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496 ANOS DE REFORMA E AS IMPLICAÇÕES DO MOVIMENTO

REFORMADO PARA A IGREJA BRASILEIRA

Estamos no mês de outubro, mês que, mormente comemoramos o


aniversário da grande Reforma do século XVI. Esse acontecimento que
sem dúvida alguma é um marco para a igreja de Cristo, uma vez que
nos libertou de inúmeras superstições, adquiridas aos montões durante
séculos de obscurantismo, nos chamando ao caminho das Escrituras.
Essa data deve realmente ser comemorada como um grande dia. Todas
as honrarias ao Deus da história são insuficientes para mensurar tão
grandes benefícios.

A Reforma teve seu florescimento na Europa depois que o monge


Agostiniano Martinho Lutero contesta as práticas da igreja medieval
sobre as indulgências. As intenções com as 95 teses não eram outras a
não ser convocar a todos para as reflexões apontadas nestas teses,
aliás, a prática em questão era muito comum e teria passado
despercebida se não fosse a soberania de Deus conduzindo o
movimento.

A Reforma não se restringiu apenas aos países europeus que alcançou,


mas também teve seus reflexos em países que foram posteriormente
colonizados pelos anglo-saxões, como os Estados Unidos, Canadá,
Austrália e África do Sul. No Brasil tivemos algumas ocasiões onde as
influências reformadas foram de alguma forma marcantes. Já no Brasil
colonial os Franceses huguenotes tentaram estabelecer o calvinismo em
uma empreitada que foi frustrada internamente entre os anos de 1555 e
1560. Naquela ocasião os pastores enviados por Calvino não
conseguiram estabelecer a fé reformada em razão da dura oposição
sofrida por membros da missão que ainda eram católicos romanos.

Outra tentativa foi o período holandês no Nordeste brasileiro. Esse


período marcante em nossa história ocorreu entre os anos de 1630 e
1637. Apesar de se tratar de uma questão comercial, onde a prioridade
era a conquista da região que produzia a cana de açúcar, também se
tratou de um empreendimento religioso e esse foi à tentativa de se
estabelecer a fé reformada na então colônia. Naquele período igrejas
reformadas foram plantadas em todo nordeste e até mesmo os índios
aderiram à fé e foram tratados com muito respeito, superior aos dos
portugueses católicos.

Por fim, existe o período que vem até os nossos dias, onde podemos
destacar o período conhecido como o das igrejas de missões. Destas
igrejas que inicialmente evangelizaram brasileiros podemos destacar
inicialmente os Luteranos (1817), Congregacionais (1855),
Presbiterianos (1859) e Batistas (1871).

Desde então a população brasileira, conta em sua totalidade, com uma


expressiva parcela de seus habitantes que professam ser de origem
protestante. A grande maioria deles atualmente é de linha pentecostal,
sendo a Assembleia de Deus a maior denominação desse segmento.
Segundo estatísticas recentes, estima-se que em 2040 os protestantes
serão a religião dominante no país, uma situação raríssima em
qualquer lugar do planeta (veja reportagem aqui do site Exame.com).
Nesta atual conjuntura, o que se espera da fé Reformada em nossa
nação para os próximos anos, qual é o quadro atual? O que pode ser
feito? Essas são as questões que procuraremos tratar neste post, sem
tencionar ser exaustivo, mas buscando melhorar o debate.

A FÉ REFORMADA PARA OS PRÓXIMOS ANOS

No artigo “Os calvinistas estão chegando” (veja aqui o post) publicado


no blog O TEMPORA, O MORES, o reverendo Augustus Nicodemus
ressalta o crescimento da fé reformada em todo o mundo e cita aquilo
que já podemos perceber em nosso país, onde crescem grandemente o
número de eventos que contam com palestrantes reformados e outros
que são exclusivamente dessa linha, como a Conferência Fiel para
Pastores e Líderes, que ano passado juntou aproximadamente 4.000
pessoas interessadas na fé calvinista, além de outros tantos que
acessaram o link da Conferência pela internet.

Espera-se, com a adesão de jovens evangélicos, que até mesmo estão


em igrejas de linha pentecostal, que estes sejam introduzidos ao
conhecimento reformado. Isso se deve a imensa propaganda
disseminada na internet através de blogs e vídeos do Youtube, onde
pastores como John Piper, Paul Whaser e outros são imensamente
visualizados por uma crescente gama de pessoas que buscam saber um
pouco mais sobre esses pastores e suas convicções. Nas igrejas que
foram plantadas sob a perspectiva reformada também vemos avanços
bem significativos, como o crescimento dos batistas reformados e dos
presbiterianos que constantemente são despertados para suas antigas
doutrinas. No nordeste brasileiro atualmente vemos o crescimento de
grandes eventos relacionados à fé reformada, como por exemplo, o
Congresso de Consciência Cristã realizado nos feriados de carnaval em
Campina Grande-PB e o Congresso dos Puritanos realizado em Alagoas.
Recife, no Estado de Pernambuco, parece também entrar nesse cenário,
recentemente o Seminário Presbiteriano do Norte (SPN) vem realizando
eventos que contam com um grande número de pessoas, ao exemplo, o
Congresso de Aconselhamento Bíblico ocorrido no mês passado na
capital pernambucana.

