Sei sulla pagina 1di 2

O existencialismo revela a coragem de enfrentar as coisas como elas

são, e expressar a ansiedade da insignificação. Sartre é o símbolo do


existencialismo de nossos dias. Sua proposição filosófica de que "a essência
do homem é sua existência" é a mais desesperadora e corajosa sentença de
toda literatura existencialista. O que ele diz é que não há natureza essencial do
homem, exceto no ponto de que ele pode fazer dele mesmo o que quer. O
homem cria o que ele é. No entanto, o homem é finito. Sua liberdade é finita e,
portanto tem estrutura definida. Se o eu tenta ultrapassar esta estrutura, ele
termina por perdê-la. O Existencialismo para Sartre é, pois, um subjetivismo, no
sentido da impossibilidade do homem em ultrapassar sua própria subjetividade.
Este é um escravo da sua própria subjetividade, no sentido de que não pode
sair de si mesmo. Este homem prisioneiro, num mundo impenetrável, só
poderia dar lugar a uma filosofia do absurdo e da angústia.

Com base no existencialismo sartreano, analisamos o conto "O Ovo e a


Galinha", de Clarice Lispector , onde podemos perceber um jogo de linguagem
entre palavra e coisa. Através desse jogo de linguagem entre palavras e coisa,
"O "ovo" ascende à categoria de acontecimento revelador aberto sobre uma
realidade indeterminada que ele representa — realidade a qual a narradora se
acha presa desde o início de sua descrição e em face da qual ela própria se
narra". No conto, a autora nos revela uma atitude existencial em termos de que
esta penetra a fundo na situação estabelecida, sendo o enredo do conto
mantido às custas do relato deste envolvimento. Por outro lado, ao objeto
desencadeante da experiência é atribuído um novo significado — o ovo deixa
de ser o ovo, pura e simplesmente para tornar-se um meio de acesso ao
caráter instrumental do amor e da vida, a serviço da existência, que ela
reconhece como um sacrifício, como superior a si mesma.

Tematizando a existência humana, inclusive na própria linguagem


através do jogo entre palavra e coisa, que conduz a evasão do significado,
Clarice revela uma concepção do mundo tipicamente existencialista, à medida
que trata de problemas como o desejo de ser, a falência das relações
humanas, a identidade simulada, a potência mágica do olhar.
Já em outro conto, “Amor”, da mesma autora, observamos algumas
características principais como, paradoxos, metáforas e epifanias. Trata-se de
mostrar de como uma realidade banal e aparentemente estável podem aflorar
situações altamente perturbadoras e que põe em xeque a normalidade da vida
cotidiana, ao desestruturar toda a aparente estabilidade anterior.

Ana, protagonista de “Amor”, tem sua rotina ferida ao ver um cego


mascando chiclete, e perde-se de compaixão, amor pelo mundo e náusea,
mergulhando em um mundo labirinticamente vivo e terrível, a partir disso fez
com que Ana tivesse uma nova condição de pensamento.

Concluindo a análise dos contos com base no existencialismo, o filósofo


Heidegger implica que o homem é “lançado” ao mundo sem saber o porquê, o
que pode gerar vazio e angústia: o mundo surge diante do homem, aniquilando
todas as coisas particulares de que o rodeiam e, portanto, apontando para o
nada, deixando-o desnorteado. Portando, podemos considerar o “choque de
realidade” da personagem Ana do conto “Amor” como resultado do vazio e da
angústia de que a invadia por dentro e, ainda, como “gatilho” para que a
mesma transcendesse sua própria existência.

Referências

LISPECTOR, C., “Amor”. In: Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
LISPECTOR, Clarice. O Ovo e a Galinha. In: A Legião Estrangeira. São Paulo,
Ática, 1977

Potrebbero piacerti anche