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1 - DESENHO MECÂNICO

O desenho técnico mecânico é a linguagem gráfica utilizada internacionalmente por engenheiros


e técnicos da área para representação bidimensional de elementos mecânicos tridimensionais. Assim
como as palavras de um texto ajudam a transmitir a ideia do autor, os elementos gráficos de um desenho
técnico: linhas, números, símbolos e indicações escritas, são responsáveis por comunicar a ideia do
projetista com o intuito de orientar o responsável pela fabricação daquele elemento, registrar informações
de elementos já fabricados, analisar soluções, resolver problemas de forma gráfica ou para outras
aplicações. Sendo assim, é essencial para todos os profissionais que atuam na área da mecânica o
domínio dos conhecimentos relacionados ao desenho técnico mecânico aliados a uma apurada visão
espacial.
A história da humanidade passa necessariamente pela história do desenho. Desde a pré-história,
através de hieróglifos nas cavernas, o homem buscava representar através de desenhos a realidade a
sua volta. Na antiguidade o desenho ganhou status sagrado, sendo utilizado para decorar tumbas e
templos e para representar deuses. Também neste período tem-se registro de desenhos cartográficos
primitivos utilizados em rotas comerciais terrestre e marítimas. Ao longo dos séculos o desenho passou
por um processo de evolução, (influenciado pelo avanço tecnológico das ferramentas para sua execução)
levando, no renascimento, a representações mais condizentes com a realidade. No século XVIII o francês
Gaspar Monge desenvolveu a geometria descritiva, impactando diretamente no desenvolvimento
tecnológico e servindo como base para o desenho técnico moderno. Após a revolução industrial houve
uma mudança de paradigma na forma de produção, exigindo-se uma padronização de produtos que só
foi possível graças a utilização de desenhos técnicos de fabricação. No século XIX a Comissão Técnica
TC 10 da “International Organization for Standardization” – ISO – realizou a primeira normalização
internacional visando a utilização da geometria descritiva mongeana como linguagem gráfica, chamando-
a de desenho técnico. Nos dias de hoje, após a globalização observada no século XX, é possível produzir
um processador de celular na China que se encaixa perfeitamente em uma carcaça polimérica produzida
na India graças a estas normalizações que vêm sendo estabelecidas desde então.
Existem várias normas que definem os parâmetros a serem observados na execução de um
desenho técnico. No Brasil estas normas são elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). As principais normas vigentes utilizadas na execução de desenhos mecânicos dizem respeito à
forma de representação, ao papel a ser utilizado, à padronização de linhas e à forma de se realizar a
cotagem.
A norma ABNT NBR10067/95 define a forma de representação aplicada em desenho técnico. De
acordo com a referida norma as representações dos desenhos devem ser feitas de acordo com a
geometria descritiva definida por MONGE em projeções ortográficas no 1º ou 3º diedro. Um diedro é a
junção de dois semiplanos perpendiculares entre si. As projeções da peça são denominadas vistas
existindo: Vista frontal; vista superior; vista lateral esquerda; vista lateral direita; vista inferior e vista
posterior. A vista principal da peça deve ser utilizada como vista frontal, normalmente na sua posição de
utilização. A escolha das outras vistas a serem utilizadas deve se dar de forma a utilizar o menor número
de vistas, evitar a repetição de detalhes e evitar linhas tracejadas desnecessárias. A norma trata ainda
de aspectos secundários de representação como: vistas fora de posição, vistas auxiliares, elementos
repetitivos, detalhes ampliados, linhas de interseção, peças simétricas, cortes e seções.
Tão importante quanto definir a forma mais adequada de representar um objeto, é escolher as
dimensões adequadas do papel onde será realizado ou impresso o desenho. A norma que define o leiaute
e as dimensões dos papeis a serem utilizados em desenhos técnicos é a NBR 10068/87. De acordo com
esta norma, o formato básico para desenhos técnicos é o A0 (a zero), um retângulo de área igual a 1 m²