Todos esses eventos provam a vitalidade da fé reformada em


denominações protestantes e em diferentes regiões de nosso país. As
perspectivas são animadoras e certamente a influência reformada nos
setores evangélicos do nosso país podem até mesmo se estender com o
entendimento de que é possível influenciar biblicamente todo esse
cenário, com a firmeza doutrinária adquirida durante tantos anos de
Reforma Protestante.
A POSTURA NECESSÁRIA

Entendo que ainda estamos muito insipientes em toda a obra reformada


em nosso país. Já contamos com inúmeras instituições de peso como
editoras, seminários, conferências e outros tantos avanços que fazem da
fé reformada um seleiro constante de estudiosos que crescem em
conhecimento e ajudam a manter um nível elevado de debate, porém
resta-nos estabelecermos nossas instituições teológicas. São
extremamente necessárias medidas que concretizem os cursos de pós-
graduação para os bacharéis em teologia, que não se concentram
apenas nas regiões mais abastadas de nosso país, para isso é
necessário que nossos teólogos busquem desenvolver essas regiões,
fortalecendo os seminários e proporcionando uma administração menos
burocratizada e com maior sensibilidade às necessidades regionais.

Compete às nossas denominações uma postura mais firme sobre a


profissão dessa mesma fé, uma vez que muitos insistem em buscar a
aceitação de setores que não andam nessa perspectiva e muitas vezes
tomam decisões políticas, tratando de questões de grande urgência
como a doutrina do culto com evasivas e artimanhas retóricas que nem
sempre buscam a fidelidade doutrinária. É dever de nossas igrejas
extirpar essa “politicagem” e fazer prosperar uma postura mais
comprometida com a fidelidade das Escrituras, pois, assim sendo,
teremos como falar de uma verdadeira Reforma, pois essa não acontece
apenas com Conferências, Editoras e Instituições, mas com homens
piedosos que sejam havidos na educação, mas também em piedade.
Sendo instrumentos em suas denominações e que isso seja refletido nas
decisões conciliares, sem dúvida isso traria inúmeros benefícios para as
mesmas, bem como para o povo que saberá que linha seguem suas
denominações, ao invés de acolherem setores pragmáticos e
heterodoxos que danificam o Corpo de Cristo.

Devemos favorecer o acesso de livros a população leiga. Precisamos


estudar uma maneira de baratear os custos dos livros reformados em
nosso país. É necessário que as editoras estejam dispostas a investirem
em escritórios regionais ou mesmo lojas em cada região do país, pois os
preços cobrados pelo frete pela estatal de Correios encarecem os livros
em mais de 20% e isso é muito desestimulante.

É preciso também romper com as “panelas de influência”, pois muitos


pensam que ser teólogo reformado é ter aceitação de pessoas de grande
influência nesse setor. Isso não nos ajuda no debate teológico, mas
centraliza o mesmo em pequenos grupos e isso não faz desenvolver as
diferentes perspectivas reformadas. É necessário que nossas
denominações favoreçam o acesso a cursos de pós-graduação,
permitindo algo mais descentralizado e investiam recursos nesses
cursos. Muitos pastores de pouca condição financeira desejam
participar desses empreendimentos, mas muitas vezes são impedidos de
chegarem ao propósito acadêmico pelas condições financeiras limitadas
do ministério.

CONCLUSÃO

Termino dizendo que o quadro é animador, porém desafiador. Temo que


em nosso país apenas uma pequena elite tenha acesso à fé reformada,
enquanto que uma grande massa de pessoas, espalhadas nas pequenas
cidades e longe dos grandes centros, ainda tenham que conviver com a
ignorância de alguns pastores e líderes quanto aos princípios que
incendiaram o mundo há quase cinco séculos atrás. Podemos estar
perdendo a oportunidade de ampliarmos nossas cercas. Temos recursos
e material humano, mas precisamos focar no que queremos, ou seja,
influenciar o maior número possível de pessoas e fazer com que nossa
fé, realmente seja algo acessível e menos elitizado. Conclamo as grandes
denominações protestantes a fazerem seu papel, bem como as editoras
e instituições de ensino a também se engajarem. Temos muito ainda
para fazer em nossas igrejas locais, mas é necessário um maior
empenho de todas as partes, pois precisamos continuar a obra que
nossos pais reformados iniciaram. Que Deus abençoe a Reforma em
nosso país e que ela verdadeiramente ocorra em toda a sua excelência o
quanto antes. Soli Deo Gloria!

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