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1. ASPECTOS BOTÂNICOS
É uma planta com grande variabilidade genética, tanto no ciclo vegetativo como no reprodutivo, sendo também
influenciada pelo meio ambiente. De modo geral, os cultivares brasileiros têm ciclos entre 100 e 160 dias, e podem ser
classificados em grupos de maturação precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio, dependendo da região.
Atualmente os grupos de cultivares estão sendo divididos em Grupos de Ciclo I ou Curto (agrupando cultivares precoce
e semiprecoce), Ciclo II ou Médio (cultivares com precocidade média) e Ciclo III ou Longo (variedades semitardias ou
tardias)
1.1. Folhas
Durante todo o ciclo da planta são distinguidos quatro tipos de folha: cotiledonares, folhas primárias ou simples, folhas
trifolioladas ou compostas e prófilos simples. Sua cor, na maioria dos cultivares, é verde pálida e, em outras, verde
escura.
1.2. Caule
O caule é ramoso, híspido, com tamanho que varia entre 80 e 150 cm, dependendo da variedade e do tempo de
exposição diário à luz. Sua terminação apresenta racemo, em variedades de crescimento determinado, ou sem
racemo terminal, em variedades de crescimento Indeterminado.
1.3. Flor
A soja é essencialmente uma espécie autógama, ou seja, uma planta polinizada por ela mesma e não por outras
plantas, mesmo que vizinhas a ela, com flores perfeitas e órgãos masculinos e femininos protegidos dentro da corola.
As flores de soja podem apresentar coloração branca, púrpura diluída ou roxa, de 3 até 8mm de diâmetro. O início da
floração dá-se quando a planta apresenta de 10 até 12 folhas trifolioladas, onde os botões axilares mostram racemos
com 2 até 35 flores cada um.
1.4. Raiz
O sistema radicular da soja é constituído de um eixo principal e grande número de raízes secundárias, sendo
classificado com um sistema difuso. O comprimento das raízes pode chegar a até 1,80 m. A maior parte delas encontra-
se a 15 cm de profundidade.
1.5. Vagem
O legume da soja é levemente arqueado, peludo, formado por duas valvas de um carpelo simples, medindo de 2 até
7cm, onde aloja de 1 até 5 sementes. A cor da vagem da soja varia entre amarela-palha, cinza e preta, dependendo
do estágio de desenvolvimento da planta.
1.6. Semente
As sementes de soja são lisas, ovais, globosas ou elípticas. Podem também ser encontradas nas cores amarela, preta
ou verde. O hilo é geralmente marrom, preto ou cinza.
Essas bolinhas, ou nódulos, relizam a fixação biológica do nitrogênio (N). Esse precioso elemento - o adubo usado em
maior quantidade nas lavouras, fundamental para o crescimento das plantas - é extraído do ar por bactérias do gênero
Rhyzobium.
Elas vivem em simbiose nas raízes das leguminosas. Sua ação é extremamente benéfica não só para a soja, mas para
todas as outras plantas que vêm depois da soja e encontram o solo enriquecido por N.
Vn: Ante-enésima folha trifoliolada completamente desenvolvida. Geralmente chega até ao V9.
R2: Florescimento pleno - Uma flor aberta num dos 2 últimos nós3 do caule com folha completamente desenvolvida.
R3: Início da formação da vagem - Vagem com 5 mm de comprimento num dos 4 últimos nós do caule com folha
completamente desenvolvida.
R4: Vagem completamente desenvolvida - Vagem com 2 cm de comprimento num dos 4 últimos nós do caule com
folha completamente desenvolvida.
R5: Início do enchimento do grão - Grão com 3 mm de comprimento em vagem num dos 4 últimos nós do caule, com
folha completamente desenvolvida.
Subdivisões do estádio R5
R6: Grão cheio ou completo - vagem contendo grãos verdes preenchendo as cavidades da vagem de um dos 4 últimos
nós do caule, com folha completamente desenvolvida.
