ao término do mandato vigente. (Incluído pela
Lei nº 13.165, de 2015) (“janela” para a troca de partidos).
# Ex: Pedro, que já é Vereador (eleito pelo partido “X”), deseja concorrer à reeleição
nas eleições municipais de 02/10/2016. Ocorre que ele deseja sair do partido “X” e concorrer
pelo partido “Y”. A Lei nº 13.165/2015 acrescentou a possibilidade de que ele saia do partido
sem perder seu mandato de Vereador. Basta que faça a troca um mês antes do término do pra-
zo para filiação partidária, até 6 meses antes das eleições. Em nosso exemplo, ele teria do dia
02/03/2016 até 02/04/2016 para mudar de partido e não perder o mandato.
A EC 91/2016 autorizou que os políticos mudassem de partido, mas proibiu que eles
“levassem” para a outra agremiação os recursos do fundo partidário e o tempo de rádio e TV.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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Dessa forma, se, dentro da “janela” da EC 91/2016, o partido “A” perdeu 10 Deputa-
dos Federais para o partido “B”, essa mudança não irá interferir no cálculo do fundo partidário e
do tempo de rádio e TV. O partido “A” não irá perder nem o partido “B” irá ganhar mais recursos
ou tempo de rádio e TV.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Portanto, a criação, incorporação ou fusão do partido não é mais considerada “justa
causa” para fins de desfiliação partidária. Assim, se o partido em que detentor do cargo se ele-
geu passou por um processo de incorporação ou fusão com outro partido, a princípio, isso não
autoriza que ele mude de partido, salvo se provar que houve uma mudança substancial ou des-
vio reiterado do programa partidário. Da mesma forma, o detentor do cargo não pode mais sair
do partido pelo qual se elegeu para se filiar a um novo partido que foi recém-criado. Se assim
proceder, perderá o mandato.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
6) ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA ELEITORAL
Os membros eleitos que exercem função eleitoral não se afastam de suas funções
originárias. Por isso, fala-se que a justiça eleitoral é “noturna”.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
b) por nomeação do Presidente da República:
- 02 juízes, dentre seis advogados de notório saber jurídico e idoneidade moral, indi-
cados pelo STF.
De acordo com o CNJ, o Juiz Eleitoral da classe dos advogados tem o direito de exer-
cer o mister advocatício concomitantemente com a judicatura, desde que em área diversa da
eleitoral.
O TSE decide por maioria de votos, com a presença da maioria de seus membros.
Devem estar presentes todos os membros do TSE para fins de:
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
MP-SP
Atenção: É da competência do STF processar e julgar o habeas corpus, inclusive em
matéria eleitoral, sendo paciente o Presidente da República, o Vice-Presidente da República,
os membros do Congresso Nacional, os Ministros do STF e o Procurador-Geral da República,
os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, os membros dos
Tribunais Superiores, os membros do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão di-
plomática de caráter permanente; bem como processar e julgar mandado de segurança e o
“habeas data” contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do
próprio STF (art. 102, I, “d”, CF). É da competência do STJ processar e julgar os mandados de
segurança e os “habeas data” contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha,
Exército e Aeronáutica ou do próprio Tribunal (art. 105, I, “b”, CF).
II - julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos do
Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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De acordo com a CF (art. 121, § 4º), compete ao TSE processar e julgar:
- Recurso Especial:
a) quando a decisão do TRE tiver sido proferida contra expressa disposição de lei ou
violar a CF;
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais Tribunais
Regionais Eleitorais.
Código Eleitoral:
Art. 22. (...).
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, sal-
vo nos casos do Art. 281.
Constituição Federal:
Art. 121. (...).
§ 3º. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as
que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus
ou mandado de segurança.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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Tribunais Regionais Eleitorais (TRE’s)
São os órgãos jurisdicionais de segundo grau da Justiça Eleitoral. Têm sede nas capi-
tais dos Estados e no DF e jurisdição no respectivo território.
b) 01 juiz do TRF (Desembargador Federal) ou, não sendo o TRE sede de TRF, 01 juiz
federal, escolhido pelo TRF;
- 02 juízes, dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indi-
cados pelo Tribunal de Justiça.
Os advogados são indicados em duas listas tríplices elaboradas pelo TJ, enviadas ao
TSE para publicação, cabendo impugnação no prazo de 5 dias pelos partidos políticos e pelo
MP eleitoral. Nos termos do art. 25, § 2º, do CE, a lista não poderá conter nome de Magistrado
aposentado ou de membro do Ministério Público.
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C U RSO PARA A
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Não podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que tenham entre si parentes-
co, ainda que por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se
neste caso a que tiver sido escolhida por último.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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por partido, candidato Ministério Público ou parte legitimamente inte-
ressada, sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. (Re-
dação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
II - julgar os recursos interpostos:
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e juntas eleitorais.
b) das decisões dos juízes eleitorais que concederem ou denegarem
habeas corpus ou mandado de segurança.
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são irrecorríveis,
salvo nos casos do Art. 276.
# Art. 121, § 4º, da CF: Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá
recurso quando: I) forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; II)
ocorrer divergência na interpretação da lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III) versarem
sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; IV) anula-
rem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V) denegarem
habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
ATENÇÃO: RECURSOS COM EFEITO SUSPENSIVO: art. 257, § 2º do CE: O recurso or-
dinário interposto contra decisão proferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional Eleitoral
que resulte em cassação de registro, afastamento do titular ou perda de mandato eletivo será
recebido pelo Tribunal competente com efeito suspensivo.
Dentre as competências privativas dos TRE’s (Art. 30) encontra-se: VII – apurar, com
os resultados parciais enviados pelas Juntas Eleitorais, os resultados finais das eleições de Go-
vernador e Vice-Governador, de membros do Congresso Nacional e expedir os respectivos di-
plomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal Superior,
cópia das atas de seus trabalhos.
Juízes eleitorais
Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das Zonas Eleitorais a um Juiz
de Direito em efetivo exercício e, na falta deste, ao seu substituto legal
que goze das prerrogativas do art. 95 da Constituição.
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C U RSO PARA A
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Ac.-TSE nº 19.260/2001: “O juiz de direito substituto pode exercer as fun-
ções de juiz eleitoral, mesmo antes de adquirir a vitaliciedade, por força
do que disposto no art. 22, § 2º, da Loman”. Ac.-TSE nº 15.277/1999: “A
Lei Complementar nº 35 continua em vigor na parte em que não haja in-
compatibilidade com a Constituição, como sucede com seu art. 22, § 2º.
Assim, podem atuar como juízes eleitorais os magistrados que, em virtu-
de de não haver decorrido o prazo previsto no art. 95, I, da Constituição,
não gozam de vitaliciedade”.
E, nos termos do parágrafo único do referido artigo, onde houver mais de uma Vara,
o Tribunal Regional designará aquela ou aquelas, a qual incumbe o serviço eleitoral.
Importante:
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C U RSO PARA A
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instância superior.
IV - fazer as diligências que julgar necessárias à ordem e presteza do ser-
viço eleitoral;
V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbal-
mente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determinando as provi-
dências que cada caso exigir;
VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça
que deve ter o anexo da escrivania eleitoral;
VII - (Revogado pela Lei nº 8.868, de 1994);
VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão
de eleitores;
IX- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;
X - dividir a Zona em Seções Eleitorais;
XI - mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de
cada Seção, para remessa à Mesa Receptora, juntamente com a pasta
das folhas individuais de votação;
XII - ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos
eletivos municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional;
LC nº 64/90, Art. 2º. (...). Parágrafo único: A arguição de inelegibilidade será feita pe-
rante: III – os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das se-
ções;
XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública
anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros
das Mesas Receptoras;
Lei nº 9.504/97, art. 63, § 2º: vedada a nomeação, para presidente e me-
sários, de menores de 18 anos.
XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções;
XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas
mesas receptoras;
XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos vi-
ciosos das eleições;
XVIII - fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não
alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente
das sanções legais;
XIX - comunicar, até as 12 horas do dia seguinte à realização da eleição,
ao Tribunal Regional e aos Delegados de partidos credenciados, o nú-
mero de eleitores que votarem em cada uma das seções da zona sob sua
jurisdição, bem como o total de votantes da zona.
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C U RSO PARA A
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Juntas eleitorais (ou apuradoras)
As Juntas Eleitorais são compostas de um Juiz de Direito, que será o Presidente (via
de regra, o próprio Juiz Eleitoral), e de 02 (dois) ou 04 (quatro) cidadãos de notória idoneidade,
convocados e nomeados pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Até 10 (dez) dias antes da nomeação, os nomes das pessoas indicadas para compor
as Juntas serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de
3 (três) dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações (Art. 36, § 2º, CE).
Art. 36 (...).
§ 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou
auxiliares: (rol exemplificativo)
I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo
grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II - os membros de Diretórios de partidos políticos devidamente registra-
dos e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados;
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no de-
sempenho de cargos de confiança do Executivo;
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral.
Dentre a competência das Juntas Eleitorais encontra-se (CE, art. 40, incisos I a IV c/c
a Resolução TSE nº 23.218/10, art. 88, incisos I a III):
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» apurar, no prazo de 05 dias*, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua
jurisdição;
*Este prazo esta em consonância com a Resolução TSE nº 23.218/10; o prazo previsto
no CE é de 10 (dez) dias. Na prática, a contagem e a totalização dos votos em todo o Brasil são
concluídas poucas horas após o encerramento da votação.
» expedir diploma aos eleitos para cargos municipais (Prefeito, Vice-Prefeito e Verea-
dor).
Nos Municípios onde houver mais de uma Junta Eleitoral, a expedição dos diplomas
será feita pela que for presidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os
documentos da eleição.
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7) MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Não existe um Ministério Público Eleitoral enquanto órgão autônomo. Esta função é
exercida pelo Ministério Público Federal, com fundamento em dois princípios:
Organização
Atribuições (CE)
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bunais Regionais;
IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente
ou por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem
realizadas.
- em capital que não seja sede de Tribunal Regional Federal, oficia como Procurador
Regional Eleitoral um Procurador da República (membro do Ministério Público Federal, com
atuação na primeira instancia da Justiça Federal), para um mandato de dois anos e nunca por
mais de dois biênios consecutivos.
Em geral, terão um mandato de 02 anos, mas, nas zonas eleitorais com apenas um
Promotor, o exercício da função eleitoral dar-se-á por prazo indeterminado.
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# O STF, com essa decisão, modifica a posição até então dominante no TSE (STF. Plená-
rio. ARE 728188/RJ. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/12/2013 - Info 733).
O relator do caso, Min. Ricardo Lewandowski, sustentou que o art. 127 da CF/88, ao
incumbir o Ministério Público de defender a ordem pública e o regime democrático, outorga a
ele a possibilidade de recorrer, como custos legis (fiscal da lei), contra o deferimento de regis-
tros, mesmo que não tenha impugnado o pleito original, por se tratar de matéria de ordem pú-
blica. O MP é legitimado nato para zelar por tudo que diga respeito aos direitos políticos, inexis-
tindo disposição legal que vede a interposição de recurso nesses casos, questionando registros
concedidos em contrariedade à lei, não se podendo falar em preclusão para a atuação do órgão,
uma vez que se trata da proteção de valores da mais elevada hierarquia constitucional.
O TSE editou a Resolução n. 23.396/2013 prevendo que o inquérito policial para apu-
rar crimes eleitorais somente poderá ser instaurado se houver uma determinação da Justiça
Eleitoral (art. 8º). Assim, pelo texto da Resolução, o Ministério Público não poderia requisitar a
instauração de inquérito policial para apurar crimes eleitorais.
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Os Ministros apontaram a existência de vícios formais e materiais.
Inconstitucionalidade formal
O Min. Celso de Mello salientou que o poder normativo do TSE caracteriza-se como
competência normativa de segundo grau ou secundária, a qual está necessariamente subordi-
nada, no que diz respeito à sua validade e eficácia, à autoridade hierárquica das leis e, acima
delas, da Constituição. No presente caso, o art. 8º da Resolução do TSE contrariou a lei e a Cons-
tituição, ao proibir a requisição de inquérito policial pelo MP, o que o legislador não fez.
Inconstitucionalidade material
Vale ressaltar que, apesar de se tratar ainda de uma decisão provisória, os argumen-
tos expostos pelos Ministros foram muito enfáticos no sentido de que a previsão do art. 8º é
flagrantemente inconstitucional.
# Ac.-TSE nº 309/1996: “As normas da Lei Orgânica do Ministério Público da União re-
vogaram o art. 27 e seus parágrafos do Código Eleitoral, porquanto regularam completamente
a matéria”.
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8) PROCESSO PENAL ELEITORAL
Notícia-crime eleitoral
As autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem for encontrado em fla-
grante delito pela prática de infração eleitoral, salvo quando se tratar de crime de menor poten-
cial ofensivo, comunicando imediatamente o fato ao Juiz Eleitoral, ao MP Eleitoral e à família do
preso ou a pessoa por ele indicada (CPP, art. 306, caput). Em até 24 horas após a realização da
prisão, será encaminhado ao Juiz Eleitoral o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não
informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública (CPP, art. 306, §1º). E
nesse prazo, o preso receberá a nota de culpa, assinada pela autoridade policial, com o motivo
da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas (Código de Processo Pena, art. 306, §2º).
Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato am-
parado por excludente de ilicitude, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liber-
dade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de
revogação (CPP, art. 310, § único).
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Quando a infração for de menor potencial ofensivo, a autoridade policial elaborará
termo circunstanciado de ocorrência e providenciará o encaminhamento ao Juiz Eleitoral.
a. Eleitores: não podem ser presos desde 5 dias antes e até 48 horas depois da elei-
ção, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime ina-
fiançável ou por desrespeito a salvo conduto;
b. Membros das mesas receptoras e fiscais de partidos políticos: não podem ser
presos ou detidos durante o exercício de sua função;
c. Candidatos: não podem ser presos 15 dias antes da eleição.
Segundo o art. 8º da Resolução 23396 do TSE, que dispõe sobre a apuração de crimes
eleitorais, o Inquérito Policial somente será instaurado mediante determinação da Justiça Elei-
toral, salvo a hipótese de prisão em flagrante.
Como visto, o STF, ao apreciar medida cautelar, decidiu que esse dispositivo é IN-
CONSTITUCIONAL por dispor sobre norma de direito processual e por violar prerrogativa cons-
titucional do Ministério Público prevista no art. 129, VIII, da CF/88. (STF. Plenário. ADI 5104 MC/
DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2014).
A autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os
autos ao Juiz Eleitoral. No relatório, poderá a autoridade policial indicar testemunhas que não
tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade po-
licial poderá requerer ao Juiz Eleitoral a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que
serão realizadas no prazo marcado pelo Juiz Eleitoral (Código de Processo Penal, art. 10, § 3º).
Quando o inquérito for arquivado por falta de base para o oferecimento da denúncia,
a autoridade policial poderá proceder a nova investigação se de outras provas tiver notícia, des-
de que haja nova requisição, nos termos dos artigos 5º e 6º da já citada resolução.
