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Yvonne Amaral Pereira

O mês de dezembro, para a Terra, já representa o

mês de fluidos renovados, pois sabemos que próximo

da grande data, Natal, o Cristo visita a Terra nos tra- zendo um clima diferente, onde nos parece
que cada

ser humano passa a sentir uma alegria e um ânimo

diferente dos meses anteriores. Tudo é paz, todos se

abraçam esquecendo as amarguras e consolados em

novas esperanças no futuro.

Esta é a presença do nosso Governador Divino:

Jesus Cristo.

E foi nesta data festiva, justamente na véspera do

Natal do ano de 1906, no dia 24 de dezembro, que

abria os olhos para a vida material Yvonne Amaral

Pereira, espírito que se revelaria no futuro, “a que

viera...”.

Nascia ela num sítio, arredores da Vila de Santa

Teresa, município de Valença, estado do Rio de Ja- neiro, cuja cidade hoje tem o nome de Rio das
Flores.

Seus pais eram o negociante Manoel José Pereira

e sua dedicada esposa dona Elisabeth do Amaral

Pereira.

Seu Manoel era descendente de portugueses.

Homem honesto e generoso de coração. Talvez, por

esse motivo, viu-se em fases difíceis no mundo dos

negócios. Não tinha coragem de cobrar as dívidas dos


seus fregueses, e com isto, ficava seriamente com- prometido com os fornecedores, que dessa
maneira

não pensavam. Portanto, a falência era eminente. Em

virtude desses fracassos procurou ele outra forma de

sustentar sua numerosa família, composta de mais

ou menos dez pessoas, contando-se com ele e sua

esposa.

Com a ajuda de amigos e de sua lealdade, con- seguiu o emprego de funcionário público.
Emprego

este que lhe deu o sustento até sua desencarnação,

em janeiro de 1935.

Como a própria Yvonne relata em seus livros, ela

já nasceu médium. Sabia compreender as dificuldades

da família. Nunca exigira de seus pais, em sua ado- lescência, como é normal nas jovens, querer
roupas,

sapatos ou ir às festas. Procurava sempre ajudar sua

avó, por quem foi criada até os dez anos, justamente

para poder ser assistida com mais cuidados, porque

ela tinha a saúde um tanto frágil, e sua mãe, com

irmãos menores para cuidar, não conseguia acom- panhar suas necessidades médicas, sendo por
isto,

sua avó paterna lhe ter atendido e acompanhado seu

desenvolvimento, até aquela idade, quando ela pode

retornar a conviver

com os pais.

A 23 de janeiro

de 1907, quando
estava Yvonne com

quase um mês de

vida, vem a ter um

repentino acesso

de tosse, levando-a

a sufocação. Ficou

aparentando mor- ta. Durante seis

horas manteve-se

sem pulso e em

estado cadavérico.

O médico dera o

laudo como morte

súbita por sufoca- ção.

A família passou a tratar do sepultamento. Como

a vinda de Yvonne ao mundo dos encarnados era de

pouco tempo, a família não se abateu tanto, achando

o caso normal. Mas, dona Elisabeth, sua mãe, não

se conformava. Ela não chorava, porque acreditava

que sua filhinha não estava morta. Algo lhe dizia que

orasse, pois breve a pequenina voltaria à vida.

Como católica fervorosa, dona Elisabeth re- colheu-se num aposento tranqüilo da casa,
enquanto

suas irmãs e mãe tratavam de arrumar a pequena no

caixão.

Diante da imagem de Maria, mãe de Jesus, e com

uma vela acesa, colocou-se de joelhos e contrita fez


sua prece emocionada:

— Maria Santíssima, Santa Mãe de Jesus e nossa

Mãe, fostes mãe e passastes muitas aflições por ver

seu filho Jesus padecer numa cruz. Ouvi-me, pois

minha angústia e a minha dor, atendei meu apelo, e

em nome de seu filho, imploro: se minha filha estiver

realmente morta levai-a até Deus nosso Pai, porque

procurarei entender a lei da morte. Mas, se como sin- to, ela estiver viva, sofrendo algum
distúrbio ignora- do, rogo Senhora, que intervenha junto a Deus, para

que ela não seja sepultada viva. Se assim acontecer,

como prova de meu reconhecimento, eu a entrega- rei a ti, renunciando aos

ela própria o seu modo de ser fiel a Deus.

E Yvonne ouvia sempre sua mãe contar esse episó- dio de sua vida, acrescentando que ela,
desde aí, já

não era mais sua filha, e sim de Maria, Mãe de Jesus.

Yvonne ficava eufórica, alegre em seu entendimento

infantil, de ser irmã de Jesus, filha da mesma mãe

deste.

Mas, retornando ao acontecido, após a prece,

feita de seu amoroso coração maternal, dona Elisa- beth tocou carinhosamente a cabecinha da
filha, no

caixãozinho branco, e passando a mão começou a

transmitir energias, através do passe que a re- vitalizaram, e a menina abrindo os olhinhos deu
um

grito assustado, e logo após, começou a chorar con- vulsivamente. Imediatamente, sua mãe a
ergueu no
colo e agradeceu muito a Maria de Nazaré, pois en- tendeu que ela tinha escutado suas preces e
aceitado a

sua oferta. Portanto, daquela hora em diante, Yvonne

era filha de Maria de Jesus e passaria a obedecê-la,

assim que entendesse, quando crescesse. Por isso a

preocupação de dona Elisabeth em contar constante- mente o ocorrido à pequena Yvonne.

Sobre essa catalepsia sofrida por Yvonne, com

poucos dias de vida, diz ela que em existência pas- sada teria se suicidado por afogamento, e
que isso

eram reminiscências mentais e vibratórias, que per- maneceram por longos períodos durante a
reencar- nação.

Esses transes passaram a ser constantes em sua

vida.

Yvonne foi criada num ambiente simples, pobre

mesmo, pois a família não tinha recurso algum. Mas,

mesmo pobres, os pais de Yvonne sempre abrigavam

criaturas carentes em sua casa. Davam pousada para

famílias que precisavam esperar condução de um

lugar a outro, e também para os que batiam a porta e

pediam comida. Estes eram atendidos dentro de casa

e colocados à mesa para comer, fosse quem fosse.