R7: Início da maturação - Uma vagem normal no caule com coloração de madura
3. PLANTIO DA SOJA
O plantio adequado da soja requer sementes de elevado valor cultural (poder germinativo mínimo de 80%); solo bem
destorroado e com superfície uniforme; suficiente teor de umidade no solo; regulagem correta da semeadeira;
profundidade de semeadura de 3 a 4 centímetros; semeadura em velocidade moderada; ligeira compactação do solo
após o fechamento do sulco; acompanhamento da operação de semeadura.
3.1. Plantio
O plantio é raso, realizado à profundidade de 3 a 4 centímetros; é condição essencial para a emergência regular das
plantas, nos solos de textura média e pesada. Nos solos arenosos profundidade é aumentada.
Estande - Falta de plantas prejudica o rendimento; o excesso de plantas pode provocar acamamento.
nem todos os agricultores apresentam qualificação e grau de instrução exigido pelo sistema;
custo elevado de máquinas;
eficiência variável em diferentes tipos de solo e região;
compactação superficial (principalmente em solos argilosos);
inadequação a algumas culturas;
restrito número de opções econômicas para a época de outono/inverno,
maior dependência de assistência técnica especializada e pequena disponibilidade de pessoal habilitado para
a implantação e condução do sistema.
3.1.2.Espaçamento no plantio
O espaçamento médio para a cultura da soja é de 60cm, que pode ser reduzido para 50cm se houver atraso do plantio.
O espaçamento entre linhas na cultura da soja varia com o ciclo vegetativo do cultivar. Quando se utiliza cultivares
precoces deve-se reduzir o espaçamento para 36 a 45cm.
A densidade de semeadura é da ordem de 30 sementes por metro linear (poder germinativo das sementes - 80%). A
emergência de aproximadamente 25 plantas por metro linear é desejável.
A quantidade de sementes usada por hectare depende do espaçamento adotado. Em geral, gira em torno de 60 quilos
quando o espaçamento é de 60 centímetros.
3.1.3.Época de Plantio
A época de plantio da soja, além de ser condicionada pelo fotoperiodismo, depende também do regime de chuvas da
região e da fertilidade do solo explorado. Algumas cultivares têm sua época de plantio ampliada, quando contam com
bom regime de chuvas e fertilidade elevada do solo (plantios de outubro e dezembro). Por outro lado, esses fatores
tornam desaconselhável o plantio de cultivares de porte alto em período apropriado a intenso desenvolvimento
vegetativo.
3.2. Cultivares
As cultivares legalmente autorizadas para o plantio no Brasil devem ser descritas no Registro Nacional de Cultivares
(RNC), que apresenta as características morfológicas, fisiológicas e de produtividade de cada cultivar de soja
brasileiras. Além do RNC o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ainda lista ao Zoneamento
Agrícola, que apresenta as cultivares permitidas para cada estado brasileiro
Em geral deve-se optar por cultivares melhoradas portadoras de genes capazes de expressar alta produtividade, ampla
adaptação e boa resistência/tolerância a fatores bióticos ou abióticos adversos. A Adaptação especialmente as
cultivares especificas para o cerrado e as de baixas latitudes vem também propiciando nas últimas três décadas, a
expansão da fronteira agrícola brasileira para o norte do país.
Programas de melhoramento genético de soja são conduzidos nos Estados do RS, SC, PR, SP, MS, MG, MT, GO, RO,
BA, TO, MA, PI, PA, RR, AL e no DF por instituições públicas e privadas isoladamente ou em parceria.
Os principais atributos a serem considerados quando se discute cultivares são o Grupo de Maturação Relativa (GMR)
e o Número de Dias para Maturação (NDM). O GMR apresenta um valor que varia de acordo com o tipo de cultivar. O
NDM aponta quantos dias levam da emergência até a colheita. No RS as cultivares precoces possuem GMR abaixo
de 6,3 e NDM de 130 dias e as cultivares tardias possuíam GMR 7,5 e NDM de 146 dias, enquanto que no Pará as
cultivares precoces possuem GMR menor que 8,6 e NDM de 112 dias e as cultivares tardias GMR 9,4 e NDM de 126
dias.