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Aplica-se subsidiariamente ao inquérito policial eleitoral as disposições do Código
de Processo Penal, quando omissa a resolução.
Processo penal eleitoral é o instrumento através do qual o titular da ação penal plei-
teia a aplicação de uma pena ou medida de segurança a determinada pessoa acusada do come-
timento de um ou mais crimes eleitorais.
- legitimidade “ad causam”: nos crimes eleitorais, o titular da ação penal é sempre o
Ministério Público. Cabe, todavia, ação penal privada subsidiária da pública, no caso de inércia
do representante do MPE.
Quanto ao polo passivo, ressalta-se que não há persecução penal eleitoral em face
de pessoa jurídica.
Como já visto, todas as ações penais eleitorais são de iniciativa pública incondicio-
nada (CE, art. 355). Todavia, admite-se, no âmbito doutrinário e jurisprudencial, a ação penal
eleitoral privada subsidiária da pública, nos casos de inércia do Ministério Público Eleitoral.
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Ação penal pública eleitoral é aquela que se inicia através de denúncia oferecida pelo
Ministério Público Eleitoral.
O Código Eleitoral determina que a denúncia, não importa se preso ou solto o indi-
ciado, deve ser apresentada no prazo de 10 (dez) dias.
Ac.-TSE nºs 234/1994 e 4.692/2004: a inobservância do prazo para denúncia não ex-
tingue a punibilidade.
O Código Eleitoral dispõe, nos arts. 359 a 363, sobre o rito ou procedimento a ser
observado na tramitação do processo penal eleitoral, aplicando-se, subsidiariamente, o CPP.
Competência
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* Desde o advento da CF/88 ficou esvaziada a competência penal originária do TSE,
ficando sem efeito o disposto no art. 22, I, “d”, do Código Eleitoral. Com efeito, os Ministros do
Tribunal Superior Eleitoral são processados e julgados, inclusive pela prática de crime eleitoral
(crime comum), perante o STF (CF, art. 102, I, “c”), e osmembros dos Tribunais Regionais Eleito-
rais, perante o STJ (CF, art. 105, I, “a”).
b) prática de ato infracional equiparado crime eleitoral por menores de dezoito anos
de idade;
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Haverá separação dos processos, isto é, o Tribunal do Júri processará e julgará o cri-
me doloso contra a vida, e a Justiça Eleitoral, o crime eleitoral.
O Código Eleitoral (arts. 356 a 363) fixa rito especial para o processo e julgamento dos
crimes eleitorais de competência dos juízes eleitorais de primeiro grau.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para
oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas.
Art. 360. Ouvidas as testemunhas de acusação e da defesa e praticadas
as diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordena-
das pelo Juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes
– acusação e defesa – para alegações finais.
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C U RSO PARA A
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Não obstante especial o procedimento, já se previa que, para o processo e julgamen-
to dos crimes eleitorais e comuns que lhe eram conexos, assim como para os recursos e para
a execução penal, dever-se-ia aplicar, subsidiariamente, o Código de Processo Penal (CE, art.
364).
Com o advento da Lei 11.719/2008, que derrogou o CPP, entende-se (assim se posi-
ciona o doutrinador Roberto Moreira de Almeida) ser cabível a adoção, pela Justiça Eleitoral de
primeiro grau, dos procedimentos comum ordinário, sumário e sumaríssimo, tal como estatuí-
do no novo diploma normativo.
Recurso ordinário. Habeas corpus. Ação penal. Inovações. CPP. Aplicação. Processo
penal eleitoral. Impossibilidade. 1. As inovações do CPP introduzidas pela Lei 11.719/2008 não
incidem no procedimento dos crimes eleitorais, pois o Código Eleitoral disciplina especifica-
mente a matéria e consiste em lei especial, não podendo ser afastada por lei posterior de cará-
ter geral. Precedente. 2. Recurso desprovido. NE: trecho do voto da relatora: ‘notadamente dos
arts. 396-a e 397 do CPP, que ampliaram a antiga defesa prévia e passaram a permitir a absolvi-
ção sumária do acusado nas hipóteses legalmente previstas’”. (p.3)
(Ac. de 19.3.2013 no RHC nº 42994, rel. Min. Nancy Andrighi.)
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Crime eleitoral
Crime eleitoral é o delito comum que está tipificado no Código Eleitoral e nas leis
eleitorais extravagantes.
ATENÇÃO:
Sempre que a lei penal eleitoral não indicar o GRAU MÍNIMO, entende-se que será ele
de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a reclusão – CE, art. 284.
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“Art. 283 – Para efeitos penais são considerados membros e funcionários
da Justiça Eleitoral:
(...)
§ 1º – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos
indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista”.
Tal distinção, todavia, não tem nenhuma relevância prática. A bem da verdade, os
parágrafos, em que pese não utilizarem a nomenclatura mais adequada de agentes públicos,
acabam por demonstrar que a idéia do legislador foi fazer incidir as regras penais previstas no
CE sobre todos aqueles que titularizam cargos, empregos ou funções dentro da Administração
Pública, independentemente de remuneração e ainda que em caráter transitório. É importante
mencionar também que o conceito aqui previsto é mais restrito que o do CP.
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-
-se que será ele de 15 dias para a pena de detenção e de 1 ano para a de
reclusão.
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem
mencionar o quantum, deve o juiz fixá-lo entre um 1/5 e 1/3, guardados
os limites da pena cominada ao crime.
Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional,
de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-multa. Seu montante é,
no mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa.
§ 1º. O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbítrio do
juiz, devendo este ter em conta as condições pessoais e econômicas do
condenado, mas não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da re-
gião, nem superior ao valor de um salário-mínimo mensal.
§ 2º. A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exce-
der o máximo genérico (caput), se o juiz considerar que, em virtude da
situação econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no
máximo, ao crime de que se trate.
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C U RSO PARA A
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Os crimes eleitorais são punidos também com a perda do registro ou diploma eleito-
ral, e ainda a suspensão das atividades eleitorais. A pena de cassação do registro está prevista
no tipo do art. 334 do CE. O crime tipificado no art. 11, da Lei nº 6.091/74 prevê, cumulativamen-
te, a pena do cancelamento do registro, se candidato, ou do diploma, se já eleito, ao infrator
desse tipo criminal eleitoral.
c) Com relação aos crimes eleitorais praticados por meio da imprensa, verbis:
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio
ou da televisão, aplicam-se exclusivamente as normas deste Código e as
remissões a outra lei nele contempladas.
Nos crimes eleitorais cometidos por meio de imprensa, rádio e televisão, aplicar-se-
-á, apenas o CE e o CP, não incidindo o disposto na Lei de Imprensa.
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Objetividade jurídica: veracidade dos registros pertinentes aos eleitores. É delito for-
mal: consuma-se independentemente do deferimento da inscrição. A transferência fraudulenta
(quando a pessoa nada tem a ver com a cidade), sendo modalidade de inscrição, configura o
crime. TSE - “O pedido fraudulento de transferência compreende-se no tipo do art. 289 do CE”.
Ainda:
TSE: “Não há absorção do crime previsto no art. 290 pelo delito do art.
299, porque os tipos são diversos, não dependendo a segunda infração
da primeira para sua realização”.
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6) Art. 295 – retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento eleitoral.
Lei nº 9.504/1997, art. 91, parágrafo único: a retenção de título eleitoral ou do com-
provante do alistamento eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses,
com a alternativa de prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de
cinco mil a dez mil Ufirs.