Yvonne cresceu vendo e ouvindo seus familiares

fazerem o “bem”, embora tivesse voltado a conviver

com eles após os dez anos, pois como já descrevemos

anteriormente, morava com sua avó paterna. Para ela,

todos os familiares lhe pareciam estranhos. Como

diziam todos, ela é que era estranha, parecia sempre


triste, agitada e infeliz.

Aos quatro anos, Yvonne já se comunicava com os

espíritos. Para ela era normal vê-los. O espírito que

ela dera o nome de Charles, era o mais apegado aos

seus olhos. Ela o considerava como pai. Veio depois

a saber, que realmente Charles fora seu pai carnal em

uma reencarnação passada. Era agora seu orientador,

e o foi durante toda a sua existência mediúnica. Via

também, freqüentemente, o espírito de Roberto de

Canalejas, que fora um médico espanhol no século

XIX. Com o passar dos anos e sua dedicação no

campo mediúnico, passou a manter contato através

das obras mediúnicas com os espíritos de Dr. Be- zerra de Menezes, Camilo Castelo Branco,
Victor

Hugo, Frederico Francisco Chopin etc.

A insatisfação da menina continuava afirmati- vamente em seu comportamento. Não concebia


em

aceitar morar onde morava. Para ela seus pais e ir- mãos eram profundamente estranhos. Foi
numa des- sas crises de apatia com a vida presente, que repe- tiu-se a catalepsia. Ela estava com
oito anos. Viu-se

desprendida do corpo. Seu espírito liberto dirigiuse

à igreja que freqüentava. Procurou a imagem do

Senhor dos Passos, ajoelhou-se e em prantos pediu

socorro para seu abatimento interior e para sua infe- licidade, pois embora com pouca idade,
não gostaria

de continuar vivendo. Procurava o Cristo para saber

o “por quê”. Repentinamente, escutou e viu uma en- tidade lhe oferecendo a mão e dizendo:
— Vem comigo, minha filha, encontrarás as res- postas agora.

Yvonne viu-se transportada para a Espanha. Lógi- co que na presente reencarnação ela não
reconhece- ria o país, mas reconheceu a casa e o motivo interior

de tanta saudade que sentia sem explicação, pois seu

espírito transbordou de alegria ao rever a cidade e os

lugares que freqüentara.

No interior da casa, reconhece o médico Rober- to de Canalejas como seu pai e o querido
espírito

de Charles, protetor espiritual nesta reencarnação.

Adentrando, abraçou a todos e ouviu de Charles, seu

orientador:

— Agora, minha filha, precisará você de tomar

muita coragem e muito bom ânimo, para cumprir sua

tarefa mediúnica, nesta reencarnação presente. Sua

tristeza provém de muito sofrimento e amargura que

você projetou a muitas criaturas. Agora você terá de

se submeter a duras penas, para retificar o mal do

passado, aproveitando todos os instantes para seu

aperfeiçoamento espiritual.

Local onde nasceu Yvonne:

Desaparecido Sítio do Rapa-queijo, que ficava na antiga Villa de Santa Thereza

de Valença, atualmente Rio das Flores - RJ (foto de 1912).

A seta indica a casa onde a médium nasceu.

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Espíritas Amor e Esperança

O senhor Manoel José, pai de Yvonne nesta re- encarnação, era espírita e de a muito observando
o comportamento da filha, deu-lhe de presente O

Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Es- píritos. Ensinou-a a entender as obras de
Kardec,

embora ainda a sua pouca idade, mas reconhecendo

seu potencial como médium. Por várias vezes acom- panhou ele os desdobramentos de Yvonne.
Como

ela se mostrasse um tanto rebelde aos estudos, ele,

o pai carnal, pediu a assistência espiritual, para que

o espírito protetor de Charles, lhe fosse sempre pre- sente.

Yvonne enterneceu-se com os exemplares e

leu-os avidamente, aprendendo muito. Dizia ela que

O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns eram

seus únicos e inseparáveis amigos.

Dos treze anos em diante, Yvonne já com um pou- co mais de conhecimento dos estudos
doutrinários,

passou a freqüentar as reuniões mediúnicas. Sua

primeira comunicação psicográfica, veio por inter- médio do espírito de Roberto de Canalejas.
Trazia

ele elucidações sobre o suicídio, evidenciando o es- tado crítico dos espíritos que praticam esse
inconse- qüente ato.

Dessa forma, foi ela desenvolvendo suas me- diunidades: psicografia, psicofonia, receitista (ho-
meopatia), passista, desdobramento, cura, vidência e

efeitos físicos. Fora isto, procurava orientar a todos

que tinham necessidades de assistência espiritual.

Era sincera e não iludia ninguém com fantasias e mi- tos espirituais. Dizia sempre que a
mediunidade era

como um sacerdócio, mas de teor de muita respon- sabilidade perante os compromissos


assumidos, para

regeneração de si e de outras criaturas, talvez dos


desafetos passados.

Foram muitos os livros mediúnicos, como ro- mances, contos ou crônicas, mas nenhum de men-
sagens. Escreveu muitos artigos para o Reformador

(F.E.B.) e para vários jornais espíritas. Sua admira- ção e carinho pelo espírito de Chopin era
tanto, que

ao escrever a esses periódicos, ela usava o pseudôni- mo de “Frederico Francisco”.

A mediunidade mais usada por Yvonne era a de

cura. Entregava-se por inteiro ao receituário ho- meopático. Era assistida pelo espírito do Dr.
Bezerra

de Menezes. Sempre foi muito independente como

médium. Não aceitava submeter-se em núcleos que

colocavam sua mediunidade como chamariz para

verem “casa cheia”. Dizia ela, que trabalhava para

o Cristo e sua disciplina era orientada pelo Alto, não

pelos homens da Terra.

Por isso, ela não permanecia em Grupo nenhum.

Ela organizava em sua própria casa o agrupamento

de estudos e ali atendia a quem a procurava. Vivia,

Yvonne, dessa forma para o mundo espiritual. Sua

casa estava sempre rodeada de amigos e de pessoas

doentes.

Em 1981, a médium passa a morar junto com sua

irmã Amália Pereira Lourenço, no bairro da Piedade,

na cidade do Rio de Janeiro.