Nos últimos anos a EMBRAPA desenvolveu um agrupamento que consiste em três grupos: Grupo I abrangendo as
cultivares de ciclo precoces, Grupo II com cultivares de ciclo médio e Grupo III cm cultivares de ciclo tardio. A seguir a
tabela 1 apresenta os GMR e NDM de acordo com os grupos e regiões do Brasil.
3.2.1.Cultivares recomendadas para o Rio Grande do Sul
As várias cultivares de diferentes ciclos vegetativos beneficia o produtor, pois o uso de cultivares de ciclos vegetativos
diferentes permite melhor aproveitamento das colhedeiras e proporciona uma maior segurança contra adversidades
climáticas que possam ocorrer durante o período em que a cultura está no campo.
Entre as cultivares que apresentam maior produtividade na metade sul do RS estão Nidera NA 5909 RG (Grupo I, prod.
média 4.000 kg/ha ou 66 sc/ha); Brasmax BMX Potência RR (Grupo II, prod. média 3.600 kg/ha ou 60 sc/ha), Brasmax
FPS Urano RR (Grupo I, prod. média 3.450 kg/ha ou 58 sc/ha).
Preparo prévio do solo- plantio convencional. Outros dois sistemas, cultivo mínimo e plantio direto.
Objetivos do preparo:
Uma aração, duas ou mais gradeações e a uniformização da superfície do terreno, geralmente atendem as exigências
do preparo do solo. O revolvimento da terra pelo arado e a destruição dos torrões conseguida gradeações bem
conduzidas, dão ao leito de semeadura condições apropriadas de emergência das plantas. O nivelamento do solo,
que é realizado com grade niveladora ou com pranchão de madeira preso à grade comum. O solo convenientemente
preparado para o plantio da soja requer eficiente controle da erosão, quando sua declividade exige adoção dessa
prática conservacionista.
O inoculante é geralmente vendido em pacotes de 200 gramas, que contém bactérias fixadoras de nitrogênio, da
espécie Rhizobium japonicum, vivendo em turfa. As bactérias têm tempo limitado de vida, aproximadamente 4 meses,
após o preparo de inoculante. Para permanecerem com vida precisam ser protegidas contra o calor e a luz solar direta.
Ao adquirir o inoculante, o produtor deve verificar se ele é indicado para a soja e se não está com sua validade vencida.
Quantidade: 200 gramas de inoculante para cada saco de 50 quilos de sementes. Primeiro ano - dobro ou quando for
aplicado fungicida às sementes.
a inoculação deve ser feita imediatamente antes do plantio pelo método úmido;
o solo deve estar com suficiente umidade para pronta germinação;
a dosagem do inoculante deve ser dobrada;
os fungicidas mercuriais não devem ser empregados.
1) Esparramar um saco de sementes de soja sobre cimento liso, encerado, lona, plástico, etc.;
2) Umedecer as sementes com água, usando no máximo 200 a 250 ml;
3) Para que haja melhor adesão das bactérias nas sementes, pode-se usar uma solução de açúcar a 10%;
4) Derramar o pó do saquinho de inoculante sobre as sementes, mexendo bem até que elas fiquem cobertas
pelo pó;
5) Deixar as sementes secando á sombra por alguns minutos. Após a secagem as sementes estarão prontas
para o plantio.
