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COMO ENTENDER A BÍBLIA – RESENHA CRÍTICA

GUSSO, Antônio Renato. Como entender a Bíblia?: Orientações práticas


para a interpretação correta das Escrituras Sagradas. 6. ed.
Curitiba: A. D. Santos, 2011. 110 p.

A obra lida e analisada, de Antônio Renato Gusso, trata da temática da


hermenêutica bíblica. É dividida em 15 capítulos, trazendo em cada um deles (exceto no
primeiro, a introdução, e no último, a conclusão da obra) princípios básicos sobre a prática
de interpretação da Bíblia. A obra destina-se tanto a estudantes do meio acadêmico quanto
a professores e pastores do meio eclesiástico, podendo ser também lida com fácil
compreensão pelo leitor leigo com interesse no assunto.
Na Introdução, o autor apresenta a ideia motivadora da obra, trazendo para o leitor
a consciência da importância do cuidado na interpretação bíblica em uma cultura
evangélica que siga o princípio de que cada leitor tem o direito de interpretar por si mesmo
as Escrituras Sagradas. Introduz assim os capítulos que expõem os princípios
hermenêuticos que serão tratados na obra, o que chama de “sugestões de atitudes que
considero básicas para se obter uma boa interpretação bíblica”.
Os primeiros princípios referem-se à relação do leitor com o texto em um sentido
primário, sem tratar ainda das questões textuais e sim da atitude pessoal do leitor para com
as Escrituras. No segundo capítulo, Gusso destaca a importância da mente devota a Deus
na tentativa de compreender as sagradas letras, orientando o leitor a “pedir constantemente
a orientação divina” e afirmando a clara intenção de Deus de revelar-se à humanidade
através de Sua Palavra, tornando-O assim o primeiro e principal guia nas atividades
interpretativas. No terceiro capítulo, a humildade do intérprete é apresentada como fator
essencial para uma melhor compreensão dos textos bíblicos, principalmente daqueles que
já são bem conhecidos. Sobre essa questão, cita dois exemplos bíblicos bem conhecidos,
sendo um deles o texto de Mateus 6.25-34, que costuma ser interpretado de maneira
errônea, como se mostra em uma canção composta sobre essa perícope. No capítulo
seguinte, o autor enfatiza sua preocupação quanto à atitude do leitor em relação à atenção
que deve ter ao ler o texto bíblico, sugerindo um exercício de leitura no livro de Zacarias
para exemplificar a importância da atenção em uma leitura que busque entender o texto de
todos os ângulos possíveis.
Nos dois capítulos seguintes, Gusso trata das questões contextuais em relação ao
texto bíblico. No capítulo 5, o enfoque é intra-bíblico, tratando da busca de um maior
entendimento do texto em estudo a partir de seu contexto: Imediato (capítulo ou passagem
completa); Próximo (o livro bíblico em que a passagem se encontra); e Geral (a Bíblia
como um todo). No sexto capítulo, a busca de contextualização sugerida é extra-bíblica,
destacada pela necessidade de se entender o pano de fundo de algumas passagens sob
vários focos (geográfico, político, social, econômico, religioso, etc) para sua melhor
compreensão.
Do capítulo 7 ao 10, a obra traz princípios voltados para a busca de significado e de
sentido no texto a partir de quatro aspectos, um a cada capítulo: 1) de um modo geral, o
tipo de literatura e os princípios interpretativos que os diferentes gêneros literários
demandam; 2) de maneira mais específica, a questão “literalidade versus sentido figurado”
nas passagens bíblicas; 3) a busca dos diversos significados de uma palavra, tendo
consciência de que muitas vezes ela só adquire um sentido se compreendida dentro de seu
contexto, podendo variar em outros textos; e 4) a procura pelo significado pretendido pelo
autor para o receptor original, tirando desse sentido primário os princípios geradores de
uma aplicação prática realmente bíblica. Em sequência ao quarto aspecto apresentado, o
próximo capítulo irá tratar do problema da aplicação na mensagem pregada da maneira
inversa, onde o pregador busca textos e bases bíblicas para suas ideias pré-concebidas.
Os três capítulos que precedem a conclusão esclarecem mais alguns princípios
gerais sobre a interpretação bíblica. No capítulo 12, a Bíblia é afirmada como livro de fé, e
não de ciências, lembrando o leitor que a intenção do texto é religiosa e não deve ser
submetida aos variantes aspectos das ciências naturais ao longo da história e,
principalmente, na visão da ciência moderna. O décimo terceiro capítulo alerta quanto às
pontuações e divisões do texto bíblico, não presentes nos originais. A partir dessa
informação, o autor adverte quanto ao erro de super valorizar estes elementos no processo
interpretativo. Por fim, o capítulo 14 apresenta o último princípio da obra: interpretar
textos difíceis à luz de textos fáceis. Seguindo o princípio hermenêutico onde a Escritura
interpreta a própria Escritura, Gusso mostra como alguns textos de fácil compreensão
podem vir a esclarecer textos mais obscuros, com aparente contradição.
Na conclusão, o autor reitera a preocupação com alguns cuidados básicos no
processo de interpretação bíblica, citando sua experiência pessoal, alertando contra a
atitude de acomodação de muitos leitores e reafirmando sua preocupação para com a busca
do real sentido da mensagem bíblica, incentivando e motivando o leitor a essa busca.
A obra de Gusso é concisa, prática, comprometida com o pensamento ortodoxo, de
fácil compreensão e extremamente útil para o leitor que necessita de uma visão panorâmica
da hermenêutica bíblica não apenas em termos conceituais. As orientações práticas são,
capítulo após capítulo, exemplificadas por inúmeros textos bíblicos, mostrando assim
como os princípios tratados são aplicáveis e trazendo ao leitor uma visão que liga conceito
e prática de um modo que o motiva a seguir suas próprias tentativas de interpretação de
maneira bem embasada, a partir dos princípios e pontos discorridos e aplicados ao longo da
obra.

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