Aula 2 - Concreto Armado I PARTE 3

Curso de Engenharia Civil
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
Prof. PEDRO I. C. DE SOUZA JUNIOR
1
TIPOS DE LAJES – RECOMENDAÇÕES
• As lajes planas e com vigas são recomendadas
para vãos entre 4,5m e 6m.
• As lajes nervuradas para vãos entre 7,5m e 12m.
• E as lajes cogumelo para vãos entre 6m e 9m

com carregamento acima de 5kN/m².
Estudaremos, apenas, as lajes maciças com vigas,

ou seja, o sistema estrutural convencional, em que
as lajes se apoiam nas vigas, e essas nos pilares.
2
TIPOS DE LAJES
c) Quanto ao esquema de cálculo, as lajes podem
ser:
3
TIPOS DE LAJES
a) Lajes armadas em uma só direção, ou laje

corredor:
Quando a relação entre o maior e o menor vão

for maior do que 2.
4
TIPOS DE LAJES
a) Lajes armadas em uma só direção, ou laje

corredor:
Vãos da laje retangular armada em uma direção

5
TIPOS DE LAJES
b) Lajes armadas em duas direções, ou lajes
armadas em cruz:
Quando a relação entre o maior e o menor vão

for menor ou igual do a 2.
6
TIPOS DE LAJES
b) Lajes armadas em duas direções, ou lajes
armadas em cruz:
Vãos da laje retangular armada em duas direções

7
TIPOS DE LAJES
As lajes armadas em cruz, que distribuem as
cargas em duas direções, são uma forma única
de construção que só as estruturas de concreto
armado apresentam, entre todos os materiais
de construção.
8
TIPOS DE LAJES
EXCEÇÕES:
Uma laje, será armada em uma só direção,

independentemente da relação entre os lados,
nos seguintes casos:
9
TIPOS DE LAJES
1. Se a laje for suportada continuamente

somente ao longo de duas bordas paralelas
(as outras duas forem livres).
10
TIPOS DE LAJES
2. Quando tiver três bordas livres (laje em

balanço).
11
VINCULAÇÃO DAS BORDA DA LAJE
Em função da vinculação das bordas da laje,
três tipos de apoio para as lajes maciças no
sistema reticulado:
• Lado simplesmente apoiado;
• Lado engastado;
• Lado livre.
12
Quando um lado da laje é dito simplesmente

apoiado, ele se encontra sobre uma viga e não há
continuidade com outra laje.
A borda da laje é continuamente suportada por

vigas, paredes de alvenaria de tijolos cerâmicos, de
blocos de concreto ou de pedras.
13
Quando um lado da laje é dito engastado, ele

também se encontra sobre uma viga e há
continuidade com outra laje.
Ou seja, quando a borda da laje não tiver nenhuma

vinculação ao longo daquele lado.
14
Quando o lado não está apoiado sobre uma viga,

ele é dito de bordo livre, ou seja, sem apoio.
Ou seja, quando a borda da laje tem continuidade

além do apoio correspondente daquele lado (laje
adjacente).
15
Os bordos das lajes são ditos de engastados,

apoiados ou livres, adotando-se a seguinte
representação gráfica para os mesmos:
16
17
ANÁLISE DE ESFORÇOS NAS LAJES
Após a determinação do carregamento da laje,

parte-se para o cálculo dos esforços nela atuantes,
ou seja, a determinação das solicitações.
As lajes trabalham, basicamente, à flexão simples,

isso quer dizer que nela estarão atuando momentos
fletores e esforços cortantes.
Para isso, existem alguns métodos para a análise

de esforços nas lajes.
18
MÉTODOS PARA ANÁLISE DE
ESFORÇOS NAS LAJES
• Teoria da Elasticidade;
• Teoria das Grelhas;
• Método das Linhas de Ruptura;
• Tabelas de dimensionamento.
19
Além da determinação dos momentos fletores e

forças cortantes, determinam-se, também, as
reações das lajes, que irão carregar as vigas.
Para as lajes maciças apoiadas sobre vigas,

despreza-se o esforço cortante atuante.
Logo, para o cálculo das lajes maciças só irá