Nesse particular, o legislador houve por bem estabelecer os tipos penais com o ob-
jetivo claro de resguardar não só a legitimidade de formação dos partidos políticos, como tam-
bém o correto desenvolvimento das atribuições a eles conferidas pela CF/88.
Com a reforma eleitoral, promovida pela Lei 12.891/2013, havendo inscrição simul-
tânea em mais de um partido, valerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o
cancelamento das demais. Desse modo, parece não subsistir a criminalização da conduta.
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4) Art. 338 – não concessão de prioridade postal;
Lei nº 9.096/1995, art. 51: utilização de escolas públicas ou casas legislativas pelos
partidos políticos para realização de suas reuniões e convenções. Lei nº 9.504/1997, art. 8º, § 2º:
utilização de prédios públicos para realização de convenção para escolha de candidato.
Ac.-TSE, de 13.2.2007, no AgR-REspe nº 25.983: Não caracteriza o crime dos arts. 346
c.c. 377, CE, a simples visita dos candidatos à sede da entidade que recebe subvenção da muni-
cipalidade. Os dispositivos visam coibir o uso efetivo e abusivo de serviços ou dependências de
entes públicos ou de entidades mantidas ou subvencionadas pelo poder público, ou que com
este contrata, em benefício de partidos ou organização de caráter político; não se exige poten-
cialidade do ato, mas sim o uso efetivo das instalações.
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Ou seja, considera-se crime a arguição de inelegibilidade levada a efeito sem o mí-
nimo de embasamento legal, com o único objetivo de retirar da disputa eleitoral candidatos
opositores.
Dentro desse contexto, cumpre fazer referência aos atos que foram descriminalizados
pela Lei nº 9.504/07. Primeiramente, registra-se que não se considera mais como crime o conteú-
do dos arts. 322, 328, 329 e 333 do CE, mas, tão somente, infração de natureza administrativa.
É que a Lei n° 9.504/97, expressamente em seu art. 107, revogou esses dispositivos do
Código Eleitoral, pelo que, nesse particular, ocorreu a abolitio criminis, restando somente apli-
cáveis as penalidades administrativas previstas nesse mesmo diploma legal. Desta forma, o de-
lito que era tipificado no art. 322 do CE e que consistia na conduta de fazer propaganda eleitoral
por meio de alto-falantes nas sedes partidárias, em qualquer outra dependência do partido ou
em veículos fora do período autorizado ou, nesse período, em horários não autorizados, passou
a ser disciplinado no art. 39 da Lei n° 9.504/97, sendo que somente será considerado delito se
ocorrer a utilização no dia da eleição.
Por outro lado, o CE manteve a qualificação penal para as seguintes situações rela-
cionadas à propaganda eleitoral:
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Ac.-TSE, de 15.10.2009, no AgR-REspe nº 35.977: necessidade de que os textos impu-
tados como inverídicos sejam fruto de matéria paga para tipificação do delito previsto neste
dispositivo.
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Ac.-TSE, de 13.10.2011, no HC nº 114080: a tipificação deste delito está relacionada
não ao sujeito da conduta, mas ao contexto eleitoral em que é realizada, bastando que a difa-
mação seja praticada no âmbito de atos típicos de propaganda eleitoral ou visando à propagan-
da, independentemente do ambiente em que é exteriorizada.
5) Art. 327 – causa de aumento de pena para os crimes de calúnia, difamação e injú-
ria;
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326, aumentam-se de
um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da ofensa.
TSE: não é necessário que o agente ou ofendido seja candidato, sendo suficiente que
o ato seja praticado no âmbito da propaganda eleitoral ou visando fins de propaganda.
OBS: Código Eleitoral – Crimes contra a Honra – Injúria, Calúnia ou Difamação. São
crimes de ação penal pública incondicionada. Exige-se o elemento subjetivo específico de in-
fluenciar ou incutir no eleitorado uma impressão negativa do candidato.
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Segundo Joel Cândido:
Chama atenção, apenas, que o que caracteriza estes crimes como especiais é o com-
ponente eleitoral de seu tipo, consistente na expressão “...na propaganda eleitoral, ou visando
a fins de propaganda...”, constantes de todos eles. Com o uso da palavra “propaganda”, por duas
vezes, de modo diferente, o legislador indicou que eles podem ocorrer tanto no ano eleitoral, no
período de propaganda lícita (das convenções às eleições), o que equivale a ser “na propagan-
da eleitoral”, como em anos e épocas não-eleitorais, na propaganda político partidária, o que
equivale à expressão “visando a fins de propaganda”. Tudo o mais nesses delitos é igual a seus
análogos do direito comum, inclusive no que concerne à exceção de verdade (...), ao perdão
judicial (...) e às hipóteses especiais de aumento de pena...”.
8) Art. 39, § 5º, I e II, da Lei nº 9.504/97 – realização de propaganda eleitoral no dia da
eleição;
Art. 39. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou elei¬-
toral, em recinto aberto ou fechado, não depende de licença da polícia.
[...]
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de
seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comu-
nidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil
UFIR:
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III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políti-
cos ou de seus candidatos. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
ATENÇÃO:
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9) Art. 334 – utilização de organização comercial para propaganda ou aliciamento de
eleitores;
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mer-
cadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleito-
res:
Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o res-
ponsável for candidato.
11) Art. 337 – participação de pessoa não detentora de direitos políticos em ativida-
des partidárias e de propaganda eleitoral;
Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer
dos arts. 322, 323, 324, 325, 326, 328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve
o Juiz verificar, de acordo com o seu livre convencimento, se o Diretório
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local do partido, por qualquer dos seus membros, concorreu para a prá-
tica de delito, ou dela se beneficiou conscientemente.
Arts. 322, 328, 329 e 333 revogados pelo art. 107 da Lei nº 9.504/1997.
Contudo, há outros que negam essa natureza e dizem que a pena se trata de uma
punição de caráter administrativo e não criminal, pois a suspensão se restringe à atividade elei-
toral, mantendo os serviços administrativos.
E ainda, afirmam que diretório não é Partido Político, mas apenas uma parte do todo
que é o partido em âmbito nacional. E ainda que fosse, aduzem que a única possibilidade au-
torizada pela CF para a punição da pessoa jurídica é por crime ambiental.
A Lei das Eleições (Lei n. 9.504/1997) traz previsão diversa do Código Eleitoral para a
responsabilidade penal dos partidos políticos e coligações. Assim determina:
Os crimes dessa lei estão nos arts 33, § 4º; 34, §§ 2º e 3º; 39, § 5º; 40; 68, § 2º; 72; 87, §
4º; 91, parágrafo único; e 94.
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§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com
detenção de seis meses a um ano e multa no valor de cinqüenta mil a cem
mil UFIR.
A Unidade Fiscal de Referência (Ufir), instituída pela Lei nº 8.383/1991, foi extinta pela
MP nº 1.973-67/2000, tendo sido sua última reedição (MP nº 2.176-79/2001) convertida na Lei
nº 10.522/2002. Ac.-TSE nº 4.491/2005: possibilidade de conversão, em moeda corrente, dos
valores fixados em Ufir.
13) Art. 34, § 2º, da Lei nº 9.504/97 – não acesso dos partidos aos dados relativos às
pesquisas eleitorais;
14) Art. 34, § 3º c/c art. 35, da Lei n° 9.504/97 – irregularidade nos dados publicados
em pesquisas eleitorais.