A mudança de endereço não alterou em nada o

trabalho mediúnico, embora que com o passar do

tempo, dona Amália, ficasse incomodada pela falta


de tranqüilidade que isso provocava. Mas Yvonne

não dava importância, dizia que essa sua prática

mediúnica, não era missão e sim uma reparação do

passado.

Os doentes de todas as formas, físicas e espiri- tuais, a procuravam em grande número. Yvonne,

como já dissemos, fazia o receituário homeopático

e muitos recebiam os remédios fornecidos por ela

própria.

Porém, a situação financeira era precária. Ela

então, resolve pedir os remédios, escrevendo uma

carta para o senhor Frederico Figner, que nessa

época era um dos diretores da Federação Espírita

Brasileira, e lhe conta que sem recursos, o único re- médio que era ministrado aos doentes no
geral era

a água fluidificada, que sem sombra de dúvida era

imensamente benéfica, mas os doentes mais graves

precisavam de medicações, pomadas etc., por isso o

pedido.

Frederico Figner atendeu de imediato, envian- do-lhe sessenta vidros de remédios


homeopáticos.

Yvonne agradeceu comovidamente dizendo-lhe:

— Só Deus sabe as curas que esses remédios

farão.

Seis meses após, ela consegue recursos para esse

campo, com o auxílio do Plano Espiritual, e suspende

o pedido através de carta, profundamente devedora e


reconhecida ao auxílio prestado pela “Casa-Máter” e

ao senhor Frederico Figner.

Os espíritos de Roberto de Canalejas e Charles,

juntamente com o espírito de Camilo Castelo Bran- co, conversavam muito com Yvonne, a
respeito do

envolvimento havido com eles no passado, que os

levara ao suicídio.

Yvonne também, por mais de uma reencarnação,

participara com eles nesse impensado ato, razão pelo

qual todos traziam ainda as marcas profundas dessa

loucura.

Camilo Castelo Branco, estudioso e muito atento

às zonas umbralinas, onde milhões de espíritos so- frem e purgam aí seus erros, propôs-lhe
escrever um

livro relacionado ao tema, descrevendo a realidade

de cada espírito sofredor dessas regiões.

Juntamente com seus amigos espirituais, Yvonne

aceita e o livro, no original, surge em 1926, mas só

veio a público e editado pela F.E.B. em 1956, isto

é, trinta anos após ser recebido mediunicamente. O

livro tem como título “Memórias de um Suicida”.

Foi pela edição deste livro e de um outro romance, “Amor e Ódio”, que levou Yvonne, a ir pela
primeira

vez conhecer a Federação Espírita Brasileira, a fa- mosa “Casa Máter” do Espiritismo no Brasil.

Chegou Yvonne, muito acanhada, trazendo os

originais embaixo do braço. Foi recebida pelo senhor


Manuel Quintão, que era um dos diretores da “Casa

Máter”, e examinador das obras literárias e mediúni- cas da Doutrina (bons tempos esses, onde
os livros

espíritas eram coerentes à doutrina de Kardec).

Relatando o porque de sua visita, o senhor Quintão,

sem mesmo querer olhar os originais, despediu-se de

Yvonne, dizendo que seu tempo era escasso, e que a

Federação só editava as obras mediúnicas do já fa- moso médium Chico Xavier.

Yvonne, um tanto constrangida pelo fato do

senhor Quintão não querer nem olhar os originais,

ela se retira. De retorno à sua casa, a médium re- conheceu que talvez fosse melhor assim. Ela
iria

passar os originais ao médium Chico Xavier, mesmo

porque sua capacidade era mínima e ela não havia

conseguido entender os escritos passados por Cami- lo, no livro Memórias de um Suicida.

Ainda meditando sobre o assunto, ela pensou que

melhor seria queimar os originais, que poderiam ser

uma mistificação e só poderiam trazer-lhe muita dor

de cabeça, pois sabia ela que poderia haver muita

controvérsia, principalmente por tratar-se de um as- sunto tão complexo como o suicídio. Enviou
então os originais do livro “Amor e Ódio”

para Chico Xavier, mas ela ia realmente queimar os

originais de “Memórias de um Suicida”, quando com

o fósforo já aceso, sentiu que um vulto lhe puxou a

mão e fazendo-a apagar disse:

— Espera! Guarde esses originais por ora. Breve

você saberá que destino dar a esse livro.


Yvonne obedeceu, e pode reconhecer que o amigo

espiritual que a impedira a esse gesto, era o espírito

do Dr. Bezerra de Menezes.

Passou-se o tempo, e ela aguardava com ansiedade

a carta do médium mineiro. Continuava suas tarefas

mediúnicas, tanto psicográficas, quanto de psicofo- nia, que realizava em sua casa ou nos
agrupamentos

que passou a freqüentar, alguns assiduamente e

outros poucas vezes no mês, por falta de entrosa- mento pessoal, mas sempre com muito
carinho no

atendimento aos doentes que a procuravam.

E, foi assim, que numa manhã, após suas preces

habituais para iniciar o atendimento homeopático,

ali notou a presença de um espírito muito bem posto,

mostrando sua firmeza espiritual e apresentando-se

como Léon Denis. Profundamente emocionada pela

visita espiritual tão importante, Yvonne perguntou a

que vinha. Este lhe disse da incumbência de junto

dela refazer o livro Memórias de um Suicida, a pedido

do Plano Superior. E diz-lhe também, que o próprio

Camilo estava junto, para que o livro fosse melhor

explicado, pois o assunto era muito complexo.

Yvonne agradeceu, e diz que então recomeçariam

na próxima semana, a que Léon lhe responde:

— Não senhora, começaremos já. O tempo urge e

não pode ser desperdiçado. Começaram a trabalhar


arduamente.

Refeito os originais, Yvonne compreendeu que o

senhor Quintão fora inspirado pelo Alto. Realmente

o livro passou por muitas alterações, ficando melhor

para a leitura e entendimento, aos que fossem estudálo.

As experiências e estudos profundos de Léon De- nis sobre o assunto, deram outra característica
ao

livro, tornando-o mais completo. Entendeu também

a presença do Dr. Bezerra de Menezes, quando a im- pediu de queimar os originais, avisando-a
que mais

tarde eles seriam aproveitados.

Yvonne chorou de alegria, diante da benção rece- bida!