interessar a determinação dos momentos fletores
e das reações sobre as vigas.
20
Um outro aspecto fundamental na análise dos

esforços das lajes, é a determinação das suas
condições de contorno.
É necessário saber qual o tipo de apoio de cada

um dos lados da laje.
21
MÉTODOS PARA ANÁLISE DE
ESFORÇOS NAS LAJES
• Teoria da Elasticidade;
• Teoria das Grelhas;
• Método das Linhas de Ruptura;
• Tabelas de dimensionamento.
22
MÉTODOS PARA ANÁLISE DE ESFORÇOS
NAS LAJES
• Teoria da Elasticidade
A Teoria da Elasticidade (TE) demonstra não só a relação

entre os momentos internos e as cargas nas lajes, como
também demostra a relação entre os momentos e a curvatura
das lajes.
A análise de esforços pela TE se baseia na equação

diferencial de 4ª. ordem de Lagrange.
23
TEORIA DA ELASTICIDADE
Equação diferencial de 4ª. ordem de Lagrange:
Relaciona a deformada elástica da placa (w) com o seu

carregamento (p), e está apresentada a seguir, onde K é o
coeficiente de rigidez da placa.
24
TEORIA DA ELASTICIDADE
Equação diferencial de 4ª. ordem de Lagrange:
Da TE resultam, também, as seguintes equações de

equilíbrio para o cálculo das solicitações.
25
NAS LAJES
• Teoria das Grelhas

Para as lajes retangulares sobre quatro apoios, com carga
uniformemente distribuída, pode-se utilizar a Teoria das
Grelhas (TG) para o cálculo dos esforços, que é um processo
rápido e simplificado.
26
NAS LAJES
Ele consiste em dividir a carga total (p), que é por área, em
duas cargas lineares, uma para cada direção da laje (px e py).
Distribuição das cargas 27

NAS LAJES
Distribuição das Cargas:
Considerando que:
A carga p se divide em px e
py e as faixas ortogonais
encontrando-se no centro da
laje, igualam-se as flechas
no centro.
Desta igualdade resulta o valor de px ou de py.

28
NAS LAJES
Distribuição das Cargas:
Levando-se em conta o tipo de

apoio existente em cada borda,
calculam-se os momentos Mx
e My em cada faixa nas duas
direções.
Portanto, se o valor da flecha, para cada condição de contorno,

é conhecido, pode-se determinar os valores de px e de py.
29
NAS LAJES
A Tabela abaixo, apresenta os valores das flechas para as
condições de apoio mais utilizadas.
Valores para as flechas
30
NAS LAJES
Essa outra tabela, apresenta os valores para os momentos e
reações para as condições de contorno mais utilizadas.
Valores para as flechas
31
NAS LAJES
Exemplo:
Considerando-se que a laje dada tem com os quatro bordos
simplesmente apoiados, determine os coeficientes de
carregamentos nas duas direções principais.
32
NAS LAJES
Resolução:
As duas direções são bi-apoiadas, e no ponto A: εx = εy, logo:
p = px+py
px = Kx·p py = Ky·p
Ky = 1 – Kx·
33
NAS LAJES
Resolução:
Fazendo fx = fy, no ponto A, tem-se:
34
NAS LAJES
Exercício:
Para a laje abaixo, determinar o carregamento nas duas direções
principais.
Laje a ser carregada 35

NAS LAJES
Resolução:
36
NAS LAJES
Exercícios:
Dada as lajes, determine os coeficientes de carregamento.
37
NAS LAJES
• Método das Linhas de Ruptura
É o método se baseia na configuração de ruína das lajes, ou
seja, nas linhas de ruptura que a laje apresenta.
Esta deformação se realiza como se houvessem rótulas ou

charneiras ao longo das linhas de ruptura.
38
NAS LAJES
• Tabelas de dimensionamento
Para facilitar a determinação das solicitações nas lajes,

foram criadas várias tabelas com uma série de coeficientes
que levam em conta os diversos parâmetros utilizados no
cálculo das lajes.
39
NAS LAJES
Algumas tabelas, por exemplo, se baseiam na Teoria das