Dentro desse contexto, para alcançar tal objetivo relacionou os seguintes tipos pe-
nais:
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Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
2) Art. 298 – prisão ou detenção do eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delega-
do de partido ou candidato, fora das hipóteses legais permitidas;
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O art. 41-A da Lei das Eleições não alterou a disciplina do art. 299 do Código Eleito-
ral, de forma que permanece incólume o crime de corrupção eleitoral. O art. 41-A dispõe que a
captação ilícita de sufrágio se dá desde o registro até o dia da eleição, porém o TSE entende que
não se aplica essa limitação temporal ao crime do CE.
Ainda:
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir al-
guém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido:
Pena – detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleito-
ral e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.
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Ac.-TSE, de 17.2.2011, no AgR-REspe nº 5163598: não exigência de que o crime deste
artigo tenha sido praticado necessariamente durante o período eleitoral; a ausência de poder
de gestão de programa social não afasta eventual configuração do delito.
Ac.-TSE, de 20.3.2012, no HC nº 70543: o tipo deste artigo não alcança o transporte de
cidadãos no dia da realização de plebiscito.
A Lei nº 6.091, art. 11, III, é mais aplicada quanto à condução irregular de eleitores.
Não se pode transportar eleitor gratuitamente no dia anterior ou no dia da eleição. Jurispru-
dencialmente tem-se exigido dolo específico, consistente na finalidade de aliciamento eleitoral.
9) Art. 305 – intervenção indevida de autoridade junto à mesa receptora, salvo Juiz
Eleitoral;
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Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz
Eleitoral, no seu funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
10) Art. 306 – não observância da ordem de chamamento dos eleitores para votar;
11) Art. 309 – votação múltipla (votar ou tentar votar mais de uma vez) ou realizada
no lugar de outrem;
14) Art. 316 – omissão no recebimento e registro de protestos, bem como de sua re-
messa à instância superior.
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Nesse sentido, o legislador acabou por relacionar os seguintes atos dentro dessa mo-
dalidade criminosa:
Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Su-
perior Eleitoral, conterá os nomes e os números dos candidatos nela vo-
tados.
§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a entregar cópia do bo-
letim de urna aos partidos e coligações concorrentes ao pleito cujos re-
presentantes o requeiram até uma hora após a expedição.
§ 2º O descumprimento do disposto no parágrafo anterior constitui cri-
me, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviço à comunidade pelo mesmo período, e multa no va-
lor de um mil a cinco mil UFIR.
OBS: Resguarda a lei o sigilo do voto. Há previsão do tipo de “violar ou tentar violar”,
do que se verifica uma quebra da regra ao art. 14 do CP que adota a teoria objetiva na punição
da tentativa (enfoque na lesão do bem jurídico). Aqui também importa o elemento subjetivo
(enfoque na intenção do agente), tendo-se adotado, neste caso a teoria objetivo-subjetiva. O
mesmo ocorre nos delitos dos arts. 309 e 312.
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4) Art. 318 – contagem de votos de eleitores em relação aos quais houve impugnação.
Com tais crimes se procura atingir todas as irregularidades que venham a compro-
meter as atividades desenvolvidas pelos órgãos da Justiça Eleitoral.
Acerca desse ponto, houve por bem o legislador relacionar as seguintes situações:
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Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer
outro funcionário de órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as de-
cisões, citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
5) Art. 342 – não apresentação de denúncia ou não execução de sentença penal con-
denatória no prazo legal pelo Ministério Público;
8) Art. 345 – não cumprimento dos deveres impostos pelo Código Eleitoral à autori-
dade judiciária e aos funcionários da Justiça Eleitoral;
Lei nº 4.410/1964, art. 2º, e Lei nº 9.504/1997, art. 94, caput e § 2º: infração às normas
que preveem prioridade para os feitos eleitorais. V., também, art. 58, § 7º, da última lei citada.
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9) Art. 347 – desobediência a diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral.
Ac.-TSE, de 18.10.2011, no HC nº 130882: o tipo penal deste artigo aperfeiçoa-se ape-
nas na sua forma dolosa.
OBS: Desobediência e resistência eleitoral – Condutas vedadas pela lei eleitoral que
não prevêem sanção. Ex. carro com som transitando em local ou horário proibido. Configura-se
quando a ordem é específica e dirigida a pessoas determinadas. Ordem que deve ser legítima e
expedida por autoridade competente.
Ainda: A ordem judicial deve ser legal para sujeitar o respectivo destinatário à perse-
cução criminal pelo crime de desobediência (CE, art. 347). A omissão do paciente em remover a
propaganda considerada irregular no âmbito de representação eleitoral, descumprindo assim
ordem judicial, não autoriza por si só a propositura da ação penal. É preciso que a denúncia
descreva qual o fato qualificado como propaganda eleitoral irregular, e que esta seja efetiva-
mente irregular.
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Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, a pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal, inclusive fundação do Estado.
Ac.-TSE, de 2.5.2006, nos REspe nºs 25.417 e 25.418: para a adequação do tipo penal
previsto neste dispositivo é necessário que a declaração falsa prestada para fins eleitorais seja
firmada pelo próprio eleitor interessado, e não por terceiro.
• Ac.-TSE, de 7.12.2011, no HC nº 154094: o tipo previsto neste artigo é crime for-
mal, sendo irrelevante a existência de resultado naturalístico, bastando que o documento
falso tenha potencialidade lesiva.
• Ac.-TSE, de 18.8.2011, no REspe nº 23310: o tipo previsto neste artigo não é meio
necessário nem fase normal de preparação para a prática do delito tipificado no art. 290 deste
código; são crimes autônomos que podem ser praticados sem que um dependa do outro.
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C U RSO PARA A
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Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário pú-
blico e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou
alteração é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
OBSERVAÇÕES:
Diferença entre Boca de Urna (artigo 39, parágrafo quinto da Lei 9.504/97), Captação
de sufrágio (artigo 41-A da Lei 9.504/97) e Crime de Corrupção Eleitoral (artigo 299 do Código
Eleitoral)
1) Boca-de-urna:
Lei 9.504/97
Art. 39. (...).
§ 5º - Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de
seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comu-
nidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil
UFIR:
I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de co-
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C U RSO PARA A
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mício ou Carreata;
II - a distribuição de material de propaganda política, inclusive volantes
e outros impressos, ou a prática de aliciamento, coação ou manifestação
tendentes a influir na vontade do eleitor;
III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos polí-
ticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas,
bonés, broches ou dísticos em vestuário. (Incluído pela Lei nº 11.300, de
2006)
2) Captação de sufrágio:
Lei 9.504/97
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos (gastos com a
campanha permitidos por lei), constitui captação de sufrágio, vedada
por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao elei-
tor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qual-
quer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro
da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil
a cinqüenta mil UFIR, e cassação do registro ou do diploma, observado
o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar n. 64, de 18 de
maio de 1990.
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C U RSO PARA A
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A captação ilícita de sufrágio viola a liberdade de voto do eleitor, fato que torna
desnecessária a verificação da potencialidade lesiva da prática para o resultado da eleição,
conforme entendimento pacífico do TSE, porquanto a norma visa proteger a vontade do elei-
tor. Basta a compra de um único voto para que a captação ilícita de sufrágio seja caracterizada
como motivo suficiente para a cassação do mandato do candidato corruptor.
Além disso, é importante destacar que a formulação de promessas genéricas não leva
à captação ilícita de sufrágio, bem como que tal prática pode ser observada tanto na promessa
de vantagem como também na ameaça. O que deve ser coibido, de acordo com a lei, é a prática
de atos que violem a liberdade de escolha do eleitor no processo eleitoral.
Art. 299 CE: Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para
outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou
dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não
seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-
-multa.
O voto do preso provisório e a força armada na seção eleitoral a menos de 100 metros
Preso provisório:
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C U RSO PARA A
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va, inclusive para cegos e nos leprosários onde haja, pelo menos, 50 (cinqüenta) eleitores.