4. COLHEITA
Colheita: colheita deve ser iniciada tão logo a soja atinja o estádio R8 (ponto de colheita, geralmente quando 95% das
vagens apresentem coloração marrom ou cinza), a fim de evitar perdas na qualidade do produto. As chuvas e granizos
também podem causar perdas, principalmente se acontecerem quando a soja estiver no ponto de colheita. A umidade
da soja na época da colheita deve variar entre 13 e 15%, que reduz os problemas de dano mecânico no mento da
colheita. Acima de 15% aumentam a probabilidade do grão apresentar danos internos que não aparecem (mecânicos
latentes) e abaixo de 13 o grão tende a quebrar (dano mecânico imediato)
5. ARMAZENAMENTO
Antes do armazenamento, sua qualidade pode ser prejudicada pelo ataque de percevejos, por agentes patogênicos,
por choques sofridos nas operações de colheita, por condições climáticas adversas após sua maturação fisiológica,
etc.
Levando em conta as exigências de armazenamento e os danos que as sementes de soja podem sofrer no campo ou
na colheita, é aconselhável sua aquisição a cada ano, de fonte idônea, registrada nos Órgãos Oficiais segundo a
Legislação vigente.
Sementes com poder germinativo inferior a 80 % devem ser tratadas com fungicida, se têm no mínimo 60 % de poder
germinativo. Com menos 60% não são recomendadas para o plantio.
6. BENEFICIAMENTO
Inicia-se com o esmagamento, no qual basicamente se separa o óleo bruto (aproximadamente 20% do conteúdo do
grão) do farelo, utilizado largamente como ração animal. O óleo bruto passa por um processo de refino até assumir
propriedades ideais ao consumo como óleo comestível. A determinações da umidade dos grãos no momento do
armazenamento deve estar por volta de 12-13%.
Deve-se proceder com a secagem dos grãos, caso esteja com umidade superior ao índice desejado, é submetida a
secagem até que chegue 12-13%.
A limpeza é uma operação que ocorre após a secagem, que resulta na passagem dos grãos por peneiras de separação,
onde as impurezas e grãos chochos são separados dos grãos normais.
7. ADUBAÇÃO DA SOJA
7.1. Calagem
A calagem consiste na operação e correção da acidez através da neutralização das cargas positivas do solo (Al +++
e H+) com a ação das cargas negativas presentes no calcário: CaOH - , presente nos calcários calcíticos e
dolomíticos, e MgOH-, presente somente em nos calcários dolomíticos.
Os calcários se diferenciam de acordo com seu potencial real de neutralização total da acidez expressos em
porcentagem (PRNT%). Melhores calcários terão valor de PRNT, e por isso serão mais caros. Calcários de menor
qualidade serão mais baratos, mas terão menor potencial de neutralização.
Após a aplicação do corretivo o solo tende a equilibrar-se de 3 a 12 meses após a aplicação, onde atinge o pH
ideal. Em condições normais do solo, o processo de acidificação natural do solo ocorre depois de 4 a 6 anos.
Cultura: Soja
Sistema: Convencional
Cultivo: 1º
Primeira Etapa:
Determinar os níveis de N, P e K no solo (Muito Baixo, Baixo, Médio, Alto ou Muito Alto);
Determinar a quantidade de N, P e K de acordo com a cultura para suprir os níveis do solo Passos para o cálculo
da adubação
Segunda Etapa:
Definir se usará adubos separados ou uma formula comercial.
Tabela de Adubação
Formula da Adubação
Teor do nutriente na fórmula: Cada adubo possui um percentual dos nutrientes que se encontram na formula.
Este percentual é o teor do nutriente na fórmula.
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑛𝑢𝑡𝑟𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 × 100
𝑁𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐴𝑑𝑢𝑏𝑜 =
𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑛𝑢𝑡𝑟𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑎 𝑓ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎
Para este fim, deve-se buscar nos mercados locais as formulas disponíveis.
A melhor é a 0-25-20
Depois é só aplicar a formula:
quantidade de nutriente × 100
Necessidade de Adubo =
teor do nutriente na fórmula
110 × 100
Necessidade de Adubo =
25
Necessidade de Adubo = 440 (kg/ha de adubo com a fórmula 0-25-20).