Grelhas e outras na Teoria da Elasticidade. Algumas das
tabelas mais utilizadas são:
• Czerny (TE);
• Erturk (TE);
• Barés (TE);
• Marcus (TG + TE), etc.
40
NAS LAJES
Hoje em dia, o uso das tabelas está sendo substituído pela
utilização de softwares de análise estrutural, que tanto
podem trabalhar com as tabelas internamente, como com o
cálculo matemático mais preciso.
41
PRÉ DIMENSIONAMENTO DAS LAJES
Hoje em dia, o uso das tabelas está sendo substituído pela
utilização de softwares de análise estrutural, que tanto
podem trabalhar com as tabelas internamente, como com o
cálculo matemático mais preciso.
42
Para as lajes maciças (armadas em cruz) com vãos
menores que 6m, tem-se:
Em que: lx = menor vão téorico ou balanço;
43
Para as lajes maciças (armadas em cruz) com vãos
menores que 6m, tem-se:
Em que: lx = menor vão téorico ou balanço;
44
45
BASES PARA O DIMENSIONAMENTO
Segundo a NBR 6118 (2004):
“O objetivo da análise estrutural é determinar os efeitos das
ações em uma estrutura, com a finalidade de efetuar
verificações de estados limites últimos e de serviço.”
“A análise estrutural permite estabelecer as distribuições de

esforços internos, tensões, deformações e deslocamentos,
em uma parte ou em toda a estrutura”.
46
Os tipos de análise estrutural adotados pela NBR 6118 (2004)
são:
• Análise linear;
• Análise linear com redistribuição;
• Análise plástica;
• Análise não-linear;
• Análise através de modelos físicos.

Uma vez feita a análise estrutural, e se determinado os
efeitos das ações em uma estrutura, parte-se para o seu
dimensionamento.
47
Sequência para um bom projeto 48

DIMENSIONAMENTO DE LAJES
• Classificação quanto à direção:
a) Laje armada em uma direção
As lajes armadas em uma direção tem relação entre o lado
maior e o lado menor superior a dois, isto é:
onde:
lx = vão menor
ly = vão maior.
49
Vãos da laje retangular armada em uma direção.

50
Os esforços solicitantes de maior magnitude ocorrem segundo

a direção do menor vão, chamada direção principal.
Na outra direção, chamada secundária, os esforços solicitantes

são bem menores e, por isso, são comumente desprezados nos
cálculos.
51
Os esforços solicitantes e as flechas são calculados supondo-

se a laje como uma viga com largura de 1 m, segundo a
direção principal da laje.
Faixa para o cálculo de momentos fletores na laje armada em uma direção

52
b) Laje armada em duas direções (ou em cruz)
Nas lajes armadas em duas direções os esforços solicitantes
são importantes segundo as duas direções principais da laje.
A relação entre os lados é menor que dois, tal que:
onde:
lx = vão menor
ly = vão maior.
53
b) Laje armada em duas direções (ou em cruz)
Vãos da laje retangular armada em duas direções.

54
Portanto o esquema de cálculo das lajes pode ser:
55
EXCEÇÕES:
Uma laje, será armada em uma só direção,

independentemente da relação entre os lados,
nos seguintes casos:
56
1. Se a laje for suportada continuamente

somente ao longo de duas bordas paralelas
(as outras duas forem livres).
57
2. Quando tiver três bordas livres (laje em

balanço).
58
• Vinculação:
As bordas das lajes podem apresentar os seguintes tipos de
vinculação:
• apoiada: quando a borda da laje é continuamente

suportada por vigas, paredes de alvenaria de tijolos
cerâmicos, de blocos de concreto ou de pedras.
59
• Vinculação:
vinculação:
• livre: quando a borda da laje não tiver nenhuma

vinculação ao longo daquele lado.
60
• Vinculação:
vinculação:
• engastada: quando a borda da laje tem continuidade
além do apoio correspondente daquele lado (laje
adjacente).
61
• Vinculação:
62
63
• Vinculação:
Observações sobre a continuidade das bordas das lajes:
Uma laje não deve ser considerada engastada em outra que

tenha uma espessura mais do que 2 cm inferior.
64
• Vinculação:
Toda a laje que tiver um lado adjacente a uma laje rebaixada

tem este lado apoiado; toda a laje rebaixada deve ser
considerada apoiada (salvo se tiver outros três lados livres).
65
• Vinculação:

Quando em um lado da laje ocorrerem duas situações de
vínculo (apoiado e engastado), a favor da segurança
considera-se todo o lado apoiado;
Se o engaste for superior a 85% do comprimento do lado,

pode-se considerar como engastado. 66
EXEMPLO
67
EXEMPLO
68
• Observação Importante:
Normalmente, quando se inicia o cálculo das lajes, não são

conhecidas as espessuras; deve-se, então, considerar
inicialmente engastados todos os lados que são adjacentes
a outras lajes não rebaixadas.
Somente após a primeira hipótese de vinculação é que será

possível determinar as espessuras das lajes e refazer a
vinculação, quando a espessura for maior que 2 cm.
69
• Vinculação:
i) Relação Entre Vãos:
70
• Vinculação:
ii) Laje Rebaixada:
71
• Vinculação:
iii) Engaste Parcial:
72

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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Prof. PEDRO I. C. DE SOUZA JUNIOR

• As lajes nervuradas para vãos entre 7,5m e 12m.

• E as lajes cogumelo para vãos entre 6m e 9m

Estudaremos, apenas, as lajes maciças com vigas,

a) Lajes armadas em uma só direção, ou laje

Quando a relação entre o maior e o menor vão

a) Lajes armadas em uma só direção, ou laje

Vãos da laje retangular armada em uma direção

Quando a relação entre o maior e o menor vão

Vãos da laje retangular armada em duas direções

Uma laje, será armada em uma só direção,

1. Se a laje for suportada continuamente

2. Quando tiver três bordas livres (laje em

• Lado simplesmente apoiado;

Quando um lado da laje é dito simplesmente

A borda da laje é continuamente suportada por

Quando um lado da laje é dito engastado, ele

Ou seja, quando a borda da laje não tiver nenhuma

Quando o lado não está apoiado sobre uma viga,

Ou seja, quando a borda da laje tem continuidade

Os bordos das lajes são ditos de engastados,

Após a determinação do carregamento da laje,

As lajes trabalham, basicamente, à flexão simples,

Para isso, existem alguns métodos para a análise

• Teoria das Grelhas;

• Método das Linhas de Ruptura;

Além da determinação dos momentos fletores e

Para as lajes maciças apoiadas sobre vigas,

Logo, para o cálculo das lajes maciças só irá

Um outro aspecto fundamental na análise dos

É necessário saber qual o tipo de apoio de cada

• Teoria das Grelhas;

• Método das Linhas de Ruptura;

A Teoria da Elasticidade (TE) demonstra não só a relação

A análise de esforços pela TE se baseia na equação

Equação diferencial de 4ª. ordem de Lagrange:

Relaciona a deformada elástica da placa (w) com o seu

Equação diferencial de 4ª. ordem de Lagrange:

Da TE resultam, também, as seguintes equações de

• Teoria das Grelhas

Distribuição das cargas 27

Desta igualdade resulta o valor de px ou de py.

Levando-se em conta o tipo de

Portanto, se o valor da flecha, para cada condição de contorno,

Valores para as flechas

Valores para as flechas

Laje a ser carregada 35

Dada as lajes, determine os coeficientes de carregamento.

Esta deformação se realiza como se houvessem rótulas ou

Para facilitar a determinação das solicitações nas lajes,

Algumas tabelas, por exemplo, se baseiam na Teoria das

• Marcus (TG + TE), etc.

Em que: lx = menor vão téorico ou balanço;

Em que: lx = menor vão téorico ou balanço;

“A análise estrutural permite estabelecer as distribuições de

• Análise linear com redistribuição;

• Análise através de modelos físicos.

Sequência para um bom projeto 48

Vãos da laje retangular armada em uma direção.

Os esforços solicitantes de maior magnitude ocorrem segundo

Na outra direção, chamada secundária, os esforços solicitantes

Os esforços solicitantes e as flechas são calculados supondo-