- preso provisório fora de seu domicílio eleitoral – transferência de domicílio no prazo
de até 150 dias antes das eleições - art. 91, Lei nº 9.504/97.
TSE: Consulta:
Regra geral (art. 141 c/c art. 238, ambos do Código Eleitoral):
117
C U RSO PARA A
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9) AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDATURA. AÇÃO DE INVESTI-
GAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL OU REPRESENTAÇÃO JURISDICIONAL ELEITORAL. RECURSO
CONTRA A DIPLOMAÇÃO. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO
Marcos Ramayana (in Direito Eleitoral. Rio de Janeiro: Ímpetus, 2004, p. 321) afirma
que a finalidade dessa ação impugnativa é “indeferir o pedido de registro de candidatos que
não possuam condições de elegibilidade, sejam inelegíveis (hipóteses de não desincompatibi-
lização) ou, ainda, estejam privados definitiva ou temporariamente dos direitos políticos – Art.
15 da CRFB”.
O representante do Ministério Público que, nos dois anos anteriores ao pleito, tenha
disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido político ou exercido atividade político-
-partidária não poderá ingressar com AIRC. Embora o § 2º do art. 3º da LC nº 64/90 refira-se
ao prazo de quatro anos, tem prevalecido o lapso temporal contido na Lei Complementar nº
75/93, ao asseverar, no art. 80, que a “filiação a partido político impede o exercício de funções
eleitorais até dois anos de seu cancelamento”.
Jurisprudência e doutrina dominantes entendem que o partido político não tem legi-
timidade para propor AIRC em face de seus próprios filiados, bem como falta-lhe legitimidade,
se coligado (nesse caso, cabe a ação proposta pela coligação).
1 Só há candidatura propriamente dita após o deferimento do pedido de registro pela Justiça Eleitoral.
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“[...]. Registro de candidato. Indeferimento. Partido político. Litisconsór-
cio necessário. Inexistência. Inelegibilidade. Art. 1º, I, j, da LC nº 64/90.
[...]. 1. Nas ações de impugnação de registro de candidatura, não existe
litisconsórcio necessário entre o pré-candidato e o partido político pelo
qual pretende concorrer no pleito, cuja admissão deve se dar apenas na
qualidade de assistente simples, tendo em vista os reflexos eleitorais
decorrentes do indeferimento do registro de candidatura. [...].”
(Ac. de 3.11.2010 no AgR-RO nº 69387, rel. Min. Marcelo Ribeiro;no mes-
mo sentido oAc. de 23.4.2009 no ED-AgR-REspe nº 33498, rel. Min. Ricar-
do Lewandowski e oAc. nº 14374, de 23.10.96, rel. Min. Eduardo Ribeiro.)
Procedimento
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C U RSO PARA A
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I) Petição inicial: devidamente fundamentada e acompanhada, desde logo, dos
meios de prova com que o autor pretende demonstrar a veracidade do alegado, bem como o rol
de testemunhas (máximo de seis).
É uma ação de natureza civil-eleitoral. NÃO há valor da causa nas ações eleitorais.
III) Contestação: oportunidade na qual o réu pode juntar documentos, indicar o rol
de testemunhas (máximo de 6) e requerer a produção de outras provas, inclusive documentos.
IV) Instrução: deve ser designada para os 4 dias seguintes ao recebimento da con-
testação, para a inquirição das testemunhas (as do impugnante são ouvidas em primeiro lugar
e, ato contínuo, em uma mesma assentada, são inquiridas as testemunhas do impugnado).
V) Alegações finais: no prazo comum de 5 dias (inclusive para o MP), a contar do en-
cerramento da dilação probatória.
VI) Decisão e recurso: encerrado o prazo para a apresentação das alegações finais,
os autos são encaminhados ao Juiz ou Relator, no dia imediato, para prolação de sentença ou
julgamento pelo Tribunal. A sentença deve ser entregue em Cartório no prazo de 3 dias. Não há
publicação da sentença na imprensa oficial.
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C U RSO PARA A
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Faculta-se ao partido político ou coligação, nos termos do art. 17 da LC nº 64/90,
substituir o candidato considerado inelegível pela Justiça Eleitoral, mesmo que a decisão pas-
sada em julgado tenha sido proferida após o prazo do registro. Incumbirá à Comissão Executiva
do partido fazer a escolha do substituto.
E, ainda:
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C U RSO PARA A
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• Ac.-TSE, de 26.10.2006, no REspe nº 25.586: o art. 18 da LC nº 64/1990 é aplicável
aos casos em que o titular da chapa majoritária teve seu registro indeferido antes das elei-
ções. Assim, o partido tem a faculdade de substituir o titular, sem qualquer prejuízo ao vice. En-
tretanto, a cassação do registro ou diploma do titular, após o pleito, atinge o seu vice, perden-
do este, também, o seu diploma, porquanto maculada restou a chapa. Isso com fundamento
no princípio da indivisibilidade da chapa única majoritária [...]. Desse modo, [...] incabível a
aplicação do art. 18 da LC nº 64/1990, pois, no caso dos autos, a candidata a prefeita teve seu
registro indeferido posteriormente às eleições.
Em regra, a AIJE pode ser ajuizada no período compreendido entre o registro da can-
didatura e o dia da diplomação. Se ajuizada após esta data, segundo entendimento do TSE
(por exemplo, na Representação nº 305/MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, em 27/03/2003), o
processo deve ser extinto, pela decadência.
* Entende-se que se a AIJE for ajuizada após as eleições, o partido que atuou em co-
ligação, poderá ingressar com a ação isoladamente.
122
C U RSO PARA A
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São legitimados passivos: candidatos e terceiros (apenas pessoa física) que opera-
ram condutas abusivas em benefício de candidato. É entendimento pacífico do TSE a impossi-
bilidade de pessoas jurídicas figurarem no polo passivo de AIJE, nesse sentido:
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C U RSO PARA A
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Pode ser causa de pedir:
O que se exige, hoje, é a gravidade da conduta e não mais a potencialidade lesiva ca-
paz de alterar o resultado do pleito. Com a promulgação da LC 135/10 foi acrescido ao art. 22 da
LC 64/90 o inciso XVI, dispondo que para a configuração do ato abusivo, não será considerada
a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circuns-
tancias que o caracterizam.
Ressalte-se que, a partir da Lei da Ficha Limpa, a AIJE passou a ser instrumento hábil
à perda do mandato eletivo do investigado, caso a decisão final do processo só ocorra após sua
posse em mandato eletivo.
II) Notificação e defesa: o representado deve ser notificado para, no prazo de 5 dias,
apresentar defesa, requerer a juntada de documentos e arrolar testemunhas (máximo de 06).
* O MP, sob pena de nulidade, deverá ser intimado para atuar como custos legis,
quando não for parte.
III) Instrução: deve ser designada para os 5 dias seguintes ao recebimento da defesa.
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C U RSO PARA A
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Tratando-se de feito de competência originária de tribunal, o Corregedor deverá
apresentar seu relatório para apreciação e julgamento, na primeira sessão subsequente, do TRE
ou do TSE.
Art. 22 (...).
II – no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou
retardar-lhe a solução, poderá o interessado renová-la perante o Tribu-
nal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas;
Efeitos
Uma vez julgada procedente a representação, mesmo após a proclamação dos elei-
tos, de acordo com o inciso XIV do art. 22 da LC nº 64/90, com redação dada pela LC nº 135/10,
o Tribunal deverá declarar a inelegibilidade do representado e de quantos tenham contribuído
para a prática do ato, para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição
em que se verificou,além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente benefi-
ciado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade
ou dos meios de comunicação, determinando o encaminhamento dos autos ao Ministério Pú-
blico Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenan-
do quaisquer outras medidas que a espécie comportar.