Voltou a médium à Federação, agora mais tranqüi- la. Estava segura com os originais que levava.
Não

obtivera ainda uma resposta de Chico com relação

ao livro “Amor e Ódio”, mas esperava ser atendida

pelo senhor Quintão. Porém, sua surpresa estava por

vir, pois o Alto lhe reservaria muita alegria. Quem a

recebeu, com um fervoroso abraço, após conhecê-la

pessoalmente, foi o próprio presidente da Federação,

na época, o Dr. Wantuil de Freitas.

Este lhe conta que havia recebido uma longa carta

do médium Chico Xavier, e este lhe diz do contenta- mento em ter lido os originais de “Amor e
Ódio”,

e que ficara impressionado com o drama ali relata- do, por ter reconhecido a vida passada da
médium

naquele romance, real e de profundo exemplo para


quem fosse lê-lo.

Desde então, a Federação não só editou essas duas

Vista atual da cidade de Rio das Flores - RJ.

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obras da médium, mas também outras como: “Re- cordações da Mediunidade” (relatos de sua
infância

mediúnica); “Nas Voragens do Pecado”; “O Cava- leiro de Numiers” e “O Drama da Bretanha”


(sendo

estes três últimos pelo espírito de Charles).

Em todas estas obras, aí encontramos as perso- nagens das vidas passadas da nossa Yvonne,
como:

Ruth Carolina de La Chapelle, Berthe de Sourmer- ville, Andrea de Guzmand’Albret e outros.

Em todos, a presença marcante do espírito Charles.

Muitas foram as reencarnações que juntos enfrenta- ram problemas, como pai e filha, irmãos e
amantes,

onde os compromissos cada vez maiores, fizeram

com que a compreensão de Charles, Yvonne mudas- se os rumos de suas vidas, cada um
procurando ser

mais responsável pela oportunidade de reconciliação

permitida por Deus.

Dessa forma, Charles convence Yvonne de

trabalhar por seus desafetos, assim como ele, mas

sendo úteis às causas divinas, procurando cada um

reavivar os talentos dados por Deus, nas futuras

reencarnações.

Yvonne compreendeu, afinal, porque viera com


tantos compromissos na área mediúnica. Teria que

se disciplinar, tolerar os sofrimentos advindos desde

a infância, para poder servir ao semelhante.

Yvonne recebia e enviava muitas correspondên- cias. Todas pedindo ou abençoando seu
caminho

mediúnico. Seus livros são muito aceitos pelo pú- blico espírita ou não. Eles chamam muita
atenção

pelo fato de serem reais.

Chico Xavier parabenizou-a pela edição do livro

“Nas Telas do Infinito”, pelo espírito do Dr. Bezerra

de Menezes, em sua primeira parte, que é o estilo

comovente deste espírito, em prestar socorro aos en- fermos do físico e do espírito.

E a segunda história de Camilo Castelo Branco,

foi com o título de “O Tesouro do Castelo”. Fato real,

passado em Portugal, em 1640. Diz Chico que esta

história da vida comum, no processo reencarnatório,

transmite “as verdades espíritas, consolando os que

sofrem nas provas dolorosas de cada ser”.

Entre outras cartas, aquelas em que a médium

corresponde-se com sacerdotes católicos. Estes a

admiravam e a respeitavam pelo trabalho desen- volvido por ela. Recorriam aos seus préstimos
para

saberem como solucionar problemas, por vezes mui- to complicados, em suas paróquias,
principalmente

casos obsessivos. Ela os atendia. E quando havia

condições ia pessoalmente, pois eram na verdade,

pelos seus parcos conhecimentos, dizia, são eles


também trabalhadores, que hoje por algum motivo

usam uma batina, mas agem como verdadeiros es- píritas, quando sentem a dor do semelhante.

Um dos casos mais conhecidos era o do Padre

Sebastião Bernardes Carmelita, residente em

Uberaba, Minas Gerais, que aprendeu a amar a

Doutrina, seguindo de perto o trabalho desenvolvido

pelo médium Chico Xavier.

Quem era ele? Ninguém mais do que aquele que

no passado, foi o grande responsável por mandar

queimar todas as obras escritas por Kardec. Foi ele,

no passado, o Bispo incinerador, no famoso Auto

de Fé da Inquisição, realizada em Barcelona, na

Espanha, no dia 9 de outubro de 1861. Seu nome

era Bispo Antônio Palau Y Termens. Sofria ele de

uma terrível micose nas unhas das mãos, que foram

necessárias serem arrancadas, queimando as pontas

dos dedos sem anestésicos.

Há necessidade de um esclarecimento. Talvez alguém

esteja perguntando, como a médium Yvonne

Pereira, soube tanto de suas vidas passadas? Kardec

não deixa claro que isso não é permitido pelo Alto?

Todos nós, os espíritas, sabemos que o processo

de regressão de vidas passadas, não é saudável. Se

assim fosse, Deus nos permitiria saber o que fomos.

Mas, que benefício isso traria? Nenhum. Todos os


casos que soubemos até agora, só trouxeram dese- quilíbrios e confusões mentais.

O Evangelho é claro, colocando os problemas

reencarnatórios nos núcleos familiares. Como per- doar nossos desafetos passados? Se
relembrássemos

como inimigos feitos nosso pai, mãe e irmãos, como

conviver? Onde começaria o perdão? Pois, sem mes- mo termos essa recordação, há desavenças
famili- ares, até mesmo ódio entre irmãos etc., como seriam

nossas vidas? E a reencarnação, cujo processo são

exatamente os resgates de erros passados, aí está um

benefício maior unindo corações feridos, justamente

pela lei do esquecimento, instituída por Deus.

Porém, há casos, como da médium Yvonne, Chico

Xavier, Eurípedes Barsanulfo etc., espíritos reen- carnados, com missão a ser cumprida pelo Bem
da

coletividade. Vieram eles preparados para, quando

necessário, voltarem às vidas pregressas, para não

violentarem a si próprios e aqueles a quem deviam

o entendimento da Vida Maior, isto é, encontrar o

caminho delineado por Deus, para trazerem outras

criaturas a se voltarem às Leis de Deus, pelos exem- plos que deveriam dar como fruto dessa
missão, de

retorno às vidas terrenas.

Não é, portanto, por mero acaso que Deus nos perAntiga

Estação

Ferroviária

de Rio das

Flores - RJ
(foto atual).

mite conviver mesmo através dos livros mediúnicos,

as lições reais trazidas por eles, que já viveram na

Terra.

