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Tragédia grega (século 5º a.C.

, Atenas)

1. Local, época e alguns detalhes

a. Teatro de Dioniso: vertente sudeste da Acrópole ateniense, durante o festival anual


de Dioniso em finais de março.
• Espaço para 15.000 espectadores; palco (“orquestra”) com 20 metros de diâmetro;
duas vias de acesso (“eisodos”) para ingresso e saída de personagens; um edifício
cênico (skênê) de madeira, dotado de porta de folha dupla e telhado plano. Pinturas
talvez figurassem na parede da skênê a partir de Sófocles.

b. O coro (grupo anônimo de 15 pessoas) costuma permanecer na “orquestra” durante


toda a peça, após a cena de abertura. Lá cantam e dançam as odes corais que
dividem os atos da tragédia. Podem, por vezes, cantar ou recitar em diálogo lírico
com os atores. O corifeu também pode falar no diálogo.
c. Acompanhamento musical: aulo (espécie de flauta dupla de junco); o músico
também se postava na “orquestra”.
d. A dança coral era normalmente feita em formação.
e. Custeio do espetáculo feito pelo corego, cidadão rico que financiava a produção
(vestuário, treinamento dos atores etc.). Três tragediógrafos eram selecionados a
cada ocasião; apresentavam cada qual três tragédias (trilogia) seguidas de um drama
satírico, os quais eram avaliados por um corpo de jurados.
f. Coro: parte integrante de várias manifestações comunitárias, de caráter religioso e
secular (festivais, casamentos, funerais, celebração de vitórias etc.); na tragédia,
nem sempre o canto coral se acha intimamente envolvido na ação dramática: muitas
vezes ele transfere a ação para um universo, um registro diverso, que pode interagir
com os acontecimentos da peça de forma oblíqua.
g. Três atores homens, profissionais, revezam-se em diversos papéis, inclusive os
femininos. Usam máscara e trajes ornados (em geral, mantos coloridos com mangas
longas, cobertos de motivos decorativos); calçam por vezes coturnos (botas de cano
longo, mas sem solado alto); personagens de posição social elevada são seguidos
por criados (figurantes mudos). Mudos também podem ser os demais personagens
da tragédia. Papéis de crianças são representados por crianças, embora não lhes seja
reservada nenhuma fala na tragédia grega.
h. Máscaras cobrem todo o rosto; incluem cabelo basto e abertura na boca; apresentam
o personagem num certo papel, não nos aspectos fluidos da personalidade; emoções
são traduzidas abertamente em palavra e ação, em vez de inferidas pelo público. Só
não portava máscara em cena o aulêtês, o tocador de aulo.
i. Linguagem elevada, com vocabulário, fraseado e prosódia distintos da linguagem
cotidiana.
j. Indicações cênicas inexistentes: personagens descrevem o que fazem, ou o contexto
já o deixa claro. Presume-se que toda a ação relevante é sinalizada por palavras.

2. Aspectos formais e estruturais

a. Atores usam basicamente o metro jâmbico (trímetros jâmbicos) em suas falas e


diálogos (diálogos em que os atores se alternam a cada verso são chamados
esticomitia).
b. Outros metros também podem ser usados pelos atores, como troqueus e anapestos,
em falas ou récitas. Podem, ainda, cantar em metros líricos, a sós (monodia) ou em
duetos, ou ainda em interlocução com o coro (diálogo lírico).
c. O coro se vale basicamente da lírica coral entoada em uníssono, organizada em
pares estróficos (estrofe e antístrofe). Também pode entoar cantos astróficos, recitar
anapestos ou cantar em diálogo com os atores. Os versos falados são provavelmente
ditos pelo líder do coro (corifeu) e costumam integrar esticomitias, sem jamais se
alongar em uma fala (rhêsis) propriamente dita.
d. As partes faladas e recitadas utilizam o dialeto ático, as partes cantadas se destacam
por apresentar traços dialetais dóricos diluídos, embora marcantes. Trata-se de um
dialeto literário, sem paralelo na linguagem desta ou aquela cidade ou região, cujas
raízes se encontram na tradição da lírica coral.
e. Estrutura básica: atos divididos por cantos corais, durante os quais os atores não
costumam permanecer em cena. Atos possuem de 20 a 500 versos; cantos corais, de
20 a 200, aproximadamente. Em geral, as peças são de extensão moderada, com
mais de 1.000 versos cada uma.

3. Demais informações básicas

a. As origens da tragédia são desconhecidas e, em boa parte, não têm relevância para
a interpretação das peças que nos restaram.
b. Contexto social: hegemonia ateniense após as guerras pérsicas. Competições
dramáticas eram parte das celebrações em honra aos deuses, mas eram também
poderoso meio de expressão de solidariedade e prestígio comunitários.
c. Dramas tinham raízes profundas na tradição, mas inovações no enredo, na forma e
na apresentação eram inerentes ao gênero.
d. Principais tragediógrafos
• Ésquilo
◦ Restaram-nos sete peças, aquelas selecionadas para propósitos pedagógicos na
Antiguidade tardia: Persas (472 a.C.); a trilogia conhecida como Oresteia (458
a.C.), contendo as peças Agamêmnon, Coéforas e Eumênides; Sete contra
Tebas; Suplicantes; Prometeu Acorrentado (autoria contestada).
• Sófocles
◦ Sete tragédias supérstites: Ájax; Electra; Édipo Rei; Antígone; Traquínias;
Filoctetes; Édipo em Colono.
◦ Nascimento c. 496 a.C. (antes da primeira invasão persa), morte c. 406 a.C.
(últimos anos da Guerra do Peloponeso).
• Eurípides
◦ Contemporâneo de Sófocles. Além das sete peças de praxe, restou-nos um
manuscrito contendo outras dez peças. Temos, assim: Alceste; Medeia;
Heráclidas; Hipólito; Andrômaca; Hécuba; Suplicantes; Electra; Héracles;
Troianas; Ifigência entre os táurios; Íon; Helena; Fenícias; Orestes; Bacantes;
Ifigênia em Áulis. Além delas, sobreviveu ainda o drama satírico Reso.
e. Com poucas exceções, a tragédia escolhe como assunto temas mitológicos. Muitos
deles já haviam sido tratados por poetas épicos (Homero, poetas do Ciclo Épico e
outros) e por poetas líricos. Os mitos, assim como nos demais gêneros, sofriam
constante reavaliação. Não havia um cânone estabelecido e imutável, assim como
não havia um cânone religioso de regras fixas, fossem elas impostas ou reveladas.
f. Mortes violentas ocorrem longe da vista dos espectadores, dentro da skênê, e delas
tomamos conhecimento por meio do relato dos personagens e dos gritos da vítima.
g. Algumas cenas internas, supõe-se, seriam indicadas com ajuda da ekkyklêma, um
provável carrinho de rodas empurrado para fora da skênê sobre o qual se postam os
atores.
h. Outro dispositivo cênico, talvez tardio, é a mêkhanê, uma espécie de guindaste ou
grua capaz de suspender e baixar um ator do teto da skênê (cf. deus ex machina).

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