4. Determinar a Necessidade de Nutriente nas tabelas de Nitrogênio e Fosforo e Potássio (para a cultura do
Trigo).
5. Obter a formula básica dividindo os valores obtidos no passo anterior pelo menor valor encontrado entre eles
(geralmente é o Nitrogênio)
6. Procurar uma fórmula comercial que contenha a mesma proporção, seja multiplicando por um número ou
procurando em um catálogo.
Exemplo 2:
M.O = 2,3%; CTC = 13,5 cmolc/dm³; Classe Textural = 3; P-Mehlich = 2,5 mg/dm³ e K = 31 mg/dm³. Cultura
Antecedente – Gramínea, 1º Cultivo, Expectativa de Rendimento de 1,8 toneladas.
110 𝑥 100
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐴𝑑𝑢𝑏𝑜 = = 244,45 𝑘𝑔/ℎ𝑎
25
Se for necessário adubar com uréia em cobertura, usar a formula abaixo:
40 𝑥 100
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑈𝑟é𝑖𝑎 = = 88,89 𝑘𝑔/ℎ𝑎
45
8. PRAGAS E DOENÇAS
O manejo das Pragas e Doenças na cultura da soja são fundamentais para o bom desenvolvimento da planta e
por consequência, um bom rendimento.
Nesta apresentação serão apresentadas algumas pragas e doenças, de forma geral. Mais detalhes podem ser
encontrados nas seguintes publicações:
A cultura da soja está sujeita, durante todo o seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies de insetos .
Embora esses insetos tenham suas populações reduzidas por predadores, parasitóides e doenças, em níveis
dependentes das condições ambientais e do manejo de pragas que se pratica, quando atingem populações
elevadas, capazes de causar perdas significativas no rendimento da cultura, necessitam ser controlados.
Apesar de os danos causados na cultura da soja serem, em alguns casos, alarmantes, não se indica a aplicação
preventiva de produtos químicos, pois, além do grave problema de poluição ambiental, a aplicação desnecessária
eleva os custos da lavoura e contribui para o desequilíbrio populacional dos insetos.
O controle das principais pragas da soja deve ser feito com base nos princípios do “Manejo Integrado de Pragas”.
Possui coloração verde, com três listras brancas dispostas longitudinalmente no dorso (Fig. A), com quatro falsas
pernas, mas em altas infestações ou escassez de alimento torna-se escura (Fig. B). Sua ocorrência é maior entre
novembro e março, e seu pico populacional dá-se em janeiro e fevereiro, conforme a região.
Ciclo biológico total é de 33 a 34 4 a 6 gerações anuais. O adulto faz sua postura à tardinha e à noite na parte
inferior das folhas e tem coloração verde-clara.
Controle: Devem ser controladas quando forem encontradas, me média, 40 lagartas grandes (>1,5 cm) por pano-
de-batida (duas fileiras de plantas), ou com menor número se a desfolha atingir 30%, antes da floração, e 15% tão
logo apareçam as primeiras flores. Para controle com Baculovírus, considerar como limites máximos 40 lagartas
pequenas (no fio) ou 30 lagartas pequenas e 10 lagartas grandes por pano-de-batida. Em condição de seca
prolongada e com plantas menores de 50 cm de altura, reduzir esses níveis para a metade, para aplicação
de Baculovirus anticarsia.
De coloração verde-clara, com listras brancas no dorso, apresenta pontos escuros no corpo, com dois pares de
falsas pernas. Desloca-se pelas folhas como se estivesse “medindo palmo”, daí a sua denominação. Alimenta-se
de folhas, mas não das nervuras, conferindo-lhes aspecto rendilhado.
Os danos causados por ela são inferiores aos da lagarta-da-soja, mas uma vez que as duas ocorrem na mesma
época, essa praga é considerada praga principal. Sua ocorrência predomina no Paraná e em São Paulo, com picos
populacionais maiores de dezembro a fevereiro.