Regressão de vidas passadas, portanto, deve ser

visto como um problema muito sério, a ser esclare- cido por todos aqueles que orientam
agrupamentos

espíritas. Busquemos Kardec, para que a fantasia

não se instale nos núcleos que levam a sério o movi- mento Espírita Cristão. Lembremos das
respon- sabilidades que pesam sobre os ombros daqueles que

esclarecem a Verdade.

Voltando aos relatos mediúnicos de Yvonne Ama- ral Pereira, é interessante fixar-nos, nos acon-
tecimentos dos desdobramentos feitos, pela sua ca- pacidade de reencontrar figuras notáveis,
vividas em

épocas passadas.

Descreve ela que, na noite de 30 de junho de

1931, preparando-se para o descanso noturno, sente

a aproximação de um espírito. Como sempre acon- tecia, ao sentir-se desdobrar, havia uma leve
tonteira

e se vê no leito, sentada ao lado de seu corpo car- nal, e junto dela o espírito elegantemente
vestido,

reconhecendo-o como Frederico Francisco Chopin,

seu amigo de encarnações passadas.

Trazia ele o semblante tristonho. Diz a ela que

embora o socorro espiritual, seu espírito está muito

ligado à sua reencarnação acontecida na Polônia.

Ao relembrar esses fatos, Yvonne vê, que ele vai


se transformando num aspecto doentio. Começou a

arquejar, tossir e levando o lenço à boca, é tomado

pela hemoptise. Novamente volve ele ao estado da

doença que o levou a óbito, a tuberculose. Seu es- tado era lastimável.

Yvonne fica terrificada. Mas em preces vê Charles,

que a acalma, e diz que esse acontecimento ainda era

considerado normal, para a Espiritualidade Supe- rior, pois ele, Chopin, não conseguia desfazer-
se dos

acontecimentos dessa reencarnação. Yvonne, procu- rando auxiliar Chopin com passes
magnéticos, junto

a Charles, pergunta a este o que ela poderia fazer

para ajudá-lo a sair dessa ligação mental. Charles lhe

diz que apenas o deixasse falar, e procurasse acom- panhar seus pensamentos.

Sentindo a companhia de Charles e Yvonne,

Chopin acalmou-se. Seus pensamentos passam a

ser praticamente materializados, pois à medida que

falava, Yvonne via refletido como numa tela cine- matográfica, o que ele relata.

Relembrou suas várias reencarnações, antes de

Chopin. Foi ele sempre ligado às Artes. Dedicou-se

à pintura, arquitetura, poesia e música. Foram reen- carnações curtas. Logo após seu desencarne
como

músico, que seu estado espiritual foi melhorando.

Era preciso que assim fosse, para que seu desequilí- brio espiritual, não o prendesse em regiões
umbrali- nas por longo tempo. Estes acontecimentos são nor- mais, diz Charles.

O próprio Léon Denis, diz que a criatura só vai

realmente se fir- mando na evolução

espiritual após
muitas reencarna- ções, quando ela

vai melhorando e

vivendo seus dons

elevados. Quando

passa a reconhecer

que esses é que são

verdadeiros, pois

vão substituindo as

paixões terrenas, a

ambição, os desvios

da carne etc.

Antes da reen- carnação como

compositor, Cho- pin, foi o brilhante

poeta latino, amigo de Virgílio e Horácio (43 a.C.).

Seu nome: Públio Ovidio Naso.

Em 1483 reencarna como Rafael Sanzio, pintor,

escultor e arquiteto italiano. Deixou grandes obras

primas que foram reconhecidas pelos mais ardorosos

críticos das artes. Desencarnou em 1520, na Itália.

Num outro momento Yvonne o vê tocando. Seus

longos dedos percorrendo magistralmente sobre o

teclado, ecoando pelo ambiente uma de suas belís- simas valsas.

Acompanhando o desenrolar dos pensamentos de

Chopin, pois enquanto tocava, suas idéias tomavam

formas. A médium pode sentir a mudança de ambien- te. Via uma triste paisagem à sua frente.
Uma estrada
tortuosa, repleta de curvas. Ao redor, árvores com

galhos ressequidos. Plantações com ares de aban- dono, numa terra árida, como cereais de tons
ama- relados, com folhas quase sem vida. Mais adiante,

casarios modestos e sem beleza alguma, lembrando

cidades européias, após a destruição de uma guerra.

Tudo muito melancólico e sem vida ativa. Yvonne

via-se caminhando por essas vielas ao lado de Cho- pin. Este permanecia ao piano.

Charles, para poder conter o espanto de Yvonne,

falou:

— Minha cara Yvonne, esta é a paisagem da an- tiga Polônia, berço natal e muito amado por
Chopin.

Esta é a atmosfera pobremente fluidificada, pelas

mortes violentas aí passadas pela guerra. Foi o que

ficou retido na mente de Chopin. Sua tristeza por ter

que deixar sua querida pátria, fugindo para não ser

morto, por seus pensamentos poéticos em querer ver

sua Polônia sem as autoridades maléficas dos

Césares da época.

Quando convidado a fazer um concerto em ho- menagem a César, ao iniciá-lo, viu e sentiu o
pouco

caso e as ordens dadas por César para que os solda- dos prendessem os revoltados às suas
ordens. Chopin

ouvindo isso, levantou-se do piano e disse em alto e

bom som:

Frederico Francisco Chopin

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos 9

Espíritas Amor e Esperança


— Não tocarei mais para o carniceiro César.

Imediatamente foi lhe dado ordem de prisão, mas

com a cobertura dos amigos das “artes” que o acom- panhavam, conseguiu fugir.

Este é o seu presente no mundo espiritual, sua

realidade. De todas as reencarnações esta é a mais

marcante em seu espírito, por não ter podido fazer

nada com a sua música para salvar sua Polônia. Seu

desejo era retornar com um grito de independência

para seu povo, e a mensagem de esperança em ver

um dia as crianças sem fome sorrirem num mundo

melhor.