e proporção entre os lados guardando entre si a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado
e sua diagonal (𝑦 = 𝑥√2). Obtém-se, portanto, as medidas 841 mm x 1189 mm. Do formato A0 deriva-se
a série "A" pela bipartição ou pela duplicação sucessiva, dando origem aos formatos A1, A2, A3, A4 e etc.
Esta norma também define o leiaute a ser utilizado, indicando o comprimento da legenda a ser inserida
em cada formato, as dimensões das margens, a espessura das linhas do quadro, as marcas de centro,
escala métrica de referência, o sistema de referência por malhas e as marcas de corte. A norma ABNT
NBR 13142/99 definia as condições de dobramento de cópias de desenhos técnicos, porém a mesma foi
cancelada em 2017 e não foi substituída.
De acordo com a norma NBR 8403/84 ao se executar um desenho técnico o profissional deve
utilizar duas larguras de linhas, larga e estreita, sendo que a relação entre as duas deve ser maior do que
dois. Deve-se utilizar as larguras de 0,13mm, 0,18mm, 0,25mm, 0,35mm, 0,50mm, 0,70mm, 1mm, 1,4mm
ou 2,0mm. A norma prevê os seguintes tipos de linhas para execução dos desenhos técnicos: Contínua
larga e estreita, contínua estreita a mão livre, contínua estreita em ziguezague, tracejada larga e estreita,
traço e ponto estreita, Traço e ponto estreita, larga nas extremidades e nas mudanças de direção, Traço
e ponto larga e Traço dois pontos estreita
Ao representarmos peças mecânicas em desenhos raramente utilizamos escalas reais. Quase
sempre lançamos mão de ampliações ou reduções através da aplicação de escalas. Sendo assim é
importantíssimo que os desenhos técnicos indiquem as dimensões, evitando a necessidade de cálculos
e medições para averiguação de medidas. A norma que apresenta os princípios de cotagem é a NBR
10126/87 (corrigida em 98). Ela estabelece que deve-se representar todas as cotas necessárias para
descrever uma peça. A cotagem deve ser localizada na vista ou corte que represente mais claramente o
elemento. Deve-se usar a mesma unidade para todas as cotas sem o emprego do símbolo. O símbolo da
unidade deve ser incluído na legenda e em cotas cuja unidade não seja a padrão do restante do desenho.
Nenhum elemento do objeto deve ser definido por mais de uma cota. As cotas devem ser representadas
através dos seguintes elementos: Linha auxiliar, linha de cota, limite da linha de cota e a cota.
Até meados da década de sessenta, os projetos eram executados de forma manual com o auxílio
de instrumentos de desenho, como lapiseiras, compassos e réguas. Com a evolução dos computadores,
programas computacionais denominados CAD (Desenho assistido por computador) foram desenvolvidos,
mas ficavam limitados às grandes empresas. Com o advento dos computadores pessoais, uma revolução
teve início e, em 1982, a AutoDesk Inc lançou o software AutoCAD nos EUA para elaboração de desenhos
bidimensionais. Com ele obteve-se grande otimização do processo de elaboração de projetos,
transferindo a parte técnica, antes manual e altamente complexa, para um modelo computacional. Apesar
desta significativa evolução, a forma de projetar em sistemas CAD bidimensionais não pode ser
considerada uma mudança de paradigma, visto que apenas as ferramentas de desenho foram
transferidas para o computador, facilitando o trabalho, mas mantendo-se o resultado final.
A aplicação das normas que foram brevemente explanadas, além de outras normas vigentes
relacionadas ao tema, garante, portanto, a comunicação plena e eficaz entre os mais variados
profissionais que atuam no ramo da mecânica. É importante ressaltar que o avanço tecnológico,
principalmente no que diz respeito às tecnologias digitais, alterou completamente a forma de se executar
desenhos mecânicos. Cabe às escolas profissionalizantes, escolas técnicas e faculdades dos cursos
relacionados explorarem da melhor maneira possível a carga horária disponibilizada para as disciplinas
que se incubem do ensino e aprendizagem do desenho mecânico, seja utilizando o desenho à mão com
auxílio dos instrumentos, seja com as novas tecnologias computadorizadas.

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