Controle: ara efeito de cálculo de danos de lagartas às lavouras, tanto a lagarta da soja, quanto a falsa medideira
podem ser contadas juntas. E só efetuar o controle quando se encontrar mais de 40 lagartas maiores que 1,5cm
por pano de batida, na média das diversas amostras da lavoura. Ou, então se o desfolhamento estiver passando
dos 30% antes do florescimento, e 15% depois do florescimento.
Até pouco tempo, era considerada praga secundária da soja. Fatores atribuídos à expansão da área de plantio e a
introdução de novos cultivares levou ao aumento da sua incidência.
A lagarta penetra pelo caule através das axilas dos brotos terminais na base do pecíolo, antes que estes se
desenvolvam totalmente. Alimentam-se da parte interna dos folíolos e dos caules. Isso leva à morte ou deformação
dos órgãos atacados.
É um inseto da ordem hemíptera, possui outras denominações populares como maria-fedida e fede-fede. Ataca
outras culturas além da soja.
O adulto tem cerca de 15 mm e é verde. Os ovos, de coloração amarela, são postos na face interior das folhas,
dispostos na forma de favo. Os jovens, também chamados de ninfas, têm inicialmente coloração escura com
pontuações brancas e, mais tarde, tornam-se verdes com pontuações amarelas e vermelhas.
Sugam a seiva dos ramos e das vagens das plantas. Nesse processo, injetam toxinas na planta que lhe causam
distúrbios fisiológicos, chamados retenção foliar ou soja louca. Com isso as folhas não caem, afetando assim a
colheita, além de as vagens ficarem chochas.
O adulto, de aproximadamente 10 mm, tem coloração verde amarelada, com uma faixa marrom na parte dorsal do
tórax. Os ovos de coloração escura são postos em filas duplas, de preferência nas vagens, em torno de 10 a 20
por postura.
As ninfas no início apresentam coloração verde com manchas vermelhas e pretas no dorso. Os danos são similares
aos causados pelo percevejo-verde.
Seus danos à cultura são semelhantes aos dos outros percevejos já descritos.
O adulto tem coloração marrom-escura, formato quase triangular com prolongamentos laterais do pronoto, na parte
superior do corpo, semelhantes a espinhos. Apresentam uma meia-lua branca no fim do escutelo.
Os ovos são postos sobre folhas e vagens, em forma de massas amareladas de ovos com cinco a oito. As ninfas
são de coloração clara logo após a eclosão e, mais tarde, bem maiores, com o abdômen de coloração verde-
clara, com duas manchas escuras no dorso.
Ainda podemos dizer que esse percevejo tem importância maior em regiões de temperaturas elevadas e nos
estados de latitudes mais baixas.
Entre os principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos em soja estão as doenças.
Aproximadamente 40 doenças causadas por fungos, bactérias, nematóides e vírus já foram identificadas no Brasil.
Esse número continua aumentando com a expansão da soja para novas áreas e como consequência da
monocultura.
A importância econômica de cada doença varia de ano para ano e de região para região, dependendo das
condições climáticas de cada safra.
As perdas anuais de produção por doenças são estimadas em cerca de 15% a 20%, entretanto, algumas doenças
podem ocasionar perdas de quase 100%.
É uma doença muito importante, pois, dependendo de sua intensidade no plantio, pode haver 100% deperda.
A doença caracteriza-se pelo aparecimento, no período de floração, de queima de brotos e haste com
escurecimento, evoluindo para a morte da planta. As plantas que por ventura não morrerem podem apresentar
subdesenvolvimento, folhas deformadas e mosaico. Também observa-se formação de bolhas na superfície da
folha. Quando a planta consegue chegar ao fim do ciclo e produzir vagens, essas e as sementes são deformadas.
Vetor: Mosca-Branca (Bemisia tabaci). Este inseto é vetor de várias doenças. Suas ninfas, liberam grande
quantidade de substância açucarada. Essa substância favorece a formação do fungo fumagina (Capnodium sp.),
tornando as folhas pretas, que, ao receberem radiação solar, se desidratam e caem.