A pedido de Charles, Yvonne volta a colocar suas

mãos sobre a cabeça de Chopin. Este vagarosamente

vai se recompondo e olhando para a médium, ainda

abatido e mostrando ares febris, diz-lhe:

— Obrigado, por rever comigo a velha e querida

Polônia. Dizem os mensageiros de Jesus que nos so- correm, nos momentos de fraqueza
espiritual, que es- sas lembranças devem se dissipar das nossas mentes.

Mas se você, querida amiga, continuar ajudando-me

nesse processo fluídico, com a finalidade de me fazer

distante dos processos reencarnatórios, que teimam

em me acompanhar, gostaria de saber se deseja estar

comigo nestas dolorosas recordações?

Sempre pedindo o consentimento de Charles, e

com a confirmação deste, Yvonne disse que teria o

maior prazer em poder ajudá-lo.


Ainda em desdobramento, a médium acom- panhou os pensamentos de Chopin. Enquanto isto

se passava, Charles e outros espíritos trabalhavam

fluidicamente o ambiente.

Yvonne viu-se nos aristocráticos salões de festa,

no tempo da nobreza de Luís Felipe, rei da França.

Paris se engalanava na época desses festejos, pois

ali sempre se apresentavam os melhores convidados,

com os mais ricos trajes e riquezas. E todas as moças

suspiravam ardentemente esperando a chegada do

garboso Gaston de Saint-Pierre d’Arbeville, Mar- quês de Saint-Pierre,

como conhecido, ou o

gentil homem, a quem

as donzelas da corte

chamavam de “O Di- vino Apolo”. Ele era

sedutor, belo e ele- gante. Sua cultura era

imensa, compositor,

poeta e fazia questão

dele mesmo colocar

sua belíssima voz,

cantando as canções

românticas vazadas de

seu coração. Causava

delírios, todos aplau- diam. Também era

dedicado aos esportes,

onde desenvolvia suas artes de esgrima e equitação


com maestria.

Apesar de seu generoso coração voltado ao

“Bem”, deixava-se empolgar pelos excessos, pela

boemia, destruindo lares, pois as paixões violentas

da carne o assediavam dia e noite. Com isto, facil- mente enredava-se às faixas obsessivas.

A médium, vendo que esses momentos da aproxi- mação com os desafetos, iriam prejudicá-lo
intensa- mente, ela vê Charles aproximar-se e orientá-la:

— Façamos juntos uma prece, e envolvamos nosso

amigo fluidicamente para retirá-lo dessas imagens.

Charles pediu a Chopin que voltasse à realidade

espiritual do tratamento de que estava sendo feito:

— O melhor, amigo é voltarmos agora para o

hospital de onde você veio, por permissão do Alto.

Cremos que com este seu desabafo, sua condição es- piritual ficará melhor.

Assim, Chopin retorna com Charles, e Yvonne

volta ao corpo. Estava feliz. Conseguira ser útil aju- dando esse grande amigo, que tempos depois
retor- naria, como espírito.

Ficara no ar o perfume indescritível de violeta,

mas que pareciam ter sido essas violetas colhidas

num dia de chuva, pois a umidade perfumada paira- va no ar. Ouve, então, a voz de Chopin ao
seu ouvido

dizendo:

— Não são violetas colhidas em dia de chuva e

sim suas folhas orvalhadas pelas lágrimas contidas

em meus olhos, que teimam em cair sobre as violetas

que estão em seu vaso de flores.

Quando Yvonne sentia o perfume de violetas, ela


já sabia que era a visita de Chopin, em busca de pre- ces para seu espírito.

Esse pequeno trecho descrito por Yvonne, está na íntegra no 1º capítulo do livro “Amor e Ódio”,
psico- grafado por ela, pelo espírito de Charles.

Após longo tempo, no dia 10 de Março de 1958,

Yvonne novamente entra em contato com o espírito

de Chopin. Desta vez foi pela clarividência e audiên- cia, mediunidade também exercida por ela.

Conta a médium que, ao fazer suas orações no

período da tarde para o receituário no atendimento

público, vê Chopin aproximar-se com um peque- no buquê de violetas às mãos, que coloca sobre
a

mesa, dizendo que era para ajudá-la na fluidificação.

Yvonne agradece e pergunta por seu estado. Ele diz

estar se sentindo muito bem com a ajuda dos médi- cos espirituais e amigos. Estava ali, por que
talvez

fosse a última vez em visitá-la como espírito, pois

pretendia atender agora o benefício da reencarnação

para futuras tarefas junto ao povo. O plano espiri- tual superior insistia nesse ponto, porque só
assim

ele poderia agilizar seus estudos e experiências no

campo do Amor ao próximo segundo o Evangelho,

e não materialmente, o amor carnal, que sempre o

perdeu, apesar de seus bons princípios.

Sua vontade era de reencarnar no Brasil, pois

dizia ele, os espíritos aqui dizem, que esse é o País

Léon Tolstoi

10

que no futuro auxiliará as criaturas a crescerem


moralmente, com o retorno dos espíritos de alto pa- drão vibratório, para o progresso individual.

— Gostaria de já estar aí, para poder usufruir

dos conhecimentos mais elevados. Procurarei dedi- car-me às tarefas redentoras da


mediunidade, assim

como você minha amiga, embora não comparando a

sua evolução, já mais adiantada nesse quesito.

Yvonne, agradecida pela confiança desse relato

tão íntimo, demonstrando uma dúvida, questiona:

— Então, não virá mais como pianista e composi- tor? Deixará de lutar pelo refazimento das
Artes?

— Não, minha amiga. Continuarei, pois a músi- ca está no meu interior. Jamais a deixarei, porém,

poderei ser médium receitista para viver de perto a

dor alheia, coisa que nunca me preocupou. Não vi- verei nem da música, como outrora, e muito
menos

dos conhecimentos psiquiátricos que quero entender

para ajudar as criaturas nos caminhos da reencarna- ção. Aprendi, a duras penas, que Deus nos
dá o ne- cessário e que o supérfluo só nos distancia da reta

caminhada com Jesus.

Diante da sinceridade estampada no semblante de

Chopin, Yvonne viu orvalhos azulíneos cobrir sua

cabeça. Chopin toma-lhe as mãos, beijando-as

respeitosamente, agradecido, pois aprendera com ela

a sentir que os dons que sempre o acompanharam

pelo amor às Artes, não lhe pertenciam e sim eram

atributos de Deus, emprestados às criaturas, para

transformá-las em mensagens de paz e equilíbrio

para a humanidade, pois aprendera que isso também


é mediunidade, e portanto, devem ser entregues gra- tuitamente. A pintura, a música, a poesia,
a literatura,

enfim, tudo pertence a Deus, completava Chopin.