Prioridade
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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O Julgamento procedente da AIJE em pleito majoritário acarretará a realização de
novas eleições, nos termos do art. 224, §3o e 4o, do Código Eleitoral:
• CF/88, art. 77, §§ 2º e 3º, c.c. os arts. 28 e 29, II: votos nulos e em branco não com-
putados para o cálculo da maioria nas eleições de Presidente da República e Vice-Presidente da
República, Governador e Vice-Governador, Prefeito e Vice-Prefeito de municípios com mais de
duzentos mil eleitores.
• Ac.-TSE, de 18.5.2010, no REspe nº 36043 (renovação da eleição); e Ac.-TSE, de
4.5.2010, no AgR-REspe nº 3919571 (eleição suplementar): o exame da aptidão de candidatura
deve ocorrer no momento do novo pedido de registro, não se levando em conta a situação an-
terior do candidato na eleição anulada, a menos que ele tenha dado causa à anulação.
• Ac.-TSE nºs 13.185/1992, 2.624/1998, 3.113/2003 e Ac.-STF, de 2.10.1998, no RMS
nº 23.234: não há incompatibilidade entre este artigo e o art. 77, § 2º, da CF/88.
• Ac.-TSE, de 29.6.2006, no MS nº 3.438 e de 5.12.2006, no REspe nº 25.585: “Para fins
de aplicação do art. 224 do Código Eleitoral, não se somam aos votos anulados em decorrência
da prática de captação ilícita de sufrágio os votos nulos por manifestação apolítica de eleitores”.
Res.-TSE nº 22.992/2008: “Os votos dados a candidatos cujos registros encontravam-se sub
judice, tendo sido confirmados como nulos, não se somam, para fins de novas eleições (art.
224, CE), aos votos nulos decorrentes de manifestação apolítica do eleitor”.
• Ac.-TSE, de 29.6.2006, no MS nº 3.438: impossibilidade de conhecimento, de ofício,
da matéria tratada neste dispositivo, ainda que de ordem pública.
• Ac.-TSE, de 4.5.2010, no AgR-REspe nº 3919571: a renovação da eleição reabre todo
o processo eleitoral e constitui novo pleito, de nítido caráter autônomo. Ac.-TSE, de 1º.7.2009,
no MS nº 4.228: “Cuidando-se de renovação das eleições, com base no art. 224 do CE, devem ser
considerados os eleitores constantes do cadastro atual”. Ac.-TSE, de 4.3.2008, no MS nº 3.709:
observância do prazo mínimo de um ano de filiação partidária ainda que na renovação da elei-
ção tratada neste dispositivo.
• Ac.-TSE, de 10.9.2013, no REspe nº 757; de 20.10.2009, no REspe nº 35796; de
2.8.2007, no REspe nº 28116; de 12.6.2007, no REspe nº 26.140; e, de 14.2.2006, no MS nº 3413:
impossibilidade de participação, na renovação do pleito, do candidato que deu causa à nulida-
de da eleição anterior.
• Ac.-TSE, de 1º.7.2013, no MS nº 17886; e Ac.-TSE, de 4.9.2008, no MS nº 3.757: no
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C U RSO PARA A
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caso da aplicação deste artigo, o presidente do Legislativo Municipal é o único legitimado a as-
sumir a chefia do Executivo Municipal interinamente, até a realização do novo pleito.
• Ac.-TSE, de 2.9.2008, no Ag nº 8.055; de 18.12.2007, no MS nº 3.649: incidência do
art. 224 do CE/65 em sede de ação de impugnação de mandato eletivo.
Sabendo ser nefasto o uso abusivo do poder econômico, pois tal prática é capaz de
desequilibrar o pleito eleitoral, tem-se buscado encontrar mecanismos para reduzir tal influên-
cia, sobretudo estabelecendo regras para a arrecadação e a aplicação de recursos nas campa-
nhas eleitorais.
Art. 30-A da Lei das Eleições » possibilidade de propositura da AIJE, para apurar con-
dutas em desacordo com as normas da referida lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos
» a AIJE, a ser proposta no prazo de quinze dias a contar da eleição, neste caso, deverá seguir o
rito previsto no art. 22 da Lei das Inelegibilidades (LC 64/90).
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C U RSO PARA A
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fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para
apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à ar-
recadação e gastos de recursos.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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• Ac.-TSE, de 11.6.2014, no REspe nº 184; e de 1º.12.2011, no RO nº 444344: para in-
cidência deste parágrafo é necessária a aferição da relevância jurídica do ilícito.
Pedro Roberto Decomain ensina que o abuso do poder político consiste no:
Discorrendo sobre o assunto, Antonio Carlos Martins Soares (in Direito Eleitoral –
questões controvertidas. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2006, p. 59) ensina:
A lei eleitoral estabelece uma série de punições por práticas de abuso do poder eco-
nômico, político ou dos meios de comunicação. É prevista, uma vez comprovado o abuso, a
decretação da inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática
do ato por um determinado lapso temporal, além da cassação do registro ou do diploma do
candidato diretamente beneficiado e multa, sem prejuízo da responsabilização disciplinar e pe-
nal que o caso comportar (inciso XIV do art. 22, LC 64/90).
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C U RSO PARA A
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Para a apuração das práticas abusivas e, eventualmente, aplicar as sanções dela de-
correntes, deve a Justiça Eleitoral utilizar o procedimento de Investigação Judicial Eleitoral pre-
visto no art. 19 da Lei Complementar nº 64/90.
• Lei nº 9.504/1997, art. 22, §§ 3º e 4º, acrescidos pelo art. 1º da Lei nº 11.300/2006:
remessa de cópia do processo em que rejeitadas as contas de campanha ao Ministério Público
Eleitoral para os fins do art. 22 desta lei complementar; art. 25: caracterização de abuso do po-
der econômico pelo descumprimento das normas referentes à arrecadação e aplicação de re-
cursos nas campanhas eleitorais; art. 30-A: investigação judicial para apurar condutas relativas
à arrecadação e gastos de recursos de campanha.
Captação de sufrágio
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C U RSO PARA A
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go será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no
Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Atenção: não é preciso que haja participação direta ou indireta do candidato para
fins de aplicação das sanções por captação ilegal de sufrágios. Basta o consentimento, a anuên-
cia, o conhecimento ou mesmo a ciência dos fatos que resultaram na prática do ilícito eleitoral.
» a finalidade: necessário que o infrator tenha agido de forma dolosa, ou seja, que se
comprove ter tido a real intenção de obter o voto do eleitor a partir da prática ilícita.
» o lapso temporal: é indispensável que a prática ilícita tenha ocorrido após o registro
da candidatura até o dia da eleição, inclusive.
Prevê a norma eleitoral que a prática de captação ilegal de sufrágio levará à decreta-
ção da cassação do registro ou diploma do candidato infrator (se eleito e se a decisão for toma-
da posteriormente à diplomação).
A aplicação das sanções deve ter eficácia imediata, ou seja, eventual recurso inter-
posto pelo candidato punido não será recebido no efeito suspensivo. É de praxe, todavia, o uso
de medida cautelar inominada para se obter efeito suspensivo ao recurso.
131
C U RSO PARA A
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Podem, conforme o caso, desde que comprovados, caracterizar abuso de poder polí-
tico e/ou de autoridade a ensejar a aplicação de certas sanções pela Justiça Eleitoral.