O controle do inseto poderia ser uma forma eficiente de controlar a doença, se não fosse a forma como ocorre a
transmissão.
A mosca-branca transmite o vírus durante a sua picada de prova, que é um processo realizado por esse inseto, de
forma rápida, para reconhecimento da planta como hospedeiro. Muitas vezes, quando é aplicado um inseticida, o
inseto antes de morrer realiza um número de picadas de prova muito maior que o normal, aumentando, portanto, o
número de plantas por ele parasitado e, consequentemente, o número de plantas para as quais o vírus é
transmitido.
Foi a primeira doença a causar perdas severas na soja, principalmente na década de 1990; porém, hoje existem
cultivares resistentes. Atualmente, observam-se cultivares suscetíveis, que ocorrem em dadas regiões, sobretudo
na Região Sul com os cultivares transgênicos.
O fungo ataca folhas, hastes, vagens e sementes. Inicialmente, as lesões têm aspecto de pequenas pontuações
ou manchas encharcadas. Posteriormente, escurecem, ficando com o centro de coloração marrom e os bordos
avermelhados no lado superior da folha, no lado inferior possui coloração cinza, podendo haver perda da parte
central da lesão. Na haste, a lesão possui forma elíptica de coloração, que vai do cinza ao castanho claro e com
bordos avermelhados. Nas vagens, as manchas são circulares e castanho-escuras.
Sementes contaminadas são a principal forma de disseminação da doença. O fungo pode ainda sobreviver em
restos culturais, e, assim, por meio de respingos de chuva ser disseminados para outras plantas da lavoura.
O uso de cultivares resistentes tem sido o mais recomendado, pela maior facilidade e custo econômico; porém,
devido à alta variabilidade do fungo, é recomendável a rotação com outros cultivares que possuam fontes de
resistência distintas uma das outras.
O uso de fungicidas para o tratamento de sementes também é uma medida eficiente, evitando assim o aumento
da população inicial do fungo na lavoura.
Essa doença já ocorria há muitos anos no país sem causar perdas significativas; porém, na safra de 1996/1997
começou a trazer sérios transtornos para os produtores de soja.
O fungo ataca a parte aérea da planta. O sintoma característico é a presença de uma massa branca, de aspecto
cotonoso, que são as estruturas do fungo. Posteriormente, essas regiões tornam-se acinzentadas até que evoluam
para lesão necrótica, podendo haver desfolha.
O uso de variedades resistentes é a medida mais eficiente de controle. O emprego do controle químico também
traz resultados satisfatórios.
Hoje é uma das doenças que mais têm preocupado os produtores de soja, pois o seu principal dano é a desfolha
precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com conseqüente redução da produtividade. O nível de dano
que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura, das condições climáticas
favoráveis à sua multiplicação. Os danos podem chegar a cerca de 70%.
A doença foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 2001. Devido à facilidade de disseminação do fungo
pelo vento, a doença ocorre em praticamente todas as regiões produtoras de soja do país.
A doença apresenta-se inicialmente por pequenas pontuações de coloração mais escuras que o tecido foliar
superior. Na parte inferior da folha, observam-se pequenas verrugas, chamadas de urédias, que é o local onde o
fungo produz os seus esporos (uredósporos). Posteriormente, a coloração dessas urédias passa de castanho-claro
para castanho-escuro e o tecido foliar nessa região vai ficando castanho-claro.
A obtenção de cultivares resistentes para a ferrugem da soja é um processo muito difícil, devido à alta variabilidade
do fungo. Existem inúmeras raças de P. pachyrhizi, estudos realizados no Japão identificaram 18 raças do
patógeno, para as condições daquele país. Assim um cultivar descrito como resistente pode ter essa resistência
quebrada facilmente.
O controle de plantas invasoras também é importante, pois P. pachyrhizi, além da soja, parasita outras espécies
de plantas inclusive daninhas.