Yvonne vê o afastamento do espírito de Chopin,

sob forte vibração orvalhada de luz. Emocionada,

pensa ter cumprido seu dever, pois conseguira pas- sar em seu livro as revelações

contadas por esse espírito. E

por sua permissão, servindo

de exemplo, pois embora

tenha ele sempre se destaca- do, quando em romagens

mais longas reencarnatorias,

deixa claro que sendo sempre

considerado um grande vulto

na Terra, não teve privilégios no mundo espiritual,

sendo mais um espírito lutando para combater seus

erros e conquistar novos valores.

Não nos esqueçamos da mensagem contida no O

Evangelho Segundo o Espiritismo: “Só herdarão o

reino do céu os pobres de espírito, pois estes são humildes

e compreendem a Deus nosso Pai”.

Há o livro “Devassando o Invisível”, livro este

que procura mostrar o panorama mediúnico do mun- do espiritual. Tem a orientação do Dr.
Bezerra de

Menezes, Charles e Frédéric François Chopin.

Tece ela pequeno comentário a respeito de seu

protetor Charles. Diz que ele foi martirizado no sé- culo XVI na França, na fatídica matança de
São Bar- tolomeu. Ele também viveu no século seguinte na
Índia, onde foi soberano.

Cita fatos relacionados ao espírito de Victor

Hugo, que só o via em tênues nuvens fluídicas, e

assim mesmo só lhe divisava o busto, sem maiores

detalhes.

Chopin contara-lhe que a vinda dos espíritos su- periores à Terra, terá como vanguardeiro o
ilumina- do espírito de Victor Hugo. Isto se daria após o ano

2.000. Segundo Chico Xavier, bem após o ano 2.000,

quando a Terra realmente será de regeneração.

Yvonne trabalhou muito como médium de cura.

Foram muitas as provas obtidas pelas pessoas que

se curaram por ela, com a comprovação médica ter- rena. Cirurgias marcadas e depois
suspensas, por não

haver mais o problema. Miomas desaparecendo com

tratamentos espirituais pela médium, partos compli- cados que, com a chegada de Yvonne
(chamada com

urgência), faziam-se normais etc. A todos ela atendia

sempre com alegria.

Mas o seu maior empenho e trabalho árduo, foi

com os obsessores. Ela achava essa tarefa muito im- portante, pois em todas as reencarnações
(exceto esta

última), sua vida sempre foi pautada por desvios

obsessivos, levando-a ao suicídio por duas vezes.

Por isso, seu grande interesse em atender os casos

por vezes complicadíssimos. Porém, com a ajuda

dos amigos espirituais e do próprio Dr. Bezerra de

Menezes, que a acompanhou em muitas reencarna- ções, sempre obteve alívio e orientação
segura, tanto

para encarnados como para desencarnados.

Está aí a maior prova de regeneração de encar- nações turbulentas e depressivas. Colocando-se


as

mãos no trabalho profícuo e crendo em Jesus, sen- do perseverante, o “bem” vence o “mal”.
Acima de

tudo, a coragem e a boa vontade, como enfatiza em

suas obras André Luiz.

O dia 9 de março de 1984 trouxe muita tristeza

aos espíritas que conheceram e conviveram com

Yvonne. Desencarnava na cidade do Rio de Janeiro

a seareira do Cristo, a médium batalhadora Yvonne

do Amaral Pereira. Contava 83 anos. Diz na certidão

de Yvonne que ela nasceu em 24.12.1900 e não em

1906, como consta em alguns livros, com a ortogra- fia antiga onde se lê o nome: Yphone do
Amarall

Pereira, isto apenas como curiosidade.

Relembrando a mediunidade de Yvonne, tão

produtiva e de uma vida de dedicação à Doutrina,

muitos foram os espíritos de escol que transmitiram

mensagens valiosas pela médium, aumentando o

Memórias de um Suicida, um dos

livros mais conhecidos de Yvonne

A. Pereira

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos 11

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“Joaquim Alves

(Jô)”

número de comunicações do plano espiritual com o

plano terreno.

Eurípedes de Barsanulfo, outro pioneiro que re- encarnou, abrindo caminho, preparando as
criaturas

para o “Mundo Maior”, possibilitando com seu tra- balho a continuidade mediúnica vindo pelo
excelente

Chico Xavier, também transmitiu sua influência

benéfica sobre Yvonne, guiando-a por muitas vezes

nos trabalhos, as quais ela se dava por inteiro, à cura,

principalmente aos deficientes físicos. Eurípedes,

sabedor dessa sua inclinação, a orientava constante- mente com relação ao passe magnético.

O primeiro contato desse espírito com Yvonne foi

na cidade mineira de Lavras, onde a médium

trabalhou no centro espírita local e em outros agru- pamentos, onde a médium comparecia para
desen- volver sua tarefa medianímica. Houveram até tra- balhos de materializações, onde
Eurípedes atuou
muito ao lado de Yvonne.

Prosseguem ambos na espiritualidade, juntos aos

corações necessitados, agora com mais liberdade de

ação da nossa Yvonne.

Outro espírito profundamente experiente, e que

traz preciosidades do plano espiritual para o plano

físico é o abnegado Léon Tolstoi.

Por volta de 1962, ele também passou a nos brin- dar com belíssimas páginas através da
mediunidade

de Yvonne.

Não poderia ele servir-se de um médium russo,

pois que sua nação de origem física não permitia, e

não permite até hoje a fatos espirituais, muito menos

mediúnicos. Veio, então, ao Brasil e como já havia

vivido uma encarnação em Moscou e conviveu com

Yvonne por longo período, pois também ali ela reen- caranara (declaração da própria Yvonne
para o jornal

“Obreiros do Bem”, periódico espírita do Rio de Ja- neiro, hoje não mais existindo), buscara-a
para que

pudesse auxiliá-lo trazendo a luz seu romance “Res- surreição e Vida”. Nesse romance
mediúnico, mais

precisamente no conto “O Reino de Deus”, Yvonne

relata sua emoção quando Zaqueu foi encontrado

por Tolstoi, pregando veementemente o Evangelho

de Jesus, contando sua vida com discípulo do Mestre

e de Paulo de Tarso.