Para a apuração das condutas vedadas e, eventualmente, aplicação das sanções res-
pectivas, deve ser observado o procedimento da representação contido no art. 96 da Lei nº
9.504/97.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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§ 3º Os Tribunais Eleitorais designarão três Juízes auxiliares para a apre-
ciação das reclamações ou representações que lhes forem dirigidas.
§ 4º Os recursos contra as decisões dos Juízes auxiliares serão julgados
pelo Plenário do Tribunal.
É uma ação constitucional que tem como objeto o combate ao abuso do poder eco-
nômico, à corrupção e à fraude capazes ameaçar o livre exercício da soberania popular.
É a única ação que tem por finalidade própria a desconstituição do mandato. Nas
demais ações, o mandato é atingido reflexamente.
Causa de pedir: fraude, corrupção ou abuso do poder econômico. O TSE tem dado
uma interpretação restritiva à AIME, de modo a não ser admitida quando se tratar de abuso do
poder político.
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C U RSO PARA A
PROVA OBJ ET IVA
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A fraude se caracteriza pela burla, pelo engano ou artifício utilizado para favorecer
um candidato em detrimento de outros.
Já a corrupção que afeta a lisura do pleito eleitoral é aquela que se relaciona às prá-
ticas de dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro ou dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita, conduta tipificada como crime eleitoral de acordo com o art.
299 do CE.
A AIME deverá ser proposta no prazo decadencial de quinze dias, contados da diplo-
mação.
A competência é fixada com base no art. 2º, parágrafo único, incisos I a III, da LC nº
64/90 e art. 40, IV e art. 215, ambos do Código Eleitoral, sendo assim, portanto, estabelecida:
Legitimidade:
* O eleitor não tem legitimidade, conforme já decidiu o TSE (Acórdão nº 11.835, Santo
Antônio da Platina/PR, Rel. Min. Torquato Jardim, DJU de 29/07/1994).
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- Passiva: apenas os diplomados infratores.
LEMBRE-SE: Sendo a chapa única e integrada pelo titular e vice, eventual ajuiza-
mento de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), Ação de Impugnação de Mandato
Eletivo (AIME), Recurso Contra a Diplomação (RCD), bem como nas representações, deve ser
promovida a formação do litisconsórcio passivo necessário. Essa é a posição atual do Tribu-
nal Superior Eleitoral.
No que concerne ao partido político, por seu turno, entende o TSE não ser obrigató-
ria a sua presença no pólo passivo da AIME, na condição de litisconsorte necessário.
O TSE pacificou o entendimento segundo o qual a AIME deve tramitar segundo o pro-
cedimento da Ação de Impugnação de Registro de Candidaturas encartado na Lei das Inelegi-
bilidades (LC nº 64/90) (com a ressalva de que há publicação da decisão) e não o procedimento
comum ordinário do processo civil. Nesse diapasão a Resolução nº 21.634, Instrução nº 81, clas-
se 12ª, Brasília/DF, Rel. Min. Fernando Neves, j. em 19/02/2004.
A AIME deve tramitar em segredo de justiça, segundo determina o art. 14, § 11, pri-
meira parte, da CF. Todavia, já decidiu o TSE que o ato de julgamento deve ser público. Nesse
sentido:
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3. Consulta conhecida e respondida positivamente, pela permanência
da obrigatoriedade da decretação de segredo de justiça no processa-
mento das ações de impugnação de mandato eletivo.
(Consulta nº 1.716/DF, rel. Min. Felix Fischer, em 11.2.2010, DJE de
11.03.2010)
Salvo no caso de litigância de má-fé, não haverá cobrança de custas judiciais nem
honorários advocatícios.
[1] - NÃO GERA INELEGIBILIDADE - Isso porque o art. 1º, I, d, da LC 64/90 prevê que a
inelegibilidade depende de “representação”, e esta representação seria somente aquela cujo
procedimento está previsto no art. 22 da LC 64. A AIME não segue o mesmo rito e não está, por-
tanto, inserida no conceito de “representação” que prevê o dispositivo.
- Esse era o entendimento do TSE até as eleições de 2012, inclusive (AgRg no REspe
23524, j. 08.10.2013). Confira-se:
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condenações por abuso de poder apuradas em representações previstas
no art. 22 da referida lei complementar ensejam a incidência da men-
cionada causa de inelegibilidade. Ressalva de entendimento pessoal de
rever esse posicionamento para as futuras eleições. 4. Agravos regimen-
tais desprovidos.
[2] - GERA INELEGIBILIDADE - Isso porque a condenação por abuso do poder econô-
mico em qualquer ação eleitoral, e não apenas na representação prevista no art. 22 da LC 64,
é capaz de atrair a incidência da inelegibilidade prevista no art. 1º, I, d, da mesma lei. Quando
este artigo fala em “representação”, o termo é utilizado em sentido genérico, abarcando tam-
bém a AIME.
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Ac.-TSE, de 3.2.2011, no AgR-AI nº 11450: o prazo para propositura do RCED tem
•
natureza decadencial, mas a superveniência do recesso forense autoriza a prorrogação de seu
termo final para o primeiro dia útil subsequente.
• Ac.-TSE, de 16.2.2006, no REspe nº 25284; de 16.3.2004, no RCED nº 647 e, de
16.3.2004, no RCED nº 643: não há litisconsórcio passivo necessário do partido político ou de
coligação no recurso contra expedição de diploma de candidatos da eleição proporcional.
Embora assim tenha sido denominado pelo Código Eleitoral, não tem natureza de
recurso, mas, sim, de ação eleitoral, de cunho impugnativo à eleição.
II) Tribunal Superior Eleitoral: quando a diplomação é oriunda dos Tribunais Regio-
nais Eleitorais, isto é, nas eleições gerais (para Governador, Vice-Governador, Senador, Deputa-
do Federal, Deputado Estadual ou Distrital).
Com o advento da Lei nº 12.891/2013, o RCD passou a ter cabimento tão somente
nos casos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e falta de condição
de elegibilidade.
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Possuem legitimidade ativa para propor o RCD: a) candidatos, desde que registrados
para a respectiva eleição; b) partidos políticos; c) coligações e; d) MPE. A legitimidade passiva é
do candidato eleito e diplomado de forma irregular.
# Como visto, hoje o entendimento do TSE é de ser indispensável a citação, como li-
tisconsorte passivo necessário, do vice (nas eleições para a chefia do executivo) e dos suplentes
(nas eleições para Senador). Os partidos políticos, por sua vez, não são obrigados a integrar a
lide.
Note-se que a simples interposição de RCD não tem o condão de suspender a eficá-
cia do diploma concedido (CE, art. 216). Assim, após a expedição do diploma, tem o candidato
eleito direito líquido e certo ao pleno exercício do mandato eletivo.
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A procedência desta ação conduz à anulação dos votos, aplicando-se o disposto no
art. 224 do CE.
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I – aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais;
II – aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e
distritais;
III – ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial.
§ 1º As reclamações e representações devem relatar fatos, indican-
do provas, indícios e circunstâncias.
§ 2º Nas eleições municipais, quando a circunscrição abranger mais de
uma Zona Eleitoral, o Tribunal Regional designará um Juiz para apreciar
as reclamações ou representações.
§ 3º Os Tribunais Eleitorais designarão três Juízes auxiliares para a apre-
ciação das reclamações ou representações que lhes forem dirigidas.
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Destinam-se, hoje, praticamente, aos casos de propaganda irregular.
Possui rito próprio. Os prazos são em hora. São contínuos e peremptórios e não se
suspendem aos sábados, domingos e feriados.
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