A doença foi diagnosticada pela primeira vez no país em 1989, no Paraná, sendo encontrada hoje em todo o país.
A doença, inicialmente, caracteriza-se por pontuações negras que evoluem para manchas elípticas de coloração
castanho-avermelhada. No estágio final, exibem grandes lesões com o centro claro nas hastes.
O ataque do patógeno pode levar as plantas a se partirem e, ou, ao acamamento. Se o ataque for muito severo, a
lavoura pode ser dizimada em poucos dias.
Sintomas reflexos são observados nas folhas com o surgimento de déficit nutricional, diagnosticado pelo
amarelecimento das folhas, necroses entre as nervuras, devido à interrupção da translocação de água pela
destruição do feixe vascular.
A medida mais eficiente de controle é o uso de cultivares resistentes. Devem-se também eliminar plantas invasoras,
por serem muitas dessas hospedeiras secundárias do patógeno.
É a principal doença no início da formação da vagem, levando à redução significativa dessas. Altas temperaturas
e a elevada precipitação favorecem o desenvolvimento do patógeno.
A doença pode causar morte de plântulas e necroses nos tecidos aéreos. Nas folhas, observa-se escurecimento
de nervuras. Nas vagens, além de produzir lesões deprimidas, provoca a sua abertura precoce, o que atrapalha a
sua formação e a de sementes, causando a queda destes.
A semeadura de sementes contaminadas pode originar plantas que, após a emergência, terão sintoma de
tombamento. Além das vagens, o C. truncatum infeta a haste e outras partes da planta, causando manchas
castanho-escuras. É também possível que seja uma das principais causadoras da necrose-da-base-do-pecíolo.
Foi diagnosticado pela primeira vez no Brasil na safra de 1991/1992, e, de lá para cá, vem causando muitos
prejuízos na cultura da soja. Quase todos os países produtores de soja têm em seus campos H. glycines.
É um nematóide que se dissemina muito fácil, pois seus cistos são leves e facilmente levados pelo vento junto a
máquinas e implementos agrícolas e associados a sementes. Devido a essa facilidade de disseminação, no Brasil
a cada safra vem aumentando o número de áreas infestadas pelo patógeno.
Este nematoide afeta as plantas induzindo o crescimento reduzido, conhecido como nanismo, as folhas amarelas,
devido aos distúrbios causados pelo nematóide no sistema radicular, que prejudica a translocação de água para a
parte aérea da planta, e, inicialmente, as plantas com esses sintomas aparecem em reboleiras.
O sistema radicular apresenta pequenas bolinhas esbranquiçadas ou amarronzadas, em forma de limão, que são
as fêmeas do nematóide. Geralmente, tem a nodulação reduzida. É possível observar, no solo, pequenas bolinhas
marrom-escuras, que são os cistos. Os cistos são o corpo da fêmea que morreu e, em seu interior, estão os ovos
do nematóide. É interessante observar que dentro dos cistos os ovos podem permanecer viáveis por até 11 anos.
O controle deve ser realizado por meio de um conjunto de medidas. Inicialmente, deve-se evitar a sua introdução
em áreas onde ainda não ocorra. Devido à facilidade com que é disseminado pelo maquinário agrícola, deve-se
evitar o trânsito desses de áreas infestadas para áreas ainda sem o nematóide. Recomenda-se usar os
equipamentos primeiro nas áreas limpas e proceder à sua limpeza após a utilização.
Em áreas de ocorrência de H. glycines, recomendam-se cultivares resistentes e rotação de culturas com plantas
não hospedeiras, pois esta última técnica é importante devido à grande variedade de nematóides, além de quebrar
a sua resistência. Pelo fato de os cistos poderem estar associados a sementes, devem-se utilizar sementes livres
9. Trabalho
Apresente o Agente Causal, Sintomatologia e Controle para as seguintes pragas e doenças:
Prazo: 18/04/2016