Aqui sim é o que podemos dizer com toda con- vicção, “vale a pena ler de novo”, pois instrui e
constroe. Duas grandes almas à serviço de Jesus.

Após o retorno de Yvonne ao plano espiritual,

muitos foram os núcleos que surgiram ho- menageando-a e procurando continuar com os estu-
dos e as tarefas que aprenderam com ela, em nome

do Cristo. São eles, os mais atuais: Núcleo Assisten- cial Antônio de Aquino do Centro Espírita
Léon De- nis, montando um gabinete dentário para os carentes

com o nome de “Posto Dentário Yvonne Pereira”, em

Magalhães Bastos. Em São Luís, Maranhão, surge

o Grupo Espírita Yvonne Pereira. Porto Alegre, em

1996, no local chamado Ilha da Pintada, inauguram

a Biblioteca Espírita Yvonne Pereira.

E em 14 de janeiro de 1989, fundou-se em Rio das

Flores, sua cidade natal, o Centro Espírita Yvonne do

Amaral Pereira.

Portanto, a vida e a obra desta tarefeira incan- sável, ficarão gravadas não só nos corações que
com

ela conviveram, como para todos que a admiram pe- los livros editados e que conseguem elevar
o ânimo

dos que encontram na Doutrina a Esperança de um

mundo melhor, pelos testemunhos desta valorosa

médium Yvonne Pereira.

Que Deus a abençoe e continue a cuidar por esta

amada Escola, que se chama Terra.

Eloisa

Bibliografia:

* Yvonne do Amaral Pereira, O Vôo de uma Alma, Augusto Marques de Freitas,

Edições CELD, 2ª Edição, 2000.


* À Luz do Consolador, Yvonne Amaral Pereira, FEB, 3ª edição, 1997.

* Devassando o Invisível, Yvonne Amaral Pereira, FEB, 7ª edição, 1987.

* Amor e Ódio, Yvonne Amaral Pereira, pelo espírito Charles, FEB, 3ª edição, 1976.

* Recordações da Mediunidade, Yvonne Amaral Pereira, FEB, 1ª edição, 1968.

* Reformador, FEB, 1979.

* Ressurreição e Vida, Yvonne Amaral Pereira, pelo Espírito Léon Tolstoi, FEB,

8ª edição, 1991.

Centro Espírita Yvonne Pereira, fundado em

14/01/1989 em Rio das Flores - RJ.

12

Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, que Ele

próprio resumiu na Lei do Amor.

“A Lei do Amor nos indicará sempre o que devemos

ou não devemos fazer, já que temos dentro de nós mesmos,

muito da essência divina no interior de nossas

almas.” (trecho do livro “Das Leis Morais” de Roque

Jacintho”)

O Espiritismo não veio criar uma nova lei ou modificar

a Lei do Amor ensinada e vivida pelo nosso amado

Mestre Jesus.

Somente quem não conhece a Doutrina Espírita

poderá acusá-la de tal ato.

Pela condição rude do povo, Jesus utilizava-se de

parábolas e comparações, para que pudessem entender

o mínimo necessário ao início do desenvolvimento do


sentimento.

Muito do que Jesus disse, não foi entendido pelo

povo de sua época e, com o passar do tempo, foi deturpado

em seu sentido real ou até esquecido pelos povos.

Surgiram religiões diversas. Cada uma delas deu a

sua interpretação aos ensinamentos de Jesus e muito foi

acrescentado a esses ensinamentos.

Criaram-se muitos rituais e agregaram muitos

“acessórios”. Tudo isto acabou afastando o povo de

Deus, fazendo-os esquecer os ensinamentos cristãos ou

até dificultando o acesso a eles.

Diz Emmanuel que “o caminho ficou atulhado de

obstáculos e sombras e o interessado, que é o espírito

humano, encontra óbices infinitos para a passagem”. E

ainda sobre os propósitos do Espiritismo cristão: “Ele

é aquele Espírito de Verdade que vem lutar contra os

gênios sombrios que vieram das cavernas da ignorância

e invadiram o campo do Cristo.”

A Humanidade viveu por um longo período na ignorância

de tudo o que Jesus tanto se esforçou para ensinar.

Após este período de trevas, Deus, na sua infinita

kardec em estudo Kardec em Estudo

Os Espíritos e a Lei do Amor

misericórdia, deu-nos mais uma ferramenta para trabalharmos

o nosso espírito.
Através das explicações dos Espíritos, podemos entender

as preciosidades que se encerram nas palavras

simples de Jesus.

Exatamente este é o ponto principal de toda a doutrina

de Jesus. Ele primou pela simplicidade em seus ensinamentos,

mas o homem complicou-os.

A Doutrina Espírita prega a existência de um Deus

único, Pai amoroso e misericordioso, que ampara a

todos os seus filhos. Reconhece Jesus como o Mestre

que veio ensinar a prática da Lei do Amor. Acredita na

reencarnação como ferramenta utilizada por Deus para

nos fazer evoluir espiritualmente. Prega que devemos

praticar todas as virtudes cristãs, principalmente a caridade.

Por tudo isso, despojemo-nos das idéias pré-concebidas

e examinemos as explicações dos Espíritos. As

parábolas, explicadas, transformam-se de histórias

pueris em conceitos profundos. O Espiritismo vem explicar

o sentido completo do que Jesus disse, vem trazer

luz aos ensinamentos que não conseguíamos entender.

É necessário que levemos ao conhecimento das pessoas

todo o teor do Evangelho, explicado e compreensível.

Devemos utilizar o crivo da razão, recusando tudo

aquilo que foi acrescentado pelos homens através de

seus interesses egoístas e descobrir o sentido real das

coisas.
Jesus nos ensinou: “Toda a planta que não for plantada

por meu Pai, será arrancada e queimada”, ou seja,

tudo o que vier no campo da fé religiosa e que for inventado

pelos homens, não vigorará. Já o que é de Deus

é eterno, e não precisa de muita força para se espalhar

e perdurar.

Wilson

“O Livro dos Espíritos” Pergunta 627

Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual a utilidade do ensino que os
Espíritos dão? Terão que nos ensinar mais alguma coisa?

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